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Augusto Cury - O Código Da Inteligência

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O Código Da Inteligência

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  • O cdigo da inteligncia Copyright 2008 por Augusto Jorge Cury

    EDITOR RESPONSVEL

    Nataniel dos Santos Gomes Superviso Editorial

    Clarisse de Athayde Costa Cintra Capa

    Douglas Lucas Copidesque

    Marcelo Barbo Reviso

    Margarida Seltmann Joanna Barro Ferreira Cristina Loureiro de S

    Projeto grfico e diagramao Julio Fado

    CIP-BRASIL. CATALOGAO-NA-FONTE

    SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ __________________________________________________________

    C988c Cury, Augusto, 1958- O cdigo da inteligncia: a formao de mentes brilhantes e a busca pela excelncia emocional e profissional/Augusto Cury. - Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil/Ediouro, 2008. ISBN 978-85-6030-398-4 1. Inteligncia. 2. Inteligncias mltiplas. 3. Sucesso. I. Ttulo. 08-3968. CDD: 153.9

    CDU: 159.95 _____________________________________________________________________

    Todos os direitos reservados a Thomas Nelson Brasil Rua Nova Jerusalm, 345 Bonsucesso

    Rio de Janeiro RJ CEP 21402-325 Tel.: (21) 3882-8200 Fax: (21) 3882-8212 / 3882-8313

    www.thomasnelson.com.br

  • Prefcio

    Introduo Treinando o intelecto para decifrar

    os cdigos da inteligncia

    Primeira Parte Inteligncia Multifocal

    Captulo 1 A definio da inteligncia:

    o Homo sapiens, um ser alm dos limites da lgica

    Captulo 2 Em que escolas se ensina a decifrar os cdigos?

    Captulo 3 No h mgica para decifrar o cdigo

    Captulo 4 Os cdigos so universais

    Captulo 5 Os cdigos que Einstein no decifrou

    Segunda Parte As quatro armadilhas da mente

    Captulo 6 Primeira armadilha da mente humana: o conformismo

    Captulo 7 Segunda armadilha da mente humana: o coitadismo

    Captulo 8 Terceira armadilha da mente humana:

    o medo de reconhecer os erros

    Captulo 9 A quarta armadilha da mente humana:

    o medo de correr riscos

    10 O cdigo da inteligncia

    Terceira Parte Os Cdigos da Inteligncia

    Captulo 10 Primeiro cdigo da inteligncia:

    Cdigo do Eu como gestor do intelecto

    Captulo 11 Segundo cdigo da inteligncia:

    Cdigo da Autocrtica pensar nas conseqncias dos comportamentos

    Captulo 12 Terceiro cdigo da inteligncia:

    Cdigo da Psicoadaptao ou da Resilincia

    capacidade de sobreviver s intempries da existncia

  • Captulo 13 Quarto cdigo da inteligncia:

    Cdigo do Altrusmo capacidade de se colocar no lugar dos outros

    Captulo 14 Quinto cdigo da inteligncia:

    Cdigo do Debate de Idias

    Captulo 15 Sexto cdigo da inteligncia:

    Cdigo do Carisma

    Captulo 16 Stimo cdigo da inteligncia:

    Cdigo da Intuio Criativa

    Captulo 17 Oitavo cdigo da inteligncia:

    Cdigo do Eu como gestor da emoo

    Concluso

    Captulo 18 Os profissionais que decifraram os cdigos:

    as diferenas entre bons e excelentes profissionais

    Captulo 19 Vendendo os sonhos dos cdigos da

    inteligncia em uma sociedade que deixou de sonhar

  • Decifrar os cdigos da inteligncia nos faz entender Que no somos deuses, mas seres humanos imperfeitos. Decifrar o cdigo do eu como Gestor do Intelecto, Da Resilincia, do Carisma, do Altrusmo, Da autocrtica, do Debate de Ideias, da Intuio Criativa, No um dever, mas um direito da cada ser humano Que busca uma mente brilhante e procura A excelncia emocional, social e profissional. o privilgio daqueles que compreendem que Quando a sociedade nos abandona a solido suportvel, Quando ns mesmos nos abandonamos ela intolervel.

  • Como pesquisador da complexa inteligncia no me curvaria diante de nenhuma autoridade poltica e de nenhuma celebridade, mas me curvaria diante de todos os professores e alunos do mundo. So eles que podem mudar o teatro social, so atores insubstituveis. Dedico humildemente o cdigo da inteligncia a cada um deles...

    Augusto Cury

  • PREFCIO

    O cdigo da inteligncia um livro que descreve de maneira instigante, inteligente e o mais importante simplificada complexo de formao de pensadores. Quais cdigos foram decifrados por determinadas pessoas que as fizeram sair do rol das comuns e levaram a expandir o mundo das ideias na Matemtica, Fsica, Filosofia Espiritualidade, Poltica e relaes sociais? Quais cdigos foram decifrados por profissionais e os ajudaram a se destacar no teatro empresarial? Quais cdigos foram desenvolvidos por seres humanos que os levaram a serem criativos, solidrios, generosos, cativantes e saturados de prazer? Alguns estudantes decifram determinados cdigos da inteligncia que os transformam em empreendedores, debatedores de ideias e construtores de conhecimentos.

    Outros embora tirem excelentes notas escolares no os decifram e tornam se tmidos e repetidores de ideias. Augusto Cury Psiquiatra pesquisador de Psicologia, autor de uma das teorias mais disseminadas sobre o funcionamento da mente e um dos autores de maior sucesso do Brasil, nos desvenda os cdigos da inteligncia sobre o enfoque psicolgico, filosfico, psicopedaggico e sociolgico. Sua abordagem sobre os oito cdigos de inteligncia o deixar perplexo e desafiado. Decifrar estes cdigos fundamental para conquistarmos sade psquica, relaes saudveis, criatividade, eficincia profissional e prazer de viver. Infelizmente as Escolas de Ensino Fundamental, Mdio e Universidades no levam os alunos a desvendarem e aplica-los. Neste livro o autor indaga: em que espao se ensina a decifrar o cdigo do filtro dos estmulos estressantes? Onde se educa a capacidade do eu como gestor psquico? Em que instituio se aprende o cdigo da resilincia para superar as diversidades? E o cdigo do altrusmo e da intuio criativa? Onde so decifrados? E ainda afirma. Somos uma sociedade doente, que tem formado pessoas doentes.

    Augusto Cury tambm discorre sobre as quatro armadilhas da mente humana que bloqueia a inteligncia, asfixia a emoo e abortam a execuo dos projetos de vida. Ainda aborda os hbitos dos bons profissionais, e os compara com os hbitos dos profissionais excelentes que sabem decifrar os cdigos da inteligncia. Ao longo da narrativa so destacados vrios pensamentos de Augusto Cury que foram garimpados de alguns de seus mais de 20 livros. Esperamos que voc decifre e aplique os cdigos da inteligncia em todos os espaos sociais que viver.

    Os Editores.

  • TREINANDO O INTELECTO PARA DECIFRAR OS CDIGOS DA INTELIGNCIA

    Tito, o General Romano encarregado de construir o Coliseu, sentia orgulho porque o exercito romano era o nico que se preparava para guerra em tempos de paz, que treinava seus soldados durante todo o ano. Era o mais eficiente. Com seu exercito, ele devastou Jerusalm no ano 70 d.C causando atrocidades inimaginveis, levando dezenas de milhares de cativos morte. Em meio s lgrimas e o sangue de seus cativos, o grande general construiu monumentos que at hoje esto de p.

    O treinamento que antes atingiam os exrcitos e algumas poucas reas da sociedade, hoje permeia todos os setores. Estamos na rea do treinamento. Treina se para praticar esportes, andar, danar, calcular, escrever, contar histrias, encenar uma pea. Treina se para dirigir veculos, pilotar avies, operar mquinas. Treina se para falar em pblico, usar computadores, fazer programas, administrar empresas, executar projetos. Treina se para tomar vinho, apreciar uma obra de arte, observar as qualidades dos produtos.

    Entretanto quando tudo parecia perfeito na era do treinamento, eis que ao olhar para as mazelas psquicas e sociais das sociedades modernas, constatamos que cometemos um gravssimo erro histrico. Esquecemo-nos de realizar o mais importante treinamento. O treinamento para decifrar e aplicar os cdigos da inteligncia. Sem eles no podemos desenvolver nosso imaginrio, nossa capacidade de superao das intempries e nossas potencialidades intelectuais.

    MEMORIAS SUPERUTILIZADAS E CDIGOS DA INTELIGNCIA SUBUTILIZADOS

    Deveramos decifrar esses cdigos com a mesma energia que o garimpeiro penetra nas rochas a procura do ouro. Com o mesmo afinco que um cirurgio rebate a pele para desnudar tecidos ocultos. Com a mesma garra que o sedento procura gua para saciar sua sede nos tpidos. O senso comum acredita falsamente que sua memria subutilizada. Uns creem que utilizam 10%, outros 20% e outros que ainda mais da sua memria. Mas esse pensamento popular ingnuo, simplista, e portanto, precisa de correes. A memria seletiva. Alm disso, abre e fecha dependendo da emoo que estamos vivenciando em um determinado momento existencial. As emoes tensas, fbicas e apreensivas fecham as janelas da memria. As emoes prazerosas, desafiadoras e serenas as abrem. Apesar de as emoes serenas abrirem as janelas, a memria ainda assim seletiva. No abre todos os seus arquivos. J pensou se a memria no fosse seletiva? Qualquer palavra como carro, avio, amigo, inimigo, medo nos levaria a acessar milhes de dados, que temos arquivado relativo a ela saturando nosso

  • intelecto. Nosso crtex cerebral no suportaria um turbilho de dados, notem que quando estamos com preocupaes fixas pensando obsessivamente um determinado assunto, ficamos desgastados, acordamos fadigados, sem energia. A seletividade da memria objetiva protege nossa mente contra o congestionamento de pensamentos, imagens mentais e ideias. Apesar disso, se observarmos a nossa mente, provavelmente a maioria de ns perceber que utiliza excessivamente a memria, por isso pensa excessivamente e se desgasta excessivamente, gerando a Sndrome do Pensamento Acelerado ou (SPA).

    Emoes flutuantes, pensamentos antecipatrios, excesso de compromissos fazem parte do cardpio de uma pessoa hiper-pensante. Se as pessoas usassem mais racionalmente sua memria desgastaria menos seu crebro, acordariam mais dispostas, elogiariam mais o dia que desabrocha, criariam mais oportunidades para conquistar quem amam para ter gestos nicos, reaes inesperadas, atitudes deslumbrantes. A memria que j seletiva pode ser ainda mais bloqueada pelo estresse intenso, que por sua vez bloqueia o cdigo da intuio criativa fazendo com que o Homo Bios isto , o instinto, prevalea sobre o Homo Sapiens, a capacidade de pensar.

    O estresse pode fechar a janela da memria em: concursos, entrevistas, apresentaes pblicas, situaes novas, desafios empresariais, gerando pssimos desempenhos intelectuais em pessoas brilhantes. Excetuando mecanismos como estes que nos fazem subutilizar a memria o que est subutilizado em todo e qualquer ser humano so os cdigos da inteligncia. Ricos e miserveis, psiquiatras e pacientes, lderes empresariais e liderados tm por menor que seja um potencial psquico global contrado por no decifrar plenamente os cdigos da inteligncia.

