141

Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos
Page 2: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal

Dezembro, 2012.

Page 3: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

Editor: Mário Goulart DuarteProjeto gráfico: Eduardo FurastéEditoração eletrônica:José Roberto Vazquez ElmoCapa e contracapa: Eduardo FurastéTiragem: 1.500 exemplaresImpressão: Athalaia Gráfica e Editora.

ExpedienteDIRETORIA EXECUTIVA 2012-2014Presidente: Carlos Alberto Regueira de Castro e Silva (Recife)Vice-Presidente: Álvaro Sérgio Weiler Junior (Porto Alegre)Primeiro Secretário: Lenymara Carvalho (Brasília)Segundo Secretário: Lya Rachel Basseto Vieira (Campinas)Primeiro Tesoureiro: Estanislau Luciano de Oliveira (Brasília)Segundo Tesoureiro: Daniele Cristina Alaniz Macedo (São Paulo)Diretor de Articulação e Relacionamento Institucional: Júlio Vitor Greve (Brasília)Diretor de Comunicação, Relacionamento Interno e Eventos: Roberto Maia (Porto Alegre)Diretor de Honorários Advocatícios: Dione Lima da Silva (Porto Alegre)Diretor de Negociação Coletiva: Marcelo Dutra Victor (Belo Horizonte)Diretor de Prerrogativas: Maria Rosa de Carvalho Leite Neta (Fortaleza)Diretor Jurídico: Pedro Jorge Santana Pereira (Recife)Diretor Social: Isabella Gomes Machado (Brasília)

REPRESENTANTES REGIONAISElisia Sousa Xavier (Dijur/Suaju)|Meire Aparecida de Amorim (Dijur/Suten)|Paula GironMargalho (Aracaju)|Rodrigo Trassi de Araújo (Bauru)|José de Anchieta Bandeira MoreiraFilho (Belém)|Leandro Clementoni da Cunha (Belo Horizonte)|Mar ta Bufáiçal Rosa(Brasília)|Lya Rachel Bassetto Vieira (Campinas)|Alfredo de Souza Briltes (CampoGrande)|Renato Luiz Ottoni Guedes (Cascavel)|Sandro Martinho Tiegs (Cuiabá)|ManoelDiniz Paz Neto (Curitiba)|Edson Maciel Monteiro (Florianópolis)|Karla Karam Medina(For taleza)|Ivan Sérgio Vaz Por to (Goiania)|Magdiel Jeus Gomes Araújo (JoãoPessoa)|Rodrigo Trezza Borges (Juiz de Fora)|Altair Rodrigues de Paula (Londrina)|DioclécioCavalcante de Melo Neto (Maceió)|Kátia Regina Souza Nascimento (Manaus)|José Irajá deAlmeida (Maringá)|Francisco Frederico Felipe Marrocos (Natal)|Daniel Burkle Ward(Niterói)|Leonardo da Silva Greff (Novo Hamburgo)|Cassia Daniela da Silveira (PassoFundo)|José Carlos de Castro (Piracicaba)|Pablo Drum (Porto Alegre)|Augusto Cruz Souza(Porto Velho)|Aldo Lins e Silva Pires (Recife)|Sandro Endrigo de Azevedo Chiaroti (RibeirãoPreto)|Luiz Fernando Padilha (Rio de Janeiro)|Linéia Ferreira Costa (Salvador)|Conrado deFigueiredo N. Borba (Santa Maria)|Leandro Biondi (São José dos Campos)|Antonio CarlosOriga Junior (São José do Rio Preto)|Marcelo de Mattos Pereira Moreira (São Luís)|CamilaModena Basseto Ribeiro (São Paulo)|Rômulo dos Santos Lima (Teresina)|Felipe Lima dePaula (Uberaba)|Aquilino Novaes Rodrigues (Uberlândia)|Angelo Ricardo Alves da Rocha(Vitória)|Aldir Gomes Selles (Volta Redonda).

CONSELHO DELIBERATIVOMembros efetivos: Davi Duarte (Porto Alegre), Anna Claudia Vasconcellos (Florianópolis),Patrícia Raquel Caires Jost Guadanhim (Londrina), Fernando da Silva Abs da Cruz (PortoAlegre), Luciano Caixeta Amâncio (Brasília), Renato Luiz Harmi Hino (Curitiba) e HenriqueChagas (Presidente Prudente).Membros suplentes: Antônio Xavier de Moraes Primo (Recife), Justiniano Dias da SilvaJunior (Recife) e Elton Nobre de Oliveira (Rio de Janeiro).

CONSELHO FISCALMembros efetivos: Edson Pereira da Silva (Brasília), Jayme de Azevedo Lima (Curitiba) eAdonias Melo de Cordeiro (Fortaleza).Membros suplentes: Sandro Endrigo Chiarotti (Ribeirão Preto) e Melissa Santos PinheiroVassoler Silva (Porto Velho).Endereço em Brasília/DF:SBS, Quadra 2, Bloco Q, Lote 3, Sala 1410 | Edifício João Carlos Saad | Brasília/DFCEP 70070-120 | Fone (61) 3224-3020 | E-mail: [email protected] da ADVOCEF: Gerente administrativa e financeira: Ana Niedja Mendes Nunes |Assistente financeira: Kelly Carvalho | Assistente administrativa: Valquíria Dias de OliveiraLisboa | Recepcionista: Roane Gomes Máximo

www.advocef.org.br – Discagem gratuita 0800.601.3020

Page 4: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

No caminho, com Maiakóvski

(...)Na primeira noite eles se aproximame roubam uma flordo nosso jardim.E não dizemos nada.Na segunda noite, já não se escondem:pisam as flores,matam nosso cão,e não dizemos nada.Até que um dia o mais frágil delesentra sozinho em nossa casa,rouba-nos a luz e,conhecendo o nosso medo,arranca-nos a voz da garganta.E já não podemos dizer nada.(...)

Eduardo Alves da Costa, poeta brasileiro.

Page 5: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

A lâmpada

"Desde que, adulto, comecei a escreverromances, tem-me animado até hoje a ideia deque o menos que um escritor pode fazer,numa época de atrocidades e injustiças comoa nossa, é acender a sua lâmpada, fazer luzsobre a realidade de seu mundo, evitando quesobre ele caia a escuridão, propícia aosladrões, aos assassinos e aos tiranos. Sim,segurar a lâmpada, a despeito da náusea e dohorror. Se não tivermos uma lâmpada elétrica,acendamos o nosso toco de vela ou, emúltimo caso, risquemos fósforos repetidamen-te, como um sinal de que não desertamosnosso posto."

Erico Verissimo, escritor brasileiro.

Page 6: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

Sum

ário

Apresentação ........................................... 6

1. Os difíceis dias do início ................... 9

2. Por que sou associado ....................... 19

3. Principais realizações........................ 25

Acordos históricos ......................... 26

O projeto de terceirização ............. 27

A conquista dos honorários ........... 30

As publicações ............................... 32

A greve de 2009 ............................ 37

O Quinto Constitucional ................. 44

4. Por que vou aos congressos .............. 47

Todas as razões .............................. 48

Evento inesquecível ....................... 51

5. Associação jovem e madura .............. 65

6. Eu e a ADVOCEF ................................. 75

7. Cena Jurídica ..................................... 107

8. Diretorias da ADVOCEF ...................... 119

Page 7: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

Apr

esen

taçã

o

O ano de 2012 carrega algumas marcas de grande valor aos advogados daCaixa Econômica Federal.

Uma delas, talvez a mais significativa para a história desta corporação, é oaniversário de 20 anos de fundação da ADVOCEF.

Gestada a partir de um sentimento geral de desvalorização, quase desprezopela categoria dos advogados, a fundação da associação nacional dos profissio-nais, em 1992, veio carregada de simbolismo e de muita garra.

Esta publicação, concebida e editada pela ADVOCEF, dá continuidade eaprofunda um resgate necessário de boa parte de uma bela história. Tarefa queteve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos alguns importantes registros da história daAssociação dos Advogados.

Capitaneada, desde seus primórdios, por homens e mulheres que semprecolocaram o coletivo acima do individual, a ADVOCEF vingou graças a um qualifi-cado grupo de guerreiros. Tachados por alguns como loucos ou visionários, essescompanheiros viabilizaram sua fundação e desenvolvimento, embalados em mui-tos episódios de dificuldades e lutas.

Capítulos de demonstração de tenacidade e fortaleza de princípios são ex-postos de forma jornalística, na leitura dos seus próprios protagonistas. Dessesprincípios jamais se afastaram os pioneiros, nem os que vieram depois, comoprovam os relatos a seguir, que mostram não só memórias reais, mas também ossonhos buscados por tantos.

A edição desses acontecimentos, mais do que a homenagem aos seus prota-gonistas, quer fixar uma fotografia viva e pulsante dessas duas décadas de exis-tência da Associação.

Um registroobrigatório

Page 8: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

Se a essência da vida humana for resumida em conceder de si algo para osdemais, anotar essa vivência é dever dos que vão deixando a luta aos guerreirosmais fortes e igualmente conscientes de seu valor e de sua força.

O aniversário dos 20 anos da ADVOCEF se presta a amplificar os fatos, paraque o tempo não deixe apagar o início de tudo. Para que as memórias futuraspossam conhecer e repassar às novas gerações, com precisão, como foram osprimeiros tempos, como os nossos antecessores lutaram, acreditaram e acaba-ram deixando um legado permanente de vitórias e boas memórias.

E para que não esqueçamos do quanto foi preciso caminhar para chegar atéaqui, trazemos este retrato. Imagens multifacetadas, escritas e fotografadas.Mas, acima de tudo, imagens humanas de uma trajetória vencedora que permitiuestarmos aqui, desfrutando um pouco do tanto que ainda haveremos de colherdesse campo muito fértil e inesgotável da vida e da busca por dias melhores.

Recebam nossos leitores, companheiros de tantas batalhas, este singelo pre-sente de final de ano, para que 2012 permaneça por muito tempo como o anoem que se foi capaz de olhar para trás, resgatar e registrar capítulos de umagrande história.

Diretoria Executiva da ADVOCEFDiretoria Executiva da ADVOCEFDiretoria Executiva da ADVOCEFDiretoria Executiva da ADVOCEFDiretoria Executiva da ADVOCEF

Page 9: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos
Page 10: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

1Os difíceis diasdo início

Primeira fila: Maria Luiza de Castro Rachid, Oscar Acco, Ceres de Jesus Araújo, Jorge Eudes do Lago,Sineide Andrade Corrêa Lima, Wagner de Freitas Ramos, Davi Duarte, Fernando José Abritta e JoséHumberto Lordello dos Santos SouzaSegunda fila: José Gomes de Matos Filho, Renato Soares Dias, Paulo Eduardo Cabral Furtado, Lídia Gomes eAsiel Henrique de SouzaTerceira fila (em pé): Aurival Jorge Pardauil Silva, Cláudio Vinícius Santa Rosa Castim, Cícero Corbal GuerraCosta e Bernardo José Bentini Yarzon

Page 11: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

10 Advocef 20 Anos

Dias duros, aqueles. O advogado daCAIXA e, na época, conselheiro daSeccional da OAB/RN Cláudio Castim an-dava preocupado, diante das dificuldadesimpostas pela inflação alta, instabilidadepolítica, desigualdade social e saláriosbaixos. A CAIXA havia cancelado as horasextras, que representavam uma parcelaexpressiva dos salários dos advogados,sem oferecer qualquer alternativa pararecompor a remuneração.

“Eram tempos difíceis, onde a perspec-tiva de buscar uma nova colocação no mer-cado de trabalho se configurava cada vezmais presente para os advogados do qua-dro”, lembra Cláudio. Achava que a neces-sidade de valorizar a profissão, nas circuns-tâncias econômicas e políticas do país, exi-gia uma tomada de posição mais organiza-da. Só dessa maneira, pensava, seria pos-sível viabilizar o sonho, “a meta de conti-nuar exercendo nossas atividades laboraisna CAIXA, com dignidade, reconhecimentoexterno e perspectiva no futuro”.

A falta de perspectiva da carreira, naopinião do advogado Alfredo AmbrósioNeto, de Goiânia, era consequência docomportamento distante dos gestores daCAIXA em relação à área jurídica. Isso fi-

cava evidente, inclusive, pelo não reconhe-cimento dos direitos assegurados pelonovo Estatuto da OAB, promulgado em1994.

Por isso, foi criada a ADVOCEF. Segun-do Alfredo, inspirada na constatação deque faltava um ente capaz de enfrentar aintransigência da direção da CAIXA. O ob-jetivo era usar a força da união para rom-per barreiras até então insuperáveis.

Conforme o advogado José Gomes deMatos Filho, que na época trabalhava emBrasília, a falta de valorização do Jurídicopor parte da CAIXA se revelava "até mes-mo num tratamento não condizente". As-sim, a motivação dos pioneiros estava emconstituir uma entidade que abraçasse acausa de resgatar o respeito do advogadodentro da CAIXA.

"O que me vem à lembrança é a garra,a vontade, a disposição daqueles bravoscolegas em criar a ADVOCEF", diz JoséGomes, que se tornou o primeiro presiden-te da entidade.

Por isso, Gomes diz que a maior reali-zação da ADVOCEF veio a ser a sua própriaconsolidação, tendo em vista que “os ven-tos, no início, eram muito desfavoráveis”.

Um caso ilustra o que diz. Certa vez, oadvogado reuniu alguns colegas em suasala, no antigo Deten, na Matriz, para trans-mitir as explicações passadas pela Contec(Confederação Nacional dos Trabalhado-res nas Empresas de Crédito) sobre o novoPCS (Plano de Cargos e Salários). Com ajustificativa de que “fazia reunião daADVOCEF na CAIXA”, o advogado foi ime-diatamente transferido de unidade (paraa Filial Brasília).

O advogado Darli Barbosa, de Londri-na/PR (ex-presidente da ADVOCEF), vê as-sim:

“No princípio, foram alguns colegasidealistas, que pensavam na necessida-de de termos uma categoria organizada eunida em prol de um bem comum, inclu-sive pensando em barrar a tendência quehavia em terceirizar todos os serviços jurí-dicos da CEF.”

Sem camisa, Bernardo Yarzon é o primeiro da fila de advogados que, depois defundar a ADVOCEF, foram participar do protesto contra Collor, no domingo, 16 deagosto de 1992

Page 12: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

Advocef 20 Anos 11

Gisela Ladeira Bizarra Morone, ex-vice-presidente da ADVOCEF, hoje gerente na-cional da Geten:

“Tínhamos duas frentes para defen-der. Interesses corporativos diretos, comoa melhoria da remuneração e ajuste dacarga de trabalho com a admissão de maisadvogados. A outra era a valorização daárea jurídica como um todo, revendo ascondições de trabalho com melhores equi-pamentos, instalações físicas. O quadroera muito desanimador, cheguei a assinara adesão a um PDV, do que fui dissuadi-da (felizmente!).”

Faltava uma instituição focada na defe-sa dos interesses dos advogados, concluiJúlio Cezar Hofman, de Maceió.

“Nossa interação com a área sindicalera quase nula e dificilmente conseguía-mos que nossas reivindicações fossemincluídas na pauta de negociações da data-base da CAIXA.”

O que se pensava a respeito da novaentidade, segundo Davi Duarte (ex-presiden-te da ADVOCEF), de Porto Alegre, era coo-perar e “unir pessoas em torno de um idealainda não bem definido. Mas sobressaía oaspecto associativo para, juntos, obtermelhorias nas condições salariais e de tra-balho, em defesa da própria CAIXA”.

Júlio Greve, diretor de Articulação eRelacionamento Institucional da ADVOCEF:

“Acredito que os principais fatores paraa criação de uma associação de advoga-dos da CAIXA foram, não necessariamentenesta ordem: o fortalecimento da catego-ria, a abertura de um canal corporativo dereivindicações junto à direção da empresa,o reconhecimento da importância da pró-pria unidade jurídica dentro da CAIXA, aluta pelo respeito às prerrogativas dos ad-vogados.”

O advogado Jorge Paulo Schlemm Neto,recentemente aposentado no Jurídico do Riode Janeiro, nota que os advogados da CAI-XA lideravam o primeiro movimento consis-tente nas empresas para assegurar o rece-

bimento dos honorários, “fato que desaguouna criação da Associação, com um objetivomais amplo”. O advogado percebia, então,que era preciso unir a categoria para defesade direitos e organizar uma contribuiçãoinstitucional para a CAIXA.

Cláudio Castim reconstitui aquelestempos:

“Era o final de 1991, início de 1992,auge do rei do pop Michael Jackson, quelançava o álbum Black or White, e do Amé-rica de Natal, clube que se sagravabicampeão do Estado do Rio Grande doNorte (1991/1992) e continuava a se des-tacar como um dos melhores clubes dasérie B do Campeonato Brasileiro, quandoa Caixa Econômica Federal, buscandoatender reivindicações isoladas de algunsde seus advogados, bem como reconhe-cendo a necessidade de qualificar melhoro seu quadro jurídico, resolveu promover,em dezembro de 1991, na cidade de SãoPaulo, um curso de atualização em DireitoCivil, Comercial, Processo Civil e Direito doTrabalho, em conjunto com o IOB.”

“Esse curso, por reunir um númeroexpressivo de advogados, possibilitou ointercâmbio necessário à discussão quelevaria à criação da nossa entidade.”

“Naquela oportunidade integramos aturma que se reuniu em São Paulo noperíodo de 2 a 6 de dezembro de 1991,para participar daquele primeiro grande

Estudantes em protesto contra a corrupção no governo Collor, em 1992

Font

e: w

ww

.une

.org

.br

Page 13: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

12 Advocef 20 Anos

momento de aperfeiçoamento jurídico pro-movido pela CAIXA. Lembro ainda que,precisamente após um dia produtivo deaulas com mestre Antônio Carlos Marcatoe durante um papo descontraído comparte daqueles colegas advogados, den-tre os quais estavam presentes RenatoDias, Bernardo Yarzon, Paulo EduardoCabral e mais alguns outros que me fo-gem à lembrança, foi que surgiu a ideiada criação de uma associação que lutas-se pelos nossos interesses.”

“Assim, a partir dali, algumas res-ponsabilidades foram compartilhadas

com colegas de outros es-tados e o resultado foi oencontro de Brasília. Repu-to a Renato Dias a respon-sabilidade de fomentaraquele processo inicial deorganização.”

O mérito pela articulaçãoque criou a ADVOCEF é atri-buído com unanimidade aRenato Soares Dias. Admi-tido na CAIXA em 1981, emCuritiba, no cargo de Auxi-liar de Escritório, ele iniciouo estágio supervisionado deAdvogado em 1985, emCuiabá. Em 1986 foi en-quadrado no cargo de Pro-fissional com Atribuição deAdvogado. Participou dastrês primeiras diretorias da

Associação, como Diretor Regional Sul.Em 1998, se afastou da CAIXA para tra-tamento de saúde e, em 1999, se apo-sentou.

Em matéria publicada na ADVOCEF emRevista de novembro de 2011, RenatoDias confirmou a versão de que tudo co-meçou em um curso em São Paulo. “Ànoite, numa das belas cantinas italianasda capital paulista, foram iniciadas astratativas que culminaram com a criaçãoda ADVOCEF”, disse. Lembrou da partici-pação do amigo e colega Bernardo Yarzon,“com quem tive a honra e o prazer de tra-balhar em Campo Grande”.

Depoimento de Bernardo Yarzon, re-centemente aposentado no Jurídico deCampo Grande:

“Naquela noite, após jantarmos, an-dando pela Avenida Paulista em direçãoao nosso hotel, fomos trocando ideias, tra-çando planos, estratégias, e também es-tudando os cuidados que deveríamos terpara a criação da nossa Associação.”

Renato Soares disse o que aconteceudepois:

“Ao retornarmos para os nossos esta-dos, passamos a trocar correspondênci-as e telefonemas, buscando sempre ospontos de convergência. Foram várias se-manas de intensas conversações e muitotrabalho de compilação de dados, suges-tões, críticas, objetivos, providências, etc.”

O advogado Ivan Sérgio Vaz Porto, deGoiânia, estava no curso:

“Voltamos para nossos estados e oRenato, sozinho, começou a elaborar oestatuto e remeter-nos correspondênciascom notícias, solicitando sugestões. E fo-mos multiplicando os contatos nos Jurídi-cos e a coisa foi criando corpo... e funda-mos a ADVOCEF.”

Bernardo Yarzon conta que souberamna época de dois outros movimentos paracriar uma associação de advogados daCAIXA. Um liderado pelos advogados deBrasília, José Gomes Matos Filho à frente,e outro pelo superintendente da CAIXA emBauru/SP. Este lhes pareceu que seria“uma associação pelega”, planejada paradividir o movimento. Propuseram aos co-legas de Brasília juntar forças e criar umaassociação só, forte e representativa.

Renato Soares:“Partimos, então, para a elaboração da

primeira minuta de estatuto social. O pon-to de partida foi o estatuto que o Dr. Antô-nio Dilson Pereira (chefe do Jurídico doParaná) havia redigido para outra entida-de, no qual eu fiz as adequações devidase encaminhei uma via para cada uma dasunidades jurídicas do país.”

Havia dois outrosmovimentos paracriar umaassociação deadvogados daCAIXA. Um lideradopelos advogados deBrasília, outro queparecia ser "umaassociação pelega".

Page 14: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

Advocef 20 Anos 13

Com as críticas e sugestões que che-garam, aprimorou o texto, praticamente omesmo que depois foi aprovado naassembleia de criação da ADVOCEF.

“Registre-se que a colaboração e oempenho de vários colegas de Brasília fo-ram fundamentais para o sucesso da em-preitada, pois foram eles que adotaramtodas as providências relativas à realiza-ção da assembleia, tais como reservasdos quartos do hotel e do salão de even-tos, materiais de expediente, aquisiçõesdas passagens aéreas, marcações dosvoos, registro do estatuto, etc. Cada Jurí-dico elegeu, proporcionalmente, os seusrepresentantes e todos os advogados ra-tearam as despesas. O espírito de uniãoe fraternidade reinou sempre!”

Um projeto dessa envergadura, obvia-mente, tem problemas a superar.

“A maior dificuldade enfrentada foi odescrédito de alguns advogados mais an-tigos que não viam com bons olhos a ini-ciativa da criação da nossa Associação.Alguns colegas diziam que isso não seriapossível, que nunca iríamos conseguircriá-la, pois naquele momento político queo país atravessava era impensável atémesmo discutir o pagamento de horasextras e, muito menos ainda, dos hono-rários advocatícios de sucumbência; quea nossa iniciativa não iria agradar a altaadministração da CAIXA, que ela, em hi-pótese alguma, iria aceitar dialogar coma Associação; que, se nós insistíssemoscom as tratativas, certamente viriam re-presálias, transferências, punições e de-missões.”

Mas era preciso seguir em frente.“Com a cortesia e a prévia anuência

do advogado-chefe do nosso Jurídico doParaná, Dr. Dilson, na primeira reunião deadvogados que consegui marcar para adiscussão do assunto, fui taxado de lou-co, de visionário, de ingênuo, etc. Tevecolega que chegou a propor-me uma apos-ta de que nós não conseguiríamos criar aAssociação!”

Revendo hoje as razões para a funda-ção da ADVOCEF, Renato resume assim:muito trabalho, poucos advogados, baixos

salários, desvalorização na empresa.Acrescenta:

“As críticas injustificadas de grandeparte dos colegas da carreira admi-nistrativa, as constantes cobranças do altoescalão da empresa, que achava que oJurídico tinha a obrigação de resolver to-dos os seus problemas, independente-mente da absoluta falta de estrutura pro-porcionada.”

Renato fala sobre a fundação, afinal,em 15 de agosto de 1992:

“Ocorreu em Brasília, exatamente na-quele final de semana em que o então pre-sidente Collor ‘convocou’ os brasileirospara saírem às ruas vestindo as cores ver-de e amarela, em apoio ao seu governo.Como se sabe, a população não prestigiouaquela iniciativa. No intervalo das nossasdiscussões para a criação da ADVOCEF,saímos à rua, quase todos vestidos de pre-to, e aumentamos o coro de “Fora, Collor!”e “Abaixo a corrupção!”. Tem uma foto doDr. Pardauil muito engraçada, vestindouma camiseta com um texto muito apro-priado para o evento!”

O advogado Alfredo Ambrósio Neto,de Goiânia, também não esquece a“memorável assembleia geral de agosto de1992, onde mais de 50 sócios fundado-res, inclusive eu, deixaram suamarca indelével de uma organização fortee unida em prol de todos os advogadosda CAIXA”.

Membros da primeira diretoria da ADVOCEF, em1992: Jorge Eudes do Lago (1º secretário), JoséGomes (presidente), Asiel Henrique de Souza (2ºsecretário), Gisela Bizarra Morone (1ª tesoureira)e José Humberto Lordello dos Santos Souza (vice-presidente). Aparece na foto também a secretáriaMaria Auxiliadora de Almeida (segunda da esq.para a dir.).

Page 15: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

14 Advocef 20 Anos

Renato Soares fala agora do início danova Associação:

“Como já esperávamos, os primeirosanos da ADVOCEF foram de lutas cons-tantes com a alta administração da CAI-XA. As suas primeiras diretorias se empe-nharam muito na busca da concretizaçãodos anseios da classe dos advogados,especialmente quanto ao pagamento dashoras extras, do pagamento dos honorári-os advocatícios de sucumbência, da valo-rização do profissional empregado, da re-alização de concurso para o aumento donúmero de advogados, para a terceirizaçãode parte das atividades jurídicas, etc.”

Renato conta que, numa reunião desuperintendentes em São Paulo, os advo-gados “foram covarde e injustamente ata-cados” por um assessor da presidênciada CAIXA. Uma gravação com a declara-ção do empregado foi entregue ao presi-dente José Gomes, que a levou para umareunião da diretoria. Mais tarde, após oajuizamento de uma demanda judicial, oempregado foi obrigado a pedir desculpasaos advogados.

Tesoureiro na primeira diretoria daADVOCEF, o advogado Mario Luiz Macha-do, da Suten, também fala sobre o climada época:

“No início, a ADVOCEF e seus dirigen-tes não eram vistos com bons olhos pelaadministração da empresa, nem pela di-reção da área jurídica. Com o tempo, o re-lacionamento foi melhorando e atualmen-te a ADVOCEF é respeitada pela CAIXA epelos seus empregados. Lembro-me que,juntamente com o presidente da OAB/DF[Esdras Dantas], participei de um peque-no grupo, em reunião com o presidenteda CAIXA [Álvaro Mendonça], parapedirmos melhoria salarial para os advo-gados.”

Lembra o ex-presidente da ADVOCEFAltair Rodrigues de Paula, de Londrina/PR, que os salários chegavam a ser inferi-ores aos dos motoristas e dos caixas exe-cutivos. Havia a necessidade, frisa, de secriar uma associação para defender os in-teresses dos advogados junto à adminis-tração da CAIXA e aos órgãos externos,como a OAB.

Quando o advogado Júlio Cezar Hofmanassumiu na área jurídica, em outubro de1992, a situação era exatamente essa.

“Para se ter uma ideia, eu era caixaexecutivo e estava assumindo o cargo deadvogado para ganhar menos.”

Lembra que os colegas da sua agênciatentaram lhe convencer a não se transferir.

“Mas a advocacia era realmente o queeu queria e me dispus a assumir, mesmocom uma remuneração inicial menor, de-cisão da qual em momento algum me ar-rependi.”

O atual 1º tesoureiro da ADVOCEF,Estanislau Luciano de Oliveira, conta quedos oito aprovados no concurso de 1992para o Jurídico de Uberlândia, apenas setetomaram posse.

“Teve um colega que desistiu para ocu-par a função de Supervisor que lhe ofere-ceram na agência. A advocacia na CAIXAnão era uma carreira almejada.”

Em 1992, fazia três anos que a advo-gada Gisela Morone exercia a profissão naCAIXA.

O advogado José Gomes Matos Filho, ao receber o título de Sócio Honorário daADVOCEF, em 7/12/2007, em Brasília

Page 16: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

Advocef 20 Anos 15

“Já sentia um certo desestímulo, poiso achatamento salarial era o pior da histó-ria da área e o incremento de trabalho eradescomunal. Muitos colegas saíam emPDV. Para mim era um momento de defi-nição profissional, se investiria na CAIXAou em sair dela.”

A maior preocupação do advogadoMario Luiz Machado era o fortalecimentoda carreira de Advogado, recente na em-presa. Aprovado no concurso de 1988,tomou posse no Jurídico de Brasíliano cargo de Escriturário Superior com Atri-buição de Advogado.

“Aprendi que a união das pessoas fa-cilita suas conquistas, pois participei ati-vamente do movimento dos empregadosda CAIXA pela sindicalização e pelo direitoàs seis horas de jornada.”

O ex-presidente da ADVOCEF Darli Bar-bosa lembra que os advogados não tinhamum canal único de diálogo com a administra-ção e a forma pulverizada os enfraquecia.

“Aqui no Paraná, o Dr. Antônio DilsonPereira, por exemplo, reivindicava de for-ma solitária a percepção dos honoráriosadvocatícios, e isso antes mesmo da Lei8.906, de 4 de julho de 1994.”

Os fundadoresAssinaram a ata de constituição da ADVOCEF em Brasília, em 15 de agosto de 1992 (um

sábado), 24 advogados representantes de colegas lotados nas unidades jurídicas de todo o país.São eles:

Alexandre Duarte Lacerda (DF)Alfredo Ambrósio Neto (GO)Asiel Henrique de Souza (DF)Aurival Jorge Parduil Silva (RJ)Bernardo José Bettini Yarzon (MS)Ceres de Jesus Silva Araújo (MA)Cícero Corbal Guerra Neto (SE)Cláudio Vinícius Santa Rosa Castim (RN)Davi Duarte (RS)Fernando José Abritta (DF)Gisela Ladeira Bizarra (DF)Jorge Eudes do Lago (DF)José Gomes de Matos Filho (DF)José Humberto Lordello dos S. Souza (DF)Lídia Gomes Magalhães (AM)Maria das Graças Nunes Lobato (DF)Maria Luiza de Castro Rachid (MG)Oscar Acco (SC)Paulo da Mota Machado Junior (DF)Paulo Eduardo Cabral Furtado (PA e AP)

Advogados em Brasília, em 1992: constituíram a ADVOCEF e foram assistir àpasseata contra Collor

Renato Soares Dias (PR, AL e MT)Ricardo Siqueira (PE)Sineide Andrade Corrêa Lima (PB)Wagner de Freitas Ramos (ES)

Page 17: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

16 Advocef 20 Anos

Altair Rodrigues de Paula lembra umahistória contada à ADVOCEF em Revista pelocolega Francisco Spisla, ocorrida duranteo já mencionado curso realizado em SãoPaulo. O valor cobrado por dois conhaquesbebidos no hotel foi superior ao total dasdiárias recebidas para a viagem. Depois dochoque veio o desabafo, conforme relataSpisla na crônica “Dom Quixote Dias”,publicada na revista de novembro de 2011:

“Aquela reunião para o curso serviucomo uma catarse, como uma seção depsicanálise em que os fantasmas foram des-pertados, os traumas foram trazidos à tona.

E o subconsciente despejouas carências reprimidas deforma que até acabamos pordespertar no professor Ama-dor Paes de Almeidaquestionamentos da nossaprofissão e do que represen-tava seu exercício na CAIXA(...). Depois de ouvir poucase boas, ou melhor, muitas emás, não havia outra conclu-são possível com que nosespicaçou: ‘Mas, gente! Porque vocês não criam uma as-sociação? É o melhor cami-nho para congregar! Acho quesó assim vocês podem exigire cobrar da CAIXA soluçõespara a valorização.’”

“(...) O fato é que aquelachacoalhada, podemos assimdizer, fez com que imediata-

mente ao encerramento do curso, já nos lo-cais de trabalho por esse Brasil afora, algu-mas mentes abnegadas começassem a tra-mar para o bem de todos e a felicidade geralda nação jurídica da CAIXA. E posso afirmar,sem medo de errar, que tivemos no nossogrande amigo Renato Soares Dias, infelizmen-te há longo tempo afastado de nossa convi-vência diária, o jogador que deu o pontapéinicial naquele jogo. Foi um incansávelbatalhador para que a semente plantada na-quele emblemático encontro em São Paulogerminasse, nascesse e crescesse com for-ça e vitalidade para enfrentar e aguentar ospredadores de fora e os céticos de dentro.”

Renato mantém nítidos os momentosvividos em Brasília:

“Todos os presentes tiveram participa-ção ativa no evento. A maioria deles nãose conhecia pessoalmente, mas, em mi-nutos, estava formada uma assembleiacom unidade de propósitos e muitointegrada. O fato pitoresco foi externo àfundação da ADVOCEF: a marcha de pre-to, contra as fanfarronices do Collor.”

Alfredo Neto também lembra que no diahistórico de 15 de agosto de 1992, depoisde aprovar o estatuto de fundação daADVOCEF, os advogados participaram domovimento que visava o afastamento deFernando Collor da presidência da Repú-blica. Postaram-se todos de pé, à margemda Avenida W-3, próximo ao hotel onde serealizou a assembleia.

O que Davi Duarte recorda:“O clima de união, de integração e a

vontade de redigir o texto do estatuto damelhor forma possível. Nossas discussõesforam intensas, pela riqueza das ideiaspostas e pelo debate, para que o estatutose tornasse uma norma elaborada refle-tindo o interesse da categoria.”

O período era propício a mudanças. Oadvogado Mario Luiz Machado avalia que,com o fim da ditadura militar, o cidadãobrasileiro via que era necessário lutar porseus objetivos através de sindicatose associações.

“Em Brasília, nos reuníamos no Jurí-dico depois do expediente para tratar dafundação da nossa Associação. Lembro-me que um colega trouxe para nossa reu-nião o estatuto do Instituto dos Advoga-dos do Estado de São Paulo para servirde base para o nosso. O processo foi evo-luindo e o contato com colegas de outrosJurídicos foi decisivo para a concretizaçãode nossos sonhos.”

No mesmo ano de fundação daADVOCEF, o hoje diretor jurídico JailtonZanon ingressava na advocacia da CAIXA,no Rio de Janeiro.

Logo após oencerramento docurso em SãoPaulo, mentesabnegadas por esseBrasil aforacomeçaram atramar para criaruma associação deadvogados daCAIXA.

Page 18: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

Advocef 20 Anos 17

“Tinha pouquíssima experiência e agrande expectativa era ter capacidade deresponder ao desafio de advogar para umaempresa pública tão importante.”

Na mesma época, também Alberto Ca-valcante Braga chegava ao Jurídico.

“Tinha certeza da importância daque-le momento profissional como advogado,pois definiria meu futuro na CAIXA, o quede fato aconteceu. Tanto é assim que atéhoje sou advogado da CAIXA e me orgulhomuito dessa decisão.”

Nesse ano, Júlio Greve estava lotadona área administrativa, na função de Che-fe de Divisão de Licitações e Contrataçõesda Matriz.

“Lembro que fui procurado pelo ZéGomes, que viria a ser o primeiro presi-dente da nossa Associação. Procurava eleo meu apoio para a constituição daADVOCEF, especialmente quanto a ques-tões administrativas e burocráticas queestava enfrentando.”

“De pronto, embora afastado havia cin-co anos da unidade jurídica, sabendo quemais cedo ou mais tarde para lá retornaria,apoiei, dentro das minhas possibilidades.Sei que o Zé Gomes se cercou de gran-des colegas do Brasil inteiro para a cria-ção da nossa Associação.”

Depoimento da advogada Maria dosPrazeres de Oliveira, de Recife:

“Quando a ADVOCEF foi criada, eutinha oito anos de CAIXA e quase quatroanos no Jurídico. A contragosto, porquea CAIXA já havia se entranhado em mi-nha vida, estava me aventurando emconcursos jurídicos novamente, porquea ilusão da estabilidade havia sidoameaçada quando Collor assumiu o go-verno.”

“Eu era uma jovem advogada, inexpe-riente e muito assustada com a persegui-ção do novo presidente aos funcionáriospúblicos. Passado o medo, desisti dosconcursos, porque eu me sentia realiza-da na CAIXA, mas ficou o aprendizado deque nada é eterno e a certeza de que eu

sempre deveria estar preparada para re-começar.”

“Infelizmente eu não participei da fun-dação da ADVOCEF, mas vi a semente sen-do plantada, testemunhei o esforço e o mo-vimento inicial e creio que o que motivou asua criação foi a brilhante visão de futurodos nossos colegas fundadores, quevisualizaram a necessidade de a categoriase unir para se proteger, crescer e cons-truir uma história de lutas e glórias. Creioque tudo isso foi motivado também pelo cli-ma de instabilidade gerado pelo governoCollor.”

Gisela Morone analisa, hoje, aquelesanos em que foi tesoureira e vice-presi-dente da ADVOCEF:

“Essa fase da Associação foi um perí-odo um tanto ‘épico’, em que integrar osquadros diretivos da ADVOCEF até soavacomo ato de rebeldia! Tudo estava por serorganizado, construído. Foram muitas lu-tas, o antagonismo entre a Associação eos dirigentes da CAIXA era muito grande,o que respingava nos mais próximos à di-reção da Associação. Muitos conseguiramsuperar isso, no que me incluo. Mas achoque alguns colegas guardaram mágoas,pela incompreensão de nossa luta.”

“Mas o empenho de todos os que es-tavam lá fez da Associação algo maior.

O advogado Renato Soares Dias agradece a concessão do título de Sócio Honorárioem evento da ADVOCEF na XXI Conferência Nacional da OAB, realizado em Curitiba,em 21/11/2011

Page 19: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

18 Advocef 20 Anos

Podemos dividi-la em duas fases: até odécimo ano foi de construção, consolida-ção. A partir de 2002, crescimento eprofissionalização.”

Antônio Xavier de Moraes Primo, deRecife, membro suplente do ConselhoDeliberativo da ADVOCEF:

“Temos muito a agradecer aos cole-gas pioneiros que semearam as bases daADVOCEF, enfrentaram os percalços na-turais da gestação e nos outorgaram asatisfação e imensa responsabilidade defazer cada vez mais forte nossa institui-ção.”

Antônio Dilson Pereira, advogado apo-sentado da CAIXA, com escritório emCuritiba, diz que se sente orgulhoso deter participado da criação da ADVOCEFdesde o início.

“Se não como participante do encon-tro que culminou com sua criação, pelomenos apoiando e estimulando o grupode advogados do Jurídico do Paraná, quese propôs a levar a ideia de criação daentidade à frente, aos quais deixo meussinceros cumprimentos.”

O que se passava nas mentes e cora-ções, segundo Gisela Morone:

“Um grande sentimento de esperança,de ainda reunirmos forças para ressusci-tar nossa carreira, a defesa da própria CAI-XA, que se encontravam extremamentecombalidas, tanto a carreira jurídica na CAI-XA em rota de extinção, como a empresa,que passava pela crise do governo Collor.Esse momento era um misto de desânimocom esperança. Valeu investir na ideia!”

Na sua crônica, concluía FranciscoSpisla:

“(...) Se naqueles primeiros instantesalguns de nós víssemos apenas visionári-os, uns Dons Quixotes, hoje, bem acomo-dados nos bons resultados profissionaisque a nossa ADVOCEF conquistou, temosa certeza que o início só poderia ter acon-tecido com homens e mulheres de visãoque souberam entender o significado de‘criar uma associação’. Tomar uma dosede Le Courvoisier hoje é um prazer e nãoum arrependimento.”

Em 21/11/2011, a ADVOCEF concedeua Renato Soares Dias o título de Sócio Ho-norário, em evento realizado na XXI Confe-rência Nacional dos Advogados, em Curitiba.A mesma homenagem já havia sido presta-da a José Gomes de Matos Filho, em encon-tro ocorrido em Brasília, em 7/12/2007.

Presidente da OAB, Ophir Cavalcante, com advogados da CAIXA na abertura daXXI Conferência Nacional dos Advogados, em novembro de 2011

Page 20: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

2Por que souassociado

Page 21: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

20 Advocef 20 Anos

Vivendo os conturbados anos 1990 (eanteriores) na CAIXA, os primeiros associa-dos sabiam bem por que precisavam de umaassociação. Como o advogado Manoel DinizPaz Neto, de Curitiba, que se filiou logo apósa entidade ser constituída:

“Nunca tive dúvidas de que aADVOCEF seria um importante órgão dedefesa dos nossos direitos e seria útil paraconquistarmos novos espaços.”

Os associados que vieram depois (prin-cipalmente a partir do concurso de 2001), se

não sabiam por que deviam ade-rir à causa, logo ficavam saben-do. Como o advogado DioclécioCavalcante de Melo Neto, queseguiu a indicação dos colegasde Maceió, segundo a qual “aAssociação defendia nossos in-teresses”.

Seja como for, para antigose novos foi e é sempre impor-tante a influência dos colegas,que avalizam a Associaçãocom a própria experiência emilitância. Foi o caso do advo-gado Rogério Rubim de Maga-lhães, que assumiu no Jurídi-co de Belo Horizonte em outu-bro de 1992 e no primeiro dia,“ainda extasiado com a promo-

ção”, recebeu da advogada Maria Luisa deCastro Rachid a ficha de inscrição. A cole-ga explicou os objetivos da ADVOCEF e sa-lientou “a imprescindibilidade” de suafiliação.

“Essa disposição da colega Maria Luízaem transformar cada advogado da CAIXAem um filiado da Associação foi um exem-plo para mim, que até hoje procuro seguir”,diz Rogério.

Quando José Irajá de Almeida entrouno Jurídico, em 1993, a pressão vinda daMatriz era forte para que os “novos” nãose associassem à ADVOCEF. Irajá contaque o discurso da gerência era que sedeveria evitar o “corporativismo”, palavracujo significado ele nem entendia direito.

“Passados 20 anos, vejo como foi im-portante a iniciativa daqueles colegas, co-rajosos e engajados.”

Recém-admitida no Jurídico de Cam-pinas/SP, em 1992, a advogada FláviaKarrer (hoje aposentada) foi transferidapara Natal.

“Lá, tive a felicidade de conviver compessoas maravilhosas, entre elas o cole-ga Dr. Cláudio Santa Rosa Castim, que fa-zia parte do grupo fundador da ADVOCEFe com seus olhos de bondade me colo-cou em contato com o projeto e as pro-postas da Associação.”

Flávia se encantou imediatamente e,durante 20 anos, só não participou dasatividades da ADVOCEF quando a saúdeimpediu.

“Foram poucos os projetos que não vinascer, crescer e serem implantados.”

Logo na primeira semana de sua ad-missão na CAIXA, em 2006, lotada emCampinas/SP, Daniele Macedo foi procu-rada pelo representante da ADVOCEF,Ricardo Valentim Nassa.

“Desde então, eu compreendi que serassociada e participar da ADVOCEF é algoimprescindível, inerente à condição deadvogado da Caixa Econômica Federal.”

Recém-admitida, em 2005, ainda semconhecer direito a organização da catego-ria, Lenymara Carvalho achou interessan-te a existência de uma associação exclu-siva de advogados. Depois de ir a algunscongressos, resolveu colaborar com suaadministração. Acredita que é importanteconhecer o trabalho associativo, inclusivepara poder criticar.

“É muito fácil fazer um prejulgamentosem conhecer o que realmente é feito e oquão custoso é trabalhar em prol de to-dos os associados.”

Lotada em Presidente Prudente/SP,em 2005, a advogada Lya Rachel BassetoVieira trabalhou com Henrique Chagas,que lhe convenceu a se associar e partici-par dos congressos, “para conhecer de

Em 1993, a pressãovinda da Matriz eraforte para que os"novos" não seassociassem àADVOCEF. Odiscurso dagerência era que sedeveria evitar o"corporativismo".

Page 22: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

Advocef 20 Anos 21

perto os trabalhos e ter contato com oscolegas das diversas regiões do país”. Hojeem Campinas/SP, Lya é a 2ª secretária daADVOCEF.

Oriundo do Banco do Brasil, onde tra-balhou durante 20 anos, Adonias Melo deCordeiro ingressou na CAIXA em 2001.Desde o início, em Fortaleza, fez questãode se filiar à ADVOCEF, pois tinha notíciade que era uma associação forte e quetendia a crescer, se houvesse uma ade-são maciça dos novos advogados contra-tados pela CAIXA.

