116
1

Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016

Embed Size (px)

DESCRIPTION

 

Citation preview

Page 1: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016

1

Page 2: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016

2

Cruzada contra a indiferença – é nestes termos que Alejandro Aravena, recém-distinguido com o pré-mio Pritzker e comissário da edição 2016 da Bienal de Veneza, sintetiza a linha mestra a nortear o cer-tame internacional de arquitectura que – ao abrigo do mote Reporting from the front - ora orienta. Em tais diferenças e indiferenças se esteia igualmente – tudo o indica - a presente era, quando em todos os domínios, imperam perplexidades e incertezas, dúvidas e receios, inquietações e assombros. Do domínio nobre e estrito da arquitectura – em que se sucedem inflexões de paradigmas, quedas de titãs, emergência de novos deuses de contornos difusos e vestes inauditas – ao campo minado da comunicação que vem congregando, a cada dia, novos cadáveres exquis, danos colaterais, solda-dos da fortuna e párias do infortúnio. É nesta no man land, neste cenário tão adverso quanto sedu-tor, que – em peleja contra a indiferença, em assu-mido contraciclo, em desafio ao conhecido e insti-tuído, Architectura Magazine se propõe, de ora em diante, fincar posição, ganhar forma, fazer senti-do. Devolver a arquitectos, projectistas, criadores, uma plataforma aberta, livre, plural, global onde se autorizam todas as expressões e se desejam todas as formas. Divulgar. Comunicar. Dar a ver. Dizer de novo. É esse o risco que assumimos. Ser, na comunicação como no mais – em prol de todas as diferenças, em afronta a todas as indiferenças – de novo arautos de todos os riscos.

EDITORIAL

JOÃO MIGUEL FIGUEIREDO SILVA

Page 3: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016

PARCEIRO ESTRATÉGICO CO-PRODUÇÃOARQUITECTURA EM CONCURSO

PATROCINADORCO-PRODUÇÃOBOAS PRÁTICAS

APOIO À DIVULGAÇÃOMARCA ASSOCIADACO-PRODUÇÃOCONCURSOS TEMÁTICOS

ORGANIZAÇÃO APOIO

directório de arquitectos

Como encontrar um arquitecto? simulador de custo de obra

Quanto pode custar uma obra? plataforma de encomenda

Se vai fazer uma obra, porque não lançar um concurso? Nós ajudamos.

habitar / sobreviver / transformar / ocupar

Não basta falar sobre a importância dos concursos. Há que promovê-los.

ferramentas filmesconcursos exposiçãoe publicação boas práticas: estórias que

ligaram clientes e arquitectos

A arquitectura é feita de pessoas e estórias. Fomos à procura delas.

29 mar – 29 mai / Garagem Sul - CCB e Ordem dos Arquitectos

Arquitectura em Concurso: Percurso crítico pela modernidade portuguesa

saiba tudo em www.escolha—arquitectura.pt

Page 4: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016

4

CONTEÚDO

Museu da Fotografia de Elysée e Museu de Design e Arte Contemporânea 10

Recepção do Portugal dos Pequeninos 106

Hotel Caminhos de Santiago 28

Igreja Cristo Rei 108

Casa no Príncipe Real 50

Bienal de Veneza 110

Filarmónica de Szczecin 70

Exposição Les Universalistes 112

Estante 114

Casa Luz 86

Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia – MAAT 102

Page 5: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016

5ARQUITETURASFILMFESTIVAL.COM

1 DE FEVEREIRO - 1 DE MAIOOPENCALL

NÃO HÁ CINEMA SEM ARQUITETURAS

ARQUITETURAS201612 -16 DE OUTUBROREHABNATION

Page 6: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016

6

Editor - FounderTiago Krusse

DirectorJoão Migueç Figueiredo Silva

Consultora JurídicaDr. Maria de Lourdes Castelo Branco

ContabilidadeAuditoc

Redação, Administração e Serviços ComerciaisJardim dos Malmequeres, 4, 2.º Esquerdo1675-139 Pontinha (Odivelas) | Portugal

www.architecturamagazine.com

EditoraK Innovative Diffuser, Sociedade Unipessoal Limitada Jardim dos Malmequeres, 4, 2 ESQ1675-139 Pontinha | PortugalNIPC: 513 314 652

