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Edificações – 1° termo Produção de Textos Colégio Técnico José Pardine Centro Integrado de Ensino www.pardine.com.br tel: (18) 3284 3033 1 Apostila de Produção de Textos Prof. Adriana Gava 2.011

Apostila de Produção de Textos

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Apostila de Produção de Textos Técnico Em Edificações

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    SUMRIO

    INTRODUO ............................................................................................................ 03 03

    1. COMUNICAO: O HOMEM E A LINGUAGEM ........................................................... 04 04

    1.1 A Linguagem Humana ................................................................................................. 04 04

    1.1.1 Linguagem verbal ......................................................................................................... 04 04

    1.1.2 Linguagem no verbal .................................................................................................. 04 04

    1.2 Elementos da Comunicao ......................................................................................... 04 04

    1.3 Funes da Linguagem ................................................................................................ 05 05

    2. VARIAO LINGUSTICA ............................................................................................ 06 06

    3.. CONCORDNCIA ............................................................................................................. 09

    3.1 Concordncia Nominal........................................................................................................ 09

    3.2 Concordncia Verbal .......................................................................................................... 11

    4. COESO E COERNCIA TEXTUAL ............................................................................. 14 09

    4.1 Coeso Textual ........................................................................................................... 14 09

    4.1.1 Coeso referencial ...................................................................................................... 14 10

    4.1.2 Coeso sequencial ..................................................................................................... 15 11

    4.3 Coerncia Textual ....................................................................................................... 16 13

    5. DVIDAS DO DIA-A-DIA................................................................................................... 17

    6. NOVO ACORDO ORTOGRFICO..................................................................................... 20

    7. CONCEITO DE TEXTO E GNEROS TEXTUAIS ........................................................... 22 14

    7.1 Descrio .................................................................................................................... 22 15

    7.2 Dissertao......................................................................................................................... 23 15

    7.3 Procurao ......................................................................................................................... 25 15

    7.4 Carta Comercial ................................................................................................................ 26 16

    7.5 Requerimento .................................................................................................................... 26 16

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    REFERNCIAS............................................................................................................ 27 20

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    INTRODUO

    Aprender a escrever , em grande parte, se no principalmente, aprender a pensar, aprender a encontrar ideias e concaten-las, pois, assim como no possvel dar o que no se tem, no se pode transmitir o que a mente no criou ou no aprisionou... (Othon Garcia)

    A disciplina visa proporcionar-lhes uma viso ampla do processo de comunicao a partir de uma

    fundamentao lingustica que ir lev-los ao exerccio da prtica da leitura associada capacidade de

    pensar e perceber a realidade. A disciplina trabalha a interpretao, a inteleco e a produo de textos,

    oferecendo uma viso precisa dos gneros textuais e habilitando-os a uma leitura ativa, analtica e crtica

    de textos, bem como a anlise crtica de textos produzidos por eles prprios.

    A produo textual uma atividade verbal, a servio de fins sociais e, portanto, inserida em contextos

    mais complexos de atividades; trata-se de uma atividade consciente, criativa, que compreende o

    desenvolvimento de estratgias concretas de ao e a escolha de meios adequados realizao dos

    objetivos; isto , trata-se de uma atividade intencional que o falante, de conformidade com as condies

    sob as quais o texto produzido, empreende, tentando dar a entender seus propsitos ao destinatrio

    atravs da manifestao verbal; uma atividade interacional, visto que os interlocutores, de maneiras

    diversas, se acham envolvidos na atividade de produo textual.

    O objetivo dessa disciplina para o Curso Tcnico em Edificaes mostrar que a modalidade escrita

    fundamental no exerccio profissional de vrias pessoas. Atualmente, exige-se do profissional redao

    prpria, ou seja, a capacidade de passar para o papel seu trabalho ou de se comunicar com outras

    empresas a partir da modalidade escrita de forma clara. Contudo, necessria muita leitura e

    conhecimento das possibilidades da lngua, pois at mesmo um texto simples pode ser original, no

    sentido de passar a quem o l a personalidade de quem o escreve.

    Prof. Adriana Gava

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    1. COMUNICAO: O HOMEM E A LINGUAGEM

    1.1 A Linguagem Humana

    Desde que o homem surge no planeta, ele se mostra um bicho diferente dos outros: enquanto as demais espcies de animais se adaptam ao meio ambiente em que vivem ou so extintas justamente porque essa adaptao no ocorre, o bicho homem o nico capaz de transformar o meio quando no consegue se adaptar a ele. Essa capacidade a inteligncia humana.

    Alm de ser inteligente, o homem desde cedo mostra que no consegue viver sozinho: propenso a viver em grupos, o homem um ser social por excelncia. Para que pudesse expressar aos demais seres de sua espcie, de seu grupo, seus conhecimentos, suas experincias, seus desejos, enfim, sua viso de mundo, o homem tambm graas sua inteligncia inventou a LINGUAGEM, conjunto de signos que representam o mundo real. A transmisso de informaes de uma gerao para outra atravs da linguagem, a Antropologia chama de CULTURA. A transmisso (expresso) de informaes de um ser para outro atravs da linguagem chama-se COMUNICAO.

    O homem se expressa (se COMUNICA) atravs da linguagem. Basicamente, h dois tipos de linguagem: a linguagem VERBAL (oral e/ou escrita) ou LNGUA e a linguagem NO VERBAL (outras semiticas).

    1.1.1 Linguagem verbal

    A linguagem verbal que se utiliza de palavras quando se fala ou quando se escreve. Um texto narrativo, uma carta, o dilogo, uma entrevista, uma reportagem no jornal escrito ou televisionado, um bilhete so exemplo de linguagem verbal.

    1.1.2 Linguagem no verbal

    A linguagem no verbal no se utiliza do vocbulo, das palavras para se comunicar. O objetivo, neste caso, no de expor verbalmente o que se quer dizer ou o que se est pensando, mas se utilizar de outros meios comunicativos, como: placas, figuras, gestos, objetos, cores, ou seja, dos signos visuais.

    Ex:

    1.2 Elementos da Comunicao

    Os elementos bsicos que compem uma situao de comunicao so:

    1. A prpria situao ou realidade de comunicao em que ela se realiza: o lugar, a poca, o tipo de cultura a que pertencem as pessoas que se comunicam, o seu grau de escolaridade, sua faixa etria e tudo aquilo que pode modificar o sentido da mensagem que est sendo transmitida. So as CIRCUNSTNCIAS todas em que uma comunicao se efetiva;

    Os interlocutores que dela participam:

    EMISSOR: quem transmite uma mensagem durante a comunicao;

    RECEPTOR: para quem se transmite uma mensagem durante a comunicao;

    MENSAGEM: cada contedo que os interlocutores compartilham. A mensagem normalmente tem um tema central, um assunto predominante. Ela pode ser sobre algum, algo (real ou no, concreto ou

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    abstrato), algum lugar, etc. Em comunicao, o objeto ou tema central da mensagem chama-se REFERENTE . Assim, o referente sobre que ou sobre quem se fala na mensagem;

    CDIGO: a linguagem ou conjunto de signos usados na elaborao e/ou na transmisso da mensagem na comunicao;

    CANAL: cada um dos meios de comunicao utilizados na transmisso de mensagens na comunicao. So os meios de comunicao. Ex.: revista, jornal, rdio, televiso, telefone, fax, telgrafo, computador (Internet), rdio, carta, etc;

    RUDO: qualquer perturbao na comunicao.

