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Centro Universitário Padre Anchieta – Engenharia de Métodos e Produtividade - Prof. Ms. Antonio dos Santos ENGENHARIA DE MÉTODOS E PRODUTIVIDADE MÓDULO – 3 5. MEDIDA DOS TEMPOS DOS MÉTODOS (MTM) A medida do tempo dos métodos é um procedimento para aperfeiçoar os métodos e estabelecer os tempos padrões de produção como resultado de observar , classificar e anotar os movimentos empregados ou requeridos para executar uma dada operação e aplicar os tempos normais predeterminados. O sistema MTM identifica inicialmente os micromovimentos que um operador executa para fazer a operação. Para cada micromovimento foram determinados tempos em função da distância e do grau de dificuldade do movimento, que se encontram tabelados. O tempo padrão é obtido somando-se os tempos de todos os micromovimentos 5. 1 Aplicabilidade Estabelecer tempos padrões Treinamento de pessoal Investigação - métodos e ritmo de trabalho Melhoria dos métodos existentes Estudo do tempo e do método em fase de projeto. Outras. 5.2 Procedimento (Tabelas de Movimentos) a) Selecionar a operação a ser estudada b) Observar a realização da operação (ou filmar) identificando e anotando todos os micromovimentos, e caracterizá-los de acordo com o grau de dificuldade. c) Medir as distâncias d) Selecionar os valores de tempos nas tabelas respectivas e) Somar os tempos. Aplicar as tolerâncias e obter o tempo padrão. Centro Universitário Padre Anchieta - Engenharia de Métodos e Produtividade - Prof. Ms. Antonio dos Santos 1

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ENGENHARIA DE MÉTODOS E PRODUTIVIDADEMÓDULO – 3

5. MEDIDA DOS TEMPOS DOS MÉTODOS (MTM)

A medida do tempo dos métodos é um procedimento para aperfeiçoar os métodos e estabelecer os tempos padrões de produção como resultado de observar, classificar e anotar os movimentos empregados ou requeridos para executar uma dada operação e aplicar os tempos normais predeterminados.

O sistema MTM identifica inicialmente os micromovimentos que um operador executa para fazer a operação. Para cada micromovimento foram determinados tempos em função da distância e do grau de dificuldade do movimento, que se encontram tabelados. O tempo padrão é obtido somando-se os tempos de todos os micromovimentos

5. 1 Aplicabilidade

Estabelecer tempos padrões Treinamento de pessoal Investigação - métodos e ritmo de trabalho Melhoria dos métodos existentes Estudo do tempo e do método em fase de projeto. Outras.

5.2 Procedimento (Tabelas de Movimentos)

a) Selecionar a operação a ser estudadab) Observar a realização da operação (ou filmar) identificando e anotando todos os micromovimentos, e caracterizá-los de acordo com o grau de dificuldade.c) Medir as distânciasd) Selecionar os valores de tempos nas tabelas respectivase) Somar os tempos. Aplicar as tolerâncias e obter o tempo padrão.

O sistema MTM classifica os micromovimentos em tabelas como a seguir:

Tabela 1 - Alcançar“ 2 - Movimentar“ 3 - Girar e Aplicar Pressão“ 4 - Agarrar“ 5 - Soltar“ 6 - Posicionar“ 7 - Desmontar“ 8 - Movimentos do Corpo, Perna e Pés“ 9 - Tempo de Movimentação do Olhos e Focalização“ 10 - Movimento de Manivela

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A unidade dos tempos para micro movimento é o TMU (Unidade de Medida do Tempo)

Um TMU = 0.0006 min – Ex 425 TMU = 425 x 0,0006 = 0,255 min

ALCANÇAR ( R )

Alcançar é o movimento básico manual realizado com o fim predominante de transportar a mão ou os dedos a um destino ou situação geral.

Variáveis:a) Grau de controle (Casos)b) Tipo de movimento (mão em movimento)c) Distância (em milímetros)

Tipo de Movimento:

Movimento Tipo I: A mão está em repouso no início e no fim do movimento.

Velocidade R - A

Distância

Movimento Tipo II: A mão está em movimento no início ou no fim.

m R – A R – A m

Movimento Tipo III: A mão está em movimento no início e no fim.

m R – A m

Exemplo: Caso A - Distância = 200 mmMovimento Tipo I - R 200 A = 7,9 tmuMovimento Tipo II - m R 200 A ou R 200 A m = 6,5 tmuMovimento Tipo III – m R 200 A m = 5,1 tmu (7,9 – 6,5 = 1,4) (6,5 – 1,4 = 5,1)

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Movimento Tipo II – Casos C, D e E As diferenças entre o Tipo I e Tipo II para os casos C, D e E, são as mesmas do Caso B

Exemplo: m R 300 E (ou R 300 E m )Diferença do Caso B (12,9 – 10,1 = 2,8) m R 300 E = 9 tmu (11,8 – 2,8)

Movimento Tipo III - Casos C e DNão existe, pois este movimento requer precisão no final.

