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ISBN: 978-972-9171-86-4

Artigo JUNHO 2015 completa - OCCII. O ensino da contabilidade – problemas atuais A educação superior, através das instituições universitárias e dos politécnicos, tem de ser

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ISBN: 978-972-9171-86-4

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TÍTULO

Mudanças no ensino da contabilidade em unidades curriculares certificadas pela qualidade

AUTORES

Vânia Arantes

Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto

do Instituto Politécnico do Porto

E-mail: [email protected]

Teresa Barros

Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto

do Instituto Politécnico do Porto

E-mail: [email protected]

Helena Costa Oliveira

Centro Estudos Ciências Empresariais e Jurídicas

Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto

do Instituto Politécnico do Porto

E-mail: [email protected]

ÁREA TEMÁTICA

A9) Investigação em Contabilidade, Ensino e Formação

METODOLOGIA

M2) Case/Field Study

Palavras-chave

Contabilidade, Certificação pela Qualidade, Ensino, Simulação Empresarial

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Resumo

Recuperar a relevância do ensino da contabilidade, implicou e continuará a implicar

sucessivas alterações e adaptações dos cursos desta área do conhecimento. As mudanças

organizacionais, em particular as resultantes da evolução dos sistemas de informação, têm

afetado as práticas de contabilidade, devendo o seu ensino adaptar-se às novas realidades.

Neste contexto surgem, no ISCAP, em 2003, unidades curriculares como as de Simulação

Empresarial. Tendo por base a experiência no ensino da contabilidade em ambientes

simulados, procura-se contribuir para a evolução desse ensino, propondo uma investigação

qualitativa sobre como têm evoluído estas unidades curriculares, nomeadamente quanto ao

processo de certificação pela qualidade. Concluiu-se que os processos de mudança

compreendem-se tanto por circunstâncias organizativas internas (no âmbito da certificação),

como externas (decorrentes de alterações legislativas e da profissão). As mudanças internas

resultaram diretamente dos relatórios de auditoria e dos processos de melhoria contínua, para

os quais muito contribuíram as sugestões dos estudantes, no âmbito dos inquéritos da

qualidade.

Palavras-chave

Contabilidade, Certificação pela Qualidade, Ensino, Simulação Empresarial

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I. Introdução

As sociedades em constante mudança afetam as relações organizacionais a nível global. O

ensino da contabilidade deve preparar profissionais capazes de se adaptar à constante

evolução da sociedade, adaptar currículos à realidade empresarial do momento e preparar os

estudantes para a difícil tarefa de tomar decisões sustentadas e eficazes.

É neste contexto que surgem novas pedagogias de ensino – as simulações de negócios – em

que ao estudante é exigida não só a reprodução do que aprendeu mas, mais importante, uma

análise crítica e reflexiva dos aspetos teóricos. O processo de ensino concede maior

autonomia ao estudante e instiga a sua capacidade crítica, criativa e comunicacional.

Estas unidades devem evoluir, acompanhando as necessidades dos estudantes e as exigências

empresariais em que se irão inserir. A certificação pela qualidade pode ser uma forma de

acompanhar e perceber essas mudanças no ensino. O futuro empresarial depende do ensino de

hoje.

Procuramos neste artigo, através de um estudo qualitativo, contribuir para o ensino da

contabilidade. Pretendemos perceber as razões que levaram à mudança no ensino da

contabilidade (com a criação das unidades curriculares de simulação empresarial), a

importância da sua certificação pela qualidade e identificar as principais alterações desde o

processo de certificação em 2003.

Numa primeira parte o estudo aborda alguns dos problemas atuais no ensino da contabilidade

(II) e as novas pedagogias de ensino (III).

De seguida apresentamos o estudo empírico (IV), organizado nos seguintes pontos:

metodologia do estudo, as unidades curriculares de Projeto de Simulação Empresarial no

Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto (ISCAP), a certificação da

qualidade dessas unidades curriculares e as principais mudanças ocorridas.

Terminamos com as principais conclusões e algumas sugestões para futuras investigações

(V).

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II. O ensino da contabilidade – problemas atuais

A educação superior, através das instituições universitárias e dos politécnicos, tem de ser

entendida como um instrumento de utilização do saber, geradora de conhecimentos e como

um lugar crítico onde se discute a cultura e se projeta o rumo da sociedade e das suas relações

a um nível global.

Nesse sentido, o ensino superior precisa de encontrar novas formas de ensino e de

aprendizagem, com o intuito de os tornar mais eficientes.

Recuperar a relevância do ensino da contabilidade para as escolas, estudantes, docentes e

entidades empregadoras, implicou e continuará a implicar sucessivas alterações e adaptações

dos cursos desta área do conhecimento. Essas alterações e adaptações devem ser e têm sido no

sentido da transmissão de diferentes tipos de competências, necessárias à formação de

estudantes capazes de dar reposta ao contexto de mudança a que a profissão está sujeita.

