A família Joad ilustra a situação de expropriação de inúmeros pequenos

agricultores na primeira metade do século XX. Nesse período os Estados Unidos

atravessavam a grande depressão, gerada pela crise econômica de 1929 e uma

grande seca seguida por tempestades de poeira que transformaram grande parte da

região centro-oeste em “dust Bolws”. Famílias inteiras de pequenos agricultores que

arrendavam terras de grandes proprietários foram expulsas, muitos agricultores

perderam suas terras para os bancos e outros investiram na mecanização da

produção agrícola gerando a expulsão dos arrendatários em função da maximização

dos lucros para quitarem suas dívidas. Substituídas por tratores, a mecanização da

produção levou essas famílias a migrarem para a Califórnia na ilusão de mais

oportunidades de trabalho e melhoria na qualidade de vida.

O crescimento da agricultura no EUA dependeu da expropriação de pequenos

produtores em favor dos interesses capitalistas dos grandes proprietários de terra,

dos bancos e da indústria alimentícia. No Livro “As Vinhas da Ira” fica claro a

priorização dos lucros sobre as famílias de pequenos agricultores.

O que impulsiona a historia é a difícil saga da Família Joad de Oklahoma, onde

foram expulsos das terras nas quais produziam, para Califórnia, atraídos pela a

promessa de melhores oportunidades de trabalho.

Os três mitos americanos da Iniciativa Individual, Hard Work e do Homem

Empreendedor, se misturam nessa história. A família Joad é a típica família

americana que é trabalhadora e busca através do trabalho, manter uma boa

qualidade de vida. Em busca desse trabalho, partem para o Oeste, onde acreditam

que as oportunidades de trabalho são inúmeras, sendo enganados pelos panfletos

que são distribuídos. A família acredita que com Hard Work, sua condição de vida irá

melhorar, fazendo com que no decorrer da história todos os membros da família

estão dispostos a trabalhar, independente do momento. A parte da iniciativa

individual fica por conta do personagem principal, Tom, que sempre busca saber a

verdade sobre tudo que está acontecendo, e tem o objetivo de proteger a sua

família e garantir o melhor para ela. O homem empreendedor está caracterizado em

muitas personagens, a intenção é mostrar que independente da classe social do

homem americano, todos conseguem aproveitar as oportunidades para criar algo

bom e lucrativo. Tom é empreendedor ao querer trabalhar ao máximo após ver as

oportunidades nos campos de plantação.Muitos outros empreendedores aparecem

ao longo da história, e buscam aproveitar das pessoas mais pobres para gerarem

lucros para si mesmos e para os latifundiários

O red scare, da tradução do português ,significa o medo vermelho, que nada

mais representa do que uma paranoia muito constante nos EUA, do temor e aversão

ao comunismo. Este fator pode ser identificado durante o governo Roosevelt em que

este, colocou em prática uma política de maior intervenção do estado para salvar os

EUA da crise, o New Deal, ou seja totalmente o oposto ao liberalismo que prega

participação menor do Estado na economia, e quando feito esse tipo de política

diferente do que os intelectuais americanos estavam acostumados e indo totalmente

em desencontro aos interesses da pequena elite, vincula- se essa política ao

comunismo, o que muitos temiam ou tinham aversão. Esse caso manifesta-se no

livro quando a família Joad encontra um acampamento do ministério da agricultura

em q as pessoas tinham acesso a direitos básicos de sobrevivência e sem

exploração de sua mão de obra e sem escravidão por dividas, esse método de

organização acaba sendo vinculada ao comunismo por todos terem esses direitos

básicos fazendo cada um seus respectivos trabalhos, sem em troca dinheiro. Com

isso muitos interesses de donos de terras da Califórnia são atravessados, e esses

mandam capangas para tentar causar problemas no acampamento e com o intuito

de que haja uma intervenção de policiais para q esse acampamento seja banido e

também para que mais mão de obra barata e desesperadas surgissem.

A mecanização do sistema agricultor americano gerou o fenômeno contrário

que o ocorrido com a implantação do Homestead Act.

Para garantir a ocupação da região Cento-Oeste dos Estado Unidos, o Homestead

Act foi instituído em 1862 e essencialmente garantia posse de 1 hectar de terra por 5

anos de ocupação, o que levou a migração de inúmeros agricultores, principalmente

europeus, para a região central para ocupar e produzir nas terras.

Pode-se considerar que a mecanização destruiu o que o Homestead Act construiu,

gerando concentração de terras e a expulsão de inúmeros agricultores da região.

Durante o decorrer da história Muley Graves e o avô da família Joad se mostram

relutantes a deixar tudo o que conquistaram, e se negam a deixarem suas terras,

desafiando autoridades e sofrendo represálias da polícia. O avô da família Joad se

mostra tão decepcionado e frustrado com a perda de sua terra, que falece logo após

a saída da família rumo à Califórnia.