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ATIVIDADES DE PORTUGUÊS - LITERATURA
2º ANO ENSINO MÉDIO
TEMA: ROMANTISMO 3º GERAÇÃO NO BRASIL “A PROSA ROMÂNTICA”
“Não pretendemos que as coisas mudem, se sempre fazemos o mesmo. A crise é a melhor benção que pode
ocorrer com as pessoas e países, porque a crise traz progressos. A criatividade nasce da angústia, como o dia
nasce da noite escura. É na crise que nascem as invenções, os descobrimentos e as grandes estratégias. Quem
supera a crise, supera a si mesmo sem ficar ‘superado’. Quem atribui à crise seus fracassos e penúrias, violenta
seu próprio talento e respeita mais os problemas do que as soluções. A verdadeira crise é a crise da
incompetência..., sem crise não há desafios; sem desafios, a vida é uma rotina, uma lenta agonia. Sem crise não
há mérito. É na crise que se aflora o melhor de cada um...”. Albert Einstein
Leitura e análise da trilogia “Perfil de Mulher” de JOSÉ DE ALENCAR.
Senhora – José de Alencar
Lucíola – José de Alencar
Diva – José de Alencar
Aurélia, Lucíola e Diva compõe a tríade feminina do autor José de Alencar. Elas representam o “Perfil de
Mulher” brasileira com uma visão romântica. José de Alencar buscava, por meio delas, compreender os
motivos e os sentimentos que impulsionavam a sociedade relatando o pensamento e o comportamento da
mulher. Beduka, 09 de janeiro de 2019
SENHORA
“Não se assassina assim um coração que Deus criou para amar, incutindo-lhe a descrença e o ódio”.
ALENCAR, José de. Senhora. São Paulo: FTD, 1999, p. 63.
1- (PUC-SP) A questão central, proposta no romance Senhora, de José de Alencar, é a do casamento.
Considerando a obra como um todo, indique a alternativa que não condiz com o enredo do romance:
a) O casamento é apresentado como uma transação comercial e, por isso, o romance estrutura-se em quatro partes:
preço, quitação, posse, resgate.
b) Aurélia Camargo, preferida por Fernando Seixas, compra-o e ele, contumaz caça-dote, sujeita-se ao
constrangimento de uma união por interesse.
c) O casamento é só de fachada e a união não se consuma, visto que resulta de acordo no qual as aparências
sociais devem ser mantidas.
d) A narrativa marca-se pelo choque entre o mundo do amor idealizado e o mundo da experiência degradante
governado pelo dinheiro.
e) O romance gira em torno de intrigas amorosas, de desigualdade econômica, mas, com final feliz, porque, nele,
o amor tudo vence.
2- (ITA) O romance Senhora (1875) é uma das obras mais representativas da ficção de José de Alencar. Nesse
livro, encontramos a formulação do ideal do amor romântico: o amor verdadeiro e absoluto, quando pode se
realizar, leva ao casamento feliz e indissolúvel. Isso se confirma, nessa obra, pelo fato de:
Aluno(a):________________________________________________________________________ Data________/_______/2020
Professor(a): TILLER BARBOSA Disciplina:__________________________
ATIVIDADES EXTRACURRICULARES – 1º BIMESTRE – 2020 Turma:____________________
a) o par romântico central — Aurélia e Seixas — se casar no início do romance, pois se apaixonam assim que se
conhecem.
b) o amor de Aurélia e Seixas surgir imediatamente no primeiro encontro e permanecer intenso até o fim do livro,
quando o casal se une efetivamente.
c) o casal Aurélia e Seixas precisar vencer os preconceitos socioeconômicos para se casar, pois ela é pobre e ele
é rico.
d) a união efetiva só se realizar no final da obra, após a recuperação moral de Seixas, que o torna digno do amor
de Aurélia.
e) o enriquecimento repentino de Aurélia possibilitar que ela se case com Seixas, fatos que são expostos logo no
início do livro.
3- (PUC-SP) A questão central, proposta no romance Senhora, de José de Alencar, é a do casamento.
Considerando a obra como um todo, indique a alternativa que não condiz com o enredo do romance:
a) O casamento é apresentado como uma transação comercial e, por isso, o romance estrutura-se em quatro partes:
preço, quitação, posse, resgate.
b) Aurélia Camargo, preterida por Fernando Seixas, compra-o e ele, contumaz caça-dote, sujeita-se ao
constrangimento de uma união por interesse.
c) O casamento é só de fachada e a união não se consuma, visto que resulta de acordo no qual as aparências
sociais devem ser mantidas.
d) A narrativa marca-se pelo choque entre o mundo do amor idealizado e o mundo da experiência degradante
governado pelo dinheiro.
e) O romance gira em torno de intrigas amorosas, de desigualdade econômica, mas, com final feliz, porque, nele,
o amor tudo vence.
4- (UFMG) No romance Senhora, ocorrem choques entre “duas almas, que uma fatalidade prendera, para arrojá-
las uma contra outra…” (ALENCAR, José de. Senhora. São Paulo: FTD, 1999, p.131.)
Assinale a alternativa em que o par de ideias conflitantes NÃO se entrelaça, na narrativa, aos choques entre
Aurélia e Seixas.
a) Amor idealizado X casamento por interesse.
b) Condição modesta de vida X ostentação de riqueza.
c) Contemplação religiosa X divertimento mundano.
d) Qualidades morais elevadas X comportamentos aviltantes.
Fernando aproveitou a ocasião para resolver a crise.
