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Beach&Co 117

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Edição 117 da revista Beach&Co 117 - Março

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Passos de Anchieta na Ilha de São Vicente

Você sabe o que são limeriques?

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Foto Flávia Souza Foto Morgana Monteiro

Guarás 10

Sustentabilidade 48

Internacional 56

Gastronomia 64

Moda 68

Flashes 72

E mais...

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Capa

Os Guarás aos poucos formam novas colônias

Foto Juniors Bildarchiv/Fotosearch

Foto Luciano Vieira/PMSS

pág. 34São Sebastião

Células umbilicais: esperança para o futuro

Mercado de trabalho em expansão

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Foto Petulka/ShutterstockFoto Luciana Sotelo

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ao leitor

dos guarásE mais...

ANO XI - Nº 117 - MArçO/2012

Beach CoA R e v i s t a d o L i t o r a l .

A revista Beach&Co

é editada pelo Jornal Costa Norte

Redação e Publicidade

Av. 19 de Maio, 695 - Bertioga/SP

Fone/Fax: (13) 3317-1281

www.beachco.com.br

[email protected]

Diretor - Presidente

Reuben Nagib Zaidan

Diretora Administrativa

Dinalva Berlofi Zaidan

Edição

Eleni Nogueira (MTb 47.477/SP)

[email protected]

Diretor de Arte

Roberto Berlofi Zaidan

[email protected]

Criação e Diagramação

PP7 Publicidade

www.pp7.com.br | [email protected]

Direção de Arte e Diagramação: Audrye Rotta

Marketing e Publicidade

Ronaldo Berlofi Zaidan

[email protected]

Depto. Comercial

Aline Pazin

[email protected]

Revisão

Adlete Hamuch (MTb 10.805/SP)

Colaboração

Belisa Barga, Edson Prata, Fernanda Lopes,

Flávia Souza, Luci Cardia, Luciana Sotelo, Karlos

Ferrera, Marcos Neves Fernandes, Morgana

Monteiro e Renata Inforzato

Circulação

Baixada Santista e Litoral Norte

Impressão

Gráfica Silvamarts

Foto Itamar Miranda/PMC

O vermelho intenso dos guarás confere um novo contraste aos mangues, onde o verde e o marrom predominam. Uma pena tal cena ser incomum aos nossos olhos, uma vez que a espécie, cientificamente denominada de Eudocimus ruber, já foi abundante na região nos idos de 1500, citada, inclusive, nas anotações do artilheiro alemão Hans Staden, que viveu em Guarujá, na divisa com Bertioga, durantes anos, e deixou obser-vações valiosas para a posteridade. Os guarás foram pouco a pouco desaparecendo, até não serem mais avistados.

E pensar que a natureza quase perdeu este que é um dos seus muitos exemplos de perfeição. Sorte a nossa por ainda restarem pessoas que lutam por sua preservação, in-vestindo nos manguezais de Cubatão, um lugar seguro para as aves se reproduzirem.

Desde a década de 1980, quando foram descobertas por aqui, a colônia passou de 300 indivíduos para mais de mil. Por meio de pesquisas, foi possível descobrir que os guarás estão ampliando sua área de atuação e já migram, entre os meses de setembro e outubro, rumo à Estância Balneária de Ilha Comprida, no litoral sul paulista.

Para garantir a continuidade do retorno dos guarás à região, os biólogos santistas Fábio Olmos e Robson Silva e Silva resolveram dar uma forcinha à natureza, por meio de um trabalho inédito: o uso de bonecos de plástico idênticos às aves, a fim de atrair outros indivíduos, e monitorar e controlar a área de reprodução da espécie, para que novas colônias possam ser formadas em refúgios seguros.

Que esse magnífico trabalho dê certo, e que o vermelho intenso dos guarás volte a colorir e encantar toda a costa paulista, a exemplo do Nordeste, onde existe a maior colônia de guarás do mundo.

Eleni Nogueira

Pela preservação

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meio ambiente

reconquistam territóriosOs guarás

Depois de se concentrar nos manguezais de Cubatão, a espécie ruma para Ilha Comprida, litoral sul, onde já formou uma nova colônia, fato auspicioso para a natureza, que quase perdeu uma das aves mais lindas do mundo

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meio ambiente

Repare bem na foto abaixo. Se você vê três guarás, enganou-se. Há apenas uma ave verdadeira, bem no centro da imagem. As outras, à esquerda e à direita, são de plástico. A curiosa cena faz parte de uma pesquisa científica, motivada pela recém--descoberta de uma tendência: os guarás que habitam os manguezais de Cubatão estão migrando rumo ao litoral sul.

É um novo capítulo em uma história de idas e vindas, cujo registro histórico data de 1554, ou seja, há 457 anos, nas anotações do artilheiro alemão Hans Staden, que vi-

veu parte de sua vida no Porto da Arma-ção, em Guarujá, na divisa com Bertioga. Região onde os guarás emprestam seu nome a uma pequena ilha.

De lá para cá, os guarás do Sul e Sudeste do Brasil foram pouco a pouco desapare-cendo. No litoral fluminense, por exemplo, os últimos registros datam da década de 1950. No Paraná, os últimos bandos foram vistos há mais de 40 anos e, em Santa Cata-rina, eles estão extintos desde o século XIX.

A única colônia existente, na região Sul--Sudeste, é a da Baixada Santista. Concen-

Por Marcus Neves Fernandes

CuriosidadeDurante o período de reprodução, o

bico do macho torna-se negro e brilhan-te. As fêmeas possuem o bico mais fino e mantêm a cor inalterada, parda e com a ponta enegrecida. Nesta fase, várias fê-meas ficam ao redor do macho, que pro-cura uma área onde, mais tarde, ficará o ninho, normalmente construído nas árvo-res típicas dos manguezais.

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trada nos manguezais de Cubatão, ela foi ‘redescoberta’ por pesquisadores da Uni-versidade de Campinas (Unicamp), em 1982. Em 1993, os guarás passaram a ser sistematicamente estudados pelos biólogos Fábio Olmos e Robson Silva e Silva, o que deu origem a uma polêmica tese sobre as origens desse agrupamento (veja quadro na página 16). Três anos depois, eles com-provaram que o bando, com cerca de 300 espécimes, reproduzia-se na região. Hoje, são mais de mil indivíduos, cujo estudo é patrocinado pela Vale Fertilizantes.

Robson, por outro lado, constatou que o bando expandira sua área de distribuição, criando colônias separadas, algumas delas em locais perigosos. Preocupado, o biólogo decidiu fazer uma experiência inédita no país. Mandou confeccionar 23 bonecos de plástico que reproduzissem as aves e, em 2009, colocou-os nos bancos de lodo que se formam às margens dos cursos d’água dos manguezais. “Em menos de 30 minutos, vários guarás foram atraídos. Como, ob-viamente, os bonecos não voam, o mesmo aconteceu com as aves verdadeiras, o que

Os bonecos de plástico reproduzem fielmente as característicasque os guarás assumem na época da reprodução

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meio ambiente

O biólogo Fábio Olmos, em campo, com um dos bonecos utilizados na pesquisa

permitiu que chegássemos bem perto do bando”, relata Robson.

Comprovado o sucesso da experiência, o biólogo iniciou a segunda fase da pes-quisa, que consiste em descobrir uma área segura e com abundância de alimentos, o que vem sendo feito até hoje. “Os guarás são aves gregárias, que vivem em bandos. São do tipo maria-vai-com-as-outras. Uma vez definida a nova área, vamos retomar o processo de colocação dos bonecos”, expli-ca. Se tudo der certo, avalia o especialista, os guarás, pouco a pouco, terão um novo refúgio, uma nova área para acasalar e criar seus filhotes, garantindo a preserva-ção da colônia.

O mistério da migraçãoNos últimos 18 anos, o trabalho com os

guarás de Cubatão tem possibilitado uma série de novos conhecimentos sobre essas

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aves e o ecossistema que habitam. E tem gerado, também, algumas dúvidas. Já foi possível perceber, por exemplo, que elas estavam migrando rumo ao sul, sempre acompanhando a zona costeira. Nos me-ses de setembro e outubro, mais de 90% do bando ‘migram’ rumo à Estância Balneária de Ilha Comprida, onde já formaram uma nova colônia, que se caracteriza como tal, quando as aves ali nidificam. Há várias hi-póteses para esse comportamento.

Segundo Robson Silva e Silva, quando ainda jovens, os guarás não possuem uma glândula que ajuda a eliminar o sal contido nos crustáceos dos quais se alimentam. Isso poderia explicar a migração. “Um mês após deixarem os ninhos, essas aves já estão por conta própria, são independentes. Porém, precisam de ambientes com águas mais doces, já que não têm como excretar o sal. Essas áreas geralmente se localizam no inte-rior dos manguezais. Em Ilha Comprida, já testamos a água, comprovando a baixa con-centração de sal na área da colônia”, explica.

Por outro lado, quando se analisa a dis-tribuição histórica dessas aves no Brasil, verifica-se que havia diversas colônias de guarás, tanto no Sudeste como ao longo do litoral da região Sul. Robson não exclui a hipótese de que esteja ocorrendo uma re-colonização, um repovoamento de antigos locais. “Sabemos que é normal que eles fiquem vários anos em um local e depois migrem. Os motivos que levam a esse com-portamento ainda é um mistério”.

O biólogo sabe, por exemplo, que a grande concentração de indivíduos em uma determinada área pode, inicialmente, prejudicar a vegetação, em razão das fezes. Com o tempo, porém, esse adubo natural age em benefício das plantas. Esse processo

A pesquisa com os guarás de Cubatão tem possibilitado uma série de novos conhecimentos sobre essas aves e o ecossistema que habitam

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meio ambiente

cíclico também pode explicar a rotineira mudança para novos ares. Mas, seja como for, Robson, um dos principais ornitólogos hoje no Brasil, acredita que há uma tendên-cia rumo ao Paraná e Santa Catarina.

Já há registros das aves na baía de Gua-ratuba, a segunda maior do Paraná, uma área de proteção ambiental com mais de 48 km² de extensão. O nome Guaratuba, aliás, significa ‘muitos guarás’. “Caso essa tendência se confirme, é como um retorno ao passado, quando os guarás habitavam

boa parte do litoral Sudeste/Sul do país. Hoje, porém, além das duas colônias na Baixada Santista, só há outra, no Norte/Nordeste, que cobre os estados do Amapá, Pará, Maranhão e Piauí”.