Luciano Caixeta Amâncio, de Brasília,conta sua história, iniciada em 2005:

“Sempre fui filiado à ADVOCEF, des-de o meu primeiro dia de trabalho, maso que me levou a integrar verdadeiramen-te a vida associativa foi uma assembleiaextraordinária, convocada poucos diasapós o congresso de Belém [em 2006],em que se pretendia rever uma decisãosoberana da assembleia quanto à dis-tribuição de honorários. Depois de mui-tos e-mails e discussões, eu prometi quenunca mais permitiria que qualquer di-reção da Associação tomasse uma deci-são de tamanha importância sem que euparticipasse. Hoje integro o ConselhoDeliberativo como forma de manter aminha (auto) promessa.”

Em 2002, quando o advogado Fabia-no Jantalia (hoje no Banco Central) ingres-sou na CAIXA, a Associação já acumulavaexpressivo histórico de conquistas.

“Pude sentir que se tratava de umaentidade forte e vi, em torno da ADVOCEF,uma aura de união que, ainda hoje, é muitorara em entidades associativas.”

Quando entrou na CAIXA em 2005, noJurídico de Manaus, Roberta Mariana Corrêa(hoje no Rio de Janeiro) estava tão empolgadapara começar a trabalhar que nem questio-nou, preencheu a ficha e se associou.

“Eu só vim ter noção da real importân-cia da ADVOCEF anos depois, na greve dosprofissionais da CAIXA.”

O advogado Angelo Ricardo Alves daRocha, de Vitória, se associou (em 1995)porque sempre acreditou que somenteunidos os advogados teriam voz na em-presa.

O motivo especial, para o advogado An-tônio Dilson Pereira, hoje aposentado, foi “adificuldade dos advogados da CAIXA, umpequeno grupo de profissionais inserido numuniverso de mais de 60 mil pessoas, quenão conseguiam encaminhar suas reivindi-cações por intermédio das entidades repre-sentativas dos empregados da empresa”.

Razões semelhantes às do advogadoRogério Spanhe da Silva, de Porto Alegre,que sentia a falta de interlocução entre aCAIXA e seus advogados.

“Um ente que depurasse e congre-gasse os anseios desses profissionais, nãoapenas no que tange à remuneração econdições de trabalho, mas também comoagente colaborador dos desígnios destaempresa pública tão importante para asociedade brasileira.”

Alberto Cavalcante Braga, vice que setornou presidente da ADVOCEF em 1995:

“Lembro-me como se fosse ontem daspalavras do nosso grande líder, Dr. JoséGomes, incentivando nossa filiação dian-te da necessidade de demonstrar a im-portância do empregado advogado para aCAIXA. Era politicamente um momentomuito difícil para o país, e a atuação dos

Encerramento do congresso de Gramado, em 2010

Page 23: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

22 Advocef 20 Anos

advogados empregados era fundamentalpara a defesa da empresa pública, com oobjetivo de impedir a utilização inadequa-da da instituição financeira.”

Prazeres Oliveira lembra do dia em queos colegas Alberto Braga e Gisela Ladeiracompareceram ao Jurídico de Recife levan-do a ideia do que seria a Associação.

“Eles espalhavam a semente do quehoje é essa grande e forte árvore que jános deu tão bons frutos.”

Associada desde o princípio, Prazeresjá participou do Conselho Fiscal, foi repre-sentante e diretora regional Nordeste.

“Já fiz a minha parte, registrei minhapresença e poderia continuar participando,mas o tempo agora é outro e de outros.”

Segundo o advogado André Falcão deMelo, o que o levou a se filiar à ADVOCEFé o que naturalmente leva uma categoriaa buscar juntar seus quadros: a defesade seus interesses.

A filiação de Jayme de Azevedo Lima,hoje aposentado, também ocorreu natu-ralmente, pois se considera um profissio-nal que trabalha em grupo.

“Faço parte de uma categoria e a insti-tuição ADVOCEF é nossa representante.Portanto, quanto mais associados houver,mais forte a instituição ficará.”

Desde o início, Antônio Xavier partici-pa de alguma forma da ADVOCEF, sejacomo associado discutindo os assuntos

de interesse comum, seja comointegrante da Comissão de Hono-rários, ou através do Fórum, par-ticipando dos congressos, reuni-ões temáticas, eleições de repre-sentantes e de diretoria, Conse-lho Deliberativo.

“Tenho plena consciência daimportância da ADVOCEF para adefesa de nossos interesses,conquista de melhores condi-ções de trabalho, correção dedistorções, construção e conso-lidação de uma carreira compatí-

vel com o tamanho e importância da nos-sa Associação.”

Xavier informa que em seu Jurídico,de Recife, há 100% de associados e atri-bui o fato à consciência de grupo.

“É até difícil, para mim, entender asrazões de que haja em algum lugar algumadvogado que não seja associado àADVOCEF.”

É membro suplente do ConselhoDeliberativo da ADVOCEF.

O advogado Manoel Messias de Sou-za, de São Paulo, diz que o motivo espe-cial que o levou à ADVOCEF foi “a possi-bilidade de maior integração ao corpo ju-rídico e acesso à informação na área res-trita aos associados, no site oficial da en-tidade”.

O que é uma associação, afinal? Nocongresso de Maragogi/AL, em 2007, oadvogado Davi Duarte tentou dar essa res-posta, em discurso de improviso em ho-menagem aos 15 anos da ADVOCEF:

“Associação é, sobretudo, a união depessoas livres, com o propósito de reali-zar projetos de interesse dos associados.E nessa realização precisa estar presentea humildade, o amor e a temperança. En-fim, Associação é a união de pessoas, masé, principalmente, a força que faz trans-cender interesses individuais para reali-zar objetivos gerais.”

“Associação é conviver com outras en-tidades, com federações, com sindicatos,com outras associações. Nestes tempos

Encontro nacional dos advogados realizado em Brasília, em novembro de 2009

Page 24: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

Advocef 20 Anos 23

A evolução da ADVOCEFA primeira impressão sobre a

ADVOCEF foi passada ao advogadoAlexandre Baseggio pelos colegas dasua unidade [Campo Grande], aindaantes do período de integração. "Fa-laram que era ótima Associação e queeu devia me associar o quanto antes."A impressão se confirmou. "Passa-mos por várias gestões da ADVOCEF,algumas mais turbulentas, outrasmenos, mas no final, estamos sem-pre unidos, porque é assim que pro-gredimos."

No início, o advogado GreyBellys Dias de Lira [Goiânia] perce-bia a ADVOCEF como uma entidadedistante, mera repassadora de hono-rários (irrisórios, na época), com in-teresses voltados para os colegasmais antigos. "E por outro lado, nós,a maioria dos recém-chegados, es-távamos com os olhos voltados paraas oportunidades que existiam forada empresa. Não éramos ouvidos,não impúnhamos nossa voz ou tal-vez não quiséssemos fazê-lo."

No entanto, em pouco tempo osnovos se tornaram muitos e as vozesse multiplicaram, diz Grey. "As cica-trizes das batalhas passadas se uni-ram à necessidade de novas lutas. Enesse momento percebi nossa As-sociação ganhar corpo, crescer, as-

sumir o papel queefetivamente é seu.Daí surgiram gran-des conquistas."

Doembatepara odebate

A relação deFernando Abs coma ADVOCEF come-çou cedo, quandoo presidente eraLuis FernandoMiguel, de Porto Alegre. Abs traba-lhava por per to dos colegas DaviDuarte, Roberto Maia e Amanda Car-doso, envolvidos com a Associação,e assim a criação de vínculos foi na-tural. Em agosto de 2001 já estavaindo ao sétimo congresso, emBrasília.

"A evolução da entidade, nes-se período, foi impressionante", dizFernando Abs, lembrando o au-mento dos rateios de honorários."Além disso, a entidade tem seprofissionalizado cada vez mais.Seu patrimônio apresenta constan-te crescimento e o nome ADVOCEF,hoje, tem uma penetração institu-cional incrivelmente grande. Muita

Encerramento do XVII Congresso da ADVOCEF, em Poconé/MT,em junho de 2011

modernos, é associação.com. Pois nin-guém mais vive isoladamente. A aldeia glo-bal está posta.”

“Associação é, também, a união de for-ças para superar diferenças, divergênciase, ainda assim, prosseguir, fazendo histó-

ria, escrevendo páginas de uma categoriaque tem por missão defender o patrimôniopúblico, mas, antes disso, a defesa da leijusta, ou, se injusta, a defesa de sua legalalteração, porquanto na luta pelos ideaisde justiça o seu mister maior.”

gente importante sabe quem é, oque faz, e respeita a ADVOCEF."

Participante de seis congressos,Luciano Nogueira [Belo Horizonte] vêque a ADVOCEF evolui com a carrei-ra. "Tivemos momentos em que hou-ve uma exasperação da categoria,uma postura de procurar mais o em-bate. Creio que evoluímos para odebate, o que somente fez crescer orespeito da ADVOCEF interna e exter-namente."

Trecho de reportagem publicada naADVOCEF em Revista de julho de2011, que registra os 10 anos do

primeiro concurso externo daCAIXA, em 2001.

Page 25: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos
Page 26: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

3Principaisrealizações

Participantes da reunião histórica de 27/07/2012, quando foi assinado acordo com a CAIXA corrigindodistorções das carreiras profissionais. Em pé, da esq. para a dir.: Marcelo Salis, Carlos Castro, MarceloDutra, Rumiko Tanaka, Valdecir Reis, Inêz Campos e Salomão Azulay. Sentados: Lourenço do Prado, JoãoManoel Simões, Ana Telma do Monte, Wesley Santos, Sebastião Andrade e Frederico Rennó

Page 27: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

26 Advocef 20 Anos

AcordoshistóricosEm 27 de julho de 2012, advogados,

arquitetos e engenheiros assinaram coma CAIXA acordo histórico que põe fim àsdistorções salariais antigas das carreirasprofissionais. A negociação entre a empre-sa e a Contec, assistida pela ADVOCEF eANEAC, foi festejada pela categoria antesmesmo da imprescindível anuência - porse tratar de empresa pública - de duasoutras instâncias. A primeira, representa-da pelo Conselho Diretor da empresa, aca-bou concedendo seu voto favorável em 28de agosto. Desde então, os profissionaisesperam pela última e decisiva palavra,que deve vir do Ministério da Fazenda.

Na negociação, os profissionais daCAIXA tiveram atendidas as reivindicaçõesrelativas à incorporação do ATS (Adicionalpor Tempo de Serviço) e VPATS (VantagemPessoal do Adicional por Tempo de Servi-ço) ao Salário Padrão. De acordo com o

presidente da ADVOCEF, Carlos Castro, eo diretor de Negociação, Marcelo DutraVictor, o resultado obtido "soluciona o sé-rio problema do achatamento do teto sala-rial com sua adequação à média pratica-da pelo mercado".

Ao completar 20 anos de existência,numa trajetória de muitas conquistas, aADVOCEF está muito perto de computaressa outra, que promove a sonhada uni-ficação entre novos e antigos, reduzin-do consideravelmente as diferenças atu-ais. Registre-se já, portanto, a notíciaalvissareira, embora ainda não inteira-mente confirmada, que fecha com cha-ve de ouro o percurso vitorioso.

A ADVOCEF chega à assinatura doacordo de julho de 2012 exibindo umaextensa folha de serviços prestados. Umaenquete apontou como grandes realiza-ções os acordos coletivos de 1996 e de2001, expoentes no rol de façanhas atin-gidas na defesa e valorização profissionaldos associados. Os tratados garantiramvitórias essenciais contra a terceirizaçãoradical e asseguraram a percepção legal ejusta dos honorários sucumbenciais.

Entre os acertos, figura naturalmenteo espaço conquistado ao lado de outrasinstituições representativas dos advoga-dos - a OAB em primeiro plano - e traba-lhadores em geral. Algumas entidades,como a Contec, Contraf e Fenae, deramseu apoio fundamental nas lutas por me-lhores condições de trabalho. Outras,como a ANPEPF (Associação Nacional dosProcuradores de Empresas Públicas Fe-derais), são parceiras na busca por valori-zação da carreira de advogado público.

Mas a história se constrói passo apasso.

O primeiro presidente, José Gomesde Matos Filho, realça que duas realiza-ções de sua gestão (1992/1994) foramdeterminantes para a consolidação daADVOCEF.

Uma está representada no ofício en-caminhado à CAIXA pelo Conselho Fede-ral da OAB, através do seu Pleno, deter-minando a imediata revogação de umamedida interna que ordenava aos chefesMutirão do FGTS na CAIXA, em 2003: mais de um milhão de processos

Foto

: Éde

r Lóp

ez

Page 28: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

Advocef 20 Anos 27

dos Jurídicos a avaliação dos advogados,atribuindo a estes conceitos do tipo "insu-ficiente" e "regular". Nesse comunicado, aOAB deixava expresso que só ela podiaavaliar os advogados.

"Isso, sem dúvida, trouxe mais oxigê-nio à nossa luta e encorajou os colegas aacreditar na viabilidade da ADVOCEF", ga-rante José Gomes.

A outra conquista que o primeiro pre-sidente considera essencial foi ter deixa-do em caixa dinheiro suficiente, ao térmi-no do mandato, para a aquisição da pri-meira sede da ADVOCEF.

Em maio de 1996, a CAIXA firmou comos advogados, representados pelaADVOCEF, um acordo coletivo para ade-quar os contratos de trabalho às novida-des da Lei n° 8.906/94 (Estatuto da Ad-vocacia e da OAB).

Observa o advogado Angelo RicardoAlves da Rocha, representante do Jurí-dico de Vitória, que o acordo abriu asportas para o reconhecimento da jorna-da diferenciada e percepção de honorá-rios e horas extras que até então nãoeram pagos.

A advogada Isabel de Fátima FerreiraGomes, da Dijur, fez parte da primeira co-missão que negociou o acordo com a CAI-XA:

"Ficamos 45 dias em Brasília, e até pelanovidade, era tudo muito difícil. Havia muitaresistência da empresa, o diretor respon-sável definitivamente não nos via com bonsolhos, mas o interessante é que tudo issoserviu para nos unir."

Lembra bem disso o advogado DarliBertazzoni Barbosa, que administrou aentidade nos períodos de 1996 a 1998 e2000 a 2002 (como vice-presidente) e de2002 a 2004 (como presidente).

"Entre 1996 e 2001 participei ativa-mente, com outros colegas (Davi Duarte,Gisela Morone, Gizela Aranha, Isabel deFátima, João Pedro, Luis Miguel eMargit), de infindáveis negociações que

acabaram na formalização do acordo dehonorários que temos hoje de formanormatizada."

Em sua gestão, transferiu a sede daADVOCEF para Londrina e modernizou aforma de rateio dos honorários.

"Tivemos muito emba-tes contra magistradosque não queriam reconhe-cer nossos direitos nosprojetos de conciliaçãoque principiavam em todoo Brasil, e foi também naminha gestão que firma-mos um acordo históricocom a CEF que nos deuhonorários em valor atéhoje não alcançado."

Os acordos, destacaAlfredo Ambrósio Neto, deGoiânia, resolveram ques-tões essenciais para os ad-vogados. O de 2001 "solu-cionou em grande parteuma das principais dificul-dades, que era a falta deregulamentação interna no âmbito da CAI-XA, em relação ao recebimento e contro-le dos honorários dos seus advogados".

O projeto deterceirizaçãoQuando a moda era neoliberal, ainda nos

anos 1990, a iminente privatização da CAI-XA compôs um dos episódios maismarcantes da história da ADVOCEF e exigiua atuação de vários dirigentes e colabora-dores. Antes disso, lembra o diretor de Co-municação, Roberto Maia, houve as tentati-vas de terceirização radical de várias dasatividades da empresa, hoje compreendidascomo essenciais, como a área jurídica.

"Há fortes razões para entender-seque, não fosse a atuação concatenadada ADVOCEF e muitos de seus associa-dos naquele tempo, talvez a história ti-vesse sido bem diferente", afirma RobertoMaia.

Em um dos episódiosmais marcantes, aADVOCEF ajudou aimpedir aterceirização radicalem atividades daempresa hojeconsideradasessenciais, como aárea jurídica.

Page 29: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

28 Advocef 20 Anos

O advogado Manoel Diniz Paz Neto,representante do Jurídico de Curitiba, contaque na época da diretora jurídica DalideCorrea (1998-2003) sabia-se da existên-cia de um voto escrito, já pronto para apro-vação pelos gestores, que reduzia o qua-dro de advogados da CAIXA para poucomais de cem profissionais.

"A ADVOCEF, por seus representantes,atuou firmemente e conseguiu reverter asituação. Se nada fosse feito, teria acon-tecido uma tragédia, com a demissão decentenas de advogados", afirma Diniz.

Segundo o advogado Davi Duarte, queintegrava então a diretoria da ADVOCEF, oprojeto era mesmo manter cerca de cemadvogados na CAIXA, cuja tarefa seria "algocomo controlar a terceirização".

Em entrevista ao Boletim da ADVOCEFde agosto/setembro de 2002, o então pre-sidente Luis Fernando Miguel conta quea CAIXA havia contratado um escritório deadvocacia para estudar a reestruturaçãoda área jurídica. O estudo recomendou,ao final, a terceirização maciça das ativi-dades jurídicas.

"Essa perspectiva era ruim para osadvogados e péssima para a CAIXA", dis-se Miguel. Contou que, então, os advo-gados agiram para reformular o plano deação.

"Houve uma atuação contundente doMinistério Público Federal que conven-

ceu a administração da CAIXA acerca danocividade da terceirização exacerbada,tanto para a empresa, quanto para seusadministradores. Foi então que, diantedo descomunal volume de trabalho e daimpossibil idade de ampliação daterceirização, se conquistou a realizaçãode um concurso para contratação de no-vos advogados."

Luis Miguel considera que é um dosepisódios mais marcantes de suas duasgestões, de 1998 a 2002.

Comenta Manoel Diniz:"Só por ter evitado a extinção do qua-

dro jurídico da CAIXA, que era a intençãodos gestores da empresa naquele momen-to, a ADVOCEF já justificou a sua existên-cia. Não precisava ter feito mais nada."

Davi conta mais sobre o período, quan-do a administração da CAIXA procuravacumprir o projeto do governo de terceirizaro trabalho das unidades jurídicas:

"Nessa época acontecia o auge dosjulgamentos das ações do FGTS e SFH ecomeçavam as ações sobre as diferen-ças de índices aplicáveis às cadernetasde poupança. Eram cerca de 1,2 milhãode processos para algo em torno de 380advogados, em todo o país. Os advoga-dos trabalhavam para demonstrar a suaimportância e indispensabilidade à CAI-XA e esta agia sem se importar, porque oplano era terceirizar."

"Todavia, com o auxílio do MinistérioPúblico Federal, foi possível reverter essequadro, tendo a empresa realizado o con-curso de 2001, para Advogado Júnior,embora o tenha feito para uma jornada deoito horas."

"Importantíssima vitória da CAIXA ocor-reu em 2000, com o RE 226.855-7/RS,de autoria do então advogado no Rio Gran-de do Sul, Dr. Afonso Stangherlin, o qual,selecionado pelo Dr. Darli Barbosa, quediligenciou no Supremo Tribunal Federal,foi admitido e, sob a relatoria de um dosmais sábios ministros, Moreira Alves, afas-tou a exigência de índices em milhares deprocessos do FGTS. Com isso, o FGTS e a

Audiência em 25/01/2012: advogados da ANPEPF, acompanhados do presidenteda OAB, Ophir Cavalcante, ganham apoio do ministro da Justiça, José EduardoCardozo

Foto

: Reb

ecca

Om

ena,

da O

AB/D

F

Page 30: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

Advocef 20 Anos 29

União ficaram livres de uma conta em tor-no de 25 bilhões de reais."

A tensão dessa etapa está descrita emmatéria publicada na ADVOCEF em Revis-ta de julho de 2011, em que o advogadoGrey Bellys Dias de Lira descreve a suaadmissão na CAIXA, através do primeiroconcurso externo, em 2001:

"Era um momento de turbulência naárea jurídica, onde ainda vigia o RH008,fato este que, associado à 'pressão' paraassinatura do acordo de jornada para oitohoras, tornava pouco propícia a boa recep-ção de empregados novos recebendo sa-lário bastante inferior."

Ações questionavam, naqueles dias,a ascensão de escriturários ao cargo deAdvogado após a Constituição de 1988.

"Existia a desconfiança e, para mui-tos, nós éramos uma ameaça patrocina-da pela administração. Lembro-me queaté fui convidado a deixar uma reuniãode advogados, pois, 'a partir daquelemomento iria se tratar de questões quenão eram de interesse dos advogadosnovos'."

Grey conta que os advogados eramchamados de "Sandy e Júnior", em alusãoà jovem dupla sertaneja. Os novos ficaramconhecidos também como "genéricos","pois fazíamos o mesmo efeito e custáva-mos bem menos".

O acordo entre a CAIXA e a ADVOCEFassinado em novembro de 2001 represen-tou, em última análise, uma vitória do diá-logo, conforme registrou a edição de de-zembro de 2001/janeiro de 2002 do Bole-tim da ADVOCEF:

"Pondo fim à ação de cumprimentomovida pela entidade, ficaram esta-belecidas as premissas a partir dasquais serão tratadas de agora em dian-te as relações entre empregado e em-pregador."

"Oficialmente, a ADVOCEF é reconhe-cida como a representante legítima dos ad-vogados da CAIXA, como administradorado fundo comum de honorários, confor-me o Regulamento. A decisão acata o re-

conhecimento judicial do Tribunal Regio-nal do Trabalho de Brasília, incluído nosautos da ação de cumprimento."

"Por outro lado, acabou em definitivo apretendida isenção indiscriminada parapagamento de honorários advocatícios. Pelocontrário, os pagamentos estão garantidose já têm indicados os seus patamares mí-nimos de incidência. A decisão vale tam-bém para as ações de execução fiscal pro-movidas pelos advogados da CAIXA."

Em palestra no VIII Congresso, em 2002,a então diretora jurídica daCAIXA, Dalide BarbosaAlves Correa, fez um balan-ço da gestão, desde 1998,quando havia 452 advoga-dos na área. Ao se realizaro congresso, já eram 554profissionais. O número deprocessos havia passadode 400 mil para 1,3 milhão.

O relato de Dalide, noevento:

"Começamos entãopor propor uma novaestrutura para a Surid.Estamos na metade des-se trabalho. Inicialmentetivemos um trabalho daconsultoria Azevedo Sette,traumático, como todos se recordam, quepropunha a redução do quadro em cercade 70, 80% dos profissionais. A proposi-ção também de que ficaríamos em 126advogados e uma terceirização total doContencioso."

"Esse trabalho não me preocupou, por-que a parte que achei interessante foi aparte que detectou os problemas: falta decontrole, falta de sistematização. Com re-lação à proposta, ela era totalmenteimpensável para uma empresa pública.Mas qual não foi a nossa surpresa quan-do a Superintendência de Desenvolvimen-to e Estratégias Empresariais (Suade) ra-tificou na íntegra esse trabalho."

"Tivemos várias conversas, mas não nosrestou alternativa senão levar ao presidenteda CAIXA, Dr. Emílio Carazzai, a posição da

Os acordos foramuma vitória dodiálogo e resolveramquestões essenciaisdos advogados, comoa regulamentaçãointerna doshonoráriossucumbenciais.

Page 31: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

30 Advocef 20 Anos

área jurídica, por meio da CI 161, de 2000,onde dissemos o seguinte: que havia umaausência de visão integrada da realidadeCAIXA tanto no trabalho da Azevedo Sette,quanto no trabalho da Suade. Que os tra-balhos apresentados desconsideravam avisão estratégica da CAIXA, ou seja, a direto-ria estava trabalhando numa direção e ostrabalhos apresentados estavam totalmen-te desfocados."

"E mais. Na condição de advogadosde empresa pública, a área jurídica atua-va muitas vezes defendendo interesses daUnião, do FGTS, e, portanto, ficava regis-trado que o nosso entendimento, comogestores da área jurídica, era no sentidocontrário do apresentado pela AzevedoSette, enquanto concordássemos com aspremissas de terceirização."

A conquista doshonoráriosJosé Irajá de Almeida, representante

da unidade de Maringá/PR, diz que a apli-cação da Lei 8.906/94 na CAIXA foi a maiorconquista da Associação.

"Sem isso, a ADVOCEF não seria o queé hoje."

É o que sublinha também a 2ª secretá-ria da ADVOCEF, Lya Rachel Basseto Vieira:

"A defesa e organização na distribui-ção dos honorários advocatícios (garantiaintegrada ao nosso contrato de trabalho),sem dúvida, foi um grande feito, fruto daatuação junto às áreas diretivas da CAIXA."

Para Flávia Karrer, advogada aposen-tada da CAIXA em São José dos Campos/SP, o rol de serviços prestados pelaADVOCEF é imenso, mas o recebimentodos honorários advocatícios, de forma le-gal, efetiva e integrada ao contrato de tra-balho, é a grande vitória.

"A ADVOCEF conseguiu essa conquis-ta via Poder Judiciário e fez muita diferen-ça na vida de seus associados. Há muitasempresas públicas federais, com perso-nalidade jurídica semelhante à da CAIXA,

sendo que seus advogados não consegui-ram, até hoje, tal feito."

O episódio mais marcante para Fláviafoi quando um diretor elaborou um pare-cer afirmando que a CEF não pagaria ne-nhum valor a seus advogados a título dehonorários de sucumbência, pois a pro-posta seria absurda.

"A ideia influenciou o grupo gerencial detal forma que por muitos anos trabalhamospara poder reverter tal pensamento equivo-cado, mesmo depois de já estarmos com orecebimento determinado pela Justiça."

A advogada Prazeres Oliveira não es-quece que foi o primeiro acordo referenteaos honorários e horas extras que possi-bilitou sua primeira viagem pela Europa.

"Foi uma longa e linda viagem que sóse realizou graças à intervenção daADVOCEF na negociação com a CAIXA."

A advogada Liana Mousinho, de Belém,prestava serviço na Matriz e lembra per-feitamente do dia em que a CAIXA assi-nou o acordo para o recebimento de ho-norários, "intermediado pela saudosaDra. Graci [Maria das Graças dos Cam-pos Sério]".

"Quando a Graci abriu a porta do sa-lão onde estavam os advogados e avisoudo fechamento do acordo, foi um momen-to inesquecível, pois havia muito lutáva-mos para que isso acontecesse."

Com um ano de CAIXA, o advogadoAdonias Melo de Cordeiro, de Fortaleza,teve "a grata surpresa" de receber um valorsignificativo de honorários. Guarda na me-mória a alegria dos colegas.

"Alguns outros, pequena minoria, fica-ram tristes, pois, por questão de dias, nãohaviam sido contemplados, em virtude doafastamento do quadro de advogados daCAIXA."

Era grande a rotatividade dos profissi-onais do Jurídico.

Quando Karla Karam Medina, colegade Adonias na unidade de Fortaleza, ingres-sou na CAIXA, em 2001, os honorários eram

Page 32: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

Advocef 20 Anos 31

O trabalho pela consolidação dorecebimento de honorários em con-sonância com o Estatuto da Advo-cacia chegou ao ápice na adoles-cência da ADVOCEF, época em queseus associados representavammais de noventa por cento do cor-po jurídico da CAIXA. Preparadapara cumprir seus objetivos, prin-cipalmente o da justa remuneração,a ADVOCEF abre frentes de luta pelavalorização profissional dos asso-ciados e enceta uma campanhahercúlea em prol da unificação dacarreira jurídica e do piso salarialcondizente com o mercado.

Nesse diapasão surgem as me-didas de efeito prático, capazes demudar as decisões da CAIXA a fa-vor de seus advogados. Foi autori-zada a implantação de novas regio-nais, a contratação de novos advo-gados e a criação do cargo de Co-ordenador das novas representa-ções regionais.

Chegou a Campos dos Goyta-cazes/RJ, em 2005, investido do re-cém criado cargo de Coordenador,o advogado Sylvio Ricardo. Bom mi-neiro, desconfiado, logo procurouestimular a unidade jurídica do Cen-tro, Norte e Noroeste do Estado doRio de Janeiro para a implacávelcobrança de honorários advoca-tícios de sucumbência e conse-quente aumento de renda dos pro-fissionais.

Uma das primeiras açõesvencidas pela CAIXA versava sobre

a cobrança por eventual dano moralem decorrência do indevido protes-to de duplicata colocada em cobran-ça simples pelo emitente na agênciade Porciúncula, município de colo-nização italiana e vocação agrícolaao Norte do Estado.

Em 2008, ultrapassadas as eta-pas processuais, as marchas e ascontramarchas dos recursos, baixao processo do E. TRF para cumpri-mento do V. Acórdão. Por unanimi-dade, reconheceu o ExcelsoPretório a legitimidade da cobrançae condenou o autor a pagar os ho-norários do advogado da CAIXA. Ocálculo impor tou em R$ 800,00.Intimado, o devedor não se pronun-ciou. Foi requerida a penhora debens. O meirinho efetuou a penho-ra, para garantia do Juízo, de duascabras leiteiras da raça Saanen, ori-ginária da Suíça e altamente produ-tiva, avaliadas em R$ 500,00 cadauma. Em ato contínuo, foi requeridaa adjudicação das caprinas em fa-vor do crédito. O M.M. Juiz deferiuo pedido e determinou a remoçãodos animais para a agência local daCAIXA.

O devedor, depositário fiel dosanimais, instado a cumprir a deter-minação, informou ao oficial de jus-tiça encarregado da diligência que ascabras tinham morrido. Da certidãodo oficial constava que, no pasto dopequeno sítio do devedor, restava umbode branco, de chifres retorcidos,cavanhaque comprido, aparentando

O bode e os honoráriosArcinélio Caldas - Campos dos Goytacazes/RJ.

ser da mesma raça das cabras faleci-das. Foi reiterado o pedido de pe-nhora, desta feita, do bode velho.Efetivada a medida, foi requerida aadjudicação do bode que já estavacom o destino traçado: iria para apanela do Bar do Ovo num sábadode festa da S.S.A.D.S.S.A.A.D.F,antiga confraria da cidade, reverten-do-se o valor de sua compra a favorda ADVOCEF.

Tudo pronto, dia e horaagendados com o gerente da agên-cia Porciúncula, Cleber Bravo, parao traslado do bicho até Campos, eisque toca o telefone da Rejur/CM e ogerente informa que se encontravana agência o devedor, humilde siti-ante, implorando clemência para oanimal, único reprodutor de seuplantel. Foi negociado o acordo emR$ 500,00 e ficou o sonho de sa-borear o Capretto alla Napoletanacom a irmandade campista.

Crônica

Page 33: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

32 Advocef 20 Anos

de R$ 50,00. Nos meses de descontos dasdespesas do congresso, os advogados pra-ticamente não recebiam nada. No final doano, com a normatização dos honorários,a arrecadação começou a aumentar.

"Em 2002, recebemos uma quantiaconsiderável. A notícia do acordo começoua circular por telefone. O colega que rece-beu o comunicado não se conteve e gritouem alto e bom som que a gente iria receberuma 'bolada'. Em questão de segundos,'compramos' carros novos, apartamentos,etc. Como a notícia ainda não era oficial,no outro lado da linha, o advogado infor-mante, preocupado com a gritaria no Jurí-dico de Fortaleza, resolveu dizer que erabrincadeira, para desespero de todos. Nãoconformados, resolvemos entrar em con-tato com o advogado do Jurídico que esta-va em Brasília e, para nossa felicidade, oboato/brincadeira era verdadeiro."

O advogado André Falcão de Melo, deMaceió, aponta, entre as "muitas realiza-ções", a defesa dos advogados do últimoconcurso interno.

"Como interessado direto, a despeitodo direito que entendia a nosso favor, sentique estava bem representado pela Asso-ciação, tanto que aceitei a sugestão decontratar o escritório de advocacia por elaindicado. No fim, deu tudo certo."

Outra realização que lhe vem à cabe-ça é a defesa do direito à jornada de qua-tro horas, que redundou no acordo dashoras extras, após a edição do novo Esta-tuto da OAB.

"Perdemos um bocado, é verdade,mas ganhamos outro tanto, embora talveznão na mesma proporção. Porém, quemviveu aquelas centenas de dias sabe, ima-gino, que dadas as circunstâncias entãopresentes (políticas e históricas), resultounum acordo tão bom quanto possível."

Jayme Lima, advogado aposentado daCAIXA em Curitiba, destaca a sequênciade diretorias que mantiveram o compro-misso de luta. "Alguns foram até mesmoperseguidos", aponta.

"Um grande abraço a esses bravos di-rigentes que aguentaram as consequênciase fortaleceram a ADVOCEF."

As publicaçõesO advogado Francisco Spisla, de Lon-

drina/PR, afirma que graças à ADVOCEF oquadro gerencial acabou reconhecendo ovalor que os advogados têm para a empre-sa. Outros bons resultados obtidos pela en-tidade: a integração através dos congres-sos e as publicações, como forma de valo-rização do material cultural corporativo.

...e a revista de hoje O primeiro jornal...

Page 34: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

Advocef 20 Anos 33

Revista de Direito da ADVOCEF, semestral, com as teses dos advogados da CAIXA

Depois do Jornal da ADVOCEF, lançadoem setembro de 1993, surgiu o Boletim daADVOCEF, em outubro de 2001, quando oprimeiro já não circulava mais. Apesar denão resolver imediatamente todos os pro-blemas de comunicação sentidos pela ad-ministração de Luis Fernando Miguel - boaparte deles estava relacionada com apluralidade de atividades dos diretores, quedificultava a prestação tempestiva da infor-mação -, houve um grande progresso.

"O Boletim conseguiu resgatar aquelecontato periódico com o associado, quehavia sido perdido", segundo o presiden-te. Em setembro de 2008 o Boletim pas-sou a se chamar ADVOCEF em Revista.

Desde o número 2 a publicação circu-la com o encarte Juris Tantum, primeiroespaço oferecido aos associados para di-vulgação de trabalhos técnicos. Muitosautores da casa iniciaram e se projetaramatravés do suplemento, que publica tam-bém autores externos, que trazem contri-buições valiosas a todos.

A Revista de Direito

Além da própria consolidação daADVOCEF, "um feito maior no contexto", oadvogado Antônio Dilson Pereira salientaentre as obras da entidade a Revista deDireito. (Também elogia a participação emeventos com entidades coirmãs e "a capa-cidade de encaminhar os assuntos de in-teresse dos advogados da CAIXA comequilíbrio e altivez.")

O diretor de Comunicação da ADVOCEF,Roberto Maia, revela detalhes do processoque levou à criação da Revista de Direito:

"Nascida de uma concepção 'visioná-ria' de uns poucos, dentre os quais o nos-so ex-colega Fabiano Jantalia Barbosa, aideia foi apresentada ao então presidenteAltair Rodrigues de Paula, que imediata-mente acolheu-a e exigiu: eu topo, mas aprimeira edição deverá ser lançada no pró-ximo congresso da ADVOCEF [em agostode 2005]."

"Alguns poucos meses depois de cor-reria total e participação de nove estudio-sos colegas de vários cantos do país, era

lançado o primeiro número, contendo ar-tigos doutrinários de relevo, jurisprudên-cia focada no cotidiano da advocacia daCAIXA."

"Ano após ano, a ideia frutificou e hojetemos mais uma frente de dignificação ede orgulho para os profissionais da CAIXAe para sua entidade de representação."

O advogado Fabiano Jantalia, atualmen-te procurador do Banco Central, emBrasília, testemunha:

"A Revista da ADVOCEF nasceu a par-tir de algumas reflexões minhas e do Dr.Roberto Maia. Discutíamos a necessida-de de investir em iniciativas voltadas a in-centivar o lado acadêmico dos colegas echegamos à ideia da Revista. Apresenta-mos o plano ao Dr. Altair, então presiden-te, que nos hipotecou total apoio. O nasci-mento da Revista não ocorreria se não fos-se a aposta do Dr. Altair. Quando apresen-tamos a ideia, ele ficou ouvindo, ouvindo,pensou e, logo em seguida, nos disse: 'Va-mos em frente, então'."

"Desenvolvemos durante alguns me-ses o projeto editorial e a adequação aospadrões de normatização. Após muitas pro-

Page 35: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

34 Advocef 20 Anos

vas, chegamos aomodelo final. Com aimplementação doConselho Editorial e,posteriormente, coma própria experiênciada Revista, essas re-gras foram sendoaprimoradas, che-gando ao modelo atu-al, que me parecemuito bom."

"Um detalhe cu-rioso é que, no início,havia uma grande di-ficuldade de reunir

artigos em número suficiente para se fe-char uma edição. Hoje, com a Revista apleno vapor, a dificuldade maior parece serescolher entre tantos artigos que são sub-metidos à análise. Isso mostra que a Re-vista atingiu seu maior objetivo: estimulara produção de textos de qualidade porparte dos advogados da CEF."

Ao anunciar o lançamento da RD noXI Congresso da ADVOCEF (em Belo Hori-zonte, em 11/08/2005), o advogadoAlaim Stefanello, outro idealizador do pro-jeto e membro do Conselho Editorial, men-cionou uma passagem do escritor Eduar-do Galeano:

"Dizia ele que, certa vez, olhou parao horizonte e viu a utopia. Então ele deudois passos para tentar alcançá-la e viuque a utopia se distanciou dois passos.Eduardo Galeano andou mais dez pas-sos em sua direção, e ela se afastou maisdez passos. Ele correu mais 20 passospara chegar até a utopia, e ela correudele outros 20 passos. 'Mas para queserve, então, esta tal utopia?", questio-nou-se o escritor. 'Para isso, para nosfazer andar!'"

Concluiu, então, Alaim:"Com esta Revista de Direito da

ADVOCEF nós estamos fazendo isso, ini-ciando o primeiro passo em busca da nos-sa utopia, que é a valorização profissio-nal da nossa classe."

Em campanha de divulgação, advoga-dos da CAIXA em Brasília visitaram minis-tros dos tribunais superiores.

No Superior Tribunal de Justiça, o mi-nistro José Delgado considerou a inicia-tiva importante para a divulgação do tra-balho da categoria. Pediu mais um exem-plar para um assessor e perguntou sepoderia publicar um artigo na Revista. Oministro Luiz Fux (hoje no STF) desta-cou a necessidade de os advogados pú-blicos divulgarem suas teses.

No Tribunal de Contas da União, o mi-nistro Benjamin Zymler elogiou a formaencontrada de valorização dos profissio-nais e também quis saber se poderia es-crever um artigo.

Os advogados Fabiano Jantalia eEduardo Bromonschenkel levaram umexemplar para a ministra Eliana Calmon,no STJ. Fabiano mandou a notícia para oBoletim da ADVOCEF de dezembro de2005:

"A ministra Eliana ficou absolutamen-te encantada com a Revista. Disse ela: 'Éuma iniciativa maravilhosa, que engrande-ce e valoriza a classe'. E completou: 'Émuito bom ver um trabalho desses. A atu-ação em temas de massa, como osexpurgos do FGTS, acabou transforman-do o advogado da CAIXA num emissor depetições. A Revista ajuda a resgatar e

Eduardo Galeano: para que serve a utopia

Ministra Eliana Calmon, com Eduardo Bromonschenkel, em dezembro de 2005:a RD é uma iniciativa maravilhosa

Page 36: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

Advocef 20 Anos 35

(...) Ao não resolver seus pro-blemas com a edição de leis de boaqualidade, a nação opta, ainda deforma omissiva, por levar a vida so-cial e econômica às barras dos tribu-nais, inchando a máquina judiciáriaa ponto de quase inviabilizar seu fun-cionamento e sua capacidade de re-solução dos conflitos que lhe sãopostos. Sem leis de qualidade e comum Judiciário assoberbado, a soci-edade se vê à deriva, e a espada daJustiça perde seu poder de corte,criando um dissenso entre o Direito"no papel" e o Direito no mundo dosfatos.

É preciso buscar novos rumos,transcender os limites de nossa vi-são, ir além de nosso tempo. Paraisso, é importante buscar estimulara produção do Direito, e não apenasa sua reprodução e trabalhar para aformação de juristas e não merosoperadores do Direito. É necessáriotambém conferir uma visão interdis-ciplinar à pesquisa jurídica, o quecomeça pela criação de espaços for-mais para debates pragmáticos, quese concentrem menos na teoria emais na prática e produzam resulta-dos socialmente desejáveis.

A Revista de Direito da ADVOCEF,que hoje tem o lançamento de sua5ª edição, se propõe a desempenharesse papel, constituindo-se numespaço institucional, criado pelaADVOCEF para abrigar o resultadodas pesquisas e das reflexões dos

advogados da Caixa Econô-mica Federal.

Sua criação decorreu dainquietude de alguns, diante dogigantesco manancial de infor-mações e conhecimentos de-senvolvidos e empregadospelos profissionais da área ju-rídica desta empresa mais quecentenária, que, no entanto,permanecia embotado, cir-cunscrito aos limites da peçase manifestações produzidas.

O corpo jurídico da CEF semprecontou com grandes profissionaisem assuntos altamente relevantes eespecializados, mas a produção deseu conhecimento pouco ou nada secomunicava com a academia. Assim,não obtinham o reconhecimento téc-nico que lhes era devido.

(...) Da primeira edição para cá,muitos e importantes passos forampercorridos. Firme no compromissode proporcionar melhorias contínuasà Revista, o Conselho Editorial, doqual tenho orgulho de fazer parte, vemtrabalhando incessantemente para au-mentar o nível da publicação. Hoje, épossível afirmar que a obra atende aospadrões exigidos para publicações dealto nível no Brasil, contando com umarede de leitores institucionais quecompreende todos os tribunais dopaís e, de modo especial, todos osministros de tribunais superiores edesembargadores de Tribunais Regi-onais Federais, sendo também distri-

Para ler e para pensarTrechos de discurso do ex-advogado da CAIXA Fabiano Jantalia (hoje procurador doBanco Central), no lançamento da 5ª edição da Revista de Direito da ADVOCEF, emBrasília, em 7/12/2007. Fabiano integrava o Conselho Editorial da Revista.

buída para diversas bibliotecas de uni-versidades públicas e particulares nopaís.

(...) Por fim, como estímulo àreflexão dos senhores, gostaria detrazer à lembrança de todos uma bri-lhante exortação do mestre Rui Bar-bosa, que tem muito em comum comas preocupações aqui expostas. Tra-ta-se de trecho de sua conhecida Ora-ção aos Moços, texto escrito aosformandos de 1920 da Faculdade deDireito do Largo de São Francisco,em que assim pontificou:

"Os que madrugam no ler, con-vém madrugarem também no pensar.Vulgar é o ler, raro o refletir. O sabernão está na ciência alheia, que se ab-sorve, mas, principalmente, nas ideiaspróprias, que se geram dos conheci-mentos absorvidos, mediante atransmutação por que passam no es-pírito que os assimila. Um sabedor nãoé armário de sabedoria armazenada,mas transformador reflexivo de aqui-sições digeridas."

Foto de José Irajá de Almeida

Page 37: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

36 Advocef 20 Anos

mostrar o valor desses profissionais'. Aministra destacou seu orgulho ainda mai-or, em face de suas raízes: 'Eu fui estagi-ária da CAIXA'."

No lançamento da 11ª edição, no Con-selho Federal da OAB em novembro de2010, o presidente Ophir Cavalcante afir-mou em palestra:

"Essa publicação representa aexteriorização da independência, da auto-nomia da advocacia brasileira."

O Conselho Executivo da Revista é com-posto também pela advogada Patrícia Ra-quel Caires Jost Guadanhim. No ConselhoEditorial, que registrou a saída de Fabia-no Jantalia, atuam ainda o juiz do TRT da4ª Região João Pedro Silvestrin (ex-advo-gado da CAIXA) e os advogados DaviDuarte, de Porto Alegre, Iliane RosaPagliarini, de Curitiba, e Bruno Queiroz Oli-veira, de Fortaleza.

A advocacia da CAIXA

Uma obra lançada em junho de 2011,no congresso de Poconé/MT, aproveitouo aniversário da CAIXA para registrar aparceria antiga entre a empresa e seusadvogados. O livro "Advocacia na CaixaEconômica Federal - Trajetória de 150

Anos", encomendado pela ADVOCEF à his-toriadora Elizabeth Torresini, conta a his-tória do Jurídico que, na prática, funcionana empresa desde a fundação, em 1861,embora formalmente só tenha surgidoapós 1930.