A discussão atual sobre as competências adquiridas pelo estudante quando termina um curso

de nível superior demonstra, ainda, uma grande inconsistência relativamente às

fundamentações teóricas, metodológicas e pedagógicas, inconsistência que se traduz

diretamente na asserção quanto à emancipação refletida nos estudantes.

Albrecht e Sack (2000) chamam a atenção para o facto dos líderes e profissionais da

contabilidade considerarem que o seu ensino, da forma que se encontra estruturado, estar

desatualizado e a necessitar, urgentemente, de ser remodelado e repensado. Estes autores

defendem que as fraquezas do ensino da contabilidade – estruturação do currículo e

pedagogias – são as ameaças mais diretas à sua sobrevivência. O facto de os estudantes não

serem preparados para a ambiguidade do mundo dos negócios, de a pedagogia não focar a

criatividade, não desenvolvendo nos estudantes competências e capacidades para aprender e

de os modelos educacionais estarem muito focados nos conteúdos, em detrimento do

desenvolvimento de competências necessárias para que se formem profissionais de sucesso,

são apontados pelos autores como os principais problemas do ensino da contabilidade.

Rodrigues (2006) refere que as críticas normalmente apontadas ao ensino da contabilidade se

resumem a questões como: a não formação de profissionais capazes de se adaptarem de forma

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constante à evolução da sociedade; os currículos não são adequados para a realidade

empresarial do momento, dado que os docentes não acompanham a evolução dos tempos; a

insatisfação dos empregadores com a capacidade em resolver problemas, embora estejam

satisfeitos com as capacidades técnicas no âmbito da contabilidade.

Com a crescente necessidade dos diplomados em contabilidade fornecerem uma vasta gama

de serviços nas organizações onde trabalham, Ng (1993) reconheceu haver a necessidade de a

sua formação ser mais abrangente, ajustando-se às necessidades de mudança do dinâmico

mundo dos negócios.

Bailey e Kelley (1997) sugerem que a integração da pedagogia apropriada nos processos de

aprendizagem estruturados é uma exigência para transferir a aprendizagem para o mundo do

trabalho.

O ensino superior é então chamado a adaptar-se e a responder às exigências de uma época em

que novas possibilidades se abrem e seguem lado a lado com a emergência de novos desafios

e profundas alterações (Kraemer, 2005).

O sentimento de que o conhecimento está completamente adquirido não continua a ser válido,

porque as constantes mudanças levam a que este conhecimento se torne rapidamente obsoleto.

Ao formar estudantes com competências, estamos a formar para o futuro e uma vasta

diversidade de situações.

Metodologias de ensino/aprendizagem de caráter eminentemente prático, assentes na

simulação de negócios/empresarial, nas quais o estudante experiencia situações da vivência

das organizações, são capazes de dar resposta a esta necessidade de formação mais

abrangente.

Na generalidade, as instituições de ensino superior têm respondido a esta problemática

incluindo nos currículos dos seus cursos, unidades curriculares que visam potenciar o

desenvolvimento dessas competências.

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III. Novas Pedagogias – As Simulações de Negócios/Empresariais

Durante muito tempo o ensino da contabilidade evidenciou a necessidade de adaptação ao

contexto de constante mudança em que as organizações operam e muitos reclamaram uma

adaptação dos currículos às efetivas necessidades das organizações.

Estas adaptações dos currículos foram, também, impulsionadas pelo Processo de Bolonha,

que implicou uma mudança de paradigma. O estudante terá que ser uma parte ativa da sua

aprendizagem, terá que se consciencializar para novas formas de trabalho, em que não lhe

será exigida somente a reprodução daquilo que aprendeu, mas também uma análise crítica e

reflexiva sobre os aspetos teóricos apreendidos e a sua relação com a praxis. O professor terá

que deixar de ser mero reprodutor de ideias e terá que conduzir os estudantes num processo

formativo em que lhes é dada autonomia e lhes é exigida maior capacidade criativa e crítica

(emancipação do saber).

O foco do ensino superior passou a ser a aprendizagem dos estudantes com o objetivo de

contribuir para a sociedade do conhecimento e de formar cidadãos para o mercado de trabalho

nacional e internacional, tendo em conta as necessidades de inovação, polivalência,

adaptação, cooperação e formação ao longo da vida.

Docentes, estudantes, profissionais e empregadores partilham, de uma forma geral, a mesma

opinião, considerando que o desenvolvimento de competências não técnicas torna os futuros

profissionais mais aptos e capazes de melhores respostas, perante as novas questões que lhes

são formuladas.

Atentas a estas problemáticas, de necessidade de adaptação dos currículos e desenvolvimento

de novas competências, as instituições de ensino superior têm dado mais atenção à

aprendizagem de descoberta através da experimentação e de aplicações (Bloom e Myring,

2008).

