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Jaime Luciano Klein AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DA COLAGEM DE DISPOSITIVO METÁLICO (BRAQUETE) À SUPERFÍCIE DE COROAS TEMPORÁRIAS DE RESINA ACRÍLICA AUTOPOLIMERIZÁVEL Taubaté-SP 2006

AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DA COLAGEM DE ...livros01.livrosgratis.com.br/cp001510.pdf · Ao supervisor do laboratório de Engenharia Mecânica do Departamento de

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Jaime Luciano Klein

AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA AO

CISALHAMENTO DA COLAGEM DE

DISPOSITIVO METÁLICO (BRAQUETE) À

SUPERFÍCIE DE COROAS TEMPORÁRIAS DE

RESINA ACRÍLICA AUTOPOLIMERIZÁVEL

Taubaté-SP

2006

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Jaime Luciano Klein

AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA AO

CISALHAMENTO DA COLAGEM DE

DISPOSITIVO METÁLICO (BRAQUETE) À

SUPERFÍCIE DE COROAS TEMPORÁRIAS DE

RESINA ACRÍLICA AUTOPOLIMERIZÁVEL

Dissertação apresentada para obtenção do

título de Mestre em Odontologia pelo

Programa de Pós-graduação em Odontologia,

do Departamento de Odontologia da

Universidade de Taubaté.

Subárea: Prótese Dentária

Orientador: Prof. Dr. Sylvio Simões

Taubaté-SP

2006

Klein, Jaime Luciano Avaliação da resistência ao cisalhamento da colagem de dispositivo metálico (braquete) à superfície de coroas temporárias de resina acrílica autopolimerizável / Jaime luciano Klein. – Taubaté : UNITAU, 2006.

43f. : il.

Orientador: Sylvio Simões Dissertação (Mestrado) – Universidade de Taubaté, Departamento de Odontologia, 2006.

1.Coroas dentais provisórias 2. Resina acrílica 3. Adesivos 4. Colagem 5. Braquete 6. Prótese Dentária - Dissertação.

I. Universidade de Taubaté. Departamento de Odontologia. II. Título.

JAIME LUCIANO KLEIN

AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DA COLAGEM DE

DISPOSITIVO METÁLICO À SUPERFÍCIE DE COROAS TEMPORÁRIAS DE

RESINA ACRÍLICA

UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ, TAUBATÉ, SP

Data: ________________________________

Resultado:_____________________________________________________

COMISSÃO JULGADORA

Prof. Dr._____________________________Instituição__________________

Assinatura:_____________________________________________________

Prof. Dr. _____________________________Instituição_________________

Assinatura:_____________________________________________________

Prof. Dr. _____________________________Instituição_________________

Assinatura:_____________________________________________________

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Não existe ocupação tão agradável como o saber; o saber é o meio de nos dar a

conhecer, ainda neste mundo, o infinito da matéria, a imensa grandeza da Natureza, os

céus, as terras e os mares. O saber ensinou-nos a piedade, a moderação, a grandeza do

coração; tira-nos as nossas almas das trevas e mostra-nos todas as coisas, o alto e o

baixo, o primeiro, o último e tudo aquilo que se encontra no meio; o saber dá-nos os

meios de viver bem e felizmente; ensina-nos a passar as nossas vidas sem

descontentamento e sem vexames.

Marcus Cícero, Disputas Tusculanas

4

À minha esposa Bethanya, colega mestranda,

pelo companheirismo, compreensão e por

conseguir, no caos, ainda encontrar um

tempo para o romance.

5

Agradecimentos

À Pró-reitoria de Pesquisa e Pós Graduação da Universidade de Taubaté, pela

organização do curso de mestrado.

À UNIRG - Universidade Regional de Gurupi, por meio da qual foi possível a

realização deste empreendimento.

Ao meu orientador, Prof. Dr. Sylvio Simões, pelas orientações recebidas e pela sua

interferência, sempre sábia, precisa e pontual.

Ao supervisor do laboratório de Engenharia Mecânica do Departamento de Engenharia

Mecânica da Universidade de Taubaté, Luiz Flávio Martins Pereira, e equipe pelos seus

serviços prestados, na realização dos ensaios mecânicos.

Aos professores do programa de Mestrado da Universidade de Taubaté.

A todos os colegas mestrandos, agora amigos, que, pelo companheirismo, tornaram

menos árdua esta tarefa.

6

KLEIN, J. L. Avaliação da resistência ao cisalhamento da colagem de dispositivo

metálico (braquete) à superfície de coroas temporárias de resina acrílica

autopolimerizável. 2006. 43f. Dissertação (Mestrado em Odontologia) – Departamento

de Odontologia, Universidade de Taubaté, Taubaté.

Resumo

Este estudo teve por objetivo avaliar, em laboratório, a capacidade de adesão de um

dispositivo metálico colado sobre resina acrílica autopolimerizável, simulando coroas

protéticas temporárias, com superfícies diferentemente preparadas, utilizando como

material de colagem a mesma resina acrílica (DENCÔR – Clássico Artigos

Odontológicos Ltda.). Foram confeccionados quarenta corpos-de-prova, cada um deles

constituído de um cilindro de resina e um braquete colado sobre ele e divididos em

quatro Grupos: no Grupo I, o dispositivo metálico foi colado sobre a superfície lisa dos

cilindros de resina; no Grupo II, o dispositivo metálico foi colado sobre a superfície

tornada rugosa através de lixas; no Grupo III, as superfícies dos cilindros de resina

continham uma cavidade para retenção mecânica da resina acrílica; no Grupo IV, as

superfícies lisas dos cilindros de resina receberam o adicional de um adesivo específico

COMPOSIV (Ivoclar), nelas pincelado. Os corpos-de-prova foram armazenados em

água destilada e deionizada a temperatura ambiente durante 24h. Em seguida a colagem

foi submetida ao teste de cisalhamento, na máquina universal de Ensaios, VERSAT

2000 (Pantec-Panambra) à velocidade de ensaio de 1mm/min, sendo utilizada célula de

carga de 50Kgf. Os resultados da análise estatística, em um nível de significância de

5%, mostraram que não foram significantes as diferenças entre os grupos, sendo que a

resina acrílica testada apresentou força de adesão adequada para uso clínico, com valor

médio, das forças obtidas para descolagem, igual a 9,29MPa.

Palavras-chave: coroas dentais provisórias, resina acrílica, adesivos, colagem,

braquete.

