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Seminrio Teolgico Teologia Sistemtica Parte II (Cristologia) Apostila 003

SEMINRIO TEOLGICO LOCAL Igreja Evanglica Deus Todo Poderoso

Rua Schoroeder, 410 Jardim Santa Maria Guarulhos - SP.

Prof. Herbert A. Pereira

TEOLOGIA SISTEMTICA PARTE II (CRISTOLOGIA)

1. PROLEGMENOS Os homens foram criados para amar e servir a Deus e com Ele ter comunho. Mas eles falharam no cumprimento desse propsito divino; em outras palavras, todos os homens pecaram. Porque Deus nos ama, entretanto, ele escolheu agir por meio de Cristo para nos restaurar condio e ao relacionamento pretendidos.

A cristologia a doutrina da pessoa e da obra de Jesus Cristo. Diz respeito sua natureza divino-humana, sua encarnao, sua revelao de Deus, aos seus milagres, aos seus ensinamentos, sua obra expiatria, sua ressurreio e ascenso, sua intercesso a nosso favor, sua volta gloriosa, ao seu ofcio de Juiz, sua posio de Cabea de todas as coisas, sua centralidade dentro do mistrio de Deus, dentro da restaurao.

2. RESUMO HISTRICO DA VIDA DE JESUS Jesus Cristo, o filho de Deus, nasceu na cidade do rei Davi, Belm, na famlia do carpinteiro Jos e de sua jovem esposa Maria. Como todo judeu foi circuncidado e apresentado no Templo de Jerusalm pelos pais.

Jesus foi educado na cidade de Nazar, Galilia, onde aprendeu uma profisso na carpintaria de seu pai.

Foi um homem to extraordinrio que aos 12 anos j se encontrava debatendo religio e cincia com os doutores da lei no Templo.

Aos 30 anos de idade iniciou a misso para a qual veio ao mundo: revelar o amor de Deus pelo ser humano.

Durante trs anos ele percorreu do sul da Judia at Galilia. Em cada cidade pregou a mensagem daquele que carinhosamente chamava de meu Pai.

Ele reuniu multides, falando maravilhosamente bem a respeito da vida eterna e do verdadeiro sentido da vida. Fez paralticos andarem, cegos enxergarem, devolveu a vida ao seu amigo Lzaro e fez muitos outros milagres.

Nestes trs anos reuniu e preparou 12 apstolos, 72 discpulos, e formou uma comunidade viva que sobrevive at os dias de hoje.

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Por motivos bastante conhecidos sua mensagem incomodou vrias camadas da sociedade daquela poca. E julgado pelas autoridades deste mundo, foi condenado morte na cruz. Mas ele no era simplesmente homem, mas tambm Deus.

Por isso, ressuscitou, subiu aos cus e vive para sempre.

Sua vida est amplamente narrada nos evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas, Joo e no incio do livro dos Atos dos Apstolos, quando o Novo Testamento fala tambm das primeiras realizaes de seus seguidores.

3. MINISTRIO DO CRISTO (PR-ENCARNADO) NO ANTIGO TESTAMENTO As teofanias ocorridas no Antigo Testamento referem-se s manifestaes do Verbo antes da Sua encarnao, veja:

a) Cuidou de Agar (Gnesis 16:7-14);

b) Avisou Abrao da destruio de Sodoma e resgatou Isaque antes de morrer (Gnesis 18:1; 22:11-13);

c) Falou a Jac, do topo da escada (Gnesis 28:13), guardou-o das trapaas de Labo (Gnesis 31:11-13) e deixou Jac lutar consigo (Gnesis 32:24-32);

d) Mandou Moiss santificar seus ps (xodo 3:4-5), foi na frente de Israel (xodo 14:19 cf. 23:20), prometeu proteo no caminhar (xodo 23:20) e protegeu Moiss ao passar Sua glria (xodo 33:22,34);

e) Encorajou Josu antes da batalha contra Jeric (Josu 5:13-15), chamou Gideo (Juzes 6:11-24) e deu Sanso aos seus pais, e os instruiu (Juzes 13);

f) Trouxe pestilncia pelo censo de Davi (1 Crnicas 21);

g) Confortou Elias (1 Reis 19:5-18);

h) Dizimou os assrios (2 Reis 19:35);

i) Fez Isaas entender Sua glria e santidade (Isaas 6:1-13);

j) Guardou trs jovens hebreus na fornalha de fogo (Daniel 3:24-25);

k) Guardou Daniel no covil dos lees (Daniel 6:22) e revelou-lhe Seu reino (Daniel 7:13-14);

l) Apareceu a Zacarias (Zacarias 1:11; 3:11) e revelou que protege Jerusalm (Zacarias 1:8-13), a mede (Zacarias 2:8-11), purifica (Zacarias 3:10) e edifica (Zacarias 6:12-15).

4. A HUMANIDADE E DIVINDADE DE CRISTO

O ponto mximo de nossa f repousa no fato de Jesus ser realmente Deus em carne humana, e no simplesmente um homem extraordinrio, apesar de ser a pessoa mais incomum que j existiu.

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Devemos notar que Jesus no fez nenhuma alegao explcita e aberta de Sua divindade, dizendo com todas as letras: Sou Deus. O que encontramos, no entanto, so alegaes que poderiam ser imprprias, caso fossem feitas por algum menos que Deus (Mateus 13:41; Mateus 25:31-46; Marcos 2:5; Marcos 2:27-28; Joo 8:58; Joo 10:30; Joo 14:7-9).

O nascimento de Jesus, como tambm sua vida, indica que ele tinha uma natureza fsica humana. nos dito que ele crescia em sabedoria (crescimento intelectual), estatura (crescimento fsico) e graa (crescimento social), diante de Deus e dos homens. Ele crescia fisicamente alimentado por comida e gua. Ele no tinha capacidade fsica ilimitada. Mas seu corpo talvez fosse o mais perfeito em alguns aspectos que o nosso, porque no havia nele nenhum pecado (nem o pecado original nem o pecado comum a todos os homens) que afetasse a sade. Qualquer que fosse o caso, Jesus com certeza estava sujeito s mesmas limitaes fsicas dos outros seres humanos, pois possua a mesma fisiologia. Por fim, Jesus sofreu fisicamente e morreu, exatamente como qualquer outro ser humano.

da igualdade com Deus, no da forma de Deus, que Jesus se esvaziou. Apesar de Jesus no deixar de ser como o Pai no que diz respeito natureza, ele se tornou funcionalmente subordinado ao Pai durante o perodo de sua epifania (encarnao).

A unio das duas naturezas significa que elas no atuaram independentemente. Jesus no exerceu sua deidade em certas ocasies e sua humanidade em outras. Seus atos sempre eram da divindade e da humanidade. Essa a chave para compreender as limitaes funcionais que a humanidade imps sobre a divindade. Sobre Jesus o apstolo Paulo afirmou que: Nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade. (Colossenses 2:9).

A humanidade de Jesus significa que sua morte expiatria aplicvel aos seres humanos; a divindade de Jesus significa que sua morte pode servir para expiar os pecados de toda a humanidade.

Jesus Deus em carne humana. Ele no metade Deus e metade homem. Ele totalmente Deus e totalmente homem. Na encarnao Ele adicionou Sua natureza divina a natureza humana. Portanto, Ele tem duas naturezas: divina e humana. Ele tanto Deus como homem, simultaneamente. Ele no meramente um homem que tem Deus dentro dEle, nem um homem que manifestou o princpio divino. Ele Deus, a segunda pessoa da Trindade. Ele, que o resplendor da glria e a expresso exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder" (Hebreus 1:3). As duas naturezas de Jesus no so misturadas, nem so elas combinadas em uma nova natureza divino-humana. Elas so separadas ainda que atuem como uma unidade. Isto chamado de Unio Hiposttica.

O Senhor Jesus Cristo, enquanto esteve na terra, possua uma natureza humana e outra divina. Ele era 100% homem e 100% Deus. Sendo assim, como Deus Ele era onipresente, mas como homem no. A Bblia ensina tanto a divindade como a humanidade de Cristo: Nisto conhecereis o Esprito de Deus: todo esprito que confessa que Jesus Cristo veio em carne de Deus; e todo esprito que no confessa

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que Jesus Cristo veio em carne no de Deus; mas este o esprito do anticristo, do qual j ouvistes que h de vir, e eis que est j no mundo. (1 Joo 4:2-3). A tabela abaixo ajuda-nos a ver as duas naturezas de Jesus em ao:

JESUS COMO DEUS JESUS COMO HOMEM

Ele foi adorado (Mt 2:2,11; 14:33; 28:9) Ele adorou ao Pai (Jo 17)

Ele recebeu oraes dirigidas a Ele (At 7:59; 1Co 1:1-2) Ele orou ao Pai (Jo 17:1)

Ele foi chamado de Deus (Jo 20:28; Hb 1:8) Ele foi chamado de homem (Mc 15:39; Jo 19:5).

