270

Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 1/267

Page 2: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 2/267

Page 3: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 3/267

1 0 2 0 0 8 2 0 4 7

A N T O L O G I A D E A U T O R E S C O N T E M P O R A N E O S

2 / T l E A T R O

Page 4: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 4/267

U N I V E R S ID A D A U T O N O M A D E N U E V O L E O N

i

A C A D E M I A D E L T A L L E R D E

L E C T U R A S L I T E R A R I A S

Antología de autores

contemporáneos /2

TEATRO

Edición, selección y notas de

Miguel Covarrubias

profesor de tiempo completo de la

Universidad A utónoma de Nuevo León

0 3 5 2 2 3

#)NTK>  UNIVERSITARI

P R E P A R A T O R I A N U M . 1 • P R E P A R A T O R I A N U M . 1 6

C O L E G I O C I V I L • M O N T E R R E Y , 1 9 8 0

MBLIOTECA  CENTRAI

Page 5: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 5/267

Page 6: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 6/267

NOTA PRELIMINAR

En 1974 anunciamos que aparecer ía un segundo

volumen de la

  Antología de autores contemporáneos,

compues to de t ea t ro y poes í a . Han t enido que t r anscu-

rr i r se is años para que pudiéramos cumplir lo ofrecido,

aunque con a lgunas modif icaciones: e l proyecto or iginal

se ha mult ipl icado y por eso hablamos ahora no de uno

o dos l ibros s ino de t res . De es ta forma cont inuará edi-

tándose e l pr imer tomo de la

  Antología

  con novela y

cuento, es te segundo con teatro y e l tercero -que espe-

r amos podrá ve r l a l uz e l año próximo- con ensayo y

poesía . He aquí otros cambios , o mejor dicho agrega-

dos , que se ha pensado mejorarán es ta obra: lá inclus ión

de un apar tado con notas cr í t icas y un cuaderno de

trabajo real izado expresamente sobre es tas compilacio-

nes.

Por lo pronto, la pr imera edic ión del segundo volu-

men de la

 Antología

  ofre ce siete piezas teatrales ínteg ras

y ocho comentar ios cr í t icos sobre e l género dramático y

los autores escogidos . El cuaderno de t rabajo correspon-

diente deberá quedar concluido antes de la inic iación

del próximo semestre académico, y habrá de incorporar-

se a las siguientes ediciones.

Es evidente as imismo que es te segundo tomo es por

completo independiente del pr imero, de manera que los

maestros podrán e legir uno u otro motivados por su pre-

di lección a favor del tea tro o la narra t iva , por los auto-

res, las corrientes literarias. . . Y también por el simple

—y legítimo— deseo de variar. Etcétera

Page 7: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 7/267

En f in, seguimos pensando en que a lgunas de las

mejores expres iones cul tura les de nuestro t iempo han de

volverse —en lo sensible, en lo intelectual y en lo mate-

rial— accesibles a los profesores y estudiantes que ani-

man los talleres de lecturas literarias de la Universidad

Autónoma de Nuevo León. A el lo aspira es ta reunión

de obras dramáticas y comentar ios heterogéneos .

San N ico lás de l os Garza. Agosto 31 de 1980.

LOS AUTORES

E l n o r t e a m e r i c a n o E d w a r d A l b e e

  1 9 2 8 )

  d i o a c o n o c e r

  E l c u e n to

d e l z o o l ó g i c o

  a lo s

  3 0

  a ñ o s . E n e s t a o b r a , c o m o e n l a s q u e e s c r i b i ó p o s t e -

r i o r m e n t e , l a s s i t u a c i o n e s y l o s p e r s o n a j e s o f r e c e n l a v i s i ó n m á s d e s c a r n a d a

d e l a m o d e r n a s o c i e d a d d e s u p a í s . O b r a s :

  La ca ja de arena. E l cuen to de l

z o o l ó g i c o . L a mu e r te d e B e s s ie S m i th , E l s u e ñ o a me r i c a n o , ¿ Q u i é n te me a

V i rg i n i a W o o l f? , F rá g i l e q u i l i b r i o .

E l d r a m a t u r g o y p o e t a a l e m á n B e r t o l t B r e c h t  1 8 9 8 - 1 9 5 6 )  e s u n a d e

l a s f i g u r a s c a p i t a l e s d el t e a t r o c o n t e m p o r á n e o . C o m o t e ó r i c o e n f r e n t a su

te s is de la

  d i s ta n c i a c i ó n

  a la

  catarsis

  s e ñ a l a d a p o r A r i s t ó t e l e s : b u s c a l a

r a c i o n a l i z a c i ó n - e l c o n o c i m i e n t o - e n d e t r i m e n t o d e l a s u b o r d i n a c i ó n a l a s

p a s i o n e s . P o r l o t a n t o , n i l o s a c t o r e s n i l o s e s p e c t a d o r e s d e b e n a s u m i r la

c o m p l i c i d a d : n o d e b e n   i d e n t i f i c a r s e  - ¡ j a m á s - c o n D e s d é m o n a o c o n

M a c b e t h s i n o s e r e n t o d o m o m e n t o a c t o r e s c o n c i e n t e s d e q u e r e p r e s e n t a n

u n p a p e l y s e r e s p e c t a d o r e s q u e h a n d e b u s c a r c o n i n t e l i g e n c i a

  e l por qué

de las s i tuac iones

  e n q u e s e v e n e n v u e l t o s l o s p e r s o n a j e s d r a m á t i c o s . E l

t e a t r o é p i c o d e B r e c h t e m p l e a l a f r a g m e n t a c i ó n , la s

  canc iones,

  l o s c a r t e l e s ,

e l g u i ñ o f a r s e s c o . . . E n t r e s u s p i e z a s m á s c o n o c i d a s y r e p r e s e n t a d a s e n

t o d o e l m u n d o e s t á n :

  La ópera de dos centavos, Ga l i l eo Gal i l e i , Madr e

Cora je y sus h i j os . E l a lma buena de Se-Chuan, La res i s t i b le ascens ión de

A r tu r o U i , H e r r P u n t i l a y s u c r i a d o M a t t i .

U t i l i z a r p e r s o n a j e s h i s t ó r i c o s o l i t e r a r i o s d e l a a n t i g ü e d a d c l á s i c a

p a r a r e p l a n t e a r l o s m á s c a r o s a n h e l o s d e l h o m b r e d e t o d o s l o s t i e m p o s , h a

s i d o u n r e c u r s o q u e h a n e m p l e a d o a l g u n o s d e lo s m á s g r a n d e s d r a m a t u r g o s

c o n t e m p o r á n e o s ( U n a m u n o , A n o u i l h , S a r t r e , B r e c h t ) . P o r s u p a r t e

G u i l h e r m e F i g u e i r e d o ( B r a s i l ,  1 9 1 5 )  d i b u j a e n  La zorra y las uvas 1953)

u n E s o p o s o c r á t i c o q u e p r e f i e r e s e r a r r o j a d o a l " p r e c i p i c i o q u e t e n é i s

d e s t i n a d o a l o s h o m b r e s l i b r e s " , a n t e s q u e p e r m a n e c e r e s c l a v o, a s í t o m a r a n

s u s c a d e n a s l a s u a v e f o r m a d e l o s b r a z o s d e C l e i a , l a h e r m o s a m u j e r d e l

f i l ó s o f o X a n t o s .

Page 8: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 8/267

E u g è n e I o n e s c o

  1 9 1 2 )

  e s u n a u t o r r u m a n o

  qu e

  e s c r i b e

  en f rancés, y

u n o d e l o s g r a n d e s d e l l l a m a d o " t e a t r o d e l a b s u r d o " . S u i e r T g u a j e , i n s p i r a d o

e n l o s s i s t e m a s p a r a l a e n s e ñ a n z a d e i d i o m a s e x t r a n j e r o s , e s il ó g i c o

  y

p e r m i t e m o s t r a r l a i n c o m u n i c a c i ó n e n t r e l o s h o m b r e s . O b r a s p r i n c i p a l e s :

La cantan te ca l va . La l ecc ió n . Las s i l l as . R ino cero nte , E l rey se mu ere .

E l t r a d i c i o n a l t e a t r o j a p o n é s N Ô e s r e t o m a d o p o r Y u k i o M i s h i m a

( 1 9 2 5 - 1 9 7 2 ) . S u s t e x t o s , d e g r a n d e l i c a d e z a , s e a l e j a n d e l a s i m p l e g l o s a

  o

a d a p t a c i ó n d e u n a a n t i g u a f o r m a d r a m á t i c a . A n t e e l s u t i l e n c a n t o p o é t i c o

d e s u s o b r a s c e d e n l o s j a p o n e s e s y l os o c c i d e n t a l e s c o n t e m p o r á n e o s a s i d u o s

a l t e a t r o . M i s h i m a e s c r i b i ó e n t r e l o s v e i n t i c i n c o y l o s t r e i n t a a ñ o s d e e d a d

l a s s i g u i e n t e s p i e z a s N ó :

  S o to b a K o m a c h i , E l t a m b o r d e Da ma s c o , K a n ta n ,

L a d y A o i , H a n j o , D o j o j i .

  E n 1 9 5 4 f u e p r e m i a d a s u n o v e l a

  Sh iosa i .

J e a n - P a u l S a r t r e ( 1 9 0 5 - 1 9 8 0 ) , d r a m a t u r g o , e n s a y i s t a y n o v e l i s t a

f r a n c é s , e s t a m b i é n c o n o c i d o c o m o u n o d e l o s m á s b r i l l a n t e s e i n f l u y e n t e s

e x p o s i t o r e s d e l a f i l o s o f í a e x i s t e n c i a l i s t a q u e d o m i n ó e l p a n o r a m a i n t e l e c -

t u a l d e O c c i d e n t e , d e s d e l a p o s t g u e r r a h a s t a e l f i n d e l a d é c a d a d e l o s

c i n c u e n t a s . E j e r c i ó u n p o l é m i c o m a g i s t e r i o c o m o p e n s a d o r y c o m o e s c r i t o r

c o m p r o m e t i d o

  q u e l o l le v ó t a n t o a l a c e r c a m i e n t o c o m o a l a i n m e d i a t a

r u p t u r a c o n e l p a r t i d o c o m u n i s t a f r a n c é s , a s í c o m o a l r e c h a z o d e l p r e m i o

N o b e l d e l i t e r a t u r a e n 1 9 6 4 y a p r e s i d i r e n c o m p a ñ í a d e l f i l ó s o f o i n g l é s

B e r t r a n d R u s s e ll e l t r i b u n a l i n t e r n a c i o n a l c o n t r a l o s c r í m e n e s d e g u e r r a e n

V i e t n a m ( 1 9 6 6 ) . A l g u n a s d e s u s p r i n c i p a l e s o b r a s s o n :

  A puer t as cerradas.

Las moscas. Las manos suc ias

  ( t e a t r o ) .

  E l mu ro , E ró s t ra to , L a c á ma ra

( c u e n t o ) .

  La náusea,

  la se r ie

  L o s c a m i n o s d e l a li b e r ta d

  ( n o v e l a ) ,

  ¿Qué es la

l i t e ra tu ra ? , B a u d e l a i r e , Sa n G e n e t , c o me d i a n te y má r t i r

  ( e n s a y o ) .

  E l ser y

l a n a d a . L o i ma g i n a r i o . L a c r í t i c a d e l a r a z ó n d i a l é c t i c a  ( f i l o s o f í a ) .

E l t e a t r o m e x i c a n o c o n t e m p o r á n e o l o r e p r e s e n t a e n p r i m e r t é r m i n o

R o d o l f o U s i g l i ( 1 9 0 5 - 1 9 7 7 ) e n s u c a l i d a d d e d r a m a t u r g o , a c t o r e n s u

j u v e n t u d , t r a d u c t o r , c r í t i c o y t e ó r i c o , a n i m a d o r d e g r u p o s . P e r o es s u

t r a b a j o l i t e r a r i o p a r a l a e s c e n a e l q u e l e h a v a l i d o e l r e c o n o c i m i e n t o i n t e r -

n a c i o n a l : s u s o b r a s s e t r a d u c e n y s e r e p r e s e n t a n e n l o s p a í s e s e u r o p e o s . E s

U s i g li " u n h o m b r e d e a g u d o t a l e n t o ( q u e ) s u p o v e r c o n l u c i d e z a l g u n a s

v e r d a d e s d e l p a í s y e s c r i b i r u n t e a t r o r a c i o n a l i s t a e n q u e la c a u s a l i d a d d e

l o s h e c h o s y s u s d e d u c c i o n e s c o n s t i t u y e n s u m é t o d o m i s m o d e e x p o s i c i ó n "

( C a r l o s S o l ó r z a n o ) . E l g e s t i c u l a d o r ( 1 9 3 7 ; e s t r e n o : 1 9 4 7 ) , E l n i ñ o y l a

n i e b l a ( 1 9 3 6 ) , J a n o e s u n a m u c h a c h a ( 1 9 5 2 ) y l a t r i l o g í a C o r o n a

  de

s o m b r a ( 1 9 4 3 ) , C o r o n a d e l u z ( 1 9 6 0 ) y C o r o n a d e f u e g o ( 1 9 6 1 ) s o n s u s

m á s d e s t a c a d a s p i e z a s t e a t r a l e s .

Edward A. Wright

EL TEATRO

El teatro es el lugar de reunión o la síntesis de todas las artes y

consta por ello de cinco elem entos: la obra, los actores, los téc nicos,

el director y el público, cada uno de los cuales debe valorarse apro-

piadame nte antes de que se haya visto la producción total.

Durante mucho t iempo se consideró que las bel las artes incluían

la danza, la música, la poesía o la literatura, la escultura, la pin-

tura, el dibujo y la arqui tectura. Algunas ediciones recientes de los

diccionarios comunes y corrientes han agregado un octavo arte: el

arte dramático. El hecho de que esto se convierta o no en un pos-

tulado común carece de importancia, porque un anál is is somero

de los elementos que forman las siete bellas artes señalará la verdad

fundamental de que el teatro es quizás el único s i t io en que todos

los elementos art ís t icos se unen en un terreno común: el   movi-

miento corpóreo  y los  gestos  de la danza, el  ritmo,  la  melodía  y la

armonía  de la música, la  métrica  y las  palabras  de la l i teratura y

la   línea,  la  masa  y el  color  de las artes espaciales, la escultura, el di-

bujo, la pintura y la arqui tectura. El teatro es , por tanto, una s ínte-

sis de todas las artes, si no es que se trata de un arte en sí mismo.

Gracias al hincapié que se pone actualmente en la total idad de la

producción teatral y en la unificación de todos sus elementos, el tea-

tro —ya sea un arte o una síntesis de las artes— está sujeto a las

pruebas de la unidad, del hincapié, del ri tmo, del balance, de la pro-

porción, de la armonía y de la gracia; cuest ión ésta que será discu-

t ida oportunamente en el capí tulo quinto.

Éste es un libro que trata más bien del   teatro  que de hacer com-

prensible la  obra teatral.  La obra o texto escrito es sólo una parte

de la producción teatral . Hay mult i tud de elementos no l i terarios

implícitos en ella. Los oficios, tanto como las artes, se convierten

en elementos importantes cuando los actores, los técnicos, el direc-

tor y el públ ico ocupan su s i t io en el conjunto general . Una obra

teatral exige muchos elementos y está hecha para mucha gente. El

* E d w a r d A . W r i g h t ,

  Para comprender el teatro actual,

  C o l . P o p u l a r ,

F o n d o d e C u l t u r a E c o n ó m i c a , M é x i c o - B u e n o s A i r e s , 1 9 6 2 , p p . 3 1 - 4 2 .

Page 9: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 9/267

texto escrito es sólo eso hasta que se convierte en la pieza teatral

al ser representada en el escenario por los actores y ante un pú-

bl ico. El teatro es genuinamente un arte de cooperación.

Actualmente —sino es que desde sus principios—, el teatro es el

resultado de cinco elementos indispensables. Sólo cuando se han

visto y valorado todos, podemos decir que hemos visto una produc-

ción Estos elementos incluyen al dram atur go, a los actores, a los

técnicos, al director y al público. Este último es en muchos aspectos

el contribuyente más importante, ya que los demás —el autor, los

actores , el director y los técnicos— han trabajado desde el principio

para satisfacerlo, para lograr su aprobación, su diversión o su gozo.

Estas áreas y todo lo que implican son los elementos del teatro.

El aficionado teatral no puede decir que ha vis to una obra s i no ha

apreciado debida y honradamente la contribución de todos los ar-

tistas que en ella participan.

El teatro, como arte, tiene obligaciones específicas con su público, y

éste, a su vez, como parte de toda producción teatral, tiene obliga-

ciones específicas con el teatro.

El teatro deberá atraer más al  público  que a un individuo ais-

lado. Este mero hecho ensancha el significado de la belleza y sub-

raya nuestras convicciones de que el arte y, especialmente, el teatro,

no deben apelar a la t ri l lada frase: "el arte por el arte". Este l ibro

pretende mostrar que semejante postulado carece de valor. El teatro

pertenece a todos y debe existir para la gente y hablarle a ella.

Aquellos artistas del teatro que escriben o producen para ellos

mismos o para su propio grupo reducido, y que miran desdeñosa-

mente a la "gente vulgar", no hacen s ino correr una cort ina de

olvido sobre ese arte que pretenden amar. Esta responsabi l idad

nunca evi tará la experimentación, el cambio, el desarrol lo. Al con-

trario, debe abrirles campo, porque el públ ico s iempre t rata de

aprender y de buscar algo nuevo. La his toria les ha mostrado que

puede por igual ser recept ivo y, al mismo t iempo, adaptarse fáci l -

mente al cambio; s in embargo, el art is ta teatral , mejor que cual-

quier otro, puede ser obl igado a andar más lentamente, o al menos

no debe olvidar nunca que es el servidor He la mult i tud que forma

su público.

El verdadero amante del teatro lo considera como una inst i tución

democrát ica que pertenece fundamentalmente al pueblo. Cri t icará

acremente tanto a los productores o directores que fomentan el mal

gusto teatral y que conciben el teatro sólo como un escape; como,

igualmente, a aquellos que sacrificarían toda diversión y piden sólo

una obra intelectual o un teatro con mensaje. Ambos   conceptos son

igualmente erróneos: el primero  hablará de "darles lo que piden"

o de "buen negocio", mientras  que el otro  rec l amará  un '"teatro

art ís t ico" o de  "significado social".  El primero  no reclama nada

de su público y el  úl t imo exige demasiado.  T a n t o  el  un o  como el

otro están condenados  al  fracaso  porque  se  enfrentan pronto a un

público que  se desanima  y que va escaseando  paulat inamente.

Alguien  dividió  al público  teatral en  tres grupos  externos: los es-

capistas, los moralistas y los partidarios del arte por   el arte. Los

escapistas, desde  luego,  sólo t ratan de olvidar  sus responsabilidades

y problemas cot idianos; piensan únicamente en divert i rse,  buscando

las obras más  ligeras  y las comedias  musicales. Se les conoce con el

nombre de "negociantes cansados", aunque puede   hallárseles entre

todas las profesiones y muchas veces, aunque  parezca raro, entre las

inteligencias más brillantes.

Poco después de  qu e  La muerte de un viajante  completó su gira,

cierto profesor de una universidad muy famosa condenó  la obra

diciendo que lo había obsesionado durante  varios días y que no ha-

bía logrado alejarla de  su mente.  C u a n d o  se  le  preguntó por qué no

le gustaba, contestó: "No dice nada." Los que   lo escuchaban res-

pondieron enseguida que su tema es   m uy  rico,  puesto que muestra

a un hombre que está condenado al fracaso porque   construye su

vida y la de su familia sobre cimientos superficiales,   ét icamente

erróneos. El profesor se mostró de acuerdo,  diciendo que había en-

contrado lo  mismo  en la obra, pero lo  que le preocupaba era la exis-

tencia en Norteamérica de muchas  personas similares al prota-

gonista. Esta afi rmación fue aún  m ás  so rp renden te ;  revelaba que el

profesor no quería comprender que la gente, por lo   menos las gene-

raciones jóvenes, pudiesen identificarse  co n  el  tema, advirt iendo sus

propios errores para poder corregirlos antes que  sea demasiado

tarde. La frase lógica no dejó de producirse,   aunque fuese inconce-

bible en labios de tan distinguida persona: "A decir   verdad , cuan-

do voy al teatro quiero ver algo   ligero  y  entretenido."

Pero lo que ni s iquiera este profesor advert ía  es que la palabra

"entretener" no implica sólo divert i r , ya que   procede del latín

tenere,  que s ignifica "retener"; en consecuencia, la  t ragedia puede

ser tan entretenida como una farsa. Lo   que dicho profesor quería

decir, en realidad, es que exigía del teatro un "escape". Este   pri-

mer grupo, por desgracia muy numeroso, puede l lamarse  el de los

escapistas.

El segundo grupo incluye a quienes exigen del teatro  que enseñe

una lección que eleve, que predique sermones, que represente algo

Page 10: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 10/267

de la vida con lo que están personalmente de acuerdo. Cerrarán los

ojos a todo aquello que no concuerde con su pensamiento e insisti-

rán en que sólo deben representarse las "obras bellas ,y limpias".

Este t ipo de personas es fáci l de encontrar en cualquier comunidad,

y representa uno de los grandes problemas a que debe enfrentarse el

director del teatro no comercial . Ya sea que no quieran ver que

existe el mal en el mundo o que se nieguen a aceptar que el teatro

es un reflejo de la vida, no son honrados consigo mismos, ni con los

art is tas que cri t ican. Este grupo puede denominarse el de los   mora-

listas.

El tercer grupo de extremistas está constituido por los aficionados

que insis ten en un "arte por el arte". Se horrorizan ante los éxi tos

d<- taqui l la y se refieren desdeñosamente a cualquier teatro popular

como si se t ratase de una "empresa comercial". Niegan que el teatro

pertenezca al pueblo y lo pretenderán exclusivo de su pequeño gru-

po esotérico; afectadamente decidirán que la popularidad es sólo un

elemento de la mediocridad, muy por debajo del verdadero art is ta.

Estos individuos, que nosotros denominamos  los partidarios del arte

Jmr el arte,  gustan de l lamarse a s í mismos "intelectuales".

No es muy fáci l poder agradar a estos t res t ipos extremistas y a

los millones que están entre ellos, pero juntos forman' el público de

cualquier art is ta teatral John Masón Brown nos dice lo s iguiente,

en su libro  The art of Playgoing:

Colocaos en la entrada de cualquier teatro cuando el públ ico

empieza a reunirse; observad sus miles de facetas; estudiad sus

variadas expresiones; t ratad de apreciar las mentes separadas que

son meras células de ese cerebro complejo; pensad en los intere-

ses, en las percepciones, en los ambientes, en los vocabularios, en

las simpatías, en los patrones, en las convicciones, en las con-

ciencias y niveles de refinamiento contrarios de donde ha surgido

este gigante, y los obstáculos o dificultades a que se enfrenta el

dramaturgo cuando presenta s i tuaciones, ideas y personajes que

la mult i tud pueda^ comprender y aceptar aun s i sat isfacen todas

nuestras exigencias individuales diversas, todos sus problemas nos

parecerán más claramente que en cualquier l ibro de texto o de

técnica dramática.

1

, La varieda d que ese público es capaz de aprec iar resul ta i l imita-

da Algunos desearán los versos de Sófocles o de Shake speare, m ien-

1

  J o h n Ma s ó n B ro w n ,  The art

  of Playgoing.

  (N e w Y o rk , W . W . N o r to n

and Company, Inc . , 1936 .) ,

t ras otros exigirán los parlamentos de la actriz cinematográfica más

en boga por el momento. Alguno escogerá una obra que t rate de

algún tema social o religioso, en tanto que otro se inclinará por

un idi l io his tórico o una biografía. Hay quienes prefieren más

bien un grupo de bellas coristas, en medio de un escenario espec-

tacular y acompañadas por una alegre música, que la úl t ima tra-

gedia de Mil ler o un drama poét ico de T. S. El iot . Otros exigirán

el renacimiento de los clásicos o la dramatización de alguna novela

famosa, mientras que algún buen vecino preferirá la natural idad

de Chejov o la agi l idad de Noel Coward. Y siempre hay un público

que encuentra su mayor placer en los sermones de Shaw, en el tea-

tro épico de Brecht, en las búsquedas de Pirandello, en la relativi-

dad del tiempo y en la filosofía cuatridimensional de J. B. Priestley

o en el desafío intelectual que Eric Bendey exige del teatro. Cual-

quier público teatral incluirá matices de todos esos individuos.

En segundo lugar, es otra suposición nuestra que el público va al

teatro para sent i rse emocionado: el teatro es antes que nada una

capi l la de la emoción. El público debe sorprenderse, electri ficarse,

excitarse, divertirse, asustarse, entristecerse o apasionarse; el conte-

nido emocional es más importante, más fundamental que el inte-

lectual . La experiencia resul ta sumamente út i l cuando puede ense-

ñar una verdad vi tal , inspirando al públ ico a hacer mejores cosas;

cuando lo conmueve con su poesía y su cal idad l i teraria, preparán-

dolo mejor para enfrentarse a la vida, o cuando lo desafía intelec-

tualmente. Porque básica y principalmente, el teatro debe otorgar

a su público una experiencia emotiva.

El teatro t iene como obligación proporcionar al públ ico, a cam-

bio del t iempo que éste le dedica, un t rozo de vida más completo

que el que podría vivirse en ese periodo. Debe acentuar las lecciones

y verdades que ofrece y pintar los personajes tan vivamente que la

gente pueda l legar a conocerlos y apreciarlos . El argumento puede

ident ificarse con la vida tal como la ha experimentado el públ ico, o

diferi r fundamentalmente de el la, pero deberá s iempre ofrecer la ex-

periencia y la emoción sustitutivas que sólo el teatro puede dar.

Gon excepción de un periodo muy breve del s iglo pasado, el hom-

bre ha exigido s iempre que el teatro, como arte,  parezca  real sin

serlo; que

  refleje

  la vida sin ser ella misma; que sea siempre una

ilusión  de la real idad. Es en este elemento de la  semejanza  en el

que encontramos el verdadero arte del teatro, aunque su proporción

exacta haya cambiado según las épocas y a .t ravés de muchos t ipos

y formas de drama y de teatro. La advertencia shakesperiana:

"Mantén un espejo j ren te a l a na tu ra l eza" , p resupone un t i po es -

Page 11: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 11/267

pecial de espejo, que muestre al público lo que el artista quiere

que vea, pero con la condición de que al verlo no confunda nunca

el arte con la vida misma.

Una cuarta obl igación del teatro es lograr s iempre que el públ ico

crea  en lo que ve, por lo menos durante el t iempo que permanece

en la sala. A la mañana s iguiente, después de anal izar detenida-

mente la obra, pueden surgir algunas dudas sobre ciertos hechos o

caracterizaciones, que, s in embargo, no deben presentarse en el mo-

mento de la representación. La emoción, el espíritu y la ilusión

de la vida deben existir siempre en el teatro.

Finalmente, el teatro debe expresar la verdad acerca de la gente

y la vida. Cuando el teatro miente o cuando el públ ico no cree en lo

que ve, deja de ser arte. Ello no quiere decir que las obras deban

ser realistas y los escenarios naturalistas; ni siquiera que el tema deba

acercarse demasiado a lo real . Una fantasía puede ser tan verdadera

como el drama más realista, si los personajes de esa fantasía y el

escenario que los rodea se acoplan a las leyes de su existencia ima-

ginaria.  Alicia en el país de las maravillas  y  El pájaro azul  son tan

verdaderos como cualquier pel ícula real is ta. Su verdad o su tema

pueden permanecer más largamente en nuestra memoria

Resumamos ahora estas cinco obligaciones del teatro hacia su

público:

1. El teatro debe dirigirse al público y no a los individuos ais-

lados.

2. El teatro debe conmover emocionalmente al públ ico.

3. El teatro debe ofrecer intelectualmente a su público un t rozo

de vida más completo que el que pueda vivir durante el breve lap-

so que dura la representación.

4. El teatro debe  parecer  real cuando crea una ilusión de la vida

5. La ilusión teatral debe ser un retrato verdadero de la vida, de

tal manera que el públ ico crea en el la, al menos cuando se encuen-

tra en la sala.

El público, igualmente, tiene ciertas obligaciones hacia el teatro,

puesto que el ir a verlo implica un trabajo bilateral. El   buen  aficio-

nado no considera al teatro como un simple pasat iempo para esca-

par a sus problemas personales. Exige que sea algo más que un

mero escape, y no pone límites a las concepciones y creencias del ar-

t is ta, s ino que le permite que emplee cualquier material para contar

su historia. No pide tampoco un tipo especial de diversión; sólo

quiere que sea un buen teatro, ya se t rate de la actuación de un

payaso, de un Hamlet , de una t ragedia de Sófocles o de una farsa

burda. Cua ndo en tra en el teatro se entrega a él , aunque no ciega-

mente, pues conserva su juicio y su gusto. Acepta el teatro como

un art i ficio, como un mundo construido para él , en el que part ici-

pan muchas personas que se esfuerzan por comunicarle algo de la

vida mediante la concepción del artista; y él, como parte del públi-

co, t ratará de apreciar esos esfuerzos.

El buen aficionado advierte que el teatro es una síntesis de todas

las artes y que es necesario que varias personas sean responsables

de la producción. No sólo piensa en el argumento, en los actores, en

el escenario, en la iluminación o en los trajes. Se da cuenta que

puede gustarle cierta parte de la producción y desilusionarse con

otra; y que sería injusto condenar o alabar al conjunto por una sola

interpretación. Observa que el teatro es capaz de conmoverlo de

mil maneras; que le puede al terar, exci tar, divert i r , enseñar o t rans-

formar; pero que la experiencia total es bi lateral , es decir, que se

trata de un juego en el que el públ ico también debe part icipar.

Sabe que un elemento vital del placer que obtiene en el teatro es

lo que Shakespeare denominó "el poder imaginat ivo", o sea una

especie de semicreencia. Esta creencia no significa que deba excla-

mar ciegamente: "ése es el cast i l lo de Hamlet" o "ésa es la casa de

Willy Loman"; s ino que no debe pensar que no se t rata de Elsinore

o del hogar de Loman. Coleridge di jo alguna vez: "La verdadera

ilusión del teatro no consiste en que la mente crea que lo que tiene

ante sus ojos es un bosque, sino en renunciar a la idea de que

  no

  lo

es." Otros autores han considerado este fenómeno como una sus-

pensión de la incredulidad.

El   ma l  aficionado se turba cuando ve que algunos actores que

conoce desempeñan un papel contrario a sus creencias aceptadas,

como en el caso de un profesor universitario que dijo al director:

"Yo le rogaría que en las próximas ocasiones evite usted darles un

papel inconveniente a esos excelentes jóvenes, porque cuando los

encuentro en la cal le no puedo menos de recordar el personaje que

han interpretado." Lo mismo sucedió con cierta i racunda señora, a

cuyo hi jo se le había dado un papel que le obl igaba a proferir mal-

diciones. Ambas personas demostraban carecer de poder imaginat i -

vo. .Negaban al actor su derecho de art is tas para in terpretar parla-

mentos de un t ipo diferente.

El buen aficionado, en contraposición con esta visión estrecha e

injustificada, conoede a los actores, al artista escénico y a todos los

que part icipan en la producción, la oportunidad de conducirlos a

su mundo imaginario. Cuando todos los artistas, los técnicos y su di-

rector no logran su objetivo, a pesar de que el aficionado les ha dado

muchas oportunidades a t ravés de su poder imaginat ivo, éste puede

Page 12: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 12/267

entonces justamente cri t icarlos como art is tas . Sería, s in embargo,

más intel igente de su parte —y le proporcionaría un mayor placer

personal— si fuera capaz de comprender  por qué  los artistas han

fracasado o no en su cometido.

El buen aficionado reconoce, además, sus propios prejuicios y t ra-

ta fie superarlos . Puede no interesarse en determinado actor o en

cierta obra teatral ; s in embargo, hará un esfuerzo para juzgarlos

honradamente, concediéndole a cada art is ta el derecho de t rabajar

según su gusto.

La últim a y primo rdial obligación del público es una repetición

de l  primer principio, nuestra premisa básica de crí t ica dramática:

las t res preguntas de Goethe.

Resumamos ahora cuáles son las obl igaciones del público:

1. Considerar cada hecho dramático con una gran dosis de poder

imaginat ivo.

2. Reconocer los prejuicios personales.

3. Observar y valorar el t rabajo de   todos  los art is tas que han he-

cho posible la producción.

4. Conceder a cada art is ta el derecho de expresarse según le con-

venga.

5. Uti l izar s iempre las t res interrogaciones de Goethe.

¿Qué trata de hacer el artista? '

¿Lo ha hecho bien?

¿Merece hacerse?

I. OBRAS DRAMATICAS

Page 13: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 13/267

entonces justamente cri t icarlos como art is tas . Sería, s in embargo,

más intel igente de su parte —y le proporcionaría un mayor placer

personal— si fuera capaz de comprender  por qué  los artistas han

fracasado o no en su cometido.

El buen aficionado reconoce, además, sus propios prejuicios y t ra-

ta fie superarlos . Puede no interesarse en determinado actor o en

cierta obra teatral ; s in embargo, hará un esfuerzo para juzgarlos

honradamente, concediéndole a cada art is ta el derecho de t rabajar

según su gusto.

La úl t ima y primordial obl igación del público es una repet ición

de l  primer principio, nuestra premisa básica de crí t ica dramática:

las t res preguntas de Goethe.

Resumamos ahora cuáles son las obl igaciones del público:

1. Considerar cada hecho dramático con una gran dosis de poder

imaginat ivo.

2. Reconocer los prejuicios personales.

3. Observar y valorar el t rabajo de   todos  los art is tas que han he-

cho posible la producción.

4. Conceder a cada art is ta el derecho de expresarse según le con-

venga.

5. Uti l izar s iempre las t res interrogaciones de Goethe.

¿Qué trata de hacer el artista? '

¿Lo ha hecho bien?

¿Merece hacerse?

I. OBRAS DRAMATICAS

Page 14: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 14/267

Page 15: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 15/267

P E R S O N A J E S

Gali leo Gali lei

Andrea Sart i

Señora Sarti,

  madre de Andrea

y ama de llaves de Galilei

Ludovico Marsi l i ,

  un joven

de acaudalada familia

Señor Priul i ,  secretario de la

Universidad de Padua

Sagredo,  amigo de Galilei

Virg in i a ,

  hija de Galilei

Federzoni ,  pulidor de lentes,

colaborador de Galilei

El Dux

Regidores

Cosme de Médic i ,  Gran Du-

que de Florencia

Mayordomo Mayor de la Corte

El teólogo

El fi lósofo

El matemát i co

Una vieja dama de honor

Una joven dama de honor

Un lacayo del Gran Duque

Dos monjas

Dos soldados

La vieja mujer

Un p re l ado gordo

Dos erudi tos

Dos monjes

Dos astrónomos

Un monje muy de lgado

Un cardenal muy viejo

Padre Cris toforo Clavius,  as-

trónomo

U n m o n j e p e q u e ñ o

El Cardenal Inquisidor

Cardenal Barberini ,  después

Papa Urbano VII I

Cardenal Belarmino

Dos secretarios espiri tuales

Dos jóvenes damas

Fil ippo Mucius,  un erudito

Señor Gaffone ,  rector de la

Universidad de Pisa

Un cantor de romances

Su mujer

Vann i ,  un fundidor de hierro

Un funcionar io

Un a l to funcionar io

Un individuo

U n m o n j e

Un campes ino

Un guard ia aduanero

Un escribiente

Hombres, mujeres , niños

1

G A L I L E O G A L I L E I , P R O F E S O R D E M A T E M Á T I C A S E N P A D U A ,

Q U I E R E D E M O S T R A R L A V A L I D E Z D E L N U E V O S I S T E M A

U N I V E R S A L D E C O P É R N I C O .

El pobre gabinete de trabajo de Galilei en Padua. Es de ma-

ñana. Un muchacho, A ndrea, hijo del ama de llaves, trae un

vaso de leche y un bollo.

GALILEI  (lavándose el pecho, resoplando, alegre):  Pon la leche

sobre la mesa, pero no cierres ningún l ibro.

ANDREA: Mi madre dice que debemos pagar al lechero. Si

no pronto hará un rodeo a nuestra casa, señor Gali lei .

GALILEI: Se dice: describirá un círculo, Andrea.

ANDREA: Como usted quiera, pero s i no pagamos describirá

un círculo en torno a nosotros, señor Gali lei .

GALILEI: Si el alguaci l , señor Cambione, se dirige directamen-

te a nuestra puerta, ¿qué dis tancia entre dos puntos elegirá?

ANDREA   (sonríe):  La más corta.

GALILEI: Bien. Tengo algo para t i . Mira atrás de las tablas

astronómicas.

Andrea levanta detrás de las tablas astronómicas un modelo

de madera de gran tamaño del sistema de Ptolomeo.

ANDREA: ¿Qué es esto?

GALILEI: Un astrolabio. El aparato muestra cómo los astros

se mueven alrededor de la Tierra, según la opinión de los

viejos.

A N D R E A : ¿ C ó m o ?

GALILEI: Invest iguemos, Primero la descripción.

ANDREA: En el 'med io; hay una pequeña piedra.

G A L I L E I : E S l a T i e r r a .

Page 16: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 16/267

ANDREA: Alrededor de ella hay varios anillos, siempre uno

sobre el otro.

G A L I L E I : ¿ C u á n t o s ?

A N D R E A : O c h o .

GALILEI: Son las esferas de cristal.

ANDREA: A los anillos se han fijado bolillas.

G A L I L E I :  So n l o s a s t r o s .

ANDREA: Y ahí hay cintas en las que se leen nombres.

GALILEI: ¿Qué nombres?

ANDREA: Nombres de estrellas.

GALILEI: ¿Por ejemplo?

ANDREA: La más baja de las bolillas es la Luna y encima de

ella se encuentra el Sol.

GALILEI: Y ahora haz correr el Sol.

ANDREA   (mueve los anillos):  Es hermoso todo esto, pero nos-

otros estamos tan encerrados.. .

GALILEI: Sí.

  (Secándose.)

  Es lo que yo sent í también c uando

vi el armatoste por primera vez. Algunos lo s ienten.

  (Le tira

la toalla a Andrea para que le frote la espalda.)  Muros, ani l los

e inmovil idad. Durante dos mil años la humanidad creyó que

el Sol y todos los astros del cielo daban vueltas" alrede dor de

ella. El Papa, los cardenales, los príncipes, los eruditos, capi-

tanes, comerciantes, pescaderas y escolares creyeron estar sen-

tados inmóviles en esa esfera de cristal. Pero ahora nosotros

sal imos de eso, Andrea. El t iempo viejo ha pasado y estamos

en una nueva época. Es como si la humanidad esperara algo

desde hace un siglo.

Las ciudades son estrechas, igual que las cabezas. Supe rsticiones

y peste. Pero el que hoy las cosas sean así no quiere decir que

siempre lo serán. Todo se mueve, mi amigo. Me alegra pensar

que la duda comenzó con los navios. Desde que la humanidad

t iene memoria se arrastraron a lo largo de las costas , pero de

repente las abandonaron y se largaron a los mares.

En nuestro viejo cont inente se ha comenzado a oír un rumor:

existen nuevos cont inentes . Y desde que nuestros navios via-

jan hacia el los se festeja por todas partes que el inmenso y

temido mar es un pequeño estanque. Desde entonces ha sobre-

venido el gran deseo: investigar la causa de todas las cosas,

por qué la piedra cae al soltarla y por qué sube cuando se la

arroja hacia arriba. Cada día se descubre algo. Hasta los viejos

de cien años se hacen gritar al oído por los jóvenes los nuevos

descubrimientos. Ya se ha encontrado algo, pero existen otras

cosas que debe n explicarse. Muc has tareas esperan a las nuevas

generaciones.

En Siena, de muchacho, observé cómo unos t rabajadores reem-

plazaban, luego de cinco minutos de disputa, una costumbre

milenaria de mover bloques de grani to por una nueva y

razonable forma de disponer las cuerdas. Fue al l í donde caí

en la cuenta: el t iempo viejo ha pasado, estamos ante una nueva

época. Pronto la humanidad entera sabrá perfectamente dónde

habita y en qué clase de cuerpo celeste le toca vivir.

Porque lo que dicen los viejos libros ya no les basta, pues

donde la fe reinó durante mil años ahora reina la duda. El

mundo entero dice: sí, eso está en los libros, pero dejadnos

ahora mirar a nosotros mismos. A la verdad más festejada

se le golpea hoy en el hombro; lo que nunca fue duda hoy se

pone en tela de juicio.

Se ha originado una corriente de aire que vent i la hasta las

faldas bordadas en oro de príncipes y prelados, tornando vis i-

bles piernas gordas y flacas, piernas que son como nuestras

piernas. Ha quedado en descubierto que las bóvedas celestes

están vacías y ya se escuchan alegres risotadas por ello.

Pero las aguas de la tierra empujan las nuevas ruecas y en los

astilleros, en las cordelerías y en las manufacturas de velas se

agi tan quinientas manos al mismo t iempo en busca de un nuevo

ordenamiento.

Yo profet izo que todavía durante nuestra vida se hablará de

astronomía hasta en los mercados y hasta los hijos de las pes-

caderas correrán a las escuelas.

A esos hombres deseosos de renovación les gustará saber que

una nueva astronomía permite moverse también a la Tierra.

Siempre se ha predicado que los astros están sujetos a una

bóveda de cris tal y qrs no pueden caer. Ahora, nosotros he-

Page 17: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 17/267

mos tenido la audacia de dejarlos moverse en l ibertad, sin apo-

yos, y el los se encuentran en un gran viaje, igual que nuestras

naves, ¡en un gran viaje sin interrupciones

La Tierra rueda alegremente alrededor del Sol y las pescade-

ras, los comerciantes, los príncipes y los cardenales y hasta el

mismo Papa ruedan con ella.

El universo entero ha perdido de la noche a la mañana su

centro, y al amanecer tenía miles, de modo que ahora cada uno

y ninguno será ese centro. Repentinamente ha quedado mu-

chísimo lugar. Nuestras naves se atreven mar adentro, nues-

tros astros dan amplias vueltas en el espacio y hasta en el

ajedrez las torres saltan todas las fi las e hileras. ¿Cómo dice

el poeta?

ANDREA: "¡Oh temprano albor del comenzar

¡Oh soplo del viento

que v iene de nuevas costas "

Sí, pero beba su leche que ya comenzarán de nuevo las visi tas.

GALILEI: ¿Has comprendido al fin lo que te dije ayer?

ANDREA: ¿Qué? ¿Lo del Qu ipér nico con sus vueltas?

GAL I L E I : S Í .

ANDREA: NO. ¿Por qué se empeña en que yo lo comprenda?

Es muy difíci l y en octubre apenas cumpliré once años.

GALILEI: Por eso mism o quiero que lo comprendas. Para el lo

trabajo y compro l ibros en vez de pagar al lechero.

ANDREA: Pero es que yo veo que el Sol está al atardecer en

un lugar muy dist into al de la mañana. No puede entonces

estar inmóvil . ¡Nunca ¡Jamás

GALILEI: ¿ASÍ que tú ves? ¿Qué es lo que ves? N o ves nada.

Tú miras sin observar. Mirar no es observar.  (Coloca el so-

porte con la palangana donde se ha lavado en el medio de la

habitación.)  Aq uí tienes el Sol. Siéntate.  (Andrea se sienta

en una silla. Galilei se para detrás de él.)  ¿D ónde está el Sol.

a la izquierda o a la derecha?

ANDR E A: A l a i zq u i e r d a .

GALILEI: ¿Y cómo llegará a la derecha?

ANDREA: Si usted lo lleva, por supuesto.

GALILEI: ¿Solamente así?  (Carga ¡a silla junto con Angra* y

los traslada al otro lado de la palangana.) ¿Y

  ahora, dónde

está el Sol?

ANDR E A: A l a d e r ech a .

GALILEI: ¿Y se movió acaso el Sol?

A N D R E A : N O .

GALILEI: ¿Quién se movió?

ANDR E A: YO.

GALILEI  (ruge):  ¡Mal ¡Alcornoque ¡La si l la

ANDREA: ¡Pero yo con ella

GALILEI: Claro... la si l la es la Tierra. Y tú estás encima.

SRA. SARTI

  (que ha entrado para tender la cama y ha perma-

necido mirando la escena):  ¿Qué hace usted por Dios con mi

hijo, señor Gali lei?

GALILEI: Le enseño a mirar, señora Sart i .

SRA. SARTI: ¿Cóm o? ¿Ar rastrán dolo por el cuarto?

ANDREA: Calla tú, mamá. Tú no entiendes estas cosas.

SRA. SARTI: ¡Ajá ¿Pero tú las entie ndes , no es cierto?   (A

Galilei.)   Usted lo trastorna tanto qu e pronto sostendrá que

dos y dos son cinco. El pequeño confunde todo lo que usted

le dice. ¡Fíjese que ayer me demostró que la Tierra se mu eve

alrededor del Sol Y además está seguro que un señor l lamado

Quipérnico lo ha calculado todo.

ANDREA: ¿Acaso no lo ha calculado el Quipérnico, señor Ga-

li lei? ¡Dígaselo usted mismo

SRA SARTI: ¿Qué? ¡Así q«e es usted q uien le dice todos esos

disparates Luego los repite com o un loro en la escuela y me

vienen los señores del clero a protestar porque difunde esas

cosas del diablo. ¡Vergüenza debía de darle, señor Ga li lei

GALILEI  (desayunando):  Sobre la base de nuestras investiga-

ciones, señora Sart i , y luego de ardorosas controversia», Andrea

y yo hemos hecho tales descubrimientos que no podemos callar

ya ante el mundo. Comienza un t iempo nuevo, una gran era,

en la que vivir será un verdadero goce.

SRA. SARTI: SÍ, sí. Ojalá que en esa nueva época podamos

pagar al lechero, señor Gali lei . Está esperando un señorito

que desea tomar lecciones. Viste bien y trae una caita de re-

Page 18: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 18/267

comendación .

  (Le entrega una carta.)

  Hágame e l favor y no

lo envíe de vuel ta que tengo presente s iempre la cuenta del

lechero.

  (Se va.)

GALILEI

  (riendo):

  Déjem e t e rminar po r l o menos con mi

desayuno.

  (A Andrea.)

  ¡Entonces quiere decir que ayer hemos

entendido algo

ANDREA: NO, se lo dije a ella sólo para que se asom bre. Per o

no es cierto, usted di jo que la Tierra se mueve alrededor de

sí misma y no sólo en torno al Sol. Pero la silla se movió sólo

alrededor de la palangana y no alrededor de s í misma, porque

si no yo me hubiese caído, y esto es una evidencia, ¿Por qu é

no dio vuel tas a la s i l la? Porque entonces quedaba demostrado ¿

que yo tamb ién me habría caído de la Tierra . ¿Qué me dice,

ahora?

GALILEI: Pero t e he dem os t rad o . . . ¡

ANDREA: Esta noche me di cuenta que si la Tierra realmente

1

se moviese me hubiera quedado toda la noche con la cabeza

colgando para abajo. Y esto es una evidencia.

GALILEI

  (toma una manzana de la mesa):

  Mira, aquí t ienes

la Tierra.

ANDREA: NO, no. No me venga s iempre con esos ejemplos,

señor Gali lei . Así gana s iempre.

GALILEI

  (colocando de nuevo la manzana en la mesa):

  B u e n o . . .

ANDREA: Con ejemplos se logra s iempre demostrar todo, cuan-

do se es astuto. Pero yo no puedo arrastrar a mi madre en una

si l la como usted lo hace conmigo. Vea pues qué ejemplo más

malo es ése. ¿Y qué sucedería con la manzana como Tierra?

No sucedería absolutamente nada.

GALILEI

  (ríe):

  Es que tú no quieres comprender.

ANDREA: Vamos a ver, tómela de nuevo, ¿por qué no cuelgo

con la cabeza para abajo de noche?

GALILEI: Mira, ésta es la Tierra y aquí estás tú.

  (Clava la as-

tilla de un leño en la manzana.)

  Y ahora la Tierra se mueve .

ANDREA: Y ahora estoy con la cabeza colgando para abajo.

GALILEI: ¿Por qué ? Fíja te bien, ¿dó nde está ia cabeza?

A N D R E A : A h í , a b a j o .

GALILEI: ¿Qué?.

  (Vuelve la manzana a su primera posición-)  „

¿No está acaso en el mismo lugar, no están los pies s iempre

abajo? ¿Quedarías parado si yo te mu evo así?

  (Saca la astilla

y la da vuelta.)

ANDREA: NO. ¿Y por qué entonces no noto nadá del giro?

GALILEI: Porque tú real izas también el movimiento. Tú y el

aire que está sobre t i y todo lo que está encima de la esfera.

ANDREA: ¿Y por qué entonces parece que el ,Sol se moviera?

GALILEI

  (gira nuevamente la manzana con la astilla):.

  Mira,

tú ves abajo la Tierra, que permanece igual , s iempre está de-

ba jo de t i y para t i no se mueve. Pero mira hacia arriba, ahora

t ienes la lámpara sobre tu cabeza; pero ¿qué ocurre cuando

giro la Tierra? ¿Qué t ienes sobre tu cabeza?

ANDREA

  (hace también el giro):

  La estufa.

GALILEI: ¿Y dónde está la lámpara?

A N D R E A : A b a j o .

G A L I L E I : A j á .

ANDREA: Esto s í que es bueno, el la se asombrará.

  (Entra Lu-

dovico Marsili, un joven de acaudalada familia.)

GALILBI: Esta casa es lo mismo que un palomar.

LUDOVICO: Buenos días, señor. Mi nombre es Ludovico Marsili.

GALILEI

  (estudiando la carta de recomendación):

  ¿Viene usted

de Holanda?

LUDOVICO: Sí, donde oí hablar mucho de usted, señor Galilei.

GALILEI: ¿SU famil ia posee bienes en la Campania?

LUDOVICO: Mi madre quiso que viese un poco de lo que ocurre

en e l mundo , y as í . . .

GALILEI: Y usted oyó en Holanda que en Ital ia ocurre algo

conmigo .

LUDOVICO: Y como m i ma dre qu iere que también sepa un p oco

de lo que ocurre en l a c i encia . . .

GALILEI: Lecciones privadas: diez escudos por mes.

LUDOVICO: Muy bien, señor.

GALILEI: ¿Por qué se interesa usted?

LU D O V I C O : C a b a l l o s .

G A L I L E I : A j á .

LUDOVICO: Yo no tengo cabeza para las ciencias, señor Galilei.

Page 19: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 19/267

GALILEI: A j í Ba jo esas circunstancias son quin ce escudos

por mes .

LUDO vi co : Mu y bien, señor Gali lei .

GALILEI: Tend ré que enseñar le de mañana b ien tempr ana Y

tú te quedas s in nada, Andrea. Pero debes comprender , tú no

pagas nada.

ANDCEA: Si, sf, ya m e voy. ¿Puedo l levarme la man zana?

G A L I L B :

  SL (Andrea

  N

  M .)

IOWVKD: Tendrá que tener paciencia conmigo, pr incipal -

m sm e ¡ u u m t f tt» qu e ocurre en l as c iencias s iempre es d i s t in to

a I » f R  Sa t  d sent ido común. P or ejemplo , ah í t iene us ted

m t « d b o ^ a e w n k u en A m s t e rd am . L o h e es t u di ad o d e t en i-

á i i j j u n a . , a a a w d n d e cu e t o v e rd e y do s l en t es , u n a a s í

((AmmUii  « w l a a t  riman*) j  otra así  (describe una conve

m t ) . H e

  «oíd©

 <fae «na am plía la image n y la otra la empe que-

f tne. C m A f i u bombee razonable pensar ía que ambas juntas

ae ••n i i i i r t a— Kaes no es as í . Se ve todo cinco veces más

jpafiAe co a efl «pata to. Esta es su cien cia.

G A U L H : ^ O É an a ae v e c in co v eces m ás g r an d e?

UOBtmro: Tenes de jg jcsw, palomas , todo lo que es tá l e jano.

G U I B : | H a p o d i d o v e r u s t ed m i s m o t o r re s d e i g le s ia

agBaedadas?

l U X WX J u SC, s e f a t .

G A U L E C ¿ Y e l ft db o t e n i a « l o s l e n t e s ?

  (Dibuja

  m

  croquis en

mm injf* ie pnfxiJ)  ¿ T a f i a e n e a s p ec t o ?  (Ludovico asiente.)

¿ G a f i m o  h ace  « {a e s e i m n 6 e s o?

ID DO V K D : S eg í n cu co , n o U f a n p as ado m ás d e d o s d í a s

cuando dejé Hfohnda, por lo menos desde que apareció en el

m ercad a

GAT.W.W   (ota ¿mistos®): ¿Y  por qué quiete us ted aprender

f í s ica, no ser ia m ejor h cr ia de cabal los?

  (Entra la señora

Sarti sm ser motad* por Galilei)

LUDOVKD: Mi madre opina que un poco de ciencia es nece-

sar io . Todo d mundo hoy en d ia bebe su v ino con ciencia .

GALILEI: Pero pata us ted ser ta lo mismo aprender una len-

gua ame na o t eo logía . Es más   FÓÁL  (Ve en ese momento *

la señora Sarti.)  Bien, venga el martes a la tarde,  (ludovico

se va.)

SHA. SARTI: El Secretario de la Universidad espera afuera.

GALILEI: NO me mire así , si lo he tomado.

SRA. SARTI: SÍ, porque me vio en el momento oportuno.

GALILEI: Deje pasar al Secretario, es importante. Esto signi-

ficará, tal vez, quinientos escudos de oro. Después, no tendré

ya necesidad de alumnos.  (La señora Sarti hace pasar al Se-

cretario. Galilei, que ha terminado de vestirse, anota algunas

cifras en un papel.)

GALILEI: Buenos días, présteme un escudo.   (Da a la señora

Sarti la moneda que el Secretario saca de un bolsillo.)   Mande

a Andrea al óptico por dos lentes. Aquí están las medidas.

(La señora Sarti se va con el papel.)

EL SECRETARIO: Vengo a devolverle su solicitud de aumento

de sueldo a mil escudos de oro. Desgraciadamente, no puedo

apoyarlo ante la Universidad. Usted lo sabe muy bien, los

cursos de matemáticas no traen ningún beneficio a nuestro

instiouo. Sí , hasta bien podríamos decir que las matemáticas

son un arte sin pan. No quiero significar con esto que la

República no deja de apreciar a esa ciencia por sobre todo.

Evidentemente, las matemáticas no son tan necesarias como

la fi losofía, ni tan inútiles como la teología, pe ro .. . ¡propor-

cionan un número tan i l imitado de placeres

GALILEI

  (leyendo en sus papeles):

  Mi queridísimo Secretario,

OJO quinieoKK escudos no h ago nada.

EL SBCKETAJMO: Pero, señor Galilei, usted dicta apenas dos

veaes dos bocas en la semana. Su extraordinaria fama debe

acantea rle aftiamaos a .discreción qu e pued en p aga r lecciones pr i-

vadas. <Mo cáeme «seed, acaso, alumnos particulares?

G a in g » : Sí , oem^o demasiados. Enseño y enseño, ¿y cuándo

«gffiendfené? Ben dito señor, yo nao poseo la ciencia infu sa co mo

¡le* señore s de lia Facultad de Filosofía. Soy tonco. N o e ntien -

do nada de nada y me veo dbJigado a l lenar los agujeros de

mi sabiduría.

  ¿Y

  cuándo podré hacerlo? ¿Cuándo podré in-

vestigar? Señor cmáo, mi ciencia t iene sed de saber más. ¿Qué

hemos resuelto de dos grande s problemas? Sólo "T ¥ »n t hipóce-

Page 20: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 20/267

sis. Pero hoy nos exigimos pruebas hasta de nosotros mismos.

Y ¿cómo puedo adelantar si para poder vivir tengo que me-

terle en la cabeza a todo idiota con dinero que las rectas

paralelas se cortan en el infinito?

EL SECRETARIO: NO olvide usted que la República paga, tal

vez, menos que algunos príncipes, pero a cambio garantiza

la l ibertad científica. Nosotros, aquí en Padua, hasta permiti-

mos algunos alumnos protestantes y también les otorgamos el

t í tulo de doctor. Al señor Cremonini no solamente no lo en-

tregamos a la Inquisición cuando se nos demostró —sí, señor

Gali lei , se nos demostró— que realiza manifestaciones antirr*.

Ügiosas, sino que todavía le aumentamos el sueldo. Hasta en

Holanda se sabe que Venecia es la República donde la Inqui-

sición no dice esta boca es mía. Todo esto t iene mucho valor

para usted que cult iva la astronomía, es decir, una ciencia en

la que desde hace poco t iempo no se respetan con la debida

consideración las enseñanzas de la Iglesia.

GALILEI: A Giordano Bruno lo entregaron ustedes a Roma

porque divulgaba las teorías de Copérnico.

EL SECRETARIO: NO, no lo entregamos por divulgar las teo

rías de Copérnico, que por otra parte son falsas, sino porque

él ni era veneciano, ni investía aquí ningún cargo. No se

queme usted ahora con el qi^emado. Está bien que disponga-

mos de l ibertad completa, pero no por eso es aconsejable

gritar a los cuatro vientos un nombre sobre el que recae la

expresa maldición de la Iglesia. Ni aquí, ni siquiera aquí

dentro.

GALILEI: De modo que la protección que prestan a la l iber-

tad de pensamiento les resulta un buen negocio, ¿verdad?

Mientras ustedes señalan que la Inquisición trabaja y quema

en otros lugares, obtienen aquí maestros buenos y baratos. La

protección que ejercen contra la Inquisición los benéficia por

otro lado al pagar los sueldos más bajos.

EL SECRETARIO: ¡Esto es injus to ¡Injus to ¿D e qué le ser-

viría a usted disponer de mucho t iempo para la investigación

si cadt monje ignorante de la Inquisición pudiera, sin más ni

más , proh ibir sus pen sam iento s: INO hay rosas sin espinas ni

príncipes sin monjes, señor Gali lei .

GALILEI: ¿Y de qué sirve la l ibertad científica sin t iempo

libre para investigar? ¿Qué pasa con los resultados? ¿Por

qué no muestra a los señores consejeros mis investigaciones

sobre las leyes de la gravitación   (señala un manojo de manus-

critos)  y les pregunta si esto no vale un par de escudos más?

EL SECRETARIO: Poseen un valor infinitamente mayor, señor

Gali lei .

GALILEI: NO un valor infinitamente mayor, sino de quinien-

tos escudos más, señor.

EL SECRETARIO: El valor de una cosa se mide por la cantidad

de escudos que puede proporcionar. Si quiere ganar dinero

debe mostrarnos otras cosas. Usted sólo puede exigir para la

ciencia que vende tanto como la ganancia que recibirá aquel

que se la compra. Ahí tenemos el ejemplo de la fi losofía que

el señor Colombe vende en Florencia: pues bien, el la le sig-

nifica al Príncipe, por lo menos, diez mil escudos por año.

Sus leyes de la gravitación han causado, por cierto, mucho

revuelo. Se las aplaude en París y Praga. Pero esos señores

que allá aplauden no pagan a la Universidad de Padua ló que

usted le cuesta. Su desgracia es la ciencia que ha elegido, señor

Gali lei .

GALILEI: Sí, compre ndo. Comercio l ibre, ciencia l ibré. Co-

mercio l ibre con la ciencia l ibre, ¿verdad?

EL SECRETARIO: ¡Pero señor Galilei ¡Qué criterio Perm í-

tame decirle que no comprendo completamente sus chistosas

observaciones. El floreciente comercio de la República no pue-

de ser objeto de sospechas. En cuan to a la ciencia, en los largos

años de mi cargo universi tario nunca me atrevía a hablar de

ella en ese, si se me permite, en ese tono tan frivolo.   (Con-

tinúa mientras Galilei dirige nostálgicas miradas a su mesa

de trabajo.)  ¡Piense usted un poco en la si tuación actual

¡En la esclavitud bajo cuyo látigo suspiran las ciencias en

ciertos lugares ¡Allí, hasta se han cor tado látigos de los anti-

quísimos infolios de cuero En esos lugares no debe saberse

por qué la piedra cae, sino que sólo puede repetirse lo que

Page 21: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 21/267

Aristóteles escribe. Los ojos se t ienen sólo para leer. ¿Para

qué nuevas leyes de la caída de los cuerpos si sólo lo que

impor ta es la caída de rodil las? Comp are esto con la inmensa

alegría con que nuestra República recibe sus pensamientos, así

sean los más atrevidos. ¡Aquí puede usted investigar ¡Aquí

pued e usted trabajar Na die lo vigila, nadie lo persigue. Nu es-

tros comerciantes, que bien saben lo que significan mejores

lienzos en la competencia con los florentinos, aprecian muy

bien su l lamado por una "física mejor", y, por otro lado,

¡cuánto debe agradecer la física a la exigencia de mejores

telares Nues tros más dist inguidos ciudadanos se interesan por

sus investigaciones, lo visi tan y se hacen mostrar sus descu-

brimientos, y es por cierto gente que no puede desperdiciar

su propio t iempo. No desprecie al comercio, señor Gali lei .

Nadie permitiría que lo molestaran a usted en su trabajo o

* que algú n entrom etido le crease dificultades. Reconozca, seño r

Gali lei , que aquí usted puede trabajar.

G A L I L E I  (desesperado):  Sí .

EL SECRETARIO: En lo que respecta a sus necesidades mate-

riales, haga nuevamente algo bonito, como aquel famoso com-

pás mili tar con el que   (va contando con los dedos)  sin ningún

conocimiento de matemáticas es posible trazar l íneas, calcular

los intereses compuestos de un capital , reproducir croquis de

terrenos en diversas escalas y est imar el peso de las balas de

cañón.

G A L I L E I : S a n d e c e s .

EL SECRETARIO: ¡Llama sandez a algo que encanta a las se-

ñorías más dist inguidas y que ha sorprendido y producido

dinero contante y sonante Has ta he o ído que el mismo G e-

neral Stefano Grit t i ha l legado a extraer raíces cuadradas con

ese instrumento.

GALILEI: ¡Verdaderamente, una maravil la ¿Sabe, Priuli , que

me ha hecho pensar? Priuli , me parece que tengo algo de la

categoría que a usted le agrada.  (Toma la hoja con el croquis.)

ÉL SECRETARIO: ¿Sí? ¿Ah, per o eso sería la solu ción (Se

levanté.)  SIFLTX  Galilei nosotros bien sabemos que usted es

un gran hombre. Un gran hombre, pero un hombre descon-

tento, si usted me permite.

GALILEI: Sí , soy un descontento y eso es lo que tendrían que

pagar si me comprendieran. Porque yo estoy descontento con-

migo mismo. Pero en lugar de eso procuran que lo esté con us-

tedes. Reconozco que me gustaría dedicar toda mi persona a

mis señores venecianos, con su famoso arsenal, sus ast i l leros

y polvorines de art i l lería. Pero es que no me dejan t iempo

libre para seguir con las especulaciones científicas que me

asaltan. Amordazan justo al buey que tri l la. Tengo cuarenta

. y seis años y no he hecho nada que me tranquil ice.

\ EL SECRETARIO: Entonce s, no qu isiera se guir mole stándo lo.

' GALILEI: Grac ias.  (Se va el Secretario. Galilei queda solo

algunos instantes y comienza a trabajar. Andrea entra corrien'

do mientras Galilei trabaja.)  ¿Por qué no comiste la manzana?

ANDREA: Porque le quiero demostrar a el la que se mueve.

GALILEI: Tengo que decirte algo, Andrea, No hables a otros

de nuestras ideas.

A N D R E A : ¿ P o r q u é n o ?

GALILEI: La Superioridad lo ha prohibido.

ANDREA: ¡Pero si es la verdad

GALILEI: Pero ella lo prohibe. Además, debo decirte otra cosa.

Tengo que hacerte una confesión: las teorías de Copérnico

son nada más que hipótesis. Dame las lentes.

ANDREA: Tuve que dejar mi gorra como prenda.

GALILEI: ¿Y qué piensas hacer en el invierno sin gorra?

(Pausa. Galilei acomoda las lentes de acuerdo con el croquis.)

ANDREA: ¿Qué es una hipótesis?

GALILEI: ES cuando se considera una cosa por cierta pero

todavía no se ha demostrado como hecho real . Por ejemplo,

la Felice, ahí abajo, delante de la t ienda del cestero, está dando

el pecho a su niño. Si decimos que el niño recibe la leche de

la Felice y no la Felice del niño, el hecho en sí será una hipó-

tesis mientras no se vaya hasta al l í , se vea el hecho y se lo

demuestre. Frente a los astros somos como gusanos de ojos

turbios que poco ven. Las viejas enseñanzas en las que se

creyó durante mil años están en completa decadencia. Poca

Page 22: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 22/267

«*ft4©fft queda a lo»   pmam  que sos t íeaea HOI g l faatesco i

edificios, Sea muchas leyes que poco aclatsa, mientras que

las nuevas hipótesis t ieae a poc as leye» que much o aclaran.

A N D R I A :  Pe» us ted y» me demost ró todo.

G A L I L B I :  N o, tó lo t e d i j e que podía ser as í . ¿ Bat imá n? La

hipótesi es muy bella y BO hay oada q ue hable en IU coatra.

A N D R E A : Y O  tambiéa quisiera ser físico, señor Gali lel .

G A L I L B I :  Ya lo creo, tealeado ea cuenta los iaaumerables

problemas que existen ea auestra materia.   (Ha ido basté lé

ventana y ha mirado a través de las lentes. Modéfédmmt• in-

teresado:)  Mira, mira por aquí, Andrea.

G A L I L E I E N T R E G A U N N U E V O I N V E N T O A L A  R EPÚ B LI C A

D E V EN EC I A .

El gran Arsenal en el puerto de Venecia. Regidores  presidi-

dos por el Dux. Hacia un costado se hallan Sagredo,  amigo de

Galilei, y Virginia Galilei, de quince años de edad,   que lleva

una almohadilla de terciopelo sobre la que descansa   un anteojo

de larga vista de más o menos sesenta centímetros de  longitud,

en estuche de cuero carmesí. Galilei, subido a un   estrado. De-

trás de él, el soporte para el anteojo, al cuidado   del pulidor

Federzoni.

GALILEI: Excelencia, Señorías. Como maestro de matemáticas

en la Universidad de Padua consideré siempre como  un deber

no sólo cumplir con mi más alto cargo en la  enseñanza,

sino también procurar beneficios especiales a la República   de

Venecia por medio de inventos úti les. Con profunda  alegría

y la debida humildad puedo presentarles y entregarles   hoy un

novísimo instrumento, mi anteojo larga vista o telescopio,   ori-

g inado en el mundialmente famoso gran Arsenal de   Venecia,

construido de acuerdo a los más altos principios científicos   y

crist ianos, producto de diecisiete años del patiente trabajo   de

este devoto servidor.  (Galilei baja del estrado y se coloca   junto

é Sagredo, Aplausos. Galilei hace una reverencia. Bajo,  a Sa-

gredo.)  ¡Esto sí que es perder el t iempo

SAGREDO  (bajo): Pero podrás pagar al carnicero, viejo.

GALILBI: SÍ, y a ellos les traerá dinero.   (Nueva reverencia.)

£L SECRETARIO   (sube al estrado)'.  Excelencia, Señorías.  Una

ve* más se escribe con letras venecianas una hoja de   gloria

en el Libro de las Artes.

  (Aplauso cortés.)

  Un sabio  de fama

mundial entrega hoy a ustedes y sólo a ustedes un   valiosísimo _

Page 23: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 23/267

tubo para ser fabricado y vendido en la forma que mejor les

plazca.

  (Aplauso cerrado.)

  ¿Han pensado ya que por med io

de este instrumento podremos reconocer en la guerra el nú-

mero y poderío de los buques enemigos dos horas antes de

que el los puedan observar los nuestros? De este modo podre-

mos decidirnos antes a la persecución, a la lucha o a la fuga.

(Entusiasta salva de aplausos.)

  Y ahora, Excelencia, Señorías ,

el señor Gali lei les ruega recibir este, producto de su intuición

de manos de su encantadora hi ja.

  (Música. Virginia se ade-

lanta, hace una reverencia, entrega el anteojo al Secretario,

que a su vez lo pasa a Federzoni. Éste lo coloca en el soporte

y lo regula. El Dux y los regidores suben al estrado y miran

por el anteojo.)

GALILEI

  (bajo):

  No creo que podré aguan tar l a rgo t i empo

este carnaval . Éstos creen qu e Rec iben u na ba rat i ja lucrat iva,

pero t iene otro valor. Ayer a la noche lo dirigí a la Luna.

SA G R ED O : ¿ Y q u é v i s t e ?

GALILEI: El borde entre la hoz i luminada y la parte redonda

oscura no es ní t ido s ino completamente i rregular, áspero y

dentado. ¡Ni huel las de luz propia ¿Entiendes lo que esto

puede s ignificar?

REGIDOR: Desde aquí puedo observar las fort i ficaciones de

Santa Rita, señor Gali lei . Allá, en ese velero, están almorzan -

do. Pescado fri to. Me ha despertado el apet i to.

GALILEI: Si la Luna fuese una Tierra, y en verdad su apa-

r i enc ia es la de una T ier ra . . . s í , po r e l i n s t rumen to pue de

verse cla ram en te.. . entonces, me pregun to, ¿qué es la Tierra?

SAGREDO: Te están hablando.

REGIDOR: Se ve bien con el armatoste, me parece que tendré

que decirles a las mujeres de casa que eso de bañarse en el

techo ha concluido.

SAGREDO: ¿A qué atribuyes que el borde de la hoz no sea

nítido ni liso?

GALILEI: La Luna t iene montañas.

REGIDOR: Por una cosa así se puede exigir diez escudos, señor

QfH»t« (Galilei hace una reverencia.)

VIRGINIA  (trae a Ludovico hasta su padre):  Ludovico quiere

fel ici tarte, padre.

LUDOVICO

  (confundido):

  Lo felicito, señor.

GALILEI: SÍ, mejoré el modelo.

LUDOVICO: SÍ, sí, señor. Ya lo veo, usted le puso un estuche

rojo. En Holanda era verde.

GALILEI

  (a Sagredo):

  Y yo hasta me pregunto s i con el apa-

ra to no se puede demos t rar c i e r t a t eo r í a . . .

SAGREDO: Modérate, hombre.

EL SECRETARIO: SUS quinientos escudos están seguros, Galilei.

GALILEI

  (sin atenderlo):

  Imag ina: puntos luminosos en la

parte oscura del disco y lugares oscuros en la hoz i luminada.

Justo, es hasta demasiado justo. Claro está que s iempre soy

desconfiado con las deducciones apresuradas.

  (El Dux, un m o-

desto hombre obeso, se ha aproximado a Galilei y trata de

dirigirse a él con torpe dignidad.)

EL SECRETARIO: Señor Galilei, Su Excelencia, el Dux.

  (El

Dux estrecha la mano de Galilei.)

GALILEI: ¡ES verda d, los quin iento s ¿Está usted co ntento ,

Excelencia?

EL DUX: Desgraciadamente necesi tamos s iempre un pretexto

para nuestros concejales s i queremos hacerles l legar algo a

nuestros sabios.

EL SECRETARIO: Por otro lado, ¿dónde quedaría el estímulo

entonces?

EL DUX

  (sonriendo):

  El pretexto es necesario.

  (El Dux y el

Secretario guían a Galilei hasta los regidores, que lo rodean.

Virginia y Ludovico se retiran lentamente.)

VIRGINIA: ¿Hice todo bien?

LU D O V I C O : C r e o q u e s í .

VIRGINIA: ¿Qué te pasa?

LUDOVICO: Nada, nada... Creo que un estuche verde hubiese

sido lo mismo.

VIRGINIA: Me parece que están todos contentos con papá.

LUDOVICO: Y a mí me parece que ya empiezo a comprender

ahora algo de lo que es la ciencia.

Page 24: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 24/267

1 0 D E E N E R O D E 1 6 1 0 : P O R M E D I O D E L T E L E S C O P I O , G A -

L I L E I R E A L I Z A D E S C U B R I M I E N T O S E N E L C I E L O Q U E D E -

M U E S T R A N E L S I S T E M A D E C O P E R N I C O . P R E V E N I D O P O R

SU A M I G O D E LA S PO SI B LES C O N SEC U EN C I A S D E SU S I N -

V E S T I G A C I O N E S , G A L I L E I M A N I F I E S T A S U F E E N L A R A Z O N

H U M A N A .

Gabinete de trabajo de Galilei, en Padua. Galilei y Sagredo

frente al telescopio.

SAGREDO  (mirando por el telescopio, a media voz):  El borde

de la hoz es áspero. En la mitad oscura, cerca del borde i lu-

minado, hay puntos de luz. Van apareciendo uno detrás del

otro. La luz sale de el los y se desparrama sobre superficies

cada vez mayores para desembocar al fin en la parte i luminada.

GALILEI: ¿Qué explicación das a esos puntos?

SA G R ED O : N o , n o e s p o s i b l e .

GALILEI: SÍ, señor. Son montañas gigantescas.

SA G R ED O: ¿ En u n a e s t r e l l a ?

GALILEI: Montañas. El Sol dora las cimas mientras que en las

pendientes reina la noche. Lo que tú ves es la luz que va ba-

jando de las cimas hasta los valles.

SAGREDO: |Pero eso contradice la astronomía de dos siglos

enteros

GALILEI: Así es. Lo que tú vea aquí no lo ha víi to ningún

ser humano, «alvo yo. Tú eres el segundo.

SAGREDO: Pero es que la Luna no puede ser una Tierra con

montañas y valles del mismo modo como la Tletra no puede

ser una estrella.

GALILEI: La Luna puede ser una Tierra con montañas y valles,

f  la Tierra puede ser una estrel la, un astro común, uno entre

mi lü, Mira de nuevo; ¿ve», acaso, la parte oscura de IB Luna

tgcalmente oscura?

S A G R I D O :  NO .  Ahora que miro con atención, veo todo cu-

bierto por una luz tenue, una luí de color ceniza.

G A L I L E I :

  ¿Y qué clase de luz puede ser?

S A GR E DO : ¿ . . . ?

G A L I L E I : E S

  la luz de la Tierra.

SAGREDO: |Qu é dispara te ¡Cómo va a brilla r la Tier ra Con

sus cordil leras y bosques y ríos. Un cuerpo frío.

GALILEI: Del mismo modo que bri l la la Luna. Porque los dos

astros están i luminados por el Sol, por eso bri l lan. Lo que es

la Luna para nosotros somos nosotros para la Luna. Y ella

s$ nos aparece una vez como hoz, otra vez como semicírculo,

t ina vez l lena y otra vez, nada.

SAéREDO: ¿Entonces quiere decir que no hay diferencia entre

lona y Tierra?

G A L I L E I : A l p a r e c e r , n o .

SAGREDO:  No hace todavía  d iez años un hombre fue quemado

en Roma. Se l lamó Giordano Bruno y sostenía lo mismo.

GALILEI: Efectivamente. Y nosotros lo estamos viendo. Acer-

ca tu ojo al telescopio, Sagredo. Lo que tú ves es que no hay  i

diferencia entre el cielo y la t ierra. Estamos a diez de enero

di mil seiscientos diez. La humanidad asienta en su diario:

beiy ha sido abolido el cielo.

SAGREDO: ¡Qué cosa maravillosa es este aparato (Golpean

a ta puerta. )

GALILEI: Espera, además he descubierto otra cosa. Y, tal vez,

sea todavía más asombrosa.  (Golpean de nuevo. Aparece el

Secretario de la Universidad.)

ÉL SECRETARIO: Disculpe usted que lo moleste a estas horas.

Quisiera hablarle a solas.

GALILEI: El señor Sagredo puede oír todo lo que a mí M

tefiera, señor Priuli .

EL SECRBTARIO: ES que, tal vez, no le resultará agradable a

usted que el señor oiga lo que ha ocurrido. Es algo totalmente

increíble.

Page 25: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 25/267

GALILEI: Él señor Sagredo ya está acostumbrado a que en

mi presencia ocurran cosas increíbles , señor Priul i .

EL SECRETARIO: Mucho me temo que...

  (Mo strando el te-

lescopio.)

  ¡Ahí está el famoso invento Pued e usted t i rarlo,

es un fracaso, sí, ¡un fracaso

SAGREDO

  (que ha estado paseándose nervioso):

  ¿Por qué?

EL SECRETARIO: ¿NO sabe usted, acaso, que ese invento que

ha s ido designado como el fruto de diecis iete años de t rabajo

se puede comprar en cada esquina de Ital ia por un par de

escudos? ¡Y nada men os que fabricado en Holan da En este

momento un carguero holandés está descargando en el puerto

quinientos de esos anteojos.

G A L I L E I : ¿ E s c i e r t o ?

EL SECRETARIO: No comprendo su tranquilidad, señor.

SAGREDO: Pero, ¿por qué se afl ig e tanto? De je que el señor

Gali lei le cuente los descubrimientos revolucionarios que, gra-

cias a este aparato, ha podido real izar en la bóveda celeste.

GALILEI

  (riendo):

  Usted mism o pued e verlos , Priul i .

EL SECRETARIO

  (a Sagredo):

  Es me jor que usted vaya sabien-

do que me basta mi descubrimiento de ser el hombre que logró

duplicarle el sueldo al señor Gali lei por este vulgar t rasto.

¡Por pura casual idad lds señores de la Alta Signoria no se han

encontrado en la primer bocacal le, ampliado siete veces en su

tamaño, con algún vendedor ambulante que ofrece este tubo

por una bicoca ¡Y el los están en la creencia de haber ase-

gurado a la República con este instrumento algo que sólo

aquí puede ser fabricado

(Galilei ríe a carcajadas.)

SAGREDO: Mi estimado señor Priuli, tal vez yo no sea capaz

de calcular el valor comercial de un instrumento semejante,

pero su valor para la fi losofía es verdaderamente incalculable.

EL SECRETARIO: ¡Para la filoso fía ¿Qué tiene que hace r el

señor Gali lei , todo un matemático, con la fi losofía? Señor

Gali lei , una vez usted entregó a la ciudad una excelente bomba

de agua y su s is tema de i rrigación funciona todavía normal-

mente. Hasta los fabricantes de paños alabaron su máquina.

¿Cómo podía esperar ahora esto de usted?

GALILEI: No tanta prisa, Priul i . Las rutas marí t im as son s iem-

pre largas, inseguras y caras . Nos hace fal ta una especie de

reloj exacto en el cielo. Ahora tengo la certeza de que podré

seguir con el anteojo el paso de ciertos astros que real izan

movimientos muy regulares . Esto t raería como consecuencia

el ahorro de mil lones de escudos para la marina, Priul i .

EL SECRETARIO: Déjeme de esas cosas. Ya lo he estado escu-

chando bastante. Como pago de mi cortesía me ha convert ido

en el hazmerreír de la ciudad. Siempre seré en el recuerdo

de todos aquel secretario que se dejó embaucar con un anteojo

sin valor alguno. Ríase, t iene toda la razón en reírse. Usted

ya t iene asegurados sus quinientos escudos de oro. Ah, pero

yo le aseguro —y es un hombre honorable quien se lo dice—:

este mundo me asquea, ¡me da asco

(Se va, cerrando la puerta

con violencia.)

GALILEI: Cu and o está colérico se vuelve simpático . ¿Has oído?

Le asquea un mundo en el que no se pueden hacer negocios.

SAGREDO: ¿Sabías algo ya de esos instrumentos holandeses?

GALILEI: Naturalmente. Oí hablar de el los . Pero yo les cons-

truí uno much o mejor a esos tacaños. ¿Cómo podría t rab ajar

de otra form a? ¿Con el alguaci l en el cuarto? Virginia n e-

cesi ta pronto un ajuar, el la no es intel igente. Además me

gusta mucho comprar l ibros, no sólo sobre fís ica, y me place

también comer decentemente. Mis mejores ideas me asal tan

justamen te cuando saboreo un buen plato. ¡Ah, esta corrom-

pida época ¡Ésos no me han pagado tanto como al cochero

que les t ransporta los toneles de vino ¡Cuatro brazas de leña

por dos lecciones de matemáticas Sí , he podido arrancarles

quinientos escudos, pero tengo todavía deudas, algunas de las

cuales t ienen ya veinte años. ¡Cinco años de t iempo l ibre pa ra

mis invest igaciones y ya habría demostrado todo Ven, te

mostraré algo más.

SAGREDO

  (duda de aproxima rse al anteojo):

  Siento algo así

como un temor, Gali lei .

GALILEI: Ahora te mostraré una de las nebulosas de la Vía

Láctea, brillante, blanca como la leche. ¿Sabes tú en qué

consiste?

Page 26: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 26/267

SAGREDO: Son estrellas. Incontables.

GALILEI : Sólo en la constelación d e Orió n hay quini enta s es-

t rel las fi jas . Ésos son otros mundos inconmensurables , los más

lejanos astros de los que habló aquel que mandaron a la ho-

guera. N o los vio, pero los esperaba.

SAGREDO: Aun en el caso de que esta Tierra fuese una estrella,

no queda comprobado por e?o que se mueva alrededor del

Sol , como sost iene Copérnico. No existe ningún astro en el

cielo que se mueva alrededor de otro. Pero, en cambio, alre-

dedor de la Tierra se mueve s iempre la Luna.

GALILEI: YO me p reg un t o . . . Desde an teayer me p re gun to . . .

¿Dónde está Júpi ter?

  (Lo enfoca.)

  Cerca de él hay cuatro

estrel las que se captan con el anteojo. Las vi el lunes pero

no les dediqué mayor atención. Ayer miré de nuevo y hubiera

ju rado que hab ían cambiado de pos i c i ón . . . ¿Y ahora , qué

es esto? Se han movido de nuevo.

  (Déjand el sitio.)

  Mi ra ,

mira tú.

SAGREDO: Sólo veo tres.

GALILEI: Y la cuarta, ¿dónde está? Aquí tengo las tablas.

Tenem os que calcular los mov imiento s que pueden haber

real izado.

  (Excitados comienzan a trabajar. E l escenario se

vuelve o scuro pero siempre se ven. en el horizonte Júpiter y

sus satélites. Cuando comienza a aclarar, se hallan todavía

sentados, cubiertos con abrigos de invierno.)

  Está demostrado.

La cuarta sólo pudo haberse ido detrás de Júpi ter, donde no

se la pued e ..ver. A hí t ienes un sol en torno al cual giran ' las

estrel las pequeñas.

SAGREDO: Pero ¿y la esfera de cristal a la que está fijado

Júp i t e r?

GALILEI: SÍ, ¿dónde está ahora? ¿Cómo pued e Júpi ter estar

sujeto s i hay otras estrel las que dan vuel tas en torno a él? Ah í

no hay ningún parante, en el universo no hay ningún apoyo.

¡No es nada menos que otro sol

SAGREDO: Tra nqui lízate . Piens as con demasia da prisa.

GALILEI: ¿Qué? ¿Prisa? ¡Hom bre, no te quedes así Lo que

tú estás viendo no lo ha vis to nadie hasta ahora. -Tenían

razón

SAGREDO: ¿Quién, los discípulos de Copérnico?

GALILEI: Y el otro. ¡El mund o entero estaba contra el los y

el los tenían razón ¡Esto s í que es algo para Andr ea

(Corre

hasta la puerta y llama.)

