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ANO XXI • Nº 92 • JAN/FEV/MAR • 2015
Além de avaliar prescrições médi-
cas e fornecer medicamentos quimio-
terápicos, o farmacêutico também ave-
rigua doses e intervalos, assim como
inclui medicamentos de suporte ou
adjuvantes no tratamento do paciente
com câncer.
Segundo os profissionais, a adminis-
tração correta da medicação consiste
ainda em garantir a qualidade de fabri-
cação e o transporte até os locais de co-
mércio. Para isso, farmácias oncológicas
devem ter a certificação ISO, que confe-
re a certeza de haver controle das eta-
pas de produção do produto.
(leia + p.6)
O XX Congresso Brasileiro de Can-
cerologia irá ocorrer entre os dias 2 e 5
de setembro, no Centro de Convenções
Ulysses Guimarães, em Brasília (DF), e
terá como temática “A interdisciplinarida-
de como ferramenta primordial na cura
do câncer”. O evento, presidido por José
Ulisses Mazzini Calegaro, já tem progra-
mação científica definida e a confirma-
ção de convidados internacionais, como
os especialistas em cirurgia de mama
Mehra Golshan e em cirurgia colorretal
Yoshihiro Moriya, o cirurgião de cabeça e
pescoço Jatin Shah e o cirurgião torácico
Hiran Fernando. Políticas de prevenção e
progressos no tratamento das principais
neoplasias serão o enfoque do Concan
2015. (leia + p.4)
Autores comentam relevância do livro Prevenção do CâncerProfissionais de renome e colaboradores da segunda
edição da obra, como Riad Younes, Ivo Pitanguy, Hiram
Silveira Lucas, Luiz Paulo Kowalski, Ademar Lopes e Alfre-
do Carlos Barros, depõem sobre o papel que a prevenção
desempenha hoje no âmbito da oncologia. A Sociedade
Brasileira de Cancerologia continua lutando pela redução
da prevalência da doença no país e espera que, com a se-
gunda edição de Prevenção do Câncer, mais um passo tenha
sido dado nessa direção.
“Com diagnóstico precoce e tratamento apropriado, é
possível curar 90% dos casos”, afirma o cirurgião Ademar
Lopes. (leia + p.8)
XX Concan define programação científica O papel do farmacêutico na medicina oncológica
2 | C Â N C E R H O J E
EXPEDIENTE
SOCIEDADE BRASI LEIRA DE CANCEROLOGIA ( SBC )
Departamento de Cancerologia da
Associação Médica Brasileira
Câncer Hoje é uma publicação oficial da
Sociedade Brasileira de Cancerologia
DIRETORIA DA SBC
PRESIDENTE 2012-2015
Robson Freitas de Moura (BA)
VICE-PRESI DENTES
Amândio Soares Fernandes Junior (MG)
Ricardo César Pinto Antunes (SP)
Luiz Antônio Negrão Dias (PR)
José Luiz Amorim de Carvalho (PA)
Pedro Wilson Leitão Lima (CE)
SECRETÁRIO-GERAL
José Alberto Lopes Nogueira (BA)
SECRETÁRIA ADJUNTA
Carla Ismael (RJ)
TESOUREIRO-GERAL
Luiz José Sampaio de Araújo (BA)
TESOUREIRA ADJUNTA
Maria Lúcia Martins Batista (BA)
CONSELHO SUPERIOR
PRESIDENTE
Roberto Porto Fonseca (MG)
CONSELHEIROS
Roberto Gomes (ES)
Adonis R. L. de Carvalho (PE)
Hiram Silveira Lucas (RJ)
Luiz Carlos Calmon Teixeira (BA)
SECRETARIA EXECUTIVA
Rua Pará, 197 – Pituba
CEP 41830.070 – Salvador – BA
Tel.: (71) 3240-4868 – Fax: (71) 3248-9134
E-mail: [email protected]
Site: www.sbcancer.org.br
Reconhecida de utilidade pública federal:
Decreto nº 73.729, de 4 de março de 1974
CGC: 13.525.266/0001-08
JORNAL CÂNCER HOJE
EDITOR: Roberto Gomes (ES)
E-MAIL : [email protected]
Câncer Hoje é produzido e editado por Editora Manole
Ltda., sediada à Av. Ceci, 672, Tamboré, Barueri – SP,
CEP 06460-120. Tel.: (11) 4196-6000.
