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Atitude Preventiva - Pre-Lauch

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Atitude Preventiva

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O QUE É HEPATITE?A hepatite é uma inf lamação ou infecção no f ígado, orgão fundamental para o funcionamento do corpo humano.

O fígado é um órgão multifuncional; entre suas múltiplas funções do fígado estão a regularização dos níveis de gli-cose no sangue, conversão das gorduras consumidas em energia útil para as células e transformação de gorduras e açúcares nos componentes básicos das proteínas.

O órgão também converte o colesterol dos alimentos em ácidos biliares que ajudam na digestão e este órgão, além disso, metaboliza os hormônios. Certas células especiais do fígado processam as bactérias e toxinas que chegam à corrente sangüínea para decompô-las, as desativar e logo as secretar para a bílis.

Realizando mais de 2 000 funções diferentes, o fíga-do é um órgão fundamental para o funcionamento do

corpo humano. É necessário prestar muita atenção ao seu funcionamento, pois ele costuma não dar sinais de que há algo errado,até que fique gravemente comprometido.A hepatite “C”, é tecnicamente chamado de vírus HCV, ele entra na circulação sanguínea ataca e destrói as célu-las do fígado sem sintomas para o portador, as células mortas tornam-se cicatrizes e acaba causando a perda da capacidade de funcionamento do fígado. Comprova-damente adquirida pelo contato com sangue infectado, o vírus pode destruir o fígado da pessoa infectada de forma lenta e silenciosa.

As principais complicações potenciais da infecção crôni-ca evolutiva pelo vírus “C”, (quando o vírus tem mais de 6 meses no organismo) são a cirrose, a insuficiência hepáti-ca terminal e o câncer de fígado que os médicos chamam de (carcinoma hepatocelular), a evolução do dano hepáti-co é diferente para cada indivíduo, podendo levar até 20 anos para chegar nesta fase.

O vírus HCV, conhecido anteriormente como vírus não A não B. Foi descoberto e identificado recentemente (1989) e sua forma de atuar ainda é pouco conhecida. Sendo o HCV uma doença geralmente assintomática. Devido ao relativo desconhecimento da doença em função da fal-ta de informação e de campanhas de prevenção, isto faz com que a hepatite C deixe de ser diagnosticada oportu-namente e tratada adequadamente em milhões de por-tadores da doença. •

Integração entre os vários mecanismos energéticos do organismo Armazenar e metabolizar as vitaminas Fazer a síntese das proteínas plasmáticas Desintoxicação de toxinas químicas produzidas pelo organismo Desintoxicação de toxinas químicas externas do organismo Filtragem mecânica de bactérias Controlar o equilíbrio hidro-salinico normal Secreção do bile

FUNÇÕES DO FÍGADO

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03REVISTA AT!TUDE PREVENTIVA

Dados pesquisados revelaram que o conhecimento dos profissionais da área da Saúde em relação à Hepatite C é insatisfatório, pois desconhecem elementos como: Modo de transmissão, sintomas, medidas preventi-vas (EPIs   Equipamentos de Proteção individual) e condutas que devem ser seguidas no caso de aciden-tes com instrumentos perfuro-cortantes. Em relação aos exames realizados periodicamente pelas insti-tuições, a grande maioria, cerca de 63% não realizam o teste de sorologia para diagnóstico da   hepatite C. Profissionais da saúde com sorologia positiva tem maior tempo de serviço na instituição e 50% maior de chance de ser anti-HCV positivo a cada cinco anos de atividade. Este resultado sugere que, os cuidados diários aos pa-cientes, podem contribuir para o aumento de infecção pelo HCV.

Além disso, esse risco pode ser ainda maior se, os profissionais da saúde, manipularem de ma-neira incorreta os pacientes. A manipulação de materiais contaminados com sangue ou secreção, são inerentes à própria atividade dos profissionais da saúde.

O grande problema, entretanto, é que muitas vezes eles manipulam os materiais de maneira incorreta, aumen-tando o risco de acidentes.

