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1 As Rochas, arquivos que relatam a história da Terra

As Rochas, arquivos que relatam a história da Terra I (2 e 3).pdf · As rochas metamórficas são o produto da transformação, no estado sólido, de qualquer tipo de rocha levada

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As Rochas, arquivos que relatam a história da Terra

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Observando as rochas, os geólogos podem descobrir a história de sua origem e

formação.

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São definidas como quaisquer agregados naturaissólidos, compostos de um ou mais minerais, e constituemparte essencial da crosta terrestre.

O que são rochas ?

O que são minerais ?

Os geólogos definem os minerais como corpos sólidos homogéneos, deocorrência natural, inorgânicos que apresentam uma estrutura internacristalina e que possuem uma composição química específica. Esteúltimo aspecto leva a que, por um lado a sua composição química sópossa variar dentro de certos limites, e por outro, que eles possamassumir formas poliédricas, os denominados cristais.

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As rochas terrestres não constituem massas estáticas. As rochasformadas num determinado ambiente permanecem estáveis ereflectem as características desse mesmo ambiente. Ao mudar delocal as rochas podem sofrer transformações. Assim, as rochasformadas em profundidade alteram-se quando afloram à superfície,dando origem a materiais que vão participar na formação das rochassedimentares. Estas ao atingirem zonas profundas sofrem novasmodificações, podendo originar rochas metamórficas e mesmorochas magmáticas.

Denomina-se Ciclo das Rochas um diagrama que procura de umaforma esquemática, representar todo o dinamismo existente naTerra, que leva às mudanças das rochas de uma classe genética aoutra.

...na natureza nada se perde nada se ganha e tudo se transforma.

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Ciclo das Rochas (litográfico)

Os motores deste ciclo são asforças que actuam ao nível dasuperfície terrestre, dinâmicaexterna, meteorização e erosão,e as forças internas, forçastectónicas.

Este conjunto de fenómenos levaa uma permanente reciclagemdas rochas, e de seusrespectivos minerais, sendoresponsável pelo facto de que aaparência da Terra hoje ésignificativamente diferente doque foi no passado e do que seráno futuro.

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Quanto à sua origem, podemos considerar três tipos básicos de rochas:

Rochas Magmáticas - formadas por solidificação de rochas

fundidas (magma);

Rochas Sedimentares -formadas à superfície pordeposição de materiais embacias de sedimentação

Rochas Metamórficas -formadas pela transformação derochas pré-existentes no estadosólido devido ao aumento dapressão e/ou da temperatura

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• As rochas sedimentares são formadas à superfície por acumulaçãode sedimentos resultantes da desagregação de rochas pré-existentes que ao aflorar à superfície - afloramentos - ficamsujeitos a condições de pressão, temperatura e ambiente químicomuito diferentes daqueles em que foram gerados.

• Cerca de 3/4 da Terra são cobertos por rochas sedimentares querevestem partes dos continentes e dos fundos oceânicos.

Rochas Sedimentares

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O esquema a seguir representa as etapas da génese das rochas sedimentares.

Meteorização

erosão

Transporte

Sedimentação

Diagénese

Rocha Sedimentar

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1- Meteorização

As rochas expostas à superfície da crosta terrestre ficam sujeitasàs acções físicas e químicas exercidas pelo contacto com aatmosfera (temperatura e vento), hidrosfera (água) e biosfera(seres vivos). Assim a meteorização não é mais que o resultado dasacções físicas e químicas sobre as rochas. Como consequência, asrochas são gradualmente alteradas e desagregadas.

Os agentes de meteorização podem ser reunidos em dois grupos principais:

• Físicos ou Mecânicos, pelos quais os materiais são desintegrados,principalmente por acção de:

• 1. Variação de temperatura (termoclastia)• 2. Congelamento da água (crioclastia)• 3. Cristalização de sais (haloclastia)• 4. Acção física de seres vivos

• Químicos, pelos quais os materiais são decompostos por acção decompostos químicos (produzidos por seres vivos ou não):

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A desagregação ou desintegração acontece pela contracção eexpansão provocadas pelas variações de temperatura, facilitadapela existência de fendas, as diáclases, resultantes quer dascondições de arrefecimento das rochas ígneas, quer do relaxamentoda pressão durante a acção das forças tectónicas.

Meteorização Física

A meteorização física gera a fragmentação das rochas emfragmentos cada vez menores, mas que retém as características domaterial original.

