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AVICULTURA INTRODUÇÃO A avicultura que hoje conhecemos tem sua origem há 8.000 anos, quando populações de certas regiões da Índia e China e, provavelmente de outras regiões da Ásia, iniciaram a domesticação do Gallus gallus que habitava as florestas daquele Continente. Desde os vales da Índia, acompanhando as tribos nômades que avançavam para o oeste, as galinhas cruzaram a Mesopotâmia até chegar à Grécia. Mais tarde, são os Celtas quem, ao largo de suas conquistas, foram deixando núcleos de populações que facilitaram a propagação das galinhas por toda a Europa. Acredita-se que o período de maior dispersão teve lugar durante a Idade do Ferro. Aquelas galinhas primitivas punham ao redor de 30 ovos por ano. Da Europa, as galinhas chegaram ao Brasil trazidas pelas naus de Cabral, principalmente, como recurso alimentar para a travessia. Assim, coube à galinha a honra de ser um dos primeiros animais domésticos que travou contato com as novas terras. Ainda na época colonial, foram introduzidas no Brasil, as raças orientais e asiáticas que os portugueses trouxeram de suas viagens às Índias e ao Oriente. Nossas previlegiadas condições de produção de grãos, clima e de mão-de- obra rural, ao lado do extraordinário desenvolvimento da agroindústria do setor, colocaram o Brasil na posição atual de 3º maior produtor mundial e liderança global nas exportações de carne de frango. Ovo é pura energia Ele, que ganhou a injusta fama de vilão do colesterol, na verdade é um alimento rico em nutrientes e bem magrinho: uma unidade tem 70 calorias! Acusado injustamente de ser o inimigo número um do coração durante décadas, o ovo agora dá o troco. Já existem provas científicas que revelam: ele não é o que se imaginava. "Um estudo americano, realizado com um grupo que consumia e outro não, apontou maior incidência de doenças cardíacas justamente entre as pessoas que não recorriam ao alimento com freqüência. O dito-cujo não provoca problemas cardiovasculares". Os principais fatores que causam esse mal são o tabagismo, a obesidade e o sedentarismo", afirma Pedro Alves de Souza, professor titular do Departamento de Tecnologia da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Universidade Estadual Paulista (Unesp). Segundo o especialista, trata-se de um dos alimentos mais completos que existem. "Em relação ao valor nutritivo de sua proteína, ele só perde para o leite materno, sendo, inclusive, superior ao leite, ao pescado e à carne", diz. A nutricionista Maria Cecília Corsi (SP) também sai em defesa. "O ovo é uma fonte muito rica de energia, possui nutrientes, vitaminas e sais minerais. E, o que é bom demais, uma unidade tem apenas 70 calorias". Uma lista interminável de vantagens: O bioquímico americano e diretor do Egg Nutrition Center (ENC), Donald McNamara, que estuda as propriedades do colesterol há quase 40 anos, ressalta a riqueza do nutriente colina, encontrado no ovo. Esta substância melhora a formação dos neurônios, estimula a memória e tem um importante papel para a nutrição da mulher e do bebê durante a gestação. "A grávida que comer uma unidade a cada dois dias estará garantindo quantidade de ácido fólico necessária para o bom desenvolvimento do feto", reforça Maria Cecília. O ovo contém ainda níveis consideráveis de zinco, selênio, vitaminas A e E e do complexo B, substâncias que ajudam a prevenir o organismo contra processos degenerativos associados ao câncer, diabetes, cataratas e enfermidades cardiovasculares. A vitamina D, que o organismo só produz com a exposição solar, também está presente nele. "Quem não apanha sol deve, portanto, ingerir essa vitamina, encontrada somente em dois alimentos: no óleo de fígado de peixe e no ovo. E não resta dúvida de que este último é infinitamente mais saboroso", diz o professor Souza, da Unesp. Completo no prato, econômico no bolso Além de manter o organismo saudável, o produto é relativamente barato. O consumo por aqui, no entanto, ainda é pequeno. De acordo com a Associação Paulista de Avicultura (APA), o brasileiro come, em média, um ovo a cada quatro dias, enquanto o japonês e o mexicano consomem cerca de um por dia. "As pessoas, especialmente as de baixa renda, deveriam ser estimuladas a incluí-lo em sua dieta", diz Souza. "Um ovo diariamente, de preferência cozido ou poché, é básico e essencial". AVICULTURA DE CORTE A Avicultura de Corte no Brasil praticamente atingiu os volumes estimados para o ano passado: com cerca de oito milhões de toneladas de carne de frango produzidas, 16,4% da produção mundial. Para isso concorreu o bom desempenho das exportações que deverão chegar a 1,8 milhão de toneladas, aumentando a participação do Brasil para quase um terço do total do comércio exterior, com destaque para a quantidade de cortes embarcados. O consumo de 35,1kg de carne de frango por habitante por ano, coloca o país entre aqueles de maior utilização do produto, especialmente os desenvolvidos.

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AVICULTURA

INTRODUÇÃO A avicultura que hoje conhecemos tem sua origem há 8.000 anos, quando populações de certas regiões da Índia e China e, provavelmente de outras regiões da Ásia, iniciaram a domesticação do Gallus gallus que habitava as florestas daquele Continente. Desde os vales da Índia, acompanhando as tribos nômades que avançavam para o oeste, as galinhas cruzaram a Mesopotâmia até chegar à Grécia. Mais tarde, são os Celtas quem, ao largo de suas conquistas, foram deixando núcleos de populações que facilitaram a propagação das galinhas por toda a Europa. Acredita-se que o período de maior dispersão teve lugar durante a Idade do Ferro. Aquelas galinhas primitivas punham ao redor de 30 ovos por ano. Da Europa, as galinhas chegaram ao Brasil trazidas pelas naus de Cabral, principalmente, como recurso alimentar para a travessia. Assim, coube à galinha a honra de ser um dos primeiros animais domésticos que travou contato com as novas terras. Ainda na época colonial, foram introduzidas no Brasil, as raças orientais e asiáticas que os portugueses trouxeram de suas viagens às Índias e ao Oriente. Nossas previlegiadas condições de produção de grãos, clima e de mão-de- obra rural, ao lado do extraordinário desenvolvimento da agroindústria do setor, colocaram o Brasil na posição atual de 3º maior produtor mundial e liderança global nas exportações de carne de frango. Ovo é pura energia Ele, que ganhou a injusta fama de vilão do colesterol, na verdade é um alimento rico em nutrientes e bem magrinho: uma unidade tem 70 calorias! Acusado injustamente de ser o inimigo número um do coração durante décadas, o ovo agora dá o troco. Já existem provas científicas que revelam: ele não é o que se imaginava. "Um estudo americano, realizado com um grupo que consumia e outro não, apontou maior incidência de doenças cardíacas justamente entre as pessoas que não recorriam ao alimento com freqüência. O dito-cujo não provoca problemas cardiovasculares". Os principais fatores que causam esse mal são o tabagismo, a obesidade e o sedentarismo", afirma Pedro Alves de Souza, professor titular do Departamento de Tecnologia da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Universidade Estadual Paulista (Unesp). Segundo o especialista, trata-se de um dos alimentos mais completos que existem. "Em relação ao valor nutritivo de sua proteína, ele só perde para o leite materno, sendo, inclusive, superior ao leite, ao pescado e à carne", diz. A nutricionista Maria Cecília Corsi (SP) também sai em defesa. "O ovo é uma fonte muito rica de energia, possui nutrientes, vitaminas e sais minerais. E, o que é bom demais, uma unidade tem apenas 70 calorias". Uma lista interminável de vantagens: O bioquímico americano e diretor do Egg Nutrition Center (ENC), Donald McNamara, que estuda as propriedades do colesterol há quase 40 anos, ressalta a riqueza do nutriente colina, encontrado no ovo. Esta substância melhora a formação dos neurônios, estimula a memória e tem um importante papel para a nutrição da mulher e do bebê durante a gestação. "A grávida que comer uma unidade a cada dois dias estará garantindo quantidade de ácido fólico necessária para o bom desenvolvimento do feto", reforça Maria Cecília. O ovo contém ainda níveis consideráveis de zinco, selênio, vitaminas A e E e do complexo B, substâncias que ajudam a prevenir o organismo contra processos degenerativos associados ao câncer, diabetes, cataratas e enfermidades cardiovasculares. A vitamina D, que o organismo só produz com a exposição solar, também está presente nele. "Quem não apanha sol deve, portanto, ingerir essa vitamina, encontrada somente em dois alimentos: no óleo de fígado de peixe e no ovo. E não resta dúvida de que este último é infinitamente mais saboroso", diz o professor Souza, da Unesp. Completo no prato, econômico no bolso Além de manter o organismo saudável, o produto é relativamente barato. O consumo por aqui, no entanto, ainda é pequeno. De acordo com a Associação Paulista de Avicultura (APA), o brasileiro come, em média, um ovo a cada quatro dias, enquanto o japonês e o mexicano consomem cerca de um por dia. "As pessoas, especialmente as de baixa renda, deveriam ser estimuladas a incluí-lo em sua dieta", diz Souza. "Um ovo diariamente, de preferência cozido ou poché, é básico e essencial". AVICULTURA DE CORTE

A Avicultura de Corte no Brasil praticamente atingiu os volumes estimados para o ano passado: com cerca de oito milhões de toneladas de carne de frango produzidas, 16,4% da produção mundial.

Para isso concorreu o bom desempenho das exportações que deverão chegar a 1,8 milhão de toneladas, aumentando a participação do Brasil para quase um terço do total do comércio exterior, com destaque para a quantidade de cortes embarcados.

O consumo de 35,1kg de carne de frango por habitante por ano, coloca o país entre aqueles de maior utilização do produto, especialmente os desenvolvidos.

No mercado interno os preços do frango vivo registraram uma média anual maior em 29,2%, em comparação com 2003. O frango abatido resfriado no atacado, no mesmo período, aumentou 26,7%.

Como os custos de produção tiveram alta inferior aos do ano passado, (+19,8% no vivo e +14,6% no abatido) pode-se afirmar que os resultados foram satisfatórios e reverteram a tendência de 2002, quando a situação era inversa, ou seja, a média anual dos custos foi superior a dos preços praticados pelo atacado e o produtor trabalhava com mínima rentabilidade.

Para o consumidor os preços identificados pelo Procon-Dieese, dão conta que entre 27 de dezembro de 2002 e 29 de dezembro de 2003, registraram uma pequena diminuição de 0,42%, continuando o setor a transferir sua produtividade em benefício do consumidor final.

AVICULTURA DE POSTURA

No Brasil, o alojamento de matrizes de postura diminuiu 3,97% em 2002, em comparação com 2001. Foram alojadas em 867.547 matrizes para ovos brancos e vermelhos. Para 2003 estima-se um aumento de 3,7%.

O plantel médio de poedeiras estimado para o ano de 2002 foi de 67.769.000 cabeças, um aumento de 6,5% sobre 2001, que já havia registrado um incremento de 4,4% sobre 2000. Devido ao menor alojamento de pintos comerciais em 2002 - quando foram alojados 54.965.527 pintos, um volume 16,2% menor em comparação a 2001 (65.603,024) - a previsão é de uma redução no plantel médio de poedeiras em 2003.

A produção brasileira de ovos foi de 14, 796 bilhões de unidades em 2000, 15,276 bilhões em 2001 e 16,488 bilhões em 2002. Para 2003 é estimado um total de 15,200 bilhões de unidades.

No Brasil, o consumo per capita/habitante/ano foi de 99 ovos em 2002 e 94 em 2001 e 2000. A previsão é de uma redução deste volume para 92 ovos em 2003.

As perspectivas para a Avicultura brasileira de corte são de crescimento, especialmente no que se refere ao comércio exterior. A recuperação dos preços praticados vem sendo absorvida pela alta dos custos de produção, principalmente milho e soja.

Já a Avicultura de Postura experimentará um ano de oferta restrita, com preços maiores, porém reduzindo o consumo, que já é um dos mais baixos do mundo.

PRODUÇÃO - AVICULTURA DE CORTE

Descrição 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 Delta

02/01 (%)

Matrizes (1) 21.773 23.115 25.058 29.132 27.536 28.592 30.499 + 6,67

Pintos (2) 2,593 2,862 2,859 3,153 3,254 3,473 3,819 + 9,96

Carne (3) 4,059 4,455 4,498 5,526 5,732 6,564 7,449 + 13,48

Exportação (3) 0,569 0,649 0,612 0,771 0,907 1,249 1,600 + 28,10

Consumo (3) 3,490 3,806 3,886 4,755 4,816 5,487 5,849 + 6,59

PRODUÇÃO - AVICULTURA DE POSTURA

Descrição 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 Delta

02/01 (%)

Matrizes (4) 52.309 59.571 70.975 64.470 76.389 75.281 72.296 - 3,96

Poedeiras (1) 56.002 52.073 56.513 61.016 60.949 63.606 67.769 + 6,54

Ovos (5) 15,932 12,596 13,636 14,768 14,796 15,276 16,488 + 7,93

POPULAÇÃO BRASILEIRA (em milhões de habitantes)

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 Delta

02/01 (%)

157,080 160,690 163,100 165,350 169,799 172,400 175,296 + 1,68

NOTAS: (1) milhares de cabeças; (2) bilhões de cabeças; (3) milhares de toneladas; (4) média mensal (milhares de cabeças); (5) bilhões de unidades

AVICULTURA DE CORTE

MANEJO DOS PINTOS

Objetivos: estabelecer um lote saudável desde o 1º dia de vida, no qual o crescimento alcance o alvo de peso corporal padrão, juntamente com o alvo de uniformidade, de tal forma que o bem-estar possa ser mantido durante o processo.

