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Sintomatologia de doenças de
plantas
Prof. Paulo de Tarso
visando a diagnose de doenças de plantas
Sintomatologia
Parte da Fitopatologia
Sintomas e Sinais
Sintoma é qualquer manifestação das reações da planta a um agente nocivo
• Proporcionar aos alunos o
conhecimento básico da fitopatologia
com ênfase aos sistemas de produção
Sinais
São estruturas do patógeno quando exteriorizadas no tecido doente
Crescimento miceliale esporulação deGeotrichumcandidum (Podridãoazeda da batatabaroa
Sinais
Estrutura ou produto do patógeno
Geralmente associados à lesão
Ocorrem num estádio mais avançado do processo infeccioso da PLANTA
Além de estruturas patogênicas:• Fungos:
– micélio, esporos, corpos de frutificaçãofúngicos (ascos, picnídios, etc);
• Bactérias:– Colônias e exudatos bacterianos;
• Nematóides:– ovos, juvenis e adultos;
• Vírus:– partícula viral, agregados de partículas.
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Exemplos...�Frutificações de alguns fungos, como
esclerócio de Sclerotium rolfsii em feijoeiro,�Picniídios de Lasiodiplodia theobromae em
frutos de manga,�Peritéicos de Giberella em trigo,�Apotécios de Sclerotinia em soja,
�Micélio branco de Oidium em caupi,�Massa de uredósporos ou teliósporos
produzidas em pústulas por fungoscausadores de ferrugens em divesasplantas.
Doenças - Carvões
Confundem-se
Sinais Sintomas
Exsudações ou cheiros
Provenientes das lesões podem serconsideradas como sinais
Odor que constitui sinal de doença pode-secitar
Mau cheiro emanado do colmo de cana-de-açúcar atacado por Pseudomonas rubrilineans
Mau cheiro da batata e outras solanáceasatacado por Pectobacterium carotovorum
Exsudações viscosas
Compostas de células bacterianas liberadosde órgãos atacados
Constituem importantes sinais para adiagnose,
Ex.: talos de tomateiro infectados por Ralstoniasolanacearum, murcha de tomate quandosumetidos a condições de alta umidade
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Sinais: exsudatos bacterianos
Ralstonia solanacearumXanthomonas / Pseudomonas, etc
Teste do copo Ao microscópio
Sequência completa dos sintomas que ocorrem
Quadro sintomatológico
Durante o desenvolvimento de uma doença
Os sintomas podem ser classificadosconforme:
1 – localização em relação ao hospedeiro;
2 – alteração produzida no hospedeiro;
3 – estrutura e ou processo afetado.
Classificação dos sintomas
1 – localização dos sintomas em relação ao patógeno
Sintomas primários
Sintomas secundários
2 – alterações produzidas no hospedeiro
Habituais Lesionais
3 – estruturas e/ou processos afetados
Histológicos Fisiológicos
Morfológicos
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Sintomas primários:
Resultante da ação direta do patógeno sobre ostecidos do órgão afetado.
Ex.: manchas foliares e podridões
Sintomas primários – manchacercosporiose do caupi(Cercospora cannescens)
Sintomas primários – verrugosedo maracujá (Cladosporiumherbarum)
Sintomas secundário ou reflexo:
Exibido pela planta em órgãos distantes do local deação do patógeno.
Ex.: subdesenvolvimento de plantas e murchasvasculares.
Sintomas secundário –verrugose de esclerócio dofeijoeiro (Sclerotium rolfsii)
Sintomas habituais:
A doença pode provocar alterações no hábito de crescimentoda planta.
Ex.: superbrotamento, nanismo, esverdeamento dasflores e escurecimento dos vasos.
Sintomas habitual –subdesenvolvimento – Geminivirusem pimentão
Sintomas habitual – superbrotamento– mal formação floral da mangueira(Fusarium subglutinas)
Sintomas lesionais:
Os sintomas se caracterizam por lesões na planta ou em umde seus órgãos.
Ex.: manchas necróticas, podridões e secas deponteiro.
Sintomas lesional – mancha decercosporiose da alface (Cercospora
longissima)
Quando as alterações ocorrem na célula:
1 – Granulose;
2 – Plasmólise;
3 – Vacuolose.
Sintomas histológicosGranulose:
Produção de partículas granulares ou cristalinas em célulasdegenerescentes do citoplasma.
Ex.: melanose em folhas efrutas cítricas, causada porDiaporthe citri
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Plasmólise:
Perda de turgescência das células, cujo protoplasma perdeágua devido aos distúrbios na membrana citoplasmática.
Ex.: Algumas viroses
Vacuolose:
Formação anormal dos vacúolos no protoplasma das células,levando à degeneração.
Ex.: Podridão molecausada porPectobacterium
Sintomas Fisiológicos:
Quando as alterações ocorrem na fisiologia dohospedeiro.
Ex.: Em centeio, a produção de grãos é inversamente proporcional àprodução de esclerócios de Claviceps purpurea, agente do esporão.
Utilização direta de nutrientes pelo patógeno:
Todos patógenos, por serem heterotróficos, sãoincapazes de sintetizar seu próprio alimento,necessitando de carboidratos e proteínas dohospedeiro para seu desenvolvimento.
