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Eng. Elton Vieira Leite GESTAO EM SEGURANÇA DO TRABALHO AUTOR: Eng. Carlos Roberto Coutinho de Souza APOIO: VIRTUE Assessoria, Marketing e Informática Ltda.

Apostila de Gerenciamento de Riscos Para Engenharia Ambiental

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Gerenciamento de Risco

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IDENTIFICAO DE RISCOS

Eng. Elton Vieira LeiteGestao em Segurana do Trabalho

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Autor:

Eng. Carlos Roberto Coutinho de Souza

Apoio:

VIRTUE Assessoria, Marketing e Informtica Ltda.

Anlise e Gerenciamento de Riscos de Processos Industriais

1.Introduo3

1.1Histrico e Presente da Mentalidade Prevencionista3

1.2Desenvolvimento das Indstrias, Produo em Escala - Riscos Qumicos4

1.3Acidentes com Produtos Qumicos6

1.4Definies e Terminologias7

2.Preveno Tcnica dos Acidentes Qumicos11

2.1O Desenvolvimento da Gerncia de Riscos12

2.2Apresentao das Tcnicas de Anlise de Riscos14

2.3Programa de Gerncia de Riscos15

2.4Programa de Preveno de Perdas PPP18

3.Identificao de Riscos20

3.1Checklists e Roteiros20

3.2Inspeo de Segurana21

3.3Investigao de Acidentes21

3.4Fluxogramas22

3.5Identificao de Riscos24

3.6Diagrama de Gerenciamento de Risco31

4.Introduo Confiabilidade de Sistemas32

4.1Confiabilidade32

4.2Clculo da Confiabilidade33

4.3Clculo de Riscos34

5.Controle Total de Perdas38

5.1Controle de Danos38

5.2Controle Total de Perdas42

5.3Engenharia de Segurana de Sistemas45

5.4Nova Abordagem Proposta46

6.Desenvolvimento de um Programa-Piloto de Preveno e Controle de Perdas48

6.1Programa de Preveno e Controle de PerdasQuando?48

6.2Necessidades de Estabelecimento dos Perfis dos Programas de Preveno Existentes Definio de Prioridades48

6.3Possveis Planos de Ao no Trabalho Integrado de Preveno e Controle de Perdas49

6.4Desenvolvimento e Controle Tcnico-Administrativo do Programa-Piloto51

6.5Diagrama de Blocos Bsico52

6.6Consideraes Finais52

7.Tcnicas de Identificao e Anlise de Riscos54

7.1Introduo54

7.2Anlise Histrica / Reviso de Segurana55

7.3rvore das Causas61

7.4Srie de Riscos63

7.5What-If / Checklist67

7.6Tcnica de Incidentes83

7.7Anlise Preliminar de Riscos (APR)90

7.8Estudo de Perigo e Operabilidade HAZOP101

7.9Anlise de Modos de Falhas e Efeitos (AMFE)109

7.10Anlise de rvores de Falhas (AAF)113

8.Concluses120

9.Referncias Bibliogrficas124

1.Introduo

1.1Histrico e Presente da Mentalidade Prevencionista

Um grande engano tem sido cometido, quando se procura analisar a segurana industrial separadamente dos aspectos administrativo, econmico e financeiro das empresas.

Muitos executivos no compreendem quanto realmente custam os acidentes e outros acontecimentos que ocasionam perdas, que comprometem a imagem da empresa e muitas vezes at mesmo sua sobrevivncia. Com o pensamento tradicional no campo de acidentes, provvel que somente vejam os custos do salrio direto dos profissionais de segurana, do tratamento mdico e da compensao do trabalhador afastado O que pior, que eles podem aceit-los como custos inevitveis de que fazem parte do negcio ou que os custos devem ser assumidos pelas companhias de seguro.

Poucos so os executivos que compreendem que os mesmos fatores que ocasionam acidentes, esto tambm criando perdas de eficincia bem como problemas de qualidade, custo e de imagem da empresa.

Nenhum evento comea grande. A anlise de grandes acidentes mostraram que em alguns dos casos a industria no dispunha, na sua rotina diria de trabalho, de um servio de segurana apoiado e prestigiado pela diretoria e que fosse adequado para atuar, corrigir e sugerir medidas de preveno nos diversos pequenos acidentes e incidentes que por vezes ocorriam.

Muitos destes pequenos incidentes/acidentes, estavam ligados a inexistncia de controles administrativos e gerenciais que fossem capazes de atuar preventivamente.

Infelizmente, ainda existe o pensamento, a bem da verdade entre poucos, de executivos que acreditam que a maioria dos acidentes so causados por descuido e a, recorrem a um castigo ou a programas de incentivo para fazer com que as pessoas sejam mais cuidadosas. O resultado mais provvel ser o de que os acidentes se ocultem em vez de serem resolvidos. Os executivos que acreditam que os acidentes so acontecimentos anormais tendem a proteger-se com uma cobertura maior em seguros, somente para descobrir posteriormente que raramente, ou nunca, estes cobrem todas as perdas que se produziram.

Estes poderiam ser classificados como as anormalidades normais, pois acabam fazendo parte da cultura da empresa. E a, a segurana no considerada e nem levada a srio. A improvisao assume o lugar do planejamento e o bom senso. E a tudo pode acontecer...

Estamos convictos que a forma como so conduzidas as atividades prevencionistas na empresa e o enfoque tradicional adotado por uma considervel parcela de tcnicos e engenheiros da rea constituem viso primria do problema. O mesmo pode ser dito em relao a maioria dos executivos de pequenas e mdias empresas brasileiras e a uns poucos de grandes empresas de vrias nacionalidades, que insistem em adotar procedimentos gerenciais equivocados para a conduo das atividades de segurana industrial.

J no podemos mais aceitar o nmero de acidentes que ocorrem anualmente no Brasil. Nem tampouco podemos aceitar, empresas que relutam em adotar polticas e prticas prevencionistas. O comportamento das pessoas deve passar de reativo para pr-ativo. As aes devem ser de antecipao e no mais de correo.

O que se espera hoje, so empresas competitivas, geis e acima de tudo seguras, para seus funcionrios e para a comunidade prxima a sua localizao.

1.2Desenvolvimento das Industrias, Produo em escala - Riscos Qumicos

Podemos traar trs grandes etapas de desenvolvimento tecnolgico-industrial nos ltimos 150 anos, sintetizadas na tabela a seguir, e que ilustram a evoluo tecnolgica e industrial moderna.

EtapasTecnologias Energticas eFabrisSetores Industriais ImpulsionadosTecnologiadeTransporte

Primeira(a partir de meados do sculo XIX)vapor a base de carvo

mquina-ferramenta

mquina vaportxtil

siderurgia

qumica mineralnavegao vapor

transporte ferrovirio

Segunda(principalmente a partir do sculo XX)eletricidade (usinas carbo-eltricas e hidroeltricas)

petrleo e derivados

motor eltrico

motor exploso

processo qumico

(haber-bosch)automobilstico

extrao e refino

qumica orgnica (farmacutica, pesticidas, etc.)transporte automotivo

transporte aerovirio

Terceira(a partir da metade de sculo XX)energia/reator nuclear

biotecnologia

automao de processo e serviosautomao generalizada

informtica

telemtica

qumica fina e farmacuticatransporte aeroespacial

Aps a segunda guerra mundial, observamos um rpido crescimento das indstrias e em especial um crescimento espetacular das indstrias qumicas. A este crescimento das indstrias, devemos considerar tambm, o aumento do tamanho das plantas industriais, do volume de produtos em circulao o transporte por meios martimos e terrestres.

Para se ter uma idia entre os anos de 1950 a 1990 a comercializao anual de produtos qumicos orgnicos saltou de 7 milhes de toneladas para 300 milhes. A capacidade dos petroleiros aumentou de 40.000 toneladas para 500.000 toneladas.

Analisando ainda, sobre este ngulo, somente em termos de produtos qumicos orgnicos, a produo mundial saltou de 1 milho de toneladas em 1940 para 400 milhes de toneladas em 1990.

SubstnciasEvoluo da Capacidade de Produo por Planta

cido SulfricoEntre 20 - 220 ton/dia em 1945, para mais de 2.000 ton/dia em 1985

AmniaDe 80 ton/dia em 1945, para mais de 1.500 ton/dia em 1980

EtilenoDe 40.000 ton/ano em 1956, para mais de 500.000 ton/ano em 1979

Este crescimento das industrias qumicas, encontra-se na economia de escala de suas plantas, particularmente naquelas de processo contnuo, em oposio a produo anterior, por batelada, que ainda ocorre em algumas produes. Os sistemas de controle das produes, inicialmente analgicos e posteriormente digitais tem caracterizado a segurana intrnseca dos processos de produo. A difuso dos processos contnuos de fabricao favorecem a expanso dos trabalhos em turnos e noturnos no setor qumico, com diversas implicaes para a segurana das operaes e a sade dos trabalhadores, quando medidas gerenciais e de controle no so adotadas.

O crescimento das plantas qumicas encontra, na reduo de custos, a sua principal explicao. Segundo alguns autores, e aqui citamos Marshall (*), os custos das plantas qumicas de processo podem ser expressos pela seguinte frmula:

(*) Marshall, V (1987) Major Chemical Hazards. Ellis Horwood Publ., Chichester

Onde:

Cx o custo da planta com capacidade de produo x, numa dada unidade de tempo.

Cy o custo de produo de uma planta similar com capacidade de produo y, na mesma unidade de tempo.

R a razo x/y

z um exponencial

Historicamente tem-se verificado ndices para este exponencial z variando entre 0,5 e 1,0. Para um caso onde z seja igual a 0,66, uma planta com o dobro da capacidade custar 1,6 vezes mais.

Para o caso de uma planta quatro vezes maior, o custo ser apenas 2,5 vezes maior.

De acordo com Marshall, os custos operacionais sobem de forma razoavelmente proporcional ou mesmo menor, com relao ao crescimento da planta, teoricamente quanto maior for sua capacidade, menor ser a relao entre os custos de capital por tonelada produzida.

Entre tantas implicaes do crescimento em escala das industrias no nosso estudo interessa-nos a magnitude dos riscos gerados por este crescimento. Classificados de riscos maiores, geradores dos acidentes qumicos ampliados ou comumente chamados de grandes acidentes.

1.3Acidentes com Produtos Qumicos

O acidente qumico um captulo dentro do risco qumico e da industria qumica, seja pela sua especialidade, seja pela importncia crescente que vem adquirindo na discusso pblica internacional . Uma das caractersticas deste tipo de acidente sua relativa baixa probabilidade de ocorrncia, porm quando desencadeado, este tipo de acidente pode provocar enormes tragdias humanas e ambientais, como as catstrofes de Seveso, Vila Soc e Bhopal, entre outras.

Existem trs grandes grupos de eventos que tenham por fonte principal substncias qumicas : emisso acidental; exploso e incndio .

Muitos acidentes podem envolver simultaneamente dois ou mesmo os trs tipos de eventos.

Das variveis relacionadas ao acidente qumico, duas so de particular importncia para nosso trabalho:

A localizao da fonte: esta varivel est relacionada ao momento do fluxo da produo ou consumo onde o acidente se realiza. Basicamente envolve a produo, armazenagem, transporte, consumo e despejo de substncias qumicas perigosas.