www.manole.com.br | [email protected]
DIRETORA RESPONSÁVEL: Daniela Manole
COORDENAÇÃO EDITORIAL: Karin Gutz Inglez
JORNALISTAS RESPONSÁVEIS: Juliana Penna e Fernanda Quinta
EDIÇÃO DE ARTE: Daniel Justi
EDITORIAL
Roberto Gomes – membro do Conselho Superior da SBC e editor do Câncer Hoje
Robson Freitas de Moura – presidente da SBC
O Câncer Hoje abre 2015 com informações detalhadas sobre o principal even-
to nacional em cancerologia. O XX Congresso Brasileiro de Cancerologia, também
conhecido como Concan 2015, ocorrerá em setembro deste ano, em Brasília, e
promete reunir especialistas nacionais e internacionais das mais diversas espe-
cialidades, promovendo debates sobre os vários aspectos da doença, que é, ainda
hoje, um dos grandes desafios para a medicina contemporânea.
O tema do evento – “A interdisciplinaridade como ferramenta primordial na
cura do câncer” – remete à importância da união de esforços e do intercâmbio en-
tre áreas do conhecimento, para o melhor diagnóstico e tratamento. A questão
será debatida nos âmbitos da biologia, das medidas preventivas e do progresso no
tratamento das principais neoplasias. Será uma excelente oportunidade para a in-
tegração entre especialistas de cirurgia oncológica, radioterapia, oncologia clíni-
ca, medicina nuclear, radiologia, patologia, entre outras disciplinas.
Nesta primeira publicação do ano, o leitor encontra análises e depoimentos so-
bre o papel do farmacêutico na execução de tratamentos oncológicos e na admi-
nistração de quimioterápicos e outros medicamentos. O texto ressalta a importân-
cia da certificação ISO 9001:2008 para a credibilidade da instituição farmacêutica
e, portanto, para a segurança do paciente.
O sucesso da segunda edição do Prevenção do Câncer, publicado pela editora Ma-
nole e promovido pela Sociedade Brasileira de Cancerologia (SBC), novamente se
torna pauta. Resultado do trabalho coletivo e contínuo de profissionais renoma-
dos, o livro, lançado no dia 27 de novembro do ano passado, tem sido elogiado
como mais uma vitória na batalha contra a doença. O leitor tem em mãos depoi-
mentos e comentários de colaboradores sobre sua repercussão.
Boa leitura!
J O R N A L D A S O C I E D A D E B R A S I L E I R A D E C A N C E R O L O G I A | 3
4 | C Â N C E R H O J E
COMISSÃO DO CONGRESSOJosé Ulisses Mazzini CalegaroPRESIDENTE DO CONGRESSO
Ruffo de Freitas JúniorVICE-PRESI DENTE
Roberto Gomes
Robson Freitas de Moura PRESIDENTES DE HONRA
João NunesSECRETÁRIO DO CONGRESSO
Romero Bezerra BarbosaTESOUREIRO DO CONGRESSO
Igor Alexandre Protzner MorbeckPRESIDENTE DA COMISSÃO CIENTÍFICA
Ricardo César Pinto AntunesCOMISSÃO CIENTÍFICA INTERNACIONAL
Roberto GomesCOMISSÃO CIENTÍFICA DA AMÉRICA LATINA
Luiz Antonio Negrão DiasASSESSOR ESPECIAL
Nely Queiroz Ivanzzini Calegaro
Andréa Arredondo Farias
Marcela CammarotaCOMISSÃO SOCIAL
CONVIDADOS INTERNACIONAISFernando KimDENVER, EUA
Hiran FernandoBOSTON, EUA
Jatin ShahNOVA YORK, EUA
Joan McClurePHILADELPHIA, EUA
Richard SchulickDENVER, EUA
Yoshihiro MoriyaTÓQUIO, JAPÃO
Mehra GolshanBOSTON, EUA
COORDENADOR ESPECIALIDADELuiz Antônio N. Dias (PR) Cirurgia oncológica
Cláudio Venâncio (DF) Cirurgia oncológica
Robson Ferrigno (SP) Radioterapia
Flávio Brito (DF) Cirurgia torácica e
oncologia clínica torácica
Clarissa Mathias (BA) Cirurgia torácica e oncologia
clínica torácica
Ruffo Freitas (GO) Mastologia e oncologia
clínica mamária
