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http://6cieta.org São Paulo, 8 a 12 de setembro de 2014.ISBN: 978-85-7506-232-6
APLICAÇÃO E IMPORTÂNCIA DOS SIG’S E OGEOPROCESSAMENTO NA APRESENTAÇÃO DE
MAPAS TEMÁTICOS PARA ESTUDOS DESEGURANÇA PÚBLICA NA CIDADE DE MARINGÁ-PR
Rafael Gregoleti Alves dos Santos
Universidade de São Paulo
[email protected] ; [email protected]
INTRODUÇÃO
O tema da violência urbana pressupõe um campo teórico muito vasto, pois não
compreende apenas crimes, mas sim um fenômeno social mais abrangente, resultante de
conflitos sociais que se manifestam de inúmeras formas, e consequentemente estão
relacionados com problemas urbanos, sobretudo, de desigualdades sociais. A Organização
Mundial da Saúde (OMS) define a violência como:
[...] o uso intencional da força física ou do poder real ou em ameaça contra si
próprio, contra outra pessoa,ou contra um grupo ou uma comunidade, que
resulte ou tenha grande possibilidade de resultar em lesão, morte, dano
psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação. (Organização Mundial
da Saúde, 2002 apud SOUZA, 2006, p.39).
A violência é um fenômeno social que preocupa a sociedade e os governos na
esfera pública e privada. Seu conceito esta em constante mutação visto que não é fácil
defini-lo, pois não existe um conceito absoluto.
Assim utilizando este tema para a pesquisa, foi feita uma busca de dados na
polícia Militar onde se obteve informações dos tipos de mortes ocorridas na cidade.
A fim de se utilizar das ferramentas do geoprocessamento para a confecção de
mapas temáticos e da utilização de recursos computacionais ou dos programas SIG’s, o
trabalho visou uma melhor compreensão deste fenômeno que cada vez mais preocupa as
autoridades no âmbito da segurança publica.
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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Violência e Vulnerabilidade Social
A violência e a vulnerabilidade social são fenômenos que vem se acentuando no
mundo contemporâneo. Entender a relação entre eles é o principal desafio dos governos e
da sociedade civil para este século. É conveniente destacar que os jovens de classes mais
baixas, se comparados a outros extratos da sociedade são um dos grupos mais atingidos
por esses fenômeno, isto que vários estudos demonstram que a precariedade dos serviços
públicos e das condições de vida, a falta de oportunidades de emprego e lazer e as restritas
perspectivas de mobilidade social, como potenciais motivadores de ações violentas.
Vários estudos (Adorno,2002; Zaluar,1999; Souza,2006) retrataram a questão da
violência urbana em grandes cidades como São Paulo e Rio de Janeiro. Essas pesquisas
evidenciaram um movimento crescente da violência na sociedade brasileira, principalmente
nos crimes sobre homicídio:
“Recente estudo sobre as tendências do homicídio, para o país em seu conjunto,
constatou que: a) o número de homicídios causados por armas de fogo vem
crescendo desde 1979; b) esse número cresce mais que a
população”(ADORNO,2002,pág.1).
Em 2003, o IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada realizou uma
pesquisa sobre a taxa de homicídios nas cidades acima de 150 mil habitantes. Este estudo
mostrou que os maiores índices de homicídios se concentram em áreas periféricas das
regiões metropolitanas e apresentam como características vulnerabilidade econômica,
social, piores indicadores de escolaridade, desemprego, habitação, etc. As menores taxas de
homicídios estão em cidades com índices mais baixos de violência, portanto possuem
melhores indicadores socioeconômicos, como é o caso de Maringá- PR, cidade pólo do norte
central paranaense.
Porém, esses números vêm crescendo ao longo dos anos. Segundo dados do
DATASUS (Banco de Dados do Sistema Único de Saúde) em 2002 aconteceram 48 casos de
homicídios em toda a Região Metropolitana de Maringá. Em 2009, de acordo com o boletim
de ocorrência este número aumentou para 60 casos, 41 somente em Maringá.
A partir desse levantamento dos boletins de ocorrência, foi possível tabular os
dados em planilha e a partir dai começar a construir os mapas temáticos, possibilitando
fazer uma análise pontual dos tipos de homicídios que ocorreram na cidade tanto pelo
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modo empregado, arma de fogo, facada, asfixia ou pedrada. Caracterizando assim a
importância dos SIG’s na construção de mapas, apresentando uma nova dimensão na
análise dos nossos espaços, tanto rurais quanto urbanos.
Caracterizando um SIG e o que é Geoprocessamento
Segundo Câmara e Davis, no passado, a elaboração dos mapas era feita a mão e
em folha de papel, sendo vistos apenas como forma de representação de lugares ou de
apresentações simples que não visavam uma análise complexa do meio. Logo, isso era
impossível de ser feito, pois os métodos e tecnologias empregadas não os permitiam que
acontecesse esse estudo integrado.