O raio de alcance dos efeitos indesejveis: dependendo da qualidade e caractersticas fsico-qumicas, toxicolgicas e ecotoxicolgicas das substncias envolvidas e das caractersticas do acidente propriamente dito: tipo de acidente, localizao da fonte, aspectos geogrficos, geolgicos e meteorolgicos da regio entre outros, o acidente poder ter o seu raio de alcance mais restrito ou mais ampliado.

1.3.1Estatsticas dos Grandes Acidentes.

Os grandes acidentes se notabilizaram pela repercusso a nvel mundial. Com a ocorrncia de vrios acidentes catastrficos no mundo (incndio, exploso e/ou emisso acidental), as empresas e o pblico em geral tomaram nova conscincia dos perigos potenciais decorrentes do contnuo progresso tecnolgico que a humanidade vem alcanando.

A seguir apresentamos, um quadro com os principais acidentes qumicos j ocorridos.

TABELA: Acidentes Qumicos com mais de 20 mortes entre 1920 - 1990

AnoPasTipo de AcidenteSubstnciaMortes

1921AlemanhaExploso de Fbrica de AnilinaSulfato de Nitrato e Amnia> 500

1926EUAExploso em depsito de munioTrinitrotoluol21

1926EUAEscapamento de tanqueCloro40

1930BlgicaGases txicos na atmosferacido fluordrico, cido sulfrico e dixido de enxofre63

1933AlemanhaExploso numa fundioGs de coqueria65

1934Hong KongIncndio em gasmetroGs42

1935AlemanhaExploso numa fbrica de explosivosDinitroluol, nitroglicerina e trinitrotoluol82

1939RomniaEscapamento em fbrica qumicaCloro60

1942BlgicaExplosoNitrato de amnia>100

1944EUAExploso de nuvem de gsGLN130

1948AlemanhaExploso de carro tanque numa fbrica qumicaDimetil ter209

1948Hong KongExploso em indstria qumicaDesconhecida135

1950MxicoEscapamento em fbricaSulfureto de hidrognio22

1953TurquiaExploso em refinariaLquidos inflamveis26

1954BrasilExploso em tanque de depsitoLquidos inflamveis20

1954R.F.AlemanhaExploso em fbricaLquidos inflamveis29

1958FranaExploso em instalao industrialLquidos inflamveis20

1960Coria do SulIncndio em fbrica qumicaDesconhecida63

1961EspanhaExploso em fbrica qumicaDesconhecida23

1966FranaExploso em refinariaPropano / butano21

1968JapoContaminao de gua por fundioCdmio100

1970IndonsiaIncndio em refinariaLquidos inflamveis50

1972EUAExploso de uma planta de coquePropano21

1972JapoEscapamentos de 6 fbricas qumicasDesconhecida76

1972Brasil (Rio)Exploso em refinariaLquidos inflamveis39

1972Brasil (SP)Exploso em refinariaPropano / butano38

1972FranaAcidente em indstria qumicaOutros36

1973EUAIncndio em tanque de gs liqefeitoGLN40

1974InglaterraEscapamento e exploso numa fbrica qumicaCiclohexano28

1977ColmbiaEscapamento numa fbrica de fertilizantesAmnia, nitrato de amnia e carbamato30

1977EUAExploso em siloCereais36

1978JapoAcidente em refinariaLquidos inflamveis21

1978MxicoExploso em PipelineGs58

1980IrExploso em depsito de explosivosNitroglicerina80

1980ndiaExploso em 2 fbricasExplosivos40 - 80

1980EUAIncndio em refinariaLquidos inflamveis51

1982VenezuelaExploso em instalao industrialLquidos inflamveis145

1984BrasilExploso em PipelineGasolina508

1984MxicoExploso em refinariaGLP503

1984ndiaEscapamento em indstria qumicaMetilisocianato> 2.500

1984PaquistoExploso em PipelineGs60

1989EUAExploso em indstria qumicaGs inflamvel22

Fontes:Glickman et al. (1992 e 1993); Kletz (1991); Fabiani e Theys (1987); Kier e Mller (1983)1.4Definies e Terminologias

Qualquer discusso sobre Riscos deve ser precedida de uma explicao da terminologia, seu sentido preciso e inter-relacionamentos. Desta forma, passamos a definir os principais termos utilizados neste nosso estudo :

Acidente do Trabalho: So ocorrncias de menos freqncia, que se restringem na maior parte das vezes a uma pessoa, no passando dos limites da empresa envolvida. Por exemplo: cortes, queimaduras trmicas/qumicas, tores, etc.

Acidentes Maiores/Acidentes Qumicos Ampliados: So eventos de maior gravidade e de freqncia significativamente menor, cujas conseqncias se estendem a um maior nmero de pessoas. Estes eventos causam grandes perdas s prprias instalaes da empresa, podendo ultrapassar os seus limites geogrficos e causam substanciais danos ambientais.

Doenas Profissionais: So todos os males aos quais a sade humana est exposta, devido s atividades profissionais desenvolvidas. Estas doenas so causadas principalmente pela exposio crnica a determinados agentes fsicos, qumicos ou biolgicos.

Risco (Hazard): uma ou mais condies de uma varivel com potencial necessrio para causar danos. Esses danos podem ser entendidos como leses a pessoas , danos equipamentos ou estruturas , perda de material em processo, ou reduo da capacidade de desempenho de uma funo pr-determinada. Havendo um risco, persistem as possibilidades de efeitos adversos.

Risco (Risk): expressa uma probabilidade de possveis danos dentro de um perodo especfico de tempo ou nmero de ciclos operacionais. O valor quantitativo do risco de uma dada instalao ou processo industrial pode ser conseguido multiplicando-se a probabilidade de ocorrncia ( taxa de falha ) de um acidente pela medida da conseqncia/dano ( perda material ou humana) causada por este acidente.

Perigo: expressa uma exposio relativa a um risco, que favorece a sua materializao em dano. comumente entendido como um potencial de causar danos ou perdas humanas , ou de valores materiais.

Segurana: freqentemente definido como iseno de riscos. Entretanto praticamente impossvel a eliminao completa de todos os riscos. Podemos ento definir segurana como, uma condio ou conjunto de condies que objetivam uma relativa proteo contra um determinado risco.

Sistema: um arranjo ordenado de componentes que esto inter-relacionados e que atuam e interatuam com outros sistemas, para cumprir uma determinada tarefa ou funo ( objetivo ) previamente definida, em um ambiente. Um sistema pode conter ainda vrios outros sistemas bsicos, aos quais chamamos de subsistemas.

Probabilidade: a chance de ocorrncia de uma falha que pode conduzir a um determinado acidente. Esta falha pode ser de um equipamento ou componente do mesmo, ou pode ser ainda uma falha humana.

Conseqncia/Dano: a medida do resultado de um acidente do trabalho ou de acidentes maiores. Tambm pode ser definido como sendo a gravidade da perda humana, material ou financeira, ou a reduo da capacidade de desempenho de uma funo pr-determinada em um dado sistema.

Um operrio desprotegido pode cair de uma viga a 3 metros de altura, resultando um dano fsico, por exemplo, uma fratura na perna. Se a viga estivesse colocada a 90 metros de altura, ele com boa certeza estaria morto. O risco ( possibilidade ) e o perigo ( exposio ) de queda so os mesmos, entretanto, a diferena reside apenas na gravidade do dano que poderia ocorrer com a queda.

Confiabilidade: quantitativamente definida como sendo a probabilidade que um componente, dispositivo, equipamento ou sistema desempenhe satisfatoriamente suas funes por um determinado espao de tempo e sob um dado conjunto de condies de operao.

Causa: a origem de carter humano ou material relacionada com o evento catastrfico ( acidente), pela materializao de um risco, resultando danos.

Incidente: qualquer evento ou fato negativo com potencial para provocar danos. tambm chamado de quase-acidente. Atualmente, este conceito tem sido muito contestado , uma vez que pela definio de acidentes, estes se confundiriam , ficando a diferena em se ter ou no leso.

Para facilitar o entendimento desses termos bsicos, vamos adotar o seguinte esquema de referncia :

1.4.1TerminologiaA classificao de Risco e Perigo fundamental para nosso estudo e seu entendimento dever ser claro, para isso vamos utilizar o seguinte exemplo :

A diretoria da fbrica necessita decidir onde estocar uma determinada quantidade de produtos txicos ao ar livre, que possui risco de intoxicao para as pessoas.

Como mencionado, o risco inerente a qualquer atividade e/ou substncia e neste caso, devemos analisar e classificar os riscos e perigos em funo do grau de exposio e suas conseqncias, assim teremos , de forma tcnica, condies de estabelecer medidas que previnam a ocorrncia de um evento indesejvel.

CONSEQNCIA

PROBABILIDADEBAIXA

(estocagem fora da rea urbana)ALTA

(estocagem perto da rea urbana)

BAIXA (instalao com boas condies de manuteno)RISCO BAIXORISCO MDIO

ALTA (instalao com problemas de manuteno)RISCO MDIORISCO ALTO

1.4.2Podemos Classificar os Riscos de uma Fbrica

Considerando os conceitos apresentados podemos classificar os riscos de uma instalao, da seguinte maneira :

a) Conhecidos e j devidamente controlados; Ex. Sala de transformadores isolada e fechada. Casa de mquinas e compressores com elevado nvel de rudo, totalmente fechada e sinalizada.

b) Conhecidos, porm ainda no aceitavelmente controlados; Ex. O produto qumico Hexano ainda muito utilizado em alguns tipos de solventes, podendo gerar problemas sade do trabalhador. Uma escada com degraus pequenos onde necessrio transportar volumes grandes, foi colocado um piso anti-derrapante e placas de aviso, mas o risco de queda continua.

c) Ainda desconhecidos, mas so perfeitamente identificveis atravs de metodologias j empregadas pela empresa; Ex. Armazenamento de produtos txicos e inflamveis em reas de presena permanente de pessoas. A aplicao da inspeo planejada no almoxarifado constatou que estavam armazenando produto txico e inflamvel em locais que poderiam prejudicar a sade das pessoas e provocar um incndio.

d) Totalmente desconhecidos por falta de informaes que nos permita identific-los. Ex.: O ascarel era um produto muito usado nos anos 70 em todo o mundo para refrigerar transformadores, at descobrirem que ele altamente cancergeno.

2.Preveno Tcnica dos Acidentes Qumicos

A crescente importncia dos acidentes qumicos ampliados vem impulsionando o desenvolvimento e aplicao de novas tcnicas de analise de riscos no interior das indstrias de processo em geral, particularmente nas indstrias qumicas Segundo Flohtmann (1993), os grandes acidentes proporcionaram uma mudana de paradigma nas tcnicas de segurana. Com isso, houve uma passagem da segurana clssica, pautada em analises de acidentes j ocorridos num processo de aprendizagem emprico, para uma abordagem sistmica, de carter preditivo, que busca avaliar e prever quantitativa e qualitativamente a ocorrncia de acidentes. Paralelamente, vem havendo um grande desenvolvimento na implantao de programas internos (in-site) e externos (off-site) de emergncias s fbricas, para o caso de ocorrerem acidentes ampliados. Podemos visualizar a importncia da preveno estrutural, que inclui as analises de risco de carter preditivo cada vez mais utilizadas na indstria qumica, atravs da seguinte figura:

Figura 1 Segurana Inerente versus Segurana Extrnseca nas Fases de Implantao da Fbrica

Fonte: Greenberg e Cramer (1991)

De acordo com os autores, a segurana moderna deve almejar alcanar o mximo de eficincia nas fases iniciais do projeto de implantao de uma fbrica, iniciando pela prpria concepo tecnolgica do processo. A medida que nos aproximamos das fases de construo e operao, menores sero as chances de serem implantadas medidas de segurana inerentes ao projeto tecnolgico do processo e de engenharia construtiva. A avaliao posterior de riscos incontrolados implicar em medidas extrnsecas ao projeto inicial, classificados por alguns pesquisadores, como uma preveno de remendos. A transformao desta preveno de remendos para uma preveno estrutural, marcada por uma segurana inerente em relao a determinados riscos, somente acontecer ento atravs de investimentos num novo projeto de planta industrial, num processo de carter simultaneamente social e tcnico, freqentemente impulsionado pela ocorrncia de tragdias industriais.

