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Exposição de fotografias de Jorge Delmar com textos de Ana da Palma, intitulada: «Eu e o Outro no Antro da Quimera», até final de Julho 09.
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Eu e o Outro no Antro da QuimeraFotografias & PalavrasJorge Delmar & Ana da Palma
São longas as horas da sombra sorridente.Ao lado crescem seres de casca cinzenta
Borbulham cores silenciosas E canta o vermelho persistente
No espelho da bacia nasce uma libélula.
Não me digas as gotas a gotas
esvaziadas em queperdeste o tempo.
Conta-me apenas oteu rosto invisível.
Se fosse poeta contava a história das nuvens espalhadas na paisagem.
Se fosse poeta salmodiava uma paisagem inclinada.Se fosse poeta vivia neste mundo sereno da
imagem.
Deixa as palavras no pó e nas sombras das prateleiras.Deixa as aranhas tecer fios entre palavras.
Deixa a luz do mundo inclinar-se nas páginasesquecidas amontoadas.
São verticais
os sonhos de
insectos e aqui na
fenda do meu rosto
jaz a tensão entre a
imagem e o mundo
e na curva isótropa do meu olhar
penetras nos seus sonhos
intactos.
Gosto da carícia leve e delicada da tua sombra no meutronco nu. Dá-me essas curvas! Inclina a tua mancha!
A sombra do troncoimiscua-se
na parede revelando microcosmos,
micromundos. Por que caminhos
temos andado quenão nos
encontrámos?
Na parede de sombras do sobreiro o azul inacabado. Estes dias de luz oblíqua revelam segredos no Imaginário.
Somos dois!Um de pedra e
um de pele. Nunca ninguém
nos viu tãonítidos entre
o que fomos e o que
seremos.
Sem saber os ramos de Alecrim distante procuram o árduo caminho do calor da luz inclinada.