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PORTUGUÊS P/ CGU - TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS PROFESSOR: DÉCIO TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 1 Aula 2 (Sintaxe da oração, do período composto por subordinação substantiva, adjetiva e pontuação) Olá, como estamos? Não deixe a matéria acumular, ok!! Isso é muito importante para se manter motivado e organizado. Estou sempre à disposição no fórum para procurar ajudá-lo(a)!!! Na aula passada, você viu em muitas questões a expressão “valor semântico”; a partir desta, começará a perceber expressões como “prejuízo morfológico”, “erro sintático” etc. Mas o que significam essas expressões? Para responder a isso, vamos trabalhar os princípios gramaticais. A gramática normativa divide-se em três estruturas básicas: a semântica, a morfologia e a sintaxe. O valor semântico é o sentido que o vocábulo terá no contexto da frase. A base de seu estudo são os sentidos das conjunções coordenativas, subordinativas adverbiais, preposições, além dos substantivos, adjetivos, advérbios. A morfologia é tudo que norteia o vocábulo em si: a fonologia (som da palavra), a estrutura da palavra, a ortografia, a acentuação gráfica e as classes de palavras. Estas classes são os nomes dos vocábulos dentro de uma frase. Esses vocábulos podem ser: a) substantivo (dá nome aos seres); b) artigo (determina o substantivo); c) adjetivo (caracteriza o substantivo); d) advérbio (modifica o verbo, adjetivo ou outro advérbio); e) pronome (substitui ou acompanha um termo substantivo); f) verbo (transmite processos, como ação, atividade intelectual, desejo, etc); g) conjunção (liga orações ou palavras); h) preposição (liga orações, palavras ou inicia complementos); i) numeral (quantifica, ordena, multiplica ou divide os seres); j) interjeição (marca exclamações). Essas classes de palavras normalmente ocupam uma função sintática, que é o seu desempenho dentro de uma oração. Uma classe gramatical pode desempenhar várias funções sintáticas, dependendo do contexto em que é inserida. Um substantivo, por exemplo, pode desempenhar as funções de sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, predicativo, vocativo, aposto, agente da passiva. Já um adjetivo pode, além das funções de predicativo e aposto, desempenhar a de adjunto adnominal. O advérbio ocupa unicamente a função de adjunto adverbial. Das classes gramaticais, as que não possuem funções sintáticas são o verbo, a conjunção, a preposição e a interjeição. Português p/ CGU (teoria e questões comentadas)

Aula 02

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(Sintaxe da oração, do período composto por subordinação substantiva, adjetiva e pontuação)

Olá, como estamos?

Não deixe a matéria acumular, ok!! Isso é muito importante para se manter motivado e organizado.

Estou sempre à disposição no fórum para procurar ajudá-lo(a)!!! Na aula passada, você viu em muitas questões a expressão “valor

semântico”; a partir desta, começará a perceber expressões como “prejuízo morfológico”, “erro sintático” etc. Mas o que significam essas expressões?

Para responder a isso, vamos trabalhar os princípios gramaticais. A gramática normativa divide-se em três estruturas básicas: a

semântica, a morfologia e a sintaxe. O valor semântico é o sentido que o vocábulo terá no contexto da frase. A base de seu estudo são os sentidos das conjunções coordenativas, subordinativas adverbiais, preposições, além dos substantivos, adjetivos, advérbios.

A morfologia é tudo que norteia o vocábulo em si: a fonologia (som da palavra), a estrutura da palavra, a ortografia, a acentuação gráfica e as classes de palavras. Estas classes são os nomes dos vocábulos dentro de uma frase. Esses vocábulos podem ser:

a) substantivo (dá nome aos seres); b) artigo (determina o substantivo); c) adjetivo (caracteriza o substantivo); d) advérbio (modifica o verbo, adjetivo ou outro advérbio); e) pronome (substitui ou acompanha um termo substantivo); f) verbo (transmite processos, como ação, atividade intelectual, desejo, etc); g) conjunção (liga orações ou palavras); h) preposição (liga orações, palavras ou inicia complementos); i) numeral (quantifica, ordena, multiplica ou divide os seres); j) interjeição (marca exclamações).

Essas classes de palavras normalmente ocupam uma função sintática, que é o seu desempenho dentro de uma oração.

Uma classe gramatical pode desempenhar várias funções sintáticas, dependendo do contexto em que é inserida. Um substantivo, por exemplo, pode desempenhar as funções de sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, predicativo, vocativo, aposto, agente da passiva. Já um adjetivo pode, além das funções de predicativo e aposto, desempenhar a de adjunto adnominal. O advérbio ocupa unicamente a função de adjunto adverbial. Das classes gramaticais, as que não possuem funções sintáticas são o verbo, a conjunção, a preposição e a interjeição.

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Veja a seguir um quadro que estrutura melhor essa explicação:

Classe de palavras Função sintática

Substantivo (valor substantivo)

Núcleo do sujeito Núcleo do objeto direto Núcleo do objeto indireto Núcleo do complemento nominal Núcleo do aposto Núcleo do predicativo Núcleo do agente da passiva Vocativo

Adjetivo (valor adjetivo) Aposto Adjunto adnominal Predicativo

Artigo (valor adjetivo) Adjunto adnominal Núcleo do sujeito

Núcleo do objeto direto Núcleo do objeto indireto

(valor substantivo) Núcleo do complemento nominal Pronome Núcleo do aposto Núcleo do predicativo

Núcleo do agente da passiva Vocativo Aposto (valor adjetivo) Adjunto adnominal Predicativo Núcleo do sujeito

Núcleo do objeto direto Núcleo do objeto indireto

(valor substantivo) Núcleo do complemento nominal Núcleo do aposto Numeral Núcleo do predicativo

Núcleo do agente da passiva Vocativo Aposto (valor adjetivo) Adjunto adnominal Predicativo Advérbio Adjunto adverbial Verbo

(sem função sintática) Preposição Conjunção Interjeição

Naturalmente, você não tem que decorar esse quadro, ele é apenas um elemento de consulta, para que você compreenda melhor a diferença entre morfologia, semântica e sintaxe; pois, quando a ESAF junta os conteúdos numa só questão, isso ajudará muito.

Esta aula é uma continuação da anterior. Na aula passada, vimos os valores semânticos das conjunções coordenativas e subordinativas adverbiais, além da pontuação. Nesta, vamos falar primeiro da sintaxe da oração, para trabalharmos as orações subordinadas substantivas e adjetivas.

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Vamos retomar a construção básica da oração, vista na aula passada:

1. O candidato realizou a prova. 2. duvidou do gabarito. 3. enviou recursos à banca examinadora. 4. tem certeza de sua aprovação.

5. viajou. 6. estava tranquilo.

Vimos, simplificadamente, que os verbos se flexionam de acordo com o sujeito e que essa relação é chamada de concordância verbal, a qual veremos na aula 3.

Também vimos que os verbos “realizou”, “duvidou”, “enviou” e “tem” são transitivos, pois exigem complementos.

Algumas vezes, esse complemento verbal é precedido de preposição. Para facilitar o entendimento, podemos dizer que essa preposição seria um obstáculo. Havendo uma preposição, o trânsito é indireto. Retirando-se a preposição, o trânsito é livre, direto.

Então, observe o verbo “realizou”. Ele não exige preposição. Assim, o termo que vem em seguida é seu complemento verbal direto. Já o complemento do verbo “duvidou” é indireto, pois o trânsito está dificultado(indireto) tendo em vista a preposição “de”.

Já que, na frase 1, há complemento verbal direto, o verbo “realizou” é chamado de transitivo direto (VTD). Na frase 2, como há preposição exigida pelo verbo “duvidou”, diz-se que este verbo é transitivo indireto (VTI) e seu complemento é indireto. Na frase 3, há dois complementos exigidos pelo verbo: um direto e outro indireto.

A gramática dá o nome a todo complemento verbal de objeto, por isso o complemento verbal direto é o objeto direto (OD) e o complemento verbal indireto é o objeto indireto(OI).

Já que entendemos que a transitividade é uma exigência do verbo, pois necessita de um complemento verbal, a gramática dá o nome a este processo de “Regência”, pois ele exige (rege) o complemento. Se é um verbo que exige, é natural que a regência seja verbal. Há um capítulo nas gramáticas que trabalha só isso: Regência Verbal (reconhecimento da transitividade do verbo), a qual veremos na aula 4. Mas agora cabe apenas entender a estrutura abaixo:

1. O candidato realizou a prova. VTD + OD

2. duvidou do gabarito. VTI + OI

3. enviou recursos à banca examinadora. VTDI + OD + OI

sujeito predicado

Regência Verbal

sujeito predicado

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Mas não é só o verbo que pode ser transitivo. Nome também pode ter transitividade. Nomes como “certeza”, obediência, dúvida, longe, perto, fiel, etc são chamados de transitivos porque necessitam de um complemento para terem sentido. Alguém tem certeza de algo, dúvida de algo, obediência a alguém ou a algo. Alguém mora perto de outra pessoa ou longe dela. Alguém é fiel a algo ou a alguém.

Estes nomes exigem transitividade, com isso há um complemento, o qual é chamado de complemento nominal (CN).

Logicamente, há contextos em que o complemento não estará explícito na frase; por exemplo, se queremos dizer que alguém reside muito distante, podemos dizer que ele mora longe. Neste caso o nome “longe” deixou de ser transitivo, não exigiu o complemento nominal, pois este ficou implícito. Por isso não devemos decorar, mas entender o contexto, a funcionalidade. Se o complemento não está explícito, não temos de identificá-lo. Assim, tudo depende do contexto.

Vimos que a regência verbal trata basicamente do complemento do verbo. Se há um nome que exige complemento, então temos a Regência Nominal. Veja a frase 4:

4. O candidato tem certeza de sua aprovação. VTD + OD + CN

Note que o verbo “tem” é transitivo direto e “certeza” é o objeto direto. A expressão “de sua aprovação” não complementa o verbo, mas o nome “certeza”: certeza de sua aprovação.

O estudo da Regência Nominal, na realidade, é realizado para descobrirmos quais preposições iniciam o complemento nominal.

Então atente quanto à diferença da oração 3 (VTDI + OD + OI) para a 4 (VTD + OD + CN).

A oração 5 já foi explorada na aula passada. Note que o verbo “viajou” não exige nenhum complemento verbal. Então não há transitividade:

O candidato viajou para São Paulo ontem confortavelmente a trabalho.

Assim, o termo que se segue a este verbo é o adjunto adverbial. Essas 5 frases possuem verbos com transitividade (VTD, VTI, VTDI) e

sem transitividade (VI). Toda vez que, na oração, ocorrerem esses tipos verbais, dizemos que eles são os núcleos (palavra mais importante) do predicado, assim teremos os Predicados Verbais, com a seguinte estrutura:

Predicado verbal = VTD + OD VTI + OI

VTDI + OD + OI VI

sujeito predicado

Regência Nominal

sujeito VI Adj Adv lugar Adj Adv tempo

Adj Adv modo

Adj Adv causa

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Esse é o esquema básico, mas nada impede de haver adjunto adverbial e complemento nominal em todos eles.

Bom, falta apenas um tipo de verbo: o de ligação.

Veja a frase 6: O candidato estava tranquilo.

O termo “tranquilo” caracteriza o sujeito “O candidato”, por isso se flexiona de acordo com ele. O verbo “estava” serve para ligar esta característica ao sujeito, por isso é chamado de verbo de ligação, e o termo que caracteriza o sujeito é chamado de predicativo.

Note que, se o sujeito fosse “candidata”, naturalmente o predicativo seria “tranquila". A essa flexão de um predicativo em relação ao sujeito damos o nome de Concordância Nominal. Nas gramáticas, há um capítulo só para a concordância nominal (veremos na aula 3), e a flexão do predicativo em relação ao sujeito é um dos pontos principais, mas isso será aprofundado na próxima aula.

O predicativo sempre será o núcleo, por causa disso seu predicado é chamado de Predicado Nominal, com a seguinte estrutura:

Predicado Nominal = VL + predicativo

O predicativo não ocorre somente no predicado nominal, ele também pode fazer parte do predicado verbo-nominal; mas isso é assunto para outra aula. Por enquanto, é importante entender a seguinte estrutura:

1. O candidato realizou a prova. VTD + OD

2. duvidou do gabarito. VTI + OI

3. enviou recursos à banca examinadora. VTDI + OD + OI

4. tem certeza de sua aprovação. VTD + OD + CN

5. viajou. VI

6. estava tranquilo. VL + predicativo

Com isso, vimos a estrutura básica dos predicados verbal (VTD + OD; VTI + OI; VTDI + OD + OI; VI) e nominal (VL + predicativo). Portanto, podemos perceber que, entre sujeito, verbo, complementos (verbais e nominais) e predicativo, não há vírgula. Observe as orações anteriores. Elas não possuem vírgula, justamente porque são constituídas de termos básicos da oração.

sujeito predicado

Concordância verbal

Concordância nominal

Regência verbal

Regência nominal

Predicado Nominal

Predicado Verbal

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Atente ao fato de que os objetos direto e indireto servem para completar o sentido do verbo e o complemento nominal serve para completar o sentido do nome. Lembre-se também de que o predicativo existe para caracterizar o sujeito.

Vimos que o verbo intransitivo não exige complemento verbal, mas pode necessitar de adjunto adverbial para transmitir uma circunstância.

Veja: Adoeci. Fui à praia.

verbo intransitivo adjunto adverbial de lugar predicado verbal

Na realidade, há dois tipos de verbos intransitivos.

O primeiro diz respeito àquele que não exige nenhum termo que complemente seu sentido, como “Adoeci.”; “Juvenal morreu.”; “Um vendaval ocorreu.”. Esses verbos não necessitam de termo que os complete. Esse tipo de intransitividade mostra que o verbo por si só já transmite o sentido necessário; podendo o autor acrescentar termos acessórios para transmitir mais clareza ou ser mais pontual no sentido, por exemplo: “Adoeci por causa do mal tempo.”; “Juvenal morreu anteontem.” e “Um vendaval ocorreu aqui.”.

Por outro lado, existe a intransitividade que necessita de um termo que produza sentido. Se alguém diz que vai, tem que dizer que vai a algum lugar. Se alguém diz que voltou, tem que continuar a fala mostrando de onde voltou. Por isso muita gente confunde esse tipo de intransitividade com a transitividade indireta; mas há uma diferença muito grande, pois o termo que completa o sentido deste tipo de intransitividade transmite normalmente circunstâncias de lugar ou modo. Veja:

Vou a São Paulo. Vim de Manaus. Estou bem.

O objeto indireto apenas completa o sentido do verbo, ele não transmite valores circunstanciais de lugar ou de modo, sentidos que são demonstrados nos vocábulos “a São Paulo”, “de Manaus” e “bem”. Quando se quer saber se há circunstância de lugar ou modo, faz-se a pergunta “Onde?”, “Como?”, respectivamente.

Didaticamente, podemos dividir o adjunto adverbial em dois tipos:

Adjunto adverbial solto: O problema ocorreu naquela tarde de sábado. Adjunto adverbial preso: Eu estou bem.

Eu estou em São Paulo. Eu vim de São Paulo.

Caro aluno, esta divisão dos adjuntos adverbiais é apenas didática, não é cobrada em prova dessa forma, mas entendermos isso é importante para a pontuação. Veja que não é comum vermos vírgula separando adjuntos adverbiais presos, como as três últimas frases. Já com o adjunto adverbial solto, é natural podermos inserir a vírgula. Veja:

O problema ocorreu, naquela tarde de sábado.

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Sintaticamente, o adjunto adverbial é o termo que modifica o verbo, o adjetivo ou o advérbio, atribuindo-lhes uma circunstância qualquer.

Os atletas correram muito. (modifica verbo) Seu projeto é muito interessante. (modifica adjetivo) O time jogou muito mal. (modifica advérbio)

a) O adjunto adverbial pode ser representado por um advérbio, uma locução adverbial ou um pronome relativo.

Deixei o embrulho aqui. (advérbio) À noite conversaremos. (locução adverbial) A empresa onde trabalhei faliu. (pronome relativo)

b) Pode ocorrer elipse (omissão) da preposição antes de adjuntos adverbiais de tempo e modo: Aquela noite, ela não veio. (Naquela noite)

Domingo ela estará aqui. (No domingo) Ouvidos atentos, aproximei-me da porta. (De ouvidos atentos)

Veja os principais valores semânticos dos adjuntos adverbiais:

1) afirmação: Farei realmente a prova. 2) negação: Não estarei presente. 3) dúvida: Talvez eu lhe peça explicação. 4) tempo: Ontem poucos fizeram comentários. 5) lugar: A caixa ficou atrás do armário. 6) modo: Todos saíram às pressas. 7) intensidade: A criança chorava muito. 8) causa: Tremiam de medo. (O medo causava a tremedeira) 9) condição: Não vivemos sem ar. (O ar é a condição para que vivamos) 10) instrumento: Machucou-se com a lâmina. 11) meio: Viajaram de trem. 12) assunto: Falavam sobre economia. (A economia era o assunto da conversa) 13) concessão: Apesar do frio, tirou a camisa. (ideia de contraste: normalmente não se tira a camisa no frio) 14) conformativa: Agiu conforme a situação. 15) fim ou finalidade: Trabalhava para o bem geral. 16) companhia: Voltei com meu amigo. (junto com ele) 17) preço ou valor: O livro custou cem reais.

Questão 1: Auditor-Fiscal da Receita Federal 2002 1

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A reforma tributária não pode ser realizada, na verdade, para livrar o orçamento da sangria dos juros exorbitantes, embora enfeitada com os argumentos apelativos, tanto da simplificação fiscal para todo o empresariado quanto do milagre fiscal da multiplicação dos empregos para os mais despossuídos.

Trata-se do contrário. Os de baixo vão, de fato, pagar mais e não há garantia nenhuma da boa teoria econômica de que o emprego possa crescer sem o planejamento de um projeto nacional digno do nome, que defina e articule todas as potencialidades existentes para tanto.

(Fátima Gondim Farias, “Reforma Tributária”, em Tributaçãoem revista, abril/junho de1999, com adaptações)

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Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) As expressões “na verdade”(ℓ.1) e “de fato”(ℓ.6) figuram no texto entre vírgulas por compartilharem ambas de traços morfossintáticos e semânticos comuns. Comentário: As expressões “na verdade” e “de fato” expressam a confirmação, a certeza de algo. Assim, são entendidas como adjunto adverbial de certeza.

Relembrando o que falamos no início da aula, a palavra “morfossintáticos” é a junção de “morfologia” (referindo-se às locuções adverbiais “na verdade” e “de fato”) e “sintaxe” (referindo-se à função de adjunto adverbial). O valor semântico desses adjuntos adverbiais é “certeza”. Gabarito: C

Questão 2: ANEEL - Analista 2006 Fragmento do Texto: Há 250 anos nascia em Salzburg, na Áustria, JoannesTheophilus Mozart. (...) Tratava-se de uma família musical: o pai, Leopold, era exímio violinista, a irmã, mais velha, Nannerl, tocava cravo. Mas talentoso era mesmo Wolfgang, e talento precoce. Aos quatro anos, também tocava cravo, e depois órgão, piano e violino. Aos cinco anos, compôs um concerto para cravo de incrível complexidade.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Responde às mesmas circunstâncias morfossintáticas o emprego da vírgula nos três adjuntos adverbiais: “na Áustria” (ℓ.1) “Aos quatro anos”(ℓ.4) e “Aos cinco anos”(ℓ.5). Comentário: Novamente a palavra “morfossintáticas”!!! A expressão “na Áustria” é um adjunto adverbial de lugar; já as expressões “Aos quatro anos” e “Aos cinco anos” são adjuntos adverbiais de tempo. Por isso, há circunstâncias diferentes. Note que os valores semânticos dos termos adverbiais são entendidos como circunstâncias. Gabarito: E

Questão 3: Analista do Banco Central do Brasil 2002 Fragmento do texto: A indústria cultural não é simplesmente mais um ramo da produção na diversificada produção capitalista, ela foi concebida e reorganizada para preencher funções sociais específicas, antes preenchidas pela cultura burguesa, alienada de sua base material.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) De acordo com as idéias do texto, a preposição “antes”(ℓ.3) pode ser substituída pela expressão até então, sem prejudicar a coerência textual ou a correção gramatical. Comentário: Para isso, basta substituir. Veja:

A indústria cultural não é simplesmente mais um ramo da produção na diversificada produção capitalista, ela foi concebida e reorganizada para preencher funções sociais específicas, antes preenchidas pela cultura burguesa, alienada de sua base material.