Ele foi chamado de Filho de Deus (Mc 1:1) Ele foi chamado de Filho do Homem (Jo 9:35-37)

Ele era sem pecado (I Pe 2:22; Hb 4:15) Ele foi tentado (Mt 4:1)

Ele sabia todas as coisas (Jo 21:17) Ele cresceu em sabedoria (Lc 2:52)

Ele d vida eterna (Jo 10:28) Ele morreu (Rom. 5:8)

A plenitude da divindade habita nEle (Cl 2:9) Ele tem um corpo de carne e osso (Lc 24:39)

4.1. A natureza humana de Jesus

E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graa para com Deus e os homens. (Lucas 2:52)

Porque h um s Deus e um s mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem. (1 Timteo 2:5)

O Senhor Jesus teve um corpo fsico, hoje glorificado e assentado direita de Deus. Mais do que isso, Jesus tem um corpo fsico neste mundo, ao qual deu-se o nome de Igreja. Somos o Seu corpo na Terra, tendo por objetivo levar o Senhor para a, conduzidos pelo Seu Esprito.

Jesus Cristo o eterno e verdadeiro Deus e ao mesmo tempo homem. Tornou-se homem para suprir a necessidade da humanidade. O termo EMANUEL que o prprio escritor traduziu por DEUS CONOSCO (Mateus 1:23); mostra que Deus est como homem e entre os homens: E o Verbo se fez carne e habitou entre ns, e vimos a sua glria, como a glria do Unignito do Pai, cheio de graa e de verdade. (Joo 1:14).

Jesus foi revestido do corpo humano porque o pecado entrou por um homem e pela justia de Deus tinha que ser vencido por um homem: Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim tambm a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram... Mas no assim o dom gratuito como a ofensa; porque, se, pela ofensa de um, morreram muitos, muito mais a graa de Deus e o dom pela graa, que de um s homem, Jesus Cristo, abundou sobre muitos. (Romanos 5:12 e 15)

Como homem Jesus cresceu em estatura e sabedoria (Lucas 2:52); sentiu sono, fome, sede e cansao (Mateus 8:24; Joo 4:6; Joo 19:28); sofreu, chorou e sentiu angstia (Mateus 26:37; Lucas 19:41; Hebreus 13:12).

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4.2. A natureza divina de Jesus

E, sem dvida alguma, grande o mistrio da piedade: Aquele (Deus) que se manifestou em carne foi justificado em esprito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo e recebido acima, na glria. (1 Timteo 3:16)

Antes, a si mesmo se esvaziou (ele abriu mo de tudo), assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhana de homens (tornando-se assim igual aos seres humanos); e, reconhecido em figura humana (vivendo a vida comum de um ser humano), a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente at morte e morte de cruz. (Filipenses 2:7-8)

Jesus, o Filho de Deus, deixou Sua habitao de poder, autoridade e glria e tornou-se um homem de carne e osso. Pela Bblia sabemos que Ele foi tentado como ns somos tentados. Ele sentia cansao, fome e sede; sentia alegria, tristeza, insatisfao e compaixo. Mas com uma diferena: Ele no tinha pecado!

Alm dos usos da palavra Deus e Senhor em referncia a Cristo, tm outras passagens que defendem com vigor a divindade de Cristo. O prprio Senhor Jesus, quando respondia a seus opositores judeus que Abrao vira seu dia (o dia de Cristo), no afirmou que Ele era (divino), mas afirmou que Ele continua sendo (divino):

Abrao, vosso pai, exultou por ver o meu dia, e viu-o, e alegrou-se. Disseram-lhe, pois, os judeus: Ainda no tens cinqenta anos e viste Abrao? Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que, antes que Abrao existisse, EU SOU. (Joo 8:56-58)

Como Deus, Jesus ilimitado. Mas Ele precisou esvaziar-se, ou seja, limitar-se a si mesmo em alguns aspectos pois, o corpo humano, nunca suportaria possuir todos os atributos divinos. Ainda que, no haja nada de Deus na estria, alguns episdios do seriado Smallville (apresentado no Brasil pelo SBT e pelo Warner Bros Chanel) tratam muito bem desse assunto: Nos primeiros dois episdios da terceira temporada, Jonathan (pai de Clark Kent) recebe de Jor-El super poderes para que possa salvar o filho. O resultado que o corpo de Jonathan no suporta os poderes recibos e ele ento passa sofrer de um gravssimo problema no corao.

4.3. A teoria da kenosis

Paulo escreveu aos filipenses: Tende em vs aquele sentimento que houve tambm em Cristo Jesus, o qual, subsistindo em forma de Deus, no considerou o ser igual a Deus coisa a que se devia aferrar, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, tornando-se semelhante aos homens. (Filipenses 2:5-7)

Comeando por esse texto, alguns telogos da Alemanha (a partir de 1860-1880) e da Inglaterra (a partir de 1890-1910) passaram a defender a idia de encarnao que jamais fora defendida na histria da igreja. Essa nova idia foi chamada teoria da kenosis, e a posio geral representada por ela foi chamada de teologia kentica. A teoria da kenosis defende que Cristo abriu mo de alguns atributos divinos enquanto estava sobre a terra como homem.

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A palavra kenosis tomada do verbo grego (keno), cujo significado geral esvaziar-se. De acordo com a teoria, Cristo esvaziou-se de alguns atributos divinos, tais como a oniscincia, onipresena e onipotncia, enquanto estava sobre a terra como homem. Isso era visto como uma autolimitao voluntria da parte de Cristo, feita para cumprir sua obra de redeno.

O auto-esvaziamento (kenosis) de Cristo, que foi um ato voluntrio, consistiu na desistncia do exerccio independente dos atributos divinos. Foi a unio do humano com o divino que limitou o Logos. O sentido geral que Ele se despiu daquele modo de existncia que Lhe era peculiar como idntico a Deus. Contudo, ao faz-lo, no se despiu de Sua natureza divina, que continuou sem possibilidade de sofrer, morrer, livre de ignorncia e no suscetvel de fraqueza e queda na tentao.

Aps um exame mais preciso, podemos ver que Filipenses 2:7 no diz que Cristo esvaziou-se de alguns poderes ou que esvaziou-se de atributos divinos, ou coisa parecida. Antes o texto descreve o que Jesus fez nesse esvaziamento. Ele no se esvaziou por abrir mo de qualquer de seus atributos, mas por vir a ser servo, isto , por passar a viver como homem e, por ser encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente at a morte, e morte de cruz! (Filipenses 2:8). Assim, o contexto interpreta o esvaziamento como equivalente a humilhou-se a si mesmo,

assumindo uma posio ou condio mais baixa. O esvaziamento inclui o papel e a posio, no os atributos essenciais ou a natureza. Isso significa que ele assumiu uma condio humilde.

O contexto mais amplo dessa passagem tambm torna essa interpretao clara. O propsito de Paulo era o de persuadir os filipenses de que eles no deveriam fazer nada por ambio egosta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a si mesmos (Filipenses 2:3), e continua lhes dizendo: Cada um cuide, no somente dos seus interesses, mas tambm dos interesses dos outros (Filipenses 2:4). Para persuadi-los a ser humildes e a colocar os interesses dos outros em primeiro lugar, Paulo, ento, aponta para Cristo como exemplo supremo de algum que fez exatamente isso: ele colocou os interesses dos outros primeiro e desejou abrir mo de alguns privilgios e posio que eram seus como Deus. Paulo quer que os filipenses imitem Cristo. Mas certamente no est pedindo aos cristos filipenses para abrirem mo ou colocarem de lado quaisquer de suas capacidades ou atributos que lhes eram essenciais! Ele no lhes pedia que abrissem mo de sua inteligncia ou fora ou capacidade e que se tornassem uma verso diminuda do que realmente eram. Ao contrrio, ele lhes pediu para colocar os interesses dos outros em primeiro lugar: Cada um cuide, no somente dos seus interesses, mas tambm dos interesses dos outros (Filipenses 2:4).

Portanto, o melhor entendimento desta passagem que ela fala a respeito de Jesus abrindo mo da posio e do privilgio que foram seus no cu: Ele, embora sendo Deus, no considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo ou humilhou-se, e veio viver como homem. Jesus fala em outra passagem da glria que tinha com o Pai antes que o mundo existisse (Joo 17:5), glria da qual abriu mo e que haveria de receber de volta quando retornasse ao

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cu. E Paulo podia falar de Cristo que, sendo rico, se fez pobre por amor de vocs (2 Corntios 8:9), discorrendo uma vez mais sobre o privilgio e honra que merecia, porm dos quais temporariamente abriu mo por ns.

A teoria da kenosis, portanto, no o entendimento correto de Filipenses 2:5-7. De fato, se a teoria da kenosis fosse verdadeira (e essa a objeo fundamental contra ela), ento no mais poderamos afirmar que Jesus tenha sido plenamente Deus enquanto esteve aqui neste mundo. A teoria da kenosis definitivamente nega a plena divindade de Jesus Cristo e o faz algo menos que plenamente Deus.