A colônia do Norte-Nordeste é a maior do mundo, sem grandes alterações desde o século XIX. Isso se deve à grande área de manguezais ali existente. “Parte dela é de difícil acesso, permitindo que ficasse razo-avelmente livre da ação humana predató-ria”, explica o biólogo santista.

A colônia de Cubatão possui mais de mil indivíduos e é símbolo de recuperação ambiental da cidade

Bancos de lodoEm 1993, quando começaram a estu-

dar a colônia de guarás que havia sido descoberta nos manguezais de Cubatão, os biólogos Fábio Olmos e Robson Silva e Silva não tinham ideia que iriam provo-car uma enorme polêmica, que extrapo-laria os meios científicos da época. Para explicar o retorno dessas aves à região, após décadas de ausência, eles formula-ram uma hipótese: as grandes quantida-des de pequenos crustáceos, a principal fonte de alimento para as aves aquáticas que habitam os mangues. Os crustáceos,

por sua vez, foram atraídos por grandes bancos artificiais de lodo, fruto das mo-dificações feitas pelo ser humano nos rios que cortam os manguezais cuba-tenses. “Em algumas áreas, na maré bai-xa, havia até 10 metros de lodo exposto nas margens dos rios, que foram sendo ocupados pelos crustáceos. Isso atraiu as aves, que depois se fixaram e fizeram seus ninhos”, explica Robson.

Na Juréia, por exemplo, esses bancos têm, em média, 2 metros de largura. O problema com essa hipótese era o racio-cínio de que a intervenção humana, noto-

riamente danosa ao meio ambiente, havia produzido um benefício. De imediato, vários cientistas se mostraram incrédu-los. Alguns, inclusive, escreveram artigos em que, se não refutavam a tese, lembra-vam, por outro lado, que o suposto bene-fício às aves teria sido obtido à custa da destruição de parte do ecossistema.

A polêmica arrefeceu, mas o estudo de Olmos e Silva, assim como a colônia cubatense, ‘sobreviveram’. Já o futuro dos guarás na região, que passaram a ser modelos publicitários de Cubatão, ainda exigirá anos de pesquisas.

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turismo

Formada pelas cidades de São Vicente e Santos, ela integra mais uma etapa do percurso Passos dos Jesuítas, uma oportunidade única de desfrutar o litoral paulista, pé ante pé

Por Flávia Souza

Com cantis abastecidos e cajados em mãos, peregrinos vindos de várias partes encaram o desafio de conhecer o litoral paulista sob um novo prisma. Ao percorrerem a mesma rota realizada por antigos catequizadores, eles se de-param com bem mais do que sol e mar. Em São Vicente e Santos, as duas cida-des que compõem a Ilha de São Vicente, encontram riqueza cultural, histórica, monumental e ecológica. O percurso, com 10 quilômetros, é o menor de todo o trajeto, iniciado em Peruíbe, com des-tino à Ubatuba, passando por 13 cida-des e mais de 200 praias.

Tais cenários valem o esforço da difí-cil caminhada, e oferecem a oportunida-de de desfrutar a vida de uma maneira

Aventura terrestre pela

Ilha de São Vicente

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Foto Flávia Souza

Baía de São Vicente

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turismo

diferente. Nesta fase, determinação deve ser o mantra repetido pelos caminhan-tes, para que não desistam. Até porque, ao chegar nas quinta e sexta cidades da rota, o corpo já mostra a sua fragilidade, e maiores que o cansaço físico são os in-cômodos e dores nos pés, resultantes de possíveis bolhas e torções.

O funcionário público estadual Celso de Almeida Braga Mitaini conta que, ao final da primeira etapa da caminhada, teve que parar por um período e descan-sar. “Fiquei dois dias com os pés levanta-dos. Mas valeu a pena”, afirma. Morador de Santos há apenas cinco anos, ele viu na rota a oportunidade de conhecer melhor a região em que vive e ingressou nessa aventura sozinho. “Muita coisa ainda não conhecia e fiquei impressionado com o li-toral sul, onde os pássaros parecem viver em harmonia com a população”.

Sair da rotina e vivenciar uma nova realidade, com a interferência direta da brisa do mar e do clima leve que só o li-toral pode proporcionar, tem levado ca-minhantes a outro patamar. O casal José Carlos Munhoz e Mércia Maria Brasilei-ro Munhoz, professores na capital pau-lista, confirmam essa teoria: “Conhecí-amos a Baixada Santista como turistas, agora conhecemos cada cantinho e isso foi culturalmente enriquecedor. A visão de peregrinos nos trouxe outra dimen-são”, afirma José Carlos.

Mércia continua: “Todas as cidades que percorremos nesta rota têm um ape-lo interessante, mas São Vicente dá um

José Carlos e Mércia Maria em pose clássica, ao lado da estátua de Anchieta, em São Vicente. Abaixo, o jardim da orla da praia de SantosFo

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23Beach&Co nº 117 - Março/2012

banho de história”. Em 1554, Anchieta chegou a São Vicente. Foi na vila fundada por Martim Afonso de Sousa que o padre teve seu o primeiro contato com os índios.

Vale gastar um tempo a mais nesta ci-dade para se aprofundar no roteiro his-tórico. Uma das paradas indicadas para descanso é o hotel Chácara do Mosteiro, no alto do Morro dos Barbosa, um lugar que leva o peregrino a viajar no tempo, pois foi ali que, em 1562, Anchieta ensaiou curumins para a primeira apresentação teatral do Brasil, mais tarde encenada na famosa Biquinha que leva seu nome.

Mas ainda há muito para se apreciar na primeira cidade do Brasil. O centro do município abriga a maior parte dos pontos históricos e turísticos e vale a

O Aquário Municipal de Santos, que reúne 30 tanques com 150 espécies de água doce e salgada

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Roteiro O roteiro turístico Passos dos Jesuítas -

Anchieta tem início em Peruíbe, no litoral sul, e término em Ubatuba, no litoral nor-te. A caminhada passa por 13 cidades (Pe-ruíbe, Itanhaém, Mongaguá, Praia Gran-de, São Vicente, Cubatão, Santos, Guarujá, Bertioga, São Sebastião, Ilhabela, Caragua-tatuba e Ubatuba, num percurso de 360 quilômetros. O percurso foi inspirado no Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha, e já atrai grande número de pe-regrinos. O Guia do Caminhante pode ser retirado junto com o Cartão do Caminhan-te em um dos postos de emissão indicados no portal www.caminhasaopaulo.com.br.

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24 Beach&Co nº 117 - Março/2012

turismo

visita a cada um deles. “O gostoso é caminhar, observando e contemplando todos os detalhes, incutindo a história dentro de você”, aconselha José Carlos.

Já a cidade santista não contempla tantos pontos históricos na rota princi-pal de Anchieta. Para conhecer a fundo o contexto de Santos, seria necessário optar por trajetos alternativos. Mas pe-los roteiros recomendados é possível desfrutar de algo que até então os pe-regrinos fiéis saídos de Peruíbe ainda não sentiram: o ar de metrópole. Isso porque o município conta com infra-estrutura de cidade grande, repleta de belezas e atrações para todas as idades. “O gostoso de Santos é que a cidade tem mais vida e um público diferenciado”, enfatiza Celso.

Assim, mesmo da faixa de areia é pos-sível conhecer uma parte do rico acervo cultural da cidade, como a Pinacoteca Be-nedito Calixto; o lado religioso, com a im-ponente Igreja do Embaré; o entretenimen-to, com o Aquário Municipal, que reúne 30 tanques com 150 espécies de água doce e salgada; e o Museu de Pesca, que tem como principal atração o esqueleto de uma baleia de 23 metros. Da Ponta da Praia, uma pe-quena embarcação leva, ainda, até a Forta-leza da Barra, já na cidade de Guarujá, o mais importante monumento histórico-mi-litar do estado de São Paulo.

Serviço: informações adicionais so-bre o Passos dos Jesuítas - Anchieta, no site www.caminhasaopaulo.com.br.

A imponente Igreja do Embaré

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literatura

Eis a proposta do concurso literário Prêmio Tatiana Belinky de Limeriques, em homenagem à escritora homônima, e que pretende

envolver estudantes de toda a Baixada Santista

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Por Morgana Monteiro

Parece brincadeira, mas é poesia. Cinco ver-sos em rima perfeita e que falam de coisas ma-lucas. Uma barata que virou gata, uma lesma que dá cambalhota e até paixão por coisas boas como uma soneca, sorvete em dia de verão, os amigos... Toda essa bagunça proposital, e que faz a criançada morrer de rir, chama-se “lime-

rique”. O termo aportuguesado tem origem num tipo de poema inglês chamado limerick, e foi adaptado por Tatiana Belinky, uma das es-critoras de literatura infantil mais importantes do Brasil. E é a própria autora quem explica a métrica e rima dessa poesia tão surpreendente e original:

28 Beach&Co nº 117 - Março/2012

Tatiana Belinky

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“Os limeriques são historinhascontadas em só cinco linhas

ritmadas, ligeiras,com rimas brejeiras;

histórias bem maluquinhas”(Tatiana Belinky, Limeriques,

Ed. FTD, 1987)

O nome Tatiana remete a uma pessoa jovem, e a escritora parece mesmo criança quando escre-ve. Mas lá se vão 93 anos de vida e algumas dé-cadas encantando meninos e meninas por meio das letras, motivo pelo qual serviu de inspiração para a criação de um concurso literário inédito na Baixada Santista, o Prêmio Tatiana Belinky de Limeriques, que deverá envolver estudantes de escolas públicas e particulares das nove cidades da Região Metropolitana. A ideia é apostar no talento e criatividade da garotada, incentivando o prazer pela leitura.

Idealizado pela também escritora Viviane Vei-ga Távora, de Cubatão, o concurso oferece várias

atividades, iniciadas por professores. Du-rante os meses de março e abril serão ministradas oficinas literárias gratuitas em colégios de Bertioga, Guarujá, Cubatão, Santos, São Vicente, Praia Grande, Ita-nhaém, Mongaguá e Peruíbe. Nessas aulas - duas em cada município, os educadores aprendem a criar os limeriques para, depois, re-passar o conhecimento aos alunos.

Em uma segunda etapa, aí sim, os estudantes vão mostrar toda sua criatividade, concorrendo com os limeriques que inventaram. As inscrições para o concurso serão aceitas de 18 de abril até 2 de junho, somente por meio do site www.portalpanapana.com.br/premio. A seleção acontece em junho e julho por uma banca composta por especialistas no assunto, tal como César Tadeu Obeid (escritor e educador) e Regina Gulla (escritora e professora de poesia). A premiação será dia 24 de agosto, Dia do Artista.