    1.3 Funes da Linguagem Funo referencial ou denotativa: transmite uma informao objetiva, expe dados da realidade de modo objetivo, no faz comentrios, nem avaliao. Geralmente, o texto apresenta-se na terceira pessoa do singular ou plural, pois transmite impessoalidade. A linguagem denotativa, ou seja, no h possibilidades de outra interpretao alm da que est exposta. Em alguns textos mais predominante essa funo, como: cientficos, jornalsticos, tcnicos, didticos ou em correspondncias comerciais. Ex: Bancos tero novas regras para acesso de deficientes. (O Popular, 16 out. 2008). Funo emotiva ou expressiva: o objetivo do emissor transmitir suas emoes e anseios. A realidade transmitida sob o ponto de vista do emissor, a mensagem subjetiva e centrada no emitente e, portanto, apresenta-se na primeira pessoa. A pontuao (ponto de exclamao, interrogao e reticncias) uma caracterstica da funo emotiva, pois transmite a subjetividade da mensagem e refora a entonao emotiva. Essa funo comum em poemas ou narrativas de teor dramtico ou romntico. Ex: Porm meus olhos no perguntam nada./ O homem atrs do bigode srio, simples e forte./Quase no conversa./Tem poucos, raros amigos/o homem atrs dos culos e do bigode. (Poema de sete faces, Carlos Drummond de Andrade) Funo conativa ou apelativa: O objetivo de influenciar, convencer o receptor de alguma coisa por meio de uma ordem, sugesto, convite ou apelo. Os verbos costumam estar no imperativo (Compre! Faa!) ou conjugados na 2 ou 3 pessoa (Voc no pode perder! Ele vai melhorar seu desempenho!). Esse tipo de funo muito comum em textos publicitrios, em discursos polticos ou de autoridade. Ex:

    Havaianas, todo mundo usa!

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    Funo metalingustica: aquela centralizada no cdigo, usando a linguagem para falar dela mesma. A poesia que fala da poesia, da sua funo e do poeta, um texto que comenta outro texto. Principalmente os dicionrios so exemplos de metalinguagem. a palavra que explica a palavra, Poesia sobre poesia, Propaganda sobre propaganda, Dicionrio.

    Pegue um jornal Pegue a tesoura.

    Escolha no jornal um artigo do tamanho que voc deseja dar a seu poema. Recorte o artigo.

    Este trecho da poesia, intitulada Para fazer um poema dadasta utiliza o cdigo (poema) para explicar o prprio ato de fazer um poema. Funo ftica: O objetivo dessa funo estabelecer uma relao com o emissor, um contato para verificar se a mensagem est sendo transmitida ou para dilatar a conversa. Quando estamos em um dilogo, por exemplo, e dizemos ao nosso receptor Est entendendo?, estamos utilizando este tipo de funo ou quando atendemos o celular e dizemos Oi ou Al. Funo potica: O objetivo do emissor expressar seus sentimentos atravs de textos que podem ser enfatizados por meio das formas das palavras, da sonoridade, do ritmo, alm de elaborar novas possibilidades de combinaes dos signos lingusticos. Est presente em textos literrios, publicitrios e em letras de msica. Ex:

    Um galo sozinho no tece uma manh: ele precisar sempre se outros galos. De um que apanhe esse grito que ele

    e o lance a outro; de um outro galo que apanhe o grito que um galo antes

    e o lance a outro; e de outros galos que com muitos outros galos se cruzem

    os fios de sol de seus gritos de galo, para que a manh, desde uma tela tnue,

    se v tecendo, entre todos os galos.

    (Joo Cabral de Melo Neto)

    2. VARIAO LINGUSTICA

    Pois . U purtuguis muito fciu di aprender, purqui uma lngua qui a genti iscrevi ixatamenti cumu si fala. Num cumu inglis qui d at vontadi di ri quandu a genti discobri cumu qui si iscrevi algumas palavras. Im portuguis, s prestteno. U alemo pur exemplu. Qu coisa mais doida? Num bate nada cum nada. At nu espanhol qui parecidu, si iscrevi muito diferenti. Qui bom qui a minha lingua u purtuguis. Quem soub fal, sabi iscrev.

    J Soares, revista veja, 28 de novembro de 1990

    Todas as pessoas que falam uma determinada lngua conhecem as estruturas gerais, bsicas, de funcionamento podem sofrer variaes devido influncia de inmeros fatores. Tais variaes, que s vezes so pouco perceptveis e outras vezes bastantes evidentes, recebem o nome genrico de variedades ou variaes lingsticas.

    TIPOS DE VARIAO

    a) Variao Histrica

    A variao histrica, que acontece ao longo de um determinado perodo de tempo, pode ser identificada ao se comparar dois estados de uma lngua. O processo de mudana gradual: uma variante inicialmente utilizada por um grupo restrito de falantes passa a ser adotada por indivduos socioeconomicamente mais expressivo. A forma antiga permanece ainda entre as geraes mais velhas, perodo em que as duas variantes convivem; porm com o tempo a nova variante torna-se normal na fala, e finalmente consagra-se pelo uso na modalidade escrita. As mudanas podem ser de grafia ou de significado.

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    Ex:

    ANTIGAMENTE

    Carlos Drummond de Andrade

    ANTIGAMENTE, as moas chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito prendadas. No

    faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo no sendo rapages, faziam-lhes p-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio. E se levavam tbua, o remdio era tirar o cavalo da chuva e ir pregar em outra freguesia. (....)

    ANTIGAMENTE, certos tipos faziam negcios e ficavam a ver navios; outros eram pegados com a boca na

    botija, contavam tudo tintim por tintim e iam comer o po que o diabo amassou, l onde Judas perdeu as botas. Uns raros amarravam cachorro com linguia. E alguns ouviam cantar o galo, mas no sabiam onde. (...)

    ANTIGAMENTE, os pirralhos dobravam a lngua diante dos pais, e se um se esquecia de arear os dentes antes

    de cair nos braos de Morfeu, era capaz de entrar no couro. No devia tambm se esquecer de lavar os ps, sem tugir nem mugir. Nada de bater na cacunda do padrinho, nem de debicar os mais velhos, pois levava tunda.(... )

    b) Variao Geogrfica

    A variao geogrfica trata das diferentes formas de pronncia, vocabulrio e estrutura sinttica entre regies. Dentro de uma comunidade mais ampla, formam-se comunidades lingsticas menores em torno de centros polarizadores da cultura, poltica e economia, que acabam por definir os padres lingsticos utilizados na regio de sua influncia. As diferenas lingsticas entre as regies so graduais, nem sempre coincidindo com as fronteiras geogrficas.

    Ex: Assaltante Pernambucano

    Ei, bixim... Isso um assalto... Arriba os braos e num se bula nem faa munganga... Passa vexado o dinheiro seno eu planto a peixeira no teu bucho e boto teu fato pra fora......Perdo meu Padim Cio, mas que eu t com uma fome da molstia.

    Assaltante Mineiro

    s, presteno... Isso um assartin, uai... Levanto os brao e fica quetin quesse trem na minha mo t cheio de bala... i passa logo os trocado que eu num t bo hoje... Vai andando, uai, t esperando o que, meu fi

    Assaltante Gacho

    O gur, ficas atento... Bh, isso um assalto... Levantas os braos e te aquieta, tch! No tente nada e tome cuidado que esse faco corta que uma barbaridade.. Passa os pilas pr c! E te manda a la cria, seno o quarenta e quatro fala!!

    Assaltante Carioca

    Seguiiiinnte, bicho... Tu se fudeu, isso um assalto... A, passa a grana e levanta os braos rap... No fica de bobeira que eu atiro bem pa caralho... Vai andando e se olhar pra traz vira presunto...

    Assaltante Baiano

    meu rei.........................................(longa pausa)....... isso um assalto... Levanta os braos, mas no se avexe no.................... (outra pausa) Se num quiser nem precisa levantar os braos, pra num ficar cansado............. Vai passando a grana ................(pausa)......................, bem devagarinho......... Num repara se o berro est sem bala, mas pra no ficar muito pesado... No esquenta, meu irmozinho, vou deixar teus documentos na prxima encruzilhada...

    Assaltante Paulista

    rra, meu.. Isso um assalto, meu.... Alevanta os braos, meu.... Passa a grana logo, meu... Mais rpido, meu, que eu ainda preciso pegar a bilheteria aberta pa comprar o ingresso do jogo do Curintia, meu.... P, se manda, mano..