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KLEIN, J. L. Shear strength evaluation of the bonding of a metallic device

(bracket) to the surface of temporary self-curing acrylic resin crowns. 2006. 43f.

Dissertação (Mestrado em Odontologia) – Departamento de Odontologia, Universidade

de Taubaté. Taubaté.

Abstract

This study evaluates, in laboratory, the capacity of adhesion of a metallic device,

adhered on self-curing acrylic resin surfaces simulating temporary prosthetic crowns,

using as adhesive agent, the self-curing acrylic resin (DENCÔR - Clássico Artigos

Odontológicos Ltda.), under varied surface conditions. Forty specimens were built and

divided into four groups each one like a resin cylinder and a bracket fixed on. The

Group I had the metallic device adhered on the flat and smooth surface of the resin

cylinders; in Group II the metallic device were adhered on surfaces turned rough using

sandpapers; the surfaces of Group III resin cylinders had a standardized cavity for

mechanical retention of the acrylic resin; and, the surfaces of Group IV was covered by

a specific adhesive, COMPOSIV (Ivoclar). The specimes were storaged in deionized

water during 24h. Adhesion was submitted to a mechanical shear tests, in universal

testing machine, VERSAT 2000 (Pantec-Panambra) with a 1,0mm per min speed, with

50Kgf load cell. The results obtained show that the acrylic resin tested presented

sufficient bond strength for clinical use, with 9,29MPa as mean load, although there

were no statistically significant difference (p>0,05) between the groups, when tested

respecting a mechanical shear tests.

Key words: temporary dental crowns, acrylic resin, adhesive, adhesion, bracket

8

SUMÁRIO

Resumo 6

Abstract 7

Lista de Tabelas 9

Lista de Figuras 10

1. Introdução 12

2. Revisão da literatura 14

3. Proposição 19

4. Material e Método 20

4.1. Material 20

4.2. Método 21

4.2.1 Confecção dos corpos-de-prova 21

4.2.2 Ensaio Mecânico 28

4.2.3 Índice de Adesivo Remanescente (ARI) 29

4.2.4 Tratamento Estatístico 29

5. Resultados 30

6. Discussão 36

7. Conclusão 39

Referências 40

9

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Parâmetros em MPa 31 Tabela 2 - Teste Anova 32 Tabela 3 - Teste t 33 Tabela 4 - Gaussiana 33 Tabela 5 - Gaussiana após exclusão dos dois valores mais baixos 34 Tabela 6 - Teste Anova após exclusão dos dois valores mais baixos 34 Tabela 7 – Teste t após exclusão dos dois valores mais baixos 35 Tabela 8 – Parâmetros em MPa após exclusão dos dois valores mais baixos 35

10

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Materiais utilizados no experimento 20 Figura 2 - Anel de PVC fixado na placa de vidro 21 Figura 3 - Seringas com pó e liquido (A) dosagem do pó (B) dosagem do liquido

(C) resina acrílica pronta para uso(D) 22

Figura 4 – Esquema do cilindro de resina 23 Figura 5 - Cilindro de resina terminado 23 Figura 6 - Esquema do cilindro de resina com cavidade padronizada 24 Figura 7 - Cilindro de resina com cavidade padronizada 24 Figura 8 - Politriz preparando superfície do corpo-de-prova do Grupo II 25 Figura 9 - Aplicação do adesivo (A) Polimerização (B) Aparelho fotoativador (C) 26 Figura 10 - Articulador com o peso (A) e remoção do excesso da resina (B) 27 Figura 11 - Grupos, quantidade de corpos 27 Figura 12 - Corpo-de-prova (A) posicionado em seu suporte (B), sob a haste de ensaio (C)

28

Figura 13 - Resultados do ensaio mecânico 30 Figura 14 - Médias, Máximos e Mínimos 31 Figura 15 - Médias 32 Figura 16 – Resultados do ensaio mecânico com os dois valores menores

excluídos 34

11

LISTA DE ABREVIATURAS

min. - minuto MMA - Monômero de metilmetacrilato VEMA – Monômero de viniletilmetacrilato PVC – Cloreto de polivinil mm - milímetro ºC - grau Celsius ml - mililitro mW/cm - miliwatt por centímetro mm/min - milímetro por minuto kgf - kilograma força F - força em Newton ARI - Índice de Adesivo Remanescente MPa - Megapascal N - Newton m – metro g - grama

12

1 Introdução

A busca de soluções protéticas restauradoras em odontologia tem motivado uma

verdadeira corrida tecnológica, visando o desenvolvimento e aperfeiçoamento de novos

materiais, sendo a estética uma das maiores preocupações, tanto do cirurgião dentista,

quanto dos fabricantes.

As cerâmicas e as resinas, associadas ou não a estruturas metálicas fundidas

como suporte, são ainda as principais opções de que dispõem os profissionais para a

restauração protética, nos casos em que grande parte da estrutura dental foi perdida.

Conhecidas por sua excelência estética, as cerâmicas vêm sofrendo muitas

modificações, objetivando a obtenção de maior resistência mecânica e estética sendo

muito utilizadas em próteses fixas, coroas unitárias, inlays, onlays e facetas laminadas.

Entretanto, pacientes que necessitam de reabilitações bucais extensas, com

envolvimento multidisciplinar, têm, muitas vezes, o seu tratamento prolongado por

vários meses ou anos. Nesse ínterim, as posições dos dentes são freqüentemente

modificadas, alterando a oclusão do paciente e justificando a utilização de restaurações

protéticas temporárias, mais econômicas e fáceis de serem ajustadas às novas posições

dentárias, antes da definição da oclusão final.

A confecção de restaurações temporárias é uma etapa importante da reabilitação

bucal, pela necessidade do restabelecimento da estética e função, até que as próteses

definitivas, pequenas cirurgias, reabilitação periodontal ou tratamentos ortodônticos

sejam concluídos.

Coroas temporárias são uma das principais chaves para o sucesso do tratamento

reabilitador protético, principalmente nos casos em que há necessidade de ligeira

movimentação de elementos dentais.

Na movimentação ortodôntica de dentes íntegros, a possibilidade de se colar

braquetes metálicos sobre esmalte dental é bem conhecida. Da descoberta do ataque

ácido por Buonocore, em 1955, até a atualidade, com Zachrisson (1977), Dolci et al.

