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    Revista Mineira de EnfermagemNursing Journal of Minas Gerais

    Revista de Enfermera de Minas Gerais

    ISSN 1415-2762

    V O L U M E 1 6 . N M E R O 2 . A B R / J U N D E 2 0 1 2

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    Isabel Amlia Costa MendesUniversidade de So Paulo RP

    Jos Vitorda SilvaUniversidade doVale do Sapuca

    Ldia Aparecida RossiUniversidade de So Paulo RP

    Luiza Akiko komura Hoga

    Universidade de So Paulo RPMagali Roseira BoemerUniversidade de So Paulo RP

    Mrcia Maria Fonto ZagoUniversidade de So Paulo RP

    Marga Simon ColerUniversity of Connecticut USA

    Maria Ambrosina Cardoso MaiaFaculdade de Enfermagem de Passos FAENPA

    Mara Consuelo CastrillnUniversidade de Antioquia Colombia

    Maria Flvia GazzinelliUniversidade Federal de Minas Gerais

    Maria Gaby Rivero GutierrezUniversidade de So Paulo SP

    Maria Helena Larcher CaliriUniversidade de So Paulo SP

    Maria Helena Palucci MarzialeUniversidade de So Paulo RP

    Maria Imaculada de Ftima FreitasUniversidade Federal de Minas Gerais

    Maria Itayra Coelho de Souza PadilhaUniversidade Federal de Santa Catarina

    Maria Jos Menezes BritoUniversidade Federal de Minas Gerais

    Maria Lcia ZanettiUniversidade de So Paulo RP

    Maria Miriam Lima da NbregaUniversidade Federal de Paraba

    Raquel Rapone GaidzinskiUniversidade de So Paulo SP

    ReginaAparecidaGarcia de LimaUniversidade de So Paulo RP

    Rosalina Aparecida Partezani RodriguesUniversidade de So Paulo RP

    Rosngela Maria GrecoUniversidade Federal de Juiz de Fora

    Silvana Martins MishimaUniversidade de So Paulo RP

    Snia Maria SoaresUniversidade Federal de Minas Gerais

    Vanda Elisa Andrs FelliUniversidade Federal de So Paulo SP

    EDITORA GERAL

    Adelaide De Mattia RochaUniversidade Federal de Minas Gerais

    DIRETOR EXECUTIVO

    Lcio Jos VieiraUniversidade Federal de Minas Gerais

    EDITORES ASSOCIADOS

    Andra Gazzinelli C. OliveiraUniversidade Federal de Minas Gerais

    Edna Maria RezendeUniversidade Federal de Minas Gerais

    Francisco Carlos Flix LanaUniversidade Federal de Minas Gerais

    Jorge GustavoVelsquez MelndezUniversidade Federal de Minas Gerais

    Marlia AlvesUniversidade Federal de Minas Gerais

    Roseni Rosngela de SenaUniversidade Federal de Minas Gerais

    Tnia Couto Machado ChiancaUniversidade Federal de Minas Gerais

    CONSELHO EDITORIAL

    Adriana Cristina de OliveiraUniversidade Federal de Minas Gerais

    Alacoque Lorenzini ErdmannUniversidade Federal de Santa Catarina

    Alba Lcia Bottura Leite de BarrosUniversidade Federal de So Paulo SP

    Aline Cristine Souza LopesUniversidade Federal de Minas Gerais

    Andr PetitatUniversit de Lausanne Suia

    Anzia Moreira Faria MadeiraUniversidade Federal de Minas Gerais

    Carmen Gracinda ScochiUniversidade de So Paulo RP

    Cludia Maria de Mattos PennaUniversidade Federal de Minas Gerais

    Cristina Maria Douat LoyolaUniversidade Federal do Rio de Janeiro

    DaclVilma CarvalhoUniversidade Federal de Minas Gerais

    Deborah Carvalho MaltaUniversidade Federal de Minas Gerais

    Elenice Dias Ribeiro Paula LimaUniversidade Federal de Minas Gerais

    Emlia Campos de CarvalhoUniversidade de So Paulo RP

    Flvia Mrcia OliveiraCentroUniversitrio do Leste de Minas Gerais

    Goolan Houssein RassoolUniversity Of London Inglaterra

    Helmut KloosUniversit of Califrnia, San Fransico USA

    remERevista Mineira de Enfermagem

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    REME Revista Mineira de Enfermagem da Escola de Enfermagemda Universidade Federal de Minas Gerais. - v.1, n.1, jul./dez. 1997.Belo Horizonte: Coopmed, 1997.

    Semestral, v.1, n.1, jul./dez. 1997/ v.7, n.2, jul./dez. 2003.Trimestral, v.8, n.1, jan./mar. 2004 sob a responsabilidade Editorialda Escola de Enfermagem da UFMG.ISSN 1415-2762

    1. Enfermagem Peridicos. 2. Cincias da Sade Peridicos.I. Universidade Federal de Minas Gerias. Escola de Enfermagem.

    NLM:WY 100CDU: 616-83

    Formato eletrnico disponvel em:www.enfermagem.ufmg.brwww.periodicos.capes.ufmg.br

    Projeto Grfico, Produo e Editorao EletrnicaBrgida CampbellIaraVelosoCEDECOM Centrode Comunicao daUFMG

    EditoraoSaitec Editorao (Eduardo Queiroz)

    ImpressoEditora e Grfica O Lutador

    Normalizao BibliogrficaJordana Rabelo Soares CRB/6-2245

    Reviso de textoMaria de Lourdes Costa de Queiroz (Portugus)

    Mnica Ybarra (Espanhol)Mariana Ybarra (Ingls)

    Secretaria GeralMariene Luiza Lopes Pereira SecretriaMateus Aparecido de Faria Bolsista da FundaoUniversitria Mendes Pimentel (FUMP)

    Escola de EnfermagemUniversidade Federal de Minas GeraisRevista Mineira de Enfermagem Av. Alfredo Balena, 190 Sala 104, Bloco Norte Belo Horizonte - MGBrasil CEP: 30130-100Telefax: (31) 3409-9876E-mail: [email protected]/[email protected]

    AssinaturaSecretaria Geral Telefax: (31) 3409 9876E-mail: [email protected]/[email protected]

    Revistafiliada ABEC Associao Brasileirade EditoresCienticos

    Periodicidade: trimestral Tiragem: 400 exemplares

    Indexada em:BDENF Base de Dados em Enfermagem / BIREME-OPAS/OMSCINAHL Cumulative Index Nursing Allied Health LiteratureCUIDEN Base de Datos de Enfermera en EspanholLILACS Centro Latino Americano e do Caribe de Informaes em Cincias da SadeREV@ENF Portal de Revistas de Enfermagem Metodologia SciELO/Bireme - OPAS/OMSLATINDEX - SistemaRegional de Informacin en Linea para RevistasCientficas de AmricaLatina, el Caribe,Espan y Portugal

    REME REVISTA MINEIRA DE ENFERMAGEMPublicao da Escola de Enfermagem da UFMG

    Em parceria com:Escola de EnfermagemWenceslau Braz MG

    Faculdade de Enfermagem e Obstetrcia da Fundao de Ensino Superior de Passos MGUniversidade doVale do Sapuca MGCentro Universitrio do Leste de Minas Gerais MGUniversidade Federal de Juiz de Fora MG

    CONSELHO DELIBERATIVO

    Maria Imaculada de Ftima Freitas PresidenteUniversidade Federal de Minas Gerais

    Lucyla Junqueira CarneiroEscola de EnfermagemWenceslau Braz

    Rosa Maria NascimentoFundao de Ensino Superior do Vale do Sapuca

    Girlene Alves da SilvaUniversidade Federal de Juiz de Fora

    Tnia Maria Delfraro CarmoFundao de Ensino Superior de Passos

    Sandra Maria Coelho Diniz MargonCentro Universitrio do Leste de Minas Gerais

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    Sumrio

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    Editorial

    Pesquisas

    ESTADO NUTRICIONAL E CONSUMO ALIMENTAR DE PACIENTES PORTADORAS DE SNDROME DE OVRIOSPOLICSTICOS/ NUTRITIONAL STATUS AND FOOD CONSUMPTION OF PATIENTS WITH OF POLYCYSTIC OVARYSYNDROME / ESTADO NUTRICIONAL Y CONSUMO ALIMENTAR DE PACIENTES PORTADORAS DE SNDROME DEOVARIOS POLICSTICOS

    Cludia Fernanda dos Santos Calixto

    Thas de Mrici Domingues e Paula

    Ana Lcia Cndido

    Ana Maria dos Santos Rodrigues

    Luana Caroline dos Santos

    AdalieneVersiani Matos Ferreira

    OCORRNCIA DE LCERA POR PRESSO EM PACIENTES INTERNADOS EM UM HOSPITAL PBLICO DEFORTALEZA-CE/ THEOCCURRENCEOFPRESSUREULCERINPATIENTSADMITTEDTOAPUBLICHOSPITALINFORTALEZA-CE / INCIDENCIA DE LCERAS POR PRESIN EN PACIENTES INTERNADOS EN UN HOSPITAL PBLICODE FORTALEZA-CE

    Ldia Samara de Castro Sanders

    Francisco Jos Maia Pinto

    PERFIL DAS GESTANTES ATENDIDAS NO SERVIO DE PR-NATAL DAS UNIDADES BSICAS DE SADE DEFORTALEZA-CE / PROFILE OF PREGNANT WOMEN ATTENDING THE PRENATAL SERVICE OF THE BASIC UNITS OFHEALTH OF FORTALEZA-CE / PERFIL DE LAS MUJERES EMBARAZADAS QUE ACUDEN A LOS SERVICIOS PRENATALESDE LAS UNIDADES BSICAS DE SALUD DE FORTALEZA-CE

    Catharina Rocha PeixotoThais Marques Lima

    Camila Chaves da Costa

    LydiaVieira Freitas

    Amanda Souza de Oliveira

    Ana Kelve de Castro Damasceno

    DESAFIOS DA POLTICA, DA GESTO E DA ASSISTNCIA PARA A PROMOO DA SADE NO COTIDIANODOS SERVIOS / MANAGEMENT, ASSISTANCE AND POLICY CHALLENGES FOR HEALTH PROMOTION IN THE DAILYPRACTICES / PROMOCIN DE LA SALUD EN LOS SERVICIOS COTIDIANOS: RETOS DE LA POLTICA, DE LA GESTINY DE LA ASISTENCIA

    Knia Lara Silva

    Roseni Rosngela de Sena

    Clarissa Terenzi Seixas

    Maria Elizabeth Oliveira Silva

    ANLISE DOS REGISTROS DE ENFERMAGEM EM PRONTURIOS DE PACIENTES EM UM HOSPITAL DEENSINO / ANALYSISOF NURSING NOTES ON PATIENTSMEDICAL RECORDS IN ATEACHINGHOSPITAL / ANLISISDE LAS NOTAS DE ENFERMERA EN REGISTROS MDICOS DE PACIENTES EN UN HOSPITAL UNIVERSITARIO