— Meu voto mais ardente, Aurélia, sonho dourado de minha vida, era conquistar uma posição brilhante
para depô-la aos pés da única mulher que amei nesse mundo. Mas a fatalidade que pesa sobre mim aniquilou
todas as minhas esperanças; e eu seria um egoísta, se prevalecendo-me de sua afeição, a associasse a uma
existência obscura e atribulada. A santidade de meu amor deu-me a força para resistir a seus próprios impulsos.
Disse uma vez à sua mãe, pressentindo essa cruel situação: Sou menos infeliz renunciando à sua mão, do que
seria aceitando-a para fazê-la desgraçada, e condená-la às humilhações da pobreza.
— Essas eu já as conheço, respondeu Aurélia com tênue ironia, e não me aterram; nasci com elas, e têm
sido as companheiras de minha vida.
— Não me compreendeu, Aurélia; referia-me a um partido vantajoso que de certo aparecerá, logo que
esteja livre.
— Pensa então que basta uma palavra sua para restituir-me a liberdade? Perguntou a moça com um
sorriso.
— Sei que a fatalidade que nos separa não pode romper o elo que prende nossas almas, e que há de reuni-
las em mundo melhor. Mas Deus nos deu uma missão neste mundo, e temos de cumpri-la.
— A minha é amá-lo. A promessa que o aflige, o senhor pode retirá-la tão espontaneamente como a fez.
Nunca lhe pedi, nem mesmo simples indulgência, para esta afeição; não lha pedirei neste momento em que ela
o importuna.
— Atenda, Aurélia! Lembre-se de sua reputação. Que não diriam se recebesse a corte de um homem, sem
esperança de ligar-se a ele pelo casamento?
— Diriam talvez que eu sacrificava a um amor desdenhado um partido brilhante, o que é uma…
A moça cortou a ironia, retraindo-se:
— Mas não; faltariam à verdade. Não sacrifiquei nenhum partido; o sacrifício é a renúncia de um bem;
o que fiz foi defender a minha afeição. Sejamos francos: o senhor já não me ama; não o culpo, e nem me queixo.
Seixas balbuciou uma desculpa e despediu-se. Aurélia, demorou-se um instante na rótula, como
costumava, para acompanhar ao amante com a vista até o fim da rua. Se Fernando não estivesse tão entregue à
satisfação de haver adquirido sua liberdade, teria ouvido no dobrar da esquina o eco de um soluço.
ALENCAR, José de. Senhora. São Paulo: FTD, 1999, p. 55.
5- Após leitura do livro e baseando-se no trecho acima a fala de Fernando no texto é sincera? Justifique:
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6- Como toda obra romântica de José de Alencar, Aurélia é apresentada de forma metafórica, o que faz com que
seja intensificada e idealizada seu brilho social, sua beleza ímpar e seu poder de sedução. Transcreva algumas
dessas metáforas.
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7- Conforme o que foi estudado nas aulas de Literatura e sobre as características do Romantismo, Aurélia ao
decidir não se casar com outro que não seja Fernando apresenta comportamento de uma heroína romântica?
Justifique sua resposta:
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8- Considerando a sociedade da época, a cultura da burguesia e monarquia brasileira e os costumes vigentes na
capital imperial do Brasil, explicite seus conhecimentos referente a preocupação de Fernando em desejar que
Aurélia se case com outro?
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Seixas abaixou a cabeça.
— Conheci que não amava-me, como eu desejava e merecia ser amada. Mas não era sua a culpa e só
minha que não soube inspirar-lhe a paixão, que eu sentia. Mais tarde, o senhor retirou-me essa mesma afeição
com que me consolava e transportou-a para outra, em quem não podia encontrar o que eu lhe dera, um coração
virgem e cheio de paixão com que o adorava. Entretanto, ainda tive forças para perdoar-lhe e amá-lo.
(...)
Aurélia soltou dos lábios um estrídulo, antes do que um sorriso.
— Agora podemos continuar a nossa comédia, para divertir-nos. É melhor do que estarmos aqui mudos
em face um do outro. Tome a sua posição, meu marido; ajoelhe-se aqui a meus pés, e venha dar-me seu primeiro
beijo de amor... Porque o senhor ama-me, não é verdade, e nunca amou outra mulher senão a mim?...
Seixas ergueu-se; sua voz afinal desprendeu-se dos lábios calma, porém fremente:
— Não; não a amo.
ALENCAR, José de. Senhora. São Paulo: FTD, 1999, p. 64.
Cor de rosa choque – Rita Lee
Nas duas faces de Eva
A bela e a fera
Um certo sorriso
De quem nada quer
Sexo frágil
Não foge à luta
E nem só de cama
Vive a mulher
Por isso não provoque
É cor-de-rosa choque
Não provoque
É cor-de-rosa choque
Mulher é bicho esquisito
Todo mês sangra
Um sexto sentido
Maior que a razão
Gata borralheira
Você é princesa
Dondoca é uma espécie
Em extinção.
9- Considerando todos os momentos de luta pelos direitos da mulher e de sua independência, faça uma analogia
entre o papel da mulher no século XIX e XX enfatizando o papel dentro do casamento:
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10- Embora as metáforas utilizadas por Alencar sejam clichês do Romantismo, elas concorrem para que o leitor,
já na primeira página, seja introduzido no ambiente social frívolo dos salões cariocas do segundo reinado. Qual
é a expressão que, pela primeira vez, em um contraste irônico, sugere as motivações escusas dos admiradores
dessa “nova estrela”? Relacione essa expressão ao tema do romance.
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LUCÍOLA
“O amor purifica e dá sempre um novo encanto ao prazer. Há mulheres que amam toda a vida; e o seu coração,
em vez de gastar-se e envelhecer, remoça como a natureza quando volta a primavera.