(2000), Lopes et al. (2001) e Bengtson et al. (2003), Patel et al. (2004), inúmeros

estudos foram conduzidos. Também é possível a colagem sobre as cerâmicas, como

mostrado por Newman (1983) e Wood et al. (1986), e sobre compósitos dentais,

segundo Newman, Dressler e Grenadier (1984), Buyukyilmaz, Zachrisson e Zachrisson

(1995) e Santos, Pereira e Abdo (2000). Porém, nada ainda foi pesquisado sobre a

13

colagem de braquetes em superfícies de resina acrílica autopolimerizável, utilizando-se

a mesma resina acrílica, como agente adesivo.

Sendo assim, pretendeu-se, neste trabalho, avaliar, em laboratório, a capacidade

de adesão de braquetes metálicos sobre coroas dentais temporárias, confeccionadas com

resina acrílica autopolimerizável, quando colados, em condições variadas, com a mesma

resina acrílica.

14

2 Revisão da Literatura

Para o levantamento da literatura foi executada uma pesquisa na base de dados

MedLine, utilizando como descritores: Acrylic resin and adhesive and bracket,

limitando a busca em Dental Journals, sem limitar os anos da busca e procurando por

toda a base (NCBI-PUBMED, 2005) sendo assim relacionados apenas 56 artigos.

Portanto, como não são encontrados na literatura, trabalhos específicos sobre a

colagem de dispositivos metálicos sobre superfícies de resina acrílica autopolimerizável,

diversos trabalhos voltados para a adesão de dentes de resina acrílica em bases de

próteses totais, foram consultados e serão comentados a seguir, pois possivelmente

fornecerão subsídios valiosos para o presente trabalho.

Artun e Bergland (1984) utilizaram pela primeira vez um índice indicativo da

quantidade de adesivo remanescente que permanecia sobre a superfície dos dentes, após

a descolagem de dispositivos ortodônticos (braquetes) colados sobre eles. Foi

desenvolvido a partir de um estudo piloto feito em 20 dentes extraídos seguindo os

seguintes critérios: Grau 0 – nenhuma quantidade de material aderido ao corpo-de-

prova; Grau 1 – menos da metade do material aderido ao corpo-de-prova; Grau 2 – mais

da metade do material aderido ao corpo-de-prova; Grau 3 – todo o material aderido ao

corpo-de-prova, deixando à mostra a impressão da malha do braquete.

Cardash, Liberman e Helf (1986) compararam a capacidade de retenção de três

tipos de cavidades preparadas, em sentido mésio-distal, na base de dentes de acrílico,

que foram unidos à resina acrílica de base de dentaduras, utilizando resina acrílica

termopolimerizável, mostrando não haver vantagens na confecção dessas cavidades para

aumentar a retenção, quando submetidos às forças de cisalhamento compressivo, à 130

graus de angulação, contra a face lingual destes dentes.

Em outro estudo Cardash et al. (1990) experimentaram diversos tipos de

cavidades, com o objetivo de aumentar a força necessária para romper a união do dente

de acrílico à base de dentaduras, confeccionadas com resina acrílica de alto impacto,

comparadas à resina acrílica convencional. Quando submetidos às forças de

cisalhamento compressivo a 130 graus de angulação, contra a face lingual destes dentes

as cavidades verticais eram ligeiramente mais retentivas, quando comparadas com as

horizontais e aos dentes sem cavidade em sua base,.

15

Geerts e Jooste (1993) estudaram a adesão entre dentes de acrílico e duas bases

de resinas para dentaduras, ativadas termicamente e através de microondas. Analisaram

o efeito da modificação da base do dente, por jateamento com dióxido de alumínio e

pela aplicação de um adesivo (monômero). Observaram que o jateamento não aumenta

a adesão, mas o monômero, sim. Nesse caso, as resinas polimerizadas por microondas

apresentavam maior adesão.

Para estudar os efeitos de modificações na superfície de dentes de acrílico na sua

adesão à base de resina quimicamente ativada, Chung, Stanford e Serio (1995)

utilizaram diferentes grupos de amostras, a saber: a) superfície preparada com

monômero por 30 segundos; b) jateamento da superfície com alumínio, seguido de

limpeza e aplicação do monômero, por 30 segundos; c) asperização da superfície com

broca, lavagem e aplicação de monômero mais clorofórmio, por 30 segundos; e outro

grupo com aplicação de monômero e clorofórmio, por 30 segundos. Constataram que a

melhor adesão foi conseguida nos grupos em que foram combinadas a asperização da

superfície com a limpeza e aplicação do monômero. Somente o tratamento químico não

aumentou significativamente a adesão.

Vallittu (1995) comparou a adesão de dentes de acrílico à base de dentadura de

resina acrílica, termo e autopolimerizável, utilizando polimetilmetacrilato e variando a

superfície do dente com: depressões, cavidades ou sem tratamento. A maior força de

adesão foi obtida com depressões na base do dente utilizando-se resina acrílica

autopolimerizável.

Cunningham e Benington (1995) avaliaram, por meio de ensaios de tração, a

união entre dentes de acrílico e base de resina termicamente ativada, em quinze próteses

produzidas por diferentes laboratórios. Observaram que distintas próteses apresentavam

canaletas, orifícios e asperizações de superfície, como artifícios utilizados pelos técnicos

de laboratório dental para reforçar a adesão e relataram que a adesão sofre influência

por três fatores: pelo ciclo de polimerização empregado, pelo processo de confecção da

prótese e pelo uso de monômero na superfície do dente. Os autores sugeriram novos

estudos para esclarecer melhor o assunto.

Fajardo e Muench (1995) avaliaram a resistência de união entre dentes e a base

de dentadura, ambos de resina acrílica, utilizando, como variáveis, duas marcas

diferentes de dentes, duas fases de inclusão (plástica e borrachóide), e a aplicação ou

não de detergente e monômero na superfície dos dentes. Verificaram que as marcas dos

dentes utilizados e a fase de condensação da resina não influíram nos resultados; o uso

16

de detergente ou de monômero aumentava a adesão; e o uso combinado apresentava

efeito acumulativo.

Utilizando três marcas comerciais de dentes de resina acrílica, Thean, Chew e

Goh (1996) compararam a capacidade de adesão dos mesmos à base de dentadura

termopolimerizável, submetendo-os à carga de cisalhamento. Verificaram que 93% dos

corpos-de-prova apresentaram fratura coesiva, sugerindo que a falha não ocorreu na

interface dente-base da dentadura e que a adesão foi eficiente, mesmo sem utilizar

retenções adicionais.

