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Atpv 8 ATPV-8 - O Planejamento e o plano de ação da escola A Escola Municipal Prof. Giuseppe Carnimeo, se localiza em um bairro carente e muito populoso de Barretos. O nosso principal objetivo é transformar nossa escola em um ambiente que favoreça a aprendizagem e dê condições de nossos alunos exercerem a cidadania, para isso nos propomos a tornar a gestão da escola em uma gestão democrática, com a participação de toda a comunidade escolar; pais, alunos, professores, funcionários, gestores e toda pessoa que deseja participar para o sucesso da escola. Não que seja fácil essa participação, mas ela é necessária para que a escola realmente possa atender as necessidades de nossos alunos. No planejamento procuramos escutar todos os envolvidos, as necessidades variam muito e para se chegar a um consenso comum é necessário muita compreensão e responsabilidade, pois precisamos avaliar todas as possibilidades para escolher aquela que melhor se adapte a realidade de nossos alunos, e possibilite uma educação de qualidade. Os professores se preocupam com o Currículo, com as condições materiais e físicas da escola, enquanto os alunos querem aulas diferentes, professores inovadores, aulas práticas, os pais querem que os filhos saiam da escola preparados para o trabalho, com habilidades necessárias para qualquer bom emprego, e os gestores querem uma escola de qualidade que possa atender todas essas necessidades. Como fazer isso? Em primeiro lugar, precisamos conhecer todas as prioridades de nossa comunidade escolar e depois estabelecermos um plano para colocá-las em prática, nesse plano precisamos estabelecer como essas prioridades poderão ser alcançadas e quem será responsável por cada parte desse plano. Normalmente é muito fácil estabelecer prioridades, mas para que outras pessoas as cumpram, pois muitas pessoas, quando são solicitadas a realizar tal atividade, sempre arruma uma desculpa dizendo que não tem tempo, por isso precisamos de pessoas comprometidas, que possam realmente estar disponíveis para ajudar a escola alcançar seus objetivos. O Conselho Escolar precisa ser formado por essas pessoas, comprometidas e que devem estar atentas a tudo o que acontece na escola, para que possam intervir, quando houver necessidade. No

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ATPV-8 - O Planejamento e o plano de ação da escola

A Escola Municipal Prof. Giuseppe Carnimeo, se localiza em um bairro carente e muito populoso de Barretos. O nosso principal objetivo é transformar nossa escola em um ambiente que favoreça a aprendizagem e dê condições de nossos alunos exercerem a cidadania, para isso nos propomos a tornar a gestão da escola em uma gestão democrática, com a participação de toda a comunidade escolar; pais, alunos, professores, funcionários, gestores e toda pessoa que deseja participar para o sucesso da escola. Não que seja fácil essa participação, mas ela é necessária para que a escola realmente possa atender as necessidades de nossos alunos. No planejamento procuramos escutar todos os envolvidos, as necessidades variam muito e para se chegar a um consenso comum é necessário muita compreensão e responsabilidade, pois precisamos avaliar todas as possibilidades para escolher aquela que melhor se adapte a realidade de nossos alunos, e possibilite uma educação de qualidade. Os professores se preocupam com o Currículo, com as condições materiais e físicas da escola, enquanto os alunos querem aulas diferentes, professores inovadores, aulas práticas, os pais querem que os filhos saiam da escola preparados para o trabalho, com habilidades necessárias para qualquer bom emprego, e os gestores querem uma escola de qualidade que possa atender todas essas necessidades. Como fazer isso? Em primeiro lugar, precisamos conhecer todas as prioridades de nossa comunidade escolar e depois estabelecermos um plano para colocá-las em prática, nesse plano precisamos estabelecer como essas prioridades poderão ser alcançadas e quem será responsável por cada parte desse plano. Normalmente é muito fácil estabelecer prioridades, mas para que outras pessoas as cumpram, pois muitas pessoas, quando são solicitadas a realizar tal atividade, sempre arruma uma desculpa dizendo que não tem tempo, por isso precisamos de pessoas comprometidas, que possam realmente estar disponíveis para ajudar a escola alcançar seus objetivos. O Conselho Escolar precisa ser formado por essas pessoas, comprometidas e que devem estar atentas a tudo o que acontece na escola, para que possam intervir, quando houver necessidade. No diagnóstico, procuramos observar como anda nossa escola, o que está acontecendo com nossos alunos, quais são suas principais necessidades, o que já está bom e o que precisa ser melhorado. A partir daí, procuramos definir o nosso Projeto Político Pedagógico, pois segundo Veiga :“O projeto busca um rumo, uma direção, é uma ação intencional, com um sentido explícito, com um compromisso definido coletivamente.” (VEIGA, 1999, p. 13), então, precisamos definir, primeiro, qual a direção a ser tomada, para depois elaborarmos nosso planejamento. A comunidade escolar deve responder a seguinte questão: por que e para que existe esse espaço educativo? Quando todos chegarem num consenso comum iniciaremos os tópicos essenciais, como : - A nossa proposta curricular – O que ensinar e como ensinar? Como avaliaremos as aprendizagens? Como será a organizado o tempo e o uso do espaço na escola? Quais as atividades essenciais para a aprendizagem dos nossos alunos? Quais os temas a serem abordados para atender as necessidades de nossa comunidade? - Como capacitar nossos professores – Como serão organizados os cursos para capacitação de nossos professores, quais as principais necessidades e quando serão iniciados.- Conquistar uma gestão democrática – Todos precisam se unir para que a nossa escola atinja seus objetivos e o mais importante é a gestão estar aberta as opiniões, além de estimular a participação de toda a comunidade escolar. Também precisamos estar

