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LIÇÃO 9 - AS SETE TAÇAS DA IRA DE DEUS Igreja Evangélica Assembléia de Deus Av. Brasil, 740 – Juiz de Fora - MG Elaboração da Aula para os Professores da Escola Dominical Revista: Apocalipse Prof. Magda Narciso Leite – Classe Sara Texto Áureo: “E vi outro grande e admirável sinal no céu: Sete anjos que tinham as sete últimas pragas, porque nelas é consumada a ira de Deus” (Ap 15.1). Verdade Aplicada: Só entenderemos as maravilhosas implicações de pertencer à igreja, quando formos arrebatados para estar para sempre com o Senhor. Objetivos da Lição: Exaltar a importância da igreja e o privilégio incomparável de pertencer a ela. Enfatizar que estaremos prontos para julgar o mundo quando amarmos justiça e a santidade. Deixar claro que só serão julgados por Deus aqueles que se recusarem a sofrer a disciplina do Senhor. Textos de Referência: Ap 15.5,6; 16.1,7,17 Introdução: Você estudou na lição anterior que a pregação do Evangelho Eterno será, ao mesmo tempo, apelo à conversão, anúncio da destruição da sociedade fundada na injustiça e na soberba humana e aviso quanto ao destino último da Besta e de seus adoradores. Cumpridas estas etapas o julgamento divino sobre a terra e seus habitantes será concluído e as últimas sentenças serão executadas “porque nelas é consumada a ira de Deus”. A lição anterior trouxe o relato quanto a visão que João teve dos cento e quarenta e quatro mil selados juntos ao Cordeiro no monte Sião. O monte Sião no texto de Ap 14.1 além de trazer um vislumbre quanto à sede do futuro Reino Milenar de Jesus Cristo, sendo esta em Jerusalém, é também uma figura de linguagem para o céu (ver Hb 12.22,23), o que indica a presença dos cento e quarenta e quatro mil selados junto ao Cordeiro no

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LIÇÃO 9 - AS SETE TAÇAS DA IRA DE DEUS

Igreja Evangélica Assembléia de DeusAv. Brasil, 740 – Juiz de Fora - MGElaboração da Aula para os Professores da Escola DominicalRevista: ApocalipseProf. Magda Narciso Leite – Classe Sara

Texto Áureo: “E vi outro grande e admirável sinal no céu: Sete anjos que tinham as sete últimas pragas, porque nelas é consumada a ira de Deus” (Ap 15.1).

Verdade Aplicada: Só entenderemos as maravilhosas implicações de pertencer à igreja, quando formos arrebatados para estar para sempre com o Senhor.

Objetivos da Lição:

   Exaltar a importância da igreja e o privilégio incomparável de pertencer a ela.   Enfatizar que estaremos prontos para julgar o mundo quando amarmos justiça e a

santidade.   Deixar claro que só serão julgados por Deus aqueles que se recusarem a sofrer a

disciplina do Senhor.

Textos de Referência: Ap 15.5,6; 16.1,7,17

Introdução: Você estudou na lição anterior que a pregação do Evangelho Eterno será, ao mesmo tempo, apelo à conversão, anúncio da destruição da sociedade fundada na injustiça e na soberba humana e aviso quanto ao destino último da Besta e de seus adoradores. Cumpridas estas etapas o julgamento divino sobre a terra e seus habitantes será concluído e as últimas sentenças serão executadas “porque nelas é consumada a ira de Deus”.

A lição anterior trouxe o relato quanto a visão que João teve dos cento e quarenta e quatro mil selados juntos ao Cordeiro no monte Sião. O monte Sião no texto de Ap 14.1 além de trazer um vislumbre quanto à sede do futuro Reino Milenar de Jesus Cristo, sendo esta em Jerusalém, é também uma figura de linguagem para o céu (ver Hb 12.22,23), o que indica a presença dos cento e quarenta e quatro mil selados junto ao Cordeiro no céu depois destes cumprirem o seu ministério na terra (ver Ap 14.2-5). O texto de Ap 14-15 prossegue apresentando ainda os seguintes acontecimentos antes de se ter início o derramamento das sete taças da ira de Deus:

   Em Ap 14.6-13 João relata a visão de três anjos que proclamam o evangelho eterno e os juízos de Deus a todos os habitantes da terra, e a toda nação, e tribo e língua e povo.

   Em Ap 14.14-20 a visão de João diz respeito a ceifa e a vindima, quando então no período dos três anos e meio finais da Grande Tribulação, gentios e judeus estarão sendo preparados para a batalha do Armagedom. João tem uma antevisão da batalha, porém o ajuntamento de judeus e gentios para esta batalha somente acontece depois do derramamento da sexta taça descrita em Ap 16.12-16, sendo o seu cumprimento final descrito em Ap 19.11-21.

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   Em Ap 15.2-4 a visão de João diz respeito aos salvos do período final da Grande Tribulação antes de se ter início o derramamento das sete taças da ira de Deus. Muitos são vistos no céu tendo saídos vitoriosos da besta, e da sua imagem, e do seu sinal, e do número do seu nome, tendo provavelmente sofrido o martírio por amor ao Senhor Jesus e a sua palavra (ver Ap 13.10; 14.12,13).

   Em Ap 15.5-8 a visão de João diz respeito aos últimos preparativos no céu para que tenha então início o derramamento das sete taças da ira de Deus sobre a terra.

Esta lição fala da ceifa e da vindima, da antevisão que João tem da batalha do Armagedom; do anúncio feito pelos três anjos antes da visão da ceifa e da vindima; dos últimos preparativos no céu para dar início ao derramamento das taças e do derramamento de quatro taças dos juízos de Deus.

  1. Curiosidades iniciais – A seção intitulada “A ceifa e a vindima” (Ap 14.14-20) faz parte dos preparativos para o derramamento das últimas pragas da ira de Deus, por isso, foi incluída nesta lição. Nela aparecem quatro anjos que somados aos três de Apocalipse 14.6-13 perfazem um total de sete. Pelas suas características parecem apontar para os anjos das trombetas em Apocalipse 8.2, e para os que derramarão os sete cálices do furor de Deus sobre a terra.

Em Ap 8.2, João relata a visão de sete anjos que estavam diante de Deus aos quais foram entregues as sete trombetas do juízos de Deus: “E vi os sete anjos que estavam diante de Deus, e foram-lhes dadas sete trombetas”. Na seção intitulada “A ceifa e a vindima”, posterior ao anúncio do evangelho eterno e dos juízos de Deus feito por três anjos em Ap 14.6-11, João vê assentado sobre uma nuvem branca “um semelhante ao Filho do Homem” e depois três outros anjos. As características destes sete em Ap 14.6-20, pelo menos em parte, não parecem apontar para os anjos das trombetas em Ap 8.2 e nem para os sete anjos que tem as sete pragas em Ap 15.1 “E vi outro grande e admirável sinal no céu: Sete anjos que tinham as sete últimas pragas, porque nelas é consumada a ira de Deus”, pois notadamente Aquele assentado sobre uma nuvem branca semelhante ao Filho do Homem é o próprio Senhor Jesus Cristo. O que estas passagens têm em comum é o número sete que traz em si o ensino quanto a perfeição de Deus em seus propósitos e na aplicação de seus juízos.

1.1 O anjo de coroa na cabeça e foice na mão – Apocalipse 14.14 e Daniel 7.13 indicam que esse [...] é o Senhor: Esse alguém como “Filho do Homem” é uma figura de Cristo, que está pronto para lançar a foice do julgamento, em um mundo já amadurecido pela maldade e perversidade. É bom observar que o anjo não dá ordem ao que está assentado, ele clama, como alguém que sabe o momento de agir. [...].

1.2 A colheita final – [...] Serão condenados os [...] habitantes da terra, os adoradores da Besta [...]. Os cachos de uvas serão colhidos e lançados no lagar da ira de Deus (Ap 14.19), “mas o trigo, ajuntai-o no meu celeiro” (Mt 13.30).

O texto de Ap 14.14-20 pode ser dividido em duas partes. O trecho referente aos versículos14 a 16 trata da ceifa estando esta relacionada, segundo escreve A. Gilberto (2000, p. 158) às nações gentílicas e o trecho referente aos versículos 17 a 20, segundo o mesmo autor, trata da vindima estando esta relacionada à nação de Israel. João começa trazendo o relato quanto a visão de “uma nuvem branca e, assentado sobre a nuvem, um semelhante ao Filho do Homem, que tinha sobre a cabeça uma coroa de ouro e, na mão, uma foice aguda”. Sendo o termo “Filho do Homem” uma linguagem referente ao Senhor Jesus (ver Dn 7.13) e o branco símbolo

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de justiça, a expressão utilizada por João identifica Aquele que estava assentado sobre a nuvem como sendo o próprio Senhor Jesus em sua majestade como Rei, estando Ele pronto a exercer justiça, e daí Ele ter em sua mão “uma foice aguda”. A sega que é então descrita no versículo 16 e que é realizada pelo próprio Senhor Jesus “E aquele que estava assentado sobre a nuvem meteu a sua foice à terra, e a terra foi segada” trata-se do julgamento do Senhor sobre as nações gentílicas amadurecidas então pela maldade, perversidade, iniqüidade etc..., sendo isto notadamente reconhecido pelo anjo que sai do templo e que clama com grande voz: “Lança a tua foice e sega! É já vinda a hora de segar, porque já a seara da terra está madura”. Através da foice em suas mãos, Jesus faz separação entre os bons e os maus, e desta forma, as nações gentílicas sofrerão os juízos das taças que ocasionará a morte de muitos (vidas ceifadas), e além disto estas nações serão também conduzidas a se agruparem para a batalha do Armagedom que terá então ocasião no final dos últimos três anos e meio da Grande Tribulação. Acerca de Ap 14.14-16, W. Malgo (2000, v. 3, p. 83) escreve:

“‘...E aquele que estava sentado sobre a nuvem passou sua foice sobre a terra, e a terra foi ceifada’. Uma ceifa estranha, que não podemos compreender racionalmente! Essa ceifa de juízo engloba todas as catástrofes, que acontecerão em breve sobre esta terra. As taças da cólera de Deus serão derramadas; para horror de todo o mundo, Babilônia desmorona com grande barulho; são cortados os mais importantes nervos vitais, seus adornos reais, sendo coberta de pragas, miséria e fogo. Se João diz aqui: ‘...e a terra foi ceifada’, então ele fala da conclusão definitiva desta era da graça, como fez também o Senhor quando estava sobre a terra: ‘a ceifa é a consumação do século’ (Mt 13.39). Esse é o curto, mas gravíssimo, conteúdo da visão de João sobre Armagedom, sobre a luta final dos povos, que é descrita detalhadamente em Apocalipse [...]  16”.

Em Ap 14.17, João vê saindo do templo, “que está no céu, outro anjo, o qual também tinha uma foice aguda”. Na seqüência, ele vê sair do “altar outro anjo, que tinha poder sobre o fogo, e clamou com grande voz ao que tinha a foice aguda, dizendo: Lança a tua foice aguda e vindima os cachos da vinha da terra, porque já as suas uvas estão maduras” (Ap 14.18). A vinha da terra é uma figura de linguagem referente a nação de Israel (ver Sl 80.8-15; Jr 2.21; Os 10.1,2; Jl 1.7), e suas uvas maduras uma figura de linguagem para o Israel apóstata. A vindima que é descrita em Ap 14.19 “E o anjo meteu a sua foice à terra, e vindimou as uvas da vinha da terra, e lançou-as no grande lagar da ira de Deus” trata-se, portanto do juízo de Deus sobre o Israel apóstata da época da Grande Tribulação, sendo este constituído por aqueles que se recusarem a reconhecer o Senhor Jesus como o verdadeiro Messias de Israel. A nação de Israel estará neste período, também sendo conduzida a se agrupar para a batalha do Armagedom, sendo que esta acontecerá no vale do Megido (ver Zc 12.11), o qual é chamado em Ap 14.19 de o grande lagar da ira de Deus. O julgamento das nações gentílicas representado pela ceifa e da nação de Israel representado pela vindima, no grande lagar da ira de Deus é também mencionado pelo profeta Joel em Jl 3.11-13:“Ajuntai-vos, e vinde, todos os povos em redor, e congregai-vos (ó Senhor, faze descer ali os teus fortes!); movam-se as nações e subam ao vale de Josafá; porque ali me assentarei, para julgar todas as nações em redor. Lançai a foice, porque já está madura a seara; vinde, descei, porque o lagar está cheio, os vasos dos lagares transbordam; porquanto a sua malícia é grande”. Em Ap 14.20, João tem uma antevisão desta batalha quando então ele escreve: “E o lagar foi pisado fora da cidade, e saiu sangue do lagar até aos freios dos cavalos, pelo espaço de mil e seiscentos estádios”. Tal linguagem indica o grande número de mortes que acontecerá por ocasião desta batalha tanto no que diz respeito aos gentios agrupados contra Israel quanto no que diz respeito aos judeus que mantiverem os seus corações endurecidos. Acerca desta passagem, W. MacDonald(2008, p. 1011), escreve:

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“As uvas maduras são colhidas e lançadas no grande lagar da cólera de Deus. O processo de pisar as uvas para fazer vinho é usado aqui para retratar um julgamento esmagador. A vindima se dará fora da cidade de Jerusalém, talvez no vale de Josafá. A carnificina será tão grande que o sangue correrá como um riacho a uma profundidade correspondente ao nível dos freios dos cavalos e por uma extensão de quase trezentos quilômetros, a distância entre Jerusalém e o sul de Edom”.

1.3 Os três anjos e a proclamação dos juízos (Ap 14.6-13) – Observamos mais uma vez outro vislumbre da graça divina, um último alerta, um último escape. Deus nunca se deixou a si mesmo sem testemunho. Antes de sua manifestação como o Messias de Israel, enviou João Batista (Mt 3.1). Observando o Apocalipse vemos que Deus tem pausado juízos para aplicar sua benigna misericórdia. Agora, os anjos saem antes que as sete últimas taças sejam lançadas na terra. O objetivo da mensagem é que toda tribo, língua e nação tema ao Senhor e lhe dê glória, porque vinda é a hora do juízo (Ap 14.6,7). Na seqüência, o segundo anjo traz a revelação antecipada da queda de Babilônia (a igreja falsa mundial), e o terceiro avisa que os que forem selados pela besta estarão perdidos para sempre (Ap 14.8-11). A conclusão da mensagem é paciência, morte e bem aventurança (Ap 14.12,12). Neste tempo não haverá a frase “sou evangélico”, como muitos apenas a declaram sem ter nada haver com Cristo. Neste tempo, ser cristão não será status, será renunciar a própria vida.

João relata em Ap 14.6-11, antes do relato acerca da ceifa e da vindima, a visão de três anjos que proclamam o evangelho eterno e os juízos de Deus sobre a terra. Tal fato indica que Deus ainda dará aos homens mais uma oportunidade para que estes recebam a salvação eterna antes que tenha início o derramamento das sete taças, nas quais é consumada a ira de Deus sobre a terra. O primeiro anjo é visto a voar pelo meio do céu, tendo “o evangelho eterno, para o proclamar aos que habitam sobre a terra, e a toda nação, e tribo, e língua e povo” (Ap 14.6b). Este anjo conclama todos a temerem a Deus e dar-lhe glória, advertindo quanto a vinda da hora do seu juízo. O anjo exalta a Deus como o Criador do céu, e da terra, e do mar, e das fontes de águas e desta forma, ele convoca os homens a adorá-lo em contraposição aos acontecimentos na terra onde muitos, encantados com o Anticristo, estarão a este falso messias prestando adoração (ver Ap 13.4). O segundo anjo segue trazendo uma antevisão quanto a queda do falso sistema de religião representado por Babilônia: “Caiu! Caiu Babilônia, aquela grande cidade que a todas as nações deu a beber do vinho da ira da sua prostituição!” (Ap 14.8). A queda, porém de fato de Babilônia é relatada somente em Ap 17, e sendo assim a queda sendo vista como já consumada no anúncio feito pelo anjo indica a oportunidade que ainda será dada aos homens para que estes fujam de todo falso sistema de religião, pois estes serão também alvos dos juízos de Deus. O terceiro anjo adverte os homens a não adorarem a besta, ou seja, o Anticristo e sua imagem e também a não receberem o sinal da besta na testa ou na mão, pois o destino daqueles que assim procederem será a participação nos juízos de Deus representados pelas taças. O anjo fala também do destino final daqueles que adorarem a besta, sendo este a perdição eterna, conforme fica subentendido em Ap 14.9-11: “Se alguém adorar a besta e a sua imagem e receber o sinal na testa ou na mão, também o tal beberá do vinho da sua ira, e será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro. E a fumaça do seu tormento sobe para todo o sempre; e não tem repouso, nem de dia nem de noite, os que adoram a besta e a sua imagem e aquele que receber o sinal do seu nome” (Ap 14.9-11).

Em Ap 14.12, João mostra a importância dos santos, aqueles que ainda estiverem vivos e outros que se converterem durante este período final de Grande Tribulação, perseverarem na fé resistindo ao Anticristo e na obediência aos mandamentos de Deus em meio às perseguições e aos sofrimentos deste período. Na

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seqüência, João descreve uma voz que vinda do céu, ordena que ele escreva: “Bem aventurados os mortos, que desde agora, morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os sigam” (Ap 14.13). Este versículo indica que muitos salvos, tanto judeus como gentios, morrerão ainda antes do derramamento das sete taças da ira de Deus, sendo estes provavelmente aqueles que são vistos posteriormente por João no céu, conforme se descreve em Ap 15.2-4: “E vi um como mar de vidro misturado com fogo e também os que saíram vitoriosos da besta, e da sua imagem, e do seu sinal, e do número do seu nome, que estavam junto ao mar de vidro e tinham as harpas de Deus. E cantavam o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro, dizendo: Grandes e maravilhosas são as tuas obras, Senhor, Deus Todo-poderoso! Justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei dos santos! Quem te não temerá, ó Senhor, e não magnificará o teu nome? Porque só tu és santo; por isso, todas as nações virão e se prostrarão diante de ti, porque os teu juízos são manifestos”.  

     2. Os anjos das sete taças da ira de Deus – O capítulo 15 relata a detalhada preparação para o julgamento final. “E os sete anjos... saíram do templo” (Ap 15.6). O juízo provém do mesmo templo celestial. Os anjos saem não como servos ou mensageiros, mas como administradores reais do juízo, cingidos à altura do peito com cintos de ouro. A ira de Deus é repartida entre os sete anjos por um dos seres viventes e estará contida em sete taças de ouro.

Ap 15.5-8: “E depois disto olhei, e eis que o templo do tabernáculo do testemunho se abriu no céu. E os sete anjos que tinham as sete pragas saíram do templo, vestidos de linho puro e resplandecente, e cingidos com cintos de ouro pelos peitos. E um dos quatro animais deu aos sete anjos sete taças de ouro, cheias da ira de Deus, que vive para todo o sempre. E o templo encheu-se com a fumaça da glória de Deus e do seu poder; e ninguém podia entrar no templo, até que se consumassem as sete pragas dos sete anjos”.

2.1 Eles saíram do Templo no Céu (Ap 15.5,6) – No presente texto, “o templo” que João viu se abrir” não foi na terra, mas no céu. O apóstolo contemplou o interior do “lugar” do testemunho de Deus. Os judeus criam que as coisas terrenas eram figuras das coisas celestiais (Hb 8.5; 9.23), de maneira que o templo terrestre era apenas uma cópia do celestial (Ap 3.12; 7.15; 11.19; 14.15). A grande lição que aprendemos aqui é que do templo procede a justiça e, sendo a igreja uma cópia do templo celeste, devemos estar prontos para combater a toda sorte de injustiças através de nossos agentes.

Em Ap 15.5, João olha e vê se abrir no céu, o templo do tabernáculo do testemunho. Esta linguagem traz em memória o Santo dos santos, onde no tabernáculo encontrava-se a Arca de Deus e em seu interior as tábuas da lei, as tábuas do testemunho no qual governo justo e moral de Deus é revelado. A abertura do templo do tabernáculo do testemunho neste momento indica o justo juízo de Deus sobre o mundo ímpio que amou mais as trevas do que a luz, e diante disto os sete anjos que tinham as sete pragas saem do templo de forma que nada mais poderá tardar o derramamento das sete taças da ira de Deus sobre a terra.

Sl 11.4-7: “O Senhor está no seu santo templo, o trono do Senhor está nos céus; os seus olhos estão atentos, e as suas pálpebras provam os filhos dos homens. O Senhor prova o justo; porém ao ímpio e ao que ama a violência odeia a sua alma. Sobre os ímpios fará chover laços, fogo, enxofre e vento tempestuoso; isto será a porção do seu copo. Porque o Senhor é justo, e ama a justiça; o seu rosto olha para os retos”.

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2.2 Eles estão vestidos de linho puro – Observamos que os trajes dos anjos, no presente texto são semelhantes aos trajes de Cristo descritos no capítulo 1.13. Eles simbolizam a dignidade e o “elevado ofício”. O linho puro aponta para a justiça dos santos, roupagem que a noiva de Cristo vestirá (Ap 19.8). [...].

2.3 Peito cingido com cinto de ouro – Em Isaías 15.11 está escrito: “E a justiça será o cinto dos seus lombos”. Estas vestes e cintos só eram usados pelos sacerdotes e juízes da alta Corte. No caso dos anjos nesta seção, refere-se a função de “juízes” por eles desempenhada. Os sete magistrados da Suprema Corte estavam cingidos com cinto de ouro e a mesma coisa é dita acerca de Cristo (Ap 1.13). Eles eram uma comissão proveniente dos mais elevados céus. Seus trajes simbolizam poder, dignidade, retidão e verdade (Is 22.21; Ef 6.14).

