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Biossegurança em Biotérios
Anna Layse
Clycia Dantas
Dérick Gustavo
Janaína Sheyla
INTRODUÇÃO
Conceito de segurança biológica surgiu no contexto das atividades ligadas a
microbiologia e se estendeu a todos os âmbitos laboratoriais aonde existe contato
e/ou manejo de agentes biológicos que podem propiciar riscos as pessoas e animais
Objetivos da segurança biológica
Reduzir a exposição dos manipuladores aos agentes biológicos
Prevenir saída de agentes biológicos e/ou animais dos sistemas de
contenção
Aplicam-se ao biotério critérios de biossegurança semelhantes aos de laboratórios de agentes infecciosos e/ou OGMs
Possuem problemas únicos
Geração de aerossóis e alérgenos
Susceptibilidade a mordidas e arranhões
Ocorrência de zoonoses
Normas de biossegurança em biotérios
Guide for the Care and Use of Laboraty Animals
NRC – National Research Council (1996)
Biosafety in Microbiological and Biomedical Laboratories
NIH – National Institute of Health (2000)
Manual para Técnicos em Bioterismo COBEA-FINEP (1996)
Manual de Biossegurança (Neves, 2000)
INSTALAÇÕES
• Devem proporcionar controle de contaminação e prevenção de contaminação cruzada por meio de controle ambiental e sanitário
• Critérios de construção (CEDATE 1986)
– Estabelecimento de fluxo de pessoas, animais e materiais
– Layout de áreas “limpas/suja”• Sistemas de ventilação
– Capacidade de renovar 100% do ar
– Monitoramento automatizado
– Sistema indicador de diferença de pressão e sistema de alarme
– Controle de variaveis ambientais (temperatura, umidade, trocas de ar, etc.)
– Controle de poluentes, odores e contaminantes aerogénos
BARREIRAS DE CONTROLE
Barreira: estruturas físicas ou complexos de estruturas que separam os animais de um ambiente geral em ambientes específicos que protegem os animais de contaminação externa e o ambiente de escapes de animais e contaminantes
Pode ser desde uma parede, isoladores e a própria distribuição do ar.
SISTEMAS DE BARREIRAS LOCAIS
• Objetivos
– Proteger os animais contra infecções
– Proteger os trabalhadores
• Isoladores
– Sistema fechado de alojamento
– Garante padrão sanitário e genético
– Sistema seguro de contenção
– Usado para alojar animais microbiologicamente definidos
– Com pressão negativa, protege também os trabalhadores
– Isoladores flexíveis confeccionados em PVC laminado
– Manuais operacionais devem conter testes de integridade de isoladores
Estantes ou gabinetes ventilados
Sistema de ventilação de ar forçado por motores ventiladores instalados dentro dos gabinetes
Caixas ventiladas individualmente por fluxo unidirecional de ar
Proporciona retirada de poluentes advindos do metabolismo dos animais (*amônia)
Reduzem a frequência de trocas de cama das gaiolas
Não garante controle de contaminação
Microisoladores
Gaiolas com tampas-filtro como barreiras
Alojamento “contido”
Restringe o fluxo de ar ventilado
Acumulo de gás amonia, alta temperatura e umidade
Caixas microventiladas
PADRONIZAÇÃO DOS ANIMAIS
Padronização genética
Origem das matrizes
controle genético das linhagens
Padronização sanitária
Origem das matrizes com padrão sanitário atestado pelo fornecedor
Monitoração sanitária
Monitoração dos parâmetros genéticos, sanitários e nutricionais aliados a controle de variáveis ambientais asseguram confiabilidade e reprodutibilidade dos experimentos
Padronização
genética
•Criação e manutenção de linhagens isogênicas, congênicas e geneticamente definidas
Padronização
nutricional
•Nutrição adequada para prover potencial genético, de crescimento, reprodutivo, longevidade e respostas a estímulos
Padronização sanitária
•Controle sanitário do animal para evitar contaminação por MO que causem zoonoses, patógenos fatais e patógenos que alterem resultados experimentais ou testes
Normas de Higiene
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Higiene Prática importante
Prevenção de doenças
associadas ao trabalho
TrabalhadorHábitos
compatíveis aos POPs
POP
Estabelecido pelo nível de segurança do
biotério
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Normas de Higiene
Prática da Higiene 3 funções
Proteção do funcionário
Proteção e prevenção de doenças
relacionadas com animais
Proteção dos objetivos do experimento
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Normas de Higiene
A higiene pessoal é uma importante barreira contra infecções
Lavar as mãos após manusear qualquer animal reduz o risco de disseminação de doenças e mesmo auto-infecção
Usar roupas protetoras
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RISCO BIOLÓGICOO estabelecimento de POPs deve ser desenvolvido com base nas normas preconizadas sobre conduta dentro de áreas que abrigam
animais, para menor risco aos seres humanos nessas áreas
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Zoonoses
Infecções “transmitidas diretamente de animais para humanos”, podendo, dessa forma, afetar seriamente os projetos de pesquisa
