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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO ACADÊMICO DO AGRESTE NÚCLEO DE DESIGN ASPECTOS DO CONFORTO E DA USABILIDADE NO VESTUÁRIO MASCULINO PRODUZIDO NO MUNICÍPIO DE CARUARU-PE: UMA ANÁLISE ERGONÔMICA CARUARU-PE 2012

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADÊMICO DO AGRESTE

NÚCLEO DE DESIGN

ASPECTOS DO CONFORTO E DA USABILIDADE NO VESTUÁRIO MASCULINO PRODUZIDO NO MUNICÍPIO DE CARUARU-PE: UMA

ANÁLISE ERGONÔMICA

CARUARU-PE

2012

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADÊMICO DO AGRESTE

NÚCLEO DE DESIGN

Walquiria Neusa da Silva

ASPECTOS DO CONFORTO E DA USABILIDADE NO VESTUÁRIO MASCULINO PRODUZIDO NO MUNICÍPIO DE CARUARU-PE: UMA

ANÁLISE ERGONÔMICA

Monografia apresentada no curso de Design da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Centro Acadêmico do Agreste como requisito para à obtenção do grau de Bacharel em Design.

Orientadora Profa. Msc.: Rosiane Pereira Alves

CARUARU-PE

2012

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Catalogação na fonte

Bibliotecária Simone Xavier CRB4 - 1242

S586a Silva, Walquiria Neusa da. Aspectos do conforto e da usabilidade no vestuário masculino produzido no Município de Caruaru-PE: Uma análise ergonômica. / Walquiria Neusa da Silva. - Caruaru: A autora, 2012. 119f. : il. ; 30 cm.

Orientadora: Rosiane Pereira Alves Monografia (Trabalho de Conclusão de Curso) – Universidade Federal de

Pernambuco, CAA. Design, 2012. Inclui bibliografia.

1. Roupas masculinas. 2. Ergonomia. 3. Vestuário – Caruaru - PE. I. Alves, Rosiane Pereira (orientadora). II. Título.

740 CDD (23. ed.) UFPE (CAA 2012-119)

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Professor Charles Leite

Professora Rosiane Pereira Alves

Professora Andréa de Santana Costa

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Dedicatória

Dedico este escrito in memória da minha filha Edmilly Vitória pelo amor que sinto

por ela e me recordo de quando mexia no meu ventre enquanto a mamãe construía

a monografia e com isso me fortalecia, me incentivava a prosseguir e nunca desistir,

por isso consegui chegar a concluir este trabalho acadêmico.

Dedico também, a meus pais e em especial a minha mãe, Neusa, pela ajuda

e o amor incondicional que tem me dado não somente neste estudo, mas em toda a

minha trajetória como universitária e na minha vida como um todo.

Dedico, a Edimilson Oliveira o pai da minha filha, que por vezes teve

paciência e compreendeu a minha ausência em virtude do meu empenho aos

estudos. Por obra do destino em alguns momentos nos separamos, mas

independente disso sempre me apoiou, auxiliou ao longo do curso e me impulsionou

de tal maneira para me aproximar do título de bacharel em design.

Dedico as minhas irmãs Valdilene e Valéria que mesmo distante se

preocuparam e demonstraram amor fraternal.

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Agradecimentos

A concepção deste estudo teve por base várias pessoas que merecem o devido

agradecimento sabendo que contribuíram para alcançar os resultados aqui

expostos. Diante disso, agradeço a Deus a sua presença e força dada

principalmente nos momentos mais difíceis da minha vida além de sabedoria e

compreensão para conseguir realizar este projeto.

Agradeço a orientação de Rosiane P. Alves que, sem sobra de dúvida foi

esclarecedora, corretiva e auxiliou com inúmeras contribuições para execução e

conclusão desse trabalho acadêmico. Por outro lado agradeço a paciência e o

incentivo desta orientadora que me ajudou a superar as dificuldades encontradas em

que muitas vezes pensei em desistir ou adiar o término do estudo. Agradeço

também as obras literárias cedidas por esta professora quanto à disponibilidade de

livros da biblioteca do Centro Acadêmico do Agreste.

Agradeço a professora Juliana Emerenciano pela paciência e o apoio dado quanto

ao material disponível da disciplina de projeto em graduação em design.

Agradeço a professora Nara Rocha pelo apoio e cordialidade que teve comigo.

Agradeço em especial ao professor Charles leite a contribuição ergonômica dada a

este estudo e o aceite de participar da banca examinadora.

Agradeço também a professora Andréa Costa a contribuição e informação de

materiais têxteis bem como o aceite de participar da banca examinadora.

Agradeço a maioria dos professores do Núcleo de Design que ao longo das

disciplinas que pude adicionar ao meu currículo puderam passar conhecimento

acadêmico e social, além da imensa paciência e disponibilidade.

Agradeço aos usuários voluntários da pesquisa que participaram do teste de

conforto e usabilidade e puderam contribuir nos resultados desta pesquisa.

Agradeço as amizades que construir ao longo deste curso de design e em especial

das minhas três amigas Daniele Rolim, Dayanne Arielle e Jussiê Arruda em que ao

longo da vida acadêmica trocamos conhecimentos e aprendizados, superações de

dificuldades e imensa descontração. Estes momentos estarão para sempre no meu

coração e na minha memória.

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Resumo

No município de Caruaru-PE as indústrias de confecções possuem uma considerável importância econômica. Dentre os segmentos criados, confeccionados e comercializados no local está o masculino. Esta pesquisa consistiu na avaliação ergonômica do vestuário masculino. O principal objetivo desse trabalho foi analisar o conforto e a usabilidade em alguns modelos de roupa para homens produzidos nas indústrias de confecções da cidade. Metodologicamente, optou por utilizar a metodologia OIKOS, que se propõe a avaliar o conforto e a usabilidade no vestuário. Os testes e entrevistas aplicados revelaram que os vestuários analisados (camisa e calça social) apresentaram problemas na modelagem com prejuízo para alguns movimentos durante a execução das atividades de trabalho. O tecido de uma das peças foi associado à sensação de desconforto Os produtos de teste apresentaram problemas no que se refere à modelagem numa proporção menor na camisa e no âmbito maior na calça social que ficou justa na região da cintura e folgada em outras partes da calça. Nessa situação esta peça apresentou desconforto e machucou a pele dos usuários. Portanto, a camisa teve maior compatibilidade com o biótipo dos usuários do que a calça social. Assim, recomenda-se para os futuros projetos de vestuário inserir a ergonomia para proporcionar aos consumidores as ferramentas de conforto e usabilidade. Palavras-chave: Vestuário masculino, ergonomia, conforto e usabilidade.

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Abstract

In the municipality of Caruaru-PE garment industries have considerable economic importance. Among the segments created, made and sold on site is the masculine. This research consists in evaluating ergonomic menswear. The main objective of this study was to analyze the comfort and usability in some models of clothes for men produced in the city's garment industries Methodologically, opted to use the OIKOS methodology, which aims to evaluate the usability and comfort in clothing. The tests and interviews applied revealed that analyzed garments (jacket and pants) had problems in modeling at a loss for some movements during the performance of work activities. The fabric of one of the parts has been associated with feelings of discomfort The test products had problems with respect to modeling a lesser extent under the shirt and the pants greater social which was just in the waist region and loosely in other parts of the pants . In this situation this piece showed discomfort and hurt the skin of users. So the shirt had better compatibility with users' biotype than slacks. So it is recommended for future projects clothing insert ergonomics to provide consumers with the tools of comfort and usability. Keywords: Apparel male, ergonomics, comfort and usability.

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Lista de Figuras

Figura 1- Frente e costa da camisa social de manga curta adulta, produzida pela indústria de confecção local 35 Figura 2- Frente e costa da calça social masculina adulta, produzida pela indústria de confecção local 35 Figura 3- Tipo de cadeira acolchoada do ônibus usado pelos usuários da pesquisa para realizar o trajeto casa-trabalho e trabalho-casa 42 Figura 4- Tipo de cadeira não acolchoada do ônibus usado pelos usuários da pesquisa para realizar o trajeto casa-trabalho e trabalho-casa 42 Figura 5- Resultado da sobra de linha da camisa social que enganchou durante a propriedade facilidade de manejo 97 Figura 6- Resultado do cós da calça social apertada na região do abdômen do do usuário I 98 Figura 7- Resultado do cós da calça social apertada na região do abdômen do usuário II 98 Figura 8- Resultado do forro do bolso que aparecia durante o uso do usuário I 100 Figura 9- Resultado do forro do bolso que aparecia durante o uso do usuário III 100

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Lista de Quadros

Quadro 1: Características da Camisa social de manga curta produzido por uma

indústria de confecção do Município de Caruaru-PE referenciado Martins (2005) 37

Quadro 2: Características da Calça social produzido por uma indústria de confecção do

Município de Caruaru-PE referenciado em Martins (2005) 39

Quadro 3: Formulário checklist com as propriedades ergonômicas para aplicação da

metodologia Oikos 47

Quadro 4: Medidas do corpo para construção do vestuário que cobre a parte superior

do corpo referenciado na ABNT-NBR: 15127: 2004- Corpo humano-

Definição de medidas 52

Quadro 5: Medidas do corpo para construção do vestuário que cobre a parte inferior do

corpo referenciado na ABNT-NBR: 15127: 2004- Corpo humano-

Definição de medidas 53

Quadro 6: Medidas básicas do corpo para construção da camisa e calça masculina

referenciadas na ABNT/CB–17 PROJETO 17:000.00–0XX JUNHO 2011 54

Quadro 7: Representação pictográfica para ser aplicado em etiquetas, referenciado na

ABNT/CB–17 PROJETO 17:000.00–0XX JUNHO 2011 55

Quadro 8: Propriedades ergonômicas, questões e conceitos com adaptação do

questionário usado na monografia de Vanessa Galdino da Silva (2011) 58

Quadro 9: Perfil do usuário em relação às atividades diárias referenciado em

Martins (2005) 60

Quadro 10: Medidas antropométricas do usuário I referenciado na monografia de Vanessa

Galdino da Silva (2011) 61

Quadro 11: Medidas antropométricas do usuário II referenciado na monografia de Vanessa

Galdino da Silva (2011) 62

Quadro 12: Medidas antropométricas do usuário III referenciado na monografia

de Vanessa Galdino da Silva (2011) 63

Quadro 13: Medidas antropométricas do usuário IV referenciado na monografia

de Vanessa Galdino da Silva (2011) 64

Quadro 14: Medidas antropométricas do usuário V referenciado na monografia

de Vanessa Galdino da Silva (2011) 64

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Lista de Gráficos

Gráfico 1: Resultado da facilidade de vestir da camisa social masculina 67 Gráfico 2: Resultado da facilidade de vestir da Calça social masculina. 68 Gráfico 3:Resultado da facilidade de desvestir da camisa social masculina 69 Gráfico 4: Resultado da facilidade de desvestir da calça social masculina. 69 Gráfico 5: Resultado da facilidade de manusear os botões da camisa social masculina. 70 Gráfico 6: Resultado da facilidade de manusear o zíper da calça social masculina 70 Gráfico 7:Resultado da facilidade de manusear o colchete da calça social masculina 71 Gráfico 8: Resultado da facilidade de manusear os botões da calça social masculina 71 Gráfico 9: Resultado da aplicação de força durante o manuseio com os botões da camisa social masculina 71 Gráfico 10: Resultado da aplicação de força durante o manuseio com o zíper da calça social masculina 73 Gráfico 11: Resultado da aplicação de força durante o manuseio com os aviamentos do colchete da calça social masculina 73 Gráfico 12: Resultado da aplicação de força durante o manuseio com os aviamentos tais como os botões da calça social 73 Gráfico 13: Resultado da facilidade de guardar o vestuário camisa social masculina 74 Gráfico 14: Resultado da facilidade de guardar o vestuário calça social masculina 74 Gráfico 15: Resultado da facilidade de manutenção da camisa social masculina 75 Gráfico 16: Resultado da facilidade de manutenção da calça social masculina 75 Gráfico 17: Resultado da facilidade do tecido da camisa social não reter resíduos e Manchas 75 Gráfico 18: Resultado da facilidade do tecido da calça social não reter resíduos e manchas 76 Gráfico 19: Resultado da resistência dos aviamentos quanto à manutenção da camisa social masculina 77

Gráfico 20: Resultado da resistência dos aviamentos quanto à manutenção da camisa social masculina 77

Gráfico 21: Resultado da facilidade de movimentos do corpo durante o uso da camisa social masculina adulta 80

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Gráfico 22: Resultado da facilidade de movimentos do corpo durante o uso da calça social masculina adulta 81 Gráfico 23: Resultado da adequação da camisa social em relação ao biótipo dos Usuários 81 Gráfico 24: Resultado da adequação da camisa social em relação à forma (modelagem do produto) 82 Gráfico 25: Resultado da adequação da matéria-prima principal (tecido) da camisa com a pele 82 Gráfico 26: Resultado da adequação da matéria-prima secundária (aviamentos) da camisa com a pele 82 Gráfico 27: Resultado da adequação da camisa social em relação às atividades desempenhadas pelos usuários 83 Gráfico 28: Resultado da adequação da calça social em relação ao biótipo dos usuários 84 Gráfico 29: Resultado da adequação da camisa social em relação à forma (modelagem do produto) 85 Gráfico 30: Resultado da adequação da matéria-prima principal da calça social em relação ao biótipo dos usuários 86 Gráfico 31: Resultado da adequação dos aviamentos da calça social em relação ao biótipo dos usuários 86 Gráfico 32: Resultado da adequação das atividades desempenhadas pelos usuários em relação à calça social 87 Gráfico 33: Resultado do toque do tecido da camisa social com o corpo dos usuários 88 Gráfico 34: Resultado do toque do tecido da calça social com o corpo dos usuários 89 Gráfico 35: Resultado da densidade do tecido da camisa social 90 Gráfico 36: Resultado da densidade do tecido da calça social 90 Gráfico 37: Resultado da análise do caimento do tecido da camisa social masculina 91 Gráfico 38: Resultado da análise do caimento do tecido da calça social masculina 91 Gráfico 39: Resultado da análise do ajuste do modelo da camisa social masculina com o corpo dos usuários 92

Gráfico 40: Resultado da análise do ajuste do modelo da calça social masculina com o corpo dos usuários 93

Gráfico 41: Resultado da capacidade do tecido da camisa social se adequar ao corpo humano 93

Gráfico 42: Resultado da capacidade do tecido da calça social se adequar ao

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corpo humano 94

Gráfico 43: Resultado da camisa social retornar ao tamanho inicial 95

Gráfico 44: Resultado da camisa social retornar ao tamanho inicial 95

Gráfico 45: Resultado da flexibilidade de realização dos movimentos durante o uso da camisa social 96

Gráfico 46: Resultado da flexibilidade de realização dos movimentos durante o uso da calça social 96

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 13

1.0 Vestuário masculino: da roupa à moda 17

1.1 A origem da roupa 17

1.2 O surgimento da moda e sua influência no vestuário masculino

nas Idades Moderna e Contemporânea 20

1.3 A moda na contemporaneidade 27

2.0 O Vestuário masculino como produto da cadeia têxtil e da moda 30

2.1 Indústria têxtil 30

2.2 Prêt-à-porter 31

2.3 O vestuário masculino produzido no Município de Caruaru-PE 33

2.3.1 A Indústria de confecções no Município de Caruaru- PE 33

2.3.2 Empresas de confecções masculinas 34

2.3.3 Caracterização do vestuário masculino enquanto roupa de trabalho 36

2.3.4 Caracterização do ambiente de trabalho 41

3.0 Ergonomia aplicada ao design de moda 43

4.0 METODOLOGIA 56

4.1 Método de abordagem (Pesquisa Qualitativa) 56

4.2 Metodologia de design de moda e ergonomia 56

4.2.1 Procedimentos metodológicos 56

5.0 ASPECTOS DE CONFORTO E USABILIDADE NO VESTUÁRIO MASCULINO

PRODUZIDO NO MUNICÍPIO DE CARUARU-PE 60

5.1 Perfil dos usuários 60

5.2 Teste avaliativo do conforto e da usabilidade no vestuário masculino 61

5.2.1 Avaliação dos usuários da pesquisa 65

5.2.2 Avaliação das propriedades ergonômicas no vestuário masculino (camisa e

calça social) 67

5.2.3 Critérios não atendidos das propriedades ergonômicas no projeto de

vestuário 96

5.2.4 Recomendações projetuais para o vestuário masculino 100

6.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS 104

7.0 REFERÊNCIAS 107

8.0 APÊNDICES 110

9.0 ANEXOS 118

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INTRODUÇÃO

Esse trabalho tem por foco o estudo do vestuário masculino, como um produto

da moda e do design, na perspectiva da ergonomia. Trata-se de uma pesquisa

realizada no município de Caruaru-PE, uma das cidades que compõe o Pólo de

Confecções do Agreste (PCA). Segundo a Associação Comercial e empresarial de

Caruaru - ACIC (2012), o setor do vestuário nesta região abrange em média 12 mil

indústrias, produzem mais de 700 milhões de peças e possui um giro de capital em

torno de R$ 2 bilhões por ano.

Os segmentos são os mais diversos, segundo a ACIC (2012), desde roupa

masculina até roupa íntima, jeans dentre outros. Estes produtos são comercializados

em shoppings, centro de compras (Fábrica da Moda e Pólo Comercial de Caruaru),

lojas de rua e, também, na feira da sulanca de Caruaru com escoamento para vários

Estados do Brasil.

Segundo a Associação Brasileira de Vestuário - ABRAVEST (2010), o produto

de moda direcionado ao segmento de vestuário masculino no âmbito nacional junto

com a produção de meias atinge cerca de 2.494 bilhões por ano. Mas, apesar da

menor proporção produtiva tanto no âmbito nacional e consequentemente local em

relação ao segmento feminino, a confecção do vestuário masculino no município

mantém grande negociação. Perante o que pode ser observado nos diversos pontos

de comercialização da cidade.

Desde o ponto de vista histórico, moda, a partir do século XIX, de acordo com

Avelar (2009), enquanto fenômeno social está relacionado ao processo de imitação,

que antes acontecia no âmbito familiar e com a expansão comercial, o

desenvolvimento econômico, as pessoas passaram a imitar comportamentos sociais.

Quanto ao lançamento de produtos de moda, sua difusão necessita de

seguidores e depois de alcançados ocorre um caráter contraditório, ou seja, o

produto perde a característica de moda, e assim outro produto de moda é lançado.

Neste estudo o vestuário é compreendido como um produto da moda e do design.

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Para Moura (2008), o design é responsável por elaborar projetos que geram

artefatos que tenham funções práticas e muitas vezes, fabricadas numa linha de

produção industrial. O produto estará pronto para consumo, se for considerado as

necessidades de seu público alvo, isso porque enquanto usuários, os consumidores

estão cada vez mais exigentes. Nesse cenário, o design se associou à moda para

melhor criar e desenvolver artefatos de moda adaptados às necessidades de seus

usuários.

Nesse contexto, a ergonomia passa a ser uma ferramenta utilizada no campo

do design para adaptação do produto ao usuário. Martins e Martins (2012) sugere

que o possível cliente seja o foco principal do estudo para o desenvolvimento de

projetos no setor de vestuário, que permita maior adequação do produto ao

consumidor durante as etapas projetuais. Essa postura torna-se opositora aos

projetos que apresentam problemas ergonômicos nos aspectos de conforto e

usabilidade.

Segundo Iida (2005), o significado da ergonomia inicialmente estava

relacionado à adaptação do trabalho ao homem. Entretanto, enquanto campo de

estudo, a ergonomia se apresenta como área multidisciplinar que visa projetar

produtos que atendam às limitações e capacidades do usuário. Para alcançar esse

objetivo também no segmento do vestuário, Martins (2005) recomenda a inserção da

ergonomia desde a fase inicial no projeto de vestuário. Ainda na perspectiva da

ergonomia este trabalho tem como objeto de estudo o conforto e usabilidade do

vestuário masculino.

De acordo com Iida (2005), o conforto e a usabilidade são áreas da

ergonomia que buscam proporcionar a sensação de bem-estar ao homem. A

usabilidade diz respeito à relação estabelecida entre o usuário e o objeto. Desta

forma, pode-se verificar se o produto em análise proporciona ou não facilidade de

uso.

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Desse modo, justifica-se a realização desta pesquisa, por considerarmos

relevante relacionar o design de moda e a ergonomia com os achados empíricos na

roupa masculina produzida e comercializada em Caruaru-PE. E, assim, contribuir

com a atividade do designer ao projetar vestuário, principalmente àqueles que serão

utilizados como roupa de trabalho. Isso porque o vestuário analisado foi usado em

âmbito profissional. Ressalta-se também a importância econômica do pólo

confeccionista na produção e comercialização de roupas masculinas.

Sabe-se, portanto, que a roupa não é algo novo, sua origem segundo Laver

(1989), se deu na pré-história. E, desde então, tem havido tentativas empíricas de

melhorar a adaptação da roupa ao usuário. Ainda nesse período, segundo Santos

(2009), foi o invento da agulha de mão que permitiu moldar e adaptar o vestuário ao

corpo.

O vestuário, de acordo com Lipovetsky (2009), até a Idade Média não era um

produto da moda. As sociedades, desde os povos primitivos, quase não conheciam

a frivolidade e a variação de modelos, tão presentes na moda. Segundo Treptow

(2007), o fenômeno da moda surgiu no fim da Idade Média, em decorrência do

desejo da sociedade burguesa adotar diferentes e novos estilos de roupa para

integrar-se à nobreza.

Desde então, segundo Laver (1989), o marco da Revolução Francesa na

Idade Moderna trouxe o abandono dos trajes rebuscados e exagerados da corte e

as sociedades passaram a usar roupas campestres e simples, além de adaptadas

para as tarefas do campo.

Outro momento significativo, desta vez para os homens, da Idade

Contemporânea e início do século XIX, na Inglaterra, de acordo com Laver (1989),

foi o surgimento do movimento dândismo este foi um período expressivo para a

moda masculina. Os dândis usavam um colarinho na camisa voltado para cima,

preso por um lenço chamado plastrom ou stock. È importante observar que esse

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acessório impossibilitava a realização de movimentos com a cabeça e favorecia a

sua altivez.

