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Fique ligado! Os equívocos abaixo foram apontados por organizadores de concursos e vestibulares como os mais comumente cometidos pelos candidatos. 1 - Ordenação das ideias A falta de ordenação é um erro comum e indica, segundo os organizadores de vestibulares, que o candidato não tem o hábito de escrever. O texto fica sem encadeamento e, às vezes, incompreensível, partindo de uma ideia para outra sem critério, sem ligação. 2 - Coerência e coesão Em muitas redações, fica patente a falta de coerência: o candidato apresenta um argumento para contradizê-lo mais adiante. Já a redundância denuncia outro erro bastante comum: falta de coesão. O candidato fica dando voltas num assunto, sem acrescentar dado novo. É típico de quem não tem informação suficiente para compor o texto. 3 - Inadequação A inadequação é um tipo de erro capaz de aparecer inclusive em redações corretas na gramática e ortografia e coerentes na estrutura. Nesse caso, os candidatos costumam fugir ao tema proposto, escolhendo outro argumento, com o qual tenham maior afinidade. O distanciamento do assunto pode custar pontos importantes na avaliação. 4 - Estrutura dos parágrafos Muitos dos candidatos têm demonstrado dificuldade em separar o texto em parágrafos. Sem a definição de uma ideia em cada parágrafo, a redação fica mal estruturada, capenga. Um erro muito comum, nesse caso, é cortar a ideia em um parágrafo para concluí- la no seguinte. Ou, então, deixar o pensamento sem conclusão. 5 - Estrutura das frases Erros de concordância nos tempos verbais, fragmentação da frase, separando sujeito de predicado, utilização incorreta de verbos no gerúndio e particípio são algumas das falhas mais comuns nas redações. Esses erros comprometem a estrutura das frases e prejudicam a compreensão do texto. ESCOLA ESTADUAL DE ENS. FUN. E MÉDIO ALUÍZIO LOPES MARTINS DISCIPLINA: Língua Portuguesa SÉRIE: 3º ANOS e 2º EJAS PROFESSORA: Cláudia Daniela AULA DE REDAÇÃO 01

Apostila - Aula de Redação

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Fique ligado!  Os equívocos abaixo foram apontados por organizadores de concursos e vestibulares como os mais comumente cometidos pelos candidatos.

1 - Ordenação das ideias

A falta de ordenação é um erro comum  e indica, segundo os organizadores de vestibulares, que o candidato não tem o hábito de escrever. O texto fica sem encadeamento e, às vezes, incompreensível, partindo de uma ideia para outra sem critério, sem ligação.

2 - Coerência e coesão 

Em muitas redações, fica patente a falta de coerência: o candidato apresenta um argumento para contradizê-lo mais adiante. Já a redundância denuncia outro erro bastante comum: falta de coesão. O candidato fica dando voltas num assunto, sem acrescentar dado novo. É típico de quem não tem informação suficiente para compor o texto.

3 - Inadequação A inadequação é um tipo de erro capaz de aparecer inclusive em redações corretas na gramática e ortografia e coerentes na estrutura. Nesse caso, os candidatos costumam fugir ao tema proposto, escolhendo outro argumento, com o qual tenham maior afinidade. O distanciamento do assunto pode custar pontos importantes na avaliação.

4 - Estrutura dos parágrafos

Muitos dos candidatos têm demonstrado dificuldade em separar o texto em parágrafos. Sem a definição de uma ideia em cada parágrafo, a redação fica mal estruturada, capenga. Um erro muito comum, nesse caso, é cortar a ideia em um parágrafo para concluí-la no seguinte. Ou, então, deixar o pensamento sem conclusão.

5 - Estrutura das frases

Erros de concordância nos tempos verbais, fragmentação da frase, separando sujeito de predicado, utilização incorreta de verbos no gerúndio e particípio são algumas das falhas mais comuns nas redações. Esses erros comprometem a estrutura das frases e prejudicam a compreensão do texto.