A indústria cultural não é simplesmente mais um ramo da produção na diversificada produção capitalista, ela foi concebida e reorganizada para

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preencher funções sociais específicas, até então preenchidas pela cultura burguesa, alienada de sua base material.

O advérbio “antes” marca um tempo anterior, algo preservado pela expressão “até então”, o qual sinaliza um limite de tempo no passado. Gabarito: C

Questão 4: Analista do Banco Central do Brasil 2002 Fragmento do texto: A indústria cultural, além disso, cria a ilusão de que a felicidade não precisa ser adiada para o futuro, por já estar concretizada no presente – basta lembrar o caso da telenovela brasileira. E, finalmente, ela elimina a dimensão crítica ainda presente na cultura burguesa, fazendo as massas que consomem o novo produto da indústria cultural esquecerem sua realidade alienada. Com a dissolução da obra de arte e da cultura no cotidiano, extinguem-se a remessa para o futuro e a promessa de felicidade, inerentes à obra de arte burguesa.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Considerando os sentidos textuais, a preposição “Com”(ℓ.6), ao iniciar o último período sintático do texto, introduz um objetivo para a idéia expressa na oração anterior. Comentário: A expressão “Com a dissolução da obra de arte e da cultura no cotidiano” é um adjunto adverbial de causa (e não um objetivo, uma finalidade). Por causa dessa dissolução, extinguem-se a remessa para o futuro e a promessa de felicidade, inerentes à obra de arte burguesa. Por isso, a afirmativa está errada. Gabarito: E

Vimos os valores semânticos dos adjuntos adverbiais, agora exercitaremos a pontuação.

Pontuação com adjunto adverbial “solto”

É marcante nos adjuntos adverbiais a sua mobilidade posicional, pois este termo pode movimentar-se para o início, para o meio ou para o fim da oração. Essa mobilidade é percebida nos termos soltos, os quais não são exigidos pelo verbo, apenas ampliam o contexto com a circunstância. Isso é notado principalmente nos advérbios de lugar, tempo e modo; nos advérbios que modificam toda a oração (e não somente um termo); e nas locuções adverbiais:

O custo de vida é bem alto em Brasília. Em Brasília, o custo de vida é bem alto.O custo de vida, em Brasília, é bem alto.O custo de vida é bem alto, em Brasília.

Prefeitos de várias cidades foram a Brasília. A Brasília prefeitos de várias cidades foram. Prefeitos de várias cidades a Brasília foram.

Naturalmente, você já percebeu o problema. Sim, eu sei.

Esta locução adverbial de lugarnão é exigida pelo verbo, porisso se considera um termosolto, o qual pode recebervírgula. Compare com aseguinte.

Esta locução adverbial de lugaré exigida pelo verbo, por issonão se considera termo solto,ela pode se mover na oração,mas não recebe vírgula.

Os advérbios referem-se a todaa oração.

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Quando a locução adverbial solta for de grande extensão e estiver antecipada da oração ou no meio dela, a vírgula será obrigatória. Se estiver no final, a vírgula será facultativa.

Antes da última rodada, o time já se dizia campeão. O time, antes da última rodada, já se dizia campeão. O time já se dizia, antes da última rodada, campeão. O time já se dizia campeão, antes da última rodada. O time já se dizia campeão antes da última rodada.

Questão 5: SUSEP 2006 Analista Técnico Fragmento do texto: A concorrência constitui ingrediente fundamental do crescimento. Sem concorrência não há inovação, e sem inovação não há crescimento sustentado. O Brasil acordou na questão da concorrência. Agora é preciso dotá-la de recursos adequados e implementá-la de acordo com as especificidades do país.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Julgue a alteração proposta para o texto que resulta em incoerência da argumentação ou incorreção gramatical. Desconsidere os necessários ajustes nas letras maiúsculas e minúsculas:

Inserção de uma vírgula depois de “implementá-la” (ℓ.4). Comentário: A expressão “de acordo com as especificidades do país” é um adjunto adverbial de conformidade, o qual se encontra no final do período. Assim, a vírgula pode preceder tal expressão. Como a questão afirmou que haveria incoerência ou incorreção gramatical, há erro. Gabarito: E

Questão 6: Auditor-Fiscal da Receita Federal 2002 Fragmento do Texto: É importante mencionar que em 99,99% dos casos em que as autoridades fiscais têm acesso às movimentações bancárias dos contribuintes, e lhes é permitida a tão referenciada quebra do sigilo bancário, são apuradas irregularidades. Entretanto, somente exsurge a lide tributária que exige o contraditório e ampla defesa quando após a formalização do lançamento o contribuinte, inconformado, tempestivamente apresenta impugnação ou defesa contra o ato administrativo por meio do qual se exterioriza a exigência do crédito tributário (...).

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Analise a proposta e julgue a alteração correta para o trecho: Manter separada por dupla vírgula a expressão após a formalização do lançamento.Comentário: A expressão “após a formalização do lançamento” é um adjunto adverbal de tempo. Por estar intercalado, pode ficar separado por vírgula. O autor o entendeu como pequena extensão. Como a gramática não especifica com quantas palavras temos uma grande ou pequena extensão, simplesmente percebemos que cabe a dupla vírgula. Gabarito: C

Questão 7: SUSEP 2006 Analista Técnico Fragmento do texto: Uma pesquisa divulgada pelo IBGE em agosto de 2005 revela que o rendimento médio real entre os brasileiros com 11 anos ou mais de estudo caiu 4,7% nos últimos doze meses.

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Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Julgue a reescrita de trecho do texto quanto à preservação de sua correção gramatical e coerência textual: “Uma pesquisa divulgada pelo IBGE em agosto de 2005 revela que”(ℓ.1 e 2) / O IBGE divulgou em agosto de 2005, pesquisa que aponta Comentário: Note que o erro está na pontuação. O adjunto adverbial de tempo “em agosto de 2005” está intercalado e possui apenas uma vírgula. Ela é necessária também no início. Veja:

O IBGE divulgou, em agosto de 2005, pesquisa que aponta... Gabarito: E

Aprofundamos um pouco no verbo intransitivo e percebemos os valores dos adjuntos adverbiais. Agora, vamos trabalhar um pouquinho mais os complementos verbais (OD e OI), mais precisamente, em algumas formas como aparecem na oração.

Objeto direto

1) Objeto direto pleonástico: Normalmente, por uma questão de ênfase, antecipamos o objeto, colocando-o no início da frase, e depois o repetimos através de um pronome oblíquo átono. A esse objeto repetido damos o nome de objeto pleonástico ou enfático. É muito comum essa construção no diálogo, como um meio de o interlocutor retomar a fala do outro, emendando a sua postura diante do fato:

- O que você acha desta roupa? - Essa roupa, ninguém a quer.

Esses “rabiscos”, foi um genial artista que os pintou e vale muito.

Veja que a vírgula separando esses objetos diretos é obrigatória. (isso é muito importante na prova)

2) Objeto direto preposicionado: Aquele cuja preposição não é exigência do verbo, que é transitivo direto, mas ocorre por ênfase, por necessidade do próprio complemento e para se evitar ambiguidade.

Amo a Deus. (ênfase) Cumpri com a minha palavra. (ênfase) Ele puxou da espada. (ênfase) Aos mais desfavorecidos atingem essas medidas. (para evitar ambiguidade) Ninguém entende a mim. (é o pronome “mim” que exige a preposição “a”)

Perceba que os verbos amar, caçar, puxar e entender não exigem preposição: são transitivos diretos.

Perceba, também, que, se a expressão “Aos mais desfavorecidos” não tivesse a preposição, não haveria erro gramatical, mas ficaríamos na dúvida sobre quem seria o sujeito, pois as expressões estão no plural e o verbo também. Assim, o leitor ficaria na dúvida: foram as medidas que atingiram os desfavorecidos ou foram os desfavorecidos que atingiram as medidas? O objeto direto preposicionado retira esta dúvida.

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3) Os pronomes oblíquos átonos que funcionam como objeto direto são “me, te, se, o, a, nos, vos, os, as”:

Quando encontrar seu material, traga-o até mim. Respeite-me, garoto. Levar-te-ei a São Paulo amanhã.

Questão 8: Auditor-Fiscal da Receita Federal 2002 Fragmento do Texto: É importante mencionar que em 99,99% dos casos em que as autoridades fiscais têm acesso às movimentações bancárias dos contribuintes, e lhes é permitida a tão referenciada quebra do sigilo bancário, são apuradas irregularidades. Entretanto, somente exsurge a lide tributária que exige o contraditório e ampla defesa quando após a formalização do lançamento o contribuinte, inconformado, tempestivamente apresenta impugnação ou defesa contra o ato administrativo por meio do qual se exterioriza a exigência do crédito tributário (...).

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Analise a proposta e julgue a alteração correta para o trecho: Colocar entre parênteses o segmento ou defesa contra o ato administrativo. Comentário: Veja que o verbo “apresenta” é transitivo direto e seu objeto direto é composto e seus termos internos são ligados pela conjunção coordenada alternativa de valor excludente “ou”, entendendo-se que “impugnação” é um termo de sentido diferente da expressão “de defesa contra o ato administrativo”.

...o contribuinte, inconformado, tempestivamente apresenta impugnação ou defesa contra o ato administrativo (ou uma coisa, ou outra)

Com a inserção dos parênteses, a expressão “ou defesa contra o ato administrativo” passa a ser entendida como um comentário do autor, o qual seria uma explicação da palavra “impugnação”. Assim, entenderíamos que as duas expressões têm o mesmo significado, o que não é correto. Veja:

...o contribuinte, inconformado, tempestivamente apresenta impugnação (ou defesa contra o ato administrativo) (o segundo explicaria o primeiro) Gabarito: E

Objeto indireto: Pode também ser pleonástico: repetição, por meio de um pronome oblíquo, do objeto indireto.

Ao amigo, não lhe peça tal coisa.

Os pronomes oblíquos átonos que funcionam como objeto indireto são “me, te, lhe, nos, vos, lhes”:

Eu obedeci ao meu pai. Eu lhe obedeci.

Adjunto adnominal: O termo sintático da oração necessita de um núcleo, constituído de um substantivo ou palavra de valor substantivo. Esse núcleo pode ser caracterizado, determinado, modificado, especificado por um termo, chamado de adjunto adnominal. Esse termo pode ser representado por:

1) um artigo: O carro parou. 2) um pronome adjetivo: Encontrei meu relógio. 3) um numeral adjetivo: Recebi a segunda parcela.

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4) um adjetivo: Tive ali grandes amigos. 5) uma locução adjetiva: Tenho uma mesa de pedra.

As nossas primeiras experiências científicas fracassaram. artigo pronome numeral substantivo adjetivo verbo intransitivo

adjuntos adnominais núcleo adj adnominal

sujeito predicado

Questão 9: Auditor-Fiscal do Tesouro Nacional 1998 Fragmento do Texto: O primeiro aspecto comparado diz respeito ao tamanho da carga tributária, sua composição e a evolução recente.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Pode-se reescrever o período sem comprometer a correção: "O primeiro aspecto comparado diz respeito ao tamanho, composição e evolução recente da carga tributária". Comentário: Esta questão cobrou a nossa percepção quanto ao adjunto adnominal “da carga tributária”. Ele é constituído de uma locução adjetiva, isto é, uma expressão com valor adjetivo. Note que essa expressão não caracterizou só o primeiro dos termos enumerados, mas todos.

O segundo termo (“composição”) possui o pronome possessivo “sua”, que retoma o adjunto adnominal “da carga tributária”. O terceiro termo tem ligação com esse adjunto adnominal pelo contexto e por meio do artigo “a”, o qual, de certa forma, também retoma tal expressão. Compare as duas formas:

Original: O primeiro aspecto comparado diz respeito ao tamanho da carga tributária, sua composição e a evolução recente.

Reescrita: O primeiro aspecto comparado diz respeito ao tamanho, composiçãoe evolução recente da carga tributária. Gabarito: C

Questão 10: Auditor-Fiscal da Receita Federal 2005 Fragmento do texto: O enquadramento pós-estruturalista da teoria da comunicação analisa o modo como a comunicação eletronicamente mediada (o que eu chamo modo de informação) desafia, e ao mesmo tempo reforça, os sistemas de dominação emergentes na sociedade e cultura pós-moderna.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Preservam-se as relações semânticas e a correção gramatical do texto ao deslocar “pós-estruturalista” (ℓ.1) para depois de “teoria da comunicação” (ℓ.1 e 2). Comentário: A expressão “pós-estruturalista” é o adjunto adnominal, o qual caracteriza o núcleo “enquadramento”. Com o deslocamento, esta característica passa a ser da “teoria da comunicação”. Assim, mudam-se as relações semânticas e a questão está errada. Confira:

O enquadramento pós-estruturalista da teoria da comunicação analisa o modo...

O enquadramento da teoria da comunicação pós-estruturalista analisa o modo...

Gabarito: E

Questão 11: ANEEL - Analista 2006 Fragmento do Texto: Mas talentoso era mesmo Wolfgang, e talento precoce.

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Aos quatro anos, também tocava cravo, e depois órgão, piano e violino. Aos cinco anos, compôs um concerto para cravo de incrível complexidade. Leopold não perdeu tempo; organizou um conjunto musical que viajou por vários países da Europa, sempre com bons cachês. Aos 10 anos, Wolfgang já era famoso. Jovem, passou a viajar sozinho.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A vírgula após o adjunto adnominal “Jovem”(ℓ.6) é de rigor, por vir tal adjunto antecipado, deslocado para a posição inicial do período. Comentário: O adjetivo “Jovem” não é um adjunto adnominal. Note que o adjetivo “Jovem” não está sendo empregado apenas para caracterizar um núcleo. Pelo contexto, devemos subentender o advérbio de tempo “ainda”:

(Ainda) jovem, passou a viajar sozinho.

Assim, a vírgula ocorreu por antecipação do adjunto adverbial de tempo. Note que, normalmente, um adjetivo não pode ser um adjunto adverbial. Ele só pôde ter esse sentido neste contexto, porque subentendemos o advérbio “ainda”. Gabarito: E

Predicativo: Esse termo se liga ao sujeito ou ao objeto, atribuindo-lhes uma qualidade ou estado. É representado por diferentes classes gramaticais, como adjetivo, substantivo, numeral e pronome. A caracterização do predicativo em relação ao objeto será vista na próxima aula.

A seguir, perceba os pares com predicação nominal e predicação verbal, respectivamente. Nestes exemplos, note que o grupo à esquerda é constituído de verbos de ligação mais os predicativos. É fácil perceber o predicativo, pois basta o sujeito flexionar-se no plural, que o predicativo também se flexionará, pois este caracteriza aquele. Já no grupo da direita, há predicação verbal. Os vocábulos que vêm após os verbos não se flexionam por causa do sujeito, pois são complementos verbais ou adjuntos adverbiais:

O candidato está tranquilo. O candidato está na sala.

Os candidatos estão tranquilos. Os candidatos estão na sala.

Bom filho torna-se bom pai. Bom filho torna a casa.

Bons filhos tornam-se bons pais. Bons filhos tornam a casa.

A aula permanece difícil. A aula permanecerá no feriado.

As aulas permanecem difíceis. As aulas permanecerão no feriado.

Ela ficou triste. Ela ficou na praia.

Elas ficaram tristes. Elas ficaram na praia.

O paciente acha-se acamado. O estudante achou o local de prova.

Os pacientes acham-se acamados. Os estudantes acharam o local de prova.

Predicados nominais Predicados verbais

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Questão 12: Analista de Finanças e Controle - CGU 2003 Fragmento do texto: A utopia é privatizada. Resume-se ao êxito pessoal. A vida já não se move por ideais nem se justifica pela nobreza das causas abraçadas.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Considerando-se as estruturas oracionais implícitas, as expressões “privatizada”(ℓ.1) e “êxito pessoal”(ℓ.1) têm a mesma função sintática. Comentário: Na oração “A utopia é privatizada.”, o sujeito é “A utopia”, o verbo “é” é de ligação e “privatizada” é o predicativo.

Na oração “Resume-se ao êxito pessoal.”, o verbo “Resume” é transitivo indireto e a expressão “ao êxito pessoal” é o objeto indireto.

O pronome “se” é o índice de indeterminação do sujeito. Isso será estudado em outra aula.

Assim, percebemos que as expressões “privatizada” e “êxito pessoal” não possuem a mesma função sintática. Gabarito: E

Complemento nominal: Como já comentamos, a transitividade não é privilégio dos verbos: há também nomes (substantivos, adjetivos e advérbios) transitivos. Isso significa que determinados substantivos, adjetivos e advérbios se fazem acompanhar de complementos. Esses complementos são chamados complementos nominais e são sempre introduzidos por preposição: 1) complemento nominal de um substantivo:

Você fez uma boa leitura do texto. sujeito VTD objeto direto complemento nominal

Predicado verbal

Note que o substantivo “leitura” é o nome da ação de “ler”. Como é natural o verbo ser transitivo, o substantivo também fica transitivo. Observe:

Você leu o texto. sujeito VTD objeto

direto Predicado verbal

Compare: Júlia aproveitou o momento. (objeto direto) Júlia tirou proveito do momento. (complemento nominal)

2) complemento nominal de um adjetivo:

Você precisa ser fiel aos seus ideais. sujeito locução verbal

de ligação adjetivo na função de predicativo

complemento nominal

Predicado nominal

Quem é fiel é fiel a alguma coisa. Assim, o adjetivo “fiel” é transitivo, ou seja, necessita de complemento.

3) Complemento nominal de advérbio:

Você mora perto de Maria. sujeito verbo intransitivo advérbio na função de

adjunto adverbial de lugar complemento

nominal Predicado verbal

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Note que o advérbio “perto” necessita de um complemento: perto de algo ou de alguém. Podemos dizer que o complemento nominal é mais uma função substantiva da oração: nos casos citados anteriormente, o núcleo dos complementos é um substantivo (texto, ideais, Maria). Pronomes e numerais substantivos, assim como qualquer palavra substantivada, podem desempenhar essa função. Observe o pronome “lhe” atuando como complemento nominal na oração seguinte:

Não posso ser-lhe fiel: já empenhei minha palavra com outra pessoa. (fiel a alguém)

Observe que o complemento nominal não se relaciona diretamente com o verbo da oração, e sim com um nome que pode desempenhar as mais diversas funções.

A realização do projeto é necessária à população carente. Adj. Adn

núcleo complemento nominal

VL predicativo do sujeito

complemento nominal

sujeito predicado nominal

A banca ESAF não cobra os nomes dos termos na prova; mas, em seu estudo, você pode ficar na dúvida quanto à diferenciação entre o adjunto adnominal e o complemento nominal. Segue a regra geral.

Como distinguir o adjunto adnominal do complemento nominal

O adjunto adnominal formado por uma locução adjetiva pode ser confundido com o complemento nominal. Normalmente não haverá dúvida, pois, segundo o que foi visto, o adjunto adnominal é constituído de vocábulo que caracteriza o núcleo do termo de que faz parte. Já o complemento nominal é termo que completa o sentido de um nome. Há dúvida quando os dois termos são preposicionados. Por exemplo:

A leitura do livro é instigante. A leitura do aluno foi boa.

Para percebermos a diferença, é importante passarmos por três critérios:

1º critério:

Adjunto adnominal: Complemento nominal: O termo preposicionado caracteriza o substantivo.

O termo preposicionado complementa um substantivo, adjetivo ou advérbio.

Assim, em orações como “Estava cheio de problemas.”, “Moro perto de você.”, logo no primeiro critério já saberíamos que “de problemas” e “de você” são complementos nominais, pois completam o sentido do adjetivo “cheio” e do advérbio “perto”, respectivamente.

2º critério:

O substantivo caracterizado pode ser concreto ou abstrato.

O substantivo complementado deve ser abstrato.

Sabendo-se que um substantivo abstrato normalmente é o nome de

uma ação (corrida, pesca) ou de uma característica (tristeza, igualdade) e que o substantivo concreto é o nome de um ser independente, que conseguimos

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visualizar, pegar (casa, copo). Nas orações “Trouxe copos de vidro.” e “Vi a casa de pedra.”, os termos “de vidro” e “de pedra” são adjuntos adnominais, pois caracterizam os substantivos concretos “copos” e “casa”, respectivamente.