Daniele Assad (DF) Mastologia e oncologia
clínica mamária
Fernando Luiz Dias (RJ) Cirurgia de cabeça e pescoço e
oncologia clínica de cabeça e pescoço
Aline L. F. Chaves (MG) Cirurgia de cabeça e pescoço e
oncologia clínica de cabeça e pescoço
Fernando Maluf (SP) Ginecologia oncológica e
oncologia clínica ginecológica
Angelica Rodrigues (MG) Ginecologia oncológica e
oncologia clínica ginecológica
Fernando Sabino (DF) Uro-oncologia (próstata)
Álvaro Sarkis (SP) Uro-oncologia (próstata)
Fabio Schutz (SP) Uro-oncologia (não próstata)
Gustavo Carvalhal (RS) Uro-oncologia (não próstata)
Marcos Maldaum (SP) Neuro-oncologia
Benício Oton de Lima (DF) Neuro-oncologia
Gustavo Fernandes (DF) Tumores gastrointestinais
Robson Moura (BA) Tumores gastrointestinais
Ademar Lopes (SP) Sarcoma e melanoma
Rafael Schmerling (SP) Sarcoma e melanoma
Bernardo Garicochea (SP) Cancerologia molecular e genética do câncer
André Sasse (SP) Pesquisa clínica em câncer
Gustavo Werutsky (RS) Pesquisa clínica em câncer
Anelise Pulschen (DF) Pré-congresso – cuidados paliativos
Isis M. Q. Magalhães (CE) Tumores pediátricos
Juliana França da Mata (DF) Tumores pediátricos
Enaldo Lima (MG) Políticas de saúde em câncer
Celso Antônio (DF) Prevenção em câncer/tabagismo
Wagner Brant (MG) Estatísticas em câncer
Murilo Buso (DF) Tumores raros e primário desconhecido
Patrícia Figueira (SP) Módulo de fisioterapia oncológica
Marcos Santos (DF) Módulo aspectos econômicos no
tratamento do câncer
Jorge Vaz (SP) Módulo tumores hematológicos
XX Congresso Brasileiro de Cancerologia (Concan 2015)
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Programação científica
6 | C Â N C E R H O J E
A farmácia é um serviço importan-
te dentro da terapêutica oncológica. O
farmacêutico participa ativamente de
todas as etapas do processo de trata-
mento, possibilitando maior segurança
à prescrição médica, intervindo e pre-
venindo possíveis falhas anteriores à
administração do medicamento.
“Todos os agentes quimioterápi-
cos devem ser preparados por profis-
sionais qualificados e treinados espe-
cificamente para tal procedimento. A
área tem acesso restrito e fica em lo-
cal isolado”, explica Danielle Barbosa,
farmacêutica do Instituto Paulista de
Cancerologia (IPC).
De acordo com ela, a base do trata-
mento citotóxico requer a participação
do farmacêutico, desde a logística ade-
quada para o recebimento da prescri-
ção médica até a sua avaliação –, que
consiste em conferir o protocolo pres-
crito, averiguar as doses dos medica-
mentos a partir da superfície corporal,
avaliar os intervalos de doses e o nú-
mero de ciclos proposto no protoco-
lo, e incluir medicamentos de suporte
ou adjuvantes –, assim como o forne-
cimento da quimioterapia, pronta para
uso e devidamente identificada para a
equipe de enfermagem.
Danielle também conta que a iden-
tificação de erros em fármacos anti-
neoplásicos é uma tarefa prioritária
da farmácia oncológica. “Doses incor-
retas, omissão involuntária de algum
fármaco ou imprecisão quanto ao seu
nome, confusões quanto ao ciclo tera-
pêutico que deverá ser seguido, via de
administração e tempo de infusão ina-
dequado são potenciais erros durante
o processo. O farmacêutico deve ga-
rantir a segurança desse processo com
bom preparo técnico e clínico, além
da integração e boa comunicação jun-
to à equipe assistencial de saúde que
cuida do paciente.”