Ainda no século XIX, segundo Braga (2009), houve a invenção tecnológica da

máquina de costura. Com este instrumento, pode-se dizer que a produção da roupa

começou a ser industrial. Ainda, Avelar (2009) no fim deste século surge à roupa

pronta para vestir, estas poderiam ser adquiridas por meio de correspondências e

depois passaram a ser em lojas de departamento.

Segundo Hollander (1996), outros dois avanços tecnológicos significativos

para a roupa no século XIX foram às costuras invisíveis e o desenvolvimento do

material sintético da entretela, que permitiu oferecer maior estrutura e dar forma a

roupa. Com a técnica de costura invisível pode-se inferir que as costuras não teriam

contato direto com a pele e, consequentemente, não causaria marcas ou

machucados no corpo do usuário, no caso de algum material áspero ou costuras

grossas, dentre outros.

Conforme Avelar (2009), a expressão prêt-à-porter surgiu no século XX e

significa roupa pronta para vestir. Porém esta tem amplitude porque necessita de

uma organização da cadeia têxtil, bem como da realização do projeto de moda

iniciado com a pesquisa de tendências. Sendo esta característica que diferencia da

roupa pronta sem este planejamento.

Diante disso, o que se deseja saber se as roupas prontas para o segmento

masculino produzidas no Município de Caruaru-PE apresentam características de

conforto e usabilidade?

Para tanto, o principal objetivo traçado neste estudo foi analisar o conforto e a

usabilidade em alguns modelos de roupas masculinas produzidas no município de

Caruaru. Especificamente, descrever o design do vestuário analisado; aplicar teste

de conforto e usabilidade em alguns modelos de roupas masculinas e traçar

recomendações para o projeto da roupa masculina do segmento analisado.

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17

1.0 Vestuário masculino: da roupa à moda

1.1 A origem da roupa

A história do vestuário masculino está sendo tratada neste capítulo para melhor

compreendermos o objeto deste estudo, ou seja, o conforto e a usabilidade na roupa

masculina utilizada no ambiente de trabalho pelos operadores de telemarketing de

um call center1 no município de Caruaru-PE. Neste caso, considera-se que a roupa é

a mediadora entre o corpo do trabalhador e as sensações relativas ao conforto físico

e a usabilidade.

Segundo Laver (1989), o surgimento da roupa deu-se num clima

extremamente gelado da Europa. O motivo do homem pré-histórico a criá-la foi pela

necessidade de proteção contra as baixas temperaturas, além de representar

imposição diante dos animais. Para construção dessa roupa na ancestralidade a

escolha do material era o que existia de mais acessível no meio natural.

Ainda de acordo com Laver (1989), a matéria-prima das roupas na pré-

história eram as peles extraídas dos animais, que com o passar do tempo, ficavam

secas e duras. Por esse motivo, surgiram várias técnicas para torná-las macias e

maleáveis, a exemplo da mastigação. Entende-se que, o homem primitivo, mesmo

empiricamente, aplicou novas técnicas na construção da roupa com o objetivo de

melhor adaptá-la e assim diminuir o incômodo do atrito das peles secas e duras com

a pele. Assim, segundo Laver (1989), o vestuário primitivo era colocado sobre os

ombros e deixava parte do corpo exposto às temperaturas climáticas.

Nesse período, conforme Laver (1989), o surgimento da agulha de mão

possibilitou ao homem moldar mais eficientemente a vestimenta ao corpo. É um

exemplo do que comenta Iida (2005), de que na pré-história já existia no homem a

1 Call Center- Aréa de atuação que envolve o espaço físico da empresa e os operadores que oferecem por meio dos recursos telefônicos e computadorizados os serviços disponíveis da empresa para uma rápida transmissão de informações para os clientes. Fonte: < http://www.cursoscallcenter.com.br/call-center-contact-center_13.html>.

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necessidade de realizar melhorias e avanços na tecnologia existente para adaptação

dos artefatos às suas necessidades humanas.

Assim, conforme Laver (1989), o uso da fibra de lã e do algodão na

construção do vestuário, atribuiu à roupa as características de maciez e conforto.

Assim, tal descoberta possibilitou estabelecer tanto a manufatura quanto a

fabricação do tecido para produção da roupa.

Numa das primeiras civilizações, a Cretense, cerca de 1550-1450 a. C. de

acordo com Laver (1989), a roupa usada pelos homens era uma tanga que pouco o

protegia e deixava o corpo à mostra. Os materiais utilizados para sua confecção

consistiam em linho, lã ou couro. Os homens usavam cintos apertados e por

consequência tinham a cintura muito fina, acredita-se que o uso deste acessório

acontecia desde a infância. Esta roupa não protegia o corpo de variações climáticas,

já os materiais aplicados, como linho e lã por suas características têxteis como

maciez e durabilidade, por exemplo, supõe-se que proporcionava certo conforto.

Entretanto, o uso concomitante de cintos apertados na região da cintura, remete-nos

a indagações negativas a respeito da relação desse acessório com o corpo de seus

usuários.

No império romano dentre o século I d.C, segundo Laver (1989), os romanos

usaram a toga, peça volumosa e com aplicação do drapeado. Esta roupa era

produzida sobre o contorno do corpo e impossibilitava as pessoas das classes

sociais mais elevadas de realizar determinados movimentos.

Mesmo com os modelos de roupa construídos até esse dado momento,

segundo Lipovetsky (2009), as civilizações até mesmo as mais abertas a novidades

e a criação não se aproximaram do sentido mais restrito da moda, do conceito de

rápidas mudanças e do efêmero programado.

Os principais relatos históricos da roupa na Idade Média corresponderam a

partir do século XII. Segundo Hollander (1996) no continente europeu houve

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melhorias na roupa masculina, no que diz respeito à apropriação do estilo de

guerras. Essa vestimenta estava relacionada às armaduras metálicas. E, foi comum

à cópia desse tipo de vestimenta.

Logo após o ano de 1300, afirma Hollander (1996), os homens usavam

malhas e gibões ajustados ao corpo, assim como vestiam casacos formais e

acolchoados por cima da roupa. A manga por sua vez, era cortada, moldada e

acolchoada.

Na Idade Média, segundo Hollander (1996), os homens alfaiates vestiam a

população. Estes profissionais detinham métodos para criação, corte e costura do

vestuário e as medidas corporais de seus clientes. Portanto, tinham condições de

fazer os ajustes necessários no vestuário para melhor adaptação ao corpo do

cliente. Nessa época, o vestuário masculino era usado com peças folgadas e passou

a ter características mais ajustadas ao torso. Até então, as sociedades pouco

conheciam a frivolidade, inclusive, de acordo com Lipovetsky (2009), o legado

ancestral impediu a variação de modelos ocorrendo à repetição por quinze séculos.

Na segunda metade do século XV, de acordo com Laver (1989), a partir do

surgimento da moda, as roupas masculinas sofreram algumas mudanças. O gibão

foi um vestuário que ainda perdurava e apareceu uma gola alta e de aspecto rígido,

chamada de côte-hardie. Outro vestuário que começou a ser usada nesta época foi

às jaquetas apertadas, que davam uma aparência de ombros largos porque havia

sido colocadas almofadas. Já o vestuário que imitavam as armaduras militares,

conforme Hollander (1996) apresentavam desconforto ao uso devido às formas e os

materiais rígidos empregados.

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1.2 O surgimento da moda e sua influência no vestuário masculino nas Idades

Moderna e Contemporânea

O surgimento da moda, segundo Treptow (2007) e Hollander (1996), ocorreu no

final da Idade Média e início da Idade Moderna. Numa situação social de ascensão

econômica da burguesia europeia, que buscava vestir-se de diferentes modos para

pertencer ao outro grupo social, o da nobreza.

Segundo Lipovetsky (2009), com o surgimento da moda, o vestuário

masculino ficou curto. A moda masculina teve sua preponderância em assunto de

novidades, com uso de adornos e enfeites extravagantes. O vestuário ainda

compreende uma unidade da moda, estão diretamente relacionadas e o ato de exibir

a vestimenta representa a frivolidade e as mudanças que a moda se fundamenta.

Esta de acordo com o referido autor busca inspiração em detalhes, características

advindas do passado e faz uma nova leitura, gerando outro produto de moda, a

exemplo do vestuário, dentre outros. A moda é realizada através do gosto pelas

mudanças e possui grande influência do mundo moderno e contemporâneo.

Segundo Laver (1989), no século XVI, na Espanha, o gibão e os calções

receberam acolchoamento para que pudessem encorpar o peito dos rapazes, dessa

forma a cintura dos homens parecia ser mais fina do que o habitual e para atingir tal

finalidade chegava-se a usar espartilho.

Quase no final do século XVI, de acordo com Laver (1989), o cordão que

prendia a camisa masculina agora aparece na moda do gibão em sua gola alta. Este

passou a receber o nome de rufos. Esta roupa representava a alta aristocracia

ociosa que ficava praticamente imóvel durante o uso, não sendo possível realizar

determinadas tarefas como se alimentar.

Segundo Hollander (1996), a partir do século XVII, na Idade Moderna, as

roupas dos homens da corte apresentavam formas descontraídas e com aplicação

de tecido caro e elegante. Conforme Braga (2009), o fator mais importante na

construção da roupa era a quantidade de tecido aplicado, para dar maior volume

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corporal, como também alterar as formas do corpo e ainda causar imposição diante

da sociedade.

Segundo Hollander (1996) uma observação que pode ser feita é: no vestuário

masculino mesmo que existam roupas desconfortáveis, volumosas e pesadas há

uma preferência por aquelas que ofereçam conforto e de fácil usabilidade.

“Até final do século XVII mesmo a roupa masculina pudesse ser justa e pesada, incômoda e elaborada, as formas do vestuário masculino continuaram sempre a levar em conta as articulações do corpo, a demonstrar a existência de tronco, do pescoço e da cabeleira, de pernas móveis, pés e braços, e algumas vezes dos órgãos genitais, enquanto isso as formas do vestuário feminino não faziam isto (HOLLANDER, 1996 p.67)”.

No século XVII, ressalta Hollander (1996), a criação da calça foi

revolucionária e exclusiva para o sexo masculino. Esta peça representou uma

alternativa casual, inspirada nos sans-culotte2, foi usada na época da Revolução

Francesa, possuindo material de pele de gamo, como também era justa ao corpo.

Outra peça que passou a ser usada foi o calção, produzida com a matéria-prima de

seda, sendo apertada e amarrada na região abaixo do joelho. Portanto, quando se

trata do vestuário oferecer ajustes, como a opção de amarrar, pode incluir um maior

número de clientes, porque têm-se uma maior adequação aos diferentes biótipos.

Lipovetsky (2009) relata que no reinado de Luis XIV, o traje masculino era

basicamente casaco, colete e calções. No estilo barroco, a roupa dos homens era

rebuscada, extravagante, com uso de fitas e calções bufantes. Crane (2006) ressalta

que, no século XVIII, neste reinado os homens usavam cabelos compridos e

empoados, além de perucas que insinuavam aspectos de feminilidade. Pode ser

observado, que neste período, o fator estético tinha maior influência no vestuário do

que aspectos como conforto e usabilidade.

2 Sans- Culottes = Expressão de origem francesa aplicada às pessoas que não usava um certo tipo

de calça curta comum no vestuário da nobreza e burguesia. Inicialmente, os sans-cullotes vestiam calças compridas e boinas na cor vermelha. Representavam às pessoas de classes sociais inferiores como os pequenos comerciantes, artesãos, assalariados, camponeses e mendigos do país. Fonte: <http://www.brasilescola.com/historiag/sansculottes>.

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Segundo Laver (1989), quase no final do século XVIII, na Inglaterra, o

acontecimento da Revolução Francesa trouxe grandes modificações na roupa dos

homens. Neste momento se buscava a simplicidade, além de roupas adequadas

para realizar as tarefas do campo como caça e pesca. Assim, houve o abandono

das roupas usadas na corte a exemplo do casaco bordado.

Portanto, neste cotidiano aristocrata, até a década de 1790, conforme Braga

(2009) buscava-se nas roupas o aspecto confortável. As roupas passaram a ser de

ordem mais prática ao uso, de acordo com as funções que as pessoas estavam

desenvolvendo. Nesse contexto de agregar valor ao vestuário, com a Revolução

Industrial, no final da Idade Moderna, na Inglaterra, segundo Löbach (2001), passou-

se a usar máquinas de costura na confecção das roupas.

Algumas invenções tecnológicas surgiram no período da Revolução Industrial

e este movimento persistiu durante a Idade Contemporânea. Segundo Avelar (2009),

no século XIX, o uso da máquina de costura permitiu ao vestuário ser construído de

modo industrial, o que não descartava o modo artesanal que por sua vez continuava

a ser a preferência dos operários.

Segundo Hollander (1996), a capital da moda masculina foi atribuída a

Londres, desde o século anterior, diante da alta alfaiataria da época e o legado do

país, que detinha dos conhecimentos técnicos e criativos para a elaboração de um

elegante vestuário masculino. Segundo Laver (1989), na França, no século XIX, a

sociedade começou a usar tanto elementos tradicionais e sóbrios vindos da

Espanha como também elementos vindos de Londres.

De acordo com Hollander (1996), ainda no século XIX, foi confeccionado pela

alfaiataria inglesa um casaco refinado para o campo, nesta roupa foram aplicadas

técnicas de costuras invisíveis e curvas. Outras técnicas criadas foram o alinhavo,

pressão a vapor, além de toques de refinamento sem pregas ou rugas e por fim um

fácil abotoamento que ao ser vestido dava a aparência de um torso atlético.

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Portanto, diante do exposto, segundo Hollander (1996), tais técnicas de

costura possibilitaram ao vestuário masculino proporcionar um bom acabamento por

meio das costuras invisíveis e curvilíneas. Estes beneficiamentos à roupa propõem

uma redução do atrito das costuras internas como o corpo, como exemplo das

costuras ásperas ou grossas que podem causar incômodos na pele. Pode-se inferir

que dessa forma diminuiria a possibilidade de desconforto. Outra observação a

respeito do assunto é a técnica de costuras curvilíneas que se pode ter uma maior

adequação a forma curva do corpo humano.

Por outro lado, de acordo com Braga (2009), à moda da Idade

Contemporânea foi dividida em períodos como: Império, Romantismo, Era Vitoriana

e La Belle Époque. Na Moda Império, surgida após a Revolução Francesa, não

houve acontecimentos no vestuário que pudessem ser relevantes para este estudo.

O período seguinte, o Romantismo, segundo Laver (1989), foi bastante significativo

para a moda masculina. No século XIX, o surgimento do estilo dândismo, na

Inglaterra foi o marco para o vestuário masculino.

Segundo Laver (1989), os homens dândis usavam roupas apertadas que não

demarcava as pernas, pois era frequente o uso de calças largas, que posteriormente

receberam o nome de cossacas. Outra característica dos dândis eram os ajustes na

região das pernas. Neste período foi abolido o uso de bordados nos casacos. Usava

ainda um colarinho da camisa voltado para cima, preso por um lenço que recebia o

nome de plastrom3 ou stock.

Portanto, de acordo com Laver (1989), esta peça do colarinho era feito por

materiais como gaze, musselina ou seda sendo dobrado até chegar a uma tira e

posteriormente eram colocados em volta do pescoço e presos em um nó na parte da

frente. Este acessório impossibilitava a realização de movimentos com a cabeça

favorecendo a altivez dos dândis. Entretanto, segundo esse autor pode ser

3 Plastrom- É um tipo de gravata masculina do século XIX, conforme Callan (2007) um lenço largo

que envolvia o pescoço e o nó era dado na região do queixo. Este acessório era caracterizado como

roupa formal, construído com seda.

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observado que este colarinho causava limitação de uso, bem como impedia a

realização de movimentos e assim pode-se sugerir que apresentava certo

desconforto.

Segundo Laver (1989), o vestuário masculino representava características de

sobriedade. Desta forma, ressalta Lipovetsky (2009), que o século XIX foi marcado

pela renúncia dos homens à moda. Segundo Braga (2009), os homens estavam

ocupados com o trabalho e pouca atenção foi dada à moda. Sendo assim, o sexo

masculino usava poucos e de modo discreto os elementos da moda. As exceções da

composição do visual masculino eram atribuídas com o uso de acessórios como:

gravata, relógio de bolso, cartola e corrente.

Desta forma, conforme Braga (2009), os homens equilibrava a falta de

interesse aos assuntos da moda vestindo as mulheres para resgatar os valores da

família e representá-lo com poder diante da sociedade. Segundo Laver (1989), na

roupa masculina foram colocadas ombreiras para causar a impressão de ombros

mais largos e vestiam espartilho, para afinar a cintura. Para Crane (2006) a partir do

século XIX, a calça que antes era exclusiva do sexo masculino passa a ser

emprestada ao vestuário feminino.

Segundo Laver (1989), no final do século XIX, poucas alterações

aconteceram no vestuário masculino e, uma delas foi à transformação da roupa

formal por uma preferência de roupas informais. Desta forma, o vestuário poderia ser

usado em dois contextos diferentes, tanto no ambiente de trabalho quanto de lazer.

De acordo com Crane (2006), a significação do vestuário utilizado nos locais de

trabalho já havia sido definida, como exemplo da roupa elegante. Já as peças a ser

usada em momentos de lazer sofreriam constantes modificações.

Ao passo que acontecia a industrialização da produção da roupa mesmo que

em escala menor que a artesanal, conforme Avelar (2009) surgiu no século XX, à

expressão prêt-à-porter. Porém tem uma amplitude maior do que o termo roupa

pronta para vestir, porque o que os diferencia é a necessidade de uma organização

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da cadeia têxtil, bem como da realização do projeto de moda, que se inicia com a

pesquisa de tendência.

No século XX, de acordo com Hollander (1996) as camisas e camisetas

correspondiam ao vestuário informal, essas peças foram usadas como roupa de

baixo no período medieval. A partir desse período as partes visíveis da camisa eram

somente uma pequena parte do punho na frente e nada mais porque para os

homens era algo proibido usá-las no meio social.

Segundo Mendes (2003), outro período importante para o vestuário e a moda

foi La Belle Époque, uma vez que, ambos os sexos vestiam-se elegantemente e

possuíam alto poder social. Até o ano de 1910 nenhuma alteração radical aconteceu

no vestuário masculino, mas a roupa continuava simples. A composição do visual

dos homens era semelhante uns dos outros como calça, paletó, colete e gravata.

Segundo Baudot (2008), esse look não afetou o traje masculino porque já havia sido

estabelecido como padrão desde os dois últimos séculos.

Portanto, conforme Baudot (2008), a elegância dos homens do século XX

estava longe de ter grandes modificações no vestuário e de aproximar-se da moda

feminina. Mesmo assim, a moda masculina dava sinais de preocupação com a

aparência e com o efeito que poderia causar. Segundo Hollander (1996), as roupas

neoclássicas passaram a ser usadas no trabalho. Neste período, este vestuário

recebeu qualidades de um estilo dos adolescentes rebeldes.

Segundo Mendes (2003), no século XX, as roupas para o momento casual e

de trabalho eram elaboradas pensando na atividade que o usuário iria exercer. De

acordo com Braga (2009), o ano de 1920 ficou conhecido como “Anos Loucos” e

várias mudanças aconteceram no vestuário, novidades como o aparecimento do

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smorking4 formal. Na década seguinte, nos anos de 1930, poucas mudanças

ocorreram na roupa masculina, havendo redução do traje formal. Assim, nessa

época, as fotografias de moda destacava a aparência do visual momentâneo que,

por sua vez tinha a característica de ser frívolo.

Na década de 1950, segundo Crane (2006) aconteceram alterações no

vestuário dos homens que deixaram de usar roupas tradicionais e passaram a vestir

roupas com referência em estilos de astros de cinema. Este modo de vestir foi

aplicado nas roupas de lazer como também no vestuário profissional que passou a

ser menos formal. E, para as várias classes sociais, a roupa indicava posição social,

bem como o cargo profissional ocupado numa organização.

Braga (2009) ressalta ainda que na década de 1960 homens deixaram de

vestir roupas formais para usar jaqueta. Esta roupa possuía zíper, um dos materiais

sintéticos que tiveram grande desenvolvimento neste século, e a jaqueta era vestida

com camisas, coloridas ou estampadas, com golas altas. O homem dessa década

usava adornos e houve propagação da moda unissex. Segundo Hollander (1996), na

mesma década, os jovens de condições menos favorecidas usavam calça jeans e

camiseta, com toque de elegância. Nesse período o estilo do vestuário sans-culottes

era vestido por trabalhadores das cidades.

De acordo com Crane (2006), na década de 1980, os estilistas tentaram

expressar a sexualidade dos homens através de roupas justas e abertas. A criação

do vestuário masculino da classe média desta época, geralmente era decorrente de

elementos do passado, com estilo tradicional limitado.

Segundo Hollander (1996), pode-se concluir que na idade contemporânea,

houve aperfeiçoamento das técnicas de costuras e invenções que puderam melhorar

a construção da roupa.

4 Smorking- Um paletó construído inicialmente no século XIX, com material de seda, veludo e outros, usado no momento de fumar. Posteriormente segundo Callan (2007) passou a ser um vestuário formal usado em especial à noite, com tecidos escuros como o preto e o azul.

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1.3 A moda na contemporaneidade

Segundo Braga (2009), a moda contemporânea foi dividida em períodos como:

Império, Romantismo, Era Vitoriana e La Belle Époque. No período do Romantismo

surgiu o estilo dândismo que pode oferecer ao vestuário masculino características

de inovação e elegância, antes dos homens renunciarem a moda. A partir do século

XVIII, segundo Hollander (1996), Londres foi atribuída como a capital da moda

masculina pelo reconhecimento dado a alfaiataria, que possuía reconhecidas

técnicas criativas e de produção.

Segundo Lipovetsky (2009), a partir do século XIX, têm-se a renúncia dos

homens à moda, com isso houve rejeição de uso de cores alegres e vivas nas

roupas, acontecendo à preferência por uma coloração mais discreta e escura como

também, recusavam o uso de ornamentos em seu vestuário.

