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INTERLETRAS, ISSN Nº 1807-1597. V. 6, Edição número 24, Outubro de 2016 - Abril de 2017. p 1 APRENDIZAGEM DE LÍNGUAS E PRÁTICA ESCOLAR: REPRESENTAÇÕES DE UMA PROFESSORA Márcia Aparecida Silva* RESUMO: Pensar o processo de ensino e aprendizagem atualmente demanda refletir sobre a inserção de tecnologias nas aulas, isso porque as tecnologias, tais como: celular, tablet, Ipad, estão presentes na grande maioria dos lugares. A pesquisa de Costa (2013) revela o quanto o celular pode colaborar para com as aulas. Dessa maneira, neste trabalho, tenho como objetivo pesquisar as práticas pedagógicas de uma professora de língua inglesa, no que se refere a inserção de tecnologias digitais nas aulas presenciais. Para isso, pesquisei e analisei suas representações (BRONCKART, 2012[1997]) sobre ensinar e aprender línguas usando tecnologias digitais. Para realizar a pesquisa embasei-me em Moran (2015) que discute o ensino híbrido, um modelo de aprendizagem presencial mesclada com a online. Os resultados revelaram que a inserção de tecnologias digitais colabora bastante para com a aprendizagem dos alunos e que o professor precisa refletir sobre suas práticas pedagógicas para que a tecnologia não seja apenas uma transposição das aulas tradicionais. ABSTRACT: Thinking about the current learning and teaching process demands to reflect upon the integration of digital technologies in the classes.That is because the technologies, such ascell phone, tablet, IPad, are in almost all the places. Costa’s (2013) research shows how usingcell phonesin class can collaborate a lot with the learning process. Thus, in this work, I aim to research the pedagogical practices of an English language teacher related to the integration of the digital technologies in classes. To do so, I researched and analyzed her representations (BRONCKART, 2012[1997]) about teaching and learning languages through digital technologies. To accomplish the research, I based on Moran (2015) who discusses blended learning, a learning model that mixes face-to-face and online classes. The results show that using digital technologies in class collaborates a lot with the students learning and that the teacher needs to reflect upon his pedagogical practices, so the technology does not become just a transposition of traditional classes. PALAVRAS-CHAVE: Aprendizagem de línguas, ensino híbrido, práticas escolares KEYWORDS: Language learning, Blended learning, school practices INTRODUÇÃO As pesquisas que envolvem ferramentas digitais no processo de aprendizagem têm crescido bastante (LIMA, 2012; MORAN, 2015). Em uma sociedade cada vez mais digital, faz-se necessário pensar a aprendizagem de uma forma mais tecnológica também. Contudo, apesar de haver muitas pesquisas e de vários professores inserirem tecnologias em suas aulas, a utilização de tais tecnologias ainda não ganhou espaço no ambiente escolar, no sentido de uma exploração pedagógica acentuada que muitas ferramentas digitais têm a oferecer. Para Prensky, (2010), usar tecnologias apenas como suporte para as aulas expositivas é um erro e não traz nenhum benefício para o processo

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INTERLETRAS, ISSN Nº 1807-1597. V. 6, Edição número 24, Outubro de 2016 - Abril de 2017. p

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APRENDIZAGEM DE LÍNGUAS E PRÁTICA ESCOLAR:

REPRESENTAÇÕES DE UMA PROFESSORA

Márcia Aparecida Silva*

RESUMO: Pensar o processo de ensino e aprendizagem atualmente demanda refletir sobre a inserção de

tecnologias nas aulas, isso porque as tecnologias, tais como: celular, tablet, Ipad, estão presentes na

grande maioria dos lugares. A pesquisa de Costa (2013) revela o quanto o celular pode colaborar para

com as aulas. Dessa maneira, neste trabalho, tenho como objetivo pesquisar as práticas pedagógicas de

uma professora de língua inglesa, no que se refere a inserção de tecnologias digitais nas aulas

presenciais. Para isso, pesquisei e analisei suas representações (BRONCKART, 2012[1997]) sobre

ensinar e aprender línguas usando tecnologias digitais. Para realizar a pesquisa embasei-me em Moran

(2015) que discute o ensino híbrido, um modelo de aprendizagem presencial mesclada com a online. Os

resultados revelaram que a inserção de tecnologias digitais colabora bastante para com a aprendizagem

dos alunos e que o professor precisa refletir sobre suas práticas pedagógicas para que a tecnologia não

seja apenas uma transposição das aulas tradicionais.