    Assaltante de Braslia

    Caro povo brasileiro, no final do ms, aumentaremos as seguintes tarifas: energia, gua, esgoto, gs, passagem de nibus, iptu, ipva, licenciamento de veculos, seguro obrigatrio, gasolina, lcool, imposto de renda, IPI, ICMS,PIS, COFINS

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    c) Variao Social

    Uma outra modalidade a variao social, que agrupa alguns fatores de diversidade: o nvel scio-econmico, determinado pelo meio social onde vive um indivduo; o grau de educao; a idade e o sexo. A variao social no compromete a compreenso entre indivduos, como poderia acontecer na variao regional; o uso de certas variantes pode indicar qual o nvel scio-econmico de uma pessoa, e h a possibilidade de algum oriundo de um grupo menos favorecido atingir o padro de maior prestgio.

    d) Variao Profissional

    O exerccio de algumas atividades requer o domnio de certas formas de lngua chamadas lnguas tcnicas. Abundantes em termos especficos, essas variantes tm seu uso praticamente restrito ao intercmbio tcnico de engenheiros, mdicos, qumicos, lingistas e outros especialistas.

    Fala de um mdico explicando algumas doenas do corao:

    "Tem gente que nasce com corao maior ou menor, com vrios defeitos. Essas so as cardiopatias congnitas, o corao pode nascer com inmeros defeitos. O tamanho do corao tambm tem a ver com outros problemas que no so congnitos, como a insuficincia coronariana."

    Fala de um advogado, explicando a linguagem que ele usa no Frum:

    " As expresses so data venia, permissa venia, concessa venia. Para no usar de aspereza com o juiz, o senhor dever falar data venia, que quer dizer "com o devido respeito", e ento fale o que quiser para o juiz. Os sinnimos de data venia seriam permissa venia, concessa venia. Eu jamais repito data venia no mesmo processo. S data venia, data venia, fica enfadonho.

    e) Variao Situacional

    Em diferentes situaes comunicativas, um mesmo indivduo emprega diferentes formas de lngua. Basta pensar nas atitudes que assumimos em situaes formais (por exemplo, um discurso numa solenidade de formatura e em situaes informais (uma conversa descontrada com amigos, por exemplo). A fala e a escrita tambm implicam profundas diferenas na elaborao de mensagens. A tal ponto chegam essas variaes, que acabam surgindo dois cdigos distintos, cada qual com suas especificidades: a lngua falada e a lngua escrita.

    f) A variao Literria

    Quando o uso da lngua abandona as necessidades estritamente prticas do cotidiano comunicativo e passa a incorporar preocupaes estticas, surge a lngua literria. Nesse caso, a escolha e a

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    combinao dos elementos lingsticos, subordinam-se a atividades criadoras e imaginativas. Cdigo e mensagens adquirem uma importncia elevada, deslocando o centro de interesse para aquilo que a lngua em detrimento daquilo para que ela serve

    Soneto de Separao

    De repente do riso fez-se o pranto Silencioso e branco como a bruma

    E das bocas unidas fez-se a espuma E das mos espalmadas fez-se o espanto.

    De repente da calma fez-se o vento Que dos olhos desfez a ltima chama E da paixo fez-se o pressentimento

    E do momento imvel fez-se o drama.

    De repente, no mais que de repente Fez-se de triste o que se fez amante E de sozinho o que se fez contente.

    Fez-se do amigo prximo o distante Fez-se da vida uma aventura errante De repente, no mais que de repente.

    ( Vinicius de Moraes, Poesia Completa e Prosa. J. Aguilar, 1976)

    3. CONCORDNCIA

    3.1 CONCORDNCIA NOMINAL

    REGRA GERAL: O adjetivo, o artigo, o numeral concordam com o substantivo em gnero (masculino ou feminino) e nmero (singular ou plural).

    Exemplos:

    O aluno atencioso / A aluna atenciosa

    Uns alunos estudiosos / Umas alunas estudiosas

    Este clip est enferrujado / Estes clips esto enferrujados

    Eles saram juntos / Elas saram juntas

    Ateno, porm, para a concordncia com as palavras "anexo", "quite" e com a locuo prepositiva "junto de".

    Exemplos:

    O documento segue anexo / Os documentos seguem anexos

    O documento segue em anexo / Os documentos seguem em anexo)

    O rapaz est quite com o servio militar

    Os rapazes esto quites com o servio militar

    Eles ficaram junto da me / Elas ficaram junto da me

    REGRAS ESPECFICAS:

    1. Quando o adjetivo vem depois de dois ou mais substantivos no singular e do mesmo gnero, pode ir para o singular (concordncia atrativa) ou plural (concordncia lgica ou gramatical). No entanto, quando o adjetivo se referir claramente ao ltimo substantivo, a concordncia com este ser obrigatria.

    Exemplos:

    A conscincia e a dignidade humana(humanas) valem muito.

    Ela tem marido e filho dedicado(dedicados).

    O casaco e o chapu redondo eram dele.

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    Ela ganhou um livro e um disco orquestrado.

    2. Quando o adjetivo vem depois de dois ou mais substantivos no singular e de gneros diferentes, vai para o plural masculino ou concorda com o substantivo mais prximo.

    Exemplos:

    Ela tem testa, nariz e boca deformados (deformada)

    Enviamos jornais e revistas ilustrados (ilustradas)

    Ele vestia camisa e palet escuros (escuro)

    Observao: A concordncia do adjetivo com o ltimo substantivo ser obrigatria quando:

    a. o sentido assim o exigir;

    Exemplos: Traga-me um livro e uma fruta fresca.

    No Shopping, comprei roupas e um rdio eltrico.

    b. os substantivos estiverem no plural;

    Exemplo: Eles esto sempre com os coraes e as casas abertas.

    3. Quando o adjetivo estiver antecedendo substantivos do mesmo gnero e nmero ou no, ele concordar necessariamente com o substantivo mais prximo. Caso, porm, o adjetivo venha aps os substantivos, ir para o plural do mesmo gnero deles.

    Exemplos: Sua me e filhas podem ficar aqui.

    Voc escolheu m hora e lugar para dizer isto. (Voc escolheu mau lugar e hora...)

    Observao: Quando os substantivos expressarem nomes prprios ou grau de parentesco, o adjetivo ir obrigatoriamente para o plural.

    Exemplos: Haver uma homenagem aos ilustres Drummond e Bandeira.

    Encontrei ontem seus simpticos sogro e sogra.

    4. No caso de mais de um adjetivo qualificar ou determinar o mesmo substantivo, podem ser dadas frase vrias formas.

    Exemplos: Convidamos os alunos da primeira e da segunda srie.

    Convidamos os alunos da primeira e segunda sries.

    Gosto das Literaturas brasileira e portuguesa.

    Gosto da Literatura brasileira e da portuguesa.

    Gosto da Literatura brasileira e portuguesa.

    (Estilisticamente, as duas primeiras construes so preferveis, pois a terceira pode trazer um pouco de incerteza: gosta-se de duas Literaturas distintas ou de uma Literatura luso-brasileira? )

    5. O adjetivo ir para o plural quando o substantivo, mesmo no singular, vier precedido das expresses "um e outro", ou "nem um nem outro".

    Exemplos: No posso fazer um e outro trabalho cansativos.

    Nem um nem outro aluno doentes fizeram a prova.

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    6. Caso o adjetivo venha antecedido das expresses "alguma coisa" ou "qualquer coisa", mais a preposio "de", vai para o masculino. Caso contrrio, vai para o feminino.

    Exemplos: Alguma coisa de aterrador aconteceu ontem.

    Alguma coisa aterradora aconteceu ontem.

    H qualquer coisa de errado com esse computador.

    H qualquer coisa errada com esse computador.

    7. O predicativo concorda com o sujeito em gnero e nmero.

    Exemplos: Pedro GENEROSO / as irms SO GENEROSAS

    REGRAS ESPECFICAS:

    a. Quando o sujeito vier sem nenhum determinante, adquirir um sentido amplo, vago, equivalente a"isso", "isto", "aquilo"; e o adjetivo do predicativo assumir aparentemente uma forma masculina, mas, na verdade, ser neutra.

    Exemplos: Cachaa no bom para a sade. (sem determinante)

    Esta cachaa no boa. (com determinante = Esta)

    necessrio pacincia de todos.

    necessria a pacincia de todos.

    proibido entrada de pessoas sem autorizao.

    proibida a entrada de pessoas sem autorizao.

    b. Quando o adjetivo que antecede os substantivos for um predicativo do objeto, ele dever preferivelmente ficar no plural. Quando, porm, o predicativo do sujeito composto estiver anteposto a este, poder concordar tambm com o ncleo mais prximo (o que acontece igualmente com o verbo da orao).