O setor com maior frequência de acidentes é o de emergência, cuja quantidade de atendimentos somado ao estresse de trabalho nessa área, contribui de sobre-maneira, para que o esse setor apresente maior risco de acidentes.

Outro setor importante é a unidade de hemodiálise, cujos procedimentos são constantes, com alto percentual de hepatites B e C entre os dializados.

Os setores de risco máximo que englo-bam, emergência, hemodiálise, UTI e outros, foram os mais importantes com 52,2% dos acidentes. O sangue foi a fonte de infecção encontrada em 70,2% dos casos de acidentes de trabalho.

O risco do acidente envolvendo grande quantidade de sangue e lesão profunda também aumentam o risco de soroconversão, como o que acontece com as agulhas ocas e de grande calibre.

Considerando que o HVC só é transmitido, de forma efi-ciente, através do sangue contaminado e que o profis-sional de saúde, invariavelmente, manterá contato com algum paciente já contaminado no seu dia-a-dia, justi-ficam-se os cuidados com os acidentes envolvendo ma-terial biológico, principalmente os objetos perfuro- cor-tantes.

Em relação aos exames realizados periodicamente pelas instituições, a grande maioria, não realiza o teste de so-rologia para diagnóstico da hepatite C.  Sendo isso uma orientação e não uma determinação da ANVISA, concluí-mos que existe uma grande deficiência, tanto no conhe-cimento dos profissionais em relação à patologia, quanto na política de prevenção hoje instituída pelo Ministério da Saúde.

É de extrema importância que a ANVISA dê mais aten-ção na adoção de medidas efetivas, visto que a pre-venção é o único meio eficaz para o controle da doença. •

DESCONHECIMENTO DOS PROFISSIONAIS DA SAÚDE EM RELAÇÃO A HEPATITE C

Entre as doenças endêmico-epidêmicas, que representam problemas impor tantes de saúde pública no Brasil, salientam-se as Hepatites Virais, entre elas a Hepatite C, que é a causa mais comum de transplante hepático no Brasil.

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CO-INFECÇÃO HIV-HVB-HCVO Brasil é referência mundial em tratamento de AIDS, porém os portadores desta doença morrem de hepatite C

AS PRINCIPAIS FONTES CONTANIMANTES DA HEPATITE CAs principais fontes contaminantes das hepatite C não re-cebem a devida atenção do poder público na fiscalização de seus procedimentos: Hemodiálise, Endoscopia, Artros-copia, Colonoscopia e Outros exames invasivos.

Deve ser lembrado que o vírus da hepatite C não é trans-mitido pelo contato casual como abraços, ou ao compar-tilhar talheres, toalhas pratos, copos, lençóis, roupas etc.

Atualmente, os maiores fatores de risco de contaminação são; o contato com sangue contaminado, o compartilha-mento de utensílios empregados para o uso de drogas, injetáveis ou aspiradas, que representa dois terços das novas infecções, acidentes com instrumentos pérfuro-cortantes, inclusive com instrumentos de manicure ou pedicuro, tatuagem, piercing e dentistas.

É muito importante que seja realizado o teste de de-tecção, principalmente nos grupos de maior risco de já estarem contaminados

- indivíduos que receberam transfusão de sangue e ou hemoderivados anteriormente á 1993; - usuários de drogas injetáveis, inclusive aqueles que

o fizeram só uma vez, em qualquer época da vida;- pessoas que apresentem resultados de transami-nases anormais, ou evidências de dano hepático;

- profissionais da saúde; e bombeiros que tiveram contato com sangue;

- filhos de mães contaminadas com a hepatite C;

- doentes renais em hemodiálise;

- pessoas que foram submetidas á endoscopia, e outros exames invasivos,

- hemofílicos, anêmicos, leucêmicos, falcêmicos, ta-lassêmicos;

- soro positivos pelo HIV/AIDS;

- presidiários.