Quanto à exposição dos profissio-
nais envolvidos nas diversas fases da
terapia antineoplásica, pode-se con-
trolá-la efetivamente com a correta
utilização dos equipamentos de prote-
ção individual durante o preparo, a ad-
ministração e o descarte. “O farmacêu-
tico deverá elaborar procedimentos
operacionais padrões que determinem
o fluxo de trabalho e a execução das
atividades, além de prever um plano
de contingência em caso de acidentes
durante o processo de manipulação”,
explica Danielle.
Farmácia oncológica: qualidade e segurança no tratamento contra o câncer
Divulgação
A farmacêutica Danielle Barbosa e o cirurgião oncológico Ademir Torres Abrão, do IPC.
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Outro fator que merece destaque em
uma farmácia oncológica é a certifica-
ção ISO 9001:2008. Hoje, a farmácia do
IPC possui a certificação, oferecendo
ao paciente a certeza de que existe um
sistema confiável de controle de de-
senvolvimento, elaboração, execução
e entrega do produto, provido de um
tratamento formal. “A conquista da ISO
9001:2008 trouxe muitos benefícios à
instituição como um todo, aos pacien-
tes e à nossa equipe, que está sempre
motivada a alcançar resultados cada
vez melhores. Nosso objetivo é, a cada
dia, oferecer mais segurança e qualida-
de para o paciente”, completa Danielle.
Quanto à gestão de qualidade, a cer-
tificação ISO 9001:2008 tem grande im-
portância dentro de qualquer organiza-
ção de saúde ao oferecer uma garantia
da qualidade do produto. Ao adquirir
um produto ou serviço de uma institui-
ção que tenha a ISO, o paciente tem a
certeza de haver um controle das etapas
de produção. “É um processo objetivo
que envolve todos os setores do institu-
to, desde RH e compras, até a finalização
da produção e entrega. Com a certifica-
ção ISO, os médicos têm a tranquilidade
de saber que o medicamento prescrito
irá respeitar os parâmetros adequados,
além de passar pelo controle dos far-
macêuticos, importante no caso de in-
teração medicamentosa, por exemplo”,
afirma Ademir Torres Abrão, cirurgião-
-geral oncológico e diretor do IPC e da
Clínica Sainte Marie.
Segundo Abrão, a conquista da ISO
auxiliou na mudança de cultura do IPC.
“Quando se alcança uma certificação
ISO na farmácia, como a que conquis-
tamos, significa que o processo é ade-
quado, há garantia de qualidade e de
um produto sem falhas. Garantia de
que os recursos humanos estão sendo
bem aproveitados e de que o produto
com certeza vai beneficiar o paciente.
Além disso, o processo da ISO, aliado às
acreditações da Organização Nacional
de Acreditação (ONA) – Nível III e a Ac-
creditation Canada, trouxe ainda como
benefício uma mudança geral na cultu-
ra da organização, que agora é centra-
da no produto, em sua qualidade e na
segurança do paciente”, afirmou.FONTE: PAULA SALETTI – TIM E COMUNICAÇÃO
ASSESSORIA DO GRUPO I PC SAÚDE
Divulgação
Capela de fluxo laminar.
8 | C Â N C E R H O J E
Autores de Prevenção do Câncer comentam importância da obra na luta pela redução da prevalência da doença
O editor Ricardo César Pinto Antunes e os editores asso-ciados Antônio André Magoulas Perdicaris e Roberto Go-mes agradecem a dedicação e o empenho de cada um dos autores do Prevenção do Câncer, que permitiram a publica-ção da segunda edição da obra. A seguir, alguns dos colabo-radores comentam a importância do tema na luta pela re-dução do número de casos de câncer no Brasil e no mundo.