PremiaçãoOs autores mirins dos cinco melhores limeri-

ques receberão prêmios como computador, note-book, netbook, troféus e kit de livros. Além disso, as escolas e os professores dos cinco primeiros colocados também ganham publicações infantis. Os alunos escritores dos 100 melhores limeriques levam um exemplar da publicação Mareliques da Praia-Louca e um broche do projeto Eu amo Lime-riques! O Prêmio Tatiana Belinky é de iniciativa da Cooperativa Cultural Brasileira, da empresa Varal e conta com apoio do Proac - Programa de Ação Cultural da Secretaria do Estado da Cultu-ra e parceria da UniSanta.

“Acredito na participação maciça dos estudan-tes por meio do incentivo de seus pais e professo-res. O objetivo do concurso é, também, estimular a produção poética por meio dos limeriques, e fazer essa criançada amar a literatura”, afirma a

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Concurso movimenta escolas da Baixada Santista entre os meses de março e junho

29Beach&Co nº 117 - Março/2012

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literatura

criadora do certame Viviane Távora, produtora cultural e autora de Mareliques da Praia-Louca, Pé de Alguma Coisa Pede Outra, Cordel de Teresinha, O Decifrador de Poemas, além de idealizadora do portal www.portalpanapana.com.br, que oferece oficinas virtuais de poesia e divulga a literatura.

Ao pé do ouvidoA escritora Tatiana Belinky recebeu a equipe

da Revista Beach&Co em sua casa, no bairro do Pacaembú, São Paulo. Sentada em seu cantinho preferido: cheio de livros, bonecas da Emília (Sítio do Picapau Amarelo), bruxas e a foto de seu pai bem ao lado, a escritora conheceu os detalhes do concurso literário e ficou muito feliz ao ver seu próprio rosto desenhado no cartaz de divul-gação. O desenho é uma obra da ilustradora Nice Lopes. “Ficou lindinho!”, disse Tatiana, sorrindo, entre cafés e guloseimas. Emocionada pela lem-brança de seu nome, a autora tem certeza de que o certame vai atrair muitos meninos e meninas que terão a oportunidade de fazer suas próprias “tatianices”, criando os poemas limeriques.

Belinky construiu uma carreira embasada no carinho pela literatura e pelas crianças. Nasceu na Rússia e veio para o Brasil quando tinha 10 anos. Ainda jovem, traduzia livros, pois fala qua-tro idiomas. Depois, fez adaptação para TV do

Sítio do Picapau Amarelo junto com o marido. Co-meçou a escrever livros infantis e de limeriques aos 65 anos. De lá para cá foram mais de 150 títu-los como Limeriques das Coisas Boas, Rimas de Ni-nar, Bicholique, Bragaliques, Limeriques da Cocanha, Limeriques da Coroa Implicante, Operação do Tio Onofre, Coral de Bichos, O Grande Rabanete, entre muitos outros. Em 1989, recebeu o Prêmio Jabuti, além do Nestlé e da Fundação Nacional do Li-vro Infantil e Juvenil. Em 2010, passou a ocupar a cadeira 25 da Academia Paulista de Letras. Tam-bém já foi colunista, cronista e crítica de literatu-ra infantil para os jornais Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo e Jornal da Tarde.

Tatiana Belinky tem jeito de menina e bom humor todo o tempo. Questionada sobre como cria os limeriques, a resposta já estava na ponta da língua: “Os poemas caem no meu colo. Aí eu pego a ideia com a mão esquerda e escrevo com a direita. Não tem segredo! Criança é esperta, entende que o poema é brincadeira, rapidinho!”. Foi assim, despertando o leitor para ver o mundo de maneira original, como se fosse uma brinca-deira, que Tatiana Belinky conquistou corações de milhões de brasileirinhos. O tempo que escul-piu em seu rosto e na sua alma marcas tão precio-sas, é o mesmo que entrega essas joias em forma de poesia para Tatiana.

Tatiana Belinky e a criadora do concurso, Viviane Távora

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especial aniversário

Entre o azul do Oceano Atlântico e o verde da Serra do Mar, o município aniversariante do mês figura como

uma das preciosidades do litoral paulista

Da redação

Impossível falar desta cidade, que com-pletou 376 anos, dia 16 passado, sem destacar os seus surpreendentes 108 quilômetros line-ares de costa, pontuados por 34 praias dota-das de cenários de tirar o fôlego. Com a ajuda do homem, uma natureza tão privilegiada foi enriquecida por uma rede de excelência em hospedagem e gastronomia.

Outro atrativo da cidade é o seu centro histórico, com edificações em estilo colonial dos séculos XVII, XVIII e XIX. São sete quar-teirões e oito edifícios tombados pelo Con-dephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico e Turístico do Estado) em 1969. Entre as construções mais significativas do centro estão a Igreja Matriz e a Casa Esperança.

A Matriz foi originalmente construí-da no século XVII em pedra e cal; o aspec-to atual provém das obras concluídas em 1819. O prédio passou por várias refor-mas, sendo a última em 2001, que devol-veu as características da influência jesuítica. A Casa Esperança é a construção histórica mais nobre do município, feita em pedra e cal, com argamassa de conchas, areia e óleo de baleia. Foi tombada em 1955 pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). As pedras que ornam as esqua-drias - vindas prontas de Portugal - e as pin-turas no teto demonstram uma riqueza inco-mum nas construções de São Sebastião, que, na época não era um município rico como Paraty, por exemplo.

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Na periferia da cidade encontram-se dois importantes exemplares de seu patrimônio his-tórico: o Convento de Nossa Senhora do Ampa-ro e a Fazenda Santana. O convento, no bairro São Francisco, data de 1664, século XVII, já a Fa-zenda Santana, no Pontal da Cruz, é um exem-plar de engenho açucareiro da região, e teve sua primeira sede construída em 1743, século XVIII.

Datadas em sua maioria do início do sé-culo, as capelas caiçaras nas praias também merecem uma visita, como representantes do patrimônio cultural religioso sebastianense. São doze capelas protegidas pela Lei 954/94, muitas delas, como as da praia da Barra do Sahy, Maresias, Toque-Toque Grande e Pe-queno, ainda guardam muito da singeleza de suas construções originais.

Em meio à nostalgia destes cenários his-tóricos, encontra-se a badalada Rua da Praia, um dos melhores pontos de encontro da ci-

dade, onde a praticidade e a tecnologia do mundo moderno misturam-se perfeitamen-te ao passado, em um gostoso espaço, com atrativos 24 horas. A charmosa rua à beira do Canal de São Sebastião possui luminárias ornamentais sem fio, sistema de internet gra-tuita, um belo calçadão e completo serviço de bares, restaurantes, lanchonetes e sorveterias dispostas em prédios antigos revitalizados, o que lhe garante, ainda, um ar europeu.

AtividadesA programação de aniversário teve uma

agenda lotada durante o mês, mas ainda dá tempo de participar de alguns eventos. Con-fira: o Maresias Beach Games promete um mix de modalidades aos participantes, como vôlei de praia, futevôlei, stand up paddle e futebol de areia feminino (dias 24 e 25, em Maresias, na Costa Sul).

As capelas caiçaras são protegidas por lei

Convento São Francisco e Casa Esperança, como exemplos da riqueza histórica da cidade. Acima, a privilegiada localização do Teatro Municipal

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especial aniversário

Para quem gosta de teatro, a peça infan-til “As Três Porquinhas e o Lobo Atrapalhado” é a apresentação principal no palco do Te-atro Municipal, dia 28. O espetáculo será encenado em duas sessões, às 10h00 e às 15 horas. Os ingressos estarão disponíveis na bilheteria no dia da peça; R$ 30,00 (inteira); R$ 15,00 (meia); R$ 10,00 (projeto escola). No mesmo dia, às 20h00, “A Hora da Estrela”, de Clarice Lispector, uma comédia dramática, será apresentada com classificação 12 anos. Ingressos a R$ 30 e R$ 15. Na sexta-feira (30), o espetáculo musical “Delírico – O Mundocea-no” será encenado.

Para encerrar o mês de apresentações tea-trais, o Circuito Cultural Paulista, projeto do governo do estado, traz para São Sebastião a peça “Cartas Brasileiras – Grupo Raça”, a par-tir das 21 horas. Para assistir ao espetáculo de dança, os interessados devem trocar 1 kg de alimento não perecível por um convite na bilheteria do teatro, no dia da peça, 31 de março. A Praça Pôr do Sol, em Boiçucanga, continua com o “Música na Praça”, sempre aos sábados, a partir das 18 horas. O projeto é um espaço aberto para os artistas locais.

A pesca tradicional, uma das primeiras atividades econômicas da cidade, mantém-se até os dias de hoje

Antes da colonização portuguesa, a região era ocupada por índios tupinambás ao norte, e tupiniquins ao sul, sendo a Serra de Boiçu-canga - 30 km ao sul de São Sebastião - uma divisa natural das terras entre as duas tribos. O município recebeu este nome em home-nagem ao santo do dia, por ocasião da pas-sagem da expedição de Américo Vespúcio, em 20 de janeiro de 1502, ao largo da Ilha de São Sebastião, hoje Ilhabela. A ocupação portuguesa começou efetivamente após a divisão do novo território em capitanias he-reditárias. Os portugueses Diogo de Unhate, Diogo Dias, João de Abreu, Gonçalo Pedroso e Francisco de Escobar Ortiz foram os pri-meiros a solicitar as sesmarias na região, a partir de 1600, quando iniciaram a povo-ação, desenvolvendo o local por meio da agricultura e a pesca.

Em 1636, com a construção da Matriz, o

prédio da Câmara/Cadeia e pelourinho, o po-voado conquistou sua emancipação político--administrativa. Por volta de 1780, a região começou a se firmar como pólo produtor de cana-de-açúcar para exportação, período responsável por um maior desenvolvimento econômico da região, que prosseguiu com a produção de aguardente, de fumo e com a pesca de baleias. Por volta de 1798, a vila atingiu seu pico na produção de açúcar. O porto natural da Vila de São Sebastião, de grande calado, era a chave de oportunidades comerciais, utilizado para o transporte de mercadorias e também pelos navios que fa-ziam o transporte do ouro das Minas Gerais, e também por piratas e contrabandistas.

