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APOSTILA DE INTRODUÇÃO À ECONOMIA PROFESSORA: LUCYNEI PEDROSA DE SOUZA
Disciplina: Introdução à Economia - Lucynei Pedrosa de Souza
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2012
Estudantes de Administração, Turismo e Ciências Contábeis!!!
Neste primeiro momento nos deteremos em uma introdução à economia. Não só no estudo
de economia como também em outras disciplinas, a receita contempla os seguintes
ingredientes: Disciplina, disposição, perspectivas futuras, vontade de crescer, determinação,
curiosidade, obstinação e observação.
No mundo globalizado em que vivemos é de suma importância o conhecimento econômico.
Deparamos todos os dias com noticias Econômicas nas rádios, televisão, nos jornais na
internet e outros meios de comunicação. Dentre essas noticias destacam-se:
crise financeira,
inflação
juros
desemprego
taxa de cambio
déficit público
divida externa
Demanda por produtos
Crise do Petróleo etc.
Em suma, todos esses assuntos fazem parte de inúmeras questões estudadas pela ciência
econômica, cuja importância cresce a cada dia para diversas áreas de conhecimento, como
Administração, Ciências Contábeis, Direito, Ciência Política, Matemática, Estatística,
Atividades de comunicação, Engenharias, Meio Ambiente, Turismo etc. (PINHO, 2006)
O objetivo principal dessa disciplina é apresentar a você a ciência econômica mencionando,
de forma simples, conceitos, idéias e teorias que compõem essa ciência. Por meio de uma
linguagem clara, procuramos misturar uma visão teórica com aplicações que estão no seu
dia-a-dia.
Essa apostila contará com 6 unidades
Disciplina: Introdução à Economia - Lucynei Pedrosa de Souza
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A unidade I apresenta conceitos de:
economia,
sistemas econômico,
Curva de possibilidade de produção,
argumentos positivos versus argumentos normativos
inter-relação da economia com outras áreas do conhecimento.
A unidade II promove a discussão sobre:
a ciência econômica do século XXI às suas origens – tendências principais,
a emergência da economia social e do cooperativismo,
o desenvolvimento cientifico da economia do século XXI a 1870,
a criação cientifica da economia de 1869 a 1750,
a fase pré-científica da economia de 1749 às raízes históricas.
A unidade III – apresenta:
metodologia da ciência econômica e o funcionamento do mercado
a metodologia cientifica
principais métodos e técnicas utilizadas em economia.
roteiro básico de um trabalho cientifico
estrutura do trabalho cientifico – estudo de caso
A unidade IV – Discorre sobre:
teoria elementar da demanda
teoria elementar da oferta
o equilíbrio do mercado
Elasticidades
teoria da Firma: considerações preliminares
A teoria da utilidade
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A unidade V – discute a:
estrutura de mercado – determinante das estruturas - concorrência pura e perfeita –
mercados imperfeitos
mercados imperfeitos – monopólio – monopsônio – oligopólio – oligopsônio –
concorrência monopolística
A Unidade VI - estudaremos:
oferta agregada,
demanda agregada e equilíbrio – renda nacional de equilíbrio
outros instrumentos de analise econômicos
o efeito multiplicador
teorema do orçamento equilibrado
hiatos inflacionários e política fiscal pura.
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UNIDADE I
Conceitos fundamentais de economia
1.1 Conceito de Economia
A palavra economia deriva do grego - Etimologicamente, ECONOMIA = oikos (casa)
+ nomos (norma, lei) = administração da casa ou administração da coisa publica.
Atualmente, Economia pode ser definida como a ciência social que estuda a maneira
pela qual os homens decidem empregar recursos produtivos escassos na produção,
no intuito de produzir diferentes bens e serviços e atender as necessidades de
consumo.
"A economia é a ciência que estuda as formas de comportamento humano resultantes
da relação existente entre as ilimitadas necessidades a satisfazer e os recursos que,
embora escassos, se prestam a usos alternativos". Lionel Charles Robbins, Barão
Robbins (1898 - 1984).
Para um melhor entendimento do fenômeno econômico temos que destacar alguns
conceitos relevantes. Tais conceitos são:
recursos
escassez
necessidades
escolha
produção
distribuição
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Em qualquer sociedade, os recursos produtivos ou fatores de produção (
mão de obra, terra, matérias primas etc.) são limitados. Já as necessidades
humanas são ilimitadas, e sempre se renovam, por força do próprio crescimento
populacional e do continuo desejo de elevar o padrão de vida. Nem todos os países
têm recursos necessários para satisfazer as necessidades de sua população.
Encontramos ai o problema da escassez, ou seja, recursos limitados. Lembrando que
as necessidades humanas são ilimitadas.
Devido à escassez de recursos, toda sociedade tem de escolher alternativas de
produção e distribuição.
Ponto central do estudo da Economia “Como alocar recursos produtivos limitados
para satisfazer todas as necessidades da população”.
“Não podemos confundir escassez com pobreza”.
Pobreza significa ter poucos bens
Escassez significa mais desejos do que bens para satisfazê-los, ainda que haja muitos bens.
1.2 Sistema Econômico
Os elementos básicos de um sistema econômico são:
Os estoques de recursos produtivos ou fatores de produção, que incluem os
recursos humanos (trabalho e capacidade empresarial), o capital, a terra, as reservas
naturais e a tecnologia.
O complexo de unidades de produção, constituído pelas empresas;
O conjunto de instituições políticas, jurídicas, econômicas e sociais, que são à base
da organização da sociedade.
Classificados em dois grandes grupos:
O sistema socialista ou de economia centralizada ou planificada; e o
Sistema capitalista ou de economia de mercado.
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1.2.1 As questões econômicas fundamentais
A economia se ocupa das questões relativas à satisfação das necessidades dos
indivíduos e da sociedade.
Necessidade Humana: é a sensação de carência de algo unido ao desejo de satisfazê-
la.
Tipos de necessidades:
Necessidades do individuo
Natural: por exemplo, comer, beber, dormir etc.
Social: decorrente da vida em sociedade; por exemplo, festa de casamento.
Necessidades da sociedade
Coletivas: partem do individuo e passam a ser da Sociedade; por exemplo, o
transporte de ônibus, trens, Vans, metrôs.
Publicas: surgem da mesma sociedade; por exemplo, a ordem pública.
Necessidades vitais ou primarias: destas depende a conservação da vida; por
exemplo, os alimentos.
Necessidades civilizadas ou secundárias: são as que tendem a aumentar o bem-estar
do indivíduo e variam no tempo, segundo o meio cultural, econômicos e sociais em
que se desenvolvem os indivíduos; por exemplo, o turismo.
As necessidades Humanas – a serem satisfeitas através dos consumos dos diversos bens
(alimentos, roupas, casas, carro etc.) e serviços (Odontológicos, médicos, segurança etc.)
Essas necessidades são infinitas e eliminadas.
Recursos Produtivos (Maquinas, fábricas, terras agricultáveis, matérias-primas etc.) à
disposição da sociedade e que são utilizados na produção dos mais diferentes tipos de
produtos – são finitos e limitados, ou seja, é insuficiente para se produzir o volume de bens
e serviços necessários para satisfazer as necessidades de todas as pessoas.
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1.2.2 A QUESTAO DA ORGANIZACAO ECONOMICA - SISTEMAS ECONOMICOS
Como as sociedades resolvem os problemas econômicos fundamentais:
o que e quanto, como e para quem produzir? A resposta depende da forma de organização
econômica.
Existem duas formas principais de organização econômica:
1. Economia de mercado (ou descentralizada, tipo capitalista)
Sistema de concorrência pura (sem interferência do governo)
Sistema de economia mista (com interferência governamental)
2. Economia planificada (ou centralizada, tipo socialista) Num sistema de concorrência pura
ou perfeitamente competitivo, predomina o laissez-faire: milhares de produtores e milhões
de consumidores tem condições de resolver os problemas econômicos fundamentais (o que,
quanto, como e para quem produzir), como que guiados por uma “mão invisível”, sem a
necessidade de intervenção do Estado na atividade econômica.
Isso se torna possível através do chamado mecanismo de preços, que resolve os problemas
econômicos fundamentais e promove o equilíbrio nos vários mercados.
De forma que:
Se houver excesso de oferta (ou escassez de demanda), haverá queda nos preços, ate
atingir o equilíbrio;
Se houver excesso de demanda (ou escassez de oferta), os preços subirão ate buscar
um novo equilíbrio entre a oferta e demanda.
Para satisfação das necessidades, os problemas econômicos fundamentais são resolvidos da
seguinte forma:
Produção → Distribuição → Consumo
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Nesse processo de produção e consumo, surgem e são solucionados muitos
problemas de caráter econômico:
Da escassez dos recursos ou fatores de produção, associadas às necessidades
ilimitadas do homem originam-se as chamadas questões econômicas fundamentais:
o que e quanto Produzir? Surgem diretamente do problema da escassez de recursos
de produção. Ou seja, a sociedade terá que escolher, dentro do leque de possibilidades
limitadas de produção, quais produtos serão produzidos e as respectivas quantidades a ser
fabricada.
como Produzir? Refere-se à necessidade de escolha, por parte da sociedade, da
combinação dos recursos que serão utilizados para a produção de bens e serviços, dado o
nível tecnológico existente.
para quem Produzir? A sociedade terá também de decidir como seus membros
participarão da distribuição dos resultados de sua produção.
O tratamento dessas questões depende da forma de organização econômica. Por
exemplo, em uma economia de mercado, espera-se um maior papel das empresas privadas
na solução dessas questões. Já em economias planificadas, o estado assume toda a
responsabilidade pela resolução delas. Nesse sentido, torna-se fundamental algum
conhecimento da organização ou do sistema econômico.
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1.3 - Curva de possibilidade de produção (ou curva de transformação) – (CPP)
É a fronteira máxima de produção da sociedade, supondo pleno emprego dos
recursos ou dos fatores de produção de que se dispõe em dado momento.
Ex: suponhamos uma economia que só produza máquinas (bens de capital) e
alimentos (bens de consumo) e cujas alternativas de produção sejam as seguintes.
