22

Arte Conceitual Arq PDF 118

  • Upload
    -

  • View
    254

  • Download
    14

Embed Size (px)

Citation preview

  • ARTE CONCEITUAL

    Copyright: Instituto Arte na Escola

    Autores deste material: Christiane Coutinho e Erick Orloski

    Reviso de textos: Soletra Assessoria em Lngua Portuguesa

    Diagramao e arte final: Jorge Monge

    Autorizao de imagens: Ludmilla Picosque Baltazar

    Fotolito, impresso e acabamento: Indusplan Express

    Tiragem: 200 exemplares

    CrditosMATERIAIS EDUCATIVOS DVDTECA ARTE NA ESCOLA

    Organizao: Instituto Arte na Escola

    Coordenao: Mirian Celeste Martins

    Gisa Picosque

    Projeto grfico e direo de arte: Oliva Teles Comunicao

    MAPA RIZOMTICO

    Copyright: Instituto Arte na Escola

    Concepo: Mirian Celeste Martins

    Gisa Picosque

    Concepo grfica: Bia Fioretti

    Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)

    (William Okubo, CRB-8/6331, SP, Brasil)

    INSTITUTO ARTE NA ESCOLA

    Arte conceitual / Instituto Arte na Escola ; autoria de Christiane Coutinho e

    Erick Orloski ; coordenao de Mirian Celeste Martins e Gisa Picosque. So

    Paulo : Instituto Arte na Escola, 2006.

    (DVDteca Arte na Escola Material educativo para professor-propositor ; 97)

    Foco: SE-2/2006 Saberes Estticos e Culturais

    Contm: 1 DVD ; Glossrio ; Bibliografia

    ISBN 85-7762-028-X

    1. Artes - Estudo e ensino 2. Arte conceitual 3. Relao pblico e obra I.

    Coutinho, Christiane II. Orloski, Erick III. Martins, Mirian Celeste IV Picosque,

    Gisa V. Ttulo VI. Srie

    CDD-700.7

  • DVDARTE CONCEITUAL

    Ficha tcnica

    Gnero: Documentrio.

    Palavras-chave: Arte contempornea; arte conceitual; met-fora; artista e sociedade; objeto; ready-made, livro de artista;experimentao; artista-propositor; relao pblico e obra.

    Foco: Saberes Estticos e Culturais.

    Tema: Arte conceitual.

    Artistas abordados: Os brasileiros: Hlio Oiticica, Anna Ma-ria Maiolino e Cildo Meireles; os estrangeiros: Joseph Beuys,Hanne Darboven, Eva Hesse, Bruce Nauman, Sol LeWitt,Lawrence Weiner, On Kawara, Ilya Kabakov, Karel Malich,Dimitrije Mangelos, Edward Krasiski, John Latham, MarcelBroodthaers, Piero Manzoni, Victor Grippo; e os tericos da arte:Cristina Freire e Celso Favaretto.

    Indicao: Ensino Mdio.

    Direo: Cac Vicalvi.

    Realizao/Produo: Rede SescSenac de Televiso, So Paulo.

    Ano de produo: 2002.

    Durao: 23.

    Coleo/Srie: O mundo da arte.

    SinopseA arte muito mais que um objeto a ser contemplado, dizCristina Freire; A arte pode ser muitas coisas, explica CelsoFavaretto. So esses dois tericos da arte que tecem um pano-rama da arte conceitual neste documentrio, tendo como motea exposio Alm dos pr-conceitos: experimentos dos anos60, realizada em 2002, no Museu de Arte Moderna de So Paulo MAM/SP. Os comentrios e as obras apresentadas propem

  • 2um olhar sobre a arte conceitual, mostrando a ousadia dos ar-tistas em buscar novas formas de se fazer arte, seja no proces-so que envolve a criao dos trabalhos, seja na forma como soapresentados ao pblico, quase sempre algo distante do quese convencionou chamar de pintura e escultura.

    Trama inventivaH saberes em arte que so como estrelas para aclarar o cami-nho de um territrio que se quer conhecer. Na cartografia, parapensar-sentir sobre uma obra ou artista, as ferramentas socomo lentes: lente microscpica, para chegar pertinho davisualidade, dos signos e cdigos da linguagem da arte, ou len-te telescpica para o olhar ampliado sobre a experincia est-tica e estsica das prticas culturais, ou, ainda, lente com zoomque vai se abrindo na histria da arte, passando pela estticae filosofia em associaes com outros campos de saberes. Porassim dizer, neste documentrio, tudo parece se deixar ver pelaluz intermitente de um vaga-lume a brilhar no territrio dosSaberes Estticos e Culturais.

    O passeio da cmera

    Uma exposio: Alm dos pr-conceitos: experimentos dos anos601 , realizada em 2002, no Museu de Arte Moderna de SoPaulo MAM/SP, com curadoria da tcheca Milena Kalinovska,apresenta cento e vinte e cinco obras, abrangendo o perodoque vai dos anos 50 aos anos 70, reunindo alguns dos maisimportantes nomes da arte conceitual: Joseph Beuys, HanneDarboven, Eva Hesse (Alemanha); Bruce Nauman, Sol LeWitt,Lawrence Weiner (EUA); On Kawara (Japo); Ilya Kabakov(Ucrnia); Betty Goodwin (Canad); Jiri Kolar, Karel Malich(Repblica Tcheca); Dimitrije Mangelos (antiga Iugoslvia, hoje,Crocia); Edward Krasiski (Polnia); John Latham (Zimbbue);Marcel Broodthaers (Blgica); Piero Manzoni (Itlia); VictorGrippo (Argentina) e os brasileiros, Hlio Oiticica, Lygia Clark,Anna Maria Maiolino e Cildo Meireles.

