Antonio Carlos - A Crise Do Amor

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  • 8/18/2019 Antonio Carlos - A Crise Do Amor

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    POR QUE NÃO CONSEGUIMOS GOSTAR PROFUNDAMENTE? 

    "Nunca em qualquer outra época, o ser humano necessitou tanto da proximidade de seusemelhante, porém nunca foi tão negado esse fato, pelo receio das pessoas seremtaxadas de dependentes, assim sendo deveríamos rever nosso orgulho, poisdescobriremos ser este último o maior inimigo de nossos mais íntimos desejos". 

    ANTONIO CARLOS-PSICÓLOGO

    uando falamos em vício pensamos num comportamento sistemati!ado, compulsivo eque acarreta algum dano pessoa humana# porém o que necessitamos compreender é adimensão total do pra!er, até que ponto o mesmo eleva nossa vontade de viver ou noslan$a no abismo da depend%ncia.& muito f'cil tecermos a compara$ão entre adepend%ncia de qualquer droga, com o sentimento de estarmos apaixonados.(m ambos os casos vivemos em fun$ão do ícone ou ilusão que criamos, pois sabemosdos riscos implícitos em tal atitude. )alve! nunca pensemos que a busca do pra!er possanos levar a tanta dor e sofrimento, porém é o que na maioria das ve!es ocorre. *er'então que o que podemos chamar de responsabilidade afetiva se tornou o maior de

    nossos problemas+ Nossa necessidade de companhia e troca se tornou em alguma coisaparecida com alguma depend%ncia química+ resposta é totalmente afirmativa. car%ncia em que vivemos em nossa sociedadeprepara nossas almas para tal destino.& a mesma coisa em todos os campos, tudo quebuscamos com anseio se torna um vício, pois parece que nunca nos alimentamos direito,e apesar de algumas ve!es esbanjarmos opul%ncia, sempre nos deparamos com amiséria, principalmente afetiva.- vício é o legítimo filho da incerte!a, pois necessitamos de mais doses para confirmar sesentimos realmente pra!er em algo. ercebe/se que é alguma coisa que nunca vem denosso íntimo, mas tão somente a extrema depend%ncia de algo externo.

    0laro é o fato da impossibilidade de nos satisfa!ermos so!inhos, pois somos ou pelo

    menos deveríamos ser, seres sociais, mas nesse ponto reside o problema, temos quaseque uma espécie de 1dio ao nos sentirmos vulner'veis.ue imensa batalha travamos quando percebemos que jamais estaremos s1s naobten$ão da satisfa$ão. -bviamente gostaríamos que as coisas ocorressem de acordocom nossas expectativas, porém quase sempre se passa o contr'rio, pois nunca somosou seremos o mestre capa! de reali!ar nossos desejos. )emos que aceitar tal impot%ncia,pois caso contr'rio, nunca estaremos em pa! com nossas mais íntimas aspira$2es.- problema central passa a ser a questão da perman%ncia, pois se uma ve! sentideterminado pra!er, quero que o mesmo se repita quase que indefinidamente. Nesseponto forma/se uma imagem cristali!ada ou projetada da outra pessoa como sendo aúnica respons'vel por nossa felicidade. (ssa rai! da paixão acaba criando uma espécie de

     3amarra4 em ambas as pessoas, impedindo qualquer nova experi%ncia criativa narela$ão.& extremamente natural que a mente humana deseje a perman%ncia dado quetodos n1s temos que nos deparar com o terrível medo da morte, assim passamos adesejar a única coisa impossível para nossa espécie5 a continuidade infinita.- desejo exacerbado de seguran$a acaba nos lan$ando num total abismo de angústia,medo e temeridade, sendo que lan$a/se mão de mecanismos neur1ticos para aliviar talpressão, e um dos principais em nossos tempos é não se envolver demasiado, pois talve!a dor da perda passe a ser menor.- desafio supremo de nossa era dentro do ponto de vista psicol1gico é a elimina$ão detodo o nosso 3mimo4, como di!ia o psic1logo 678(9 96(8, pois nada causa maisprejuí!os pessoais e sociais do que a fantasia de acharmos que sempre nossos desejos seconverterão em realidade. (sta última sempre é composta por um processo 'rduo decrescimento e desenvolvimento, sendo obriga$ão de ambas as partes lutar por isso. palavra central seria 3coragem4, pois ela nos falta em nossas mentes.:astamos muito de nosso tempo desenvolvendo ou tonificando nossos corpos ecrescimento financeiro, nossa coragem e ousadia est' estacionada apenas nessasesferas, e acabamos nos tornando totalmente infantili!ados e involuídos na questão

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    pessoal. - raciocínio não contém nenhuma novidade, porém a pr'tica continua muitodistante. maturidade afetiva jamais vir' da posse, ciúmes ou depend%ncia, mas tãosomente da auto imagem positiva que temos de nosso potencial emocional, sendo acerte!a de sermos 3interessantes4 .- investimento que na maioria das ve!es fa!emos est' concentrado em coisasextremamente passageiras, e quando nos damos conta não temos mais nada. situa$ão

    atual de miserabilidade afetiva decorre desse procedimento, pois fomos apenas treinadospara a ambi$ão, vaidade e poder. (stamos no escuro quando o assunto éverdadeiramente ajudar alguém, não temos nenhum treino na questão da solidariedadesocial, pois a única coisa que aprendemos nos v'rios anos de escola foi a competi$ão e aexclusão do outro. energia que depositamos diariamente em nosso narcisismo daria para erradicarmos porcompleto deste planeta a solidão e sentimento de isolamento, no entanto nunca abrimosmão de uma posi$ão de destaque social seja através do status, ou de uma neurosequalquer para atrairmos a aten$ão. ;ou concluir apontando uma série de sentimentoshumanos e seus correlatos , no intuito de se perceber a dimensão e gravidade doproblema. >>>>>>>>>>>>>>>>>> tédio e sentimento deva!io interior, insatisfa$ão profissional, desconfian$a. 

    ?edo da perda, medo da entrega, medo do amor >>>>>>>>>>>>>>>>>inseguran$a, total insatisfa$ão, sensa$ão di'ria de rotina, sensa$ão de fracasso naescolha do parceiro>>>>>>>>>>>>>>>>> solidão e abandono futuro.

    ?'goa, ressentimento e 1dio >>>>>>>>>>>>>>>>>>>>> total bloqueio dacapacidade de vivenciar novas experi%ncias afetivas, repeti$ão compuls1ria deexperi%ncias anteriores traumati!antes, alcoolismo e depend%ncia química, por achar quea ferida jamais se cicatri!ar'.

    essoa 3mimada4  >>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>> sentimento de total depend%ncia,sensa$ão constante de ser contrariada, triste!a, depressão, tend%ncia ao misticismo