FotografiaJoão Morgado – Fotografia de Arquitetura

DesignersLucas Fernandes

A fotografia de capa é da autoria de João Morgado – Fotografia de Arquitectura

Page 7: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016

7

29 março >> 29 maio

Page 8: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016

8

ANDAIME

Numa época em que as revistas de arquitectura im-pressas tendem a desaparecer, em que publicações de referência se tornaram apenas meios para que accionistas e detentores de empresas de órgãos de comunicação pudessem lucrar sobre o trabalho mal pago e explorado de jornalistas, surge uma nova publicação digital focada no tema e de acesso livre. Mais um título que integrará o grupo de media K In-novative Diffuser, detentor da DESIGN MAGAZINE e da Design Magazine Brasil.É uma honra o facto do João Miguel Figueiredo Sil-va ter aceitado o desafio que lhe dirigi, não só pela amizade que lhe tenho como também pelo respeito profissional e pela admiração da experiência que acumula a escrever sobre o tema. Memória, que é tão fundamental em qualquer redacção!Sabemos que os próximos tempos serão marcados pelo investimento no nosso trabalho e na procura de entregarmos aos leitores uma publicação com infor-mação isenta e de qualidade, ciente das afinidades e das discordâncias do seu grupo de trabalho, das suas idiossincrasias, das suas imperfeições.Entramos por um caminho novo, procurando dar plu-ralidade na observação e na aferição que voltamos a fazer aos domínios da arquitectura. Este primeiro número é um pequeno exemplo do que nos propomos entregar e ao mesmo tempo constituirá um registo que nos permitirá perceber as inúmeras afinações e evoluções que pretendemos e teremos de efectuar em prol dos mais diversos leitores interessados nas temáticas da arquitectura.Não é nossa intenção sobrepor-nos a quem quer que seja e não temos como fito pretendermos ser mais do que aquilo que somos: meros repórteres. É nos-so desejo que todos os intervenientes, nacionais e estrangeiros, no campo da arquitectura possam, a partir de agora, cooperar com esta missão editorial.

TIAGO KRUSSE

Page 9: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016

9

Sponsored by: Supported by:Founding partner:Organised by:

Page 10: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016

10

MUSEU DA FOTOGRAFIA DE ELYSÉE E MUSEU DE DESIGN E ARTE CONTEMPORÂNEA

Projecto: Aires MateusImagens: Cortesia do atelier Aires Mateus

Page 11: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016

11

Page 12: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016

12

Manuel e Francisco Aires Mateus vencerem o concurso para a construção do Museu da Fotografia de Elysée e do Museu de Design e Arte Contemporânea, localizados em Lausanne, na Suíça.

Page 13: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016

13

Um Museu, dois museus, um espaço.

Dois volumes maciços confinam um espaço.Um espaço vazio que se dilata e se comprime.Um espaço em permanente contacto com o exterior.Um espaço de entrada, de passagem, de pausa,Uma praça coberta que dá acesso aos dois museus.

Duas massas de betão. Numa ondulação geométri-ca, aproximam-se, tocam-se, abrem-se. Pelo céu ou através do pavimento, encontram a sua luz, subtil, controlada. Entre elas, o espaço flutua. O Museu L’Elysée desenha o pavimento, o museu MUDAC, a cobertura.

Dois museus e um espaço compõem um volume prismático, destacado por um vazio periférico dos restantes serviços. Estes, absorvidos pelo limite do terreno, libertam em torno do Museu o espaço necessário para encontrar a sua luz natural e para destacar a unidade do prisma a que dão vida.

Um Museu, dois museus, é um ponto de partida. A ideia de que cada entidade é caracterizada por uma luz, um espaço. A ideia de que o valor arquitectóni-co do invólucro mais não é que o valor de preservar o seu conteúdo.

O museu situa-se no Pôle Museal, uma área obsole-ta de apoio à gare ferroviária de Lausanne, que está em vias de ser convertida no novo pólo cultural da cidade, uma longa praça que se estende paralela-mente aos caminhos de ferro, ao longo do MCBA – o novo museu de belas-artes, que deverá inaugurar em 2017.

O objectivo do concurso era não só conceber um ed-ifício para dois museus, mas antes de tudo, garantir uma solução urbana para o fecho da praça e para a ligação com a parte superior da cidade.

O projecto consiste em condensar num único vol-ume os dois grandes espaços de exposição (MUDAC e L’Elysée), através de dois volumes de betão so-brepostos, gerando entre eles um grande vazio, que concentra todas as áreas públicas comuns. A ideia do projecto não reside no desenho dos dois museus mas do espaço de tensão gerado entre eles.

Em torno deste volume principal, sem nunca o tocar, a forma irregular do terreno é preenchida por um volume secundário, que concentra todos os restantes serviços, que culmina numa cobertura ajardinada, de uso público, a partir da qual se desenvolvem duas escadarias que ligam a cidade à praça dos museus.