A historiadora deu exemplos da partici-pação histórica dos advogados à ADVOCEFem Revista:

"A primeira lei brasileira que trata dosbancos de emissão, do meio circulante, dassociedades e companhias financeiras foiredigida e assinada pelo ministro da Fazen-da Ângelo Muniz da Silva Ferraz, diplomadoem Direito pela Faculdade de Olinda. Tam-bém é dele o Decreto 2.723, que autorizoua criação da Caixa Econômica e o Monte deSocorro do Rio de Janeiro."

Outros:"Nas décadas seguintes, constata-se a

presença constante dos advogados nosConselhos Superiores Fiscais, depois Con-selhos Superiores e Conselhos Administra-tivos das diversas Caixas Econômicas doBrasil, tanto no Império quanto na Repúbli-ca. A reforma das Caixas Econômicas, pro-movida no governo de Getúlio Vargas, em1934, e comandada pelo advogado Fran-cisco Solano Carneiro da Cunha, é de au-toria do jurisconsulto Justo de Morais. Sãoexemplos da participação histórica dos ad-vogados na CAIXA."

A Revista de Literatura

Manoel Messias Fernandes de Souza,de São Paulo, acrescenta, na lista dos pe-riódicos, sua preferência pela Revista deLiteratura, publicada uma única vez emdezembro de 2009. "Fica a minha cobran-ça pela segunda edição", aproveita.

O volume de 90 páginas com as obrasde 24 ficcionistas e poetas das unidadesjurídicas (incluindo o apoio administrati-vo) de todas as partes do Brasil foi pre-sente de fim de ano da ADVOCEF a todosos integrantes do Jurídico. Alguns dosautores dos contos, crônicas e poemas jáeram conhecidos através das publicaçõesda entidade, poucos tinham livros publi-cados e quase todos eram novatos.

Livro sobre o Jurídico, na comemoração dos150 anos da CAIXA

Page 38: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

Advocef 20 Anos 37

"Suspeito para falar", pois era membrodo Conselho Deliberativo da ADVOCEF etambém um dos autores presentes naobra, o advogado Arcinélio Caldas, de Cam-pos dos Goytacazes/RJ, considerou quea oportunidade, "no campo fértil da litera-tura", superava qualquer inquietação es-piritual:

"Põe por terra o zelo exagerado e per-mite rasgadas louvações ao projeto queora se concretiza, capaz de estimular erevelar talentos adormecidos."

O advogado Antônio Dilson Pereiraachou "genial" a ideia e se orgulhava deter sido um dos fundadores da ADVOCEFe continuar a ela ligado após mais de tre-ze anos de sua aposentadoria.

Floriano Neto declarou que a literatu-ra tem vínculo estreito com o Direito.

"Numa peça jurídica nós argumentamos,criamos, discutimos, abordamos o tema daforma mais favorável ao nosso cliente."

Considerando o advogado um profissi-onal das letras, disse que orienta os esta-giários a se aprofundarem no estudo dagramática e da literatura, para escrever beme de maneira simples.

José Irajá endossou:"A palavra escrita é a principal ferra-

menta do advogado e tanto a construçãode textos jurídicos quanto a produção lite-rária (mesmo modesta como a minha) le-vam ao aperfeiçoamento da habilidade deusar essa ferramenta."

De sua rotina no apoio administrativodo Jurídico de Curitiba, Lilian Deise deAndrade Guinski disse que capta umagama imensa de sentimentos e sensações.Resultado: desse universo retira ideias depersonagens (cômicos e trágicos) paraseus contos e extrai sentimentos parasuas poesias.

A grevede 2009Os advogados, arquitetos e engenhei-

ros realizaram, primeiro, uma paralisaçãode 24 horas, em 7/04/2009. A adesãode 90% era o sinal, viu-se depois, que agreve iniciada em 28/04/2009 seria amaior já ocorrida na Caixa EconômicaFederal.

O descontentamento da categoria tinhachegado ao máximo, vencendo a paciên-cia. No site da ADVOCEF, em 17/04/2009,o então presidente Davi Duarte havia ex-posto a frustração geral devido aodescumprimento da CAIXA do que fora ne-gociado no ano anterior: a apresentação deum projeto para nova carreira jurídica.

Livro com a arte literária dos integrantesdo Jurídico da CAIXA

Presidente da OAB, Ophir Cavalcante, em 24/11/2010: a Revista de Direito daADVOCEF é a exteriorização da autonomia da advocacia brasileira

Page 39: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

38 Advocef 20 Anos

"Agora se vê que a empresa não querdialogar. Quer procrastinar. Quer desvalo-rizar. Quer desmobilizar. Sabemos que nãoconseguirá. Estamos unidos e fortes", afir-mou Davi no seu manifesto. Mencionouas "propostas absurdamente inaceitáveis".E previu, 11 dias antes da deflagração dagreve histórica, "um movimento de 30a 60 dias". Até a volta ao trabalho, em17/06/2009, transcorreriam exatos 50dias.

Na paralisação, os profissionais traba-lharam intensamente, sob forte pressão,numa rotina inusitada.

Em 13 de maio realizaram a Marchapara Brasília, reunindo-se em frente aoprédio da Matriz da CAIXA, no CongressoNacional e no Centro Cultural do Bancodo Brasil.

Em 14 de maio, o Tribunal Superior doTrabalho (TST) indeferiu os pedidos deliminar da CAIXA para reconhecer aabusividade da greve e o retorno da cate-goria ao trabalho.

Em 18 de maio, não houve acordo naaudiência de conciliação realizada no TST.Inicialmente, a empresa impôs, para reto-mar a negociação, que os trabalhadoresretornassem ao trabalho. O ministro JoãoOreste Dalazen, então vice-presidente doTST, respondeu que de modo algum ne-garia a única maneira de pressão dos tra-balhadores, "o constitucional e sacrossan-to direito de greve".

Para o presidente Davi Duarte, na au-diência ficou mais uma vez clara aintransigência da CAIXA, que sequer apre-sentava contraproposta. "Mantém-se firmeno desrespeito à cláusula que livrementefirmou", disse Davi, referindo-se ao item47º do Acordo Coletivo de Trabalho 2008/2009, pelo qual a CAIXA se comprometeua revisar a estrutura da carreira profissio-nal para implantação ainda no primeiro tri-mestre de 2009.

O movimento dos profissionais, commais de 80% de adesão, repercutia naimprensa. Em 24 de maio, com a chama-da "O PAC parou", o jornalista Ancelmo Goiscomentou em sua coluna de O Globo, doRio de Janeiro, uma das mais lidas do país:

"A greve dos engenheiros, advogadose analistas da Caixa Econômica Federalparou o PAC. É que grande parte da granadas obras passa pelo banco."

"Há uma greve da área de Engenharia,Arquitetura e Direito da CAIXA desde o iní-cio do programa, em abril, que já começa aincomodar", comentou em 1º de junho opresidente da Câmara Brasileira da Indús-tria da Construção (CBIC), Paulo Safady, àAgência Estado. "Isso está prejudicandotambém as obras do PAC", acrescentou.

A greve mostrava seus efeitos aoemperrar os programas governamentais.

"A grita geral já começou e o impactoem breve fugirá ao controle da empresa,pois não é possível esconder o sol comuma peneira", afirmou o presidente daADVOCEF.Jurídico de Curitiba: tudo o que foi preciso fazer

Advogados, arquitetos e engenheiros, em 2009: a maior greveda história da CAIXA

Page 40: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

Advocef 20 Anos 39

Pelo país ocorriam atos de solidarie-dade promovidos pelas Seccionais daOAB.

Em 10 de junho, a CAIXA apresentousua última proposta. Na avaliação daContraf, continha avanços, com a melhoriados valores da tabela do PCS (Plano deCargos e Salários), apesar de estaremmantidas as restrições relativas à migra-ção - não ter ações colidentes e não estarno REG-Replan não saldado.

A Contraf/CUT orientou seus sindica-tos a defender a aprovação da propostanas assembleias. "Trata-se de uma propos-ta construída na mesa de negociação, va-lorizando o processo democrático de dis-

cussão entre empresa e trabalhadores",declarou.

Segundo o Comando representantedos profissionais, a maior vitória obtida,nos termos propostos, era manter o canalde negociação com a empresa, "única viacapaz de assegurar novas conquistas nofuturo próximo".

Em 16 de junho de 2009 terminava omaior movimento paredista da história daCAIXA, realizado ao longo de 50 dias coma participação expressiva de seus advoga-dos, arquitetos e engenheiros - com aadesão, ao final, de 88%.

Ao longo da campanha, mantida comcoragem e criatividade, os manifestantes

Um episódio que me marcouocorreu no início de 2009. Eu, entãodiretor de Articulação e Relacionamen-to Institucional da ADVOCEF, recebium telefonema do presidente DaviDuarte, preocupado com a equipe queestava à frente da negociação do PCS(Plano de Cargos e Salários) junto àCAIXA, como colaboradores daContec. Alegava o então presidenteque os meninos eram muito jovens etemia que os calorosos embates quese avizinhavam - a greve estava sen-do sinalizada - pudessem queimá-losprofissionalmente junto à administra-ção da empresa. Por essa razão en-tendia que estava na hora deste asso-ciado acompanhá-los, o que ocorreu.

Ao término da primeira reunião deque participei na mesa de negociação,na sala do Conselho Diretor da CAIXA,no 21º andar da Matriz, descemos to-

dos, inclusive coma representante daContec, RumikoTanaka, à sala doentão Dijur e hojeministro do STJ,Antonio CarlosFerreira, para trans-mitir-lhe a nossa so-lidariedade. Naque-le momento, ele so-fria todo tipo depressão de algumasáreas da empresa,por apoiar o nosso movimento. Ao nosdespedirmos, já quase 22h, o diretorjurídico disse que estava feliz com aminha participação e fez o seguintepedido: "Tome conta desses meninospor mim".

Isso realmente ficará marcadocomo um ato de grandeza do nosso

Cuide dos meninosCarlos Castro, presidente da ADVOCEF.

gestor e superior hierárquico paracom os seus subordinados. Ressal-to ainda que foi minha atuação comocolaborador dos queridos compa-nheiros Anna Claudia Vasconcelos,Bruno Vanuzzi e Gryecos Loureiroque me credenciou a disputar a pre-sidência da ADVOCEF em 2010.

Mesa de negociação no dissídio de 2011

Page 41: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

40 Advocef 20 Anos

Companheiras e companheirosassociados da ADVOCEF, advogadase advogados da CAIXA:

Hoje lhes escrevo de um jeito di-ferente. Não me interpretem mal. Es-crevo-lhes com a alma e o coração,mais do que com o lado racional.Esse está sendo e será usado bas-tante, como o foi no editorial de nos-sa Revista da ADVOCEF de outubro,onde consta:

"É tempo de negociações coleti-vas na CAIXA. A ADVOCEF, por suagestão 2008/2010, estabeleceu odiálogo como o caminho mais eficazpara realizar, em parceria, as suasatividades. Seguindo essa premis-sa, a Associação participa direta-mente das negociações e o resulta-do tem se mostrado muito positivo.O interesse é negociar ao máximo,até exaurir as pretensões, tornandodesnecessário o Dissídio Coletivo.Afinal, se podemos construir as so-luções para os problemas da empre-sa, por que deixar para o Judiciárioos pontos sobre os quais assenta-mos os nossos diretos interesses?"

Mas agora se vê que a empresaNÃO quer dialogar. Querprocrastinar. Quer desvalorizar. Querdesmobilizar. Sabemos que nãoconseguirá. Estamos unidos e for-tes. E assim nos mantenhamos, coma mobilização já costumeira e emcontagem regressiva, a par tir dehoje. (...)

Tenhamos paciência, mais umpouco, e novamente, de sorte quepossamos conhecer - em toda a sua

extensão - o tamanho total da incon-gruência, do pouco caso e do des-caso. Quem tem o dever de contem-porizar e cumprir o contrato "está apa-gando incêndio com gasolina", compropostas absurdamente inaceitá-veis. Quem deve promover a paz so-mos todos, mas se a empresa tem seesforçado - repetidamente - para di-vidir, para causar insegurança, paraimpedir que o processo chegue abom termo, logo mais colherá o fru-to amargo, que plantou com afinco.O seu agir é típico de quem quer fa-zer uma desnecessária guerra parachegar à paz.

E quem de nós não está acostu-mado a enfrentar tais problemas dia-riamente? Advogadas e advogadosestão habituados a tratar com litígi-os. Somos forjados na luta. Essa éuma condição invejável. E litígio écaracterizado por partes diversas emsituação de antagonismo. Apenasnão queríamos que fossem em tãoelevado número, pois nossa missãoé desempenhar o trabalho e não serpor ele escravizados. Mas são ossosdo ofício e podemos solicitar orien-tação à OAB ou à OIT para que osparâmetros razoáveis sejam fixadose atendidos. E o novo administradorparece desconhecer essa par te.Mais, nem quer conhecê-la. Afinal,se resolvemos o problema, então oproblema não chega a ele.

Convido-os, pois, a que faça-mos a remessa do problema a quemnão o conhece... Vamos demonstrarque a impunidade não compensa. E

Manifesto de greveDeclaração do então presidente da ADVOCEF, Davi Duarte, no site da entidade,conclamando à greve, em 17/04/2009.

que os compromissos assumidosprecisam e devem ser cumpridos, deforma adequada e no tempo contra-tado.

Por outro lado, sabemos que aspessoas não são mais experientesporque mais viveram e nem envelhe-cem apenas pelo avançar dos anos.Jovens podem ser experientes e "en-velhecemos quando abandonamosos nossos ideais" (generalMacArthur).

Tenhamos a certeza de que asolução de nossas maiores dificul-dades está em nossas mãos. Somoscapazes de resolver o litígio. E va-mos fazê-lo. Com prudência - comotemos feito. Com coragem e deter-minação - como temos agido. Mas,sobretudo, com perseverança e te-nacidade, porque tempo e paciênciapodem mais do que fúria e violência.

A pressa é da empresa, mas ava-lio que precisamos de um tempo, nãomuito breve para solucionar a pen-dência. Preparemo-nos para um mo-vimento de 30 a 60 dias, ao menos,caso a decisão final seja pela parali-sação por prazo indeterminado. En-quanto isso, permaneçamos forte-mente unidos e intensamente mobi-lizados, ao passo que o problemadeverá estar posto na mesa do novoadministrador... (...)

Unidos somos fortes. Façamosacontecer.

Um afetuoso abraço a todas e atodos.

Davi Duar te, presidente daADVOCEF.

Page 42: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

Advocef 20 Anos 41

fizeram piquetes, desdobraram-se emperformances, acamparam em praças,atenderam o público e colaboraram emeventos beneficentes.

Ao final do movimento, a ADVOCEF emRevista registrou que havia ao menosduas unanimidades constatadas com osadvogados entrevistados. Primeira: oacordo entre a empresa e os profissio-nais não contemplou o principal objetivo,que era a reestruturação da carreira pro-fissional. Segunda: no movimento, a ca-tegoria olhou para si mesma e, surpreen-dida, viu que era mais forte do que ima-ginava.

Impressão colhida do advogado Alfredode Souza Briltes, de Campo Grande:

"Creio que o dogma de que advoga-dos não fazem greve está definitivamenteafastado."

Os advogados venceram o medo dagreve e dos prazos judiciais, disse o ad-vogado Dione Lima da Silva, de PortoAlegre, hoje diretor de Honorários daADVOCEF.

"Agimos com ousadia ao enfrentar osequívocos da direção da CAIXA e forja-mos, com maestria, a mais longa grevena história dos profissionais de nossaempresa, da qual muito me orgulho deter participado."

De acordo com Adonias Melo de Cor-deiro, de Fortaleza, se não se fez cumprira cláusula 47ª, fundamento da greve, oreajuste do salário serviu como paliativo,aceito pelo Comando Nacional no contex-to das negociações.

"Entretanto, o aumento salarial,desacompanhado de uma nova carreira,sejamos justos, não foi insignificante parauma boa parte da categoria."

"Poderia ter sido melhor?", perguntoua advogada Daniele Macedo, de São Pau-lo, hoje 2ª tesoureira da ADVOCEF.

"Talvez sim, mas essa é uma respostaque nunca teremos. Só posso garantir que

eu e muitos dos colegas em greve de SãoPaulo estávamos dispostos a arriscar."

O então presidente da ANEAC (Asso-ciação Nacional dos Engenheiros e Ar-quitetos da CAIXA), Luiz Guilherme deMatos Zigmantas, enviou uma carta àADVOCEF destacando a parceriaconstruída, que permitiu aos profissio-nais sustentar, "com organização e ele-vado índice de adesão, o maior movi-mento paredista da categoria bancáriado país, em todos os tempos".

O presidente Davi Duarte fez o ba-lanço:

"Conseguimos o mai-or aumento fora de épo-ca. Conquistamos o res-peito no meio sindical eno Judiciário. Hoje, aADVOCEF e a ANEACtêm seu nome marcadode forma indelével. ACAIXA não mais nos su-bestimará."

O então vice-presi-dente da ADVOCEF, Bru-no Vanuzzi, listou comomomentos decisivos ostranscorridos entre a úl-tima reunião de negoci-ação e a tomada de po-sição das diretorias dasassociações pela aceitação da proposta.

"Decidir entre consolidar os avanços,na ordem de mais de 30% para um con-tingente considerável de profissionais, jus-tamente os mais prejudicados no proces-so de 2006, ou arriscar a sorte, foi umadas tarefas mais árduas."

Para a então diretora de Negociação,Anna Claudia de Vasconcellos, o momen-to mais importante foi uma reunião comos representantes dos Jurídicos em SãoPaulo, antes da greve.

"Com ela a Associação desempenhouum papel que há muito lhe era cobrado - ode dar voz e vez aos associados perante a

Ao final, havia aomenos duasunanimidades.Primeira: o acordonão contemplou areestruturação dacarreira. Segunda: acategoria viu queera mais forte doque imaginava.

Page 43: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

42 Advocef 20 Anos

Companheiras e companheirosassociados da ADVOCEF e ANEAC,profissionais da CAIXA

O momento é de profunda refle-xão e de muito difícil tomada de deci-são, tendo em vista a dimensão quenossa luta tomou. Fugiu ela a todosos parâmetros e expectativas, para seconsolidar no mais expressivo, coe-so e forte movimento paredista regis-trado na história da Caixa EconômicaFederal. Afinal, hoje, 14/06/2009,completamos 48 dias de greve, coma adesão de 88% dos profissionais. Éum feito memorável, sob o enfoquesindical e do ponto de vista dos tra-balhadores.

Agora temos uma proposta da em-presa, que se mostra última, depois de"tantas últimas que lhe precederam" eque representa um substancial avan-ço, se olhada amplamente, tanto sob aótica de reajuste salarial quanto soboutros aspectos, também importantes.E o avanço precisa ser comparado aoque poderá ou não ser obtido na viajudicial.

Sabem vocês de nosso espíritode luta, combativo mas leal, e co-nhecem nossos propósitos voltadosao bem; ao fazer sempre o melhorpossível; ao aprimoramento; ao nãodesistir nunca, e, sobretudo, à soli-dariedade.

Agora é chegado o momento detransformar o resultado da luta em vi-tória. Fomos até onde vocês nos leva-ram. E sabemos que mais poderemosir. No entanto, compreendemos que ir

adiante não será garantia de novosganhos, senão poderá provocar umdistanciamento da realidade jáalcançada.

É difícil, muito difícil a decisão, emespecial para quem não esteve ou nãoestá tão próximo ao centro das deci-sões como tive o privilégio de estar -graças a vocês. Mas é por isso mesmoque tomo a liberdade de indicar o ca-minho de aprovação da atual propostada CAIXA.

É chegado o momento de "sus-pender a luta, ainda com energia sufi-ciente para retornarmos íntegros, emais, trazendo os frutos que permitemrepor a força para manter altos o morale a autoestima".

Reafirmo que o movimento estáforte e tal como o artista ou o atletasábio, que se retira do cenário em alta,assim façamos nós. Compreendo queé difícil a muitos valorosos compa-nheiros e companheiras que, exata-mente por sentirem a força de nossaunião, gostariam de ir avante. Especi-almente a vocês digo-lhes que não sesintam frustrados por parar nesta fase,e que essa energia será necessáriapara que desfrutemos o sabor da vi-tória. E para, se preciso for, retomar omovimento, em momento mais ade-quado. Mantenham vivo esse ideal,de exigir respeito e de preservar direi-tos, porque essa é a característica dequem se fez imprescindível, pela de-dicação e competência.

Mas falo em vitória, sim, porqueas dificuldades também foram gran-

Fim da greveDeclaração do então presidente da ADVOCEF,Davi Duarte, no site da entidade, encerrando agreve em 14/06/2009.

diosas. E a par delas poderemoscontabilizar ganhos que, sem a exis-tência da cláusula 47 do ACT 2008,não seriam sequer cogitáveis.

Podemos listar uma séria de itensnão conquistados, e que permearam epermeiam nossos sonhos. Mas pode-mos realizar comparações entre o quetínhamos em SET/08 e o que teremosem JUN/09. A diferença, certamente, émuito positiva, a nosso favor.

E o ganho institucional, pela ca-pacidade de mobilização, de comuni-cação, de união e de solidariedade, semprecedentes, constituem o ponto alto emarcará, indelevelmente, cada um denós, a CAIXA e a história das reivindi-cações na empresa. Possivelmente omomento é único, como única é nossaconquista.

Convido-os, portanto, a que des-frutemos o sabor da vitória emantenhamo-nos unidos, agora maisrespeitados, e continuemos buscandoa plena valorização, com atos de inteli-gência e persistência, tal como o rio,que, serenamente, chega ao mar, des-viando os obstáculos.

De qualquer modo, a decisão pre-cisa ser tomada em assembleias, pelosagrado exercício do voto, modo dedecidir mais civilizado que conhece-mos.

A todas e a todos um afetuosoabraço, porque UNIDOS SOMOS BEMMAIS FORTES.

Davi Duarte,Presidente da ADVOCEF.

Foto

: Gui

na.

Retorno com vitória: mais unidos e respeitados

Page 44: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

Advocef 20 Anos 43

CAIXA, orquestrando os advogados na gre-ve e encabeçando o movimento em todasas suas etapas."

O então diretor de Honorários daADVOCEF, Gryecos Loureiro, consideroucomo principal conquista a quebra doparadigma "advogado não faz greve".

"De agora em diante, quando a carreiraprofissional negociar perante a CAIXA, oscolegas que representam nossa emprega-dora saberão que estão diante de um gruposólido, com efetivo poder de negociação."

O então 2º secretário da ADVOCEF,José Carlos Pinotti Filho, computou con-quistas importantes e pregou mudançasno ambiente de trabalho.

"A CAIXA e nós, seus empregados, jun-tos devemos buscar melhorar o entrosa-mento e a sinergia entre nossos colegasgerentes, coordenadores e os advogados,buscando a valorização do quadro profis-sional."

O advogado Luciano Caixeta Amân-cio, de Brasília, atualmente membro doConselho Deliberativo, julga hoje que agreve foi o ponto alto da maturidade daADVOCEF.

"Juntamente com as entidades sindi-cais, tivemos a honra e o orgulho de parti-cipar de um dos maiores movimentos deluta de classe da história da CAIXA e dopaís. A batalha culminou na edição donosso atual Plano de Cargos e Salários,arrancado à força. Evidentemente não éum plano ideal, já que contempla aindaalgumas distorções, mas constitui inegá-vel avanço para toda a categoria."

O editorial da ADVOCEF em Revista nº77, de julho de 2009, avaliou:

"A ADVOCEF, juntamente com aANEAC, foi mais uma vez competente paraquebrar os paradigmas e afrouxar asamarras que historicamente impediam oavanço de seus representados como ca-tegorias fortes e capazes de se movimen-tarem no intrincado mundo sindical. Con-taram com o inestimável estímulo, apoio e

participação dos sindicatos de bancários,das confederações, das entidades de clas-se e de uma infinidade de pessoas, algu-mas visíveis e outras tantas trabalhandode forma incansável e anônima."

Em meio à apreensão da greve, o ad-vogado Éder Maurício Pezzi López, do Ju-rídico do Rio de Janeiro, foi nomeado parao Senado Federal. Sua situação era com-plicada, sem saber o futuro do movimen-to, de eventuais retaliações,de descontos no salário.

"Mas, no final, foi umdos momentos em que maissenti o coleguismo e a ca-maradagem dos meus co-legas dentro da CAIXA e queguardarei para sempre naminha lembrança."

A atual diretora de Prer-rogativas da ADVOCEF, Ma-ria Rosa de Carvalho LeiteNeta, tem tudo na memória:

"Foi um marco pra mimo momento que recebemosa mensagem do Dr. DaviDuarte, então presidente daADVOCEF, convocando osadvogados para a greve.Nem acreditei, nunca pen-sei que nós advogados faríamos greve, eainda mais juntos apenas dos outros pro-fissionais da empresa."

"Lembro que levantei e saí de mesaem mesa pedindo para os demais colegaslerem a mensagem. Eu falava 'botei fé nopresidente'."

"O intuito nunca foi afrontar a empre-sa, pois sempre achei e continuo achan-do que o diálogo, a composição de inte-resses são o melhor caminho. Somosempregados, estamos do mesmo lado, te-mos os mesmos interesses. Mas pensotambém que tem certos momentos da vidaque uma atitude mais dura precisa serefetivada, sob pena de perda de oportuni-dades e de crescimento. Acho que naque-le momento a ADVOCEF rompeu qualquerbarreira que a impedia de crescer."

Em certosmomentos, umaatitude mais duraprecisa ser tomada,para não perder aoportunidade. AADVOCEF rompeuqualquer barreiraque a impedia decrescer.

Page 45: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

44 Advocef 20 Anos

O advogado Jayme de Azevedo Lima,aposentado da CAIXA em Curitiba e hojeintegrante do Conselho Fiscal daADVOCEF, faz o resumo da história:

"Por um bom tempo nenhum dirigenteda CAIXA comparecia em nossos congres-sos. Usamos nariz de palhaço, fitinhaspretas na lapela, protestamos na frentedas agências. Enfim, fizemos tudo quequalquer trabalhador que é aviltado emseus direitos tem que fazer. Mas nada batea primeira grande greve de 50 dias. Aqui-lo valeu ser sócio da ADVOCEF."

O QuintoConstitucionalA indicação do ex-diretor jurídico da

CAIXA Antonio Carlos Ferreira para umavaga de ministro do Superior Tribunal deJustiça (STJ) teve um significado especi-al para a ADVOCEF. Com a nomeação, aentidade viu seu esforço na campanhacoroado de pleno êxito e pôde comemo-rar, em poucos anos, a escolha do ter-ceiro associado para os tribunais brasi-leiros.

Além do paulista Antonio Carlos,empossado em junho de 2011 no STJ, sa-íram da CAIXA os gaúchos João Batista Pin-to Silveira, para o Tribunal Regional Fede-

ral da 4ª Região, e João Pedro Silvestrin,para o Tribunal Regional do Trabalho da4ª Região.

Na posse de João Batista, em 06/02/2004, a então vice-presidente doTRF-4, Marga Inge Barth Tessler, disseque recebia com satisfação um profis-sional integrante do setor jurídico daCAIXA, "órgão que reconhecidamentetem a melhor advocacia pública do Bra-sil, testada no enfrentamento do maiornúmero de demandas em andamentona Justiça Federal". De acordo com adesembargadora, "ninguém é juiz semter sido antes advogado, sem ter se sus-tentado na nobre e desgastante ativi-dade, com a vênia de quem pensa emcontrário".

Ressaltando que João Batista sabiaouvir, citou Piero Calamandrei, que noclássico "Eles, os Juízes, Vistos por umAdvogado" escreveu "que conheceu ma-gistrados tão cheios de si, tão convenci-dos de sua incomensurável sapiênciaque viam com desdém todos os advoga-dos e consideravam uma diminuição desua dignidade dar atenção ao que elesdizem". Em outro trecho, segundoMarga, Calamandrei diz que "grave de-feito num juiz é a sua soberba, mas tal-vez seja uma doença profissional", e maisadiante, que "a profissão do advogado,ao contrário, é mestra de modéstia".

Na solenidade, a desembargadorareferiu-se à CAIXA, que viveria um dile-ma típico da pós-modernidade. "Dilemaque se transforma em rica experiência,pois se posiciona a CEF de formabifronte: é órgão público mas é um ban-co, é um banco mas é um órgão públi-co, com imensa função social nem sem-pre bem compreendida nem levada emconsideração."

Tendo de competir no mercado, dis-se a vice-presidente do Tribunal, a CAI-XA também tem o dever de atuar social-mente em áreas cruciais como a habita-ção, o saneamento e a infraestruturaurbana. "Não é assim uma instituição fi-nanceira tradicional, tem inegável fun-Da CAIXA para os tribunais brasileiros: João Batista, João Pedro e Antonio Carlos

Page 46: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

Advocef 20 Anos 45

ção social, mas não é instituição de ca-ridade. Eis, pois, a rica experiência quevem trazer o nosso novo integrante."

(Informações tiradas de matériaspublicadas no Boletim da ADVOCEF nº 16,de fevereiro/março de 2004.)

"É como se fosse um processo quese quer ganhar", comparou o ex-advoga-do do Jurídico de Porto Alegre João PedroSilvestrin, para expressar como encaravaa nova atividade de juiz do TRT da 4ªRegião, que assumia em 22/10/2004. Aunanimidade conquistada na indicaçãodemonstrava, para ele, que o seu traba-lho e o da área jurídica da CAIXA tinhamsido reconhecidos.

Até a indicação, João Pedro tinha par-ticipado de todas as administrações daADVOCEF, exceto a do período 2002-2004, quando exercia o cargo de geren-te nacional da Geten.

Leia trechos de entrevista concedidaao Boletim da ADVOCEF de outubro de2004:

"Tudo o que aprendi na CAIXA seráútil na magistratura, em especial o quese refere ao aspecto social da empresapública. Atuando na área trabalhista, ti-nha como dever defender os interessesda CAIXA, que em tese são contráriosàqueles almejados pelos empregados, eisso ensina muito, no sentido de abne-gação e convicção. E também eleva o es-pírito público, a capacidade de analisar ointeresse do coletivo sobre o individual."

"Meu projeto é continuar trabalhan-do da mesma maneira que na CAIXA,para bem representar os seus advoga-dos. Tenho origem no Quinto Constituci-onal destinado aos advogados e issoimplica em uma enorme responsabilida-de em relação à OAB e aos colegas daCAIXA. Qualquer erro, vão dizer: 'Olha aí,era advogado'".

[As maiores virtudes de um juiz:]"Além do conhecimento jurídico, ter sen-sibilidade, equidade, e estar convencidode que está decidindo de forma correta.Em resumo, não basta o simples conhe-

cimento técnico, é necessário que ele es-teja de conformidade com a realidadefática do dia a dia da sociedade. Se as-sim não fosse, a tarefa de julgar poderiaser feita por um computador."

[Os advogados da CAIXA:] "Que con-tinuem a defender a CAIXA de forma leal,com entusiasmo, dedicação e com focono objetivo a ser buscado, sem desme-recer a capacidade da parte contrária, enão perdendo o estímulo diante de qual-quer obstáculo. Isso só vai engrandecerainda mais suas vidas profissionais."

Após a confirmação do nome de An-tonio Carlos para o STJ,o advogado LourençoNeto, de Salvador, mon-tou uma figura para de-monstrar a grandeza dofeito da categoria, quefoi capaz de se mobilizare pedir votos:

"Se a ADVOCEF fos-se um time de futebol,diria eu que temos hoje,bordada, nossa primei-ra estrelinha no escudoda camisa."

O presidente daADVOCEF, Carlos Castro,empenhado na campa-nha de Antonio Carlosdesde o início, disseque a indicação do colega - assim comoas de João Batista e João Pedro - repre-sentava o reconhecimento da atividadedos advogados da CAIXA.

Aos colegas, fez um cumprimento es-pecial: "Parabéns por mais esse belo tra-balho, que vem comprovar que unidossomos bem mais fortes."

Declarou o advogado Alfredo AmbrósioNeto, de Goiânia:

"O ministro Antonio Carlos Ferreira re-presenta mais visibilidade da ADVOCEFperante os tribunais superiores e o Po-der Judiciário brasileiro, o que já vemocorrendo com as publicações da Revis-

A indicação para oQuinto Constitucionalrepresenta oreconhecimento dotrabalho dosadvogados da CAIXA ea visibilidade daADVOCEF perante oJudiciário.

Page 47: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

46 Advocef 20 Anos

ta de Direito, assim como melhorinterlocução para viabilizar a defesa denossos direitos e conquistas."

Para o ex-presidente Altair Rodriguesde Paula, o fato de o diretor ter atuadoem uma empresa do porte da CAIXA, quetem a sua principal atuação no cumpri-mento das metas sociais do governo, po-

derá contribuir com uma maior huma-nização da Justiça a favor dos cidadãosbrasileiros.

Outro ex-presidente da ADVOCEF, DaviDuarte, disse que "fará muito bem ao STJter entre seus quadros um profissional queconhece, na prática, os reflexos que o jul-gado produz".

Com as cores branca, verme-lha e azul, foi inaugurada, no XVICongresso realizado em Grama-do, no mês de maio, a bandeirada ADVOCEF. Um exemplar seráenviado aos representantes ju-rídicos, para que possa ser utili-zado em atividades da Associa-ção. A bandeira estará expostatambém na sala de reuniões, nasede da ADVOCEF em Brasília.

Segundo o diretor de Comu-nicação da ADVOCEF, RobertoMaia, a existência de símbolos,mais que uma questão demarketing, "ilustra uma identida-de, sobre a qual os seus vincu-lados têm vivências e se reco-nhecem uns aos outros como in-tegrantes de uma comunidade,envoltos em anseios comuns".

Para o ex-presidente DaviDuarte, um dos autores do pro-jeto, a bandeira tem o efeito má-

gico de se trans-formar, onde esti-ver, numa imagemque remete à enti-dade. "É uma facevisível e essencialpara marcar pre-sença em qual-quer evento", expli-ca.

D e s p o j a d o ,moderno, o dese-nho da bandeira érico em significa-dos, conformeDavi: "O brancoprepondera, repre-sentando paz e di-álogo. O símboloAlfa é o começo de tudo. O azulespelha o céu com serenidade.O vermelho vem de luta e deintransigência em face de injus-tiças. A balança, para que não

A bandeira da ADVOCEF

esqueçamos de pesar, dequando em vez, nossas ações".

Publicado na ADVOCEF emRevista de julho de 2010.

Page 48: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

4Por que vouaos congressos

Gramado, 2010: muitas razões para a presença

Page 49: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

48 Advocef 20 Anos

Todas asrazõesHá muitas razões para se ir aos con-

gressos da ADVOCEF, realizados imprete-rivelmente todos os anos, desde 1995. Aprimeira delas é que todos os assuntosimportantes para os advogados da CAIXAsão discutidos, aprovados ou rejeitados noseventos. Neles decide-se, por exemplo, queatitude tomar sobre medidas que envolvemterceirização, jornada de trabalho, falta deprofissionais, baixos salários, honorários desucumbência.

No primeiro congresso, em Brasília, ofoco das atenções foi a Lei 8.906/94, en-tão recém-promulgada, que trazia altera-ções importantes em relação à jornada detrabalho e atribuía ao advogado o direitoaos honorários de sucumbência. A despei-to da polêmica existente na empresa, osadvogados saíram do encontro com o seuRegulamento de Honorários, documentoque se tornou referência para os emprega-dos advogados de empresas públicas.

Anos de litígio com a CAIXA, até che-gar aos acordos celebrados em 1996 e2001, foram passados e ultrapassados,naturalmente, nos congressos.

O espaço é aproveitado pelos dirigen-tes da área jurídica, que vão prestar con-tas, expor sua posição sobre os temas deinteresse da categoria e da empresa.Gestores das áreas operacionais tambémaparecem, sedimentando cada vez mais aaproximação pretendida – e executada. Noúltimo congresso, em Fortaleza (maio de2012), a presença de Jorge Hereda repre-sentou a primeira visita ao evento de umpresidente da CAIXA.

Outro aspecto importante tem a ver comos novos advogados. Eles vão chegandocuriosos, veementes, prestativos, impulsi-onando com sua energia as potencialida-des do grupo.

Uma pesquisa realizada pelo Boletimda ADVOCEF em julho de 2005 mostrou

as principais razões dos advogados parafrequentar os congressos:

- Para estabelecer metas e tomar de-cisões comuns dos Jurídicos;

- Para representar de fato os anseiosdos colegas;

- Para difundir e elevar o prestígio pro-fissional da categoria na CAIXA;

- Porque os congressos simbolizam aunião, e a união faz a força;

- Porque os congressos sempre trou-xeram conquistas para a categoria;

- Para conhecer o próprio papel naempresa;

- Para desenvolver a autoestima e amotivação;

- Para revisar posturas profissionais,em prol da empresa e da Associação.

Entre outras evidências, uma consta-tação na enquete: quanto maior o núme-ro de participantes, maior é o engajamentoda categoria.

O sentimento em torno da importânciados congressos da ADVOCEF está expres-so com fidelidade na manifestação do ad-vogado Roberto Maia, em reportagempublicada no Boletim da ADVOCEF de agos-to de 2005. Na matéria, Roberto, hoje di-retor de Comunicação da entidade, suge-re uma pauta para um evento futuro:

“Lembrar dos diversos anos em queos advogados acorreram aos congressoscom um sentimento de franco desprestígioprofissional, até mesmo ultrajados por con-dições salariais quase infames, sem pre-visão de reposição das vagas que se abri-am, mas que nem por isso deixaram dese unir em torno de anseios comuns, ca-pitaneados por uma Associação que nun-ca deixou de promover ações em favor dosseus representados.”

A advogada Roberta Mariana Corrêa,do Rio de Janeiro, defende que todos osadvogados deveriam participar, pelo me-nos uma vez, de um congresso daADVOCEF. Seus argumentos:

“É uma experiência muito rica, na qualhá troca de ideias, relevantes embates de

Page 50: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

Advocef 20 Anos 49

pontos de vistas, prestações de contas daAssociação e, o mais importante, aintegração dos colegas do Brasil inteiro,que se conhecem ou se reencontram, ob-servam a diversidade de realidades, apren-dem com as boas práticas de outras uni-dades e percebem as dificuldades enfren-tadas por todos.”

Por ter filhos pequenos, além de ou-tras razões, o advogado Antônio Xavier, deRecife, não frequentava os congressos.Colegas lhe diziam que postar no Fórumdo site era fácil, queriam ver era “falarolhando no olho”. Estreando no evento deGramado, Xavier descobriu a “imensa”importância do congresso para uma As-sociação de âmbito nacional que congre-ga quase mil advogados em todos os es-tados do país.

“Descobri o quanto era necessárioo ‘olho no olho’ e pude perceber o quantoo nível de conscientização e difusão deinformações é importante e o quanto ocongresso cumpre esse papel.”

Adonias Melo de Cordeiro, de Fortale-za, participou de muitos congressos e de-les tem ótimas recordações.

“Vivemos em um país continental, demuitos costumes e hábitos. Penso que amaioria das pessoas gosta de conheceroutros lugares. Dá para conciliar o traba-lho sério com o lazer.”

Renato Luiz Harmi Hino, de Curitiba,salienta que participou atentamente dosvários congressos em que esteve.

“Congresso não é turismo e não élazer, especialmente quando suas des-pesas são custeadas pela ADVOCEF.Acompanho a corrente que entende nãoser necessário que os hotéis dos con-gressos tenham grande estrutura delazer, já que os participantes que efetiva-mente participam de todas as plenáriasnão têm tempo para desfrutar dessesserviços.”

Com poucos meses de CAIXA e em seuprimeiro congresso, em Belém (2006),

Daniele Macedo, de São Paulo, buscavaassimilar todas as novidades.

“Foi bastante curioso verificar o traba-lho desenvolvido, me esforçando para com-preender tantos assuntos novos paramim.”

Jayme Lima, advogado aposentado daCAIXA em Curitiba, diz que a ADVOCEF lheproporcionou amigos em todo o Brasil,“profissionais competentes, apaixonadospelo que fazem”. Tem um desejo:

“A cada congresso, emque me torno paulatinamen-te um ancião, fico esperan-do que outros que se apo-sentem não se esqueçamde continuar a participar daADVOCEF. Somos a memó-ria viva, antes que nos tor-nemos uma plaquinha emum evento qualquer.”

Cada congresso emque compareceu lembra aoex-advogado da CAIXA Fa-biano Jantalia (hoje procu-rador do Banco Central) fa-ses da vida profissional epessoal que guarda comcarinho, “como se fossemmarcos”. Ressalta um epi-sódio, ocorrido em 2002.

“Lembro bem do Dr. Darli batalhandopara garantir que nossos honorários fos-sem iguais aos dos advogados da parteadversa. Aqueles honorários me permiti-ram comprar meu primeiro carro zero emobiliar meu primeiro apartamento...”

Após o congresso desse ano, realizadono Rio de Janeiro, o Boletim da ADVOCEF(de setembro de 2002) aprofundou o tema:

“Mas afinal, perguntaria alguém, pa-rodiando o ‘Monólogo das Mãos’, para queserve um congresso?

Para debaterPara criticarPara construirPara convencerPara discutir e conciliar

Razões parafrequentar oscongressos: porquesempre trouxeramconquistas; paraelevar o prestígioda categoria; paraconhecer o própriopapel na empresa;para desenvolver aautoestima.

Page 51: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

50 Advocef 20 Anos

O I Congresso e os honoráriosMarcos Vinícius de Andrade Ayres - Belo Horizonte/MG.

O I Congresso da ADVOCEF, emBrasília, foi profundamente marcante.Participei dele como delegado por Mi-nas Gerais e representava dezenas decolegas, o que me dava oportunida-de de ter um certo peso nas votações.Isso, por si só, já era um alento.

É curioso como temos a tendên-cia de "abraçar" nossas ideias comoas mais corretas e torcer pela sua vi-tória como se tivessem algo de cunhoaté pessoal.

Também é interessante observarque nos congressos existe uma certatendência à formação de blocos ide-ológicos que se unem na hora dasvotações aos outros blocos com osquais se tem mais afinidade de pen-samentos. No final das contas, as de-liberações nos congressos, ou emespecial no I Congresso da ADVOCEF,de 1995, no qual foi debatido e cria-do o Regulamento dos HonoráriosAdvocatícios, reproduzem-se, emuma escala obviamente menor, osprocessos de negociação que exis-tem no Congresso Nacional para tro-ca de apoios na aprovação de pro-postas e emendas.

Aquele congresso em especialteve a marca de ser essencialmentedeliberativo, justamente por ter tido aresponsabilidade de estabelecer asbases do Regulamento de Honorári-os tão importante para a categoria.

Lembro-me que os participantesforam inicialmente divididos em gru-pos, responsabilizados por analisa-rem diferentes aspectos das aborda-gens que deveriam conter no Regula-mento. Cada grupo nomeou um re-dator. Posteriormente, os redatores

reuniram-se numa Co-missão de Sistematiza-ção, que teve a missãode aglutinar as propos-tas num esboço de re-gulamento que pudes-se ser apresentado àassembleia.

A par tir desse tra-balho foram apresen-tadas novas propos-tas, que precisaramser discutidas e votadas.

Algumas delas eram de fácilconsenso. Outras tantas, porém, ge-ravam discussões tremendas e eradifícil até iniciar a votação, pelo afãde vários defensores de cada pro-posta alternativa apresentarem suas"sustentações orais". Nunca se viutanta sustentação oral por parte deadvogados da CAIXA. Parecia que otempo seria insuficiente para afinalização do regulamento.

Porém, com o esforço de mui-tos, conseguimos chegar ao texto fi-nal do Regulamento que foi basilarpara a conquista de direitos tão carospara todos nós.

Lembro-me que fora escolhidocomo redator do Grupo de Análiseem que participei, e como tal, tam-bém compus a Comissão de Siste-matização. Por esse motivo, chegueia ficar reunido com os demais inte-grantes da Comissão até de madru-gada.

Outro fato curioso é que o grupodo qual participei ficou responsávelpor analisar o conceito de honoráriosde sucumbência. Meu entendimentoera que os arts. 22 e 23 da Lei 8906/

94 não permitiriam conceber que hou-vesse a previsão de honoráriossucumbenciais em acordos. Paramim, o conceito de sucumbência es-taria intrínseco ao julgamento da cau-sa, enquanto os honorários em acor-do seriam os convencionais.