    Exemplos: Considero inteligentes o rapaz e a moa.

    Julgamos insensatos a sua idia e o seu gesto.

    So vergonhosos a fome e o analfabetismo no Brasil.

    vergonhosa a fome e o analfabetismo no Brasil.

    c. Apesar de os pronomes de tratamento estarem todos no feminino, podero, no entanto, se referir a pessoas de ambos os sexos, permitindo que o adjetivo do predicativo faa uma concordncia ideolgica (silepse) com o sexo da pessoa a quem nos dirigimos.

    Exemplos: Vossa Alteza muito bondoso (dirigindo-se a um prncipe)

    Vossa Alteza muito bondosa (dirigindo-se a uma princesa)

    3.2 CONCORDNCIA VERBAL Regra geral: O verbo concorda com o sujeito em nmero e pessoa. Ex: Bancrios iniciam campanha eleitoral. Concordncia do verbo com o sujeito composto:

    1. Caso: Quando o sujeito composto vier anteposto ao verbo, o verbo ir para o plural.

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    Ex: O milho e a soja subiram de preo.

    Obs.:

    Quando os ncleos do sujeito forem sinnimos, o verbo poder ficar no singular ou no plural. Ex: Medo e terror nos acompanha (acompanham) sempre.

    Quando os ncleos do sujeito vierem resumidos por tudo, nada, algum ou ningum, o verbo ficar no singular.

    Ex: Dinheiro, mulheres, bebida, nada o atraa.

    Quando o sujeito for formado por ncleos dispostos em gradao (ascendente ou descendente) o verbo ficar no singular ou no plural.

    Ex: Uma briga, um vento, o maior furaco no os inquietava (inquietavam).

    2. Caso: Quando o sujeito composto vier posposto ao verbo, o verbo ir para o plural ou concordar apenas com o ncleo do sujeito que estiver mais prximo. Ex: Chegou o pai e a filha. Chegaram o pai e a filha. 3. Caso: Quando os ncleos do sujeito vierem ligados pela conjuno "ou" , o verbo ficar no singular se houver idia de excluso. Se houver idia de incluso o verbo ir para o plural. Ex: Pedro ou Antnio ser o presidente do clube. (Excluso) Laranja ou mamo fazem bem a sade. (Incluso)

    Casos especiais de concordncia verbal:

    1. Caso: Com a expresso "um dos que" o verbo ficar no singular e no plural. O plural construo dominante. Ex: Voc um dos que mais estudam (estuda). 2. Caso: Quando o sujeito for constitudo das expresses "mais de", "menos de", "cerca de" o verbo concordar com o numeral que segue as expresses. Ex: Mais de uma pessoa protestou contra a lei. Mais de vinte pessoas protestaram contra a deciso. Obs.: Com a expresso "mais de um" pode ocorrer o plural: - Quando o verbo d idia de ao recproca (troca de aes). Ex: Mais de uma pessoa de abraaram. - Quando a expresso "mais de um" vm repetida. Ex: Mais de um amigo, mais de um parente estavam presentes. 3. Caso: Se o pronome interrogativo ou indefinido estiver no singular o verbo s concordar com ele. Se esses pronomes estiverem no plural o verbo concordar com ele ou com o pronome pessoal. Ex: Qual de ns? Alguns de ns. Qual de ns viajar? Quais de ns viajaro (viajaremos)? 4. Caso: Quando o sujeito for um coletivo o verbo ficar no singular. Ex: A multido gritava desesperadamente. Obs.: - Quando o coletivo vier seguido de um adjunto no plural, o verbo ficar no singular ou poder ir para o plural. Ex: A multido de torcedores gritava (gritavam) desesperadamente.

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    5. Caso: Quando o sujeito de um verbo for pronome relativo "que", o verbo concordar com o antecedente deste pronome. Ex: Sou eu que pago. 6. Caso: Quando o sujeito de um verbo for um pronome relativo "quem", o verbo concordar com o antecedente ou ficar na 3 pessoa do singular concordando com o sujeito quem. Ex: Sou eu quem paga (pago). 7. Caso: Quando o sujeito for formado por nome prprio que s tem plural, no antecipado de artigo, o verbo ficar no singular; se o nome prprio vier antecipado de artigo o verbo ir para o plural. Ex: Minas Gerais possui grandes fazendas. Os Estados Unidos so uma nao poderosa. 8. Caso: Os verbos impessoais ficam sempre na 3 pessoa do singular. Ex: Faz 5 anos... Havia crianas na fila. Obs.: - Tambm fica na 3 pessoa de singular o verbo auxiliar que se pe junto a um verbo impessoal formando uma locuo verbal. Ex: Deve haver crianas na fila. - O verbo existir no impessoal. Ex: Existiam crianas na fila. Devem existir crianas na fila. (O verbo auxiliar de um verbo pessoal concordar com o sujeito). 9. Caso: Com os verbos "dar", "bater", "soar" se aparecer o sujeito"relgio"a concordncia se far com ele; se no aparecer com o sujeito "relgio" a concordncia se far com o nmero de horas. Ex: O relgio deu cinco horas. Deram cinco horas no relgio da matriz. ... relgio da matriz: Adjunto adverbial de lugar. 10. Caso: Quando o sujeito for formado por um pronome de tratamento o verbo ir sempre para 3 pessoa. Ex: Vossa Excelncia leu meus relatrios? 11. Caso: Quando "se" funcionar como partcula apassivadora o verbo concordar normalmente com o sujeito da orao. Ex: Pintou-se o carro. Alugam-se casas. 12. Caso: Quando o "se" funcionar como ndice de Indeterminao do Sujeito o verbo ficar sempre na 3 pessoa do singular. Ex: Precisa-se de secretria. Vive-se bem aqui. 13. Caso: O verbo parecer, seguido de infinitivo admite duas construes: - Flexiona-se o verbo parecer e no se flexiona o infinitivo. - Flexiona-se o infinitivo e no flexiona-se o verbo parecer. Ex: Os prdios parecem cair. Os prdios parece carem.

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    4.COESO E COERNCIA TEXTUAL

    4.1 Coeso Textual

    Na construo de um texto, assim como na fala, usamos mecanismos para garantir ao interlocutor a compreenso do que se l/diz.

    Esses mecanismos lingusticos que estabelecem a conectividade e a retomada do que foi escrito so os referentes textuais e buscam garantir a coeso textual para que haja coerncia, no s entre os elementos que compem a orao, como tambm entre a seqncia de oraes dentro do texto.

    Um texto incoerente o que carece de sentido ou o apresenta de forma contraditria. Muitas vezes essa incoerncia resultado do mau uso daqueles elementos de coeso textual. Na organizao de perodos e de pargrafos, um erro no emprego dos mecanismos gramaticais e lexicais prejudica o entendimento do texto. Construdo com os elementos corretos, confere-se a ele uma unidade formal.

    Por coeso, entende-se ligao, relao, nexo entre os elementos que compem a estrutura textual.

    Cada elemento responsvel pela coeso textual funciona, no interior do texto, como um pequeno n, que serve para "amarrar" duas ou mais ideias.

    O primeiro desses tipos envolve o estabelecimento de referncias. Na nossa lngua, a classe dos pronomes constitui a principal fonte desses "ns" lingusticos, por poder atuar na substituio de substantivos ou expresses que designam algo dito anteriormente, ou que ser futuramente dito pelo autor do texto.

    4.1.1 COESO REFERENCIAL

    A chamada coeso referencial manifesta-se atravs da anfora e da catfora.

    a) ANFORA

    A forma mais simples de coeso aquela em que o elemento pressuposto est verbalmente explicitado e antecede o item coesivo. Esse tipo de pressuposio, que faz referncia a algum item previamente explicitado, conhecido como anfora.