Movimento Tipo III – Caso EDeduz o dobro da diferença do Tipo II (2,8 x 2 = 5,6)

m R 300 E m = 6,2 tmu (11,8 – 5,6)

Distância : É a variável que exerce o maior efeito no tempo de realização do movimento. É

determinada medindo-se o curso da mão. No uso da tabela, para medidas intermediárias aplica-se a proporcionalidade.

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MOVIMENTAR ( M )

Movimentar é o movimento básico manual realizado com o fim predominante de transportar um objeto a um destino.

Variáveis:a) (Grau de controle (Casos A, B e C)).b) Tipo de movimento (iguais ao do Alcançar)d) Distânciae) Peso ou Resistência - Fator (dinâmico) - Constante (estático)

Exemplo: M 200 B 5 (Distância 200mm, Caso B, 5 Kg.)1) Verificar M 200 B = 10,62) Verificar valor do componente dinâmico – fator para 5 Kg. = 1,113) Verificar valor do componente estático – constante tmu = 3,94) Multiplicar o valor de M 200 B (10,6) pelo valor do componente dinâmico (1,11) e somar o valor do componente estático (3,9).M 200 B = 15,67 tmu [(10,6 x 1,11) + 3,9]

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Movimentos Tipo II – Casos A e CAplicar a mesma diferença do Caso BPode ocorrer m M–A ou M–A m ou m M–C (M-C m não ocorre – precisão no

final do movimento)

Movimentos Tipo III – Casos A e BAplicar o mesmo procedimento usado no Alcançar

Movimentar Tipo III - Caso C não ocorre (precisão no final)_______________________________________________________________

GIRAR ( T )

Girar é o movimento básico manual empregado para girar a mão vazia ou com carga, por um movimento de rotação da mão, pulso e antebraço ao redor do eixo maior do antebraço.

Variáveis:Embora o grau de controle (casos) e tipo de movimento possam teoricamente

ocorrer as variáveis consideradas são:a) Distância (grau de giro)b) Resistência (Peso)

Exemplos de Representação:T 90 - Girar 90o mão vaziaT 90 s- Girar 90o com objeto pequenoT 90 m - Girar 90o com objeto grande

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APLICAR PRESSÃO ( AP )

È a ação empregada para exercer uma força adicional necessária para vencer os efeitos de uma resistência demais elevada, para ser vencida por um mover ou um girar.

Aplicar pressão é caraterizado por:

a) uma pequena pausa ou hesitação

b) a tensão dos músculos do operador

Casos de Aplicar Pressão

Caso 1 – AP1 – há uma reorientação ou ajustamento do membro do corpo, para evitar o desconforto ou ação prejudicial. É o ajuste preliminar dos músculos para apertar ou forçar um objeto.

Caso 2 – AP2 – é o mesmo que o AP1, exceto que o ajuste preliminar dos músculos não é exigido.

Exemplos:

O aperto final de um parafuso com uma chave de fenda

Pressionar uma rolha na boca da garrafa

Pressionar um botão de controle de uma máquina

..............................................................................................................................

AGARRAR ( G )

Agarrar é o movimento básico manual empregado quando o fim predominante é assegurar o controle suficiente de um ou mais objetos, com os dedos ou com a mão, para permitir a execução do movimento seguinte.

Variável:Grau de Controle (cinco casos conforme tabela).

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______________________________________________________________

SOLTAR ( RL )É o movimento básico manual empregado para perder o controle de um objeto

pelos dedos ou pela mão.

Variável:Grau de Controle (casos) - RL1 – Soltar normal RL2 – Soltar o contato

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POSICIONAR ( P )

Posicionar é o movimento básico manual empregado para alinhar, orientar e encaixar um objeto com outro, sendo que os movimentos empregados são tão pequenos que não justifica classificações como outros movimentos básicos.

Variáveis:a) Ajuste b) Simetria c) Manuseio

1 – Frouxo S = Simétrico E – Fácil2 – Justo SS = Semi – simétrico (Girar 45o) D - Difícil3 – Exato NS = Não simétrico (Girar 75o)

__________________________________________________________________

DESMONTAR ( D )

Desmontar é o movimento básico manual realizado para separar objetos, e está caracterizado por um movimento involuntário ocasionado por um fim brusco de resistência.

Variáveis:

a) Ajuste b) Manuseio1 – Frouxo Fácil (E)2 – Justo Difícil (D)3 - Apertado

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___________________________________________________________________________ MOVIMENTOS DO CORPO, PERNA E PÉS

1- AndarÉ o movimento do corpo para frente ou para trás, realizado por passos alternados.

W - P (por passo) W – FT (por pé) W – M ( por metro – 17.3 tmu )

2 – Passo LateralÉ o movimento lateral do corpo sem rotação, realizado por um ou dois passos.Casos - SS-C1 e SSC2

3 – Girar o corpoÉ o movimento rotacional do corpo realizado por um ou dois passos.Casos - TBC1 e TBC2

4 – Movimento do PéCompreende o movimento que o pé faz para cima ou para baixo, utilizando o

calcanhar ou o arco do pé como pontos de apoio, com o fim predominante de recolocar o pé ou o objeto em contato com ele, exercendo ou não pressão.