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atentos a todo o processo, para que possa ser revisto em qualquer momento, se necessário, para que as correções aconteçam.Segundo a LDB 9.394/96, o PPP está assegurado, no título IV, nos seguintes artigos:Art. 12: Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino terão a incumbência de:I- elaborar e executar sua proposta pedagógica; (...)VII- informar os pais e responsáveis sobre a freqüência e rendimento dos alunos, bem como sobre as execuções de sua proposta pedagógica.(...)Art. 13: Os docentes incumbir-se-ão de:I- participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino; II- elaborar e cumprir o plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do estabelecimento de ensino.III - zelar pela aprendizagem dos alunos;IV - estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor rendimento;V - ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional;VI - colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a comunidade.Art. 14: Os sistemas de ensino definirão as normas e a gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios:I- participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola.II - participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.Na elaboração do nosso Projeto Político Pedagógico não podemos esquecer do seu principal objetivo, que é a elaboração de planos de ensino que contemplem a diversidade étnica, de gênero, cultural e social da comunidade escolar. Segundo Castro (apud DALMÁS, 2008, p. 24), planejar “[...] é uma tentativa de atingir e ordenar decisões que deverão ser tomadas visando a atingir algum conjunto de objetivos específicos”. Segundo Libâneo (2001, p. 221) ele aponta que o planejamento é “[...] um processo de racionalização, organização e coordenação da ação docente, articulando a atividade escolar e a problemática do contexto social.” No nosso planejamento, já encontramos problemas que não são comuns apenas na nossa escola, pois segundo Castro, Tucunduva e Arns (2008, p. 55), “Infelizmente, apesar do planejamento da ação educativa ser de suma importância, existem professores que são negligentes na sua prática educativa, improvi¬sando suas atividades. Em conseqüência, não conseguem alcançar objetivos quanto à formação do cidadão.”, também segundo Paro (2008, p. 100), “A estrutura formal de nossa escola pública está quase totalmente ausente a previsão de relações humanas horizontais, de solidariedade e cooperação entre as pessoas, observando-se, em vez disso, a ocorrência de uma ordenação em que prevalecem relações hierárquicas de mando e submissão.” Ou seja, precisamos modificar também a gestão, que mudou para poder se transformar em uma gestão democrática. O que não podemos esquecer é a verdadeira finalidade do Planejamento, na visão de Menegolla e Sant’Anna (2003, p. 40), o planejamento é “[...] um instrumento direcional de todo processo educacional, pois estabelece e determina as grandes urgências, indica as prioridades básicas, ordena e determina todos os recursos e meios necessários para consecução de grandes finalidades, metas e objetivos da educação [...]” . Para que nosso Planejamento cumpra o seu verdadeiro objetivo, foi necessário uma mudança na forma de elaboração, nos anos anteriores, aproveitávamos