    Luana Nayara Maia Barral

    Las Helena Ramos

    Maria Aparecida Vieira

    Orlene Veloso Dias

    Lus Paulo Souza e Souza

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    SINTOMAS DEPRESSIVOS EM GESTANTES ABRIGADAS EM UMA MATERNIDADE SOCIAL / DEPRESSIONSYMPTOMS AMONG PREGNANT WOMEN CARED FOR IN A MATERNITY SHELTER / SNTOMAS DE DEPRESIN ENMUJERES EMBARAZADAS ALOJADAS EN UNA CASA DE MATERNIDAD SOCIAL

    Marcella Murata

    Marlise de Oliveira Pimentel LimaIsabel Cristina Bonadio

    Maria Alice Tsunechiro

    FATORES QUE PREDISPEM DISTRAO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM DURANTE O PREPARO E AADMINISTRAO DE MEDICAMENTOS/ FACTORS THAT PREDISPOSE TO THE DISTRACTION OF THE TEAM OFNURSING DURING THE PREPARATION ANDTHE ADMINISTRATION OF MEDICINES / FACTORES QUE PREDISPONEN ALA DISTRACCIN DE LOS ENFERMEROS DURANTE LA PREPARACIN Y ADMINISTRACIN DE FRMACOS

    Natlia Romana Ferreira Lemos

    Vagnra Ribeiro da Silva

    Maria Regina Martinez

    O CUIDADO PERIOPERATRIO AO PACIENTE ORTOPDICO SOB O OLHAR DA EQUIPE DE ENFERMAGEM /

    PERIOPERATORY CARE OF THE ORTHOPAEDIC PATIENT FROM THE NURSING TEAM PERSPECTIVE / CUIDADOPERIOPERATORIO DEL PACIENTE ORTOPDICO DESDE LA PERSPECTIVA DEL EQUIPO DE ENFERMERA

    Jessica Mayumi Hayashi

    Mara Lcia Garanhani

    VIVNCIAS PERANTE A MORTE: REPRESENTAES SOCIAIS DE FAMILIARES DE PACIENTES FORA DEPOSSIBILIDADES DE CURA / EXPERIENCES ON FACING DEATH: SOCIAL REPRESENTATIONS OF RELATIVESOF PATIENTS THAT HAVE NO POSSIBILITY OF A CURE / EXPERIENCIA ANTE LA MUERTE: REPRESENTACIONESSOCIALES DE FAMILIARES DE PACIENTES SIN POSIBILIDADES TERAPUTICAS

    Moema da Silva Borges

    Nayara Mendes

    ACOLHIMENTO COM CLASSIFICAO DE RISCO NA ATENO PRIMRIA: PERCEPO DOS PROFISSIONAISDE ENFERMAGEM / NURSESPERCEPTION ON HOSPITAL WELCOMING CLASSIFIED AS PRIMARY HEALTH CARE RISK/ ACOGIDA CON CLASIFICACIN DE RIESGO EN LA ATENCIN PRIMARIA: PERCEPCIN DE LOS ENFERMEROS

    Paloma Morais Silva

    Kelly Pereira Barros

    Helosa de Carvalho Torres

    PERFIL SOCIOECONMICO E DE SADE DOS TRABALHADORES DE ENFERMAGEM DA POLICLNICA PIQUETCARNEIRO / SOCIO-ECONOMIC AND HEALTH PROFILE OF THE NURSING STAFF OF THE PIQUET CARNEIROPOLYCLINIC / PERFIL SOCIOECMICO Y DE SALUD DEL PERSONAL DE ENFERMERA DE LA POLICLNICA PIQUETCARNEIRO

    Norma Valria Dantas de Oliveira Souza

    Luana dos Santos Cunha

    Ariane da Silva Pires

    Francisco Gleidson de Azevedo Gonalves

    Liana Viana Ribeiro

    Suelen da Silva Loureno Felippe Silva

    SENTIDOS DA DOR DO PARTO NORMAL NA PERSPECTIVA E VIVNCIA DE UM GRUPO DE MULHERESUSURIASDO SISTEMA NICO DE SADE / MEANING OF PAININ A NORMAL DELIVERYIN THEPERSPECTIVE ANDEXPERIENCEOF A GROUP OF WOMEN TREATED AT THE UNIFIED HEALTH SYSTEM / SENTIDO DEL DOLOR DEL PARTONORMAL DESDE LA PERSPECTIVA Y EXPERIENCIA DE UN GRUPO DE MUJERES USUARIAS DEL SISTEMA NICO DESALUD

    Nilza Alves Marques Almeida

    Marcelo Medeiros

    Marta Rovery de Souza

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    AUTONOMIA PROFISSIONAL E SISTEMATIZAO DA ASSISTNCIA DE ENFERMAGEM: PERCEPO DEENFERMEIROS /PROFESSIONAL AUTONOMY AND NURSING CARE SYSTEMATIZATION: THE NURSES PERCEPTION/ AUTONOMA PROFESIONAL Y SISTEMATIZACIN DE LA ATENCIN DE ENFERMERA: PERCEPCIN DE LOSENFERMEROS

    Fernanda de Oliveira Florentino dos Santos

    Juliana Helena Montezeli

    Aida Maris Peres

    PERCEPO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM SOBRE A IMPLEMENTAODO PROCESSO DE ENFERMAGEM EMUMA UNIDADE DE UM HOSPITAL UNIVERSITRIO/ NURSING STAFFS PERCEPTION ON THE IMPLEMENTATIONOF A NURSING PROCESS AT A UNIVERSITY HOSPITAL UNIT / PERCEPCIN DEL PERSONAL DE ENFERMERA SOBRELA IMPLEMENTACIN DEL PROCESO DE ENFERMERA EN UNA UNIDAD DE UN HOSPITAL UNIVERSITARIO

    Clia Maria de Oliveira

    Dacl Vilma Carvalho

    Eline Rezende de Morais Peixoto

    Lidyane doValle Camelo

    Mrcia Eller Miranda Salviano

    Reviso terica

    POLTICA DE REGIONALIZAO DA SADE: DASNORMAS OPERACIONAIS AO PACTO PELASADE / POLITICSOF HEALTHS REGIONALIZATION: FROM THE TRANSACTION RULES TO THE PACT FOR HEALTH / POLTICA DEREGIONALIZACIN DE LA SALUD: DE LAS NORMAS OPERACIONALES AL PACTO POR LA SALUD

    Angela Maria Weizenmann Sauter

    Nara Marilene Oliveira Girardon-Perlini

    guidaWichrowski Kopf

    DISPOSITIVO INTRAVASCULAR PERIFRICO CURTO MAIS SEGURO PARA INFUSO DE QUIMIOTERPICOSANTINEOPLSTICOS VESICANTES: O QUE A LITERATURA DIZ / A SAFER SHORT PERIPHERAL INTRAVASCULARDEVICEFORINFUSIONOFVESICANTANTINEOPLASTICCHEMOTHERAPY:WHATTHELITERATURESAYS/DISPOSITIVOINTRAVASCULAR PERIFRICO CORTO MS SEGURO PARA INFUSION DE QUIMIOTERPICOS ANTINEOPLSTICOS

    VESICANTES. QU DICE LA LITERATURA

    Cludia Densia de Brito

    Elenice Dias Ribeiro de Paula Lima

    AVALIAO DOS SERVIOS DE ASSISTNCIA EM SADE MENTAL BRASILEIROS: REVISO INTEGRATIVA DALITERATURA / ASSESSMENT OF MENTAL HEALTH SERVICES IN BRAZIL: AN INTEGRATIVE LITERATURE REVIEW /EVALUACIN DE LOS SERVICIOS DE SALUD MENTAL EN BRASIL: UNA REVISIN INTEGRADORA DE LA LITERATURA

    Nathlia dos Santos Silva

    Juliana Macedo Melo

    Elizabeth Esperidio

    Artigo reflexivo

    PRTICAS INTEGRATIVAS E O EMPODERAMENTO DA ENFERMAGEM / INTEGRATIVE PRACTICES AND NURSINGEMPOWERMENT / PRCTICAS INTEGRATIVASY EMPODERAMIENTO DE ENFERMERA

    Viviane Peixoto dos Santos Pennafort

    Consuelo Helena Aires de Freitas

    Maria Salete Bessa Jorge

    Maria Veraci Oliveira Queiroz

    Clayre Anne de Arajo Aguiar

    Normas de publicao

    Publication norms

    Normas de publicacin

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    Editorial

    TELENFERMAGEMRECURSO PARA ASSISTNCIA E EDUCAO EM ENFERMAGEM

    Eliane Marina Palhares Guimares1

    Solange Cervinho Bicalho Godoy2

    A rea da tecnologia aplicada sade dispe de ferramentas e instrumentos que servem de apoio organizaode informaes, armazenando e processando os dados, contribuindo, assim, para a construo do diagnstico,orientao teraputica e o acesso a informaes para os diversos profissionais. Essa ao, alm de divulgar oconhecimento na rea da sade, torna disponvel o acesso, onde e quando ele for necessrio, contribuindo para aresoluo dos problemas de sade nas diferentes reas de abrangncia.

    Esse recurso global que conecta diversos computadores, criando uma rede de informaes, permite colaborarpara o desenvolvimento e o aperfeioamento das profisses da sade. A tecnologia da informao colabora para

    que o processo de ateno sade resulte em benefcios tanto para o usurio como para os profissionais queprestamassistncia. O acesso informaotorna-se relevante para as reas distantes dos centros urbanosque nopossuemuma equipede sadeespecializada, limitando, dessamaneira, a resolutividade do servioe aumentando,consequentemente,ademandaparaosnveisdeatenosecundriaeterciriadasade.Acresa-seaessasituaoa escassez de oportunidades de capacitao dos profissionais nas regies distantes dos grandes centros e, ainda,a adoo de metodologias de ensino que exigem a presena fsica do profissional.

    Diante desse cenrio, a promoo de educao em sade via mediatizada pela internet est cada vez mais seconsolidando como uma prtica comum. A tecnologia de informao uma oportunidade para diminuir asbarreiras geogrficas ou mesmo elimin-las, promovendo uma extenso do processo de atendimento praticadonos grandes centros onde se localizam os servios especializados. O emprego da telessade, entendida como ouso da tecnologia nos processos de ateno sade, torna-se significativo, pois abrange a prestao de servio desade, alm de prover informao, por meio da educao permanente, para os profissionais que dela necessitamno desempenho dirio de suas atividades nas unidades bsicas de atendimento.

    O Projeto Telenfermagem parte integrante do Programa Nacional de Telessade, promovido pelo Ministrio daSade, e temcomo finalidadevisualizar novas formas de prestara assistncia,considerando as necessidades locais e,comisso,colaborarpara a transformao das realidades prticas,uma vezque oferece a possibilidadede educaoa distncia (EAD) para a equipe de sade. Nessa estratgia de ensino-aprendizagem so utilizados os recursostecnolgicos de informao, por meio da interligao via rede dos pontos de acesso, para melhorar a prestao daassistncia nas unidades de sade e contribuir para a formao permanente dos profissionais de enfermagem.

