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UNIDADE I O que é Trânsito? Trânsito é o conjunto de deslocamentos diários de pessoas pelas calçadas e vias; é a movimentação geral de pedestres e de diferentes tipos de veículos. O trânsito ocorre em espaço público e reflete o movimento de múltiplos interesses, atendendo às necessidades de trabalho, saúde, lazer e outros, muitas vezes conflitantes. Para garantir o equilíbrio entre esses interesses coletivos é que se estabelecem acordos sociais, sob formas de regras, normas e sinais que, sistematizados, formam as leis. Compreender as leis de trânsito e respeitá-las garante a proteção da vida, que é nosso bem maior. Nereide Tolentino Trânsito é um conjunto de deslocamentos de pessoas e veículos nas vias públicas, dentro de um sistema convencional de normas, que tem por fim assegurar a integridade de seus participantes. Reinier J.A. Rozestraten Considera-se trânsito a utilização de vias por pessoas, veículos e animais isolados ou em grupo, conduzidos ou não, para fins de circulação, parada, estacionamento e operação de carga e descarga. Movimentação e imobilização de veículos, pessoas e animais nas vias terrestres. Código de Trânsito Brasileiro, Lei nº 9.503, 23/09/1997 Portanto, este trânsito a que nos referimos é o movimento ou a parada de pessoas, que andam a pé, utilizam veículos ou animais para deslocaram-se ou realizarem transportes, em vias públicas. O Trânsito, a Família e a Escola O objetivo principal da Educação para o Trânsito é despertar uma nova consciência viária que priorize o companheirismo, a cooperação, a tolerância, o comprometimento e a solidariedade, em substituição à competição, ao individualismo e ao exibicionismo. Essa educação se baseia na prática de valores, habilidades e auto-estima, onde o valor a vida seja o foco primordial. E é com o envolvimento da família que se busca alcançar este objetivo, pois a melhor escola que as crianças têm é o seu lar. Os pais são modelos para seus filhos que assimilam e copiam seus hábitos e atitudes, inclusive no trânsito. Se o exemplo que a criança tem é de um comportamento civilizado e prudente, provavelmente ela vai adotar uma conduta semelhante quando for adulta. Só um processo contínuo de educação poderá fornecer ao ser humano meios de se adaptar as rápidas e constantes mudanças, pois a medida que os membros de uma 1

Apostila da cadeira de Educação do Usuário Aplicada ao Trânsito - Prof Camilo

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UNIDADE I

O que é Trânsito?

Trânsito é o conjunto de deslocamentos diários de pessoas pelas calçadas e vias; é a movimentação geral de pedestres e de diferentes tipos de veículos. O trânsito ocorre em espaço público e reflete o movimento de múltiplos interesses, atendendo às necessidades de trabalho, saúde, lazer e outros, muitas vezes conflitantes. Para garantir o equilíbrio entre esses interesses coletivos é que se estabelecem acordos sociais, sob formas de regras, normas e sinais que, sistematizados, formam as leis.

Compreender as leis de trânsito e respeitá-las garante a proteção da vida, que é nosso bem maior.

Nereide Tolentino

Trânsito é um conjunto de deslocamentos de pessoas e veículos nas vias públicas, dentro de um sistema convencional de normas, que tem por fim assegurar a integridade de seus participantes.

Reinier J.A. Rozestraten

Considera-se trânsito a utilização de vias por pessoas, veículos e animais isolados ou em grupo, conduzidos ou não, para fins de circulação, parada, estacionamento e operação de carga e descarga.

Movimentação e imobilização de veículos, pessoas e animais nas vias terrestres.

Código de Trânsito Brasileiro, Lei nº 9.503, 23/09/1997

Portanto, este trânsito a que nos referimos é o movimento ou a parada de pessoas, que andam a pé, utilizam veículos ou animais para deslocaram-se ou realizarem transportes, em vias públicas.

O Trânsito, a Família e a Escola

O objetivo principal da Educação para o Trânsito é despertar uma nova consciência viária que priorize o companheirismo, a cooperação, a tolerância, o comprometimento e a solidariedade, em substituição à competição, ao individualismo e ao exibicionismo.

Essa educação se baseia na prática de valores, habilidades e auto-estima, onde o valor a vida seja o foco primordial.

E é com o envolvimento da família que se busca alcançar este objetivo, pois a melhor escola que as crianças têm é o seu lar. Os pais são modelos para seus filhos que assimilam e copiam seus hábitos e atitudes, inclusive no trânsito. Se o exemplo que a criança tem é de um comportamento civilizado e prudente, provavelmente ela vai adotar uma conduta semelhante quando for adulta.

Só um processo contínuo de educação poderá fornecer ao ser humano meios de se adaptar as rápidas e constantes mudanças, pois a medida que os membros de uma sociedade forem criando hábitos corretos, é natural que esses cidadãos passem a cobrar uns dos outros um comportamento correto no trânsito.

História do Trânsito Brasileiro

A campanha "O PETRÓLEO É NOSSO" foi uma grande incentivadora do crescimento do número de veículos automotores e ditou uma parcela importante da história do Trânsito Brasileiro..

1950 - A Volkswagen começa a montar o VW Sedan, o popular "Fusca", com componentes importados da Alemanha.

1952 - 28 de Fevereiro, criado, em Curitiba, o Batalhão de Polícia de Trânsito, com o nome de Serviço de Guarda Sinaleira de Trânsito da Polícia Militar.

1953 - Proibição da importação de veículos, reaberta no Governo Collor.

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- 3 de outubro, é criada a Petrobrás.

1954 - 10 de maio, início das atividades da Petrobrás, com a produção de 2.700 barris de petróleo/dia.(Hoje 1.300.000 barris de petróleo/dia).

1956 - Inauguração da Mercedes-Benz do Brasil AS, em São Bernardo do Campo, SP, com a produção do L-312, o primeiro caminhão brasileiro.

- 16 de junho, o presidente Juscelino Kubitschek, criou o Grupo Executivo da Indústria Automobilística – GEIA, este órgão estabeleceu as normas para a fabricação de automotores integralmente brasileiros.

- É criado a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores – ANFAVEA.

1957 - A Rede Ferroviária Federal S.A. – RFFSA, é criada pelo governo federal, controla atualmente cerca de 22.067 quilômetros de vias férreas, transportando mercadorias diversificadas.

- 2 de setembro, inauguração da Fábrica Volkswagen em São Bernardo do Campo, com a produção da Kombi.

- A Scania-Vabis Motores Diesel é instalada.

1959 - Inaugurada a Fernão Dias (BR-381), ligando São Paulo a Belo Horizonte, estimava um volume de tráfego de 1.500 veículos por dia, atualmente, na região de Mairiporã, em São Paulo, transitam 21.000 veículos ao dia.

- 3 de janeiro, o primeiro Sedã 1200 , o "Fusca", totalmente fabricado no Brasil.

- Fundação da Karmann–Ghia no Brasil.

Década 60 - Produção de Veículos 100% Nacional.

1960 - No final de 1960, com a investida das fábricas japonesas no mercado internacional, as motocicletas voltaram a ter destaque no mercado brasileiro.

1961 - Construída a Rodovia Régis Bittencourt (BR-116), trecho que liga São Paulo a Curitiba, foi projetada para receber 8.000 automóveis por dia. Hoje, comporta mais de 32.000 veículos, dos quais 25.000 são caminhões.

1962 - Aberta a Rodovia Belém-Brasília, possui 1.909 quilômetros, atravessa quatro estados: Goiás, Tocantins, Maranhão e Pará e o Distrito Federal, englobando quatro rodovias federais: BR-153, BR-226, BR-010 e BR-316.

- Inauguração da Fábrica da Toyota, em São Bernardo do Campo, SP.

1966 - 21 de setembro, Decreto-lei 5.108 institui o segundo Código Nacional de Trânsito.

1967 - 23 de fevereiro, Decreto-lei n.º 237 modifica o Código Nacional de Trânsito e cria o Departamento Nacional de Trânsito – DENATRAN, integrante do Ministério da Justiça e Negócios Interiores.

1968 - 16 de janeiro, Decreto-lei 62.127 regulamenta o Código Nacional de Trânsito.

1970 - A Rodovia Transamazônica (BR-230), com 5.600 quilômetros, ligando João Pessoa, no litoral Atlântico, à fronteira com o Peru, atravessando a floresta tropical, foi uma das obras faraônicas dos governos militares. Durante os anos 70, ônibus e caminhões percorreram esse caminho, atualmente está abandonada tornando-se intransitável em muitos trechos, na época de chuvas.

1975 - 11 de novembro, Decreto n.º 76.593, com o objetivo de criar uma fonte alternativa de energia, o governo federal cria o Programa Nacional do Álcool – PROÁLCOOL. Em 1990, com a retirada dos subsídios federais à produção do álcool, o programa recuou e as indústrias reduziram a fabricação de veículos a álcool.1976 - Inauguração da FIAT, em Betim, Minas Gerais.

1977 - Criação da Volvo do Brasil Motores e Veículos, em Curitiba, Pr.

1979 - Início da produção de carros Fiat a álcool, o Fiat 147.

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- Crise mundial do petróleo, provoca uma crise econômica internacional.

1981 - 10 de dezembro, Decreto n.º 86.714 promulga a Convenção de Viena sobre o Trânsito Viário.

1986 - Criado pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente o Programa de Controle de Poluição por Veículos Automotores – PRONCOVE.

1989 - A Petrobrás aboliu o chumbo tetraetila como aditivo da gasolina, isso promoveu menos poluição atmosférica, tornando o Brasil, pioneiro na utilização de álcool na gasolina.

1997 - 23 de setembro, Lei n.º 9.503 institui o atual Código de Trânsito Brasileiro.

1999 - O Brasil possui 436 rodovias transitáveis, sendo 150 rodovias federais.

- Rodovias pavimentadas: 164.244 km (9.52%),

- Rodovias não pavimentadas: 1.560.678 km (90.40%).

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Objetivo da Educação para o Trânsito.

O objetivo é ampliar o entendimento dos alunos para o exercício da cidadania nas vias públicas e fazer com que eles levem os conhecimentos adquiridos, para dentro de suas casas de forma que esta ação ganhe significado na medida em que a qualidade de suas vidas e da comunidade mude para melhor.

Conteúdos a serem abordados e praticados.

a) Valores

Respeito, cortesia, cooperação, tolerância e compromisso;

A importância de se ter disciplina e cumprir regras e normas;

A importância de cada um no grupo social;

O respeito às limitações;

Como ser útil nos diferentes grupos;

A importância de ajudar, ser solidário;

As emoções: raiva, felicidade, tristeza, alegria, etc.;

Família, escola e comunidade.

b) Orientação no espaço urbano e rural:

Esquemas referenciais: direita e esquerda, perto, longe, direção e distância;

Noção de velocidade;

Percepções visuais, auditivas, olfativas, etc.;

Localização da residência em relação à escola;

Localização do bairro;

Meios utilizados para deslocar-se até a escola: a pé, de ônibus, bicicleta, veículos de

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tração animal ou carro, outros meios de locomoção;

Meios de transporte de produtos.

c) O trânsito

Componentes da via pública: calçada ou espaço para pedestre não pavimentado, meio-fio, acostamento ou a falta de acostamento, faixa de pedestre ou a inexistência dela, semáforo ou a inexistência dele, placas, praças, pontes, viadutos, passarelas e calçadões para pedestres, ciclovias, pista de rolamento, etc.;

A importância do conhecimento da realidade do trânsito que cerca o cidadão;

Trânsito e Comunicação;

As placas regulam, avisam e fornecem informações;

O trânsito e o meio ambiente;

A formação do senso crítico por meio da interpretação da conjuntura em que se insere o trânsito.

d) Segurança

Atitudes seguras;

Pressa x Atenção;

A importância de conhecer as placas de sinalização;

A importância de conhecer as mensagens do semáforo, para condutores e pedestres;

A importância de conhecer e respeitar as normas de trânsito;

As conseqüências dos comportamentos inadequados no trânsito: excesso de velocidade, desrespeito as leis de trânsito, etc.;

A brincadeira e onde é perigoso brincar;

Equipamentos de segurança – qual a importância de usá-los corretamente.

e) Regras de circulação para pedestre;

f)  Regras de circulação para o ciclista;

g) Regras de circulação para o carroceiro;

h) Regras de circulação para o condutor do veículo de mão, que é coletor de material reciclável ou vendedor ambulante;

i) Regras de circulação para motorista;

j) Regras de circulação para motociclista;

l) Os efeitos do álcool e outras drogas

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UNIDADE II

Valores, normas e atitudes a serem cultivadas:

Respeito ao espaço público e ao patrimônio cultural;

Cumprimento dos deveres como cidadão, com relação ao trânsito e aos usuários das vias e animais;

Reconhecimento e respeito à sinalização;

Valorização do trabalho do policial de trânsito;

Valorização da liberdade;

Reconhecimento da importância do cumprimento de regras e de normas;

Importância da aquisição de limites;

Conscientização dos deveres e dos direitos no trânsito;

Valorização da vida humana e dos outros animais;

Respeito ao outro e exigência de respeito para si;

“Cobrança” de comportamento adequado por parte do adulto no trânsito;

Reconhecimento da necessidade do uso correto dos acessórios para a segurança no trânsito;

Defesa de medidas de segurança pessoal e coletiva no trânsito;

Apoio a política de preservação ambiental como promotora da qualidade de vida.

A Criança no Trânsito - Orientações Básicas

As crianças são habituais companheiras de viagem no veículo, pelo menos uma vez por dia. São transportadas da casa para a escola, da escola para a casa, além do dentista, médico, natação e compras, fora os passeios nos finais de semana e as viagens com a família. Portanto, devem ser orientadas para o comportamento de respeito e segurança nas vias públicas, seja na condição de pedestre, passageiro ou condutor. Quando se fala em condutor, não nos referimos aos veículos automotores, ou que ela um dia vai conduzir este tipo de veículo. Mas a realidade é que atualmente nossas crianças usam bicicleta, muitas usam montaria, outras são vendedoras ambulantes e conduzem o veiculo do catador de produtos recicláveis.

Muitas vezes, a falta de maturidade para aprender determinados comportamentos adequados no trânsito, pode ser confundida com distração, desobediência ou até pouca inteligência. Conhecer as limitações da criança é importante para entender porque ela não pode se comportar com a mesma desenvoltura do adulto no tráfego.