4.4. Falcias utilizadas

A palavra falcia pode ser definida como sendo um engano do raciocnio ou falsidade lgica. uma generalizao precipitada. Um considervel nmero de religies no cr em Jesus como o Filho de Deus. Seguidamente elas usam esta afirmao para justificar suas falcias, dizendo em tom de escrnio: "Se Jesus era Deus, ento porque Ele orou Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste (Marcos 15:34)? Por acaso Ele estava orando para si mesmo?"

Uma pessoa honesta que ousasse fazer tal questionamento iria rapidamente encontrar a resposta estudando as Escrituras e aprenderia logo que Jesus de fato Deus. Vamos analisar alguns exemplos:

Depois de Jesus ter curado um paraltico no tanque de Betesda, Seus inimigos Lhe fizeram a seguinte acusao: "e, porque ele disse isso, os lderes judeus ficaram ainda com mais vontade de mat-lo. Pois, alm de no obedecer lei do sbado, ele afirmava que Deus era o seu prprio Pai, fazendo-se assim igual a Deus" (Joo 5:18). Eles afirmavam que Jesus se fazia igual a Deus.

Aqueles que escarneciam e acusavam Jesus ouviram-nO testemunhando que Ele era Deus, conforme lemos em Mateus 27:43: "... porque (Jesus) disse: Sou Filho de Deus".

Em Joo 20:28, aps o Senhor Jesus Cristo haver ressuscitado, lemos o seguinte: "Respondeu-lhe Tom: Senhor meu e Deus meu!".

A subordinao de Cristo ao Pai, trata-se apenas de uma subordinao de ordem, de ofcio, de operao, e no de essncia.

4.5. Versculos polmicos e sua exegese

A Palavra de Deus foi expressa no vocabulrio e padres de pensamento das pessoas da poca em que o texto foi escrito, e condicionada pela cultura daqueles tempos e circunstncias. Ou seja: a Palavra de Deus para ns foi primeiramente a Palavra de Deus para eles. Se iriam ouvi-la, somente poderia ser atravs de eventos e linguagem que eles poderiam ter entendido. Nosso problema que estamos muito longe delas no tempo, e s vezes no pensamento. Esta a razo principal porque precisamos aprender a interpretar a Bblia.

Logo, a tarefa de interpretar um texto bblico, envolve o estudante da Bblia em dois nveis:

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1) Escutar a Palavra que eles ouviram, procurando compreender o que foi dito aos primeiros ouvintes e a conseqncia dessa Palavra.

2) Aprender a ouvir essa mesma Palavra no nosso tempo e na nossa situao cotidiana.

Por falta desses elementos, muitas afirmaes errneas tm sido feitas sobre a unio hiposttica de Jesus, devido m anlise dos textos bblicos que so utilizados como referncia. Por exemplo:

1) Jesus no Deus porque existem coisas que Ele no sabe.

2) Jesus disse ser inferior ao Pai; logo, no pode ser Ele Deus.

3) Deus nunca foi visto por algum, o Filho foi; logo Ele no pode ser Deus.

4) Como o Filho pode ser Deus visto que a Bblia diz que Deus a cabea de Cristo?

5) Jesus no pode ser Deus porque chamado na Bblia de o primognito da criao de Deus e, assim no eterno, mas criatura.

6) Jesus no Deus porque Ele mesmo disse que ningum bom se no o Pai.

Este captulo tem como objetivo expor e analisar, de maneira prtica e exegtica, os principais textos bblicos que tm sido utilizados por diversos grupos religiosos como argumento para a disseminao de heresias.

No princpio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus... E o Verbo se fez carne e habitou entre ns, e vimos a sua glria, como a glria do Unignito do Pai, cheio de graa e de verdade. (Joo 1:1 e 14)

Nos dias de Joo, havia surgido uma heresia fatal: Negava-se que Jesus Cristo veio em carne, e Joo escreveu seu Evangelho para refutar essa heresia, conhecida como docetismo (crena de que se a matria m, logo Cristo no podia ter um corpo humano). Para que haja uma melhor compreenso, por parte do leitor, do texto citado acima, podemos analisar o primeiro versculo da seguinte maneira:

TEXTO BBLICO... SIGNIFICADO...

No princpio, ...

Refere-se sem dvida a Gnesis 1:1. Fala da pr-existncia de Jesus.

Quando da criao, o Logos (Cristo) j existia. O Logos eterno e a fonte (origem) de toda a criao.

... era o Verbo, ...

O termo Verbo, do grego (logos), significa Palavra. Ao chamar Jesus de a Palavra, Joo o considera a encarnao de toda revelao

divina nas Escrituras, e assim declara que apenas os que aceitam Jesus

honram plenamente a lei. Como os judeus consideravam a Palavra divina, distinta de Deus Pai, esse foi o termo mais acessvel que Joo encontrou

para descrever Jesus.

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... e o Verbo estava com Deus, ... O Logos e Deus no so a mesma pessoa. A expresso diferencia os dois.

A Palavra (Logos) e Deus no so idnticos.

... e o Verbo era Deus.

O Logos Deus, no meramente um ser divino, o prprio Deus. Apesar de no ser a mesma pessoa, eles so um. O apstolo Joo est

refutando a idia de que a Palavra (Logos) uma emanao de Deus, distinta da Divindade. O Logos a perfeita expresso de Deus, tudo o que

Deus , expresso no Logos, o Logos. Jesus Cristo o agente da criao.

Por isso que criao e salvao esto estreitamente ligados no Novo Testamento. Ambas tm a ver com a autocomunicao de Deus. O Logos , tambm, o sustentador da existncia das coisas criadas; nada est fora da Sua atividade criativa e sustentadora.

Para alguns contemporneos de Joo, o esprito e o divino eram totalmente opostos matria e a carne. Outros pensavam que os deuses visitavam a terra disfarados de seres humanos (Atos 14:11). Eles no entendiam que o Verbo Eterno de Deus no s parece ser humano, mas realmente tornou-se carne. Tomou sobre si a plena e genuna natureza humana. Encarnar-se significa revestir-se de carne. O conceito bblico da encarnao s tem sentido se a pessoa existia antes de ter um corpo fsico, como o Senhor Jesus. Cristo (o Logos, a segunda Pessoa da Trindade) revestiu-Se voluntariamente de carne humana. O Logos se fez carne; no tomou meramente um corpo para si, mas tornou-se carne; carne

que denota toda a fraqueza da humanidade em relao a Deus, e tabernaculou (habitou) entre os homens. Isto no s indica a natureza temporria da existncia terrena de Jesus, mas o faz de um modo que recorda o antigo tabernculo de Israel, onde Deus podia ser encontrado (xodo 40:34-35).

Em resumo, Jesus o Logos Deus, o agente da criao; o doador da vida e da salvao. No entanto, o Logos, por amor, se fez carne e viveu (e morreu) entre os homens. Eis o maior mistrio do Cristianismo Jesus, o Deus-Homem!

Porm daquele Dia e hora ningum sabe, nem os anjos dos cus, nem o Filho, mas unicamente meu Pai. (Mateus 24:36)

Jesus Deus e homem verdadeiro. plenamente Deus e homem. o mistrio da unio hiposttica, ou seja, da unio da natureza divina e da natureza humana na nica Pessoa do Verbo Eterno de Deus. A natureza humana unida com a natureza divina do Logos, no se confunde com ela. Por esta natureza humana resulta que o conhecimento de Jesus, como homem, limitado, como tambm a sua natureza humana. Por isto, enquanto homem, o seu conhecimento tem limites, quando o Logos, que est unido sua natureza humana, no lhe faz conhecer certas coisas, que por si no pode conhecer.

Este versculo citado acima, que se encontra tambm em Marcos 13:32, no quer dizer que Jesus no saiba o dia da sua vinda. No sabia ali, pois estava como homem. Precisamos entender que, na ocasio da encarnao, o Verbo se esvaziou a si mesmo. No da sua divindade mas de seus direitos e

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privilgios. Ele esvaziou-se do seu poder e do seu conhecimento. essa a mensagem do captulo dois de Filipenses. Jesus renunciou a esses privilgios para ser o perfeito homem sem contudo deixar de ser Deus. Quando ressuscitou, Jesus no disse que no sabia o dia da sua vinda, antes o contrrio, disse: ... -me dado todo o poder no cu e na terra. (Mateus 28:18). Jesus agora sabe o dia da sua vinda, pois Ele retomou todos os seus direitos e privilgios divinos na sua glorificao.