ESCOLA ESTADUAL DE ENS. FUN. E MÉDIO ALUÍZIO LOPES MARTINSDISCIPLINA: Língua PortuguesaSÉRIE: 3º ANOS e 2º EJAS PROFESSORA: Cláudia Daniela

AULA DE REDAÇÃO 01

Os cinco pecados capitais de uma redação

Dicas para não cometer na redação

Nunca comece uma redação com períodos longos. Basta fazer uma frase-núcleo que será a sua idéia geral a ser desenvolvida nos parágrafos que se seguirão;

Nunca coloque uma expressão que desconheça, pois o erro de ortografia e acentuação é o que mais tira pontos em uma redação;

Nunca coloque hífen onde não é necessário como em penta-campeão ou separação de sílabas erroneamente como ca-rro (isto só acontece em espanhol e estamos escrevendo na língua portuguesa);

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Nunca use gírias na redação, pois a dissertação é a explicação racional do que vai ser desenvolvido e uma gíria pode cortar totalmente a sequência do que vai ser desenvolvido além de ofender a norma culta da Língua Portuguesa;

Nunca esqueça dos pingos nos "is", pois bolinha não vale; Nunca coloque vírgulas onde não são necessárias (o que tem de erro de

pontuação!); Nunca entregue uma redação sem verificar a separação silábica das

palavras; Nunca comece a escrever sem estruturar o que vai passar para o papel; Tenha calma na hora de dissertar e sempre volte à frase-núcleo para

orientar seus argumentos; Verifique sempre a ESTÉTICA: Parágrafo, acentuação, vocabulário,

separação silábica e principalmente a PONTUAÇÃO que é a maior dificuldade de quem escreve e a maioria acha que é tão fácil pontuar!

Respeite as margens do papel e procure sempre fazer uma letra constante sem diminuir a letra no final da redação para ganhar mais espaço ou aumentar para preencher espaço;

A letra tem que ser visível e compreensível para quem lê, portanto a letra de forma deve ser evitada, pois dificulta a distinção entre maiúsculas e minúsculas. Uma boa grafia e limpeza são fundamentais;

Prepare sempre um esquema lógico em cima da estrutura intrínseca e extrínseca;

Não inicie nem termine uma redação com expressões do tipo: "... Eu acho... Parece ser... Acredito mesmo... Quem sabe..." mostra dúvidas em seus argumentos anteriores;

Cuidado com "superlativos criativos" do tipo: "... mesmamente... apenasmente.”. E de "neologismos incultos" do tipo: "...imexível... inconstitucionalizável...";

O que se solicita dos alunos é muito mais uma reflexão sobre um determinado tema, apresentada sob forma escrita, do que uma simples redação vista como um episódio circunstancial de escrita.

A impessoalidade nos textos dissertativos

Todo texto independentemente do gênero textual a que pertence, pode trazer marcas de pessoalidade ou impessoalidade. Quando o autor se apresenta de modo evidente, manifestando-se como locutor, dizemos que o texto é pessoal. Quando há um esforço da parte do autor em se distanciar do assunto abordado, tratando objetivamente dos fatos, dizemos que o texto é impessoal.

Em textos científicos e argumentativos, como a crítica, o editorial, a dissertação, quase se procura escrever com impessoalidade, pois essa característica confere maior credibilidade ao texto, como se ele contivesse verdades universais e indiscutíveis . O texto com marcas de pessoalidade, ao contrário, tende a ser considerado subjetivo e, portanto, menos confiável quanto ao ponto de vista que defende.

Leia este excerto de texto argumentativo, que discute a obrigatoriedade do uso de uniforme nas escolas:

Sempre defendi a ideia de que nossos alunos não devem usar uniforme. Acho que, se a sociedade em que vivemos é marcada pelas diferenças, é natural, pelo menos do meu ponto de vista, que na escola essas diferenças apareçam nas roupas, nos penteados. No meu modo de ver, a democracia está nas pequenas coisas do dia-a-dia; nas discussões que tenho com meus filhos em casa, nas decisões que eu tenho de tomar com minha mulher, e está também na liberdade de escolha de meus filhos quanto à roupa que eles vão usar para ir à escola.

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Nesse excerto, há várias marcas de pessoalidade do discurso, Seja no emprego da 1.ª pessoa e verbos e pronomes (defendi, nossos, vivemos, tenho, meus, eu tenho, minha), seja em expressões, como: Acho que, do meu ponto de vista, No meu modo de ver, é visível o interesse do locutor em relatar a sua visão sobre o assunto, a partir de sua experiência. Trata-se, portanto, de uma visão subjetiva.Compare o excerto lido com este outro, sobre o mesmo assunto:

Na década de 60, os nossos alunos utilizavam uniforme. Nessa época a escola passou por grandes alterações. Novos métodos de ensino foram implantados. Conceitos como consciência crítica e social, criatividade e respeito a valores comunitários tornaram-se vivos na prática da escola. Optou-se, também, pela não-utilização do uniforme. A prática pedagógica da escola tem sido construída ao longo do tempo: educandos e educadores são os principais agentes dessa construção. Regras e normas são elaboradas e devem refletir a necessidade do grupo, ou seja, estar a serviço desse mesmo grupo. A utilização do uniforme deveria proporcionar benefícios significativos à comunidade escolar.