Os trajes dos anjos semelhantes aos trajes de Cristo indicam o Senhorio de Cristo sobre os anjos que em tudo lhe obedecem, inclusive na execução dos juízos de Deus. Além disto, o linho branco indica a pureza e justiça de suas ações, já que o linho puro na Bíblia é símbolo de justiça. O fato dos anjos estarem cingidos com cintos de ouro pelo peito e não pela cintura indica que nenhuma intercessão poderá deter a ira de Deus sobre a impiedade dos homens. O cinto de ouro pelo peito fala do juízo de Deus, enquanto que o cinto de ouro na cintura fala da graça de Deus em função do ofício sacerdotal de Jesus Cristo no Santo dos santos. Em Ap 15.7, João observa que é um dos quatro animais que dá aos sete anjos as sete taças cheias da ira de Deus. Sendo os quatro animais, querubins representando a criação de Deus, esta entrega mostra os juízos de Deus também em resposta ao clamor de sua própria criação, pois conforme Paulo diz em Rm 8.20-22:“...a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua própria vontade, mas por causa do que a sujeitou, na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora”. O templo se enche “com a fumaça da gloria de Deus e do seu poder; e ninguém podia entrar no templo, até que se consumassem as sete pragas dos sete anjos”(Ap 15.8). Esta linguagem de Ap 15.8 indica, mais uma vez a impossibilidade de qualquer intercessão sacerdotal, conforme também compreende W. MacDonald (2008, p. 1011) de acordo com o seguinte comentário descrito abaixo:

                                       “O ato de ninguém poder penetrar no santuário, enquanto não se cumprirem os sete flagelos significa que, agora, nenhuma intercessão sacerdotal poderá deter a ira de Deus”.

3. Os alvos das quatro primeiras taças – No capítulo 16, à semelhança das pragas derramadas sobre o Egito, os sete anjos recebem ordem para despejar suas taças sobre a terra. Será o julgamento definitivo anunciado pela proclamação do Evangelho Eterno. Será também a última etapa do resgate do povo de Deus dos domínios do

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iníquo e da purificação do planeta. Um processo parecido com a colheita e o preparo do solo para um novo plantio. Depois virá o Milênio.

Ap 16.1: “E ouvi, vinda do templo, uma grande voz, que dizia aos sete anjos: Ide, e derramai sobre a terra as sete taças da ira de Deus”.

Em Ap 15.7, João viu quando um dos quatro animais deu aos sete anjos as sete taças de ouro cheias da ira de Deus. Os sete anjos, porém apesar de já estarem em todos os sentidos prontos para a execução, não podem tomar nenhuma atitude, enquanto não é emitida a ordem vinda do templo. Este fato é importante, pois revela a total supremacia e soberania de Deus sobre toda sua criação e desta forma nenhum acontecimento sobre a terra e todo universo pode ocorrer senão sob a permissão do Deus Todo-Poderoso.

3.1 O solo – O primeiro anjo despejará sua taça sobre a terra e atingirá todas as pessoas que trouxerem em seus corpos a marca da Besta. Os adoradores da Besta adoecerão de umas chagas malignas e dolorosas semelhantes a úlceras (Ap 16.2; Zc 14.12,13). Será o complemento da primeira trombeta (Ap 8.7), quando somente a vegetação foi atingida. Os servos de Deus nada sofrerão desta e das outras pragas, porque os que não tiverem morrido pelas mãos da Besta (Ap 13.7), gozarão de proteção especial do selo de Deus.

Ap 16.2: “E foi o primeiro, e derramou a sua taça sobre a terra, e fez-se uma chaga má e maligna nos homens que tinham o sinal da besta e que adoravam a sua imagem”.

Conforme foi visto no ponto 1.3, muitos salvos morrerão antes do derramamento das sete taças sendo estes assim poupados dos juízos vindouros das sete taças através da morte (ver Ap 14.13). Pode ser, porém que nem todos venham a morrer e desta forma, haverão ainda salvos vivos durante o período do derramamento das taças. A chaga má e maligna proveniente do derramamento da primeira taça, porém não os atinge, pois o texto de Ap 16.2 mostra esta atingindo somente aqueles que terão o sinal da besta e que estarão prestando adoração a sua imagem.

3.2 As águas – O segundo e o terceiro anjo derramarão as suas taças sobre as águas. O primeiro, no mar, ou seja, em todas as águas que separam os continentes. Morrerão todos os seres que habitam nas águas, que se tornará em sangue (Ap 16.3. A navegação se tornará impraticável. O segundo derramará sobre as águas potáveis que, feitas sangue serão dadas a beber aos assassinos dos santos e profetas (Ap 16.6). Estas duas pragas completam os julgamentos iniciados pelos toques da segunda e da terceira trombeta (Ap 8.8-11).

Ap 16.3-7: “E o segundo anjo derramou a sua taça no mar, que se tornou em sangue como de um morto, e morreu no mar toda a alma vivente. E o terceiro anjo derramou a sua taça nos rios e nas fontes das águas, e se tornaram em sangue. E ouvi o anjo das águas, que dizia: Justo és tu, ó Senhor, que és, e que eras, e santo és, porque julgaste estas coisas. Visto como derramaram o sangue dos santos e dos profetas, também tu lhes deste o sangue a beber; porque disto são merecedores. E ouvi outro do altar, que dizia: Na verdade, ó Senhor Deus Todo-Poderoso, verdadeiros e justos são os teus juízos”.

A segunda trombeta levou a terça parte do mar tornar-se em sangue, ocorrendo a morte da terça parte das criaturas no mar e perda da terça parte das naus. No derramamento da segunda taça o mar como um todo é atingido transformando a água em sangue e isto afeta toda alma vivente no mar. O toque da terceira trombeta afetou terça parte dos rios e fontes de águas tornando as águas amargas. No derramamento

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da terceira taça toda água nos rios e fontes se tornam em sangue. O derramamento da segunda e terceira taças deve provocar um desequilíbrio sobre a economia mundial por afetar a navegação, além de desencadear mau cheiro, sede, fome, seca, doenças e tantos outros flagelos em decorrência dos efeitos de morte no mar e em decorrência da falta de água potável. Os juízos de Deus são reconhecidos como justos pelo “anjo das águas”, que vê neles a justa retribuição de Deus àqueles que foram responsáveis pela morte dos santos e dos profetas. A voz ouvida por João “do altar”, onde os juízos de Deus são considerados justos, mostra que o clamor dos mártires debaixo do altar de Deus, desde a morte de Abel, é agora respondido por Deus, depois de um longo tempo onde a graça de Deus prevaleceu dando oportunidade aos homens para se arrependerem.

3.3 O sol – O quarto anjo despejará sua taça sobre o sol que emitirá muito mais calor do que o habitual (Ap 16.8). Essa praga é o fechamento dos juízos começados em Ap 8.12 e exibirá de uma vez por todas o caráter dos ímpios. Debaixo do excessivo calor solar blasfemarão de Deus (Ap 16.9). É o recrudescimento da criatura contra o Criador, que já foi mostrado em Apocalipse 9.20. Assim, vemos que quando o homem rejeita a graciosa salvação em Jesus, traça, ele mesmo o seu próprio destino: A primeira morte e a segunda (Ap 19.21), que é o lago de fogo (Ap 20.15).

Ap 16.8,9: “E o quarto anjo derramou a sua taça sobre o sol, e foi-lhe permitido que abrasasse os homens com fogo. E os homens foram abrasados com grandes calores, e blasfemaram o nome de Deus, que tem poder sobre estas pragas; e não se arrependeram para lhe darem glória”.

A quarta trombeta afetou terça parte do sol e da lua e das estrelas. No derramamento da quarta taça o sol parece ser afetado causando alterações no universo, de forma que os efeitos solares atingirão os homens em grande proporção. O sofrimento atingirá os homens, porém ao contrário do que muitos dizem, aqueles que não vieram a Deus pelo amor, não virão também pela dor, antes pelo contrário,  de forma arrogante blasfemarão o nome de Deus.

Referências Bibliográficas:A. Gilberto, Daniel e Apocalipse – Compreendendo o Plano de Deus para Estes Últimos Dias,2000, 16ª Ed., CPAD, Rio de Janeiro, RJ.W. MacDonald, Comentário Bíblico Popular, 2008, Mundo Cristão, São Paulo, SP.W. Malgo, Apocalipse de Jesus Cristo – Um Comentário para a Nossa Época, 2000, Obra Missionária Chamada da Meia Noite, Porto Alegre, RS.

http://portadesiao.blogspot.com.br/2012/05/licao-9-as-sete-tacas-da-ira-de-deus.html

Lição 09

 

27 de Maio de 2012 

As sete taças da ira de Deus

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 Texto Áureo

 

“E vi outro grande e admirável sinal no céu: Sete anjos que tinham as sete últimas pragas, porque nelas é consumada a ira de Deus”. Ap 15.1

 

Verdade Aplicada

 

Só entenderemos as maravilhosas implicações de pertencer à Igreja, quando formos arrebatados para estar para sempre com o Senhor. 

Objetivos da Lição

 

►      Exaltar a importância da igreja e o privilégio incomparável de pertencer a ela;►      Enfatizar que estaremos prontos para julgar o mundo quando amarmos justiça e a santidade; e►      Deixar claro que só serão julgados por Deus aqueles que se recusarem a sofrer a disciplina do Senhor. 

Textos de Referência

 

Ap 15.5      E, depois disto, olhei, e eis que o templo do tabernáculo do testemunho se abriu no céu.

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Ap 15.6      E os sete anjos que tinham as sete pragas saíram do templo, vestidos de linho puro e resplandecente e cingidos com cinto de ouro pelo peito.Ap 16.1      E ouvi vinda do templo, uma forte voz, que dizia aos sete anjos: Ide e derramai sobre a terra as sete taças da ira de Deus.Ap 16.7      E ouvi outro do altar que dizia: Na verdade, ó Senhor, Deus Todo Poderoso, verdadeiros e justos são os Teus juízos.Ap 16.17    E o sétimo anjo derramou a sua taça no ar, e saiu grande voz do Templo do céu, do Trono, dizendo: Está feito. 

Ajuda Versículos 

Ajuda 1 

As Sete Taças Ap 15:1—16:21

 

Chegamos agora a dois capítulos de espanto excepcional. Tendo examinado os instigadores da horrível iniquidade da terra, passamos agora ao juízo terrível das taças. Castigos severos e finais estão prestes a ser infligidos em sucessão aguda e rápida. Assim como o pecado alcançou seu clímax com o homem da iniquidade como já vimos em ebdareiabranca, também agora os juízos de Deus hão de cair do Deus do juízo sobre uma terra culpada. Nos capítulos que agora examinamos temos detalhes concernentes aos juízos de Deus que precedem seu grande dia de ira. Como veremos, o derramar da sétima taça completa a ira de Deus. Então começa a ira do Cordeiro. 

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Desta ira dupla, diz William Newell: “Lembre-se constantemente que o próprio Cristo deve vir, afinal, e pisar o lagar sozinho em sua ira (Is 63:3-5). A ira de Deus é geral, mundial e à vista da iniquidade e idolatria do homem. A ira do Cordeiro é particular, contra o anticristo e seu rei, e contra os exércitos unidos com o duplo propósito de impedir Israel de ser uma nação (Sl 83:4) e de determinar guerra contra o Cordeiro (Ap 19:9; Zc 12:10) a fim de impedir que ele resgate o Israel sitiado.” 

Estes dois capítulos devem ser estudados em conjunto porque provêm detalhes para o que se afirma em termos gerais nas palavras de abertura de 11:18: “Iraram-se, na verdade, as nações; então veio a tua ira e o tempo de serem julgados os mortos. . .” no capítulo 15 são-nos dadas as preparações para as taças e no capítulo 16 a execução delas. 

O sinal ou maravilha do capítulo 15 estende-se até o final do capítulo 16. De fato, 15:1 é resumo de tudo o que se segue. Os anjos, na realidade, não recebem as taças até 15:7, mas no versículo inicial são vistos, por antecipação, como já as possuindo. Neste grande e maravilhoso sinal que João viu temos a finalização de um trio de sinais. O “grande sinal” da mulher (Israel) é apresentado em 12:1. “Outro sinal”, do dragão, o antagonista de Cristo e seus conselhos, é apresentado em 12:3. E aqui temos “no céu ainda outro sinal, grande e admirável”. Os três sinais são vistos no céu, o lugar da habitação imediata de Deus. O terceiro sinal (mais solene do que os dois primeiros por causa de sua associação com a ira de Deus sobre a besta) é “grande” em que algo de importância enorme deve ser revelado. “Admirável” indica que a paciência divina se esgotou, e que a visitaçãoterrível do juízo divino está prestes a sobrevir aos apóstatas da terra. 

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Parece que o conteúdo do capítulo 15 gira em torno de três frases de peso: a ira de Deus (15:1, 7), as harpas de Deus (15:2) e a glória de Deus (15:8). A ira de Deus

 Sete anjos e sete pragas formam os meios de expressão da ira de Deus. A expressão “ira de Deus” ocorre seis vezes no Apocalipse (14:10, 19; 15:1, 7; 16:1, 19), é deveras medonha e devia infundir terror nos corações de todos os não-salvos da terra. “Sete anjos” (distintos dos sete anjos altamente honrados e relacionados com as trombetas) saem do santuário (15:6), a residência imediata de Deus e dos anjos. Do santuário de outrora saíram os sacerdotes como ministros da graça. Agora os anjos emergem dele como ministros do juízo. O tabernáculo do testemunho é uma frase sugestiva. Para Israel este era o símbolo da presença de Deus e de sua provisão para seu povo. Agora, porém, a santidade de Deus exige castigo do ímpio, e portanto, temos as “testemunhas” do juízo, segundo a natureza de Deus contra a besta e contra todos os inimigos de seu povo. David Brown diz: “Aqui entra em campo, de maneira adequada, o tabernáculo do testemunho, onde a fidelidade de Deus vinga seu povo com juízos sobre seus inimigos; juízos que estão prestes a se desencadear. Precisamos dar uma olhada no Santo dos Santos a fim de compreender a mola secreta e o fim do trato justo de Deus.” Estes sete anjos estão vestidos de maneira condizente com o caráter justo de sua missão, e também de maneira que se

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parece com o Senhor (1:13). Comparando com 19:8 descobrimos que o linho puro indica justiça, enquanto os cintos de ouro, à altura do peito, (não na cintura) sugerem a obra do juízo compatível com a natureza santa de Deus. As “sete últimas pragas” sugerem finalidade e término, e assim a aparição do número sete é especialmente adequada. Chegamos ao ciclo final da visitação do juízo. É claro que as taças não trazem o fim da ira divina, como já vimos em ebdareiabranca, uma vez que mais ataques de vinganças devem ocorrer quando Cristo vier em pessoa (19:11-21). O que temos a esta altura é a conclusão dos juízos providenciais de Deus. Estas taças estão “cheias da ira de Deus”. “Cheias” significa terminado ou consumado. Para Deus o futuro é tão certo como se fosse passado, cuja realização é tão segura como a sua Palavra. As Harpas de Deus

 Este prefácio aos últimos juízos devastadores de Deus inclui uma linda descrição dos mártires vitoriosos que estão com o Senhor. O parágrafo de 15:2 a 15:4 é tomado de vitória, louvor e adoração. Louvores corais celestes são representados pela harpa, que com sua combinação de notas solenes e grandes, acordes suaves e ternos indica o louvor e a adoração de Deus (1 Cr 25:6). As harpas de Deus (significando que os instrumentos, músicos e tema são dele) eram partes dos instrumentos do céu, usados somente para o louvor de Deus. Parece que os dois grupos celestes de cantores e harpistas mencionados em Apocalipse 14:2 e 15:2 representam a mesma hoste vitoriosa. 

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O palco no qual os harpistas se encontram é comparado a um mar de vidro misturado com fogo. No mar de vidro Walter Scott vê um estado fixo de santidade, de pureza interior e exterior. O mar sugere vastidão e vidro sugere calma sólida ou paz assentada e quieta. Diz Wordsworth: “Um mar de vidro [expressa] suavidade e brilho; e este mar celeste é de cristal (4:6), declarando que a calma do céu não é como a dos mares terrenos, perturbada por ventos, mas cristalizada numa eternidade de paz.” Apresentada como se estivesse em pé sobre o mar de vidro, a companhia de mártires chegou ao seu descanso e também a esta nova posição como adoradores que venceram. O mar de vidro misturado com fogo introduz outro elemento. Estes santos emergiram vitoriosos de sua tribulação de fogo. Temos três inimigos a enfrentar: o mundo, a carne e o diabo, mas os cantores tinham um quarto inimigo a derrotar: a besta. Foi alcançada a vitória sobre a besta, sobre sua imagem, sobre sua marca e sobre “o número do seu nome”, e agora eles triunfam por causa de uma vitória total e completa. O cântico que acompanha as harpas tem o som de um grande poema. E um cântico de vitória como o de Moisés depois de atravessar o mar Vermelho. Dois cânticos são combinados: o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro. O cântico de Moisés é o triunfo sobre o mal pelos juízos de Deus. É um cântico que celebra a derrota de Faraó e de suas hostes no mar Vermelho (Êx 15). (Este cântico mosaico não deve ser confundido com o cântico profético de Deuteronômio 32:1- 44.) O cântico de Moisés, magnífico como é, celebra apenas a redenção terrestre. A graça e glória do cântico que foi apresentado à margem leste do mar Vermelho eram associadas com o poder sobre os inimigos de Israel no Egito, pelos juízos de Deus. 

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O cântico do Cordeiro, entretanto, possui natureza diversa. Este cântico, dirigido pelo Cordeiro como Capitão de nossa salvação, implica a exaltação do Messias rejeitado, daquele que sofre. Cantado pelo remanescente fiel que morreu dentre o Israel infiel e apóstata, este cântico dos sofredores vitoriosos no céu celebra a Deus e ao Cordeiro. Ao examinarmos os assuntos deste cântico duplo encontramos Deus exaltado de várias maneiras. Primeiramente, louvam-se as suas obras. A frase “grandes e admiráveis” é repetida em 15:1, 3, indicando a vingança da justiça de Deus, de modo que possa ser glorificado no grande final de suas lides. No título divino combinadoSenhor Deus Todo-poderoso temos um vasto reservatório de poder—consolo para os santos e presságio para os inimigos de Deus. Os caminhos de Deus são exaltados como “justos e verdadeiros”. Ao castigar seus inimigos Deus agirá em harmonia com seu próprio caráter. Este juízo imparcial será distribuído pelo “Rei dos séculos”. O ponto em questão da controvérsia do Senhor com a terra é se ele ou o homem de Satanás, a besta, é o rei das nações. Na véspera de as taças descerem sobre o reino da besta, os cantores vitoriosos saúdam o Senhor como o verdadeiro Rei das nações. A adoração de Deus também contribui para este cântico admirável. Dão-se as razões pelas quais o Senhor deve ser glorificado: “Pois só tu és santo!”

 Os cantores sobre o mar de vidro celebram a santidade de Deus. Eles o temem e glorificam-no como o único digno de ser chamado santo. A besta colocou-se como Deus, mas o coro vitorioso escolheu a santidade em face de um mundo

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tomado pelo pecado e agora está onde reina toda a santidade verdadeira. “Por isso todas as nações virão e se prostrarão diante de ti.” Os juízos de Deus infundirão temor em seus inimigos. Antecipando o domínio universal do Senhor, os santos celebram o reconhecimento mundial de sua supremacia. Vemos aqui o cumprimento de profecias tais como o Salmo 148; Isaías 2:2-4; 56:6, 7; Zacarias 14:16, 17. “Porque os teus juízos são manifestos!” O plural, juízos, indica a manifestação dos atos justos do julgamento. E por ser ele justo ainda quando dispensa julgamento e vingança, deve ser glorificado. Estas são deveras palavras lindas que vêm dos que passaram pelos horrores do tormento da besta. Comentando esta cena única, F. B. Meyer diz: “Os que foram criados na dispensação de Moisés e os seguidores do Cordeiro na presente dispensação, juntos com todas as almas dos santos que venceram, constituirão um vasto coro. Contudo, por mais que se examine o cântico de Moisés, não se conseguirá encontrar uma nota que iguale a este em sublimidade. Aqui estão os santos de Deus, treinados para distinguir as belezas do governo e comportamento justo e santo, capacitados do seu ponto de vantagem na eternidade a examinar a história inteira das lides divinas, adorando-o como Rei dos séculos, e reconhecendo que todos os seus caminhos foram justos e verdadeiros. Que confissão! Que reconhecimento!” A Glória de Deus

 

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A seção final deste notável capítulo (15:5-8) é também introduzida por outro “eis” (omitido em várias versões). Este parágrafo se inicia com a habitação de Deus e se encerra com a glória divina. Visto como tudo no parágrafo está ligado com a glória de Deus, examinemos estes versículos com essa ideia em mente. William Newell argumenta a favor de um santuário literal de Deus no céu, mas achamos que a palavra “santuário” é usada pelo que representa simbolicamente—a saber, habitação de Deus, onde pode ser encontrado e adorado. Do santuário saem os sete anjos com as sete pragas, que representam a visitação final de Deus de juízos sobre as nações. A apresentação das taças aos anjos por um dos seres viventes indica que esses seres viventes são os executores do governo judicial de Deus. Sendo “cheios de olhos”, esses seres dignificados compreendem profundamente os propósitos de Deus, e portanto, apresentam aos anjos acontecimentos horríveis. Já foi salientado haver três passos na obra do juízo de Deus: 1.      Os anjos são comissionados e equipados no santuário (15:6).2.      Os anjos recebem as taças de ouro cheias da ira de Deus de um dos seres viventes (15:7).3.      Os anjos não podem dar um passo no ato do juízo até que Deus, com autoridade, dê a ordem (16:1). Tudo isto sugere que as obras e caminhos de Deus ainda no juízo são calmos e medidos. E isto é o que esperaríamos daquele que “vive pelos séculos dos séculos”. É o Deus eterno que está prestes a lançar praga sobre a terra

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culpada, devastando-a com sua fúria. Nunca nos devemos esquecer de que ele é glorificado tanto no juízo como na graça. Antes de deixarmos este capítulo preparatório somos apresentados à nuvem de fumaça de Deus que cobre tudo no santuário por um pouco de tempo. A fumaça, é claro, simboliza a presença de Deus (Êx 19:18; Is 6:4). Ninguém podia entrar no santuário por causa da presença de Deus manifestada em glória e poder durante a execução dos juízos das taças. Fumaça da glória e poder de Deus enchia o santuário. Moisés não podia entrar na tenda do testemunho (nem os sacerdotes entrar no santuário) por causa da glória do Senhor (Êx 40:34, 35; 1 Rs 8:10, 11). O que temos aqui não é a glória em si mas a fumaça da glória de Deus. Não é o incenso que enche o santuário, mas fumaça, que é a glória de Deus manifestada em juízo. Certamente que há uma finalidade nesta cena toda que nos enche os corações do mais intenso assombro! Deus está prestes a lidar com os rebeldes da terra. O versículo que abre o capítulo 16 é rico em significação. Primeiro temos “vinda do santuário, uma grande voz”, que tem sido interpretada de várias maneiras. É possível que se refira à voz de Deus, uma vez que agora chegamos às taças da sua ira. Cristo não é mencionado até que Deus, pessoalmente, execute o juízo. Como já sugerimos, o Apocalipse é o livro da voz, e sempre que se encontra a palavra “voz”, subentende-se uma compreensão inteligente do assunto em questão. Lemos de uma grande voz, de uma alta voz e de uma forte voz. Tais adjetivos descrevem o caráter da voz e também a natureza do anúncio. Aqui, a grande voz sai do santuário, vinda do Santo dos Santos. Por exigir a santidade de Deus o juízo sobre um