Se o substantivo for abstrato, devemos passar para o próximo critério:

3º critério:

O termo preposicionado é agente. O termo preposicionado é paciente.

Este último normalmente é o cobrado em prova. Se os termos abaixo sublinhados são agentes, automaticamente serão os adjuntos adnominais. Se pacientes, serão complementos nominais. Veja:

Adjuntos adnominais:

O amor de mãe é especial. (agente: a mãe ama) A invenção do cientista mudou o mundo. (agente: o cientista inventou) A leitura do aluno foi boa. (agente: o aluno leu)

Complementos nominais:

O amor à mãe também é especial. (paciente: a mãe é amada) A invenção do rádio mudou o mundo. (paciente: o rádio foi inventado) A leitura do livro é instigante. (paciente: o livro é lido)

Agente da passiva: Este termo será mais explorado na próxima aula, quando falaremos das vozes verbais. Cabe aqui perceber que ele é quem pratica a ação verbal quando o verbo está na voz passiva analítica. É introduzido pelas preposições por (e suas contrações) ou, mais raramente, de:

A grama foi aparada pelo jardineiro. (voz passiva) A casa estava cercada de ladrões. (voz passiva)

Aposto: Funciona na oração como uma ampliação, explicação, desenvolvimento ou resumo da ideia do termo anterior:

Este país, o Brasil, tem procurado desenvolver políticas econômicas aliando produção e sustentabilidade.

Nessa oração, “Este país” é o sujeito, e “o Brasil” é aposto desse sujeito, pois explica o conteúdo do termo a que se refere.

O aposto pode ser classificado em:

I – explicativo: muito cobrado nas provas da ESAF quanto à pontuação, pois pode ser separado por vírgulas, dois-pontos, travessões e até por parênteses. Ele também pode vir antecipado de palavras denotativas de explicação do tipo: a saber, isto é, quer dizer etc.

Raquel, contadora da empresa, está viajando. Só queria algo: apoio. Um trabalho – tua monografia – foi premiado. A ABIN (Agência Brasileira de Inteligência) foi criada em 1999.

II - enumerativo ou distributivo: é uma sequência de elementos, a qual chamamos de enumeração, usada para desenvolver uma ideia anterior. É

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separado por dois-pontos, e cada um dos elementos enumerados é separado por vírgula, como visto na aula passada (nas enumerações). Se houver apenas dois elementos enumerados, eles podem ser separados também pela conjunção “e”. Veja:

Ganhei dois presentes: um tênis e uma camisa.

As reivindicações dos funcionários incluíam muitas coisas: melhor salário, melhores condições de trabalho, assistência médica extensiva a familiares.

III - resumitivo ou recapitulativo: é usado para condensar a ideia de termos anteriores, geralmente, por meio de um pronome indefinido.

“Grana, poder, sucesso, nada sobrevive à marcha inexorável do tempo.”

O sujeito composto “Grana, poder, sucesso” é resumido pelo pronome indefinido nada, por isso o verbo concorda com o aposto e se flexiona no singular. Note que este tipo de aposto é separado por vírgula do termo anterior.

IV - especificativo ou apelativo: indica o nome de alguém ou de algo dito anteriormente. Note que não é separado por sinais de pontuação.

O compositor Chico Buarque é também um excelente escritor. O estado é cortado pelo rio São Francisco.

Observação: O aposto também pode se referir a uma oração:

Esforcei-me bastante, o que causou muita alegria em todos.

Palavras como o, coisa, fato etc. podem referir-se a toda uma oração. Nestes casos, obrigatoriamente haverá separação por vírgula.

Questão 13: Secretaria da Fazenda-SP 2009 Analista POFP Fragmento do texto: A redução dos juros que se verificou em dezembro certamente não reflete as mudanças que beneficiaram os bancos (redução do compulsório e ligeira melhora na captação de recursos), mas apenas a menor procura por crédito.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Caso os parênteses(ℓ.2 e 3) sejam substituídos por travessões, prejudica-se a correção gramatical do período. Comentário: A expressão entre parênteses é um aposto enumerativo, que tem por intenção explicar quais são as mudanças que beneficiaram os bancos: “redução do compulsório e ligeira melhora na captação de recursos”. Assim, há possibilidade de substituição dos parênteses pelos travessões, sem prejudicar a correção gramatical. Veja:

A redução dos juros que se verificou em dezembro certamente não reflete as mudanças que beneficiaram os bancos – redução do compulsório e ligeira melhora na captação de recursos – , mas apenas a menor procura por crédito. Gabarito: E

Questão 14: ANEEL - Analista 2006 Fragmento do Texto: Tratava-se de uma família musical: o pai, Leopold, era

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exímio violinista, a irmã, mais velha, Nannerl, tocava cravo. Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)

É a mesma a regra gramatical que exige o emprego da dupla vírgula em “Leopold”(ℓ.1), “a irmã”(ℓ.2) e “Nannerl”(ℓ.2). Comentário: As expressões “Leopold”, “mais velha” e “Nannerl” estão entre vírgulas por serem empregadas como aposto explicativo. Veja:

“... o pai, Leopold, era exímio violinista, a irmã, mais velha, Nannerl, tocava cravo.”

A expressão “a irmã” é o sujeito do verbo “tocava”. Essa expressão inicia uma oração coordenada assindética aditiva, por isso está precedida de vírgula. Assim, há erro na afirmação. Gabarito: E

Questão 15: ANEEL - Analista 2006 Fragmento do Texto: Há 250 anos nascia em Salzburg, na Áustria, JoannesTheophilus Mozart. Não é por esse nome que ele ficou conhecido. Joannes deu lugar a Wolfgang e quanto a Theophilus, nome grego que significa “amor de Deus”, foi substituído, pelo próprio Mozart, por Amadé ou Amadeus – esse, o título da famosa peça de Peter Schaffer, mais tarde transformada em filme por Milos Forman.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Nas linhas 3 e 4, a expressão “nome grego que significa ‘amor de Deus’ ” está separada por vírgulas por ser um aposto. Comentário: Cuidado, pegadinha!!!!! Na verdade, o aposto (explicativo) é apenas a expressão “nome grego”. Ele é seguido da oração subordinada adjetiva restritiva “que significa ‘amor de Deus’”. Por isso, há erro na afirmação. Este tipo de oração será visto ainda nesta aula. Gabarito: E

Questão 16: Secretaria da Fazenda-SP 2009 Analista POFP Fragmento do texto: O Hamas venceu as eleições parlamentares palestinas de 2006 e, mais tarde, expulsou de Gaza o Fatah, o partido secular de Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP).

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O segmento “presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP)”(ℓ.3) está precedido por vírgula por tratar-se de aposto. Comentário: Questão simples, não é?!!! A expressão “presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP)” explica quem é “Mahmoud Abbas”. Assim, há um aposto explicativo. Gabarito: C

Questão 17: Auditor do Tribunal de Contas do Estado do Paraná 2003 1

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O Tribunal de Contas do Estado do Paraná tem uma história a contar. São mais de 50 anos de fiscalização perene da coisa pública, cujos princípios foram pinçados da própria história das Cortes de Contas de todo o mundo. Das contribuições gregas e romanas ao modelo canadense de auditoria moderna, do Tribunal Imperial do Brasil de 1824

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ao Tribunal de Contas de 1890, do insigne paranaense Manoel Francisco Correia, filho de Paranaguá e primeiro Presidente do Tribunal de Contas da União, aos ilustres pares que hoje conduzem essa casa, tudo contribuiu para o desenvolvimento de um órgão de fiscalização eficiente e dinâmico – dado o constante aperfeiçoamento das ações –, e para a solidificação institucional de um colegiado independente e atuante, como o Tribunal de Contas paranaense. E dentro de sua competência, o Tribunal de Contas tem buscado na informação, por intermédio dos mais diferenciados meios de comunicação, a formação de sua história, na luta incessante e implacável contra a corrupção e o mau uso do dinheiro público.

www.tcparaná.gov.brEm relação ao emprego dos sinais de pontuação no texto, e considerando as consequentes mudanças de maiúsculas e minúsculas, assinale a opção incorreta.

a) O texto permanece gramaticalmente correto se o ponto final após “contar” (ℓ.2) for substituído por dois-pontos.

b) Seria uma opção correta de pontuação substituir as vírgulas após “moderna”(ℓ.5) e “1890”(ℓ.6) pelo ponto-e-vírgula.

c) Por não ser de emprego obrigatório, a vírgula colocada após o fechamento do travessão duplo (ℓ.10) pode ser suprimida, sem causar prejuízo à compreensão do período.

d) Preserva-se a correção gramatical com eliminação da vírgula após “União”(ℓ.8).

e) Os travessões da linha 10 podem ser substituídos por parênteses, sem que haja prejuízo para a correção gramatical do período.

Comentário: A alternativa (A) está correta, pois a palavra “história” será ampliada e desenvolvida em todo o texto. O sinal de dois-pontos faria com que houvesse uma abertura para essa explicação, que ocorrerá em todo o texto. Por isso, cabe tal pontuação, mesmo sendo seguido de inicial maiúscula:

O Tribunal de Contas do Estado do Paraná tem uma história a contar: São mais de 50 anos de fiscalização perene da coisa pública...

A alternativa (B) está correta, pois os sinais de ponto-e-vírgula passarão a separar o primeiro, segundo e terceiro termos de uma enumeração (confira com os números 1, 2 e 3 abaixo). Isso só foi possível, porque o terceiro elemento da enumeração possui vírgulas internas. Veja:

Das contribuições gregas e romanas ao modelo canadense de auditoria moderna¹; do Tribunal Imperial do Brasil de 1824 ao Tribunal de Contas de 1890²; do insigne paranaense Manoel Francisco Correia, filho de Paranaguá e primeiro Presidente do Tribunal de Contas da União, aos ilustres pares que hoje conduzem essa casa³...

Note que a expressão posterior a esta estrutura é iniciada por vírgula e pelo pronome “tudo”, o qual é um aposto recapitulativo (“tudo”).

A alternativa (C) está correta, pois a vírgula antes do “e” ocorre por motivo de clareza, tendo em vista que já há uma conjunção “e” interna anterior (“órgão de fiscalização eficiente e dinâmico”) e posterior (“colegiado

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independente e atuante”). Assim, a vírgula enfatiza que este “e” liga a expressão iniciada por “para

a solidificação” ao verbo “contribuiu” e se encontra paralela à expressão “para o desenvolvimento de um órgão de fiscalização eficiente e dinâmico”. Confira isso sem o termo entre travessões:

“tudo contribuiu para o desenvolvimento de um órgão de fiscalização eficiente e dinâmico, e para a solidificação institucional de um colegiado independente e atuante, como o Tribunal de Contas paranaense.”

Como dissemos na nossa aula sobre a enumeração objetiva, essa vírgula não é obrigatória. A sua retirada implica menos clareza, mas não há incorreção gramatical, mesmo estando após os travessões. Veja:

“tudo contribuiu para o desenvolvimento de um órgão de fiscalização eficiente e dinâmico – dado o constante aperfeiçoamento das ações – e para a solidificação institucional de um colegiado independente e atuante, como o Tribunal de Contas paranaense.”

A alternativa (D) é a incorreta, porque a expressão “filho de Paranaguá e primeiro Presidente do Tribunal de Contas da União” é um aposto explicativo, o qual deve se manter entre vírgulas por estar intercalado. Assim, a retirada da vírgula causaria erro gramatical.

A alternativa (E) está correta, pois a expressão entre travessões “dado o constante aperfeiçoamento das ações” é um comentário extra do autor, o qual transmite um valor de causa. Veja bem: não podemos considerar sintaticamente como oração subordinada adverbial causal, simplesmente porque esta não poderia ser separada por travessões, apenas por vírgulas. Por isso, percebemos que há aí uma inserção do autor, o qual faz questão de enfatizar a causa. Assim, podemos substituir os travessões por parênteses. Gabarito: D

Questão 18: ANEEL - Analista 2006 Fragmento do Texto: Há 250 anos nascia em Salzburg, na Áustria, JoannesTheophilus Mozart. Não é por esse nome que ele ficou conhecido. Joannes deu lugar a Wolfgang e quanto a Theophilus, nome grego que significa “amor de Deus”, foi substituído, pelo próprio Mozart, por Amadé ou Amadeus – esse, o título da famosa peça de Peter Schaffer, mais tarde transformada em filme por Milos Forman.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Um dos casos em que se empregam as aspas é para indicar a significação de uma palavra ou expressão. É esse motivo que justifica o emprego das aspas em “amor de Deus”(ℓ.4). Comentário: Na realidade, são os parênteses que podem ser usados para indicar a significação de uma palavra ou expressão. Inclusive este termo é entendido como aposto explicativo.

No contexto em que está, é o verbo “significa” que mostra que “Theophilus” tem o sentido de “amor de Deus”. As aspas, neste caso, marcam apenas uma ênfase à expressão. Gabarito: E

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Outro termo importante é o vocativo, pois implica diretamente o uso de vírgula.

Vocativo: é o termo sintático que serve para convocar, chamar um interlocutor a quem se dirige a palavra. É um termo independente: não faz parte do sujeito nem do predicado, por isso deve ser separado por vírgula. Veja que ele pode aparecer em posições variadas na frase.

Júlia, venha cá. Veja, menina, aquela nuvem. Estamos aqui, meu amigo.

Palavras denotativas: Já falamos nesta aula sobre os adjuntos adverbiais. Agora, cabe inserirmos palavras que se aproximam de valores adverbiais, porém não constituem circunstâncias. São as chamadas palavras denotativas. Elas são importantes para a interpretação de texto, pontuação e reescrita de frases.

1. Designação: eis.

Eis o homem!

Esta construção admite que o substantivo posterior seja substituído pelo pronome oblíquo átono o, na forma Ei-lo!

2. Exclusão: exceto, senão, salvo, menos, tirante, exclusive, ou melhoretc.

Voltaram todos, menos André. Roubaram tudo, salvo o telefone.

3. Limitação: só, apenas, somente, unicamente:

Só Deus é imortal. Apenas um livro foi vendido.

A possibilidade de cobrança em prova é na interpretação de texto. Quando se inserem as palavras só, somente, apenas; há o recurso textual chamado palavra categórica. Ele transmite uma ideia veemente do autor, que não abre caminhos para outra possibilidade. Isso dirige a interpretação de texto. Veja:

Só o rico ganha. O dinheiro chega apenas à classe nobre.

Compare com as estruturas sem essas palavras categóricas:

O rico ganha. O dinheiro chega à classe nobre.

Naturalmente você observou que o sentido mudou consideravelmente. Na prova normalmente o texto sugere algo de maneira geral, com a segunda construção. Já, na interpretação de texto, a banca inclui a palavra categórica para o candidato perceber o erro.

4. Explicação, explanação ou exemplificação: a saber, por exemplo, isto é, como, ou melhor etc.

Eram três irmãos, a saber, Pedro, Antônio e Gilberto. Lá, no inverno, usa-se roupa pesada, como sobretudo e poncho. Os elementos do mundo físico são quatro, a saber: terra, fogo, água e ar.

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Esses valores são normalmente separados por vírgula ou dois-pontos. Pode-se ter em mente que, quando se explica, quer-se ratificar, confirmar argumentos; então isso pode ser cobrado numa interpretação de texto ou no uso da pontuação.

5. Inclusão: mesmo, além disso, ademais, até, também, inclusive, ainda, sobretudo etc.

Até o professor riu-se. Ninguém veio, mesmo o irmão.

I - Costumam-se ficar entre vírgulas as estruturas além disso, também, inclusive, ainda. Normalmente a banca insere apenas uma das vírgulas e isso torna o texto errado.

Ele disse, inclusive que não viria hoje. (errado)

Ele disse, inclusive, que não viria hoje. (certo)

II – Cumpre lembrar que não se pode confundir o valor de mesmo(inclusão), mesmo (pronome demonstrativo de valor adjetivo) e advérbio de afirmação/certeza. O primeiro não se flexiona e pode ser substituído por até,inclusive: Mesmo ela realizou as atividades.

O segundo flexiona-se e diz respeito a um reforço reflexivo, equivalendo a sozinha: Ela mesma realizou as atividades.

O terceiro não se flexiona e serve para ratificar, confirmar uma ação, equivalendo-se a sim, com certeza: Ela realizou mesmo as atividades.

6. Retificação: aliás, ou melhor, isto é, ou antes etc.

Comprei cinco, aliás, seis livros. Correu, isto é, voou até nossa casa.

Para a banca é importante notar a ideia de correção ao que foi dito anteriormente e por isso a expressão deve ficar separada por vírgula(s). Note que a expressão “isto é” também foi vista como explicação (ratificação). Por isso, deve-se ter muito cuidado com o contexto.

7. Situação: mas, então, pois, afinal, agora, etc.

Mas que felicidade. Então duvida que se falasse latim? Pois não é que ele veio. Afinal, quem tem razão? Posso mostrar-lhes o sítio; agora, vender eu não vendo.

A banca pergunta se os vocábulos “Mas”, “Então” e “Pois”, nestes casos, possuem valor de oposição, conclusão e explicação, respectivamente. Pode-se notar claramente que não, estes vocábulos apenas motivam o início do discurso, como ocorre com o coloquialismo “Hum...”, “senão vejamos”, etc.

8. Expletivo e realce: é que; lá, cá, só, ora, que, mesmo, embora.

Nós é que somos brasileiros. Eu sei lá! Eu cá me arranjo. Vejam só que coisa! Ora, decidamos logo o negócio. Oh! Que saudades que tenho! É isso mesmo. Vá embora!

Normalmente as palavras expletivas ocorrem por motivo de ênfase e estilo; mas o vocábulo “ora” geralmente inicia uma consideração do autor, uma avaliação que pode também ser entendida como conclusão.

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9. Afetividade: felizmente, infelizmente, ainda bem:

Felizmente não me machuquei. Ainda bem que o orador foi breve!

Questão 19: Auditor-Fiscal da Receita Federal 2005 Fragmento do texto: É que a verdade, a partir de Platão e Aristóteles, passa a ser determinada de um modo novo, verificando-se uma transmutação em sua própria essência. Desde então, entende-se usualmente a verdade como sendo o resultado de uma adequação, ou seja, a verdade pode ser constatada sempre que a idéia que o sujeito forma de determinado objeto coincida com esse objeto.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A expressão “ou seja” (ℓ.4) permite a troca de lugar entre os termos “adequação” (ℓ.4) e “verdade pode ser constatada sempre que a ideia que o sujeito forma de determinado objeto coincida com esse objeto” (ℓ.4 a 6), sem prejudicar a correção gramatical do texto. Comentário: A expressão “ou seja” é denotativa de explicação. Normalmente, quando essa expressão é utilizada, podemos trocar os termos, pois um é a explicação do outro e podem ser entendidos como sinônimos.

Porém, basta trocarmos os termos de posição, como foi pedido na questão, para percebermos que, neste contexto, há incoerência. Veja a frase original:

Desde então, entende-se usualmente a verdade como sendo o resultado de uma adequação, ou seja, a verdade pode ser constatada sempre que a idéia que o sujeito forma de determinado objeto coincida com esse objeto.

Agora, a frase com as trocas pedidas na questão:

Desde então, entende-se usualmente a verdade como sendo o resultado de uma a verdade pode ser constatada sempre que a idéia que o sujeito forma de determinado objeto coincida com esse objeto, ou seja, adequação.