    A COMPLEXA DEFINIO DA INTELIGNCIA

    3 CAMADAS PSIQUICAS

    Antes de comear a comentar sobre os cdigos d inteligncia, precisamos definir o que inteligncia. Previamente quero dizer humildemente que desenvolvi ao longo de mais de 20 anos uma das poucas teorias mundiais sobre o funcionamento da mente, a construo de pensamentos e o processo de formao de pensadores chamada de Inteligncia Multifocal ou Psicologia Multifocal. A Psicologia Multifocal no uma teoria neuro-cientfica, mas psicolgica e que entra no campo da Pedagogia, Sociologia e Filosofia.

    A inteligncia para essa teoria tem definio complexa e difere de outras teorias em diversos aspectos, pois penetra em reas que outros autores no tiveram a oportunidade de estudar. Como os fenmenos que atuam em fraes de segundos na construo das cadeias de pensamentos, imagens mentais e ideias. Mas em hiptese alguma minha teoria melhor do que brilhantes autores consagrados como: (Froid, Yung, Gardner, Mora Mohammed, Piaget, Vygotsky). A Psicologia Multifocal tem sido usada por inmeros profissionais de sade mental e em pesquisas em teses de mestrado e doutorado e cursos de ps-graduao. Apesar da difuso da teoria, quero deixar claro que nenhuma teoria verdadeira em si, ela um corpo de postulados, hipteses, conceitos e argumentos dos quais se derivam os conhecimentos.

  • INTELIGNCIA MULTIFOCAL

    Pelo fato de ter pesquisado no apenas o processo de construo de pensamentos, mas tambm a natureza dos pensamentos e os limites da interpretao, eu me convenci de que a verdade um fim inatingvel. Toda teoria deve ser avaliada, analisada, testada, refletida. Convido o leitor a debater as ideias e exercer sua autocrtica que so dois dos cdigos da inteligncia e tirar as suas prprias concluses.

    A DEFINIO DA INTELIGENCIA

    O HOMO SAPIENS: UM SER ALM DOS LIMITES DA LGICA

    As Trs Grandes reas Que Definem A Inteligncia

    Ao definirmos nos prximos pargrafos o que inteligncia gostaria que o leitor no acostumado com estes conceitos no se desanimasse, ser uma sinttica exposio. Para Psicologia Multifocal a definio de inteligncia abrangente e como o prprio nome da teoria diz multifocal, multidinmica, multifatorial. Alguns autores tambm sugeriram que a inteligncia multidimensional e modificvel. O conceito global de inteligncia entra em trs grandes estgios, ou trs grandes reas. As duas primeiras so inconscientes e a ultima inconsciente. A primeira rea mais profunda refere-se aos fenmenos inconscientes que atuam em milsimos de segundos no resgate e na organizao das informaes da memria e consequentemente na construo de pensamentos e emoes.

    Essa produo registrada milhares de vezes por dia pelo fenmeno RAM (Registro Automtico da Memria) construindo a plataforma que forma o eu que a expresso mxima da conscincia crtica e capacidade de escolha. Tudo que percebemos sentimos, pensamos, experimentamos tornam se tijolos na construo dessa plataforma de formao do eu. A segunda rea se refere ao corpo das complexas variveis que influenciam em pequenas fraes de segundos os fenmenos que leem a memria e produzem os pensamentos, imagens mentais, ideias e fantasias. Entre estas variveis destaco: como estou? Isto estado emocional e motivacional. Quem sou? A

    histria existencial arquivada na janela da memoria. Onde estou? Ambiente social. Quem sou geneticamente? Isto , a natureza gentica e a matriz metablica cerebral. E o como atuo como gestor da psique? O eu como diretor do roteiro da nossa histria.

    Quando somos abandonados pela sociedade a solido

    supervel, mas quando somos abandonamos por ns mesmo

    a solido quase insuportvel. Augusto Cury em

    o Futuro da Humanidade

  • Normalmente as teorias enfatizam os aspectos psquicos, sociais e genticos d construo da inteligncia. Alguns pensadores se fixaram na interao das duas grandes foras geradoras do desenvolvimento em geral e da inteligncia, em particular a natureza e a cultura. No uma competio uma dana? Sim, de fato h uma dana dinmica de variveis, mas que ultrapassa essas duas grandes foras geradoras. Como vimos alm da varivel gentica e cultural esto em primeiro plano as variveis: como atuo como gestor do psiquismo e o grau de abertura da janela da memria determinadas pelos estados emocionais alegria, tranquilidade, humor depressivo e ansiedade.

    Ao estudar estes outros fatores descobrimos que a mente humana mais complexa do que imaginamos. Por exemplo, pensvamos que no passado que somente quem teve uma infncia com traumas saturadas de perdas e frustraes adoeceria, desenvolveria transtornos psquicos e psicossomticos. Pobre engano. Sabemos hoje que mesmo os que gozaram de uma infncia sem traumas que tiveram o privilgio de ter pais amorosos, generosos e solidrios podem ter uma vida psquica miservel na adolescncia e na vida adulta se no aprenderem a decifrar alguns cdigos fundamentais ao longo do processo de formao da personalidade, podero ser vtimas dos estresses financeiros, estresses existenciais, perdas, competio predatria, frustraes, preocupaes excessivas, em fim de uma srie de variveis que dilapidam seu patrimnio psquico em especial seu prazer de viver. Outro exemplo: acreditamos ingenuamente que temos pleno domnio do processo de construo do pensamento, ideias e imagens mentais. No verdade. Podemos dominar computadores, carros, avies, mas no temos o domnio completo das mais incompreensveis das mquinas a mente humana.

    As mulheres so mais inteligentes do que os homens, se elas fossem

    generais provavelmente no haveria guerras, pois no teriam coragem de enviar seus filhos aos campos de

    batalhas enquanto os homens por muito pouco os enviam.

    Augusto Cury em A Ditadura da Beleza

  • Quantos pensamentos inquietantes perturbam nossa tranquilidade sem que tenhamos produzidos conscientemente? Quantas ideias fbicas transitam pelo palco psquico sem que tenhamos permitido que fossem construdos pela vontade consciente? O eu como gestor psquico administrador do intelecto apenas um dos cdigos da inteligncia. Se mesmo sendo um bom gestor psquico no dominamos completamente os pensamentos e as emoes da complexa mente humana imagine se no decifrarmos este cdigo. Imagine se abrirmos mo dessa gesto que ocorre nessa segunda grande rea da inteligncia. Nesse caso, se usarmos um veculo como uma analogia da mente humana podemos dizer que somos amordaados em um banco de passageiros como espectadores passivos de uma viagem que no programamos. Alis, diariamente milhes de pessoas viajam em suas mentes no territrio das fobias, das preocupaes doentias da ansiedade sem ter programado essa viagem. Entraram em um filme de terror que no queriam assistir. O dramtico que o filme roda em sua mente, no h tecla para desligar o aparelho mental. Ao estudarmos a primeira e grande rea da inteligncia podemos concluir que o Homo Sapiens capaz de desenvolver questes matemticas, formulas fsicas e lgicos programas de computador podem ser to ilgicos ao ponto de produzir reaes agressivas, desproporcionais e irracionais. Peritos em lidar com nmeros podem perder sua lgica e reagir estupidamente mnima contrariedade. Mdicos aparentemente dosados diante de seus pacientes podem reagir sem qualquer controle ao serem questionados por seus pares.

    Na realidade o Homo Sapiens seja ele um psiquiatra ou um paciente, matemtico ou um aluno micro ou macro de acordo com cada momento existencial ningum plenamente estvel e coerente, o nvel de flutuao apenas determina o grau de nossas doenas. A terceira grande rea da inteligncia se refere ao resultado das duas primeiras reas. Nesta rea se encontram os comportamentos imperceptveis capazes de ser analisados, avaliados, aferidos. Nesta rea se evidencia a rapidez de raciocnio o grau de memorizao, a capacidade de assimilao de informaes o nvel de maturidade dos focos de tenso bem como os patamares de tolerncia, incluso, solidariedade, generosidade, altrusmo, segurana, timidez e empreendedorismo.

    Na terceira rea da inteligncia segundo o conceito da Psicologia Multifocal que so feitos os mais variados testes para se medir os mais diversos tipos de quocientes de inteligncia. Entretanto todos os testes so circunstanciais, parciais e incompletos, nenhum deles definitivo. Habilidades que so detectadas em uns, no so em outros, capacidades que so aferidas em um momento, se mudamos as variveis: como estou, onde estou e nveis de gesto psquica no so aferidos em outros. No vou entrar em muitos detalhes tericos e cientifico sobre essas reas dessa obra de aplicao psicolgica, mas gostaria de dizer que os cdigos da inteligncia envolvem as trs reas: decifra-los e aplica-los so processos conscientes, mas ao fazer este exerccio atingiremos as regies inconscientes.

    Os que se atolam de

    atividades, os que tm uma agenda saturada de

    compromissos e preocupaes frequentemente so timos

    para os outros, mas carrascos de si mesmos. Augusto Cury

    em O Vendedor de Sonhos

  • As camadas mais profundas da inteligncia humana ainda que no percebamos. Destacarei 8 cdigos da inteligncia mais relevantes. Grande parte do que a imprensa descreve texto de autoajuda orientao para os leitores fazerem suas escolhas, apesar de alguns jornalistas no admitirem e nem gostarem dessa linha literria. Gosto muito de escrever livros de fico, mas vrios dos meus livros so de no fico, alguns deles so classificados erroneamente como autoajuda. Os que o classifica assim no entendem quais so as gritantes diferenas entre um livro de autoajuda e um livro de cincia aplicada, enfim de Psicologia, Psiquiatria, Pedagogia e Filosofia Aplicada, apesar das minhas enormes limitaes procuro democratizar o conhecimento sobre o funcionamento da mente extrado da teoria que desenvolvi.

    Meu objetivo disponibilizar ferramentas para estimular o debate de ideias para que os leitores aprendam atuar em seu psiquismo, a desenvolver conscincia crtica, proteger sua emoo, torar esses gestores da sua mente e serem capazes e expandir seu potencial intelectual e prevenir transtornos psquicos.

    MUSCULATURA INTELECTUAL E EMOCIONAL

    Sem decifrarmos os cdigos da inteligncia no teremos musculatura emocional para irrigar o desenvolvimento da serenidade do altrusmo da coerncia da ousadia e da criatividade. Os que expandem sua sade psquica refinam seu prazer de viver e liberta seu imaginrio criativo. No so os que fazem da memria um depsito infindvel de informaes, mas aos que submetem aos mais disciplinados treinamentos intelectuais para decifrar os cdigos da inteligncia ainda que o faam intuitivamente sem nenhuma metodologia educacional.

    Eis o grande e Inaceitvel paradoxo o homo sapiens ao longo da histria aprendeu a decifrar sua inteligncia para atuar no teatro social, mas no aprendeu para atuar no teatro psquico,

    gerir sua pea intelectual. Somos tmidos espectadores onde devamos ser geis atores. Diariamente inmeras pessoas ricas ou miserveis nas mais diversas sociedades so vtimas de agressivos sequestros. Os sequestradores esto alojados dentro de si, essas pessoas vivem sequestradas pelas imagens mentais deprimentes e pelos pensamentos mrbidos confeccionados clandestinamente em seu psiquismo. rarssimo encontrar um ser humano verdadeiramente livre.

    Ainda no encontrei. Somos frequentemente inertes, calados e silenciados num nico lugar que deveramos gritar e nos rebelar. Distribumos um sorriso social que nem sempre espelha nosso clima emocional.