    No cenrio das unidades de sade, o emprego da Telenfermagem vem contribuindo no processo de educao notrabalho, permitindo que os profissionais da sade, especialmente os da enfermagem, realizem sua capacitaoprofissional no prprio local de trabalho. As ferramentas empregadas pelo Telenfermagem para a EAD envolvema videoconferncia, que consiste em um sistema de comunicao entre pontos geograficamente afastados,possibilitando a troca de imagens, vdeos e udios entre as partes conectadas em tempo real, e a teleconsultoriaon-line e off-line, que permite ao profissional obter uma segunda opinio para auxiliar na tomada de deciso decasos clnicos e de gesto em sade.

    O Telenfermagem prioriza a utilizao de tecnologias de comunicao e informao de fcil acesso e manuseio,almde custo baixo, utilizando a rede de informao criada entreos municpios integrantesdo Programa Nacionalde Telessade em cada Estado e a interligao entre os Ncleos de Telessade dos demais Estados participantesno Pas. Para o desenvolvimento das atividades do Telenfermagem, os profissionais contam com recursos comoequipamentos dehardware um microcomputador com recursos de multimdia ewebcam, alm da assistnciatcnica da equipe do Ncleo de Telessade da UFMG para manuseio do sistema.

    Desde o incio do seu desenvolvimento, o Telenfermagem obteve avanos significativos na consolidao de umanovaestratgiaparaacapacitaodosprofissionaisdesadeinseridosnasunidadesdeservio,constituindo-seummodeloparaaeducaopermanente.Apossibilidadedeatingirsimultaneamenteumgrandenmerodeprofissionais

    1 Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Professora Associado da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais. Coordenadora do Projeto de

    Telenfermagem/Nutel/UFMG.2 Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Professora adjunta da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais. Subcoordenadora do Projeto deTelenfermagem/Nutel/UFMG.

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    e a participao deles na definio de temas para abordagem nas videoconferncias so fatores relevantes paraa manuteno da relao de proximidade com a realidade vivenciada na ateno sade. Quinzenalmente, sorealizadas discusses temticas que contam com a participao de profissionais da Universidade e dos servios desade, com reconhecida competncia na rea, para uma preleo sobre o tema e posterior discusso.

    Nas oportunidades de educao permanente, de forma individual, por meio da segunda opinio como recursopara esclarecimento de dvidas e auxlio na tomada de deciso, os profissionais utilizam os recursos tecnolgicospara descrever a situao-problema, com possibil idade de anexar imagens digitais para melhor detalhamento dasituao. Os teleconsultores, tambm docentes da Escola de Enfermagem da UFMG, divididos de acordo com suarea de atuao, respondem s dvidas, em tempo real ouoff-line, diretamente ao profissional solicitante.

    De 2009 at a presente data, o Projeto Telenfermagem tem sido incorporado como mais um recurso do internatorural, disciplina curricular do curso de graduao que permite a participao dos alunos nas discusses temticascomo atividade disciplinar. Alm disso, a presena dos alunos nas unidades de sade tem incentivado o uso dorecurso de teleconsultoria pelos profissionais do servio. Para tanto, so cadastrados no sistema e podem acessaras ferramentas por meio delogine senha.

    O Projeto Telenfermagem representa um modelo de utilizao da tecnologia. Constitui uma rede que promoveeducao, assistncia, pesquisa e monitoramento a distncia das principais doenas e problemas regionais,contribuindo parao desenvolvimento das habilidades e competncias necessrias para intervir no processo sade-

    doena nas comunidades, segundo os pressupostos do Sistema nico de Sade.

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    Pesquisas

    ESTADO NUTRICIONAL E CONSUMO ALIMENTAR DE PACIENTESPORTADORAS DE SNDROME DE OVRIOS POLICSTICOS

    NUTRITIONAL STATUS AND FOOD CONSUMPTIONOF PATIENTSWITHOF POLYCYSTIC OVARY SYNDROME

    ESTADO NUTRICIONAL Y CONSUMO ALIMENTAR DE PACIENTES PORTADORAS DE SNDROME DEOVARIOS POLICSTICOS

    Cludia Fernanda dos Santos Calixto1

    Thas de Mrici Domingues e Paula1

    Ana Lcia Cndido2

    Ana Maria dos Santos Rodrigues3

    Luana Caroline dos Santos4

    AdalieneVersiani Matos Ferreira4

    RESUMO

    O objetivocom esta pesquisafoi caracterizaro estadonutricionale o consumo alimentarde pacientescom sndromede ovriospolicsticos (SOPC). Trata-se de estudo transversal,realizadocom portadoras de SOPCatendidas pelaEquipede Nutrioem serviode atenosecundria sade.Foramobtidas informaessociodemogrficase perfil de sade,medidas antropomtricas, dados bioqumicos e do consumo alimentar. Participaram do estudo 54 mulheres, commdia de 31,31 5,76 anos, sendo 63% classificadas com algum grau de obesidade, 74,1% com risco cardiovascularsegundo a razo cintura-quadrile 90,8% com circunferncia de cintura aumentada. Houve correlao positiva entre aresistncia insulina,mensurada pelondiceHOMA-IR, e ndice de massacorporal (r=0,729;p=0,028). Almdisso,houveelevada prevalncia de consumo insuficiente de calorias (73,6%), carboidratos (54,7%) e micronutrientes (clcio 96,2%;ferro 98,1%), contrastandocom 71,7% de ingesto excessiva de lipdeos. Nohouve associao entre estadonutricional, parmetros bioqumicos e consumo alimentar (p>0,05). Concluiu-se que pacientes diagnosticadas comSOPC apresentam alta prevalncia de obesidade e inadequaes nutricionais, denotando a importncia de medidasde interveno nutricional como parte do tratamento no farmacolgico.

    Palavras-chave:Sndrome de Ovrios Policsticos; Resistncia Insulina; Estado Nutricional; Consumo de Alimentos.

    ABSTRACTThe present study aims at characterizing the nutritional status and food intake of patients with Polycystic OvarySyndrome (PCOS). It is a cross-sectionalstudy performed in patientswith PCOStreated in secondaryhealthcare serviceby nutrition specialists. Socio-demographic information, health profile, anthropometric measurements, biochemicaland food intake data were obtained. The study included 54 women with an average age of 31.31 5.76 years: 63%were classifiedas obese at different levels; 74.1%presentedcardiovascularrisk according to waist-hipratio,and 90.8%an increased waist circumference. Correlations between insulin resistance, measured by HOMA-IR index, and bodymass index (r = 0.729, p = 0.028) were observed. Evaluation of nutritional intake revealed an insufficient amount ofcalories (73.6%), carbohydrates (54.7%), and micronutrients (calcium, 96.2%; iron, 98.1%). However 71.7% presentedan excessive intake of lipids. There was no association between nutritional status, biochemical parameters and foodintake (p>0.05). PCOSpatientspresent a highprevalence ofobesityand nutritionalinadequacies.Therefore,nutritionalintervention strategies constitute important tools as a non-pharmacological treatment.

    Keywords: Polycystic Ovary Syndrome; Insulin Resistance; Nutritional Status; Food Consumption.

    RESUMENEste estudio busccaracterizar el estadonutricional y consumo alimentario de las pacientes conSndromede OvarioPoliqustico (SOPQ). Se trata de un estudio transversal realizado con pacientes con SOPQ atendidas por el Equipo de

    Nutricin en serviciosde atencin secundaria de la salud. Se obtuvieroninformacionessociodemogrficas y el perfil desalud, medidas antropomtricas, datos bioqumicos y del consumo alimentario. En el estudio participaron 54 mujeresconedadpromedio de 31,31 5,76aos:63% clasificadascon algn grado de obesidad; 74,1% conriesgo cardiovascularsegn la relacin cintura-cadera y 90,8%con aumento de la circunferencia de cintura.Hubo correlacin positivaentrela resistencia a la insulina,mensurada por el ndiceHOMA-IR, y el ndicede masa corporal (r=0,729,p=0,028). Adems,huboelevadaprevalenciade consumoinsuficientede caloras(73,6%),carbohidratos (54,7% y micronutrientes(calcio 96,2%; hierro 98.1%, en contraste con el 71,7% de ingesta excesiva de lpidos. No hubo asociacin entre el estadonutricional,parmetrosbioqumicosy consumo de alimentos(p>0,05). Pacientes diagnosticadascon SOPQpresentanuna altaprevalenciade obesidad y deficiencias nutricionales. Porlo tanto, las medidas de intervencinnutricional sonherramientas importantes como parte del tratamiento no farmacolgico.

    Palabras clave: Sndrome de Ovario Poliqustico; Resistencia a la Insulina; Estado Nutricional; Consumo de alimentos.

    1 Nutricionista graduada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).2 Endocrinologista do Hospital das Clnicas da UFMG.3 Nutricionista graduada pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Mestranda da Escola de Enfermagem da UFMG.4

    Professora adjunta do curso de Nutrio, Escola de Enfermagem da UFMG. Grupo de Pesquisa de Intervenes em Nutrio.Endereo para correspondncia Escola de Enfermagem, Departamento de Enfermagem Bsica, 2 andar, sala 206, Av. Professor Alfredo Balena, 190, SantaEfignia, CEP: 30130-100 Telefone 3409-9858, fax 3409-9853, E-mail: [email protected].

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    Estado nutricional e consumo alimentar de pacientes portadoras de sndrome de ovrios policsticos

    160 remE Rev. Min. Enferm.;16(2): 159-165, abr./jun., 2012

    INTRODUO

    A sndrome dos ovrios policsticos (SOP) uma dasdesordens endocrinolgicas mais frequentes emmulheres na idade reprodutiva, com prevalncia

    de 4% a 10%. Caracteriza-se, frequentemente, porhiperandrogenismo laboratorial e/ou clnico, que podese manifestar por: hirsutismo, acne, alopecia, seborreia,irregularidade menstrual e cistos ovarianos.1 Asndromemultignicaeestassociadaaalteraesnabiossntese,regulao e ao dos andrgenos, ao e secreoda insulina, secreo e ao das gonadotrofinas e sntese e metabolismo do cido retinico.2,3

    A SOP associa-se com vrios fatores de risco para odesenvolvimento de doena cardiovascular (DCV),como dislipidemia, diabetes mellitustipo 2 (DM2),hipertenso arterial sistmica (HAS), disfunoendotelial, sndrome metablica (SM) e marcadores

    pr-inflamatrios crnicos.4 Pelo menos, 50% dasmulheres com SOP apresentam obesidade central e amaioria apresenta resistncia insulnica (RI) intrnseca SOP e independentemente da obesidade, alm dehiperinsulinemia. Destaque-se que tanto a RI como ahiperinsulinemia compensatriaparecem desempenharpapel importante na etiopatogenia da SOP.2,4

    A RI pode ser detectada em 50% a 90% das portadorasde SOP, com maior prevalncia entre aquelas comobesidade associada. Embora o risco de desenvolverintolerncia glicose ou DM2 aumente de acordocom o grau de obesidade em pacientes com SOP, eleest presente, tambm, nas no obesas e maior nas

    pacientes com histria familiar de DM2.5

    A prevalncia de SM (segundo critrios do NCEP-ATPIII)nas pacientes com SOP varia de 33% a 43%, sendo duasvezesmaiorqueaobservadaemmulheresdapopulaogeral, mesmo aps pareamento por idade e ndice demassa corporal (IMC).5

    Estudos prviostm demonstrado que a perda de pesoauxilia na melhora da sintomatologia e restaurao dafunoovarianae metablicade mulheresportadoras deSOPcomsobrepesoouobesidade.Umapequenareduodopeso(5%)capazdemelhorarohiperandrogenismoe o padro de anovulao presentes nas portadoras

    dessa sndrome.6

    Dessa forma, a avaliao do estadonutricional e do consumo alimentar de portadoras deSOP torna-se uma ferramenta importante para nortearestratgias de interveno nutricional.7

    Diante do exposto, o objetivo com este trabalho foicaracterizar o estado nutricional e o consumo alimentarde pacientes com SOP atendidas em um servio deateno secundria sade.

