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natinha
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Eu enfrentava os batalhõesOs alemães e seus canhõesGuardava o meu bodoqueE ensaiava um rock Para as matinês
Agora eu era o reiEra o bedéu e era também juizE pela minha leiA gente era obrigado a ser felizE você era a princesa
Finja que agora eu era o seu brinquedoEu era o seu piãoO seu bicho preferidoVem, me dê a mãoA gente agora já não tinha medoNo tempo da maldadeAcho que a gente nem tinha nascido
Agora era fatalQue o faz-de-conta terminasse assimPra lá desse quintal Era uma noite que não tem mais fimPois você sumiu no meu mundoSem me avisarE agora eu era um louco a perguntarO que é que a vida vai fazer de mim
[...] A liberdade no brincar se configura no inverter a ordem, virar o mundo de ponta-cabeça, fazer o que parece impossível, transitar em diferentes tempos – passado,
presente e futuro – Agora eu era herói... Rodar até cair, ficar tonto de tanto correr, ser rei, caubói, ladrão, polícia, desafiar os limites da realidade cotidiana. A idéia de
liberdade está associada, entretanto, não à ausência de regras, mas à criação de formas de expressão e de ação e à definição de novos planos de significação que
implicam novas formas de compreender o mundo e a si mesmo.Assim, a brincadeira é um lugar de construção de culturas, fundado nas interações
sociais entre as crianças.
(Trecho extraído do texto de Ângela Meyer Borba)