  ¡Señora Sarti ¡Señora Sarti

SAGREDO: ¡Galilei, tranquilízate

GALILEI: ¡Sagredo, muévete

SAGREDO

  (desmonta el anteojo):

  ¿Quieres termin ar de una

vez de gri tar como un loco?

GALILEI: ¡Quieres terminar de estarte ahí como un bacalao

seco en la hora del descubrimiento de la verdad

SAGREDO: N o me quedo com o un bacalao se co ... Tiem blo

de pensar que podría ser la verdad.

G A L I L E I : ¿ Q u é ?

SAGREDO: ¿Has per dido el juicio? ¿Sabes acaso realme nte

en lo que te metes si eso que tú ves es la verdad? ¿Y m ás si

lo gri tas en todos los mercados? ¡Que existe un nuevo sol y

 1

nuevas t ierras que giran alrededor de él

GALILEI: SÍ, sí. ¡Y no que todo el gigantesco un iverso con

todos los astros es el que da vueltas en torno a nuestra pe-

queñísima Tierra, como todos piensan

SAGREDO: Entonces sólo hay astros. ¿Y dón de está D ios?

GALILEI: ¿Qué quieres decir?

SAGREDO: ¡Dios ¡Dó nde está Dios

GALILEI

  (colérico):

  ¡All í no D e la misma manera como no

lo encontrarán si lo buscan los de allá, si es que allá hay seres

vivientes.

SAGREDO: ¿Y entonces dónde está Dios?

GALILEI: No soy teólogo. Soy matemático.

SAGREDO: Ante todo eres un ho mbr e y yo te pregunto : ¿dónde

está Dios en tu s is tema universal?

GALILEI: ¡En nosotros mismos o en ningún lado

SAGREDO

  (gritando):

  ¿Como lo di jo el condenado a la hoguera?

GALILEI: SÍ, como lo dijo el condenado a la hoguera.

SAGREDO: Por eso lo quemaron hace menos de diez años.

GALILEI: ¡Porque no pudo demostrar nada ¡Porque sólo

pudo af i rmar lo

SAGREDO: Gali lei , s iempre te he conocido como un hombre

Page 27: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 27/267

as tu to . Durante d iec is ie te años en Padua y t r e s años en P isa

enseñas te pac ientemente e l s i s tema de P to lomeo a c ientos de

alumnos. Ese sistema que la Iglesia predica y que las Sagradas

Esc r i turas comprueban. ¡El fund amen to de la Ig le s ia Tú lo

tenías po r falso a causa de Copérnic o, pero igualme nte lo

enseñabas.

GALILEI : Porque no podía demostra r nada .

SAGREDO C incrédulo):  ¿Y tú crees que todo esto ahora lo

cambia?

GALILEI: ¡Un cambio total óy em e, Sagredo. Creo en los

hombres, es decir , en su razón. Sin esa fe no tendría las fuer-

zas necesarias para levantarme cada mañana de mi cama.

SAGREDO: Quiero decir te algo: yo no creo en esa razón. Cua-

renta años de v ida ent re los hombres me han enseñado cons-

tantemente que no son accesibles a ella . Muéstrales la cola roja

de un cometa , infúnde les miedo y ve rás cómo sa len cor r iendo

de sus casas y se rompen las piernas. Pero díles algo racional

y demuéstraselo con siete razones y se burlarán de ti .

GALILEI: ESO es totalmen te falso, es una calumn ia. N o com-

prendo cómo puedes tener amor por la ciencia creyendo en esas

cosas. Sólo los cadáveres permanecen inmutables a las razones.

SAGREDO: ¿Cómo puedes confundir tú a la razón con esa

lamentable astucia que poseen?

GALILEI: NO hablo de su astucia. Ya sé, al asno lo llaman

caba l lo cuando lo venden 'y a l caba l lo a sno cuando lo quie ren

com prar. Ésa es^ su astucia. La vieja , que en la noche antes

de l v ia je le da con ruda mano un manojo más de heno a su

muía; el navegante, que al comprar las provisiones tiene en

cuenta la tormenta y la calma chicha; el niño, que se encas-

queta la gorra cuando se le demuestra la posibilidad de una

lluvia, todos ésos son mi esperanza; todos hacen valer razo-

nes. Sí, yo creo en la apacible impetuosidad de la razón sobre

los hombres . No podrán re s is t i r se a e l la durante mucho t iem-

p o . N i n g ú n h o m b r e p u e d e c o n t e m p l a r i n d é f i n i d a m e n t e c ó m o

de jo cae r una p iedra  (deja caer una piedra dé la mano)  y d igo:

la p iedra no cae . Ni ngú n ho mbre es capaz de e so . La seduc-

c ión que e je rce una prueba es demasiado grande . Aquí se r in-

den los más y, a la larga, todos. El pensar es uno de los más

grandes placeres de la raza humana.

SRA. SARTI  (entra en camisa de dormir):  ¿Necesita usted

algo, señor Galilei?

GALILEI

  (que de nuevo está mirando por el anteojo y hace

anotaciones, muy cortés):  Sí, necesito que venga Andrea.

SRA. SARTI: ¿Andrea? Está acostado y du erme .

GALILEI: ¿NO puede despertarlo?

SRA. SARTI: ¿Para qué lo necesita?

GALILEI : Quie ro mostra r le a lgo que lo pondrá contento . Tiene

que venir a ver una cosa que pocos hombres han visto hasta

ahora desde que la Tierra existe.

SRA. SARTI: ¿ES algo por su tubo?

GALILEI

-

  SÍ, algo por mi tubo, señora Sarti.

SRA. SART

1

: ¿Y por eso tengo que despertarlo en medio de

su sueño? ¿Está usted en sus cabales? É l necesita dorm ir de

noche. ¡Ni pienso despertarlo

GALILEI: ¿Seguro que no?

SRA. SARTI: Seguro que no.

GALILEI: Entonc es tal vez usted mism a pueda ayuda rme. Mire,

tenemos un problema ace rca de l cua l no podemos ponernos

de acuerdo, quizá porque hemos le ído demasiado. Es una pre -

gunta sobre el cielo, una pregunta que se refiere a los astros,

y es la siguiente: ¿es admisible que lo grande gire en torno

a lo pequeño o que lo pequeño gi re en torno a lo grande?

SRA. SARTI  (con desconfianza): Con  usted uno no se orienta

en seguida, señor Galilei. ¿Es una preg unta seria o sólo quiere

burlarse otra vez de mí?

GALILEI: ES una p regu nta seria .

SRA. SARTI: Entonces puede tener en seguida la respuesta.

Dígame, ¿usted me sirve la comida a mí o yo se la sirvo a

usted?

GALILEI: Usted me la sirve a mí. Ayer estaba quemada.

SRA. SARTI: ¿Y po r qué estaba que mad a? Por qu e tuve qu e

traerle los zapatos cuand o estaba guisan do. ¿N o le traje acaso

los zapatos?

G A L I L E I : E S m u y p r o b a b l e .

Page 28: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 28/267

SRA. SARTI: Usted es el que ha estudiado y el que puede pagar.

GALILEI: Ya veo, ya veo. No, ya no hay dificultades. Buenas

noches, señora Sart i .  (La señora Sarti se va, divertida.) ¿Y

esta gente n o quiere comprende r la verdad? ¡Si la cogen al

vuelo (Una campana llama a maitines. Entra Virginia, con

abrigo, llevando una lámpara.)  ¿Por qué estás levantada ya?

VIRGINIA: Iré a mait ines con la señora Sart i . Ludovico tam-

bién vendrá. ¿Cómo fue la noche, padre?

GALILEI: Clara.

VIRGINIA: ¿Puedo mirar?

GALILEI: ¿Para qué?  (Virginia no sabe qué responder.)  Esto

no es un juguete.

V I R G I N I A : N O , p a d r e .

GALILEI: Y por otra parte este tubo decepciona, ya lo oirás

por todos lados. Se puede comprar por tres escudos en la calle

y ya fue inventado antes en Holanda.

VIRGINIA: Pero ¿no has visto nada nuevo en el cielo con él?

GALILEI: Sólo algunas pequeñas manchas borrosas en el lado

izquierdo de una gran estrel la que nadie alcanzará a ver, ni

siquiera con el tubo. He tenido que idearme algo para que

aquel que quiera verlas tenga que empeñarse bastante.   (A

medida que habla va dejando de lado a Virginia para dirigirse

a Sagredo.)  Quizá las bautice como "Astros de Médici" en

honor del Gran Duque de Florencia. A t i tal vez te interese

saber que existe la posibil idad de mudarn os a Florencia. H e

escri to una carta para ver si el Gran Duque necesita mis ser-

vicios como matemático en la corte.

VIRGINIA   (radianté):  ¿En la corte?

SA G R ED O : ¡ G a l i l e i

GALILEI: Amigo mío, necesito tranquil idad. Y también la

olla l lena. En ese cargo no tendré que meterles en la cabeza

el sistema de Ptolomeo a ninguna clase de alumnos privados,

sino que dispondré de t iempo. ¡Tiem po ¡Tiempo ¡Tiempo

¡Tiempo para poder l legar a mis pruebas Lo que hasta ahora

he logrado no es suficiente. ¡Esto no es nada, sólo un mise-

rable f ragmento Con es to no puedo presentarme ante el

mundo No tengo n inguna prueba de que algún cuerpo ce-

leste se mueva alrededor del Sol. Pero yo traeré pruebas, prue-

bas para todos, desde la señora Sart i hasta arriba, hasta el Papa.

Mi única preocupación es que la corte no l legara a aceptarme.

VIRGINIA: ¡Pero sí , padre, no cabe duda de que te tomarán,

con las nuevas estrel las y todo

SAGREDO   (lee en voz alta el final de la carta que Galilei le

ha alcanzado):  "Nada an helo tanto como poder estar cerca de

vos, sol naciente que i lumina nuestra era." El Gran Duque

tiene nueve años de edad.

GALILEI: ASÍ es. Me parece que tú encuentras mi carta muy

servil . Yo me pregunto si es lo suficientemente servil y no

resulta tal vez demasiado formal, como si me hubiese fal tado

una verdadera sumisión. Escribir una carta sobria sólo puede

permitírselo alguien que haya logrado demostrar a Aristóteles,

pero no yo. Un hombre como yo sólo puede l legar a una me-

diana posición arrastrándose sobre su barriga. Y tú lo sabes,

desprecio a aquellos cuyo cerebro no es capaz de l lenar su

estómago.  (A Virginia.)  Véte a escuchar tu misa.  (Virginia

se va.)

SAGREDO: N o vayas a Floren cia, G alilei.

G A L I L E I : ¿ P o r q u é n o ?

SAGREDO: Porque allí gobiernan los monjes.

GALILEI: En la corte florentina hay eruditos de nombre.

SA G R ED O : La c a y o s .

GALILEI: A ésos los tomaré de la cabeza y los arrastraré hasta

el anteojo. También los monjes son seres humanos, Sagredo.

Tam bién ellos capitulan ante la seducción de los hechos. No

debes olvidar que Copérnico exigió que creyeran a sus nú-

meros. Yo sólo exigiré que crean a sus propios ojos. Si la

verdad es tan débil para defenderse a sí misma, debe entonces

pasar al ataque. Los tomaré de la cabeza y los obligaré a mirar

por este anteojo.

SAGREDO: Galilei te veo tomar p or el ma l camino. Cua ndo

el hombre vislumbra la verdad sobre viene la noché 'del infor-

tunio, y la hora de la ofuscación suena cuando ese hombre

cree en la razón de las criaturas humanas. ¿De quié n se dice

que marcha con los ojos abiertos? Precisamente d e aquel qu e

Page 29: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 29/267

camin a hacia su perdición. ¿Cóm o podrí an dejar l ibre los

poderosos a alguien que posee la verdad? ¿Aun que esa ver-

dad sea dicha acerca de las má s lejanas estrellas? ¿O crees

tú acaso que el Papa oye tu verdad cuando tú dices que él está

errado, y no oye al mismo t iempo que efect ivamente está

errado? ¿Crees acaso que s in más ni más escribirá en su

diario: 10 de enero de 1610, hoy ha s ido abol ido el cielo?

¿Cómo puedes part i r de la República con la verdad en el bol-

s i l lo para caer en las garras de príncipes y monjes con tu

anteojo en la mano? Así como eres de desconfiado en tu

ciencia así eres crédulo como un niño con todo lo que crees

te faci l i tará los medios para cul t ivarla. N o crees en Aris tó-

teles pero s í en el Gran Duque de Florencia. Cuando hace

unos momentos te veía" mirar por el anteojo y contemplar esos

nuevos planetas , fue para mí como si te viera en medio de las

l lamaradas de la hoguera, y cuando di j is te que creías en las

p ruebas me parec ió o l er carne quemada. Tengo un g ran ap re-

cio por la ciencia, pero más por t i , m i querido am igo. ¡No

vayas a Florencia, Gal i lei

GALILEI: Si ellos me aceptan, allá iré.

En un telón ap arece la última hoja de una carta: "A las

nuevas estrellas que he descubierto las bautizaré con el alto

nombre de la estirpe de los Médici. Bien sé que a los dio-

ses y héroes les ha bastado la elevación de sus nombres a lo

alto para gozar de eterna gloria, pero en este caso ocurrirá lo

contrario, el nombre de los Médici asegurará a las estrellas

que lo lleven un inmortal recuerdo. Por mi parte os saludo

como uno de vuestros más fieles y devotos servidores, y con-

sidero un gran honor el haber nacido como súbdito vues-

tro. Nada anhelo tanto como po der estar cerca de -vos, sol

naciente que iluminará nuestra era. Galileo Galilei."

G A L I L E I H A D E J A D A L A R E P Ú B L I C A D E V E N E C I A P O R L A

C O R T E F L O R E N T I N A . L O S D E S C U B R I M I E N T O S L O G R A D O S

P O R M E D I O D E L T E L E S C O P I O C H O C A N C O N L A I N C R E D U -

L I D A D D E L O S C Í R C U L O S E R U D I T O S D E L A C O R T E .

Casa de Ga lilei en Florencia. La señora Sarti realiza prepa-

rativos para la recepción de huéspedes. Su hijo Andrea está

sentado acomodando cartas astronómicas.

SRA. SARTI: Desde que felizmente nos hallamos en esta tan

ponderada Florencia, no se termina nunca de agachar el lomo

ni de pasar la lengua. La ciudad entera viene a mirar por ese

tubo y después.. . el fregado del piso, para mí. Y de todo

esto no resul tará nada. Si en esos descubrimientos hubiese

algo, los señores clérigos serían los prim eros en saberlo. ¡Cua-

tro años estuve al servicio de Monseñor Fi l ippo y nunca pude

termina r de sacudir el polvo de su bibl ioteca ¡Tomos encua-

dernados en cuero y nada de versitos Y el bue n»

 «de

  Monse-

ñor tenía más de dos libras de callos en el trasero de tanto

estar sentado sobre toda su ciencia. ¿Y un hombre así no va

a saber esto? Toda la gran visita de hoy va a resultar un

chasco, de modo que mañana ni al lechero podré mirarle «

la cara. Teñía razón cuando le aconsejé   p M j w a r - a  los señores

primero una buena cena, con buena carne de cordero, antes

de ir a mir ar por el tubo. ¡Pero no hay caso

{Imita a Galilei.)

"Yo tengo otra cosa mejor para el los ."

  (Golpean abajo.)

SRA. SARTI

  (mirando por la mirilla de la ventana)'.

  ¡Santo

Dios ¡El Gran Duqu e está ya aquí ¡Y Gali lei todavía en

la Universidad

(Baja la escalera y hace pasar al Gran Duque

de Toscana, Cosme de Médici, y al Mayordom o Mayor de la

Corte.)

Page 30: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 30/267

» f e s

  :

m

  - ^ É ^ r i i d t ï A ô

mi   ' f t d fW Ü Í W f H M K I

É H É Ü l i i ti li u f t f li . ; .; . m t p o f e w

•7 . ' Ä T Ä c a n i s c i

- j m - K W - -

  « a r r f e n f e t t i s e ta*-u-i

« y * w É fa fc » UÄ à * * ^ S H l f c ^ W - to w ä

- '«. Í » : > t ó » < í « t t ^ M N M S M l è

pa

  ;

  MD* M

>

  • . , .

  e.

c . ii

  •

  i í n i . i ' j j >b z e r i a s . ó s n à t t i l u m < x < M

- Ä i ^ ¡ah lM B É W fp BW ìM ÌÌ j l | « # ' M g f c b l

- ' ' I i " . u r a i n a f c S . a h i V n f t ¿

  •>  ; v

- m u m & i a t i t f * l i îW B p î Ir M i - A ó á i o q & « a* b tó « Í - ah a s W RS .S.'

« * m £ 4 t f c f ó t al ta fr r o b t ó- i wi ¿ » b a n a l * -

o r n e » « f e - a t a w u j > f c f r i « - « a t t ç p « Íf c» íí tc Kè « a f a J f c « t r f i s t a g s « A

r r ^ ¿ i p á f a r i v a ò » V i d w ^ - r K k r . b fe ü tt fc .

rtu. ¡11 w JU Él

  I I IW%

  a f « M F

  j4mm

  - i s íkfe - a»

« - *

  «Am <*¡m&fáéístmi

t .s.w. • vjf.tv.  ¿tAiiMßfejrf&to^MÜüft t í

« b t q & D ' t " . ¿ » i b i o j a f n ¿ « o t t» 0 3 0 :1 1 < >Y '

H í í » l i l ' , i Y ; i u i v . o i ; p a . i . O l ' I ) « o K l

t f t j t t Q « w * > U - vs iu .q m i r w t a a i « » i I f c s í > í « m « i U « i

v .'. A V é ç w t f ü O ¿ M * v m « T

  ú

• . f q t t t í t ó « m - ^ m m , . . 0 - 1 - U * : * lu ié «H f t f cb »

¿ N N ^ : * « ^

  •

 -  mmimtmwttté

  -

 I ^ g ô h K a f e « f t i r .

• a r j i . L m - - , i - . î f l O « d l ¿ * ' J

• • a d ^ r t f o s y w f o a y i l f r ü 4 *

1

  "TI " " f t i Ü f c f l  1 n i

h a c e p o c o p o r t o i ¡ ß s e k 1

É f c l I I l à .

ari

»14 À b s i & x î a f e ^ Â É ô ò- « Ì

-

;

  ^ te ^ / T — a b ^ W U : a» « f a » |

f w r n I f h n i i f c | | > fia . í é w ^ r t - o l í c w c a m a a

« a f e i n á p

« • i i - t - i i f i k ^ ^ . V  -JÍim  0

á i í 4 M l A taM W c c tt oD ^ O . I I J A O

" f t f t W I I o r o a W b ¿ q t a< n s» o n d i o m l i ' i a i r : oo u i n o o a o a

« »L -n aV « n o s l q i o a P c ì b a ^ i i q o ^ a o z t t a s o l a b

« i f e t ó « t ó P i o T « Â * t î , b i /

•" w » ^ a ^ W M ^ f t î M o t ^ f W 4 u s a n l ^ t

M » fc é i é t ^ M M M N

KJIT - on - ^ i K i d ß Ä

a s. » « o i n s i í f t i v o f u f e o ï i a b o û w d

" " d l N i W ^ t e

  .1

  i n t ^ t t l i T J II T i H É i i ll li i i r i l W K M M i -

Page 31: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 31/267

no demorarse. La corte espera con extrema curiosidad la opi-

nión de la dis t inguida Universidad sobre el extraordinario ins-

t rumento del señor Gali lei y las maravi l losas estrel las recién

descubiertas .  (Suben. Los muchachos quedan paralizados. Han

oído el rttíh de abajo.)

CoSMS: All í ejdto» ¡Déjame levantarme (Se paran rápida-

mente.)

Los SEÑORES  (subiendo):  No , no, s i todo está en el más per-

fecto orden. —La Facultad de Medicina ha rechazado la posi-

bi l idad de que en la parte vieja de la ciudad pudiera haber

apestado*.,—Los miasmas deberían estar congelados con la

temperatura que reina actualmente. —Lo peor eu estos casos

es s iempre el pinico . — N o es otra cosa que los casos comu-

nes de const ipación en esta época del año. —Toda otra sos-

pecha es i n fundada . —Todo es t á en e l más per fec to o rden .

(Arriba, saludos.)

GALILEI: Vuestra Alteza, me siento muy fel iz de poner en

contacto a estos señores con las recientes novedades en vues-

tra augusta presencia.

  (Cosme se inclina muy formal a-todos

los costados, también ante Andrea.)

EL TEÓLOGO  (mirando el modelo de Ptolomeo que yace roto

en el suelo):  Aquí parece que algo se ha quebrado.  (Cosme

levanta rápido el modelo y se lo entrega cortésmente a Andrea.

Entretanto, Galilei guarda con disimulo el otro modelo.)

GALILEI  (acercándose al anteojo):  Com o Vuestra Alteza bien

lo sabe, desde hace algún t iempo nosotros, los astrónomos, te-

nemos grandes dificul tades con nuestros cálculos. Para esos

cálculos ut i l izamos un s is tema muy ant iguo que s i bien parece

concordar con la fi losofía no es compatible con los hechos.

Según ese ant iguo sis tema, el de Ptolomeo. los movimientos

de los astros serían complicadísimos. El planeta Venus, por

ejemplo, real izaría un movimiento más o menos así .   (Dibuja

sobre una pizarra la trayectoria epicíclica de Venus según la

hipótesis ptolomeica.)  Pero en el caso de que aceptáramos

como ciertos a movimientos tan complicados, no nos sería po-

sible «^"lar de antemano la posición justa de los astros por-

52T~

que no los encontraríamos al l í donde deberían estar. Adem ás

de esto existen otros movimientos que el s is tema de Ptolomeo

ignora. Movimientos semejantes alrededor del planeta Júpi ter

real izan, a mi parecer, unas pequeñas estrel las descubiertas

hace poco por m í. ¿Están conformes los señores en comenzar

con un reconocimiento de Júpi ter?

ANDREA   (mostrand o el banquito fre nte al anteojo):  Por fa -

vor, tomen asiento aquí .

EL FILÓSOFO: Gracias , pequeño, pero me temo que no sea

todo tan senci l lo. Señor Gali lei , antes de emplear su famoso

anteojo quisiéramos tener el placer de una discusión. Tema:

¿pueden existir tales planetas?

EL MATEMÁTICO: Una discusión de principios.

GALILEI : Es qu e yo h abía pensad o qu e pa ra convencerse les

bastaría mirar por el anteojo.

ANDREA: Aquí , por favor.  f

1

EL MATEMÁTICO: Natural, natural. Pero tal vez sepa usted

que según las hipótesis de los antiguos no existen ni estrellas

que giran alrededor de otro centro que no sea la Tierra ni

astros en el cielo que no tengan su correspondiente apoyo.

G A LI LEI : S í .

EL FILÓSOFO: Y . . . apartándonos de la posibi lidad de la exis-

tencia de tales estrel las que el matemático  (se inclina ante

éste)  parece dudar, quisiera yo, con toda humildad, plantear

la s iguiente pregunta: ¿son necesarias tales estrel las? Aris to-

t e li s d iv in i un iv ersu m. . . ¡

GALILEI: ¿NO podríamos continuar en el habla corriente dado

que mi colega, el señor Federzoni , no comprendí lat ín?

EL FILÓSOFO: ¿Tiene importancia acaso que nos entienda?

G A LI LEI : S Í .

EL FILÓSOFO: Disculpe usted, yo pensé que era su pulidor de

lentes.

ANDREA: El señor Federzoni es un pulidor de lentes y un

erudi to.

EL FILÓSOFO: Gracias, pequeño. Si el señor Federzoni insiste...

G A LI L EI : EL q u e i n s i s t e s o y y o .

EL FILÓSOFO: Mis argumentos perderán su bri l lantes , peto

53

Page 32: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 32/267

no podrían ocurrir porque s i no los astros perforarían las

esferas . ¿Pero s i ustedes pudieran comprobar esa clase de mo-

vimientos? Tal vez entonces llegarían a la conclusión de que

tales esferas no existen. Señores míos, les ruego con toda hu-

mildad, confíen en sus ojos.

EL MATEMÁTICO: MI estimado Galilei, yo acostumbro leer

a Aris tóteles de tanto en tanto —aunque a usted le parezca

ant icuado— y puedo asegurarle que ahí s í confío en mis ojos.

GALILEI: ES que ya estoy acostumbrado a ver cómo los seño-

res de todas las facul tades cierran sus ojos frente a hechos pal-

pables y proceden de modo como si no hubiera pasado nada.

Les muestro mis apuntes y se sonríen, les pongo mi anteojo

a su disposición para que se convenzan y salen ci tando a Aris-

tóteles . ¡Si el hom bre no tenía ningún anteo jo

EL MATEMÁTICO: Por supuesto, por supuesto.

EL FILÓSOFO   (importante):  Si aquí se procura enlodar la au-

toridad de Aristóteles, reconocida no sólo por todas las ciencias

de la ant igüedad sino también por los Santos Padres de la

Iglesia, debo entonces advert i r que considero inút i l toda con-

t inuación de la disputa. R echaz o toda discusión im pert inente .

¡Ni una palabra más

GALILEI: El padre de la verdad es el t iempo y no la autori-

dad. ¡Nuestra ignorancia es infini ta, disminuyamos de el la

tan s iquiera un mil ímetro cúbico ¿Por qué ahora ese afán

de aparecer sabios cuando podríamos ser un poco menos ton-

tos? He tenido la inconcebible felicidad de recibir un instru-

mento con el cual se puede observar una punti ta del universo,

algo, no mucho. ¡Uti l ícenlo

EL FILÓSOFO: Vuestra Alteza, damas y caballeros, yo me pre-

gunt o: ¿a dónde nos .l leva todo esto?

GALILEI: YO diría mejor: los cient í ficos no debemos temer

hasta dónde nos pueda l levar la verdad.

EL FILÓSOFO  (fuera de si):  ¡Señor Galilei, la verdad nos pued e

l levar a cualquier parte

GALILEI: Vuestra Alteza, en estas noches, en toda Italia se

enfoca el cielo con estos anteojos. Las lunas de Júpi ter no

abaratan la leche, pero nunca fueron vistas y la realidad es

que existen. De ahí el hombre de la calle saca la conclusión

de que podría ver muchas cosas si abriera sus ojos. Y a él

se le debe una expl icación. No son los movimientos de algunas

lejanas estrellas los que hacen agudizar los oídos a toda Italia,

s ino la not icia de que doctrinas tenidas como inconmovibles

comienzan a perder fi rmeza. Y cada uno sabe que hay dema-

siadas en esa situación. Señores míos, no nos pongamos a

defender doctrinas en decadencia.

FEDERZONI: ¡Ustedes son los que de bería n, enterrar las

EL FILÓSOFO: Vería con agrado que su pulidor se reservara

sus consejos en esta disputa científica.

GALILEI: Vuestra Alteza, mi t rabajo en el Gran Arsenal de

Venecia me puso en contacto con dibujantes , constructores e

instrumentis tas . Esa gente me enseñó nuevos caminos. Sin

ser ilustrados, confían en el testimonio de sus cinco sentidos,

s in temer generalmente hacia dónde los pueda l levar ese tes-

t imonio, de la misma manera que nuestra gente de mar hace

cien años abandonó nuestras costas sin saber a ciencia cierta

qué playas tocaría, s i en verdad lograba tocar alguna. Me

parece que hoy, para encontrar esa noble avidez que l legó a

conformar la verdadera gloria de la ant igua Grecia, debemos

dirigirnos a los astilleros.

EL FILÓSOFO: Después de todo lo que acabo de escuchar, no

tengo

1

 la menor duda d e que el señor G ali lei encontrará muchos

admiradores en los astilleros.

EL MAYORDOMO: Vuestra Alteza, veo con pavor que esta

extraordinaria e instructiva conversación se ha prolongado en

demasía. Su Alteza debe descansar un poco antes del bai le

de palacio.  (A una señal, el Gran Duque se inclina ante Ga-

lilei. El séquito se pone inmediatamente en movimiento.)

SRA. SARTI  (se pone en el camino del Gran Duque y le ofrece

un plato con pasteles):  ¿Una rosquil la, Vuestra Alteza?  (La

dama de honor más vieja conduce al Gran Duque afuera.)

GALILEI  (corriendo detrás):  ¡Pero si los señores sólo tienen

necesidad de ver por el tubo para convencerse

Page 33: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 33/267

EL MAYORDOMO: SU Alte za no de jará d e consulta r la o pinió t

del más grande de los astrónomos de nuestro tiempo, el padre

Cristoforo Clavius, astrónomo jefe del Colegio Pontif icio de

Roma, acerca de sus aseveraciones, señor Galilei.

S I N I N T I M I D A R S E P O R L A P E S T E , G A L I L E I C O N T I N Ú A C O N

SU S I N V ESTI G A C I O N ES.

De mañana temprano . Galilei, al lado del telescopio, sigue

con sus apuntes. Virginia entra con una maleta de viaje.

GALILEI : ¡Virginia ¿Ha ocurrid o algo?

VIRGINIA: El convento ha cerrado y nos obligan a regresar a

casa. En Arcetr i hay cinco apestados.

GALILEI  (llamando):  ¡Sarti

VIRGINIA: Anoche cerraron también la calleja del mercado.

Parece que hay dos muertos en la parte vieja de la ciudad y

tres están.moribundos en el hospital.

GALILEI: De nuevo lo han callado todo hasta el último minuto.

SRA. SARTI  (entrando):  ¿Qué haces tú aquí?

V I R G I N I A : La p e s t e .

SRA. SARTI: ¡Dios mío Ha ré las malet as.  (Se sienta.)

GALILEI: Deje las maletas. Cuide de Virginia y de Andrea.

Yo junta ré m is . apuntes .  (Galilei se dirige apresuradamente

a su mesa y recoge algunos papeles con toda precipitación.

La señora Sarti pone un abrigo a Andrea, que entra corriendo.

y va luego en b usca de ropa de cama y comida. Entra un

lacayo del Gran Duque.)

LACAYO: SU Alteza ha abandonado la ciudad en dirección a

Bolonia a causa de los estragos de la peste. Antes de partir

insistió en dar al señor Galilei la oportunidad de ponerse a

salvo. La calesa estará dentro de dos minutos frente a la

puerta.

SRA. SARTI  (a Virginia y Andrea):  Pront o, vamos ya. ¡Hala ,

lleven esto.

Page 34: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 34/267

ANDREA: ¿Por qué? Si no me dices primero qu é es lo que

pasa, no voy.

SRA. SARTl: ¡La peste, hijo mío

VIRGINIA: Esperemos a papá.

SRA. SARTI: Señor Galilei, ¿está ya listo?

GALILEI  (envolviendo el telescopio con el mantel):  Lleve a

Virginia y Andrea a la calesa. En seguida voy.

VIRGINIA: NO, sin ti no vamos. Si te pones primero a em-

paquetar tus libros no estarás nunca listo.

SRA. SARTI: Ya está ahí el coche.

GALILEI: Sé razonable, Virginia, si ustedes no suben se mar-

chará el coche. La peste no es ninguna bagatela.

VIRGINIA   (protestando, mientras la señora Sarti la empuja con

Andrea hacia afuera)-.  ¡Ayúdelo con sus libros, si no no vendrá

SRA. SARTI  (llamando desde la puerta):  Señor Galilei, el co-

chero se niega a esperar .

GALILEI: Señora Sarti. . . no creo que deba yo partir . Mire

esto todo está en desorden, todo, los apuntes de tres meses

que no servirán para nada si no los continúo dos noches mas.

Y la peste se halla en todo s lados. ,

SRA. SARTI: ¡Señor Galilei ¡Ven inm ediat ame nte Estas

l o c o . . .

GALILEI: Usted debe llevarse a Virginia y Andrea. Yo los

seguiré después. . . ,

SRA. SARTI: En una ho ra no podrá salir ya nadie de aquí. ¡Ven

¡Tienes que venir (Escuchando.)  ¡Se va ¡Lo detendré

(Desaparece. Galilei se pasea por la habitación. La señora

Sarti regresa muy pálida, sin su atado.)

GALILEI: ¿Qué hace ahí parada? Todav ía es capaz de perder

la calesa con los niños.

SRA. SARTI: Ya se ha ido. A Virginia la tuvieron que conte-

ner. En Bolonia ya se ocuparán de ellos. ¿Pero quién le gui-

sará a usted aquí?

GALILEI: ¡Estás loca ¡Quedarte en la ciudad para guisar

(Toma sus apuntes.)  Señora Sarti, no vaya a creer que soy

un demente. Es que no puedo tirar por la borda todas estas

observaciones. Tengo enemigos poderosos y es necesario que

reúna pruebas para ciertas aseveraciones.

SRA. SARTI: N o necesita disculparse. Pero n o m e dirá que

esto es razonable.

Page 35: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 35/267

Frente a la casa de Galilei e n Florencia. Sale Galilei y m ira

calle abajo. Pasan dos monjas.

GALILEI  (les habla):  ¿Pueden ustedes decirme, hermanas, dón-

de venden leche? Esta mañana no ha venido la lechera y mi

ama ha sal ido.

UNA MONJA: Sólo están abiertas las t iendas de los bajos.  ^

LA OTRA MONJA: ¿Viene usted de ahí?  (Galilei asiente.)

¡Ésa es la calleja (Las dos monjas se persignan, murmuran

la salutación angélica y desaparecen rápidamente. Aparece un

hombre.)

GALILEI  (le habla)-.  ¿No es usted acaso el panadero que s iem-

pre nos t rae el pan blanco?   (El hombre asiente.)  ¿No ha vis to

a mi ama de l laves? Debe haberse marchado ayer al anoche-

cer y desde hoy temprano noto su fal ta.   (El hombre niega con

la cabeza. Una ventana de enfrente se abre y aparece una

mujer.)

LA MUJER  (gritando):  ¡Márchese de aqu í que ésos t ienen la

peste (El hombre huye asustado.)

GALILEI: ¿Sabe usted algo de mi ama de llaves?

LA MUJER: SU ama cayó al lá, cal le arriba. Lo debe haber

present ido, por eso se fue. ¡Qué fal ta de consideración

(Cierra

la ventana de un golpe. Unos niños vienen bajando la calle

y al ver a Galilei huyen con grandes gritos. Éste se da vuelta

y ve venir corriendo a dos soldados, con armadura completa.)

Los SOLDADOS-. ¡Métete en seguida en tu casa (Con sus largas

picas empujan a Galilei adentro de su casa y cierran tras él

el portón.)

GALILEI  (en la ventana):  ¿Pueden decirm e qué es lo que ha

sucedido con la mujer?

Los SOLDADOS: A todos los llevan al campo.

LA MUJER  (aparece de nuevo en la ventana):  Tod a esta calle-

ja all í at rás está contaminada. ¿Por qué no la cierran?   (Los

soldados colocan una cuerda a través de la calle.)

LA MUJER: NO, así no, ¿no ven que ahora no podrá entrar

nadie en nuestra casa? Aquí no es necesario que cierren.

¡Aq uí estamos todos sanos ¿No oyen lo que estoy diciendo?

M i esposo está en la ciudad y así no podrá entrar. ¡Best ias

¡Bestias

(Se oyen sus gritos y llantos desde adentro. Los sol-

dados se van. En otra ventana aparece una vieja.)

GALILEI: Allá atrás se está quemando algo.

LA VIEJA MUJER: Ya no apagan más s i hay sospecha de peste.

Sólo se piensa en la peste.

GALILEI: Qué típico de ellos es esto. Así es todo su sistema

de gobierno. Nos derriban como si fuésemos la rama enferma

de una higuera. Porque ya no puede dar frutos.

LA VIEJA MUJER: No debe decir eso. Más no pueden hacer.

GALILEI: ¿Está usted sola?

LA VIEJA MUJER: SÍ, mi h i jo me mand ó una nota. Gracias

a Dios supo ayer que uno había muerto al l í at rás y no volvió

a casa. Once son los casos que se produjeron durante la noche

en esta parte de la ciudad.

GALILEI: Me reprocho no haber mandado afuera a t iempo a

mi ama. Yo debía hacer un t rabajo urgente, pero el la no tenía

razón de quedarse.

LA VIEJA MUJER : Tampo co nosotros podem os i rnos. ¿Quién

nos tomaría? No debe usted hacerse reproches. Yo la vi , se

marchó hoy, a eso de las s iete. Estaría enferma, porque en el

momento en que me vio sal i r para buscar el pan, hizo un

rodeo para no encontrarse conmigo. Tal vez no quería que

clausuraran su casa. Pero el los s iempre lo l legan a saber todo.

(Se comienza a oír ruido de matracas.)

GALILEI: ¿Qué es eso?

LA VIEJA MUJER: Tratan de dis ipar con ruidos las nubes

que t raen la peste.  (Galilei ríe a carcajadas.)  ¡Parece que a

usted todavía le quedan ganas de reír (Un hombre viene ba-

jando la calle y la encuentra cerrada por la cuerda.)

Page 36: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 36/267

GALILEI: ¡üh, usted, ahí Esto está cerrado y en la casa no

hay nada para comer.  (El hombre huye sin escuchar.)  ¡Es

que no pueden dejarnos mori r de hambre ¡Eh, eh

LA VIEJA MUJER: Tal vez nos traigan algo. En últ imo caso

le Colocaré un cántaro con leche delante de su puerta, pero

sólo durante la noche, si usted no t iene miedo.

GALILEI: ¡Eh, eh, pero t ienen que oírnos

(De improviso

aparece Andrea junto a la cuerda. Trae una cara llorosa.)

  ¡AN-

<¿ea ¿Cómo es que estás aquí?

ANDREA: Ya estuve esta mañana. Llamé a la puerta pero

us ted no abr ió . La gente me d i jo q ue . . .

GALILBI: ¿Pero acaso no part iste?

ANDREA: Claro que sí , pero en el viaje pude saltar del coche.

Vi rg in ia s iguió . ¿No puedo ent rar?

GALILEI: NO, no puedes. Debes ir al convento de las ursuli-

nas. Tal vez tu madre esté al lá.

ANDREA: Ahí estuve, pero no me dejaron pasar. Está tan

e n f e r m a . . .

GALILEI: ¿Y has caminado mucho? Ya van tres días desde que

partiste.

ANDREA: Sí, y necesité todo este t iempo. Una vez me cazaron.

GALILEI  (impotente):  N o l lores más. ¿Sabes? Duran te este

t iem po he encontrado muchas cosas nuevas. ¿Quieres que te

cuente?  (Andrea asiente, sollozando.)  At iende b ien , s i no no

comprenderás . ¿Te acuerdas cuando te mos t ré el p laneta Ve-

nus? N o hagas caso de ese ruido, no es nada. ¿Te acuerdas?

¿A que no adivinas lo qu e he visto? ¡Es como la luna Lo vi

igual que a l a luna, como una semiesfera y como una hoz.

¿Qué me d ices? Te puedo mos t rar todo con una pequeña es -

fera y una luz. Eso te demues t ra que tampoco ese p laneta

tiene luz propia. Y da vueltas alrededor del sol en una simple

circunferencia. ¿No es maravil loso?

ANDREA

  (sollotando):

  Seguro, y es un hecho real .

GALILEI  (por lo bajo):  Yo no la retuve.  (Andrea calla.)  Cla-

ro-está, si yo no me hubiera quedado esto no habría ocurrido.

ANDREA: ¿Le creerán ellos ahora?

GALILEI: Tengo todas las prueba s reunidas. ¿Sabes? Cuan do

aquí termine esto me iré a Roma y se las mostraré.   (Dos en-

capuchados con largos palos y cubos van bajando la calle. C on

los palos alcanzan pan a Galilei y a la vieja mujer.)

LA VIEJA MUJER: Al lá enfrente hay una mujer con t res pe-

queños. Alcáncenle algo también.

GALILEI: -NO tengo nada que bebe r. En la casa no hay agua.

(Los encapuchados se encogen de hombros.)   ¿Pasarán por aquí

mañana?

UN HOMBRE  (con voz apagada por el patio que le tapa la

boca):  ¿Quién sabe hoy lo que puede ocurr i r mañana?

GALILEI: Si pasan por aquí, ¿podrían alcanzarme un pequeño

libro que necesito para mis estudios?

E L OT R O HOM B R E   (ríe sordamente):  ¡ C o m o s i h ó y i m p o r t a r a

un l ibro Conté ntate con recibir pan.

GALILEI: Pero el muchacho ese, mi alumno, estará aquí y Ies

alcanzará el l ibro para mí. Andrea, es el mapa con el período

de revolución de Mercur io que he ext raviado. ¿Puedes procu-

rármelo en la escuela?  (Los hombres han seguido entretanto

su camino.)

ANDREA: Seguro, yo se lo traeré, señor Gali lei .   (Se va. Gali-

lei se retira. De enfrente sale la vieja mujer y coloca un cán-

taro en la puerta de la casa de aquél.)

Page 37: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 37/267

1 6 1 6 : E L C O L E G I O R O M A N O , I N S T I T U T O D E I N V E S T I G A C I O -

N E S D E L V A T I C A N O , C O N F I R M A L O S D E S C U B R I M I E N T O S D E

G A LI LEI .

Sala del Colegio Romano en Roma. Es de noche. Altos re-

presentantes eclesiásticos, monjes y eruditos forman grupos.

Hacia un costado, solo, Galilei. Reina un desenfrenado albo-

rozo. Antes de que la escena comience, se oyen estruendosas

carcajadas.

U N P R E L A D O G O R D O  (sosteniéndose la barriga de risa):  ¡ O h ,

necedad de necedades Yo quisiera que me señalaran una sola

frase que no pueda ser creída.

UN ERUDITO: Por ejemplo, que usted sufre de una insupera-

ble repugnancia contra las comidas, Monseñor.

UN PRELADO GORDO: También lo creen, también lo creen.

Sólo lo razonable no es creído. Que hay un diablo, eso s í que

lo dudan. Pero que la Tierra da vuel tas como una bol i l la en

el sumidero, eso s í que lo creen. ¡Sancta s implici tas

U N M O N J E  (en chanza):  ¡Me mareo , me mareo ¡Se mueve

demas iado ráp ido Permí t am e que me apoye en ust ed , p ro

fesor.

  (Hace como si trastabillara y se apoya en un erudito

EL ERUDITO  (imitándolo):  Sí , la vieja Tierra se ha emborra-

chado de nuevo .  (Se apoya en otro.)

EL MON JE: ¡Alto, al to ¡Que nos caemos ¡Alto

UN SEGUNDO ERUDITO: Venus está ya completamente torci-

da. Ahor a le alcanzo a ver sólo la mitad del t rasero. ¡Socorro

(Se forma una masa compacta de monjes que, entre risotadas,

hacen como si se defendieran de caer al mar desde un navio

en medio de la tormenta.)

UN SEGUNDO MO NJE : ¡Por lo men os que no caigam os en la

Luna Her ma nos: ahí parece que existen mon tañas con puntas

muy afi ladas.

EL PR I M ER ER U D I TO : A p ó y a t e e n e l l a s c o n e l p i e .

EL PRIMER MO NJE: ¡Y no mires para abajo ¡Ay, que sufr o

de vért igos ¡Me siento en una falsa postura

EL PR ELA D O G O R D O   (intencionadam ente, en dirección a Gali-

lei):

  ¡Imposible ¡Imposturas en el Colegio Rom ano

(Gran-

des risotadas. Por una puerta trasera entran dos astrónomos

del Colegio. Se hace silencio.)

UN MO NJE: ¿T odavía seguís invest igando? ¡Esto es un es-

cándalo

UN ASTRÓNOMO  (colérico):  ¡Nosotros no invest igamos nada

EL OTRO ASTRÓNOMO: ¿Adonde i remo s a parar? ¡No com-

pren do a Clavius ¡Si todo lo que se ha dicho en los úl t imos

cincuenta años se fuera a tomar com o cierto En 1572 co-

mienza a bri l lar una nueva estrel la en la esfera más al ta, en

la octava, la esfera de las estrellas fijas. Esa estrella, que era

más grande y bri l lante que sus vecinas, desaparece antes de

cump lir el año y medio y es relegada al olvido. ¿.Y por eso

tenemos acaso que preguntarnos qué pasa con la vida eterna

y la inmutabi l idad del cielo?

EL FILÓSOFO: Si se lo permit iéramos, todavía nos destruirían

todo e l f i rmamento .

EL PRIMER ASTRÓNOMO: Sí, ¿a dón de vam os? Cin co año s

más tarde el danés Tycho Brahe fi ja la t rayectoria de un co-

meta. El camino comenzaba arriba de la Luna y atravesaba,

uno tras otro, los anillos de las esferas, los apoyos materiales

de los astros movibles . El cometa no encuentra ninguna re-

sis tencia, su luz no experimenta nin guna desviación. ¿Debe-

mos acaso preguntarnos por eso qué se ha hecho de las esferas?

EL FILÓSOFO: ¡NO, no puede ser ¿Cóm o puede Cris tófor o

Clavius, el más grande astrónomo de Ital ia y de la Iglesia, at re-

verse a investigar una cosa así?

EL PR ELA D O G O R D O : ¡ ES u n e s c á n d a l o

EL PRIMER ASTRÓNOMO: Sí, pero él investiga. Está sentado

al l í dentro y s igue mirando embobado por ese tubo del diablo.

Page 38: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 38/267

EL SEGUNDO ASTRÓNOMO: ¡Princ ipiis obsta To do come nzó

cuando empezamos a calcular la duración del año solar, las

fechas de los eclipses de sol y de luna, las posiciones de los

astros en años y días según las tablas de Copérnico, que es

un hereje.

UN MONJE: YO me p regun to : ¿qué es mejo r , p resenciar un

.ecl ipse de luna t res días más tarde que lo indicado por el ca-

lendario o no alcanzar nunca la bienaventuranza eterna?

UN MONJE MUY DELGADO   (se adelanta con una Biblia abierta

en la mano y señala fanáticamente un fragmento con el dedo):

¿Qué es lo que dicen las Sagradas Escri turas?: "Sol , no te

muevas de encima de Gabaón, ni tú, Luna, de encima del val le

de Ayalón." ¿Cómo pue de detener se el Sol s i no se muev e en

absoluto, como sost ienen esos herejes? ¿Mienten acaso las Sa-

gradas Escri turas?

E L S EG U N D O A S T R Ó N O M O : H a y a p a r i c i o n e s q u e a n o s o t r o s ,

los astrónomos, nos provocan dificul tades, ¿pero acaso es ne-

cesar io que e l hombre comprenda todo?  (Los dos astrónomos

se retiran.)

EL MONJE: ¡La patria del género humano convert ida en una

estrel la errante Al hombre , el anima l , la planta y todo el

resto de la naturaleza los meten en un carro y al carro lo hacen

dar vuel tas en un cielo vacío. Para el los no hay más ni cielo

ni Tierra. La Tierra no existe porque sólo es un astro del cielo

y tampoco el cielo, porque está formado por muchas t ierra?

N o hay más d iferencia en tre arriba y abajo , entre lo etern o >

lo perecedero. ¡Que nosotros nos ext inguimo s ya lo sabemos,

que tam bién el cielo se ext ingu e nos lo dicen ahora ésos El

Sol , la Luna, las estrel las son astros y nosotros vivimos sobre

la Tiena. Así se di jo s iempre y así estaba escri to. Pero ahora

la Tierra es también una estrel la, según ése. .¡Sólo l .ay estre-

l las Llegará el día en que éstos dirá n: tamp oco hay hombre s

ni animales, él hombre mismo es un animal , sólo hay animales.

EL PRIMER ERUDITO

  (a Galilei):

  Ahí abajo se le ha caído algo.

GALILEI

  (que entretanto había sacado una piedrecilla del bol-

sillo, jugando con ella y dejándola caer. Mientras se agacha

para recogerla)'.  Arriba, Monseñor, se me ha caído hacia arriba.

EL PRELADO GORDO   (dándole la espalda):  ¡Desvergonzado

(Entra un Cardenal muy viéjo apoyándose en un monje. Se

le hace lugar con mucho respeto.)

EL CARDENAL MUY VIEJO: ¿Están todavía ad entr o? ¿N o pue -

den terminar más rápido con esas nimiedad es? ¡Ese Clavius

podr í a en tender un poco más de as t ronomía He o ído que

ese señor Gali lei t rasplanta al hombre desde el centro del orbe

a un borde cualquiera. Por consiguiente y s in ninguna duda

es un enemigo de la naturaleza humana y como tal debe ser

tratado. El hombre es la corona de la creación, eso lo sabe

cualquier niño. La criatura más subl ime y bienamada del Señor.

¿Cómo puede colocar él esa maravi l la, ese magnífico esfueizo

en un asteroide minúsculo, apartado y que dispara cont inua-

mente ? ¿Acaso él mismo man daría a su propio hi jo así , a un

lugar cualquiera? ¿Cóm o pued e exist i r gen te tan perversa

que tenga fe en estos esclavos de sus tablas numéricas? ¿Qué

criatura del Señor puede tolerar una cosa semejante?

EL PRELADO GORDO   (a media voz):  El señor está aquí presen te.

EL CARDENAL MUY VIEJO   (a Galilei):  ¿Así que es usted?

Pues mire, yo ya no veo muy bien, pero s í puedo decirle que

usted se parece muchísimo a esa persona que condenamos en

su t iem po a la hoguera. ¿Cómo se l lamaba?

EL MONJE: Vues t ra Eminencia no debe a l t e rarse , e l méd ico . . .

EL CARDENAL MUY VIEJO   (rechazándolo, a Galilei):  Usted

quiere degradar a la Tierra, a pesar de que vive sobre el la y

que de el la todo lo recibe. ¡Usted ensucia su propio nido

¡Ah, pero no lo consent iré (Deja a un ládo al monje y co-

mienza a pasearse con orgullo.)   Yo no soy un ser cualquiera

que habi ta un astro cualquiera que da vuel tas por algún t iem-

po. Yo camino sobre la t ierra fi rme, con pasos seguros. El la

esrá inmóvil, ella es el centro del Todo y yo estoy en su centro

y el ojo del Creado r reposa en mí, y solamente en mí. Alre-

dedor de mí giran, sujetas en ocho esferas de cris tal , las estre-

l las fi jas y el poderoso Sol que ha s ido creado para i luminar

lo que me rodea. Y también a mí, para que Dios me vea.. Así

viene a parar todo sobre mí, vis ible e i rrefutable, sobre el hom-

Page 39: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 39/267

bre, el esfue rzo divino, la criatura única, la viva ima gen

de Dios , imperecedera y . . .  (Se desploma.)

EL MON JE: ¡Vuestra Eminencia se ha excedido con sus fue r-

zas (En ese momento se abre la puerta trasera y, a la cabeza

de sus astrónomos, entra el gran Clavius. Atraviesa la sala

en silencio con ligero paso, sin mirar a sus costados. Cast al

salir habla a un monje.)

CLAVIUS: ES exacto.  (Sale .seguido por los astrónomos. La

puerta trasera queda abierta. Silencio sepulcral. El Cardenal

muy viejo vuelve en si.)

EL CARDENAL MUY VIEJO: ¿Q ué suced e? ¿Se ha dictad o el

veredicto?  (Nadie se atreve a decírselo.)

EL MONJE: Vuestra Eminencia deberá ser t ransportado a casa.

(Ayudan a marcharse al viejo Cardenal. Todos abandonan es-

tupefactos la sala. Un pequeño m onje de la comisión exami-

nadora presidida por Clavius se detiene fre nte a Galilei.)

EL PEQUEÑO MONJE  (disimulado)-.  El padre Clavius di jo an-

tes de marcharse: "Ahora t ienen que arreglárselas los teólogos

para componer el cielo." Usted ha vencido.   (Se va.)

GALILEI  (trata de detenerlo):  ¡Ea, yo no, la razón (El peque-

ño monje ya se ha marchado. Galilei también se va. Al cruzar

la puerta se encuentra con un clérigo de gran estatura: el Car-

denal Inquisidor. Un astrónomo lo acompaña. Galilei hace una

reverencia, y antes de irse pregunta algo en voz baja al portero.)

PORTERO  (también en voz baja):  Su Eminencia, el Cardenal

Inqu i s idor .  (El astrónomo acompaña al Cardenal Inquisidor

hasta el anteojo.)

P E R O L A I N Q U I S I C I Ó N  P O N E L A T E O R Í A D E  C O P É R N I C O E N

E L I N D E X . ( 5 D E M A R Z O  D E 1 6 1 6 . )

Casa del Cardenal Belarminp, en Roma. Se realiza un baile.

En el vestíbulo, donde dos secretarios eclesiásticos juegan al

ajedrez y toman notas sobre los invitados, es recibido Galilei

con aplausos por un grupo de damas y señores con antifaces.

Galilei llega en compañía de su hija Virginia y de Ludovico

Marsili, prometido de ésta.

VIRGINIA: Sólo bailaré contigo, Ludovico.

LUDOVICO: El broche de tu hombro se ha soltado.

G A LI LEI :

"Ese tul que cubre tu pecho, Thays,

no lo ordenes. Pues su desorden revela

la dulce emoción que advierto en t i .

A la luz de las velas pensemos más bien

en los oscuros lugares del viejo jardín."

GALILEI  (posa su mano sobre el corazón de Virginia):  Sí,

late.

VIRGINIA: Hoy quisiera ser hermosa.

GALILEI: Y debes parecerlo, s i no todos comenzarán a dudar

que el la se mueve.

LUDOVICO: NO es cierto que se mueve.   (Galilei ríe.)  R o m a

habla sólo de usted. Pero desde este baile se habl ará de su hija.

GALILEI: Por ahí dicen que es fáci l ser hermoso en la pri-

mavera romana. Yo mismo debo parecer un Adonis barrigu-

do .  (A los secretarios.)  Esperaré aquí ai señor Cardenal .  (A

los novios.)  ¡A divertirse (Antes de dirigirse al baile, Vir-

ginia vuelve corriendo.)

Page 40: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 40/267

VIRGINIA: Padre, el peluquero de la Vía del Trionfo me

hizo pasar primero a pesar de que había cuatro damas antes

que yo. En seguida reconoció tu nombre.  (Se va.)

GALILEI  (a los secretarios que juegan ajedrez):  ¿Cómo pueden

todavía seguir jugando al viejo ajedrez? Muy l imitado es eso,

muy l imitado. Ahora se juega de manera que las piezas ma-

yores puedan moverse en todas las casi l las . La torre así   (les

muestra)  y el alfi l así , y la dam a así y tamb ién así . Aho ra

se t iene espacio y se pueden hacer planes.

UN ESCRIBIENTE: ESO no corresponde a nuestros sueldos bajos,

¿ent iende? Nosotros sólo podemos hacer pequeñas jugadas.

GALILEI: Al contrario, amigo, al contrario. Al que vive en

coche le pagan las mejores botas . Señores, hay que marchar

cor el t iempo, no s iempre a lo largo de las costas; alguna vez

se t iene que sal i r a mar abierto.   (El Cardenal muy viejo de la

pasada escena atraviesa el escenario guiado por un monje. Dis-

tingue a Galilei, pasa frente a él y luego se vuelve, inseguro,

y lo saluda. Galilei se sienta. Desde el salón de baile se oye,

cantado por niños, el comienzo de la famosa poesía de Lorenzo

de Médici sobre la caducidad de las cosas humanas.)

GALILEI: Roma. ¿Una gran fiesta, eh?

SECRETARIO: El primer carnaval después de los años de pesti-

Todas las grandes famil ias de Ital ia están representadas aquí

esta noche. Los Orsini , Vil lani , Nuc coli , Soldanieri , Cañe,

Lecch i , Es t ens i , Co lombin i . . .

E L S E GUNDO S E C R E T AR I O   (interrumpe):  S u s E m i n e n c i a s , l o s

Cardenales Belarmino y Barber in i .  (Entran el Cardenal Belar-

mino y el Cardenal Barberini cubriendo sus caras con las más-

caras de un cordero y una paloma unidas a sendos mangos.)

BARBERINI   (señalando con el índice a Galilei): "N ace el sol

y se pone , y vuelve a. su lugar", dice Salom ón, ¿y qué dice

Gali lei?

GALILEI: Cuando era un pí l lete de quince años, Vuestra Emi-

nencia, hal lándome a bordo de un barco comencé a gri tar:

la costa se mueve, la costa se aleja. Hoy sé que la costa estaba

firme y era el barco el que se movía y se alejaba.

BARBERINI: Muy astuto, muy astuto. Lo que vemos, Belarmi-

no, es decir, que los astros se mueven, no necesi ta ser verdad,

ahí t ienes el ejemplo del barco y la costa. Pero lo que s í es

verdad, es decir, que la Tierra se mueve, eso no lo podemos

ver. Mu y astuto. Pe ro sus lunas de Júpi ter son un hueso

duro para nuestros astrónomos. Lo malo es , Belarmino, que

yo también leí una vez algo de astronomía. Y eso se le pega

a uno como la sarna.

BELARMINO: Marchemos al compás del t iempo. Si hay nue-

vos planisferios celestes basados en nuevas hipótesis que faci-

l i tan la navegación a nuestros marinos, pues bien, que los ut i -

l icen. Nosotros desaprobamos sólo las teorías que contradicen

las Escrituras.  (Hace señas saludando hacia el salón de baile.)

GALILEI: Las Escri turas: "Quien esconde los granos será mal-

decido por los pueblos." Proverbio de Salomón.

BARBERINI: "LOS sabios ocultan su saber." Pro verb io de Sa-

lomón .

GALILEI: "Donde fal tan los bueyes para arar están vacías las

trojes y s in paja los pesebres; donde abundan las mieses al l í

se ve claramente la fuerza y el t rabajo del buey."

BARBERINI: "Quien domina sus pasiones, mejor es que un

conquistador de ciudades."

GALILEI: "Reseca los huesos la tristeza de espíritu."  (Pausa.)

"¿Acaso no clama la verdad en voz al ta?"

BARBERINI: "¿Puede un hombre andar sobre las ascuas, s in

quemarse las plantas de los pies?" Bienvenido a Roma, amigo

Gali lei . ¿Sabe usted algo del origen de esta ciudad? Dos ra-

paces, así cuenta la leyenda, recibieron leche y abrigo de una

loba. A part i r de ese momento, todos los niños deben pagar

su leche a la loba. Pero el lugar no es malo. La loba procura

toda clase de placeres , tanto celest iales como terrenales . Desde

conversar con mi sabio amigo Belarmino hasta admirar a t res

o cuatro damas de fam a internacional . ¿Me perm ite señalár-

selas?   (Lleva a Galilei hacia atrás para mostrarle la sala de

baile. Galilei lo sigue de mala gana.)   ¿No ? Él insis te en una

conversación seria. Bien. ¿Está seguro, amigo Gali lei , que us-

tedes los astrónomos no quieren hacer la astronomía un poco

mas cómoda?  (Lo guia de nuevo hacia adelante.)  Ustedes pien-

Page 41: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 41/267

san en círculos o el ipses y en velocidades proporcionadas, es

decir, en movim ientos simples adecuados a sus cerebros. ¿Qué

pasaría si a Dios se le hubiese ocurrido dar este movimiento

a sus astros?  (Dibuja en el aire, con el dedo, una trayectoria

muy complicada con velocidades irregulares.)

  ¿Qué sería en-

tonces de sus cálculos?

GALILEI: Amigo mío, si Dios hubiese construido un mundo

as í  (repite la trayectoria de Barberini)  entonces habría cons-

truido nuestros cerebros así  (repite la misma trayectoria),  de

modo que reconocer ían inmediatamente a esos movimientos

como si fueran los más simples. Yo creo en la razón.

BARBERINI: La razón me parece insuficiente. Él se calla: es

muy cortés para responder ahora que considera insuficiente

mi razón.  (Ríe y regresa-a la balaustrada.)

BELARMINO: Con la razón, mi est imado Gali lei , no se l lega

a muchos lados. Alrededor de nosotros sólo vemos equívocos,

crímene s y debil idades. ¿Dón de está la verdad?

GALILEI  (furioso):  Y o creo en la razón.

BELARMINO: Piense usted un poco las fat igas y meditaciones

que han costado a los Santos Padres y a tantos otros después

de ellos el dar un poco de sentido al mundo . ¿Y no es éste,

acaso, aborrecible? Piense usted en la barb arie de aquellos

que mandan azotar a los labradores semidesnudos en sus pro-

piedades de la Campania. Y piense usted en la estupidez de

esos míseros que en agradecimiento les besan los pies.

GALILEI: ES una infam ia, en mi v iaje v i có m o. . .

BELARMINO: Por eso nosotros imputamos a un ser más su-

perior la responsabil idad por esos hechos que consti tuyen al

f in l a v ida, y que nosot ros no podemos comprender . Por eso

decimos que ese ser superior persigue ciertas intenciones y

que todo se desarrolla según un plan premeditado. Eso no

quiere deci r que caigamos en un absolu to conformismo. Pero

es que usted acusa ahora a ese ser superior de no ver claro

el mov imien to del Universo, algo que usted sí ve claro. ¿Es

sabio pensar así?

GALILEI  (preparado para dar una explicación):  Yo soy un

crédulo h i jo de l a Ig les ia . . .

BARBERINI: Con él ocurre algo espantoso. Quiere, con toda

inocencia, demostrar a Dios que ha cometido los errores más

gruesos en astronomía, como si Él no hubiese estudiado su-

ficientemente esa materia antes de escribir la Sagrada Biblia.

¡Mi querido amigo (A los escribientes.)  N o tomen notas

de esto, es sólo una conversación científica entre amigos.

BELARMINO: ¿NO le parece a usted también que el Creador

tiene que saber más que su criatura acerca de lo creado?

GALILEI: Pero, señores míos, al fin y al cabo el hombre no

sólo puede interpretar mal el movimiento de los astros, sino

que también puede interpretar mal la Biblia.

BELARMINO: La interpretación de la Biblia incumbe solamente

a los teólogos de la Santa Iglesia, ¿no es cierto?   (Galilei calla.)

Ahí t iene, ahora caHa usted.  (Hace una seña a los escribien-

tes.)  Señor Gali lei , el Santo Oficio ha decidido anoche qu e la

teoría de Copérnico, por la cual el Sol sería el centro del Uni-

verso y se hallaría inmóvil , y la Tierra, en cambio, no confor-

maría ese centro y estaría en movimiento, es disparatada, ab-

surda y hereje en la fe. He recibido la misión de prevenirle

a usted para que abandone esas opiniones.  (Al secretario.)

Repita eso.

SECRETARIO: SU Eminencia, el Cardenal Belarmino, al sefior

Gali lei : "El Santo Oficio ha decidido anoche que la teoría de

Copérnico, por la cual el Sol sería el centro del Universo y se

hallaría inmóvil , y la Tierra, en cambio, no conformaría ese

centro y estaría en movimiento, es disparatada, absurda y hereje

en la fe. He recibido la misión de prevenirle a usted para

que abandone esas opiniones."

GALILEI: ¿Qué significa esto?  (De la sala se oye, cantada por

los niños otra estrofa de la poesía citada. Barberini indica a

Galilei que guarde silencio mientras se oye el canto. Los tres

escuchan atentamente.)

  Pero, ¿y la realidad de los hechos? Yo

entendía que los astrónomos del Colegio Romano aprobaron

mis apuntes.

BELARMINO: ...con las expresiones de la más profunda sa-

t isfacción, de la manera m ás honorífica pa ra usted.

GALILEI: Sí , pero...

Page 42: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 42/267

BELARMINO:  LA  sagrada Congregación ha dictado su veredicto

sin tomar conocimiento de esos detal les .

GALILEI: SÍ, ent iendo. Con el lo, toda próxima invest igación

c i e n t í f i c a . . .

BELARMINO: Está absolutamente asegurada, señor Galilei, y

de acuerdo al concepto de la Iglesia de que no podemos saber

pero que bien podemos invest igar.  (Saluda nuevamente a un

huésped en el salón de baile.)  Usted queda en l ibertad de

seguir t ratando esa teoría en forma de una hipótesis matemá-

t ica. La ciencia es la legí t ima y más querida hi ja de la Iglesia,

señor Gali lei . Nadie de nosotros toma en serio el que usted

quiera socavar la confianza de la Iglesia.

GALILEI  (con ira):  Esa confianza se agota cuando se quiere

imponer l a .

BARBERINI: ¿SÍ?  (Le palmea la espalda mientras suelta urut

carcajada. Luego lo mira fijamente y le habla con afabilidad.)

No derrame el agua de la t ina con niño y todo, amigo Gali lei .

Nosotros tampoco lo hacemos porque lo necesi tamos más que

usted a nosotros.

BELARMINO: Ardo en deseos de presentar al más grande ma-

temá tico de toda Ital ia al comisario de l .Santo Oficio , que

sabrá dispensarle la más al ta de las est imas.

BARBERINI

  (tomand o a Galilei por el otro brazo):

  Con lo cual

se convert i rá de nuevo en manso cordero. También a usted

le hubiera convenido más venir disfrazado de doctor formal

y conformista, mi querido amigo. Es mi disfraz el que hoy

me permite un poco de l ibertad. En un atavío semejante pue-

de usted oírme murmurar: s i no hay Dios, hay que inventar-

lo. Bien, pongámonos otra vez las máscaras , ¡el pobre Ga-

l i lei no t iene ninguna (Toman a Galilei del brazo dejándolo

en el lugar del medio y lo llevan hasta el salón de baile.)

EL PRIMER ESCRIBIENTE: ¿Tienes ya las últimas palabras?

EL SEGUNDO ESCRIBIENTE: En eso estoy.   (Escriben con ahin-

co.)  ¿Tienes tú eso cuando di jo que cree en la razón?  (Entra

el Carden al Inquisidor.)

EL INQUISIDOR: ¿Se efectuó la entrevista?

EL SECRETARIO  (mecánicamente):  Prim ero l legó el señor Ga-

l i lei con su hi ja. Ésta se ha prometido hoy con el señor.. .

(El Inquisidor hace una seña como que eso no le interesa.)

El señor Gali lei nos informó, acto seguido, de una nueva fórma

de jugar al ajedrez, en la que las piezas, en contra de las reglas

del juego, pueden moverse en todas las casillas.

EL INQUISIDOR   (de nuevo el mismo ademán):  El protocolo.

(Un secretario le alcanza el protocolo. El Cardenal se sienta

y lo lee de prisa. Dos damitas, con máscaras, atraviesan el

escenario; frente al Cardenal hacen una reverencia.)

UNA: ¿Quién es ése?

LA OTRA: El Cardenal Inquisidor.  (Se van con risas ahogadas.

Entra Virginia buscando a alguien.)

EL INQUISIDOR   (desde su esquina):  ¿Qué busca, hi ja mía?

VIRGINIA  (asustándose un poco dado que no lo ha visto):  ¡Oh,

Vuestra Eminencia (El Inquisidor le alarga la mano derecha

sin levantar la vista. Ella se acerca y, arrodillándose, besa su

anillo.)

EL INQUISIDOR: ¡U na noche subl ime Perm ítam e fel ici tarla

por sus esponsales . Usted se nos queda en Roma, ¿verdad?

VIRGINIA: Por el mom ento, no, Vuestra Em inencia. ¡Hay q ue

preparar tantas cosas para una boda

EL INQUISIDOR: Quiere decir que usted acompañará a su padre

de regreso a Florencia. Me alegro, me alegro. Me imagino

cómo su padre la debe necesi tar. La matemática es una com-

pañera muy fría, ¿verdad? Una criatura así , de carne y hueso,

es una gran cosa en ese ambiente. Cuando se es un genio se

corre el pel igro de perderse fáci lmente en el mundo de los

astros, que tan inmensos son.

VIRGINIA  (sin aliento):  Usted es muy bueno, Eminen cia. Yo

no entiendo casi nada de esas cosas.

' EL INQUISIDOR: ¿No?  (Ríe.)  En casa de herrero, cuchi l lo de

palo, ¿verdad? Su padre se divert i rá cua ndo se entere que todo

lo que usted sabe de las estrellas se lo enseñé yo, hija mía.

(Hojeando el protocolo.)  Aq uí leo que nuestros innovadores,

cuyo jefe reconocido en todo el mundo es su padre, un gran

hombre, uno de los más grandes hombres, consideran exage-

Page 43: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 43/267

rados nuestros actuales conceptos sobre la importancia de nues-

tra querida Tierra. Es que, desde los t iempos de Ptolomeo

- u n sab io de la An t ig üe da d- has t a hoy , s e ca l cu ló l a med ida

total de toda la creación, es decir, de toda la esfera de cris tal

en cuyo centro descansa la Tierra, en veinte mil veces el diá-

metro terráqueo. Una respetable extensión, pero muy pequeña,

demasiado pequeña para innovadores. Según el los esa exten-

sión es de una ampli tud inimaginable. La dis tancia entre la

T ier ra y e l So l, que , después de todo , es una « g ? *

ble, como nosotros s iempre creímos, es para el los tan ínfima

comparada con la dis tancia entre nuestra pobre Tierra y las

estrel las fi jas sujetas a los ani l los más externos, que en los

cálculos ni s iquiera se necesi ta tenerla en cuenta. ¡Y despues

dicen que a esos innovadores no les gusta vivir a lo grande.

(Virginia ríe. También el Inquisidor ríe.)  En efecto hace

poco, unos señores del Santo Oficio se escandal izaron de una

imagen semejante del Universo. Comparada con el la la nues-

tra resul ta tan pequeñita que bien podríamos colocarla alre-

dedor del cuel lo tan encantador de cierta joven muchacha. Es

que esos señores se inquietan porque un prelado o bien un

cardenal podrían extraviarse fáci lmente en una dis tancia tan

colosal y el Todopoderoso podría perder de vis ta aun al mismo

Pon tífice. Sí , es to es diven ido, pero, no obstante estoy con-

tento de saber que usted cont inuará junto a su padre a quien

todos tanto apreciamos, hi ja mía. Yo me pregunto, ¿conozco

acaso, a su padre confesor? . . . .

  t

VIRGINIA: El padre Cris tóforo, de Santa Ursula.

EL INQUISIDOR: SÍ, me alegro mucho entonces de que usted

acompañe a su padre. Él la necesi tará, tal vez usted no se lo

imagina, per o ya verá. ¡Usted es tan joven todav ía y, verda-

deramen te , t an de carne y hues o . . . Y a aquellos a qu ienes

Dios la beneficiado no s iempre les resul ta fáci l sobrel levar

su gen ia l idad . N o s i e n te . Nad ie en t re l o s mor t a l es es t an

grande que no pueda ser incluido en una plegaria. Pero yo

¡a es toy de t en iendo h i j a mía . Todav ía su p romet ido es capaz

de ponerse ce loso y t ambién su quer ido padre . . . , po rque l e

he contado algo sobre los astros que tal vez sea ya ant icuado.

Vaya rápido a bai lar y no se olvide de saludar de mi parte al

padre Cris tóforo.  (Virginia hace una profunda reverencia y

sale rápidamente.)

Page 44: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 44/267

U N D I A L O G O .

En el palacio de la Legación florentina, en Roma, escucha

Galilei al pequeño monje que, luego de la sesión del Colegio

Romano , le había comunicado furtivamente el veredicto del

Astrónomo Pontificio.

GALILEI: ¡H able, continúe La vestimenta que usted l leva le

da siempre derecho a decir lo que se le ocurra.

E L P E Q U E Ñ O M O N J E : Y O h e e s t u d i a d o m a t e m á t i c a s , s e ñ o r

Ga lilei. j • • j

GALILEI: ESO serviría d e algo si lo ind uje ra a admitir de

cuando en cuando que dos por dos son cuatro.

EL PEQUEÑO MONJE: Señor Gali lei , desde hace tres noches

no puedo concil iar el sueño. No sabía cómo hacer compatible

el decreto que he leído con los satél i tes de Júpiter que he

visto. Por eso me decidí a decir misa bien temprano para

venir a verlo.

GALILEI: ¿Para venir a decirme que Júpiter no t iene satéli tes?

EL PEQUEÑO MONJE: No. Me ha sido posible penetrar en

la sabiduría del decreto. Se me han revelado los peligros que

t raer ía para l a Humanidad un afán desenfrenado de inves t i -

gar, y por eso he decidido renunc iar a la astronom ía. Pero

quisiera hacer conocer a usted los motivos que pueden l levar

a un astrónomo a abstenerse de continuar trabajando en Ja

elaboración de cierta teoría.

GALILEI: Me permito decirle que esos motivos son ya de mi

conocimiento. .

EL PEQUEÑO MONJE: Comprendo su amargura. Usted piensa

en ciertos y extraordinarios poderes de la Iglesia. Pero yo

quisiera nombrarle otros. Permítame que le hable de mí. Yo

he crecido en la Campania, soy hijo de campesinos, de gente

sencil la. Ellos saben todo lo que se puede saber sobre el olivo,

pero desconocen muchas otras cosas. Mientras observo las fases

de Venus veo delante de mí a mis padres, sentados con mi

hermana cerca del hogar, comiendo sus sopas de queso. Veo

sobre ellos las vigas del techo que el humo de siglos ha enne-

grecido, y veo claramente sus viejas y rudas manos y la cucha-

rilla que ellas sostienen. A ellos no les va bien, pero aun en

su desdicha se oculta un cierto orden. Ahí están esos ciclos

que se repiten eternamente, desde la l impieza del suelo en los

campos de olivares a través de las estaciones, hasta el pago

de los impuestos. Las desgracias se van precipitando con re-

gularidad sobre el los. Las espaldas de mi padre no se aplas-

taron de una sola vez, sino un poco todas las primaveras en

los olivares, lo mismo que los nacimientos que se producen re-

gularmente y van dejando a mi madre cada vez más como un

ser carente de sexo. De la" intuición de la continu idad y de

la necesidad sacan ellos sus fuerzas para transportar, bañados

en sudor, sus cestos por las sendas de piedra, para dar a luz

a sus hijos, sí , hasta para comer. Intuición que recogen al mi-

rar el suelo, al ver reverdecer los árboles todos los años, al con-

templar la capil la y al escuchar todos los domingos el Texto

Sagrado. Se les ha asegurado que el ojo de la divinidad está

posado sobre el los, escrutador y hasta angustiado, que todo el

teatro humano está construido en torno a el los, para que ellos,

los actores, puedan probar su eficacia en los pequeños y gran-

des papeles de la vida. ¿Qué dirían si supieran por mí que

están viviendo en una pequeña masa de piedra que gira sin

cesar en un espacio vacío alrededor de otro astro? Una entre

muchas, casi insignificante. ¿Para qué sería entonces nece-

saria y buena esa paciencia, esa conformidad con su miseria?

¿De qué servirían las Sagradas Escri turas, que todo lo expli-

can y todo lo declaran como necesario: el sudor, la pacien-

cia, el hambre, la resignación, si ahora se encontraran l lenas

de errores? No , veo sus miradas l lenarse de espanto, veo cómo

dejan caer sus cucharas en la losa del hogar, y veo cómo se

sienten traicionados y defraudados. ¿Entonces no nos mira na-

Page 45: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 45/267

d¡e?, se pregu ntan. ¿Debem os ahora velar por nosotros mis-

mos,' ignorantes, viejos y gastados como somos? ¡Nad ie ha

pensado otro papel para nosotros fuera de esta terrena y las-

t imosa vida Papel que representamos en un minúsculo astro,

que depende totalmente de otros y alrededor del cual nada

gira. En nuestra miseria no hay, pues, ningún sentido. El

hambre significa sólo no haber comido y no es una prueba a

que nos somete el Señor; la fat iga significa sólo agacharse y

llevar cargas, pero con ella no se ganan méritos. ¿Com prende

usted que yo vea en el decreto de la Sagrada Congregación una

piedra maternal y noble, una profunda bondad espiri tual?

GALILEI: ¡Bondad espiri tual Ta l vez usted quiera decir: ahí

no queda nada, el vino se lo han bebido todo, sus labios están

resecos, ¡que se ponga n entonces a beber sotanas ¿Y por qué

no hay nada? ¿Porque el orden en este país es sólo el orden

de un arca vacía? ¿Porque la llamada necesidad significa tra-

baja r hasta reventar? ¡Y todo esto entre viñedos rebo santes,

al borde de los trigales Sus campesinos de la Cam pania son

los que pagan las guerras que l ibra en España y Alemania el

representante del dulce Jesús. ¿Por qué si túa él la Tierra en

el centro del Universo? Para que la si l la de Pedro pueda ser

el centr o de la Hu man idad. Eso es todo. ¡Usted t iene razón

cuando me dice que no se trata de planetas sino de los cam-

pesinos de la Camp ania Y no me venga con la belleza de

fenóm enos que el t iemp o ha adornad o. ¿Sabe usted cómo pro-

duce sus perlas la ostra margar i t ífera? Encerran do con peligro

de muerte un insoportable cuerpo ext raño, un grano de arena,

por ejemplo, y rodeándolo con su mucosa. La ostra da casi su

vida en el proceso. ¡Al diablo con la perla Yo pref iero las

ostras sanas. Las virtudes no t ienen por qué estar unidas a

la miseria, mi amigo. Si su gente viviera fel iz y cómoda po-

dría desarrollar las virtudes de la fel icidad y del bienestar.

Ahora, en cambio, las virtudes de esos seres exhaustos provienen

de exhaustas campiñas y yo no las acepto. Señor, mis nuevas

bombas de agua pueden hacer más maravil las que todo ese

ridículo trabajo sobrehumano. "Sed fecundos y multiplicaos",

porque los campos son infecundos y las guerras os diezman.

¿Debo, acaso, mentir a esa gente?

EL PEQUEÑO MONJE  (con gran emoción)-.  ¡Los más sagra-

dos motivos son los c íe nos obligan a callarnos ¡Es la tran -

quil idad espiri tual de os desdichados

GALILEI

 :

  ¿Quiere usted ver un reloj labrado por Cell ini que

esta mañana entregó aquí el cochero del Cardenal Belarmino?

Amigo mío, en recompensa de que yo deje a sus padres la

tranquil idad espiri tual , las autoridades me ofrecen el vino de

las uvas que ellos pisan en los lagares, con sudorosos rostros,

creados a imagen y semejanza de Dios. Si yo aceptara callar-

me sería, sin duda alguna, por motivos bien bajos: vida hol-

gada, sin persecuciones, etcétera.

EL PEQUEÑO MONJE: Señor Gali lei , yo soy sacerdote.

GALILEI: Pero también es físico. Y, por consiguiente, ve que

Venus t iene fases. Ven, mira al lá.  (Señala algo a través de la

ventana.)  ¿Ves allí en la fuente esa, cerca del laurel , al peque-

ño Príapo? ¡El dios de los jardines, de los pájar os y de los

ladrones, el obsceno y grosero con dos mil años encima Él

mintió menos, pero no hablemos de eso. Bien, yo también soy

un hijo de la Iglesia. ¿Conoce usted la octava sátira de Ho-

racio? Las estoy leyendo de nuevo en estos días.Horacio equi-

l ibra un poco.  (Toma un pequeño libro.)  Aquí hace hablar

a ese Príapo, una pequeña estatua que se encontraba en los

jardines esquilmos. Así comienza:

"Fui un día inúti l t ronco de higuera,

un carpintero qué hacer de mí dudó,

si un banco o un Príapo de madera

cuando al fin por el Dios se decidió."

¿Cree usted que Horacio hubiera renunciado a poner un ban-

co en la poesía reemplazánd olo por una mesa? Señor, mi sen-

t ido de la belleza sufriría si en mi imagen del mundo hubiera

una Venus sin fases. Nosotros no podemos inventar maquina-

rias para elevar el agua de los ríos si no nos dejan estudiar la

maquinaria más grande de todas, la que está frente a nuestros

ojos, ¡la maquinar ia de los cuerpos celestes La suma de los

83

Page 46: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 46/267

ángulos del triángulo no puede ser cambiada según las nece- -

sidades de la curia. No puedo calcular la trayectoria de los

cuerpos estelares y al mismo tiempo justificar las cabalgatas

de las brujas sobre sus escobas.

E L P E Q U E Ñ O M O N J E : ¿ Y u s t e d n o c r e e q u e l a v e r d a d , s i

es tal , se impone también sin nosotros?

GALILEI: No, no y no. Se impone tanta verdad en la medida

en que nosotros la impongamos. La victoria de la razón sólo

puede ser la victoria de los que razonan. Ustedes pintan a sus

campesinos como el musgo que crece sobre sus chozas. ¡Quién

puede suponer que la suma de los ángulos del triángulo puede

contradecir las necesidades de esos desgraciados Eso sí , que

si de una vez por todas no despiertan y aprenden a pensar, ni

las mejores obras de regadío les van a servir de algo. ¡Qué

diablos , yo veo su divina paciencia, pero ¿qué se ha hec ho

de su divino furor?

E L P E Q U E Ñ O M O N J E : ¡ E s t á n c a n s a d o s

GALILEI  (le arroja un paquete con manuscritos)-.  ¿Eres acaso

un físico, hijo mío? Aqu í están las razones porq ue los mares

se mueven en flujo y reflujo. ¡Pero tú no debes leerlo, entien-

des ¿Ah , no? ¿Lo lees ya? ¿Enton ces, eres un físico? (El

pequeño monje se ha enfrascado en los papeles.)   Una man-

zana del árbol de la ciencia del bien y del mal: éste ya se la

está engullendo. ¡Está ya mald ito eternamen te, pero igual se

la engulle, desgraciado glotón A veces pienso: m e haría en-

cerrar en una mazmorra a diez brazas bajo t ierra, a la que no

llegara más la luz, si en pago pudiera averiguar lo que es la

luz. Y lo peor: lo que sé tengo que divulgarlo. Como un

amante, como un borracho, como un traidor. Es realmente

un vicio que nos guía a la desgracia. ¿Cuánto t iem po podré

seguir gri tando a las paredes? Ésa es la pregun ta.

E L P E Q U E Ñ O M O N J E   (señala un párrafo en los papeles):

Esta parte no la entiendo

GALILEI: Te la explico, te la explico.

E L A D V E N I M I E N T O M U N N U E V O P A P A , Q U E ES T A M B I É N

C I E NT Í F I C O, AL I E NT A A GAL I L E I A P R OS E GUI R C ON S US

I N V E S T I G A C I O N E S S O B R E L A M A T E R I A P R O H I B I D A , L U E G O

DE OC HO AÑOS DE S F T É N&QI L AS M ANC HAS S OL AR E S .

Casa de Galilei en Florencia. Sus discípulos Federzoni, el

pequeño monje y Andrea Sa rti —que ha dejado de ser un

niño— están reunidos en una lección experimental. Galilei,

de pie, lee un libro. VUginia y la señora Sarti cosen ropa para

la boda.

.

ANDREA  (lee en una pizarra):  Jueves a la tarde. Otra vez

cuerpos flotantes. Hielo; cubo con agua; balanza; aguja de

hierro; Aristóteles.  (Busca los objetos. Los otros consultan

libros.)

VIRGINIA: Coser ropa Se ajuar es una labor que se hace con

ganas. Éste es para uná t í tesa larga. Ludovico gusta de recibir

huéspedes. Pero debe e&tit bien hecho, porque su madre vigila

hasta el últ imo hilo. Il la, ño está de acuerdo con los l ibros

de papá. Tan poco   ctíéáó  el padre Cri s tóforo .

SRA. SARTI: Hace años que no escribe libros.

VIRGINIA: Creo qü e él*se dio cuenta de su equivocación. En

Roma, un alto clérigo-«he explicó mucho de astronomía. Las

distancias son muy grandes.  (Entra Filippo Mucius, un erudito

de mediana edad. Presenta un aspecto algo trastornado.)

MUCIUS: ¿Puede decide al señot Gali lei que debe recibirme?

Me condena gin babentifc escuchado.

