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Liturgia 2 Aulas 9 e 10 – Reconciliação
Mater Ecclesiae
Fundamentação Bíblica
A penitência é sinal de vida
Moisés transmite ao povo o sacrifício de reparação – Lv 5, 14-16
O bode expiatório – Lv 16
Jonas e os ninivitas – Jn
Pregação dos profetas pré-exílicos – Zc 1,1-6
O perdão que vem de Deus
Cristo curou o paralítico: Lc 5, 18-26
Cristo ergueu a mulher pecadora: Lc 7,37-50
Poder das chaves: Mt 18,18
Cristo confere esse poder a seus Apóstolos e não a todos os discípulos indiscriminadamente: Jo 20,21s
Testemunho Patrístico
Conteúdo do Sacramento
Orígenes (séc. III)
• “A dura e penosa via na qual o pecador não se envergonha de indicar ao sacerdote do Senhor o seu pecado e de pedir-lhe remédio.”
O segredo da Confissão é inviolável
Santo Agostinho (séc. IV) falava dos segredos de consciência dos quais o Bispo é depositário e que o
condenam a atitudes que o público não compreende.
Perspectivas Teológicas
Penitência interior
Dá-se sob três formas:
Oração
Jejum
Esmola
Dias penitenciais:
Quaresma
Cada sexta-feira do ano
Efeitos da Reconciliação
• Verdadeira reconciliação interior com Deus: justificação
Infunde a graça santificante
• Culpa é a mancha na alma em decorrência do pecado e pena é o castigo atrelado ao pecado
Perdoa os pecados e a pena eterna (culpa)
• Méritos das boas obras realizadas pela ação inicial de Deus
Restitui as virtudes e os méritos
• Fortalece o cristão para a luta contra o pecado Confere a graça
sacramental específica
• O pecado abre uma brecha na comunhão fraterna
Reconcilia com a Igreja
Indulgências
Jesus perdoou os pecados (paralítico) e, em outros casos, também as penas temporais (bom ladrão).
Indulgência é a remissão da pena temporal devida pelos
pecados, a qual a Igreja concede, sob certas
condições, a quem estiver em estado de graça.
Doutrina fundada nos Tesouros espirituais e nos
méritos de Cristo.
Indulgências
Plenária: perdoa toda a pena temporal devida pelos pecados
Parcial: perdoa parte da pena temporal
devida pelos pecados
Requisitos para lucrar indulgências
Plenária
• Estado de graça
• Prática da obra prescrita
• Confissão sacramental, comunhão e oração pelas intenções do Papa
Parcial
• Estado de graça
• Prática da obra prescrita
•Caso falte algum requisito, a indulgência plenária torna-se parcial. •As indulgências podem ser aplicadas por si mesmo ou por alma de fiel defunto.
Exemplos de obras indulgenciadas
Indulgência plenária
• Receber a bênção Urbi et Orbi dada pelo Sumo Pontífice
• Adoração do Santíssimo Sacramento por mais de 30 minutos
• Participação em retiro anual de, pelo menos, três dias
• Recitação piedosa do Rosário de Maria em grupo
• Aos fiéis que devotamente participam de primeira missa de um neo-sacerdote
• Lectio divina por mais de 30 minutos
Exemplos de obras indulgenciadas
Indulgência parcial
• Ensinar ou aprender a doutrina cristã
• Recitar uma fórmula de ação de graças após a comunhão
• Usar devotamente um objeto de piedade bento
• Recitar com piedade o Rosário de Maria individualmente
• Persignar-se
• Recitar o Símbolo Apostólico
• Lectio divina ou adoração do Santíssimo Sacramento por menos de 30 minutos
Perspectivas Canônicas
Elementos canônicos do sacramento
Matéria Forma Sujeito Ministro
Elementos canônicos do sacramento
Matéria Forma Sujeito Ministro
Nos sacramentos da Reconciliação e do Matrimônio, a matéria não é um objeto sensível, como nos demais sacramentos. Isso ocorre porque a matéria desses dois sacramentos depende de atos internos do sujeito, que são essenciais para a existência do sacramento e não somente para sua eficácia.
Matéria
Quase-matéria
Elementos canônicos do sacramento
Matéria remota: manifestação de todos os pecado graves (cân. 988)
Informar quanto à espécie e ao número de todos os
pecados graves.
Cometidos após o Batismo e ainda não perdoados
sacramentalmente.
Matéria próxima: atos do penitente (Trento)
Contrição, confissão e satisfação dos pecados
Incluindo também o propósito de não mais
pecar e o exame de consciência.
Elementos canônicos do sacramento
• Perfeita: não se trata da intensidade do sentimento, mas do seu motivo intrínseco.
• Imperfeita ou atrição: não brota da caridade perfeita, mas do temor, por exemplo.
Contrição é a “dor na alma” sentida
pelo pecado.