Portanto, segundo Hollander (1996), ainda no fim do século XIX, chegava-se

à persuasão de que os homens vestiam-se de maneira a tornar o visual com aspecto

sóbrio e de modo semelhante uns dos outros. A moda no século XX, geralmente, é

direcionada ao público feminino.

Conforme Mendes (2003), a sociedade do início deste século, acostumou-se

com mudanças sazonais de cores e lançamento de novos ornamentos a partir dos

costureiros parisienses. Assim, para conseguir atingir as linhas fluídas da época, os

drapeados, os costureiros produziam coleções com tecidos caros, maleáveis de boa

qualidade.

Segundo Mendes (2003), os tecidos eram usados de acordo com as

alterações climáticas. Os tecidos para um tempo ensolarado eram o veludo ou

plumas de avestruz e para a noite, também com temperatura quente, aplicavam

algodão, sedas leves ou tecidos sem estampa e adornados com rendas. Tinha-se

preferência de cores pastéis com adornos nas cores creme e branco. Infere-se,

portanto, com base nas estratégias apontadas, a matéria-prima, bem como, na

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escolha do tecido a ser usado na produção da roupa interferir na percepção de

conforto e usabilidade no produto de moda para o usuário.

Entretanto, segundo Lipovetsky (2009), são reconhecidos os detalhes

empregados no último visual, para ser aplicado futuramente, noutro produto de

moda, que por sua vez, se materializa no vestuário numa releitura. Pequenos

detalhes, pequenas diferenças faz a moda, esta causa impactos, pode ser gerada

por críticas, choca as normas estéticas, morais e religiosas, sendo considerada

muitas vezes indecente. O sistema de moda se fundamenta no anseio pelo novo,

tornando uma exigência cultural, a frivolidade, a mudança constante. O novo não,

apenas, ocorre com uma atitude de negar o passado para desqualificar.

Portanto, segundo Jones (2005), independente de onde venha surgir um

determinado estilo, observado nas passarelas ou nos subúrbios é preciso que o

produto de moda se enquadre no ciclo de moda. E, quando um estilo se torna

acessível para toda a sociedade, perde o atributo de moda, sendo necessário lançar

outro produto porque o anterior é atribuído como antiquado.

Conforme Lipovetsky (2009), os artigos de moda têm o seu tempo de

obsolescência planejada, sendo considerado breve e seu desuso se torna inerente

ao produto. Na contemporaneidade de acordo com Crane (2006), foi apontado uma

das características que os homens têm a ideia de que assuntos relacionados à

moda são algo que diz respeito ao público feminino.

Entretanto, o acontecimento da primeira Grande Guerra Mundial, segundo

Mendes (2003) trouxe mudanças significativas na produção da moda em relação aos

tecidos empregados e procedimentos técnicos para elaboração do vestuário. A

coleção de moda semestral começou a receber cobertura da mídia mundial.

Segundo Hollander (1996), depois da Segunda Guerra Mundial foi reconhecido o

domínio da moda com a produção em série. A moda masculina continuava a ter

elementos no vestuário que a caracterizava sóbria, rigorosa e cautelosa.

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Conforme Lipovetsky (2009), a partir da década de 1960, na alta-costura,

houve investimento considerado nas coleções para o segmento masculino, porém

possuíam características conservadoras. Nas passarelas os homens começaram a

desfilar junto com as mulheres. Por conseguinte, o sexo masculino voltava a

integrar-se a moda, numa tentativa de aproximar-se da feminina. No vestuário dos

homens eram aplicadas cores vivas e alegres e essa atribuição por eles não era

mais algo proibido.

De acordo com Hollander (1996), até o fim do século XX, a moda significava

mudanças rápidas nas roupas das mulheres, estas eram criadas e comercializadas

com a diversidade da indústria do vestuário. Ela aparecia na mídia, nas coleções

concebidas pelos estilistas e confeccionadas pela indústria da roupa, após ter

aparecido nas passarelas e atrelado aos famosos e aos seus desejos.

Segundo Crane (2006), no caso dos jovens de ambos os sexos no final do

século XX, o assunto de moda é mais frequente do que nas pessoas de meia idade.

A roupa elaborada para esse segmento continha características diferenciadas. Já a

população masculina e de meia-idade optava por um modo de vestir conservador

para ser usado no campo profissional.

Até o início do século XXI, conforme Crane (2006), a expressão da

sexualidade masculina, durante os últimos 100 anos, foi considerada algo proibido

perante os homens. Outra característica, relacionada à seleção de itens do vestuário

dos homens, compreende a maneira de como as pessoas entendem a sua

personalidade.

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2.0 Vestuário masculino como produto da cadeia têxtil e da moda

2.1 Indústria têxtil

Este capítulo se propõe tratar da cadeia têxtil como interdependente do design

de moda, exemplificando o vestuário como produto do design e da moda.

Até a Revolução Industrial poucas invenções tecnológicas foram realizadas

no setor têxtil. Segundo Pezzolo (2007), a partir de 1700, na Inglaterra houve

considerável investimento na indústria têxtil, com a mecanização que possibilitou o

desenvolvimento desse setor.

Entretanto, foi, aproximadamente, na metade do século XX que os avanços

tecnológicos e científicos passaram a representar grandes mudanças em termos de

materiais para o projeto do vestuário, desde as fibras sintéticas aos tecidos

tecnológicos e inteligentes.

Pezzolo (2007) ressalta que o setor têxtil recebeu grande investimento pelos

criadores de moda, com incentivo na criação, invento de fibras artificiais, a exemplo

da invenção do poliéster em 1941, dentre outros. Ainda, ressalta que a roupa

masculina recebeu destaque com a criação da fibra de carbono, desenvolvida pela

NASA, agência espacial dos Estados Unidos, que produziu um terno que não

necessita passar ferro e após o uso volta às características anteriores de um produto

novo.

Outra inovação tecnológica de acordo com Pezzolo (2007) aconteceu na grife

da Itália direcionada para o segmento masculino, a Ermenegildo Zegna, que destaca

os tecidos vivos a ser uma opção futura para coleções de produtos comerciais com

atributos de usabilidade. No Brasil, a marca Carlos Miéle aplicou em suas coleções

os tecidos com memória, sendo capaz da roupa distinguir a última forma e voltar a

essa característica. Pode-se dizer que tal função de memória no vestuário é uma

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alternativa para a roupa adequar-se ao biótipo do usuário, isto proporciona uma

sensação de conforto para o usuário, em incontestáveis utilizações.

Segundo Pezzolo (2007), na contemporaneidade a tecnologia precisa lançar

produtos de que venha suprir a necessidade do mercado, pois o potencial usuário

está cada vez mais exigente.

2.2 Prêt-à-porter

O surgimento da máquina de costura no século XIX, mencionado anteriormente,

segundo Braga (2009), facilitou no setor de produção do vestuário e democratizou a

moda do vestir. Porém de acordo com Avelar (2009), houve certa resistência da

produção operária que continuava a preferir a realizar a construção da roupa

artesanal persistindo em um grande percentual até o século seguinte.

Segundo Mendes (2003), no fim do século XIX, surge à roupa pronta para

usar. Os produtos eram comprados muitas vezes por encomendadas postais, e

posteriormente passou a ocorrer em lojas de departamento.

Segundo Hollander (1996), a produção em série e em grande escala do

vestuário representava preço baixo no momento da compra. Isto acontecia devido às

condições de trabalho e mão-de-obra barata, acrescida, posteriormente da aplicação

de material sintético. E, desta forma incluindo no mercado consumidor um maior

número de clientes.

Segundo Avelar (2009), a expressão prêt-à-porter surgiu no século XX e

significa roupa pronta para vestir. Tem a especialidade da organização da cadeia

têxtil bem como é proveniente de um planejamento metodológico que se inicia com

uma pesquisa de tendência, capaz de trilhar o projeto de moda. De acordo com

Hollander (1996), o prêt-à-porter, surgiu no momento da produção em série com

roupas em grande escala, para um grande público. As peças do vestuário ainda

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continham as características da alfaiataria bem elaborada, com design bem

acabado.

Segundo Hollander (1996), no início do prêt-à-porter não foi possível ter as

medidas dos clientes, porque esta produção atendia a uma demanda maior de

consumidores. Posteriormente, estabeleceu-se uma medida média padrão que foi

aplicada para um público maior. Lipovetsky (2009) ressalta que na década de 1960 o

prêt-à-porter, com os criadores de moda, passa a trabalhar em coleções que tenham

conceitos de ousadia, voltados para um público jovem e com aspecto criativo. Nesta

mesma década, o prêt-à-porter foi dividido em três fases o clássico, de estilo e de

luxo.

Conforme Delpierre, citado por Lipovetsky (2009), no prêt-à-porter clássico a

comercialização ocorria em lojas, que por sua vez, tinham características

semelhantes com as lojas de departamento surgidas no início do século XX. O de

estilo surgiu dentre os anos de 1963 e 64, era designado ao público jovem com

aspectos ousados e comercializados o vestuário em lojas de conceitos como as

boutiques. E, por fim, o prêt-à-porter de luxo indicados para o público da alta-

costura, que buscava alternativas de adquirir vestuários tanto mais acessíveis

quanto de boa qualidade em se tratando de materiais e produção.

Além dos citados, segundo Avelar (2009), existe também o prêt-à-porter de

difusão e de cópia, o primeiro compreende em marcas ou criadores de moda que

lançam tendências, tem grande produção e o escoamento de produtos acontece

para o mercado consumidor nos mais diversos locais do mundo. O produto de moda

pode ter sido concebido a partir de cópia ou de pesquisa de tendência. Ainda

conforme a autora o segundo cópia segundo o prêt-à-porter de cópia como o nome

já diz baseia-se em reproduzir produtos lançados da alta-costura, divulgados em

desfiles ou modelos de revistas, dentre outros. A cópia não tem o caráter de criar e

não faz pesquisa de tendência para conhecer o seu público-alvo.

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O prêt-à-porter, de acordo com Avelar (2009), pode surgir tanto da alta-

costura, criando produtos de luxo com preços mais acessíveis e não havendo mais

exclusividades nos produtos de moda quanto pode surgir das coleções de grifes

lançadas em boutiques. A indústria da moda, seguida por escritórios de estilos na

década de 1970, começou a elaborar coleções sistemáticas, a partir de pesquisas

de tendências e de estilos advindos da vida real. No entanto, houve considerável

aperfeiçoamento na roupa produzida para a grande massa da sociedade. Esse

processo passou a ser tão rápido que os elementos das tribos urbanas eram

imediatamente lançados em novas coleções.

É importante ressaltar que no prêt-à-porter existem problemas relacionados

ao conforto e a usabilidade, sobretudo no Brasil, se considerada a diversidade de

corpos, para os quais essa roupa se propõe a ser veste. Roupas que na maioria dos

casos tem por base medidas antropométricas genéricas.

2.3 Vestuário masculino produzido no Município de Caruaru-PE

2.3.1 A indústria de confecções no Município de Caruaru- PE

O vestuário utilizado como objeto de estudo desta pesquisa foi produzido no Pólo

de Confecções do Agreste (APL) de Pernambuco, no Município de Caruaru. Esta

cidade, segundo o IBGE (2012), possui 314.951 habitantes. Segundo ACIC (2012),

sua economia é formada por diversos setores e tem destaque para o setor de

Confecções. A estimativa de circulação de capital somada das cidades que

compõem a APL corresponde em cerca de R$ 2 bilhões/ano.

De acordo com a ACIC (2012), a cidade de Caruaru, possui em média 12 mil

fábricas e tem cerca de 30 mil pontos de venda, chega a produzir anualmente mais

de 700 milhões de peças de vestuário. O município possui três shoppings centers

(North Shopping Caruaru, Shopping Difusora e Pólo Caruaru), além do centro de

compras em moda (Fábrica da Moda). Outro meio de divulgar o potencial local é

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através das Rodadas de Negócios, que acontecem duas vezes ao ano. Na última

rodada foram comercializados cerca de 21 milhões e cerca de 1,5 milhão de peças

foram vendidas.

A cidade, conforme a ACIC (2012), possui câmaras setoriais para desenvolver

e representar a APL, uma delas é a dos profissionais de moda que representa os

segmentos de design, modelagem, corte, costura, produção, comunicação, gestão, e

demais áreas relacionadas aos produtos de moda. Teve surgimento em 2008,

possui representantes das cidades que formam a APL como Santa Cruz do

Capibaribe e Toritama dentre outras. Esta câmara surgiu a partir da necessidade de

organização, regulamentação e promoção dos profissionais de moda, com o objetivo

de agregar valor às possibilidades locais e promover uma cultura de moda integrada.

2.3.2 Empresas de confecções masculina

A indústria de confecção masculina que produziu vestuário (camisa social de

manga curta) para este estudo funciona no município há cerca de cinco anos,

comercializa o seu produto na feira da Sulanca de Caruaru e tem distribuição para

lojas da cidade. A matéria-prima é o tricoline 100% de poliéster em sua composição.

As imagens do produto pronto para comercialização dessa indústria de confecção

podem ser visualizadas nas figuras. Ver Figura1.

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Foto da frente da camisa social de manga curta adulta

Foto da costa da camisa social de manga curta adulta

Figura 1- Frente e costa da camisa social de manga curta adulta, produzida pela indústria de confecção local. Fonte: Acervo próprio.

A outra indústria de confecção, cujo produto foi utilizado neste estudo, produz

calça social adulta. Ela funciona há cerca de 20 anos, comercializa os seus produtos

na Feira da Sulanca em Caruaru e, também fornece seus artigos de vestuário para

outras cidades circunvizinhas como Santa Cruz e Toritama. Tem linha de produção

própria, chega a produzir cerca de 10 mil peças mensais, a matéria-prima usada é a

Oxford, com 100% de poliéster em sua composição. O produto é voltado para o

segmento masculino adulto. As figuras do produto pronto para comercialização

dessa indústria de confecção podem ser vistos nas figuras. Ver Figura 2.

Foto da frente da calça social masculina adulta

Foto da costa da calça social masculina adulta

Figura 2- Frente da calça social masculina adulta, produzida pela indústria de confecção local. Fonte: Acervo próprio.

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2.3.3 Caracterização do vestuário masculino enquanto roupa de trabalho

A camisa social de manga curta caracteriza-se como roupa comercial utilizada

como uniforme de trabalho. No corpo humano aproxima-se da altura do cotovelo no

braço. Os botões da camisa são transparentes de resina, de forma circular com

quatro furos. O único bolso na parte esquerda da frente é de formato retangular

aberto. A gola de formato tradicional possui material sintético - entretela para deixá-

la com aspecto mais rígido para auxiliar na forma da gola.

A calça social masculina também outra roupa comercial utilizada como

uniforme de trabalho. Este vestuário possui dois bolsos na parte da frente e mais

dois bolsos embutidos na parte de trás que são fechados com botão transparente,

redondo de quatro furos. O zíper comum fixo e o colchete para calça social na parte

da frente. E o cós da calça é entretelado para deixá-lo mais encorpado, tem uma

altura de 4,5 cm. Possui seis passantes em torno da calça na região do cós. A

modelagem plana foi o método utilizado para construir ambos os vestuários da

pesquisa.

Nas peças, as etiquetas internas contêm informações de cuidados que se

deve ter com a peça, por exemplo, o modo de lavar, secar e passar. Externamente,

as etiquetas decorativas tem a finalidade de divulgar a marca do produto. Os

acabamentos do vestuário foram observados e verificados o tipo de costuras e

maquinário.

Na camisa social de manga curta os aviamentos são basicamente linha, fio e

botões que estão dispostos na parte central da frente. Na calça social masculina os

aviamentos aplicados na confecção da calça são linha, fio, colchete de calça social,

zíper e botões.

A ficha técnica foi organizada em quadro, contendo a descrição da produção

da peça, materiais, aviamentos e suas composições, além de aviamentos e

etiquetas e registros fotográficos. Ver Quadros 1 e 2.

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CAMISA SOCIAL MASCULINA

Tipos de materiais utilizados

Tecido Tricoline

Composição do Material (tecido): 100 % poliéster

Densidade do Tecido: Leve

Largura do Tecido: 1,5 cm

Fabricante do Tecido: China

Preço/ metro: R$ 5,00

Tipos de Aviamentos

Botão transparente redondo de 4 furos

tamanho 18 mm

Linha com espessura 120 mm e Fio na

costura

Composição dos aviamentos: Resina

Composição dos aviamentos: 100% poliéster

Acabamentos

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Máquina especial de braço (unir frente e costa da

camisa e faz o acabamento)

Costura reta na Máquina Industrial (bainha da

camisa)

Costura reta reciladora (com navalha cortante)

para costura da (gola da camisa social)

Etiquetas Internas

Etiqueta interna com informações

da marca e tamanho

Etiqueta interna com informações

dos dados do representante da confecção, composição, cuidados e nacionalidade.

Etiqueta interna com a informações da

nacionalidade da confecção

Etiqueta externa decorativa com informações da marca

Desenho técnico

Frente

Frente

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Quadro 1: Características da Camisa social de manga curta produzido por uma indústria de

confecção do Município de Caruaru-PE referenciado Martins (2005) Fonte: Acervo próprio.

CALÇA SOCIAL MASCULINA

Tipos de materiais utilizados

Tecido Oxford

Tecido do forro do bolso taquitel

Composição (tecido) 100% poliéster

Composição (forro do bolso) 100% poliéster

Densidade do Tecido: Leve

Densidade do Tecido: Leve

Largura do Tecido: 1,5 cm Largura do Tecido: 1,5 cm

Fabricação do Tecido: China Fabricação do Tecido: China

Preço: R$ 4,99 o metro Preço: R$ 4,99 o metro.

Tipos de Aviamentos

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Colchete de calça social

Zíper comum fixo

Material (aviamento): Aço niquelado. Composição (aviamento): 100% poliéster

Botão transparente redondo de 4 furos

Linha e fio na costura

Material (aviamento): Resina. Composição (aviamento): 100% poliéster

Acabamentos de costura internas à roupa

Costura na máquina overloque (laterais para

o acabamento)

Costura reta na máquina industrial para

pregar o zíper comum fixo.

Etiquetas Internas

Etiqueta interna com informações

dos dados da indústria de confecção, marca

Etiqueta externa decorativa contendo

a marca da

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composição, tamanho, cuidados e nacionalidade.

indústria de confecção

Desenho técnico

Frente

Frente

Quadro 2: Características da Calça social produzido por uma indústria de confecção do Município de

Caruaru-PE referenciado Martins (2005) Fonte: Acervo próprio.

2.3.4 Caracterização do ambiente de trabalho

O espaço de trabalho dos usuários da pesquisa compreende uma empresa do

Município, localizada no shopping Pólo Caruaru. O ambiente principal o Call Center

para execução da atividade de operador de telemarketing, tem condicionador de ar

com localização planificada e ampla.

Nos ambientes fora do Call Center, mas que pertencem ao ambiente físico da

empresa como corredores, copa, hall, banheiros a ventilação é natural. È

disponibilizados aos usuários cadeira giratória para realização da função de

operador, esta tem acolchoamento, no assento e esbaldar e possuem regulagem de

altura da cadeira como do esbaldar, além do que este último pode ser regulável para

adaptar-se a postura humana. Este assento ainda possui braços de apoio e tem

mesa para computador desktop para que os usuários envolvidos realizem o

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preenchimento de formulário a ser digitado. Além de um pedal de apoio para os pés

com regulagem de tamanho. O profissional ainda utiliza de um aparelho chamado

heart seat, para atendimento por meio de telecomunicações.

A empresa dispõe de ônibus para locomoção dos seus funcionários o que

significa que os usuários ficam a disposição da empresa tanto uma hora antes do

horário de trabalho quanto uma hora depois, podendo utilizar o ônibus nas cadeiras

ou realizar o trajeto em pé. Ver figura 3 e 4.

Figura 3- Tipo de cadeira acolchoada do ônibus usado pelos usuários da pesquisa para realizar o trajeto de casa-trabalho e trabalho-casa.

Fonte: Acervo próprio. Figura 4- Tipo de cadeira do ônibus sem acolchoamento usado pelos usuários da pesquisa

para realizar o trajeto de casa-trabalho e trabalho-casa.. Fonte: Acervo próprio.

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43

3.0 Ergonomia aplicada ao design de moda

A aplicação da ergonomia neste estudo teve o intuito de realizar uma análise a

respeito do conforto e da usabilidade na roupa pronta masculina produzida no

município de Caruaru-PE. Para a Associação Brasileira de Ergonomia – ABERGO

(2012) a ergonomia corresponde à relação do homem com as tecnologias

existentes, para projetar algo que vise melhorar o bem- estar e a segurança do

usuário.

Segundo Iida (2005), a primeira associação de ergonomia na Inglaterra a

Ergonomics Research Society, surgiu na década de 1950, com o intuito de

disseminar o conhecimento dessa disciplina. Nos Estados Unidos é pouco utilizada a

expressão ergonomia e teve uma maior utilização do termo human factors, que

significa fatores humanos, ligados à produção de instrumentos para aumentar o

conforto, satisfação e segurança.

A ergonomia, de acordo com Iida (2005), teve maior destaque a partir da

segunda metade do século XX. Nesta época foi adotada em várias áreas do

conhecimento e a tentativa de resolução dos mais diversos problemas. O intuito era

melhorar a relação homem e máquina, passando a deixar os mostradores dos

produtos industriais invisíveis e uma maior facilidade de operar. No campo do

vestuário essa aplicação tem sido mais recente e alguns estudos tem indicado o

direcionamento a ser dado. Segundo Santos (2009), pode-se dividir em três etapas:

de elaboração projetual da construção da roupa, o usuário como foco e o tempo de

adaptação do vestuário ao corpo.

Para Iida (2005), a ergonomia abrange quase todos os tipos de atividades

relacionadas ao homem, inclusive as atividades relacionadas ao vestuário. Envolve

desde o início do projeto, faz avaliação antes, durante e o pós-realização da tarefa.

Porque assim, seria mais econômica a escolha de melhores alternativas durante o

início do projeto, processo de seleção do que corrigir o produto depois de pronto.

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Quanto ao vestuário, segundo Moura (2008), a recomendação é a introdução

da ergonomia, desde a fase inicial do projeto, até o momento da produção da peça-

piloto. Sobre esse assunto, o design de moda participa de todas as fases desde a

criação e o desenvolvimento de projetos no campo do vestuário, podendo agregar

valor ao produto com base nos seus potenciais consumidores.

