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A Paráfrase, a Paródia e o Resumo - Aula 15

A Paráfrase, a Paródia e o Resumo

Olá, aluno(a)! Você tem aproveitado bem as nossas aulas? Colocou em prática os conhecimentos que compartilhamos aqui no AVA? Todas as aulas da disciplina de Comunicação e Expressão – EAD estão voltadas para sua prática acadêmica e pro-fissional, por isso é tão importante você exercitar o que estamos estudando aqui.

Nesta aula, vamos abordar práticas textuais que nos serão úteis em diferentes momentos. Os três tópicos de nossa aula são imprescindíveis para quem precisa expressar suas ideias no texto escrito. Saber transformar a linguagem de um texto para construir outro semanticamente equivalente é um conhecimento indispensável para sua prática como estudante e também como profissional.

Vamos começar pela Paráfrase. Você já ouviu falar nela?

Veja a definição do dicionário Houaiss da Língua Portuguesa:

Para entender esse conceito, leia o texto abaixo e comece seu estudo.

CANÇÃO DO EXÍLIO

Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o Sabiá;

As aves, que aqui gorjeiam,

Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,

Nossas várzeas têm mais flores,

Nossos bosques têm mais vida,

Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,

Mais prazer eu encontro lá;

Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o Sabiá.

Paráfrase: (1)sf. interpretação ou tradução em que o autor procura seguir mais o sentido do texto que sua letra: metáfrase; (2) interpretação, explicação ou nova apresentação de um texto que visa torná-lo mais inteligível ou que sugere novo enfoque para o seu sentido. (...)

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Minha terra tem primores,

Que tais não encontro eu cá;

Em cismar – sozinho, à noite–

Mais prazer eu encontro lá;

Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,

Sem que eu volte para lá;

Sem que desfrute os primores

Que não encontro por cá;

Sem qu’inda aviste as palmeiras,

Onde canta o Sabiá.

O poema de Gonçalves Dias publicado no livro Primeiros cantos (1847) já foi pa-rafraseado por diversos escritores. Uma das mais recentes é a paráfrase feita pelo também poeta Carlos Drummond de Andrade:

NOVA CANÇÃO DO EXÍLIO

Um sabiá na palmeira, longe.

Estas aves cantam um outro canto.

O céu cintila sobre flores úmidas.

Vozes na mata, e o maior amor.

Só, na noite,

seria feliz: um sabiá, na palmeira, longe.

Onde é tudo belo e fantástico, só, na noite, seria feliz.

(Um sabiá, na palmeira, longe).

Ainda um grito de vida e voltar para onde tudo é belo e fantástico:

a palmeira, o sabiá, o longe.

Percebeu como Drummond manteve a temática de valorização da natureza, de seu lugar? É isso que a paráfrase faz. A Paráfrase é um processo de reformulação de partes de um texto ou de todo ele. É um mecanismo sintático que cria alternativas de expressão para um mesmo conteúdo. Simplificando: Paráfrase é escrever a mesma coisa com outras palavras.

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Tom Jobim e Chico Buarque também fizeram uma paráfrase do mesmo poema na canção intitulada “Sabiá”. Assita ao vídeo da apresentação para ver mais um exem-plo: http://www.youtube.com/watch?v=L4LuCFQ2Eo4.

Existem alguns mecanismos de construção da paráfrase:

1. O uso de sinônimos:

TEXTO ORIGINAL PARÁFRASEO menino se dirigiu ao pai, pedindo colo.

O garoto se dirigiu ao pai, pedindo colo.

2. O uso de expressões equivalentes ou que acrescentem significados:

TEXTO ORIGINAL PARÁFRASEAs atletas do clube estavam belís-simas.

As lindas garotas do clube chega-ram.

3. A inversão dos elementos do texto:

TEXTO ORIGINAL PARÁFRASEParece que a chuva não vai parar este ano.

Parece que, este ano, não vai parar a chuva.

4. Modificações no tempo e na voz verbal (a troca do sujeito pelo objeto):

TEXTO ORIGINAL PARÁFRASEOs alunos revisaram as aulas ante-riores.

As aulas anteriores foram revisadas pelos alunos.

5. Modificação da classe da palavra, por uma da mesma família de palavras (cognatas):

TEXTO ORIGINAL PARÁFRASEO coral cantou lindamente, agradan-do ao público.

O lindo canto do coral agradou ao público.

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6. O uso de comparativos de superioridade e inferioridade:

TEXTO ORIGINAL PARÁFRASEAntônio é maior do que Artur. Artur é menor do que Antônio.

Não confunda Paráfrase com Paródia! A Paráfrase mantém as mesmas ideias do texto, retomando-as por novas palavras, novas estruturas. Já a Paródia é a reescri-ta para contestar um momento histórico ou um acontecimento atual ou até ridiculari-zar o que foi abordado no texto original.