— Se elas uma só vez tivessem a desgraça de se desprezar a si próprias no momento em que um homem as
possuía; se tivessem sentido estancarem-se as fontes da vida com o prazer que lhes arrancavam à força da carne
convulsa, nunca mais amariam assim. O amor é inexaurível e remoça, como a primavera; mas não ressuscita o
que já morreu”.
ALENCAR, José de. Lucíola. 5 ed. São Paulo: FTD, 1999, p. 98.
O romance “Lucíola” (1862), de José de Alencar, constitui um exemplar da vertente urbana da prosa
romântica. Tendo sido o primeiro da trilogia (“Lucíola”, “Diva” e “Senhora”) criada pelo autor, a narrativa
representou grande ousadia na época de sua publicação ao abordar o polêmico tema da prostituição. O texto a
seguir é o segundo capítulo do livro e trata da chegada do personagem Paulo à cidade do Rio de Janeiro e de seu
primeiro encontro com a cortesã Lúcia em uma festa religiosa. Paulo está acompanhado de seu amigo Sá, que lhe
apresenta à jovem.
CAPÍTULO II
A primeira vez que vim ao Rio de Janeiro foi em 1855.
Poucos dias depois da minha chegada, um amigo e companheiro de infância, o Dr. Sá, levou-me à festa
da Glória; uma das poucas festas populares da corte. Conforme o costume, a grande romaria desfilando pela
Rua da Lapa e ao longo do cais, serpejava nas faldas do outeiro, e apinhava-se em torno da poética ermida, cujo
âmbito regurgitava com a multidão do povo.
Era ave-maria quando chegamos ao adro; perdida a esperança de romper a mole de gente que murava
cada uma das portas da igreja, nos resignamos a gozar da fresca viração que vinha do mar, contemplando o
delicioso panorama da baía e admirando ou criticando as devotas que também tinham chegado tarde e pareciam
satisfeitas com a exibição de seus adornos.
Enquanto Sá era disputado pelos numerosos amigos e conhecidos, gozava eu da minha tranquila e
independente obscuridade, sentado comodamente sobre a pequena muralha, e resolvido a estabelecer ali o
meu observatório. Para um provinciano recém-chegado à corte, que melhor festa do que ver passar-lhe pelos
olhos, à doce luz da tarde, uma parte da população desta grande cidade, com os seus vários matizes e infinitas
gradações?
Todas as raças, desde o caucasiano sem mescla até o africano puro; todas as posições, desde as
ilustrações da política, da fortuna ou do talento, até o proletário humilde e desconhecido; todas as profissões,
desde o banqueiro até o mendigo; finalmente, todos os tipos grotescos da sociedade brasileira, desde a arrogante
nulidade até a vil lisonja, desfilaram em face de mim, roçando a seda e a casimira pela baeta ou pelo algodão,
misturando os perfumes delicados às impuras exalações, o fumo aromático do havana às acres baforadas do
cigarro de palha.
— É uma festa filosófica essa festa da Glória! Aprendi mais naquela meia hora de observação do que nos
cinco anos que acabava de esperdiçar em Olinda com uma prodigalidade verdadeiramente brasileira.
A lua vinha assomando pelo cimo das montanhas fronteiras; descobri nessa ocasião, a alguns passos de
mim, uma linda moça, que parara um instante para contemplar no horizonte as nuvens brancas esgarçadas sobre
o céu azul e estrelado. Admirei-lhe do primeiro olhar um talhe esbelto e de suprema elegância. O vestido que o
moldava era cinzento com orlas de veludo castanho e dava esquisito realce a um desses rostos suaves, puros
e diáfanos, que parecem vão desfazer-se ao menor sopro, como os tênues vapores da alvorada. Ressumbrava na
sua muda contemplação doce melancolia e não sei que laivos de tão ingênua castidade, que o meu olhar
repousou calmo e sereno na mimosa aparição.
— Já vi esta moça! disse comigo. Mas onde?...
Ela pouco demorou-se na sua graciosa imobilidade e continuou lentamente o passeio interrompido. Meu
companheiro cumprimentou-a com um gesto familiar; eu, com respeitosa cortesia, que me foi retribuída por uma
imperceptível inclinação da fronte.
— Quem é esta senhora? perguntei a Sá.
A resposta foi o sorriso inexprimível, mistura de sarcasmo, de bonomia e fatuidade, que desperta nos
elegantes da corte a ignorância de um amigo, profano na difícil ciência das banalidades sociais.
— Não é uma senhora, Paulo! É uma mulher bonita. Queres conhecê-la ?. . .
Compreendi e corei de minha simplicidade provinciana, que confundira a máscara hipócrita do vício
com o modesto recato da inocência. Só então notei que aquela moça estava só, e que a ausência de um pai, de
um marido, ou de um irmão, devia-me ter feito suspeitar a verdade.
Depois de algumas voltas descobrimos ao longe a ondulação do seu vestido, e fomos encontrá-la, retirada
a um canto, distribuindo algumas pequenas moedas de prata à multidão de pobres que a cercava. Voltou-se
confusa ouvindo Sá pronunciar o seu nome:
— Lúcia!
— Não há modos de livrar-se uma pessoa desta gente! São de uma impertinência! disse ela mostrando os
pobres e esquivando-se aos seus agradecimentos.
Feita a apresentação no tom desdenhoso e altivo com que um moço distinto se dirige a essas sultanas do
ouro, e trocadas algumas palavras triviais, meu amigo perguntou-lhe:
— Vieste só?