    MATERIAL E MTODO

    Tipo de estudo

    Trata-se de um estudo transversal cuja populaoconstituiu-se de 54 mulheres com diagnstico de

    SOP, em acompanhamento regular pelo servio deendocrinologia em um ambulatrio do Hospital dasClnicasdaUniversidadeFederaldeMinasGerais(UFMG),localizado na regio metropolitana de Belo Horizonte,Brasil.

    O estudofoi aprovadopeloComit deticaem Pesquisada UFMG, sob o Parecer n ETIC 0244.0.0203.000-10,e todos os sujeitos foram includos no estudo apsa assinatura do Termo de Consentimento Livre eEsclarecido (TCLE).

    Coleta de dados

    O critrio de incluso abrangeu todas as pacientesencaminhadas pelo servio de endocrinologia doambulatriocomdiagnsticodeSOPparaoatendimentonutricional, no perodo de maio de 2009 a janeiro de

    2011. Pacientes grvidas, menores de 18 anos ou comidade superior a 50 anos foram excludas do estudo.

    Utilizou-se uma anamnese nutricional contendoinformaes da histria clnica e sociodemogrfica(idade, estado civil, nmero de filhos, diagnstico dedoena ou agravo no transmissvel, antecedentesfamiliares desses agravos, prtica de atividade fsica,dentre outros), dados antropomtricos e de consumoalimentar. Alm disso, foram investigados parmetrosbioqumicos, descritos a seguir.

    A avaliao antropomtrica compreendeu a aferiode peso, estatura, circunferncias da cintura (CC) equadril (CQ), segundo critrios da Organizao Mundial

    de Sade (OMS).8 Para o peso e estatura, utilizou-sebalanamecnica comestadimetro acopladoda marcaFilizola, com capacidade de 150 kg e preciso de 100g. A obteno dessas medidas possibilitou o clculo dondice de massa corporal [IMC= peso (kg)/ altura2 (m)],classificado segundo os limites sugeridos pela OMS.9

    As CC e CQforam obtidas utilizando-se fita mtrica noextensvel de preciso milimtrica. A CC foi classificadaemgorduravisceralnormal( 0,80).10

    Todas as medidas antropomtricas foram realizadaspor um nico avaliador treinado, em triplicata, sendoregistrado o valor mdio obtido.

    O consumo alimentar foi avaliado com base em doisrecordatrios alimentares de 24 horas (R24h) com umasemana de intervalo entre si, alm de um questionriode frequncia alimentar (QFA) abrangendo os hbitosalimentares dos ltimos seis meses, que contemplou19 alimentos, avaliados com as periodicidades dirio,semanal, mensale raro/nunca. O nmero dirio derefeies e o hbito de beliscar tambm foi investigado.

    Quanto aos parmetros bioqumicos, foram avaliadas asconcentraes sricasde colesteroltotal(desejvel:

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    mg/dL; limtrofe: 200-239mg/dL; elevado: >240mg/dL)e fraes (HDL desejvel: >40 mg/dL;LDL desejvel:100-129mg/dL; elevado: >160mg/dL; VLDL desejvel:126 mg/dL)8

    obtidas dos pronturios quecontinham tais registros. Aprevalncia de RI nesse trabalho foiavaliada pelo ndiceHomeostasisModelAssessmentInsulinResistance (HOMA-IR)[insulina(mUI/L)xglicemia(mmol/dL)/22.5],11 sendoindicativo de RI quando superior ou igual a 2,5.8

    Anlise de dados

    O R24h foi analisado utilizando o software de NutrioDietwin Profissional (2006), no qual foram acrescidasinformaes nutricionais provenientes de tabelas

    de alimentos e rtulos de produtos industrializados,quando necessrio. Analisou-se, de maneira qualitativa,o consumo calrico (VCT valor calrico total), opercentual de carboidratos (ideal: 45-65% VCT),protenas (ideal: 10-35% VCT), lipdeos (ideal: 20-35%VCT) e fibras (Adequate Intake AI: 25 g/dia), bemcomo o de clcio (Estimated Energy RequirementEAR: 800 mg/dia) e ferro (EAR: 8,1 mg/dia), segundorecomendaespropostas pelo Instituteof Medicine.12,13

    Para tal, obteve-se a mdia dos nutrientes calculadoscom base nos dois R24h.

    A anlise estatstica dosdadosobtidos foirealizada como auxilio dosoftware Statistical Package for the Social

    Sciences for Windows Student Version (SPSS), verso 15.0e constou de anlise descritiva, mediante o clculodas distribuies de frequncias, mdias, medianas,e percentuais. As variveis com distribuio normal,verificada por meio do teste Kolmogorov-Smirnov,foram apresentadas na forma de mdia (desvio-padro) enquanto as demais se encontram sob a formade mediana (intervalo de confiana de 95%). Foramutilizados, tambm, os testes t de Student simples,para comparao de mdias, e correlao de Pearsonpara avaliar as possveis relaes existentes entre ascaractersticas bioqumicas e antropomtricas daspacientes em estudo. Considerou-se 5% como nvel designificncia estatstica.

    Para fins de algumas anlises a amostra foi divididaem dois grupos, conforme o estado o nutricional(obesidade e sobrepeso). Como apenas duas dasparticipantes apresentavam eutrofia, foram excludasdessas anlises.

    RESULTADOS

    Participaram do estudo 54 mulheres com mdia de31,315,76 anos, sendo 38,9% casadas e 87% semfilhos. Verificou-se que 29,6% relataram apresentaralgum tipo de doena ou agravo no transmissvel

    (DANT), associada SOP, e 87%possuam antecedentesfamiliares desses agravos (TAB. 1).

    TABELA 1 Caractersticas sociodemogrficasde pacientes portadoras de sndrome de ovriospolicsticos Belo Horizonte-MG, 2011

    Caracterstica %

    Idade18-24 anos25-30 anos31-35 anosAcima de 35 anos

    11,138,922,227,8

    Estado civilSolteiraCasada/Unio estvelSeparada

    11,171,127,8

    Nmerode lhosNenhum1-2 filhos3 ou mais filhos

    87,09,33,7

    Trabalho forado larSimNo

    57,442,6

    Diagnstico clnicoApenas SOPSOP + DANT

    70,429,6

    Antecedentes familiares de DANT 87,0

    SOP = Sndrome de ovrios policsticos; DANT= Doena e agravono transmissvel (hipertenso, diabetes, dislipidemia, sndromemetablica).

    Fonte: Dados da pesquisa

    Identificou-se que 96,3% das mulheres tinham excesso

    de peso, 90,8% tinham gordura visceral em excesso e74,1% corriamriscoaumentadopara o desenvolvimentode doena cardiovascular, segundo antropometria(TAB. 2). Ademais, 55,6% das mulheres relataram quepraticavam algum tipo de atividade fsica.

    TABELA 2 Caracterizao do estado nutricionalde pacientes portadoras de sndrome de ovriospolicsticos Belo Horizonte-MG, 2011

    Dados antropomtricos e decomposio corporal

    (n) Mdia DP

    ou %

    Peso (kg) 54 85,37 16,96

    ndice de massa corporal (kg/m2

    ) 54 32,57 5,27ClassicaoEutrofiaSobrepesoObesidade grau IObesidade grau IIObesidade grau III

    21819114

    %3,70

    33,3035,2020,407,40

    Circunferncia da cintura (cm) 54 94,68 11,17ClassicaoGordura visceral normalGordura visceral em excesso grau IGordura visceral em excesso grau II

    59

    40

    %9,30

    16,6074,10

    Razo cintura-quadril 54 0,84 0,06ClassicaoSem risco para doena cardiovascularCom risco para doena cardiovascular

    1440

    %25,9074,10

    Fonte: Dados da pesquisa

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    Estado nutricional e consumo alimentar de pacientes portadoras de sndrome de ovrios policsticos

    162 remE Rev. Min. Enferm.;16(2): 159-165, abr./jun., 2012

    Osparmetrosbioqumicosavaliadosemumasubamostrada populao estudada (n=5 a 18) evidenciaram 100%denormalidadedaconcentraosricadeglicosee44%de inadequao do ndiceHOMA-IR.O colesterol total eVLDL apresentaram concentraesalteradasem 42,86%

    e 57,14% das pacientes, respectivamente (TAB. 3).

    OndiceHOMA-IR,cujamdiafoi5,647,91,relacionou-se ao IMC (r= 0,729; p= 0,026) (FIG. 1).

    Quanto ao consumo alimentar, identificou-se medianade ingesto de 1339,74 (589,7 3159,9) kcal, sendo que73,6%dasparticipantesapresentaramaporteenergticoinsuficiente.Demodosimilar,oconsumodecarboidratoseprotenasfoiinsuficienteem54,7%e18,9%daamostra,respectivamente. O consumo de fibra, ferro e clciotambm se mostraram insuficientes em 94,3%, 98,1% e96,2% da amostra, respectivamente (TAB. 4).

    TABELA 3 Concentraes e adequaes das dosagens sricas de pacientes portadores de sndrome deovrios policsticos Belo Horizonte-MG, 2011

    Parmetro bioqumico Mdia DPDesejvel Limtrofe Inadequado

    n % n % n %

    Glicose (mg/dL) 81,5 7,33 18 100,00 - - - -

    ndice HOMA-IR 5,64 7,91 5 55,56 - - 4 44,44

    Colesterol total (mg/dL) 183,71 42,22 8 57,14 4 28,57 2 14,29

    HDL (mg/dL) 46,08 16,01 9 69,23 - - 4 30,77

    LDL (mg/dL) 115,33 36,96 8 66,67 1 8,33 3 25,00

    VLDL (mg/dL) 26,07 9,82 6 42,86 - - 8 57,14

    Triglicrides (mg/dl) 127,71 51,50 10 71,43 3 21,43 1 7,14

    DP: desvios-padro; HOMA-IR:homeostasis model assessment;HDL:high density cholesterol; LDL:low density cholesterol; VLDL:very low densitycholesterol.