Pressionar um pedal é um movimento do pé, e em seguida o retorno é outro movimento do pé. Casos: FM, FMP

5 – Movimento de PernaÉ o movimento da parte inferior da perna ou da perna inteira, em que o joelho e o

quadril servem como pontos de apoio.Caso - LM

6 – Curvar-se ( B )É o movimento de flexão do tronco em torno do quadril que permite as mãos

chegarem à altura dos joelhos. Retorno ( AB )

7 – Agachar-se ( S )É o movimento de flexão do corpo em torno do quadril, e joelhos, que permite

as mãos chegarem até as proximidades do solo. Retorno ( AS )

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8 – Ajoelhar-se sobre um joelho (KOK)É o movimento que começa com o baixar do corpo e termina quando um joelho toca

o solo. Retorno (AKOK )

9 – Ajoelhar-se sobre os dois joelhos (KBK)É o movimento que começa com o baixar do corpo e termina quando os dois joelhos

tocam o solo. Retorno (AKBK)

10 – Sentar-se (SIT)Sentar-se é o abaixamento do corpo até um assento. Retorno (STD)

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TEMPO DE MOVIMENTAÇÃO DOS OLHOS ( ET )

É o movimento básico visual realizado para mudar o eixo visual de um ponto a outro.

O eixo visual é a linha reta desenhada de um ponto médio entre os olhos até a posição que os olhos focalizam.

Exemplo: Alinhamento de uma régua para dois pontos distanciados entre si.

Há a necessidade de se focalizar um ponto para alinhar uma das extremidades da régua e em seguida transferir o eixo visual até o segundo ponto, para alinhar o outro extremo da régua.

(T é a distância entre os dois pontos de referência)

(D é a distância dos olhos até a régua)

O tempo de movimentação dos olhos deve ser considerado apenas quando ocorre independentemente de outros movimentos.

TEMPO DE FOCALIZAÇÃO ( EF )

Ou Focalizar, é o movimento básico visual e mental de olhar um objeto, o tempo necessário e suficiente para determinar certas características de fácil distinção, dentro de uma área que se pode ver sem desviar os olhos.

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MOVIMENTO DE MANIVELA ( C )

Movimento de manivela é o movimento básico manual, realizado para girar objetos, tais como: manivelas, volantes manuais e semelhantes.

Variáveis:

Tamanho da manivela (diâmetro do curso da mão) Número de revoluções Resistência Método de realização (Contínuo ( C ) ou Intermitente (1C)

Exemplo: 3 – 1C26 – 103 - Número de revoluções1 – Método de realizaçãoC – Manivela26 – diâmetro ( em cm.)10 – resistência (em kg.)

Fórmula para determinação do tempo

T – Tempo por revolução da tabela de movimento de manivelaN – Número de revoluçõesF – Fator para o componente dinâmico da Tabela – MovimentarC – Constante para o componente estático da Tabela - Movimentar

1 – Movimento de manivela contínuo sem resistência

Tempo = ( NT + 5,2 )

2 – Movimento de manivela contínuo com resistência

Tempo = F ( NT + 5,2 ) + C

3 – Movimento de manivela intermitente sem resistência

Tempo = N ( T + 5,2 )

4 – Movimento de manivela intermitente com resistência

Tempo = N [ F ( T + 5,2 ) + C

TABELA No 10 - MOVIMENTO DE MANIVELA

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Diâmetro da Manivela 1 - Primeira Revolução 2 - Revoluções Adicionais (T)( cm ) ( tmu ) ( tmu )

2 13,5 8,3

4 14,4 9,2

6 15,2 10,0

8 15,9 10,7

10 16,0 11,4

12 17,1 11,9

14 17,6 12,4

16 18,1 12,9

18 18,4 13,2

20 18,8 13,6

22 19,1 13,9

24 19,4 14,2

26 19,7 14,5

28 19,9 14,7

30 20,1 14,9

35 20,6 15,4

40 21,1 15,9

45 21,5 16,3

50 21,8 16,6

1 – Equivalente a um movimento Tipo I2 – Equivalente a um movimento Tipo II_______________________________________________________________Movimentos simultâneos e combinados

Ao se efetuar operações industriais, não é desejável empregar só um membro do corpo de cada vez (vide Princípios de Economia de Movimentos), sendo assim quando dois movimentos são realizados ao mesmo tempo, deve-se considerar o maior deles.

5.3 Cálculo do Tempo Padrão

Uma vez determinado os movimentos necessários e anotado os seus respectivos valores em folha apropriada, basta somar os valores. Convém ressaltar que esta somatória resulta no Tempo Total Normalizado, devendo em seguida ser adicionado os tempos suplementares relativos às tolerâncias pessoais, fadiga e atrasos.

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