Assim com a criação e utilização dos computadores a partir da segunda metade
do século XX, foi possível desenvolver em vários ramos da ciência, inclusive nas ciências
geográficas, novas perspectivas aos estudos, atingindo nos dias atuais uma dimensão única
no tratar da apresentação da informação.
Esta apresentação da informação se concretizou com a criação dos SIG’s
(Sistemas de Informações Geográficas), que nada mais são do que programas de
computadores capazes de unir dados como: hidrografia de uma determinada região, tipos
dos solos, imagens aéreas, curvas de nível dos terrenos, etc, em camadas ou do inglês
(layers), possibilitando a criação dos mais variados mapas temáticos e análises, sendo esses
imprescindíveis para entendermos os mais diferentes problemas e características da
sociedade atual.
Um SIG pode ser definido como um sistema destinado à aquisição,
armazenamento, manipulação, análise e apresentação de dados referidos
espacialmente na superfície terrestre, integrando diversas tecnologias. Portanto,
o sistema de informação geográfica é uma particularidade do sistema de
informação sentido amplo. Essa tecnologia automatiza tarefas até então
realizadas manualmente e facilita a realização de análises complexas, através da
integração de dados de diversas fontes. (Sistema de Informação Geográfica,
ROSA, 2004, p. 05).
Utilizando o banco de dados como forma de armazenamento da informação, os
SIG’s vêm se consolidando como a mais nova ferramenta de criação de mapas
espacializados, pois eles se utilizam de informações georreferenciadas, ou seja, usam dados
com coordenadas geográficas conhecidas em qualquer parte do globo terrestre.
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Nesse contexto surgiu o termo Geoprocessamento que segundo Câmara e
Davis:
[...] o termo Geoprocessamento denota a disciplina do conhecimento que utiliza
técnicas matemáticas e computacionais para o tratamento da informação
geográfica e que vem influenciando de maneira crescente as áreas de
Cartografia, Análise de Recursos Naturais, transportes, Comunicações, Energia e
Planejamento Urbano e Regional. As ferramentas computacionais para
Geoprocessamento, chamadas de Sistemas de Informação Geográfica (GIS),
permitem realizar análises complexas, ao integrar dados de diversas fontes e ao
criar bancos de dados georreferênciados. Tornam ainda possível automatizar a
produção de documentos cartográficos. (CÂMARA & DAVIS, 2001: 1- 2).
É valido destacar que para o Brasil, sendo um país de dimensões continentais, o
uso dessas ferramentas espacializadas, abre um importante caminho para o conhecimento
de suas vastas regiões, destacando os aspectos peculiares que caracterizam e formam a
identidade cultural, étnica e física de seu território.
Também é preciso destacar sua importância no desenvolvimento econômico,
pois com essas informações os governos podem determinar onde suas políticas devem
atuar e que medidas devem ser tomadas para os problemas sociais ocorrentes no país.
Um pouco da história do Geoprocessamento
Geoprocessamento no Mundo
Ainda de acordo com Câmara e Davis, as primeiras formas de se tentar
digitalizar os dados geográficos aconteceram nos Estados Unidos, com estudos de
representações das estradas, onde indicavam estudos sobre volume de tráfego terrestre, e
na Inglaterra, com mapeamentos de botânica, ambos na década de 50. Estes trabalhos
visavam à sistematização dos estudos e diminuição de custos na manutenção e produção
dos mapas tradicionais.
Já na década de 60 no Canadá, surgiram os primeiros Sistemas de Informação
Geográfica, que tinham por objetivo levantar os dados de seus recursos naturais, programa
lançado pelo governo, para representação de seu território.
Este programa não deu certo, pois barrou na dificuldade de se utilizar os
sistemas, dada a pouca tecnologia desenvolvida até este momento, e claro, pelo custo de
manter esses computadores em funcionamento, pois não se tinha quase nenhuma
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capacidade de processamento e armazenamento, inviabilizando assim a operacionalização
dos dados.
Em 1970 com a evolução dos computadores e criação de várias novidades
tecnológicas se tornou mais viável a utilização dos SIG’s, pois com o aumento da capacidade
dos computadores foi possível desenvolver alguns softwares mais completos que
alavancaram os estudos nessa área, destacando o sistema CAD (Computer Aided Design),
que foi uma evolução no modo de se produzir os desenhos e plantas na engenharia.
Assim na década de 80 entramos numa etapa de acelerado crescimento na
utilização desses sistemas, fato explicado pelo grande desenvolvimento das técnicas e
ferramentas eletrônicas que são lançadas até nos dias atuais e da criação de vários órgãos
governamentais, designados a produzir e divulgar os dados sociais e ambientais dos países,
facilitando assim o acesso de todos à informação (CÂMARA & DAVIS, 2001: 1- 2).
