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Arte educador de Franco da Rocha tem trabalhos publicados em livro Em Franco da Rocha, a 48,6 quilômetros de São Paulo capital, o arte educador pós-graduado em Processos educativos em artes visuais e outras linguagens têm demostrado através da educação e o meio mais ágil e eficaz para alcançar seus objetivos. Ir a museus e galerias de arte está além da realidade dos alunos, muito deles por falta de oportunidade ou até mesmo por questões financeiras, nunca visitaram uma instituição cultural. “Muitas vezes quando falamos de artistas ligados à arte ou das instituições artísticas, fica vago na memória das crianças, mas, quando a proposta de trabalho invade os muros da escola através da tecnologia, a educação se efetiva, isso vira motivo de felicidade na sala de aula, através de uma imagem ou até mesmo de um vídeo, os alunos ficam vidrados vendo de perto aos depoimentos dos artistas com suas experiências e técnicas de trabalho. Muitas vezes nossos alunos nunca teriam essa oportunidade e experiência, de conhecer de perto a opinião de um artista, construindo assim a sua opinião futura de mundo contemporâneo. Educo pela arte, para arte, para uma visão diferenciada, para um olhar sensível, para perceber o mundo ao entorno mesmo com alunos tão pequenos nas expectativas sociais, mas acredito que conseguimos alcançar nossos objetivos de uma maneira engrandecedora”, ressalta o professor diante do resultado dos trabalhos. Em 2012 vindo do interior paulista especificamente da cidade de Jales SP, região de São José do Rio Preto, o Professor Edmar Almeida veio para Francisco Morato SP em busca de oportunidades na área da educação. No mesmo ano foi convidado à atuar na rede particular de ensino na cidade de Franco da Rocha SP (Colégio Dom Macário Schmitt). Chegando à região ele deparou uma realidade diferente do que tinha vivenciado na sua formação acadêmica, que possibilitou uma pesquisa profunda da arte da região e sua clientela. No meio de sua pesquisa, o professor encontrou

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Arte educador de Franco da Rocha tem trabalhos publicados em livroEm Franco da Rocha, a 48,6 quilômetros de São Paulo capital, o arte educador pós-graduado em Processos educativos em artes visuais e outras linguagens têm demostrado através da educação e o meio mais ágil e eficaz para alcançar seus objetivos.

Ir a museus e galerias de arte está além da realidade dos alunos, muito deles por falta de oportunidade ou até mesmo por questões financeiras, nunca visitaram uma instituição cultural. “Muitas vezes quando falamos de artistas ligados à arte ou das instituições artísticas, fica vago na memória das crianças, mas, quando a proposta de trabalho invade os muros da escola através da tecnologia, a educação se efetiva, isso vira motivo de felicidade na sala de aula, através de uma imagem ou até mesmo de um vídeo, os alunos ficam vidrados vendo de perto aos depoimentos dos artistas com suas experiências e técnicas de trabalho. Muitas vezes nossos alunos nunca teriam essa oportunidade e experiência, de conhecer de perto a opinião de um artista, construindo assim a sua opinião futura de mundo contemporâneo. Educo pela arte, para arte, para uma visão diferenciada, para um olhar sensível, para perceber o mundo ao entorno mesmo com alunos tão pequenos nas expectativas sociais, mas acredito que conseguimos alcançar nossos objetivos de uma maneira engrandecedora”, ressalta o professor diante do resultado dos trabalhos.

Em 2012 vindo do interior paulista especificamente da cidade de Jales SP, região de São José do Rio Preto, o Professor Edmar Almeida veio para Francisco Morato SP em busca de oportunidades na área da educação. No mesmo ano foi convidado à atuar na rede particular de ensino na cidade de Franco da Rocha SP (Colégio Dom Macário Schmitt). Chegando à região ele deparou uma realidade diferente do que tinha vivenciado na sua formação acadêmica, que possibilitou uma pesquisa profunda da arte da região e sua clientela. No meio de sua pesquisa, o professor encontrou meios alternativos de difundir seus projetos, mas em contrapartida estava um questão forte: A realidade social dos alunos.

