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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA - UNEB
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO - CAMPUS II - ALAGOINHAS
MESTRADO EM CRÍTICA CULTURAL
Texto: BODINI; Maria da Glória. “Acervos literários e universo
digital: conexões abertas”. In, Memória, Literatura e Tecnologia.
Teorias da Crítica Cultural
Alisson Gomes da Silva Nogueira – 2016.01
A)DE QUE TRATA O TEXTO
O texto tem por tema central a necessidade de uma modificação teorico –
conceitual acerca do que é literatura num contexto de produção intensificado no
siberespaço no século XXI.
B) QUAIS OS PRINCIPAIS ARGUMENTOS DO(A) AUTOR(A) ---
“O métoso indutivo, fundado no empirismo, parece herança aristotélica, já
desaltorizada pela passagem do tempo e pela sofisticação do conhecimento, mas
tem seus méritos quando se investiga algo cuja história ainda está por fazer ou
recém dá seus primeiros passos”. P. 37.
“Acervo literário é uma designação sujeita a controversias, uma vez que, em
arquivologia, prefere-se o termo arquivo para denominar o lugar ou instituição
que recebe documentos e os custodia”. P. 38.
“ [...] restava a ideia de Acervo, menos marcada, implicando conjunto, reunião
de materiais, não necessariamente legados, mas pertencentes ou entregues à
guarda de uma instituição. A palavra, nesse contexto, não deve ser vista apenas
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CEP: 48.040-210 Fone: (75)3422-1139/2102 - Ramal 230 - FAX: (75) 3422-1536 / 4677
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como uma entidade depositária, mas como elemento estruturante que confere os
materiais a ele vinculados uma identidade dentro de uma rede de relações”. P. 39
“A noção de acervo literário afeta o pensamento teórico da literatura. Foge à
prisão do texto em si, que praticamente todo o século XX viu a única forma de
conferir especialidade aos estudos literários, uma vez que abarca materiais não-
textuais ou, pelo menos, não reduzidos à linguagem, e uma linguagem
reconhecida socialmente como literária”. P. 39
“Por mais que se estenda a noção de texto como uma trama de signos, quaisquer
que sejam, em demanda de sentido, fora dela estão o empreendimento autoral e
editorial e a reação do público, fora dela estão a egrenagem econômica e
política, com suas ideologias, fora dela estão o tempo e o espaço como molduras
dos seres e dos processos”. P. 40.
“ [...] um acervo é o lugar em que textualidades e não textualidades convergem e
podem ser estudadas em suas relações” P. 40
Aponta a ideia de acervo como potencializadora nos novos olhares sobre a
história. Uma história que se ocupa das relações impressas nos fatos. P. 40
Acervo = entidade espaço-temporal dinâmica. P. 40
Todo documento é produzido em um tempo historico, carregado de sentidos
proprios de seu tempo. Por isso é nele impresso, subjetividades.
“ [...] as regras de formação de um acervo decorrem de várias ordens subjetivas,
desde critérios pessoais ou grupoais de literitariedade de valores axiológicos, até
atingir as esferas mais remotas da vida social, como as do incosciente pessoal e
político. P. 41.
“Um acervo é, no seu todo, um objeto socialmente construído, que sobrepassa as
intenções de sentido e as valorações dos seus encarregados”. P. 41
“A interação da informação com a área especializada dos acervos literários abre
novas questões, não apenas práticas, mas igualmente teóricas”. P.42.
O que se definirá como literário no universo digital?
Redefinição do conceito de literatura como algo necessário frente aos avanços
contemporaneos advindos da informatica – p. 42.
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Todo o ambito editorial também passa por um momento de ressignificação e
reorganização.
“O que está em via de transformação é a concepção histórica de obra literária
sob o influxo dos softweares que permitem recortes e montagens, superposições
[...].” p. 43.