SRA. SARTI: ES que ¿Í  ño  quiere recibirlo.

Mu ciu s : Dios la premiará si se lo ru eg a. . . ¡Yo debo hablar

con él • . ' . ' . / „ . •

VIRGINIA  (va hacia la htolera):  ¡Padre

Page 47: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 47/267

GALILEI: ¿Qué pasa?

VIRGINIA: El señor Mucius.

GALILEI

  (va a la escalera, áspero, sus alumnos detrás);

  ¿Que

desea usted?

Mucius : Señor Gal i l e i , l e ruego me permi ta expl icar le los

párrafos de mi l ibro donde parece haber una reprobación de l a

teor ía de Copérpico sobre el movimiento de l a Tierra . Yo he. . .

GALILEI : ¿Qué quiere mostrarm e? Usted coincide exactamen-

te con el Decreto de la Congregación, está totalmente en su

derecho. Si bien estudió matemáticas aquí, eso no nos obliga

a oír de usted que dos por dos son cuatro. Pero, en cambio,

t i ene derecho a deci r que es ta p iedra

  (saca una pequeña piedra

¿ti bolsillo y la tira d vestíbulo)  acaba de volar hacia arriba,

al techo. |N o m e hable us ted de d i f icu l tades Yo no me aco-

bardé por l a pes te y cont inué con mis apuntes . Y le d igo:

-juien no sabe la verdad sólo es un estúpido, pero quien la

sabe y la l lama me ntira, es un crimina l. ¡Retírese de mi casa

MUCIUS  (apagado): Tiene razón.  (Sale. Galilei vuelve a su

gabinete de trabajo.)

FBDERZONI: Por desgracia es así. N o es ning ún ge nio y n o

valdría nada si no fue ra su alumn o. Pero ahora, po r supuesto,

todos dicen: él oyó todo lo que puede enseñar Gali lei y debe

reconocer que es todo falso.

SRA. SARTI: Me da lástima ese señor.

VIRGINIA: ¡Papá le apreciaba tanto

SRA. SARTi: YO quisiera hablar contigo sobre tu casamiento,

Virginia. Eres todavía muy joven, no t ienes madre y tu padre

se lo pasa poniendo trozos de hielo en el agua. Pero, de

todos modos, te aconsejaría que no le preguntaras nada refe-

rente a tu mat r imonio , porque se lo pasar ía una semana en-

tera, en la mesa y cuando están esos jóvenes, diciendo las

cosas más horribles. No t iene ni siquiera medio escudo de

pudor. Nunca lo tuvo. No quiero hablarte ahora de estas

cosas , s ino s implemente deci r t e cómo será el fu turo . Yo tam-

poco sé mucho, soy una persona sin instrucción', pero en un

asunto así , tan setio, no se camina a ciegas. Por eso deberías ir

a un verdadero astrónomo, en la Universidad, para que te

lea el horóscopo y sepas bien a qué atenerte. ¿Por qué ríes?

VIRGINIA: Porque ya estuve allí,

SRA. SARTI  (muy curiosa):  ¿Y qué te d i jo?

VIRGINIA: Durante tres meses debo estar precavida porque

el sol está en Capricornio, pero luego tendré un magnífico

ascendiente y las nubes se disiparán. Si no pierdo de vista

a Júpiter, podré realizar cualquier clase de viajes porque soy

un Escorpio.

SRA. SARTI: ¿Y Ludo vico?

VIRGINIA: ES un Leo.  (Después de una pequeña pausa.)  Pa -

rece que es sensual.  (Pausa.)  Esos pasos los conozco bien. Son

del Rector, señor Gaffone.  (Entra el señor Gaffone, Rector

de la Universidad.)

GAFFONE: Traigo solamente un l ibro que puede, tal vez, in-

teresarle a su padre. Pero les ruego, por amor de Dios, no

molestar al señor Gali lei . Ustedes perdonarán, pero siempre

tengo la impresión de que cada minuto que se roba a ese

gran hom bre se roba a la misma Ital ia. Les dejo el l ibro

cuidadosamente en sus manos y me marcho en puntas de p ie .

(Se va. Virginia da él libro

 

Federzoni.)

GALILEI: ¿De qué se trata?

FEDERZONI: NO sé.  (Deletrea.)  "De maculis in solé."

GALILEI: Sobre las manch as solares. ¡Otro má s

(Federzoni

se lo alcanza, enfadado.)

ANDREA: Oye la dedicatoria: A la más grand e autoridad

viviente de la física, GaJileo GaliW."  (CaHleo se ba puesto

de nuevo a leer.)  He leído el tratado de Fabricio de Osteel

sobre las manchas. Cree que son enjambres de estrel las que

desfi lan entre la Tierra y el Sol.

EL PEQUEÑO MONJE: ¿NO es poco probable eso, señor Ga-

lilei?  (Galilei no contesta.)

ANDREA: En París y Praga creen que son vapores del Sol.

F E D E R Z O N I: H u m .

ANDREA: Federzoni duda.

FEDERZONI: NO me introduzcas en la discusión, por favor.

Yo he dicho: hum, eso es todo. Soy el pulidor de lentes.

Pulo lentes y ustedes miran por el las observando el cielo,

Page 48: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 48/267

y l o q u e v e n n o s o n m a n c h a s s i p o ^ o i l h " . ¿ C ó m o p u e d o

yo dud ar de algo? ¡Cuántas veces ie$"voy a repe tir que n o

puedo leer los l ib r os por que es tán « i l a t ín (Gesticula con

rabia con la balanza. Un platillo, cae al. suelo. Galilei va

hasta allí y lo levanta en silencio.)

EL PEQUEÑO MONJE: Se d ice que la id i c i da d se encuen t r a

en la duda. Me p r egun to por qué.  * '.

ANDREA: Desd e hace dos sem anas to dos . .los días de sol subo

hasta la buhardilla, debajo del tejado. A través de los insters-

ticios de las tejas se cuela un delg ada y así se pue de tomar

la imagen inver t ida del So l

  s o b r e

  u a * h o j a d

e

  papel . Tuve

opor tun idad de ver una mancha, gpanda cómo una mosca, bor r o -

s a c o m o u n a n u b e c il l a . Y l a m a n c h a c a r i a b a d e l u g a r. ¿ P o r

qué n o inv estigam os las man chas, sqñQí,. Galilei?

GALILEI : Por que es tamos t r abaja ndo ' sd&re los cuer pos que

f lotan. '

ANDREA: Mi madr e t i ene ces tos l l enos de canas . Toda Eur opa

pr egun ta por su op in ión . Su p r es t ig io cr ecido tan to que ya

no puede cal lar más .  *

GALI LEI : Roma ha hecho cr ecer mi .g r tó t ig io por que he ca l lado .

FEDERZONI: Pero ahora usted no fe puede permitir más ese

silencio.  >- '•.

GALI LEI : Tampo co pu edo p er m i t i r q t f e , se me tues te a l f ue go

como un jamón .  v .T í ; . '

ANDREA: ¿Piensa usted, entonces, que las manchas t ienen algo

que ver con aquel asun to?   (GaiUfi-p». responde.)  Bien , con-

f o r mém onos con los t r ozos de no le puede hacer

d a ñ o .  '* Y'',

GALILEI: Exactamente. Nuestra tesis ,

ANDREA: En lo que respecta a la f lotapién diremos que no de-

pende de la f o r ma de un cuer po , s ina de que és te sea más

l iv iano o más pesado que e l agua. •  v

GALILEI: ¿Qué dice Aristóteles?

EL PEQUEÑO MONJE: "Una lámina- t^ h ie lo ancha y p lana

es capaz de f lo tar en e l agua mien t r a una agu ja de h ier r o se

sumer ge. "  . •

GALI LEI : - ¿Por qué par a ese Ar is tó te les e l h ie lo no se hunde?

EL PEQUEÑO MONJE: Por que es ancho y p lano , de modo que

no es capaz de par t i r e l agua.

GALILEI: Bien.  (Toma el trozo de hielo y lo pone en el cubo.)

Ahor a compr imo e l h ie lo con f uer za con t r a e l f ondo de la

vasija, alejo la presión de mis manos, y ¿qué sucede?

EL PEQUEÑO MONJE: Sube de nuevo a la super f ic ie .

GALILEI: Exacto. Al parecer es capaz de par tir el agua hacia

arr iba.

EL PEQUEÑO MONJE: Per o ¿por qué r azón f lo ta? E l h ie lo

es más pesado que el agua, porque es agua solidif icada.

GALILEI: ¿Y qué te parece si fuera agua diluida?

ANDREA: Tiene que ser más l iviano que el agua, si no, no

podr ía f lo tar .

G A L I L E I : A j á .

ANDREA: LO mism o que no pu ede f lo tar una agu ja de h ier r o .

Todo lo que es más l iv iano que e l agua, f lo ta . Y todo lo que

es más pesado , se hunde. Que er a lo que se quer ía demos t r ar .

GALI LEI : No , Andr ea . Dame la agu ja de h ier r o . D íme: ¿e l

h ier r o es más pesado que e l agua?

ANDREA: SÍ.  (Galilei pone la aguja sobre una hoja de papel

y la coloca sobre el agua. Pausa.)

GALI LEI : Andr ea , t i enes que ap r ender a pensar con p r ecau-

ción . ¿Qué sucede?

FEDERZONI: La agu ja f lota. ¡Oh, San Aristóteles ¡A él sí

que nunca lo examinar on (Ríen.)

GALILEI: El sabio engreimiento es una de las pr incipales cau-

sas de la pobrez a en las ciencias. Su f in no es abr ir u na

puer ta a l a in f in i ta sab idur ía , s ino poner un l ími te a l in f in i to

er r o r . Tomen no ta .

VIRGINIA: ¿Qué pasa?

SRA. SARTI: Cada vez que ellos r íen me llevo un pequeño sus-

to . ¿De qué r e i r án? , me p r egun to .

VIRGINIA: Papá dice: los teólogos t ienen sus toques de cam-

pana y los f ísicos t ienen sus r isas.

SRA. SARTI: Pero estoy contenta de que, por lo menos, ya no

mira tanto por ese tubo. Eso era peor todavía.

Page 49: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 49/267

VIRGINIA: Ahora sólo coloca trochos de hielo sobre el agua.

De ahí no pueden sal i r cosas malas .

SRA SARTI: NO sé.  (Entra Ludovico Marsili con ropa de via-

je, seguido por un sirviente que carga algunas piezas de equi-

paje. Virginia corre a su encuentro y lo abraza.)

VIRGINIA: ¿Por qué no me escribis te que ibas a venir.

LUDOVICO: Estaba en las cerca nías inspec ciona ndo nuest ros

viñedos de Bucciole y no pude dejar de acercarme Usta aquí .

GALILEI  (como miope)-.  ¿Quién es?

EL PEQUEÑO MO NJE: Ludovico. ¿Cómo, no lo dis t ingue.

GALILEI: ¡Oh, sí, Ludovico (Va a su encuentro.)  ¿Qué tal

los caballos?

LUDOVICO: Están bien, señor.

GALILEI: Sart i , hay que festejar esto. Trae una jarra del vino

sici l iano, del añejo.  (La señora Sarti se va con Andrea.)

LUDOVICO   (a Virginia):  Te encuentro pál ida. La vida en el

campo te hará bien. Mi madre te espera en set iembre.

VIRGINIA: Aguarda, te mostraré el vest ido.   (Sale corriendo.)

LUDOVICO: He oído decir que tiene usted más de mil estu-

diantes en sus cursos de la Universidad, señor. ¿En qué t ra -

baja actualmen te? .

GALILEI: LO de todos los días . ¿Pasaste por Rom a al venir . ^

LUDOVICO: SÍ. Antes de que me olvide: mi madre le envía

sus plácemes por su admirable tacto delante de la nueva orgia

de los holandeses con las manchas solares.

GALILEI

  (seco):

  Muchas gracias .

  (La Sarti y Andrea traen

vino y vasos. Todos se agrupan en torno a la mesa.) _

LUDOVICO: Rom a t iene ya su novedad para fe brero Cris to-

foro Clavius expresó su temor de que el circo de las vuel-

tas de la Tierra alrededor del Sol podía comenzar nuevamente

por las manchas solares .

A N D R E A : N O h a y p o r q u é p r e o c u p a r s e .

GALILEI: ¿Hay alguna otra novedad de la Ciudad Santa que

no sean esperanzas de nuevos pecados por mi parte.

LUDOVICO: Ustedes deben saber seguramente que el Santo

Padre es t á mor ibundo .

E L P E Q U E Ñ O M O N J E : ¡ O h

GALILEI: ¿De quién se habla como sucesor?

LUDOVICO: La mayoría, de Barberini.

G A L I L E I : B a r b e r i n i .

ANDREA: El señor Galilei conoce a Barberini.

EL PEQUEÑO MONJE: El Cardenal Barberini es matemático.

FEDERZONI: ¡Un hombre de ciencia en la Santa Sede (Pausa.)

GALILEI: Parece que ahora necesi tan hombres que hayan leído

un poco de matemáticas, como Barberini . Las cosas empiezan

a moverse. Federzoni , todavía viviremos una época en la que

nadie necesi tará temer como un del incuente cuando diga: dos

por dos son cuatro.  (A Ludovico.)  Este vino me gusta. Lu-

dovico. ¿Qué te parece?

L UDOVI C O: E S b u en o .

GALILEI: Conozco el viñedo, la pendiente es escarpada y ro-

cosa, la uva es casi azul. Yo adoro este vino.

LUDOVICO: SÍ , señor .

GALILEI: Tiene sus pequeños defectos y es casi dulce, pero

nada más que casi . Andrea, guarda todo eso: hielo, cubo y

agua. Yo est imo los consuelos de la carne. No tengo ninguna

paciencia con las almas cobardes que luego hablan de debi l i -

dades. Y o digo: gozar es un m éri to.

EL PEQUEÑO MONJE: ¿Qué desea hacer?

FEDERZONI: Comenzaremos de nuevo con ese circo de las

vueltas de la Tierra alrededor del Sol.

A N D R E A  (tararea):

Las Escri turas refieren que no se mueve

y los doctores demuestran que está quieta,

la cola del mundo coger el Papa debe,

pero igual se mueve nuestro inmóvil planeta.

(Andrea, Federzoni y el pequeño monje se dirigen rápida-

mente a la mesa de experimentos y guardan los objetos.)

  Tal

vez podríamos descubrir que el Sol tamb ién se mueve . ¿Cóm o

le caería eso, Marsili?

LUDOVICO: ¿Por qué tanta excitación?

SRA. SARTI: ¡No creo que usted, señor Galilei, quiera comen-

zar de nuevo con esas cosas del diablo

Page 50: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 50/267

GALILEI: Ahora sé por qué tu mad re te man dó a verme. ¡Bar-

berini en el trono papal El saber será una pasión y la inves-

t igación, una voluptuosidad. Clavius t iene razón esas manchas

solares me interesan. ¿Te agrada mi vino, Ludovico?

LUDOVICO: Ya se lo dije, señor.

GALILEI: ¿Pero te gusta realmente?

LUDOVICO

  (tieso):

  Sí , me gusta.

GALILEI: ¿Serías capaz de aceptar el vino o la bija de un

hombre sin exigir que ese hombre renuncie a su profesión^

Mi astronomía no t iene nada que ver con mi hija. Las tases

de Venus no le al teran las asentaderas.

SRA, SARTI: NO sea tan ordinario. En seguida busco a Vir-

ginia.

LUDOVICO   (la detiene):  Los mat r imonios en fami l ias como

la mía no se realizan sólo por razones sexuales^

GALILEI: ¿ES que te han impedido durante ocho años casatte

con mi h i ja mient ras yo no absolv iera mi t i«npo de prueba?

LUDOVICO: Mi mujer tendrá también que hacer una buena

figura en el banco de la iglesia de nuestro pueblo.

GALILEI: Ah, ¿tú quieres decir que tus campesinos h a r ^ d e-

pender el pago de los arrendamientos de la santidad de su ama.

LUDOVICO: En cierto modo, sí.

G A LILE I: A n d rea, F ed e rzo n i, t r a ig an e l e s p e jo d e l a t ó n ^

pantalla. En ella haremos caer la imagen del Sol, para cuidar

nuestros ojos. Es tu método, Andrea.  (Andrea se va.)

LUDOVICO: Usted una vez afir mó en Rom a QUE nunca más

se mezclaría con ese asunto de las vueltas de la Tierra aire-

dedor del Sol, señor. ,

GALILBI- Bah, en aquel t iempo teníamos un P»p* retrógrado.

S R A S A R T I : T en í am os , d i c e , " t o d aví a e l S « t o P ^ E s i g u e

con vida.

GALILBI: Casi , casi . Dibujaremos una red de meridianos y

paralelos en la imagen del Sol y procederemos metódicamente,

y luego podremos contestar algunas cartas. ¿Qué te parece,

Andrea?

StA. SAJtn : Aho ca dice '¡casi, casi". C incuenta veces pesa e l

hombre sus trocitos de hielo, pero cuando le conviene enton-

ces sí que cree ciegamente.  (La pantalla es colocada.)

LUDOVICO: Si Su Santidad llega a morir, señor Galilei, el pró-

x imo Papa —sea quien fuere y as í sea grande su f f im » por

las ciencias— tendrá que tener en cuenta el gran amor que

le profesan las mejores familias del país.

EL PEQUEÑO MONJE: Dios creó el mundo físico, Ludovico,

Dios hizo la mente humana, Dios permitirá también las cien-

cias físicas.

SRA SARTI: Gali lei , ahora quiero decirte algo. Yo he visto

caer en pecado a mi hijo por esos "experimentos" y "teorías"

y "observaciones" y no pude hacer nada contra eso. Tú te

has levantado ya contra la superioridad y el los te han adverti-

do una vez. Los más altos cardenales te han hablado como si

fueses un caballo enfer mo. Eso surt ió efecto por ¿un t iempo ,

pero hace dos meses, pocos días después de la Inmaculada Con-

cepción, volví a sorprenderte cuando comenzaste secretamente

con esas "observaciones". ¡En la buhard il la Yo no hablé mu-

cho, pero en seguida me d i cuenta . Corr í a prender le una

vela a San José. ¡Esto es superior a mis fuerzas Cuan do estoy

sola contigo, das muestras de sensatez y me dices que sabes

que t ienes que comportarte Ccn cordura porque corres peligro.

Pero dos días más tarde: ¡expe rimentos Y de nuevo estamos

en las mismas. Si yo pierdo mi salvación eterna por ser fiel

a un hereje, vaya y pase, ¡pero tú no t ienes derecho de pisotear

la fel icidad de tu bija con tus enormes pies

GALILEI  (gruñón):  ¡Venga ese telescopio

LUDOVICO: Giuseppe, l leva el equipaje de vuelta al coche.

(El sirviente sale.)

SRA. SARTI: Virginia no lo soportará. ¡Dígaselo usted mismo

(Sale corriendo, la jarra todavía en la mano.)

LUDOVICO: Señor Gali lei , mi madre y yo vivimos nueve me-

ses del año en nuestras posesiones en la Campania y podemos

asegurarle que nuestros campesinos no se inquietan por sus

tratados sobre los satél i tes de Júpiter. El trabajo de la labran-

za es demasiado pesado. Pero si l legaran a saber que alfooos

fr ivolos ataques a la sagrada doct r ina de k Ig lesia a» n a

Page 51: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 51/267

castigados, eso sí que los perturbaría. N o olvide usted q ue

esos seres dignos de lást ima, en su embrutecimiento, podrían

llegar a revolverlo todo. Son realmente animales, usted no

puede imaginarlo. En cuanto oyen el rumor de que en un

manza no cuelga una pera, abandona n tole el traba jo para ir

a parlotear.

GALILEI  (interesado):  ¿Sí?

LUDOVICO: Bestias. Cuando se acercan a la finca a protestar

por cualquier pequeñez, mi madre se ve en la obligación de

hacer azotar a un perro delante de el los, porque solo eso

les hace recordar lo que debe ser la disciplina, el orden y la

cortesía. Usted, señor Gali lei , ve de cuando en cuando los

florecientes maizales; usted come distraído nuestros quesos y

nuestras aceitunas, sin tener la menor idea del esfuerzo que

cuesta producir eso, ¡y la vigilancia

GALILEI: Joven amigo, yo no como distraído mis aceitunas.

(Grosero.)  Me estás haciendo perder el t iempo .  (Grita bacía

arriba.)  ¿Está lista esa panta lla?

ANDREA: SÍ, ¿viene, pues?

GALILEI: ¿Ustedes no azotan a los perros solamente para

mantener la disciplina, verdad, Marsil i?

LUDOVICO: Señor Galilei, usted tiene una mente maravillosa.

Lástima.

E L P E Q U E Ñ O M O N J E   (sorprendido):  ¡ L o e s t á a m e n a z a n d o

GALILEI: SÍ, yo podría alborotar a sus campesinos al inducir-

los a pensar. Y a su servidumbre, y a los capataces.

FEDERZONI: ¿Cómo? Si nin gun o de ellos lee el latín.

GALILEI: Podría escribir en florentino para muchos, y no en

latín para pocos. Necesitamos gente que trabaje con las manos

para las nuevas ideas. ¿Quiénes son los que desean saber las

causas de todas las cosas? Los que sólo ven el pan so bre la

mesa, ésos  no quieren saber cómo fue amasado. La chusma

agradece antes a Dios que al panadero. Pero los que hacen

el pan comprenderán que nada se mueve sin alguna causa que

origine ese movimiento. Tu hermana, Fulganzio, en el lagar

de aceite, no se sorprenderá sino que reirá cuando oiga que

el Sol no es un escudo dorado de la nobleza sino una palanca:

la Tierra se mueve porque el Sol la mueve.

LUDOVICO: Por lo que veo, usted ha tom ado su decis ión. Así

será siempre el esclavo de su pasión. Dispénseme usted ante

Virginia. Creo que es meior que ya no la vea.

GALILEI: La dote queda siempre a su disposición.

LUDOVICO: Buenas tardes.  (Se va.)

ANDREA: ¡Con saludos nuestros para todos los Marsili

FEDERZONI: ¡Esos que ordenan a la Tierra quedarse quieta

para que no se les vengan abajo los castillos

ANDREA: ¡Para los Cenci y los Villani

F E DE R Z ONI : ¡ Y l o s C er v i l l i

ANDR E A: ¡ Y l o s L ecch i

F E DE R Z ONI : ¡ Y l o s P i r l eo n i

ANDREA: ¡Que sólo quieren besar los pies al Papa cuando

pisotea al pueblo

E L P E Q U E Ñ O M O N J E  (también jimio a los aparatos):  E l n u e -

vo Papa será un hombre i lustrado.

GALILEI: Empecemos con la observación de estas manchas

en ci Sol que tanto nos interesan, pero a riesgo propio, sin

contar demasiado con la protección de un nuevo Papa.

ANDREA

  (interrumpiendo):

  Pero con toda la seguridad de de-

mostrar la falsedad de las sombras estelares del señor Fabricio

y de los vapores solares de Praga y París y de demostrar la

rotación del Sol.

GALILE:: Y con alguna seguridad de demostrar la rotación

del Soi. Mi intención no es demostrar que yo he tenido razón

hasta ahora, sino buscar si estoy verdaderamente en lo cierto.

Y os digo: despojaos de todas vuestras esperanzas los que

ahora comenzáis con las observaciones. Tal vez sean vapores,

tal vez sean manchas, pero antes de que nosotros las acepte-

mos como manchas —lo cual sería muy oportuno— las con-

sideraremos colas de peces. Sí. antes do comenzar volveremos

a poner todo en duda. Y no andaremos con botas de siete

leguas, sino milímetro por milímetro. Y lo que hoy encontra-

remos, mañana lo borraremos de la pizarra y cuando volvamos

a encontrar lo mismo entonces sí que lo anotaremos. Si en-

Page 52: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 52/267

cootzamot algo que corresponde a lo que iu táhimm hal lar ,

lo m i m e m o s con e sp ec k l h . ^ J ^ T .

  a

o b se rv a r d S o l c o n d d e c i di d o f ^ m m o * * ® o s « m k i n -

m o v i l i d ad d e l a T i e r r a . Y cu -d o   Um mmm  « e s a e n ^

cu an d o s eam o s d en o t a d o , p o r c o - f f a » y e s t em o s l am i en d o

n ue st ms h e r i d « e o e l o á . I M U I * l os e sm do s, « « » e e s

s í que comenzaremos a pre gu nta n» . s i en verdad no tobiamos

tenido   r a z ó n  antes , es decir , que l a Tierra se mueve  (Con un

gruñido.)  Pero si cualquier otra hipóte sis como ésa se des-

hace ent re nues t ras manos , en tonces s í que no tendremos com-

jáúfo con aquel los que nada han inves t igado pero que hablan .

¡Qtait i 'el paño del anteojo y enfoca el Sol (Coloca el espejo

t*

0

*- )  . , , ,

EL PEQUEÑO MONJE: YO sabía que usted ya había comenzado

con el trabajo. Me di cuenta cuando no reconoció al señor

Marsil i .  (Comienzan a trabajar en silencio. Cuando la res-

plandeciente imagen del Sol aparece en la pantalla, llega Vir-

ginia corriendo vestida de novia.)

VIRGINIA: ¿Lo has echado, padre?

  (Se desmaya. Andrea y

el pequeño monje se apresuran a auxiliarla.)

GALILBI: Tengo que saberlo.

EN EL D EC E N I O SI G U I E N TE LA S TEO R Í A S D E G A L1 LEI SE

D I F U N D E N E N E L P U E B L O . P A N F L E T I S T A S Y C A N T O R E S D E

B A L A D A S R E C O G E N L A S N U E V A S I D E A S P O R D O Q U I E R . E N

E L C A R N A V A L D E 1 6 3 2 , M U C H A S C I U D A D E S E L I G E N A L A

A S T R O N O M I A C O M O M O T I V O P A R A L A S C O M P A R S A S D E S U S

G R E M I O S

Una pareja de comediantes semibam brientos, con una chiquilla

de cinco años y un niño de pecho, llegan a una plaza donde

un gentío, en parte disfrazado, espera el desfile de carnaval.

Los dos arrastran atados de ropa, un tambor y otros utensilios.

EL CANTOR DE BALADAS   (con redobles de tambor)'.  ¡Hono-

rables vecinos, damas y caballeros Antes de que comiencen

a desfi lar las comparsas de los gremios en esta noche de car-

naval, ejecutaremos la últ ima canción florentina que todo el

norte de Ital ia canta y que nosotros hemos importado hasta

aquí a pesar de los enormes costos. Se t i tula "Ta horrible

teoría del señor físico tea l don Gaíi leo G ali lei" o "Una p rueba

de lo que vendrá".  (Canta:)

El Todopoderoso, con don creador,

dar vueltas a la Tierra al Sol ordenó.

Y una lámpara a su vientre colgó

para que girara como un buen servidor.

Porque era su deseo ferviente

que en tom o al señor se afanar a d sirviente.

Y entonces los pobres menesterosos

en torno a los poderosos comenzaron a girar.

Y en torne al Papa giraban los cardenales.

Y en torno »1 cardenal giraba n los arzobispos.

Y en tomo al arzobispo giraban los sacristanes.

Page 53: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 53/267

Y en torno al sacristán giraban los secretarios.

Y en torno al secretario giraban los artesanos.

Y en torno al artesano giraban los servidores.

Y en torno al servidor giraban los ganapanes,

las gallinas, los pobretes y los canes.

Éste es , dis t inguido público, el orden consumado, ordo ordi-

num, como dicen los señores teólogos: regula aeternis, la regla

de las reglas . ¿Pero qué sucede, mi est imado público?   (Canta.)

Llega entonces el doctor Galilei

(t i ra la Bibl ia, sacude su anteojo

y lo dirige hacia el ignoto universo).

Y ordena al astro rey detenerse.

Porque la inmóvil creat io dei

debe dar vuel tas , girar y moverse.

Correrá entonces la rica señora

y su criada actuará de espectadora.

¿Qué decís de esto? Es t remendo, pero no es broma.

La servidumbre se torna cada día más insolente.

Y una cosa es cierta, hablemos en nuestro idioma:

¿Quién ni sueña hoy con tener su propio sirviente

El criado se hará holgazán; la criada, fresca.

El perro del gendarme engordará.

El monaguil lo marchará a la pesca.

El aprendiz en cama quedará.

¡No, no, no Con la Bibl ia, señores, no hagáis bromas.

La cuerda de la horca se romperá si no es resistente.

Y una cosa es cierta, hablemos en nuestro idioma:

¿Quién no sueña hoy con tener su propio s i rviente?

Y ahora, mis buenos vecinos, mirad un poco en ese futuro

que anuncia el doctor Gali lei .  (Canta.)

Dos amas de casa en el mercado

no se explicaban lo que veían.

La pescadera tomaba un pescado

y junto con un pan se lo comía.

El albañil, los hoyos ya cavados,

levantaba afanoso la mampostería.

Cuando estuvo todo terminado

se metió adentro con sabiduría.

¿Es posible esto? No, no, no, aquí no hay broma.

La cuerda de la horca se romperá si no es resistente.

Y una cosa es cierta, hablemos en nuestro idioma:

¿Quién no sueña hoy con tener su propio sirviente?

El campesino, sin consideración,

pega a su señor en el trasero.

Y ahora la leche que daba al clero

sus niños beberán con fruición.

¡No, no, no Con la Biblia, señores, no hagáis broma s.

La cuerda de la horca se romperá si no es resistente.

Y una cosa es cierta, hablemos en nuestro idioma:

¿Quién no sueña hoy con tener su propio s i rviente?

L A M U J E R :

En el pecado caí

y a mi marido dejé

por ver si un astro fijo

encontraba por ahí .

E L C A N T O R D É B A L A D A S :

¡No, no, no, Galilei, ya basta Ter min a la brom a.

Que el perro sin bozal es capaz de morder a la gente.

Pero una cosa es cierra y bien lo sabe Roma:

¿Quién no sueña hoy con tener su propio sirviente?

Page 54: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 54/267

A M B O S:

Los que en la t ierra sufrís

reunios todos juntos

y aprended de Gali lei

d «be da la dicha en el mundo.

EL CANTO* ra BALADAS: Vecinos, mirad el fenomenal des-

cubrim iento de GaWeo Gali lei. ¡La Tierra gira alrededor del

SOI

(Bate

  fuertemente el tambor. La mujer y la chtquüla se

adelantan. La mujer sostiene un tosco dibujo del Sol. L a

chiquilla, con una calabaza en la cabeza -imagen de^ la

Tierra-, da vueltas alrededor de la mujer. El cantor señala

con grandes ademanes a la chiquilla, como si ésta fuera a reali-

zar un peligroso salto mortal, ya que camina hacia atras, al

compás de los redobles del tambor. Luego, se oyen desde atras

otros tambores.)

UNA Voz PROFUNDA: ¡Las comparsas (Entran dos hombres

c m

  harapos, tirando un pequeño carro. Sobre el mismo está

sentada, en un ridiculo trono, una figura con una corona de

cartón j eeetid* Je  arpillera que espía por un telescopio. Sobre

el trono, un la»**: "Buscad el disgusto." Mis atrás vienen

cuatro hombres • emrasearados que llevan un gran lienzo con

el que arrojan al ake un muñeco que representa un cardenal.

Un enano se ha  «aéeeado a un lado con un letrero: "La nueva

era." De la méteímd sale un pordiosero que levanta en alto

sus muletas y se pene a bailar pataleando en el suelo hasta

que cae con gran ruido. Luego, entra un enorme muñeco que

hace reverencias al público: Galileo Galilei. Delante de él un

niño con una enorme Biblia abierta, con las páginas tachadas.)

EL C A N TO R D B B A LA D A S: ¡ G a l i l e o , e l t r i t u r a d o r d e l a B i b l i a .

1 6 3 3 : EL FA M O SO I N V EST I G A D O R R EC I B E O R D E N D E LA

I N Q U I SI C I O N D E TR A SLA D A R SE A R O M A .

Antesala y escalera en el palacio de los Médici en Florencia.

Galile* y su hija aguardan ser recibidos por el Gran Duque.

VIRGINIA: ES larga la espera.

G A LI LEI : S í .

VIRGINIA: Ahí está de nuevo esa persona que nos siguió hasta

aquí .  (Señala a un individuo que pasa de largo sin mirarla.)

GALILEI  (cuyos ojos han sufrido)-.  No lo conozco.

VIRGINIA: Pero yo sí lo he visto muchas veces en los últimos

días. Siento miedo.

GALILEI: ¡Pamplinas Estamos en Florencia y no entre ban-

didos corsos

VIRGINIA: Ahí viene el Rector.

GALILEI: A ése le temo. El estúpido me enredará de nuevo

en una conversación sin fin.   (El señor Gaffone, Rector de

la Universidad, viene bajando la escalera. De pronto se asus-

ta al ver a Galilei y pasa tieso delante de ellos, la cabeza con-

traída espasmódicamente hacia otro lado. Saluda con un vio-

vimiento de cabeza apenas perceptible.)

GALILEI: ¿Qué le pasa a éste? Mis ojos están hoy de nuevo

mal. Pero ¿saludó por lo menos?

VIRGINIA: Apenas. ¿Qué has escrito en tu libro? ¿Es posible

que lo consideren hereje?

GALILEI: TÚ estás muy metida con la Iglesia. El madrugar y

e correr a la misa te estropea la tez. ¿Rezas por mí, Virgin ia?

VIRGINIA: Ahí está el señor Vanni. el fundidor, para quien

tu proyectaste aquella planta de fundición.  (Por la escalera ha

oaiado un hombre.)

Page 55: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 55/267

VANNI" ¿Le gustaron las codornices que le envíe, señor Ga-

lüei> Arriba estaban hablan do de usted. Se lo hace respon-

sable por los panfletos contra la Biblia que hace unos días

se vendían por todas partes.

GALILEI: Las codornices eran excelentes. De nuevo muchas

gracias. De los panfletos no sé nada. La Biblia y Homero

son mis lecturas predilectas.

VANNI- Y au nque no lo fueran, quisiera aprovechar la opor-

tunidad para asegurarle que nosotros, los de la manufactura,

estamos con usted. Yo en verdad no sé mucho de los movi-

mientos de las estrellas, pero para mí usted es el hombre que

lucha por la libertad de enseñar nuevas cosas. Tomemos por

ejemplo ese cultivador mecánico de Alemania que usted me

describió. En el último año aparecieron sólo en Londres cinco

tomos sobre agricultura. Aquí bien estaríamos agradecidos por

un libro sobre los canales holandeses. Los mismos circuios

que le ocasionan dif icultades a usted son los que no permiten

a los médicos de Boloña abrir cadáveres para la investigación.

GALILEI: SU palabra es convincente, Vanni.

VANN I: Eso espero. ¿Sabe usted que Amsterd am y Londres

tienen mercados monetarios? Y escuelas profesionales tambié n.

Regu larmen te se editan diarios con noticias. ¡A quí ni tenemos

la libertad de hacer dinero Se está en contra de las fundi-

ciones de hierro porque se cree que con muchos trabajadores

en un lugar se fomenta la inmoralidad. Yo me juego por

hombres como usted. Señor Galilei, si alguna vez llegaran a

hacer algo contra su persona, recuerde que aquí tiene amigos

en todos los ramos del comercio. Con usted estarán todas las

ciudades del norte italiano, señor.

GALILEI: Por lo que yo sé nadie tiene la intención de hacerme

daño a lguno.

V A N N I : ¿ N O ?

G A L I L E I : N o .

VANNI: Según mi opinión, en Venecia estaría usted más se-

guro. Menos sotanas. Desde allí sí que podría comenzar la

lucha. Yo tengo una calesa de viaje y caballos, señor.

GALILEI: No me veo como fugitivo, aprecio mi comodidad.

VANNI: Seguro, pero después de lo que acabo de oír allá

arr iba hay que darse prisa. Tengo la impresión de que su

presencia en Florencia no les  es  muy grata.

GALILEI: Sandeces. El  Gran  Duque es mi a lumno y apa r te

de eso el Papa  mismo  respondería con un furioso no a cual-

quier intento de ponerme una soga al cuello.

VANNI: Me parece que usted no sabe distinguir bien sus

amigos de sus enemigos, señor Galilei.

GALILEI: YO sé distinguir la potencia de la impotencia.   (Se

aleja bruscamente. A Virginia.)  Cada individuo que tiene

algo de qué quejarse me elige como su representante, espe-

cialmente en lugares en que no me son nada útiles. He escrito

un libro sobre la mecánica del universo, eso es todo. Lo que

de allí resulte , no me interesa para nada

VIRGINIA  (en voz alta):  ¡Si la gent e supiera con qu é severi-

dad juzgaste lo que pasó por todas partes en el último carnaval

GALILEI: Sí. Da miel a un oso y perderás el brazo cuando la

bestia tiene hambre.

VIRGINIA   (por lo bajo):  ¿Pero te ha citad o para hoy EL Gra n

Duque?

GALILEI: No . Pero me hice anunciar . Í :1 quier e tener el

libro, para eso me ha pagado. Pesca algún funcionario y qué-

jate de que no nos atienden.

VIRGINIA  (seguida por  el individuo se dirige a hablar con un

funcionario

  >:

 Señor Mincio, ¿está enterada Su Alteza de q ue

mi padre desea hablarle?

EL FU N C I O N A R I O : ¡ Q u é s é y o

VIRGINIA: ESO 110 es una res pue s ta .

EL FU N C I O N A R I O : ¿ N O ?

VIRGINIA: Usted tiene el deber de ser cortés.

  (El funcionario

le da cati la  espalda y  bosteza, muñirás mira al individuo.)

VIRGINIA

  (Je n:d;a)\

  Dice que el Gran Duq ue está todavía

ocupado.

GALILI-I: OÍ  algo de  "cortés". ¿Qué pasaba?

VIRGINIA: Le  agradecí  por su cortes información. Eso fue

todo. ¿ No puedes dejar el libro aquí? Pierdes mu cho tiempo . . .

Page 56: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 56/267

GALILEI: Comienzo a preguntarme qué vale todo este t iempo.

Es posible que acepte una invi tación de Sagredo para i r a Pa-

dua por un pat de semanas. Mi salud no es de las mejores .

VIRGINIA: TÚ no podrías vivir sin tus libros.

GALILEI: Algo del vino siciliano se podría llevar en el coche,

en un ca jón , o en do s . . . . .

VIRGINIA: Siempre di j is te que ese vino no aguanta el viaje.

Por otra parte, k corte te debe t a k v k tres meses de sueldo,

y no te lo van a mandar a Padua.

GALILEI: Eso es cierto.

  (El Cardenal inquisidor baja la esca-

lora. Al

  pasar

  hace una profunda reverencia frente a Galtle*.)

VIRGINIA: ¿*or qué está el Cardenal Inquisidor en Florencia,

papá?

GALILEI : No sé. Se com port ó con   respeto.  Yo supe lo que

hacía cuando regresé a Florencia y cal lé durante ocho años

Me han ponderado t an to que ahora-me t i enen que acep tar t a l

com o soy. _ ,

EL FUNCIONARIO  (en voz alta):  ¡Su Alteza, el Gran Duque.

(Cosme de Métici baja por la escalera. Galilei sale a su en-

cuentro. Cosme se detiene un tanto desconcertado.)

GALILEI: Quisiera presentar a Vuestra Alteza mis diálogos

sobre los dos grandes sistemas universales

COSME- ¿Ah, sí? ¿Cóm o están sus ojos?

GaLiLB: Sfe muy bien, Vuestra Alteza. Si Vuestra Alteza

m e i p e t m í t t ^ f M K r i b í e s t e l i b r o . . .

  j

COSME: El «t m to de sus ojos me intranquil iza, m dm en te.

Me in t ranqu i l a» . Bao demues t ra que us t ed t d vez em ple a

su magn í f ico an teo jo con demas iado o , ¿wr t fad?  (Contmua

su camino sin tomar el libro.)

VIRGINIA: Padae, siento temor.

GALILEI: ¿NO tomó el lifaro, eb?   (Apagado pero ¿rnnejjlo

demues tres dch il i dad. De aqu í no i rem os« < a m , s m o  a  te  de

Volpi el cristalero. H e conve nido con él que en el jxm o de la

taberna debe estar s iem pre l is to un cairo con tonele s vacíos

que me pueda sacar de la ciudad.

VIRGINIA: TÚ «abias .. .

GALILEI: No m ires al individuo que nos s igue.

  {Quteren saltr.)

\ ' t, • .

  i

UN ALTO FUNCIONARIO  (baja la escalera):  Señor Gali lei , ten-

go la misión de llevar a su conocimiento que la corte floren-

tina no está más en condiciones de oponerse al deseo de la

Santa Inquisición de interrogarlo en Roma. El coche de la

Santa Inquisición lo espera, señor Galilei.

Page 57: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 57/267

E L P A P A

Un aposento en el Vaticano. El Papa Urbano VIH, ex Carde-

nal Barberini, recibe al Cardenal Inquisidor mientras lo vis-

ten. Desde afuera se oye el paso furtivo de muchos pies.

EL PAPA   (en voz alta)-.  ¡No, he d icho que no

EL INQUISIDOR: ¿Entonces Vuestra Santidad quiere comunicar

a los doctores de todas las facultades, a los representantes de

todas las Santas Órdenes y del clero aquí reunidos que las Es-

crituras no pueden ya ser tomad as por ciertas? ¿A ellos, que

con su infantil creencia en el Verbo Divino han venido a es-

cuchar de Vuestra Santidad la confirmación de su fe?

ÉL PAPA: ¡ No orden aré hacer tr izas las tablas de cálculos ¡No .

EL INQUISIDOR: Esa gente dice que se trata de tablas de cálcu-

los y no de un espír itu de rebelión y de duda. Pero no son

las tablas de cálculos, es la aterradora inquietud que han dise-

minado por la Tierra. Es la inquietud de sus propias mentes

que trasmiten a la Tierra inmóvil. Ellos gritan: ¡ los números

nos >bligan Pero, ¿de dónde vienen sus núme ros? Todo s

saben que vienen de la incredulidad. Esos hombres dudan de

todo. ¿Deb emos acaso fun dar la sociedad human a en la duda

y no más en la fe? 'Tú eres mi señor, pero yo dudo si eso

está bien." "Ésa es tu casa y tu muje r , pero yo me pre gun to

si acaso no pueden ser los míos." Por otra parte, el amor que

profesa Vuestra Santidad por las artes, al que debemos tantas

hermosas colecciones, es pagado con comentarios injuriosos

como los que se leen en los frentes de las casas de Roma.

"Lo que los bárbaros dejaron a Roma, se lo roban los Barbe-

ri ni " ¿Y en el extranj ero? Dio s decidió someter a severas

pruebas a nuestra Sede. La política de Vuestra Santidad en

España no es comprendida por los hombres de poco entendi-

miento. así como es lamentado vuestro conflicto con el Em-

perador. Desde hace tres lustros Alemania es una carnicería.

La gen te se acuchilla con citas de la Biblia en los labios. Y

ahora que después de la peste, de la guerra y de la reforma

sólo quedan algunos puñados de la cristiandad, cunde por

Europa el rumor de que Vuestra Santidad ha concertado con

la Suecia luterana una alianza secreta para debilitar al cató-

lico Emperador. Y en este momento, esos gusanos de matemá-

ticos enfilan esos tubos al cielo y comunican al mundo que

Vuestra Santidad está equivocada aquí, en el único lugar que

todavía nadie le disputa. Uno podría preguntarse: ¿por qué

este interés repentino en una ciencia tan apartada como la

astronomía? ¿No es acaso indiferen te para nosotros la forma

en que giran esas esferas? Pero en toda I talia no hay nadie,

hasta el último palafrenero, que no hable —a causa del ejem-

plo dado por ese f lorentino— de las fases de Venus, y al mismo

tiempo no deje de pensar en tantas de esas cosas que se les

señalan como indiscutibles en escuelas y otros lugares y que

tan incómodas son. ¿Qué pasaría si todos esos débiles de la

carne e inclinados a cualquier exceso creyesen sólo en la pro-

pia razón que ese loco defi ne como la única instancia? Desd e

que navegan —no tengo nada en contra de e l lo— ponen su

confianza en una esfera de latón que llaman el compás, y no

en Dios. Ese Galilei, ya de jovenzuelo, escribió sobre las má-

quinas. ¿Con máqui nas quieren hacer milagros? ¿Qué clase

de milagros? De todos modos ya. no necesitan m ás a Dios ,

pero ¿qué clase de milagros serán ésos? Por ejemplo, no exis-

tirá más un arr iba y un abajo. Y a no lo necesitan. Aristó-

teles es para ellos un perro muerto, pero de él citan esta frase:

"Si la lanzadera tejiera por sí sola y la púa tocara la cítara

por sí misma, los señores no necesitarían ya siervos ni los

maestros artesanos, operarios." Y ellos piensan haber llegado

ya a eso. El miserable sabe bien lo que hace cuando publica

sus trabajos de astronomía en el idioma de las pescaderas y

de los comerciantes de lana y no en latín.

EL PAPA: ESO indica un gusto muy malo, ya se lo diré.

Page 58: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 58/267

EL INQUISIDOR: Galilei provoca a unos y corrompe a los otros.

Las ciudades marítimas del norte italiano exigen cada vez con

más insistencia para sus buques los planisferios celestes del

señor Galilei. Y tendremos que permitírselos, son intereses

mater iales. . . ,

EL PAPA: Pero esos planisferios se basan en sus opiniones he-

réticas. Se trata precisamente de los movimientos de esas

estrellas que no tend rían lu gar si se rechaza su teoría. N o se

puede contentar a la teoría y utilizar los planisferios al mismo

t iempo.

EL INQUISIDOR: ¿Por qué no? N o pode mos hacer otra cosa.

EL PAPA: Ese ruido de pasos me po ne nervioso. Discú lpeme

si no puedo evitarlo.

EL INQUISIDOR: Tal vez le dirán más de lo que yo puedo,

Vues tra Santidad. ¿Deben ma rcharse todos ellos con la duda

en el corazón?

EL PAPA: Al f in y al cabo el hombre es el f ísico mas grande

de esta época, la luz de I talia , y no un iluso cualquiera. Y

tiene amigos: ahí está Versalles, ahí está la corte de Viena.

Todavía son capaces de calif icar a la Santa Iglesia de sumidero

de prejuicios podridos. ¡Que no se le toqu e un pelo

EL INQUISIDOR: Prácticamente no se necesitará hacer mucho

con él. Es un hombre de la carne. En seguida se doblará.

EL PAPA: Galilei conoce más placeres que cualquier otro.

Piensa de pur o sensualismo. N o podría negarse ni a un n uevo

pensamiento ni a un viejo vino. Yo no quiero la condenación

de los principios de la f ísica, ni gritos de batalla como: "¡Viva

la Iglesia " y "¡Viva la razón " He autorizado su libro siempre

que expresara la opinión de que la última palabra no la tiene

la ciencia sino la fe . Y él ha cumplido.

EL INQUISIDOR: SÍ, ¿pero d e qué mane ra? En su libro d is-

putan u n imbécil, , que por su puesto representa los punt os d e

vista aristotélicos, y un hombre inteligente que, naturalmente,

representa las ideas del señor Galilei. Y la observación f inal,

¿quién la expresa?

EL PAPA: ¿Qué, otra cosa más? ¿Quién expresa nuestro pen-

samiento?

EL I N Q U I SI D O R : EL i n t e l i g e n t e n o .

EL PAPA: ¡ES una desfachatez Ese pataleo en los corredores

es insoportable. ¿Ha venido acaso el mun do en tero?

EL INQUISIDOR: NO todo, pero su mejor parte.   (Pausa. El

Papa está ahora con todos los ornamentos pontificios.)

EL PAPA: A lo sumo que se le muestren los instrumentos.

EL INQUISIDOR: ESO bastará , Vuestr a Santi dad. El señor Ga-

lilei entiende de instrumentos.

Page 59: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 59/267

  n F

  T t r v j i o D E 1 6 3 3 : G A L I L E O G A L I L E I R E V O C A A N T E L A

S M S SU T EO RI A D EL M O V IM I EN T O D E LA T IE RR A .

En el palacio de la Legación florentina en Roma , los discípulos^

de Galilei esperan noticias. El pequeño monje y Federzom

juegan con amplios movimientos al nuevo ajedrez En un rin-

cón, Virginia, de rodillas, reza la salutación angélica.

EL PEQUEÑO MONJE: El Papa no lo ha recibido. Todo ha

E E D E R Z O N I : S U  última esperanza. Era

  v e r d a d

  lo que le dijo

hace años, en Roma, cuando era el cardenal Barbenm. nos-

otros lo necesitamos. Ahora ahí lo tienen.

A N D R E A : L O m a t a r á n .

FBDERZONI

  (lo mira de reojo):

  ¿Crees tu?

ANDREA: NO se retractará jamás.  (Pausa.)

EL PEQUEÑO MONJE: Cuando de noche no se puede tomar

e l sueño uno se empeña s iempre en pensamientos to ta lmente

secundarios. Anoche, por ejemplo, pensé continuamente: el

nunca hubiera tenido que marcharse de la República de

Venecia.

ANDREA: Ahí no podía escribir su libro.

FEDERZONI: Y en Florencia no podía publicarlo.   (Pausa.)

£L PEQUEÑO MONJE: Pensé también si le habrían dejado su

piedrecilla , esa que siempre lleva consigo en el bolsillo. La

piedra de sus pruebas.

FBDERZONI: Ahí donde lo llevan se va sin bolsillos.

ANDREA

  (gritando):

  N o se atreverán. Y aunque lo hagan, el

no se retractará. "Quien no sabe la verdad sólo es un estúpido,

pero quie n la conoce y la llama mentira es un rr í^ ina l."

FEDERZONI: Si él llegara a hacerlo, no quisiera seguir vivien-

d o. . . Pero ellos hacen oso de la violencia.

ANDREA: Con la violencia no se logra todo.

F E D E R Z O N I : T a l v e z n o .

EL PEQUEÑO MONJE: Ayer fue sometido al gran interroga-

torio. Y hoy es la sesión.  (En vista de que Andrea escucha,

continúa en voz alta.)  Cuando aquella vez lo visité , dos días

después del decreto, estuvimos sentados allí enfrente y él me

señaló el pequeño Príapo cerca del reloj de sol, en el jardín.

Desde aquí se puede ver. Comparó su obra con una poesía

de Horac io en la que tampoco   s  puede cambia r nada . Habló

sobre un sentido de la belleza que lo obliga a buscar la verdad.

Y aludió al lema:  Hieme et aestate, et prope et procul, usque

dum vivam et ultra.  Se refería a la verdad.

ANDREA  (al pequeño monje):  ¿Le contaste cuando estaba en

el Colegio Romano mientras los otros examinaban su anteojo?

Cuéntale.  (El pequeño monje hace un signo negativo con la

cabeza.)  Se comp ortó igual que siempre. Tenía las manos

sobre las nalgas, sacaba la barriga para afuera y decía: yo les

ruego ser razonables, señores míos.

  (Imita, riendo, a Galilei.

Pausa. Aludiendo a Virginia.)  Implora para que se retracte.

FEDERZONI: Déjala. Está completamente perturbada desde que

ellos le hablaron. Han hecho venir a su padre confesor desde

Florencia.  (Entra el individuo del palacio del Gran Duque de

Florencia.)

EL INDIVIDUO: El señor Galilei estará pro nto aq uí. Nec esita rá

una cama.

F E D E R Z O N I : ¿ L O h a n s o l t a d o ?

EL INDIVIDUO: Se espera que el señor Galilei se retractará a

las cinco en una sesión de la Inquisición. Se escuchará la gran

campana de San Marcos y se leerá públicamente el texto de

la retractación.

A N D R E A : N O lo c re o .

EL INDIVIDUO: A causa de la aglomeración de gente en las

calles, el señor Galilei será traído a través del portón del jar-

dín trasero del palacio.  (Se va.)

Page 60: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 60/267

ANDREA   (de improviso en voz alta):  ¡La Luna es una Tierra

y no t iene luz propia ¡Y tampoco Venus t iene luz propia y

es como la Tierra y gira alrededo r del Sol ¡Y cuatro satélites

giran en torno a Júpiter que se encuentra a la altura de las

estrellas fija s y no está unido a ningún anillo ¡El Sol es el

centro del Universo y está inmóvil en su sitio, y la Tierra no

es su centro ni se halla inmóvil ¡Y él es quie n nos ha demos-

trado todo eso

EL PEQUEÑO MONJE: Por la violencia no se puede hacer

invisible lo que ya se ha visto.

  (Silencio.)

FEDERZONI

  (mira el reloj de sol en el jardín)-.

  Las cinco.

  (Vir-

ginia r za más fuerte.)

ANDREA: ¡NO púed o esperar más ¡Ésos son capaces de des-

cabezar hasta a la verdad

(Se tapa las orejas, el pequeño monje

lo imita. Pero la campana no suena. Luego de una pausa en

la que sólo se escucha el piadoso m urmullo de Virginia, Fe-

derzoni mueve la cabeza negativamente. Los otros dejan caer

los brazos.)

FEDERZONI

  (ronco):

  Nada. Las cinco y t res minutos.

ANDREA: ¡Se resiste ¡Oh, dichosos de nosotros

E L P E Q U E Ñ O M O N J E : N O s e r e t r a c t a .

FEDERZONI: NO.

  (Se abrazan, son más felices.)

ANDREA: Quiere decir que con la violencia no se puede lo-

grar todo. Quiere decir: se puede también vencer la insensa-

tez, cjue no es invulnerable. Quiere decir: ¡el hombre no teme

a la muerte

FEDERZONI: Ahora comienza realmente la era del saber. Ésta

es la hora de su nacimiento . ¡Pensad si él se hubier a retra ctado

EL PEQUEÑO MONJE: NO lo dije, pero estaba muy preocu-

pado. Yo, hombre de poca fe.

ANDREA: ¡Pero yo lo sabía

FEDERZONI: Hubiera sido como si después del amanecer lle-

gara de nuevo la noche.

ANDREA: O como si la montaña hubiese dicho: yo soy agua.

EL PEQUEÑO MONJE

  (se arrodilla llorando):

  ¡Señor, te agra-

«J «•»/•/"»

ANDREA: Ahora todo es distinta. El hombre, el martirizado,

levanta su cabeza y dice: yo puedo vivir. Y todo se ha ganado

cuando sólo uno se levanta y dice: ¡no

(En ese momen to la

campana de San Marcos comienza a resonar. Todos quedan

paralizados.)

VIRGINIA

  (se levanta):

  ¡La campana de San Marcos ¡No está

condenado

(Desde la calle se oye la lectura de la retractación

de Galilei.)

UNA VOZ: "YO, Galileo Galilei, maestro de matemáticas y de

física en Florencia, abjuro solemnemente lo que he enseñado,

que el Sol es el centro del mundo y está inmóvil en su lugar,'

y que la Tierra no es su centro y no se halla inmóv il. Abjuro,'

maldigo y abomino con honrado corazón y con fe no fingida

todos esos errores y herejías, así como también todo otro error

u opinión que se oponga a la Santa Iglesia."

  (Oscurece. Cuan-

do la escena se aclara nuevamente todavía resuena la campana,

que luego calla. Virginia ha salido. Los discípulos de Galilei

están todavía allí.)

FEDERZONI: Nunca te pagó un centavo por tu trabajo. Ni

pudiste comprar un pantalón ni tampoco te fue posible pu-

blicar algo por tu cuenta. Eso lo sufriste "porque se trabajaba

por la ciencia".

ANDREA

  (en voz alta):

  ¡Desgraciada la tierra que no tiene

heroes (Galilei ha entrado, totalmente cambiado por el pro-

ceso, casi irreconocible. Espera algunos minutos en la puerta

por un saludo. Al ver que esto no ocurre porque sus discípulos

lo rehuyen, se dirige hacia adelante, lento e inseguro a causa

de su vista defectuosa. Allí encuentra un banco donde se sien-

ta.)

  N o quiero verlo. Que se vaya.

FEDERZONI: Tranquilízate.

ANDREA

  (le grita a Galilei en la cara):

  ¡Borracho ¡Trag ón'

¿Salvaste tu tripa, eh?

GALILEI

  (tranquilo):

  ¡Denle un vaso de agua

(El pequeño

monje trae desde afuera un vaso de agua a Andrea. Federzoni

atiende a Galilei que escucha, sentado, la voz que afuera lee

de nuevo su retractación.)

Page 61: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 61/267

ANDREA: Ya pued o camina r de nuev o si me ayudan u n. poco.

(Lo   acompañan hasta la puerta. En ese momento, Galilei  co -

mienza  a hablar.)

GALILEI:  NO. Desgraciada es la t ier ra que necesita héroes

(Lectura delante del telón.)

¿N o  es claro acaso que un caballo que cae de una altura   de

tres  o cuatro varas puede romperse las patas, mientras que  un

per r o  no su f r e n ingún daño? Lo mismo ocur r e con un gato

qu e  Cae de ocho o diez varas de altura, con un gr il lo de una

torre  o con una hormiga que cayera de la luna. Y así como

lo s  animales pequeños son, en proporción, más fuer tes y vigo-

rosos  que los grandes, de la misma manera las pequeñas plan-

tas son  más resistentes. Un roble cor una altura de doscientas

varas  no podría sostener , en proporción, las ramas de un roble

m ás   pequeño; así como la naturaleza no puede hacer crecer

un   caballo tan grande como veinte caballos o un gigante diez

veces  mayor que el tamaño normal sin que tenga que cambiar

las   proporciones de todos los miembros, especialmente de  los

huesos,  que deber ían en ese caso ser reforzados en una medi-

da   mucho mayor que su tamaño proporcional. La opinión ge-

neral  de que las máquinas grandés y. pequeña s t ienen la m isma

resistencia es evidentemente errónea.

Galilei , "Discorsi"

1 6 3 3 -1 6 4 2 . G A L IL E O G A L IL E I V IV E H A S T A S U MU E R T E  E N

U N A C A S A D E C A M P O E N L A S C E R C A N Í A S D E F L O R E N C I A ,

C O MO P R IS IO N E R O D E L A IN Q U IS IC IÓ N . L O S "D IS C O R S I"" .

Una habitación grande. Una mesa, sillón de cuero y un  globo

terráqueo. Galilei, ya anciano y casi ciego, experimenta  aten-

tamente con una pequeña bola de madera y un riel curvo.  En

la  antesala se halla sentado un monje, de guardia. Llaman  a

la   puerta. El monje abre y entra un campesino con dos  gansos

desplumados.. Virginia viene de la cocina. Cuenta ya  casi

cuarenta años de edad.

EL  CAMPESINO: Tengo que entregar los aquí.

IRGINIA: ¿De par te de quién? Yo no encargué gansos.

EL  CAMPESINO: Tengo también que decir : de alguien  que

está  de paso por aquí.  (Se va. Virginia m ira los gansos  con

sorpresa. El monje se los quita de la mano y los investiga  con

desconfianza. Luego se los devuelve tranquilizado. Ella,  to-

mándolos por el pescuezo, se los lleva a Galilei, a la   otra

habitación.)

VIRGINIA: Alguien que estaba de paso te ha enviado un regalo.

GALILEI: ¿Qué es?

VIRGINIA: ¿NO los puedes ver?

GALILEI: NO.  (Se aproxima.)  Gansos. ¿Hay algún nom-

b re   ahí?

V IR G IN IA : N O .

GALILEI  (toma uno de los gansos):  Pesado. Podría comer

todavía un poco de esto. Prepáralos con tomillo y manzanas.

VIRGINIA: ¡Pero si no puedes tener ham bre Acabas de  cenar .

(

Qué te pasa de nuevo con los ojos? Desde la mesa deber ías

alcanzar a verlos.

Page 62: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 62/267

GALILEI: ES que tú estabas en la sombra.

VIRGINIA: No, no estoy en la sombra.

  (Se lleva los gansos. Al

monje.)  Tenemos que buscar a l ocu l i sta . Mi padr e no pudo

distinguir los gansos desde la mesa.

EL MONJE: Pr imer o neces i to e l per miso de Monseñor Car pu la .

¿Escr ibió alguna cosa otra vez?

VIRGINIA: No. Su libro me lo dictó a mí, bien lo sabe. Usted

tiene las páginas 131 y 132 y ésas fueron las últ imas.

EL MONJE: ES un viejo zorro.

VIRGINIA: £1 no hace nada en contra de las disposiciones.

Su arrepentimiento no es disimulado, yo lo observo.  (Le da

los gansos.)  Diga en la cocina que los hígados los guisen con

una manzana y una cebolla.  (Vuelve a la habitación de G a-

lilei.)  Y ahor a a tendamos a nues t r os o jos y ter minemos r á-

pido con esa bola. Díctame un poco más para nuestra car ta

semanal al Arzobispo.

GALILEI: N o me siento muy bien Léem e a Horacio.

VIRGINIA: La semana pasada me contó Monseñor Carpula, a

quien tanto debemos, que el Arzobispo siempre se interesa por

saber si te gustaron o no las preguntas y citas que él te envía.

(Se ha sentado como para recibir el dictado.)

GALILEI: ¿Hasta dónde había l legado?

VIRGINIA: Párrafo cuar to: en lo relativo a la posición de la

Santa Iglesia f rente a los disturbios en el Arsenal de Génova,

estoy en un todo de acuerdo con el comportamiento del Car-

denal Spo le t t i con t r a los co r deler os r ebeldes de Venecia . . .

GALILEI: SÍ.  (Dictando.)  . . .Estoy en un todo de acuerd o

con el comportamiento del Cardenal Spolett i contra los cor-

deleros rebeldes, es decir , que mejor es repar tir buenas sopas

f o r t i f ican tes en nombr e del cr i s t i ano amor a l p r ó j imo que

pagar les más a ellos por sus cuerdas para campanas. Porq ue

me parece más sabio for talecer su fe y no su codicia. San Pa-

blo dice: la car idad no falla nunca . ¿Qué te parece?

VIRGINIA: Maravilloso, padre.

GALILEI: ¿NO crees que ahí podr ía tomarse algo como una

ironía?

VIRGINIA: NO, el Arzobis po se pondrá m uy con tento. ¡Él

es tan práctico

GALILBI: Confío en tu opinión. ¿Qué viene después?

VIRGINIA: Un proverbio magníf ico: "Cuando débil soy, soy

f uer te . "

G A L I L E I : S i n c o m e n t a r i o .

V I R G I N I A : ¿ P o r q u é n o ?

GALILEI: ¿Qué viene después?

VIRGINIA: "Y conocer también aquel amor de Cristo hacia

nosotros que sobrepasa a todo conoc imiento." San Pablo a los

Efesios, ni , 19.

GALILEI: En especial agradezco a Vuestra Eminencia por la

magníf ica cita de la car ta a los Efesios. Movido por ella en-

contré en nuestra inimitable "Imitado" lo siguiente.

  (Cita de

memoria.)  "Aquel a qu ien hab la e l Ver bo D iv ino quedar á

l ib r e de muchas p r egun tas . " ¿Me per mi te hab lar aqu í de m i

propia persona? Todavía hoy se me reprocha que en una

ocasión publiqué un libro sobre los astros del cielo en el idio-

ma de la calle. Allí no tuve la intención de mostrar mi apro-

bación para que los l ibros sobre un tema mucho más impor-

tante, como la teología, fueran escr itos en la jerga de los

pas te ler os . No me par ece muy ef icaz e l ar gumento de que

tiene que continuarse con el uso del latín en los of icios divi-

nos para que, por medio de la universalidad del idioma, todos

los pueblos puedan oír la Santa Misa de la mism a manera . Y

creo esto porque los blasfemadores, nunca tímidos, podr ían ale-

gar que de esa manera ninguno de los pueblos entiende el texto

de la Misa. Yo renuncio con mucho gusto a la compren-

sión barata de las cosas sagradas. El latín de los púlpjtos, que

def iende la eterna verdad de la Iglesia contra la cur iosidad de

los ignorantes, despier ta conf ianza cuando es hablado con el

acento de sus respectivos dialeaos por los sacerdotes hijos de

las clases bajas. . . No, táchalo.

V IR G IN IA : ¿ T o d o ?

GALILEI: Todo desde los cordeleros.  (Llaman a la puerta. Vir-

gtma

  íe

  dirige a la antesala. El monje abre. Es Andrea Sarti.

es

  *»<»*  «» hombre de mediana edad.)

Page 63: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 63/267

ANDREA: Buenas noches. Me encuentro en viaje rumbo a Ho-

landa, en donde me dedicaré a trabajos científ icos. Me solici-

taron que pasara por aquí para visitar lo y de esa manera poder

informar allá sobre él .

VIRGINIA: NO sé si querrá recibir te. Tú nunca viniste.

ANDREA: Pregúntale.  (Galilei ha reconocido la voz. Perma-

nece sentado, inmóvil. Virginia entra de nuevo.)

G A L I L E I : ¿ E S A n d r e a ?

V I R G I N I A : S Í .

GALILEI  (después de una pausa): Hazlo pasar .  (Virginia hace

pasar a Andrea.)  Dé jam e solo con él, Virginia .

VIRGINIA: Quiero oír lo que cuenta.

  (Se sienta.)

ANDREA   (frío):  ¿Cómo está usted?

GALILEI: Siéntate. ¿Qué haces? Cuéntame algo de tu trabajo.

He oído decir que te dedicas a la hidráulica.

ANDREA: Fabricio de Amsterdam me ha encargado de pregun-

tar por su salud.  (Pausa.)

GALILEI: Me encuentro bien.

ANDREA: Me alegro de poder informar que se encuentra bien.

GALILEI: Fabr icio se pondrá contento de oír lo. Y puedes tam-

b ién in f o r mar le que no v ivo mal . Por mi ar r epen t imien to tan

pr of undo me he ganado e l benep láci to de mis super io r es en

ta l f o r ma que has ta me han per mi t ido empr ender es tud ios

científ icos de l imitada importancia bajo control del clero.

ANDREA: En efecto, también llegó a nuestros oídos que la

Iglesia está contenta con usted. Su total sumisión ha dado bue-

nos resultados. Se asegura que las autor idades han comproba-

do con satisfacción que desde que usted se sometió no se ha

publicado en toda I talia ninguna obra con nuevas teor ías.

GALILEI  (mirándolo de reojo):  Por desgracia hay países que

se sustraen a la vigilancia de la Iglesia. Me temo que las teo-

r ías condenadas puedan seguir siendo estudiadas allá.

ANDREA: También allá tuvo lugar un retroceso, satisfactor io

para la Iglesia, a causa de su retractación.

G A L I L E I : ¿ S Í ?

  (Pausa.)

  ¿ Y q u é h a y d e D e s c a r t e s e n P a r í s ?

ANDREA: Que al saber la noticia de su retractación archivó

su tratado sobre la naturaleza de la luz.   (Larga pausa.)

GALILEI: Me preocupa el haber guiado a algunos amigos cien-

tíf icos por la senda del error . ¿Han a prend ido algo ellos de

mi retractación?

ANDREA: Para poder trabajar científ icamente tengo pensado

d i r ig i r me a Holanda. Lo que Júp i ter no se per mi te tampoco

se tolera al buey.

G A L I L E I : C o m p r e n d o .

ANDREA: Federzoni pule de nuevo lentes en una tienda m¡-

lanesa cualquiera.

GALILEI  (ríe):  Él no sabe latín.  (Pausa.)

ANDREA: Fulganzio, nuestro pequeño monje, renunció a h

investigación y ha regresado al seno de la Iglesia.

GALILEI: SÍ.  (Pausa.)  Mis super iores aguardan ' con ansiedad

mi regeneración espir itual. Estoy haciendo mejores progresos

de lo que se podía esperar .

A N D R E A : O h .

VIRGINIA: Alabado sea el Señor.

GALILEI

  (rudo):

  Véte a mirar los gansos, Virginia.

  (VirginL

sale furiosa. En el camino, el monje le habla.)

EL MONJE: Esa persona me desagrada.

VIRGINIA: ES inofensivo. Antes era su alumno y ahora n?

puede ser otra cosa que su enemigo.   (Al proseguir su camino.>

Hoy recibimos queso.  (El monje la sigue.)

ANDREA: Viajaré toda la noche para atravesar mañana tem-

pr ano la f r on ter a . ¿Puedo r e t i r ar me?

GALILEI: NO sé para qué has venido. ¿Tal vez para asus tó-

me? Vivo y pienso con precaución desde que estoy aquí. Cla-

ro que tengo mis recaídas.

ANDREA: NO quisiera per turbar lo, señor Galilei .

GALILEI: Barber ini lo l lamaba la sarna. Él mismo no estaba

iibre de ella. He vuelto a escr ibir .

A N D R E A : ¿ Q u é ?

GALILEI: He terminado los "Discorsi" .

ANDREA: ¿LOS Discursos en torno a dos nuevas ciencias: la

mecánica y las leyes de gravitación? ¿Aquí?

GALILEI: Oh, sí , me dan papel y pluma. Mis super iores no son

tontos. Ellos saben que los vicios arraigados no se pueden

Page 64: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 64/267

qui t a r de hoy a mañana . M e pro t egen de consecuenc i a s de s-

agradab le s gua rdando pág i na por pág i na .

ANDREA: ¡Dios .»

G A L I L E I : ¿ D e c i a * ?

ANDREA: ¡Lo hacen arar en e l mar Le dan plum a y pape l

pa ra que se t r anqu i l i c e . ¿Cómo pued e e sc r i b i r t en i endo sus

escri tos ese dest ino?

GALILEI: Oh, yo soy un esclavo de mis costumbres.

ANDREA: ¡LOS "Dis corsi" en ma nos de ésos ¡Y Am sterd am,

Londres y Pragfi se mueren de sed por e l los

GALILEI: Me imagino los lamentos de Fabric io, a l lá , haciendo

a l a rde de sus f l a cos huesos pe ro sab i éndose en segur i dad .

ANDREA: ¡Dos nuevas c iencias, perdidas

GALILEI : É l y o t ros se van a conmove r cuando o i gan que he

pues t o en j uego ha s t a l os ú l t i mos mi se rab l e s r e s t os de mi co-

modi dad pa ra hace r una cop i a —a mi s p rop i a s e spa l da s , podr í a

dec i r— u t i l i z ando l a ú l t i ma go t a de l uz de l a s noches c l a ra s

duran t e se i s meses . M i van i dad me ha i mped i do ha s t a ahora

destruir esa copia . "Cuando tu ojo te moleste , arráncatelo."

E l que e sc r i b i ó e s t o sab í a más de comodi dad que yo . Ca l cu l o

que en t rega r l a e s e l co l mo de l a l ocura . Pe ro dado que no he

pod i do l ogra r apa r t a rme de l os t r aba j os c i en t í f i cos e s bueno

que puedan t ene r l a t ambi én us t edes . La cop i a e s t á en e l g l obo .

Si t i ene s e l p ropós i t o de l l eva r l a ha s t a Hol anda , t uya e s t oda

la responsabi l idad. En ese caso la habrías comprado de a lguien

que t i ene en t rada a l o r i g i na l en e l San t o Of i c i o .  (Andrea se

ha dirigido al globo y saca de allí el manuscrito.)

A N D R E A : ¡ L O S " D i s c o r s i "

(Hojea el manuscrito. Lee.)

  " M i

propós i t o e s p re sen t a r una c i enc i a t o t a l ment e nueva sobre un

t ema muy v i e j o : e l movi mi en t o . He l ogrado de scubr i r , por

medi o de expe r i ment os , a l gunas cua l i dades que son c i en t í f i c a -

mente val iosas."

GALILEI : Al go t en í a que hace r en mi t i empo l i b re .

ANDREA: Esto fundará una nueva f ísica .

GALILBI: Mételo bajo la chaqueta .

ANDREA: ¡Y noso t ros pensamos que hab í a de se rt ado ¡Y mi

voz fue l a más fue r t e con t ra us t ed '

GALTLEI: Era lo justo. Yo te enseñé la c iencia y yo negué la

verdad.

ANDREA: Esto cambia todo.

G A L I L E I : ¿ S Í ?

ANDREA: Usted es conde la verdad. Dela nte del enem igo.

También en el campo de la é t ica nos l levaba usted siglos.

GALILEI: Aclara eso, Andrea.

ANDREA: Con el hombre de la cal le di j imos nosotros: é l mo-

ri rá pero no se re t ractará . Usted volvió: yo me he re t ractado

pero viviré . Sus manos están manchadas, di j imos nosotros.

Usted dice: mejor manchadas que vacías.

GALILEI: Mejor manchadas que vacías. Suena a real ismo.

Suena a mí . Nueva ciencia , nueva ét ica .

ANDREA: ¡YO hubiese tenido que saberlo antes que todos

Ten í a once años cuando us t ed vend i ó e l an t eo j o i nven t ado por

o t ro hombre a l Senado de Venec i a . Vi de spués cómo daba

un uso inmo rtal a ese inst rum ento. Sus amigos neg aban con

la cabeza cuando usted se incl inaba ante e l niño de Florencia:

la c iencia ganaba p úbl ico. Siem pre se r ió de los héroes. "La

gente que sufre me aburre", decía . "Las desgracias t ienen su

origen en cálculos defic ientes." Y "ante la existencia de obs-

táculos la distancia más corta entre dos puntos puede ser la

l ínea sinuosa".

G A L I L E I : S í , r e c u e r d o .

ANDREA: Cuando en el año 33 se prestó a re t ractarse de una

hipótesis popular de sus teorías, hubiese tenido que saber yo

que usted se re t i raba de una r iña pol í t ica sin esperanza para

proseguir con la verdadera misión de la c iencia .

G A L I L E I : Q u e c o n s i st e e n . . .

ANDR EA: . . . el e s t ud i o de la s p rop i edades de l movi m i en t o ,

padre de las máquinas que hará tan habi table la Tierra que

se llegará a prescindir del cielo.

G A L IL E I : A h . . .

ANDREA: Usted ganó t iempo para escribi r una obra c ient í f ica

que solo usted podía escribi r . Si en cambio hubiese terminado

en una aureola de fuego en la hoguera , los ot ros habrían sido

los vencedores.

Page 65: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 65/267

/

GALILEI: Y ¿un los vencedores. Y no existe ninguna obra

científ ica que solamente un hombre sea capaz de escr ibir la.

A N D R E A : ¿ Y p o r q u é s e r e t r a c t ó ?

GALILEI: Me retracté porque temía el dolor corporal.

A N D R E A : ¡ N O

GALILEI: Me mostraron los instrumentos.

ANDREA: ¡Entonces, no era un plan (Pausa. En voz alta.)

La ciencia conoce sólo un mandamiento: el trabajo científ ico.

GALILEI: Y lo he cumplido. ¡Bienvenido a la zanja, herma no

en la ciencia y pr im o en la traición ¿Te gusta el pescado?

Yo tengo pescado. El que huele mal no es mi pescado sino

yo Yo vendo, tú eres el compra dor . ¡Oh ir resistible presencia

del l ibro, de la santa mercancía ¡Se me hace agua la boca y

las maldiciones se ahogan ¡La Gran Babilonia las bestias

asesinas, los pestosos, abr id las piernas y todo cambiara ¡Ben-

dita sea nuestra usurera y blanqueada sociedad temerosa de

morir

ANDREA: ¡El miedo a la mue rte es huma no Las debilidades

humanas no le importan a la ciencia.

GALILEI: NO. Mi quer ido Sar ti , también ahora, en mi actual

estado, me siento capaz de dar le algunas referencias acerca

de todo lo que a la ciencia le importa. Esa ciencia a la que

usted se ha prometido.  (Entra Virginia con una fuente. Gali-

lei, académicamente, las manos juntas sobre el vientre.)  E n

las horas l ibres de que dispongo, y que son muchas, he reca-

pacitado sobre mi caso. He meditado sobre cómo me juzgara

el mundo de la ciencia, del que no me considero más como

miembro. Hasta un comerciante en lanas, además de comprar

barato y vender caro, debe tener la preocupación de que el

comercio con lanas no sufra tropiezos. El cultivo de la ciencia

me parece que requiere especial valentía en este caso. La cien-

cia comercia con el saber , con un saber ganado por la duda.

Proporcionar saber sobre todo y para todos, y hacer de cada

uno un de sconfiado, eso es lo que pretende. Ahora bien, la

mayoría de la población es mantenida en un vaho nacarado de

supersticiones y viejas palabras por sus pr íncipes, sus hacen-

dados, sus clér igos, que sólo desean esconder sus propias ma-

quinaciones. La miser ia de la mayoría   es  vieja como la mon-

taña y desde el pulpito y la   cátedra  se manif iesta que esa

miser ia es indestructible como la montaña. Nuestro nuevo ar te

de la duda encantó a la gran masa.   N o s  arrancó el telescopio

de las manos  y  lo enfocó contra  sus  tor turadores. Estos hom-

bres egoístas y brutales, que  aprovecharon  ávidamente para

sí los frutos de la ciencia, notaron  al  mismo tiempo que la

fr ía mirada de la ciencia   se  dirigía  hacia  esa miseria milena-

r ia pero ar tif icial que podía ser terminantemente anulada, si

se los anulaba a ellos. Nos   cubrieron de amenazas  y sobornos,

irresistibles para las almas  débiles. ¿Pero acaso  podíamos ne-

garnos a la masa y seguir  siendo científ icos al  mismo t iempo?

Los movimientos de  los astros son ahora fáciles  de compren-

der , pero lo que  no pueden calcular los pueblos  son los movi-

mientos de sus señores. La  lucha por la  mensurabilidad de

cielo se ha ganado por  medio cíe la duda;  mientras que las

madres romanas, por la  fe, pierden todos los  días la disputa

por la leche. A la ciencia  le interesan las dos  luchas. Una

humanidad tambaleante en  ese milenar io vaho  nacarado, de-

masiado  ignorante para desplegar sus propias fuerzas,  no será

capaz de  desplegar  las  fuerzas de la naturaleza  que ustedes

descubren.  ¿Para  qué trabajan?  Mi opinión es  que el único

fin de la ciencia debe ser  aliviar las fatigas  de la existencia

humana. Si los  hombres de ciencia, atemorizados  por los dés-

potas, se conforman  solamente con acumular el  saber por el sa-

ber mismo,  se corre el peligro de que la ciencia  sea mutilada y

de que  sus máquinas sólo signif iquen nuevas  calamidades. Así

vayan  descubriendo  co n  el tie mpo todo lo. que  hay que descu-

brir, su  progreso sólo será un alejamiento. progresivo para

la  humanidad .  El  abismo entre ustedes y ella  puede llegar

a ser  ta n  grande  que las  exclamaciones de  júbilo por un in-

vento cualquiera recibirán como eco un aterrador  gr iter ío uni-

versal. Yo, como hombre de ciencia, tuve una   oportunidad

excepcional: en  mi época la astronomía llegó  a  los  mercados.

Bajo esas  circunstancias únicas, la firmeza de  un hombre hu-

biera provocado  grandes conmociones. Si yo  hubiese resistido,

los   estudiosos de las ciencias naturales habrían podido  desarro-

Page 66: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 66/267

l lar algo así como el juramento de Hipócrates de los médicos, la

solemne promesa de util izar su ciencia sólo en benef icio de

la humanidad. En cambio ahora, como están las cosas, lo

máximo que se puede esperar es una generación de enanos

inventores que pu edan ser alquilados para todos los usos. Ade-

más estoy convencido, Sar ti , de que yo nunca estuve en grave

peligro. Durante algunos años fui tan fuer te como la autor i-

dad. Y entregué mi saber a los poderosos para que lo uti l iza-

ran, para que no lo util izaran, para que abusaran de él , es

decir , para que le dieran el uso que más sirviera a sus f ines.

Yo traicioné a mi profesión. Un hombre que hace lo que

hice yo no puede ser tolerado en las f i las de las ciencias.

(Virginia, que se ha quedado inmóvil durante este monólogo,

coloca la fuente sobre la mesa.)

VIRGINIA: TÚ has sido aceptado en las filas de los creyentes.

GALILEI: Eso mismo. Y ahora, a comer .   (Andrea le alarga

la mano. Galilei la mira pero no la toma.)  Tú mismo er es

maestro, ¿puedes permitir te aceptar una mano como la mía?

(Se sienta a la mesa.)   Alguien que estuvo de paso me envió

dos gansos. Yo como siempre con gusto.

ANDREA: ¿Cree usted todavía que ha comenzado una nueva

época?

GALILEI: SÍ . Presta atención cuando atravieses Alemania.

ANDREA  (incapaz de irse)-.  Con respecto a su valoración del

autor de que hablamos, no sé qué responder le. Pero no creo

que su mortífero análisis será la últ ima palabra.

GALILEI: Muchas gracias, señor.

  (Comienza a comer.)

VIRGINIA   (acompañando a Andrea hacia afuera):  Noso t r os no

apreciamos a visitantes de t iempos pasados. Lo excitan.  (An-

drea se va. Virginia vuelve.)

GALILEI: ¿NO sabes quién habrá podido enviar los gansos?

V I R G I N I A : A n d r e a n o f u e .

GALILEI: Quizá no. ¿Cómo está la noche?

VIRGINIA   (en la ventana):  Clara.

1637. LOS "DISCORSI" DE GALILEI ATRAVIESAN LA FRONTE-

RA ITALIANA.

Pequeña ciudad fronteriza italiana. De mañana temprano.

Junto a la barrera de la guardia aduanera, juegan unos chi-

quillos. Andrea espera junto a un cochero el examen de sus

papeles por los guardias. Está sentado sobre un pequeño cajón

y lee el manuscrito de Galilei. Más allá de la barrera está el

carruaje.

L o s C H I Q U I L L O S

  (cantan):

María con su bata rosa

Sentada sobre una roca

La camisa se cagó.

Cuando el invierno llegó

La vistió sin alboroto.

Mejor cagado que roto.

EL GUARDIA FRONTERIZO: ¿Por qué abandona usted Italia?

A N D R E A : S o y c i e n t í f i c o .

EL GUARDIA FRONTERIZO   (al escribiente):  Anota abajo : Ra-

zón de la salida: científ ico. Tengo que revisar su equipaje.

(Lo hace.)

EL PRIMER CHIQUILLO   (a Andrea):  No se siente aquí.  (Se-

ñala la choza enfrente de la cual está sentado Andrea.)  Allí

vive una bruja.

EL SEGUNDO CHIQUILLO: La vieja M arin a no es ning una

br u ja .

EL PRIMER CHIQUILLO: ¿Quieres que te retuerza el brazo?

EL TERCER CHIQUILLO: Claro que lo es. De noche vuela por

el aire.

Page 67: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 67/267

EL PRIMER CHIQUILLO: Y si no   lo  fuera, ¿por qué no recibe

de la ciudad ni siquiera un jarro de leche?

EL SEGUNDO CHIQUILLO: ¡Qu é va  a  volar por el aire Eso

•o lo puede hacer nadie.

  (A Andrea.)

  ¿Se pue de volar?

EL PRIMER CHIQUILLO   (señalando  al segundo):  Este es Giu-

seppe, no sabe nada de nada;  no  puede ir a la escuela porque

no tiene un pantalón entero.

EL GUARDIA: ¿Qué libro es ése?

ANDREA

  (sin levantar la cabeza):

  Uno del gran f ilosofo

Aristóteles.

EL GUARDIA   (desconfiado):  ¿De quien? , , ,

ANDREA: Ya se ha muerto.   (Los chiquillos,  para burlarse de

Andrea, caminan como si  fueran leyendo  libros.)

EL GUARDIA   (al escribiente):  Mira ahí  a ver si habla sobre

la religión.

EL ESCRIBIENTE  (¡bojea):  No encuentro nada.

