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Revista Eletrônica da Faculdade Metodista Granbery http://re.granbery.edu.br - ISSN 1981 0377 Curso de Educação Física – N. 21, JUL/DEZ 2016 ATIVIDADE FÍSICA NA INFÂNCIA, SEUS BENEFÍCIOS E AS IMPLICAÇÕES NA VIDA ADULTA. LIDIANE CRISTINA DA SILVA 1 ROBERTO CARLOS LACORDIA 2 RESUMO A infância é, sem dúvida, uma fase muito importante da vida, e é nela, que se constroem os alicerces da existência: o desenvolvimento psicológico, desenvolvimento de habilidades motoras, a descoberta das maiores paixões. Também, da mesma maneira, é possível observar o desenvolvimento de hábitos que criam consequências negativas e que podem seguir durante toda a vida. O presente estudo pretende descrever quais os benefícios da atividade física praticada na infância, e vida adulta, além de descrever quais são implicações de se ter uma vida sedentária. Para isto, utilizou-se de uma pesquisa descritiva de caráter qualitativo através da revisão bibliográfica de autores como Ariès (1981), De Rose Junior (2009), Corazza (2002), Gallahue e Ozmun (2003), entre outros. Através da revisão de diversos autores, percebe-se que a literatura é rica com relação a esse tema, onde há trabalhos e artigos de diversas áreas do conhecimento além da Educação Física, como a Medicina, Psicologia e a Pedagogia. Conclui-se que os benefícios da atividade física são o auxílio ao crescimento e desenvolvimento, além da melhora no convívio social entre crianças e também entre adultos. É durante a vida adulta que se pode obter a resposta da atividade física praticada na infância, seja na prevenção, na promoção da saúde e até no tratamento de inúmeras doenças. Portanto, considera-se o sedentarismo fator de risco para os níveis de saúde. Palavras-chave: Infância. Atividade Física. Sedentarismo. Vida adulta. ABSTRACT Childhood is, undoubtedly, a very important phase of life, and it is in it, that build the foundations of existence: psychological development, development of motor skills, the discovery of the greatest passions. Also, in the same way, it is possible to observe the development of habits that create negative consequences and that they can follow throughout life. The present study intended to des you want to describe the benefits of physical activity practiced in childhood, and adult life, in addition to 1 Licenciada em Educação Física Faculdade Metodista Granbery. 2 Prof. Orientador Ms em Educação Física- Faculdade Metodista Granbery.

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Revista Eletrônica da Faculdade Metodista Granbery

http://re.granbery.edu.br - ISSN 1981 0377

Curso de Educação Física – N. 21, JUL/DEZ 2016

ATIVIDADE FÍSICA NA INFÂNCIA, SEUS BENEFÍCIOS E AS IMPLICAÇÕES NAVIDA ADULTA.

LIDIANE CRISTINA DA SILVA1

ROBERTO CARLOS LACORDIA2

RESUMO

A infância é, sem dúvida, uma fase muito importante da vida, e é nela, que seconstroem os alicerces da existência: o desenvolvimento psicológico,desenvolvimento de habilidades motoras, a descoberta das maiores paixões.Também, da mesma maneira, é possível observar o desenvolvimento de hábitos quecriam consequências negativas e que podem seguir durante toda a vida. O presenteestudo pretende descrever quais os benefícios da atividade física praticada nainfância, e vida adulta, além de descrever quais são implicações de se ter uma vidasedentária. Para isto, utilizou-se de uma pesquisa descritiva de caráter qualitativoatravés da revisão bibliográfica de autores como Ariès (1981), De Rose Junior(2009), Corazza (2002), Gallahue e Ozmun (2003), entre outros. Através da revisãode diversos autores, percebe-se que a literatura é rica com relação a esse tema,onde há trabalhos e artigos de diversas áreas do conhecimento além da EducaçãoFísica, como a Medicina, Psicologia e a Pedagogia. Conclui-se que os benefícios daatividade física são o auxílio ao crescimento e desenvolvimento, além da melhora noconvívio social entre crianças e também entre adultos. É durante a vida adulta quese pode obter a resposta da atividade física praticada na infância, seja naprevenção, na promoção da saúde e até no tratamento de inúmeras doenças.Portanto, considera-se o sedentarismo fator de risco para os níveis de saúde.

Palavras-chave: Infância. Atividade Física. Sedentarismo. Vida adulta.

ABSTRACTChildhood is, undoubtedly, a very important phase of life, and it is in it, that build thefoundations of existence: psychological development, development of motor skills,the discovery of the greatest passions. Also, in the same way, it is possible toobserve the development of habits that create negative consequences and that theycan follow throughout life. The present study intended to des you want to describethe benefits of physical activity practiced in childhood, and adult life, in addition to

1 Licenciada em Educação Física – Faculdade Metodista Granbery.2 Prof. Orientador Ms em Educação Física- Faculdade Metodista Granbery.

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describe what are the implications of having a sedentary life. For this, we used asurvey descriptive qualitative through the literature review of authors such as Ariès(1981), De Rose Junior (2009), Corazza (2002), Gallahue and Ozmun (2003), amongothers. Through a review of several authors reveals that the literature is rich withregard to this theme, where there are papers and articles in different areas ofknowledge in addition to Physical Education, such as Medicine, Psychology andPedagogy. It is concluded that the benefits of physical activity are the aid, growth anddevelopment, in addition to the improvement in the social interaction betweenchildren and also between adults. It is during the adult life that if you can get theresponse of the physical activity practiced in childhood, whether in prevention, inhealth promotion and in the treatment of numerous diseases.

KEY WORDS: Childhood. Physical Activity. A sedentary. Adult life.

INTRODUÇÃO

Ao longo da vida o ser humano desenvolve habilidades e preferências

que podem ser modificadas ou não. Embora exista um processo de mudanças

constantes desde a concepção no útero materno até o momento da morte, deve-se

atentar aos primeiros anos de vida, pois neles são construídos os alicerces que vão

influenciar positivamente por toda a vida adulta.

A infância é vista por muitas pessoas como um período de muita alegria,

brincadeiras onde não existem preocupações, nem obrigações, porém, na realidade

atual, observa-se que muitas crianças podem não possuir esta infância considerada

por muitos como ideal. Percebe-se que muitas delas encontram-se em situação de

risco como: a miséria, a violência (inclusive sexual), entre outros tipos de situações,

que proporcionam às crianças, experiências muitas vezes traumáticas que vão

incidir de forma negativa em suas vidas.