São características da criança:

Dificuldade de localização precisa dos sons que ela ouve no tráfego;

Capacidade de lidar apenas com um fato ou uma única ação de cada vez, até aproximadamente sete anos;

Dificuldade de julgamento da distância de um objeto nas vias de tráfego;

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Tendência à distração e ao comportamento imprevisível, decorrente da concentração voltada exclusivamente para uma única atividade de interesse;

Necessidade de maior tempo para processamento de informações;

Dificuldade de encontrar locais seguros para atravessar que não sejam os evidentes, como as passarelas, por exemplo;

Incapacidade ou dificuldade de colocar-se na posição dos outros, o que é fundamental para a compreensão do jogo do trânsito. Isso só muda por volta dos onze anos de idade, quando a criança passa de uma visão do mundo centrada em si mesma para uma visão mais social;

Pequena estatura, que prejudica tanto a visão do trânsito pela criança, como dificulta a visão da criança pelo motorista. Os olhos da criança estão entre 80 e 100 cm de altura, enquanto os dos adultos ficam de 150 a 175 cm de altura.

A Criança como Pedestre

Como pedestre a criança nunca deverá estar desacompanhada. Somente quando ela tiver noção clara dos riscos, poderá locomover-se por conta própria, desacompanhada.

Crianças menores de 10 anos devem sempre atravessar a rua acompanhada de um adulto, seguras pelo pulso;

Aprender o trajeto mais seguro para ir à escola;

Mesmo na faixa de travessia de pedestre, devemos olhar várias vezes para os dois lados e só depois, atravessar a rua em linha reta;

Quando não houver faixa de travessia de pedestres ou semáforo, devemos procurar uma passarela ou o local mais seguro para atravessar a rua;

Devemos tentar fazer contato visual com os motoristas ao atravessar as ruas;

Devemos sempre caminhar na calçada e longe da rua;

Brincadeiras só em áreas seguras, como parques e jardins e jamais correr em direção à rua, atrás de bolas e pipas;

Quando caminhamos em estradas ou vias sem calçadas devemos seguir no sentido contrário aos veículos para vermos e sermos vistos pelos motoristas;

Sempre que estivermos em mais pessoas é preciso caminhar em fila única;

Ao desembarcar do ônibus, devemos esperar que o veículo pare totalmente e aguardar que ele se afaste para só depois, atravessar a rua;

Nunca devemos atravessar a rua por trás de ônibus, carros, árvores e postes onde os veículos em movimento não podem nos ver;

Em dias chuvosos e à noite devemos usar roupas claras para que os motoristas nos vejam.

A Criança como Ciclista

Como ciclistas as crianças estão sujeitas as leis de trânsito, por isso deve-se ensinar sobre as Leis do Trânsito e sobre o perigo do impacto quando em velocidade, o controle do veículo e medidas imediatas em caso de acidente e noções de como pedir socorro.

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É necessário conscientizar sobre o uso obrigatório de equipamentos de segurança (capacetes, protetores para joelhos e cotovelos), a importância de manter a bicicleta em boas condições (freios, pneus, etc...) e de se colocar fitas refletivas e campainha.

A Criança como Passageira em Motocicletas

Devido à evidente periculosidade deste veículo é desaconselhável transportar crianças ou gestantes em motos.

Criança só pode ser transportada em motocicletas à partir dos sete anos de idade, com capacete e após ter desenvolvido suficiente equilíbrio e força para manter-se sobre o veículo em movimento.

O uso correto dos equipamentos de segurança é muito importante. Não colocar um capacete que seja grande demais para a criança, pois seu peso excessivo poderá machucá-la e, principalmente, sempre trafegar em baixa velocidade pela mínima distância necessária e só se for indispensável.

A Criança como Passageira em Transporte Escolar

É muito importante verificar se o motorista e o veículo possuem credenciamento junto aos órgãos competentes, pois esta é a garantia de que as normas de segurança estão sendo atendidas.

O veículo utilizado para o transporte escolar deve ter os equipamentos de segurança adequados às crianças que estão sendo transportadas.

Cada criança deverá estar usando o seu próprio cinto ou cadeirinha, não podendo ser acomodada no banco da frente. Também é proibida a colocação de duas ou mais crianças em um único cinto de segurança.

A Criança como Passageira em Carros

Cadeiras de segurança, quando instaladas e usadas corretamente, diminuem os riscos de morte e lesões graves em até 71%. Elas também reduzem em 69% a necessidade de hospitalização de crianças até 4 anos.

Algumas orientações para quando transportar crianças no carro:

Ajuste as tiras da cadeirinha de segurança ao tamanho da criança;

Bebês com até 1 ano ou 9 kg devem ser transportadas em cadeirinhas colocadas no meio do banco de trás do carro, de costas para o motorista. A cadeirinha deve ainda ser presa com o cinto de segurança do veículo;

Crianças maiores de 1 ano e que pesem entre 9 e 18kg podem ser transportadas em cadeirinhas colocadas de frente para o movimento. A cadeirinha deve ser colocada na posição vertical;

Crianças entre 18 e 36 kg devem usar assento de elevação, para ajustar criança ao cinto de segurança do veículo;

O cinto deve passar pelo meio do ombro da criança e no quadril, caso contrário ela corre o risco de ser sufocada em uma colisão;

A partir dos 10 anos e com mais de 36 kg, a criança já pode ser transportada no banco da frente e usar cinto do veículo sem suporte de segurança;

Nunca leve uma criança no colo usando cinto. A criança pode ser esmagada em caso de acidente;

Usar travas bloqueando a abertura interna das portas traseiras;

O local mais seguro dentro de um veículo é o centro do banco traseiro;

O cinto será tanto mais seguro quanto em mais pontos ele se fixar;

Os de três pontos, ou mais são os melhores;

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Os sub-abdominais ou os diagonais oferecem proteção, porém apresentam mais riscos e problemas;

Sempre usar cinto de segurança mesmo o mais simples pois é melhor do que ser projetado contra obstáculos, onde o risco é muito maior;

O embarque e desembarque da criança deverão ser feitos sempre pelo lado da calçada;

Nunca carregar crianças no colo;

Nunca colocar mais de uma criança em um único cinto;

Os vidros traseiros devem estar abaixados (travados) apenas o suficiente para permitir a ventilação. Não permitir nunca que as crianças ponham as mãos, braços ou a cabeça para fora;

Algumas crianças sofrem facilmente de enjôo, especialmente em caminhos que tem muitas curvas, portanto evite alimentos de digestão difícil antes de sair;

Tenha sempre biscoitos, frutas, água e sucos para oferecer às crianças, quando viajar. Leve-as em embalagens plásticas, evitando vidros e metais;

Nunca dirigir com uma criança no colo. É um risco inconcebível;

Se estiver com crianças no carro, redobre a atenção ao ser fechada a porta. Muitas vezes as crianças deixam os pés e as mãos do lado de fora, sofrendo acidentes;

Não usar cinto de adulto em crianças pequenas;

Adesivos no vidro traseiro, como “Bebê a bordo” e “Criança a bordo”, podem ser usados e são úteis para informar aos outros o motivo da nossa cautela, ajudando a diminuir eventuais atitudes agressivas de outros motoristas.

Se for inevitável carregá-la no colo, (recém-nascido, por exemplo, quando os pais não se prepararam para a saída da maternidade) o adulto deverá ir no banco traseiro, usando cinto de três pontos e com o veículo trafegando em baixa velocidade. Fique ciente de que esta é uma situação insegura e somente utilizada quando, excepcionalmente, não se tem o assento próprio.

Lembre-se: A segurança da criança depende dos adultos e a melhor educação vem do exemplo de como o adulto dirige, da sua paciência em ajustá-la aos equipamentos, explicando-lhe as razões das medidas de segurança e praticando a direção defensiva.

Os Elementos do Trânsito

O Ser Humano

Considera-se usuário do trânsito toda pessoa que se utiliza das vias públicas como passageiro, pedestre, condutor e cavaleiro, que utilizam as vias públicas para irem de um lugar para outro ou transportarem coisas.

A Via

É o ambiente natural e tecnologicamente transformado que deve priorizar o espaço específico e seguro para quem anda a pé, ou é passageiro ou conduz veículo ou é cavaleiro. Na via existem regras de circulação que devem ser conhecidas e sempre respeitadas, independentemente das vias estarem pavimentadas e sinalizadas.

O Veículo 

Os veículos podem ser:

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Automotores – ciclomotores, motocicletas, motonetas, automóveis, microônibus, ônibus, caminhonete, caminhão, etc.;

Elétricos – bonde, metrô;

Propulsão humana – bicicletas, triciclos, carro de mão (vendedores ambulantes, catadores de produtos recicláveis);

Tração animal – charrete, carroça, carro de bois, etc.;

Reboque e semi-reboque.

O Animal 

São os animais utilizados para montaria e tração veicular, os selvagens que devem ser respeitados e preservados e os animais domésticos que não devem estar soltos nas vias.

O Pedestre

As normas para a circulação do pedestre visam garantir a sua prioridade e segurança no trânsito. O Código de Trânsito Brasileiro (CTB), no artigo 254, proíbe o pedestre de permanecer ou andar na pista de rolamento (exceto quando estiver atravessando de um lado para o outro), cruzar a pista nos viadutos, pontes ou túneis, andar fora da faixa de pedestres, passarelas aéreas e subterrâneas e desobedecer à sinalização de trânsito. A desobediência é enquadrada como infração leve e prevê cobrança de multa de 50% do valor da infração de natureza leve. È importante salientar que esta penalidade, apesar de estar prevista no CTB, não é imposta aos pedestres por falta de fiscalização. Portanto, o medo da penalidade não deve ser usado como meio para “educar”.

Orientações:

Conheça e obedeça as regras de circulação;

Cuidado ao realizar a travessia nas vias;

Respeite as regras de circulação, mesmo em locais não sinalizados;

Olhe sempre para os lados antes de atravessar para verificar o fluxo dos veículos e avaliar as condições para a travessia, atravesse sempre pela faixa de pedestres;

Utilize a faixa ou passagem de pedestres sempre que estas existirem a uma distância de até 50 metros;

Onde não houver faixa ou passagem, atravesse sempre em linha reta, fazendo o menor percurso e sem parar sobre a mesma;

Se um veículo de emergência com dispositivo de alarme sonoro estiver se aproximando, aguarde no passeio e só atravesse após a passagem dele;

Atravesse a via sempre em local que possibilite aos demais enxergá-lo.

Preste atenção a obstáculos (bancas de revistas, telefones públicos, postes, árvores, carros estacionados) que possam atrapalhar sua visibilidade e a dos outros usuários;

Onde houver semáforo de pedestres, obedeça à indicação das luzes;

Não atravesse as pistas de rolamento em viadutos, pontes e túneis;

Utilize a passarela quando houver.

O corpo humano tem pouca resistência ao impacto. Um pedestre atropelado por um automóvel trafegando a 30Km/h tem 95% de chance de sobreviver; a 40Km/h tem 85%; a 50Km/h tem 55% e a 60Km/h tem 30% de chance de sobreviver.

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O Motorista

As normas de trânsito servem para orientar e organizar o trânsito de forma que todos saibam o que fazer e entendam o que os outros irão fazer, respeitando preferências e a sinalização existente no local.

Orientações:

Programar percursos econômicos e seguros;

Conhecer, conservar e respeitar as leis e sinais de trânsito;

Guardar uma distância segura entre o seu veículo e o que vai à sua frente, para garantir o domínio do veículo;

Nunca ultrapassar em curvas, lombadas ou locais proibidos;

Redobrar a atenção à noite, em dias chuvosos ou com neblina. Use faróis baixos e reduza a velocidade;

Nunca acender o pisca alerta com o carro em movimento;

Usar sempre o cinto de segurança e faça seus passageiros usarem também;

Dirigir sempre na velocidade permitida;

Consultar guias/mapas rodoviários. Mantendo-os no porta-luva;

Ter a todo o momento o domínio de seu veículo, dirigindo-o com atenção e cuidados indispensáveis à segurança do trânsito;

Reduzir a velocidade em dias de chuva, examinar os frisos dos pneus, fazer a calibragem correta, ficar atento quanto às condições da pista e não “levar” o seu veículo usando as poças de água;

Manter a documentação e o licenciamento do seu veículo sempre em dia;

Andar com o original da carteira de habilitação, além dos outros documentos;

Parar seu veículo antes da faixa de retenção, pois o pedestre é mais fraco e desprotegido do que o veículo que você dirige. Você tem uma máquina em suas mãos;

Não estacionar seu veículo em lugares reservados às pessoas portadoras de deficiências físicas.

A faixa de segurança é território do pedestre;

Realizar exames médicos periodicamente;

O álcool, as drogas e os remédios causam reações no organismo e modificam o comportamento como: diminuição do raciocínio rápido, da capacidade de ouvir e enxergar e da reação muscular;

Saiba que esses efeitos influem na sua capacidade de locomoção e na sua habilidade para conduzir um veículo;

Tomar remédios só com indicação médica;

O Condutor Defensivo

Em qualquer papel (pedestre, condutor ou passageiro), a conduta consciente e participativa colabora para a segurança no trânsito. O condutor merece atenção especial, pois tem a responsabilidade de conduzir um veículo e deve se preparar para desempenhar bem o seu papel.

Orientações:

Conhecer as leis e a sinalização de trânsito e obedecê-las sempre, em qualquer local e horário;

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Usar sempre o cinto de segurança ou o capacete com viseira ou óculos protetores e os demais equipamentos obrigatórios (em boas condições de uso);

Conhecer o veículo que está conduzindo e saber usá-lo corretamente (consulte o manual do veículo);

Manter o veículo sempre em boas condições de funcionamento e abastecido de combustível, óleo e água;

Prever situações inesperadas, ficar atento e ser capaz de evitar acidentes (situações perigosas);

Ser capaz de tomar decisões corretas com rapidez nas situações de perigo.

Nunca aceitar desafios e provocações de condutores irresponsáveis e “apressadinhos” passarem;

Não conduzir cansado ou com sono, sob efeito do álcool, rebites, remédios ou qualquer outra substância tóxica.

Não confiar apenas na sua habilidade, os instrumentos do painel do veículo ajudam a tomar decisões certas;

Procurar ver tudo que está acontecendo à sua volta e certificar-se de que todos estão vendo o seu veículo e a sinalização que estiver usando, de forma correta.

Dicas Importantes para o Motorista:

Em vez de acelerar quando um condutor pede passagem, diminua a velocidade e deixe-o passar. Você não está disputando um lugar no pódio.