Já em 1990, Gentry referia que uma das pedagogias que mais potenciava a aprendizagem

experimental era a simulação do negócio/empresarial. Segundo o autor, esta pedagogia ajuda

na introdução dos estudantes na dinâmica do mercado competitivo e na consciencialização do

impacto das suas decisões.

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Malik et al. (1997) referiram que as simulações totais dos negócios das empresas e os

métodos de estudos de caso foram as primeiras ferramentas de aprendizagem utilizadas para

incorporar uma componente de integração prática no currículo.

A este respeito Springer e Borthick (2004) consideram que o uso de simulações de negócio

pode dar resposta à necessidade de formação de competências mais abrangentes.

Através das simulações, a articulação entre a teoria e a prática torna-se mais efetiva,

permitindo aos estudantes uma melhor antevisão daquilo que lhes será suscitado enquanto

futuros profissionais. Ao contrário dos modelos de ensino de caráter teórico, excessivamente

expositivos, as simulações confrontam o estudante com a necessidade de tomada de decisão,

de pro-ação e de se tornar um elemento chave da sua própria aprendizagem, tal como é

preconizado pela Declaração de Bolonha.

Sendo as simulações consideradas ferramentas de aprendizagem mais envolventes (Corner e

Nicholls, 1997), os estudantes percebem de forma mais eficaz o processo e o conteúdo da

aprendizagem.

Gentry (1990) argumenta que para aprender através das experiências, os estudantes têm que

estar ativamente envolvidos no processo, o que se mostra fundamental para o sucesso da

aprendizagem. Esta participação ativa motiva os estudantes a esforços acrescidos e fornece

incentivos consideráveis para aprender os conteúdos do curso.

Neste sentido, Corner e Nicholls (1996) referem que “ficando profundamente absorvidos

pelas atividades de gestão das suas empresas simuladas, a sua motivação para aprender as

matérias pode aumentar, e eles podem, consequentemente, aprender a um nível mais

aprofundado do que aconteceria com as ferramentas de aprendizagem profissionais”.

Para que a aprendizagem através desta nova pedagogia seja efetiva e se concretize o processo

de aquisição de competências, há a necessidade de estruturar os cursos de forma a que os

conhecimentos teóricos de base, necessários ao bom desempenho dos estudantes, sejam

adquiridos antes destes serem confrontados com a necessidade de os transporem para a

prática, através das simulações de negócios/empresariais. E acima de tudo, há a necessidade

de motivar os estudantes, para que o seu envolvimento seja total e possam de forma eficaz

desenvolver as competências necessárias ao exercício da profissão.

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IV. Estudo Empírico

4.1. Metodologia do Estudo

Este estudo de caso procura perceber as mudanças no ensino da contabilidade nas unidades

curriculares de Projeto de Simulação Empresarial (PSE) (organizadas em dois semestres –

Projeto de Simulação Empresarial I (PSE I) e Projeto de Simulação Empresarial II (PSE II));

nomeadamente as razões que levaram à certificação pela qualidade e, entre outras mudanças,

as decorrentes deste processo de certificação. Assim formularam-se duas questões de

investigação: Porquê da certificação pela qualidade da unidades curriculares?; Como têm

evoluído a unidades curriculares, particularmente em resultado de processos de qualidade?

O trabalho, iniciado em 2014, foi desenvolvido por investigadoras pertencentes à equipa de

PSE desde 2003. Assim são conhecedoras e experientes nos processos em análise, com pronto

acesso à informação relacionada. As investigadoras (uma docente e duas monitoras)

desempenham funções como preparação das aulas, planeamento de reuniões, inscrições,

lecionação, avaliação, apoio aos estudantes e controlo interno da qualidade. Inserem-se numa

equipa constituída normalmente por seis docentes, quatro monitores e um técnico informático.

Recorremos a um estudo de caso descritivo (Ryan, Scapens, & Theobald, 2002), uma

metodologia de investigação de cariz qualitativo - um estudo de caso (Yin, 1994).

Perante os múltiplos métodos de recolha de dados (Mckinnon, 1998) disponíveis, escolhemos

suportar o nosso trabalho, nas fases intermédias de recolha e análise de dados, com a

observação empírica (consulta de documentos, observação direta) e na realização de

entrevistas a agentes envolvidos no processo. Para garantir a credibilidade, e corrigir a

subjetividade do investigador, as entrevistas foram gravadas e transcritas fazendo-se a

triangulação das informações com outras fontes de informação (nomeadamente observação

direta e análise documental) (Yin, 1994).