Os Evangelhos mostram Jesus experimentando limitaes humanas: fome (Mateus 4:2), fadiga (Joo 4:6), desconhecimento de fatos (Lucas 8:45-47) e tristeza (Joo 11:35 e 38). A Epstola aos Hebreus insiste que, se Jesus no tivesse compartilhado de todas estas facetas da experincia humana fraqueza, tentao, sofrimento no estaria qualificado para ajudar-nos em tais provaes (Hebreus 2:17-18; 4:15-16; 5:2, 5:7-9). Como ser humano, Jesus no podia vencer a tentao sem luta; porm, como ser divino, sua natureza era a de fazer a vontade de Seu Pai, e, portanto, Sua natureza era a de resistir e lutar contra a tentao at venc-la.

Ouvistes o que eu vos disse: vou e venho para vs. Se me amsseis, certamente, exultareis por ter dito: vou para o Pai, porque o Pai maior do que eu. (Joo 14:28)

Nesse texto, o Senhor Jesus estava falando como homem (Filipenses 2:6). A humanidade de Cristo, ou seja, esta subordinao ao Pai dirigida pelo Esprito Santo, foi uma condio para o Seu ministrio messinico, e isso no neutraliza a Sua deidade. Jesus tornou-se homem, como j vimos, e como homem submeteu-se ao Pai durante todo o tempo da Sua vida terrena. Trata-se de uma misso terrena na direo do Esprito Santo e na submisso espontnea que Ele assumiu com o Pai. O Filho voluntariamente encobriu a Sua glria para seguir o caminho de Sua humilde obedincia (Filipenses 2:6-11).

Deus nunca foi visto por algum. O Filho unignito, que est no seio do Pai, este o fez conhecer. (Joo 1:18)

Atravs desse texto no podemos afirmar que Jesus no pode ser Deus porque foi visto, e o texto diz que Deus nunca foi visto por homem algum. Essa interpretao forjada e sem qualquer base bblica. Sabemos que ningum jamais viu a Deus na Sua essncia e na Sua glria. No entanto, Jesus viveu como homem e no meio dos homens, e desta forma Deus tambm foi visto. O mesmo Deus que disse a Moiss: ...No poders ver a minha face, porquanto homem nenhum ver a minha face e viver. (xodo 33:20), foi visto por vrias pessoas: E subiram Moiss e Aro, Nadabe e Abi, e setenta dos ancios de Israel, e viram o Deus de Israel,... (xodo 24:9-10). fundamental que Deus seja invisvel e sem forma (1 Timteo 6:16). Contudo, Cristo revela Deus. Em si Ele une o invisvel e o visvel.

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Mas quero que saibais que Cristo a cabea de todo varo, e o varo, a cabea da mulher; e Deus, a cabea de Cristo. (1 Corntios 11:3)

Atravs desse versculo, muitos afirmam que o Filho no pode ser Deus visto que a Bblia diz que Deus a Cabea de Cristo. Mas na realidade, este texto diz que o Pai dirigiu o Filho, e Cristo dirige o homem e o homem dirige a mulher. O que no quer dizer que o Filho no seja Deus, porque, se este versculo aqui negasse com isso a divindade de Cristo, seramos obrigados a admitir que a mulher seria menos humana do que o homem, o que seria uma aberrao.

E, quando todas as coisas lhe estiverem sujeitas, ento, tambm o mesmo Filho se sujeitar quele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos. (1 Corntios 15:28)

Este texto serve de argumentao para muitos afirmarem que o Filho no pode ser Deus pois Ele se sujeitar ao Pai na eternidade. Mas essa subordinao ao Pai foi uma condio para o ministrio messinico do Filho como j vimos, e que isso no significa que o Filho tenha outra natureza. uma questo de posio e no de natureza, e isso no envolve desigualdade; a mulher submissa ao marido, mas nem por isso ela menos humana do que o homem. Outro exemplo bastante claro que, a Palavra de Deus diz, em Lucas 2:51, que Jesus era sujeito a seus pais. Pergunta-se: Era ele inferior a seus pais pelo simples fato de estar sujeito a eles? Com certeza no!

Ele nos tirou da potestade das trevas e nos transportou para o Reino do Filho do seu amor, em quem temos a redeno pelo seu sangue, a saber, a remisso dos pecados; o qual imagem do Deus invisvel, o primognito de toda a criao. (Colossenses 1:13-15)

Este texto serve de base para aqueles que afirmam que Jesus no pode ser Deus porque chamado na Bblia de o primognito da criao de Deus, e assim no eterno, mas criatura. Mas se analisarmos esse texto veremos que ele diz que Jesus o primognito de toda a criao e no o primognito de Deus. O texto diz que Jesus o Criador e Preeminente sobra todas as suas criaturas.

A Bblia ensina que o primognito nem sempre significa ser o primeiro de uma srie. A palavra primognito tambm utilizada para ressaltar uma posio de destaque, como diz o salmista: Tambm por isso lhe darei o lugar de primognito; f-lo-ei mais elevado do que os reis da terra. (Salmo 89:27). Esse primognito no quer dizer o mais velho ou o primeiro de uma srie, mas uma posio de destaque, uma preeminncia, uma posio de certa primazia, significa domnio.

A palavra primognito no grego

(prottokos) e traz consigo esses dois significados: os mais velhos de uma famlia ou mesmo do gado o primeiro de uma srie; ou ainda o preeminente, aquele que tem primazia ou domnio. Para que tenhamos uma idia um pouco mais clara, tomemos como exemplo este outro texto, que se refere igreja, cujos membros so chamados de primognitos: Mas chegastes ao monte Sio, e cidade do Deus vivo, Jerusalm celestial, e aos muitos milhares

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de anjos, universal assemblia e igreja dos primognitos, que esto inscritos nos cus, e a Deus, o Juiz de todos, e aos espritos dos justos aperfeioados. (Hebreus 12:22-23). Agora, procure dar no texto exposto, o sentido de o mais velho ou o primeiro de uma srie palavra primognito e veja o absurdo. O filho de Jac, Esa, perdeu as duas dimenses da primogenitura: a primazia, preeminncia: liderana espiritual e social, posio de destaque, privilgios no lar (Gnesis 25:29-34); e de ser o primeiro de uma srie: bno familiar especial e poro dupla das posses do pai (Gnesis 27:28-38).

Jesus lhe disse: Por que me chamas bom? Ningum h bom, seno um, que Deus. (Lucas 18:19)

A questo em relao a este texto : Como Jesus pode ser Deus se ele mesmo disse que ningum bom se no um que Deus? Esta questo resolvida facilmente quando nos perguntamos se Jesus era bom ou mal. claro que Jesus era bom e bom, a Bblia que nos ensina isso (Mateus 11:28-30; Atos 10:38; 2 Corntios 10:1). Jesus queria que o Pai fosse glorificado juntamente com Ele, foi por isso que Ele disse aquelas palavras ao mancebo de qualidade. Esta declarao no desonra em nada a deidade de Cristo.

E a vida eterna esta: que conheam a ti s por nico Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem enviaste. (Joo 17:3)

Alguns hereges, com ramificaes do gnosticismo (sistema que prometia a salvao pelo conhecimento), afirmam que Jesus distinto do Pai, logo Ele no pode ser Deus. Mas conhecer a Deus o mesmo que conhecer a Cristo em virtude da unidade de natureza do Pai e do Filho. O Pai no o Filho e nem o Filho o Pai, estas Pessoas so distintas e formam com o Esprito Santo a unidade composta da divindade. Precisamos entender que, conhecer a Deus o mesmo que conhecer a Cristo (Joo 14:9). O prprio Jesus declarou: No se turbe o vosso corao; credes em Deus, crede tambm em mim (que sou Deus). (Joo 14:1).

5. A UNIPERSONALIDADE DE JESUS CRISTO

Ficou provado que Jesus Cristo possui duas naturezas, a divina e a humana. No entanto, embora tenha duas naturezas, Ele no possui duas personalidades ou Pessoas, sendo uma Pessoa divina e outra humana, mas uma s e apenas uma. Jesus Cristo uma s Pessoa em duas naturezas distintas, porm unidas. Mas, infelizmente, ao longo do tempo surgiram falsas teorias sobra a unio hiposttica de Jesus. Essas falsas teorias geram diversos movimentos herticos, dentre os quais podemos citar:

a) Docetismo. Crena de que se a matria m, logo Cristo no podia ter um corpo humano. O homem Jesus, era na verdade, uma sombra ou um fantasma, com a aparncia de um corpo material, ou Cristo tomou o corpo humano de Jesus apenas por pouco tempo, entre o batismo do homem Jesus, e o comeo de seu sofrimento na cruz.

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b) Ebionismo. Nega a preexistncia, divindade e encarnao de Cristo. Jesus seria apenas o homem escolhido que viveu mais elevadamente, e, ao ser batizado, recebeu o Esprito Santo e conscientizou-se de que era o Messias.

c) Nestorius. Afirma haver duas pessoas distintas no Cristo. Jesus seria somente um homem, super-habitado-cheio do Esprito Santo.

d) Cerentianismo. Afirma que Cristo ganhou a divindade na imerso e perdeu-a antes de morrer.

e) Apollinaris. Afirma que Cristo teve corpo real e alma (animal), mas no tinha esprito nem mente humanos. O Logos veio preencher o lugar deles tornando Jesus dividido em homem (imperfeito) folheado da divindade.