    Ser feliz no ter uma vida perfeita, mas humildade para reconhecer os erros, sabedoria para receber uma

    critica injusta, coragem para ouvir um no, sensibilidade para dizer eu te

    amo, desprendimento para falar eu preciso de voc. Augusto Cury em 10 Leis

    para ser Feliz

    Sem sonhos a vida uma manh sem orvalhos, um cu sem estrelas, um oceano sem ondas, uma vida sem

    aventura, uma existncia sem sentidos. Augusto Cury em Nunca Desista

    de Seus Sonhos

  • EXEMPLOS TO IMAGINRIOS, MAS TO REAIS

    Imagine um promotor austero e coerente em seu frum, mas frgil e ilgico em sua psique, demora horas ou dias para tomar decises que qualquer um demoraria minutos, como comprar certa roupa, visitar um amigo, fazer uma viagem. Angustia se e pune se porque no decide coisas bsicas, no aprendeu a decifrar entre outros cdigos o da autocrtica. Imagine uma enfermeira cuidando carinhosa e cuidadosamente dos seus pacientes em fase terminal, mas sendo pssima no cuidado de si mesma. Diariamente pensa que est com cncer e as portas da morte, s que seu cncer imaginrio s existe como fantasia. Faz assepsia dos curativos com dedicao irriga seus pacientes com esperana mesmo que estejam a beira da morte, mas no d migalhas de esperana para si mesma, ainda que esteja supostamente distante de morrer. No aprendeu a fazer assepsia em sua mente, no aprendeu a fazer a higiene psquica.

    Quem especialista em controlar e cobrar os outros est apto para trabalhar em uma financeira e lidar com nmeros, mas no com pessoas. Augusto Cury em A Sabedoria Nossa de

    Cada dia.

    Imagine um estudante aplicado e participativo em sala de aula, mas quando est diante de uma prova escolar embota seu raciocnio. Sabe toda a matria, mas parece que no estudou nada, as janelas da sua memria se fecharam, pois o ato de fazer a prova se tornou um terror que trava a sua inteligncia. No aprendeu a decifrar o cdigo da proteo da emoo. Situaes como essas esto mais prximas de ns do que imaginamos, as pessoas que descrevi so especiais em determinadas reas, mas falham muito em outras. No entenderam que seus maiores inimigos esto em sua mente e no no teatro social. Podemos viver com pessoas injustas, mas ningum pode ser mais injusto conosco do que ns mesmos. Deveramos lutar contra nossas mazelas psquicas, mas nos intimidamos dentro de ns, e fora de ns onde deveramos agir com tolerncia nos tornamos combatveis machucando quem no merece. Vivendo em uma sociedade superficial que no calibra nosso foque erramos o alvo frequentemente

    EM QUE ESCOLAS SE ENSINAM A DECIFRAR OS CDIGOS?

    Em que espao social, em que famlia ou empresa se aprende a filtragem de estmulos estressantes que um excelente cdigo da inteligncia? Esse lamentvel erro educacional, psicolgico, pedaggico, filosfico tem gerado consequncias gravssimas. As pessoas nem sabem que devem desenvolver um filtro psquico nem ao menos tem conscincia que se deve proteger para sobreviver. Por isso, as perdas os percalos sociais as contrariedades invadem sua psique com grande facilidade. Muitos usam protetor solar e culos escuros para se protegerem contra raios ultravioletas, mas no usa protetor para filtrar o lixo psquico mais grosseiro a que se expe.

  • No esse um paradoxo absurdo e admissvel? Temos de nos questionar: j gastamos tempo construindo este filtro psquico? Se no gastamos teremos grande chance de gastar dinheiro com tratamentos. Em que escola se treina a decifrar o cdigo do eu como gestor psquico? Entristece-me como pesquisador do funcionamento da mente saber que temos centenas de milhares de escolas no mundo, mas no h escola que estrutura o eu para ser lder da psique. Essa situao to aberrante quanto desejar que os jovens dirijam o teatro, mas os coloque como meros espectadores da plateia. O que pilotem o avio os coloque como passageiros e no na cabine de comando. Grande parte das pessoas de todas as naes, no sabe se quer que tenha um eu e muito menos que este deve exercer um controle de qualidade de seus pensamentos. Em todos os lugares sabe-se que devemos exercer um controle de qualidade de produtos de servios, mas no se sabe que devemos exercer um controle de qualidade sobre as ideias, imagens mentais, fantasias. O sistema educacional com j contei outras vezes, tem o objetivo de preparar os alunos para o mercado de trabalho e no para vida, mas no fundo no prepara para nenhum dos espaos. Pois uma pessoa doente exercer de forma doentia suas atividades profissionais. O sistema educacional estressa tanto os mestres quanto os alunos por paltar sua retorica, na transmisso de informaes e no nos cdigos da capacidade de intuir, criar, filtrar estmulos estressantes gerenciar pensamentos.

    O sucesso mais difcil de ser trabalhado do que o fracasso, o risco do sucesso enterrar nossos sonhos e se tornar uma mquina de trabalhar. Augusto Cury em O Vendedor

    de Sonhos

    EM QUE UNIVERSIDADE ENSINA A PENSAR ANTES DE REAGIR?

    Ao longo desses anos exercendo a psiquiatria e psicoterapia alm de treinar diversos psiclogos, percebi que muitos profissionais da minha rea inclusive da medicina no decifraram os cdigos da inteligncia. Esse um dos motivos pelo qual Psiquiatras, Mdicos de outras especialidades e Psiclogos esto mais predispostos a ter transtornos psquicos. So excelentes para cuidar dos outros, mas se esqueceram de cuidar de si mesmos. So dedicados para aliviar a dor dos outros, mas se esqueceram de investir em seus projetos pessoais. Em que Universidade se treina sistematicamente os alunos para decifrar o cdigo da capacidade de pensar antes de reagir?

    Os universitrios judeus, palestinos, europeus, chineses, americanos saem com milhes de informaes em seu intelecto. Muitos decifram a linguagem da razo, mas poucos a da sensibilidade e do carisma. Muitos decifram o cdigo do individualismo, mas poucos o do altrusmo por isso no entende que os fortes usam as ideias enquanto os fracos as armas. Os fracos impem suas verdades, os fortes as submetem ao debate, os fracos segregam-se em seus feudos, os fortes lutam pela espcie humana. Por no trabalharem a verdadeira fora alguns recuam diante das perdas, outros ao contrrio reage agressivamente diante delas. No equipam sua capacidade de pensar antes de reagir. No elabora suas respostas nos focos de tenso.

    Os sonhos no determinam o lugar em que voc vai estar, mas produz a fora necessria par tirar do lugar em que est. Augusto Cury em Nunca Desista de Seus Sonhos

  • Quantos seres humanos esto no pice do desespero neste exato momento? Inclusive em tirar suas vidas porque no aprenderam a confrontar, discordar, reciclar os pensamentos pessimistas. Como possvel sobreviver sem decifrar este cdigo? A mente pensa tolices, a emoo d crditos a elas e o eu ingnuo que no sabe descaracteriza-las e filtra-las, paga a conta. A vida to bela e singela torna se assim uma fonte de ansiedade.

    RELAES FALIDAS SEM DECIFRAR OS CDIGOS

    Pais e professores, que no treinaram para ler o alfabeto da gesto da sua psique e da arte de pensar antes de reagir tero reaes desproporcionais diante de desapontamentos diante dos seus filhos e alunos. Controlaro, bloquearo, toleram, mas no educaro. Amantes se machucaro mutuamente diminutos comportamentos que machucaram. Colegas de trabalho tero cimes fatais de seus pares que destacarem. Quantos seres humanos totalmente invejveis como: executivos, mdicos, jornalistas no silncio de suas casas ou escritrios no ferem quem mais amam. So calmos quando seus ntimos te do retorno, mas explosivos quando turvam com suas expectativas.

    Ser que nos recolhemos no tempo da pacincia, diante dos ntimos que nos decepcionam? Alguns dizem. Eu sou sincero, sou marcadamente honesto tudo que vier na minha mente eu falo. Na realidade, seu excesso de honestidade o reflexo de que no decifrou o cdigo do autocontrole. So servos de seus impulsos, h pessoas insuspeitas que lesam seriamente o direito dos outros.

    Que voc seja um vendedor de sonhos, ao fazer os outros sonhar no tenha medo de falhar e se falhar no tenha medo de chorar e se chorar repense sua vida, mas no desista, d sempre

    uma chance para si mesmo e para quem ama. Augusto Cury em O vendedor de Sonhos

    Em que instituio religiosa e social se treina a decifrar o cdigo do altrusmo e o cdigo da capacidade de se colocar no lugar dos outros? Enxergar os outros com nossos olhos uma tarefa superficial. No exige treinamento, mas enxergar com os olhos deles exige refinado treinamento. Sem decifrar estes cdigos, ainda que sejamos profissionais da sade mental jamais entenderemos as lgrimas que no foram choradas, as dores que no foram expressas, os conflitos que no foram verbalizados. Tudo que falarmos do outro ser um espelho do que somos e no do que realmente eles so.

    No respeitaremos as divergncias. No entenderemos que exigir que outros sintam e pensem como ns, uma exigncia insana e inumana. no compreender que nossas diferenas so decorrentes de nossa complexidade psquica e nenhuma delas nos exclui da fascinante famlia humana. Lderes polticos e religiosos se no decifrarem o cdigo de se colocar no lugar dos que confrontam cometero canibalismo psquico. Bloquearo, silenciaro, excluiro. Creiam o

  • canibalismo no foi extinto na atualidade apenas assumiu outras formas. Alguns anulam seus pares em nome dos seus dogmas outros em nome da nao, religio, ideologia, raa, teorias cientificas.

    No somos um carto de crdito uma conta bancria, mas seres humanos nicos, apesar de nossos defeitos somos estrelas vivas no teatro da existncia. Augusto Cury em Voc Insubstituvel

    NO H MGICA PARA DECIFRAR O CDIGO

    Se algum quer ter sade psquica e expandir os horizontes da inteligncia no h atalhos no h mgica, deve decifrar o cdigo da inteligncia, conhecer o funcionamento bsico da mente humana e fazer exerccios estgio intelectual, educao continuada. A mente humana um terreno inspito, sinuoso e cheio de segredos, um espao to infinito e ao mesmo tempo to pequeno que cabe dentro de um crebro um fenmeno to concreto e ao mesmo tempo to impalpvel. Um terreno que reis, polticos e intelectuais falharam em conquistar se no tivermos sucesso mnimo nessa empreitada.

    Como vamos atuar eficientemente no processo de construo de pensamentos castradores e aterradores? Como vamos ser gestores das mais importantes empresas, a psique, a nica que no pode ir a bancarrotas? Muitos no sabem que sintomas psicossomticos como: dor de cabea, gastrite, n na garganta, fadiga excessiva so sintomas de insolvncia da sua empresa psquica. So sinais graves de que esto endividados, quase falidos, mas quem se preocupa seriamente com a contabilidade da quantidade de vida? Somos lentos para agir, frgeis para mudar a qualidade de vida.

    Houve um empresrio, por exemplo, que se tornou riqussimo comeou com uma loja depois passou para duas, trs depois de dez anos era do de uma invejvel de cadeia de lojas de roupa. Sabia vestir milhares de pessoas, mas nunca aprendeu a vestir a sua psique para proteg-la e encant-la, tinha milhes no banco, mas sua mente estava endividada por ideias pessimistas e emoo irritadia e seu corpo estava em um real estado de falncia, s descobriu isso depois de um grave infarto que quase o levou a ser vestido por um caixo de madeira.