Porém, graças a Deus, tambémestavam presentes no meu grupo, seme lembro bem, o Dr. Darli (de Lon-drina) e o Dr. Silvio Padilha (de BeloHorizonte), que defenderam com ve-emência e arrojo técnico que nos acor-dos seria plenamente cabível a fixa-ção de honorários sucumbenciais.Tentei demovê-los dessa ideia por-que temia que um regulamento auda-cioso não viesse a ser reconhecidopela administração da CAIXA.

Entretanto, para nossa alegria, osnobres colegas Darli e Silvio forammuito mais convincentes e hoje pode-mos celebrar a vitória da tese que es-posaram como uma das mais relevan-tes deliberações de todos os congres-sos da ADVOCEF, eis que os honorári-os sucumbenciais sobre acordocorrespondem hoje a uma parcelasubstancial da nossa verba honoráriamensal.

Mesa do congresso de Brasília, que estruturou a ADVOCEF

Page 52: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

Advocef 20 Anos 51

Para trocar e para cederPara buscar sonhandoPara difundir conhecendoPara crescer pela somaPara resultar com o todo.O congresso representa um momento

quase mágico, coberto por expectativas eresultado de um conjunto multifacetadode vontades e ansiedades.

Ele só existe e acontece porque nós,advogados e Associação, existimos e o que-remos.

Porque o congresso, sem pessoas, se-ria um vazio.

E as pessoas, sem trocar e sem ansi-ar por melhores dias, perderiam a razãode existir.

Um congresso é feito por todos, paratodos e com todos.

Suas demandas, resultados e conclu-sões são e sempre serão a face visível epredominante do quanto desejam seusparticipantes, nascidas e fomentadas apartir de concretas exigências.

E participantes não são apenas os quefisicamente estão presentes, mas todos osque, de alguma forma, canalizam àconcretização do evento um pouco de si.

Qualificando os debates, lançandopropostas, compartilhando ideias e inte-grando-se para construir os resultados, di-fundindo experiências, enriquecendo ogrupo com as pequenas ou grandes con-tribuições individuais, todos e cada um dosintegrantes de nossa comunidade muitotêm a ganhar com todas as formas de re-alizações coletivas.

Esta oitava edição mostrou, mais umavez e de maneira definitiva, que o verbosomar é um dos mais significativos a con-jugarmos.”

EventoinesquecívelQual o congresso inesquecível, e por

quais razões?O advogado Adonias Melo de Cordeiro

menciona o congresso de Fortaleza, reali-zado em maio de 2012. Diz que, depois

de participar de vários eventos, sentiamuita vontade de retribuir, de alguma for-ma, o carinho e a hospitalidade observa-dos nos colegas anfitriões.

“Em todos os congressos de que parti-cipei senti a seriedade no trato das nossascausas e a preocupação dos dirigentes daADVOCEF em resolver as questões atrela-das aos interesses da nossa categoria.”

Refere a presença do presidente daCAIXA, Jorge Hereda, no congresso de For-taleza.

“Foi um encontro ímpar e caracteri-zado pela ausência de formalidades, ge-rado por um bate-papo simples, direto edescontraído.”

Presença da Dijur em Poconé, 2011, retornando aos congressos

Jorge Hereda em Fortaleza, 2012 (entre Jailton Zanon e Carlos Castro): primeiropresidente da CAIXA em congresso da ADVOCEF

Page 53: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

52 Advocef 20 Anos

Ressaltou a atuação dos colegas AndréJusti, Karla Karam e Maria Rosa na orga-nização do evento. Diz que, na festa deencerramento, teve o prazer de fazer valerum pequeno refrão de origem popular quesempre leva consigo para difundir:

“A noite é uma criança e eu sou comoseu brinquedo, não é que eu chegue tar-de, é o sol que chega cedo!”

“Quem teve o privilégio de curtir oúltimo dia do nosso congresso, sentadoà beira-mar, ao som de violão, escutan-do muita coisa boa e compartilhando umbom papo com a felicidade estampadaem cada rosto, entende o que eu estoufalando.”

O evento de Fortaleza foi também es-pecial para a advogada Karla Medina, queintegrou a Comissão Organizadora e pôdever os dois lados – em um, preocupadacom os detalhes do evento; em outro, comoparticipante, aproveitando as palestras eo reencontro com os colegas dos outrosJurídicos.

Alaim Stefanello, de Curitiba, tem mui-tas lembranças do congresso de Rio Quen-te/GO (2003), dos embates entre advoga-dos recém-contratados e antigos.

“Ao final, preponderou a união e o bomsenso.”

O congresso de Belo Horizonte (2005)também se destaca em suas lembrançaspelo lançamento do primeiro número daRevista de Direito da ADVOCEF.

“Lembro-me que vários colegas elogi-aram a iniciativa, pois mostra o lado estu-dioso e acadêmico dos advogados da CAI-XA, os quais estavam estigmatizados, naépoca, por terem que fazer petições emlotes repetidos, em razão do enorme volu-me de processos de SFH e FGTS.”

O advogado Ricardo Siqueira, de Re-cife, participou dos primeiros congressose se recorda bem daquele realizado emRecife, em 1998, “quando fomos brinda-dos com uma palestra de ArianoSuassuna, numa verdadeira aula-espetá-culo de fazer todos rir e sair com uma sen-sação de que poderia ter durado muitashoras mais”.

Conta mais:“Esse congresso foi organizado de for-

ma exemplar pelo nosso atual presidenteda Associação, Carlos Castro, que, por suaamizade com Ariano Suassuna, conseguiua proeza da realização dessa palestra semcusto algum para a ADVOCEF, e que teveem seu encerramento uma festa carnava-lesca ao som do frevo pernambucano. Te-nho certeza de que todos os que partici-param desse congresso jamais esquece-rão desses dois momentos.”

O advogado Júlio Cezar Hofman, deMaceió, estava lá.

“Ver o nosso ex-colega e atual procu-rador da AGU Gonçalves dançar frevo comguarda-chuvinhas e tudo foi inesquecívele impagável. Até isso o Carlos Castro con-seguiu...”

De um modo geral, todos os congres-sos foram muito bem organizados e agra-dáveis, na opinião de Júlio Hofman. Algunsforam tranquilos, outros “pesados”, refle-tindo a situação vivida pela área jurídicaem cada época.

“Alguns geraram desdobramentos in-ternos na CAIXA. Todos, entretanto, foramde grande importância para a consolida-ção de nossas conquistas.”

O encontro de Recife ficou na lembran-ça também do advogado Angelo Rocha,de Vitória.

Ariano Suassuna (de pé), com Carlos Castro, JoséGomes e Josemildo Felisardo da Silva, em Recife,1998

Page 54: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

Advocef 20 Anos 53

“Foi meu primeiro congresso, sendoque a partir daí participei de todos, comexceção apenas do congresso emAracaju.”

Lembra que o evento foi marcado nãoapenas pelos debates dos assuntos dacategoria, mas também pelos passeios porRecife, Recife antigo e Olinda, e tambémpela “simpática palestra” de ArianoSuassuna.

“Atualmente, os formatos dos con-gressos não permitem mais que os con-gressistas desfrutem das cidades visi-tadas.”

Acha que é preciso repensar as reu-niões e a forma de custeio, para que maiscolegas possam participar, com tempo pre-visto para percorrer os locais.

O organizador do evento de Recife,hoje presidente da ADVOCEF, Carlos Cas-tro, participou de 11 congressos, comodelegado, diretor, convidado (quandoexercia o cargo de Diretor Geral do Tribu-nal Regional Federal da 5ª Região) oumesmo por conta própria. Considera to-dos importantes, cada um na sua época,“com as reivindicações próprias de cadamomento e instantes únicos de confra-ternização da nossa categoria”.

Mas concorda em listar alguns:“O primeiro foi o de Recife, pois tive

o privilégio de coordená-lo e foi umdivisor de águas na história dos nossosencontros. Foi naquele IV Congressoque procurei instituir a abertura solene,com patrocínio da prefeitura e do gover-no do Estado. Foi lá que consegui comopalestrante o grande mestre ArianoSuassuna, que levou todos os nossoscongressistas ao delírio. Foi um eventorealmente maravilhoso.”

“O segundo foi o de Gramado/RS(2010), onde tive o privilégio de serempossado como presidente da nossaADVOCEF. Evento digno da nossa catego-ria, em que os colegas gaúchos não me-diram esforços para bem nos receber.”

“O terceiro foi o de Poconé/MT (2011),organizado em nossa gestão com o incon-dicional apoio dos colegas de Cuiabá.

Aquele encontro teve como marco o retor-no da Dijur aos nossos congressos e apresença da Emgea nos nossos debates.”

“O quarto foi o da cidade de Fortaleza(2012), onde fui reconduzido à presidên-cia da nossa Associação. Foi um congres-so dos mais importantes institucionalmentefalando e que marcou o prestígio da nossacategoria ao receber a visita de tantas au-toridades governamentais, entre elas a dopresidente da CAIXA. Ficará para semprenão só na minha lembrança, mas no meucoração, por razões sentimentais, uma vezque a minha família (Castro e Silva) des-cende da cidade de Aracati, no belo litoralnorte do Estado do Ceará.”

"O quinto, com toda a certeza, será oda bela cidade de Florianópolis [escolhidapara sede do congresso de 2013]. O sex-to ainda não sei onde será, mas nele es-tarei passando o bastão ao meu sucessorou minha sucessora, esperando ter cum-prido bem as atribuições a mim delega-das pelos companheiros."

O advogado Henrique Chagas (Presi-dente Prudente/SP), membro do Conse-lho Deliberativo da ADVOCEF, também temna memória o congresso de Recife, com apalestra de Suassuna e as visitas a Olindae Recife antigo. Cita também o primeiro,em Brasília, quando elaboraram o Estatu-to e o Regulamento de Honorários.

“Participamos por paixão pela Associ-ação, pagando parte das despesas e utili-

Registro da participação no congresso de Recife, em 1998

Page 55: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

54 Advocef 20 Anos

zando-nos de APIPs para comparecer aocongresso.”

Dessa época, Henrique lembra as ar-ticulações dos delegados para a aprova-ção das cláusulas e aditamentos, alémdos debates apaixonados e eufóricos. Re-gistra, a propósito, que teve “a honra deajudar na construção da ADVOCEF”, auxi-liando a redigir e aprovar o primeiro Esta-tuto e Regulamento de Honorários (no ICongresso) e o Estatuto vigente (aprovadono congresso de Poconé/MT, em 2011),como relator do GT Revisor.

Do congresso de Salvador (1999), fi-cou em sua memória a palestra da minis-tra do Superior Tribunal de Justiça ElianaCalmon.

“Lembro-me que a Dra. Eliana elogiouo esforço e a dedicação dos advogadosda CAIXA na defesa dos interesses doFGTS.”

Estavam no auge as ações referentesaos planos econômicos. Sem entrar nomérito, a ministra disse que graças ao tra-balho dos advogados da CAIXA é que aquestão seria decidida no STF e STJ.

Em 11 de junho de 2011, no XVIICongresso, em Poconé/MT, foi apro-vado o atual Estatuto da ADVOCEF,elaborado pelo Grupo de TrabalhoRevisor com propostas dos associ-ados.

O advogado Fernando da SilvaAbs da Cruz, então diretor jurídicoda Associação, comentou o novodocumento em artigo publicado naADVOCEF em Revista:

"Ao final das votações, a plená-ria e a mesa diretora aplaudiram odedicado, árduo e bem sucedido tra-balho dos colegas do GT Revisor,que se dedicaram intensamente à di-fícil tarefa de revisar integralmente otexto do Estatuto. Foram diversas reu-niões, presenciais e virtuais, ondetiveram de dedicar tempo e raciocí-nio."

"Foi um grupo marcado pelopluralismo, cada qual trazendo aodebate suas convicções, mas sem-pre imbuídos de muito idealismo,comprometidos apenas com a me-lhor técnica e a busca pela redação

mais perfeita e completa possível.Com este espírito, construíram umtexto equilibrado, coerente eisonômico, dotado de mecanismosde freios e contrapesos, além desimetria entre direitos e deve-res."

Em seu artigo, FernandoAbs afirma que o GT Revi-sor depurou várias incon-sistências do Estatuto vi-gente, tornando-o maiscompleto, prevendo e re-gulando uma série de si-tuações "onde o texto antigoera lacunoso, pois não previra nemregulara".

Os integrantes do GT: BernardoCruz (MG), Henrique Chagas (SP,relator), José Nicodemos Varela (DF),Juliana Porto (DF), Justiniano da Sil-va Júnior (PE), Lya Rachel Vieira (SP),Marcelo Dutra Victor (MG), RenatoLobato de Moraes (PA).

Suplentes: João Batista Gabbardo(RS), João Carlos Matas Luz (RS) ePedro Jorge S. Pereira (PE).

O novo Estatuto

Também compuseram o GT Re-visor o presidente da ADVOCEF,Carlos Castro, o diretor jurídico,Fernando Abs da Cruz (presidentedo GT, substituindo o ex-diretor jurí-dico Bruno Vanuzzi, que saiu daCAIXA) e os representantes dos Con-selhos Fiscal, Adonias Cordeiro, eDeliberativo, Renato Hino.

Page 56: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

Advocef 20 Anos 55

O ex-presidente da ADVOCEF DarliBertazzoni Barbosa afirma que, “semsombra de dúvida”, jamais poderá es-quecer o congresso de Rio Quente/GO,em 2003. Havia tantos participantes quefoi preciso fretar um Boeing para levar opessoal de São Paulo, onde estava amaioria, para a cidade de Caldas Novas.Graças à baixa temporada e a uma boanegociação, foi possível realizar o even-to por baixíssimo custo, aproveitado pormuitos que foram por conta própria elevaram familiares.

“Esse congresso ficou conhecidocomo de ‘trabalho’, pois foram inúmerosos temas de procedimentos e outros paraaparar dúvidas e arestas na administra-ção da ADVOCEF.”

Darli relata uma situação curiosa. Al-guns advogados vindos do Nordeste nãoconseguiram pegar a conexão em SãoPaulo, no Boeing fretado, e foram coloca-dos em um voo para Goiânia. Uma van foibuscá-los. O motorista aguardava comuma placa indicando “ADVOCEF” e umcongressista retardatário achou que erapara ele. Horas depois, os colegas doNordeste reclamaram a demora ese constatou o equívoco, sendo contra-tada outra van.

Aí, os congressistas não quiserammais pegar o voo de retorno em São Pau-lo e pediram providências para embar-car em Brasília, sendo enviada uma vanpara levá-los até lá. No deslocamento,

barrados numa blitz, desco-briu-se que a camioneta eraclandestina. ”O policialainda foi muito gentil”, dizDarli, só apreendendo o ve-ículo depois de conduzidosos advogados até o aeropor-to de Brasília.

O I Congresso, em Brasília(1995), significou o momentomais marcante na Associaçãopara o seu organizador, o ad-vogado Alberto CavalcanteBraga. Vice-presidente daADVOCEF, ele tinha assumido

a vaga do ex-presidente Asiel Henrique deSouza, que saiu para a magistratura. Paramontar o evento, Alberto contou com a aju-da “incansável” dos colegas Gisela Morone(eleita vice-presidente), Davi Duarte, Rena-to Dias e Isabella Machado, entre outros.

“Saímos daquele encontro com nos-so Regulamento de Honorários e nossasdeliberações sobre a independência téc-nica da atuação do advogado, após in-tensos debates que se arrastavam noiteadentro.”

Foi inesquecível também para o advo-gado Renato Hino:

“Foram dias e noites de intensos eininterruptos trabalhos, onde sequer tive-mos tempo para dormir, pois atravessamosas noites preparando e discutindo as pro-

Ministra Eliana Calmon, no congresso de Salvador, 1999

Alberto Braga, no I Congresso, em Brasília, 1995

Page 57: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

56 Advocef 20 Anos

postas que seriam levadas a plenário nodia seguinte. E as plenárias? As discus-sões foram intermináveis, cláusula a cláu-sula, parágrafo a parágrafo, pois todos ospresentes queriam participar. Lembro-meque entrei no hotel no primeiro dia e delesó saí para a viagem de volta. Esse con-gresso foi o principal marco para o quehoje é a ADVOCEF.”

Também para o ex-presidente DaviDuarte foi o evento mais expressivo.

“Nele, foi estruturada a ADVOCEF. Comele a Associação se agigantou. Percebe-mos que a força da Associação estava emseus associados e na capacidade de pro-duzir textos, orientar e disciplinar a formade atuação do advogado da CAIXA.”

“Nesse congresso foram traçadas aslinhas mestras de autonomia e indepen-dência da atuação profissional que mar-caram, de forma indelével, o futuro da As-sociação.”

“Muitos outros foram importantes,mas também aquele realizado em Reci-fe, em 1998, chamou a atenção e do

qual guardo saudade, pois nelepalestrou o excepcional brasileiro, o imor-tal Ariano Suassuna.”

Participar do congresso “que deu iní-cio à ADVOCEF” foi muito significativo paraa advogada Gracione da Mota Costa:

“Naquele trabalhoso fim de semanainiciamos a criação de importantes la-ços unindo os advogados da CAIXA, la-ços esses que fortalecem a imagem doadvogado e dão condições para que sebusquem melhorias contínuas para acarreira. Muito já se conseguiu, mas,para que se sustente o conquistado, háque se continue procedendo com matu-ridade e discernimento.”

Para a advogada Isabel de FátimaFerreira Gomes, de Brasília, o maismarcante foi o de Curitiba (1996), por teracontecido na sua terra e porque partici-pou da organização.

“Tudo ainda era muito novo e haviamuita emoção. Lembro com carinho daspessoas com as quais dividi essa emoção.”

Indo a vários congressos, PrazeresOliveira, de Recife, trabalhou, se diver-tiu e fez amizades com colegas de Nortea Sul do país. Tem lembrança especialdo primeiro em que compareceu, o deCuritiba (o segundo da ADVOCEF).

“Naquele congresso eu senti pela pri-meira vez a força e a união da categoria.Senti orgulho de fazer parte da nossaAssociação, senti que unidos nos tor-naríamos grandes e tive a noção do quan-to poderíamos construir juntos.”

Francisco Spisla estava no evento:“Houve um embate, que muitos en-

tenderam como de caráter particular, en-tre um colega e o que seria hoje o dire-tor jurídico. Ali deu para perceber quealém de que a Associação podia se im-por sem exageros, sem baixarias, a dis-cussão sobre ideias é que ia imperar, eque não interessava transformá-la emveículo de disputas pessoais: todos ti-nham, e têm, voz.”

Lançamento da 4ª edição da Revista de Direito da ADVOCEF nocongresso de 2007, em Maragogi/AL: Roberto Maia (de roupa clara)e Patrícia Guadanhim, com os ex-presidentes Luis Fernando Miguel,Davi Duarte, Altair Rodrigues de Paula (em seu mandato, na época) eDarli Bertazzoni Barbosa

Page 58: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

Advocef 20 Anos 57

Por trás dos congressosComo são preparados os encontros anuais da ADVOCEF

Três dias de debates, encontrose confraternizações em um congres-so anual da ADVOCEF indicam quemuitos meses foram gastos nos pre-parativos. E muita gente esteve en-volvida: diretorias da entidade, Con-selhos Fiscal e Deliberativo, represen-tantes nas unidades jurídicas, dele-gados eleitos para participarem doevento.

Uma importante frente de traba-lho está a cargo da Comissão de Or-ganização local, sempre com muitavontade de mostrar o que há de me-lhor na sua terra. Esse roteiro é encai-xado na programação geral, executa-do geralmente à noite.

Baseada em Londrina (*), a equi-pe de suporte da ADVOCEF faz a suaparte. Auxilia a Comissão, verificacustos, confere uma quantidade in-crível de detalhes. É preciso preparartodo o material que será utilizado nasvotações. E elaborar o roteiro, quedeve prever o que for possível quantoà apresentação, os discursos, as ho-menagens, a composição da mesa, apauta de debates, a ata.

A experiência acumulada com oserros e acertos das edições anterio-res conta bastante. “O evento segue oformato que já provou funcionar di-reitinho”, diz Patrícia Guadanhim, 2ªsecretária da ADVOCEF. A grande ta-refa, diz ela, é proporcionar aos con-gressistas um bom ambiente. “Eleslevam procurações dos colegas dasunidades jurídicas. Têm, portanto, aresponsabilidade de bem representá-los nas discussões.”

O evento, no entanto, não se re-sume às horas de trabalho. Os advo-

gados aproveitam os períodos vagospara confraternizar, rever amigos, fa-zer novas amizades. Patrícia afirmaque isso une os profissionais e atéfacilita o trabalho na CAIXA. “Eu, porexemplo, recebo e envio peças pro-cessuais a muitos desses amigos quefiz em congressos. Afinal, conheceros rostos ajuda muito.”

O segredo é gostar

Nos últimos anos, ocorre no even-to o lançamento da Revista daADVOCEF. Mais um item na lista deprovidências. “Para que a cerimôniatenha o brilho que se espera, é preci-so pensar em muitos detalhes prévi-os”, nota Patrícia. Tradução: mesesde trabalho. Todos absolutamente re-compensados, conforme observaçãode Altair Rodrigues de Paula, presi-dente da ADVOCEF: “Nada deve serpoupado para garantir esse espaçoonde os advogados da CEF debateme decidem as questões mais impor-tantes de sua vida profissional”.

Cumprida a programação do an-tes, é preciso cuidar para que tudoaconteça direito durante o evento, dachegada dos participantes à partida.

Precisa atenção o tempo todo, contaPatrícia. “Normalmente, somos os úl-timos a sair. No congresso de Belém,eu, o Altair, o Gilberto (Gemin da Sil-va, colega de Londrina) e a Tatiane(funcionária da ADVOCEF), depoisque todos foram embora, ficamos fe-chando contas, verificando se estavatudo certo.” Quem não esteve lá deusuporte de Londrina, como o tesou-reiro José Carlos Pinotti e as funcio-nárias Ivete e Thais.

O negócio é gostar do que se faz,explica Patrícia. “Partindo dessa pre-missa posso dizer que amo trabalhare principalmente com esta equipe.”

O término do congresso não sig-nifica o fim da missão. “Quando vol-tamos, há a ata elaborada para revisare divulgar e muitas, muitas novas pro-vidências para decidir.”

E é preciso não esquecer quetodo o trabalho deve ser encaixadonas horas vagas do expediente daCAIXA.

(*) Quando foi feita a matéria, a sededa ADVOCEF ficava em Londrina/PR.

Publicado no Boletim da ADVOCEFde abril de 2007.

Análise de propostas no congresso de Belo Horizonte

Page 59: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

58 Advocef 20 Anos

Ficou em sua lembrança também oevento de Goiás, em Rio Quente, “porqueera muito bom ao final dos trabalhos saire repousar naquelas águas modorrentas”.

O diretor jurídico Jailton Zanon desta-ca o congresso do Rio de Janeiro, em2002, que ajudou a organizar.

“Tivemos muito trabalho, como sem-pre acontece nos congressos, mas o re-sultado foi bom. Os associados gostaramda organização.”

O congresso do Rio tem um significadoespecial para o advogado Jorge PauloSchlemm Neto, integrante da Comissão

Destacadamente, queremos afir-mar que nos sentimos mais segurosante a figura da desembargadoraMaria Helena Cisne Cid e muito hon-rados com a presença de V.Exª. emnosso congresso.

Repudiamos, de forma cabal eindignada, todas as violências de queV.Exª. tem sido alvo, como ameaçascontra a vida e sequestros que pre-tendem atingir até familiares.

Nos declaramos marcialmentesolidários, entoando em coro vivase hurras ao trabalho empreendidopor V.Exª. à frente da Corregedoriada Justiça Federal, que como um Cid,o Campeador, batalha contra os infi-éis, pela ética, pela correção, pelaintegridade de um poder que só éreconhecido como tal quando senti-do como a expressão própria da jus-tiça como resultado.

Ante a violência crescente nocenário nacional, a concentração ile-gítima da riqueza e a disseminaçãocovarde da pobreza, há que se per-seguir e acompanhar o etos exem-plar da desembargadora, para rever-ter o sentido arriscado no caminhoatual, cujos passos finais nos pare-cem iminentes, similar a outros ca-sos na América, onde a corrupção

endêmica, acompa-nhada da traficânciaendinheirada dos ri-cos, está usurpandoa cidadania de todos.

É um confor tolembrar de Maria He-lena Cisne Cid, e deoutros alicerces danação e da vida pú-blica do país, comopessoas especiais,consistentes, éticas, que expressamem atos, palavras e obras aimensurabilidade da grandeza huma-na, com toda a beleza que uma exis-tência digna pode abranger.

E ainda se some a vitória da rea-lidade frente ao preconceito, já queem torno da mulher representada porV.Exª. há um bem-vindo contingen-te, ocupando espaços, gerando fa-tos e dados de conteúdo consisten-te, de inestimável valor, de qualida-de, de firmeza, do que é justo, en-cerrando os predadores da cidada-nia e mostrando o quanto melhorespodemos ser, onde podemos ir eaonde podemos alcançar sob umaótica muito mais humana e própriada mulher quando administra o quequer que seja.

Tributo à éticaHomenagem da ADVOCEF à desembargadora Maria Helena Cisne Cid (*)

E naqueles momentos de lamen-tável viver, quando a dor nos acome-te, quando presa das circunstânciasadversas que parecem ameaçar acrença no melhor destino, nosso es-pírito busca energia vital em exem-plos cidadãos como o de V.Exa., pararetomar o élan perdido.

Os advogados da Caixa Econô-mica Federal pedem a V.Exª. que acei-te as nossas mais reverenciadas ho-menagens, a nossa solidária com-panhia em sua jornada e o nossomais entusiasmado aplauso.

Texto do advogado Jorge PauloSchlemm Neto, do Rio de Janeiro/

RJ, lido no VIII Congresso daADVOCEF, em 2002.

Desemb. do TRF-2 Maria Helena Cisne Cid,homenageada no Rio de Janeiro, 2002

Page 60: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

Advocef 20 Anos 59

Organizadora. Na cerimônia de abertura,Jorge Paulo leu na tribuna um texto em ho-menagem à desembargadora federal MariaHelena Cisne Cid, então corregedora geraldo Tribunal Regional Federal da 2ª Região.Foi uma demonstração de solidariedade, poisa desembargadora, hoje presidente do TRF-2, vinha recebendo ameaças por investigarirregularidades em sentenças judiciais.

Jorge Paulo lembra hoje que a motiva-ção era de duas naturezas, destinadas àrealização de um bom encontro:

“A primeira, a determinada ação dadesembargadora ao enfrentar acorrupção; a segunda, afirmar a propostados advogados da CAIXA com a ética.”

Após a leitura, Maria Helena foi aplau-dida de pé. Emocionada, disse que nun-ca havia recebido homenagem igual. Ma-nifestou sua alegria em ver os advoga-dos reunidos para discutir problemas re-lacionados com a Justiça.

“Temos muitos obstáculos neste nos-so Brasil complicado e só conseguiremosresolver fazendo exatamente isso, nosreunindo, trocando ideias, tendo um agirético.”

Jorge Paulo conta que, numa reuniãoreservada em seu gabinete depois do con-gresso, a desembargadora afirmou quegostaria que sua família pudesse ter as-sistido.

Foi um evento notável também paraÉder Maurício Pezzi López (ex-CAIXA, atu-almente advogado da União em Rio Gran-de/RS).

“Estava recém entrando na CAIXA –eu era um guri recém-saído da faculdade–, e foi muito marcante a acolhida doscolegas e o debate em torno de questõestão interessantes sobre a categoria.”

Tendo comparecido aos três últimoscongressos (2010, 2011 e 2012), JairdesCarvalho Garcia, de Ipatinga/MG, achaque o de Poconé/MT (2011) foi o mais im-portante, por ter marcado uma mudançade postura da ADVOCEF frente à adminis-tração da CAIXA e por ter se aproximadodas instituições congêneres.

“Também foi um congresso ‘pós-res-saca’ da greve dos ‘100 dias’, onde pu-demos pensar, sem arroubos, sobre nos-so destino enquanto categoria, além demarcar a reaproximaçãoADVOCEF/Dijur. Fortalezaveio consolidar esse ca-minho, mostrando nossoamadurecimento e impor-tância no cenário internoe externo à CAIXA.”

Para Jairdes, a tendên-cia é que os próximos con-gressos sejam ainda maisprodutivos, por existirem,cada vez mais, objetivoscomuns e claros para to-dos.

José Irajá de Almeidatem boas lembranças do XCongresso, em Natal(2004), quando foi anunci-ada a contratação de 300advogados, implementaçãode novas funções para osJurídicos e a criação denovas Representações Ju-rídicas.

“Sem dúvida, o Jurídico da CAIXA e aADVOCEF iniciavam uma nova fase.”

Congresso em Natal, 2004: anúncio de 300 novos advogados

Impressiona aforma apaixonadanas discussões dapauta. Asacaloradas defesaspró ou contradeterminado pontode vista dão amedida doengajamento doscolegas.

Page 61: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

60 Advocef 20 Anos

Nos congressos, iamaparecendo a forçae a união dacategoria. Imperavao sentimento deque, unidos, osadvogadospoderiam almejarmuita coisa.

Antes das boas novas, porém, um acon-tecimento causou alvoroço logo ao inicia-rem os trabalhos do primeiro dia. Naquelemesmo momento, em Brasília, a Polícia Fe-

deral invadia a sede da CAI-XA em busca de pistas so-bre os contratos da empre-sa com a GTech. Não encon-trou nenhuma irregularida-de, mas os policiais levaramcomputadores com infor-mações estratégicas da ad-ministração. Meses depois,a própria PF isentou a CAI-XA das acusações da épo-ca, por “não se ter configu-rado qualquer das condu-tas delituosas definidas naLei 7.492/86” (crime de ges-tão temerária).

Os congressistas expu-seram seu repúdio atravésde uma “Nota ao Público”,

aprovada na assembleia e publicada noCorreio Braziliense de 19/08/2004. DaviDuarte, que sugeriu a nota, lembra que aADVOCEF foi a única entidade, na CAIXA,a adotar uma postura de protesto.

Dioclécio Cavalcante de Melo Neto,de Maceió, gostou do congresso de

Maragogi/AL (2007), o primeiro de queparticipou.

“Lá, foi possível aliar dever com diver-são, num ambiente bastante agradável.”

É um dos preferidos também da 2ª te-soureira da ADVOCEF, Daniele Cristina AlanizMacedo, pelos muitos assuntos polêmicose votações disputadas. Ela aponta tambémo congresso de Aracaju, em 2009.

“Estávamos em greve havia muitosdias, aflitos e um pouco desgastados, massempre esperançosos quanto ao desfechodo nosso movimento paredista.”

Para Arcinélio de Azevedo Caldas, deCampos dos Goytacazes/RJ, este se tor-nou o mais importante dos movimentosrecentes da Associação.

“Foi emocionante”, confirma a 1ª se-cretária da ADVOCEF, Lenymara Carvalho.

“Na minha percepção, foi o momen-to em que a categoria se uniu, se fezrealmente forte e mostrou a sua organi-zação. Os dias de greve foram extrema-mente desgastantes e a mobilização di-ária em Brasília era marcada por váriosmomentos de incerteza, de dúvidas seagíamos certo ou não. Ao encontrar comos colegas de outras regiões percebe-

Nota ao públicoA Associação Nacional dos Advogados da Caixa Eco-

nômica Federal - ADVOCEF, face ao excesso praticado poralguns integrantes da Polícia Federal, nas dependênciasda CAIXA, em Brasília, no dia 12-08-2004, vem a públicoREPUDIAR, com veemência, a forma acintosa dessa açãopolicial que, extrapolando decisão judicial, feriu a ordemjurídica e, portanto, afrontou o Estado Democrático deDireito, causando danos à imagem e à atuação operacionalda Centenária Empresa Pública.

Ao mesmo tempo, PARABENIZA os Advogados queobtiveram, no próprio dia 12-08, ordem judicial determi-nando a imediata devolução do material indevidamenteapreendido, bem como por terem adotado, nos autos dorespectivo Procedimento, as providências cabíveis.

Brasília, 16 de agosto de 2004.ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS ADVOGADOS DA CEF

ADVOCEFDr. Altair Rodrigues de Paula – Presidente.

Page 62: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

Advocef 20 Anos 61

mos que o sentimento era o mesmo, amobilização era a mesma e que de fatoestavam todos unidos. Naquele congres-so foi possível perceber a importância deser associado e do sentimento que é fa-zer parte da história da categoria dos ad-vogados.”

Roberta Corrêa, do Rio de Janeiro/RJ:“O congresso estava repleto – em pro-

porção maior que a habitual – de expecta-tivas, anseios, preocupações e embatesacalorados. Nunca, como categoria, haví-amos feito uma greve. E o movimento atin-giu proporções nunca antes imaginadas,com forte adesão da maioria dos Jurídi-cos e Representações, que impressionoua CAIXA como um todo.”

Luciano Caixeta Amâncio:“Houve grande união entre todos os

associados. ‘Frangos e dinossauros’ (nagostosa denominação criada pelo queridoDr. Schmidt), gestores e geridos, aposen-tados e da ativa, todos em harmonia defi-nindo os rumos que a ADVOCEF e a cate-goria queriam trilhar.”

Numa “provocação” espirituosa aoscolegas do Jurídico de São Paulo, que emsua maioria não aderiram à greve de 2009,o pessoal de Ribeirão Preto distribuiu ca-misetas especiais aos paulistas grevistas.Os advogados desfilaram no congressocom a frase “Sou paulista mas faço gre-ve” estampada no peito.

O congresso de Belém (2006), nãosairá da memória da advogada FláviaKarrer, aposentada, por causa da filha,que a acompanhou. Nanaidê cursava o se-gundo ano colegial e não sabia que car-reira seguir.

“Até então ela dizia que não queria seradvogada...”

No congresso, ela acompanhou os tra-balhos em plenária, teve contato com asatividades desenvolvidas e conheceu di-versos colegas jovens.

“No retorno, ela continuou a pesquisara respeito de uma carreira a trilhar, mas o

‘bichinho’ do Direito já havia lhe contami-nado... E ela olhou o curso de Direito comoutros olhos. Neste ano de 2012 minhafilha se formará em Direito. Este foi o mai-or legado que a ADVOCEF me deixou. Éimpossível esquecer aquele congresso eos olhinhos de minha filha ’descobrindo’nosso universo! Tenho muito a agradecera todos os amigos que sempre me aco-lheram com tanto carinho e que formam ocorpo de nossa Associação!”

Manoel Diniz Paz Neto:“Embora cada congresso de que par-

ticipei tenha ficado na lembrança, lem-bro com carinho do XII Congresso (2006),por causa de um conjunto de fatores: olocal, a acolhida calorosa dos colegas doJurídico de Belém e a pauta bastante pro-dutiva.”

Admitindo “suspeição”, Liana Mou-sinho também gostou mais do congres-so de Belém (integrou a Comissão Orga-nizadora).

“Acho que o evento foi melhor do queeu e todos esperávamos, até porque, porser Belém, as pessoas não vieram commuitas expectativas. Os colegas estavamcom uma energia legal, contagiante. Gos-taria de repetir o congresso em Belém,antes de me aposentar.”

Greve com bom humor: Antonio Kehdi, Sandro Chiaroti e Giuliano D'Andrea (hoje naDefensoria Pública de São Paulo), de Ribeirão Preto; Flávia Karrer e CleucimarFirmiano, de Campinas; e Daniele Macedo, de São Paulo

Page 63: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

62 Advocef 20 Anos

(...) É nesta hora que gostaria deusar outra palavra, congraçamento,por exemplo. Mas não tem o mesmocolorido, o mesmo sabor, o mesmopeso. Isto porque o congresso anu-al, de certa forma, tornou-se a mar-ca registrada da Associação, espe-rado ansiosamente por todos, se nãoapenas pelos profícuosresultados no encami-nhamento dos interes-ses dos advogados daCAIXA, mas sobretudopela grande oportunida-de de congraçamento(agora a palavra caibem), de reencontro, deunião, de apaziguamen-to da saudade (porqueela nunca vai embora),de lembranças e de for-talecimento.

Alguns podem nãoconcordar com o quesinto, e criticar, como jáocorreu, principalmente porque nes-ta edição muitos mais amigos vão sereunir. Podem dizer que são gastosdesnecessários e que todos estare-mos pagando o turismo de alguns.Quem pensa assim, desculpe, masquem dera que os setecentos e tan-tos advogados da CAIXA pudessemse reunir pelo menos uma vez porano nem que fosse para tomar umrefrigerante, uma cerveja, um vinhoe participar de um jantar caprichado,isto é, comemorar e bebemorar!

É claro que aqueles que só vãoa congressos para fazer turismo e

não par ticipam das sessões e de-bates devem ser objeto de repúdiopor todos e devem responder pe-rante aqueles que representam. Es-tes têm uma dívida ética, diria mais,moral com os demais associados.Mas negar que precisamos alimen-tar nosso companheirismo e nos-

sa união é desconhecer a força doencontro. Se a empresa não pode,ou não tem condições de possibi-litar um encontro semelhante, porque abrir mão dessa oportunida-de? Quem participou recentemen-te do encontro da área jurídica daCAIXA em Atibaia sabe do que es-tou falando.

(...) Não pretendo fazer asefemérides dos congressos, tarefapara aqueles com dom de historia-dor, mas ouso lembrar de alguns(participantes, não temam: nenhumfato fora dos anais oficiais será re-

Gostim de pão de queijoFrancisco Spisla - Londrina/PR.

gistrado!). Os primeiros, os maiscansativos e mais combativos: umgrupo de advogados cheios deideias, não sabendo exatamente oque queriam, com suas idiossin-crasias, discutindo vírgulas, mascom um grande ideal na frente(grande turma!), primórdios que co-

incidiram com a defe-nestração do Collor; ode Recife, talvez um dosmais animados, conta-giado que foi com agraça de Ariano Suas-suna; o de Curitiba, umdos mais tensos, comum embate verbal entreum consciencioso co-lega e a alta chefia daunidade jurídica de en-tão; o de Florianópolis,o mais chuvoso, poiscaiu água nos quatrodias; o do Rio que ce-lebrou os dez anos da

Associação; o de Caldas Novas, pri-meiro fora do circuito das capitais;o de Natal, onde foi empossada aprimeira diretoria eleita por efetivadisputa eleitoral, inaugurando umanova fase na democracia advoce-feana; e, agora, o de Belzonte que,antes de começar, já deixou umgostim de pão de quej, dos de leit ecachacim da boa. Inté lá!

Trecho de crônica publicada noBoletim da ADVOCEF

de agosto de 2005.

Page 64: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

Advocef 20 Anos 63

O advogado Rogério Rubim Magalhãesdiz que o primeiro congresso de que par-ticipou, em Curitiba (1996), foi significati-vo para sua trajetória na ADVOCEF, poispôde constatar a garra e o comprometi-mento dos advogados da CAIXA.

“O de Florianópolis (2000) também,pois naquela oportunidade me opus a todaa categoria reunida no congresso que,ao término de um dos dias de trabalho,deliberava sobre o encaminhamento deuma carta manifesto para o equivalentehoje à Dijur, com termos, em minha opi-nião, um tanto quanto ofensivos.”

“O curioso da história é que no diaseguinte, durante o café da manhã, a des-peito do acanhamento do espaço existen-te no restaurante, tive de tomar café sozi-nho em uma mesa enorme, sem que ne-nhum dos colegas se dignasse a me fazercompanhia.”

“A disputa foi resolvida naquela mes-ma manhã com a alteração dos termosda carta manifesto, na qual se utilizoutermos menos ofensivos e mais concili-atórios.”

O congresso de que o diretor de Arti-culação da ADVOCEF, Júlio Greve, maisrecorda é o de Vitória, em 2008.

“Me impressionou, pra não dizer queme assustou, a forma contundente, apai-

Cezar Britto, em Vitória, 2008: primeiro presidente da OAB em congressoda ADVOCEF

xonada nas discussões dos temas da pau-ta, especialmente as polêmicas em tornodas alterações propostas para o Estatutoda ADVOCEF. As acaloradas e frenéticasdefesas pró ou contra determinada propo-sição davam bem a medida do engajamentodos colegas com os objetivos e o destino aser traçado para a nossa Associação.”

O evento teve a presença, pela primei-ra vez, de um presidente do Conselho Fe-deral da OAB, Cezar Britto.

Page 65: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos
Page 66: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

5Associaçãojovem e madura

Grupos de trabalho no XVI Congresso, em Gramado, em 2010

Page 67: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

66 Advocef 20 Anos

As palavras "jovem" e "madura" sãocompatíveis na opinião dos associadospara definir a ADVOCEF, que completa20 anos de existência e relevantes ser-viços prestados aos advogados da CAI-XA. Mesmo ostentando currículo já vas-to, segundo os entrevistados, a entida-de se mantém em plena forma para no-vas conquistas.

Luciano Caixeta Amâncio, membro doConselho Deliberativo:

"Apesar da pouca idade, a ADVOCEF émadura e sensata, características adqui-ridas ao longo de uma vida de trabalho ededicação à categoria dos advogados daCAIXA. Não desanima nas adversidadesnem arrefece nos ataques que sofre. Acu-mula vitórias e conquistas sem se acomo-dar, sempre olhando para frente. Todasessas qualidades fazem da nossa Associ-ação a gigante que nós merecemos."

Lenymara Carvalho, 1ª secretária daADVOCEF:

"Assim como me orgulho muito de tra-balhar numa empresa como a Caixa Eco-nômica Federal, que presta serviços detanta relevância à população e ao país, meorgulho bastante de fazer parte daADVOCEF, que tem se mostrado uma enti-dade muito madura e consciente da suaimportância para os seus associados epara a própria empresa."

Antônio Xavier, do Conselho Delibe-rativo:

"Parabéns à ADVOCEF e a todos osadvogados públicos, integrantes do corpojurídico da Caixa Econômica Federal, porterem elevado a tão alto nível nossa insti-tuição, ao longo desses seus primeiros 20anos de existência, e que todos os seuspropósitos sejam cumpridos ao longo dospróximos anos, nos quais teremos muitasoutras conquistas e motivos para come-morar."

"Testemunhei, ao longo dos últimosseis anos, uma grande evolução daADVOCEF, que acompanhou a evolução dopróprio Jurídico da Caixa Econômica Fe-

deral, tendo ganhado cada vez mais pro-jeção e destaque em sua atuaçãoinstitucional, congregando advogados pú-blicos em todos os estados da federação,na defesa de seus direitos e prerrogati-vas, no atendimento dos interesses dosseus associados, da própria CAIXA e dacoletividade."

Prazeres Oliveira, de Recife, vê tam-bém hoje uma ADVOCEF respeitada, fortee atuante, transmitindo confiança e orgu-lho. Ela que, em alguns momentos, se pre-ocupou com o seu futuro e temeu que fos-se se desintegrar.

"Isso aconteceu nos dois últimos con-gressos que frequentei, quando percebique alguns advogados estavam atacandoseus próprios pares, esquecendo que aADVOCEF é uma Associação de todos, doadvogado mais novo e do mais antigo, doque exerce a mais alta função e do quenão tem função nenhuma. Preocupei-meporque nenhum grupo, organização ouassociação sobrevive se não estiver uni-do, coeso."

Prazeres diz que os ataques continu-am acontecendo no Fórum, do site, masisso não preocupa mais.

"A ADVOCEF demonstrou que é imunea essa tentativa de desagregação."

Mario Luiz Machado, ds Brasília:"Com o esforço de todos, hoje a

ADVOCEF está estruturada e possibilitaprestar um bom serviço aos seus associ-ados e aos advogados que ainda não seassociaram. Além disso, a ADVOCEF é uma

Participantes do VIII Congresso, no Rio de Janeiro,em 2002

Page 68: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

Advocef 20 Anos 67

referência no mundo jurídico nacional coma publicação de sua Revista de Direito."

Júlio Greve, diretor de Articulação eRelacionamento Institucional:

"Vejo hoje a ADVOCEF como uma ver-dadeira empresa, uma corporação que nãosó arrecada e rateia recursos financeirospara os advogados da CAIXA, como repre-senta ativamente a categoria internamen-te, bem como perante os órgãos externos,em especial as entidades profissionais esindicais."

Rogério Spanhe da Silva, de Porto Ale-gre:

"Vejo-a como uma entidade asso-ciativa que se encontra com bom nívelde amadurecimento, mas ainda combastante espaço para crescer e se apri-morar, seja na defesa das prerrogativase condições de trabalho do advogado,seja auxiliando o seu desenvolvimentopessoal e profissional, como, por exem-plo, na fixação exata e equilibrada dedireitos e deveres."