Na tabela abaixo podemos ver, alm dos nomes dos principais movimentos herticos, o perodo histrico em que eles surgiram e suas relaes entre a humanidade e divindade de Cristo.

HERESIA SCULO HUMANIDADE DIVINDADE Ebionismo I Afirmada Negada

Docetismo II Negada Reduzida

Cerintianismo II Afirmada Reduzida

Monarquismo Sabeliano III Negada Afirmada

Arianismo IV Reduzida Mutilada

Apolinarianismo IV Reduzida Afirmada

Nestorianismo V Afirmada (mas dividiam a pessoa de Cristo) Afirmada Eutiquianismo (Monofisismo) V Reduzida Reduzida Monotelismo VI Reduzida Reduzida

Adocianismo VIII Afirmada Negada

Socinianismo XVI Afirmada Negada

Liberalismo XVIII-XIX Afirmada Negada

Unitarianismo XIX Afirmada Negada

Neo-ortodoxismo XX Afirmada Complexo demais para ser definido

Liberalismo Contemporneo XX Afirmada Negada

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VERDADE SCULO HUMANIDADE DEIDADE Jeovismo (Jesus o Deus Jeov Encarnado)

I-At a Eternidade (Cl 1:19; 2:9)

100 % Homem (1Tm 2:5) 100 % Divino (Ap 1:8)

Observao: No Novo Testamento, a palavra heresia, do grego (hairesis = escolha, preferncia), empregada com o objetivo de definir a atividade facciosa ou partidria, cuja opinio contrria doutrina prevalecente, ou seja, ela indica as doutrinas antibblicas defendidas pelo grupo. Sendo assim, um herege um cristo professo que est errado em relao a alguma verdade particular. Nem toda heresia culmina na formao de uma seita, mas toda seita possui em seu sistema elementos herticos. Em geral o termo heresia indica a negao do Evangelho pregado pelos apstolos. A heresia, portanto, pode ser conceituada como uma doutrina contrria aos ensinamentos

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das Sagradas Escrituras. Ela tanto pode contrariar os ensinos quanto os costumes embasados pela Palavra de Deus.

6. A IMPECABILIDADE DE JESUS

Uma questo importante no que diz respeito a humanidade de Jesus a que discute se ele pecou ou, na realidade, se ele poderia ter pecado. A Bblia bem clara quanto ao assunto. O autor de Hebreus diz que Jesus foi tentado em todas as coisas, a nossa semelhana, mas sem pecado (Hebreus 4:15). Pedro, que obviamente conhecia Jesus muito bem, declarou que Ele era o Santo de Deus (Joo 6:69) e ensinou que Jesus no cometeu pecado (2 Pedro 2:2). Joo disse: nele no existe pecado (1 Joo 3:5). Paulo tambm afirmou que Cristo no conheceu pecado (2 Corntios 5:21).

Jesus mesmo alegou, de forma tanto explcita quanto implcita, ser justo. Ele perguntou aos ouvintes: Quem dentre vs me convence de pecado? (Joo 8:46); ningum respondeu. A esposa de Pilatos aconselhou: no te envolvas com esse justo (Mateus 27:19); o ladro sobre a cruz disse: este nenhum mal fez (Lucas 23:41); e at Judas disse: pequei, traindo sangue inocente (Mateus 27:4).

Mas ser que Jesus poderia ter pecado? As Escrituras nos dizem que Deus no faz o mal e no pode ser tentado (Tiago 1:13). Teria sido, portanto, de fato possvel que Jesus, embora seja Deus, pecasse? E, se no, sua tentao foi genuna? O estudo da unio hiposttica de Jesus nos ajuda a entender isso:

a) Por ser 100% homem, Jesus possua (como qualquer ser humano) necessidades:

- Fsicas (sentiu-se cansado): Achava-se ali o poo de Jac. Jesus, pois, cansado da viagem, sentou-se assim junto do poo; era cerca da hora sexta. (Joo 4:6; cf. Marcos 4:38)

- Biolgicas (teve fome): No dia seguinte, depois de sarem de Betnia teve fome. (Marcos 11:12; cf. Mateus 4:2)

- Psicolgicas (enfrentou momentos de profunda tristeza e angstia): E apartou-se deles cerca de um tiro de pedra; e pondo-se de joelhos, orava, dizendo: Pai, se queres afasta de mim este clice; todavia no se faa a minha vontade, mas a tua. Ento lhe apareceu um anjo do cu, que o confortava. E, posto em agonia, orava mais intensamente; e o seu suor tornou-se como grandes gotas de sangue, que caam sobre o cho. (Lucas 22:41-44)

- Espirituais (constantemente buscava a comunho com o Pai): De madrugada, ainda bem escuro, levantou-se, saiu e foi a um lugar deserto, e ali orava. (Marcos 1:35; cf. Marcos 14:35; Lucas 5:16; Lucas 9:29; Lucas 22:41)

- Sociais (possua necessidade de estar na companhia de algum): Ento foi Jesus com eles a um lugar chamado Getsmane, e disse aos discpulos: Sentai-vos aqui, enquanto eu vou ali orar. E levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, comeou a entristecer-se e a angustiar-se. Ento lhes disse: A minha alma est triste at a morte; ficai aqui e vigiai comigo. (Mateus 26:36-38; cf. Mateus 26:40)

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E por causa dessas necessidades Jesus possua total possibilidade de cometer um pecado.

b) Mas por Jesus que encarnado atravs de uma obra do Esprito Santo e no pela semente de Ado, Ele no estava sob a priso do pecado original. Sendo, assim, possua discernimento e capacidade de escolher entre o certo e o errado. Jesus conseguia subjugar sua vontade humana para obedecer a divina.

Concluso, embora pudesse pecar, era certo que no pecaria. Houve lutas e tentaes genunas, mas o resultado sempre era certo. Mesmo uma pessoa que no sucumbe a tentao consegue de fato senti-la. A pessoa que resiste conhece todo o poder da tentao. O homem que cede a certa tentao no sente todo o seu poder. Somente o homem que no cede a uma tentao, conhece aquela tentao em toda sua extenso.

7. OS TIPOS DE CRISTO EM GNESIS Os tipos de Cristo so personagens, animais ou objetos, nesse caso, de Gnesis, que possuram caractersticas "messinicas". Eram profecias vivas, ou visveis, a respeito de Cristo. Estudando a respeito desses personagens, entendemos um pouco mais sobre o carter de Jesus e do seu ministrio. Tais pessoas e fatos, abordados na seqncia, eram sombras da realidade, que Cristo.

a) Ado. Este foi o primeiro homem. Talvez no o associssemos pessoa de Cristo se Paulo no o tivesse feito. O apstolo traa tal paralelo em Romanos 5:12-21 e em 1 Corntios 15:21,22,45-49. A semelhana entre Jesus e Ado est no fato de ambos terem sido os primeiros de suas respectivas "espcies". Ado foi o primeiro da raa humana. Jesus foi o primognito dos filhos de Deus (Romanos 8:29). Seus atos foram determinantes na formao da natureza de seus descendentes (Romanos 5:19; Isaas 53:10). Tanto o pecado de Ado quanto a salvao em Cristo podem ter conseqncias eternas, dependendo, para isso, da escolha que se faz pelo livre-arbtrio. Alm desses pontos, a comparao entre os dois feita com nfase no contraste.

b) O animal sacrificado para vestir Ado e Eva. O pecado trouxe a conscincia da nudez e, conseqentemente, a vergonha. Eles tomaram a iniciativa de fazer algo que os cobrisse. Usaram folhas de figueira para fazer aventais, ou cintas. Tanto o material era inadequado quanto insuficiente a extenso da roupa produzida. Deus ento lhes fez tnicas de peles (Gnesis 3:21). A pele iria cobri-los convenientemente, alm de aquec-los. Para que Deus utilizasse peles, entendemos que pelo menos um animal deveria ser morto.

A iniciativa humana para cobrir os danos do pecado totalmente ineficaz. S Deus podia faz-lo. Para isso, ele enviou o Seu Filho, o Cordeiro de Deus, que, tendo sido morto, nos cobre, nos protege e nos torna dignos de chegar presena de Deus sem constrangimento.