Aumento na respiração do hospedeiro:
Todo o processo infeccioso nos tecidos dohospedeiro gera na área lesionada um aumento nataxa de respiração das células atacadas eadjacentes.
Ex.: plantas de trigo atacadas por Ustilago tritici,agente do carvão, apresentam um aumento de20% na taxa de respiração em relação a plantassadias.
Aumento na transpiração do hospedeiro:
Conforme o estádio de colonização pelo patógeno, ohospedeiro pode apresentar aumento ou redução nataxa de transpiração.
Ex.: plantas de bananeira e tomateiro, quando infectadaspor Fusarium oxysporum, agente de murchas vasculares,exibem nos primeiros dias um aumento na taxa detranspiração e, mais tarde, quando a murcha estáavançada ocorre uma baixa taxa de respiração e inibiçãodo sistema de transpiração.
Sintomas Morfológicos:
Quando as alterações se exteriorizam commodificações visíveis.
FORMA ou ANATOMIA
Do órgão
Os sintomas morfológicos podem serqualificados em:
Dependendo do tipo de modificação exibida peloórgão afetado
Necróticos
Plásticos
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Sintomas necróticos
Geralmente associados à lesão
Necroses são caracterizadas pela
•Degeneração do protoplasma,
•Seguida de morte de células,
•Tecidos e órgão.
Plesionecróticos
Holonecróticos
Antes da morte do protoplasma
Expressos após a morte do protoplasma
Sintomas Plesionecróticos
Caracterizam-se pela:
•Degeneração do protoplasma,
•Desorganização funcional dascélulas, sendo mais frequentes
Amarelecimento:
•Causado pela destruição da clorofila (destruição dopigmento ou dos cloroplastos);
•Mais frequente nas folhas e com intensidadevariando
leve descoramento do verde normal
amarelo brilhante
Ex.: halo amarelado ao redor de manchas causadaspor Cercospora spp.
Encharcamento
• também conhecido por “anasarca”;
• é a condição translúcida do tecido encharcadodevido à expulsão de água das células para osespaços intercelulares;
• é a primeira manifestação de muitas doenças comsintomas necróticos, principalmente daquelascausadas por bactérias.
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Encharcamento – Mildio da videira (Plasmopara viticola)
Murcha
• estado flácido das folhas ou brotos devido à falta deágua, geralmente causada por distúrbios nos tecidosvasculares e/ou radiculares.
• a murcha pode ser permanente, resultando namorte dos órgãos afetados, ou temporária, complantas murchas nos períodos quentes do dia, masrecuperando a turgidez durante a noite.
Ex.; murchas causadas por patógenos vasculares,como Fusarium oxysporum e Ralstoniasolanacearum
Murcha bacteriana emtomateiro (Rasltoniasolanacearum)
Sintomas Holonecróticos
Podem se desenvolver em qualquer parteda planta doente
• são característicos da morte dascélulas,
• provocando mudanças de coloração doórgão afetado.
Cancro: caracterizado por lesões necróticas maisfequentes nos tecidos corticais, caules, raízes etubérculos
Cancro em folhas e frutosde plantas cítricas,causado porXanthomonas campestrispv. citri
Crestamento: também denominado “requeima”,refere-se à necrose repentina de órgãos aéreos(folhas, flores e brotações).
Crestamento – requeimado tomateiro Phytophthorainfestans
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Tombamento
• também denominado “damping-off” caracteriza-se pelotombamento de plântulas, resultado da podridão detecidos tenros da base do caulículo.
• Se a podridão ocorrer antes da emergência da planta,caracterizando uma redução no estande de semeadura, édenominado “tombamento de pré-emergência”, enquanto,
• se ocorre após a emergência da planta é denominado“tombamento de pós-emergência”.
Ex.; tombamentos causados por fitopatógenos habitantesdo solo, como Rhizoctonia solani e Pythium spp.
TombamentoRhizoctoniose do caupiRhyzoctonia solani
Escaldadura• Escaldadura: caracterizado pelo descoramento daepiderme e de tecidos adjacentes em órgãos aéreosparecendo que este foi escaldado por água fervente.
Xanthomonas albilineans- cana de açúcar
Estrias• lesão alongada, estreita, paralela à nervura das folhasde gramíneas.
Pseudomonas rubrilineans -cana de açúcar com estriavermelha
• Gomose: exsudação de goma a partir de lesõesprovocadas por patógenos que colonizam o córtex ou olenho de espécies frutíferas.
Fusarium subglutinans -Fusariose do abacaxi
Didymella bryoniae – Podridãogomosa do meloeiro
• Mancha: morte de tecidos foliares, que se tornam secose pardos.
A forma das manchas foliares vária de acordo como patógeno envolvido
Circulares, angulares ou irregular.
Mancha olho de passarinho(Cercospora capsici)
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• Morte dos ponteiro: morte progressiva de ponteiros eramos jovens de árvores.