Jayme Lima, aposentado da CAIXA emCuritiba:

"Duas décadas depois, a ADVOCEF temcredibilidade, é a efetiva representante dosadvogados junto à direção da CEF, estáestruturada e em constante aperfeiçoa-mento para recepção dos honorários econta com o apoio de toda a categoria,mesmo dos que operam em oposição polí-tica. Não se discute mais a importânciada ADVOCEF, ela é definitiva."

Com pouco menos de um ano de CAI-XA e de ADVOCEF, o advogado Rômulo dosSantos Lima, de Teresina, já percebeu "aenorme representatividade da Associaçãonão só para seus associados, mas tam-bém para os profissionais das carreirassemelhantes à da advocacia da CAIXA, quetomam a ADVOCEF como exemplo a serseguido".

Há quatro anos na CAIXA (e naADVOCEF), o advogado Augusto Cruz Sou-

za, dae Rio Branco, assiste a uma "visívelvalorização" da categoria. Sua impressão:

"Vejo-a como uma entidade de classeque possui maturidade. Tem uma açãoinstitucional efetiva, representa bem seusassociados e aparenta manter bom relaci-onamento com a CAIXA, posições estasdifíceis de conciliar."

André Falcão de Melo,de Maceió:

"Penso que a imagemprimeira que tenho daADVOCEF, passados esses20 anos, é de um projeto ple-namente consolidado e vito-rioso. Sua presença é nota-da e respeitada não apenasentre os advogados da CAI-XA, mas também junto à pró-pria administração da em-presa."

Júlio Cezar Hofman, damesma unidade:

"A ADVOCEF hoje é umainstituição consolidada e res-peitada, cuja história estárepleta de episódios que interferiram emmuito na inegável evolução de nossas con-dições de trabalho e remuneração. Olhan-do para trás, acho difícil que boa parte dasnossas conquistas tivesse ocorrido sema participação da ADVOCEF."

"Tanto os episódios em que aparente-mente saímos derrotados, quanto aque-les em que obtivemos expressivas vitóri-

Votação de propostas no XI Congresso, em Belo Horizonte, em 2005

A ADVOCEF temcredibilidade, estáestruturada, é aefetivarepresentante dosadvogados. Não sediscute mais aimportância daADVOCEF, ela édefinitiva.

Page 69: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

68 Advocef 20 Anos

as, formam o grande mosaico que nos le-vou a uma sensível melhora nas condiçõesde trabalho e remuneração."

"O próprio fato de atualmente conse-guirmos que nossas reivindicações se-jam levadas à mesa de negociação sin-dical é uma grande vitória, alcançadapela ADVOCEF."

Júlio Cezar enaltece a contribuição detodos os que dirigiram a Associação, sa-

bendo que não é fácil conciliar as ativida-des com as da ADVOCEF.

"Pior ainda é agradar a todos, especial-mente quando esse 'todos' é composto deadvogados. A certeza que tenho é de quetodos que dirigiram a ADVOCEF, em cadamomento, guardadas as peculiaridades dasituação da categoria perante a CAIXA, de-ram o máximo de si e contribuíram muitopara a consolidação de nossas conquistas."

"A ADVOCEF é uma entidade forte, respeitada e arti-culada institucionalmente, possuindo voz ativa dentroda CEF e visibilidade no mundo político e jurídico."

(Alaim Stefanello, de Curitiba/PR.Ex-representante da ADVOCEF. É membro do Conselho

Editorial da Revista de Direito da ADVOCEF.)

"Sem dúvida, a ADVOCEF é uma entidade associativaforte, estruturada e reconhecida como um canal legítimode discussões e conquistas."

(Alfredo Ambrósio Neto, um dos fundadores daADVOCEF presentes em Brasília, em 15/08/1992.

Ex-integrante dos Conselhos Fiscal e Deliberativo daADVOCEF e representante em Goiânia/GO.)

"Vejo a ADVOCEF como uma jovem bonita, um cor-po bem formado, graciosa, experiente, mas com muitoainda a aprender, exigente na medida certa. Assim, umbom partido para manter o casamento."

(Francisco Spisla, de Londrina/PR.Ex-integrante do Conselho Deliberativo e da

Diretoria Executiva da ADVOCEF.)

"Uma maravilhosa conquista dos advogados, quemuito nos fortaleceu. Acredito que o advogado da

CAIXA jamais teria o espaço e as condições de trabalhoque desfrutamos na atualidade se não houvesse a

ADVOCEF."(Isabel de Fátima Ferreira Gomes, de Brasília/DF.

Ex-integrante da Diretoria Executiva da ADVOCEF.)

Como vejo a ADVOCEF"Acho que o que melhor posso dizer é que folgo

saber de sua existência [da ADVOCEF], cada vez maisforte e altiva, na defesa de nossos interesses."

(André Falcão de Melo, de Maceió/AL.)

"Vejo a ADVOCEF como uma iniciativa exitosa, nasci-da da criatividade e do amor de um grupo de advogadosque soube encaminhar uma ideia que tinha tudo para darcerto."

(Antônio Dilson Pereira, advogado aposentado da CAIXA em Curitiba/PR.)

"Forte, independente, com uma visão especial da impor-tância do advogado para a CAIXA nos seus desafios diários."

(Jailton Zanon, diretor jurídico da CAIXA.Ex-integrante do Conselho Deliberativo e da

Diretoria Executiva da ADVOCEF.)

"Vejo a ADVOCEF como uma entidade madura, cientedos seus atos e das suas consequências, profissio-nalizada e, em decorrência disso, objeto de credibilidadee respeito."

(Lenymara Carvalho, de Brasília/DF,1ª secretária da ADVOCEF.)

"A ADVOCEF é uma associação sólida e reconhecidanacionalmente no meio jurídico, resultado do trabalhosério e comprometido durante todos esses anos."

(Roberta Mariana Corrêa,do Rio de Janeiro/RJ.)

Page 70: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

Advocef 20 Anos 69

O progresso da ADVOCEF mostra exa-tamente isso, concorda a advogada LianaMousinho, de Belém: o comprometimen-to extremo de cada um dos que partici-param da administração nesses 20 anos.Liana parabeniza todos, nominando DaviDuarte ("por quem tenho imenso respeitoe admiração") e Carlos Castro e sua equi-pe ("que vêm fazendo um excelente tra-balho").

Júlio Greve:"Eu acrescentaria que, se a ADVOCEF,

nesses 20 anos de existência, tem umacara, essa cara é a de Davi Duarte, queparticipou ativamente da sua fundaçãoe, durante todo esse tempo, sempre ocu-pou papéis de destaque, inclusive porduas vezes a presidência da entidade epelo mesmo número de vezes, ou mais,a presidência do Conselho Deliberativo.Eu diria mais: Davi Duarte é 'o cara' daADVOCEF."

Fabiano Jantalia, ex-advogado da CAI-XA, atualmente procurador do Banco Cen-tral, em Brasília, diz também o que pensa:

"A ADVOCEF tem uma capacidade in-crível de enfrentar seus desafios e resol-ver suas questões internas. Além disso,desenvolveu uma estratégia de articula-ção política e institucional muito eficien-te. Hoje, a entidade é muito mais do queuma mera distribuidora de honorários. Éum instrumento de congraçamento e deunião em prol de causas relevantes paraa carreira."

Flávia Karrer, advogada aposentada daCAIXA, de São José dos Campos/SP:

"A nossa Associação efetuou conquis-tas que efetivamente não sonhávamos àépoca da fundação. As necessidades dosadvogados se tornaram muito distintasneste ínterim e a ADVOCEF conseguiucrescer, amadurecer e buscar os objeti-vos dos associados diuturnamente, se con-solidando como forte e leal representantedos verdadeiros anseios de seus repre-sentados. Os problemas que surgiram fo-ram todos enfrentados e, grande parte, so-

lucionados com muito profissionalismo eunião entre nós."

Na CAIXA desde outubro de 2005, aadvogada Maria Rosa de Carvalho LeiteNeta, atual diretora de Prerrogativas daADVOCEF, atesta que nesse período a As-sociação cresceu muito, principalmentedepois da greve e da presidência de CarlosCastro.

"Esse último congresso [Fortaleza,2012] mostrou muito isso. Nossa Associ-ação está mais atuante, mais requisitadae mais importante para os associados.Acho que ela está no caminho certo, estáconsciente de que pode se tornar uma dasmaiores e mais respeitadas associações

Reunião de trabalho no XIII Congresso, em Maragogi/AL, em 2007

Votação de propostas no XIV Congresso, em Vitória, em 2008

Page 71: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

70 Advocef 20 Anos

de classe, dentro do cenário jurídico bra-sileiro."

Cláudio Castim, de Natal, consideraque a atual administração vem desempe-nhando com eficiência o papel daADVOCEF, que é o de unir os advogadosda CAIXA e se fortalecer institucionalmente,assegurando a representação dos seusassociados administrativa ou judicialmen-te. Tudo isso sem perder de vista a suacolaboração com a sociedade.

Como o advogado Manoel Diniz PazNeto, de Curitiba, vê a ADVOCEF:

"Como um canal de comunicação en-tre os advogados empregados e a empre-gadora CAIXA; como um instrumento deluta e defesa da categoria; como o órgãooficial que representa institucionalmente

os advogados da CAIXA perante terceiros;como uma espécie de 'ouvidoria' dos seusassociados e, principalmente, sinto queela nos sorri mensalmente quando cre-dita em nossa conta os honorários desucumbência."

Manoel Messias Fernandes de Souza,de São Paulo:

"Vejo a ADVOCEF como entidade ge-nuinamente corporativa, que tem se es-forçado para cumprir a missão assumi-da perante os seus associados, máximeo papel defensivo e negocial. Do pontode vista da defesa dos interesses dosadvogados da CEF, tenho observado quea entidade, em face de sua legitimida-de, não tem se esbarrado em muitosobstáculos."

"O problema fica por conta da ques-tão negocial, uma vez que, inobstantea luta pela criação da carreira de Pro-curador de Empresa Pública Federal,até o momento sem êxito, ainda somosconsiderados bancários, o que, a meuver, tem obstaculizado a atuação daADVOCEF."

"Porém, vislumbro possibilidade deavanços nesse aspecto, já que a entida-de, mediante a maximização do seu papeldefensivo e atuando institucionalmentejunto à AGU, poderá conseguir a tão so-nhada regulamentação da carreira, o quetrará reflexo óbvio no papel negocial pe-rante a CEF/governo."

Jorge Paulo Schlemm Neto, advogadoaposentado do Jurídico do Rio de Janeiro,acha que os associados ainda não perce-beram a dimensão e potência da institui-ção. Ele pensa especialmente no desenvol-vimento de projetos "para oferecer alterna-tivas mais consonantes com os interessesda CAIXA, no sentido de aperfeiçoar as con-dições de nosso trabalho. Podemos muitomais do que temos feito".

O que diz hoje o primeiro presidente,José Gomes:

"A ADVOCEF é a semente boa que foiplantada em terra fértil; cresceu vigorosa,

Cerimônia de abertura do XV Congresso, em Aracaju, em 2009

Ex-presidentes da ADVOCEF reunidos no congresso de Maragogi/AL, em 2007, como então presidente Altair Rodrigues de Paula (no centro): Luis Fernando Miguel,Alberto Cavalcante Braga, Darli Bertazzoni Barbosa e Davi Duarte

Page 72: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

Advocef 20 Anos 71

deu, dá e certamente continuará dandobons frutos. Esclareço que terra fértil aquisignifica o conjunto dos advogados ávidospor uma entidade que pudesse defenderos seus interesses junto à CEF e não omomento de sua criação, que era extre-mamente desfavorável. Aliás, poucos acre-ditavam que a nossa Associação conse-guisse 'deslanchar' e muito menos que umdia atingiria a maioridade."

Para o terceiro presidente, Alberto Ca-valcante Braga, a ADVOCEF é uma insti-tuição amadurecida, que conseguiu alcan-çar seus objetivos graças à qualidade pro-fissional dos seus associados.

"Nossos atuais dirigentes associativossouberam como nenhuma outra gestãoimprimir uma agenda de discussão políti-ca de extrema relevância para afirmaçãoda nossa ADVOCEF como entidade indis-

A maior prova da importânciada área jurídica da CAIXA para o paísé que a União tem confiado a essesprofissionais algumas das mais im-portantes defesas da advocacia pú-blica. A afirmação é do presidenteda ADVOCEF, Carlos Castro, comen-tando a par ticipação dos advoga-dos na comemoração dos 150 anosda CAIXA, em 12/01/2011. Veja tre-chos da entrevista concedida àADVOCEF em Revista de janeiro de2011:

"Os advogados sempre atuaramcomo curingas na nossa empresa.Acredito ser a área mais requisitadada CAIXA, até porque ao longo danossa história é comum os adminis-tradores de todos os segmentosgerenciais ouvirem o opinamentodos advogados."

"Sempre ouvi falar que no pas-sado os advogados da CAIXA tinhammuito poder porque decidiam. Hojeacredito que estamos vivendo outromomento, em que atuamos comoprofissionais do Direito e auxiliamosos administradores nas suas toma-das de decisão."

"Também tem sido de suma im-portância a defesa em juízo da insti-tuição, quando, através de peçasbem fundamentadas e elaboradaspelos nossos companheiros, tem-seimpedido grandes prejuízos à empre-sa e à nação."

"Tenho repetido que nas mãosdos advogados da CAIXA a Uniãotem depositado algumas das maisimportantes defesas da advocaciapública. Essa é a maior prova docompromisso do quadro jurídicopara com a nossa empresa e o povobrasileiro."

"Em termos comparativos com aadvocacia privada, não conheçomaior e mais preparado escritório deadvocacia de abrangência nacional.E contamos ainda com um grandediferencial, de termos sido aprova-dos em concurso para o cargo."

"A CAIXA é hoje a que sempredefendi, uma instituição pública porexcelência, reconhecida e respeita-da, chegando a atuar com sucessocomo reguladora de mercado, aexemplo do que ocorreu com a últi-ma crise econômica mundial geradapelos Estados Unidos."

Os curingas da CAIXA

"A ADVOCEF foi criada num mo-mento crítico da nação, onde aprivatização era a palavra de ordem.Nesse contexto, a nossa Associa-ção foi instituída não só para a de-fesa dos nossos interesses enquan-to advogados da CAIXA, mas prin-cipalmente para defender a nossasecular empresa, que ao longo dasua existência vem prestando rele-vantes serviços ao país e ao povobrasileiro, em especial aos menosfavorecidos."

Carlos Castro: a área jurídica é amais requisitada da CAIXA

Page 73: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

72 Advocef 20 Anos

pensável no debate sobre as carreiras deadvocacia do estado."

Gisela Morone, vice-presidente em1995:

"A ADVOCEF cresceu, profissionalizou-se, é muito respeitada. E assim deve man-ter-se. Persistir na defesa dos interessesdos advogados, dos seus associados, masnunca perder o equilíbrio dessa defesa ea razão de ser de um quadro jurídico daCAIXA."

Seus votos para a ADVOCEF:"Desejo muito que a Associação te-

nha sucesso em seus pleitos. Mas queela tenha também bastante bom sensoao fazê-los; não deve pedir o impossívelpensando em obter o razoável; deve pe-dir o que seja de direito, fundado embases concretas, e ter plena vitória nes-ses pedidos."

A opinião de Davi Duarte, presidenteem 1996 e 2008:

"A Associação está mais forte, maisestruturada e, pela dedicação de muitos,influindo no cenário cultural nacional, comprojeção de seus associados no Judiciá-rio, no cenário literário-técnico-jurídico, nocampo político e junto à OAB, em diversosestados. Estamos mais fortes e mais con-fiantes. Podemos fazer muito pela CAIXA,pelo Brasil e, consequentemente, por nóstambém."

Para Darli Bertazzoni Barbosa, presi-dente em 2002 e vice em 1996 e 2000, aADVOCEF hoje está muito organizada. Emseu tempo, diz que tudo exigia sacrifícioe, às vezes, até o deslocamento de cole-gas para reuniões em Brasília era custea-do com os recursos de cada um.

"Para diminuir esses gastos, nós doParaná nos unimos aos colegas de MatoGrosso e Mato Grosso do Sul para man-dar um só representante."

Altair Rodrigues de Paula, presidenteem duas gestões, de 2004 a 2008:

"A ADVOCEF evoluiu de forma fantásti-ca em todos os aspectos. Hoje se apre-senta como uma entidade forte e reconhe-cida nacionalmente, com amplo trânsitojunto à administração da CAIXA, Contec,OABs regionais e nacional."

Altair fala da importância da atuaçãoda ADVOCEF na defesa da categoria, tan-to coletivamente quanto em episódios pon-tuais, colhendo frutos relevantes em be-nefício de todos os advogados do quadro.Isso traz tranquilidade, ressalta.

"Hoje temos a quem recorrer quandoos nossos direitos são aviltados."

O atual presidente, Carlos Castro,reeleito para 2012-2014, lembra que en-tre as causas da fundação da ADVOCEFestão a defesa da CAIXA e o fortalecimen-to da categoria. O sucesso foi alcançado:

Presidentes da CAIXA, Jorge Hereda, e da ADVOCEF, Carlos Castro, com integrantes do Jurídico em eventodos 150 anos, em janeiro de 2011

Page 74: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

Advocef 20 Anos 73

"Ao longo desses 20 anos de funda-ção, a ADVOCEF mais que triplicou o nú-mero de associados, amadureceu e se fir-mou no cenário jurídico nacional comouma associação forte e respeitada. Paraisso, muitos dos nossos dirigentes foramobrigados a buscar os necessários e for-tes embates com a administração da CAI-XA, que nos serviram até como crescimen-to e aprendizado."

Do ponto de vista da história, o querepresentam 20 anos para uma entidadecomo a ADVOCEF? A pergunta é feita à his-toriadora Elizabeth Torresini, autora daobra "Advocacia na Caixa Econômica Fe-deral - Trajetória de 150 Anos", editadapela ADVOCEF e lançada em junho de

2011, no congresso de Poconé/MT.Elizabeth responde:

"A conquista da solidez é uma mar-ca importante da ADVOCEF. Ela provémdo exercício que começou na própria fun-dação da CAIXA. Acredito que a ADVOCEFnasceu em razão desse exercício e da ex-periência secular que os advogados ad-quiriram na administração da CAIXA. Comisso, fundaram, em 1992, uma associa-ção sólida, com princípios definidos eembasados no desejo de continuar atu-ando em defesa da instituição e da soci-edade. Por ser uma herdeira importanteda história, a ADVOCEF decidiu comemo-rar os 150 anos da CAIXA escrevendo umlivro de registro dessa longa 'parceria his-tórica'".

Page 75: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos
Page 76: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

6Eu e aADVOCEF

A relação especial do advogado da CAIXAcom a ADVOCEF

Page 77: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

76 Advocef 20 Anos

Eu e a AdvocefO futuro do passado

Sentei-me à mesa pela manhã parasaborear o café que agora prepa-rava todos os dias. Só. Todos ain-

da dormiam. Ultimamente dei de acordarmuito cedo. "Coisa de velho", disse mi-nha esposa. "Coisa da idade," defendi-meimaginando uma sutileza que não faziamuito sentido. Mas a verdade é que opeso dos anos já me faz sentir diferente,estranho. E quando me sentei foi maisestranho ainda.

O dilúculo apontava no horizonte vis-to da porta envidraçada da cozinha. Maso tempo mostrava chuva, com nuvens pe-sadas e escuras que gladiavam com aclaridade. Chamou-me a atenção que emcima da mesa, ao lado da garrafa térmi-ca, estava uma revista da Associação dosadvogados da CAIXA, ainda dentro doplástico, com meu nome na etiqueta. Nãolembrava de tê-la trazido, nem daquelacapa, comemorativa de vinte anos de suafundação. Dei de ombros, reputandocomo mais uma estranheza da idade: fa-zer as coisas insignificantes e não se lem-brar de tê-las feito. Levantei-me para irbuscar o leite na geladeira.

Ao abrir a porta levei o maior susto.Surgiu de dentro dela um homem nu empelo, que foi me empurrando e logo fa-lando:

- Ah, obrigado, não aguentava maisficar aqui congelado todos esses anos.Ainda bem que você percebeu que esta-va na hora de me soltar para a gente con-versar.

Eu fiquei boquiaberto. Não conseguiapensar em nada. O que era aquilo? Euestava ficando louco? Era algum tipo desonho? Ou melhor, pesadelo? O que esta-va acontecendo? Um homem pelado sain-do de dentro de uma geladeira, na minha

casa? Meu coração estava batendo des-compassado, acelerado; minha respiraçãocurta e intensa.

- Calma, rapaz! - falou aquele serestranho. - Respire fundo! E feche estaporta que está ficando frio. Vamos sen-tar que já lhe explico tudo - tomou-mepela mão e me conduziu à cadeira,onde me acomodou com leves tapasnas costas. - Você não está ficandolouco, nem está tendo alucinações.Apesar de que, de certa forma, eu souuma. Mas fique tranquilo. Sou da paz,sou do bem. Mas que atrapalhado emal educado sou eu! Nem me apresen-tei. Deve ser dessas coisas de velho,como alguém já lhe falou, não é?! - eme deu uma piscadela.

Eu não tinha me recomposto. Aindame sentia como quando fui pular paraagarrar um galho em uma árvore paramostrar ao meu filho como se subia nelasó com impulso, mas o maldito quebrou eeu caí de costas e fiquei ofegando e pu-xando o ar como se estivesse me afogan-do. E era essa mesma sensação. Naquelahora, algo oprimia meu peito e eu arfavacomo um asmático.

- Nossa, você tá feio mesmo; tá pálido!- ele percebeu antes de terminar a apre-sentação. - Tome um pouco de água.

Peguei a moringa e enchi um copo comdificuldade, derrubando água porque mi-nhas mãos tremiam. Depois de uns golesvagarosos, e procurando respirar maiscompassadamente, de repente a situaçãofoi voltando ao normal e eu, num rompan-te, me exaltei e gritei, com o instinto desobrevivência e de segurança da minhamanada, aflorando:

- Quem... - me dei conta de que pode-ria acordar todo mundo e colocá-los em

Francisco Spisla - Londrina/PR.

Page 78: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

Advocef 20 Anos 77

perigo frente àquela criatura estranha,além de ser impossível explicar à minhaesposa o que eu estava fazendo àquelahora da manhã com um homem peladona cozinha. Diminuí a voz falando comcerta raiva, apertando os dentes - ...Quemvocê pensa que é para entrar assim naminha casa?

Um pouco mais calmo, pude obser-var melhor aquele ente, ou o que querque fosse. Parecia de carne e osso, nor-mal, mas havia algo de fluido, como senão fosse real. Cãs raleadas em toda acabeça, apresentava rugas acentuadasao redor dos olhos e nas faces, e a pelemostrava-se manchada em alguns pon-tos do rosto. Uma pessoa idosa. Mas ti-nha, ainda, uma jovialidade quetransparecia nos olhos e um corpo quese mostrava até bem conservado e, namedida da idade, atlético.

- Pois é, eu estava me apresentando...Meu caro eu! Eu sou seu passado no fu-turo, nu e cru! - e riu.

- O quê? Eeeeuuu? - gaguejei assus-tado. - E por que está assim, pelado? -interrompi-o procurando não falar muitoalto.

Aí baixei a guarda, e me deu um nó nacabeça. De repente percebi que realmen-te era muito parecido comigo. E quaseacreditei que fosse verdade. Eu do pas-sado no futuro? O que seria isso? Viagemno tempo? E a geladeira era a máquina detransporte?

- Olhe! Não tenho muito tempo porquelogo todos vão acordar e não sei como vocêvai lhes explicar essas minhas, suas, ver-gonhas de fora - deu um sorriso malicioso.- Não vou explicar as metáforas e parábo-las. A minha missão é simples. Estou so-mente cobrando participação de você.

- Participação? No quê?- Está vendo esta revista aí na mesa?

Pois é, eu que a fiz chegar, antes de mim,para economizar tempo - peguei-a. - Não,não abra agora! O que vou lhe dizer é muitoimportante.

- Mas eu quero entender...

- Não precisa tentar entender nada.Só vou registrar. Há o passado, e há o fu-turo. No passado, há uns vinte anos nãoestávamos naquela foto do dia quinze deagosto, naquela passeata ao lado daque-le cara nu da cintura para cima.

- Era o Bernardo - interrompi-o - umdos combatentes.

- Pois é! Queria ter sido parte mais atu-ante e concreta da história. Mas o tempoera difícil para muitos. Por isso que elestêm registro como heróis, porque acimade tudo conseguiram montar uma entida-de respeitável e forte.

- Mas e daí, o que tenho a ver comisso?

- E é aí que falo do futuro. Se ela érespeitável e forte, tem de ser longeva. E éaí que entro.

- É, entrou mesmo, mas não precisavame assustar desse jeito - ainda estavaachando aquilo tudo estranho. Apesar deestar satisfeito em ver que não ficariadecrépito, se realmente fosse eu.

- Se ela conseguiu vinte anos comaqueles heróis, então temos de despertaroutros, novos para esse mister.

- Mas que quer que eu faça? Estounuma fase da vida em que o ânimo nãocostuma visitar com frequência. E eu? Oque vou fazer sozinho?

- Você não está sozinho. Hoje, nos maisdiversos rincões desse Brasilzão, todosaqueles, pais e mães dessa Associação,estão recebendo as visitas de seus pas-sados no futuro, nus e crus como eu, ho-mens e mulheres. Para relembrar que achama daquilo que um dos presidentescerta vez falou ser a "soma de energia ededicação, de esperança, de solidarieda-de, de realizações, conquistas e revezes"deve ser avivada pela comemoração des-ses vinte anos, para que os novos heróispossam mantê-la viva e atuante, e que suavelhice seja sempre sua força.

- Tá, e daí?- Ora, meu caro. No seu, no meu caso

é fácil! É só lembrar, é só falar, é só parti-cipar, é só escrever...

Page 79: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

78 Advocef 20 Anos

Eu e a Advocef- Escrever o quê?- Você vai descobrir... - e dizendo isso

se virou e abriu a geladeira. De costaspara mim, vi a pinta acima da nádega es-querda. Era eu! Sumi para o futuro na-quela nuvem fria que sai quando a portaé aberta.

Ainda embasbacado com aquilo, ras-guei sôfrego o plástico da revista e, folhe-ando, encontrei um texto meu que não lem-

brava ter escrito, pelo menos até aquelemomento.

Minha esposa chegou sonolenta, per-guntando:

- Você estava falando com alguém?- Nnnão... - vacilei. Procurava uma des-

culpa. Resolvi ser sincero. - Falava comi-go mesmo.

- Hã!- É! Coisa de velho!

Dado o momento festivo, vinte anosda ADVOCEF, evitaremos tragé-dias, como nas óperas. Também

porque a ADVOCEF é um coletivo e, paranão cometer injustiças, vamos nos fur-tar às identificações dos valorosos as-sociados.

Saí da Cemig, onde adentrei por con-curso público de 1986, para ser admitidona CAIXA, em 09/11/89, como escriturá-rio. Era recém-formado no curso de Direi-to na Universidade Federal de Uberlândia,turma de junho de 1989, não havia tiradoa carteira da OAB, nem tinha pretensãode advogar.

No Brasil, a democracia engatinhava.A Constituição Federal de 1988 mal

completara o primeiro aniversário, era vir-gem de emendas. O presidente da Repú-blica era o vice do Tancredo, eleito de for-ma indireta pelo Colégio Eleitoral, criaçãodo regime de exceção estabelecido pelogolpe de 1964.

Para ilustrar o "Estado de Direito" deentão, vejam uma historinha da época:um jovem servia o Exército no DistritoFederal no posto de cabo e lá recebeuuma intimação para comparecer ao Palá-

A criação de um sonho coletivo

Estanislau Luciano de Oliveira - Brasília/DF.

cio do Buriti para responder a uma açãode investigação de paternidade. Pediu li-cença ao seu comandante para ir à audi-ência, mas recebeu ordens para não com-parecer ao Tribunal. A ação foi extintasem instrução e sem consequências parao militar.

Mas os ventos eram de mudança. Aesperança, que nada mais é que o futurovisto pelas lentes do desejo, brilhava emnós.

No Dissídio Coletivo de 1989, o entãoTribunal Federal de Recursos havia deter-minado à CAIXA que implantasse o Planode Cargos e Salários já aprovado pela em-presa, mas ainda sob análise dos órgãosde controle.

Esse Plano aprovado pelo Poder Judi-ciário repetia a forma de ascensão do car-go de Escriturário para os cargos profissi-onais: concurso interno, a despeito do queprevia o art. 37 da CF/88.

Vivenciávamos uma transição do Es-tado de Exceção para o Estado de Direito.Hoje ainda não temos uma democraciaplena, perfeita, mas naquele período, setínhamos de um lado o raiar de um novotempo, víamos de outro as sombras de

Page 80: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

Advocef 20 Anos 79

uma época obscura que teimava em nosacompanhar.

Meu curso de Direito refletia aquilotudo. Eram aulas expositivas, nas quaistomávamos conhecimento das normas vi-gentes. Direito Constitucional não faziaparte do currículo. Pensar era uma coisaperniciosa. Formei-me antes da entradaem vigor da Lei de Licitações e Contratose do ECA. Nem se falava em direito do con-sumidor e o Código Civil era o de 1916.

O curso não me despertou a vocaçãoadvocatícia.

Almejava ser caixa na CAIXA e não foifácil, era uma atividade valorizada e dis-putada. Realizei esse projeto em julho de1991, mas o meu relacionamento pessoalcom a administração da agência e da su-perintendência estava desgastado e oambiente profissional não me era favorá-vel, razão pela qual optei, apesar da perdasalarial que teria, por participar do certa-me interno para compor o quadro de ad-vogados da empresa, aberto em 1992.

Dediquei alguns meses ao estudo, naocasião. Minha esposa estava grávida eveio a dar à luz em 22/06/1992. À noite,após o trabalho, ela ia para a casa de mi-nha sogra para que eu estudasse.

Quando saiu a minha aprovação parao cargo, procurei o chefe do Jurídico deUberlândia, Dr. Auro, pessoa de gentilezaímpar, que me informou sobre a posse em13/10/1992, quando eu deveria apresen-tar minha carteira da OAB, aquela que nãoquis tirar em 1989, por não encontrar mi-nha vocação de advogado.

O jeito foi correr atrás. Inscrito paraa prova na OAB/MG, que seria realizadaem Uberlândia, com reconhecido graude dificuldade e baixo índice de aprova-ção dos candidatos, também fiz inscri-ção para uma prova junto à OAB/AC. Fuiaprovado pela OAB/MG, mas a solenida-de de entrega das carteiras estavaagendada para acontecer só em dezem-bro de 1992.

Um conselheiro da Ordem em Belo Ho-rizonte, egresso da CAIXA, sabendo do

meu caso por intermédio de colegas daCAIXA, se prontificou a tomar meu jura-mento e entregar a carteira a tempo daposse.

Assim comecei meu estágio probatóriode um ano em 13/10/1992.

Dos oito aprovados para o Jurídico deUberlândia, apenas sete tomaram posse.Teve um colega que desistiu para ocupara função de supervisor que lhe oferece-ram na agência. A advocacia na CAIXA nãoera uma carreira almejada.

Na recepção, o Dr. Auro falou da re-cém fundada associação de advogados esugeriu-nos a adesão.

Parênteses: havia participado da gre-ve dos economiários de 1991, julgada ile-gal pelo TST, com demissões de emprega-dos, posteriormente readmitidos.

O ato de se associar a uma entidadede classe, apesar de não mais existir re-pressão explícita, não era apenas um atode defesa de classe, era também um atopolítico de valorização de instituições ca-pazes de garantir as recentes conquistasdemocráticas. Salvo engano, todos nósnos filiamos à ADVOCEF.

Além do aspecto político implícito noato de nos associarmos, havia o custo fi-nanceiro: a receita da Associação advinhaexclusivamente da contribuição de seusassociados.

Foi assim, meio por acaso, com sonhosvagos, que acabei como advogado da CAI-XA e associado da ADVOCEF, do que mui-to me orgulho.

Não tinha um projeto para construirna Associação, até por não conhecerbem a carreira, mas tinha uma famíliapara criar, valores morais para defendere afinidade com os colegas: nós éramosuma classe, a classe dos advogados. Nãopensávamos ainda em honorários (os ho-norários da sucumbência eram da CAI-XA), mas vivíamos um sonho de criaçãocoletiva.

A ADVOCEF foi uma Associação cria-da num momento de transformação daCAIXA e da sociedade brasileira.

Page 81: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

80 Advocef 20 Anos

Eu e a AdvocefNo concurso de 1992 o quadro de ad-

vogados da CAIXA dobrou, ficando em tor-no de 700 advogados para cuidarem, ape-nas com livros, canetas e máquinas dedatilografia, sem informática, de uns 100mil processos e as demandas administra-tivas não mensuradas.

A renovação do quadro de advoga-dos permitiu o fortalecimento da Associ-ação recém-criada, com adesão massivados novatos e criação de um espaço para,a par dos projetos da empresa, discutir acarreira dos advogados na CAIXA. Nãohavia uma pauta de reivindicações dacategoria consistente, nem uma estraté-gia clara de defesa de nossos interesses,mas caminharíamos para isso.

Os advogados enfrentavam proble-mas dentro da CAIXA, não eram valoriza-dos. No início de 1992 a função de umcaixa executivo, para cujo exercício nãoera exigido curso superior, era mais bemremunerada que o cargo de advogado daempresa. Sei, porque exerci a atividade,que ser caixa é um trabalho árduo,desgastante e de extrema importânciapara a CAIXA, mas se um caixa executamal o serviço, no máximo terá uma dife-rença para apurar no fim do expediente;já um advogado que atuar com desleixoem um processo pode levar a empresa àfalência.

Ao longo dos governos Collor, Itamare Fernando Henrique foi implementada naCAIXA uma administração inspirada peloliberalismo inglês, a la Margaret Tatcher.Fato ilustrativo dessa política se deu porvolta de 1998, em uma reunião na Ma-triz, com os cerca de 15 advogados quelá atuavam. O administrador ao qual aunidade estava subordinada, um enge-nheiro - o Jurídico era vinculado a umavice-presidência -, informou que o proje-to da CAIXA não era ter um grande escri-tório de advogados, era ser um grandebanco comercial. Se tínhamos sonho defazer carreira de advogados, deveríamosprocurar outras praias.

Em vista de tal degradação da rela-ção de trabalho do advogado empregadocom a empregadora CAIXA, evidente quese justificou a fundação da Associação,ainda que não se vislumbrasse no pri-meiro momento os meios e os modos deatuação da entidade, para valorizar seuassociado.

Como dito, lançamo-nos numa emprei-tada sem mapas e sem destinos predeter-minados. Mas desenhamos nossos ma-pas no dia a dia, construímos nossos des-tinos a cada passo. Nossa caminhadatrouxe-nos até aqui.

Hoje somos uma Associação modelo,com recursos, respeitada, fruto do traba-lho de todos os seus associados e orgu-lho dos visionários que a fundaram.

Já no primeiro congresso, realizado emBrasília em 1995, com custos bancadospelos associados, conseguimos a partici-pação dos administradores da área jurídi-ca da CAIXA e o debate foi caloroso: aADVOCEF e a CAIXA se falavam frente afrente e começaram a construir uma rela-ção que só poderia ser vantajosa paraambas.

A decisão de fazermos congressositinerantes, levando os advogados a cadacanto do país, é uma demonstração acer-tada de mostrar o tamanho da Associa-ção: é nacional, é nossa missão e objetode nossa predileção enquanto exercermosa advocacia nesta instituição financeira.

Sinto-me entristecido por minha ausên-cia em alguns dos congressos realizados,quando perdi a oportunidade de crescerno contato com meus colegas, como foi ocaso do evento realizado em Florianópolis.Agora, espero participar do próximo que láirá se realizar.

A ADVOCEF não é a soma simples deassociado por associado. É muito, muitomaior. Sobreviverá à nossa transitorieda-de pela empresa ou à nossa aposentado-ria nela.

Somos advocefeanos com orgulho, sa-tisfação, por opção.

Page 82: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

Advocef 20 Anos 81

A ADVOCEF, hoje, representa o quehá de melhor na advocacia públicado país. Congrega uma casta de

advogados públicos, preocupados não sócom a sua carreira, mas, principalmente,com o mister da profissão em prol dasações governamentais voltadas para o povobrasileiro.

Os advogados da CAIXA, em 1992, emreduzido número, imbuídos dos princípi-os de integração, unidade e valorizaçãoprofissional, num arroubo de esperança,levaram avante a ideia de tornar realidadeum sonho quase impossível.

Lembro-me de, numa tarde fria e chu-vosa, quando retornei da comarca deNova Friburgo, onde fora cumprir cartaprecatória de uma das varas federais doRio de Janeiro, ter sido abordado, no Ju-rídico estadual, pelo colega Dr. Jorge Pau-lo, para assinar instrumento de mandatooutorgando ao Dr. Pardauil os poderes denos representar na assembleia de discus-são e votação de projeto do estatuto daADVOCEF.

Sonho quase impossível

Arcinélio de Azevedo Caldas - Campos dos Goytacazes/RJ.

Na reunião assemblear ocorrida naCapital Federal, vingou a ideia, prosperoua luta, realizou-se o sonho!

Nesses vinte anos de existência profí-cua e arrebatadora, prestes a completar amaioridade e receber as chaves de suamorada, a ADVOCEF traduz para todosnós, associados, a concretização da for-ça de propósitos.

Dentre as realizações, nesses 20 anosde vida intensa, além do direito ao recebi-mento dos honorários de sucumbência queforra nossa burra e alivia o bolso, parte maissensível do corpo humano, ressalto a lutapela implantação de um PCS isonômico; avalorização da carreira profissional por meiode reivindicações à empregadora como for-ma de evitar a defasagem salarial e a conse-quente perda em seu quadro profissionalde valorosos advogados; enfim, a incessan-te busca patrocinada pela ADVOCEF, de des-tacar e conscientizar o seu associado comoparte importante e imprescindível no avançoe aprimoramento da empresa pública CaixaEconômica Federal.

Como a semente foi plantada

Bernardo José Bettini Yarzon - Campo Grande/MS.

No início dos anos 90 a situaçãodos advogados da CAIXA era cala-mitosa: excesso de serviço, falta de

estrutura, poucos advogados, e o principal:salários aviltantes.

Chegamos ao ponto de nós, os advoga-dos da CAIXA, formados em curso superior,aprovados em concurso específico, com pro-

curação para defesa da CAIXA, ganharmosmenos que qualquer detentor da menor fun-ção de confiança existente no plano de car-reira da CAIXA na época. Ou seja, a funçãode Caixa Executivo, a qual não exigia nenhumpré-requisito para sua investidura e era delivre nomeação dos gerentes. A insatisfaçãoera geral.

Page 83: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

82 Advocef 20 Anos

Eu e a AdvocefEm dezembro de 1991, durante a re-

alização de um curso de atualização emDireito em São Paulo, eu, o Dr. RenatoSoares Dias e outros colegas advogadosde outros estados que lá estavam, emuma conversa informal com o professore juiz Antonio Carlos Marcato, transmiti-mos a ele nossas aflições e recebemoso conselho de criação de uma associa-ção de advogados, a qual, segundo ele,teria legitimidade e força para lutar pornossas reivindicações.

Naquela noite, após jantarmos, an-dando pela Avenida Paulista em dire-ção ao nosso hotel, fomos trocandoideias, traçando planos, estratégias, etambém estudando os cuidados quedeveríamos ter para a criação da nossaAssociação.

A partir daí a semente germinou: Dr.Renato e colegas do Jurídico do Paranáelaboraram a minuta do Estatuto da As-sociação e começamos a fazer contatocom os advogados da CAIXA espalhadospelo Brasil.

Tomamos conhecimento de dois ou-tros movimentos também para criação deuma associação de advogados da CAI-XA. Um encabeçado pelos advogados deBrasília, Dr. José Gomes Matos Filho àfrente, e outro pelo superintendente daCAIXA na cidade de Bauru/SP.

Eu e o Dr. Renato entramos em con-tato com o superintendente da CAIXA emBauru e nos pareceu que aquela seriauma associação pelega, que estava sen-do criada apenas para dividir e enfraque-

cer o movimento, pois o empregado queencabeçava o movimento nem mesmoestava lotado no Jurídico da CAIXA.

Eu e o Dr. Renato entramos, então,em contato com os colegas de Brasília epedimos que juntássemos nossas for-ças e, então, criássemos uma só asso-ciação, forte e representativa.

Fomos atendidos e, graças aos es-forços dos colegas de Brasília, conse-guimos, sem nenhum centavo em caixa,apenas com promessas de pagamentofuturo, convocar uma assembleia, reser-var hotel, comprar passagens e, no dia15 de agosto de 1992, fundar nossaquerida ADVOCEF.

Não bastasse isso, nesse mesmo dia,para coroar essa manifestação democrá-tica de representação, atravessamos arua em frente ao hotel em que se reali-zava a assembleia e participamos, todosvestidos de preto, das manifestaçõesque pediam o impeachment do ex-presi-dente Collor.

Acredito que a ADVOCEF já fez mui-to e cumpriu os objetivos para a qual foicriada no sentido de unir e representara categoria dos advogados perante a ad-ministração da CAIXA. Mas, muito aindahá para ser feito. A luta ainda deve con-tinuar para a obtenção das duas princi-pais metas e necessidades dos advoga-dos da CAIXA: aumento do quadro dosadvogados, visando evitar o excesso bru-tal de serviço hoje existente, e a equipa-ração do salário ao dos procuradoresfederais da AGU.

Page 84: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

Advocef 20 Anos 83

Determinados segmentos do quadrode pessoal de uma empresa dotamanho da Caixa Econômica Fe-

deral, por suas próprias características,nem sempre se sentem representadospelas entidades de classe convencionaisque congregam seus empregados.

No caso dos profissionais (advoga-dos, engenheiros, etc.) que prestam ser-viços à CAIXA, além de suas caracterís-ticas próprias, enfrentavam, e ainda en-frentam, um problema mais grave, noque diz respeito à sua representaçãojunto à própria empresa ou, até mesmo,nas relações institucionais com seusórgãos de classe e com os setores comos quais devem interagir.

À época em que se pensou na cria-ção de uma entidade que representas-se os advogados da CAIXA, saltava aosolhos as dificuldades enfrentadas poresses profissionais no encaminhamen-to de suas reivindicações. Para se teruma ideia, basta lembrar que nos idosde 1992 a empresa contava com maisde 60.000 empregados, dos quais ape-nas aproximadamente 500 eram advo-gados. Era uma gota d'água num ocea-no. Por sua pouca representatividade,não despertavam qualquer interesse dasentidades representativas dos emprega-dos quanto às suas necessidades.

Ora, num universo dessa magnitu-de, não existia espaço para o encami-nhamento dos assuntos de interesse daclasse dos advogados em todas as es-feras. Ressentiam-se esses profissionaisda ausência de um canal de comunica-ção que viabilizasse fosse ouvida suavoz, mesmo que desempenhassem pa-pel relevante e indispensável na estru-

tura da empresa, particularmente, noque diz respeito à defesa dos interes-ses da instituição e, no âmbito interno,na orientação à administração, seja emi-tindo pareceres técnicos, seja elaboran-do os instrumentos contratuais dentroda melhor concepção jurídica.

Como no passado já tinha, na condi-ção de dirigente da Associação do Pes-soal da CAIXA no Paraná, enfrentado pro-blema semelhante, ausência de um ca-nal capaz de possibilitar o diálogo com aempresa quando de sua unificação, pre-ocupava-me o assunto.

Lembre-se que o diálogo com a em-presa unificada, nos idos de 1970, eraquase impossível por falta de um canalpróprio, já que a sindicalização dos em-pregados era vedada e, por uma lei de1950, eles somente poderiam se filiar aassociações de classe sem força parauma representação efetiva. Com a unifi-cação tornou-se, senão impossível, mui-to difícil o diálogo da nova empresa commais de vinte entidades representativasdos empregados nos estados. Esse fatolevou à criação da Fenae, em maio de1971, em Curitiba, evento do qual tive ahonra de participar ativamente, desde aprimeira iniciativa para sua realização.

Voltando à ADVOCEF, acho que a si-tuação era semelhante, e naquela épo-ca cheguei a discutir com alguns cole-gas essa dificuldade enfrentada pelosadvogados, lembrando o que ocorreracom os próprios economiários após aunificação das antigas Caixas Econômi-cas Federais e a experiência exitosa coma criação da Fenae.