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c) Abel. Foi morto sem que fosse digno de morte. Seu sangue clamava a Deus desde a terra. Jesus tambm foi morto sem haver cometido nenhum crime e seu sangue fala melhor que o de Abel. Vemos um paralelo simples entre Abel e Jesus, conforme descrito em Hebreus 12:24.

d) A arca de No. Quando Deus decidiu destruir os homens perversos e pecadores, ele mandou que No construsse a arca. Este seria o nico meio de salvao. Este um smbolo perfeito para a obra de Cristo. Ele o nico meio de salvao neste tempo que antecede a destruio final. No "pregava a arca" como a ltima chance. Ns pregamos a Cristo. Evidentemente, s entraria na arca quem cresse na palavra de No, na segurana da embarcao e se arrependesse de sua condio de pecado. Entrar na arca era um ato pblico e subentende renncia ao que ficava para trs. Tudo isso encontra paralelo na converso a Cristo. Finalmente, cabe lembrar que a salvao pela arca foi comparada ao batismo pelo apstolo Pedro (1 Pedro 3:20-21).

e) Jos. Foi um dos 12 filhos de Jac. Foi invejado pelos irmos que o venderam por 20 moedas de prata. Jesus foi vendido por 30 moedas. Jos foi tirado da casa de seu pai e foi viver no Egito como servo. Jesus tambm deixou a casa do Pai celestial e veio ao mundo em forma de servo (Filipenses 2:7). Jos foi o meio de salvao para o Egito e para sua prpria famlia no tempo da fome. Da mesma forma, Jesus o nico meio de salvao para a humanidade. Ele o po para a fome espiritual. Em Gnesis, Jos o tipo mais evidente de Cristo. O prprio Fara lhe deu o nome de Zafenate Pania, que significa "Salvador do Mundo". A ento, ele foi elevado posio de governador do Egito. Assim como Jesus foi exaltado pelo Pai e recebeu um nome que sobre todo nome, passando a ter todo o poder nos cus e na terra (Filipenses 2:9; Mateus 28:18). Jos comprou para Fara toda a terra do Egito. Jesus comprou com o seu sangue todos aqueles que sero salvos. "Porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda a tribo, e lngua ,e povo e nao." (Apocalipse 5:9).

f) Isaque. A cena de Abrao levando Isaque, seu nico filho, para ser sacrificado, nos lembra que Deus entregou seu filho unignito, Jesus, para ser morto em sacrifcio. Isaque aceitou

resignadamente a deciso de seu pai e carregou a lenha que serviria para queim-lo. Jesus aceitou seu sacrifcio e carregou a prpria cruz. Ambos subiram um monte para serem mortos. A diferena se d no desfecho das histrias. Isaque foi poupado. Jesus foi morto de fato.

g) O carneiro que substituiu Isaque no holocausto. Quando Abrao ia sacrificar Isaque, Deus no o permitiu. Ao levantar seus olhos, Abrao viu um carneiro embaraado pelos chifres. Tomou-o e o sacrificou em lugar de seu filho (Gnesis 22:13). Conforme o texto nos mostra, o carneiro foi providenciado por Deus para que Isaque fosse poupado e, ainda assim, o sacrifcio fosse realizado.

A justia divina exige que todo pecado tenha a devida punio. O sacrifcio pelo pecado da humanidade no poderia deixar de ser efetuado. Todos ns morreramos eternamente em

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conseqncia do nosso pecado. Entretanto, a providncia divina preparou um cordeiro, Jesus, que foi morto em nosso lugar a fim de nos dar a vida eterna (Joo 1:29).

h) Melquisedeque. Este era rei de Salm e sacerdote do Deus Altssimo. O escritor da carta aos Hebreus traa uma analogia entre Melquisedeque e Cristo. O paralelo se faz em torno da questo do sacerdcio de ambos e principalmente pelo fato de que nem um nem outro pertencia tribo de Levi, que ainda no existia e de onde, deveriam, segundo a lei, vir os sacerdotes. Alm disso, a omisso sobre origem, genealogia e morte de Melquisedeque, d uma impresso de eternidade do personagem, relacionando-o, assim, eternidade de Cristo. Melquisedeque era rei de Salm, que era o antigo nome de Jerusalm. Jesus o Rei dos reis e a sede do seu governo ser a Nova Jerusalm. Melquisedeque ofereceu a Abrao po e vinho. Jesus ofereceu aos discpulos po e vinho quando instituiu a ceia.

8. OS OFCIOS DE CRISTO Os trs cargos mais importantes que poderiam existir para o povo de Israel no Antigo Testamento eram: o profeta, o sacerdote e o rei. O profeta falava as palavras de Deus ao povo. O sacerdote oferecia sacrifcios ,oraes e louvores a Deus em favor do povo. O rei governava o povo como representante de Deus. Esses trs ofcios prefiguravam a prpria obra de Cristo de varias maneiras. Cristo preenche esses trs ofcios do seguintes modos: como profeta Ele revela Deus a ns e transmite-nos a palavra de Deus. Como sacerdote ele tanto oferece a Deus um sacrifcio em nosso favor quanto Ele mesmo o sacrifcio oferecido. Como rei Ele governa a Igreja e o prprio universo.

a) Cristo como profeta. Ministrio exercido no passado. O propsito desse ministrio era o de revelar e apresentar Deus ante os homens. Para isso sabia dos segredos, problemas e necessidades (do passado, do presente, e do futuro). Comeou a exerc-lo plenamente no batismo e terminou na ascenso. Este ministrio foi previsto por Moiss Deuteronmio 18:18-19 (cf. Joo 1:21), e reconhecido pela samaritana (Joo 4:19); pelos galileus (Lucas 7:16); pelo povo de Jerusalm (Mateus 21:11; Joo 7:40); pelos seus inimigos (Lucas 22:64); pelos discpulos de Emas (Lucas 24:19).

b) Cristo como sacerdote. Ministrio exercido no presente. O propsito desse ministrio o de interceder pelo homem e represent-lo homem ante Deus. Comeou a exerc-lo na ascenso e terminar na sua segunda vinda. Para ser sacerdote, Jesus foi tomado entre os homem, foi aperfeioado pelo sofrimento, empatiza conosco quando somos provados, tem compaixo por ns, foi escolhido por Deus, foi consagrado a Deus. Como sacerdote, Jesus ofereceu a Si mesmo como sacrifcio, intercedeu e intercede pelo Seu povo e abenoa Seu povo.

c) Cristo como rei. Ministrio a ser exercido no futuro. O propsito desse ministrio ser o de reinar por e para Deus. Comear a exerc-lo na sua segunda vinda e durar por toda eternidade. Para ser Rei, Jesus veio da tribo de Jud, e da semente de Davi. Como rei, Jesus reinar pessoal-onipotente-oniscientemente, trazendo universais paz e justia.

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9. A APRESENTAO DE CRISTO EM CADA LIVRO DA BBLIA Jesus, apesar de ser narrada sua apario s no Novo Testamento, o tema central da Bblia. O Antigo Testamento predisse a vinda de grande e maravilhoso Rei da Linhagem da famlia de Davi, o qual governaria e abenoaria o mundo inteiro. No Antigo Testamento Ele aquele que havia de vir para salvar o mundo, e no Novo Testamento Ele o que veio para morrer para nos salvar e O que vir outra vez para trazer julgamento aos que no creram nele e levar para o Pai os que se fizeram Seus seguidores. Em cada livro da Bblia encontramos Jesus tipificado ou profetizado, como segue:

Em Gnesis Jesus o Cordeiro no altar de Abrao. Em xodo o cordeiro da Pscoa. Em Levtico ele o sumo sacerdote. Em Nmeros ele a nuvem durante o dia e a coluna de fogo durante a noite. Em Deuteronmio ele a cidade de nosso refgio. Em Josu, ele o tecido vermelho na janela de Raabe. Em Juzes ele o nosso Juiz. Em Ruth ele o nosso parente redentor. Em I e II Samuel ele o nosso profeta confivel. Nos livros de Reis e Crnicas o nosso soberano. Em Esdras ele o nosso escriba fiel. Em Neemias o reconstrutor de tudo que est destrudo. Em Ester ele Mordecai assentado fielmente no porto. Em J ele o nosso redentor que vive para sempre. Em Salmos ele o meu pastor e nada me faltar. Em Provrbios e Eclesiastes ele nossa sabedoria. Em Cantares ele o belo noivo. Em Isaias ele o servo sofredor. Em Jeremias e Lamentaes Jesus o profeta que chora. Em Ezequiel ele o maravilhoso homem de quatro faces. Em Daniel ele o quarto homem na fornalha. Em Osias ele o amor sempre fiel. Em Joel ele nos batiza com o Esprito Santo e com fogo. Em Ams ele leva nossos fardos. Em Obadias nosso salvador. Em Jonas ele o grande missionrio que leva ao mundo a palavra de Deus. Em Miquias ele o mensageiro dos ps formosos. Em Naum ele o vingador. Em Habacuque ele a sentinela orando sempre pelo reavivamento. Em Sofonias ele o Senhor poderoso para salvar. Em Ageu ele o restaurador de nossa herana perdida. Em Zacarias a nossa fonte. Em Malaquias ele o filho da justia com a cura em suas asas. Em Mateus ele o Cristo o filho do Deus vivo. Em Marcos ele o operador de milagres. Em Lucas ele o filho do homem. Em Joo ele a porta pela qual todos devem passar. Em Atos a luz brilhante que aparece a Saulo no caminho de Damasco. Em Romanos a nossa justificao. Em Corntios nossa ressurreio e o que leva os nossos pecados. Em Glatas ele nos redime da lei. Em Efsios ele nossa riqueza insondvel. Em Filipenses ele supre todas as nossas necessidades.