Alternativas de produção Máquinas (milhares de
unidade)
Alimentos (em milhões de
toneladas)
A 0 15
B 3 14
C 4 12
D 5 9
E 6 5
F 7 0
Finalidade: demonstrar o conceito de escassez
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Indica: combinações máximas possíveis de produção de dois bens que podem
ser obtidas quando a economia utiliza todos os seus recursos de diferentes
maneiras.
Na Curva ( pontos I, J, K) : níveis altamente eficientes, significa que todos os
recursos produtivos estão sendo utilizados.
Dentro da Curva (ponto G): subemprego de fatores (capacidade ociosa ), pois a
sociedade poderia aumentar sua produção de alimentos sem reduzir a
produção de automóveis, ou vice-versa.
Fora da Curva (ponto L) : está fora da fronteira. Para atingir este ponto a
Curva tem que se deslocar à direita (níveis mais elevados de produção).
Custo de Oportunidade: mede o valor das oportunidades perdidas em
decorrência da escolha de uma alternativa de produção em lugar de outra
também possível. Conhecido também como custo alternativo, por representar
o custo da produção alternativa sacrificada, ou custo implícito.
Os custos de oportunidade são crescentes, já que quando aumentamos a
produção de um bem, os fatores de produção são transferidos dos outros
produtos tornam-se mais cada vez mais aptos para a nova finalidade, ou seja,
a transferência vai ficando cada vez mais difícil e onerosa e o grau de sacrifício
vai aumentando. Este fato justifica o formato côncavo da curva de
possibilidades de produção: acréscimos iguais na produção dos alimentos
implicam decréscimos cada vez maiores na produção de maquinas.
Deslocamentos da curva de possibilidades de produção.
Pode ser entendido de curto prazo
Essa situação “limite”, entretanto, pode ser superada ao longo do tempo, a partir do
deslocamento da CPP para cima e para direita.
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País esta crescendo e decorrem tanto de elevação na dotação dos fatores de produção
(como o crescimento da força de trabalho qualificada ou incorporações de novas
terras produtivas). Aproveitamento dos recursos existentes. (tecnologia, eficiência
produtiva e organizacional das empresas e aumento no grau de qualidade de Mão
de obra.
1.3 Argumentos positivos versus argumentos normativos
Economia Positiva: tenta descrever a economia como ela é: descritiva: o economista se
comporta como cientista
Economia Normativa: faz afirmações sobre como a economia deveria ser: prescritiva: o
economista se comporta como político
Exemplo. Duas economistas, Maria e Ana
Maria: - Leis que obrigam o pagamento de salário mínimo podem causar desemprego.
(afirmação de economia positiva)
Ana: - O governo deveria aumentar o salário mínimo. (afirmação de economia normativa)
Checamos a validade de afirmações de economia positiva e de economia normativa de forma
diferente:
Economia Positiva: afirmações podem ser confirmadas ou não pela evidência empírica: você
pode, por exemplo, checar a validade da afirmação de Maria analisando dados de alteração
de salário mínimo e alterações do desemprego ao longo do tempo (você estaria se
comportando como cientista e recorrendo à economia positiva)
Economia Normativa: não podemos checar a validade de afirmações normativas recorrendo
apenas a dados: concordar ou não com Ana não é meramente uma questão de ciência:
opiniões políticas também estão envolvidas
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Afirmações de economia positiva e normativa estão relacionadas:
a sua visão de como a economia funciona (economia positiva) influencia a sua visão acerca
de quais políticas econômicas são desejáveis (economia normativa)
Exemplo. Se Maria estiver convencida, por argumentos de economia positiva e pela evidência
empírica, de que o salário mínimo pode causar desemprego, ela irá rejeitar a afirmação
normativa de Ana de que o governo deveria aumentar o salário mínimo
Mas conclusões de economia normativa não necessariamente seguem somente de afirmações
de economia positiva: julgamentos de valor também interferem
A maior parte do seu curso de economia procura explicar como a economia funciona
(economia positiva), mas isso tendo em mente que o objetivo é: melhorar como a economia
funciona - Fonte: Mankiw, Principles of Economics, p. 26 aput, Silva, 2005 -
http://www.angelfire.com/id/SergioDaSilva/positvsnorm.htm
1.4 inter-relação da economia com outras áreas do conhecimento
1.4.1 Economia, Física e Biologia
Concepções organicistas: comportamento da Economia como órgão vivo, por
isso, uso de termos como órgãos, fluxos, circulação, funções.
Concepções mecanicistas: leis da Economia se comporta como determinadas
leis da Física, por isso, uso de termos como equilíbrio, estática, dinâmica,
aceleração, velocidade, força, etc.
1.4.2 Economia, Matemática e Estatística
Matemática: permite escrever resumidamente conceitos importantes,
relações de Economia e analisar economicamente na forma de modelos
analíticos.
Estatística: recorre-se a ela, pois as relações econômicas não são exatas.
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Regularidades da Economia:
consumo nacional depende diretamente da renda nacional;
quantidade demandada de um bem tem uma relação inversamente
proporcional com seu preço, tudo o mais constante;
exportações e importações dependem da taxa de câmbio.
Econometria: área voltada para a quantificação dos modelos.
1.4.3 Economia e Política
Política: fixa instituições sobre as quais se desenvolverão atividades econômicas,
subordinadas ao poder político, mas a estrutura política pode muitas vezes se
subordinar ao poder econômico. Exemplos:
política do café com leite (1930);
poder econômico dos latifundiários;
poder dos oligopólios e monopólios;
poder das corporações estatais;
poder do sistema financeiro.
1.4.4 Economia e História
Pesquisa histórica: facilita a compreensão do presente e ajuda nas
previsões.
Fatos econômicos: afetam o desenrolar da História.
1.4.5 Economia e Geografia
Geografia: permite avaliar fatores úteis à análise econômica como localização
das empresas, posição setorial, etc. - estão relacionadas a ela a economia
urbana, regional, as teorias de localização industrial e a demografia
econômica.
1.4.6 Economia, Moral, Justiça e Filosofia
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Antes do séc. XVIII: atividade econômica era vista como parte da Filosofia,
Moral e Ética.
Unidade II
2.0 A ciência econômica do século XXI às suas origens – tendências principais,
2.1 Introdução
Início da teoria econômica de forma sistematizada a partir da publicação de “A
riqueza das nações” de Adam Smith (1776).
2.1.1 Precursores da teoria econômica
2.1.2 Antiguidade: Aristóteles, Platão e Xenofonte, na Grécia Antiga.
2.1.3 Mercantilismo: séc. XVI nasce primeira escola econômica voltada para a
acumulação de riquezas de uma nação.
2.1.4 Fisiocracia: séc. XVIII nasce a escola de pensamento francesa que coloca que a
terra é a única fonte de riqueza e há uma ordem natural que faz o universo ser regido por leis
naturais, absolutas, imutáveis e universais. (Dr. François Quesnay)
2.1.5 Os clássicos
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Adam Smith: O mercado é como que guiado por uma “mão
invisível”, a partir da livre iniciativa (laissez-faire), do trabalho humano, levando em conta a
produtividade e a proteção à sociedade. Considerado o precursor da teoria econômica. Em
1776, publicou A Riqueza das Nações, um tratado abrangente sobre as questões econômicas
que vão desde aspectos monetários e de preços, ate a distribuição do rendimento da terra, e a
hipótese da mão invisível.
Adam colocou que todos os agentes, em busca de lucrar o máximo, acabam promovendo o
bem-estar de toda a comunidade. E como se uma mão invisível orientasse todas as decisões
da economia. A defesa do mercado como regulador das decisões econômicas de uma nação
traria muitos benefícios, para a coletividade, isso independente da ação do Estado. E o
principio do liberalismo.
David Ricardo: todos os custos se reduzem a custos de trabalho e
mostra como acumulação de capital, acompanhada de aumentos populacionais, provoca
uma elevação da renda. Desenvolve estudos sobre comércio internacional e teoria das
vantagens comparativas, dando origem às correntes neoclássica e marxista. Economista
inglês (4/1772-11/9/1823). Autor da teoria do trabalho como valor, é um dos fundadores da
ciência econômica. Sua teoria do trabalho, pela qual o valor de um bem é determinado de
acordo com o trabalho necessário a sua produção, é considerada a contribuição mais
importante para a ciência que criou.
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John Stuart Mill: sintetizador do pensamento neoclássico,
consolidando o exposto anteriormente e avançando ao incorporar elementos institucionais e
ao definir melhor restrições, vantagens e funcionamento de uma economia de mercado.
Jean-Baptiste Say: subordina o problema das trocas de mercadorias a sua
produção e populariza a lei de Say, “a oferta cria sua própria procura”. que estabelece que a
Oferta Agregada da Economia é que determina o nível de Produção desta Economia.
Segundo este princípio, quando um produtor vende seu produto, o dinheiro que obtém com
essa venda está sendo gasto com a mesma vontade da venda de seu produto, sinteticamente:
a oferta de um produto sempre gera demanda por outros produtos.
Pela teoria de Say, não existem as chamadas crises de "superprodução geral", uma vez que
tudo o que é produzido pode ser consumido já que a demanda de um bem é determinada
pela oferta de outros bens, de forma que a oferta agregada é sempre igual a demanda
agregada. Say aceitava ser possível que certos sectores da economia tivessem relativa
superprodução em relação aos outros setores, que sofressem de relativa subprodução.
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Thomas Malthus: sistematiza uma teoria geral sobre a
população, assinalando que o crescimento da população dependia da oferta de alimentos,
dando apoio à teoria dos salários de subsistência e levantando o problema do excesso
populacional. Sua fama decorre dos estudos sobre a população, para ele o excesso
populacional era a causa de todos os males da sociedade (população cresce em progressão
geométrica e alimentos em progressão aritmética), tudo isto estão contidos em dois livros
conhecidos como Primeiro ensaio e Segundo ensaio: "Um ensaio sobre o princípio da
população na medida em que afeta o melhoramento futuro da sociedade, com notas sobre as
especulações de Mr. Godwin, M. Condorcet e outros escritores" (1798) e "Um ensaio sobre o
princípio da população ou uma visão de seus efeitos passados e presentes na felicidade
humana, com uma investigação das nossas expectativas quanto à remoção ou mitigação
futura dos males que ocasiona" (1803).