Qualidade dos pintos: A qualidade do produto final depende de todos os processos de produção, por exemplo, saúde e manejo, incubação, entrega eficiente de pintos, sendo os mesmos de boa qualidade e uniformidade. A qualidade dos pintos é influenciado por todos estes estágios.

Deve-se estar atento ao ambiente onde os pintos são mantidos e transportados, sem se descuidar da higiene, minimizando contaminações cruzadas e infecções do saco vitelínico.

Condições ótimas de preparo e transporte dos pintos

24ºC de temperatura ambiente; 75% de umidade relativa (UR)

Tabela 1: sumário de condições ótimas de preparo e transporte dos pintos.

Preparação para o recebimento dos pintos: Vários fatores podem afetar negativamente o crescimento bem sucedido dos pintos, entre eles a criação de machos e fêmas separados, a idade para o descarte, a idade dos lotes de origem, técnicas de manejo, como por exemplo iluminação.

Os galpões devem abrigar aves em idade única no mesmo núcleo, sendo que abrigar pintos de idades distintas torna menos eficazes e difíceis os programas de vacinação e limpeza.

Galpões, arredores e todos os equipamentos devem estar limpos e desinfetados antes da chegada dos pintos.

A cama deve ser distribuída com homogeneidade, e com uma profundidade de 5-8 cm e posteriormente deve ser compactada. A distribuição irregular da cama causará problemas na distribuição de ração e água, que acarretará numa desuniformidade do produto final.

Os áviários devem estar pré-aquecidos, sendo que a temperatura e a úmidade relativa devem ser ajustados, ao menos, 24 horas antes da chegada dos pintos, sendo que estes fatores devem ser constantemente monitorados para garantir condições ótimas de desenvolvimento dos pintos.

Os pintos exigem ar de ótima qualidade, sendo que os sistemas de controle ambiental devem ser capazes de propiciar tais condições, tomando-se todo o cuidado para que não haja corentes de ar. Gases podem causar doenças pulmonares e cardíacas, por isso deve-se garantir que os mesmos são eficientemente removidos.

Fornecer água limpa, dentro da temperatura adequada, sendo que todos os pintinhos devem ter acesso à água e à ração logo depois de acondicionados no aviário.

Fornecer ração fresca, triturada ou farelada e livre de pó, no início, disponível em rações de plástico ou papel corrugado. A área de alimentação deve ocupar 25% dos círculos de proteção, sendo que os comedouros e bebedouros não devem estar dispostos logo abaixo das campânulas.

Tentar alojar os pintinhos provenientes de um mesmo lote de matrizes separadamente no mesmo aviário, quando isso for impraticável, e os pintinhos tiverem que ser misturados, deve-se fazer isso após o 5º dia de vida. Esse manejo tem por objetivo reduzir a competição e manter a uniformidade.

Alojamento dos pintos: Antes dos pintinhos serem alojados, deve-se verificar a disponibilidade de água e ração, sendo que os mesmos, após chegarem devem ser descarregados o mais rápido o possível, pois quanto maior o tempo de permanência nas caixas, maior será a desidratação. Essa desidratação poderá causar taxas de mortalidade elevadas e reduzir o potencial de crescimento inicial.

As caixas, em hipótese alguma, devem ser empilhadas na área dos círculos, pois poderá causar um superaquecimento acelerado além de causar asfixia nas aves.

Os pintinhos devem ser retirados das caixas rapidamente, porém com cuidado, e homogeneamente removidos para a área dos círculos. Uma parcela dos pintinhos deve ser pesada, a fim de que se obtenham dados a respeito do peso médio e uniformidade do lote. As caixas vazias devem ser rapidamente retiradas do aviário.

Deve haver um tempo de adaptação para os pintinhos que varia de 1-2 horas, certificando-se que nessa fase de adaptação eles tenham acesso fácil à ração e à água, lembrando-se de fazer todos os ajustes necessários nos equipamentos, principalmente a temperatura, para que as condições sejam ótimas.

A partir dos 2-3 dias, comedouros e bebedouros existentes devem ser reposicionados, e ajustados com a introdução de outros adicionais, bem como aumentada toda a área de iluminação.

Manejo de círculos: Existem dois sistemas básicos para aquecimento na criação de frangos:

* Campânulas;

* Aquecimento do galpão inteiro.

Campânulas: Nesse sistema é fornecido um gradiente de temperatura.

O calor provém de campânulas convencionais, sendo que as aves devem ser restritas aos círculos, que estão iluminados, sendo que o restante do aviário deve permanecer no escuro ou na penumbra.

A seguir, as temperaturas da área de aquecimento:

Galpão inteiro Área de aquecimento Idade (dias)

Temp ºC Idade (dias) Embaixo A 2m

B

Galpão C

1 29 1 30 27 25 2 28 3 28 26 24 3 27 6 28 25 23 4 26 9 27 25 23 5 25 12 26 25 22 6 24 15 25 24 22 7 23 18 24 24 22 8 22 21 23 23 22 9 21 24 22 22 21 10 21 27 21 21 21

Tabela 2: Temperaturas de cria

O comportamento dos pintos é um indicativo satisfatório e adequado da campânula. Os pintos devem estar homogeneamente espalhados dentro do círculo de proteção.

Aquecimento do galpão inteiro: nesse sistema não é fornecido um gradiente de temperatura, sendo que se pode fazer uso de campânulas nesse sistema. O aviário pode ser aquecido por meio de sistema direto ou indireto. Geralmente o sistema direto utiliza gás ou óleo para empurrar ar quente dentro do aviário por um ou mais pontos. As temperaturas recomendadas se encontram na tabela 2.

Os pintos devem estar homogeneamente distribuídos dentro do círculo de proteção, sendo que se pode fazer uso de ventiladores internos para melhorar a qualidade do ar, a temperatura e a umidade relativa. O monitoramento e controle da temperatura ambiental e umidade relativa são de suma importância quando se faz uso do sistema de aquecimento do galpão inteiro.

Círculos ou barreiras poderão ser usados para ajudar no movimento inicial dos pintinhos. Esta área de círculos deverá ser gradualmente ampliada a partir dos 3 dias de idade e finalmente removida de 5 a 7 dias, de maneira que os pintos tenham livre acesso a todos os bebedouros e comedouros do aviário.

Manejo geral: A temperatura deve ser medida ao nível dos pintinhos. A qualidade do ar é muito importante durante o período de cria. O objetivo da ventilação durante este período é a manutenção da temperatura em níveis corretos e também permitir suficiente movimentação do ar para evitar qualquer aumento potencialmente prejudicial de dióxido de carbono, monóxido de carbono ou amônia. O uso de ventiladores ou sistema de circulação interna auxiliará na otimização da qualidade do ar ao nível dos pintinhos.

A umidade relativa deve permanecer em torno de 50-70%, condição apropriada para manter uma boa qualidade de cama sem que se torne muito seca ou empoeirada. Durante os 10 primeiros dias de cria, a umidade relativa deve permanecer em torno de 65-70%, o que ajudará a prevenir a desidratação das mucosas dos pintos, bm como reduzir os riscos de doenças cardíaca e pulmonar no futuro.

Durante a recria, temperaturas <20ºC provocarão um aumento de apetite nas aves, no sentido de incrementar o aquecimento corpóreo sem o correspondente ganho de peso, levando a piores resultados de conversão alimentar, além de um dispêndio financeiro desnecessário em ração.

Iluminação: o sistema de iluminação na criação de frangos, é o sistema de iluminação contínua, que tem por finalidade maximizar o ganho de peso diário.

Este programa consiste basicamente de um longo e contínuo período de luz, seguido de um curto período sem luz (p. ex. 1/2 - 1 hora) para acostumar as aves ao escuro numa eventual falta de energia. A tabela 3 mostra um exemplo típico de programa.

Idade (dias) Fotoperíodo (horas) 0 – 7 24 7 – 21 23 luz, 1 escuro 21 – ao abate 23 luz, 1 escuro

Tabela 3: Intensidade e duração do período de luz.

Uma alta intensidade luminosa (>20 lux) é necessária no período inicial de cria para assegurar que os pintinhos encontrem a ração e os bebedouros.

A fonte de luz pode ser de lâmpadas incandescentes ou fluorescentes, sendo que pesquisas indicam que não há diferença significativa entre as duas fontes de luz. Lâmpadas fluorescentes são mais econômicas após os custos de instalação terem sido cobertos.

NUTRIÇÃO

Objetivos: suprir uma variedade de dietas balanceadas, as quais atendam as necessidades nutricionais do lote de frangos em todas as fases de seu desenvolvimento e produção, otimizando crescimento, eficiência e lucratividade sem comprometimento do bem-estar.

Introdução: a ração representa a maior parte do custo total de produção do frango. Por esta razão, é de suma importância a qualidade e o balanceamento da ração.

As rações de frangos são extremamente balanceadas, em termos de proteína, vitamina, energia, minerais e aminoácidos essenciais, garantindo o bom desempenho dos animais. Deve-se lembrar que outros fatores como densidade de alojamento, estado sanitário e genética das aves, podem ter efeito negativo no ganho de peso e conversão alimentar.

As exigências de produto final variam de país para país. Especificações de rações econômicas dependerão da estrutura do mercado, valor do produto e variações locais da disponibilidade de matérias-primas. Poderá também existir a preferência local de pigmentação da carcaça.

Serão abordadas as especificações de ração para frangos não sexados pesando em torno de 1,6-2,5 Kg, para machos pesados com 3Kg ou mais, para um programa inicial lento e para criação por sexos separados.

Matérias-primas: os valores nutricionais das matérias-primas poderão variar de acordo com os métodos de processamento, condições climáticas locais, estação do ano, entre outros. A matriz da formulação da ração deverá ser adequada ao local, acompanhada por uma rotina de análise química e exame de contaminação (p. ex. salmonela, micotoxinas) de todas as matérias-primas.

A variedade de matérias-primas oferecida para formulação de mínimo custo deve ser adequada aos frangos. Limites de formulação devem ser impostos aos ingredientes que trazem problemas quando usados em excesso (p. ex. farelo de mandioca, soja com baixo nível protéico, farelo de algodão, etc). O uso de enzimas poderá permitir a inclusão de matérias-primas então inadequadas, como p. ex. a beta-glucanase, que permite uma maior proporção de cevada sem problemas conseqüentes de cama.

Matérias-primas ou ingredientes de origem vegetal podem estar sujeitos a contaminação fúgica se armazenadas sob condições de temperatura e umidade elevadas. Isto levará à produção de micotoxinas que, dependendo do grau de contaminação, poderá resultar numa redução do ganho de peso e conversão alimentar, prejudicando a condição da cama que por sua vez resulta num aumento da depreciação da carcaça. A ração também é suscetível à contaminação se armazenada em condições adversas. É aconselhável adicionar à ração pronta ácidos orgânicos, para impedir o desenvolvimento de fungos e a produção de micotoxinas. É aconselhável consultar as recomendações dos fabricantes com respeito à quantidade a ser adicionada, pois problemas de palatabilidade poderão ocorrer se estas forem muito elevadas. Estes tratamentos, associados com adequadas condições de armazenamento, irão minimizar os efeitos da contaminação por micotoxinas.

Ingredientes de proteína animal quando armazenadas sob condições inadequadas estão sujeitos a variações de qualidade, como p. ex. rancificação oxidativa das gorduras, que resulta na formação de aldeídos e cetonas. Isto reduz consideravelmente os valores de energia da gordura.

Farelos de soja de baixo nível protéico podem conter níveis elevados de potássio, o que pode levar a diarréia, má qualidade da cama e subseqüente depreciação das carcaças. O uso excessivo de farinha de carne e ossos, com elevada concentração de gorduras saturadas, criará uma cama de má qualidade e gordurosa. A adição de farelo de soja integral ou óleo de soja à dieta tem efeitos benéficos, pois melhora a digestibilidade de gorduras saturadas.

Fontes de gordura: as gorduras adicionadas à ração são de origem tanto animal quanto vegetal. Gorduras de origem animal, como sebo, contém neveis elevados de ácidos graxos saturados, que são menos digestíveis, principalmente para o sistema digestivo imaturo dos pintinhos. Eles poderão levar a problemas de cama e elevada depreciação da carcaça. Em rações iniciais e de crescimento, é aconselhável o uso de combinações de gorduras contendo alto índice de ácidos graxos insaturados, como por exemplo:

60% óleo de soja; 20% mistura de óleos leves; 20% sebo.