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mundo apóstata, a ira de Deus queima com ardor feroz: “Ide. . . derramai sobre a terra as sete taças da ira de Deus.” Foi dada a Cristo uma ordem diferente ao se preparar para deixar os seus: “Ide por todo o mundo, e pregai o evangelho a toda a criatura.” Mas agora a graça é retirada. Já não é a taça da salvação mas a taça da ira de Deus. O Pentecoste testemunhou o derramamento do Espírito e com tal efusão houve a manifestação de uma bênção. Mas agora chegamos a outro derramamento: fúria sem mistura está prestes a descer sobre a terra. A plenitude da ira divina é esvaziada em cada taça, que por sua vez é derramada sobre um mundo culpado. A oração do remanescente judaico sofredor é respondida nas terríveis sete pragas prestes a cair: “E aos nossos vizinhos, deita-lhes no regaço, setuplicadamente, a injúria com que teinjuriaram, Senhor” (Sl 79:12). Temos, nas taças de ouro, um pouco mais de vislumbre da ira de Deus. A palavra para “taças” é “tigelas” ou “copos” e representa os vasos de boca larga usados no santuário, e que eram cheios de incenso aromático. Agora os vasos, santificados pelo uso do templo e serviço, estão cheios da ira justa de Deus e estão destinados ao juízo. E a largura da boca dos vasos tenderia a fazer com que seu conteúdo fosse derramado de uma só vez, implicando a rapidez avassaladora dos ais. A Primeira Taça — Sobre a Terra (16:2)

 Há algo de expressivo na execução das sete pragas. As taças, como um todo, implicam ação rápida. Golpeando, como relâmpago, destroem o reino da besta, que havia tomado para si mesma o reino do mundo. Destruição repentina

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sobrevirá à besta e aos seus adoradores, e não poderão escapar. Os juízos das trombetas limitam-se, mais ou menos, ao mundo romano, mas os juízos das taças hão de cobrir a terra e devem constituir a guerra total de Deus sobre o mundo. As taças são a resposta de Deus a Satanás e destruirão seu império. Nas trombetas, o poder de Satanás é liberado a fim de dar andamento a seus objetivos. Nas taças, Deus desencadeia todo o seu poder a fim de pôr termo à obra sombria de Satanás. Entrega a seus anjos controle direto sobre todas as forças naturais, e esses anjos, por sua vez, executam o julgamento que está escrito. Na primeira taça da ira vemos uma praga parecida com a sexta praga egípcia (Êx 9:8-12), a primeira a afligir os corpos dos egípcios. David Brown afirma: “A razão pela qual a sexta praga egípcia aqui é a primeira é por ter sido dirigida contra os magos egípcios, Janes e Jambres, para que não pudessem permanecer na presença de Moisés; de forma que aqui a praga é enviada sobre os que na adoração à besta haviam praticado a feitiçaria. Assim como se submeteram à marca da besta, da mesma forma devem levar a marca do Deus vingador.” Neste sentido, ficamos a imaginar se “a chaga ruim e maligna” não afligirá a parte do corpo que leva a marca da besta—a saber, a fronte e a palma da mão. “Sofrimento físico, sem dúvida, adicionar-se-á à angústia dos homens, mas as feições principais e predominantes será o trato judicial com a alma e com a consciência—sofrimento que excede de muito qualquer aflição corporal.” Mas certamente não podemos afastar-nos das chagas literais—feridas ruins, malignas e supuradas! 

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A palavra usada para “chaga” significa uma úlcera feia que se extravasa de forma altamente ofensiva. Em Êxodo 9:8 Moisés e Arão jogaram cinzas da fornalha para o alto, à vista de Faraó, as quais desceram sobre homens e animais na forma de terríveis tumores. Tanto aquelas pragas como estas devem ser tomadas literalmente, como prova o fato de as feridas medonhas da primeira taça ainda estarem sobre os homens na quinta taça das trevas, onde lemos de “dores e chagas” (16:11). Estas feridas abertas indicam desesperança e também horripilância; elas são incuráveis (Dt 28:27, 35) e devem ser suportadas como prenúncio da angústia do inferno. A Segunda Taça — No Mar (16:3)

 Uma feição notável das sete taças não somente é sua semelhança com as pragas do Egito, mas também com as das trombetas. Nas taças, entretanto, não há o julgamento limitado das trombetas. Nesta segunda taça da ira temos um quadro de um homem assassinado e ensopando-se em seu próprio sangue. O mar e tudo o que nele há tornou-se “como um cadáver deitado em seu próprio sangue coagulado”. Sob a terceira trombeta apenas a terceira parte do mar tornou-se em sangue (8:8), contudo aqui a destruição não é parcial, mas completa. Terminados os juízos, sobrarão poucas pessoas para entrarem no milênio. E por que o mar cobre maior porção da terra, esta praga será largamente difundida em seu poder de acarretar a morte. Sangue, a marca vívida e terrível da morte, foi derramado abundantemente pela besta. Mas agora o sangue dos mártires há de ser vingado. A besta começa a colher o que semeou. 

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É sangue por sangue! Não há palavras para descrever a condição terrível das coisas enquanto milhões de criaturas marinhas mortas cobrem a superfície dos oceanos. O mau cheiro destas carcaças horríveis e putrefatas será grande demais. Com todos os seres viventes marinhos mortos, quanto de poluição e doença conterá tal mar de sangue! A Terceira Taça — Nos Rios (16:4-7)

 

O terceiro anjo, presidindo sobre as águas, derrama sua taça nos rios e nas fontes das águas, isto é, as fontes do mar. Todas as fontes de progresso e bem-estar nacional entram em juízo porque o comércio e a vida, em geral, dependem dos rios, canais e fontes. Rejeitamos a aplicação inteiramente simbólica de “rios” como a vida comum da nação caracterizada por princípios reconhecidos e aceitos de governo, e “fontes das águas” como as fontes de prosperidade e bem-estar transformadas em sangue (envenenado moralmente). Sustentamos que o anjo da guarda que controla as águas as poluirá num instante. Dois anjos aparecem nesta declaração dos juízos justos, recíprocos e retributivos de Deus. Primeiro, o anjo das águas (16:4) usa a expressão peculiar da eternidade de Deus—“que és e que eras”. Como o Justo, Deus não exagera no mínimo grau a medida justa de juízo estrito. Os apóstatas haviam derramado o sangue dos santos e dos profetas, e agora a justiça retributiva opera à medida que os assassinos do povo de Deus são forçados a beber a água tornada em sangue. Recebem terrível condenação. São dignos de morte medonha, que agora aparece como amostra da segunda morte no lago do fogo. 

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Refere-se ao segundo anjo como o anjo do altar (16:7). Mais corretamente, é o próprio altar que fala. A primeira parte do versículo 7 pode ser traduzida por “ouvi o altar [personificado], dizendo”. Neste altar, as orações dos santos são oferecidas a Deus, e debaixo dele encontram-se as almas dos mártires que clamam por vingança sobre seus inimigos e sobre os inimigos de Deus. Assim o anjo e o altar, representando o céu inteiro, admitem que os juízos de Deus são justos e verdadeiros. Todos, dentro do santuário celeste, estão do lado de Deus à medida que ele age como o grande vingador dos seus. Os clamores dos altares desde a época de Abel agora serão vingados para sempre (Mt 23:35). A Quarta Taça — Sobre o Sol (16:8, 9)

 Sob a quarta trombeta escurece-se a terça parte do sol (8:12), mas aqui o poder abrasador do sol intensifica-se. “Foi-lhe permitido que abrasasse os homens com fogo.” Esta há de ser a bomba H de Deus. Não interpretamos o sol simbolicamente nesta passagem (como autoridade suprema governamental representada pelo mundo romano revivificado), mas como o sol real, de cujo calor nada pode escapar (Sl 19:1-6). Tendo controle completo sobre suas obras criadas, Deus intensifica o calor do sol e com isso causa grande morticínio. Descrevendo o grande e terrível dia do Senhor, o profeta Joel declarou: 

O sol e a lua escurecem, e as estrelas retiram o seu resplendor (Jl 2:10).

 Sob a primeira trombeta as árvores e a relva verde foram queimadas, mas agora Deus aplica sua política da terra abrasada aos corpos dos homens. Podemos nós imaginar a angústia terrível que as multidões experimentarão ao serem

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abrasadas por esse calor intenso? A versão de Almeida traduz bem a ênfase do grego, ao dizer:“Os homens foram abrasados com grande calor”—isto é, aqueles homens que em 16:2 são descritos como possuindo a marca da besta. Assim como aconteceu com as pragas do Egito, aqui também, nestas pragas do juízo, o povo de Deus fica imune. Assim como os três jovens hebreus foram preservados na fornalha de fogo, assim também o remanescente será protegido por Deus (Ap 7:16; Dn 3:27). E como o coração de Faraó foi endurecido a despeito da amostra do poder absoluto de Deus sobre sua criação, assim também aqui o sofrimento físico extremo falha em produzir qualquer mudança de coração: “Não se arrependeram para lhe darem glória.” Em vez de serem esmagados pelos juízos de Deus e clamar por misericórdia, estes homens apenas blasfemaram o seu nome. O castigo merecido engrossa os lábios e endurece o coração; os fogos dos juízos falham em purificar. Por ser a bondade da graça que leva ao arrependimento (Rm 2:4), os homens que não são ganhos por meio da graça jamais serão ganhos. Podemos apenas especular sobre o que poderia ter acontecido se tivesse havido arrependimento santo da parte destes homens com sua carne em fogo. Teria Deus, comautoridade sobre as pragas, parado a tempestade de sua ira e uma vez mais abençoado os arrependidos com seu favor? A tragédia será a falta absoluta de humildade e pesar da parte do homem pelo pecado. Um juízo duplo como o calor abrasador e ausência de água potável falhará em produzir qualquer mudança de coração. Por ser este povo réprobo por completo, Deus os abandonará. A Quinta Taça — Sobre o Trono da Besta (16:10, 11)

 

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Nesta quinta taça da ira, o juízo se derrama sobre o trono da besta que foi erigido em imitação arrogante do trono de Deus. O dragão deu seu trono para a besta (13:2). A obra-prima de Satanás agora é ferida no centro e sede do seu poder. A besta, uma pessoa real, como instrumento de Satanás, está condenada. E está claro que os súditos deste reino de imitação, e também seus executivos, sentem o golpe da vingança divina. William Newell sugere que o trono da besta será a Babilônia reconstruída no rio Eufrates—a antiga capital de Satanás na terra de Sinar, onde a maldade deve receber “uma casa” no final dos tempos (Zc 5:5-11). Finalmente o desafio ímpio e insolente: “Quem é semelhante à besta? quem poderá batalhar contra ela?” (13:4) é para sempre respondido. Sob o domínio da besta, Satanás constrói um vasto império, mas Deus não há de ficar para trás: fere o reino da besta com a escuridão. Porque amaram mais as trevas do que a luz, escuridão tão negra como a da praga dos egípcios (Êx 10:21-23) agora sobrevêm aos seguidores da besta. Esta horrível escuridão sugere as trevas que devem suportar para sempre. Tais trevas sem alívio fazem com que os homens mordam de dor as suas línguas. Este juízo parece acontecer simultaneamente com os efeitos das pragas anteriores. As dores e chagas da primeira taça tornam-se mais assustadoras pelas trevas. William Ramsay lembra-nos que a expressão “mordiam de dor as suas línguas” é única na Bíblia e indica uma agonia mais intensa e excruciante. Tal ação sugere ira por causa da desilusão de suas esperanças e da derrocada de seu governante e reino. Planejam vingança mas não a podem efetuar; daí a sua fúria. Sofrendo angústia mental e física, mordem os lábios e línguas. 

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É interessante notar que a parte do corpo com a qual estes rebeldes pecaram é a mesma que agora sofre a angústia. Blasfemaram o Deus do céu, Aquele que controla a luz e a escuridão. Juras terríveis procederam de seus lábios contra o nome de Deus e contra o próprio Deus. Agora estes blasfemadores mordem as línguas! Até mesmo o acúmulo de pragas, em vez de mera sucessão, falha em produzir mudança de coração, pois lemos de novo que não se arrependeram de seus feitos. Sua vontade está indomada. Não correm lágrimas de penitência. Abandonados aos seus feitos malignos, golpes ainda mais pesados devem descer de Deus a fim de quebrar-lhes a vontade obstinada. Devemos salientar que esta taça da escuridão não deve ser confundida com o escurecimento dos corpos celestes logo antes da aparição de Cristo em 19:11-16. O que vemos nesta quinta taça é um dos sinais que nosso Senhor deu em sua descrição do período da Tribulação (Lc 21:8-38). Para o remanescente na terra haverá luz bastante, assim como Israel teve luz em suas habitações durante as pragas egípcias. A Sexta Taça — Sobre o Rio Eufrates (16:12-16)

 Os eruditos divergem na interpretação desta passagem. Certo comentarista sugere que o secar do rio Eufrates é uma figura da própria Babilônia, situada às suas margens. Mas nada se encaixará no contexto a não ser o rio Eufrates tomado literalmente, cuja largura forma grande barreira, difícil de ser transposta tanto por indivíduos como por exércitos. A secagem deste rio permitirá aos exércitos asiáticos (descritos no capítulo 19) marchar sem impedimento à Terra Prometida, da qual o rio Eufrates é a fronteira leste.

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 O importante a ser lembrado é que tanto o rio Nilo (Is 11:15) como o Eufrates devem secar-se literalmente. Assim, os limites ocidental e oriental de Israel estarão abertos aos invasores, e Israel estará desprotegida aos ataques de todos os lados. Com a secagem do rio Eufrates, os exércitos orientais sob seus respectivos reis então alcançarão seu objetivo. Estes reis, que vêm “do oriente”, marcharão sem impedimento algum contra a Terra Prometida. Como o emblema nacional do Japão é o sol nascente, pode ser que essa nação agressiva partilhe no avanço das hordas asiáticas. Não é terrível a ideia de que incontáveis milhões de asiáticos hão de cruzar o leito seco do Eufrates e unir forças com a besta contra Israel? Tal ímpeto de nações unidas antes do grande dia da ira é medonho ao extremo. Cegamente, correm para o morticínio por atacado, quando o sangue chegará aos freios dos cavalos. Note-se o uso frequente de “grande” neste capítulo. Mediante o ministério milagroso da besta, as multidões estarão acostumadas a grandes coisas. Sensacionalismo estará na ordem do dia. Grandes acontecimentos, com suas influências enganadoras, serão ocorrências diárias. Mas o próprio Deus dará ao povo algumas “grandes” coisas; não para prazer, mas para disciplina: Uma grande voz (16:1)Um grande calor (16:9)Um grande rio (16:12)Um grande dia (16:14)

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Um grande terremoto (16:18)Uma grande cidade (16:19)A grande Babilônia (16:19)Uma grande saraiva (16:21)Uma grande praga (16:21). Nos versículos 13 a 16 do capítulo 16, que alguns escritores tratam como parêntese, temos a trindade satânica dirigindo a combinação mais gigantesca de forças da oposição jamais testemunhada na terra. Tendo a supervisão pessoal de Satanás, as forças mundiais unem-se para sua condenação. Nesta sexta taça da ira temos a trindade do mal—o dragão, a besta e o falso profeta—arregimentando todos os reis da terra para a batalha, não somente contra Israelmas contra o próprio Deus. “Os reis da terra se levantam, e os príncipes juntos conspiram contra o Senhor e contra o seu ungido, dizendo: Rompamos as suas ataduras, e sacudamos de nós as suas cordas” (Sl 2:2, 3). As Três Rãs

 A trindade maligna do mistério da iniquidade é comparada a três espíritos imundos, semelhantes a rãs (16:13). Embora três rãs fossem o brasão original da França, país que tem sido centro de infidelidade, socialismo e espiritismo, não cremos na interpretação exclusivamente histórica desta parte (ou de qualquer outra parte) dos capítulos 4 a 22. E por ser a profecia muitas vezes progressiva ou cumulativa, há uma visão modificada do princípio de interpretação que procura combinar os sistemas históricos e futuristas. Assim, pode haver cumprimentos parciais de algumas seções do

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Apocalipse sem esgotar sua significação. Apontam para um cumprimento completo no futuro. Os intérpretes deste ponto de vista duplo vêm no Nazismo, no Fascismo e no Comunismo as três rãs da visão de João. Muitos dos manuscritos da besta leem: “Como se fossem rãs.” Aqui temos o antítipo da praga das rãs enviadas sobre o Egito, milagre que os mágicos foram capazes de duplicar (Êx 8:7). Uma feição conspícua do ministério da besta serão os grandes sinais e maravilhas realizados por meios satânicos. O dragão, a besta e o falso profeta são apropriadamente comparados a repelentes rãs. Assim como as rãs coaxam à noite nos pântanos e charcos, assim também estes espíritos imundos nas trevas do erro ensinam mentiras na sujeira de lascívias imundas. Alford fala da “imundície e do barulho pertinaz da rã”. Os escritores e poetas gregos viam as rãs como habitantes do lago estígio, ou rio do inferno. Estes espíritos saem das bocas dos três ímpios que formam a trindade infernal (sendo a boca a sede principal de influência). De várias passagens das Escrituras concluímos que a boca é a fonte e o meio de destruição (Ap 1:16; 2:16; 9:17; 19:15; Is 11:4). O dragão há de ser consumido pelo sopro da boca do Senhor (2 Ts 2:8). O espírito imundo que sai da boca do dragão simboliza a infidelidade orgulhosa que se opõe ao Senhor e ao seu Ungido (Cristo). O espírito imundo que sai da boca da besta representa o espírito do mundo nas políticas dos homens, quer seja a democracia sem lei, quer o despotismo, nos quais o homem é colocado acima de Deus. O espírito imundo que sai da boca do falso profeta representa o espiritismo mentiroso e a ilusão religiosa dominante nos dias do engano satânico. 

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Nesta trindade satânica, com seu ministério de operação de milagres, temos uma combinação de poder infernal direto, força bruta apóstata e terrível influência maligna para o propósito horrendo de reunir milhões de pessoas para a guerra. O esforço final do inferno a fim de derrubar o céu está próximo, e seu resultado é Cristo dominar como rei do mundo (19:17-21). Na sua vinda, ele lidará eficazmente com esses três espíritos imundos, assim como o fez com os que se opuseram a ele enquanto estava na terra. Visto que o ajuntamento dos reis do mundo com a besta é sinal da vinda de Cristo a fim de destruir seus inimigos, os santos são exortados a vigiar esperando sua volta. Manda-se ao remanescente fiel uma palavra de ânimo e de advertência: “Eis que venho como ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia, e guarda as suas vestes, para que não ande nu, e não se veja a sua nudez” (16:15). Aqui temos um parêntese de grande importância espiritual. Deve-se compreender claramente que esta não é uma mensagem para a igreja, embora o princípio subjacente da bem-aventurança associada com o vigiar (e da vergonha com o viver descuidado) seja aplicável aos santos de todos os tempos. O “eis” e o “bem-aventurado” definitivamente se relacionam com os santos da Tribulação. Ao seu redor haverá multidões dormindo na escuridão moral e espiritual. Vivendo num estado de segurança falso, congratulam a si mesmos por um estado de “paz e segurança”. Mas repentina e inesperadamente o Senhor, como um ladrão de noite, surpreenderá e destruirá os povos reunidos por agências satânicas contra o Senhor e seu Ungido. Os que acreditam que a igreja há de passar pela Grande Tribulação dão grande importância a este versículo, mas Cristo não vem para sua igreja como um ladrão. Ele volta para a igreja como o noivo, já que a igreja é sua noiva. Com a vinda de um ladrão há pavor e medo, pois ele vem para roubar-nos de nossas posses e

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destruir nossos bens (1 Ts 5:2, 4; Mt 24:43; 2 Pe 3:10). Não somos da noite nem das trevas, e portanto não tememos a volta de nosso Senhor. É claro, em relação com nosso andar devemos esforçar-nos para ter vestes sem manchas, em uma vida sem ter do que se envergonhar e sem nudez moral. O perigo que os santos enfrentarão, os que viverem na época em que os espíritos imundos estiverem operando, é o de negligenciar a esperança do advento e com isso exporem-se ao olhar dos anjos e de um mundo sem Deus—“nu” ou tendo falta pública de direção e proteção divina. O bispo Lightfoot sugere que pode haver uma alusão nesta advertência à vigilância a um costume judaico no serviço do santuário. Vinte e quatro vigias ou companhias eram nomeadas todas as noites para guardar as várias entradas dos santuários sagrados. Certo indivíduo era nomeado como capitão ou comandante sobre os outros, e era-lhe dado o nome de “homem da montanha da casa de Deus”. Seu dever era dar volta aos vários portões durante a noite a fim de verificar se seus subordinados eram fiéis em seus serviços. Ele era precedido por homens que levavam tochas e esperava-se que cada sentinela vigilante saudasse sua aparição com a seguinte senha: “Tu, homem da montanha da casa, paz seja contigo!” Se, por falta de vigilância, ou por causa do sono, tal coisa fosse negligenciada, o ofensor era surrado com a vara do ofício, e suas vestes queimadas e ele era marcado com a vergonha. A Batalha do Armagedom

 Como trememos ao tentar visualizar o que acontecerá com as nações unidas em ódio imorredouro a Deus e a seu Cristo à