— Em corpo e alma.
— E não tens companhia para a volta?
Ela fez um gesto negativo.
— Neste caso ofereço-te a minha, ou antes a nossa.
— Em qualquer outra ocasião aceitaria com muito prazer; hoje não posso.
— Já vejo que não foste franca!
— Não acredita?. .. Se eu viesse por passeio!
— E qual é o outro motivo que te pode trazer à festa da Glória?
— A senhora veio talvez por devoção? disse eu.
— A Lúcia devota!. . . Bem se vê que a não conheces.
— Um dia no ano não é muito! respondeu ela sorrindo.
— É sempre alguma coisa, repliquei.
Sá insistiu:
— Deixa-te disso; vem conosco.
— O senhor sabe que não é preciso rogar-me quando se trata de me divertir. Amanhã, qualquer dia, estou
pronta. Esta noite, não!
— Decididamente há alguém que te espera.
— Ora! Faço mistério disto?
— Não é teu costume decerto.
— Portanto tenho o direito de ser acreditada. As aparências enganam tantas vezes! Não é verdade? disse
voltando-se para mim com um sorriso.
(...)
ALENCAR, José de. Lucíola. 5 ed. São Paulo: FTD, 1999, p.14-18.
11- Alencar em sua trilogia “Perfis de Mulheres” aborda diferentes aspectos da sociedade de sua época.
Identifique com uma passagem do trecho acima como o narrador descreve a desigualdade social da sociedade de
1855 e explique esse processo de desigualdade.
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12- Lúcia mostra-se uma personagem de forte personalidade e temperamento, comente sobre as reações de Paulo
e do seu amigo Dr. Sá na apresentação de Lúcia e relacione à posição feminina da época.
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CAPÍTULO XXI
Era um domingo.
O novo ano tinha começado. A bonança que sucedera às grandes chuvas trouxera um dos sorrisos de
primavera, como costumam desabrochar no Rio de Janeiro entre as fortes trovoadas do estio. As árvores
cobriam-se da nova folhagem de um verde tenro; o campo aveludava a macia pelúcia da relva, e as frutas dos
cajueiros se douravam aos raios do sol.
Uma brisa ligeira, ainda impregnada das evaporações das águas, refrescava a atmosfera Os lábios
aspiravam com delícias o sabor desses puros bafejos, que lavavam os pulmões fatigados de uma respiração árida
e miasmática. Os olhos se recreavam na festa campestre e matutina da natureza fluminense, da qual as belezas
de todos os climas são convivas.
Subia a passo curto e repousado a ladeira de Santa Teresa, calculando a hora de minha chegada pelo
despertar de Lúcia; o meu pensamento, porém abria as asas, e precedendo-me, ia saudar a minha doce e terna
amiga.
Havia oito dias que Lúcia não andava boa. A fresca e vivace expansão de saúde desaparecera sob uma
langue morbidez que a desfalecia; o seu sorriso, sempre angélico, tinha uns laivos melancólicos, que me
penavam. Às vezes a surpreendia fitando em mim um olhar ardente e longo; então, ela voltava o rosto de
confusa, enrubescendo. Tudo isto me inquietava; atribuindo a sua mudança a algum pesar oculto, a tinha
interrogado, suplicando-lhe que me confiasse as mágoas que a afligiam.
— Não digas isso, Paulo! Respondia com um tom de queixa. Posso ter pesares junto de ti? É uma ligeira
indisposição; há de passar.
De bem longe avistei Lúcia que me esperava e me fez um aceno de impaciência; apressei o passo para
alcançar o portão do jardim. Ela estendeu-me as mãos ambas risonha e atraindo-me, reclinou-se sobre o meu
peito com um gracioso abandono. Sentamo-nos nos degraus da pequena escada de pedra, e informei-me de sua
saúde.
— Já estou boa. Não vês?
Realmente as rosas de suas faces viçavam; era cintilante o brilho que desferia a sua pupila negra. Pelos
lábios úmidos lentejava a onda perene de um sorriso, que orvalhava-lhe o semblante de luz e graça.
(...)
Lúcia calou-se de súbito, empalidecendo. Toda a sua pessoa assumiu-se, tomando a expressão vaga e
estática de quem é absorvido por um recolho íntimo: figurava uma pessoa escutando-se viver interiormente. Até
que ergueu-se espavorida; soltou um gemido pungente levando a mão ao regaço, e caiu fulminada em meus
braços.
O abalo interior que sofrera esse corpo delicado fora tão forte, que a cintura do vestido se despedaçara.
Conduzi Lúcia ao seu leito, e só depois de cruéis angústias tive o consolo de vê-la recobrar os sentidos,
mas para cair logo numa prostração, em que apesar dos meus rogos e instâncias, só a ouvia murmurar
surdamente estas palavras incompreensíveis:
— Eu adivinhava que ele me levaria consigo!
— Ele quem, minha boa Maria?
— O teu, o nosso filho! Respondeu-me ela.
— Como! Julgas ?. . .
— Senti há pouco o seu primeiro e o seu último movimento!
— Um filho! Mas é um novo laço e mais forte que nos prende um ao outro. Serás mãe, minha querida
Maria? Terás mais esse doce sentimento da maternidade para encher-te o coração; terás mais uma criatura com
quem repartir a riqueza inexaurível de tua alma!
— Cala-te, Paulo! Ele morreu! Disse-me com a voz surda. E fui eu que o matei!
— Para que te afliges assim! Nosso filho vive, há de viver! Não sentiste há pouco o seu primeiro
movimento.