Se por um lado tantas coisas podem acontecer e deixar marcas na

infância, existem também situações e pequenos gestos que podem levar as pessoas

a terem boas práticas ao longo da vida. Como por exemplo, uma alimentação

saudável, gosto pela leitura e pela prática de atividade física.

Um estilo de vida saudável está ligado a uma vida longe do sedentarismo

e também a outros fatores como uma boa alimentação e um sono adequado, por

exemplo. Sabe-se que a atividade física regular, quando bem orientada, pode ajudar

na prevenção e tratamento de inúmeras doenças, trazendo bem-estar para quem a

pratica, melhorando fatores sociais e psicológicos.

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O objetivo deste texto é descrever os benefícios da atividade física

praticada na infância e vida adulta, além de descrever quais são implicações de se

ter uma vida sedentária.

Este estudo trata-se de uma pesquisa descritiva de caráter qualitativo,

através de revisão bibliográfica baseada em autores como Ariès (1981), De Rose

(2009), Corazza (2002), Gallahue e Ozmun (2001), Lazzoli et al (1998).

Intenciona-se, com este trabalho, auxiliar estudantes, professores e até

pais para que compreendam a importância de se manter uma vida ativa desde a

infância, cuja prática deve ser supervisionada por um profissional que fique atento às

necessidades dos alunos.

Salienta-se também que uma infância ativa não é garantia de saúde na

vida adulta, visto que são muitas as mudanças no processo de desenvolvimento de

um indivíduo, mas que a prática de atividade física deve ser constante na vida de

uma pessoa, uma vez que o sedentarismo é fator de risco para a saúde física e

mental.

Este estudo aborda a infância, suas características e peculiaridades, bem

como alguns aspectos históricos. Também expõe sobre os benefícios da atividade

física, a importância de uma vida ativa e os riscos do sedentarismo. Além disto,

discute a atividade física na infância, seus benefícios e quais são os cuidados ao

prescrever atividade física para crianças. Salienta-se também sobre a atividade

física na vida adulta e quais os benefícios que uma vida ativa pode trazer para o

indivíduo nesta idade.

CONSIDERAÇÕES SOBRE A INFÂNCIA

O ser humano ao longo de sua vida, desde a concepção no útero materno

até o momento de sua morte, sofre processos de mudança.

Segundo Gallahue e Ozmun (2001, p.6) “O desenvolvimento é um

processo contínuo que se inicia na concepção e cessa com a morte”, podendo ser

sobre mudanças físicas, gosto, aptidões, etc. Ainda segundo Gallahue e Ozmun

(2001, p. 15), a infância é compreendida entre o nascimento até os 24 meses

(primeira infância) e dos dois anos até os dez anos de idade que é o período

conhecido somente como infância.

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Para Andrade (2014, p. 08) “É na infância que as crianças aprendem as

bases necessárias para o seu desenvolvimento nos aspectos físicos, motor, social,

emocional, cognitivo, linguístico e o comunicacional”.

Na infância, aprendem-se os primeiros passos da vida, onde se conhece

e desenvolvem-se as principais habilidades. É através destas experiências e até dos

traumas vividos que se desenvolve também a personalidade da vida adulta. Deve-se

ter uma atenção especial para nos primeiros anos:Os primeiros anos são um período de desenvolvimento cognitivoimportante e foram denominados de “fase pré-operacional doraciocínio” por Piaget. Nesse período, as crianças desenvolvemfunções cognitivas que eventualmente resultarão em raciocínio lógicoe em formulação de conceitos. (GALLAHUE E OZMUM, 2001, p.237)

Este desenvolvimento começa antes mesmo do nascimento

A construção deste sujeito humano criança começa antes mesmo deela nascer biologicamente. Antes de vir ao mundo, já é falada pelosoutros, já é marcada pelo desejo inconsciente dos pais e ocupa umlugar no imaginário deles [...] e é inevitável pelo fato de o ser humanopertencer a uma dada filiação, a uma dada sociedade, a uma dadacultura. (DE ROSE Jr, 2009, p. 19)

Algumas atitudes das crianças são reflexos do que elas vivem e

aprendem no convívio com sua família, como por exemplo, seu vocabulário que é

formado pelas palavras que ouvem e aprendem através da repetição.[...] pensadores como Rousseau, Madame d’Epinay e Pestalozzichamaram a atenção para a especificidade e as necessidades dainfância, denunciando práticas e métodos educativos inadequadospara a compreensão das crianças e para seu desenvolvimento físico,moral e intelectual. Esses autores desenham uma nova imagem dacriança semelhante à semente de uma árvore, promessa de futuro,contanto que bem orientada e conduzida [...] (DE ROSE Jr 2009, p.13)

Porém, a criança não imita somente palavras,Grande parte do que a criança aprende é por imitação, e esse

aprendizado não está restrito às ações evidentes. Sentimentos eatitudes também podem ser aprendidos por imitação. Comoresultado, os estados de humor e as emoções de um adultoimportante afetam muitas atitudes e vários sentimentos que a criançadesenvolve. ( GALLAHUE E OZMUN, 2001, p. 391)

É também na família que se tem as primeiras experiências de convívio

social, conforme Serrano (1996, apud BURGOS et al, 2002, p.42) “ [...] com base na

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família, a relação da criança com o mundo a criança especifica-se, torna- se um

modo de vida que inflete em seus comportamentos e determina, por continuidade e

oposição, o que ela poderá ser no futuro. ”

Existem também outros fatores que podem influenciar no

desenvolvimento como, por exemplo, os meios de comunicação, para Burgos (2002,

p. 43), esses meios “[...] representam um papel central no que tange à inserção das

crianças e dos adolescentes na ideologia da sociedade global, no contato com

mundo e realidades longínquas e no acesso de determinados valores existentes na

sociedade”. Porém, não se sabe até que ponto esta influência desses meios de

comunicação podem ser positivas.