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Em Colossenses ele a plenitude do Deus encarnado. Em Tessalonicenses ele o nosso Rei que vir. Em Timteo ele o nosso mediador entre Deus e os homens. Em Tito ele nossa bendita esperana. Em Filemon ele o amigo mais chegado que um irmo. Em Hebreus ele o sangue do pacto eterno. Em Tiago ele o Senhor que cura o doente. Em Pedro ele o pastor principal. Nos livros de Joo Jesus que tem a ternura do amor. Em Judas ele o Senhor que vem com milhares de santos. E em Apocalipse, a igreja conclamada a levantar os olhos, pois chegada sua redeno. 10. A NECESSIDADE DA ENCARNAO DE CRISTO Como aprendemos anteriormente, Jesus Cristo completa e totalmente Deus, e completa e totalmente homem; sem perda dessas naturezas, nem formao de nova natureza. Por isso, Ele pode ter a aparncia de fraco, sendo onipotente; aparentar-se finito, sendo infinito; ter de crescer em conhecimento, sendo onisciente; precisar ser localizado, sendo onipresente. A personalidade do Cristo reside na Sua natureza divina e no na humana, porque ao Verbo no foi adicionada uma pessoa humana, mas sim uma natureza humana. O Salvador simultaneamente tinha que ser:

a) da raa humana, para representar-nos, substituir-nos vicariamente (e, assim, os benefcios da Sua morte aplicarem-se a ns);

b) divino, para Sua morte ter valor infinito e salvar a tantos homens.

H diversas razes pelas quais Jesus tinha de ser plenamente homem para exercer as suas funes messinicas e conquistar a nossa salvao. Dentre essas razes podemos citar:

a) Para exercer a obedincia representativa. Ado serviu como nosso representante no jardim do den e, mediante sua desobedincia, Deus considerou-nos culpados tambm. De modo semelhante, Jesus foi nosso representante e obedeceu por ns onde Ado havia desobedecido e falhado (1 Corntios 15:45-47);

b) Para oferecer um sacrifcio substitutivo. Se Jesus no tivesse sido um homem, no poderia ter morrido em nosso lugar e no poderia ter pago a penalidade que nos era devida (Hebreus 2:17).

Alm disso houve a necessidade da encarnao ser virginal porque a primeira clula do corpo do homem, e, portanto toda sua natureza humana, vem metade da semente do homem, metade da semente da mulher, a natureza pecaminosa natureza sendo herdada da semente do homem (Romanos 5:12); portanto, a humanidade do corpo que o Verbo eterno ganhou (Joo 1:12) podia vir metade de me pecadora, mas a outra metade tinha que vir por gerao miraculosa realizada por Deus, sem contribuio de homem.

Passou a existir, ento, uma perpetuidade da encarnao. Depois dela, Jesus Cristo sempre ter Seu corpo (que, depois da ressurreio, passou a ser corpo glorificado, para sempre). Depois da

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ressurreio, Ele tinha a aparncia de um homem (Joo 20:15; 21:4-5). Hoje, est no cu como homem (1Timteo 2:5), voltar como homem (Mateus 16:27-28; 25:31; 26:64-65) e julgar como homem (Atos 17:31).

11. AS FINALIDADES DA ENCARNAO DE CRISTO H diversas finalidades pelas quais Deus se fez homem na pessoa do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Dentre elas podemos citar as seguintes:

a) Para confirmar as promessas de Deus. Ele se fez homem para confirmar as promessas feitas aos pais e para mostrar misericrdia para com os gentios (Romanos 15:8-9);

b) Para revelar o Pai. No Antigo Testamento, Deus revelado como Criador e Governador (Salmo 103:13); Cristo acrescentou a esta a revelao de Deus como Pai (Mateus 6:8; Joo 14:9; Joo 16:27);

c) Para se tornar um fiel Sumo Sacerdote. Ele veio para se qualificar para agir como um fiel Sumo Sacerdote. O livro de Hebreus ensina que os sumo sacerdotes eram tirados dentre os homens para que pudessem fielmente representar os homens (Hebreus 5:1-2), e nos diz de igual modo que Cristo foi tirado dentre os homens e pelas mesmas razes (Hebreus 5:4-5);

d) Para aniquilar o pecado. Ele veio para aniquilar o pecado pelo sacrifcio de Si mesmo (Hebreus 9:26b; cf. Marcos 10:45; 1 Joo 3:5).

e) Para destruir as obras do diabo. Ele veio para destruir as obras do diabo (I Joo 3:8). A vinda de Cristo, particularmente Sua obra na cruz, trouxe derrota a Satans (Joo 12:31; Joo 14:30);

f) Para nos dar um exemplo de uma vida santa. Apesar de no encontrarmos este propsito definido com essas palavras em parte alguma, est no entanto, subentendido em muitas referncias (1 Corntios 11:1; 1 Pedro 2:21);

g) Para preparar o segundo advento. Lemos que: assim tambm Cristo, oferecendo-se uma s vez para levar os pecados de muitos, aparecer segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvao. (Hebreus 9:28).

12. ETIMOLOGIA DOS PRINCIPAIS NOMES DE CRISTO

O nome Jesus uma adaptao para o Portugus de um nome hebraico que aparece na Bblia em duas

formas: vuuHhw (yehoshh) e hvHy (yeshh). hvHy (yeshh) uma forma abreviada do nome

vuuHhw (yehoshh) e passou a ser utilizada pelos hebreus no perodo ps-exlico, aps a nao de Israel ter retornado do cativeiro na Babilnia.

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O nome vuuHhw (yehoshh) foi adaptado para o Portugus como Josu, e o nome do auxiliar de Moiss, que aps a morte de Moiss, tornou-se o lder do povo de Israel, e conduziu o povo na conquista da Terra de Cana.

O nome hvHy (yeshh) uma forma abreviada do nome vuuHhw (yehoshh), sendo que um mesmo

homem chamado na Bblia, ora pelo nome vuuHhw (yehoshh), ora pelo nome hvHy (yeshh). Este homem era o sumo sacerdote na poca de Zorobabel. Nos livros dos profetas Ageu e Zacarias, ele

chamado de vuuHhw (yehoshh), que na verso em Portugus aparece como Josu (Ageu 1:1 e

Zacarias 3:1), e nos livros de Esdras e Neemias, ele chamado de hvHy (yeshh), que na verso em lngua portuguesa aparece como Jesu (Esdras 3:2; 5:2 e Neemias 7:7).

Tanto o nome vuuHhw (yehoshh) quanto o nome hvHy (yeshh) foram adaptados para o grego como upsC (Iesus). Na traduo do Antigo Testamento em grego, chamada Septuaginta, feita no sculo III A.C., o nome vuuHhw (yehoshh) aparece como upsC (Iesus), e o nome hvHy (yeshh) tambm aparece como upsC (Iesus). Da que veio a forma Jesus, que usada nas tradues da Bblia para o Portugus.

vuuHhw (yehoshh) significa Yahweh salva. hvHy (yeshh) tambm tem este mesmo significado. Josu, Jesu e Jesus so o mesmo nome, em trs diferentes adaptaes para a lngua portuguesa.

Existem pessoas que dizem que muito importante pronunciar o nome de Jesus como vuuHhw

(yehoshh), ou como hvHy (yeshh), mas, na realidade, tanto faz falar vuuHhw (yehoshh), ou

hvHy (yeshh), ou Jesus, pois de qualquer forma o mesmo nome.

Alguns dizem que nomes prprios no se traduzem. Realmente, nomes prprios no so traduzidos, mas muitas vezes so adaptados para outras lnguas, pois existem certos fonemas (sons) que existem em certa lngua, mas no existem em outras lnguas. Por exemplo: em hebraico existe uma letra,

chamada ayin (v), cujo som no existe na lngua portuguesa. Tambm no existe em Portugus palavra terminada em consoante que no seja l, m, r, s ou z. Por isso necessrio fazer uma adaptao de alguns nomes de uma lngua para outra, mesmo porque, sem esta adaptao se torna muito difcil pronunciar certos nomes. Principalmente os nomes de pessoas importantes so adaptados para outras lnguas. Por exemplo, o reformador alemo Martin Luther conhecido no Brasil como Martinho Lutero. Outro exemplo: o nome do imperador Carolus Magnus foi adaptado para o portugus como Carlos Magno, e para o francs como Charlemagne, e para o alemo como Karl der Grosse.