Nisto chegou o médico a quem tinha escrito imediatamente, e que depois de examinar o estado de Lúcia,
declarou que não inspirava receio. Ela estava ameaçada de um aborto, resultado do choque violento que sofrera,
quando conheceu que se achava grávida. O doutor, um dos mais hábeis parteiros da corte, procurou desvanecer
os receios de Lúcia, assegurando-lhe que seu filho vivia, e nada ainda fazia recear pela sua vida.
Apenas o médico saiu, ela olhou-me tristemente:
— Era o primeiro! Mas o tato das entranhas maternas, sejam elas virgens ainda, não engana. Nosso
filho, Paulo, o teu, porque ele era mais teu do que meu, já não existe.
À noite declarou-se a febre; uma febre intensa que a fez delirar. Foi então que conheci quanto eu vivia
no seu pensamento: ela não disse no delírio uma só palavra que não se referisse a mim e a alguma circunstância
de nossa vida mútua, desde o primeiro dia em que nos encontramos.
Pela manhã, depois de um sono curto e agitado, achei-a mais tranquila:
— Tu me prometes, Paulo, casar com Ana!
— Não tratemos disso agora, minha amiga! Quando ficares boa, tudo o que tu quiseres eu farei para a
tua felicidade.
— Mas essa promessa me daria tanto agora!
Escuta, Maria, esse casamento nos tornaria infelizes a ti, à tua irmã, e a mim que não poderia amá-la,
mesmo por causa dessa semelhança! Tu viverias sempre entre mim e ela!
— Pois bem, promete-me que se ela não for tua mulher, lhe servirás de pai.
— Juro-te!
Beijou-me as mãos:
— Ela vai ter tanta necessidade de um pai!
Os acessos de febre repetiram-se durante três dias, e sempre mais graves. Uma tarde em que o médico
apresentou a Lúcia um remédio:
— Para que é isso? Perguntou ela com brandura.
— Para aliviá-la do seu incômodo. Logo que lançar o aborto, ficará inteiramente boa.
— Lançar!... Expelir meu filho de mim?
E o copo que Lúcia sustentava na mão trêmula, impelido com violência, voou pelo aposento e espedaçou-
se de encontro à parede.
— Iremos juntos!... murmurou descaindo inerte sobre as almofadas do leito. Sua mãe lhe servirá de
túmulo.
De joelhos à cabeceira eu suplicava-lhe que bebesse o remédio que a devia salvar.
— Queres acompanhar teu filho, Maria, e abandonar-me só neste mundo. Vive por mim!
— Se eu pudesse viver, haveria forças que me separassem de ti? Haveria sacrifício que eu não fizesse
para comprar mais alguns dias da minha felicidade? Mas Deus não quis. Sinto que a vida me foge!
A instâncias minhas bebeu finalmente o remédio, que nenhum efeito produziu. A febre lavrava com
intensidade; eu já não tinha esperanças.
— O remédio de que eu preciso é o da religião. Quero confessar-me, Paulo.
Lúcia tomou os sacramentos com uma resignação angélica; e abraçando a irmã, disse-lhe:
— Perdes uma irmã, Ana; fica-te um pai. Ama-o por ele, por ti e por mim.
O dia se passou na cruel agonia que só compreendem aqueles que ajoelhados à borda de um leito viram
finar-se gradualmente uma vida querida.
Quebrado de fadiga e vencido por uma vigília de tantas noites, tinha insensivelmente adormecido,
sentado como estava à beira da cama, com os lábios sobre a mão gelada de Lúcia e a testa apoiada no recosto
do leito. O sono foi curto, povoado de sonhos horríveis; acordei sobressaltado e achei-me reclinado sobre o
peito de Lúcia, que se sentara de encontro às almofadas para suster minha cabeça ao colo, como faria uma terna
mãe com seu filho.
Mesmo adormecido ela me sorria, me falava, e cobria-me de beijos:
— Se soubesses que gozo supremo é para mim beijar-te neste momento! Agora que o corpo já está morto
e a carne álgida, não sente nem a dor nem o prazer, é a minha alma só que te beija, que se une à tua e se
desprende parcela por parcela para se embeber em teu seio.
E seus lábios ávidos devoravam-me o rosto de carícias, bebendo o pranto que corria abundante de meus
olhos:
— Se alguma coisa me pudesse salvar ainda, seria esse bálsamo celeste, meu amigo!
Eu soluçava como uma criança.
— Beija-me também, Paulo. Beija-me como beijarás um dia tua noiva! Oh! Agora posso te confessar sem
receio. Nesta hora não se mente. Eu te amei desde o momento em que te vi! Eu te amei por séculos nestes poucos
dias que passamos juntos na terra. Agora que a minha vida se conta por instantes, amo-te em cada momento por
uma existência inteira. Amo-te ao mesmo tempo com todas as afeições que se pode ter neste mundo. Vou te amar
enfim por toda a eternidade.
A voz desfaleceu completamente, de extenuada que ela ficara por esse enérgico esforço. Eu chorava de
bruços sobre o travesseiro, e as suas palavras suspiravam docemente em minha alma, como as dulias dos anjos
devem ressoar aos espíritos celestes.
— Nunca te disse que te amava, Paulo!
— Mas eu sabia, e era feliz!
— Tu me purificaste ungindo-me com os teus lábios. Tu me santificaste com o teu primeiro olhar! Nesse
momento Deus sorriu e o consórcio de nossas almas se fez no seio do Criador. Fui tua esposa no céu! E, contudo
essa palavra divina do amor, minha boca não a devia profanar, enquanto viva. Ela será meu último suspiro.
