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NUTRIÇÃO MATERNO INFANTIL II Desnutrição Infantil Andressa Souza Nutricionista CRN 11100413

Aula Materno Infantil - Desnutrição Infantil

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  • NUTRIO MATERNO INFANTIL II

    Desnutrio Infantil

    Andressa Souza Nutricionista

    CRN 11100413

  • DESNUTRIO ENERGTICO-PROTEICA

    Definio

    A desnutrio energtico-proteica (DEP) ocorre pela

    deficincia primria e/ou secundria de energia e

    protenas e representa uma sndrome carencial que

    rene inmeras manifestaes clnicas,

    antropomtricas e metablicas.

  • DESNUTRIO ENERGTICO-PROTEICA

    A desnutrio infantil, apesar da reduo da sua prevalncia,

    continua sendo um problema de sade pblica em todo o mundo;

    A desnutrio est associada a 50% de todas as mortes de

    crianas menores de 5 anos no mundo (UNICEF, 2005);

    A desnutrio aumenta o risco de doenas e pode afetar o

    crescimento e desenvolvimento da criana;

    A Organizao Mundial da Sade (OMS) publicou um manual de

    tratamento da desnutrio grave, cuja implementao reduziu a

    mortalidade em 5 a 30% de desnutrio (OMS, 2000).

  • DESNUTRIO ENERGTICO-PROTEICA

    A desnutrio reconhecida como um importante fator

    de risco para o aumento de infeces e mortalidade

    infantil;

    Evidncias mostram um envolvimento da deficincia de

    micronutrientes e maior gravidade de doenas.

  • DESNUTRIO ENERGTICO-PROTEICA

    Epidemiologia no Brasil

    PNDS - 1996 PNDS - 2006

    Desnutrio 13% 7%

  • DESNUTRIO ENERGTICO-PROTEICA

    Etiologia

    Vida intrauterina - baixo peso ao nascer;

    Fase de lactente - interrupo precoce do aleitamento materno;

    Doenas - ocorrncia de repetidos episdios de doenas

    infecciosas (diarrias e respiratrias), acompanhados de perda

    de peso devido reduo do apetite e absoro de nutrientes;

    Problemas familiares - situao socioeconmica;

  • DESNUTRIO ENERGTICO-PROTEICA

    Etiologia

    Prticas alimentares incorretas - incio precoce da

    alimentao complementar e utilizao incorreta de frmulas

    lcteas;

    Alimentao inadequada - baixo nmero de refeies, baixa

    disponibilidade de alimentos, condies inadequadas de moradia;

    Cuidados com a criana - precrio conhecimento das mes

    sobre os cuidados com a criana (alimentao, higiene e cuidados

    com a sade de modo geral);

    Fraco vnculo me e filho.

  • DESNUTRIO ENERGTICO-PROTEICA

    Desnutrio leve e moderada:

    Alteraes de crescimento, visveis pela desacelerao de

    curva de crescimento;

    Perda de peso;

    Reduo de tecido adiposo;

    Anemia leve a moderada;

    Ressecamento de pele e cabelos;

    Alterao de desenvolvimento psicomotor;

    Apetite ainda preservado.

  • DESNUTRIO ENERGTICO-PROTEICA

    Desnutrio grave:

    Perda de peso grave;

    Reduo da imunidade celular;

    Alterao da funo cerebral;

    Dificuldade de aprendizagem;

    Perda de massa muscular e adiposa;

    Cabelos opacos e com queda;

    Unhas quebradias;

    Reduo da secreo de cido clordrico (HCl), biliar e pancretica;

    Absoro reduzida de nutrientes;

    Atrofia da mucosa intestinal;

    Desidratao e edema;

    Falta de apetite;

  • DESNUTRIO ENERGTICO-PROTEICA

    Principais deficincias nutricionais

    Anemia ferropriva;

    Deficincia de iodo;

    Hipovitaminose A;

    Deficincia de zinco.