Se você se identifica com alguma destas situações de risco converse com o seu médico ou procure o posto de saúde pública solicitando a realização de exames para detecção da hepatite C. •

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A alta prevalência de hepatites B e C e o baixo nível de conhecimento sobre a doença justificam a inclusão de esclare-cimentos sobre as infecções hepáticas e de vacinação contra hepatite B nas estratégias de redução de danos pelo HIV.

HIV – O Brasil é referência mundial em seu tratamento

HIV – Sempre tiveram campanhas de detecção e pre-venção

HIV – Tem seus remédios com patologia própria para a doença

HIV – Os seus doentes recebem verba do Ministério da Saúde 10 vezes maior do que os de HCV

HIV – O número de doentes de AIDS no Brasil não chega a 600.000

HIV - O índice de mortes por AIDS no Brasil é quase zero

HCV – Para ser tratado na maioria das vezes é necessário o acionar a justiça

HCV – São 17 anos de omissão na detecção, prevenção e esclarecimentos

HCV – A ciência ainda não descobriu remédio próprio para a doença

HCV – O programa da hepatite “C” recebe verba 10 ve-zes menor do que o da AIDS

HCV – O número de doentes de hepatite “C” no Brasil é de 4.500.000 HCV

HCV - O índice de mortes por HCV no Brasil é incalculá-vel, mas não aparece em nenhuma estatística

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Calcula-se que no Brasil o número de pessoas contami-nadas possa estar hoje em torno de 4,5 milhões. Quando ia hepatite C é identificada e tratada tardiamente reduz as chances de cura e aumenta o número de pessoas na fila de transplantes de fígado e os casos de óbito.

O Brasil já importou vírus dos EUA - Como se não bastassem os nossos problemas domésticos, o Brasil ain-da importou os vírus HIV (AIDS) e vírus HCV ( HEPATITE “C”), dos Estados Unidos da América.

Isto aconteceu na década de 80 quando hemoderivados, sabidamente contaminados com estes vírus, foram im-portados dos USA e vendidos livremente no Brasil para o tratamento de hemofílicos!

A grande maioria dos hemofílicos foram infectados, mui-tos morreram e os sobreviventes deste massacre são obrigados a conviver com as sequelas causadas por estas contaminações para o resto de suas vidas!Este é mais um fato de omissão do poder público, na área da saúde, na fiscalização e no controle de qualidade dos medicamentos importados, que deveriam ser analisados

HEPATITE C: O MAIS

A maioria ainda desconhece que está doente, pois não existem campanhas oficiais de prevenção e de rastreamento

Prevenir é evitar a infecção. Pois quando o tratamento é inevitável, o paciente poderá ficar vulnerável aos efeitos colaterais dos medicamentos, ainda desconhecidos, que podem ser perigosos, já que sabemos que por alterar a resposta imune do organismo podem desencadear varias doenças auto-imunes como: o tiroidismo, o diabetes, a psoríase, o Lúpus, o túnel de carpo, a hepatite auto imu-ne.

O fato é que a ciência ainda não conseguiu criar medi-camentos específicos para a hepatite C. O Interferon e Ribavirina não foram criados para esta patologia e sim para o câncer. A cura atinge apenas de 48% a 52% dos pacientes tratados.

Quando o médico indica o tratamento, terá que obser-var alguns detalhes, pois a forma como os peguilados são excretados pelo organismo também são diferentes. O PEG-INTRON é excretado principalmente pelos rins. O PEGASYS e metabolizado tanto pelos rins como pelo fí-gado. Para pacientes com problemas renais e níveis de creatinina preocupantes o PEGASYS parece ser a melhor opção.

A hepatite auto imune é uma inflamação crônica do fí-gado sem causa conhecida. Não se sabe porque a do-ença inicia. Sabe-se que é causada por um descontrole nas defesas do próprio organismo, (sistema imunológico) que passam a atacar células e órgãos normais, ao invés de agir apenas protegendo o organismo contra infecções. Essa agressão causa inflamação, destruição e, potencial-mente, perda da função do órgão atingido. No caso da hepatite auto imune, o órgão atingido é o fígado.