Percebeu como o texto fica truncado????? Gabarito: E

Questão 20: Secretaria da Fazenda-SP ─ 2009 ─ Analista POFP Fragmento do texto: Entre as diversas razões que explicam o desenvolvimento de São Paulo, talvez a mais significativa seja o conjunto de imigrações e migrações que povoaram o estado. A partir de 1887, só pela Hospedaria do Imigrante – conjunto de alojamentos em São Paulo – passaram perto de 3 milhões de pessoas. Qual era o diferencial desses imigrantes? Era que, apesar de pobres, carregavam culturas milenares que lhes possibilitaram trabalhar e crescer socialmente. E, finalmente, vieram os migrantes nordestinos, castigados pelo clima e pelos coronéis, que encontraram em São Paulo o seu ganha-pão. Tudo isso, mesclado às populações indígenas nativas e aos escravos africanos, formou uma população mestiça que se chama hoje de paulista, ou melhor, o brasileiro de São Paulo.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Depreende-se, dado o emprego da expressão retificadora “ou melhor” (última linha), que o autor prefere caracterizar como “mestiça” a população brasileira

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como um todo, preservando a pureza da raça para os paulistas. Comentário: A expressão “ou melhor” está sendo usada para retificar a palavra “paulista”, dando-lhe um significado mais adequado ao contexto. O autor mostra no texto que a população de São Paulo é composta de um conjunto de imigrações e migrações. Essa mistura forma o povo paulista. Com a retificação, o autor quis enfatizar que o paulista representa os vários migrantes e imigrantes do Brasil, e não a pureza da raça para os paulistas. Gabarito: E

Questão 21: Analista do Banco Central do Brasil 2002 Fragmento do texto: A longa convivência com a inflação possibilitou às instituições financeiras ganhos proporcionados pelos passivos não-remunerados, como os depósitos a vista e os recursos em trânsito, o que compensou ineficiências administrativas e perdas decorrentes de concessões de créditos que foram se revelando, ao longo do tempo, de difícil liquidação.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A substituição sugerida está de acordo com as idéias do texto acima e não exige outras transformações no texto para assegurar a correção gramatical: “como os depósitos a vista”(ℓ.3) como, também, os depósitos a vistaComentário: A expressão “como os depósitos a vista e os recursos em trânsito” é denotativa de exemplificação. Note que há uma exemplificação sobre o que são os ganhos proporcionados pelos passivos não-remunerados.

Com a inserção do vocábulo “também”, deixa de haver a exemplificação, os depósitos a vista e os recursos em trânsito passam a compor o segundo e terceiro elementos da enumeração do agente da passiva composto.

Notadamente, a substituição sugerida não está de acordo com as ideias do texto e, para haver correção gramatical, é necessária a substituição da preposição “a” pela preposição “por” em contração com o artigo “os” (pelos). Compare:

A longa convivência com a inflação possibilitou às instituições financeiras ganhos proporcionados pelos passivos não-remunerados, como os depósitos a vista e os recursos em trânsito, o que compensou ineficiências administrativas e perdas decorrentes de concessões de créditos que foram se revelando, ao longo do tempo, de difícil liquidação.

A longa convivência com a inflação possibilitou às instituições financeiras ganhos proporcionados pelos passivos não-remunerados, como, também, (pelos) depósitos a vista e (pelos) recursos em trânsito, o que compensou ineficiências administrativas e perdas decorrentes de concessões de créditos que foram se revelando, ao longo do tempo, de difícil liquidação. Gabarito: E

Questão 22: SUSEP 2006 Analista Técnico Fragmento do texto: Na defesa da concorrência, como de resto em várias áreas da política pública, é preciso copiar um clichê do mundo corporativo multinacional: manter a visão global sem perder o enfoque local.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Julgue a alteração proposta para o texto que resulta em incoerência da

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argumentação ou incorreção gramatical: Substituição do sinal de dois pontos após “manter”(ℓ.3) por ou seja, demarcado por duas vírgulas. Comentário: A estrutura “manter a visão global sem perder o enfoque local” esclarece o clichê do mundo corporativo. Por ser um termo explicativo, pode ser antecipado pela expressão denotativa de explicação “ou seja”, mantendo a coerência e a correção gramatical.

Note que a questão enfatizou que a referida expressão deve ficar entre vírgulas, o que está correto.

Como a questão afirmou que haveria incoerência ou incorreção gramatical, está errada. Gabarito: E

Você percebeu que não temos que ficar decorando todos os termos da oração. Temos que entender a funcionalidade. Nas próximas aulas, trabalharemos concordância, regência e crase. Naturalmente, vamos aprofundar um pouco mais neste conteúdo.

Agora vamos mudar de assunto. Entraremos no tópico período composto por subordinação substantiva. Para isso, lembre-se do seguinte:

Vimos os termos básicos de uma oração, os quais não podem ser separados por vírgula, além do aposto e do vocativo, que são termos acessórios e, na prova, basicamente se cobra o uso da vírgula.

Também vimos na aula anterior que, se no enunciado há apenas um verbo, naturalmente temos apenas uma oração; porém, se inserirmos mais um verbo, obviamente teremos duas orações.

Devemos perceber que os termos sujeito, objeto direto, objeto indireto e complemento nominal são eminentemente substantivos. Isso quer dizer que seus núcleos devem ser substantivos ou palavras de valor substantivo. Os termos predicativo e aposto podem ter núcleos substantivos ou adjetivos, mas cabe agora falarmos apenas de seu valor substantivo.

Por exemplo, “isso” é um pronome. Por possuir valor substantivo, pode ocupar as funções sintáticas faladas anteriormente. Veja:

Isso é lindo. (Isso = sujeito) Vi isso. (isso = OD) Sei disso. (disso = OI) Sou obediente a isso. (a isso = CN) Ela é isso. (isso = predicativo) Só quero uma coisa: isso. (isso = aposto)

Um macete para sabermos se a palavra tem valor substantivo é trocá-la pelo pronome demonstrativo substantivo “ISSO”. Não é sempre que dá certo com o aposto, mas ele tem uma estrutura bem característica.

E por que isso é importante?

Quando os termos sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, predicativo e aposto (de valor substantivo) recebem um verbo, transformam-se numa oração subordinada substantiva.

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Período composto por subordinação substantiva

Com base nas frases abaixo, observe os termos em negrito e suas funções sintáticas. Quando o termo recebe um verbo, vira uma oração. Veja:

Era indispensável teu regresso. VL + predicativo (sujeito simples)

período simples (oração absoluta)

Era indispensável que tu regressasses. VL + predicativo Suj + VI

oração principal oração subordinada substantiva subjetiva período composto

Era indispensável tu regressares. VL + predicativo Suj + VI

oração principal oração subordinada substantiva subjetiva (reduzida de infinitivo) período composto

Na frase 1, temos apenas uma oração (período simples), pois há apenas um verbo: “Era”. Esse verbo é de ligação, seguido do predicativo “indispensável” e o sujeito “teu regresso”.

Na frase 2, o então sujeito “teu regresso” recebeu um verbo e foi modificado para “que tu regressasses”. Assim, há duas orações (período composto). Note que esta oração recentemente formada não produz sentido sozinha; por isso a chamamos de subordinada. Ela é considerada substantiva por ter sido gerada de um termo substantivo. Para se reforçar isso, podemos trocá-la pelo pronome “isso”. Veja: Isso era indispensável. O pronome “isso” continua na função de sujeito, então a oração sublinhada terá a função de sujeito da oração principal.

Note que a oração subordinada substantiva será sempre o termo que falta na oração principal. Confirme isso na frase 2: na oração principal só há verbo de ligação e predicativo, falta o sujeito, que é toda a oração posterior. Esta oração é chamada de desenvolvida, pois possui conjunção (integrante “que”) e o verbo está conjugado em tempo e modo verbal (regressasses).

Na frase 3, a oração sublinhada perdeu a conjunção integrante “que” e isso fez com que reduzíssemos a quantidade de vocábulos da oração. Assim, o verbo que se encontrava conjugado passou a uma forma infinitiva. Por esse motivo, dizemos que a oração sublinhada na frase é reduzida de infinitivo.

Essa denominação completa você não precisa decorar, basta entender o processo, a estrutura. A banca ESAF não pergunta o nome, mas quer saber o emprego disso.

Seguem agora outras estruturas em que o termo, ao receber o verbo, passa a ser uma oração subordinada substantiva. Veja:

Na ata da reunião constava a presença deles. (Isso constava na ata da reunião) adjunto adverbial de lugar + VI + sujeito

Na ata da reunião constava que eles estavam presentes. (Isso constava...) oração principal + oração subordinada substantiva subjetiva

Na ata da reunião constava eles estarem presentes. (Isso constava...)

oração principal + oração subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo

1

2

3

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Foi anunciado o debate deles. (Isso foi anunciado) locução verbal + sujeito

Foi anunciado que eles debateriam. (Isso foi anunciado) oração principal + oração subordinada substantiva subjetiva

Foi anunciado eles debaterem. (Isso foi anunciado) oração principal + oração subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo

As orações subordinadas substantivas subjetivas são também denominadas de sujeito oracional. Vale lembrar que o verbo da oração principal que tem como sujeito a oração subordinada substantiva subjetiva deve ficar sempre na terceira pessoa do singular. Assim, mesmo que haja vocábulos no plural no sujeito oracional, a oração principal permanecerá com o verbo no singular. Veja que os verbos “constava” e “Foi anunciado” não se flexionaram no plural, mesmo o sujeito oracional possuindo vocábulos no plural.

Agora veremos o complemento verbal direto. Perceba a seguir que, nas orações principais, os verbos possuem sujeito, são transitivos diretos e necessitam de um complemento, o qual será toda a oração posterior.

Economistas previram um aumento no desemprego. (Economistas previram isso.) sujeito + VTD + objeto direto

Economistas previram que o desemprego aumentaria. (Economistas previram isso.)

oração principal + oração subordinada substantiva objetiva direta

Economistas previram aumentar o desemprego. (Economistas previram isso.) oração principal + oração subordinada substantiva objetiva direta reduzida de infinitivo

Mas cabe uma peculiaridade da oração subordinada substantiva objetiva direta. Nas frases interrogativas indiretas, as orações subordinadas substantivas objetivas diretas podem ser introduzidas pela conjunção subordinada integrante “se” e por pronomes ou advérbios interrogativos:

Ninguém sabe se ela aceitará a proposta.Ninguém sabe como ela aceitará a proposta.Ninguém sabe quando ela aceitará a proposta.Ninguém sabe onde ela aceitará a proposta.Ninguém sabe qual é a proposta.Ninguém sabe quanto é a proposta.

Com os verbos deixar, mandar, fazer (chamados auxiliares causativos) e ver, sentir, ouvir, perceber (chamados auxiliares sensitivos) ocorre uma forma peculiar de oração subordinada substantiva objetiva direta reduzida de infinitivo:

Deixe-me repousar. Mandei-os sair. Ouvi-o gritar.

Nesses três últimos casos, as orações destacadas são todas objetivas diretas reduzidas de infinitivo e, o que é mais interessante, os pronomes oblíquos átonos atuam todos como sujeitos dos infinitivos verbais e são conhecidos por sujeito acusativo. Essa é a única situação da língua portuguesa em que um pronome oblíquo pode atuar como sujeito. Para perceber melhor o que ocorre, convém transformar as orações reduzidas em desenvolvidas:

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Deixe que eu repouse. Mandei que eles saíssem. Ouvi que ele gritava.

É bom esclarecer que os verbos causativos e sensitivos não formam locução verbal, pois fazem parte de um período composto.

Agora, passemos às orações com função de objeto indireto e complemento nominal. Se o objeto indireto e o complemento nominal (os quais são termos iniciados por preposição) recebem o verbo, naturalmente vão continuar com a preposição antecedendo-os.

Teus amigos confiam em tua vitória. (Teus amigos confiam nisso.) sujeito + VTI + objeto indireto

Teus amigos confiam em que tu vencerás. (Teus amigos confiam nisso.) oração principal + oração subordinada substantiva objetiva indireta

Teus amigos confiam em venceres. (Teus amigos confiam nisso.) oração principal + oração subordinada substantiva objetiva indireta reduzida de infinitivo

Perceba que, na completiva nominal, não é o verbo que exige o complemento, é o nome.

Teus pais estavam certos de tua volta. (Teus pais estavam certos disso.) sujeito + VL + predicativo + complemento nominal

Teus pais estavam certos de que tu voltarias. (Teus pais estavam certos disso.) oração principal + oração subordinada substantiva completiva nominal

Teus pais estavam certos de voltares. (Teus pais estavam certos disso.) oração principal + oração subordinada substantiva completiva nominal reduzida de infinitivo

Note que a oração predicativa transmite a característica do sujeito.

Nossa maior preocupação era a chuva. (Nossa maior preocupação era isso) sujeito + VL + predicativo

Nossa maior preocupação era que chovesse. (Nossa maior preocupação era isso) oração principal + oração subordinada substantiva predicativa

Nossa maior preocupação era chover. (Nossa maior preocupação era isso) oração principal + oração subordinada substantiva predicativa reduzida de infinitivo

Todas as orações até aqui elencadas puderam ser substituídas pela

palavra “ISSO”. Apenas a oração apositiva não transmite coerência com essa troca; porém, observe que a banca não cobra o nome, mas pergunta se os dois pontos marcam o início de um aposto ou se marcam o início de um esclarecimento, desenvolvimento de uma palavra anterior. Veja:

Todos defendiam esta ideia: a desapropriação do prédio. sujeito + VTD + objeto direto + aposto

Todos defendiam esta ideia: que o prédio fosse desapropriado. oração principal + oração subordinada substantiva apositiva

Todos defendiam esta ideia: o prédio ser desapropriado. oração principal + oração subordinada substantiva apositiva reduzida de infinitivo

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Agora que já vimos todas as orações substantivas, vem a pergunta: Por que temos de identificar esse tipo de oração? Porque...

a) excetuando o aposto, vimos que esses termos substantivos não são separados por vírgula, portanto também não podemos separar a oração subordinada substantiva de sua oração principal por vírgula;

b) quando esse tipo de oração tiver a função de sujeito, objeto direto e predicativo, não deve haver uso de preposição antecedendo-os;

c) a conjunção que as inicia é chamada de integrante (que, se), a qual não possui valor semântico, nem função sintática;

d) quando houver oração subordinada substantiva subjetiva (sujeito oracional), o verbo da oração principal sempre ficará na terceira pessoa do singular.

Outra coisa importante!!!

A conjunção integrante “que” geralmente expressa certeza: Diga que começou o trabalho.

A conjunção integrante “se” geralmente expressa dúvida: Diga se começou o trabalho.

Questão 23: Analista do Banco Central do Brasil 2002 Fragmento do texto: Não se trata de emitir um juízo de valor sobre esta concepção, mas de constatar sua existência. Necessário, porém, confrontar isso com o reverso da medalha, ou seja, a política estatal em relação a esse tipo de reivindicação, especialmente para o período que antecede 1930 e que surge para a historiografia como domínio exclusivo das oligarquias.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O estilo do autor elimina o verbo flexionado no início do último período sintático do texto, mas as regras gramaticais da norma culta e a coerência textual deixam aí subentendida a forma verbal É. Comentário: O último período do texto é iniciado na linha 2, com o adjetivo “Necessário”. Deixando-se subentendida a forma verbal “É”, teremos:

É necessário, porém, confrontar isso com o reverso da medalha

Assim, fica mais claro que a oração “confrontar isso com o reverso da medalha” é subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo, e a oração principal possui o verbo de ligação “É” e o predicativo “necessário” (issoé necessário).

Note que a questão não pediu para inserir o verbo, apenas nos mostrou que ele está subentendido nesta estrutura, por estilo do autor. Assim, a afirmativa está correta. Gabarito: C

Questão 24: Auditor-Fiscal da Receita Federal 2002 Fragmento do Texto: É importante mencionar que em 99,99% dos casos em que as autoridades fiscais têm acesso às movimentações bancárias dos contribuintes, e lhes é permitida a tão referenciada quebra do sigilo bancário, são apuradas irregularidades.

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Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Analise a proposta e julgue a alteração correta para o trecho:

Colocar uma vírgula após o verbo mencionar. Comentário: Vamos à estrutura oracional. Primeiro, o verbo “mencionar” é o sujeito oracional da oração principal “é importante” (verbo de ligação + predicativo). Depois, percebemos que o verbo “mencionar” não tem sujeito, é transitivo direto e seu objeto direto é a oração subordinada substantiva objetiva direta “que em 99,99% dos casos (...) são apuradas irregularidades” (mencionar isso). Assim, não pode haver vírgula entre a oração principal e a subordinada substantiva. Gabarito: E

Questão 25: Analista do Banco Central do Brasil 2002 Fragmento do texto: A longa convivência com a inflação possibilitou às instituições financeiras ganhos proporcionados pelos passivos não-remunerados, como os depósitos a vista e os recursos em trânsito, o que compensou ineficiências administrativas e perdas decorrentes de concessões de créditos que foram se revelando, ao longo do tempo, de difícil liquidação.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A substituição sugerida está de acordo com as idéias do texto acima e não exige outras transformações no texto para assegurar a correção gramatical: “possibilitou às instituições financeiras ganhos”(ℓ.1,2) permitiu que as instituições financeiras ganhassem Comentário: A questão cobrou a transformação do termo substantivo em oração subordinada substantiva. Vamos à substituição??? Compare:

A longa convivência com a inflação possibilitou às instituições financeiras ganhos proporcionados pelos passivos não-remunerados...

A longa convivência com a inflação permitiu que as instituições financeiras ganhassem proporcionados pelos passivos não-remunerados...

Com tal substituição, o substantivo “ganhos” virou verbo “ganhassem” e assim não houve mais o referente para que o adjetivo “proporcionados” fosse utilizado. Por isso, o texto passa a necessitar de ajustes e a questão está errada. Gabarito: E

Vimos, até agora, os termos da oração e as orações subordinadas substantivas, que provêm da maioria destes termos. Agora veremos as orações subordinadas adjetivas.

Período composto por subordinação adjetiva

As orações subordinadas adjetivas têm esse nome porque equivalem a um adjetivo. Em termos sintáticos, essas orações exercem a função que normalmente cabe a um adjetivo (a de um adjunto adnominal ou aposto explicativo). O adjunto adnominal é termo sobre o qual falamos pouco, mas basta-nos entender o seguinte: todo termo da oração possui no mínimo um vocábulo, o qual chamamos de núcleo. Por vezes, esse núcleo vem antecipado ou seguido de outros vocábulos de valor adjetivo, os quais passam à função de adjunto adnominal.

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Perceba isso no exemplo a seguir. O objeto direto é o termo “gente mentirosa”. O núcleo é o substantivo “gente” e o adjunto adnominal é “mentirosa”, o qual serve para caracterizar o núcleo.

Detesto gente mentirosa.VTD núcleo do

OD Adj Adn

objeto direto período simples

Na primeira construção, o adjetivo “mentirosa” é adjunto adnominal, o qual caracteriza o núcleo do objeto direto “gente”. Ao se inserir um verbo nesta função adjetiva, naturalmente haverá uma oração de mesmo valor. Por isso passa a ser uma oração subordinada adjetiva.

Detesto gente que mente. oração principal Or Sub Adjetiva

período composto

A conexão entre a oração subordinada adjetiva e a oração principal é feita pelo pronome relativo que. Esse vocábulo não pode ser confundido com a conjunção integrante “que”, vista anteriormente, a qual inicia uma oração subordinada substantiva. Portanto, vamos às formas de se evitar o erro:

1. Detesto mentiras. 2. Detesto gente mentirosa.

1. Detesto que mintam. 2. Detesto gente que mente.

a) O vocábulo “mentiras” é um substantivo. Quando é substituído por verbo, passa a fazer parte de uma oração subordinada substantiva. b) “mentiras” é núcleo do objeto direto do verbo “Detesto”, por isso “que mintam” é oração subordinada substantiva objetiva direta da oração principal “Detesto”. c) O vocábulo “que” é uma conjunção integrante e toda a oração a partir desse vocábulo pode ser substituída pelo vocábulo “isso”, para a confirmação de ser oração substantiva. (Detesto isso.)

a) O vocábulo “mentirosa” é um adjetivo. Quando é substituído por um verbo, passa a fazer parte de uma oração adjetiva. b) “mentirosa” é adjunto adnominal e restringe o núcleo do objeto direto. c) Não há coesão em se substituir a oração “que mente” pelo vocábulo “isso”. Veja: Detesto gente isso. Assim, não é oração substantiva. O segundo passo é substituir o “que” por “o qual” e suas variações, para confirmar se é pronome relativo iniciando oração adjetiva. Veja: Detesto gente a qual mente.