13Diáclases

Crioclastia

TermoclastiaAcção seres vivos

Acção seres vivos

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A decomposição das rochas por meios químicos é traduzida pelaalteração da estrutura interna, podendo ocorrer remoção ouoriginando outros minerais mais estáveis ou uma série de produtossolúveis, que são transportados pelos rios e mar. Quase sempre, aágua actua, particularmente, como dissolvente.

Meteorização Química

Rochas com aparecimento de minerais de ferro oxidado

Maciço Calcário com diáclases

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Em Portugal continental, os maciços calcários da região centro (Fátima,Minde, Ourém), são bons exemplos de locais onde ocorre a formação degrutas e galerias subterrâneas por meteorização química. Por esteprocesso, as fendas dos calcários vão-se alargando e coalescendo umas comas outras, o que, em casos extremos pode levar à formação de longos elargos canais subterrâneos, por onde se dá uma intensa circulação da água.

Grutas da Moeda - Fátima

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2- Erosão

É a remoção pelos agentes erosivos (água, vento ou pelo gelo) de materiais resultantes da meteorização das rochas.

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3- Transporte

Os materiais resultantes da meteorização e da erosão,normalmente, não ficam no seu local de origem. São deslocadospara outros locais pelos ventos, gravidade, águas (estado líquido esólido), o que caracteriza o transporte.

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Quando o agente transportador perde a força de arraste edeposita os detritos que transportava, segundo a dimensão edensidade dos detritos, ocorre a sedimentação dos minerais.

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4- Sedimentação

A deposição dos sedimentos ocorre, em vários ambientes (deltaico,lagunar, marinho, fluvial, etc.), sobretudo por acção da gravidade.

Os ambientes e a formação das rochas sedimentares

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Para além dos detritos, também se podem depositar novos mineraisresultantes da meteorização química, minerais de precipitação dassubstâncias em solução e matéria orgânica, como por exemplo, vegetaismortos, esqueletos de animais,etc.

Como resultado de sucessivos transportes e deposições formam-se camadas ou estratos de sedimentos, disposição característicada grande maioria das rochas sedimentares.

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Estratificação cruzada - derivada da variação na intensidade e/ou na direcção do agente de transporte

Estratificação

O estrato é a unidade estratigráficaelementar; o seu limite superior édenominado tecto e o inferior, muro.

Meteorização/erosão + transporte + Sedimentação = Sedimentogénese

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5- Diagénese

Após a sedimentogénese, ocorre a diagénese que consiste nas mudançasou transformações, químicas, físicas e biológicas, sofridas pelossedimentos após a sua deposição, até se tornarem rochas sedimentares.

A diagénese inclui os seguintes processos:

• Compactação/desidratação

• Cimentação

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Compactação

Compressão dos sedimentos por acção da estratificação, que assim, ficam sujeitos a um

aumento da pressão crescente. A compactação determina a

expulsão de água (desidratação).

Cimentação

Agregação dos sedimentos pelos minerais derivados da precipitação

de substâncias químicas dissolvidas na água.

Esquema da compactação dossedimentos detríticos e circulaçãodos fluidos entre os poros.

24antracitoLenhito

Carvões

Rochas sedimentares quimiogénicas e biogénicas (consolidadas)

calcário conquífero

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Rochas sedimentares detríticas

(consolidadas)

Rochas sedimentares

não consolidadas

Arenito

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Magma

Recorda:

O Magma é um material que se encontra no interior da Terra e queresulta da fusão dos materiais que o constituem.

A sua composição varia e vai influenciar o tipo de rocha que

origina.

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Classificação Genéticadas Rochas Magmáticas –

(quanto ao local da sua génese)

• INTRUSIVAS (ou plutónicas = grãos variam de 1mm a 1cm)

• EXTRUSIVAS (ou vulcânicas = grãos < 1mm).

Extrusivas

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Rochas vulcánicas(extrusivas)

Rochas plutónicas(intrusivas)

Resfriamento rápido Cristais de pequenas

dimensões e pouco visíveis p.ex. basalto

Resfriamento lentoCristais de grandes dimensões bem visíveis

p.ex. granito

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As rochas metamórficas são o produto da transformação, noestado sólido, de qualquer tipo de rocha levada a um ambienteonde as condições físicas (pressão, temperatura) são muitodistintas daquelas onde a rocha se formou.