Está lembrado da Canção do Exílio que citamos antes? Leia ela novamente no iní-cio desta aula. Já leu? Muito bem. Então veja o que o humorista Jô Soares escre-veu:

CANÇÃO DO EXÍLIO ÀS AVESSAS

Minha Dinda tem cascatas

Onde canta o curió

Não permita Deus que eu tenha

De voltar pra Maceió.

Minha Dinda tem coqueiros

Da ilha de Marajó

As aves, aqui, gorjeiam

Não fazem cocoricó.

O meu céu tem mais estrelas

Minha várzea tem mais cores.

Este bosque reduzido

Deve ter custado horrores.

E depois de tanta planta,

Orquídea, fruta e cipó

Não permita Deus que eu tenha

De voltar pra Maceió.

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Minha Dinda tem piscina,

Heliporto e tem jardim

Feito pelas Brasil’s Garden

Não foram pagos por mim.

Em cismar sozinho à noite

Sem gravata e paletó

Olho aquelas cachoeiras

Onde canta o curió.

No meio daquelas plantas

Eu jamais me sinto só.

Não permita Deus que eu tenha

De voltar pra Maceió.

Pois no meu jardim tem lago

Onde canta o curió

E as aves que lá gorjeiam

São tão pobres que dão dó.

Minha Dinda tem primores de floresta tropical

Tudo ali foi transplantado

Nem parece natural

Olho a jabuticabeira

Dos tempos da minha avó.

Não permita Deus que eu tenha

De voltar pra Maceió.

Até os lagos das carpas

São de água mineral.

Da janela do meu quarto

Redescubro o Pantanal

Também adoro as palmeiras

Onde canta o curió

Não permita Deus que eu tenha

De voltar pra Maceió.

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Finalmente, aqui na Dinda,

Sou tratado a pão de ló

Só faltava envolver tudo

Numa nuvem de ouro em pó.

E depois de ser cuidado

Pelo PC com xodó,

Não permita Deus que eu tenha

De acabar no xilindró.

Jô Soares faz uma clara referência à Canção do Exílio, tão famosa por valorizar a terra Brasil de que Gonçalves Dias sentia tanta falta. Mas a utiliza para contextu-alizar a época em que o Brasil tinha Fernando Collor de Melo como presidente da República.

Você pode acompanhar outras paráfrases e paródias da Canção do Exílio neste link: http://recantodaspalavras.com.br/2008/04/05/cancao-do-exilio-e-outras-versoes/.

Outra importante estratégia de escrita é o Resumo. E por que é tão importante sa-bermos resumir? Na era da tecnologia da informação, em que tudo acontece rapi-damente, saber sintetizar as ideias possibilita compartilhá-las mantendo as informa-ções principais. O Resumo é uma modalidade textual de redução. Ele faz a síntese de conteúdos mais amplos, e tem profunda preocupação em manter fielmente o texto original a que se refere. Sejam livros, artigos, ensaios, filmes, todos eles po-dem ser reduzidos em extensão, mas mantendo suas informações.

Vamos tratar do resumo? Você sabe o que é um resumo? Ele é a apresentação breve de um conteúdo de um artigo, ou livro, ou ensaio, ou até de um acontecimen-to real. Para fazer o seu resumo, siga os passos abaixo:

1 Leia atentamente o texto original. Uma leitura compenetrada, buscando entender todas as informações e a intenção do autor do texto, é funda-mental para saber qual é a raiz do texto.

2 Identifique a ideia principal de cada parágrafo. Você se lembra de nossa aula anterior, em que tratamos do parágrafo padrão e do tópico frasal? Pois é o tópico frasal de cada parágrafo que você deve identificar.

3 Organize os tópicos frasais que você separou utilizando conectivos que unam as ideias. Reveja a aula de coesão e coerência e se lembre dos articuladores textuais (conjunções).

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Algumas considerações são importantes! O resumo deve indicar as referências bi-bliográficas do texto original (autor, título, editor e ano). Ele deve ser organizado em introdução, desenvolvimento e conclusão. (Você deve ter percebido essas carac-terísticas no Infográfico. Reveja e identifique essas características.) Seu tamanho deve ser proporcional ao tamanho do texto original: para resumos de artigos curtos e comunicações recomenda-se que tenha até 100 palavras; para monografias e ar-tigos científicos até 250 palavras; para teses, relatórios e livros até 500 palavras.

Coloque em prática as orientações desta aula! Elas serão muito importantes para sua vida acadêmica e profissional!

Esta foi nossa última aula. Desejamos que a disciplina Comunicação e Expressão - EAD tenha contribuído para ampliar seus conhecimentos e prepará-lo(a) para a continuidade de seu curso e para o mercado de trabalho.

Sucesso nos estudos, sucesso na vida, sempre!