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medida que se ajuntam pelos espíritos imundos para a batalha naquele dia do Deus Todo-poderoso! Que morticínio universal! A História prova que há épocas quando as nações são tomadas da paixão pela guerra e que os historiadores não podem explicar por completo. É isto o que acontecerá na guerra contra Deus. Quão cegamente serão levadas as hordas da terra contra Aquele que as criou! (Veja o Sl 2; Ap 17:14; 19:19.) A frase “e eles os congregaram” (16:16) pode ser traduzida por “ele os congregou”. Se o “ele” foi retido pode representar Deus, que lhes dá poder sobre os espíritos imundos. Ninguém pode ler o Apocalipse como um todo sem perceber que Deus está por trás das cenas e dos atores no juízo judicial do livro. Em retribuição justa ele permite que os chefes apóstatas da terra reúnam as multidões no monte de Megido. E, considerando que o Armagedom testemunhará a batalha mais sangrenta de toda a história, devemos examinar brevemente a significação histórica e profética do campo de batalha mais terrível da terra. O Armagedom fica ao pé do monte Carmelo, que foi cena de muito morticínio no passado. Armagedom significa “monte da destruição” ou “morticínio” e esse nome é bem adequado. Atualmente o nome é Har, que significa “monte”, e Magedom ou Megido que vem de uma palavra cuja raiz significa “separar” ou “massacrar”. A área limitada de Megido não permitiria a presença de vastos números de homens, mas o nome também pode significar a vizinhança mais ampla de Israel, onde, por agência satânica, as nações da terra serão esmagadas. Megido foi palco da derrota dos reis cananeus pela interposição miraculosa de Deus sob Débora e Baraque. Como aliado da Babilônia, Josias foi derrotado e morto emMegido. O prantear dos judeus na época logo antes que Deus interfira

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por eles contra todas as nações que se dispuseram contra eles é comparado ao lamentar de Josias em Megido (Jz 5:19, 20; Zc 12:11; 2 Cr 35:22-25). Mas pode-se fazer a pergunta: “Por que o Armagedom é escolhido como local de congregação?” Bem, as nações reúnem-se aí a fim de esmagar e exterminar a Israel! “Astutamente formam conselho contra o teu povo, e conspiram contra os teus protegidos. Dizem eles: Vinde, e apaguemo-los para que não sejam nação, nem seja lembrado mais o nome de Israel. Pois à uma se conluiam; aliam-se contra ti” (Sl 83:3-5). Deus, entretanto, domina e intervém. Embora as nações se lancem com poder combinado contra o Senhor e seu povo, a fúria divina é desencadeada e a destruição sobrevêm às hordas arrogantes. Israel é libertado e seus inimigos cruéis mortos. E na destruição completa das nações, decide-se sobre a soberania da terra e também sobre o direito de Israel de possuir sua própria terra. A Sétima Taça — No Ar (16:17-21) Tudo o que temos sob a taça anterior é preparatório para o derramamento final de ira de Deus, o grande dia da ira de Apocalipse 19:11-16. Então, e só então, os rebeldes serão esmagados e removidos da terra (Mt 13:40-43). Na sexta taça temos a conglomeração das nações da terra contra Israel para a batalha contra Deus e o remanescente de seu povo (Is 11:15, 16). Agora sobrevêm uma destruição que excede em magnitude tudo o que jamais foi testemunhado desde que o homem deu início à sua história de sofrimento fora do jardim do Éden. O sétimo anjo derramou sua taça no ar. Por que todos os homens respiram o ar, que é essencial à vida, aqui temos o

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juízo divino visitando o fôlego de vida dos povos. E por que Satanás é mencionado como príncipe da potestade do ar (Ef 2:2), temos também nesta taça a consumação do juízo sobre as influências perniciosas do diabo. Assim, o reino de Satanás sofre sob esta praga horrível. A “grande voz” é a voz de Deus, como no versículo 1 do capítulo 16, exceto que aqui o santuário e o trono se unem. No santuário reside Deus e no trono ele reina. A voz divina clama: “Está feito”, significando que a série toda de pragas agora está completa. Está feito! Aconteceu. Compare a voz de Deus nesta consumação final com a voz de Cristo na cruz quando a obra da expiação foi completada: “Está consumado!” O “está consumado” do Salvador foi totalmente rejeitado, de modo que aqui vem o “está feito” do Juiz da terrível retribuição divina. Chegou o fim da ira de Deus. Mais tarde acontecerá a exibição medonha da ira do Cordeiro. Sob a sétima taça, Deus dá à Babilônia “o cálice do vinho do furor da sua ira”. Esta frase sugere raiva fervente e ira incontida, e a ambas encontramos referência em Jeremias 30:23, 24. Aqui se afirma o fato da destruição da Babilônia. Nos capítulos 17 e 18 temos o relato com mais detalhes do breve resumo dado sob esta taça. Deus é o Criador; ele produz convulsões de natureza tal como a que lançou a terra no caos antes da criação do mundo. Três Expressões da Ira

 Nos “relâmpagos e vozes e trovões” (sempre expressivos do poder dominante do juízo) temos a fórmula da visitação divina calculada para infundir terror nos corações dos homens. Estes sinais e expressões da ira retributiva são visitados sobre a terra na forma do maior terremoto que a terra já experimentou. Todos os terremotos até esta altura

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nada significam quando comparados com esta sublevação sem paralelo. (Veja Hb 12:25, 26). As Três Partes da Cidade

 Tão destruidor é este vasto terremoto que Jerusalém é dividida em três partes. Roma e todas as grandes cidades da terra são reduzidas à ruína. Destrói-se para sempre toda a soberania exercida sobre os reis da terra, que Roma e Babilônia representam. “A grande Babilônia” é individualizada como estando madura para “o grande terremoto” e “uma praga. . . excessivamente grande.” O lugar e seu orgulho são condenados à destruição eterna (Jr 51:62-64), cuja destruição é celebrada no céu em Apocalipse 19:1-4. Para aumentar o terror da hora há o desaparecimento de ilhas e montes. Sob o sexto selo estes foram “removidos dos seus lugares” (6:14). Aqui eles “fugiram” e “não mais se acharam”. Que catástrofe maciça! O ato coroador do juízo é a queda de saraivas enormes sobre a terra. A saraiva, como já mostramos, é símbolo da ira divina (Is 28:2; Ez 38:22). (Para outras saraivas, vejaAp 8:7; 11:19.) Ninguém pode imaginar completamente quais serão os efeitos desta última saraivada súbita e devastadora. A natureza esmagadora e avassaladora deste juízo torna-se clara ao lembrarmo-nos de que as pedras da saraiva “pesavam quase um talento” cada. Um talento equivalia, aproximadamente a 20 quilos. Assim a severidade do juízo reservado contra o dia da batalha e guerra no “tesouro da saraiva” de Jeová é horrível ao extremo (Jó 38:22, 23; Sl 105:32). 

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Estes juízos, porém, resultam em blasfêmia em vez de arrependimento! A persistência no pecado endurece a consciência. A tragédia é que o homem não se quebranta nem se arrepende; permanece sem mudança. Com a exposição do poder judicativo de Deus, os homens deviam ter-se voltado para ele, dando-lhe glória; em vez disso, perecem amaldiçoando-o. Que efeito diverso a apresentação do poder de Deus exerce sobre o seu povo: dão glória ao Deus do céu (11:13). Bibliografia H. Lockyer

http://www.ebdareiabranca.com/2012/2trimestre/licao09.htm

LIÇÃO 09 - AS SETE TAÇAS DA IRA DE DEUS

27 DE MAIO DE 2012

TEXTO ÁUREO

“E vi outro grande e admirável sinal no céu Sete anjos que tinham as sete últimas pragas, porque nelas é consumada a ira de Deus”. Ap 15.1

VERDADE APLICADA

Só entenderemos as maravilhosas implicações de pertencer à Igreja, quando formos arrebatados para estar para sempre com o Senhor.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Exaltar a importância da igreja e o privilégio incomparável de pertencer a ela;

Enfatizar   que estaremos prontos para julgar o mundo quando amarmos justiça e a santidade; e

Deixar claro que só serão julgados por Deus aqueles que se recusarem a sofrer a disciplina do Senhor.

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GLOSSÁRIO

Vindima: colheita de uvas

Impraticável: que não se pode por em prática, inexequível; e

Recrudescimento: aumentar, recrescer.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Ap 15.5      E, depois disto, olhei, e eis que o templo do tabernáculo do testemunho se abriu no céu.

Ap 15.6      E os sete anjos que tinham as sete pragas saíram do templo, vestidos de linho puro e resplandecente e cingidos com cinto de ouro pelo peito.

Ap 16.1      E ouvi vinda do templo, uma forte voz, que dizia aos sete anjos: Ide e derramai sobre a terra as sete taças da ira de Deus.

Ap 16.7      E ouvi outro do altar que dizia: Na verdade, ó Senhor, Deus Todo Poderoso, verdadeiros e justos são os Teus juízos.

Ap 16.17    E o sétimo anjo derramou a sua taça no ar, e saiu grande voz do Templo do céu, do Trono, dizendo: Está feito.

 LEITURAS COMPLEMENTARES

         Segunda feira: Ap 14.14-20

E olhei, e eis uma nuvem branca, e assentado sobre a nuvem um semelhante ao Filho do homem, que tinha

sobre a sua cabeça uma coroa de ouro, e na sua mão uma foice aguda.

E outro anjo saiu do templo, clamando com grande voz ao que estava assentado sobre a nuvem: Lança a tua

foice, e sega; a hora de segar te é vinda, porque já a seara da terra está madura.

E aquele que estava assentado sobre a nuvem meteu a sua foice à terra, e a terra foi segada.

E saiu do templo, que está no céu, outro anjo, o qual também tinha uma foice aguda.

E saiu do altar outro anjo, que tinha poder sobre o fogo, e clamou com grande voz ao que tinha a foice aguda,

dizendo: Lança a tua foice aguda, e vindima os cachos da vinha da terra, porque já as suas uvas estão maduras.

E o anjo lançou a sua foice à terra e vindimou as uvas da vinha da terra, e atirou-as no grande lagar da ira de

Deus.

E o lagar foi pisado fora da cidade, e saiu sangue do lagar até aos freios dos cavalos, pelo espaço de mil e

seiscentos estádios. 

         Terça feira:  Ap 15.2-4

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E vi um como mar de vidro misturado com fogo; e também os que saíram vitoriosos da besta, e da sua imagem,

e do seu sinal, e do número do seu nome, que estavam junto ao mar de vidro, e tinham as harpas de Deus.

E cantavam o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro, dizendo: Grandes e maravilhosas são

as tuas obras, Senhor Deus Todo-Poderoso! Justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei dos santos.

Quem te não temerá, ó Senhor, e não magnificará o teu nome? Porque só tu és santo; por isso todas as nações

virão, e se prostrarão diante de ti, porque os teus juízos são manifestos. 

         Quarta feira: Ap 16.2-6

E foi o primeiro, e derramou a sua taça sobre a terra, e fez-se uma chaga má e maligna nos homens que tinham

o sinal da besta e que adoravam a sua imagem.

E o segundo anjo derramou a sua taça no mar, que se tornou em sangue como de um morto, e morreu no mar

toda a alma vivente.

E o terceiro anjo derramou a sua taça nos rios e nas fontes das águas, e se tornaram em sangue.

E ouvi o anjo das águas, que dizia: Justo és tu, ó Senhor, que és, e que eras, e santo és, porque julgaste estas

coisas.    

Visto como derramaram o sangue dos santos e dos profetas, também tu lhes deste o sangue a beber; porque

disto são merecedores. 

         Quinta feira:  Ap 16.8-11

E o quarto anjo derramou a sua taça sobre o sol, e foi-lhe permitido que abrasasse os homens com fogo.

E os homens foram abrasados com grandes calores, e blasfemaram o nome de Deus, que tem poder sobre estas

pragas; e não se arrependeram para lhe darem glória.

E o quinto anjo derramou a sua taça sobre o trono da besta, e o seu reino se fez tenebroso; e eles mordiam as

suas línguas de dor.

E por causa das suas dores, e por causa das suas chagas, blasfemaram do Deus do céu; e não se arrependeram

das suas obras. 

         Sexta feira:  Ap 16.12-16

E o sexto anjo derramou a sua taça sobre o grande rio Eufrates; e a sua água secou-se, para que se preparasse o

caminho dos reis do oriente.

E da boca do dragão, e da boca da besta, e da boca do falso profeta vi sair três espíritos imundos, semelhantes a

rãs.

Porque são espíritos de demônios, que fazem prodígios; os quais vão ao encontro dos reis da terra e de todo o

mundo, para os congregar para a batalha, naquele grande dia do Deus Todo-Poderoso.

Eis que venho como ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia, e guarda as suas roupas, para que não ande nu,

e não se vejam as suas vergonhas.

E os congregaram no lugar que em hebreu se chama Armagedom. 

         Sábado:  Ap 16.17-21

E o sétimo anjo derramou a sua taça no ar, e saiu grande voz do templo do céu, do trono, dizendo: Está feito.

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E houve vozes, e trovões, e relâmpagos, e um grande terremoto, como nunca tinha havido desde que há

homens sobre a terra; tal foi este tão grande terremoto.

E a grande cidade fendeu-se em três partes, e as cidades das nações caíram; e da grande babilônia se lembrou

Deus, para lhe dar o cálice do vinho da indignação da sua ira.

E toda a ilha fugiu; e os montes não se acharam.

E sobre os homens caiu do céu uma grande saraiva, pedras do peso de um talento; e os homens blasfemaram

de Deus por causa da praga da saraiva; porque a sua praga era mui grande. 

INTRODUÇÃO

Você estudou na lição anterior que a pregação do Evangelho Eterno será, ao mesmo tempo, apelo à conversão, anúncio da destruição da sociedade fundada na injustiça e na soberba humana e aviso quanto ao destino último da Besta e de seus adoradores. Cumpridas estas etapas o julgamento divino sobre a terra e seus habitantes será concluído e as últimas sentenças serão executadas “porque nelas é consumada a ira de Deus”.

1. CURIOSIDADES INICIAIS

A seção intitulada “A ceifa e a vindima” (Ap 14.14-20) faz parte dos preparativos para o derramamento das últimas pragas da ira de Deus, por isso, foi incluída nesta lição. Nela aparecem quatro anjos que somados aos três de Apocalipse 14.6-13 perfazem um total de sete. Pelas suas características parecem apontar para os anjos das trombetas em Apocalipse 8.2, e para os que derramarão os sete cálices do furor de Deus sobre a Terra. 

1.1. O anjo de coroa na cabeça e foice na mão

A ceifa dos gentios (Ap 14.14-16). A esta altura dos acontecimentos o agrupamento das nações rebeladas contra Deus, em Armagedom, está às portas. Ver Ap 16.16 combinado com 19.19. Aqui temos uma antevisão daquela cena indescritível! O Ceifeiro é justo, pois é visto sentado numa nuvem branca, cor esta que indica pureza e justiça. O juízo ou julgamento é também justo porque o Juiz julga calmamente. Ele está sentado sobre a nuvem (v. 14). Esta ceifa mostrada aqui a João é a das nações gentílicas.

Jesus falou disso quando disse: "Pois, assim como o joio é colhido e lançado ao fogo, assim será na consumação do século. Mandará o Filho do Homem os seus anjos, que ajuntarão do seu reino todos os escândalos e os que praticam a iniqüidade e os lançarão na fornalha acesa; ali haverá choro e ranger de dentes." (Mt 13.40-42). "Choro" tem a ver com o padecimento dos perdidos; "ranger de dentes" tem a ver com a sua própria ira que arderá por dentro.

Em 13.49 de Mateus, Jesus voltou a falar sobre essa ocasião, dizendo: "Assim será na consumação do século: sairão os anjos, e separarão os maus dentre os justos."  (Daniel e o Apocalipse – O Panorama do Futuro – Antonio Gilberto)

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“...um semelhante ao filho do homem”. O profeta Daniel (cerca de 607 a.C.) teve uma visão sobre o Filho do homem no presente quadro: “Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha nas nuvens do céu um como o Filho do homem: e dirigiu-se ao ancião de dias, e o fizeram chegar até ele” (Dn 7.13). Baseado na passagem de (Mateus 13.37), que diz: “...O que semeia a boa semente, é o Filho do homem” e, Gálatas 6.7: “...tudo o que o homem semear, isso também ceifará”. João identifica o Ceifeiro celeste como sendo o Senhor Jesus Cristo. “Sentado em uma nuvem branca está o Criador de todas as nuvens. Fazendo dela sua carruagem, ele parte para sua tarefa sombria. O sentar-se sobre a nuvem do juízo sugere “calma e deliberação”. Sem pressa: o Ceifeiro sega sua colheita”.

Uma foice aguda. A foice “aguda” (afiada) indica que a ceifa será rápida e completa. Temos aqui o simbolismo da “ceifa” (Jl 3.13), que representa o julgamento no fim da presente era (Mt 13.39-43). A foice é objeto mencionado por mais de 12 vezes nas Escrituras (Is 2.4; Jl 3.10, 13; Mq 4.3; Mc 4.29), e por sete delas nos versículos que temos nesta secção (vs. 14, 15, 16, 17, 18, 19). O livro do Apocalipse apresenta Cristo em sua magnitude! “No capítulo 22.1 vê-se seu poder repousante. O Pai e o Filho estão “assentados no trono”. No capítulo 19.11 ele está “assentado sobre um cavalo branco”, o que indica seu poder que avança. Mas aqui o Cordeiro está “assentado sobre uma nuvem”, o que indica seu poder de executar o juízo”. (Apocalipse versiculo por versiculo – Severino Pedro)

1.2. A colheita final

“...outro anjo saiu do templo”. Cremos que a pessoa do Pai está em foco nesta passagem. Um anjo comum jamais teria dado ordem ao elevado poder da nuvem branca (cf. Hb 1.4 e ss). Na passagem de Joel 3.13, Deus é que manda “lançar a foice”, e a seguir o Filho do homem (que ali está oculto e aqui revelado) age prontamente, pois a seara está madura, ou “mais do que madura”, ou “seca”. A “seara da terra” diz respeito a Israel e não as nações gentílicas; enquanto que a “vinha da terra” (diferente da “vinha do Senhor” – Israel), diz respeito aos gentios e não Israel. “A palavra grega usada aqui é a mesma empregada para a figueira de Marcos 11.20; em Lucas 23.32 usa-se a forma adjetiva: o que se fará no caso? Significando o último e terrível estado de Israel”.

A seara da terra. Há muitas interpretações sobre a “seara da terra” visto nesta secção. Alguns opinam que ela se refere a uma “colheita especial” dos “bagos caídos”: da grande colheita – o arrebatamento (1Ts 4.13-17) e tomam a passagem de (Lv 19.9-10) para exemplificar. Essa ceifa o Filho do homem não só mas usará também seus anjos como reais ceifeiros (Mt 13.39). Haverá então a “separação entre o trigo e o joio”. (Apocalipse versiculo por versiculo – Severino Pedro)

Conclusão Sobre as Duas Ceifas (Ap 14.14-16 e 17-20)

1. Na ceifa propriamente dita (w. 14-16), os produtos são separados uns dos outros, mas na vindima (vv. 17-20), só as uvas entram em questão. Na Bíblia, Israel é sempre contado à parte como nação. "... eis que o povo que habita só e não será reputado entre as nações"

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(Nm 23.9). "... Eu sou o SENHOR, vosso Deus, que vos separei dos povos.” (Lv 20.24). Estas duas ceifas - a dos gentios e a de Israel, não são ceifas de santos para o céu, mas de ímpios para o justo juízo, como acabamos de mostrar escrituristicamente.

2. Sete vezes nos versículos 14-19 é mencionada a palavra foice, o que destaca a magnitude dessa ceifa final. Está aí uma prova que o dia de Deus chegará. Nos Salmos e nos Profetas encontramos repetidas vezes a pergunta do povo de Deus, "Até quando, ó Senhor?", querendo dizer: "Quando intervirás nesse estado de coisas; quando repreenderás de vez o mal; quando retribuirás ao ímpio?" (Ler SI 10.1; 4.2; 13.2; 94.3,4.) Chegou afinal, o dia da resposta divina!(Apocalipse versiculo por versiculo – Severino Pedro)

1.3. Os três anjos e a proclamação dos juízos (Ap 14. 6-13)

Um anjo proclamando "... um evangelho eterno..." (Ap 14.6,7). Ler estes versículos. Trata-se de um anjo, mensageiro da misericórdia de Deus, mesmo em meio aos juízos daqueles dias. Deus chama pela última vez ao arrependimento os habitantes da terra que, naquela época, não serão tantos como se pensa, dizimados que foram pelos juízos anteriores.  Dissemos atrás, que Deus nunca ficou sem testemunho, e naqueles últimos dias até o testemunho angelical se ouvirá na terra, tendo como púlpito os céus: "Vi outro anjo voando pelo meio do céu..." (v. 6). Pela leitura do versículo 7, vê-se que o anjo anuncia boas-novas (o significado da palavra "evangelho") do estabelecimento final, do reino de Deus entre os homens. Chegou à hora do juízo para que seja inaugurado o reino do Filho de Deus.

Um anjo anuncia a queda de Babilônia (Ap 14.8). "Seguiu-se outro anjo, o segundo, dizendo: Caiu, caiu a grande Babilônia que tem dado a beber a todas as nações do vinho da fúria da sua prostituição." A referência aqui é à futura cidade de Babilônia. (Ler Ap 18.2,9.) Disso trataremos na abordagem do capítulo 18. O "vinho da fúria da sua prostituição" são os falsos ensinos religiosos partidos daí.

O julgamento dos adoradores da Besta (Ap 14.9-12). Aqui um anjo anuncia um juízo extremamente severo prestes a cair sobre todos os seguidores da Besta. "... será atormentado com fogo e enxofre..." (v. 10). Fogo e enxofre são símbolos de tormento inexprimível. O Senhor já fez isso uma vez sobre Sodoma e Gomorra e as demais cidades da campina do Jordão (Gn 19.24,25).

Mensagem da bem-aventurança dos mortos no Senhor (Ap 14.13). As verdades deste versículo mostram que diante das terríveis circunstâncias daqueles dias, inclusive as densas trevas espirituais, será melhor morrer do que viver. Os crentes que porventura escaparem com vida durante a Tribulação ingressarão no reino terrenal de Cristo. Os que

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morrerem pela sua fé irá estar com o Senhor. Serão, pois bem-aventurados. (Daniel e o Apocalipse – O Panorama do Futuro – Antonio Gilberto)

2. OS ANJOS DAS SETE TAÇAS DA IRA DE DEUS

O capítulo 15 relata a detalhada preparação para o julgamento final. “E os sete anjos... saíram do templo” (Ap 15.6). O juízo provém do mesmo templo celestial. Os anjos saem não como servos ou mensageiros, mas como administradores reais do juízo, cingidos à altura do peito com cintos de ouro. A ira de Deus é repartida entre os sete anjos por um dos seres viventes e estará contida em sete taças de ouro.

2.1. Eles saíram do Templo no Céu (Ap 15.5,6)

“... o templo do tabernáculo’. No Novo Testamento dois vocábulos gregos: “hieron” e “naos”, são traduzidos geralmente por “templo”. Mas, em uso literal ou figurado, no pensamento cristão, deve-se conferir o emprego dos termos “casa” (oikos) e “lugar”. O uso metafórico de “templo” deve ser também comparado a “edifício” (oikodom~e).