Descrição: Aires Mateus

Page 14: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 15: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 16: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 17: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 18: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 19: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 20: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 21: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 22: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 23: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 24: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 25: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 26: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 27: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016

27

Nome do projecto

Musée Cantonal de la Photographie (L’Elysée) et Musée de Design et d’Arts Appliqués Contemporains (mudac)

LocalizaçãoLausanne – Pôle Muséal

Data de construção (prevista)2017-2020

Área de implantação5960 m²

Área de construção14.500 m²

Valor de obra85.000.000 €

Equipas finalistas

Aires Mateus – PortugalAnette Gigon / Mike Guyer – SuíçaJean Nouvel – FrançaCaruso St John – InglaterraChristian Kerez – SuíçaChrist & Gantebein – SuíçaCruz y Ortiz – EspanhaDominique Perrault – FrançaEmílio Tuñon – EspanhaGraber Pulver – SuíçaLocal Architecture + Camilo Rebelo – Suíça/Portugal Lacaton & Vassal – FrançaNieto Sobejano – EspanhaPeter Markli – SuíçaRCR Aranda Pigem Vialta – EspanhaSANAA – JapãoSauerbruch Hutton – AlemanhaShigeru Ban – JapãoSteven Holl – EUAValerio Olgiati – SuíçaWiel Arets – Holanda

Page 28: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016

28

HOTEL CAMINHOS DE SANTIAGO

Projecto: Aires MateusFotografia: João Morgado – Fotografia de Arquitectura

O projecto funda-se no entendimento claro do pat-rimónio em presença. Referimo-nos não só ao pat-rimónio construído, de inegável qualidade e rigor arquitectónico mas também ao património natural, cujo valor se tornou já um marco na região. De facto é neste frágil equilíbrio entre Natureza e Construído que assenta a qualidade do conjunto.A proposta tem como base a estrita manutenção desse equilíbrio, sendo por um lado discreto e miste-rioso e por outro o garante do funcionamento desta unidade hoteleira, agora com uma maior dimensão.

Actua-se de modo a aproveitar a grande energia da relação Natureza / Artifício existente, potenciando a leitura de enquadramentos e envolvendo a con-strução e terreno num todo harmonioso, melhorando o sistema de vistas sobre o mar e sobre o aglomer-ado histórico de Santiago, designadamente através da criação de diversos terraços e esplanadas sobre a vista explorando ao limite as possibilidades climatéri-cas da região, com a natural protecção dada pelas árvores existentes.

Descrição: Aires Mateus

Page 29: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016

29

Page 30: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 31: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 32: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 33: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 34: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 35: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 36: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 37: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 38: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 39: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 40: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 41: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 42: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 43: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 44: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 45: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 46: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 47: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 48: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016

48

Page 49: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016

49

Nome do projecto: Hotel Caminhos de Santiago

Localização: Santiago do Cacém (Portugal)

Data do projecto - construção: 2004 - 2008

Autores: Francisco Aires Mateus e Manuel Aires Ma-teus

Colaboradores: Sofia Chinita Janeiro, Miguel Pereira e Diego Calderon

Cliente: Sociedade Caminhos de Santiago

Engenharia de estrutura: Joel Sequeira

Engenharia eléctrica: Carla Louro

Construtor: Lena, Construções

Page 50: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016

50

Page 51: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016

51

CASA NO PRÍNCIPE REAL

Projecto: Manuel Aires MateusFotografia: João Morgado – Fotografia de Arquitectura

Num legado existente valorizado pelas características particulares das paredes espessas e dos tectos aboba-dados, recupera-se o espaço, pondo em evidência as suas formas genuínas.Num pátio cria-se uma zona exterior e outra coberta com uma nova identidade, mas com o mesmo valor. A ausência de construção modela a iluminação e desenha a relação com o céu. Cria-se, protegido pelo inequívoco peso do contexto, um centro formado por luz.

Descrição: Aires Mateus

Page 52: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 53: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 54: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 55: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 56: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 57: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 58: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 59: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 60: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 61: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 62: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 63: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 64: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 65: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 66: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 67: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 68: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016

68

Page 69: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016

69

Nome do projecto:Casa no Príncipe Real

Localização:Lisboa

Data de contrução:2007-2008

Autor: Manuel Aires Mateus

Coordenação: Maria Rebelo Pinto

Colaboradores: Pedro Ribeiro, Humberto Fonseca, Ana Maria Lopes e Miguel Pacheco

Cliente: privado

Page 70: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016

70

Page 71: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016

71

FILARMÓNICA DE SZCZECIN

Projecto: Barozzi / VeigaFotografia e Imagens: Cortesia da Fundação Mies van der Rohe