Algumas infecções que não tem habitualmente caráter zoonótico podem afetar pessoas ou animais susceptíveis
• Pessoas com alguma falha em seu sistema imune• Estresse grave• Possuem doenças clinicamente não aparentes
O trabalho que envolve exposição a m.o. requer imunização de toda a equipe técnica
• Realização de testes sorológicos e bancos de referência para amostras de soro de todas as pessoas em atividade em unidades de animais
• Perigo de grávidas nessas áreas – teratógenos – Toxoplasma gondii
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Primatas
Embora todos os animais devam ser observados como fontes potenciais de zoonoses – primata – espécie que mais oferece risco – estreita relação filogenética que possui com o homem
Maiores riscos – doenças virais
Controle: a instituição deve possuir serviços veterinários e médicos, estabelecer procedimentos seguros para um rápido diagnóstico da doença, dos quais
Sorologia Isolamento viral Visualização direta por imunofluorescência Detecção dos componentes virais Vacinação, sendo o caso
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Primatas
A melhor maneira de reduzir os riscos é elaborar um Programa de Segurança e Saúde Ocupacional (PSSO) relativo a primatas
Recomendações para o PSSO Todos os primatas devem ser considerados portadores em potencial de doenças
que podem ser transmitidas ao homem Pias para higiene das mãos devem estar disponíveis em locais adequados Pessoas com ferimentos, cortes ou outra laceração não devem entrar em contato
com primatas Cortes, feridas e puncturas por agulhas adquiridas em instalações com primatas
devem ser informados às autoridades médicas designadas pela instituição Se ocorrer lesão por animal, este deve ser imediatamente imobilizado É recomendado o uso de CSB para conduzir necropsias em primatas Pelo risco de hepatite A, recomenda-se que os trabalhadores recebam soro
globulina hiperimune profilaticamente Todos em contatos com tais animais devem ser livres de tuberculose
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Alergias
Alergia a animais de laboratório (LAA) é uma doença ocupacional significativa para pessoas que trabalham regularmente com as espécies mais comuns de animais de laboratório
É uma reação de hipersensibilidade imediata pelo contato com pelagem, urina, saliva, soro ou qualquer outro tecido do animal
Sintomas leves: coriza, coceira e corrimento nasais, prurido, vermelhidão e edema na pele
Sintomas graves: respiração com chiado, encurtamento da respiração e sensação de pressão no peitoAs medidas pelas quais se pode reduzir o grau de exposição aos alérgenos produzidos por animais de laboratório incluem os descritos nos projetos de
instalações, normas de higiene, programas educacionais para funcionários que trabalham em áreas de alto risco e medidas preventivas como a instituição de
POPs
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Danos Físicos e Perigos Químicos
Todo funcionário deve ser treinado e mantido sob supervisão durante o período de experiência no manejo de espécies com as quais vai trabalhar, informando-se a ele os perigos de cada espécie
Os kits de primeiros socorros devem estar disponíveis
Danos causados por agentes químicos podem ser evitados mediante cuidados no manuseio
Líquidos voláteis usados como anestésicos ou eutanasiantes e outros tóxicos e voláteis devem ser estocados em locais ventilados ou cabines projetadas para tal fim
SUBSTÂNCIAS TÓXICAS
Várias substâncias estão em uso regular dentro de unidades de manutenção e experimentação animal
Dentre elas estão: detergentes, desinfetantes, ácidos e álcalis (forma concentrada)
Em unidade que se utilizam anestésicos deve-se estar atento aos riscos
DESCARTE DE MATERIAIS
Todo material contaminado deve ser descontaminado antes de colocado para descarte
No caso de carcaças e materiais provenientes de experimentos, as normas mínimas estão contidas na Resolução nº 5 do Conselho Nacional do Meio Ambiente/1993
DESCARTE DE MATERIAIS EM GERAL o Materiais como papel, plástico, fichas de identificação devem ser
incinerados
CAMA SUJA DOS ANIMAIS
o Inclui material fecal e restos de ração
o Acondicionar em sacos plásticos (manual ou sist. a vácuo), vedados e etiquetados com sinal de risco biológico
CARCAÇAS DE ANIMAIS
-Devem ser descartadas in situ, por meio de maceradores com drenagem para condicionadores específicos
MATERIAL INFECCIOSO
-Deve ser acondicionado duplamente em sacos plásticos, etiquetados com sinal de risco biológico e diferenciados por código de cor
MATERIAL RADIOTIVO -O melhor destino para carcaças que contenham este material é a
maceração in situ, com drenagem para condicionadores específicos para materiais radiativos (SMITH, 1987)
OBJETOS CORTANTES
-Devem ser acondicionados em recipientes rígidos, etiquetados com sinal de risco biológico.