Os mtodos sistmicos de anlises de riscos desenvolvidos vem sendo aplicados nas indstrias de processos basicamente como ferramentas para a deciso acerca da aceitabilidade de uma nova planta industrial e para a melhoria da confiabilidade dos sistemas tcnico e organizacional existentes. Segundo alguns estudos, os resultados de tais mtodos servem para:

a) aonde devem ser localizados processos e operaes perigosos;

b) decidir sobre investimentos nos equipamentos voltado preveno de acidentes e limitao de suas conseqncias;

c) projetar processos de fabricao e sistemas de controle;

d) criar rotinas operacionais e de manuteno;

e) escrever e registrar documentos de segurana para a organizao.

2.1O Desenvolvimento da Gerncia de Riscos

A Gerncia de Riscos, em termos de conscincia ou de convivncia com o risco, to antiga quanto o prprio homem. Na verdade, o homem sempre esteve envolvido com riscos e com muitas decises de Gerncia de Riscos. Muito antes da existncia do que hoje denominamos gerentes de risco, indivduos dedicaram-se (e tem se dedicado) a tarefas e funes especficas de segurana do trabalho, proteo contra incndios, segurana patrimonial, controle de qualidade, inspees e anlises de riscos para fins de seguro, anlises tcnicas de seguro e inmeras outras atividades semelhantes.

O exemplo que escolhemos para ilustrar esta teoria bastante antigo. Conta a mitologia grega que o Rei Mimos de Creta, mandou aprisionar Ddalo e seus filho caro, na ilha de mesmo nome. Com o objetivo de escapar da ilha, Ddalo idealizou fabricar asas, o que fez habilidosamente com penas, linho e cera de abelha. Antes da partida, Ddalo advertiu a caro que tomasse cuidado quanto ao curso de seu vo se voasse muito baixo as ondas molhariam suas penas; se voasse muito alto o sol derreteria a cera, desagregando as penas, e ele cairia no mar.

Anlise Preliminar de Riscos Identificao: Sistema de Vo Ddalo 1

RiscoCausaEfeitoCat. RiscoMedidas Preventivas

Radiao trmica do sol.Voar muito alto em presena de forte radiao.Calor pode derreter a cera de abelhas. Separao e perda das penas podem causar m sustentao aerodinmica.

Aeronauta pode morrer.Grave1. Prover advertncia contra vo alto.

2. Manter rgida superviso sobre aeronauta.

3. Restringir rea da superfcie aerodinmica.

UmidadeVoar muito perto da superfcie do mar.Asas podem absorver umidade, aumentando o seu peso e falhando.

O poder de ascenso pode no suportar o excesso de peso.

Aeronauta pode cair no mar.Grave1) Advertir aeronauta para voar a meia altura.

2.Instruir aeronauta sobre a importncia de observar taxa de umidade nas asas.

Este exemplo simples mostra a forma adequada para uma Anlise Preliminar. Outras colunas podero ser adicionadas completando a informao, de forma a indicar critrios a serem seguidos, responsveis pelas medidas de segurana, necessidade de testes, e outras aes a serem desenvolvidas.

Podemos dizer que a Gerncia de Riscos a cincia, a arte e a funo que visa a proteo dos recursos humanos, materiais e financeiros de uma empresa, quer atravs de financiamento dos riscos remanescentes, conforme seja economicamente mais vivel.

De fato, a Gerncia de Riscos teve seu incio na Indstria Moderna, logo aps a Segunda Guerra Mundial, devido rpida expanso das indstrias, com conseqente crescimento da magnitude dos riscos incorporados, tornando-se imprescindvel garantir a proteo da empresa frente aos riscos de acidentes. Alm da avaliao das probabilidade de perdas, a necessidade de determinar quais os riscos inevitveis e quais os que poderiam ser diminudos, passaram a ser calculados o custo-benefcio das medidas de proteo a serem adotadas, como tambm levou-se em considerao a situao financeira da empresa para a escolha adequada do seu grau de proteo. Ficou evidente que, estes objetivos, somente seriam atingidos por meio de uma anlise detalhada das situaes de risco.

A propsito, como de nosso conhecimento, caro voou muito alto e pelos motivos expostos por Ddalo, veio a cair no mar (caro era um cabea-dura).

De modo geral, podemos resumir o desenvolvimento dos processos bsicos na Gerncia de Risco, como mostra o quadro abaixo:

2.2Apresentao das Tcnicas de Anlise de Riscos

2.2.1Mtodos Qualitativos Gerais

Checklists: Utilizados para identificar fontes de riscos e agravantes em processos e instalaes j existentes, atravs de listas de especificaes tcnicas e operacionais dos processos, equipamentos e procedimentos.

Anlise Preliminar de Perigos (APP): Mtodo simplificado, Utilizado para identificar fontes de perigo, conseqncias e medidas corretivas simples, sem aprofundamento tcnico, resultando em tabelas de fcil leitura.

Anlise What-If?: Normalmente utilizada nas fases iniciais de projeo. Trata-se de um mtodo especulativo onde uma equipe busca responder o que poderia acontecer caso determinadas falhas surjam.

Matriz de Riscos: Consiste numa matriz onde se busca verificar os efeitos da combinao de duas variveis. Um exemplo clssico o das reaes qumicas avaliando-se os efeitos da mistura acidental de duas substncias existentes.

2.2.2Mtodos mais Detalhados

Anlise de Modos de Falhas e Efeitos: Analisa como as falhas de componentes especficos de um equipamento ou subsistema do processo se distribuem ao longo do sistema, entendido este como um arranjo ordenado de componentes interrelacionados. A estima quantitativa das probabilidades de falhas feita pela tcnica de rvore de falhas.

HAZOP (Hazard and Operability Studies): um dos mtodos mais conhecidos na anlise de riscos na indstria qumica, onde uma equipe busca, de forma criativa, identificar falhas de riscos e problemas operacionais em subsistemas do processo. Verifica-se, por exemplo, o que acontece quando se adiciona mais, menos ou nenhuma substncia num tanque de reao. Supostamente, alm de se ter um amplo diagnstico dos riscos existentes, as que passam pelo HAZOP aumentam seu nvel de confiabilidade.

Dow e Mond Index: Mtodos desenvolvidos pela Dow e ICI para identificar, quantificar e classificar as diferentes sees do processo de acordo com o potencial de risco de incndios e exploses, providenciando informaes para o projeto e gerenciamento de instalaes perigosas.

2.2.3Mtodos de rvores

Anlise de Arvore de Falhas: um mtodo de dedutivo que visa determinar a probabilidade de determinados eventos finais. Busca-se construir a malha de falhas anteriores que culminam no evento final, atribuindo-se uma taxa de falha a cada item anterior que compe a rvore, chegando-se ento probabilidade final, atravs da lgica tipo e/ou e do uso da lgebra booleana.

Anlise de Arvore de Eventos: um mtodo similar ao anterior, porm indutivo, pois parte de fainas iniciais buscando identificar as possveis implicaes nos estgios mais avanados do processo.

Anlise de Causa e Efeito: uma combinao dos dois mtodos anteriores. Parte-se de um evento intermedirio, e ento busca-se chegar ao conjunto de eventos anteriores (causas) e, posteriores (efeitos).

Anlise de rvore de Causas: um mtodo utilizado para acidentes do trabalho. Utilizado por equipes multidisciplinares, possibilita a eliminao do achismo muito comum na anlise deste tipo de acidente. Por representar graficamente o acidente, este mtodo pode ser qualificado como uma ferramenta de comunicao entre os que fazem a anlise e aqueles que descobrem a histria do acidente analisado. Os fatores que ficaram sem explicao, demandando informaes complementares, so colocados em evidncia aos olhos de todos.

Podemos afirmar que as regras do mtodo, impondo o questionamento sistemtico diante de cada fato que figura na rvore, levam a causas remotas, particularmente quelas ligadas a organizao do trabalho, a concepo de mquinas e de instalaes, alargando o campo de investigao e evidenciando o maior nmero de fatores envolvidos na gnese do acidente.Anlise de Conseqncias: considerada uma tcnica final para se avaliar a extenso e gravidade de um acidente. A anlise inclui: a descrio do possvel acidente, uma estimativa da quantidade de substncia envolvida, e, quando for do tipo emisso txica, calcular a disperso dos materiais - utilizando-se de modelos de simulao computadorizados - e avaliar os efeitos nocivos. Os resultados servem para estabelecer cenrios e implementar as medidas de proteo necessrias.

Fontes:Greenberg e Cramer (1991), UNEP (1992), OIT (1991), Flohtrnan (1993), Fantazzini e De Ccco (1988) Coutinho ( 1992)

2.3Programa de Gerncia de Riscos

2.3.1Objetivos

Consiste na implantao de aes de identificao e tratamento dos riscos e perdas que a Empresa est exposta, durante execuo de suas atividades laborais, propiciando garantias contra eventos indesejados.

O Programa de Gerncia de Riscos no um Acontecimento um Processo

2.3.2Formas de Atuao

A atividade de um programa de Gerncia de Riscos tem como principal caracterstica assessorar vrias reas da Empresa e Integrar estas informaes.

2.3.3Implantao

O procedimento de implantao do programa de Gerncia de Riscos consiste na criao de um comit que deve ser formado por representantes de todas as reas que o programa assessorar. Esta comisso dever se reunir periodicamente para discutir as suas atividades, e receber total orientao da Herco com relao aos procedimentos e aes de implantao.

2.3.4Atitudes

Destacamos como principais atitudes que o comit deve promover:

Identificar continuamente as exposies da Empresa a perdas (riscos);

Avaliar o nus derivado do risco e o custo necessrio para ser controlado;

Responder aos riscos, isto , planejar e coordenar as atividades de preveno (tratamento);

Manuteno de um registro de perdas;

Visitas regulares a campo para discutir a Gerncia de Riscos com seus colaboradores, identificar e registrar novas exposies e reduzir falhas de comunicao;

Canalizar e repassar informaes, filtrando-as e avaliando-as;

Gerar relatrios sobre suas decises, incluindo planos de trabalho;

Reunies peridicas com outros gerentes/diretores.

2.3.5Tcnicas de Controle de Riscos

As principais ferramentas utilizadas pela Gerncia de Riscos so:

Inspeo de Riscos;

Programa de Preveno de Perdas;

Criao e manuteno de um Banco de Dados sobre Perdas;

Modelos de Conseqncias (cenrios de riscos);

Tcnicas de Anlise de Riscos (HAZOP, FMEA, What-if, etc.).