Morte dos ponteirosMorte descendente damangueiraLasiodiplodia theobromae
• Mumificação: aparece nas fases finais de certasdoenças de fruto, caracterizando-se pelo secamentorápido de frutos apodrecidos, com consequenteenrugamento e escurecimento, formando uma massadura, conhecida como múmia.
Podridão parada dopessegueiroMonilinia fructicola
• Perfuração: queda de tecidos necrosados em folhas,provocada pela formação de uma camada de abcisão aoredor dos sintomas.
Perfuração em beterrabaCercospora beticola
Chumbinho em pêssegoStigmina carpophila
• Podridão: aparece quando o tecido necrosado encontra-se em fase adiantada de desintegração.
Dependendo do aspecto da podridão, pode-seespecificar o sintoma como podridão mole, podridãodura, podridão negra, podridão branca, etc.
• Pústula: caracterizado por pequena mancha necrótica,com elevação da epiderme, que se rompe por força daprodução e exposição de esporos do fungo
PústulaFerrugem do feijoeiroUromyces appendiculatus
PústulaFerrugem da goiabeiraPuccinia psidii
PústulaFerrugem brancarabaneteAlbugo candida
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•Resinose: Exsudação anormal de resina das lesões emconíferas.
•Seca: Secamento e morte de órgãos da planta,diferenciando-se do crestamento por se processar maislentamente.
Algumas vezes pode atingir toda a parte aérea daplanta. Ex.: seca da mangueira, causada porCeratocystis fimbriata.
Sintomas plásticos
Anomalias no crescimento, multiplicação oudiferenciação de células vegetais geralmente levam adistorções nos órgãos da planta.
Quando as plantas apresentam subdesenvolvimentodevido a redução ou supressão na multiplicação oucrescimento das células, os sintomas são denominadosHIPOPLÁSTICOSNos casos em que ocorre superdesenvolvimento,normalmente decorrente de hipertrofia (aumento dovolume das células) e/ou hiperplasia (multiplicaçãoexagerada das células), os sintomas são denominadosHIPERPLÁSTICOS
Albinismo: falta congênita daprodução de clorofila,apresentando-se,geralmente, comovariegações branca nasfolhas, mas podendo, emcertos casos, tomar todo oórgão.Ex. folhas de cana deaçúcar com escaldadura.
AlbinismoVirose da catléia
Clorose: esmaecimento do verde em órgãosclorofilados, decorrente da falta de clorofila.Diferencia-se do albinismo pelos órgãos não ficaremtotalmente brancos
Clorose variegada dos citrosXilella fastidiosa
Estiolamento: Sintoma complexo, que embora sejaclassificado como hipoplástico pela falta de produçãode clorofila, envolve hiperplasia das células, comalongamento do caule.
Estiolamento do caupiDeficiência de luz
Enfezamento: Também conhecido por “nanismo”,refere-se à redução no tamanho da planta toda ou deseus órgãos.
EnfezamentoNanismo do milhoSpiroplasma kunkelli
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Mosaico: Em áreas cloróticas aparecem intercaladascom áreas sádias (verde mais escuro) nos órgãosaclorofilados.Não há padrão (distinção de deficiência)Sintoma típico de algumas viroses
Mosaico do mamoeiroPapaya ringspotmosaic virus
Roseta: Caracteriza-se pelo encurtamento dosentrenós, brotos ou ramos, resultando noagrupamento de folhas em roseta
Roseta da videiraVírus
Bolhosidade: Caracteriza-sepelo aparecimento, no limbofoliar, de saliência deaparência bolhosa.Típico de doenças causadaspor vírus.
BolhosidadeCowpea severe mosaic virus
Os sintomas hiperplásticos mais frequentes emdoenças de plantas são:
Bronzeamento: Mudança decor da epiderme, que ficacom cor de cobre(bronzeada) devido à açãode patógenos.
BronzeamentoEnrolamento da folha davideiraClosterovirus
Encarquilhamento: Tambémconhecido como“encrespamento”.Representa umadeformação de órgãos daplanta, resultado docrestamento (hiperplasia ouhipertrofia) exagerado decélulas, localizado emapenas uma parte do tecido.
EncarquilhamentoCrespeira do pessegueiroTaphrina deformans
Epinastia: Curvatura da folha ou do ramo para baixo,devido à rápida expansão da superfície superiordesses órgãos
Epinastia da mostarda(Beet curly top virus)
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Fasciação: Estado achatado, muito ramificado e unidode órgãos da planta.
Fasciação basal do gerânio(Rhodococcus fascians)
Galha: Desenvolvimento anormal de tecidos deplantas resultantes da hipertrofia e/ou hiperplasia desuas células.
Superbrotamento: Ramificação excessiva do caule,ramos ou brotações florais. Algumas vezes os órgãosafetados adquirem formato semelhante ao de umavassoura, sendo então denominado vassoura debruxa.
SuperbrotamentoVassoura-de-bruxa do cacau(Crinipellis perniciosa)
Verrugose da laranja(Elsinoe spp.)
Verrugose: Crescimento excessivo de tecidosepidérmicos e corticais, geralmente modificados pelaruptura e suberificação das paredes celulares.Caracteriza-se por lesões salientes e ásperas emfrutos.