No período “Detesto gente que mente”, desenvolvem-se duas ideias, relacionadas à palavra “gente”: a primeira é a de que eu a detesto e a segunda a de que ela mente. Assim:

Detesto gente. Gente mente. VTD + OD Suj + VI

Entendendo-se que o vocábulo “gente” está se repetindo desnecessariamente, pode-se inserir no lugar desse vocábulo repetido o pronome relativo “que” ou “a qual”. “Gente” está na função de sujeito, então os pronomes “que” ou “a qual” também ocupam a função de sujeito. Veja:

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Detesto gente.Gente mente. Detesto gente que mente.

Detesto gente a qual mente.

sujeito

Visando ao que pode ser exigido pela banca ESAF, muitas vezes se vê questão que pede para substituir um vocábulo por outro, permanecendo o sentido e a gramaticalidade. Neste caso, se a banca pedisse para substituirmos “gente” por “pessoas”, permaneceria a semântica, mesmo um estando no singular e o outro no plural. Mas essa substituição implicaria mudança na concordância do verbo “mente”, que deveria flexionar-se no plural, haja vista que o pronome relativo “que” é sujeito e retomaria “pessoas”. Veremos esse tipo de questão mais detidamente na aula 3. Assim:

Detesto pessoas que mentem. VTD + objeto direto Suj + V. intransitivo

oração principal oração Sub Adjetiva

Outras vezes a banca ESAF cobra simplesmente a atenção voltada ao contexto para identificar o referente. Chamamos isso de coesão referencial:

1. Conheci o dono daquela empresa de cosméticos que demitiu duzentos funcionários.

2. Conheci o dono daquela empresa de cosméticos que exportou para a Europa.

3. Conheci o dono daquela empresa de cosméticos que embelezam as mulheres.

Na frase 1, o pronome relativo “que” retomou o substantivo “dono”, pois se entende que quem demite é o “dono”; na frase 2, foi retomado o substantivo “empresa”, pois é mais adequado dizer que a exportação é feita pela “empresa” e não pelo “dono”. Na frase 3, a concordância é feita no plural, porque o pronome relativo retomou “cosméticos”, que também está no plural. Isso é muito cobrado na prova, por isso tenha muita atenção.

Uma forma de isso ficar mais claro é substituir o pronome “que” pelo pronome relativo “o qual” e suas variações. Assim, na frase 1 seria “o qual”, na 2 “a qual” e na 3 “os quais”.

Questão 26: Analista do Banco Central do Brasil 2001 Fragmento do texto: O Banco Central deixa de ser responsável pela intermediação das ordens de pagamento, transferindo essa atribuição para um conjunto de câmaras de compensação e liquidação (clearings), que passam a garantir a finalização destas operações.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Na linha 3, “que” equivale a as quais. Comentário: O pronome relativo “que” retoma o substantivo feminino e plural “câmaras”, por isso pode ser substituído pela expressão “as quais”. Gabarito: C

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Questão 27: Auditor-Fiscal da Receita Federal 2002 Fragmento do texto:

1

5

Em artigo publicado na década de noventa, o professor Paul Krugman explicava que todos aqueles países que falavam inglês haviam tido um desempenho econômico acima da média de seus vizinhos e que o inglês estava se tornando rapidamente a língua franca dos negócios, do turismo e da internet. Assim, os processos de fusão de empresas, tão comuns naquele tempo, só teriam sucesso se utilizassem o inglês como língua de integração das corporações.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) As duas ocorrências da conjunção “que”(ℓ.3 e 4) têm a função de demarcar o início das duas orações ligadas por “e”(ℓ.4), mas, sintaticamente, o segundo que pode ser omitido. Comentário: O erro na alternativa foi a indicação da linha do “que”. Veja:

...o professor Paul Krugman explicava que todos aqueles países que falavam inglês haviam tido um desempenho econômico acima da média de seus vizinhos e que o inglês estava se tornando rapidamente a língua franca dos negócios, do turismo e da internet.

Os dois vocábulos “que” em negrito são conjunções integrantes que iniciam orações subordinadas substantivas objetivas diretas (...explicava isso e isso). Essas orações estão coordenadas entre si, por isso, pode-se eliminar o segundo “que”, pois este fica facilmente subentendido no contexto. Veja:

...o professor Paul Krugman explicava que todos aqueles países que falavam inglês haviam tido um desempenho econômico acima da média de seus vizinhos e o inglês estava se tornando rapidamente a língua franca dos negócios, do turismo e da internet.

Mas o erro na questão foi indicar a palavra “que” das linhas 3 e 4, quando na verdade teria que ser a das linhas 2 e 4.

A palavra “que” da linha 3 é apenas um pronome relativo, o qual retoma o substantivo “países” e pode ser substituído pela expressão “os quais”. Gabarito: E

Não veremos nesta aula quais são os pronomes relativos e suas funções sintáticas. Isso será visto na aula 4, quando aprofundaremos a regência verbal e nominal. Vamos trabalhar agora a pontuação nestas orações.

A pontuação e a classificação das orações adjetivas

Para entendermos a pontuação referente a termos adjetivos, é necessário sabermos a diferença entre dois tipos de adjetivo.

Adjetivo explicativo: é aquele que denota qualidade essencial do ser, característica inerente, ou seja, qualidade que não pode ser retirada do substantivo. Por exemplo, todo homem é inteligente, todo fogo é quente, todo leite é branco, então inteligente, quente e branco são adjetivos explicativos, em relação a homem, fogo e leite, respectivamente.

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Adjetivo restritivo: é o adjetivo que denota qualidade adicionada ao ser, ou seja, nem sempre o substantivo terá aquela característica. Por exemplo, nem todo homem é educado, nem todo fogo é alto, nem todo leite é enriquecido, então educado, alto e enriquecido são adjetivos restritivos, em relação a homem, fogo e leite, respectivamente.

inteligente quente branco explicativo

homem fogo leite educado alto enriquecido restritivo

Quando o adjetivo estiver imediatamente após o substantivo qualificado por ele, teremos o seguinte: se ele for adjetivo explicativo, deverá estar entre vírgulas e funcionará sintaticamente como aposto explicativo; se for adjetivo restritivo, não poderá estar entre vírgulas e funcionará como adjunto adnominal.

Por exemplo: “O fogo, quente, morna a água em minutos.” Nessa frase, quente é adjetivo explicativo, pois indica uma qualidade essencial do substantivo, por isso está entre vírgulas e sua função sintática é a de aposto explicativo.

Já na frase “O fogo alto pode queimar a comida rapidamente.”, alto é adjetivo restritivo, pois se entende que nem todo fogo é alto, por isso não está entre vírgulas e sua função sintática é a de adjunto adnominal.

Assim, o adjetivo pode ter o valor restritivo (especifica o sentido do termo antecedente, individualizando-o) e explicativo (realça um detalhe ou amplifica características básicas sobre o antecedente, que já se encontra suficientemente definido). Como aprofundamento disso, vejamos o adjetivo “inteligente”. 1. O homem, inteligente, dobra sua capacidade cognitiva através dos séculos.

2. O homem inteligente não joga lixo no chão.

Na frase 1, esse adjetivo possui valor básico do homem: ser pensante, que raciocina. Essa é a condição básica para que ele possa ter a capacidade cognitiva e então através dos séculos ter a possibilidade de isso ser ampliado. Esse adjetivo está entre vírgulas para marcar o valor explicativo e com isso há a função sintática de aposto explicativo.

Na frase 2, esse mesmo adjetivo possui valor semântico diferente, pois se sabe que nem todos os homens deixam de jogar o lixo no chão. Então esse não é um princípio só do poder de raciocínio, mas da virtude, da educação. Assim, inteligente, neste caso, é o homem educado. Como sabemos que nem todos são educados, há certamente um valor restritivo. Por isso esse vocábulo não está separado por vírgulas e cumpre a função sintática de adjunto adnominal.

Portanto, se o aposto explicativo recebe um verbo, tornar-se-á uma oração subordinada adjetiva explicativa. Se o adjunto adnominal recebe um verbo, tornar-se-á oração subordinada adjetiva restritiva. O uso de vírgula continua da mesma forma que nos termos da oração ditos anteriormente.

Veja:

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O homem, inteligente, dobra sua capacidade cognitiva através dos séculos.sujeito aposto explicativo VTD + objeto direto + adjunto adverbial de tempo

período simples

O homem, que é inteligente, dobra sua capacidade cognitiva através dos séculos.oração subordinada adjetiva explicativa

oração principal período composto

O homem inteligente não joga lixo no chão. Adj Adn + núcleo adjunto adnominal Adj Adv VTD OD Adj Adv lugar

negação

sujeito simples período simples

O homem que é inteligente não joga lixo no chão.oração subordinada adjetiva restritiva

oração principal período composto

Portanto, dependendo do uso da vírgula numa oração adjetiva, haverá mudança de sentido. Em determinados momentos, a vírgula poderá ser inserida ou retirada, isso fará com que a oração mude o sentido, mas não quer dizer que haverá incoerência com os argumentos do texto. Exemplo:

Angélica, encontrei seu irmão que mora em Paris.

Angélica, encontrei seu irmão, que mora em Paris.

Uma forma prática de se enxergar melhor a restrição é subentendendo a expressão somente aquele que.

Assim, no primeiro período, observa-se que somente o irmão de Angélica o qual mora em Paris foi encontrado por mim, os outros irmãos dela não foram citados no contexto. Portanto, sem vírgulas, entende-se que ela tem mais de um irmão.

Já no segundo período, entende-se que a característica básica de irmão de Angélica é ser morador de Paris, pois ele é o único irmão. Veja outros:

O curso possui oitocentos alunos que farão a prova da OAB.

O curso possui oitocentos alunos, que farão a prova da OAB.

No primeiro período, entende-se que somente oitocentos alunos do curso farão a prova da OAB, os outros não. Então o curso possui mais de oitocentos alunos. No segundo período, percebe-se que todo o efetivo discente do curso fará a prova da OAB. E sua totalidade é de oitocentos alunos.

Escolha a joia de que goste. Escolha a joia, de que gosta.

No primeiro período, alguém foi convidado a escolher uma joia ainda não apreciada, conhecida pela felizarda. Aquela da qual gostar poderá ser escolhida. Ao passo que, no segundo período, a pessoa presenteada já conhecia a joia e já gostava dela, por isso passou a haver a característica explicativa.

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Outro ponto importante. Se o aposto explicativo pode ser separado por vírgulas, travessões e parênteses, o mesmo vai ocorrer com a oração subordinada adjetiva explicativa.

Questão 28: ANEEL - Analista 2006 Fragmento do Texto: Tratava-se de uma família musical: o pai, Leopold, era exímio violinista, a irmã, mais velha, Nannerl, tocava cravo.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A vírgula após a palavra “irmã”(ℓ.2) poderia ser retirada, sem que isso resultasse em alteração do sentido original do texto ou em incorreção gramatical. Comentário: A expressão “mais velha” está entre vírgulas por se tratar de um aposto explicativo. Assim, entendemos que havia somente uma irmã na família e ela é a mais velha.

Com a retirada da vírgula, a função sintática muda e o sentido também. Sintaticamente, passamos a ter um adjunto adnominal, o qual passa a dar um valor restritivo ao substantivo “irmã”, forçando o entendimento de que haveria pelo menos mais uma irmã, e a referência seria feita àquela que é mais velha dentre as irmãs.

Como a questão abordou que não haveria mudança de sentido, está errada. Gabarito: E

Questão 29: Secretaria da Fazenda-SP ─ 2009 ─ Analista POFP Fragmento do texto: Ao que consta, pois Israel impede a entrada da imprensa no território invadido, o objetivo inicial da ação terrestre é isolar o norte da faixa litorânea, de onde parte a maioria dos ataques com foguetes contra o sul israelense, do restante do território palestino.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O segmento “de onde parte a maioria dos ataques com foguetes contra o sul israelense”(ℓ.3 e 4) está entre vírgulas por tratar-se de oração subordinada adjetiva explicativa. Comentário: Vimos que a oração subordinada adjetiva explicativa é separada por vírgula. Como se encontra intercalada, há dupla vírgula.

Veremos nas próximas aulas o uso de “onde” como pronome relativo. Gabarito: C

Questão 30: Secretaria da Fazenda-SP ─ 2009 ─ Analista POFP Fragmento do texto: Era que, apesar de pobres, carregavam culturas milenares que lhes possibilitaram trabalhar e crescer socialmente.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Introduzindo-se uma vírgula após a palavra “milenares” (ℓ. 2), confere-se à oração imediatamente subsequente mais ênfase, sem prejuízo da correção gramatical e sem alteração do sentido original do período em que ela se insere. Comentário: Primeiro, devemos entender que o vocábulo “que” é um pronome relativo, prova disso é percebermos que ele retoma a expressão “culturas milenares” e pode ser substituído pela expressão “as quais”. Assim, temos certeza de que a oração “que lhes possibilitaram” é subordinada

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adjetiva restritiva. Inserindo-se a vírgula, obrigatoriamente o sentido muda (de restrição para explicação). Por isso a questão está errada. Gabarito: E

Questão 31: Auditor-Fiscal da Receita Federal 2002 Fragmento do Texto: É importante mencionar que em 99,99% dos casos em que as autoridades fiscais têm acesso às movimentações bancárias dos contribuintes, e lhes é permitida a tão referenciada quebra do sigilo bancário, são apuradas irregularidades. Entretanto, somente exsurge a lide tributária que exige o contraditório e ampla defesa quando após a formalização do lançamento o contribuinte, inconformado, tempestivamente apresenta impugnação ou defesa contra o ato administrativo por meio do qual se exterioriza a exigência do crédito tributário (...).

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Analise a proposta e julgue a alteração correta para o trecho: Separar com duplo travessão a oração que exige o contraditório e ampla defesa.Comentário: Note primeiro que a questão não especificou mudança de sentido, apenas afirmou que haveria uma alteração correta para o texto. Sintaticamente, a oração subordinada adjetiva restritiva “que exige o contraditório e ampla defesa”, ao receber o duplo travessão, transforma-se em explicativa.

Semanticamente, perceba que esse novo valor da oração torna o texto mais coerente, pois a “lide tributária” é entendida como um impasse, uma pendência, um litígio, o qual necessita do contraditório e da ampla defesa, para garantir o equilíbrio entre as partes.

Assim, o ideal é realmente a oração subordinada adjetiva explicativa. Gabarito: C

Questão 32: Secretaria da Fazenda-SP ─ 2009 ─ Analista POFP Fragmento do texto: No máximo, interessará às pessoas jurídicas que buscam crédito de curtíssimo prazo ou financiamentos para exportação, embora as facilidades oferecidas pelo Banco Central tenham um custo muito elevado.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O segmento “que buscam crédito de curtíssimo prazo ou financiamentos para exportação”(ℓ.1 e 2) constitui oração subordinada adjetiva restritiva. Comentário: Questão simples, mas pode trazer problema se não ficarmos atentos. Primeiramente, devemos ter certeza de que esta oração é mesmo adjetiva. Para tal, basta observar se o vocábulo “que” está retomando a expressão anterior. Note que ele retoma “pessoas jurídicas” e pode ser substituído pela expressão “as quais”. Assim, realmente há uma oração subordinada adjetiva. Como esta não é precedida de vírgula, é restritiva. Gabarito: C

Questão 33: Secretaria da Fazenda-SP 2009 Analista POFP Fragmento do texto: Além dos intensos bombardeios aéreos, que mataram centenas de palestinos – entre eles várias mulheres e crianças –, faltam víveres e medicamentos, e os cortes no fornecimento de água e luz são constantes.

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Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O emprego de vírgula após “aéreos”(ℓ.1) justifica-se para isolar a oração de natureza restritiva subsequente. Comentário: Note que o pronome relativo “que” retoma “intensos bombardeios aéreos” e pode ser substituído pela expressão “os quais”. Assim, realmente há uma oração subordinada adjetiva. Como esta é precedida de vírgula, é explicativa. Gabarito: E

Questão 34: Analista do Banco Central do Brasil 2001 Fragmento do texto: Os riscos não são desprezíveis. Um estudo feito pela Universidade do Texas com empresas que sofreram uma perda catastrófica de dados concluiu que 43% jamais voltaram a operar, 51% faliram em dois anos e apenas 6% sobreviveram.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O emprego de vírgula entre “empresas” e “que”(ℓ.2), e entre “dados” e “concluiu” (ℓ.3) seria inadequado, pois a informação que seria isolada tem natureza restritiva e passaria a explicativa, alterando o sentido do período. Comentário: A afirmativa está correta, pois, sem vírgula, a oração “que sofreram uma perda catastrófica de dados” restringe a característica do substantivo “empresas”. Nem todas sofreram perda catastrófica. Com a vírgula obrigatoriamente o sentido mudaria: todas as empresas teriam tido perdas catastróficas. Assim, a inserção das vírgulas traria incoerência ao desenvolvimento do texto. Gabarito: C

Questão 35: Analista de Finanças e Controle - CGU 2003 Fragmento do texto: A felicidade, que em si resultaria de um projeto temporal, reduz-se hoje ao mero prazer instantâneo derivado, de preferência, da dilatação do ego (poder, riqueza, projeção pessoal etc.) e dos "toques" sensitivos (ótico, epidérmico, gustativo etc.).

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) As vírgulas após “felicidade”(ℓ.1) e “temporal”(ℓ.2) estão sendo empregadas para isolar uma oração de natureza restritiva. Comentário: A oração subordinada adjetiva separada por vírgula tem valor explicativo, e não restritivo. Gabarito: E

Questão 36: SUSEP 2006 Agente Executivo Assinale a opção em que a justificativa para o emprego da vírgula correspondente está incorreta.

A Justiça é,(1) antes de tudo,(1) uma preocupação antropológica e filosófica do homem. Resulta da consciência de sua dignidade e da dimensão ontológica do ser humano. Por sua dimensão ética,(2) o homem tem a noção do bem e do mal,(3) da verdade e do erro. É livre, tem livre arbítrio,(4) pois sabe quando está agindo com correção ou com erro. A Justiça nasce, subjetivamente, da verdade humana mais intrínseca,(5) de seu sentimento e

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de sua reflexão sobre o bem e sobre a verdade na sua relação com os outros homens.

(Oscar d’Alva e Souza Filho)a) 1 - As duas vírgulas isolam expressão intercalada. b) 2 - Isola oração subordinada adjetiva restritiva anteposta à principal. c) 3 - Separa termos de mesma classificação gramatical componentes de uma

enumeração. d) 4 - Isola oração de natureza explicativa iniciada por conjunção

coordenativa. e) 5 - Separa termos de mesma classificação gramatical componentes de uma

enumeração. Comentário: Atente ao fato de que a questão pediu a alternativa incorreta.

A alternativa (A) está correta, pois a expressão “antes de tudo” é adverbial, por isso se encontra entre vírgulas.

A alternativa (B) é a errada, pois a expressão “Por sua dimensão ética” é um adjunto adverbial de causa. Por estar antecipado, recebe vírgula. Claramente percebemos que não há oração adjetiva, concorda??!!

A alternativa (C) está correta, pois a expressão “da verdade e do erro” está adicionada à anterior: “do bem e do mal”. Por isso, a vírgula separa termos de uma enumeração.

A alternativa (D) está correta, pois realmente a conjunção “pois” é coordenativa explicativa e por este motivo está antecipada por vírgula.

A alternativa (E) está correta, pois a expressão “de seu sentimento e de sua reflexão...” está adicionada à anterior: “da verdade humana mais intrínseca”. Por isso, a vírgula separa termos de uma enumeração. Gabarito: B

Questão 37: Analista de Finanças e Controle - CGU 2008 Fragmento do texto: Ao contrário do que previam os pessimistas, no final do século passado, o processo de globalização está favorecendo o comércio exterior de países como o Brasil, que tem ainda muitas áreas inaproveitadas para expansão da lavoura.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A vírgula após “Brasil” (ℓ.3) justifica-se por ser a oração subseqüente subordinada adjetiva explicativa. Comentário: Realmente a oração subordinada adjetiva que é separada por vírgula tem valor explicativo. Gabarito: C

Questão 38: SUSEP 2006 Agente Executivo Fragmento do texto: Para esses pensadores, o Estado seria o apogeu do desenvolvimento moral, substituiria a família, e com o direito produzido, racional, imparcial e justo, substituiria a consciência ética dos indivíduos, que, embora retificadora da ação humana, se revelaria, na prática, inviável, por ser incoercível.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A vírgula antes de “que”(ℓ.3) se justifica por anteceder oração de natureza explicativa.