Page 72: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016

72

A nova Filarmónica de Szczecin, na Polónia, com pro-jecto do atelier Barozzi/Veiga, foi distinguida com o Prémio da União Europeia para a Arquitectura Con-temporânea – Prémio Mies van der Rohe 2015. O auditório está localizado no local histórico do anti-go konzerthaus que foi destruído durante a Segunda Grande Guerra Mundial. A nova construção recom-põe uma esquina urbana de um bairro próximo da histórica cidade de Szczecin. O edifício integra um auditório para orquestra sinfónica com capacidade para mil espectadores, um auditório para música de câmara com capacidade para 200 espectadores, um espaço multifuncional concebido para a realização de exposições e conferências e um amplo foyer que também pode ser utilizado para receber eventos.O edifício caracteriza-se por um volume sintético e ao mesmo tempo complexo sendo resolvido através de um percurso contínuo que interliga todas as suas funções conjuntamente um caminho público, sim-ples, por todos os seus pisos. No exterior, tal como

fora a construção pré-existente, a verticalidade e geometria do telhado prevaleceu. Estas característi-cas identificam a Filarmónica no seu contexto urbano envolvente.A Segunda Grande Guerra Mundial destruiu 63% da cidade de Szczecin e até essa altura a cidade polaca guardava todo um património arquitectónico em que se faziam notar as presenças suecas e prussianas. Numa altura de dificuldades económicas e financei-ras, a edilidade decidiu investir na cultura reforçando dessa forma os elos sociais de uma comunidade mas não escondendo o objectivo da Filarmónica se tornar um atractivo turístico para a região como também para visitantes mais longínquos.O Prémio Mies van der Rohe distingue uma vez mais a boa arquitectura enaltecendo também o investi-mento cultural e social de uma cidade com uma co-munidade interessada em recuperar e reformar a sua identidade.

Page 73: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016

73

Page 74: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 75: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 76: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 77: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 78: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 79: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 80: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 81: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 82: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 83: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 84: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016

84

Page 85: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016

85

Nome do projecto: Filarmónica de Szczecin

Localização: Szczecin – Polónia

Área de construção: 13,000 m2

Custo/m2: 2,310 Euros/m2

Data de Construção: 2011-2014

Autor: Fabrizio Barozzi e Alberto Veiga

Equipa do projecto: Pieter Janssens, Agnieszka Sam-sel, Marta Grzadziel, Isak Mayor, Petra Jossen, Cristi-na Lucena, Critina Porta, Ruben Sousa

Colaboradores: Studio A4 – Jacek Lenart. Boma e Fort Polska. Gla Engineering e Elseco. Arau Acustica. Ferrés arquitectos. Anoche

Page 86: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016

86

Page 87: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016

87

CASA LUZ

Projecto: Arquitectura – GFotografia e Imagens: Cortesia da Fundação Mies van der Rohe

O atelier Arquitectura – G ganhou o Prémio Arqui-tecto Emergente atribuído pelo Prémio da União Eu-ropeia para a Arquitectura Contemporânea – Prémio Mies van der Rohe 2015, por este projecto denomi-nado Casa Luz, uma habitação unifamiliar localizada e, Cilleros, Cáceres, em Espanha, perto da fronteira com Portugal.O dono da obra queria uma casa cheia de luz nat-ural e que mantivesse uma relação próxima com os exteriores e o pátio. Os quatro pisos existentes de-notavam falta de luz e uma ventilação. Os requisitos específicos na reforma exigida associados a um orça-mento baixo guiaram a equipa a uma estratégia de simplificação e de depuração do projecto de design. Esvaziando o interior da estrutura existente, manten-

do as fachadas de pedra e recuperando as paredes divisórias, programou-se uma nova casa em torno do pátio. O trabalho de campo foi alicerçado no conhe-cimento local e na confiança ao utilizar materiais de construção naturais adaptados ao contexto económi-co e geográfico.Em torno do pátio os quatro pisos são construídos em diferentes níveis tendo cada um deles um úni-co propósito de uso. A estrutura e a construção são muito simples, num trabalho efectuado para fazer so-bressair toda a materialidade e criar deliberados con-trastes de texturas irregulares. As cores da cerâmica e do verde da árvore tornam-se predominantes. A luz ao incidir nelas produz diferentes sombras nas paredes e no pavimento.

Page 88: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 89: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 90: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 91: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 92: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 93: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 94: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 95: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 96: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 97: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 98: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 99: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016
Page 100: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016

100

Page 101: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016

101

Nome do projecto: Casa Luz

Localização: Cilleros - Espanha

Área de construção: 136,50 m2

Custo/m2: 490 Euros/m2

Data de Construção: 2011-2014

Autor: Arquitectura – G, Jonathan Arnabat, Jordi Ayala, Aitor Fuentes, Igor Urdampilleta

Cliente: Luz Almeida

Page 102: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016

102

MUSEU DE ARTE, ARQUITECTURA E TECNOLOGIA – MAAT

Projecto: AL_AImagens: Cortesia de AL_A

O Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia – MAAT, em Lisboa, é um projecto do atelier AL_A e tem abertura agendada para os dias 4 e 5 de Outubro de 2016. A Fundação EDP nomeou Pedro Gadanho como director do museu e tem como propósito tornar-se referência cultural da cidade.