Anusavice (1998) relata que a adesão entre o dente de acrílico e a base da

dentadura melhora ainda mais se for removido o aspecto polido e brilhante da porção

cervical da resina do dente e que ela tem se mostrado extremamente efetiva, todavia

falhas de adesão ocorrem se a superfície estiver contaminada. Como medida adicional

para a efetividade da interação química sugere o umedecimento com monômero

imediatamente antes da condensação da massa de resina, o uso de retenções mecânicas

e/ou uma mistura de cloreto de metileno e monômero de metilmetacrilato.

Cunningham e Benington (1999) também avaliaram a adesão de espécimes em

relação ao preparo de superfície, comumente empregados em laboratórios de prótese

dental. Eles pesquisaram o efeito do tempo de presa do material sobre a superfície do

dente, o efeito das variáveis do processamento, do uso do monômero e do uso de um

cimento resinoso, na adesão de dentes de acrílico, sobre bases de dentaduras. Os

resultados mostraram: a) significativa força de adesão, quando a resina era colocada nos

tempos tardios de presa; b) aumento da adesão, quando uma resina de alto impacto era

utilizada; c) cavidades feitas na superfície, ou mesmo rugosidades, não alteraram a força

de adesão, quando comparadas com a superfície sem preparo; d) a aplicação de

monômero aumentava a força de adesão; e) a utilização de cimentos resinosos produziu

a maior força de adesão, entre os grupos estudados.

Papazoglou e Vasilas (1999) compararam a capacidade de adesão sobre faces de

dentes de acrílico, hidratados ou não, e resina composta e resina acrílica

autopolimerizável. Utilizaram uma resina composta, associada a dois adesivos

(Heliobond-Vivadent e Prime and Bond 2.0-Dentsply), e uma resina acrílica, associada

a dois monômeros (MMA e VEMA). Verificaram que: a) a hidratação ou não, dos

espécimes, exibiu resultados similares; b) a aplicação do monômero de metil-

metacrilato sobre a face do dente, por três minutos, aumentou de modo significativo a

adesão, tanto com a resina composta, como com a resina acrílica; c) os melhores

17

resultados foram obtidos com a colagem da resina acrílica autopolimerizável, após a

aplicação de monômero por três minutos.

Cunningham (2000) comparou a capacidade de adesão de dentes de plástico à

base de dentadura, utilizando resina acrílica termo e fotopolimerizável; cimentos

adesivos (Vitacoll, Triad VCL) e um adesivo experimental composto por um ácido

solvente e agente cross-linking para verificar se os mesmos aumentavam a adesividade

entre dente e base de dentadura. Os resultados mostraram que a adesão era maior para a

resina acrílica termopolimerizável, quando comparada à fotopolimerizável, e que o uso

de agentes de união melhorava, de forma considerável, a força de adesão entre o dente e

a base de resina acrílica.

Takahashi et al. (2000) examinaram a adesão de três tipos de bases de

dentaduras e de dois diferentes tipos de dentes. Os dentes foram preparados sob três

métodos: a) sem tratamento; b) com perfurações na base; e c) com tratamento por

solvente diclorometano. A carga foi aplicada em um ângulo de 45O em relação à

superfície lingual, até a ruptura. Eles verificaram que os dentes fabricados com resina

acrílica convencional apresentaram maior força de adesão do que aqueles fabricados

com resina cross-linked. A base de dentadura com resina convencional apresentou

maior adesão do que a base feita com resina de microondas; e a aplicação de

diclorometano aumentou a força de adesão em todos os casos, razão pela qual

recomendam seu uso na preparação de próteses totais.

Santos (2004) avaliou o efeito dos adesivos Palabond e Composiv na união

dente/base de prótese total, sob esforço de compressão não axial, utilizando resina

acrílica termopolimerizável convencional e polimerizável por microondas, para a base

da prótese total. Os resultados apresentaram um significativo aumento na força de

adesão com os dois adesivos, sem diferenças entre as marcas utilizadas.

Ianni Filho et al. (2004) publicaram um estudo que avaliou in vitro a força de

adesão de diversos materiais de colagem atualmente disponíveis, por meio de ensaios

mecânicos de cisalhamento, conforme norma (ISO/TR11405), pelo fato de ser a única

padronizada para esta finalidade, na tentativa de embasar cientificamente os

ortodontistas na escolha do material de colagem de acessórios ortodônticos. Testaram

seis materiais para colagem de acessórios ortodônticos, colados sobre o esmalte de

dentes naturais extraídos por motivos ortodônticos. Todos os materiais apresentaram

força de adesão adequada para uso clínico, tendo o adesivo hidrofílico Ortho Solo

18

(Ormco) proporcionado adesão significativamente maior quando comparado aos

demais.

Mondelli (2004) avaliou a resistência adesiva da interface resina/braquete sob

esforços de cisalhamento, empregando três marcas comerciais de resina composta, e o

efeito do jateamento com oxido de alumínio, aplicado na base do braquete metálico,

associado ou não ao sistema adesivo resinoso dentário e concluiu que o tratamento que

inclui jateamento com óxido de alumínio + adesivo específico + resina composta na

base do braquete foi mais efetivo, quando avaliado por análise estatística.

Bishara et al. (2004) compararam dois tipos de braquetes metálicos, com malha

simples e com dupla malha na base, colados sobre dentes com o sistema adesivo

Transbond XT, que foram descolados meia hora após e examinados com aumento de

10X para verificar a quantidade de resina residual que permaneceu sobre o dente. O

Índice de Remanescente Adesivo (ARI) indicou que ambos os tipos de braquetes

possuem modos de fratura similares e não significativamente diferentes entre si.

Com base nos dados levantados, incluindo as buscas realizadas na base de dados

MedLine, como mencionado anteriormente, concluímos que a inexistência de trabalhos

específicos sobre a colagem de dispositivos metálicos em superfícies de resina acrílica

autopolimerizável, utilizando a própria resina acrílica autopolimerizável como agente

adesivo, justifica plenamente esta pesquisa.

19

3 Proposição

O objetivo deste estudo foi avaliar, in vitro, a resistência ao cisalhamento da resina

acrílica autopolimerizável, utilizada como material de colagem para um dispositivo

metálico (braquete) aplicado sobre superfícies confeccionadas com a mesma resina,

visando a possibilidade de uso clínico.