A criança é também uma multiplicadora de aprendizado, onde aprende

tudo o que lhe é ensinado com grande facilidade e da sua maneira consegue passar

para frente o que aprendeu, pois nesta fase existe um interesse muito grande em

mostrar o que se sabe, por exemplo, aos pais, familiares e na própria escola.O pequeno conquistador dedica aos outros (pai-mãe ou quemcumpre essas funções) sua produção [...] a criança necessita queesses outros aprovem e afirmem esse fazer significante, essaconquista [...]. Precisa demonstrar-lhes e demonstrar a si mesmo quepode fazê-lo “por si só”, que pode saltar, correr, trepar, rodar, etc ...(LEVIN, 1997, p. 121)

Essas conquistas que podem ser pequenas para os adultos, desenvolvem

um papel importante na vida das crianças, Gallahue e Ozmun (2001, p. 237),

descrevem que “[...] as crianças envolvem-se em novas experiências, como subir,

pular, correr e arremessar objetos, por conta própria e pela pura alegria de sentir e

de saber o que elas são capazes de fazer”.

Estar com uma criança, se dedicar e compreendê-la é muito mais do que

acha-la bonita e vibrar com suas conquistas, para Ariès (1981, p.99) “O sentimento

da infância não significa o mesmo que afeição pelas crianças: corresponde à

consciência da particularidade infantil, essa particularidade que distingue

essencialmente a criança do adulto.” Esta particularidade citada está em

compreender que não se trata da miniatura de um adulto, mas sim de um ser único e

com capacidades e limitações próprias.

As crianças são pessoas especiais que requerem muita atenção e

dedicação, sua visão e interpretação do mundo é diferente das de um adulto.

Andrade (2014, p.13) afirma que “O mundo da criança é repleto de descobertas e

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fantasias, num processo constante de mediação entre realidade e a sua

interpretação”, por isto cabe a todos, em certas ocasiões, ter certa sensibilidade na

forma de ver o mundo para conseguir interpretá-lo como uma criança o interpretaria.

É necessário dedicar, pesquisar, compreender esta fase da vida para que

se possa aperfeiçoar mais e observar, de maneira correta e concreta, o

desenvolvimento das crianças cujo objetivo é o de proporcionar a elas uma infância

de aprendizado e experiências que influenciarão suas vidas.

Mas nem sempre foi assim, Ariès (1981, p.17) cita como era até por volta

do século XII “A arte medieval desconhecia a infância ou não tentava representá-la.

É difícil crer que essa ausência se devesse à incompetência ou falta de habilidade. É

mais provável que não houvesse lugar para a infância neste mundo.”

Destaca-se esta informação de que não havia espaço para a infância

naquela época ao citar as palavras de Corazza (2002, p.84) “A iconografia alto-

medieval desconhecia a criança - não tentava representá-la, porque não a percebia;

ou, quando a representava, era sob a forma de um “homem em miniatura”, em

tamanho reduzido [...]”

Em outra passagem percebe-se que a infância era vista com pouca ou

quase nenhuma importância “era um período de transição, logo ultrapassado, e cuja

lembrança também era logo perdida” (ARIÈS, 1981, p. 18)

Pode-se ver enfatizado ainda mais este descaso com a infânciaNo começo, ninguém prestava atenção às gentes pequenas: suascriaturas eram mais ou menos como fantasmas, das quais não sefalava que quase não se enxergava e que, por isso mesmo, nãoincomodavam ninguém [...] viviam soltas pelos lugares: comiam ebebiam do jeito que dava; dormiam onde tivesse uma beirada;vestiam-se com as roupas que eram jogadas fora [...] morriam semque ninguém chorasse [...] muitas nem nome tinham; logo, logooutras vinham e substituíam as que tinham morrido e ficava tudobem. Aquelas pequenas que não desapareciam, faziam as mesmascoisas que as grandes faziam, sem que ninguém lhe pedisse algodiferente [...] uns anõezinhos que ainda não tinham crescido...(CORAZZA, 2002, p. 58)

É necessário compreender que a pouca importância que se dava à

criança pode estar ligada ao fato de que o conceito varia em cada período histórico,

bem como as características deste período da vida. Conforme cita as palavras de Le

Grand Propriétaire de tourtes choses:

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A primeira idade é a infância que planta os dentes, e essa idadecomeça quando a criança nasce e dura até os sete anos, e nessaidade aquilo que nasce é chamado de enfant (criança) que quer dizernão falante, pois nesta idade a pessoa não pode falar bem nemformar perfeitamente suas palavras, pois ainda não tem seus dentesbem ordenados, nem firmes. (ARIES, 1981, p. 6)

Na mesma obra do autor encontra-se uma definição diferente para cada

fase da vida, datada do século XVIII, onde são atribuídas de acordo com o papel

social que desempenham.Primeiro a idade dos brinquedos: as crianças brincam com um cavalode pau, uma boneca, um pequeno moinho ou pássaros amarrados.Depois a idade da escola; os meninos aprendem a ler ou seguramum livro e um estojo; as meninas aprendem a fiar. Em seguida asidades do amor ou dos esportes da corte e da cavalaria. (ARIES,1981, p. 9)

Existe uma necessidade de compreender que essas definições não podem

ser desclassificadas nem tampouco menosprezadas, para Ariès (1981, p.08) “Toda

esta terminologia que hoje nos parece tão oca traduzia noções que na época eram

científicas, e correspondia também a um sentimento popular e comum da vida. ”

Esta situação começou a mudar já no século XX onde os pais começaram a

prestar mais atenção na vida de seus filhos e se interessar mais por eles, segundo

Robertson (1995, apud CORAZZA, 2002, p.114) “[...] em contradição com os séculos

precedentes, os pais europeus passaram a encontrar alegria e prazer na criação e

nas relações com seus filhos”.

De certa forma, começou- se a estudar mais a infância, e hoje encontra-se

muitos estudos, ou seja, livros que tratam deste assunto. As crianças deixaram de

ser vistas como a miniatura de um adulto e passaram a ser consideradas como um

ser único, que precisa ser analisado, estudado e compreendido.

Existe também outro fator que pode ser muito bem analisado. Trata-se da

importância que a criança tem para o mercado de produtos. Hoje em dia existem

produtos de consumo dedicados a elas, brinquedos de todos os tipos, alimentos que

passaram a ser mais estudados, pomadas, produtos de higiene de uma forma geral,

dentre tantos outros.Hoje os espaços que a criança ocupa se ampliaram. Ela pode servista na escola, na rua, no parque de diversão, mas também em umprograma de televisão, na propaganda de um produto de consumo,em um desfile de moda, em um filme de cinema. Nossa sociedade deconsumo vem percebendo que a criança pode ser um bom

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consumidor, e também, um excelente agente para induzir consumo.(DE ROSE Jr, 2009, p. 25)

Esses produtos criados além de maiores pesquisas desenvolvidas no âmbito

da saúde e educação fizeram com que os adultos tivessem maior reconhecimento

em relação às características e especificidades das crianças. Neste contexto de

especificidade da criança existe algo que se torna imprescindível para o

desenvolvimento delas: o brincar.