Em vez de buzinar excessivamente no trânsito, mantenha a calma. Você conhece alguém que goste de buzina?

Em vez de “esquecer” o seu carro em fila dupla, atrapalhando os outros, ande um pouco mais. Tem sempre uma vaga livre adiante.

Em vez de “furar” o sinal que acabou de ficar vermelho, aproveitando a lógica insensata de que “o pedestre espera”, pare o carro na faixa.

O Ciclista

Os ciclistas também têm direitos e deveres no trânsito. Os artigos 58 e 59 do Código de Trânsito Brasileiro trazem normas gerais de conduta (o ciclista desmontado, empurrando a bicicleta equipara-se ao pedestre).

Ele deve andar nas bordas da pista, afastando-se ao máximo do fluxo de veículos.

O artigo 255 trata da penalidade imposta ao ciclista que conduz sua bicicleta de forma agressiva ou em desacordo com as normas do Código (andar na calçada onde não haja sinalização permitindo). A pena imposta é multa (80 Ufir) bem como remoção da bicicleta.

Orientações:

Quando houver ciclovias ou ciclofaixas, ou acostamento, estes deverão ser utilizados, obrigatoriamente;

A circulação de bicicletas na calçada só é permitida se houver sinalização específica autorizando;

Diferenciar locais seguros para brincar com a bicicleta;

Reconhecer os perigos de andar de bicicleta na via pública quando se é criança;

Cuidados especiais sob condições adversas, como: chuva, aclives, tipos de pavimentos das pistas, cruzamentos, buracos, pontos cegos de visão, etc...

Perigos de conduzir bicicleta à noite, sob neblina, cerração, vias cujo trânsito é muito intenso, etc...

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Aprender a evitar os “pontos cegos de visão”;

Circular no mesmo sentido de circulação dos demais veículos;

Quando estiver em grupo, ande sempre em fila única;

Lembre-se: é proibida a circulação de bicicletas nas calçadas, com exceção dos casos autorizados e devidamente sinalizada;

Desmontado o ciclista equipara-se ao pedestre;

Vista-se com roupas que facilitem seus movimentos. Prefira roupas claras, se você for pedestre ou ciclista.

O Motociclista

A motocicleta, motoneta e ciclomotor são veículos que propiciam maior agilidade, mas juntamente à isso, vem a fragilidade a que seus usuários estão sujeitos.

Existem dispositivos de segurança para o motociclista e passageiro que, quando utilizados e somados à velocidade compatível e manobras corretas, contribuem para maior segurança.

Art. 54 do CTB: Os condutores de motocicletas, motonetas e ciclomotores só poderão circular nas vias:

I – Utilizando capacete de segurança, com viseira ou óculos protetores;

II – Segurando o guidom com as duas mãos;

III – Usando vestuário de proteção, de acordo com as especificações do CONTRAN.

Orientações:

Usar capacete com cores vistosas, bem ajustado à cabeça e com carimbo do Inmetro;

Usar botas de couro com cano alto para proteger o tornozelo, blusão de couro ou de tecido; bem grosso, calças comprida e de tecido bem resistente, luvas grossas de couro próprias para motocicleta;

Manter postura correta de pilotagem: coluna reta, sentado no centro da moto, com ombros e braços relaxados;

Saber usar os freios com habilidade: sempre os dois ao mesmo tempo, usando os quatro dedos na hora de frear, lembre que o freio traseiro, além de ajudar a parar, mantém o equilíbrio da moto;

Durante o dia, circular com farol aceso, sinalizando sempre suas intenções;

Ficar visível aos outros veículos no trânsito, vestindo roupas claras para ser notado à distâncias maiores. Faixas refletivas de qualquer cor nas costas, frente e braços da jaqueta são ideais;

Parar e olhar antes de passar um cruzamento;

Ocupar adequadamente seu espaço nas ruas e nunca dividir a mesma faixa com outros veículos;

Prestar atenção nas condições da pista como areia, óleo, água, no chão, buracos, etc...;

Ser habilitado e pilotar sempre com atenção, não costurando no trânsito entre veículos em movimento;

Prevenir-se das ações dos pedestres e outros veículos, decidindo rapidamente.

As orientações sobre o consumo de álcool e outras drogas feitas aos motoristas são indicadas também aos motociclistas.

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UNIDADE III

Infrações e Legislação

Ocorrências mais Freqüentes

As infrações são pontuadas de acordo com a sua gravidade:

 Gravidade  Pontos

 Gravíssima  7

 Grave  5

 Média  4

 Leve  3

a. Motorista não habilitado ao volante (art. 162, I e art. 164 – CTB )

A pessoa que for flagrada dirigindo sem possuir carteira de habilitação ou permissão para dirigir comete uma infração gravíssima, recebe multa (x3) e tem o veículo apreendido. Além disso, a pessoa pode ser processada criminalmente e estará sujeita a uma pena de detenção que varia de 06 meses a um ano.

O proprietário que permite que uma pessoa não habilitada dirija seu carro também comete uma infração gravíssima. Recebe multa e tem a carteira de habilitação suspensa.

b. Vencimento e Renovação da Carteira Nacional de Habilitação (art. 162, – CTB)

A data de validade da carteira de habilitação está escrita em vermelho na frente do documento. O motorista flagrado dirigindo com sua carteira vencida há mais de 30 dias comete infração gravíssima, é multado e recebe sete pontos na carteira.

c. Suspensão de Carteira

Existem dois tipos de suspensão de carteira: por 20 pontos e direta. O motorista tem sua carteira de habilitação suspensa quando soma 20 pontos em infrações de trânsito.

O motorista pego dirigindo com a carteira da habilitação suspensa é autuado, tem a carteira cassada por dois anos e deverá se submeter a um novo processo de habilitação (fazer todos os exames). Além disso, responderá judicialmente por crime de trânsito, com pena de detenção de 6 meses a um ano.

Suspensão de carteira – Direta

Não é só por 20 pontos que o motorista tem sua carteira de habilitação suspensa. Basta cometer apenas uma vez alguns tipos de infração para ter a carteira suspensa. São elas: dirigir embriagado, disputar racha, manobra perigosa, não usar capacete, dirigir veículo com carteira diferente da qual é habilitado, e permitir que pessoa não habilitada dirija seu veículo, entre outros.

Tempo mínimo de suspensão:

Dirigir embriagado: quatro meses

Não usar capacete: um mês

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Manobra perigosa: um mês

d. Uso de celular (art. 252 – CTB)

O motorista que fala ao celular enquanto dirige está quatro vezes mais propenso a se envolver em acidente. Estudos demonstram que a pessoa que fala ao celular enquanto dirige tem sua atenção retardada em 50%, além de atrapalhar o manuseio da direção. Infração média – 4 pontos – e multa.

e. Cinto de segurança (art. 167 – CTB)

Todos os ocupantes do veículo devem utilizar o cinto de segurança, ele é um equipamento de proteção. De acordo com estatísticas, o cinto reduz em até 80% dos casos de lesão grave, sendo o cinto de segurança a forma mais eficaz de proteção. A principal causa de morte em acidentes de trânsito é o lançamento dos ocupantes do veículo para fora. O cinto evita que a pessoa seja atirada para fora ou uma sobre as outras. Infração grave – 5 pontos – e multa.

f. Álcool (art. 165 – CTB)

A combinação álcool e direção é a responsável por 50% das mortes em acidentes de trânsito.

Dirigir sobre a influência de álcool - Infração gravíssima - suspensão direta do direito de dirigir por doze meses – e multa (x5). 

Dirigir estando com concentração de álcool por litro de sangue igual ou superior a 6 decigramas - Detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor.

g. Furar sinal vermelho (art. 208 – CTB)

A maioria dos acidentes de trânsito acontece em cruzamentos sinalizados com semáforos ou placas de preferencial.

Infração gravíssima – 7 pontos – e multa.

h. Jogar lixo na rua (art. 172 – CTB)

A rua não é lixeira. Não jogar lixo pela janela do carro é sinal de educação e civilidade.

Infração média – 4 pontos - e multa.

i. Documentos necessários na direção (art. 232 – CTB)

Os documentos de porte obrigatório na direção são o CRLV e a carteira de habilitação. O motorista flagrado dirigindo sem os documentos de porte obrigatório comete uma infração leve - 3 pontos – e multa.

j. Excesso de velocidade (art. 218 – CTB)

O motorista que transita com excesso de velocidade, além de colocar a sua vida e a de outras pessoas em risco, comete uma infração que pode ser grave ou gravíssima.

Existem três tipos de penalidade para infrações de excesso de velocidade:

Superior à máxima em até 20% - infração média – 4 pontos – R$ 85,13;

Superior à máxima entre 20% a 50% – infração grave – 5 pontos – R$ 127,69;

Superior à máxima em mais de 50% – infração gravíssima – 7 pontos mais suspensão da carteira – R$ 574,62.

k. Transporte de criança (art. 168 – CTB)

Ao transportar as crianças é importante observar as normas de segurança. O motorista que não transporta crianças de acordo com a legislação comete infração gravíssima – 7 pontos – multa.

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l. Participar de rachas (art. 173 – CTB)

Participar de racha, além de ser uma atividade de alto risco, é infração gravíssima –multa (x3) – suspensão da carteira de habilitação e remoção do veículo para o pátio. Criminalmente, o motorista que participa de “racha”, está sujeito a uma pena de detenção de seis meses a dois anos.

Direção x Álcool

Dirigir depois de beber é a ação mais criminosa no trânsito brasileiro. Ano a ano, cerca de 50% de todas as mortes em acidentes de trânsito são provocadas pela ingestão de álcool.

O álcool na corrente sanguínea provoca o afrouxamento da percepção e o retardamento dos reflexos. Dosagem excessiva conduz à perigosa diminuição da percepção e à total lentidão dos reflexos, reduzindo a consciência do perigo.

Todo condutor em estado de embriaguez, mesmo leve, compromete gravemente sua segurança, a dos demais usuários da via e a dos passageiros que estão confiando suas vidas nas mãos deste motorista.

Testes revelam que o álcool:

Exige maior tempo de observação para avaliar as situações de trânsito, mesmo as mais corriqueiras;

Torna difícil, quase impossível, sair-se bem de situações inesperadas, que dependam de reações rápidas e precisas;

Leva o motorista a se fixar num único ponto, diminuindo a capacidade de desviar a atenção para outro fato relevante;

Limita a percepção a um menor número de fatos num determinado tempo.

Orientações:

Caso você beba, procure um transporte alternativo;

Quando você sair em grupo, combine qual colega não vai ingerir bebida alcoólica para dirigir na volta;

Mais da metade dos acidentes tem esta combinação como causa;

Nunca insista para que alguém tome mais um drink;

Nunca aceite carona de um motorista alcoolizado;

Tente impedir alguém alcoolizado de dirigir;

Café forte, banho frio e “tomar ar” não protegem a vida de um motorista alcoolizado;

Em alguns países não existe um mínimo tolerado, lá a tolerância é zero e com a suspensão definitiva da habilitação.

O que acontece com a pessoa que bebe:

Conseqüências Risco de Acidentes

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Até 2 dg de álcool por litro de sangue não produz efeito aparente na maioria das pessoas.

De 2 a 5 dg - sensação de tranqüilidade, sedação, reação mais lenta a estímulos sonoros e visuais, dificuldade de julgamento de distâncias e velocidade.

Aumenta duas vezes

De 5 a 9 dg - aumento do tempo necessário para reação a estímulos. Perde-se a noção dos detalhes e à noite a luz alta de um outro veículo faz com que os olhos demorem 7 segundos para voltar ao normal

Aumenta três vezes

De 9 a 15 dg - redução da coordenação e da concentração, alteração do comportamento. Neste estágio, o motorista está tão relaxado que não consegue girar o volante e pisar no freio ao mesmo tempo. Seus reflexos ficam muito lentos e ele perde a noção de distância.

Aumenta 10 vezes

De 15 a 30 dg - intoxicação, confusão mental, descoordenação geral, visão dupla, desorientação. O motorista pode “apagar no volante”.

Aumenta 20 vezes

De 30 a 40 dg - inconsciência e coma.

50 dg – morte

Prevenção, Segurança e Estatísticas

Segurança rodoviária

Veja como alguns países melhoraram as estatísticas no trânsito

Reino Unido

Dados- 40% dos acidentes com pedestres em 1969, em Londres, se deram com crianças- 40% desses casos em 1968 aconteceram com crianças que saíram de trás de veículos estacionados

Recomendações - separar tanto quanto possível o pedestre dos veículos- usar material antiderrapante nos cruzamentos (reduziu 50% dos acidentes)- proibir terminantemente o estacionamento de veículos próximos às esquinas- obrigar o pedestre a obedecer os sinais de segurança (o cidadão britânico não era obrigado a isso).

Holanda

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Dados:- possuía 4 milhões de bicicletas contra 2 milhões de veículos a motor- do total de pedestres de 1 a 24 anos, mortos em 1967, 80% eram menores de 11 anos- do total de acidentados em tráfego, na faixa de 1 a 24 anos, 13% eram ciclistas motorizados entre 16 e 18 anos e morreram em colisões

Recomendações: - separar pedestres dos veículos- sinalizar para os pedestres- proteger locais destinados a crianças- manter guardas escolares- fazer acompanhar as crianças por adultos- criar jardins de tráfego para crianças

Áustria

Dados - 9% dos mortos em acidentes de tráfego em 1969 eram crianças

Recomendações- orientação dos pais;- os pais devem orientar as crianças sobre os caminhos mais seguros para a escola e não os mais curtos- manutenção de inspetores alunos- habilitação dos ciclistas- educação

Estados Unidos (São Francisco)

Dados- os motoristas são responsáveis por um terço dos acidentes com crianças- as causas mais freqüentes com acidentes de rua: travessia da rua entre dois carros estacionados e travessia correndo ou fora da faixa de segurança.

Recomendações- patrulhas escolares;- guarda de cruzamentos escolares

Hong Kong

Dados - 42% da população era menores de 16 anos- 44% dos acidentes vitimaram escolares, principalmente aqueles que transitam à pé pelo acostamento das estradas- havia 82 mil carros para 4 milhões de habitantes

Recomendações- educação e criação de patrulhas escolares (havia 2,5 mil patrulheiros em 53 escolas)- De 1963 para 1969, os acidentes com escolares caíram de 4.413 para 3.981, enquanto a população cresceu 2,05% ao ano e a frota de veículos 9,7% ao ano.