Na ração final, o uso deste tipo de combinação não é adequado, pois os altos níveis de gorduras não-saturadas terão efeito negativo sobre a qualidade da gordura da carcaça e sobre a estocagem da mesma. Misturas de gorduras usadas na ração final devem conter taxas elevadas de gorduras "duras":

30% óleo de soja; 20% óleo de palmeira; 50% sebo.

Peletização: geralmente, o crescimento e a taxa de conversão alimentar são melhores se a ração for peletizada. (A ração inicial deve ser triturada ou farelada.) Existem evidências que o efeito do "cozimento" aumenta a disponibilidade dos nutrientes e diminui significativamente a contaminação microbiana. O uso de um extrusor na ração pode dar benefícios similares, embora tende a ser maior o desperdício de alimento. Ambos processos deve ser executados com cuidado e temperaturas extremas devem ser evitadas para não causarem degradação de proteínas e vitaminas.

Com o objetivo de auxiliar na peletização, 0,5-1,0% de gordura pode ser incluída na ração, o que auxiliará a lubrificação da prensa. Gordura extra pode ser pulverizada sobre o pélete pronto, para atingir valores mais altos de energia, sem redução da resistência e durabilidade do pélete.

Se a peletização da ração for difícil, substâncias ligantes (hemicelulose, bentonita, goma arábica) podem ser utilizadas para melhorar a qualidade pélete, em níveis de até 2,5% da ração.

Antes da ração farelada ser introduzida na prensa, ela deve ser aquecida a 85-90ºC por 20 segundos. Ao sair da prensa, os péletes devem ser resfriados rapidamente por ar frio até atingir 10ºC abaixo da temperatura ambiente, dentro de 15 minutos. Esse processo reduzirá a degradação de vitaminas e aminoácidos por superaquecimento, embora não ofereça garantias de imunidade contra a contaminação bacteriana.

A textura da ração e o tamanho do pélete são importantes se quisermos obter o máximo potencial de crescimento. Recomendam-se as seguintes formas de ração e tamanhos de péletes:

0 – 10 dias Ração triturada não peneirada 11 – 28 dias Péletes de 2-3 mm de diâmetro 28 dias até o abate Péletes de 3 mm de diâmetro

Tabela 1: formas de ração e tamanhos de péletes.

Especificação da ração para frangos: os mercados, no mundo inteiro, diferem em suas exigências pelo produto final. As especificações da ração variam, dependendo do produto final, e conseqüentemente uma série de rações de frangos é necessária para atender esses diferentes demandas de mercado. Alguns fatores que influenciam na formulação são:

* Disponibilidade e preço de matérias-primas; * Peso ao abate; * Idade ao abate; * Rendimento e qualidade da carcaça; * Pigmentação da pele; * Criação em sexos separados.

Especificações de rações são apresentadas nas Tabelas 2, 3 4 e 5 para demonstrar essas necessidades.

Nutrientes Inicial Crescimento Final Proteína Bruta (%) 22 – 24 21 – 23 19 – 21 Energia Metabolizável (Kcal/Kg) 3010 3175 3225 Gordura (%) 4 – 7 4 – 9 4 – 9 Lisina (%) 1,36 1,3 1,13 Metionina (%) 0,53 0,52 0,47 Metionina + Cistina (%) 0,98 0,94 0,85 Treonina (%) 0,91 0,87 0,82 Triptofano (%) 0,23 0,21 0,19 Cálcio (%) 0,95 0,9 0,85 Fósforo disponível (%) 0,5 0,48 0,44 Sódio (%) 0,16 – 0,20 0,16 – 0,20 0,16 – 0,20 Cloro (%) 0,15 – 0,22 0,15 – 0,22 0,15 – 0,22 Ácido Linoleico (%) 1,25 1,2 1 Consumo (Kg/1000 aves) 250 1300 – Período de alimentação (dias) 0 – 10 11 – 24 25 – até o abate

Tabela 2: níveis nutricionais para frangos não sexados com 1,6 - 2,5 Kg de peso vivo.

Pontos principais:

• Todos os aminoácidos são totais, e não valores disponíveis. * Uma dieta de retirada deve ser oferecida para acompanhar as necessidades locais para o tempo de retirada de drogas. * As formulações devem atender os requerimentos de aminoácidos dentro da variação de proteína bruta estabelecida. * Uma referência foi dada à seguinte publicação científica no estabelecimento dos níveis relativos de aminoácidos essências. Baker, D.H.; Yan, Y. Ideal amino acid profile for chicks during the first 3 weeks posthaching. Poultry Science, v. 73, p. 1441-1447, 1994. * Os níveis de cloro devem ser controlados para evitar excessos, que podem resultar em discondroblastia tibial. * Atenção especial deve ser dada às regulamentações locais com relação aos limites de formulação, os quais podem ser impostos.

Nutrientes Inicial Crescimento Final 1 Final 2 Proteína Bruta (%) 20 – 21 20 – 21 19 – 20 18 – 19 Energia Metabolizável (Kcal/Kg) 3010 3150 3200 3150 Gordura (%) 4 – 7 4 – 9 4 – 9 4 – 7 Lisina (%) 1,3 1,1 1,15 1,05 Metionina (%) 0,5 0,5 0,52 0,5 Metionina + Cistina (%) 0,94 0,92 0,86 0,86 Treonina (%) 0,87 0,74 0,84 0,77 Triptofano (%) 0,21 0,21 0,2 0,19 Cálcio (%) 0,95 0,9 0,85 0,85 Fósforo disponível (%) 0,5 0,48 0,44 0,44 Sódio (%) 0,16 – 0,20 0,16 – 0,20 0,16 – 0,20 0,16 – 0,20 Cloro (%) 0,15 – 0,22 0,15 – 0,22 0,15 – 0,22 0,15 – 0,22 Ácido Linoleico (%) 1,25 1,3 1,2 1 Consumo (Kg/1000 aves) 250 1300 1500 –

Período de alimentação (dias) 0 – 10 11 – 24 25 – 42 43 – até o abate

Tabela 3: níveis nutricionais para machos pesados com 3,0 Kg ou mais de peso vivo.

Pontos principais:

* Todos os aminoácidos são totais, e não valores disponíveis. * Uma dieta de retirada deve ser oferecida para acompanhar as necessidades locais para o tempo de retirada de drogas. * As formulações devem atender os requerimentos de aminoácidos dentro da variação de proteína bruta estabelecida. * Uma referência foi dada à seguinte publicação científica no estabelecimento dos níveis relativos de aminoácidos essências. Baker, D.H.; Yan, Y. Ideal amino acid profile for chicks during the first 3 weeks posthaching. Poultry Science, v. 73, p. 1441-1447, 1994. * Os níveis de cloro devem ser controlados para evitar excessos, que podem resultar em discondroblastia tibial. * Atenção especial deve ser dada às regulamentações locais com relação aos limites de formulação, os quais podem ser impostos. * As aves devem ser recriadas utilizando um programa de controle de luminosidade para otimizar a resistência do esqueleto e viabilidade.

Nutrientes Inicial Crescimento Final 1 Final 2 Proteína Bruta (%) 19 – 20 20 – 21 19 – 20 18 – 19 Energia Metabolizável (Kcal/Kg) 3000 3150 3200 3150 Gordura (%) 4 – 7 4 – 9 4 – 9 4 – 7 Lisina (%) 1 1,1 1,15 1,05 Metionina (%) 0,42 0,5 0,52 0,5 Metionina + Cistina (%) 0,72 0,92 0,86 0,86 Treonina (%) 0,67 0,76 0,84 0,77 Triptofano (%) 0,17 0,21 0,2 0,19 Cálcio (%) 0,95 0,9 0,85 0,85 Fósforo disponível (%) 0,5 0,48 0,44 0,44 Sódio (%) 0,16 – 0,20 0,16 – 0,20 0,16 – 0,20 0,16 – 0,20 Cloro (%) 0,15 – 0,22 0,15 – 0,22 0,15 – 0,22 0,15 – 0,22 Ácido Linoleico (%) 1,25 1,3 1,2 1 Consumo (Kg/1000 aves) 750 1300 1500 – Período de alimentação (dias) 0 – 14 15 – 28 19 – 42 43 – até o abate

Tabela 4: níveis nutricionais para programa inicial lento, utilizado sob condições ambientais de estresse.

Pontos principais:

* Todos os aminoácidos são totais, e não valores disponíveis. * Uma dieta de retirada deve ser oferecida para acompanhar as necessidades locais para o tempo de retirada de drogas. * As aves devem ser recriadas utilizando um programa de controle de luminosidade para otimizar a viabilidade. * Um programa inicial lento pode trazer benefícios significativos quando desordens metabólicas, como problemas de pulmão e ascite, forem identificadas. O benefício principal está numa melhor viabilidade, que, combinada com baixa mortalidade, melhorará sensivelmente o rendimento de carne do produto final. Desordens metabólicas tendem a ocorrer em altitudes elevadas ou onde existe uma alta variação diurna de temperatura. Problemas respiratórios crônicos, que prejudicam o funcionamento pulmonar, podem também provocar ascite. Onde desordens metabólicas não são um problema, um programa inicial lento pode levar a uma redução no ganho de peso e a melhora da taxa de conversão alimentar (FCR) e conseqüentemente a melhora de rentabilidade.

Nutrientes Inicial Crescimento Final M F M F M F Proteína Bruta (%) 23 23 21 20 19 18 Energia Metabolizável (Kcal/Kg)

3010 3010 3175 3130 3225 3180

Gordura (%) 4-7 4-7 4-7 4-7 4-7 4-7 Lisina (%) 1,36 1,36 1,3 1,24 1,13 1,07 Metionina (%) 0,53 0,63 0,52 0,5 0,47 0,44 Metionina + Cistina (%) 0,98 0,98 0,94 0,9 0,85 0,8 Treonina (%) 0,91 0,91 0,87 0,83 0,82 0,77 Triptofano (%) 0,23 0,23 0,21 0,2 0,19 0,18 Cálcio (%) 0,95 0,95 0,9 0,9 0,85 0,8 Fósforo disponível (%) 0,5 0,5 0,48 0,46 0,44 0,42 Sódio (%) 0,16-0,20 0,16-0,20 0,16-0,20 0,16-0,20 0,16-0,20 0,16-0,20 Cloro (%) 0,15-0,22 0,15-0,22 0,15-0,22 0,15-0,22 0,15-0,22 0,15-0,22 Ácido Linoleico (%) 1,25 1,25 1,2 1,2 1 1 Consumo (Kg/1000 aves) 250 250 1300 1300 – –

Período de alimentação (dias) 0-10 0-10 11-24 11-26 24-26 até o abate 24-26 até o abate

Tabela 5: engorda separada por sexo - ração para machos e fêmeas.

Pontos principais:

* Todos os aminoácidos são totais, e não valores disponíveis. * Uma dieta de retirada deve ser oferecida para acompanhar as necessidades locais para o tempo de retirada de drogas. * As formulações devem atender os requerimentos de aminoácidos dentro da variação de proteína bruta estabelecida. * Uma referência foi dada à seguinte publicação científica no estabelecimento dos níveis relativos de aminoácidos essências. Baker, D.H.; Yan, Y. Ideal amino acid profile for chicks during the first 3 weeks posthaching. Poultry Science, v. 73, p. 1441-1447, 1994. * Os níveis de cloro devem ser controlados para evitar excessos, que podem resultar em discondroblastia tibial. * Atenção especial deve ser dada às regulamentações locais com relação aos limites de formulação, os quais podem ser impostos.

Se os machos estão sendo criados para um peso final elevado p. ex. > 3,0 Kg, devem ser usadas as especificações nutricionais apresentadas na Tabela 3.

Dependendo das exigências do produto final, vários sistemas de manejo podem ser empregados quando a criação é separada por sexo.

Por exemplo:

Fêmeas abatidas ao peso normal de mercado (1,5 - 2,0 Kg), e os machos, mais eficientes (2,5 Kg), usados para um mercado que exige carcaça de maior peso.

Machos são abatidos primeiro e as fêmeas mantidas mais alguns dias até atingirem o mesmo peso vivo.

A maior vantagem da engorda separada por sexo é melhorar a uniformidade do produto que chega ao abatedouro. Entretanto, deve ser notado que a uniformidade do produto fornecido ao abatedouro é também dependente do padrão de manejo.

Premixes vitamínicos: são misturas de vitaminas em altas concentrações. É importante que sejam armazenadas em locais frescos, secos e escuros, para reduzir o risco de oxidação. É também recomendado que um antioxidante seja incorporado nesses premixes. É importante manter um controle de estoque circulante desses premixes para assegurar que não sejam usados sacos de premix com data vencida.

Vitaminas Inicial Crescimento Final Vitamina A u.i./Kg 15000 12000 12000 Vitamina D3 u.i./Kg 5000 5000 4000 Vitamina E u.i./Kg 50 50 50 Vitamina K mg/Kg 4 3 2 Tiamina (B1) mg/Kg 3 2 2 Riboflavina (B2) mg/Kg 8 6 5 Piridoxina (B6) mg/Kg 5 4 3 Niacina mg/Kg 60 60 35 Vitamina B12 mcg 16 16 11 Ácido pantotênico mg/Kg 18 18 18 Biotina mg/Kg 200 200 50 Colina mg/Kg 400 400 300 Ácido fólico mg/Kg 2 1,75 1,5

Tabela 6: níveis recomendados de suplementação vitamínica adicionados como premix.