Trata-se de uma atividade desenvolvida por profissionais especializados (inspetores de riscos) nas tcnicas de levantamentos de riscos que, atravs de visitas Empresa, efetuaro identificao, anlise e dimensionamento de perdas que a Empresa est exposta, para os diversos riscos potenciais que podero afetar adversamente o seu patrimnio.

Atravs da inspeo sero levantadas diversas condies de risco abaixo dos padres estabelecidos por normas nacionais, internacionais e legislao local vigente. Dentre os tpicos abordados durante a inspeo de risco, destacam-se irregularidades que podero afetar a empresa no que se refere a:

Danos propriedade (incndio, exploso, etc.);

Leses pessoais (morte, mutilaes, doenas, ocupacionais, etc.);

Parada de produo (quebra de mquina, queima de motores /transformadores, etc.);

Perda de qualidade (falta de controle de processo, instrumentos e maquinrio inadequados, etc.);

Poluio ambiental (tratamento inadequado de efluentes, gases e resduos industriais slidos, etc.);

Riscos comunidade (vazamento de gases txicos, lquidos inflamveis, etc.).

2.3.6Caractersticas da Inspeo de Risco

identifica as condies de risco;

prope tratamentos para as condies de risco;

adequa o local de trabalho aos requisitos legais;

mantm a diretoria e gerncia informadas sobre exposio da empresa a perdas;

instrui com relao a atualizao de normas;

melhora o nvel de conhecimento tcnico da empresa em relao aos riscos;

auxilia no dimensionamento do DMP, PME, PMP e LMI;

prope melhorias dos padres das instalaes;

reduz as aes trabalhistas/honorrios de advogados;

reduz a cegueira industrial;

orienta a empresa a identificar riscos;

identifica a vulnerabilidade das instalaes industriais em relao s perdas;

um processo preventivo - atua antes da perda ocorrer;

classifica os tipos de riscos que a empresa est exposta;

reduz e/ou elimina as causas que provocam perdas

identifica as deficincias das instalaes, equipamentos, manuteno e operao.

2.3.7Benefcios da Inspeo de Riscos

reduz a freqncia e gravidade de eventos indesejados( incndio, leses, interrupo da produo, etc.);

adequa o seguro aos reais riscos da Empresa;

reduz e/ou elimina as indenizaes/multas provenientes de danos ao meio ambiente/RC;

aponta necessidades de treinamentos;

otimiza os investimentos;

mantm a continuidade do processo produtivo;

detecta as deficincias e otimiza os gastos com manuteno;

preserva a imagem;

mantm os funcionrios mais satisfeitos;

prioriza a tomada de decises dos investimentos necessrios em preveno e permite a anlise da relao custo/beneficio.

2.3.8Procedimentos

Durante a inspeo de risco, o inspetor realizar entrevistas tcnicas, reunies com gerentes, supervisores, profissionais da rea industrial e de segurana, que devem fornecer informaes referentes ao fluxo produtivo e aspectos de funcionamento da Empresa, para a melhor identificao das possibilidades de perdas, bem como acompanh-lo na inspeo a campo para poderem aprender esta tcnica.

Ao trmino da inspeo ser elaborado um relatrio detalhado (fotos, sumrios, anexos, etc.) de todos os parmetros identificados que possam causar qualquer tipo de perdas. Estes parmetros sero apresentados e acompanhados das respectivas recomendaes para eliminao ou reduo dos riscos.

2.4Programa de Preveno de Perdas PPP

Reduzir Perdas Salvar Vidas e Maximizar Lucros

2.4.1Definio

So procedimentos administrativos e operacionais que tem por base otimizar continuamente a Empresa, para que esta implante um sistema de controle total de perdas, e desta forma possa melhor gerenciar seus custos operacionais, alm de salvaguardar seu patrimnio fsico e humano, preservando a imagem da Empresa.

So considerados como perdas qualquer evento que afete adversamente:

O patrimnio

A produo

O ser humano

A qualidade

Produtos Insumos, Matria prima

O meio ambiente - Terceiros

As perdas so acontecimentos indesejveis que devem ser permanentemente controlados, devido aos seus altos custos indiretos, que dilapidam sobremaneira o lucro da Empresa. Os custos indiretos chegam a ser 50 vezes maior que os custos diretos.

Iceberg dos Custos Produzidos Pelas Perdas

Os Custos Indiretos, chagam a ser at 50 vezes maiores que os Custos Diretos.

A nvel ilustrativo apresentamos um quadro que relaciona o valor da perda com a margem de lucro e o montante de vendas para cobri-la.

Custo dasMargem de Lucro

Perdas1%2%3%4%5%

1.000100.00050.00033.00025.00020.000

5.000500.000250.000167.000125.000100.000

10.0001.000.000500.000333.000250.000200.000

25.0002.500.0001.250.000833.000625.000500.000

50.0005.000.0002.500.0001.667.0001.250.0001.000.000

Vendas requeridas para cobrir as perdas

2.4.2Coordenao

O controle de perdas uma funo participativa onde todos os nveis da Empresa esto envolvidos, alm de interagir de forma integral com a produo e os programas de qualidade. Sua abrangncia, a nvel corporativo, vai do corpo administrativo at os nveis operacionais.

atravs de uma poltica direcionada ao programa, assinada pela maior autoridade da empresa, que ser delegada responsabilidade e dado respaldo sua implantao; desta forma caber :

Diretoria: apoiar de forma integral as aes do programa;

Gerncias: coordenar o programa nas reas de sua competncia;

Supervisores: operacionalizar o programa.

2.4.3Implantao

A metodologia aplicada para a implantao de uma cultura prevencionista nos trabalhadores obtida atravs de treinamento em determinadas tcnicas. O programa, portanto, dividido em vrios mdulos, cujos principais, que destacamos so:

Investigao de acidentes e incidentes

Inspees planejadas

Anlise de procedimentos de trabalho

Higiene industrial e sade ocupacional

Planejamento para emergncias

3.Identificao de Riscos

O processo de gerenciamento de riscos, como todo procedimento de tomada de decises, comea com a identificao e a analise de um problema. No caso da Gerncia de Riscos, o problema consiste, primeiramente, em se conhecer e analisar os riscos de perdas acidentais que ameaam a organizao.

Neste Mdulo, iremos apresentar os principais meios de identificao de riscos e, no Mdulo 3, as tcnicas bsicas de analise de riscos, oriundas da moderna Engenharia de Segurana de Sistemas.

A identificao de riscos e, indubitavelmente, a mais importante das responsabilidades do gerente de riscos. E o processo atravs do qual, continua e sistematicamente, 550 identificadas perdas potenciais (a pessoas, a propriedade e por responsabilidade da empresa), ou seja, situaes de risco de acidentes que podem afetar a organizao.

Na verdade, no existe um mtodo timo para se identificar riscos. Na prtica, a melhor estratgia ser combinar os vrios mtodos existentes, obtendo-se o maior numero possvel de informaes sobre riscos, e evitando-se assim que a empresa seja, inconscientemente, ameaada por eventuais perdas decorrentes de acidentes.

Para melhor cumprir essa tarefa, o gerente de riscos deve, antes de mais nada, obter informaes que lhe permitam conhecer em profundidade a empresa.

Para dar uma melhor idia do que estamos afirmando, gostaramos de formular a seguinte questo: ate que ponto o leitor conhece a empresa em que atua quanto aos seus bens patrimoniais; as pessoas que, direta ou indiretamente, esto envolvidas com ela; as suas (da empresa) responsabilidades, direitos e obrigaes; a organizao efetiva da mesma e ao fim a que se destina; aos seus processos administrativos, operacionais e de produo; a sua estrutura econmico-financeira e aos processos e operaes financeiras empregados para manter o seu equilbrio?

A resposta completa a esta questo e a obteno das informaes necessrias sem de suma importncia para que o gerente de riscos possa cumprir satisfatoriamente a sua misso, iniciando-a com a identificao efetiva dos riscos que afetam a empresa.

3.1Checklists e Roteiros

Um dos meios sais freqentes paro identificar riscos a utilizao de Checklists (questionrios), roteiros e outros do gnero. Tais questionrios podem ser obtidos de varias maneiras: em publicaes especializadas sobre Engenharia de Segurana e Seguros, junto a corretoras, seguradoras, etc. (no final deste mdulo, apresentado um modelo de checklist bsico para a identificao de riscos).

importante enfatizar que, por mais precisos e extensos que sejam esses questionrios e roteiros, h uma grande chance de os mesmos omitirem situaes de risco at vitais para uma determinada empresa. Para minimizar o problema, a Gerncia de Riscos deve adaptar tais instrumentos s caractersticas e peculiaridades especficas da organizao.

3.2Inspeo de segurana

Outro meio bastante utilizado para a identificao de riscos a inspeo de segurana ou a inspeo de riscos, que nada mais do que a procura de riscos comuna, j conhecidos teoricamente. Esse conhecimento terico facilita a preveno de acidentes, pois as solues possveis j foram estudadas anteriormente e constam de extensa bibliografia.

Os riscos mais comumente encontrados em uma inspeo de segurana so:

falta de proteo de mquinas e equipamentos;

falta de ordem e limpeza;

mau estado de ferramentas;

iluminao e instalaes eltricas deficientes;

pisos escorregadios, deficientes, em mau estado de conservao;

equipamentos de proteo contra incndio em mau estado ou insuficientes;

falhas de operao, entre outras.

As inspees de segurana, dependendo do grau de profundidade exigido, envolvem no s os elementos da rea de Engenharia de Segurana, mas tambm todo o corpo de funcionrios.

Para atingir os objetivos pretendidos, h a necessidade de organizar um programa bem definido para as inspees, devendo ser estabelecido, entre outros itens:

o que sara inspecionado;

a freqncia da inspeo;

os responsveis pela inspeo;

as informaes que sero verificadas.

Para possibilitar estudos posteriores, como tambm para controles estatsticos, at mesmo os de qualidade, pode-se preparar formulrios especiais, adequados a cada tipo de inspeo e nvel de profundidade desejados.

A prpria inspeo de equipamentos, por exemplo, feita pelo operrio diariamente no incio do turno de trabalho, dever ser facilitada atravs da elaborao de uma ficha de inspeo. Os pontos a serem observados devero ser colocados em ordem lgica, e o preenchimento devera ser feito com uma simples marcao ou visto.

Tambm o Engenheiro ou o Supervisor de Segurana, quando em uma inspeo rotineira, poder se utilizar de um pequeno formulrio (roteiro).

Uma vez preenchido esse formulrio, caso seja observada alguma irregularidade, dever ser elaborado um relatrio de inspeo, onde sero registrados os pontos negativos encontrados e propostas medidas para sua correo.

3.3Investigao de acidentes

Apesar de a filosofia maior da Gerncia de Riscos, nos moldes propostos nesta coletnea, ser o desenvolvimento de aes de preveno antes da ocorrncia de perdas, no podemos deixar de mencionar outro meio que empregado para a identificao de riscos, que a investigao de acidentes (de nossa parte, esperamos que seja cada vez menos necessria a sua utilizao...).

As peculiaridades inerentes a cada indstria como espao fsico, produto fabricado, processo, tipo de mquinas e equipamentos, caracterstica socio-econmica da regio onde se localiza a industria, podem criar riscos de acidentes de difcil deteco.