De acordo com Santos (2009), a ergonomia pode ser dividida em ergonomia

de concepção, de correção, de conscientização e de participação. Neste estudo, em

particular, focalizou-se na ergonomia de correção. Ou seja, na análise ergonômica

realizada no produto pronto. A ergonomia de concepção pode acontecer no projeto

de produto, na fase inicial, sendo o melhor momento para as correções. Dessa

forma, a verificação de falhas e correções acontece na peça-piloto, momento antes

de ser encaminhado para produção em massa.

Segundo Santos (2009), a ergonomia de correção corresponde na verificação

do problema existente, relacionado à satisfação e bem-estar do homem e em muitos

casos inviável de ser solucionado, porque podem surgir novos problemas. Porém,

segundo Iida (2005), mesmo com a intervenção da ergonomia em qualquer

resultado final pode não ter características de um produto ideal. Isto depende de

fatores organizacionais que podem impedir a execução do projeto como custo e

viabilidade.

As qualidades ergonômicas, destacadas por Iida (2005), especificam a

interface do produto com o usuário, tentando satisfazer as necessidades humanas.

No entanto, a avaliação do desempenho homem, máquina, tarefa e ambiente, além

de outros fatores analisados pela ergonomia que são postura, localização de

estresse, dores, acidentes e pontos de conforto e desconforto. O processo de

desenvolvimento de projetos acontece através do lançamento de produtos ou

melhorias nos que já existem.

As características ergonômicas no setor de vestuário surgiram da

necessidade de elaboração metodológica e projetual capaz de agregar além de

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outras ferramentas o conforto e usabilidade. Segundo Martins (2005), foi elaborada a

metodologia Oikos, que compreende na participação da ergonômica desde a fase

inicial e em todas as outras fases projetuais, sendo verificado a sua validação, pode

ser aplicada a vários modelos de roupa quanto materiais e visa projetar algo

adaptável ao consumidor quanto prevenir inconformidades e gastos com correções

futuras.

Por isso, segundo Martins (2005), as propriedades ergonômicas no vestuário,

se referem à relação do produto com o homem no ambiente e qual a resposta dada

pelo usuário. As propriedades foram aplicadas no formulário checklist aos fatores de:

facilidade de manejo, manutenção, assimilação, segurança, indicadores de

usabilidade e os aspectos de conforto.

Segundo Martins (2005), a facilidade de manejo corresponde à capacidade

mínima necessária para a realização da tarefa e dessa forma permita o uso do

objeto, analisando também a intensidade de força para executar a função. No

vestuário podem ser analisadas as tarefas de vestir e desvestir, bem como a

manipulação com os aviamentos e o quanto de força foram gasto.

A facilidade de manutenção de acordo Martins (2005), compreende na

conservação do produto durante o seu tempo de vida, possibilitando analisar a

facilidade de lavagem, remoção de resíduos, troca de aviamentos. Na facilidade de

assimilação, segundo a referida autora o usuário precisa conhecer o funcionamento

do produto de forma que evite insatisfação e isso esteja incluso no seu meio social

permitindo reconhecer o modo de vestir e desvestir de uma peça de roupa, bem

como de manusear um botão ou um zíper sem causar constrangimento devido à

capacidade e limitação do usuário.

Segundo Martins (2005), a propriedade segurança está relacionada à relação

do homem com a tarefa e o ambiente e isto não deve oferecer riscos, seja por meio

de materiais cortantes, acidentais, infectantes dentre outros, assim como o produto

possua elementos que proteja o corpo humano, permitindo flexibilidade de

movimentos e não cause machucados durante o uso.

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De acordo com Martins (2005), os indicadores de usabilidade se relacionam

com a facilidade de manejo nos seguintes aspectos de facilidade de uso da roupa,

bem como permitam facilidade de vestir e desvestir. E, ainda, se referem na

flexibilidade de movimentos e os alcances. Além do mais, durante o vestir, precisa

proporcionar a sensação de bem-estar e conforto.

Outro elemento desse estudo para análise ergonômica do vestuário

masculino é o aspecto conforto físico. O uso do vestuário acontece de modo

dinâmico, porque os usuários da pesquisa estavam em ambiente de trabalho. Diante

disso, segundo Martins (2005), a busca do conforto físico visa melhorar a relação do

corpo com a roupa e dentre outros aspectos menciona aos cuidados com a saúde e

no vestuário. E permita a realização dos movimentos quanto na adequação desta ao

corpo, bem como não pode estar apertada, pois pode prejudicar a circulação quanto

machucar a pele.

Diante do exposto das propriedades ergonômicas de Martins (2005), propôs

em um quadro checklist, como mostraremos a reprodução a seguir, a metodologia

Oikos para avaliação da usabilidade. Esta autora se fundamentou nos princípios de

usabilidade, onde as notas de atribuição no formulário foram de 0-100. E, na

metodologia deste estudo, consta a adaptação de notas de 0-10 para maior

realidade tangível dos usuários. Estes dados são apresentados no Quadro 3.

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Quadro 3: Formulário checklist com as propriedades ergonômicas para aplicação da

metodologia Oikos. Fonte: (MARTINS, 2005 p. 136).

Propriedades

Ergonômicas

Usabilidade e Conforto

Avaliação de Usabilidade

1

Facilidade de Manejo

Facilidade em vestir 00-100

Facilidade em desvestir 00-100

Acionamento dos aviamentos 00-100

Pega e manuseio dos aviamentos 00-100

Exige pouco esforço para manipulação 00-100

Materiais dos aviamentos 00-100

Materiais adequados ao uso 00-100

Acabamento dos aviamentos 00-100

Facilidade para acondicionar 00-100

Facilidade durante o uso 00-100

Mobilidade durante o uso 00-100

2

Facilidade de

manutenção

Facilidade de limpeza 00-100

Qualidade dos aviamentos e componentes 00-100

Eficácia na limpeza ( permanência de resíduos) 00-100

As instruções contidas no produto são claras 00-100

3

Facilidade de

Assimilação

(clareza de manuseio)

A forma do produto, aviamentos e componentes sugere claramente a sua função

00-100

Dispensa instruções de uso 00-100

Os cuidados indicados de manutenção para a peça estão descritos claramente na etiqueta

00-100

4

Segurança

Resistência fungos, ácaros, bactérias e umidade 00-100

Aviamentos sem bordas vivas 00-100

Tecido não inflamável 00-100

Cós, punhos e golas não prejudicam a circulação, e nem machucam a pele

00-100

A modelagem permite mobilidade e alcance 00-100

Tecido que permite transpiração 00-100

5

Indicadores de

Usabilidade (Jordan)

Consistência (em relação às tarefas realizadas) 00-100

Compatibilidade com o usuário (em relação ao uso) 00-100

Clareza visual em relação às informações do produto 00-100

Priorização da funcionalidade -– entendimento hierárquico das funções

00-100

Priorização da informação – entendimento hierárquico da informação

00-100

Transferência de tecnologia (aplicação adequada) 00-100

6

Conforto

Contato do tecido com a pele – toque 00-100

Contato do tecido com a pele – abrasão 00-100

Contato do tecido com a pele – maciez 00-100

Ajuste da peça ao corpo –estático –peso 00-100

Ajuste da peça ao corpo –estático –caimento 00-100

Ajuste da peça ao corpo –estático –metodologia 00-100

Ajuste da peça ao corpo –estático –corte 00-100

Ajuste da peça ao corpo –dinâmico - flexibilidade 00-100

Ajuste da peça ao corpo –dinâmico – elasticidade 00-100

Ajuste da peça ao corpo –dinâmico-cisalhamento 00-100

Total dos itens atendidos 0

Média pontuação 00,00

Percentual dos itens aprovação 0,00%

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A realização de um projeto para a média populacional deve indicar maior

conforto para a maioria, mas isso não acontece. De acordo com Iida (2005), as

diferenças entre pessoas de diferentes sexos são evidentes. Desta forma, inclui

certa demanda da população e exclui outra. Para a indústria fabricar um produto

padronizado é o seu ideal, mas o consumidor necessita de um produto confortável,

adequado às medidas do corpo, que atenda as suas limitações e capacidades, como

exemplo do vestuário que é uma peça de uso individual, que deve está adaptada ao

corpo humano.

De acordo com Iida (2005), a usabilidade vem do neologismo inglês usability,

que significa a facilidade de uso e o bem-estar, que pode proporcionar ao homem

durante o uso dos mais diversos produtos, desde o ambiente doméstico ao

profissional. O produto para atender a este princípio precisa ter características

harmônicas, ser de fácil entendimento e permitir facilidade na realização da tarefa.

A usabilidade, conforme Iida (2005) não depende unicamente do produto,

mas também do usuário com seus objetivos e o ambiente de uso. Assim, compõe

uma relação de interação com o produto, usuário, tarefa e ambiente. Um artefato de

design de moda pode ser adequado para determinado indivíduo e inadequado para

outro, ou ainda adequado somente em alguns ambientes.

A usabilidade preocupa-se com a facilidade de uso. Segundo Null (1993),

apud Iida (2005), o modo equitativo consiste na adaptação de produtos por meio de

regulagens, ajustes para acomodar o maior número de usuários, sem exclusão de

consumidores. Alguns princípios definidos por Jordan (1998), apud Iida (2005),

tendem a melhorar o desempenho da usabilidade dos produtos são eles: evidência,

consistência, capacidade, compatibilidade, prevenção e correção de erros e

realimentação. O primeiro princípio a evidência indica a função e como será

executada. A consistência significa que atividades parecidas devem ser realizadas

de modo parecido.

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Ainda, segundo Jordan (1998), apud Iida (2005), o princípio da capacidade é

a habilidade do usuário de realizar cada função e esta informação é relevante e

pode acontecer a transferência para outro membro do corpo. A compatibilidade

consiste em atender as expectativas do usuário que depende dos fatores

fisiológicos, culturais e suas experiências. A prevenção e correção de erros pretende

impedir o aparecimento de erros e se acontecer permita a correção de modo fácil e

rápido. Por fim a realimentação em que o produto deve dar um retorno para o

usuário.

No entanto, as responsabilidades dos ergonomistas na configuração do

produto, de acordo com Haubner (1990), apud Iida (2005), seria analisar e descrever

as etapas do projeto e verificar as características do usuário, elaborar propostas de

interação e alternativas para melhorar a usabilidade e ainda contribuir para avaliar o

produto do ponto de vista ergonômico tanto nas características físicas quanto

cognitivas. Assim, as características atribuídas aos produtos podem ser divididas em

físicas e cognitivas.

Conforme Iida (2005), as características físicas melhoram a usabilidade

através das alterações dimensionais, da forma, peso, resistência dentre outras. Para

aplicação destas características no produto são com base em estudos

antropométricos. Já para as características cognitivas precisam conhecer as

preferências e necessidades, além de experiências, expectativas dos usuários que

precisam ser consideradas durante a fase projetual. Para sua aplicação deve-se

fazer um levantamento do repertório do grupo, além do modo como é usado, o que

conhece do produto, dentre outros.

Segundo Iida (2005), a participação da ergonomia no vestuário, por exemplo,

necessita de adequação ao perfil do usuário, bem como as suas necessidades, aos

valores, a definição das características utilitárias e aos critérios da usabilidade.

Assim, conforme a autora, a utilidade do produto acontece quando é executada a

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50

função que lhe foi atribuída e que o usuário necessita, analisando o que este usuário

precisa, dessa forma, construindo uma lista requisitos que o produto deve conter.

Para isso, a preparação de um projeto universal, segundo Iida (2005), com

aspectos usáveis para o mundo globalizado, que tenha rápida circulação

informacional e escoamento de produtos para o exterior recomenda-se a

preocupação com o perfil das características do usuário a quê se designa. Assim, o

projeto com interferências ergonômicas que tenha preocupação com o usuário

busca-se verificar as medidas antropométricas, realizar medições e aplicar tais

informações.

No entanto, o Senai- Cetiqt (2012), numa tentativa de padronizar as medidas

antropométricas dos brasileiros trouxe um aparelho chamado Body Scanner5, capaz

de captar em média 100 medidas corporais em menos de um minuto. O estudo visa

utilizar cerca de dez mil pessoas representativas de vários estados do país.

A ergonomia se utiliza da antropometria que tem a finalidade de adaptar os

produtos a seus usuários. Segundo Iida (2005), existem a antropometria estática e a

dinâmica. A estática abrange a aferição das medidas corporais com o corpo humano

parado ou recomendado para usuários que praticam poucos movimentos. Já a

antropometria dinâmica o corpo está em movimento e busca verificar o alcance dos

movimentos numa determinada área do corpo e as demais ficam paradas. Na

atividade funcional o corpo não realiza movimento separado, mas movimenta todo o

corpo.

Neste trabalho, para estabelecer as medidas do corpo dos sujeitos durante a

fase de pesquisa foram referenciadas nas normas da ABNT–NBR 15127: 2004 e em

Duarte e Sagesse (2010). Para a confecção da camisa, segundo ABNT–CB–17:

2011 são necessárias às medidas básicas que correspondem ao contorno do tórax,

cintura e altura, bem como para camisa social é sugerido aferir as medidas do

pescoço como também do tórax. Já para a confecção da calça do usuário segundo a

5 Body Scanner- Aparelho que está sendo usado em estudo do Senai-Cetiqt (2012) com função de captar mais de 100 medidas corporais no tempo igual a um minuto.

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51

mesma norma são exigidas tais medidas como o contorno da cintura bem com o

comprimento do entre pernas.

Portanto, de acordo com ABNT–CB–17: 2011 foram elaborados os dois

quadros a seguir com algumas formas de medir o corpo que serviu como uma das

referências para a aferição das medidas antropométricas para construção da camisa

e calça social. Ver Quadros 4 e 5.

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Medidas para construção da Camisa

Tronco Posterior Tronco Anterior Largura do ombro

Extensão da

saliência óssea

no limite entre o

pescoço e o

tronco traseiro,

acompanhando o

contorno das

costas.

Distância vertical

entre a linha

mediana da

incisura jugular e

a cintura.

Largura do

ombro que

compreende da

base do pescoço

até o ombro.

Extensão ombro a ombro Largura da frente- Pescoço

Considerando a

curvatura das

costas, em

posição ereta

com ombros

relaxados.

Distância entre a

junção do braço

com o corpo, na

linha do busto

e/ou tórax em

posição ereta.

Perímetro

passando pela

saliência óssea

no limite entre o

pescoço e o

tronco e pela

incisura jugular

Braço Tórax/Busto

Maior perímetro

do braço, com o

antebraço fletido

em ângulo reto e

bíceps

tensionado.

Medido

horizontalmente,

passando pelas

papilas mamárias.

Quadro 4: Medidas corporais para construção do vestuário que cobre a parte superior do corpo.

Fonte: ABNT-NBR: 15127: 2004- Corpo humano- Definição de medidas.

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Medidas para construção da Calça

Estatura Distância vertical cintura /

região plantar

Distância vertical cintura /

tornozelo

Distância

vertical entre o

ponto mais alto

da cabeça até o

solo com a

pessoa descalça

em posição

ereta.

Distância

vertical entre a

cintura e a

região plantar,

em posição

ereta.

Distância entre

a cintura e a

proeminência

óssea do lado

de fora do

calcanhar, em

posição ereta.

Entre pernas Cintura Alto Quadril

Distância

vertical entre a

região dos

órgãos genitais

e o solo, na

posição ereta,

com os pés

abertos o

suficiente para

permitir a

medição.

Contorno do

tronco no nível

médio entre as

costelas mais

baixa e a crista

superior do

ilíaco.

Contorno

passando pela

espinha ilíaca

ântero-

posterior.

Baixo Quadril Coxa Joelho

Maior perímetro

do quadril,

passando na

região mais

saliente nas

nádegas.

Maior períneo

da coxa.

Contorno

passando pela

rótula, em

postura ereta.

Panturrilha Gancho Entrada do pé

Contorno da

panturrilha, na

batata das

pernas, em

posição ereta.

Distância entre a

cintura e a

superficie

horizontal plana,

na qual o

indivíduo está

sentado com as

pernas em

ângulo reto.

Contorno da

região do peito

do pé até a

parte mais

proeminente do

calcanhar.

Quadro 5: Medidas corporais para construção do vestuário que cobre a parte inferior do corpo.

Fonte: ABNT-NBR: 15127: 2004- Corpo humano- Definição de medidas.

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54

Consta a seguir em quadro a tabela de medidas e tamanhos de manequins

que serve para definição do tamanho do manequim dos usuários envolvidos no

teste. Pois foram encaixados os valores corpóreos encontrados em um dos

tamanhos de manequim. Ver Quadro 6.

Tabela de Medidas

Estatura

Tamanho curto Tamanho médio Tamanho longo

1,65m a 1,70m 1,71m a 1,76m 1,77m a 1,85m

Numeração de tamanhos

PP P M G GG XG XGG EG EGG

34 36 38 40 42 44 46 48 50 52 54 56 58 60 62 64

Numeração da Camisa Social

1

2

3

4

5

6

7

8

Perímetro do Pescoço

35

36

37

38

39

40

41

42

43

44

45

46

47

47

49

50

Perímetro do Tórax

82 86 90 94 98 102 106 110 114 118 122 126 130 132 134 136

Perímetro da Cintura

68 72 76 80 84 88 92 96 100 104 108 112 116 120 124 128

Perímetro do Bíceps

28 29 30 32 34 36 38 40 42 45 48 51 51 52 52 52

Comprimento Ombro a Ombro

42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 54 56 56 56 56 58

Extensão Posterior do Tronco

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40 41 42 43 44 45 46 47 47,5

47,5

48 48 49 49 50 50

Perímetro do Quadril

84 88 92 96 100 104 108 112 116 120 124 128 132 134 136 138

Comprimento da cintura ao solo

De 96 a 118 de acordo com estatura do público alvo vide tabela abaixo

Estatura

Tamanho curto Tamanho médio Tamanho longo

1,65m a 1,70m 1,71m a 1,76m 1,77m a 1,85m

96 a 102 103 a 107 108 a 118

Altura do entre pernas

De 76 a 94 de acordo com estatura do público alvo vide tabela abaixo

76 a 82 81 a 85

84 a 94

Quadro 6: Medidas básicas do corpo para construção da camisa e calça masculina. FONTE: ABNT/CB–17 PROJETO 17:000.00–0XX JUNHO 2011.

Assim, o quadro 5 é a representação das etiquetas de roupas que tragam

valores das medidas corporais para definição do tamanho do manequim a ser

adquirido no momento da compra. Ver Quadro 7.

PERÍMETRO DO TÓRAX 96 PERÍMETRO DA CINTURA 82 ESTATURA 176

PERÍMETRO DO PESCOÇO 30 COMPRIMENTO DO BRAÇO 48

PERÍMETRO DA CINTURA 92 COMPRIMENTO INTERNO DA PERNA 84 FUNDOS DA CALÇA 55².

Quadro 7: Representação pictográfica para ser aplicado em etiquetas. Fonte: ABNT/CB–17 PROJETO 17:000.00–0XX JUNHO 2011.

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56

4.0 METODOLOGIA

4.1 Método de abordagem (Pesquisa Qualitativa)

Para analisar o vestuário masculino, enquanto produto de moda e do design na

perspectiva da ergonomia foi realizado um teste de percepção de conforto e

usabilidade fundamentada na metodologia Oikos de Martins (2005), apresentada em

formulário no quadro 1.

Cabe ressaltar que nesse estudo, a avaliação ergonômica foi empregada no

vestuário pronto para comercialização. Considerou a afirmação de Iida (2005), de

que a ergonomia de correção tem a função de verificar os problemas ergonômicos

no projeto de produto finalizado para executar ajustes e sugestões. Porém em

alguns casos pode ocorrer a inviabilidade das propostas.

Nesse teste, tanto a forma de coleta, quanto de análise dos dados se deu

qualitativamente, pois segundo Minayo (2006), é recomendável a sua aplicação em

pesquisas que apenas a quantificação não dá conta de explicar os fenômenos e

seus significados.

4.2 Metodologia de design de moda e ergonomia

4.2.1 Procedimentos Metodológicos

Material Utilizado:

Fita métrica da marca acessórios e círculo;

2 máquinas fotográficas (Samsung ES70 comi 12,2 mega pixels, tem lente

4,9-24,5 mm, com zoom lens e Sc 90 de 12 mega pixels).

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57

Foram realizados os seguintes procedimentos:

1. Teste com cinco homens adultos e assinatura pelos usuários de um

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE A) segundo

a Norma ERG BR 1002 Código de Deontologia do Ergonomista

Certificado. (Ver ANEXO). Este termo já foi utilizado em outras

pesquisas e foi aplicado na monografia de Silva (2011), com a

finalidade de prova da existência dos usuários bem como a

participação voluntária na pesquisa;

2. Os usuários da pesquisa são operadores de telemarketing de um call

Center do Município de Caruaru. Cuja faixa etária são de 30 a 50 anos

de idade. Foi Avaliado o perfil dos usuários em relação aos aspectos

socioeconômicos e aferição das medidas antropométricas, em seguida

definição do tamanho do manequim correspondente de cada um dos

usuários;

3. Compra das peças de roupa camisa e calça social em duas diferentes

confecções do município e a entrega do modelo de roupa para os

usuários. Cada um dos usuários foi instruído a como usar e avaliar o

vestuário - calça e camisa social. O uso da roupa aconteceu em torno

de oito horas por dia, durante uma semana;

4. Aplicação do teste de conforto e usabilidade aconteceu no trajeto de

casa até o trabalho, no ambiente de trabalho e o trajeto trabalho até a

casa dos usuários masculinos.

a. Observação;

b. .No período de uso da roupa os sujeitos de pesquisa foram

acompanhados e fotografados no ônibus da empresa ou na

motocicleta. Somente não foi possível fotografar o usuário

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58

realizando a sua atividade principal do trabalho, para não violar

as normas da empresa;

c. Aplicação de entrevista estruturada.

5. Foi utilizado um questionário adaptado (Ver APÊNDICES A), criado e

aplicado por silva (2011) em sua monografia que teve como referência

a representação checklist, fundamentado em Martins (2005). No

quadro original os valores para atribuição de valores variam de 0 100.