Minha participação na criação de nos-sa Associação resumiu-se mais ao apoio

A ADVOCEF nasceu de uma necessidade

Antônio Dilson Pereira - Curitiba/PR.

Page 85: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

84 Advocef 20 Anos

Eu e a Advocefe ao estímulo aos colegas do Jurídico doParaná, já que exercia a chefia da uni-dade, particularmente, ao Dr. Renato So-ares Dias, com o qual cheguei a discutiralguns aspectos do estatuto da entida-de.

Por pequena que tenha sido minhaintervenção, com a licença dos colegas,reputo-a de grande significado pessoal porme sentir parte do grupo de pioneiros queteve a coragem e soube criar uma enti-dade que vem desempenhando a conten-to os seus sonhos e obtendo êxito em

suas iniciativas, na defesa dos interes-ses dos advogados da CAIXA.

Sem o menor medo de errar, afirmo quea ADVOCEF nasceu de uma necessidadedos advogados da CAIXA de criarem umcanal onde pudessem ser ouvidos, poronde pudessem encaminhar suas reivin-dicações e fosse permitida a defesa de seusdireitos e interesses. Parabéns a todosaqueles que contribuíram para o sucessodessa conceituada Associação e soube-ram, nesses 20 anos, elevá-la ao statusmerecido em que hoje se insere.

A ADVOCEF emancipou-se antes deatingir a "maioridade"! Antes mes-mo dos 18 anos ela já apresen-

tara sinais claros de amadurecimentoque a conduziram a um processo de ine-gável consolidação da sua importânciapara a categoria e autonomia em rela-ção à nossa empregadora.

Hoje, aos 20 anos, demonstra um ama-durecimento mais rápido e relevante atémesmo do que o próprio amadurecimentodas instituições democráticas de nossopaís no mesmo período.

Ela surgiu no momento em que a po-pulação brasileira saiu às ruas para de-monstrar seu inconformismo com acorrupção e com a desvirtuação das insti-tuições democráticas. Sua gestação ocor-reu de forma simultânea ao impeachmentdo Collor.

Naquele momento, alguns colegas vi-sionários, abnegados e corajosos não sópintaram também a cara com as tintas dacidadania, como vestiram a camisa da va-lorização da advocacia interna da CAIXA e

Como vejo a ADVOCEF

Marcos Vinícius de Andrade Ayres - Belo Horizonte/MG.

se organizaram de forma pacífica, maseloquente, em sua busca da justiça e doaperfeiçoamento da qualidade do traba-lho jurídico dentro da empresa. Foram aBrasília para dar o pontapé inicial no movi-mento reivindicatório que culminou com amelhoria substancial das condições detrabalho dos advogados da CAIXA: de umasó vez, obteve-se àquela época a autoriza-ção para a contratação de duas centenasde novos advogados, além da criação dafunção de assistente técnico, que atraiupara o cargo de advogado uma gratifica-ção correlata, acrescida ao prevalente atéentão, reenquadramento do economiáriono nível 80 (de 95 então previstos no pla-no de carreira).

Justamente naquela época eu ingres-sei no quadro. Lembro-me o tanto que agratificação da função de Assistente Téc-nico mudou minha qualidade de vida! Paraos advogados que já trabalhavam na CAI-XA antes dessa grande vitória, o aumentodo quadro deve ter sido tão relevantequanto a criação da função.

Page 86: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

Advocef 20 Anos 85

Esse primeiro e grande passo foi fun-damental para o novo salto alcançado em1995, quando a categoria se reuniu no-vamente para discutir a implementaçãodas prerrogativas asseguradas à classepela recém editada lei 8.906/94 - o Es-tatuto da Advocacia.

O congresso foi realizado em Brasília,menos de um ano depois da promulga-ção da referida Lei, e novamente naque-la oportunidade, os advogados da CAI-XA deram outro exemplo de cidadania aofazer valer seus direitos e deliberar so-bre a sua prerrogativa de percepção dehonorários advocatícios a que a empre-gadora fizesse jus nas ações judiciaisem que fosse representada pelos seusempregados advogados.

Naquele momento, a categoria deba-teu de forma árdua e bastante proveito-sa e regulamentou os honoráriosadvocatícios como um direito de todosos integrantes do quadro, e não só da-quele que atuasse no processo. No re-gulamento ficou também definido o con-ceito de honorários de sucumbência,prevalecendo a noção observada atéhoje, de que na realização de acordostambém devem incidir os honoráriossucumbenciais.

Pela representatividade do movimen-to e pela qualidade técnica do trabalhorealizado naquele congresso, seus fru-tos permanecem latentes até hoje, eisque, algum tempo depois, esse regula-mento foi acatado pela empresa e trans-formado em norma interna.

No ano seguinte (1996) houve novavitória, também muito significativa: a re-alização de acordo trabalhista com a nos-sa empresa, pelo qual houve indeniza-ção do passivo trabalhista que teria sidooriginado do período em que os advoga-dos trabalharam no regime de seis ho-ras, durante a vigência da Lei 8.906, quedefinia a nossa jornada especial de qua-tro horas diárias.

Lembro-me que naquela época eu mecasei, e os recursos provenientes doacordo me deram a oportunidade demobiliar totalmente a minha nova casa,desfrutar de uma lua de mel maravilho-sa, ajudar na realização de uma festade sonhos e ainda guardar uma reservapara necessidades futuras.

Após isso, os congressos passarama ser periódicos, e a força da Associa-ção foi sendo consolidada ainda mais.

No início do novo milênio ocorreu ou-tro congresso de suma importância: o re-alizado em Florianópolis, por meio do quala categoria traçou estratégias que resul-taram na mudança de foco da empresaquanto ao acompanhamento das ativida-des jurídicas. A equivocada pretensão deterceirização massiva do contencioso ju-rídico foi alterada para a contratação denovos advogados, que ingressaram nomomento em que as condições de traba-lho da área jurídica estavam seriamentecomprometidas pelo achatamento do qua-dro e pelo grande e crescente númerode ações envolvendo a CAIXA em todasas esferas do Judiciário.

Sem querer esgotar os relevantespassos posteriores, opto por avançaresse panorama histórico para o ano de2011, no qual vejo a ocorrência do fatopreponderante que atesta a maturidadeda nossa Associação: a mobilização dacategoria e de seus influentes quadros,em apoio à candidatura de nosso ex-di-retor Antonio Carlos Ferreira, que culmi-nou com a sua nomeação para ocupar avaga de ministro do STJ, pelo QuintoConstitucional.

Por tudo isso, e por outras diversasrazões não elencadas, dada a impossi-bilidade de se fazer um relato exaustivo,vejo hoje a ADVOCEF como uma Associ-ação que tem o vigor e a disposição dojovem, a força de uma categoria unida ea importância de uma entidade experi-ente!

Page 87: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

86 Advocef 20 Anos

Eu e a Advocef

Se a ADVOCEF, em sua gênese, tevecomo objetivo causas específicas,tais como honorários, melhorias sa-

lariais, etc., hoje podemos ver que ela am-pliou muito seus horizontes. Na verdadeesses vinte anos tornaram a Associaçãouma verdadeira formadora de talentos.

A realização de cada congresso, porexemplo, tem desenvolvido grande ca-pacidade de organização dos colegasenvolvidos. Tanto, que a cada ano oseventos se qualificam, já constandocomo importante ponto do calendáriojurídico nacional.

No âmbito da formação parlamentar,a tomada de decisões no âmbito daADVOCEF é um grande laboratório derealização da democracia. Nunca me es-queço de um congresso no qual o cole-ga que presidia a mesa colocou umtema em votação, perguntando quemvotava "contra a proposta que rejeita anegativa de aceitação da proposta ori-ginal". Ninguém entendeu nada, e, de-pois da terceira tentativa, o colega con-seguiu formular um encaminhamentosimples e objetivo. Esse pequeno desli-ze foi decisivo para que ele encontras-se o rumo certo, conduzindo as demaisvotações com maestria.

No que toca à articulação política, aAssociação promoveu vários encontros

com deputados e senadores, fazendoa advocacia da CAIXA conhecida e res-peitada no Congresso Nacional. Mais doque isso, a ADVOCEF tem sido impor-tante agente de integração das carrei-ras da advocacia pública, ao lado de as-sociações de outras estatais e das car-reiras da AGU.

Por último - e não menos importan-te - , a ADVOCEF tem sido grandefomentadora da produção textual, tan-to jurídica como estritamente literária.A Revista de Direito da ADVOCEF, nes-se sentido, tem sido importante veículode publicação e discussão de teses,mesmo aquelas que sejam desfavorá-veis à própria CAIXA, o que ressalta asua independência e seriedade cientí-fica. No campo literário, posso dizer quesem o apoio e o espaço do nosso Bole-tim eu não teria sequer me arriscado aescrever crônicas e outros textos. Alémdisso, é sempre inspirador ler os textosdos colegas Spisla, Jayme, Chagas eArcinélio - só para citar alguns.

Enfim, o fato é que, mais importan-tes que os resultados alcançados pelaADVOCEF, as vivências e amizades quefizemos ao longo da caminhada são oque realmente ficam. E essas não fal-taram nesses belos vinte anos da nos-sa Associação. Parabéns!

ADVOCEF: formadora de talentos

Éder Maurício Pezzi López - Rio Grande/RS.

Page 88: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

Advocef 20 Anos 87

Tantos advogados se foram, tantosoutros se aposentaram, mas seradvogado da CAIXA é sempre um

desafio. Por outro lado, é a oportunidadede a cada dia se superar diante do gran-de número de processos e da versatili-dade que deve estar presente, semprecom a conhecida competência do qua-dro da empresa.

Antes de ser advogado da CAIXA, fuiescriturário, admitido lá nos idos de 1989.Lembro-me ainda da máquina elétrica emque trabalhava, dando apoio jurídico aadvogado e da já alta carga de serviçosdaqueles profissionais. Aliás, a comunica-ção com agências do interior era feitamediante telex ou CI (Comunicação Inter-na), enviada por malote.

O quadro era pequeno, e em algunsmomentos, decorrentes de licenças mé-dicas e afastamentos, não raras vezes osadvogados ficavam resumidos a três e atédois profissionais.

O dia em que chegou o primeiro com-putador na nossa unidade foi como che-gar uma coisa estranha, que ficava trancadaem uma sala, onde apenas um escriturá-rio, que tinha noções de informática, en-trava lá para mexer. Todos ficavam curio-sos com aquela máquina que, diziam, iarevolucionar o nosso trabalho.

E aos poucos foram sendo instaladose nós começamos a trabalhar no progra-ma Carta Certa. Alguém se lembra? Omonitor preto, os caracteres verdes, masfuncionava plenamente como uma máqui-na de escrever, que finalmente havia sidosubstituída. Para enviar mensagem, utili-závamos os caixa-memos, tambéminformatizados.

Depois chegou o Windows e realmen-te agilizou bastante a confecção de peças

processuais. Isso em torno de 1992, jus-tamente quando era instaurada a Associ-ação dos Advogados da CAIXA, entidadeque veio atender aos anseios de um qua-dro que já se destacava na empresa, masque, por meio de sua entidade represen-tativa, teria mais condições de realizar seusprojetos.

Naquele longínquo ano, estávamosem um contexto político fervoroso e umaeconomia prestes a ter radicais mudan-ças. Era época do impeachment deFernando Collor. Depois viria o Plano Real,em 1994. A inflação foi reduzida, as apli-cações financeiras perderam aquelacompetitividade de antes, mas nada dis-so influenciou o desempenho da CAIXAcomo banco social.

Àquela época novos advogados foramadmitidos, que não supriram verdadeira-mente as necessidades de serviços. De-pois se buscou a ferramenta daterceirização e o uso de destacamentos.O quadro de advogados foi ficando outravez reduzido, colegas aderindo ao PADV,se aposentando, saindo para assumirmediante concurso outros cargos quepagavam melhor. A grande perda de cére-bros e causídicos qualificados, que iamem busca de uma melhor remuneração,mas que, no fundo, tinham uma imensavontade de permanecer na CAIXA.

E quase dez anos depois foi anuncia-do o concurso para advogado da CAIXA,quando ingressaram cerca de quinhen-tos novos colegas como advogado júnior,depois pleno e sênior.

Então ocorreu um fato curioso. Eu queera escriturário e havia feito o concurso,fui chamado para admissão. Tive que pe-dir rescisão contratual, firmar um novocontrato de trabalho e saí sexta-feira como

Uma história de mudanças, planos e sonhos

Floriano Benevides de Magalhães Neto - Fortaleza/CE.

Page 89: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

88 Advocef 20 Anos

Eu e a Advocefescriturário e cheguei ao mesmo local detrabalho na segunda-feira de paletó e gra-vata como advogado. Metamorfose de fim-de-semana...

Mas, sem dúvida, durante o estágiosupervisionado percebi toda a capacida-de e a experiência dos advogados destaempresa, com os quais aprendi e conti-nuo aprendendo bastante a cada dia,pois, sem dúvida, é um dos mais valoro-sos quadros de operadores de Direito dopaís.

Depois, em 2007, a carreira foiunificada, criando-se referências, que fo-ram novamente alteradas em 2009, apósa primeira greve dos advogados da histó-ria da CAIXA, que durou cerca decinquenta dias. A greve foi um momentohistórico da ADVOCEF, que bateu o recor-de de tempo, que mostrou força, união,equilíbrio e capacidade de negociação coma empresa.

Às vezes digo que sou advogado daCAIXA vinte e quatro horas por dia, sába-dos, domingos e feriados, porque quasesempre alguém me aborda para fazer umapergunta sobre questões e produtos daCAIXA, seja como adquirir um financiamen-to imobiliário, abrir uma poupança, quitaruma dívida. Várias e várias vezes me per-guntam nos locais mais imprevisíveis:

- Qual o valor mínimo para abrir umapoupança?

- Como faço para fazer um financia-mento habitacional?

Certo dia estava num avião retornandoa Fortaleza de um congresso da ADVOCEFcom alguns colegas. Um passageiro escu-tou que éramos da CAIXA e começou ame contar que tinha um financiamentoimobiliário, que estava interessado emverificar se tinha proposta de quitação ecoisas afins. Informei-lhe que poderia meprocurar que eu o encaminharia à áreaoperacional para verificação.

E não foi que dias depois o dito mutu-ário entrou na minha sala para tentar fa-zer um acordo? Depois ele retornou meinformando que, graças a mim, havia qui-

tado o seu contrato habitacional. Missãocumprida!

Outras vezes, pessoas com ação naJustiça nos procuram e após finalizar arenegociação da dívida voltam ou telefo-nam nos agradecendo a atenção e porterem resolvido grandes problemas finan-ceiros.

Acho que essa é a mística de ser ad-vogado da CAIXA. Nós somos também ad-vogados de uma população que utiliza osprodutos da CAIXA e termina por nos en-volver nessa questão social.

Quando se assume o cargo de advo-gado da CAIXA, percebe-se de logo quenão estamos apenas ingressando na áreade Direito de uma empresa. É algo muitomaior e mais abrangente. Nós nos torna-mos responsáveis por grande parte de re-cursos públicos que são investidos emhabitação, saneamento, mobilidade urba-na, meio-ambiente e também na parte co-mercial.

Recordo-me na área de Consultoriaexaminando certidões imobiliárias, ativi-dade que, além de dar segurança nacontratação da CAIXA, ainda assegura aoadquirente um imóvel isento de ônus etotalmente regular. Somos nós trabalhan-do também em prol da população quebusca a sua moradia própria.

E agora mais ainda, com o programaMinha Casa Minha Vida, onde esta em-presa pública é a grande responsável porreduzir o déficit habitacional brasileiro, tor-nando-se quase um sinônimo de moradiapara o povo.

A Associação dos Advogados nessesvinte anos de existência vem conquistan-do avanços para a nossa carreira. E es-sas conquistas são fruto de negociações,de discussões entre os advogados e a em-presa. O nosso relacionamento com o Po-der Judiciário é muito bom, também é coma Ordem dos Advogados do Brasil, temosvários colegas conselheiros e presidentesde comissão por este país afora.

Nós já temos colegas que assumiramcargos de Desembargador Federal,

Page 90: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

Advocef 20 Anos 89

Desembargador Federal do Trabalho eMinistro do Superior Tribunal de Justi-ça. São conquistas que mostram a im-portância e a valoração do nosso qua-dro.

Nós atuamos em áreas como Habita-ção, FGTS, FIES, vários programas soci-ais como Bolsa Família, PAC, Minha CasaMinha Vida, Mobilidade Urbana, Políticasde Meio-Ambiente e Sustentabilidade, re-passe de valores do governo federal paraestados e municípios. E a CAIXA é tidacomo modelo de ética e competência emsuas atividades.

O advogado da CAIXA, embora nãotenha o salário das carreiras jurídicasmais abastadas, é um profissional dedestaque na sociedade, pelo seu amplopapel, que supera as paredes da própriaempresa. Nós somos, verdadeiramente,advogados públicos, porque atuamos nointeresse da comunidade, que usufruidos inúmeros serviços oferecidos poresta empresa.

Passaram-se vinte anos, o mundomudou, o computador chegou à CAI-XA, o parque tecnológico da empresaé, sem dúvida, um dos melhores dosistema bancário nacional - até mes-mo pelo número de clientes, de servi-ços e de contas a administrar, a redede atendimento cresceu e foramdisponibil izados outros meios, taiscomo máquinas de autoatendimentoe internet banking.

Nesses vinte anos a ADVOCEF tam-bém evoluiu, dinamizou-se e se mostrahoje como uma entidade forte no meiojurídico, até pelos interesses que repre-senta, não só os interesses pessoais dos

advogados do quadro, mas pela ativida-de pública que este grupo de advogadorealiza para a sociedade.

Assim, damos os parabéns à nossaAssociação, aos seus fundadores, que,sabemos, foram vinte anos de muito tra-balho para torná-la o que é hoje. Nós,como seus associados e advogados daCAIXA, temos a imensa responsabilida-de de levar essa Associação adiante,com a nossa participação, porque aADVOCEF é uma entidade de cada umde nós, e assim deve prosseguir.

A CAIXA promoveu um concurso"Como será a CAIXA daqui a cento ecinquenta anos". Não podemos imaginara mudança ou como será a condição devida lá nos anos 2160. Mas como será aADVOCEF daqui a vinte anos, em 2032,é algo que nós podemos construir a par-tir de hoje, a cada dia, até mesmo por-que daqui a vinte anos muitos de nos-sos colegas advogados ainda estarão naempresa.

Assim, desejamos para nós uma en-tidade cada vez mais forte e atuante, por-que os beneficiados seremos semprenós. O futuro está sendo realizado a cadamomento, a partir de nossas decisões,atitudes e objetivos no presente. E tam-bém a partir de nossos planos e nossossonhos.

Ademais, como dizia Walt Disney, nóspodemos sonhar, criar, desenhar e cons-truir o lugar mais maravilhoso do mun-do, mas é necessário ter pessoas paratransformar o sonho em realidade. Eessas pessoas são cada um de nós,associados; sonhos, mas realidade quepodemos ter, depende de nós...

Page 91: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

90 Advocef 20 Anos

Eu e a Advocef

Naquela época, a sobrevivência doJurídico da CAIXA estava gran-demente ameaçada; na verdade,

tal ameaça recaía sobre a própria CAI-XA: a empresa estava bastante fragilizadapelo mau uso político que lhe fora dadonos anos anteriores, e que resultou,após o impeachment, nas denúncias desuperfaturamento em obras de habita-ção e saneamento, com a consequenteabertura de inúmeros inquéritos polici-ais e processos judiciais.

Tal situação, logicamente, tangen-ciava a atividade jurídica; alguns de nóstínhamos vivido sofridamente o períododas concessões irregulares, sentindo oamargo do desprestígio da área jurídi-ca, que então não era ouvida por razõesóbvias, de tal forma que alguns gestoresque queriam afastar a "indesejável" pre-sença de advogados (que lhes impedi-am os negócios pouco transparentes) jáfalavam abertamente em acabar com oJurídico da CAIXA, e esta animosidadefoi num crescendo que até mesmo emevento oficial da empresa chegou-se ainsultar a categoria dos advogados comadjetivos de baixo calão.

Portanto, quero crer que as minhaspreocupações profissionais não fossemmuito diferentes das dos demais cole-gas: todos nos preocupávamos com aCAIXA e com o Jurídico.

Já a grande preocupação pessoal eracom o destino do país, que passava porum momento ímpar, de forte crise, e nãose sabia como tudo isso impactaria o nos-so futuro e de nossos filhos.

1992 foi um ano bastante intenso naagenda nacional; acredito que a criação daADVOCEF, naquele momento, de uma cer-ta forma era o reflexo do momento político,da recente democratização e nova Consti-tuição Federal; claro que estes são temasmuito sensíveis e muito sentidos para osprofissionais do Direito; quando estes pro-fissionais trabalham na CAIXA, uma empre-sa do governo e fortemente vincada pelaatuação social, tudo isso se magnifica.

No rastro do desprestígio profissional(que cito acima) surgiu a questão salari-al (também motivada, em parte, pela "caçaaos marajás" desencadeada pelo presi-dente da República da época, que for-çou um arrocho nos salários da funçãopública). Vítima de ambas as circunstân-cias, o salário dos advogados tornou-seainda menor. De tal forma que, no con-curso daquele ano, eram muitos os apro-vados que apesar de terem apenas doisou três anos de CAIXA e uma pequenafunção (de caixa executivo, por exemplo)já não queriam assumir porque teriam umdecréscimo salarial! Também entre osadvogados mais antigos, mesmo os queestavam no teto da carreira (referência95, na época) ganhavam menos do queo supervisor da secretaria.

Como não poderia deixar de ser, tudoisso foi gerando nos advogados da CAI-XA um grande desejo de dar uma res-posta, de se firmar, ter voz e se fazerouvir pela empresa, o que resultou naconcretização da antiga ideia de organi-zação da categoria, que certamente for-taleceu o desejo de criação da ADVOCEF.

A vitória dos advogados

Isabel de Fátima Ferreira Gomes - Brasília/DF.

Page 92: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

Advocef 20 Anos 91

E lá estava eu: advogado recém-for-mado, arrimo de família, com mulhere filha, cheio de dívidas e dúvidas.

No currículo, a esperança de ser convo-cado para o concurso de Advogado daCAIXA, em que, quando ainda estudante,tive o privilégio de me ver entre os classifi-cados.

Já meio impaciente, meio desesperan-çado com a convocação que não vinha,me consumia na rotina diária da ativida-de de produtor cultural em uma universi-dade.

Num final de ano como todos os finaisde ano, sem dinheiro para bons presen-tes ou para ceias fartas, recebi mais umadas costumeiras ligações de minha espo-sa em meu trabalho. Enfim, havia chega-do o tão esperado telegrama.

Num primeiro momento não acreditei.Achei que era trote. "Mulher, não se brin-ca dessa maneira com os sonhos de umapessoa", adverti, austero, minha consorte.

Logo vi, ou melhor, percebi - já que otelefone utilizado não era dotado da mo-derna tecnologia da videoconferência -que, pelo tom de voz e pela euforia de-monstrada, minha digníssima dizia a ver-dade. Enfim, passaria a compor o quadrode advogados da Caixa Econômica Fede-ral, uma das maiores instituições públicasdo Brasil de todos os tempos!

E agora, José?! Será que daria tudocerto?! Será que conseguiria vencer o es-tágio probatório?! Será?!

No primeiro dia de trabalho, todos osserás foram, como nuvens, dissipados. Fuirecebido como um igual pelos demais co-legas, como se ali sempre fosse o meulugar.

Nunca me senti um estranho no ni-nho, embora o ninho não fosse tão con-

fortável quanto pensava. Milhares de açõese prazos e publicações e diligências admi-nistrativas pipocavam no meu colo, semsaber exatamente como nem o que fazer.Mas, do meu lado, estava sempre um co-lega para, entre sorrisos compreensivos enada críticos, dissipar as dúvidas docausídico de primeira viagem.

Já no primeiro dia de trabalho recebia visita de uma comitiva de três colegasme convidando à vida associativa. Fala-vam de uma tal de ADVOCEF, uma asso-ciação que era responsável por ratear oshonorários advindos das atividades jurí-dicas na CAIXA.

Perguntei-me, de cara: porque meassociar a uma entidade que congregaadvogados da CAIXA, já sendo advoga-do da CAIXA? Por acaso, para ter direi-to aos honorários deveria associar-mea tal entidade? Então, pra que me as-sociar? Por acaso tratar-se-ia de umaconfraria, uma congregação, uma ir-mandade? Por via das dúvidas e consi-derando que quase cem por cento doscolegas eram associados, aderi ao ór-gão associativo, mais como uma formade entrosamento do que propriamentepor convicção pessoal.

Confesso aos colegas que não me ar-rependi durante nenhum segundo sequerdo passo associativo dado. Mesmo quan-do insatisfeito com os rumos de nossospleitos, mesmo quando puto com os pro-blemas sem solução, as discussões inú-teis e estéreis, as deficiências de comuni-cação, não consigo me ver, enquanto ad-vogado da CAIXA, sem a proteção e o diá-logo entre iguais só proporcionado peloórgão associativo.

A ADVOCEF, esta entidade estranha cri-ada para ratear honorários e que, por man-

Eu e a ADVOCEF

Jairdes Carvalho Garcia - Ipatinga/MG.

Page 93: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

92 Advocef 20 Anos

Eu e a Advocefdato espontâneo dos associados, é alça-da à posição de representante dos nos-sos pleitos trabalhistas, de divulgadora denossas teses e elucubrações, de defen-sora dos associados em órgãos jurídicose não jurídicos, é, hoje, indispensável paraos advogados da CAIXA.

Nos meus meros seis anos de CAIXA,já fiz greve, já recebi honorários superio-res ao meu salário, já defendi a nomea-ção de um colega como ministro de Tri-bunal Superior, já tive aumentos subs-tanciais no salário, já publiquei trabalhose escritos que sequer pensava em publi-car, tudo por conta da existência daADVOCEF.

Não sei como era a CAIXA para os ad-vogados há dez, vinte, trinta anos atrás -embora o livro "Advocacia na Caixa Econô-mica Federal", publicado pela ADVOCEF, erelatos de alguns colegas encontrados em

congressos da ADVOCEF nos deem algu-mas pistas -, só sei que ser advogado daCAIXA hoje é ser associado da ADVOCEF.

Podemos discordar dos diretoresem determinados momentos, podemosaté não querer participar ativamentedas atividades associativas, mas nãopodemos - e não devemos - abrir mãoda representatividade de uma entida-de forte, reconhecida e tão presentena vida dos advogados da CAIXA comoa ADVOCEF.

Durante cento e trinta e um anos aCAIXA não contou com uma entidade re-presentativa dos advogados. Entretanto,durante os próximos 151 anos, com cer-teza, a ADVOCEF estará presente e atuan-te a favor dos seus advogados. Só depen-de de nós!

Parabéns, ADVOCEF! Parabéns, advo-gados da CAIXA!

Boas lembranças a preservar

Lembro com saudade dos congressosalegres e festivos da nossa Associa-ção. O objetivo principal era discutir

os problemas da categoria, mas o congra-çamento era inevitável e, naqueles tem-pos, o ponto forte dos nossos encontros.

No primeiro dia do congresso, advo-gados de todos os cantos do país conver-giam para o local do evento e a alegria co-meçava no voo, no aeroporto, na condu-ção ou onde quer que nos encontrásse-mos.

Não lembro se fui ao primeiro congres-so da ADVOCEF, mas com certeza não es-queço o segundo, em Curitiba; o de Goiás;o de Belém; o de Vitória; o do Rio; o deNatal; o de BH; o de Maragogi; o de Reci-fe, capitaneado pelo amigo e nosso atual

presidente Carlos Castro, quando tivemosa honra de receber os colegas em nossacidade e mostrar a todos por que ama-mos tanto Recife e Olinda e por que quemsai de Recife volta rapidinho e morrendode banzo.

Lembro com saudade de todos os con-gressos de que tive o prazer de partici-par...

No congresso fazíamos novas amiza-des e consolidávamos as antigas, conhe-cíamos outras realidades, abríamos nos-sos horizontes e expandíamos nossas vi-sões da CAIXA e do Jurídico, entrávamosem contato com outras culturas, nos apro-ximávamos de políticos, doutrinadores ejuristas. Crescíamos como gente e comoprofissionais.

Maria dos Prazeres de Oliveira - Recife/PE.

Page 94: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

Advocef 20 Anos 93

Todos os congressos foram muito bonse cada um tinha sua particularidade, mas oponto em comum eram as discussões acir-radas sobre os temas mais variados. Eramuita discussão e muitos pontos de vistadiferentes, como sempre acontece quandoo debate envolve mais de um advogado.

Consenso, naquela época, já era qua-se impossível e conciliar interesses e opi-niões tarefa árdua, mas o objetivo era omesmo, estávamos do mesmo lado, nomesmo barco.

Com a ADVOCEF aprendemos a brigarcom dignidade. Lutamos juntos por horasextras, honorários, melhores condições detrabalho, reconhecimento, etc., mas erasempre um por todos e todos por um.

Todos os nossos presidentes foramheroicos na condução da ADVOCEF.Induvidosamente não é fácil conduzir

uma associação de profissionais tão be-ligerantes e impulsivos. A todos dedicoo meu respeito, carinho e admiração.Guardo na memória gratas lembrançasda incrível paciência de Davi; da sutile-za de Darli; da gentileza de Altair; dasimpatia juvenil de Miguel; da firmeza eelegância de Alberto; e por fim, admiroa habilidade para congregar tudo e to-dos do meu amigo Carlos Castro.

Há algum tempo não vou mais aosencontros da ADVOCEF. Continuo fiel àAssociação, à sua missão e aos seusprincípios. Gostaria de voltar a participarda Associação e dos congressos, mas,a julgar pelo que leio no Fórum, temo nãoencontrar mais os amigos que lá fiz. Pre-firo ficar com as boas lembranças e dei-xar aos outros a oportunidade de des-cobrir e aprender o que aprendi.

Caminhando sempre juntos

Quando me tornei advogado daCAIXA, em outubro de 1992, aADVOCEF estava na fase de con-

solidação da sua criação e pude associar-me como sócio fundador, inclusive contri-buindo para os custeios necessários. Na-quela época, as principais preocupaçõeseram com a remuneração e as condiçõesde trabalho (não mudou muito).

Apesar de ter acabado de ser criada afunção de confiança de Assistente Técni-co I para todos os advogados, a remune-ração continuava pouco atrativa, equiva-lente às menores funções de chefia naárea administrativa. Recordo-me que mi-nha primeira remuneração como advoga-do foi inferior àquela que eu recebiacomo coordenador na Central de Com-pensação.

Em relação às condições de trabalho,apesar de, à época, o volume de trabalhonão ser excessivo, a falta de recursostecnológicos era um grande dificultador.Tínhamos que peticionar com máquinasde escrever comuns (sequer eram ele-trônicas). Como a CAIXA não os fornecia,os dois primeiros computadores e im-pressora que utilizei no trabalho para aCAIXA foram adquiridos com meus pró-prios recursos. Mas, essas dificuldadeseram vencidas pelo companheirismo e obom ambiente que havia à época.

A ADVOCEF é, sem dúvida, um gran-de exemplo que está sendo seguido pelosadvogados de outras instituições públicas.Graças ao trabalho de todos aqueles (as-sociados, dirigentes e colaboradores) que,ao longo desses 20 anos, se dedicaram

Renato Luiz Harmi Hino - Curitiba/PR.

Page 95: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

94 Advocef 20 Anos

Eu e a Advocefem sua defesa, trata-se de uma Associa-ção bem estruturada financeiramente,consolidada e forte institucionalmente, res-peitada e reconhecida como a legítima re-presentante dos advogados da CAIXA.

É admirável a capacidade de organi-zação e conciliação de interesses de nos-sos associados. Foram várias as tentati-vas, muitas vezes de forma velada, dequebrar a nossa união, sob o argumentode existência de colegas em diferentes si-tuações funcionais (jornada de trabalho,benefícios, tempo de serviço, etc.).

Há não muito tempo, tínhamos a preo-cupação de evitar conflitos internos entreos advogados "novos" e "antigos", os quaispareciam iminentes. Mas o senso coletivodos advogados da CAIXA sempre faloumais alto, e podemos dizer que supera-mos essa fase.

Muito ainda temos por conquistar,como categoria, mas temos a certeza deque sempre caminharemos juntos, unidose fortes, capitaneados pela nossaADVOCEF.

Vivíamos um período politicamenteconturbado e uma época de incer-tezas dentro da nossa própria em-

presa, quando surgiu a ADVOCEF.Num dos poucos cursos de aprimora-

mento jurídico patrocinados pela CAIXA nadécada de noventa, quando o professorMarcato, que nos ministrou aulas de Pro-cesso Civil, ainda era juiz do Tribunal deAlçada de São Paulo, surgiu, com o incen-tivo dele, a ideia da criação de uma Associ-ação Nacional dos Advogados da CAIXA,nascida sobretudo da empolgação de al-guns excelentes profissionais colegas nos-sos, dentre os quais destaco, especialmen-te, o Dr. Renato Soares Dias, que se preo-cupavam não só com os problemas e odestino da nossa carreira jurídica, mas tam-bém com os rumos da nossa empresa.

Surgiam de forma concomitante, emtodo o país, movimentos de gestores queatuavam nas agências da CAIXA e queculminaram com a criação de diversasAgecefs regionais, todos tendo em co-mum o que eu chamaria de "sentimento

Sentimento de preservação

Ricardo Siqueira - Recife/PE.

de preservação", não no seu aspecto pu-ramente egoístico e sim como instrumentode proteção do bem maior que, naquelemomento, éramos, claro, nós mesmos,desprestigiados pela administração, etambém a própria empresa, que tanto nosfazia sentir orgulho de trabalhar, e que jáestava sendo ameaçada, inclusive deprivatização.

A ADVOCEF surgiu então para permitiruma maior união de nossa categoria nabusca dos interesses de nossa classe, in-cluídos assim a valorização do advogadodo quadro e o apoio ao seu aperfeiçoa-mento técnico através de cursos e outrasformas de atualização profissional, tendoainda foco na preservação da própria CAI-XA enquanto empresa pública de interes-se nacional.

Na reunião da fundação da ADVOCEFem Brasília, trabalhamos todos num mis-to de urgência para concretização desseelo que uniria, como uniu, todos os advo-gados da instituição, premidos pelas in-certezas daqueles momentos (político e

Page 96: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

Advocef 20 Anos 95

econômico) vividos por toda a nação, e deansiedade, pelo momento histórico que re-presentaria, como representou, um mar-co do diálogo nas relações trabalhistasentre a empresa e seus profissionais ad-vogados.

Hoje a ADVOCEF está consolidada ebastante atuante, faltando apenas, a meuver, focar também no aperfeiçoamento pro-fissional através da maior e maisdiversificada oferta de cursos de especia-lização aos seus associados.

Em 92, curtia a condição de pai novo,com uma filha com então cinco anose o menor com menos de dois anos

de idade, há pouco menos de três anosno Jurídico, embora já com 11 anos de CAI-XA. Preocupava-me o fato da pouca pers-pectiva remuneratória da carreira, ao tem-po que via alguns excelentes quadros doJurídico optando pelas carreiras adminis-trativas, então mais valorizadas e financei-ramente bem mais atraentes. O grupo emPorto Alegre era pequeno e recém renova-do pelo ingresso de um significativo núme-ro de concursados, ainda remanescentesdo último "concurso interno", forma de in-gresso extinta com a Constituição de 88.

Olhando agora para o passado, creioque a ideia de fazer nascer a ADVOCEF foialgo que surgiu de modo natural e em vá-rias quase simultâneas frentes. A poucavalorização da carreira, somada a uma pe-quena "avalanche" de novos advogados,após um longo período de estagnação noquantitativo de profissionais, acabaram porcriar um "caldo de cultura" favorável a vi-sões novas, mais largas e abrangentes.

Movimentos de contestação do esta-do natural de letargia e de continuidadecom a condição até então existente foramsendo sentidos em diversos estados e, so-mados, levaram alguns "iluminados" a vis-lumbrarem a força da união de boas ideiasem torno de algo maior do que a mera

soma de pessoas. Surge, então, uma As-sociação já nascida grande e fruto de umavisível convergência de ideais e de forças.

Cabe, aqui, trazer um relato da professo-ra Elizabeth Torresini, doutora em História eautora da obra editada pela ADVOCEF retra-tando os 150 anos do Jurídico da CAIXA:

"Após estudar e avaliar com profundi-dade a história da criação da Associaçãodos Advogados da CAIXA, especialmenteno contexto histórico vivido pelo Brasil noinício da década de 90, tenho certeza deque, se aquele movimento não tivesseavançado e se concretizado na ADVOCEFàquele tempo, talvez não existisse outrachance para que ocorresse."

Passadas duas décadas, a Associa-ção cresceu, tomou forma e músculos,profissionalizou-se naquilo a que se pro-pôs ser e fazer: representar dignamentetodos os advogados da CAIXA e em espe-cial seus mais de 90% de profissionaisassociados, tanto na esfera reivindicatória- como que ecoando os princípios que afizeram surgir - quanto ao levar a todos osseus representados, a cada ano, um pou-co mais de serviços, proteção corporativa,informação e a cultura do "fazer coletivo".

Na medida em que nossa entidade vaicrescendo, tornando-se parte de nossocotidiano, reputamos de enorme valor eobrigação o resgate desta já consolidadahistória recente da Associação.

Resgate necessário

Roberto Maia - Porto Alegre/RS.

Page 97: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

96 Advocef 20 Anos

Eu e a AdvocefTemos este dever para conosco, para

que fiquem os registros de tantos que con-tribuíram, decisivamente, para que a ideiada sua criação passasse do terreno dodesejo, do sonho, para a realidade.

E também para que os que seguiremnesta trajetória - como tantos que já dei-xaram suas marcas, suas realizações eseus esforços pessoais e coletivos em fa-vor destes ideais - possam saber que

muitas vezes podem ter faltado recursos,por vezes um maior número de braços oude cabeças para acelerarem as realiza-ções, mas nunca faltou coragem, grande-za ou espírito coletivo aos muitos que nosantecederam nesta jornada.

Conhecendo-se a história, nasce o com-promisso de mantê-la, honrá-la e fazê-la cadavez mais lúcida e positiva, para o bem de to-dos os muitos que seguirão nesta jornada.

Parte dessa história

Nestes seis anos de CAIXA, pudever o crescimento e fortalecimen-to da ADVOCEF. Logo quando in-

gressei no Jurídico de Bauru/SP, recebi oprimeiro exemplar da Revista de Direito daADVOCEF e fiquei impressionado com aqualidade dos artigos publicados.

Após tal fato se seguiram outras 13 edi-ções, que confirmaram e ampliaram a quali-dade e abrangência dos temas tratados.

Demorei para me associar, pois con-fesso que não tinha intenção de continu-ar na CAIXA. Porém, ao exercer a advoca-cia pública, uma vez que também somosadvogados públicos, fiquei estimulado acontinuar como advogado da empresa.

Tal fato também se deu porque pudever que nossa carreira passou a sermais valorizada, isso pelo trabalho ár-duo de nossos colegas dirigentes daADVOCEF.

Nesse sentido, vejo a ADVOCEF comouma entidade de classe que vem se forta-lecendo ano a ano e ganhando importân-cia tanto na empresa quanto fora dela.Enxergo hoje a ADVOCEF como uma enti-dade moderna, com atuação em várias

frentes, inclusive legislativa, e com gran-de potencial para firmar-se no cenário na-cional como uma das maiores entidadesde classe do país.

Destaco muitas realizações neste pe-ríodo em que pude acompanhar a atua-ção dos colegas à frente da entidade.

Tivemos a greve histórica de 2009,que tantos benefícios nos rendeu; a cam-panha de honorários e a constante polí-tica de controle e arrecadação dos mes-mos; a campanha para unificação da car-reira e o rompimento das distorções sa-lariais; o projeto de lei de criação do cargode Procurador de Empresa Pública, quetanto contribui para o fortalecimento ereconhecimento de nossa carreira.

Somado a isso, destaco ainda as pu-blicações da Revista de Direito, que regis-tram e divulgam os trabalhos científicosde vários colegas de profissão e os exce-lentes congressos realizados pela entida-de, que permitem o encontro dos colegase a troca salutar de ideias sobre proble-mas de nossa carreira.

Tudo isso me permite dizer que tenhoorgulho de fazer parte dessa história.

Rodrigo Trassi de Araujo - Bauru/SP.

Page 98: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

Advocef 20 Anos 97

A ADVOCEF foi criada em um perío-do em que a categoria dos advoga-dos da CAIXA passava por um mo-

mento de penúria salarial, em que os ven-cimentos eram equiparados aos de caixaexecutivo da empresa.

Sentindo que aquela situação tendiaa se perpetuar, sem que a administraçãoda empresa se dispusesse a remediá-la,não restou para os advogados alternativasenão a de se organizarem para reverter atendência.

Os advogados foram bravos nessa luta,disponibilizando recursos financeiros paraa formação de uma comissão de criação quese reuniu em Brasília, tendo cada Jurídicoindicado um integrante. Minas Gerais indi-cou a Dra. Maria Luiza de Castro Rachid.

Manter a disposição

Rogério Rubim de M. Magalhães - Belo Horizonte/MG.

Transcorridos vinte anos desde asua criação, a ADVOCEF assumiu ou-tras atividades, notadamente a decentralizadora dos valores recebidos atítulo de honorários advocatícios, o quelhe proporcionou alguma folga financei-ra arrecadando o suficiente para semanter, sem esquecer, contudo, desua primordial função que é a defesados interesses dos advogados dianteda administração da CAIXA.

A ADVOCEF hoje, assim como a cate-goria que ela representa, é uma entidademadura e preparada para enfrentar os de-safios que encontrará pela frente, mas quenão pode dispensar a disposição de to-dos os advogados em continuar a luta ini-ciada lá no ano de 1992.

Associação necessária

Rogério Spanhe da Silva - Porto Alegre/RS.

E ra uma época de mudanças, anova Constituição acabara de en-trar em vigor e a redemocratização

do país ainda procurava se afirmar.Foi nesse contexto que começou a

se discutir, ainda que timidamente, anecessidade de criação de uma Asso-ciação que viesse a congregar os advo-gados da CAIXA. Nascia a ADVOCEF.

Primeiramente, resultado da buscade melhores condições de trabalho eremuneração, como era de se esperara Associação se desenvolveu, passou

a administrar a distribuição dos hono-rários, decorrência do Estatuto da Ad-vocacia; passou a editar revistas e su-plementos, onde são tratados os maisvariados temas, não apenas de cunhotécnico ou corporativo; passou a orga-nizar eventos, como congressos e en-contros, onde os grandes temas da ca-tegoria e da empresa são analisados edebatidos.

Através de sua Associação, os advo-gados da CAIXA se fizeram ouvir, estabe-lecendo um eficaz meio de interlocução

Page 99: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

98 Advocef 20 Anos

Eu e a Advocefentre os associados e a direção da CAI-XA, tanto que a Associação é referida emvários normativos da empresa, se mos-trando de grande importância para oequacionamento da política de acordos,onde o aspecto relativo a honorários sem-pre se mostrou um entrave delicado e po-tencial fonte de divergências.

Creio que a Associação, passadostodos esses anos, já está atingindo asua maturidade, e maturidade, como navida de qualquer pessoa ou entidade,implica maiores responsabilidades,maior equilíbrio, maior serenidade, orespeito e credibilidade conquistados,

assim como uma delicada planta, ardu-amente cultivada, merece cuidado eatenção.

Que saibamos continuar conduzindonossa Associação no bom caminho, quecontinue sendo o canal aberto e caixa deressonância dos anseios de todos os as-sociados, enquanto categoria, na cons-tante busca do aprimoramento técnico,de boas condições de trabalho, do com-prometimento e seriedade com os desíg-nios de nosso trabalho, da CAIXA, e denossa parcela de contribuição para umasociedade mais justa, objetivo primordialdo efetivo exercício da cidadania.

Existem rios e ares poluídos por toda parte...Florestas inteiras sucumbem na guerra,Pela vida, contra o machado e a motosserra!