Foram entrevistadas intervenientes pertencentes à direção da escola (presidente), associados

ao processo de certificação da qualidade (responsável pela certificação em 2003 e o auditor

interno) e estudantes. De entre os vários estudantes que frequentaram as unidades

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curriculares, escolhemos dois com o perfil adequado para esta investigação. Estudantes que,

por terem frequentado a unidade curricular numa fase inicial (há cerca de 10 anos) e por a

terem retomado, podem dar um testemunho da experiência vivida e das principais alterações

sentidas. Assim, selecionamos um estudante que frequentou a unidade curricular de PSE I

antes do processo de certificação pela qualidade e se encontra a frequentar a unidade

curricular de PSE II no ano letivo de 2014/2015. O outro estudante encontra-se nas mesmas

circunstâncias, ainda que por razões diferentes. Frequentou com sucesso as unidades

curriculares numa fase inicial, no entanto, não se tendo candidatado à Ordem do Técnicos

Oficiais de Contas (OTOC) no prazo estabelecido, perdeu a equivalência ao estágio

profissional, estando novamente a frequentar as unidades curriculares.1

Cada entrevista foi precedida por uma apresentação da natureza do estudo de caso, com

destaque para os objetivos da investigação. Estruturamos um guião para as entrevistas,

facultado com antecedência, para que os interlocutores estivessem preparados (Apêndice 1 –

Guiões das Entrevistas). Além das entrevistas, no decorrer do estudo de caso, foram

realizadas conversas informais e trocas de e-mails para esclarecimento de dúvidas. As

entrevistas foram realizadas entre janeiro e fevereiro de 2015 e demoraram em média 17

minutos (Apêndice 2 – Tabela resumo das entrevistas).

No âmbito da observação empírica, consideramos a análise documental (Apêndice 3 – Lista

de Documentação Analisada) e a observação direta (observadas práticas, procedimentos,

rotinas, atitudes, ações) – o papel de membros da equipa de simulação permitiu-nos esta

experiência.

Existem algumas ameaças à validade (se realmente analisarmos o fenómeno a que nos

propusemos) e à confiança (se os dados obtidos são fiáveis) dos estudos de caso (Mckinnon,

1998), como: limitações de acesso à informação, efeitos causados pelo observador,

enviesamento do observador, complexidade e limitações da mente humana.

As questões relativas à limitação da informação e ao papel do observador são aqui esbatidas

pelo facto das investigadoras pertencerem à equipa que leciona a unidade curricular. Esta

posição facilita o acesso à informação relevante e permite uma experiência direta com o

objeto de estudo, estando presente em aula, reuniões, formações, apoio aos estudantes, 1 Estas unidades curriculares (PSE i e PSE II), em protocolo com OTOC, dispensam a realização de estágio conforme Regulamento de Estágios da OTOC, artº 28, nº. 1 a).

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preparação de aulas, auditorias, apresentações ao exterior; permite vencer a estranheza com

que os entrevistados, naturalmente, recebem um elemento exterior à sua organização (os

interlocutores são mais recetivos, não tomam uma posição defensiva, não alteram os seus

comportamentos usuais, sentem-se confortáveis com as entrevistas).

4.2. As unidades curriculares de Projeto de Simulação Empresarial no ISCAP

As unidades curriculares de Projeto de Simulação Empresarial I e II foram introduzidas no

curso de Contabilidade e Administração, do ISCAP, em fevereiro de 2003. Atualmente são

unidades curriculares facultativas em alternativa ao Estágio Curricular, com uma carga

horária de 6 horas semanais, divididas em duas aulas de 3 horas, num total de 180 horas (16

ECTS).

Estas unidades curriculares que têm como lema o “saber fazer” e o “aprender a aprender”, têm

como finalidade dar uma visão prática da atividade profissional, facilitar a transição para o

mundo do trabalho e dar uma resposta às necessidades das organizações e como objetivos

pedagógicos o reforço das competências e a consolidação das atitudes profissionais, pessoais

e éticas.

De entre os objetivos das unidades curriculares destacam-se a orientação da formação para

níveis de mercado de procura mais exigente e mais bem remunerados, a preparação de

profissionais para funções mais especializadas, o desenvolvimento de novas competências, a

estimulação da capacidade para estruturar, pesquisar e reorganizar informação em ambiente

integrado, o desenvolvimento do trabalho em grupo, fazer medrar o trabalho sob pressão,

ativar a capacidade de tomada de decisões e o enriquecimento da capacidade de comunicação.

Têm como metodologia a criação de todas as atividades burocráticas de uma empresa; a

perspetiva sistémica na abordagem de processos; o ciclo de proteiformismo sujeito a

calendário real; a dinâmica operacional; a reatividade e a obrigatoriedade de recurso às novas

tecnologias, com prioridade à interação.