Mas neste estudo para facilitar a análise foram adaptados os valores

para 0 a 10.

6. As perguntas exploratórias abertas e fechadas para análise do conforto

e usabilidade do vestuário. Para cada um dos itens de: facilidade de

manejo, manutenção, assimilação, segurança, indicadores de

usabilidade e conforto classificação como: difícil, difícil, neutro, fácil e

muito fácil, dentre outros de acordo com cada pergunta. Ver Quadro 8.

Propriedades

Ergonômicas

Questões

Facilidade de

Manejo

Facilidade de vestir e desvestir da composição completa camisa e calça social.

Facilidade de manuseio com os aviamentos.

Força aplicada para o manuseio com os aviamentos.

Facilidade de guardar o vestuário.

Facilidade de

Manutenção

Lavagem das peças, o modo de lavagem (máquina de lavar ou manual).

Capacidade de retenção de resíduos e manchas e dificuldade para secar.

Aviamentos apresentarem resistência aos produtos de limpeza e a umidade.

Facilidade de

Assimilação

O vestuário dispensa instruções de

Consulta ou costuma consultar as informações

Reconhecimento de dados sobre tamanho, composição e

Na etiqueta da roupa (camisa e calça social) foram

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uso. contidas nas etiquetas.

modo de manutenção e cuidados com o vestuário.

colocadas todas as instruções necessárias.

Segurança

Capacidade de resistir a fungos, ácaros, bactéria e umidade.

Os aviamentos machucaram os usuários durante o uso.

Possibilidade de movimentação.

Indicadores de

usabilidade

O vestuário completo é compatível com as necessidades tais como (biótipo físico e modelagem).

O vestuário completo é compatível com a matéria-prima (tecidos e aviamentos).

O vestuário completo é compatível com a atividade profissional que exerce.

O vestuário prioriza proteção ou conforto.

Conforto Sensação do toque da matéria-prima principal com a pele.

Leve/pesado o tecido do vestuário de teste.

Preferência da densidade do tecido dos vestuários em geral. Leve/pesado.

Caimento do produto.

Conforto Capacidade de ajuste da roupa com o corpo.

Capacidade de adequação do vestuário ao corpo.

Capacidade do vestuário voltar ao tamanho inicial.

Flexibilidade na realização dos movimentos.

Quadro 8: Propriedades ergonômicas, questões e conceitos com adaptação do questionário usado na monografia de Vanessa Galdino da Silva (2011) Fonte: Da

autora.

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60

5.0 ASPECTOS DE CONFORTO E USABILIDADE NO VESTUÁRIO

MASCULINO PRODUZIDO NO MUNICÍPIO DE CARUARU-PE

5.1 Perfil dos usuários

O processo de conhecer o perfil do usuário masculino inclui a preservação da

imagem e nomes, tanto quanto das empresas envolvidas. Para sua elaboração foi

aplicado algumas variáveis que segundo Martins (2005) são importantes para sua

criação como: altura, peso, atividade exercida no trabalho, horas trabalhadas no dia,

local de trabalho, tempo de profissão e condições de saúde. Para esta pesquisa foi

acrescentado a variável idade para limitar a faixa etária do usuário aqui pesquisado.

Ver Quadro 9.

VARIÁVEIS USUÁRIO I

USUÁRIO II

USUÁRIO III

USUÁRIO IV

USUÁRIO V

Sexo Masculino adulto

Masculino adulto

Masculino adulto

Masculino adulto

Masculino adulto

Altura 1,80 1,67 1,67 1,70 1,65

Peso 69 Kg 84 Kg 86 Kg 73 kg 61 Kg

Idade 30 anos 30 anos 44 anos 44 anos 50 anos

Estado civil Solteiro (namorando)

Solteiro (namorando)

Casado Solteiro (divorciado)

Casado

Horas de Trabalho

Este usuário usa transporte próprio, por isso as horas de trabalho se dividem em: seis horas de exercício da atividade profissional no ambiente da empresa e mais trinta

Estes quatros usuários usam o transporte coletivo da empresa, por isso a jornada de trabalho atinge um tempo de oito horas por dia, divididas em: seis horas são de exercícios da atividade profissional no ambiente da empresa e mais uma hora do percurso da ida e mais uma hora da volta do trabalho.

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minutos do percurso da ida e mais trinta minutos da volta do trabalho.

Local de Trabalho

Call Center Call Center Call Center Call Center Call Center

Tempo de Profissão

1 ano e 5 meses

3 anos e 4 meses

11 meses 5 anos 3 anos e 5 meses

Tipo de Tarefa realizada

Passa maior parte do tempo sentado cerca de cinco horas e vinte minutos. Realiza digitação em computador, com atendimento por telefone. Fica em pé somente para falar com supervisor ou entre o tempo de quarenta minutos de pausa (em pé ou sentado) e quando dirigir-se ao banheiro.

Quadro 9: Perfil do usuário em relação às atividades diárias referenciado em Martins (2005)

Fonte: Da autora.

5.2 Teste avaliativo do conforto e da usabilidade no vestuário masculino

Foi executado de forma igualitária para com os cinco usuários da pesquisa.

Foram aferidas medidas do corpo, tais cmo estatura, largura da frente, quadril, coxa,

panturrilha, tornozelo dentre outras. Dessa forma foi definido o manequim que cada

usuário iria usar. Segundo Duarte e Saggese (2010) estas são medidas importantes

para construção da base da modelagem para camisas e calças masculinas.

Nos quadros a seguir está discriminado o número do manequim declarado e o

usado para teste de cada participante. Assim como as referidas medidas

antropométricas necessárias para elaboração do vestuário (calça e camisa). Além

de registros de fotos do uso da camisa e calça social dos usuários. Ver Quadros 10

a 14.

Variáveis do usuário I

Manequim Declarado Manequim Utilizado

Camisa Calça Camisa

Calça

Nº 01

Nº 38 Nº 01

Nº 38

Imagem da camisa testada Imagem da calça testada

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Fonte: Da autora

Fonte: Da autora

1. Largura da frente: 45 cm 2. Centro da frente: 42 cm 3. Altura da frente: 48 cm 4. Transversal da Frente: 51 cm 5. Cava a cava da frente: 42 cm 6. Cava a cava das costas: 46 cm 7. Altura das costas: 47 cm 8. Transversal das costas: 52 cm 9. Centro das costas: 52 cm 10. Pescoço: 39 cm 11. Tórax: 92 cm 12. Bíceps: 30 cm 13. Ombro esquerdo: 16 cm 14. Lateral: 33 cm

15. Estatura: 1,80 cm 16. Cintura: 81 cm 17. Cintura-Tornozelo: 104 cm 18. Cintura-chão: 19. Entre pernas- tornozelo: 73 c 20. Entre pernas-chão: 21. Quadril: 100 cm 22. Coxa: 63 cm 23. Joelho: 40 cm 24. Gancho: 27 cm 25. Panturrilha: 36 c 26. Tornozelo: 25 cm 27. Entrada do pé: 35 cm

Quadro 10: Medidas antropométricas do usuário I adaptado da monografia de Silva

(2011)

Fonte: Da autora.

Variáveis do usuário II

Manequim Declarado Manequim Utilizado

Camisa Calça Camisa

Calça

Nº 03 Nº 40 Nº 02

Nº42

Imagem da camisa testada Imagem da calça testada

Fonte: Da autora

Fonte: Da autora

1. Largura da frente: 2. Centro da frente: 42 cm 3. Altura da frente: 46 cm 4. Transversal da Frente: 50 cm

15. Estatura: 1,67 cm

16. Cintura: 98 cm

17. Cintura-Tornozelo: 86 cm

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5. Cava a cava da frente: 45 cm 6. Cava a cava das costas: 54 cm 7. Altura das costas: 49 cm 8. Transversal das costas: 48 cm 9. Centro das costas: 49 cm 10. Pescoço: 41 cm 11. Tórax: 102 cm 12. Bíceps: 36 cm 13. Ombro esquerdo: 14 cm 14. Lateral: 26 cm

18. Cintura-chão: 97 cm

19. Entre pernas-tornozelo: 65 cm

20. Entre pernas-chão: 72 cm

21. Quadril: 110 cm

22. Coxa: 64 cm

23. Joelho: 41 cm

24. Gancho: 29 cm

25. Panturrilha: 42 cm

26. Tornozelo: 29 cm

27. Entrada do pé: 35

Quadro 11: Medidas antropométricas do usuário II adaptado na monografia de Silva

(2011) Fonte: Da autora.

Variáveis do usuário III

Manequim Declarado Manequim Utilizado

Camisa Calça Camisa Calça Nº 03 Nº 46 Nº 03 Nº 44

Imagem da camisa testada Imagem da calça testada

Fonte: Da autora

Fonte: Da autora

1. Largura da frente: 45 cm 2. Centro da frente: 43 cm 3. Altura da frente: 53 cm 4. Transversal da frente: 50 cm 5. Cava a cava da frente: 45 cm 6. Cava a cava das costas: 49 cm. 7. Altura das costas: 50 8. Transversal das costas: 49 cm 9. Centro das costas: 49 cm 10. Pescoço: 45 cm 11. Tórax: 107 cm 12. Bíceps: 36 cm 13. Ombro esquerdo: 15 cm 14. Lateral: 29 cm

15. Estatura: 1,67 cm

16. Cintura: 104 cm

17. Cintura-Tornozelo: 90 cm

18. Cintura-chão: 99 cm

19. Entre pernas-tornozelo: 62 cm

20. Entre pernas-chão: 71 cm

21. Quadril: 112 cm

22. Coxa: 63 cm

23. Joelho: 45 cm

24. Gancho: 29 cm

25. Panturrilha: 46 cm

26. Tornozelo: 31 cm

27. Entrada do pé: 35 cm

Quadro 12: Medidas antropométricas do usuário III adaptado na monografia de Silva

(2011)

Fonte: Da autora.

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Variáveis do usuário IV

Manequim Declarado Manequim Utilizado

Camisa Calça Camisa Calça

Nº 01 Nº42 Nº 02 Nº 42

Imagem da camisa testada Imagem da calça testada

Fonte: Da autora

Fonte: Da autora

1. Altura da frente: 40 cm 2. Transversal da Frente: 44 cm 3. Cava a cava da frente: 42 cm 4. Cava a cava das costas: 47 cm 5. Altura das costas: 50 cm 6. Centro das costas: 50 cm 7. Pescoço: 41 cm 8. Tórax: 100 cm 9. Bíceps: 32 cm 10. Ombro esquerdo: 13 cm 11. Lateral: 33 cm

12. Estatura: 1,70 13. Cintura: 94 cm 14. Cintura-Tornozelo: 93 cm 15. Cintura- chão: 101 cm 16. Entre pernas- Tornozelo: 72 cm 17. Entre pernas- chão: 80 cm 18. Quadril: 102 cm 19. Coxa: 58 cm 20. Joelho: 40 cm 21. Gancho: 28 cm 22. Panturrilha: 37 cm 23. Tornozelo: 26 cm 24. Entrada do pé: 34 cm

Quadro 13: Medidas antropométricas do usuário IV adaptado na monografia de Silva

(2011)

Fonte: Da autora.

Variáveis do usuário V

Manequim declarado Manequim utilizado

Camisa

Calça Camisa

Calça

Nº 01 Nº 38 Nº02 Nº40

Imagem da camisa testada Imagem da calça testada

Fonte: Da autora

Fonte: Da autora

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1. Altura da frente: 61 cm 2. Transversal da Frente: 45 cm 3. Cava a cava da frente: 4. Cava a cava das costas: 45 cm 5. Altura das costas: 49 cm 6. Centro das costas: 45 cm 7. Pescoço: 41 cm 8. Tórax: 89 cm 9. Bíceps: 27 cm 10. Ombro esquerdo: 13 cm 11. Lateral: 27 cm

12. Estatura: 1,65 cm 13. Cintura: 88 cm 14. Cintura-Tornozelo: 95 cm 15. Cintura-chão: 16. Entre pernas- tornozelo: 62 cm 17. Entre pernas-chão: 18. Quadril: 96 cm 19. Coxa: 50 cm 20. Joelho: 38 cm 21. Gancho: 26 cm 22. Panturrilha: 35 cm 23. Tornozelo: 26 cm 24. Entrada do pé: 31 cm

Quadro 14: Medidas antropométricas do usuário V adaptado na monografia de Silva

(2011)

Fonte: Da autora.

5.2.1 Avaliação dos usuários da pesquisa

Na primeira pergunta sobre a dificuldade encontrada pelos usuários para

encontrar ou comprar vestuário, teve-se as respostas que dois dos cinco usuários

tem dificuldades em comprar peças do vestuário, o que equivale a 40% deles. O

primeiro se considera uma pessoa indecisa, além dos fatores como falta de tempo e

paciência para comprar roupa. Já o outro que também tem dificuldade de decisão de

compra atribuiu este fator por se definir uma pessoa de muito estilo.

Por conseguinte dois usuários o que corresponde a mais 40% não tem

nenhuma dificuldade para encontrar ou comprar vestuário para uso. E somente um

deles tem certa dificuldade em alguns casos, correspondendo a 20% dos

entrevistados.

Outra questão tratada foi à influência na compra da camisa social de manga

curta se era os critérios de aparência ou conforto. A resposta obtida foi que dois dos

usuários o que se refere a 40% dos usuários, citaram somente a opção aparência.

Segundo o usuário I este tipo de vestuário deixa os homens com uma aparência

formal. Os outros três o que corresponde a 60% dos usuários tem preferência pelos

dois critérios tanto aparência quanto conforto. E segundo o usuário V não usaria um

vestuário que estivesse incomodando no sentido de está furando, beliscando

quando entrasse em contato com a pele.

A mesma questão tratada anteriormente foi atribuída para a compra da calça

social em estudo, assim os mesmos critérios foram informados. A resposta obtida foi

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que dois dos usuários o que corresponde a 40% deles continuaram a citar somente

a opção aparência pela imposição de caráter formal que este vestuário oferece. Os

outros três que corresponde a 60% dos usuários informaram que os dois critérios

tanto aparência quanto conforto é importante no vestuário. E o usuário IV pertence

ao último grupo, prefere um vestuário quem tenha um bom corte, características de

vestir bem, e a aparência em geral.

Pode-se inferir que tanto a estética aplicada ao produto, quanto o conforto,

são critérios valorizados por parte dos consumidores masculinos na aquisição da

roupa.

No item se algum usuário já sentiu desconforto durante o uso de algum

vestuário, 100% dos usuários falaram que já sentiram algum incômodo no uso de

alguma roupa em algum momento da vida. Isso mostra que em muitos projetos de

vestuário o conforto físico tem uma importância menor do que a aparência, ou seja,

a fatores estéticos.

No item qual combinação de roupa usa no trabalho, a preferência foi por mais

de um tipo de camisa e calça. Dessa forma dois dos usuários consistiu em 30%

preferem por camisa de malha. Um destes usa também camisa social de manga

curta junto com mais dois dos usuários chegando a um total de 60% da preferência

por este tipo de camisa e tem outro que prefere tanto camisa social de manga curta

quanto longa, o percentual de preferência por camisa de manga longa caracteriza

20%. Já no uso de calça no trabalho a preferência acontece no uso de 70% de calça

social e 30% também veste o jeans.

Na pergunta aos usuários sobre a compra da peça em estudo tanto camisa

social quanto calça. As respostas foram que quatro dos cinco usuários (80%)

comprariam as peças utilizadas nesta pesquisa. E somente um dos usuários (20%)

não compraria a roupa porque não se refere ao seu estilo. Pode-se concluir que

grande parte dos consumidores compraria os produtos e atrelado a isso a motivação

da compra pode está inserida no que foi revelado nessa pesquisa que os homens

tanto têm preferência por um vestuário que contenha aspectos estéticos quanto

confortáveis.

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67

5.2.2 Avaliação das propriedades ergonômicas aplicadas ao vestuário

masculino (Camisa e calça social)

Na propriedade facilidade de manejo o item facilidade de vestir, teve a

porcentagem obtida para a camisa social de manga curta foi que três dos usuários

(60%) atribuíram conceitos de muito fácil. E dois (40%) deles caracterizou o

vestuário como fácil.

O usuário I ao examinar a camisa respondeu que possui certa dificuldade em

relação às outras peças do vestuário masculino pela necessidade de abotoar a

peça. O usuário III associa a facilidade de vestir com outras peças do vestuário que

utiliza. Já o usuário V atribui certa dificuldade em vestir a peça com a quantidade de

botões que precisa abotoar.

Portanto, com este resultado pode-se inferir que os usuários atribuem a

camisa social de manga curta certa dificuldade em relação à quantidade de botões

que possui e isto pode ser associado ao tempo que pode levar para abotoar e

desabotoar a camisa, bem como a casa do botão que pode não está aberto o

suficiente e precisar usar força para manusear o aviamento. Ver Gráfico 1.

0- Muito difícil 3- Difícil 5- Neutro 8- Fácil 10 Muito Fácil.

Gráfico 1- Resultado da facilidade de vestir da camisa social masculina.

Na análise feita da calça o percentil foi que 40% dos usuários atribuíram

conceito muito fácil, 20% deles atribuiu fácil, mais 20% teve resposta neutra e 20%

muito difícil. O usuário I comenta no que diz respeito da dificuldade encontrada nesta

peça corresponde a necessidade de vestí-la associando a peça a outro acessório de

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moda, como exemplo o cinto e a própria camisa ao ser colocada dentro da calça.

Segundo o mesmo usuário precisa ajustar a camisa à calça além do uso do cinto

pelo passante.

O usuário II atribuiu conceito de muito difícil porque o cós da calça fica

localizado na região da cintura e estava muito apertado causando desconforto, pois

tanto marcou quanto machucou a pele. Diante disso foi perguntado aos usuários o

tamanho de manequim que vestiam bem. E de acordo com as medidas corporais

mensuradas, o tamanho da roupa foi correspondente ao manequim de cada usuário.

Por outro lado o usuário II possui maior massa corporal e devido ao seu biótipo físico

o vestuário mesmo de acordo ao seu manequim causou desconforto durante o uso.

Em seguida o usuário III conceitua a calça com o mesmo atributo da camisa,

associando a facilidade de vestir com outras peças do seu guarda-roupa. Ver

Gráfico 2.

0- Muito difícil 3- Difícil 5- Neutro 8- Fácil 10 Muito Fácil.

Gráfico 2: Resultado da facilidade de vestir da Calça social masculina.

Na questão sobre desvestir a peça, 60% dos usuários caracterizam a tarefa

de desvestir a camisa e a calça sendo muito fácil e 40% das respostas foram

classificadas no conceito fácil.

Portanto o usuário I responde que a camisa de botão demora mais tempo

para ser retirada do corpo em relação às outras camisas disponíveis no mercado

pela questão da necessidade de desabotoar os vários botões. Assim como o último

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usuário da pesquisa categorizou o ato de desvestir a peça com a mesma dificuldade

de vesti-la pelo tempo gasto para desabotoar a peça.

Entretanto as opiniões dos usuários I, III, IV e V em relação à calça foi que

esta tarefa de desvestir é muito fácil de ser realizada. E o usuário II atribuiu que

seria muito satisfatório retirar a peça, porque quando desvestia a calça estaria se

livrando do desconforto causado pela calça apertada, principalmente na região da

cintura, aonde o cós chegou a marcar a pele. Ver Gráficos 3 e 4.

0- Muito Difícil 3- Difícil 5- Neutro 8- Fácil 10 Muito Fácil.

0- Muito Difícil 3- Difícil 5- Neutro 8- Fácil 10 Muito Fácil.

Gráfico 3:Resultado da facilidade de desvestir da camisa social Gráfico 4: Resultado da facilidade de desvestir da calça social masculina.

Quanto ao critério facilidade de manuseio dos aviamentos na camisa o

principal aviamento usado pelos usuários são os botões, existem outros aviamentos

como linha e fio que estão contidos na peça, mas não são manuseados pelos

usuários. Estes aviamentos receberam caracterização de 80% muito fácil de ser

manuseado e 20% atribuiu no item facilidade de manuseio. Todos os usuários

informaram que foi uma tarefa fácil o manuseio com os aviamentos. Ver Gráfico 5.

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0- Muito Difícil 3- Difícil 5- Neutro 8- Fácil 10 Muito Fácil.

Gráfico 5: Resultado da facilidade de manusear os botões da camisa social masculina.

Na calça, os aviamentos analisados foram zíper comum, colchete de calça

social e botões. Existem outros aviamentos como linha e fio que estão contidos na

peça, mas não ocorre o manuseio por parte dos consumidores. Todos os usuários

qualificaram o produto como sendo muito fácil o manuseio para os seguintes

aviamentos zíper e botões. Para o material colchete de calça social o percentual foi

80% dos usuários caracterizaram o conceito muito fácil e 20% deles como fácil. Ver

Gráficos 6 a 8.

0

5

10

Usuario IUsuário IIIUsuário V

Calça

Zíper

0- Muito Difícil 3- Difícil 5- Neutro 8- Fácil 10 Muito Fácil.

Gráfico 6: Resultado da facilidade de manusear o zíper da calça social masculina.

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0- Muito Difícil 3- Difícil 5- Neutro 8- Fácil e 10 Muito Fácil.

0- Muito Difícil 3- Difícil 5- Neutro 8- Fácil e 10 Muito Fácil.

Gráfico 7:Resultado da facilidade de manusear com o colchete da calça social Gráfico 8: Resultado da facilidade de manusear os botões da calça social masculina.

Na questão referente à aplicação de força durante o manuseio com os

aviamentos da camisa social 60% dos usuários da pesquisa responderam que não

precisaram utilizar nenhuma força para manusear os aviamentos tais como botões.

Outros 20% dos usuários conceituaram esta peça com a necessidade de usar pouca

força.

E consequentemente 20% dos usuários responderam a pergunta de forma

neutra para estes aviamentos. O usuário IV respondeu que a linha do botão da

camisa enganchou no momento de desabotoá-la, ao analisar foi verificado que o

botão foi pregado em costura industrial na máquina botoneira e neste caso a costura

do caseado do botão ficou solta e no momento de acabamento da peça não foi

retirada. Os demais usuários informaram que não necessitou usar nenhuma força

para manuseio da camisa. Ver Gráfico 9.