    H um mundo a ser descoberto em cada ser humano, h um tesouro escondido nos escombros das pessoas que sofrem s os sensveis e sabeis os descobrem. Augusto Cury em O Futuro da

    Humanidade

    No se engane a tarefa de investir em sua sade psquica exclusivamente sua ela insubstituvel. Nem os excelentes psicoterapeutas e psiquiatras podero realiza-la para voc, no mximo sero facilitadores do processo objetivo tambm desse livro. Mas como explorar o mundo intangvel da mente humana? Como penetrar em seus espaos insondveis? Como prevenir transtornos psquicos? Como expandir os horizontes do intelecto e as fronteiras da emoo? Atravs do desenvolvimento das funes mais importantes da inteligncia. Os cdigos de uma emoo e um intelecto brilhante, extraordinrio, intuitivo, criativo no esto na carga gentica, embora sejam alguns dos fenmenos a serem considerados. Nem na

  • genialidade ou poderes particulares de uma casta de privilegiados, mas no treinamento intelectual.

    UM EXERCCIO IMPRENCINDVEL

    Um ourives precisa de ferramentas certas para ferir o diamante e dar forma a joia, um bilogo precisa de ferramenta apropriada para invadir o mundo invisvel intracelular, um astrnomo precisa de equipamentos adequados para deslumbrar fenmenos que esto anos luz de distncia da Terra. Do mesmo modo um ser humano que almeja percorrer as avenidas do mundo escuro to belo to ameaador to concreto to impalpvel que o constitui como ser pensante precisa tambm de ferramentas apropriadas. Existem ferramentas ou cdigos universais? Devido diversidade cultural, gentica e religiosa questionvel uma teoria psicolgica falarem em ferramentas ou cdigos universais para explorar a mente humana. Pois o que serve para um europeu no serve para um indiano, o que serve para um americano no til para um africano. Correto. Entretanto depois de duas dcadas de anlise sistemtica do funcionamento da mente estou convicto de que realmente existem no psiquismo humano ferramentas ou cdigos intelectuais que transcendem a cultura, religio, povo, sexo descobri-las e utiliza-las metodolgicas ou intuitivamente pode determinar aonde uma pessoa vai chegar a suas atividades sociais, profissionais e afetivas. Eles so capazes de propiciar tranquilidade nas tormentas transformar uma pessoa tmida em intrpida, impulsiva em ponderada, individualista em altrusta, alienada em interativa. Sem utiliza-los ricos sero miserveis, ndios amaznicos criaro fantasmas, intelectuais sero meninos agitados pelos ventos dos estresses, psicoterapeutas reduziro a complexidade de seus pacientes e os aprisionaro na estreita fronteira de seus diagnsticos.

    NINGUM 100% LGICO

    Por mais que possamos procurar a racionalidade a coerncia e a serenidade nenhum se humano 100% lgico. E se por ventura algum ser 100% lgico e racional aconselhvel fugir dele, pois ser um carrasco, um aparelho de reagir e julgar rgido. Estar preparado para se relacionar com mquinas e no com os imprevisveis e contraditrios seres humanos. S os computadores so invariavelmente matemticos nem desejvel s-los. Por qu? Porque no apenas a irritabilidade o egosmo e a arrogncia so frutos ilgicos da emoo, mas tambm o amor, a compaixo, a solidariedade, e o perdo.

    Stiven Pinquer professor de psicologia e diretor do centro de neurocincia cognitiva no instituto tecnolgico de Massachuster reconhece que h muitos mistrios sobre a mente, a conscincia, o self, o significado, o conhecimento e a tica. Mas discordo quando diz que a mente um sistema de rgos de computao para resolver o tipo de problema que os nossos ancestrais enfrentavam para se manterem vivos. A mente s resolve os problemas de sobrevivncia se for treinada, equipada, educada. Uma vez equipada com os cdigos da inteligncia a capacidade de resoluo mental ultrapassa os limites da lgica, tem uma versatilidade inatingvel pelos computadores.

    Explique o que o amor, ele inexplicvel. Toda pessoa que ama ilgica se entrega mesmo sem ser correspondida quem tem pacincia com quem erra ilgico, a pacincia no pode ser

  • prevista em um cdigo lgico de computador, mais do que esperar, dar intervalo de tempo uma inteno subjetiva confiar e dar crdito a quem no merece, pelo menos em um determinado momento. Quem se esquece de si mesmo e pensa na dor do outro tambm ilgico.

    Quem crer que seus pensamentos so verdades absolutas est preparado para ser deus e no um ser humano. Augusto Cury em Os Segredos do Pai Nosso

    O dio e o amor, a arrogncia e a humildade nascem em fontes muito prximas, em fontes que transcendem os limites das leis da matemtica, o indecifrvel, o imprevisvel mundo da mente humana. Quem aprende a decifrar os mais excelentes cdigos da inteligncia deixa o mundo intolerante e inflexvel da lgica e dos nmeros e se humaniza, torna se paulatinamente resiliente, malevel, solidrio, sensvel, compassvel, paciente, generoso e magnnimo. Quanto mais decifra os cdigos mais uma pessoa se torna um ser humano e menos se torna um deus rgido e autossuficiente. Infelizmente como no aprendemos a decifrar os cdigos temos mais deuses do que seres humanos na humanidade.

    OS CDIGOS SO UNIVERSAIS

    Um paj e um intelectual. Se um paj no romper o crcere da rotina e desenvolver a capacidade de extrair o mximo de prazer nas diminutas coisas da existncia que um dos cdigos da inteligncia sua emoo poder ser empobrecida, flutuante, instvel. De modo semelhante se o proprietrio de uma empresa de extrao de petrleo no reciclar sua rotina e lapidar sua capacidade de extrair o belo poder dormir sobre uma fortuna incalculvel, mas ter grande chance de ser um miservel cronicamente insatisfeito e instvel. Sem decifrar o cdigo da inteligncia precisar de notveis estmulos para ter sobras de prazer sua histria perder excitao.

    O planeta psquico to complexo que pode mudar as leis da matemtica, a adio pode gerar diminuio, a multiplicao pode gerar contrao. S no entende esses paradoxos quem nunca se arriscou a explora-los. H mulheres que veste grife famosa, seus corpos reluzem cores e formas graciosas. Mas suas emoes disfaram a tristeza atravs de sorrisos programados. So seres humanos fascinantes que perderam o fascnio da vida. Se um africano pertencente a uma tribo sem contato com a civilizao moderna treinar sua intuio e autocritica que so outros cdigos para decifrar a psique, certamente ser flexvel, verstil para enfrentar suas dificuldades. Conseguir, por exemplo, ver seus obstculos por outros ngulos e ter assim melhores condies para supera-los, caso contrrio seus obstculos sero arquivados superdimensionada pelo fenmeno RAM (Registro Automtico da Memria) formando zonas de conflitos que chamo na psicologia multifocal de janela killer.

    Cunhei esse termo para mostrar que o volume d ansiedade ao entrarmos em uma janela killer to grande que bloqueia o acesso a milhares de outras janelas, impedindo que o eu encontre informaes para construir pensamentos e ideias inteligentes as janelas killer so

  • pequenssimas janelas do crtex cerebral, mas nelas esto arquivados nossos traumas, fantasias, fantasmas, crises, fobias, cimes, sentimentos de inveja, baixa autoestima, complexo de inferioridade, necessidade neurtica de poder, de controlar os outros, de ser perfeito. De outro lado temos as janelas lights que contm as experincias de segurana, as imagens altrustas, a solidariedade, a tolerncia, a generosidade, a pacincia, a autoconfiana, a autoestima, os prazeres, a capacidade de se colocar no lugar dos outros, a sensibilidade a necessidade de incluso. As janelas killer ou zonas de conflitos travam ou bloqueiam os cdigos da inteligncia, a lucidez, o raciocnio esquemtico, a serenidade, a sabedoria, a racionalidade humana. As janelas lights ao contrrio os promovem, janela da memria um territrio de leitura em um determinado momento existencial.

    Sonhos sem disciplina produzem pessoas frustradas e disciplina sem sonhos produz pessoas autmatos que s sabe obedecer a ordens. Augusto Cury em Nunca Desista de Seus Sonhos

    O desafio de cada ser humano abrir o mximo de janelas em um determinado momento para dar respostas lcidas e coerentes, entretanto quando entramos em uma janela killer as experincias doentias nela existentes gera um volume de ansiedade que bloqueia o acesso s demais janelas. Desse modo reagimos sem pensar, instintivamente como animais, produzimos repostas agressivas, racionais, dbeis. Se por exemplo um membro de uma tribo africana ver um raio caindo sobre uma rvore chamuscando-a se no decifrar minimamente o cdigo da autocritica para filtrar o estmulo estressante poder formar uma janela killer. Toda vez que estiver diante de um raio e ler essas zonas de conflitos ter reaes distorcidas e anacrnicas. O raio poder deixar de ser um fenmeno natural e se tornara um fenmeno sobrenatural ser associado a um deus ou um monstro gerando supersties, dogmas, traumas. Nos ambientes modernos em modo semelhante h pessoas por no desenvolverem o cdigo da autocritica do um valor sobre-humano para as palavras e imagens de certas pessoas produzindo cones, dolos polticos, divindade cientifica que silenciam suas vozes.

    Ningum digno do pdio se no usar seus fracassos para conquist-los. Augusto Cury em Nunca Desista de Seus Sonhos

    MAIS FCIL ADOECER DO QUE PENSAMOS

    Todos ns construmos inmeras zonas de conflitos durante o processo de formao da personalidade desde certa fobia at um nojo excessivo por um inseto, desde averso por alturas at averso por lugares fechados, desde uma reao impulsiva diante de um filho at uma reao apreensiva diante de uma plateia, desde um sentimento de culpa pelo passado at um sentimento de angustia pelo futuro. Existem em nossa psique fenmenos que se tornaram deuses ou monstros, reconhecia nossas miserabilidades outro cdigo da inteligncia. Parece fcil falar mas muitos no tem coragem para reconhecer suas mazelas. Quem no decifra esse cdigo arrasta suas doenas ao longo de todo traado de sua historia, tem chances mnimas de ser saudvel. De modo semelhante se um executivo de uma empresa transcontinental no refinar o cdigo da autocritica e da intuio diante de seus desafios no abrira o leque da sua mente para enxerga-los por outros ngulos. Em vez de esses desafios gerarem oportunidades criativas produziro fantasmas e medo do futuro que o assombraro.

  • Ningum digno de sua sabedoria se no usar suas lgrimas para irriga-las. Augusto Cury em A Sabedoria Nossa de Cada dia

    Tanto a mente de um indgena da Amaznia como a de um intelectual de Oxford tem facilidade de criar fantasmas, eles s mudam suas roupagens. Por que nossa mente tem tal facilidade? Porque os pensamentos conscientes nos quais se aliceram a racionalidade do Homo Sapiens so de natureza virtual. No so reais em si mesmos. Tudo que voc e eu pensamos sobre ns mesmos e sobre outros no concreto, essencial, mas fruto de um sofisticado sistema de interpretao. Toda interpretao passvel de inmeras distores.