ABSTRACT: Thinking about the current learning and teaching process demands to reflect upon the

integration of digital technologies in the classes.That is because the technologies, such ascell phone,

tablet, IPad, are in almost all the places. Costa’s (2013) research shows how usingcell phonesin class

can collaborate a lot with the learning process. Thus, in this work, I aim to research the pedagogical

practices of an English language teacher related to the integration of the digital technologies in classes.

To do so, I researched and analyzed her representations (BRONCKART, 2012[1997]) about teaching and

learning languages through digital technologies. To accomplish the research, I based on Moran (2015)

who discusses blended learning, a learning model that mixes face-to-face and online classes. The results

show that using digital technologies in class collaborates a lot with the students learning and that the

teacher needs to reflect upon his pedagogical practices, so the technology does not become just a

transposition of traditional classes.

PALAVRAS-CHAVE: Aprendizagem de línguas, ensino híbrido, práticas escolares

KEYWORDS: Language learning, Blended learning, school practices

INTRODUÇÃO

As pesquisas que envolvem ferramentas digitais no processo de aprendizagem têm

crescido bastante (LIMA, 2012; MORAN, 2015). Em uma sociedade cada vez mais

digital, faz-se necessário pensar a aprendizagem de uma forma mais tecnológica

também. Contudo, apesar de haver muitas pesquisas e de vários professores inserirem

tecnologias em suas aulas, a utilização de tais tecnologias ainda não ganhou espaço no

ambiente escolar, no sentido de uma exploração pedagógica acentuada que muitas

ferramentas digitais têm a oferecer. Para Prensky, (2010), usar tecnologias apenas como

suporte para as aulas expositivas é um erro e não traz nenhum benefício para o processo

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de aprendizagem dos alunos. Para que “a tecnologia tenha efeito positivo no

aprendizado, os professores precisam primeiro mudar o jeito de dar aula” (PRENSKY,

2010, s/p).

Dessa forma, pensar a inserção de tecnologias em sala de aula com o intuito de

colaborar para com a aprendizagem dos alunos demanda refletir em mudança, tanto no

papel do aluno quanto do professor, e também no sistema de ensino como um todo.

Usar tecnologias possibilita ao aluno uma maior autonomia, pois ele busca, pesquisa,

interage com outros alunos, construindo seu conhecimento, sem depender tanto do

professor.

Segundo Bacich, Neto e Trevisan (2015, p. 51), essa inserção do online no presencial

colabora para que o professor personalize o ensino, pois leva em consideração aspectos

como o “ritmo, o tempo o lugar e o modo como aprendem.” Com isso, em uma

sociedade mais e mais tecnológica, a inserção de ferramentas no cotidiano dos alunos

nos parece ser possível e necessário.

Essa mistura de presencial e online é chamada de ensino híbrido, segundo Moran

(2015), e traz vários benefícios para o processo de aprendizagem dos alunos. O autor

afirma que “o ensino é híbrido porque somos aprendizes e mestres consumidores e

produtores de conhecimentos.” (MORAN, 2015, p. 28) Nessa linha de pensamento, o

aluno também é responsável por construir seu conhecimento, não dependendo apenas do

professor.

Com isso, para pensar a inserção de tecnologias em sala de aula presencial, neste

trabalho, objetivo discutir as representações de uma professora do ensino superior que

ministra aulas de inglês instrumental no curso de Relações Internacionais em uma

universidade pública, e discutir também, quais as possíveis decorrências dessas

representações para as práticas educativas dessa professora no que se refere a

aprendizagem da língua inglesa. Para tanto, em um primeiro momento, exporei algumas

reflexões sobre a aprendizagem de línguas e o ensino híbrido e, depois, discutirei as

representações da professora e algumas ferramentas inseridas por ela em suas aulas.