Andrade (2014, p. 05) define o brincar como “atividade complexa onde se

interliga a ficção com a realidade, ou seja, ao brincar as crianças recebem estímulos

e informações do meio que as rodeiam.”

O brincar exerce papel fundamental na vida das crianças conforme cita

Arendt (1971, apud ALMEIDA, 2006, p. 543) que O classifica como “o modo mais

vívido e apropriado de comportamento da criança no mundo, por ser a única forma

de atividade que brota espontaneamente de sua existência”.

As brincadeiras podem ser muito mais do que uma simples diversão na vida

das crianças, podendo auxiliar no seu desenvolvimento, sendo consideradas por

alguns como parte fundamental para que este progresso ocorra, conforme citado por

Levin (1997, p. 255). Sem a dimensão do lúdico, não se dá a ligação, não existe

aprendizagem da língua, não há espaço nem tempos possíveis, não há estrutura

nem desenvolvimento. Não há infância nem sujeito falante. ”

Hoje, além do brincar, fato muito importante para o desenvolvimento, as

crianças têm praticado atividades variadas, aulas de música, de inglês, de desenho,

pintura e dentre outras, também, as atividades físicas.

Inúmeros benefícios já foram comprovados com relação à atividade física

quando praticada desde a infância. Dentre esses ganhos tem-se a diminuição de

sintomas depressivos e ansiedade, um efeito de proteção contra as doenças

crônico-degenerativas, especialmente as de origem cardiovascular (STEIN, 1999, p.

147).Do ponto de vista de saúde pública e medicina preventiva, promovera atividade física na infância e na adolescência significa estabeleceruma base sólida para a redução da prevalência do sedentarismo naidade adulta, contribuindo desta forma para uma melhor qualidade devida. (LAZZOLI et al 1998, p. 107)

Observa- se que a prática de atividade física pode trazer benefícios não só

físicos, mas também, psicológicos e até sociais.

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BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE FÍSICA E OS RISCOS DO SEDENTARISMO

A busca por uma melhor qualidade de vida vem sendo constantemente

associada a uma vida não sedentária como ferramenta para promoção e/ou

manutenção da saúde. Conforme Burgos (2002, p.160) essa busca pela qualidade

de vida tem sido cada vez maior, e tem estreitado a relação saúde-atividade física

gerando mudanças no estilo de vida.

A prática regular de exercícios físicos, [...] produz uma série deadaptações morfofuncionais no organismo. Essas adaptaçõesocorrem em nível cardiovascular, osteomuscular esquelético,pulmonar, endócrino, hematológico e imunológico, determinando amelhoria da capacidade funcional a laborativa e redução damorbimortalidade cardiovascular e geral. (GHORAYEB eBARROS, 1999, p. 249)

Para a Sociedade Brasileira de Pediatria (2008, p. 04), os benefícios de

uma vida saudável podem ser vistos de forma imediata ou em longo prazo, como por

exemplo, o controle de peso, melhora da capacidade cardiorrespiratória e bem-estar

psicossocial.

Um estilo de vida ativo pode trazer muitos benefícios para quem o pratica.

Carvalho et al (1996, p. 79) afirma que a atividade física quando praticada

regularmente pode preservar a saúde do homem ou até melhorá-la. Esta afirmativa

pode ser complementada ainda mais, pois Souza (2010, p. 52) afirma que em

adultos a manutenção de uma vida ativa auxilia na prevenção das doenças crônicas

não transmissíveis.

Inúmeras patologias podem ser prevenidas, tratadas ou pelo menos

amenizadas se mantivermos um estilo de vida saudável. Para Carvalho et al (1996,

p.79) “ O incremento da atividade física contribui decisivamente para a saúde

pública, com forte impacto na redução dos custos com tratamentos, inclusive

hospitalares, uma das razões de seus consideráveis benefícios sociais. ”

Ao se falar de saúde não se está somente referindo à saúde física, mas

também à saúde mental, visto que uma atividade que gere satisfação e bem

orientada traz um bem-estar psicológico e sensação de prazer.

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Silva et al (2010, p.116) afirmam que a manutenção de uma vida ativa

além de agradável trazem inúmeros benefícios a quem pratica, que podem ser

identificados desde a diminuição do percentual de gordura corporal até o aumento

da autoestima. Pode trazer também a melhora do convívio social o que pode ser de

extrema importância para as pessoas

A atividade física é apontada também como aliada ao combate a outros

fatores que são prejudiciais à saúde, conforme cita Stein (1999, p.147) “O exercício

pode ter um impacto sobre o tabagismo, sobre a ingesta calórica inadequada, sobre

o estresse exagerado, além de poder atuar sobre a dependência do álcool e de

drogas psicoativas.”

Engana-se quem acredita que somente pode ser considerado não

sedentário aquele que está inscrito em algum programa como, por exemplo,

academias de ginástica, escolas de esporte, aulas de dança, etc. Atitudes básicas

do dia a dia já podem trazer grandes influências.Benefícios significativos para a saúde, já podem ser obtidos comatividade de intensidade relativamente baixa, comuns no cotidianocomo andar, subir escadas, pedalar e dançar. Portanto, não somenteos programas formais de exercícios físicos, mas, também atividadesinformais que a incrementem, são interessantes. (CARVALHO et al,1996, p. 80)

Embora esta valorização, de como um modo de viver não sedentário seja

ponto fundamental para uma vida saudável, tenha sido muito pesquisado e

estudado, ao pesquisar sobre o tema, é possível encontrar registros de que estes

benefícios já eram citados há muitos anos. Gualano e Tinucci (2011, p.37), citam

uma afirmação do filósofo grego Sócrates: “Na música, a simplicidade torna a alma

sábia; na ginástica, dá saúde ao corpo”.