Mas, a economia sebastianense entrou em declínio com a abolição da escrava-tura e a abertura da ferrovia Santos-São Paulo, o que aumentou a saída de mer-

cadorias pelo porto de Santos. É quando passam a predominar a pesca artesanal e a agricultura de subsistência, com pe-quenas roças de mandioca, feijão e milho, características das comunidades caiçaras. Nos anos 1940, implantou-se a infraestrutu-ra portuária e, nos anos 60, a Petrobras insta-lou o Terminal Marítimo Almirante Barroso/TEBAR, com capacidade para atracação de navios de até 400 mil toneladas. Tais fatores foram decisivos para a retomada do desen-volvimento econômico.

A descoberta da vocação de São Sebas-tião como destino turístico ocorreu após a abertura da rodovia Rio-Santos, no final dos anos 1970, proporcionando ao município mais uma oportunidade de desenvolvimen-to, encampada pelos sebastianenses como forma de movimentar sua economia.

Fonte: prefeitura de São Sebastião

Uma rica história

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porto

Qualificação profissional e boa conduta pessoal são atributos importantes no processo seletivo das empresas da área portuária, na busca por mão de obra especializada

Por Luciana Sotelo

Fotos Luciana Sotelo

Um mar de oportunidades em contínua expansão

Todos os anos, o maior porto da Amé-rica Latina bate recordes de movimenta-ção. São toneladas e mais toneladas de mercadorias que entram e saem do cais santista. Máquinas potentes ajudam a di-mensionar as operações que não param dia e noite e, por trás de tudo isso, exis-te uma ‘ferramenta’ indispensável, o ho-mem. Seja no setor administrativo ou no operacional, ele sempre está lá. Não é à

toa que o porto de Santos é um dos maio-res empregadores da Baixada Santista.

E quando o assunto é expansão, a de-manda por profissionais é destaque. Um dos grandes empreendimentos em construção, o Brasil Terminal Portuário (BTP), já promete para os próximos me-ses a abertura de 500 vagas. De acordo com Hudson Carvalho, gerente de recur-sos humanos da BTP, todas as carreiras

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típicas do ambiente portuário serão requi-sitadas. “Como estamos montando um terminal a partir do zero absoluto, vamos precisar dos mais diversos profissionais”, comenta Carvalho, mencionando ainda que, quando o terminal estiver operan-do com a capacidade total a necessidade será ainda maior, em torno de 1.500 novos postos de trabalho diretos.

Os terminais já consolidados no merca-do também não ficam parados; renovam sempre o quadro de funcionários, pois na área portuária, investimentos em maqui-nários, softwares e soluções logísticas ga-rantem eficiência no mercado e a procura constante por mão de obra especializada. Em empresas como a Libra Terminais e Santos Brasil o processo de abertura de vagas é constante.

“Ainda estamos no primeiro trimestre do ano e na Libra já foram oferecidas 277 oportunidades de trabalho na área ope-racional”, aponta o diretor geral da em-presa, Roberto Teller. Entre as funções em alta, ele cita as de motorista, operador de equipamentos, operador de pátio, opera-dor de gate, além da área de manutenção. “No nosso ramo de atuação, temos uma grande demanda para motoristas (87 va-gas somente de motoristas de carreta). Para ter mão de obra especializada, uma das estratégias da Libra Terminais é in-vestir na capacitação profissional de nos-sos colaboradores para assim prepará-los frente a nossa necessidade. Outra tendên-cia que observamos é a participação mais expressiva de mulheres nos processos seletivos ou capacitando-se profissional-mente para atuarem em segmentos den-tro da área portuária, antes dominados por homens”.

O Brasil Terminal Portuário (BTP) já promete para os próximos meses a

abertura de 500 vagas

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Capacitar e treinar os colaboradores também são as estratégias da Santos Bra-sil, que no ano passado contratou mais de 800 funcionários, sendo 508 no Tecon San-tos e Terminal de Exportação de Veículos (TEV) e 376 na unidade de Logística da Santos Brasil, aponta Alcino Therezo Jr., diretor de recursos humanos da empresa. “O objetivo é focar em ações que tornem o ambiente de trabalho alinhado ao desen-volvimento dos funcionários, aumentan-do assim a produtividade da empresa e o seu crescimento profissional”.

Com 3.500 profissionais no terminal, Alcino dá ênfase para cargos como o de ship planner (planejador de navio) e as funções de manutenção como, por exem-plo, mecânicos e técnicos de eletricidade. “Essas últimas funções (técnicas) são mais difíceis de encontrar no mercado por con-ta da especificidade das operações. Nós possuímos equipamentos extremamente modernos que requerem um conhecimen-to técnico que apenas a empresa conse-gue fornecer ao colaborador. São funções muito específicas e os técnicos chegam do mercado, das universidades ou cur-sos técnicos, normalmente, com atuações mais generalistas. No ano passado, ofere-cemos 232 mil horas de treinamento, 65 horas por funcionário”, menciona.

Processo de seleçãoSob esse aspecto, o gerente de RH da

BTP afirma que pretende aproveitar inte-gralmente a mão de obra regional, que, se-gundo ele, tem o privilégio de contar com uma estrutura que já funciona há 120 anos. “São gerações de santistas, famílias inteiras ligadas à atividade portuária. A BTP pre-tende aproveitar integralmente esse traço cultural. Por outro lado, é inegável que a tecnologia de gestão de terminais e de ope-ração de equipamentos evoluiu muito ra-pidamente, mais do que a evolução natural da mão de obra”, ressalta Hudson.

Considerando o fato, ele menciona que a saída para projetos do porte da BTP é trabalhar a qualificação da mão de obra, respeitando os requisitos legais aplicáveis tanto para o projeto quanto para o siste-ma como um todo. “Para isso contamos com parceria de organismos que têm feito um excelente trabalho na área de qualifi-cação como o OGMO e o CENEP. Quanto ao processo de seleção propriamente dito, estamos trabalhando com empresas lo-cais, especializadas nessa atividade. Serão realizados testes específicos - técnicos e comportamentais adequados a cada fun-ção, além das entrevistas”, adianta.

Na Libra, o processo de seleção começa com a análise do currículo do candidato,

Na área portuária, a procura por mão de obra especializada é constante

porto

Se a primeira impressão é a que fica, é importante seguir algumas regrinhas básicas antes da primeira aparição na empresa. Quem dá as dicas é Roberto Teller, diretor geral da Libra Terminais. Tome nota!

1. Faça uma autoanálise do seu perfil, pontos fortes e pontos a ser desenvolvidos.

2. Pesquise o máximo de informações sobre a empresa.

3. Use roupas discretas; mantenha o cabelo cortado e as unhas em ordem. Tenha sempre em mente que não pode exagerar na roupa, nem na maquiagem.

Lembre-se, você raramente tem uma segunda chance para criar uma boa aparência.

4. Atente-se ao horário. Chegar 15 minutos antes do horário marcado é melhor ainda, pois demonstra interesse e respeito para com o entrevistador. Caso tenha algum problema e precise chegar atrasado, avise e pergunte se há algum problema; se irá atrapalhar a agenda do selecionador e se existe alguma outra opção.

5. Seja natural e espontâneo; mantenha a calma. Não demonstre ansiedade durante a entrevista. Se você foi chamado, é porque já passou pela primeira etapa.

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seguindo os requisitos da vaga. Posterior-mente, são realizadas entrevistas com-portamentais e técnicas em conjunto com a aplicação de testes psicológicos. Por fim, são escolhidos os profissionais que me-lhor se adaptam às exigências.

Uma das grandes dificuldades no re-crutamento é encontrar mão de obra ca-pacitada no mercado, conta Roberto Tel-ler. “Existem vagas que demoram a ser preenchidas. São justamente as que exi-gem um perfil mais especializado e expe-riência no ramo portuário. Um exemplo são os profissionais da área de TI ou mes-mo das operações”, explica o diretor geral da Libra Terminais, justificando que, por conta disso, a empresa desenvolveu vá-rias ações de treinamento, principalmente para motoristas, operador de equipamen-to e no segmento de manutenção.

Já na Santos Brasil, a dificuldade é em encontrar profissionais gabaritados para

Neste primeiro trimestre do ano a Libra Terminais já abriu 277 oportunidades de

trabalho na área operacional

6. Não fale mal da empresa anterior, dos seus ex-colegas e, claro, do seu ex-chefe.

7. Deixe o celular desligado.

8. Durante a entrevista, fique atento para não deixar nenhuma pergunta sem ser respondida. Também não é aconselhável arrumar desculpas para as falhas que você cometeu ao longo da sua vida profissional.

9. Não mude de assunto de repente e responda as perguntas com clareza, sem divagar nas respostas.

10. Não fume, não masque chicletes e nem use óculos escuros.

11. Não fique na dúvida, pode dizer que não entendeu a questão e peça para o entrevistador repetir. Isso não significa que você é uma pessoa menos qualificada para o cargo.

12. Confie em você. E se a resposta não for positiva, não se sinta mal. Foi apenas um processo seletivo que não deu certo neste momento, mas que serviu como treino para as próximas vezes.

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a operação de equipamentos específicos, diz Alcino. “Vagas de manutenção como técnicos e manutenção elétrica e mecânica podem demorar até 60 dias para ser pre-enchidas. Quanto mais específica a exper-tise, maior o tempo de contratação”.

Diferencial

Além da qualificação profissional, prin-cipal porta de entrada para o mercado de trabalho, outros fatores contam pontos importantes na avaliação das empresas.

Na Santos Brasil são colocados à prova o potencial da pessoa, a capacidade em demonstrar que gosta do segmento, os planos em fazer carreira em uma empresa do setor portuário e o interesse por logís-tica como um todo.

Outras características são lembradas pelo gerente de RH da BTP, entre elas, ca-pacidade de trabalhar em equipe, o interes-se em fazer parte das soluções mais do que dos problemas que normalmente existem em uma organização, manter-se atualizado e conduzir a carreira para a evolução.

Escolaridade, experiências anterio-res, competências comportamentais de acordo com a visão da empresa, valores e cultura formam na Libra um conjunto de informações que são analisadas. “Na verdade, não há um perfil ideal, ele deve sempre ser alinhado com o perfil da vaga oferecida. Toda empresa necessita de per-fis variados. Por exemplo, temos vagas que necessitam de pessoas extrovertidas, comunicativas, com foco no fator huma-no. Já para outras vagas o importante é ser mais focado em análise e processos”, diz Roberto Teller.