Antes de iniciar a exposição proposta acima, explico o que compreendo como

representações. Segundo Celani e Magalhães (2002), as representações se relacionam,

influenciando e sendo influenciadas por aspectos culturais, políticos, ideológicos. Dessa

forma, toda essa conjuntura irá contribuir para as verdades que serão proferidas em dado

momento. As autoras definem representação como uma

cadeia de significações, construídas nas constantes negociações entre os

participantes da interação e as significações, as expectativas, as intenções, os

valores e as crenças referentes a: a) teorias do mundo físico; b) normas,

valores e símbolos do mundo social; c) expectativas do agente sobre si

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mesmo como ator em um contexto particular (CELANI e MAGALHÃES,

2002, p. 321).

É possível notar, então, que as representações são individuais e sociais ao mesmo

tempo, se entrelaçando e nos constituindo discursiva e ideologicamente. Bronckart

(2012[1997]), que teoriza sobre o sociointeracionismo discursivo, salienta que as

representações são percebidas e apreendidas pela linguagem e são passadas de geração

em geração. Desse modo, a linguagem pode ser compreendida como uma atividade, um

modo de revelar as representações dos indivíduos.

Conforme Bronckart (2012[1997]), as categorias proporcionadas pelo

sociointeracionismo discursivo levam em consideração a infraestrutura geral do texto,

os mecanismos de textualização e os mecanismos enunciativos. Lousada e Barricelli

(2014, p. 232) afirmam que “essa distinção é puramente didática, também, já que, na

prática, os três níveis se apresentam em constante interação.”

Bronckart (2012[1997]) argumenta que a infraestrutura do texto se refere a sua

organização, aos temas encontrados e ao gênero utilizado. Os mecanismos de

textualização se referem ao aspecto linguístico do texto como conexão, coesão e

coerência. O último mecanismo, em que ocorre a análise semântica, se refere aos

protagonistas do texto e podem ser percebidos por: “verbos de ação e seus respectivos

agentes [...], nominalizações [...]e seus respectivos complementos, para, desse modo,

identificar os protagonistas postos em cena no texto de forma explícita ou implícita e os

diferentes papeis que lhes são atribuídos” (LOUSADA E BARRICELLI, 2014, p. 233).

Passo, nesse momento, à exposição da teoria que embasa a pesquisa.

1 APRENDIZAGEM DE LÍNGUAS E ENSINO HÍBRIDO

Falar em tecnologias digitais em ambiente de aprendizagem presencial implica pensar

em um ensino que seja híbrido, que mescle duas modalidades de ensino: presencial e

online. Essa modalidade de ensino híbrido, mesclado, segundo Moran (2015), é um

reflexo de uma sociedade que também é híbrida, na qual as pessoas estão em um entre

lugar, movente, vivendo um embate entre posicionamentos e ações.

Essa hibridização vivida pela sociedade se reflete também no processo de ensino e

aprendizagem de línguas. Isso porque o que planejamos, como professores, e o que de

fato ocorre em sala de aula nem sempre são compatíveis. Moran (2015) defende que

devemos sair de um modelo tradicional de aprendizagem, no qual o professor tem o

papel exclusivo de ensinar e o aluno o papel de aprender, com funções pedagógicas bem

definidas.

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Na atualidade, tanto o professor quanto o aluno ensinam e aprendem ao mesmo tempo,

os papéis não são mais tão marcados. O professor está perdendo seu papel de único

detentor e transmissor do conhecimento, e está recebendo outro, o de mediador da

aprendizagem. Seu objetivo em sala de aula seria o de guiar, orientar os alunos para que

estes consigam construir seu próprio conhecimento, fornecendo a eles ferramentas para

que aprendam a ser críticos e independentes.