Esta ideia ganhou mais força e veracidade com as palavras do filósofo

Hipócrates, conhecido como o pai da medicina, que diz “O que é utilizado

desenvolve-se, o que não é desgasta-se... se houver alguma deficiência de alimento

e exercício o corpo adoecerá”. (GUALANO E TINUCCI, 2011, p. 37)

Segundo Souza (2010), recomenda- se que os adultos pratiquem pelo

menos 30 minutos de atividade física diária, de forma moderada e todos os dias da

semana, ou 20 minutos de atividade física vigorosa em pelo menos três dias da

semana.

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Porém, mesmo sabendo de sua importância, estudos mostram que com o

avançar da idade, as pessoas vão se tornando mais sedentárias.

O avançar da idade é acompanhado de uma tendência a um declíniodo gasto energético médio diário à custa de uma menor atividadefísica. Isso decorre basicamente de fatores comportamentais esociais como aumento de compromissos estudantis e/ouprofissionais. (LAZZOLI et al, 1998, p.107)

Seus benefícios podem ser vistos sobre vários aspectos, como aspectos

físicos, psicológicos, sociais, dentre outros. Do ponto de vista da saúde a prática de

atividade física está relacionada à prevenção ou até tratamento de inúmeras

doenças.

Muitos pesquisadores sugerem que o exercício físico regular sejacapaz de ter impacto significativo sobre a prevenção e/ ou controleda hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus não insulino-dependente, dislipidemia, obesidade, osteoporose, asma brônquica eoutras doenças pulmonares. (STEIN, 1999, p.148)

Carvalho et al (1996, p.79) apresenta as seguintes doenças que podem ser

combatidas pela prática regular de atividade física: doença aterosclerótica

coronariana, hipertensão arterial sistêmica, acidente vascular encefálico, doença

vascular periférica, obesidade, diabetes melitus tipo II, osteoporose e osteoartrose,

câncer de cólon, de mama, de próstata e de pulmão, além de ansiedade e

depressão. Como visto, do ponto de vista de saúde, a atividade física pode combater

inúmeras doenças consideradas como causa de morte de muitas pessoas, além

disto, combater doenças psicológicas muito habituais na sociedade atual como a

depressão.

Além dos benefícios ligados diretamente à saúde, o exercício consegue

também melhorar algumas capacidades do organismo, como cita Ghorayeb e Barros

(1999, p.173) “O consumo máximo de oxigênio (VO2 máx) [...] tem sido considerado

o melhor indicador da capacidade funcional e pode ser modificado pelo treinamento

físico em atletas, indivíduos saudáveis e até pacientes...”

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Em indivíduos com diabetes mellitus a atividade física pode diminuir o risco

de se desenvolver uma retinopatia diabética proliferativa devido ao seu efeito na

pressão sanguínea. Ghorayeb e Barros (1999).

Têm-se alguns benefícios da prática de atividade física em alguns

mecanismos do nosso corpo

Coração: Melhora o tônus da musculatura cardíaca proporcionandomaior “força de contração” e, em consequência, diminuição dafrequência cardíaca, condicionando menor trabalho para executaresforços semelhantes em comparação com um organismo menosexercitado. Circulação periférica: [...] a atividade física, intensificandoo mecanismo de contração muscular e o uso articular, aciona edinamiza a ação venosa, arterial e linfática, com melhora global nacirculação corpórea. Sistema excretor: Com o auxílio da sudorese,provocada pelo exercício físico, conseguimos um importante aliadoao trabalho renal e consequente diálise, proporcionando atividadeexcretora mais eficiente. Sistema endócrino: A atividade física produzmelhor equilíbrio hormonal diminuindo os déficits metabólicos. “ Noobeso, queima a gordura excedente, e no diabético promove adiminuição da necessidade da insulina exógena. ” Sistemarespiratório: Com as necessidades do grande e imediato aporte deoxigênio, condicionamos melhor expansibilidade torácica,promovendo mudanças equilibradas da frequência respiratória,facilitando “o respirar”. Sistema locomotor: A melhora do tônusmuscular aprimora a função de equilíbrio e de movimento,condicionando, ao final melhor postura. Melhora ainda, em nívelósseo, as trocas iônicas, mantendo o equilíbrio cálcio-fósforo.[...] emnível articular, modula os quesitos elasticidade e flexibilidade, tãoimportantes para prolongar a vida articular. (GHORAYEB EBARROS, 1999, p. 351)

Do ponto de vista emocional sabe- se que a atividade física gera um bem-

estar para quem a pratica.[...] o exercício traz benefícios psicológicos para os participantes,

combatendo a ansiedade e a depressão e melhorando o estadoemocional geral do indivíduo. Estes efeitos antidepressivos eantiansiolíticos dos exercícios têm sido observados em diferentestipos de atividades aeróbias [...] e não aeróbias [...] e sãoindependentes da idade e do sexo... (GHORAYEB E BARROS, 1999,p. 244)

A prática de atividade física está também diretamente relacionada à imagem

corporal, sensação de viver uma vida ativa e em indivíduos mais próximos à velhice

está ligada a sensação de autonomia.

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Há ainda, duas outras razões pelas quais a atividade física regularresulta benéfica para a saúde emocional das pessoas: o reforço àautoestima relacionado a melhor imagem corporal e também àsensação de estar vivendo um estilo de vida mais saudável, e ainda,um grau maior de mobilidade física, o que, em alguns casos significamaior autonomia. Esse último aspecto é especialmente relevante navelhice, fase da vida na qual o enrijecimento das articulaçõescompromete a mobilidade física e, portanto, a autonomia do idoso.(GHORAYEB E BARROS, 1999, p. 264)

Além das aqui citadas, existem outras dimensões da vida do ser humano

que podem ser afetadas diretamente pela manutenção de uma vida ativa, sendo

esses: social, intelectual e espiritual.Alguém cujo corpo funciona bem e sente-se bem consigo mesmo ecom o que faz tenda a se relacionar melhor com as outras pessoas ea produzir mais intelectualmente. O melhor relacionamento com aspessoas introduz o indivíduo em uma agradável via de mão dupla:quanto mais se dá aos outros, mais recebe deles [...] e esta maiorcarga afetiva que recebe tende a reforçar a autoestima e o grau desatisfação consigo próprio. Esse reforço por sua vez, melhora aindamais a relação com as outras pessoas e a capacidade intelectual.[...]As pessoas que alcançam tal nível de felicidade e satisfação consigopróprias tendem a uma visão positiva e otimista da vida, do mundo edas outras pessoas, beneficiando pois a dimensão espiritual da suavida.( GHORAYEB E BARROS, 1999, p. 265)

Se por um lado a prática de atividade física pode trazer inúmeros benefícios,

sua ausência pode ser prejudicial à saúde e bem-estar das pessoas. Para Carvalho

et al (1996, p.79) o sedentarismo além de ser uma condição indesejável pode

representar inúmeros riscos para a saúde.