  • DESNUTRIO ENERGTICO-PROTEICA

    Avaliao da criana

    Antes de implementao do tratamento, devem ser realizadas as

    avaliaes antropomtricas, clnicas e bioqumicas do estado

    nutricional;

    Avaliao antropomtrica: Peso, estatura, IMC, dobras cutneas.

    Utilizar as curvas de crescimento para fazer a avaliao do estado

    nutricional.

    ** O ministrio da sade recomenda a utilizao de um

    registro dirio de peso durante a internao de crianas

    desnutridas. Caso a internao se prolongue, esta anotao

    deve ser feita mensalmente.

  • DESNUTRIO ENERGTICO-PROTEICA

    Avaliao da criana

    Avaliao clnica

    Quando a criana atendida pela primeira vez, deve ser

    imediatamente avaliada quanto ao risco de morte;

    Se houver sinais de risco (hipoglicemia, hipotermia,

    desidratao, anemia grave, sinais de infeco), o tratamento

    deve ser iniciado o mais rpido possvel;

    A avaliao clnica, atravs do exame fsico, auxilia na

    determinao da extenso da desnutrio energtico-proteica

    (DEP) e da terapia nutricional a ser adotada.

  • DESNUTRIO ENERGTICO-PROTEICA

    Avaliao da criana

    Histria pregressa e atual da criana

    Avaliao bioqumica: Exames laboratoriais.

    A interpretao do exames pode ser dificultada pela

    presena de desnutrio.

  • DESNUTRIO ENERGTICO-PROTEICA

    Tratamento

    O objetivo do tratamento da DEP recuperar o estado

    nutricional;

    Nos casos de desnutrio moderada a grave, com ou

    sem edemas Restabelecer funes metablicas, hidroeletrolticas e tratar infeces;

  • DESNUTRIO ENERGTICO-PROTEICA

    Tratamento

    Desnutrio leve a moderada:

    Criana so acompanhadas em nvel ambulatorial;

    Os requerimentos nutricionais e de energia devem estar

    aumentados em relao a indivduos saudveis;

    Ateno: Para crianas com baixo peso decorrente de

    baixa estatura, a prescrio de um valor de energia

    adicional pode levar ao sobrepeso um vez que a

    recuperao da estatura muito lenta, principalmente

    em condies de vida desfavorveis.

  • DESNUTRIO ENERGTICO-PROTEICA

    Tratamento

    Desnutrio grave:

    A OMS publicou um conjunto de orientaes nutricionais

    denominado 10 passos para a recuperao nutricional da

    criana com desnutrio grave, que so distribudos em 3 fases:

    Fase I Inicial ou estabilizao Inclui os passos 1 ao 5;

    Fase II Reabilitao Inclui os passos 6 ao 9;

    Fase III Acompanhamento Inclui os passo 10.

  • DESNUTRIO ENERGTICO-PROTEICA

    Tratamento

    Desnutrio grave:

    Passo 1 e 2: Tratar/prevenir hipoglicemia e hipotermia

    Hipoglicemia < 54 mg/dL

    Hipotermia temperatura axilar < 35C ou temperatura retal < 36,5C

    Passo 3: Tratar desidratao e Choque sptico

    Passo 4: Corrigir distrbios hidroeletrolticos

  • DESNUTRIO ENERGTICO-PROTEICA

    Tratamento

    Desnutrio grave:

    Passo 5: Tratar a infeco

    Passo 6: Corrigir deficincia de micronutrientes

    Passo 7: Reiniciar a alimentao cautelosamente

  • DESNUTRIO ENERGTICO-PROTEICA

    Tratamento

    Desnutrio grave:

    Passo 8: Fase de reabilitao ou de crescimento rpido

    Passo 9: Afetividade, estimulao, recreao e cuidado

    Passo 10: Preparar para a alta e acompanhamento ps-alta

  • DESNUTRIO ENERGTICO-PROTEICA

    Alimentao

    O planejamento alimentar deve possibilitar a reposio,

    manuteno e reserva adequadas de nutrientes no organismo;