    No exemplo, o termo ELA s pode ser recuperado se voltarmos sentena imediatamente anterior e descobrirmos que sua referncia o termo CLUDIA. Dizemos, ento, que ELA refere-se anaforicamente a CLUDIA e que uma relao de coeso foi estabelecida entre os dois termos para garantir a compreenso do texto.

    b) CATFORA

    Uma outra possibilidade da ocorrncia de referncias no interior de um texto exatamente contrria exemplificada anteriormente. Em outras palavras, o termo pressuposto aparece depois do item coesivo. Quando uma relao como essa ocorre, dizemos tratar-se de uma catfora. Observe:

    No exemplo apresentado, o termo elas s pode ser recuperado se identificarmos o referente GRANDES ONDAS, que aparece depois dele na estrutura. Essa uma relao de coeso de natureza catafrica.

    - Cludia gostou do filme?

    - Ela disse que sim.

    ELAS ESTO CHAMANDO. Grandes ondas atingem o Hava e "convidam" os surfistas mais corajosos a enfrent-las.

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    SUBSTITUIO Consiste na colocao de um item lexical com valor coesivo no lugar de outro (s) elemento (s) do texto, ou at mesmo de uma orao inteira.

    ELIPSE Diz-se que ocorre coeso por elipse quando algum elemento do texto substituido por (zero) em algum dos contextos em que deveria ocorrer:

    REITERAO Obtida pela repetio do mesmo item lexical ou pelo uso de sinnimos, hipernimos, nomes genricos.

    COLOCAO OU CONTIGUIDADE

    Recurso coesivo resultante do uso de termos pertencentes a um mesmo campo semntico.

    4.1.2 COESO SEQUENCIAL

    A coeso sequencial garantida por procedimentos lingusticos que estabelecem relaes de sentido entre segmentos do texto (enunciados ou parte deles, pargrafos, e mesmo sequenciais textuais).

    So os mecanismos de coeso sequencial que fazem o texto progredir. Observe, no pargrafo seguinte, o funcionamento da coeso sequencial:

    Carlos trouxe dois computadores dos Estados Unidos. Perguntou-me se eu queria compra um.

    - Paulo vai conosco ao cinema?

    - (= Paulo) Vai. (= conosco ao cinema)

    A atriz parecia nervosa. A atriz havia sido vitima de um assalto. (coeso resultante do emprego repetido do mesmo item lexical)

    Um menino entrou depressa no supermercado. O garoto parecia estar fugindo de algum. (coeso resultante do uso de um sinnimo)

    A Enterprise partiu da estao espacial com toda a tripulao. A nave faria mais uma viagem intergalctica. (coeso resultante do emprego de um hipernimo. Nave, aqui, o hipernimo, pois designa um gnero do qual a Enterprise uma espcie)

    Os caadores se assustaram com as enormes pegadas no cho. Quando olharam na direo da entrada do bosque, viram a coisa escondida atrs dos arbustos. (coeso resultante do uso de um nome genrico)

    Houve um grande roubo no Banco do Brasil. Vrias viaturas transportaram os bandidos que foram capturados para a delegacia mais prxima.

    "Como em um passe de mgica, voltei no tempo. Ainda era detetive e estava espera dos sequestradores de uma menina. O saco com dinheiro estava sobre o banco da praa, como havia sido combinado. Os sequestradores pegariam o dinheiro e ns os prenderamos em flagrante. Nosso nico erro foi no ter imaginado que a menina viesse junto. Era tarde demais para recuar, o tiroteio j havia comeado."

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    No exemplo, podemos perceber como a utilizao adequada das diferentes formas verbais garantiu a continuidade natural da ao narrada. A construo do tempo da narrativa, nesse caso, est sendo feita atravs dos mecanismos de manuteno da coeso sequencial.

    Leia com ateno o texto a seguir:

    a) Por que a expresso "de novo" chamou a ateno de Bill Bryson?

    b) "Foi o 'de novo' que chamou minha ateno, na verdade". Com essa afirmao o autor do texto revela que, ao ler jornal, uma expresso fez com que adotasse um procedimento especfico de leitura. Que procedimento esse? Explique.

    4.2 Coerncia Textual

    Uma definio de coerncia seria unidade de sentido; e coeso, "amarrar" as ideias. Estabelece a clareza do texto. Clareza consiste em ler o texto, e compreender como est organizada a produo escrita. Quando ele vai redigir, deve planejar as ideias e a inteno comunicativa. Ento, ser claro ser coerente com a ordem das palavras e vocbulos, e dizer, no se contradizer, no confundir o leitor; ou seja, no pr enunciados desconexos.

    Ser claro pensar para que tipo de leitor est escrevendo; ou seja, para crianas, adolescentes, adultos, advogados, arquiteto, filsofo, etc. isso quer dizer, ser emptico, perceber como eles sentem e entendem.

    A incoerncia acontece porque o estudante foge da ideia principal ou das palavras-chave, da organizao lgica das ideias; e do conhecimento da realidade.

    Quando no se organizam as ideias e as palavras adequadas para o texto, a redao fica confusa. Para o texto ser coerente, necessrio que haja uma ligao significativa entre diversas partes; portanto, tudo tem que se escrever logicamente.

    A coerncia depende de uma srie de fatores, entre os quais vale ressaltar:

    o conhecimento do mundo e o grau em que esse conhecimento deve ser ou compartilhado pelos interlocutores;

    o domnio das regras que norteiam a lngua - isto vai possibilitar as vrias combinaes dos elementos lingusticos;

    os prprios interlocutores, considerando a situao em que se encontram, as suas intenes de comunicao, suas crenas, a funo comunicativa do texto.

    Portanto, a coerncia se estabelece numa situao comunicativa; ela a responsvel pelo sentido que um texto deve ter quando partilhado por esses usurios, entre os quais existe um acordo pr-estabelecido, que pressupe limites partilhados por eles e um domnio comum da lngua.

    "...tenho pastas e mais pastas de recortes bom, recortes como este aqui, tirado de um jornal de Potland, Maine, intitulado 'Homem encontrado acorrentado rvore de novo'. Foi 'de novo' que chamou minha ateno, na verdade."

    BRY-SON, Bill.Esplndidas irrelevncias. In: Crnicas de um pas bem grande. So Paulo: Companhia das Letras, 2001.

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    5. DVIDAS DO DIA-A-DIA

    MEIO OU MEIA? Voc diria que a Joana ficou meia desapontada com Magali? Ento no diga mais! A palavra meio, com o sentido de um pouco (advrbio), invarivel. Portanto: a cobra ficou meio desapontada. A palavra meio s varia para o feminino quando ela numeral. Ento: Eu tomei meia garrafa de vinho, mas tomei meio copo de gua.

    PARA EU OU PARA MIM?

    Reparou na primeira fala do Casco? Por que no pode ser pra mim? Repare que o casco o agente da ao de dormir, o sujeito da frase. Agora repare a diferena. Pai, conta uma histria para mim? Faa a pergunta: conta uma histria para quem? Para mim.

    MAL OU MAU?

    Observe: mau/bom so adjetivos, portanto servem para atribuir caractersticas, qualidades. Ex: Sezefredo um homem mau. J mal/bem so advrbios, servem, pois, para atribuir as circunstncias em que algo foi feito. Ex: Ele estudou pouco, por isso ficou mal colocado no concurso.

    CONCERTO OU CONSERTO?

    Voc acha que a torneira precisa ser concertada urgentemente? No? Que bom, porque ela precisa ser concertada. As palavras como essas, ditas homnimas, vivem causando confuso, anto repare na lista a seguir: Homnimas: So palavras que se escrevem ou pronunciam da mesma maneira, mas que possuem significados diferentes. Ex:

    Almoo (subs.) almoo (verbo)

    Sede (falta de gua) sede (local)

    Conserto (reparo) concerto (msica)

    Aprear (dar preo) apressar (pr pressa)

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    Caar (prender) cassar (anular direitos)

    Cela (priso) sela (cavalo ou verbo)

    Coser (costurar) cozer (cozinhar)

    Insipiente (ignorante) incipiente (principiante)

    Acento (gramtica) assento (lugar para sentar)

    Parnimas: So palavras parecidas na escrita ou na pronncia, mas possuem significados diferentes. Ex:

    Eminente (nobre) iminente (preste a ocorrer)

    Mandato (procurao) e mandado (ordem)

    Imprudncia (falta de cautela) e impudncia (falta de pudor)

    Infligir (aplicar castigo) e infringir (transgredir)

    Trfego (de carros ) e trfico (atividade ilcita)

    Comprida (longa) e cumprida (acabada)

    Diferir (fazer diferena) e deferir (aceitar)

    Flagrante (no ato) e fragrante (que cheira)

    Despensa (cmodo) e dispensa (dispensar)

    MELHOR OU MAIS BEM?