    Fonte: Dados da pesquisa

    TABELA 4 Caracterizao do consumo de energia e nutrientes de pacientes portadores de sndrome deovrios policsticos. Belo Horizonte-MG, 2011

    Energia e nutrientes Mdia / mediana DP ou IC 95%Insuficiente Adequado Excessivo

    n % n % n %

    NEE (kcal) 2139,74 278,26 - - - - - -

    VCT (Kcal) 1339,74 589,7 3159,9 39 73,6 8 15,1 6 11,3

    CHO (%VCT) 45,71 11,46 29 54,7 22 41,5 2 3,8

    PTN (%VCT) 17,68 7,54 10 18,9 29 54,7 14 26,4

    LIP (%VCT) 35,86 9,60 4 7,5 11 20,8 38 71,7

    FIBRA (g) 13,01 5,90 50 94,3 1 1,9 2 3,8

    CLCIO (mg) 299,25 70,90 1443,0 51 96,2 1 1,9 1 1,9

    FERRO (mg) 6,26 3,60 52 98,1 1 1,9 0 0,0

    CHO: carboidratos; IC: intervalo de confiana; LIP: lipdeos; PTN: protenas; NEE: necessidades energticas estimadas; VCT: valor calrico total.Fonte: Dados da pesquisa

    FIGURA1 Correlaoentre ndiceHOMA-IR e IMC (n=9)empacientesportadorasdesndromedeovriospolicsticos Belo Horizonte-MG, 2011.

    Fonte: Dados da pesquisa

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    163remE Rev. Min. Enferm.;16(2): 159-165, abr./jun., 2012

    Obteve-se umamdia de 3,98 1,29 refeies por dia.J o hbito de beliscar alimentos entre as refeiesfoi relatado por 70% da amostra, e os alimentos maiscomumenteconsumidoserambiscoitos,massas,carnes,balas, salgadinhos e doces. Verificou-se prevalncia

    insuficiente de consumo dirio de frutas, legumes everduras, contrastando com relato do hbito dirio deingerir caf, sucos artificiais. Alimentos fritos tambmestiveram presentes entre as pacientes (FIG. 2).

    DISCUSSO

    A SOP confere s mulheres maior risco de desenvolverobesidade, hiperinsulinemia, RI e DANT.2,4 Naliteraturaeneste estudodenota-seque cerca de 60%das mulheres

    com SOP apresentam algum grau de obesidade,bem como aumento de medidas antropomtricas eevidncias de reduo da sensibilidade insulina.8,14

    Poy et al. (2001) demonstraram que o achado maisfrequente nas pacientes com SOP foi a obesidadeabdominal.15 Neste estudo, a CC e a RCQ evidenciaramgordura visceral em excesso e risco para DCV. Talcaracterstica est associada a um estado de RI,hiperinsulinemia compensatria, hiperandrogenismoe prejuzo da funo reprodutiva normal.6,15,16

    Alm disso, a obesidade frequentemente associadaa um perfil lipdico mais aterognico em pacientescom SOP.17 As mulheres, na casustica estudada,

    apresentaram, em sua maioria, mdia de nveis sricosdeHigh Density Lipoprotein(HDL), colesterol total (CT),LowDensityLipoprotein (LDL)etriglicrides(TG)normais,contrariandoos resultados de outro estudo querelatoudiminuio dos nveis de HDL e aumento dos nveisde LDL e CT como as alteraes lipdicas comumentedescritasem portadorasde SOP, independentementedapresenadeobesidade.7 Essadiferenapodeserelacionarao tamanho amostral,diferenas tnicas, genticase aoestilo de vida das pacientes recrutadas.18

    A correlao positiva entre IMC e RI, aqui identificada,j foi descrita por outros autores2,14 e pode se associarao desenvolvimento de DANT.19 Alm disso, a RI est

    associada DCV independentemente de todos osfatores de risco j estabelecidos.20 Cabe destacar que

    TABELA 5 Comparao do consumo alimentar e parmetros bioqumicos de pacientes portadoras desndrome de ovrios policsticos, segundo estado nutricional (sobrepeso ou obesidade) Belo Horizonte-MG, 2011

    ParmetroSobrepeso Obesidade

    n Mdia DP n Mdia DP

    VCT (Kcal) 18 1408,32 391,64 33 1464,02 531,64

    CHO%VCT 18 47,67 12,92 33 45,64 10,27

    PTN%VCT 18 15,12 5,92 33 19,41 8,04

    LIP%VCT 18 32,36 8,90 33 36,37 8,17

    Fibra (g) 18 12,81 5,55 33 13,43 6,17

    Clcio (mg) 18 382,83 257,50 33 350,04 277,46

    Ferro (mg) 18 6,56 3,74 33 6,08 3,58

    Glicose (mg/dL) 4 78,75 5,12 12 83,17 7,59

    Colesterol total (mg/dL) 3 184,33 36,69 10 183,50 47,70

    Triglicrides (mg/dL) 2 156,50 34,65 10 125,50 58,18

    VCT: valor calrico total; CHO: carboidrato; LIP: lipdeo; PTN: protena.Fonte: Dados da pesquisa

    FIGURA 2 Frequncia de consumo de alimentosem pacientes portadoras de sndrome de ovriospolicsticos Belo Horizonte-MG, 2011

    Fonte: Dados da pesquisa

    No houve diferena significativa entre o consumo

    alimentar e parmetros bioqumicos entre as pacientescom sobrepeso e obesidade (TAB. 5).

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    Estado nutricional e consumo alimentar de pacientes portadoras de sndrome de ovrios policsticos

    164 remE Rev. Min. Enferm.;16(2): 159-165, abr./jun., 2012

    alguns estudos revelam que, independentemente doIMC, mulheres com SOP apresentam maiores nveis deRI.5 Essa condio parece colaborar de forma decisivapara a patognese da sndrome.2,21 Isso porque a RIprogride para o desenvolvimento de hiperinsulinemia

    compensatria que impulsiona a hiperandrogenemiaovariana em portadoras de SOP. A insulina podeaumentar a esteroidognese ovariana diretamente,sozinhae/oupeloaumentodaproduodeandrgenosmediados pelo hormnio luteinizante (LH). Alm disso,pode atuar de forma indireta, reduzindo a biossntesehepticada globulinaligadorade hormniosesteroides(SHBG), acarretando aumento de testosterona livre.22

    Quanto ao consumo alimentar, destacou-se elevadaprevalncia de ingesto insuficiente de calorias e decarboidratos, bem como excesso de lipdeos. Essesdados, porm, podem no refletir a ingesto real, emvirtudede provvel subnotificaode algunsalimentos

    no momento da realizao do R24h. Alguns autoressugerem que a maior subestimao do consumoalimentar por parte da populao com obesidadee sobrepeso se deve cultura das dietas de culto magreza e ao sentimento de culpa e/ou vergonhaao ingerir determinados alimentos sabidamenteclassificados como no saudveis.23,24

    H, tambm, os alimentos especficos cujo consumo mais comumente sub-relatado,comobolos,guloseimas,refrigerantes, bebidas alcolicas, salgadinhos esanduches,25 os quaisforamraramente citados durantea coleta dos R24h, embora seu consumo habitual fossefrequente nos QFAs. Tais alimentos apresentam alto

    ndiceglicmico(IG)epossuemumteordefibrasinferiorao recomendado pelo Institute of Medicine.12 Ressalte-se que o consumo adequado de fibras importantepara as pacientes com SOP, pois pode contribuir para adiminuiodoriscodedoenascoronarianaseDM,bemcomo oportunizar melhor controle glicmico.26,27

    Achados similares foram relatados por Toscani et al.(2009), que identificaram, em 47 mulheres com SOP,insuficiente consumo de carboidratos e fibras e altoconsumo de gorduras e de alimentos com elevadondice glicmico.16 Destacou-se que o excessivoconsumo de lipdios pode comprometer o estadonutricional e de sade das portadoras na SOP tendo

    em vista sua associao com alteraes metablicase cardiovasculares que incluem menor sensibilidade insulina, dislipidemia e hipertenso arterial.

    O consumo de ferro, clcio e fibra tambm se mostrou

    insuficientenoclculodosR24h,corroborandoosdadosobtidos no QFA. Esses resultados so preocupantes,tendo em vista a implicao desses nutrientes para asade, sobretudo feminina. O consumo insuficientede ferro, por exemplo, relaciona-se ao incremento dosriscos gestacionais.28 J a inadequao de clcio podepropiciar alteraes na secreo de insulina e agravara RI, comumente verificada em portadoras de SOP.29,30

    Ademais, a ingesto insuficiente desse nutriente e defibras parece contribuir para o menor controle do pesocorporal, da glicemia, da insulinemia e da lipidemia, jalteradosem portadoras de SOP, e notadamente fatoresde risco para as DANTs.25,26

    Esteestudo contribuiupara a caracterizao nutricionalde portadoras da SOP, mas apresentou algumaslimitaes, como a provvel subestimaodo consumoalimentar, j referida, alm da falta de avaliaodetalhada da atividade fsica e escassez dos dadosbioqumicos. Apesar disso, os achados so relevantes,pois denotam a importncia do aconselhamentonutricional no mbito da ateno secundria sadepara as mulheres com SOP.

    CONCLUSO

    As portadoras de SOP atendidas no servio de ateno

    secundria sade caracterizaram-se pela elevadaprevalncia de excessode peso, adiposidadeabdominal,hbitosalimentares errneos e inadequaes dietticas,sobretudo no tocante ao consumo de energia, ferro,clcioefibra.Essesachadosevidenciamaimportnciadainterveno nutricional como parte do tratamento nofarmacolgico da sndrome e dasalteraesmetablicasassociadas.

    A perda de peso ponderal e a adoo de hbitosalimentares mais saudveis podem ser alternativasimportantes para a melhoria da sintomatologia erestaurao da funo ovariana e metablica naspacientes com SOP.

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    OCORRNCIA DE LCERA POR PRESSO EM PACIENTES INTERNADOS EMUM HOSPITAL PBLICO DE FORTALEZACE

    THE OCCURRENCE OF PRESSURE ULCER IN PATIENTS ADMITTED TO A PUBLIC HOSPITAL IN

    FORTALEZACEINCIDENCIA DE LCERAS POR PRESIN EN PACIENTES INTERNADOS EN UN HOSPITAL PBLICO DEFORTALEZACE

    Ldia Samara de Castro Sanders1

    Francisco Jos Maia Pinto2

    RESUMOComesteestudo,objetivou-seinvestigaraocorrnciadelceraporpresso(UP)empacientesinternadosemumhospitalpblico, referncia em trauma de Fortaleza-CE. Trata-se de estudo transversal, documental e analtico de naturezaquantitativa, realizado no perodo de 1 a 31 de agostode 2010, aps aprovao pela Comisso de Regulao e Normasticasdainstituio.Paraanliseestatstica,foiutilizadootestedequi-quadradodePearson,sendoconsideradosignificanteo valorde p

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    INTRODUO

    A lcera por presso (UP) definida como uma lesocutnea que se desenvolve quando um tecido mole comprimido entre uma proeminncia ssea e uma

    superfcie externa por um prolongado perodo.1

    A ocorrncia de UP em pacientes hospitalizadosconstitui um grande problema de sade, pois essaferida pode acarretar desconforto fsico e emocionalpara o paciente, aumento de custos no tratamento,necessidade de cuidados intensivos de enfermagem,internao hospitalar prolongada, aumento dosriscos para complicaes adicionais e altos ndicesde incidncia e prevalncia, e, consequentemente,aumento da sua morbidade.2,3

    A prevalncia de UP medida pela frequncia de suaocorrncia ou pelo seu coeficiente apresentado comondicedepacientescomUPemdeterminadapopulaoem um certo perodo.4

    De acordo com o National Pressure Ulcer Advisory(NPUAP),aprevalnciaemhospitaisnosEstadosUnidosvaria de 3% a 14%, sendo de 15% a 25% em serviosde pacientes crnicos e 7% a 12% em atendimentodomicilirio.5

    NoBrasil,sopoucososestudossobreaprevalnciadaslcerasporpresso,pormsabe-sequeaprevalncianoambiente hospitalar muitoalta.Pacientes tetraplgicos(60%) e idosos com fraturas de colo de fmur (66%)atingem as mais altas taxas de complicaes, seguidospor pacientes criticamente doentes (33%). De modo

    geral, aproximadamente 40% dos pacientes comleses medulares que completaram o tratamentodesenvolveram uma lcera por presso.6,7

    Diante da complexidade do problema e conhecendoa magnitude da UP, tanto para o cliente quanto paraa famlia e para a instituio de sade, realizou-se esteestudo. O objetivo foi investigar a ocorrncia de lcerapor presso em pacientes internados em um hospitalpblico, referncia em trauma de Fortaleza-CE.