    A educao nutricional muito importante em todas as etapas da

    vida. Como a desnutrio bastante comum na infncia, torna-se

    essencial e urgente que as pessoas que fazem parte do processo

    de educao/formao das crianas (famlia, professores) tenham

    acesso a informaes sobre o correto aproveitamento dos

    alimentos e a alimentao saudvel;

  • DESNUTRIO ENERGTICO-PROTEICA

    Alimentao

    Algumas sugestes para aproveitar ao mximo o valor nutritivo dos alimentos, em

    especial das frutas e verduras:

    Frutas e verduras devem ser consumidas bem frescas, pois os nutrientes vo se

    perdendo com o amadurecimento e com o tempo de armazenamento;

    Ao cozinhar as verduras, mantenha a tampa da panela fechada;

    No cozinhar demais os alimentos, principalmente os vegetais, pois aumentam

    as perdas;

    Aproveitar a gua que sobrou do cozimento para preparar outro prato, como

    sopas, cozidos;

    No submeter nenhum alimento a temperaturas altas demais, prefeir o fogo

    brando;

    importante dar orientaes sobre a melhor forma de ter uma alimentao

    equilibrada, levando em considerao a realidade da populao;

    Esse tipo de orientao indispensvel no tratamento, mas principalmente na

    preveno da doena.

  • DESNUTRIO ENERGTICO-PROTEICA

    Alimentao

    Dicas de higiene dos alimentos

    Utilizar somente gua filtrada ou fervida;

    Lavar muito bem as verduras, legumes e frutas, usando sabo e

    gua corrente filtrada ou fervida;

    Cozinhar bem os alimentos, principalmente as carnes;

    Fazer a comida perto do horrio de servi-la;

    Manter os alimentos cobertos ou em recipientes bem fechados;

    No falar, tossir ou espirrar em cima dos alimentos;

    No comer alimentos com aparncia ou cheiro imprprios.

  • DESNUTRIO ENERGTICO-PROTEICA

    Outros efeitos da desnutrio so o aumento da hospitalizao e

    convalescncia prolongadas;

    Uma populao desnutrida representa tambm maiores gastos em sade

    para o pas, desde os cuidados primrios at a internao.

    Alm disso, mais difcil para as mes de crianas desnutridas conseguirem

    emprego, o que acarreta problemas socioeconmicos que podem agravar

    ainda mais o quadro da desnutrio em todo o pas, gerando um ciclo vicioso:

    Desemprego

    Desnutrio Fome

    Fatores sociais, polticos,

    econmicos

  • DESNUTRIO ENERGTICO-PROTEICA

    Preveno da desnutrio

    As principais maneiras de prevenir a desnutrio so:

    Orientar corretamente sobre o aleitamento materno, atravs

    da formao de profissionais de sade e educadores

    capacitados;

    Divulgar informaes prticas sobre o conceito de

    alimentao saudvel;

    Realizar programas governamentais de suplementao

    alimentar que atinjam todo o pas e, especialmente, as

    regies que apresentam maior risco de desenvolvimento da

    desnutrio.

  • DESNUTRIO ENERGTICO-PROTEICA

    O atendimento criana desnutrida essencialmente

    realizado atravs de uma abordagem multidisciplinar;

    Avaliar necessidade de encaminhamento para

    profissionais como: fisioterapeuta, psiclogo, assistente

    social, neurologista, fonoaudilogo;

    Avaliar o encaminhamento a servios de ateno

    famlia, visando diagnosticar e estabelecer condutas nas

    situaes de fraco vnculo familiar ou suspeitas de maus

    tratos a criana.

  • REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    ACCIOLY, E.; SAUNDERS,C; LACERDA, E.M. Nutrio

    em obstetrcia e pediatria. 2 edio Rio de Janeiro: Editora

    Cultura Mdica, 2009.

    Fonte: PNDS, 2006:

    http://bvsms.saude.gov.br/bvs/pnds/saude_nutricional.php