(Eduardo Roberto da Silva. Pais & Teens, nov./dez./jan. 1997.)

Observe que, em quase todo o texto, o autor trata do tema de forma distanciada. Sua presença é sentida mais diretamente apenas no emprego da expressão “nossos alunos”. No restante do texto, há uma série de mecanismos linguísticos que tornam a linguagem impessoal. Veja estes trechos:

1º - “Nessa época a escola passou por grandes alterações. Novos métodos de ensino foram implantados.”

2.º “Conceitos como consciência crítica e social, criatividade e respeito a valores comunitários tornaram-se vivos na prática da escola.”

3.º - “Optou-se, também, pela não-utilização do uniforme.”4.º - “Regras e normas são elaboradas e devem refletir a necessidade do grupo, ou

seja, estar a serviço desse mesmo grupo.”

Perceba que, no 1.º trecho, o autor afirma que a escola passou por grandes alterações. É evidente que ele se refere à instituição como um todo, o que inclui as pessoas, isto é, os profissionais da educação. Em seguida, afirma que “novos métodos foram implantados”. Quem teria implantado esses métodos?

No 2.º trecho, “consciência crítica e social, criatividade e respeito a valores comunitários tornaram-se vivos” para quem? No 3.º, quem teria optado pela não-utilização do uniforme? Os diretores de escola, os pais, os professores, os alunos? No 4.º, as regras e normas escolares foram elaboradas por quem?

Como se vê, o autor do 2.º excerto busca conscientemente a impessoalização do texto. Isso o torna mais objetivo e as ideias defendidas ganham maior credibilidade junto ao leitor.Assim, se desejamos conferir maior impessoalidade e objetividade aos nossos textos, devemos substituir expressões como: Eu acho, Na minha opinião, No meu modo de ver, Do meu ponto de vista, etc. por outras como: Convém observar, É bom lembrar, É preciso considerar, Não se pode esquecer, É indispensável, É importante, etc.

EXERCÍCIOS

1. Uma das formas de impessoalizar a linguagem é indeterminar o sujeito. Para isso, existem duas possibilidades: •suprime-se o sujeito e põe-se o verbo na 3ª pessoa do plural;•emprega-se verbo intransitivo ou transitivo indireto ou de ligação + pronome se.

Veja os exemplos:O presidente da associação já redigiu o requerimento. Já redigiram o requerimento. (verbo na 3.ª pessoa do plural)Os diretores de escola e os professores optaram pela não-utilização do uniforme.

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“Optou-se, também, pela não-utilização do uniforme.” (VTI + se)

Faça o mesmo com as frases que seguem. Impessoalize o sujeito, empregando um desses dois recursos ou os dois, quando possível.

a) As pessoas carentes nunca precisaram tanto de ajuda como agora.R.b) Naqueles tempos, aos domingos, os moradores iam tomar banho no rio. R.c) A professora perguntou de você na escola. R.

Outra forma de impessoalizar a linguagem é passar as orações da voz ativa para a voz passiva, suprimindo o agente da passiva. Veja:

Uma candidata chamou o fiscal da prova. (voz ativa)O fiscal da prova foi chamado. (voz passiva analítica com verbo ser)Chamou-se o fiscal da prova. (voz passiva sintética ou pronominal com pronome

apassivador se)Faça o mesmo com as frases a seguir:a) A diretora nunca exigiu o uso do uniforme. R.b) Os médicos iniciaram a campanha de vacinação. R.c) Várias pessoas contestaram os argumentos do candidato. R.

A revista Atrevida fez a seguinte pergunta às suas leitoras: “Você sairia com o namorado da sua melhor amiga?”. Leia a resposta de uma das leitoras:

Mesmo que eu estivesse perdidamente apai¬xonada, não seria capaz de sair com o namorado da minha melhor amiga. Além de o garoto poder estar só querendo brincar comigo e com minha amiga, ainda correria o risco de acabar com uma amizade verdadeira.