    Golimam comentou que informaes so estmulos bioenergticos originados nos rgos sensoriais que chega ao sistema nervoso central atravs dos nervos, ao serem levados ao crebro os estmulos so codificados e armazenados em reas especificas onde se interpreta e se diferencia as informaes provenientes de um mesmo rgo sensorial. Como o Golimam diz os estmulos, tais como palavras e imagens sofrem uma sequencia de processos para ser assimilados pelo crtex cerebral camada mais evoluda do crebro. Uma vez atingido o crtex como vimos as variveis emocional como estamos, histrica quem somos, social onde estamos e gentica nosso cdigo e atuao do eu como gestor psquico influenciam a maneira como interpretamos cada estimulo.

    Pequenas mudanas nesses ambientes desloca a interpretao, uma simples mudana de nosso estado de tranquilidade para o de ansiedade diante de um mesmo comportamento de um filho expresso em dois momentos distintos, gerar interpretaes distintas, ainda que em alguns casos imperceptveis. Tranquilo um pai pode ser tolerante com um erro de um filho ansioso um pai poder ser implacvel diante do mesmo comportamento. Quem acha que seus pensamentos so verdadeiros tem vocao para ser deus e no humano, a verdade humana nunca pura, mas interpretativa. Quando deciframos os cdigos da inteligncia nos tornamos mais flexveis, tolerantes, inclusivos. Entendemos que mesmo na cincia as verdades cientifica podem ter coerncia, mas frequentemente no so eternas e nem mutveis. Muitas grandes verdades caem a cada dez anos. Se no campo cientifico h tanta flutuao imagine nas relaes humanas.

    Ningum digno de seu osis se no aprender a atravessar seus desertos. Augusto Cury em Treinando a Emoo para ser Feliz

    Quantas vezes, depois de algumas horas de discusso achamos que extrapolamos e que poderamos ter agido de outro modo? Nossa verdade caiu. Quantas vezes fora do calor das tenses percebemos que valorizamos coisas sem importncia e sofremos estupidamente por tolices? Nossa verdade diminuiu-se. Precisamos treinar diariamente, dar um choque de lucidez na nossa capacidade de interpretar a vida e seus eventos, caso contrrio quase impossvel no cometermos erros inumanos. Como foi o caso de Einstein. Vejamos.

  • OS CDIGOS QUE EINSTEIN NO DECIFROU

    A Falha Inconcebvel de Einstein

    Os mais importantes cdigos ou funes da inteligncia esto bloqueados em cada ser humano, em uns excessivamente em outros de forma menos gritante Einstein decifrou alguns importantssimos cdigos como o cdigo da intuio criativa da arte da dvida do debate de ideias da observao rigorosa. O gnio da fsica libertou o seu imaginrio, andou por ares nunca antes imaginados reciclou paradigmas produziu um curto de conhecimentos que revolucionou a maneira como vemos o universo. Enxergou eventos fsicos de forma nicos sua teoria foi de uma engenhosidade assombrosa, Einstein foi considerado um dos maiores crebros humanos.

    Mas teve alguns cdigos da inteligncia represados? Sim! Foram to represados que ele cometeu algumas falhas inadmissveis na relao com um dos filhos, mas raramente se comenta esse assunto na imprensa mundial. Einstein era um homem simples, socivel, gentil, amante da msica, mas o cdigo da resilincia a ser estudado e o cdigo da capacidade de se encantar atenta e prolongada mente com os pequenos estmulos da rotina diria estavam contrados. O pensador da fsica explorou muito o mundo a sua volta, mas pouco o pequeno e infinito mundo da sua mente. No decifrar estes cdigos foi provavelmente um fator que contribuiu para que ele construsse viles em sua prpria psique, tivesse traos depressivos, pensamentos mrbidos, pessimistas. Einstein provavelmente tambm no decifrou na plenitude outros cdigos que ultrapassava os limites da logica, como o cdigo do altrusmo e da capacidade de se colocar no lugar do outro.

    Como comentei no livro o futuro da humanidade se tivesse desenvolvido esses cdigos em seu psiquismo jamais teria deixado de visitar por anos a fio, seu filho portador de uma psicose no manicmio em que internou. O grande Einstein se apequenou, abandonou um filho no momento em que este mais precisava dele. Como pode um humanista agir sem humanidade? Como pode um pai colocar um filho no rodap de sua histria por ser psictico. Einstein foi a primeira grande celebridade da cincia, mas enquanto brilhava seu filho vivia no anonimato de um manicmio. Todos os pais amam estar ao lado dos filhos quando esto no pdio, mas a excelncia do amor revela-se ao lado daqueles que nunca saram das ltimas fileiras.

    No se comenta que o homem que mais conheceu as foras do universo fsico foi derrotado pelos fenmenos de um universo mais complexo, o universo psquico. Os delrios, as alucinaes, as imagens mentais surreais, e os pensamentos desorganizados de seu filho, eram fenmenos mais complexos do que os estudados na teoria da relatividade geral. Tais

  • fenmenos o perturbaram. O ambiente ttrico do hospital e seu sentimento de impotncia em lidar com fatos ilgicos tambm o angustiaram. Por no decifrar determinados cdigos da inteligncia, o gnio da fsica agiu em algumas reas sem nenhuma genialidade.

    A vida cclica, quem hoje aplaudido amanh poder ser vaiado, quem hoje humilhado amanh poder ser exaltado. Augusto Cury em O Vendedor de Sonhos 2 A Misso

    OS BURACOS NEGROS DA MENTE HUMANA

    Einstein estudou os complexos buracos negros que so capazes de sugar e destruir planetas inteiros como a terra, mas no sabia que na psique humana existem buracos negros. As janelas killers. Capaz de sugar e destruir nossa solidariedade, altrusmo, lucidez e raciocnio esquemtico nos focos de tenso. Froid decifrou o cdigo da ousadia, da capacidade intuitiva, do olhar multifocal, da sensibilidade do raciocnio esquemtico, do processo de observao detalhado por isso foi o grande produtor do conhecimento. Mas no decifrou plenamente o cdigo da tolerncia, do altrusmo da democracia das ideias.

    Se os tivesse decifrado descobriria que a verdade absoluta no existe na cincia, que a verdade um fim inatingvel. Sim! Se os tivesse decifrado jamais baniria da famlia psicanaltica amigos que contrariavam suas ideias em especial em relao teoria da sexualidade. O grande Froid talvez suportasse as crticas de fora, mas no teve maturidade para suportar as crticas que surgiram dentro do ninho psicanaltico, no admitiu ser confrontado pelos seus ntimos.

    Quem quer o brilho do sol tem que adquirir habilidades para suportar a adversidade, tem que ser resili ente para atravessar o breu de sua noite. A vida uma grande aventura onde dias e

    noites se alternam, no h milagres s o milagre da vida. Augusto Cury em O Cdigo da Inteligncia

    E o mestre dos mestres Jesus Cristo decifrou esses cdigos? Ele falhou nos focos de tenso quando o mundo desabava sobre ele? Como lidou com os opositores que surgiram ao redor de sua mesa? Tentei atravs de a anlise crtica derrubar o mito Jesus, mas esse homem me assombrou. No ltimo jantar ciente que morreria do modo mais inumano possvel no dia seguinte decifrou o cdigo da proteo da emoo e do gerenciamento dos pensamentos, por isso, para assombro da psicologia conseguiu ter apetite em uma situao na qual qualquer um teria anorexia. Nesse jantar anunciou que algum o trairia, mas no identificou.

    Ter a proximidade da sua morte sua tolerncia e generosidade deveriam estar tragadas pelas janelas killers do medo e da angustia. Mas decifrou o cdigo do altrusmo da resilincia do carisma e da capacidade de se doar sem esperar o retorno. Somente isso explica por que em vez de expor publicamente a traio de Judas Scariot o protegeu e ainda por cima deu um pedao de po a ele. Seguro disse: O que tendes de fazer faa depressa. No tinha medo de ser trado, mas de perd-lo. Diferente de Froid ele incluiu, abraou e respeitou quem o decepcionou ao mximo.

    H mais mistrios em desejos e sonhos do que imagina nossa van psicologia, desejos so intenes superficiais, sonhos so projetos de vida. Desejos no resistem ao calor das perdas,

    sonhos criam razes nas dificuldades at os psicopatas tem desejos de mudana , mas s os que sonham transformam sua realidade. Augusto Cury em Nunca Desista de Seus Sonhos

  • E AS NOSSAS FALHAS?

    fcil criticar quem no decifra seus cdigos da inteligncia somente grandes pensadores como Einstein e Froid erraram nas relaes humanas? Se voltarmos o dedo indicador para ns mesmos passaramos ilesos? Ser que no temos zonas de conflitos que nos tem levado a colocar pessoas importantes no rodap de nossa histria ainda que no admitamos? Quem no heri em alguns momentos e vilo em outros? Quem no maduro em determinadas funes da inteligncia e infantil em outras? Que psiclogo, pedagogo, socilogo ou filsofo no tem reaes incoerentes e tolas quando atingido por determinados estresses?

    AS QUATRO ARMADILHAS DA MENTE

    No h ser humano lcido que no reaja com estupidez e nem outro tranquilo eu no tenha seus momentos de desespero, devemos ter conscincia que somos uma massa de seres humanos imperfeitos, vivendo em uma sociedade de pessoas imperfeitas. Voc vai frustrar as pessoas prximas e elas iro frustr-los. Por isso o cdigo da tolerncia no uma opo nas relaes humanas, mas uma necessidade insubstituvel.

    PRIMEIRA ARMADILHA DA MENTE HUMANA

    O CONFORMISMO

    O ser humano pode ser amordaado dentro de si, ainda que sua lngua esteja livre para falar. Pode viver acorrentado ainda que suas pernas estejam soltas pode viver asfixiado ainda que seus pulmes estejam abertos. H diversas armadilhas mentais que so construdas clandestinamente, ao longo do processo de formao da personalidade humana. Elas nos aprisionam no lugar em que todos deveriam ser livres. Nenhum ser humano est livre delas, por isso nenhum ser humano plenamente livre, seja ele uma criana ou um adulto intelectual ou um iletrado um psiquiatra ou um paciente um europeu ou um africano. Lucidez para reconhec-las e humildade para assumi-las so fundamentais para supera-las. Como quase tudo na psique de mo dupla as armadilhas da mente bloqueiam a capacidade de decifrar os cdigos da inteligncia, e por sua vez a incapacidade de decifrar determinados cdigos constri essas armadilhas. Somos vtimas e viles da sociedade, somos vtimas e viles de ns mesmos. Nos textos seguintes abordarei quatro dessas armadilhas, elas impedem o desenvolvimento da excelncia psquica, afetiva, social e profissional. Tais armadilhas podem estar presentes de maneira sutil ou marcante em cada um de ns, at pessoas ativas, dinmicas, empreendedoras, desembaraadas as alojas em seu psiquismo.

    O CONFORMISMO

    a arte de se acomodar de no reagir e de aceitar passivamente as dificuldades psquicas, os eventos sociais e as barreiras fsicas. O conformista amordaa o eu impedindo de lutar por

  • seus ideais, de investir em seus projetos, de transformar em sua histria. No assume sua responsabilidade como agente transformador do mundo, pelo menos do seu mundo.