NÍVEIS DE RISCO ASSOCIADOS AO USO DE ANIMAIS EM LABORATÓRIO
Os animais usados em experimentos podem algumas vezes ser hospedeiros de organismos infecciosos, que podem acarretar estado de hospedeiro crônico ou persistir de forma latente
Animais podem ser inoculados deliberadamente com microrganismos (de uma das 4 classes de riscos) ou com materiais viáveis e/ou suspeitos de conter esses agentes
Sob tais circunstâncias, o animal deve ser mantido em alojamento apropriado ao risco que o organismo acarreta
Os critérios de manutenção de animais infectados devem ser diferenciados tanto em escala quanto em grau, mas os princípios básicos para segurança são semelhantes
NÍVEIS DE BIOSSEGURANÇA
BIOSSEGURANÇA ANIMAL NÍVEL 1
-Envolve agentes infecciosos que não causam riscos de doenças em humanos adultos saudáveis e possuem riscos mínimos para técnicos de laboratório e meio ambiente
BIOSSEGURANÇA ANIMAL NÍVEL 2
-Envolve agentes infecciosos bem caracterizados que ocasionam doenças em humanos adultos. Os riscos existentes são de contaminação pela ingestão ou exposição de mucosas
Biossegurança Animal Nível 3
Animais infectados por microrganismos que apresentam potencial de transmissão aérogena e que podem causar doenças potencialmente
letais
Aliados aos procedimentos operacionais padrão, os protocolos para situações de emergência devem ser estabelecidos pelos responsáveis do biotério e serem aprovados pela Comissão Institucional de Biossegurança
O diretor do biotério limitará o acesso às salas de animais para o menor numero de indivíduos e o pessoal que necessitar entrar deve ser avisado do potencial de risco
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Instalações – Nível 3
Equipamentos de instalações interna, com luminárias, ductos de ar e outros tipos de instalações para equipamentos devem minimizar áreas de superfície horizontal
Não se recomenda janelas
Boa drenagem no chão
A ventilação tem de ser provida de acordo com os critérios adotados pelo guia de cuidados e manejo de animais de laboratório, com exaustão do ar por meio de ductos
As gaiolas tem de ser lavados em máquinas automáticas apropriadas com temperatura de 80ºC
É conveniente que se tenha uma autoclave para as salas
A iluminação tem de ser adequada para que se realize as operações
Instalações – Nível 3
As instalações de nível 3 devem ter seu projeto e procedimentos operacionais documentados
Algumas proteções extras devem ser recomendadas (chuveiros pessoais, filtros HEPA)
Biossegurança Animal Nível 4
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Instalações
Semelhantes aos descritos para animais do grupo de risco 3, acrescidos do uso de cabines de proteção
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Biotério de produção para experimentação da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP
Sistema de ar condicionado
Salas com pressão negativa
Exaustão com filtros HEPA
Autoclave dupla
Fluxo operacional de pessoas
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Nossa Realidade - UFPI
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“É possível considerar que estamos sempre em estado de alerta, frente à variedade e complexidade de fatores e agentes relacionados à experimentação animal e biossegurança. Manter a saúde e o bem-estar das pessoas, animais e ainda proteger o meio ambiente é um desafio que depende principalmente da consciência de todos os profissionais envolvidos, sejam eles gestores, auxiliares, pesquisadores e estudantes.”
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Obrigado (a)!
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Referências HIRATA,M.H., MANCINI FILHO, J. Manual de Biossegurança. 1ªed.
Barueri: Editora Manole, 2002.