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Tipos de Sinalização

A Sinalização é muito importante como meio de orientar o condutor, organizar o fluxo e evitar confusões que possam gerar acidentes, as principais são:

1. SINALIZAÇÃO VERTICAL

É um subsistema da sinalização viária cujo meio de comunicação está na posição vertical,

normalmente em placa, fixado ao lado ou suspenso sobre a pista, transmitindo mensagens de caráter

permanente e, eventualmente, variáveis, através de legendas e/ou símbolos pré-reconhecidos e

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legalmente instituídos.

A sinalização vertical é classificada de acordo com sua função, compreendendo os seguintes tipos:

- Sinalização de Regulamentação;

- Sinalização de Advertência;

- Sinalização de Indicação.

1.1. SINALIZAÇÃO DE REGULAMENTAÇÃO

Tem por finalidade informar aos usuários as condições, proibições, obrigações ou restrições no uso

das vias. Suas mensagens são imperativas e o desrespeito a elas constitui infração.

1.1.1. Formas e Cores

A forma padrão do sinal de regulamentação é a circular, e as cores são vermelha, preta e branca:

1.2. SINALIZAÇÃO DE ADVERTÊNCIA

Tem por finalidade alertar os usuários da via para condições potencialmente perigosas, indicando sua natureza.

1.2.1. Formas e Cores

A forma padrão dos sinais de advertência é quadrada, devendo uma das diagonais ficar na posição vertical. À sinalização de advertência estão associadas as cores amarela e preta.

1.3. SINALIZAÇÃO DE INDICAÇÃO

Tem por finalidade identificar as vias e os locais de interesse, bem como orientar condutores de veículos quanto aos percursos, os destinos, as distâncias e os serviços auxiliares, podendo também ter como função a educação do usuário. Suas mensagens possuem caráter informativo ou educativo.

As placas de indicação estão divididas nos seguintes grupos.

1.3.1. Placas de Identificação

Posicionam o condutor ao longo do seu deslocamento, ou com relação a distâncias ou ainda aos locais de destino.

2. SINALIZAÇÃO HORIZONTAL

É um subsistema de sinalização viária que se utiliza de linhas, marcações e símbolos colocados ou pintados sobre o pavimento das vias.

Acidente de Trânsito

Acidente sem vítima

Não é preciso parar o trânsito. O veículo deve ser estacionado em lugar seguro para não provocar congestionamento, pois congestionamento provocado por acidente sem vítima é infração média. Se o condutor do outro veículo é menor de 18 anos ou apresentar sinais de embriagues é necessário acionar a Polícia Militar de Trânsito pelo telefone 190. O boletim de ocorrência não precisa ser feito no local do acidente, é possível fazê-lo no Batalhão de Trânsito do Município, até 180 dias após o acidente. O melhor é que os dois condutores façam o registro juntos.

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Acidente com vítimas

A Polícia Militar de Trânsito e o SIATE (Sistema Integrado de Atendimento a Traumas e Emergências) devem ser acionados imediatamente pelo telefone 190. O boletim de ocorrência precisa ser feito no local. O local deve ser sinalizado e não se deve mexer na(s) vítima(s), para que ela(s) não sofra(m) outras lesões. Os veículos não podem ser removidos do lugar para não interferir no trabalho da polícia e da perícia. Até que a chegada da polícia o(s) condutor(es) pode(m) pegar o contato das testemunhas do acidente.

O condutor que fugir do local do acidente, deixar de prestar socorro à vitima ou não preservar o local do acidente comete infração gravíssima – 7 pontos e recebe multa.

Prevenção de Acidentes

Para evitar acidentes é bom manter o veículo em bom estado de conservação e manutenção de seus equipamentos, deixando-o sempre em condições de responder tecnologicamente a todos os comandos realizados pelo condutor.

Os defeitos mais comuns que podem causar acidentes são: freios desregulados; sistema de suspensão com problemas; lâmpadas queimadas; limpador do pára-brisa com defeito ou a palheta em péssimo estado; falta de buzina; espelho retrovisor deficiente; cinto de segurança defeituoso; pneus gastos ou defeituosos; faróis desregulados.

80% dos acidentes ocorrem nas proximidades da residência ou, do local do trabalho, em velocidades inferiores a 56km/h, velocidade na qual o cinto de segurança oferece maior proteção;

Em uma colisão a 60 km/h, o peso é multiplicado por 50, um cachorro de 10kg atinge 500kg, uma criança de 20kg atinge 1.000kg, peso de um urso, uma mulher de 50kg atinge 2.500kg, peso de um rinoceronte, e um homem de 70kg atinge 3.500 kg, peso de um hipopótamo;

O cinto de segurança oferece uma taxa de eficiência da ordem de 75% na prevenção de lesões fatais assim como uma possibilidade de 30% de evitar totalmente a ocorrência de tais lesões;

O capacete ameniza a força do impacto, diminuindo ou até evitando as lesões no crânio e no cérebro;

As pessoas que usam sistematicamente o cinto de segurança são menos propensas a se envolver em acidentes;

Cerca de 50% das lesões crânio-encefálicas graves, poderiam ser evitadas pelo uso de cinto de segurança;

Na maioria das colisões de veículos automotores que resultam em morte pode ser identificado um ou mais dos seguintes fatores: excesso de velocidade, abuso de álcool e sistema de contenção não sendo usado;

O uso de capacetes de segurança reduz a mortalidade em 80%;

Fatores ambientais e fatores ligados à rodovia raramente são as causas de acidentes fatais;

Os consumidores de álcool têm uma elevada taxa de mortalidade e fazem parte de um subgrupo de vítimas de trauma que aumenta significativamente os gastos com saúde e que, certamente, se beneficiariam com programas de prevenção de acidentes.

Direção Defensiva - Introdução

"Direção Defensiva" é o ato de conduzir de modo a evitar acidentes, apesar das ações incorretas (erradas) dos outros e das condições adversas (contrárias), que encontramos nas vias de trânsito.

Por que praticar a direção defensiva ?

Pesquisas realizadas em todo o mundo, sobre acidentes de trânsito, apresentaram a seguinte estatística:

Apenas 6 % dos acidentes de trânsito têm como causa os problemas da via;

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30 % dos acidentes têm origem em problemas mecânicos;

A maioria dos acidentes, (64%) têm como causa, problemas com o condutor.

Dentre os principais Problemas com o Condutor temos:

Conduzir sob o efeito de álcool ou outra substância entorpecente;

Imprudência - trafegar em velocidade inadequada;

Imperícia - inexperiência ou falta de conhecimento do local;

Negligência - falta de atenção, falha de observação.

O Condutor defensivo é aquele que adota um procedimento preventivo no trânsito, sempre com cautela e civilidade. O condutor defensivo não dirige apenas, pois está sempre pensando em segurança, pensando sempre em prevenir acidentes. independente dos fatores externos e das condições adversas que possam estar presentes.

O Condutor defensivo é aquele que tem uma postura pacífica, consciência pessoal e de coletividade, tem humildade e autocrítica.

Dentro das diferentes técnicas de como conduzir defensivamente existem várias precauções que deve-se tomar ao iniciar uma jornada, mesmo sem ter conhecimentos especializados de mecânica, para evitar envolver-se em situações de risco, realizando um trajeto sem cometer infrações de trânsito, sem abusos com o veículo, sem atrasos de horário, sem faltar com a cortesia devida, ou seja, sem envolver-se em acidentes.

Não esqueça:"Acidente evitável" é aquele em que você deixou de fazer tudo o que razoavelmente poderia ter feito para evitá-lo.

A "Direção Defensiva" é indispensável no aperfeiçoamento de condutores. Trata-se de uma forma de praticar, no uso de seu veículo, uma maneira de dirigir mais segura, reduzindo a possibilidade de ser envolvido em acidentes de trânsito, apesar das condições adversas.

Direção Defensiva - Condições Adversas

Condições adversas são todos aqueles fatores que podem prejudicar o seu real desempenho no ato de conduzir, tornando maior a possibilidade de um acidente de trânsito.

Existem várias "condições adversas" e é importante lembrar que nem sempre elas aparecem isoladamente, tornando o perigo ainda maior.

Listaremos as seis condições adversas mais importantes para que você as conheça bem, e tome os cuidados necessários a fim de evitá-las, ou de evitar os danos que elas podem causar a você.

São elas: Luz, Tempo, Vias, Trânsito, Veículo e Condutor

O bom condutor é cauteloso. Observa bem à sua frente, prevê situações de risco no trânsito, evita situações difíceis, obedece às instruções recebidas no percurso e sempre mantêm a calma e a educação

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Veículo

É um fator muito importante a ser considerado para que não ocorra acidentes, porque péssimas condições do veículo são responsáveis por um número enorme dos acidentes ocorridos em trânsito, normalmente envolvendo outros veículos, pedestres, animais, o patrimônio público e o natural.

Devemos sempre manter o veículo em condições de transitar e responder tecnologicamente a todos os comandos necessários, pois: "não é possível dirigir com segurança usando um veículo defeituoso".

Lembre-se: Um veículo em mau estado de conservação, além da possibilidade de deixá-lo na mão, vai resultar numa penalidade prevista no Código de Trânsito.

São muitas as condições adversas causadas por um veículo defeituoso, aqui listaremos apenas os defeitos mais comuns que podem causar acidentes:

. pneus gastos;

. limpadores de pára-brisa com defeito;

. freios desregulados;

. falta de buzina;

. sistema de suspensão com problemas;

. lâmpadas queimadas;

. espelhos retrovisores deficientes;

. defeito nos equipamentos obrigatórios;

. cinto de segurança defeituoso.

Lembre-se: Revisões periódicas e manutenção completa mantêm seu veículo em boas condições de uso, e pequenos cuidados diários garantem sua segurança no trânsito e o cumprimento da legislação.

Condutor

Esta é a condição adversa mais perigosa, mas é também a mais fácil de ser evitada, pois trata-se do estado em que o condutor se encontra física e mentalmente no momento em que irá fazer uso do veículo no trânsito.

São várias as situações envolvendo o estado físico e mental do condutor (doenças físicas, problemas emocionais) e podem ser momentâneas, ou definitivas (problemas físicos, corrigidos e adaptados ao uso do veículo).

Cabe ao condutor avaliar suas reais condições ao propor-se a conduzir um veículo, e ter o bom senso para evitar envolver-se em situação de risco.

Lembre-se: Dirigir quando sentir-se sem condições físicas ou emocionais, põe em risco não só a sua vida, mas a de todos os usuários do trânsito.

Existem muitas condições adversas do condutor, sendo as mais comuns:

        Físicas

. fadiga;

. dirigir alcoolizado, após ter utilizado um "rebite", ou qualquer outra droga, mesmo que sejam remédios;

. sono;

. visão ou audição deficiente;

. perturbações físicas (dores ou doenças).

        Mentais

. estados emocionais (tristezas ou alegrias) ;

. preocupações;

. medo, insegurança, inabilidade.

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Direção Defensiva - Fatores Importantes

Fatores importantes para evitar acidentes

São comportamentos do condutor que ajudam a evitar ou a criar condições que levem a acidentes. Os comportamentos corretos são sua maior garantia de chegar em segurança ao seu destino.

Ingestão de substâncias tóxicas, álcool ou remédios

O consumo de algumas substâncias afeta negativamente o nosso estado físico e mental e nosso modo de conduzir veículos.

Alguns remédios usados, mesmo por recomendação médica, alteram nosso estado geral, prejudicando nosso desempenho na condução. Evite tomá-los, ou não conduza após o seu uso.

Exemplo:

 - Remédios para emagrecer; - Calmantes e antialérgicos; - Drogas para manter-se acordados ("rebites"); - Remédios para dores; - Relaxantes musculares; - Remédios contra enjôos.

As drogas afetam o raciocínio lógico, a percepção, os reflexos, pois afetam o desempenho normal das funções físicas e mentais. Conduzir alcoolizado é infração gravíssima e acarreta várias penalidades previstas no Código de Trânsito Brasileiro.

Dirigir alcoolizado, em nível superior a 6 (seis) decigramas de álcool por litro de sangue, resulta em multa de R$ 957,70 (900 UFIRs), suspensão do direito de dirigir e detenção de seis meses a três anos, sendo considerado infração gravíssima.

É de prática popular fazer uso de exercícios físicos, café forte sem açúcar, banho frio ou remédios e chazinhos caseiros na tentativa de diminuir o efeito do álcool no organismo. Isso não adianta, mesmo para aquelas pessoas que se acham resistentes à bebida ou pensam que conduzem melhor quando bebem.

Importante:Recursos populares apenas conseguem transformar um bêbado com sono, num bêbado acordado. Nunca conduza um veículo depois de beber.

Estes recursos populares não funcionam. A única maneira de eliminar a bebida alcoólica do organismo é esperar passar o tempo necessário para a eliminação natural, que varia de acordo com o peso, a altura, a quantidade e a espécie de alimentos existentes no estômago e intestino, com o tempo decorrido após o ato de beber.

Se você bebeu, tomou remédios ou fez uso de qualquer outro tipo de droga, não dirija. Espere passar o efeito do produto ingerido. Tenha cuidado. Infração gravíssima. Não se arrisque.

 Aquaplanagem ou hidroplanagem

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Refere-se à falta de contato dos pneus com a pista, pavimento natural ou tecnológico e ocorre por causa de pistas molhadas ou poças d'água, sendo sempre mais fácil de acontecer se os pneus estiverem lisos (carecas), o veículo com velocidade alta, ou comprometimentos no sistema de suspensão.

Em determinadas situações forma-se uma camada de água sobre o pavimento e o pneu do veículo roda sobre ela sem ter o atrito necessário para a estabilidade.

Importante:A falta de contato dos pneus com a pista (hidroplanagem) faz com que o veículo derrape e o condutor perca o controle do veículo, podendo causar um acidente de trânsito.

Para acontecer a hidroplanagem basta haver uma combinação da velocidade do veículo, o tipo de pista, da calibragem dos pneus, suspensão, profundidade da água na pista e dos frisos dos pneus e a falta de atenção do condutor.

Em dias de chuva, reduza a velocidade, examine os frisos dos pneus, faça a calibragem correta, fique atento quanto às condições da pista e não tente "lavar" o seu veículo usando as poças de água -- mantenha-se alerta.

Maneira de Conduzir

A maneira incorreta de conduzir seu veículo é uma das grandes causas de acidentes.