Nestas novas condições, as rochas podem experimentar umreajustamento químico, mineralógico, textural e estrutural, noestado sólido fenómeno denominado – Metamorfismo.

O que são Rochas metamórficas

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Os processos metamorfismo ocorrem, normalmente, em ambientes endógenos (no interior da Terra) induzido por

factores como a temperatura, pressão, fluidos e tempo. É um processo lento, pois é necessário muito tempo para que as rochas fiquem suficientemente profundas, quentes e sob pressão para

que as modificações se comecem a operar.

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Condições de pressão temperatura de formação de rochas ígneas, metamórficas e sedimentares.

A classificação de primeira ordem é genética: rochas ígneas (plutónicas e vulcânicas), metamórficas e sedimentares

0.0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0 200 400 600 800 1000 1200 1400

Temperatura

Pressão

(°C)

(GPa)

Rochas

Sedimentares

Rochas

Metamórficas

Rochas Ígneas Extrusivas

Rochas

Ígneas

Intrusivas

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Metamorfismo de ContactoA transformação da rocha ocorre

na vizinhança de uma intrusão magmática. A temperatura e os

fluidos deverão ser os factores de metamorfismo dominantes.

Metamorfismo RegionalMetamorfismo de carácter

regional e normalmente associada à orogénese (formação de

montanhas) nos limites de placas convergentes,

De acordo com as condições em que decorrem existem diferentes tipos de

metamorfismo

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Metamorfismode Contacto Regional

Principal factor de metamorfismo:

TEMPERATURA

O calor libertado pelo magma irá metamorfosear as rochas que o cercam.

Este tipo de metamorfismo está limitado a algumas centenas de metros em torno do magma

Exemplos: Calcário Mármore

Principais factores de metamorfismo:

PRESSÃO E TEMPERATURA

Qd o metamorfismo afecta uma vasta extensão (dezenas KM)

Nas zonas de subducção o afundamento das rochas transporta-as para profundidades onde a pressão aumenta e a temperatura são bastante elevadas

Exemplos: Granito Gnaisse

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O calor e a pressão são importantes factores de metamorfismo,que podem actuar conjuntamente, mas não necessariamente. Podeocorrer também metamorfismo em condições de altastemperaturas e baixas pressões e de altas pressões etemperaturas relativamente baixas.

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• Metamorfismo RegionalÉ aquele que ocorre quando uma sequência de rochas por efeitodo aumento da profundidade a que estes sucessivamente vãoestando e, consequente aumento de P e T. As rochas vão sofrertransformações mineralógicas, em estado sólido, originando novosminerais, até ao limite em que se dá fusão parcial da rocha comgénese de migmatitos (rochas que sofreram fusão parcial).

Argilito (protólito)T e P-

+

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• Metamorfismo de ContactoNeste caso ocorrem modificações mineralógicas devido a umaintrusão magmática e aos fluidos emanados pelo magma. A intrusãovai provocar um contraste térmico com as rochas encaixantes.Desta forma essas rochas vão sofrer recristalização devidoessencialmente a um aumento de temperatura. As rochasformadas são normalmente endurecidas pela recristalização edesignam-se de corneanas.

Argila

Calcário

Arenito

Intrusão magmática

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Ardósia - Rocha metamórficade grau muito baixocaracterizada pela granulaçãomuito fina, pouco brilho,cristalinidade baixa.

Xisto - Caracteriza-se por apresentaruma textura formada por uma série deplanos. Distinguem-se das Ardósias poros planos de xistosidade terem maiorbrilho. Resultam essencialmente datransformação de rochas argilosas.

Rochas Metamórficas

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Gnaisse - Frequentemente derivado de rochas ricas em

quartzo e feldspato (granito). Os minerais encontram-se todos recristalizados e dispostos

segundo faixas mais ou menos paralelas, formando bandas alternadas, claras e escuras.

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Mármore - Rocha resultante da recristalização de calcários ou dolomias.

Distinguindo-se destas rochas pela dimensão dos grãos de calcite, visíveis à

vista desarmada, e pelo seu brilho.

Quartizito - Rocha essencialmente constituída

por grãos de quartzo resultantes da

recristalização de arenitos siliciosos. Por norma

apresenta tonalidades claras.

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Utilização de rochas metamórficas na arquitectura e arte

Moisés

David

Taj Mahal

La PietáPantheon

Panteão Nacional-Lisboa.