Pontos principais:

* A prática de suplementação vitamínica deve levar em consideração eventuais perdas entre a fabricação do premix e da ração. Tempo, temperatura e condições de processamento são os fatores mais importantes. Premixes combinados de minerais e vitaminas são mais susceptíveis a perdas. * Altos níveis de vitamina E podem ser justificados em algumas circunstâncias.

Premixes Minerais:

Mineral (mg/Kg) Inicial Crescimento Final Manganês 100 100 100 Zinco 80 80 60 Ferro 80 80 80 Cobre 8 8 8 Iodo 1 1 1 Molibdênio 1 1 1 Selênio 0,15 0,15 0,1

Tabela 7: níveis recomendados de suplementação de minerais adicionados como premix.

MANEJO NO PRÉ ABATE Objetivos Manejar a fase final do processo de produção, de tal forma que os frangos sejam transferidos ao abatedouro em condições ótimas, assegurando que requisitos do processamento sejam atendidos e que sejam mantidos os padrões de bem-estar animal.

Manejo Para melhorar a qualidade do produto no abatedouro, é essencial que determinadas ações sejam tomadas nas granjas alguns dias antes dos frangos irem para o abate. Quando se faz uso de crescimento modificado através da prática de programas de luz, é necessário que se retorne às 23 horas de luz durante um período de pelo menos uma semana antes do abate. Para evitar resíduos anticoccidiostáticos na carne, uma ração pré-abate ou de retirada deve ser fornecida cerca de cinco dias antes do primeiro abate. O acesso à água deve ser livre, pelo maior tempo possível. Durante o transporte, há grande contaminação bacteriana na carcaça através das fezes eliminadas, sujando penas e pés. Também pode ocorrer a contaminação da carcaça pela perfuração do intestino durante a evisceração. A contaminação por ambos caminhos pode ser limitada se retirada a alimentação nas últimas 8 a 10 horas anteriores ao abate. Se o período de jejum for prolongado, inicia-se a passagem de água dos tecidos musculares para o trato digestivo, aumentando o nível de contaminação e causando acentuada queda no rendimento da carcaça. O período de jejum é diagnosticado com a presença de fezes líquidas durante a espera do abate. Captura Esta é a área de maior estresse para o frango. A operação de captura deve ser cuidadosamente planejada e supervisionada de perto durante todos os estágios. O manuseio dos frangos ou maquinarias (ex: ceifeiras, empilhadeiras, etc.) deve ser limitado a pessoal treinado, a fim de evitar “lutar” com as aves, minimizando arranhões, hematomas, contusões ou outros machucados. Deve-se reduzir a luz do aviário a um mínimo de intensidade que permita a captura segura e cuidadosa. Os melhores resultados são alcançados quando se permite que as aves se acomodem depois que a iluminação for diminuída e quando há o mínimo de perturbação. Para neutralizar os efeitos da ventilação pela abertura das portas e remoção das aves, o uso de toldos é vantajoso e o sistema de ventilação deve ser cuidadosamente ajustado. Os frangos devem ser apanhados pelos pés e canelas, nunca pelas coxas. Para minimizar os prejuízos, danos e lesões causados quando as aves se debatem, é recomendado que elas sejam seguras pelas costas, uma a uma, e gentilmente acondicionadas nos engradados. Nunca apanhe os frangos pelas asas. Os engradados nunca devem ser superlotados para evitar altas temperaturas. O tempo de transporte deve estar dentro do padrão estipulado por legislação. Abate O abate deve ser bem planejado para fornecer carcaças de boa qualidade ao abatedouro. A fim de minimizar prejuízos e reduzir a depreciação da carcaça, atenção especial deve ser dada às seguintes áreas:

� Qualidade, profundidade e condições da cama. � Densidade de alojamento. � Métodos de captura e manuseio do frango. � Transporte e tempo de engradamento. � Intensidade de luz antes do abate.

É importante lembrar que a responsabilidade do criador não termina no momento em que as aves vivas são entregues nos abatedouro, pois a eficiência do abate, sangramento, depenamento, etc., são fatores que dependem do tratamento oferecido nos estágios anteriores. CRIAÇÃO DE GALINHAS CAIPIRAS

Quando quisermos ter algumas galinhas soltas, é necessário que tenhamos um galinheiro, mesmo que seja rústico, para abrigá-las durante a noite ou nos dias chuvosos. Esse galinheiro deve ser fechado com tela de arame e serve, também, para prendermos as galinhas, todos os dias, pelo menos até as 10 ou 11 horas da manhã, para que a maior parte delas bote os ovos dentro dos ninhos ai colocados. Quando isso não é feito, elas fazem seus próprios ninhos no mato, sendo multas vezes, difíceis encontrá-los e, quando o fazemos, os ovos já estão velhos ou estragados, a galinha os está chocando ou já com os pintinhos nascidos.

A coleta dos ovos deve ser feita todos os dias e neles deve ser escrita a data da postura. Quando uma galinha fica choca, devemos preparar um ninho de palha, podendo a galinha chocar de 13 a 15 ovos, dependendo do seu tamanho. A certa distância do ninho deve ser colocada, sempre, água e comida. A eclosão se realiza em 21 dias, nascendo os pintinhos que devem ficar no ninho até que toda a ninhada haja nascido. Após, serão levados junto com a galinha, para um galinheiro seco, de preferência com uma cama de palha, de sabugo de milho ou de maravalha fina, onde são soltos. Sobre uma tábua, folha de jornal ou papel, colocamos um bebedouro e um pouco de quirera de milho ou ração balanceada, para facilitar os pintinhos a ciscarem e a descobrirem a comida. Depois de alguns dias, com o tempo bom, com sol, eles já podem ser soltos.

O problema da galinha caipira é que bota pouco mas, em compensação, os gastos com ela são multo pequenos. Nem sempre, porém, podemos criar galinhas soltas, porque elas podem estragar hortas, jardins e outras plantações, além de sujarem tudo por onde passam. Nesse caso, podemos adotar o método que se segue e já adotado, com todo sucesso, para a produção de ovos e frangos para consumo.

Confinamento Os resultados são bem melhores do que os obtidos com o método anterior. Podemos utilizar instalações simples, práticas e funcionais e de baixo custo. Para atingirmos o nosso objetivo, ou seja, carne e ovo com fartura, devemos ter, normalmente, 20 poedeiras com uma produção média de 14 a 18 ovos por dia que era suficiente para o consumo da família e sobrava multo ovo.

INSTALAÇÕES

As instalações devem conter um pequeno galinheiro de alvenaria, com terreno inclinado, com o piso de cimento 20cm acima solo, situado em local bem seco e protegido por valetas para evitar infiltrações em seu interior. As duas cabeceiras e uma parede lateral deve ser fechada até ao telhado e a outra lateral com a metade de cima de tela de arame.

O telhado pode ser de uma água para maior economia de material e a porta fica em uma das cabeceiras. Na lateral de tela deve haver uma cortina de plástico para proteger o galinheiro, dos ventos, das chuvas e do frio. Sobre o piso uma cama de maravalha fina, mas que poderia ser de sabugo picado de milho ou outro material absorvente. Deve ser protegido dos ventos dominantes na região e com a frente ou parte aberta para o nascente, para que nele penetrasse o sol da manhã.

Essas regras não são rígidas e podemos construir o galinheiro com outros materiais e outras técnicas como telhas de fibrocimento, terra batida; telas em mais de uma parede (desde que haja cortinas para cobri-las quando necessário).

A cobertura pode ser de uma ou de duas águas etc. Seu tamanho depende do abrigar. Pode, como já o mencionamos, ser rústico, econômico, desde que preencha um mínimo de condições e de conforto para as aves. Os quadrados exigem menos material e saem mais baratos. Nas regiões mais quentes, devem ser pintados de branco, por fora, inclusive os telhados, para absorverem menos calor solar e ficarem mais frescos. Podemos adotar um método misto, da seguinte maneira. Compramos lotes de 50 pintos de 1 dia, de raça para postura e os colocamos no galinheiro, sobre a cama, como já mencionamos anteriormente.

Quando as frangas chegaram à época da postura, fazemos uma seleção rigorosa, escolhendo as 20 melhores e colocamos em gaiolas individuais, penduradas em uma das laterais do galinheiro. Os frangos e as frangas não selecionados continuaram no chão, sobre a cama, para serem abatidos quando necessário. Para que eles não ficassem debaixo das gaiolas e se sujassem com as fezes delas caídas, nos as isolamos com uma tela de arame. Dessa maneira, o aproveitamento do galinheiro é bem maior, com grande economia de espaço e de dinheiro. Com a aquisição regular, nas épocas certas, as poedeiras eram descartadas após a primeira postura, dando lugar a novas frangas, o que nos garantirá ovos e frangos durante todo o ano.

Sua capacidade por metro quadrado quando o confinamento é total, é de 20 pintos até 6 semanas, 10 pintos até 12 semanas, 4 ou 5 aves adultas das raças leves ou 3,5 das raças ou tipos pesados, não devendo ser ultrapassados esses limites, para evitar aglomerações, sempre prejudiciais.

A cama é uma camada de 15 a 20cm de espessura, sobre o piso do galinheiro. Pode ser de maravalha fina ou cepilho de madeira (fita de desempenadeira). O pó de serra ou a maravalha grossa não servem. Capim bem seco e picado, sabugo de milho, picado, triturado ou mesmo inteiro, bagaço de cana bem seco e bem picado, palha de arroz, casca de amendoim e areia (principalmente para marrecos) também podem ser usados como cama.

Suas vantagens são: possibilita a criação "no chão" sob ótimas condições; traz economia nos gastos com instalações; reduz o trabalho e a mão-de-obra com serviços de limpeza, pois a cama pode permanecer durante meses, desde que não fique úmida; não dá mau cheiro; evita o aparecimento de moscas; sobre ela podem ser criadas aves de todas as idades, categorias ou produções; as aves podem viver sobre ela durante toda a sua vida sem necessidade de serem transferidas para outras instalações; absorve a umidade das fezes, mantendo o piso sempre seco, diminuindo o risco de doenças como a coccidiose, p.ex.; facilita o fornecimento de água e de ração, porque permite o emprego de bebedouros e comedouros de diversos tipos e o manejo torna-se mais fácil e econômico.

Além disso, depois de usada, serve de alimento para bovinos, suínos, peixes etc. ou pode ser usada como um excelente adubo para lavouras hortas ou pomares. Quando notarmos que a cama está ficando úmida, devido ao acúmulo de fezes, devemos revolvê-la e depois colocamos sobre ela, outra camada nova de 5 a 10cm de espessura e do mesmo material. Essa operação pode ser repetida, sempre que necessário.

As gaiolas mais indicadas são as de arame galvanizado, penduradas ou colocadas em baterias de 1 ou mais andares. Podem ser individuais; para 2 aves (duplas) ou então coletivas, para 20 a 40 cabeças. As gaiolas individuais são as mais indicadas porque facilitam o descarte; aumentam o aproveitamento da ração; concorre para a produção de ovos maiores; reduzem o canibalismo; diminuem a competição social; reduzem o aparecimento de parasitas internos; possibilita maior aproveitamento das instalações, pela substituição das aves mortas ou descartadas etc. . Podem ser instaladas dentro de galinheiros, galpões ou coberturas rústicas, sem ser paredes, sendo a proteção feita por cortinas de plásticos ou cercas vivas próximas, servindo de quebra-vento. São utilizadas para as poedeiras, sendo dispensados os ninhos, pois elas põem sobre os pisos das gaiolas e os ovos rolam para um anteparo, de onde são recolhidos. Essas gaiolas possuem acoplados, os comedouros e bebedouros.

Criação sobre a cama: No galinheiro com cama, devemos colocar os comedouros de preferência circulares e de abas "automático" e os bebedouros de calha com água corrente, em número e tamanho de acordo com as aves existentes e o seu número, pois esses acessórios podem ser especiais para pintos, frangos ou aves adultas.

Aquecimento: Os pintinhos podem ser levados diretamente para o galinheiro e colocados logo sobre a cama, desde que lia campânula ou uma lâmpada de raios infravermelhos para aquece-los e os comedouros e bebedouros já abastecidos. No primeiro dia podemos forrar a cama com folhas de jornal e, sobre ela, espalhar um punhado de ração para que os pintinhos comecem a comer o seu primeiro alimento. No 2º ou 3º dia, o jornal já pode ser retirado e a ração colocada somente nos comedouros. Para que os pintinhos não fiquem longe da fonte de calor, sintam frio e possam até morrer, devemos fazer uma "cerca" papelão ou de madeira em volta e a certa distância da fonte de calor. À medida que os pintinhos vão crescendo e empenando a cerca vai sendo afastada até ser retirada, ficando as livres para andar por todo o galinheiro. As melhores campânulas são as elétricas, mas podem ser a gás, biogás e mesmo a carvão, estas últimas com o perigo de intoxicarem os pintos, se sua chaminé não funcionar direito.