Preservar a realidade de uma comunidade está no papel do cidadão. Atos como do professor Edmar Almeida se resumiram em levantar dados, pesquisar pensadores que envolvessem suas ideias, discutir por meio das obras plásticas dos artistas, estabelecendo assim uma corrente entre a realidade e a escola, mas isso só estava começando. “Todos os dias quando fazia o trajeto para escola, sempre deparava com uma realidade infelizmente das cidades grandes, o rio poluído, na primeira visão me fez senti incomodado com aquela situação, mas quando olhei à volta percebi que ninguém dava a importância para aquela

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realidade, foi a partir daí que encontrei um elo condutor do meu projeto, a arte e a reciclagem”.

O projeto surgiu da necessidade que o professor encontrou para formar opiniões mesmo que distintas do mundo que cercava a escola, o lixo e a materialidade dentro da arte.

As primeiras aulas foram dedicadas à contextualização histórica do nosso papel em sociedade, sempre levando em conta os aspectos do lixo, dos aterros sanitários, da questão ecológica à reciclagem. Para isso, o educador criou um material de consulta sobre esse assunto para a garotada, já que havia pouco material disponível na escola. Edmar pesquisou imagens e informações em diversas fontes, como no livro “VIK”, de Vik Muniz (144 págs., Ed. Aplauzível Edições e arte) e organizou tudo em uma apostila, distribuída em classe.

Os encontros surgiram com leituras realizadas pelos estudantes e problematizações feitas pelo docente, que, por meio de discussões coletivas associava o conhecimento dos alunos sobre “o lixo e a reciclagem”, com suas experiências cotidianas. Eles aprenderam que muitos artistas utilizam em sua matéria plástica o lixo, no caso do artista brasileiro radicado em New York “Vik Muniz”.

"Uma imagem vale mais que mil palavras?"

Talvez resposta para essa pergunta esteja nos trabalhos artísticos realizados pelo artista plástico Vik Muniz (Vicente José de Oliveira Muniz). A escolha das imagens de Vik para trabalhar o instrumento de mediação, partiu da observação de como uma imensa parte da população não percebe e, consequentemente, reflete sobre o poder contido nos textos visuais, sejam eles virtuais, publicitários, educativos ou artísticos. No caso do artista, o texto visual é composto por uma série de fotografias, na maioria das vezes reproduções de obras de arte reconhecidas e retratos de pessoas famosas, que recria com materiais diversos como papéis perfurados, algodão, recortes de revistas, chocolate líquido, geleias, açúcar ou poeira. A arte contemporânea é entendida como aquilo que nos faz pensar, questionar, envolvendo os sentidos, causando impacto e reflexão sobre determinado objeto. O contemporâneo não busca mais o novo, nem o espanto, propõe o estranhamento e o questionamento da linguagem e sua leitura. É esse questionamento e reflexão que o artista Vik Muniz realiza com suas obras. Em seu processo de trabalho, o artista utiliza uma variedade de materiais e objetos inusitados para a formação de imagens, que depois são fotografadas e ampliadas. Parte desse trabalho está no documentário passado em sala “Lixo extraordinário”, de Lucy Walker (100 min., AlmegaProjects/O2 Filmes)

Com perguntas como “Quem poderia imaginar que do lixo sairia arte?” e “Como Vik Muniz trabalhou o lixo dando oportunidade aos catadores de lixo do aterro

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municipal de Jardim Gramacho no Rio de Janeiro?”, feitas por Edmar, a classe traçou um perfil de pesquisa de investigar materiais e técnicas plásticas de outros artistas da contemporaneidade. As técnicas estavam no modo de pintar, na história, levando sempre em consideração a ideia do lixo.

Chegamos em infinitas conclusões, o uso do açúcar no trabalho plástico, como vocês podem ver no vídeo feito pelo professor no seu canal do youtube: https://www.youtube.com/watch?v=ejTXdwZERnA.

Imagens do trabalho:

Material utilizado: Açúcar sobre papel cartão preto. Aqui o importante no trabalho é o registro fotográfico e não o processo. “Para esse trabalho implantamos o uso da tecnologia em sala de aula como uma ferramenta educadora. Os alunos registraram seus trabalhos e depois revelamos em papel fotográfico que resultaram em uma exposição da escola. As crianças vibraram para cada trabalho feito em sala”.