A expressão “tenda” (sk~em~e) ou o tabernáculo do testemunho se acha somente em trecho do Novo Testamento, em At 7.44. Mas ali não há qualquer alusão ao templo, e, sim, ao tabernáculo original, armado no deserto. Em algum sentido todos os templos (isto é, o de Salomão; de Esdras; de Herodes; esses que os judeus erigirão, no local da Cúpula da Rocha (Dn 9.27; Mt 24.15; 2Ts 2.4), e o templo escatológico de Ezequiel, capítulo 40 a 48), todos serão tratados como uma só “casa”: a casa de Deus. No presente texto, o “templo” que João viu se “abrir” não foi na terra, mas no “céu”. O Apóstolo foi capaz de olhar para o “interior” do lugar do testemunho de Deus. Os judeus criam que as coisas terrenas eram figuras das celestiais (Hb 8.5 e 9.23), de maneira que o templo terrestre era apenas uma “cópia” do celestial (Ap 3.12; 7.15; 11.19; 14.15, 17; 15.5, 6, 8; 16.1).  (Apocalipse versiculo por versiculo – Severino Pedro)

Versículo 5. "Depois destas coisas...". Aqui se fechou o parêntese e a marcha dos acontecimentos dos selos e das trombetas, interrompida em 11.19 é reiniciada. “... abriu-se no céu o santuário do tabernáculo do Testemunho". "Santuário" aqui é a palavra que no original corresponde ao compartimento mais interior do tabernáculo, denominado Santo dos Santos (no original, nãos). Cremos tratar-se da habitação literal de Deus e dos anjos. Duas palavras predominantes no Apocalipse são santuário e trono. Elas aparecem a cada passo do livro. Aí está à origem e segurança da salvação, e o governo do universo. Esse trono é hoje para a Igreja um "... trono da graça..." (Hb 4.16), pela mediação do nosso Sumo Sacerdote, o Senhor Jesus Cristo, mas nesse tempo será um trono de juízo para os ímpios. (Daniel e o Apocalipse – O Panorama do Futuro – Antonio Gilberto)

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2.2. Eles estão vestidos de linho puro

“...vestidos de linho”. Observemos que os trajes dos anjos, no presente texto, são semelhantes ao traje de Cristo, visto glorificado no capítulo (1.13) deste livro. Isso significa “dignidade” e “elevado ofício”. Estas vestes e cintos só eram usados pelos sacerdotes e juízes da Alta Corte. No caso de Cristo, isso representa sua dignidade como “sacerdote e juiz”. No caso dos anjos nesta secção, refere-se à função de “juízes” por eles desempenhado. Os sete magistrados da Suprema Corte estavam também cingidos com cintos de ouro; a mesma coisa é dita acerca de Cristo, em (Is 11.5 e Ap 1.13) respectivamente; “A justiça será o cinto dos seus lombos, e a verdade o cinto dos seus rins”. Esses anjos estavam encarregados de uma missão; uma comissão proveniente dos mais elevados céus. Seus trajes, devidamente equipados, fala de poder, dignidade, retidão e verdade (Is 22.21; Jr 12.18; Ef 6.14). A passagem de (Dn 10.5, 6; 12.7), mostra um anjo celestial vestido da mesma forma. (Apocalipse versiculo por versiculo – Severino Pedro)

2.3. Peito cingido com cinto de ouro

Este sete anjos são homens. Em (Ap 17.1), um deles mostrou a João o mistério da grande prostituta e a besta que a trazia e, em (Ap 21.9), outro mostrou a João a Cidade Santa. Depois de ver essas coisas, João caiu aos pés do anjo e, com isso, foi-lhe dito que ele era um homem comum – um dos profetas (19.9,10; 22.8,9). Ele é chamado de homem em (Ap 21.17). (Bíblia de Estudos Dake)

Is 11.5 JUSTIÇA... VERDADE. A justiça e a verdade são elementos essenciais do reino do Messias. São, também, requisitos para todos que dirigem, na igreja do Messias (Bíblia de Estudos Pentecostal)

A veste comprida de Cristo era uma vestimenta talar, usada exclusivamente pelos sacerdotes e juízes no desempenho de duas funções. É isso realmente, a dupla função do Filho de Deus atualmente (2 Tm 2.8 e Hb 3.1). “O cinto de ouro cingido a altura do peito era também usado elo sacerdote quando este ministrava no santuário, estava à altura do peio e não nos rins, para ajustar as vestes de modo a facilitar os movimentos; assim, quando o cinto está em volta de seus lombos, o serviço é proeminente. (Cf. Jó 38.3; Jo 13.4, 5), mas quando o cinto está em volta do peito implica juízo sacerdotal dignificado, coisas que são inerentes ao Filho de Deus tanto no passado como no presente. Na simbologia profética das Escrituras Sagradas aponta também: a pureza, a inocência de Cristo (Sl 123.9). (Apocalipse versiculo por versiculo – Severino Pedro)

3. OS ALVOS DAS QUATRO PRIMEIRAS TAÇAS

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No capítulo 16, à semelhança das pragas derramadas sobre o Egito, os sete anjos recebem ordem para despejar suas taças sobre a terra. Será o julgamento definitivo anunciado pela proclamação do Evangelho Eterno. Será também a última etapa do resgate do povo de Deus dos domínios do ‘iníquo’ e da purificação do planeta. Um processo parecido com a colheita e o preparo do solo para um novo plantio. Depois virá o Milênio.

3.1. O solo

“...uma chaga má e maligna”. Os juízos das trombetas limitam-se, mais ou menos, aos limites do mundo romano, mas os juízos das taças hão de cobrir a terra e devem constituir a guerra total de Deus sobre o mundo. Na consumação deste juízo encontramos paralelo na passagem de Jó 2.7, onde lemos: “Então saiu Satanás da presença do Senhor, e feriu a Jó duma chaga maligna...”. J. Filo refere-se a úlceras (elkos) dolorosas como castigo apropriado que se deveria esperar contra os aderentes do “culto do imperador”. Nos últimos dias maus, os adoradores da Besta, terão de sofrer os horrores descritos neste versículo. Os medicamentos terrenos não poderão impedir ou curar essa “chaga má e maligna”. Os magos de Faraó (Janes e Jambres) não podiam permanecerem quietos diante de Moisés “...por causa da sarna; porque havia sarna em os magos, e em todos os egípcios” (Êx 9.11b); ali, aquelas eram de caráter temporários; porém, sendo de caráter escatológico; são incuráveis (Dt 28.27, 35). A sexta praga do Egito que tem o seu paralelo nesta primeira aqui, foi dirigida contra os magos egípcios; neste ponto, porém, a praga se volta contra aqueles que adorarem a Besta. “Assim como se submeteram à marca da Besta, assim também terão de submeter-se à marca do Deus vingador”. (Apocalipse versiculo por versiculo – Severino Pedro)

3.2.  As águas

“...e morreu no mar toda a alma vivente”. Esta segunda praga tem seu paralelo, na primeira praga que caiu no Egito, quando o Rio Nilo tornou-se em sangue, matando os peixes (Êx 7.14 e ss). Mas aqui o próprio “mar” é afetado em grau supremo. Quando dos juízos das trombetas, somente uma “terça parte” se transformou em sangue, e somente uma “terça parte” da vida marinha pereceu (8.9). Mas, no presente texto, os efeitos serão mais vastos. O mar tornou-se em sangue como de um morto, imundo e coagulado, impossibilitando a vida no mesmo. “O sangue é uma vívida e terrível da morte, o salário do pecado. Essa foi a primeira praga do Egito, o Nilo transformou-se em sangue... mas agora será o mar... cardumes de criaturas que tinham vida no mar morreram, e como testemunha apodrecida da iniqüidade dos súditos da Besta, o homem do pecado...”. Alguns estudiosos da Apocalipse, opinam que toda essa descrição é simbólica, referindo-se ao envenenamento do sangue da vida das nações, como se a questão fosse de ordem “moral” ou “espiritual”, e não literal. Mas devemos ter mente o que disse Jesus a João: “...estas coisas hão de acontecer” (1.1, 19; 22.6).

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“...nos rios e nas fontes das águas”. Essa praga tem também seu paralelo na primeira praga que caiu sobre o Egito, que atingiu não somente o rio Nilo, mas também as fontes, os poços e os ribeiros, transformando-os em sangue. Nos dias sombrios do governo do Anticristo homens terão manchado a terra com o sangue dos mártires. Deus agora lhes dará sangue a beber – uma justa retribuição, como é declarada em Gl 6.7. Esta é a lei da compensação divina para os súditos da Besta. deus como Justo Juiz, em sua perfeita justiça e retidão, derramará a sua grande ira, no tempo da terceira taça, dando sangue a beber aos que derramaram sangue dos santos. Será uma das mais horrendas pragas desta série de “sete” quando os homens e os animais terão somente sangue coagulado para beber.  (Apocalipse versiculo por versiculo – Severino Pedro)

3.3. O sol

“...abrasasse os homens com fogo”. A quarta taça tem mais ou menos seu paralelo na sexta praga do Egito. A da saraiva misturada com fogo (Êx 9.24 e ss). Na introdução, porém, tem seu paralelo na nona praga egípcia (Êx 10.21-23). Na passagem em foco vemos os homens sendo abrasados com “fogo”, embora a palavra “fogo”, no grego, culto ela indique a extrema intensidade do calor solar. A literatura paralela do Apocalipse predissera que Deus fará o sol ficar parado na mesma altura por três dias, criando um calor excessivo que castigará aos povos ímpios e rebeldes. É lamentável dos homens desprezarem a “sombra do Altíssimo” e se submeterem, mesmo que contragosto, ao fogo do juízo de Deus. A profecia bíblica não foi escrito para satisfazer a curiosidade humana, antes do que “cumprimento”, e, sim, para “instruir” aqueles que viverem na época do seu cumprimento. Oremos pelos homens! Deus pode humilhar os que andam na soberba (Dn 4.37).

. “...não se arrependeram”. Já tivemos a oportunidade de ver no Apocalipse, os juízos de Deus a cair sobre a humanidade, em ordem crescente, e, ao mesmo tempo, vemos homens endurecidos contra Deus, seguindo um paralelo na mesma escola: Não se arrependeram! “Note-se como as primeiras quatro taças segue o curso das quatro trombetas. Porém, quanto à cronologia não são paralelas. Os juízos das trombetas marcam a introdução destes juízos e caíram numa área delimitada: terra, mar, rios, fontes das águas, sol, lua e estrelas (8.7, 8, 10, 12), contudo, foram limitados, cada vez, à “terça parte”. Mas não há limites nos juízos das taças; elas varrem tudo”. O que os homens persistem em fazer, se for mau, torna-os incapazes de vencer a própria corrupção de sua natureza. A fibra moral é tão debilitada que os tornam incapazes do arrependimento; e esse é um dos aspectos do julgamento contra o pecado (Rm 6.23).(Apocalipse versiculo por versiculo – Severino Pedro)

CONCLUSÃO

O controle de todas as coisas pertence a Deus. Quando chegarem os dias compreendidos pelo derramar das sete taças, todos os poderes inimigos de Deus e resistentes ao Seu

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domínio estarão a serviço dEle, e prepararão o palco, onde eles mesmos serão julgados e condenados. Portanto, querido irmão, se tudo estiver dando errado na tua vida, sossegue Deus está no controle.

Dando continuidade com as pragas temos a quinta lançada agora sobre o trono da besta v.10

“...se fez tenebroso”. A presente passagem ainda tem seu paralelo na nona praga do Egito. Ali o reino de Faraó também se fez “tenebroso” durante três dias (Êx 10.22). Aqui o “trono da Besta” afetado pelo juízo da quinta taça é o mesmo que ela herdou do dragão logo no início de seu reino (13.2). A missão deste anjo celestial, é derramar a sua taça sobre o “grande trono” não só da apostasia religiosa do mundo, mas, conseqüentemente, sobre todo o ‘falso” poder. As trevas que envolveram o trono da Besta, são “trevas sobrenaturais”. É verdade que através da história tem havido trevas estranhas e aterrorizante, em que o sol, por assim dizer, não dava luz. Diz um astrônomo que “Isso se deve à (“poeira cósmica”) ao atravessar as elevadas camadas da atmosfera terrestre, em quantidade apreciável”. Mas na quinta taça este fenômeno, será produzido por uma intervenção sobrenatural; sem dúvida alguma: O poder de Deus. W. Ramsay declara que a expressão “mordiam as línguas de dor” é a única na Bíblia e indica uma agonia mais intensa e excruciante.

A sexta taça sobre o rio Eufrates v.12

“...O grande rio Eufrates”. O rio Eufrates era um dos rios do Paraíso (Gn 2.14). Seu nome em hebraico é “perath”, derivado do acadiano “purattu’, que representa o sumeriano “buranun”, e a forma neotestamentária, “Euphart~es”. Os hebreus o chamavam de “o grande rio” (ver notas expositivas sobre isso, 9.14). O Eufrates forma-se pela junção de dois tributários: o Murado-Su, que começa no lago Van, e o Kara-Su ou Frata, que nasce a 74 quilômetros a nordeste de Erzerum.

1. “O curso total do rio Eufrates desde sua nítida nascente até sua desembocadura no Golfo pérsico é de 3.093 quilômetros e 600 metros. Sua profundidades varia entre 3 e 10 metros e sua largura é de 200 a 400 metros aproximadamente”. Seu leito se encravava na Ásia Continental, e na antiguidade era conhecido como a linha divisória entre o mundo oriental e Ocidental. O juízo desta taça secará suas águas momentaneamente, pois doutra forma, seriam necessários três anos consecutivos sem chuver. Ilustrando a passagem em foco, temos Deus abrindo o mar Vermelho (Êx 14.21, 2), de igual modo o Jordão 40 anos depois (Js capítulo 3). Também está profetizado a secura do rio Nilo (Is 11.15). O grande rio Eufrates passará por um momento semelhante na história. Suas águas secarão preparando assim “o caminho dos reis do oriente” que vêem em demanda da terra de Israel.

2. Reis do Oriente. H. Lindsey diz: “Cremos que a China é o princípio da formação dessa grande profecia chamada “reis do leste” pelo Apóstolo João”. Como o emblema nacional do Japão é “o sol nascente”, pode ser que essa nação partilhe no avanço das asiáticas. Isso se depreende na forma plural (“reis do Oriente”) vista no presente texto. Recentemente um documentário de TV sobre a China Vermelha, denominado “A Voz do Dragão”, citava potência dispor de um “exército popular” de 200.000.000 de homens.

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A setima taça é o terceiro ai v.17

“...Está feito”. A sétima taça é a consumação do “terceiro ai” (a sétima trombeta), Ambas as coisas nos levam ao fim desta era, e ambas envolvem a “ira final”. A presente expressão lembra-nos das últimas palavras do Senhor Jesus na cruz, quando disse: “Está consumado” (Jo 19.30). Elas marcam o término de uma grande obra e o início de outra; ambas são consolidadas na terceira expressão: “Está cumprido” (Ap 21.6). Está feito, no presente texto, é para declarar que “os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo”. É o fim da presente era e o estabelecimento do governo de Cristo com poder e grande glória. A grande vos que disse: “Está feito”. É a voz de Deus e sua declaração final. Deus é que diz a última palavra. Convém notar que no segundo dia da criação quando Deus criou “os ares”, não pronunciou a palavra: (“bom”); isso se reveste de significação especial (Gn 1.6-8). Satanás é o príncipe “...das potestades do ar” (Ef 2.2), e portanto sua influência perniciosa será derribada de qualquer posição nesta sétima taça. (Apocalipse versiculo por versiculo – Severino Pedro)

Fontes:

Bíblia de Estudo Dake – Atos

Bíblia de Estudo Pentecostal - CPAD

Comentário Bíblico de Moody - Apocalipse

Apocalipse Versículo por Versículo - Severino Pedro da Silva – CPAD

Daniel e o Apocalipse – o Panoramana do Futuro – Antonio Gilberto – CPAD

Revista: APOCALIPSE – Editora Betel - 2º Trimestre 2012 – Lição 09.

http://prrafaelnimer.blogspot.com.br/2012/05/licao-09-as-sete-tacas-da-ira-de-deus.html

Apocalipse: Lição 27

Os Anjos Derramam as Suas Taças (Apocalipse 16:1-21)

No capítulo 15, um dos quatro seres viventes deu as sete taças da cólera de Deus aos sete anjos, e o santuário se encheu com a fumaça da glória e do poder de Deus. Agora, aguardamos o trabalho dos anjos. Cada um derramará a sua taça, trazendo uma série de sete flagelos para castigar os adoradores da besta e os servos do dragão. Algumas dessas pragas nos lembram das pragas que Deus enviou para castigar os egípcios quando Moisés foi libertar o povo de Israel.

Antes de considerar o conteúdo de cada taça, observemos os paralelos entre as sete taças e as sete trombetas:

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A Primeira Taça (16:1-2)

16:1 – Ouvi, vinda do santuário, uma grande voz, dizendo aos sete anjos: Ide e derramai pela terra as sete taças da cólera de Deus.

Ouvi, vinda do santuário, uma grande voz, dizendo aos sete anjos: Deus está no santuário, envolto na fumaça impenetrável (15:8). Esta voz, então, é a voz de Deus dando ordem aos sete anjos.

Ide e derramai pela terra as sete taças da cólera de Deus: Os anjos recebem a ordem de derramar as suas taças, trazendo a ira de Deus. A cólera ou furor de Deus vem em resposta à cólera do dragão (12:12) e à fúria da prostituição da grande Babilônia (14:8). Mas a cólera do dragão dura pouco tempo (12:12) enquanto esta fúria vem de “Deus, que vive pelos séculos dos séculos” (15:7).

16:2 – Saiu, pois, o primeiro anjo e derramou a sua taça pela terra, e, aos homens portadores da marca da besta e adoradores da sua imagem, sobrevieram úlceras malignas e perniciosas.

Saiu, pois, o primeiro anjo e derramou a sua taça pela terra: A obediência imediata é característica dos servos fiéis ao Senhor. Deus mandou, e o anjo foi. A sua taça castiga a terra ou, mais precisamente, os adoradores da besta na terra.

As Trombetas As Taças

1ª – Terça parte da terra (8:7) 1ª – Adoradores da besta na terra (16:1-2)

2ª – Terça parte do mar se torna em sangue (8:8-9)

2ª – O mar se torna em sangue (16:3)

3ª – Terça parte dos rios e das fontes se torna amargosa (8:10-

11)

3ª Os rios e as fontes se tornam em sangue (16:4-7)

4ª – Terça parte do sol, da lua e das estrelas escurece (8:12)

4ª – O sol queima os homens com fogo (16:8-9)

5ª – O rei dos gafanhotos traz escuridão e tormento aos

homens ímpios (9:1-11)

5ª – O reino da besta se torna em trevas; os homens ímpios

sofrem dor (16:10-11)

6ª – Os anjos atados junto ao Eufrates soltam o exército (9:13-

19)

6ª – O Eufrates seca para preparar o caminho dos reis para a peleja (16:12-

16)

7ª – Cumprir-se-á o mistério de Deus (10:7); Chegou a ira de Deus contra

as nações paradestruir os que destroem a terra; Relâmpagos,

vozes, trovões, terremoto e grande saraivada (11:15-19)

7ª – Feito está! (16:17); Caíram as cidades das nações; Deus dá o cálice

da sua ira;Relâmpagos, vozes, trovões e terremoto (16:18-19)

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Aos homens portadores da marca da besta e adoradores da sua imagem: Aqueles que cederam à pressão e participaram do culto imperial para evitar as conseqüências diante do governo romano (13:14-17) agora sofrem nas mãos do Soberano Rei dos reis.

Sobrevieram úlceras malignas e perniciosas: Como a sexta praga no Egito (Êxodo 9:8-9), os adoradores da besta foram afligidos por úlceras. Aquela praga atingiu os próprios magos, aqueles que induziam as pessoas a acreditarem em falsas religiões. (Êxodo 9:11). Esta afeta os participantes de falsa religião.

A Segunda Taça (16:3)

16:3 – Derramou o segundo a sua taça no mar, e este se tornou em sangue como de morto, e morreu todo ser vivente que havia no mar.

Derramou o segundo a sua taça no mar: Já observamos que o mar, muitas vezes, simboliza a sociedade mundana (cf. comentários sobre o mar em 13:1, lição 22). Aqui o castigo vem sobre as nações rebeldes. O mar Mediterrâneo, também, foi o foco comercial do império romano. Qualquer praga que ataca o mar teria grande impacto financeiro (18:17-19).

E este se tornou em sangue como de morto, e morreu todo ser vivente que havia no mar: Como na primeira praga no Egito, que causou a morte dos peixes (Êxodo 7:1-25), este flagelo causa a morte dos seres viventes no mar.

Pelo fato que todos os outros flagelos afligem pessoas, e não a natureza, podemos concluir que os seres viventes no mar são, também, homens. Este entendimento se torna mais forte com os flagelos que se seguem.

A Terceira Taça (16:4-7)

16:4 – Derramou o terceiro a sua taça nos rios e nas fontes das águas, e se tornaram em sangue.

Derramou o terceiro a sua taça nos rios e nas fontes das águas, e se tornaram em sangue: Rios e fontes são essenciais para sustentar a vida. Esta praga, como a praga no Egito, deixa os perversos sem água potável. Se não vier algum alívio, a conseqüência será a morte.

16:5 – Então, ouvi o anjo das águas dizendo: Tu és justo, tu que és e que eras, o Santo, pois julgaste estas coisas;

Então, ouvi o anjo das águas dizendo: Além do seu trabalho de derramar sua taça sobre os rios e as fontes das águas, este anjo tem uma proclamação.

Tu és justo, tu que és e que eras, o Santo, pois julgaste estas coisas: Em executar uma parte do julgamento dos ímpios, o anjo percebe a justiça de Deus, e o adora. A justiça divina sempre foi motivo de louvor: “Levanto-me à meia-noite para te dar graças, por causa dos teus retos juízos” (Salmo 119:62). Deus é eterno, Santo e justo.

16:6 – porquanto derramaram sangue de santos e de profetas, também sangue lhes tens dado a beber; são dignos disso.

Porquanto derramaram sangue de santos e de profetas, também sangue lhes tens dado a beber; são dignos disso: A água se torna em sangue porque os habitantes do mundo haviam derramado sangue inocente. Mais uma vez, observamos a ligação entre os castigos e a

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pergunta do quinto selo: “Até quando, ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgas, nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?” (6:10). Desde a morte de Abel, Deus ensinara aos homens o princípio da vingança de sangue: “Certamente, requererei o vosso sangue, o sangue da vossa vida; de todo animal o requererei, como também da mão do homem” (Gênesis 9:5).