Page 103: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016

103

A Fundação EDP vai abrir em Lisboa o Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia – MATT, um projecto do atelier AL_A dirigido pela arquitecta Amanda Levet, nos dias 4 e 5 de Outubro de 2016 com a exposição Utopia/Dystopia, Part 1: Dominique Gonzales-Foer-ster. Para a direcção do novo museu foi nomeado, em Outubro de 2015, Pedro Gadanho, arquitecto e escritor, cuja última ocupação foi a de curador do de-partamento de arquitectura e de design do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque, nos Estados Unidos da América. O desígnio da fundação da companhia de electricidade para a sua nova estrutura é tornar

o MATT como local cultural de referência de Lisboa através de uma programação direcionada ao grande público e que focará a cultura contemporânea numa combinação de artes visuais e multimedia, arquitec-tura e cidade, tecnologia e ciência, sociedade e pens-amento.A arquitecta Amanda Levete expressou que “ao com-preender a ambição da Fundação EDP para Lisboa, o projeto da AL_A para o MAAT baseia-se no contexto do local, criando ligações físicas e conceptuais que se repercutem da marginal até ao coração da cidade”.

Page 104: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016

104

Memória descritiva Situado numa localização privilegiada nas margens do rio Tejo, o MAAT será o ponto central dos 38 000 m2 do campus da Fundação EDP. O MAAT es-tende a sua programação à Central Tejo, edifício dos inícios do século XX que até aqui funcionou como Museu da Eletricidade. O museu vai, assim, acolher um vasto programa de exposições tem-porárias que terão lugar na kunsthalle e na Cen-tral, bem como exposições permanentes de ciência e eletricidade.Com o seu património exclusivo, uma coleção de arte portuguesa em expansão e um programa de exposições inovador, o novo campus da Fundação EDP será um local de descoberta, pensamento crítico e diálogo internacional.O novo edifício kunsthalle MAAT, desenhado pelo ateliê AL_A, irá criar espaços de exposição sob uma graciosa cobertura ondulante, concebida para criar um novo espaço público sobre as galerias. O

projeto irá renovar o acesso à zona ribeirinha de Belém a partir da cidade e consolidar a regener-ação urbana global do bairro. Incorporando mais de 7000 m² de espaço público novo, a kunsthalle irá proporcionar um novo es-paço discursivo da cidade, que poderá liderar a discussão sobre a evolução de Lisboa e de Portu-gal, nem contexto internacional.A resposta do AL_A vem tirar partido dos ativos naturais da marginal, enquadrando uma narrati-va arquitetónica que é sensível simultaneamente ao seu património cultural e ao futuro da cidade. Inspirado na riqueza do património material de Lisboa, a calçada portuguesa é subtilmente rein-terpretada aos nossos pés e usada para fundir os novos espaços públicos com a textura existente das ruas da cidade. Assente na rica tradição cerâmi-ca portuguesa, azulejos 3D compõem a fachada e produzem uma superfície complexa que incorpora água, luz e sombra, capturando e ampliando as qualidades dos tons da luz deste lugar.

Page 105: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016

105

Page 106: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016

106

MUSEU DE ARTE, ARQUITECTURA E TECNOLOGIA – MAAT

Projecto: AL_AImagens: Cortesia de AL_A

O concurso de ideias para o novo edifício da recepção do Portugal dos Pequeninos, em Coimbra, foi ganho pelo Subvert Studio. A competição de ideias promovida pela Fundação Bissaya Barre-to lançou o convite a 25 jovens arquitectos para a estrutura que enceta uma primeira etapa no projecto de expansão do parque temático.