E para os jovens talentos, Alcino The-rezo Jr., da Santos Brasil, alerta para que não “inventem” experiências que não possuem. “O candidato deve focar nas competências estruturais, na formação e na pessoa que é. É importante pesquisar a empresa, entendê-la e tentar descobrir se as suas características e competências estão alinhadas com a demanda profis-sional de determinada empresa. Essa pes-quisa é fundamental”.

Os terminais já consolidados no mercado renovamsempre o quadro de funcionários. Mas é preciso especialização

Cargos como o de ship planner (planejador

de navio) e as funções de manutenção como

mecânicos e técnicos de eletricidade, por exemplo,

têm pouca concorrência

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ser sustentável

Por Marcus Neves Fernandes*

Dia desses, ao participar de uma pales-tra em uma universidade da região, ouvi de um professor a seguinte frase: “Estou de saco cheio com essa história de sustentabili-dade”. O comentário podia até passar des-percebido, não fosse ele um profissional que atua justamente na área da sustentabilidade. Mas não é muito difícil entender tal revolta.

Hoje, de um jeito ou de outro, tudo e to-

dos tentam ligar seus nomes e produtos a esse conceito. Temos carros, postos de com-bustíveis, roupas, brinquedos, edifícios e restaurantes sustentáveis.

Das duas uma: ou o pessoal age de boa--fé, mas com ignorância, ou age mesmo de má-fé, baseado no princípio de que basta aliar a publicidade com a questão ambiental para atrair clientes (incautos).

Falsos verdes: não se deixe enganar

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*O autor é jornalista especializado em desenvolvimento sustentável

Bom, caro leitor, mesmo correndo o risco de deixá-lo decepcionado, é preciso dizer que não temos (e talvez jamais tenhamos) postos de gasolina, edifícios, roupas, brin-quedos ou carros sustentáveis.

Atualmente, o máximo que se pode bus-car (e alardear) é a existência de práticas sustentáveis ou de baixo impacto ambien-tal. O resto é bobagem, para a qual até já se cunhou um termo: greenwash – algo como ‘verde lavado’, desbotado, falso.

Nesse sentido, um dos exemplos mais co-muns é do plantio de árvores para compen-sar o carbono que determinada atividade vai lançar na atmosfera. Primeiro calcula-se quanto gás de efeito estufa vai ser emitido. Em seguida, faz-se uma conta de quantas árvores seriam necessárias para ‘sugar’ esse carbono. O próximo passo, então, é plantá--las. Simples, não? Só que não é bem assim.

As árvores absorvem gás carbônico, sem dúvida nenhuma. Todavia, algumas absorvem mais que as outras e, além disso, essa taxa va-ria de acordo com a idade do vegetal: uns ab-sorvem mais quando jovens e outros o fazem com mais intensidade só depois de adultos.

Não existe uma conta linear, do tipo ‘x’ árvores para ‘x’ toneladas de carbono. A natureza simplesmente não funciona dessa forma. Ademais, se fosse assim, não seria mais lógico proteger o que já está plantado e consumindo carbono do que plantar a mu-

dinha e esperá-la crescer?Outro detalhe: onde é que essa árvore

será plantada? Na Bahia, no Acre ou em Bertioga? Que espécies serão usadas? Serão elas nativas ou importadas, sem nenhuma relação com o nosso habitat?

Aliás, está aí outro exemplo de greenwash. Eu mesmo tenho aqui em casa umas seis ou sete sacolas retornáveis de compras. Algumas nós mesmos compramos, outras ganhamos. Numa delas, para meu espanto, encontrei na etiqueta a designação de ori-gem: China. Até sacolas são compradas da China! Isso é, no mínimo, um contrassenso.

Imagine todo o carbono emitido para que esse carregamento de sacolas deixas-se a China e chegasse até o Brasil? Cami-nhão, navio, caminhão. Pronto, só isso já é suficiente para acabar com qualquer apelo ecológico dessas sacolas retornáveis. Mas estava lá a frase: ‘Proteja o planeta, use sa-colas ecológicas’.

Práticas sustentáveis são possíveis e ex-tremamente úteis para a sociedade – devem, portanto, ser valorizadas. Economizam recursos e aumentam nossa qualidade de vida. É possível (e necessário) adotá-las na construção civil, na indústria automotiva, aeronáutica, farmacêutica etc. São produtos com menor impacto ambiental e mais inte-ligentes (ou menos burros, como quiser). O resto é enganação. Fique atento.

Talvez você nunca tenha ouvido falar da banda de rock ‘CO2 Zero’. Ela foi criada por um grupo de amigos do in-terior de São Paulo. A ideia, segundo José Carlos Armelin, surgiu de sua atividade como professor. “Ainda em sala de aula, frustrado com o desinte-resse dos alunos pelos temas ambientais, resolvi reunir três paixões que sempre me acom-panharam: bicicleta, música e mecatrônica. Montei uma bike que gerava eletricidade quando pedalava. Esta energia servia para funcionar um CD player automotivo que chama-va a atenção para o tema sus-tentabilidade. Diante desta pa-rafernália, minhas colocações ambientais eram mais aceitas e prendiam a atenção dos alunos que participavam, pedalando. A banda C02 Zero nasceu des-te desdobramento de aula”. A primeira apresentação foi em 2008 e não parou mais. Nos shows, eles convidam o públi-co a pedalar e, por tabela, gerar energia para a apresentação. Nessa linha, já existem acade-mias de ginástica que também aproveitam as pedaladas nas bicicletas ergométricas para gerar eletricidade. Exemplos de práticas sustentáveis.

Não passa um dia sem que eu receba um e--mail de um serviço ou produto que se arrogue sustentável, ecológico, verde ou qualquer outro adjetivo correlato.

Acredite: já recebi até mesmo propaganda de funerárias sustentáveis! O material dizia que o calor do forno usado no crematório era reapro-veitado para produzir vapor. Este, por sua vez, movia uma turbina que no final do processo ge-rava eletricidade.

Por favor, não pensem que é piada. A funerá-ria dita ecológica existe, fica em um país europeu e é até um exemplo interessante, na medida em que aproveita um recurso com inteligência. Aliás,

em muitas casas no interior isso é comum, ou seja, aproveita-se o calor do forno à lenha para aquecer água. É uma alternativa simples, mediante a ins-talação de tubulações na parede atrás do fogão.

Todavia, queima-se madeira para os fogões à lenha ou gás para os crematórios das funerárias. Nenhuma dessas duas fontes de energia pode ser considerada sustentável.

É a mesma história por trás dos carros elétri-cos. Eles são ótimos, afinal, não usam gasolina nem diesel de petróleo. Mas cabe uma pergunta: de onde vem essa eletricidade? Se for de termoe-létricas a carvão, parte significativa do benefício do carro elétrico simplesmente morreu.

Funerária ecológica!

A banda de rock que pedala

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Tomar tal decisão deveria fazer parte do conjunto de providências que os pais tomam antes do nascimento do bebê, tal como a escolha do nome, do médico, do

hospital... Afinal, guardar células-tronco umbilicais é um investimento no futuro saudável da criança

Por que armazenarcélulas-tronco

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Durante nove meses, mãe e filho fi-cam ligados pelo cordão umbilical, fonte de vida para a criança até o nascimento. Nessa fase, muitas mães alteram rotina e alimentação a fim de assegurar que a criança nasça saudável. Os pais plane-jam cuidadosamente o futuro da criança: abrem uma poupança para a faculdade, escolhem uma escola primária com bons educadores, incentivam atividades extra-curriculares, esportes, intercâmbio. Mas, há algo, obviamente, que ninguém plane-ja. Uma doença, é claro!

Embora esta seja uma situação que nin-guém deseje vivenciar, é importante saber que a medicina já oferece alternativas tera-pêuticas para a cura de alguns males por meio do armazenamento das células-tron-co. “O uso do sangue umbilical ainda é um assunto polêmico na atualidade, pois muitas pessoas desconhecem como são

realizados os procedimentos e qual a im-portância para o tratamento e pesquisa de várias doenças”, explica a médica Adriana Homem, responsável técnica pelo Banco do Cordão Umbilical (BCU Brasil).

O sangue do cordão umbilical, nor-malmente inutilizado após o nascimento, é rico em células-tronco. A médica expli-ca que “elas são coringas, capazes de se transformar em qualquer tecido humano, como ossos, vasos sanguíneos, pele, mús-culo, neurônio, entre outros”. O uso desse material genético já é aplicado no trata-mento de mais de 80 doenças hematoló-gicas e genéticas, incluindo anemias, leu-cemias, linfomas e mielomas. Além disso, há pesquisas desenvolvidas nas áreas de neurologia, oncologia, cardiologia e orto-pedia, com resultados positivos na utiliza-ção dessas células.

O parto é o único momento para a rea-

Por Belisa Barga

Se o material genético for conservado adequadamente, seu prazo de validade é considerado indeterminado

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lização do método, que é seguro, indolor e não oferece risco nem à mamãe nem ao bebê. Após o corte do cordão, o recém--nascido segue para as rotinas habituais pós-parto, e a coleta das células restantes do cordão e da placenta são feitas em cer-ca de cinco minutos.

A principal vantagem de usar as cé-lulas do cordão ao invés das células da medula é que, no primeiro caso, há uma grande quantidade de células-tronco adultas, mas livres de agressões como exposição a vírus, bactérias e ao próprio ambiente. Embora as células medulares sejam utilizadas como opção de trata-mento há décadas, Adriana explica que o material da medula possui a mesma ida-de de seu doador e já sofreu interferências de medicamentos e estresse, e compara: “por serem jovens, as células-tronco têm todo o vigor e disposição para trabalhar como uma criança e garantir mais eficiên-cia no tratamento”.

Nas últimas décadas, milhares de adultos e crianças com graves patologias receberam transplantes de amostras de sangue do cordão com êxito em todo o mundo. No Brasil, o pouco conhecimento sobre o assunto por parte da população é um dos principais fatores para a resistên-cia dos pais em realizar o procedimento. Segundo a médica, há uma lei federal que obriga o obstetra a esclarecer o assunto, portanto, nenhuma mãe poderia passar o pré-natal sem receber este tipo de in-formação. “Conscientizar é fundamental para aumentar o leque de opções terapêu-ticas para a utilização dessas células-tron-co, atender mais pacientes e, com isso, ba-ratear a saúde e melhorar a qualidade de vida dos brasileiros”, diz Adriana.