A esmagadora maioria ainda desconhece que está doen-te, pois não existem campanhas oficiais de prevenção e de rastreamento.

Tem 10 (dez) vezes mais portadores com VHC do que com HIV/AIDS

É a maior causa de indicação de transplantes de fígados

É a principal causa de cirrose e câncer de fígado

É uma das 5 (cinco) maiores causa-mortis da atualidade

A HEPATITE C NO BRASIL

IMPORTANTE É APREVENÇÃO

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em laboratórios antes da liberação para consumo. Este fato, certamente, contribuiu na disseminação da doença.

Atraso na adoção de medidas de controle de qualidade do sangue - Em 1992 foi adotado, so-mente no Estado de São Paulo, a obrigatoriedade do tes-te Anti-HCV aos doadores de sangue. Conforme portaria CVS de 30/06/1992, publicado no DOE de 01/07/1992.

Somente em 1993 é que foi adotada obrigatoriedade do teste anti-HCV nos doadores de sangue para todos os Estados da Federação. Conforme a Portaria nº 1.376, de 19 de novembro de 1993 DOU de 02/12/1993.

O objetivo desta lei é bem claro, visa prevenir a propaga-ção de doenças transmissíveis por intermédio do sangue transfundido e ou suas frações. O atraso na detecção da doença infectou milhares de pessoas, o que poderia ter sido evitado.

Somente nos 17 meses de atraso do teste Anti-HCV fez com que milhares de receptores de transfusões fossem infectados.

Detecção do vírus HCV em milhares de doadores de sangue - A partir da aplicação da por-taria nº 1.376 DE 19 DE NOVEMBRO DE 1993, DOU de 02/12/1993, descobriu-se que milhares de doa-dores estavam infectados com HCV. Muitos dos quais haviam feito doações anterior a 1993, e logicamen-te, devem ter infectado os receptores destas doações.

O artigo 2.3 da portaria 1.376 cita: “No intervalo entre doações é obrigatório que se indague ao candidato se já doou sangue anteriormente e qual a data da última doação”.

Não foram feitas as devidas indagações, nem o rastre-amento dos receptores das doações anteriores a 1993. Estes receptores infectados tiveram uma significativa evolução em sua doença causando agravos e danos irre-versíveis em sua saúde pela omissão do poder público no dever de informar.

A hepatite C tem cura? - Sim, mas principalmente quando diagnosticada precocemente.

O tratamento é gratuito pelo SUS. Porém, um fato preo-cupante é que, em função do curso silencioso da doença ou seja, por não apresentar sintomas, é mais difícil de ser identificada e possibilita a sua evolução, pois muitas pessoas só descobrem quando a doença se encontra em estágio avançado com dano hepático irreversível.

Nos raros casos em que a hepatite C é descoberta na fase aguda, o tratamento é indicado por diminuir muito o ris-co de evolução para hepatite crônica, prevenindo assim, o risco de danos irreversíveis à saúde como cirrose e cân-cer de fígado. O tratamento da hepatite C crônica vem

alcançando resultados progressivamente melhores com o passar do tempo.

O sucesso do tratamento varia principalmente conforme o genótipo do vírus, a carga viral e o estágio da doença determinado pela biópsia hepática.

Estudos comprovam que maior incidência da hepatite C se dá em pessoas com mais de 40 anos de idade.Antibióticos (remédios que combatem uma infecção por bactérias) não funcionam contra o vírus da hepatite C. Pergunte ao seu médico as opções de tratamento e o que pode ser feito para proteger o seu fígado.

As pessoas diagnosticadas com hepatite C não devem in-gerir bebidas alcoólicas nem alimentos gordurosos. De-vem evitar certos medicamentos que podem prejudicar o fígado. Recomenda-se que as pessoas infectadas pela hepatite C sejam vacinadas contra a hepatite A e a hepa-tite B, dois outros vírus que causam doenças do fígado, se a pessoa corre o risco de contrair essas infecções.