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Comentário: A oração subordinada adjetiva que é separada por vírgula tem valor explicativo. Gabarito: C

Bom, essa é a regra da pontuação nas orações adjetivas. É com base nela que você fará sua prova objetiva e seus textos na parte discursiva.

Mas tome cuidado com construções de autores renomados que muitas vezes subvertem essa regra por imposição de clareza e estilo. É raro, mas às vezes encontramos vírgula depois de orações subordinadas adjetivas restritivas muito longas, principalmente quando o verbo dessa oração subordinada e o da oração principal estão lado a lado. Veja um exemplo:

Muitas das estradas com que generais megalomaníacos, tecnocratas alucinados e empreiteiros inescrupulosos se locupletaram, estão abandonadas.(in Pasquale e Ulisses)

Perceba a vírgula antes da locução verbal “estão abandonadas”. O autor a inseriu por motivo de clareza, pois queria deixar evidente que uma oração tem como base o verbo “locupletaram” e a outra tem como base a locução verbal “estão abandonadas”.

O gramático Evanildo Bechara reforça com a observação de que esta pontuação pode ocorrer ainda que separe por vírgula o sujeito expandido pela oração adjetiva:

“Os que falam em matérias que não entendem, parecem fazer gala da sua própria ignorância.” (Marquês de Maricá)

Note que o sujeito da locução verbal “parecem fazer” é o pronome demonstrativo “Os” (=Aqueles), que se expande pela oração subordinada adjetiva restritiva “que falam em matérias que não entendem”.

Assim, o autor preferiu inserir uma vírgula separando as estruturas verbais “entendem” e “parecem fazer”, para evitar que o leitor pensasse que essas estruturas verbais fariam parte de uma só locução verbal, uma só oração.

Veja outro exemplo na mesma gramática:

“No meio da confusão que produzira por toda a parte este acontecimento inesperado e cujo motivo e circunstâncias inteiramente se ignoravam, ninguém reparou nos dois cavaleiros...” (Alexandre Herculano)

Neste caso, os verbos das orações não estão tão próximos como os dos outros exemplos, mas, mesmo assim, o autor preferiu usar a vírgula.

Não se quer com estas particularidades confundir o candidato a concurso público. Tanto é que a banca ESAF evita cobrar dessa forma. Mas isso tem que ser mostrado aqui para se evitarem surpresas na hora da prova. Na realidade, essa pontuação, em vez de motivar a clareza, derruba a estrutura básica da vírgula, o que pode gerar outros problemas maiores. Lembre-se de que não se questionam os autores renomados, procura-se compreendê-los.

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A redação de um candidato a concurso público, por exemplo, não pode ser pontuada assim. Vários são os exemplos nas provas discursivas da ESAF em que a banca atribuiu pontuação negativa (-0,75) ao candidato que deixava uma vírgula entre essas estruturas. Nem adianta recorrer...

O que a banca pode pedir, como já o fez, é simplesmente se a vírgula, nestes casos, pode ser excluída. Com certeza poderá. Também pode pedir para que o candidato apenas observe o motivo desta vírgula. Veja isso na questão a seguir:

Questão 39: Analista de Finanças e Controle - CGU 2003 As tendências concentracionistas e centralizadoras do capitalismo do mundo contemporâneo caminham na contramão da democracia e da república, (1) principalmente no que diz respeito à normatividade. Assegura-se o funcionamento regular às instituições,(2) e sua louvação é até exagerada, como se não fossem construções históricas. A política é largamente oligarquizada pelos partidos, e os governos tornam-se mais e mais opacos;(3) na maior parte das vezes a institucionalidade erige-se a partir de uma barreira à participação popular. Decisões cruciais que dizem respeito à macroeconomia e à vida cotidiana dos cidadãos e eleitores,(4) correm por fora das instituições da representação popular, até mesmo na sua instância máxima, que é o poder executivo. A democracia e a república são o luxo que o capital têm que conceder às massas, dando-lhes a ilusão de que controlam os processos vitais, enquanto as questões reais são decididas em instâncias restritas, (5) inacessíveis e livres de qualquer controle.

(Francisco de Oliveira, Aula de abertura dos cursos na Faculdadede Filosofia da USP, em 17.02.03, in Política Democrática,

Brasília: Fundação Astrojildo Pereira, ano II, nº 5, maiode 2003, com adaptações)

Em relação ao emprego dos sinais de pontuação destacados no texto, assinale a justificativa correta.

a) 1 – Usa-se a vírgula para isolar expressão que exerce a função de aposto. b) 2 – A vírgula é usada para separar orações coordenadas que têm o mesmo

sujeito. c) 3 – O sinal de ponto-e-vírgula é empregado para indicar o início de uma

citação. d) 4 – A vírgula é empregada após oração adjetiva restritiva. e) 5 – A vírgula indica omissão de palavras ou grupo de palavras. Comentário: A alternativa (A) está errada, pois a expressão “principalmente no” tem valor adverbial, e não pode ser entendida como aposto. A vírgula neste caso é facultativa por estar após a estrutura principal da oração.

A alternativa (B) está errada, pois a vírgula antes da conjunção aditiva “e” está sendo empregada justamente porque os sujeitos das orações são diferentes (“o funcionamento regular” e “sua louvação”). Veja:

Assegura-se o funcionamento regular às instituições, e sua louvação é até exagerada...

A alternativa (C) está errada, porque a sinalização que inicia uma citação são os dois-pontos, e não o ponto e vírgula. Este sinal foi usado porque

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marca uma pausa maior, distinguindo-se da estrutura anterior que já possuía vírgula no “e”.

A alternativa (D), por incrível que pareça, está correta e atinge justamente o que vimos na teoria anterior. Veja que a banca não perguntou se a pontuação está certa ou errada, simplesmente pediu o motivo da vírgula, e vimos que alguns autores, por motivo de ênfase e estilo, acabam por inserir a vírgula após a oração subordinada adjetiva restritiva. Veja:

Decisões cruciais que dizem respeito à macroeconomia e à vida cotidiana dos cidadãos e eleitores,(4) correm por fora das instituições da representação popular, até mesmo na sua instância máxima, que é o poder executivo.

Esta pontuação É ERRADA para nós, mortais!!!!!! Normalmente, esta pontuação cai na própria prova da ESAF para nós

marcarmos como erro. Também não se pode empregar esta pontuação nas discursivas!!!!!

Por isso, a banca limitou-se apenas a sinalizar que a vírgula se encontra após a oração subordinada adjetiva restritiva.

É difícil a ocorrência deste tipo de pontuação na prova da ESAF, mas fiz questão de inseri-la, para você perceber que pode se deparar com ela, de novo, ok!!!!

A alternativa (E) está errada, pois não há omissão, mas enumeração de elementos. Gabarito: D

Questão 40: Auditor-Fiscal do Trabalho 2003 Fragmento do texto: A sociedade baseada na liberdade contratual será sempre, em grande parte, uma sociedade de classes, cuja estrutura é defendida em vantagem dos ricos. Cumpre associar o indivíduo no processo de autoridade, isto é, o trabalhador no poder industrial.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O emprego da vírgula depois de “classes”(ℓ.2) é opcional e, por isso, sua retirada não causa prejuízo gramatical ao texto. Comentário: A vírgula antes da oração subordinada adjetiva explicativa “cuja estrutura é defendida em vantagem dos ricos” não é opcional, ela é obrigatória. Veja que se entende no contexto que uma sociedade de classes tem como princípio a estrutura defendida em vantagem dos ricos. Isso confirma que a oração é explicativa e a vírgula é obrigatória.

A vírgula opcional é aquela que, se omitida, não há mudança de sentido. Veremos nas próximas aulas um aprofundamento do pronome relativo

“cujo”. Gabarito: E

As orações reduzidas e desenvolvidas

Quando são introduzidas por um pronome relativo e apresentam verbo conjugado em modo e tempo verbal, as orações subordinadas adjetivas são chamadas de desenvolvidas. Além delas, existem as orações subordinadas adjetivas reduzidas, que não são introduzidas por pronome relativo (podem ser

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introduzidas por preposição) e apresentam o verbo numa das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou particípio).

Ele foi o primeiro aluno que se apresentou. Ele foi o primeiro aluno a se apresentar.

No primeiro período, há uma oração subordinada adjetiva desenvolvida, já que é introduzida pelo pronome relativo “que” e apresenta verbo conjugado no pretérito perfeito do indicativo. No segundo, há uma oração subordinada adjetiva reduzida de infinitivo: não há pronome relativo e seu verbo está no infinitivo.

Questão 41: Analista do Banco Central do Brasil 2001 Fragmento do texto: O prejuízo operacional sofrido pela instituição financeira, em decorrência dessa inadimplência, faz com que os bons pagadores acabem arcando com parte dessa conta, suportando uma taxa de juro maior e até desestimulando outros tomadores, que gostariam de expandir ou crescer seus empreendimentos com apoio no crédito.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A oração reduzida “sofrido pela instituição financeira” (ℓ.1 e 2) corresponde à idéia que também pode ser expressa pela oração que a instituição financeira sofreu. Comentário: A questão simplesmente abordou a transformação da oração reduzida em desenvolvida. Veja:

O prejuízo operacional sofrido pela instituição financeira faz com que ... Or. Sub. adjetiva restritiva reduzida de particípio

O prejuízo operacional que a instituição financeira sofreu faz com que... Or. Sub. adjetiva restritiva desenvolvida

Gabarito: C

Questão 42: Analista do Banco Central do Brasil 2002 Fragmento do texto: A longa convivência com a inflação possibilitou às instituições financeiras ganhos proporcionados pelos passivos não-remunerados, como os depósitos a vista e os recursos em trânsito, o que compensou ineficiências administrativas e perdas decorrentes de concessões de créditos que foram se revelando, ao longo do tempo, de difícil liquidação.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A substituição sugerida está de acordo com as idéias do texto acima e não exige outras transformações no texto para assegurar a correção gramatical: “o que compensou”(ℓ.3,4) compensadas Comentário: Na estrutura original, o pronome demonstrativo “o” retoma toda a informação anterior: “A longa convivência com a inflação possibilitou às instituições financeiras ganhos proporcionados pelos passivos não-remunerados, como os depósitos a vista e os recursos em trânsito”.

O verbo “compensou” é transitivo direto, seu sujeito é o pronome relativo “que”, o qual retoma o pronome “o”. Assim, entendemos que toda a informação anterior compensou algo, isto é, “ineficiências administrativas e perdas decorrentes de concessões de créditos”. Note que essa expressão é o objeto direto composto do verbo “compensou”, é um termo paciente.

Com a substituição da expressão “o que compensou” por

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“compensadas”, o objeto direto composto identificado acima passaria a ser o segundo e terceiro elementos do agente da passiva composto. Isso não conserva a ideia defendida no texto e necessita de ajustes no uso da contração da preposição “por” com o artigo “as” (“pelas”), para preservar a correção gramatical. Confronte:

A longa convivência com a inflação possibilitou às instituições financeiras ganhos proporcionados pelos passivos não-remunerados, como os depósitos a vista e os recursos em trânsito, o que compensou ineficiências administrativas e perdas decorrentes de concessões de créditos que foram se revelando, ao longo do tempo, de difícil liquidação.

A longa convivência com a inflação possibilitou às instituições financeiras ganhos proporcionados pelos passivos não-remunerados, como os depósitos a vista e os recursos em trânsito¹, (pelas) compensadas ineficiências administrativas² e (pelas) perdas decorrentes de concessões de créditos³ que foram se revelando, ao longo do tempo, de difícil liquidação. Gabarito: E

Questão 43: Analista do Banco Central do Brasil 2002 O processo de reestruturação da economia brasileira alterou radicalmente o cenário _____1_______ atuavam as instituições financeiras. A abertura da economia, _____2_______ incremento das importações e exportações, além de exigir o desenvolvimento de produtos e serviços ágeis no mercado de câmbio, revelou o grau de ineficiência de alguns setores industriais e comerciais domésticos, com baixa lucratividade e deseconomias, ______3______ refletir-se na incapacidade de recuperação de empréstimos concedidos pelos bancos. ______4______, atuou o corte de subsídios a alguns setores econômicos, aumentando o grau de inadimplência para com o sistema bancário. Além disso, as políticas monetária e fiscal restritivas adotadas a partir da implementação do Plano Real contribuíam adicionalmente para as dificuldades creditícias enfrentadas por alguns setores da economia, ____5_____ forma passageira.

(www.bcb.gov.br)Assinale a opção em que uma das sugestões não preenche a lacuna com coesão e coerência.

a) 1 em que / no qual b) 5 mesmo que de / apesar de c) 3 que passou a / o que veio a d) 4 No mesmo sentido / Com a mesma orientação e) 2 acompanhada do conseqüente / seguida naturalmente do Comentário: Vamos comentar de acordo com a numeração da lacuna, tendo em vista o desenvolvimento do texto.

A lacuna 1 está corretamente preenchida pelas duas expressões, pois o pronome relativo “que” retoma o substantivo “cenário”, por isso pode ser substituído por “o qual”. Como há preposição “em”, ocorre a contração “no”: “no qual”.

A lacuna 2 está corretamente preenchida, pois percebemos que há uma caracterização do substantivo “economia” por meio de uma oração

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subordinada adjetiva explicativa reduzida de particípio, a qual pode ser iniciada pelos verbos “acompanhada” ou “seguida”:

A abertura da economia, acompanhada do conseqüente incremento das importações e exportações (...), revelou o grau de ineficiência de alguns setores industriais...

A abertura da economia, seguida naturalmente do incremento das importações e exportações (...), revelou o grau de ineficiência de alguns setores industriais...

A lacuna 3 está corretamente preenchida, pois tanto o verbo “passou” quanto o verbo “veio” transmitem uma ideia de resultado, consequência.

A lacuna 4 está corretamente preenchida, pois as expressões “No mesmo sentido”, “Com a mesma orientação” transmitem um reforço ao que foi dito anteriormente.

Já a lacuna 5 é a errada, pois a locução prepositiva de valor concessivo “apesar de” não transmite coerência. Note que há necessidade de uma estrutura verbal literalmente:

Além disso, as políticas monetária e fiscal restritivas adotadas a partir da implementação do Plano Real contribuíam adicionalmente para as dificuldades creditícias enfrentadas por alguns setores da economia, apesar deocorrerem de forma passageira.

Com a conjunção ou locução conjuntiva, podemos apenas subentender o verbo:

Além disso, as políticas monetária e fiscal restritivas adotadas a partir da implementação do Plano Real contribuíam adicionalmente para as dificuldades creditícias enfrentadas por alguns setores da economia, mesmo que(ocorressem) de forma passageira. Gabarito: B

Questão 44: SUSEP 2006 Analista Técnico Fragmento do texto: O acesso às novas tecnologias tornou-se um dos fatores determinantes para a criação e absorção de empregos. Há uma profunda transformação em curso nas comunicações, potencializando a revolução da cidadania e a redução da injustiça social.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O valor do gerúndio em “potencializando”(ℓ.3) corresponde ao de uma subordinada adjetiva: que potencializa. Comentário: A banca basicamente quis que você observasse a possibilidade de transformar uma oração subordinada adjetiva explicativa reduzida de gerúndio em desenvolvida. Basta substituir para perceber que isso está correto:

Há uma profunda transformação em curso nas comunicações, potencializando a revolução da cidadania e a redução da injustiça social.

Há uma profunda transformação em curso nas comunicações, que potencializa a revolução da cidadania e a redução da injustiça social.

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Note que o verbo “potencializa” se encontra no singular, porque o pronome relativo “que” retoma o substantivo singular “transformação”. Gabarito: C

Questão 45: SUSEP 2006 Analista Técnico Fragmento do texto: De 2001 para cá, nossa população universitária cresceu 30%. Isso alimenta um turn over maior e a queda no salário médio pago pelas empresas, que substituem seus funcionários pagando ao novo contratado, igualmente qualificado, menos do que recebia o anterior.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Julgue a reescrita de trecho do texto quanto à preservação de sua correção gramatical e coerência textual: “que substituem seus funcionários”(ℓ.3) / substituindo seus funcionários Comentário: A banca quis que você percebesse se há possibilidade de transformar uma oração subordinada adjetiva explicativa desenvolvida em reduzida de gerúndio. Basta substituir para perceber se isso está correto:

Isso alimenta um turn over maior e a queda no salário médio pago pelas empresas, que substituem seus funcionários pagando ao novo contratado, igualmente qualificado, menos do que recebia o anterior.

Isso alimenta um turn over maior e a queda no salário médio pago pelas empresas, substituindo seus funcionários pagando ao novo contratado, igualmente qualificado, menos do que recebia o anterior.

Percebemos que a oração reduzida de gerúndio passa a ter um outro valor. Ela deixa de fazer referência ao substantivo “empresas” e passa a se ligar ao pronome “Isso”, o que faz o texto perder a coerência, pois a estrutura fica truncada. Observe isso com a estrutura posterior também no gerúndio: “pagando ao novo contratado”. Gabarito: E

Questões cumulativas de revisão

Agora, é hora de juntarmos todos os conhecimentos adquiridos e realizarmos algumas questões como revisão.

Questão 46: Auditor-Fiscal da Receita Federal 2005 Olhamos e não vemos. Não conseguimos olhar nada pela primeira vez. Já o primeiro olhar é preconceituoso – dá informação falsa ou verdadeira, mas sempre pré-fabricada, anterior ao ato de olhar. O economista cheio de teorias pensa que sabe o remédio para a inflação, a origem da miséria, o segredo da estabilidade e quanto desaforo a democracia aguenta. Erra como o médico, o astrônomo ou o caixa que aceita o cheque do homem elegante, de terno e cabelo com brilhantina que parece ser rico, mas é estelionatário. Só que no caso do economista, não é apenas o paciente que fica com dor de cabeça, ou mais um cheque sem fundo. São 10% de desempregados. Um deles acaba apontando um revólver para a sua cabeça. Nada é visto pela primeira vez. Ninguém olha atentamente como as corujas, antes de propor ou piar.

(João Sayad. A primeira vez. Revista TAM, julho de 2005, com adaptações)Assinale o esquema que representa corretamente a estrutura sintático-

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semântica do período sintático retirado do texto (desconsidere a pontuação e as letras maiúsculas).

a) (ℓ.1 a 3) o primeiro olhar é preconceituoso dá informação falsa

ou verdadeira mas sempre pré-fabricada

b) (ℓ.3 a 5) O economista cheio de teorias pensa que sabe o remédio para a inflação

a origem da miséria o segredo da estabilidade e quanto desaforo ...

c) (ℓ.5 e 6) Erra como o médico o astrônomo ou o caixa

que aceita o cheque do homem elegante d) (ℓ.8 e 9) não é apenas o paciente que fica com dor de cabeça ou mais um cheque sem fundo e) (ℓ.9 e 11) São 10% de desempregados Um deles acaba apontando um revólver para a sua cabeça

Nada é visto pela primeira vez Ninguém olha atentamente como....

Comentário: Esta questão trabalha seu entendimento sobre o paralelismo, isto é, a percepção sobre as orações ou os termos coordenados, enumerados, além das estruturas subordinadas.

A seta ( ) mostra uma relação de dependência (subordinação), do termo posterior com o anterior. Já a organização por linhas diferentes marca a enumeração, coordenação.

A alternativa (A) é a correta, pois a expressão “o primeiro olhar” é o sujeito, o qual é seguido de dois predicados: o nominal (“é preconceituoso”) e o verbal (“dá informação falsa ou verdadeira, mas sempre pré-fabricada...”).

Note que esse predicado verbal está antecipado de travessão, o que não seria normal na estrutura sintática; porém foi usado para enfatizar que isso é o comentário do autor a respeito do “primeiro olhar”.

Dentro desta estrutura, o verbo “dá” é transitivo direto e seu objeto direto (“informação”) é seguido de três adjuntos adnominais enumerados. O segundo elemento tem valor alternativo e o terceiro tem valor adversativo; mas todos três são coordenados. Por isso, estão paralelos e são entendidos como enumeração.

“Já o primeiro olhar é preconceituoso – dá informação falsa ou verdadeira, mas sempre pré-fabricada...”

Agora, confirme:

a) (ℓ.1 e 2) o primeiro olhar é preconceituoso dá informação falsa

ou verdadeira mas sempre pré-fabricada

A alternativa (B) está errada, pois os termos enumerados “o remédio para a inflação”, “a origem da miséria”, “o segredo da estabilidade” e “quanto desaforo a democracia aguenta” são os complementos do verbo “sabe”, e não têm ligação com a preposição “para”.