0- Muita Força 3- Usou Bastante Força 5- Neutro 8- Usou Pouca Força e 10 Nenhuma Força.

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Gráfico 9: Resultado da aplicação de força durante o manuseio com os botões da camisa social masculina.

Na calça os aviamentos analisados foram zíper comum fixo, gancho de

colchete, linhas e botões. Dos usuários 60% destes não utilizaram nenhuma força no

momento de manusear o aviamento zíper. Outros 20% dos usuários atribuíram

conceito de que houve necessidade de usar pouca força para usar este aviamento.

E 20% destes respondeu conceito neutro sobre a questão de manuseio com o

aviamento zíper.

Para o manuseio do colchete de calça social o percentual foi de 40% dos

usuários o que caracterizaram que não utilizaram nenhuma força para o seu

manuseio. Outros 40% dos usuários atribuíram conceito de uso de pouca força para

manuseio deste material. E 20% dos usuários qualificou o material com uma

resposta neutra sobre a questão. Para os aviamentos linhas e botões empregados

na calça receberam 100% de qualificação de que não houve utilização de nenhuma

força.

Dessa forma o usuário I precisou comprimir a barriga para prender o colchete

de calça social, porque o cós estava apertado na região da cintura. O seguinte

usuário também precisou de força para manuseá-lo tanto o colchete quanto o zíper

comum fixo da calça. Os usuários III e IV realizou o manuseio dos aviamentos da

calça sem necessidade de usar nenhuma força. O usuário V também precisou usar

forçar para manuseio destes aviamentos, após colocar a camisa dentro da calça.

Infere-se, portanto, que, como anteriormente dito, foi feita a pergunta a cada

usuário sobre o tamanho correspondente do seu manequim, bem como houve

aferição das medidas corpóreas e assim estabelecido o tamanho do vestuário de

teste. O que pode justificar na ocorrência do cós apertar os usuários é ainda na falta

de padronização das empresas em relação aos tamanhos dos modelos. Ver

Gráficos 10 a 12.

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0

2

4

6

8

10

Usuario I Usuário III Usuário V

Calça

Zíper

0- Muita Força 3- Usou Bastante Força 5- Neutro 8- Usou Pouca Força e 10 Nenhuma Força.

Gráfico 10: Resultado da aplicação de força durante o manuseio com o zíper da calça social masculina.

0

5

10

Usuario IUsuário IIIUsuário V

Calça

Gancho de Colchete

0- Muita Força 3- Usou Força 5- Neutro 8- Usou Pouca Força e 10 Nenhuma Força.

0

5

10

Usuario IUsuário IIIUsuário V

Calça

Linhas e Botões

0- Muita Força 3- Usou Força 5- Neutro 8- Usou Pouca Força e 10 Nenhuma Força.

Gráfico 11: Resultado da aplicação de força durante o manuseio com os aviamentos do colchete da calça social masculina.

Gráfico 12: Resultado da aplicação de força durante o manuseio com os aviamentos tais como os botões da calça social.

Neste último item de avaliação da primeira propriedade ergonômica 100% dos

usuários definiram que a composição completa do vestuário é fácil de ser guardada.

O usuário I informou que prende um botão da camisa e a veste no cabide e a calça é

dobrada e colocada no mesmo cabide.

O usuário II informou que somente precisa dobrar os dois vestuários. O

usuário III informou que realiza a dobra das duas peças do vestuário e as coloca no

cabide. Assim como o usuário IV informa que é uma tarefa fácil tanto na camisa

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quanto na calça e o usuário V informa que a tarefa consiste em ser colocada no

cabide. Ver Gráficos 13 e 14.

0- Muito Difícil 3- Difícil 5- Neutro 8- Fácil 10 Muito Fácil.

0- Muito Difícil 3- Difícil 5- Neutro 8- Fácil 10 Muito Fácil.

Gráfico 13: Resultado da facilidade de guardar o vestuário camisa social masculina. Gráfico 14: Resultado da facilidade de guardar o vestuário calça social masculina.

Referente avaliação da facilidade de manutenção do vestuário dois dos cinco

usuários lavara a peça do teste, os demais por conviverem com parentes, estes

realizaram a tarefa. Para a lavagem da camisa 40% dos usuários que foram os

usuários II e IV realizaram a lavagem manual e definiram este processo como muito

fácil. Os outros correspondendo a 60% dos usuários informaram que os seus

parentes realizaram a tarefa, mas mesmo assim caracterizam também o processo

como muito fácil e informaram que o modo de lavagem foi manual.

Pode-se dizer que a atribuição da facilidade de lavagem bem como da rápida

secagem do vestuário está associado tanto à baixa densidade do tecido o que o

caracteriza como leve, bem como as propriedades têxteis da fibra do poliéster que

possui qualidade de facilidade de limpeza e por sua vez secagem.

Assim, a lavagem da calça social foi feita tanto pelos usuários como por

parentes. Dos usuários analisados na pesquisa 80% deles informaram que a

lavagem desta peça foi muito fácil e 20% deles atribuiu conceito de muito difícil,

porque teve aversão ao tecido empregado na calça. Isso se deu a partir do

desconforto que está peça causou a este usuário, bem como as demais sensações

incômodas de aspereza do tecido.

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Dessa forma o usuário II que lavou a peça atribuiu o conceito muito difícil, por

causa do tecido empregado na calça. O usuário IV que efetuou a lavagem informou

que é um processo fácil a lavagem da peça. Os demais usuários acreditam que é

um procedimento fácil e também não receberam nenhum caso das pessoas que

efetuaram a função. Ver Gráficos 15 e 16.

0- Muito Difícil 3- Difícil 5- Neutro 8- Fácil e 10 Muito Fácil.

0- Muito Difícil 3- Difícil 5- Neutro 8- Fácil e 10 Muito Fácil.

Gráfico 15: Resultado da facilidade de manutenção da camisa social masculina. Gráfico 16: Resultado da facilidade de manutenção da calça social masculina.

Neste quesito foi analisado em relação ao tecido reter resíduos, manchas e

dificuldade para secar. Dessa forma na camisa social 100% dos usuários

responderam que esta peça não acumula manchas e não foi difícil a secagem,

caracterizando com muita facilidade a retirada dos resíduos.

Esta propriedade que a roupa possui de não acumular resíduos e manchas se

relaciona este resultado a composição do tecido da camisa ser à base de poliéster e

isto favorece para ser removido com facilidade. Ver Gráfico 17.

0- Muita Dificuldade 3- Dificuldade 5- Neutro 8- Facilidade 10 Muita Facilidade.

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Gráfico 17: Resultado da facilidade do tecido da camisa social não reter resíduos e manchas.

Entretanto, na avaliação da calça social quatro dos cinco usuários o que

corresponde a 80% dos usuários responderam que tiveram muita facilidade para

retirada dos resíduos desta peça e a secagem foi rápida. O conceito neutro recebeu

porcentagem de 20% dos usuários. O usuário I não percebeu persistência de

resíduos.

Assim, o usuário II foi o único que apresentou insatisfação em relação ao

tecido da calça social e preferiu conceituar a peça com uma nota neutra, sentindo

repugnância durante o processo de manutenção da calça. Dessa forma o usuário III

conceituou sobre a questão, mas preferiu não opinar. De acordo com o usuário IV o

processo de manutenção foi o seguinte “deixou de molho para não ficar nenhum

resíduo, mancha, depois lavou. E secou muito rápido. Ver Gráfico 18.

0- Muita Dificuldade 3- Dificuldade 5- Neutro 8- Facilidade 10 Muita Facilidade

Gráfico 18: Resultado da facilidade do tecido da calça social não reter resíduos e manchas.

Na pergunta sobre a resistência dos aviamentos aos produtos de limpeza,

umidade e ao modo de lavagem manual. Para sua análise foram utilizados os

conceitos atribuídos na questão anterior. Todos os usuários da pesquisa o que

representa 100% destes optaram pelo conceito muita facilidade. Esta classificação

foi dada a observação feita à resistência dos materiais aplicados tanto no vestuário

da parte superior do corpo quanto do inferior.

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Os usuários II e IV lavaram a peça, informaram que não entendem muito do

assunto, mas observaram que o material da camisa e calça resistiu aos produtos de

limpeza, pois ficaram intactos. Os demais que tiveram algum parente lavando as

peças informaram que não têm conhecimento suficiente sobre o assunto, mas supõe

que os aviamentos foram resistentes aos materiais de limpeza. Ver Gráficos 19 e 20.

0- Muita Dificuldade 3- Dificuldade 5- Neutro 8- Facilidade e 10 Muita Facilidade

0- Muita Dificuldade 3- Dificuldade 5- Neutro 8- Facilidade e 10 Muita Facilidade

Gráfico 19: Resultado da resistência dos aviamentos quanto à manutenção da camisa social masculina.

Gráfico 20: Resultado da resistência dos aviamentos quanto à manutenção da camisa social masculina.

Em relação à facilidade de assimilação da roupa se dispensa instruções de

uso. 100% dos usuários trataram tanto a camisa quanto calça social masculina como

muito fácil. Segundo o usuário I o vestuário completo em estudo é fácil, mas reforça

que é recomendável que tenha a etiqueta porque é um instrumento de informação

de dados importante sobre os cuidados necessários com a peça. O usuário III

informa que estas peças do vestuário masculino são fáceis sendo dispensada as

suas instruções. E afirmar que “sim, é um tecido prático, que não amassa, não

amarrota com facilidade”.

Nesta pesquisa dois dos usuários representam 40% costumam observar o

conteúdo das etiquetas em relação à informação da composição completa do

vestuário. Estes são os usuários IV e V, o primeiro destes observa as informações

de tamanho, marca e os cuidados com a peça. Respectivamente o usuário V tem

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interesse de verificar o tamanho e composição dos materiais utilizados na confecção

da roupa.

Entretanto, o usuário I que representa 20% somente consulta às vezes as

etiquetas da roupa, geralmente verifica quando observa que o material aplicado na

produção do vestuário não é de seu conhecimento. Dessa forma tem a necessidade

de consultar em relação aos cuidados que se deve ter para sua manutenção.

Sendo assim, 40% dos usuários, que foram os usuários II e III não tem o

hábito de consultar as etiquetas. Segundo o usuário II somente consultaria de

acordo com o valor agregado da peça que vai vestir, para não danificá-la, além da

marca do produto. E por fim o usuário III que somente a observa em alguns casos

em relação ao tamanho da peça se é adequado ao seu biótipo.

Porém, neste teste de conforto e usabilidade as etiquetas contidas na camisa

e calça social masculina não foram consultadas por nenhum dos usuários. O que

significa que não observaram as informações contidas nas etiquetas. Desta forma

não foi observado por nenhum deles o tamanho da camisa e calça social. Portanto,

segundo o usuário I vestiu a roupa disponível do teste que foi correspondente ao seu

biótipo sendo do seu tamanho e não houve necessidade de consultar a etiqueta.

Desta forma também não foi observado por nenhum deles a composição da camisa

e calça social.

Entretanto o usuário I somente vestiu a roupa sem se atentar a composição

do seu material. O usuário III afirmou que “não observou, quando a etiqueta é

pequena não se detém a olhar”. De acordo com o usuário V conhece um pouco

sobre os tecidos através da sua textura e chegou a reconhecer que o tecido do

vestuário de teste não era 100% algodão.

Desta forma também não foi observado por nenhum deles informações de

manutenção da camisa e calça social. O usuário III informou sobre a questão que

não observou e somente observa as informações nela contidas quando a etiqueta é

de formato grande. Assim, não foi observado por nenhum deles se todas as

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informações necessárias foram inseridas nas etiquetas da camisa e calça social. O

usuário II diz “considera que sim, porque se estão lá é porque é importante”.

Nesse estudo foi verificado que os homens pouco se atentam a observar as

informações contidas nas etiquetas e muitas vezes este olhar desatento pode causar

danos na conservação do vestuário, e utilizar um processo inadequado de lavagem

e secagem da roupa. Outro fator importante estaria na falta de observação do

tamanho do vestuário. Por isso segundo a ABNT–CB–17:2011 sugeriu novas

etiquetas com pictogramas e dados das medidas corporais básicas par construção

da roupa.

Sobre a propriedade segurança, foi analisado quanto à roupa ser resistente a

ataque de fungos, ácaros, bactéria e umidade o corpo o usuário I respondeu que

não entende sobre o assunto, mas não percebeu nenhuma característica incomum

que viesse a proteger o vestuário desses ataques. O usuário III não opinou porque

não entende a respeito deste assunto.

Assim, o usuário IV respondeu que não acredita que tenha algum vestuário

que resista o suficiente a esses ataques. De acordo com o usuário V esse vestuário

completo é resistente porque fez um comparativo com outras roupas semelhantes e

nunca foi danificada, mesmo sabendo que os ácaros estão por toda parte. Não tem

como falar mais detalhes porque não entende muito sobre o assunto. Diante do

exposto as respostas foram sem uma comprovação científica, porque não foi

realizado teste para verificar a resistência do vestuário.

A respeito da questão se algum dos aviamentos do vestuário chegou a

machucar os usuários não foi obtido nenhum relato ou problema. Outro item de

análise foi sobre a possibilidade de movimentação oferecida pelo vestuário

completo. Os conceitos sugeridos nesta questão foram os seguintes muita

dificuldade, dificuldade, neutro, facilidade e muita Facilidade.

Sendo assim, 100% dos usuários aplicaram para a camisa de manga curta

social a qualificação que houve muita facilidade de movimentação durante o seu

uso. Segundo o usuário I aplicou o conceito de normal em relação a este vestuário

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80

que permitiu a realização de movimentos. O usuário II considerou a movimentação

normal sem nenhuma reclamação.

Segundo o usuário III informou que foi possível realizar todos os movimentos

com muita facilidade no uso da camisa social. O usuário IV não teve incômodos

durante o uso desse vestuário, classificando como fácil movimentação. Por fim o

usuário V não teve dificuldade de locomoção durante o uso do vestuário e

acrescenta que “parece que a camisa e a calça foram feitas para mim”. Ver Gráfico

21.

0- Muita Dificuldade 3- Dificuldade 5- Neutro 8- Facilidade e 10 Muita Facilidade

Gráfico 21: Resultado da facilidade de movimentos do corpo durante o uso da camisa social masculina adulta.

O percentual em relação à calça social dos homens recebeu valor de 80% do

conceito de muita facilidade de movimentação por parte dos usuários. Portanto

outros 20% deles atribuiu valor de muita dificuldade de movimentação.

O usuário II respondeu que foi muito difícil locomoção porque a calça estava

muito apertada na região da cintura, causando grande incômodo reclamando que

chegou a machucar e marcar a cintura. Como já foi exposto o tamanho do

manequim estava correspondente ao desse usuário, mas o que pode ter ocorrido

são as variações de tamanho das diferentes empresas de confecções. Os demais

usuários não tiveram nenhum incômodo e a calça permitiu a movimentação, e o

usuário V comparou a calça de teste com outras que possui. Ver Gráfico 22.

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0- Muita Dificuldade 3- Dificuldade 5- Neutro 8- Facilidade e 10 Muita Facilidade.

Gráfico 22: Resultado da facilidade de movimentos do corpo durante o uso da calça social masculina adulta.

No item sobre os Indicadores de usabilidade adequação do vestuário camisa

social de manga curta em relação ao biótipo físico do usuário foi constatado que

80% dos usuários conceituaram este vestuário como sendo muito compatível.

Porém 20% deles opinou por pouca compatibilidade a esse atributo devido o quinto

usuário qualificar a camisa com um tamanho maior do que o seu biótipo físico. Ver

Gráfico 23.

0- Muito incompatível 3- Pouco incompatível 5- Neutro 8- Pouco Compatível e 10 Muito Compatível.

Gráfico 23: Resultado da adequação da camisa social em relação ao biótipo dos usuários.

Quanto à avaliação da conformidade da forma (modelagem) da camisa social

do sexo masculino, verificou-se que 80% dos usuários conceituaram este vestuário

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como sendo muito compatível com esta característica. Porém 20% dos usuários

opinaram por pouca compatibilidade do vestuário a esse atributo.

Entretanto somente o quarto usuário fez a observação que a gola alta da

camisa chegou a incomodar com isso havendo pouca compatibilidade. Portanto a

gola contém material sintético para deixá-la encorpada e com aspecto duro

associado à altura desta que chegou a 4,5 cm na parte de encontro do ombro com o

pescoço seja esta a causa desse resultado. Ver Gráfico 24.

0- Muito incompatível 3- Pouco incompatível 5- Neutro 8- Pouco Compatível 10 Muito Compatível

Gráfico 24: Resultado da adequação da camisa social em relação à forma ( modelagem do produto).

Outra característica foi a respeito da conformidade dos materiais aplicados ao

vestuário de teste, os materiais referidos foram tecidos e aviamentos contidos na

peça. Assim foi verificado que 80% dos usuários conceituaram este vestuário como

sendo muito compatível com estas características. Porém 20% deles opinaram por

pouca compatibilidade do vestuário a esse atributo. Ver Gráfico 25 e 26.

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0- Muito incompatível 3- Pouco incompatível 5- Neutro 8- Pouco Compatível e 10 Muito Compatível.

0- Muito incompatível 3- Pouco incompatível 5- Neutro 8- Pouco Compatível e 10 Muito Compatível.

Gráfico 25: Resultado da adequação da matéria-prima principal (tecido) da camisa com a pele.

Gráfico 26: Resultado da adequação da matéria-prima secundária (aviamentos) da camisa com a pele.

Dessa forma a última característica de avaliação da camisa social foi na

adequação do vestuário em relação às atividades desempenhadas. Sendo assim

100% dos usuários conceituaram este vestuário como sendo muito compatível a

referida característica, esta peça do guarda-roupa masculino permitiu sem

complicações, realizar todas as atividades profissionais quanto no seu trajeto de ida

e volta para o trabalho. Ver Gráfico 27.

0- Muito incompatível 3- Pouco incompatível 5- Neutro 8- Pouco Compatível e 10 Muito Compatível.

Gráfico 27: Resultado da adequação da camisa social em relação às atividades desempenhadas pelos usuários.

A pergunta tratada anteriormente foi utilizada para análise da calça social, e o

primeiro item foi sobre a compatibilidade desse vestuário em relação ao biótipo físico

do usuário da pesquisa. Sendo assim ficou dividida a opinião dos avaliados, ficando

processados que 40% dos usuários conceituaram este vestuário como sendo muito

compatível com esta característica. Porém 20% deles opinaram por pouca

compatibilidade do vestuário a esse atributo. Outros 20% dos usuários conceituaram

como neutra a adequação. E por fim 20% atribuíram valor de muita

incompatibilidade da peça com o seu biótipo.

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O usuário I atribuiu conceito de neutralidade no quesito de compatibilidade da

peça do vestuário com o seu biótipo pelo fato da calça social está apertada na

região da cintura, chegando a causar incômodos e estava larga na parte da coxa até

a região do tornozelo. O usuário II conceituou a calça social com muita

incompatibilidade porque estava muito apertada na região da cintura, chegando a

machucar o seu corpo e causando desconforto durante o uso desta peça.

Dessa forma os usuários III e IV informaram que a roupa estava adequada ao

seu biótipo e não causou nenhum desconforto durante a usabilidade. O usuário V

atribuiu conceito de pouca compatibilidade porque a calça estava um pouco

apertada na região da cintura e teve que comprimir a barriga para prender os

aviamentos. Ver Gráfico 28.

0- Muito incompatível 3- Pouco incompatível 5- Neutro 8- Pouco Compatível e 10 Muito Compatível.

Gráfico 28: Resultado da adequação da calça social em relação ao biótipo dos usuários.

A característica seguinte de avaliação foi à conformidade da forma

(modelagem) da calça social do sexo masculino e foi verificado que 80% dos

usuários conceituaram este vestuário como sendo muito compatível com esta

característica. Porém 20% deles opinaram por conceito neutro a respeito desse

atributo. Portanto o usuário I atribuiu o valor para esta questão neutro, ressaltando a

mesma situação anterior em que a calça ficou apertada na região da cintura e

folgada da coxa até a parte do tornozelo. Os demais usuários não relataram

nenhuma reclamação sobre a modelagem da peça. Ver Gráfico 29.

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0- Muito incompatível 3- Pouco incompatível 5- Neutro 8- Pouco compatível e 10 Muito compatível.

Gráfico 29: Resultado da adequação da camisa social em relação à forma (modelagem do produto).

Outra característica que recebeu avaliação foi à questão da conformidade do

material tecido aplicado no vestuário dos homens. Assim foi verificado que 80% dos

usuários conceituaram este vestuário como sendo muito compatível com estas

características. Porém 20% deles opinaram por muita incompatibilidade do vestuário

a esse atributo.

De acordo com o usuário I este não teve nenhuma reclamação sobre o tecido

aplicado à calça social, esta foi compatível com as suas necessidades. O usuário II

teve aversão ao tecido aplicado na calça bem como não pretende utilizá-lo. Isso

segundo usuário II a matéria-prima da calça causou desconforto sensorial durante o

uso, estando apertada no seu corpo além do que o tecido pinicava, ralava, ou seja,

era áspero o contato com a pele. Os demais usuários do estudo não tiveram

nenhum relato sobre a questão desse material. Ver Gráfico 30.

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0- Muito incompatível 3- Pouco incompatível 5- Neutro 8- Pouco Compatível e 10 Muito Compatível

Gráfico 30: Resultado da adequação da matéria-prima principal da calça social em relação ao biótipo dos usuários.

Assim a característica de avaliação dos usuários sobre a questão da

conformidade do material aviamento que foram aplicados no vestuário. Assim foi

constatado que 100% dos usuários conceituaram estes aviamentos como sendo

muito compatível com as suas necessidades e não tiveram declarações sobre esta

questão. Ver Gráfico 31.

0- Muito incompatível 3- Pouco incompatível 5- Neutro 8- Pouco Compatível e 10 Muito Compatível.

Gráfico 31: Resultado da adequação dos aviamentos da calça social em relação ao biótipo dos usuários.

Por fim foi analisado o item das atividades desempenhadas durante o uso da

calça social masculina. Com isso 80% dos usuários qualificaram a peça como sendo

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muito compatível a referida característica não sentindo nenhum desconforto durante

o uso desta peça, outros 20% atribuíram valor de muita incompatibilidade desta peça

com as necessidades do usuário o que veio a limitar a realização das atividades

durante o exercício profissional quanto no seu trajeto de ida e volta para o trabalho.