  • material educativo para o professor-propositor

    ARTE CONCEITUAL

    3

    O espao da exposio se oferece como paisagem aberta paraa cmera passear lentamente pelas obras, tendo Cristina Freire(curadora e professora no Museu de Arte Contempornea daUniversidade de So Paulo MAC/USP) e Celso Favaretto (fi-lsofo e professor da Faculdade de Educao da USP) comen-tando as idias que regem a potica visual da arte conceitual.

    Em Sobre e Olhos da arte, apresentamos a arte conceitual por meiodas linhas de fora presentes na narrativa visual do documentrio.

    No fluxo visual e verbal do documentrio movimentam-se dife-rentes territrios da arte para estudo. Pode-se circular em Lin-guagens Artsticas, focando a questo dos meios novos; emMaterialidade, a questo da desmaterializao da arte; emProcesso de Criao, a potncia criadora enquanto articulaoentre olho e conceito; em Mediao Cultural, o ato de expor ea discusso do valor e aura da obra de arte; em PatrimnioCultural, o modo de documentao para tornar permanente oimaterial e o transitrio da arte contempornea. Para um me-lhor estudo sobre a desconcertante afirmao de que a artepode ser muitas coisas, lanamos este material no territrioSaberes Estticos e Culturais.

    Sobre a arte, com Olhos na arte conceitualToda a arte desse perodo, de um modo ou de outro, tem uma t-nica altamente conceitual e processual. sempre uma arte doprocesso. Uma arte que dissolveu as delimitaes tradicionais doconceito de arte, da forma da arte, dos modos de fazer arte. Dosobjetos cotidianos aos objetos mais requintados, tradicionalmen-te artsticos, voc tem um grande horizonte de trabalho em queessas coisas se compem e no se excluem jamais.

    Celso Favaretto

    Gestos que traduzem idias, gestos que buscam conceitos. Naarte conceitual, a nfase est na idia ou no conceito e no noobjeto. As obras Filosofia e prtica e Torre Skoob de JohnLatham (primeiro bloco do documentrio) apontam para essadireo. Latham usa como matria os livros, ora por inteiro, orapintados, cortados e queimados. O gesto de destruio e o gesto

  • 4de reconstruo do artista se voltam ao livro, encarado como osmbolo da grande cultura ocidental e seus valores, da formacomo estava sendo construda a idia de arte.

    Em tempos de questionamentos sobre o que , afinal, a polti-ca, a ideologia, a vida, o amor, o sexo e, tambm, a arte, surgea arte conceitual, na metade dos anos 60, propondo a elimina-o da estrutura representativa e a valorizao do conceito edo processo artstico.

    Apostando no experimentalismo como marca do processo

    criativo e na crena de que o artista no deve enfrentar

    mais a matria, e sim uma idia o que necessariamente

    exige a participao mental do espectador, a arte conceitual

    gera ousadias ao buscar novos modos de se fazer arte, seja

    no processo que envolve a criao dos trabalhos, seja no

    modo como so apresentados ao pblico. Os artistas pas-sam a no se preocupar com a forma, so os conceitos, as idi-as que prevalecem sobre a cor, forma e textura dos objetos. Aidia que sustenta uma obra de arte ou o processo pelo qual sechega at ela torna-se mais importante do que o produto final.

    Na gradativa desapario da obra de arte, proposta pela arteconceitual, o americano Joseph Kosuth referncia com suadesconcertante obra Uma e trs cadeiras (1965-66) que mos-tra uma cadeira real (o objeto tridimensional), uma foto decadeira (sua traduo bidimensional) e uma ampliao fotogr-fica da definio oferecida pelo dicionrio ao vocbulo cadeira(sua verso simblica). O ttulo enumera uma e trs cadeiras:o nome do objeto apresentado questiona os limites da repre-sentao, pois o prprio nome do objeto tambm usado pararepresent-lo, podendo substituir qualquer uma das outras for-mas de representao.

    Leonardo da Vinci sinaliza a arte conceitual com sua observa-o de que a arte uma coisa mental, uma idia que est nacabea do artista, do observador. Uma outra ligao mais ime-diata a ao de Marcel Duchamp com seus ready-made, (se-gundo bloco do documentrio) como explica Celso Favaretto:

  • material educativo para o professor-propositor

    ARTE CONCEITUAL

    5

    Quando Duchamp inventou seu ready-made l por volta de 1913,podemos dizer que ele escolheu a roda de bicicleta, ou o porta-garrafas ou o urinol, aleatoriamente. Mas na verdade nunca essaescolha aleatria. O artista de certa forma tem uma idia, umaidia da arte, uma concepo do que ele entende como arte e deque efeito ele quer produzir. Ele escolhe o material que, implicita-mente, j manifestaria a possibilidade dele configurar uma idia.Eis o conceitualismo.