2.1.6 A teoria neoclássica (1870)
Alfred Marshall: publica “Princípios da economia” e levanta
questões do comportamento do consumidor, teoria marginalista e teoria quantitativa da
moeda. O método de Marshall, o qual influenciou boa parte dos economistas ingleses
posteriores consistiam em utilizar a Matemática aplicada como meio de investigação e
análise de fenômenos econômicos, e o raciocínio lógico e as aplicações práticas (isto é, a
aplicação a partir de fatos reais) como meio de exposição desses mesmos fenômenos. Assim,
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considera-se que seu método analítico-matemático foi uma de suas maiores contribuições
para a moderna Ciência Econômica. (Wikipédia, 2010)
2.1.7 A teoria keynesiana:
John Maynard Keynes, Economista Britânico. Cujas idéias serviram
de influência para a macroeconomia moderna, tanto na teoria quanto na prática. Ele
defendeu uma política econômica de Estado intervencionista, através da qual os governos
usariam medidas fiscais e monetárias para mitigar os efeitos adversos dos ciclos econômicos
- recessão, depressão e booms. Suas idéias serviram de base para a escola de pensamento
conhecida como economia keynesiana.
“Teoria geral do emprego, dos juros e da moeda”, o teórico vive na época da Grande
Depressão e constrói uma teoria que acredita na crise como problema temporário, mostrando
combinações políticas econômicas e soluções para a recessão.
nível de produção nacional;
demanda agregada ou efetiva;
fim do laissez-faire1;
monetaristas: privilegiam o controle da moeda.
uso de políticas fiscais e certo grau de intervenção do Estado na economia;
pós-keynesianos.
A obra de Keynes deu origem a dois grandes grupos, que continuam a debater seu trabalho:
Os monetaristas: estão associados principalmente a Universidade de
1 Laissez-faire é parte da expressão em língua francesa "laissez faire, laissez aller, laissez passer",
que significa literalmente "deixai fazer, deixai ir, deixai passar". Esta frase é legendariamente atribuída ao comerciante Legendre, que a teria pronunciado numa reunião com Colbert, no final do século XVII (Que faut-il faire pour vous aider? perguntou Colbert. Nous laisser faire, teria respondido Legendre). Mas não resta dúvida que o primeiro autor a usar a frase laissez-faire, numa associação clara com sua doutrina, foi o Marquês de Argenson por volta de 1751. A expressão refere-se a uma filosofia econômica que surgiu no século XVIII, que defendia a existência de mercado livre nas trocas comerciais internacionais, ao contrário do forte protecionismo baseado em elevadas tarifas alfandegárias que se sentia na altura (Wikipédia)
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Chicago. Destacam-se os economistas Milton Friedman, Thomas Sargent e Robert
Lucas. Privilegiam o controle da moeda e um baixo grau de intervencionismo do
Estado. Deste grupo derivaram os atuais neoliberais.
Os keynesianos: tem como maior representante James Tobin, da Universidade de
Yale. Recomendam o uso de políticas fiscais ativas e maior grau de intervenção do
governo. Deste grupo derivaram os atuais desenvolvimentistas. A Era Keynesiana foi
rica em contribuições em todos os campos da economia, bem como para a ampliação
dos horizontes de estudo.
2.1.8 Períodos recentes: mudanças na teoria econômica, principalmente, após duas
crises do petróleo. Pontos: existe uma consciência maior das limitações e possibilidades de
aplicações da teoria; avanço do conteúdo empírico da economia; e consolidação das
contribuições anteriores.
2.1.9 Abordagens alternativas
marxistas e institucionalistas: criticam a abordagem pragmática da economia e
propõe enfoque analítico.
marxista: “O Capital” de Marx, conceito de mais-valia, aspecto político, conceito de
valor-trabalho.
institucionalistas: Veblen e Galbraith, dirigem críticas ao alto grau de abstração da
teoria econômica e ao fato de ela não incorporar em sua análise as instituições sociais.
1969 - Prêmio Nobel da Economia: teoria econômica como corpo científico, seus
primeiros ganhadores foram Ragnar Frisch e Jan Tinbergen.
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2.2 A EMERGÊNCIA DA ECONOMIA SOCIAL E DO COOPERATIVISMO,
De acordo com Vasconcelos, 2008 os problemas como o aumento da pobreza, a eliminação
das formas tradicionais de economia sustentável. O descontrolado crescimento urbano e a
destruição do meio ambiente têm estimulado a expansão da economia social, conhecida
como economia solidária ou participativa.
Fim do estado protetor e provedor das necessidades básicas da população.
Juntamente com a associação e o sindicato, é uma das formas de associativismo, que, por sua
vez, originou-se do instituto da ajuda mútua, conhecida desde os mais remotos traços da
civilização. Iniciou-se em meados do século XIX (Pioneiros de Rochdale) sempre enaltecida
como vitoria de 28 pobres tecelões que resolveram seu problema econômico pela ajuda
cooperativista e pela gestão democrática. Como reação ao desemprego decorrente da
Revolução Industrial e à opressão exercida sobre os trabalhadores pelos proprietários dos
meios de produção.
As cooperativas organizam-se internacionalmente sob os auspícios da Aliança Cooperativa
Internacional – ACI, criada em 1895. No continente americano essa articulação é feita pela
Organização das Cooperativas da América – OCA - fundada em 1963, atualmente com sede
em Bogotá, Colômbia, integrando representações de vinte países, inclusive o Brasil.
2.2 - O DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO DA ECONOMIA DO SÉCULO XXI A 1870 -
A CRIAÇÃO CIENTIFICA DA ECONOMIA DE 1869 A 1750
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No século XX e XXI, bruscas mudanças econômicas, tecnológicas, políticas, sociais e
culturais vem surpreendendo o mundo.
No inicio dos anos 1990 – enfraquecimento das forças políticas locais e regionais
apoiadas com total relevância centralismo estatal. – fase tecnologicamente muito produtiva,
mas politicamente imprevisível. (VASCONCELOS, 2008).
fracasso do comunismo,
Globalização assimétrica, e mais tarde hegemônica,
Tecnologias comunicação planetária
Revolução da informática
Eliminar barreiras – favorecendo países industrialmente mais avançados.
Competição – maximização de lucros
Bolha tecnológica
2.2.1 A REVOLUÇÃO KEYNESIANA
John Maynard Keynes , vivenciou um período conturbado entre duas grandes
guerras, romperam a tradição neoclássica e apresentaram um programa de
ação governamental para a promoção do pleno emprego.
Keynes foi um homem de ação não deixando de lado a teoria, exerceu vários
cargos de renome, participou de varias conferências internacionais.
Em 1943, criou o Plano Keynes para estabilização internacional das moedas. E
quando terminou a segunda Guerra mundial teve papel importante na criação
do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco internacional para
reconstrução e o desenvolvimento (BIRD).
2.2.2 A elaboração dos princípios teóricos fundamentais: 1870-1929
O desenvolvimento teórico da ciência econômica tornou-se possível graças à
base criada de 1760 a 1869 por três importantes escolas – a fisiocrática, a
clássica e a marxista.
2.2.3 Escola neoclássica sueca
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Knut Wicksell (1851 -1926) – Importantes contribuições a analise do valor e da
distribuição.
Ênfase no papel da moeda e do crédito na atividade econômica.
Integrar a análise monetária a análise real
2.2.4 Escola institucionalista
Escola Institucionalista, surgida nos Estados Unidos na década de vinte e
influenciada, principalmente, pela obra de Thorstein Veblen (1857/1929), a teoria
econômica vem tentando demonstrar a importância conferida às instituições, nas
várias e diferentes abordagens teóricas formuladas sobre a matéria.
Observa-se que a relevância das instituições foi reconhecida pelos economistas
clássicos, bem como pela Escola Histórica Alemã, surgida em 1840, e liderada em
sua primeira fase por Wilhelm Roscher, e pelos pioneiros da teoria do
desenvolvimento econômico.
2.2.5 A escola clássica
Economia clássica foi elaborada e sistematizada nas obras dos economistas
políticos Adam Smith e J.S. Mill. Além de Smith e Mill, os principais
responsáveis pela formação da economia clássica foram o francês Jean-
Baptiste Say (1767-1832), David Ricardo e Robert Malthus (1766-1834). A idéia
central da economia clássica é a de concorrência. Embora os indivíduos ajam
apenas em proveito próprio, os mercados em que vigora a concorrência
funcionam espontaneamente, de modo a garantir (por um mecanismo abstrato
designado por Smith como "a mão invisível" que ordena o mercado) a
alocação mais eficiente dos recursos e da produção, sem que haja excesso de
lucros. Por essa razão, o único papel econômico do governo (além do básico,
que é garantir a lei e a ordem) é a intervenção na economia quando o mercado
não existe ou quando deixa de funcionar em condições satisfatórias, ou seja,
quando não há livre concorrência. Segundo a teoria clássica, na economia
concorrencial a oferta de cada bem e de cada fator de produção tende sempre
a igualar a procura. Em todos os mercados, o elemento que determina esse
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equilíbrio entre oferta e procura são os preços (o preço do trabalho, nesse caso,
seria o salário). (Pinto, 2008)
2.2.6 A Fisiocracia
Escola fisiocrata nasceu em França no século XVIII. O seu líder máximo foi
François Quesnay, médico da corte que se dedicou também aos problemas
econômicos. Os fisiocratas acreditavam na existência de uma ordem natural e
consideravam que o papel do Estado era o de defender a propriedade e a
ordem natural.
Afirmavam que a agricultura era a única fonte de riqueza, pelo que devia ser
tributada apenas por um imposto único e defendiam o comércio livre.
Esta escola ficou conhecida pelo Tableau Economique, que Quesnay publicou
em 1758.