    A expresso mais bem, apesar de ser estranha a nossos ouvidos, est correta. Melhor superlativo de bom. Ex: Este bolo est bom, mas o meu melhor. J mais bem superlativo de bem. Ex: Joana ficou bem colocada na corrida, mas Lcia ficou mais bem colocada que ela.

    DISPENSA / DESPENSA A dispensa da casa estava sempre cheia de bons alimentos. A despensa da casa estava sempre cheia de bons alimentos. Dispensa: iseno, desobrigao: Recebeu a dispensa do servio militar. Despensa: local onde se guardam alimentos. O correto, portanto, : A despensa da casa estava sempre cheia de bons alimentos.

    VOU FAZER OU VOU ESTAR FAZENDO?

    Observe a frase vou sair para jogar bola com o Messias? Voc acha que ela est correta? Sim. Errado seria cair no mal do gerundismo que est assolando o pas, fazendo com que as pessoas digam: vou estar saindo, vou estar economizando, vou estar botando. No se usa em portugus trs verbos para se formar o futuro. Ou se utiliza dois, como na frase em negrito, ou apenas o futuro simples: sairei, economizarei, botarei. Portanto, procure abolir de sua vida essas frases com gerndio querendo indicar o futuro. Um verbo auxiliar mais um no gerndio servem para indicar uma ao que est acontecendo no momento em que se fala e que tem certa durao. Ex: Eu estou escrevendo o livro.

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    POR QUE/PORQUE/ POR QU/PORQU

    Por que o Messias ficou to decepcionado? Talvez porque ele no esperava que o pai tivesse se relacionado com um gato do mesmo sexo. Voc percebeu que eu utilizei o porque de maneiras diferentes. Quando isso acontece?

    1. Por que: pode ser um advrbio interrogativo

    EX: Por que voc no chorou? (interrogativa direta) Quero saber por que voc chorou (interrogativa indireta) Porque: Pode ser pronome relativo, neste caso substitudo por pelo qual, pela qual, etc.

    EX: O lugar por que passamos muito bonito. No sei ao certo qual o caminho por que viemos. 2. porque: usado em respostas (frases declarativas), funcionando como conjuno

    explica a causa dos fatos Ex: A festa foi cancelada porque choveu muito. No foi aula porque estava chovendo muito. 3. Por qu: s empregado no final de frases Seus olhos esto vermelhos, por qu? 4. Porqu: funciona como substantivo e em geral aparece precedido de artigo ou

    pronome, equivale a causa, motivo, razo Ex: ningum explicou o porqu de ele no vir. Terminou o namoro de uma ora para outra, mas no soube ao certo o porqu de tal deciso.

    AMBIGUIDADE

    O fato de as palavras apresentarem uma multiplicidade de sentidos, em funo do contexto em que so usadas,

    pode gerar ambiguidade, conceito muito produtivo no processo de comunicao.

    Ambiguidade a propriedade de certas frases que apresentam vrios sentidos. Assim, na frase:

    Ele estava em minha companhia

    h pelo menos dois sentidos, porque companhia, no caso, pode ter dois sentidos, o de empresa (Ele estava na

    minha empresa), ou de uma pessoa (Ele estava comigo). Fala-se ento de ambiguidade lxica.

    6. NOVO ACORDO ORTOGRFICO

    1 - ACENTO AGUDO

    O acento agudo desaparecer em trs casos:

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    a) Nos ditongos (encontros de duas vogais proferidas em uma s slaba) abertos ei e oi das palavras paroxtonas (aquelas cuja slaba pronunciada com mais intensidade a penltima).

    Ex: alcateia, assembleia, asteroide, celuloide, colmeia, Coreia, epopeia, estreia, heroico, joia, odisseia, paranoia, plateia, etc.

    Ateno: essa regra vlida somente para palavras paroxtonas. Assim, continuam sendo acentuadas as palavras oxtonas terminadas em is, u, us, i, is. Exemplos: papis, heri, heris, trofu, trofus, chapu, chapus, anis, di, cu, ilhu.

    b) Nas palavras paroxtonas com i e u tnicos formando hiato (sequncia de duas vogais que pertencem a slabas diferentes), quando vierem aps um ditongo. Veja:

    Baica baiuca

    Bocaiva bocaiuva

    Feira feiura

    Ateno: se a palavra for oxtona e o i ou o u estiverem em posio final (ou seguidos de s), o acento permanece.

    Exemplos: tuiui, Piau.

    c) Nas formas verbais que possuem o u tnico precedido das letras g ou q e seguido de e ou i. Esses casos ocorrem apenas nas formas verbais de argir e redargir. Observe:

    Argis arguis

    Argem arguem

    Redargis redarguis

    Redargem redarguem

    2 - ACENTO DIFERENCIAL

    O acento diferencial utilizado para auxiliar na identificao de palavras homfonas (que possuem a mesma pronncia). Com o acordo ortogrfico, ele deixar de existir nos seguintes casos: pra/para, pla(s)/pela(s), plo(s)/pelo(s), plo(s)/polo(s) e pra/pera.

    Ateno: Existem duas palavras que continuaro recebendo acento diferencial:

    pr (verbo) para no ser confundido com a preposio por.

    pde (verbo poder conjugado no passado) para que no seja confundido com pode (forma conjugada no presente).

    3 - ACENTO CIRCUNFLEXO

    O acento circunflexo deixar de ser utilizado nos seguintes casos:

    a) Em palavras com terminao o.

    Mais exemplos:abenoo (abenoar) , coo (coar), coroo (coroar), doo (doar), moo (moer), perdoo (perdoar), povoo (povoar), voos (plural de voo), zoo (zoar).

    b) Nas terminaes em, que ocorrem nas formas conjugadas da terceira pessoa do plural dos verbos ler, dar, ver, crer e seus derivados.

    Mais exemplos: creem, deem, veem, descreem, releem, reveem.

    Ateno: Os verbos ter e vir (e seus derivados) continuam sendo acentuados na terceira pessoa do plural.

    Eles tm trs filhos.

    Eles detm o poder.

    Eles vm para a festa de sbado.

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    Eles intervm na economia.

    4 TREMA

    O trema, sinal grfico utilizado sobre a letra u dos grupos que, qui, gue, gui, deixa de existir na lngua portuguesa. Lembre-se, no entanto, que a pronncia das palavras continua a mesma.

    Mais exemplos: aguentar, bilingue, consequncia, delinquente, frequente, linguia, sequncia, sequestro, tranquilo, etc.

    Ateno: O acordo prev que o trema seja mantido apenas em nomes prprios de origem estrangeira, bem como em seus derivados.

    Exemplos: Bndchen, Mller, mlleriano.