    Nessa perspectiva, noes aceitas e compartilhadas acerca deobra de arte foram abaladas e os sentidos de pintura, esculturae desenho foram expandidos. Termos clssicos do vocabul-rio esttico, como qualidade, originalidade, autenticidade

    e transcendncia tornam-se, a partir da, extremamente

    problemticos, assim como as anlises formalistas mos-

    tram-se insuficientes para dar conta das obras que se fun-

    damentam na equao arte/vida.

    Um exemplo da relao arte/vida Joseph Beuys (primeirobloco do documentrio). O artista alemo, segundo CristinaFreire ao comentar seu Terno de feltro (1970):

    entendia a arte muito mais como manifestao da vida do que al-guma disciplina parte. Toda relao dele partiu de uma questoprofundamente vivencial. O uso do feltro, por exemplo, tem umarelao simblica do feltro, do material feltro dentro da vida dele,o mito que ele cria dentro da prpria histria de que ele era pilotoareo durante a 2a Guerra Mundial e o avio onde ele estava caiu.Os nmades trtaros cuidaram dele enrolando todo o seu corpogelado em feltro e parafina. Esses so os dois materiais que eleutiliza muito.

    Beuys, prossegue Cristina Freire, desenvolve a noo de es-cultura social, que vai alm de criar mais um objeto. Esculturasocial seria criar novas idias na cabea das pessoas. Essa seriaa grande e verdadeira dimenso da arte, a possibilidade de mudarpensamentos, comportamentos e toda uma realidade social.

    Se a obra a idia, muitos artistas descobriram que ser mni-mo o mximo da expresso artstica. O americano LawrenceWeiner em Dois minutos de tinta spray aplicada diretamentesobre o cho (segundo bloco do documentrio), por exemplo,faz uma instruo. Nisto consiste seu trabalho: um papel ondeh uma instruo escrita. Nela cabe a idia para um gesto.

  • 6esse gesto de algum que vai interessar, independente de quemir execut-lo - o curador, o pblico ou qualquer um. Na relaoentre um suporte banal e um gesto, entre o papel comum escri-to e o que vai ser limpo logo depois da exposio, que est anfase da arte conceitual.

    Piero Manzoni (segundo bloco do documentrio) coloca a simesmo na obra de arte, a sua prpria produo, o seu prpriocorpo ou o do espectador so a obra. Em Base mgica (1961)ou em Scultura vivente, o artista eleva o espectador obra dearte: qualquer um que suba sobre o pedestal mgico tem queser considerado, pelo tempo que ali permanecer, uma obra dearte. O pblico o protagonista da obra. Em Linha-6M, a obradefine-se pela relao com a linha. O artista desenha uma linhacom metros e metros de comprimento e a enlata. O que inte-ressa essa lata como o continente de um gesto ininterrupto.Na arte conceitual, tudo metfora!

    No Brasil, Hlio Oiticica2 um dos primeiros artistas a inaugu-rar a arte conceitual (segundo bloco do documentrio). Entre

    Cildo Meireles - Inseres em circuitos ideolgicos: projeto Coca-Cola, 1970

    Garrafas de Coca-Cola, decalque em silk screen, 18cm de altura

  • material educativo para o professor-propositor

    ARTE CONCEITUAL

    7

    1960 e 1963, Oiticica passa por vrias proposies: osMetaesquemas, os Relevos espaciais, os Ncleos e chega aosBlides: objetos onde no h mais o suporte, mas a experin-cia da cor, a experincia plstica da cor, a pintura enquanto corlivre no espao. Seus Parangols, um desenvolvimento dosBlides, so capas de materiais diversos tecidos, telas, pls-ticos que envolvem o corpo, produzindo as mesmas dobras eos mesmos lugares explcitos e ocultos dos Blides. A idia sair do quadro, sair da pintura, sair dos objetos artsticos e cons-truir abrigos destinados a manifestaes diversas, que vo dolazer quilo que se chama especificamente de artstico, com mui-tas manifestaes intermedirias, diz Celso Favaretto.

    Cildo Meireles3 , no terceiro bloco do documentrio, por sua vez,coloca a idia de redes, de sistemas em seu trabalho. Se hojefalamos de sistema e redes por computador, Cildo faz algo mui-to mais simples, porm intervm de uma maneira muito forte narede de trocas de valores. Cildo usa o dinheiro, carimba as cdu-las anonimamente e as devolve circulao; o mesmo feito coma garrafa de Coca-Cola. quase uma estratgia de guerrilha queCildo nomeia de Inseres em circuitos ideolgicos, onde o tra-balho artstico justamente a subverso de um sistema.

    Questionar o papel das instituies outra caracterstica daarte conceitual. Por que o mercado que valida a arte? Por queao museu destinada a compra das obras? Por que a arte temque ser um objeto? O mundo j est cheio de objetos, diziamos artistas conceituais. O que vale so as idias, idias signifi-cativas que, de alguma maneira, possam alterar um pouco osistema em que se vive.

    a pop art, nos anos 1970, que ratifica os valores dos concei-tualistas de que tudo possvel no mundo da arte, como obser-va Celso Favaretto4:

    A questo da forma no era to mais colada a estilo. O estilodesaparece, o gnero desaparece. O que se comea a fazer emarte unir diversos gneros artsticos e diversos gneros da-quilo que se chamava artes plsticas. O domnio das artes pls-ticas e o domnio das artes em geral so explodidos e tudo podecompor-se com tudo.