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alguns modelos sugeridos, algumas propostas do estado e do município e verificávamos as que mais se adequavam a nossa escola. Hoje, discutimos o que desejamos para nossa escola com todos os envolvidos no processo, e a partir daí começamos a elaborar nossas metas, sempre considerando nossos alunos, seus anseios, suas necessidades e a comunidade a qual a escola está inserida. Também pesquisamos qual o melhor currículo para atender nossos alunos, quais as melhores estratégias, quais as atividades e projetos que melhor se adéquam a nossa comunidade e como devemos abordar tais conteúdos. Quanto ao blog, não obtivemos sucesso, nossos alunos, poucos tinham acesso a internet, e não tivemos grande adesão. Fato que este ano não deverá ocorrer, pois nossos alunos receberão um “Ukinha”, como foi chamado o netbook, do projeto UCA que será entregue a todos os alunos de nossa escola, ainda não sabemos se poderão levar para casa, mas com certeza será uma boa contribuição para o acesso a internet e as novas tecnologias. Nas reuniões do Conselho Escolar procuramos discutir nossas ações e seus efeitos e se necessário, redefinir outras estratégias. Para que nossa escola tenha realmente uma gestão democrática, no nosso diagnóstico, planejamento e implementação das atividades curriculares, nos baseamos nas reflexões de Moacir Gadotti sobre o Projeto Político Pedagógico:(...)A autonomia e a gestão democrática da escola fazem parte da própria natureza do ato pedagógico. A gestão democrática da escola é, portanto, uma exigência de seu projeto político-pedagógico. Ela exige, em primeiro lugar, uma mudança de mentalidade de todos os membros da comunidade escolar. Mudança que implica deixar de lado o velho preconceito de que a escola pública é apenas um aparelho burocrático do Estado e não uma conquista da comunidade. A gestão democrática da escola implica que a comunidade, os usuários da escola, sejam os seus dirigentes e gestores e não apenas os seus fiscalizadores ou meros receptores dos serviços educacionais. Na gestão democrática pais, alunos, professores e funcionários assumem sua parte de responsabilidade pelo projeto da escola. Há pelo menos duas razões que justificam a implantação de um processo de gestão democrática na escola pública:1ª porque a escola deve formar para a cidadania e, para isso, ela deve dar o exemplo. A gestão democrática da escola é um passo importante no aprendizado da democracia. A escola não tem um fim em si mesma. Ela está a serviço da comunidade. Nisso, a gestão democrática da escola está prestando um serviço também à comunidade que a mantém.2ª porque a gestão democrática pode melhorar o que é específico da escola, isto é, o seu ensino. A participação na gestão da escola proporcionará um melhor conhecimento do funcionamento da escola e de todos os seus atores; propiciará um contato permanente entre professores e alunos, o que leva ao conhecimento mútuo e, em conseqüência, aproximará também as necessidades dos alunos dos conteúdos ensinados pelos professores.O aluno aprende apenas quando ele se torna sujeito da sua aprendizagem. E para ele tornar-se sujeito da sua aprendizagem ele precisa participar das decisões que dizem respeito ao projeto da escola que faz parte também do projeto de sua vida. Passamos muito tempo na escola, para sermos meros clientes dela.. Não há educação e aprendizagem sem sujeito da educação e da aprendizagem. A participação pertence à própria natureza do ato pedagógico. A autonomia e a participação - pressupostos do projeto político-pedagógico da escola - não se limitam à mera declaração de princípios consignados em algum documento. Sua presença precisa ser sentida no conselho de escola ou colegiado, mas também na escolha do livro didático, no planejamento do ensino, na organização de eventos culturais, de atividades cívicas, esportivas, recreativas. Não basta apenas assistir reuniões. A gestão democrática deve estar