Na minha opinião, uma das coisas mais importantes na vida são os amigos. E, numa ami¬zade, é a confiança, o respeito. No momento em que eu estivesse com o garoto, estaria separan¬do esses laços de confiança, podendo até causar o rompimento de uma amizade.

Enfim, mesmo que eu [...]. quisesse muito sair com ele, com certeza deixaria a nossa ami¬zade falar mais alto e me conteria. Só assim demonstraria a ela que sou uma amiga de verda¬de! Porque amores a gente vai cruzar muitos pela vida, mas as amizades, não. Essas a gente escolhe para durarem para sempre.

(Ingrid Frank de Ramos, Porto Alegre, RS).(Atrevida, n.º 42.)O texto apresenta uma linguagem informal, com marcas de pessoalidade. Reconheça

essas marcas e reescreva o texto fazendo uso da variedade padrão formal e impessoal, suprimindo ou adaptando o que for necessário.

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MODELO DE DISSERTAÇÃO

As conseqüências do desempregoAs principais conseqüências do desemprego no Brasil se agravam a cada dia,

principalmente nos grandes centros urbanos, onde se pode observar o número excessivo de pessoas que vive na mais completa miséria, a expansão de favelas nesses grandes centros e o aumento da criminalidade.

Movidas pela idéia de que, nos grandes centros, o ser humano conta com melhores condições para a sua subsistência, populações inteiras imigram do interior. O sonho termina logo que essas pessoas chegam e começam a procurar emprego. São inúmeros os problemas com os quais se deparam e a resposta é sempre a mesma: "Não há vaga", ou ainda "A vaga já foi preenchida".

Sem terem para onde ir, essas pessoas acabam se alojando em favelas, aumentando-as em sua extensão territorial, ou formam outras que crescem do mesmo modo, vivendo de maneira degradante. A luta agora é outra -- com a fome, a total miséria. O pouco que conseguem mal dá para a sua sobrevivência e a de suas crianças. Isso tudo explica a existência de tantos meninos que tentam vender balas, chocolates e outras pequenas mercadorias aos motoristas que param a espera do sinal abrir. Junto com a miséria e a fome, surgem doenças, muitas vezes sem a possibilidade da cura, pois se conseguem atendimento médico gratuito, não têm como comprar os remédios.

Diante de todos esses problemas, pode-se acrescentar mais um: o da criminalidade. Bastaria citar a grave situação desencadeada nas favelas entre os denominados traficantes que lá se instalam e os policiais. Todavia, esse é apenas um dos mais graves exemplos. Além da conotação que se tem com relação a quem mora em uma favela -- a de bandido --, há ainda o forte impulso da miséria que, com o desemprego, faz com que muitos acabem roubando aqui e acolá, de pequenos a grandes roubos, de um simples furto a assaltos a mão armada, provocando a morte de inocentes.

Portanto, ante os fatos já mencionados, pode-se confirmar a gravidade das conseqüências geradas pelo desemprego; conseqüências essas que tendem a aumentar diariamente, pois não há muito comprometimento por parte dos governantes e da sociedade. Enquanto cada cidadão estiver preocupado apenas com seus direitos, a taxa de desemprego continuará crescendo, e também a miséria, as favelas e a criminalidade.

 

Esquema de dissertação

 1º Parágrafo TEMA + argumento 1 + argumento 2 + argumento 3

INTRODUÇÃO

2º Parágrafo Desenvolvimento do argumento 1  

3º Parágrafo Desenvolvimento do argumento 2 DESENVOLVIMENTO

4º Parágrafo Desenvolvimento do argumento 3  

5º Parágrafo Expressão inicial + reafirmação do TEMA + observação final

CONCLUSÃO

O esquema acima pode ser utilizado para redigir qualquer dissertação. Ele lhe será útil para que você possa estruturar satisfatoriamente os argumentos; garantirá ainda organização e coerência à sua composição. Observando essas orientações, você usará o número de parágrafos adequado, certificando-se de que cada um deles corresponda a uma nova idéia e de que, sobretudo, os diferentes parágrafos evidenciem as partes componentes de sua dissertação.

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SAIBA COMO FAZER UMA BOA REDAÇÃO NO ENEMA temática mais voltada para o social e a aplicação dos cinco conceitos explorados na

prova objetiva são os principais pontos que a diferencia das demais. O texto deve ser estruturado na forma de prosa do tipo dissertativo-argumentativo, uma preocupação com a reflexão.