    MATERIAL E MTODOS

    Trata-se de um estudo transversal, documental e ana-ltico de natureza quantitativa. Foi realizado em umhospital pblico de nveltercirio, referncia em traumadeFortaleza-CE,noperodode1a31deagostode2010,aps aprovao pela Comisso de Regulao e Normasticas da instituio.

    A populao foi composta de todos os (75) pacientesinternados na Unidade 16 (clnica mdica e vascular) ena Unidade deTratamento Intensiva4 (UTI 4).A amostrafoi obtida por convenincia e englobava todos os (27)pacientes que apresentaram UP durante o perodo dapesquisa.

    Os dados foram coletados por meio de um formulrio

    semiestruturado, contemplando dados clnicos dopaciente, informaes sobre as caractersticas da ferida

    e fatores de risco para o desenvolvimento de lceraporpresso, com base na Escala de Braden. Esses dadosforam obtidos por meio dos pronturios dos pacientese da observao no participante.

    A anlise dos dados foi realizada, inicialmente, usando-se o Excel e o programa estatstico Predictive AnaliticsSoftware for Windows(PASW), verso 17.0. Realizou-seuma anlise estatstica descritiva frequencial, alm doestudo analtico, por meio do teste de qui-quadrado dePearson, no nvel de significncia de 5%.

    ApesquisafoiencaminhadaaoComitdeticaePesquisado hospital em estudo, e a coleta de dados foi realizadaaps aprovao da Comisso de Regulamentao eNormasticas da instituio, de acordocom os aspectostico-legais da pesquisa com seres humanos, sob oParecer n 64628/09.

    RESULTADOS

    Foram pesquisados 75 pacientes internados nos doissetores de estudo (Unidade 16 e UTI 4), dos quais 27(36%) apresentaram lcera por presso e compuserama amostra.

    Aunidade16compostade24leitos,distribudosentreclnica mdica e vascular. Dos 49 pacientes internadosnessa unidade, 18 (36,7%) apresentaram lcera porpresso. A UTI 4 composta por sete leitos. Nesse setor,foram internados 26pacientes, dentreos quais 9 (34,6%)apresentaram UP. Os pacientes desenvolveram UP naprpria unidade onde foi realizada a pesquisa.

    Foram identificadas 46 lceras, com a mdia de 1,74UP por paciente, sendo que a maioria dos pacientes,18 (66,7%) apresentou uma lcera e 3 (11,1%)apresentaram cinco lceras por presso.

    Quanto localizao dasUPs,verificou-seque a maioriadas leses 44 (95,6%) estava localizada na metadeinferiordocorpo,comdestaqueparaaregiosacral,queapresentou 23 (50%) do total das UPs.

    Dos 27 pacientes portadores de UP, expressiva maioria 26 (96,3%) desenvolveu a leso no hospital, duranteo perodo de internao.

    Quantoimobilidadedospacientes,todosos27(100%)apresentavam restrio de atividadeao leito, sendo que26 (96,3%) tomavam banho no leito e 1 (3,7%) tomavabanho em cadeira.

    No que diz respeito nutrio dos pacientes, 10 (37%)eram alimentados por dieta geral, enquanto a maioria 17 (63%) alimentava-se por dieta enteral.

    Quantoseliminaesfisiolgicasdospacientes,16(59,3%)realizavam-nas em fraldas, apresentando incontinnciaurinriaeanalconcomitantes,enquanto11(40,7%)tinhamdiurese eliminada porcateter vesical de demora.

    Em relao ao estadiamento das UPs, foiobservadoque

    31(67,4 %)eramdo estgio IIe somenteuma (2,2%) UPfoi classificada como estgio IV.

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    Ocorrncia de lcera por presso em pacientes internados em um hospital pblico de Fortaleza-CE

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    De acordo com a Escala de Braden aplicada nos 48pacientesquenoforamacometidosporUP,observou-seque 27 (56,2%) foram classificados como alto risco paradesenvolver UP e 8 (16,7%)apresentarambaixo risco. Noentanto, para os 27 pacientes que apresentaram UP, os

    escoresdaescaladeBradenapresentadosforam:8(29,6%)pacientes apresentaram risco moderado de desenvolverUP, enquanto a maioria 19 (70,4%) apresentou altorisco para desenvolver lcera por presso.

    TABELA 1 Distribuio dos pacientes com lcerapor pressosegundo as caractersticasdemogrficas Fortaleza, 2010

    Caractersticasdemogrficas N=27 % P

    Sexo 0,340

    Feminino 11 41,0

    Masculino 16 59,0

    Idade 0,083

    Menor de 60 anos 12 44,5

    A partir de 60 anos 15 55,5

    Fonte: Dados da pesquisa

    Dos pacientes que apresentaram UP, 16 (59%) eram dosexo masculino. A mdia de idade encontrada foi de55,52 anos, com desvio-padro de 23,3 anos. A menor

    idade foi de 19 anos e a maior, de 89 anos. Houvepredomnio de portadores de UP em pacientes na faixaetriaapartirdos60anosdeidade.Porm,pelotestedequi-quadrado, no houve associao estatstica entre osexo e a faixa etria com o desenvolvimento de UP nospacientes hospitalizados. (TAB. 1)

    TABELA 2 Distribuio dos pacientes com lcerapor presso segundo as caractersticas clnicas Fortaleza, 2010

    Caractersticas c lnicas N=27 % P

    Local de internao 0,856

    Unidade 16 18 66,7

    UTI 4 9 33,3

    Tempo de internao

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    os quais so de elevada prevalncia entre os homens.Em pesquisas nacionais, tambm foi observado predo-mnio de UP no sexo masculino.4-9

    Em relao faixa etria, observou-se que houve

    predomnio(55,5%)depacientesidosos(idadeacimade60 anos). Esses achados coincidemcom os da literatura,estudo realizado por Sousa e Santos,10 indicando maiorprevalncia de UP em pacientes na faixa etria acimade 60 anos.

    na populao idosa que se encontram 70% de todasas lceras por presso. A prevalncia dessas feridasaumentarapidamentecomaidade,sendoquede50%a70% delas desenvolvem-se em pessoas commais de 75anos,poisoidosomaissusceptvelaodesenvolvimentodeleses de pele,dadasas caractersticascausadaspeloenvelhecimento.11

    Demograficamente, os pacientes com UP caracterizam-

    se por idade mdia elevada (acima dos 60 anos),s ign i f ican temen te super ior queles tambmpertencentes ao grupo de risco, porm sem UP. Almdisso,os pacientes idosos acamadosque desenvolveramUP encontravam-se, coerentemente, inseridos naunidade16,aquelacommaiorprevalnciadepacientescom UP, e tambm tinham a pele mais exposta umidade.

    Vale ressaltar que a idade apontada por diversosautorescomo umdosmaisrelevantes fatores envolvidosna fisiopatognese da UP, principalmente quandoassociada aos outros fatores de risco como mobilidadee umidade.12

    Considerando os fatores de risco para UP, avaliadospela escala de Braden, a imobilidade e a umidadeestavam presentes em todos os 27 (100%) pacientesque desenvolveram a leso. Esses achados corroboramestudos realizados por Sousa e Santos13 e por RogenskieSantos,12 que encontraramassociao estatisticamentesignificativa entre a umidade e a presena de UP.

    Neste estudo, 14 (51,9%) dos pacientes com UPapresentavam incontinncia urinria e anal concomi-tan tes, pois real izavam suas e l imin aes emfraldas, tornando-os extremamente vulnerveis aodesenvolvimento de UP.

    A umidade decorrente da exposio da pele pelaincontinncia urinria e anal um fator de riscoimportante na gnese da UP. O excesso de umidademacera e enfraquece as camadas superficiais da pele,tornando-a mais suscetvel s leses, principalmentequando associada frico e ao cisalhamento.2,14

    Outro fator de risco para desenvolver UP encontradoneste estudo foi a imobilidade dos pacienteshospitalizados,consideradaofatordemaiorimportnciano desenvolvimento de UP. A manuteno da posiocorporal, assim como mudanas no posicionamento,determina gradiente gravitacional que age no sistemacardiovascularenopulmonarepodeafetaraoxigenao

    e o fluxo sanguneo, pois a gravidade influenciadiretamente o volume e a capacidade pulmonar.2,11

    Com relao ao tempo de internao, neste estudoforam encontrados os seguintes resultados: o tempomdio de internao foide 56,8 dias, variando de 15 at373dias,sendoqueamaioria25(92,6%)desenvolveuUP a partir de 16 dias de hospitalizao.

    Esses achados comprovam outros estudos que de-monstram que o tempo prolongado de internaoestrelacionado ao maior desenvolvimento de UP. Relatosna literatura internacional apontam uma mdia detempo de internao acima de dez dias e que associamo tempo prolongado de internao com o desenvolvi-mento de UP.15,16

    Na anlise da localizao das lceras por presso,encontrou-se a maior prevalncia na regio sacral 18(66,7%), o que explicado por este ser o segmentoda pele submetido a maior presso na posio dorsal.Diversos estudos internacionais mostram que 60% de

    todas as lceras por presso esto localizadasna regiosacral.11, 17, 18

    A regio sacral considerada uma das mais suscetveispara o desenvolvimento de UP, em razo das proe-minncias sseas e da proximidade de reas deincontinncia, por isso deve ser constantementeavaliada.19

    Neste estudo, em relao ao estadiamento da UP,observou-seque31(67,4%)dasferidaseramdoestgioII. Esse achado confirma os de inmeros autores,como Camargo8 (34%), Moroet al.17 (58,5%), Pvoa20

    (50%), Rogenski e Santos12 (53%), uma vez que estointrinsecamente relacionados prpria definio e

    etiognese desse tipo de leso.De acordo com a escala de Braden, a amostra estudadaclassificou 19 (70,4%) dos pacientes com alto risco dedesenvolver UP, 8 (29,6%) com risco moderado e noforam encontrados escores relacionados ao baixo riscodedesenvolveraleso.EmrelaoaospacientesquenoapresentaramUP,27(56,2%)foramclassificadoscomaltorisco, 13 (27,1%) com risco moderado e 8 (16,7%) combaixo risco de desenvolver UP.