Outro fator importante para o crescimento do uso dos SIG’s foi a massificação e
facilidade de se obter o computador, principalmente a partir do ano de 2000, onde houve
um aumento de mais de 25% da presença deles nas residências brasileiras, saltando de
10,6% em 2000 para 38,3% em 2010 (fonte IBGE 2012) e claro, a intensificação dos usos nas
escolas, ou em centros destinados a pesquisa.
Geoprocessamento no Brasil
O surgimento do Geoprocessamento no Brasil se deu graças aos esforços de
Jorge Xavier da Silva, professor da UFRJ que se preocupou em desenvolver e a utilizar os
SIG’s em meados de 1980 e com a vinda em 1982 do Drº Roger Tomlinson, responsável pela
criação do primeiro SIG no Canadá, sendo este, um fato decisivo, pois a partir dai foram
criados grupos interessados em desenvolver e utilizar dessa nova ferramenta em
instituições de pesquisa espalhadas pelo país.
Desses grupos criados, podemos destacar o grupo da UFRJ coordenado pelo
professor Xavier, que desenvolveu o SAGA (Sistema de Análise Geo - Ambiental), sendo este
designado ás análises geográficas.
O grupo MaxiData, tendo seu enfoque na parte de aerolevantamento,
principalmente em automação de processos cartográficos, criou posteriormente o MaxiCad,
programa desenvolvido para mapeamento digital com fundamentação em mapas
cadastrais.
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Outro grupo desenvolvedor foi o CPqD/TELEBRAS, que em meados de 1990 foi
desenvolvedor do sistema SAGRE (Sistema Automatizado de Gerência da Rede Externa), com
aplicação no Geoprocessamento do setor da Telefonia, buscou criar um banco de dados em
um ambiente SIG, o (VISION).
Enfim destacamos a atuação do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais),
com base em São José dos Campos, foi um dos principais institutos de pesquisas ligados ao
processamento de imagens e ao sensoriamento remoto, com ênfase na criação de
programas para a análise espacial do país. De 1984 a 1990 o DPI (Divisão de Processamento
de Imagens) desenvolveu o SITIM (Sistema de Tratamento de Imagens) e o SGI (Sistema de
Informação Geográfica), para ambientes PC/DOS e a partir de 1991 para ambiente UNIX e
MS/WINDOWNS, a plataforma SPRING (Sistema para Processamento de Informações
Geográficas), que é hoje o SIG oficial e constantemente atualizado do INPE. Este instituto de
pesquisa desenvolveu vários projetos ambientais no país utilizando seus sistemas, como:
O SITIM/SGI foi suporte de um conjunto significativo de projetos ambientais,
podendo-se citar: (a) o levantamento dos remanescentes da Mata Atlântica
Brasileira (cerca de 100 cartas), desenvolvido pela IMAGEM Sensoriamento
Remoto, sob contrato do SOS Mata Atlântica; (b) a cartografia fito-ecológica de
Fernando de Noronha, realizada pelo NMA/EMBRAPA; (c) o mapeamento das
áreas de risco para plantio para toda a Região Sul do Brasil, para as culturas de
milho, trigo e soja, realizado pelo CPAC/EMBRAPA; (d) o estudo das
características geológicas da bacia do Recôncavo, através da integração de dados
geofísicos, altimétricos e de sensoriamento remoto, conduzido pelo
CENPES/Petrobrás. Assad e Sano (1998) apresentam um conjunto significativo de
resultados do SITIM/SGI na área agrícola. (CAMARA & DAVIS, 2001: 1- 4)
Lembrando que a partir de 1997 o SPRING passou a ser disponibilizado pelo site
do INPE na internet, para utilização de toda comunidade civil que necessitava de um
programa livre para os mais variados usos, já citados anteriormente. Essas medidas
colocaram o SPRING como o principal SIG desenvolvido pelo Brasil, sendo um dos mais
utilizados na atualidade brasileira.
Utilizações dos SIG’s em outras áreas do conhecimento
Como se observa esse trabalho propõe uma utilização dos SIG’s aplicado à
questão de segurança publica, ou aos mapas temáticos dos homicídios apresentados para a
cidade de Maringá. No entanto cabe ressaltar a importância dos SIG’s para outras áreas do
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conhecimento, como exemplo pode-se destacar a utilização dessas ferramentas para
estudos em áreas como monitoramento de águas pluviais, cadastramento urbano de
endereços, ampliação das mais variadas redes existentes na cidade (elétrica, telefonia,
esgotos), estudos ambientais, etc.
Ainda falando sobre aplicação e uso dos Sig’s nas cidades, podemos destacar a
utilização dessa ferramenta para mapeamento de áreas de ocorrência e incidência de
acidentes em vias públicas, destacando característico como horário das ocorrências, dias da
semana em que acontecem mais acidentes e os locais da cidade. Esse tipo de estudo
possibilita uma melhor compreensão deste grave problema que cada vez preocupa as
autoridades de segurança.