O uso desse material genético já é aplicado no tratamento de mais de 80 doenças hematológicas e genéticas, incluindo anemias, leucemias, linfomas e mielomas

Mesmo que a pessoa não tenha condi-ções financeiras de armazenar o material em um banco particular, existe a opção de doá-lo a um banco público, o que aumenta as chances de encontrar doadores e recep-tores compatíveis, situação que raramen-te ocorre por sermos um país de grande miscigenação étnica. Para a médica, “en-quanto as mamães não armazenarem não teremos amostras suficientes para abran-ger a nossa população. Fica aqui um gran-de apelo, não permita que um material tão rico seja jogado no lixo.”

Se o material genético for conservado adequadamente, seu prazo de validade é considerado indeterminado. Adriana diz que há registros de células congeladas há 25 anos e consideradas perfeitamente viá-veis para uso e, por este motivo, acredita que as pessoas deveriam colher esse mate-rial, seja para uso do filho ou para salvar outras vidas.

Aos que optam por congelar o material para usufruto do próprio bebê, as células

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Aconselha-se colher o material, seja para uso do filho ou para

salvar outras vidas

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saúde

ficam disponíveis de forma imediata, uma vez que o risco de incompatibilidade é ine-xistente. A médica diz que, em nascimentos de gêmeos univitelinos (idênticos), o san-gue colhido poderá ser utilizado por am-bos. Caso sejam bivitelinos, serão realizadas duas coletas e cada um terá seu material guardado separadamente. Nos bancos pú-blicos é preciso aguardar até que um doador compatível com o receptor seja localizado.

Apesar de ser um procedimento sem riscos, existem algumas restrições para doações a fim de preservar a integridade do transplantado. A gestante deve gozar de boa saúde e ter no máximo 32 anos. Já

na coleta para o próprio bebê, não há li-mite de idade para a mãe e, caso ela esteja enferma, caberá ao médico avaliar. “Será menos proibitório, pois o sangue será usado pelo próprio dono não havendo ne-nhuma doença nova com risco de conta-minação”, explica a especialista.

Os pais que pretendem congelar as cé-lulas de seus filhos devem conversar com o médico de sua confiança para que seja indicada uma empresa especializada no procedimento. Em cidades onde não exis-tem bancos de coleta, é preciso verificar na clínica escolhida, se há disponibilidade de atendimento na região.

O sangue do cordão umbilical, normalmente inutilizado após o nascimento, é rico em células-tronco

Adriana Homem diz que falta conscientização sobre a importância do uso das células-tronco

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internacional

As muitas faces de

Veneza

A bucólica paisagem de Burano

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Por Renata Inforzato

Então, não deixe de conhecer as ilhas ao norte de Veneza quando for para lá. Descu-bra a outra face da região, com suas paisa-gens bucólicas, vilas de pescadores e canais mais calmos. O passeio pelo entorno revela muitas surpresas agradáveis, a exemplo dos cristais de Murano, das cores de Burano, do isolamento de Torcello. É uma aventura à parte que oferece a sensação de que Veneza é como seus carnavais e suas vestimentas de mil e uma formas. Encante-se!

MuranoA ilha é famosa, sobretudo, pela sua mag-

nífica produção de cristais, cuja indústria, de tão importante, impôs a criação de seu pró-prio conselho e prefeito, entre 1272 a 1797, quando Napoleão extinguiu a República de Veneza. Até hoje, o farol que marca a entra-da da ilha brilha no mar Adriático, e guia a chegada dos barcos na laguna, em direção à Sereníssima, apelido carinhoso de Veneza.

Assim, Murano é tão célebre quanto Ve-neza e empresta seu nome aos mais belos cristais do mundo. O cristal, também cha-mado de vidro artístico, de Murano é lindo,

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Mesmo quem não teve o privilégio de visitar a célebre cidade italiana, certamente a conhece por filmes e fotos. As construções medievais, os canais, as gôndolas... Só que Veneza é muito mais do que tudo isso; ela tem vilas tranquilas, ilhas encantadoras e os cristais de Murano. Quer mais?

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58 Beach&Co nº 117 - Março/2012

internacional

delicado, com nuances de cores inimaginá-veis. Caminhando pela ilha, é praticamente impossível não parar para admirar as lojas e ateliês, com objetos de todos os tipos e ta-manhos, fabricados com o belo material. Há desde lustres, grandes vasos e espelhos, até colares, brincos, anéis e terços. Algumas pe-ças são verdadeiras obras de arte, cópias de objetos muito antigos, mas também encontra-mos muitas criações de arte contemporânea. Além, é claro, das lembrancinhas. Mesmo que muitas delas sejam fabricadas em mas-sa para atrair o turista, são trabalhos lindos e bem-feitos. Dá vontade de levar todos.

Na época áurea de sua história, na Idade Média, Murano já teve mais de 30 mil habi-

tantes. Hoje não passam de 5 mil. Muitos dos artesãos, que possuem lojas na ilha, não mo-ram mais lá. A distância de Veneza, cerca de 40 minutos de vaporetto (os barcos usados como transporte público), torna o custo de vida, que já é alto na Sereníssima, ainda mais caro. En-tão, eles preferem morar no continente, sobre-tudo em Mestre, e trabalhar em Murano.

Atrações imperdíveis - O Museu do Vi-dro abriga uma das mais importantes e não menos belas coleções de trabalhos em cristais do mundo. A visita é rápida, mas muito in-teressante. São mostradas toda a história e técnicas de fabricação do vidro, ou cristal, de Murano. Além disso, sempre tem uma expo-

Joias de Murano existem desde a época romana

Esculturas em vidro ou cristal de Murano podem ser vistas por toda a ilha

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sição temporária dedicada a alguma manufa-tura da região.

Vale muito visitar uma das fábricas; as mais conhecidas não são abertas aos turistas, mas a variedade daquelas que oferecem vi-sitas é grande. É um passeio muito curioso, onde podemos ver a fabricação dos objetos e depois, é claro, visitar a loja.

O processo do vidro de Murano é único no mundo, um segredo que foi guardado a sete chaves desde o século XIII, quando, reza a lenda, os artesãos, preocupados com incên-dios em Veneza, migraram seus pequenos ateliês para a ilha. Uma outra versão diz que uma lei em Veneza obrigou todos os artesãos a se mudarem para Murano, para que seus segredos de fabricação não fossem desco-bertos. Apesar das inovações tecnológicas, o princípio ainda é o mesmo e muitas das fá-bricas pertencem às mesmas famílias desde aquela época. É fácil visitar uma fábrica em Murano. Se você quiser deixar acertado com antecedência, basta ir ao centro de informa-ções turísticas, em Veneza. Mas, se você não planejou antes, não se preocupe: ao sair do vaporetto, em Murano, vários representantes das fábricas irão lhe propor uma visita.

As ruas Fondamenta dei Vetrai e Fonda-menta Cavour margeiam os canais e abrigam as principais lojas de cristais. Se você tiver um tempo a mais, e gostar de arte, também pode visitar as igrejas da ilha. A principal delas é a igreja de Santa Maria e Donato, uma joia em estilo veneziano-bizantino, que mostra como a região de Veneza, mesmo sendo no Ocidente, sofreu influência e foi considerada por muito tempo como uma cidade oriental.

BuranoTambém era uma ilha independente de

Veneza. Na verdade, ela fazia parte de Tor-cello e seu nome era Boranea. É famosa pelas cores vibrantes de suas casas, de um colorido tão vivo que só vendo de perto para saber a

Artesanato local: a renda de Burano, uma das mais conhecidas

e caras do mundo, e abaixo, as famosas máscaras venezianas

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60 Beach&Co nº 117 - Março/2012

internacional

extensão de tanto encantamento. A pesca foi por muitos séculos a principal atividade econômica da ilha. Dizem que o colorido das casas nasceu por causa dos pescadores, para que, quando es-tivessem bêbados, pudessem reconhecer suas casas e não entrar na do vizinho. Embora hoje a principal atividade seja o turismo, impulsionado exatamente pelas cores pitorescas da ilha, a pesca ainda continua sendo importante para a econo-mia, fornecendo boa parte dos peixes e frutos do mar servidos em Veneza.

Burano também é conhecida pela qualidade de suas rendas. A fama internacional começou em 1566, quando o rei espanhol Filipe II encomendou ali na ilha o enxoval de casamento de sua noiva, a princesa inglesa Maria Tudor. Nas ruazinhas de Burano, há várias lojas com os mais variados trabalhos. Claro que há aqueles feitos em outros lugares, fora da ilha, mas se olhar com atenção

e tiver sorte, ainda verá as rendeiras sentadas à frente de alguma casa ou até nos fundos das lojas.

Outra atração de Burano são os seus pães, massas e doces. Não deixe de visitar ao menos uma das lojas repletas de delícias. Há todo o tipo de tentações e você com certeza não resistirá. Ou-tra dica importante é levar ao menos um pacote do macarrão de Burano. Há algumas lojas que vendem massas caseiras de várias marcas.

Principais atrações - O Museu Del Merletto ou Museu da Renda está instalado em uma escola de rendeiras fundada no século XIX e que ainda funciona. O museu mostra a evolução da ativida-de rendeira desde o século XV até hoje. São belís-simos trabalhos expostos. Durante a visita, você também pode ver algumas artesãs em atividade.

Se você for para Burano entre terça e sábado, principalmente antes das 13 horas, com certeza

Burano é famosa pelas cores vibrantes de suas casas

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61Beach&Co nº 117 - Março/2012

vai ver o mercado de peixes e frutos do mar, a forma ideal de sentir a atmosfera verdadeira do local, pois é onde você encontrará o maior número de habitantes fazendo uma atividade corriqueira: compras. E os vendedores italia-nos são uma atração à parte pela simpatia. Se você arranhar o italiano ou encontrar algum que fale outro idioma, pergunte sobre a mer-cadoria. Você terá uma aula e tanto!

Fazer um tour com os pescadores é um dos passeios mais concorridos nos últimos anos, pois é um tipo de turismo mais susten-tável; a laguna é protegida e a atividade pes-queira é realizada de forma não predatória. Acompanhado por um ou mais pescadores, você passa o dia como se fosse um deles, e escuta muitas histórias, além de degustar o peixe, preparado de acordo com a tradição local. Mas atenção: esse passeio só acontece a partir da primavera e dura o dia todo.

É muito agradável passear pelas ruas colo-ridas da ilha e ver o campanário da igreja de São Martino, do século XVI, tão inclinado que parece que vai cair.