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“O economista cheio de teorias pensa que sabe o remédio para a inflação, a origem da miséria, o segredo da estabilidade e quanto desaforo a democracia aguenta.”

Corrigindo, veja como ficaria:

b) (ℓ.2 e 3) O economista cheio de teorias pensa que sabe o remédio para a inflação

a origem da miséria o segredo da estabilidade e quanto desaforo ...

A alternativa (C) está errada, pois a oração subordinada adjetiva restritiva “que aceita o cheque do homem elegante” caracteriza o substantivo “caixa” e não tem ligação com a conjunção comparativa “como”.

Erra como o médico, o astrônomo ou o caixa que aceita o cheque do homem elegante...

Corrigindo, veja como ficaria:

c) (ℓ.4) Erra como o médico o astrônomo

ou o caixa que aceita o cheque do homem elegante

A alternativa (D) está errada, pois o verbo “fica” é seguido do adjunto adverbial de modo composto: “com dor de cabeça, ou mais um cheque sem fundo”. Note que a conjunção coordenativa alternativa “ou” liga esses termos à preposição “com”. Essa preposição inicia o primeiro dos termos enumerados e fica subentendida no segundo, após a conjunção “ou”.

“Só que no caso do economista, não é apenas o paciente que fica com dor de cabeça, ou (com) mais um cheque sem fundo.”

Corrigindo, veja como ficaria:

d) (ℓ.6) não é apenas o paciente que fica com dor de cabeça ou mais um cheque sem fundo

A alternativa (E) está errada, pois cada período é independente e é somado ao imediatamente anterior, e não ao primeiro.

“São 10% de desempregados. Um deles acaba apontando um revólver para a sua cabeça. Nada é visto pela primeira vez. Ninguém olha atentamente como...”

Corrigindo, veja como ficaria:

e) (ℓ.7 e 8) São 10% de desempregados Um deles acaba apontando um revólver

para a sua cabeça Nada é visto pela primeira vez Ninguém olha atentamente como....

Gabarito: A

Questão 47: ANEEL - Analista 2004 Numere os sequencializadores na ordem em que devem preencher as lacunas

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do texto, de modo a garantir-lhe coesão. A seguir, marque a ordenação correta.

( ) ou ( ) pois ( ) assim ( ) além do que ( ) que ( ) além de

Depois da primeira linha de transmissão – LT Taquaruçu/Assis/Sumaré, de 505 km de extensão, __1__ entrou em operação comercial em 12/10/2001, com investimento de R$ 207,5 milhões, diversos empreendimentos passaram a operar comercialmente __2__ foram licitados com sucesso. __3__ a ANEEL já outorgou concessões para 13,7 mil quilômetros de novas linhas e entre elas 7,4 mil quilômetros entraram em operação comercial até junho de 2004 __4__ está prevista a entrada em operação de mais 800 km até o final do ano. Esses empreendimentos melhorarão significativamente a capacidade de transmissão de energia, __5__ acrescentarão mais de 20% na extensão das linhas, em relação aos 61,5 mil km existentes em 1995, __6__ criarem oportunidade de empregos diretos para mais de 25 mil pessoas.

(Adaptado de texto de www.Aneel.gov.br)

A ordenação correta é

a) 2, 5, 3, 4, 1, 6. b) 1, 3, 2, 6, 5, 4. c) 4, 2, 3, 6, 1, 5. d) 3, 4, 1, 5, 2, 6. e) 6, 1, 3, 5, 2, 4. Comentário: A lacuna 1 só pode ser preenchida pelo pronome relativo “que”, o qual retoma a expressão “primeira linha de transmissão”. Veja:

“a primeira linha de transmissão entrou em operação comercial em 12/10/2001”

Tente inserir qualquer outro conectivo da ordenação, e você perceberá que não transmitirá a coerência nesta lacuna 1. Este pronome é o penúltimo na ordenação (“que”=1). Veja a ordenação vertical, e depois a horizontal:

( ) ou ( ) pois ( ) assim ( ) além do que (1) que ( ) além de

( ) ou ( ) pois ( ) assim ( ) além do que (1) que ( ) além de

Por isso, eliminamos as alternativas (B), (D) e (E). Como sobraram apenas duas alternativas, vamos segui-las. Partamos da alternativa (A):

(2) ou (5) pois (3) assim (4) além do que (1) que

(2) ou (5) pois (3) assim (4) além do que (1) que (6) além de

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(6) além de

“Depois da primeira linha de transmissão – LT Taquaruçu/Assis/Sumaré, de 505 km de extensão, que entrou em operação comercial em 12/10/2001, com investimento de R$ 207,5 milhões, diversos empreendimentos passaram a operar comercialmente ou foram licitados com sucesso. Assim a ANEEL já outorgou concessões para 13,7 mil quilômetros de novas linhas e entre elas 7,4 mil quilômetros entraram em operação comercial até junho de 2004 além do que está prevista a entrada em operação de mais 800 km até o final do ano. Esses empreendimentos melhorarão significativamente a capacidade de transmissão de energia, pois acrescentarão mais de 20% na extensão das linhas, em relação aos 61,5 mil km existentes em 1995, além de criarem oportunidade de empregos diretos para mais de 25 mil pessoas.”

Com a alternativa (A) o texto está coerente e gramaticalmente correto. Já sabemos que esta é a alternativa correta. Mas, didaticamente, vamos compor o texto com a alternativa (C), para percebermos o erro:

c) 4, 2, 3, 6, 1, 5.

(4) ou (2) pois (3) assim (6) além do que (1) que (5) além de

(4) ou (2) pois (3) assim (6) além do que (1) que (5) além de

Depois da primeira linha de transmissão – LT Taquaruçu/Assis/Sumaré, de 505 km de extensão, que entrou em operação comercial em 12/10/2001, com investimento de R$ 207,5 milhões, diversos empreendimentos passaram a operar comercialmente pois foram licitados com sucesso. Assim a ANEEL já outorgou concessões para 13,7 mil quilômetros de novas linhas e entre elas 7,4 mil quilômetros entraram em operação comercial até junho de 2004 ou está prevista a entrada em operação de mais 800 km até o final do ano. Esses empreendimentos melhorarão significativamente a capacidade de transmissão de energia, além de acrescentarão mais de 20% na extensão das linhas, em relação aos 61,5 mil km existentes em 1995, além do que criarem oportunidade de empregos diretos para mais de 25 mil pessoas.

Percebeu como a alternativa (C) transmitiu incoerência???? Gabarito: A

O que devo tomar nota como mais importante?

• Lembre-se da estrutura básica da oração: PV= VTD + OD; VTI + OI; VTDI + OD + OI; VI PN= VL + predicativo

• Atentar para o complemento nominal: Adjetivo que exige complemento nominal: fiel a ela. Advérbio que exige complemento: perto de você. Substantivo abstrato que exige complemento: construção do prédio.

• Observar que entre sujeito, verbo e complementos não há vírgula.

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• O adjunto adverbial solto admite a vírgula no final do período. Quando antecipado ou intercalado e de grande extensão, a(s) vírgula(s) é(são) obrigatória(s).

• O aposto explicativo e os comentários do autor (expressão parentética) podem ser separados por vírgulas, travessões ou parênteses:

Xxxxxxx, explicação, xxxxxxx. Xxxxxxx− explicação − xxxxxxx.

Xxxxxxx(explicação) xxxxxxx.

Quando em final de período, a vírgula, o travessão e os parênteses podem substituídos por dois-pontos.

Xxxxxxx, explicação. Xxxxxxx− explicação. Xxxxxxx(explicação). Xxxxxxx: explicação.

• As orações substantivas não podem ser separadas por vírgula. • As orações adjetivas podem ser restritivas (sem vírgula) ou explicativas

(com vírgula).

Observação: Você deve ter notado que mantivemos a grafia original nas questões, ainda sem a reforma ortográfica, pois a maioria das provas são anteriores a 2009. Então, as palavras “idéias”, “subseqüente” e “conseqüente” são assim grafadas com a nova grafia: “ideias”, “subsequente” e “consequente”.

Abraço. Terror

Lista de questões

Questão 1: Auditor-Fiscal da Receita Federal 2002 1

5

A reforma tributária não pode ser realizada, na verdade, para livrar o orçamento da sangria dos juros exorbitantes, embora enfeitada com os argumentos apelativos, tanto da simplificação fiscal para todo o empresariado quanto do milagre fiscal da multiplicação dos empregos para os mais despossuídos.

Trata-se do contrário. Os de baixo vão, de fato, pagar mais e não há garantia nenhuma da boa teoria econômica de que o emprego possa crescer sem o planejamento de um projeto nacional digno do nome, que defina e articule todas as potencialidades existentes para tanto.

(Fátima Gondim Farias, “Reforma Tributária”, em Tributaçãoem revista, abril/junho de1999, com adaptações)

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) As expressões “na verdade”(ℓ.1) e “de fato”(ℓ.6) figuram no texto entre vírgulas por compartilharem ambas de traços morfossintáticos e semânticos comuns.

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Questão 2: ANEEL - Analista 2006 Fragmento do Texto: Há 250 anos nascia em Salzburg, na Áustria, JoannesTheophilus Mozart. (...) Tratava-se de uma família musical: o pai, Leopold, era exímio violinista, a irmã, mais velha, Nannerl, tocava cravo. Mas talentoso era mesmo Wolfgang, e talento precoce. Aos quatro anos, também tocava cravo, e depois órgão, piano e violino. Aos cinco anos, compôs um concerto para cravo de incrível complexidade.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Responde às mesmas circunstâncias morfossintáticas o emprego da vírgula nos três adjuntos adverbiais: “na Áustria” (ℓ.1) “Aos quatro anos”(ℓ.4) e “Aos cinco anos”(ℓ.5).

Questão 3: Analista do Banco Central do Brasil 2002 Fragmento do texto: A indústria cultural não é simplesmente mais um ramo da produção na diversificada produção capitalista, ela foi concebida e reorganizada para preencher funções sociais específicas, antes preenchidas pela cultura burguesa, alienada de sua base material.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) De acordo com as idéias do texto, a preposição “antes”(ℓ.3) pode ser substituída pela expressão até então, sem prejudicar a coerência textual ou a correção gramatical.

Questão 4: Analista do Banco Central do Brasil 2002 Fragmento do texto: A indústria cultural, além disso, cria a ilusão de que a felicidade não precisa ser adiada para o futuro, por já estar concretizada no presente – basta lembrar o caso da telenovela brasileira. E, finalmente, ela elimina a dimensão crítica ainda presente na cultura burguesa, fazendo as massas que consomem o novo produto da indústria cultural esquecerem sua realidade alienada. Com a dissolução da obra de arte e da cultura no cotidiano, extinguem-se a remessa para o futuro e a promessa de felicidade, inerentes à obra de arte burguesa.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Considerando os sentidos textuais, a preposição “Com”(ℓ.6), ao iniciar o último período sintático do texto, introduz um objetivo para a idéia expressa na oração anterior.

Questão 5: SUSEP ─ 2006 ─ Analista TécnicoFragmento do texto: A concorrência constitui ingrediente fundamental do crescimento. Sem concorrência não há inovação, e sem inovação não há crescimento sustentado. O Brasil acordou na questão da concorrência. Agora é preciso dotá-la de recursos adequados e implementá-la de acordo com as especificidades do país.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Julgue a alteração proposta para o texto que resulta em incoerência da argumentação ou incorreção gramatical. Desconsidere os necessários ajustes nas letras maiúsculas e minúsculas:

Inserção de uma vírgula depois de “implementá-la” (ℓ.4).

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Questão 6: Auditor-Fiscal da Receita Federal 2002 Fragmento do Texto: É importante mencionar que em 99,99% dos casos em que as autoridades fiscais têm acesso às movimentações bancárias dos contribuintes, e lhes é permitida a tão referenciada quebra do sigilo bancário, são apuradas irregularidades. Entretanto, somente exsurge a lide tributária que exige o contraditório e ampla defesa quando após a formalização do lançamento o contribuinte, inconformado, tempestivamente apresenta impugnação ou defesa contra o ato administrativo por meio do qual se exterioriza a exigência do crédito tributário (...).

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Analise a proposta e julgue a alteração correta para o trecho: Manter separada por dupla vírgula a expressão após a formalização do lançamento.

Questão 7: SUSEP ─ 2006 ─ Analista TécnicoFragmento do texto: Uma pesquisa divulgada pelo IBGE em agosto de 2005 revela que o rendimento médio real entre os brasileiros com 11 anos ou mais de estudo caiu 4,7% nos últimos doze meses.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Julgue a reescrita de trecho do texto quanto à preservação de sua correção gramatical e coerência textual: “Uma pesquisa divulgada pelo IBGE em agosto de 2005 revela que”(ℓ.1 e 2) / O IBGE divulgou em agosto de 2005, pesquisa que aponta

Questão 8: Auditor-Fiscal da Receita Federal 2002 Fragmento do Texto: É importante mencionar que em 99,99% dos casos em que as autoridades fiscais têm acesso às movimentações bancárias dos contribuintes, e lhes é permitida a tão referenciada quebra do sigilo bancário, são apuradas irregularidades. Entretanto, somente exsurge a lide tributária que exige o contraditório e ampla defesa quando após a formalização do lançamento o contribuinte, inconformado, tempestivamente apresenta impugnação ou defesa contra o ato administrativo por meio do qual se exterioriza a exigência do crédito tributário (...).

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Analise a proposta e julgue a alteração correta para o trecho: Colocar entre parênteses o segmento ou defesa contra o ato administrativo.

Questão 9: Auditor-Fiscal do Tesouro Nacional 1998 Fragmento do Texto: O primeiro aspecto comparado diz respeito ao tamanho da carga tributária, sua composição e a evolução recente.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Pode-se reescrever o período sem comprometer a correção: "O primeiro aspecto comparado diz respeito ao tamanho, composição e evolução recente da carga tributária".

Questão 10: Auditor-Fiscal da Receita Federal 2005 Fragmento do texto: O enquadramento pós-estruturalista da teoria da comunicação analisa o modo como a comunicação eletronicamente mediada (o que eu chamo modo de informação) desafia, e ao mesmo tempo reforça, os sistemas de dominação emergentes na sociedade e cultura pós-moderna.

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Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Preservam-se as relações semânticas e a correção gramatical do texto ao deslocar “pós-estruturalista” (ℓ.1) para depois de “teoria da comunicação” (ℓ.1 e 2).

Questão 11: ANEEL - Analista 2006 Fragmento do Texto: Mas talentoso era mesmo Wolfgang, e talento precoce. Aos quatro anos, também tocava cravo, e depois órgão, piano e violino. Aos cinco anos, compôs um concerto para cravo de incrível complexidade. Leopold não perdeu tempo; organizou um conjunto musical que viajou por vários países da Europa, sempre com bons cachês. Aos 10 anos, Wolfgang já era famoso. Jovem, passou a viajar sozinho.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A vírgula após o adjunto adnominal “Jovem”(ℓ.6) é de rigor, por vir tal adjunto antecipado, deslocado para a posição inicial do período.

Questão 12: Analista de Finanças e Controle - CGU 2003 Fragmento do texto: A utopia é privatizada. Resume-se ao êxito pessoal. A vida já não se move por ideais nem se justifica pela nobreza das causas abraçadas.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Considerando-se as estruturas oracionais implícitas, as expressões “privatizada”(ℓ.1) e “êxito pessoal”(ℓ.1) têm a mesma função sintática.

Questão 13: Secretaria da Fazenda-SP ─ 2009 ─ Analista POFP Fragmento do texto: A redução dos juros que se verificou em dezembro certamente não reflete as mudanças que beneficiaram os bancos (redução do compulsório e ligeira melhora na captação de recursos), mas apenas a menor procura por crédito.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Caso os parênteses(ℓ.2 e 3) sejam substituídos por travessões, prejudica-se a correção gramatical do período.

Questão 14: ANEEL - Analista 2006 Fragmento do Texto: Tratava-se de uma família musical: o pai, Leopold, era exímio violinista, a irmã, mais velha, Nannerl, tocava cravo.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) É a mesma a regra gramatical que exige o emprego da dupla vírgula em “Leopold”(ℓ.1), “a irmã”(ℓ.2) e “Nannerl”(ℓ.2).

Questão 15: ANEEL - Analista 2006 Fragmento do Texto: Há 250 anos nascia em Salzburg, na Áustria, JoannesTheophilus Mozart. Não é por esse nome que ele ficou conhecido. Joannes deu lugar a Wolfgang e quanto a Theophilus, nome grego que significa “amor de Deus”, foi substituído, pelo próprio Mozart, por Amadé ou Amadeus – esse, o título da famosa peça de Peter Schaffer, mais tarde transformada em filme por Milos Forman.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)

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Nas linhas 3 e 4, a expressão “nome grego que significa ‘amor de Deus’ ” está separada por vírgulas por ser um aposto.

Questão 16: Secretaria da Fazenda-SP ─ 2009 ─ Analista POFP Fragmento do texto: O Hamas venceu as eleições parlamentares palestinas de 2006 e, mais tarde, expulsou de Gaza o Fatah, o partido secular de Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP).

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O segmento “presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP)”(ℓ.3) está precedido por vírgula por tratar-se de aposto.

Questão 17: Auditor do Tribunal de Contas do Estado do Paraná 2003 1

5

10

15

O Tribunal de Contas do Estado do Paraná tem uma história a contar. São mais de 50 anos de fiscalização perene da coisa pública, cujos princípios foram pinçados da própria história das Cortes de Contas de todo o mundo. Das contribuições gregas e romanas ao modelo canadense de auditoria moderna, do Tribunal Imperial do Brasil de 1824 ao Tribunal de Contas de 1890, do insigne paranaense Manoel Francisco Correia, filho de Paranaguá e primeiro Presidente do Tribunal de Contas da União, aos ilustres pares que hoje conduzem essa casa, tudo contribuiu para o desenvolvimento de um órgão de fiscalização eficiente e dinâmico – dado o constante aperfeiçoamento das ações –, e para a solidificação institucional de um colegiado independente e atuante, como o Tribunal de Contas paranaense. E dentro de sua competência, o Tribunal de Contas tem buscado na informação, por intermédio dos mais diferenciados meios de comunicação, a formação de sua história, na luta incessante e implacável contra a corrupção e o mau uso do dinheiro público.

www.tcparaná.gov.brEm relação ao emprego dos sinais de pontuação no texto, e considerando as consequentes mudanças de maiúsculas e minúsculas, assinale a opção incorreta.

a) O texto permanece gramaticalmente correto se o ponto final após “contar” (ℓ.2) for substituído por dois-pontos.

b) Seria uma opção correta de pontuação substituir as vírgulas após “moderna”(ℓ.5) e “1890”(ℓ.6) pelo ponto-e-vírgula.

c) Por não ser de emprego obrigatório, a vírgula colocada após o fechamento do travessão duplo (ℓ.10) pode ser suprimida, sem causar prejuízo à compreensão do período.

d) Preserva-se a correção gramatical com eliminação da vírgula após “União”(ℓ.8).

e) Os travessões da linha 10 podem ser substituídos por parênteses, sem que haja prejuízo para a correção gramatical do período.

Questão 18: ANEEL - Analista 2006 Fragmento do Texto: Há 250 anos nascia em Salzburg, na Áustria, JoannesTheophilus Mozart. Não é por esse nome que ele ficou conhecido. Joannes deu lugar a Wolfgang e quanto a Theophilus, nome grego que significa

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“amor de Deus”, foi substituído, pelo próprio Mozart, por Amadé ou Amadeus – esse, o título da famosa peça de Peter Schaffer, mais tarde transformada em filme por Milos Forman.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Um dos casos em que se empregam as aspas é para indicar a significação de uma palavra ou expressão. É esse motivo que justifica o emprego das aspas em “amor de Deus”(ℓ.4).