    Os resultados obtidos sugerem que a escala de Bradendeveria ser utilizada em todos os pacientes acamadosdurante a hospitalizao, a fim de predizer aquelescom alto risco de desenvolver UP e, ento, prov-los

    de cuidados intensivos apropriados, possibilitandointervenes profilticas o mais precoce possvel.

    A recomendao de utilizar escalas, como a de Braden,para avaliao do risco de desenvolver UP baseadaem evidncias cientficas ou em entre consenso deespecialistas e deve ser a base para uma prtica dequalidade.21 O desafio atual a implementao dessasevidncias na prtica.

    CONCLUSO

    Neste estudo, demonstrou-se uma ocorrncia total de

    UP de 36% em pacientes internados em um hospitalpblico de Fortaleza-CE. Esse resultado sugere a

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    Ocorrncia de lcera por presso em pacientes internados em um hospital pblico de Fortaleza-CE

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    Esses achados reforam a importncia de que novosestudos epidemiolgicos e de interveno sejamelaborados para a preveno de UP em populaessobrisco de desenvolver essa ferida, sendo fundamentaladotar medidas profilticas adequadas, baseadas

    em evidncias, principalmente durante o perodo deinternao prolongado.

    necessidadede treinamentos da equipe multidisciplinardessa instituio em relao aosaspectos preventivos ecurativos das lceras por presso.

    Dentre os fatores de risco identificados neste estudo,

    destacam-seaidadeavanada(apartirde60anos),olongoperododeinternao(apartirde16diasdehospitalizao),a imobilidade e a incontinnciaanal e/ou urinria.

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    171remE Rev. Min. Enferm.;16(2): 171-177, abr./jun., 2012

    PERFIL DAS GESTANTES ATENDIDAS NO SERVIO DE PRNATAL DASUNIDADES BSICAS DE SADE DE FORTALEZACE

    PROFILE OF PREGNANT WOMEN ATTENDING THE PRENATAL SERVICE OF THE BASIC UNITS OF

    HEALTH OF FORTALEZACE

    PERFIL DE LAS MUJERES EMBARAZADAS QUE ACUDEN A LOS SERVICIOS PRENATALES DE LASUNIDADES BSICAS DE SALUD DE FORTALEZACE

    Catharina Rocha Peixoto1

    Thais Marques Lima2

    Camila Chaves da Costa2

    LydiaVieira Freitas3

    Amanda Souza de Oliveira4

    Ana Kelve de Castro Damasceno5

    RESUMO

    Objetivou-se com esta pesquisa caracterizar as gestantes usurias do servio de pr-natal nos Centros de Sade daFamlia (CSFs)da cidade de Fortaleza-CE. Trata-se de umestudodescritivo,transversal e quantitativo,o qualfoi realizadoem seis CSFs no perodo de agosto a outubro de 2009, tendo como populao 310 gestantes. As gestantes, em suamaioria,tinham entre20 e 34 anos (67,5%); possuamrenda de atum salrio mnimo(90,9%); vivenciarama menarcaentre9 e 13 anos (71,6%); iniciarama vida sexualentre 11 e 19 anos (88,4%); tiveram de 2 a 5 parceiros sexuais (54,6%);negaram a realizao de tratamento prvio para IST(66,1%);e norealizaramo exame preventivo durante a gestao(82,9%). Encontrou-se relao estatstica significante entre a idade da menarca e a idade da sexarca, bem como entreo nmero de parceiros sexuais e a idade delas. Concluiu-se que as gestantes possuem peculiaridades que devemser destacadas no momento das consultas de pr-natal. Com base no conhecimento do perfil dessas gestantes, osprofissionais de sade podem repensar as aes direcionadas paraessapopulao-alvo, em especial na realizao deatividades educativas que auxiliem o desenvolvimento de uma gestao saudvel.

    Palavras-chaves: Cuidado Pr-Natal; Gravidez; Enfermagem.

    ABSTRACTThis studyaimedat characterizingpregnant womentreatedatthe antenatalcareservice oftheFamilyHealthCare Centre

    (in Portuguese, CSF) in the city of Fortaleza. This is a descriptive, cross-sectional and quantitative study carried out in sixCSFs, from August to October2009, with 310 pregnant women.The results revealed that 67.5%, were aged between 20to 34 years; 90.9% had a monthly income up to one minimum wage; 71.6% experienced menarche between the agesof 9 to 13;88.4% hadhad their first sexual intercourse between the ages of 11 and 19;54.6% had between 2 to 5 sexualpartners;66.1%werenotpreviouslytreatedforSTIs;and82.9%hadnothadascreeningtestperformedduringpregnancy.A statistically significant relationship betweentimingof menarcheandthefirstsexual intercourse andbetween thenumberof sexual partners and age was observed. In conclusion pregnant women have peculiarities that should be taken intoaccount at antenatalconsultations.Informationonthesewomensprofilecouldaidhealth professionalsto rethinkactionsdirected to this target population, particularly in educational activities to maintain a healthy pregnancy.

    Key words: Antenatal Care; Pregnancy; Nursing.

    RESUMENEste estudio tuvo como objetivocaracterizar el servicio de atencin prenatal de la mujer embarazada en el Centro deSaludFamiliar (CSF) de la ciudad de Fortaleza. Se trata de un estudio descriptivo cuantitativotransversalque se realizen seis CSF de agosto a octubre de 2009 con 310 mujeres embarazadas. Se encontr que 67,5% tenan entre 20 y 34

    aos; 90,9%contabancon un ingresomensual de hasta un salariomnimo;71,6%experimentaronla menarqua entre 9y 13 aos;88,4%tuvieronla primerarelacin sexual entre11 y 19aos;54,6% tenan entre dosy cincoparejassexuales;66,1% no haban realizado el tratamiento previsto para ETS y 82,9% no haba realizado la prueba preventiva duranteel embarazo. Se encontr una relacin estadsticamente significativa entre la edad de la menarqua y de la primerarelacin sexual al igual que entre el nmero de parejas sexuales y su edad. Se concluye que las mujeres embarazadastienen particularidades que deben considerarse en el momento de la consulta prenatal. A partir del conocimientodel perfil de las mujeres embarazadas, profesionales de la salud pueden repensar acciones dirigidas a esta poblacinobjeto, sobre todo realizar actividades educativas que ayuden al desarrollo de un embarazo sano.

    Palabras clave: Atencin Prenatal; Embarazo; Enfermera.

    1 Enfermeira da Unimed de Fortaleza Cooperativa de Trabalho Mdico.2 Enfermeira. Mestranda em Enfermagem pela Universidade Federal do Cear.3 Enfermeira. Doutoranda em Enfermagem pela Universidade Federal do Cear.4 Enfermeira. Integrante do Projeto de Pesquisa Enfermagem na Promoo da Sade Materna.5 Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Professora adjunta III da Universidade Federal do Cear. Tutora do Programa de EducaoTutorial PET/SESU/

    Enfermagem/UFC. Coordenadora do Projeto de Pesquisa Enfermagem na Promoo da Sade Materna.Endereo para correspondncia Avenida Sargento Hermnio Sampaio, 2755. Apt 201, Bl N. Vila Ellery. CEP: 60320-504. Fortaleza-CE.Email: [email protected].

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    Perl das gestantes atendidas no servio de pr-natal das unidades bsicas de sade de Fortaleza-CE

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    INTRODUO

    A gestao, apesar de ser um processo fisiolgico,gera mudanas de ordem fsica, psicolgica e social namulher. Tais alteraes inerentes gravidez e ao parto

    so influenciadas por mltiplos fatores, desde os denaturezabiolgica atas caractersticassocioeconmicase culturais da populao.1 Portanto, a gestante necessitadeacompanhamentoqualificadoparaqueintercorrnciassejamevitadaseprevenidas.Oincioprecocedopr-natalearegularidadedasconsultassoessenciaisparagarantiruma boa evoluo da gravidez.

    NoBrasil,segundooMinistriodaSade,estima-seque73%dapopulaofemininabrasileiraemidadefrtilnopossui plano de sade ou convnio mdico, destacan-do-se que a taxa de fecundidade total dessa populaoencontra-se em torno de 1,8 filho por mulher e que oacesso ao pr-natal tende a diminuir com o aumento

    do nmero de filhos.2

    Nesse sentido, deve ser fornecida uma assistncia pr-nataldequalidadequevisepreservarasadedamulhere do concepto, bem como que favorea a adeso sconsultas de forma peridica, assegurando a profilaxiae a deteco precoce das complicaes prprias dagestao e o tratamento adequado dedoenas maternaspreexistentes, auxiliando na reduo dos ndices demorbimortalidade materno-infantil.3

    Diante do exposto, evidencia-se que as gestantesnecessitam de acompanhamento qualificado paraque as intercorrncias nesse perodo sejam evitadase prevenidas. Para isso, os profissionais atuantes nas

    UnidadesBsicasdeSadedaFamliadevemestarcientesdo perfil da clientela que iro atender, possibilitando odesenvolvimento de estratgiasespecficas e adequadasque garantam a efetividade do atendimento.

    EmestudorealizadoemhospitaluniversitriodoRiodeJaneiro que objetivava traar o perfil epidemiolgicodas gestantes, encontrou-se que a maioria da popula-o estudada concentrava-se na faixa etria de 19-25 anos (47; 39,8%), teve o incio do ciclo menstrualentre 12-14 anos (73; 61,8%), com sexarca ocorridaentre 16-20 anos (64; 54,2%). Em relao aos mtodoscontraceptivos, grande parte (54; 45,7%) faz uso deanticoncepcionais hormonais orais e (47; 39,8%) no

    utiliza nenhummtodo. Combase nesse conhecimento,houve relatos de resultados positivos na ampliao deaesespecficasparaapopulao,pormeiodetrabalhoconsciente e criterioso, de acordo com a clientelaespecfica atendida.1

    O principal papel dos profissionais envolvidos nesseatendimento a escuta das clientes, transmitindo-lhesapoioeconfiananecessriosparaquepossamconduzircom autonomia suas gestaes. E relevante que seefetuem trocas de experincias entre as mulheres eos profissionais por meio de aes educativas, quefacilitam a compreenso do processo gestacional,sendo o enfermeiro um desses prestadores de servio

    a gestantes, principalmente no atendimento de baixorisco.4

    Torna-se de fundamental, assim, identificar de formaadequada e precoce o perfil das pacientes, objetivandoconhecer caractersticas que podem interferir naevoluo natural da gestao, permitindo uma estru-turao no acompanhamento realizado pelos pro-

    fissionais de sade.

    Diante disso, objetivou-se caracterizar as gestantesusurias do servio de pr-natal nos Centro de Sadeda Famlia (CSF) da cidade de Fortaleza-CE.

    METODOLOGIA

    Este tudo do tipo descritivo, de corte transversal eabordagem quantitativa, realizado noperodode agostoa outubro de 2009, em um CSF de Fortaleza-CE.