Page 107: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016

107

A Fundação Bissaya Barreto promoveu um concur-so de ideias para o novo edifício da recepção do Portugal dos Pequeninos, em Coimbra, convidan-do 25 jovens arquitectos com obra feita. Das onze propostas apresentadas a concurso venceu o con-ceito do Subvert Studio, iniciando-se assim a pri-meira etapa no projecto de expansão do parque temático que irá desenvolver-se de forma faseada no decorrer dos próximos anos. O júri do concurso de ideias de arquitectura para o novo edifício de receção do Portugal dos Pequeni-tos, constituído por representantes da Fundação Bissaya Barreto, da Câmara Municipal de Coimbra, do Turismo do Centro de Portugal, da Direcção Regional de Cultura do Centro, da Faculdade de Arquitectura da Universidade de Coimbra e da Consultal, elegeu de forma consensual a proposta apresentada pelo Suvert Studio. Os critérios subja-centes à escolha foram: o valor icónico e filosófico – criatividade e diferenciação; o valor funcional – articulação entre os requisitos operacionais do ed-ifício, a envolvente e o parque; a solução constru-tiva; a exequibilidade da solução proposta tendo em conta o custo. O projecto vencedor remete para as formas das velas das embarcações dos Descobrimentos, e re-flecte a diversidade e a vontade portuguesa de via-jar e partir à descoberta. O novo edifício situa-se no extremo oposto à actual entrada e cumpre várias funções: bilheteira, sala para festas de aniversário, área para pista de gelo/ringue de patinagem, loja e espaço de restauração. Permite ainda ao visi-tante a visualização sobre toda a área do Portugal dos Pequenitos. A área circundante de acesso ao edifício é benefi-ciada com espelhos de água e um percurso verde, alusivo à imagem de bosque e recuperando o de-senho dos jardins clássicos, com recurso ao bucho, um elemento sempre presente na obra do Profes-sor Bissaya Barreto. O envidraçado permite, à me-

dida que nos aproximamos, ver mais do interior do parque, numa crescente descoberta e aumento de expectativa. Os responsáveis do Subert Studio, Tiago Rebelo de Andrade, Diogo Ramalho e José Rico Sofia, ex-primem que o projecto realça “a própria base da cultura portuguesa – o percurso, a viagem e as descobertas. Tal como o parque convida a este percurso de submersão nas raízes portuguesas, intimamente ligadas ao mar, às descobertas que este possibilitou, identificamos como ponto central da proposta interpretar este conceito de viagem, através de um olhar contemporâneo. A curiosidade que é tão inerente ao povo português é transposta para este universo sem tempo nem escala, através do olhar de uma criança. Desta forma, o Portugal dos Pequenitos simboliza esta viagem de (auto)descoberta do património e essência portuguesa. É um mundo sensorial, símbolo das demais dicoto-mias, interiores e exteriores, de uma descoberta.Uma máquina fora do tempo e de escala, as velas com vento sobre o mar instável, as próprias ondas do mar, um pássaro pronto a levantar voo, uma gare de encontros e desencontros ou a tenda que se levanta em acampamentos. Antecipando o uni-verso criativo da criança, pretende-se um edifício que permita o despoletar de inúmeros processos de interpretação, onde poderá depositar empirica-mente as suas memórias e criar novas e múltiplas associações. Esta interação e descoberta existe so-bretudo através deste conceito de viagem. Se o parque é uma viagem, o nosso edifício de-senha-se estável na terra e lança-se com as velas ao vento. É ponto de partida e simultaneamente de regresso, espaço de expectativa, de transição, mas também de estadia, de encontros, e reencontros. O edifício remete para as formas náuticas das em-barcações dos Descobrimentos, simboliza o mar e, reflecte a diversidade e a vontade portuguesa de não se ancorar à terra, de partir numa viagem.”

Page 108: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016

108

IGREJA CRISTO REI

Projecto: Paulo Merlini ArquitecturaImagens: Cortesia da Paulo Merlini Arquitectura

As igrejas são por definição espaços de comunhão, comunhão com Deus e com os outros, e no nosso entender a planta circular é a forma que melhor se adapta a este princípio.O círculo é a forma mais democrática de todas, sem hierarquias, a que melhor representa o princípio da igualdade entre os homens que a religião católi-ca ortodoxa apregoa. Uma forma em consonân-cia com uma das premissas base do pensamento católico. Todos os homens são iguais aos olhos de Deus.No entanto, e acima de tudo, a igreja é um es-paço de comunhão com Deus, por isso distorce-mos ligeiramente o círculo transformando todo o espaço numa grande elipse que abraça e direccio-na as pessoas para Deus. Se o círculo é estático a elipse é veloz e direcciona.Para reforçar a ligação a Deus e ao reino dos céus levantámos uma das pontas do volume até os 33 m de altura, a idade em que Jesus se elevou nova-mente ao reino dos céus. No lado oposto, o da en-trada, que se quis franca e com uma forte relação com a exterior, levantámos ligeiramente o volume de betão puro que desenha a igreja, criando assim o acesso para o interior.