    As sociedades modernas tornaram-se uma fbrica de pessoas ansiosas o normal estar estressado, irritadio estar fadigado. O anormal abraar as arvores falar com as flores fazer

    da vida um espetculo, se estiver estressado voc normal. Augusto Cury em O Futuro da Humanidade

    O conformista acredita que todas as coisas so obra do destino, j o ativista acredita que o destino uma questo de escolha. O conformista vtima do seu passado, o ativista autor da sua prpria histria. O conformista v a tempestade e se amedronta, o ativista v no mesmo ambiente a chuva e a oportunidade de cultiv-la. O conformista se aprisiona no passado, o ativista se liberta do presente. Existem seres humanos 100% conformistas ou ativistas? No. Porque ningum bloqueia todas as funes da inteligncia ou as liberta completamente. Alguns so magnficos para decifrar os cdigos da inteligncia em determinadas reas, mas conformistas em outras e vice versa. Alguns so geis para ganhar dinheiro, mas lentos para conquistar o que o dinheiro no compra. Alguns so seguros para dirigir carros, mas frgeis para controlar suas reaes.

    Alguns so peritos para conquistar metas profissionais, mas lentos pra conquistar seus filhos, alunos, colegas de trabalho. Alguns so exmios leitores de livros, mas pssimos leitores de comportamentos. Alguns so brilhantes para investir na sua empresa, mas pssimos para investir em si mesmos. O conformismo uma arte da mente que arrasta grande parte dos jovens e adultos. No catalogado como uma doena, mas uma caracterstica doentia da personalidade pulverizada em todas as sociedades, soterra habilidades, anula dons, contrai competncias, bloqueia algumas funes mais notveis da inteligncia. Alguns conformistas no conseguem nem ser conquistadores do teatro social, muito menos do teatro psquico. No exploram nem o que as pessoas tm de melhor nem o que possui de mais rico, vive na superfcie.

    Voc pode conviver com animais e talvez nunca seja frustrado, mas se conviver com o ser humano por melhor que seja a relao algum dia haver algumas intensas frustraes, tal

    conscincia nos proteger. Augusto Cury em Maria a Maior Educadora da Histria

    Jlio Malta nome cientfico, mas histria real era filho de um grande empresrio sempre teve os melhores carros a sua disposio, carto de crdito quase que ilimitado, frequentava os melhores hotis, viajava de primeira classe nos avies e desdenhava dos que viajavam em classe econmica. Acreditava em destino acreditava que estava destinado a viver uma vida de nababo de abastado eternamente. Todo ser humano quer ser reconhecido, todo ser humano precisa escrever a sua prpria histria, como tinha tudo ao seu redor teve uma desvantagem competitiva em relao aos seus colegas que pouco tinha. No decifrou que se na juventude aceitvel a dependncia dos pais na vida adulta ela uma fonte de ansiedade, baixa autoestima, complexo de inferioridade.

    No decifrou a capacidade de lutar pelo que ama, pensou que o dinheiro comprava tudo, mas no comprou o amor de sua esposa, o respeito dos amigos, o prazer pelas coisas simples, no cursou faculdade, no se preparou para subir no trabalho da empresa da famlia condenou a

  • ser um eterno dependente, um filho que vivia a sombra do pai. Pouco a pouco se afundou nas drogas, se deprimiu e se tornou um alcolatra. At que depois de vrios tratamentos fracassados descobriu que mais que uma doena psquica tinha um eu doente, conformista, inerte sem reao. Tinha tudo e no tinha nada, no tinha uma histria, entendeu que um ser humano sem histria um livro sem letras a duras penas comeou a reescrev-las ele precisava tratar de sua doena, mas precisava muito mais se reconstruir como ser humano. O conformista inerte e mentalmente preguioso, pelo menos na rea em que se considera incapaz e inbil, no exerce suas escolhas por medo de assumir riscos, no expande seu espao com medo da crtica, prefere ser vtima a agente modificador de sua histria, prefere ser amante da insegurana a parceiro do entusiasmo, prefere enterrar seus talentos a dar a cara para bater. Os conformistas transformam fracassos em medo, os determinados transformam derrotas em garra.

    A vida um grande contrato de risco, tem curvas imprevisveis e acidentes inevitveis. Augusto Cury em Filhos Brilhantes Alunos Fascinantes

    O CONFORMISMO AMORDAA PESSOAS FASCINANTES

    Se um aluno no for conformista e tiver pssimo desempenho nas provas decifrar o cdigo da capacidade de lutar, reagir ficar incomodado, debater ideias, melhorar sua concentrao, dedicar mais tempo e energia para virar o jogo e se superar como Einstein que no era um aluno brilhante nos primeiros anos da escola. Mas se for conformista formar janelas doentias que o aprisionaro e levaro a acreditar que seu destino est traado. Transformara mentiras em verdades, acreditar ser incapaz, limitado, destitudo de inteligncia, intelectualmente inferior aos seus colegas. Quantos milhes de jovens no esto formando neste exato momento janelas traumticas que assassina sua capacidade de empreender, de se aventurar, ter gana, garra, autoestima. Algumas pessoas que foram desprezadas publicamente nunca mais serviram.

    Outras porque foram abandonadas por quem amam nunca mais desenvolveram autoconfiana. H ainda outras que perderam um ou duas vezes seu emprego nunca mais acreditaram em si mesmas, deixaram de usar ferramentas para explorar sua psique, deixaram de decifrar os cdigos da inteligncia, sentenciaram-se a nulidade. Ningum pode asfixiar anular e amordaar mais um ser humano do que ele mesmo. Tornaram se algozes do seu ser, rotularam-se e se deixaram rotular. Alguns esto sempre auto aprisionando, achando que sero depressivos, fbicos, obsessivos para sempre, no lutam desesperadamente pela sua sade psquica. No percebe que so acima de tudo complexos seres humanos e como tal pode desenvolver a capacidade de proteger sua emoo, gerenciar pensamentos, filtrar estmulos estressantes, desconhecem o tesouro soterrado nas pilhas de suas perdas. Se decifrasse os cdigos da inteligncia romperiam suas algemas, se reciclariam e se preparariam para uma segunda jornada efetiva e profissional.

    A sabedoria no est em no falhar ou no sofrer, mas usar nossas falhas pra amadurecer e nosso sofrimento para compreender a dor dos outros. Augusto Cury em O mestre Inesquecvel

  • REIS DAS DESCULPAS

    Os conformistas so os reis das desculpas sempre tem justificativas para no atuar, no penar, no exercitar seu intelecto, raramente duvidam daquilo que os controla e proclamam: no concordo comigo mesmo, no aceito esse destino. Claro que h fatalidades que no depende de ns e sobre as quais no temos controle, devemos aceita-las com humildade e serenidade, mas no que depender de ns, jamais deveramos nos isentar de agir. Alguns conformistas vestem o manto da humildade, mas por dentro exalam o aroma do egosmo, nem sempre o conformista egosta com os outros, mas certamente o consigo mesmo, no tem um caso de amor consigo mesmo, no usa todo seu potencial para executar seus sonhos e superar suas falhas.

    Os conformistas parecem desapegados a preconceitos, mas na realidade so profundamente aferrados a sua viso estreita de vida e os seus maneirismos, manias. Alguns parecem desprendidos do dinheiro, condenam o materialismo, mas no fundo o amam silenciosamente. Coloque uma fortuna em suas mos que o moo da cobia que hiberna como janela killer do seu inconsciente se despertar. Alguns so mestres do disfarce dizem que est tudo bem no assume suas reais dificuldades, no pedem ajuda, nem treinam o seu eu para correr riscos tm medo de ser criticados, vaiados, vencidos. Reafirmo que todos ns bebemos elevadas doses de conformismo em algumas reas da nossa personalidade, alguns so timos para resolver problemas dos outros, mas so pssimos para resolver os seus, outros so intrpidos para estimular seus amigos a sair do lugar, mas no tem coragem para vencer sua paralisia prefere a falsa proteo do casulo em que se esconde a ousar viver em um mudo livre com suas nuanas e prenncios.

    Os perdedores veem os raios e se amedrontam, os vencedores veem a chuva e com ela a oportunidade de cultivar. Augusto Cury em Revolucione Sua Qualidade de Vida

    SEGUNDA ARMADILHA DA MENTE HUMANA

    O COITADISMO

    O coitadismo a arte de ter compaixo de si mesmo. O coitadismo o conformismo potencializado capaz de aprisionar o eu para que ele no utilize ferramentas para transformar sua histria. Vai alm do convencimento que no capaz, entra na esfera da propaganda do sentimento de incapacidade, o coitadista faz marketing de suas crenas irreais, impotncias e limitaes, no tem vergonha de dizer: sou desafortunado, sou um derrotado, nada do que fao da certo, no tenho soluo, ningum gosta de mim, so pessoas com notvel potencial, mas que o jogam no lixo.

    Incorpora o papel dramtico e autopunitivo de que esto programados para serem fracassados, nada to violento como a si mesmo. Nem todo conformista coitadista, mas todo coitadista um conformista. Por que o coitadista demonstra seu complexo de inferioridade e suas miserabilidades? Porque ousa sutilmente e s vezes inconscientemente a sua misria para que os outros gravitem em sua rbita. Portanto, tem ganhos secundrios com

  • suas propagandas. O conformista est sempre esperando que os outros o encorajem, o animem, o estimule com palavras como: voc capaz, no desista, voc inteligente, voc querido, rico e no sabe. Depende das migalhas dos outros para sobreviver, ter ateno, ser valorizado, no decifra os cdigos da inteligncia deixa que os decifrem por ele, condena se assim a uma eterna mesmice.

    Os fracos julgam os fortes compreendem, os fracos so rgidos os fortes so tolerantes. Augusto Cury em 12 Semanas Para Mudar uma Vida

    Maria Lcia tomava 12 medicamentos entre tranquilizantes e antidepressivos quando a atendi pela primeira vez, estava doente h dez anos era depressiva, solitria, negativista, insocivel. A cada dez palavras que proferia, nove era para reclamar da vida. No saia de casa nos ltimos anos era professora, mas no exercia a profisso. Considerava-se imprestvel para estar diante de uma classe. Seu marido no ganhava o suficiente para suprir as necessidades da casa, considerava seu marido um fraco, ele se calava, pois dependia do pai dela para completar o oramento familiar.

    Eram cmplices de sua misria sem ter conscincia plena disso. O pai ia diariamente cuidar da filha, ele a elogiava a levava aos mdicos, acariciava, valorizava, aconselhava, mas Maria Lcia no reagia, nenhum medicamento fazia efeito. Diariamente dizia que estava passando mal e que sua vida no tinha sentido, s vezes tinha crises dramticas que batia a cabea na parede seu pai era chamado s pressas para socorr-la. No incio do tratamento estimulei-a a sair da plateia a entrar no palco e dirigir o roteiro da sua vida, mas ela preferiu ser uma atriz figurante. A prtica do coitadismo impedia de decifrar seu potencial intelectual, tinha medo de ser ela mesma. Se melhorasse quem dela teria piedade? Como poderia sugar energia de seus filhos, marido e em especial do seu pai. Sim, ela estava realmente doente no estava simulando, mas no sabia que havia aprendido a usar sua doena para ter ganhos secundrios, para ter migalhas de prazer e ateno.