Não realizar campanhas de alerta e detecção da hepatite C no Brasil pode acarretar mais de 1.000.000 de casos de cirroses nos próximos 10 anos. •

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O início da disseminação da doença aconteceu no pas-sado com as transfusões sanguíneas, possibilidade hoje descartada em 98% pelos testes de sangue nos hemo-centros. O compartilhamento de seringas e agulhas de injeção por uso médico também é coisa do passado, já que hoje se emprega material descartável.

A transmissão da hepatite “C” acontece principalmente pelo contato com o sangue infectado. Atualmente o san-gue utilizado nas transfusões é testado, porém diversos estudos mostram que no Brasil entre 25 a 45% das pes-soas que receberam sangue antes de 1993 se encontram infectadas com hepatite “C”. São doentes progredindo no dano hepático, porém, por se tratar de uma doença as-sintomática desconhecem sua condição, somente vindo a descobrir a doença por acaso ou quando o fígado passa apresentar sinais de falência.

Milhares de receptores de doações de sangue anteriormente a 1993 foram infectados pelo vírus da hepatite C, pois naquela época o sangue não havia controle de qualidade (não era testado).

Sem saber da sua condição de infectado, estas pessoas tornaram-se um grande reservatório deste vírus contribuindo sem saber para a dissemina-ção da doença até mesmo dentro dos seus pró-prios lares.

O vírus da hepatite C uma vez instalado no corpo, entra na circulação sanguínea ataca e destrói as células do fí-gado sem sintomas para o portador, as células mortas tornam-se cicatrizes e acaba causando a perda da capa-cidade de funcionamento do fígado, começam a viver às custas das células hepáticas interferindo nas atividades cotidianas dessas células, utilizando o seu mecanismo do reprodução genético para fazer novas cópias do vírus (se multiplicando) e assim contaminam outras células cau-sando danos irreversíveis á saúde.

HEPATITE C: A DISSEMINAÇÃO DA DOENÇA

No passado as vacinas eram aplicadas em centenas de pessoas com a mesma pistola, principalmente em quar-téis, o que infectou muitas pessoas.

Muitos ex-atletas contraíram hepatite C na época em que a seringa não era descartável, nesta época usava-se gli-cose e complexo vitamínico como estimulantes e a mes-ma agulha era usada em muitas pessoas.

A cura espontânea da hepatite C em mulheres chegam à 50%, nos homens somente 20% conseguem.

Pessoas infectadas com hepatite C possuem cinco vezes maior possibilidade de desenvolver diabetes tipo 2 que a população em geral.

A hepatite C crofinica 85% dos casos. Já a hepatite B crofinica 15%.

O vírus da hepatite C pode provocar em um elevado nú-mero de infectados o aumento dos níveis de glicose no sangue, fato conhecido como intolerância a glicose. Tam-bém sabemos que o genótipo 3 (tipo de vírus) da hepatite C é o que apresenta maior possibilidade de desencadear o distúrbio metabólico, desenvolvendo esteatoses e por consequência levando mais rapidamente ao diabetes tipo 2.

A insulina é fabricada pelo pâncreas e a glicose é produ-zida pelo fígado para alimentar os músculos que forne-cem energia ao organismo.

Um fígado saudável produz glicose de forma controla-da, mas quando aparece a resistência a insulina passa a fabricar uma maior quantidade de glicose e, como os músculos não podem absorver o excesso do nível de açú-car no sangue, este fica elevado podendo então levar o indivíduo para desenvolver o diabetes tipo 2, mas é ne-cessário esclarecer que a diabetes tipo 2 não necessaria-mente será ocasionada pela resistência a insulina. Porém, no caso de portadores da hepatite C com genótipo 3 é muito comum que isto aconteça. •

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A FALÊNCIA DOAcontece quando a cirrose vai se agravando e quase todas as funções do f ígado vão sendo perdidas.

Nesta fase o fígado fica incapaz de eliminar os resíduos e toxinas do sangue, e não há uma grande produção de fatores de coagulação necessários para interromper san-gramentos.