Fernandez et al (2004) afirma que o aumento do tecido adiposo, e como

consequência, a obesidade é fruto de um balanço energético desfavorável, uma vez

que a ingesta calórica é alta e com pouco gasto energético.

Esta inatividade física é fator fundamental para se contrair ou agravar a

situação de várias doenças. Para Silva et al (2010, p.116) “ A inatividade e um estilo

de vida sedentário estão relacionados a fatores de risco para o desenvolvimento ou

agravamento de certas condições médicas, tais como doença coronariana ou outras

alterações cardiovasculares e metabólicas”.

Enfatiza-se que embora não seja o único fator de interferência, a ausência

de atividade física pode acarretar diversos danos à saúde, inclusive muitas vezes é

comparada com vários outros fatores prejudiciais. Conforme Souza (2010, p.53) “A

inatividade física e baixo nível de condicionamento físico tem sido considerado

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fatores de risco para a mortalidade prematura tão importante quanto o fumo,

dislipidemia3 e hipertensão arterial”.

Ghorayeb e Barros (1999, p. 5) afirmam “Existem vários trabalhos

demonstrando que o músculo esquelético pode apresentar regressão funcional em

resposta ao sedentarismo”, ou seja, a falta de atividade física atinge diretamente a

capacidade funcional do indivíduo.

Em uma sociedade moderna pode-se destacar muitos fatores que levam um

indivíduo a se tornar sedentário, muitas vezes está associado à rotina de cada

pessoa, e os hábitos de vida que foram se alterando com o passar do tempo.Com a introdução de novas tecnologias o homem modernotransformou-se. Se em um passado não tão distante ele era umindivíduo do campo, sendo fisicamente ativo, com as ondasmigratórias para as grandes cidades, passou a adotar um estilo devida urbano, com um comportamento tipicamente sedentário.(STEIN, 1999, p. 147)

O desenvolvimento tecnológico surgiu com o intuito de facilitar algumas

tarefas do dia a dia, e por muitas vezes acabou auxiliando nos trabalhos cotidianos,

fazendo com que se utilize com o passar dos dias menos esforço e tempo para

determinadas tarefas, porém, deve-se salientar que nem sempre este auxílio é

utilizado de forma correta.[...] a tecnologia é criada com fins de ser facilitador da sociedade, eainda como uma ferramenta para se economizar tempo nas ações[...] em tese as pessoas deveriam ter mais tempo para cuidar deoutras coisas, como por exemplo, de saúde. Pelo contráriopercebemos que quanto mais tecnologia é criada, menos tempo apessoa tem para se dedicar a manutenção de sua saúde. (ALVES,2007, p. 19)

A tecnologia nos torna ainda mais sedentários, pois quase tudo o que

precisamos necessita de pouco esforço,

O sedentarismo passa a ser uma grande preocupação depraticamente todas as grandes nações do mundo, pois designa oestilo de vida moderno, em que o ser humano, devido ao grandeavanço da tecnologia, precisa de pouco ou de quase nada de esforçofísico para conseguir meios necessários para a manutenção de suavida. (ALVES, 2007, p. 19)

3 Distúrbio dos níveis de lipídios no sangue, como colesterol e triglicerídeos.

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O sedentarismo é condição totalmente indesejável para a nossa vida, que

inclusive, pode trazer inúmeros riscos para a nossa saúde. Os hábitos de vida

saudáveis devem ser estimulados desde a infância, pois assim evitamos que as

crianças sofram as consequências desta vida sedentária.

ATIVIDADE FÍSICA NA INFÂNCIA: BENEFÍCIOS E RECOMENDAÇÕES.

Independente da fase em que se encontra, a atividade física pode trazer

inúmeros benefícios para quem a pratica. Na infância, a atividade física pode

melhorar o desenvolvimento das crianças. Segundo a Sociedade Brasileira de

Pediatria (2008, p. 04) “A atividade física é o comportamento que juntamente com a

genética, nutrição e o ambiente, contribuem para que o indivíduo atinja seu potencial

de crescimento, desenvolva plenamente a aptidão física e tenha como resultante um

bom nível de saúde.”

Esta afirmação pode ser complementada com as palavras de De Rose Jr.

(2009) quando cita que as atividades físicas já trazem inúmeros benefícios quando

praticadas desde a infância, além de fazerem parte do desenvolvimento humano.

Este mesmo autor explica que a atividade física influencia diretamente no

desenvolvimento ósseo. Ele afirma que a atividade física de forma adequada é

essencial para o crescimento normal do osso e imprescindível para que o tal

crescimento siga o padrão genético estabelecido, sendo o sedentarismo prejudicial

para a estatura final do indivíduo. Conforme cita,A atividade física regular e adequada promove o crescimentosaudável do esqueleto, fazendo com que ele siga seu curso genéticode aumento longitudinal e transversal. Já a ausência ou excesso deatividades físicas pode prejudicar o crescimento em estatura epromover deformações ósseas. (DE ROSE Jr, 2009, p. 163)

Além de fatores diretamente ligados ao crescimento e desenvolvimento, a

atividade física pode diminuir as chances de obesidade e do sedentarismo, fatores

indesejáveis para nós. Segundo Lazzoli et al (1998, p.107) “ Em crianças e

adolescentes, um maior nível de atividade física contribui para melhorar o perfil

lipídico e metabólico e reduzir a prevalência de obesidade. ”

De Rose Jr. (2009, p. 34) diz que além da obesidade outros problemas

crônicos como a hipertensão arterial podem ser evitados através da prática de

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atividade física. Conforme se observa, manter uma vida ativa pode trazer inúmeros

benefícios para quem pratica. Alves e Lima (2008) citam benefícios como[...] estímulo ao crescimento e desenvolvimento, prevenção daobesidade, incremento da massa óssea, aumento da sensibilidade àinsulina, melhora do perfil lipídico, diminuição da pressão arterial,desenvolvimento da socialização e da capacidade de trabalhar emequipe. (ALVES E LIMA, 2008, p. 384)

De Rose Jr. (2009) afirma que as atividades físicas podem contribuir

inclusive para a melhora das atividades diárias.Um dos benefícios imediatos de maior magnitude que a prática deatividades físicas oferece para crianças e adolescentes é a melhorana aptidão física relacionada à saúde. Benefícios advindos damelhora na aptidão cardiorrespiratória, força muscular, flexibilidade ecomposição corporal contribuem para e melhora das atividades davida diária nessa faixa etária. (DE ROSE Jr,2009, p. 30)

Além de benefícios ligados diretamente à saúde física, observa-se

também que através dessas atividades as crianças aumentam a socialização, visto

que em algumas práticas elas terão que conviver com outras crianças que talvez

nem conheçam, além da presença de um professor que pode ser uma figura

totalmente nova e significativa em suas vidas.