Em casos de acidentes do trabalho, por exemplo, somente uma investigao cuidadosa, isto , uma verificao dos dados relativos ao acidentado como comportamento, atividade exercida, tipo de ocupao, data e hora do acidente, possibilitar a descoberta de determinados riscos.

Tem-se assim uma atividade baseada no somente em conhecimentos tericos, mas tambm na capacidade de deduo e/ou induo do tcnico responsvel pela investigao. A partir da descrio do acidente, de informaes recolhidas junto ao encarregado da rea, de um estudo do local do acidente, da vida pregressa do acidentado, podero ser determinadas as causas do acidente e propostas as medidas necessrias para evitar a sua repetio.

3.4Fluxogramas

Um procedimento que pode ser adotado para identificar perdas potenciais o uso de fluxogramas, os quais so, inicialmente, preparados mostrando todas as operaes da empresa, desde o fornecimento da matria-prima at a entrega do produto ao consumidor final. Em seguida, so elaborados fluxogramas detalhados de cada uma das operaes definidas no incio, passando-se ento a identificar as respectivas perdas que podem vir a ocorrer.

Consideremos o seguinte exemplo:

A) Fluxograma Global Inicial

Por este diagrama global, o gerente de riscos deve procurar obter, entre outras, as seguintes informaes iniciais:

relao dos fornecedores e respectivas matrias-primas, produtos e servios;

localizao dos depsitos e armazns, tipos de construo, concentrao de valores, qualidade da armazenagem, sistemas de segurana etc.;

caractersticas, localizao, construo, equipamentos, concentrao de valores etc., da fbrica;

formas de transporte adotadas;

sistemas de venda e compra.

B) Fluxograma Detalhado da Fbrica

exemplo acima sugere, em principio, as seguintes perdas potenciais:

Danos a propriedade:

Reposio, reparos e manuteno de: veculos, prdios, mquinas e equipamentos, matrias-primas, mercadorias e produtos; Parada ou reduo das operaes de fabricao como conseqncia de danos s instalaes e ao processo de fabricao.

Perdas por responsabilidade:

Responsabilidade civil por danos pessoais e/ou materiais a clientes, por defeitos nos produtos; a visitantes, por eventuais acidentes; a terceiros em geral, pelo uso e operao negligente de veculos.

Perdas pessoais:

Perdas decorrentes de danos pessoais a funcionrios (acidentes do trabalho);

Perdas indiretas, empresa, conseqentes de morte ou invalidez de funcionrios-chaves;

Perdas diretas e indiretas famlia de funcionrios, por morte, invalidez e aposentadoria precoce destes.

Quanto mais detalhados forem os fluxogramas, melhores sero as condies de identificao de riscos e perdas potenciais. Para obter o grau necessrio de detalhes, fundamental a participao de cada setor na elaborao desses fluxogramas.

Outros meios que podem auxiliar na identificao de riscos so: analise de planos de contas, relatrios financeiros, balanos e balancetes mensais; e contratao de pessoal especializado, externo a organizao, para assessorar o gerente de riscos.

No entraremos no mrito de tais procedimentos, ficando aqui apenas registrados como passveis de serem utilizados. De fato, a nossa preferncia particular, dentre os vrios mtodos existentes para identificar riscos e perdas potenciais, recai sobre a Tcnica de Incidentes Crticos, apresentada e discutida em detalhes no Mdulo 7.

importante, no entanto, enfatizar uma vez mais que no existe um mtodo timo para a identificao de riscos. O melhor, realmente, a combinao doa varies meios e processos aqui mencionados.

3.5Identificao de Riscos Checklist Bsico

3.5.1Informaes Gerais Preliminares

3.5.1.1Localizao da empresa

3.5.1.2Acesso (descrever as principais formas e vias do acesso)

3.5.1.3Atividade industrial e comercial: principal/secundria/especial/anexa

3.5.1.4Nmero de empregados: efetivos/de terceiros

3.5.1.5Horrio de trabalho

3.5.1.6Existe hiptese sobre: terreno?/prdios?/Nome e endereo do credor hipotecrio

3.5.1.7Valor e prazo da hipoteca

3.5.1.8Se e local e/ou prdios so alugados a terceiros:

a) O locatrio responsvel pelo aumento na taxa do seguro incndio decorrente de suas atividades?

b) O locatrio contratualmente obrigado a efetuar seguro incndio?/ De que valor?/ Com atualizao automtica?/ De quanto?/ obrigado a efetuar seguro de responsabilidade civil?/ Te que valor?/Com atualizao automtica?/ De quanto?

c) Quais as obrigaes da locatria com relao a reparos e manuteno do local e/ou prdios?

d) O locatrio j efetuou por sua prpria conta melhoria o/ou benfeitoria no local e/ou prdios? (descreve-las) / Qual o valor dessas melhorias ou benfeitorias?

e) Contratualmente, permitido ao locatrio sublocar?

3.5.1.9Se o local e/ou prdios so alugados de terceiros:

a) Nome e endereo do proprietrio

b) Valor do aluguel

c) Contrato de locao/ vencimentos

d) Previso para renovao do contrato

e) Obrigaes contratuais quanto a reparos e/ou manuteno

f) Valor atual (novo) de instalaes semelhantes

g) Est obrigado contratualmente a responder por aumento das taxas do seguro incndio do prdio?

h) Est obrigado contratualmente a efetivar seguros em nome e a favor do proprietrio?/ Quais?

i) As condies contratuais definem responsabilidades do locatrio quanto a reparos e restaurao do prdio conseqentes de uso e ocupao, nos seguintes casos:

danos no conseqentes de negligncia do locatrio?

todos os reparos e manuteno, exceto estruturais?

reparos estruturais e/ou defeitos latentes?

reparos extraordinrios ou restaurao total quando da entrega do imvel?

j) Quais as responsabilidades do proprietrio, em caso de dano ao prdio, quanto a reparos e/ou restaurao?

k) O prdio sublocado a terceiros?/ Em que condies?

3.5.1.10reas: terreno/instalaes cobertas/reas destinadas a expanso/depsitos ao ar livre/instalaes ao ar livre

3.5.1.11Situao do conjunto com relao vizinhana: riscos provenientes da vizinhana/riscos para a vizinhana.

3.5.1.12Situao do conjunto com relao a socorros externos (corpo de bombeiros, policia, hospitais):

a) Corpo de bombeiros - distncia/comandado por/efetivo em homens/equipamento adequado?

b) Hospitais - distncia/atendimento adequado?/ convnio?/ ambulatrio?

c) Possui brigada de incndio prpria?/ convnio?/ Qual? (detalhar)

d) Facilidade de acesso, estacionamento etc., de carros e equipamentos de combate a incndio aos vrios locais do conjunto (detalhar)

e) Tempo de acesso da brigada de incndio aos locais mais perigosos.

3.5.1.13Fontes de abastecimento de gua (detalhar): naturais/artificiais/outras fontes/Bombas e sistema de alimentao e vazo

3.5.1.14Controle de geradores de vapor e presso/Qual o sistema adotado?(detalhar)

3.5.1.15Controle de extintores face legislao vigente/Qual o sistema adotado?(detalhar)

3.5.1.16Controle de instalaes fixas de gua (hidrantes e acessrios) face legislao vigente/ Qual o sistema adotado? (detalhar)

3.5.1.17Controle de equipamentos de deteco automtica/Qual o sistema adotado? (detalhar)

3.5.1.18Portas corta-fogo (detalhar situao geral, tipos e manuteno).

3.5.1.19Sinalizao das sadas de emergncia (detalhar).

3.5.1.20Existe possibilidade de danos a terceiros pela ao da gua de:

a) Sistema de sprinklers?

b) Tanques e/ou reservatrios elevados?

c) Sistema hidrulico?

d) Outros? (especificar)

3.5.1.21Existem riscos de exploso?/ De equipamentos?/ Quais?/ De produtos?/ Quais?/ Na linha de produo?/ Como?/ De origem externa?/ Qual?

3.5.1.22Como so eliminados ou retirados o refugo, lixo ou excedentes imprestveis?

3.5.1.23Matrias-primas empregadas (detalhar)

3.5.1.24Produtos acabados (detalhar)

3.5.1.25Equipamentos sujeitos a danos eltricos (discriminar/valor)

3.5.1.26Existe risco de queimadas em zonas rurais?/ Qual a distncia do risco em relao a florestas, matagais, plantaes, etc.?

3.5.1.27O local encontra-se situado sob rotas areas de linha regular?/ Existe proximidade com algum aeroporto?/ A que distancia?/ Tem heliporto prprio?/ localizao

3.5.1.28O local encontra-se situado prximo a grandes rodovias?/ A que distncia? Veculos pesados manobram no local?/ Onde?

3.5.1.29O processo prprio ou de vizinhos envolve liberao de poluentes?/ Em que grau de concentrao?

3.51.30O processo de fabricao envolve risco de extravasamento e/ou derrame de materiais em esta do de fuso?/ Quais?

3.5.1.31Com relao aos estoques de matria-prima e mercadorias:

a) Existe controle efetivo e minucioso do movimento do valor do estoque? (explicar)

b) A organizao contbil adequada? (descrever)

c) Qual a variabilidade do valor do estoque (matrias-primas, produtos em processo e produtos acabados)?

d) Existe flutuao de valores de estoque entre prdios?/ Qual?

e) As variaes so imprevisveis? (explicar)

f) Estocagem de matrias-primas e produtos manufaturados:

Ao ar livre?(detalhar)

Em rea coberta?(detalhar) Em pilhas? (detalhar)

Em tanques abertos? (detalhar)

Em tanques fechados?/ Com presso? (detalhar)

Sem presso? (detalhar)

g) Valores em estoque com relao ao conjunto segurado/% aproximada

3.5.1.32Existe um programa visando a responsabilidade pelos produtos fabricados pela empresa (segurana do produto)?/ Em linhas gerais, de que consiste esse programa?/Se houver falhas, identific-las.

3.5.2Prdios e Contedos (por Unidade / Setor)

3.5.2.1Caractersticas construtivas:

a) Tipo de fundao.

b) Tipo de estrutura/Observar e detalhar colunas/Se metlicas, esto revestidas?/Se estruturas especiais, detalhar.

c) Tipo de paredes externas/Se abertas, qual a percentagem de abertura com relao ao total?

d) Tipo de cobertura e/ou telhado/Se de material considerado combustvel, qual a percentagem com relao ao total?

e) Tipo de piso/Revestimento do piso

f) Tipo de forro

g) Nmero de pavimentos/Area por pavimento

h) Garagens/Area por garagem/Capacidade

i) Subsolos/Area por subsolo

j) Mezaninos/Area

k) Prolongamento do prdio (plataforma)/Area

l) Altura do p-direito / Pavimentos / Subsolos / Mezaninos / Garagens / Plataformas

m) Tipo de divises internas/Se de material combustvel, area aproximada das divises internas

n) Tipo de revestimento e/ou acabamento interno (paredes do prdio e divises internas)/ rea aproximada

o) Tipo de iluminao/Interna/Externa/Subestao eltrica/instalao de fora

p) Aberturas existentes/Se protegidas, como?

q) Tipo de escadas/Escadas de emergncia

r) Instalaes especiais para equipamentos:

Mquinas

Elevadores e monta-cargas - tipo/marca/capacidade/tipo de vo

Sistema de ar condicionado Pra-raios

Reservatrios de gua Rede de \\hidrantes

Rede de Sprinklers Sistemas de alarme e deteco

Outros sistemas

s) Tipo de vidros e caixilhos respectivos

t) Data da construo e/ou idade do imvel/melhorias e/ou benfeitorias introduzidas/Data/Estado fsico do prdio/Idade aparente.

v) Possibilidade de risco de desmoronamento

u)Valor atual estimado do prdio (incluindo instalaes eltricas, hidrulicas e demais componentes do prdio)

Valor de reconstruo (custo estimado)

Custo estimado das fundaes

Existe avaliao? (Se sim, obter cpia)

Estimar custo provvel de demolio/desentulho

O cdigo de obras afetara a reconstruo e/ou reparos?