Resolvidos os problemas que envolve as transliteraes e adaptaes de nomes de uma lngua para outra, segue abaixo a etimologia dos principais nomes de Cristo:

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a) Yeshuah. Do hebraico hvHy (yeshh = salvao, Yahweh salva). O termo se refere quele que traz salvao da injustia por meio de expediente divinamente designado. Sua equivalncia em Portugus seria Josu.

b) Jesus. Do grego upsC (Iesus = salvao, Yahweh salva). uma transliterao da palavra hebraica, (Josu), que significa Yahweh salvao, ou seja, o Salvador, nome comum entre os judeus.

c) Messias. Do hebraico xyiHm (mshah = ungido). Esse termo era aplicado aos sacerdotes que eram ungidos com o leo santo, particularmente o sumo sacerdote (Levtico 4:3,5,16). Refere-se quele que recebe o Esprito Santo que o capacita a fazer uma tarefa designada.

d) Cristo. Do grego (christs = ungido). Traduz, na LXX (Septuaginta, a traduo grega do Antigo Testamento), a palavra hebraica axyiHm (mshah).

Observao: Nas epstolas de Tiago, Pedro, Joo e Judas, homens que acompanharam o Senhor nos dias de sua epifania, Jesus Cristo a ordem invarivel no Nome e do Ttulo, pois estas eram a ordem das experincias que tiveram. Mas Paulo veio a conhec-lo primeiro na glria do cu, e, portanto, sendo sua experincia contrria dos outros, na maioria das vezes utilizava a ordem inversa Cristo Jesus. Portanto, Jesus Cristo descreve o menosprezado e rejeitado, aquele que foi glorificado depois (Filipenses 2:11), e d testemunho de Sua ressurreio. Cristo Jesus sugere Sua graa, Jesus Cristo lembra sua glria.

e) Filho do homem. Do hebraico d'-Gb (Ben-Adam = filho-homem). Em vrias passagens da Bblia vemos Jesus aplicando a Si prprio o qualificativo Filho do homem (Mateus 17:22; Marcos 9:6). Esse ttulo usado 84 vezes nos quatro evangelhos, mas somente por Jesus e somente para falar de si prprio. No restante do Novo Testamento, a expresso o Filho do homem (com o artigo definido o) usada somente uma vez, em Atos 7:56, quando Estevo se refere a Cristo corno o Filho do homem. Esse termo singular tem seu pano de fundo na viso de Daniel, quando Daniel viu algum semelhante a um filho de homem que se aproximou do ancio e a quem foram dados autoridade, glria e o reino; todos os povos, naes e homens de todas as lnguas o adoraram. Seu domnio um domnio eterno que no acabar, e seu reino jamais ser destrudo (Daniel 7:13-14). admirvel que esse filho do homem tenha vindo com as nuvens dos cus (Daniel 7:13). Essa passagem fala claramente de algum que possua origem celestial e a quem foi dado domnio eterno sobre todos os povos. O sumo sacerdote entendeu muito bem quando Jesus disse: Chegar o dia em que vereis o Filho do homem assentado a direita do Poderoso e vindo sobre as nuvens do cu. (Mateus 26:64). A referncia a Daniel 7:13-14 inconfundvel, e o sumo sacerdote e seus compa-nheiros sabiam que Jesus estava afirmando ser o eterno governante do mundo, de origem celestial, referido na viso de Daniel. Imediatamente eles disseram: Ento o sumo sacerdote rasgou as suas

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vestes, dizendo: Blasfemou; para que precisamos ainda de testemunhas? Eis que agora acabais de ouvir a sua blasfmia. Que vos parece? Responderam eles: ru de morte. Ento uns lhe cuspiram no rosto e lhe deram socos; e outros o esbofetearam, dizendo: Profetiza-nos, Cristo, quem foi que te bateu? (Mateus 26:65-68).

Alm disso, Jesus tambm usava a expresso filho do homem para no ter que declarar antecipadamente quem ele era, pois, caso o fizesse, anteciparia a sua morte que poderia ocorrer antes do trmino do seu ministrio terrestre:

Tendo Jesus chegado s regies de Cesaria de Felipe, interrogou os seus discpulos, dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do homem? Responderam eles: Uns dizem que Joo, o Batista; outros, Elias; outros, Jeremias, ou algum dos profetas. Mas vs, perguntou-lhes Jesus, quem dizeis que eu sou? Respondeu-lhe Simo Pedro: Tu s o Cristo, o Filho do Deus vivo. Disse-lhe Jesus: Bem-aventurado s tu, Simo Barjonas, porque no foi carne e sangue que to revelou, mas meu Pai, que est nos cus. ... Ento ordenou aos discpulos que a ningum dissessem que ele era o Cristo. (Mateus 16:13-17,20)

Ao pr do sol, todos os que tinham enfermos de vrias doenas lhos traziam; e ele punha as mos sobre cada um deles e os curava. Tambm de muitos saam demnios, gritando e dizendo: Tu s o Filho de Deus. Ele, porm, os repreendia, e no os deixava falar; pois sabiam que ele era o Cristo. (Lucas 4:40-41)

E levantando-se toda a multido deles, conduziram Jesus a Pilatos. E comearam a acus-lo, dizendo: Achamos este homem pervertendo a nossa nao, proibindo dar o tributo a Csar, e dizendo ser ele mesmo Cristo, rei. Pilatos, pois, perguntou-lhe: s tu o rei dos judeus? Respondeu-lhe Jesus: como dizes. Ento disse Pilatos aos principais sacerdotes, e s multides: No acho culpa alguma neste homem. Eles, porm, insistiam ainda mais, dizendo: Alvoroa o povo ensinando por toda a Judia, comeando desde a Galilia at aqui. (Lucas 23:1-5)

13. O TERMO SENHOR

Como aprendemos anteriormente, lE' (El) e (Thes) so, respectivamente, as expresses hebraicas e gregas para a palavra Deus. Aprendemos tambm que os judeus, por questo de reverncia, substituem o nome de Deus que howhy (Yahweh) por yonya' (Adonay = o Senhor ou meu

Senhor). Essa expresso diferente do termo d' (adon) que significa simplesmente senhor. Na

LXX (Septuaginta, a traduo grega do Antigo Testamento), o nome howhy (Yahweh) e yonya' (Adonay) foram traduzidos como upsA (krios = Senhor) 6.814 vezes. Portanto, qualquer leitor de fala grega no tempo do Novo Testamento que possusse algum conhecimento do Antigo Testamento em grego teria reconhecido que, nos contextos onde fosse apropriado, a palavra Senhor era o nome do criador e sustentador dos cus e da terra. Em nossas Bblias traduzidas para a lngua portuguesa h uma grande diferena entre as expresses SENHOR, Senhor e senhor.

Os escritores do Novo Testamento atribuem o termo upsA (krios) a Jesus. Embora seja quase certo que o termo possa ser usado sem nenhuma conotao cristolgica mais elevada, h vrias consideraes que levam a crer que significa divindade quando aplicada a Jesus.

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Jesus tambm se identifica como o Senhor soberano do Antigo Testamento quando pergunta aos fariseus, sobre Salmo 110:1 que diz: Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te minha direita, at que eu ponha os teus inimigos por escabelo dos teus ps. (cf. Mateus 22:44). A fora dessa afirmao que Deus Pai disse a Deus Filho (o Senhor de Davi): senta-te minha direita.... Os fariseus sabiam que Ele estava falando a respeito de si prprio e identificando-se como algum digno do ttulo upsA (krios), muito prprio do Antigo Testamento. Alm disso, vrias referncias neotestamentrias a Jesus como Senhor so citaes de textos do Antigo Testamento que empregam um dos nomes hebraicos para Deus, exemplos: Atos 2:20-21 e Romanos 10:13 (cf. Joel 2:31-32); 1 Pedro 3:15 (cf. Isaas 8:13). Essas referncias deixam claro que os apstolos quiseram dar a Jesus o ttulo de Senhor em seu sentido mximo. Por fim, upsA (krios) usado no Novo Testamento para designar tanto o Deus Pai como Jesus.

Quando Jesus referido como Senhor exaltado, de tal modo identificado com Deus que h uma ambigidade em algumas passagens, no se sabendo se tratam do Pai ou do Filho (Atos 1:24; 2:47; 8:39; 9:31; 11:21; 13:10-12; 16:14; 20:19; 21:14; Romanos 14:11). Especialmente para os judeus, o termo upsA (krios) dava a entender que Cristo era igual ao Pai.

O uso do termo upsA (krios) visto muitas vezes nas epstolas paulinas, onde o Senhor o nome comum para se referir a Cristo. Paulo diz: todavia para ns h um s Deus, o Pai, de quem so todas as coisas e para quem ns vivemos; e um s Senhor, Jesus Cristo, pelo qual existem todas as coisas, e por ele ns tambm. (1 Corntios 8:6; cf. 12:3).

14. BIBLIOGRAFIA

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