População bem informada, médicos ca-
pacitados e sistema de saúde bem es-
truturado são pré-requisitos para pre-
venção e diagnóstico precoce. Com
diagnóstico precoce e tratamento apro-
priado, é possível curar cerca de 90%
dos casos, com baixo custo e sem mu-
tilação. A obra traz uma valiosa contri-
buição ao combate ao câncer. Foi uma
honra escrever sobre tumores de par-
tes moles, tema ao qual, há muito tem-
po, tenho me dedicado.
Ademar LopesDiretor do Departamento de Cirurgia Pélvica do A.C.Camargo Cancer Center. Membro titu-lar do American College of Surgeons (ACS)
Excelente a ideia de publicar essa se-
gunda edição. A oportuna escolha dos
temas, desenvolvidos de modo objeti-
vo, concede à obra posição indispen-
sável a todos que se interessam pelo
tema básico – as neoplasias malignas –,
as quais, cada vez mais, exigem a aten-
ção do médico em geral. Certamente, o
livro estará entre as publicações funda-
mentais em nossas bibliotecas.
Hiram Silveira LucasEx-presidente das Sociedades Brasileiras de Cancerologia e de Mastologia. Membro titu-lar da Academia Nacional de Medicina
Prevenção do Câncer apresenta uma visão
altamente consistente sob o ponto de
vista científico e adequada para nossa
realidade, fruto de esmerado trabalho
de seus editores Ricardo Antunes, An-
dré Perdicaris e Roberto Gomes.
Alfredo Carlos S. D. BarrosCoordenador do Núcleo de Mastologia do Hospital Sírio-Libanês. Médico pesquisador do Laboratório de Investigação Médica (LIM-02) da FMUSP
A saúde é o nosso maior bem. Infor-
mações para prevenir doenças como
câncer contribuem para uma boa qua-
lidade de vida. Participar desse livro,
desenhando sua capa, foi uma honra
para mim.
Mauricio de SousaIlustrador da capa do Prevenção do Câncer
J O R N A L D A S O C I E D A D E B R A S I L E I R A D E C A N C E R O L O G I A | 9
Prevenir câncer é possível. Em diversas
áreas da oncologia, podem ser observa-
dos resultados mensuráveis das práti-
cas estabelecidas com base em evidên-
cias geradas nos últimos 30 anos. No
entanto, em cabeça e pescoço, a situa-
ção é desalentadora. Mudanças no per-
fil epidemiológico com o ingresso de
jovens não tabagistas nos grupos de ris-
co, diagnósticos tardios, sequelas, cus-
tos, mortes evitáveis... Essa excelen-
te segunda edição abre oportunidades
para que possamos rever os motivos,
refletir sobre estratégias e motivar a
realização de programas de prevenção
e rastreamento de populações de risco.
Luiz Paulo KowalskiDiretor do Departamento de Cirurgia de Cabeça e Pescoço e Otorrinolaringologia do A.C.Camargo Cancer Center. Presidente elei-to da International Academy of Oral Onco-logy (IAOO)
El capítulo “Programa de Control del
cáncer en América del Sur” muestra un
resumen del importante trabajo que ha
realizado la Organización Panamerica-
na de la Salud (OPS) para incentivar a
los países miembros a elaborar progra-
mas integrales de control del cáncer.
Se destacan las principales causas de
muerte por cáncer en América del Sur
y sus tendencias. Se presenta en deta-
lle el programa de control del cáncer
de Argentina y un análisis completo de
la situación del cáncer en Chile.
Mauricio CamusProfessor-associado de Cirurgia do Departa-mento de Cirurgia Oncológica da Pontificia Universidad Católica de Chile
A Organização Mundial da Saúde esti-
ma que mais de 30% de todos os cânce-
res sejam passíveis de prevenção. O de
pulmão é um dos tumores malignos,
cuja prevenção foi a mais estudada e
estabelecida na rotina da prática mé-
dica. O livro apresenta as abordagens
mais eficientes para a prevenção desse
câncer, o qual responde pelo maior nú-
mero de mortes por neoplasia.
Riad Naim YounesMédico-cirurgião Torácico. Coordenador da Cirurgia Oncológica do Hospital São José da Beneficência Portuguesa de São Paulo e do Grupo de Estudos de Tumores Neuroendócri-nos no Brasil (GETNE)
Foi um prazer participar mais uma vez
do Prevenção do Câncer, que, com um
corpo acadêmico de primeira grande-
za, nos traz uma atualização de seus
diversos temas. Certamente, será reco-
nhecido como marco de excelência na
literatura médica brasileira.