    5 HIFEN

    PALAVRAS COMPOSTAS COMO ERA COMO FICA

    NO H HFEN: quando perdemos a noo de composio.

    pra-quedas/pra-

    quedismo

    Paraquedas/Paraquedismo

    H HFEN: quando permanece a noo de composio.

    no muda conta-gotas, guarda-roupa

    H HFEN: quando bem ou mal formarem uma unidade de sentido com o elemento seguinte.

    no muda bem-estar, mal-estar, bem- humorado, mal-humorado

    H HFEN: quando o prefixo termina na mesma vogal com que se inicia o 2 elemento.

    microondas arquiinimigo

    micro-ondas, arqui-inimigo

    H HFEN: quando o 2 elemento comea por H.

    no muda anti-horrio, super-heri

    H HFEN:com ex- e vice-. no muda ex-diretor, vice-prefeito

    NO H HFEN: quando o prefixo termina em vogal e o 2 elemento comea com R ou S. Nesses casos, dobra-se o R ou o S.

    contra-regra, micro-sistema, extra- regular

    Contrarregra, microssistema, extrarregular

    PREFXOS (CASOS ESPECFICOS)

    COMO ERA COMO FICA

    CO-: em geral, liga-se ao 2 elemento mesmo quando iniciado por O.

    no muda Coordenar, cooperar, coobrigao

    SUPER-, HIPER-, INTER: h hfen quando o 2 elemento comea por R.

    no muda super-resistente, hiper-rpido, inter-racial

    CIRCUM-, PAN-:h hfen quando o 2 elemento comea por vogal, M ou N.

    circunavegar no muda

    circum-navegar, pan-americano

    PS-, PR-, PR-: h hfen quando o 2 elemento tem vida parte.

    no muda ps-graduao, pr-histria, pr-ativo

    Observao:

    O uso do hfen permanece em palavras compostas que no contm elemento de ligao, mantendo

    o acento prprio, bem como naquelas que designam espcies botnicas e zoolgicas: ano-luz, azul-

    escuro, mdico-cirurgio, conta-gotas, guarda-chuva, segunda-feira, tenente-coronel, beija-flor,

    couve-flor, erva-doce, mal-me-quer, bem-te-vi etc.

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    O uso de hfen permanece em palavras formadas pelas palavras 'alm', 'aqum', 'recm', 'sem':

    alm-mar, alm-fronteiras, aqum-oceano, recm-nascidos, recm-casados, sem-nmero, sem-teto

    No existe mais hfen

    Em locues de qualquer tipo (substantivas, adjetivas, pronominais, verbais, adverbiais, prepositivas

    ou conjuncionais): co de guarda, fim de semana, caf com leite, po de mel, sala de jantar, carto

    de visita, cor de vinho, vontade, abaixo de, acerca de etc.

    Excees: gua-de-colnia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, p-de-meia, ao-deus-

    dar, queima-roupa.

    7. CONCEITO DE TEXTO E GNEROS TEXTUAIS

    Texto um tecido verbal estruturado de tal forma que as ideias formam um todo coeso, uno, coerente. A imagem de tecido contribui para esclarecer que no se trata de feixe de fios (frases soltas), mas de fios entrelaados (frases que se inter-relacionam).

    Existem trs qualidades que so essenciais para existncia de um texto unidade, coerncia e coeso. Vejamos um exemplo:

    Trata-se de um fragmento que no se constitui texto. Falta-lhe coerncia entre a afirmativa inicial e a final. No possvel entender o que esse "texto" quer dizer. Como ele apresenta vrias informaes, vrias direes (moral, poltica, social, religiosa, esttica), acaba por no constituir um todo. No h completude, inteireza, unidade.

    Gnero de texto refere-se s diferentes formas de expresso textual. Nos estudos da Literatura, temos, por exemplo, poesia, CRNICAS, contos, prosa, etc. Os gneros textuais englobam estes e todos os textos produzidos por usurios de uma lngua. Assim, ao lado da crnica, do conto, vamos tambm identificar a carta pessoal, a conversa telefnica, o email, e tantos outros exemplares de gneros que circulam em nossa sociedade.

    Piadas, anncios, poemas, romance, carta de leitor, notcia, biografia... So muitos os gneros de texto que circulam por a. So as situaes que definem qual utilizar.

    Situaes diversas, finalidades diversas, diferentes gneros. No importa qual o gnero, todo texto pode ser analisado sob trs caractersticas: O assunto: o que pode ser dito atravs daquele gnero; O estilo: as palavras, expresses, frases selecionadas e o modo de organiz-las; O formato: a estrutura em que cada agrupamento textual apresentado.

    7.1 Descrio

    Descrever :

    I. fazer viver os pormenores, situaes ou pessoas;

    II. evocar o que se v, sente;

    III. criar o que no se v, mas se percebe ou imagina;

    IV. no copiar friamente, mas deixar rica, uma imagem;

    V. no enumerar muitos pormenores, mas transmitir sensaes fortes.

    "O carnaval carioca uma beleza, mas mascara, com seu luxo, a misria social, o caos poltico, o desequilbrio que se estabelece entre o morro e a Sapuca. Embora todos possam reconhecer os mritos de artistas plsticos que ali trabalham, o povo samba na avenida como um heri de uma grande jornada. E acrescente-se: h manifestao em prol de processos judiciais contra costumes que ofendem a moral e agridem a religiosidade popular. O carnaval carioca, porque se afasta de sua tradio, est tornando-se desgracioso, disforme, feio."

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    Na descrio o ser e o ambiente so importantes. Assim, o substantivo e o adjetivo devem ser explorados para

    traduzirem com nfase uma impresso.

    O texto com a proposta de reforma do departamento nada mais do que a foto da sala. Mesmo sem ver a sala, o leitor pode imaginar, ou visualizar mentalmente, como ela .

    Descrio objetiva: quando o objeto, o ser, a cena, a passagem so apresentadas como realmente so,

    concretamente.

    EX: "Sua altura 1,85m. Seu peso, 70Kg. Aparncia atltica, ombros largos, pele bronzeada. Moreno, olhos negros, cabelos negros e lisos".

    Descrio subjetiva: quando h maior participao da emoo, ou seja, quando o objeto, o ser, a cena, a

    paisagem so transfigurados pela emoo de quem escreve. EX: "O calor continuava. Nada diminua sua intensidade, de manh o sol se levantava apopltico, sumindo ao entardecer raivoso e vermelho. A terra permanecia sedenta, com bocarras abertas espera de gua. No cu esplendidamente azul, nem uma nuvem, nenhum sinal de chuva. Um azul lmpido, tranqilo, um imenso borro azul, nada mais.Na cidade, apareciam bandos de retirantes, famlicos, trmulo, magros, como bambus ao vento (Odete de Barros Mott)

    7.2 DISSERTAO

    O ESTUDO DA DISSERTAO

    Dissertar o mesmo que desenvolver ou explicar um assunto, discorrer sobre ele. A dissertao pode ser expositiva que objetiva a transmisso de conhecimento, sendo, portanto, um texto informativo e

    Sr. Diretor:

    Encaminho para avaliao a proposta de reformulao do departamento de marketing, enviada pelo nosso

    escritrio de arquitetura.

    Cada um dos seis funcionrios do departamento ganhar um espao individual de trabalho, sem que isso afete a

    comunicao entre eles. As divisrias, azuis, tm 1,60m de altura, e ressaltam a identidade visual da empresa.

    Para maximizar a interatividade entre os funcionrios, cada um deles passa a contar com um ramal prprio e um

    microcomputador, sendo que todo o sistema ser interligado, via intranet.

    A sala ser privilegiada pela iluminao natural para isso, alm das novas janelas todo o ambiente ser decorado com tonalidade claras.

    Os antigos ventiladores sero substitudos por um moderno sistema de ar condicionado. Com a reforma do

    departamento, atendemos tambm uma antiga reivindicao dos funcionrios: a sala ganhar uma mquina

    automtica de refrigerante e um bebedouro.

    A ESTRUTURA

    DISSERTATIVA

    ARGUMENTAO TESE CONCLUSO

    1 pargrafo

    5 a 6 linhas

    2, 3 e 4 pargrafos

    5 a 6 linhas cada um

    5 pargrafo

    5 a 6 linhas

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    pode ser tambm argumentativa - que tem por finalidade principal persuadir o leitor sobre o ponto de vista do autor a respeito do assunto. O texto dissertativo tem uma estrutura convencional, formada por trs partes essenciais.

    Introduo Que apresenta o assunto e o posicionamento do autor. Ao se posicionar, o autor formula uma tese ou a idia principal do texto.

    Desenvolvimento Formado pelos pargrafos que fundamentam a tese. o momento de desenvolver o ponto de vista para tentar convencer o leitor; para isso, deve-se usar uma slida argumentao, citar exemplos, recorrer a opinies de especialistas, fornecer dados, etc.

    Concluso serve para finalizar o que foi exposto; deve ser breve e no pode conter nenhuma idia nova e nenhum exemplo; trata-se de um resumo da dissertao como um todo. Ela pode ser feita de duas maneiras: Sntese - resumo do que foi dito durante o texto. Sugesto - proposta para que o problema discutido seja solucionado.