Comedouros: deve proporcionar um espaço linear de 2,5cm para aves até 2 semanas; 4,5cm para as de até 6 semanas: de 7,5cm para as aves de 12 semanas em diante e de 15cm para as poedeiras . São necessários comedouros com espaço suficiente para todas as aves, para evitar a competição pela comida.

Bebedouros: os mais indicados são os tipos "calha", devendo ter 2,5cm lineares por cabeça. Além disso, devem ficar sobre estrados, para que a água respingada ou derramada não caia sobre a cama, formando uma zona úmida, propiciando desenvolvimento de bactérias e parasitas como os da coccidiose.

Poleiros: quando o galinheiro é rústico, mais usado para as aves se abrigarem durante a noite, sendo soltas durante o dia, é aconselhável que coloquemos poleiros para que elas neles se acomodem. São peças de madeira de 5cm x 4cm e de comprimento variável. Suas maiores vantagens são evitar que as aves se aglomerem durante a noite e permitir maior circulação de ar entre elas, o que é muito benéfico, principalmente nos climas quentes e no verão. Devemos, no entanto, seguir algumas regras, entre as quais: colocar todos os poleiros no mesmo nível e no máximo a 60cm de altura do solo; calcular 15 a 18cm lineares de poleiro para cada ave; fixá-los com um espaço de 35 a 40cm entre eles; coloca-los sobre armações de tela de arame ou mesmo ripados, para evitar que as aves, passando debaixo deles, entrem em contacto dreto com as fezes e a umidade, o que lhes é prejudicial.

Ninhos: são simples caixotes com um pouco de palha e colocados dentro dos galinheiros ou abrigos. Podem medir 30cmx30cm. A proporção deve ser de 1 ninho para 4 ou 5 galinhas. Seleção de frangas: para isso, devemos escolher as maiores, mais bem conformadas e as que tenham as canelas, bico e pele bem amarelos, pois isso significa que são precoces e que irão entrar em produção, mais cedo. Quando próximas do início da postura, suas cristas e barbelas ficam de cor vermelho vivo e brilhante, grandes, macias, elásticas e quentes. Um mês depois de iniciada a postura, devemos descartar as frangas que não estiverem botando ou cuja postura for multo baixa. No caso de quesermos galinhas caipiras e, com elas, produzir os pintos e ainda carne e ovos podemos, com 50 galinhas e 2 galos, produzir, em 1 ano, 250 dúzias de ovos, sendo 170 para consumo e 240 frangos, ou seja. 450kg de carne. Para isso, devemos ter um cercado, mesmo que com cercas rústicas, com uma área de 1.300m2. Também a alimentação pode ser obtida no sitio, constando de milho e outros cereais, abóbora, mandioca, restos de hortaliças, etc. (Acarpa/Emater).

Galo de raça pura: quando quisermos fazer uma criação de galinhas "tipo caipira", podemos fazê-lo com galinhas e galos "caipiras", isto é, galinhas comuns, sem raça definida, mas com as vantagens de serem muito resistentes, embora produzindo poucos ovos por ano, mas praticamente "de graça", pois não exigem quase nenhuma despesa, exceto um punhado de milho pela manhã. Para aproveitarmos essas vantagens e a rusticidade da galinha caipira, mas aumentarmos a produção de ovos da criação e uma certa melhoria na qualidade da carne e no tamanho dos frangos, basta substituirmos os galos caipiras por galos de raças puras como, por exemplo, a Rhodes Island red (rodes vermelha) a New-Hampshire, a Plimouth barred (carijó), a Light Sussex e outras, pois os pintos nascidos serão 1/2 sangue da raça empregada como melhoradora, sendo mais resistentes e produtivos seus pais, pois terão o chamado "vigor híbrido", que aparece nos híbridos e mestiços de 1ª geração.

Criação de raças puras: podemos criar, no terreiro, à solta ou em cercados, galinhas e galos puros das raças mencionadas anteriormente. Além de serem rústicas, sua produção de ovos, mesmo das citadas raças, que são mistas para ovos e carne, é bem maior do que a das caipiras, sua postura começa mais cedo e os frangos são maiores, mais precoces e de melhor carne. Além disso o criador poderá vender ovos para incubação, por um preço maior do que o das galinhas comuns, bem como frangas, e galos para quem quiser criar essas raças.. Quando desejarmos somente mais ovos, não nos importando com a produção de frangos, podemos usar as leghorn branca ou leghorn perdiz ou a minorca.

GALINHA D’ANGOLA

SANIDADE

Limpeza e higiene são essenciais para a boa saúde das aves. Por isso, a cada seis meses é necessário fazer uma boa limpeza nos galpões, rastelando toda a área. Além disso, o produtor deve fornecer diariamente água limpa e comida aos animais. Esse tipo de ave é muito resistente às doenças, no entanto, é importante manter a vacinação em dia e consultar sempre um veterinário.

GENERALIDADES

Uma ave que possui custos baixos no mercado, e de fácil manejo e muito interessante. É criada com êxito para o comercio de aves ornamentais. Um casal custa em media R$ 40,00. No entanto, são muito barulhentas e suas instalações devem ser localizadas em áreas distantes de outras criações que exijam silêncio.

No Brasil, a galinha d'Angola tornou se popular e tem sido criada há muito tempo pelo sabor de sua carne, que muitos consideram melhor que a da galinha. Porém, sua criação para fins ornamentais ainda é uma novidade e vem sendo testada e aprovada em algumas propriedades.

Da ordem dos galliformes, esta ave se adaptou muito bem ao clima do país é consideradas ótima no controle biológico devido ao costume de se alimentar de formigas, lagartas, cobras e insetos.

Originaria da África, a galinha d'Angola é dividida em três espécies: a branca, a cinza-azulada e a pintada, muito comum em criações populares destinadas ao corte. Esta espécie não é recomendada para criações ornamentais, pois não possui raça pura e é rejeitada no comércio.

Suas características físicas variam de acordo com a raça. Elas possuem uma parte óssea junto à cabeça, conhecida popularmente como chifres. Algumas apresentam ornamentas de penas alongadas no peito. A espora está presente nos machos adultos. Possuem bicos curtos e fortes, próprios para ciscar

INICIANDO A CRIAÇÃO

A galinha d'Angola é unia ave muito barulhenta, portanto o criador deve escolher um local apropriado para as instalações, onde não haja outras criações que estressam facilmente com barulho. O primeiro passo para criar esta espécie é a escolha das raças a serem exploradas. Se o produtor escolher mais de um tipo de raça, deve separá-las em viveiros diferentes para que não haja cruzamento das espécies, prejudicando assim a qualidade do plantel.

Como a ave gosta muito de viver em grupos e de correr, o viveiro deve ser grande, medindo 5X3 metros, o suficiente para abrigar dez animais, am média. Nele, devem ser feitos um abrigo com telhas de amianto para proteger as galinhas do sol e das chuvas.

Para cercar o viveiro, utilize tela plastificada com, no mínimo, dois metros de altura. Essas telas são necessárias porque, quando se sentem ameaçadas, as aves costumam se lançar contra elas. Portanto, além de evitar que se machuquem, protege contra a ação de predadores. Nas instalações, o chão pode ser de terra, de preferência em locais onde haja minhocas, insetos, grama e até capim para que possam ciscar.

REPRODUÇÃO

Na época de acasalamento, utilize a proporção de um macho para três fêmeas. A galinha tem uma boa postura, que começa aos seis meses de vida e termina com um ano e meio de idade, chegando a botar oitenta ovos por ano. Mas é preciso que haja muita atenção do criador, pois a Angola é péssima chocadeira. Por isso, o sistema extensivo não é recomendável para sua criação porque costumam vingar apenas os ovos que estão em cima do ninho.

Você sabia: a galinha d'angola, chamada cientificamente de Numida melagris galeata, é parente dos faisões. Gosta de viver em grupos e é muito barulhente. Quando se sente ameaçada, apresenta uma característica marcante e diferente de outras aves: prefere correr a voar.

Para que não haja perda, o criador deve recolher os ovos diariamente e utilizar chocadeiras e incubadoras artificiais. O tempo de incubação fira em torno de 28 dias. Ao nascerem, os filhotes devem ser colocados em viveiros de crescimento com temperatura regulada por aquecedor.

ALIMENTAÇÃO

As galinhas d'angola são ótimas para limpar quintais cheios de mato. Seus hábitos alimentares são muitos interessantes e vão desde grãos, gramados e verduras até insetos, formigas e cobras. Após 48 horas de vida, os filhotes devem receber ração para pintinhos, passando para a ração de crescimento ao completarem dois meses de idade. A partir do terceiro mês, já pode ser oferecida a ração de engorda e postura. Além disso, o produtor deve deixar as aves à vontade.

CODORNAS GENERALIDADES ORIGEM DAS CODORNAS

A codorna pertence a ordem das Galináceas, família das Faisánidas, subfamilia dos perdicinae e do gênero Coturnix, existindo grandes quantidades de espécies, as mais conhecida e difundida é a Coturnix Coturnix, conhecida como codorna européia ou selvagem. Com a introdução desta ave no Japão e, através de cruzamentos, surgiu então a subespécie Coturnix Coturnix Japonica, conhecida como codorna japonesa ou doméstica.

O que diferencia a codorna européia da codorna japonesa é o peso quando na fase adulta, sendo a primeira a mais indicada para corte devido ao seu maior peso (170g aproximadamente), enquanto que a codorna japonesa atinge pesos menores na fase adulta (150g), fato compensado por sua alta postura de ovos. Ainda há a codorna americana, chamada de Bob White, esta juntamente com a européia são as codornas mais indicadas para a produção de carne, o que se deve ao seu maior peso.

De maneira geral, as codornas apresentam grande produção de ovos, precocidade sexual, fácil manuseio, carne considerada exótica.

No Brasil as codornas foram introduzidas pelos imigrantes, principalmente os europeus e os japoneses, estes últimos que ainda são os principais responsáveis pela produção nacional.

CARACTERÍSTICAS DAS CODORNAS

A cabeça possui grande mobilidade porque o pescoço, curto, permite uma rotação quase que completa. Os ossos são frágeis. O tronco é redondo e resistente, mal desenvolvido nas fêmeas. Quando adulta, a ave mede de 11 a 13 centímetros de altura. As penas têm tonalidade cinzento-acastanhada e castanho esbranquiçada. Pela coloração das penas peitorais é possível definir o sexo da ave: o macho apresenta coloração relativamente uniforme, e a fêmea é ligeiramente branca, com pintas pretas no peito, esta diferenciação pode ser observada após 14 dias de vida, quando as aves já apresentarem as penas do peito.Outra característica de diferenciação é peso maior das fêmeas em relação aos machos, isso ocorre devido ao elevado peso do aparelho reprodutivo das fêmeas, muito desenvolvido, podendo representar 10% do seu peso vivo. As codornas ainda apresentam as seguintes características:

- Crescimento rápido - em poucas semanas atinge peso adulto. - Precocidade sexual - decorrente de seu rápido crescimento, a codorna atinge a mturidade sexual com

aproximadamente 40 dias de vida, ou seja inicia a fase de postura com idade precoce, o que é vantajoso econômicamente.

- Alta postura – para fins comerciais recomenda – se uma vida útil para as codornas de 1 ano. Dentre

deste período, a produção de ovos pode chegar a valores superiores a 300 ovos/ave, quando bem manejadas e alojadas.

- Alta rusticidade – são consideradas aves de boa resistência a uma grande diversidade de doenças,

porém em caso de criações comerciais, devido ao grande número de animais alojados num mesmo local, a possibilidade de propagação de doenças é muito grande, por isso deve – se realizar adequadamente as medidas profiláticas, que devem conter: vacinações, higienização, fornecimento de alimentos e água de boa procedência.

- Baixo consumo alimentar - visto que um animal adulto consome em média de 23 a 25 gramas de

ração por dia.

INSTALAÇÕES

Cada codorna, macho ou fêmea, deve ser mantida em uma gaiola individual de 20x15cm e 13cm de altura, com piso de tela de arame com malha de 1cm para deixar passar os excrementos. Nas gaiolas das fêmeas, o piso deve ter uma inclinação de 2cm e medir mais 8cm do que o comprimento da gaiola, para servir de coletor de ovos.

Essas gaiolas são construídas formando conjuntos. Uma bateria comum, ocupando um espaço de 1m x 65m aloja 84 codornas. O local em que são mantidas deve ser iluminado durante toda à noite, para que elas se alimentem durante esse período, se desenvolvam melhor e aumentem a produção.

CRIAÇÃO DOMÉSTICA

Um cômodo de 4m x 4m e com boa ventilação é o suficiente para este objetivo, que pode ser iniciada com 6 casais e que, depois de 4 meses, já produz de 100 a 150 codornas, consumo. As instalações constam, portanto, de baterias para os reprodutores e para postura, incubadora, criadeira para os tu e baterias para a engorda.