  • 8Na produo da arte conceitual, est a subverso dos

    mtodos tradicionais de pintura e escultura, gerando a

    desmaterializao da obra de arte. A representao per-

    de fora, surge, assim, uma crise do objeto artstico e

    uma conseqente aproximao das idias. Surgem maisfortemente as inclinaes filosficas, lingsticas, polticas,semiticas, teatrais e tambm de crtica social. Novos for-matos emergem como categorias estticas: os livros de ar-tista, a arte postal, vdeos com o estatuto da arte, pinturacomo documento, o hibridismo de linguagens, e a intensaprocura pela interao com o pblico. Os artistas conceituaiscriam coletivamente uma linguagem artstica original paraalm da tradio modernista, dando incio chamada poti-ca visual do ps-modernismo.

    O passeio dos olhos do professorA narrativa visual do documentrio prope mltiplos olhares sobrea arte conceitual. Para ajudar na sua leitura, oferecemos umapauta do olhar. interessante que voc inicie um dirio de bor-do, registrando suas percepes, idias e conceitos, para rev-los e por eles se orientar durante o trabalho em sala de aula.

    O que o documentrio provoca em voc?

    Como voc percebe a contribuio dos professores CristinaFreire e Celso Favaretto no documentrio? Dos comentriosque fizeram, quais foram significativos para voc?

    Cristina Freire comenta: A pessoa entra numa galeria oumuseu e ela espera ver pintura, escultura, desenho, gravuraou fotografia no mximo. Porque a idia de arte no umacoisa ligada ao conceitual, mas alguma coisa ligada ao estti-co, a apreciao contemplativa. Isso me parece uma expecta-tiva que se mantm e vem do sculo 19 e se mantm no con-temporneo. Como espectador da obra de arte, voc con-corda ou discorda de Cristina Freire? O que arte para voc?

  • material educativo para o professor-propositor

    ARTE CONCEITUAL

    9

    O documentrio lhe faz perguntas? Quais? Sobre o que vocgostaria de pesquisar?

    Dos artistas e/ou obras mostradas no documentrio, quallhe chamou mais ateno? Quais artistas so conhecidos e/ou desconhecidos para voc?

    O que pode provocar atrao ou estranhamento nos alunosdurante a exibio do documentrio?

    O documentrio editado em trs blocos. Por qual deles vocacha interessante comear a exibio na sala de aula?

    Quais focos de trabalho voc visualiza a partir do documentrio?

    Percursos com desafios estticosO documentrio possibilita o acesso ao territrio Saberes Es-tticos e Culturais, nos movendo para um estudo sobre a pro-duo da arte conceitual e uma melhor compreenso de que aarte pode ser muitas coisas. Porm, no mapa potencial desteDVD, voc encontra outras veredas que podem ser inves-tigadas. Tambm possvel que voc produza um outro mapa,a partir de uma cartografia do documentrio.

    O passeio dos olhos dos alunos

    Algumas possibilidades:

    O que arte para os alunos? Antes da exibio do documen-trio, voc pode propor aos alunos que imaginem a seguin-te situao: algum percebe, num velho pedao de pano,sujo e cheio de manchas, um efeito esttico interessante.Seria legtimo que essa pessoa, a partir disso, caracterizassee expusesse esse pedao de pano como uma obra de arte?Conversando e provocando os alunos a expressarem seuspontos de vista, o que eles revelam sobre suas concepesde arte? O importante nessa conversa no o julgamentosobre o que pensam, mas um aquecimento de idias que osprepare para a exibio do segundo bloco do documentrio,

  • qual FOCO?

    qual CONTEDO?

    o que PESQUISAR?

    Zarpando

    potica da materialidade

    procedimentos tcnicos

    procedimentos tcnicos inventivos, subverso de usos

    materialidade/imaterialidade,dimenso simblica da matria

    Materialidade

    suporte

    ruptura do suporte, pesquisade outros meios e suportes

    formao de pblico

    espaos sociais do saber

    o ato de expor

    agentesrelao pblico e obra, recepo esttica,experincia esttica, provocar o espectador

    transgresso pela insero do objeto de arte emespaos no institudos, discusso do valor e aurada obra de arte, espao expositivo

    Museu de Arte Moderna MAM/SP

    artista, crtico de arte

    MediaoCultural

    SaberesEstticos eCulturais

    sistema simblico

    esttica e filosofia da arte

    cdigos de representao, metfora

    arte como idia, esttica experimental

    sociologia da arte mercado da arte, distribuio da arte,artista e sociedade

    elementos da visualidade atravs do tempo,arte contempornea, arte conceitual

    histria da arte

    Linguagens Artsticas

    objeto, ready-made,instalao, livro de artista,poticas visuais

    artesvisuais

    meiosnovos

    preservao e memria

    acervo, catalogao, coleo, conservao,documentao, tornar permanente o imateriale o transitrio da arte contempornea Patrimnio

    Cultural

    Processo deCriao

    produtor-artista-pesquisador artista-propositor, arte como forma de pensar

    articulao entre olho e conceito, provocao mental

    potica pessoal, apropriao de objetos,valor simblico e social, experimentao

    potncias criadoras

    ao criadora

  • 12

    quando Marcel Duchamp focalizado e o conceitualismo abordado por Celso Favaretto. O que surpreende os alunos?Quais conexes eles percebem com os pontos de vista queexpressaram sobre a questo inicial?