Esto previstas futuras alteraes, ampliaes ou demolies no prdio?/Quais?

3.5.2.2Caractersticas de isolamento

a) Separao dos telhados/Paredes corta-fogo/Diferena de altura/Divises outras/Calhas (descrever sistema)

b) Paredes internas (descrever tipo de parede)

c) Aberturas desprotegidas/Aberturas protegidas/Como? (discriminar)

d) Tubulaes (discriminar)/A tubulao para conduo de inflamveis e provida de vlvulas de segurana e registros apropriados? (discriminar)

e) Comunicao vertical/Comunicao horizontal (discrimina-las)

f) Distancias e espaos desocupados (entre paredes)

g) Passagens abertas/Tipo de material e cobertura

Passagens fechadas/Tipo de material e cobertura

3.5.2.3Caractersticas de ocupao:

a) Ocupao principal - descrever

b) Ocupaes secundarias - descrever

c) Materiais e produtos existentes/Matria-prima bsica/Matrias-primas secundrias/ percentual de emprego/substncias perigosas.

d) Tipos de embalagem:

matrias-primas

produtos semi-acabados

produtos acabados

substncias perigosas

e) Mquinas e equipamentos (descrever tipo, marca, capacidade, sistema de operao, quantidades, etc.)

f) Explicar sucintamente o fluxo ou o sistema de produo

g) Equipamentos e maquinismo sujeitos a exploso/a danos eltricos/ a quebras

h) Produtos acabados/inflamveis/explosivos

i) Processo de fabricao/Sujeito a exploso?/Partculas em suspenso combusto violenta e expontnea?

j) Ordem e limpeza (descrever)

k) Armazenamento de matrias primas e produtos / correto? / Empilhamento ordenado? / Altura adequada?/ Corredores de acesso entre pilhas? / Distncia e largura / Prateleiras? (tipo) / Estantes? (tipo)/ Pallets? (tipo)/ Descrever situao geral

l) Drenagem de gua no local / Adequada? (descrever)

m) Sistema de ventilao/ Adequado? (descrever)

n) Material de combate incndio (extintores e hidrantes) / Livres? / Bloqueados? / Descrever

o) Sistema de estocagem no local / Adequado? / Recomendaes

p) Processos de soldagem existentes (tipos) / Proteo existente (descrever)

q) Processos a fogo direto ou chama aberta (tipos)

r) Servios de manuteno de mquinas e equipamentos (descrever)

s) Mquinas e equipamentos:

valor de reposio (novo)

valor atual

existe avaliao? (se sim, obter cpias)

existe hipoteca sobre os equipamentos e mquinas? / De quanto?

t) Mveis, utenslio e instalaes:

valor de reposio (novo)

valor atual

existe avaliao? (se sim, obter cpias)

v) Estoque (matrias-primas, produtos em processo e acabados) / Data do ltimo inventrio / Como realizado? (descrever)

u)Bens de terceiros para reparos, processamentos ou outros motivos / Quais? / Valor / Empresa contratualmente responsvel por estes bens / Valor definido contratualmente? / Qual?

x)Documentos, plantas, desenhos, croquis e demais papeis importantes / Valor / Custo de recomposio / Onde esto guardados? / Descrio

y)Contedo especial:

existem equipamentos ou instrumentos cientficos de alto valor? / Quais? / Valor

objetos de arte? / Quais? / Valor

computadores e calculadoras eletrnicas? / Quais? / Valor / Proprietrio / Alugado? / Empresa contratualmente responsvel? / Valor definido contratualmente?/ Qual? / Custo de reposio do material de computao / Valor de recomposio deste material.

3.5.3Outras Informaes

a) Os equipamentos bsicos so importados? / Parcialmente importados? / Nacionais? / Em que proporo?

b) Qual o tempo julgado necessrio para recuperao total da unidade/setor, aps um sinistro de grandes propores em conseqncia de: Quebra de mquina? / Exploso? / Incndio? / Outros? (especificar)

c) Que prejuzos intrnsecos poderiam ser causados por sinistros de grandes propores em conseqncia de: Quebra de mquina? / Exploso? / Incndio? / Outros? (especificar)

d) A que nvel a unidade/setor poderia sofrer conseqncias de um vendaval, com ventos acima de 70 km/hora? / Que setores so mais vulnerveis?

e) A que nvel a unidade/setor poderia sofrer conseqncias oriundas de inundao e/ou alagamento? / Que setores so mais vulnerveis?

f) Registro de ocorrncias e perdas verificadas nos ltimos anos (se possvel 5 anos) em conseqncia de: Quebra de mquina / Exploso / Incndio / Vendaval / Inundao e/ou alagamento / Outros (especificar)

g) As normas de Segurana e Medicina do Trabalho da unidade/setor so adequadas? / So rigorosamente cumpridas? / H pessoal especializado na unidade/setor? / Tais normas atendem satisfatoriamente a que aspectos? / Se houver falhas, identific-las.

h) Os acidentes com danos propriedade so controlados adequadamente? / De que forma feito esse controle? / Se houver falhas, identific-las

i) As normas de segurana patrimonial da unidade/setor so adequadas? / So rigorosamente cumpridas? / H pessoal especfico da unidade/setor? / Tais normas atendem satisfatoriamente a que aspectos? / Se houver falhas, identific-las3.5.4Comentrios complementares que julgar necessrios

3.5.5Seguros Existentes

Seguradora

Nmero das aplices

3.5.5.1Incndio / Cobertura bsica / Prazo / Vencimento

Prdios / Importncia segurada (IS)

Mquinas e equipamentos / IS

Mveis, utenslios, instalaes / IS

Mercadorias, matrias-primas / IS

Outros / IS

3.5.5.2Exploses / IS

3.5.5.3Danos eltricos / Bens cobertos

3.5.5.4Vendaval:

Prdios / IS

Contedos / IS

3.5.5.5Clusulas adicionais aplicadas

3.5.5.6Clusulas especiais

3.5.5.7Clusulas beneficirias

3.5.5.8Taxas: Incndio / Exploso / Danos eltricos / Vendaval

3.5.5.9Descontos: Extintores / Hidrantes / Sprinklers / Outros

35.5.10Outros seguros de danos materiais existentes (especificar objeto do seguro; bens cobertos; importncia segurada; clusulas adicionais, especiais e beneficirias; classificao tarifria, taxas e prmio; prazo; vencimento; nmero da aplice e seguradora).

3.6Diagrama de Gerenciamento de Risco

4.Introduo Confiabilidade de Sistemas

4.1Confiabilidade

Confiabilidade a probabilidade de um equipamento ou sistema desempenhar satisfatoriamente suas funes especficas, por um perodo especfico de tempo, sob um dado conjunto de condies de operao. A confiabilidade difere do controle de qualidade no sentido de que este independe do tempo, enquanto que ela uma medida da qualidade dependente do tempo. A confiabilidade pode ser considerada como controle de qualidade mais tempo, e tem as seguintes caractersticas:

possui natureza probabilstica ;

depende do critrio de sucesso considerado;

apresenta dependncia temporal;

varia em funo das condies de operao.

A probabilidade de falha (Q), at certa data (t), denominada no confiabilidade, e o comportamento de R (expresso em decimal), isto :

Q = 1 - R

Por exemplo:

Se a probabilidade de falha de um sistema 5%, ou seja, Q = 0,05, a probabilidade de no haver falha (confiabilidade) ser: R = 1 - 0,05 = 0,95, ou 95%.

A freqncia com que as falhas ocorrem, num certo intervalo de tempo, chamada taxa de falha (), e medida pelo nmero de falhas para cada hora de operao ou nmero de operaes do sistema. Por exemplo: quatro falhas em 1.000 horas de operao representam uma taxa de falha de 0,004 por hora. O recproco da taxa de falha, ou seja, 1/, denomina-se Tempo Mdio Entre Falhas (TMEF). No exemplo anterior, TMEF = 250 horas.

As falhas que ocorrem em equipamentos e sistemas so de trs tipos:

a) Falhas prematuras:

Ocorrem durante o perodo de depurao ou queima devido a montagens pobres ou fracas, ou componentes abaixo do padro, que falham logo depois de postos em funcionamento. Estes componentes vo sendo substitudos gradualmente, verificando-se a diminuio da taxa de falha prematura, at a taxa de falha total atingir um nvel praticamente constante. Este nvel atribudo s falhas casuais.

b) Falhas casuais:

Resultam de causas complexas, incontrolveis e, algumas vezes, desconhecidas. O perodo durante o qual as falhas so devidas principalmente a falhas casuais, a vida til do componente ou sistema.

c) Falhas por desgaste:

Iniciam-se quando os componentes tenham ultrapassado seus perodos de vida til. A taxa de falha aumenta rapidamente devido ao tempo e a algumas falhas casuais.

Tracemos agora a curva da taxa de falha em funo do tempo, de um grande nmero de componentes similares. Obtemos a chamada Curva da Banheira, que est representada a seguir:

Geralmente, as falhas prematuras no so consideradas na anlise de confiabilidade, porque se admite que o equipamento foi depurado, e que as peas iniciais defeituosas foram substitudas. Para a maioria dos equipamentos, de qualquer complexidade, 200 horas um perodo considerado seguro para que haja a depurao. As falhas casuais so distribudas exponencialmente, com taxa de falha e reposio constantes. As falhas por desgaste distribuem-se normalmente ou log-normalmente, com um crescimento sbito da taxa de falha nesse perodo.

4.2Clculo da Confiabilidade

Verificou-se que um nmero relativamente pequeno de funes satisfaz maioria das necessidades na determinao da confiabilidade. As distribuies normal (taxa de falha crescente) e exponencial (taxa de falha constante) so as de mais ampla aplicabilidade.

Neste tpico, trataremos somente da distribuio exponencial, por ser ela aplicvel a sistemas e equipamentos complexos, e a sistemas onde h reposio dos componentes que falharam. Entretanto, lembramos ao leitor que, apesar das distribuies mencionadas terem aplicabilidade universal, no devem ser aplicadas em todos os casos. Quando em dvida, deve-se empregar os processos padres da estatstica para determinar a distribuio.