Quando você chega a Burano, ainda do vaporetto se vê uma ponte de madeira ligan-do a ilha a outra menor: é Mazzorbo. Mui-tas pessoas preferem descer diretamente na ilhota, pois é uma parada antes de Burano e

a apenas cinco minutos de caminhada. As-sim como várias ilhas da região, Mazzorbo, na Idade Média, foi um importante centro de comércio. Hoje, é conhecida pelos seus vi-nhedos e pomares. É dali que vem o pêssego branco que, misturado com champanhe, dá vida ao clássico Bellini, a bebida mais gostosa de Veneza. Se quiser relaxar, pare em um dos simpáticos restaurantes e peça um vinho lo-cal ou, até mesmo, o próprio Bellini.

TorcelloAo chegar à ilha, a sensação é de ter para-

do no tempo. Por isso mesmo, Torcello é co-nhecida como a Bela Adormecida da Laguna. É um lugar muito pitoresco e que parece não ter nada a ver com Veneza e sua vizinha Bu-rano, o que, por isso mesmo vale a visita. A ilha da pequena torre (Torcello) foi a pri-meira a ser habitada, no século V, quando abrigava refugiados de Altinum, antiga ci-dade romana. Teve sua riqueza gerada pela agricultura, comércio e pesca, e chegou a ter 20 mil habitantes. Mas o crescimento de Ve-neza e uma epidemia de malária provocaram a diminuição da população, no século XVI. De beleza intimista, a ilha está a apenas cin-co minutos, por vaporetto, de Burano. No entanto, parece que estamos isolados ao per-

Paisagem pitoresca de Torcello, conhecida como a Bela Adormecida da Laguna

As ilhas de Murano, Burano e Torcello, ao norte de Veneza, constituem um passeio inusitado por suas características peculiares

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corrermos, pouco a pouco, o caminho ao lado de um pequeno canal que leva às principais atrações do lugar. Também vemos muitos ga-tos nesse percurso. São gatos sem dono, ou de todos, já que são muito bem cuidados e há casinhas para eles espalhadas em vários lugares da ilha.

Principais atrações - Imperdível uma visita às duas igrejas do local. Uma delas, a catedral Santa Maria e Assunta, data de 639, quando Torcello começou a ser habitada. De estilo bizantino, é a mais antiga da região. Do seu campanário, é possível ter uma bela vista de todo o norte da laguna de Veneza. A outra é a pequena igreja de Santa Fosca, ligada à pri-meira por uma porta e construída no século XI por trabalhadores gregos que restauravam a catedral. De interior simples, é interessante para se admirar o estilo da arquitetura religio-sa grega, com lindas colunas de mármore.

O Museu dell’Estuario ou Museu de Tor-cello está localizado em duas construções e

também é dividido em duas partes. No Palaz--zo dell’Archivio está localizada a seção de arqueologia, com objetos, fragmentos de está-tuas e até estátuas inteiras encontrados na la-guna, e que datam desde o período paleolítico até o final do Império Romano. No Palazzo Del Consiglio está localizada as seções medieval e moderna, com quadros e esculturas de antigas igrejas da ilha. Em frente ao museu, há uma es-pécie de trono de mármore, chamado de Trono de Átila. Apesar do nome, não tem nada a ver com o imperador dos hunos, e era usado pelos juízes de Torcello. Segundo uma lenda local, quem se sentar ali se casará no mesmo ano.

Torcello possui três restaurantes, todos bem recomendados. Porém, o mais famoso – e mais caro também – é o Locanda Cripriani. Ele ficou conhecido por receber pessoas fa-mosas, como o escritor Ernest Hemingway, que ficou hospedado no primeiro andar, bem como a família real da Inglaterra, o ator e diretor Charles Chaplin e a soprano Maria Callas, entre outros.

Caminho principal da ilha Torcello

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EM BREVE, O MERCADO IMOBILIÁRIO NO LITORAL PAULISTA VAI MUDAR.

A Praias, GuarujáBay e Factual sãoimobiliárias que ao longo dos anosconstruíram marcas fortes e respeitadas. Já proporcionaram a milhares de clientesótimas oportunidades de investimentoe a chance de aproveitar a vida com muito mais qualidade e bem-estar.Agora, essas três empresas se unem emtorno de um objetivo claro: inovar omercado imobiliário no Litoral de São Paulo. Em pouco tempo será possível perceber as mudanças e diferenciais quefarão desse novo grupo uma grande referência.

Praias, GuarujáBay e Factual.Os melhores lugares na praia estão aqui. Se você quer um deles, junte-se a nós.

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64 Beach&Co nº 117 - Março/2012

gastronomia

Aveia, arroz, linhaça, quinoa... Uma riqueza em termos de

fibras e nutrientes, os grãos integrais são imprescindíveis

para compor uma alimentação balanceada

e cereais integrais

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Eles devem estar sempre na despensa. Seus invólucros protegem nutrientes e ou-tras substâncias cada vez mais valorizadas para a dieta como ferramenta de prevenção de doenças. Por isso, a tendência é incluí--los em todas as refeições do dia, e não só no café da manhã.

De acordo com o Food and Drug Adminis-tration, dos Estados Unidos, cereal integral consiste em um grão íntegro cujos compo-nentes anatômicos principais: o endosper-ma, germe e casca (farelo), estão presentes nas mesmas proporções que existem no grão intacto.

O grão integral é a parte comestível do grão, formada por essas três camadas que fornecem nutrientes importantes. Ao passarem pelo processo de refina-mento, os grãos integrais enfraquecem,

pois perdem o farelo e o germe, restando apenas o endosperma.

Os grãos e sementes integrais apresen-tam considerável teor de fibras, além de proteínas, vitaminas e minerais. A nutricio-nista Tatiana Branco explica que eles são en-contrados nas versões grão, farinha e óleo. “Esses alimentos podem ser empregados em uma diversidade de preparações, como sopas, ensopados, confeitaria, recheios do-ces e salgados e, sob a forma de farinhas, em mingaus, panquecas, pães e tortilhas”.

Ela diz que uma dieta rica em fibras ne-cessita da ingestão de líquidos para que fun-cione adequadamente, e evite problemas como constipação intestinal. “Por serem boas fontes de vitaminas, minerais e fibras, os cereais integrais podem contribuir para a redução do risco de doenças crônicas”.

Conheça alguns tipos

Aveia - Tem 46 calorias por colher de sopa e possui uma substância chamada beta-glucana, que contribui para a dimi-nuição do colesterol. Pode ser usada em biscoitos, bolos, vitaminas, sopas, min-gaus, doces. O farelo de aveia é ainda mais rico em fibras.

Farelo de trigo - Tem 17 calorias por colher de sopa. É a casca do trigo. Auxi-lia no bom funcionamento do intestino; pode ser usado em iogurtes, vitaminas, shakes, saladas de frutas.

Semente de linhaça - Tem 48 calorias por colher de sopa. Possui ácidos graxos e ômega 3, prevenindo doenças do cora-ção. Seu efeito é potencializado quando em forma de farinha. Pode ser usado em iogurtes, mingaus, pães, biscoitos, bolos.

Germe de trigo - Tem 37 calorias por colher de sopa. Tem alto valor nutricio-

nal, pois fornece muitas vitaminas. Pode se usado em sucos.

Quinoa - Tem cerca de 100 calorias para cada colher de sopa. Consumida pelos incas há mais de 8 mil anos, a qui-noa era o alimento principal do povo das montanhas. É rica em fibras, cálcio, ferro, proteína e fósforo. Aplica-se em saladas, risotos, recheios. Pode ser encontrada em grãos, farelo e farinha e em várias cores.

Chia - Essa semente entrou na moda por eliminar gordura. Pode ser encon-trada em grãos, óleo e farinha. Rica em ômega 3 e fibras. Melhor consumi-la meia hora antes das refeições, pois ga-rante saciedade. Usa-se em frutas, vita-minas, shakes, pães, bolos etc.

Arroz integral- Tem 230 calorias por xícara (cozido). Opte sempre pelo inte-gral que mantém na casca as fibras, vita-minas do complexo B e minerais. Depois de polido, o arroz perde a maioria dos nutrientes e fibras.

Foto Zhukov Oleg /Shutterstock

Por Fernanda Lopes

Como o grão é formado Farelo (casca): é a camada

externa que protege o grão; é formada de fibra, vitamina B, proteína e microminerais.

Endosperma: rico em car-boidrato, proteína e algumas vitaminas do complexo B.

Germe: também chamado de semente, é rico em vitami-nas do complexo B, vitamina E, microminerais, antioxidan-tes e fitonutrientes.

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66 Beach&Co nº 117 - Março/2012

meio ambiente

Smoothie saudávelIngredientes• 1 banana nanica;• 1/2 copo de suco de laranja;• 1 colher de sopa de

farinha de linhaça dourada;• 1 colher de sopa de

farinha de chia;• 1 colher de sopa de

aveia em flocos;• 1 colher de sobremesa de mel;• 1 copo de iogurte

desnatado firme;• Pedras de gelo.

PreparoBata tudo no liquidificador e sirva.

Receitas

Ingredientes• 4 tomates maduros; • 100 g de quinoa real;• 3 talos de cebolinha; • 1 pimenta dedo-de-moça

sem sementes;• 1/2 xícara de manjericão;• 3 colheres de sopa de azeite;• 1/2 xícara de salsinha;• 1 xícara de peito de frango

cozido e desfiado;• 2 colheres de farinha de chia;• 1/2 colher de chá sal.

PreparoCozinhe a quinoa em água e sal.

Pique a cebolinha, a pimenta e as ervas. Aqueça bem uma frigideira, coloque o azeite e desligue o fogo, misture os temperos, envolvendo--os com o azeite, acrescente o fran-go, a quinoa e a chia. Acerte o sal a gosto. Corte a tampa dos tomates e uma fatia pequena do fundo só para que eles fiquem em pé. Retire bem as sementes, salpique sal e besunte com azeite de oliva. Recheie com o preparo de quinoa, disponha em forma untada e asse 25 minutos a 190 graus ou até dourar.

Rendimento: 4 porções.

Tomates recheados com quinoa

Bolo integralIngredientes• 1 xícara de farinha integral;• 1 xícara de farinha branca;• 2 colheres de sopa de aveia em flocos;• 1 colher de sopa de gérmen de trigo;• 1 colher de chá de bicarbonato de sódio;• 1 xícara de açúcar mascavo

ou demerara;• 1 colher de sopa de fermento em pó;• 1 colher de chá de canela;• 1 colher de chá de cravo em pó;• 1 pitada de noz moscada;• 2 colheres de sopa de mel;• 1/4 de xícara de vinho do Porto;• 1/3 de xícara de café coado

(já pronto);• 3 ovos;• 1 xícara de manteiga;• 1/2 xícara de nozes picadas;• 1/2 xícara de ameixas secas

sem caroço picadas;

• 1/2 xícara de damasco picado;• 1/2 xícara de uvas passas.