Conduzir com fones de ouvidos conectados a aparelhos de som ou telefone celular resulta em multa, sendo considerado infração média: perda de 4 pontos (Art. 252 - VI - CTB)

Conduza com as duas mãos no volante ou no guidom, evite acender cigarros ou apanhar objetos dentro do veículo em movimento, fazer movimentos ou manobras bruscas, desviar a sua atenção do ato de dirigir, participar de brincadeiras. Fique sempre atento.

Direção Defensiva - Elementos Básicos

Para que um condutor possa praticar a Direção Defensiva, ele precisa de certos elementos e conhecimentos, não só de legislação de trânsito, mas também de comportamentos que devem ser praticados no dia-a-dia, no uso do veículo.

Destacamos os principais elementos, explicando-os para sua melhor compreensão, lembrando que o uso desses elementos transformarão você num condutor defensivo, ajudando-o a evitar acidentes. São eles:

Conhecimento

O Código de Trânsito Brasileiro é o seu maior aliado na busca desse conhecimento, mas também é necessário desenvolver um rápido conhecimento dos riscos no trânsito e da maneira de prevenir-se contra eles.

Você precisa conhecer seus direitos e deveres em qualquer situação de trânsito, como condutor, como passageiro ou como pedestre, para evitar tomar atitudes que possam causar acidentes ou danos aos usuários da via.

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Código de Trânsito Brasileiro - fornece muitas informações que devemos conhecer, além disso, existem livros e revistas especializadas para o trânsito e publicações jornalísticas sérias que nos mantêm em dia com as novas leis e resoluções.

Existem alguns procedimentos do condutor ou problemas com o veículo que são considerados infrações, tendo como consequência penalidades previstas nas leis de trânsito, por isso você tem que conhecer todos eles.

Outros procedimentos dependem do bom senso de todos os condutores, passageiros e pedestres, são as atitudes corretas, compreensivas, de paciência, que ajudam a fazer um trânsito mais seguro.

  Atenção

Mantenha sua atenção no trânsito e não se distraia com conversas, com som alto ou no uso de rádio ou aparelho celular.

A atenção deve ser direcionada a todos os elementos da via (condições, sinalização, tempo, etc.), e também as condições físicas e mentais do condutor, os cuidados e a manutenção do veículo, tempo de deslocamento, conhecimento prévio do percurso, entre outros.

O condutor deve manter-se em estado de alerta durante todo o tempo em que estiver conduzindo o veículo, consciente das situações de risco em que pode envolver-se e pronto a tomar a atitude necessária em tal situação para evitar o acidente.

  Previsão

Você não precisa de uma bola de cristal para prever os perigos do trânsito, apenas precisa prever e preparar-se para algumas eventualidades comuns no dia-a-dia, como furar um pneu, um buraco ou óleo na pista, um pedestre fazendo a travessia fora do local adequado, animais, veículos não automotores, maquinário agrícola, um acidente, etc.

A direção defensiva exige tanto a previsão mediata como a imediata, sendo que algumas, inclusive, fazem parte das leis de trânsito (cuidados com o veículo, equipamentos obrigatórios).

Exemplos:

Fazer a revisão e manutenção do veículo, abastecer de combustível, verificar os equipamentos obrigatórios são previsões mediatas que podem ser feitas com antecedência, de forma planejada.

Ver um pedestre ou um cruzamento perigoso logo a sua frente e prever complicações (o pedestre atravessar de repente, o veículo "furar" o sinal), é uma previsão imediata.

  Decisão

Sempre que for necessário tomar uma decisão numa situação de perigo, ela dependerá das alternativas que se apresentem e do seu conhecimento das possibilidades do veículo, das leis e normas que regem o trânsito, do tempo e do espaço que você dispõe para tomar uma atitude correta.

Essa decisão ou tomada de atitude vai depender da sua habilidade, tempo e prática de direção, previsão das situações de risco, conhecimento das condições do veículo e da via.

Ao renovar o exame de habilitação, o condutor que não tenha curso de Direção Defensiva e Primeiros Socorros, deverá a eles ser submetido conforme art. 150 do CTB e Resolução nº 50 - CONTRAN.

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Portanto, esteja sempre preparado para fazer a escolha correta nas situações imprevistas, de modo que possa contribuir para evitar acidentes de trânsito, mantendo-se atento a tudo que circunda a via, mesmo à sua traseira, para que esta decisão possa ser rápida e precisa, salvando sua vida e a de outros envolvidos numa situação de risco.

  Habilidade

A habilidade se desenvolve por meio de aprendizado e da prática. Devemos aprender o modo correto de manuseio do veículo e executar várias vezes essas manobras, de forma a fixar esses procedimentos e adquirir a habilidade necessária à prática de direção no trânsito das vias urbanas e rurais.

Esse requisito diz respeito ao manuseio dos controles do veículo com bastante perícia e sucesso, de qualquer uma das manobras básicas, tais como fazer curvas, ultrapassagens, mudanças de velocidade e estacionamento.

Atualmente a Permissão para Dirigir tem a validade de 12 meses, sendo conferida a Carteira Nacional de Habilitação ao término desse prazo, desde que o condutor não tenha cometido nenhuma infração de natureza grave ou gravíssima nem seja reincidente em infração média.

Não esqueça que a prática conduz à perfeição, tornando você um condutor defensivo.É necessário conhecimento e atenção para que você possa fazer uma previsão dos problemas que vai encontrar no trânsito e tomar, no momento necessário a decisão mais correta, com habilidade adquirida pelo treino no uso da direção, tornando o trânsito mais humano e seguro para você e para todos.

Com o Código de Trânsito Brasileiro surgiram vários manuais ou livretos que ajudam a atualizar seus conhecimentos. Mantenha-se atento a todas as mudanças e dirija dentro da Lei. Atualize-se sempre.

Direção Defensiva - Comportamento Seguro

Existem vários tipos de colisão que podem acontecer com o seu veículo, e os comportamentos perigosos dos demais condutores nas vias também são bem variados, mas o fator mais comum nos acidentes é não ter conseguido desviar ou parar a tempo o seu veículo, evitando a colisão.

Como parar

Você, condutor defensivo, deve conhecer os tipos de paradas do veículo, tempo e distância necessários para cada uma delas.

Distância de seguimento

É aquela que você deve manter entre o seu veículo e o que vai à frente, de forma que você possa parar, mesmo numa emergência, sem colidir com a traseira do outro.

Distância de reaçãoÉ aquela que seu veículo percorre, desde o momento que você vê a situação de perigo, até o momento em que pisa no freio. Ou seja, desde o momento em que o condutor tira o pé do acelerador até colocá-lo no freio.

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Distância de frenagemÉ aquela que o veículo percorre depois de você pisar no freio até o momento total da parada. Você sabe que o seu veículo não pára imediatamente, não é mesmo?

Distância de paradaÉ aquela que o seu veículo percorre desde o momento em que você vê o perigo e decide parar até a parada total do seu veículo, ficando a uma distância segura do outro veículo, pedestre, animal ou qualquer objeto na via.

Importante:Você deve ter percebido que a distância de parada é a soma da distância da reação mais a distância de frenagem e portanto, deve ser maior que as duas juntas para evitar a colisão e que esta deve ser a distância de seguimento.

Distância Segura

Para você saber se está a uma distância segura dos outros veículos, vai depender do tempo (sol, noite, neblina, neve ou chuva), da velocidade, das condições da via (descida, curvaou reta), dos pneus, do freio, do sistema de suspensão,  do peso do seu veículo, qual o tipo de carga que você está conduzindo, da visibilidade e da sua capacidade de reagir rapidamente.

Existem tabelas e fórmulas para você calcular esta distância, principalmente nas rodovias, mas como elas variam muito, e dependem além do tipo e peso do veículo, de outros fatores que também variam muito, o melhor é manter-se o mais longe possível (dentro do bom senso), para garantir a sua segurança.

Porém, para manter uma distância segura entre os veículos nas rodovias, sem a utilização de cálculos, fórmulas ou tabelas, vamos lhe ensinar a usar "o ponto de referência fixo"

Observe a estrada à sua frente e escolha um ponto fixo de referência (à margem) como uma árvore, placa, poste, casa, etc.

Quando o veículo que está à sua frente passar por este ponto, comece a contar pausadamente: cinqüenta e um, cinqüenta e dois. (mais ou menos dois segundos).

Se o seu veículo passar pelo ponto de referência antes de contar (cinqüenta e um e cinqüenta e dois), deve aumentar a distância, diminuindo a velocidade, para ficar em segurança.

Se o seu veículo passar pelo ponto de referência após você ter falado as seis palavras, significa que a sua distância, é segura.

Este procedimento ajuda você a manter-se longe o suficiente dos outros veículos em trânsito, possibilitando fazer manobras de emergência ou paradas bruscas necessárias, sem o perigo de uma colisão.

Atenção:Esta contagem só é válida para veículos pequenos (até 6 metros), na velocidade de 80 e 90 km, em condições normais do veículo, com o tempo seco, que a via não esteja molhada e não seja uma descida.

  

 Cinto de segurança

Como o próprio nome diz, este é um dispositivo que garante a sua segurança em caso de acidentes, além de fazer parte dos equipamentos obrigatórios e seu uso nas vias urbanas e rurais é obrigatório a todos os ocupantes do veículo. Aplica-se aos automóveis, caminhonetes, camionetas, caminhões veículos de uso misto e aos veículos de transporte de escolares. Art. 65 - 167 - CTB e Resolução 48/98 - CONTRAN.

Atualmente são usados três tipos de cinto:

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Cinto pélvico ou subabdominal - aquele que se prende à cintura

Cinto torácico ou diagonal - aquele que se prende ao peito

Cinto de três pontos - aquele que se prende ao peito e ao quadril ao mesmo tempo

O cinto de três pontos é o que dá mais proteção ao condutor e passageiros, impedindo que sejam jogados para fora do veículo, ou mesmo contra o painel ou partes contundentes do veículo e sofram muitas vezes danos físicos graves ou a morte.

O cinto é de uso obrigatório para os ocupantes na parte da frente dos veículos, e a partir de primeiro de janeiro de 1999 para todos os passageiros (conforme resolução do CONTRAN) e quem não usar fica sujeito à penalidade prevista no Código.

Crianças menores de 10 anos só podem ser transportadas no banco de trás, usando acessórios de segurança específicos.

Nos veículos de transporte de escolares, deve haver um cinto para cada ocupante, utilizando-o corretamente.

Veja mais informações sobre o Cinto de Segurança.

É importante lembrar que, além de obrigatório, o cinto faz parte da sua segurança e usá-lo em todas as ocasiões é sua obrigação,  só depende de seu uso constante para formar o hábito.

Direção Defensiva - Comportamentos Perigosos

Além de tudo que você já aprendeu para evitar acidentes, ainda existem alguns comportamentos que são causadores de situações perigosas ao conduzir seu veículo pelas vias.

Se você conhecê-los e evitá-los, certamente estará diminuindo os riscos de se envolver em acidentes ou pôr em perigo seu veículo e os outros usuários e animais que transitam pelas vias, mostrando que você é um condutor defensivo.

Manobra de marcha à ré

Por ser considerada manobra perigosa, você deve evitá-la sempre que possível e nunca realizá-la sem adotar medidas de segurança numa via, por onde circulam condutores e pedestres.

Transitar em marcha à ré, salvo na distância necessária a pequenas manobras e de forma a não causar riscos à segurança, resulta em multa, sendo considerada em infração grave (Art 194 - CTB).

Ela serve apenas para pequenas distâncias e para manobras como entrada e saída de garagem, estacionamento, não sendo permitido usá-la para locomover-se de um a outro local nas vias públicas.

Para evitar riscos jamais dê marcha à ré em esquinas, não saia de ré de garagens ou estacionamentos, pois sua visão da área estará prejudicada. Use sempre os retornos. Fique atento.

 Conduzir nas vias rurais

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Muitos acreditam que conduzir nas vias rurais é melhor e mais fácil que conduzir nas cidades, por não haver trânsito contínuo de veículos, pedestres e toda a sinalização que regulamenta o trânsito, mas mesmo que a via não seja pavimentada e sinalizada, a regra de circulação deve ser obedecida.

Porém, justamente com a falta de determinados tipos de sinalização, que é necessária nas rodovias, leva a comportamentos bem diferentes das áreas urbanas e que se transformam em grandes causadores de acidentes, reforçados por atitudes erradas e desatentas de condutores irresponsáveis, que pretendem burlar as leis de trânsito, pondo em risco a sua vida e a dos demais usuários das vias.

Por isso listaremos algumas sugestões para você condutor, que pratica a Direção Defensiva conhecer e usar nas rodovias e estradas, dirigindo com segurança e tranqüilidade:

Faça revisão no seu veículo antes de iniciar a viagem, verificando todos os equipamentos obrigatórios, o estado do motor e do veículo e não esqueça de encher o tanque de combustível.

Verifique no guia rodoviário o trajeto que irá fazer, informe-se sobre os locais de serviços mecânicos, postos de gasolina, hotéis, restaurantes, Polícia Rodoviária, atendimento médico de emergência, enfim tudo que possa precisar.

Para entrar nas rodovias de maior velocidade, lembre-se de que você seja parte integrante do trânsito, deslocando-se de maneira coerente com as condições locais e o fluxo de veículos.

Mantenha-se no ritmo da maioria procurando nunca frear bruscamente, não parar sobre a pista, não dar marcha à ré e não fazer manobras na pista. Se perder uma saída ou retorno, siga até a próxima. É mais seguro.

Observe e obedeça à sinalização, preste atenção a tudo pois você não terá tempo de pensar duas vezes. Por isso, mantenha-se bem distante do veículo da frente para evitar colisões.

Cuidado com a fadiga e o sono, pois você não percebe quando começa a dormir ao volante ou ao guidom e a fadiga tira de você as condições de reagir prontamente em caso de emergência.

Ao conduzir nas rodovias, principalmente à noite, a tentação é maior para exceder a velocidade além da permitida, tornando bem mais difícil qualquer manobra que você tenha que fazer, ou sua parada numa emergência além de impedir a sua visão de obstáculos ou demais problemas na via.

Ao entrar ou sair das rodovias, diminua a marcha na pista de desaceleração ou em local indicado, e aguarde o momento certo, pois estas manobras são muito perigosas por causa das velocidades mais altas.