A hepatite C é muito perigosa pois, em 85% dos casos, torna-se crônica, podendo evoluir para uma provável cir-rose ou câncer no fígado até o óbito. O período de evo-lução da doença é estimado em 20 a 30 anos, sendo que cada organismo reage diferentemente. Este prazo depen-de também dos cuidados e do modo de vida do paciente (se faz uso de alcoólicos, se consome muita gordura, etc)

O vírus da hepatite C é extremamente versátil, sendo capaz de sofrer mutações muito rapidamente. De fato, existem pelo menos seis grandes tipos predominantes de HCV (no que se refere aos genótipos, que são os vá-rios tipos diferentes do vírus). Esta é uma das razões que impedem que o nosso organismo combata a doença na-turalmente, e também o porquê ainda não foi possível desenvolver uma vacina efetiva contra o vírus.

O QUE É FIBROSE?A fibrose é um processo que cau-sa ao fígado a formação de cica-trizes, como se o fígado estivesse secando aos poucos.

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FÍGADO

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COMO OCORRE A CIRROSE?Quando grandes áreas do fígado ficam permanentemente cicatriza-das, por causa de danos ocorridos repetidamente, ocorre a cirrose.

FÍGADO COM CIRROSE

FÍGADO COM HEPATITE C

Em infecções recentes, o fígado primeiramente fica infla-mado. Mais tarde, num esforço para curar a inflamação, ele forma minúsculas cicatrizes no tecido que compõe o órgão. Este processo de substituição do tecido original do fígado por um tecido de cicatrização que não consegue desempenhar as funções de um órgão sadio é chamado de fibrose.

A fibrose dificulta muito o trabalho do fígado. Como esse processo é contínuo, com o tempo, muitas cica-trizes são formadas. Quando grande parte do tecido do fígado está cicatrizado, acontece a evolução para o próximo estágio, a cirrose. O fígado começa a diminuir de tamanho e torna-se duro. A hepatite crônica viral é uma causa comum de cirrose, assim como o consu-mo de álcool. As cicatrizes impedem o sangue de cir-cular livremente pelo fígado, limitando sua função. »

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É preciso estimular a testagem por meio de ações educativas, com informações sobre os modos de trans-missão, possibilitando às pessoas a percepção de sua exposição ao risco de infecção. Para isto é preciso, prin-cipalmente, evitar o contato com o sangue de uma pes-soa infectada com a Hepatite C.

Tenha muito cuidado ao manipular qualquer coisa que contenha sangue: seja colocando piercing, fazendo ta-tuagem, compartilhando instrumentos perfuro-cortan-tes (seringas, aparelhos de barbear, tesouras, alicates de unhas e cutículas, aparelhos de manicure e pedicu-re), usando tampões e toalhas higiênicas, escovas de dentes etc. •

CUIDADOS PARA SEREM TOMADOS NO DENTISTA

Se o dentista, em um procedimento odontológico, houver con-tato da sua luva com o sangue de uma pessoa infectada com o vírus HCV, haverá o risco de contaminação para o próximo paciente.

Sempre que terminado o procedimento, a imediata ação do dentista é levantar o refletor de volta a sua posição original. Aí a sua luva suja de sangue afixará uma certa quantidade do ví-rus no cabo do refletor. Quando o próximo paciente sentar-se à cadeira, mesmo que o dentista tenha calçado outra luva, o pri-meiro procedimento do dentista será baixar o refletor, havendo o contato da sua luva com os vírus que foram afixados no cabo do refletor que passará novamente para a luva, e se houver o contato com o sangue deste paciente, se dará uma nova infecção. Por medida de segurança, é aconselhá-vel que o cabo do refletor tenha sempre uma proteção descartável e seja trocada a cada atendimento. •

Ao cuidare da unhas, a pessoa de-

verá levar os seus próprios instrumentos;

Outra forma muito comum de contaminação é através do compar til-hamento de seringas e canudos entre os usuários de drogas ilícitas

OUTRAS DICAS:

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» NA AUSÊNCIA DA VACINA CONTRA A HEPATITE C, O MELHOR É OPTAR PELA PREVENÇÃO.