Humanos destroem os ecossistemas,Cientistas procuram, frenéticos, vidas em Marte..."Quem somos? De onde viemos?..." Velhos temas!Certo é que também estamos por toda parte!Não menos certo afirmar que muitos ignoram,Por desdém, a solidão dos descampados,Outrora, antros de paz, à beira de volumosos álveos,Hoje em ruínas - secos! Ditos abandonados.

Cresce o buraco na camada de ozônio,Muito floresce a indústria da ganância...Ceifado é, pela extinção, o animal quelônio!Enquanto, na Amazônia, a Vitória RégiaReclama a proteção da mais alta corte egrégia:A consciência humana isenta de mercancia!

Está também o Boto Cor de Rosa,Bicho maravilhoso de se ver, em poesia e prosa,A aguardar a sua hora e a vez,Não igual à de "Augusto Matraga", talvez!

Quem somos? De onde viemos?Aonde vamos?

Manoel Messias Fernandes de Souza - São Paulo/SP.

Page 100: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

Advocef 20 Anos 99

O aquecimento global promete ser de grande calado...As cartilhas naturalistas também defendem o progresso,Mas o desenvolvimento, advertem, deve ser sustentado!Assim não o seja, a vida na Terra, ao início, terá regresso!

É factível imaginar, em sua amplitude, a BiosferaIncluindo, de nossa fauna, desde as raposas e suçuaranas,E toda flora que se aflora pelo mundo afora,Aos leões, guepardos e gnus das savanas africanas,Tudo em colapso, diante do aquecimento da sideral esfera!

Mais do que nunca, se imporão as indagações profanas:"Quem somos? De onde viemos? Aonde vamos?"Tempo que nem mesmo o Basilisco de Ouro, supomos,Resistiria ao calor do Níger, ardendo em chamas!

Quando a ADVOCEF foi fundada,minha principal preocupação erase de fato a Associação teria con-

dições de ajudar os advogados na buscade melhorias para a carreira profissionalda CAIXA. Tinha ingressado na carreiraprofissional em novembro de 1988 e, de-vido à defasagem salarial verificada na-quela época, pensava em participar de ou-tros concursos das carreiras jurídicas, aexemplo de muitos colegas. Queríamospermanecer na CAIXA, mas, quando com-parávamos a remuneração recebida pe-los advogados da União, procuradoresfederais, juízes etc., ficávamos preocu-pados com o futuro e sempre cogitáva-mos de buscar alternativas através dosconcursos externos.

A discrepância que havia naquela épo-ca em relação à remuneração paga aosadvogados da CAIXA, em comparaçãocom o salário de ingresso das outras car-reiras da advocacia pública, era muitogrande. O empregado aprovado no con-

curso para a carreira profissional (atéentão o concurso era interno) auferia re-muneração prevista para o próprio qua-dro de empregados da carreira adminis-trativa. O plus que havia em termos desalário era representado apenas peloacréscimo de algumas referências, ouseja, não havia um quadro de remunera-ção próprio para a carreira profissional enem uma função de confiança que dife-renciasse o salário de um advogado como de um escriturário. A última referênciada carreira administrativa era 95 e o em-pregado aprovado no concurso internopara o cargo de advogado iniciava a suacarreira profissional a partir da referên-cia 80. Enfim, um escriturário que já es-tivesse na última referência (95), porexemplo, recebia remuneração superiora de um advogado, não obstante a dife-rença de atividades e responsabilidadesexistente entre ambos os cargos.

A situação relatada acima nos trans-mitia um sentimento de que a carreira não

Os porquês da criação

Silvio do Lago Padilha - Belo Horizonte/MG.

Page 101: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

100 Advocef 20 Anos

Eu e a Advocefera valorizada dentro da CAIXA e esse foium dos principais fatores que levaram àcriação da ADVOCEF. Além disso, a car-reira tinha poucos profissionais (aproxi-madamente 1/3 do número de advoga-dos que possui hoje) e não contava como apoio dos sindicatos.

Coincidentemente, no momento emque se cogitava de fundar a Associação,começamos a receber uma remuneraçãoadicional, uma função de confiança queentão foi criada para a carreira profissio-nal, denominada Assistente Técnico, oque amenizou um pouco a situação en-frentada pelos profissionais. Recordo queessa conquista decorreu de umamobilização em âmbito nacional, a qualculminou com um abaixo-assinado envi-ado pelos advogados à Diretoria de Re-cursos Humanos, no qual se demonstroua crítica situação dos advogados em ter-mos de remuneração, inclusive com de-monstração de que o salário de um ad-vogado estava no mesmo nível daquelepago a um empregado que ocupava ocargo de secretário. Esse acréscimo ob-tido através da criação de uma funçãode confiança específica para o cargo co-meçou a ser pago a partir de agosto doano de 1992.

Enfim, naquele momento a certezaera de que necessitávamos de uma As-sociação que pudesse abraçar as nos-sas reivindicações e lutar por nossos in-teresses. O que se tinha em mente eraque essa ideia fortaleceria não somentea categoria representada pelos advoga-dos, mas a própria carreira profissionalda CAIXA como um todo, já que ela é com-posta também por outros profissionais. Eisso de fato ocorreu, pois hoje existemoutras associações que congregam osoutros profissionais, a exemplo da ANEACe da Audicaixa.

Não há dúvida de que hoje a nossaAssociação já alcançou a sua plenitu-de, pois a entidade é forte e respeitadaem todas as searas em que se faz pre-sente.

Gostaria de registrar alguns momen-tos que considero como sendo dos maisimportantes, nos quais houve atuaçãodecisiva da ADVOCEF para o resultado al-cançado.

Em minha opinião, o primeiro delesocorreu naqueles anos que se seguiramà publicação da Lei nº 8.906/94, épocaem que muita gente tinha dúvida de quea Lei de fato iria ser cumprida pela CAI-XA. Se não houve conquista quanto àjornada diária de quatro horas (artigo 20do EOAB), o fato é que o resultado finaldas negociações ocorridas à época foialtamente favorável aos advogados, poisali se ajustaram os primeiros passos quelevariam à normatização definitiva daquestão relativa ao recolhimento e rateiodos honorários advocatícios desucumbência, em cumprimento ao dis-posto no artigo 21 da citada Lei. Essanormatização veio a ocorrer em julho de2002, após acordo realizado numareclamatória trabalhista movida pelaADVOCEF perante a Justiça do Trabalhoem Brasília/DF. Aliás, esse fato demons-tra que a Associação também atuou noâmbito judicial quando isso foi neces-sário.

Naquela época foi decisivo o apoio quea ADVOCEF buscou junto à Federação Na-cional dos Advogados (FeNAdv). Muitoscolegas não sabem, mas a CAIXA já fir-mou Acordo Coletivo de Trabalho especí-fico para a categoria dos advogados,quando, em 31/07/1996, pela primeiravez, negociou com a FeNAdv as questõesacerca da jornada de trabalho e da arre-cadação e repasse dos honoráriosadvocatícios aos advogados, ocasião emque se liberaram os valores que vinhamsendo arrecadados e retidos desde adata de vigência da Lei nº 8.906/94.

Outro acontecimento importante quegostaria de registrar como sendo um dosmais marcantes para a nossa categoria foia criação da Revista de Direito daADVOCEF, cujo lançamento ocorreu porocasião do XI Congresso da ADVOCEF, re-

Page 102: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

Advocef 20 Anos 101

alizado no ano de 2005 na cidade de BeloHorizonte.

Por fim, uma atuação mais recente daADVOCEF que evidenciou a importânciada entidade deu-se quando da greve re-alizada pelos advogados no primeiro se-mestre de 2009, ocasião em que se bus-cava o aperfeiçoamento da tabela de re-muneração prevista na Nova EstruturaSalarial da Carreira Profissional-NES, cujaprimeira versão havia surgido no final de

2006. A busca da elevação do piso sala-rial estabelecido para a nova carreiraimplementada com vigência a partir dejaneiro de 2007, naquele momento(2009) de fato já se fazia necessária. Aorganização e o acompanhamento domovimento pela ADVOCEF paralelamenteà atuação dos sindicatos deram seguran-ça àqueles que efetivamente participaramdaquele que pode ser considerado ummomento histórico para os advogados.

Aposentei-me na CAIXA, em abril de1987, cinco anos antes do adven-to formal da Associação Nacional

dos Advogados da Caixa Econômica Fe-deral - ADVOCEF, ocorrida em agosto de1992.

De sua criação, portanto, não tive ahonra de participar.

Todavia, quando em plena atividadeadvocatícia na CAIXA, vi nascerem os pri-meiros movimentos associativos no senti-do de congregar os advogados da CAIXAem torno de relevantes questões culturaise profissionais de interesse geral da cate-goria.

Vários eram os assuntos de interes-se geral dos advogados da CAIXA discuti-dos à época, cuja atualidade continua pre-sente até hoje, que podem ser aqui des-tacados, exemplificativamente:

- a participação em honorários desucumbência;

- a lei orgânica das empresas públi-cas;

- a carreira de advogado de empresapública.

Não foram poucas as oportunidadesem que, por força do ofício, enfrentei os

temas acima referenciados, de real inte-resse dos advogados da CAIXA, à época,sem comando coletivo reivindicatório.

Realmente, em relação aos honorári-os de sucumbência, então sustentara quea força de trabalho posta à disposição doempregador implica onerosidade, resultan-te de contraprestação de serviço, sem di-reito a ressarcimento por conta de tercei-ros, já que a empresa não mantém advo-gado-empregado em razão de culpa alheia,mas no seu próprio e legítimo interesse.Ademais, e a meu sentir, as manifestaçõesfundamentadas produzidas por advogadossão obras intelectuais protegidas pelo Di-reito, a vetar a distribuição desses rendi-mentos a quem não participou do ato decriação intelectual, pois o parâmetro paraa quantificação da verba honorária é o tra-balho intelectual do advogado e não o di-reito do contribuinte.

No tocante à lei orgânica das empre-sas públicas, diante das extremadas e an-tagônicas posições assumidas,reveladoras de que estamos até hojegravitando entre seus princípios essenci-ais, assumi a posição publicista, na con-sideração de que na CAIXA tudo é estatal

Parabéns, ADVOCEF

Francisco Xavier da Silva Guimarães - Brasília/DF.

Page 103: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

102 Advocef 20 Anos

Eu e a Advocef- origem, fim, organização, função, fiscali-zação, tutela e capital exclusivo da União.Ademais, a pessoa jurídica tem sua gêne-se contaminada pelo comportamento deseu criador e a moral que emprestam seusdirigentes, nomeados pelo poder público.Seria, então, de se indagar, como o fez oemérito professor Paulino Jaques, ao sereferir às empresas públicas: "Que bichoé esse que tem corpo de leão, cara, foci-nho, pata e juba de leão e não é leão?" Aposição assumida, no entanto, não meimpediu buscar, por intermédio da disci-plina de uma lei orgânica, dirimir as dúvi-das e solucionar conflitos sobre a empre-sa pública que se utilizaria de meios pri-vados para atingir os fins públicos ideali-zados em lei.

Em relação à carreira de advogado deempresa pública, tema que continuaatualíssimo, em permanente discussão, ébem de ver que o advogado admitido emempresa pública, por força de concursopúblico, está investido em cargo de índoleconstitucional dispensado, assim, de atu-ar mediante instrumento de mandato, vi-sando à representação judicial. Deve su-jeitar- se, ademais, às mesmas regrasprocedimentais comuns às da advocaciapública que privilegiam os fins estatais, aexemplo das previstas nos artigos 320 e351 do CPC.

Outros temas igualmente momentososeram discutidos nos anos que antecede-ram à criação da ADVOCEF, a exemplo dacontratação de advogados para a execu-ção de serviços para os quais a empresamantém quadro organizado em carreira.

Era, portanto, natural que a ideia dosadvogados da CAIXA de criar entidade que

promovesse as justas reivindicações dacoletividade, a integração nacional entreseus membros, as reivindicações de mei-os para a melhoria dos serviços técnicos,além do aprimoramento intelectual de seusmembros, mais cedo ou mais tarde se tor-nasse realidade.

Por oportuno, repito aqui o que ouvirade um grande líder espiritual brasileiro,"quando se sonha só é apenas um sonho,mas quando se sonha em conjunto é oinício de uma realidade", realidade essaque se mantinha latente e que se materi-alizou em agosto de 1992, em proveito dalaboriosa classe de advogados da CAIXA.

Certo é que a ideia, na época ventila-da, de reunir em associação os advoga-dos da CAIXA nem sempre foi bem com-preendida, tanto que, chamado a mani-festar-me, respondia, sem bem entendero motivo de tanta preocupação, com outraindagação que a todos surpreendia: se osjuízes e os membros do Ministério Públi-co se organizam em associações civis parasatisfação de seus interesses coletivos, porque razão os advogados, detentores derelevantes valores sociais e que igualmentesão profissionais do Direito e essenciais àadministração da Justiça, não devem exer-cer o legítimo direito constitucional de li-vre associação?

Sendo assim só resta, nesta oportuni-dade, associar-me aos justos e merecidosfestejos comemorativos dos vinte anos deprofícua existência da ADVOCEF, certo deque a experiência do passado, por si só,estará permitindo antever a perspectiva deum futuro sólido e próspero com feliz rea-lização de seus objetivos sociais.

Parabéns.

Page 104: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

Advocef 20 Anos 103

Minhas gestões na ADVOCEF tiveram o privilégio de acontecerapós gestões de muito trabalho

de meus antecessores. Na primeira ges-tão, de 1997 a 1998, fui antecedido peloDr. Alberto Cavalcante Braga, mas quemme sugeriu, com veemência, que assumis-se a presidência foi o Dr. Deocleciano Ba-tista, um profissional muito qualificado ehonrado.

Então, o Dr. Alberto me confiou a pre-sidência da Comissão Negociadora coma CAIXA, eis que em 04/06/1994 advieraa Lei 8.906/94, com profundas altera-ções em favor dos advogados emprega-dos. Para buscar os direitos houve am-plo e prolongado debate, entre uma Co-missão formada pela CAIXA (Drs. LuizCarlos Cazeta, Dilson Pereira e outrosdois colegas da administração) e outrapela ADVOCEF (Drs. Darli Barbosa, JoãoPedro Silvestrin, Isabel de FátimaFerreira Gomes, José Gomes de MatosFilho e este advogado).

A negociação foi muito difícil, mas fin-dou com acordo, em junho de 1996. Ajornada dos advogados ficou em seis ho-ras, mas a 7ª e 8ª horas trabalhadas seri-am remuneradas com adicional de 50%.Para o período transcorrido, desde a leiaté o acordo, a CAIXA indenizou.

Nessa época, nos aproximamos daFeNADv, entidade que firmou, com a CAI-XA, o primeiro Acordo Coletivo de Traba-lho. A remuneração atingiu um dos me-lhores níveis experimentados e essa situ-ação somente foi alterada quando, em fe-vereiro de 1999, um diretor da empresaresolveu romper o acordo, de forma unila-teral, deixando a categoria, literalmente,com o salário pela metade.

Era o tempo de privatizar a CAIXA, e oJurídico estava na mesma rota.

Na segunda gestão, de 2008 a 2010,sucedi aos muito combativos Drs. DarliBarbosa e Altair Rodrigues de Paula. Oárduo trabalho que executaram, para im-pedir perdas, frutificou nesse período. Pro-cessos judiciais de vulto tiveram solução,pelo natural amadurecimento.

Por sua vez, o vice-presidente, Dr. Bru-no Vanuzzi, obteve êxito em incluir, noAcordo Coletivo de Trabalho de 2008/2009, via Contec, cláusula que previa avalorização da atuação dos advogados.Nesse ponto foram concentrados os es-forços da Associação e a CAIXA trabalhouvoltada ao seu cumprimento, até que, emdezembro de 2008, supreendentemente,alterou seu modo de agir: trocou a co-missão negociadora e retroagiu em todasas suas anteriores propostas.

Após longas e frustradas tentativasde negociar, tendo sido oportunizado umamplo debate e, sobretudo, feito umexercício de paciência extremado, mobi-lizada a categoria e ciente de haver es-gotado as possibilidades de compor osinteresses amistosamente, ocorreu agreve que uniu os profissionais técnicosda CAIXA.

Sob o comando da ADVOCEF e ANEAC,a CAIXA sentiu os reflexos da mais forte,coesa, intensa e duradoura greve. A pe-culiaridade é que, a par do auxílio dos sin-dicatos, o comando da greve esteve sem-pre nas mãos dos profissionais, principal-mente advogados, engenheiros e arquite-tos. Mas atingiu também aos demais pro-fissionais.

A postura da ADVOCEF foi firme e éti-ca. A CAIXA ajuizou Dissídio Coletivo, mas,

Unidos e bem mais fortes

Davi Duarte - Porto Alegre/RS.

Page 105: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

104 Advocef 20 Anos

Eu e a Advocefsem obter o decreto de ilegalidade do mo-vimento, foi obrigada a negociar.

A evolução da remuneração, especial-mente no início da carreira, fez reduzir,drasticamente, o alto rodízio de profissio-nais que ingressavam na empresa e logoa seguir dela se despediam ou, então,sequer assumiam o cargo.

Foi um movimento histórico, em favordos profissionais técnicos e da própriaempresa, que precisava manter essa par-cela da categoria para realizar projetos deinteresse nacional, de que é exemplo oprograma Minha Casa Minha Vida, masabandonara a negociação e frustrara apossibilidade de um necessário, adequa-

do e justo acerto, ante a defasagemremuneratória entre esses profissionaise as demais carreiras, especialmente daadvocacia pública.

Essa greve, ainda que pudesse ter du-rado mais e evoluído em outras conquis-tas, trouxe ganhos expressivos, pois me-lhorou a remuneração da maioria dos pro-fissionais e sobre esse valor logo a seguirincidiram as vantagens do Acordo Coleti-vo de Trabalho de 2009. Mas o movimen-to também gerou o respeito da empresa,da categoria em geral, das entidades sin-dicais e a certeza estampada no preceitoque simbolizou a luta: unidos somos bemmais fortes.

O Brasil passava por momentos demuitas incertezas quando da fun-dação da nossa Associação. Eu

estava havia pouco mais de três anos comoadvogado da CAIXA e tinha deixado o car-go de gerente de núcleo de Habitação,onde ganhava até mais. Casado, pai deuma filha pequena e com outro filho a ca-minho, vivia sob a tensão de um Brasilprivatizante e de um futuro incerto paraminha família, sobressaltado com a possi-bilidade real do desemprego, ressaltando-se que a minha ex-esposa também traba-lhava na CAIXA.

Profissionalmente me sentia realizado,pois sempre gostei muito da nossa empre-sa e da atividade de advogar. Mas, apesardos riscos de trabalhar para a CAIXA, na-quele tenebroso período, diante de tantosprazos, e pelo excessivo volume de traba-lho, não me era dada a oportunidade deestudar para aperfeiçoamento ou mesmopara melhor me preparar para os concur-sos das carreiras de estado.

A defesa da Caixa Econômica Federal,instituição secular, que sempre despon-tou como grande agente de desenvolvimen-to social no país, que ao longo de todoesse período teve como foco a populaçãomenos favorecida; o fortalecimento danossa categoria garantindo a nossaempregabilidade e a luta por melhorescondições de trabalho foram os principaisfatores que levaram à ideia de fundar aADVOCEF.

Ao longo desses 20 anos de funda-ção, a ADVOCEF mais que triplicou o nú-mero de associados, amadureceu e se fir-mou no cenário jurídico nacional comouma associação forte e respeitada. Paraisso, muitos dos nossos dirigentes foramobrigados a buscar os necessários e for-tes embates com a administração da CAI-XA, que nos serviram até como crescimen-to e aprendizado.

Ser presidente da maior associação deadvogados de empresas públicas da Amé-rica Latina não é realmente fácil. Mas con-

Um período tenebroso

Carlos Castro - Recife/PE.

Page 106: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

Advocef 20 Anos 105

fesso que tem sido muito gratificante, atéporque vejo em cada colega um colabora-dor da nossa administração e contamoscom uma diretoria executiva e nossos con-selhos formados por profissionais compe-tentes, unidos e de muito comprometimen-to com a nossa categoria.

A centralização dos serviços administra-tivos na capital federal e o profissionalismoda nossa equipe administrativa têm sido fa-tores facilitadores desta gestão.

Contando com os inestimáveis apoiosdos nossos ex-presidentes, a quem de-nomino de conselheiros, temos procura-do dar uma maior visibilidade institucional,sem perder o foco na defesa constantedas nossas prerrogativas, por melhorescondições de trabalho, das lutas pela re-

gulamentação da nossa carreira e pela cri-ação de um novo Plano de Cargos e Salá-rios justo e isonômico.

O bom relacionamento com a empresa,sem atitudes de subserviência e sim demútuo respeito; uma maior aproximaçãocom as nossas entidades de classe e as-sociações coirmãs; participação nos even-tos, visitas institucionais e a continuidadeda ampla divulgação dos nossos periódi-cos têm sido outra marca da nossa gestão.

Acho que o resultado das últimas elei-ções apontou que estamos no caminhocerto e esperamos que possamos, com acostumeira colaboração de cada um doscompanheiros advogados, realizar umanova administração tão exitosa quanto ado nosso primeiro mandato.

Quero, aos vinte anos:

1. Orgulhar-me do passado, pugnarpelo presente, pensar e planejar o futuro;

2. Buscar a integração de todos noseio de uma única comunidade;

3. Lutar por melhores condições so-ciais, econômicas e culturais da socie-dade e especialmente dos que me têmapreço;

4. Fazer a diferença na vida de, no mí-nimo, um milhar de pessoas;

5. Promover, ao menos uma vez porano, momentos de reflexão, relacionamen-to e diversão entre amigos;

6. Pautar minha conduta pela ética,transparência, respeito, independênciae defesa intransigente do interesse pú-blico;

7. Conquistar minha independência fi-nanceira para investir no futuro dos quede mim dependem;

8. Ser solidário e defender, com ga-lhardia, os colegas, as causas, os objeti-vos e os princípios ideológicos;

9. Dividir, equitativamente, os recur-sos que vier a administrar entre as pesso-as que a mim os confiar;

10. Buscar a isonomia, a correção dasdistorções sociais e econômicas;

11. Reivindicar direitos que vierem aser sonegados, especialmente os daque-les que, como iguais, suportam condiçõesdesiguais;

12. Ser respeitada por autoridades,pela sociedade e, principalmente, pelos co-legas;

13. Investir no conhecimento, na for-mação profissional, acadêmica e cultu-ral;

Manifesto de uma vintenária

Jairdes Carvalho Garcia - Ipatinga/MG.

Page 107: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

106 Advocef 20 Anos

Eu e a Advocef14. Contribuir para a diminuição do so-

frimento de cidadãos em estado demiserabilidade ou de calamidade;

15. Ser democrática, aberta a opini-ões, "cuca fresca", sem impor nada a nin-guém, se não pelo consenso;

16. Ser enérgica quando necessário,afável quando aconselhável, indignadaquando desrespeitada, gentil quando bemtratada;

17. Dialogar sempre, negociar sempre,mesmo quando a indiferença obrigar a usara força para que seja ouvida ou atendida;

18. Valorizar minha história, minhasraízes, meus erros e meus acertos;

19. Ser dinâmica sem ser fugaz, atra-ente sem ser vulgar, sonhadora sem dei-xar de ser objetiva, antenada sem ser fútil;

20. Ter motivos suficientes para conti-nuar viva, ativa e na batalha.

Page 108: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

7

Uma seleção de notas extraídas da seçãoCena Jurídica do veículo mensal da ADVOCEF(primeiro o Boletim, depois a Revista),que é publicada desde fevereiro/março de 2003.

Cena Jurídicaem 20 anos

Page 109: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

108 Advocef 20 Anos

Cena JurídicaResgate histórico

"A documentação oficial do FMI in-forma: em 1998, a missão do Fun-do que negociou o resgate daekipekonômica tucana sugeriuque o Banco do Brasil, a Caixa Eco-nômica e os demais bancos esta-tais fossem 'privatizados ou fecha-dos'." (Elio Gaspari, em sua colu-na na Folha de São Paulo.)

Agosto/setembro/2003.

Pode contarA respeito decorrupções, ElioGaspari narra ahistória atribuí-da ao príncipede Talleyrand,o chanceler daFrança no tempode Napoleão Bo-naparte. Um ne-gociador estrangeiro propôs-lhe: "Dou-lhe 20mil francos e não conto a ninguém".Talleyrand respondeu: "Dê-me 40 mil fran-cos e conte a quem quiser".

Fevereiro/março/2004.

Amigo do OnçaAs aprontadas de Zé da Onça, em Teixeira, naParaíba, não eram graves e a cidade gostava mui-to dele. João Agripino passava por lá, Zé da Onça oprocurou:- Governador, estou precisando de sua proteção.- Certo, Zé da Onça. Ande direito e pode contarcomigo.- Muito obrigado, governador. Eu andando direitonão preciso da ajuda de ninguém.(Contado por Sebastião Nery, na Tribuna da Im-prensa.)

Junho/julho/2004.

Prece de vidaPresente na posse do colega João Pedro Silvestrinno TRT da 4ª Região, em outubro, o advogadoGeraldo Saviani da Silva comentou que raras ve-zes participou de ato mais emocionante. Destacouo discurso do novo juiz, especialmente a parte fi-nal, “uma prece de vida para todos nós”: “Peço aDeus força para mudar o que pode ser mudado,paciência para aceitar o que não pode ser alteradoe compreensão para saber diferenciar uma coisada outra”. Como 1º secretário da ADVOCEF, Geral-do representou a entidade na cerimônia.

Dezembro/2004.

Se Rui não disseEscrevendo sobre citações,José Sarney lembrou TenórioCavalcanti, que uma vez, naCâmara, invocou uma frasede Rui: "A locomotiva da ho-nestidade limpará os trilhosda corrupção". Lacerda le-vantou-se e disse: "Rui nun-ca disse isso". Tenório res-pondeu: "Se não disse, digoeu".

Abril/maio/2004.

Tenório Cavalcanti

Elio Gaspari

Page 110: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

Advocef 20 Anos 109

Cadê a bandeira?Um trecho do artigo de Roberto Pires: “Precisamos deixar a demagogia de lado, porquereceber juros compostos todos nós queremos, até quando emprestamos algum di-nheiro a nossos amigos e eles nos retornam a quantia com os juros da poupança. Aquitambém são juros compostos. Receber de volta empréstimo, a juros simples, só nossamãe! Por que então, na hora de pagar à instituição financeira, levanta-se a bandeira doanatocismo? Onde está essa bandeira na hora de receber os juros?”.

Fevereiro/2005.

Por via das dúvidasO ministro Sepúlveda Pertence, doSTF, passou a usar barba. Indaga-do por que resolvera mudar o visu-al, respondeu em tom de brincadei-ra: “Em sinal de protesto”. Mas pro-testo contra o quê? – perguntaram.Explicou com um sorriso enigmáti-co: “Protesto preventivo”. (Do siteMigalhas.)

Março/2005.

Havaianas legítimas

Acertou no nervoHenrique Chagas vive uma vida dupla:de dia, trabalha como procurador daCAIXA de Presidente Prudente; à noite,defende o mundo literário no site Ver-des Trigos (www.verdestrigos.org). Noinício – continua a matéria de IrinêoNetto na Gazeta do Povo, de Curitiba –,Chagas só queria um espaço para co-mentar e divulgar os livros que lia. “Eacabou atingindo um nervo.”

Julho/2005.

É o advogadoUm leitor da Veja criticou a matéria “A or-dem na papelada”, da edição de 17 de agos-to da revista, que orienta a procura de umcontador para a elaboração de contratosocial. “O único profissional habilitado aprestar assessoria para a elaboração dequaisquer tipos de contratos é o advogado(Lei nº 8906/94, art. 1º)”, corrigiu o leitor.

Setembro/2005.

Foto

: Vej

a

Sepúlveda Pertence

Um dos criminosos mais procurados nosEstados Unidos, Jesse James Hollywood,foi preso no Rio de Janeiro. Na hora, ten-tou convencer de que tudo não passavade um engano: “Sou brasileirôu. Souquériouca”. Não deu certo. “Nem as legíti-mas Havaianas que calçava ajudaram-noa convencer os policiais de que dizia a ver-dade”, comentou a revista Veja.

Março/2005.

Page 111: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

110 Advocef 20 Anos

Cena JurídicaMissão divina

Na internet, a explicação de umgeneral norte-americano, sobresua missão de perseguir BinLaden e outros terroristas: “Mi-nha obrigação é entregá-los omais rápido possível à Justiça di-vina”.

Novembro/2005.

Dois artigosNa apresentação da Revista de Direito daADVOCEF [nº 3], o consultor jurídico da CAIXADavi Duarte comenta as dificuldades dos tem-pos atuais, em que os homens "afrontam a lei,a ética e a moralidade pública, sem ruborizar-se". Diz que há leis em profusão, mas bastariaaplicar os dois artigos propostos por Capistranode Abreu: 1º) Todo brasileiro é obrigado a tervergonha na cara; 2º) Revogam-se as disposi-ções em contrário. Davi, que é membro do Con-selho Editorial da Revista, chama a atenção parao papel importante cumprido pelos operadoresde Direito: construir a segurança jurídica in-dispensável à estabilidade.

Setembro/2006.

Ilust

raçã

o: R

onal

do S

alis

tre

DespedidaAposentando-se em 30/11, o advoga-do Ademir Cleto, da Dijur, deixou estamensagem aos colegas: “É o instantenão de partir, e sim de sair portandoo todo e a completude do bom conhe-cimento profissional, da convicção naeternidade dos mais austeros, hones-tos e sublimes propósitos humanos eda sabedoria que vocês carinhosa-mente me deram, e assim me enri-queceram”.

Dezembro/2005.

Receita de felicidadeEra uma vez um rapaz que pediu uma moçaem casamento.A moça disse:– Não.E os dois viveram felizes para sempre.(Da internet.)

Setembro/2005.

“Sou muito cautelosa. Aprendi que nãobasta ser honesto nem parecer honesto,é preciso provar na Justiça que é hones-to.” “Marina Silva, ministra do Meio Ambi-ente, no O Globo em 28/05/2007.

Junho/2007.

Cautela de hoje

Page 112: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

Advocef 20 Anos 111

Prêmio SEAE

O advogado Marcelo Quevedo doAmaral, de Porto Alegre, ganhou men-ção honrosa no Prêmio SEAE deMonografias em Defesa da Concorrên-cia e Regulação Econômica, promovidopela Secretaria de AcompanhamentoEconômico. Na CAIXA desde 2005, Mar-celo diz que procurou em sua análise"desmistificar a eficácia do Direitoantitruste em face da natureza do sis-tema capitalista".

Dezembro/2007.

O RE 564.821Chegou ao STF o primeiro recurso extra-ordinário integralmente eletrônico. O RE564.821, com origem no Juizado Especi-al Federal do TRF da 1ª Região, foi bemrecebido por seu relator, o ministro CarlosAyres Britto: "É uma questão de ligeiraadaptação no manejo do computador",disse. Em 2006, circularam pelo STF 680toneladas de papel.

Dezembro/2007.

Doença irreversível“Você tem uma doença degenerativa, progressiva e irreversível”,disse o médico ao ator e diretor Paulo José, anunciando que eleera portador do mal de Parkinson, que pode levar à perda demovimentos e da voz. O ator julgou ver um traço de “prazersádico” no seu interlocutor. Observou então sua careca. “Vocêtambém!”, pensou. “Afinal, o que é o envelhecimento, senãouma doença degenerativa, progressiva e irreversível?” (De ma-téria de Silvana Arantes, na Folha de S. Paulo.)

Julho/2007.

Bala encontrada“No Rio passa a se chamar bala perdida todabala encontrada.” Millôr Fernandes, na re-trospectiva para a revista Veja.

Janeiro/2008.

Repercussão geral1. O STF julgou em 29 de abril asduas primeiras ações de repercus-são geral: 1) o salário mínimo não maispoderá ser utilizado como base parao cálculo de gratificações ou adicio-nais aos servidores públicos e priva-dos, e 2) os recrutas que cumpremo serviço militar obrigatório podem re-ceber da União um soldo menor queo estabelecido pelo salário mínimo.2. É um momento histórico, disse opresidente do STF, Gilmar Mendes.Segundo ele, a decisão sobre a pri-meira ação valerá automaticamentepara pelo menos 580 recursos quehoje estão no STF e outros 2.405 noTST. A segunda acão atingirá cercade 200 recursos no Supremo.

Maio/2008.

Page 113: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

112 Advocef 20 Anos

Cena Jurídica

Ilust

raçã

o:Ed

uard

o Fu

tast

eMenos palavras1. O advogado Luís Roberto Barroso escreveu, naFolha de S. Paulo, que já não se chama autoriza-ção do cônjuge de “outorga uxória” ou recursoextraordinário de “irresignação derradeira”, masainda há muitos escribas e oradores prolixos. Suasugestão: imposição de limite de 20 laudas paraas petições dos advogados e 30 minutos para aleitura de votos nos tribunais.

2. Barroso lembra que Einstein gastou uma página para expor a teoria da relativida-de e que George Washington fez o menor discurso de posse na presidência dosEstados Unidos, com 133 palavras. “William Harrison fez o maior, com 8.433, numdia frio e tempestuoso em Washington. Harrison morreu um mês depois, de umagripe severíssima que contraiu naquela noite. Se não foi uma maldição, serve aomenos como advertência aos expositores que se alongam demais.”

Agosto/2008.

Sócrates no shoppingO escritor Frei Betto conta que vai com frequênciaa livrarias de shoppings e, ao olhar vitrines, res-ponde aos vendedores que não precisa de nada:“Estou apenas fazendo um passeio socrático”. Eentão explica que Sócrates era um filósofo gregoque também gostava de passear pelas ruas co-merciais de Ate-nas. E, assedia-do por vende-dores, respon-dia: “Estou ape-nas observandoquanta coisaexiste de quenão preciso paraser feliz”.

Dezembro/2008.

Sobre gramposDefinição do humorista Jésus Rocha: “Grampear te-lefone é um crime que só a Justiça pode autorizar”.

Janeiro/2009.

Fez porque quis

Millôr Fernandes conta emsua coluna da Veja que ou-viu Jânio Quadros negandoa autoria do famoso “Fi-loporque qui-lo”. Foi em umprograma da Marília Gabri-ela: “Não, senhora, jamaiso disse! Porque, se o dis-sesse, sei muito bem que opronome relativo que, inclu-so na conjunção, atrai a par-tícula pronominal. Teria dito:‘Fi-lo. Porque o quis!’”.

Fevereiro/2009.

Page 114: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

Advocef 20 Anos 113

Pós-carnavalFrase que circu-la na internet:“Já começouaquele intervaloinsuportável en-tre o carnaval eo reveillon!”.

Abril/2009.

Desliguem os computadores“Desliguem os seus computadores.Vocês precisam mesmo desligar seus te-lefones e descobrir tudo que há de hu-mano a sua volta.” O conselho inespe-rado é do presidente do Google, EricSchmidt, para os graduandos de umaturma da Universidade da Pensilvânia,nos Estados Unidos.

Junho/2009.

Tempo virtualEnviado o primeiro lote de processos, de forma virtual, da Justiça estadual ao STJ.Levou dois minutos, com origem no Tribunal de Justiçado Ceará. Em 33 minutos, dois dos quatro processosrecebidos foram registrados, autuados, classificados edistribuídos aos relatores. Em papel, esses processosdemorariam cerca de cinco meses entre a remessa e achegada ao gabinete do relator. “Um marco no proces-so de modernização do Judiciário”, classificou o STJ.

Julho/2009.

Toga sem nome“Advogado excelente é aquele de quem, terminadosos debates, o juiz já não lembra dos gestos, nem dacara, nem do nome, lembrando-se apenas dos ar-gumentos que, saídos de uma toga sem nome, tive-ram a virtude de fazer triunfar a causa do cliente.”(Citado de Piero Calamandrei, jurista italiano.)

Agosto/2009.

Portas do céu“No dia que eu morrer, quero servelado no tribunal do júri, envoltoem minha beca. Pois foi com ela,neste lugar, que me fiz digno dacondição humana, aqui vivi ple-namente. Com a beca sinto-meprotegido, porque sempre me ves-tiu a alma, o espírito, a beca doadvogado, a beca sagra-da, repositório do meu suor, deminha lágrimas, de minha purezae ingenuidade curtidas no sofri-mento. Por isso mesmo, sei queno dia do juízo final, estando comela vestido, tenho certeza de quese ela foi capaz de resgatar ino-centes, abrindo as portas das pri-sões, também ela será capaz deme abrir as portas do céu”. (Cita-do de Valdir Troncoso Perez, ad-vogado criminalista brasileiro.)

Agosto/2009.

O apanhadorMorreu J. D. Salinger, autor de “O Apanhador no Cam-po de Centeio”, que adorava escrever. Com um deta-lhe, conforme explicou à revista Advocate, em 1980:“Mas escrevo para mim mesmo, para meu prazer”. Paramanter a reclusão, diante da curiosidade de milhõesde admiradores, usou a Justiça. Em 1982, processouquem tentou vender uma entrevista fictícia com ele.Em 1987, obteve uma decisão da Suprema Corte ame-ricana que impediu a publicação de uma biografia nãoautorizada, utilizando cartas suas.

Fevereiro/2010.

Page 115: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

114 Advocef 20 Anos

Cena Jurídica

Do Twitter“Essa história de acreditar nos sonhos é papofurado. As pessoasbem sucedidas sãoas que acreditamnas próprias imbecilida-des.” Cacá Rosset, atorbrasileiro.

Fevereiro/2010.

Unhas compridas

“Aprendemos a comparti-lhar nossas virtudes e pe-cados e temos uma capa-cidade infinita para o per-dão. Somos meigas eenérgicas ao mesmo tem-po, o que perturba e fas-cina os que nos rodeiam.Brigamos muito, é verda-de: temos unhas compri-das não por acaso.”(Martha Medeiros, em crô-nica publicada no jornalZero Hora.)

Março/2010.

1º de abril

Lembrando a passagem do 1º de abril, circulouna internet a pegadinha que, conforme a lenda,quiseram passar a São Tomás de Aquino. Umfrade disse-lhe: “Olha um boi voando!”. São To-más correu para ver. “Mas, irmão Tomás, como o

senhor pôdeacreditar em umboi voador?”, go-zou o frade. SãoTomás respon-deu: “Penseique fosse maisfácil um boi voardo que um mon-ge mentir”.

Abril/2010.

Foto

: Fab

io R

odrig

ues P

ozze

bom

O apanhador 2O best-seller dos anos 40 que conta, emprimeira pessoa, a história do adolescen-te Holden Caulfied, entediado e deprimi-do, conquistou leitores em todo o mun-do. Mas Salinger publicou muito pouco.Voltou à Justiça em 2009, processandoJohn David California, que queria lançar“60 Years Later”, uma sequência não au-torizada de “O apanhador...”.

Fevereiro/2010.

Page 116: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

Advocef 20 Anos 115

Fóruns como bancosO brasileiro tem um senso de adaptação invejável, elogia o advogado Alexandre Atheniense,especialista em Direito Eletrônico. “Os bancos servem de exemplo. Descobriram que senão investissem em tecnologia da informação não teriam como lidar com o serviço. Podeter certeza do seguinte: o atendimento nos fóruns vai se assemelhar muito com o atendi-mento nas agências bancárias”, profetizou à revista Consultor Jurídico.

Julho/2010.

Máquina de fiscalizarReclamações de advogados da CAIXA fo-ram indiretamente endossadas pela mi-nistra Dilma Roussef, em visita recente aPorto Alegre. Em entrevista ao jornal ZeroHora, a candidata a presidente da Repú-blica criticou as distorções nas priorida-des do governo na administração de pes-soal: “É inconcebível que a máquina defiscalizar ganhe quatro vezes mais que aque executa”.

Julho/2010.

Ferrinho de dentistaNão há ministro que não tenha tido al-gum problema com o colega Marco Au-rélio, no STF. A afirmação é de LuizMaklouf Carvalho, em reportagempublicada na revista Piauí, de agosto. Ojornalista conta que o ministro mesmodivulga o apelido que lhe foi dado porNelson Jobim: ferrinho de dentista. “Nãoprovoca só juízes. Certa vez ele encon-trou, no elevador privativo dos ministros,um jornalista que não deveria estar lá.‘E então, ministro, quais são as novida-des?’, perguntou o repórter. ‘A novida-de é esta nossa intimidade’, respondeu-lhe Marco Aurélio, na bucha.”

Setembro/2010.

Foto

: STF

/Car

los

Hum

berto

Impressão do congresso

Do Twitter do deputado Maurício Rands (twitter.com/mauricio_rands.), em 14 de maio: “Acabei agora pa-lestra no Encontro Nacional Advogados da Caixa Eco-nômica. Impressionou-me o compromisso com a CEFcomo agência de desenvolvimento”.

Junho/2010.

Page 117: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

116 Advocef 20 Anos

Cena Jurídica“Furo” da ADVOCEF

A formação das listas tríplices [em que constou o nome do dire-tor jurídico da CAIXA, Antonio Carlos Ferreira], ocorrida em 7de fevereiro, foi informada em primeira mão pelo site da ADVOCEF,momentos após a definição no STJ. O presidente Carlos Castro,que estava no Plenário do Tribunal, foi para o corredor e, dis-cretamente, ligou para o diretor da ADVOCEF Fernando Abs,que redigiu e postou a notícia no site. Mais tarde, ainda noambiente do STJ, alguém quis informar a novidade, mas rece-beu a resposta: “A ADVOCEF já publicou, faz tempo”.

Fevereiro/2011.

Dr. ChiquinhoTodos os aprovados no concur-so para advogado da CAIXA, doqual participou o ex-presidenteda ADVOCEF José Gomes, foramao Rio de Janeiro, em 1984,para um curso de integração deuma semana. O chefe do Deten,Francisco Guimarães, era cha-mado carinhosamente por todosde Chiquinho. José Gomes con-ta que, no curso, um dos cole-gas se dirigiu a ele chamando-ode “Dr. Chiquinho”. O chefe res-pondeu:– Ou me chama de Dr. Francis-co ou de Chiquinho. “Dr. Chi-quinho” não dá.

Fevereiro/2011.

2010, ano do contatoSegundo o advogado OmarKaminski, presidente deInternet do Instituto Brasi-leiro de Política e Direito daInformática (IBDI), 2010 é “oano em que fizemos conta-to”. Isto é, quando todos osprofissionais do Direito tive-ram contato com o proces-so eletrônico. Por isso, dizele, pode-se considerar queo Direito tradicional está em crise de identidade.“E o papel está ficando cada vez mais órfão, umavez que os tribunais brasileiros decretaram suagradativa extinção.” Uma reprospectiva de 2010,feita por Kaminski, está no Juris Tantum destaedição.

Fevereiro/2011.

Entre os 100[No XVII Congresso da ADVOCEF, em Poconé/MS] Jailton Zanon lançou como desa-

fio estimular a atuação do Jurídicoem algumas áreas que ficaram afas-tadas dos advogados, como as doDireito Tributário, Empresarial,Societário e Ambiental. “Quando al-guém abrir o livro dos 100 maioresescritórios de advocacia do Brasil,o escritório de advocacia da CAIXAvai estar lá.”

Julho/2011.Jailton no XVII Congresso, com Carlos Castro (à suadireita), Leonardo Groba e Leonardo Patzlaff

Page 118: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

Advocef 20 Anos 117

1. “Que quer dizer grande advogado? Quer dizer advogado útil aos juízes para ajudá-los adecidir de acordo com a justiça, útil ao cliente para ajudá-lo a fazer valer suas razões. Útil éaquele advogado que fala o estritamente necessário, que escreve clara e concisamente,que não entulha a audiência com sua personalidadeinvasiva, não aborrece os juízes com sua prolixidade enão os deixa suspeitosos com sua sutileza – exatamenteo contrário, pois, do que certo público entende por gran-de advogado.”

O jardim e a praça“A liberdade pode ser disciplina, a au-toridade pode ser o diálogo, o poderpode ser justiça; o público e o privadose complementam. Deste modo é cor-reto pretender que no jardim exista algode praça e que a praça tenha algo dejardim”. O texto é de Nelson Saldanha,em “O Jardim e a Praça: o Privado e oPúblico na Vida Social e Histórica”(Edusp, 1993). A citação é daadvogada Iliane Rosa Pagliarini, lem-brando que tem a ver com a linha edi-torial da 13ª edição (comemorativa) da

Revista de Di-reito, sobre os10 anos do Es-tatuto da Cida-de. Iliane fazparte do Conse-lho Editorial daRevista.