20

4 Material e Método

4.1 Material

Os materiais utilizados neste estudo estão apresentados na Figura 1.

Material Composição Nome

Comercial Fabricante

Polímero Polimetilmetacrilato +

pigmentos DENCÔR

Clássico Artigos

Odontológicos Ltda

Monômero Metilmetacrilato DENCÔR Clássico Artigos

Odontológicos Ltda

Pó de

resina

acrílica

incolor

Polimetilmetacrilato JET Clássico Artigos

Odontológicos Ltda

Líquido de

resina

acrílica

incolor

Metilmetacrilato JET Clássico Artigos

Odontológicos Ltda

Adesivo

Dimetacrilato de uretano Dimetacrilatos alifáticos Dióxido de silício altamente disperso Catalizadores Pigmentos

COMPOSIV Ivoclar, Schaan

Figura 1 – Materiais utilizados no experimento

21

4.2 Método

4.2.1 Confecção dos corpos-de-prova

Foram utilizados quarenta corpos-de-prova, cada um deles constituído de um

cilindro de resina e um dispositivo metálico colado sobre ele.

A) Obtenção dos cilindros de resina

Foram confeccionados quarenta cilindros com resina acrílica autopolimerizável

(Clássico Artigos Odontológicos Ltda.) inseridas em tubos de PVC (Tigre), de 25mm de

altura e 20mm diâmetro externo, representando coroas temporárias confeccionadas com

resina acrílica.

Os anéis de PVC foram fixados em uma placa de vidro com adesivo à base de

acetato de vinila - POLYFIX. (Figura 2).

Figura 2 – Anel de PVC fixado na placa de vidro

22

Na confecção dos cilindros de resina foram utilizados dois tipos de resina:

a) resina acrílica autopolimerizável DENCÔR, coloração 66, para a obtenção da

superfície do corpo-de-prova a ser testada;

b) resina acrílica autopolimerizável JET incolor para servir de apoio à resina

DENCÔR e dar consistência aos corpos-de-prova.

O manuseio e a proporção das resinas utilizadas foram realizados em sala com

temperatura (23 ± 2ºC) e umidade (50 ± 10%) controladas 30 minutos antes do início do

manuseio.

Pó e liquido das resinas acrílicas foram mantidos em refrigerador a uma

temperatura de 8 ± 3ºC, por um período não inferior a duas horas, antes de sua

utilização. Foram dosados em seringas plásticas separadas, na proporção preconizada

pelo fabricante, equivalentes a proporção 2,5: 1 em volume. Para o pó utilizou-se uma

seringa descartável de 10ml, sem agulha, para facilitar a dosagem, a para o líquido uma

seringa de 5ml com agulha.

Inicialmente, em um pote de vidro, verteu-se o pó e depois o líquido da resina

DENCÔR, que foram misturados com uma espátula número 7, por 15 segundos. A

seguir colocou-se a tampa própria do pote de vidro, aguardando-se o momento da fase

plástica conforme figura 3.

Figura 3 – Seringas com pó e liquido (A) dosagem do pó (B) dosagem do liquido (C) resina acrílica pronta para uso(D)

Atingida esta fase, a resina DENCÔR foi vertida manualmente no interior dos

tubos de PVC, sob vibração, até atingir a espessura de 2 a 3mm, correspondente à

espessura da face vestibular de uma coroa provisória.

23

Ao notar que a superfície da resina ficava fosca, os tubos eram levados ao

dispositivo eliminador de bolhas (VH Equipamentos Médico-Odontológicos e

Acessórios Ltda – Araraquara – São Paulo) sendo submetidos à pressão aproximada de

17 libras, por 20 minutos.

Após a polimerização completa da resina acrílica DENCÔR no interior dos

anéis, estes foram completados com resina autopolimerizável JET incolor, para dar

consistência aos corpos-de-prova (Figura 4).

Figura 4 – Esquema do cilindro de resina

Finalmente, após a cura da resina acrílica JET, os cilindros de resina assim

constituídos, foram descolados da placa de vidro que os suportava, pondo à descoberto a

superfície a ser testada que, por ter estado em contato com a referida placa de vidro,

mostrou-se lisa e semelhante à face vestibular de uma coroa provisória (Figura 5).

Figura 5 – Cilindro de resina terminado

24

Em dez corpos-de-prova (específicos do Grupo III descrito adiante), antes de

verter a resina DENCÔR no interior do anel de PVC, foi fixado um pequeno cilindro de

silicone, com 2mm de altura e 2mm de diâmetro, sobre a base de vidro, de modo que,

após ser removido do interior da resina curada, deixou nela uma cavidade padronizada,

que serviu de retenção mecânica para a resina que foi utilizada na colagem do

dispositivo metálico (Figura 6).

Figura 6 - Esquema do cilindro de resina com cavidade padronizada

Figura 7 - Cilindro de resina terminado, com cavidade padronizada

25

B) Preparo das superfícies para colagem

Os quarenta cilindros de resina obtidos foram separados em quatro grupos de

dez elementos e as suas superfícies de colagem tratadas da seguinte forma:

Grupo I: Dez cilindros de resina com a superfície lisa, conforme o acabamento

dado pela superfície da placa de vidro.

Grupo II: Dez cilindros de resina com a superfície submetida à ação de lixa

d’água granulação 200 (3M), utilizando uma máquina politriz DP-10

(Panambra Industrial e Técnica S.A, São Paulo), do laboratório de

Engenharia da Universidade de Taubaté, Brasil, com 300 rotações

por minuto e pressão de 1000 g, durante 30 segundos, sob irrigação

abundante de água, de acordo com a Figura 8.

Figura 8 – Politriz preparando superfície do cilindro de resina do Grupo II

Grupo III: Dez cilindros de resina com a superfície lisa, conforme o acabamento

dado pela superfície da placa de vidro, e com uma cavidade de 2mm

de diâmetro por 2mm de profundidade.

Grupo IV: Dez cilindros de resina com a superfície lisa, conforme o acabamento

dado pela superfície da placa de vidro. `

26

C) Colagem do dispositivo metálico

Os dispositivos metálicos utilizados neste experimento foram braquetes

edgewise para colagem em incisivos superiores slot 022, base plana, com área de adesão

de 13,71mm2 (MORELLI, Ref. 10.30.201).