MANEJO REPRODUTIVO

ACASALAMENTO E POSTURA

Quando atingem 45 dias de idade e já são adultas, são escolhidos os melhores machos e fêmeas para a postura. Os acasalamentos devem ser realizados diariamente. Para isso, levamos o macho à gaiola da fêmea e os deixamos lá, no máximo durante 10 minutos, para evitar que se "esgotem", pois fariam diversos acasalamentos. As baterias devem ficar em quartos ou galpões frescos e bem ventilados, pois um calor excessivo faz baixar a fertilidade dos machos.

INCUBAÇÃO

Podem ser empregados o método natural (sendo muito usadas garnisés) ou o artificial, com incubadoras. Os ovos devem ser frescos (4 a 8 dias), perfeitos, pesar 11g e nem muito redondos nem muito pontudos. Os ovos, após a coleta devem ser guardados com a ponta para baixo, em tabuleiros com areia no fundo e em lugares frescos.

FILHOTES

Logo que nascem e ficam "secos" devem ser colocados em criadeiras com aquecimento de 38 a 39ºC. Essa temperatura deve ser diminuída aos poucos, até as aves atingirem 10 dias de idade, quando não mais precisam de calor artificial. Uma criadeira de 2,50m de comprimento por 1,20m de largura e 0,40cm de altura, comporta 600 codorninhas, mas deve ser dividida em 4 partes iguais, com 150 aves em cada uma. Dessas criadeiras elas devem ser transferidas para galpões ou baterias para reprodutores, ficando prontas para o consumo em mais 30 dias (40 dias de idade). Nessa época são selecionadas as que vão para a reprodução. Podemos empregar, também, gaiolas para engorda, medindo 1m de comprimento por 20cm de largura e 14cm de altura, com capacidade para 15 a 20 codornas, o que, não só facilita o trato como permite alguma economia. Não devemos misturar machos e fêmeas. As gaiolas para reprodutores, devem ter 15cm x 20cm e 13cm de altura.

MANEJO ALIMENTAR

É de grande importância, devendo ser racional e dada de acordo com a idade e produção da ave. Existem rações especiais para codornas, mas podemos fornecer-lhes, também, rações para pintos, frangos ou de postura, desde que as suplementemos com 8% de farinha de carne. A mudança brusca de rações afeta ou mesmo faz com que as codornas suspendam a postura e até entrem em muda.

Essas codornas podem ser empregadas para o repovoamento dos campos, pois em 30 dias começam a voar para fora do cercado e passam a comer o que encontram. Retornam ao estado selvagem, vivendo e se reproduzindo, livres, em liberdade.

Quando atingem 20 dias já podemos distinguir os sexos, as fêmeas têm as pontas das asas pretas e o peito mais claro que os machos, cujas penas são marrom escuro e possuem coleira branca na parte inferior do pescoço. Nessa época devem ser separadas, ficando cada uma em sua gaiola individual.

GANSOS GENERALIDADES

São, das aves de fazenda, a que menos instalações e despesas exigem, bastando-lhes uma cobertura para se abrigarem em dias de chuvas e de ventos muito fortes, além de água para nadar e beber. São criados principalmente para a produção de carne, fígado, penas e penugem, além de servirem como excelentes vigias, chegando a atacar estranhos. São herbívoros, pastando como os bois e bastando dar-lhes um pouco de milho ou restos de comida. Produzem uma boa carne. Engordam com facilidade, desde que sejam presos em cercados limpos e secos, onde faça pouco exercício, ficando gordos e prontos para o abate em 2 a 3 meses.

AS PENAS

Suas penas têm grande aceitação, alcançando bons preços, desde que tiradas a seco e com cuidado. Devem ser arrancadas do animal morto, antes que ele esfrie. Para obtermos as penas, com o animal vivo, fazemos a desplumagem, isto é, o arrancamento das penas, o que não é doloroso como pode parecer, desde que seja feita de maneira correta, na época da muda, quando as penas saem com facilidade, pois iriam cair sozinhas.

MANEJO DA CRIAÇÃO

Os gansinhos destinados ao corte não devem ter água para nadar porque, com os exercícios, engordam menos. Os reprodutores, porém, devem nadar para evitar que engordem muito, o que prejudica a sua fertilidade. Vivem até 10 anos de idade, quase como selvagens, como bois, pastando pelos campos, pois são herbívoros e suas alimentações principais são os vegetais como capins, verduras, ervas etc.

REPRODUTORES

Só devem ser empregadas na reprodução, aves de raças puras, com 1 ano de idade e na proporção de 1 macho para 4 fêmeas. As gansas, em geral, põem 1 ovo a cada 2 dias e sua postura atinge 20 a 60 ovos por ano, conforme a sua raça. Elas mesmas escolhem os lugares para fazer o ninho. Não devemos tirar todos os ovos do ninho, pois a gansa pode abandoná-lo. É preciso deixar, sempre, 1 ovo verdadeiro ou um de louça, chamado de "indês". Os ovos devem ser guardados em lugar fresco.

A Incubação pode ser feita pelas próprias gansas, quando ficam chocas, pois são boas chocadeiras e criadeiras, atacando ate cães, para defender seus filhotes. O período de incubação é ate de 28 a 31 dias, conforme a raça. Quando as gansas ficam chocas, devem ser deixadas no mesmo lugar, bastando que coloque sobre o ninho, uma cobertura para protegê-lo das chuvas e ventos, do sol forte de certos animais.

Cada gansa pode ficar separada, em seu ninho, podendo "cobrir" até 15 ovos para chocar. Podemos usar chocadeiras, mas somente para grande quantidades de ovos.

OS GANSINHOS

Depois de nascidos, devem ficar 24 horas sem comer. São muito sensíveis à umidade, às chuvas, aos ventos, ao frio e ao sol forte. Com 20 dias de idade, no entanto, já podem ser soltos, bastando dar-lhes um punhado de ração. Não lhes deve faltar água para beber e nadar nem sombra para protegê-los do sol forte e do calor. Os destinados ao corte, não devem ter água para nadar.

RAÇAS

As consideradas mais econômicas são a Toulouse, Embdem e o ganso chinês. Como ornamentais destaca-se o ganso do Egito; o gravata ou do Canadá e o frisado. No Brasil, os mais espalhados são os comuns, da mesma cor do Toulouse, porem menores, mais finos e mais elegantes.

Toulouse

É a maior e a mais pesada raça de gansos, atingindo os machos 12 a 14kg e as fêmeas 9 a 10. Sua plumagem é cinza-claro misturada com cinza-escuro. Com boa alimentação, os gansinhos, com 10 semanas, atingem 4kg; com 3 a 6 meses vão a 5 ou 6, chegando os cevados a 15kg. É a mais criada na França, de onde originou.

Há séculos que se conhecem estes gansos, originários de Tolosa (França), célebre pela produção da pasta de fígado ("Paté de foie gras"). São criados com interesse não só no Sul da França, como em muitos países da Europa e da América. É a raça mais conhecida e recomendável para este país.

Descrição

Peso 12 Kg no macho adulto, 9kg na fêmea adulta e no jovem e 7kg na fêmea jovem. Plumagem espessa, cheia e macia, cinzenta, conforme a descrição de cada região e correspondendo a do tipo selvagem. Cabeça grande, curta e larga, de abóbada alta e cinzenta. O bico é curto, forte, alto na base, achatado na ponta, amarelo ou alaranjado-pálido, sem manchas pretas no adulto. Olhos grandes, não muito proeminentes, pardo-escuro ou cor de avelã. Pescoço médio, ligeiramente arqueado, bem vigoroso, azul-cinza-escuro, clareando a medida que se aproxima do dorso. Nos adultos prefere-se que tenha papada na garganta.

Asas grandes e vigorosas, suavemente coladas ao costado, primárias cinzento escuro, secundárias ainda mais escuras, porém com uma bordadura mais estreita de cinza-claro. Cobertas cinza-escuro com uma bordadura muito fina de cinza mais claro. Peito saliente, cheio, largo, baixo e redondo, com quilha comprida, bem colocada, cinza-claro. Costas médias, largas e ligeiramente arqueadas, parte inferior cinza claro, clareando mais no ventre, estendendo-se o branco ao redor da cauda. Costado cinza-claro, passando a cinza-azul-escuro sobre as coxas, com contornos cinza mais claro. O branco se estende às partes inferiores mais baixas. A cauda é curta, aberta, levantada ligeiramente acima da horizontal, de penas duras e tesas, cinzas e branco, com extremidades brancas. Corpo compacto e profundo, relativamente curto, muito volumoso, retangular, nos animais gordos, apresentando papada dupla que quase toca o solo. Coxas e canelas curtas e vigorosas. Dedos direitos, ligados pela membrana interdigital, de cor vermelho-alaranjada forte. Defeitos graves são penas brancas nas primárias ou secundárias, branco em redor do bico nos exemplares novos, a ausência de papada nos adultos e indício de protuberância no bico.

Aptidões e outras qualidades

A finalidade principal da criação dos gansos de Toulouse, embora também utilizados para guarda e ornamentação, é a matança para a produção de carne e aproveitamento do fígado gordo para a pasta. As penas, que são muito abundantes, constituem um subproduto de valor não desprezível.

Submetidos a uma boa alimentação, podem alcançar 4 Kg em 10 semanas e 5 a 6 Kg em 05 a 06 meses, sendo, portanto, muito precoces. Os adultos podem ser cevados e neste caso alcançaram 15 Kg. Essa ceva se faz com facilidade. Então o peso do fígado atinge 2 Kg e a banha 3kg. A carne não é muito fina, não obstante é das melhores da espécie.

É difícil a distinção dos sexos, embora o macho seja maior e mais elegante. As gansas botam um ovo cada dois dias, na primavera, as jovens de 15 a 25 e as mais velhas até 60 ovos. Dispensam água para nadar, embora se acredite ser útil para a reprodução. Chocam tardiamente e a incubação é pouco segura, durando 28-30 dias. A criação dos gansinhos é relativamente fácil.

Tanto na América do Norte, como no Brasil é a raça mais comum, não só por ser a mais adaptada ao regime das fazendas, como apresentar mais aptidão para a ceva. Pasta muito, vivendo em grande parte do consumo das ervas, mas sua permanência prolongada em pastos altos e úmidos lhes é prejudicial.

Embden

Também conhecida por Bremen, é de origem alemã, sendo inteiramente branca, com olhos azuis e suas penas são as preferidas para industrialização. Possuem pescoço comprido e sempre em pé. Os machos chegam a 9 ou 10 e as fêmeas 8 a 9kg. As gansas põem 20 ovos por ano.

Chinês

Também conhecido por ganso da China, é muito bonito e elegante, existindo as variedades brancas, na qual as aves são inteiramente brancas com bico, pernas e pés alaranjados e a parda. Os machos pesam 5 e as fêmeas 4kg.

Africano

É uma linda ave resultante do cruzamento do Toulouse com o chinês. Cinza-claro, tem um pescoço muito comprido, cinza-claro com uma risca quase preta que vai por trás, desde a cabeça até as espáduas.

Seu bico é preto (espécie de chifre grosso e sem ponta), da mesma cor, na raiz, na sua parte de cima. Pernas e dedos são laranja-escuro. O peso dos machos é de 9 e o das fêmeas 8,850. As fêmeas botam 20 a 40 ovos por ano.

Ganso frisado, do Danúbio ou de Sebastopol

É muito apreciado como ave de luxo, por ter toda a plumagem frisada.

Ganso de gravata ou do Canadá

É todo branco com o pescoço e a cabeça pretos. Possui uma faixa branca no pescoço, parecendo uma gravata. Ave de ornamentação ou luxo.

PATOS PATO CRIOULO GENERALIDADES

Temos as variedades branca, preta, azulado ou cinza, e ainda uma de cor vermelha, muito rara. Com os marrecos, dão um produto híbrido estéril, o paturi ou paturoba, multo apreciado por sua boa carne. Levados para a Europa receberam, lá, os nomes de muscovy, muskê, pato turco e pato-da-Barbária.

CARACTERÍSTICAS

Não dão gritos e nem grasnam, apenas resfolegando ou assoprando pelas narinas e emitindo sons inarticulados tão baixos, que eles receberam o nome de "patos mudos". Fossam a lama e poças d'água, comendo tudo o que encontram. São verdadeiros herbívoros. Irrequietos, provocadores e briguentos, atacam aves maiores, pequenos animais e até cães.

Quando estão com raiva, eriçam as penas da cabeça formando um topete, assopram furiosos e, de cabeça baixa, avançam contra o inimigo com golpes de asas, bico e unhas. No estado selvagem, a cor predominante é a preta (verde-negro-besouro) com as penas de vôo brancas.

O bico muito forte termina em uma unha multo resistente e é coberto por carúnculas vermelhas na raiz e que se estendem pela cara e ao redor dos olhos. Tem pernas fortes e dedos armados de fortes e afiadas unhas. Voam, nadam e mergulham muito bem. Os selvagens vivem de plantas e outros vegetais, sementes, insetos, larvas, crustáceos, peixes etc. Ao anoitecer levantam vôo, indo empoleirar-se em altas árvores.

São criados para a produção de carne, uma das melhores entre as de aves. A melhor época para o abate é quando os patinhos estão "cruzando", Isto é, as penas maiores de suas asas se encontram sobre as suas costas. Embora maiores, os ovos de pata são menos procurados do que os de galinha.