    Exemplo:

    Desordem e progresso

    condenvel a atitude que grande parte da sociedade desempenha no que diz respeito preservao do meio

    ambiente. Apesar dos inmeros desastres ecolgicos que ocorrem com demasiada freqncia, a populao continua

    cega e o pior que essa cegueira por opo.

    No sou especialista no assunto, mas no preciso que o seja para perceber que o Planeta no anda bem. Tsunamis,

    terremotos, derretimento de geleiras, entre outros fenmenos, assustam a populao terrestre, principalmente nos

    pases desenvolvidos maiores poluidores do Planeta seria isso mera coincidncia? Ou talvez a mais clara resposta da natureza contra o descaso com o futuro da Terra? Acredito na segunda opo.

    Enquanto o homem imbudo de ganncia se empenha numa busca frentica pelo progresso, o tempo passa e a

    situao adquire propores alarmantes. Onde est o tal desenvolvimento sustentvel que ou era primordial? Sabemos que o progresso inevitvel e indispensvel para que uma sociedade se desenvolva e atinja o estgio

    clmax de suas potencialidades, mas vale a pena conquistar esse progresso s custas da destruio da fauna, da flora,

    da qualidade de vida que a natureza nos proporciona?

    A grande produo de armas nucleares, com seu incrvel potencial destrutivo, criou uma situao mpar na histria da humanidade: pela primeira vez, os homens tm nas mos o poder de extinguir totalmente a sua prpria raa da face do planeta.

    A capacidade de destruio das novas armas to grande que, se fossem usadas num conflito mundial, as conseqncias de apenas algumas exploses seriam to extensas que haveria forte possibilidade de se chegar ao aniquilamento total da espcie humana. No haveria como sobreviver a um conflito dessa natureza, pois todas as regies seriam rapidamente atingidas pelos efeitos mortferos das exploses.

    S resta, pois, ao homem um sada: mudar essas situao desistindo da corrida armamentista e desviando para fins pacficos os imensos recursos econmicos envolvidos nessa empreitada suicida. Ou os homens aprendem a conviver em paz , em escala mundial, ou simplesmente no haver mais convivncia de espcie alguma, daqui a algum tempo.

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    No podemos continuar cegos diante dessa realidade. Somos seres racionais em pleno exerccio de nossas

    faculdades, no o direito de nos destruirmos em troca de cdulas com valores monetrios que ironicamente

    estampam espcies animais em seus versos.

    Progresso e natureza podem, sim, coexistir, mas para isso, preciso que ns populao terrestre nos conscientizemos de nossa responsabilidade sobre o lugar que habitamos e ponhamos em prtica o que na teoria

    parece funcionar.

    *Redao produzida por aluno da CENTRAL DE CURSOS-CURRAIS NOVOS/RN, dentro do Projeto de Incentivo

    Leitura/2008.

    7.3 PROCURAO

    A procurao um instrumento que d direito a uma pessoa de agir oficialmente em nome de outra. Quem recebe os poderes definidos em uma procurao (que podem ser especficos ou amplos) chamado de outorgado ou mandatrio. Quem d os poderes o outorgante ou mandante. Existem dois tipos de procurao. Uma chamada procurao pblica, lavrada em cartrio, utilizada para atos jurdicos de maior importncia. A outra chamada procurao particular, igualmente vlida, mas geralmente utilizada para atos mais simples e cotidianos, como por exemplo um aluno que autoriza um colega a fazer a matrcula em seu nome, na faculdade.

    Quanto forma a procurao:

    Deve ser redigida em pargrafos claros, espaados, a fim de ficar o mais legvel possvel.

    Tudo tem que estar em um s pargrafo, para que no haja espao para qualquer acrscimo.

    preciso ser o mais claro e especfico possvel, porque qualquer possibilidade de interpretao dbia, ou se os poderes no estiverem muito bem definidos, a procurao poder ser utilizada para outros fins, nem sempre muito honestos.

    7.4 CARTA COMERCIAL

    A carta a forma recomendada para levar idias e defender posies. Por causa natureza dissertativa, o mais livre dos tipos de textos apresentados, j que permite a opinio, a parcialidade e o posicionamento de ideias.

    PROCURAO

    Por este instrumento particular de procurao, eu, Ermenegildo da Silva, cadastrado junto Receita Federal com o CPF 777.777.777-77, portador do documento de identidade RG n 5.555.555-5-SSP/SP, engenheiro, casado, residente Rua das rvores, n 111, Vila Bonita, So Paulo (SP), nomeio meu bastante procurador Jos Ferreira, cadastro junto Receita Federal com o CPF 222.222.222.-22, portador do documento de identidade RG n 11.111.111-11-SSP/SP, arquiteto, casado, residente Rua das Flores, n 222, Vila So Jos, So Paulo (SP) para finalidade especficade transferir R$ 50.000,00 (cinqenta mil reais) de minha conta pessoal,do banco dos Confins, agncia 888, conta corrente 22.222, podendo, para este fim, assinar recibos, ordenar DOCs, dar quitao e todos os atos exigidos pelo banco para que seja completada a transferncia mencionada nesta procurao.

    Rosana, 30 de agosto de 2010.

    ___________________________________

    ERMENEGILDO DA SILVA

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    7.5 REQUERIMENTO

    utilizado para solicitar autoridade pblica algo que, ao menos supostamente, tenha amparo legal.

    O texto deve ser bastante objetivo, redigido em 3 pessoa. A paragrafao pode seguir o estilo americano (sem entradas de pargrafo), ou estilo tradicional. No

    caso de estilo americano, todo o texto, o fecho e a data devem ser alinhados margem esquerda. No estilo tradicional, o fecho e a data devem ser alinhados direita.

    Caso seja necessrio anexar algum documento, o(s) anexo(s) deve(m) ser mencionado(s) no texto.

    Lojas da Economia

    Rio de Janeiro, 12 de fevereiro de 2009.

    Atacadista Popular (destinatrio)

    Atraso na entrega da mercadoria

    Prezados senhores

    Em virtude da no entrega da mercadoria solicitada, gostaramos de demonstrar nossa insatisfao em relao aos servios prestados pela empresa. Solicitamos que tomem as devidas providncias no intuito de satisfazer s nossas expectativas a fim de que possamos manter nossa parceria.

    Certos de contarmos com a vossa compreenso, agradecemos. Atenciosamente

    Rosana, 30 de agosto de 2010

    Excelentssimo Senhor Osmar Motta

    Dignssimo Prefeito do Municpio de Rosana, Estado de So Paulo

    A Casa de Repouso Vida Mansa, CNJP n 888.888.888/0001 situada a rua Amazonas, n. 21,

    Bairro da tranquilidade, Rosana, So Paulo, CEP 99.999-000, telefone (18) 3284 5555, FAX (18) 3284

    5555, e-mail [email protected], vem por meio deste, solicitar a Vossa Excelncia a concesso

    do Ttulo de Utilidade Pblica Municipal, por se tratar de entidade dedicada assistncia de pessoas

    idosas, para o que apresenta a documentao anexa.

    Nestes Termos

    P. Deferimento

    ______________________________

    Felisberto Junqueira Presidente

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    REFERNCIAS

    CIPRO, Neto Pasquale e INFANTE, Ulisses. Gramtica da lngua portuguesa. So Paulo: Scipione. 2008.

    CEREJA, William Roberto e MAGALHES, Thereza Cochar. Texto e interao: uma proposta de produo textual a partir de gneros e projetos. So Paulo: Atual. 2005.

    DIONSIO, Angela Paiva, MACHADO; Anna Rachel; BEZERRA, Maria Auxiliadora (Orgs.). Gneros textuais & ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2005.

    MARCUSHI, Luiz Antnio; XAVIER, Antnio Carlos (orgs.). Hipertexto e gneros digitais. Rio de Janeiro: Lucerna, 2004.

    SARMENTO, Leila Lauar e TUFANO, Douglas. Portugus: literatura, gramtica, produo de texto. So Paulo: Moderna. 2004.