A resina acrílica DENCÔR, utilizada na colagem do dispositivo metálico, foi

dosada em seringas plásticas separadas, na proporção de 2,5: 1 em volume, manipulada

e colocada sobre a base do braquete, com uma espátula de inserção de resina, e

posicionada sobre a superfície a ser testada previamente preparada.

Nas superfícies do Grupo I e do Grupo II, foi inicialmente aplicado o monômero

por 30 segundos e, em seguida, um braquete foi colado sobre o mesmo, com a resina

acrílica autopolimerizável DENCÔR, aplicada à sua base.

As superfícies do Grupo III receberam limpeza com monômero por 30 segundos,

e a cavidade nelas presente, previamente limpa pelo monômero, foi preenchida com

resina acrílica autopolimerizável DENCÔR e o braquete foi imediatamente colado sobre

a cavidade preenchida com a mesma resina, aplicada à sua base.

Para o Grupo IV, após a limpeza da superfície com monômero por 30 segundos,

foi aplicado com pincel, uma fina camada do adesivo COMPOSIV (Ivoclar),

fotopolimerizada em seguida com um aparelho fotoativador OPTILUX 500 (Demetron),

com intensidade de 450mW/cm2, por 20 segundos, a uma distância aproximada de 5

centímetros, conforme Figura 9. Após a polimerização do adesivo, o braquete foi colado

também com a resina acrílica DENCÔR aplicada à sua base.

Figura 9 – Aplicação do adesivo (A), Polimerização (B) e Aparelho fotoativador (C)

A B C

27

Em todos os casos, depois de posicionado sobre a superfície de resina, o

braquete foi submetido a uma carga uniforme, durante 30 segundos, através da haste

vertical de um Articulador semiajustável, tipo Hanau (Bio Art – Brasil) previamente

preparado, com um cilindro de gesso de 500 gramas preso à parte superior do mesmo

(TITLEY et al. 2003). Isso garantiu que todos os braquetes fossem colados sob a mesma

pressão, enquanto as mãos do operador ficavam livres para remover o excesso de

material em volta do braquete, com o auxílio de uma sonda exploradora (Figura 10).

Figura 10 – Articulador com o peso (A), e remoção do excesso da resina (B)

A Figura 11 mostra o resumo da situação dos quatro grupos de corpos-de-prova

conforme descritos anteriormente, com o tipo de superfície de cada grupo e o tipo de

colagem efetuado.

Grupo Quantidade Superfície Tipo de colagem

I 10 Lisa Sem adesivo

II 10 Rugosa Sem adesivo

III 10 Com Retenção mecânica Sem adesivo

IV 10 Lisa Com adesivo

Figura 11 – Grupos de corpos-de-prova

A B

28

Depois de preparados os corpos-de-prova foram identificados e mantidos

hidratados em água deionizada (Reymer do Brasil), a temperatura ambiente, como

utilizado por Ianni Filho et al. (2004), desde a sua confecção, até o momento dos

ensaios mecânicos.

4.2.2 Ensaio Mecânico

Os ensaios mecânicos foram efetuados em máquina universal de ensaios

VERSAT 2000, (Pantec-Panambra), no laboratório de Engenharia Mecânica da

UNITAU, a uma velocidade de 1mm.min-1 com célula de carga de 50Kgf., submetendo

a colagem ao teste de cisalhamento, de tal forma que a haste metálica da máquina de

ensaios incidisse perpendicularmente ao braquete metálico colado na superfície do

corpo-de-prova (Figura 12).

Figura 12 – Corpo-de-prova (A) posicionado em seu suporte (B), sob a haste de ensaio (C)

29

Os resultados, obtidos em Newton (N), foram convertidos para Megapascal (MPa), uma

vez que a área da superfície adesiva era constante (13,71mm2), e lançados em tabela

própria (apresentada em “Resultados”).

4.2.3 Índice de Adesivo Remanescente (ARI)

Em seguida ao ensaio mecânico, os corpos-de-prova foram submetidos a uma

avaliação sob lupa estereoscópica (ANS JENA) do laboratório de Engenharia Mecânica

da Universidade de Taubaté, com aumento 10X, para avaliação do ARI, segundo Artun

e Bergland (1984) e Bishara et al. (2004), utilizando os seguintes critérios de

classificação:

Grau 0 – nenhuma quantidade de material aderido ao corpo-de-prova;

Grau 1 – menos da metade do material aderido ao corpo-de-prova;

Grau 2 – mais da metade do material aderido ao corpo-de-prova;

Grau 3 – todo o material aderido ao corpo-de-prova, deixando à mostra a

impressão da malha do braquete.

4.2.4 Tratamento Estatístico

Os resultados deste estudo foram tabelados e submetidos à análise estatística,

através do Teste t de Student e ANOVA.

30

5 Resultados

Todos os corpos-de-prova ao serem avaliados em relação ao índice de adesivo

remanescente (ARI), apresentaram a resina utilizada para a colagem, totalmente aderida

à sua superfície (Grau 3), inclusive com a impressão da malha do braquete, não ficando

resina acrílica residual na superfície do braquete e indicando que a ruptura ocorreu

sempre entre o dispositivo metálico (braquete) e a resina acrílica.

Os resultados em MPa, obtidos pela aplicação do ensaio mecânico, estão

apresentados na Figura 13, abaixo.

GRUPOS

Corpo-de-prova

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

I

9,67

11,78

9,44

10,08

8,67

8,13

7,89

8,47

10,32

10,73

II

11,76

7,70

10,10

8,53

6,24

8,99

12,25

6,94

10,94

10,73

I I I

9,96

10,98

8,99

7,92

10,00

10,01

8,47

9,98

8,44

12,18

I V

11,46

6,95

8,83

6,92

8,21

6,72

9,14

5,72

5,90

8,33

Figura 13 – Resultados do ensaio mecânico

Os resultados foram avaliados inicialmente, de forma descritiva, tendo-se, em

seguida, procedido à análise inferencial a fim de verificar a significância das diferenças

encontradas.

A Tabela 1, a seguir, apresenta os valores para a média, o desvio padrão,

coeficiente de variação, valores máximos e mínimos, e amplitude dos resultados.

31

Tabela 1 – Parâmetros em MPa

Grupos

Parâmetros I II III IV

N 10 10 10 10

Média 9.52 9.42 9.69 7.82

Desvio Padrão 1.25 2.06 1.28 1.74

Coeficiente de Variação 13.1% 21.9% 13.3% 22.3%

Amplitude 3.90 6.01 4.26 5.74

Máximos 11.78 12.25 12.18 11.46

Mínimos 7.89 6.24 7.92 5.72

Nas Figuras 14 e 15, podem ser visualizados as médias e os valores máximos e

mínimos das forças obtidas, para descolagem de cada grupo.