Cuidado com os dias de chuva, neblina, neve ou geada, pois as pistas tornam-se escorregadias sujeitas a derrapagens, o tempo e o espaço para parar é maior, e todas as manobras tornam-se mais difíceis e perigosas com a pista molhada. Diminua a velocidade.

Quando for ultrapassar, ou mudar de faixa certifique-se se pode ou não pelos espelhos. Use as setas, olhe pelos retrovisores de novo, e só comece a ultrapassagem ou mudança de faixa com segurança. Após ultrapassar, espere até ver no seu retrovisor o veículo que ultrapassou, para sinalizar e voltar à faixa de origem.

"Direção Defensiva" é dirigir de modo a evitar acidentes, apesar das ações incorretas (erradas) dos outros e das condições adversas (contrárias), que encontramos nas vias de trânsito.

Primeiros Socorros - Introdução

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Primeiros Socorros são os primeiros cuidados que devem ser tomados em caso de acidente, procurando manter a vítima em condições de esperar o médico.

O objetivo de quem presta os primeiros socorros é o de proteger a vida do acidentado e reduzir o seu sofrimento. Mas, há necessidade da pessoa ter consciência de que o melhor trabalho só quem poderá fazer é o médico.

A primeira atitude que deve ser tomada em caso de acidente, é procurar um telefone e chamar o serviço médico especializado!

Em caso de Acidente de Trânsito:

Avalie o local antes de fazer qualquer coisa;

Pare seu veículo em local seguro;

Sinalize o local com o triângulo e galhos de árvores;

Ligue o pisca alerta;

Ilumine o local com lanterna ou luz do veículo, jamais use fósforo ou uma chama de fogo exposta;

Coloque as luvas de procedimentos (cirúrgicas);

Observação: Aprenda a sinalizar corretamente via usando o triângulo, o pisca alerta, as touceiras de mato ou galhos, cuidando da própria segurança, para não ser atropelado por condutores que estejam em movimento na via neste momento.

Somente remova os acidentados nos seguintes casos:

Incêndio;

Risco de afogamento;

Explosão;

Iminência de queda;

Parada cardíaca;

Risco de sofrer outro acidente, por exemplo ser atropelado.

Para que e porque imobilizar o corpo?

Movimentar um osso quebrado pode provocar sérios ferimentos.

Na coluna: se houver fratura numa vértebra , o fragmento do osso corta a medula, causando paralisia ou até a morte. Aprenda a improvisar uma padiola.

Nos demais ossos: se a pessoa não for imobilizada corretamente, um osso quebrado pode sair do lugar e perfurar algum órgão ou cortar uma veia ou uma artéria

Exame Primário

A - Coluna Cervical e Vias Aéreas.

B - Respiração.

Ver;

Ouvir;

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Sentir.

C - Circulação.

Batimentos cardíacos;

Pulso;

Controle das grandes hemorragias.

D - Exame Neurológico.

E - Exposição da Vítima.

Sem expor a pessoa, afrouxar ou se necessário, cortar a roupa.

Atitudes importantes durante os procedimentos

Agir rápido, mas não as pressas;

Inspirar confiança;

Afastar curiosos, evitando comentários trágicos.

Enquanto estiver socorrendo

Ver se a pessoa está respirando;

Se consciente, perguntar o que sente e observar possíveis hemorragias;

Somente encostar nos ferimentos para conter a perda de sangue;

Não dar líquidos para beber, somente umedeça os lábios constantemente;

Não deixar que a pessoa fume.

Transporte de vítimas

Antes de remover uma pessoa, verificar seu estado, ou seja, se ela não apresenta fraturas;

Não elevar a vítima sem que ela esteja apoiada. O corpo deve estar reto, improvise uma padiola para que não ocorra danos à medula, nos casos de fratura na coluna;

Sempre proteger a cabeça;

A movimentação e o transporte deve ser feito através de maca, ou de uma improvisação de uma padiola, com cobertores, tábuas, galhos retos, etc.;

Imobilizar o pescoço;

Procurar um médico;

Outras formas de transporte por uma ou mais pessoas, arrastando e elevando a pessoa, só deve ser feito, se você tiver absoluta certeza que a vítima não tem fratura na coluna.

 Omissão de socorro, além de ser uma irresponsabilidade, é crime previsto no Código de Trânsito Brasileiro em seu artigo 304.

Primeiros Socorros - Ferimentos Leves

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Em caso de ferimentos leves (de pequenas proporções), proceda da seguinte maneira:

Limpe o ferimento com água corrente;

Não limpe ou coloque panos usados, pois poderão estar sujos e contaminar mais o local do machucado;

Não coloque remédio, pomada, algodão ou esparadrapo no ferimento.

Procure um médico ou o serviço especializado.

Primeiros Socorros - Hemorragias

É a perda de sangue devido o rompimento de uma veia ou artéria.

Veia: vasos que conduzem o sangue com baixo teor de oxigênio de volta para o coração, cor vermelho escuro.

Artéria: vasos que conduzem o sangue do coração para todas as partes do corpo. Exemplo: artéria carótida, cor vermelho vivo. O sangue jorra ou escorre rapidamente.Cuidados com a hemorragia 

Cuidados com a hemorragia

Olhar o tamanho do ferimento, se houver alguma sujeira ou algum objeto, não retirar, porque pode desencadear uma hemorragia;

 O local que sangra deve ficar acima do resto do corpo, isso pode ser feito nos braços e pernas, quando não estiverem fraturados;

 Usar compressas ou panos limpos, para conter a hemorragia;

 Pressionar com firmeza a compressa, usando um outro pano para amarrá-la mantendo-a firme;

 Caso não encontre nada limpo que possa ser usado, usar seu dedo ou as mãos, para conter o sangramento apertando forte de encontro ao osso;

 Não colocar pó de café, açúcar, ou qualquer outra substância;

 Não fazer o torniquete.

O volume de sangue no corpo humano é de aproximadamente:

70 ml por Kg nos adultos;

80 ml por Kg nas crianças.

Perda de até 15% de sangue: Geralmente não causa problemas pois o organismo logo se refaz.

Perdas entre 15 e 30% de sangue Geralmente causam estado de choque compensado, sem hipotensão arterial. Sintomas: ansiedade, sede, taquicardia, entre 100 a 120 batimentos por minuto, pulso fraco, pele fria, palidez, suor frio, aceleração da respiração e enchimento lento.

Perdas entre 30 e 50% de sangue: Levam ao choque descompensado.

Sintomas: alteração das funções mentais, causando agitação, confusão mental ou inconsciência. Sede intensa, pele fria, suor frio, palidez, taquicardia superior a 120 batimentos por minuto, queda de pressão arterial, respiração superficial e acelerada e enchimento capilar lento.

Perda superior a 50% de sangue:

Causa a morte.

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Hemorragia Nasal

A vítima deve ficar sentada com a cabeça para frente, somente se você tiver certeza que ela não tem fratura na coluna;

Aperte o nariz durante 10 minutos;

Passado este tempo, se a hemorragia continuar, colocar um pano com gelo sobre o nariz;

Cuidar para que ela não se afogue com o próprio sangue;

Procurar um médico.

Hemorragia dos Pulmões

O sangue sai pela boca após acesso de tosse;

Colocar a vítima com a cabeça mais baixa que o corpo, somente se você tiver certeza que ela não tem fratura na coluna;

Cuidar para que a pessoa não se afogue com o próprio sangue;

O estado da pessoa é grave, a pessoa pode morrer;

Procurar um médico.

Primeiros Socorros - Fraturas

É o rompimento dos ossos, pode ser aberta ou fechada.

Fratura aberta: o osso se quebra e é visível, pois há o rompimento dos músculos e da pele. Também é chamada fratura exposta.

Fratura fechada: o osso quebrado não fica visível, pois o músculo e a pele não foram rompidas.

Cuidados:

Não movimentar o acidentado.

Imobilizar o local atingido usando talas, que podem ser improvisadas com papelão, bengala, tapete do automóvel, triângulo, galho de árvore ou qualquer outro objeto reto e rígido.

Não colocar o osso no lugar, porque pode ocorrer perfuração de órgãos ou rompimento de veias ou artérias.

Amarrar a tala com tiras de pano, em lugares acima e abaixo do local fraturado.

A pessoa deve ser encaminhada ao hospital.

Primeiros Socorros - Desmaios, Estado de Choque e Convulsões

Desmaio

É a perda repentina da consciência. Pode ser provocada por fome, nervosismo, calor excessivo ou por qualquer outro fator agravante.

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Um simples desmaio, não demora mais do que um ou dois minutos, mas pode ser prolongado.

Cuidados:

Deitar a pessoa de costas ou de lado quando você tiver a certeza que ela não apresenta fratura na coluna, com a cabeça baixa, elevando as pernas.

Arejar o ambiente.

Se o desmaio demorar mais que um ou dois minutos, agasalhar a pessoa.

Procurar um médico.

Estado de Choque

Fenômeno que ocorre quando a descarga de sangue por parte do coração não é suficiente para prover o total enchimento das artérias de alguma região do corpo, nem se encontra sob pressão suficiente para atingir os órgão e tecidos.

Pode ser provocada pela hemorragia, estado emocional, excesso ou falta de droga farmacológica ou não, etc.

Cuidados:

Manter a pessoa deitada com a cabeça mais baixa que o tronco. Isto deve ser feito somente se a pessoa não apresentar fratura na coluna.

Não dar líquido ou dar tapinhas na face, apenas umedeça os lábios.

Não deixar que a pessoa fume.

Sem expor a pessoa, afrouxar a roupa.

Retirar da boca qualquer objeto que possa sufocá-la.

Se a pessoa sentir dificuldade para respirar, perder a consciência ou vomitar, colocá-la na posição de recuperação, que é a lateral.

Se ela parar de respirar, iniciar imediatamente a respiração artificial.

Manter a pessoa agasalhada.

O Estado de Choque pode se instalar imediatamente ou se desenvolver aos poucos de duas a três horas. Pode matar se as causas não forem controladas.

Convulsão

Popularmente chamada “ataque”, são contrações violentas, súbitas e involuntárias dos músculos voluntários. A pessoa apresenta enrijecimento muscular e estica o corpo.

Pode ser provocada por febre, distúrbios neurológicos, em exemplo a epilepsia, etc.

Cuidados durante a convulsão:

Colocar a pessoa deitada de lado, para que em casos de salivamento, vômito ou hemorragia, ela não seja sufocada, pelos próprios fluidos;

Não segurar ou conter a pessoa, porque você pode machucar-se ou machucar a pessoa;

Enquanto ela cai, proteger a cabeça para que na queda ela não sofra fratura de crânio;

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Colocar algo macio embaixo da cabeça, para não ocorrer a fratura de crânio durante os momentos em que ela estiver se debatendo;

Retirar do corpo da pessoa e próximo a ela, qualquer objeto que possa machucá-la;

Afrouxar a roupa sem expor a pessoa;

Não colocar pano ou qualquer objeto entre os dentes da pessoa, porque durante o enrijecimento muscular, pode ocorrer fratura dos dentes e da mandíbula, bem como afogar a pessoa.

Cuidados após a convulsão:

Mantê-la deitada em posição de recuperação, que é deitada de lado;

Procurar um médico.

Primeiros Socorros - Parada Cardíaca e Respiratória

É a parada dos batimentos do coração e parada da respiração.

Sintomas:

Ausência dos movimentos respiratórios e do pulso, e parada dos batimentos cardíacos;

Inconsciência;

Lábios, unhas e língua azulados ou roxos;

Palidez excessiva;

Pupilas dilatadas.

Respiração Artificial:

Deitar a pessoa de costas, em um lugar reto e afrouxar as roupas.

Retirar objetos da boca ou garganta, que dificultem a entrada de ar.

Não dar tapinhas no rosto.

Se estiver sangrando ou vomitando, colocar a pessoa deitada de lado, para ela não se afogar.

Fechar as narinas da pessoa com o polegar e o indicador para o ar não sair, colocar a boca na boca da vítima e com firmeza soprar até notar que o peito está levantando.

Deixar que o ar saia naturalmente.

Repetir este procedimento quantas vezes forem necessárias.

Massagem cardíaca

Colocar as palmas das mãos, uma sobre a outra, em cima do peito da vítima e manter os braços retos.

Pressionar energicamente o tórax.

Colocar o peso do seu corpo sobre as mãos. Utilizar seu peso fazendo pressão para que o coração seja comprimido.

Retirar a pressão para que o tórax volte a posição normal.

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Repetir os movimentos a cada dois segundos.

A massagem cardíaca não deve ser interrompida até o reinicio da respiração, e volta dos batimentos cardíacos.

Observação: Você só pode fazer a massagem cardíaca se tiver conhecimentos específicos para isto, porque qualquer procedimento errado pode levar a pessoa a morte ou desencadear fraturas.

Ferimentos

É toda lesão da pele ou dos músculos, produzida por traumatismo, provocada por qualquer tipo de acidente. Os ferimentos podem apresentar dor e sangramento.

Classificação

1 – Ferimentos fechados ou contusões.

São lesões produzidas por objetos contundentes que danificam o tecido subcutâneo com extravasamento de sangue, sem romper a pele.

Equimose – sinal arroxeado na pele, conseqüência de uma contusão, sem inchaço no local. Exemplo, olho roxo.

Hematoma – sinal arroxeado com inchaço no local. Exemplo, 'galo' na cabeça.

2 – Ferimentos abertos ou feridas.

Quando rompe a pele, expondo tecidos internos, geralmente com sangramento.

Feridas incisivas ou cortantes – provocadas por bisturi, faca, estilete, etc.

Feridas contusas – provocadas por paus, pedras, soco, etc.

Feridas perfurantes – provocadas por arma de fogo e arma branca.

Feridas penetrantes – o objeto atinge uma cavidade natural do corpo (tórax, abdômen).

Feridas transfixantes – variedade de ferida perfurante ou penetrante. O objeto penetra e atravessa os tecidos ou determinado órgão em toda a sua espessura.

Escoriações ou abrasões – produzidas pelo atrito de uma superfície áspera e dura contra a pele. Atinge somente a pele, exemplo, cinza, graxa, terra.

Avulsão ou amputação – parte do corpo é arrancada ou cortada. Exemplo, membros ou parte dos membros, orelha, nariz.

Laceração – o mecanismo de ação é a pressão ou tração exercida sobre o tecido, causando lesões irregulares.