Ivo PitanguyProfessor titular do Departamento de Cirur-gia Plástica da PUC-RJ e do Instituto de Pós--graduação Médica Carlos Chagas Fotos gentilmente cedidas pelos autores dos textos.
10 | C Â N C E R H O J E
COLUNA DA
Divulgação
Florentino Cardoso Filho, presidente da AMB.
Mudanças por um Brasil melhor
O Brasil, nosso país amado, vive um
momento difícil. Os Poderes Executivo
e Legislativo estão perdendo credibili-
dade em níveis federal e estadual. Em
alguns estados, poucos mantêm o res-
peito à população, em razão da corrup-
ção desenfreada e do cerceamento de
direitos, via manipulação de dados e
mentiras, enganando o povo. Sobre al-
gumas pessoas do Judiciário, recaem as
nossas esperanças.
O governo federal é repleto de con-
tradições e não há transparência. Isso
é agravado pela atual crise econômi-
ca, da qual se esperam, a curto prazo,
crescimento da inflação, aumento de
impostos, arrocho salarial e mais pre-
juízos para o desenvolvimento. A cres-
cente perda de credibilidade atrai ten-
dências bolivarianas e comunistas. O
medo das pessoas aumenta, especial-
mente quando a liberdade de expres-
são e de imprensa é ameaçada.
A ameaça à democracia nos clama
a trabalhar por mudanças profundas,
para que o rumo mude e voltemos ao
crescimento. Não podemos mais con-
viver com a roubalheira e a destruição
do patrimônio público (como a Petro-
bras). A transformação precisa ser ur-
gente, contínua, séria e ampla, cortan-
do na carne todos os envolvidos nesse
mar de lama.
Pilares da sociedade, como saúde,
educação e segurança pública, sofrem
continuamente. A crise nas escolas pú-
blicas, representada pelo analfabetis-
mo funcional, pelo descaso com pro-
fessores, pela falta de recursos para
universidades públicas e hospitais uni-
versitários, mostra com clareza que é
preciso mudar. É preciso valorizar a
educação, do ensino básico ao supe-
rior. Cursos superiores são abertos dia-
riamente, muitos deles de qualidade
sofrível.
No caso das escolas médicas, muitas
não têm condições mínimas para for-
mar profissionais de saúde. Em pós-
-graduação, também há sérios proble-
mas. Na residência médica, etapa em
que são aprimorados os conhecimen-
tos de assistência, o governo federal,
por meio do Ministério da Educação,
intervém de maneira nefasta e autori-
tária, sem planejamento a médio e lon-
go prazo. É a velha política de partido,
e não de Estado.
A saúde pública está cada vez pior.
Faltam postos e hospitais em condi-
ções mínimas para atender à crescente
demanda por serviços de saúde. Obras
inacabadas, projetos mal elaborados,
mal executados (ou não executados).
Faltam medicamentos e materiais. Os
profissionais de saúde estão desmoti-
vados no setor público, pelas péssimas
condições, pela má remuneração e pela
falta de garantias trabalhistas (coopera-
tivas, serviço prestado, etc.). Persistem
as longas filas de espera para consultas,
exames simples e cirurgias. Na cidade
mais rica do Brasil, São Paulo, a fila de
espera dos pacientes no sistema públi-
co aumentou.
O sistema de saúde suplementar
também está em crise, com enorme in-
satisfação de pacientes, prestadores e
operadoras. A intervenção do governo
no setor é indevida e exagerada. Não
é possível planejar, executar e melho-
rar quando as regras mudam continua-
mente, por meio de normas e resolu-
ções que, muitas vezes, atrapalham.
Resta-nos trabalhar ainda mais para
influenciar profundas transformações,
conversando com pacientes e amigos,
favorecendo uma mudança para me-
lhor. Iremos priorizar causas coletivas,
valorizando a técnica, a qualidade e a
ética. É preciso juntar forças, unir insti-
tuições e lutar para que o Brasil saia do
atual momento, para que possamos vi-
ver em um país melhor.