Enfim, a utilização dessa ferramenta se torna cada vez mais importante para se
entender o desenvolvimento dos diversos processos ocorrentes tanto nas áreas urbanas
como nas áreas rurais das cidades.
Histórico do município
O Município de Maringá, bem como grande parte das cidades da região norte e
noroeste do Estado do Paraná tiveram sua colonização realizada pela Companhia de Terras
Norte do Paraná (CTNP) e a Companhia Melhoramentos Norte do Paraná (CMNP), de capital
inglês.
No início de 1925, essa Companhia adquiriu do Governo do Estado do Paraná
uma grande área de terras totalizando 450.000 alqueires. Para essa imensa área recoberta
de densa floresta subtropical idealizou um projeto imobiliário para a venda de terras para
cultivo. A abertura de estradas cumpria o papel de interligar assentamentos populacionais e
também permitir o escoamento das safras agrícolas da região.
A cidade tem por característica urbanística ter sido planejada, ou seja, teve por
fundamento obedecer a um projeto urbanístico idealizado por Jorge Macedo Vieira, onde
demarcou ruas, avenidas e praças, considerando ao máximo as características topográficas
do relevo, revelando uma grande preocupação com a preservação das áreas verdes e
vegetações nativas que aquelas terras tinham.
Sua colonização foi dada por pioneiros que ali chegavam em caravanas, na sua
maioria constituídas de paulistas, mineiros e nordestinos, principalmente entre 1945 e 1950,
atraídos principalmente pelo bom momento vivido pela comercialização do café.
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Constituída por diversas correntes migratórias, apresenta uma grande
diversidade cultural, constituída de comunidades, italianas, japonesa, árabe, etc, a cidade é
caracterizada como ponto de encontro do saber e da cultura de várias gerações.
Para conhecimento e visualização da área estudada (ver mapa abaixo), destaca -
se uma imagem de satélite CBERS da cidade de Maringá indicando o zoneamento urbano
por bairros para o ano de 2012.
DESENVOLVIMENTO E METODOLOGIA EMPREGADA
Como condição para se desenvolver esse estudo, foi necessário seguir algumas
etapas como:
a) Motivos que levaram ao tema de estudo: Sabe-se que hoje um dos maiores
problemas ocorrentes nas cidades brasileiras é o tema de segurança publica. Os índices de
roubo, latrocínio ou assassinatos, crescem espantosamente, indicando a importância desse
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trabalho, que surge como uma tentativa de apresentar uma solução inteligente e mais
dinâmica para o monitoramento e combate desse problema, que cada vez mais assusta e
preocupa tanto a população como as autoridades de segurança.
b) Procura de bibliografias relacionadas a área de pesquisa: A pesquisa sobre
referências bibliográficas levou em conta alguns dos melhores estudiosos na área de
segurança publica, como Adorno, Abramovay, Rodrigues, Sapori, Soares e Souza e para o
estudo de SIG’s e geoprocessamento, Câmara, Davis, Fitz, Freitas, Taylor e Teixeira.
c) Coleta de dados e criação do banco de dados da pesquisa: Foi necessário para
se obter as informações desejadas sobre o tema de estudo um levantamento junto aos
órgãos de segurança pública da cidade (policia Militar), prefeitura municipal e busca pela
internet.
Para criar o banco de dados necessário para a confecção dos mapas com a
apresentação dos homicídios acometidos em Maringá, foram levado em conta esses dados
obtidos em boletins de ocorrência da cidade e informações disponibilizadas na internet
como texturas e imagens de satélite da cidade de Maringá, onde se extraiu referências dos
bairros da cidade em formas de linhas e polígonos. A manipulação desses dados nos
possibilitou a criação da base do município, bem como a plotagem em forma de ponto de
cada informação referente às mortes ocorridas na cidade.
Para apresentação dos dados, utilizamos nesse estudo a metodologia de
distribuição espacial por pontos, ou seja, para a confecção dos mapas indicativos dos tipos
de homicídios ocorridos na cidade de Maringá seja por arma de fogo, asfixia pedrada ou
utilização de faca, foi feito a plotagem dos pontos em uma base georreferenciada das ruas e
logradouros da cidade. Outros dados apresentados foram também a localização de moradia
e demonstração da idade das vítimas, tabuladas nesse período, desejando assim se obter
um perfil das vítimas.
A construção dos Mapas
A fonte principal dos dados utilizados para essa pesquisa foram os Boletins de
Ocorrência (B.O’s) relativos ao ano de 2009, para o município de Maringá, sendo eles
registrados pela Polícia Militar (9º. Divisão Subpolicial).
As informações foram organizadas em tabela (ver Anexos), em seqüência,
georreferenciadas na base digitalizada dos municípios definidos, com o software
ArcView-Gis 9. Este software utilizado no estudo detém uma parcela dominante do mercado
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de SIG’s no mundo, aproximadamente 77% dos profissionais da área.