Médias, Máximos e Mínimos

0.00

5.00

10.00

15.00

I II III IV

Grupo

For

ça

Médias Máximos Mínimos

Figura 14 – Médias, Máximos e Mínimos

32

0,001,002,003,004,005,006,007,008,009,00

10,00

Força

I II III IV

Grupo

Médias

Figura 15 – Médias

Os resultados apresentados nesta fase sugerem, visualmente, que o Grupo IV

apresenta resultados inferiores aos dos outros grupos, apresentando a menor média (7,82

MPa) e a maior dispersão (22,3%) dentre os quatro grupos. Isto se deve ao fato deste

grupo conter os dois menores valores obtidos nas 40 medidas feitas (5,72 MPa e 5,90

MPa).

Buscou-se então, mensurar a significância das diferenças obtidas, com o objetivo

de vincular alguma margem ou intervalo de confiança como base para afirmar que os

fatores envolvidos no presente estudo são os responsáveis pelas diferenças observadas.

O resultado do teste ANOVA, considerando 5% de significância, mostra que não

há diferença mínima significativa entre nenhum dos quatro grupos, pois p = 0.0517

(Tabela 02).

Tabela 2 - Teste Anova

Fontes de variação GL SQ QM

Tratamentos 3 231.179 77.06

Erro 36 983.666 27.324

F = 2.8202 - -

(p) = 0.0517 - -

A aplicação do teste t de Student, considerando 5% de significância,

complementando o teste ANOVA, aponta para um resultado similar, exceto a

comparação entre os grupos 1 e 4 e grupos 3 e 4.

33

A Tabela 3 apresenta os resultados do Teste t de Student para cada uma das

comparações descritas anteriormente.

Tabela 3 - Teste t

Grupo p t Valor Crítico Decisão I e II 0.897 0.13 2.09 Iguais

I e III 0.763 0.31 2.09 Iguais

I e IV 0.023 2.46 2.09 Diferentes

II e III 0.726 0.36 2.10 Iguais

II e IV 0.078 1.87 2.09 Iguais

III e IV 0.014 2.70 2.09 Diferentes

Poder-se-ia então, dizer que há indícios de que o Grupo IV mostrou menor

resistência ao descolamento que os demais grupos. Entretanto, os altos níveis de

dispersão não permitem chegar a resultados conclusivos.

Considerando o resultado do teste ANOVA, i.e., todos os grupos são iguais,

esperava-se que o conjunto das quarenta medidas realizadas (não distinguindo os

grupos) formasse uma distribuição normal (gaussiana) de valores, conforme Spiegel

(1994). Entretanto, a análise comparativa da amostra de 40 valores, com relação à

gaussiana, mostrou que os dados não satisfazem aos chamados níveis de confiança,

conforme é mostrado na tabela 4.

Tabela 4 – Gaussiana

Intervalos (MPa) Freqüência Valor Mínimo

7.38 a 10.84 26 65.0% 68.30%

5.65 a 12.57 40 100.0% 95.50%

3.92 a 14.30 40 100.0% 99.70%

Entretanto, observa-se que, excluindo os dois valores mais baixos da amostra,

por serem muito discrepantes dos demais (possivelmente em conseqüência de falha

metodológica), ambos pertencentes ao grupo IV, a amostra passa a satisfazer todos os

níveis de segurança da gaussiana.

34

Assim, a amostra contendo 38 valores, e os resultados da comparação dela com

os níveis de confiança da gaussiana, são apresentados na figura 16 e tabela 5.

G1 G2 G3 G4

9.67 6.24 7.92

11.78 6.94 8.44

9.44 7.70 8.47 6.72

10.08 8.53 8.99 6.92

8.67 8.99 9.96 6.95

8.13 10.10 9.98 8.21

7.89 10.73 10.00 8.33

8.47 10.94 10.01 8.83

10.32 11.76 10.98 9.14

10.73 12.25 12.18 11.46

Figura 16 – Resultados do ensaio mecânico, com os dois valores menores excluídos

Tabela 5 – Gaussiana após exclusão dos dois valores mais baixos

Intervalos (MPa) Freqüência Valor Mínimo 7.70 a 10.88 26 68.4% 68.30% 6.11 a 12.47 38 100.0% 95.50% 4.52 a 14.06 38 100.0% 99.70%

Ao fazer os testes ANOVA e t de Student com a nova amostra, ou seja, excluindo os dois valores mais baixos, obtém-se que não há diferença significativa entre nenhum dos grupos e, ainda, que a amostra contendo 38 valores obedece a uma distribuição normal, conforme tabelas 6, 7 e 8.

Tabela 6 - Teste Anova após exclusão dos dois valores mais baixos FONTES DE VARIAÇÃO GL SQ QM

Tratamentos 3 9.834 3.278 Erro 34 84.234 2.478

F = 1.3231

(p) = 0.2823

35

Tabela 7 - Teste t após exclusão dos dois valores mais baixos Grupo p t Valor Crítico Decisão I e II 0.897 0.13 2.09 Iguais

I e III 0.763 0.31 2.09 Iguais

I e IV 0.101 1.73 2.10 Iguais

II e III 0.726 0.36 2.10 Iguais

II e IV 0.218 1.28 2.11 Iguais

III e IV 0.067 1.96 2.11 Iguais

Tabela 8 – Parâmetros em MPa após exclusão dos dois valores mais baixos

Média 9,29

D.P. 1,59

Maior 12,25

Menor 6,24

Amplitude 6,01

N 38

Sendo assim, a análise estatística permite concluir que todos os quatro

tratamentos analisados neste trabalho levam a resistências iguais, não existindo

diferença significativa entre os grupos quanto à resistência ao cisalhamento.

36

6 Discussão

Desde o advento do condicionamento ácido na década de 50, a adesão sobre

dentes naturais e/ou artificiais tem se aperfeiçoado constantemente. Vários são os

fatores que podem interferir na adesão de dispositivos metálicos sobre as superfícies

dentais, tais como: o material de que são confeccionados os dentes artificiais, o material

a ser colado sobre eles, o material utilizado para colagem, a limpeza das partes, o uso de

adesivos e tratamentos de superfície, entre outros.