FÍGADO COM CÂNCER

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Pessoas submetidas à endoscopias digestivas estão mais sujeitas a contrair o vírus HCV, responsável pela hepati-te C. Silencioso, muitas vezes ele é descoberto somente quando o portador doa sangue, já que o teste que identi-fica o HCV é exigido nos bancos de coleta apenas desde 1993. “O risco de contaminação é três vezes maior em in-

divíduos submetidos ao exame”, disse a biomédica Thaís Tibery Espir, autora do estudo. A transmissão do HCV por endoscopia se dá em virtude da higienização precária do equipamento utilizado, o endoscópio.

Secreções liberadas por fissuras existentes no tubo di-gestivo de um paciente portador de hepatite C, ou mes-mo provocadas durante o procedimento médico, conta-minam o aparelho. Dessa forma, é grande o risco de o paciente seguinte contrair o vírus.

A hipótese foi apresentada na dissertação de mestrado desenvolvida no Instituto Nacional de Controle de Qua-lidade em Saúde (INCQS) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Os resultados preliminares do estudo foram apresentados no 1.° Simpósio Pan-americano de Vigilân-cia Sanitária e publicados na Revista Brasileira de Hema-tologia e Hemoterapia. •

ENDOSCOPIA DIGESTIVA TRAZRISCO DE HEPATITE C

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As glomerulopatias ficam apenas atrás do Diabetes e da hipertensão como causas de insuficiência renal crônica com necessidade de hemodiálise. O grande problema é que elas são mal diagnosticadas e, muitas vezes, mal tra-tadas.

É claro que, se um paciente tem hepatite C e de repente começa a apresentar sinais de glomerulopatia, a causa da lesão renal é mais ou menos óbvia. O problema é que algumas doenças como o lúpus podem causar diferentes tipos de glomerulonefrite e lesão glomerular, sendo ne-cessário diferentes tratamentos para cada uma.

Entre as glomerulopatias secundárias (nefrítica e/ou ne-frótica) podemos citar algumas causas: Lúpus, Hepatite B e Hepatite C.

Manifestações extra-hepáticas - Várias manifes-tações extra-hepáticas têm sido descritas em associação com a infecção crônica pelo HCV. A presença de crioglo-bulinemia associada ao HCV é detectada em 30 a 50% dos pacientes. Pacientes com manifestações renais gra-ves da crioglobulinemia devem receber tratamento imu-nossupressor adequado para evitar piora do quadro. Já a síndrome clínica da crioglobulinemia, com presença de artralgias, doença de Raynaud e púrpura é rara e ocorre em 1 a 5% dos casos.

Na maioria dos indivíduos, a crioglobulinemia é assinto-

GLUMERONEFRITEmática; contudo, cerca de 5% dos infectados podem ter sintomas que denotam uma doença com potencial evo-lutivo se não for tratada. O portador de hepatite C deve ser investigado para crioglobulinemia caso apresente sintomas tais como: petéquias, outras manifestações de vasculite, neuropatia periférica, insuficiência renal crôni-ca ou cilindruria (no EAS). Cerca de 70% desses pacientes possuem fator reumatoide positivo.

Os portadores de IRC infectados pelo HCV devem ser acompanhados, em serviços especializados, por equipes experientes no manejo da hepatite C e de nefropatia.

Em pacientes com IRC, o tratamento do HCV é ainda mais relevante, porque a hepatite crônica C reduz tanto a so-brevida de pacientes em hemodiálise como a sobrevida do enxerto renal em pacientes transplantados.

A infecção pelo HCV resulta em menor sobrevida de pa-cientes com insuficiência renal crônica (IRC), bem como dos enxertos após transplantes renais. Esses indivíduos, geralmente, encontram-se excluídos de grandes ensaios clínicos de tratamento, o que resulta em poucas infor-mações sobre a resposta virológica e o melhor esquema terapêutico para esse grupo.

A terapia antiviral na IRC permanece controversa. Não há estudos comparativos para apoiar a decisão de um trata-mento adequado. •

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