Ferimentos na cabeça

Cuidados:

Liberar e manter as vias aéreas com o controle cervical;

Controlar as hemorragias presentes;

Observar o estado de consciência da vítima;

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Evitar mexer as pessoa, para evitar traumas secundários, na medula;

Proteger o ferimento com gaze ou pano limpo, sem apertar a ferida, para evitar infecções;

Se apresentar vômito, proceder o rolamento lateral;

Se apresentar sangramento ou saída de liquor pelo nariz ou ouvido, não tentar conter;

Chamar o serviço de atendimento pré-hospitalar, ou conduzir a vítima para o hospital.

Orientação geral

Lavar o ferimento com água corrente ou soro fisiológico, para remover partículas, depois cobrir com gaze estéril.

Preste atenção

A particularidade de cada ferimento deve ser considerada. Procurar o serviço de saúde para atualizar a imunização contra o tétano.

Além dos citados existem: Queimaduras, Envenenamento e a AIDS.

DROGAS

Definição

Palavra de origem controversa, pode ser do persa droa (odor aromático), do hebraico rakab (perfume) ou holandês antigo droog (folha seca, porque antigamente quase todos os medicamentos eram feitos a base de vegetais).

Em 1981 a OMS – Organização Mundial da Saúde, entitula: “qualquer entidade química ou mistura de entidades (mas outras que não aquelas necessárias para a manutenção da saúde, como por exemplo água e oxigênio), que alteram a função biológica e possivelmente a sua estrutura”. Sabemos também que compromete também o psiquismo.

Álcool

CONDUZIR VEÍCULO, SOB EFEITO DE ÁLCOOL, RESULTA EM MULTA, SUSPENSÃO DO DIREITO DE DIRIGIR, SENDO CONSIDERADO INFRAÇÃO GRAVÍSSIMA.

CONDUZIR VEÍCULO ESTANDO COM CONCENTRAÇÃO DE ÁLCOOL POR LITRO DE SANGUE IGUAL OU SUPERIOR A 6 DECIGRAMAS, RESULTA EM DETENÇÃO DE 6 MESES A 3 ANOS,  MULTA E SUSPENSÃO OU PROIBIÇÃO DO DIREITO DE DIRIGIR.

Droga psicotrópica degeneradora do Sistema Nervoso Central, que são as células nervosas.

Cada tipo desta bebida possui quantidades maiores ou menores de moléculas de álcool, isto varia de acordo com o processo de fabricação e tipo da bebida. São produzidas por processos de fermentação ou destilação, exemplos de fermentadas: cerveja, vinho, saquê, etc. De destiladas: uísque, pinga, vodka, etc. 

Os efeitos em nosso organismo variam de acordo com o teor alcoólico (quantidade desta molécula na bebida), metabolismo individual, como a consumimos, predisposições individuais, etc. 

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O álcool degenera vários tecidos do nosso corpo, o primeiro deles são nossas células nervosas, por isto que é classificado como drogra depressora, por degenerar o Sistema Nervoso Central.

Como vimos anteriormente a molécula de álcool é a mesma em qualquer bebida alcoólica, não interessa qual o processo da fabricação, quando e como a ingerimos, cada um de nós tem uma resposta fisiológica (como o organismo vivo funciona) e psíquica diferente de outra pessoa, mesmo que ela tenha o mesmo peso e outros aspectos semelhantes aos nossos.

Via de regra nos primeiros momentos após a ingestão ocorre euforia, desibinição, descontrole do humor (não controlar as emoções e as manifestações dela), etc. Em maiores quantidades: mal-estar e suas manifestações, comprometimento negativo da coordenação motora e fala, confusão mental e psíquica, alteração e até mesmo embotamento do juízo crítico para avaliar situações, retardamento ou embotamento dos potenciais sensitivos e perceptivos (tanto físicos quanto psíquicos) diminuindo e até impedindo as reações, alteração do humor para a euforia ou depressão seguidos por comportamentos violentos ou apáticos. Alucinações visuais, táteis e/ou auditivas, comprometimento negativo da sexualidade, descontrole dos esfincteres, etc. Desencadeia dependência (doença crônica incurável) e, em grandes quantidades: coma, morte.

O uso constante desencadeia um comprometimento psíquico peculiar em todo usuário de droga, que é negar para os outros e para si mesmo que a usa, sente necessidade dela e mesmo vivendo e sofrendo as complicações e perdas físicas, psíquicas e sociais não consegue reconhecê-las como derivadas do uso desta substância, perde a importância de sí próprio e dos outros pois a vida perde o valor, rejeição total de ajuda. As outras pessoas entendem isto como se o usuário da droga está mentindo, o que na realidade não é. 

Podemos entender que sob estes sintomas, conduzir veículos e ser pedestre não é seguro, pois nos colocamos em situações em que causamos acidentes ou deles somos vítimas.

Na maioria das pessoas o uso contínuo desencadeia intoxicação, dependência, doenças, degeneração de órgãos, neurônios, etc. 

O uso durante a gestação induz o aborto, deficiências no feto, predisposição a esta dependência na vida futura da criança, etc.

É comum existirem alertas para não conduzir um veículo sob o efeitos destas bebidas, mas não devemos esquecer que pedestres e condutores de veículos não automotores, sob o efeito desta droga também comprometem a segurança própria e das outras pessoas nas vias públicas. 

Apresentamos a seguir uma tabela que apresenta quantidades desta molécula em decigramas, que quando em nosso organismo gera efeitos colaterais. 

Alerta:

Esclarecemos que existem publicações com hipóteses sem fundamento científico, especulando que tal dose de determinada bebida gera tal dosagem alcoólica no organismo. Isto é um erro grosseiro e fere a cultura popular.

Estágios da Intoxicação Alcoólica:

Concentração de álcoolno sangue(dg/l)*

  Estágio   Sintomas Clínicos.

 1 - 5 Subclinico Comportamento aproximadamente normal.

 3 - 12 Euforia 

Leve euforia, sociabilidade, desinibição. Aumento da auto-confiança. Diminuição da atenção, da capacidade de julgamento e do controle. Comprometimento da atividade motora.  

  9 - 25  Exitação  Instabilidade emocional, perda da capacidade de julgamento crítico. Diminuição da percepção, memória e 

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compreensão. Tempo de reação aumentado. Acuidade visual reduzida. Incoordenação motora e Tontura.

 18 - 30 Confusão 

 Desorientação, confusão mental, sonolência. Estados emocionais exagerados. Distúrbios de visão e de percepção de cor, forma, movimento e dimensões. Aumento do limiar da cor. Aumento da incoordenação muscular. Fala arrastada, andar cambaleante. Apatia e letargia.

 25 - 40 Estupor 

Inércia geral, perda de funções motoras. Diminuição acentuada da resposta a estímulos externos. Marcante incoordenação muscular, inabilidade em andar ou permanecer de pé. Vômitos e incontinência. Diminuição da consciência, sono ou estupor. 

 35 - 50  ComaInconsciência completa. Reflexos diminuídos ou abolidos. Baixa temperatura corporal. Incontinência. Comprometimento da circulação e da respiração. Possível morte. 

 Acima de 45  Morte Morte por parada respiratória. 

Remédios

Fármaco, do grego pharmakon, significa droga, remédio.

Segundo a OMS – Organização Mundial da Saúde, medicamento é toda substância contida em produto farmacêutico empregado para modificar ou explorar sistemas fisiológicos ou estados patológicos (doenças) em benefício da pessoa a que se administra.

Os remédios mais comuns que nos comprometem negativamente no trânsito são:

Antialérgicos;Para dor;Relaxantes musculares;Para gripe;Para náuseas;Para o diabetes;Hipertensão;Antiespasmódicos (para o tratamento de úlceras);Glicosídios cardíacos (para o tratamento de ataque cardíaco congênito);Diuréticos (para o tratamento de edemas, hipertensão);Alguns antibióticos, somente use-os sob orientação e supervisão médica;Agentes para o diagnóstico oftalmológico e colírios, somente use-os sob orientação e supervisão médica.

Rebites e Energéticos

Nome popular para substâncias farmacológicas chamadas anfetaminas, são perigosas quando associadas ao trânsito. Utilizadas por alguns caminhoneiros que tem a idéia errada de que tira o sono e assim, podem dirigir sem parar por dias e noites seguidas.

Dormir é uma necessidade fisiológica em todos os animais e também psíquica em nós humanos, nada faz com que ele seja vencido. 

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A idéia errônea de que o rebite “tira o sono” é a seguinte: esta droga compromete totalmente o potencial de relaxamento, um fator indispensável para conseguirmos dormir em plenitude, faz com que o usuário pratique atividades que normalmente não consegue, isto gera reações fisiológicas e psíquicas adversas, não permitem o desempenho eficiente de qualquer atividade mental e física. Esse aumento da capacidade e ilusório e não oferece nenhum benefício, porque com o fim do efeito da droga, leva o usuário a percepção errada de que perdeu sua força, desencadeando depressão e busca de novas doses, instalando-se a dependência (doença crônica incurável). 

Outro fator agravante que utilizada constantemente, é uma forma de drogadição e na medida que se usa, o organismo exige quantidades cada vez maiores em intervalos menores de tempo, como acontece com qualquer outra droga, levando da dependência à morte.

É sabido que em média alguns condutores ingerem ou injetam de 2, 4 ou mais doses a cada duas horas (muitas vezes com bebida alcoólica), para manter o efeito da droga e assim entregar fretes, que levam de quatro a seis noites e dias consecutivos, ou mais, sem parar de dirigir. 

São popularmente conhecidas como: “ice”, “bolinha”, “rebite”, “boleta”, Moderex, Hipoflagin, Inibex, Desobesi, Reactivan, Pervertin, Preludin, Nobese, etc.

O USO DO "REBITE" É PERIGOSO, POIS A PESSOA PENSA QUE ESTÁ TOMANDO UM REMÉDIO PARA NÃO DORMIR E ISTO NÃO EXISTE. NA VERDADE SÃO DROGAS FARMACOLÓGICAS VENDIDAS CLANDESTINAMENTE QUE PROVOCAM A FALSA SENSAÇÃO DE ALERTA, QUE LEVAM A DEPENDÊNCIA E MORTE.

Glossário:

Síndrome de abstinência: a falta da(s) droga(s) geram mal estar, sofrimento mental, físico e psíquico, desajuste metabólico particulares para cada tipo de droga. Colocam em risco a vida.

Síndrome de abstinência demorada: ocorre meses ou anos após a parada do consumo da(s) droga(s), geram recaídas que desencadeiam a volta ao consumo da(s) substância(s). Os danos são reversíveis com tratamento adequado.

Energéticos e Bebidas Alcoólicas

Bebida criada em 1987 pelo austríaco Dietrich Mateschitz, a partir de substâncias populares existentes na Ásia.

O laboratório de metabolismo do Instituto de Ciências Biomédicas da UNIFESP – Universidade Federal de São Paulo, desde o ano 2000 pesquisa, estuda e publica informações científicas que, se associado com bebida alcoólica potencializa os efeitos dela, e não elimina os efeitos do álcool como dito popularmente, o que ocorre é a pessoa ter sensação iluzória de que não está mais embriagado, induzindo o maior consumo do álcool.

Sabe-se também que o consumo é de alto risco para crianças, gestantes, portadores do diabetes, hipertensão, cardiopatas, insonia, problemas renais, hepáticos, sofrimento psíquico e/ou emocional severo.

Também chamadas bebidas estimulantes, são excitantes do Sistema Nervoso Central por possuir elevado teor de carboidratos, cafeína, inositol, glucoronalactona, taurina, vitaminas e minerais (consulte o glossário). São as substâncias que devem ser adicionadas a estas bebidas em nosso país, segundo determinação por portaria da Anvisa - Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Mascaram a fadiga de quem a consome, pois tem-se a sensação de estar mais disposto. Isto faz com que a pessoa não tenha a percepção de que seus limites chegaram ao fim, daí excede na atividade que está executando, resultando em comprometimentos negativos por sobrecarga. É claro que este efeito associado a direção de veículos potencializa situações de risco.

Com as evidências que os cientistas já descobriram, concluimos: a mistura de energéticos, bebidas alcoólicas e condução de veículos não é segura.

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Outras drogas

As drogas são substâncias químicas naturais ou sintéticas, que atuam sobre as células nervosas que regulam o psiquismo e podem incapacitar o condutor. Certos medicamentos, que são considerados drogas, prejudicam a aptidão para dirigir e outras drogas para tirar o sono podem fazer o condutor dormir de olhos abertos. Além de seus efeitos terapêuticos, produzem efeitos negativos que podem alterar o desempenho do condutor.

Classificação Farmacológica Uso Terapêutico Efeitos Colaterais

Antibióticos Combate a infecções Perturbações visuais e auditivas, tonturas

Antidiabéticos Tratamento de diabetes Vertigem (desmaios)

Anti-hipertensivos Tratamento de hipertensão Desmaio, tontura, hipotensão ortostática

Agentes contra náuseas de viagem

Prevenção de náusea Sonolência

Antiespasmódicos Tratamento de úlceras Perturbações visuais

Antitosse Alívio contra tosse Sonolência

Glicosídios cardíacos Tratamento de ataque cardíaco congênito

Perturbações visuais, debilidade muscular

Diuréticos Tratamento de edemas, hipertensão

Desmaios, fraqueza muscular

Agentes de diagnóstico oftalmológico

Refração, testar a visão Perturbações visuais

Alguns condutores utilizam drogas com fins que não os medicinais. Além de ser contravenção penal, estes condutores estão expondo sua vida, a dos passageiros e de outras pessoas no trânsito ao perigo. Os problemas mais comuns relacionados a estes tipos de drogas são:

Entorpecentes - diminuem a atividade mental, provocando sonolência e deprimindo as tensões emocionais.

Estimulantes - são complementos alimentares como a cafeína, o guaraná, o ginseng, estas drogas são moderadores do apetite para o tratamento da obesidade, cientificamente classificados como anfetaminas. São erroneamente utilizadas para manter o caminhoneiro acordado por um período prolongado de tempo. Popularmente chamados "rebites", são facilmente encontrados em postos de gasolina e restaurantes, ao longo das estradas. Misturados com álcool podem levar à coma.

Alucinógenas - desestruturam a atividade mental, provocando delírios, alucinações, etc.

Dispositivos e Acessórios

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Cinto de Segurança

Protege a vida e diminui as conseqüências dos acidentes de trânsito sob o corpo humano, impede também que soframos impactos com partes internas do veículo e também não somos arremessados para fora dele.