E L G U A R D I A :

  Todo este husmeo no tiene objeto. Si alguien

quisiera escondernos algo no lo llevaría tan a la vista .  (A

Andrea.)  Tien e que f irmar aquí que nosotros le hemos revi-

sado todo.  (Andrea se levanta lentamente y, siempre leyendo,

se dirige con el guardia hacia  la  casa,)

EL TERCER CHIQUILLO   (al escribiente, señalándole el cajón):

Ahí hay algo más, ¿no ve?

EL ESCRIBIENTE: ¿NO  estaba antes  allí? '

EL TERCER CHIQUILLO:  LO puso  el diablo. Es un cajon.

E L S E G U N D O C H I Q U I L L O :  N O , e s d e l  f o r a s t e r o .

EL TERCER CHIQUILLO: YO no iría allí, ella le ha embrujado

los jamelgos al cochero Passi.   Y o  m i s m o

  m i r e

  a través del

aguje ro que la tormenta d-  nieve hizo  en el techo, y 01 cómo

los caballos tosían . , ,

EL ESCRIBIENTE  (que  casi había llegado  hasta el cajón, duda

y vuelve a su lugar):   ¿Cosas del diablo, eh?  Es imposible con-

trolar todo. ¿A dónde ir íamos  a parar?  (Andrea vuelve con

un jarro de leche. Se  sienta de nuevo sobre  el cajón y sigue

leyendo.)

EL GUARDIA   (detrás de  él, con papeles):  Cierra los cajones.

'Está todo?

E L E S C R I B I E N T E : T o d o .

EL SEGUNDO CHIQUILLO   (A Andrea):  Usted  que es científ i-

co, a ver , dígame:  ¿se puede volar por el  aire?

ANDREA: Espera  un momento .

EL GUARDIA:  Ya puede pasar .  (El equipaje ha  sido llevado

por el cochero.  And-¿a toma el cajón y quiere  marcharse.)

¡Alto ¿Qué  lleva ahí?

ANDREA  (retomando el manuscrito):  Libros.

E L P R I M E R  C H I Q U I L L O : E s e l c a j ó n d e la  b r u j a .

EL GÜARDIA:  ¡Qué disparate ¡Cómo va  a embrujar un cajón

EL TERCER  CHIQUILLO: ¡Pero si la ayuda  ei diablo

EL GUARDIA  (ríe):  Aquí no pasan esas  cosas.  (Al escribiente.)

Abre, vamos.  (El cajón es abierto-. /El guardia,  sin ganas.)

¿Cuántos hay ahí  adentro?

ANDREA: Treinta y  cuatro.

EL GUARDIA   (al escribiente):  ¿Cuánto  tiempo necesitarás?

EL ESCRIBIENTE  (que ha comenzado a  revolver superficial-

mente):  Está  todo impreso Pero no podré  hacer su desayu-

no, y ¿cuándo voy  a ir a lo del cochero Passi  para cobrar tes

derechos de aduana  atrasados si tengo que  revisar todos los

libros?

EL GUARDIA:  ES cierto, el dinero es más  impor tante .  (Em-

puja los libros  con el pie.)  ¡Bah, por lo que  se podrá leer ahí

adentro (A l  cochero.)  ¡Listo (Andrea pasa  la frontera con

el  cochero, que  lleva el cajón. Ya del otro lado,  pone el ma-

nuscrito de Galilei  en la maleta de viaje.)

EL TERCER CHIQUILLO

  (señala el jarro que  Andrea ha dejado

en el suelo):  ¡El cajón  desapareció ¡Fue el  diablo

ANDREA   (dándose  vuelta):  No, fu i yo . Aprende  a abrir los

ojos. La leche  y  el  jarro están pagos. Son para  vieja. Giu-

seppe, todavía no he  respondido a tu pregunta.  No se puede

volar montado en  un palo, por lo menos  tendría que haber

una máquina . Pe ro  todavía no existe una  máquina semejante.

Tal vez nunca  la habrá porque el hombre es  muy pesado.

Pero es claro,  no lo podemos saber. Nosotros  no sabemos lo

suficiente, Giuseppe.  Estamos realmente  en el comienzo.

Page 68: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 68/267

Page 69: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 69/267

P E R S O N A J E S

El   P R O F E S O R C É S A R R U B I O ,  d e  5 0  a ñ o s .

E L E N A , S U  e s p o s a ,  4 5  a ñ o s .

M I G U E L , S U  h i j o ,  2 2  a ñ o s .

J U L I A ,  s u h i j a ,  2 0  a ñ o s .

E l  P R O F E S O R O L Í V E R B O L T O N   ( n o r t e a m e r i c a n o

c o n a c e n t o e s p a ñ o l ) , 3 0 a n o s .

Un   D E S C O N O C I D O  ( E l g e n e r a l  N A V A R R O ) .

E P I G M E N I O G U Z M Á N ,  p r e s i d e n t e m u n i c i p a l .

S A L I N A S J

G A R Z A  • d i p u t a d o s l o c a l e s .

T R E V I Ñ O ^

El   L I C E N C I A D O E S T R E L L A ,  d e l e g a d o y o r a d o r d e l Pa r t i d o .

E M E T E R I O R O C H A ,

  vie jo.

L E Ó N

S A L A S

La Multitud

Ep o c a a c t u a l .

A CTO PRIMERO

L o s R u b i o a p a r e c e n d a n d o l o s ú l t i m o s t o q u e s a l a r r e g l o d e l a s a l a

y el c o m e d o r d e s u c a s a , a l a q u e h a n l l e g a d o e l m i s m o d í a , p r o c e -

d e n t e s d e l a c a p i t a l . E l c a l o r e s i n t e n s o . L o s h o m b r e s e s t á n e n m a n -

g a s d e c a m i s a . T o d a v í a q u e d a a l c e n t r o d e l a e s c e n a u n c a j ó n q u e

c o n t i e n e l i b r o s . L o s m u e b l e s s o n e s c a s o s y m o d e s t o s : d o s s i l l o n e s

y u n s o f á d e t u l e , t o s c a m e n t e t a l l a d o s a m a n o , h a c e n l a s v e c e s d e l

j u e g o c o n f o r t a b l e , c o n t r a s t a n d o c o n a l g u n a s s i l la s v i e n e s a s , b a s t a n t e

d e s p i n t a d a s , y u n a m e c e d o r a d e b e j u c o . D o s t e r c e r a s p a r t e s d e l a

e s c e n a r e p r e s e n t a n l a s a l a , m i e n t r a s l a t e r c e r a p a r t e , a l f o n d o , e s t á

d e d i c a d a a l c o m e d o r . L a d i v i s i ó n e n t r e l a s d o s p i e z a s c o n s i s t e e n

u n a e s p e c i e d e g a l e r í a : u n o s a r c o s c o n p i l a r e s d e s c u b i e r t o s , h e c h o s

d e m a d e r a ; c o n e x c e p c i ó j i d e l a r c o c e n t r a l , q u e h a c e f u n c i ó n d e

p a s a j e ; l o s o t r o s e s t á n c e r r a d o s h a s t a l a a l t u r a d e u n m e t r o p o r

t a b l a s p i n t a d a s d e u n a z u l p á l i d o y f l o r e a d o , q u e e l t i e m p o h a d e s -

l e í d o y l a s m o s c a s h a n m a n c h a d o . . D e m a s i a d o p o b r e p a r a t e n e r m o -

s a i c o s o c e m e n t o , la c a s a t i e n e u n p i s o d e t i p i c h i l , o c e m e n t o d o m é s -

t i c o , c u y a d e s i g u a l d a d p r e s t a u n a a c t i t u d — d i j é r a s e — i n q u i e t a n t e a

l o s m u e b l e s . E l t e c h o e s d e v i g a s . L a s S a l a t i e n e , e n p r i m e r t é r m i n o

i z q u i e r d a , u n a p u e r t a q u e c o m u n i c a c o n e l e x t e r i o r ; u n p o c o m á s

a r r i b a h a y u n a v e n t a n a a m p l i a ; a l c e n t r o d e l a p a r e d d e r e c h a , u n

a r c o c o n d u c e a l a e s c a l e r a q u e l l e v a a l a s r e c á m a r a s . A l f o n d o d e l a

e s c e n a , d e t r á s d e l o s a r c o s , e s v i s i b l e u n a v e n t a n a s i t u a d a e n e l

c e n t r o ; u n a p u e r t a , a l f o n d o d e r e c h a , l l e v a a l a p e q u e ñ a c o c i n a , e n

l a q u e s e s u p o n e q u e h a y u n a s a l i d a h a c i a e l s o l a r , c a r a c t e r í s t i c o d e l

N o r t e . L a c a s a e s t o d a , v i s i b l e m e n t e , u n a c o n s t r u c c i ó n d e m a d e r a ,

s ó l i d a , p e r o n o e n m u y b u e n e s t a d o . E l a i s l a m i e n t o d e s u s i t u a c i ó n

n o p e r m i t i ó la t r a d i c i o n a l f á b r i c a d e s i l l a r ; l a m o d e s t i a d e l o s d u e -

ñ o s , n i s i q u i e r a l a f á b r i c a d e a d o b e f r e c u e n t e e n l a s r e g i o n e s m e n o s

p o p u l o s a s d e l N o r t e .

E LE NA R U B IO , m u j e r b a j i t a , r o b u s t a , d e u n o s c u a r e n t a y c i n c o a ñ o s ,

c o n u n t r a p o a m a r r a d o a l a c a b e z a a g u i s a d e c o f i a , s a c u d e l a s s i l l a s ,

c e r c a d e l a v e n t a n a d e r e c h a , y l a s a c o m o d a c o n f o r m e t e r m i n a ; J U LI A ,

m u c h a c h a a l t a , d e s i l u e t a a g r a d a b l e , a u n q u e s u r o s t r o c a r e c e d e a t r a c -

t i v o , t a m b i é n c o n l a c a b e z a c u b i e r t a , t e r m i n a d e a r r e g l a r el c o m e d o r .

A l l e v a n t a r s e e l t e l ó n p u e d e v é r s e l a e n p i e s o b r e u n a s i l l a , c o l g a n d o

u n a l á m i n a e n l a p a r e d . L a l í n e a d e s u c u e r p o s e d e s t a c a c o n b a s -

t a n t e r i g o r . N o e s p r o p i a m e n t e l a t r a d i c i o n a l v i r g e n p r o v i n c i a n a , s i n o

u n a m e z c l a c u r i o s a d e p u d o r y p r o v o c a c i ó n , d e r e p r e s i ó n y d e f u e g o .

C ÉS AR R U BI O e s m o r e n o ; s u f i g u r a r e c u e r d a v a g a m e n t e l a d e E m i l i a -

n o Z a p a t a y , e n g e n e r a l , l a d e l o s h o m b r e s y l a s m o d a s d e 1 9 10 , a u n -

Page 70: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 70/267

q u e

  vista i m p e r s o n ~ ^ ^ ^ f S ? ' «

1

? ^

joven de lo que es, delgado 5.ca si p q. ^

  e

,

  c a j o n d e l o s

c h ü

  ma l a l i men t ado . ^ ^

  ^

  enjugándose .a frente .

C É S A R . — ¿ E s t á s c a n s a d o , M i g u e l ?

v e i n t e a ñ o s .

  y o n a c

í a q u í

P f q a r — H a c e v e i n t i c i n c o a n o s e r a p e o r ,  y y

acerca.) ,

  nf

» r p « : a r i o

?

  T e l o p u e d e d e -

d i n e r o e n M é

-

X Í C

°

M l

0 U B ,

7

P i e n

S

a s ¿ « ^ u f e «

  £ n

u a n « - u no d e , o s d o s

" l í T ^ s S r P e r o e n e s

t

e

'

 

1 0 Ú n Í C

°

q u e h a c e a c e r c á b a l o s « e s p u t o . ^ ^ ^

E L E N D e c u al q ui e r I d o , n o t a m o s a e s ta r a q u í t o d a

l a V

í S ; , _ C . a r o q u e n o, m a m á . V a m o s a e s t a r t o d a t a

mue r t e : (CÉSAR  la mira P'™>'™™ "¿

e

¡

n

  M é x i c o

.

  A l e

j á n -

JULIA. Sí . . . , con a l i v i o , co m o en un do l o r de mu e l a s ya

p a s a d o . Y a n o l e d o l e r é . . . , y l a e x t r a c c i ó n n o l e d o l i ó t a m -

p o c o .

M I G U E L . — (L evan tándose de l a ca ja . )  S i d e c i d i m o s q u e-

j a r n o s , c r e o q u e t e n g o m a y o r e s m o t i v o s q u e t ú .

C É S A R . — ¿ T a m b i é n t ú h a s p e r d i d o a l g o p o r s e g u i r a t u

p a d r e ? . ,

M I G U E L . — (V olv ién do se a otro lado y encogiendose de

hombros.)  N a d a . . . , u n a c a r r e r a .

C É S A R . — ¿ N o c u e n t a s l o s a ñ o s q u e p e r d i s t e e n l a U n i -

v e r s i d a d ? ,

M I G U E L . — ( M i r á n d o l o . )  S o n m e n o s q u e l o s q u e  tu  ñ a s

p e r d i d o e n e l l a .

ELENA. — (Con reproche.)  M i g u e l .

C É S A R . — D é j a l o q u e h a b l e . Y o p e r d í t o d o s e s o s a n o s

p o r m a n t e n e r v i v a a m i f a m i l i a . . . y p o r d a r t e a t i u n a

c a r r e r a . . . , t a m b i é n u n p o c o p o r q u e c r e í a e n l a U n i v e r -

s i d a d c o m o u n i d e a l . N o t e p i d o q u e l o c o m p r e n d a s , h i j o

m í o , p o r q u e n o p o d r í a s . P a r a t i , l a U n i v e r s i d a d n o f u e

n u n c a m á s q u e u n a h u el g a p e r m a n e n t e .

M I G U E L — Y

  p a r a t i, u n a e s c l a v i t u d e t e r n a . F u e r o n l o s

p r o f e s o r e s c o m o t ú l o s q u e n o s h i c i e r o n d e s e a r u n c a m b i o .

C É S A R .— C l a ro , q u e r í a m o s e n s e ñ a r .

E LE NA . N a d a t e d i o a t i l a U n i v e r s i d a d , C é s a r , m a s q u e

u n s u e l d o q u e n u n c a n o s h a a l c a n z a d o p a r a v i v i r .

C É S A R .— T o d o s s e q u e j a n , h a s t a t ú . T ú m i s m a m e c r e e s

u n f r a c a s a d o , ¿ v e r d a d ?

ELENA. —No d i ga s e so .

C É S A R . — M i r a l a s c a r a s d e t u s h i j o s : e l l o s e s t á n e n t e -

r a m e n t e d e a c u e r d o c o n m i f r a c a s o . M e c o n s i d e r a n c o m o

a u n m u e r t o . Y , s i n e m b a r g o , n o h a y u n s o l o h o m b r e e n

M é x i c o q u e s e p a t o d o l o q u e y o s é d e l a r e v o l u c i ó n . A h o r a

s e » c o n v e n c e r á n e n l a e s c u e l a , c u a n d o m i s s u c e s o r e s d e -

m u e s t r e n s u i g n o r a n c i a .

M I G U E L . — ¿ Y d e q u é t e h a s e r v i d o s a b e r l o ? H u b i e r a s i d o

m e j o r q u e s u p i e r a s m e n o s d e l a r e v o l u c i ó n , c o m o l o s g e -

n e r a l e s , y f u e r a s g e n e r a l . A s í n o n o s h u b i é r a m o s t e n i d o

q u e v e n i r a q u í .

J U L IA . — A sí t e n d r í a m o s d i n e r o .

Page 71: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 71/267

E L E N A . — M i g u e l , h a y q u e l l e v a r a r r i b a e s t e c a j ó n d e l i -

B R

° M I G I ' F L . — A h o r a v a h e m o s e m p e z a d o a h a b l a r , m a m á ,

a d e c i r l a v e r d a d . N o t r a t e s d e i m p e d i r l o . M á s v a l e a c a b a r

d e u n a v e z . A h o r a e s l a v e r d a d l a q u e n o s d i c e , l a q u e n o s

g r i t a a n o s o t r o s . . . y n o p o d e m o s e v i t a r l o .

C É S A R — S Í ,

  m á s v a l e q u e h a b l e m o s c l a r o . N o q u i e r o

v e r a m i a l r e d e d o r e s a s c a r a s s i l e n c i o s a s q u e t e m a n e n

e l t r e n , r e p r o c h á n d o m e e l n o s e r g e n e r a l , e l n o s e r b a n -

d i d o i n c l u s i v e , a c a m b i o d e q u e t u v i é r a m o s d i n e r o . N o

q u i e r o q u e v o l v a m o s a e s t a r c o m o e n l o s ú l t i m o s d í a s d e

M é x i c o , r o d e a d o s d e p a u s a s . D é j a l o s q u e e s t a l l e n y l o d i -

g a n t o d o , p o r q u e t a m b i é n y o t e n g o m u c h o q u e d e c i r , y

1 0

  E L E N A — T Ú

  n o t i e n e s n a d a q u e d e c i r n i q u e e x p l i c a r

a t u s h i j o s , C é s a r . N i d e b e s t o m a r a s í l o q u e e l l o s d i g a n ,

n u n c a h a n t e n i d o n a d a . . . , n u n c a h a n p o d i d o h a c e r n a d a .

M I G U E L. — S í, p e r o ¿ p o r q u é ? P o r q u e n u n c a l o v i m o s a

é l p o d e r n a d a , y p o r q u e é l n u n c a t u v o n a d a . C a s a q u i e n

s i g u e e l e j e m p l o q u e t i e n e .

J U L I A — ¿ P o r c u l p a n u e s t r a h e m o s t e n i d o q u e v e n i r a

e s t e d e s i e r t o ? T e p r e g u n t o q u é h a b í a m o s h e c h o n o s o t r o s ,

^ C É S A R — S í , u s t e d e s q u i e r e n l a c a p i ta l ; t i e n e n m i e d o

a v i v i r y a t r a b a j a r e n u n p u e b l o . N o e s c u l p a d e u s t e d e s ,

s i n o m í a p o r h a b e r i d o a l l á t a m b i é n , y e s c u l p a d e t o d o s

l o s q u e a n t e s q u e v o h a n c r e í d o q u e e s a l i a d o n d e s e

t r i u n f a . H a s t a l o s r e v o l u c i o n a r i o s a s e g u r a n q u e l a s r e v o -

l u c i o n e s s o l o p u e d e n g a n a r s e e n M é x i c o . P o r e s o v a m o s

t o d o s a l l á . P e r o a h o r a y o h e v i s t o q u e n o e s c i e r t o , y p o r

e s o h e v u e l t o a m i p u e b l o .

M I G U E L . — N o . . . , l o q u e h a s v i s t o e s q u e « t u » n o g a n a s t e

n a d a ; p e r o h a y o t r o s q u e h a n t e n i d o é x i t o .

CÉSAR. —¿Lo t uv i s t e t ú?

M I G U E L — N o m e d e j a s t e t i e m p o .

C É S A R . — ¿ D e q u é ? ¿ D e c o n v e r t i r t e e n u n l í d e r e s t u d i a n -

t i l ^ T o n t o , n o e s e s o l o q u e s e n e c e s i t a p a r a t r i u n f a r .

M I G U E L . — E s c i e r t o , t ú h a s t e n i d o m á s t i e m p o q u e y o .

J U L I A . — A q u í , n i c o n u n s i g l o d e v i d a h a r e m o s n a d a .

(Se sienta con violencia.)

C É S A R . — ¿ C H R É

  h a s p e r d i d o  tu , or  v e n i r c o n m i g o , J u l i a ?

J U L I A . — L a v i s t a d e l h o m b r e  a  q u i e n q u i e r o .

ELENA. —Eso e ra  p r e c i s a m e n t e  l o q u e t e t e n í a e n f e r m a ,

h i j a .

C É S A R . — (En el centro, machacando un poco las pala-

bras.)  U n p r o f e s o r d e U n i v e r s i d a d , c o n c u a t r o p e s o s d i a -

r i o s , q u e n u n c a p a g a b a n a t i e m p o , e n u n a u n i v e r s i d a d e n

d e s c o m p o s i c i ó n , e n l a q u e n a d i e e n s e ñ a b a n i n a d i e a p r e n -

d í a y a . . . , u n a u n i v e r s i d a d s i n c l a s e s . U n h i j o , q u e p a s ó

s e i s a ñ o s e n h u e l g a s , q u e m a n d o c o h e t e s y g r i t a n d o , s i n

e s t u d i a r n u n c a . U n a h i j a . . .  (Se detiene.)

JULIA. —Una h i j a , f e a . (ELENA  se sienta cerca de ella y

la acaricia en la cabeza,

  J U L I A

  se aparta de mal modo.)

C É S A R . — U n a h i j a e n a m o r a d a d e u n f i f i d e b a i l e s q u e n o

l a q u i e r e . E s t o e r a M é x i c o p a r a n o s o t r o s . Y p o r q u e s e

m e o c u r r e q u e p o d e m o s s a l v a r n o s t o d o s v o l v i e n d o a l n u e -

b l o d o n d e n a c í , d o n d e t e n e m o s p o r l o m e n o s u n a c a s a q u e

e s n u e s t r a , p a r e c e q u e h e c o m e t i d o u n c r i m e n . C l a r a m e n -

t e l e s e x p l i q u é p o r q u é q u e r í a v e n i r a q u í .

M I G U E L . — E s o e s l o p e o r . S i h u b i é r a m o s t e n i d o q u e i r

a u n l u g a r f é r t i l , a u n c a m p o ; p e r o t o d a v í a v e n i m o s a q u í

p o r u n a i l u s ió n t u y a , p o r u n a c o s a i n c o n f e s a b l e . . .

C É S A R . — ¿ I n c o n f e s a b l e ? N o c o n o c e s e l p r e c i o d e l a s p a -

l a b r a s . V a a h a b e r e l e c c i o n e s e n e l E s t a d o , y y o p o d r í a

e n c o n t r a r u n a c o m o d o . C o n o z c o a t o d o s l o s p o l í t i c o s q u e

j u e g a n . . . , p o d r é c o n v e n c e r l o s d e q u e f u n d e n u n a U n i v e r -

s i d a d , y , q u i z á , s e r é r e c t o r d e e l l a .

E L E N A . — N i n g u n o d e e l l o s t e c o n o c e , C é s a r .

C É S A R . — A l g u n o h a y q u e f u e c o n d i s c í p u l o m í o .

E L E N A . — ¿ Q u i é n h a h e c h o n a d a p o r t i e n t r e e l l o s ?

C É S A R . — N o e n b a l d e h e e n s e ñ a d o l a h i s t o r i a d e l a r e -

v o l u c i ó n t a n t o s a ñ o s ; n o e n b a l d e h e a c u m u l a d o d a t o s y

d o c u m e n t o s . S é t a n t a s c o s a s s o b r e t o d o s e l l o s , q u e t e n -

d r á n q u e a y u d a r m e .

M I G U E L . — (De espaldas al público.)  E s o e s l o i n c o n f e -

s a b l e .

C É S A R . —

(Dá ndo le una bofetada. )

  ¿ Q u é p u e d e s r e p r o -

c h a r m e t ú a m í ? ¿ Q u é d e r e c h o t i e n e s a j u z g a r m e ?

M I G U E L . — (S e vuelve lentamente hacia el frente confor-

me habla.)  E l d e l a v e r d a d . Q u i e r o v i v i r l a v e r d a d p o r q u e

Page 72: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 72/267

e s t o y h a r t o d e a p a r i e n c i a s . S i e m p r e h a s i d o o m i s m o . D e

c h i c o , c u a n d o n o t e n í a z a p a t o s , n o p o d í a s a l i r a l a c a l l e

p o r q u e m i p a d r e e r a p r o f e s o r d e l a U n i v e r s i d a d y q u e i r í a n

a p e n s a r l o s v e c i n o s . C u a n d o l l e g a b a t u s a n t o , m a m a y v e -

n í a n i n v i t a d o s , l a s s il l a s y l o s c u b i e r t o s e r a n p r e s t a d o s

t o d o s , p o r q u e h a b í a q u e p r o t e g e r l a b u e n a r e p u t a c i ó n d e

l a f a m i l i a d e u n p r o f e s o r u n i v e r s i t a r i o . . . , y l o q u e s e b e -

b í a v s e c o m í a e r a f i a d o , p e r o ¡ q u é p e n s a r í a n l a s g e n t e s

s i n o h u b i e r a h a b i d o d e b e b e r y d e c o m e r

E l e n a

  — M i g u e l , n o t i e n e s d e r e c h o a r e p r o c h a r n o s e l s e r

n o b r e s T u p a d r e h a t r a b a j a d o s i e m p r e p a r a t i

P

  M i G U E L . - P e r o ¡ s i n o e s e l s e r p o b r e s l o q u e l e s r e p r o -

c h o ' ¡ S i y o q u e r í a s a l i r d e s c a l z o a j u g a r c o n l o s d e m á s

c h i c o s ' E s l a a p a r i e n c i a , l a m e n t i r a , l o q u e m e h a c e s e n -

t i r m e a s í . ¡ Y , a d e m á s , e r a c ó m i c o ¡ E r a c o n u c o p o r q u e

n o e n g a ñ a b a n a n a d i e . . . , n i a l o s i n v i t a d o s q u e i b a n a . sen-

tarse   e n s u s p r o p i a s s i l la s , a c o m e r c o n s u s p r o p o s c u -

b i e r t o s .. , n i a l t e n d e r o q u e n o s f ia ba l a s m e r c a n c í a s T o d o

e l m u n d o l o s a b í a , y s i n o s e r e í a n d e u s t e d e s e r a p o r -

q u e e l l o s v i v í a n i g u a l y h a c í a n l o m i s m o . P e r o ¡ e r a c o -

m i c o (Se echa a llorar y se deja caer en uno de los si-

J U L I A . — ( L e v a n t á n d o s e . )  N o s é q u é p u e d e s d e c i r t ú ,

c u a n d o y o p a s é p o r c o s a s p e o r e s . . . s i e m p r e m a l v e s t i -

d a . . . , y s i e n d o , a d e m á s , c o m o s o y . . . , t e a

E L E N A . — ( L e v a n t á n d o s e  V  yendo a ella.)  H i j a , n o e s

c i e r t o (Le tom a la cabeza y la besa. Es ta vez

  J U L I A

  s e

deÍa

CÉ s

a

m-(Después de una pausa.)  H a y q u e s u b i r e s o s

l i b ros M i gu e l . (M IGUEL se  levanta, secándos e los ojos, con

Testo  casñnfantü, y entre los dos hombres Cantan la

caja.)  D é j a n o s p a s a r , E l e n a . ( EL EN A s e  hace a un lado, de-

jando libre el paso hacia la escalera. En   este  momento Ha-

lan a la puerta.)  ¿ H a n t o c a d o ?  (Pequeño Véneto durante

el cual todos miran a la puerta. Ñueva llamada.

  C É S A R

  deja

caer la caja en el suelo y contesta, mientras

  M I G U E L  s e

  apar-

ta de la caja.)

  ¿ Q u i é n e s ?

LA VOZ DE BOLTON .-( Co n levísimo acento norteamerica-

no )  ¿ H a v u n t e l é f o n o a q u í ? H e t e n i d o u n a c c i d e n t e . ( C É S A R

s e  dirige  a  la puerta y abre. Aparece en el marco el profesor

3 6

O L I V E R B O L T O N ,

  de la Universidad de Harvard . Tiene treinta

años y una agradable apariencia deportiva. Es de un rubio

muy qu emado por largos bañ os de sol, y viste un ligero tra-

je de verano.)

CÉSAR. —Pase us t ed .

B O L T O N . — ( E n t r a n d o . )  S i e n t o m u c h o m o l e s t a r , p e r o h a g o

m i p r i m e r v i a j e a s u h e r m o s o p a í s e n a u t o m ó v i l , y m i

c o c h e . . . , d e s c o m p u e s t o e n la c a r r e t e r a . ¿ P u e d o t e l e f o n e a r ?

C É S A R . — N o t e n e m o s t e l é f o n o a q u í . L o s i e n t o .

B OL TO N.— ¡ O h , y o p u e d o r e p a r a r e l c o c h e   (sonríe.),  p e r o

e s t á t o d o o s c u r o a h o r a . T e n d r í a q u e e s p e r a r h a s t a m a ñ a n a .

¿ H a y u n h o t e l c e r c a ?

C É S AR .— N o . N o e n c o n t r a r á u s t e d n a d a e n v a r i o s k i l ó -

m e t r o s .

B O L T O N . — (So nrie ndo con vacilación.)  E n t o n c e s . . . , o d i o

i m p o n e r m e a l a g e n t e . . . , p e r o , q u i z á , p o d r í a p a s a r l a n o -

c h e a q u í . . . , s i u s t e d e s q u i e r e n , c o m o e n u n h o t e l . M e p e r -

m i t i r á n p a g a r . . .

C É S A R . — (D esp ué s de una pequeña pausa y un cambio

de miradas con

  E L E N A . ) N O

  s e r á n e c e s a r i o , p e r o e s t a m o s

r e c i é n i n s t a l a d o s y n o t e n e m o s m u e b l e s s u f i c i e n t e s .

M I G U E L . — P u e d e d o r m i r e n m i c a m a . Y o d o r m i r é a q u í .

(Señala el sofá de tule.)

B O L T O N . — ( S o n r i e n d o . )  ¡ O h , n o . . . , m u c h a m o l e s t i a . Y o

d o r m i r é a q u í .

C É S A R . — N o s e r á n i n g u n a m o l e s t i a . M i h i j o l e c e d e r á s u

c a m a ; n o s a r r e g l a r e m o s .

B O L T O N . — ¿ E s s e g u r o q u e n o e s m o l e s t i a ?

M I G U E L . — S e g u r o .

B O L T O N . — G r a c i a s . E n t o n c e s t r a e r é m i e q u i p a j e d e l

c o c h e .

C É S A R . — A c o m p á ñ a l o , M i g u e l .

B O L T O N . — G r a c i a s . M i n o m b r e e s O l i v e r B o l t o n .   (Hace

un saludo y sale;  M I G U E L  lo sigue.)

E L E N A . — N o d e b i s t e r e c i b i r l o e n e s a f o r m a . N o s a b e m o s

q u i é n e s .

C É S A R . — N o ; p e r o p e n s a r í a m u y m a l d e M é x i c o s i l a

p r i m e r a c a s a a d o n d e ll e g a l e c e r r a r a s u s p u e r t a s .

E L E N A . — E s o l e e n s e ñ a r í a a n o l l e g a r a c a s a s p o b r e s . Y o

n o p o d r í a h a c e r e s t o , d o r m i r e n c a s a a j e n a .

TEATRO MEXICANO—13

3 7

Page 73: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 73/267

sabe uno; todos £

t e n

^ í e n * t o d o s v i s t e n

  ig u al todos

  t i e n e n a u t o

^ P a r a n i i

^son

= £ 5

hacia la misma puerta.

  C E S A R , S I «

  mira

llama a media voz.)

. r ^

8

n o s l i a q u e d a d o n t u c b o q u e

¿ n o t e a r r e p i e n t e s u n p o c o d e h a b e r t r a -

t a d o c o n t a n t a d u r e z a a t u p a d r e

S o

b

.

e

o

r

i : t v e ° n t u d p u e d e h a b l a r a s ,

r ido. (JULIA SE  vuelve a otw lado.) x  oi en , .1

^ S ^ ^ e i ^ ^ r a ^ n o b e b e c b o

t a m b i é n p e n s a n d o e n t i. e n u s t e d e s . . .

r s s t S s s t t s t z & x z r -

í g o m e l o r t e e q u í v o c a s . E s t o y d i s p u e s t o a t o d o p a r a a s e -

C C — s , , G r a c i a s , p a p á . ¿ E s e s o ^

C É S A R

- ( D e t e n i é n d o l a p o r u n b r a z o .

  S . c r e e s q u e e i e s

fe a  t e e q u i v o c a s , J u l i a . Q u i z á n o d e b e r í a y o d e c i r t e e s o . . .

Ba andTmucho la voz.)  T i e n e s u n c u e r p o a d m . r a b l e . ..

e f o e s l o q u e i m p o r t a . ( S e   limpia la garganta .)

J U L I A . — (D esas i éndose , l o m i ra . )  ¿ P o r q u e m e d i c e s e s o ?

C É S A R . — (M irá nd ola a los ojos, lentamente.)  P o r q u e n o

t e c o n o c e s , p o r q u e n o t i e n e s c o n c i e n c i a d e t i . P o r q u e s o y

e l ú n i c o h o m b r e q u e h a y a q u í p a r a d e c í r t e l o . M i g u e l n o

sab e . . . v aqu e l o t ro i mb éc i l no se f ij ó en t i .  (Mira a otro

lado.)  T i e n e s l o q u e l os h a m b r e s b u s c a m o s , v e r e s i n t e-

l i g e n t e .

J U L I A . — (Con voz blanda.)  P a r e c e s o t r o d e r e p e n t e , p a p á .

C E S A R . — A

  v e c e s s o y u n h o m b r e t o d a v í a . S e r á s f e l i z ,

J u l i a , t e l o j u r o .

J U L I A . — M e a v e r g ü e n z a g u a r d a r t e r e n c o r , p a d r e , p o r h a -

b e r m e h e c h o n a c e r . . . , p e r o l o q u e s i e n t o e s a l g o c o n t r a

m í , n o c o n t r a t i . . . ¡ S i e n t o t a n t o n o p o d e r f e l i c i t a r t e p o r

t e n e r u n a h i j a b o n i t a A v e c e s m e a s f i x i o , m e s i e n t o c o m o

s i n o f u e r a y o m á s q u e u n a g r a n c a r a f e a . . . ( C É S A R   la aca-

ricia ligeramente.)  m o n s t r u o s a , s i n c u e r p o . P e r o n o t e o d i o ,

c r é e l o , ¡ n o te o d i o (Lo besa.)

C É S A R . — H e p e n s a d o m u c h a s v e c e s , v i é n d o t e c r e c e r , q u e

p u d i s t e s e r l a h i j a d e u n h o m b r e i l u s t r e , ú n i c o e n s u t i p o ;

p e r o y a v e s ; t o d o l o q u e s é n o m e h a s e r v i d o d e n a d a h a s t a

a h o r a . M i c o n o c i m i e n t o m e p a r e c e a m e n u d o u n a p o d r e -

d u m b r e i n t e r i o r , p o r q u e n o h e p o d i d o c r e a r n a d a c o n l o

q u e s é . . . , n i s i q u i e r a u n l i b r o .

J U L IA . — N os p a r e c e m o s m u c h o , ¿ v e r d a d ?

CÉSAR. —Qui zá e so e s l o que nos a l e j a , Ju l i a .

J U L I A . — (Co n un arrebato casi infantil, el primero.)  P e r o

¡ n o n o s a l e j a r á y a ¡ T e l o p r o m e t o D e c u a l q u i e r m o d o , n o

q u i e r o q u e d a r m e a q u í m u c h o t i e m p o . P r o m é t e m e . .

C É S A R . — T e l o p r o m e t o . . . , p e r o , a t u v e z , p r o m é t e m e t e -

n e r p a c i e n c i a , J u l i a .

JULIA.—Sí.   (Con una sonrisa amarga.)  P e r o . . . ¿ s a b e s

p o r q u é m e s i e n t o t a n m a l a q u í , c o m o s i l l e v a r a u n s i g l o

e n e s t a c a s a ? P o r q u e t o d o e s t o e s p a r a m í c o m o u n e s p e j o

e n o r m e e n e l q u e m e e s t o y v i e n d o s i e m p r e .

C É S A R . — T i e n e s q u e o l v i d a r e s a s i d e a s . Y o h a r é q u e l a s

o l v i d e s .

  (Se oye a

  E L E N A

  bajar la escalera.)

LA voz DE ELENA. —Césa r , ¿ c r ee s qu e ya hab rá ce na do

e s t e g r i n g o ?

  (Entra.)

  N o t e n e m o s m u c h o , ¿ s a b e s ?

C É S A R . — H a b r á q u e o f r e c e r l e . Q u é d i r í a s i n o . . . M a ñ a n a

i r e m o s a l p u e b l o p o r p r o v i s i o n e s , y y o a v e r i g u a r é d ó n d e

Page 74: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 74/267

7

  LATRO

e s t á

  N a v a r r o p a r a ir a v e r l o y a r r e a r . a b a j o d e u n a v e z.

E LE S' A. ¿ N a v a r r o ? b a n d i d o , p e r o e s

C É S A R - E l

  g e n e r a l , e g u n . H s

  b a b ü i d a

d e s . N o

e l p o s i b l e c a n d i d a t o . . , e l q u e e n e n i

  d a r

. . . E s t o

« / a c o r d a r á d e m í ; t e n d r e q u e h a c e r t e _

  p e r Q

c s

  c o m o v o l v er a n a c e r E l e n á , e m p r a

e n M é x i c o e m p i e z a u n o d e t o d o ^ s i

e J C ^ t — ^ a r a t o d o s . N o t e n -

^ •

la p ü , í ü c a e s e

'

d i m

E

a

, V « - N o s é . C r e o q u e a p e s a r d e t o d o h a b r í a p r e -

f er i do " q u e s i g ui e r a s e n ^ ^ ^ i s i s m e e ch ar o n?

S Í e s pe r ad o u n p o co h a b l an d o

E l

. ,

: N V

- C j u i / . a s i d e v u e l t o t u p u e s t o .

L a p o b r e z a s e g u r a .

- E L E N A . — S e g u r a , t ú l o h a s c u c h o p o b r e z a .

J ^ X X r * = q u e d a r n o s

— t o t e q u e ja ba s .

s e k t ; : —

, a

  ^

uri dad de quc

" O d i c c s - d e " U ^ o » ?

  t e r

.

d o / e ta » » t u e r a y o

„ „ « , ) s i e m p r e t i e n e s e s a . t o . E s p i r a ,

m a s

  j o v en , a c a b a ñ a s - U e d o r v d e a /K

C ^ Z ^ Z U

hr

P

o  d e /  cajón, lo hojea, se en-

C F . S A K . -N O q u e d o l u g a r d l o n a e

  N n

d a d ?

  f E s p « « « » ^ Z ^ n ^ C Z e , c o m e d o r , c u a n -

r S S - í f t B Ó Í I O N . M W » « . . « — • " "

o )

BOI.TOM.—Aquí estamos.

C É S A R . — ¿ H a c e n a d o u s t e d , s e ñ o r . . . ?

BOLTON. —Bol t on Ol i ve r Bol t on .  <Deja la maleta y mien-

tras habla saca de su cartera una tarjeta que entrega a

C É S A R . ) T o m é a l g o e s t a t a r d e e n e l c a m i n o , g r a c i a s . O d i o

m o l e s t a r .

C É S A R . — (Mirando la tarje ta. )  U n b o c a d o n o l e c a e r á

m a l . V e o q u e e s u s t e d p r o f e s o r d e l a U n i v e r s i d a d d e H a r -

v a r d .

B OLT ON .— ; O h , s í . D e h i s t o r i a l a t i n o a m e r i c a n a .  (Reco-

giendo su maleta.)  V o y a a s e a r m e u n p o c o . ¿ U s t e d p e r m i t e ?

M I G U E L . — A r r i b a h a y u n l a v a b o . M e a d e l a n t o p a r a e n s e -

ñ a r l e e l c a m i n o . ( L o  hace.)

BOLTON. —Grac i a s .  (Los dos salen. Se les uve subir la

escalera.

  C É S A R

  mira y remira la tarjeta y, teniéndola entre

los dedos de la mano derecha, golpea con ella su mano iz-

quierda. Una sonrisa bastante peculiar se detiene por un

momento en sus labios. Se guarda la tarjeta y empuja el

cajón de libros hasta el comedor, en uno de cuyos rincones

lo coloca. Mientras lo hace,

  E L E N A

  pasa de la cocina al

comedor buscando unos platos.)

E L E N A . — M e p a r e c i ó q u e m e h a b l a b a s h a c e u n m o m e n t o .

C É S A R . — N o .

E L E N A . — ¿ H a s p u e s t o l o s l i b r o s a q u í ? E s t o r b a r á n , y n o

q u e d ó l u g a r p a r a e l l i b r e r o , s a b e s .

C É S A R . — (De spu és de una pequeña pausa. )  E s o e r a l o

q u e q u e r í a p r e g u n t a r t e .

E L E N A . — C r e í q u e t e e n o j a r í a s .

C É S A R . — E s c u r i o s o , E l e n a .

E L E N A . — ¿ Q u é ?

C É S A R . — E s t e a m e r i c a n o e s p r o f e s o r d e h i s t o r i a , t a m -

b i é n . . . , p r o f e s o r d e h i s t o r i a l a t i n o a m e r i c a n a e n s u p a í s .

E L E N A . — ( S o n r i e n d o . )  E n t o n c e s s e r á p o b r e .

C É S A R . — ¿ O t r o r e p r o c h e ?

E LE NA .— ¡ N o Y a s a b e s q u e y o n o t o m o e n s e r i o e s a s

c o s a s q u e t a n t o a t o r m e n t a n a J u l i a y a t i . S e e s p o b r e

c o m o s e e s m o r e n a . . . y y o n u n c a h e t e n i d o l a i d e a d e t e -

ñ i r m e e l p e l o .

C É S A R . — E s q u e c r e e s q u e n o h a r é d i n e r o n u n c a .

ELENA. —No l o c reo ,  (Con ternura.)  l o s é , s e ñ o r R u b i o , v

Page 75: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 75/267

e s t o y

  t r a n q u i l a . P o r e s o m e d a r e e e l o q u e t e t n e t a s e n e s a s

u n i v e r s i t a r i o e n l o s  E s t a d o s  U m d o s  s ,  g a n a *

  c o n t e s

_

g r i n g o , q u e e s b a s t a n t e j o v e n ( E L E N A  amg

Yar\ la puerta de la cocma-i   E l e n a

  g s ?

E L E N A . - T e n g o q u e >r a l a c o c m a . < v u H

  c u á n

,

h o m b r e p u e d a c o n s e g u i r m e a l g o a l i a

a p r e n d e r f n g l é s . D e s p i e r -

t a , C é s a r , y

  d é

j

a m

^ P

r e p

^

a

"

c

h a ^ t

n

o d o a b a j o s i e m p r e ?

£ ™ e° ^ qu e te

j x J ^ r ^ ^ ' ^

p o d i d o por

c u r a r t e . c u e n t a ? N o h a y u n h o m b r e e n

C ÉS AR . P e r o , n o t e d a s ^ c u e r n a

  l o a p r e

tÍe

Z°cL-<Seco,   ¿ Q u i e r e s q u e s u b a m o s l o s l i b r o s ?

c t e A I

, _

(

  Abstraen

  s u b a m o s ?

M IC UE L.-L OS l i br os ^ Q u ie re s q ^ ^

  e n e

,

  c o

.

m

2 l % ^ n

t a

f : ^ e , '

b

o l s m o u n „ ue te d e ca rr os

de hoja y lía una metódicamen te.)

M I G U E L .-(Acercándose un paso.)  P a p a .

C É S A R  —

( E n c e n d i e n d o u n c i g a r r o . )

  ¿ Q u e h a y .

M T G U E L . - H e r e f l e x i o n a d o m i e n t r a s a c o m p a ñ a b a a l a m e

r Í

T É

0

S A R - " L . ) H a b la n o t a b le m e nt e b ie n e l e sp a-

C É S A R . — ¿ A d o n d e ?

M I G U E L .— Q u i e ro t r a b a j a r e n a l g u n a p a r t e .

C É S A R . — ¿ T e v a s p o r a r r e p e n t i m i e n t o ? ( M I G U E L   no con-

testa.)  ¿ E s p o r e s o ?

M I G U E L . — C r e o q u e e s l o m e j o r . V e s . . . , t e h e p e r d i d o

e l r e s p e t o .

C É S A R . — C r e í q u e n o t e h a b í a s d a d o c u e n t a .

M I G U E L . — P e r o y o n o p u e d o i m p o n e r t e m i s p u n t o s d e

v i s t a . . . , n o p u e d o d i r i g i r t u c o n d u c t a .

CÉSAR.— ¡Ah

M I G U E L . — R e c o n o z c o t u l i b e r t a d , d é j a m e l i b r e t ú t a m -

b i é n . Q u i e r o d e d i c a r m i t i e m p o a m i v i d a .

C É S A R . — ¿ C ó m o l a d i r i g i r á s ?

M I G U E L . — ( O b s t i n a d o . )   D e s p u é s d e l o q u e n o s h e m o s

d i c h o . . . , y m e h a s p e g a d o . . .

C É S A R . — (M ira ndo su mano.)  H a c e m u c h o q u e n o l o

h a c í a . P e r o n o e s e s a t u ú n i c a r a z ó n . C u a n d o n o s v i m o s

f r e n t e a f r e n t e , d u r a n t e a q u e l l a h u e l g a . . . , t ú e n t r e l o s e s t u -

d i a n t e s , y o c o n e l o r d e n . . . , m e d i j i s t e c o s a s p e o r e s . . . , u n

d i s c u r s o . Y , s i n e m b a r g o , v o l v i s t e a c e n a r a c a s a . . . , m u y

t a r d e . . . Y o t e e s p e r é . M e p e d i s t e p e r d ó n . N o p e n s a s t e e n

i r t e . . .

M I G U E L . — E r a o t r a s i t u a c i ó n . N o q u j e r o s e g u i r v i v i e n d o

e n l a m e n t i r a .

C É S A R . — E n e s t a m e n t i r a ; p e r o h a y o t r a s . ¿ Y a e s c o g i s t e

l a t u y a ? A n t e s e r a l a i n d i s c i p l i n a , l a h u e l g a . . .

M I G U E L . — E s o e r a p o r l o m e n o s u n i m p u l s o h a c i a l a

v e r d a d .

C É S A R . — H a ci a l o q u e t ú c r e í a s q u e e r a l a v e r d a d . P e r o

¿ q u é f r u t o s te h a d a d o h a s t a ¿ h o r a ?

M I G U E L . — N o s é . . . , n o m e i m p o r t a . N o q u i e r o v i v i r e n t u

m e n t i r a y a , e n l a q u e v a s a c o m e t e r , s i n o e n l a m í a .   (Vio-

lentamente, en un arrebato infantil de los característicos

en él.)  P a p á , s i t ú q u i s i e r a s p r o m e t e r m e q u e n o h a r á s

n a d a . . .

  (Le echa un brazo al cuello.)

C É S A R . — N a d a . . . ¿ d e q u é ?

M I G U E L . — D e l o q u e q u i e r e s h a c e r a q u í c o n l o s p o l í t i c o s .

L o d i j i s t e u n a v e z e n M é x i c o - v e s t a n o c h e d e n u e v o

CÉSAR. —No sé de qué hab l a s .

M I G U E L . — S í l o s a b e s . Q u i e r a s u s a r l o q u e s a b e s d e e l l o s

Page 76: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 76/267

p a r a c o n s e g u i r u n b u e n e m p l e o . E s o e s . . .   (Baja la voz.)

Cha

2£ Í

E

R .-(Auténticamente avergonzado por un mamen-

^ m o ^ v t e m e n t e , apretando el bnazodesu padre¿

E n t o n c e s d i m e q u e n o h a r á s n a d a d e e s o . ¡ D i m e l o t e

p r o m e t o t r a b a j a r e n t o d o , c a m b i a r . . .

C É S A R . — (To má nd ole la barba como a un ntno. )  E s t a

b i e n , h i j o . .

S ^ ^ t í o ^ S a q u e n o s e a —

V S ' v .  a a s e a r t e u n p o c o p a r a

c c n s r

B O L T O N . — ( E n t r a n d o . )  ¿ N o i n t e r r u m p o ?

CÉSAR. —Pase us t ed ; s i én t e se . (BOLTON   lo hace.)  , U n

C Í g

B o S o

N

. - ¡ O h , d e h o j a (Ríe.)  N o s é a r r e g l a r l o s : g r a -

c i a s .  (Saca de los suyos.)  M u c h o c a l o r , ¿ e h ? ¿ F u m a u s t e d .

(Ofreciéndole la caja a  M I G U EL. )

M I G U E L . — N o , g r a c i a s . C o n p e r m i s o .  (Sale po> la u

'""¿^.-(Dándole fuego.)  ¿ D e m o d o q u e u s t e d e n s e ñ a

l a h i s t o r i a d e M é x i c o . U n p a í s i n c r e í b l e , l l e n o d e m a r a v i l a s

y

  d e m o n s t r u o s . S i u s t e d s u p i e r a q u é

  p o c o

  s e c o n o c e n l a s

c o s a s d e M é x i c o e n m i t i e r r a  (Pronuncia Mehico.),  s o b r e

t o d o e n e l E s t e . P o r e s t o h e v e n i d o a q u í .

Satis fel^to^de explicarse v de entrar en su ma-

t J a \ H a v d o s c a s o s e x t r a o rd i n a r io s , m u y i n t e re s a n t e s

p a r a ' m ^ e n i a h i s t o r i a c o n t e m p o r á n e a d e M é x i co . E n t o n -

c e s i r á U n i v e r s i d a d m e m a n d a e n b u s c a d e d a t o s , y . a d e -

m á s t e n g o u n a b e c a p a r a h a c e r u n l i b r o .

C É S A R - ¿ P u e d o s a b e r a q u é c a s o s s e r e f i e r e = u s t e d ?

B O L T O N - ¿ P o r q u é n o ?  (Ríe.)  P e r o s i u s t e d s a b e a l g o ,

s e

  t o q u i t a r é . U n c a s o e s e l d e A m b r o s e B i e r c e , e s t e a m e n -

c a n o q u e v i e n e a M é x i c o , q u e s e u n e a P a n c h o V i l l a v l o

s i g u e a u n t i e m p o . P a r a m í , B i e r c e d e s c u b r i ó a l g o i r r e g u l a r ,

a l g o m a l o e n V i l l a , y p o r e s o V i l l a l o h i z o m a t a r . U n a g r a n

p é r d i d a p a r a l o s E s t a d o s U n i d o s . H o m b r e i n t e r e s a n t e .

B i e r c e , g r a n e s c r i t o r c r í t i c o . E s c r i b i ó e l « D e v i l s D i c t i o n a r y » .

B u e n o , é l t e n í a e s t a g r a n i l u s i ó n d e P a n c h o V i l l a c o m o j u s -

t i c i e r o ; q u i z á s u f r i ó u n d e s e n g a ñ o , y l o d i j o : e r a u n c r í t i c o

Y V i l l a e r a c o m o l o s d i o s e s d e l a g u e r r a , q u e n o q u i e r e n

s e r c r i t i c a d o s . . . , y e r a u n h o m b r e , y t a m p o c o l o s h o m b r e s

q u i e r e n s e r c r i t i c a d o s , y l o m a t ó .

C É S A R . — P e r o n o h a y n i n g u n a c e r t e z a d e e s o . A m b r o s e

B i e r c e l l e g ó a M é x i c o e n n o v i e m b r e d e m i l n o v e c i e n t o s t r e -

c e ; s e r e u n i ó c o n l a s f u e r z a s d e V i l l a e n s e g u i d a , y d e s a p a -

r e c i ó a r a í z d e l a b a t a l l a d e O j i n a g a . F u e r o n m u c h a s l a s

b a j a s ; l o s m u e r t o s f u e r o n e n t e r r a d o s a p r e s u r a d a m e n t e , o

a b a n d o n a d o s y q u e m a d o s d e s p u é s , s i n i d e n t i f i c a r . C o n t o d a

p r o b a b i l i d a d , B i e r c e f u e u n o d e e l l o s . O b i e n , f u e f u s i l a d o

p o r U r b i n a , e n m i l n o v e c i e n t o s q u i n c e , c u a n d o i n t e n t ó p a -

s a r s e a l e j é r c i t o c o n s t i t u c i o n a l i s t a . P e r o V i l l a n a d a t u v o

q u e v e r c o n e l l o .

B O L T O N . — M i t e s i s e s m á s r o m á n t i c a , q u i z á ; p e r o B i e r c e

n o e r a h o m b r e p a r a d e s a p a r e c e r a s í , e n u n a b a t a l l a , p o r

a c c i d e n t e . P a r a m í , f u e d e l i b e r a d a m e n t e d e s t r u i d o . D e s t r u i -

d o e s l a p a l a b r a . S i n e m b a r g o , u s t e d p a r e c e b i e n e n t e r a d o .

CÉSAR. — (Con una sonrisa.)  A l g o . T e n g o a l g u n o s d o c u -

m e n t o s s o b r e l o s e x t r a n j e r o s q u e a c o m p a ñ a r o n a V i l l a . .. :

S a n t o s C h o c a n o , A m b r o s e B i e r c e , J o h n R e e d . . .

B O L T O N . — ¿ E s p o s i b l e ? ¡ O h , p e r o e n t o n c e s u s t e d m e s e r á

ú t i l í s i m o Q u i z á s a b e a l g o t a m b i é n s o b r e e l o t r o c a s ó .

CÉSAR. —¿Cuá l e s e l o t ro ca so?

B O L T O N . — E l d e u n h o m b r e e x t r a o r d i n a r i o . U n g e n e r a l

m e x i c a n o , j o v e n , e l m á s g r a n d e r e v o l u c i o n a r i o , q u e i n i c i ó

l a r e v o l u c i ó n e n e l N o r t e , h i z o c o m p r e n d e r a M a d e r o l a

n e c e s i d a d d e u n a r e v o l u c i ó n , d o m i n ó a V i l la . A l o s v e i n t i -

t r é s a ñ o s e r a g e n e r a l . Y t a m b i é n d e s a p a r e c i ó u n a n o c h e . . . ,

d e s t r u i d o c o m o A m b r o s e B i e r c e .

C É S A R . —

( P a u s a d a m e n t e . )

  ¿ S e r e f i e r e u s t e d a C é s a r

R u b i o

B O L TO N .— ¡ O h, p e r o u s t e d s a b e S i y o p u d i e r a e n c o n -

t r a r d o c u m e n t o s s o b r e é l , l o s p a g a r í a m u y c a r o s ; m i U n i -

Page 77: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 77/267

v e r s i d a d m e r e s p a l d a . P o r q u e t o d o s e r e e n h o y q u e C é s a r

R u b i o e s u n a « s a g a » , u n m i t o .

SSggaKKSS

i r g o t ^ X r ™ e , g r i to de

d e s t a c a m e n t o f e d e r a l b a r r i ó a t o d o s l o s h o m b r e s d e C e s a r

R u b i o

  T o l o

  é l

  y dos

  c o m p a ñ e r o s s u y o s q u e d a r o n

  con

  v , d a .

t t n t ' o n c é s

S

a P i e d r a s N e g r a s d o n d e e n -

r e c o r r i ó t o d a l a R e p ú b l i c a , p u s o e n m o - m . e n t o a M a d e r o ,

a g i t ó a a l g u n o s d i p u t a d o s y p r e p a r o l a s j o r n a d a s d e n o

v £ m b r e N o h u b o u n s o l o d i s f r a z q u e n o u s a r a , u n a s o l a

a c x i ó n q u e n o a c o m e t i e r a , a u n q u e l o p e r s e g u . a t o d a l a p o -

r

^ Z t ~ ? E x c U a

d

í s

í m 0

. ) ¿ E s t á u s t e d s e g u r o ? ¿ T i e n e

d o c u m e n t o s ?

C

B

^ ^ "

O S

e s t o e s m a r av il lo so .. . , u s t ed

- ^ r ^ - ^ o m i s m o t i v o s .

,E«ná

  E L E N A

  de la cocina,  v  aunque sin escucha,- ostensi-

blemente sigue la conversación a la vez que sale y M

Aponiéndo la mesa para la cena.

  C É S A R S E

  vuelve con

  « O -

CÉSAR -—¿Se re f i e re u s t ed a l a c r i t i c a d e l g o b . e r n o d e

M a

B 0 L

O

T 0 N - N o n o : e s o , c o m o e l l e v a n t a m i e n t o c o n t r a

H u e r t a  c o m o s u s . .  (B usca la palabra.)  d i s e n s t o n e s c o n

z a p a t a , p e r t e n e c e a s u f u e r t e c a r a c t e r .

C É S A R . — ¿ A

  q u é s e r e f i e r e u s t e d e n t o n c e s ?  ( E L E N A  sale.)

B O L T O N . — A

  s u d e s a p a r i c i ó n m i s m a , a s u d e s t r u c c i ó n . . . ,

u n a c o s a t a n f u e r a d e s u c a r á c t e r , q u e n o p u e d e e x p l i c a r -

s e . ¿ P o r q u é d e s a p a r e c i ó e s t e h o m b r e e n u n m o m e n t o t a n

d e c i s i v o d e l a R e v o l u c i ó n , p a r a d e j a r e l c o n t r o l a C a r r a n -

z a ? N o c r e o q u e h a y a m u e r t o ; p e r o s i m u r i ó , ¿ c ó m o , p o i -

q u é m u r i ó ?

C É S A R . — ( S o ñ a d o r . )  S í , f u e e l m o m e n t o d e c i s i v o , ¿ v e r -

d a d ? . . . , u n a n o c h e d e n o v i e m b r e d e m i l n o v e c i e n t o s  ca -

t o r c e .

B O L T O N . — ¿ S a b e u s t e d a l g o s o b r e e s o ? D í g a m e l o ,  d e m e

d o c u m e n t o s . M i U n i v e r s i d a d l o s p a g a r á b i e n .  (Vuelve  ELE-

N A ; C É S A R

  la ve.)

C É S A R . — ( D e s p e r t a n d o . )   S u U n i v e r s i d a d . . . H a c e p o c o h a -

b l a b a y o a m i e s p o s a d e l as u n i v e r s i d a d e s d e u s t e d e s ;  s o n

g r a n d e s .

B O L TO N .— ¡ O h F u e r a d e H a r v a r d , u s t e d s a b e . . . , d i s -

t i n g u i d a s , q u i z á ; p e r o j ó v e n e s , d e m a s i a d o jó v e n e s .  P e r o

h a b l e m o s m á s d e e s t e a s u n t o . ( C É S A R  se vuelve  a mirar ha-

cia

  E L E N A ,

  que en este momento permanece  de espaldas,

pero en toda apariencia sin hacer nada que le  impida es-

cuchar.)  N o te n g a u s t e d r e c e l o a d a r m e i n f o r m e s .  Mi Un i -

v e r s i d a d t i e n e m u c h o d i n e r o p a r a i n v e r t i r e n e s t o .

C É S A R . — U n a n o c h e d e n o v i e m b r e d e m i l  n o v e c i e n t o s

c a t o r c e . . . , p r o n t o h a r á v e i n t i c u a t r o a ñ o s .  (Vuelve  a mirar

hacia

  E L E N A ,

  que dispone la mesa.)  ¿ P o r q u é  t i e n e u s t e d

t a n t o i n t e r é s e n e s t o ?

B O L T O N . — P e r s o n a l m e n t e , t e n g o , m á s q u e i n t e r é s . . . ,  en -

t u s i a s m o p o r M é x i c o , u n a p a s i ó n ; p e r o n i n g ú n  h o m b r e e n

M é x i c o m e h a i n t e r e s a d o c o m o e s t e C é s a r R u b i o .

  (Ríe.)

  H e

a c a b a d o p o r c o n t a g i a r a t o d a m i U n i v e r s i d a d  d e e n t u s i a s -

m o p o r e s t e h é r o e . ( E L E N A

  sale y regresa en  seguida, fin-

giéndose atareada.)

C É S A R . — ( O b s e r v a n d o

  a

  E L E N A

  mientras habla.)

  ¿ Y

  p o r

q u é e s t e h é r o e y n o o t r o t r a d i c i o n a l , m á s . . .  c o n v e n c i o n a l ,

c o m o V i l l a , o M a d e r o , o Z a p a t a ? U s t e d e s l o s  a m e r i c a n o s

a d m i r a n m u c h o a V i l l a d e s d e q u e h i z o a n d a r  a P e r s h i n g

a s a l t o d e m a t a .

B O L T O N . — (S o n r ien d o . )   P e r o ¿ n o c o m p r e n d e  u s t e d , q u e

s a b e t a n t o d e C é s a r R u b i o ? E l e s e l h o m b r e q u e  e x p l i c a

Page 78: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 78/267

^ S n ^ e C c ü l f E ;   r f ú n i c o c a u d i l l o   qu e  n o e s

  p

„ m , c o

T o s , « a l o s b a n d i d o s , e s u n g r a n m i l i t a r . . . p a o f i s t a ,

s i D u e d o d e c i r a s í . . .

C É SA R .— D e cí a u s t e d q u e s u U n i v e r s i d a d t i e n e m u c h o

d i n e r o . . . ¿ C u á n t o , p o r e j e m p l o ?

BOLTON. — (Un poco desconcertado por lo directo de la

pregunta.)  N o s é. A m í m e h a n d a d o u n a s u m a p a r a m i

f r a b a j o d e b ú s q u e d a , p e r o p o d r í a c o n s u l t a r . . . s i v i e r a l o s

d o c u m e n t o s . ( J U L I A

  entra de la cocina, cruza y se dirige a

la puerta izquierda, saliendo.

  C É S A R

  la sigue con la vista,

sin dejar de hablar, hasta que desaparece.)

C É S A R . — P a r e c e q u e d e s c o n f í a u s t e d .

B O LT O N.— N o s o y y o q u i e n p u e d e c o m p r a r ; e s H a r v a r d .

C É S A R

 -(Dudando.)  U s t e d e s l o c o m p r a n t o d o .

B O L T O N . — (

S o n r i e n d o . )

  ¿ P o r q u é n o , s i e s p a r a l a c u l -

T U R

C É S A R - L 0 S  c ó d i c e s , l o s m a n u s c r i t o s , l o s i n c u n a b l e s , l a s

j o y a s a r q u e o l ó g i c a s d e M é x i c o ; c o m p r a r í a n a T a x c o s i

p u d i e r a n l l e v á r s e l o a s u c a s a . A h o r a l e t o c a e l t u r n o a

l a v e r d a d d e C é s a r R u b i o . .

B O L T O N .— (A nt e lo inesperado del ataque.)  N o e n t i e n d o .

¿ E s t á u s t e d o f e n d i d o ? H a c e u n m o m e n t o p a r e c í a c o m u -

N Í C

C É S A R . - T a m b i é n a m í m e a p a s i o n a e l t e m a . P e r o t o d o

l o q u e p o s e o e s l a v e r d a d s o b r e C é s a r R u b i o . , y n o p o -

d r í a d a r l a p o r p o c o d i n e r o . . . n i s i n c i e r t a s c o n d i c i o n e s

B O L T O N . - Y O

  h a r é l o p o s i b l e p o r h a c e r f r e n t e a e l l a s .

C É S A R . — ( D e s i l u s i o n a d o . )  Y a s a b í a y o q u e r e g a t e a r í a

^ B O L T O N . — P e r d ó n ; e s u n a e x p r e s i ó n i n g i es a . . .,  hacer

f r e n t e a s u s c o n d i c i o n e s , e s d e c i r . . .  (Buscando.),  ¡ o h , s a -

t Í S f

C

C

É S A R . - E s o e s d i f e r e n t e .  (Reenciende su cigarro de

hoja.)  P e r o ¿ t i e n e u s t e d u n a i d e a d e l a s u m a .

B O L T O N . —

(In có mo do : esta acti tud en un mexicano es

inesperada.)  N o s é b i e n . D o s m i l d ó l a r e s . . . , t r e s m i l .

t a l vez .

C É S A R . — ( L e v a n t á n d o s e . )  S e m e f ig ur a q u e t e n d r á u s t e d

q u e b u s c a r s u s i n f o r m e s e n o t r a p a r t e . . . y q u e n o l o s e n -

c o n t r a r á .

B O L T O N . — O h , s i e n t o m u c h o .

  (Se levanta.)

  S i e s u n a

c u e s t i ó n d e d i n e r o , p o d r á a r r e g l a r s e . L a U n i v e r s i d a d e s t á

i n t e r e s a d a . . . , y o e s t o y . . . a p a s i o n a d o , l e d i g o . ¿ P o r q u é n o

d i c e u s t e d u n a c i f r a ? ( E L E N A   entra de la cocina.)

C É S A R . — Y o d i r í a u n a .

  (Mirando hacia

  E L E N A

  y bajando

la voz, con cierta impaciencia .)  Y o d i r í a d i e z m i l .

B O L T O N . —

(Arqueando las cejas. )

  ¡ O h , o h E s m u c h o .

(Con sincero desaliento.)  T e m o q u e n o a c e p t a r á n p a g a r

t a n t o .

C É S A R . — (Ha cie nd o seña de salir a

  E L E N A ,

  que lo mira.)

E n t o n c e s l o d e j a r e m o s a l l í , s e ñ o r . . .

  (Busca la tarjeta del

norteamericano en las bolsas de su pantalón; la encuentra,

la mira.),

  s e ñ o r B o l t o n .

  (Juega con la tarjeta.)

B O L T O N . — S i n e m b a r g o , y o p u e d o i n t e n t a r . . . , i n t e n t a r é . . .

C É S A R . — U n a n o c h e d e n o v i e m b r e d e m i l n o v e c i e n t o s

c a t o r c e , s e ñ o r B o l t o n , l a n o c h e d e l d i e c i s i e t e d e n o v i e m -

b r e , p a r a s e r m á s p r e c i s o , C é s a r R u b i o a t r a v e s a b a c o n s u

a s i s t e n t e y d o s a y u d a n t e s u n p a s o d e l a s i e r r a d e N u e v o

L e ó n p a r a d i r i g i r s e a M o n t e r r e y y d e a l l í a M é x i c o , d o n d e

t e n í a c i t a c o n C a r r a n z a . H a b í a m a n d a d o p o r d e l a n t e u n

d e s t a c a m e n t o e x p l o r a d o r , y a v a r i o s k i l ó m e t r o s l e s e g u í a

e l g r u e s o d e s u s f u e r z a s . E n e s e m o m e n t o R u b i o t e n í a e l

c o n t i n g e n t e m e j o r o r g a n i z a d o y m á s n u m e r o s o , y t o d o s l o s

t r i u n f o s e n l a m a n o . E r a e l h o m b r e d e l a s i t u a c i ó n . S i n

e m b a r g o , s u e j é r c i t o n o lo a l c a n z ó n u n c a , a u n q u e s i g u i ó

a d e l a n t e e s p e r a n d o e n c o n t r a r l o . C u a n d o s e r e u n i ó c o n e l

d e s t a c a m e n t o e x p l o r a d o r e n S a n L u i s P o t o s í , d i e z d í a s

d e s p u é s , l a o f i c i a l i d a d s e e n t e r ó d e q u e s u j e f e h a b í a d e s -

a p a r e c i d o . C o n é l d e s a p a r e c i e r o n s u s d o s a y u d a n t e s , u n o

d e l o s c u a l e s e r a s u f a v o r i t o , y s u a s i s t e n t e .

B O L T O N . — P e r o ¿ q u é p a s ó c o n é l ?

CÉSAR. — Es o  e s l o q u e v a l e d i e z m i l d ó l a r e s .

B O L T O N . — ( E x c i t a d o . )  Y o l e o f r e z c o a u s t e d c o m p l e t a r

Page 79: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 79/267

e s a s u m a c o n e l d i n e r o d e m i b e c a , c o n u n a p a r t e . d e m i s

a h o r r o s , s i l a U n i v e r s i d a d p a g a m a s d e s e i s .

  c

T i e n e u .

c o n f i a n z a ?

CÉSAR.—SÍ.

  4 0

B 0 L T 0

N

. - ¿ T i e n e u s t e d d o c u m e n t o s

Cts\R—(Después de una breve duda.)  o í .

B O L T O N .- H n to n ce s , d í g a m e .. . , m e q u e m o p o r s a b e r

C É S A R — E n u n p u n t o q u e p u e d o e n s e n a r l e e l

  A N D A N T E

f a v o r i t o d e C é s a r R u b i o d i s p a r ó t r e s v e c e s s o b r e e l y u n a

^ ^ ^ ^ r S o t r o a y u d a n t e ? U s t e d '

D L J

  C É S ° A R . — f V i v am e n í e .) N o . . , ,

R u b i o , a n t e s d e m o r i r , a l c a n z o a m a t a r l o . . . b r a P

q u f e n c o n t r a T t o s " u er p os : H e s a

b

e q u e e , c u e r p o d e e ,

a s o c i a r o n c o n t r a é l .

en e , s i t i o , en una

o q u e d a d d e l a f a l d a d e u n c e r r o .

r e g i s t r ó l o s c a d á v e r e s c u a n d o

s u d o t a r f í s i c o s e l o p e r m i t i ó . . . E l m e c o n t o a m . la h i s

t 0 r l

R n . TON — ; Y q u é d o c u m e n t o s t i e n e u s t e d ?

C É S A R

  - T e n g o a c t a s m u n i c i p a l e s a c e r c a d e  S U S  a s a l t o s ,

i n f o r m e s d e s u e s c a r a m u z a s y c o m b a t e s ,

g r á f i c a s d e a l g u n a s d e s u s e n t r e v i s t a s . . . , u n a d e

M a d e r o o t r a c o n C a r r a n z a . E l c a p i t á n S o l í s e r a u n b u e n

t a q u í g r a f o .

B O L T O N .  N O ,  n o . Q u i e r o d e c i r . . . ¿ q u é p r u e b a s d e s u

m u e r t e ?

C É S A R . — L o s p a p e l e s d e i d e n t i f i c a c i ó n d e C é s a r R u b i o

u n t e l e g r a m a m a n c h a d o c o n s u s a n g r e , p o r e l q u e C a r r a n z a

1 0 c i t a b a e n M é x i c o p a r a d i c i e m b r e .

B O L T O N . — ¿ N a d a m á s ?

C É S A R

  — S o l í s te n í a t a m b i é n u n t e l e g r a m a e n c la v e q u e

h e l o g r a d o d e s c i f r a r , d o n d e l e o f r e c í a n u n a s c e n s o v d i -

n e r o s i p a s a b a a l g o q u e n o s e m e n c i o n a . . . , p e r o s i n f ir ma

B O L T O N . — ¿ E s o e s t o d o l o q u e t i e n e ?   (Súbitamente des-

confiado.)

  ¿ P o r q u é e s t á u s t e d t a n í n t i m a m e n t e e n t e r a d o

d e e s t a s c o s a s ?

C É S A R . — E l a s i s t e n t e c i e g o m e l o d i j o t o d o .

B O L T O N .— N o . .. ; d i g o s o b r e e s t a s c o s a s . . . ; a n t e s m e h a

d i c h o u s t e d d e t a l l e s d e s c o n o c i d o s d e l a v i d a d e C é s a r R u -

b i o q u e n i n g ú n h i s t o r i a d o r m e n c i o n a . ¿ C ó m o h a h e c h o

u s t e d p a r a s a b e r l o ?

C É S A R .

  (Con su sonrisa extraña.)  S o v p r o f e s o r d e h i s -

t o r i a , c o m o u s t e d , y h e t r a b a j a d o m u c h o s a ñ o s .

B O L T O N .— ¡ O h , s o m o s c o l e g a s ¡ M e a l e g r o E s i n d u d a -

b l e q u e e n t o n c e s . . . ¿ P o r q u é n o h a p u e s t o u s t e d t o d o e s t o

e n u n l i b r o ?

C É S A R . — N o l o s é . . . I n e r c i a ; l a i d e a d e q u e h a y d e m a -

s i a d o s l i b r o s m e l o i m p i d e , q u i z á . . . ," o s o y i n f e c u n d o , s i m -

p l e m e n t e .

B O L T O N . — N o e s v e r o s í m i l .  (Se golpea los muslos con

las manos y se levanta.)  P e r d ó n e m e , p e r o n o l o c r e o .

C É S A R . — ( L e v a n t á n d o s e . )  ¿ C ó m o ?

B O L T O N . — N o l o c r e o . . . , n o e s p o s i b l e .

C É S A R . — N o e n t i e n d o .

B O L T O N . — A d em á s , e s c o n t r a t o d a l ó g i c a .

C É S A R . — ¿ Q u é ?

B O L T O N . — E s t o q u e u s t e d c u e n t a . N o e s l ó g i c o u n h i s -

t o r i a d o r q u e n o e s c r i b e l o q u e s a b e . P e r d o n e , p r o f e s o r ;

n o c r e o .

C É S A R .— E s u s t e d m u y d u e ñ o .

B O L T O N . — L u e g o , e s t o s d o c u m e n t o s d e q u e h a b l a n o v a -

Page 80: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 80/267

l e n d i e z m i l d ó l a r e s . . . , q u e s o n c i n c u e n t a m i l p e s o s p e r -

d o n e m i t r a d u c c i ó n . . . , n i p r u e b a n l a m u e r t e d e R u b i o .

C É S A R — E n t o n c e s , b u s q u e u s t e d p o r o t r o l a d o .

B O L T O N . — (Br i l la n te . )  T a m p o c o e s l ó g i c o s o b r e t o d o

U s t e d s a b e q u é h o m b r e e r a C é s a r R u b i o . . . , e l c a u d i l l o t e

S e l h o m b r e e l e g i d o .

  ¿

Y q u é m e d a ? U n h o m b r e ^ m o

é l , m a t a d o a t i r o s e n u n a e m b o s c a d a p o r s u a y u d a n t e f a -

V O R

C É S A R — N o e s e l ú n i c o c a s o e n l a r e v o l u c i ó n .

B O L T O N . — ( E s c é p t i c o . )  N o , n o . ¿ E l q u e e r a e l a m o d e

l a r e v o l u c i ó n , m u e r e a s í n a d a m a s . . . , c u a n d o m á s ^ c e s a

r io e r a ? M e h a b l a u s t e d d e c a d á v e r e s d e s a p a r e c i d o s q u e

n a d i e h a v i s t o ; d e p a p e l e s q u e n o s o n p r u e b a d e s u

m u e r t e . .

C É S A R. — P id e u s t e d d e m a s i a d o .

B O L T O N . — E l e n i g m a e s g r a n d e . Y l a t e o r í a p a r e c e a b -

s u r d a N o c o r r e s p o n d e a l c a r á c t e r d e u n h o m b r e c o m o R u -

b i o c o n u n a v o l u n t a d t a n m a g n í f i c a d e v i v i r , d e h a c e r u n a

r e v o l u c i ó n s a n a ; n o c o r r e s p o n d e a s u d e s t m o ^ N o l o c r e o

(Se sienta con mal humor y desilusión en uno de los si-

n

°

n

£L-(Despu és de una pausa.) Tiene u

Ste

d r-6n.

n o c o r r e s p o n d e a s u c a r á c t e r n i a s u d e s t i n o .

  (Pausa. Pa

sea un poco.)  Y b i e n , v o y a d e c i r l e la v e r d a d .

B O L T O N . — ( I l u m i n a d o . )  Y o s a b i a q u e e s o n o p o d í a s e r

D C

  C É S A R . - L a v e r d a d e s q u e C é s a r R u b i o n o m u r i ó d e s u s

h e r

B o

a

L T O N . - ¿ C ó m o e x p l i c a u s t e d s u d e s a p a r i c i ó n , e n t o n -

c e s ? ¿ U n s e c u e s t r o h a s t a q u e C a r r a n z a g a n ó l a r e v o l u -

C É S A R .

  (Con lentitud, como reconstruye ndo.)  R u b i o

s a l i ó d e l a s i e r r a c o n s u a s i s t e n t e c i e g o .

B O L T O N . — P e r o ¿ p o r q u é n o v o l v i ó a a p a r e c e r ? N o e r a

" T É S A ; r r ;

e

E n e f ec t o , n o e r a c a .

p a z S u s

R

h e n d a s n o t e n í a n g r a v e d a d ; p e r o e n f e r m é a c o e

s e c u e n c i a d e e l l a s . . ., d e l d e s c u i d o i n e v i t a b l e t r e s , c u a t r o

m e s e s . E n t r e t a n t o , C a r r a n z a p r o m u l g ó l a l e y d e l s e i s

e n e r o d e m i l n o v e c i e n t o s q u i n c e , e n V e r a c r u z , c o m o ú l t i -

m o r e c u r s o , y g a n ó l a p r i m e r a j e f a t u r a d e l a r e v o l u c i ó n .

E s t o a g r a v ó l a e n f e r m e d a d d e C é s a r , y . . .

B O L T O N . — N o m e d i g a u s t e d a h o r a q u e m u r i ó d e e n f e r -

m e d a d i e n s u c a m a , c o m o . . . , c o m o u n p r o f e s o r .

C É S A R

 —(M irándolo extrañado.)  ¿ Q u é q u i e r e u s t e d q u e

l e d i g a e n t o n c e s ?

B OL TO N .— L a v e r d a d . . . , s i e s q u e u s t e d l a s a b e . U n a v e r -

d a d q u e c o r r e s p o n d a a l c a r á c t e r d e C é s a r R u b i o , a l a l ó -

g i c a d e l a s c o s a s . L a v e r d a d s i e m p r e e s l ó g i c a .

CÉSAR.—Bien.  (Duda.)  B i e n .  (Pequeña pusa.)  E n f e r m ó

m á s g r a v e m e n t e . . . , p e r o n o d e l c u e r p o , c u a n d o s u p o q u e

l a r e v o l u c i ó n h a b í a c a í d o p o r c o m p l e t o e n l a s m a n o s d e

g e n t e m e n o s p u r a q u e é l . E n c o n t r ó q u e l o h a b í a n o l v i d a -

d o E n m u c h a s r e g i o n e s n i s i q u i e r a h a b í a n o í d o h a b l a r d e

é l , q u e e r a e l a u t o r d e t o d o . . .

B OL TO N. —S i h u b i e r a s i d o a m e r i c a n o , « h a b r í a » t e n i d o

g r a n p u b l i c i d a d .

C ÉS AR .— L os h é r o e s m e x i c a n o s s o n d i f e r e n t e s . E n c o n t r ó

q u e l o c o n f u n d í a n c o n R u b i o N a v a r r e t e , c o n C é s a r T r e v i -

ñ o . L a p o p u l a r i d a d d e C a r r a n z a , d e Z a p a t a y d e V i l l a , s u s

l u c h a s , h a b í a n a h o g a d o e l n o m b r e d e C é s a r R u b i o .  (Se

detiene.)

B O L T O N . — E s o s u e n a m á s h u m a n o , m á s p o s i b l e . . .

C ÉS AR .— S u e n f e r m e d a d l o h a b í a d e b i l i t a d o m u c h o . E l

d e s a l i e n t o r e t a r d ó s u c o n v a l e c e n c i a . C u a n d o q u i s o v o l v e r ,

d e s p u é s d e m á s d e u n a ñ o , f u e i n ú t i l . N o h a b í a l u g a r

p a r a é l .

B O L T O N

  —(Impresionado.)

  S í . . . , s í , c l a r o . ¿ Q u é h i z o ?

C É S A R . — S u e j é r c i t o s e h a b í a d i s u e l t o , s u s a m i g o s h a -

b í a n m u e r t o e n l a s g r a n d e s m a t a n z a s d e a q u e l l o s a ñ o s . . . ,

o t r o s l o h a b í a n t r a i c i o n a d o . D e c i d i ó d e s a p a r e c e r .

B O L T O N . — ¿ V a u s t e d a d e c i r m e a h o r a q u e s e s u i c i d ó ?

CÉSAR.— (Con la misma extraña sonrisa.)  N o , p u e s t o

q u e u s t e d q u i e r e l a v e r d a d l ó g i c a .

B O L T O N . — ¿ B i e n ?

C ÉS AR .— S e a p a r t ó d e l a r e v o l u c i ó n c o m p l e t a m e n t e d e s -

i l u s i o n a d o y p o b r e .

BOLTON.— (Con ansiedad.)  P e r o ¿ v i v e ?

Page 81: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 81/267

C É S A R . — (Acen tuando su sonr i sa . )  V i v e .

B O L T O N . - L e   d a r é l a c a n t i d a d q u e u s t e d h a p e d i d o s . m e

k p r u e b a .

C É S A R —

  i

 Q u é p r u e b a q u i e r e u s t e d

B o ' T O N . — E l h o m b r e m i s m o . Q u i e r o v é r a l h o m b r e .

VELENIA   pasa de la cocina al comedor llevando pan y ser-

V¿

^ C ÉS A R — T i e n e u s t e d q u e p r o m e t e r m e q u e n o r e v e l a r á

l a v e r d a d a n a d i e . S i n e s a c o n d i c i ó n n o a c e p t a r í a e l t r a t o ,

a u n q u e m e d i e r a u s t e d u n m i l l ó n .

C É s T _ ^ .

q

Q u L e sp er a

  q

u e , a g e n t e , o r e c u e r d e

u n d í a . . . , q u e d e s e e y e s p e r e s u v u e l t a .

B O L T O N - P e r o

  y o n o p u e d o p r o m e t e r e l s i l e n c i o . Y o v o y

a e n s e ñ a r e n l o s E s t a d o s U n i d o s l o q u e s e ; m i s e s t u d . a n -

t C S

  C É SI Í L — P u e d e ' u s t e d d e c i r q u e v i v e ; p e r o q u e n o s a b e

d ó n d e e s t á . ( E L E N A

  sale a la cocina.)

d

  ¿Lo».-(Moviendo la cabeza.,  L a h i s t o n a e s u n a -

v e l a . M i s e s t u d i a n t e s q u i e r e n l o s h e c h o s y l a f il os of ta d e

l o s h e c h o s - p a g a n p o r e l l o , n o p o r u n s u e n o , u n . . . m . t o .

« S A R - S ^ n e m b a r g o , l a h i s t o r i a n o e s m á s q u e u n s u e -

ñ o £ s q u e l a h i c i e r o n s o ñ a r o n c o s a s q u e n o s e r e a h z a -

r o n - l o s q u e l a e s t u d i a n s u e n a n c o n c o s a s P i a d a s ; l o s

q u e l a e n s e ñ a n  (Con una sonrisa.)  s u e ñ a n q u e p o s e e n l a

v e r d a d y q u e l a e n t r e g a n .

B O L T O N - c Q u é q u i e r e u s t e d q u e p r o m e t a e n t o n c e s ?

C É S I R - P r o m é t a m e q u e n o r e v e l a r á l a i d e n t . d a d a c t u a l

d e C é s a r R u b i o . ( E L E N A   sale a la cocina y vuelve con una

S

°"ZroZ-Tp'ausa.)  ¿ P u e d o d e c i r t o d o l o d e m á s . . . , y p r o -

b a r i o ?

BOLTON^-—Trato hecho.  (Le tiende la mano.)  ¿ C u á n d o

m e l l e v a r á u s t e d a v e r a C é s a r R u b i o ? ¿ D o n d e e s t a .

CÉSAR. —(La voz  ligeramente empañada.)  Q u i z a l o v e r a

u s t e d m á s p r o n t o d e l o q u e i m a g i n a .

B O L T O N . — - ¿ Q u é h a h e c h o d e s d e q u e d e s a p a r e c i ó ? S u c a -

l á c t e r n o e s p a r a l a i n a c t i v i d a d .

CÉSAR.—No.

B O L T O N . — ¿ P u d o d e j a r d e s e r u n r e v o l u c i o n a r i o ?

C É S A R . — S u p o n g a u s t e d q u e e s c o g i ó u n a p r o f e s i ó n h u -

m i l d e , o s c u r a .

B O L T O N .— ¿ E l? ¡ O h , d i g a ¿ Q u i z á s a r a r el c a m p o ? E l

c r e í a e n l a t i e r r a .

C É S A R . — Q u i z á s ; p e r o n o e r a e l m o m e n t o . . .

BOLTON. —Es ve rdad .