O lançamento do ArcGis constituiu uma grande mudança nas vendas de
software da ESRI, alinhando todos seus clientes e servidores sob uma única arquitetura de
software desenvolvida, usa a base do Windows sendo utilizado para armazenar dados no
formato geodatabase.
Outra grande diferença é a linguagem de programação disponível para
personalizar ou estender o software para as necessidades do usuário, na transição para o
ArcGis, a ESRI aumentou o suporte a aplicações específicas de linguagem de script (Arc
Macro Language - AML) em favor das Visual Basic for Applications e acesso aberto aos
componentes ArcGIS usando padrões Microsoft.
O ArcGIS 10 (versão mais atual), inclui um desenvolvimento de geoprocessamento
que permite a execução das tradicionais ferramentas de processamento SIG (como clipping,
overlay e análise Espacial) de modo interativo.
3.1.1 Elementos constituintes de um mapa temático
Em se tratando de mapas digitais devem se levar em conta algumas informações
listadas abaixo, necessárias à utilização das técnicas de geoprocessamento.
Entre os variados elementos possíveis de estarem presentes em um mapa
temático, merecem destaque:
• O titulo do mapa; realçado, preciso e conciso;
• A base de origem (mapa – base, dados, etc);
• As referências (autoria, responsabilidade técnica, data de confecção, fontes)
• A indicação da direção norte;
• A escala;
• O sistema de projeção utilizado;
• O(s) sistema(s) de coordenadas utilizado(s).
Os mapas temáticos gerados seguindo as técnicas e convenções do
geoprocessamento tem por objetivo apresentar os dados de uma forma simples, com o
intuito de ser de fácil entendimento para qualquer usuário, profissional ou leigo.
Assim para a sequência do trabalho foi executado a geocodificação dos dados,
gerando os mapas temáticos que consolidam as informações dos locais de moradia das
vítimas bem como local de ocorrência dos homicídios e tipo de morte para o período.
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O enfoque nas mortes por homicídio buscou evidenciar territórios da violência,
pois mapeou o local onde cada vítima morava e o local onde faleceu. A base geográfica
utilizada se refere ao mapa digitalizado da cidade e dos endereços postais (ruas e
logradouros).
O objetivo foi apresentar os índices de violência, por meio dos homicídios
(tipologia socioespacial) com o fim de indicar as características gerais das vítimas como
idade, ocupação, etc., locais de moradia, demonstrando por esse trabalho a importância e o
funcionamento de um SIG, caracterizado pela organização das informações em banco de
dados ativos por camadas ou (layers), indicado pela confecção dos respectivos mapas
temáticos apresentados a seguir:
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
As características gerais das vítimas acometidas por homicídio na cidade de
Maringá se encontram em uma faixa específica. Em sua maioria são de homens jovens
adultos, na média de 30,5 anos de idade (ver mapa abaixo) e pela localização nos mapas são
moradores de regiões periféricas. Portanto, esses dados nos sugerem uma relação entre
indicadores sócios espaciais e a distribuição de mortes por homicídio.
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Analisando os mapas gerados observa - se majoritariamente que o meio
predominante nas ocorrências foi a arma de fogo, igual ao restante do país, assim como
mostram os estudos sobre a violência no Brasil (SANGARI, 2010). Esses altos índices de
mortes por armas de fogo podem ser explicitados da seguinte forma:
O significado das armas de fogo e do comportamento violento para o processo
de contágio pode ser explicado, segundo Fagan (1999), através de três processos
diferentes que incluem medo – uso da arma de fogo para autodefesa em
ambientes violentos -, comportamento – uso de armas de fogo relacionado ao
seu valor instrumental e simbólico -, e identidades violentas – uso da arma de
fogo como uma necessidade estratégica bem como um componente de
formação de identidade (SANGARI, 2010 p.34).
Destaca se a importância dos SIG’s para a confecção e espacialização dos dados,
fator primordial para uma fácil compreensão do que ocorre nos mais variados temas de
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pesquisa, e no nosso caso percebemos quanto é melhor visualizarmos os dados em mapas,
pois comparando uma análise de mapas com uma de tabelas, vemos uma enorme diferença
na percepção dos problemas, principalmente os abordados nesse estudo.
A construção dos mapas pontuais nos levou a uma exata localização na cidade
dos fatos ocorridos, facilitando a compreensão dos dados estudados, possibilitando
confrontar cada layer criado nos programas ou SIG’s, obtemos novas informações
geográficas, no nosso caso uma ferramenta imprescindível para a compreensão do
fenômeno da violência na cidade.
Para ilustrar esse conceito considere a figura abaixo que apresenta o mapa onde
se observa a união de todos os mapas criados com suas respectivas informações,
localizando cada ocorrência e forma de homicídio na área estudada.