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impregnada por uma certa atmosfera que se respira na escola, na circulação das informações, na divisão do trabalho, no estabelecimento do calendário escolar, na distribuição das aulas, no processo de elaboração ou de criação de novos cursos ou de novas disciplinas, na formação de grupos de trabalho, na capacitação dos recursos humanos, etc. A gestão democrática é, portanto, atitude e método. A atitude democrática é necessária, mas não é suficiente. precisamos de métodos democráticos de efetivo exercício da democracia. Ela também é um aprendizado, demanda tempo, atenção e trabalho.Existem, certamente, algumas limitações e obstáculos à instauração de um processo democrático como parte do projeto político-pedagógico da escola. Entre eles, podemos citar:a) a nossa pouca experiência democrática;b) a mentalidade que atribui aos técnicos e apenas a eles a capacidade de governar e que o povo incapaz de exercer o governo;c) a própria estrutura de nosso sistema educacional que é vertical;d) o autoritarismo que impregnou nosso ethos educacional;e) o tipo de liderança que tradicionalmente domina nossa atividade política nocampo educacional.Enfim, um projeto político-pedagógico da escola apoia-se:a) no desenvolvimento de uma consciência crítica;b) no envolvimento das pessoas: a comunidade interna e externa à escola;c) na participação e na cooperação das várias esferas de governo;d) na autonomia, responsabilidade e criatividade como processo e como produto do projeto.O projeto da escola depende sobretudo da ousadia dos seus agentes, da ousadia de cada escola em assumir-se como tal, partindo da cara que tem, com o seu cotidiano e o seu tempo-espaço. (...)GADOTTI, Moacir, O projeto político pedagógico da escola na perspectiva de umaeducação para a cidadania.Acessível em :http://www.cefetpe.br/cefetpe.br/novosite/Projeto_Politico_Ped_Gadotti.pdf. acesso em20/07/2009Nosso planejamento não é algo pronto, terminado, ele está em construção, a cada ano que se inicia, para que possa melhor atender as necessidades de nossa comunidade. Nossos novos alunos, serão muito bem recebidos, amparados, valorizados, respeitados e nosso principal objetivo será oferecer a eles uma educação de qualidade, que possa contribuir para sua formação pessoal, profissional e ética.. Através do diagnóstico desses novos alunos definiremos as novas estratégias, e juntamente com a participação de toda Comunidade Escolar reorganizaremos nosso novo Plano de Ação. A Escola Municipal Giuseppe Carnimeo está aberta a participação de toda a Comunidade Escolar para ajudá-la a alcançar seu principal objetivo, de tornar nossa escola em um ambiente agradável, aonde as pessoas sintam prazer em ensinar, trabalhar e aonde a aprendizagem seja plena, contribuindo com a valorização do ser humano.

REFERÊNCIASBAFFI, Maria Adelia Teixeira. Projeto Pedagógico: um estudo introdutório. Pedagogia em Foco, Petrópolis, 2002. Disponível em: . Acesso em: 20/01/2012

CASTRO, Patrícia Aparecida Pereira Penkal; TUCUNDUVA, Cristiane Costa; ARNS,

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Elaine Mandelli. A importância do planejamento das aulas para a organização do trabalho do professor em sua prática docente. Atena. Revista Científica de Educação, v. 10, n. 10, jan./jun. 2008.DALMÁS, Ângelo. Planejamento participativo na escola. 14. ed. Petrópolis: Vozes, 2008.GADOTTI, Moacir, O projeto político pedagógico da escola na perspectiva de umaeducação para a cidadania. Acessível em :http://www.cefetpe.br/cefetpe.br/novosite/Projeto_Politico_Ped_Gadotti.pdf. acesso em21/01/2012.