    Os meses se passaram e pouco a pouco foi lapidando seu eu para sair da plateia, resistia em deixa de ser doente embora conscientemente o quisesse. Como a vida tem acidentes imprevisveis um dia sua me morreu. Tempos depois seu pai arrumou outra esposa em poucas semanas ela entrou em choque com a madrasta foi um caos, o pai se afastou da filha, o dinheiro secou, superateno se evaporou. E agora? Tinha de sair do tero da sua casa e se virar no tero social, foi o que fez, a mulher coitadista decifrou vrios cdigos da inteligncia comeou a resgatar seus sonhos e a lutar por eles, comeou a enfrentar suas crises e seus sintomas sem apoio de ningum, comeou a enfrentar seus fantasmas interiores. Para quem no saia da cama era uma tarefa rdua, pouco a pouco a imprestvel profissional comeou a brilhar como professora. Rompeu as algemas psicossociais que financiavam sua doena e libertou sua inteligncia.

    Os fracos excluem os fortes abraam, os fracos fecham as portas os fortes do tantas chances quanto forem necessrias. Augusto Cury em 12 Semanas para Mudar uma Vida

    Os coitadista no sabem que a auto piedade uma masmorra psquica que asfixia o prazer, amordaa o desenvolvimento das funes mais importantes da inteligncia e bloqueia a excelncia intelectual e emocional. Quem tem d de si mesmo constri seus alicerces

  • psquicos no vazio. H vrios nveis de operacionalidade do coitadismo, os coitadista clssicos so facilmente notados, nunca mudam no saem do lugar, so pensativos, repetitivos, pessimistas, propagandista de sua miserabilidade. Mas h os que so ativistas, socialmente valorizados, mas tm traos sutis de coitadismo so fortes para muitas coisas, mas frgeis para tantas outras. No conseguem parar de fumar, beberem excessivamente, serem irritados, impulsivos, viciados em trabalho. Foram derrotados por inmeras tentativas frustradas, so injustos consigo mesmos. Sentenciaram-se que so imutveis.

    ACORRENTADOS

    Aos que lutam pelo que pensam batalham por suas ideias, mas se acham pobres miserveis diante de sua impulsividade, irritabilidade, humor depressivo ou sintomas psicossomticos como dor de cabea, dores musculares, queda de cabelo, gastrite, fadiga excessiva no levam desaforo para casa, mas diariamente levam desaforo para dentro. Sabem que precisam reescrever alguns captulos de sua vida, mas no tem fora para pegar a caneta do seu eu e o papel da sua alma. Muitos coitadista so autodestrutivos no tem um romance com a prpria vida, alguns so muito amados e quem os ama suplica para que cuide de sua sade, mas eles se insistem em autodestruir, em falar que so incapazes, em dormir poucas horas de sono, em se atolar de atividades profissionais. S param quando esto no leito de um hospital ou no leito de um tmulo. Quando voc consegue saber quando o seu limite?

    Todos os pais e professores amam estar com os filhos e alunos quando esto no pdio, que atingem os primeiros lugares, mas a excelncia do amor revela-se quando nos colocamos ao

    lado aqueles que nunca saram das ultimas fileiras. Augusto Cury em O Cdigo da Inteligncia

    Alguns coitadista so humanos com os outros, mas inumanos consigo mesmos, gostam de cuidar das pessoas, mas so pssimos para cuidar de si. So vagarosos naquilo que deveriam ser desesperados. Os coitadistas como os conformistas se auto abandonaram, todos ns temos algumas doses de coitadismo em nossa personalidade ainda que imperceptvel todos ns preservamos alguns conflitos que mimamos como se fossem animais de estimao. Ningum pode tocar neste animal se no viramos uma fera, algumas pessoas so mansas, mas quando cutucadas em certas reas ficam irreconhecveis. Os coitadistas bloqueiam seu psiquismo porque so contra ter ambies sem saber o papel fundamental delas. Ambies so importantes? Sim! Algumas so legtimas e valiosssimas. Quem pode preservar a ambio de ter sade psquica, ser tranquilo, feliz, sbio, solidrio, ter uma vida confortvel, procurar ter excelncia profissional. Quem no decifrar o cdigo da ambio ao explorar sua psique viver sempre na superfcie, mas o coitadista acha que todas as ambies so malditas.

    A POBRE ENERGIA DO DESEJO E A FORTE ENERGIA DA AMBIO

    Os coitadistas bem como os conformistas no entendem que ambio vital para o eu mudar suas rotas. No entende que a energia da ambio suplanta a energia do desejo, desejo uma ambio superficial, ambio um projeto de vida, desejo alicerado pelo nimo, ambio alicerada pela garra. Os ambiciosos s descansam quando alcanam suas metas, os coitadistas descansam antes de entrar na raia. Voc tem ambies saudveis ou desejos

  • tmidos? Se tem desejos de conquistar pessoas difceis a energia do desejo se dissipara no calor das primeiras decepes, mas se decifrar o cdigo da ambio para conquista-las as decepes o nutriro sua fora e as frustraes alimentaro sua criatividade. Um homem tosco, rude, irritadio se tiver apenas o desejo de ser romntico morrer sendo agressivo, mas se decifrar o cdigo da ambio do romantismo, de se refazer, de se reorganizar poder dar um salto. Esse cdigo paltara sua agenda o levar a traar um projeto dirio que o controlar e far surpreender quem ama, dir coisas inesperadas far elogios inusitados ter gestos inesquecveis, regar suas atitudes com gentileza. Um pai fechado, rgido que o manual de regras de comportamentos que s pensa em trabalho se apenas tiver o desejo de conquistar e ter admirao dos seus filhos morrer distante deles, no ter xito.

    Mas se decifrar o cdigo da ambio da conquista revolucionar sua agenda chorar se necessrio, reconhecer seus erros, pedir desculpas, ser mais flexvel, relaxado, aberto, brincar se soltar e ter coragem de contar seus dias mais difceis para seus filhos para que eles fotografem seu inconsciente, como um pai humano, prximo, afetivo, instigante. Alguns tm desejos de ser organizados, mas passa ano e entra ano e continuam desleixados. Outros tm desejos de ser econmicos de gastar menos do que ganham, mas quando vem um novo produto, so escravos da euforia, no pensam no amanh gastam o que no tem. A sociedade est to neurtica na atualidade que as crises financeiras e as presses profissionais podem adoecer tanto mais quanto os traumas do passado.

    Os pais da psicologia se remoeriam em seus tmulos se soubessem que o tero social se tornou uma fbrica de pessoas doentes, no basta a energia do desejo at um psicopata tem desejos de mudana. Quem no tem uma slida ambio de superar seus conflitos no potencializa seu tratamento psquico tem chance de levar para o tmulo suas fobias, inseguranas, obsesses, baixa autoestima, alcoolismo, dependncia de outras drogas. Os coitadistas e conformistas esmagam as habilidades do eu para decifrar os cdigos da inteligncia. Aprisionam se nas tramas da mesmice bebem da fonte dos desejos, enquanto os agentes modificadores de sua histria bebem da fonte da ambio, do manancial dos projetos de vida.

    Educar viajar no mundo do outro sem nunca penetrar nele, usar o que passamos para transformar no que somos. Augusto Cury em Maria a Maior Educadora da Histria

    TERCEIRA ARMADILHA DA MENTE HUMANA

    O Medo de Reconhecer os Erros

    O medo de reconhecer erros acima de tudo o medo de assumir como ser humano com suas imperfeies, defeitos, fragilidades, estupidez, incoerncia. Formamos nossa personalidade. Formamos nossa personalidade em uma sociedade superficial que esconde nossa humanidade e supervaloriza nosso endeusamento. Hoje quem est brilhado pode amanh cair em desgraa para que o outro o substitua, o pdio cclico, no h espao para dois lugares. Alm disso, a mdia constri e destri mitos podemos ter dignidades para estar nos primeiros lugares ainda

  • que nunca subamos no pdio e mesmo fiquemos nos ltimos lugares. Uma minoria ganha o Oscar o Nobel o Grammy, uma minoria torna se cone social e profissional. Mas como vemos podemos desenvolver os hbitos dos profissionais excelentes e brilhar ainda que nunca sejamos um cone. Podemos revolucionar o ambiente em que estamos ainda que anonimamente. Por vivermos em uma sociedade que supervaloriza os super-heris, negamos consciente ou inconscientemente nossa humanidade. Temos medo de assumir o que realmente somos seres humanos, mortais, falveis, demasiadamente imperfeitos, no h sbios que no tenha loucuras. Gostamos de ver as chagas dos outros como as nossas, os noticirios tele visveis expem as falhas alheias e cativa nossos olhos, enquanto ficamos na sala silenciosos escondidos de ns mesmos nas nossas poltronas. No possvel desenvolver as funes surpreendentes da inteligncia, as ferramentas mais importantes para explorar nossa psique se no tivermos coragem para enfrentar nossa realidade, descortinar algumas reas de nossa personalidade. A psique como tenhamos visto como um teatro, mas um teatro real onde encenamos uma pea concreta. Quem representa essa pea quem no se assume quem no reconhece suas loucuras viver artificialmente, no amadurecer.

    O melhor educador no o que controla, mas o que liberta. No o que aponta os erros, mas o que os previne. No o que corrige comportamentos, mas o que ensina a refletir. No o que desiste, mas o que ensina a comear tudo de novo. Augusto Cury em Maria a Maior Educadora

    da Histria

    ERRAR HUMANO, MAS NO ADMITO MEUS ERROS

    O ser humano de um lirismo cido, todos sabem que errar humano, mas insistimos em ser deuses. Temos a necessidade neurtica de ser perfeitos, amamos conviver com pessoas simples, despojadas, mas complicamos nossa vida. A energia gasta pela necessidade neurtica de ser perfeito carssima, esmaga o prazer de viver. O medo da crtica do vexame da rejeio do pensamento alheio dos olhares sociais tem feito mentes brilhantes apagarem seus luzeiros. Por nada e ningum podemos deixar de decifrar o cdigo da espontaneidade, quem no decifra pouco a pouco se deprime. Nossa liberdade no pode estar venda a preo algum, mas a vendemos por bobagens, a trocamos com incrvel facilidade.

    Veja os exemplos. Quando algum nos aponta um erro mudamos de cor e trocamos de humor. Quando algum revela alguma atitude estupida ficamos indignados. Nas relaes em que o poder desigual a situao pior, quando um paciente corrige um psiquiatra gera um escndalo. Quando um executivo aponta uma falha de um funcionrio sinal de irreverencia. Quando um filho se discorre sobre um comportamento dbil de um pai, revela um desacato a autoridade. Nada to absurdo, nada to imaturo. Nas relaes desiguais o vrus do orgulho contagia em fraes de segundos o crebro daquele que considera superior levando a silenciar aquele a voz do que est em posio inferior. Tais reaes so doentias, pois no h psiquiatras, executivo e pais que no falhem e as vezes vexatoramente.

    Quem usa as relaes de poder para impor suas ideias no digno do poder em que est investindo. Quantos professores no cometeram acidentes durante a formao da personalidade de seus alunos ainda que sem o perceber? Porque no tiveram a coragem de pedir desculpas, quando levantar a voz desnecessariamente, o julgaram precipitadamente.

  • No decifraram o cdigo do desprendimento e da generosidade. Certa vez um professor fez um aluno repetir vrias vezes uma palavra que no conseguia articular diante de seus alunos at acertar, quanto mais tentava mais errava e mais arquivava janelas killers dentro de si, at que comeou a chorar e o professor se arrefeceu. Poucos segundos pautam uma histria, sua atitude desastrosa aprisionou esse jovem aluno no lugar em que deveria ser espontneo e livre. O resultado? Nunca mais mesmo quando adulto conseguiu falar em pblico ao tentar se expressar tinha falta de ar, excesso de suor, seu corao parecia sair pela boca, o seu crebro se preparava para fugir do monstro do vexame, humilhao cravado em sua psique.