As aulas de Projeto de Simulação Empresarial funcionam num ambiente caracterizado por

uma enorme complexidade de gestão (grandes volumes de informação, polivalência

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fenomenológica, gestão em tempo real e interação intensa); concebido com base na simulação

da relação laboral; orientado para a aplicação dos conhecimentos adquiridos numa perspetiva

interdisciplinar; subordinado a calendário real; visando a certificação da organização; com

garantia de permanente operacionalidade e com grandes cargas de trabalho.

Os principais meios utilizados são ferramentas e meios tecnológicos avançados; mecanismos

profissionais; instrumentos de gestão idênticos aos que se encontram à disposição da

média/grande empresa; instalações adequadas à simulação completa do ambiente empresarial

e participação de docentes, monitores e entidades com experiência profissional.

A avaliação das unidades curriculares tem como orientações gerais ser por objetivos, ser

contínua (por acompanhamento do docente ao longo do semestre), incluir uma prova oral no

fim do semestre e tem por base a “assiduidade”, a capacidade de trabalho evidenciada, o

cumprimento dos objetivos definidos e a capacidade de exposição.

No ambiente da simulação, os estudantes (organizados em grupos de três) criam e gerem

organizações virtuais, em interatividade e em tempo real, suportadas pelas mais recentes

tecnologias da informação e por meios lógicos de sistemas profissionais de gestão integrada.

Estas organizações estão integradas numa entre as quatro classes de atividades comerciais

mais correntes, com uma dimensão média de 35 trabalhadores.

Para além dos estudantes (entidades individuais sujeitas a avaliação), fazem parte do ambiente

da simulação as empresas em que estes se organizam, o estado, a banca, instituições públicas

diversas e outras empresas (clientes e fornecedores) externas, organizadas num mercado.

Da interação existente entre as empresas será gerada uma grande quantidade de informação,

marcada pela obrigação de cumprimento de prazos e objetivos, num ambiente de pressão de

trabalho idêntico ao vivido na vida empresarial real. Desta forma, alguma da informação

disponibilizada será escassa ou incongruente por forma a gerar perturbação e a provocar a

discussão interna.

As sessões de trabalho estão condicionadas por um guião específico, através do qual se

introduzem os impulsos necessários para fazer funcionar o mercado e se determinam as ações

a desenvolver durante a sessão.

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As salas de trabalho estão dotadas dos meios físicos e lógicos para permitir o funcionamento

de cada empresa em multiutilizador, a sua interação no mercado e a possibilidade de cada

estudante poder aceder remotamente à sua base de dados.

Aos estudantes é incutida a necessidade de uma sólida lógica de gestão, através da exigência

de adoção das normas da série ISO 9001:2008 da gestão da qualidade - com o objetivo de que

sejam identificados os processos funcionais da organização e a sua condução na perspetiva da

certificação da qualidade.

4.3. A certificação da qualidade das unidades curriculares de Projeto de Simulação

Empresarial no ISCAP

As unidades curriculares de Projeto de Simulação Empresarial, do ISCAP, obtiveram a

cerificação da Qualidade em 2003, pela SGS ICS – International Certification Services. De

acordo com o presidente do Conselho Diretivo do ISCAP na altura da implementação destas

unidades curriculares, em entrevista à Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas, em fevereiro

de 2004, este trabalho pioneiro permitiu ao ISCAP ser a primeira escola do ensino superior na

Europa a dispor de unidades curriculares distinguidas com certificado internacional da

qualidade (Gouveia, 2004).

O responsável pela implementação das unidades curriculares de Projeto de Simulação

Empresarial no ISCAP, em entrevista à Revista da Qualidade, em julho de 2005, referiu que o

objetivo deste processo de certificação foi “passar a ser o melhor estabelecimento de ensino

europeu neste setor e chamar a atenção das outras escolas do ensino superior para a

necessidade de certificação das suas unidades nucleares. O mesmo será dizer, inovar o

ensino.” (Oliveira, 2005).

A diretora da qualidade das unidades curriculares, em entrevista à mesma revista, corrobora

com as palavras do responsável e salienta como principais vantagens do processo de

certificação “a promoção junto dos alunos do interesse na gestão pela qualidade; a avaliação

permanente (semestral) do sistema organizativo de ensino por uma entidade que

internacionalmente está acreditada para certificar as organizações, produtos e serviços;

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obrigação de gerir os nossos processos numa base de melhoria contínua; promover a imagem

externa da qualidade do nosso ensino; a metodologia de ensino e de avaliação acaba por se

refletir indiretamente no melhor aproveitamento dos alunos, que são os destinatários

imediatos deste processo” (Novo, 2005).

O ISCAP recebeu a certificação do serviço prestado de acordo com a especificação técnica

ET SC-EDUC-27, pelas atividades das unidades curriculares de Projeto de Simulação

Empresarial I, Projeto de Simulação Empresarial II, Conceção, Desenvolvimento e Avaliação.