Este motivo é citado freqüentemente em outras profecias do Velho e Novo Testamentos para explicar o castigo de diversas pessoas – indivíduos, cidades e nações. Considere estes exemplos: Jerusalém e Judá foram castigados porque o rei Manassés derramou muito sangue inocente e fez Judá pecar com os seus ídolos (2 Reis 21:10-16); Jeoaquim, um dos últimos reis de Judá, foi condenado pelo mesmo motivo (Jeremias 22:17-19); o derramamento de sangue inocente foi um dos motivos da opressão e do cativeiro do povo de Israel (Salmo 106:34-46); os profetas citaram o mesmo motivo quando falaram das conseqüências dos pecados de Israel e de Judá (Isaías 26:21; 59:3,7; Jeremias 7:6; Ezequiel 22:27). Uma outra passagem importante fala sobre a casa de Acabe, especialmente Jezabel, que foram castigadas por terem derramado o sangue dos servos, os profetas (2 Reis 9:7). Todas essas profecias foram cumpridas nos séculos antes da vinda de Jesus. Servem para entender a linguagem do Apocalipse, mas não para identificar o cumprimento principal destas profecias de João, feitas depois da morte de Jesus.

Uma profecia relevante ao contexto do Apocalipse se encontra em Joel. Depois de estabelecer Jerusalém espiritual (2:28 - 3:1), Deus reúne as nações para o julgamento no vale de Josafá (3:2). Os crimes são ofensas contra o povo do Senhor, inclusive o pecado de terem derramado sangue inocente em Judá. Esta vingança é ligada ao estabelecimento do reino de Deus e à sua habitação em Sião (3:17-21), temas principais no Apocalipse.

Quando chegamos aos evangelhos, as figuras mais próximas se encontram nos comentários de Jesus sobre os pecados dos judeus. Ele condenou os escribas e fariseus por imitar as atitudes dos seus ancestrais em matar profetas e justos (Mateus 23:29-36) e, logo em seguida, profetizou sobre a destruição de Jerusalém, uma profecia cumprida em 70 d.C. Comentários semelhantes são relatados em Lucas 11:45-52.

Observando a semelhança das palavras de Jesus e a condenação da meretriz do Apocalipse (16:6; 17:6; etc.), alguns estudiosos concluem que são profecias do mesmo castigo, e que a meretriz (Babilônia) do Apocalipse é a cidade de Jerusalém. Existem vários argumentos a favor dessa interpretação, e outros contra. Ainda comentaremos sobre a questão da data do livro em outros textos pela frente. Agora, a questão que precisamos abordar é esta: As semelhanças entre os comentários de Jesus e a linguagem do Apocalipse provam que a meretriz é Jerusalém? Na verdade, é a mesma questão que surgiu no capítulo 11, quando falou da “grande cidade que, espiritualmente, se chama Sodoma e Egito, onde também o seu Senhor foi crucificado” (11:8).

Existem duas possíveis interpretações destas figuras:

1. As características de Sodoma e Egito aparecem em Jerusalém, que se torna objeto principal da profecia, ou

2. As características de Sodoma, Egito e Jerusalém aparecem em uma outra “grande cidade”, o objeto desta profecia.

Da mesma maneira, as referências ao sangue de santos e profetas podem ser interpretadas de duas maneiras:

1. Jesus falou da destruição de Jerusalém, e João reforçou a mesma profecia, assim escrevendo o Apocalipse antes de 70 d.C., ou

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2. João usou a linguagem de Jesus junto com a linguagem de diversas profecias já cumpridas do Antigo Testamento para descrever o castigo de uma outra cidade ou povo que matava santos e profetas. Neste caso, a destruição de Jerusalém, já passada, serviria para enriquecer o pano de fundo da profecia contra os poderes romanos.

O ponto, por enquanto, é que linguagem semelhante não prova que os assuntos sejam idênticos. Este fato é importante no estudo de qualquer profecia da Bíblia. O fato de dois livros usarem figuras semelhantes não quer dizer que necessariamente falam do mesmo assunto. É claro que Jerusalém e os judeus mataram profetas e santos, mas o governo Romano, também, perseguiu e matou os servos de Jesus. Em qualquer dos dois casos, a ênfase doApocalipse está na morte das testemunhas de Jesus (17:6), não na morte dos fiéis do Velho Testamento.

Teremos mais observações sobre a data do livro e o escopo de suas profecias no decorrer do nosso estudo.

16:7 – Ouvi do altar que se dizia: Certamente, ó Senhor Deus, Todo-Poderoso, verdadeiros e justos são os teus juízos.

Ouvi do altar que se dizia: Certamente, ó Senhor Deus, Todo-Poderoso, verdadeiros e justos são os teus juízos: Novamente, voltamos ao quinto selo (6:9-11). As almas debaixo do altar pediram vingança, e Deus respondeu que teriam que esperar mais um pouco. Agora que o Senhor deu sangue para os opressores beberem, o altar proclama a justiça de Deus. A justiça divina pode demorar, mas ela vem! Pedro diz que qualquer demora na aplicação da justiça divina deve ser vista como uma demonstração da misericórdia e longanimidade de Deus (2 Pedro 3:7-10).

A Quarta Taça (16:8-9)

16:8 – O quarto anjo derramou a sua taça sobre o sol, e foi-lhe dado queimar os homens com fogo.

O quarto anjo derramou a sua taça sobre o sol, e foi-lhe dado queimar os homens com fogo: Nos primeiros quatro flagelos, como nas primeiras quatro trombetas (8:7-13), as forças da natureza são os instrumentos de Deus para castigar os homens perversos. O sol normalmente ilumina, possibilitando a vida. Em outras situações, Deus castigou os homens negando-lhes a luz do sol (8:12; Êxodo 10:21-23; Joel 2:32; Mateus 24:29). Esta vez, o castigo vem por meio do calor excessivo que queima, e serve para afligir os adversários do Senhor. Deus usa o fogo para destruir os seus inimigos (Salmo 97:3; 104:4). Da mesma maneira que algumas das pragas atingiram os egípcios e não os israelitas, as pessoas que sofrem sede por não terem água potável (16:4-7) são punidas com esta praga de calor insuportável, enquanto os fiéis que saem da grande tribulação são protegidos do calor e nunca terão sede (7:16).

16:9 – Com efeito, os homens se queimaram com o intenso calor, e blasfemaram o nome de Deus, que tem autoridade sobre estes flagelos, e nem se arrependeram para lhe darem glória.

Com efeito, os homens se queimaram com o intenso calor, e blasfemaram o nome de Deus: O castigo vem por causa da injustiça dos homens, mas os ímpios ainda ousam levantar as suas vozes contra o Senhor. É triste observar como a mesma coisa acontece hoje. O sofrimento entrou no mundo por causa do pecado do homem, mas muitos usam a dor

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como motivo de questionar a justiça e negar a bondade de Deus. Alguns até rejeitam a existência de Deus por causa da injustiça do homem!

Deus, que tem autoridade sobre estes flagelos: Os castigos vêm de Deus. Em vez de buscar perdão e clemência, os homens blasfemam o nome do Senhor.

E nem se arrependeram para lhe darem glória: Da mesma maneira que Faraó endureceu seu coração depois das pragas no Egito (Êxodo 7:22; 8:15,19,32; 9:7,12,34-35; 10:1,20,27; 13:15), este povo recusa a se arrepender. Não aceitaram o castigo como disciplina (3:19; Hebreus 12:5-6), e sim como motivo para rejeitar o Senhor. Quando pessoas hoje usam o sofrimento como motivo para negar a existência de Deus, cometem o mesmo erro fatal. Independente da fonte do sofrimento, devemos usá-lo para nos aproximar de Deus (Tiago 1:2-4; 2 Coríntios 12:7-10).

 

 

A Quinta Taça (16:10-11)

16:10 – Derramou o quinto a sua taça sobre o trono da besta, cujo reino se tornou em trevas, e os homens remordiam a língua por causa da dor que sentiam

Derramou o quinto a sua taça sobre o trono da besta: A besta não é o poder superior! O anjo de Deus derrama sua taça sobre o trono da besta, porque vem de um lugar mais alto. Homens enganados podem exaltar a besta (13:4), mas ela não é igual a Deus, nem ao mensageiro usado por Deus para derramar a sua ira.

A quinta trombeta trouxe escuridão e tormento (9:1-12), como também a quinta taça.

Cujo reino se tornou em trevas: Os egípcios adoraram o sol, e Deus causou três dias de escuridão (Êxodo 10:21-23). Aqui o reino da besta se torna em trevas, provavelmente referindo-se ao engano das mentiras daquela que se apresenta como um deus digno de adoração.

E os homens remordiam a língua por causa da dor que sentiam: O reino da besta sofre dor insuportável. Enquanto o Senhor oferece refúgio e proteção aos seus servos (7:16-17), os servos da besta são atormentados.

16:11 – e blasfemaram o Deus do céu por causa das angústias e das úlceras que sofriam; e não se arrependeram de suas obras.

E blasfemaram o Deus do céu por causa das angústias e das úlceras que sofriam, e não se arrependeram de suas obras: Como fizeram na sexta trombeta (9:20-21) e na quarta taça (16:9), os ímpios ainda recusam a se arrependerem. É mais fácil colocar a culpa em Deus do que aceitar a responsabilidade pelo próprio pecado. Diferente das pragas do Egito, onde cessou uma antes de começar a próxima, estes flagelos continuam. Chegamos à quinta taça, e os homens ainda estão sofrendo com as aflições que começaram na primeira (16:2). As obras dos pecadores são o motivo do castigo, em contraste com as obras dos santos que são as roupas puras que usam na presença do Cordeiro (19:8).

A Sexta Taça (16:12-16)

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16:12 – Derramou o sexto a sua taça sobre o grande rio Eufrates, cujas águas secaram, para que se preparasse o caminho dos reis que vêm do lado do nascimento do sol.

Derramou o sexto a sua taça sobre o grande rio Eufrates, cujas águas secaram, para que se preparasse o caminho dos reis que vêm do lado do nascimento do sol: Esta figura apresenta algumas dificuldades, e as explicações dos comentaristas são diversas. Quais reis vêm do oriente? É o mesmo exército que os espíritos imundos se ajuntam nos versículos seguintes, ou é o povo de Deus vindo para estar com ele diante das ameaças dos servos do diabo?

Por vários motivos, parece-me mais razoável ver aqui os servos de Deus. Considere:

1. Quando Deus voltou para abençoar seu povo e habitar no meio dele, sua glória “entrou no templo pela porta que olha para o oriente” (Ezequiel 43:4).

2. Todas as pessoas na Bíblia que atravessam corpos de água em terra seca são os servos de Deus sob a sua proteção, não os seus inimigos: os israelitas na saída do Egito (Êxodo 14:15-25; Salmo 106:9-10); os israelitas na entrada em Canaã (Josué 3:12 - 4:18); Elias e Eliseu juntos (2 Reis 2:4-8); Eliseu sozinho (2 Reis 2:13-14). Na profecia de Isaías 11:15-16, Deus seca o Eufrates para permitir o restante do seu povo escapar do cativeiro. Em Isaías 51:10, Deus secou as águas do mar para deixar passar os remidos (cf. Zacarias 10:10-12).

3. Exércitos são representados como águas ou rios, até pelas águas do Eufrates (Isaías 8:7-8), e o vento de Deus seca e espalha essas águas (Isaías 17:12-14).

4. O exército que vem do Eufrates na sexta trombeta é de Deus, trazendo fogo e enxofre e matando a terça parte dos homens ímpios (9:13-21).

Baseado nestas observações, o que vemos aqui é a ação de Deus para vencer o poder militar dos ímpios e deixar os seus fiéis atravessarem o Eufrates em terra seca para chegar ao Senhor. É uma imagem do povo voltando do cativeiro para habitar na presença de Deus, e para ficar com o Senhor contra o diabo e seus servos.

16:13 – Então, vi sair da boca do dragão, da boca da besta e da boca do falso profeta três espíritos imundos semelhantes a rãs;

Então, vi sair da boca do dragão, da boca da besta e da boca do falso profeta: O diabo e seus dois principais aliados: a besta (do mar) e o falso profeta (a besta da terra, que induz as pessoas a adorarem a besta do mar). Sabemos que tudo que sai da boca deles é mau, pois o diabo é o pai da mentira (João 8:44).

Três espíritos imundos semelhantes a rãs: Saindo da boca destes três personagens, obviamente são imundos. Rãs são mencionadas aqui e nas referências à segunda praga no Egito (Êxodo 8:1-15; etc.). No Antigo Testamento, foram consideradas imundas e, por isso, abominações (Levítico 11:9-10).

16:14 – porque eles são espíritos de demônios, operadores de sinais, e se dirigem aos reis do mundo inteiro com o fim de ajuntá-los para a peleja do grande Dia do Deus Todo-Poderoso.

Porque eles são espíritos de demônios, operadores de sinais: É uma batalha espiritual, e os servos do diabo vêm com seus sinais para enganar os homens. Foi por causa dos sinais dos magos que Faraó endureceu seu coração nas primeiras pragas (Êxodo 7:22). Paulo falou dos sinais da mentira usados pelo iníquo para enganar os homens (2 Tessalonicenses 2:9-12).

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E se dirigem aos reis do mundo inteiro: Estes espíritos têm um objetivo específico. Querem enganar os reis do mundo. Novamente, a figura destaca a influência mundial do dragão e de seus aliados, um fato que se enquadra bem com as características do império romano identificado no capítulo 13.

Com o fim de ajuntá-los para a peleja do grande Dia do Deus Todo-Poderoso: O propósito dos espíritos enganadores é colocar os reis contra Deus. Desde o Éden, o Diabo tem procurado criar inimizade entre Deus e os homens. Ele distorceu e contrariou as palavra de Deus para enganar Eva, e vem fazendo a mesma coisa ao longo da história. Aqui, os servos dele têm o propósito de ajuntar os reis da terra contra os servos de Deus.

A peleja pode ser uma batalha física, como a batalha entre Israel e Síria, em que um “espírito mentiroso na boca de todos os ... profetas” de Acabe enganou o rei para provocar a guerra (1 Reis 22:1-28). Pode ser uma batalha espiritual, como as batalhas contra os príncipes da Pérsia e da Grécia em Daniel 10:13-21. Pode incluir os dois aspectos, como a luta do Faraó contra Deus, que envolveu tanto a batalha espiritual de um coração obstinado como o exército do Egito que morreu no Mar Vermelho. Independente da natureza da batalha em si, o resultado seria o julgamento dos povos rebeldes, semelhante a cena no vale da Decisão em Joel 3. Deus vai julgar os reis enganados pelos espíritos que saem da boca do dragão, da besta e do falso profeta.

16:15 – (Eis que venho como vem o ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia e guarda as suas vestes, para que não ande nu, e não se veja a sua vergonha.)

Antes de deixar João continuar o relato do trabalho dos espíritos imundos, Jesus interrompe com uma mensagem de exortação aos fiéis.

Eis que venho como vem o ladrão: A figura do ladrão é utilizada na Bíblia para enfatizar o julgamento repentino e a falta de preparo das pessoas julgadas. Representa as conseqüências naturais do pecado e da negligência nesta vida (Provérbios 6:9-11), como também a vinda do Senhor para julgar (Lucas 12:35-40; Mateus 24:42-43; 1 Tessalonicenses 5:2-4; 2 Pedro 3:10; Apocalipse 3:3). A ênfase está na preparação para a chegada do Senhor.

Bem-aventurado aquele que vigia e guarda as suas vestes, para que não ande nu, e não se veja a sua vergonha: Esta é a terceira de sete bem-aventuranças no livro (veja a lista na lição 3). A pessoa preparada, que não teme a vinda do Senhor, vigia e aguarda o Senhor (cf. Mateus 25:1-13). Guardar as vestes indica a pureza dos fiéis, que “não contaminaram as suas vestiduras e andarão de branco” (3:4; cf. Tiago 1:27). A nudez, por outro lado, mostra a impureza de pessoas despreparadas, como a igreja em Laodicéia (3:17). Quando Adão perdeu a sua inocência e ouviu a voz de Deus no jardim, ele se escondeu porque estava nu e envergonhado (Gênesis 3:8-10). A nudez representa a vergonha, especialmente a vergonha de castigo (Ezequiel 16:36-37; Oséias 2:9-10; Miquéias 1:1; Naum 3:5).

16:16 – Então, os ajuntaram no lugar que em hebraico se chama Armagedom.

Então, os ajuntaram no lugar que em hebraico se chama Armagedom: A batalha não acontece no capítulo 16. Teremos que esperar até o capítulo 19 para ver o resultado desta guerra. No momento, o Senhor quer mostrar o lugar da batalha – Armagedom. Esta palavra aparece somente aqui, mas o próprio versículo diz que ela é de origem hebraica. A palavra significa “monte de Megido” ou “cidade de Megido”, e nos lembra do significado da região de Megido em batalhas decisivas do Antigo Testamento. Foi o local da vitória de Israel sobre Jabim e Sísera (Juízes 4 e 5, especialmente 5:19). Josias morreu da ferida que sofreu na batalha contra Neco, rei do Egito, no vale de Megido (2 Crônicas 35:22-24). Outras batalhas na região de Jezreel e Megido incluem: a vitória de Gideão sobre os midianitas (Juízes 7); a

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batalha final de Saul contra os filisteus (1 Samuel 31). Quando Jeú, encarregado com a exterminação da casa de Acabe, mandou matar Acazias, rei de Judá, este morreu em Megido (2 Reis 9:27). Armagedom, então, representa um lugar de julgamento e de batalhas decisivas. Certamente, Deus julgará e aplicará a sua justiça!

A Sétima Taça (16:17-21)

16:17 – Então, derramou o sétimo anjo a sua taça pelo ar, e saiu grande voz do santuário, do lado do trono, dizendo: Feito está!

Então, derramou o sétimo anjo a sua taça pelo ar: Especialmente quando pensamos nos paralelos entre as taças e as trombetas (veja a tabela comparativa no início desta lição), chegamos à última taça esperando o cumprimento da ira de Deus. Encontraremos mais detalhes nos capítulos 17 e 18, mas a segunda voz já anunciou a queda da Babilônia (14:8). A vitória sobre os reis da terra será declarada no capítulo 19, mas já sabemos que os povos enganados aguardam em Armagedom, onde Deus pronunciará a sentença de condenação (16:16). Atrás de todos os reis e atrás da cidade mundana jaz a influência do dragão, o diabo. A sétima taça leva a batalha à casa do Adversário. A taça é derramada pelo ar, diretamente atingindo “o príncipe da potestade do ar” (Efésios 2:1). Satanás é o príncipe deste mundo (João 12:31; 14:30; 16:11) e o “deus deste século” que cega os incrédulos (2 Coríntios 4:14). Há mais informações pela frente, mas o fato importante já ficou evidente. O diabo perde. Jesus e seus servos são os vencedores.

Saiu grande voz do santuário, do lado do trono: A voz vem do trono que está no santuário. Deus está no santuário, e ninguém mais podia entrar até que se cumprissem os sete flagelos (15:8).

Feito está!: As palavras enganadoras dos espíritos imundos podem conduzir os reis da terra a uma falsa expectativa de vitória, mas o verdadeiro vencedor é o próprio Senhor. Quando ele declara o seu plano cumprido, podemos ter certeza da vitória dos fiéis.

16:18 – E sobrevieram relâmpagos, vozes e trovões, e ocorreu grande terremoto, como nunca houve igual desde que há gente sobre a terra; tal foi o terremoto, forte e grande.

E sobrevieram relâmpagos, vozes e trovões, e ocorreu grande terremoto: É de Deus! São os sinais que saem do trono de Deus (4:5) e do altar que se acha diante do trono (8:5). São os sinais que vêm do santuário depois da sétima trombeta (11:19). Aqui, estes sinais reforçam as palavras da voz do santuário. Está feito!

Terremoto, como nunca houve igual desde que há gente sobre a terra; tal foi o terremoto, forte e grande: Há uma tendência por parte de muitas pessoas de entender expressões proverbiais de forma literal. Mas, da mesma maneira que falamos do “melhor dia da minha vida” ou dizemos “eu nunca vi nada igual”, a Bíblia também emprega provérbios que não devem ser interpretados literalmente. Podemos ilustrar a linguagem proverbial comparando duas afirmações sobre Jerusalém. Deus falou da destruição de Jerusalém em 586 a.C. nestas palavras: “Executarei juízos no meio de ti, à vista das nações. Farei contigo o que nunca fiz e o que jamais farei, por causa de todas as tuas abominações” (Ezequiel 5:8-9). Literalmente nunca fez e jamais faria coisa igual? Não! O próprio Jesus falou da mesma cidade 600 anos depois, e disse: “Porque nesse tempo haverá grande tribulação, como desde o princípio do mundo até agora não tem havido e nem haverá jamais” (Mateus 24:21). Se Ezequiel e Jesus falassem literalmente, as suas palavras se contradiriam. Mas são expressões proverbiais. Não precisamos procurar a maior tribulação da história para acreditar e entender as palavras de Ezequiel e as de Jesus, e não precisamos procurar o pior terremoto da história para acreditar na profecia da sétima taça. Nem precisamos de um terremoto literal para

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entender o ponto. Mas não devemos diluir a mensagem e perder o impacto. Deus disse “Feito está!” e chamou atenção a suas palavras com sinais assustadores.

16:19 – E a grande cidade se dividiu em três partes, e caíram as cidades das nações. E lembrou-se Deus da grande Babilônia para dar-lhe o cálice do vinho do furor da sua ira.

A grande cidade: Encontramos, novamente, a grande cidade que recebe a cólera de Deus. Como observamos na lição 25, há um contraste importante no livro entre a cidade santa, a nova Jerusalém e a grande cidade mundana, a Babilônia. A grande cidade representa a corrupção de uma cidade que vivia da prostituição de suas relações comerciais com as nações, e destaca mais uma característica do poder do império romano. A besta do mar enfatiza seu poder de dominar, especialmente o poder militar dos reis. A besta da terra representa seu poder religioso, a religião imperial pela qual as pessoas foram obrigadas a adorarem Roma ou seus imperadores. A Babilônia destaca as relações comerciais pelas quais Roma dominava a economia mundial. O sétimo flagelo fala do castigo da grande cidade Babilônia, que será descrito em mais detalhes nos capítulos 17 e 18.