Nesse cenário atual de educação, em que há uma demanda pelo uso de tecnologias

digitais, inclusive pelos documentos oficiais, o ensino híbrido se torna relevante e ganha

espaço. O ensino híbrido, por compreender um espaço presencial e um espaço online,

incentiva o aluno a buscar, compartilhar conhecimento, e possibilita também uma maior

autonomia e responsabilidade, porque o aluno compreende que sua aprendizagem

depende em grande parte, dele também.

Warschauer (1996) realizou uma pesquisa em um curso híbrido, no qual o autor, para

observar as possibilidades desse modelo, comparou a participação dos alunos em

momentos distintos: o presencial e o online. Em suas análises, Warschauer (1996)

descobriu que, nas discussões online, houve uma participação mais igualitária dos

estudantes. Para realizar sua pesquisa, Warschauer (1996) comparou e calculou o

quanto cada aluno, dos dois grupos, participou das interações. Um ponto interessante

que as análises revelaram foi que a linguagem utilizada pelos alunos no ambiente online

foi mais formal que a usada em ambiente presencial, em termos de léxico e sintaxe, o

que demonstra um ponto positivo da metodologia híbrida.

MORAN (2015, p. 39), sobre a aprendizagem nesse contexto,pontua que

Essa mescla entre sala de aula e ambiente virtuais é fundamental para abrir a

escola para o mundo e também trazer o mundo para dentro da instituição.

Outra mescla ou blendedé aquela entre processos de comunicação mais

planejados, organizados e formais e outros mais abertos, como os que

acontecem nas redes sociais, em que há uma linguagem mais familiar, maior

espontaneidade e fluência constante de imagens, ideias e vídeos.

As redes sociais pode ser compreendidas como espaços online em que as pessoas

interagem umas com as outras e compartilham momentos, posicionamentos, etc.

Recuero (2016, p. 17) afirma que as redes sociais são espaços públicos em que os

“discursos emergem, se difundem e são legitimados”. A autora pontua que esse espaço é

híbrido e que as interações ficam armazenadas e que uma quantidade enorme de gêneros

podem ser inseridos.

Bacich, Neto e Trevisani (2015, p. 50) sobre o uso de tecnologias digitais em sala

ponderam que seu uso modifica “o ambiente no qual estão inseridas, transformando e

criando novas relações entre os envolvidos no processo de aprendizagem: professor,

estudantes e conteúdos”. Essas transformações ainda estão em andamento, os papéis de

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aluno e professor estão passando por modificações profundas e ainda não é possível

saber até onde a mudança irá afetar o sistema de ensino. O que se sabe é que não há

nenhuma possibilidade de se continuar ensinando nos moldes tradicionais, tentando

ignorar todas as mudanças que estão ocorrendo.

Warschauer (1996) argumenta que a inserção das tecnologias digitais em sala de aula

traz muitos benefícios, tais como pontos de discussão e interação entre os alunos, maior

independência do aluno, conscientização do aluno do seu papel em sua própria

aprendizagem. Todos esses benefícios rompem com um ensino tido como tradicional.

Em outra pesquisa sobre o mesmo tema, Warschauer (2007, p. 48) enfatiza a relevância

do papel do professor no ensino tecnológico de línguas afirmando que “as novas

tecnologias não substituem a necessidade de uma orientação humana forte, mas, de fato,

amplifica o papel de tal orientação1”. Além disso, apesar de aprender também fora da

escola, em contextos informais, como redes sociais, há “um fortalecimento do papel da

educação formal e um aumento da competitividade da sociedade e da economia2”

(WARSCHAUER, 2007, p. 48).

Dessa maneira, a partir do que foi exposto, as tecnologias têm muito a contribuir para

com o processo de aprendizagem dos alunos. Perceber as representações de professores

sobre tal uso é relevante no sentido de que a depender de quais sejam as representações,

as ações em sala de aula serão favoráveis (ou não) ao uso de tecnologias digitais como

práticas educativas.

Passo, nesse momento, à descrição da metodologia da pesquisa.