Profeta

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ROCHAS

Ciclo das

Rochas

Rochas

magmáticasRochas

Sedimentares Metamorfismo

TransporteErosão

Processos

Internos

Metamorfismo

Regional

Metamorfismo

de contacto

FusãoMetamorfismoDiagénese

Processos

Externos

Sedimentação

Caracterizado por

Tempo

Factores de

Metamorfismo

Fluídos

Rochas

metamórficas

que incluem que pode

ser

Pressão

(Profundidade)

Temperatura

tais como

causado por

que

originam

provenientes de

MAPA DE CONCEITOS

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O tempo geológico e as grandes etapas da História da Terra

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Como se divide o tempo geológico?

Quais os grandes acontecimentos da História da Terra?

A unidade de Tempo utilizada em Geologia é o Milhão de anos (M. a.)

“O número de anos em que nós, sereshumanos, temos observado o nascer doSol não é nada, virtualmente nada, nahistoria de nosso planeta.”

WEINER, Jonathan. 1988. p. 14.

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+ Antigo

+ Recente

ESCALA DO TEMPO GEOLÓGICO

Escala do Tempo Geológico

EraCenozóica

Período Época Idade Características

QuaternárioHoloceno (Recente) 0,01 Aparecimento do homem /

Glaciação no hemisfério norte

Idade dos mamíferos

Pleistoceno 1,6

Terciária

Plioceno 5,3

Mioceno 23,7

Oligoceno 36,6 Proliferação dos primatas

Eoceno 57,8

Paleoceno 65,4 Primeiros cavalos

EraMesozóica

Cretáceo 144Plantas com

flores

Extinção dos dinossauros

Idade dos répteis

Jurássico 208 Primeiros pássaros e mamíferos

Triássico 245 Primeiros dinossauros

Era Paleozóica

Permiano 286 Extinção dos trilobitasIdade dos anfíbiosCarbonífero 360

Primeiros répteis

Grandes árvores primitivas

Devoniano 408 Primeiros anfíbios Idade dos peixesSiluriano 438 Primeiras plantas terrestres

Ordovicano 505 Primeiros peixesIdade dos

invertebradosCambriano 570Primeiras conchas / Trilobitas

dominantes

Pré câmbrico

Proterozóico 2.500Primeiros organismos

multicelulares

Arqueano 3.800Primeiros organismos

unicelulares

Idades das rochas mais

antigas

Haddeano 4.500

50

Agora com a ajuda dos Fósseisvamos ordenar no Tempo os grandes acontecimentos da

História da Terra

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A formação da Terra

● A Terra formou-se há 4600 M.a.

● Ainda não havia condições para a existência de

vida

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● As primeiras formas de

vida surgiram há 3800 M.a.

● Eram formas de vida

muito simples (Bactérias, seres unicelulares)

Precâmbrico

Primeiro registo fóssil –

Os Estromatólitos

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Paleozóico

● Primeiros peixes

● Primeiras plantas terrestres

● Os fósseis característicos desta época são as Trilobites

● Extinção das Trilobites

e de grande parte de outros animais marinhos

54Reconstituição da vida existente nos mares do Paleozóico

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Mesozóico● Os Fósseis característicos são as

Amonites

● Os dinossauros “dominaram” oPlaneta Terra

● Primeiras Aves e Mamíferos

● No final desta Era dá-se a extinção

dos dinossauros e das amonites

56Reconstituição da vida existente no Mesozóico

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Cenozóico

● Primeiros primatas

● Plantas semelhantes às

existentes actualmente

● Primeiros Hominídeos

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E…Hoje em dia?

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Mas afinal o que é um fóssil?

São vestígios, marcas ou restos de seres vivos que viveram há muito tempo no nosso planeta, tendo a

mesma idade da rocha que os contém.

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63

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Mas como é que se dá a formação de um fóssil?

A partir de um conjunto de processos que se designa por fossilização. Este fenómeno permitiu a preservação dos

vestígios de seres vivos que existiram no passado.

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1 - Morte do ser vivo

2 – Deposição de sedimentos sobre os seus restos mortais

(como consequência estes deixam de estar em contacto com os agentes atmosféricos e com ooxigénio, decompondo-se por isso, mais lentamente)

4 – Após milhões de anos, e através dodesgaste das rochas, o fóssil ficaexposto novamente à superfície.

