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T R A B A L H O R E A L I Z A D O P O R :
A N D R É S A N T O S 7 º C
Biografia (vida) de Inês de Castro
Ano de 2012-2013
Inês Pires de Castro mais conhecida por Inês de Castro (ou, na grafia original, Ignez; Galiza) nasceu ou em 1320 ou 1325, ninguém sabe ao certo…era filha natural de Pedro Fernandes de Castro, mordomo-mor do rei D. Afonso XI de Castela, e de uma dama portuguesa, Aldonça Lourenço de Valadares. O seu pai, neto por via ilegítima de D. Sancho IV de Castela, era um dos fidalgos mais poderosos do reino de Castela. Em 24 de agosto teve lugar, na Sé de Lisboa, o casamento do Infante Pedro I de Portugal, herdeiro do trono português, com D. Constança Manuel, filha de D. João Manuel de Castela, príncipe de Vilhena e Escalona, duque de Peñafiel, tutor de Afonso XI de Castela, «poderoso e esforçado magnate de Castela», e neto do rei Fernando III de Castela. Todavia seria por uma das aias de Constança, D. Inês de Castro, que D. Pedro viria a apaixonar-se. Este romance notório começou a ser comentado e mal aceite, tanto pela corte como pelo povo.
Inês de Castro
Viúvo, D. Pedro, contra a vontade do pai, mandou D. Inês regressar do exílio e os dois passaram a viver juntos, o que provocou grande escândalo na corte, para enorme desgosto de El-Rei seu pai. Começou então uma desavença entre o Rei e o Infante. D. Afonso IV tentou remediar a situação casando o seu filho com uma dama de sangue real. Mas D. Pedro rejeitou este projecto, alegando que sentia ainda muito a perda de sua mulher, D. Constança e que não conseguia ainda pensar num novo casamento. No entanto, fruto dos seus amores, D. Inês foi tendo filhos de D. Pedro: Afonso em 1346 (que morreu pouco depois de nascer), João em 1349, Dinis em 1354 e Beatriz em 1347. O nascimento destes veio agudizar a situação porque, durante o reinado de D. Dinis, o seu filho D. Afonso IV sentira-se em risco de ser preterido na sucessão ao trono por um dos filhos bastardos do seu pai. Agora circulavam boatos de que os Castros conspiravam para assassinar o infante D. Fernando, legítimo herdeiro de D. Pedro, para o trono português passar para o filho mais velho de D. Inês de Castro.
Depois de alguns anos no Norte de Portugal, Pedro e Inês tinham regressado a Coimbra e instalaram-se no Paço de Santa Clara.
Mandado construir pela avó de D. Pedro, a Rainha Santa Isabel, foi neste Paço que esta Rainha vivera os últimos anos, deixando
expresso o desejo que se tornasse na habitação exclusiva de Reis e Príncipes seus descendentes, com as suas esposas legítimas. Havia boatos de que o Príncipe tinha se casado secretamente com D. Inês.
Na Família Real um incidente deste tipo assumia graves implicações políticas. Sentindo-se ameaçados pelos irmãos Castro, os fidalgos da corte portuguesa pressionavam o rei D. Afonso IV para afastar esta influência do seu herdeiro. O rei D. Afonso IV
decidiu então que a melhor solução seria matar a dama galega(Inês de Castro). Na tentativa de saber a verdade o Rei ordenou a dois
conselheiros seus que dissessem a D. Pedro que ele podia se casar livremente com D. Inês se assim o pretendesse. D. Pedro percebeu
que se tratava de uma cilada e respondeu que não pensava casar-se nunca com D.ª Inês.
A 7 de Janeiro de 1355, o rei cedeu às pressões dos seus conselheiros e aproveitando a ausência de D. Pedro, numa excursão de caça, foi com Pêro Coelho, Álvaro Gonçalves, Diogo Lopes Pacheco e outros para
executarem Inês de Castro em Santa Clara, conforme fora decidido em conselho. Segundo a lenda, as lágrimas derramadas no rio Mondego pela morte de Inês teriam criado a Fonte dos Amores da Quinta das
Lágrimas, e algumas algas avermelhadas que ali crescem seriam o seu sangue derramado. A morte de D. Inês provocou a revolta de D. Pedro
contra D. Afonso IV. Após meses de conflito, a Rainha D. Beatriz conseguiu intervir e fez selar a paz, em agosto de 1355. D. Pedro tornou-se no oitavo rei de Portugal como D. Pedro I em 1357. Em
Junho de 1360 fez a declaração de Cantanhede, legitimando os filhos ao afirmar que se tinha casado secretamente com D. Inês, em 1354, em Bragança «em dia que não se lembrava». A palavra do rei, do seu
capelão e de um seu criado foram as provas necessárias para legalizar esse casamento.
De seguida perseguiu os assassinos de D. Inês, que tinham fugido para o Reino de Castela. Pêro Coelho e Álvaro Gonçalves foram
apanhados e executados em Santarém (segundo a lenda o Rei mandou arrancar o coração de um pelo peito e o do outro pelas
costas, assistindo à execução enquanto se banqueteava). Diogo Lopes Pacheco conseguiu escapar para a França e, posteriormente, seria
perdoado pelo Rei no seu leito de morte. D. Pedro mandou construir os dois esplêndidos túmulos de D. Pedro
I e de D. Inês de Castro no mosteiro de Alcobaça, para onde trasladou o corpo da sua amada Inês, em 1361 ou 1362. Juntar-se-ia a ela em
1367. A posição primeira dos túmulos foi lado a lado, de pés virados a nascente, em frente da primeira capela do transepto sul, então
dedicada a São Bento. Na década de 80 do século dezoito os túmulos foram mudados para o recém construído panteão real, onde foram
colocados frente a frente. Em 1956 foram mudados para a sua actual posição, D. Pedro no transepto sul e D. Inês no transepto norte, frente a frente. Quando os túmulos, no século XVIII, foram colocados frente a frente apareceu a lenda que assim estavam para que D. Pedro e D.
Inês «possam olhar-se nos olhos quando despertarem no dia do juízo final». A tétrica cerimónia da coroação e do beija mão à Rainha D.
Inês, já morta, que D. Pedro pretensamente teria imposto à sua corte e que tornar-se-ia numa das imagens mais vívidas no imaginário
popular, terá sido inserida pela primeira vez nas narrativas espanholas do final do século XVI.
Túmulo de D.Pedro
Túmulo de Inês de Castro