C É S A R . — H a b í a o t r a s c o s a s q u e h a c e r . . . , h a b í a q u e c o n -

t i n u a r l a r e v o l u c i ó n , l i m p i a r l a d e l a s l a c r a s p e r s o n a l e s d e

s u s h o m b r e s . . .

B O LT O N. — Sí . C é s a r R u b i o l o h a r í a . P e r o ¿ c ó m o ?

C É S A R . — (Co n voz empañada siempre.)  H a y v a r i a s f o r -

m a s . P o r e j e m p l o : l l e v a r l a r e v o l u c i ó n a u n t e r r e n o m e n -

t a l . . . , p e d a g ó g i c o .

B O L T O N . — ¿ Q u é q u i e r e u s t e d d e c i r ?

C É SA R .— S e r, e n a p a r i e n c i a , u n h o m b r e c u a l q u i e r a . . . , u n

h o m b r e c o m o u s t e d . . . o c o m o y o . . . , u n p r o f e s o r d e h i s to -

r i a d e la r e v o l u c i ó n , p o r e j e m p l o .

B O L T O N . — (Ca yen do casi de espaldas.)  ¿ U s t e d ?

C É S A R . — (De spu és de una pausa.)  ¿ L o h e a f i r m a d o

a s í ?

BOLTON. —No. . . , pe ro . . .  (Reaccionando bruscamente, se

levanta.)

  C o m p r e n d o . ¡ P o r e s o e s p o r l o q u e n o h a q u e r i d o

u s t e d p u b l i c a r l a v e r d a d (C ÉS AR  lo mira sin contestar.)

E s o l o e x p l i c a t o d o , ¿ v e r d a d ? .

C É S A R . — (M ue ve afirmativamente la cabeza. Con voz

concentra da, con la vista fija en el espacio, sin ocupun e

de

  E L E N A ,

  que lo mira intensamente desde el Qomedor.)

S í . . . , l o e x p l i c a t o d o . E l h o m b r e o l v i d a d o , t r a i c i o n a d o , q u e

v e q u e l a r e v o l u c i ó n s e h a v u e l t o u n a m e n t i r a , « p u d o » d e -

c i d i r s e a e n s e ñ a r h i s t o r i a . . . , l a v e r d a d d e l a h i s t o r i a d e l a

r e v o l u c i ó n , ¿ n o ? ( E L E N A ,  estupefacta, sin gestos, avanza

unos pasos hacia los arcos.)

B O L TO N .— S í. ¡ E s . . . m a r a v i l l o s o P e r o u s t e d . . .

CÉSAR. — (Con su extraña sonrisa.)  ¿ E s t o n o l e p a r e c e

a u s t e d i n c r e í b l e , a b s u r d o ?

B OL TO N .— E s d e m a s i a d o f u e r t e , d e m a s i a d o . . . h e r o i c o ;

Page 82: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 82/267

p e r o c o r r e s p o n d e a s u c a r á c t e r . ¿ P u e d e u s t e d p r o b a r

q U e

p ; L (Pasando a la sala .)  L a c e n a e s t á l i s t a .  (Va a

la pZaJ^uLTday llama.)  ¡ J u l i a ¡ M i g u e l ¡ L a c e n a

(Se oye a   M I G U E L  tajar rápidamente la escalera^

B O L T O N  —

( A

  E L E N A . )  G r a c i a s , s e ñ o r a .

  (A

  C E S A R . )

  C

R U E

d e u s t e d ?

  ( C É S A R

  afirma con la cabeza. Entra

  M I G U E L . J U -

LIA  llega un segundo despues.)

dirige - —

;

pronto se vuelve a  C É S A R ,  que esta inmóvil.)  , E s m a . a v i

M Í I G U E L . — ( Mirándole extrañado.)  P a s e u s i e d .

B O L T O N . — M a r a v i l l o s o . ¡ O h , g r a c i a s

F I F N A  - E m p i e z a a s e r v i r, J u l i a , ¿ q u i e r e s ?  ( J U L I A  pasa

i r É S S f i i

n , Z . Z , p aso s „ .,:. .1 ,s< m„

í h n i w s i ¡ s i ' - ~

= :

C É S A R  —

( D e s a s i é n d o s e . )

  N e c e s i t o l a v a r m e .

E L E N A - ¿ P o r q u é lo h i c i s t e ? T ú s a b e s q u e n o e s t a b e n ,

q u e h a s  (Muy bajo.)  m en t id o . (CÉSAR se

mente de hombros y sale.

  E L E N A

  Permanece en e s uo

siguiéndolo con la vista. Se oyen sus pasos en la escalera.

Del comedor salen ahora voces.)

T íII t a S i é n t e s e u s t e d , s e ñ o r .

I t o L T O N . — G r a c i a s . D i g o , s o l o e n l a r e v o l u c i ó n m e x i c a n a

p u e d e n e n c o n t r a r s e e p i s o d i o s a s i , ¿ v e r d a d .

M

IGUEL

. — ¿ A q u é s e r e f i e r e u s t e d ?

B O L T O N . — H o m b r e s t a n s o r p r e n d e n t e s c o m o . . .

ELENA.— (Ca si a la vet que el anterior, reaccionando

bruscamente y dirigiéndose con energía al comedor.)   Mis

h i j o s n o s a b e n n a d a d e e s o , p r o f e s o r . S o n d e m a s i a d o j ó -

v e n e s .

B O L T O N . — (L ev an tán do se , absolutamente convencido ya.)

¡ O h , c l a r o e s t á , s e ñ o r a C o m p r e n d o . . . , p e r o e s m a r a v i l l o s o

d e t o d a s m a n e r a s .

T E L O N

Page 83: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 83/267

A C T O S E G U N D O

C u a t r o s e m a n a s m a s t a r d e , e n c a s a d e l p r o f e s o r CÉSA R R ^ . o ^ S o n

l a s c i n c o d e l a t a r d e . H a c e c a l o r , u n c a l o r s e c o , i r r i t a n t e . L a s p u e i t a s

V l a s v e n t a n a s e s t á n a b i e r t a s .

TIJL IA n a c e e s f u e r z o s p o r l e e r u n l i b r o , p e r o f r e c u e n t e m e n t e a b a n d o n a

a l e c t u r a T a r a a b a n t a r s e c o n é l . L l e v a u n t r a j e d e ca s aJ .

m e n t e l i g e r o , q u e s e ñ a l a c o n d e m a s i a d a p r e c i s i ó n s u s f o r m a s . D e j a

c a e r el l i b r o V ' - t i d i o y s e a s o m a a l a v e n t a n a d e r e c h a . D e

p r o n t o g r i t a :

J U L I A — ¿ C a r t a p a r a a q u í ?  (Después de un instante se

vuelve al frente con desaliento. Recoge el libro  y v u e v e

nuevamente la cabeza hacia la ventana. Mientras ella esta

así el desconocido —NAVARRO— se detiene en el marco de

la 'puerta derec ha. Es un hombre alto, enérgico de unos

cincuenta   v  dos años. Tiene el pelo blanco y tinjngotede

guías a lo káiser, muy negro, qu e casi parece tenido. Viste

al estilo d e la región, ropa muy ligera. Se detiene, se pone

las manos en la cintura y examina la pieza. Al ver la forma

de

  J U L I A

  destacada junto a la ventana, sonríe y se llev a

instintivamente la mano a la guía del bigote.  JULIA se  vuel-

ve, levantándose. Al ver al

  D E S C O N O C I D O

  s e  sobresalta.)

D E S C O N O C I D O . — B u e n a s t a r d e s . M e h a n d i c h o q u e v i v e

a q u í C é s a r R u b i o . ¿ E s v e r d a d , s e ñ o r i t a ?

J U L I A . — Y o s o y s u h i j a .

DESCONOCIDO.-IAh (Vuelve a retorcerse el bigote.)

C o n q u e v i v e a q u í . B u e n o , e s r a r o .

J U L I A . — ¿ P o r q u é d i c e u s t e d e s o ?

DESCONOCIDO.—¿Y d ó n d e es t á César Ru b io ?

JULIA.—No sé . . . , s a l ió . .

DESCONOCIDO.— (Con un gesto de contrariedad.,  R e g r e -

s a r é a v e r l o . T e n d r é q u e v e r l o p a r a c r e e r . . .

J U LI A .— S i q u i e r e u s t e d d e j a r S Ü n o m b r e , y o l e d i r é .

D E S C O N O C I D O  -(Después de una pausa.)  P r e f i e r o s o r -

p r e n d e r l o . S o y u n v i e j o a m i g o . A d i ó s , s e ñ o r i t a .  (Se atusa

el bigote, sonríe con insolencia y recorre ei cuerpo de  JU -

LIA  con los ojos. Ella se estremece un poco. El repite mien

tras la mira.)  S o y u n v i e j o a m i g o . . . , u n a n t i g u o a m i g o .

(Sonríe para sí.)  Y e s p e r o v o l v e r a v e r l a a u s t e d t a m b i é n ,

s e ñ o r i t a .

JULIA.—Ad ió s .

DESCONOCIDO.—(Sale contoneándose un poco y se vuelve

a verla desde la puerta.)  A d i ó s , s e ñ o r i t a .  (Sale.  J U L I A  se

encoge de hombros. Se oyen los pasos de

  E L E N A

  en la esca

lera.

  J U L I A

  reasume su posición de lectura.)

E L E N A . — ( E n t r a n d o . )  ¿ Q u i é n e r a ? ¿ E l c a r t e r o ?

J U L I A . — N o . . . U n h o m b r e q u e d i c e q u e e s u n a n t i g u o

a m i g o d e p a p á . L o d i j o d e u n m o d o r a r o . D i j o t a m b i é n

q u e v o l v e r í a . M e m i r ó d e u n a m a n e r a t a n d e s a g r a d a b l e . . .

E L E N A . — (Con intención.)  ¿ D i c e s q u e n o p a s ó e l c a r -

t e r o ?

J U L I A . — P a s ó . . . , p e r o n o d e j ó n a d a .

F I F N A . — ¿ E s p e r a b a s c a r t a ?

J I ' I . T A — N o .

E L E N A . — H a c e s m a l e n m e n t i r m e . S é q u e h a s e s c r i t o a

e s e m u c h a c h o o t r a v e z . ¿ P o r q u é l o h i c i s t e ? ( J U L I A  no res-

ponde.)  L a s m u j e r e s n o d e b e n h a c e r e s a s c o s a s ; n o h a c e s

s i n o b u s c a r t e u n a t o r t u r a m á s , e s p e r a n d o , e s p e r a n d o t o d o

e l t i e m p o .

J U L I A . — A l g o h e d e h a c e r a q u í . M a m á , n o m e d i g a s n a d a .

(Se estremece.)

E L E N A . — ¿ Q u é t i e n e s ?

J U L I A . — E s t o y p e n s a n d o e n e s e h o m b r e q u e v i n o a b u s -

c a r a p a p á . .

M

  c ó m o m e m i r ó .  (Transición brusca. Arro-

ja el libro.)

  ¿ V a m o s a e s t a r a s í t o d a la v i d a ? Y o y a n o

p u e d o m á s .

E L E N A . — (Moviendo la cabeza.)  N o e s e s t o l o q u e t e a t o r -

m e n t a , J u l i a , s i n o e f - r e c u e r d o d e M é x i c o . S i o l v i d a r a s a

e s e m u c h a c h o , t e r e s i g n a r í a s m e j o r a e s t a v i d a .

J U L I A . — T o d o p a r e c e i m p o s i b l e . ¿ Y m i p a d r e , q u é h a c e

I r s e p o r l a m a ñ a n a , v o l v e r p o r l a n o c h e , s i n r e s o l v e r n a d a

n u n c a , s i n h a c e r c a s o d e n o s o t r o s . H a c e s e m a n a s q u e n c

p u e d e h a b l á r s e l e s i n q u e s e i r r i t e . M e p r e g u n t o s i n o s h ?

q u e r i d o a l g u n a v e z .

E L E N A . — L e a p e n a q u e s u s a s u n t o s n o v a v a n m e j o r , m a s

Page 84: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 84/267

r á p i d a m e n t e . P e r o c u n o d e b e s a l i m e n t a r e s a s i d e a s , q u e

n o s o n l i m p i a ? J u l i a .

J U L I A . — M i g u e l t a m b i é n e s t á d e s e s p e r a d o , c o n r a z ó n .

E L EN A .— S o n u s t e d e s t a n i m p a c i e n t e s . . . ¿ D ó n d e e s t a

a h o r a t u h e r m a n o ?

J U L I A . — S e f u e a l p u e b l o , a b u s c a r t r a b a i o . D i c e q u e s e

i r á . H a c e b i e n .  Yo  d e b í a . . .

E L E N A — ¿ Q u é p u e d e h a c e r u n o c o n h i j o s c o m o u s t e d e s ,

t a n a p a s i o n a d o s , t a n i n c o m p r e n s i v o s ? T e i m p a c i e n t a e s -

p e r a r u n c a m b i o e n l a s u e r t e d e t u p a d r e , p e r o n o t e i m -

p a c i e n t a e s p e r a r q u e t e e s c r i b a u n h o m b r e q u e n o t e

q u i e r e .

J U L IA — M e h a c é s d a ñ o , m a m á .

E L E N A . — L a v e r d a d e s l a q u e t e h a c e d a ñ o , h i j a . ( J U L I A

s e  levanta y se dirige a la izquierda.)  H a y q u e p l a n c h a r

l a r o p a . ¿ Q u i e r e s t r a e r l a ? E s t á t e n d i d a e n e l s o l a r . ( J U L I A ,

sin responder, pasa al comedor y de allí_ a la cocina para

salir al solar.

  E L E N A

  la sigue co n la vista, moviendo la

cabeza, y pasa a la cocina. La escena queda desierta un

momento. Por la derecha entra

  C É S A R

  con el saco al bra-

zo, los zapatos polvosos. Tira el saco en una silla y se tien-

de en el sofá de tule, enjugándose la frente. Acostado, lía,

metódicam ente, como siempre, un cigarro de hoja. Lo en-

ciende. Fuma.  E L E N A  entra en el comedor, percibe el olor

del cigarro y pasa a la sala.)  ¿ P o r q u é n o m e a v i s a s t e

q u e h a b í a s l l e g a d o ?

C É S A R . — D a m e u n v a s o d e a g u a c o n m u c h o h i e l o . (FCLENA

pasa al comedor y vuelve un momento después con el agua.

C É S A R

  se incorpora y bebe lentamente.)

E L E N A . — ¿ A r r e g l a s t e a l g o ?

C É S A R . — (Te ndi énd ole el vaso vacío .)  ¿ N o c r e e s q u e t e

l o h a b r í a d i c h o s i a s í f u e r a ? P e r o n o p u e d e s d e j a r d e p r e -

g u n t a r l o , d e m o l e s t a r m e , d e . . .  (Calla bruscamente.)

E L E N A . — (D an do vueltas al vaso entre sus manos.)  J u l i a

t i e n e r a z ó n . . . H a c e y a s e m a n a s q u e p a r e c e q u e n o s o d i a s ,

C é s a r .

C É S A R . — H a c e s e m a n a s q u e p a r e c e q u e m e v i g i l a n t o -

d o s . . . , t ú , J u l i a , M i g u e l . E s p í a n m i s m e n o r e s g e s t o s , q u i e -

r e n l e e r e n m i c a r a n o s é q u é c o s a s .

E L E N A . — ¡ C é s a r

J U L I A

 .—(Entra en el comedor llevando un lío de ropa.)

A q u í e s t á l a r o p a , m a m á .

E L E N A . — (V a hacia el comedor para dejar el vaso.)  D é-

j a l a a q u í . O m e j o r , n o . H a y q u e r e c o s e r l a a n t e s d e p l a n -

c h a r l a . ¿ Q u i e r e s h a c e r l o e n t u c u a r t o ? ( J U L I A  pasa, sin con-

testar, a la sala, y cruza hacia la izquierda sin hablar a su

padre.)

CÉSAR.—(Viéndola.)  ¿ S i g u e m o l e s t á n d o t e m u c h o e l c a -

l o r , J u l i a ?

J U L I A . — (Sin volverse.)  M e n o s q u e o t r a s c o s a s . . . , m e n o s

q u e y o m i s m a , p a p á .  (Sale.)

C É S A R — ¿ V e s c ó m o r e s p o n d e ? ¿ Q u é le s h a s d i c h o t ú .

q u e c a d a v e z s i e n t o a m i s h i j o s m á s c o n t r a m í ?

E L E N A . — (Con lentitud y firmeza.)  T e e n g a ñ a s , C é s a r ;

n o t e a t r e v e s a v e r l a v e r d a d . C r e e s q u e s o m o s n o s o t r o s ,

q u e s o y y o , s o b r e t o d o , l a q u e t e i n c o m o d a y t e p e r s i g u e .

N o e s e s o . E r e s t ú m i s m o .

C É S A R . — ¿ Q u é q u i e r e s d e c i r ?

E L E N A . — L o s a b e s m u y b i e n .

C É S A R . — (Sentándose bruscamente.)  A c a b e m o s . . . , h a b l a

c l a r o .

E L EN A .— N o p o d r . a y o h a b l a r m á s c l a r o q u e t u c o n c i e n -

c i a , C é s a r . E s t á s a s í d e s d e q u e s e f u e B o l t o n . . . , d e s d e q u e

c e r r a s t e e l t r a t o c o n é l .

C É S A R . — (Levantándose furioso.)  ¿ V e s c ó m o m e e s p í a s ?

M e e s p i a s t e a q u e l l a n o c h e t a m b i é n .

E L E N A . — O í p o r c a s u a l i d a d , y - t e r e p r o c h é q u e m i n t i e r a s .

C É S A R . — Y o n o m e n t í . P u e s t o q u e o í s t e , d e b e s s a b e r l o .

Y o n o a f i r m é n a d a , y l e v e n d í s o l a m e n t e l o q u e é l q u e r í a

c o m p r a r .

E L E N A . — L a f o r m a e n q u e h a b l a s t e e r a m á s s e g u r a q u e

u n a a f i r m a c i ó n . N o s é c ó m o p u d i s t e h a c e r l o , C é s a r , n i

m e n o s c ó m o t e e x t r a ñ a e l q u e t e p e r s i g a e s a m e n t i r a .

C É S A R . — S u p o n q u e e r a l a v e r d a d .

ELENA.—No lo e ra .

C É S A R . — ¿ P o r q u é n o ? T ú m e c o n o c i s t e d e s p u é s d e e s e

t i e m p o .

E L E N A . — C é s a r , ¿ d i c e s e s t o p a r a l l e g a r a c r e e r l o ?

CÉSAR.—Te eq u iv o cas .

Page 85: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 85/267

E L E N A . — P u e d e s e n g a ñ a r t e a t i m i s m o , s i q u i e r e s . N o

3

  " ¿ L A R - T i e n e s r a z ó n . Y , s i n e m b a r g o , ¿ p o r q u é n o p o -

d r í a s e r a s P H a s t a e l m i s m o n o m b r e . . . , n a c i m o s e n e l

^ s m o p u e b l o a q u í ; t e n ía m o s m á s o m e n o s la m . s m a

e d a

E L E N A . - P e r o n o e l m i s m o d e s t i n o . E s o n o t e p e r t e -

n e C

C É S A R . - B o l t o n l o c r e y ó t o d o . . ., e r a p r e c i s a m e n t e l o

q U

E Í L T ^ e

e

s

r

q u e h i c i s t e m e n o s m a l p o r e s o ? N o

S s A R - ; P o r  q u é n o l o g r i t a s t e e n t o n c e s ?

  c

P o r q u é

n o

  m e t i e s e n

  m a s c a r a s

 t e

  f r e n t e a B o l t o n , f r e n t e a

  m . s

h i j

  E L E N A . - S in q u e r e r l o , y o c o m p l e t é t u m e n t i r a .

E L E N A

  T e n d r í a s ' q u e s e r m u j e r p a r a c o m p r e n d e r l o . .

• N o

  q u t e í o ^ g a n e ,

  c L r . . . . p e r o e s t o n o d e b e s e g u . r a d e -

l a n t e .

? L E ^ ~ u e t e q u e t r a ji s t e l a o tr a n o c h e . . . , e l

u n i f o r m e , e l s o m b r e r o t e j a n o .

E L E N A

  — ^

n t

° p e r o no* ^ o q u e t e e n g a ñ e s m á s . A c á

b a r S f p o r c í e e r t e u n h ér ' oe . Y q u i e r o p e d . r t e u n a c o s a .

;

  q u é v a s a h a c e r c o n e s e d i n e r o ?

P CC ID — N o t e n g o q u e d a r t e c u e n t a s .

E L E N A — P e r o

  s f n o t e l a s p i d o . . . N i s i q u i e r a c u a n d o e r a

s ^ t c s w r a s s s :

fessíffS

a l t U l o a M o n t e r r e y , a b u s c a r u n a c a s a , a v e r m u e b l e s ^

e r r r a t r ¿ = s s ¡ £

mentira?

C É SA R .— N o s e d e s c u b r i r á . B o l t o n m e d i o s u p a l a b r a .

N a d i e s a b r á n a d a .

E L E Í I A . — T ú , t o d o e l t i e m p o . ¿ P o r q u é n o n o s v a m o s

d e a q u í ? L o s m u c h a c h o s n e c e s i t a n u n c a m b i o . . . , u n v e r -

d a d e r o c a m b i o . V á m o n o s , C é s a r . . . S é q u e t i e n e s d i n e r o

s u f i c i e n t e . . . , n o m e i m p o r t a c u á n t o . A h o r a q u e l o t i e n e s . . . ,

e s e l g u a r d a r l o l o q u e t e p o n e a s í .

C É S A R . — ¿ T e n g o d e r e c h o a u s a r l o ? E s o e s l o q u e m e h a

t o r t u r a d o . ¿ D e r e c h o a u s a r l o e n m i s h i j o s s i n . . . ?

E L E N A . — T i e n e s e l d i n e r o . Y o n o p o d r í a v e r t e t i r a r l o ,

a h o r a q u e l o t i e n e s ; n o p o d r í a , m e d a n t a n t a i n q u i e t u d ,

t a n t a i n s e g u r i d a d m i s h i j o s .

C ÉS AR .— ¡ T i r a r l o L o h e p e n s a d o ; n o p u d e . Y . . . m e d a

v e r g ü e n z a c o n f e s á r t e l o . . . , p e r o h e l l e g a d o a p e n s a r e n i r m e

s o l o .

E L E N A . — L o s a b í a . C a d a n o c h e q u e t e r e t r a s a b a s p e n s a -

b a y o : a h o r a y a n o v o l v e r á .

C É S A R . — N o f u e p o r f a l t a d e c a r i ñ o . . . , - t e l o a s e g u r o .

E L E N A . — T a m b ié n l o s é . . . ; e r a n r e m o r d i m i e n t o s , C é s a r .

C É S A R . — ( T r a n s i c i ó n . )  ¿ R e m o r d i m i e n t o s , p o r q u é ? O t r o s

h o m b r e s h a n h e c h o o t r a s c o s a s , c o m e t i d o c r í m e n e s . . . , s o -

b r e t o d o e n M é x i c o . N o r o b é a n i n g ú n h o m b r e , n o h e

a r r u i n a d o a n a d i e .

E L E N A . — T ú s a b e s q u e s i s e d e s c u b r i e r a e s t o , p o r l o m e -

n o s B o l t o n , q u e e s j o v e n , p e r d e r í a s u p r e s t i g i o , s u c a r r e -

r a . . . , y n o s o t r o s , q u e n o t e n e m o s n a d a , la t r a n q u i l i d a d .

V á m o n o s , C é s a r .

C É S A R . — B o l t o n m i s m o , s i a l g o a v e r i g u a r a , t e n d r í a q u e

c a l l a r p a r a n o c o m p r o m e t e r s e . ¿ Y a d o n d e p o d r í a m o s i r ?

¿ A M é x i c o ?

E L E N A . — S i e n t o q u e t ú n o e s t a r í a s t r a n q u i l o a l l í .

C É S A R . — ¿ M o n t e r r e y ? ¿ S a l t i l l o ? ¿ T a m p i c o ?

E L E N A . — ¿ P o d r í a s v i v i r e n p a z e n l a R e p ú b l i c a , C é s a r ?

Y o t e n d r í a s i e m p r e m i e d o p o r t i .

C É S A R . — N o t e e n t i e n d o .

E L E N A . — T ú l o s a b e s . . . , s a b e s q u e t e n d r í a s s i e m p r e d e -

l a n t e e l f a n t a s m a d e . . .

C É S A R . — ( R e b e l á n d o s e . )   A c a b a r á s p o r h a c e r m e c r e e r q u e

s o y u n c r i m i n a l .  (Pausa.)  ¿ P o r q u é n o i r a l o s E s t a d o s

U n i d o s ? ¿ A C a l i f o r n i a ?

Page 86: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 86/267

E L E N A . — C r e o q u e s e r í a l o m e j o r , C é s a r .

CÉSAR.— M e c u e s t a s a l i r d e M é x i c o .

E L E N A . — N a d a t e d e t i e n e a q u í m á s q u e t u s i d e a s , t u s

S U e

C É s ; R

C

- ¡ M T s

n

s u e ° ñ o s S i e m p r e h e q u e r i d o l a r e a l i d a d :

e s l o q u e t ú n o p u e d e s e n t e n d e r . U n a r e a l i d a d . . .  (Se en-

coge de hombros.)

  M u c h o t i e m p o h e t e n i d o d e s e o s d e . r

a C a l i f o r n i a ; p e r o n o p o d r í a s e r p a r a t o d a l a v i d a .  (Reac-

ción vigorosa.)  H a s a c a b a d o p o r h a c e r m e s e n t i r m i e d o ,

n o n o s i r e m o s , n o c o r r o p e l i g r o a l g u n o .

E L E N A

  - ¿ H a s s e n t i d o m i e d o e n t o n c e s ? T a m b i é n s e n t i s t e

r e m o r d i m i e n t o s . ¿ N o t e d a s c u e n t a d e q u e e s a s c o s a s e s -

^ " c T s A R - Q u i e n t e o y e r a p e n s a r í a e n a l g o s ó r d i d o y h o -

r r i b l e e n u n c r i m e n . N o , n o h e c o m e t i d o n i n g ú n c r i m e n .

L o q u e t ú l l a m a s r e m o r d i m i e n t o n o e r a m á s q u e d e s o r i e n -

t a c i ó n . S i n o h e u s a d o e l d i n e r o e s p o r q u e n u n c a h a b í a

t e n i d o t a n t o j u n t o . . . , e n m i v i d a . . . ; h e p e r d i d o l a c a p a c i d a d

d e b a s t a r , c o m o o c u r r e c o n n u e s t r a c la s e ; o t r o s p i e r d e n

• l a c a p a c i d a d d e c o m e r , e n f u e r z a d e p r i v a c i o n e s .

E LE NA . S í . . . , e s o p a r e c e r a z o n a b l e . . . , p a r e c e c i e r t o ,

C é s a r .

C É S A R . — ¿ E n t o n c e s ? .

E l E N A

  — P a r e c e , p o r q u e l o g e n e r a l i z a s . P e r o n o e s c i e r t o ,

C é s a r . P u e d e s e r q u e n o h a y a s c o m e t i d o u n c r i m e n a l t o m a r

l a p e r s o n a l i d a d d e u n m u e r t o p a r a . . .

C É S A R . — ¡ B a s t a . .

E l

  LNA — P u e d e s e r q u e n o h a y a s c o m e t i d o s i q u i e r a u n a

f a l t a . ¿ P o r q u é s i e n t e s y o b r a s c o m o si h u b i e r a s c o m e t i d o

u n a f a l t a y u n c r i m e n ?

C É S A R . — ¡ N o e s v e r d a d

E I

 EN A

 — M e a c u s a s d e e s p i a r t e , d e o d i a r t e . . . ; h u y e s d e

n o s o t r o s d i a r i a m e n t e , y e n e l f o n d o e r e s t ú e l q u e t e e s p í a s ,

d e s p i e r t o a t o d a s h o r a s ; e r e s t ú e l q u e e m p i e z a s a o d i a r -

n o s e s c o m o c u a n d o a l g u i e n se v u e l v e l o c o , ¿ n o v e s ?

C É S A R . —

C

Y

  q u é q u i e r e s q u e h a g a e n t o n c e s ?  (Pausa.)

O . . . ¿ r e c l a m a s t u p a r t e ?

E LE NA - Y O  s o y d e e s a s g e n t e s q u e p i e r d e n l a c a p a c i d a d

d e c o m e r ; l a h e p e r d i d o a t u l a d o , e n n u e s t r a v i d a . N o m e

q u e j o . P e r o M i g u e l d i j o q u e s e q u e d a o a p o r q u e t ú l e h a b í a s

p r o m e t i d o n o h a c e r n a d a d e s h o n e s t o .

C É SA R .— ¿ Y l o h e h e c h o a c a s o ?

E L E N A . — T ú l o s a b e s m e j o r q u e y o ; p e r o t u s h i j o s s e

s e c a n d e n o h a c e r n a d a , C é s a r . S o m o s v i e j o s y a y n e c e s i -

t a m o s e l d i n e r o m e n o s q u e e l l o s . P u e d e s a y u d a r l e s a e s t a -

b l e c e r s e f u e r a d e a q u í . P o d r í a s d a r l e s t o d o , p a r a l i b r a r t e

d e e s a s id e a s . . . ¿ Q u é n o s i m p o r t a s e r p o b r e s u n o s c u a n t o s

a ñ o s m á s , a t i y a m í ?

C É S A R . — (Muy torturado.)  ¿ N o t e n e m o s  n o s o t r o s d e r e -

c h o a u n d e s q u i t e ?

E L E N A . — S i t ú q u i e r e s . P e r o n o l o s s a c r i f i q u e m o s a e l l o s .

Q u i z á n o q u i e r e s i r t e d e M é x i c o p o r q u e p e n s a s t e q u e l a

g e n t e p o d í a e n t e r a r s e d e q u e t e n e m o s d i n e r o . . . , p o r v a n i -

d a d . S i n o s v a m o s , C é s a r , s e r e m o s f e l i c e s . P o n d r e i ñ o s u n a

t i e n d a o u n r e s t o r á n m e x i c a n o , c u a l q u i e r c o s a . M i g u e l c r e e

e n t i t o d a v í a , a p e s a r d e t o d o .

C ÉSA R.— ¡ D é j a m e ¿ P o r q u é q u i e r e s o b l i g a r m e  a  d e c i -

d i r l o t o d o a h o r a ? D e s p u é s h a b r á t i e m p o . . . , h a b r á t i e m p o .

(Pausa.)

  M e c o n o c e s d e m a s i a d o b i e n .

E LE NA .— ¡ D e s p u é s P u e d e s e r t a r d e . i \ o m e g u a r d e s r e n -

c o r , C é s a r .  (Le toma la mano.)  H e m o s e s t a d o s i e m p r e

c o m o d e s n u d o s , c u b r i é n d o n o s m u t u a m e n t e . E n e l  f o n d o

e r e s r e c t o . . . ¿ P o r q u é t e a v e r g ü e n z a s d e s e r l o ? ¿ P o r  q u é

q u i e r e s s e r o t r a c o s a . . . a h o r a ?

C É S A R . — T o d o e l m u n d o a q u í v i v e d e a p a r i e n c i a s ,  d e

g e s t o s . Y o h e d i c h o q u e s o y e l o t r o C é s a r R u b i o . . . ¿ A q u i é n

p e r j u d i c a e s o ? M i r a a l o s q u e l l e v a n á g u i l a d e g e n e r a l s i n

h a b e r p e l e a d o e n u n a b a t a l l a ; a l o s q u e s e d i c e n a m i g o s

d e l p u e b l o y l o r o b a n ; a l o s d e m a g o g o s q u e a g i t a n a l o s

o b r e r o s y l o s l l a m a n c a m a r a d a s s i n h a b e r t r a b a j a d o en s u

v i d a c o n s u s m a n o s ; a l o s p r o f e s o r e s q u e n o s a b e n e n s e -

ñ a r ; a l o s e s t u d i a n t e s q u e n o e s t u d i a n . M i r a a N a v a r r o , e l

p r e c a n d i d a t o . . . Y o s é q u e n o e s m á s q u e u n b a n d i d o , y d e

e s o s í t e n g o p r u e b a s , y l o t i e n e s p o r u n h é r o e , u n g r a n

h o m b r e n a c i o n a l . Y e l l o s s í h a c e n d a ñ o y v iv e n d e s u

m e n t i r a . Y o s o y m e j o r q u e m u c h o s d e e l l o s . ¿ P o r q u é n o ?

E L E N A . — T ú l o s a b e s . . . , t a m b i é n e s o e s t á e n t i . T ú n o ,

p o r q u e n o , p o r q u e n o .

Page 87: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 87/267

« ^ . - ¡ E s t ú p i d a ¡ D é ja m e ^ ¡ D é j a m e ^ ^ ^ ^

, E L E N A . - E s t a s c e g ó . C e s a r

  I

  »

  e ( r a s

¿ W o y m .  p er io dic o ^ l a d e e n " " ,„

e

,ornado.  C É S A R  y  E L E N A

  caüan

  p e r o s u £

  e x ( r e m o

s i g u e n s o n a n d o e n í a a í m o s / e r a  C E S A R  p a s e a  ,

O J

fl

  oíro .  M I G U E L  se s.enm en

  el

  no

  c

on-

— ^ ' c o ^ r - r C E ^ t a 1 « « ^ m d s

' " S S S f l H e e s t a d o p e n s a n d o q u e t u s h ,

j O S

C

t r ° • D e

U y

m r N a d

e

a

t

N u n S '

1

e s h a i m p o r t a d o s a b e r .

n a

M t

d

G U E

m

L - P e r

0

  m e p r e g u n t o t a m b i é n s i m a m á s a b e m á s

p e r i ó d i c o s . ,

E S , o . A q u i h a -

b l a n d e t i . . n * m f »

C É S A R .

  (Yendo " a c a e i )

j c £ ¡

  ^

E s o ^ ^ p r e n d í .  ( C É S A R  y

E L E N

A

  c a m b i a n « n a  mirada rápida.)

E L E N A . - Í A  m e d i a v o z J ¡ C e s a

  ¡Ueando w

,

  p0

co

M I G U E L .

  (Leyendo con Untuua^ . ^

  VER-

ÍAS  palabras.)  « R e a p a r e c e u n g r a n h e r o e

d a d e s m á s e x t r a ñ a O Tv er B o l t o n d e " a b n i v e r s i -

M S S S - y - T i m e s » u n a s e r i e

J T a J Z d o  S

r a d

X ' T n a a s " ^ U *

J ^ S O T ^ S £ ¡ S l a m i s t e r i o s a d e s a p a -

1 6 6

r i c i ó n , e n m i l n o v e c i e n t o s c a t o r c e , d e l e x t r a o r d i n a r i o g e -

n e r a l C é s a r R u b i o , v e r d a d e r o p r e c u r s o r d e l a r e v o l u c i ó n ,

s e g ú n p a r e c e . B o l t o n d e s c r i b e l a v e r t i g i n o s a c a r r e r a d e

R u b i o , s u i n f l u e n c i a s t f b r e l o s d e s t i n o s d e M é x i c o y s u s

h o m b r e s , h a s t a c a e r e n u n a e m b o s c a d a t e n d i d a p o r u n

s u b o r d i n a d o s u y o , c o m p r a d o p o r s u s e n e m i g o s . E l a r t í c u l o

r e p r o d u c e d o c u m e n t o s a p a r e n t e m e n t e f id ed ig no s, f r u t o d e

u n a h o n e s t a i n v e s t i g a c i ó n . »

E L E N A .— H a b ía p r o m e t i d o , ¿ n o ?

C É S A R . — C a l l a .

M I G U E L . — (L os mira. Sonríe de un modo extraño y si-

gue leyendo.)  « E s t a s r e v e l a c i o n e s a g i t a r á n l o s c í r c u l o s p o -

l í t i c o s y s e g u r a m e n t e a l t e r a r á n l o s t e x t o s d e l a h i s t o r i a

m e x i c a n a c o n t e m p o r á n e a . P e r o e l g o l p e t e a t r a l e s t á e n e l

s e g u n d o a r t í c u l o , d o n d e B o l t o n r e f i e r e s u r e c i e n t e d e s c u -

b r i m i e n t o e n M é x i c o . S e g ú n é l, C é s a r R u b i o , d e s i l u s i o n a d o

a n t e e l t r i u n f o d e l o s d e m a g o g o s y l o s f a l s o s r e v o l u c i o -

n a r i o s , o s c u r o , o l v i d a d o , v i v e — c o n t r a t o d a c r e e n c i a — , d e -

d i c a d o e n h u m i l d e c á t e d r a u n i v e r s i t a r i a — g a n a c u a t r o p e s o s

d i a r i o s ( o c h e n t a c e n t a v o s d e d ó l a r ) — a e n s e n a r l a h i s t o r i a

d e la r e v o l u c i ó n p a r a r e s c a t a r l a a n t e l a s n u e v a s g e n e r a c i o -

n e s .  ( M I G U E L  levanta la vista hacia  C É S A R ,  que se vuelve a

otra parte. Se oyen los pasos de

  J U L I A

  en la escalera.)

  Al

e s t r e c h a r l a m a n o d e e s t e h é r o e — d i c e B o l t o n — p r o m e t í c a -

l l a r s u i d e n t i d a d a c t u a l . P e r o n o r e s i s t o a l a b e l l e z a d e l a

v e r d a d , a l d e s e o d e h a c e r j u s t i c i a a l h o m b r e c u y a c o n d u c t a

n o t i e n e p a r a l e l o e n l a h i s t o r i a . »

J U L I A . — M a m á .

M I G U E L . — (Vo lv ién d o se a e l la . )  E s c u c h a .  (Lee.)  « S i e n d o

d i g n o C é s a r R u b i o d e u n h o m e n a j e n a c i o n a l , p u e d e , a d e -

m á s , s e r a ú n ú t i l a s u p a í s , q u e n e c e s i t a c o m o n u n c a h o m -

b r e s d e s i n t e r e s a d o s . C i n c i n a t o s e r e t i r ó a l a b r a r l a t i e r r a ,

c o n v i r t i é n d o s e e n u n r i c o h a c e n d a d o . C é s a r e s c r i b i ó s u s

« C o m e n t a r i o s » ; p e r o n i e s t o s h é r o e s n i o t r o s p u e d e n e q u i -

p a r a r s e a C é s a r R u b i o , e l g r a n c a u d i l l o d e a y e r , e l h u m i l d e

p r o f e s o r d e h o y . L a v e r d a d e s s i e m p r e m á s e x t r a ñ a q u e l a

ficción.»  (Pausa.)

J U L I A . — ¿ Q u é q u i e r e d e c i r ? . . .

M I G U E L — H a y a l g o m á s .  (Lee.)  « E l p r o f e s o r B o l t o n d e -

c l a r ó a l o s c o r r e s p o n s a l e s e x t r a n j e r o s q u e e n c o n t r ó a C é -

Page 88: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 88/267

r ^ n o e — . . . ¿ E s t o s e r e f i e r e , . ,

M I C O T U — N o

t 0 d

° h a y m á s . P e r o d i l e a J u l i a q u e s e r e -

f i e re a t i , padre .

C É S A R . — A c a b a . r „ e r r a

  v E

J p a r t i d o R e v o -

M I G X J E L .

  « L a

  Secre tar ia

  d e G u e r r a Y ^ e l ^ ^

  p Q r

l uc io na r i o ¡ - e s t i g a n y a c on : F » ' A s er c ie rt o.

S T J Ü S * l a p o l í t i c a m e x i c a n a . .

^ E L E N A " ¿ Q u é v a s a h a c e r a h o r a , C é s a r ?

CÉSAR. —Tení a s

  razón.

  D e b e m o s t a t o s .

  y

  ^

M i o ^ - P e r o j o q ^ e r o - b e r

  ¿

E s c ^ ^

eS

  t T ^ l ^ ^ i o s ¿el periódico.)

  T ú , p a p a -

¡ P a r e c e t a n e x t r a ñ o

S ^ s : « » » » - —

a sab e r . , . , . . _

  corriendo a abrazar a

J U L I A . —

( T i r a n d o e l

  ^ T e m p o , p ap á? Y o

C ÉS AR .) ¿ Y t e h a s s a c n f i c a d o t o t o e s i t P ^ ^ ^

- T ^ ^ u Z T t e modo

  q

»e le >m

P

ide

ver su rostro demudado.)

E T ^ S S í f í S . a r S - s e f i o r g e n e r a ,

C é s a r R u b i o . ,

  7

M I G U E L — P a p á , ¿ n o m e l o d i r á s .

CÉSAR.—Y b i e n . . . •

r

,

T T

^

i a t

a m e n t e , C é s a r , y a q u e

E L E H A - D e b e m o s

  i r n o s

^ v t o M ^ e l , J ul ia , e mp a-

d o s . E l t r e n p a s a r á a l a s s i e t e p o r c

  F

1 6 8

C É S A R . —

( D e c i d i d o . )

  Sí , e s nece sa r i o . ( JULIA

  se dirige a

la izquierda.)

M I G U E L . — P e r o e s t o p a r e c e u n a f u g a . ¿ P o r q u é ? ¿ Y p o r

q u é e l s i l e n c i o ? N o e s m á s q u e u n a p a l a b r a . . . '

J U L I A . —

( V o l v i é n d o s e . )

  V e n , M i g u e l ; v a m o s .

CÉSAR. —

(Con esfuerzo.)

  S e t e e x p l i c a r á t o d o d e s p u é s .

A h o r a d e b e m o s e m p a c a r y m a r c h a r n o s . ( M I G U E L

  le dirige la

última mirada y cruza hacia la izquierda. Cuando se reúne

co n

  J U L I A

K

ce rca de la puerta, se oye un toquido por la dere-

cha.  C É S A R

  y

  E L E N A  se miran con desamparo.  C É S A R  dice

con la voz blanca.)

  ¿ Q u i é n ?

  (Cinco hombres penetran por

la derecha en el orden siguiente: primero,  E P I G M E N I O G U Z -

MÁN,

  presidente municipal de Allende; en seguida, el li-

cenciado  E S T R E L L A ,  delegado del Partido en la región y

gran orador; en seguida,  S A L I N A S , G A R Z A  y  T R E V I Ñ O ,  dipu-

tados locales. Instintivamente,  E L E N A  se prende al brazo

de   C É S A R ,

  y

  M I G U E L ,  al lado de su madre. Este cuadro de

familia de sconcierta un poco a los recién llegados.)

G U Z M Á N . —

(Limpiándose la garganta.)

  ¿ E s u s t e d e l q u e

d i c e s e r e l g e n e r a l C é s a r R u b i o ?

C É S A R . —

(D es pu és de una rápida mirada a su familia, se

adelanta.)

  E s e e s m i n o m b r e .

S A L I N A S . — ( Ad e l a n t a n d o u n p a so . )  P e r o ¿ e s u s t e d el g e -

n e r a l ?

G U Z M Á N . — P e r m í t a m e , c o m p a ñ e r o S a l i n a s . Y o v o y a t r a -

t a r e s t o .

E S T R E L L A . — P e r d ó n . C r e o q u e e l i n d i c a d o p a r a t r a t a r l o

s o y y o , s e ñ o r e s .

  (Blande un telegrama.)

  A d e m á s , t e n g o i n s -

t rucc i ones e spec i a l e s . (ESTRELLA

  es alto, delgado; tiene

esas facciones burdas con pretensión de raza. IJsa grandes

patillas y muchos anillos. Tiene la piel manchada por esas

confusas manifestaciones cutáneas que atestiguan a la vez

el exceso sexual y el exceso de abstención sexual. Los otros

son norteños típicos, delgados   S A L I N A S  y  T R E V I Ñ O ,  gordos

G A R Z A

  y

  G U Z M Á N .  Todos sanos, buenos bebedores de cer-

veza, campechanos, claros y decididos.)

TREVIÑO. —Oye , Ep i gmeni o . . .

G A R Z A . —

( S i mu l t á n ea men t e a l a n t er i o r . )

  M i r e , c o m p a ñ e -

r o E s t r e l l a . . .

Page 89: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 89/267

G U Z M Á N . — M e p a r e c e , s e ñ o r e s , q u e e s t o m e t o c a a m í ,

Y

  ^CÉSAR.— (Q u e ha estado m i r a o s , ^ ¡ ^ ( Z

s u a s u n t o , s e ñ o r e s h a g a n m e f J ^ ^ J ^

  e s p 0 5 a y

„„ ademán hacia el grupo ilencioso  m e -

m i s h i j o s .  (Los a estrechar la

intensamente a

C É S

G v l u . ^ . - N u e s t r o a s u n t o e s e n t e r a m e n t e p r i v ad o . S e r ía

p r e f e r i b l e q u e . . .  (Mira a la fanu^

  ¡a m an o a J u l i a e i n

,

^ T ^ ^ ^ r Z Z f m i r a n d o a su padre y a

los visitantes oXternaüvam ente.)

  E 1 a s u n t

o q u e n o s t r a e

f a m i l i a r e s d e l s e ñ o r d e l a s s e ñ o r a s

S A L I N A S . — N o

  n e c e s i t a m o s l a p r e s e n c i a

  U

p o r a h o r a . h o m b r e s , c o m p a ñ e r o .

l

R E

T Tánico inquieto en realidad por la tensa aten-

• » S S i s í t í s í i K

" ' G A R Z A . - L O

  m e j o r e s a d a r a r l a s c o s a s d e u n a v e z .

s r t ó O T ^ i ^

q u e represen

-

t a n a l a f a m i l ia p i c a n a d e b e n q u e d a r s e .

"

  m

  el otro

extremo, mirando al grupo.

  M I G U E L ,

  para ver la cara  de

su padre, que ha quedado de espaldas al público, se sitúa

recargado contra los arcos.

  C É SA R ,

  como un acusado, queda

de frente al grupo de políticos, en primer término derecha

Los diputados miran a

  GUZMÁN

  y a

  E ST R E L L A . )

S A L IN A S .— ¿ Q u é p a s ó ? ¿ Q u i é n h a b l a p o r f in ?

T R E V I Ñ O . — E s o .

E S T R E L L A . —

( A d e l a n t á n d o s e a

  G U Z M Á N . ) S e ñ o r e s

  (Se

limpia la garganta.)  E l s e ñ o r p r e s i d e n t e d e l a R e p ú b l i c a y

e l P a r t i d o R e v o l u c i o n a r i o d e l a N a c i ó n m e h a n d a d o i n s -

t r u c c i o n e s p a r a q u e i n v e s t i g u e l a s r e v e l a c i o n e s d e l p r o f e -

s o r B o l t o n y e s t a b l e z c a l a i d e n t i d a d d e s u i n f o r m e . ¿ Q u é

t i e n e u s t e d q u e d e c i r , s e ñ o r R u b i o ? D e b o p e d i r l e q u e n o

s e e q u i v o q u e s o b r e n u e s t r a s in t e n c i o n e s , q u e s o n c o r -

d i a l e s .

C É S A R . — (P aus ado , sintiendo como una quemadura la

mirada fija de  M I G UE L .) T o d o s u s t e d e s s o n m u y j ó v e n e s ,

s e ñ o r e s . . . ; p e r t e n e c e n a l a r e v o l u c i ó n d e h o y . N o  p u e d o

e s p e r a r , p o r l o t a n t o , q u e m e r e c o n o z c a n . H e d i c h o y a  q u e

s o y C é s a r R u b i o . ¿ E s t o d o lo q u e d e s e a n s a b e r ?

S A L I N A S . —

( A

  ES TR EL LA .) M i p a d r e c o n o c i ó a l g e n e r a l   C é -

s a r R u b i o . . . , p e r o m u r i ó .

T R E V I Ñ O .— T a m b i én m i t í o . . . s i r v i ó a s u s ó r d e n e s ; m e

h a b l a b a d e é l . M u r i ó .

G A R Z A . — S i n e m b a r g o , q u e d a n p o r a h í v i e j o s q u e p o -

d r í a n r e c o n o c e r l o .

E S T R E L L A . — E s t o n o n o s l l e v a a n i n g u n a p a r t e , c o m p a -

ñ e r o s .  (A  C ÉS AR .) M i c o m i s i ó n c o n s i s t e e n a v e r i g u a r s i  e s

u s t e d e l g e n e r a l C é s a r R u b i o , y s i t i e n e p a p e l e s c o n q u é

p r o b a r l o .

CÉCAR.— (Ale rta, consciente de la silenciosa observación

de   GUZMÁN.) S i h a n l e íd o u s t e d e s lo s p e r ió d ico s—Y m e f ig u -

r o  q u e s í — , s a b r a n q u e e n t r e g u é e s o s d o c u m e n t o s a l p r o -

f e s o r B o l t o n .

E S T R E L L A . — M i r e , m i g e n e r a l . . , , h u m . . . , s e ñ o r R u b i o , e s t e

a s u n t o t i e n e u n a g r a n i m p o r t a n c i a . E s n e c e s a r i o q u e  h a b l e

ú s t e d y a .

CÉSAR.—(Casi acorralado.)  N u n c a p e n s é e n r e s u c i t a r  e l

p a s a d o , s e ñ o r e s .

Page 90: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 90/267

M l G Ü E

, _

í r r r s

-

'""¿i ^ " ¿ T a n d o ^ n c e ? su abatimiento.,  ¿ P a r a

' ^ E S T R E L L A .  U sted S Í K . ' S

d e s t i n a da a t e n e r u n p e so sm ^ l a r so b re ^ ^ ^

Ut ic o s d e M éx ic o . To d o lo q u e e p u l o , e n n ^

  d e

  ,

a p a

.

S ' Í t ' d — t o . S ' r e ^ q u l n u e s t ra s in ten cion es

son cord ia les . Una Prueba.

  n e c e s

¡ .

C É S A R . — ( A l z a n d o  la  « ^ H ay c o a s q ^ ^ ^ ^

t a n de p ru e b a s se ño r « W * ^ ^

  m ¡ r e t i r o ?

panero Est re l la , queremos que se tdent i f ique .

E S

°

  CS t 0 d

°

1 0

  ( I * « C e n ^ e U b a s m a-

CÉSAR.-ES cun oso que ^

  d

P

i p u

t ados lo -

ter ia les sean precisamente  retrocede

cales...   (Mirada  « M I G U E L ) Y  mi l u j o

  m e d e j a

n tan

un paso, bajando la cabeza.)  ¿ P o r q u e n o m

m u e r t o

  c o mo e s t a b a ?

  r

_

m D r e n d o

  muy bien su acti

y b

S A u ? A S - . - ( L e v a n t á n d o s e ^ )  N o s o t r o s s í ^

ESTRELLA.—Permítame. Es el p u e b K «M 'ios PE ^

t as , q ue n o t ar d ar á n e n ' ^ ¿ ^ t a í d é l a Se cr et ar ía d e

bian una mirada.);  son los taita.».»

  n o s d a u s

t e d

Gu e r ra , q u e t a mp o c o t a rd a rá n .

  c

Po r^q u e ^

esa pequeña prueba a nosot ros y nos nen

^ " b " e t ^ c " : ne c es itara prue-

b a s . T i e n e s u i n s t i n t o y l e b a s t a . M e r e h u s o a i d e n t i f i c a r m e

a n t e u s t e d e s .

M I G U E L . — P e r o ¿ p o r q u é , p a p á ?

G A R ZA .— N o e s n e c e s a r i o q u e s e o f e n d a u s t e d , g e n e r a l .

V e n i m o s e n s o n d e p a z . S i p e d i m o s p r u e b a s e s p o r s u

p r o p i a c o n v e n i e n c i a .

S A L I N A S . — L o m á s p r á c t i c o e s t r a e r a l g u n o s v i e j o s d e l

p u e b l o . Y o v o y e n e l c a r r o .

T R E V I Ñ O . — P e d i m o s u n a p r u e b a c o m o a c t o d e c o n f i a n z a .

E S TR E LL A .— Y o e n c u e n t r o q u e e l g e n e r a l t i e n e r a z ó n .

(A   C É S AR .) Y a v e u s t e d q u e y o n o l e h e a p e a d o e l t í t u l o

q u e l e p e r t e n e c e .  (A los demás.)  P e r o s i é l s u p i e r a p a r a

q u é h e m o s v e n i d o a q u í , c o m p r e n d e r í a n u e s t r a i n s i s te n c i a .

C É S A R . — (M ira nd o al ternat ivamente a

  M I G U E L

  y  a

  E L E -

N A . ) ¿ C o n q u é o b j e t o h a n v e n i d o u s t e d e s , p u e s ?

E S T R E L L A . — A l l í e s t á l a c o s a , m i g e n e r a l . D é m o n o s u n a

p r u e b a d e m u t u a c o n f i a n z a .

C É S A R . — (Sint iéndose fortalecido. )  E m p i e c e n u s t e d e s ,

e n t o n c e s .

E S T R E L L A . — ( S o n r i e n d o . )  N o s o t r o s e s t a m o s e n m a y o r í a ,

m i g e n e r a l ; e n e s t a é p o c a , e l t r i u n f o e s d e l a s m a y o r í a s .

SALINAS. —La cos a e s m uy sen c i l l a . S i é l se n i ega a i de n-

t i f i c a r s e , ¿ a n o s o t r o s q u é ? S i g u e m u e r t o p a r a n o s o t r o s y a .

E S T R E L L A . — M i m i s i ó n y m i i n t e r é s s o n m á s a m p l i o s q u e

l o s d e u s t e d e s , c o m p a ñ e r o s .

T R E V I Ñ O . — A l l á u s t e d . . . y a l l á l a s a u t o r i d a d e s . N o s o t r o s

n o t e n e m o s t i e m p o q u e p e r d e r . V á m o n o s , m u c h a c h o s .   (Se

levantan.)

G A R Z A . — ( L e v a n t á n d o s e . )   E s p é r a t e , h o m b r e .

S A L I N A S . — ( L e v a n t á n d o s e . )  Y o s i e m p r e d i j e q u e e r a p u r a

i l u s i ó n t o d o .

E S T R E L L A . — ( L e v a n t á n d o s e . )  L a s a u t o r i d a d e s m i l i t a r e s ,

e n e f e c t o , m i g e n e r a l , p o d r á n p r e s i o n a r l o a u s t e d . ¿ P o r

q u é i n s i s t i r e n e s a a c t i t u d ? ¿ P o r q u é n o n o m b r a u s t e d a

a l g u i e n q u e l o c o n o z c a , q u e l o i d e n t i f i q u e ? E s e n i n t e r é s

d e u s t e d . . . y d e l a N a c i ó n . . . y d e s u E s t a d o .  (Se vuelve

hacia la familia.)  P e r o e s t a m o s p e r d i e n d o e l t i e m p o . C o n

t o d o r e s p e t o h a c i a s u a c t i t u d , m i g e n e r a l . . . , e s t o y s e g u r o

d e q u e u s t e d t i e n e r a z o n e s p o d e r o s a s p a r a o b r a r a s í . . . , l a

s e ñ o r a p o d r á , s i n d u d a . . . ( E L E N A   se levanta.)

Page 91: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 91/267

CÉSAR. — (Co n angustiosa energía.)  N o m e t a u s t e d a m i

m u j e r e n e s t a s c o s a s .

E L E N A . — D é ja m e , C é s a r . E s n e c e s a r i o . Y o a t e s t i g u a r e .

C É S A R . — M i e s p o s a n a d a s a b e d e e s t o .   (A  ELENA. ) Cá l l a t e .

G U Z M Á N . — (H ab lan do por primera vez desde que empezó

esto )  U n m o m e n t o .  (Todos se vuelven hacia él, que conti-

núa sentado.)  D i c e n q u e C é s a r R u b i o e r a u n g r a n f is on o-

m i s t a . . . , y o n o l o s o y ; p e r o r e c u e r d o s u s f a c c i o n e s . E r a y o

m u y j o v e n t o d a v í a y n o l o v i m á s q u e u n a v e z ; p e r o p a r a

m í e s él . L e h e e s t a d o o b s e r v a n d o t o d o e l t i e m p o .  (Sen-

sación )  T a l* v e z s e a c u e r d e d e m i p a d r e , q u e s i r v i ó a s u s

ó r d e n e s .   (Saca un grueso reloj de tipo ferrocarrilero cuya

tapa posterior alza; se levanta él mismo, y tiende el reloj

a

  C É SA R R U B I O . )

  G r a c i a s .

C É S A R . — (T om an do el reloj, pasa al centro de la escena,

mientras los demás lo rodean con curiosidad. Duda antes

de mirar el retrato, se decide, lo mira y sonríe. Alza la

cabeza y devuelve el reloj a

  G U Z M Á N .

  Se mete las manos

a los bolsillos y se sienta en el sofá, diciendo:)  G r a c i a s .

G U Z M Á N . — ¿ L o c o n o c e u s t e d ?

  (Se acerca.)

C É S A R . —

( L e n t a m e n t e . )

  E s I s i d r o G u z m á n ; l o m a t a r o n

l o s h u e r t i s t a s e l t r e c e , e n S a l t i l l o .

GUZM ÁN. — (A los otros.)  ¿ V e n c ó m o e s e l ?

E S T R E L L A . — ¿ E s u s t e d , e n t o n c e s , e l g e n e r a l C e s a r R u b i o . '

S A L I N A S . — E s o n o p r u e b a .

G U Z M Á N . — ¿ C ó m o i b a a c o n o c e r a m i v i e j o , e n t o n c e s . - '

T R EV I Ñ O .— N o , n o ; e s t o n o q u i e r e d e c i r n a d a .

E S T R E L L A . — U n m o m e n t o , s e ñ o r e s . M i g e n e r a l . . . , h u m . . . ,

s e ñ o r R u b i o : ¿ d ó n d e n a c i ó u s t e d ? E s p e r o q u e n o t e n g a

i n c o n v e n i e n t e e n d e c i r m e e s o .

C É S A R . — E n e s t a m i s m a p o b l a c i ó n , c u a n d o n o e r a m a s

q u e u n p r i n c i p i o d e a l d e a .

E S T R E L L A .— ¿ E n q u é c a l l e ?

C É S A R . — E n l a ú n i c a q u e t e n í a e l p u e b l o e n t o n c e s . . . , l a

c a l l e R e a l .

E S T R E L L A .— ¿ E n q u é a ñ o ?

C É S A R . — H a c e m e d i o s i g l o , p r e c i s a m e n t e , e n j u l i o p a s a d o .

ESTRELLA

 —(Saca ndo un telegrama del bolsillo y pa-

sando la vista sobre él.)  G r a c i a s , m i g e n e r a l . U s t e d e s d i r á n

l o q u e g u s t e n , c o m p a ñ e r o s ; a m í m e b a s t a c o n e s t o . L o s

d a t o s c o i n c i d e n .

G U Z M Á N . — Y a m í t a m b i é n . C o n o c i ó a l v i e j o .

C É S A R . — ( S o n r i e n d o . )   L e d e c í a n « l a G a l l a r e t a » .

GUZM ÁN. — (Con entusiasmo.)  E s v e r d a d .

C É S A R . — ( R e m a c h a n d o . )  E r a v a l i e n t e .

G U Z M Á N .

  (Más entusiasmado.)  ¡ Y a l o c r e o E s e e r a

e l v i e j o . . . , m u r i ó p e l e a n d o . V a l i e n t e d e l a e s c u e l a d e u s -

t e d , m i g e n e r a l .

C É S A R — ¿ D e c u á l d e l a s d o s ?   (Risas.)  N o . . . « l a G a l l a r e -

t a » m u r i ó p o r s a l v a r a C é s a r R u b i o . C u a n d o l o s f e d e r a l e s

d i s p a r a r o n s o b r e C é s a r , q u e i b a d e l a n t e a c a b a l l o , e l c o -

r o n e l G u z m á n h i z o r e p a r a r s u m o n t u r a y s e a t r a v e s ó . L o

m a t a r o n , p e r o s e s a l v ó C é s a r R u b i o .

T R E V I Ñ O . — ¿ P o r q u é h a b l a u s t e d d e s í m i s m o c o m o s i

s e t r a t a r a d e o t r o ?

C É S A R . — (Ca da vez más dueño de sí.)  P o r q u e q u i z á s a s í

e s . H a n p a s a d o m u c h o s a ñ o s . . . , l o s h o m b r e s s e t r a n s f o r -

m a n . L u e g o l a s c o s t u m b r e s d e l a c á t e d r a . . .   (Se levanta.)

A h o r a , ¿ e s t á n u s t e d e s s a t i s f e c h o s , s e ñ o r e s ?

SALINAS. —Pues . . . no de l t odo .

GARZA. —Al go nos f a l t a por ve r .

C É S A R . — ¿ Y q u é e s ?

S A L I N A S . —

(M iran do a los otros. )

  P u e s p a p e l e s , p r u e -

b a s , p u e s .

C É S A R . — (De spu és de una pausa. )  E s t o y s e g u r o d e q u e

a h o r a e l p r o f e s o r B o l t o n p u b l i c a r á l o s q u e l e e n t r e g u é ,

q u e e r a n t o d o s l o s q u e t e n í a . E n t o n c e s q u e d a r á s a t i s f e c h a

s u c u r i o s i d a d p o r e n t e r o . P e r o , h a s t a e n t o n c e s , s i g a n c o n -

s i d e r á n d o m e m u e r t o ; d é j e n m e a c a b a r m i s d í a s e n p a z. Q u e-

r í a a c a b a r e n m i p u e b l o , p e r o p u e d o i r m e a o t r a p a r t e ;

(Sensación y protestas entre los políticos. Aún

  SA L I N A S

  y

GARZA

  protestan. La familia toda se ha acercado a

  CÉSAR.

ESTRELLA

  acaba por hacerse oír, después de un momento

de agitar los brazos y abrir una gran boca sin conseguirlo.)

E S T R E L L A . — M i g e n e r a l , s i h e v e n i d o e n r e p r e s e n t a c i ó n

d e l P a r t i d o R e v o l u c i o n a r i o d e l a N a c i ó n y c o n u n a c o m i -

s i ó n c o n f i d e n c i a l d e l s e ñ o r P r e s i d e n t e , n o h a s i d o p o r u n a

m e r a c u r i o s i d a d , n i ú n i c a m e n t e p a r a m o l e s t a r a u s t e d p i -

d i é n d o l e s u s p a p e l e s d e i d e n t i f i c a c i ó n .

Page 92: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 92/267

GuzMÁto. Ni yo tampo co. Yo vine como pres iden te mu-

nicipal de Al lende a discut i r o t ras cuest iones que impor-

tan al Estado. Lo mismo los señores diputados.

GARZA.—Es  verdad.

CÉSAR.—(Mirando a  ELENA.)  ¿Qué desean ustedes, en-

tonces?

E L E N A . — (Ad e lan tán dos e hacia e l grupo .)  Y o s é l o q u e

desean..., t ina cosa política. Diles que no, César.

ESTRELLA.—El  admirable inst into femenino. Tiene us-

ted una esposa muy intel igente, mi general .

SALINAS. —Trev i ño .

TREVING. —¿Qué  hubo?  (SALINAS  tpma a  TREVIÑO  por el

brazo y 10 lleva hacia la puerta, donde hablan ostensible

mente en secreto  GUZMÁN  los' sigue co n ln vista moviendo

la cabeza.)

  v

GUZMÁN.—< Mientras mira hacia  SALINAS  y  TREVIÑO.)  La

señora le ha dado al clavo, en efecto;

S A L I N A S . —(En voz baja, que no, debe ser oída del pú-

blico, y muy lentamente, mientras habla   GUZMÁN.)  Vete vo-

lando al pueblo con mi car ro.

  (TREVIÑO

  mueve la cabeza

afirmativamente. Es indispensable que los actores pronun-

cien estas palabras inaudibles para el público. Decirlas

efectivamente sugerirá una acción planeada y evitará una

laguna en la progresión del acto, a la vez que ayudará a

los actores a mantenerse en carácter mientras están en

la escena.)

CÉSAR

 —Gracias. ;E s eso. entonces, lo que buscaban us-

tedes?

E S T R E L L A . — B u s c a m o s  algo más ,qüe lo meram ente po-

l í t ico inmediato , mi general . La reapar ición de usted es

p r o v i d e n . . .  (Se corrige y se detiene buscando la palabra.)

p r ó v i d a y r e v o l u c i o n a r i a . . .  (Entre tanto, al mismo tiempo:)

SABINAS.—.. .  y t ráete a Emeter io Rocha.

ESTRELLA.—.. .  y extraordinar iamente opor tuna. Este Es-

tado, como, sin duda, lo sabe usted, se prepara a llevar a

cabo la elección de un nuevo gobernador .

S A L I N A S . — (Entre tanto.)  El conoció a César Rubio . ¿En-

t iendes?

T R E V I Ñ O . — (Mis mo juego.)  Seguro . Ya veo lo que quieres .

176

CÉSAR.—(A  ESTRELLA.) Conozco esa ci rcunstancia. . . , pero

nada tiene que ver conmigo.

S A L I N A S . — (M ism o juego, dando una palmada a  TREVIÑO

en el hombro.)

  ¿De acuerdo? Nada más por las dudas

(TREVIÑO  afirma con la cabeza.)  Váyase, pues .  (TREVIÑO  sale

rápidame nte después de dirigir una mirada circular a la

escena.)

ESTRELLA.—Se   equivoca usted, mi general. Al reapare-

cer usted se convier te automát icamente en el candidatoideal para el Gobierno de su Estado natal .

E L E N A . — ¡ N o ,  César

J U L I A . — ¿ P o r  qué no, mamá? Papá lo merece.  (Lo mira

con pasión.)

CÉSAR. —¿Por   qué no, en efecto?  (SALINA*  se  reúne con

el grupo, sonriendo.)

  Voy a decírselo, señor. .., señor

ESTRELLA. —Rafae l  Estrella, mi general.

CÉ¿AR.—Voy   a decí rselo , señor /Est rel la .  (Involuntaria-

mente, en papel, viviendo ya el mito de   CÉSAR RUBIO.)  Me

aleje para siempre de la política. Prefiero continuar mi

vida tyimilde y oscura de hasta ahora.

ESTRELLA.—No

  tiene usted derecho, mi general, permí-

tame, a privar a la Patria de su valiosa colaboración

GUZMÁN.—El

  Estado está en peligro de caer en el con-

tinuismo..., usted puede salvarlo.

CÉSAR.—No.

  César Rubio sirvió para empezar la revo-

lución. Estoy viejo. Ahora toca a otros continuarla. ¿Habla

usted of icialmente, compañero Est rel la?

ESTRELLA. —Cumpl o ,

  al hacer a usted este of recimientocon la comisión que me fue confiada en México por eí

Partido Revolucionario de la Nación, y por el señor Pre-

sidente.

GUZMÁN.—Yo   conozco el sentir del pueblo aquí, mi ge-

neral . Todos sabemos que N avarro cont inuar ía el mangoneo

del gobernador actual , de acuerdo con él , y no queremos

eso. Navarro t iene malos antecedentes.

ESTRELLA. —Conocen  la historia de usted, y eso basta El

fai t ido como inst i tu to pol í t ico encargado de velar por la

inviolabilidad de los comicios, ve en la reaparición de us-

ted una opor tunidad para que sur ja en el Estado una

noble competencia pol í t ica por la gubernatura. S in  des-

Page 93: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 93/267

c o n o c e r l a s c u a l i d a d e s d e l p r e c a n d i d a t o g e n e r a l N a v a r r o ,

p r e f i e r o q u e e l p u e b l o e l i j a e n t r e d o s o m a s c a n d i d a t o s ,

p a r a m a y o r e s p l e n d o r d e l e j e r c i c i o d e m o c r á t i c o

P

  * , ™ Á N . - L a v e r d a d e s q u e t e n d r í a u s t e d t o d o s l o s

V O t

G A R ? A . — N o ^ u e d e u s t e d r e h u s a r , ¿ v e r d a d , c o m p a ñ e r o

^ S A U N A S . - ( S o n r i e n d o . )  U n h o m b r e c o m o C é s ar R u b i o ,

q u e t a n t o h i z o . . . , q u e h i z o m á s q u e n a d i e p o r l a r e v o l u -

^ ¿ ¡ ^ ^ E n e f e c t o ; p e r o p u e d e r e h u s a r p r e -

c i s a m e n t e p o r q u e y a h i z o . H a y q u e d e j a r s i t i o a l o s n u e -

v o s a l o s r e v o l u c i o n a r i o s d e h o y .

E L E N A . — T i e n e s r a z ó n , C é s a r . N o d e b e s p e n s a r e n e s t o

S Í q

j Í u A . - P e r o ¿ n o te d a s c u e n t a , m a m á ? ¡ P a p á , g o b e r-

n a d o r D e b e s a c e p t a r , p a p á . , .

G U Z M Á N . — G o b e r n a d o r . . . ¿ y q u i é n s a b e q u e m a s d e s -

p u é s T o d o e l N o r t e e s t a r í a c o n é l . (C ÉS AR

  da muestra de

pensar profundam ente en el dilema.)

E I . E N A .

  (Que comprende todo.)

  C e s a r , ó y e m e . N o d e-

j e s q u e t e d i g a n m á s . . . N o d e b e s .

I G U E L . — ¿ P o r q u é n o , m a m a ?   (Inflexible.)

E L E N A .— ¡ C é s ar . . .

  n

C É S A R . — (A  G UZ MA N.) ¿ P o r q u é h a d i c h o u s t e d e s o ? N u n -

c a h e p e n s a d o e n . . . C é s a r R u b i o n o h i z o l a r e v o l u c i ó n p a r a

e s e o b j e t o . _ , .

G U Z M Á N . — Y o s í h e p e n s a d o , m i g e n e r a l . L o p e n s e d e s -

de qu e v i l a no t i c i a . , , . . .

E S T R E L L A . - E 1  s e ñ o r P r e s i d e n t e d e l a R e p ú b l i c a m e d i j o

p o r t e l é f o n o . D í g a l e a C é s a r R u b i o q u e s i e m p r e l o he ad-

m i r a d o c o m o r e v o l u c i o n a r i o , q u e e n s u r e a p a r i c i ó n v e o

u n t r i u n f o p a r a la r e v o l u c i ó n ; q u e j u e g u e c o m o p r e c a n d i -

d a t o y q u e v e n g a a v e r m e . _ _ ,

C É S A R .

  (Reacciona un momento.)  N o . . . N o

  P U E D O

a c e p t a r . „ . ,

G U Z M Á N . — T i e n e u s t e d q u e h a c e r l o ,

1

  m i g e n e r a l

G A R Z A . — P o r e l E s t a d o , m i g e n e r a l .

ESTRELLA. —M i gene ra l , por l a r evo l uc i ón .

SALINAS. — (Con una sonrisa insistente.)  P o r l o q u e y o

s é d e C é s a r R u b i o , é l a c e p t a r í a .

C É S A R . — (Contestando directamente . )  E l s e ñ o r d i p u t a d o

t i e n e t o d a v í a s u s d u d a s s o b r e m i p e r s o n a l i d a d . L o q u e n o

s a b e e s q u e a C é s a r R u b i o n u n c a l o l l e v ó a l a r e v o l u c i ó n

l a s i m p l e a m b i c i ó n d e g o b e r n a r . E l p o d e r m a t a s i e m p r e

e l v a l o r p e r s o n a l d e l h o m b r e . O s e e s h o m b r e , o s e t i e n e

p o d e r . Y o s o y u n h o m b r e .

E S T R E L L A . — M u y b i e n , m i g e n e r a l , p e r o e n M é x i c o s o l o

g o b i e r n a n l o s h o m b r e s .

G U Z M Á N . — S i t ú t i e n e s d u d a s , S a l i n a s , n o e s t á s c o n n o s -

o t r o s .

S A L I N A S . — E s t o y , p e r o n o q u i e r o q u e n o s e q u i v o q u e m o s .

Y o s i e m p r e h e s i d o d e l p a r t i d o q u e g a n a , y u s t e d e s t a m -

b i é n , p a r a s e r f r a n c o s . E l g e n e r a l n o n o s h a d a d o p r u e b a s

h a s t a a h o r a . . . , y o n o d i s c u t o ; s u n o m b r e e s b u e n o ; p e r o

' n o q u i e r o q u e v a y a m o s a q u e d a r m a l . . . , p o r l a s d u d a s . . . ,

u s t e d e s m e e n t i e n d e n .

E S T R E L L A . — C o m p a ñ e r o S a l i n a s , d e b o d e c i r l e q u e s u a c -

t i t u d n o m e p a r e c e r e v o l u c i o n a r i a .

C ÉS A R.— Y o e n t i e n d o p e r f e c t a m e n t e a l s e ñ o r d i p u t a d o . . . ,

y t i e n e r a z ó n . V a l e m á s q u e n a d i e q u e d e m a l . . . , y q u e l o

d e j e m o s a l l í .

E L E N A . — (T o m an do l a m ano de  C É S A R  y oprimiéndo se-

la.)  G r a c i a s , C é s a r .  (El sonríe; pero sería difícil decir

por qué.)

GUZM ÁN. —¿Ves l o que ha s hecho? (SALINAS   no respon-

de.)  G e n e r a l , n o s e p r e o c u p e u s t e d . N o s o t r o s r e s p o n d e m o s

d e t o d o .

E S T R E L L A . — M i g e n e r a l , y o e s t i m o q u e u s t e d n o e s t á e n

l i b e r t a d d e t o m a r n i n g u n a d e c i s i ó n h a s t a q u e h a y a h a b l a -

d o c o n e l s e ñ o r P r e s i d e n t e .

C É S A R . — (D esa mp ar ad o, arrastrado al f in por la farsa. )

¿ D e b o h a c e r l o ? E s o s e r í a t a n t o c o m o a c e p t a r . . .

E L E N A . — E s c r í b e le , C é s a r ; d a l e l a s g r a c i a s , p e r o n o

v a y a s .

E S T R E L L A . — S e ñ o r a , l o s e s c r ú p u l o s d e l g e n e r a l l o h o n -

r a n ; p e r o l a r e v o l u c i ó n p a s a e n p r i m e r l u g a r .

G U Z M Á N » — G e n e r a l , e l E s t a d o s e e n c u e n t r a e n s i t u a c i ó n

d i f í c i l. T o d o s s a b e m o s l o q u e h a c e e l g o b e r n a d o r , c o n o c e -

Page 94: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 94/267

m o s s u s e n j u a g u e s y n o e s t a m o s d e a c u e r d o c o n e ll o s . N o

q u e r e m o s a N a v a r r o ; é l , u n h o m b r e s i n e s c r ú p u l o s , s i n

c r i t e r i o r e v o l u c i o n a r i o , e n e m i g o d e l p u e b l o .

C É S A R. — ¿ Y d e u s t e d e s ?

G UZM ÁN .— N o e s e s o s o l o . T o d o s l o s m u n i c i p i o s e s t a m o s

c o n t r a e l l o s ; e n l a ú l t i m a j u n t a d e p r e s i d e n t e s m u n i c i p a -

l e s a c o r d a m o s p e d i r l a d e p o s i c i ó n d e l g o b e r n a d o r , y o p o -

n e r n o s a q u e N a v a r r o g a n e .

S A LI N AS .— L o c i e r t o e s q u e e l g o b e r n a d o r , i g u a l q u e N a -

v a r r o , e x c l u y e n a l a s b u e n a s g e n t e s d e l a r e g i ó n .

G A RZ A.— S on d e m a s i a d o a m b i c i o s o s ; h a n d e v o r a d o j u n -

t o s e l p r e s u p u e s t o . D e b e n s u e l d o s a l o s e m p l e a d o s , a l o s

m a e s t r o s , a t o d o e l m u n d o ; p e r o s e h a n c o m p r a d o r a n -

c h o s y c a s a s .

C É S A R . — E n o t r a s p a l a b r a s , n i e l a c t u a l g o b e r n a d o : n i

e l g e n e r a l N a v a r r o l e s b r i n d a n a u s t e d e s n i n g u n a o c a s i ó n

« « d e . . . c o l a b o r a r .

G U Z M Á N . — ¿ P a r a q u é e n g a ñ a r n o s ? E s l a v e r d a d , m i g e -

n e r a l . E s u s t e d t a n i n t e l i g e n t e q u e n o p o d e m o s n e g a r . . .

E S T R E L L A . — E l s e ñ o r p r e s i d e n t e v e e n u s t e d a l e l e m e n t o

c a p a z d e a p a c i g u a r e l d e s c o n t e n t o , d e p a c i f i c a r l a r e g i ó n ,

d e a r m o n i z a r e l g o b i e r n o d e l E s t a d o .

G A R Z A .— P e ro l o s q u e s o m o s d e la m i s m a t i e r r a v e m o s

e n u s t e d t a m b i é n a l h o m b r e d e l u c h a , al h o m b r e h o n r a -

d o q u é r e p r e s e n t a e l e s p í r i t u d e l N o r t e . ¿ D ó n d e e s t á e l

m a l s i q u e r e m o s c o l a b o r a r c o n u s t e d ? U s t e d n o e s u n l a -

d r ó n n i u n a s e s i n o .

C É S A R . — N u n c a c r e y ó C é s a r R u b i o q u e l a r e v o l u c i ó n

d e b i e r a h a c e r s e p a r a e l N o r t e o p a r a e l S u r , s i n o p a r a t o d o

e l pa í s .

E S T R E L L A . — R a z ó n d e m á s , m i g e n e r a l . E s e c r i t e r i o c o -

l e c t i v o y u n i t a r i o e s e l m i s m o q u e a n i m a a l s e ñ o r P r e -

s i d e n t e h a c i a l a c o l e c t i v i d a d .

E L E N A . —

( C e r c a   de

  C É S A R . ) N O

  o i g a s n a d a m á s y a , C é -

s a r . D i l e s q u e s e v a y a n . . . , t e l o p i d o p o r . . .

CÉSAR. — (La hace a un lado. Pausa.)  S e ñ o r e s , l e s a g r a -

d e z c o m u c h o . . . , p e r o u s t e d e s m i s m o s , e n s u e n t u s i a s m o ,

q u e m e c o n m u e v e , h a n o l v i d a d o q u e e x i s t e u n i m p e d i -

m e n t o i n s u p e r a b l e . . .

E S T R E L L A . — ¿ Q u é q u i e r e u s t e d d e c i r , s e ñ o r ?

C É SÍ \R ,T -L Ó S p l e b i s c i t o s s e r á n d e n t r o d e c u a t r o s e m a n a s .

G u z A ü N í - T i ' o r e s o q u e r e m o s r e s o l v e r y a l a s c o s a s .

G A R Z A . — E n s e g u i d a .

S A L I N A S . — P o r l o m e n o s , a c l a r a r l a s .

E S T R E L L A . — L a s n o t i c i a s p u b l i c a d a s e n l o s p e r i ó d i c o s

s o b r e l a r e a p a r i c i ó n d e u s t e d s o n l a p r o p a g a n d a m á s e f e c -

t i v a, m i g e n e r a l . N o t e n d r á u s t e d q u e h a c e r m á s q u e p r e -

s e n t a r s e p a r a g a n a r l o s p l e b i s c i t o s .

C É S A R . — E l i m p e d i m e n t o d e q u e h a b l o e s d e c a r á c t e r

c o n s t i t u c i o n a l .

G U Z M Á N . — N o s é a q u é s e r e f i e r e u s t e d , m i g e n e r a l . N o s -

o t r o s p r o c e d e m o s s i e m p r e c o n a p e g o a l a C o n s t i t u c i ó n .

C É S A R . — (Son r i end o para s í. )  C o n a p e g o a e l l a , t o d o

c a n d i d a t o d e b e h a b e r r e s i d i d o c u a n d o m e n o s u n a ñ o e n

e l E s t a d o . Y o n o v o l v í a m i t i e r r a s i n o h a s t a h a c e c u a t r o

s e m a n a s .   (Esto lo dice con un tono definitivo, casi triun-

fal. Sin embar go, sería difícil precisar qué objeto es el

que persigue ahora.)

G U Z M Á N . — E s v e r d a d , p e r o . . .

S A L I N A S . — E s o y o l o s a b í a y a , p e r o e s p e r a b a a q u e e l g e -

n e r a l l o d i j e r a . S u a c t i t u d b o r r a t o d a s m i s d u d a s y m e

c o n v e n c e d e q u e e s o t r o e l c a n d i d a t o q u e d e b e m o s b u s c a r .

G A R Z A . — ( T í m i d a m e n t e . )  P e r o , h o m b r e , y o c r e o l q u e p u e -

d e h a b e r u n a s o l u c i ó n .

E S T R E L L A . — D e b o d e c i r q u e e l P a r t i d o c o n s i d e r a e s t e

c a s o p o l í t i c o c o m o u n c a s o d e e x c e p c i ó n . . . , d e e m e r g e n c i a

c a s i . L o q u e i n t e r e s a e s s a l v a r a e s t e E s t a d o d e c a e r e n

l a s g a r r a s d e l c o n t i n u i s m o y d e l o s r e a c c i o n a r i o s . L a C o n s -

t i t u c i ó n l o c a l p u e d e a d m i t i r l a e x c e p c i ó n y s e r e n m e n d a d a .

S A L I N A S . — O l v i d a u s t e d q u e e s o e s f u n c i ó n d e l o s l e -

g i s l a d o r e s , c o m p a ñ e r o .

E S T R E L L A . — N o s o l o n o l o o l v i d o , c o m p a ñ e r o , s i n o q u e

e l P a r t i d o h a p r e v i s t o t a m b i é n e s a c i r c u n s t a n c i a y c u e n t a

c o n l a - c o l a b o r a c i ó n d e u s t e d e s p a r a q u e l a C o n s t i t u c i ó n

l o c a l s e a r e f o r m a d a .

S A L I N A S . — E s t o e s t á p o r v e r .

G U Z M Á N . — H o m b r e , S a l i n a s . . .

ESTRELLA. —Creo que no e s e l l uga r n i l a oca s i ón de d i s -

c u t i r . . .

C É S A R . —

( P a u s a d a m e n t e . )

  E x i s t e n a n t e c e d e n t e s , ¿ o n o ?

Page 95: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 95/267

L a C o n s t i t u c i ó n F e d e r a l h a s i d o e n m e n d a d a p a r a s a n c i o -

n a r l a r e e l e c c i ó n y p a r a a m p l i a r l o s p e r í o d o s p o r r a z o n e s

p o l í t i c a s . E n l o q u e h a c e a l a s C o n s t i t u c i o n e s l o c a l e s , e l

c a s o e s m á s f r e c u e n t e .

S A L IN A S .— N o e n e s t e E s t a d o . U s t e d , q u e e s d e l N o r t e ,

d e b e d e s a b e r l o . .

C É S A R . — (Sin alterarse.)  C u a n d o , p o r e j e m p l o , u n c a n -

d i d a t o h a e s t a d o d e s e m p e ñ a n d o u n a l t o p u e s t o d e c o n -

f ia nz a e n e l G o b i e r n o f e d e r a l , n o h a n e c e s i t a d o r e s i d i r u n

a ñ o e n t e r o e n s u E s t a d o n a t a l c o n a n t e r i o r i d a d a l a s e l e c -

c i o n e s . L e h a n b a s t a d o u n a s c u a n t a s v i s i t a s . P e r o . . .