2 METODOLOGIA DA PESQUISA

Para realizar essa pesquisa, embasei-me na metodologia de estudos de caso, por se tratar

de um contexto de aprendizagem específico, no qual pesquisei as representações de

professora de língua inglesa que insere ferramentas digitais em suas aulas para ensinar.

Nas pesquisas em estudos de caso, apesar de o pesquisador estar interessado em um

ponto específico, nada impede que “ele esteja atento ao seu contexto e às suas inter-

relações como um todo orgânico, e à sua dinâmica como um processo, uma unidade de

ação” (ANDRÉ, 2008, p. 31).

O instrumento indicado para perceber as representações é a entrevista semiestruturada.

Segundo Rizziniet al (1999), a entrevista é mais abrangente que o questionário, fato que

1Minha tradução para: New technologies do not replace the need for strong human mentorship, but,

indeed, amplify the role of such mentorship. (WARSCHAUER, 2007, p. 48) 2 Minha tradução de: strengthens the role of formal schooling in an increasingly competitive society and

economy. (WARSCHAUER, 2007, p. 48)

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possibilita um melhor diálogo entre o pesquisador e o entrevistado. Além desse diálogo,

quando o entrevistado discorre sobre o assunto, há mais possibilidade de percebermos

suas representações do que em questionários fechados.

Dessa maneira, para coleta de dados, a participante, que escolheu ser chamada de

Amanda, respondeu uma entrevista sobre a inserção de tecnologias em sala de aula de

línguas. Além da entrevista, os dados da pesquisa serão compostos por atividades

realizadas nos ambientes online de aprendizagem. Todos esses dados foram cruzados

para que se pudesse mapear as representações e as decorrências para a aprendizagem

dos alunos.

Passo, nesse momento, à análise dos dados.

3 REPRESENTAÇÕES SOBRE TECNOLOGIAS DIGITAIS E APRENDIZAGEM

DE LÍNGUAS

Para refletir sobre as representações, insiro nas análises prints dos espaços online:

Google Drive e Facebook, em que seja possível observar as possíveis decorrências para

o processo de aprender línguas a partir das representações mapeadas. Ressalto que todas

as imagens foram retiradas do grupo fechado da disciplina inglês instrumental,

hospedado no Facebook e do espaço no Google Drive. Contudo, por uma questão ética,

não serão revelados os links para tais espaços para que a participante e seus alunos não

sejam expostos.

Para uma melhor visualização dos dados, construí um quadro, em que selecionei trechos

nos quais fosse possível observar as representações de Amanda sobre a inserção de

tecnologias digitais na aprendizagem de línguas. Foram mapeadas, a partir da entrevista

e da narrativa, quatro representações, sendo que a maioria delas reflete o papel do

professor em sala, revelando a necessidade de reflexão e mudança sobre tal papel.

Quadro: Representações de Amanda sobre tecnologia digital e aprendizagem de

línguas

Representações Exemplos de fala

A tecnologia

otimiza o tempo em sala de

Como uma maneira em que se justifica o

uso da tecnologia (+) eu acho que se for pra otimizar

alguma coisa, é:::, ou possibilitar uma outra maneira

de trabalhar. (Entrevista)

Eu uso google drive com eles porque eu

acho que otimiza nossa sala, eu uso Facebook também.

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aula (Entrevista)

Eu acho que o Facebook de alguma forma é

um lugar onde eles estão, mas eu acho que vai otimizar

a nossa interação, a dinâmica da sala de aula. Eu acho

que auxiliou a dinâmica da sala de aula (entrevista)

O professor

precisa de justificativa para

usar tecnologias digitais

em sala de aula

Então, eu acho que justifica, não é só pra eu

falar assim’, não gente, vamos usar o google drive

porque é uma coisa legal,’ né’’ (Entrevista)

Eu acho que o professor tem que ter o

cuidado de ter um plano A, B ou C, sempre, isso

independente dele estar usando tecnologia antiga,

papel, quadro, como ele estar utilizando tecnologia

nova. (Entrevista)