Esta especificação técnica teve a sua primeira edição em julho de 2003 e foi alvo de três

alterações. A primeira, em fevereiro de 2007, consubstanciou-se na alteração dos detalhes das

características “criação e gestão da empresa” e “participação de entidades com experiência

profissional (ações técnicas) ” e na introdução do esquema de certificação. A segunda foi em

julho de 2010, dando-se a junção das características “consciencialização de necessidade de

um sistema de gestão pela qualidade” e “orientação para a certificação da empresa”,

retirando-se a visita do cliente mistério e o esquema de certificação. A terceira, foi em julho

de 2012 e consubstanciou-se na alteração da designação e do âmbito.

Neste momento, são quarenta as características incluídas nessa especificação técnica e

certificadas, nomeadamente: ampla pesquisa na conceção das unidades curriculares;

orientação para os níveis de mercado mais altos e bem remunerados; preparação para as

funções mais alargadas e especializadas; preparação para novas competências; metodologia

dinâmica; curricula continuamente atualizados; avaliação das unidades curriculares pelos

alunos; adequação a novas tecnologias; secretariado exclusivo afeto; instalações para prática;

forte componente de ética e atitudes; criação e gestão da empresa; elaboração do dossiê da

empresa; complexidade da gestão de empresas; capacidade de pesquisa de informação;

disponibilidade de ferramentas/meios tecnológicos avançados; simulação do controlo de

pontualidade e da assiduidade; reforço das competências; consolidação das atitudes

profissionais, pessoais e éticas; formação contínua nas ferramentas da aplicação; assegurar o

integral cumprimento do programa letivo estabelecido; assegurar a homogeneidade da

formação dos alunos; treino e desenvolvimento das características de trabalho em grupo;

ambiente interativo; rigor no cumprimento de prazos e objetivos; desenvolver a capacidade de

trabalho sobre pressão; capacidade de resolução de situações profissionais problemáticas;

aplicação integrada dos conhecimentos adquiridos; assumir a responsabilidade da tomada de

decisões; desenvolvimento das capacidades de comunicação; consciencialização de uma

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estrutura organizacional; cariz social das organizações; participação de entidades com

experiência profissional (ações técnicas); ambiente controlado; condições de trabalho em

ambiente empresarial; consciencialização de necessidade de um sistema de gestão pela

qualidade e orientação para a certificação da empresa; garantia de permanente

operacionalidade; avaliação do desempenho comportamental; abertura da escola ao mundo

empresarial; e patrocínio das empresas.

4.4. Mudanças nas unidades curriculares

A certificação pela qualidade, segundo o antigo coordenador e responsável pela

implementação do projeto, teve como objetivo envolver todos os agentes relacionados com o

processo de ensino na perceção e no desenvolvimento do processo baseado nos referenciais

normalizados da qualidade quer sejam os docentes, estudantes, monitores, o pessoal

administrativo, os docentes de outras áreas de ensino e de outras escolas, as empresas

potenciais empregadoras e a comunidade em geral. O processo de certificação foi

relativamente simples e num curto espaço de tempo, quando comparado com o tempo que

normalmente demora um processo de certificação em outras organizações, isto ficou a dever-

se à experiência adquirida em processos de apoio à certificação de diversas organizações

(quer empresas quer instituições de outro índole). Este processo trouxe uma nova forma de

pensar a organização e os processos. As pessoas envolvidas nos processos de ensino passam a

estar motivadas para o trabalho com o objetivo de promover uma organização que se oriente

para a qualidade. Os colaboradores passaram a ter de compreender um processo organizativo

orientado para a melhoria continua e suportado em referenciais ou normas que sejam

sistematicamente auditadas. Os próprios estudantes compreendem que todo o processo de

planeamento e controlo da unidade curricular está devidamente estudado, documentado e

sistematicamente auditado.

Esta opinião também é partilhada pelo Presidente da instituição, ao referir que as principais

vantagens da certificação pela qualidade são claramente a de obrigar quem é avaliado a uma

atenção permanente e a uma preocupação acrescida pela qualidade do serviço.

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Ao longo dos anos, várias foram as mudanças sentidas. Podemos identificar dois grupos, as

mudanças causadas por circunstâncias externas e por fatores internos.

As mudanças decorrentes de circunstâncias externas prendem-se essencialmente com as

resultantes da evolução da profissão do contabilista, que obrigam a um constante

acompanhamento das organizações, das tecnologias e da legislação. A aproximação à

realidade empresarial (muita vezes resultante da conjugação por alguns docentes do ensino

com a atividade empresarial), a formação interna dos docentes e a investigação permitem este

acompanhamento. Por outro lado, uma vez que recorrem a mecanismos profissionais

idênticos aos que se encontram disponíveis para médias/grandes empresas a sua atualização

permite o acompanhamento das alterações legislativas. As tarefas a executar pelos estudantes,

todos os anos letivos, são reformuladas, atualizadas e ajustadas à mutante realidade das

organizações.