J O R N A L D A S O C I E D A D E B R A S I L E I R A D E C A N C E R O L O G I A | 11
NOTAS
Atividade de gene ligada a câncer de mama agressivo Estudo realizado por equipe do
Wellcome Trust Sanger Institute e da
University of Cambridge identificou o
gene BCL11A como especialmente
ativo em pacientes com câncer de
mama “triplo-negativo” – uma forma
agressiva da doença, responsável por
cerca de um em cada cinco casos.
Os resultados se baseiam em amostras
enviadas de mais de 3 mil mulheres
afetadas por esse tipo da doença.
O gene BCL11A foi encontrado em
hiperatividade em amostras de tumor
de cerca de 8, em cada 10 pacientes.
Hoje, são conhecidos 10 subtipos
distintos de câncer de mama de origem
genética.
Para comemorar a descoberta, Emma
Smith, pesquisadora da Cancer
Research UK, afirma que determinar
quais genes desempenham um papel
na incidência de câncer de mama
“triplo-negativo” pode levar a novas
formas de combater a doença, tornando
esse estudo de grande relevância para a
saúde da mulher.
“Os próximos passos serão descobrir
se esse gene desempenha o mesmo
papel na causa do câncer de mama
em mulheres e se podem ser
desenvolvidas drogas para atingir
moléculas defeituosas”, acrescentou.
FONTE: CANCER RESEARCH UK
Biópsia não causa metástase de câncer Estudo realizado em mais de 2 mil
pacientes por pesquisadores da Mayo
Clinic, no estado da Flórida, nos Estados
Unidos, dissipou o mito de que biópsias
possam causar a metástase do câncer.
De acordo com a pesquisa, publicada
pela Gut, revista da Sociedade Britânica
de Gastroenterologia, pacientes
que fizeram o exame apresentaram
resultados mais promissores e maior
sobrevida do que pacientes que não
fizeram biópsia.
O estudo foi fundamentado no câncer
de pâncreas, mas, segundo Michael
Wallace, gastroenterologista e
pesquisador da equipe, os resultados
provavelmente também são válidos
para outros tipos da doença, pois a
técnica utilizada – aspiração com agulha
fina – é comum em todos os tipos de
tumor.
A aspiração com agulha fina é uma
técnica minimamente invasiva de
extração de células de massa tumoral.
Por muito tempo, acreditou-se que
esse procedimento pudesse levar
células cancerosas a se espalharem. No
entanto, segundo Wallace, apesar de
relatos de caso sugerirem isso, não há
necessidade de preocupar os pacientes.
FONTE : MAYO CLIN IC N EWS N ETWORK
Exames de cabeça e pescoço em pacientes com câncer de pulmão aumentam sobrevidaAdicionar screenings de cabeça e
pescoço em rotina de exames de
câncer de pulmão aumenta o índice
de detecção precoce e a sobrevida, de
acordo com cientistas do University of
Pittsburgh Cancer Institute (UPCI). O
estudo mostra que pessoas com perfil
mais suscetível ao câncer de pulmão
também correm maior risco de contrair
câncer de cabeça e pescoço.
Em uma análise publicada na revista
Cancer, financiada pelo National
Institutes of Health (NIH), foi avaliada a
eficácia da adição do exame de cabeça
e pescoço na rotina de rastreamento do
cancro do pulmão.
“Quando ele é detectado precocemente,
a taxa de sobrevida de cinco anos para
câncer de cabeça e pescoço chega
a 83%”, afirma Brenda Diergaarde,
pesquisadora e membro da UPCI.
FONTE : EUREKALERT
Testosterona pode suprimir avanços de câncer de próstataEm um paradoxo surpreendente,
a testosterona, que geralmente é
considerada aliada do câncer de
próstata, demonstrou suprimir
determinados tipos avançados da
doença e também reverter a resistência
aos medicamentos bloqueadores de
testosterona, utilizados para tratar
câncer de próstata. A descoberta, feita
por cientistas do Johns Hopkins Kimmel
Cancer Center, foi publicada na revista
Science Translational Medicine, em
janeiro.