PreparoMisture todos os ingredientes secos e reser-ve. Na batedeira, bata a manteiga em tem-peratura ambiente com o açúcar por uns cinco minutos. Vá adicionando os ovos, um a um e batendo. Adicione o mel. Junte os ingredientes secos, alternando com o café misturado ao vinho do Porto, batendo em velocidade baixa. Quando terminar de adi-cionar e estiver homogêneo, desligue a ba-tedeira. Junte então as frutas secas. Misture e leve em duas formas de bolo inglês (ou uma assadeira grande de furo no meio) un-tadas e forradas com papel manteiga unta-do com margarina. Leve ao forno pré-aque-cido a 200 graus por cerca de 30 minutos ou até que, ao enfiar um palito na massa, este saia limpo (não abra o forno antes de 20 mi-nutos, senão o bolo não cresce).

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Os metalizados se firmam como principal tendência para o Inverno 2012

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69Beach&Co nº 117 - Março/2012

Uma moda eclética na qual cabem tecidos leves contrapostos a tricôs, em saias, calças, vestidos e

shorts. Um vale-tudo, mas com estilo e graça

Por Karlos Ferrera

Tudo bem que lá fora ainda está aquele calorão, mas já é bom programar o guarda-roupa para a próxima estação ou-tono/inverno. As tendências para a temporada de dias mais amenos apontam para uma moda bem democrática, como mostram as coleções apresentadas durante a temporada na-cional de desfiles. As peças apareceram ora bem quentes e fe-chadas, ora decotadas. Há cores sóbrias, outras coloridas com estampas, shapes retos e de cintura marcada por cintos e fai-xas, e materiais leves como a seda contraposta a pesados tricôs. Os tecidos metalizados já tinham surgido com força total na temporada de verão das semanas de moda internacionais e acabaram aterrissando também nas passarelas brasileiras. Tons como bronze, prata e dourado deram vida a vestidos, calças, saias, macacões e até shorts. Antes associados apenas às festas, esses materiais perderam a aura noturna em produ-ções perfeitas para o dia a dia.

Para o inverno 2012, muitos estilistas trouxeram como

e transparênciascolorem os dias frios

Metalizados

Tricôs, tramas e muita textura em casacos e saias

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70 Beach&Co nº 117 - Março/2012

tendências os quimonos chineses, que nada mais são do que túnicas com uma faixa na cintura. Aparecem as faixas largas, mas também cintos finos e médios, deixando a silhueta mais feminina e sensual.

As peles sintéticas apareceram em todas as passarelas, po-rém mais modestas, elas estiveram presentes em maxigolas, semelhantes a capuzes. Além das golas, as peles e pelos fo-ram vistos em echarpes e aplicados no colo, dando um toque mais espesso ao couro.

A transparência aparece tanto no traje por inteiro, quanto em detalhes em bordados estratégicos. Surgem fortes a ren-da, organza e musseline, o que confere aos looks um toque de sensualidade. Com tanta transparência, os seios foram evidenciados em muitas coleções, assim como as pernas. Na coleção de Alexandre Herchcovitch destacaram-se as saias completamente transparentes.

Tricôs, texturas, tecidos tramados e até crochê chegam para dar mais charme aos casacos de lã com acabamento des-gastado nas peças. A cartela de cores é composta por tons oras sóbrios, ora bem coloridos, com destaque para o verme-lho, azul, amarelo e alaranjado.

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A cartela de cores valoriza tanto os tons sóbrios, quanto os coloridos. As cinturas vêm marcadas por faixas e cintos

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72 Beach&Co nº 117 - Março/2012

Flashes

Mais de 200 convidados abrilhantaram o jantar dançante comemorativo aos 10 anos da Revista Beach&Co, dia 10 de março, no Restaurante Gaiana, na Riviera de São Lourenço

Família Zaidan: Ronaldo, Vinicius, Roberto, Reuben, Dinalva e o pequeno Yuri Larissa Guerra, Vinicius e Yuri Zaidan Karen Keller e Ronaldo Zaidan

Roberto Zaidan e Natalia Alvim As Berlofi: Rose Mary, Tatiana, Dinalva e Vanessa, e Sidney Dias

Madureira, os deputados Arnaldo Faria de Sá, Campos Machado e Nelson Marquezelli, e Ribas Zaidan

Os prefeitos Tercio Garcia, de São Vicente, Mauro Orlandini, de Bertioga, e Reinaldo Nogueira, de Indaiatuba

Rubens Alves, Reinaldo Nogueira, Ribas Zaidan e Fabiano Sordinelli

Mauro e Cecília Orlandini

O deputado estadual Gondim e sua esposa Jane

O vereador Marcelo Villares com sua bela família

O vereador Orvando da Silva e sua esposa Fauzea

O vereador Caio Matheus e Vanessa Arias

Vereador Renato Faustino e Ivone de Oliveira

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73Beach&Co nº 117 - Março/2012

Márcia e Tercio GarciaÊnio Xavier Jurandyr Teixeira das Neves

Sandra Straub e Antonio Carlos Amaral

Carla e Luciano Bravo

Eloisa e Sérgio Levy Ernani Parreira, Benedito Xavier e a esposa Maria Consolação, Irani Bandeira e Oswaldo Carvalho Filho

Anselmo Aragon e Tatiana Dantas Aragon

Marcos Camargo e Neide Ferraz Paulo e Elisete Nishi Luiz Carlos Pereira de Almeida e Vera

Marcelo e Moira Ribeiro

Osmar SantosVereador Ney Lyra

Itatiane e Anderson Monte Santi Karina e Alexandre Ribeiro

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74 Beach&Co nº 117 - Março/2012

Flashes

Maria Lúcia e Luiz Augusto Pereira de Almeida

Rildo André Costa e Samanta Monteiro

Maria Luiza e Roberto Levy

Roberto Haddad e Flávia Patriota

Adenir e Edivaldo Rodrigues

Os irmãos Bruno Bracco da Silva e Wilson Roberto

Maurício e Ana Mindrisz

Silmara e Newton Motta

Dorival Lopes Alvares e Heidemarie

Eliane Arruda e Cristina Campos

Sandra, Paulo e Fernando Velzi

Ani Ramos, Angela Silva e Mário Celso

Germano e Isa Paiva

Teo Balieiro Ítalo Mazzarella

Martinho e Leonira Marques

Luci e José Aparecido Cardia

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76 Beach&Co nº 117 - Março/2012

Flashes

Edison Prata e Millan Santana

Antonio e Ivanete Carvalho

Eloisa e Abrahão Badra

Ivan de Carvalho

Carlos Sérgio e Rarumi

Gerson e Fany França

José Claudio de Abreu e Julieta Farah Lança

Silvana e Luis Paulo Luppa

Rachid, Lucineide e Laurinha

Ivan e Ana Picolli

Carlos Figueiredo e Emiliana

Lairton Gomes e Geilsa Sant´ana

Marcos Vieira

Rosely Valença e Washington Petri

Sérgio e Rose Aragon

Luciane Biondo e Carlos Pascoal

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78 Beach&Co nº 117 - Março/2012

Flashes

Fernando Jorge, Paulo Velzi, Fernando Sena, Carlos Sérgio e Expedito Honório

Maria e Sidney Degaine, Glauce Barbosa, Thaiza Rodas, Marcio e Expedito Honório

Carlos Alves e Rosana Gomes e Berenice e Aldo Gazoni

Dr. Almir Ferraz e filha Fernando Jorge e Babi

Bento e Mirian Monte Alegre

Rubens, Bárbara e Solange Alves

José Avelino e Roberto Haddad

Célia e Dalton Lélis, e Zaidan

Camilo Di Francesco e Paola Smanio

José Miguel e Sandra

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80 Beach&Co nº 117 - Março/2012

Flashes

Juliana Pacheco Fernandes

Ana Claudia Gomes e a editora da Revista Beach&Co Eleni Nogueira

Mathias Pekny e Aline Pazin Tiago Lins e Audrye Rotta

Ronaldo e Flávia Martins Bruna Vieira e Rodrigo de Camargo

Alexandre Morais e Valdenir Perez Samara Santos Felipe Pacheco Bruno Adriano Otani

Renato Inácio e Fabiane Dias Lury Justino

Ilton Fernandes e Luciana Sotelo

Pacifico Júnior e Keith

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82 Beach&Co nº 117 - Março/2012

Flashes

Aniversário de Marcos Muniz e Bia Muniz, comemorado na residência do empresário Roberto Haddad, na Riviera de São Lourenço, durante reunião da TAS (Turma dos

Apaixonados por Santos ) e da TAR (Turma dos Apaixonados pela Riviera)

Sérgio Cardoso, da TAS, no preparo do melhor morrito do mundo

Pascoal Biondo, João Fernandes e Arnaldo Barreto

Os aniversariantes Bia e Marcos

As representantes das duas turmas

Clã feminino da TAR e TAS

Roberto Haddad e Arnaldo Barreto, da TAR

A alegria contagiante dos participantes da festa

Dr.Claudio Camilo e Drª Paola Smanio

Lançamento da Unlimited Ocean Front, da Yuny Incorporadora, em Santos

Paula Athayde, Greice Guarino, Fabio Vasconcelos e Mariana Conrian, da agência FAV Publicidade

Ludmila Vilar e Roberto Dohan

Maquete do empreendimentoMaria Carolina Maia, Renata Silva e Juliana Villas Boas, da Yuny Incorporadora

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Gerar empregos

e renda

Crescer sustentavelmente

Educar para preservar

Fotos da Riviera

Visão de futuro é preparar, hoje,o bem-estar do amanhã.

É projetar novos bairros e novas cidades para

oferecer as condições de vida que todos desejam.

É disciplinar o uso e a ocupação do solo.

É buscar soluções para os impactos ambientais.

É trabalhar com responsabilidade social para

educar e preservar.

Há mais de 50 anos a Sobloco desenvolve projetos

urbanísticos integrados ao conceito de sustentabilidade.

Mais que urbanizar áreas, a empresa se especializou

em formar comunidades vibrantes e valorizadas,

onde as pessoas se orgulham de viver.

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