[...] tem muito professor que fala assim, ah,

mas depois dá errado. Mas, quer dizer, dá errado

porque tem muito professor que evita utilizar a

tecnologia com medo de dar errado, mas pensa,

gente’’, mas se eu preparar qualquer outra coisa eu

também vou ter que ter plano B. (Entrevista)

Eu acho que tecnologia limita um pouco no

sentido assim, é :::pode limitar se você não se prepara

bem, né’’ é::: eu acho que pode limitar também, no

ambiente onde o aluno não tem acesso à tecnologia,

então isso você tem que pensar bem. (Entrevista)

É preciso

refletir sobre a inserção das

tecnologias em sala de

aula.

Então, eu vejo assim, eu acho que o uso, a

gente tem que pensar muito bem em como utilizar a

tecnologia, mas, e pensar assim, o que que justifica o

uso dessa tecnologia ali? É usar a tecnologia só porque

é legal? Não, não é por ai. É só usar porque os alunos

gostam de utilizar tecnologia? Também eu acho que

não é por ai, eu acho que justifica se for pra fazer

alguma que, de outra forma, eles não fariam.

(Entrevista)

A tecnologia

abre possibilidades para o

professor

Eu acho que não limita o professor de

forma alguma, assim, em relação ao trabalho dele acho

que não, eu acho que abre possibilidades. (Entrevista)

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Em sua entrevista, Amanda enuncia que está sempre estudando para se atualizar e da

necessidade do professor preparar bem as aulas. Aqui, percebo que Amanda é uma

professora que tenta buscar outras formas de ensinar, o que pode gerar reflexão sobre

suas ações. De acordo com Celani e Magalhães (2002), as representações são

influenciadas e constituídas por aspectos culturais, políticos e materiais. Assim, no

momento em que Amanda se insere em um contexto social (mundo social) no qual a

tecnologia tem um papel relevante no contexto escolar, ela tem possibilidades de refletir

sobre suas representações. O contexto, nessa perspectiva, possui relevância para a

reflexão sobre as representações, pois permite problematizar práticas estabilizadas.

Amanda, sobre sua relação com a inserção de tecnologias em suas aulas, pontua que:

Quando eu comecei a trabalhar com tecnologia, [...] eu estava preocupada em

motivar os meus alunos, então eu via muito a inserção de tecnologia em sala

de aula como um fator de motivação. Ai, a medida em que eu fui

estudando, estudando, estudando, eu comecei a ver a inserção da

tecnologia de uma outra forma. (Entrevista)

Por meio do excerto, nota-se a trajetória acadêmica de Amanda, no início de sua

docência, ela possui a representação de que a tecnologia servia para motivar as aulas,

deixar os alunos mais interessados. Depois, à medida que continuou seus estudos e suas

experiências com as tecnologias em sala de aula, passou a vê-las e, consequentemente, a

utilizá-las de outra forma.

É possível pensar que houve uma mudança nas representações de Amanda sobre o uso

de tecnologias em sala de aula, pois ela afirma que, depois de estudar muito, começou a

ver a inserção da tecnologia de uma outra forma. Entretanto, quando Amanda justifica

o seu uso de tecnologia em sala de aula, ela afirma que a tecnologia não deve ser usada

porque é legal ou porque os alunos gostam. Ela afirma: eu acho que justifica se for pra

fazer alguma que, de outra forma, eles não fariam. (Amanda-entrevista).

A partir desse enunciado de Amanda é possível entrever que Amanda se contradiz e que

ela ainda possui a mesma representação de antes, a tecnologia como motivadora para as

aulas. Isso porque ela utiliza a tecnologia para motivar os alunos a fazerem as atividades

que ela propõe. Acredito haver uma tentativa de ressignificação, de reflexão sobre as

práticas pedagógicas, contudo, mudar representações não é algo fácil ou tranquilo, pois

demanda mudar toda uma constituição.

Sobre essa mudança de práticas pedagógicas, Fidalgo (2002) afirma não ser nada fácil.