Setembro/2011.

2. “A fundamentação das sentenças é certamente umagrande garantia de justiça, quando consegue reproduzirexatamente, como num esboço topográfico, o itineráriológico que o juiz percorreu para chegar à sua conclusão.Nesse caso, se a conclusão estiver errada, poder-se-á descobrir facilmente, através da fun-damentação, em que etapa do seu caminho o juiz perdeu o rumo. (...) Sob esse aspecto ébom que também o juiz tenha um pouco de habilidade do advogado, porque, ao redigir afundamentação, deve ser o defensor da tese já estabelecida por sua consciência.”(Textos extraídos de “Eles, os Juízes, Vistos por um Advogado”, de Piero Calamandrei.)

Julho/2011.

Para 11 de agosto

Trava-línguaO Acordo Ortográfico da Língua Portuguesacontinua, literalmente, mal falado em Portu-gal, neste ano em que começa a ser implan-tado. O economista e ex-ministro das Finan-ças Bagão Félix publicou artigo em janeiro nosite português Jornal de Negócios: “Adivinhemo que se quer dizer com ’não me pelo pelopelo de quem para para desistir’? Na rejeita-da e antiga grafia escreve-se: ’não me pélopelo pêlo de quem pára para desistir’”. Con-clui o crítico: “Já não nos chegavam os agra-vos à nossa língua nas tv e textos públicos,eis que os tornam agora obrigatórios”.

Fevereiro/2012

Origem das ideiasComentário de Steve Jobs: “Existe umatentação em nossa era digital de pen-sar que ideias podem ser desenvolvi-das por e-mail e no chat. Loucura. Acriatividade vem de encontros espon-tâneos, de conversas aleatórias.”

Novembro/2011.

Page 119: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

118 Advocef 20 Anos

Cena JurídicaA invenção do Alka-Seltzer

O próprio escritor Millôr Fernandes achava que al-gumas das frases que publicou ao longo do tempodeverão permanecer. Seguem quatro candidatas:“Como são admiráveis as pessoas que não conhe-cemos muito bem.” “De todas as taras sexuais, nãoexiste nenhuma mais estranha do que a abstinên-cia.” “Me arrancam tudo à força, e depois me cha-mam de contribuinte.” “A invenção do Alka-Seltzerfoi uma tempestade em copo d’água.”

Abril/2012.

A presença dabandeira

Ao saudar a presença, noXVIII Congresso, do ministrodo STJ Antonio CarlosFerreira, ex-diretor jurídico daCAIXA, o presidente CarlosCastro exaltou sua fidelidadeà Associação. Contou aoscongressistas que, sempreque vai ao gabinete do minis-tro, no STJ, encontra lá a ban-deira da ADVOCEF, que lhefoi presenteada. “Eu não seise quando eu saio ele tira,mas quando chego está sem-pre lá”, disse Carlos Castro,causando risos na plateia.

Junho/2012.

Foto

: Mar

cos D

’Pau

la/A

E

Remição pela leitura1. Detentos em regime fechado ou semiaberto po-dem ter a pena reduzida com a leitura de livros. Cadaobra lida, com a respectiva resenha, analisada porespecialistas, dará direito a quatro dias de redução.O projeto, chamado "Remição pela Leitura", constada Portaria 276 do Departamento Penitenciário Naci-onal (Depen), publicada no Diário Oficial da União em22/06/2012.

2. "Há presosdentro e fora dascadeias", escre-veu a escritoragaúcha MarthaMedeiros. "Mui-tos adolescen-tes estão presosa maquininhastecno lóg icasque facilitam suaconexão com osamigos, masnão sua cone-xão consigomesmo. Adultos estão presos a telenovelas e realityshows, quando poderiam estar investindo seu tempoem algo muito mais libertador."Concluiu, sobre o projeto da Depen: "Que se cum-pram as penas, mas que se deixe livre a imagina-ção".

Julho/2012.

Page 120: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

8Diretorias

Page 121: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

120 Advocef 20 Anos

Diretorias da ADVOCEF

1992/1994Presidente: José Gomes de Matos FilhoVice-Presidente: José Humberto Lordello dos Santos Souza

1994/1995Presidente: Asiel Henrique de SouzaVice-Presidente: Alberto Cavalcante Braga

1995/1996Presidente: Alberto Cavalcante BragaVice-Presidente: Gisela Ladeira Bizarra

1996/1998Presidente: Davi DuarteVice-Presidente: Darli Bertazzoni Barbosa

1998/2000 e 2000/2002Presidente: Luis Fernando MiguelVice-Presidentes: Sandra Maria Garret Rios Siqueirae Darli Bertazzoni Barbosa

Page 122: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

Advocef 20 Anos 121

2002/2004Presidente: Darli Bertazzoni Barbosa

Vice-Presidente: Sandra Rosa Bustelli Jesion

2004/2006 e 2006/2008Presidente: Altair Rodrigues de Paula

Vice-Presidente: Silvio do Lago Padilha

2008/2010Presidente: Davi Duarte

Vice-Presidente: Bruno Vanuzzi

2010/2012 e 2012/2014Presidente: Carlos Castro

Vice-Presidente: Anna Claudia de Vasconcellose Álvaro Sérgio Weiler Junior

Page 123: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

122 Advocef 20 Anos

Diretorias da ADVOCEFBiênio 1992-1994

Diretoria ExecutivaPresidente:Presidente:Presidente:Presidente:Presidente: José Gomes de Matos FilhoVice-Presidente:Vice-Presidente:Vice-Presidente:Vice-Presidente:Vice-Presidente: José Humberto Lordello dos Santos Souza1º Secretário:1º Secretário:1º Secretário:1º Secretário:1º Secretário: Jorge Eudes do Lago2º Secretário:2º Secretário:2º Secretário:2º Secretário:2º Secretário: Asiel Henrique de Souza1ª T1ª T1ª T1ª T1ª Tesoureira:esoureira:esoureira:esoureira:esoureira: Gisela Ladeira Bizarra2º T2º T2º T2º T2º Tesoureiresoureiresoureiresoureiresoureiro: o: o: o: o: Mario Luiz MachadoDiretor Regional Norte: Diretor Regional Norte: Diretor Regional Norte: Diretor Regional Norte: Diretor Regional Norte: Paulo Eduardo Cabral FurtadoDiretor Regional Nordeste:Diretor Regional Nordeste:Diretor Regional Nordeste:Diretor Regional Nordeste:Diretor Regional Nordeste: Cláudio Vinícius S. R. CastimDiretor Regional Sul:Diretor Regional Sul:Diretor Regional Sul:Diretor Regional Sul:Diretor Regional Sul: Renato Soares DiasDiretor Regional Sudeste:Diretor Regional Sudeste:Diretor Regional Sudeste:Diretor Regional Sudeste:Diretor Regional Sudeste: Aurival Jorge Pardauil SilvaDireDireDireDireDiretttttor Ror Ror Ror Ror Regional Centregional Centregional Centregional Centregional Centro-Oesto-Oesto-Oesto-Oesto-Oeste:e:e:e:e: Bernardo José Bettini Yarzon

Conselho DeliberativoPresidente: Presidente: Presidente: Presidente: Presidente: Davi Duarte

TitularesTitularesTitularesTitularesTitularesAlfredo Ambrósio NetoLídia Gomes de MagalhãesMaria Luiza de Castro RachidRicardo Siqueira

SuplentesSuplentesSuplentesSuplentesSuplentesCeres de Jesus AraújoHeloísa Helena E. RodriguesWagner de Freitas Ramos

Conselho FiscalPresidente:Presidente:Presidente:Presidente:Presidente: Fernando José Abritta

TitularesTitularesTitularesTitularesTitularesHermes Donizetti MarinelliOscar Acco

SuplentesSuplentesSuplentesSuplentesSuplentesSilvio do Lago PadilhaSônia Rodrigues Soares Caldas

Page 124: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

Advocef 20 Anos 123

Biênio 1994-1996

Diretoria ExecutivaPresidente: Presidente: Presidente: Presidente: Presidente: Asiel Henrique de Souza/Alberto Cavalcante BragaVice-Presidente:Vice-Presidente:Vice-Presidente:Vice-Presidente:Vice-Presidente: Alberto Cavalcante Braga/Gisela Ladeira Bizarra1ª Secretária:1ª Secretária:1ª Secretária:1ª Secretária:1ª Secretária: Isabella Gomes Machado2º Secretário:2º Secretário:2º Secretário:2º Secretário:2º Secretário: Alexandre Duarte Lacerda1ª T1ª T1ª T1ª T1ª Tesoureira: esoureira: esoureira: esoureira: esoureira: Gisela Ladeira Bizarra2º T2º T2º T2º T2º Tesoureiresoureiresoureiresoureiresoureiro: o: o: o: o: Edson Pereira da SilvaDiretor Regional Norte:Diretor Regional Norte:Diretor Regional Norte:Diretor Regional Norte:Diretor Regional Norte: Paulo Eduardo C. FurtadoDiretor Regional Nordeste: Diretor Regional Nordeste: Diretor Regional Nordeste: Diretor Regional Nordeste: Diretor Regional Nordeste: Luiz Carlos MoreiraDiretor Regional Sul: Diretor Regional Sul: Diretor Regional Sul: Diretor Regional Sul: Diretor Regional Sul: Renato Soares DiasDiretor Regional Sudeste:Diretor Regional Sudeste:Diretor Regional Sudeste:Diretor Regional Sudeste:Diretor Regional Sudeste: Jailton Zanon da SilveiraDiretor Regional Centro-Oeste:Diretor Regional Centro-Oeste:Diretor Regional Centro-Oeste:Diretor Regional Centro-Oeste:Diretor Regional Centro-Oeste: Alfredo de Souza Briltes

Conselho DeliberativoPresidente: Presidente: Presidente: Presidente: Presidente: Davi Duarte

TitularesTitularesTitularesTitularesTitularesElinora Maria da Rosa IsoldiLuis Fernando MiguelJoão Pedro SilvestrinOsmar de Aguiar Pacheco

SuplentesSuplentesSuplentesSuplentesSuplentesAlberto Bohnen FilhoHeloísa Helena E. RodriguesRoberto Maia

Conselho FiscalPresidente:Presidente:Presidente:Presidente:Presidente: Alfredo Ambrósio Neto

TitularesTitularesTitularesTitularesTitularesMarta FaustinoPaulo Ernane Moreira Barros

SuplentesSuplentesSuplentesSuplentesSuplentesJanilda Guimarães L. ColloWelson da Silva Vieira

Page 125: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

124 Advocef 20 Anos

Diretorias da ADVOCEFBiênio 1996-1998

Diretoria ExecutivaPresidente: Presidente: Presidente: Presidente: Presidente: Davi DuarteVice-Presidente: Vice-Presidente: Vice-Presidente: Vice-Presidente: Vice-Presidente: Darli Barbosa1ª Secretária:1ª Secretária:1ª Secretária:1ª Secretária:1ª Secretária: Heloísa Helena E. Rodrigues2º Secretário:2º Secretário:2º Secretário:2º Secretário:2º Secretário: João Pedro Silvestrin1º T1º T1º T1º T1º Tesoureiresoureiresoureiresoureiresoureiro: o: o: o: o: Luis Fernando Miguel2º T2º T2º T2º T2º Tesoureiresoureiresoureiresoureiresoureiro:o:o:o:o: Volnir Cardoso AragãoDiretor Regional Norte:Diretor Regional Norte:Diretor Regional Norte:Diretor Regional Norte:Diretor Regional Norte: Alceu Paiva de MirandaDiretora Regional Nordeste: Diretora Regional Nordeste: Diretora Regional Nordeste: Diretora Regional Nordeste: Diretora Regional Nordeste: Sandra Maria Rios SiqueiraDireDireDireDireDiretttttora Rora Rora Rora Rora Regional Sul: egional Sul: egional Sul: egional Sul: egional Sul: Isabel de Fátima F. GomesDiretor Regional Sudeste:Diretor Regional Sudeste:Diretor Regional Sudeste:Diretor Regional Sudeste:Diretor Regional Sudeste: Antonio A. Camelier da SilvaDireDireDireDireDiretttttor Ror Ror Ror Ror Regional Centregional Centregional Centregional Centregional Centro-Oesto-Oesto-Oesto-Oesto-Oeste: e: e: e: e: Wilson Vergílio Real Rabelo

Conselho DeliberativoPresidente:Presidente:Presidente:Presidente:Presidente: Elton Nobre de Oliveira

TitularesTitularesTitularesTitularesTitularesCíntia de Freitas GouvêaJorge Paulo Schlemm NetoMarcello A. Hamdan RibeiroSônia Lúcia dos Santos Lopes

SuplentesSuplentesSuplentesSuplentesSuplentesJailton Zanon da SilveiraJosé Cláudio C. Real CarelliJosemildo Felisardo da Silva

Conselho FiscalPresidente:Presidente:Presidente:Presidente:Presidente: Mary Carla Silva Ribeiro

TitularesTitularesTitularesTitularesTitularesDomingos Simião da SilvaGerhard Winning Filho

SuplentesSuplentesSuplentesSuplentesSuplentesNewton do Espírito SantoRogério Rubim de Miranda Magalhães

Page 126: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

Advocef 20 Anos 125

Biênio 1998-2000

Diretoria ExecutivaPresidente: Presidente: Presidente: Presidente: Presidente: Luis Fernando MiguelVice-Presidente:Vice-Presidente:Vice-Presidente:Vice-Presidente:Vice-Presidente: Sandra Maria Rios Siqueira1ª Secretária:1ª Secretária:1ª Secretária:1ª Secretária:1ª Secretária: Amanda Angélica G. Cardoso2º Secretário:2º Secretário:2º Secretário:2º Secretário:2º Secretário: Roberto Maia1ª T1ª T1ª T1ª T1ª Tesoureira: esoureira: esoureira: esoureira: esoureira: Adriane Kusler2º T2º T2º T2º T2º Tesoureiresoureiresoureiresoureiresoureiro: o: o: o: o: Davi DuarteDiretor Regional Norte: Diretor Regional Norte: Diretor Regional Norte: Diretor Regional Norte: Diretor Regional Norte: Luiz Carlos LuguesDiretora Regional Nordeste: Diretora Regional Nordeste: Diretora Regional Nordeste: Diretora Regional Nordeste: Diretora Regional Nordeste: Ceres de Jesus Silva AraújoDiretor Regional Sul: Diretor Regional Sul: Diretor Regional Sul: Diretor Regional Sul: Diretor Regional Sul: João Pedro SilvestrinDiretora Regional Sudeste: Diretora Regional Sudeste: Diretora Regional Sudeste: Diretora Regional Sudeste: Diretora Regional Sudeste: Mary Carla Silva RibeiroDiretor Regional Centro-Oeste:Diretor Regional Centro-Oeste:Diretor Regional Centro-Oeste:Diretor Regional Centro-Oeste:Diretor Regional Centro-Oeste: Ivan Sérgio Vaz Porto

Conselho DeliberativoPresidente: Presidente: Presidente: Presidente: Presidente: Darli Barbosa

TitularesTitularesTitularesTitularesTitularesAltair Rodrigues de PaulaAntonio Carlos GonçalvesFrancisco SpislaGeraldo Saviani da Silva

SuplentesSuplentesSuplentesSuplentesSuplentesGilberto Gemin da SilvaMarcelo MartinsMário César Langowski

Conselho FiscalPresidente: Presidente: Presidente: Presidente: Presidente: Gisela Ladeira Bizarra

TitularesTitularesTitularesTitularesTitularesIsabella Gomes MachadoMaria das Graças Nunes Lobato

SuplentesSuplentesSuplentesSuplentesSuplentesCleucimar Valente FirmianoHenrique Chagas

Page 127: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

126 Advocef 20 Anos

Diretorias da ADVOCEFBiênio 2000-2002

Diretoria ExecutivaPresidente: Presidente: Presidente: Presidente: Presidente: Luis Fernando MiguelVice-Presidente:Vice-Presidente:Vice-Presidente:Vice-Presidente:Vice-Presidente: Darli Barbosa1º Secretário:1º Secretário:1º Secretário:1º Secretário:1º Secretário: Roberto Maia2ª Secretária:2ª Secretária:2ª Secretária:2ª Secretária:2ª Secretária: Amanda Angélica G. Cardoso1º T1º T1º T1º T1º Tesoureiresoureiresoureiresoureiresoureiro:o:o:o:o: Davi Duarte2º T2º T2º T2º T2º Tesoureiresoureiresoureiresoureiresoureiro: o: o: o: o: João Pedro SilvestrinDiretora Regional Norte:Diretora Regional Norte:Diretora Regional Norte:Diretora Regional Norte:Diretora Regional Norte: Liana MousinhoDiretor Regional Nordeste:Diretor Regional Nordeste:Diretor Regional Nordeste:Diretor Regional Nordeste:Diretor Regional Nordeste: Carlos Alberto Regueira de Castro e SilvaDiretor Regional Sul: Diretor Regional Sul: Diretor Regional Sul: Diretor Regional Sul: Diretor Regional Sul: Altair Rodrigues de PaulaDiretor Regional Sudeste:Diretor Regional Sudeste:Diretor Regional Sudeste:Diretor Regional Sudeste:Diretor Regional Sudeste: Jailton Zanon da SilveiraDiretora Regional Centro-Oeste:Diretora Regional Centro-Oeste:Diretora Regional Centro-Oeste:Diretora Regional Centro-Oeste:Diretora Regional Centro-Oeste: Isabella Gomes Machado

Conselho DeliberativoPresidente: Presidente: Presidente: Presidente: Presidente: Alfredo Ambrósio Neto

TitularesTitularesTitularesTitularesTitularesAntonio Carlos da S. MagalhãesJuscelino Malta Laudares

SuplentesSuplentesSuplentesSuplentesSuplentesIvan Sérgio Vaz PortoLuiz Fernando C. PadilhaOnofre Costa Júnior

Conselho FiscalPresidente: Presidente: Presidente: Presidente: Presidente: Sônia Rodrigues Soares Caldas

TitularesTitularesTitularesTitularesTitularesMaria dos Prazeres de OliveiraSandra Rios Siqueira

SuplenteSuplenteSuplenteSuplenteSuplentePaulo Ritt

Page 128: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

Advocef 20 Anos 127

Biênio 2002-2004

Diretoria ExecutivaPresidente: Presidente: Presidente: Presidente: Presidente: Darli BarbosaVice-Presidente:Vice-Presidente:Vice-Presidente:Vice-Presidente:Vice-Presidente: Sandra Rosa Bustelli Jesion1º Secretário:1º Secretário:1º Secretário:1º Secretário:1º Secretário: Alceu Paiva de Miranda2º Secretário:2º Secretário:2º Secretário:2º Secretário:2º Secretário: Francisco Spisla1º T1º T1º T1º T1º Tesoureiresoureiresoureiresoureiresoureiro: o: o: o: o: Altair Rodrigues de Paula2º T2º T2º T2º T2º Tesoureiresoureiresoureiresoureiresoureiro: o: o: o: o: Gilberto Gemin da SilvaDiretor Regional Norte:Diretor Regional Norte:Diretor Regional Norte:Diretor Regional Norte:Diretor Regional Norte: Mariano Moreira JuniorDiretor Regional Nordeste: Diretor Regional Nordeste: Diretor Regional Nordeste: Diretor Regional Nordeste: Diretor Regional Nordeste: Leandro Cabral MoraesDiretor Regional Sul: Diretor Regional Sul: Diretor Regional Sul: Diretor Regional Sul: Diretor Regional Sul: Edgar Luiz DiasDiretor Regional Sudeste: Diretor Regional Sudeste: Diretor Regional Sudeste: Diretor Regional Sudeste: Diretor Regional Sudeste: Angelo Ricardo Alves da RochaDiretora Regional Centro-Oeste: Diretora Regional Centro-Oeste: Diretora Regional Centro-Oeste: Diretora Regional Centro-Oeste: Diretora Regional Centro-Oeste: Isabella Gomes Machado

Conselho DeliberativoPresidente:Presidente:Presidente:Presidente:Presidente: Alfredo Ambrósio Neto

TitularesTitularesTitularesTitularesTitularesDomingos Simião da SilvaGerhard Winning FilhoRosimeire Rocha McaucharSilvio do Lago PadilhaSimone Solange de Castro Rachid

SuplentesSuplentesSuplentesSuplentesSuplentesLuciano Paiva NogueiraUmberto Parma Machado

Conselho FiscalPresidente: Presidente: Presidente: Presidente: Presidente: Davi Duarte

TitularesTitularesTitularesTitularesTitularesGisela Ladeira BizarraLuis Fernando Miguel

SuplentesSuplentesSuplentesSuplentesSuplentesMaria dos Prazeres de OliveiraPaulo Ritt

Page 129: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

128 Advocef 20 Anos

Diretorias da ADVOCEFBiênio 2004-2006

Diretoria ExecutivaPresidente: Presidente: Presidente: Presidente: Presidente: Altair Rodrigues de PaulaVice-Presidente: Vice-Presidente: Vice-Presidente: Vice-Presidente: Vice-Presidente: Silvio do Lago Padilha1º Secretário:1º Secretário:1º Secretário:1º Secretário:1º Secretário: Geraldo Saviani da Silva2º Secretário:2º Secretário:2º Secretário:2º Secretário:2º Secretário: Darli Bertazzoni Barbosa1º T1º T1º T1º T1º Tesoureiresoureiresoureiresoureiresoureiro:o:o:o:o: José Carlos Pinotti Filho2º T2º T2º T2º T2º Tesoureiresoureiresoureiresoureiresoureiro: o: o: o: o: Francisco SpislaDiretor Regional Sul:Diretor Regional Sul:Diretor Regional Sul:Diretor Regional Sul:Diretor Regional Sul: Fernando da Silva Abs da CruzDiretora Regional Sudeste:Diretora Regional Sudeste:Diretora Regional Sudeste:Diretora Regional Sudeste:Diretora Regional Sudeste: Sônia Lúcia dos Santos LopesDiretora Regional Centro-Oeste: Diretora Regional Centro-Oeste: Diretora Regional Centro-Oeste: Diretora Regional Centro-Oeste: Diretora Regional Centro-Oeste: Isabella Gomes MachadoDiretor Regional Nordeste: Diretor Regional Nordeste: Diretor Regional Nordeste: Diretor Regional Nordeste: Diretor Regional Nordeste: Clélio Amorim Nobre Guedelha MartinsDiretor Regional Norte: Diretor Regional Norte: Diretor Regional Norte: Diretor Regional Norte: Diretor Regional Norte: Eurico Soares Montenegro Neto

Conselho DeliberativoPresidente: Presidente: Presidente: Presidente: Presidente: Daniela Gazzetta de Camargo

TitularesTitularesTitularesTitularesTitularesEduardo Pereira BromonschenkelRenato Luiz Harmi HinoTânia Rodrigues NascimentoUbiraci Moreira Lisboa

SuplentesSuplentesSuplentesSuplentesSuplentesCristina LeeMarta Bufaiçal Rosa Cobucci

Conselho FiscalConselho FiscalConselho FiscalConselho FiscalConselho FiscalPresidente:Presidente:Presidente:Presidente:Presidente: Júlio Cezar Hofman

TitularesTitularesTitularesTitularesTitularesMaria dos Prazeres de OliveiraPaulo Roberto Soares

SuplentesSuplentesSuplentesSuplentesSuplentesConceição Keane Gomes ChavesIzabel Urquiza Godoi Almeida

Page 130: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

Advocef 20 Anos 129

Representantes nas Unidades Jurídicas - 2005-2006Alagoas: Euller Sarmento Barroso AzevedoAmazonas: Alaim Giovani Fortes StefanelloBahia: Rodolfo Nascimento BarrosBauru: Henrique ChagasBrasília: Gustavo Adolfo Maia JuniorCeará: André Luis Meirelles JustiEspírito Santo: Angelo Ricardo Alves da RochaGoiás: Alfredo Ambrósio NetoMaranhão: Samarone José Lima MeirelesMato Grosso: Juel Prudêncio BorgesMato Grosso do Sul: Milton Sanábria PereiraMatriz: Paulo Eduardo BalsamãoMinas Gerais: Rogério Rubim de Miranda MagalhãesPará: Liana Coelho MousinhoParaíba: Ricardo PolastriniParaná: Jayme de Azevedo LimaPernambuco: Jair de Oliveira Figueiredo MendesPiauí: Ricardo Martins VilarinhoRio de Janeiro: Octavio Caio Mora Y A. C. SilvaRio Grande do Norte: Leandro Cabral MoraesRio Grande do Sul: Gilberto Antônio Panizzi FilhoRondônia: Eurico MontenegroSanta Catarina: Mariano Moreira JuniorSão Paulo: Agnelo Queiroz RibeiroSergipe: Cícero Cabral Guerra Neto

Page 131: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

130 Advocef 20 Anos

Diretorias da ADVOCEFBiênio 2006-2008

Diretoria ExecutivaPresidente:Presidente:Presidente:Presidente:Presidente: Altair Rodrigues de PaulaVice-Presidente:Vice-Presidente:Vice-Presidente:Vice-Presidente:Vice-Presidente: Silvio do Lago Padilha1ª Secretária:1ª Secretária:1ª Secretária:1ª Secretária:1ª Secretária: Marisa Alves Dias Menezes2º Secretário:2º Secretário:2º Secretário:2º Secretário:2º Secretário: Henrique Chagas1º T1º T1º T1º T1º Tesoureiresoureiresoureiresoureiresoureiro: o: o: o: o: José Carlos Pinotti Filho2ª T2ª T2ª T2ª T2ª Tesoureira:esoureira:esoureira:esoureira:esoureira: Patrícia Raquel Caires Jost GuadanhimDiretor Regional Sul:Diretor Regional Sul:Diretor Regional Sul:Diretor Regional Sul:Diretor Regional Sul: Mariano Moreira JúniorDiretora Regional Sudeste: Diretora Regional Sudeste: Diretora Regional Sudeste: Diretora Regional Sudeste: Diretora Regional Sudeste: Sônia Lúcia dos Santos LopesDiretor Regional Centro-Oeste: Diretor Regional Centro-Oeste: Diretor Regional Centro-Oeste: Diretor Regional Centro-Oeste: Diretor Regional Centro-Oeste: Gustavo Adolfo Maia JúniorDiretora Regional Nordeste:Diretora Regional Nordeste:Diretora Regional Nordeste:Diretora Regional Nordeste:Diretora Regional Nordeste: Maria dos Prazeres de OliveiraDiretora Regional Norte: Diretora Regional Norte: Diretora Regional Norte: Diretora Regional Norte: Diretora Regional Norte: Liana Cunha Mousinho Coelho

Conselho DeliberativoPresidente: Presidente: Presidente: Presidente: Presidente: Darli Bertazzoni Barbosa

TitularesTitularesTitularesTitularesTitularesAlfredo Ambrósio NetoBruno Vicente Becker VanuzziIsabella Gomes MachadoLuciano Paiva NogueiraLuis Fernando MiguelMarcelo Dutra VictorRenato Luiz Harmi Hino

Conselho FiscalPresidente: Presidente: Presidente: Presidente: Presidente: Paulo Roberto Soares

TitularesTitularesTitularesTitularesTitularesJúlio Cezar HofmanRogério Rubim de Miranda Magalhães

SuplentesSuplentesSuplentesSuplentesSuplentesEber Saraiva de SouzaIvan Sérgio Vaz Porto

Page 132: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

Advocef 20 Anos 131

Representantes nas Unidades Jurídicas - 2006-2008

Alagoas: Carlos André CanutoAmazonas: Alcefredo Pereira de SouzaBahia: Jair de Oliveira Figueiredo MendesBauru: Henrique ChagasBrasília: Gustavo Adolfo Maia JuniorCeará: Adonias Melo de CordeiroEspírito Santo: Rodrigo Sales dos SantosGoiás: Ivan Sérgio Vaz PortoMaranhão: Samarone José Lima MeirelesMato Grosso: Gustavo Eduardo Reis de SiqueiraMato Grosso do Sul: Cleonice José da Silva HerculanoMatriz: Isabella Gomes MachadoMinas Gerais: Simone Solange de Castro RachidPará: Renato Lobato de MoraisParaíba: Fábio Romero de Souza RangelParaná: Jayme de Azevedo LimaPernambuco: Paulo Melo de Almeida BarrosPiauí: Renato Cavalcante de FariasRio de Janeiro: Leonardo Faustino LimaRio Grande do Norte: Carlos Roberto de AraújoRio Grande do Sul: Jaques BernardiRondônia: Cláudia Elisa de Medeiros TeixeiraSanta Catarina: Marcelo Oscar Silva SantosSão Paulo: Marisa Alves Dias MenezesSergipe: João Batista Barbosa Arruda

Page 133: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

132 Advocef 20 Anos

Diretorias da ADVOCEFBiênio 2008-2010

Diretoria ExecutivaPresidente: Presidente: Presidente: Presidente: Presidente: Davi DuarteVice-Presidente: Vice-Presidente: Vice-Presidente: Vice-Presidente: Vice-Presidente: Bruno Vicente Becker Vanuzzi1º Secre1º Secre1º Secre1º Secre1º Secretário:tário:tário:tário:tário: Ricardo Gonçalez Tavares2º Secretário: 2º Secretário: 2º Secretário: 2º Secretário: 2º Secretário: José Carlos Pinotti Filho1º T1º T1º T1º T1º Tesoureiresoureiresoureiresoureiresoureiro:o:o:o:o: Fernando da Silva Abs da Cruz2º T2º T2º T2º T2º Tesoureiresoureiresoureiresoureiresoureiro: o: o: o: o: Mariano Moreira JuniorDiretor de Articulação e Relacionamento Institucional:Diretor de Articulação e Relacionamento Institucional:Diretor de Articulação e Relacionamento Institucional:Diretor de Articulação e Relacionamento Institucional:Diretor de Articulação e Relacionamento Institucional: Carlos Alberto Re-gueira de Castro e SilvaDiretor de Comunicação: Diretor de Comunicação: Diretor de Comunicação: Diretor de Comunicação: Diretor de Comunicação: Roberto MaiaDiretor de Honorários:Diretor de Honorários:Diretor de Honorários:Diretor de Honorários:Diretor de Honorários: Gryecos Attom Valente Loureiro/Marcelo Quevedo do AmaralDiretora de Negociação:Diretora de Negociação:Diretora de Negociação:Diretora de Negociação:Diretora de Negociação: Anna Claudia de VasconcellosDiretor de Prerrogativas:Diretor de Prerrogativas:Diretor de Prerrogativas:Diretor de Prerrogativas:Diretor de Prerrogativas: Júlio Vitor Greve

Conselho DeliberativoPresidente: Presidente: Presidente: Presidente: Presidente: Patrícia Raquel Caires Jost Guadanhim

TitularesTitularesTitularesTitularesTitularesHenrique ChagasLaert Nascimento AraújoMarcelo Dutra VictorRenato Luiz Harmi Hino

SuplentesSuplentesSuplentesSuplentesSuplentesArcinélio de Azevedo CaldasDaniele Cristina Alaniz MacedoMaria Eliza Nogueira da Silva

Conselho FiscalPresidente: Presidente: Presidente: Presidente: Presidente: Rogério Rubim de Miranda Magalhães

TitularesTitularesTitularesTitularesTitularesAlfredo Ambrósio NetoLiana Cunha Mousinho Coelho

SuplentesSuplentesSuplentesSuplentesSuplentesFabio Romero de Souza RangelSandro Cordeiro Lopes

Page 134: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

Advocef 20 Anos 133

Representantes nas Unidades Jurídicas - 2008-2010Aracaju: Laert Nascimento AraujoBelém: Patrick Ruiz LimaBelo Horizonte: Leandro Clementoni da CunhaBrasília: Juliana Varella Barca de Miranda PortoCampinas: Carlos Henrique Bernardes Castello ChiossiCampo Grande: Alfredo de Souza BriltesCascavel: Renato Luiz Ottoni GuedesCuiabá: Eber Saraiva de SouzaCuritiba: Jayme de Azevedo LimaFlorianópolis: Edson Maciel MonteiroFortaleza: Adonias Melo de CordeiroGoiânia: Ivan Sérgio Vaz PortoJoão Pessoa: Leopoldo Viana Batista JuniorJuiz de Fora: Rodrigo Trezza BorgesLondrina: Altair Rodrgues de PaulaMaceió: Dioclécio Cavalcante de Melo NetoManaus: Alcefredo Pereira de SouzaMaringá: José Irajá de AlmeidaNatal: Carlos Roberto de AraujoNiterói: Daniel Burkle WardNovo Hamburgo: Clarissa Pires da CostaPasso Fundo: Luis Gustavo FrancoPorto Alegre: Marcelo Quevedo do AmaralPorto Velho: Melissa dos Santos PinheiroPresidente Prudente: Henrique ChagasRecife: Pedro Jorge Santana PereiraRibeirão Preto: Sandro Endrigo de Azevedo ChiarotiRio de Janeiro: Márcio Miranda de SouzaSalvador: Jair Oliveira Figueiredo MendesSanta Maria: Fábio RadinSão José do Rio Preto: Antonio Carlos Origa JuniorSão José dos Campos: Flávia Elisabete de Oliveira Fidalgo Souza KarrerSão Luís: Ênio Leite Alves da SilvaSão Paulo: Roland Gomes Pinheiro da SilvaTeresina: Renato Cavalcante de FariasUberlândia: Lucíola Parreira VasconcelosVitória: Cleber Alves TumoliVolta Redonda: Aldir Gomes SellesDIJUR/SUAJU: Elisia Sousa XavierDIJUR/GETEN: Júlio Vitor Greve

Page 135: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

134 Advocef 20 Anos

Diretorias da ADVOCEFBiênio 2010-2012

Diretoria ExecutivaPresidente: Presidente: Presidente: Presidente: Presidente: Carlos Alberto Regueira de Castro e SilvaVice-Presidente: Vice-Presidente: Vice-Presidente: Vice-Presidente: Vice-Presidente: Anna Claudia de Vasconcellos1º Secretário:1º Secretário:1º Secretário:1º Secretário:1º Secretário: Luciano Caixeta Amâncio2º Secretário: 2º Secretário: 2º Secretário: 2º Secretário: 2º Secretário: Jair Oliveira Figueiredo Mendes1ª T1ª T1ª T1ª T1ª Tesoureira: esoureira: esoureira: esoureira: esoureira: Isabella Gomes Machado2º T2º T2º T2º T2º Tesoureiresoureiresoureiresoureiresoureiro: o: o: o: o: Estanislau Luciano de OliveiraDiretor de Articulação e Relacionamento Institucional:Diretor de Articulação e Relacionamento Institucional:Diretor de Articulação e Relacionamento Institucional:Diretor de Articulação e Relacionamento Institucional:Diretor de Articulação e Relacionamento Institucional: Júlio Vitor GreveDiretor de Comunicação: Diretor de Comunicação: Diretor de Comunicação: Diretor de Comunicação: Diretor de Comunicação: Roberto MaiaDiretor de Honorários: Diretor de Honorários: Diretor de Honorários: Diretor de Honorários: Diretor de Honorários: Álvaro Sergio Weiler JúniorDiretor de Negociação:Diretor de Negociação:Diretor de Negociação:Diretor de Negociação:Diretor de Negociação: Natanael Lobão Cruz/Marcelo Dutra VictorDiretor de Prerrogativas:Diretor de Prerrogativas:Diretor de Prerrogativas:Diretor de Prerrogativas:Diretor de Prerrogativas: Fernando da Silva Abs da Cruz/Pedro Jorge Santana PereiraDiretor Jurídico:Diretor Jurídico:Diretor Jurídico:Diretor Jurídico:Diretor Jurídico: Bruno Vicente Becker Vanuzzi/Fernando da Silva Abs da CruzDiretora Social: Diretora Social: Diretora Social: Diretora Social: Diretora Social: Marcelo Dutra Victor/Elenise Peruzzo dos Santos

Conselho DeliberativoPresidente: Presidente: Presidente: Presidente: Presidente: Davi Duarte

TitularesTitularesTitularesTitularesTitularesAlfredo Ambrósio NetoElton Nobre de OliveiraJuliana Varella Barca de Miranda PortoRenato Luiz Harmi Hino

SuplentesSuplentesSuplentesSuplentesSuplentesAntônio Xavier de Moraes PrimoFábio Romero de Souza RangelJayme de Azevedo Lima

Conselho FiscalPresidente: Presidente: Presidente: Presidente: Presidente: Rogério Rubim de Miranda Magalhães

TitularesTitularesTitularesTitularesTitularesAdonias Melo de CordeiroGisela Ladeira Bizarra Morone

SuplentesSuplentesSuplentesSuplentesSuplentesDaniele Cristina Alaniz MacedoMelissa Santos Pinheiro Vassoler Silva

Page 136: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

Advocef 20 Anos 135

Representantes nas Unidades Jurídicas - 2010-2012Aracaju: Bianco Souza MorelliBauru: Tânia Maria TrevisanBelém: Patrick Ruiz LimaBelo Horizonte: Leandro Clementoni da CunhaBrasília: Ricardo Tavares BaravieraCampinas: Lya Rachel Basseto VieiraCampo Grande: Alfredo de Souza BriltesCascavel: Daniele Cristina das NevesCuiabá: Juel Prudêncio BorgesCuritiba: Susan Emily Iancoski SoeiroFlorianópolis: Edson Maciel MonteiroFortaleza: Maria Rosa de Carvalho Leite NetaGoiânia: Ivan Sérgio Vaz PortoJoão Pessoa: Isaac Marques CatãoJuiz de Fora: Rodrigo Trezza BorgesLondrina: Altair Rodrigues de PaulaMaceió: Dioclécio Cavalcante de Melo NetoManaus: Raimundo Anastácio D. FilhoMaringá: José Irajá de AlmeidaNatal: Carlos Roberto de AraujoNiterói: Daniel Burkle WardNovo Hamburgo: João Batista GabbardoPasso Fundo: Vinícius FacendaPorto Alegre: Pablo DrumPorto Velho: Bruno Ricardo C. de SouzaRecife: Justiniano Dias da Silva Jr.Ribeirão Preto: Sandro Endrigo de Azevedo ChiarotiRio de Janeiro: Carlos Eduardo Leite SaboyaSalvador: Jair Oliveira F. MendesSanta Maria: Fabio RadinSão José do Rio Preto: Antonio Carlos Origa JuniorSão José dos Campos: Flávia Elisabete de Oliveira Fidalgo Souza KarrerSão Luís: Virginia Neusa Lima CardosoSão Paulo: Roland Gomes Pinheiro da SilvaTeresina: Edvaldo Martins Viana Jr.Uberlândia: Lucíola Parreira VasconcelosVitória: Angelo Ricardo Alves da RochaVolta Redonda: Aldir Gomes SellesDIJUR/SUAJU: Elisia Sousa XavierDIJUR/GETEN: Júlio Vitor Greve

Page 137: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

136 Advocef 20 Anos

Diretorias da ADVOCEFBiênio 2012-2014

Diretoria ExecutivaPresidente:Presidente:Presidente:Presidente:Presidente: Carlos Alberto Regueira de Castro e SilvaVice-Presidente:Vice-Presidente:Vice-Presidente:Vice-Presidente:Vice-Presidente: Álvaro Sergio Weiler Júnior1ª Secretária: 1ª Secretária: 1ª Secretária: 1ª Secretária: 1ª Secretária: Lenymara Carvalho2ª Secre2ª Secre2ª Secre2ª Secre2ª Secretária:tária:tária:tária:tária: Lya Rachel Basseto Vieira1º T1º T1º T1º T1º Tesoureiresoureiresoureiresoureiresoureiro:o:o:o:o: Estanislau Luciano de Oliveira2ª T2ª T2ª T2ª T2ª Tesoureira:esoureira:esoureira:esoureira:esoureira: Daniele Cristina Alaniz MacedoDiretor de Articulação e Relacionamento Institucional: Diretor de Articulação e Relacionamento Institucional: Diretor de Articulação e Relacionamento Institucional: Diretor de Articulação e Relacionamento Institucional: Diretor de Articulação e Relacionamento Institucional: Júlio Vitor GreveDiretor de Comunicação:Diretor de Comunicação:Diretor de Comunicação:Diretor de Comunicação:Diretor de Comunicação: Roberto MaiaDiretor de Honorários: Diretor de Honorários: Diretor de Honorários: Diretor de Honorários: Diretor de Honorários: Dione Lima da SilvaDiretor de Negociação:Diretor de Negociação:Diretor de Negociação:Diretor de Negociação:Diretor de Negociação: Marcelo Dutra VictorDiretora de Prerrogativas:Diretora de Prerrogativas:Diretora de Prerrogativas:Diretora de Prerrogativas:Diretora de Prerrogativas: Maria Rosa Carvalho Leite NetaDiretor Jurídico: Diretor Jurídico: Diretor Jurídico: Diretor Jurídico: Diretor Jurídico: Pedro Jorge Santana PereiraDiretora Social: Diretora Social: Diretora Social: Diretora Social: Diretora Social: Isabella Gomes Machado

Conselho DeliberativoPresidente: Presidente: Presidente: Presidente: Presidente: Davi Duarte

TitularesTitularesTitularesTitularesTitularesAnna Claudia de VasconcellosFernando da Silva Abs da CruzHenrique ChagasLuciano Caixeta AmâncioPatrícia Raquel Caires Jost GuadanhimRenato Luiz Harmi Hino

SuplentesSuplentesSuplentesSuplentesSuplentesAntônio Xavier de Moraes PrimoElton Nobre de OliveiraJustiniano Dias da Silva Júnior

Conselho FiscalPresidente: Presidente: Presidente: Presidente: Presidente: Edson Pereira da Silva

TitularesTitularesTitularesTitularesTitularesAdonias Melo de CordeiroJayme de Azevedo Lima

SuplentesSuplentesSuplentesSuplentesSuplentesMelissa Santos Pinheiro Vassoler SilvaSandro Endrigo de Azevedo Chiaroti

Page 138: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

Advocef 20 Anos 137

Representantes nas Unidades Jurídicas - 2012-2014Aracaju: Paula Giron MargalhoBauru: Rodrigo Trassi de AraújoBelém: José de Anchieta Bandeira Moreira FilhoBelo Horizonte: Leandro Clementoni da CunhaBrasília: Marta Bufáiçal RosaCampinas: Lya Rachel Basseto VieiraCampo Grande: Alfredo de Souza BriltesCascavel: Renato Luiz Ottoni GuedesCuiabá: Sandro Martinho TiegsCuritiba: Manoel Diniz Paz NetoFlorianópolis: Edson Maciel MonteiroFortaleza: Karla Karam MedinaGoiânia: Ivan Sérgio Vaz PortoJoão Pessoa: Magdiel Jeus Gomes AraújoJuiz de Fora: Rodrigo Trezza BorgesLondrina: Altair Rodrigues de PaulaMaceió: Dioclécio Cavalcante de Melo NetoManaus: Kátia Regina Souza NascimentoMaringá: José Irajá de AlmeidaNatal: Francisco Frederico Felipe MarrocosNiterói: Daniel Burkle WardNovo Hamburgo: Leonardo da Silva GreffPasso Fundo: Cássia Daniela da SilveiraPiracicaba: José Carlos de CastroPorto Alegre: Pablo DrumPorto Velho: Augusto Cruz SouzaRecife: Aldo Lins e SilvaRibeirão Preto: Sandro Endrigo de Azevedo ChiarotiRio de Janeiro: Luiz Fernando PadilhaSalvador: Linéia Ferreira CostaSanta Maria: Conrado de Figueiredo N. BorbaSão José do Rio Preto: Antonio Carlos Origa JúniorSão José dos Campos: Leandro BiondiSão Luís: Marcelo de Mattos Pereira MoreiraSão Paulo: Camila Modena Basseto RibeiroTeresina: Rômulo dos Santos LimaUberaba: Felipe Lima de PaulaUberlândia: Aquilino Novaes RodriguesVitória: Angelo Ricardo Alves da RochaVolta Redonda: Aldir Gomes SellesDIJUR/SUAJU: Elisia Sousa XavierDIJUR/GETEN: Meire Aparecida de Amorim

Page 139: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos
Page 140: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos

ADVOCEFAssociação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal

SBS, Quadra 2, Bloco Q, Lote 3, Sala 1410, Edifício João Carlos Saad,CEP 70070-120, Fones (61) 3224-3020 e [email protected]

Page 141: Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal · teve início em 2011, com a publicação da obra retratando os 150 anos da Advo-cacia na CAIXA, na qual foram trazidos