Lúcia pediu-me que abrisse a janela: era noite já; do leito víamos uma zona de azul na qual brilhava
límpida e serena a estrela da tarde. Um sorriso pálido desfolhou-se ainda nos lábios sem cores: sublime êxtase
iluminou a suave transparência de seu rosto. A beleza imaterial dos anjos deve ter aquela divina limpidez.
(...)
ALENCAR, José de. Lucíola. 5 ed. São Paulo: FTD, 1999, p.128-138.
13- Depois de saber que está grávida de Paulo, ela se sente em pecado, como se não pudesse viver o seu amor,
pois havia sido cortesã. Há um conflito entre o espírito e a carne, que impede a felicidade da jovem, tornando o
amor impossível de ser vivido na realidade e concretizável somente no plano espiritual. Os sentimentos de Lúcia
de introspecção, amor e tédio, típicos do Romantismo, estão intimamente relacionados à sensação de pecado da
protagonista. Compare esses sentimentos de Lúcia com as suas confissões antes da morte.
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14- O Romantismo é uma estética que refletiu os valores e a moral da burguesia. A partir disso, comente o sentido
da morte da protagonista dentro da narrativa.
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15- O livro Lucíola é uma das grandes obras de José de Alencar e tem forte significado para o romantismo e para
a literatura brasileira. De forma são encaradas questões como o papel da mulher, o amor, a prostituição, etc.?
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16- (UFOP) Em relação a Lucíola, de José de Alencar, assinale a alternativa incorreta.
a) A obra apresenta muito adequadamente o tema da prostituta regenerada, bem ao gosto do Romantismo.
b) O narrador tem, além dos leitores da obra, explicitamente uma interlocutora como personagem-leitora.
c) A narrativa se constrói em dois tempos muito bem marcados: o da vivência e o da narração da vivência.
d) A aparição de Maria da Glória resolve todos os problemas da personagem Lúcia, porque aponta o caminho da
expiação da culpa, construindo um final feliz para a narrativa.
e) A presença de muitos paradoxos românticos (virtude x vício, alma x corpo, amor x prazer, ingenuidade x
devassidão, família x prostituição) é possível perceber nesse romance.
17- No excerto abaixo estão transcritos dois momentos da narrativa Lucíola, de José de Alencar. No primeiro
deles temos a visão de Lúcia sobre o amor, quando ainda é uma cortesã. No segundo momento, temos a visão de
Lúcia, agora denominada Maria da Glória (seu nome verdadeiro), depois de ter abandonado a vida de cortesã.
Por meio disso e pensando nas características da obra de José de Alencar, escolha a alternativa correta.
“— Pelo que vejo, Lúcia, nunca amarás em tua vida!
— Eu?... Que ideia! Para que amar? O que há de real e de melhor na vida é o prazer, e esse dispensa o
coração. O prazer que se dá e recebe é calmo e doce, sem inquietação e sem receios [...]. Quando eu lhe ofereço
um beijo meu, que importa ao senhor que mil outros tenham tocado o lábio que o provoca? A água lavou a boca,
como o copo que serviu ao festim; e o vinho não é menos bom, nem menos generoso, no cálice usado, do que no
cálice novo”.
(...)
“— Se soubesses que gozo supremo é para mim beijar-te neste momento! Agora que o corpo já está morto
e a carne álgida, não sente nem a dor nem o prazer, é minha alma só que te beija, que se une à tua e se desprende
parcela por parcela para se embeber em teu seio”.
ALENCAR, José de. Lucíola. 5 ed. São Paulo: FTD, 1999, p.83-127.
a) No romance não há redenção para a personagem Lucíola, que continua apresentando características sensuais e
eróticas;
b) Núcleo do romance está na divisão entre corpo e alma. Lúcia é sensual e bela, desprovida de pudor e
consciência. Já Maria da Glória é recatada e pura, seu amor é exclusivamente espiritual sem nenhuma ligação
com sua vida física;
c) O romance tematiza o amor sensual e erótico, afinal é a vida de uma cortesã que está sendo representada;
d) O romance apresenta o equilíbrio presente na sociedade burguesa do século XIX, calcada em valores patriarcais
e cristãos;
e) O núcleo do romance está na relação de amor entre Paulo e Lucíola, o que revela a capacidade de tal sentimento
para sobrepujar as convenções sociais.
18- (UFJF-MG) Leia, com atenção, o fragmento a seguir para responder à questão.
“Todas as raças, desde o caucasiano sem mescla, até o africano puro; todas as posições, desde as
ilustrações da política, da fortuna ou do talento, até o proletário humilde e desconhecido; todas as profissões,
desde o banqueiro até o mendigo;
(…)
É uma festa filosófica essa festa da Glória! Aprendi mais naquela meia hora de observação do que nos
cinco anos que acabava de esperdiçar em Olinda com uma prodigalidade verdadeiramente brasileira.
A lua vinha assomando pelo cimo das montanhas fronteiras; descobri nessa ocasião, a alguns passos de
mim, uma linda moça, que parara um instante para contemplar no horizonte as nuvens brancas esgarçadas sobre
o céu azul e estrelado. Admirei-lhe do primeiro olhar um talhe esbelto e de suprema elegância. […] Ressumbrava
na sua muda contemplação doce melancolia, e não sei que laivos de tão ingênua castidade, que o meu olhar
repousou calmo e sereno na mimosa aparição”.
ALENCAR, José de. Lucíola. 5 ed. São Paulo: FTD, 1999, p. 5.