Existem fatores internos que podem refletir as mudanças decorrentes do processo da

certificação pela qualidade. Apesar do auditor interno ser da opinião de que existem poucas

alterações nas unidades curriculares em resultado do processo de certificação, conseguimos

identificar algumas mudanças. Esta opinião fundamenta-se no facto de a especificação técnica

ter sido rigorosamente cumprida (i.e. praticamente não existirem “não conformidades”) o que

dificulta processos de melhoria. Não são detetados erros (não conformidades) logo não há

medidas no sentido de melhorar. Isto é visto como um aspeto positivo para a unidade

curricular pois mostra que desde sempre se tem cumprido todos os requisitos exigidos.

Contudo a certificação pela qualidade também “exige” processos de mudança e de melhoria

continua, evolução. Identificamos algumas mudanças e percebemos que a certificação permite

antever novas necessidades.

Dos vários documentos certificados, os inquéritos aos estudantes e as comunicações internas

são tratados e analisados de forma a potenciar melhorias. As sugestões dos estudantes nos

inquéritos são devidamente analisadas e tidas em consideração nos processos de melhoria

continua. Exemplo disso foi a necessidade diagnosticada pelos estudantes em aceder ao

sistema fora das salas de aulas e nesse sentido foi criado, em 2008, o acesso remoto. Toda a

equipa – estudantes, docentes, monitores, técnico de informática – podem aceder

remotamente ao ambiente empresarial simulado. Facilitando a preparação das sessões e a

avaliação aos docentes; permite aos estudantes consultas remotas para preparação das aulas e

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tarefas de avaliação, realização de relatórios, consulta da avaliação continua e assiduidade,

entre outros aspetos.

Também como resultado da análise dos inquéritos o ambiente em sala mudou: novos e atuais

equipamentos foram disponibilizados aos estudantes, criaram-se divisórias entre as empresas

nas salas de aula, foi montado um sistema de ar condicionado (a existência de 31

computadores, 15 scanners, 15 impressoras torna o ambiente em sala “pesado”, as sugestões

pelos estudantes permitiram acelerar este processo), cacifos exteriores, projetores e telas. Não

atribuímos estas mudanças diretamente ao processo da qualidade, mas mais à necessidade de

proporcionar melhores condições de trabalho aos estudantes, primando pela qualidade. A

presidência, preocupada com o bem-estar na sala de aula, investe em equipamentos, no

sentido de facilitar o processo de aprendizagem.

Os estudantes entrevistados notam uma evolução na formação dos docentes. Estes estão agora

mais bem preparados na sequência das ações de formação (resultante dos processos de

melhoria continua). Contudo, isto também pode ser visto como resultado da existência de um

corpo docente estável o que permite grande experiência na docência da unidade curricular,

fomentando a especialização. A estrutura das aulas está mais aligeirada com menos empresas

de estudantes em sala de aula e menos carga de trabalho/tarefas. O ambiente é mais informal o

que permite desenvolver um espírito crítico. Tudo isto permite um ensino cada vez mais

próximo da excelência, a par da inexistência de não conformidades faz com que não existam

mudanças muito significativas.

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V. Conclusões

A constante evolução da sociedade e as mudanças a que a profissão do contabilista está

obrigada exige uma preparação específica dos estudantes para este contexto em contínua

transformação. O ensino deve dar resposta às novas exigências do mercado, estruturando

currículos e pedagogias, focando o ensino mais em competências em detrimento de

conteúdos. O conhecimento de hoje amanha será obsoleto. Novas competências devem ser

desenvolvidas nos estudantes, para que se tornem profissionais de sucesso, nomeadamente a

criatividade, a capacidade para aprender, para se adaptarem a ambientes de mudança,

incerteza e pressão.

Neste contexto surgem novas pedagogias de ensino como as unidades curriculares de “Projeto

de Simulação Empresarial”, no ISCAP, em 2003, com o objetivo de motivar e incentivar os

estudantes, de fomentar a análise crítica e reflexiva, dotando-os com novas valências.

A certificação pela qualidade acredita as unidades curriculares, permitindo uma maior

organização interna, confiança, eficácia, transparência na informação e melhoria continua.

Esta certificação veio permitir uma organização por processos e o alinhamento de todos os

agentes envolvidos – desde estudantes, docentes e não-docentes.

Ao longo destes 12 anos as unidades curriculares evoluíram em função de alterações externas

à própria unidade como as resultantes da evolução da profissão do contabilista e das

organizações em geral (onde se incluem aspetos legislativos e tecnológicos).

A certificação pela qualidade, considerada como um fator interno, permite acelerar processos

de melhoria pois permite antever necessidades melhorando o ensino e o grau de satisfação dos

agentes envolvidos. A criação do acesso remoto, a alteração do ambiente em sala de aula e a

formação dos docentes são testemunhos disso.