APTIDÕES E OUTRAS QUALIDADES

A aptidão do pato crioulo pode ser considerada mista, pois as patas botam quase tanto quanto a marreca de Pequim, porém é, sobretudo usado na produção de carne, utilizando-se animais jovens com menos de um ano.

O cheiro particular ou almíscar que pode ser notado após o sacrifício da ave, desaparece por cocção. Há a crença de que, cortando-se a cabeça e a base óssea da cauda por ocasião da matança, não se percebe o almíscar.

Apresenta sobre os marrecos a vantagem das próprias patas encubarem os ovos - 13 a 15 - o que dura cinco semanas. Os patinhos nascem muito viçosos e espertos, criam-se com facilidade, crescem rapidamente e aos 3 meses estão completamente cobertos de penas, atingindo os machos 3,5 Kg e as fêmeas 2. Nessa ocasião distinguem-se os machos por pequenas verrugas na base do bico. Com 15 semanas, atingem o peso da fêmea adulta.

A postura é intensa na primavera e no verão. Os ovos são grandes branco-esverdeados ou cor de pérola e gozam de reputação de serem muito nutritivos.

É menos exigente que o marreco em relação à água, contentando-se com a de beber. Havendo tanque, não permanecem muito tempo na água. Ao contrário do marreco, que tem as asas atrofiadas, o pato voa, porém, não faltando comida e água, não se afasta do local da criação, sendo provavelmente das aves domésticas a mais sossegadas e menos andeja.

Outra qualidade, que em certos casos pode constituir vantagem, é que não faz barulho característico de outras espécies de palmípedes. Na estação de reprodução é muito ardoroso, chegando a perseguir as aves de outras espécies na falta de uma companheira.

REPRODUÇÃO

Muito fácil e barata. Embora aves aquáticas, podem ser criados até sem água para nadar. Muito resistentes, quase não adoecem e comem de tudo. As próprias patas fazem o ninho e criam os filhotes, não dando nenhum trabalho. Elas começam a botar entre 5 e 7 meses, fazendo 4 a 5 posturas anuais, de 15 a 25 ovos cada uma e com a média de 80 ovos por ano, quando não chocam e criam as ninhadas.

INCUBAÇÃO

Ocorre em 30 dias. As patas são ótimas chocadeiras. O melhor é "deitar" várias patas no mesmo mos lotes maiores de patinhos e para que se possa transferir alguns, para outras patas, liberando várias delas para reiniciar a postura.

Para a incubação é necessário que fiquem "chocas", o que é fácil verificar, pois soltam gritos típicos, enchem o ninho com penas e dele não saem, exceto para comer e nadar, o que é importante, porque precisem se molhar para umedecer os ovos, pois eles necessitam de umidade durante esse período.

Podemos usar, também, peruas e galinhas para incubar os ovos de pata. A incubação artificial dá ótimos resultados, mas só se empregada para grandes quantidades de ovos.

O patinho da variedade branca nasce completamente amarelo; o da preta, todo preto; o da malhada, preto e amarelo e o da vermelha, cor de chocolate. Muito resistentes, comem de tudo e podem ir para a água aos 2 dias de idade. Devem ser criados em terrenos secos, pois seu maior inimigo é a umidade.

As penugens de sua cauda são compridas e devem ser aparadas quando eles são criados soltos, para evitar que se encharquem ou fiquem cheias de lama. Os nascidos em incubadoras podem ser criados sem calor artificial, desde que o tempo não esteja frio. Seu crescimento é muito rápido, estando para o abate aos 2 meses de idade. Usar a mesma ração para pintos. Os adultos engordam com muita facilidade, com a barriga quase arrastando no chão.

O melhor é separar os reprodutores em um cercado com um pequeno tanque de água, comedouros para as patas fazerem seus ninhos. Estes podem ser de caixote medindo 45cm x 30cm ou, então, de tijolos apoiados no chão. Quando externos, os ninhos devem ter uma cobertura. Em 10m2 pode-se colocar 1 patão e 6 patas.

ALIMENTAÇÃO

Reprodutores: a mesma ração das galinhas e muito verde. Quando soltos, encontram grande parte de seus alimentos, comendo de tudo. Pode fornecer também, fubá, milho, fareladas, batatas cozidas, restos de cozinhas, etc. Os machos atingem 4,5kg e as fêmeas 3,2kg.

PATO MANDARIM SANIDADE

As aves estão sujeitas a vários tipos de doenças. Por isso, é importante que, além dos cuidados com limpeza, o criador organize um programa de vacinação das aves, consultando sempre um profissional da área para fornecer todas as instruções necessárias. Procure desinfetar os equipamentos utilizados nas instalações e coloque tapetes de espuma molhados com desinfetante na entrada de cada viveiro para a desinfecção dos calçados. Tomando estas simples medidas, dificilmente o criador encontrará problemas de saúde nos animais.

GENERALIDADES Uma das espécies mais bonitas dos palmípedes e muito solicitadas por criadores de aves ornamentais. Originário da China, o pato-mandarim é envolvido por uma linda historia de amor e ficou conhecido como símbolo de fidelidade em todo o mundo.

Eles são monogâmicos, ou seja, são aves tão fieis que mesmo ao colocar um macho com mil fêmeas, eles irão escolher apenas uma, que também deve aceita-los. O casal ficará junto até que um deles morra. Só assim a ave que sobreviveu irá procurar outro par.

Durante muito tempo eles foram escolhidos como símbolo de fidelidade na China. Quando um rapaz ia pedir a mão de uma moça em casamento ele presenteava o sogro com um casal de pato-mandarim. Esta pratica era vista com muita seriedade, significando respeito e fidelidade eterna.

O mandarim é um pequeno pato da ordem dos anseriformes e da família dos anatídeos, conhecidos cientificamente como Aix galericulata. Seu bico é coberto por uma pele fina e mole, rodeado por pequenas serrinhas que sevem de peneira para os alimentos. Elas fazem com que a água escorra e a comida fique presa na boca. Em algumas aves, essas serrinhas são tão duras que chegam a cortar alimentos, servindo até de dentes.

Como todos os palmípedes, eles gostam muito de água. Três de seus dedos são ligado pela membrana natatória e apenas um é livre, o que os ajudam a nadar perfeitamente.

Acostumados a dormir em cima d'água, esse tipo de ave possui as penas do corpo impermeáveis. Nunca ficam molhadas porque sua penugem forma uma espécie de couraça e no começo de sua cauda possuem um óleo que guardam em uma glândula. Por isso, sua resistência à água é ainda maior que a de outras aves em geral.

Em uma criação de mandarim não existem muitos segredos e não requerem cuidados especiais. Desde que seja respeitado o espaço mínimo solicitado para cada ave e o par de suas preferência, com instalações limpas e higienizadas, o produtor terá um belo plantel que certamente trará satisfação e rentabilidade. "O mandarim é uma das aves mais apreciadas e vendidas em criações destinadas ao ornamento".

INICIANDO A CRIAÇÃO

Adquira casais de mandarim de produtores confiáveis e certifique-se de que as aves estejam com o par escolhido por elas mesmas. As instalações para cada casal devem ter o tamanho de 2 metros, de largura e 5 metros de comprimento, no mínimo. Para que eles não escapem com facilidade, as paredes laterais devem possuir altura de um metro e meio. Uma medida indispensável a ser tomada pelo produtor será a de construir pequenos lagos dentro de cada instalações, pois o mandarim não vive sem água. Não deixe de preparar um ninho no canto do abrigo para que as fêmeas possam fazer sua postura com tranqüilidade.

Por se tratar de aves monogâmicas e muito fiéis, o criador deve ficar muito atento, porque se um casal de mandarim for colocado dentro de uma instalação sem que tenha escolhido devidamente seu par, eles certamente fugirão para encontrar o par de suas escolha. Portanto, o mais aconselhável é deixar um funcionário apto no local da criação para facilitar que as aves selecionem seus pares e se reproduzam com mais facilidades.

ALIMENTAÇÃO

Em seu ambiente natural, o mandarim costuma comer plantas aquáticas, crustáceos, insetos, vermes e peixes. Porém, em regime de confinamento, o ideal é alimenta-los com ração para pintinhos ao nascerem, passando para a ração de manutenção e postura conforme o tempo de vida. O criador poderá ainda reforçar a alimentação fornecendo folhas verdes picadas e umedecer a ração com vitaminas.

Origem: o pato-mandarim é originário da Ásia Oriental e chega a medir 50 centímetros de comprimento. Em suas asas, o macho possui penas secundarias muito desenvolvidas que ficam em pé e se estendem para trás como duas bandeiras alaranjadas. Nos rituais de exibição e cortejo às fêmeas, ele mexe nestas penas com o bico.

PERU GENERALIDADES

Embora muitos não o saibam, se proporcionarmos aos perus, boas condições de higiene, boa alimentação e um bom manejo, sua criação é tão fácil quanto à de galinhas. Até aos 3 meses são tão delicados quanto os pintinhos mas, passada essa idade, torna-se uma das mais resistentes aves domésticas, podendo ser soltos pelos campos, embora devam ser recolhidos a um abrigo, durante a noite. São criados para a produção de carne, pois seus ovos são mais usados para a incubação. São aproveitados, ainda, todas as suas penas e detritos, além dos 50kg de ótimo esterco que produzem por ano.

MANEJO GERAL

Não devem ser criados junto com outras aves. Só devemos colocar em reprodução aves sadias e de boa procedência, para obtermos aves precoces, resistentes e de maior rendimento. Em pequenas áreas, os perus devem ser criados no chão, mas em galpão, com "cama" de maravalha fina, sabugo moído ou outro material absorvente. As instalações podem ser simples, mas higiênicas. O "verde" (capins, verduras, confrei etc.) não devem faltar para eles.

Para começar a criação, podemos adquirir ovos, peruzinhos de 1 dia, ou aves, dependendo das circunstancias. Cremos que o melhor seja pela aquisição de peruzinhos de 1 dia, já selecionados por especialistas, pois requer menos instalações e menores gastos Iniciais, inclusive na aquisição das aves. O ideal é adquirir os peruzinhos de 6 a 8 meses antes de uma data especial como o natal pois, assim, teremos perus para as festas, reservaremos os destinados à reprodução e ainda poderemos vender os excedentes.

ALIMENTAÇÃO

A mais Indicada é com as rações balanceadas e o verde embora, nas criações caseiras, possam ser aproveitados outros alimentos, inclusive os restos de comida (para a engorda).

POSTURA

É em geral, de 30 a 50 ovos no primeiro ano, chegando a 100 ou 180 nas peruas melhores e precoces, decrescendo em 30% no segundo ano. Os ovos devem ser recolhidos todos os dias, datados, marcados com o número da perua e guardados em locais frescos até serem postos a incubar. Um fator que influi muito na postura é o choco. Para fazer com que as peruas "percam o choco", basta prendê-las em uma gaiola com água e comida, longe do ninho e em poucos dias o choco desaparecerá. Quando a incubação vai ser natural, devemos evitar que mais de uma perua ponha ovos no mesmo ninho.

ENGORDA

Para que os perus engordem, atingindo maiores pesos, basta prendê-los em pequenos cercados (quando não estão em galpões) e submetê-los a uma alimentação especial, quando atingem 4 a 5 meses de idade, reduzindo o verde e dando ração balanceada para engorda. Podemos dar-lhes, também, milho, outros grãos, raízes de mandioca mansa ou aipim, picados em fatias e cruas, de preferência um dia após serem arrancadas ou outros alimentos como batatas cozidas, farelo de trigo, cevada, aveia, leite desnatado, restos de comida, etc. A engorda dura de 20 a 60 dias. Quando aparecer canibalismo, aumentar o verde e o teor de temas da ração. Os perus comem, em média, desde o nascimento até o abate (28 semanas), 35kg de ração. A ceva rápida é usada em geral, para as raças pequenas, como a Beltsvlle. Os perus desta raça podem ser abatidos com 12 semanas, dando um peso vivo de 2,750 a 3,750kg. As idades para o abate são 26 semanas para fêmeas e machos, antes que nasçam as penas que vão prejudicar a carcaça.

INSTALAÇÕES

ADULTOS

Podem ser mantidos confinados ou então soltos em cercados, para que possam receber maior assistência e controle. Como são muito resistentes, basta que lhes sejam fornecidos abrigos para passarem a noite e se protegerem das chuvas, dos ventos, do frio e do sol muito forte. Devem ter sempre ração à sua disposição. Comem, em média, 200 a 300g por dia. Nos abrigos ou galpões podemos colocar poleiros, todos à mesma altura, medindo 5cm de grossura e 10 de largura, separados 60 a 80cm uns dos outros e abrigando 2 a 3 perus por metro linear. Manter luz acesa nos abrigos ou galpões é uma boa medida porque, embora comam mais, os perus crescem e se desenvolvem mais rapidamente.