    Dado o fato de Fortaleza ser administrativamentedividida em 6 Secretarias Executivas Regionais (SERs),

    foram selecionados 2 CSFs de cada regional, ondeforamrealizadas5visitaseentrevistadasasgestantesdeacordo coma demanda do acompanhamentopr-natalde cada servio de sade, totalizando uma amostra de310 gestantes nos 12 CSFs acompanhados.

    Os dados foram coletados por meio de um formulrioestruturado, aplicado em umaentrevista individualcomasgestantes,abordandocaractersticassocioeconmicas,aspectosgineco-obsttricose histriada gestaoatual.Os dados obtidos foram armazenados no programaExcel for Windowse analisados por meio do programaStatistical Package for Social Sciences for PersonalComputer(SPSS-PC), verso 17.0. Durante a anlise dos

    dados, utilizou-sea estatsticasimples, com frequnciasabsolutaserelativas,otestequi-quadradoeotesteexatode Fisher, considerando correlaes estatisticamentesignificativas s que obtiveram p < 0,05.

    Foram considerados os aspectos ticos da pesquisaenvolvendosereshumanos,deacordocomopreconizadopela Resoluo n 196/96, do Conselho Nacional deSade-Ministrio da Sade, ressaltando-se a assinaturado Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)de todas as participantes do estudo.5 Este projeto foisubmetidoaavaliaopeloComitdeticaemPesquisada Universidade Federal do Cear e aprovado sob oProtocolo n 242/09.

    RESULTADOS E DISCUSSO

    Na TAB. 1, pode-se observar que a maioria dasentrevistadas encontrava-senafaixaetriarecomendadapara gestar, ou seja, 20 a 34 anos (209; 67,5%), noentanto, vale ressaltar que a segunda faixa etriacom maior porcentagem foi entre 13 e 19 anos (82;26,5%), o que demonstra alto percentual de gestantesadolescentes, ultrapassandoos 10%a 15%preconizadospela Organizao Mundial de Sade (OMS).6

    Corroborando o presente estudo, verificou-se, com

    base em uma pesquisa de campo realizada com 77purperas, a qual objetivava avaliar a assistncia pr-

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    Em relao renda familiar, pode-se afirmar que asmulheres possuem baixo poder econmico, visto quea maioria relatou renda de at um salrio mnimo (282;90,9%) e algumas relataram quenotinham nenhumtipode renda (3; 1,0%), o que considerado um fator de risco

    para o aparecimento de complicaes durantea gravideze de terem filhos combaixopeso ou prematuros.10

    Quanto escolaridade, predominou a faixa de 9 a 12anos de estudo (146; 47,0%). O nvel de instruo deveser analisado durante a consulta pr-natal, pois podeinfluenciar na compreensodas informaes fornecidasdurante a consulta, inclusive sobre os hbitos de vidasaudvel, refletindo no cuidado com a famlia e com agestao.

    Pesquisa realizada em Cuiab, relacionada a deter-minantes da amamentao no primeiro ano de vida,revela que a interrupo do aleitamento materno

    exclusivo em crianas com idade inferior a 180 diasmostrou-se associada baixa escolaridade da me,relao identificada tambm nos menores de 120dias.11

    Os resultados sobre o estado civil das participantesfoi bem diversificado, encontrando-se a maioria dasgestantes (170; 54,8%) em unio consensual.

    Observou-seem um estudo do tipo caso-controle, commes de nascidos vivos realizado em Londrina, que avarivel me que reside com o companheiro h nomximodois anos o quese considerou unio instvel foi entendida como um possvel fator de inseguranada me e apresentou associao significativa com o

    nascimento pr-termo.12

    Em relao TAB. 2, pode-se verificar que a maioria dasentrevistadas(222;71,6%)apresentouamenarcanafaixaetria entre 9 e 13 anos, havendo concordncia comum estudo de reviso noqual se revela que os aspectostnico-raciais, ambientais e econmicos influenciamna idade da menarca. A idade da menarca continua adiminuir tanto em pases desenvolvidos quanto emdesenvolvimento, sendo 12 anos a mdia da menarcano Brasil.13

    Emrelaoidadedasexarca,verificou-sequeaprimeirarelao sexual estava ocorrendo precocemente, pois a

    maior parte das entrevistadas (274; 88,4%) relatou teriniciado a vida sexual entre os 11 e 19 anos.

    Encontrou-seuma relao estatisticamentesignificanteentre a idade da menarca e a idade de ocorrncia dasexarca das participantesdo estudo (r

    s=0,226; p

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    Comprovando essas informaes, neste estudo, tam-bm, encontrou-se significncia estatstica na relaoexistenteentreaidadedamenarcaeaidadedaprimeiragestao (r

    s=0,156; p=0,006) e entre a idade da sexarca

    e a idade da primeira gestao (rs=

    0,716; p

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    especialmentenasfaixasetriasapartirde30anos,comquedademaisde70%.Onicogrupoqueteveaumentoda taxa especfica de fecundidade nesse perodo foi ode 15 a 19 anos de idade.19

    Nesteestudo, no se encontrou significncia estatstica

    entre o nmero de gestaes e a idade da sexarca(rs= 0,097; p=0,087), contudo, existe uma tendncia de

    relao inversa entre essas duas variveis, de formaque quanto mais cedo a mulher inicia sua vida sexual,mais gestaes ela poder vivenciar, o que demonstraa necessidade de estudos posteriores para investigaressa relao.

    Pode-se afirmar, no entanto, que existe uma correlaodireta entre o nmero de parceiros que essa mulherpossuiu na vida e o nmero de gestaes (r

    s=0,118;

    p=0,038).Issogeraumainquietao,vistoqueaomesmotempo em que esto expostas ao risco de gravidez,sendo esta planejada ou no, esto expostas ao risco

    de contrair doenas, principalmente com mltiplosparceiros, simultneos ou no.

    sobre o que seria esse tratamento. A mesma situaoaplica-se ao tipo de IST acometida, pois surgiramvrios relatos de tratamento sem o conhecimento dapatologia, demonstrando a falta de comunicao entreprofissional e paciente e a no participao ativa da

    paciente na promoo da sua sade. Alm disso, essafalta de informaes fidedignasdificulta a realizaodepesquisas semelhantes.

    Dentre as mulheres que afirmaram histria de ISTanterior, a maioria no sabia o nome da patologia daqual foi acometida. Por isso, a classificao foi realizadapelos pesquisadores de acordo com a sintomatologia etratamento referidos pela mulher.

    Quanto realizao de exame preventivo Papanicolauprvio, grande parte das gestantes(250;80,6%) j haviase submetidoa ele.Talresultadopodeestarrelacionadoao fcil acesso para a realizao do exame ginecolgiconos CSFs e incentivo por parte dos profissionais. Esseresultado corrobora um estudo realizado em So Luizcom 465 mulheres, onde 82,4% haviam realizado oexame preventivo alguma vez na vida.17

    Em estudo realizado no Rio Grandedo Norte observou-se como principais barreiras para a realizao do examecitopatolgico do colo uterino: o descuido, a falta desolicitao do exame pelo mdico e a vergonha. Emcontrapartida, o trabalho fora de casa, a frequncia comque a mulher vai ao ginecologista, a paridade e a vidasexual ativa influenciam apenas na prtica do exame.18

    A respeito da realizao do exame preventivo durantea atual gestao, a maioria (287; 82,9%) no o realizou.

    Esse fato pode estar relacionado ao possvel medo dasgestantes em submeter-se ao exame, por acreditar queh algum prejuzo para ela ou para o feto, tornando-senecessria a insero de atividades educativas com asgestantes explicando a finalidade e o procedimentorealizado durante a consulta pr-natal.

    Constatou-sesignificnciaestatsticaentreaescolaridadedasgestanteseofatodeelasjteremrealizadooexamede preveno do cncer cervicouterino alguma vezna vida (x2=14,774; p

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    Dentre as entrevistadas, houve relatos de um a trsabortos (62; 20,0%). Sobre abortos espontneos, partedas mulheres (49; 15,8%) afirmou interrupo naturalde uma a trs gestaes, havendo concordncia comum estudo realizado no Rio Grande do Sul, em que

    a prevalncia de abortos espontneos das mulheresentrevistadas(n=412) foide 17,7%.20 Quantoaosabortosprovocados, algumas mulheres (15; 4,8%) assumiram autilizaode algummtodoabortivo,no entanto, existepossibilidade de falta de sinceridade das participantesem afirmar a provocao do aborto e at mesmo dameno do assunto, dada a polmica que esse temaacarreta.

    Encontrou-se significncia estatstica entre o nmerode parceiros sexuais na vida da mulher e o nmero deabortosqueestasofreu(r

    s=0,128;p=0,024) e, ainda, com

    o nmero de abortos provocados (rs=0,147; p=0,010).

    Pode-seinferir,portanto,quequantomaioronmerodeparceiros sexuais na vidadas mulheres queparticiparamdeste estudo, maior a chance de esta ter sofrido umaborto e de este ter sido intencional.

    Em uma pesquisa realizada no Esprito Santo com 83mulheresatendidasemumamaternidadepblica,foramidentificados como principais motivos que levaram induodo abortamento:falta de condies financeiras,falta de apoio do pai do concepto, ter uma relaoconjugal instvel, limitao da prole, medo de perder oempregoe/outerqueparardeestudar,medodafamliae no querer a criana.21

    Em relao ao nmero de partos normais e cesreos,

    a maioria parte das gestantes que tm histria departos anteriores referiu partos normais, totalizando109 (35,1%) mulheres. Em 1997, os partos cesreosequivaliam a 40,0% do total de partos. As menorespropores de nascimentosrealizadospor parto cesreoforamencontradas nas regies Nortee Nordeste,32,1%e 25,3%, respectivamente. Esses resultados contrariamarecomendaodaOMSdequeospartoscesreosnoultrapassem 15% do total de nascimentos.22

    Quando questionadas sobre a idade na primeiragestao, a maioria das entrevistadas (174; 56,1%)respondeu queengravidarampela primeira vezdurantea adolescncia. Fato condizente como estudorealizado

    em So Paulo, no qual se encontrou que das 4.108internaes no centro obsttrico do hospital, 24,4%eram adolescentes. Esse fato demonstra uma iniciaosexualcadavezmaisprecoceeumnmeroestarrecedorde gravidez na adolescncia.23

    Em relao ao aleitamento materno, as gestantesforam questionadas sobre a prtica da amamentaoem suas experincias anteriores, e apenas 11 mulheres(3,5%) referiram no ter amamentado. As gestantesque referiram ter amamentado (140; 45,1%) foram

    questionadas a respeito do tempo, e a maioria(34; 24,2%) afirmou ter amamentado de 13 a 24 meses,estando de acordo com o preconizado pelo Ministrioda Sade. Por meio da Pesquisa Estadual de Sade eNutriode Pernambuco (PESN),verificou-se queem 15anos a durao mediana do aleitamento total duplicoude 89 dias em 1991 para 183 dias em 2006. No mesmoperodo,oaleitamentomaternoexclusivoaosseismesesaumentou de 1,9% para 8,5%.24