2.2.7 O marxismo
Karl Heinrich Marx foi um filósofo, cientista político, e socialista
revolucionário muito influente em sua época, até os dias atuais. É muito
conhecido por seus estudos sobre as causas sociais. Teve enorme importância
para a política européia, ao escrever o Manifesto Comunista, juntamente com
Friedrich Engels, que deu origem ao “Marxismo”, citado adiante. Foi um
ativista do movimento operário europeu, no chamado International
Workingmen’s Association (IWA), também conhecido como First
International.
A influência de suas idéias atingiu todo o mundo, como na vitória dos
Bolcheviques na Rússia. Enquanto suas teorias começaram a declinar quanto à
popularidade, especialmente após o colapso do regime Soviético, elas
continuam sendo muito utilizadas hoje, em movimentos trabalhistas, práticas
políticas, movimentos políticos.
Disciplina: Introdução à Economia - Lucynei Pedrosa de Souza
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2012
O marxismo se baseia no materialismo e o socialismo científico, constituindo
ao mesmo tempo uma teoria geral e o programa dos movimentos operários.
Marx afirmava que o valor de trabalho é determinado, como no caso de
qualquer outra mercadoria, pelo tempo de trabalho necessário à produção.
Os trabalhadores são obrigados a aceitar as condições impostas pelos
empregadores porque não dispõem de fontes alternativas de renda.
Mais-valia – o valor criado pelo tempo de trabalho excedente é apropriado
pelos detentores dos meios de produção – os capitalistas. Máquina –
substituem o homem – exército de reserva dos desempregados.
2.2.8 A FASE PRÉ-CIENTÍFICA DA ECONOMIA DE 1749 ÀS RAÍZES
HISTÓRICAS.
Na antiguidade grega – estudos filosóficos e políticos.
Antiguidade romana – política
Na idade média – preço justo – feiras e eventos comerciais – Genova, Pisa, Florença e
Veneza.
Mercantilismo (1450-1750)
Define-se mercantilismo como um conjunto de práticas econômicas dos Estados
Absolutistas.
Tendo como objetivo fortalecer e enriquecer o Estado, o rei e a burguesia
dirigir e administrar o desenvolvimento do capitalismo surge aproximadamente
entre os séculos XV e XVIII. Vários países da Europa, principalmente Portugal,
Espanha, França e Inglaterra. Tendo como característica básica e fundamental:
intervenção do Estado na economia.
PRINCÍPIOS DO MERCANTILISMO
Disciplina: Introdução à Economia - Lucynei Pedrosa de Souza
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2012
Metalismo: Seria considerado rico e forte o Estado que tivesse o maior
acúmulo de metais preciosos
Balança de Comércio Favorável: Exportar mais (superávit) e importar menos
(eliminação do déficit).
Protecionismo ou Intervencionismo Estatal: O Estado intervém na economia
protegendo o mercado interno ou criando impostos.
Colonialismo: Conquista de novas terras para exploração de seus recursos e
de seu povo.
Fonte: mundovestibular.com.br
Importantes transformações marcaram o inicio do mercantilismo:
Transformações intelectuais
Transformações religiosas
Transformação do padrão de vida.
Transformações políticas
Transformações geográficas
Transformações econômicas
Disciplina: Introdução à Economia - Lucynei Pedrosa de Souza
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2012
Unidade III
3.0 METODOLOGIA DA CIÊNCIA ECONÔMICA E O FUNCIONAMENTO DO
MERCADO
3.1 Introdução
A metodologia de ciência econômica é o estudo de métodos, o método geralmente
científico em relação à economia, incluindo os princípios do raciocínio econômico.
Metodologia O termo também é comumente, mas incorretamente, usado como sinônimo
impressionante para um método (s ). Rather, methodology is the study of method(s). Em vez
disso, a metodologia é o estudo do método (s).
De acordo com Vasconcellos, 2008 a Economia não tem possibilidade de realizar
experimentos controlados sobre o comportamento dos atores econômicos, nem de contar
com a precisão que se consegue em laboratórios científicos ou em ciências física.
A economia recorre a processos de conhecimento cientifico, combinando diversos métodos,
técnicas e ferramentas utilizadas nos estudos de Ciências Sociais.
3.1 A METODOLOGIA CIENTÍFICA
A Metodologia Cientifica contribui para o planejamento de trabalhos científicos de alunos,
docentes, pesquisadores e técnicos, quer seja orais (seminários, conferências,palestras etc.),
quer sejam escrito, como monografias de graduação, de MBA´s dissertações de mestrado,
teses de doutorado e relatórios científicos em geral.
3.2 PRINCIPAIS MÉTODOS E TÉCNICAS CIENTIFICAS UTILIZADAS EM
ECONOMIA
Os métodos científicos indicadores de caminhos, em uma pesquisa, são geralmente reunidos
em dois grupos principais:
Método dedutivo – Parte da causa para os efeitos
Disciplina: Introdução à Economia - Lucynei Pedrosa de Souza
28
2012
Método Indutivo – parte do particular para o geral.
Instrumentos:
Instrumental estatístico
Pesquisa-ação e pesquisa participante
Pesquisas descritivas – descrevem determinado fenômeno.
Pesquisas explicativas
Pesquisas exploratórias
3.3 ROTEIRO BÁSICO DE UM TRABALHO CIENTÍFICO.
Fase inicial: Escolha do assunto, bibliografia básica e projeto da pesquisa
O pesquisador nessa fase inicial deve buscar respostas às seguintes questões
preliminares.
Qual o Titulo do Trabalho?
Como delimitar o assunto no espaço e tempo?
Elaboração de um sumário ou índice analítico provisório, divididos em partes,
capítulos e subcapítulos. – servirá como condutor do trabalho.
Quais são os objetivos gerais e específicos da pesquisas?
Hipótese
Que metodologia é mais adequada?
3.4 ESTRUTURA DO TRABALHO CIENTÍFICO
Folha de Rosto – identificando o trabalho: titulo e subtítulo da pesquisa, nome
completo do autor, local e ano
Sumário ou índice analítico, incluindo os gráficos, quadros e tabelas.
Prefácio – esclarecimentos e apresentação genérica do trabalho.
Resumo ou abstrat – breve apresentação dos pontos relevantes do trabalho quanto ao
objetivo, método, resultados e conclusões. No final, são indicadas as palavras-chave
do trabalho. Pode também colocar na versão Inglês.
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2012
Introdução – indica por que, como e para quem o trabalho foi feito, quais suas
principais hipóteses, limitações e seu plano.
Desenvolvimento do trabalho e sua fundamentação.
Conclusão (ões)
Anexos e apêndices
Glossário.
Bibliografia.
Estudo de Caso
Vasconcellos, 2008 define estudo de caso como uma pesquisa sintética que aborda a
realidade dentro de seu contexto, de maneira sistêmica, mas não estática.
Disciplina: Introdução à Economia - Lucynei Pedrosa de Souza
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2012
Unidade IV
A Microeconomia estuda o comportamento dos consumidores e produtores e como eles
interagem no mercado:
estuda a determinação de preço e quantidade pelas forças de mercado: oferta de
demanda
estuda as razões que levam os consumidores a comprar ou pagar mais ou menos por
cada mercadoria
estuda as motivações das empresas para produzir a quantidade de cada mercadoria.
E o ramo da ciência econômica cujo foco é a determinação dos preços e quantidades
em mercados específicos.
4.0 TEORIA ELEMENTAR DA DEMANDA
Demanda (ou procura) é a quantidade de determinado bem ou serviço que os consumidores
desejam adquirir, num dado período de tempo. A demanda não representa compra efetiva,
mas um desejo, uma aspiração. É como se o consumidor elaborasse uma tabela de preços e
quantidades do bem. Para cada preço, ele escolhera aquela quantidade que maximizara sua
satisfação, de acordo com suas possibilidades financeiras.
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2012
Variáveis que afetam a demanda: A demanda de um bem ou serviço pode ser afetada por muitos fatores, tais como:
Preço do produto
preço dos outros produtos
hábitos e preferências do consumidor
renda do consumidor
distribuição de renda
disponibilidade de credito
expectativas sobre o futuro
Vamos nos concentrar na analise do comportamento da demanda em função de quatro
fatores: o preço do produto, o preço dos outros produtos, hábitos e preferências do
consumidor e a renda do consumidor.
Determinantes da demanda individual
Pense em uma demanda de sorvete. Como você decide quanto sorvete comprar por
mês e que fatores influenciam em sua decisão? Aqui estão algumas das respostas que você
pode dar.
Preço – Se o preço do sorvete aumentar para R$ 20,00 a unidade, você comprará
menos sorvete. Você poderá substituí-lo por iogurte congelado. Se o preço caísse para R$
0,20 à unidade, você compraria muito mais. Uma vez que a quantidade demandada cai
quando aumenta o preço e aumenta quando o preço cai, dizemos que a quantidade demanda
se relaciona negativamente com o preço. Esta relação entre preço e quantidade demandada é
valida para a maioria dos bens, e de fato é tão disseminada que os economistas a chamam de
a lei da demanda: tudo o mais mantido constante, quando o preço de um bem aumenta, a
quantidade demandada cai.
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2012
Renda: O que aconteceria com sua demanda por sorvete se você perdesse seu
emprego no verão? Muito provavelmente cairia. Uma renda menor significa que você tem
menos dinheiro para seus gastos totais, de modo que você teria que gastar menos com
alguns – e provavelmente com todos os – bens. Se a demanda por um bem cai, quando a
renda cai, chamamos esse bem de bem Normal.
Nem todos os bens são normais. Se a demanda por um bem aumenta quando a renda
cai, diz-se que o bem é inferior. Um exemplo de bem inferior são as viagens de Ônibus. Se
sua renda cair, é mais difícil que você compre um carro ou ande de táxi, e é mais provável
que você ande de ônibus.
Preço de produtos relacionados: suponha que o preço do iogurte congelado caia. A
lei da demanda diz que você provavelmente comprara menos sorvete. Uma vez que o
sorvete o iogurte congelado são, ambos, sobremesas frias, doces e cremes, eles satisfazem
desejos semelhantes. Quando a queda no preço reduz a demanda por outro bem dizemos
que se trata de bens substitutos. Outros pares de bens substitutos são, por exemplo,
cachorros-quentes e hambúrgueres, suéteres de lã e casacos de moletom, ingressos para
cinema e locação de fitas de vídeos.