De acordo com o conceito de taxa de falha constante, durante a vida til de um grande nmero de componentes similares, aproximadamente o mesmo nmero de falhas continuar a ocorrer, em iguais intervalos de tempo, se as peas que falham so repostas continuamente. A expresso matemtica indicando a probabilidade (ou confiabilidade) com que os componentes operaro, num sistema de taxa de falha constante, at a data t, sem falhas, a Lei Exponencial de Confiabilidade, dada por:

Onde:

e=2,718

=taxa de falha

t=tempo de operao

T=tempo mdio entre falhas (TMEF)

A proporo t/T de extrema importncia quando: t = T (seja para 1 minuto, como para 10.000 horas, por exemplo) a confiabilidade ser: R = e-1 = 0,368 (36,8%). Para aument-la necessrio que a proporo t/T seja diminuda. Quando o TMEF for aumentado, a taxa de falha (que seu recproco) ser reduzida.

Consideramos, por exemplo:

TMEF =T=0,25 x 105 horas

t=1.000 horas

e=2,718

temos:

Confiabilidade:

Probabilidade de falha: Q = 1 - R = 1 - 0,9608 = 0,0392 (3,92%)

Se aumentarmos T para 0,40 x 106 horas, resulta:

4.3Clculo de Riscos

Expressa a probabilidade esperada de ocorrncia dos efeitos (danos, perdas ou prejuzos) advindos da consumao de um perigo e pode assim ser representada:

Risco = Freqncia x Conseqncia

para um conjunto de eventos distintos teremos:

Risco = fi x Ci

A freqncia pode ser expressa em: eventos / ano, acidentes / ms.

A conseqncia pode ser expressa em: fatalidade / evento, morte / acidente, dias perdidos / acidente, etc.

Vamos abordar o seguinte exemplo: se em uma estrada ocorrem 100 acidentes por ano;

F = 100 acidentes / ano

Se ocorre em mdia 1 morte a cada 10 acidentes:

C = 0,1 morte / acidente.

Se o risco coletivo mdio nesta estrada :

R = 100 x 0,1 = 10 mortes / ano

Se transitam pela estrada 100.000 pessoas por ano, o risco individual para cada pessoa :

RIND = 10/100.000 = 10-4

Tabela 4.3.1 Taxas de Fatalidade para Alguns Riscos Voluntrios e Involuntrios

Riscos VoluntriosTaxa de Fatalidade(mortes por pessoa p/ano)

Tomar plula anticoncepcional2 x 10-5

Jogar futebol4 x 10-5

Praticar alpinismo4 x 10-5

Dirigir automvel17 x 10-5

Fumar (20 cigarros por dia)500 x 10-5

Riscos Involuntrios

Meteorito0,000006 x 10-5

Transporte de petrleo e qumicos (Reino Unido)0,002 x 10-5

Acidente areo (Reino Unido)0,002 x 10-5

Exploso de tanques sob presso (EUA)0,004 x 10-5

Descarga atmosfrica (Reino Unido)0,01 x 10-5

Inundao de diques (Pases Baixos)0,01 x 10-5

Vazamento radioativo de uma central nuclear, a 1 km de distncia (Reino Unido)0,01 x 10-5

Incndio (Reino Unido)1,5 x 10-5

Atropelamento6 x 10-5

Leucemia8 x 10-5

Fonte: LEES, Frank P. Loss Prevention in the Process Industries. London, Butterworth Co., 1980, V.1, p. 178

FAR (Fatal Accident Rate)

Nmero de mortes a cada 100 milhes de horas (108 horas) de exposio ao risco.

108 horas aproximadamente o nmero de horas trabalhadas por um grupo de 1.000 trabalhadores em 40 anos.Tabela 4.3.2 Fatal Accident Rates in Different Industries and Jobs in the U.K.

FAR (deaths/108 exposed hours)

Clothing and footwear industry0,15

Vehicle industry1,3

Chemical industry3,5

British industry4

Steel industry8

Agricultural work10

Fishing35

Coal mining40

Railway shunting45

Construction work67

Air crew250

Professional Boxers7.000

Jockeys (flat racing)50.000

Tabela 4.3.3 Fatal Accident Rates for the Chemical Industry in Different Countries

FAR (deaths/108 exposed hours)

France8,5

West Germany5

United Kingdom

(before Flixborough)4

(including Flixborough)5

United States5

Tabela 4.3.4 Fatal Accident Rates for some non-Industrial Activities

FAR (deaths/108 exposed hours)

Stayg at home3

Travelling:

by bus3

by train5

by car57

by bicycle96

by air240

by moped260

by motor scooter310

by motor cycle660

Canocing1.000

Rock climbing4.000

Fonte: LEES, Frank P. Loss Prevention in the Process Industries. London, Butterworth Co., 1980, V.1, p. 178

Limites de Risco Social para Acidentes Maiores na Holanda

Limites de Risco Social para Acidentes Maiores na Dinamarca

5.Controle Total das Perdas

Nestes ltimos anos, temos observado que alguns tcnicos da rea de Segurana, Higiene e Medicina do Trabalho vm encarando a Preveno e o Controle de Perdas como sendo algo de difcil aplicao nas empresas, devido a uma srie de fatores e circunstncias que, segundo pensam, contribuem para tal.

Obviamente, no concordamos com esses pontos de vista.

Por outro lado, temos constatado tambm uma certa desinformao de alguns tcnicos que procuram difundir os conceitos relacionados com esse assunto, principalmente no que se refere as aplicaes das diferentes teorias e tcnicas de Preveno e Controle de Perdas.

Assim que, imbudos do propsito de esclarecer pontos bsicos sobre a matria e de fornecer subsdios adicionais aos tcnicos da rea, julgamos ser oportuno apresentar este trabalho, o qual est baseado em estudos e

pesquisas que vimos desenvolvendo, desde 1976.

Em outras palavras, o nosso objetivo ser procurar mostrar os pontos fundamentais das principais teorias sobre Preveno e Controle de Perdas, e como as mesmas podaro ser integradas entre si, segundo a nossa viso, de modo a permitir seu desenvolvimento, tanto por engenheiros como por supervisoras de segurana do trabalho.

5.1Controle de Danos

Em 1966, o norte-americano Frank Bird Jr. Concluiu um estudo envolvendo 90.000 acidentes - 75.000 acidentes com danos propriedade e 15.000 acidentes com leso - ocorridos numa empresa metalrgica, durante um perodo de mais de 7 anos, e que serviram de base para sua teoria intitulada Controle de Danos.

A seguir, vejamos alguns pontos bsicos dessa teoria.

Segundo Bird, um programa de Controle de Danos aquele que requer identificao, registro e investigao de todos os acidentes com danos propriedade e determinao de seu custa para a empresa. Todas estas medidas devero ser seguidas de aes preventivas.

Ao ser implantado um programa de Controle de Danos, um dos primeiros passas a serem dados a reviso das regras convencionais de segurana.

Assim, por exemplo, uma regra que estabelece que quando ocorrer com voc ou com o equipamento que voc opera qualquer acidente que resulte em leso pessoal, mesmo de pequena importncia, voc deve comunicar o fato, imediatamente, a seu supervisor.

Para alterar esta regra, a fim de que ela se enquadre dentro dos conceitos da teoria de Controle de Danos, basta apenas acrescer as palavras ou dano propriedade, logo aps o trecho: qualquer acidente que resulte em leso pessoal.

CONTROLE DE DANOS

Regra convencional:

Quando ocorrer com voc ou com o equipamento que voc opera qualquer acidente que resulte em leso pessoal, mesmo de pequena importncia, voc deve comunicar o fato, imediatamente, a teu superior.

CONTROLE DE DANOS

Regra alterada:

Quando ocorrer com voc ou com o equipamento que voc opera qualquer acidente que resulte em leso pessoal ou dano propriedade, mesmo de pequena importncia, voc deve comunicar o fato, imediatamente, a seu superior

Deve-se, porm, ter em mente que, ao se alterarem regras j conhecidas mesmo que parcialmente, todas as pessoas envolvidas, desde a alta direo da empresa at todos os trabalhadores, devero saber que determinada regra foi mudada e qual a razo da mudana.

tambm muito importante que qualquer pessoa envolvida no programa de Controle de Danos compreenda que, para este ser bem sucedido, ser necessrio um perodo, devidamente planejado, de comunicao e educao, que ter por objetivo mostrar a gravidade de no se informar qualquer acidente cem dano propriedade que possa ocorrer na empresa.

CONTROLE DE DANOS

Passos Bsicos:

1) Verificaes Iniciais;

2) Informaes dos Centros de Controle;

3.Exame Analtico.

Para o programa de Controle de Danos ser introduzido na empresa, trs passos bsicos tm sido utilizados:

1.Verificaes iniciais;

2.Informaes dos centros de controle;

3.Exame analtico.

1 Passo - Verificaes Iniciais

Significa, simplesmente, a visita ao departamento de manuteno da empresa, para conversar com o responsvel por esse departamento e para fazer algumas observaes sobre o servio que est sendo realizado.

Nesta etapa, recomenda-se discutir o programa de Controle de Danos com o chefe do departamento de manuteno, antes do incio efetivo do mesmo. Isto porque, conforme se tem constatado, as pessoas encarregadas dos servios de manuteno tm cooperado mais espontaneamente, quando elas so includas na fase de planejamento do programa.

Recomenda-se ainda que, nos estgios iniciais do programa, os custos envolvidos no sejam calculados detalhadamente. Sugere-se que seja feita somente uma estimativa dos custos de reposio ou dos reparos executados pela manuteno.

Aps o perodo de verificaes iniciais, tem-se observado a existncia de problemas reais, em um nmero suficiente de reas que justifique a execuo do programa, tanto do ponto de vista humano como do econmico.

2 Passo - lnformaes dos Centros de Controle

Nesta etapa, torna-se necessrio desenvolver um sistema no qual o centro de controle (a manuteno) registre os danos propriedade, de uma forma bastante objetiva e simples, e com um mnimo de trabalho escrito.

Como os mtodos e procedimentos diferem de empresa para empresa, o sistema de registro de informaes a ser desenvolvido dever ser o que melhor se adapte aos procedimentos j existentes na empresa.

CONTROLE DE DANOS

Informaes dos Centros de Controle

Mtodo de registro de dados:1.Sistema de Etiquetas;

2.Sistema de Ordens de Servio;

Vejamos dois mtodos de registro de dados que podero ser utilizados.

Mtodo 1 - Sistema de Etiquetas

Este mtodo estabelece que etiquetas devero ser aplicadas em todo o equipamento ou instalao que necessite de reposio de componentes ou de reparos, resultantes de acidentes. A etiqueta dever fornecer as seguintes informaes:

departamento que requereu o reparo;

descrio do dano;

razo do reparo;

data da ocorrncia do acidente;

assinatura do responsvel (autorizado) pelo pedido.

No verso da etiqueta, poder ser impressa a seguinte frase:

A etiqueta dever ser aplicada em todo o equipamento que necessite de reparos. Reposio de peas e/ou reparos no tero executados sem esta etiqueta.

importante que instrues sejam dadas a todos os supervisores sobre as razes pelas quais eles devero preencher, adequadamente, a etiqueta, dando todas as informaes necessrias.

CONTROLE DE DANOS

Sistema de Etiquetas

Informaes: Departamento que solicitou o reparo;

Descrio do dano;

Razo do reparo;

Data da ocorrncia do acidente;

Assinatura do responsvel (autorizado) pelo pedido;

CONTROLE DE DANOS

Sistema de Etiquetas

A etiqueta dever ser aplicada em todo o equipamento que necessite de reparos.

Reposio de peas e/ou reparos no sero executados sem esta etiqueta.