Em sua pesquisa, a autora resistiu muito tempo em modificar suas práticas, ela

conseguia refletir sobre suas ações, mas mudar provou-se mais difícil (FIDALGO,

2002, p. 140). Posso afirmar, então, que Amanda reflete sobre o uso de tecnologia em

suas aulas e a vê como fator motivacional, um incentivo para que os alunos se

interessem pelas aulas.

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Durante sua narrativa e na entrevista, ficou evidente que Amanda reflete sobre suas

aulas, há um desejo de pensar outras formas de o aluno aprender, questionando todo um

sistema de ensino tradicionalista. Por intermédio do quadro com os excertos, noto que,

para Amanda, o professor tem um papel relevante para o sucesso ou fracasso da

inserção de tecnologias digitais na sala de aula. Contudo, segundo Amanda, esse papel

não é novo, algo muito diferente daquilo que o professor já deveria fazer em sua prática

pedagógica.

Amanda tem a representação de que o professor precisa ter uma justificativa para usar

tecnologias digitais em sala de aula; essa representação pode ser confirmada quando

Amanda fala da necessidade de o professor ter um plano A, B e C. Ou seja,

independentemente de ele usar tecnologia digital ou não, ele precisa ir para a sala de

aula preparado para eventualidades. A não preparação do professor pode ser um fator

limitador, contudo, é fator limitador em qualquer contexto de ensino, com ou sem o uso

de tecnologias.

Sobre a preparação do professor, Prensky (2010, p. 204) discute que, para que a

tecnologia seja inserida de maneira eficaz em sala de aula, devemos “trabalhar com

nossos professores e convencê-los – por mais difícil que isso possa ser em alguns casos

– a pararem de palestrar e a começarem a permitir que seus alunos aprendam por si

mesmos.” Para o autor, esse é um ponto chave: permitir que os alunos aprendam por si

mesmos, tendo o professor como guia do processo. Isso demanda uma preparação das

aulas, para que a tecnologia não seja apenas um enfeite. E mais, demanda que o

professor dê mais espaço ao aluno, dê a ele autonomia para que aprenda por si mesmo.

A necessidade de preparação do professor para as aulas se aproxima da representação de

Amanda de que é preciso refletir sobre a inserção das tecnologias em sala de aula.

Para Amanda, utilizar a tecnologia só porque os alunos gostam ou porque está na moda

não traz benefícios para a aprendizagem, é preciso mais do que isso. Segundo a

participante, é preciso outros benefícios para o aluno. Ao justificar seu uso da

tecnologia, a participante parece usá-la como fator motivacional, durante a entrevista,

ela afirma que a tecnologia vai além do papel, mas as atividades propostas por ela

podem ser desenvolvidas sem a tecnologia e ter resultados positivos. Prensky (2010)

pontua que a tecnologia colabora para que o aluno aprenda por si mesmo, tornando-se

autônomo. O professor é um guia nesse espaço, ele media a aprendizagem.

A representação de Amanda sobre o uso da tecnologia como um fator que otimiza o

espaço de sala de aula é interessante porque vai de encontro ao que a maioria dos

professores pensam sobre o uso da tecnologia: ela pode atrapalhar a dinâmica de sala de

aula, atrasando ou dispersando os alunos. No contexto pedagógico da participante, a

inserção da tecnologia parece ter um aspecto positivo, dinamizando o espaço. Durante a

entrevista Amanda afirma: eu acho que vai otimizar a nossa interação, a dinâmica de

sala de aula. Eu acho que auxiliou a dinâmica de sala de aula.

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Na imagem a seguir, observa-se as decorrências dessa representação para a

aprendizagem dos alunos. As representações do professor têm influência direta em suas

práticas em sala de aula. Nesse caso específico, as representações de Amanda sobre a

inserção de tecnologias nas aulas parece otimizar o tempo e o espaço, e motivar os

alunos. Segundo Bacich, Neto e Trevisan (2015, p. 51), esse modelo de ensino que

mistura o presencial e o online colabora para que o professor personalize a

aprendizagem, pois leva em consideração aspectos como o ritmo, o tempo o lugar e o

modo como aprendem.