Se dividiu em três partes: A divisão em três partes enfatiza a derrota total da grande cidade. Ezequiel dividiu a cidade de Jerusalém, simbolicamente, em três partes, para mostrar a destruição total dela (Ezequiel 5:1-4). A Babilônia é ferida por três flagelos em um só dia (18:8), frisando a sua destruição total.

Caíram as cidades das nações: As cidades das nações dependiam da grande cidade. Quando ela cai, elas também caem. O lamento dos reis e comerciantes em 18:9-19 mostra como a queda da Babilônia teria impacto enorme nas outras nações. Não teriam mais o seu mercado principal, causando um colapso econômico geral.

E lembrou-se Deus da grande Babilônia para dar-lhe o cálice do vinho da sua ira: Já observamos o significado do cálice da ira de Deus na lição 25 (14:10). Os adoradores da besta beberiam deste cálice. Agora aprendemos que a própria Babilônia, a mesma que deu às nações o “vinho da fúria da sua prostituição” (14:8) teria que beber da ira de Deus (cf. 18:5-6).

16:20 – Todas as ilhas fugiram, e os montes não foram achados;

Todas as ilhas fugiram, e os montes não foram achados: Este versículo reforça o sentido do anterior, mostrando os efeitos mundiais da queda da Babilônia. A linguagem nos lembra do sexto selo (6:12-17). Quando Deus desce para julgar, “os montes debaixo dele se derretem” (Miquéias 1:4; cf. Naum 1:5; Salmos 18:7-15; 97:5). As ilhas, por serem espalhadas e ocupadas por diversos povos, são ligadas às nações (Gênesis 10:5; Isaías 40:15; 41:1; Sofonias 2:11). Quando Ezequiel profetizou a queda de Tiro, uma cidade que vivia do comércio no mar Mediterrâneo, ele falou de seu impacto nas ilhas: “Agora, estremecerão as ilhas no dia da tua queda; as ilhas, que estão no mar, turbar-se-ão com a tua saída” (Ezequiel 26:18). Da mesma maneira, o castigo de Roma prejudicaria as ilhas e os povos de toda a extensão do império.

16:21 – também desabou do céu sobre os homens grande saraivada, com pedras que pesavam cerca de um talento; e, por causa do flagelo da chuva de pedras, os homens blasfemaram de Deus, porquanto o seu flagelo era sobremodo grande.

Também desabou do céu sobre os homens grande saraivada, com pedras que pesavam cerca de um talento: Chuva de pedras de 45 quilogramas cada! Lembrando que os flagelos são cumulativos (16:10-11), podemos imaginar o sofrimento dos adoradores da besta. Têm

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úlceras, não têm água, sofrem sobre o calor intenso do sol, e agora vem chuva de pedras enormes!

Os homens blasfemaram de Deus, porquanto o seu flagelo era sobremodo grande: Todo este sofrimento deve ser motivo para se arrependerem, mas continuam endurecendo os corações. Não admitem os seus erros, nem a justiça de Deus.

Conclusão

A besta da terra tem poder para afligir e até matar os servos de Deus, aqueles que recusam adorar a besta. Mas Deus mostra seu poder para castigar com muito mais severidade os adoradores da besta. Os sete flagelos trazem sofrimento incrível aos seguidores da besta, mas eles ainda não se humilham diante de Deus.

Perguntas

1. As sete taças são semelhantes (embora mais severas) a qual outra série de sete que já estudamos?

2. Quem mandou os anjos derramarem suas taças? 

3. O primeiro flagelo afetou quais pessoas? 

4. O segundo e o terceiro flagelos nos lembram de qual praga no Egito? 

5. O que aconteceu quando a quarta taça foi derramada? 

6. Quem tinha autoridade sobre os flagelos? 

7. Os homens blasfemaram Deus depois de quais três dos sete flagelos? 

8. Cada flagelo terminou antes de começar o próximo, ou foram cumulativos? 

9. Os reis que vieram “do lado do nascimento do sol” eram servos de Deus ou servos do dragão? 

10. Qual foi a missão dos três espíritos imundos no sexto flagelo? 

11. O que significa “Armagedom”? 

12. O efeito do castigo da sétima taça foi limitado a uma só cidade?  

13. Qual foi o peso de cada pedra na grande saraivada do sétimo flagelo?

http://www.estudosdabiblia.net/b09_27.htm

AS SETE TAÇAS

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Você viu o ARREBATAMENTO. Ficou. Agora você enfrentará o período mais terrível que se abaterá sobre a terra. Homens valentes, desmaiarão de medo das cousas que estarão acontecendo.

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Satanás toma poder completo sobre a terra. A marcação do 666 será implementada pelo exército do Anti-cristo. Os que não quiserem ser marcados morrerão sumariamente.

Derrama-se a primeira taça. Os que já foram marcados pelo 666 receberão úlceras malignas e muito doloridas em seus corpos. Não tem cura. Terão que conviver com essas úlceras até morrer. Isso ocorrerá no mundo inteiro. Inicia-se a guerra do Armagedom. O exército do Anti-cristo invade Israel. Duração 1.050 dias.

Devido o arrebatamento dos cristãos, que foi um sumiço sem deixar vestígio nenhum, as pessoas ficaram possuídas de grande medo. Agora, só vivem em grupos e não procuram a cama para dormir. Acham que a qualquer momento isso poderá acontecer novamente. É o desespero total da humanidade. Duração 5 dias.

Já se passou 185 dias da primeira taça. Agora, derrama-se a segunda taça que tem a finalidade de tornar as águas dos mares em sangue como de morto. Morrerá todos os seres marinhos. Nenhuma vida restará em todos os mares. O grande fedor que exalará dos mesmos, exigirá que as pessoas usem mascaras. Duração 525 dias.

Já se passou 365 dias da primeira taça. Agora, derrama-se a terceira taça que tem a finalidade de tornar as águas dos rios e das fontes em sangue. Não haverá mais água doce para se beber no mundo todo. Duração 350 dias.

Já se passou 545 dias da primeira taça. Agora, derrama-se a quarta taça que tem a finalidade de fazer o sol ficar muitas vezes mais quente. Tal a quentura do sol que as pessoas se queimarão se andar de dia. Somente poderão andar à noite. Sem água doce para beber, devida a mesma estar em sangue. Duração 262,5 dias.

Já se passou 725 dias da primeira taça. Agora, derrama-se a quinta taça que tem a finalidade de tornar em densas trevas o país onde está o trono da

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besta. Esse país é a Itália. As trevas serão tão densas que dará angústia nas pessoas. Duração 150 dias.

Já se passou 875 dias da primeira taça. Agora, derrama-se a sexta taça que tem a finalidade de secar as águas do rio Eufrates (que estão em sangue) para que a Ásia entre na guerra do Armagedom com seu exército de 200.000.000 de soldados. A guerra fica muito enfurecida. Esses exércitos que lá estão no vale de Josafá, lutarão com Jesus Cristo e seu exército que é a Igreja corpo de Cristo. Duração 175 dias.

Já se passou 1.050 dias da primeira taça. Findou-se todas as taças desde a primeira até a sexta. Mas, tudo que elas fizeram ainda está em atividade. Agora, derrama-se a sétima taça. É a mais horrorosa de todas elas. Haverá um tremendo terremoto como nunca houve. A terra balançará como se fosse uma rede de dormir. Isso acontecerá para fazer a terra voltar ao seu eixo equatorial em 23,5º. A Europa ou Eurásia, simplesmente desaparecerá. Desse dia em diante, será fundo de mar, como também muitos outros países. Duração 210 dias.

http://www.avoltadejesus.com/AS%20SETE%20TA%C7AS.html

AS SETE TAÇAS DA IRA

OS SETE ANJOS COM AS SETE  TAÇAS DA IRA DE DEUS

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Depois das pragas dos sete anjos e suas trombetas, e a morte da grande maioria do joio, após o arrebatamento da Igreja ante a sétima e última trombeta, somente restará na terra A PALHA; a qual, será exterminada com as demais pragas a seguir, através das sete taças da Ira de Deus, tendo o seu final, na Batalha do Armagedom com a vitória de Cristo e seus anjos. Ap. 19:11a 21.

   

O 1º ANJO: Derramou a sua salva sobre a terra, fez-se uma chaga má e maligna nos homens que tinham o sinal da besta. Ap. 16:2.

O 2º ANJO: Derramou a sua salva no mar, que se tornou em sangue. Morreu no mar toda a alma vivente. Ap. 16:3.

O 3º ANJO: Derramou a sua taça nos rios e nas fontes das águas, e se tornaram em sangue. Ap. 16:4-7.

O 4º ANJO: Derramou sua taça sobre o sol, e foi-lhe permitido que abrasasse os homens com fogo Ap. 16:8-9.

O 5º ANJO: Derramou sua taça sobre o trono da besta, e o seu reino se fez tenebroso; eles mordiam as suas línguas de dor. Ap. 16:10-11.

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O 6º ANJO: Derramou a sua taça sobre o grande rio Eufrates; e a sua água secou, para que se preparasse o caminho dos reis do oriente. Ap. 16:12.

O 7º ANJO: Derramou a sua taça sobre o ar, e saiu grande voz do templo do céu, do trono, dizendo: está feito. E houve vozes, e trovões, e relâmpagos e um grande terremoto. Ap. 16:17-21.

A QUEDA DA BABILÔNIA

As Escrituras se referem sobre a queda de três tipos de Babilônias:

1).A Babilônia histórica (prefigurativa da diabólica) - A cidade do rei Nabucodonosor, a qual foi destruída no passado. Jr. 50:14-16.

2). A Babilônia contaminada pelo pecado - A Jerusalém terrena, que foi destruída no passado, várias vezes, será destruída completamente no final da grande tribulação. Mt. 24:2, Ap. 16:19, Caps.17,18-19.

3). E a Babilônia diabólica – A MULHER - A GRANDE PROSTITUTA ASSENTADA SOBRE AS ÁGUAS.

 Configura o domínio de Satanás e seu reino maligno (I Jo 5:19), que será aniquilado. Is 14:4-19 – Ap. caps. 17-18.  

“E disse-me: as águas que viste, onde se assenta a prostituta, são povos, e multidões, e nações e línguas.” Ap 17:15

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A BATALHA DO ARMAGEDOM

“E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco: e o que estava assentado sobre ele chama-se Fiel e Verdadeiro; e julga e peleja com justiça.

E seguiam-no os exércitos no céu em cavalos brancos, e vestidos de linho fino, branco e puro.

E no vestido e na sua coxa tem escrito este nome: Rei dos reis, e Senhor dos senhores”. Ap. 19:11,14 e 16

A Batalha do Armagedom - (a queima da palha ou a vindima das uvas no lagar da ira de Deus).

Este acontecimento será no final da grande tribulação, quando Satanás ajuntará todos os ímpios que ficaram vivos pós-arrebatamento (a palha Mt. 3:12);  para batalhar contra Cristo  e seu exército, no vale de Megido ou Armagedom. Dn. 11:45, Jl. 3:12-13.

“E os congregaram no lugar que em hebreu se chama Armagedom”.  Ap. 16:16

“E vi a besta, e os reis da terra, e os seus exércitos reunidos, para fazerem guerra àquele que estava assentado sobre o cavalo, e ao seu exército”.  Ap. 19:19

“E então será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca, E ANIQUILARÁ pelo esplendor da sua vinda.” (a 5ª ). II Ts. 2:8.

“Estes combaterão contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, porque é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis;

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vencerão os que estão com ele, chamados, e eleitos, e fiéis”. Ap. 17:14

Jaime e Júliohttp://apocalipsejj.blogspot.com.br/p/as-sete-tacas-da-ira.html

AS SETE TAÇAS DA IRA DE DEUS

LIÇÃO 09 - AS SETE TAÇAS DA IRA DE DEUS27 DE MAIO DE 2012

TEXTO ÁUREO“E vi outro grande e admirável sinal no céu Sete anjos que tinham as sete

últimas pragas, porque nelas é consumada a ira de Deus”. Ap 15.1

VERDADE APLICADASó entenderemos as maravilhosas implicações de pertencer à Igreja, quando

formos arrebatados para estar para sempre com o Senhor.

OBJETIVOS DA LIÇÃOExaltar a importância da igreja e o privilégio incomparável de pertencer a ela;Enfatizar   que estaremos prontos para julgar o mundo quando amarmos justiça e a santidade; e;Deixar claro que só serão julgados por Deus aqueles que se recusarem a sofrer a disciplina do Senhor.

GLOSSÁRIOVindima: colheita de uvasImpraticável: que não se pode por em prática, inexequível; e;Recrudescimento: aumentar, recrescer.

HINOS SUGERIDOS:514, 525, 421

TEXTOS DE REFERÊNCIA:

Ap 15.5, - E, depois disto, olhei, e eis que o templo do tabernáculo do testemunho se abriu no céu.Ap 15.6 - E os sete anjos que tinham as sete pragas saíram do templo, vestidos de linho puro e resplandecente e cingidos com cinto de ouro pelo peito.Ap 16.1 - E ouvi vinda do templo, uma forte voz, que dizia aos sete anjos: Ide e derramai sobre a terra as sete taças da ira de Deus.Ap 16.7 - E ouvi outro do altar que dizia: Na verdade, ó Senhor, Deus Todo Poderoso, verdadeiros e justos são os Teus juízos.Ap 16.17 - E o sétimo anjo derramou a sua taça no ar, e saiu grande voz do Templo do céu, do Trono, dizendo: Está feito.

LEITURAS COMPLEMENTARES

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Segunda feira: Ap 14.14-20 Terça feira: Ap 15.2-4 Quarta feira: Ap 16.2-6 Quinta feira: Ap 16.8-11 Sexta feira: Ap 16.12-16 Sábado: Ap 16.17-21

INTRODUÇÃOVocê estudou na lição anterior que a pregação do Evangelho Eterno será, ao

mesmo tempo, apelo à conversão, anúncio da destruição da sociedade fundada na injustiça e na soberba humana e aviso quanto ao destino último da Besta e de seus adoradores. Cumpridas estas etapas o julgamento divino sobre a terra e seus habitantes será concluído e as últimas sentenças serão executadas “porque nelas é consumada a ira de Deus”.

1. CURIOSIDADES INICIAISA seção intitulada “A ceifa e a vindima” (Ap 14.14-20) faz parte dos

preparativos para o derramamento das últimas pragas da ira de Deus, por isso, foi incluída nesta lição. Nela aparecem quatro anjos que somados aos três de Apocalipse 14.6-13 perfazem um total de sete. Pelas suas características parecem apontar para os anjos das trombetas em Apocalipse 8.2, e para os que derramarão os sete cálices do furor de Deus sobre a Terra. 

1.1. O anjo de coroa na cabeça e foice na mãoApocalipse 14.14 e Daniel 7.13 indicam que esse anjo é o Senhor. Esse alguém como

"filho do homem" é uma figura de Cristo, que está pronto para lançar a foice do julgamento, em um mundo já amadurecido pela maldade e perversidade. É bom observar que o anjo não dá ordem ao que está assentado,ele dama, como alguém que sabe o momento de agir. O versículo 17 deixa claro que o que executa não é o que está assentado, é "outro anjo", o que fica bem claro no texto é que o anjo do versículo 14 é o próprio Senhor Jesus.

Muitos eruditos acreditam que, nesta época, o Senhor levantará um grupo de pregadores que com grande poder darão seu testemunho. Quando Jesus estava entre os homens designou um grupode pregadores e ordenou-lhes que pregassem, "primeiro as ovelhas perdidas da casa de Israel" (Mt 10. 5-7). O texto nos indica que são anjos, mas a maneira como se apresentarão aos homens não nos e revelada. Sabemos que por força de sua aliança com Abraão, Deus sempre se manifesta de forma visível a Israel (Dt 4. 31- 34). Deus diz mais: 'Jl ti te foi mostrado para que soubesses que o Senhor éDeus, nenhum outro há, senão Ele (Dt 4.35). Este é o grande segredo de Israel: o que esse povo vê doSenhor, é o que o levará a conversão. O Senhor Jesus também disse: “Se faço, e não me credes, crede nas obras (Jo 10.38)”.

1.2. A colheita finalO julgamento final acontecerá 'em dois tempos: primeiro serão recolhidos os servos de

Deus,representados na lavoura de trigo madura (Ap 14.15); depois, serão condenados os demais habitantes da terra, os adoradores da Besta, representados pela vinha madura: os cachos de uvas serão colhidos e lançados no lagar da ira de Deus (Ap 14.19), "mas o trigo, ajuntai-o no Meu celeiro" (Mt 13.30).

1.3. Os três anjos e a proclamação dos juízos (Ap 14. 6-13).Observamos mais uma vez outro vislumbre da graça divina, um último alerta, um último 

escape. Deus nunca se deixou a si mesmo sem testemunho. Antes de sua manifestação como o

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Messias de Israel, enviou João Batista (Mt 3.1). Observando o Apocalipse vemos que Deus tem pausado juízos para aplicar Sua benigna misericórdia. Agora, os anjos saem antes que as sete últimas taças sejam lançadas na terra. O objetivo da mensagem é que toda tribo, língua e nação tema ao Senhor e lhe dê glória, porque vinda é a hora do juízo (Ap 14. 6.7). Na sequência, o segundo anjo traz a revelação antecipada da queda de Babilônia (a igreja falsa mundial), e o terceiro avisa que os que forem selados pela besta estarão perdidos para sempre (Ap 14. 8-11). A conclusão da mensagem é paciência, morte e bem-aventurança (Ap 14.12,13). Neste tempo não haverá a frase "sou evangélico", como muitos apenas a declaram sem ter nada haver com Cristo. Neste tempo, ser cristão não será status, será renunciar a própria vida.

Apocalipse 14.15 informa-nos que é chegado o tempo da colheita. O termo grego para maduroé o verbo "zeraino". Nos dias de Jesus na terra, já havia chegado o "tempo", mas faltava a "hora". Em seus dias, os campos estavam apenas brancos para a ceifa (Mt 4.36). Agora, será lançada a foice, pois a seara já está madura (Ap 14.15b).

2. OS ANJOS DAS SETE TAÇAS DA IRA DE DEUSO capítulo 15 relata a detalhada preparação para o julgamento final. “E os sete

anjos... saíram do templo” (Ap 15.6). O juízo provém do mesmo templo celestial. Os anjos saem não como servos ou mensageiros, mas como administradores reais do juízo, cingidos à altura do peito com cintos de ouro. A ira de Deus é repartida entre os sete anjos por um dos seres viventes e estará contida em sete taças de ouro.

2.1. Eles saíram do Templo no Céu (Ap 15.5,6)No presente texto, "o templo" que João viu se "abrir" não foi na terra, mas no céu. O

apóstolo contemplou o interior do "lugar" do testemunho de Deus. Os judeus criam que as coisas terrenas eram figuras das coisas celestiais (Hb 8.5; 9.23), de maneira que o templo terrestre era apenas uma cópia do celestial (Ap 3.12; 7.15; 11.19; 14.15). A grande lição que aprendemos aqui é que do templo procede àjustiça e, sendo a igreja uma cópia do templo celeste, devemos estar prontos para combater a toda sorte de injustiças através de nossos agentes.

O comentário da Bíblia Pentecostal destaca o texto de Mateus 5.6 como um dos mais importantes versículos do Sermão do Monte. Porque à desejo por justiça é condição fundamental para uma vida de santidade. Tal fome é percebida no maior líder que a nação de Israel já teve Moisés (Ex 33.13,18). Na verdade, o estado espiritual do cristão durante toda a sua vida não somente dependerá da Palavra de Deus, Sua presença e sua volta, mas também de ter fome e sede de justiça (Dt 4.29; Sl11 9; 2Tm 4.8; Mt 5.6).

2.2. Eles estão vestidos de linho puroObservemos que os trajes dos anjos, no presente texto, são semelhantes aos trajes de

Cristo descritos no capítulo 1.13. Eles simbolizam a "dignidade e o "elevado ofício". O linho puro aponta para a justiça dos santos, roupagem que a noiva de Cristo vestirá (Ap 19.8). Temos nesta comparação um vislumbre do futuro. Seremos semelhantes a Cristo, que por sua vez está trajado como os anjos (lJo 3.18).

2.3. Peito cingido com cinto de ouroEm Isaías 15.11 está escrito: "E a justiça será o cinto dos seus lombos". Estas vestes e 

cintos só eram usados pelos sacerdotes e juízes da Alta Corte. No caso dos Anjos nesta seção, refere-se àfunção de "juízes'" por eles desempenhada. Os sete magistrados da Suprema Corte estavam cingidos com cinto de ouro e a mesma coisa é dita acerca de Cristo (Ap 1.13). Eles eram uma comissão proveniente dos mais elevados céus. Seus trajes simbolizam poder, dignidade, retidão e verdade (Is 22.21; Ef 6.14).

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3. OS ALVOS DAS QUATRO PRIMEIRAS TAÇASNo capítulo 16, à semelhança das pragas derramadas sobre o Egito, os sete

anjos recebem ordem para despejar suas taças sobre a terra. Será o julgamento definitivo anunciado pela proclamação do Evangelho Eterno. Será também a última etapa do resgate do povo de Deus dos domínios do ‘iníquo’ e da purificação do planeta. Um processo parecido com a colheita e o preparo do solo para um novo plantio. Depois virá o Milênio.

3.1. O soloO primeiro anjo despejará sua taça sobre a terra e atingirá todas as pessoas que trouxerem

em seus corpos a marca da Besta. Os adoradores da Besta adoecerão de umas chagas malignas e dolorosas,semelhantes a úlceras (Ap 16.2; Zc 14.12,13). Será o complemento da primeira trombeta (Ap 8.7), quando somente a' vegetação for atingida. Os servos de Deus nada sofrerão desta e das outras pragas, porque os que não tiverem morri do pelas mãos da Besta (Ap 13.7), gozarão da proteção especial do selo de Deus.

3.2.  As águasO segundo e o terceiro anjo derramarão as suas taças sobre as águas. O primeiro , no

mar, ou seja,em todas as águas que separam os continentes. Morrerão todos os seres que habitam nas águas, que se tornará em sangue (Ap 16.3). A navegação se tornará impraticável. O segundo derramará sobre as águas potáveis que, feitas sangue serão dadas a beber aos assassinos dos santos e profetas (Ap 16.6). Estas duas pragas completam os julgamentos iniciados pelos toques da segunda e da terceira trombeta (Ap 8.8-11).