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CONCLUSÕES
Adorno (2002) coloca que os cenários da violência urbana, associado às
mudanças ocorridas no plano econômico e social e nos processos de produção tecnológica
de trabalho e de aceleração do capital, acabaram também repercutindo no mundo do crime
e da violência.
Os mapas da violência que foram realizados em algumas capitais do Brasil
indicam que as taxas de homicídios eram mais elevadas em áreas menos favorecidas;
realidade essa também mostrada nos mapas para a região de Maringá.
Ainda de acordo com Adorno (2002) o alvo preferencial das mortes violentas são
justamente adolescentes jovens adultos do sexo masculino, considerados de baixa renda
das camadas populares, revelando uma maior incidência da violência nos bairros de
periferia, onde as condições sociais são mais precárias.
A situação das vítimas acometidas por homicídios na cidade de Maringá também
é a mesma explicitada por Adorno, pois são nestas áreas ditas precárias que se concentram
as mortes e as residências da maior parte das vítimas dos homicídios.
Portanto, a estrutura desigual e as possibilidades distintas de acesso à cidade
podem estar internamente ligadas à violência em seu sentido mais amplo, pois a
caracterização desse modelo núcleo - periferia da cidade afeta direta e indiretamente a
mobilidade em que se configura o espaço urbano de forma que esse tipo de ocupação
espacial altamente polarizada obviamente produz e reproduz problemas sociais como a
violência.
Analisando os mapas feitos, destaca se a importância dos SIG’s para a confecção
e espacialização de dados, fator primordial para uma fácil compreensão do que ocorre nos
mais variados temas de pesquisa, e no nosso caso percebemos quanto é melhor
visualizarmos os dados em mapas, pois comparando uma análise de mapas com uma de
tabelas, vemos uma enorme diferença na percepção dos problemas, principalmente os
abordados nesse estudo.
Essas informações gerenciadas em um banco de dados nos dão a chance de
evidenciar diversas análises e fazermos as relações necessárias à busca da solução e do
entendimento do problema da violência pública de forma mais eficiente, assim, favorecendo
as tomadas de decisões mais rápidas e eficazes por parte do poder público no âmbito da
gestão e implementação das políticas de segurança nas cidades.
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Essas medidas trazem mais agilidade na identificação dos problemas e também
mais segurança para a população das cidades brasileiras.
ANEXOS
Tabela 1. Ocorrências registradas pelo 9º Batalhão Polícia Civil Maringá.
Ocorrência
ID Data horário Endereço Município Bairro NaturezaMeio empregado
108/01/2009 14:15
Av. Carlos Borges/Posto PETROCAFÉ Maringá Jd São Silvestre simples pistola
211/01/2009 12:00 Rua Mario Maragoni, 1221 Maringá Jd Universo qualificado
disparo arma defogo
325/01/2009 05:40
Av. Pedro Taques, 173 complemento: Boate Ozzone Maringá Zona 09 simples
disparo arma defogo
429/01/2009 22:35
Rua PNO Domingues Danhoni, 473 Maringá Jd. SãoSilvestre simples
disparo arma defogo
510/02/2009 17:55 Av. 19 de Dezembro, 00 Maringá Zona 6 Sem ilicitude
disparo arma defogo
615/02/2009 01:30 Rua Guadalajara, 1227 Maringá Morangueira simples
disparo arma defogo
725/02/2009 07:25 Rua Ebano, 233 Maringá Jd Vitória simples
disparo arma defogo
822/02/2009 17:50 Estrada Miosotis, S/n Maringá Zona Rural Sem ilicitude
disparo de armade fogo
903/03/2009 21:00
Rua Allan Kardec, 1765 complemento: via publica Maringá Pq Avenida simples
disparo arma defogo
1014/03/2009 03:30 Av. Pedro Taques, 2970 Maringá Jd Alvorada simples
disparo arma defogo
1128/03/2009 07:30 PR 317 Maringá Zona Rural Sem ilicitude
disparo arma defogo
1202/04/2009 21:55
Rua PNA Hulda Hummig Campos, 97 Maringá Zona 11 simples
arma de fogo/faca
1303/04/2009 11:35 Travessa Barroso, 28 Maringá Zona 08 simples
disparo arma defogo
1407/04/2009 13:00
Rua Prof. Giampero Monacci, 216 Maringá Jd Horizonte simples
disparo de armade fogo
1510/04/2009 10:50 Rua Venezuela, 794 Maringá Jd Alvorada simples
disparo arma defogo
1611/04/2009 19:00 Rua Victorio Barizon, 623 Maringá Jd São Jorge simples