No entanto, o oncologista Samuel
Denmeade, que liderou o pequeno
estudo envolvendo 16 pacientes com
câncer de próstata metastático, adverte
que o momento do tratamento com
testosterona é difícil de determinar
e alerta que os pacientes não devem
se automedicar com suplementos de
testosterona disponíveis no mercado.
FONTE : EUREKALERT
12 | C Â N C E R H O J E
DICAS DE LIVROS
MANUAL DE REABILITAÇÃO
EM ONCOLOGIA DO ICESP
Christina May Moran de Brito, Mellik
Bazan, Cesar Antonio Pinto, Wania Regina
Mollo Baia, Linamara Rizzo Battistella
EDITORA MANOLE
Organizada pela equipe de Reabilitação do
Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), a obra aborda a
avaliação integral das necessidades do paciente com câncer (internado,
crítico, não crítico, ambulatorial) e toda a linha do cuidado de reabilitação:
prevenção, tratamento, recuperação e suporte, sempre sob o olhar da
interdisciplinaridade, além de questões relacionadas à gestão clínica. O
conteúdo do livro fundamenta-se em práticas baseadas em evidências e
nas experiências dos profissionais do Icesp.
M EDICINA INTEGRATIVA – MANUAIS
DE ESPECIALIZAÇÃO EI NSTEIN
Paulo de Tarso Ricieri de Lima
EDITORA MANOLE
O 12º volume da série Manuais de
Especialização Einstein aborda a interface da
medicina integrativa com a atenção primária
e com os processos imunológico e inflamatório, passando pelas bases
científicas e por conceitos de epigenética e da conexão mente-corpo,
sem deixar de considerar a importância terapêutica do placebo, da
espiritualidade e da religião. A obra reúne atendimento clínico, educação e
pesquisa dentro do contexto hospitalar.
INDIQUE AO PACIENTE
O AMANHÃ EXISTE: A HISTÓRIA DE
QUEM TRANSFORMOU A LUTA CONTRA
O CÂNCER INFANTOJUVEN I L NO BRASIL
Renato Lemos
VERSO BRASIL EDITORA
O jornalista Renato Lemos narra a luta contra
o câncer infantojuvenil de Marquinhos, o
filho caçula de Francisco Neves, superintendente do Instituto Ronald
McDonald no Brasil. O diagnóstico se deu na década de 1980 e, apesar
dos esforços – inclusive uma campanha de arrecadação para que a
família pudesse recorrer ao tratamento mais indicado à época, em Nova
York–, Marquinhos, aos 8 anos de idade, não resistiu. Ao voltarem ao país,
Neves e a esposa Sônia tornaram-se voluntários no apoio àqueles que
enfrentavam a mesma luta.
CALENDÁRIO DE EVENTOS
AACR ANNUAL MEETING 2015
18 a 22 de abril de 2015
PHILADELPHIA – EUA
Informações: www.aacr.org/Meetings/Pages/MeetingDetail.
aspx?EventItemID=25
14 TH WORLD CONGRESS OF THE EUROPEAN
ASSOCIATION FOR PALLIATIVE CARE
8 a 10 de maio de 2015
COPENHAGEN – DINAMARCA
Informações: www.eapc-2015.org
I I CONGRESSO BRASILEIRO DE
GINECOLOGIA ONCOLÓGICA
13 a 16 de maio de 2015
BELO HORIZONTE – MG
Informações: www.cmgo.com.br
BIT’S 8 TH ANNUAL WORLD CANCER CONGRESS
15 a 17 de maio de 2015
BEIJING – CHINA
Informações: www.bitcongress.com/cancer2015/default.asp
XX CONGRESSO BRASILEIRO DE CANCEROLOGIA
2 a 5 de setembro de 2015
BRASÍLIA – DF
Informações: www.concan2015brasilia.com.br
THE EUROPEAN CANCER CONGRESS
25 a 29 de setembro de 2015
VIENA – ÁUSTRIA
Informações: www.ecco-org.eu/ecc2015
XII CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA
DE CIRURGIA ONCOLÓGICA
15 a 17 de outubro de 2015
SALVADOR – BA
Informações: www.congresso2015sbco.com.br