    Outro modo de preparar os alunos para a exibio dodocumentrio comear com a composio Metfora (1982)de Gilberto Gil:

    Uma lata existe para conter algoMas quando o poeta diz: LataPode estar querendo dizer o incontvel

    Uma meta existe para ser um alvoMas quando o poeta diz: MetaPode estar querendo dizer o inatingvel

    Por isso, no se meta a exigir do poetaQue determine o contedo em sua lataNa lata do poeta tudonada cabePois ao poeta cabe fazerCom que na lata venha caberO incabvel

    Deixe a meta do poeta, no discutaDeixe a sua meta fora da disputaMeta dentro e fora, lata absolutaDeixe-a simplesmente metfora

    Em sala de aula, proponha a leitura ou a escuta da composi-o Metfora. Como os alunos a interpretam? Que relaeseles estabelecem entre o artista e a meta na arte enquantosimplesmente metfora? A conversa sobre Metfora podevir a ser provocadora para olhar a obra de Piero Manzoni, mos-trada e comentada no segundo bloco do documentrio. O quea exibio ampliou sobre a questo da metfora na arte? Quenovas questes os alunos trazem aps a exibio?

    Uma garrafa de Coca-Cola. Ela pode ser um trabalho dearte? Proponha essa discusso para os alunos, mostrandoa garrafa e problematizando: o que a Coca-Cola paravocs? O que a Coca-Cola pode significar na sociedade deconsumo? Algum poderia escolher esta garrafa para fazeruma experincia artstica? Sugira aos alunos que transfor-mem a garrafa de Coca-Cola numa proposta artstica. Apsa exposio e conversa sobre as solues encontradas na

  • material educativo para o professor-propositor

    ARTE CONCEITUAL

    13

    produo dos alunos, o terceiro bloco do documentrio podeser exibido, quando o trabalho de Cildo Meireles mostra-do. O que causa estranhamento ou atrao nos alunos?

    Desvelando a potica pessoalNa produo dos artistas conceituais, surge a arte postal5 , umamodalidade na qual o correio passa a ser o suporte privilegiadoda arte. Uma obra de arte postal consiste de uma srie de aes,destacando-se, entre elas, duas mais importantes: a produoe o envio do trabalho. Ao produzir um trabalho para ser envia-do, o artista tem toda a liberdade de escolher os materiais e omodo de utiliz-lo, bem como, escolher as dimenses, a formainterior e exterior da obra. No que se refere ao trabalho da artepostal, s o que conta a chegada das respostas. Nesse sen-tido, a arte postal a criao de um sistema de arte para aintercomunicao dos artistas.

    A proposta, aqui, a criao de um movimento de arte postal,por meio de trocas de mensagens criativas entre os alunos,utilizando o sistema de correios para a veiculao. Os alunospodem produzir qualquer tipo de imagem: pintura, desenho,carimbos, adesivos, envelopes, colagens, fotografia, etc... Oimportante ter uma idia visual a ser oferecida.

    Voc pode ajud-los oferecendo uma listagem com o nome eendereo completo do grupo de alunos da sala de aula, paraque eles possam fazer a postagem. O movimento de arte pos-tal pode acontecer entre os alunos de uma mesma sala ou serampliado com alunos de outras sries ou, ainda, com alunos deuma outra escola. Outra possibilidade utilizar a internet e seuservio de e-mail que hoje tambm desempenha o papel decorreio. Muitos artistas tm projetos desenvolvidos especi-almente para essa rede mundial.

    Ampliando o olhar

    A exibio do documentrio, congelando as imagens das obrasque so mostradas, um jeito de aprofundar o olhar sobre a

  • 14

    arte conceitual, o que equivale a dizer a arte de enderea-mento conceitual e conceitualismo. Para mover a conversa,voc pode oferecer focos percepo do olhar, tais como: asestratgias utilizadas pelo artista na elaborao da obra (pre-ponderncia da idia); as caractersticas freqentes nas pro-posies, especialmente a transitoriedade dos meios e aprecariedade dos materiais utilizados; a atitude crtica frentes instituies artsticas; as formas de circulao e recepoda obra e o corpo como tema central. Mapeando odocumentrio, h as seguintes obras: primeiro bloco Filo-sofia e prtica e Torre Skoob, de John Latham; Energia, deDimitrije Mangelos; rvore, de Karel Malich; La rivoluzionesiamo noi, Apagadores de lousa silenciosos e Terno de feltro,de Joseph Beuys; Feliz a vida cigana, de Hanne Darboven.No segundo bloco Modelo para acrscimo, de Eva Hesse;Metaesquemas, Blide-caixa 8, Parangol, de Hlio Oiticica;Dois minutos de tinta spray aplicada diretamente sobre ocho, de Lawrence Weiner; Scultura vivente e Linha-6M, dePiero Manzoni; Ponto a ponto Livro objeto, de Anna MariaMaiolino. No terceiro bloco Como a ditadura de grupos podeser superada, de Joseph Beuys; Alfabeto III, de DimitrijeMangelos; Analogia IV, de Victor Grippo; Malhas da liberda-de; Inseres em circuitos ideolgicos Projeto cdula eProjeto Coca-Cola, de Cildo Meireles; Oct.6, de On Kawara;Caixa com entulho, de Ilya Kabakov; Pea dupla para pare-de, de Sol LeWitt; Andando pra cima e pra baixo, de BruceNauman; ABC, de Marcel Broodthaers; ABC, de EdwardKrasiski e Buraco negro, de Anna Maria Maiolino.