Mtodo 2 - Sistema de Ordens de Servio

Quando for requerido o reparo de um determinado equipamento, devido a um acidente, o encarregado ou supervisor do setor envolvido dever requisitar o servio, incluindo as palavras devido a acidente ou acidente com danos, na folha do pedido. Dever, ainda, coloca. A letra A, logo aps o nmero da ordem de servio, para indicar a ocorrncia do acidente.

Assim, o nmero da ordem de servio, com a letra A, aparecer em todas as folhas de registro dos tempos de execuo dos reparos e nas requisies de material relacionadas com aquela ordem de servio.

As folhas com os tempos de execuo dos reparos e as requisies de material devero ser encaminhadas ao departamento de contabilidade, que por sua vez tabular todas aquelas com a letra A e registrar, mensalmente, o tempo total de execuo dos reparos e os custos do material empregado,

A exemplo do que foi dito sobre o departamento de manuteno, ser igualmente importante discutir o programa de Controle de Danos, antes de seu incio, com o chefe do departamento de contabilidade, Assim, ele cooperar, de uma forma geral, mais espontaneamente do que se algum sistema for imposto a seu departamento,

A experincia tem mostrado que se obtm maior cooperao, tanto do pessoal da manuteno como do da contabilidade, quando as discusses sobre o programa de Controle de Danos So levadas a efeito antes de serem estabelecidos os controles e os procedimentos necessrios,

3 Passo - Exame Analtico

Ser necessrio enfatizar, uma vez mais, que nenhum mtodo ou sistema novo alcanar cem por cento de eficincia, logo aps sua implantao. E muito natural que, nos primeiros estgios do programa de Controle de Danos, seja feita uma reviso de todas as ordens de servio, a fim de se ter certeza de que todo o trabalho resultante de acidentes est sendo identificado corretamente,

Este procedimento permitir tambm uma maior oportunidade de comunicao e educao, no que tange ao conceito de Controle de Danos,

Neste ponto, cabe a seguinte pergunta: Que acidentes devero ser investigados? Qualquer acidente, ou somente os que acarretarem maiores custos?

Segundo Bird, nos primeiros estgios do programa, deve-se investigar somente os acidentes que acarretem maiores custos, Pode-se estabelecer um limite de US$ 300, $ 500, ou mesmo $ 1000, e, medida que o programa for sendo desenvolvido, podero ser tambm includos os acidentes de menor custo,

Uma pesquisa desenvolvida na Lukens Steel Company, nos Estados Unidos, indicou a seguinte relao:

Custo de cada acidenteNmero de acidentes

US$ 1.000 ou mais1

de US$ 301 a 1.00050

de US$ 51 a 300150

US$ 50 ou menos300

Nessa empresa, o custo total dos reparos e reposies, para aqueles acidentes, relativamente de menor monta, excedia a casa dos US$ 100.000 anuais.

Estes fatos mostram claramente, sob o ponto de vista econmico, a necessidade de se investigar todo e qualquer acidente com dano propriedade,

Sob o ponto de vista humano - que a nossa maior preocupao, conforme temos ressaltado em inmeras oportunidades - tambm ser importante a investigao dos acidentes com danos propriedade, visto que a gravidade das conseqncias do acidente, em termos de danos humanos (leses) e/ou materiais, simplesmente uma ocorrncia fortuita ou casual.

5.2Controle Total de Perdas

Partindo da premissa de que os acidentes que resultam em danos s instalaes, aos equipamentos e aos materiais tm as mesmas causas bsicas que aqueles que resultam em leses, o canadense John Fletcher props, em 1970, o estabelecimento de programas de Controle Total de Perdas, cujo objetivo reduzir ou eliminar todos OS acidentes que possam interferir ou paralisar um sistema.

Dessa forma, segundo a proposta de Fletcher, o programa de Controle Total de Perdas deve ser idealizado de modo a eliminar todas as fontes de interrupo de um processo de produo, quer elas resultem de leso, dano propriedade, incndio, exploso, roubo, vandalismo, sabotagem, poluio da gua, do ar e do solo, doena ocupacional ou defeito do produto.

Evoluo do Controle Total de Perdas

Preveno de leses :

Diz respeito Segurana e Medicina do Trabalho tradicional.

Controle de Danos :Diz respeito a todos os acidentes que resultem em leso e/ou dano a instalaes, equipamentos ou material.

Controle Total de Perdas :Diz respeito a: leso, dano propriedade, incndio, exploso, roubo, sabotagem, vandalismo, poluio ambiental, doena, defeito do produto.

Basicamente, para Fletcher, trs So os passos a serem dados, para a implantao de um programa de Controle Total de Perdas: estabelecer o perfil dos programas de preveno existentes na empresa; determinar prioridades; e elaborar planos de ao, para o controle das perdas reais e potenciais do sistema.

CONTROLE TOTAL DE PERDAS

Passos Bsicos:

1.Perfil dos programas de preveno existentes;

2.Prioridade;

3.Planos de ao.

Para se ter uma viso clara dos programas de preveno em andamento na empresa, em termos de se conhecer exatamente o que est sendo feito, se est sendo feito corretamente e quais So as reais necessidades da empresa, dever ser estabelecido o perfil desses programas.

Para tanto, deve-se dividir o perfil em sees que contenham os vrios tens que possam ser abrangidos pelo programa de preveno. Para cada item, formula-se uma srie de questes que, aps serem devidamente respondidas, permitiro determinar qual o grau de execuo ou de implantao em que se encontra o programa analisado. Por exemplo, ser necessrio determinar se o item que est sendo revisto foi Ou no includo no programa existente. Se no foi, deve-se atribuir grau 0 a ele. Entretanto, se o item for considerado parte integrante do programa, deve ser feita sua avaliao, isto , deve ser estabelecido at que grau o item foi implantado e quo efetivo ele .

CONTROLE TOTAL DE PERDAS

Perfil do Programa de Preveno Exemplo

Seo 1 Poltica de Segurana da Empresa1. A empresa possui uma poltica declarada (escrita) de segurana?2. Se possui, h na declarao a assinatura de um membro da alta direo?3. Se no h uma poltica escrita, h uma verbal?4. A poltica de Segurana de conhecimento de todo o corpo administrativo?5. A poltica de Segurana de conhecimento de todos os empregados?6. Qual o nvel de credibilidade, respeitabilidade e cumprimento que a poltica possui na empresa?

Para fazer essa avaliao, Fletcher sugere que seja adotada a seguinte escala:

CONTROLE TOTAL DE PERDAS

Escala de Avaliao Perfil do Programa

Excelente5Totalmente implantado e totalmente efetivo.

Bom4Satisfatoriamente implantado e efetivo.

Regular3Implantado, mas no satisfatoriamente.

Fraco2S parcialmente em execuo.

Resultados no satisfatrios.

Vrios pontos devem ser melhorados.

Insatisfatrio1Algumas tentativas foram feitas, mas sem implantao efetiva.

0Nada foi feito, at o momento.

Uma vez completadas todas as sees do perfil, deve-se preencher o Quadro de Avaliao mostrado a seguir:

CONTROLE TOTAL DE PERDAS

Quadro de Avaliao

Avaliao MximaSituao AtualDeficincia

Seo 1

Seo 2

Seo 3

Totais

Para o preenchimento deste quadro, deve-se transferir a avaliao obtida, de cada seo do perfil, para a coluna Situao Atual. A coluna Avaliao Mxima indica o nmero total de pontos que poderiam ser atingidos em cada seo caso o programa fosse completo. A diferena entre estas duas colunas representa a Deficincia do programa que est sendo avaliado.

CONTROLE TOTAL DE PERDAS

Perfil do Programa

Exemplo de avaliao:

Seo 5 Treinamento Total de pontos para o programa completo = 65 Situao atual

= 32 Deficincia

= 33

Uma vez determinadas as deficincias de cada seo do perfil, devero ser estabelecidas as prioridades para o programa geral que ser desenvolvido posteriormente na empresa.

Para cada seo prioritria, dever finalmente ser elaborado o respectivo plano de ao, que ter por objetivo principal a preveno e o controle das perdas reais e potenciais.

CONTROLE TOTAL DE PERDAS

Plano de Ao

Itens Bsicos:

Objetivo geral do plano;

Objetivos especficos;

a curto prazo;

a mdio e longo prazos;

Recursos humanos e materiais necessrios;

Custo estimado da implantao do plano;

Estimativa das perdas atuais e das perdas potenciais futuras;

Data do incio do plano;

Data estimada de trmino do plano.

5.3Engenharia de Segurana de Sistemas

Um breve retrospecto seria suficiente para se inferir que o prevencionismo mo, em seu mais amplo sentido, evoluiu de uma maneira crescente, englobando um nmero cada vez maior de fatores e atividades, desde as precoces aes de reparao de danos (leses), at uma conceituao bastante ampla, onde se buscou a preveno de todas as situaes geradoras de efeitos indesejados ao trabalho. As abordagens mais modernas do prevencionismo envolvem, assim, uma srie de atividades que transcendem de longe a pura preveno de acidentes, como definida duas ou trs dcadas passadas.

Ainda, pudemos notar que essas abordagens modernas se assemelham em seu objetivo de controle de danos, ou controle total de perdas, porm diferem em aspectos bsicos. De fato, h uma corrente que fortemente baseada no aspecto administrativo da preveno, conjugando as tcnicas tradicionais a algumas outras mais recentes, mas enfatizando a ao administrativa de controle.

A outra corrente derivada de um enfoque mais tcnico da infortunstica, e que procura dar solues tcnicas a problemas tcnicos.

Pode-se dizer mais uma vez que os subprodutos da corrida espacial norte-americana ofereceram abundantes e proveitosas aplicaes na vida em geral. Os engenheiros de Segurana de Sistemas e as tcnicas a aplicadas surgiram da necessidade imperiosa de segurana total, em uma rea onde no se poderiam correr riscos.

Muitas tcnicas foram desenvolvidas com o correr do tempo, dirigidas ao campo aeroespacial, militar (indstria de msseis) e a indstrias de apoio, as quais, notou-se depois, seriam igualmente teis nas reas civis de riscos. As tcnicas de Segurana de Sistemas foram, assim, apresentadas pouco a pouco ao prevencionismo, j na dcada de sessenta, e, at hoje, essa infiltrao vem ocorrendo paulatinamente. (*)

(*)As principais tcnicas de anlise de riscos utilizadas na Engenharia de Segurana de Sistemas esto apresentadas no Mdulo 3 desta obra.

5.4Nova Abordagem Proposta

Pelo estudo dos trs enfoques apresentados, pode-se constatar que os dois primeiros - Controle de Danos e Controle Total de Perdas - esto baseados essencialmente em procedimentos administrativos, enquanto que o terceiro - Engenharia de Segurana de Sistemas est fundamentado em tcnicas e princpios oriundos de vrios campos da Engenharia.

Em conseqncia, e como esclarecimento geral queles que se reportam, indiscriminadamente, Preveno e ao Controle de Perdas como sendo a mesma atividade, faz-se necessrio enfatizar o seguinte:

a Preveno de Perdas pressupe o estudo e a aplicao de tcnicas e medidas que visem eliminar ou minimizar as causas potenciais de acidentes ou incidentes;

o Controle de Perdas prende-se mais aos aspectos administrativos de controle de d