"O Enem quer formar cidadãos, pessoas com uma visão global do que acontece ao seu redor e capazes de opinar sobre isso", explica Osmar Junqueira Lima, professor de português e literatura do Instituto Henfil, ONG paulista que oferece cursos de preparação para a prova.

Apesar de ter uma estrutura semelhante às redações dos vestibulares comuns, o texto a ser redigido na prova do Enem exige do aluno um raciocínio mais homogêneo e completo. Para Lima, a palavra que define a redação é "interdisciplinaridade". Ou seja, "o aluno deve saber enxergar os acontecimentos como um todo, não em quadros isolados".

Em termos práticos, um tema será apresentado, e o candidato deverá desenvolver suas idéias sobre este assunto de forma coerente e organizada. "Isso significa levantar uma tese nas primeiras linhas, desenvolvê-la e defendê-la nos parágrafos seguintes", diz a professora de português do Cursinho da Poli, Cássia Diniz Moraes.

Isso fica claro nas competências de avaliação da prova objetiva, cobradas de uma forma um pouco diferente na questão da redação.

A competência IReferente ao domínio da linguagem, aplicada à redação, significa fazer uso da norma

culta da língua portuguesa.Serão examinados aspectos como a concordância verbal e nominal, pontuação,

ortografia e acentuação. Cássia confirma a importância deste aspecto na prova. "Não adianta o aluno ter uma boa proposta para o tema, se não domina o conteúdo gramatical".

A competência II Consiste em saber construir e aplicar conceitos e compreender fenômenos. Na redação,

isso significa compreender a proposta e aplicar os conceitos conhecidos para desenvolver este assunto. Feito isso, o candidato deve saber selecionar e hierarquizar o seu conhecimento para responder a questão apresentada pelo tema, exigência que caracteriza a competência III. "A prioridade no Enem é saber inter-relacionar os conteúdos", explica Cássia.

A temática, talvez o aspecto mais peculiar do Enem, geralmente propõe abordagens sociais, como violência, política e educação. Segundo Cássia, temas mais polêmicos implicam em um bom conhecimento do assunto.

É aí que entra a competência IV. Ela exige do candidato saber construir um argumento consistente, ou seja, por meio dos conceitos selecionados e hierarquizados, defender um ponto de vista. Fazer isso, afirma Lima, obriga o aluno a saber o que está falando.

Ao desenvolver a questão apresentada, o candidato deve incluí-las em um contexto de diversidade cultural e respeito aos valores humanos e apresentar propostas de intervenção solidária na realidade, que é a competência V. Isso significa pensar em cidadania.

E ser cidadão é refletir sobre os problemas que afetam a sociedade, desenvolver uma opinião e procurar soluções. Fazendo isso, o candidato alcança os cinco tópicos propostos pelo Enem e, segundo Lima, "dá um passo para participar da sociedade do futuro".

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Redação Nota 10

Redação 1Quadro Negro

Se para Monteiro Lobato um país se faz de homens e livros, para os governantes diferente não poderia ser. O papel da leitura na formação de um indivíduo é de notória importância.

Basta-nos observar a relevância da escrita até mesmo na marcação histórica do homem, que destaca, por tal motivo, a pré-história.

Em uma esfera mais prática, pode-se perceber que nenhum grande pensador fez-se uma exceção e não deixou seu legado através da escrita, dos seus livros, das anotações. Exemplos não são escassos: de Aristóteles a Nietzsche, de Newton a Ohm, sejam pergaminhos fossilizados ou produções da imprensa de Gutenberg, muito devemos a esses escritos. Desta forma, iniciarmos o nosso processo de transformação adquirindo tamanha produção intelectual que nos é disponibilizada.

A aquisição de idéias pelo ser humano apresenta um grande efeito colateral: a reflexão. A leitura é capaz de nos oferecer o poder de questionar, sendo a mesma freqüente em nossas vidas. Outrossim, é impossível que a nossa visão do mundo ao redor não se modifique com essa capacidade adquirida.

Embora a questão e a dúvida sejam de extrema importância a um ser pensante, precisam ter um curto prazo de validade. A necessidade de resposta nos é intrínseca e gera novas idéias, fechando, assim, um círculo vicioso, o qual nos integra e nunca terminamos de transformar e sermos transformados.

A leitura é a base para o desenvolvimento e a integração na sociedade e na vida, porquanto viver não é apenas respirar. Se Descartes estiver certo, é preciso pensar. Pensando, poderemos mudar o quadro negro do país e construir o Brasil de Monteiro Lobato: quadro negro apenas na sala de aula, repleto de idéias, pensamentos, autores, repleto de transformação e de vida.