3.3. O solO quarto anjo despejará sua taça sobre o sol que emitirá muito mais calor do que o

habitual (Ap 16.8). Essa praga é o fechamento dos juízos começados em Apocalipse 8.12 e exibirá de uma vez por todas o caráter dos ímpios. Debaixo do excessivo calor solar blasfemarão de Deus (Ap 16.9). É o recrudescimento da criatura contra o Criador, que já foi mostrado em Apocalipse 9.20. Assim, vemos que quando o homem rejeita a graciosa salvação em Jesus, traça, ele mesmo, o seu próprio destino: A primeira morte e a segunda (Ap 19.21), que é o lago de fogo (Ap 20.15).

As trevas derramadas sobre o trono e o reino da Besta é que causarão os ciúmes e as rivalidades dos dez reis que aborrecerão a meretriz (Ap 17.16). A destruição dela. Anunciada, ai é a mesma da consumação de Apocalipse 16.19. A confusão será tal que destruirão a única coisa que ossepara da destruição: A imponência de Babilônia e supremacia dela sobre as demais nações.Quando ela cair não haverá mais demora: os juízos de Deus serão derramados sobre todas as nações que andarem após a Besta. Consulte um mapa do mundo antigo. Você verá que o Eufrates éum rio caudaloso e regular, fazendo possível a navegação e a construção de canais para irrigação,e que a capital do antigo império Babilônico estava edificada às suas margens. No Antigo testamento, muitas vezes Babilônia é identificada com o Eufrates. E o secamento dele significa o fimdo próprio império (Jr 50.38). A mesma Linguagem é usada em Apocalipse, portanto a mesma açãoque secará o Eufrates derrubará a Babilônia apocalíptica e abrirá o lado oriental da Palestina para a entrada de exércitos invasores. Apocalipse 16.13,14 parece indicar que Deus induzirá a Besta a destruir a própria cidade domicílio, a fim de com este evento enganar as nações e convencê-las a reunirem todos os esforços para destruir os destruidores de Babilônia, pois os reis que aborrecerão a meretriz são os confederados da Besta e o próprio reino dela. A soberba dela será tal que não perceberá que tanto ela quanto todos os seus aliados estarão sendo conduzidos para o lagar da irade Deus.

CONCLUSÃO

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O controle de todas as coisas pertence a Deus. Quando chegarem os dias compreendidos pelo derramar das sete taças, todos os poderes inimigos de Deus e resistentes ao Seu domínio estarão a serviço dEle, e prepararão o palco, onde eles mesmos serão julgados e condenados. Portanto, querido irmão, se tudo estiver dando errado na tua vida, sossegue Deus está no controle.

QUESTIONÁRIO

1. Qual o vislumbre da graça observado na mensagem dos três anjos?     R. Que Deus nunca se deixou a si mesmo sem testemunho.

2. O que simboliza as vestes de linho puro? .R. Eles simbolizam a "dignidade e o elevado ofício".

3. A que se refere "peito cingidos com cinto de ouro"?R. Refere-se a função de "juízes" por eles desempenhada.

4. Quem serão os atingidos pela taça do primeiro anjo?R. O Solo, as águas e o sol;

5-. O que acontecerá quando o sexto anjo despejar o seu copo?R. O leito do Rio Eufrates se secará.

http://adbomjesusdegoias.blogspot.com.br/2012/05/licao-09-as-sete-tacas-da-ira-de-deus.html

Fontes:Bíblia Sagrada – Concordância, Dicionário e Harpa - Editora Betel,

Revista: APOCALIPSE – Editora Betel - 2º Trimestre 2012 – Lição 09.

TEXTO BASE: Ap 16.1-21

INTRODUÇÃO

      As sete taças da ira de Deus é o ápice do seu juízo. Semelhante e ao mesmo tempo conectada com as dez pragas no Egito e as sete trombetas que eram os alertas de Deus aos ímpios, as taças, entretanto, são a consumação da sua ira. No soar das trombetas, a ira de Deus estava entrelaçada com a sua misericórdia, porém nas taças, a sua ira é inexorável!     

      Hernandes Dias Lopes escreve:

      Enquanto as trombetas causam tribulações parciais, cujo objetivo é trazer ao arrependimento os impenitentes, as taças mostram que a oportunidade de arrependimento está esgotada. As trombetas atingem apenas um terço da natureza e dos homens, as taças trazem uma destruição completa. Enquanto nos selos e nas trombetas há um interlúdio antes da cena do juízo, agora não há mais interlúdio, as taças são derramadas sem interrupção.1

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      Esta cena que precede a segunda vinda de Cristo e o juízo final pode ser dividida em 4 seções paralelas. Na primeira seção é descrito o flagelo de Deus sobre os homens (vs.1-9). Na segunda seção vemos o flagelo de Deus sobre a besta e o seu reino (vs.10-11). Na terceira seção a terra é destruída (vs.12-16). E por fim na quarta seção a terra é extinta do universo (vs.17-21).

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1- Hernandes Dias Lopes. Apocalipse, pág 303.

EXPLANAÇÃO

1- O FLAGELO DE DEUS SOBRE OS HOMENS (16.1-9)

A primeira taça (vs.1-2)

     No texto em pauta, é dito que João ouve uma forte voz vinda do santuário dizendo aos sete anjos que derramem as sete taças da ira de Deus sobre a terra. Por conseguinte, o primeiro dentre os sete anjos derramou a primeira taça na terra que feriu dolorosamente com feridas malignas as pessoas que tinham a marca da besta.

     A voz que João ouviu vinda do santuário era a voz do próprio Deus. Conforme podemos notar, no (15.8) o apóstolo enfatiza a glória de Deus e o seu poder. E também no (16.17) é descrito que após o derramar das sete taças, Deus diz do santuário que tudo está feito! NVI Portanto é o Deus soberano e bendito no qual enche o santuário com a sua glória e poder que envia os seus sete anjos a derramar as sete taças. Todavia, estas taças não devem ser entendidas como taças literais. As taças simplesmente denotam os juízos de Deus sendo executados.   

     Semelhante a sexta praga no Egito, onde os homens e os animais foram acometidos de feridas purulentas pelo corpo (Ex 9.10-11; Dt 28.35); após o primeiro anjo derramar a primeira taça sobre a terra, a saúde das pessoas é afetada.

Os alimentos, especialmente os produtos da terra serão infectados, e ao serem consumidos pelas pessoas, elas ficarão doentes e terão seus corpos dolorosamente afligidos por inúmeras feridas purulentas. Portanto, não são os crentes, mas os ímpios adoradores da besta o alvo indubitável da ira de Deus derramada nesta primeira taça.

A segunda taça (vs.3)  

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     Se na primeira taça os homens são atormentados por doenças excruciantes, agora, nesta segunda taça, o mar é o devastado. Após o segundo anjo executar o juízo de Deus, a água do mar se tornou em sangue como de uma pessoa morta, que resultou na morte de todo o ser vivente no mar.

Apesar dos efeitos das taças serem diferentes dos das trombetas, as duas cenas ocorrem paralelamente 2. Enquanto a segunda trombeta matou um terço das criaturas que vivem no mar (8.8-9), a segunda taça traz morte a todos os seres vivos no mar.3 O mar ficará completamente poluído e sujo pelos corpos das criaturas mortas!

O suprimento alimentício provindo do mar é subtraído da raça humana.4 Este será um tempo de escassez! A fome será inevitável!

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2- Michael Wilcock. A mensagem de Apocalipse, pág 61.

3- Simon Kistemaker. Apocalipse, pág 555.

4- Ibid.

A terceira taça (vs.4-7)

     Após o mar se tornar em sangue na segunda taça, não obstante, a terceira taça quando derramada torna também os rios e as fontes de água em sangue. Via de regra, percebemos dois paralelos aqui nesta terceira taça:

Primeiro, temos o paralelo desta taça com a terceira trombeta, no qual o juízo de Deus foi parcial onde apenas um terço das águas se tornaram amargas culminando na morte de muitas pessoas (8.10-11). Por outro lado, temos o segundo paralelo, porém, com a primeira praga no Egito onde as águas tornaram-se em sangue (Ex 7.19; 17-18). 

     Semelhante aos egípcios na época de Moisés que sofreram esta praga não podendo beber das águas dos rios devido à sua contaminação (Sl 78.44), todavia, esta terceira taça ao mesmo tempo difere e complementa a taça anterior nos seus efeitos.

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Na segunda taça, as pessoas não têm mais o alimento provindo do mar devido a sua contaminação e poluição pelos corpos das criaturas mortas. Na terceira taça, tanto as pessoas como os animais ficarão sem água potável para beber também devido à poluição e contaminação dos rios.

Portanto, a água ficará imprópria para o consumo e, conseqüentemente, muitas pessoas morrerão pela sua falta. Haverá nesta fase da grande tribulação tanto escassez de alimento como de água!

     Por conseguinte, enquanto o anjo derrama a terceira taça, ele declara a justiça de Deus no seu julgamento contra os que mataram os santos de todas as eras que recebem a punição merecida e, ao mesmo tempo, engrandece a Deus como o justo juiz, eterno, santo, onipotente e vingador (vs.5-7).

O julgamento de Deus atingiu um mundo rebelde, para justiça dos que foram martirizados (6.9), e em resposta às orações dos santos perseguidos (9.13).5

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5- Hernandes Dias Lopes. Apocalipse, pág 306.

A quarta taça (vs.8-9)

    Nessa quarta taça, vemos que o quarto anjo executa o juízo de Deus afetando o sol intensificando o seu calor sobre os homens de maneira superlativa.

Os pecadores que não se arrependeram quando o sol escureceu na quarta trombeta são agora punidos mediante a intensificação do calor do sol. O escurecimento eles podiam perceber e ignorar; quanto ao calor eles nada podem fazer a não ser senti-lo.6

     A luz do sol normalmente fornece calor e conforto a todos os seres vivos, especialmente à raça humana; agora o sol veio a ser um poder destrutivo. Em vez de ser uma benção, o sol veio a ser uma maldição.7   

O calor será escaldante sobre a terra! Além de sofrerem pela escassez de alimento e de água como resultado do juízo da segunda e da terceira taça, os seguidores da besta agora, nesta quarta taça derramada, sofrerão de um calor insuportável a ponto de serem queimados pela forte luz do sol sentindo grande ardência por todo o corpo.  

Page 71: As Sete Taças

     No entanto, mesmo diante de todo este sofrimento, os homens não se arrependeram de seus pecados. Pelo contrário, antes eles blasfemaram contra Deus.

Simon Kistemaker ressalta que o fracasso (dos adoradores da besta – minha ênfase) em dar glória a Deus resulta do fato de Deus os abandonar. Deus faz com que os pecadores se endureçam em seus próprios pecados como um ato de juízo divino. Em suma, tais pessoas estão perdidas para sempre.8

(Rm 1.24-28) Por isso Deus os entregou à impureza sexual, segundo os desejos pecaminosos dos seus corações, para a degradação dos seus corpos entre si. Trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram a coisas e seres criados, em lugar do Criador, que é bendito para sempre. Amém.  Por causa disso Deus os entregou a paixões vergonhosas. Até suas mulheres trocaram suas relações sexuais naturais por outras, contrárias à natureza. Da mesma forma, os homens também abandonaram as relações naturais com as mulheres e se inflamaram de paixão uns pelos outros. Começaram a cometer atos indecentes, homens com homens, e receberam em si mesmos o castigo merecido pela sua perversão. Além do mais, visto que desprezaram o conhecimento de Deus, ele os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem o que não deviam. NVI

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6- Michael Wilcock. A mensagem de Apocalipse, pág 62.

7- Simon Kistemaker. Apocalipse, pág 560.

8- Ibid, pág 561.

2- O FLAGELO SOBRE A BESTA E O SEU REINO (16.10-11)

A quinta taça (vs.10-11)

     Conforme vimos, os três primeiros flagelos atingiram a terra, o mar, os rios e o sol, cujo propósito era ferir e atormentar os adoradores da besta.  

Não obstante, este quinto flagelo agora é direcionado a besta e ao seu reino. Ou seja, ao império de Satanás. Assim como o Egito ficou em densas trevas como resultado da nona praga (Ex 10.21-23a), também o trono de Satanás juntamente com os seus adeptos que compõe o seu reino será tomado de densas trevas.

A nona praga que fez com que os egípcios ficassem na escuridão por três dias, “consistiu numa mudança física da natureza, mas o derramamento desta quinta taça provoca escuridão

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espiritual para todos os seguidores de Satanás. Essa escuridão espiritual começou no passado, continua no presente e é mundialmente abrangente”.9 

     William Hendriksen corrobora que o trono da besta é o centro do governo anticristão (veja Na 3.1; Hc 3.12-14). Quando a Assíria cai, ou a Babilônia, ou Roma, a totalidade do universo dos impenitentes parece entrar em colapso (17.9).

Os iníquos perdem toda a coragem. Desesperam-se. Mordem a língua de tanta dor, não só por causa dos flagelos, mas, também, por causa das feridas que foram acometidos quando a primeira taça foi derramada.10

      Michael Wilcock com muita propriedade escreve:

      O trono da besta é, de alguma forma, o maior golpe de Satanás. Ele invadiu toda a estrutura da sociedade humana, levando-a para longe do propósito inicial de Deus, pervertendo-a para satisfazer seus próprios fins. O resultado é o "mundo", a organização da sociedade humana, alienada de Deus. Este "mundo" é cópia da sociedade de Deus, a igreja. É o reino da besta em oposição ao reino de Cristo. E é sobre isto — sobre esta imponente estrutura, fruto do triunfo laborioso do dragão, sobre este reino coroado com o trono, e com o trono ocupado pela besta — que a quinta taça é derramada; e daí é a confusão.11

      Portanto, mesmo diante do sofrimento que se agrava no derramar de cada taça, contudo, nesta quinta taça os homens novamente não se arrependeram dos seus pecados expressos no final da sexta trombeta que são: culto aos ídolos, assassinato, feitiçaria, imoralidade sexual e roubo (9.20-21). Eles continuaram neste estilo de vida pecaminoso!

E mesmo sofrendo dolorosamente com as feridas purulentas como efeito da primeira taça derramada, os homens continuaram a blasfemar contra Deus por causa de todo o mal que os estava assolando. O tempo do arrependimento se foi para eles!

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9- Simon Kistemaker. Apocalipse, pág 562.

10- William Hendriksen. Mais que Vencedores, pág 122.

11- Michael Wilcock. A mensagem de Apocalipse, pág 62.

3- A TERRA É DESTRUÍDA (16.12-16)

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A sexta taça (vs.12-16)    

      À medida que as taças vão sendo derramadas e os flagelos vão sendo executados, percebemos que o fim está perto e se aproxima celeremente. Essa taça é o último flagelo a ser executado antes do fim. No texto alume, podemos observar que o sexto anjo derrama a sua taça sobre o rio Eufrates que faz com que as águas deste rio sequem a fim de abrir caminho para os reis que vêm do Oriente.

Em seguida, é visto por João três espíritos imundos semelhantes a rãs saírem da boca do dragão, da besta e do falso profeta. Estes espíritos, diz o apóstolo, são os espíritos malignos que operam milagres e que vão incitar os governantes do mundo inteiro a se reunirem para o Armagedom, a grande batalha no dia final contra Cristo e a igreja.

Por conseguinte, no (vs.15) temos um interlúdio que antecede o Armagedom e o retorno de Cristo a terra que será repentino e inesperado.

Portanto, diante disso, Cristo exorta os crentes a permanecerem vigilantes na fé (Mt 24.42; 25.13; Mc 13.33), e se conservarem vestidos com a palavra de Deus a fim de resistirem e vencerem as tentações, o pecado, os ataques de Satanás e triunfarem sobre a mediocridade espiritual caracterizada pela nudez.   

     Via de regra, os três espíritos imundos que saem da boca de Satanás, do anticristo e do falso profeta que operam milagres não devem ser entendidos literalmente. Estes três espíritos na verdade “representam idéias, planos, projetos e métodos satânicos introduzidos dentro da esfera do pensamento e ação”.12

Estes espíritos por meio do anticristo e do falso profeta operam sinais extraordinários, cujo intuito é enganar as pessoas do mundo inteiro, em adição os governantes a fim de reuni-los para o Armagedom. “Essa batalha das nações contra Cristo e sua igreja é de inspiração satânica”.13   

(13.13) E realizava grandes sinais, chegando a fazer descer fogo do céu à terra, à vista dos homens. NVI

(Mt 24.24) Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos. NVI

      Quanto ao significado do termo Armagedom, existem várias interpretações sugeridas pelos estudiosos. Contudo, a melhor interpretação para o Armagedom seria não entendê-lo literalmente como um lugar específico onde haverá a batalha final, porém, como um símbolo

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que representa o livramento de Deus para o seu povo em meio às veementes batalhas contra os seus inimigos.

Simon Kistemaker considera o termo Armagedom como um símbolo por meio do qual Deus livra seu povo do mal e demonstra que ele tem poder e a força para subverter seus inimigos.14 

Hernandes Dias Lopes acentua que o Armagedom é um lugar de muitas batalhas decisivas em Israel. Armagedom é um símbolo, mais do que um lugar. Fala da batalha final, da vitória final, quando Cristo virá em glória e triunfará sobre todos os seus inimigos.15

      William Hendriksen sintetiza complementando:  

      O Armagedom é o símbolo de toda batalha na qual, quando a necessidade é grande e os crentes são oprimidos, o Senhor, de repente, manifesta o seu poder a favor de seu povo angustiado e vence o inimigo.

Mas a verdadeira, grande e final batalha do Armagedom coincide com aquele período quando Satanás será solto, quando o mundo, sob a sua direção, do governo anticristão e da religião anticristã, o dragão, a besta e o falso profeta se congregam contra igreja para a batalha final, e a necessidade é maior; quando os filhos de Deus oprimidos de todos os lados clamam por socorro, então Cristo aparecerá de repente e dramaticamente para livrar o seu povo. Aquela tribulação final, aquela aparição de Cristo em nuvens de glória para livrar o seu povo é o Armagedom!16    

      Sendo assim, a sexta taça e os seus flagelos descrevem o Armagedom e a segunda vinda de Cristo. Fatos que acontecem simultaneamente “quando Satanás percebe que a sua derrota é inevitável, ele incita as nações contra Deus. Nessa batalha final Jesus esmaga todos os inimigos debaixo dos seus pés. É o fim”.17  

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12- William Hendriksen. Mais que Vencedores, pág 123.

13- Ibid.

14- Simon Kistemaker. Apocalipse, pág 571.

15- Hernandes Dias Lopes. Apocalipse, pág 308.

16- William Hendriksen. Mais que Vencedores, pág 123.

17- Hernandes Dias Lopes. Apocalipse, pág 308.

 4- A TERRA É EXTINTA (16.17-21)

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A sétima taça (vs.17.21)

      Com a sexta taça derramada, a terra foi destruída, agora, com a sétima taça derramada, a terra é extinta. Essa taça afeta o ar que provavelmente é restringido por completo da terra que culmina na morte de todos os seres vivos. Depois disso, houve, então, relâmpagos, vozes, trovões e um forte terremoto. NVI

Estes sinais, contudo, enfatizam a presença de Deus acompanhada do seu juízo. Podemos ver Deus também manifestar o seu juízo com um terremoto na abertura do sexto selo (6.12).

      No entanto, este terremoto aqui sobrepuja em intensidade e poder todos os outros terremotos já ocorridos na história, pois destruiu completamente a grande cidade da Babilônia partindo-a em três partes (17.18; 18.10, 18-19, 21). O império maligno de Satanás é totalmente destruído.

Em seguida, é descrito mais uma expressão de juízo. É mencionado aqui, assim como no (6.14) na abertura do sexto selo que todas as ilhas fugiram, e as montanhas desapareceram. NVI Esta passagem denota a terra sendo restaurada e transformada por Deus quando Ele se assenta no grande trono branco para o dia do julgamento (20.11).

E por fim, caíram sobre os homens, vindas do céu, enormes pedras de granizo, de cerca de trinta e cinco quilos cada. Assim como a chuva de granizo, a sétima praga no Egito atingiu e destruiu os homens, os animais e as plantações, “a chuva de granizo que matou os amonitas durante a conquista de Israel pela terra (Js 10.11), e a chuva de granizo, mencionada pelos profetas, é descrito como uma força destrutiva (Is 32.19; Ez 13.11, 13; 38.22)”.18  

     A chuva de granizo aqui derramada pela sétima taça é ímpar no que tange o seu efeito. Esta chuva assim como o terremoto sobrepuja em intensidade e poder de destruição em relação às outras chuvas de granizo que ocorreram na história. Porém, mesmo assim, os homens ainda blasfemaram contra Deus por causa deste terrível flagelo.  

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18- Simon Kistemaker. Apocalipse, pág 575.

CONCLUSÃO

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     Os Israelitas não foram poupados e passaram pelas dez pragas que devastaram o Egito. Porém, Deus livrou o seu povo do juízo. Deus livrou os Israelitas da chuva de granizo, que foi a sétima praga. (Ex 9.26) Somente na terra de Gósen, onde estavam os israelitas, não caiu granizo. NVI

Deus livrou os Israelitas do enxame das moscas, que foi a quarta praga. (Ex 8.22-23) "Mas naquele dia tratarei de maneira diferente a terra de Gósen, onde habita o meu povo; nenhum enxame de moscas se achará ali, para que você saiba que eu, o Senhor, estou nesta terra. Farei distinção entre o meu povo e o seu. Este sinal miraculoso acontecerá amanhã". NVI

Deus livrou os animais dos Israelitas da morte, que foi a quinta praga. (Ex 9.4) Mas o Senhor fará distinção entre os rebanhos de Israel e os do Egito. Nenhum animal dos israelitas morrerá". NVI

Deus livrou os Israelitas das trevas, a nona praga. (Ex 10.22-23) Moisés estendeu a mão para o céu, e por três dias houve densas trevas em todo o Egito. Ninguém pôde ver ninguém, nem sair do seu lugar durante três dias. Todavia, todos os israelitas tinham luz nos locais em que habitavam. NVI

Deus livrou os Israelitas da dor da morte do filho primogênito, que foi a décima praga. (Ex 11.7) Entre os israelitas, porém, nem sequer um cão latirá contra homem ou animal’. Então vocês saberão que o Senhor faz distinção entre o Egito e Israel! NVI

     Semelhante aos Israelitas, a igreja passará pela grande tribulação assim como passará pelas sete taças da ira de Deus. Isto é uma verdade incontestável! Porém, em contrapartida com os ímpios que serão terrivelmente flagelados por Deus, os crentes, todavia, são protegidos do efeito assolador das sete taças. A igreja passará pelas sete taças, mas não sofrerá o juízo das sete taças.

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