E S T R E L L A . — N a t u r a l m e n t e , m i g e n e r a l . L o s g o b i e r n o s n o

p u e d e n r e g i r s e p o r l e y e s d e c a r á c t e r g e n e r a l s i n e x c e p -

c i ó n . L o q u e e l P a r t i d o h a h e c h o a n t e s , l o h a r a a h o r a ^

C É S A R . — S o l o q u e n o e s t o y e n e s a s c o n d i c i o n e s . N o l ú e

u n a l t o e m p l e o d e c o n f i a n z a e n e l g o b i e r n o f e d e r a l l o q u e

m e a l e j ó d e m i E s t a d o , s i n o u n a h u m i l d e c á t e d r a d e h i s t o -

r i a d e l a R e v o l u c i ó n . ,

G U Z M Á N . — E s o a m í m e p a r e c e m á s m e r i t o r i o t o d a v í a .

E S T R E L L A . — M i g e n e r a l , d e j e u s t e d a l p a r t i d o e n c a r g a r s e

d e l e g a l i z a r l a s i t u a c i ó n . H a r e s u e l t o p r o b l e m a s m a s d i -

f í c i le s , d e m o d o q u e , s i q u i e r e u s t e d , s a l d r e m o s e s t a m i s -

m a n o c h e p a r a M é x i c o . . , . ,

C É S A R —(Dirigiéndose a  S A L I N A S . )  L a L e g i s l a t u r a l o c a l

s e o p o n e , ¿ v e r d a d ? _

G A R Z A . — P e r d o n e , m i g e n e r a l . E l c o m p a n e r o S a l i n a s n o

e s l a L e g i s l a t u r a . N i q u e f u e r a L u i s C a t o r c e .

C É S A R . — ( A

  S A L I N A S . )  C o n t e s t e u s t e d .

S A L I N A S . — C u a n d o l o s v e o a t o d o s t a n e n t u s i a s m a d o s y

t a n l l e n o s d e c o n f i a n z a , n o s é q u é d e c i r . M e o p o n d r é e n

l a C á m a r a s i l o c r e o n e c e s a r i o .

E S T R E L L A . — C o m p a ñ e r o S a l i n a s , ¿ n o e s t á u s t e d e n c o n -

d i c i o n e s m u y s e m e j a n t e s a l a s d e l g e n e r a l ? I n v o l u n t a r i a -

m e n t e , p o r s u p u e s t o ; p e r o r e c u e r d o s u e l e c c i ó n . . . , l a a r r e -

g l ó u s t e d e n M é x i c o .

S A L I N A S . — ( V i v a m e n t e . )  N o e s l o m i s m o . E s t a b a y o e n

u n a c o m i s i ó n o f i c i a l .

E S T RE L L A. — P ue s p r e c i s a m e n t e e s o e s l o q u e o c u r r e a h o -

r a c o n n u e s t r o g e n e r a l . H a s i d o l l a m a d o p o r e l s e ñ o r P r e -

s i d e n t e , l o c u a l l e c o n f i e r e u n c a r á c t e r d e c o m i s i o n a d o .

S A L I N A S . — B u e n o , p u e s , e n t o d o c a s o m e r e g i r é p o r l a

o p i n i ó n d e l a m a y o r í a .

E S TR E LL A .— E s u s t e d u n b u e n r e v o l u c i o n a r i o , c o m p a ñ e -

r o . L a s m a y o r í a s a p r e c i a r á n s u a c t i t u d .   (Le tiende la mano

con la más artificial sencillez.)

E L E N A . — ( A n g u s t i a d a . )  H e o d i a d o s i e m p r e l a p o l í t i c a ,

C é s a r . N o m e o b l i g u e s a . . . , a s e p a r a r m e d e t i .

C É S A R . — S e ñ o r e s , m i s i t u a c i ó n , c o m o u s t e d e s v e n , e s

m u y d i f í c i l . N i m i e s p o s a n i y o q u e r e m o s . . .

E S T R E L L A . — S e ñ o r g e n e r a l , e l c o n f l i c t o e n t r e l a v i d a p ú -

b l i c a y l a v i d a p r i v a d a d e u n h o m b r e e s e t e r n o . P e r o u n

h o m b r e c o m o u s t e d n o p u e d e t e n e r v i d a p r i v a d a . E s t e e s

e l p r e c i o d e s u g r a n d e z a , d e s u h e r o í s m o . . .

C É S A R . — ¿ C r e e s q u e e s t o y d e m a s i a d o v i e j o p a r a g o b e r -

n a r , E l e n a ? C o n o c e s m i s i d e a s , m i s s u e ñ o s . . . , s a b e s q u e

p o d r í a h a c e r a l g o p o r m i E s t a d o , p o r m i p a í s . . . , t a n t o

c o m o c u a l q u i e r o t r o m e x i c a n o . . .

G UZ MÁ N.— ¡ O h , m u c h o m á s , m i g e n e r a l

C É S A R . — Q u i z á s , e n e l f o n d o , h e d e s e a d o e s t a o p o r t u n i -

d a d s i e m p r e . S i m e l a o f r e c e n e l l o s l i b r e m e n t e , ¿ p o r q u é

n o v o y a a c e p t a r ? S o y u n h o m b r e h o n r a d o . P u e d o s e r

ú t i l . H e s o ñ a d o t a n t o t i e m p o c o n s e r l o . S i e l l o s c r e e n . . .

ESTRELLA. —M i gene ra l , l a u t i l i dad de us t ed en l a Re -

v o l u c i ó n , s u o b r a , e s d e s c o n o c i d a d e t o d o s . N a d i e d u d a

d e s u c a p a c i d a d p a r a g o b e r n a r , ¿ v e r d a d , s e ñ o r e s ?

G U Z M Á N . — P o r s u p u e s t o . N a d i e d u d a d e q u e s a l v a r á a l

E s t a d o .

G A R Z A . — E s t a m o s s e g u r o s . C o n t a m o s c o n u s t e d p a r a

e s o .

E S T R E L L A . — E l P a r t i d o p r o v e e r á a u s t e d , q u e h a e s t a d o

u n t a n t o a l e j a d o d e l m e d i o , c u e n t e e n s u g o b i e r n o c o n

l o s c o l a b o r a d o r e s a d e c u a d o s . ¿ N o e s a s í , c o m p a ñ e r o S a -

l i n a s ?

S A L I N A S . — C l a r o e s t á , c o m p a ñ e r o E s t r e l l a .

C É S A R . — C o m p r e n d e l o q u e q u i e r o , E l e n a . ¿ P o r q u é n o ?

P e r o n a d a h a r í a y o s i n t i .

E S T R E L L A . — E l s e ñ o r P r e s i d e n t e , q u e e s u n g r a n h o m -

b r e d e f a m i l i a , a p r e c i a r á e s t a n o b l e a c t i t u d d e u s t e d . P e r o

u s t e d , s e ñ o r a , d e b e r e c o r d a r l a g l o r i o s a t r a d i c i ó n d e h e -

r o í s m o y d e s a c r i fi c i o d e la m u j e r m e x i c a n a ; i n s p i r a r s e

Page 96: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 96/267

e n l o s n o b l e s h e r o í s m o s d e l a I n d e p e n d e n c i a y e n e s e t i p o

m á s n o b l e a ú n s i c a b e , s í m b o l o d e l a f e m i n e i d a d m e x i -

c a n a , q u e e s l a s o l d a d e r a .

E L E N A . — (Co n un ademán casi brusco.)  L e r u e g o q u e

n o m e m e z c l e u s t e d a s u s m a n i o b r a s .

M I G U E L . — ( A p r e m i a n t e . )  H a y a l g o q u e n o d i c e s , m a m a .

¿ P o r q u é ? ¿ Q u é c o s a e s ? . ,

J U L I A — M a m á , y o c o m p r e n d o m u y b i e n . . . , t i e n e s m i e d o .

P e r o p u e d e s a y u d a r a p a p á . . . , t a l v e z y o t a m b i é n p u e d a .

D e b e m o s h a c e r l o .

M I G U E L . — ¿ Q u é c o s a e s , m a m á ?

J U L I A . — D é j a l a ; n o l a t o r t u r e s a h o r a c o n e s a s p r e g u n t a s .

M a m á . . .

E L E N A — I  C é s a r

C É S A R

 —(Mirándola de frente y hablando pausadamen-

te.)  D i l o q u e t e n g a s q u e d e c i r . P u e d e s h a c e r l o .

E L E N A . — T e n g o m i e d o p o r t i , C é s a r .

E S T R E L L A . — S e ñ o r a , d e l a v i d a d e m i g e n e r a l c u i d a r e -

m o s t o d o s , p e r o m á s q u e n a d i e s u g l o r i o s o d e s t i n o .

E L E N A . — ¡ C é s a r .

C É S A R —(Impa ciente, pero frío, definitivo.)  Di l o ya ,

¡di lo (ELENA

  se yergue apretando las manos. En el mo-

mento en que quizá va a gritar la verdad, aparecen en la

puerta derecha

  T R E V I Ñ O Y E M E T E R I O R O C H A . R O C H A

  es un

viejo robusto y sano, de unos sesenta y cinco años. Todos

se vuelven hacia ellos.)

TREVIÑO. —¿Cuá l e s? •

S A L I N A S . — T Ú

  l o c o n o c e s , ¿ v e r d a d , v i e j o ?

R O C H A . — (De teni énd ose y mirando en torno. )  ¿ C u á l d i -

c e s ? ¿ E s t e ?

  (Da un paso hacia

  C É S A R . )

C É S A R . — (A de lan tán do se , después de un ademán de ju-

gar todo a una carta.)  ¿ Y a n o m e c o n o c e s , E m e t e r i o R o -

c h a ?

R O C H A . — (Mirándolo lentamente . )  H a c e t a n t o s a n o s

q u e . . .

GUZM ÁN. —El gene ra l l o conoce .

S A L I N A S . — P e r o n o s e t r a t a d e e s o .

R O C H A . — C r e o q u e n o h a s c a m b i a d o n a d a . S o l o t e h a

c r e c i d o e l b i g o t e . E r e s e l m i s m o .

S A L I N A S . — ¿ C ó m o s e l l a m a e s t e h o m b r e , v i e j o ?

C É S A R . — A n d a , E m e t e r i o ,  d i l o .

R O C H A

 —(Esforzándose  po r  recordar.)  P u e s , h o m b r e

e s c u r i o s o . P e r o  e r e s e i m i s m o . . . ,  p u e s s í . . . . e l m i * m o C é -

s a r R u b i o .

C É S A R . — ¿ E s t á s s e g u r o d e r e c o n o c e r m e ?

R O C H A —(Simplem ente, tendiéndole la mano.)  ¿ P u e s n o

d e c í a n q u e t e h a b í a n m a t a d o . C é s a r ? ( C É S A R

  le estrecha

la mano, sonriendo.)

T R E V I Ñ O . — A l l í v i e n e u n a m u l t i t u d .  (Empiezan a oírse

voces cuya proximidad se  acentúa  gradualmente )

G U Z M Á N . — E s c l a r o . T o d o e l p u e b l o s e h a e n t e r a d o v a

A h o r a s i , S a l i n a s , s e a c a b a r o n l a s d u d a s .

M I G U E L . — ( M i r a n d o a  C É S A R . ) ¿ S e a c a b a r o n ?

S A L I N A S . — A h o r a s í . P e r d ó n e m e , m i g e n e r a l . ( C É S A R   le

da la mano en silencio. Las  voces  se precisan. Dicen:

  ¡Cé-

s a r R u b i o ¡ Q u e r e m o s a C é s a r R u b i o )

ESTRELLA. —M i gene ra l ,  d i g a  u s t e d l a p a l a b r a , d i g a u s -

t e d q u e a c e p t a .

ELENA. —Césa r . . .

CÉSAR. — (Co n simple dignidad.)  S i u s t e d e s c r e e n q u e

p u e d o s e r v i r d e a l g o , a c e p t o .  A c e p t o  a g r a d e c i d o . ( J U L I A  lo

besa.  E L E N A  lo mira  con angustia y le  oprime la mano  M I -

G U E L

  retrocede un paso.)

GUZM ÁN. — (Corr e a la puerta derecha, grita hacia afue-

ra.)  ¡ V i v a C e s a r R u b i o , m u c h a c h o s (Vocerío dentro:  ¡Vi-

v a . ¡ V i v a , J i j o s Las mujeres corren a la ventola- miran

hacia afuera.)

J U L I A . — M i r a , p a p á , ¡ m i r a (CÉSAR  s e  acerca.)  E s e h o m -

b r e d e l b i g o t e n e g r o e s e l q u e v i n o  a  b u s c a r t e a n t e s

E S T R E L L A —

(Mi rando t am bién.)

  / L o c o n o c e u s t e d , m i

g e n e r a l .

r al " a í a r T o ^

6 5 7 7

"

6 5

  ^ " " "

  p a u s a

-

) E s e l 1 , a m

a d o g e n e -

R O C H A . — S i r v i ó a t u s ó r d e n e s e n u n t i e m p o . C r e o q u e

f u e t u a y u d a n t e , ¿ n o ? P e r o e l  q u e  n a c e p a r a l a d r ó n

( C É S A R

  no contesta. Voces den tro:  ¡ C é s a r R u b i o ¡ C é s a r

R u b i o ¡ C é s a r R u b i o )

G U Z M Á N . —

( E n t r a n d o . )

  M i  g e n e r a l , a q u í f u e r a , p o r f a -

v o r . Q u i e r e n v e r l o .

E S T R E L L A .

  (Asomándose y frotándose las manos.)  All í

Page 97: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 97/267

v i e n e n l o s p e r i o d i s t a s t a m b i é n .

  ( C É S A R

  se

m o c o n ,

 

, a j P a r e c e

c o m o q u e t ú n o l o c r e e s , ¿ v e r d a d .

S S K T ? * ™ > - " '

V i v a c é s a r R ub i

°

 

N U

C É S A R

h

Í 7 c o n

  r

M I G U E L

  v a h a c i a

  E L E N A Y

  ¡ a í o m a p o r

é t

l a t a m i U a

-

vas.) .  ,

  V e n E l e

n a ; v e n , J u l i a , ¡ M i g u e l

C É S A R . —

( A s o m a n d o .

)

  V e n ,

  B I E N

  , ^

  b r í I Z O

,

  / A O P N -

( E L E N A

  s e a c e r c a , é le rodea su tute

  os vtvas

me )  ¡ T o d o c o n t i g o (Saler,

  J U L I A

  los sig ^ ^

Jntro.

  M T G U E L

  f ^ ^ X a i a pensativo al primer ter-

tóST ÍSS T a l a b a desde all. El ruido es

• L  c ^ ^ r s t s s ; ¿ r s s s

hetes o balazos, y cae el

T E L O N

A C T O T E R C E R O

C u a t r o s e m a n a s d e s p u é s , c e r c a d e l a s o n c e d e l a m a ñ a n a , e n l a c a s a

d e l p r o f e s o r CÉ SA R R U B IO . L a s a l a t i e n e a h o r a e l a s p e c t o d e u n a

o f i c i n a p r o v i s i o n a l . H a y u n e s c r i t o r i o ; u n a m e s a p a r a m á q u i n a d e

e s c r i b i r , c o n s u m á q u i n a ; p a p e l e s y l i b r o s a m o n t o n a d o s . H a y u n r o l l o

d e c a r t e l e s e n el s u e l o , j u n t o a l o s a r c o s d e ) c o m e d o r . U n o d e e l l o s ,

d e s p l e g a d o , m u e s t r a l a i m a g e n d e CÉ SA R R U BI O c o n l a l e y e n d a « E l

C a n d i d a t o d e l P u e b l o . » E n e s t a i m p r o v i s a c i ó n y e n e s t e d e s o r d e n s e

a d v i e r t e c i e r t a o s t e n t a c i ó n d e p o b r e z a , u n a i n s i s t e n c i a d e CÉS AR RU B IO

e n p r e s u m i r d e m o d e s t i a .

I n s t a l a d o a n t e e l e s c r i t o r i o , E ST RE LL A d e s p a c h a l a c o r r e s p o n d e n c i a .

G U ZM Á N, s e n t a d o e n u n s i l l ó n d e t u l e , f u m a u n c i g a r r o d e h o j a .

S AL IN AS f u m a t a m b i é n , r e c a r g a d o c o n t r a l a p u e r t a d e r e c h a .

E S T R E L L A . — U n t e l e g r a m a d e l s e ñ o r P r e s i d e n t e , s e ñ o r e s .

(Los otros vuelven la cabeza hacia él. Lee:)  « D e s e o q u e

e n l o s p l e b i s c i t o s d e h o y , e l p u e b l o p r e m i e e n u s t e d a l

h é r o e d e l a R e v o l u c i ó n . P u n t o . S i n o f u e r a a s í , s u c o l a -

b o r a c i ó n m e s e r á s i e m p r e i n e s t i m a b l e . P u n t o . R u é g o l e i n -

f o r m a r m e i n m e d i a t a m e n t e r e s u l t a d o p l e b i s c i t o . P u n t o .

A f e c t u o s a m e n t e . »  (Deja el telegrama; actúa.)  E s t e e s u n

d o c u m e n t o h i s t ó r i c o , ú n i c o .

G U Z M Á N . — G a n a r í a m o s d e t o d o s m o d o s , a u n q u e e l P r e -

s i d e n t e n o q u i s i e r a . N o s e h a v i s t o u n m o v i m i e n t o s e m e -

j a n t e é n e l p u e b l o d e s d e M a d e r o . E l g e n e r a l s e h a e c h a d o

a l a b o l s a a t o d o e l m u n d o .

E ST RE LL A .— E s u n h o m b r e e x t r a o r d i n a r i o . S a b e e s c u -

c h a r , c a l l a r , d e c i r l o e s t r i c t a m e n t e p r e c i s o , y o b r a r c o n

u n a e n e r g í a y u n a l i m p i e z a c o m o y o n o h a b í a v i s t o n u n -

c a . P e r o e s p r e f e r i b l e c o n t a r c o n e l a p o y o d e l C e n t r o .

¿ N o e s v e r d a d , c o m p a ñ e r o S a l i n a s ? ( S A L I N A S   mueve la ca-

beza afirmativamente.)  A l s e ñ o r P r e s i d e n t e l o c o n q u i s t ó

a l a s c u a t r o p a l a b r a s . Y a q u í , y a v e n .

S A L I N A S . — N u n c a e n m i v i d a p o l í t i c a v i u n e n t u s i a s m o

Page 98: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 98/267

s e m e j a n t e . L o s p l e b i s c i t o s e s t á n p r á c t i c a m e n t e g a n a d o s ;

l l a m a n d o n d e q u i e r a d i p u t a d o .

p o r l a s d u d a s .

FSTRELLA

  — ¿ Q u é q u i e r e u s t e d d e c i r

S A L I N A S . — (A ba nd ona su posición y entra, cruzando to-

c i a  ¿ p r i m e r  término centro.,  Q u i e r o d e e i r q u e c o r r e n r e -

m o r e s '

m u y f eo s.

  E n t o d o c a s o , N a v a r r o n o e s h o m b r e p a r a

q u e d a r s e a s í n o m á s . H a , q u e t e n e r m u c h o c u x d a d o , y . s e n a

b u e n o q u e e l g e n e r a l s e a r m a r a , p o r l a s d u d a s .

GUZMAN   — ¿ N o t e d i g o ? P r i m e r o l o c o n v e n c e r . a s d e r e -

n u n c i a r q u e d e p o r t a r p i s t o l a , h o m b r e . N o e s c o m o n o s -

o t r o s A d e m á s , y o t e n g o e s t a b l e c i d a u n a v . g . l a n c . a m u y

c o n v e n c i d o y a d e q u e e l g e n e , 1

e s u n g r a n h o m b r e - e l m á s g r a n d e d e t o d o s - y d e b e ll e v a r

n o s a d o n d e n e c e s i t a m o s i r . E s p r e c i s o q u e n o p a s e n a d a .

E p i g m e n i o .

GUZMÁN  — ¡ Q u é v a a p a s a r , h o m b r e ;

Levantándose.)  E l c o m p a ñ e r o S a l i n a s t ie -

n e l o q u e l l a m a n l o s f r a n c e s e s u n a « i d e e f ix e» .

Q u i e r e d e c i r l a i d e a f ij a. M e g u s t a r í a q u e s e e x p i a r a .

L o s p l e b i s c i t o s d e b e n e m p e z a r a l a s o n c e y m e d i a  (Ojea-

da al reloj.)  T e n e m o s e l t i e m p o d e l l e g a r a p e n a s . E x p l i -

e n p r i m e r l u g a r , N a v a r r o h a d i c h o

p o r a h í q u e e l g e n e r a l n o g a n a r á m i e n t r a s e l " vi va . ( G u z -

£ÁN   TmUe un sonido de burla.)...,  y l u e g o . . . ( S e  detiene.)

G U Z M Á N . — ¿ Q u é , p u e s ? H a b l e y a .

S A L I N A S . - H a d i c h o q u e é l t i e n e m e d i o s d e p r o b a r

q u e e l g e n e r a l e s u n ' i m p o s t o r , ¡ v a y a

x

Se enjuga la frente.

GUZMÁN

  ríe a carcajada s.)

E S T R E L L A . — C r e o q u e t e n d r é q u e h a b l a r u n a s p a l a b r a s

c o n e l g e n e r a l N a v a r r o , e n n o m b r e d e l p a r t i d o .

G U Z M Á N . — E s e t e g a n ó , S a l i n a s .

S A L I N A S . - B a s t a q u e N a v a r r o l o d i g a p a r a q u e n a d i e

l o c r e a . D e t o d o s m o d o s h a y q u e p o n e r s e m u y a g u i l a s .

. E s T R E L L A . - ¿ Q u i e r e n q u e l e s d i g a m i o p i n i o n m u y t r a n -

c a , s e ñ o r e s ?

G U Z M Á N . — A v e r .

E S TR E LL A .— S i e l g e n e r a l N a v a r r o v i e r a u n p o c o m á s d e

c e r c a a l g e n e r a l R u b i o , l e p a s a r í a l o q u e a t o d o s l o s d e -

m á s , l o m i s m o q u e a u s t e d , S a l i n a s .

S A L I N A S . — ¿ Q u é ?

E S T R E L L A . — S e v o l v e r í a r u b i s t a .  (Los otros ríen.)  H a b l o

e n s e r i o . E l g e n e r a l R u b i o t i e n e u n m a g n e t i s m o i n e x p l i c a -

b l e . Y o s é , p o r e j e m p l o , q u e e l p r e s i d e n t e d e l p a r t i d o e s

u n h o m b r e d i f í c i l . B u e n o , p u e s e n m e d i a h o r a d e p l á t i c a ,

p a r e c í a q u e s e h a b í a e n a m o r a d o d e é l . ( G U Z M Á N  ríe satis-

fecho.)

S A L I N A S . — ¿ Y G a r z a ? ¿ N o d e b í a v e n i r a l a s d i e z y m e -

d i a ?

G U Z M Á N . — G a r z a e s t á a l l á , a c a b a n d o d e a r r e g l a r t o d o l o

n e c e s a r i o . A l l á l o v e r e m o s .

S A L I N A S . — ¿ Y T r e v i ñ o ?

E S T R E L L A . — T i e n e q u e a y u d a r a G a r z a .

S A L I N A S. — P e ro y a d e b í a n e s t a r a q u í , ¿ n o ?

G UZ MÁ N.— ¡ Q u é n e r v i o s o e s t á s ¡ N i q u e f u e r a s e l c a n -

d i d a t o

E S T R E L L A . — A s í l e s p a s a e n l a s b o d a s a l a s d a m a s d e l a

n o v i a . S e a n t i c i p a n .

S A L IN A S .— D i g an l o q u e q u i e r a n . Y o n o e s t a r é t r a n q u i -

l o h a s t a v e r a l g e n e r a l e n e l p a l a c i o d e l g o b i e r n o . P o r l a s

d u d a s .

GUZMÁN.—C ál l a t e . Ah í v i en e .  (Se oyen los pasos de  CÉ -

SAR  en la escalera. Los tres hombres se reúnen para salu-

darlo. Entra  CÉSAR RUBIO.  En estas cuantas semanas se

ha operado en él una transformación impresionante. Las

agitaciones, los excesos de control nervioso, la fiebre de la

ambición, la lucha contra el miedo, han dado a su rostro

una nobleza serena y a su mirada una limpidez, una segu-

ridad casi increíble. Está pálido, un poco afilado, pe ro re-

vestido de esa dignidad peculiar en el mestizo de catego-

ría. A pesar del calor, viste un pantalón y un saco de

casimir oscuro; una camisa blanca y fina y una corbata

azul marino de algodón. Lleva en la mano un sombrero

de los llamados téjanos, blancos, «cinco equis», que os-

tenta el águila de general de división. Este sería el único

lujo de su nueva personalidad , si no se considerar a en pri-

Page 99: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 99/267

TEATRO MEXICANO_CON2TEMPORANEO

mer lugar la minuciosa limpieza de su persona como un

lujo mavor aún.)

C É S A R . — B u e n o s d í a s , m u c h a c h o s .

T O D O S . — B u e n os d í a s , m i g e n e r a l . . ,

ESTRELLA. ¿C óm o se s i e n t e e l

C É S A R — ¿ P a r a  q u é a n t i c i p a r l a s c o s a s , E s t r e l l a . N a o

p i e r d e u n o c o n e s p e r a r .

n o l i t i c o ; N o h a y t e l e g r a m a d e l p r o f e s o r B o l t o n ?

E

P

S T R E L L A - E n v í a  s u f e l ic i t a c i ó n , m i g e n e r a l ; p e r o n o

p u e d e

  v e nT r . O f r e c e e s t a r p r e s e n t e e n l a t o m a d e p o s e -

S Í Ó

  C É S A R  -(Sencillamente.)  M e h u b i e r a g u s t a d o v e r l o a q u í

h o v  (Pasea de un extremo a otro, lentamente.)  L o b u e n o

d e l a c a r r e r a d e l p o l í t i c o e s q u e l o p o n e a u n o e n c o n -

e c t o ™ r a í c e s d e l a s c o s a s , ~

a c c i ó n L a p o l í t i c a e s u n a e s p e c i e d e f il ol og ía d e l a \ i a a

q u e T o c o n c a t e n a t o d o . P e r o l o q u e y o p r e f i e r e e s

v i v i r f r e n t e a f r e n t e c o n e l t i e m p o , s i n e s c a p a t o r i a . . . , e s t e

I r d e l a m a n o c o n e l t i e m p o s i n p e r d e r y a u n s e g u n d o

d e é l  (sTdetiene, levanta el cartel y lo mira Luego bus-

ca dónde colgarlo mientras sigue hablando.

  G U Z M Á N

  y

  S A -

U N A l se precipitan, toman el cartel y lo prenden sobre uno

de lo arcos.

  C É S A R ,

  mirándose en su imagen, continua.)

V a u n o a l f o n d o d e l a s p a s i o n e s h u m a n a s s i n p e r d e r e l

t i e m p o y c o n o c e u n o e l p r e c i o d e t o d o a p n m e r a v i s t a

v l o p a g a u n o . L a p o l í t i c a l o r e l a c i o n a a u n o c o n t o d a s

L e o n a s o r i g i n a le s , c o n t o d o s l o s s i s t e m a s de l m o v i r n ^

t o e m p e z a n d o p o r e l d e l a s e s t r e l l a s . S e s a b e l a c a u s a y

e l o b j e t o d e t o d o ; p e r o s e s a b e a l a v e z q u e n o p u e d e u n o

r e v e l a r l o s . S e c o n o c e e l p r e c i o d e l h o m b r e . Y a s i , e l g r a n

p o l í t i c o v i e n e a s e r e l l a t i d o , e l c o r a z o n d e l a s c o s a s

E s T R E L L A . - f Q u e e s  el único que ha entendido un

RODOLFO USIGLI: EL GESTICULADOR

poco.)  L a p o l í t i c a e s s u p e r i o r a t o d o l o d e m á s , e n e f e c t o ,

m i g e n e r a l . E s u n e j e r c i c i o d e t o d o e l c u e r p o y d e t o d o

e l e s p í r i t u .

C É S A R . — (D eja nd o pasar la interrupción.)  E l p o l í t i c o e s

e l e j e d e l a r u e d a ; c u a n d o s e r o m p e o s e c o r r o m p e , l a

r u e d a , q u e e s e l p u e b l o , s e h a c e p e d a z o s ; é l s e p a r a t o d o

l o q u e n o s e r v i r í a j u n t o , l i g a t o d o l o q u e n o p o d r í a e x i s t i r

s e p a r a d o . A l p r i n c i p i o , e s t e m o v i m i e n t o d e l p u e b l o q u e

g i r a e n t o r n o a u n o p r o d u c e u n a s e n s a c i ó n d e v a c í o y d e

m u e r t e ; d e s p u é s d e s c u b r e u n o s u f u n c i ó n e n e s e m o v i-

m i e n t o , e l r i t m o d e l a r u e d a q u e n o s e r v i r í a s i n e j e , s i n

u n o . Y s e s i e n t e l a ú n i c a p a z d e l p o d e r , q u e e s m o v e r s e

y h a c e r m o v e r a l o s d e m á s a t i e m p o c o n e l t i e m p o . ¿ E s

p a r e c i d o a m í e s t e r e t r a t o ?

G U Z M Á N . — Y a l o c r e o q u e e s p a r e c i d o . E l o t r o d í a , v i e n -

d o u n c a r t e l , m e d e c í a u n o d e i o s v i e j o s d e l p u e b l o , q u e

l o c o n o c i ó a u s t e d c u a n d o e m p e z a b a e n l a R e v o l u c i ó n :

« C é s a r n o c a m b i a ; e s t á i g u a l q u e c u a n d o l e b a r r i e r o n a

l a g e n t e e n H i d a l g o , h a c e t r e i n t a a ñ o s . »

. E S TR E L LA . — El h e r o í s m o e s u n a e s p e c i e d e j u v e n t u d

e t e r n a , m i g e n e r a l .

C É S A R . — E s v e r d a d . E s t e r e t r a t o s e p a r e c e m á s a l C é s a r

R u b i o d e p r i n c i p i o s d e l a R e v o l u c i ó n q u e a m í . Y , s i n e m -

b a r g o , s o y y o .  (Sonríe.)  E s c u r i o s o . ¿ Q u i é n l o h i z o ?

S A L I N A S . — U n g r a b a d o r v i e j o d e a q u í , d e l p u e b l o .

C É S A R . — U n p u e b l o e n t i e n d e m u c h a s c o s a s .  (Sonríe,

piensa un momento y abre la boca como si fuera a decir

algo más sobre esto. Se reprime, se pone las manos a la

espalda y da algunos pasos al frente.)  ¿ C o r r i g i ó u s t e d s u

d i s c u r s o , E s t r e l l a ?

ESTRELLA. —Est á l i s t o , m i ge ne r a l .

C É S A R . — ¿ E n l a f o r m a q u e h a b í a m o s c o n v e n i d o . . . , a c e r -

c a d e m i r e s u r r e c c i ó n ?

ESTRELLA. —Sí , m i gene ra l .  (Declama.)  « S o l o l o s p u e -

b l o s n o b l e s q u e h a n s u f r i d o p u e d e n e s p e r a r a c o n t e c i m i e n -

t o s a s í d e . . . »

C É S A R . — ( I n t e r r u m p i é n d o l e . )  P e r m í t a m e l o . (E ST RE L LA  se

lo tiende.)  ¿ H a y g e n t e a f u e r a ?

GUZM ÁN. —Vei n t e o t r e i n t a .

C É S A R . — D i l e s q u e m e v e a n e n e l p l e b i s c i t o , S a l i n a s .

Page 100: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 100/267

( S A L I N A S  sale. Mientras, lee y pasea. T ermina de leer y

devuelve su discurso a  ESTRELLA. ) M uy b i en , l i c enc i ado .

(Ojeada a su reloj de bolsillo.)

ESTRELLA. —Grac i a s , m i gene ra l .

S A L I N A S . — ( V o l v i e n d o . )  S e ñ o r , c r e o q u e y a e s h o r a a e

i r n o s .

S Ü N o f ^ o f ^ e r e n e s c o l t a r t e a u s t e d h a s t a

el oueblo

  (CÉSAR  sonríe.)  L o s c a r r o s e s t á n y a l is t o s .

CÉSAR - Y A n o s v a m o s . N a d a m á s v o y a d e s p e d i r m e d e

m i e s p o s a .  Jse dirige hacia la puerta izquierda. En ese mo-

mento entra  TREVIÑO,  sin aliento.)

S i " fntafuena, se  v u e / v e . ) ¿ Q u é p a s ó ? ( L o s

" ' ^ " " ¿ n e r a , . a h í v i e n e N av a r r o . V i e n e a v e r l o

3

  "CÉSAR— (Un paso adelante.)  ¿ N a v a r r o ?

G u z ^ Á K . - ¡ E s el c o l m o d el d e s c a r o ¿ Q u e q u i e r e a q u í ?

E S T O L L A - M e l o f ig ur o. H a d e v e n i r a b u s c a r u n a c o m -

p o n e n ™ p o r q u e el P e d e n t e d e l p a r t i d o l o m a n d o r e-

gañar .

SALINAS.—No me f i o .

G U Z M ÁN . — ¿Q u é h a c e m o s , m i g e n e r a l ?

C É S A R — - D é j e n l o v e n i r . Y o v o y a d e s p e a i r m e d e m i e s -

^

S

T R ^ ^ Ñ O — P E R O ^ p r o b a b l e m e n t e , q u i e r e u n a e n t r e v i s t a

P N

C É S A R —

  (Con una sonrisa.)  S e g u r a m e n t e .

E S T R EL L A .— ¿ S e l a c o n c e d e r á u s t e d ?

C É S A R — ¿ P o r q u é n o ?

S A L I N A S . — M i g e n e r a l , p o r f a v o r . . .  (Saca su pistola y se

l ü

  C É S A R . - ÍR i e n d o . )  N o , h o m b r e . A s í m e d a r í a m i e d o .

S A L I N A S . —

( S u p l i c a n t e . )

  M i g e n e r a l . . .

CÉSAR. -—( Dándole una palmada.)  G u á r d a t e e s o . N o s e a s

*

  t 0 n

G ¿ m 4 N . - N o le h a c e , m i g e n e r a l ; n o s o t r o s e s t a m o s a r -

m a

C É S A R . — ( S e v e r a m e n t e . )  M u c h o c u i d a d o , t p i g m e n i o .

1 9 2

N a v a r r o v i e n e a q u í c o m o p a r l a m e n t a r i o . N o v a y a n a h a c e r

n i n g u n a t o n t e r í a . T r á t e l o c o n d i s c r e c i ó n , c o n b u e n o s m o -

d o s , i g u a l q u e a l o s q u e v e n g a n c o n é l .   (Gestos de des-

contento.)   Q u i e r o q u e s e m e o b e d e z c a , ¿ e n t e n d i d o ?  (Re-

gresa hacia el escritorio para tomar su sombrero.)

G U Z M Á N . — E s t á b u e n o , p u e s , m i g e n e r a l . ( C É S A R   sale por

la izquierda.)

E S T R E L L A . — (So nrie ndo y alzando los brazos.)  E s o s s o n

l o s p a n t a l o n e s , s e ñ o r e s .

G U Z M Á N . — E s i g u a l . O j a l á q u e s e m e d i s p a r a r a s o l a e s t a

(Señala su pistola.)  c u a n d o e s t é a q u í N a v a r r o . . .

S A L I N A S . — ¿ C o n q u i é n v i e n e , t ú ?

T R EV I ÑO . — No p u e d o v e r b i e n ; p e r o c r e o q u e c o n S a l a s

y León.

G U Z M Á N . — S u s p i s t o l e r o s , s e g u r o . S e m e h a c e q u e a q u í

va a pasar algo.

E S T R E LL A . — N a da . A p u e s t o c u a l q u i e r c o s a a q u e v i e n e

a d e c i r q u e s e r e t i r a d e l p l e b i s c i t o y q u e q u i e r e u n a

chamba.

S A L I N A S . — ( R i e n d o . )  ¡ M u y f á c i l U s t e d t o d a v í a n o c o -

n o c e b i e n a l o s n o r t e ñ o s , l i c e n c i a d o .  (Va hacia la puerta.)

E S TR E L LA . — Es o l e d a r í a m e j o r r e s u l t a d o ; p o d r í a e n d e -

r e z a r l o c o n e l p a r t i d o .

G U Z M Á N . — P u e s n o h a y m á s q u e a b r i r b i e n l o s o j o s .

S A L I N A S . — (Desde la puerta.)  A l l í e s t á n .  (Entra. Sin de-

cir palabra,

  G U Z M Á N , T R E V I Ñ O

  y

  S A L I N A S

  revisan sus pis-

tolas; se cercioran de que salen con facilidad del cinturón,

y esperan alineados, mirando a la puerta.)

E S T R E L L A . — (M ien tra s habla se desliza insensiblemente

detrás de ellos.)  T o d o e s o s o n p r e c a u c i o n e s i n ú t i le s , s e ñ o -

r e s . A d e m á s , s e p o n e n u s t e d e s e n p l a n d e a t a q u e , a p e -

s a r d e l a s ó r d e n e s d e l g e n e r a l .

G U Z M Á N . —

(A pr eta nd o los dientes. Sin volverse.)

  ¿ Q u é

sabemos cómo vienen estos. . .?

SALINAS. — (Sin volverse.)  E s n o m á s p o r l a s d u d a s .

T R E V I Ñ O . — (Mismo juego. )  A v e r s i n o p a s a a q u í l o q u e

n o h a p a s a d o e n t a n t o t i e m p o .

G U Z M Á N . — (Sin volverse. Con una risita.)  Y o l s i e m p r e l e

h e t e n i d o g a n a s a N a v a r r o .

Page 101: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 101/267

E S T R ^ C E R D O ^ ^ ^ ^ & Z G G I

mientras mira con inqme u   g e n e r a l s e ñ o r e s . . .  (To-

H a y q u e c u m p l i r l a s ó r d e n e s d e l g e n ^ ^

%rí\TZt:::

p

an ó

ia

.

  x — «

^

se sienta, sin hablar.) dirigiéndose hacia

G L Z M Á N . — (En jugá ndo se l a jren y

* ^ ¡ r T i e T Z ^ ^ y abandonando su

E n r e a l i d a d , e s

g

  E s t R E L L A . - f V o i v . e n d o dl esera* ,

  a e s t a i o es

_

m e j o r a s í .  (En este ^°

AVAR

RO , flanqueado por

pe -ando esta nueva   ^ » ' " D E S C O N O C I D O  del segundo acto.)

sus dos pistoleros Es el DEseoma

  Uo gen

„al.

N A VA R R0 .- ¿Q ué h a y, m u ^ o s . I ^

— ^ ^ d e T s ^ e l m a e s t r i t o e s e

?

s e ñ o r g e n e r a l t at ao

  a r

.

  (Lo

s hombres

l e r u e g a q u e t e n g a l a b o n d a a a r

  ( a )

' ¿ N A V A R R O   se burlan un  P ° C O

v a y a

,

  ( S

e

N A V A R R O ,- í M o r d . — TAJ ^ ^ ^ ^

  M U

.

vuelve hacia sus pistoleros.)

c h a c h o s . ¿ Q u é l e s p a r e e

;

  j e f e .  (Ríe.)

I Z ^ c T u T ^ T a m e l a ^ r ,

  L

o q u e e s

W * * « ¿

Con qué

s e n t i d o l o d i c e s ?

  t ú

  q u i e r a s , E p i g m e n i o .

retroceden hacia angu losopuestos m ^ ^

d e f p a r t i d o ° ¿ n o ? ^ > ^ a l e a R u b i o q u e q u i e r o h a b l a r l e a

S

° ' E S T R E L L A — E l s e ñ o r g e n e r a l R u b i o s a b e q u e q u i e r e u s -

t e d h a b l a r l e a s o l a s . A s i s e r a .

1 9 4

N A V A R R O . — (Mo rdién dose los labios. )  N o p u e d e n e g a r

q u e e s m a e s t r o ; l o s a b e t o d o . ¿ E n t o n c e s q u é e s p e r a n u s -

t e d e s p a r a s a l i r ?

S A L I N A S . — S i c r e e s q u e v a m o s a d e j a r a q u í s o l o s c o n é l

a t r e s m a t o n e s c o n p i s t o l a s . . .

N A V A R R O . — ( A m e n a z a d o r . )  M i r a , S a l i n a s . . .  (Transición.

Ríe.)

  Y o n o v e n g o a r m a d o .

  (Abre ligeramente su saco para

probarlo.)

G U Z M Á N . — P e r o e s t o s s í .

NAVARRO. —Sa l a s , da l e t u p i s t o l a a León .

SALAS. —Pero , oye . . .

NAVARRO.— (Con mando brutal.)  D a l e t u p i s t o l a a L e ó n .

(S A L A S  lo obedece a regañadientes.)  L e ó n , e s p é r a n o s e n e l

c o c h e . S a l a s s e r e u n i r á c o n t i g o d e n t r o d e u n m o m e n t o y

m e e s p e r a r á n j u n t o s .  (L E Ó N  sale después de mirar hacia los

otros y escupir.)   A h o r a , g ü e r i t o s , l á r g u e n s e u s t e d e s ta m -

b i é n .  (Los otros dudan.)

E S T R E L L A . — S o n l a s ó r d e n e s d e l g e n e r a l , s e ñ o r e s .

G U Z M Á N . — ( A  T R E V IÑ O . )  V e n t e . . . , v a m o s a c u i d a r l e l a s

m a n o s a l L e ó n d e c i r c o e s e .

S A L I N A S . — E l g e n e r a l d i j o q u e l o e s p e r a r a N a v a r r o

«so l o» .

E S T R E L L A . — Y o v o y a s u b i r ; b a j a r é c o n e l g e n e r a l . N o

h a y c u i d a d o .

N A VA RR O.— M e g u s t a l a c o n v e r s a c i ó n . S a l a s s e q u e d a

c o n m i g o h a s t a q u e b a j e e l m a e s t r i t o .   (G U Z MÁ N  y  TREVIÑO

salen.

  S A L IN A S

  los imita moviendo la cabeza. Todavía en

la puerta derecha se vuelve con desconfianza.  ESTRELLA

sale por la izquierda. Se le oye subir la escalera. En voz

alta.)  ¡ Q u é m i e d o t i e n e n e s t o s T e a s e g u r o q u e n o s v a n

a e s p i a r .

S A L A S . — T a m b i é n y o n o s é p a r a q u é q u i e r e s h a b l a r c o n

R u b i o .

N A V A R R O . — D i c e n q u e e s m u y b u e n c o n v e r s a d o r .   (Ríe.)

D a m e u n c i g a r r o d e p a p e l , ¿ t i e n e s ?  (S A L A S  se acerca a dár-

selo.)  L u m b r e .

  (S A L A S

  enciende un cerillo y se acerca más

para encender el cigarro. De este modo quedan los dos en

primer término centro, casi fuera del arco del proscenio .)

¿ E s t á t o d o a r r e g l a d o ?

Page 102: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 102/267

S A L A S

  — T o d o , j e f e   ( S A L I N A S  asoma brevemente la ca-

beza  N A V A R R O  lo ve, ríe;  S A L I N A S  desaparece.)

N A V A R R O . — Y a s a b e s , e n t o n e e s : s i n o h a y a r r e g l o , t e v a s

v o l a n d o e n e l c a r r o c h i c o y p r e p a r a s e l n u m e r i t o .

S A L A S . — ¿ C ó m o v o y a s a b e r ?

N A V A R R O  -(Después de una pausa. ~xe.)  Y o n o p u e d o

s a l i r a h a c e r t e l a í e ñ a ; p e r o c o m o l a s g e n t e s d e e s t e v a n

a e s t a r p e n d i e n t e s , m e a r r e g l a r é p a r a q u e e n t r e S a l i n a s .

C u a n d o lo v e a s e n t r a r , v u e l a s .

N A V T R ¡ ¡ - N a d a m á s q u e h á g a n l o t o d o b i e n . A p e n a s s u -

c e d a l a m o s a , d e s h a g a n a b a l a z o s a l l o c o e s e . R e c u e r d a

h i p n l o d e l c r u c i f i j o y l o s e s c a p u l a r i o s .

S A L A S - E S O

  y a e s t á l i s t o . E n t o n c e s , S a l i n a s e s l a s e ñ a l .

N A V A R R O - S Í ;

  c u a n d o e n t r e . S i n o e n t r a , m e e s p e r a s

c o n L e ó n .

ciosa.  C É S A R 6 5  el primero que habla.)

C É S A R. — ¿Q u é h a y , N a v a r r o ?

C ÉS A R— D éje nc « S s ^ e n c i a d o . N o s v a m o s d e n t r o d e

u n o s m i n u t o s (N AV AR RO n e

  entre diente,

  E s ™ « t e

después de verlos. Cuando quedan solos, habla

  C É S A R . )

  C

N O

t e

  " a -

£

P o r q u é n o? ( S e  dirige al sofá de tute. Ct-

SAR  lo sigue. Se sientan.)

C É S A R . — ¿ D e q u é s e t r a t a , p u e s ?

N A V A R R O . — P e r d ó na m e ; n o m e d e j a h a b l a r l a r i s a .

C É S A R . —

( A l t i v a m e n t e . )

  ¿ C Ó M ° ?

N A V A R R O . -T e v i e n e g r a n d e l a f i gu ra d e C e s a r R u m o ,

1 9 6

h o m b r e . N o s é c ó m o h a s t e n i d o e l d e s c a r o . . . , e l v a l o r d e

m e t e r t e e n e s t a f a r s a .

C É S A R . — ¿ Q u é q u i e r e s d e c i r ?

N A V A R R O . — T e l l a m a s C é s a r y t e a p e l l i d a s R u b i o , p e r o

e s o e s t o d o l o q u e t i e n e s d e l g e n e r a l . N o t e a c u e r d a s d e

q u e t e c o n o c í d e s d e n i ñ o .

C É S A R . — H a s t a l o s v i e j o s d e l p u e b l o m e h a n r e c o n o -

c i d o .

N A V A R R O . — C l a r o . S e a c u e r d a n d e t u c a r a , y c u a n d o t i e -

n e n q u e n o m b r a r t e n o t i e n e n m á s r e m e d i o q u e d e c i r C é -

s a r R u b i o . ¡ B a h A h o r r e m o s p a l a b r a s . A m í n o m e e n -

g a ñ a s .

CÉSAR. — (Con desprecio.)  ¿ E s e s o t o d o l o q u e t i e n e s

q u e d e c i r m e ?

N A V A R R O . — T a m b i é n q u i e r o d e c i r t e q u e n o s e a s t o n t o ,

q u e t e r e t i r e s d e e s t o . ( C É S A R   no contesta.)  T e p u e d e s a r r e -

p e n t i r m u y t a r d e .  (Silencio de

  C É S A R . ) T Ú

  n o c o n o c e s l a

p o l í t i c a , C é s a r . E s t o n o e s l a U n i v e r s i d a d d e M é x i c o . A q u í

r o m p e m o s a l g o m á s q u e v id r i o s y q u e m a m o s a l g o m á s

q u e c o h e t e s .

C É S A R . — ¿ Q u é t e p r o p o n e s ?

N A VA RR O.— T e v o y a d e n u n c i a r e n l o s p l e b i s c i t o s . C u a n -

d o v e a n q u e n o e r e s m á s q u e u n f a r s a n t e , q u e e s t á s c o -

p i a n d o l o s g e s t o s d e u n m u e r t o . . .

C ÉS AR .— ¡ I m b é c i l N o p u e d e s l u c h a r c o n t r a u n a c r e e n -

c i a g e n e r a l . P a r a t o d o e l N o r t e s o y C é s a r R u b i o . M i r a e s e

r e t r a t o , p o r e j e m p l o : s e p a r e c e a m í y s e p a r e c e a l o t r o ;

f í j a t e b i e n . ¿ N o r e c u e r d a s ?

N AV A RR O.— Te d e n u n c i a r é d e t o d a s m a n e r a s .

C É S A R . — ¿ P o r q u é n o t e a t r e v e s a m i r a r e l r e t r a t o ?

A n d a y d e n ú n c i a m e . A n d a y c u é n t a l e a l i n d i o q u e l a V i r -

g e n d e G u a d a l u p e e s u n a i n v e n c i ó n d e l a p o l í t i c a e s p a -

ñ o l a . V e r á s q u é t e d i c e . S o y e l ú n i c o C é s a r R u b i o p o r q u e

l a g e n t e l o q u i e r e , l o c r e e a s í .

N A V A R R O . — E r e s u n i m p o s t o r b a r a t o . S e t e h a o c u r r i d o

l o m á s a b s u r d o . A q u í p o d í a s p r e s u m i r d e s a b i o s i n q u e n a -

d i e t e t o p a r a e l g al l o , ¡ y t e p o n e s a p r e s u m i r d e g e n e r a l

CÉSAR. —Igua l que t ú .

NAVARRO. —¿Qué d i ce s?

Page 103: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 103/267

C F S A R - D Í K O -

  i g u a l q u e t ú . E r e s t a n p o c o g e n e r a l c o m o

y o

  o c o m o S q u L a . V — L  entra apenas en  este mo

Ü S S 3 S

ER

N

C

A V

O

A R R 0 .-¡Pálido de rabia.)  T e e s t á s m e t i e n d o c o n

C O S

C

S

É S A R -

¿

N O e s c i e r t o ? T o d a s l a s n o c h e s t e t o m a b a s

u n a bo T e l la e n t e r a d e c o ñ a c p a r a p o d e r m a t a r p e r s o n a l -

m e n t e a l o s d e t e n i d o s e n l a i n s p e c c i ó n . Y s i n a d a m a s

h u b i e r a s i d o c o ñ a c . . .

NAVARRO.— ¡Ten cu i d ad o

r

,

C É S A R — ¿ D e  q u é ? P u e d e q u e y o n o s e a e l g r a n C e s a r

R ¡ á s s : e ? v s S

s ^ s J - J z t   s s s

g o í o s d i s f r a z a d o s d e h o m b r e s . ¿ Q u i é n l e s p i d e c u e n t a s ?

T o d o s s o n u n o s g e s t i c u l a d o r e s h i p ó c r i t a s .

N

A

V A R R O . - N i n g u n o

  h a r o b a d o , c o m o t ú , l a p e r s o n a h -

D A D

C É S A R

  — ¿ N o ? T o d o s u s a n i d e a s q u e n o s o n s u y a s ; t o -

d o s s o n c o m o l a s b o t e l l a s q u e s e u s a n e n e l t e a t r o : c o n

e t i q u e t a d e c o ñ a c y r e l l e n a s d e l i m o n a d a ; o t r o s s o n r a -

b i n o s y g u a y a b a s ; u n c o l o r p o r f u e r a y o t r o p o r d e n t r o

E s

  un í

  c o s a d e l p a í s . E s t á e n t o d a l a h i s t o r i a q u e t u n o

c o n o c e s . P e r o t ú , m í r a t e t ú . H a s c o n o c i d o d e c e r c a a l o s

c a u d i l l o s d e t o d o s l o s p a r t i d o s p o r q u e l o s h a s s e r v i d o a

t o d o s p o r l a m i s m a r a z ó n . L o s m a s p u r o s

  d e e

^

t r e e l

  °

S

h a n n e c e s i t a d o s i e m p r e d e t u s m a n o s p a r a c o m e t e r s u s

c r í m e n e s , d e tu c o n c ie n c i a p a r a r e c o g e r s u s r e m o r d u n i e n -

1 9 8

t o s , c o m o u n b a s u r e r o . E n v e z d e a p l a s t a r t e c o n e l p i e ,

t e h a n d a d o h o n o r e s y d i n e r o p o r q u e c o n o c í a s s u s s e c r e -

t o s y e j e c u t a b a s s u s b a j e z a s .

NAVARRO.— (Con furia.)  N o s e t r a t a d e m í , s i n o d e t i ,

u n m a e s t r i l l o m e d i o c r e , u n f r a c a s a d o q u e n a d a p u d o h a -

c e r p o r s í m i s m o . . . , n i s i q u i e r a m a t a r , y q u e s o l o p u e d e

v i v i r t o m a n d o l a f ig ur a d e u n m u e r t o . E s e e s u n g e s t o

s u p e r i o r a t o d o s . D e t i , a q u i e n v o y a d e n u n c i a r y a p o n e r

e n r i d í c u l o a u n q u e s e a e l ú l t i m o a c t o d e m i v i d a . ¡ E s t á s

a t i e m p o d e r e t r o c e d e r , C é s a r H a z l o ; d é j a m e el c a m p o

l i b r e ; n o m e p r o v o q u e s .

C É S A R . — ¿ Y q u i é n e r e s t ú p a r a q u e y o t e t e m a ? N o s o y

C é s a r R u b i o .  (La cara angustiada de

  M I G U E L

  aparece un

momento.)  P e r o s é q u e p u e d o s e r l o , h a c e r l o q u e é l q u e -

r í a . S é q u e p u e d o h a c e r b i e n a m i p a í s i m p i d i e n d o q u e l o

g o b i e r n e n l o s l a d r o n e s y l o s a s e s i n o s c o m o t ú . . . , q u e t e n -

g o e n u n s o l o d í a m á s i d e a s d e g o b i e r n o q u e t ú e n t o d a

t u v i d a . T ú y l o s t u y o s e s t á n p r o b a d o s y a y n o s i r v e n . . . ,

e s t á n p o d r i d o s ; n o s i r v e n p a r a n a d a m á s q u e f o m e n t a r

l a v e r g ü e n z a y l a h i p o c r e s í a d e M é x i c o . N o c r e a s q u e m e

d a s m i e d o . E m p e c é m i n t i e n d o , p e r o m e h e v u e l t o v e r d a -

d e r o s i n s a b e r c ó m o , y a h o r a s o y c i e r t o . A h o r a c o n o z c o

m i d e s t i n o : s é q u e d e b o c o m p l e t a r e l d e s t i n o d e C é s a r

R u b i o .

N A V A R R O . — ( L e v a n t á n d o s e . )  A l lá t ú ; p e r o n o t e q u e j e s

l u e g o , p o r q u e h o y t o d o e l p u e b l o , t o d o e l E s t a d o , t o d o

e l p a í s , v a n a s a b e r q u i é n e r e s .

C É S A R . — ( L e v a n t á n d o s e . )  D e n ú n c i a m e , e s o e s . N o p o -

d r í a s e s c o g e r u n c a m i n o m á s s e g u r o p a r a d e s t r u i r t e t ú

so l o .

N A V A RR O .— ¿ Q ué q u i e r e s d e c i r ?

C É S AR . — Te i n t e r e s a , ¿ e h ? D i m e u n a c o s a : ¿ c ó m o v a s

a p r o b a r q u e y o n o s o y e l g e n e r a l C é s a r R u b i o ? ( M I G U E L

asoma y oculta la cabeza entre las manos.)

NAVARRO.—Ya lo verás.

C É SA R .— M e i n t e r e s a d e m a s i a d o p a r a e s p e r a r . A m i v e z ,

d e b o a d v e r t i r t e d e p a s o q u e n a d i e c r e e r á p a l a b r a d e l o q u e

t ú d i g a s . E s t á s d e m a s i a d o t a r a d o , t e o d i a n d e m a s i a d o .

¿ C ó m o v a s a p r o b a r q u e C é s a r R u b i o m u r i ó e n m i l n o v e -

c i e n t o s c a t o r c e ? .

Page 104: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 104/267

N A VA RR O.— D e m o d o i r r e f u t a b l e . ^ .

C É S A R — E s l o q u e y o c r e í a . P u e d e s i r t e y p r o b a r l o ; e s

p o s i b l e q u e a c a b e s c o n m i g o ; p e r o a c a b a r á s c o n t i g o t a m -

b i é n .

NAVARRO. —Expl í ca t e .

C É S A R . — ¿ P a r a q u é ? ¿ N o e s t á s t a n s e g u r o d e t i ?

N A V A R R Q . - E s t o y t a n s e g u r o , q u e s e q u e t e d e s t r u í - .

^ C É S A R — ¿ S í ?  (Toma aliento.)  ¿ D i c e s q u e v a s a p r o b a r

d e m o d o i r r e f u t a b l e l a m u e r t e d e C é s a r R u b i o ?

CtllT-isTntándose.)  S i s u p i e r a s h i s t o r i a , s a b r í a s q u e

e s d i f í c i l e s o .

NAVARRO. —Lo proba ré .

  t

  ..

C É SA R .— S o lo p o d r í a s h a c e r l o s i h u b i e r a s s i d o t e s t i g o

p r e s e n c i a l d e e l l a .

NAVARRO.—Lo fui .

C É S A R — ¿ P o r q u é n o l o s a l v a s t e , e n t o n c e s /

N A VA R RO .— N o f u e p o s i b l e . . . ; e r a n d e m a s i a d o s c o n t r a

n o s o t r o s . . . . . „

C É S A R . — E s e f u e e l p a r t e o f i c i a l q u e i n v e n t a r o n . M i e n t e s .

NAVARRO. —En l a ba l ace ra . . .

C É SA R .— N o h u b o b a l a c e r a .

NAVARRO.—¿Qué?

C É S A R — N o h u b o m á s q u e u n a s e s i n o . F u e la p r i m e r a

v e z e n s u c a r r e r a q u e s e t o m ó u n a b o t e l l a d e c o ñ a c p a r a

q u e n o l e t e m b l a r a e l p u l s o .

N A V A R R O . — J N O

  e s v e r d a d ¡ N o e s v e r d a d

C É S A R . — ¿ P o r q u é n i e g a s a n t e s d e q u e y o l o d i g a ?

N A V A R R O . — ( T e m b l o r o s o . )  N o h e n e g a d o .

C ÉS A R.— T e t r a n q u i l i z a s t e d e m a s i a d o p r o n t o c u a n d o m e

v i s t e , e l d í a q u e v i n o t o d o e l p u e b l o . H a c e c u a t r o s e m a -

n a s . P e r o c u a n d o y o s a l í a , p a r e c í a q u e i b a s a d e s m a y a r t e .

H a b í a s t e n i d o d u d a s , r e m o r d i m i e n t o s , m i e d o . . .

N A V A R R O . — ¿ Y o ? ¿ P o r q u é h a b í a d e . . . ? E r e s u n i m b é c i l .

N o s a b e s l o q u e d i c e s .

C É S A R

 .—(Levantándose con una terrible grandeza.)  l u

d e j a s t e c i e g o d e u n t i r o a l a s i s t e n t e C a n a l e s . ¿ L o r e -

c u e r d a s ?

2 0 0 ;

NAVARRO.— ¡ Me nt i r a

C É S A R . — T ú m a t a s t e a l c a p i t á n S o l í s , a q u i e n s i e m p r e

e n v i d i a s t e , p o r q u e C é s a r R u b i o l o p r e f e r í a .

NAVARRO.— ¡Te d i go q ue mi en t e s

C É S A R . — ( I m p o n e n t e . )  ¡ T ú m a t a s t e a C é s a r R u b i o

NAVARRO.— ¡N o

C É S A R . — H u b i e r a s d e b i d o m a t a r a C a n a l e s o c o r t a r l e

l a l e n g u a . E s t á v i v o y y o s é d ó n d e e s t á . P o r e s t e c r i m e n

t e h i c i e r o n c o r o n e l .

N AV AR RO .— ¡ E s u n a c a l u m n i a e s t ú p i d a . S i t a n s e g u r o

e s t á s d e e s o , ¿ p o r q u é n o s e l o c o n t a s t e a t u g r i n g o ?

C É S A R . — P o r q u e c r e í a y o e n t o n c e s q u e i b a a n e c e s i t a r t e .

N o t e n e c e s i t o . V e y d e n ú n c i a m e . Y o d a r é l a s p r u e b a s ,

t o d a s l a s p r u e b a s d e q u e d i c e s l a v e r d a d . . . , n o p u e d o h a -

c e r m á s p o r u n a n t i g u o a m i g o . ( N A V A R R O   se deja caer aba-

tido en un sillón.

  C É S A R

  lo mira y continúa.)

  ¿ T e c r e í a s

m u y f u e r t e ? ¿ Q u é d i j i s t e ? D i j i s t e : e s t e m a e s t r i l l o d e es -

c u e l a e s u n p o b r e d i a b l o q u e q u i e r e m o r d i d a . L e d a r é u n

s u s t o p r i m e r o y u n h u e s o d e s p u é s . P o r q u e n o l o n i e g u e s ,

m e l o h a d i c h o q u i e n l o s a b e : v e n í a s a o f r e c e r m e l a u n i -

v e r s i d a d r e g i o n a l . Y o s i e n t o n o p o d e r o f r e c é r t e l a a t i ,

q u e n o s a b e s n i e s c r i b i r n i s u m a r . A h o r a v a m o s a l o s p l e -

b i s c i t o s , p a s e l o q u e p a s e .

N A V A R R O . — ( R e a c c i o n a n d o . )  B u e n o ; s i t ú m e d e n u n c i a s ,

t e p i e r d e s i g u a l m e n t e .

C É S A R . — A s í n o m e i m p o r t a . P e r o t ú c a l l a r á s . M i c r i -

m e n e s d e m a s i a d o m o d e s t o j u n t o a l t u y o , y s o y g e n e r o s o .

T e d o y v e i n t i c u a t r o h o r a s p a r a q u e t e v a y a s d e l p a í s ,

¿ e n t i e n d e s ? T i e n e s d i n e r o s u f i c i e n t e : h a s r o b a d o b a s -

t a n t e .

NAVARRO. —No me i r é . Pre f i e ro . . .

C É S A R . — S i n o l o h a c e s , p r o b a r é q u e m e a s e s i n a s t e y

p r o b a r é t a m b i é n q u e m e s a lv é . P u e d o h a c e r l o ; n o c r e a s

q u e n o h e p e n s a d o e n e s t a e n t r e v i s t a , e n e s t a c o n t i n g e n -

c i a . T e h e e s p e r a d o t o d o s l o s d í a s d e s d e h a c e u n a s e m a n a ,

y h e t o m a d o m i s p r e c a u c i o n e s .   (Mira su reloj.)  E s h o r a

d e i r a l o s p l e b i s c i t o s .

N A V A R R O . — (Des pusé de una pausa torturada.)  C o m o

q u i e r a s . . . , p e r o t e a d v i e r t o l e a l m e n t e q u e y o t a m b i n é h e

Page 105: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 105/267

t o m a d o m i s p r e c a u c i o n e s , y q u e e s m e j o r q u e n o v a y a s a

l 0 S

C e s A R

S

— ¿ Q u é s a b e s t ú l o q u e e s i a l e a l t a d ? L a p a l a b r a

d e b e r í a e s t a l l a r t e e n l o s l a b i o s y d e s h a c e r t e .

S ^ r ^ í « ^ P

T

i o - e s t e i u e

g

o .

t r e

¿ ? s A r " ° N V r ' s o r

P

r e n d e r í a q u e m e a se si n a-

r a s M e s o r p r e n d e q u e n o l o h a y a s h e c h o y a .

NAVARRO.—No soy t a n t o n t o .

z g v s í v : ' ¿ s s m s

r

"  c ' , /Entrando.)  M a n d e , g e n e r a l .

C É S A R  — E s t a t e a q u í m i e n t r a s p a s a e l g e n e r a l N a v a r r o .

C re o q u e t i e n d o . ( Se o y e  dentro el mido de un auto-

" ' N

Í

V A R R O - T Ú

U

I O  t e h a s s e n t e n c i a d o , « g e n e r a , , . R u b i o

" ' " C M N A S - M Í g e n e r a l , e s t e l l ev a m a l a s in t e n c i o n e s . Y o

c r e o q u e h a b r í a q u e p a r a r l e l o s p i e s . D é m e u s t e d p e r -

m i

  C É S A R - N o , S a l i n a s , d é j a l o . N o p u e d e h a c e r n a d a .  (Va

al centro  v v e

  A M I G U E L ,

  que sale, pálido, del ntorco de la

puerta  izquierda. Se oyen pasos en la escalera.)

  ¡ M . g u e l

¿ E s t a b a s a q u í ?

M I G U E L . — (Con voz extraña.)  N o . . . , t e t r a í a t u s o m b r e -

r o .  (Se lo tiende.)

C É S A R . — ¿ Q u é t i e n e s t ú ?

M I G U E L . — N a d a .   (Al mismo tiempo que aparece

  E L E N A

en la puerta izquierda,

  G U Z M Á N , T R E V I Ñ O

  y

  E S T R E L L A

  en-

tran por la derecha.)

C É S A R . — E s h o r a d e i r n o s , m u c h a c h o s .

E L E N A . — C é s a r , q u i e r o h a b l a r t e u n m o m e n t o .

C É S A R . — T e n d r á q u e s e r m u y r á p i d o , E l e n a . P o r e s o

m e d e s p e d í d e t i a n t e s . V a y a n p r e p a r a n d o l o s c o c h e s , m u -

c h a c h o s , l o s a l c a n z a r é e n u n i n s t a n t e . ( M I G U E L

  se dirige

a la izquierda.)  ¿ T ú n o v i e n e s c o n n o s o t r o s , M i g u e l ?

M I G U E L . — (S e detiene, vacila visiblemente. Al fin, con

un esfuerzo.)  N o .  (Todos lo miran. Comprende que debe

dar una explicación.)  N o m e s i e n t o b i e n .  (Rápido.)  Si e s -

t o y m e j o r d e n t r o d e u n r a t o , l o s a l c a n z a r é a l l á .  (Evita ha-

blar directamente a su padre; no lo mira. Termina de ha-

blar apenas cuando sale por la izquierda sin esperar más.)

C É S A R .— V a m o s , m u c h a c h o s . A d e l á n t e n s e .

G U Z M Á N . — (Co nform e sa l en .)  V a m o s a l e v a n t a r u n a b u e -

n a e s c o l t a . N o m e f í o d e N a v a r r o . S e r e í a a l s u b i r a s u

c o c h e .  (Salen él,

  T R E V I Ñ O

  y

  S A L I N A S ,

  hablando entre ellos.)

ESTRELLA. — (Se detiene en el umbral y regresa unos pa-

sos.)  ¿ P u e d o p r e g u n t a r c ó m o r e s u l t ó l a e n t r e v i s t a , m i g e -

n e r a l ?

C É S A R . — M u y b i e n . T r a n q u i l í c e s e , l i c e n c i a d o . A n d e . ( E S -

T R E L L A

  sale.)

E L E N A .— ¿ Q u é e n t r e v i s t a ? ¿ E n t o n c e s e s v e r d a d q u e N a -

v a r r o h a e s t a d o a q u í ? E s o e s l o q u e q u e r í a p r e g u n t a r t e .

CÉSAR.—Sí , aq u í e s t u vo .

E L E N A . — ¿ Q u é q u e r í a ?

C É S A R .— G a n a r, n a t u r a l m e n t e . P e r o p e r d i ó .

E L E N A . — C é s a r , n o v a y a s a l o s p l e b i s c i t o s .

C É S A R . — ( R i e n d o . )  M e r e c u e r d a s a la m u j e r d e C é s a r . . . ,

d e l r o m a n o .  (Se acerca a ella y le toma las manos.)  ¿T i e -

n e s m i e d o ?

E L E N A . — S í . . . , e s l a v e r d a d . R e n u n c i a a t o d o e s t o , C é -

s a r . N a v a r r o p u e d e . . .

C É S A R . — N a v a r r o n o p u e d e n a d a y a . A q u í p e r d i ó l o s

d i e n t e s y l a s u ñ a s .

Page 106: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 106/267

E L E N A .— P u e d e m a t a r t e t o d a v í a .

C É S A R . - N O  e s t a n t o n t o

  a r r i e s e a r

  t u v i d a p o r u n a

-

 

* *

e n

  S T s A R - T e d i j e : T o d o c o n ti g o . ¿ L o r e c u e r d a s ? H a b l a s

d e u n a m e n t i r a , ¿ c u á l ?

E L E N A . — ¿ N o l o s a b e s ?

  f

  n e c e s a r i o a l

CÉSAR. E s que Y

D

A

E

A

H

^

L I E

M

R

E

A

T v e r d a d , p e r o y a m e

Í T y t í G a n ^ l ^ r ., s e r , g o b e r n a d o r ,

s e r é p r e s i d e n t e t a l v e z . . .

E L E N A . - P e r o n o s e r a s ;  tu. ,

  prec¡

.

C É S A R . - E S

  d e c i r , ¿ q u e n o c r e e s e n m

s á m e n t e s e r é y o m á s q u e

  e

l d e s -

q u e s o y o t r o . S i e m p « = m e p r e g u n t g a n t e s « 1

  m e

t i n o m e h a b í a e x c l u i d o d e s u j u e g o p q ^

u t i l i z a b a p a r a n a d a : h a b í a s o ñ a d o

N

°

  P U e

e

d

° A S « n g o  q u e v e T m e " en e , e s p e j o p a r a e r a r l o .

5 1 6

  E ? E N A  - N J " ^ d e s t i n o , C és a r, s in o t ú , t u s a m bi ci o-

n e s. ¿P a r a q u é q u i er e s « p o t o r i ^

  m á s d a f l o

C É S A R . - T e

  s o r

P

r e n

,

d e

" ^ .

m

  í f e n E s m i o p o r t u n i d a d y

q u e o t r o , y q u i z a h a r é a l g ú n b i e n , f c . m V

d e b o a p r o v e c h a r l a . ^ ^ P ^ ^ S p o r t o d o s l o s

p a r e c e , c u a n d o a m p l i o , s i

" T Ü  T Z C O L  s i t e h u b i e r a s v u e l t o

r c a

r

s

e

a r

T U

c o n ' u n h o m b r e e n t e r a m e n t e n u e v o

" ^ ^ N A — ^ ^ ^ q u t e r o n a d a ^ T e ^ á i p ^ o ^ n o l a y a s a

t o d o e s t á e m p e z a d o y t o d o t i e n e q u ^ ^

h a c e r n a d a m a s q u e R u b i o , s i n o y o . e l

q u e ° e Í ^ . -

U

¿

e

" t i ™ d S ° T < xl o a ^ d l a s tr e , a q u e ll a i n e ,

c i a , a q u e l f r a c a s o q u e e r a y o . D í m e q u e e n t i e n d e s . . . y e s -

p é r a m e .  (La abraza, la besa, y se cala el sombrero.)

E L E N A . — P o r ú l t i m a v e z , C é s a r . ¡ N o v a y a s

C É S A R . — ¿ D e q u é t i e n e s m i e d o ?

E L E N A . — N o t e l o d i r é : p o d r í a y o a t r a e r t e e l m a l a s i .

C É S A R . — ( S o n r i e n d o . )  H a s t a d e n t r o d e u n r a t o , E l e n a .

C u a n d o v u e l v a , s e r á s l a s e ñ o r a g o b e r n a d o r a .  (La mira un

momento y sale. Dentro, lo acoge un vocerío entusiasta.

E L E N A

  permanece en el sitio, mirando hacia la puerta. De

pronto

  C É S A R

  reaparece.)

  E s b u e n o q u e h a b l e s c o n M i g u e l .

E s la ú n i c a i n q u i e t u d q u e m e l l e v o : e s t u v o m u y e x t r a ñ o

h a c e u n r a t o ; m e p a r e c e q u e s a b e a l g o . T r a n q u i l í z a l o , E l e -

n a .  (Hace un saludo final con la mano, y se va.

  E L E N A

  sola

va hacia el cartel. Lo mira pensativamente un momento.

Se oye a

  M I G U E L

  en la escalera.

  E L E N A

  se vuelve.)

M I G U E L .— M a m á , t e n g o q u e h a b l a r t e .

E L E N A .— T e n go u n a i n q u i e t u d t a n g r a n d e p o r t u p a d r e ,

h i j o . N o v i v i r é h a s t a q u e r e g r e s e .

M I G U E L . — S i t r i u n f a , c u a n d o r e g r e s e y o e m p e z a r é a d e -

j a r d e v i v i r .

E L E N A . — ¿ P o r q u é d i c e s e s o ?

M I G U E L . — ( B r u t a l . )  ¿ P o r q u é h a h e c h o e s t o m i p a d r e ?

E L E N A . — (Sen tándose en e l so fá . )  ¿ H e c h o q u é ?

M I G U E L . — E s t a m e n t i r a . . . , e s t a i m p o s t u r a .

E L E N A . — ¿ Q u é d i c e s ?

M I G U E L . — S é q u e n o e s C é s a r R u b i o . ¿ P o r q u é t u v o q u e

m e n t i r ?

E L E N A . — P o d r í a d e c i r t e q u e n o h a m e n t i d o .

M I G U E L . — P o d r í a s , e n e f e c t o . ¿ Y q u é ? N o m e c o n v e n c e -

r í a s d e s p u é s d e l o q u e h e o í d o .

E L E N A . — ¿ Q u é e s l o q u e h a s o í d o , M i g u e l ?

M I G U E L . — L a v e r d a d . S e l a o í d e c i r a N a v a r r o .

E LE NA .— ¡ U n e n e m i g o d e t u p a d r e ¿ C ó m o p u d i s t e

c r e e r l o ?

M I G U E L . — T a m b i é n s e l o o í d e c i r a o t r o e n e m i g o d e m i

p a d r e . . . , al p e o r d e t o d o s . A é l m i s m o .

E L E N A . — ¿ C u á n d o ?

M I G U E L . — H a c e u n m o m e n t o , c u a n d o d i s c u t í a c o n N a -

v a r r o . M i e n t e a h o r a t ú t a m b i é n , s i q u i e r e s .

ELENA.— ¡M i gue l

Page 107: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 107/267

M I G U E L . — ¿ C ó m o v o y a j u z g a r a m i p a d r e . . . y a t i . . .

d e s p u é s d e e s t o ?

E L E N A . — (Re acc i ona ndo con energ ía .)  ¿ A j u z g a r n o s ? ¿ Y

d e s d e c u á n d o j u z g a n l o s h i j o s a s u s p a d r e s ?

M I G U E L . — Q u i e r o , n e c e s i t o s a b e r p o r q u é h i z o e s t o .

M i e n t r a s n o l o s e p a n o e s t a r é t r a n q u i l o .

E L E N A . — C u a n d o t ú n a c i s t e , t u p a d r e m e d i j o : T o d o l o

q u e y o . n o h e p o d i d o s e r , l o q u e n o h e p o d i d o h a c e r , t o d o

l o q u e a m í m e h a f a l l a d o , m i h i j o l o s e r á y l o h a r á .

M I G U E L . — E s o e s e l p a s a d o . N o v a y a s a d e c i r m e a h o r a

q u e m i n t i ó p o r m í , p a r a q u e y o h i c i e r a a l g o .

E L E N A . — E s e l p r e s e n t e , M i g u e l . E x a m í n a t e y j ú z g a t e ,

a v e r s i h a s c o r r e s p o n d i d o a s u s i l u s i o n e s .

M I G U E L . — ¿ H a r e s p e t a d o é l l a s m í a s ? T o d a v í a a l l l e g a r

a e s t a c a s a le p e d í q u e n o f u e r a a h a c e r n a d a d e s h o n e s t o ,

n a d a s u c i o . T e n í a y o d e r e c h o a p e d í r s e l o , y é l l o p r o -

m e t i ó .

E L E N A . — N a d a s u c i o , n a d a d e s h o n e s t o h a h e c h o .

M I G U E L .— ¿ T e p a r e c e p o c o ? R o b a r l a p e r s o n a l i d a d d e

o t r o h o m b r e , a p o y a r s e e n e l l a p a r a s a t i s f a c e r s u s a m b i -

c i o n e s p e r s o n a l e s .

E L E N A .— T o d a ví a h a c e u n m o m e n t o s e p r e o c u p a b a p o r

t i ; p e n s a b a q u e a s u t r i u n f o t ú p o d r í a s h a c e r l o q u e q u i -

s i e r a s e n l a v i d a . ¿ E s a s í c ó m o l e p a g a s ?

M I G U E L . — L o q u e n o q u i e r o e s s u t r i u n f o . . . , n o t i e n e d e -

r e c h o a t r i u n f a r c o n e l n o m b r e d e o t r o .

E L E N A . — T o d a s u v i d a h a d e s e a d o h a c e r a l g o g r a n d e . . . n o

s o l o p a r a é l s i n o p a r a m í , p a r a u s t e d e s .

M I G U E L . — ¿ E n t o n c e s p o r e s o l o j u s t i f i c a s ? ¿ P o r q u e t e

d a r á d i n e r o y c o m o d i d a d e s ?

E L E N A . — Ñ o c o n o c e s a t u m a d r e , M i g u e l . T u p a d r e n o

p e r j u d i c a a n a d i e . E l o t r o h o m b r e h a m u e r t o , y é l p u e d e

h a c e r m u c h o b i e n e n s u n o m b r e . E s h o n r a d o .

M I GU E L. — ¡ N o N o e s h o n r a d o , y e s o e s l o q u e m e l a s -

t i m a e n e s t o . E n l a m i s e r i a y o l e h u b i e r a a y u d a d o . . . , l o

h u b i e r a h e c h o t o d o p o r é l. A s í . . . , n o q u i e r o v o l v e r a v e r l o .

E L E N A . — ( A s u s t a d a . )  E s o e s o d i o , M i g u e l .

M I G U E L . — ¿ Q u é e s p e r a b a s q u e f u e r a ?

E L E N A . — N o p u e d e s o d i a r a t u p a d r e .

M I G U E L . — H e h e c h o t o d o s l o s e s f u e r z o s . . . , p r i m e r o c o n -

ra i i ^ T T

  a d

' - ?

n t r a 1 3 m e n t i r a

  m e d i o c r e d e n u e s -

t r a v d a . T o d a m i i n f a n c i a g a s t a d a e n p r o t e g e r u n a a p a -

r i e n c i a d e c o s a s q u e n o e x i s t í a n . L u e g o , e n l a U n i v e r s i d a d

m i e n t r a s e l d e f e n d í a e l c a s c a r ó n , l a m e n t i r a

E L E N A . — ¡ M i g u e l ¿ T e o l v i d a s d e q u e t ú ?

M I G U E L . - N O .

  P e r o a h o r a e s t o . E s d e m a s i a d o y a C o n

r a z ó n m e s e n t í a y o i n q u i e t o , i n c ó m o d o , a v e r g o n z a d o c a

n e J d o

  q U C

  °

í a l 0 S v i v a s

' a p l a u s o s , l o s d í s c u r s o s . ' H a

l l e g a d o a r e p r e s e n t a r a l a p e r f e c c i ó n t o d a s l a s m e n t i r a s

q u e o d i o , y e s t o e s l o q u e h a h e c h o p o r m í , p o r ™ h i j o

j e c e r ^ e

5

v e r g ü e n z a

3

  * ^ * ^

E L E N A — ( L e v a n t á n d o s e a g i t a d a . )  N o p o d r í a d e c i r t e

c u a n t o m e t o r t u r a s , M i g u e l . D e b e d e h a b e r a l g o d e s c o m

p u e s t o e n t i p a r a d a r t e e s t o s p e n s a m i e n t o s

M I G U E L — ¿ P o r q u é h i z o e s t o m i p a d r e ?

E L E N A .

  ¿ N o h a s d i c h o t ú m i s m o q u e p o r s u s a m h i

c i o n e s , n o h a s p e n s a d o y a q u e p o r l a s m í a s ? ¿ N o h a s

d i c h o q u e n o c r e e r á s l o c o n t r a r i o d e l o q u e c r e e s ¿ o r a *

No° r S o n o t c o ^ ^ "

  n

° ^ »

d m b r n o q u e H e vé T n ^ í ^ ^

  q u e

  -

^ M I G U E L — M a m á , ¿ n o c o m p r e n d e s t ú t a m p o c o , en t o n -

E L E N A — C o m p r e n d o q u e te l l e v a b a t o d a v í a e n m í q u e

M IGUE?

  Y q U C d e

  ~

  t e

  — a s d e ' é l

n a ra x W 7

C

  ^

  d e

  <*

Ue

  ^

i e r o

  ^ v e r d a d

n o n „ . I ' ^

  t e n g

°

  h a m b r e s e d d e

  v e r d a d , d e q u e

n o p u e d o r e s p i r a r y a e n e s t a a t m ó s f e r a d e m e n t i d a ?

  Q

E - L E N A . — E s t a s e n f e r m o .

M I G U E L — E s u n a e n f e r m e d a d t e r r i b l e , n o c r e a s q u e n o

10 s e . l u p u e d e s c u r a r m e . . . , t ú p u e d e s e x p l i c a r m e

o J

L

l l ^ °

m Í

r

  C O n

1

n n a g r a n

 

iedad

- > S i é n t a t e , M i -

g u e l  (Ella se sienta en el sofá, a sus pies.)

a u e £ l f ^

( M Í e n

>

r a S 5 6 S Í e n t a

- >

  ¿ Q u é

  P °

d r í a s

  d e c i r m e

q u e b o r r e l o q u e 0 1 a m i p r o p i o p a d r e ?

E L E N A — P u e d o d e c i r t e q u e t u p a d r e n o m i n t i ó .

M I G U E L — (I rg ui en do violentamente la cabeza)  Si tú

m i e n t e s , m a m á , s e m e h a b r á a c a b a d o t o d o

E L E N A .

  (Enérgica.)  T u p a d r e n o m i n t i ó . E l n u n c a d i j o

Page 108: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 108/267

a n a d i e : Y o s o y e l g e n e r a l C é s a r R u b i o . A n a d i e . . . , n i s i -

q u i e r a a B o l t o n . E l l o c r e y ó , y t u p a d r e l o d e j o c r e e r o ,

l e v e n d i ó p a p e l e s a u t é n t i c o s p a r a t e n e r d i n e r o c o n q u e l l e -

v a r n o s a t o d o s n o s o t r o s a u n a v i d a m a s f e l i z .

M I G U E L .— P e r o m e h a b í a p r o m e t i d o . . . N o p u e d o c r e e r l o .

E L E N A . — ¿ N o e s t u v i s t e t ú a q u í l a t a r d e q u e v i n i e r o n

l o s p o l í t i c o s ? ¿ L e o í s t e d e c i r u n a s o l a v e z q u e e l f u e r a e l

g e n e r a l C é s a r R u b i o ? ( M I G U E L

  mueve la cabeza en silen-

cio.)  E n t o n c e s , ¿ p o r q u é l o a c u s a s ? ¿ P o r q u e h a s d i c h o

t o d a s e s a s h o r r i b l e s c o s a s ?

M I G U E L . — ( Nuevam ente apas ionado . )  ¿ P o r q u e a c e p t o

e n t o n c e s t o d a e s a f a r s a , p o r q u é n o s e o p u s o a e l l a ? N o

d i i o - Y o s o y e l g e n e r a l C é s a r R u b i o , p e r o t a m p o c o d i j o

q u e n o l o f u e r a . ¡ Y e r a t a n f á c i l U n a p a l a b r a . . . , y h a i d o

m á s l e j o s a ú n . . . , h a l l e g a d o a e n g a ñ a r s e , a c r e e r q u e e s

u n g e n e r a l , u n h é r o e . E s r i d í c u l o . ¿ C o m o p u d o ? . . . S i } o

t u v i e r a u n h i j o l e d a r í a l a v e r d a d c o m o l e c h e , c o m o a i r e

E L E N A — S i t u v i e r a s u n h i j o , l o h a r í a s d e s g r a c i a d o . Y a t e

h e d i c h o p o r q u é a c e p t ó t u p a d r e . H a r á b i e n e n e

g o b i e r n o , e s s u o p o r t u n i d a d , l a c o s a q u e e l h a b í a s o n a d o

s i e m p r e ; p o d r á d a r a s u s h i j o s l o q u e n o t u v i e r o n a n t e s .