    Um modo de (re)olhar a arte conceitual de Marcel Duchamp,dentro de um contexto contemporneo, pode ser estudandoo que feito atualmente na rea do design, fazendo umaconexo com os trabalhos dos irmos Campana6. Duchamp,pelo conceito de deslocamento, coloca um objeto banal nolugar da obra de arte e como obra de arte. A partir dessasubstituio, o que no era arte passa a ser. Deste modo, elemistura o espao da indstria com o espao da arte, causan-

  • material educativo para o professor-propositor

    ARTE CONCEITUAL

    15

    do obviamente uma ruptura. O design dos irmos Campanadesloca objetos de seus locais ou funes habituais e os trans-forma em objetos verdadeiramente artsticos por meio de suamanipulao. Por exemplo, no design de uma mesa de cen-tro, feita a partir de uma embalagem de pizza, hoje expostano MoMA, os designers deram pea fora expressiva e fun-cional. Com papelo, eles fazem cadeiras, com plstico cons-troem mesas inflveis, com cordas fabricam poltronas.

    Na 26a Bienal de So Paulo (2004), o artista tailands NavinRawanchaikul pede a participao do pblico em seu processode criao. O artista escreve em uma parede Por favor, doesuas idias para um artista da Bienal, que pode ser preenchi-da pelo pblico em folhas de papel que so disponibilizadas.Tendo a instruo de Navin como referncia, os alunos podemescolher pessoas da sua famlia, amigos ou professores daescola e pedir a doao de uma idia em arte que pode seranotada, desenhada, cantada ou mesmo performtica. Pararegistrar as idias, preciso no esquecer de ter em mospapel, gravador ou mquina fotogrfica. Quais idias foramdoadas? possvel fazer relaes entre a proposio de Navine a de Lawrence Weiner mostrada no documentrio?

    Conhecendo pela pesquisa

    Partindo da exibio do final do terceiro bloco do documen-trio, Cristina Freire diz:

    Ento se arte gesto, se comportamento, se ao; como queisso pode ser exposto? Pode ser exposto pelo registro. O museu ea arte contempornea parecem uma contradio. Se a gente pen-sa que dentro do museu a gente est construindo uma histria daarte que vai ficar para as geraes futuras, os anos 1970 no po-dem ser uma lacuna. importante a gente saber que, de algumamaneira, esse gesto estava indo contra idias aceitas etradicionalizadas do que seja obra de arte. O museu tem que pararpara pensar como tornar permanente o imaterial e o transitrio.Porque o museu trabalha com permanncias e isso tambm deveficar para contar nossa histria recente.

    Tendo como tema o museu e seu papel na sociedade, a in-

  • 16

    vestigao pode cercar a relao entre a instituio de arte,a arte conceitual e contempornea. possvel fazer entre-vistas para descobrir o que pensam as pessoas que traba-lham ou no em museus. Qual o papel do museu na socie-dade? A preservao de um objeto de arte necessria? Aquem cabe a preservao? No museu, quais as dificulda-des na preservao de trabalhos conceituais e/ou contem-porneos? Voc acredita que seja cabvel ao museu a sal-vaguarda do objeto de arte?

    Todo o questionamento sobre arte conceitual provoca umasrie de novas experincias artsticas, renovando e trans-gredindo as normas e os conceitos estabelecidos, alargan-do a atividade artstica a campos e a universos at entoinexplorados. Essas novas expresses aspiraram a uma li-berdade total e a expanso de sua ao abarca operaesde todo gnero. Para tal, apropriam-se das paisagens, dosambientes, das tecnologias, dos materiais e de todas as lin-guagens a fim de introduzir o puro ato esttico. Estamosem pleno processo de desmaterializao do objeto artsti-co. Nesse contexto, a pesquisa pode envolver: a land art(arte da terra), que abandona o ateli e reformula a lingua-gem da arte, tendo como protagonistas os artistas RobertSmithson, Michael Heizer, Richard Long, Walter de Maria,entre outros; a arte povera (arte pobre), de origem italiana,que explora as propriedades fsicas e qumicas de materiaisvulgares e insignificantes, numa tentativa de fundir a natu-reza com a cultura, trazendo nomes como Mario Merz,Michelangelo Pistoletto e Giuseppe Penone; as perfomancese a idia de que o objetivo da arte no representar a vida,mas, sim, fazer parte dela, como faz Joseph Beuys, um dospioneiros com suas aes pblicas; o happening (aconte-cimento) como a forma mais incisiva de interferncia arts-tica na vida e no quotidiano, praticado por artistas comoClaes Oldenburg e Jim Dine; a body art, integrao do cor-po do artista na perfomance, tal como acontece com osartistas Vito Acconci, Arnulf Rainer e Dennis Oppenheim.