Suponha agora que o preço da cobertura de chocolate quente caia. De acordo com a
lei da demanda, você comprará mais cobertura. Contudo, neste caso você também comprará
mais sorvete, porque em geral a cobertura e o sorvete são usados em conjunto. Quando a
queda no preço de um bem aumenta a demanda por outro bem, os bens são chamados
complementares. Outros pares de bens complementares são gasolina e automóveis,
computadores e softwares, patins e ingressos para pista de patinação.
Gostos: o mais óbvio determinante para sua demanda são seus gostos. Se você gosta
de sorvete, você compra mais. Os economistas, em geral, não tentam explicar os gostos das
pessoas, porque estes se baseiam em forças históricas ou psicológicas que estão fora do
campo de estudo da economia. Todavia, os economistas examinam o que acontece quando os
gostos mudam.
Disciplina: Introdução à Economia - Lucynei Pedrosa de Souza
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2012
Expectativas: suas expectativas em relação ao futuro podem afetar hoje a sua
demanda por um bem ou serviço. Por exemplo, se você espera um aumenta em sua renda a
partir do mês que vem, você pode estar disposto a gastar parte de sua poupança na compra
de sorvetes. Outro exemplo, se você espera uma queda no preço do sorvete para amanhã,
você pode estar menos disposto a comprar hoje um picolé.
Bem inferior: aquele cuja quantidade demandada diminui tudo o mais mantido
constante, quando a renda aumenta. Ex: Carne de segunda, se o consumidor tiver sua renda
aumentada, ele diminui a procura por carne de segunda, substituindo o seu consumo por
carne de primeira, mais cara (por ser de qualidade melhor) porém agora acessível graças ao
aumento da renda. Se a renda do consumidor diminui, ocorre o fenômeno inverso: ele reduz
o consumo de carne de primeira e aumenta o da carne de segunda.
Bem Substitutos: Dois bens para os quais, tudo mantido constante, um aumento no
preço de um deles aumenta a demanda pelo outro.
Bens complementares: bens para os quais o aumento no preço de um dos bens leva a
uma redução na demanda pelo outro bem. (MANKIW, 2007)
Matematicamente, pode-se expressar a demanda do bom de x pela seguinte
expressão:
Dx = f(Px, Y, Pz, H, etc.)
Bem Normal: são aqueles cuja quantidade demandada aumenta
Quando se aumenta sua renda.
Disciplina: Introdução à Economia - Lucynei Pedrosa de Souza
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2012
Onde a letra f significa que Dx é função de e a palavra etc. abarca as outras possíveis
variáveis.
A demanda do bem x é, portanto, a resultante da ação conjunta ou
combinada de todas essas variáveis.
Assim, por exemplo, caso se deseja saber o que ocorre com a demanda
do bem x se o preço do mesmo aumentar é preciso supor que todas as demais variáveis que
influenciam a demanda permaneçam com o mesmo valor, de modo que a variação da
demanda seja atribuível exclusivamente a variação de preço.
Pela chamada Lei da Demanda, a quantidade demandada de um bem ou serviço varia na
relação inversa de seu preço.
Supondo a compra de entrada para assistir aos jogos da Copa do Mundo na África.
Fonte: Krugman ● Wells
4.1 TEORIA ELEMENTAR DA OFERTA
Oferta é a quantidade de determinado bem ou serviço que os produtores desejam vender,
num dado período de tempo.
A oferta não representa venda efetiva, mas sim planos dos produtores ou vendedores, em
função dos preços de mercado.
Variáveis que afetam a oferta:
Disciplina: Introdução à Economia - Lucynei Pedrosa de Souza
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2012
a oferta de um bem ou serviço pode ser afetada por muitos fatores, tais como:
preço do produto
preço de produtos concorrentes no uso de fatores de produção
custo de produção
número de produtores
expectativas do produtor sobre o futuro
Vamos nos concentrar na analise do comportamento da oferta em função de três destes
fatores: o preço do produto, o preço dos outros produtos e o custo de produção.
Determinantes da oferta individual – Preço, preço dos insumos, tecnologia e
expectativas. Vamos supor que você é proprietário de uma sorveteria – empresa que produz
e vende sorvete.
Preço – O preço do sorvete é um dos determinantes da quantidade oferecida. Quando
o preço do sorvete é alto, a venda de sorvete é lucrativa e, portanto, a quantidade
oferecida é grande. Sendo um vendedor de sorvete, você trabalhara horas, comprará
maquinas de fabricar sorvete e contratara muitos funcionários. Ao contrario, se o
preço do sorvete for baixo, seu negocio será menos lucrativo e você produzira menos
sorvete. Se o preço cair mais ainda, você poderá achar conveniente encerrar as
atividades da empresa e quantidade oferecida cairá à zero.
Lei da oferta: afirmação de que, tudo o mais mantido constante, a quantidade
oferecida do bem aumenta quando o seu preço aumenta.
Preço dos insumos: Para produzir sorvetes, a sua sorveteria utiliza vários insumos:
creme de leite, açúcar, essências, maquina para fabricar sorvete etc. quando o preço
de um ou mais desses insumos aumenta, a produção de sorvete se torna menos
lucrativa e a empresa oferecerá menos sorvete. Se o preço dos insumos subir demais,
pode ser preferível fechar a fábrica e não oferecer nenhum sorvete. Portanto, a
quantidade oferecida se relaciona negativamente com o preço dos insumos na sua
fabricação.
Disciplina: Introdução à Economia - Lucynei Pedrosa de Souza
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Tecnologia: contribui para o aumento da produção e para reduzir os custos da
empresa.
Expectativas: Expectativas de futuro.
Supondo a venda de entrada para assistir a Copa do Mundo na África.
Fonte: Krugman ● Wells
4.2 O EQUILÍBRIO DO MERCADO
Conceito: o equilíbrio se encontra onde as curvas de oferta e demandam se cruzam. Ao preço
de equilíbrio, a quantidade oferecida é igual à quantidade demandada.
A oferta e a demanda do bem x conjuntamente determinam o preço de equilíbrio no mercado
de concorrência perfeita. O preço de equilíbrio é definido como o preço que iguala as
quantidades demandadas pelos compradores e as quantidades ofertadas pelos vendedores,
de tal modo que ambos os grupos fiquem satisfeitos.
O preço e a quantidade de equilíbrio somente serão alterados no mercado se ocorrer um
deslocamento das curvas de oferta e procura.
Disciplina: Introdução à Economia - Lucynei Pedrosa de Souza
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2012
Supondo a oferta e demanda de entrada para assistir a Copa do Mundo no Brasil.
Fonte: Krugman ● Wells
4.3 ELASTICIDADE PREÇO DA DEMANDA
Representa uma medida da resposta dos compradores e vendedores às mudanças no preço e
na renda. Aprendemos que o preço do bem se ajusta para conduzir a quantidade ofertada e
demandada ao equilíbrio. Então, dessa forma, precisamos ficar atentos para perceber não só
a mudança dos preços, mas o quanto eles podem oscilar.
A elasticidade-preço da demanda mede o quanto a demanda reage a uma mudança no
preço. A demanda por um bem é considerada elástica se a quantidade demandada
responder muito a uma dada variação no preço. Isto significa dizer que a demanda é muito
sensível à mudança de preço. Caso essa resposta seja pequena, a demanda por esse bem é
considerada inelástica, ou seja, a demanda é insensível à mudança de preço.
Disciplina: Introdução à Economia - Lucynei Pedrosa de Souza
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É simples, basta dividir a variação percentual da quantidade demandada pela variação
percentual do preço. No resultado encontrado, o coeficiente de elasticidade é um número
puro, independente de qualquer identificação com a unidade, nas quais as variáveis foram
expressas. O coeficiente da elasticidade-preço da demanda é sempre negativo, uma vez que o
preço e a quantidade demandada são inversamente relacionados.
Pode ser expressa algebricamente como:
Epd = ∆ % Q / ∆% P
∆ % Q = variação das quantidades demandadas
∆% P = Variação dos preços
Algumas estimativas de elasticidade-preço da demanda
Fonte: Krugman ● Wells
A elasticidade-preço da demanda é a razão entre a
mudança percentual na quantidade demandada e a
mudança percentual no preço, à medida que nos movemos
ao longo da curva de demanda
Disciplina: Introdução à Economia - Lucynei Pedrosa de Souza
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A demanda é:
elástica se a elasticidade-preço da demanda é maior que 1,
inelástica se a elasticidade-preço da demanda é menor que 1
elasticidade unitária se a elasticidade-preço da demanda é exatamente 1.
Ao observarmos o aumento na renda do consumidor, normalmente, aumenta a demanda
por um bem. Mantendo o preço constante, podemos avaliar a variação na quantidade
demandada para uma dada variação na renda. A sensibilidade da quantidade
demandada a uma variação na renda do consumidor é chamada de elasticidade-renda
da demanda. Se a elasticidade-renda for maior do que zero, dizemos que o bem é normal,
e se for menor do que zero, o bem é inferior. A elasticidade-renda varia muito de bem
para bem.
Bem normal: bem em que um aumento na renda provoca o aumento na quantidade
demandada. Os bens normais têm elasticidade- renda da demanda positiva. Exemplos:
frutas frescas, computadores, viagens aéreas, lazer, carne de soja, etc.; e
Bem inferior: bem em que um aumento na renda provoca a diminuição na quantidade
demandada. Os bens inferiores têm elasticidade-renda negativa. Exemplos: passagem de
ônibus, moradia, carne de segunda, pão, etc.
Pode ser expressa algebricamente como:
Erd = ∆ % Q / ∆% R
∆ % Q = variação das quantidades demandadas
∆% P = Variação da renda
A ELASTICIDADE-PREÇO DA OFERTA (Eo)
A elasticidade-preço da oferta (Eo) mede a reação dos vendedores às mudanças no
preço.