A arte se efetiva

Os alunos vivenciaram a mesma proposta do artista Vik Muniz, voltando sempre à prática artística de reaproveitar materiais e suportes que antes iam para o lixo, entupindo boca de lobos e poluindo rios.

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Depois da exposição, organizados em roda, fizeram um debate onde esta em pauta, a conscientização do meio ambiente e a escassez da água na grande São Paulo. Muitos pontos revelaram na dinâmica em que o docente percebeu que a grande parte dos alunos e a comunidade estão fazendo a parte dela. “Esperamos que nossos alunos sejam agentes da conscientização da população, acredito que estou cumprindo minha parte falando desse assunto em sala de aula, detectando o problema e colocando ele em discussão. Isso futuramente chegará em casa, onde essas ideias irão multiplicar para o bem comum da nossa sociedade”. Afirma o professor Edmar Almeida.

Na etapa seguinte os alunos foram convidados a pesquisar e elaborar um projeto visual sobre diferentes materiais. O professor aproveitou para explicar o que é releitura de obra de arte, que tipos de materiais os artistas estão utilizando em seu processo de criação, para chegar ao fechamento do projeto.

“Chegamos à um acordo comum, em aproximar a obra de Tarsila do Amaral (Capivari SP, 1886-1973), à ideia da releitura com materiais do lixo”. Analisaram em grupos as obras da artista, as ideias que ela colocava na tela, sua modernidade plástica para a história da arte brasileira, etc. A ideia era que eles pesquisassem e identificassem com o mundo que os cerca. Escolhemos a obra Abaporu (1928). O nome vem dos termos em tupi aba (homem), porá (gente) e ú (comer), significando "homem que come gente". O nome foi a referência para a criação da Antropofagia modernista brasileira, ou Movimento Antropofágico, que se propunha a deglutir a cultura estrangeira e adaptá-la ao Brasil. Resolvemos aqui deglutir a poluição, o lixo e adaptá-los em forma de arte, devolvendo aos alunos, ideias, memórias e principalmente a conscientização do mundo. O projeto contou com participação da comunidade escola na organização dos materiais recicláveis.

Durante o processo os alunos fizeram uma releitura visual da obra de Tarsila do Amaral – Abaporu, com tampinhas de garrafas pet, trazendo na prática a conscientização para um mundo melhor. “O processo foi mágico, os alunos trouxeram os materiais, vi que toda a comunidade se propôs a ajudar, para cada tampinha colocada na tela, era uma a menos poluindo a natureza” . Afirma Almeida.

O que é releitura?Reler não é copiar, é criar algo novo que mantém um elo com a fonte que serviu de inspiração. Para isso é importante conhecer o artistas, a época que viveu, sua biografia, suas obras, seu estilo, os artistas que admirava, a história do mundo ou do país na época da obra estudada, as técnicas que utilizava, etc. E acrescentar nessa nova produção um toque artístico pessoas e uma nova maneira de interpretar que se enxerga e o que se sente.

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Tal projeto foi selecionado em nível nacional, para integrar o livro “Ideias e Técnicas para reler obras de Arte – Ivete Raffa. “Ficamos muito felizes em ver o resultado do nosso trabalho publicado em um livro, cujo tema é a educação e os meios metodológicos encontrados em arte na sala de aula. Nessa hora que vemos a grandeza de nosso trabalho, em meses de dedicação e amor no que se faz. Meu coração é arte, não consigo fazer outra coisa além disso, e ver nosso trabalho moldando ano após ano de esforços. E isso que vale a pena exercer essa função tão desvalorizada ultimamente, mas em momentos como esses se vê o respeito e o valor pela dado à nossa profissão”.

O Livro: Ideias e Técnicas para reler Obras de Arte: Tarsila do Amaral, foi escrito por Ivete Raffa arte educadora e ATP de Arte da Diretoria de ensino Leste 3 e Leste 5 em São Paulo, e já está disponível com a auto com entrega para todo o Brasil.

Edmar Almeida – arte educador23 anos – Colégio Dom Macário Schmitt – Franco da Rocha

Escola Estadual Parque 120 II – 2012e-mail: [email protected]

blog: http://arteitosnaescola.blogspot.com.br/site: http://arteeducacao.wix.com/arte