Segundo de Rose Jr. (2009, p. 212) “Acrescida aos benefícios para a

saúde, a atividade física oferece oportunidades de lazer e socialização, além de

agregar valores como autoestima, confiança e motivação para a participação futura

em programas de atividade física. ”

Segundo Silva e Costa Jr. (2011, p.43) “Em relação às crianças, a

atividade física desempenha papel fundamental sobre a condição física, psicológica

e mental. A prática da atividade física pode aumentar a autoestima, a aceitação

social e a sensação de bem-estar entre as crianças. ”

Dependendo da atividade proposta, elas aprendem a dividir, trabalhar em

equipe e muitas vezes através de pequenas competições, os alunos são

estimulados a aprenderem o perder e o ganhar respectivamente.

Segundo Lazzoli et al (1998, p.108) “ A competição esportiva pode trazer

benefícios do ponto de vista educacional e de socialização, uma vez que

proporciona experiências de atividade em equipe, colocando a criança frente a

situações de vitória e derrota. ”

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Ghorayeb e Barros (1999, p. 352) afirmam que a atividade física

desempenha papel muito importante na parte psicológica “A atividade esportiva

descarrega o psiquismo explosivo, libera o introvertido, condiciona o agressivo, une

os extremos e ensina a vencer e perder. ”

A participação em atividades físicas proporciona contatos sociais, eas crianças [...] aprendem que entre eles e o mundo existem outraspessoas, que para a convivência social é preciso obedecer a regrase ter determinados comportamentos, aprendem a conviver comvitórias e derrotas, aprendem a vencer por meio do esforço pessoal,desenvolvem a independência e a confiança em si mesmos e osentido de responsabilidade. (MARTINS 2002, apud DE ROSE Jr,2009, p. 36)

A prática de atividade física na infância pode trazer benefícios também na

vida adulta, quando relacionado ao próprio processo de envelhecimento, pois

segundo De Rose Jr. (1999) a atividade física maximiza o pico de massa óssea, o

que é extremamente importante para a prevenção de doenças caracteristicamente

consideradas de indivíduos idosos, como a osteoporose.

Lazzoli et al (1998) afirma que,Existe associação entre sedentarismo, obesidade e dislipidemias eas crianças obesas provavelmente se tornarão adultos obesos.Dessa forma, criar o hábito de vida ativo na infância e naadolescência poderá reduzir a incidência de obesidade e doençascardiovasculares na vida adulta. A atividade física também podeexercer outros efeitos benéficos em longo prazo, como aquelesrelacionados ao aparelho locomotor. A atividade física intensa,principalmente quando envolve impacto, favorece um aumento damassa óssea na adolescência e poderá reduzir o risco deaparecimento de osteoporose em idades mais avançadas,principalmente em mulheres pós- menopausa. (LAZZOLI, 1998,p.107)

As crianças com baixos índices de AF parecem ser maissusceptíveis para desenvolverem patologias degenerativas em idadeadulta; b) a AF nas crianças parece induzir alterações biomecânicas,fisiológicas e psicológicas, as quais se manifestam comoadaptações crônicas benéficas, persistindo de forma vantajosadurante a vida adulta; c) os hábitos da prática das atividades físicasadquiridos na infância parecem persistir durante a vida adulta.(SOUZA, 2010, p.53)

Da mesma forma, uma infância sedentária é associada a um desfecho

ruim para a saúde na vida adulta, como baixa aptidão cardiorrespiratória, maior

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índice de massa corporal, aumento nos níveis de colesterol total e tabagismo. De

Rose Jr. (2009). Além disto, crianças sedentárias podem desenvolver coronariopatia,

(FRANCA E ALVES,2006).

A obesidade pode ser definida como o acúmulo excessivo degordura corporal que compromete a saúde, e ocorre, principalmente,quando o consumo energético é superior ao dispêndio de energia.Tem seu início, com frequência, na infância, e a probabilidade deuma criança obesa desenvolver obesidade na vida adulta é muitomaior que em crianças com gordura corporal normal. (MCARDLE etel 2003, apud PIERINE et al, 2006, p. 114)

De Rose Jr. cita de forma geral os benefícios que as crianças têm ao

praticar a atividade física (2009)A prática de atividade física por crianças [...] contribui não apenaspara o controle de peso corporal, mas também para uma série defatores determinantes da saúde individual e coletiva. A promoção deum estilo de vida ativo tem forte influência positiva no padrão decrescimento e desenvolvimento; [...] previne ou retarda oaparecimento de fatores de risco cardiovasculares; [...] melhora orelacionamento em grupo; minimiza a depressão; e aumenta aautoestima. Dessa forma, o desfecho para esse conjunto deadaptações é um indivíduo com melhor qualidade de vida e bem-estar. (DE ROSE Jr, 2009 p. 220)

Como visto, crianças ativas tem maior chance de se tornarem adultos ativos,

mas para que isto aconteça deve-se fazer com que esta atividade gere satisfação

para quem a pratica, além de mostrar aos alunos os benefícios que eles têm ao

fazer que esta atividade que está sendo praticada se torne um hábito em suas vidas.

Ao ministrar uma aula para crianças, deve-se atentar e tomar cuidado para

evitar transtornos ou até gerar traumas para as crianças. A atividade deve ser

prazerosa e com acompanhamento constante do professor que deve estar sempre

atento as dúvidas as crianças e a forma de execução da atividade proposta.