Essa reação também é calculada pela razão entre dois percentuais. A variação
percentual na quantidade ofertada dividida pela mudança percentual no preço. Ou seja,
Ed = variação percentual na quantidade demandada
Disciplina: Introdução à Economia - Lucynei Pedrosa de Souza
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Mudança percentual no preço
Dos determinantes o tempo tem grande importância, pois a elasticidade de curto-
prazo será em geral diferente da de longo-prazo. Assim, ao longo do tempo, quando as
firmas têm possibilidade de reagir mais intensamente às variações de preço, a curva de oferta
irá se tornando cada vez mais elástica.
PREVENDO MUDANÇAS NO PREÇO USANDO ELASTICIDADES
Quando oferta ou demanda muda pode-se traçar um diagrama para saber a direção
da mudança do preço de equilíbrio. Esse diagrama dirá tudo sobre direções mais quando se
deseja saber o quanto o preço mudará faz-se uso das elasticidades.
Sabendo-se as elasticidades de demanda e oferta, a variação nos preços, resultante de
um aumento na quantidade demandada será é dada pela divisão do percentual de mudança
na demanda pela soma das elasticidades de oferta e demanda:
Variação no preço = variação percentual na quantidade demandada
Ed + Eo
Isso para o preço de equilíbrio.
Equivalentemente podem-se calcular variações devido a mudanças na oferta:
Variação no preço = variação percentual na quantidade ofertada
Ed + Eo
De um modo geral:
Variação no preço = variação percentual na quantidade
Ed + Eo
Elasticidade cruzada
É utilizada para medir a reação dos consumidores às mudanças de preços de bens
afins.
É definida como a variação percentual na quantidade demandada de um produto em
particular (X) dividida pela variação percentual no preço de um bem afim (Y):
EXY = variação percentual na quantidade demandada de X
Disciplina: Introdução à Economia - Lucynei Pedrosa de Souza
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Mudança percentual no preço de Y
Para bens substitutos há uma relação positiva entre quantidade demandada do bem
e variação de preço do substituto, logo a elasticidade cruzada de bens substitutos é positiva.
Para bens complementares há uma relação negativa entre quantidade demandada do
bem e preço do bem complementar, logo a elasticidade cruzada é negativa.
4.4 Teoria da Firma: Considerações Preliminares
Teoria da Produção ou teoria da Firma: explicação sobre como as empresas tomam decisões
de minimização de custos e como estes custos variam com a produção.
Preocupa-se com o lado da oferta do mercado, ou seja, os produtores que vão oferecer aos
consumidores os bens e serviços por eles produzidos
Conceito de Firma ou empresa, na teoria da Produção, não há interesse em definir a empresa
do ponto de vista jurídico ou contábil. Portanto, para nós, a empresa será apenas uma
unidade técnica de produção.
Fatores de Produção
Insumos utilizados no processo produtivo
Trabalho - O trabalho é uma condição especifica do homem e desde suas formas mais
elementares está associado a certo nível de desenvolvimento dos instrumentos de
trabalho. (grau de aperfeiçoamento das forças produtivas) e da divisão produtiva entre
os diversos membros de um agrupamento social.
Marx – analise do trabalho produtivo e do trabalho improdutivo.
Produtivo é o que ele contribui para a formação e realização do capital.
Improdutivo não produz valor de troca, mesmo que dê origem a um objeto
material.
Disciplina: Introdução à Economia - Lucynei Pedrosa de Souza
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2012
Por exemplo, uma cozinheira, não faz comida para ser vendida, mas para satisfazer
simplesmente a necessidade da família para o qual ela trabalha. (improdutivo)
Já no caso de uma cozinheira que trabalha em um restaurante, o produto de seu trabalho vai
para o mercado e caracteriza-se como uma mercadoria; trata-se, portanto de um trabalho
produtivo.
Terra – engloba os recursos naturais encontrados no subsolo(carvão, petróleo e minérios em
geral) a água armazenada em sua superfície e a parte arável do solo. Como força produtiva e
objeto de trabalho. Sua utilização ao longo da historia da sociedade humana esta ligada
fundamentalmente à produção de alimentos pela atividade agrícola.
Capital - é um dos fatores de produção formado pela riqueza e que gera renda. É
representado pelo dinheiro. O capital também pode ser definido como todos os meios de
produção que foram criados pelo trabalho e que são utilizados para a produção de outros
bens. (máquinas, instalações, matérias primas).
Tecnologia – ciência ou teoria da técnica. Abrange o conjunto de conhecimentos aplicados
pelo homem para atingir determinado fim.
“relação que mostra como os insumos podem ser transformados em
produtos”
4.5 A teoria do consumidor
Quando você entra em uma loja, se defronta com milhares de bens a serem comprados.
Obviamente, como seus recursos financeiros são limitados, você não pode comprar tudo o
que quer. Portanto, você considera os preços dos vários bens à venda e compra aqueles que,
dados os seus recursos, atendem melhor a sua necessidade de desejo.
ALGUMAS APLICAÇÕES PRATICAS
Disciplina: Introdução à Economia - Lucynei Pedrosa de Souza
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2012
Serve de guia para a elaboração e interpretação de pesquisas de mercado, sobretudo, aquelas
relacionadas com o lançamento de um novo produto cuja demanda potencial são
desconhecidas;
Fornece métodos para se comparar a eficácia de diferentes políticas de incentivos ao
consumidor;
Fornece alguns elementos necessários à avaliação da eficiência dos sistemas econômicos
A PERSONALIDADE
Cada indivíduo possui características que o diferenciam dos outros e que definem a
sua forma de se comportar.
Vemos anúncios publicitários que salientam certos traços de personalidade como a
independência, a liderança, a sociabilidade, a ambição, a sofisticação e outros que
projetam a personalidade de pessoas com êxito. Em muitos casos, o consumidor
sente-se refletido nesse tipo de personalidade, no entanto, o que se pretende é que o
consumidor projete no produto ou serviço anunciado o traço de personalidade
desejado.
Muitos estudos puseram em evidência a relação que existe entre a imagem que um
consumidor tem de si mesmo e os produtos que compra. Por exemplo, as marcas de
tabaco, de cerveja, de carros ou de roupa que se preferem, são aquelas em que o perfil
se parece com a nossa própria imagem.
Existe uma relação entre a compra e a percepção, possivelmente idealizada, que o
indivíduo sustenta a sua personalidade. Existem muitos conceitos de si mesmo: o que
se acredita ser, o que se queria ser, o que se pode ser aos olhos dos outros, e o que
queríamos ser para os outros.
A diferença entre o ser real e o ideal pode gerar uma compra compensável. Os
indivíduos tentam conseguir a sua personalidade ideal mediante o uso ou consumo
Disciplina: Introdução à Economia - Lucynei Pedrosa de Souza
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2012
de certos produtos ou serviços que se aproximam da imagem de si mesmos que
pretendem projetar.
Alguns objetos vêm a ser como que uma extensão do próprio ser, ou seja, para uma
pessoa, adquirir certos bens incita-os a dar aos objetos um valor superior ao que
realmente têm. Como consequência, este valor faz com que haja grandes diferenças
de preço entre certos produtos de distintas marcas.
Comportamento do Consumidor
O comportamento do consumidor é mais bem compreendido quando examinado em três
etapas:
1-Preferências do Consumidor – Porque as pessoas poderiam preferir uma mercadoria a
Outra.
2-Restrições orçamentárias – Os Indivíduos têm rendas limitadas.
3-Escolhas do consumidor – diante de suas preferências e da limitação de renda, os
consumidores adquirirão as combinações de mercadorias que maximizam sua satisfação.
Disciplina: Introdução à Economia - Lucynei Pedrosa de Souza
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2012
A UNIDADE V
5.1 - ESTRUTURA DE MERCADO
A teoria microeconômica estuda, entre outros aspectos, o comportamento do individuo
(consumidor) ou nas funções de empresário, proprietário e ou administrador de um
empreendimento.
Mercado:
Conjunto de compradores e vendedores que, por meio de suas interações efetivas ou
potenciais, determinam o preço de um produto ou de um conjunto de produtos.
Definição do mercado: determinação de que grupos de compradores e vendedores e do
conjunto de produtos devem ser incluídos em um mercado particular.
Extensão de mercado: refere-se aos limites de um mercado, tanto geográficos quanto
em termos de gama de produtos vendidos e produzidos dentro dele.
Arbitragem: prática de comprar a um preço mais baixo em certa localidade para vender a
um preço maior em outra.
Tipos de Mercado:
Totalmente competitivo: nenhum comprador ou vendedor pode, individualmente,
influir de forma significativa nos preços.
Não completamente competitivo: diferentes vendedores podem cobrar diferentes
preços.
Geralmente, um mercado competitivo possui muitos compradores e
vendedores. Porém, há casos de mercados com poucos produtores e
muito competitivos (transporte aéreo) e com muitos produtores e
pouco competitivos (petróleo).
Disciplina: Introdução à Economia - Lucynei Pedrosa de Souza
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2012
Preços:
Preço de mercado: preço que prevalece em um mercado competitivo (para mercados
não competitivos, costuma ser utilizado o preço médio predominante).
Preço nominal (preço em moeda corrente): preço absoluto de um bem, sem nenhum
ajuste decorrente da inflação.
Preço real (preço em moeda constante): preço de um bem relativo a uma medida
agregada de preços, ou seja, preço ajustado de acordo com a inflação, mediante aplicação de
um índice agregado de preços.
Índice de preços ao consumidor: medida de nível agregado de preços.
5.2 - DETERMINANTE DAS ESTRUTURAS
As estruturas de mercado dependem fundamentalmente de três características:
Quantidade de empresas que compõem esse mercado;
Tipo de produto (se as firmas fabricam produtos idênticos ou diferenciados);
A existência ou não de barreiras ao acesso de novas empresas nesse mercado.