A metodologia utilizada neste trabalho baseou-se na literatura sobre a adesão de

dentes artificiais de resina acrílica à base de dentaduras totais, uma vez que não há

estudos específicos a respeito da colagem de dispositivos metálicos sobre resina acrílica

autopolimerizável, utilizando como agente de colagem a própria resina acrílica.

Assim sendo, no presente estudo, procurou-se variar a superfície de colagem,

utilizando retenções mecânicas, como cavidade e rugosidades superficiais, tendo em

vista a discordância entre os autores sobre a eficácia desses procedimentos na obtenção

de maiores valores de adesão entre as partes a serem coladas.

Assim, Cardash, Liberman e Helf (1986), Cardash et al. (1990), Chung, Stanford

e Serio (1995) e Vallittu (1995) afirmam que maiores valores de adesão são obtidos

variando-se a superfície do dente a ser colado na base de dentaduras, com depressões,

cavidades retentivas e rugosidades.

Todavia, Cunnigham e Benington (1999) discordam de que cavidades feitas na

superfície, ou mesmo rugosidades, alterem a força de adesão, quando comparadas com a

superfície sem preparo.

Por outro lado, Thean, Chew e Goh (1996) lembram que mais importante do que

as preparações mecânicas de superfície é a remoção de contaminantes, tais como, cera

odontológica, saliva, resíduos de moldagens e outros.

Também foram introduzidas, neste trabalho, variações químicas na superfície de

colagem, inspiradas em Takahashi et al. (2000) que recomendam o uso do solvente

diclorometano na preparação da superfície para aumentar a força de adesão da resina

acrílica, na presença ou não de retenções, além de Geerts e Jooste (1993), Cunningham

e Benington (1995), Fajardo e Muench (1995), Papazoglou e Vasilas (1999) e

Cunningham e Benington (1999), Anusavice (1998), Cunningham (2000) que

37

recomendam o uso do monômero para melhorar a força de adesão entre o dente artificial

e a base de resina acrílica da dentadura.

A essa idéia se opõem Chung, Stanford e Serio (1995) ao afirmarem que apenas

molhando a superfície com monômero ou adesivos não há aumento da força de adesão,

enquanto que rugosidades e retenções mecânicas sim.

Em vista de tais citações foi aplicado em todos os grupos deste experimento, o

monômero, como um agente químico de limpeza de superfície e preparação para a

colagem, pois deixa a superfície do polímero da resina acrílica mais reativa.

Além disso, foi também utilizado um adesivo específico para resinas acrílicas

(COMPOSIV), nos corpos-de-prova do grupo IV, adesivo este comumente empregado

para melhorar a adesão de dentes artificiais às bases de dentaduras totais como mostrado

no trabalho de Santos (2004) e Cunnigham e Benington (1999).

Os corpos-de-prova utilizados nesta pesquisa foram armazenados em água

destilada a temperatura ambiente, antes dos ensaios mecânicos, basendo-se no trabalho

de Ianni Filho et al. (2004) que utilizaram esta metodologia, que lhes pareceu ser mais

aceitável e por ser a mais utilizada por outros autores.

Finalmente, a colagem foi submetida ao teste de cisalhamento, por ser esse o

teste aplicado na maioria dos estudos, segundo Ianni Filho et al. (2004).

Apesar da metodologia adotada no presente trabalho fundamentar-se na

literatura consultada, os resultados obtidos não podem ser confrontados com os dos

autores citados, em virtude da fratura ter ocorrido, na totalidade dos corpos-de-prova,

entre o dispositivo metálico e a resina acrílica utilizada para a sua colagem. Isso foi

observado, quando o índice de adesivo remanescente (ARI) foi verificado. Os resultados

mostraram que todos os corpos-de-prova enquadram-se no "Grau 3", segundo os

critérios adotados por Artun e Bergland (1984) e Bishara et al. (2004), pois

apresentaram toda a resina acrílica utilizada na colagem aderida à superfície do corpo-

de-prova, deixando à mostra a impressão da malha do braquete, sugerindo que todos os

grupos apresentaram adesividade adequada entre o corpo-de-prova e a resina acrílica

utilizada como material de colagem, e que a ruptura ocorreu sempre entre o dispositivo

metálico (braquete) e a resina acrílica.

Uma vez que a eficiência da adesão e a durabilidade dessas colagens estão

diretamente ligadas às qualidades físico-químico-mecânicas dos materiais envolvidos,

somadas às características físicas dos braquetes, sugere-se que novos estudos com o

mesmo material sejam executados, porém variando o preparo da superfície do braquete,

38

a exemplo de Mondelli (2004), que testou a resistência adesiva da interface

braquete/resina, tratando a superfície do braquete por jateamento com óxído de

alumínio, associado ou não a um adesivo resinoso.

Assim sendo, o presente estudo não foi suficiente para avaliar se o preparo de

superfície afeta, ou não, a adesão e, muito menos, se há um tipo de preparo ideal dessa

superfície, para aumentar a resistência da colagem.

Mesmo assim, os resultados obtidos neste estudo (tabela 8) mostram que a

resistência da colagem dos braquetes utilizados, com resina acrílica autopolimerizável,

sobre coroas confeccionadas com a mesma resina, é superior ao mínimo adequado para

ser utilizado clinicamente, sendo suficiente para resistir às forças ortodônticas,

considerando-se que o valor recomendado de resistência adesiva deve ser maior que 6

MPa, segundo Reynolds (1975) apud Ianni Filho et al (2004).

39

7 Conclusão

Com base nos resultados obtidos e metodologia utilizada, conclui-se que:

A) A resina acrílica autopolimerizável utilizada como elemento de colagem

sobre superfícies confeccionadas com resina idêntica, apresenta força de adesão

suficiente para uso clínico, independentemente do tratamento de superfície empregado.

B) A adesão entre a resina utilizada na colagem e a resina da superfície, ocorre

de modo satisfatório, independentemente do tipo de preparo da superfície de colagem.

40

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Orthod , St. Louis, v.71, n.2, p.173-189, Feb. 1977.

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Autorizo cópia total ou parcial desta

obra, apenas para fins de estudo e

pesquisa, sendo expressamente

vedado qualquer tipo de reprodução

para fins comerciais sem prévia

autorização específica do autor.

Jaime Luciano Klein

Taubaté – SP, abril de 2006.

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