Ver Gráfico 32.

0

5

10

Usuario I Usuário IV

Calça

Atividades Desempenhadas

0- Muito incompatível 3- Pouco incompatível 5- Neutro 8- Pouco Compatível 10 Muito Compatível.

Gráfico 32: Resultado da adequação das atividades desempenhadas pelos usuários em

relação à calça social.

Segundo o usuário I a camisa oferece a qualidade de aparência, porque não

considera que esta peça proteja de algo, já que a camisa é de manga curta não

protege contra as temperaturas baixas. O usuário II especificou a camisa por conter

a característica de proteção, informando que esta não prioriza aparência, não

gostando da cor, superfície e forma do produto.

Portanto, os usuários III a V definiram que as duas qualidades foram

agregadas ao produto. Destes o quarto usuário declarou que a camisa oferece

qualidades como bem-estar, elegância e proteção e segurança. A aplicação dessas

mesmas qualidades foi sugerida para a calça social masculina. Sendo assim, dos

cinco usuários quatro deles optaram pelas duas qualidades aparência e conforto. O

usuário IV respondeu que as duas opções tanto aparência quanto proteção, porque

se trata de uma peça que oferece postura elegante e também proporcionar

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segurança ao usuário. Somente o usuário II categorizou a calça com a propriedade

de proteção para cobrir o corpo.

Segundo o usuário I a camisa oferece a qualidade de aparência, porque não

considera que esta peça proteja de algo, já que a camisa é de manga curta, não

protege contra o frio. O usuário II especificou a camisa por conter a característica de

proteção, informando que esta não prioriza aparência, não gostando da cor,

superfície e forma do produto. Dos usuários III a V foram definidas que as duas

características foram inseridas ao produto.

Portanto, segundo o usuário IV a camisa oferece qualidades como bem-estar,

elegância, proteção e segurança. Já peça do guarda-roupa masculino a calça social

foi definida por quatro dos cinco usuários com as qualidades aparência e conforto.

Somente o usuário II categoriza a calça com a propriedade proteção de pudor de

cobrir o corpo.

A propriedade conforto foi analisada sobre a sensação obtida pelos usuários

quando tiveram o toque do tecido da camisa social masculina com a sua pele. Desta

forma a questão foi analisada pelos participantes com aplicações de conceito de

muita intensidade, nenhuma intensidade, pouca intensidade, suave, intenso e muito

intenso. Foi verificado que 100% dos usuários conceituaram este vestuário como

sendo muito intensa a sensação agradável quando o produto entrou em contato com

a pele. Ver Gráfico 33.

0- Nenhuma Intensidade 3- Pouca Intensidade 5- Suave 8- Intenso

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10 Muito Intenso.

Gráfico 33: Resultado do toque do tecido da camisa social com o corpo dos usuários.

O mesmo item anterior tratado agora para a calça social masculina. Os

conceitos referidos acima também foram utilizados nesta avaliação. Assim, 60% dos

usuários conceituaram este vestuário como sendo muito intensa a sensação

agradável quando o produto entrou em contato com a pele. Outros 20% caracterizou

a peça com a sensação suave e mais 20% sentiu sensação desagradável, com

desconforto durante o uso.

Dos analisados o usuário I sentiu sensação desagradável pelo forte contato

do tecido do vestuário ao corpo, principalmente na região da cintura que estava o

apertando e o conceito ficou na categoria suave. O usuário II do teste de conforto e

usabilidade atribuiu conceito de intensa sensação desagradável, informando que foi

horrível a sua usabilidade em que o desconforto foi muito presente, diante da

aspereza do tecido gerando sensações desagradáveis como pinicando e rigidez

sobre o corpo. Os usuários seguintes não tiveram nenhuma reclamação,

conceituando o vestuário como um produto de moda com muita intensidade

agradável. Ver Gráfico 34.

0- Nenhuma Intensidade 3- Pouca Intensidade 5- Suave 8- Intenso 10 Muito Intenso.

. Gráfico 34: Resultado do toque do tecido da calça social com o corpo dos usuários.

Esta questão trata da densidade do tecido da camisa e calça social dos

usuários no que se menciona ao vestuário ser leve/pesado. Sendo assim, foi

analisada pelos seguintes conceitos de muito pesado, pesado, neutro, leve e muito

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leve. Portanto 100% dos usuários conceituaram este vestuário como sendo muito

leve. Ver Gráficos 35 e 36.

0- Muito Pesado 3- Pesado 5- Neutro 8- Leve 10 Muito Leve.

0- Muito Pesado 3- Pesado 5- Neutro 8- Leve 10 Muito Leve.

Gráfico 35: Resultado da densidade do tecido da camisa social.

Gráfico 36: Resultado da densidade do tecido da calça social.

A preferência da densidade do tecido quanto a ser leve ou pesado nos

produtos de moda tanto camisa quanto calça para os usuários desta pesquisa é que

90% tem preferência pela classificação leve e outros 10% preferem um vestuário

mais pesado. Entretanto o usuário I informa que tem preferência tanto por um tecido

mais leve o que vai depender do ambiente de uso do vestuário quanto de um tecido

com densidade pesada para aumentar as suas características corpóreas.

Sendo assim o usuário IV informou que sua preferência quanto à densidade

do tecido empregado nas peças do vestuário é que tenha característica leve, assim

como atribuiu que as peças usadas no teste possuem característica leve. O usuário

V ressaltou que um produto de moda pesado vai causar desconforto durante o uso.

A análise feita ao caimento da camisa social do sexo masculino foi obtida

pelos seguintes aspectos de péssimo, ruim, neutro, bom e muito bom. Dessa forma

100% dos usuários classificaram a peça com muito bom caimento. Segundo os

usuários a camisa social vestiu muito bem, estando adequada ao seu corpo. Ver

gráfico 37.

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0- Péssimo 3- Ruim 5- Neutro 8- Bom 10 Muito Bom.

Gráfico 37: Resultado da análise do caimento do tecido da camisa social masculina.

A mesma análise feita ao caimento da calça social foi obtida pelos mesmos

aspectos e constatou-se que 40% dos usuários classificaram a peça com muito bom

caimento, outros 40% categorizaram a peça com bom caimento e 20% caracterizou

como neutro. Ver Gráfico 38.

0- Péssimo 3- Ruim 5- Neutro 8- Bom 10 Muito Bom.

Gráfico 38: Resultado da análise do caimento do tecido da calça social masculina

O aspecto de ajuste do modelo da roupa ao corpo dos usuários na camisa

também foi classificado pelos conceitos de péssimo, ruim, neutro, bom e muito bom.

Na análise feita à camisa social pelos voluntários, esta recebeu valor de muito bom

por parte de 100% dos usuários da pesquisa. Assim os usuários informaram que

esta roupa vestiu muito. Ver Gráfico 39.

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0- Péssimo 3- Ruim 5- Neutro 8- Bom 10 Muito Bom.

Gráfico 39: Resultado da análise do ajuste do modelo da camisa social masculina com o corpo dos usuários.

O mesmo aspecto de ajuste do modelo da roupa ao corpo dos usuários na

calça social também foi classificado pelos mesmos conceitos anteriores. Na análise

feita à calça social pelos voluntários, esta recebeu um percentual de 20% muito bom

em relação ao ajuste ao corpo. 60% deles responderam que a calça teve um bom

ajuste e outros 20% conceituaram a roupa com uma opinião neutra.

O usuário I atribuiu neutralidade porque a calça ficou apertada na região da

cintura e folgada a partir da coxa até o tornozelo. O usuário II qualificou com bom

ajuste do modelo ao corpo e que teria ficado melhor se as suas medidas corpóreas

estivessem de acordo, queixando-se do seu peso. Segundo o usuário III também

qualificou o produto como boa capacidade de ajustar-se ao corpo e reclamou do

bolso da calça que o forro constantemente fica aparecendo. O usuário IV atribuiu

conceito muito bom, informando a boa usabilidade do produto. E o usuário V atribuiu

conceito de boa adaptação que a calça social teve em relação ao seu corpo. Ver

Gráfico 40.

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0- Péssimo 3- Ruim 5- Neutro 8- Bom 10 Muito Bom.

Gráfico 40: Resultado da análise do ajuste do modelo da calça social masculina com o corpo dos usuários

O aspecto da capacidade do tecido da camisa social se adequar ao corpo

humano foi classificado pelos conceitos anteriormente descritos. Na análise feita à

camisa social pelos usuários, esta recebeu um percentual de 80% da classificação

muito boa em relação à capacidade de adaptar-se ao corpo do usuário e 20% dos

usuários atribuiu conceito de boa adaptação. Assim os usuários informaram que esta

roupa foi adequada ao corpo. Ver Gráfico 41.

0- Péssimo 3- Ruim 5- Neutro 8- Bom 10 Muito Bom.

Gráfico 41: Resultado da capacidade do tecido da camisa social se adequar ao corpo

humano.

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O aspecto referente à capacidade do tecido da calça social se adequar ao

corpo humano foi classificado pelos usuários com um percentual de 40% muito boa

adequação e outros 20% dos usuários atribuiu conceito de boa adaptação. E ainda

20% com atribuição neutra e mais 20% caracterizando o vestuário com péssima

capacidade de adequação por parte do tecido empregado.

O usuário I respondeu que a nota de neutralidade foi aplicada pela questão da

cintura apertada como já foi citado antes, bem como o aspecto folgado a partir da

região da coxa até o tornozelo. De acordo com o usuário II foi péssima a adaptação

do tecido com o corpo, pelo fato da sensação desagradável do toque do tecido com

a pele em que pinicava, sendo abrasiva e áspera. Os demais atribuíram notas que

conceituaram como bom e muito bom informando que o vestuário vestiu muito bem,

estando adequadas ao perfil de cada um dos envolvidos. Ver Gráfico 42.

0- Péssimo 3- Ruim 5- Neutro 8- Bom 10 Muito Bom.

Gráfico 42: Resultado da capacidade do tecido da calça social se adequar ao corpo humano.

Na questão da capacidade da camisa analisada retornar ao seu tamanho

inicial como um produto novo, 100% dos entrevistados analisou esta peça do

vestuário masculino com qualidade de retornar totalmente a sua forma inicial após o

uso. Ver Gráfico 43.

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0- Não Retorna 3- Retorna parcialmente 5- Neutro 8- retorna Satisfatoriamente 10 retorna totalmente.

Gráfico 43: Resultado da camisa social retornar ao tamanho inicial.

Na mesma questão da capacidade da calça analisada retornar ao seu

tamanho inicial como um produto novo, foi classificado com os atributos

anteriormente citados. Destes usuários, 80% citaram que o vestuário retornou

totalmente ao tamanho inicial e 20% atribuiu conceito de neutralidade.

O usuário I respondeu a questão com classificação de neutralidade pelos fatores

anteriores referidos em relação a cintura apertada e a folga na região a partir da

coxa. Os demais usuários observaram que o produto voltou ao normal, não

percebendo grandes alterações. Ver Gráfico 44.

0- Não Retorna 3- Retorna parcialmente 5- Neutro 8- retorna Satisfatoriamente 10 retorna totalmente.

Gráfico 44: Resultado da camisa social retornar ao tamanho inicial.

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Nesta análise tanto a camisa quanto a calça social receberam os conceitos

referente à flexibilidade em realizar os movimentos do corpo durante o uso do

produto. Sendo assim o vestuário completo de teste recebeu 100% da classificação

de muita flexibilidade na realização dos movimentos durante o momento de vestir a

peça quanto durante a sua utilização por parte de todos os usuários da pesquisa.

Assim os usuários I, IV e V qualificaram os dois produtos como se já fizesse

parte do seu guarda-roupa. O voluntário II e III informaram que as peças permitiram

a realização dos movimentos no ato de vestir e durante o uso. Ver Gráficos 45 e 46.

0- Nenhuma Flexibilidade 3- Pouca Flexibilidade 5- Neutro 8- Flexível 10 Muito Flexível.

0- Nenhuma Flexibilidade 3- Pouca Flexibilidade 5- Neutro 8- Flexível 10 Muito Flexível.

Gráfico 45: Resultado da flexibilidade de realização dos movimentos durante o uso da camisa social.

Gráfico 46: Resultado da flexibilidade de realização dos movimentos durante o uso da calça social.

5.2.3 Critérios não atendidos das propriedades ergonômicas no projeto de

vestuário

No item de análise ergonômica, facilidade de manejo da camisa social, esta teve

atribuição de certa dificuldade em se tratando da facilidade de vestir. Porque quando

comparada a outras camisas do vestuário masculino, esta necessita abotoar e

desabotoar vários botões e o tempo hábil que necessita para executar esta tarefa. O

que se pode concluir é que este vestuário é fácil de vestir e desvestir, mas diante da

quantidade de botões recebe atributo de certa dificuldade.

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Outro critério não atendido foi à necessidade de usar pequena força, porque

alguns botões da camisa engancharam durante o seu abotoamento, isso aconteceu

porque à sobra de linha do casear do botão não teve acabamento. Ver Figura 5.

Figura 5- Resultado da sobra de linha da camisa social que enganchou durante a propriedade facilidade de manejo. Fonte: Acervo próprio.

No mesmo critério de avaliação da calça esta peça do vestuário masculino foi

caracterizada com dificuldade de vestir no que diz respeito à necessidade de

agregar outros acessórios de moda com esta roupa, a exemplo do cinto e até

mesmo a camisa que precisa de ajustes. Outra questão referida foi o cós da calça

que ficou apertado e desta forma houve necessidade de comprimir o abdômen para

prender os aviamentos.

O processo de manutenção da calça social foi definido por um dos usuários

com dificuldade em lavar a peça porque este sentiu aversão ao tecido empregado na

roupa, devido o desconforto que sentiu como o tecido pinicando e áspero em sua

pele. Assim o mesmo usuário atribuiu na questão do tecido aplicado a peça o

mesmo sentiu repugnância no toque do tecido.

A etapa de facilidade de assimilação foi citada por um dos usuários que

somente observa a etiqueta se esta o chamar atenção principalmente pelo seu

tamanho se for consideravelmente grande. Na propriedade da ergonomia em

relação ao vestuário no sentido de proporcionar segurança ao usuário a peça não

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atendeu ao critério de que por sua vez o cós da calça, apertava a cintura dos

usuários, dificultando a movimentação.

Outro item de avaliação da ergonomia foi os princípios da usabilidade em que

na camisa social de manga curta houve falta de compatibilidade do produto com o

usuário. Isto ocorreu porque ficou maior do que deveria em relação ao biótipo do

usuário. Outra questão de reclamação obtida através do usuário na camisa foi sobre

altura da gola em excesso. Este resultado mostra que a gola possui característica

dura e encorpada pelo material sintético da entretela que atrelado a isso teve a sua

altura em 4,5 cm na parte de encontro com o ombro esse fatores foram revelados na

pesquisa como um fator de desconforto e incompatibilidade para os usuários.

Na calça social masculina foi abordada a mesma propriedade sendo

verificada que há falta de compatibilidade com o tipo físico do usuário na questão

que ficou razoavelmente apertada da cintura até a região da coxa e folgada dessa

área do corpo até embaixo no tornozelo. Na questão em que a calça masculina ficou

apertada na cintura dos usuários incomodou havendo reclamações frequentemente.

Além da necessidade de contrair o abdômen para realizar os devidos manuseios

com os aviamentos. Ver Figuras 6 e 7.

Figura 6- Resultado do cós da calça social apertada na região do abdômen do usuário I. Fonte: Acervo próprio.

Figura 7- Resultado da calça social apertada na região do abdômen do usuário II. Fonte: Acervo próprio.

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Ainda no mesmo critério de análise da ergonomia foi citado referente à falta

de compatibilidade da modelagem ao corpo dos usuários, conforme já citado, em

que o cós estava apertado na região da cintura e folgado da coxa até o tornozelo

dos usuários. Outro critério que não foi devidamente atendido foi a respeito do tecido

aplicado ao vestuário que causou desconforto intenso em um dos usuários quando

entrou em contato com a pele. Dessa forma o uso da calça na realização das suas

tarefas profissionais quanto do trajeto de ida e vinda de casa ao trabalho causou

desconforto.

Por fim o critério de avaliação ergonômica no que se refere ao conforto do

vestuário durante uso foi referido por um dos usuários sobre a sensação

desagradável quando teve o toque do tecido com a pele. Sobre esse assunto foi

sentido pelos usuários desconforto sensorial porque a matéria-prima principal teve

maior contato nesta região do cós da calça, parte que estava mais apertava,

chegando a machucar. Também houve à reclamação por um dos usuários da folga

que a calça tem a partir da região da coxa até o tornozelo. Pode-se concluir que

esse resultado de desconforto é decorrente de uma modelagem não adequada ao

biótipo dos usuários.

Assim sobre a mesma propriedade ergonômica o caimento da peça do

vestuário masculino foi relacionado ao ajuste da peça ao corpo, porque estava justo

na região das pernas e teve conceituação folgado para outro usuário. No critério de

ajuste do modelo ao corpo este não foi atendido porque se repete a reclamação da

roupa está apertada na cintura e folgada a partir da coxa, outro critério não atendido

foi o forro do bolso que constantemente aparecia. Ver Figuras 8 e 9.

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Figura 8- Resultado do forro do bolso que aparecia durante o uso do usuário I. Fonte: Acervo próprio.

Figura 9- Resultado do forro do bolso que aparecia durante o uso do usuário III. Fonte: Acervo próprio.

Desta forma no item da capacidade de adaptação do tecido ao corpo foi

reclamado novamente o critério de desconforto causado pelo cós da calça que

estava apertado na cintura dos usuários como também a folga da calça da região da

perna da calça. Este vestuário após o uso voltou a sua forma inicial porque

permaneceu com as mesmas características do produto novo.

5.2.4 Recomendações projetuais para o vestuário masculino

Foi realizada análise das ferramentas da ergonomia conforto e usabilidade em

modelos de roupa pronta masculina tanto camisa quanto calça social produzido em

indústrias diferentes de confecções do Município de Caruaru-PE. E para analisar os

produtos foram utilizadas as propriedades ergonômicas e verificado as

inconformidades no projeto para tentar propor recomendações projetuais no

segmento vestuário masculino.

Dessa forma a primeira inconformidade ocorreu na facilidade de manejo,

diante da quantidade de botões inseridos na camisa social. O que se pode dizer a

respeito é que reduzir a quantidade desse aviamento pode acarretar de o corpo ficar

a mostra e não unir os dois lados da parte da frente da camisa. Portanto a

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101

usabilidade dessa peça pode ser viabilizada pela realização de um caseado que

permita a entrada do botão, além de um acabamento da peça que retire sobras de

linha e não venha a enganchar e exigir força dos usuários durante o manuseio e

durante o vestir e desvestir.

Já na calça social a inconformidade projetual encontrada foi também em

relação à facilidade de vestir e desvestir da peça. Essa ressalva dos usuários

aconteceu devido à quantidade de passantes que contém neste vestuário e a

necessidade de combinar com outros acessórios de moda, a exemplo do cinto. A

ressalva dada anterior pode ser atribuída neste fator, porque é necessária uma

quantidade mínima de passantes para acomodar o cinto, bem como suportar o seu

peso. Portanto é recomendado a uma fácil localização dos passantes em torno do

corpo, além de espaço que cumpra a acomodação do uso do cinto.

A modelagem da calça apresentou problemas ergonômicos no fator de

conforto e usabilidade, porque tanto apertava o abdômen dos usuários, quanto

exigia que comprimissem a barriga para realizar o manuseio dos aviamentos e

fechar o vestuário. Portanto sugere-se na fase projetual de modelagem a adequação

das medidas da cintura dos usuários.

Outro problema de modelagem referente à calça social estava no excesso de

folga nas pernas da calça. Este problema foi verificado nos resultados e exige uma

modelagem adequada ao biótipo físico dos usuários, que atenda as medidas

corporais destes e venha a gerar uma numeração de manequim adequada a forma

física dos usuários para que esta roupa possa oferecer sensação de conforto.

Sobre a propriedade de segurança em que o vestuário deve proporcionar ao

consumidor este fator foi observado pelos usuários em que a forma do cós da calça

apertar o abdômen dos usuários, pode machucar e marcar o corpo. Portanto o que

se recomenda como já citado que seja dado uma atenção a todos os problemas

encontrados e em especial nesta referida parte da calça social, possuindo uma

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102

modelagem adequada ao biótipo físico do usuário bem como adaptada para atender

a necessidade de acomodar à camisa dentro da calça.

Nesse sentido recomenda-se para os futuros projetos das indústrias de

confecções a adoção da padronização do tamanho dos manequins, considerando as

diferenciações regionais. Nesse sentido, o SENAI-CETIQT vem realizando um

estudo por meio da aferição das medidas corporais dos brasileiros. Outra

recomendação importante para este setor de vestuário é a padronização das

etiquetas que segundo a ABNT/CB–17: 2011 mostram as medidas básicas do corpo

humano para construção do vestuário, sendo uma medida de evitar a diversificação

da numeração dos manequins de uma empresa para outra.

Diante do exposto a falta de compatibilidade do produto com o usuário

mostrado nos resultados é decorrente dessa variação de uma mesma numeração

elaborada pelas indústrias. O que se recomenda como supracitado, na fase projetual

estabelecer as medidas corporais dos consumidores do seu público-alvo. E depois

de verificado esta informação utilizar referenciais de medidas padronizadas da

ABNT/CB–17: 2011 bem como os resultados futuros da pesquisa do SENAI-

CETIQT. Seguindo uma modelagem adequada ao biótipo do usuário e que permita

mobilidades para execução das suas atividades.

Também em relação à modelagem, a gola da camisa social apresentou

desconforto, tanto pela aplicação do material rígido e encorpado do (entretela),

quanto da altura dada na parte de encontro do pescoço com o ombro que chegou a

4,5 cm. Recomenda-se a redução da altura da gola, sugere-se que tenha altura de

até 4 cm. Essa recomendação mais o estudo de outro material que possua

características têxteis de maleabilidade e maciez possa permitir a realização dos

movimentos do pescoço sem causar incômodos.