A execução dos movimentos não precisa ser perfeita, mas devem-se evitar

erros que podem ocasionar qualquer tipo de dor ou lesão as crianças, além de evitar

atividades em locais que venham a ser perigosos de alguma forma.

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Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (2008, p. 10) “Quando a prática

de atividade física é inadequada, além das lesões físicas, podem ocorrer estresse,

distúrbios alimentares e psicológicos”

Vale ressaltar que ao prescrever qualquer atividade física para crianças, o

objetivo é fazer com que elas vivenciem a prática que está sendo proposta.

Devemos também criar condições favoráveis para que possam sentir gosto pela

atividade praticada, o que aumenta as chances de elas permanecerem na atividade

ao longo de sua vida.

Não se deve ver crianças como atletas, mas como pessoas que desejam

uma vida saudável e que necessitam conhecer e vivenciar os benefícios que a

atividade física pode proporcionar.Profissionais de saúde e educadores devem desestimular aespecialização precoce em uma única atividade e a superação quepodem prejudicar o desenvolvimento normal do organismo emcrescimento. As atividades desportivas podem ser utilizadas paraincrementar a atividade física em crianças e adolescentes, desde quenão seja maximizado o componente competitivo inerente a elas, nemseja estimulado a especialização precoce. O esporte será benéficose respeitar os limites fisiológicos de cada faixa etária. (SOCIEDADEBRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2008, p. 10)

Deve-se fazer com que as crianças mantenham o interesse pela atividade

oferecendo sempre alternativas para sua prática. Não pode esquecer-se de fornecer

aos alunos experiências motoras variadas além de contemplar os interesses

individuais e buscar suprir o objetivo do aluno ao ingressar nessa atividade física.O objetivo principal da prescrição de atividade física na criança e noadolescente é de criar o hábito e o interesse pela atividade física, enão treinar visando o desempenho. Dessa forma deve- se priorizar ainclusão de atividade física no cotidiano e valorizar a EducaçãoFísica escolar que estimule a prática de atividade física para toda avida, de forma agradável e prazerosa, integrando as crianças e nãodescriminando os menos aptos. (LAZZOLI et al, 1998, p. 108)

A atividade física para crianças, quando ministrada de forma inadequada,

pode trazer prejuízos para a maturação do indivíduo, conforme cita De Rose Jr.

(2009, p. 161) “condições extremas de treinamento, acompanhadas de outros

fatores negativos, muitas vezes presentes no esporte de alto rendimento, como

subnutrição e sobrecarga emocional, podem atrasar a maturação. ”

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Alguns fatores podem interferir diretamente na não adesão à prática de

atividade física. Segundo Lazzoli et al (1998, p.107) entre esses fatores estão a

insegurança, a maior disponibilidade tecnológica e a diminuição de áreas livres nos

centros urbanos que é onde vivem muitas crianças.

Outro fator que pode interferir a não adesão de prática de atividade física

em crianças é citado por Silva e Costa Jr. (2011, p.45) “No entanto, o acesso

facilitado à televisão e videogame diminui a oportunidade de as crianças praticarem

atividades físicas”.

Nos dias atuais tem-se também maior acesso a outros equipamentos

eletrônicos que distraem as crianças e as deixam longe das práticas de atividade

física, como computadores, tablets e celulares, cada vez mais modernos e com mais

funções, jogos, entre outras funcionalidades, além de problemas como falta de

segurança nas ruas, e conforme citado por Koezuka (2006, apud SILVA E COSTA

Jr., 2011)O acesso facilitado ao microcomputador, o desenvolvimento devideogames mais interativos e instigantes, as atraçõesdisponibilizadas por canais de televisão e pela internet, bem como apercepção de falta de segurança pública, retratada diariamente pelamídia, constituem fatores para a mudança em relação às formas delazer de crianças e jovens. (SILVA E COSTA Jr, 2011, p. 47)

Conforme foi visto, a atividade física na infância confere alguns benefícios

que podem ser mantidos também na vida adulta, porém, para que tais benefícios

sejam aproveitados é necessário que se mantenha uma vida ativa durante todo o

processo de envelhecimento.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A infância é sem dúvida uma fase muito importante para o desenvolvimento

de habilidades e comportamentos que podem acompanhar as pessoas ao longo da

vida. A partir dela, constrói-se o alicerce para as outras fases da vida, podendo tal

fase influenciar de forma positiva ou negativa.

Às crianças deve-se dar a oportunidade de um desenvolvimento adequado.

Com um bom desenvolvimento motor, estimulação das habilidades motoras e

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intelectuais. Além disto, um bom convívio social e afetivo com os pais, professores e

demais pessoas de sua convivência.

As atividades físicas são um importante aliado para tal desenvolvimento,

visto que através delas, conseguem-se benefícios que vão desde o desenvolvimento

em termos de crescimento e melhora de habilidades motoras, até socialização e

melhora do autoconceito.

De uma forma geral, as atividades físicas são avaliadas como um importante

aliado na prevenção e/ou tratamento de inúmeras patologias, sendo o sedentarismo

considerado uma ameaça para a saúde e o bem-estar das pessoas.

Quando desde a infância mantem-se uma vida longe do sedentarismo, além

dos benefícios que a prática oferece aumenta-se também a chance de se manter

hábitos saudáveis na vida adulta. Vale ressaltar que, a prática de atividade física

requer cuidados que vão desde a adesão a melhor atividade para determinada faixa

etária até os cuidados na prescrição, evitando-se a competição excessiva, a

especialização precoce, minimizando assim, os riscos de traumas físicos e

psicológicos.

Independente da fase em que o indivíduo se encontra, sendo ele criança ou

adulto, deve-se ter muito cuidado na prescrição e orientação das atividades. Uma

atividade física, como visto, é considerada um fator importante para a manutenção

de uma vida saudável, porém quando mal orientada, pode gerar lesões, traumas

físicos e psicológicos e o que era um fator de ajuda para o desenvolvimento passará

a ser um trauma ou até mesmo uma aversão à atividade física.

Finalmente, considera-se através deste trabalho, que o simples fato de se

manter uma infância ativa, não é garantia de saúde na vida adulta, mas já é um

começo, pois é possível despertar o gosto por uma vida ativa, além de ajudar no

crescimento, desenvolvimento físico e social além de ensinar as crianças o valor de

hábitos saudáveis e comportamentos que levem ao crescimento de suas

potencialidades.

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