A partir do fragmento, e considerando o romance como um todo, pode-se afirmar que:
a) Pode-se observar, nessa cena, a superioridade da província sobre a metrópole.
b) Desde o primeiro momento Paulo percebe a condição social de Lúcia.
c) A cena amorosa, em Alencar, é sempre emoldurada pela matéria sociocultural brasileira.
d) A referência à questão racial comprova o naturalismo dessa obra.
e) O romance urbano, como é o caso de Lucíola, é o único cultivado no romantismo brasileiro.
19- (UFLA) De acordo com a leitura da obra Lucíola, de José de Alencar, julgue as afirmativas e, a seguir, marque
a alternativa CORRETA.
I. Há, em Lucíola, um clima de sensualidade constante, combinado com o ardor e sofrimento, bem no clima da
literatura romântica que predominava na segunda metade do século XIX.
II. O romance entre os protagonistas, Lúcia e Paulo, “sacode” a Corte e provoca um excitado burburinho na
sociedade. De um lado, a mulher que, sendo de todos, jurava não se prender a nenhum homem; de outro, o homem
em dúvida entre o amor e o preconceito.
III. O foco narrativo é em 3ª pessoa; o narrador-observador não participa da história; com isso, há um forte apelo
à imaginação do leitor.
IV. Em Lucíola, o amor não resiste às barreiras sociais e morais. Assim é o romance da bela Lúcia, a mais rica e
cobiçada cortesã do Rio de Janeiro, e Paulo, um jovem modesto e frágil.
a) Apenas a afirmativa I é correta.
b) Apenas as afirmativas I, II e IV são corretas.
c) Apenas as afirmativas I e IV são corretas.
d) Apenas as afirmativas I e II são corretas.
e) Apenas as afirmativas I, II e III são corretas.
Texto I
https://p2.trrsf.com/image/fget/cf/940/0/images.terra.com/2018/01/23/leila-diniz-gravida-de-biquine.jpg
BARRIGA DE LEILA DINIZ PROVOCOU REVOLUÇÃO EM 1971
09/03/2018
POR BRUNO HOFFMANN
(...) na edição da Claudia de outubro, pela primeira vez a sociedade deparava-se com uma barriga de oito meses
de gravidez foras dos livros de medicina. A antropóloga Miriam Goldemberg comenta: “Leila fez uma verdadeira
revolução simbólica ao revelar o oculto, a sensualidade feminina fora do controle masculino, em sua barriga de
grávida ao sol”. https://almanaquebrasil.com.br/2018/03/09/barriga-de-leila-diniz-provocou-revolucao/
Texto II
https://jornalvivabem.com.br/wp-content/uploads/2018/10/O-corpo-de-Cle%C3%B3patra-foi-enterrado-em-alguma-pir%C3%A2mide-do-Egito_-300x300.png
5 MOTIVOS PELOS QUAIS VOCÊ PRECISA SABER MAIS SOBRE A CLEÓPATRA
A rainha do Egito era mais inteligente e empoderada do que os retratos dela levam a acreditar
Marilia Marasciulo
18 jan 2018 - 07h56 atualizado em 18 jan 2018 - 07h56
Sedutora, traidora, ardilosa, assassina… Os mitos e lendas em torno de Cleópatra, a rainha que governou
o Egito durante 22 anos, são inúmeros. Fato é que muito se fala e pouco se sabe, de fato, sobre a história
verdadeira de Cleópatra. Nascida em 69 a.C., a rainha era, na verdade, orgulhosamente macedônia: seu nome
significa “glória de sua pátria” em grego. https://revistagalileu.globo.com/Sociedade/noticia/2018/01/5-motivos-pelos-quais-voce-precisa-saber-mais-sobre-cleopatra.html
Texto III
https://i.pinimg.com/originals/f7/f0/51/f7f05110e386275a683cccc44613843b.jpg
Lúcia (Maria da Glória): com apenas 19 anos de idade, é uma das cortesãs mais ricas do Rio de Janeiro. Com
olhos escuros e cabelos ondulados igualmente escuros, é bela e refinada, sendo cobiçada pelos homens e invejada
pelas mulheres. https://guiadoestudante.abril.com.br/estudo/luciola-resumo-da-obra-de-jose-de-alencar/
20- Considerando os textos acima e grandes personalidades femininas, estabeleça características entre as três
personagens:
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DIVA
Quando aos dezoito anos ela pôs o remate a esse primor de escultura viva e poliu a estátua de sua beleza, havia
atingido ao sublime da arte. Podia então, e devia, ter o nobre orgulho do gênio criador. Ela criara o ideal da
Vênus moderna, a diva dos salões, como Fídias tinha criado o tipo da Vênus primitiva.
ALENCAR, José de. Diva. Rio de Janeiro: Ediouro, 1996. p. 5.
21- Em Diva, José de Alencar, através de Amaral, faz uma relação com Lucíola, uma vez que esse conta toda as
suas aventuras romanescas com Emília, para Paulo, o personagem que Lúcia amara. A história do médico Amaral
e Mila é apresentada por Paulo. Retire do texto a passagem que descreve esse encontro.
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22- Como Júlia descrevia Emília? Como ela era chamada?
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23- A aversão que a jovem sente por Amaral pode ser traduzida como algum tipo de preconceito? Justifique com
uma passagem do texto.
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— A senhora... D. Emília?...
— A senhora... Por que não me chama Mila? É como me tratam os que me querem bem.
— E Mila chamará Augusto?
— Está entendido! Não é como lhe chamam seus amigos?
— Meus amigos me tratam por tu; disse eu sorrindo.
— Isso não! Quando eu disser tu, é porque não existe mais eu em mim. Porém responda! Já lhe inspirei algum
verso?...