GANDIN, Danilo. A prática do planejamento participativo: na educação e em outras instituições, grupos e movimentos dos campos cultural, social, político, político religioso e governamental. 15. ed. Petrópolis: Vozes, 2008.LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL (LDB) – Lei 9394/96 – Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm, acesso em 21/01/2012.

LIBÂNEO, João Carlos. Organização e gestão escolar: teoria e prática. 4. ed. Goiânia: Alternativa, 2001.MENEGOLLA, Maximiliano; SANT’ANNA, Ilza Martins. Por que planejar? Como planejar currículo – área – aula. 13. ed. Petrópolis: Vozes, 2003.PARO, Vitor Henrique. Gestão democrática na escola pública. 3. ed. São Paulo: Ática, 2008. VEIGA, Ilma Passos. Projeto Político-Pedagógico da escola: uma construção coletiva. In: ______. Projeto Político-Pedagógico da escola: uma construção possível. 8. ed. Campinas: Papirus, 1999.s

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A Escola Municipal Prof. Giuseppe Carnimeo, se localiza em um bairro carente e muito populoso de Barretos. O nosso principal objetivo é transformar nossa escola em um ambiente que favoreça a aprendizagem e dê condições de nossos alunos exercerem a cidadania, para isso nos propomos a tornar a gestão da escola em uma gestão democrática, com a participação de toda a comunidade escolar; pais, alunos, professores, funcionários, gestores e toda pessoa que deseja participar para o sucesso da escola. Não que seja fácil essa participação, mas ela é necessária para que a escola realmente possa atender as necessidades de nossos alunos. No planejamento procuramos escutar todos os envolvidos, as necessidades variam muito e para se chegar a um consenso comum é necessário muita compreensão e responsabilidade, pois precisamos avaliar todas as possibilidades para escolher aquela que melhor se adapte a realidade de nossos alunos, e possibilite uma educação de qualidade. Os professores se preocupam com o Currículo, com as condições materiais e físicas da escola, enquanto os alunos querem aulas diferentes, professores inovadores, aulas práticas, os pais querem que os

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filhos saiam da escola preparados para o trabalho, com habilidades necessárias para qualquer bom emprego, e os gestores querem uma escola de qualidade que possa atender todas essas necessidades. Como fazer isso? Em primeiro lugar, precisamos conhecer todas as prioridades de nossa comunidade escolar e depois estabelecermos um plano para colocá-las em prática, nesse plano precisamos estabelecer como essas prioridades poderão ser alcançadas e quem será responsável por cada parte desse plano. Normalmente é muito fácil estabelecer prioridades, mas para que outras pessoas as cumpram, pois muitas pessoas, quando são solicitadas a realizar tal atividade, sempre arruma uma desculpa dizendo que não tem tempo, por isso precisamos de pessoas comprometidas, que possam realmente estar disponíveis para ajudar a escola alcançar seus objetivos. O Conselho Escolar precisa ser formado por essas pessoas, comprometidas e que devem estar atentas a tudo o que acontece na escola, para que possam intervir, quando houver necessidade. No diagnóstico, procuramos observar como anda nossa escola, o que está acontecendo com nossos alunos, quais são suas principais necessidades, o que já está bom e o que precisa ser melhorado. A partir daí, procuramos definir o nosso Projeto Político Pedagógico, pois segundo Veiga :“O projeto busca um rumo, uma direção, é uma ação intencional, com um sentido explícito, com um compromisso definido coletivamente.” (VEIGA, 1999, p. 13), então, precisamos definir, primeiro, qual a direção a ser tomada, para depois elaborarmos nosso planejamento. A comunidade escolar deve responder a seguinte questão: por que e para que existe esse espaço educativo? Quando todos chegarem num consenso comum iniciaremos os tópicos essenciais, como : - A nossa proposta curricular – O que ensinar e como ensinar? Como avaliaremos as aprendizagens? Como será a organizado o tempo e o uso do espaço na escola? Quais as atividades essenciais para a aprendizagem dos nossos alunos? Quais os temas a serem abordados para atender as necessidades de nossa comunidade? - Como capacitar nossos professores – Como serão organizados os cursos para capacitação de nossos professores, quais as principais necessidades e quando serão iniciados.- Conquistar uma gestão democrática – Todos precisam se unir para que a nossa escola atinja seus objetivos e o mais importante é a gestão estar aberta as opiniões, além de estimular a participação de toda a comunidade escolar. Também precisamos estar atentos a todo o processo, para que possa ser revisto em qualquer momento, se necessário, para que as correções aconteçam.Segundo a LDB 9.394/96, o PPP está assegurado, no título IV, nos seguintes artigos:Art. 12: Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino terão a incumbência de:I- elaborar e executar sua proposta pedagógica; (...)VII- informar os pais e responsáveis sobre a freqüência e rendimento dos alunos, bem como sobre as execuções de sua proposta pedagógica.(...)Art. 13: Os docentes incumbir-se-ão de:I- participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino; II- elaborar e cumprir o plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do estabelecimento de ensino.III - zelar pela aprendizagem dos alunos;IV - estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor rendimento;V - ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional;VI - colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a comunidade.