¿ Q u é h a r í a s t ú e n s u l u g a r , s i t u s h i j o s t e c r e y e r a n u n f r a -

c a s a d o , y s e t e p r e s e n t a r a l a o c a s i o n d e h a c e r a l g o . . .

g r a

M i G U E L . - N a d a e s m á s g r a n d e q u e l a v e r d a d . M i p a d r e

g o b e r n a r á e n l u g a r d e l o s b a n d i d o s . . . , é l m i s m o l o d i j o ;

p e r o e s o s b a n d i d o s p o r l o m e n o s s o n e l l o s m i s m o s , n o e l

f a n t a s m a d e u n m u e r t o . ,

  n

E L EN A .— N o t o m ó s u n o m b r e s i q u i e r a . . . , s e l l a m a b a n

i g u a l , n a c i e r o n e n e l m i s m o p u e b l o . . .

M I G U E L . — N o . . . , n o . . . , a s í n o . L o p r e f e r í a y o c u a n d o e s -

t u v o f r e n t e a m í e n l a U n i v e r s i d a d .

E L E N A

  — E r e s t a n j o v e n , M i g u e l . T u s j u i c i o s , t u s i d e a s ,

s o n v i o l e n t o s y d u r o s . L a s l a n z a s c o m o p i e d r a s y s e d e s -

h a c e n c o m o e s p u m a . A n t e s , e n l a U n i v e r s i d a d , a c u s a b a s

a t u p a d r e d e s e r u n f r a c a s a d o ; a h o r a . . .

M I G U E L . — E r a m e j o r a q u e l l o . T o d o e r a m e j o r q u e e s t o

Ahora l o veo . ( JULIA  entra por la izquierda. Visiblemente

ha estado oyendo parte de esta conversación.

  M I G U E L S E

levanta y va hacia la ventana.)

J U L I A . — ¿ Q u é p a s a , m a m á ?

E L E N A . — N a d a .

J U L I A . — N o m e l o n i e g u e s .

M I G U E L . — (V olv ién do se, sin dejar la ventana.)  H a s e s -

t a d o o y e n d o , ¿ v e r d a d ? E s c o n d i d a e n l a e s c a l e r a .

J U L I A . — A s í o í s t e t ú l o q u e n o d e b í a s o í r : l a c o n v e r s a -

c i ó n e n t r e p a p á y N a v a r r o . T e v i d e s d e a r r i b a . ¿ P o r q u é

n o s a l i s t e e n t o n c e s ? ¿ P o r q u é n o t e a t r e v i s t e a d e c i r l e

e s a s c o s a s a p a p á , f r e n t e a f r e n t e ?

E L E NA . — ¡ J u l i a

J U L I A . — P a r a m í , c o m o q u i e r a q u e s e a , p a p á s e r á s i e m -

p r e u n h o m b r e e x t r a o r d i n a r i o . . . , u n h é r o e . S i l o h u b i e r a s

o b s e r v a d o e s t o s d í a s , d a n d o ó r d e n e s , h a b l a n d o al p u e b l o ,

s o m e t i e n d o a l o s j e f e s , h a b r í a v i s t o q u e n a c i ó p a r a e s t o .

T u v o q u e e s p e r a r m u c h o t i e m p o , p e r o m e r e c í a t e n e r e s t a

o c a s i ó n d e . . .

M I G U E L . — E r e s m u j e r . ¿ C ó m o n o h a b í a d e d e s p e r t a r t u s

p e o r e s i n s t i n t o s e l t r u c o d e l h é r o e ? E s o e s l o q u e t e t i e n e

s e d u c i d a . S i n o l e o b s e r v é a é l , e r a p o r q u e t e o b s e r v a -

b a a t i . P a r a q u i e n n o s u p i e r a q u e e r a s s u h i j a , p u d i s t e

p a s a r p o r u n a e n a m o r a d a d e é l . Y , a d e m á s ? c l a r o , s u h e -

r o i s m ^ t e d a r á l o q u e h a s d e s e a d o s i e m p r e : t r a j e s , j o y a s ,

a u t o m ó v i l e s . . .

E L E N A . — ¡ M i g u e l , t e p r o h i b o . . .

J U L I A . — P e r o s i l o q u e h a b l a e n t i e s l a i n f e r i o r i d a d , l a

e n v i d i a . . .

M I G U E L . — ¡ Y o n o h e m e n t i d o

J U L I A . — E l e r a u n b u e n p r o f e s o r ; t ú , u n m a l e s t u d i a n -

t e . A h o r a , e n e l f o n d o , q u e r r í a s e s t a r e n s u l u g a r , s e r u n

h é r o e . P e r o t e f a l t a m u c h o .

M I G U E L . — ¡ E s t ú p i d a ¿ N o c o m p r e n d e s e n t o n c e s l o q u e

e s l a v e r d a d ? N o p o d r í a s . . . , e r e s m u j e r ; n e c e s i t a s d e l a

m e n t i r a p a r a v i v i r . E r e s t a n e s t ú p i d a c o m o s i f u e r a s b o n i t a .

E L E N A . — ( In t e rp on i én dos e en tre e ll os. )  ¡ B a s t a , M i g u e l

J U L I A . — N o c r e a s q u e m e l a s t i m a s c o n e s o . ¿ Q u é e s m i

f e a l d a d j u n t o a t u c o b a r d í a ? P o r q u e t u a f á n d e t o c a r l a

v e r d a d n o e s m á s q u e u n a c o s a e n f e r m i z a , u n a p a s i ó n d e

c o b a r d e . L a v e r d a d e s t á d e n t r o , n o f u e r a d e u n o .

E L E N A . — ¡ J u l i a

M I G U E L . — C r é e l o a s í , s i q u i e r e s . Y o s e g u i r é b u s c a n d o l a

Page 109: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 109/267

v e r d a d .  (Pausa.

  J U L I A

  va hacia la mesa, toma los telegra-

ma s  v  los lee uno por uno, con satisfacción .  E L E N A  s e  sien-

ta.

  M I G U E L ,

  clavado ante la ventana, mira hacia afuera.)

J U L I A . — M i r a , m a m á , d e l p r e s i d e n t e . ( S e   lo lleva.)

E L E N A . — (T om a el telegrama, pero no lo mira.)  M i g u e l . . .

M I G U E L . — ¿ M a m á ?

E L E N A . — ¿ O í s t e t o d a l a c o n v e r s a c i ó n c o n N a v a r r o . - '

M IGUEL. —Casi t oda .

E L E N A . — E n t o n c e s d e b e s d e c i r m e . . .

M I G U E L . — N o r e c u e r d o n a d a . . . ; l a v e r d a d q u e 0 1 m e

l l e n ó l o s o í d o s d e t a l m o d o , q u e n o p u d e o í r o t r a c o s a y a .

E L E N A . — ¿ A m e n a z ó N a v a r r o a t u p a d r e ?

M I G U E L . — S u p o n g o q u e s í .

E L E N A — R e c u e r d a . . . , e s n e c e s a r i o q u e r e c u e r d e s . N u n c a

h e e s t a d o t a n i n q u i e t a p o r é l . ¿ Q u é d i j o ? ¿ E n q u é f o r m a

1 c a m e n a z ó ? ,

M I G U E L . — ¿ Q u é i m p o r t a n c i a t i e n e ? M i p a d r e n o p u e d e

p e r d e r a h o r a .

E L E N A . — ¡ M i g u e l P o r f a v o r , p i e n s a ; h a z l o p o r m i .

M I G U E L . — (De sp ués de una pausa. )  A h o r a r e c u e r d o . AL

d e s p e d i r s e , N a v a r r o d i j o . . . , s í : « T ú s o l o t e h a s s e n t e n c i a -

d o . . . S e r á c o m o t ú lo h a s q u e r i d o . »

E L E N A . — ( L e v a n t á n d o s e . )  M i g u e l , t u p a d r e e s t a e n p e -

l i g r o , y t ú l o s a b í a s y t e h a s q u e d a d o a q u í a d e c i r e s a s

c o s a s d e é l . . .

M I G U E L . — (Ad e lan tand o un paso .)  ¿ N o t e d a s c u e n t a

d e c ó m o m e s e n t í a y o . . . , d e c ó m o m e s i e n t o ?

E L E N A . — ¡ T u p a d r e e s t á e n p e l i g r o

M I G U E L . — ¿ N o l o b u s c ó é l ? ¿ N o m i n t i ó ?

E L E N A . — D e b e s i r p r o n t o , M i g u e l . D e b e s c u i d a r l o . ( M I -

G U E L

  vacila.) ,

J U L I A . — N o s e a t r e v e , m a m á , e s o e s t o d o . I r é y o .

E L E N A — Y o l o s e n t í a , l o s e n t í a .  (Se oprime las manos.)

N a v a r r o v a a t r a t a r d e m a t a r l o . ( J U L I A c o r r e   hacia la puer-

ta, a la vez que:)

M I G U E L . — (Reacc ionando bruscam ente . )  T i e n e s r a z ó n ,

m a m á . P e r d ó n a m e p o r t o d o . I r é . . . , t r a t a r é d e c m d a r J o ;

p e r o d e s p u é s . . . S e r e m o s m i p a d r e y y o , f r e n t e a f r e n t e .

(Sale corriendo.)

J U L IA . — N o p a s a r á n a d a , m a m á . ¡ T e n g o t a n t a  c o n f i a n -

z a e n é l a h o r a

ELENA. —No sé . . . , no sé . En e l fondo , M i gue l . . .

J U L I A . — M i g u e l e s t á l o c o , m a m á . . . , b u s c a l a v e r d a d c o n

f a n a t i s m o , c o m o s i n o e x i s t i e r a . N o l e h a g a s c a s o .

E L E N A . — E s t á e n u n e s t a d o t a l . . . Y t ú t a m b i é n .   T o d a s

e s t a s c o s a s q u e s e h a n d i c h o u s t e d e s d o s . . .

J U L I A .

  (Con una sonrisa.)  A s í e r a d e n i ñ o , m a m á .

Y a s i e r a c ó m o M i g u e l s e d e c i d í a g e l e a r , p a r a d e m o s -

t r a r m e q u e n o e r a u n c o b a r d e .

E L E N A . — H a s s i d o t a n d u r a . . .

J U L I A . — P e r o a n a d i e m á s l e d e j a r í a y o d e c i r l e   e s o .

ELENA. —No sé . . . , no sé . . .  (Un poco hipnotizada por  la

inquietud.)   ¿ Q u é h o r a e s ?

J U L I A . — M e d i o d í a , m a m á . F í j a t e e n el s o l. A h o r a y a p u e -

do sabe r l a hora por e l so l . (ELENA,   un poco somnámbula,

va hacia la ventana. Allí abre los brazos , de modo   que

toque los dos extremos del marco, y con la cabeza  echada

hacia atrás, mira intensamente hacia afuera.

  J U L I A

  sigue

leyendo telegramas y subrayando su interés con pequeños

gestos de satisfacción.

  E L E N A

  parece una estatua.

  J U L I A

  la

mira.)  T r a n q u i l í z a t e , m a m á , p o r f a v o r . D e n t r o d e p o c o  es -

t a r á a q u í y s e r e m o s o t r o s . . . H a s t a M i g u e l .

E L E N A . — (Sin volverse.)  N o p u e d o . H a c e u n m o m e n t o

s e n t í e l s o l c o m o u n g o l p e e n e l p e c h o .

J U L I A . — H a z l o p o r é l . N o l e g u s t a r í a v e r t e a s í .

E L E N A . — M i g u e l t i e n e r a z ó n . N a d a b u e n o p u e d e s a l i r   d e

u n a m e n t i r a . Y , s i n e m b a r g o , y o n o h e p o d i d o d e t e n e r a

C é s a r .

J U L I A . — N o h a y m e n t i r a , m a m á . T o d o e l p a s a d o f u e u n

s u e ñ o , y e s t o e s r e a l . N o m e i m p o r t a n l o s t r a j e s n i l a s

j o y a s , c o m o c r e e M i g u e l , s i n o e l a i r e e n q u e v i v i r e m o s . E l

a i r e d e l p o d e r d e m i p a d r e . S e r á c o m o v i v i r e n e l p i s o

m á s a l t o , d e a q u í , p r i m e r o ; d e t o d o M é x i c o , d e s p u é s . T ú

n o l o h a s o í d o h a b l a r e n l o s m í t i n e s , n o s a b e s t o d o l o

q u e p u e d e d a r d e é l , q u e f u e t a n p o b r e . Y t o d o l o   q u e

p u e d e t e n e r .

E L E N A . — Y o n o q u i e r o n a d a , h i j a m í a , s i n o q u e é l v i v a .

Y t e n g o m i e d o .

J U L I A . — Y o , n o ; e s c o m o l a l u z , p a r a m í . T o d o s p u e d e n

Page 110: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 110/267

Page 111: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 111/267

G U Z M Á N . — Y

  t a n c o b a r d e . C r e o q u e y o t e n g o i d e a d e

' " M í e

t Í ^ T i n p ri me r t ér m in o d er ec ha .)

  Y o t a m b i é n

N

I

V A R R O . - ( I m p e r t u r b a b l e . )  E l a s e s i n o d e C e s a r R u b i o ,

s e ñ o r a , f u e u n f a n á t i c o c a t ó l i c o .

G U Z M Á N . — ¡ F u i s t e t ú

N A V A R R O

  - F u e u n f a n á t i e o , c o m o p u e d e p r o b a r s e . E n

s u c u e í p o s e e n c o n t r a r o n u n c r u c i f i j o y v a n o s e s c a p u -

, a r

  G U Z M A N . - N O

  t i e n e c a s o c a l u m n i a r a n a d i e . S a b e m o s

^

  E u

Z - ( D e hielo.,

  V á y a s e u s t e d , g e n e r a l N a v a r r o . N o

s é c ó m o s e a t r e v e a p r e s e n t a r s e a q u í , d e s p u e s d e . . .  (La

interrumpe un tumulto creciente, afuera. Las voces se mu -

tiülican en un rumor de tormenta.  N A V A R R O S E  mchna, se

¿fríe

  a la puerta, la abre y sale después de una mirada

a la familia. Se escucha un rumor hostil. Luego cada vez

más distintamente, la voz de  N A V A R R O  que grita )

" " L A v o z DE NAVARRO. ¡ C a n t a r a d a s H e v e n i d o a , t a

a l a v i u d a d e C é s a r R u b i o m i i n d i g n a c i ó n a n t e e v i l a s e

s i n a t o d e s u m a r i d o . A u n q u e h a y p r u e b a s d e q u e e l a s e s i n o

u e u n c a t ó l i c o , n o f a l t a q u i e n s e a t r e v a a a c u s a r m e - f M u r -

mullo hostil.  G U Z M Á N  va a la puerta y sale.)  E s t o y

  d i s p u e s

r d e f e n d e r m e a n t e l o s t r i b u n a l e s y a r e n u n c i a r a m i

— z ' V l ^ ^ ^ f t f ? »

interrumpe un clamor de aprobación.)

  i v iu >

Z H

h i j o s d e C é s a r R u b i o v i v i r á n c o m o s i é l f u e r a g o b e r n a d o r .

(Aplausos sofocados.)

E L E N A . —

(Ag i tan do una mano como quebrada.)

  C i e r r a ,

M i g u e l . L a s p u e r t a s , l a s v e n t a n a s , c i é r r a l o t o d o .

M I GU E L. — No , m a m á . T o d o e l m u n d o d e b e s a b e r , s a b r á . . .

N o p o d r í a y o s e g u i r v i v i e n d o c o m o e l h i j o d e u n f<. < t a s m a .

E L E N A

 .—(Deshecha.)  C i e r r a , J u l i a . T o d o s e h a a c a b a d o

ya. (JULIA,

  vencida, se dirige a cerrar la ventana rrhnero,

luego la puerta. Penumbra. El rumor exterior nace me-

nos perceptible.)

M I G U E L . — ¡ M a m á

(Solloza sin ruido.)

E L E N A . — E s e e s o t r o h o m b r e . E l n u e s t r o . . .

  (No puede

seguir. Llaman a la puerta.)  N o a b r a s , J u l i a .  (Tocan nue-

vamente.

  M I G U E L

  abre con lentitud. Entra

  E S T R E L L A ; S A -

L I V A S

  y

  G U Z M Á N

  tras él.)

E S T R E L L A . —

(So lem ne, con esa especie de alegría de ser-

lo que acompaña a los demagogos.)

  S e ñ o r a , e l s e ñ o r p r e -

s i d e n t e h a s i d o i n f o r m a d o y a d e e s t e t r i s t e s u c e s o . ( M I G U E L

vuelto hacia ellos, escucha.)

  E l c u e r p o d e l s e ñ o r g e n e r a l

R u b i o s e r á v e l a d o e n e l P a l a c i o d e g o b i e r n o . V e n g o p a r a

l l e v a r l o s a u s t e d e s a l l í . S e le t r i b u t a r á n h o n o r e s l o c a l e s

d e g o b e r n a d o r ; p e r o , a d e m á s , c o n s i d e r a n d o q u e s e t r a t a

d e u n d i v i s i o n a r i o y d e u n g r a n h é r o e , s u c u e r p o r e c i b i r á

h o n o r e s p r e s i d e n c i a l e s y r e p o s a r á e n l a R o t o n d a d e l o s

H o m b r e s I l u s t r e s . U s t e d , s e ñ o r a , t e n d r á l a p e n s i ó n q u e l e

c o r r e s p o n d e . E l g o b i e r n o r e v o l u c i o n a r i o n o o l v i d a r á a l a

f a m i l i a d e s u h é r o e m á s a l t o .

E L E N A . — G r a c i a s . N o q u i e r o n a d a d e e s o . Q u i e r o e l c u e r -

p o d e m i m a r i d o . I r é p o r é l .

  (Camina hacia la puerta.  J U L I A

la sigue.)

  T ú q u é d a t e .

J U L I A . — M a m á , i r e m o s t o d o s . Y s e l e h a r á n l o s h o n o r e s .

( E L E N A

  la mira.)  ¿ N o c o m p r e n d e s ?

S A LI N AS .— N o e n t i e n d o , s e ñ o r a . . .

E S T R E L L A . — C é s a r R u b i o p e r t e n e c e a l p u e b l o , s e ñ o r a . . .

G U Z M Á N . —

(De trás de ellos, sañudo.)

  N o s p e r t e n e c e a

n o s o t r o s p a r a s i e m p r e .

J U L I A . — ¿ N o c o m p r e n d e s , m a m á ? E l s e r á m i b e l l e z a .

( E L E N A

  hace un esfuerzo para hablar, sin lograrlo. Agita

un poco la mano.

  E S T R E L L A

  la toma del brazo. Salen.

  M I G U E L

queda inmóvil en la escena. L os murmullos y las voces des-

lio

Page 112: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 112/267

TEATRO MEXICANO CONTEMPORANEO

aparecen en un silencioso homenaje a la viuda. Después de

un momento entra  NAV AR R O.) .

M I G U E L . — ¿ U s t e d ? T e n g o q u e a c l a r a r a l g o , p r i m e r o c o n

u s t e d , l u e g o c o n t o d o e l m u n d o .

N A V A R R O .—(Brutal.)  ¿ Q u é e s l o q u e s a b e u s t e d ?

M I G U E L . — S é q u e u s t e d m a t ó a m i p a d r e .   (Con una vio-

lencia incontenible.)  L o s é . ¡ O í s u c o n v e r s a c i ó n

N A V A R R O . — ( E s t r e m e c i d o . )  ¿ S í ?  (Se sobrepone.)  O i g a u s -

t e d l o q u e d i c e e l p u e b l o q u e p r e s e n c i ó l o s a c o n t e c i m i e n -

t o s j o v e n . E l a s e s i n o f u e u n c a tó l i c o ; p u e d o p r o b a r l e . M i s

p r o p i a s g e n t e s t r a t a r o n d e a p r e h e n d e r l o

M IG U EL .— Y p a r a m a v o r s e g u r i d a d , l o m a t a r o n . P a r a

b o r r a r t o d a s l a s p r u e b a s . M a t ó u s t e d a m i p a d r e y a s u

a s e s i n o m a t e r i a l , c o m o m a t ó u s t e d a C e s a r R u b i o . , L o

O Í

  N A V A R R O

  -(Turbado v descompuesto.)  S u d o l o r n o l o

deia (Desafiante de pronto.)  ¡ N o p o d r í a u s t e d p r o b a r

N A

M I G U E L . - E s o n o p u e d o r e m e d i a r l o y a . P e r o n o v o y a

p e " e s t a b u r l a : la c i u da d C é s ar R u b i o . ^ a u n iv e rs i -

d a d , l a p e n s i ó n . ¡ U s t e d s a b e m u y b i e n q u e m i p a d r e n o

- T E U   u s t e d l o c o ? S u p a d r e

  « e r a »

  C é s a r R u -

b i o ¿ C ó m o v a u s t e d a l u c h a r c o n t r a u n p u e b l o e n t e r o

c o n v e n c i d o d e e l l o ? Y o m i s m o n o l u c h e

M I G U E L . — U s t e d m a t ó . ¿ E r a m a s f á c i l ?

N A VA RR O.— Su p a d r e f u e u n h é r o e q u e m e r e c e r e c o r d a -

c i ó n v r e s p e t o a s u m e m o r i a .

M I G U EL .— N o d e j a r é p e r p e t u a r s e u n a m e n t . r a s e m e j a n t e .

D i r é l a v e r d a d a h o r a m i s m o . ,

N A V A R R O . — C u a n d o s e c a l m e u s t e d , j o v e n , c o m p r e n d e -

r á c u á l e s s u v e r d a d e r o d e b e r . L o c o m p r e n d o y o , q u e f u

f s i r l s - l f l

a m p i r o . . . , p e r o n o e s e s o l o q u e m e i m p o r t a . . . , e s l a v e r

d a

U l o - V s e t v a

É

I A M * « o  A  la pisto,a.  M I G U E L I O

rniTcoZeslt  N ~  reflexiona y He.,  N a d . e l o c r e e -

RODOLFO USIGLI: EL GESTICULADOR

273

r á . S i i n s i s t e u s t e d e n s u s d e s v a r i o s , h a r é q u e l o m a n d e n

a u n s a n a t o r i o .

M I G U E L . — ( C o n  una frialdad terrible.)  S í , s e r í a u s t e d c a -

p a z d e e s o . A u n q u e m e c u e s t e l a v i d a . . .

N AV AR RO .— S e r e i r á n d e u s t e d . N o p o d r í a u s t e d q u i t a r -

l e a l p u e b l o l o q u e e s s u y o . S i h a b l a u s t e d e n l a c a l l e , l o

t o m a r á n p o r l o c o .  (Saluda irónicamen te el cartel de César

Rubio.)  S u p a d r e e r a u n g r a n h é r o e .

M I G U E L . — E n c o n t r a r é p r u e b a s d e q u e é l n o e r a u n h é -

r o e y d e q u e u s t e d e s u n a s e s i n o .

NAVARRO.—

(En la puerta.)

  ¿ C u á l e s ? H a b r á q u e p r o b a r

u n a c o s a u o t r a . S i d i c e u s t e d ¿ q u e s o y u n a s e s i n o , g e n t e

m a l i n t e n c i o n a d a p o d r í a c r e e r l o ; p e r o c o m o t a m b i é n p i e n -

s a u s t e d d e c i r q u e s u p a d r e e r a u n f a r s a n t e , n a d i e l o

c r e e r á y a . E s u s t e d m i m e j o r d e f e n s o r , y s u p a d r e e r a

g r a n d e , m u c h a c h o . L e d e b o m i e l e c c i ó n .   (Sale. Se oye un

clamor confuso afuera. Luego, voces que gritan:  ¡Vi va Na -

v a r r o )

LA voz DE NAVARRO.— ¡No , no , muc ha ch os ¡Vi va Cé sa r

R u b i o .  (Un ¡Viva César Rubio clamoroso se deja oír.

M I G U E L  hace un movimiento hacia la puerta; luego sale

rápidamente por la izquierda. Ruido de voces y de auto-

móviles en marcha, afuera. Pequeña pausa, al cabo de la

cual,  M I G U E L  reaparece llevando una maleta pequeña. Se

dirige a la puerta derecha. De allí se vuelve, descuelga el

cartel con la imagen de César Rubio, después de dejar su

maleta en el suelo. Dob la el cartel quietamente, y lo coloca

sobre el escritorio. Luego empuja con el pie el rollo ae

carteles, que se abre como un abanico en una múltiple

imagen de César Rubio.)

M I GU E L. — ¡ L a v e r d a d f S e  cubre un momento la cara

con las manos, y parece que va a abandonarse, pero se

yergue. Entonces toma, desesperado, su maleta. En la puer-

ta se cerciora de que no queda nadie afuera. El sol es ce-

gador.

  M I G U E L

  sale, huyendo de la sombra misma de Cé-

sar Rubio, que lo perseguirá toda su vida. Telón.)

FIN DE

«E L GE ST IC UL ADOR »

Page 113: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 113/267

Page 114: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 114/267

Page 115: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 115/267

A C H A R L E S D U L L I N

en p r ueba de ag r adecimien to y amis tad

P E R S O N A J E S

J Ú P I T E R

O R E S T E S

E G I S T O

E L P E D A G O G O

P R I M E R G U A R D I A

SEG U N D O G U A RD IA

E L G R A N S A C E R D O T E

E L E C T R A

C L I T E M N E S T R A

U N A E R E N I A

U N A J O V E N

U N A V I E J A

H O M B R E S Y M U J E R E S D E L P U E B L O

E R I N I A S . S E R V I D O R E S

G U A R D I A S D E L P A L A C I O

Esta obra fue estrenada en el

  T e a t r o d e l a C i t é ( D i r e c c i ó n C h a r l e s

D u l l i n ) p o r

  los señores

  C h a r l e s D u l l i n , J o f f r e , P a u l O e t l y , J e a n L a n n i e r ,

N o r b e r t , L u c i e n A r n a u d , M a r c e l d ' O r v a l , B e n d e r , y

  las señoras

  P e r r e t ,

O l g a D o m i n i q u e , C a s s a n .

A c t o p r i m e r o

Una plaza de Argos. Una estatua de Júpiter, dios de las mos-

cas y déla muerte. Ojos blancos, rostro embadurnado de sangre.

Escena I

(Entran en procesión

  V I E J A S

  vestidas de negro, y hacen

libaciones delante de la estatua. Al fondo, un

  ID IO TA

  sentado

en el suelo. Entran

  O R E S T E S

  y el

  P E D A G O G O ,

  luego

  J Ú P I T E R . )

ORESTES. — ¡Eh, buenas mujeres

(Todas las  V I E J A S  se vuelven lanzando un grito.)

EL   PEDAGOCO. — ¿Po déis de ci rn os ?. ..

(Las

  V I E J A S

  escupen al suelo dando un paSo atrás.)

EL PEDAGOGO. — Es cu ch ad , som os via jero s extrav iado s. Sólo

os p ido una ind icación .

(Las

  V I E J A S

  huyen dejando caer las urnas.)

EL PEDAGOGO. - ¡Viejas piltra fas ¿N o se diría q ue m e de rrit o

por sus encan tos? ¡ Ah , mi amo, qué v ia je ag r adab le Y qué

buena insp i r ación la vues t r a de ven i r aqu í cuando hay más

de qu in ien tas cap i ta les , t an to en Gr ecia como en I ta l ia , con

buen v ino , posadas acogedor as y ca l les popu losas . Par ece

que es tos montañeses nunca han v i s to tu r i s tas : c ien veces

he p r egun tado por e l camino en es te mald i to caser ío que sé

achicharra al sol. Por todas par tes los mismos gr itos de espan-

to y las mismas desbandadas , l as pesadas car r er as negr as

por las calles enceg ueced oras. ¡Puf Estas calles desier ta s,

Page 116: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 116/267

Page 117: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 117/267

en la rada de Nauplia. Podían verse las velas blancas   d e s d e

lo alto de las murallas. (Espanta  las moscas.)  A u n, n . h a b *

m o s c as , e n to n c es . A rg o s s ó lo e ra u n a p e q u e j c m d a d d e p r o

vincia que se aburría indolentemente al sol.

  S u b i a l

  c a m m o

de ronda con los demá s, los días siguientes, y — lar-

gamente e l cor te jo r ea l que marchaba por la l lanura^ La

fa rde de l segundo día la r e ina C l i tem nest ra aparee .o en j a

mura l la s , acompañada de Egis to e r ey ac tua l^Las gent«;

de Argos v ie ron sus ros t ros enrojec idos por e pon ent e

los vieron inclinarse sobre las afan en» y « ^

hac ia e l mar ; y pensa ron: "Pasa rá a lgo ma lo . Pe ro no d ^

ron nada . Egko, debé is de sabe r lo , e ra e l amante de la

re ina C l i temnest ra . Un ruf ián ya por entonces propenso a

la me lancol ía . Pa recé is cansado. ^ U i t o

ORESTES. - Es el largo cam ino q ue he h echo y este maldi to

calor . Pero me interesáis.

  nnrnt

>t[A «n

TÚPITER  - Agamenón e ra un buen hombre , pe ro comet ió un

t e r r o r , ' s a b é i s ? N o h a b ía p e rm it id o q u e ^ e e u ^

capitales se realizara n en público. E s una lastima En^ pro

vine ia , un bue n ahorcamiento d is t r ae y f i a a la gente un

poeo harta de la mue rte. Las gentes de aqui ^ d, ,eron

nada porque se abur r ían y quer ían ve r una   m u e r t e  v i o l e n ^

No di je ron nada cuando vie ron apa rece r a - - y e n j a s

p u e rt a s d e l a c i u da d . Y c u a n d o v ie ro n q u e ^ ^ ^

le tend ía sus hermo sos brazos perfu mad os, dqe ron nacfcu

En aqu e l momento hub ie ra bas tado una p a labra , una so a

pa labra , pe ro ca l la ron, y cada uno tenía en la cabeza , la

imagen de un gran cadáver con la ca ra des t rozada .

OR E S -ÍE S . - Y

  vos, ¿no dijisteis nada?

JÚPITER. - ¿Os moles ta, joven? Yo estoy m uy co mod o, lo cua l

prueba vues tros buenos sentimientos . Pues b ien , no no -

ble; no soy de aquí, y no eran asuntos míos. En cuanto a las

gentes de Argos , a l d ía s iguiente , cuando oyeron auUarde

dolor al rey en el palacio, siguieron

  si n

  dec i r nada ba ja ron

los pá rpados sobre los o jos en b lanco de voluptuos idad, y

la c iudad ente ra e s taba como una muje r en ce lo .

. ORESTES. - Y el asesino reina. H a con ocid o quin ce ano s de

felicidad. Yo creía justos a los dioses.

J Ú I C R E * .

  - jEh No incriminéis tan pronto a los dioses. ¿Hay

que cas t iga r s iempre? ¿No e ra pre fe r ib le que es te tumul to

der iva ra en benef ic io de l orden mora l?

ORESTES. — ¿Qu é hici eron ?

JÚPITER. — En via ron   las moscas.

Éí, PEDAGOGO. — ¿Q ué tien en qu e v er las m oscas ?

JÚPITER. — Oh,  son un  símbolo. Pero juzgad por esto lo que

han hecho: aquella vieja cochinilla que allá véis, corretean-

do sobre sus pa t i ta s negras , rozando la s pa redes , e s un

hermoso espéc imen de una fauna negra y cha ta que hor -

miguea en las grietas. Salto sobre el insecto, lo cazo y os

lo traigo.  (Salta sobre la

  V I E J A

  y la trae al proscenio.)  Aquí

está mi presa. ¡Mirad qué horror ¡Oh Guiñáis los ojos,

y sin embargo estáis habituados a las espadas del sol al

ro jo b lanco. Mirad qué sobresa l tos de pez en la punta de

la línea. Dime, vieja, habrás perdido docenas de hijos, pues

andas de negro de la cabeza a los pies. Vamos, habla y

quizá te suelte . ¿Por quién llevas luto?

LA VIEJA. — Es e l ves tido de Argos.

JÚPITER. — ¿El ves tido d e Argos? A h, com prendo . Lle vas luto

por tu rey, por tu rey asesinado.

LA VIEJA. — ¡Calla ¡Por el amo r de Dio s, calla

JÚPITER. — Pues ere s bas tante vieja pa ra ha ber oído aquello s

gritos que recorrieron toda una mañana las calles de la ciu-

dad. ¿Qué hiciste?

LA VIEJA. — Mi ma rido estaba en los campo s, ¿qué podía ha-

cer yo? Corrí el cerrojo de la puerta.

JÚPITER. — Sí, y entreabris te la vent ana para oír me jor, y te

quedaste al acecho detrás de las cortinas, con el aliento

entrecortado y un cosquilleo raro en el hueco de los r íñones.

LA VIEJA. — ¡Cal la

JÚPITER. — Has d e hab er hec ho est upe nda men te b ien el amo r

aque l la noche . Era una f ie s ta , ¿eh? . . .

LA VIEJA. — Ah, señor, er a. . . un a f iesta horrible.

JÚPITER. — Una f iesta roja cuyo recuer do n o hab éis p odido en-

terrar .

LA VIEJA. — ¡Señor ¿Sois un mu erto ?

JÚPITER. — jUn mu erto ¡Anda, vieja loca No te cuides d e lo

que soy, será mejor que te ocupes de ti misma y ganes el

pe rdón de l C ie lo con tu a r repent imiento .

225

Page 118: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 118/267

Jean'Paul Sartre

T K  VIETA AH, me arre pien to , señor, s i supier ais cóm o me

mm^t

f i f i s

el terror.

Bu en o ¿e ra n ecesa r io fu lmin ar a Egi sto r»

ORESTES.' - E r a n e c e s a r io . . . A h ,, „ * e r a — . V

T

  m e

  °M

s

:

y

e s i r u

J Ú P I T E R . - ¿ B G I ST O . M E ^ U  a r r e p e n t i m i e n t o

r

d

;

d

p a r

q

t r o , u „ * *

rey , u n b o y ero esco g id o p o r

  d d

  p a lac io ,

rid os c ad a a ni ve rs ar io , e n U s ^ J ™ P ^ ^

( O R E S T E S T O E  un gesto de

  OTelten a

  los

ll on es d e m o sc as , o lo r a ^ ^ J * \ zr vz s a te rr ad as q u e

to s c to ro so s . . .

(TJr ylercio.)

La

  8

  muscas

ORESTES. — Ag ame nón teni a un a hi ja, ¿verd ad?, u na h i ja l ía-

o rn ad a Elec t ra .

JÚPITER. — Sí. Vive aq uí . E n el pal acio d e Eg is to , en aquéL

ORESTES. — ¡Ah ¿Es ése el pala cio d e Eg is to? ¿Y qu é pien sa

Elec t ra d e to d o es to ?

JÚPITER. — ¡Bah Es u n a n iñ a . H ab í a t am b ién u n h i jo , u n t a l

Ores tes . Dicen q u e mu r ió .

ORESTES. — ¡Qu e mu r ió Di ab lo s . . .

EL PEDAGOGO. — Per o s í , mi am o, b ie n sabéis q ue mu rió . La s

g e n t e s d e N a u p l i a n o s h a n c o n t a d o q u e E g i s t o h a b í a d a j l o

o rd en d e ases in ar lo p o co d esp u és d e l a mu er t e d e Ag amen ó n .

JÚPITER. — Algun os afi rm an q ue e stá v ivo. Sus asesino s, com -

p a d e c i d o s , l o h a b r í a n a b a n d o n a d o e n e l b o s q u e . H a b r í a

s id o reco g id o y ed u cad o p o r b u rg u eses r i co s d e Aten as . Po r

m i p a r t e , d e s e o q u e h a y a m u e r t o .

ORESTES. — ¿Por qu é, s i n o os inco mo da?

JÚpr iER . — Imag in ad q u e s e p resen ta u n d ía a l a s p u er t as d e

e s t a c i u d a d . . .

O R E S T E S . — ¿ Y

  q u é ?

JÚPITER. — ¡Bah Mi rad, s i lo enco ntra ra en ese mo me nto, le

d i r í a . . . , l e d i r í a : " J o v e n . . . " L o l l a m a r í a j o v e n , p u e s t i e n e

más o men o s v u es t ra ed ad , s i v iv e . A p ro p ó s i to , s eñ o r , ¿me

d i ré i s v u es t ro n o mb re?

ORESTES. — Me l la mo F ileb o y soy d e C orinto . Viajo pa ra ins-

t ru i rme co n u n esc lav o q u e fu e mi p recep to r .

JÚPITER. — Perfec to . E n to n ces d i r í a : " ¡ Jo v en , march ao s ¿Qu é

b u scá i s aq u í? ¿Qu eré i s h acer v a le r v u es t ro s d e rech o s? ¡Ah

So i s a rd ien te y fu e r t e , s e r í a i s v a l i en te cap i t án d e u n e j é rc i to

b a ta l l ad o r , p o d é i s h acer a lg o mejo r q u e re in ar so b re u n a

c i u d a d m e d i o m u e r t a , u n a c a r r o ñ a d e c i u d a d a t o r m e n t a d a

p o r l a s mo scas . Lo s h o mb res d e aq u í so n g ran d es p ecad o res ,

p e ro es t án emp eñ ad o s y a en e l camin o d e l a red en c ió n .

Dejad lo s , j o v en , d e jad lo s , resp e tad su d o lo ro sa emp resa ,

a l e j ao s d e p u n t i l l a s . No p o d r í a i s co mp ar t i r su a r rep en t í - ;

mien to , p u es n o h ab é i s t en id o p ar t e en su c r imen , y v u es -

t ra in o cen c ia imp er t in en te o s s ep ara d e e l lo s co mo u n fo so

p ro fu n d o . March ao s , s i l o s amái s u n p o co . March ao s , p o r -

q u e v a i s a p e rd er lo s : p o r p o co q u e lo s d e ten g á i s en e l eá -

Page 119: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 119/267

s s - l í a - s r s

'z:z  » » - »»»

a ten d er mis asu n to s .

K . - A Í « - " ^ OS m o le st an , é s te es e l

S T y a v e t

  ™ e d a „ % s e a r r a s t r a n p o r e l s u e lo e o m o

o ru g as .

d o r d e mo scas en mis h o ras .mreb .

a veros .

(Sale.)

O RESTES - EL PED A G O G O

EL PEDAGOGO. — Des con fiad . Ese hom bre sab e qu ién sois .

ORESTES. — ¿Pero es u n ho mb re?

EL PEDAGOGO. — ¡Ah, mi am o, qu é pe na me d ais ¿Qu é h acéi s

d e mis l ecc io n es y d e ese escep t i c i smo so n r i en te q u é o s

en señ é? " ¿Es u n h o mb re?" Diab lo s , só lo h ay h o mb res , y y a

es b as t an te . Ese b arb u d o es u n h o mb re , a lg ú n esp ía d e

Egis to .

ORESTES. — De ja tu fi loso fía. Me ha he cho dem asiad o dañ o.

EL PEDAGOGO. — ¡Dañ o Ent onc es es per jud icar a la gen te, d ar-

l e l i b e r t ad d e esp í r itu . ^ ¡Ah ¡Có mo h ab é i s camb iad o An tes

l e í a en v o s . . . ¿Me d i ré i s p o r f in q u é med i t á i s ? ¿Po r q u é me

h ab é i s a r ras t rad o aq u í? ¿Y q u é q u eré i s h acer?

ORESTES. — ¿Te h e dich o qu é tenía algo q ue ha cer? ¡Vamos

Calla. (Se  acerca al palacio.)  Ése es mi p a lac io . Al lí n ac ió mi

p ad re . Al l í u n a ramera y su ru f i án lo ases in aro n . Tamb ién y o

n ac í a l l í . Ten ía cas i d o s añ o s cu an d o me l l ev ó l a so ld ad esca

d e Eg i s to . Seg u ramen te p asamo s p o r esa p u er t a , u n o d e e l lo s

me ca rg ab a en su s b razo s , y o t en ía lo s o jo s mu y ab ie r to s y

s in d u d a l lo rab a . . . ¡Ah Ni e l men o r recu erd o . Veo u n g ran

ed i f i c io mu d o , in f l ad o en su so lemn id ad p ro v in c ian a . Lo

  veo

p o r p r imera v ez .

EL PEDAGOGO. — ¿Ni u n re cuer do, am o ing rato , cu and o h e con-

sagrado diez años de mi v ida a dároslos? ¿Y todos los v iajes

que hicimos? ¿Y las ciudades que vis i tamos? ¿Y los cursos

d e a rq u eo lo g ía q u e p ro fesé p ara v o s so lo ? ¿Ni u n recu erd o ?

I fab ía aq u í h ace p o co t an to s p a lac io s , s an tu ar io s y t emp lo s

p ara , p o b la r v u es t ra m emo r ia q u e h u b ie ra i s p o d id o , co m o e l

g eó g ra fo Pau san ias , e s c r ib i r u n a g u ía d e Grec ia .

ORESTES. — ¡Palacios Es cierto . ¡Palacios , co lum nas, es tatua s

¿Po r q u é n o so y más p esad o , y o q u e t en g o t an tas , p i ed ras en

la cab eza? Y d e lo s t resc ien to s o ch en ta y s i e t e p e ld añ o s d e l

t emp lo d e Éfeso , ¿n o me h ab las? Lo s h e su b id o Un o p o r u n o ,

y lo $ recu erd o to d o s . E l d ec imo sép t imo , c reo , e s t ab a ro to . ,

Ah , u n p er ro , u n v ie jo p er ro q u e s e ca l i en ta aco s tad o ce rca

Page 120: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 120/267

: de l hoga r y se i ncorpora un

g i m i e n d o . S u a v e m e n t e p a r a s a l u d a r l o u n p

  e s l o

memor i a que yo : r e conoce a  su  amo . Su amo . ¿ i q , . •

m Í Q ?

  -Dó nde de j á i s l a cu l t u ra , señor? Vues t ra cu l -

EL PEDAGOGO. ¿D ón de dej áis »

  c o n a m 0

r , c o m o u n

t u ra os pe r t en ece y os l a ne co i y t e so ros ,

r am il le te , a ju st an d o l os ^ o s d e ™ ^ y ^

d e m i e xp e ri en ci a. ¿ N o o s h i £ ^ ^

  l a s o p i n i 0

n e s

" b ro s, p ar a f a m * ™ en c ad a

h u m a n a s , y

  r e c o

^ ^ Z e s s o n \ ¿ s c o st u mb r es d e l os h o m -

c i r c u n s t a n c i a c u a n v ^ a b l e s s o n i

  d e n

t e c o m o u n

b re s? A h or a s ois j ov en ^ y ^ b r e s y d e t od as la s c re en -

anc i ano , l i b re de t odas l a s se rv i dumbres y a

  1 ¡ b r e d e

« g ra n S - -

ve r s i t a r i a , ¡y os que j á i s que j a rme : me

S p S ^ S i

m 4 s

  q u e u n h i l o y v w o e n d j e . K q u e e ^

que poseen l a s c a sa s , l os an i ma l e s , £

  l i b r e

P e r o y o . . . Y o s oy l ib r e , g ra cx as a D £ J ^ ^ J

¡Y qué sobe rb i a ausenc i a mi a l ma (be   acerca t»

Hubi e ra v i v i do ah í . No habr í a l e í do n i nguno de t us l i b ros

y qu i zá no hub i e ra s ab i do l e e r ; e s r a ro que un p r í nc i pe sepa

l ee r . Pe ro por e sa pue r t a hub i e ra en t rado y sa l i do d i ez mi l

vece s . De n i ño habr í a j ugado con sus ho j a s , me hub i e ra

apoyado en e l l a s , hub i e ran c ru j i do s i n cede r y mi s b razos

habr í an conoc i do su r e s i s t enc i a . M ás t a rde l a s hub i e ra em-

pu j ado , de noche , a e scond i das , pa ra i r en busca de mu-

j e re s . Y más t a rde aún , a l l l ega r a l a mayor í a de edad , l os

e sc l avos habr í an ab i e r t o l a pue r t a de pa r en pa r y hub i e ra

f ranqueado e l umbra l a c aba l l o . M i v i e j a pue r t a de made ra .

Sabr í a encon t ra r , a o j os c e r rados , t u c e r radura . Y e se r a spón ,

ah í aba j o , qu i zá t e l o hub i e ra hecho yo , por t o rpeza , e l p r i -

m e r d í a q u e m e h u b i e r a n c o n f i a d o u n a l a n z a . ( S e

  aparta.)

Est i l o dór i co menor , ¿no e s c i e r t o? ¿Y qué d i ce s de l a s i n -

c rus t ac i ones de o ro? Las he v i s t o seme j an t e s en Dodona ;

e s un he rmoso t r aba j o . Vamos , t e da ré e l gus t o ; no e s   mi

pa l ac i o n i  mi  pue r t a . Y no t enemos nada qu e hace r aqu í .

EL PEDAGOGO. — Ah ora sois razona ble . ¿Qu é hu biera is gan ado

v i v i endo aqu í ? Vues t ra a l ma , a e s t a hora , e s t a r í a a t e r ro r i z ada

por un abyec t o a r repen t i mi en t o .

O R E S T E S (

c o n brusquedad). —   Por l o menos se r í a mí o . Y e s t e

ca l o r que me chamusca e l pe l o se r í a mí o . M í o e l zumbi do

de e s t a s moscas . A e s t a hora , de snudo en una hab i t a c i ón

oscura de l pa l ac i o , obse rva r í a por l a hendedura de un pos-

t igo el color rojo de la luz , esperaría que el sol decl inara , y

que sub i e ra de l sue l o , como un o l o r , l a sombra f r e sca de un

c repúscu l o de Argos , seme j an t e a o t ros c i en mi l y s i empre

nuevo , l a sombra de un c repúscu l o mí o . Vámonos , pedagogo;

¿no comprendes que e s t amos a pun t o de pudr i rnos en e l

ca l o r a j eno?

E L PEDAGOGO. —  Ah , señor , cómo me t r anqu i l i z á i s . Es t os ú l t i mos

meses —para se r exac t o , de sde que os r eve l é vues t ro nac i -

mi en t o— os ve í a c ambi a r d í a a d í a , y ya no l ograba dormi r .

T e m í a . . . >

ORESTES. — ¿Q ué ?

EL PEDAGOGO. — Vais a enfadaros.

ORESTES. - No . Ha bl a .

EL' PEDAGOGO. — Te mía —es inút i l h abe rse adie st rad o des de

t emprano en l a i ron í a e scép t i c a , a vece s a uno se l e ocur ren

Page 121: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 121/267

Jean-Paul Sartre

i d e a s e s t ú p i d a s - , e n u n a p a l a b r a , m e p r e g u n t a b a s i n o M e -

d i tar ías echar a Eg is to y ocupar su pues to

O R E S T E S

  (lentamente).  - ¿E char a Eg is to?  (PausaJ  P u e d e s

t r anqu i l izar te , buen hombr e , es demas iado tar de . No es que

me f a l ten ganas de coger por la bar ba a ese r u f ián de sacr i s -

t í a y ar r ancar lo del t r ono de mi padr e . Per o , ¿que? ¿Qué

tengo que ver eon esas gen tes? No he v i s to nacer uno so lo

de sus hijos, ni he asistido a la boda de sus hijas, no com-

par to sus r emor d imien tos , y no conozco uno so lo de sus nom-

br es . E l bar budo d iee b ien : un r ey   d e b e t e n e r  los mismos

r ecuer dos que sus subd i tos . Dejémos los , buen hombr e Va-

yámonos . De pun t i l l as . ¡ Ah Si hub ie r a un acto mir a , un a cto

que me d ier a der echo de c iudadan ía en t r e e l los ; s i pud ier a

apoder a r me, aun a cos ta de un er i r r ^ de sus memor ias

de su ter r o r y de sus esper anzas par a co lmar e l vacio de mi

cor azón , aunque tuv ier a que matar a mi p r op ia madr e .

EL PEDAGOGO. — ¡Señorl

ORESTES. - Sí. Son sueños. Par ta mos . Mi ra si jHied er ,^propor

clonar nos cabal los y segu i r emos has ta Espar ta donde tengo

amigos.

(Entra   E L E C T R A . )

Escena I I I

L o s M I S M O S - EL E C T R A

E L E C T R A

  (que lleva un cajón, se acerca sin verlos a la estatua

de Júpiter).  - ¡Basura Pue des mirarm e, si, con esos 6)OS

r edondos en la car a emba dur n ada de jugo de f r ambuesas n o

me asus tas . D ime, v in ier on es ta mañana las san tas mujer es

los cascajos de ves t ido negr o . H ic ier on cr u j i r sus ^patone

a tu a l r ededor . Es tabas con ten to , ¿eh , cuco?, t e gus tan as

v ie jas ; cuan to más se par ecen a los muer tos más te gus tan^

Despar r amar on a tus p ies sus v inos más p r eciosos por que

es tu f ies ta ; y de sus f a ldas sub ían a tu nar iz tu f os enmo

hqcidos ; todav ía halaga tu nar iz ese per f ume dele i tab le^

(Frotándose contra él)

  Bueno , ahor a huelem e, huele im o lo r

a carne f resca. Yo soy joven, estoy viva, esto ha de horro-

Las moscas

r izar te . También yo vengo a hacer te o f r endas mien t r as toda

la c iudad r eza . Mir a : aqu í t i enes mondadur as y toda la ce-

n iza del hogar , y v ie jos r es tos de car ne bu l len tes de gusanos ,

y un pedazo de pan sucio que no han quer ido nues t r os cer -

dos ; a tus moscas les gus tar án . Fel iz f ies ta , anda, f e l iz f ies ta ,

y esper emos que sea la ú l t ima. No soy muy f uer te y no

puedo t i r ar te a l suelo . Puedo escup i r te , es todo lo que soy

capaz de hacer . Per o vendr á e l que esper o , con su g r an

  1

espada. Te mir ar á r egodeándose , con las manos en las ca-

der as y echado hacia a t r ás . Y luego sacar á e l sab le y te

hend i r á de ar r iba abajo , ¡ as í En tonces las dos mi tades de

Júp i ter r odar án , una a la i zqu ier da , l a o t r a a l a der echa, y

todo e l mundo ver á que es de mader a b lanca . Es de mader a

toda blanca, el dios de los muertos. El horror y la sangre

del rostro y el verde oscuro de los ojos no son sino un barniz,

¿ver dad? Tú sabes que er es todo b lanco por den t r o , b lanco

como el cuer po de un nene; sabes que un sab lazo te ab r i r á

en . seco y que n i s iqu ier a podr ás sangr ar . ¡ Mader a b lanca

] Buena mader a b lanca: ar de b ien .  (Ve a  ORESTES.) ¡Ahí

ORESTES. — No tengas miedo.

ELECTRA. — No ten go miedo . Abso lutam ente ningu no. ¿Qui én

eres?

OR ES TE S. — U n ex t r an j e r o .

ELECTRA. — Sé bienv enido . To do lo extra ño a e sta ciu dad me

es car o . ¿Cuál es tú nombr e?

ORESTES. — Me llam o Fi leb o y soy de Corinto .

ELECTRA. - ¿Eh ? ¿De C orinto? A mí me lla man Elec tra.

ORESTES. — Elect ra.  (M  PEDAGOGO.) Déjanos.

(El

  P E D A G O C O

  sale.)

Escena I V

O R E S T E S - E L E C T R A

ELECTRA. — ¿Po r qu é m e m iras así?

ORESTES. — Ere s bella. No te p arec es a las gente s de aquí,

EL CXRA. - ¿Bella? ¿Es tás seguro d e que soy bella? ¿Tan bella

eomb las h i jas de Cor in to?

Page 122: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 122/267

Jean

-Paul Sartre

E L ? ™ - M u í n o m e l o d i ce n . N o qu i e re n q u e l o s e p a .' .

E

A S S , p e ^ u é m e si rv e s i n o s oy m á s q u e u n a s i e n t a ?

- 1 " d t la s s ir vie nta s. L av o la r op a d e l r e y

E

r e i n a . E s u n a r o p a m u y s u c ia y ^ " o ^

N o m e c r e e s ^ M i r a m i s m a n o s . H a y g r i e t a s y r a j a d u r a s

l e í ? ^ é oT os r a t o s p o n e s . ¿ P o r c a s u a l i d a d p a r e c e n m a n o s

O ^ r - P o b r e s m a no s. N o . N o p a re c en m a no s d e pr in ce sa .

Pe ro s i gue . ¿Qué más t e ob l i gan a hace ra

E ™ - B u e n o , t o d a s l a s m a ñ a n a s d e b o v a c ia r e l c a j ó n d e

t os. Lo a r ra s t ro fue ra de l pa l ac i o y l uego Ya ha s

r

0

  o que hago con l a s ba sura s^ Es t e  - o m g o t e d e  m a d e r a

3 ^ qu e ^' ve nf a " a h a ^ r l ^ g e m ^ l e x i o n ^ £

t ^ T d " y ' n ab os , c on ch as y a lm eja s. C re yó p er de r

e l sen t i do . Di me , ¿me denunc i a ra s . '

O RESTES. — N O . , ,

E L E C T R A .  - D e n u n c í a m e s i q u i e r e s , t a n t o m e d a .  ¿ Q u e  m a s

h a c e r m e ? ¿ P e g a r m e ? Y a m e h a n p e g a d o . ¿ E n c e i r a r -

m ^ e n u n a g r a n t o ^ m u y a r r ib a? N o - í a « l a ^

n o l e s v e r í a m á s l a c a r a . I m a g í n a t e q u e a l a ^ e c u a n d o

h e t e r m i n a d o m i t r a b a j o , m e

c a r m e a u n a m u j e r a l t a y g o r d a , d e p e l e . t e n i d a T i e n e l a b i o s

e ruesos y manos muy b l ancas , manos , de r e i na , que hue l en

f S A p o y a sus m a n o s e n m i s ^ l ' ^ t s n X s

mi f r en t e d i ce : "Buenas noches , E l ec t r a . Tod as la s noches .

T o l Z t s n o c h e s s i en t o v i v ir c o n t r a m i p i e l ~

l í en t e y áv i da . Pe ro yo re s i s t o , nunca he ca í do . Es mi madre ,

• E m p r e n d e s ? S i e s L i e r a e n l a t o r r e , n o m e b e s a r í a m a s .

O R E S T E S  - ¿Nu nca ha s pen sado en e scapa r t e

1

- M e f a l ta v a lo r ; t e n d r í a m i e d o , s o la e n l o s c — •

O R E S T E S .  - ¿ N o t ie ne s u n a a m ig a q u e p u e da ^ « m p a n a ^

E I E C T R A . - N O ,

  só l o cuen t o conmi go . Soy l a sa rna , l a pe s t e ,

l a s gen t e s de aqu í t e l o d i r án . No t engo ami gas .

Los moscas

ORESTES. - ¡Cóm o ¿Ni siquie ra una nodr iza , un a vieja qu e te

haya v i s t o nace r y t e qu i e ra un poco? V .

ELECTRA. - Ni eso. Pre gú nta le a mi ma dre : des alen tab a a los

corazones más t i e rnos .

. . ORESTES. - ¿Y te que da rás aqu í tod a la vida ?

< ™ »

n

  Z

rü 0

>- ~ ¡Ah ¡Toda l a v i da , no No; e scu cha :

ORESTES. - ¿A lgo o algu ien ?

E

  h e ^ s o " £

  t C

  ] 5 ^

  H

í

l a t Ú

'

  m e

í °

r

-

  T ú

  t ambi én e re s

he rmoso . ¿Te que da rá s mu cho t iempo?

ORESTES. - De b í a ma rcha rme hoy mi smo. Pe ro ah or a . .

ELECTRA. — ¿Ahora?

O R E S T E S . - Y a n o s é .

ELECTRA. - ¿Co rinto es una hermo sa c iud ad?

OR ES TE S. - M u y h e r mo sa .

ELECTRA: - ¿La quie res m uch o? ¿Estás or gul loso de e l la?

O R E S T E S . — S I .

E

^ A D ^ Á T T L . ^ E ^ l í c a m e l o

e C e r , a

  ^

  d e

ORESTES. - B ue no . . . N o sé . No

  p u e

d o exp l i c á r t e l o .

LLECTRA. - ¿N o  puedes? (Pausa.)  ¿Es c i e r t o que hay p l aza s

ó s c u l o ?

  C n C

°

r i n t 0 ? ¿ P I a Z 3 S d 0 n d e l a

  S

e n t e s e

  P ^ e a a l

ORESTES. - E s cie r to .

d

  " i " "

0 1 0 S a l e ?

  ¿

T o d o e l m u

»

d o

  P

a s

e a ?

ORESTES. - To do el mu nd o.

ELECTRA. - ¿Lo s mu cha cho s con las muc hac has ?

ORESTES. - Lo s mu cha cho s con las muc hac has .

~ ¿

Y si

empre t i enen a l go que dec i r se? ¿Y e s t án con-t en t os unos con o t ros? ¿Y a hora s avanzadas de l a noche se

los oye re í r juntos?

O R E S T E S . — S í .

E L

^

n

Z Á

T e P

T

Z C O b o b a ? E s q u e m e c u e s t a

  t an t o i ma -

e l m í edo Y

5

; m f

  S

°

N N S A S

'

  A , A S G C N T E S D E A (

^

U Í R O E

O REST ES. - ¿ A t i ?

E

d T

r

C o r i ñ t o ?

  0 d Í

° '

  ¿ Y

  ^

  h a C e n t 0 d

°

  6 1 d í a l a S m u c

^ a c h a s

Se ad

T

an>

  Y  °

a n t a n

  °

  t o c a n e l

  Jaúd, y visi tan a

sus ami gas y a l a noche van a ba i l a r .

Page 123: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 123/267

E L E C T R A  - ¿Y no t ienen n inguna p r eocup ación?

de Cor in to no t i enen

r emor d imien tos?

ORFSTES - A vece s. No m uch os.

^ - En tonces , ¿hacen lo que qu ier en y despues no lo

p iensan más?

S""™' "  O u é

e

r a r o  (Pausa.)  Y d im e también , por que nece-

ELECTRA. - Qu e raro . (

r u i

?

u

  / , a leu ien a qu ien espe-

sito saber lo a causa d e * ^ ^ ^ l ^ ^ o z o s q u e

r o : supón que un mozo de

  C o r m t

° ' ™

  a l v o l v e r

  de un

^ r r t ^ r ^ e ^ T c a ^ ^ o

r espondes?

O R E S T E S . - N o l o s é .

ELECTRA. - ¿Có mo? ¿No lo sab es?

Voz de  C L I T E M N E S T R A .  - ¡Electra .

E L EC T RA . — S h . . . s h . . .

^ . - ^ I d r e . l a r e i n a C l — a .

Escena V

O R E S T E S - E L E C T R A - C L T T E M N E S T R A

ELECTRA. - ¿Qué, Fileb o? ¿ Te da miedo ?

afeites, P

L

  «> ™ T r e p a r e s

B u e n o , ¿ q u é s i g n if i c a n e s o s o j os b a j o s ? ^ p n e ^ l o

c o nt ra l as c a de ra s d e lg a da s ; ^ ^ ^ r o y a n o m e d e ja r é

c ha s v ec es e st ás a sí e n m i P ^ c i a ^ r o y a n o J ^

engañar por esas moner ías ; hace un r a to , po r

o t r a E lect r a de ademanes ampl ios , de o jos l l enos de f ue-

go . . . ¿Me mir ar ás a l a car a? ¿Me r esponder ás , a l f in?"

ELECTRA. — ¿Nece sitáis u na f reg ona p ara, realza r el esple ndor

de vues t r a f ies ta?

C L T T E M N E S T R A .  — Nad a de com edia . E r es p r incesa , E lect r a , y

e l pueb lo te aguar da , como todos los años .

ELECTRA. — ¿Soy pr ince sa, d e ve ras? ¿Y lo rec ordáis una vez

al año , cuando e l pueb lo r ec lama un cuadr o de vues t r a v ida

de f ami l ia par a su ed i f icación? ¡ L inda p r incesa , que lava la

vaj i l l a y guar da los cer dos ¿Eg is to r odear á mis hombr os con

su brazo, como el año pasado, y sonreirá junto a mi mejil la,

mur mur ando a mi o ído palabr as de amenaza?

C L I T E M N E S T R A .

  — De t i depe nde q ue sea de o t r o m odo .

ELECTRA. — Sí, si me dejo in fecta r por vuestro s remo rdimie ntos

y si imploro el perdón de los dioses por un cr imen que no

he cometido. Sí, s i beso las manos de Egisto l lamándolo pa-

d r e . ¡ Puah T iene sangr e seca bajo las uñas .

C L I T E M N E S T R A .   — Haz lo que qu ier as . Hace mu cho he r e nun-

ciado a dar te ó r denes en mi nombr e . Te t r ansmi t í l as del r ey .

ELECTRA. — ¿Qué me im port an las órdene s de Egisto? Es vues-

t r o mar ido , madr e , vues t r o muy car o mar ido , no e l mío .

C L I T E M N E S T R A .   —  No tengo nada que deci r te , E lect r a . Veo que

buscas tu per d ic ión y la nues t r a . Per o ¿cómo hab ía de acon-

sejar te yo , que ar r u iné mi v ida en una so la mañana? Me

odias , h i ja mía , per o lo que más me inqu ie ta es que te

par eces a mí ; yo he ten ido ese r os t r o pun t iagudo , esa sangr e

inquieta, esos ojos socarrones, ¡y no salió nada bueno

ELECTUA. — ¡No quiero pare cerm e a vos Dím e, File bo, tú que.

nos ves a las dos, una junto a la otra, no es cier to, ¿verdad?,

na .me par ezco a e l la .

ORESTES. — ¿Qu é dec ir? Su ros tro se ase meja a un cam po de-

vas tado por e l r ayo y e l g r an izo . Per o hay en e l tuyo a lgo

como una p r omesa de to r menta : un d ía la pas ión lo que-

mará hasta los huesos.

ELE¡CTRA. — ¿Una prom esa de to rme nta? Sea. Ace pto ese pare -

c ido . O ja lá d igas la ver dad . •

C L I T E M N E S T R A . — ¿ Y

  tú? Tú que mir as as í a l as gen tes , ¿qu ién

er es? Déjame mir ar te a mi vez . ¿Y qué haces aqu í?

Page 124: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 124/267

Jean-Paul Sartre

E L E C T R A  (vivamente ). -

  Es un cor in t io l l amado Fi lebo . Anda

de viaje.

C L T T E M N E S T R A .  - ¿Filebo? ¡Ahí

E L E C T R A .  - ¿Par ecías temer o t r o nombr e ?

C L T T E M N E S T R A .  - ¿Temer ? Si he ganado a lgo a l p^ de nn e, «

- que ahor a ya no puedo temer nada. Aoer cate , ex t r an jer o , se

bienvenido. ¡Qué joven eres ¿Que edad tienes:-

O R E S T E S .

  — Dieciocho años .  >

  0

  -

C L T T E M N E S T R A .

  - ¿Tus padr e s v iven todav ía?

O R E S T E S .

  - Mi padr e ha muer to .

C L T T E M N E S T R A . - ¿ Y

  tu madr e? Ha de tener mi edad mas o

menos ¿No d ices nada? Sin duda te par ece mas joven que

yo ; puede r e í r y can tar aún en tu compañ ía ¿La qu ier es .

¡ Per o r esponde ¿Por qué la has a bandona do :

O R E S T E S .  - Voy a Espar ta a a l i s tar me en las tr opas m er cenar ias .

C L T T E M N E S T R A .  - Los v ia jer os hace n de o r d inar io un r odeo de

vein te leguas par a ev i tar nues t r a c iudad . ¿No te av isar on?

Las gen tes de la l l anur a nos han pues to en cuar en tena; mi-

r an nues t r o ar r epen t imien to como una pes te , y t i enen miedo

de con taminar se .

O R E S T E S . — L o s é . . . . , ,

C L T T E M N E S T R A .

  - ¿Te han d icho que un cr imen inexp l icab le ,

comet ido hace qu ince años , nos ap las ta?

O R E S T E S .

  — Me lo ha n dicho. , .

C L T T E M N E S T R A .

  - ¿Qué la r e ina Cl i temnes t r a es la mas cu lpa-

b le? ¿Que su nombr e es mald i to en t r e todos .

O R E S T E S .  — Me lo han d icho .

C U T E M ^ T R A . - ¿ Y  s in embar go v in i s te? Ex t r an jer o , yo soy

la reina Clitem nestra . . . ^

E L E C T R A .

  - No te en ter nezca s , F i lebo ; l a r ema se d iv ier te con

— juego nacional : e l juego de las conf es iones pu bh ea .

Aquí cada uno g r i ta sus pecados a la car a de todos ; y no es

raro, en los días

5

 f er iados , ver a a lgún comer cian te que des -

pué¡ de bajar l a co r t ina metá l ica de su t i enda, se am**e

de rodillas por las calles, f rotando el pelo en el polvo y

a u l l a n d o q u f e s u n a s e s i n o , u n a d ú l t e r o o u n p r e v a r i c a d o r

Per oTas gen tes de Ar gos comienzan a has t iar se : cada uno

c o n o c e d e ' m e m o r i a l o s c r í m e n e s d e l o s o t ro s ; l o s d e k w m .

en par t icu lar no d iv ier ten ya a nad ie ; son cr ímenes o f ic ia les ,

Las moscas

cr ímenes de f undación , por as í deci r lo . Dejo que p ienses en

su alegr ía cuando te vio, joven, nuevo, ignorante hasta "de

su nombr e: ¡ qué ocas ión excepcional Le par ece que se

conf iesa por p r imer a vez .

C L T O S M N E S T R A .  —  Cal la . Cualqu ier a puede escup i r me a la car a ,

l l amándome cr iminal y p r os t i tu ida . Per o nad ie t i ene e l de-

r echo de juzgar mis r emor d imien tos .

E L E C T R A .

  —  Ya ves, Filebo; es la regla del juego. Las gentes te

implor ar án que las condenes . Per o mucho cu idado ; júzgalas

só lo por las f a l tas que te conf iesan : l as o t r as no in ter esan a

nad ie , y te t endr ían mala vo lun tad s i l as descubr ier as .

C L I T E M N E S T R A .

  - Ha ce qu ince años yo er a la muje r más bel la

de Gr ecia . Mir a mi car a y juzga lo que he padecido . Te lo

d igo s in tapu jos : no lamento la muer te del v ie jo cabr ón ;

cuando lo v i sangr ar en e l baño can té de a leg r ía , ba i lé . Y

todav ía hoy , después de pasados qu ince años , no puedo

pensar lo s in un es t r emecimien to de p lacer . Per o ten ía un h i -

jo , ser ía de tu edad . Cuan do Eg is to lo en t r egó a los mer -

c e n a r i o s , y o . . .

E L E C T R A .

  —  También ten ías una h i ja , madr e , me par ece . Ha-

béis hecho de e l la una f r egona. Per o es ta f a l ta no os a to r -

men ta mucho .

C L I T E M N E S T R A .

  — Er es joven , E lect r a . Le es f ác i l condena r a

qu ien es joven y no ha ten ido t i empo de hacer daño . Per o

paciencia : un d ía , ar r as t r ar ás t r as de t i un cr imen i r r epar ab le .

A cada paso cr eer ás a le jar te de é l , y s in embar go segu i r á

s iendo s iempr e igualmente g r avoso l levar lo . Te vo lver ás y

lo ver ás a tus espaldas , f uer a de a lcance, sombr ío y pur o

como un cr i s ta l negr o . Y n i s iqu ier a lo compr ender ás ya;

d i r ás : "No soy yo , no soy yo qu ien lo ha comet ido . " Sin em-

bargo , esta rá all í, cien veces renega do, siemp re all í t irándose

hacia a t r ás . Y sabr ás por f in que has compr omet ido tu v ida

s in más n i más , de una vez por todas , y que lo ún ico que

te queda es ar r as t r ar tu cr imen has ta la muer te . Tal es l a

ley , jus ta e in jus ta , de l ar r epen t imien to . Ver emos en tonces

qué quedar á de tu juven i l o r gu l lo .

E L E C T R A .

  — ¿;Mi  juvenil  o r gu l lo? Vamos , l amentá i s vues t r a ju -

ven tud aún más que vues t r o cr imen ; od iá i s mi juven tud , más

aún que mi inocencia .

Page 125: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 125/267

. C L I T E M N E S T R A .  - En t i , E lect r a , me od io a mí misma. No tu .

juventud, ¡oh, no , la mía.

E L E C T R A . - Y  yo a  vos,

  &

  vos os  odio.

C L I T E M N E S T R A .  - ¡Qué vergü enza Nos; injur ia mos como> do s

mujer es de la misma eda d qu e se en f r en tan por u na n j

  :

dad amor osa . Y s in embar go soy tu madr e . No sé qu ien er es ,

joven n i lo que v ienes a hacer en t r e noso t r os ; per o tu p r e-

sencia es nef as ta . E lect r a me detes ta y no lo ignor o . Per o

hemos guar dado s i lencio dur an te qu ince anos ; y só lo núes

t r as mir adas nos t r a ic ionaban . V in is te , nos b^b las te y ya

es tamos mos t r ando los d ien tes y g r unendo como pei r as . L&s

leyes de la c iudad nos ob l igan a o f r ecer te hosp i ta l idad per o

n o t e l o o c u lt o , d e s e o q u e t e v a y a s . E n c u a n t o a t i h i j a i r ^ -

g e n ha r t o f i e l d e m í m i s m a , n o t e q u i e r o e s ^ o . P e r o m e

cor tar ía l a mano der echa an tes de per jud icar te . Lo sabes

demas iado , abusas de mi deb i l idad . Per o no te aconsejo que

levan tes con t r a Eg is to tu cabeci ta venenosa;

  d e u n

  P f

  a z O S a

.

be des lomar a las v íbor as . Cr éeme, haz lo que é l t e o r dena, s i

no te des lomar á .

E L E C T R A .

  - Podéis r esponder a l r ey que no apar ece r é en a

ücs ta . ¿Sabes lo que hacen , F i lebo? Hay en lo a l to de la

c iudad una caver na cuyo f ondo jamás han encongado nues -

t ro s j óv e ne s ; d i c en q u e se c o m u n ic a c on l os ^ r n o ^ e l

G r a n S a c e r d o te l a h a h e c h o o bs t ru i r c o n u n a g r a n p i ^

Pues b ien , ¿ lo cr eer ás? , cada an iver sar io e l pueb lo se r eúne

delan te de la caver na , los so ldados empujan a un lada la

p iedr a que tapa la en t r ada , y nues t r os muer tos según d icen

suben de los in f ier nos y se despar r aman por

les ponen cubier tos en las mesas, se les ofrecen sil las y lechos,

t o d S s e a p r e t u j a n u n p o c o p a r a d e j a r l e s l u g a r e n l a v e l a d ^

cor r en por todas par tes , todos los Pensamien tos son pan*

e ll os . Y a a di vi na s l as l a me n ta c io n es d e l os ^ ^ J d t

r ido muer to , mi quer ido muer to , no

  q m s e

  o f e n d e r t e p e r d ^

ñame" Mañana por la mañana, a l can to del gal lo vo lver án

b a j o

  t i er r a , l a p f edr a r odar á has ta la en t r ada de la gn i t^

y se acabó has ta e l año p r óx imo. No qu ier o par t ic ipar en

esas mojig anga s. Son los mu ertos de ellos, no los míos ^

C L I T E M N E S T R A .

  - S i no obedeces de bue n g r ado , e l r ey ha

dado o r den de que te l l even por f uer za . <

ELECTRA. - .Po r fu er za ?. . . ¡Ahí ¡Ah Por fue rza . Esta b ie n

" e n a m a d r e , s i g us tá is ', a s e g ur a d al r e y m i o b e di e n c ia .

Me p r esen tar é en la f ies ta , y pues to que e l pueb lo qu ier e

ver me, no quedar á decepcionado . En cuan to a t i , F i lebo ,

te lo r uego , d i f ier e tu par t ida , as i s te a nues t r a f ies ta . Qu izá

r encuen t r es ocas ión de r i sa . Has ta luego , voy a ar r eg lar me.

7

' (Sale:) -

 

C L I T E M N E S T R A  ( a  O R E S T E S ) .  — Vete . Es toy segur a de q ue nos

t r aer ás desgr acia . No puedes od iar nos , no te hemos hecho

nada. Vete . Te lo sup l ico por tu madr e , vete .  (Sale.)

O R E S T E S .

  — P o r m i m a d r e . . .

(Entra

  J Ú P I T E R . )

Escena VI

O R E S T E S . — J Ú P I T E R

J Ú P I T E R .  —  Vues t r o cr iado me d ice que os vai s . En vano busca

cabal los por toda la c iudad . Per o yo podr é consegu i r os dos

jumentos en jaezados a buen p r ecio .

O R E S T E S .

  —  Ya no me mar cho .

J Ú P I T E R

  (lentamente).  - ¿Ya no os marc háis?  (Pausa. Vivamen-

te.)  En tonces no os dejo , so i s mi huésped . A l p ie de la c iudad

hay una posada bas tan te buena donde nos a lo jar emos jun-

tos . No lamentar é i s haber me escog ido por compañer o . En

primer lugar —abraxas, galla, galla, tse, tse—, os l ibro de las

moscas . Y ademá s , un hombr e d e mi edad suele dar buenos

consejos: i*>dría ser vuestro padre, me contaréis vuestra his-

to r ia . Ven id , joven , dejaos es tar : encuen t r os como és tos son

a veces más p r ovechosos de lo que se cr ee a l p r incip io . Ved

el e jemplo de Telémaco , e l h i jo del r ey Ü l i ses . Como sabéis ,

un buen d ía encon t r ó a un anciano cabal ler o l l amado Men-

tor , que se unió a sus destinos y lo siguió por todas par tes.

Bueno, ¿sabéis quién era el tal Mentor?

Lo lleva hablando y cae el~

T E L Ó N

Page 126: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 126/267

A c t o s e g u n d o

Primer cuadro

Una plataforma en la montaña. A la derecha, la caverna. Cie-

rra la entrada una gran piedra negra. A la izquierda, gradas

que conducen a un templo.

Escena I

L A M U L T I T U D -  Luego  J Ú P I T E R - O R E S T E S  y el  P E D A C O C O

U N A M U J E R  (se arrodüla delante de su chiquillo).  - La co r bata .

Ya te h ice t r es veces e l nudo .  (Cepilla con la mane.)  Asi.

Es tás l impio . Sé ju ic ioso y l lo r a con los demás cuando te lo

d igan .

EL NIÑO. - ¿Por ahí han de v enir?

L A M U J E R . — S í .

EL NIÑO. - Ten go mied o. , . . , •

LA MUJER. - Hay qu e tener miedo , quer ido mío . Much o mie-

do . As í es como se l l ega a ser un hombr e honr ado .

UN HOMBRE. - Te ndr án bu en tie mp o hoy.

OTRO. - ¡ Af or tunadam ente Ha y que convencer se de que son

aún sensibles al calor del sol. El año pasado llovía y estu-

v i e r o n . . . t e r r i b l e s .

E ¿ P R IM E RO. — ¡ T er r i b l e s

E L SEGUNDO. — ¡Ayl .

EL TERCERO. - Cu and o hay an vu elto al agu jero y estemos

  solos,

en t r e noso t r os , t r epar é aqu í ,^mir ar é es ta p ied r a y me d i r é :

"Ahor a se acabó por un año" .

UN CUARTO. — ¿Sí? Bu eno , pa ra m í eso no e s un con suelo . A

par t i r de mañana empezar é a deci r me: "¿Cómo es tar án é l

año p r óx imo?" De un año a o t r o se vuelven más malos

"EL SEGUNDO. — Ca lla, des dic had o. Si uno d e ellos se hub ier a in-

f i l t r ado por a lguna g r ie ta de la r oca y r ondar a ya en t r e no-

so t r os . . . Ha y muer tos que se adelan tan a la c i ta .

(Se miran con inquietud).

U N A M U J E R J O V E N .  —  Si por lo menos pud ier a empezar en se-

gu ida . ¿Qué es lo que hacen los del palacio? No se dan p r i -

sa . Par a mí lo más dur o es es ta esper a : una es tá aqu í , pa ta-

leando bajo un c ie lo de f uego , s in qu i tar los o jos de esa

p iedr a ne gr a . . . ¡ Ah Es tán ah í , de t r ás de la p ied r a , esper an

como noso t r os , r egoci jándose con la idea del daño que van

a hacer nos .

UNA VIEJA. — ¡Bien está, mald ita ra me ra Ya se sabe lo qu e la

asus ta . Su mar ido mur ió la p r imaver a pasada, y hacía d iez

años que le ponía los cuernos.

L A M U J E R J O V E N .  —  Bueno , s í , lo conf ieso , lo engañé mien t r as

pude; per o lo quer ía y le hacía la v ida ag r ádab le ; nunca

sospechó nada y mur ió mir ándome con o jos de per r o ag r ade-

c ido . Ahor a lo sabe todo , l e han aguado su p lacer , me od ia ,

padece . Y den t r o de un r a to es tar á jun to a m í , su cuer po d e

humo desposar á mi cuer po más es t r echamente de lo que

lo hizo nunc a ningú n ser vivo. ¡Ah Lo lleva ré a mi casa,

en r oscado a l r ededor del cuel lo como una p ie l . Le he p r e-

par ado buenos p la t i tos , to r tas de har ina , una co lación como

las que le gus taban . Per o nada suav izar á su r encor ; y es ta

n o c h e . . . e s t a n o c h e e s t a r á e n m i c a m a .

UN HOMBRE. - Tie ne razó n, diablos. ¿Qu é hac e Egisto? ¿En

qué p iensa? No puedo sopor tar es ta esper a .

OTRO. — ¡ Quéja te ¿Cr ees qu e Eg is to t i ene me nos mie do que

nosotros? ¿Quisieras estar en su lugar , eh, y pasar veinticua-

t r o hor as a so las con Agamenón?

L A M U J E R J O V E N .  — Hor r ib le , ho r r ib le esper a . Me pa r ece que

todos voso t r os os a le já i s l en tamente de mí . Todav ía no han

qu i tado la p ied r a y cada uno es ya p r esa de sus muer tos , .

solo como una gota de l luvia.

. (Entran

  J Ú P I T E R , O R E S T E S ,

  el

  P E D A G O G O . )

JÚPITER. — Ven po i aq uí, e starem os mejo r .

Page 127: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 127/267

O R E S T E S

  - ¿Son éstos los ciud adan os de Argos, los muy fieles

- .Mirad , mi amo, la tez ce rd ea ,

^ r l e m ' ^ s l E s tas g en tes están a ^ n t o d e « -

d e n Í e d o . H e a q u í e l e f ec t o d e l a s u p i e r o n ,

miradlos Y s i aún neces i tá is una prueba de la e ice iene

d mi füosof l cons ide rad en seguida mi tez f l or ec en *

r w l T Lind a cosa una tez florec iente . Unas

  a m a p o l a s

  e n

w h o m b r e , n o t e i m p e d i r á n s e r b a s u r a - n o

a r i tos a los o jos de Júpi te r . Anda , apes ta s y no lo sabes .

^ T m b i o d i o s t i e n e n l i s n a ri c e s l l en a s d e su s p r o p , o s c í o-

res; se conocen mejor que tú.

v í t o ' Z ^ u b T a Us

  g

radns del templo, m dirige a U

M " ) - R i e r e s v ol ve rn os l oc os ? U n am o s n u es U a, v o-

t e " ~ d a s , y l la me mo s a E gi st o: n o p od em o s t ol er ar

que d i f ie ra más t iempo la ce remonia .

TOlSHSKrtss

ia ga rganta abie r ta , me ence r ra rá en sus brazos mv^Wes

v Acosos , se rá mi amante toda la noche , toda la noche .

¡Ah

O

S

^ ' -

T

Q ^ locuras . Es prec iso dec i r a e s ta s gentes

S Ü - Y q u é , j o ve n , ¿ t an t o a s pa v ie n to p o r u n a m u . er q u e

na carroña inm und a. ¡Mirad las moscas «

cuervos ' P icad , cavad, ta ladrad , moscas vengadoras , r evM

Z ™ d e h a st a m i c or az ón o bs ce no . H e p e ca do , h e p e -

cado c ien mil veces , soy un a lba f ta l , un re t r e te . . .

- Bueno , buen o. Ya lo coataras

"

M e n d

°

h s

, .

a

" M

L

T C

P . - ¡Egistol ¡Egisto Por compasió n, ordena que

empiecen. No podemos más .

fEcisTO

  aparece en las gradas del templo. Detrás de él

C L T T E M N E S T R A

  y el

  G R A N S A C E R D O TE . G U A R D I A S ) . «

Escena II

L o s M I S M O S - E G I S T O - C L I T E M N E S T R A - E L G R A N S A C E R D O T E -

L o s G U A R D I A S

EGISTO. - ¡Perros ¿Os atrevéis a quejaros? ¿Hab éis perd ido l a

memor ia de vues t ra abyecc ión? Por Júpi te r , r e f re sca ré vues-

tros recuerdos.  (Se vuelve hacia  CLITEMNESTRA.) Tendremos

que dec id i rnos a empezar s in e l la . Pe ro que tenga cuidado.

Mi castigo será ejemplar .

C L I T E M N E S T R A .

  —  Me había promet ido que obedece r ía . Se e s tá

a r reglando, e s toy segura ; ha de haberse demorado de lante

del espejo.

E GIS T O   (a los  G U A R D I A S ) .  — Que vayan a busca r a Elec t ra

a l pa lac io y la t r a igan aquí de grado o por fue rza .   (Los

G U A R D I A S  salen. A la  M U L T I T U D ) . A  vuestros lugares. Los

hombres a mi de recha . A mi izquie rda la s muje res y los

niños. Está bien.

(Un silencio.  E G I S T O  aguarda).

E L G R A N S A C E R D O T E .  — Las gentes no puede n más .

E CI ST O. — L o s é . S i m i s g u a r d i a s . . .

(Los

  G U A R D I A S

  vuelven).

UN GUARDIA. — Señor, he mos bus cado por todas partes a la

princesa. Pero el palacio está desierto.

EGISTO. — Está bien . M aña na arreglarem os esa cuent a.  (Al

G R A N S A C E R D O T E ) .  Empieza .

E L G R A N S A C E R D O T E .  — Re t i r ad la p iedra .

L A M U L T I T U D . — ¡ A h

(Los  G U A R D I A S  retiran la piedra. El  G R A N S A C E R D O T E  se ade-

lanta hasta la entrada de la caverna).

E L G R A N S A C E R D O T E .  — ¡Vosotros, los olvidados, los aban don a-

dos, los desencantados, vosotros que os arrastráis por el sue-

lo , en la oscur idad, como fumarolas , y que ya no tené is

nada propio fue ra de vues t ro gran despecho, vosotros , muer -

tos, de pie: es vuestra f iesta ¡Venid, subid del suelo como

Page 128: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 128/267

I E S S ^

cohor tes ap r e tadas en t r e la madr e y e l h i jo , en t r e la mu

•er X amante , hacedn os lamen tar que no es temos muer -

es De p T vampir os , l a r vas , espect r os , har p ías , t e r r o r de

tos. ivc p , r soldados qu e mur ieron blas-

™ o "de

C

 pTe dó m al a suer te , lo s humi l la do ,

" I m u e rt os d e h a m b r e c u yo g ri to d e a go ní a f u e

u n a m a l d i ci ó n . i M i r a d , a h í e s t á n l o s v i vo s , l a s « A j

sas vivas ¡De pie, cae d sobre ellos en remo lino y roedlos

has ta los huesos ¡ De p ie ¡ De p ie l ¡ De p i e . . .

(Tam-tam.  Batía  delante de U entrada de la "averm. V^

1 r o  lentamente,  l u e g p  cada vez más rafndo  y  cae erte-

nuado).

EGISTO. - ¡Ahí est án

LA MULTITUD. - ¡H orr or

ORESTES. - Es dem asiad o y v o y . . . , „

j E - ¡ M í r am e , j o v en , m í r a m e a l a c a r a , a s ,, a s , H a s

compr end ido . S i lencio ahor a .