  • material educativo para o professor-propositor

    ARTE CONCEITUAL

    17

    Conforme analisa o crtico de arte Paul Wood7

    Como convm a uma arte do pensamento, arte conceitual pro-pe problemas desde o incio. O que foi? Quando ocorreu? (Estarsendo criada, hoje em dia, ou j ser coisa do passado?) Ondeocorreu? Quem produziu? (Devemos considerar X um artistaconceitual, ou no?) E, enfim, a pergunta central: por qu?

    As questes colocadas por Wood possibilitam uma pesqui-sa que pode resultar na produo de uma linha de temposobre a arte conceitual e seus protagonistas na arte brasi-leira. O que os alunos podem descobrir sobre a criao atu-al da arte conceitual?

    Em outras linguagens, tambm podemos encontrar concei-tos. Por exemplo, John Cage e a msica que questiona osconcertos tradicionais de piano e os padres de msica oci-dental. Qual a importncia de John Cage na histria da m-sica? Na dana, no teatro, h ressonncias da arte conceitual?

    Amarraes de sentidos: portflio

    O portflio, como um modo de organizao do que foi estudadoe vivenciado, pode ganhar impulso se a sua confeco tambmenvolver um desafio esttico. A proposta aqui a construode um livro/objeto utilizando, por exemplo, elementos grficos,papis de cores diferentes, intervenes no papel como cor-tes, dobras e costuras com linha. A referncia pode ser o tra-balho Ponto a ponto Livro objeto, de Anna Maria Maiolino,mostrado no segundo bloco do documentrio.

    Valorizando a processualidade

    Olhar com os alunos as solues que cada um encontrou paraseu portflio oferece tambm uma oportunidade para conver-sar sobre o que eles percebem que estudaram; o que ficou maissignificativo no projeto; o que poderia ter sido diferente; o quegostariam de saber mais... Voc, retomando seu dirio de bor-do, pode olhar seu percurso de professor-propositor. O que vocpercebe que foi diferente neste projeto? Quais so suas novas

  • 18

    descobertas de ao pedaggica? Surgiram novas idias parafuturos trabalhos a partir deste projeto?

    GlossrioArte conceitual Surge como categoria ou movimento no final da dcada de1960 e no incio da dcada seguinte. Tambm costuma ser designada arte daidia ou arte da informao e seu preceito bsico o de que as idias ou concei-tos constituem a verdadeira obra. A obra e as idias de Marcel Duchamp foramuma influncia primordial. (...) Boa parte da arte conceitual assume a forma dedocumentos, propostas escritas, filmes, vdeos, performances, fotografia, insta-laes, mapas ou frmulas matemticas. Os artistas muitas vezes usavam demodo consciente formatos visualmente desinteressantes com o intuito de focara ateno sobre a idia ou a mensagem central. As atividades ou pensamentosapresentados poderiam ter acontecido em outros lugares, espacial ou temporal-mente, ou simplesmente na cabea do espectador. Estava implcito o desejo dedesmistificar o ato criativo e dar poderes ao artista e ao espectador, rompendocom as preocupaes do mercado de arte. (...) O que a maior parte das obrasconceituais compartilha um apelo s faculdades intelectuais do espectador. Oque arte? Quem determina o que ela ? Quem decide como exposta e criticada?Essas so questes que refletem a crescente politizao de muitos artistas noperodo de 1960-70. Fonte: DEMPSEY, Amy. Estilos, escolas e movimentos: guiaenciclopdico da arte moderna. So Paulo: Cosac & Naify, 2003, p. 240-242.

    Arte postal um veculo de comunicao interpessoal que instaurauma rede de troca de mensagens entre artistas ou entre artistas e pbli-co. O suporte, claro, so as cartas, os cartes, mensagens gravadas ouvideoteipes enviados pelo correio. O intercmbio que se estabelece no quantitativo, pois as mensagens e os objetos enviados no se caracteri-zam como obras vendveis, questionando as leis do mercado de arte. Surge,assim, um circuito que amplia o sistema de arte e cria a exposio frag-mentria, que montada medida que novas mensagens chegam e continuamente renovada pelos diferentes ritmos de remessa. Fonte:COSTA, Cacilda Teixeira da. Arte no Brasil 1950-2000: movimentos emeios. So Paulo: Alameda, 2004, p. 67.

    Escultura social termo criado pelo artista alemo Joseph Beuys. A teoria daescultura social parte dos conceitos de obra enquanto processo, mutao, evo-luo. Para Joseph Beuys o conceito de escultura pode ser estendido aosmateriais invisveis usados por todos: formas pensantes como moldamosnossos pensamentos ou formas falantes como lapidamos nossos pensamen-tos em palavras ou escultura social como moldamos e esculpimos o mundoem que vivemos. Fonte: COHEN, Renato. Work in progress na cena contem-pornea: criao, encenao e recepo. So Paulo: Perspectiva, 1998, p. 23.