Qualidades da contrição: interna (é um ato de vontade); sobrenatural (não basta ser originada pela vergonha); absoluta (recusa incondicional do pecado); e universal
(aversão a todos os pecados conscicentes).
Elementos canônicos do sacramento
O propósito é a vontade de não mais pecar.
• Firme: é uma vontade deliberada
• Eficaz: traz o empenho em fugir às ocasiões
• Universal: refere-se a todos os pecados e não somente àqueles acusados
Elementos canônicos do sacramento
Confessar espécie e número de pecados graves. A Confissão deve ser:
• Fiel ou verdadeira
• Externa
• Íntegra (compreender todos os pecados)
Elementos canônicos do sacramento
O exame de consciência não pertence à essência ou à integridade do sacramento, mas, de forma prática, é fundamental para uma boa Confissão.
• Identificar a espécie do pecado (não basta dizer que ofendeu a Deus, por exemplo)
• Precisar o número (trata-se de um hábito ou um ato isolado ou poucas vezes repetido?)
• Lembrar-se dos pensamentos, palavras e omissões
• Informar as circunstâncias se elas forem agravantes
• Pecados esquecidos sem intenção devem ser confessados na próxima ocasião, sem comprometer a Confissão primeira.
Elementos canônicos do sacramento
A satisfação é uma obra boa imposta pelo confessor. É
necessário:
Vontade de satisfazer
Realização da obra imposta
Elementos canônicos do sacramento
Deus, Pai de misericórdia, que, pela morte e ressurreição de seu Filho,
reconciliou o mundo consigo e enviou o Espírito Santo para remissão dos
pecados, te conceda, pelo ministério da Igreja, o perdão e a paz. E eu te
absolvo dos teus pecados, em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.
Elementos canônicos do sacramento
• Entre o penitente e o confessor deve haver uma “união moral”, de tal modo que as palavras da fórmula sacramental possam unir-se à acusação dos pecados. Para que haja um sinal sensível, é necessário que ambos estejam presentes um ao outro.
Elementos canônicos do sacramento
Qualquer pessoa que tenha cometido pecado após seu
Batismo.
Para a recepção frutuosa, “o fiel deve estar de tal modo
disposto que, repudiando os pecados cometidos e tendo o propósito de se emendar, se converta a Deus” (cân. 987).
Elementos canônicos do sacramento
Pela natura do Sacramento, o ministro tem papel de médico, juiz e mestre.
Somente o sacerdote (cân. 965)
Deve guardar sigilo inviolável, sob pena de excomunhão (cân. 1388)
Além da Ordem, o ministro deve ter a faculdade da absolvição (cân. 966)
Quando o penitente incorreu em excomunhão latae sentientiae (automática), somente o ordinário local ou seu delegado podem absolver.
É vedada a absolvição do cúmplice.
Estrutura da Celebração
Formas de Celebração
Como norma geral, a Reconciliação deve estar inserida em uma celebração litúrgica. Contudo, há três formas válidas de celebração desse sacramento:
Reconciliação individual dos penitentes;
Reconciliação de vários penitentes com confissão e absolvição individuais;
Reconciliação de vários penitentes com confissão e absolvição gerais.
Confissão individual com moldura comunitária
Ritos iniciais: saudação, etc.
Celebração da Palavra de Deus: leituras e exame de consciência
Rito da Reconciliação: fórmula de confissão genérica coletiva e, após, confissão e absolvição individuais, enquanto os demais permanecem em oração
Louvor a Deus e oração conclusiva
Rito conclusivo: bênção final e despedida
“Confissão Comunitária”
• No perigo de morte (quando não haveria tempo de ouvir todas as confissões);
• Em caso de grave necessidade.
É lícito absolver, de modo geral, a vários penitentes,
sem confissão individual prévia:
Não é lícito, quando não é possível ter os confessores necessários só pelo fato de grande concurso de
penitentes, como pode acontecer em grandes festas ou peregrinações.
Bibliografia Catecismo da Igreja Católica
Código de Direito Canônico
AUGÉ, Matias. Liturgia. 3ª ed. São Paulo: Editora Ave
Maria, 2007.
BETTENCOURT, Estevão. Curso de Liturgia (EME – CL).
mimeo.
____________________. Curso sobre os Sacramentos
(EME – CL). mimeo.
BOROBIO, Dionisio (org.). A Celebração na Igreja. Vol.
2. 2ª. ed. São Paulo: Loyola, 2008.
SADA, Ricardo; MONROY, Alfonso. Curso de Teologia
dos Sacramentos. 2ª. ed. Lisboa: Rei dos Livros, 1998.
HORTAL, Jesus. Os Sacramentos da Igreja em sua
Dimensão Canônico-Pastoral. 3ª ed. São Paulo: Edições
Loyola, 2003.