Devemos fornecer-lhes pedriscos ou areia, para maior aproveitamento dos alimentos e melhoria das suas condições de saúde, porque concorrem para melhor trituração e assimilação dos alimentos. Os terrenos devem ser grandes, secos, gramados e com divisões para permitir á rotação das pastagens. Nos primeiros dias, os comedouros e bebedouros devem ficar próximos aos abrigos, sendo afastados gradualmente, para obrigarem as aves a se espalharem, fazendo exercícios. Não aconselhamos a colocação de perus adultos em gaiolas, porque podem aparecer inchações nas patas, prejudicando as aves. O melhor é ficarem sobre cama.

MANEJO REPRODUTIVO

INCUBAÇÃO

Pode ser natural, feita pelas próprias peruas, que incubam de 15 a 25 ovos de cada vez, são boas chocadeiras e, às vezes, não abandonam o ninho nem para comer. Neste caso, devemos retirá-las do ninho para forçá-las a se alimentarem, Os ninhos podem ser feitos de simples caixotes de madeira medindo 40cm x 50cm e com uma camada de palha ou capim seco, no fundo. Podemos usar, também, a incubação artificial, com o emprego de chocadeiras, sendo mais indicada para as grandes criações, embora existam incubadoras para poucos ovos. A temperatura deve ser de 38,5ºC, aumentando até 39,5ºC no final da incubação. Os ovos devem ser virados 2 a 3 vezes ao dia, examinados no 9º dia (é observada a "aranha" ou "anel de sangue") e no 23º dia. A incubação dura 28 dias. Os ovos devem ter no máximo 10 dias após a postura, mais de 70g e serem de aves precoces e sadias. Os de peruas muito novas são pequenos e, em geral, não são férteis.

OS PERUZINHOS

Quando saem dos ninhos ou das incubadouras, os peruzinhos devem ser colocados em criadeiras ou baterias, com piso de tela ou ripa de madeira ou mesmo sobre uma cama adequada e com uma fonte de calor (lâmpada de raios infravermelhos), aí permanecendo até 9 a 10 semanas, pois posteriormente são levados para parques gramados ou então para galpões com cama. Nessa época devem ser vacinados contra a bouba.

Um metro quadrado comporta 10 peruzinhos. Sua alimentação deve ser com ração balanceada "inicial", com 26% de proteínas, até 30 dias de idade, passando para a de crescimento com 18 a 20% mas, na falta desta, podem receber a de adultos. O "verde", não deve faltar nunca. Quando soltos nos campos, "pastam" como bois, economizando 20 a 25% de ração.

Nas pequenas criações e nos primeiros dias, podem receber quirera de milho, ovos cozidos picados, verduras picadas, pão com leite e aveia. Até aos 3 meses devem ser bem protegidos do sol, das chuvas, dos ventos e da umidade, pois é nessa idade que passam pela "crise do vermelho", facilmente superável pelas aves sadias e bem alimentadas. Torna-se, depois, uma das aves mais resistentes. Podem ser mantidos em galpões até serem vendidos para o corte ou abatidos. Não é aconselhável aglomeração ou a permanência de perus em terrenos muito pisados, dos quais não possam ser mudados pelo menos todas as semanas.

REPRODUTORES

A proporção deve ser de 1 macho para 8 a 10 fêmeas. É preferível que cada macho com suas fêmeas seja separado dos demais, para evitar as brigas. Os machos devem ser escolhidos de acordo com o tamanho das fêmeas. Para machos de 14 ou 15kg, devemos escolher fêmeas de mais ou menos 8kg. Os machos devem ser sadios, vigorosos, de bom tipo ou padrão da sua raça e de preferência de 9 a 10 meses de idade. As pernas devem ser sadias, fortes, dentro do padrão da raça, com 8 meses e devem ser retiradas da reprodução, com 3 anos de idade. A inseminação artificial é empregada como rotina e com sucesso, nas grandes criações.

RAÇAS

CARACTERÍSTICAS

Entre elas, destacamos as mais bem adaptadas e rendosas, que são a Broad-Breasted-Bronze, o holandês branco e a mamouth bronzeada. A primeira produz mais carne enquanto a segunda possui carne mais tenra e delicada. Existem ainda, o bronzeado-de-peito-largo e os perus das raças pequenas como a Beltsville branca, quase do tamanho de uma galinha para atingir a faixa dos consumidores que desejam animais menores, de acordo com o seu poder aquisitivo.

Peru Mamouth Bronzeado

É norte americano, resultado do cruzamento do Peru selvagem com o Preto de Norfolk, seguido de intensivo trabalho de seleção que o tornaram a raça de maior reputação pela precocidade, peso para qualquer idade, vigor e excelente carcaça. O último estágio de melhoramento foi conseguido com a criação da variedade "Broad Breast", hoje preferida, pelo seu peito muito largo e musculado, membros curtos e coxas muito cheias.

Apresenta apenas dois defeitos. Um deles é a cor, pois suas penas podem deixar canudos escuros na carcaça, depreciando-a. Isto foi contornado, com a criação da variedade de Mamouth Branca, de Peito Largo. O outro é o peso excessivo dos machos como reprodutores que concorre para diminuir sua fertilidade. Para obviar este inconveniente os produtores de perus para abate, fazem cruzamento com outras raças mais leves, usando peruas Mamute e machos Bronzeado, Burbom, Holandês, etc.

Descrição

Peso: 16 Kg no adulto, 15kg com 1kg ano, 11kg no jovem, 9kg na perua e 7kg no jovem de 24 semanas.

Cabeça de tamanho médio, profunda e larga, carunculada (com um processo tubular retrátil branco azulado, mudando em vermelho, chamado monco ou crista, na base do bico).

Bico vigoroso, curvo, longo, de cor córnea na base e mais clara na ponta. Olhos ovais proeminentes, castanhos. Barbeia muito carunculada branco-azulada, mudando para vermelho.

Pescoço moderadamente longo, ereto, graciosamente curvo para trás, confundindo-se com o dorso, de cor brônzeo cúprea brilhante. Escova preta, comprida, cerdosa, proeminente nos machos adultos e dispensável nas fêmeas.

Asas grandes, poderosas, mantidas bem altas, com penas largas e sobrepostas, com frente e arcos brônzeo cúpreos, brilhantes, terminando em estreita faixa preta, com as coberteiras brônzeo cúpreo vivo, for-mando uma faixa bronzeada larga e formosa, quando a asa está fechada.

As penas terminam em faixa negra, formando uma cinta lustrosa que as separa das secundárias. As primárias são cruzadas por barras brancas e negras, paralelas, alternadas. As cobertas primárias possuem barras semelhantes. As secundárias são de cor negro-mate, cruzadas por barras paralelas negras e brancas, tomando as barras um tom bronzeado rico, nas secundárias de cima, mais curtas, onde é menos visível a barra branca, não devendo apresentar bordo pardo.

Dorso longo, inclinando-se do pescoço à cauda numa curva convexa, a brônzeo cúpreo desde o pescoço até a metade do corpo, terminando cada pena por uma faixa estreita que se estende até a ponta. Preta da metade do dorso até as cobertas da cauda, tendo cada pena uma barra bronzeada brilhante, estendendo-se até a extremidade.

Cauda um pouco grande, de penas largas, mantidas baixas em curva harmoniosa em continuação ao dorso. Cobertas largas e abundantes, a estendendo-se bem dentro da cauda. Retrizes e cobertas de cor negro-mate, cada pena marcada por linhas paralelas, assim como uma baixa brônzeo cúprea larga, que se estende através da pena, terminando numa grande bordadura de branco puro. As cores devem ser bem definidas.

Peito largo, profundo, cheio, empinado para a frente, arredondado, com quilha longa, pouco convexa, cheia de carne em toda a extensão, brônzeo cúpreo brilhante na parte exposta, preto por dentro. As penas da parte inferior desta região terminam por uma faixa negra estreita, que se estende até a ponta.

Corpo compacto, largo e profundo, com penugem moderadamente curta, negro, cada pluma com uma faixa bronzeada, que atravessa a ponta, terminando com estreito bordo branco puro. Penugem negro-baço.

Coxas bem separadas, direitas, bem cobertas de carne até a articulação (tíbio-társica), revestida de penas negro-mate com bordos branco-acinzentados. Tarsos (canelas) fortes, mais ou menos curtos, negro mate nos jovens, virando para o vermelho-estumacado na maturidade. Dedos direitos, fortes, bem separados, da cor do tarso. Os machos têm a escova e o monco mais desenvolvidos e mais brilho vermelho irisado na plumagem.

A plumagem da fêmea é semelhante à descrita, salvo a presença de urna branca nas penas do pescoço, dorso, arco das asas, coberta das asas, peito e corpo, orla essa que deve ser estreita na frente e alargar-se aos poucos para a parte terminal.

Defeitos - Penas brancas em qualquer parte da plumagem, asas com uma ou mais primárias de cor preta, clara ou cinza. Ausência de lista branca ou cinza numa extensão superior à metade das primárias. Cor do dorso, cauda e cobertas da cauda negro-claro, creme ou cinza. Barras brancas, cinzas, visíveis nas timoneiras, além das timoneiras outras cores, salvo numa lista grande final. Cauda torcida. Quilha e membros francamente tortos. Peso de 3 Kg abaixo do estabelecido.

Aptidões e outras qualidades

É a maior raça de peru, a mais conhecida e disseminada. Robusta sabe cavar a vida a campo. As peruas são boas poedeiras e excelentes mães. Os filhotes são fortes e crescem depressa, atingindo a maturidade aos 2 anos. São mais rústicos que os das outras raças, necessitando porém bastante espaço para pastarem. Não obstante, com muito cuidado e técnica cria-se em reclusão completa. As diferenças do Broad-Breast branco são exclusivamente devidas à cor. Talvez sejam um pouco menos rústicos, mas compensa criá-los porque são preferidos pelos abatedouros.

Outras raças de perus

Além do Mamouth Bronzeado, conhecido ainda por "Broad-breasted" existem ainda outras raças que foram introduzidas no Brasil com maior ou menor aceitação, particularmente as raças Brancas: Mamouth (Broad Breast), White Holland (média), Beltsville Small (pequena). Estas raças são mais apreciadas pelos abatedouros e supermercados porque não deixam canudos escuros na pele da carcaça. As principais diferenças com as raças descritas se referem à cor da plumagem e tamanho das aves. A conformação é a mesma.

Os a pesos médios devem ser os seguintes, expressos em quilos:

I - Reprodutor jovem; II- Peru com 24 semanas; III - Reprodutora jovem; IV - Perua com 24 semanas

• Mamouth Bronzeado: 14,5 - 11,0 - 8,2 - 6,8 • Bronzeado: 11,5 - 9,0 - 7,2 - 6,0 • White Holland: 11,5 - 8,5 - 6,8 - 5,5 • Preto, Ardozia, Borbão vermelho e Narragansett: 10,5 - 8,0 - 6,4 - 5,0 • Beltsville, small: 9,5 - 7,2 - 5,2 - 5,0

Descrição

Entre um e outro rebanho de uma raça podem-se notar pequenas diferenças de conformação, porém em todas as que citamos o criador procura obter uniformidade de conformação, cor da plumagem, corpo largo e profundo, quilha longa, paralela ao dorso e canelas curtas.

O peito deve ser bastante largo e bem musculado e os membros bem aprumados, permitindo um andamento fácil. As raças menores que a Mamouth são mais férteis, mas em compensação apresentam postura mais baixa.

Peru Borbão Vermelho ou Canela

Peso: adulto 13,5 Kg no macho e 13,5 Kg na fêmea; perus novos 9 Kg peruas, 5,5 Kg.

Plumagem: pescoço, parte anterior das asas, dorso, peito, ventre e coxas de cor de canela escuras. As penas remiges e caudais são brancas. As peruas têm a mesma cor, exceto que as penas do peito, ventre e coxas terminam numa estreita faixa branca (barra).

O bico é cor de chifre e as pernas e dedos têm uma coloração rósea. É defeito grave o branco ocupar mais de 1/4 das penas grandes das asas ou cauda.

Peru Holandês Branco ou White Holland

Peso: adulto 12,5 Kg; peru de ano 10,5 Kg, peru novo 9 Kg e perua, 8 Kg quando adulta e 6 Kg quando nova.

Plumagem inteiramente branca, exceto a escova, no peito que é preta. Qualquer pena de outra cor desqualifica.

Atenção: Em todas as raças são defeitos graves falta de peso, quilha, cauda, dorso, pernas e dedos tortos. Coloração das pernas diferente daquela estabelecida para a raça.

Aptidões e outras qualidades

Como o peso vivo mais econômico para o mercado é atingido aos 6 - 7 meses, quando os machos atingem 7-8 Kg e as fêmeas 6 Kg, dando um rendimento de 75%, a proporção de perus grandes, tipo "banquete" nos Supermercados é relativamente pequena.

Os cruzamentos de peruas de raça mais pesada, (de maior postura), com machos de tamanho médio são comuns nas explorações comerciais, visando obter maior a número de pintos, de desenvolvimento praticamente tão bom como os de raça Mamouth pura. Embora os perus sejam sujeitos a mais doenças que a galinha (vg. enterohepatite) ou ser mais sensível a algumas (bouba), eles podem ser criados com a mesma facilidade se as técnicas recomendadas forem obedecidas.