disparo arma defogo
1721/04/2009 07:30 Rua PION Olindo Alcini, 754 Maringá Conj. Thais qualificado
disparo de armade fogo
5014
http://6cieta.org São Paulo, 8 a 12 de setembro de 2014.ISBN: 978-85-7506-232-6
1801/05/2009 20:27 Rua Cesar Lates, 369 Maringá Jd Alvorada simples golpes de faca
1916/05/2009 00:25 Rua Osvaldo de M Loneia Maringá Pq Industrial simples
disparo de armade fogo
2016/05/2009 16:00 Rua Vitoria, 619 Maringá Vila Esperança simples
disparo de armade fogo
2124/05/2009 17:10
Av. José Alves dos Santos, 1821 Maringá
Jd dos Passaros simples
disparo de armade fogo
2224/04/2009 04:29 Av. Pedro Taques, s/n Maringá centro simples
disparo de armade fogo
2327/05/2009 17:30 Rua Elpidio Francisco, 242 Maringá Conj. Requião I qualificado
disparo de armade fogo
2407/06/2009 04:55 Rua Carlos Rossi, 1763 Maringá Pq. Industrial simples golpes de faca
2502/07/2009 19:00 Av. Colombo, 6520 Maringá Zona 7 Sem ilicitude
vitima de pedradas
2626/07/2009 10:45 Av. Independencia, 285 Maringá Zona 4 simples golpes de faca
2703/08/2009 21:45 Av. Alziro Zarur, 1610 Maringá
Conj. Ney Braga simples
disparo de armade fogo
2804/08/2009 15:20 Rua Piratininga, 610 Maringá Zona 1 simples
asfixia, esganadura
2916/08/2009 15:00
Dep. Neo Alves Martins, 1167, fundos Maringá Zona 3 simples
disparo de armade fogo
3028/08/2009 15:30 Estrada Paiçandu, s/n Maringá Zona Rural culposo asfixia
3109/10/2009 15:10 Rua Argentina, 209 Maringá Jd Alvorada simples
disparo de armade fogo
3222/10/2009 17:55 Rua Allan Kardec, 687 Maringá Jd Avenida simples
disparo de armade fogo
3322/10/2009 17:55 Rua Allan Kardec, 687 Maringá Jd Avenida simples
disparo de armade fogo
3401/11/2009 07:23 Rua José Pinto Portela, 53 Maringá Tarumã II Sem ilicitude golpes de faca
3513/11/2009 07:20
Rua Nivaldo Aparecido Lopes, 33 Maringá Morangueira simples
disparo de armade fogo
3616/11/2009 14:30 Travessa Barroso, 28 Maringá Vila Operaria simples
disparo de armade fogo
3708/12/2009 23:20 Rua Chile, 242 Maringá Jd Alvorada simples
disparo de armade fogo
3813/12/2009 23:49 Rua Bem Ti Vi, 424 Maringá
Jd dos Passaros simples
disparo de armade fogo
3914/12/2009 21:40 Rua Samuel F B Morse, 309 Maringá Snt. Felicidade simples
disparo de armade fogo
4015/12/2009 09:02 Av. Colombo, 7460 Maringá Zona 7 simples
disparo de armade fogo
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4115/12/2009 12:49 Rua PION. Bras Jorge, 1196 Maringá Hortencia simples
disparo de armade fogo
Tabela 2. Locais onde as vítimas residiam em Maringá.
Vítima
IDIdade Sexo Cor End. Residencial Bairro Complemento Município Ocupação
Grau de instrução
1 34 m Maringá
221 m parda
Rua Mario Maragoni, 1221 Jd Universo casa Maringá
319 m
Rua Rio Paraguassu, 460 Res. Tuiuti casa Maringá
4 27 m Maringá
541 m
Rua Antonio Carniel, 650 Zona 5 casa Maringá garçom
6ND m
Conj. Requião I Maringá
7 18 m Rua Ebano, 233 Jd Vitória fundos Maringá 8 ND m Maringá
923 m
Rua PNO Nereu Mazzer, 1525 Pq Avenida casa Maringá
1º grau incompleto
10 32 m Maringá 11 55 m Florai - Pr motorista 12 26 m
Rua Humberto de Campos, 97 Zona 08 casa Maringá
13 19 m Maringá 14 19 m
Jd Novo Horizonte casa Maringá mecânico
2º grau completo
15 25 m
Rua Venezuela, 794 Jd Alvorada Maringá
16 29 m Rua Coqui, 320 Vardelina
hospital universitário Maringá
17 27 f
Rua Tabaete, 392 Jd tabaeate Maringá estudante
18 44 m
Rua Cesar Lates, 369 Jd Alvorada Maringá pedreiro
1º grau incompleto
19 ND ND Maringá 20 ND m Maringá
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21 20 m
Rua Guaratinga,337
Jd dos Pássaros Maringá
22 17 f branca casa Maringá 23 21 m
Rua Elpidio Francisco, 242
Conj. Requião I casa Maringá
24 34 m
Aldeia Tin Cerrito
Eldorado - MS
25 26 m
Rua Papa João XXIII centro casa
Paranacity PR
26 21 m
Rua PNO José Querubim, 630 Guaiapó casa Maringá
2º grau completo
2748 m
Rua PNO Geraldo José Jorge, 167 Hortência II Maringá servente
28ND m
Rua Aquidaban,58
Vila Mendonça
Araçatuba -SP
2929 m amarela
Dep. Neo Alves Martins, 1167, fundos Zona 3 casa Maringá
2º grau completo
30 25 m
Penitenciaria dePaiçandu Maringá
31 ND m Maringá 32 30 m Maringá 33 20 m Maringá 34 42 m
Rua José Pinto Portela, 53 Tarumã II casa Maringá