    Instalao a partir da dcada de 60 que o termo instalao, que at ento

  • material educativo para o professor-propositor

    ARTE CONCEITUAL

    19

    significava a montagem (a instalao) de uma exposio, passa a nomear essaoperao artstica em que o espao (entorno) torna-se parte constitutiva daobra. Antes do uso geral do termo, que se popularizou s nos anos 70, asexpresses ambiente, environment e assemblage nomeavam, maisfreqentemente, operaes nas quais os artistas reuniam os mais diferentesmateriais num dado espao. Se o contexto da galeria ou do museu partefundamental da instalao, a primeira observao a ser feita que ela noocupa o espao, mas o reconstri, criticamente. Dessa forma a instalaonega, em tese, o poder de compra e no se presta ao adorno e, portanto, atmesmo a pretenso tipicamente burguesa de ter em casa frustrada pelaestrutura mesma desses trabalhos, que remetem ao pblico em detrimentodo privado. Na instalao, o ambiente convida participao do pblico. Arecepo deve envolver outros sentidos alm da viso. ttil, manipulatria,corporal, cinestsica. Fonte: FREIRE, Cristina. Poticas do processo: arteconceitual no Museu. So Paulo: MAC/USP: Iluminuras, 1999, p. 91-92.

    Livro-objeto ou livro de artista Constitui uma produo que se insereno campo dos novos meios, ao lado do vdeo, arte postal e poticas visu-ais. So livros concebidos como obras destinadas a veicular uma idia dearte. (...) O livro de artista, que explora as qualidades especficas do livro,tais como a serialidade e a seqncia espao-temporal do fluxo informa-tivo, pode ser um texto xerocado, impresso em papel barato, em formatode bolso; um livro construdo com materiais que no o papel; sries foto-grficas apresentando um carter autobiogrfico, poltico, filosfico, nar-rativo, etc.. Fonte: COSTA, Cacilda Teixeira da. Arte no Brasil 1950-2000:movimentos e meios. So Paulo: Alameda, 2004, p. 68.

    Ready-made Nome dado por Marcel Duchamp a um tipo de obra queinventou, consistindo em um artigo produzido em massa selecionado ao acasoe exposto como obra de arte. Seu primeiro ready-made (1912) foi uma rodade bicicleta montada sobre um banquinho. Duchamp distinguia o ready-madedo objet trouv, salientando que enquanto este, depois de descoberto, escolhido por suas qualidades estticas, beleza e singuralidade, o ready-made apenas um qualquer um de um grande nmero de objetos idn-ticos, sem individualidade ou caractersticas prprias. Assim, enquanto aseleo do objet trouv implica um exerccio de gosto, a escolha do ready-made se d totalmente ao acaso. Fonte: CHILVERS, Ian. Dicionrio Oxfordde arte. So Paulo: Martins Fontes, 1996, p. 438.

    BibliografiaARCHER, Michael. Arte contempornea: uma histria concisa. So Pau-

    lo: Martins Fontes, 2001.

    BAUDRILLARD, Jean. O sistema dos objetos. 3.ed. So Paulo : Perspec-tiva, 1997. (Debates).

  • 20

    CABANNE, Pierre. Marcel Duchamp: engenheiro do tempo perdido. SoPaulo: Perspectiva, 2001. (Debates).

    CANONGIA, Ligia. O legado dos anos 60 e 70. Rio de Janeiro: Jorge Zahar,2005. (Arte +).

    COSTA, Cacilda Teixeira da. Arte no Brasil 1950-2000: movimentos emeios. So Paulo: Alameda, 2004.

    FARIAS, Agnaldo. Arte brasileira hoje. So Paulo: Publifolha, 2002. (Folha explica).

    FAVARETTO, Celso. A inveno de Hlio Oiticica. So Paulo: Edusp, 1992.(Texto & arte).

    FREIRE, Cristina. Poticas do processo: arte conceitual no museu. SoPaulo: MAC/USP: Iluminuras, 1999.

    MORAIS, Frederico. Arte o que eu e voc chamamos de arte: 801 defi-nies sobre arte e o sistema da arte. Rio de Janeiro: Record, 1998.

    WOOD, Paul. Arte conceitual. So Paulo: Cosac & Naify, 2002. (Movimen-tos da arte moderna).

    Seleo de endereos de artistas e sobre arte na rede internet

    Os sites abaixo foram acessados em 06 jun. 2006.

    ARTE CONCEITUAL. Disponvel em: .

    ARTE POSTAL. Disponvel em: .

    ENCICLOPDIA DE ARTES VISUAIS. Disponvel em: .

    ___. Disponvel em: .

    Notas1 A exposio, concebida originalmente pela Independe CuratorsInternational (ICI), de Nova York, EUA, girou o mundo. Foi apresentadaem Praga, na Repblica Tcheca, em Varsvia, na Polnia, em Buenos Airese no Pao Imperial, Rio de Janeiro, antes de chegar ao MAM em So Paulo.2 Veja, na DVDteca Arte na Escola, o documentrio H.O. supra-sensorial.3 Veja tambm o documentrio Cildo Meireles: gramtica do objeto.4 Veja tambm o documentrio Isto arte? com fragmentos de uma pa-lestra de Celso Favaretto.5 Para saber mais, veja: FREIRE, Cristina. Arte postal: comunicao mar-ginal. In: ___. Poticas do processo: arte conceitual no museu, p. 76-86.6 Consulte na DVDteca Arte na Escola, o documentrio Irmos Campana:do design arte.7 Paul WOOD, Arte conceitual, p. 6.