Tipos de cintos de segurança

O Cinto de Três Pontos: Oferece maior proteção porque a força do impacto é distribuida e absorvida por ele em toda área de contato com o corpo, trabalhando com a estrutura esquelética humana adulta. Para usá-lo corretamente devemos sentar com a coluna ereta fazendo um ângulo de noventa graus com as pernas, daí o cinto diagonal passa pelo meio do ombro e se estende pela coluna vertebral até o engate nos quadris e o cinto sub-abdominal ou pélvico deve ser colocado na articulação dos quadris e não na barriga. 

O Cinto Diagonal: Preso atrás do ombro e ao lado do quadril, impede que a pessoa seja lançada para a frente, mas o corpo pode passar por baixo do cinto, causando lesões no pescoço e até mesmo estrangulamento, isto é chamado efeito submarino.

Cinto de Dois Pontos, Sub-Abdominal ou Pélvico: colocado na articulação dos quadris, não impede que o corpo se dobre e seja arremessado para a frente, causando lesões no tórax, pescoço e cabeça.

Seja qual for o modelo, não pode ser usado torcido, embaixo do ombro, desgastado pelo sol, as fibras das cintas se desprendendo, amarrado, costurado, sistema de engate-desengate e estiramento defeituoso, modificado ou não instalado por profissionais com conhecimento específico, banco reclinado, postura torácica inadequada, isto anula o sistema de segurança. Nestes casos se acontecer acidentes, não foi o cinto o causador das lesões e mortes, já que assim ele não era mais dispositivo de segurança.

As crianças até os dez anos de idade, observar abaixo também a altura adequada, devem ser transportadas no banco traseiro do veículo, devidamente sentadas em cadeiras especiais. Para as pequenas, existem dispositivos específicos, que são as cadeiras ou assentos de segurança.

Para saber a partir de quando a criança pode utilizar o cinto de três pontos do assento de trás, certifique-se de que ela esteja sentada corretamente no banco, fazendo um ângulo de noventa graus com o tronco e as pernas, a cinta pélvica deve ajustar-se de um lado a outro da articulação do quadril, não na barriga. A cinta diagonal deve cruzar o centro do ombro, não no pescoço, garganta, cabeça ou rosto, passando ao longo do tórax pelo centro. Este ajuste anatômico assegura a eficiência do dispositivo.

A utilização do cinto pélvico e diagonal não são seguros para as crianças e gestantes. 

Observar e orientar com carinho para que as pessoas obesas o utilizem corretamente, elas conseguem sentar-se como orientado acima, daí as cintas passam adequadamente pelo corpo. Este cuidado é muito importante porque lesões no tecido adiposo (gordura), geram grandes e incontroláveis hemorragias com alto índice de ôbitos.

Cinto de segurança, velocidade e desaceleração dos órgãos

Inércia: propriedade Física da matéria que determina: se um corpo está no movimento estático (parado, repouso), permanece neste estado de movimento. Se está em movimento dinâmico (movimento), permanece neste estado no sentido reto, se não for submetido a nenhuma ação. Ou seja, esta lei da Física determina que os corpos permaneçam no estado de movimento que estão, a não ser que uma força exerça uma ação modificando (princípio formulado por Galileu, posteriormente confirmado por Newton, chamado: 1ª lei de Newton ou Princípio da Inércia. “Todo corpo permanece em seu estado de repouso ou de movimento uniforme em linha reta, a menos que seja obrigado a mudar seu estado por

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forças impressas a ele.”). 

Desaceleração dos órgãos humanos: também chamadas lesões ocultas ou potenciais, isto acontece nos acidentes de trânsito quando o veículo está em alta velocidade e colide, nosso corpo é parado abruptamente e os órgãos continuam em inércia, rompendo suas estruturas de fixação e eles mesmos. Por exemplo: num impacto o cérebro, olhos, coração, pulmões, fígado, baço, rins, bexiga, etc., continuam o deslocamento para o sentido que o corpo foi projetado, até colidirem com as partes internas das cavidades em que se situam, gerando destruição de seus tecidos.

Outra maneira de esclarecer este aspecto é a Cinemática do Trauma, ou seja, uma colisão na realidade representa três colisões. A primeira do veículo com o objeto. A segunda é a pessoa com o interior do veículo. A terceira é a colisão dos órgãos com as paredes internas do nosso corpo. Em nossos olhos ocorre o deslocamento da retina.

Com isto concluímos que os dispositivos de segurança que usamos quando estamos dentro do veículo e o capacete, são potenciais aliados para depois de um acidente continuarmos vivos e com o menor número de lesões possíveis. Mas isto não vai acontecer se o impacto ocorrer em altas velocidades e desobediência das regras de circulação.

Cadeiras de segurança para crianças

O cinto de segurança é desenvolvido para o adulto, com no mínimo 1,45m de altura, portanto não são dispositivos de segurança para as crianças, daí a existência das cadeiras de segurança cujo objetivo é mantê-las seguramente fixas no banco do veículo, e reduzir a incidência e gravidade que a força do impacto gera no corpo humano em colisões, freadas bruscas e violentas, capotamentos, etc. A eficiência está na qualidade das cadeirinhas, que devem ser aferidas de acordo com as normas técnicas regidas em nosso país, possuírem selo de qualidade do INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial, e estarem corretamente presas ao banco do veículo pelo cinto de segurança, seguindo as instruções do manual da cadeira de segurança. Quando importadas, o manual de instruções deve ser traduzido para o nosso idioma, isto é lei.

Importante saber também que não é seguro utilizar uma cadeira de segurança que já tenha sido envolvida em um acidente.

A criança deve ser atada ao sistema de fitas de contenção da cadeira, sem estar envolvida por mantas, cobertores, roupas grossas nem em cima de almofadas. Se estiver frio devemos colocar mantas ou cobertores por cima, depois que ela estiver corretamente atada a cadeira.

Se o veículo for dotado de air bag para os passageiros do banco de trás, entre em contato com o fabricante do veículo a fim de obter informações seguras para desativar este dispositivo onde a cadeira for ser instalada, e faça isto na concessionária ou com um profissional com reconhecido conhecimento específico. Não se faz liquidação de segurança e desconfie de quem faz isto ou promete serviços baratos. 

Tipos de assentos de segurança

Bebê-conforto: Desde o nascimento até 13 quilos ou 1 ano de idade conforme recomendação do fabricante, constituem a forma adequada à anatomia dos pequenos, mantendo-os na posição semi-ereta, impedindo fraturas de coluna e crânio por possuírem anteparos de proteção para a cabeça e pescoço, para que os bebês permaneçam confortavelmente seguros e fixos nas freadas, turbulências provocadas por buracos ou outras irregularidades na pista e é claro, nos acidentes. Seguindo o manual de instruções, pode ser fixado no centro do banco traseiro, ou no lado direito do passageiro preferencialmente no cinto de três pontos, de costas para o movimento. 

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Assentos conversíveis: São adaptados para o uso desde os primeiros anos de vida até a fase pré-escolar, porque ela é readaptada a altura na medida que a criança cresce. Devem ser fixados conforme a indicação do bêbe-conforto (vide instrução acima), depois, devem ser convertidos para a cadeirinha, sentados de frente para o movimento, fixando-as no banco de trás, com as alças ajustadas aos ombros. Estes assentos devem ser utilizados até que a altura das orelhas da criança atinjam o topo das costas do assento ou os ombros se tornem muito largos para o encosto, ou quando ainda as tiras de contenção estiverem totalmente estendidas.

Cadeira de segurança: Entre 1 e 4 anos de idade, (mais ou menos entre treze e dezoito quilos) devem estar fixos pelo cinto de segurança do banco traseiro e de frente para o painel, protegem a cabeça e o tronco, podem possuir fitas de contenção de cinco pontos ou anteparos em forma de T ou de concha. Não é seguro para crianças com menos de um ano de idade.

Assento de elevação ou booster: Para crianças entre 4 e 7 anos e meio , são utilizados quando a criança ultrapassa os limites de tamanho para a utilização dos assentos de segurança, mas ainda não possuem altura para utilizarem a cinta do ombro do cinto de três pontos do veículo. Quando o veículo possuir cinto de três pontos no banco de trás, dar preferência para este modelo.

  

Cadeiras de segurança para crianças, velocidade e desaceleração dos órgãos

O uso das cadeiras de segurança não impede que o acidente ocorra, elas apenas amenizam as conseqüências dele nas crianças. Portanto, não conduza em alta velocidade, mantenha distância do veículo da frente, somente mude de faixa e ultrapasse se a sinalização permitir e faça isto após certificar-se que é realmente seguro, sem esquecer de sinalizar antecipadamente estas intenções, se adapte as condições adversas. Também, mesmo que a sinalização der a preferência em cruzamentos, antecipadamente sinalize com a luz de freio para avisar o condutor de trás e reduza levemente a velocidade e certifique-se da segurança para seguir em frente ou realizar conversões para a direita ou esquerda.

Com isto concluímos que os dispositivos de segurança que usamos quando estamos dentro do veículo e o capacete, são potenciais aliados para depois de um acidente continuarmos vivos e com o menor número de lesões possíveis. Mas isto não vai acontecer se o impacto ocorrer em altas velocidades e desobediência das regras de circulação.

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Gestantes e o cinto de segurança

As gestantes, devem usar o cinto de três pontos, que dissipa a energia e o impacto sobre a estrutura esquelética do tórax e da pelve. A parte diagonal deve passar no meio do ombro e entre as mamas e a parte sub-abdominal deve ficar exatamente na articulação do quadril, assim as cintas não passarão em cima da criança, pois o uso correto protege a gestante e o feto, porque nos traumas severos pode ocorrer rotura uterina, causando a morte fetal e materna, rotura prematura de membranas, trabalho de parto prematuro, hemorragia feto materna, fratura pélvica, etc.

Outro aspecto importante e que, mesmo com o cinto de segurança a desaceleração do veículo pode gerar o deslocamento da placenta causado pela deformação do útero elástico sobre a inelasticidade placentária, daí o feto e/ou a mãe podem morrer de coagulopatia ou insuficiência renal aguda. Este fator leva os médicos a orientarem algumas gestantes (se isto for necessário), para que não conduzam veículos nos últimos dois meses de gravidez, devido os fatos anteriormente relatados. E também, seis semanas pós parto, porque ocorre um decréscimo das respostas músculo esqueléticas na mulher neste período

Encosto de cabeça

Dispositivo de segurança, que eleva a altura do encosto do banco protege a cabeça e a coluna cervical (pescoço), recebe também os nomes de “Encosto Alto”, “Encosto Posterior para a Cabeça”.

Protege o usuário do veículo das lesões medulares na região cervical, evitando a hiperextensão e hiperflexão do pescoço, ou seja, após o impacto do veículo o pescoço e a cabeça são arremessados violentamente para trás, posteriormente para frente, desencadeando fratura cervical e/ou lesão medular que pode causar vários estágios de paralisia ou morte, este movimento recebe o nome popular de “Efeito Chicote”.

Air bag

É uma bolsa inflável, com gás Nitrogênio (inofensivo para o ser humano), possui dupla capa de nylon emborrachada e kevlar, que automaticamente se enche de gás no momento do impacto. Sistema de proteção passiva em veículos automotores que melhora a proteção dos condutores e passageiros, instalado no compartimento de direção, no painel acima do porta luvas e atrás dos bancos dianteiros. Para as colisões laterais existe o air bag lateral, instalado junto as portas.

Este dispositivo é eficaz na redução das lesões e mortalidade, impede que as pessoas colidam contra os componentes internos do habitáculo e umas contras as outras. Distribui a força do impacto por toda a extensão dos coxins de gás, reduz o risco de lesões causadas por partículas de vidro, diminui as possibilidades de traumas na coluna, que podem esmagar ou seccionar a medula, etc.

O dispositivo consiste num sistema eletrônico de sensores instalados no veículo, que registram a desaceleração se no momento do impacto severo, emitindo um sinal e em menos de 50 mseg a(s) almofada(s) infla(m), dissipando a energia cinética do trauma, ou seja a força do impacto não é propagado para o corpo humano, principalmente tórax, pescoço e cabeça nos traumas frontais. Depois de cheia, em 2 segundos ocorre a desinsuflação do sistema, melhorando o amortecimento e não causando a asfixia. Todo este processo ocorre por volta de um décimo de segundo que contribui também para a visão frontal e lateral do condutor e não causar o enforcamento.

Estes dispositivos não podem ser reutilizados, uma vez acionados, devem ser substituídos.

Deve ser usado em conjunto com o cinto de segurança, pois no impacto a pessoa pode ser arremessada de um lado para outro, e, em acidentes múltiplos, este dispositivo não tem eficiência nos demais impactos devido o esvaziamento da bolsa de ar, daí comprova-se mais uma vez a necessidade do cinto.

Se por ventura os air bags não forem ativados durante o acidente, eles podem se inflar durante o processo de salvamento, portanto, antes de qualquer procedimento, deve-se desligar a chave de ignição do motor ou desligar o cabo de massa (fio terra). Esta informação é para o condutor caso ele esteja consciente e possa fazer isto, e também para quem presta os primeiros socorros.

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Para as pessoas que usam óculos é aconselhado que as lentes sejam inquebráveis. Objetos no bolso da camisa podem ser ofensivos, por exemplo: caneta, celular, molho de chaves, quaisquer objetos rígidos.

Air bag, velocidade e desaceleração dos órgãos

O veículo dotado de air bag não impede que o acidente ocorra, ele apenas amenisa as conseqüências dele nos condutores e passageiros. Portanto, não conduza em alta velocidade, mantenha distância do veículo da frente, somente mude de faixa e ultrapasse se a sinalização permitir e faça isto após certificar-se que é realmente seguro, sem esquecer de sinalizar antecipadamente estas intenções, se adapte as condições adversas. Também, mesmo que a sinalização te der a preferência em cruzamentos, antecipadamente sinalize com a luz de freio para avisar o condutor de trás e reduza levemente a velocidade e certifique-se da segurança para seguir em frente ou realizar conversões para a direita ou esquerda. O motivo deste alerta é a desaceleração dos órgãos humanos.

Outra maneira de esclarecer este aspecto é a Cinemática do Trauma, ou seja, uma colisão na realidade representa três colisões. A primeira do veículo com o objeto. A segunda é a pessoa com o interior do veículo. A terceira é a colisão dos órgãos com as paredes internas do nosso corpo. Em nossos olhos ocorre o deslocamento da retin.

Bibliografia:

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