    Muitos pais querem que seus filhos sejam humanos, mas eles mesmos se comportam com supra-humanos, pais no mundo todo da Europa a China, do Oriente Mdio as Amricas querem que seus filhos reconheam seus erros, mas neuroticamente no reconhecem os erros deles, querem que seus filhos se humanizem, mas eles se comportam como deuses. Quem no decifra os cdigos da inteligncia acaba formando deuses jovens insensveis, frios que s pensam em si mesmos. Quem os decifra os aplica. Tem grande chance de formar pensadores que decifraro e aplicaro tambm estes cdigos.

    O excelente mestre no o que mais sabe, mas o que mais tem conscincia do que no sabe, no o que viciado em ensinar, mas o mais havido a aprender, no o que declara os seus acertos, mas o que reconhece suas limitaes. Augusto Cury em Maria a Maior Educadora da Histria

    O CDIGO DO AMOR

    H milhares de jovens nas Universidades destitudos de sensibilidade com traos marcantes de psicopatia, tem cultura acadmica, mas no so solidrios, tolerantes, altrustas, ao contrrio so egostas, radicais, sectrios. Desconhece o cdigo da famlia humana, ama sua religio, sua ideologia poltica, seus pais, seu time esportivo, sua raa, seu time esportivo mais do que a raa humana. Se um dia dirigirem sua nao cometero atrocidades, no se importaro com as necessidades dos outros. Est corretssimo do ponto de vista psiquitrico, psicolgico, e sociolgico o famosssimo pensamento: amai o prximo como a ti mesmo. Quem o prximo? O prximo no foi definido, porque incluem todas as raas, todas as culturas, todas as religies, s foi definido quem deve decifrar o cdigo do amor, amar como a si mesmo. Que intrigante sabedoria.

    Como Abordo no livro Pais Brilhantes Professores Fascinantes quanto pior for a qualidade de educao desse sculo, mais importante ser o papel da Psiquiatria e da Psicologia Clnica. No tem tido elas em papis em franco processo de crescimento? Estamos ensinando as crianas e os adolescentes a conhecer as entranhas dos tomos que nunca vero, mas no o seu complexo planeta psquico. preponderante ensina-los a conhecer seu psiquismo bem como os cdigos para deixarem de serem vtimas dos traumas da infncia das perdas da adolescncia das frustraes da vida adulta.

    Como nas sociedades modernas as mulheres esto doentes pelo padro ditatorial de beleza, elas chegam diante do espelho e fazem uma guerra. Dizem: espelho espelho meu existe algum

    com mais defeito do que eu? Mas cada mulher tem sua beleza nica beleza est nos olhos de quem enxerga. Augusto Cury em A Ditadura da Beleza

  • Uma pessoa que defende suas ideias est correta, mas quem defende demasiadamente sua posio revela uma grande insegurana, no se deixa influenciar, corrigir, repensar. Defender excessivamente nossas opinies remete fragilidade. H pessoas educadas que nos primeiros cinco minutos de conversa so agradabilssimas parecem seres angelicais, mas conviver com elas um tormento, tecem mil argumentos para sustentar suas atitudes, nunca reconhece erros, nunca pedem desculpas, sugam a energia vital dos outros por falar muito e procurar excesso de ateno, no cresceram psiquicamente. O homem Jesus teve reaes que chocaram o mundo e nos deram grandes lies antes de ser preso, decifrou o cdigo nos quais seus mais importantes seguidores tropearam vexadoramente, era seguro, lcido, coerente enfrentava os vales dos medos com incrvel coragem, mas quando precisou decifrar o cdigo das lgrimas no se segurou.

    Quando precisou despir-se da sua fora e decifrar o cdigo da autenticidade admitiu sua dor com uma clareza cristalina dizendo que sua alma estava deprimida at sua morte. Quando atravessou o deserto do desespero no se calou discorreu sobre seu drama. Como digo no livro O Mestre do Amor chamou trs amigos Pedro, Tiago e Joo que momentos depois o decepcionaria, o abandonaria e lhes disse que sua alma estava profundamente deprimida naquela hora. S um ser humano verdadeiramente forte pode declarar sem medo sua fragilidade. S um ser humano maduro no tem medo de si mesmo os grandes lderes espirituais so frequentemente solitrios no dividem seus sentimentos suas angustias seus desertos existenciais com ningum, tm medo da crtica, medo da rejeio, medo de ser expostos publicamente.

    O mesmo fenmeno da solido e isolamento psquico ocorre com muitas celebridades, intelectuais e profissionais bem sucedidos. Quando esto no auge da fama e precisa dividir o peso do sucesso se cala. Quando se precisa dialogar com amigos sobre a asfixiante carga de estresse gerada por excesso de compromissos se afundam na lama do isolamento. Quando se precisam humanizar e falar dos sentimentos ocultos se fecham, ficam sozinhos mesmo que aplaudidos. Muitos no sabem que decifrar o cdigo para falar de si e reconhecer seus erros altamente relaxante, confortante e agradvel. A sociedade nos estimula a serem deuses, mas tentar ser um deus perfeito e intocvel altamente desgastante e psiquicamente deprimente.

    Quem quer desfrutar do nctar das mais belas flores tem de vencer o medo do desconhecido, superar o medo das alturas e voar para ares nunca antes respirados. Augusto Cury em Revolucione

    sua Qualidade de vida

    Reconhecer nossas debilidades entrar em contato de maneira nua e crua com nossa realidade no apenas um passo fundamental para oxigenar a inteligncia, reeditar nossa memria e superar nossos conflitos, mas tambm para mergulharmos nas guas do descanso, para bebermos das fontes mais excelentes da tranquilidade. Lembrem que os tranquilizantes podem diminuir a agitao psquica, mas no produzem a tranquilidade existencial. As tcnicas psicoteraputicas podem expor as causas de nossas mazelas, mas s ns podemos mudar nosso estilo d vida, preciso decifrar os cdigos da inteligncia para cumprir esses nobres objetivos.

  • A QUARTA ARMADILHA DA MENTE HUMANA

    O MEDO DE CORRER RISCOS

    O medo de correr riscos bloqueia a inventividade, a liberdade, a ousadia. H inmeras pessoas que travaram sua inteligncia e enterraram seus projetos de vida pelo medo de correr riscos. No so conformistas nem coitadistas eles almejam em escalar seus alvos, mas no ousem, procuram transformar seus sonhos em realidade, mas se inquietam com os riscos das jornadas, reconhecem suas fragilidades, assume suas limitaes, mas no ultrapassam suas fronteiras, no decifram o cdigo do nimo de fazer de sua agenda um canteiro de aventuras. Quem decifra o cdigo que necessrio correr certos riscos para transformar seus projetos em realidades tem essa conscincia.

    A existncia um contrato de risco por mais cuidados que se tm diariamente inmeros riscos nos rondam, risco de enfartar, de se acidentar, de ter crises financeiras, de ser assaltado, de cair um avio em nossa cabea, de tropear na calada, de quebrar ossos praticando esportes, de ser decepcionado pelo cnjuge ou namorado, de ser frustrado pelos filhos, de ser trado pelos amigos, de ter inimigo sem motivo algum, de no preencher as expectativas dos outros, de ter reaes incoerentes. Eliminar todos esses riscos da humanidade geraria pessoas autoritrias, individualistas, ensimesmada, agressivas, deprimidas, entediadas. O risco implode nosso orgulho, esfacela nosso egocentrismo, nos une, nos estimula a criar laos, experimentar a difcil arte de depender um dos outros. Sem riscos a psique no teria poesia, criatividade, intuio, inspirao, coragem, determinao, esprito empreendedor, necessidade de conquista. Sem riscos no conheceramos o sabor das derrotas, nem o paladar das vitrias, pois elas seriam um destino inevitvel, no um fruto de batalha. Sem riscos no erraramos, no choraramos, no pediramos desculpas, no teramos necessidade da humildade no nosso cardpio intelectual.

    Quem triunfa sem riscos sobe no pdio sem glrias. Augusto Cury em Nunca Desista de Seus Sonhos

    UM CDIGO QUE NOS HUMANIZA

    O cdigo da conscincia de que a vida um grande contrato de risco nos humaniza, sem tal conscincia no entenderamos que um dia todos iremos como digo no livro O Vendedor de Sonhos Para um pequeno palco de um tmulo diante de uma plateia em lgrimas, nos comportaramos como imortais revestidos de um poder incontrolvel e selvagem, ainda que tenhamos nobres ttulos acadmicos. Os riscos diante do caos da morte tornam ditadores em crianas, psicopatas em meninos, reis em frgeis seres. Os riscos nos abortam a neurose de grandeza e nos fazem enxergar a grandeza das coisas pequenas como a suavidade da brisa, as gotas de orvalho, as pulsaes do corao, o sorriso de uma criana a f de um idoso. Os riscos nessa brevssima existncia tambm nos fazem ver as lgrimas do autor da existncia no choro de um bebe que saiu do tero materno e entrou no tero social e no choro da plateia diante de algum que saiu do tero social e entrou no tero de um tmulo

  • O CDIGO DOS RISCOS

    No deveramos viver uma vida arriscada, radical, irresponsvel. No! No este cdigo que deveramos decifrar, no devemos correr riscos pelos riscos colocar a nossa vida e a dos outros desnecessariamente, pois a vida nica e espetacular. Cuidar dela carinhosa e responsavelmente a tarefa mais nobre de um mortal, mas devemos saber que realizar sonhos, conquistar pessoas e atingir a excelncia profissional impe riscos dirios. Para conquistar a plateia de alunos, h riscos, necessrio decifrar vrios cdigos da inteligncia, teatralizar a exposio, humanizar o educador, contar histria, provocar a inteligncia dos alunos, mas h o risco de ser desprezado, ser considerado tolo, utpico. Vender ideias em uma sociedade consumista implica muitos riscos, para arrebatar o corao de uma mulher necessrio surpreender, encantar, ser afetivo, intuitivo, mas h riscos de invadir espaos.

    Perdas e frustraes fazem parte da pauta de ricos e miserveis, intelectuais e iletrados, o que nos diferenciada a forma quando lidamos com ela. Augusto Cury em A Sabedoria Nossa de

    Cada Dia

    Como disse no livro Nunca Desista de Seus Sonhos quem vence sem riscos triunfa sem glrias, quem vence sem glria triunfa sem lgrimas, quem vence sem lgrimas triunfa sem humildade, quem vence sem humildade triunfa sem valorizar seus pares e nem a labuta da jornada. No basta vencer o coitadismo o conformismo e nem reconhecer nossos erros, enfim, superar as trs armadilhas da mente comentadas anteriormente, necessrio superar o medo de ousar de apostar em novos projetos de batalhar por aquilo em que se acredita. Muitos intelectuais se tornaram estreis na produo de novas ideias porque no ousaram arriscar uma nova linha de pesquisa, propor novos temas, caminhar pelo desconhecido, o desconhecido e o medo de chegar a lugar nenhum os paralisaram.

    No sem razo que as grandes descobertas da cincia foram realizadas no perodo de maturidade dos cientistas e no no auge da carreira acadmica. O auge da carreira acadmica mesmo filosfica, poltica e espiritual o melhor meio de cultura para asfixiar nossos sonhos, ousadias, aventuras. No pice da carreira se