35 28 m
Rua Lino Gravena, 29 Santa Alice casa Maringá
36 25 m
Travessa Barroso, 28
Vila Operaria Maringá
37 36 m Rua Chile, 436 Jd Alvorada casa Maringá 38 54 f Maringá 39 27 m
Rua Samuel F B Morse, 309
Cj Santa Felicidade casa Maringá autônomo
40 50 m Maringá 41 70 m
Rua PION. Brás Jorge, 1196 Hortencia Maringá
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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APLICAÇÃO E IMPORTÂNCIA DOS SIG’S E O GEOPROCESSAMENTO NA APRESENTAÇÃO DE MAPAS TEMÁTICOS PARA ESTUDOS DE SEGURANÇA PÚBLICA NA CIDADE DE MARINGÁ – PR
EIXO 6 – Representações cartográficas e geotecnologias nos estudos territoriais e ambientais
RESUMO
O tema da violência urbana pressupõe um campo teórico muito vasto, pois não compreende
apenas crimes, mas sim um fenômeno social mais abrangente, resultante de conflitos sociais que
se manifestam de inúmeras formas e que consequentemente estão relacionados com problemas
urbanos, sobretudo de desigualdades sociais. Utilizando os SIG’s e o geoprocessamento como
plataforma para tal criação, destaca – se novas possibilidades de compreensão desse grave
problema presente em várias cidades brasileiras. Com o uso dessas novas tecnologias torna-se
possível espacializar as informações em mapas temáticos de forma georreferenciada, indicando a
localização precisa de cada evento, o que possibilita ações de planejamento e gestão dessa área,
de forma a minimizar os problemas apontados. Objetivo: Mostrar como as ferramentas de
geoprocessamento e os SIG’s nos auxiliam no estudo dos problemas sociais, no caso, a violência
urbana, ocorrida na cidade de Maringá – PR. Metodologia Empregada: Como condição para se
desenvolver esse estudo, foi necessário seguir algumas etapas como: Pesquisa sobre referências
bibliográficas sobre o tema da violência ex: Adorno, Abramovay, Rodrigues, Sapori, Soares e
Souza e para SIG’s e geoprocessamento, Câmara, Davis, Fitz, Freitas, Taylor e Teixeira. Foi
necessário para se obter as informações desejadas sobre o tema de estudo um levantamento
junto aos órgãos de segurança pública da cidade (policia Militar), prefeitura municipal e busca pela
internet. Para criar o banco de dados utilizou – se o software ArcGis (versão 9.3) e os dados
obtidos em boletins de ocorrência da cidade e informações disponibilizadas na internet como
texturas e imagens de satélite da cidade de Maringá, onde se extraiu referências dos bairros da
cidade. Foi utilizado nesse estudo a metodologia de distribuição espacial por pontos, ou seja, para
a confecção dos mapas indicativos dos tipos de homicídios ocorridos na cidade de Maringá seja
por arma de fogo, asfixia pedrada ou utilização de faca, foi feito a plotagem dos pontos em uma
base georreferenciada das ruas e logradouros da cidade. Principais Resultados: As características
gerais das vítimas acometidas por homicídio na cidade de Maringá se encontram em uma faixa
específica, na maioria homens jovens adultos com média de 30,5 anos de idade moradores de
regiões periféricas. Portanto, esses dados nos sugerem uma relação entre indicadores sócios
espaciais e a distribuição de mortes por homicídio. Observa-se que o meio empregado foi
majoritariamente arma de fogo. Analisando os mapas feitos, destaca se a importância dos SIG’s
para a confecção e espacialização de dados, fator primordial para uma fácil compreensão do que
ocorre nos mais variados temas de pesquisa, e no nosso caso percebemos quanto é melhor
visualizarmos os dados em mapas, pois comparando uma análise de mapas com uma de tabelas,
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vemos uma enorme diferença na percepção dos problemas, principalmente os abordados nesse
estudo. A construção dos mapas pontuais nos levou a uma exata localização na cidade dos fatos
ocorridos, facilitando a compreensão dos dados estudados, possibilitando confrontar cada layer
criado nos programas ou SIG’s, obtemos novas informações geográficas, no nosso caso uma
ferramenta imprescindível para a compreensão do fenômeno da violência na cidade.
Palavras-chave: violência; geoprocessamento; planejamento.
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