5.3 - CONCORRÊNCIAS PURA E PERFEITA
Concorrência perfeita – trata-se de um mercado caracterizado pelos seguintes fatores:
a) existência de um grande número de pequenos vendedores e compradores, de tal
forma que cada vendedor e cada comprador, individualmente, representa, muito
pouco no total do mercado (mercado atomizado)
b) o produto transacionado é homogêneo, ou seja, todas as empresas participantes do
mercado fabricam produtos rigorosamente iguais que não se distinguem um dos
outros por qualidade, marca, rotulo e quaisquer outras características (produto
padronizado);
Disciplina: Introdução à Economia - Lucynei Pedrosa de Souza
47
2012
c) há livre entrada e saída de empresas no mercado; qualquer empresa pode entrar ou
sair do mercado a qualquer momento, sem quaisquer restrições das demais
concorrentes, tais como práticas desleais de preços, associações de produtores
visando impedir a entrada de empresas novas, etc.
d) perfeita transparência, ou seja, perfeito conhecimento, pelos compradores e
vendedores, de tudo o que ocorre no mercado; assim. Por exemplo, se uma empresa
obtiver uma inovação tecnológica no processo produtivo, as outras saberão deste fato
imediatamente.
e) Perfeita mobilidade dos recursos produtivos; isto significa que a mão-de-obra e os
outros insumos utilizados na produção podem ser facilmente deslocados da
fabricação de uma mercadoria para outra; além disso, no mercado dos fatores de
produção vigora também a concorrência perfeita, de tal forma que cada empresa
poderá adquirir a quantidade desejada do fator por um preço que será fixado
concorrencialmente.
Como se percebe por suas características, o mercado de concorrência perfeita não é mais
facilmente encontrado na prática, embora possa se afirmar que os mercados que mais se
aproximam dela são os mercados de produtos agrícolas.
O mercado de concorrência perfeita é estudado pelos economistas para servir como um
paradigma (referencial de perfeição) para analise dos outros mercados. Ou seja, o mercado
de concorrência perfeita é o mercado ideal, ao qual serão referenciados os mercados de
concorrência imperfeita (existentes no mundo real e listados a seguir) para se verificar no
que diferem do modelo idealizado.
5.3 - MERCADOS IMPERFEITOS – MONOPÓLIO – MONOPSÔNIO – OLIGOPÓLIO –
OLIGOPSÔNIO – CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA
Oligopólios (maior parte dos mercados) – é o mercado em que existe um pequeno
numero de vendedores ou em que, apesar de existir um grande numero de vendedores,
uma pequena parcela destes domina a maior parte do mercado. São exemplos de
oligopólios a indústria automobilística e a indústria de bebidas, entre muitas outras.
Embora não haja barreiras explicitas, o poderio das grandes firmas que dominam o
mercado é um fator desestimulante á entrada de novas empresas no oligopólio.
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Monopólio – é o mercado que se caracteriza pela existência de um único vendedor. O
monopólio pode ser legal ou técnico.
Monopólio legal ocorre quando uma lei assegura ao vendedor a primazia no mercado.
Exemplo: até 1995, no Brasil, a empresa Petróleo Brasileiro S/A (Petrobrás) possuía, por
lei, o monopólio das atividades de extração e refino do petróleo.
Monopólio técnico quando a produção através de única empresa é a forma mais barata
de fabricação do produto. Ou seja, quanto maior o tamanho de empresa (escala), menor o
custo médio de fabricação do produto. As atividades de geração e distribuição de energia
elétrica são apontadas na literatura especializada como exemplo deste tipo de monopólio.
Monopsônio – é um mercado em que há apenas um único comprador. Imaginemos, por
exemplo, uma região em que há um numero expressivo de pequenos produtores de leite
e apenas uma grande usina onde este leite pode ser pasteurizado. A usina será a única
opção de venda para os produtores, de modo que ela terá condições de impor preços
para a compra do leite.
Oligopsônio – é o mercado caracterizado pela existência de um pequeno número de
compradores ou ainda em que, embora haja um grande numero de compradores, uma
pequena parte destes é responsável por uma parcela bastante expressiva das compras
ocorridas no mercado. A indústria automobilística, por exemplo, constituída por um
pequeno número de empresas, tem um poder oligopsonista em relação a indústria de
autopeças, uma vez que é responsável por um grande volume das compras da produção
desta ultima. As grandes empresas beneficiadoras de produtos agrícolas também formam
um oligopsônio em relação aos agricultores, já que compram uma parcela expressiva da
produção destes.
Concorrência Monopolística – trata-se de um mercado em que, apesar de haver um
grande numero de produtores (e, portanto, ser um mercado concorrência), cada um deles
e como se fosse monopolista de seu produto, já que este e diferenciado dos demais. A
diferenciação do produto se dá por meio de características do mesmo, tais como,
qualidade, marca (grife), padrão de acabamento, existência ou não de assistência técnica
Disciplina: Introdução à Economia - Lucynei Pedrosa de Souza
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etc. exemplos de mercados de concorrência monopolística são as lojas de confecções e os
restaurantes. Nestes últimos, por exemplo, o produto (a comida) é diferenciado pela
natureza (pode ser comida chinesa, japonesa, alemã, italiana, brasileira típica, etc.),
qualidade (boa, regular, ruim, etc.), e pelas instalações (luxuosa, simples, médias) e por
variados outros fatores.
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Unidade VI
A Macroeconomia estuda a economia como um todo, analisando a determinação e o
comportamento de grandes agregados, tais como: renda e produto nacionais, nível geral de
preços, emprego e desemprego, estoque de moeda e taxas de juros, balança de pagamentos e
taxa de câmbio”. (VASCONCELOS, 2008)
Oferta Agregada
A oferta constitui-se na relação entre o nível geral de preços e o PIB real.
Oferta Agregada Clássica
Condições no longo prazo:
– Pleno emprego
– Capital e tecnologia
– Nível de produção independe do nível de preços
A demanda agregada é o somatório das despesas da sociedade com bens e serviços,
na forma de consumo privado (C); investimento (I); despesas governamentais (G) e
exportações (X). Para obter-se a renda nacional será necessário subtrair das exportações as
importações do país.
Assim a demanda agregada é:
DA = C + I + G + (X – M)
A demanda agregada representa o gasto total (PIB real) da economia à nível de
preços.
oferta agregada,
demanda agregada e equilíbrio – renda nacional de equilíbrio
outros instrumentos de analise econômicos
o efeito multiplicador
teorema do orçamento equilibrado
hiatos inflacionários e política fiscal pura.
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Conceito de Produto
Produto Interno Bruto (PIB) versus Produto Nacional Bruto (PNB)
Produto Interno Bruto (PIB) é o valor monetário total dos bens e serviços finais produzidos
por uma economia em um determinado período e cuja produção ocorre exclusivamente
dentro de fronteiras geográficas do País, não interessando a origem de propriedade dos
fatores de produção.
Produto Nacional Bruto (PNB) é o valor monetário total dos bens e serviços finais
produzidos por uma economia em um determinado período, cuja produção é realizada
exclusivamente por fatores de produção nacionais (de residentes), estejam eles ou não
produzindo dentro dos limites geográficos do País, interessando, portanto, a origem de
propriedade dos fatores de produção.
Os ajustes entre PIB e PNB deve levar em consideração:
• Renda Enviada ao Exterior (REE): indica a contribuição dos fatores de produção de
não-residencias ao produto.
• Renda Recebida do Exterior (RRE): indica a contribuição dos fatores de produção de
residentes ao produto do resto do mundo.
Produtos Nominal e Real
PIB nominal = P.Q.
A elevação do PIB nominal pode resultar de dois movimentos: da elevação dos preços ou da
elevação da quantidade produzida.
Produto per capita
O produto per capita é uma das medidas utilizadas para mensurar o desenvolvimento
econômico de uma nação. Em geral, os países com maior produto per capita são os mais
desenvolvidos. Países com produto per capita baixo são, em geral, economias com reduzido
grau de desenvolvimento econômico.
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Produto Bruto versus Produto Líquido
O Produto Liquido (PL) é igual ao Produto Bruto (PB) descontado o efeito da depreciação, ou
seja, PL=PB-D.
Custos de Fatores versus Preços de Mercado
O preço do produto no mercado, isto é, seu preço de mercado, será igual ao preço necessário
para remunerar os fatores de produção ajustados pelo impacto da interferência do governo,
ou seja, levando-se em consideração o impacto dos impostos indiretos e dos subsídios sobre
o preço. Tem-se portanto:
Ppm = Pcf + II – S.
Conceitos Básicos de Macroeconomia
Demanda Agregada e Equilíbrio
Demanda agregada: Total demandado pelos agentes econômicos em um determinado
período.
Identidades Básicas da Macroeconomia
A identidade básica da macroeconomia diz que o produto ou renda em uma economia aberta
é igual ao somatório dos gastos com consumo, investimentos, gastos do governo e
exportações, descontando-se o total importado (Y=C+I+G+X-M).
Em uma economia aberta e com governo, são fontes de recursos para realização de
investimentos:
a) Poupança privada (S);
b) Poupança do Governo (T-G); e
c) Poupança externa (M-X).
Identidades Básicas: Pontos Adicionais
A partir das contas nacionais tem-se:
PIBpm + M = C + I + G + X
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Em economia admite-se que o total de gastos com investimento é composto por duas
grandezas: a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) e as Variações de Estoque (ΔE).
O Produto Nacional Líquido a custo de fatores é igual à Renda Nacional Líquida a custo de
fatores e como esta por sua vez é a Renda Nacional (RN), obtemos que:
RN + RLEE + D + M = C + FBCF + ΔE = X
Moeda
Padrão de referência para medir um valor de um bem.
Funções da Moeda
A moeda desempenha três funções básicas:
1) Unidade de Conta ou de Referência: todos os bens e serviços disponíveis em um
sistema econômico estão denominados no padrão monetário estabelecido.
2) Meio de Pagamento ou de Troca: a moeda permite a realização das trocas e dos
pagamentos no sistema econômico.
3) Reserva de Valor: a moeda tem a prioridade de manter constante a riqueza dos
agentes econômicos.