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Art. 14: Os sistemas de ensino definirão as normas e a gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios:I- participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola.II - participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.Na elaboração do nosso Projeto Político Pedagógico não podemos esquecer do seu principal objetivo, que é a elaboração de planos de ensino que contemplem a diversidade étnica, de gênero, cultural e social da comunidade escolar. Segundo Castro (apud DALMÁS, 2008, p. 24), planejar “[...] é uma tentativa de atingir e ordenar decisões que deverão ser tomadas visando a atingir algum conjunto de objetivos específicos”. Segundo Libâneo (2001, p. 221) ele aponta que o planejamento é “[...] um processo de racionalização, organização e coordenação da ação docente, articulando a atividade escolar e a problemática do contexto social.” No nosso planejamento, já encontramos problemas que não são comuns apenas na nossa escola, pois segundo Castro, Tucunduva e Arns (2008, p. 55), “Infelizmente, apesar do planejamento da ação educativa ser de suma importância, existem professores que são negligentes na sua prática educativa, improvi¬sando suas atividades. Em conseqüência, não conseguem alcançar objetivos quanto à formação do cidadão.”, também segundo Paro (2008, p. 100), “A estrutura formal de nossa escola pública está quase totalmente ausente a previsão de relações humanas horizontais, de solidariedade e cooperação entre as pessoas, observando-se, em vez disso, a ocorrência de uma ordenação em que prevalecem relações hierárquicas de mando e submissão.” Ou seja, precisamos modificar também a gestão, que mudou para poder se transformar em uma gestão democrática. O que não podemos esquecer é a verdadeira finalidade do Planejamento, na visão de Menegolla e Sant’Anna (2003, p. 40), o planejamento é “[...] um instrumento direcional de todo processo educacional, pois estabelece e determina as grandes urgências, indica as prioridades básicas, ordena e determina todos os recursos e meios necessários para consecução de grandes finalidades, metas e objetivos da educação [...]” . Para que nosso Planejamento cumpra o seu verdadeiro objetivo, foi necessário uma mudança na forma de elaboração, nos anos anteriores, aproveitávamos alguns modelos sugeridos, algumas propostas do estado e do município e verificávamos as que mais se adequavam a nossa escola. Hoje, discutimos o que desejamos para nossa escola com todos os envolvidos no processo, e a partir daí começamos a elaborar nossas metas, sempre considerando nossos alunos, seus anseios, suas necessidades e a comunidade a qual a escola está inserida. Também pesquisamos qual o melhor currículo para atender nossos alunos, quais as melhores estratégias, quais as atividades e projetos que melhor se adéquam a nossa comunidade e como devemos abordar tais conteúdos. Quanto ao blog, não obtivemos sucesso, nossos alunos, poucos tinham acesso a internet, e não tivemos grande adesão. Fato que este ano não deverá ocorrer, pois nossos alunos receberão um “Ukinha”, como foi chamado o netbook, do projeto UCA que será entregue a todos os alunos de nossa escola, ainda não sabemos se poderão levar para casa, mas com certeza será uma boa contribuição para o acesso a internet e as novas tecnologias. Nas reuniões do Conselho Escolar procuramos discutir nossas ações e seus efeitos e se necessário, redefinir outras estratégias. Para que nossa escola tenha realmente uma gestão democrática, no nosso diagnóstico, planejamento e implementação das atividades curriculares, nos baseamos nas reflexões de Moacir Gadotti sobre o Projeto Político Pedagógico:

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(...)A autonomia e a gestão democrática da escola fazem parte da própria natureza do ato pedagógico. A gestão democrática da escola é, portanto, uma exigência de seu projeto político-pedagógico. Ela exige, em primeiro lugar, uma mudança de mentalidade de todos os membros da comunidade escolar. Mudança que implica deixar de lado o velho preconceito de que a escola pública é apenas um aparelho burocrático do Estado e não uma conquista da comunidade. A gestão democrática da escola implica que a comunidade, os usuários da escola, sejam os seus dirigentes e gestores e não apenas os seus fiscalizadores ou meros receptores dos serviços educacionais. Na gestão democrática pais, alunos, professores e funcionários assumem sua parte de responsabilidade pelo projeto da escola. Há pelo menos duas razões que justificam a implantação de um processo de gestão democrática na escola pública:1ª porque a escola deve formar para a cidadania e, para isso, ela deve dar o exemplo. A gestão democrática da escola é um passo importante no aprendizado da democracia. A escola não tem um fim em si mesma. Ela está a serviço da comunidade. Nisso, a gestão democrática da escola está prestando um serviço também à comunidade que a mantém.2ª porque a gestão democrática pode melhorar o que é específico da escola, isto é, o seu ensino. A participação na gestão da escola proporcionará um melhor conhecimento do funcionamento da escola e de todos os seus atores; propiciará um contato permanente entre professores e alunos, o que leva ao conhecimento mútuo e, em conseqüência, aproximará também as necessidades dos alunos dos conteúdos ensinados pelos professores.O aluno aprende apenas quando ele se torna sujeito da sua aprendizagem. E para ele tornar-se sujeito da sua aprendizagem ele precisa participar das decisões que dizem respeito ao projeto da escola que faz parte também do projeto de sua vida. Passamos muito tempo na escola, para sermos meros clientes dela.. Não há educação e aprendizagem sem sujeito da educação e da aprendizagem. A participação pertence à própria natureza do ato pedagógico. A autonomia e a participação - pressupostos do projeto político-pedagógico da escola - não se limitam à mera declaração de princípios consignados em algum documento. Sua presença precisa ser sentida no conselho de escola ou colegiado, mas também na escolha do livro didático, no planejamento do ensino, na organização de eventos culturais, de atividades cívicas, esportivas, recreativas. Não basta apenas assistir reuniões. A gestão democrática deve estar impregnada por uma certa atmosfera que se respira na escola, na circulação das informações, na divisão do trabalho, no estabelecimento do calendário escolar, na distribuição das aulas, no processo de elaboração ou de criação de novos cursos ou de novas disciplinas, na formação de grupos de trabalho, na capacitação dos recursos humanos, etc. A gestão democrática é, portanto, atitude e método. A atitude democrática é necessária, mas não é suficiente. precisamos de métodos democráticos de efetivo exercício da democracia. Ela também é um aprendizado, demanda tempo, atenção e trabalho.Existem, certamente, algumas limitações e obstáculos à instauração de um processo democrático como parte do projeto político-pedagógico da escola. Entre eles, podemos citar:a) a nossa pouca experiência democrática;b) a mentalidade que atribui aos técnicos e apenas a eles a capacidade de governar e que o povo incapaz de exercer o governo;c) a própria estrutura de nosso sistema educacional que é vertical;d) o autoritarismo que impregnou nosso ethos educacional;e) o tipo de liderança que tradicionalmente domina nossa atividade política nocampo educacional.Enfim, um projeto político-pedagógico da escola apoia-se:

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a) no desenvolvimento de uma consciência crítica;b) no envolvimento das pessoas: a comunidade interna e externa à escola;c) na participação e na cooperação das várias esferas de governo;d) na autonomia, responsabilidade e criatividade como processo e como produto do projeto.O projeto da escola depende sobretudo da ousadia dos seus agentes, da ousadia de cada escola em assumir-se como tal, partindo da cara que tem, com o seu cotidiano e o seu tempo-espaço. (...)GADOTTI, Moacir, O projeto político pedagógico da escola na perspectiva de umaeducação para a cidadania.Acessível em :http://www.cefetpe.br/cefetpe.br/novosite/Projeto_Politico_Ped_Gadotti.pdf. acesso em20/07/2009Nosso planejamento não é algo pronto, terminado, ele está em construção, a cada ano que se inicia, para que possa melhor atender as necessidades de nossa comunidade. Nossos novos alunos, serão muito bem recebidos, amparados, valorizados, respeitados e nosso principal objetivo será oferecer a eles uma educação de qualidade, que possa contribuir para sua formação pessoal, profissional e ética.. Através do diagnóstico desses novos alunos definiremos as novas estratégias, e juntamente com a participação de toda Comunidade Escolar reorganizaremos nosso novo Plano de Ação. A Escola Municipal Giuseppe Carnimeo está aberta a participação de toda a Comunidade Escolar para ajudá-la a alcançar seu principal objetivo, de tornar nossa escola em um ambiente agradável, aonde as pessoas sintam prazer em ensinar, trabalhar e aonde a aprendizagem seja plena, contribuindo com a valorização do ser humano.

REFERÊNCIASBAFFI, Maria Adelia Teixeira. Projeto Pedagógico: um estudo introdutório. Pedagogia em Foco, Petrópolis, 2002. Disponível em: . Acesso em: 20/01/2012

CASTRO, Patrícia Aparecida Pereira Penkal; TUCUNDUVA, Cristiane Costa; ARNS, Elaine Mandelli. A importância do planejamento das aulas para a organização do trabalho do professor em sua prática docente. Atena. Revista Científica de Educação, v. 10, n. 10, jan./jun. 2008.DALMÁS, Ângelo. Planejamento participativo na escola. 14. ed. Petrópolis: Vozes, 2008.GADOTTI, Moacir, O projeto político pedagógico da escola na perspectiva de umaeducação para a cidadania. Acessível em :http://www.cefetpe.br/cefetpe.br/novosite/Projeto_Politico_Ped_Gadotti.pdf. acesso em21/01/2012.

GANDIN, Danilo. A prática do planejamento participativo: na educação e em outras instituições, grupos e movimentos dos campos cultural, social, político, político religioso e governamental. 15. ed. Petrópolis: Vozes, 2008.LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL (LDB) – Lei 9394/96 – Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm, acesso em 21/01/2012.

LIBÂNEO, João Carlos. Organização e gestão escolar: teoria e prática. 4. ed. Goiânia:

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Alternativa, 2001.MENEGOLLA, Maximiliano; SANT’ANNA, Ilza Martins. Por que planejar? Como planejar currículo – área – aula. 13. ed. Petrópolis: Vozes, 2003.PARO, Vitor Henrique. Gestão democrática na escola pública. 3. ed. São Paulo: Ática, 2008. VEIGA, Ilma Passos. Projeto Político-Pedagógico da escola: uma construção coletiva. In: ______. Projeto Político-Pedagógico da escola: uma construção possível. 8. ed. Campinas: Papirus, 1999.s Postado por valeriarecco às 14:28 0 comentários