Relativamente ao uso da luz natural, o elemento primordial na comunicação simbólica de Deus des-de os primórdios da nossa cultura, deixamo-nos absorver pelo carácter misterioso da luz do barro-co, criando entradas de luz zenital atrás dos arcos, sem nunca revelar a fonte luminica. E pela força e expressão da luz do gótico na nave central, onde uma série de aberturas na cúpula garantem a en-trada de feixes de luz direta que dançam no espaço banhado pela luz estática das claraboias laterais.À noite estas aberturas ajudam a iluminar a nave central através de luz artificial, criando a ilusão de nos encontrarmos sob um céu estrelado.A laje de chão parte da cota de pavimento exterior e vai descendo muito ligeiramente ganhando si-multaneamente alguma concavidade para reforçar o sentido de comunhão da nave central.A última ceia é um dos acontecimentos mais mar-cantes da vida de Jesus Cristo, por isso procurá-mos transportar de forma simbólica este momento para o espaço. Propomos assim a criação de doze arcos (os doze apóstolos) que se reúnem em torno do arco principal (Jesus Cristo).

Descrição: Paulo Merlini

Page 109: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016

109

Igreja Cristo ReiTipo: ComissionadoCliente: PrivadoÁrea: 2.500 m2Localização: Sassandra / Costa do Marfim

Page 110: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016

110

BIENAL DE VENEZA

A 15.ª edição da exposição internacional de arquitectura organizada pela Bienal de Veneza sob o título Reporting From The Front e dirigida por Alejandro Aravena vai decorrer entre 28 de Maio e 27 de Novembro de 2016 em Veneza, Itália.

Com abertura ao público agendada para Sábado dia 28 de Maio e estendendo-se até dia 27 de Novembro de 2016, a 15.ª edição da exposição internacional de arquitectura organizada pela Bienal de Veneza tem como mote Reporting From The Front estando a di-recção sobre a responsabilidade de Alenjandro Ara-vena, o arquitecto chileno que venceu o prémio de arquitectura Pritzker 2016. A antestreia da exposição terá lugar nos dias 26 e 27 de Maio seguindo-se a 28 a inauguração ao público e a cerimónia de entrega de prémios.A exposição reúne a participação de 62 países dos quais cindo deles participarão pela primeira vez, no-meadamente Filipinas, Kazaquistão, Nigéria, Seiche-les e Iémen.

A exposição internacional Reporting From The Front será montada numa sequência unitária desde o pa-vilhão central até ao arsenal. Ela incluirá 88 par-ticipantes oriundos de 37 países diferentes, 50 dos quais participarão pela primeira vez e como nota de curiosa estatística relativa à idade dos arquitectos presentes salienta-se que 33 deles têm menos de 40 anos.A exposição internacional de arquitectura apresen-tará três projectos especiais, um primeiro promovido pela Biennale e os outros dois através de acordos estipulados com outras instituições. A exposição com curadoria do arquitecto Stefano Recalcati intitula-se Reporting From Marghera and Other Waterfronts e incidirá a sua atenção na regeneração urbana de

Fotografia de Andrea Avezzù

Page 111: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016

111

portos industriais. O acordo de colaboração com o museu Victoria and Albert de Londres dará lugar à exposição A World of Fragile Parts com curadoria de Brendan Cormier. A terceira exposição em antevisão à conferência mundial Habitat III das Nações Unidas a realizar-se em Quito, no Equador, durante o mês de Outubro de 2016, e integrando o programa Urban Age numa organização conjunta da London School of Economics e a Alfred Herrhausen Society apre-sentará na Sala de Armas um pavilhão dedicado aos temas da urbanização sob o tema Report from Cities: Conflicts of na Urban Age, com enfoque especial so-bre a relação entre espaços públicos e privados, com a curadoria de Ricky Burdett.A programação deste ano, tal como tem sido hábi-

to em edições anteriores, apresenta durante todo o período da exposição pública um variado e alar-gado conjunto de encontros e conversas sobre as temáticas e os fenómenos escolhidos para a bienal. Dentro da programação um destaque também para as actividades educacionais que tem como propósi-to oferecer a partilhar conhecimentos a um leque variado de público do meio ou fora dele, profission-al ou académico, empresas, curiosos ou até mesmo famílias.Por fim, salientamos a edição Reporting Form The Front, em dois volumes, o primeiro editado por Ale-jandro Aravena e o segundo consistindo um guia da exposição.

Fotografia de Andrea Avezzù

Page 112: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016

112

EXPOSIÇÃO

LES UNIVERSALISTES, 50 ANS D’ARCHITECTURE PORTUGAISE

Por ocasião das comemorações do cinquentenário da Fundação Calouste Gulbenkian em Paris (1965-2015) é apresentada a exposição Les Universalistes, 50 Ans D’Architecture Portugaise, com autoria e curadoria de Nuno Grande, que irá decorrer entre 13 de Abril e 29 de Agosto de 2016 na Cité de L’Architecture et du Patrimoine em Paris, França.