Walter Benjamin (1979) “ [...] demonstrou não serem os aspectos estéticos
elementos independentes de um contexto economico-social em que a máquina
executa tarefas impossíveis ao sujeito humano e em que os meios mecânicos de
reprodução não apenas modificam hábitos de apreciação da arte, mas a própria
sociabilidade”. P. 43
Virtualização das relações.
“O acervo literário retira sua especificidade de sua documentação que, mesmo
heterogenea, sincronica, ainda conserva uma caracteristica unificadora: a sua
materialidade, a variedade de suportes, que lhe confere sua natureza de
preservação da memória e suas afinidades com os arquivos dovumentais em
geral”. P. 44.
Problemas dos acervos digitais: volatilidade dos meios de conservação.
Acervos online com possibilidades de ampliar relações textuais através de
hiperlink.
“Todas as possibilidades dos acervos virtuais acenam para uma reconsideração
dos modelos teóricos que tentam dar conta da literatura hoje em dia”. P. 47.
“No âmbito dos acervos, sua operacionalidade apresenta inegável eficácia
instrumental, alterando a própria posição gnoseológica do pesquisador, o qual
não pode mais se sustentar em uma outra classe de materiais, pois todos podem
ramificar-se e chamar-se uns aos outros, assim como aos de outros acervos”. P.
48.
“Melhor do que intertextualidade, talvez seja a noção de transtextualidade de
Gerard Genette (1981) para fazer frente às complexificações que o conteúdo de
um acervo pode produzir. A concepção de recepção ultrapassa a do leitor ativo e
criativo, pois a quantidade de dados interligáveis exige uma leitura seletiva e
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paradoxalmente de certo modo distraída, para que os dados- surpresa possam
aflorar, em apreensões mais intuitivas do que planejadas”. P. 49.
C) QUAL A REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA EXPLÍCITA E/OU IMPLÍCITA
ARTICULADA;
Benjamim.
Bourdieu
Genette
Gigliotte
Gumbrecht
Lajolo
Landaw
Lévy
Marx; Engels
Negroponte
Rocha
Rushdie
Santos
Silva
D) QUAIS OS PASSOS METODOLÓGICOS PARA A CONDUÇÃO DA
PESQUISA E/OU DO TEXTO;
Inicialmente o autor se encarrega de traçar o conceito de Acervo, partindo da concepção
deste como uma coleção documental. Atravessa as consepções modernas até cair no
problema central. Onde valendo-se do referencial mais recente questiona a
contemporaneidade e sua produção material – digital e a necessidade de se questionar o
conceito de literatura.
No decorrer do texto o autor trabalhou com o conceito de Acervo, operacionalizando-o
e apropriando-se do conceito tradicional para montar seu argumento de que a
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contemporaneidade tem demandas, não mais de se acumular, mas de fazer com o que já
foi acumulado seja resguardado e dialogue com acervos do mundo.
Traça argumentos apontando os problemas que ainda estão por se resolver e as
potencialidades de se atrelar a produção até aqui feita ao mundo digital.
E) A QUE CONCLUSÃO CHEGA O AUTOR.
As novas potencialidades que os avanços tecnológicos proporcionaram ao mundo,
apresentam-se de forma inegável em nosso cotidiano. Embora haja intenso debate
acerca da utilização do meio digital para a produção literaria, além de apresentar-se
como problema: o que é literário no mundo contemporâneo em que as informações,
textos, hipertextos, dispesos no siberespaço nãotêm controle, cabe questionarmos como
os meios de produção cultural atravessaram os tempos. Neste sentido, o autor nos
apresentou a criação de Acervos, mas não na perspectiva do Arquivo, mas na
manutenção de fontes que estão atravessadas de sentidos diversos e que podem se
conectar com lugares e tempos diversos através da rede. Teria sido a tecnologia uma
ferramenta eficaz na manutenção de acervos históricos e sobretudo na intensificação dos
diálogos entre fontes diversas. O conceito de literatura, tal qual o conhece está em crise,
em vias de demandas da sociedade contemporânea que produz constantemente!
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