Agregados Monetários
Papel Moeda emitido:
• Caixa, em moeda corrente, da Autoridade Monetária = Papel-moeda em circulação
(meio circulante);
• Caixa, em moeda corrente, dos bancos comerciais = Papel-moeda em Poder Público
(PMPP).
A soma do PMPP com o total de depósitos à vista é, portanto, uma medida de liquidez do
sistema. Ela indica a capacidade que os agentes econômicos têm de realizar
instantaneamente as transações econômicas. É a principal medida utilizada pela
macroeconomia para mensurar a liquidez de um sistema econômico, conhecida como meio de
pagamento número 1, ou simplesmente M1:
M1 = PMPP + D
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Base Monetária
A base monetária, por definição, é composta pela soma do Papel-Moeda em Poder do
Público (PMPP) com os encaixes bancários (E).
Estes encaixes são formados pelo caixa em moeda corrente dos bancos comerciais e pelas reservas
bancárias, compostas pelos depósitos voluntários e compulsórios do setor bancário no Banco
Central.
Depósitos compulsórios: são depósitos exigidos por lei e recolhidos ao Banco Central como
uma proporção dos depósitos à vista e a prazo.
Multiplicador de Base Monetária
O parâmetro k é conhecido na literatura como multiplicador da base monetária. Ele indica
qual o efeito de uma variação na base monetária sobre a liquidez do sistema medida pelo
M1.
Isto significa que quanto maior a proporção dos depósitos à vista em relação aos meios de
pagamento, tanto maior será o multiplicador.
Por outro lado, quanto maior a proporção dos encaixes bancários no total de depósitos à
vista, menor o multiplicador.
Taxa de Câmbio e Balanço de Pagamentos
Taxa de câmbio nominal é o preço de uma moeda em outra.
Taxa de câmbio real (R) é a taxa de câmbio nominal ajustada pela relação entre um índice de
preços externos e nacional.
Estrutura do Balanço de Pagamentos no Brasil
Balanço de Pagamento é o registro contábil de todas as transações econômicas de um país
com o resto do mundo.
O Balanço de Pagamentos do Brasil é estruturado a partir de duas grandes contas:
1. as transações correntes.
2. Conta Capital e Financeira.
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As Transações Correntes são compostas por três contas:
1. Balança Comercial: contabiliza as transações comerciais realizadas pelo sistema
econômico, de um determinado período por meio de critério FOB (Free On Board).
2. Serviços e Rendas: contabilizam os movimentos de divisas associados às transações
com serviços e as rendas relacionadas aos pagamentos pela utilização dos fatores de
produção.
3. Transferências Unilaterais: registram as transações sem contrapartida no Balanço de
Pagamentos, merecendo destaque a conta de donativos.
Portanto, o Saldo de Transações Correntes (STC) é igual a:
STC = BC + BSR + TU
O Saldo do Balanço de Pagamentos (SBP) é o resultado das contas de Transações Correntes
(STC), Capital e Financeira (SCF) e dos Erros e Omissões (EO), ou seja:
SBP = STC + SCF + EO
O SBP constitui uma peça de extrema importância para a discussão da situação de uma
economia, tendo em vista que registra todas as transações econômicas realizadas entre
residentes e não residentes e permite verificar se, em um determinado período, ocorreu uma
entrada de divisas superior a sua saída ou vice-versa.
Contabilização do Balanço de Pagamentos
São contabilizadas seguindo o método-padrão da contabilidade de partidas dobradas. As
contas do BP são organizadas em dois grandes grupos: as operacionais e as de caixa.
Deficit/Superávit no Balanço de Pagamentos e Seus Impactos Macroeconômicos
Um deficit no Balanço de Pagamentos significa que, em um determinado período, a saída de
divisas do país supera a sua entrada.
A ocorrência de um superávit no Balanço de Pagamentos promove o incremento das
reservas internacionais do país e esse acréscimo é benéfico.
Política Econômica e os Desequilíbrios do Balanço de Pagamentos
A combinação de políticas fiscais e monetárias recessivas com desvalorização da moeda local
tende a corrigir os deficits no Balanço de Pagamentos, já que estimula a entrada de divisas e
desestimula a sua saída.
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Questões de avaliação:
EXERCICIOS:
Identifique se as afirmações abaixo são de economia positiva ou normativa.
1 - "Aumentar a taxa de juros ajuda na redução da inflação."
2 - "A Petrobrás precisaria ser privatizada."
3 - "O crescimento da população precisaria ser controlado."
4 - "O efeito imediato do aumento da população é a redução da renda per capita."
5 - "O Plano Real ajudou a reduzir as desigualdades econômicas."
6 - "O governo deve interferir na atividade econômica privada."
7 - "Aumentar a quantidade de moeda em circulação ajuda a tirar a economia da recessão."
8 - "Quando o preço do cigarro sobe, as suas compras se reduzem."
9 - "Fábricas que poluem deveriam ser fechadas."
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10 - "A taxa de lucro tende a decrescer em economias industrializadas."
Gabarito 1.3
1 economia positiva
2 economia normativa
3 economia normativa
4 economia positiva
5 economia normativa
6 economia normativa
7 economia positiva
8 economia positiva
9 economia normativa
10 economia positiva
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ESTUDOS DE CASO ENVOLVENDO ANALISE DA DEMANDA
ESTUDO DE CASO 1 - O mistério do imposto sobre cigarros Em 1998, fabricantes de cigarros
dos Estados Unidos assinaram acordos com todos os 50 estados norte-americanos para
resolver os processos sobre os custos de assistência medica a pacientes com doenças
causadas pelo tabagismo. Nos próximos 25 anos, esses Estados receberão US$ 246 bilhões
dos fabricantes de cigarros. O acordo inclui novas restrições a propaganda e a publicidade de
cigarros, inclusive a eliminação de outdoors, cartazes em ônibus e trens, alem de logotipos
de cigarros em jaquetas, camisetas e bonés. Algumas semanas apos o anuncio do acordo, o
preço do maço de cigarro aumentou US$ 0,40 no mercado norte-americano.
Para um dado estado norte-americano, o orçamento anual dos programas de assistência
medica, que tratam de doenças causadas pelo tabagismo e igual a receita do acordo (80
milhões por ano) mais a receita arrecada pelo Estado com o imposto sobre cigarros (US$ 200
milhões no ano anterior ao acordo). Dois anos depois do acordo, descobre-se que a receita do
Estado e de apenas US$ 250 milhões, tendo sido reduzida em US$ 30 milhões. O que
aconteceu?
ESTUDO DE CASO 2 – Assentos para crianças em aviões Os pais que viajam de avião
deveriam ter permissão para segurar seus filhos no colo? Ou deveriam comprar um bilhete
para cada criança e colocá-las em assentos apropriados e seguros? Nos Estados Unidos,
existe uma discussão permanente entre duas agencias federais no que se refere a assentos de
segurança para crianças em aviões. Desde 1979, o National Transportation Safety Board
(Conselho Nacional de Segurança nos Transportes) recomendou que os assentos de
segurança fossem obrigatorios, enquanto o Federal Aviation Administration (Administração
Federal de Aviação) se valeu de sua autoridade de regulação para impedir essa norma. como
Congresso Americano devera resolver esse impasse?
ESTUDOS DE CASO ENVOLVENDO EQUILIBRIO DE MERCADO
ESTUDO DE CASO 1 – O mistério da queda de preços da cocaína Ted Koppel, apresentador
do noticiário Nightline, da emissora de televisão americana ABC, disse certa vez: “Sabe o que
aconteceu com os preços das drogas nos Estados Unidos? Os preços da cocaína e da
maconha baixaram. Não é preciso ser especialista em economia para saber que, quando o
preço cai, significa mais drogas no mercado.
Trata-se do mecanismo de “oferta e procura”. De acordo com Koppel, o preço das drogas
caiu porque os esforços do governo em controlar a oferta de drogas ilegais fracassaram. Em
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outras palavras, o preço mais baixo seria resultado de aumento na oferta. No entanto, de
acordo com o Departamento da Justiça dos EUA, a quantidade de drogas consumidas
diminuiu durante o período em que os preços caíram. A análise de Koppel esta correta?
Como explicar esta aparente contradição?
ESTUDO DE CASO 2 – O mistério do aumento do consumo de aves Por que o consumo de
aves (frango e peru) aumentou tanto nas últimas décadas? Uma possibilidade seria a
conscientização dos consumidores quanto a saúde e a conseqüente substituição da carne
vermelha por aves, em um esforço para consumir alimentos mais saudáveis. Em outras
palavras, a curva de demanda de aves pode ter se deslocado para a direita, aumentando a
quantidade a quantidade de equilíbrio consumida de aves. Contudo, este movimento
também teria provocado um aumento nos preços, fato que não ocorreu. Entre 1950 e 1990, o
preço real (descontada a inflação) da carne de aves diminuiu, em media, 75%.
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Referências Bibliográficas
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e Macroeconomia. 2º ed. Rio de Janeiro, Campus, 2001.
MENDES, Judas Tadeu Grassi. Economia: fundamentos e aplicações. São Paulo: Prentice
Hall, 2004.
PINDYCK , Robert S, Daniel L. Rubindeld, Microeconomia, 5º edição: Pearson Education do
Brasil Ltda, 2005
VASCONCELOS, Marco Antonio Sandoval de, (et al) Manual de Introdução à Economia –
3ª ed.Saraiva 2006.
VICECONTI, Paulo Eduardo Vilchesz. Introdução à Economia 6a ed. São Paulo: Frase
Editora, 2003.
WELLS, Robin; Krugman, Paul CAMPUS – Introdução à Economia Ed. Saraiva, 2009 Rio de
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Sites:
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http://www.geocities.com/joaoaldeia/txt/eco155.htm
COOPERATIVISMO E ECONOMIA SOLIDÁRIA – disponível em http://www2.oabsp.org.br/asp/comissoes/resp_social/artigos/COOPERATIVISMO_ECONOMIA_SOLIDARIA.pdf acesso em 20/02/2010. Mercantilismo – Disponível em: mundovestibular.com.br acesso: 22 de set.2009. http://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:P%C3%A1gina_principal – precursores da economia. Acesso em: 22 de set.2009.