A arquitectura portuguesa ocupará um lugar de de-staque em Paris, França, numa exposição na Cité de l'Architecture et du Patrimoine, coorganizada pela delegação em França da Fundação Calouste Gulben-kian, que abre ao público a 13 de Abril. Com au-toria e curadoria de Nuno Grande, esta exposição propõe um olhar sobre meio século de pensamento e produção arquitectónica portuguesa, percorrendo o trabalho de arquitectos de referência como Fernan-do Távora, Alberto Pessoa, Manuel Taínha, Pancho Guedes, Nuno Teotónio Pereira, Nuno Portas, Álvaro Siza Vieira, Alcino Soutinho, Eduardo Souto de Mou-ra, João Luis Carrilho da Graça, Manuel Graça Dias, e também de alguns dos mais prometedores arquitec-tos portugueses das últimas décadas, como Manuel e Francisco Aires Mateus, Paulo David, Paula Santos, João Mendes Ribeiro, Cristina Guedes e Francisco Vieira de Campos.Convidando a uma descoberta interdisciplinar, esta mostra estabelece relações com a filosofia, a litera-tura, as artes plásticas e até o cinema, para ilustrar a existência de um "universalismo" particular, latente na forma como os melhores arquitectos portugueses, de várias gerações, criaram as suas obras. Equili-brando o legado universal da história da arquitectu-ra com os constrangimentos geográficos e culturais dos lugares onde se propuseram construir as suas obras, estes arquitectos fizeram uma fusão coerente e crítica entre aquilo a que hoje chamamos o "glob-al" e o "local" – um universalismo que resulta de um contacto contínuo com uma geografia e uma cultura do "outro", baseado nas viagens, na colonização, na diáspora ou na emigração, fenómenos marcantes da história de Portugal.

Estádio de atletismo e piscina olímpica em Bagdade, Iraque (1961-1966)Projeto de Francisco Keil do Amaral e de Carlos Manuel RamosFonte : Arquivo Fundação Calouste GulbenkianFotógrafo : desconhecido

À direita

“Teatro Azul”, Teatro Municipal de Almada, Portugal (1998-2005)Projeto de Manuel Graça Dias, Egas José Vieira e Gonçalo Afon-so DiasFonte : Atelier ContemporâneaFotógrafo : Fernando Guerra

Page 113: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016

113

Page 114: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016

114

ESTANTE

A primeira edição de Brick é de 2015 e vem no se-guimento da bem conseguida edição de Concrete, de 2012, também ela com autoria de William Hall, que para lá de dirigir o seu atelier de design em Londres começou a sua careira ao serviço de John Pawson. A edição de Brick conta também com a autoria de Dan Cruickshank, historiador de arte e apresentador da BBC que tem um particular interesse pela história da arquitectura.Esta edição da Phaidon incluiu 180 ilustrações de construções com tijolo, propondo uma viagem pe-las obras de arquitectos mais ou menos famosos e lançando motivos de comparação e de discussão.O ensaio de Dan Cruickshank faz uma contextual-ização histórica do tijolo como material de con-strução, focando o porquê de afinidades e particular-idades encontradas, evidenciando as suas qualidades ou referenciando a audácia da criatividade humana ao elege-lo um elemento importante na arquitectura.

Título: BrickAutor: William Hall e Dan CruickshankEditor: PhaidonISBN: 978-0-7148-6881-3Inglês224 Páginas2015

Page 115: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016

115

Título: Uma Anatomia do Livro de ArquitecturaAutor: André TavaresEditor: Canadian Centre For Architecture e Dafne EditoraISBN: 978-989-8217-35-6Português388 Páginas2016

Examinar os cruzamentos entre as culturas do livro e da arquitectura expõe eixos ao longo dos quais o conhecimento circula entre páginas e edifícios e, de novo, regressa aos livros. Seja na celebração de con-struções específicas seja na produção de livros sin-gulares, as páginas e a impressão são manipuladas para transmitir ideias arquitectónicas.Ao dissecar uma quantidade substancial de livros at-ravés de cinco ferramentas conceptuais – textura, superfície, ritmo, estrutura e escala -, André Tavares analisa as qualidades materiais dos livros para aval-iar a forma como se entrelaçam com o conhecimen-to da arquitectura. A história detalhada de Befreites Wohnen, de Sigfied Giedion, e das duas encarnações do Crystal Palace, em Hyde ark e em Sydenham, oferecem um pano de fundo que nos confronta não apenas com o desenvolvimento do livro industrializa-do, mas também com a sua configuração enquanto poderoso instrumento de comunicação e conheci-mento.

Page 116: Architectura Magazine - MARÇO/ABRIL 2016

www.architecturamagazine.com