3 – Substituição da matéria orgânica (existente nos restos mortais) pormatéria mineral

Factores que influenciam o processo de fossilização

• Existência de partes duras (ossos, dentes, carapaças) na constituição dosseres vivos – as partes moles são rapidamente decompostas;

• Rapidez no soterramento dos restos mortais por sedimentos;

• Tipo de sedimentos que cobrem os restos mortais (devem ser finos eimpermeáveis)

• Habitat (a fossilização ocorre mais frequentemente em ambientes aquáticos) –há maior protecção contra os agentes atmosféricos;

• Condições ambientais: temperaturas e humidade baixas dificultam adecomposição;

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Permitem estudar a evolução da vida na Terra

Permitem datar as rochas e determinar ambientes antigos.

Fóssil de IdadeFóssil de Fácies ou de

ambiente

Coral

500 M.a. – actualidade

Vivem apenas em ambientes de águas calmas, quentes e

pouco profundas

Amonite

248 M.a. – 66 M.a.

Importância dos fósseis

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Os fósseis de fácies ou de ambiente são de particular importânciapara ajudar a reconstituir os paleoambientes porque são fósseisque viveram apenas em condições do meio muito restritas.

Os fósseis de idade são de particular importância como indicadoresda idade geológica dos estratos que os contém, porque são fósseisque viveram apenas durante intervalos de tempo muito curtos, comgrande distribuição geológica.

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Grande distribuição estratigráfica

Pequena distribuição estratigráfica

Pequena distribuição geográfica

Grande distribuição geográfica

Indicadores dos paleoambientes

Indicadores da idade dos estratos

Fósseis de fáciesFósseis de idade

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STENO formulou as bases da reconstrução da história geológica por datações relativas

A datação relativa é baseada no estudo dos fósseis e dos princípios daestratigrafia.

A datação relativa permite estabelecer a correlacção entre os estratos edeterminar a ordem cronológica em que se constituíram no lugar onde seencontram.

1669 Prodromus (Nils Stensen/ Nicolas Steno)

Reconheceu uma sequência de eventos históricos na ilha de Malta, em afloramento de rochas sedimentares

DATAÇÃO RELATIVA

Sequência cronoestratigráfica

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PRINCÍPIOS DA ESTRATIGRAFIA

Princípio da sobreposição dos estratos

Princípio da horizontalidade original

Princípio da continuidade lateral

Princípio da identidade paleontológica

Princípio das relações de intersecção

Princípio da inclusão

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Os sedimentos são depositados em camadas sucessivas horizontais ou quase-horizontais

Princípio da horizontalidade original

Rochas (camadas) sedimentares não-deformadas Rochas (camadas) sedimentares deformadas

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Em uma sequência não-deformada de rochas sedimentares, cada camada é mais antiga que a sobrejacente ( a que está acima) e mais jovem que a subjacente ( a que está abaixo)

Princípio da sobreposição dos estratos

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A velocidade e as condições de sedimentação variam ao longo dotempo e pode mesmo haver períodos de interrupção da sedimentação.Se as rochas afloram durante essa interrupção, podem ser emersas eerodidas. Se, posteriormente, a sedimentação, devido a nova imersão,prosseguir, forma-se um estrato que assenta numa superfície erodida.Essa superfície representa uma superfície de descontinuidade.As grandes descontinuidades no registo geológico, marcadas pelaausência de camadas mais ou menos espessas, designam-se pordiscordâncias estratigráficas ou lacunas que podem ser explicadaspor ausência de sedimentações no local ou por erosão de camadas queexistiam.

O estrato D foi erodido e posteriormente formou-se o estrato E.

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erosão

Discordâncias estratigráficas

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Princípio da continuidade lateral

As camadas sedimentares podem ter grande desenvolvimento, emextensão lateral, sobretudo em águas profundas. Noutras situações,porém, têm reduzidas dimensões, correspondendo a fenómenoslocalizados e de curta duração. Mesmo nestas circunstâncias, épossível, por vezes, estabelecer correlações de idade entre camadaslocalizadas em lugares eventualmente muito distanciados.

Se as rochas que sequerem datar estãointercaladas em camadasque se reconhecem comoidênticas, então podeestabelecer-se umacorrelação entre asrochas intercaladas,mesmo que, de umafloramento para o outro,a natureza da rocha varie.

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Frequentemente, verifica-se que também pode ocorrer variaçãohorizontal, isto é, lateral, das características da sedimentação.Assim, o mesmo período de sedimentação pode ocorrer emdiferentes ambientes, originando estratos, ou sequências deestratos, onde se verifica uma passagem gradual de litologias. É que,num dado momento, as condições de sedimentação podem diferir deum local para outro.