Na compatibilidade do tecido da calça com a pele teve o resultado de

incompatibilidade tanto porque um dos usuários relacionou com a sensação de

desconforto da modelagem do cós da calça que o incomodava. Assim como atribuiu

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103

à sensação de aspereza e desagradável porque o tecido friccionava o seu corpo.

Portanto recomenda-se uma pesquisa de tendências de novas matérias-primas que

possuam características têxteis de maciez e assim apresente conforto durante o uso

do vestuário.

Outra questão da modelagem ocorreu no bolso da calça social na parte da

frente, pois o forro ficava constantemente aparecendo. Recomenda-se que o tecido

principal possa cobri-lo, assim sendo haja o aumento do tecido principal em mais de

6,0 cm.

As recomendações para os futuros projetos de vestuário como um produto da

moda propõem uma modelagem da camisa social recomenda-se a diminuição da

altura da gola da camisa social e sobre a entretela que é colocada para encorpar

esta região sugere a troca por outro material ou a eliminação para permitir maior

flexibilidade de movimentos.

Outra sugestão ainda sobre a modelagem da calça social em especial na

região do cós que tanto sobreponha as medidas antropométricas do seu público-alvo

para adequar-se ao biótipo físico quanto atente a necessidade da acomodação da

camisa dentro da calça social. Na fase projetual de seleção de materiais da calça

social, sugere-se uma pesquisa de tendências de tecidos capaz de oferece maior

conforto e usabilidade durante o uso.

Portanto para os próximos projetos de vestuário verifica-se que a modelagem

da roupa é o maior fator para apresentação de desconforto para os usuários. Os

resultados revelaram que as empresas de confecções ainda não estão padronizadas

a respeito da tabela de medidas dos usuários. Quando a indústria adotar um

referencial de medidas dos usuários, conhecendo as medidas corpóreas destes,

bem como seguindo uma padronização da numeração, poderá construir uma

modelagem para o projeto de vestuário adaptado ao consumidor e assim possa

oferecer maior sensação de conforto e usabilidade quando vestirem as peças.

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104

6.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Foi proposto neste estudo à análise do conforto e a usabilidade de alguns

modelos de roupa pronta masculina e sugerir recomendações ergonômicas nos

futuros projetos de vestuário masculino.

Durante a investigação foi percebido que as características estéticas

aplicadas ao design de vestuário têm relevante importância dentre os usuários

masculinos na aquisição deste produto. E, de forma cada vez mais crescente

aparece o conforto como critério na decisão de compra. Mesmo assim, todos os

sujeitos desta pesquisa já sentiram algum desconforto físico durante o uso de algum

vestuário. Isso significa que no projeto do vestuário a estética ainda tem recebido

uma importância maior na maioria dos casos do que aspectos têxteis e de

modelagem relacionados ao conforto físico.

Em ambos os vestuários analisados a composição da matéria-prima principal

traz o poliéster, este foi classificado por possuir peso leve e na pesquisa os usuários

preferem um tecido mais leve. Assim, a composição completa da roupa possui um

bom caimento, como também é fácil de ser guardada, não amarrota. Apresentou

também facilidade de limpeza, aviamentos resistentes e secagem rápida.

A partir da pesquisa foi possível concluir que tanto à camisa quanto a calça

social é um tipo de vestuário preferencial de uso dos entrevistados durante a

realização das suas atividades profissionais. Isto está associado à atividade que os

usuários realizam que requer pouco esforço físico e acontece em ambiente

climatizado. Sendo assim, a maior parte dos entrevistados compraria a composição

completa do vestuário em estudo. Isso implica em dizer os aspectos de conforto e

usabilidade no vestuário analisado foi parcialmente atendido.

Também foram encontrados problemas na limitação da usabilidade da roupa.

Por exemplo, o cós da calça comprimiu e machucou o corpo do usuários, apesar

deste estar usando uma manequim correspondente ao seu tamanho. Também foi

relatado que o tecido “pinica”, principalmente na região apertada do cós até parte da

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105

coxa. Diante disso a necessidade de usar força no manuseio dos aviamentos foi

diretamente relacionada a esses problemas encontrados na modelagem deste

vestuário.

Conclui-se que mesmo os usuários preferindo o modelo de camisa social

usado nesta pesquisa foi relacionado certa dificuldade de vestir e desvestir pela

quantidade de botões que causa demora para ser manuseado.

No vestuário de teste houve um alto percentual para a flexibilidade com os

movimentos do corpo durante a execução das suas atividades. Somente num

percentual reduzido ocorreu um problema no que se refere à altura da gola da

camisa social que chegou a incomodar e limitar os movimentos com o pescoço.

Outro caso que representa a minoria dentre os usuários em relação à calça social foi

à insatisfação que gerou dificuldade de movimentação. Esse fato de que o vestuário

não estava adaptado às características físicas do usuário.

As recomendações para os futuros projetos de vestuário como um produto da

moda propõem uma modelagem da camisa social recomenda-se a diminuição da

altura da gola da camisa social e sobre a entretela que é colocada para encorpar

esta região sugere a troca por outro material ou a eliminação para permitir maior

flexibilidade de movimentos.

Outra sugestão ainda sobre a modelagem da calça social em especial na

região do cós que tanto sobreponha as medidas antropométricas do seu público-alvo

para adequar-se ao biótipo físico quanto atente a necessidade da acomodação da

camisa dentro da calça social. Na fase projetual de seleção de materiais da calça

social, sugere-se uma pesquisa de tendências de tecidos capaz de oferecer maior

conforto e usabilidade durante o uso.

Portanto o projeto de vestuário precisa incorporar a ergonomia desde a fase

inicial e em todo o projeto, como vem sendo recomendado por alguns autores. E,

deste modo comece a considerar as medidas antropométricas do público-alvo, para

adaptar aos referenciais de tamanho do manequim. Além de adequar a uma

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106

modelagem que esteja de acordo com tais medidas e proporções. Posteriormente na

produção do vestuário proporcione técnicas de costuras, materiais e biótipo físico

para que o vestuário ao entrar em contato com o corpo humano possa oferecer

maior conforto e bem-estar durante o uso.

Entretanto, para a concretização deste estudo foram encontradas dificuldades

desde a disponibilidade de tempo dos usuários para responder a entrevista, assim

como em adquirir recursos próprios para aquisição do vestuário a ser utilizado

durante o teste de usabilidade, além de outros. E recomenda-se que sejam feitas

outras pesquisas nesta área de estudo da ergonomia com aplicação no vestuário E

que esta pesquisa realizada possa contribuir tanto para futuros projetos acadêmicos

quanto para o design de moda e para a ergonomia aplicada ao vestuário. .

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107

7.0 REFERÊNCIAS

ABNT – NBR – 15127 – Corpo Humano – Definições de medidas.

Disponível em: < http://pt.scribd.com/doc/58708966/ABNT-NBR-15127-ERGONOMIA> Acesso em: 10 set. 2012;

ABNT-CB - 17: 2011- Vestuário – Referenciais de medidas do corpo humano-Vestibilidade para homens de tamanhos de corpo tipo normal, atlético e especial. Disponível em: <http://www.abravest.org.br/arquivos/projetoroupasmasculinas.pdf> Acesso em: 03 set. 2012; ABERGO, Associação Brasileira de Ergonomia. O que é ergonomia.

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BAUDOT, Francois. Moda do século. Tradução de Maria Tereza Resende

Costa. 4º ed. São Paulo: Cosac Naifty, 2008; BRAGA, João. História da moda: uma narrativa. 8º ed. rev. São Paulo: Anhembi Morumbi, 2009 (Coleção moda e comunicação); CALLAN, Georgina O’ Hara. Enciclopédia da moda de 1840 à década de 90. Verbetes brasileiros Cynthia Garcia. Tradução: Glória Maria de Mello Carvalho, María Ignez França. São Paulo: Companhia das Letras, 2007; CRANE, Diana. A Moda e seu papel social: classe, gênero e identidade das roupas. São Paulo: Senac ,2006 p.337-394;

DUARTE, Sônia E SAGESSE, Sylvia. Modelagem industrial brasileira. 5.ª Ed. Rio

de Janeiro: 2010;

HOLLANDER, Anne. O sexo e as roupas: a evolução do traje. Rio de Janeiro:

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108

Rocco, 1996;

IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Cidades.Censo 2010. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/cidadesat/painel/painel.php?codmun=260410> Acessado em: 10 out. 2012; IIDA, Itiro. Ergonomia e produção. 2º ed. rer. e ampl. São Paulo: Edgard Blucher,

2005; JONES, Sue Jenkyn. Fashion design: manual do estilista. São Paulo: Cosac Naify, 2005;

LAVER, James. A roupa e a moda: uma história concisa. Tradução de Glória Maria de Melo Carvalho. São Paulo: Companhia das Letras, 1989;

LIPOVETSKY, Gilles. O império do efêmero: a moda e seu destino nas

sociedades modernas. Trad. Maria Lucia Machado. São Paulo: Cia das Letras, 2009;

LÖBACH, Bernd. Design industrial: Bases para a configuração dos produtos

industriais. Trad. Freddy Van Camp. São Paulo: Blucher, 2001;

MARTINS, Suzana B. O conforto no vestuário: uma interpretação da ergonomia: metodologia de avaliação de usabilidade e conforto no vestuário. 2005. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção. Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis;

MARTINS e MARTINS. Ergonomia, design universal e design de moda.

Universidade Estadual de Londrina, Departamento de Design, Londrina, PR, Brasil, 2012; MINAYO, M. C. S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em

Saúde. 9ª ed. São Paulo: Hucitec, 2006; MENDES, Valerie D. A moda do século xx: 280 ilustrações, 66 em cores. Tradução de Luiz Carlos Borges. Revisão de técnica: José Luiz Andrade. São Paulo: Martins Fontes, 2003 (coleção a);

MOURA, Mônica. A moda entre a arte e o design. In: PIRES, Dorotéia Baduy (Org.). Design de moda: olhares diversos. Baureri, SP: Estação das Letras e Cores, 2008. p. 37-73;

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109

PEZZOLO, Dinah Bueno. Tecidos: história, tramas, tipos e usos. São Paulo: editora Senac São Paulo, 2007; SENAI, Serviço Nacional de Aprendizagem nacional, Cetiqt, Centro de tecnologia da industria têxtil. Inovação, estudos e pesquisas: antropometria. Disponível em:< http://www.cetiqt.senai.br> Acessado em: 29 set. 2012; SILVA, Márcio A. Call center ou contact center: diferenciação ou evolução no

setor? Diponível em: <http://www.cursoscallcenter.com.br/call-center-contact-center_13.html>Acesso em: 11 out. 2012; SILVA, Vanessa Galdino da. A Usabilidade do jeanswear produzido no Pólo de Confecções do Agreste de Pernambuco e a percepção de conforto por mulheres Plus size. 2011. Monografia (Graduação em Design) Centro Acadêmico do Agreste, Universidade Federal de Pernambuco. Caruaru-Pe;

SANTOS, Cristiane de Sousa. O corpo. In: Sabra, Flavio (Org.). Modelagem.

São Paulo: Estação das Letras e Cores, 2009. p. 38- 55;

SOUSA, Rainer.Sans-cullotes. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/historiag/sansculottes> Acesso em: 17 jun. 2012;

TREPTOW, Doris. Inventando Moda: planejamento de coleção. 4º ed. Brusque: D. Treptow, 2007.

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110

8.0 APÊNDICES A – Questionário (perguntas abertas e fechadas) adaptado da

monografia de Silva (2011)

Universidade Federal de Pernambuco

Centro Acadêmico do Agreste – Núcleo de Design

Percepção de conforto/ desconforto e usabilidade no vestuário

Masculino no município de Caruaru – PE.

QUESTIONÁRIO (PERGUNTAS ABERTAS E FECHADAS)

Dados gerais:

Nome: Idade: Manequim utilizado no

teste:

Profissão: Estado civil:

PARTE I – Roteiro de entrevista

1. Você tem dificuldade de encontrar/ comprar algum tipo de vestuário? Qual e Por quê?

2. O que mais influência a sua escolha na aquisição de uma camisa social de manga curta (conforto ou aparência?)

3. O que mais influência a sua escolha na aquisição de uma calça social (conforto ou aparência?)

4. Você já usou algum vestuário que lhe causou desconforto? Que vestuário? Descreva o desconforto causado.

5. Qual combinação de roupa usa com maior frequência para trabalhar? Por quê?

A. Camisa de Manga curta e calça jeans B. Camisa de Manga longa e calça jeans C. Camisa de Manga curta e calça social D. Camisa de Manga longa e calça social

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6. Você compraria a peça em estudo (camisa social de manga curta) para uso diário, especificamente no trabalho? Por quê?

7. Você compraria a peça em estudo (calça social) para uso diário, especificamente no trabalho? Por quê

8. Descreva suas atividades diárias:

a) Horas trabalhadas; b) Ambiente (ar condicionado); c) Atividades (movimentos); d) Necessidades quanto ao vestuário exigidas para o trabalho.

Parte II - Questionário com perguntas fechadas e abertas

Pedir ao voluntário que:

1. Examinar a peça de vestuário a ser testada, para verificação dos materiais e aviamentos;

2. O processo de vestir a peça do vestuário, (vestir a peça);

3. Testar as peças em várias situações de uso (conforme as atividades que realizam em sua rotina de trabalho); (registro fotográfico)

Após a execução de alguns movimentos que simulam as situações de uso pedir que o voluntário

respondesse as perguntas (uma ficha para serem assinalados os resultados pelo voluntário)

Facilidade de Manejo

1) Qual sua percepção quanto à facilidade de vestir? Justifique.

Sendo: 0- Muito Difícil 3- Difícil 5- Neutro 8- Fácil e 10– Muito Fácil.

0 5 10

2) Qual sua percepção quanto à facilidade de desvestir? Justifique.

Sendo: 0- Muito Difícil 3- Difícil 5- Neutro 8- Fácil e 10- Muito Fácil

0 5 10

3) Qual sua percepção quanto à facilidade de manusear os aviamentos da peça? (Abrir/ Fechar)

Justifique:

Sendo: 0- Muito Difícil 3- Difícil 5- Neutro 8- Fácil e 10- Muito Fácil

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112

a) Zíper b) Botões

0 5 10 0 5 10 4) É necessária força para manusear os aviamentos? Justifique:

Sendo: 0- Muita Força 3- Usou Bastante Força 5- Neutro 8- Pouca Força 10- Não usou nenhuma força.

a) Zíper b) Botões

0 5 10 0 10

5) Considera a peça fácil de ser guardada? Por quê?

Sendo: 0- Muito Difícil 3- Difícil 5 Neutro 8- Fácil e 10- Muito Fácil.

0 10

Facilidade de manutenção

6) Qual sua percepção quanto à facilidade de lavar a peça? Justifique.

Sendo: 0- Muito Difícil 3- Difícil 5 Neutro 8- Fácil e 10- Muito Fácil.

0 5 10

7) O tecido aparenta reter resíduos, manchas, dificuldade de secar? Justifique.

8) Os aviamentos apresentam resistência quanto a produtos de limpeza, umidade, lavagem a

máquina?

Facilidade de assimilação

9) Você acha que essa roupa dispensa instruções de uso? Justifique

10) Você consultou ou costuma consultar as etiquetas para obter informações sobre a peça quanto a:

a) tamanho b) composição c) lavar, secagem e passar? Justifique.

11) Você identificou facilmente as informações quanto ao tamanho?

12) Você identificou facilmente as informações quanto à composição dos materiais utilizados na

peça?

13) Você compreendeu as instruções contidas na etiqueta quanto a manutenção da peça?

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113

14) Você considera que todas as informações necessárias para a utilização da peça foram colocadas

nas etiquetas?

Segurança

15) Considera a peça resistente a fungos, ácaros, bactérias e umidade? Justifique.

16) Algum aviamento lhe machucou durante o uso?

17) De acordo com sua percepção, a peça testada por você, oferece que nível de possibilidade para

a movimentação do usuário? Justifique:

Sendo: 0- Muita Dificuldade de Movimentação 3- Dificuldade de Movimentação 5- Neutro 8- Facilidade de

Movimentação e 10- Muita Facilidade de Movimentação.

0 5 10

Indicadores de Usabilidade

18) Você considera que esta peça está compatível com suas necessidades? Justifique:

Sendo: 0- Incompatível 3- Pouco Incompatível 5- Neutro 8- Pouco Compatível e 10- Compatível.

a) Tipo físico b) Forma (modelagem)

0 5 10 0 5 10

c) Materiais (tecido) d) Materiais (aviamentos)

0 5 10 0 5 10

e) Atividades desempenhadas

0 5 10

19) Segundo sua percepção esta peça prioriza mais a proteção ou a aparência? Justifique:

Conforto

20) Qual as sensação do toque do tecido com a pele (descreva a sensação):

Sendo: 0- Nenhuma Intensidade 3- Pouca Intensidade 5- Suave 8 Intenso 10- Muito Intenso.

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114

a) ao vestir: b) ao utilizar

________________________ ________________________

0 5 10 0 5 10

21) O tecido lhe parece: Leve/ pesado, em qual proporção?

Sendo: 0- Muito Pesado 3- Pesado 5- Neutro e 8- Leve e 10- Muito Leve

0 5 10

22) Qual sua preferência quanto ao peso do tecido da camisa social de manga curta? Por quê?

Sendo: 0- Muito Pesado 3- Pesado 5- Neutro e 8- Leve e 10- Muito Leve

0 5 10

23) Qual sua preferência quanto ao peso do tecido da calça social? Por quê?

Sendo: 0- Muito Pesado 3- Pesado 5- Neutro e 8- Leve e 10- Muito Leve

0 5 10

24) De acordo com a sua percepção qualifique o caimento da peça:

0- Péssimo 3- Ruim 5- Neutro 8- Bom e 10 Muito Bom

0 5 10

25) De acordo com a sua percepção qualifique o ajuste do modelo ao corpo:

0- Péssimo 3- Ruim 5- Neutro 8- Bom e 10 Muito Bom

0 5 10

26) Qual sua percepção quanto à capacidade do tecido de se adequar ao corpo?

0- Péssimo 3- Ruim 5- Neutro 8- Bom e 10 Muito Bom

0 5 10

27) Qual a sua percepção quanto à capacidade da calça retornar ao formato inicial após o uso?

(Considera-se formato inicial, a forma da peça nova).

0 – Não retoma 3 – Retorna Parcialmente 5- Neutro 8- Retorna Satisfatoriamente 10 – Retoma Totalmente

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115

0 5 10

28) Qual sua percepção quanto à flexibilidade que a peça oferece no que diz respeito aos

movimentos? (Relacionado com a dificuldade que o tecido/ vestuário oferece para se adaptar as formas do corpo e movimentos)

0 – Nenhuma Flexibilidade 3 Pouca Flexibilidade 5 Neutro 8 Flexível e 10 Muito Flexível.

a) Ao vestir b) ao utilizar

0 5 10 0 5 1

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116

APÊNDICE B-Ficha-Técnica

Ficha Técnica

Matéria-prima principal

Empresa: Nome do tecido

Fabricante Fornecedor

Composição

Coleção:

Modelo:

Descrição do vestuário: Largura do tecido Gasto Cor Preço

Densidade

Modelagem Tamanhos

Montagem do Vestuário Matéria-prima Secundária

Frente

Nome Fabricante Fornecedor Composição

Largura do tecido

Gasto Cor

Preço

Densidade

Modelagem Tamanhos

Aviamentos

Botão

Zíper

Colchete de calça social

Costa

Linha Fio

Desenho Técnico

Frente Costa

Beneficiamento

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118

9.0 ANEXOS A- Termo de consentimento livre e esclarecido (APÊNDICE A)

Universidade Federal de Pernambuco

Centro Acadêmico do Agreste – Núcleo de Design

Percepção de conforto/ desconforto e usabilidade no vestuário

Masculino no município de Caruaru – PE.

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Esta pesquisa tem por objetivo investigar a percepção de conforto e usabilidade no vestuário masculino.

Os procedimentos a ser utilizado para coleta de dados serão divididos em duas etapas consecutivas:

Etapa 1- Reconhecimento dos usuários: Preenchimento de formulário com informações gerais como nome, idade, profissão e

atividades realizadas. Além do registro do perfil antropométrico dos entrevistados (com auxilio da fita métrica serão aferidas

medidas corporais como perímetro de busto, cintura, quadris, braço e perna). Também será registrada altura.

Etapa 2- Teste de usabilidade e percepção de conforto: registro escrito e fotográfico sem identificação do rosto durante a

aplicação do teste com simulação de tarefas.

Em caso de dúvidas, você será totalmente esclarecido pelos responsáveis, antes, durante e após a realização da tomada de

medidas, além da possibilidade de entrar em contato por um dos meios divulgados abaixo.

Eu, ________________________________________________________estou ciente das informações descritas acima e

concordo em participar da pesquisa e entendo que as informações concedidas por mim são confiáveis e autorizo sua

divulgação única e exclusivamente no meio científico e acadêmico, tendo a minha identidade totalmente preservada. Sou

voluntário e não receberei nenhum benefício por participar desta pesquisa, bem como não terei ônus algum. Tendo total

liberdade para aceitar ou recusar fazer parte deste estudo e sei que a minha recusa não acarretará nenhum prejuízo para mim.

Este “Termo de consentimento Livre e Esclarecido” atende o “Código de Deontologia do Ergonomista Certificado- Norma ERG

BR 1002- ABERGO”.

Caruaru, ___de__________de 2012._____________________________________________ Ass. Voluntária.

Certificamos que foi explicado ao sujeito acima a natureza, propósito, benefício e possíveis riscos associados à sua

participação nesta pesquisa, que respondemos todas as questões que nos foram realizadas e testemunhas a assinatura acima.

________________________________ _____________________________________

Walquiria Neusa da Silva, pesquisadora. Profa. Msc. Rosiane pereira Alves, orientadora.

Pesquisadora: Walquiria Silva Orientadora: Profa. Msc. Rosiane Pereira Alves

Rodovia BR- 104 km 59 Universidade Federal de Pernambuco

Bairro: Nova Caruaru Campus Acadêmico do Agreste

Cep:55002-970 Rodovia BR- 104 km 59

Telefone:(81) 9411-8381 Bairro: Nova Caruaru

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