As atividades da imagem se encontram no google docs, espaço construído pela

professora para que os alunos possam postar todas as atividades realizadas, e a

professora postar as notas e as datas das atividades. Dessa forma, se o aluno falta a uma

aula, ele não se sente perdido, é só olhar nas atividades realizadas para saber o que deve

fazer. O google docs funciona como um repositório. O uso desse espaço online otimiza

o tempo de aula no sentido de facilitar o trabalho do aluno e do professor, não há pilhas

de papeis a serem lidos e corrigidos, tudo está online e ao acesso de todos.

Posso afirmar, então, que a representação de que a tecnologia otimiza o espaço de sala

de aula tem decorrências positivas para o processo de ensino e aprendizagem. Essa

afirmação também pode ser observada quando Amanda menciona que criou um grupo

secreto na rede social Facebook, que utiliza para manter interações entre os alunos e

para enviar lembretes, como pode ver a seguir:

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A interação entre os alunos nesse espaço de rede social ocorre quase sempre sem a

interferência direta da professora, e na língua que estão aprendendo. A partir da

imagem, é possível notar que a rede social tem um papel relevante para as aulas, não só

para recados entre os alunos ou entre a professora e os alunos, mas também, para

compartilhar links para que os alunos saibam onde hospedar as atividades, caso se

sintam perdidos, ou mesmo para otimizar o tempo de construção da atividade.

As redes sociais, de acordo com Recuero (2016), são espaços híbridos, por

possibilitarem a inserção de diferentes gêneros. Além disso, as interações ficam

armazenadas, o que facilita o acesso e a busca por temas específicos pelos usuários. No

momento em que Amanda insere o Facebook nas aulas, ela compreende que os alunos

poderão trazer informações novas, o que sem dúvida, enriquece a aprendizagem: eu

acho que auxiliou a dinâmica de sala de aula (Amanda-entrevista).

É possível afirmar, com base nos enunciados de Amanda e no mapeamento de suas

representações, que a inserção de tecnologias digitais no processo de ensino e

aprendizagem de línguas é promissor. Essa inserção não demanda do professor algo fora

de sua realidade, mas sim, uma preparação clara das aulas, com objetivos de

aprendizagem específicos, o que já é esperado do professor. Com relação ao manuseio

das ferramentas, corroboro com Prensky (2010), de que o professor não precisa ser um

expert em computação, ele é o professor que irá fornecer ao aluno o contexto necessário

para a realização da atividade. Esse papel de expert é dos alunos e eles, provavelmente,

saberão o que fazer quando forem demandados.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para realizar essa pesquisa, propus como objetivos mapear as representações de uma

professora de língua inglesa sobre ensinar usando tecnologias e as possíveis

decorrências dessas representações para a aprendizagem dos alunos. Foi possível

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mapear quatro representações, todas relacionadas com o papel do professor em sala de

aula. Posso afirmar, com base nas representações, que o professor ainda está em

transição, ele não está inserido totalmente em um ambiente tecnológico, mas sente a

necessidade de estar nesse lugar.

É possível concluir que a inserção das tecnologias pode contribuir bastante para a

aprendizagem dos alunos, conforme pôde ser visto na análise, os alunos gostaram da

proposta e interagiram tanto com a professora quanto entre eles. Essa interação gera

uma aprendizagem compartilhada, em que ensinam e aprendem ao mesmo tempo. Além

disso, a aprendizagem se torna mais eficaz quando o aluno aprende a buscar, quando ele

compreende que não precisa esperar o professor, a tecnologia demanda autonomia do

aluno, o que só contribui para o seu amadurecimento acadêmico.

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de Agosto de 2014.

* Professora do curso de Letras da Universidade Estadual de Goiás – UEG, campus Iporá.

Mestre em Estudos Linguísticos pela Universidade Federal de Uberlândia e doutoranda pela

mesma instituição.