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Quando uma estrutura intersecta vários estratos, pode-se dizer se formou depois deles, logo é mais jovens que este.

Princípio das relações de intersecção

Falha

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Princípio da inclusão

Quando fragmentos de rochas são incorporados numa rocha , pode-se dizer que esses se formaram antes dessa, logo são mais antigos

que a rocha que os engloba.

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Princípio da identidade paleontológica

Estratos pertencentes a colunas estratigráficas diferentes ecom o mesmo conteúdo fossilíferos tem a mesma idade gruposde fósseis aparecem numa ordem definida e que se pode

82

O que nos pode contar um corte estratigráfico ?

83

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O que nos pode contar um corte estratigráfico ?

85

O que nos pode contar um corte estratigráfico ?

86

Núcleo do isótopo-pai

Núcleo do isótopo-filho

DATAÇÃO ABSOLUTA

O Método de Datação Absoluta utiliza os princípios físicos daradioactividade e fornece a idade da rocha com precisão. Essemétodo está baseado nos princípios da desintegração (oudecaimento) radioactiva.

O que é desintegração radioactiva?

Dentre os elementos químicosexistentes, há alguns que possuem onúcleo do átomo instável. Esteselementos, através da emissãoespontânea de radiação, setransformam em elementos estáveisDessa maneira o isótopo-pai(radioactivo) se desintegra emitindoradiação e se transforma no isótopo-filho.

• as rochas são formadas por minerais, os quais são constituídospor elementos químicos e alguns desses, por sua vez, sãoradioactivos;

• o conceito de decaimento radioactivo envolve uma constantechamada meia-vida, semi-vida ou período de semi-transformação que é o tempo decorrido para que metade damassa do isótopo-pai se transforme no isótopo-filho. Essaconstante é conhecida e diferente para cada isótoporadioactivo existente .

Há dois pontos importantes que permitem o cálculo da idade absoluta de uma rocha ou mineral:

Meia-vida: é o tempo decorrido para que a metade da quantidade originalde átomos instáveis (isótopo-pai) se transforme em átomos estáveis(isótopos-filho)

Assim…………….

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Alguns elementos radioactivos têm períodos de semi-transformaçãomuito longos e outros mais curtos, sendo esses valores utilizados nadeterminação da idade das rochas.

Os isótopos radioactivos desintegram-se espontaneamente e a umavelocidade constante. A velocidade varia de elemento para elementomas não é afectada por condições ambientais, como a temperaturaou a pressão.

Zircão10 a 600 M.A.

+ 4500 M.A.

+ 710 M.A.

Chumbo 206

Chumbo 207

Urânio 238

Urânio 235

Moscovite, Biotite, Hornoblenda, rochas

vulcânicas

100000 a 4600 m.A.+ 1300 m.A.Azoto 40

Potássio 40

Substâncias provenientes de seres vivos, ossos, conchas,

madeira, etc.

+ 100 a 40000 m.A

+ 5500 m. A.Azoto 14

Carbono 14

Minerais e materiais datados

Intervalo de tempo

susceptível de medição (anos)

Tempo de meia vida (anos)

Átomo estável em que se transforma

Átomo radioactivos

Sabe-se que um grama de urânio 238U ao fim de 4500 M.A setransformará parcialmente em chumbo 206Pb (que é o isótopoproduzido por decaímento radioactivo de 238U e o seu produto-filho),ficando reduzido a 0,5 gramas e que ao fim de outros 4500 M.A. sórestará 0,25 gramas e, assim sucessivamente, até que deixará dehaver urânio 238U e haverá apenas chumbo 206Pb. Assim sendo, épossível, em qualquer momento, calcular a idade do material pelarelação entre a massa de chumbo 206Pb proveniente da desintegraçãode urânio 238U e a massa que ainda resta deste, que será tantomaior quanto mais recente for o mineral.

Compreendendo a datação radiométrica …

Cada grão mineral é um cronómetro do tempo geológico, assimque ele se forma, tem início o decaimento radioactivo. Sendoassim, determinando-se a quantidade de isótopo-pai e deisótopo-filho em um mineral hoje, é possível saber há quantotempo está acontecendo o decaimento radioactivo e, portantoquando o mineral se formou.

Idade em M.A. de alguns materiais