O processo de certificação tem funcionado em conformidade não existindo grandes

desfasamentos entre a especificação técnica e o que é feito na realidade. A inexistência de

“não conformidades” faz com que não sejam necessárias mudanças significativas, o que nos

permite afirmar que o processo está estável.

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Este estudo limita-se à especificidade de uma organização, não permitindo generalizações.

Seria interessante alargar este estudo a outras escolas, comparando outras unidades de

simulação empresarial, não certificadas.

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Apêndices

Apêndice 1 – Guião das entrevistas

Aos estudantes

Em que ano frequentou pela primeira vez as unidades curriculares de PSE?

Qual a razão para repetir a unidade curricular?

Comparando os dois momentos em que frequentou as unidades curriculares quais as

principais diferenças relativamente a:

• Nº. de empresas por turma

• Nº. de estudantes por empresa

• Nº. de docentes por sala

• Nº. de monitores por sala

• Qual o ambiente na sala de aula?

Relativamente ao funcionamento das aulas:

• As tarefas são as mesmas?

• Refira algumas tarefas que foram introduzidas e que considere importantes?

• E a carga de trabalho por sessão é superior agora?

• Considera importantes as questões de reflexão que são realizadas no inicio das

sessões?

• E os testes?

• Em 2003 existia o acesso remoto a partir do exterior? É importante? Quais as

principais vantagens?

Relativamente ao secretariado das unidades curriculares:

• Sabe onde funciona o secretariado da unidade curricular?

• Questões que são tratadas com o secretariado?

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Uma vez que já trabalha, em que medida as tarefas desenvolvidas em PSE a ajudaram ou não

no seu desempenho profissional?

Certificação das unidades curriculares:

• Sabe que as unidades curriculares de PSE são certificadas?

• Sabe quem que ano foram certificadas?

• Qual a importância?

• Alguma diferença antes e depois?

Ao antigo coordenador

• Que razões levaram à certificação das Unidades Curriculares de Projeto de Simulação

Empresarial?

• Que dificuldades identifica nesse processo? Que vantagens identifica?

• No período em que coordenou a unidade curricular reconheceu mudanças decorrentes

desse processo?

• Identifica outras mudanças?

• Qual a sua opinião sobre a certificação de outras unidades curriculares no ISCAP?

Ao auditor interno

• É o auditor interno destas unidades curriculares desde a sua certificação. Que

importância atribui à certificação destas unidades curriculares?

• E para o ISCAP. Quais as principais vantagens deste processo de certificação?

• Considera que as unidades curriculares têm evoluído ao longo destes 12 anos? Em que

aspetos?

• Quais as principais melhorias a implementar no curto prazo? Porquê?

• Dos relatórios da avaliação efetuada pelos estudantes às unidades curriculares, acha

que os estudantes estão satisfeitos?

• Das auditorias internas que tem efetuado, que importância acha que os estudantes

atribuem à certificação destas unidades curriculares?

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• Acha importante que outras instituições de ensino certifiquem as suas unidades

curriculares basilares? Porquê?

Ao presidente

• Qual a importância atribuída pela presidência a esta certificação?

• Quais as principais vantagens desta certificação?

• Em termos de imagem do ISCAP?

• E desvantagens?

• Tem tido algum feedback de entidades externas relativamente a estas unidades

curriculares, nomeadamente no que diz respeito à sua metodologia de

ensino/aprendizagem?

• Hoje, temos os ciclos de estudos do ISCAP acreditados pela A3ES. Continua a fazer

sentido a certificação da qualidade destas unidades curriculares? Porquê?

• Porque não certificar outras unidades curriculares?

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Apêndice 2 – Tabela resumo das entrevistas

Data Duração

Antigo Coordenador 24/02/2015 15 min

Estudante A 11/02/2015 30 min

Estudante B 11/02/2015 10 min

Auditor Interno 19/02/2015 20 min

Presidente da Instituição 23/02/2015 10 min

Média 17 min

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Apêndice 3 – Lista de Documentos Consultados

• Especificação Técnica SGS ICS – Projeto Simulação Empresarial I e Projeto

Simulação Empresarial II, Conceção, Desenvolvimento e Avaliação de 4 de julho de

2012

• Regulamento de Inscrição, Frequência e Avaliação nas Unidades Curriculares de

Projeto de Simulação Empresarial I e II (RIFA - PSE)

• Caderno de Apoio

• Planeamento das sessões 2003 a 2014

• Não conformidades

• Ações de melhoria

• Ações preventivas

• Reclamações

• Plano de formação

• Necessidades de formação

• Relatórios de avaliação resultantes dos inquéritos de satisfação aos estudantes

• Declaração de Bolonha