Redação 2

Benefícios da leitura         Como a leitura pode transformar nossa realidade? A leitura é extremamente importante, não apenas por ser fundamental em nossa formação intelectual, mas também por permitir a todos um acesso a um mundo de informações, idéias e sonhos. Sim, pois ler é ampliar horizontes e deixar que a imaginação desenhe situações e lugares desconhecidos e isto é um direito de todos.            A leitura permite ao homem se comunicar, aprender e até mesmo desenvolver, trabalhar suas dificuldades. Em reportagem recente, uma grande revista de circulação nacional atribuiu à leitura, a importância de agente fundamental para a transformação social do nosso país. Através do conhecimento da língua, todos tem acesso à informação e são capazes de emitir uma opinião sobre os acontecimentos. Ter opinião é cidadania e essa parte pode ser a grande transformação social do Brasil.            Os benefícios da leitura são cientificamente comprovados. Pesquisas indicam que crianças que tem o hábito da leitura incentivado durante toda a vida escolar desenvolvem seu senso crítico e mantém seu rendimento escolar em um nível alto. O analfabetismo, um dos grandes obstáculos da educação no Brasil está sendo combatido com a educação de jovens e adultos, mas a tecnologia está afastando nossas crianças dos livros.            Permitir a uma criança sonhar com uma aventura pela selva ou imaginar uma incrível viagem espacial são algumas das mágicas da leitura. Ler amplia nosso conhecimento, desenvolve a nossa criatividade e nos desperta para um mundo de palavras e com elas construímos o que gostamos, o que queremos e o que sonhamos.

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            Portanto, garantir a todos o acesso à leitura deve ser uma política de Estado, mas cabe a nós dedicarmos um tempo do nosso dia a um bom livro, incentivar nossos amigos, filhos ou irmãos a se apegarem à leitura e acima de tudo utilizar nosso conhecimento para fazer de nossa cidade, estado ou país, um lugar melhor para se viver.

Atividade de produção

01. (UnB - 1996 - 1º Vestibular) Leia os textos abaixo:                                                                       Este seu olhar                                             "Este seu olhar                                             Quando encontra o meu                                             Fala de uma coisas que eu não posso acreditar                                             Doce é sonhar                                             É pensar que você                                             Gosta de mim como eu de você                                             Mas a ilusão                                             Quando se desfaz                                             Dói no coração de quem sonhou                                             Sonhou demais                                             Ah! se eu pudesse entender                                             O que dizem os seus olhos." (Antonio Carlos Jobim)                     "Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara. (Livro dos Conselhos)                     "Os olhos de duas pessoas se encontram: é o melhor sinal, na literatura de apaixonamento, do amor à primeira vista. A vista tem este poder de revelar e, quando é recíproca, de proporcionar uma entrega imediata de um amante ao outro. Pelo menos na literatura e no imaginário românticos. Porque o olhar consiste num duplo movimento: ele captura e também cede, ele extrai e doa."                                                                      (Renato Janine Ribeiro, Os amantes contra o poder)       A seguir redija um texto dissertativo, com a extensão mínima de trinta e máxima de sessenta linhas, desenvolvendo o tema a seguir.

                   Olhar: janela da alma, espelho do mundo.

02. (UnB - 1997) Leia os fragmentos a seguir, extraídos do livro A vida de Galileu, de Bertolt Brecht:                     "Há dois mil anos a humanidade acreditou que o Sol e as estrelas do céu giravam em torno dela. O papa, os cardeais, os príncipes, os sábios, capitães, comerciantes, peixeiros e crianças de escola, todos achando que estavam imóveis nessa bola de cristal."                     "...tempo antigo acabou, e agora é um tempo novo. Já faz cem anos que a humanidade está esperando alguma coisa."                     "...quinhentas mãos se movem em conjunto, organizadas de maneira nova."                     "...agora, veja o que se diz: se as coisas são assim, assim não vão ficar. Tudo se move, meu       amigo."                     "...Já se descobriu muita coisa, mas há mais coisas ainda que poderão ser descobertas. De modo que também as novas gerações têm o que fazer."        Valendo-se dessas sugestões, redija um texto dissertativo, com a extensão mínima de trinta e máxima de sessenta linhas, acerca do tema:

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                     A construção do futuro só é possível com a participação de todos.