— Quantos, meu Deus!
— Mostre-me! Quero ver!
— Mas eu não escrevi! Para quê? Eles não diriam tudo que eu sinto.
— Pois agora há de escrevê-los para mim, sim, Augusto?
ALENCAR, José de. Diva. Rio de Janeiro: Ediouro, 1996. p. 60.
24- Porque Emília deixa de chamar Amaral pelo sobrenome e passa a chamá-lo pelo primeiro nome Augusto?
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25- Na obra José de Alencar retrata uma das características da sociedade burguesa da época que característica é
essa e como ela está presente no texto? Justifique com uma parte da obra que expressa essa característica.
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26- (Puc – Rio)
Beijei na areia os sinais de teus passos, beijei os meus braços que tu havias apertado, beijei a mão que te ultrajara
num momento de loucura, e os meus próprios lábios que roçaram tua face num beijo de perdão. Que suprema
delícia, meu Deus, foi para mim a dor que me causavam os meus pulsos magoados pelas tuas mãos! Como
abençoei este sofrimento!... Era alguma cousa de ti, um ímpeto de tua alma, a tua cólera e indignação, que
tinham ficado em minha pessoa e entravam em mim para tomar posse do que te pertencia. Pedi a Deus que
tornasse indelével esse vestígio de tua ira, que me santificara como uma cousa tua!
(...)
Quero guardar-me toda só para ti. Vem, Augusto: eu te espero. A minha vida terminou; começo agora a viver
em ti.
ALENCAR, José de. Diva. Rio de Janeiro: Ediouro, 1996. p. 96
O texto acima é um trecho do último capítulo de Diva, romance de Alencar que, ao lado de Senhora e Lucíola,
forma a trilogia de “Perfis de Mulher”. Trata-se de uma carta escrita por Emília, protagonista da estória, ao jovem
médico Augusto. A partir da leitura do texto, indique as características românticas presentes no fragmento,
justificando com exemplos.
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“Há poesia
Na dor
Na flor
No beija-flor
No elevador”
Oswald de Andrade. Poesias reunidas. São Paulo: Círculo do Livro, 1976, p. 184
27- Existe um elemento, no fragmento do poema transcrito acima, que não mantém ligação alguma com o
imaginário romântico que habita o texto de Alencar. Determine esse elemento e explique, com suas próprias
palavras, a importância de sua presença como símbolo de um novo momento estético na literatura brasileira.
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28- (CEETEPS-SP) José de Alencar faz críticas às relações humanas na sociedade carioca da sua época,
preocupada apenas com a ostentação e o status que só o dinheiro confere. Em três romances, o autor retrata perfis
de mulheres que, embora se defrontem com os homens, em plano de igualdade, são no final, redimidas ou
dominadas pelo amor. Trata-se de:
a) A escrava Isaura, Iracema, D. Guidinha do Poço
b) Iaiá Garcia, Viuvinha, Inocência
c) Diva, Lucíola, Senhora
d) Luzia-Homem, A Moreninha, As asas de um anjo
e) A pata da gazela, Sonhos d'ouro, Leonor de Mendonça.
O nascimento de Vênus por Sandro Botticelli
https://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2012/04/nascimento-de-venus-scaled.jpg
29- Qual a relação da tela de Botticelli com Emília de Alencar? Exemplifique com uma passagem do texto.
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— Não sei!... respondeu-me com indefinível candura. – O que sei é que te amo!... Tu não és só o árbitro supremo
de minha alma, és o motor de minha vida, meu pensamento e minha vontade. És tu que deves pensar e querer
por mim... Eu?... Eu te pertenço; sou uma coisa tua. Podes conservá-la ou destruí-la; podes fazer dela tua mulher
ou tua escrava!... É o teu direito e o meu destino. Só o que tu não podes em mim, é fazer que eu não te ame!...
ALENCAR, José de. Diva. Rio de Janeiro: Ediouro, 1996. p. 96
Mesmo Que Seja Eu
Erasmo Carlos
Sei que você fez os seus castelos
E sonhou ser salva do dragão
Desilusão, meu bem
Quando acordou, estava sem ninguém
Sozinha no silêncio do seu quarto
Procura a espada do seu salvador
Que no sonho se desespera
Jamais vai poder livrar você da fera
Da solidão
Com a força do meu canto
Esquento o seu quarto pra secar seu pranto
Aumenta o rádio
Me dê a mão
Filosofia e poesia
É o que dizia minha vó
Antes mal-acompanhada do que só
Você precisa de um homem
Pra chamar de seu
Mesmo que esse homem seja eu
Um homem pra chamar de seu
Mesmo que seja eu https://www.letras.mus.br/erasmo-carlos/45776/
30- Identifique nos textos acima o contraponto do romantismo de Emília com a figura da mulher atual no poema
de Erasmo Carlos.
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Quem foi JEAN PIAGET? (1896-1980)
Jean Piaget foi o biólogo que colocou a aprendizagem no microscópio. O cientista suíço revolucionou o modo de encarar
a educação de crianças ao mostrar que elas não pensam como os adultos e constroem o próprio aprendizado. Foi o nome mais
influente no campo da educação durante a segunda metade do século 20, a ponto de quase se tornar sinônimo de pedagogia. Não
existe, entretanto, um método Piaget, como ele próprio gostava de frisar. Ele nunca atuou como pedagogo. Antes de mais nada,
Piaget foi biólogo e dedicou a vida a submeter à observação científica rigorosa o processo de aquisição de conhecimento pelo ser
humano, particularmente a criança.
Você estuda em um Colégio Jean Piaget!