Questão 19: Auditor-Fiscal da Receita Federal 2005 Fragmento do texto: É que a verdade, a partir de Platão e Aristóteles, passa a ser determinada de um modo novo, verificando-se uma transmutação em sua própria essência. Desde então, entende-se usualmente a verdade como sendo o resultado de uma adequação, ou seja, a verdade pode ser constatada sempre que a idéia que o sujeito forma de determinado objeto coincida com esse objeto.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A expressão “ou seja” (ℓ.4) permite a troca de lugar entre os termos “adequação” (ℓ.4) e “verdade pode ser constatada sempre que a ideia que o sujeito forma de determinado objeto coincida com esse objeto” (ℓ.4 a 6), sem prejudicar a correção gramatical do texto.

Questão 20: Secretaria da Fazenda-SP ─ 2009 ─ Analista POFP Fragmento do texto: Entre as diversas razões que explicam o desenvolvimento de São Paulo, talvez a mais significativa seja o conjunto de imigrações e migrações que povoaram o estado. A partir de 1887, só pela Hospedaria do Imigrante – conjunto de alojamentos em São Paulo – passaram perto de 3 milhões de pessoas. Qual era o diferencial desses imigrantes? Era que, apesar de pobres, carregavam culturas milenares que lhes possibilitaram trabalhar e crescer socialmente. E, finalmente, vieram os migrantes nordestinos, castigados pelo clima e pelos coronéis, que encontraram em São Paulo o seu ganha-pão. Tudo isso, mesclado às populações indígenas nativas e aos escravos africanos, formou uma população mestiça que se chama hoje de paulista, ou melhor, o brasileiro de São Paulo.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Depreende-se, dado o emprego da expressão retificadora “ou melhor” (última linha), que o autor prefere caracterizar como “mestiça” a população brasileira como um todo, preservando a pureza da raça para os paulistas.

Questão 21: Analista do Banco Central do Brasil 2002 Fragmento do texto: A longa convivência com a inflação possibilitou às instituições financeiras ganhos proporcionados pelos passivos não-remunerados, como os depósitos a vista e os recursos em trânsito, o que compensou ineficiências administrativas e perdas decorrentes de concessões de créditos que foram se revelando, ao longo do tempo, de difícil liquidação.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A substituição sugerida está de acordo com as idéias do texto acima e não exige outras transformações no texto para assegurar a correção gramatical: “como os depósitos a vista”(ℓ.3) como, também, os depósitos a vista

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Questão 22: SUSEP ─ 2006 ─ Analista TécnicoFragmento do texto: Na defesa da concorrência, como de resto em várias áreas da política pública, é preciso copiar um clichê do mundo corporativo multinacional: manter a visão global sem perder o enfoque local.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Julgue a alteração proposta para o texto que resulta em incoerência da argumentação ou incorreção gramatical: Substituição do sinal de dois pontos após “manter”(ℓ.3) por ou seja, demarcado por duas vírgulas.

Questão 23: Analista do Banco Central do Brasil 2002 Fragmento do texto: Não se trata de emitir um juízo de valor sobre esta concepção, mas de constatar sua existência. Necessário, porém, confrontar isso com o reverso da medalha, ou seja, a política estatal em relação a esse tipo de reivindicação, especialmente para o período que antecede 1930 e que surge para a historiografia como domínio exclusivo das oligarquias.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O estilo do autor elimina o verbo flexionado no início do último período sintático do texto, mas as regras gramaticais da norma culta e a coerência textual deixam aí subentendida a forma verbal É.

Questão 24: Auditor-Fiscal da Receita Federal 2002 Fragmento do Texto: É importante mencionar que em 99,99% dos casos em que as autoridades fiscais têm acesso às movimentações bancárias dos contribuintes, e lhes é permitida a tão referenciada quebra do sigilo bancário, são apuradas irregularidades.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Analise a proposta e julgue a alteração correta para o trecho:

Colocar uma vírgula após o verbo mencionar.

Questão 25: Analista do Banco Central do Brasil 2002 Fragmento do texto: A longa convivência com a inflação possibilitou às instituições financeiras ganhos proporcionados pelos passivos não-remunerados, como os depósitos a vista e os recursos em trânsito, o que compensou ineficiências administrativas e perdas decorrentes de concessões de créditos que foram se revelando, ao longo do tempo, de difícil liquidação.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A substituição sugerida está de acordo com as idéias do texto acima e não exige outras transformações no texto para assegurar a correção gramatical: “possibilitou às instituições financeiras ganhos”(ℓ.1,2) permitiu que as instituições financeiras ganhassem

Questão 26: Analista do Banco Central do Brasil 2001 Fragmento do texto: O Banco Central deixa de ser responsável pela intermediação das ordens de pagamento, transferindo essa atribuição para um conjunto de câmaras de compensação e liquidação (clearings), que passam a garantir a finalização destas operações.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Na linha 3, “que” equivale a as quais.

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Questão 27: Auditor-Fiscal da Receita Federal 2002 Fragmento do texto:

1

5

Em artigo publicado na década de noventa, o professor Paul Krugman explicava que todos aqueles países que falavam inglês haviam tido um desempenho econômico acima da média de seus vizinhos e que o inglês estava se tornando rapidamente a língua franca dos negócios, do turismo e da internet. Assim, os processos de fusão de empresas, tão comuns naquele tempo, só teriam sucesso se utilizassem o inglês como língua de integração das corporações.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) As duas ocorrências da conjunção “que”(ℓ.3 e 4) têm a função de demarcar o início das duas orações ligadas por “e”(ℓ.4), mas, sintaticamente, o segundo que pode ser omitido.

Questão 28: ANEEL - Analista 2006 Fragmento do Texto: Tratava-se de uma família musical: o pai, Leopold, era exímio violinista, a irmã, mais velha, Nannerl, tocava cravo.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A vírgula após a palavra “irmã”(ℓ.2) poderia ser retirada, sem que isso resultasse em alteração do sentido original do texto ou em incorreção gramatical.

Questão 29: Secretaria da Fazenda-SP ─ 2009 ─ Analista POFP Fragmento do texto: Ao que consta, pois Israel impede a entrada da imprensa no território invadido, o objetivo inicial da ação terrestre é isolar o norte da faixa litorânea, de onde parte a maioria dos ataques com foguetes contra o sul israelense, do restante do território palestino.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O segmento “de onde parte a maioria dos ataques com foguetes contra o sul israelense”(ℓ.3 e 4) está entre vírgulas por tratar-se de oração subordinada adjetiva explicativa.

Questão 30: Secretaria da Fazenda-SP ─ 2009 ─ Analista POFP Fragmento do texto: Era que, apesar de pobres, carregavam culturas milenares que lhes possibilitaram trabalhar e crescer socialmente.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Introduzindo-se uma vírgula após a palavra “milenares” (ℓ. 2), confere-se à oração imediatamente subsequente mais ênfase, sem prejuízo da correção gramatical e sem alteração do sentido original do período em que ela se insere.

Questão 31: Auditor-Fiscal da Receita Federal 2002 Fragmento do Texto: É importante mencionar que em 99,99% dos casos em que as autoridades fiscais têm acesso às movimentações bancárias dos contribuintes, e lhes é permitida a tão referenciada quebra do sigilo bancário, são apuradas irregularidades. Entretanto, somente exsurge a lide tributária

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que exige o contraditório e ampla defesa quando após a formalização do lançamento o contribuinte, inconformado, tempestivamente apresenta impugnação ou defesa contra o ato administrativo por meio do qual se exterioriza a exigência do crédito tributário (...).

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Analise a proposta e julgue a alteração correta para o trecho: Separar com duplo travessão a oração que exige o contraditório e ampla defesa.

Questão 32: Secretaria da Fazenda-SP ─ 2009 ─ Analista POFP Fragmento do texto: No máximo, interessará às pessoas jurídicas que buscam crédito de curtíssimo prazo ou financiamentos para exportação, embora as facilidades oferecidas pelo Banco Central tenham um custo muito elevado.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O segmento “que buscam crédito de curtíssimo prazo ou financiamentos para exportação”(ℓ.1 e 2) constitui oração subordinada adjetiva restritiva.

Questão 33: Secretaria da Fazenda-SP ─ 2009 ─ Analista POFP Fragmento do texto: Além dos intensos bombardeios aéreos, que mataram centenas de palestinos – entre eles várias mulheres e crianças –, faltam víveres e medicamentos, e os cortes no fornecimento de água e luz são constantes.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O emprego de vírgula após “aéreos”(ℓ.1) justifica-se para isolar a oração de natureza restritiva subsequente.

Questão 34: Analista do Banco Central do Brasil 2001 Fragmento do texto: Os riscos não são desprezíveis. Um estudo feito pela Universidade do Texas com empresas que sofreram uma perda catastrófica de dados concluiu que 43% jamais voltaram a operar, 51% faliram em dois anos e apenas 6% sobreviveram.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O emprego de vírgula entre “empresas” e “que”(ℓ.2), e entre “dados” e “concluiu” (ℓ.3) seria inadequado, pois a informação que seria isolada tem natureza restritiva e passaria a explicativa, alterando o sentido do período.

Questão 35: Analista de Finanças e Controle - CGU 2003 Fragmento do texto: A felicidade, que em si resultaria de um projeto temporal, reduz-se hoje ao mero prazer instantâneo derivado, de preferência, da dilatação do ego (poder, riqueza, projeção pessoal etc.) e dos "toques" sensitivos (ótico, epidérmico, gustativo etc.).

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) As vírgulas após “felicidade”(ℓ.1) e “temporal”(ℓ.2) estão sendo empregadas para isolar uma oração de natureza restritiva.

Questão 36: SUSEP 2006 Agente Executivo Assinale a opção em que a justificativa para o emprego da vírgula correspondente está incorreta.

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A Justiça é,(1) antes de tudo,(1) uma preocupação antropológica e filosófica do homem. Resulta da consciência de sua dignidade e da dimensão ontológica do ser humano. Por sua dimensão ética,(2) o homem tem a noção do bem e do mal,(3) da verdade e do erro. É livre, tem livre arbítrio,(4) pois sabe quando está agindo com correção ou com erro. A Justiça nasce, subjetivamente, da verdade humana mais intrínseca,(5) de seu sentimento e de sua reflexão sobre o bem e sobre a verdade na sua relação com os outros homens.

(Oscar d’Alva e Souza Filho)a) 1 - As duas vírgulas isolam expressão intercalada. b) 2 - Isola oração subordinada adjetiva restritiva anteposta à principal. c) 3 - Separa termos de mesma classificação gramatical componentes de uma

enumeração. d) 4 - Isola oração de natureza explicativa iniciada por conjunção

coordenativa. e) 5 - Separa termos de mesma classificação gramatical componentes de uma

enumeração.

Questão 37: Analista de Finanças e Controle - CGU 2008 Fragmento do texto: Ao contrário do que previam os pessimistas, no final do século passado, o processo de globalização está favorecendo o comércio exterior de países como o Brasil, que tem ainda muitas áreas inaproveitadas para expansão da lavoura.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A vírgula após “Brasil” (ℓ.3) justifica-se por ser a oração subseqüente subordinada adjetiva explicativa.

Questão 38: SUSEP 2006 Agente Executivo Fragmento do texto: Para esses pensadores, o Estado seria o apogeu do desenvolvimento moral, substituiria a família, e com o direito produzido, racional, imparcial e justo, substituiria a consciência ética dos indivíduos, que, embora retificadora da ação humana, se revelaria, na prática, inviável, por ser incoercível.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A vírgula antes de “que”(ℓ.3) se justifica por anteceder oração de natureza explicativa.

Questão 39: Analista de Finanças e Controle - CGU 2003 As tendências concentracionistas e centralizadoras do capitalismo do mundo contemporâneo caminham na contramão da democracia e da república, (1) principalmente no que diz respeito à normatividade. Assegura-se o funcionamento regular às instituições,(2) e sua louvação é até exagerada, como se não fossem construções históricas. A política é largamente oligarquizada pelos partidos, e os governos tornam-se mais e mais opacos;(3) na maior parte das vezes a institucionalidade erige-se a partir de uma barreira à participação popular. Decisões cruciais que dizem respeito à macroeconomia e à vida cotidiana dos cidadãos e eleitores,(4) correm por fora das instituições da representação popular, até mesmo na sua instância máxima, que é o poder

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executivo. A democracia e a república são o luxo que o capital têm que conceder às massas, dando-lhes a ilusão de que controlam os processos vitais, enquanto as questões reais são decididas em instâncias restritas, (5) inacessíveis e livres de qualquer controle.

(Francisco de Oliveira, Aula de abertura dos cursos na Faculdadede Filosofia da USP, em 17.02.03, in Política Democrática,

Brasília: Fundação Astrojildo Pereira, ano II, nº 5, maiode 2003, com adaptações)

Em relação ao emprego dos sinais de pontuação destacados no texto, assinale a justificativa correta.

a) 1 – Usa-se a vírgula para isolar expressão que exerce a função de aposto. b) 2 – A vírgula é usada para separar orações coordenadas que têm o mesmo

sujeito. c) 3 – O sinal de ponto-e-vírgula é empregado para indicar o início de uma

citação. d) 4 – A vírgula é empregada após oração adjetiva restritiva. e) 5 – A vírgula indica omissão de palavras ou grupo de palavras.

Questão 40: Auditor-Fiscal do Trabalho 2003 Fragmento do texto: A sociedade baseada na liberdade contratual será sempre, em grande parte, uma sociedade de classes, cuja estrutura é defendida em vantagem dos ricos. Cumpre associar o indivíduo no processo de autoridade, isto é, o trabalhador no poder industrial.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O emprego da vírgula depois de “classes”(ℓ.2) é opcional e, por isso, sua retirada não causa prejuízo gramatical ao texto.

Questão 41: Analista do Banco Central do Brasil 2001 Fragmento do texto: O prejuízo operacional sofrido pela instituição financeira, em decorrência dessa inadimplência, faz com que os bons pagadores acabem arcando com parte dessa conta, suportando uma taxa de juro maior e até desestimulando outros tomadores, que gostariam de expandir ou crescer seus empreendimentos com apoio no crédito.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A oração reduzida “sofrido pela instituição financeira” (ℓ.1 e 2) corresponde à idéia que também pode ser expressa pela oração que a instituição financeira sofreu.

Questão 42: Analista do Banco Central do Brasil 2002 Fragmento do texto: A longa convivência com a inflação possibilitou às instituições financeiras ganhos proporcionados pelos passivos não-remunerados, como os depósitos a vista e os recursos em trânsito, o que compensou ineficiências administrativas e perdas decorrentes de concessões de créditos que foram se revelando, ao longo do tempo, de difícil liquidação.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A substituição sugerida está de acordo com as idéias do texto acima e não exige outras transformações no texto para assegurar a correção gramatical: “o que compensou”(ℓ.3,4) compensadas

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Questão 43: Analista do Banco Central do Brasil 2002 O processo de reestruturação da economia brasileira alterou radicalmente o cenário _____1_______ atuavam as instituições financeiras. A abertura da economia, _____2_______ incremento das importações e exportações, além de exigir o desenvolvimento de produtos e serviços ágeis no mercado de câmbio, revelou o grau de ineficiência de alguns setores industriais e comerciais domésticos, com baixa lucratividade e deseconomias, ______3______ refletir-se na incapacidade de recuperação de empréstimos concedidos pelos bancos. ______4______, atuou o corte de subsídios a alguns setores econômicos, aumentando o grau de inadimplência para com o sistema bancário. Além disso, as políticas monetária e fiscal restritivas adotadas a partir da implementação do Plano Real contribuíam adicionalmente para as dificuldades creditícias enfrentadas por alguns setores da economia, ____5_____ forma passageira.

(www.bcb.gov.br)Assinale a opção em que uma das sugestões não preenche a lacuna com coesão e coerência.

a) 1 em que / no qual b) 5 mesmo que de / apesar de c) 3 que passou a / o que veio a d) 4 No mesmo sentido / Com a mesma orientação e) 2 acompanhada do conseqüente / seguida naturalmente do

Questão 44: SUSEP 2006 Analista Técnico Fragmento do texto: O acesso às novas tecnologias tornou-se um dos fatores determinantes para a criação e absorção de empregos. Há uma profunda transformação em curso nas comunicações, potencializando a revolução da cidadania e a redução da injustiça social.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O valor do gerúndio em “potencializando”(ℓ.3) corresponde ao de uma subordinada adjetiva: que potencializa.

Questão 45: SUSEP ─ 2006 ─ Analista TécnicoFragmento do texto: De 2001 para cá, nossa população universitária cresceu 30%. Isso alimenta um turn over maior e a queda no salário médio pago pelas empresas, que substituem seus funcionários pagando ao novo contratado, igualmente qualificado, menos do que recebia o anterior.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Julgue a reescrita de trecho do texto quanto à preservação de sua correção gramatical e coerência textual: “que substituem seus funcionários”(ℓ.3) / substituindo seus funcionários

Questão 46: Auditor-Fiscal da Receita Federal 2005 Olhamos e não vemos. Não conseguimos olhar nada pela primeira vez. Já o primeiro olhar é preconceituoso – dá informação falsa ou verdadeira, mas sempre pré-fabricada, anterior ao ato de olhar. O economista cheio de teorias pensa que sabe o remédio para a inflação, a origem da miséria, o segredo da estabilidade e quanto desaforo a democracia aguenta. Erra como o médico, o

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astrônomo ou o caixa que aceita o cheque do homem elegante, de terno e cabelo com brilhantina que parece ser rico, mas é estelionatário. Só que no caso do economista, não é apenas o paciente que fica com dor de cabeça, ou mais um cheque sem fundo. São 10% de desempregados. Um deles acaba apontando um revólver para a sua cabeça. Nada é visto pela primeira vez. Ninguém olha atentamente como as corujas, antes de propor ou piar.

(João Sayad. A primeira vez. Revista TAM, julho de 2005, com adaptações)Assinale o esquema que representa corretamente a estrutura sintático-semântica do período sintático retirado do texto (desconsidere a pontuação e as letras maiúsculas).

a) (ℓ.1 a 3) o primeiro olhar é preconceituoso dá informação falsa

ou verdadeira mas sempre pré-fabricada

b) (ℓ.3 a 5) O economista cheio de teorias pensa que sabe o remédio para a inflação

a origem da miséria o segredo da estabilidade e quanto desaforo ...

c) (ℓ.5 e 6) Erra como o médico o astrônomo ou o caixa

que aceita o cheque do homem elegante d) (ℓ.8 e 9) não é apenas o paciente que fica com dor de cabeça ou mais um cheque sem fundo e) (ℓ.9 e 11) São 10% de desempregados Um deles acaba apontando um revólver para a sua cabeça

Nada é visto pela primeira vez Ninguém olha atentamente como....

Questão 47: ANEEL - Analista 2004 Numere os sequencializadores na ordem em que devem preencher as lacunas do texto, de modo a garantir-lhe coesão. A seguir, marque a ordenação correta.

( ) ou ( ) pois ( ) assim ( ) além do que ( ) que ( ) além de

Depois da primeira linha de transmissão – LT Taquaruçu/Assis/Sumaré, de 505 km de extensão, __1__ entrou em operação comercial em 12/10/2001, com investimento de R$ 207,5 milhões, diversos empreendimentos passaram a operar comercialmente __2__ foram licitados com sucesso. __3__ a ANEEL já outorgou concessões para 13,7 mil quilômetros de novas linhas e entre elas 7,4 mil quilômetros entraram em operação comercial até junho de 2004 __4__ está prevista a entrada em operação de mais 800 km até o final do ano. Esses empreendimentos melhorarão significativamente a capacidade de transmissão de energia, __5__ acrescentarão mais de 20% na extensão das linhas, em

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relação aos 61,5 mil km existentes em 1995, __6__ criarem oportunidade de empregos diretos para mais de 25 mil pessoas.

(Adaptado de texto de www.Aneel.gov.br)

A ordenação correta é

a) 2, 5, 3, 4, 1, 6. b) 1, 3, 2, 6, 5, 4. c) 4, 2, 3, 6, 1, 5. d) 3, 4, 1, 5, 2, 6. e) 6, 1, 3, 5, 2, 4.

GABARITO

1 C 2 E 3 C 4 E 5 E 6 C 7 E 8 E 9 C 10 E 11 E 12 E 13 E 14 E 15 E 16 C 17 D 18 E 19 E 20 E 21 E 22 E 23 C 24 E 25 E 26 C 27 E 28 E 29 C 30 E 31 C 32 C 33 E 34 C 35 E 36 B 37 C 38 C 39 D 40 E 41 C 42 E 43 B 44 C 45 E 46 A 47 A