ORESTES. - ¿Q ui én sois?

TÚPITER. - Lo sa brá s más tar de .

es tá tu madr e mue r ta por f a l ta de cu idados . Y «h , , Sege «

usur er o in f ame, ah í es tán todos tus

los que mu rieron en la miser ia y los que «

que los arruinabas. Ahí están, y ellos son, hoy

d o r es . Y v o so t ro s , p a d r e s , t i e r n o s p a d r e s , b a , a d u n p o c o t e ,

o jos , mi r ad más abajo , hacia e l suelo : ah ,e s t án 1« n iños

muer tos , t i enden sus maneci tas ; y todas J a s ^^degna*

les habéis negado , todos los to r mentos que les habéis mn

gTd^ pS an como p lomo en sus a lmi tas r encor osas y deso-

ladas. ^

LA MULTITUD. — ¡Piedad

EcistO. - ¡Ah, sí ¡Pieda d ¿No sabéis qu e los mu ertos jam ás

t ienen p iedad? Sus ag r av ios son imbor r ab les , po r que par a

el los la cuen ta se ha deten ido p ar a s iempr e . ¿C on bue nas

obr as , N ic ias , p iensas bor r ar e l mal que h ic i s te a tu madr e?

¿Pér í> qué obr a buena podr á a lcanzar la nunca? Su a lma es

un mediod ía tó r r ido , s in un sop lo de v ien to , donde nada

se mueve, nada cambia , nada v ive; un g r an so l descar nado ,

un so l inmóvi l que consume e ter namente . Los muer tos ya

n o s o n - ¿ c o m p r e n d é i s e s t a p a l a b r a i m p l a c a b l e ? - , y a n o

son , y por eso se han er ig ido en guar d ianes incor r up t ib les

de vues t r os cr ímenes .

LA MULTITUD. — ¡Piedad

EGISTO. - ¿Pie dad ? Ah, farsantes , hoy te néis públic o. ¿Sentís

pesar en vues t r os r os t r os y en vues t r as manos las mir adas

de esos millones de ojos f i jos y sin esperanzas? Nos ven, nos

ven , es tamos desnudos delan te de la asamblea de los muer -

tos . ¡ Ah ¡ Ah Ahor a es tá i s muy conf un d idos ; os quem a esa

mir ada inv is ib le y pur a , más inal ter ab le que e l r ecuer do de

una mir ada.

LA MULTITUD. — ¡Piedad

Los HOMHRES. — Pe rdo nad qu e v ivamo s mie ntras vosotros es-

tá i s muer tos .

LAS MUJERES. - Pie dad . Nos ro dea n vuest ros rostrós y los ob-

je tos que os per tenecier on , e ter namente l l evamos lu to por

vosotros y l loramos del alba a la noche y de la noche al

a lba . Es inú t i l , vues t r o r ecuer do se desh i lacha y se nos des -

l iza en t r e los dedos ; cada d ía pal idece un poco más y somos

un poco más cu lpab les . Nos abandonáis , nos abandonáis ,

os escur r í s de noso t r os como una hemor r ag ia . S in embar go ,

por s i e l lo pud ier a ap lacar vue s t r as a lmas i r r i t adas , sabed ,

<Jh car os desapar ecidos , q ue nos h abéis a r r u inado la v ida .

Lo s  HOMBRES.  — Per d onad que v ivamos mien t r as voso t ros es -

táis muertos.

Los NIÑOS. — ¡Piedad No nac imos a prop ósito, y nos ave rgon-

zamos mucho de cr ecer . ¿Cómo hub iér amos pod ido o f en-

deros?^-Mirad, apenas vivimos, somos f lacos, pálidos y. muy

pequeños ; no hacemos r u ido , nos des l izamos s in ag i tar s i -

Page 129: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 129/267

qui e r a e l a i r e a nues t ro a l r e dedor . ¡Y os t enem os mi edo ,

¡oh , ¡ tanto mied o

Los HOM BRES. - Pe r don ad qu e v i vamos m i en t ra s voso t ros e s -

tá is mue rtos. , ,

ECISTO. - ¡Paz ¡Paz Si voso tros os lam enta is aquí ¿que dir é

y o v u e s t r o r e ¿ ? P u e s h a c o m e n z a d o m i s u p l i c i o : e l s u e £

t i embl a y e l a i r e se ha oscurec i do ; apa rece rá e l más g rande

d e t s m u e r t o s , a q u e l a q u i e n h e m a t a d o c o n m i s m a n o s :

Agamenón . ,

O R E S T E S  (sacando la espada).

  - ¡Ruf i án N o t e pe rm i t i r é qu e

mezc l e s e l nombre de mi padre con t us maul e r i a s .

J Ú P I T E R

  (tomándolo por la cintura).  - ¡De t eneos , j oven ; de -

F II^(volviéndose). -  ¿ Q u i é n se a t r e v e ? ^ f ^ J ^ J ^

reciclo vestida de blanco en las gradas del templo.

  E G I S T O

la ve).  ¡E l ec t r a

LA MULTITUD. - ¡El ec t ra

E s c e n a I I I

L o s M I S M O S - E L E C T R A

ECISTO. - E l ec t r a , r e sp onde , ¿ qué s i gn i f i c an e sa s ro pas?

ELECTRA. - M e he pu esto m i ves t ido mas hermo so. ¿N o es

un d í a de f i e s t a? „ P

E L G R A N S A C E R D O T E .

  - ¿Vi enes a bur l a r t e de los mue r t o s? E s

l a f i e s t a de e l l os , l o sabes muy b i en , deb í a s p re sen t a r t e con

ves t i dura s de l u t o . .

E L E C T R A . - ¿ D e  l u t o? ¿Por qué de l u t o? ¡No t emo a mi s

mue r t os y nada t engo que ve r con l os vues t ros

E G I S T O .  — H a s d i c h o

  la

  v e r d a d ; t u s m u e r t o s n o

  s o n n u e v o s

m u e r t o s . M i r a d e n s u v e s t i d o d e r a m e r a a l a m e t a d e A t t » ,

At reo qu e dego l l ó coba rd eme nt e a sus sobr i nos ¿Qué e re s ,

Si no e l ú l t i mo re t oño de una r aza ma l d i t a ? Te he t o l e rado

por compas i ón en mi pa l ac i o , pe ro hoy reconozco mi t * \ }a ,

porque s i gue cor r i endo por t us venas l a v i e j a sangre po-

dr i da de l os At r i da s y nos i n fec t a r í a s a t odos s i no pus i e ra

YP -

1111

  P°c o de o rden . T en un p oco de pa c i enc i a , j pe rra , y

ya ve rá s s i sé c a s t i ga r . No t e ba s t a rán l os o j os pa ra l l o ra r .

LA MULTITUD. — ¡Sacr i lega

EGISTO. - ¿Oyes , de sd i c hada , l os g ruñ i do s de l pueb l o a l q ue

has o fend i do , oyes e l nombre que t e da? Si no e s t uv i e ra yo

pa ra pone r f r eno a su có l e ra , t e de s t roza r í a aqu í mi smo.

LA 'MULTITUD. — ¡Sacr i lega

ELECTRA. —  ¿Es un sac r i l eg i o se r a l egre? ¿Po r qu é no son

a l egre s e l l os? ¿Qui én se l o i mpi de?

EGISTO. -Se r í e y su padre mue r t o e s t á ah í , con l a sangre

c o a g u l a d a e n l a c a r a . . .

ELECTOA. - ¿Có mo os a t r evé i s a ha b l a r de A game nón? ¿Qu é

sabé i s s i no v i ene por l a noche a hab l a rme a l o í do? ¿Qué

sabé i s l a s pa l abra s de amor y de pe sa r que me cuch i chea

con su voz ronca y quebrada? M e r í o , e s c i e r t o , por p r i -

mera vez en mi v i da , me r í o , soy fe l i z . ¿Af i rmá i s que mi

fe l i c i dad no regoc i j a e l co razón de mi padre? ¡Ah Si e s t á

aqu í , s i ve a su h i j a ve s t i da de b l anco , a su h i j a a qu i en

habé i s r educ i do a l r ango abyec t o de e sc l ava ; s i ve que

l l eva l a f r en t e a l t a y que l a de sgrac i a no ha humi l l ado su

orgu l l o , no se l e ocur re , e s t oy segura , ma l dec i rme ; l e b r i -

l lan los Ojos en su rost ro a just ic iado y sus labios sangrientos

t r a t an de sonre í r .

L A M U J E R J O V E N .

  - ¿Y si di jera la v erd ad?

VOCES. - No , mi ente , está loca. Elec tra , vete , pof fav or, sino

t u i mpi edad recae rá sobre noso t ros .

ELECTRA. -¿Pe ro de qué t ené i s mi edo? M i ro a vues t ro a l r e -

dedor y só l o veo vues t r a s sombras . Pe ro e scuchad l o que

acabo de sabe r y que qu i zá i gnoré i s : hay en Grec i a c i uda

des d i chosa s . C i udad es b l ancas y t r anqu i l a s que se ca l i en -

t an a l so l como l aga r t os . A e s t a mi sma hora , ba j o e s t e mi s-

mo c i e l o , hay n i ños que j uegan en l a s p l aza s de Cor i n t o .

Y s u s m a d r e s n o p i d e n p e r d ó n p o r h a b e r l o s e c h a d o a l

mundo . Los mi ran sonr i endo , e s t án o rgu l l osa s de e l l os . Oh ,

madre s de Argos , ¿ comprendé i s? ¿Podé i s comprende r aún e l

o rp i l l o de una muj e r que mi ra a su h i j o y p i ensa : "Yo

l o l i e ¿ l l evado en mi sen o ' ?

E GÍS T O. Y

  Ca l l a rá s , a l f i n , o t e ha ré t r ag a r l a s pa l abra s .

VOC E S

  (en la multitud). - ¡Sí, sil  Que se ca l l é . ¡Bas t a , ba s t a

Page 130: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 130/267

OT HAS VOC E S .

  - ,No ,

  d e j a d l a h a b l a r D e j a d l a

  h ab la r . Es Ag a-

¿ S Í  j g j . e n , « a n p

, „ s h o m br e s a l za n ^ t ^ o f d T v o ^ m ism o s,

e l t emo r d e a t rep e l l a r lo s a l men o r mo v imien to , b en a co r r í

b l e T e r d a d ? , q u e v u e s t ra s m a n o s a tr a v e sa r a n d e p r o n to

_ Hab i t an tes d e Arg o s , o s d ig o q u e es t a

E

  m u ^ e s S S : b i c h a d a d e e lla y d e lo s q u e e nt r e

E ^ - ^ r ^ u e r i d o s m u e r to s , I f ig e n ia , m i h e n n a n a

™ A g a m e n ó n , m i p a d r e y ú n i c o r e y , e s e u c h a d m i n . e -

g o l i s o y s a e r íl e g a , s i o f e n d o a v u e s t r o s m a n e s d o l o s o s

h a c e d u n a s e ñ a l , h a c e d m e u n a s e ñ a l e n s e g u t d a p a r a q u e l o

s e p a

  P C T O

  si

  M E

  a p r o b á is , q u e r i d o s m í o s, e n t o n c es c a t a ,

d i e s t r o s il en ci o, p a r a q u e l o . h o m br es q u e m e r o-

d ean s ep an q u e v u es t ro co razo n es t á co n mig o .

t ro d e u n a imp ía . ¡Pu es b ien , b g i s to , ¿

*  l i ad a ? ¿Po r q u é n o resp o n d es? « ,

EGISTO. - ¿Se disc ute con las best ias hed ion das ? ¡Se las des

t ru y e Ha s id o u n e r ro r mío p erd o n a r l a an tes ; p e ro es u n

er ro r rep arab le ; n o t en g á i s mied o , v o y a ap las t a r l a Co n t ra

e l su e lo y su raza d esap a recerá co n e l l a . '  f \

LA MULTITUD. — ¡Am enaza r no es respo nde r, Eg is to ¿No t ie-

n es n in g u n a o t ra co sa q u e d ec i rn o s?

L A M U J E R J O V E N .  — Baila, sonríe, es fel iz, y los mue rtos pa-

recen p ro teg er l a . ¡Ah , Elec t ra en v id iab le , mi ra , y o t amb ién

ap ar to lo s b razo s y o f rezco mi p ech o a l so l

V O C E S

  (en la multitud).  — Lo s mu er to s ca l lan : ¡Eg i s to , n o s

h as men t id o

ORESTES. — ¡Qu erida Elect ra

JÚPITER. — Diab los , destr u iré la ch ách ara d e es ta ch iquil la.

(Extiende el brazo.)  Po s id ó n ca r ib ú ca r ib ó n lu l l ab y .

(La gran piedra que obstruía la entrada de la caverna rue-

da con estrépito contra los peldaños del templo.

  E L E C T R A

  deja

de baüar.)

. L A M U L T I TU D . — ¡ H o r r o r <

(Largo silencio.)

E L G R A N S A C E R D O T E .  — ¡ O h p u e b l o c o b a r d e y d e m a s i a d o . l i -

g e ro ; lo s mu e r to s s e v en g an ¡Mi rad có mo caen so b re n o -

so t ro s l a s mo scas en esp eso s remo l in o s ¡Hab é i s escu ch ad o

u n a v o z s ac r i l eg a y es t amo s mald i to s

LA MULTITUD. — ¡No hemos hecho nada, no es culpa nuestra;

e l l a v in o y n o s s ed u jo co n su s p a lab ras en v en en ad as ¡Al

río , bru ja, al río ¡A la hogu era

U N A V I E J A

  (señ a la n d o a la

  M U J E R J O V E N . ) — Y

  a és t a , q u e b e-

b ía su s p a lab ras co mo mie l , a r ran cad le l a s ro p as , d esn u -

d ad la y azo tad la h as t a h acer l e s an g re .

(Se apoderan de la

  M U J E R J O V E N ;

  los hombres suben los

peldaños de la escalera y se precipitan hacia   E L E C T R A . )

E G I S T O

  (que se ha incorporado.)

  — Silencio , perros . Volved a

v u es t ro s lu g ares en o rd en y d e jad e l cas t ig o p o r mi cu en ta .

(Süencio.)   Pu e s b ien , ¿h ab é i s v i s to lo q u e cu es ta n o o b ed ecer -

me? ¿Du d aré i s ah o ra d e v u es t ro j e fe? Vo lv ed a v u es t ras casas ;

lo s mu er to s o s aco mp añ an , s e rán v u es t ro s h u ésp ed es to d o e l d í a

y t ad a l a n o ch e . Haced les u n lu g ar en v u es t ra mesa , en v u es -

t ro b o jea r , en v u e s t ro l ech o , y t ra t ad d e q u e v u es t ra co n d u c ta

e jemp la r l e s h ag a o lv id ar to d o es to . En cu an to a mí , au n -

Page 131: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 131/267

que vues t r a s sospechas me hayan he r i do , os l o pe rdono .

P e r o t ú , E l e c t r a . . . . \

A

,

EIJECTRA. - Bu eno , ¿qué ? Erré e l golpe. La próx ima vez sa ldrá

E G I S T O

 r

  —  No t e da ré oca s i ón . La s l eye s de l a c i udad me

proh i ben ca s t i ga r en e s t e d í a de f i e s t a . Lo sab i a s y ha s abu-

sado . Pe ro ya no fo rmas pa r t e de l a c i udad , t e e cho . Pa r -

t i r á s de sca l za y s i n equ i pa j e , con e se ve s t i do i n fame sobre

e l cue rpo . S i t odav í a e s t á s den t ro de e s t os muros manana

a l a l ba , doy l a o rden a qu i en qu i e ra que t e encuen t re de

ma t a r t e como a una ove j a sa rnosa .

(S a l e ,

  seguido por los

  G U A R D I A S .

  La

  M U L T I T U D

  desfila de-

lante de

  E L E C T R A

  mostrándole el puño.)

J Ú P I T E R

  (a

  O R E S ^ S ) .

  - P ues b i en , m i señor ¿habé i s ap ren d^

do? O mu cho me equ i v oco o e s é s t a un a h i s to r i a mora l l os

ma l os han s i do ca s t i gados y l os buenos r ecompensados . (Se -

ñala ndo a ELECTRA.) Es a mu jer . ^ , , .

ORESTES. - ¡Esa muj e r e s mi he rman a , buen hom bre Ve t e ,

instante, luego se encoge de. hombros).

— Com o qu i e ra s .

(Sale seguido por el  P E D A G O G O . )

Escena IV

E L E C T R A

  en los peldaños del templo

  - OR E S T E S

E L E C T R A   ¡ a l m e z a y lo mira,  - ¡Ah ¿Es t á s ah í , F i l ebo ?

ORESTES. - No pu ede s seguir en esta c iud ad, Ele ctra . Es tas EN

E ™ ' - ¿ E n p e li g ro ? ¡A h , e s c ie r to Y a v i st e c ó m o e r r é é V

gol pe . Es un poco cu l pa t uya , ¿ sabes? , pe ro no t e l o r e -

p rocho .

^ . l ^ h f e n l r j a

0

: (Baja Hacia. M)

O ^ H ™ ^ « . E s c u c h a : „ » « » -

t os . Al gu i en ha de consegu i rme caba l l os , t e l l eva ré en

grupas .

E L E C T R A . — N o . }

ORESTES. — ¿N o qui eres h uir conm igo?

ELECTRA. — No qu iero hui r .

ORESTES. — Te l leva ré a Cor into.

Í E L E C T R A  (riendo).  — ¡Ahí Co r i n t o . . . ¿Ves? , no l o hace s a p ro -

pós i t o , pe ro s i gues engañándome . ¿Qué ha ré yo en Cor i n t o?

T e n g o q u e s e r r a z o n a b l e . T o d a v í a a y e r a l e n t a b a d e s e o s t a n

modes t os : cuando se rv í a l a mesa , con l os pá rpados ba j os ,

mi raba en t re l a s pe s t añas a l a pa re j a r e a l , a l a l i nda v i e j a

de ca ra mue r t a , y a é l , gordo y pá l i do , con su boca f l o j a

y e sa ba rba negra que l e co r re de una o re j a a l a o t r a como

un reg i mi en t o de a rañas , y soñaba ve r un d í a un humo,

u n h u m i t o d e r e c h o , s e m e j a n t e a l a l i e n t o e n u n a m a ñ a n a

f r í a , sub i endo de sus v i en t re s ab i e r t os . Es t odo l o que

ped í a , F i l ebo , t e j u ro . No sé l o que qu i e re s , pe ro no debo

c ree r t e ; no t i ene s o j os modes t os . ¿Sabes qué pe nsab a an t e s

de conoce r t e? Que e l sab i o no puede de sea r en l a t i e r r a

nada más que devo l ve r un d í a e l ma l que l e han hecho .

ORESTES. — Elec tra , si me sigues ve rás qu e pu ed en des ears e

muchas o t r a s cosa s s i n de j a r de se r sab i o .

ELECTRA. — No qu i e ro segu i r e scu chánd o t e ; m e ha s hec ho

mucho dañ o : L l ega s t e con t us o j os ham br i en t os én t u suav e

ros t ro de muj e r y me h i c i s t e o l v i da r mi od i o ; ab r í l a s manos

y de j é de s l i z a r ha s t a mi s p i e s mi ún i co t e soro . Qui se c ree r

que pod í a cura r a l a gen t e de aqu í con pa l abra s . Ya v i s -

t e l o que ha suced i do : l e s gus t a su ma l , nece s i t an una

l l aga f ami l i a r que conse rvan cu i dadosament e r a scándo l a

con l a s uñas suc i a s . Hay que cura r l os por l a v i o l enc i a , pues

no se puede vence r e l ma l s i no con o t ro ma l . Adi ós , F i l ebo ,

ve t é , dé j ame con mi s ma l os sueños .

ORESTES. — T e ma ta rá n .

ELECTRA. — H ay a qu í un san tuari o, e l temp lo de A polo; a ve-

ce s l os c r i mi na l e s se r e fug i an en é l y mi en t ra s e s t án den t ro -

nad i e puede t oca r l e s un pe l o . Al l í me e sconde ré .

ORESTES. — ¿Por qu é rech azas mi .ayu da?

ELECTRA. — No t e c or re sp ond e ayu da rm e . O t ro vendr á pa r a

Page 132: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 132/267

l i b e r t a r m e .  (Pausa.)  M i h e r m a n o n o h a m u e r t o , l o s é . Y lo .,

e sp ero .

O R E S T E S . — ¿ Y s i n o v i n i e r a ?

ELECTRA. - Ve n d r á , n o p u ed e d e ja r d e v en i r . Es d e n u es t r a

r a z a , ¿ c o m p r e n d e s ? ; l l e v a e l c r i m e n y l a d e s g r a c i a e n . l a

s an g re , co mo y o . Es a lg ú n so ld ad o , co n lo s g ran d es o jo s

r o j o s d e n u e s t r o p a d r e , s i e m p r e f e r m e n t a n d o u n a c ó l e m ;

s u f r e , se h a e n r e d a d o e n s u d e s t i n o c o m o l o s c a b a ll o s d e s -

t r i p a d o s e n r e d a n l a s p a t a s e n s u s i n t e s t i n o s , y a h o r a , c o n

c u a l q u i e r m o v i m i e n t o q u e h a g a , s e a r r a n c a l a s e n t o r n a s .

V e n d r á ; e s t a c i u d a d l o a t r a e , e s t o y s e g u r a , p o r q u e a q u í

e s d o n d e p u e d e h a c e r m á s d a ñ o . V e n d r á c o n l a f r e n t e b a j a ,

s u f r i e n d o y p i a f a n d o . M e d a m i e d o : t o d a s l a s n o c h e s l o

v e o e n s u e ñ o s y m e d e s p i e r t o g r i t a n d o . P e r o l o e s p e r o y

l o a m o . T e n g o q u e q u e d a r m e a q u í p a r a g u i a r s u i r a - p o r -

q u e y o t e n g o  c a b e z a - ,  p a ra s eñ a la r l e co n e l d ed o a lo s

c u l p a b l e s y d e c i r l e : " ¡ P e g a , O r e s t e s , p e g a , a q u í e s t á n

ORESTES. — ¿Y s i n o fu era co m o tú lo imag in as?

ELECTRA. - ¿Có mo q u ie res q u e s ea e l h i jo d e A g am en ó n y d e

C l i t emn es t ra? ,

ORESTES. - ¿S i es tu v ie ra can sad o d e to d a esa s an g re , p o r h a -

b e r c r e c i d o e n u n a c i u d a d d i c h o s a ?

ELECTRA. - En t o n c es l e escu p i r í a e n l a ca ra y l e d i r í a : " V ete

p e r r o , v e t e c o n l a s m u j e r e s , p o r q u e n o e r e s o t r a c o s a ^ q u e

u n a m u j e r . P e r o h a c e s u n m a l c á l c u l o : e r e s e l n i e t o d e

A t r e o , n o e s c a p a r á s a l d e s t i n o d e l o s A t n d a s H a s p r e f e n d o

l a v e r g ü e n z a a f c r i m e n , e r e s U b r e. P e r o e l d e s t in o u i a

b u s c a r t e a t u l e c h o : T e n d r á s p r i m e r o l a v e r g ü e n z a y l u e g o

co mete rás e l c r imen , j a p esa r d e t i mismo

ORESTES. - Ele ctr a, soy Orest es .

ELECTRA  (dando un grito).  - jMie ntesl '

ORESTES. - Po r lo s ma n es d e mi p a d r e Ag ame n ó n , t e lo ^

s o y O r e s t e s .  (Silencio.)  B u e n o , ¿ q u é e s p e r a s p a r a e s c u p i r m e

E i ^ A ^ C Ó m o p od r í a h a c e r lo ?  (Lo mira.) Esa  h e n ^

e s l a f r e n te d e m i h e r m a n o . E s o s o jo s q u ^ b ^ i

s o n l o s o j o s d e m i h e r m a n o . O r e s t e s . . . l A h H u b i e r a , p r e

S S d o q u é s i g u i e r a s s i e n d o F i l e b o y q u e m i h e r m a n o h u

254

b i e s e m u e r t o . (T í m i d a m e n t e . )   ¿ E s c i e r t o q u e h a s v i v i d o e n

d o r i n t o ? v

ORESTES. — No . Fu ero n u n o s b u rg u ese s d e A ten as q u ien e s me"

e d u c a r o n .

ELECTRA. — Qu é jo v en p a reces . ¿ Nu n ca h as lu ch ad o ? L a es -

p ad a q u e l l ev as a l co s tad o , ¿n u n ca s i rv ió ?

O R E S TE S . — N u n c a .

ELECTRA. — M e sen t í a m en o s so la cu an d o n o t e co n o c ía : e s -

p e r a b a a l o t r o . S ó l o p e n s a b a e n s u f u e r z a y n u n c a e n m i

d e b i l i d a d . A h o r a e s t á s a q u í ; O r e s t e s , e r a s t ú . T e m i r o y

v e o q u e s o m o s d o s h u é r f a n o s .  (Una pausa.)  P e r o t e q u i e r o ,

¿ s a b e s ? M á s d e l o q u e l o h u b i e r a q u e r i d o a é l

ORESTES. — Ven s i me q u ie res ; h u y a mo s ju n to s .

ELECTRA. — ¿Hu i r? ¿Co n mig o ? N o . Aq u í es d o n d e s e ju eg a

l a s u e r t e d e l o s A t r i d a s y y o s o y u n a A t r i d a . N o t e p i d o

n a d a . N o q u i e r o p e d i r n a d a m á s a F i l e b o . P e r o m e q u e d o

a q u í .

(JÚPITER

  aparece en el fondo de la escena y se oculta para

escucharlos.)

ORESTES. — Elec t ra , so y Ore s te s . . . t u h e rm an o . Yo t amb ién

so y u n At r id a , y tu lu g ar es t á a mi l ad o .

ELECTRA. — No . N o e res mi h e r ma n o y n o t e co n o zco . O res -

t e s h a m u e r t o , m e j o r p a r a é l ; e n a d e l a n t e h o n r a r é a s u s

m a n e s j u n t o c o n l o s d e m i p a d r e y l o s d e m i h e r m a n a .

P e r o t ú q u e v i e n e s a r e c l a m a r e l n o m b r e d e A t r i d a , ¿ q u i é n

e r e s p a r a d e c i r t e d e l o s n u e s t r o s ? ¿ T e h a s p a s a d o l a v i d a

a l a s o m b r a d e u n a s e s i n a t o ? D e b í a s d e s e r u n n i ñ o t r a n -

q u i l o c o n u n a i r e s u a v e y r e f l e x i v o , e l o r g u l l o d e t u p a d r e

d e a d o p c i ó n , u n n i ñ o b i e n l a v a d o , c o n l o s o j o s b r i l l a n t e s

d e c o n f i a n z a . T e n í a s c o n f i a n z a e n t o d o s p o r q u e t e h a c í a n

g ran d es so n r i s as en l as mesas , en l as camas , en lo s p e ld añ o s

d e l a s e s c a l e r a s , p o r q u e s o n f i e l e s s e r v i d o r e s d e l h o m b r e ;

e n l a v i d a , p o r q u e e r a s r i c o y t e n í a s m u c h o s j u g u e t e s ; d e -

b í a s d e p e n s a r a v e c e s q u e e l m u n d o n o e s t a b a t a n m a l

• y q u e e r a u n p l a c e r a b a n d o n a r s e e n é l c o m o e n u n b u e n

b añ o t ib io , su sp i ran d o d e s a t i s facc ió n Yo a lo s s e i s añ o s

¡ er a s i r v i e n t a y d e s c o n f i a b a d e t o d o . ( P a t ó a . y V e t e , a l m a ^ e -

1 1a. Na d a t en g o q u e h acer c o $ l ás a lmás b e l l a s : l o q u e y o

q u e r í a e r a u n c ó m p l i c e .

w

255*

Page 133: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 133/267

ORESTES. - ¿Piensas qu e te dejaré sola? ¿Qué ha rías aqu í , un a

' v ez p erd id a h as ta tu ú l t ima esp eran za?

ELECTRA. - Eso es asu nto mío . Adiós , Fi l ebo

ORESTES. - ¿M e echa s?

  (Da unos pasos y se detiene.)

  ¿ b s c u l -

p a mía s i n o me p arezco a l b ru to i r r i t ad o q u e esp erab as?

L o h u b i e r a s t o m a d o d e l a m a n o y l e h u b i e r a s d i c h o : ¡ r e -

ca l " . A mí n o me h as p ed id o n ad a . ¿Qu ién so y y o , D .o s

m í o , p a r a q u e m i p r o p i a h e r m a n a m e r e c h a c e s i n h a b e r m e

p ro b ad o s iq u ie ra? .

ELECTRA. - Ah, FÜebo , nu nc a podr á carga r con sem ejan te

p eso tu co razó n s in o d io .

O R E S T E S

  (abrumado). -  Dices b ien : s in o d io . S in amo r t amp o -

c o A t i h u b i e r a p o d i d o q u e r e r t e .

  Hubiera podido..

  ¿Pero

q u é? Para amar , p a ra o d ia r , h ay q u e en t reg arse . Es h ermo so

e l h o m b re d e s an g re r i ca , só l id am en te p lan tad o en m ed io d e

su s b ien es , q u e s e en t reg a u n b u en d ía a l amo r , a l o d io , y q u e

en t reg a co n é l su t i e r ra , su casa y su s  r e c u e r d o s . .  ¿Qu ien so y

v

  q u é t en g o p ara d a r? Ap en as ex i s to : d e to d o s lo s fan tas -

m a s q u e r u e d a n h o y p o r l a c i u d a d , n i n g u n o e s m a s f a n t a s -

ma q u e y o . He co n o c id o amo res d e fan tasmas , v ac i l an tes y

ra lo s co mo v ap o res ; p e ro ig n o ro l as d en sas p as io n es d e lo s

vivos.  (Pausa.)  ¡Verg ü en za He v u e l to a n u cu id ad n a ta l y

m i h e r m a n a s e h a n e g a d o a r e c o n o c e r m e . ¿ D o n d e i r é ? ¿ Q u e

c i u d a d h e d e f r e c u e n t a r ? .

ELECTRA. - ¿No h ay a lg u n a d o n d e t e esp ere u n a mu je r d e

her mo so rostro? . , . . , , „

ORESTES. - Nad ie m e espera. Voy de ciud ad en ciud ad ex-

t ran je ro p ara lo s d em ás , y p a ra mí mism o y as c iu d ad es

se c i e r ran t ras d e mí co mo e l ag u a t ran q u i l a . S i me v o y d e

Arg o s , ¿q u é q u ed ará d e mi p aso s in o e l amarg o d esen can to

d e tu co razó n ?

ELECTRA. - Me h as h ab la d o d e c iu d a d es fe l i c es . . .

S S ¿ - P o c o m e im p o r t a l a f e li c id a d . Q u i e ro m i s r e c u e r-

d o s , mi su e lo , mi lu g ar en med io d e lo s h o mb res d e Arg o s .

\Vn silencio.)  Elec t r a , n o me i ré d e aq u í . .

ELECTRA. - Fi leb o, vete, te lo suplico: m e das lás t ima , ve te

s i me q u ie res ; só lo p u ed en su ced er t e co sas malas , y tu in o -

cen c ia h a r í a f racasa r /mis p ro y ec to s .

O R E S I E S . - N o m e i r é .

ELECTRA. - ¿Y crees qu e te dejaré , así en tu pure za inop ortu-

n a , j u ez in t imad o r y mu d o d e mis ac to s? ¿Po r q u é t e emp e-

c in as? Aq u í n ad ie q u ie re s ab er n ad a d e t i .

O R E S T E S . - E S

  mi ú n ica p o s ib i l id ad . E lec t ra , n o p u ed es n eg ár -

m e l a . C o m p r é n d e m e : q u i e r o s e r u n h o m b r e d e a l g ú n l a d o ,

u n h o mb re en t re lo s h o mb res . Mi ra , u n esc lav o , cu an d o p a-

sa can sad o y ceñ id o , co n u n a p esad a ca rg a , a r ras t ran d o l as

p ie rn as y mi ran d o a su s p ies , ex ac tamen te a su s p ies p a ra

ev i t a r u n a ca íd a , e s t á en su c iu d ad , co mo u n a h o ja en e l fo -

l l a j e , co mo e l á rb o l en l a s e lv a ; Arg o s lo ro d ea , p esad a y

ca l i en te , l l en a d e s í misma; q u ie ro s e r ese esc lav o . E lec t ra ,

, q u ie ro a r r imar l a c iu d ad a mi a l red ed o r y en v o lv erm e en

e l l a co mo en u n a man ta . No me i ré .

ELECTRA. - Au n q u e t e q u ed es c i en añ o s en t re n o so t ro s , n u n ca

d e ja rás d e s e r u n ex t ran je ro , más so lo q u e en u n camin o .

Las g en tes t e mi ra rán d e so s lay o , en t re su s p á rp ad o s s emi -

ce r rad o s , y b a ja rán l a v o z cu an d o p ases ju n to a e l lo s .

ORESTES. - ¿En tonc es es tan d ifíci l serviros? Mi bra zo p ue de

d efen d er l a c iu d ad , y t en g o o ro p ara a l iv i a r a v u es t ro s p o -

bres .

ELECTRA. - No nos fal ta n capitan es n i almas piad osas p ara

h acer e l b i en .

O R E S T E S . — E n t o n c e s . . .

(Da unos pasos con la cabeza baja.

  J Ú P I T E R

  aparece y lo mi-.

ra frotándose las manos.)

O R E S T E S

  (alzando la cabeza). - ¡Si  p o r lo men o s v ie ra c l a ro

Ah, Zeus, Zeus, d ios del cielo , rara vez he recurrido a t i , y

n o me h as s id o fav o rab le , p e ro e res t e s t ig o d e q u e n u n ca

h e q u er id o o t ra co sa q u e e l B ien . Ah o ra es to y can sad o , y a

n o d i s t in g o e l B ien d e l Mal y n eces i to q u e me señ a len e l ca -

min o . Zeu s , ¿en v erd ad e l h i jo d e u n rey , ex p u l sad o d e su

c iu d ad n a ta l h ab rá d e res ig n arse s an tamen te a l ex i l io y d e

la rg arse co n l a cab eza g ach a , co mo u n co rd ero ? ¿Es ésa tu

v o l u n t a d ? N o p u e d o c r e e r lo . Y s i n e m b a r g o . . . , s i n e m b a r g o V

h a s p r o h i b i d o el d e r r a m a m i e n t o d e s a n g r e . . . ¡ A h Q u i é n

h ab la d e d er ramar s an g re , y a n o s é lo q u e d ig o . . . Zeu s , t e

lo imp lo ro : s i l a res ig n ac ió n y l a ab y ec ta h u mi ld ad so n l as

l ey ^s q u e me imp o n es , man i f i és t ame tu v o lu n tad med ian te

a lg u n a s eñ a l , p o rq u e y a n o v eo n ad a c l a ro .

Page 134: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 134/267

Jean-Paul Sartre

J Ú P I T E R

  (para sí).  — ;Pero v amo s , h o m b re : a tu s ó rd fen es

¡Ábraxas, abraxas , tsé-tsé

(La luz forma una aureola alred edor de la piedra.)

E L E C T R A

  (se echa a reír).  — ¡Ah ¡Ah ¡Ho y l lu ev en mi lag ro s

¡Mi ra , p i ad o so F i l eb o , mi ra lo q u e s e g an a co n su l t an d o a

los d ioses (Suelta una risa destemplada.)   B u e n m u c h a -

c h o . . . P i a d o s o F i l e b o : " ¡ H a z m e u n a s e ñ a l , Z e u s , h a z m e

u n a s eñ a l " Y l a lu z resp lan d ec e a l red ed o r d e l a p i ed ra s a -

g rad a . ¡Ve te ¡A Co r in to ¡A Co r in to ¡Vete

O R E S T E S

  (mirando la piedra). -  E n t o n c e s . . .  ¿eso es  el Bien?

(Una pausa ; sigue mirando la piedra.)

  Ag ach ar e l l o mo .

B ien ag ach ad o . Dec i r s i emp re " Perd ó n " y " Grac ias " . . . ¿es

eso ?  (Una pa usa; sigue mirando la piedra.)  El B ien . E l B ien

ajeno... (Otra pausa.)  ¡Elec t ra

ELECTRA. - Ve te rápido , vete ráp ido . No decep cion es a la

ju ic io sa n o d r i za q u e s e in c l in a so b re t i d esd e lo a l to d e l

O l i m p o .

  (Se detiene, cortada.)

  ¿Qu é t ien es?

O R E S T E S  (con voz cambiada).  — Hay o t ro camin o .

E L E C T R A

  (a ter ra d a> — No t e h ag as e l malo , F i l eb o . Ha s p e d i -

d o l as ó rd en es d e lo s d io ses : b u en o , y a l as co n o ces .

ORESTES. - ¿Ó rd e n es ? . . . Ah , s í , . . ¿Qu ie res d ec i r e s a lu z a l -

red ed o r d e l g u i j a r ro g ran d e? Esa lu z n o es p a ra mí ; y n ad ie

p u e d e d a r m e ó r d e n e s y a .

ELECTRA. — Habla s c on enig ma s.

ORESTES. - ¡Qu é l e jo s es t ás d e mí , d e p r o n to . . . , có mo h a cam-

b iad o to d o Hab ía a mi a l red ed o r a lg o v iv o y cá l id o . Alg o

q u e acab a d e mo r i r . Qu é v ac ío es t á to d o . . . ¡Ah Qu é v ac ío

i n m e n s o , i n t e r m i n a b l e . . .  (Da unos pasos.)  C a e l a n o c h e . . .

¿ N o t e p a r e c e q u e h a c e f r í o ? . . . ¿ P e r o q u é e s . . . q u é e s l o

j q u e acab a d e mo r i r?

E L E C T R A . — F i l e b o . . .

ORESTES. - Te d ig o q u e h ay o t ro cam in o . . . , mi c am in o . . .

¿No lo v es? Par t e d e aq u í y b a ja h ac ia l a c iu d ad . Es p rec i so

b a ja r , ¿co mp ren d es? , b a ja r h as t a v o so t ro s , e s t á i s en e l fo n d o

d e u n a g u j e r o , b i e n e n e l f o n d o . . . ( S e

  adelanta hacia

  E L E C -

TRA.) Tú eres  mi  h e rman a , E lec t ra , y es t a c iu d ad es  mi  e iü -

- d a d . ¡ H e r m a n a  mía

(Le toma el brazo.)

ELÉCTRA. - ¡Déja me m e hac es daño , me das mied o y no te

p e r t e n e z c o .  i

ORESTES. — Ya lo se. Toda vía no: soy d em asia do l igero . Tejigo

q u e l a s t r a r m e c o n u n c r i m e n b i e n p e s a d o q u e m e h a g i i r

á p iq u e h as ta e l fo n d o d e Arg o s .

ELECTRA. — ¿Q ué vas a int en tar ? „ '

ORESTES. - Esp era. D éja me d ecir ad iós a es ta l iger eza s in -tacha

q u e fu e l a mía . Dé jame d ec i r ad ió s a mi ju v en tu d . Hay n o -

ch es , n o ch es d e Co r in to o d e Aten as , l l en as d e can to s y d e

o lo res , q u e y a n o me p er t en ecerán n u n ca más . Mañ an as l l e -

n as d e esp eran za s t a m b i én . . . ¡Vamo s , ad ió s ¡Ad ió s (Se

acerca a  ELECTRA.) Ven, Electra, mira nuestra ciudad. All í

es t á , ro j a b a jo e l so l , co n h o mb res y mo scas q u e zu mb an , en

e l emb o tamien to o b s t in ad o d e u n a t a rd e d e v eran o ; me re -

ch aza co n to d o s su s mu ro s , co n to d o s su s re l a to s , co n to d as

su s p u er t as ce r rad as . Y s in emb arg o es t á p a ra q u e l a to men ,

lo s é d esd e es t a mañ an a . Y tú t amb ién , E lec t ra , e s t ás p a ra

q u e t e to men . Os to maré . Me co n v er t i ré en h ach a y h en d i ré

en d o s esas mu ra l l as emp ec in ad as , ab r i ré e l v i en t re d e esas

casas s an tu r ro n as , ex h a la rán p o r su s h e r id as ab ie r t as u n o lo r

a b azo f i a y a in c ien so ; me co n v er t i ré en d es t ra l y me h u n -

d i ré en e l co razó n d e esa c iu d ad co mo e l d es t ra l en e l co -

razó n d e u n a en c in a .

ELECTRA. - Cóm o has camb iad o: y a no bri l lan tus o jos; es tán

ap ag ad o s y so mb r ío s. ¡Ay Eras t an d u lce , F i l eb o . Y ah o ra

me h ab las co mo me h ab lab a e l o t ro en su eñ o s .

ORESTES. - Esc uch a: sup ón qu e asum o todos los crím ene s de

to d as esas g en tes q u e t i emb lan en cu ar to s o scu ro s , ro d ead o s

p o r su s q u er id o s d i fu n to s . Su p ó n q u e q u ie ro merecer e l

n o mb re d e " Lad ró n d e remo rd imien to s " y q u e in s t a lo ' . mí

to d a su co n t r i c ió n : l a d e l a mu je r q u e en g añ ó a s :» mu id o ,

l a d e l co merc ian te q u e d e jó a su mad re , l a d e l u su re ro q u e

esq u i lmó h as ta l a mu er t e a su s d eu d o res . Dime, ese d ía ,

c u a n d o e s t é a t o r m e n t a d o p o r r e m o r d i m i e n t o s m á s n u m e r o -

so s q u e l as mo scas d e Arg o s , p o r to d o s lo s remo rd imien to s

d e - l a c i u d a d , ¿ n o h a b r é a d q u i r i d o d e r e c h o d e c i u d a d a n í a

^

t r e

  v o so t ro s? ¿No es t a ré en mi casa , en t re v u es t ras mu ra-

l l a s en san g ren tad a s , co mo e l ca rn ice ro d e d e lan ta l ro jo es t á

en su casa en l a t i en d a , en t re lo s b u ey es s an g r i en to s q u e

acab a d e d eg o l l a r?

Page 135: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 135/267

E L E C T R A .   - ¿Quiere s —

e n m i

  v u e l o s

ORESTES. - .Ex p.a rP H e d.ch o Q

  h a r é c o n

  esos p4-

ar r epen t imien tos , per o no he a icn o .O H

a"ra

P

c os v o c i ng l e ro s : q u i z á ^ l e s ?

K ¿ e n * . - f l e 6m o d e l a c e r o s d e e ll os . S ól o

X - U ^ s — " a la f ue rz a e n v ue stro s c ora -

zo ne s. , . .'K'iipVíol

^ r ^ ^ s o S / d e t e yo no q u e r ia d e rr a -

mar sangr e .

E L E C T B A .

  rsJtsñ^ r-

V ya ver ás s i soy dema -

siado débil .

ELECTRA. - SÍ. E ^ tU

p

  E r ^ O r e s

t

e , N ^ ^ ^ ^

n o

  te e s t a b a a ^ P r e s t e gu ^ ^

  s u e ñ o s

_

  roe

gusto a

  h e b r e

' V ^ e ^ a c t o ir re para ble , y te ng o n ue -

e n c u e n t r o e n e l u m b r a l  ae  u n a

  t a n

  temi-

d o , com o e n sueño s. , 0 h « — ^ e n g r a n a j e s

do Ahor a los ins tan tes se has ta que es -

de un mecan ismo, y a  no  t e n d r e m ^ d

tén acos tados los dos de espaiua» ,

  ) a

  der r a-

m u r o s d e r r u id o s . iT o d a e s a s a n g r e ^ e r e s t u q ^ ^ ^ ^

  r

mar á, tú , que ten ias ver a Fi lebo . Or es tes ,

v e r a q ue ll a d u l zu r a n ^ a vo l ve rt a v ^ ^

  e

t o "  s r i . »  i - ™

  ^

  -

  e

°

c o n d i t e

y se va con paso furtivo.)

T E L Ó N

Segundo cuadro

- En el palacio; la sala del trono. Una estatua de Júpiter, te-

rrible y ensangrentada. Cae el día.

Escena I

E L E C T R A .  Llega primero y hace una señal a   O R E S T E S  para

que entre.

ORESTES. — ¡Viene alguien

(Echa mano a la espada.)

ELECTRA. — Son soldad os q ue h ace n la ronda. Sigúem e: va-

mos a esconder nos por aqu í .

(S e  esconden detrás del trono.)

Escena I I

Lo s

  M I S M O S

  (escondidos)  - Dos

  SOLDADOS

P R IME R S OL DADO.  — No sé qué t i enen las moscas hoy : es tán

en loquecidas .

SECUNDO SOLDADO.  —  Huelen a los muertos y eso las alegra. Ya

no me a t r evo a bos tezar por miedo de que se me hundan en

el hocico ab ier to y vayan a hacer un   tiovivo  en e l f ondo de

mi gaznate . (

 E L E C T R A

  aparece un instante y se oculta.)  Oye,

a lgo ha cr u j ido .

P R IME R S OL DADO.  —  Es Agamenón que se sienta en el trono.

SEGUNDO SOLDADO.  —  ¿Y sus anchas nalgas hacen cr u j i r l as ma-

Page 136: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 136/267

te

as d e , ^ ¿ T Í l ' W ?

PB J M E E

  S O L D

X

e

r t o r e a l e r a u n r e d v i v o £ e p e s a b a , u n a ñ o

^ " a W ^ ü c i n c o k i lo s . E s m u y r a r o q u e n o l e

q u e d e n a l g u n a s l i b r a s .

  e s l 4

  ahí? .

S H : Ü

™ O S O C A P O . -  i  ^

  S

.

  Y 0

  T E » »„

PBIMEB SOLDADO.  - ¿ D ó n d e  Q U I E R E ^

  d e v e i n ü

.

rey mu er to y tu v ie ra to d o. to ^^nP^ ^

  t r o n o y

r ^ P T d W Í S l o g ú e n o s r e c u e r d o s s in

i t r ^ e s o P ^ e

g o l p e , t o d o u n e n j a m b r e .

- j ¡ * S T S U Tengo 1 «

p z r r ^ * - — . « « —

f a n t a s m a s . . .

' A l l t e l ? R ev i e n t a n m i l l a s d e e *

PR I M E R SO LD AD O. - ¿ T e da s c u e n

  l a

  c i u d a d

t os a ni ma li t os p o r d ía . ¿ ¿ e ^ a n o p a s a d ^ , h a b rí a t re s-

t o d a s l a s q u e m u r i e r o n d e s d e « e l p a v u e l t a s

c ie n t a s - ^ ^ S f ^ l ^ e ^ í a a z u c a r a d o d e

a n u e s t r o a l r e d e d o r . i P u a h l m o s c a s , b a j a n a r i *

m o sc as , c o m er í a m os " ^ ^ ^ u i o s y n u e s t r a s t f t -

e

;

s

" e " : s ^ t o

O S

q u e ¿ » e n e st a c ám a ra

o l o r e s t a n s i n g u l a r e s . c u a d r a d o s

O Í O S . . .

SEGADO SOLDADO. - T e dig o qu e ha y alg o: e l p iso cr uje .

{Van a mirar detrás del trono por la derecha;

  ORESTES

  y

Ei^craA salen por la izquierda, pasan delante de las gradas*

del trbno y vuelven a su escondite por la derecha, en el mo-

mento en que los soldados salen por la izquierda)

P R I M E R S OL DA DO . - Y a v e s , n o h a y n a d i e . ¡ E s A g a m e n ó n , t e

l o d i j e , m a l d i t o A g a m e n ó n H a d e e s t a r s e n t a d o s o b r e e s o s

c a r n e s , d e r e c h o c o m o u n a e s t a c a , y n o s m i r a ; n o t i e n e o t r a

c o s a e n q u é e m p l e a r e l t i e m p o s i n o e n m i r a r n o s .

SEGÜMJO SOLDADO. - Ha ría m os b ien en rec t ific ar la pos ició n;

p ac ien c ia s i l a s mo scas h acen co sq u i l l a s en l a n a r i z

PRIMER SOLDADO. — Pr efe rirí a es ta r en e l cu erp o d e gu ard ia,

« g a n d o u n a b u e n a p a r t i d a . A l lá l o s m u e r t o s q u e W l v £

s o n c o m p a n e r o s , s i m p l e s g o r r o n e s c o m o n o s o t r o s . P e r o c u a n -

d o p i e n s o q u e e l d i f u n t o r e y e s t á a q u í y q u e c u e n t a l o s

b o t o n e s q u e f a l t a n a m i c h a q u e t a , m e s i e n t o r a r o , c o m o

c u a n d o e l g e n e r a l p a s a r e v i s t a .

(Entran  EGIPTO, CLTIEMNESTOA,  servidores con lámparas.)

•fc/GiSTo. - Q u e no s dej en solos.

E s c e n a I I I

ECISTO - CLITEMNESTRA - ORESTES   y  ELECTRA  (escondidos)

C l J T E M

NE{ rrRA . _ ¿Q u é t en é i s ?

E <

f

T

? - - ¿

H a h é i s

  v i s to ? S i n o lo s h u b ie ra a t e r ro r i zad o , s e l i -

o r a b a n e n u n s a n t i a m é n d e s u s r e m o r d i m i e n t o s .

CI^EMNESTBA. - ¿Só lo eso o s in q u ie ta? S iem p re s ab ré i s en -

r u a r l e s e l c o r a j e e n e l m o m e n t o d e s e a d o .

E r a r a - E s p o s ib l e . S o y h a r t o h á b Ü p a r a e sa s c o m e d i a s.

(fausa.)  L a m e n t o h a b e r t e n i d o q u e c a s t i g a r a E l e c t r a .

CLITEMNESTRA. - ¿Po r q u é h a n a c id o d e mí? Hab é i s q u e r id o

n a c e r l o , y e n c u e n t r o b i e n t o d o l o q u e h a c é i s .

EGISTO. - Mu je r , n o lo l ame n to p o r t i .

CLITEMNESTRA. - ¿E nto nce s po r qué ? Vos no am áis a Elec tra.

•E«GISTO. - Es toy can sad o. Ha ce qu inc e años qu e sosten go e n

' ®

  a

£

e

' S

n 3 2 0 t e n d i d o

>

  e l

  r e m o r d i m i e n t o d e t o d o t r n

p u e b l o . H a c e q u i n c e a ñ o s q u e m e v i s t o c o m o u n e s p a n t a j o ;

t o d a s e s t a s r o p a s n e g r a s h a n t e r m i n a d o p o r d e s t e ñ i r s o b r e

mi a lma .

Page 137: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 137/267

C

o ^ m k e s t b a

. - Per o hab lar m e de tus r emor d i -

E c t s m - Lo se , T J ? ' ^ d T t e

  ] a v i d ;

,

  Y o n 0

C r ^ r o ^ ^ e r C s e s ta n tr is te com o yo .

C

u t e m n k t r a

. - M i q u e r i d o s e ñ o r . . .

^ r - - m i - , r a m e r a ,

  ¿

No t ienes ver güenza, delan te de

m a ñ a n a .

  c

.„ i

io r

. T

o s

  muer tos es tán

C L I T E M N E S T R A .

  -

  S e ñ o

S

o s

/ °

S

t l n t o V b é i s o l v i d a d o

bajo t i er r a y no nos moles tar an ^

  d b l o ?

. q u e vo s m i sm o in v e n t a st e , - s j á b u l a

S

  ^ ^

  e s t o y ?

ECISTO. - Tien es razón , mujer . Bue no, ¿ves qu

Déjame, qu ier o r ecoger me.

( C L I T E M N E S T R A  sale.)

scena I V

E C L S T O - O R E S T E S

  y

  E L E C T R A

  (escondidos)

- / . T/miter el rey qu e nece sitaba s par a Argos?

EGISTO. - ¿Es est e, Júp iter , ei rey 4

  e s

Voy, vengo , sé g ri tar con voz ^ r t

e

  paseo p ^

m i a lta y te rr ib le ^ X V o s « c is ca ra v ac ía : u n

c u l p a b l e s h a s t a l a m . e d u f c P « »

 s

  ° o ^ y o m e d i e ra c u e nt a ,

a n im a l m e h a c o m id o e l ^ e n o r s m q u ^ y o m

  q

A ho ra m ir o e n m í ^ m o y e o q ^ t ^ E l

  d e S Í e r t

o , l a

A ga me nó n, ¿D ij e ^ l a s a r S a s ^ U i S ^ M c i d a d el c ie lo

der r amar una lág r ima

Escena V

  r 

L O S M I S M O S - J Ú P I T E R

J Ú PI TER . — ¿ N o m e r e c o n o c e s ?

EGISTO. —  Sal de aqu í o te hago apalear por los guar d ias .

JÚPITER. — ¿No m e recono ces? Sin emba rgo me ha s visto. Fu e

en sueños . Es c ier to que ten ía un por te más ter r ib le .  (True-

nos, relámpagos.

  J Ú P I T E R

  adopta él porte terrible.)  ¿Y así?

EGISTO. — ¡Júp i ter

J Ú P I T E R .  —  Aquí es tamos .

  (Vuelve a la

 sonrisa,

  se

 acerca

 a la es-

tatua.)  ¿Soy yo, esto? ¿Así me ven los hab itan tes de Argos

cuando r ezan? D iab los , es r ar o que un d ios pueda con tem-

lar su imagen car a a car a .  (Una pausa.)  ¡Q ué feo soy No

an de quer er me mucho .

EGISTO. — O s te m en .

JÚPITER. — ¡Perfecto De n ad a me sirve que m e quiera n. ¿ Tú

me qu ier es?

EGISTO. — ¿Qu é deseá is de m í? ¿No he pag ado bas tante ?

JÚPITER. — ¡Nunca bast ante

EGISTO. — Ec ho los b ofe s.

JÚPITER. — ¡No exageres Lo pa sas bas tante bien y es tás gord o.

Por lo demás , no te lo r ep r ocho . Es g r asa r ea l de la buena,

amar i l l a como cebo de vela , como debe ser . T ienes pas ta

para vivir veinte años más.

EGISTO. — ¡Veinte años más

JÚPITER. — ¿D ese as mo rir?

E G I S T O . — S í .

JÚPITER. — Si alguien en trara aqu í con una espa da des nuda ,

¿of r ecer ías e l pecho a esa espada?

E G I S T O . — N o s é .

JÚPITER. — Esc úch am e bien ; si te dejas dego llar com o un ter-

ner o ser ás cas t igado de maner a e jemplar ; segu i r ás s iendo

r ey en e l Tár tar o por toda la e ter n idad . Eso es lo que he

ven ido a deci r te .

ECISTO. — ¿Alguien trata de mat arm e?

JÚPITER. — Así par ece .

E C I S T O. — ¿E l ec t r a?

JÚPITER. — Ot ro tam bié n.

ECISTO. — ¿Quién?

JÚPITER. — Ores tes .

E G I S T O .  — ¡Ah (Una pausa.)  Bueno , es tá escr i to , ¿qué puedo

hace r? ' -

  ;

Page 138: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 138/267

Jean - Paul Sartre

JÚPITER. —  " ¿ Q u é p u e d o h a c e r ? " (Ca mb ia n d o d e to n o . )  O r d e n a

d e in med ia to l a cap tu ra d e u n jo v en ex t ran je ro q u e s e h ace

l l amar F i l eb o . Qu e lo a r ro jen co n Elec t ra a a lg u n a maz-

mo rra y t e p e rmi to q u e lo s o lv id es . Bu en o , ¿q u é esp eras?

Llama a lo s g u ard ias .

E G I S T O . — N o .

JÚPITER. — ¿Me h a r í as e l fav o r d e d ec i rm e l as razo n es d e tu

n eg a t iv a?

EGISTO. — Estoy cansa do.

JÚPITER. — ¿Por q ué te m iras los p ies? Vu elve h aci a mí tus

g ran d es o jo s es t r i ad o s d e s an g re . ¡Bu en o , b u en o Ere s n o b le

y es tú p id o co mo u n cab a l lo . Pero tu res i s t en c ia n o es d e l as

q u e me i r r i t an : e s l a p imien ta q u e h ará en s eg u id a aú n

más d e l i c io sa tu su mis ió n . Pu es s é q u e acab arás p o r ced er .

ECISTO. — Os d ig o q u e n o q u ie r o en t ra r en v u es t ro s p lan es . Ya

h ice d em as iad o . ,

1S

  >

 

JÚPITER. - ¡Cora je ¡R esis te ¡Re sis te ¡Ah ¡Qué aficio nad o

so y a l a s a lmas co m o l a tu y a Tu s o jo s ech an ch i sp as , ap r i e -

t as lo s p u ñ o s y a r ro jas tu n eg a t iv a a l a ca ra d e Jú p i t e r . Pero

s in emb arg o , cab ec i t a , cab a l l i to , cab a l l i to malo , h ace mu -

ch o q u e tu co razó n me h a d ich o q u e s í . Vamo s , o b ed ecerás .

¿Crees q u e d e jo e l Ol imp o s in mo t iv o ? He q u er id o av i s a r t e

e s e c r i m e n , p o r q u e m e a g r a d a i m p e d i r l o .

EGISTO. — ¡Av is a rm e . . . E s mu y ex t rañ o .

JÚPITER. — Al co n t ra r io , n ad a m ás n a tu ra l : q u ie ro ap ar t a r ese

p e l ig ro d e tu cab eza .

ECISTO. - ¿Qu ién os lo p idió? ¿Y a Agam enó n le ha béi s avisado ?

S in emb arg o , é l q u er í a v iv i r .

JÚPITER. — Ah ín d o le in g ra ta , ah c a rác te r d esd ic h ad o : m e e res

m á s q u e r i d o q u e A g a m e n ó n , t e l o p r u e b o y t e q u e j a s .

EGISTO. - ¿Más q u e r id o q u e Ag amen ó n ? ¿Yo ? A Ores tes es

a q u i e n q u e r é i s . H a b é i s t o l e r a d o q u e m e p i e r d a , m e h a b é i s

d e jad o co r re r d e rech o a l b añ o d e l rey co n e l h ach a en l a

m a n o - y s in d u d a o s r e la m í a i s a ll á a r r ib a , p e n s a n d o q u e

e l a lma d e l p ecad o r es d e l i c io sa . Pero h o y p ro teg é i s a Ores -

t es d e s í mismo y a mí , a q u ien imp u l sas t e i s a mata r a l

p ad re , me h ab é i s esco g id o p ara re t en er e l b razo d e l h i jo .

Ten ía ex ac tam en te p as t a d e ases in ó . Yo e ra e x ac tam en te

Las moscas

ad ecu ad o p ara s e r ases in o . Pero p ara é l , p e rd ó n , h ay o t ro s

p ro y ec to s p a ra é l , s in d u d a .

JÚPITER. — Qu é celos extraño s. Tran qu il íza te: n o lo q uier o

más q u e a tL No q u ie ro a n ad ie .

EGISTO. — En to n c es , v ed lo q u e h ab é i s h ech o d e m í , d io s

in ju s to , y resp o n d ed : s i imp ed í s h o y e l c r imen q u e med i t a

Ores tes , ¿p o r q u é h ab é i s p e rmi t id o e l mío ?

JÚPITER. — No to d o s lo s c r ím en es m e d esa g rad an p o r ig u a l .

Eg i s to , e s t amo s en t re rey es y t e h ab la ré f ran camen te : e l

p r imer c r imen lo co met í y o c rean d o mo r ta l es a lo s h o m-

b res . Desp u és d e es to , ¿q u é p o d ía i s h acer v o so t ro s lo s ase -

s in o s? ¿Dar l a iñ u er t e a v u es t ras v íc t imas? Vamo s ; y a l a

l l ev ab an en s í ; a lo su n w ap resu rab a i s su f lo rec imien to .

¿Sab es q u é h ab r í a s id o d e Ag amen ó n s i n o lo h u b ie ra i s ma-

t a d o ? H u b i e r a m u e r t o d e a p o p l e j í a t r e s m e s e s m á s t a r d e

so b re e l s en o d e u n a h ermo sa esc lav a . Pero tu c r imen me

servía.

EGISTO. — ¿Os servía? ¡Lo exp ío desd e ha ce q uin ce año s y os

. servía ¡Maldició n

JÚPITER. — Buen o, ¿y qué ? M e s irve po rq ue lo exp ías; me gus-

t an lo s c r ímen es q u e s e p ag an . Me g u s tó e l t u y o p o rq u e

era u n ases in a to c i eg o y so rd o , ig n o ran te d e s í mismo , an t i -

g u o , más s emejan te a u n ca tac l i smo q u e a u n a emp resa

h u man a . Ni u n in s t an te me d esa f i as t e ; h e r i s t e a r reb a tad o d e

rab ia y mied o , y u n a v ez d esap arec id a l a f i eb re , co n s id e-

ras t e tu ac to co n h o r ro r y n o q u i s i s t e reco n o cer lo . ¡S in em-

b a r g o , q u é p r o v e c h o s a q u é d e é l P o r u n h o m b r e m u e r t o ,

v e in te mi l su mid o s en e l a r rep en t imien to ; é s e es e l b a lan ce .

No h ice u n mal n eg o c io .

EGISTO. — Ya veo lo qu e esco nde n tod os esos d iscurso s: Ores-

t es n o t en d rá remo rd imien to s .

JÚPITER. — Ni la som bra d e uno . A esta ho ra p rep ara sus . p la-

n es co n méto d o , f r í a l a cab eza , mo d es tamen te . ¿De q u é me

s i rv e u n ases in a to s in remo rd imien to s , u n ases in a to in so len -

t e , u n ases in a to ap ac ib le , l i g e ro co mo u n v ap o r en e l a lma

d e l ases in o ? ¡Lo imp ed i ré ¡Ah Od io lo s c r ímen es d e l a

n u ev a g en erac ió n : so n in g ra to s y es t é r i l e s co mo - l a c i zañ a .

El d u lce jo v en t e mata rá co mo a u n a g a l l in a , y s e i rá co n

las man o s ro jas y l a co n c ien c ia p u ra ; en tu lu g ar , y o me

Page 139: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 139/267

sen t i r í a h u mi l l ad o , i Vamo s Lla ma a los g u ard ias .

EGISTO. - Os he d icho qu e no. El crimen q ue se pre par a os ,

d e s a g r a d a d e m a s i a d o p a r a n o g u s t a r m e .

J Ú P I T E R

  (cambiando de tono). -  Eg i s to , e res rey y a tu co n -

c i e n c i a d e r e y m e d i r i j o , p o r q u e t e g u s t a r e i n a r .

EGISTO. — ¿Y qu é? , .

JÚPITER. - Me odia s , pero somo s parien tes , te h ice a mi im a-

gen: un rey es un Dios sobre la t ierra, noble y s in ies tro

co mo u n Dio s .

EGISTO. - ¿Sin iestro ? ¿Vo s?

JÚPITER. - Mí ram e.  (Largo silencio.).  T e h e d i c h o q u e f u i s t e

c read o a mi imag en . Lo s d o s h acemo s re in ar e l o rd en , tu en

Arg o s , y o en e l mu n d o ; y e l mismo secre to p esa g rav emen te

en n u es t ro s co razo n es . >

EGISTO. - No ten go se creto .

JÚPITER. - Sí . El mis mo qu e yo. El secre to doloroso d e los d io-

ses y d e lo s rey es : q u e lo s h o mb res so n l ib res . So n l ib res ,

Egis to . Tú lo sabes , y el los no.

EGISTO. - Diab los , s i lo supie ran pe gar ían fu eg o a las cuatro

esq u in as d e mi p a lac io . Hace q u in ce añ o s q u e rep resen to

u n a co med ia p ara o cu l t a r l es su p o d er .

JÚPITER. - Ya ves que so mos s eme jantes .

EGISTO. - ¿Sem ejante s? ¿Por qué ironía ha de decir un Dios

q u e es mi s emejan te? Desd e q u e re in o , to d o s mis ac to s y

p a lab ras t i en d en a co mp o n er mi imag en ; q u ie ro q u e cad a

u n o d e m is sú b d i to s l a l l ev e en s í y s i en ta p csa r au n en

la so led ad , mi mi rad a s ev era en su s p en samien to s mas

s e c re t o s. P e r o s o y y o m i p r i m e

r

a v í c t i m a : y o n o m e v e o

co mo me v en , me in c l in o so b re e l p o zo ab ie r to d e su s a l

mas , y mi imag en es t á a l l í , en e l fo n d o ; me  r e p u g n a  y me

fasc in a . Dio s to d o p o d ero so , ¿q u ién so y y o s in o e l mied o

q u e l o s d e m á s t i e n e n d e m í ?

JÚPITER. —  ¿Y q u ién c rees q u e so y ?  (Señalando la

  e

^ . )  T a m -

J

  b ien y o t en g o m i imag en . ¿Crees q u e n o me , d a v ér t ig o ?

Hace c i en mi l añ o s q u e d an zo d e lan te d e lo s h o mares .

Un a d an za l en ta y so mb r ía . Es p rec i so q u e me mi ren : mien -

t ras t i en en lo s o jo s c l av ad o s en mi , o lv id an mi ra r

mismo s . S i me o lv id ara u n so lo in s t an te , s i l o s d e ja ra ap ar ,

t a r l a m i r a d a . . ' .

EGISTO. — ¿Qué?

JÚPITER. — Na da. E s cosa mía. E stás can sado . Egis to , ¿ pero

" d e q u é t e q u e jas? Mo r i rás . Yo n o . Mien t ras h ay a h o m b res

' en es t a t i e r ra , e s t a ré co n d en ad o a d an z ar d e lan te d e " e llo s.

EGISTO. — ¡Ay ¿Per o quié n nos ha c ond ena do?

JÚPITER. — Na die m ás qu e no sotros mism os, pue s ten em os la

misma p as ió n . Tú amas e l o rd en , Eg i s to .

EGISTO. — El ord en. Es cier to . Po r el orden sed uje a Cli tem -

n es t ra , p o r e l o rd en maté a mi rey ; q u er í a q u e e l o rd en

re in ara y q u e re in ara p o r mi in t e rmed io . He v iv id o s in

d eseo , s in amo r , s in esp eran za ; imp lan té e l o rd en . ¡Oh t e r r i -

b le y d iv in a p as ió n

JÚPITER. — No pod ríam os te ner o tra: y o soy Dios, y tú n acis te

para ser rey .

E G I S T O . — ¡ A y d e m í

JÚPITER. — Eg i s to , c r i a tu ra mía y h erm an o mo r ta l , en n o m b re

d e es t e o rd en a l q u e s e rv imo s lo s d o s , t e lo man d o : ap o d é-

ra t e d e Ores tes y d e su h erman a .

EGISTO. — ¿Son tan peligro sos?

JÚPITER. — Ore stes sa be qu e es l ibre.

E G I S T O

  (vivamente).  — Sab e q u e es l ib re . En to n ces n o b as ta

carg ar lo d e cad en as . Un h o mb re l ib re en u n a c iu d ad es

co mo u n a o v e ja s a rn o sa en u n reb añ o . Co n tamin ará to d o mi

re in o y a r ru in ará mi o b ra . Dio s to d o p o d ero so , ¿q u é esp eras

p a r a f u l m i n a r l o ?

J Ú P I T E R   ( l e n t a m e n t e) . — ¿Para fu lm in ar lo ?  (Una pausa. Con

cansancio, agobiado.)  Eg i s to , lo s d io ses t ien en o t ro s ec re -

t o . . .

EGISTO. — ¿Qu é v as a dec irm e?

JÚPITER. — Un a v ez q u e h a es t a l l ad o l a l i b e r t ad en e l a lm a '

d e u n h o mb re , lo s d io ses n o p u ed en n ad a más co n t ra ese

h o mb re . Pu es es u n asu n to d e h o mb res , y a lo s o t ro s h o m-

bres —sólo a el los— les corresponde dejarlo correr o es tran-

g u la r lo .

E G I S T O

  (mirándolo).  —  ¿ E s t r a n g u l a r l o ? . . . E s t á b i e n . T e o b e d e -

ceré , s in d u d a . Pero n o ag reg u es n ad a y n o t e q u ed es aq u í

más t i emp o , p o rq u e n o p o d ré so p o r t a r lo .

( J Ú P I T E R  sale.)

Page 140: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 140/267

Jean-Paul Sartre

E s c e n a V I

E G I S T O

  permanece solo un momento, luego

  E L E C T R A

  y

  OR E S T E S .

E L E C T R A

  (saltando hacia la puerta).  - ¡Pég a le No l e d e jes

t i emp o d e g r i t a r : y o d ef i en d o l a p u er t a .

EGISTO. - Er es tú, Ore stes .

O R ESTES. - ¡ D e f i é n d e t e

EGISTO. - No me d ef en d e ré . Es d emas ia d o t a r d e p ar a l l amar

y me a leg ra q u e s ea d emas iad o t a rd e . Pero n o me d efen -

d eré : q u ie r o q u e me ases in es. ,

ORESTES. - Está b ie n . El med io poc o me imp orta. Sere asesino.

(Lo hiere con la espada.)

E G I S T O

  (vacilando). -  N o h a s e r r a d o e l g o l p e .  (Se aferra a

ORESTES. ) Dé jame mi ra r t e . ¿Es c i e r to q u e n o t i en es remo r-

d imien to ?

ORESTES. - ¿Rem ordi mien to? ¿Po r qué? Ha go lo qu e es justo .

EGISTO. - Ju s to es lo q u e q u ie re Jú p i t e r . Es tab as esco n d id o

aq u í y lo h as o íd o .

ORESTES. - ¿Q ue me imp orta J úpite r? La just icia ES un asun to

d e h o mb res y n o n eces i to q u e u n d io s me lo en sen e . Es ju s -

to ap las t a r t e , p i l lo in mu n d o , y a r ru in ar tu imp er io so b re

las gentes de Argos; es justo res t i tu irles el sentimiento de su

d i g n i d a d .

(Lo rechaza.)

EGISTO. - M e due le. . ^

ELECTRA. - Vacila, su rostro es tá descol ond o. ¡H orror Qu é

f e o e s u n h o m b r e m o r i b u n d o .

ORESTES, - Calla. Qu e no l leve otro re cue rdo a la tum ba qu e

e l d e n u es t ra a l eg r í a .

EGISTO. - Ma ldi to seáis los dos.

ORESTES. - ¿Pero no term inar ás de m orir?

(Lo hiere.

  E G I S T O

  cae.)

EGISTO. - Te n cuid ad o con las mosc as , Ores tes , ten cu idad o

co n l as mo scas . No h a t e rmin ad o to d o .

ORESTES

  (empujándolo con el pie). -  Par a é l , en to d o caso , to d o .

h a t e rmin ad o . Gu íame h as ta l a cámara d e l a rema .

E L E C T R A . — O r e s t e s . . .  *

O RE ST ES . - ¿ Q u é ? . . .

ELECTRA. — El l a y a n o p u ed e p e r ju d ic a rn o s . . .

ORESTES. — ¿Y q u é ? . . . No t e reco n o zco . N o h ab lab a s as í h a ce

u n m o m e n t o .

ELECTRA. — Or es tes . . . , y o t am p o co t e reco n o zco .

ORESTES. — Es tá bie n, i ré solo.

(Sale.)

E s c e n a V I I

E L E C T R A ,

  sola.

ELECTRA. - ¿G rita rá?   (Una pausa. Presta atención.)  C a m i n a

p o r e l c o r r e d o r . C u a n d o h a y a a b i e r t o l a é u a r t a p u e r t a . . .

¡Ah ¡Yo lo q u i s e Lo q u ie ro , e s p rec i so q u e s ig a q u er i én -

d o l o .  (Mira a

  E G I S T O . J

  Ha mu er to . Es to es , en to n ces , l o q u e

y o q u e r í a . N o m e d a b a c u e n t a .  (Se le acerca.)  C ien v eces

lo h e v i s to en su eñ o s , ex ten d id o en es t e mismo lu g ar , co n

u n a esp ad a en e l co razó n . Ten ía lo s o jo s ce r rad o s , p a -

rec ía d o rmi r . ¡Có mo lo o d iab a , có mo me a leg rab a o d ia r lo

No p arece d o rmid o , y su s o jo s es t án ab ie r to s ; me mi ra .

Es tá mu er to , y mi o d io h a mu er to co n é l . Y es to y aq u í ;

y esp ero , y l a o t ra s ig u e v iv a aú n , en e l fo n d o d e su ap o sen -

to , y d en t ro d e u n in s t an te g r i t a rá . Gr i t a rá co mo u n an imal .

¡Ah Ya n o p u ed o so p o r t a r es t a mi rad a . (Se  arrodilla y echa

una capa sobre el rostro de  EGISTO.,) ¿P er o 'q ué e s lo qu e y o

q u e r í a ?  (Silencio. Luego gritos de  CLITEMNESTRA.) La ha

h er id o . Era n u es t ra mad re , y l a h a h er id o .  (Se levanta.)  Mis

e n e m i g o s h a n m u e r t o . D u r a n t e a ñ o s e n t e r o s h e g o z a d o

an t i c ip ad amen te d e es t a mu er t e y ah o ra t en g o e l co razó n

ap re tad o . ¿Acaso me h e men t id o d u ran te q u in ce añ o s? ¡No

es c i e r to ¡No es c i e r to No p u ed e s e r c i e r to : ¡n o so y co b ar -

d e Qu i se es t e min u to y lo q u ie ro aú n . Qu i se -v er es t e

p u e r c o i n m u n d o a c o s t a d o a m i s p i e s .  (Arranca la capa.)  Qu é

me imp o r ta tu mi rad a d e p escad o mu er to . Qu i se es t a mi -

rad a y g o zo d e e l l a .  (Gritos más débiles

  ¿Le  C L I T E M N E S T R A . )

¡Qu e g r i t e ¡Qu e g r i te Qu ie ro su s g r i to s d e h o r ro r y q u ie ro

su s p ad ec imien to s .  (Los gritos cesan,)  ¡Alegría ¡Alegría

Llo ro d e a l eg r í a ; mis en emig o s h an mu er to y mi p ad re

es tá v en g ad o .

Page 141: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 141/267

E s c e n a V I I I

E L E C T R A - O R E S T E S

ELECTRA. - ¡Or es te s

(S e  arroja en sus brazos.)

° ™ m e ^ S e ' n h a b l a r d e Í «o : h ay c e r d o s q ue n o se

d o n o s?

cu i t ad l a t rasp a san esas an to rch as ¿Me q u ie res

O R E S T E S

  - No es d e n o che- , e s e l ama n ecer . So mo s h b res ,

  FCLEC

^ e p a r e c e q u e t e h e h e c h o n a c e r y ^ - a ^ d e ™ «

r f h o y r ^ ™ g e m e n t e ,

t ^ L ) T u f d e d o s so n c orto s y c u a d r a ^ E st án

h e c h o / p a r a t o m a r y c o n se r v ar , L a h « i

Vzsr.

  *

S E S Ü n ° o t

  e

v

S

e o T e n

g

o S e d o d e t i

;

  n o d e l » q u >

ta r t e lo s o jo s d e en c im a . Te amo . Ten g o q u e p en sar q u e

A l e r t a d h a c ai do s ob re m i

c o m o e l r a y a

  ?

  ^ l ib re . ¿Pu ed es h acer q u e

L

t X e s

t

; i o t y a s id o ? H a s u c e d id o al g o q u e y a n o s om o s

l ib res d e d esh acer . ¿Pu ed es imp ed i r q u e s eamo s p ara s i em- .

p re lo s ases in o s d e n u e s t ra mad re? Í /

ORESTES. - ¿Cre es qu e que rría imp edirlo ? He real iz ado  'mi

ac to , E lec t ra , y es t e ac to e ra b u en o . Lo l lev aré so b re 1 %

h o mb ro s co mo e l v ad ead o r l l ev a a lo s v ia j e ro s , l o p asa ré

a l a o t ra o r i l l a y ren d i ré cu en ta d e é l . Y cu an to más p esad o

sea d e l l ev ar , más me reg o c i j a ré , p u es é l e s mi l ib e r t ad .

To d av ía ay er an d ab a a l aza r so b re l a t i e r ra , y mi l l a res d e

camin o s h u ían b a jo mis p aso s , p u es p er t en ec ían a o t ro s .

Lo s to mé to d o s p res t ad o s : e l d e lo s h a lad o res , q u e co r re

a lo l a rg o d e l r ío , y l a s en d a d e l a r r i e ro y l a ru ta emp ed rad a

d e lo s ca r re t e ro s ; p e ro n in g u n o e ra mío . Ho y n o h ay más

q u e u n o , y Dio s s ab e a d ó n d e l l ev a : p e ro es  mi  camin o .

¿Qu é t i en es?

ELECTRA. - Ya no pu ed o verte. Estas lám par as no i lum inan.

Oig o tu v o z , p e ro me h ace d añ o , me co r t a co mo u n cu ch i l lo .

¿Es ta rá s i emp re as í n eg ro , en ad e lan te , au n d e d ía? ¡Ores -

tes ¡Ahí es tán

O R ESTES. - ¿ Q u i é n e s ?

ELECTRA. - ¡Ah í es t án ¿De d ó n d e v ien en ? Cu e lg an d e l t ech o

co mo rac imo s d e u v as n eg ras , y so n e l l as l a s q u e o scu recen

las paredes; se desl izan entre las luces y mis o jos , y sor

su s so mb ras l as q u e me h u r t an tu ro s t ro .

O RE ST ES . — L a s m o s c a s . . .

ELECTRA. - ¡Es cu ch a . . . Escu c h a e l ru id o ' d e su s a l as , s eme-

jan te a l ro n q u id o d e u n a fo r j a . No s ro d ean , Ores tes. No s

esp ían : d en t ro d e u n in s t an te cae rán so b re n o so t ro s , y s en -

t i ré mi l p a tas p eg a jo sas so b re mi cu erp o . ¿Dó n d e h u i r ,

Ores tes? Se h in ch an , s e h in ch an , y a so n g ran d es co mo

ab e jas , n o s s eg u i rán p o r to d as p ar t es en esp eso s remo l in o s .

¡Ho rro r Veo su s o jo s , su s mi l lo n es d e o jo s q u e n o s mi ran .

ORESTES. - ¿Qu é nos imp orta n las mosca s?

V O C E S

  (detrás de la puerta).  - ¡Ab r id ¡Ab r id S i n o ab ren

será p rec i so d er r ib a r l a p u er t a .

(Golpes sordos en la puerta.)

ORESTES. - Lo s gri tos de Cli te mn estra h an atr aíd o a los guar-

d ias . ¡Ven Co n d ú c eme a l s an tu ar io d e Ap o lo ; a l l í p as í \ re r i^¿"

la n o ch e , a l ab r ig o d e lo s h o mb res y d e l as mo scas . MMárS

h ab la ré a mi p u eb lo .

T E L Ó N

Page 142: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 142/267

A c t o t e r c e r o

Escena I

* templo de A ^ . P — o ^ e statua^ Apocen

medio de la escena. O m E S J ^ ^ ^ Las

  E R I N I A S , E N

«na pisada puerta de bronce.

P R I

M E R A E R I N I A ( E ^ S E ) . S

e rgu i d a de có l e ra , y t uv e enormes sneno ^

h e m o s a f l o r d e r a b i a , h e r m o s a ¡ Q u é

^ ¿rededor  v i en t re s y sus

b l ancos son , que du l ce s Koa a r Pu l i r é pac i en-

pechos como un t o r ren t e

  r a s p a r é

, la gastaré

t e m e n t e e s t a c a r n e t i n a , » o h p u r a m a ñ a n a

d e

has t a e l hueso .

  (D a

  ^ f e s t á n h ú m e d o s ,

^ ^ - *

 CObrC

'

y me s i en t o sagrad a . ^

E L E C I R A   ( d o r m i d a ) . - L A Y

conoce rá s nues t ros

P B I M E R A E R I N I A .

  - G i m e .

  P A C * E N C £ P

  E n t r a r é

m o r d i s c o s , t e h a r e m o s

  a

^ a r c o n n u ^ ^ ^ ^

e n t í c o m o e l m a c h o e n l a h e m b r a ^ r q ^ ^

,

y

  s e n ti r ás e l p e s o d e m i a m o r . ^ ^

  e n v e j e c e

r ; an t e s

, ; q ue . y o ; p e r o V ^ ^ ^ S o e o m o u n a v ie ja , y y o

• d e

r

  s e is m e s e s e ^ a b r é q u e b r ^ ^ ^

  h e r m o s a s

^ r S Í s p e r e c ^ i e r a s y b u e n S p a r a c o m e r ; l a s m i r o , r e s p i r o

su a l i en t o y l a có l e ra me ahoga . j Oh de l i c i a s de sen t i r t e

una mañan i t a de od i o , de l i c i a s de sen t i r se ga r ra s y mandí -

bu l a s , con fuego en l a s venas E l od i o me i nun da y me s o-

foca , sube a mi s senos como l eche . Despe r t ad , he rmanas '

mí a s , de spe r t ad ; ya e s l a mañana .

S E G U N D A E R I N I A .

  — S o ñ a b a q u e m o r d í a .

P R I M E R A E R I N I A .

  — Ten p ac i enc i a : U n Di os l os p ro t eg e hoy ,

pe ro p ron t o l a sed y e l hambre l os ha rán sa l i r de e s t e a s i l o .

En t onces l os morde rá s con t odos l os d i en t e s .

T E R C E R A E R I N I A .  — E s p e r a u n p o c o : p r o n t o t u s u ñ a s d e h i e r r o

t r aza rán mi l sende ros ro j os en l a c a ra de l os cu l pab l e s .

Ace rcaos , he rmanas mí a s , ven i d a ve r l os .

UNA ERINIA. — ¡Qué jóvenes son

O T R A E R E N I A .

  —  Regoc i j aos : ha r t o a menudo l os c r i mi na l e s son

v i e j os y f eos ; e s demasi ado ra ra l a a l egr í a exqu i s i t a de de s-

t ruir lo bel lo.

LAS ERINIAS. — ¡Eia ¡Eia

T E R C E R A E R I N I A .  — Ores t e s e s c a s i un n i ño . M i od i o t endrá

pa ra é l du l zura s ma t e rna l e s . Tomaré sobre mi s rod i l l a s su

cabeza pá l i da , l e a ca r i c i a ré l os c abe l l os .

P R I M E R A E R I N I A . — ¿ Y   d e s p u é s ?

T E R C E R A E R I N I A .

  — Y despu és hun d i ré d e go l pe e s t os dos de -

dos en sus ojos.

(Todas se echan a reír.)

P R I M E R A E R I N I A .

  — Susp i ran , se ag i t an ; se a ce rca e l de s pe r -

t a r . Vamos , he rmanas mí a s , he rmanas moscas , saquemos de l

sueño a l os cu l pab l e s con nues t ro can t o .

C O R O DE L A S E R I N I A S . — B z z , b z z , b z z , b z z . ,

Nos posa remos sobre t u corazón podr i do como l a s moscas

en un du l ce ,

corazón podr i do , co razón ensangren t ado , co razón de l e i t ab l e .

Saquea remos como abe j a s e l pus y l a san i e s de t u corazón .

Ha remos j con e l l os mi e l , ya ve rá s , he rmosa mi e l ve rde .

¿Qué amor nos co l mar í a t an t o como e l od i o?

Bzz , bzz , bzz , bzz .

Seremos los ojos f i jos de las casas,

e l g ruñ i do de l mas t í n que most ra rá l os d i en t e s a t u pa so ,

e l zumbi do que vo l a rá por e l c i e l o sobre t u c abeza ,

l os rumores de l a se l va ,

los si lbos, los cruj idos, los bisbíseos, e l ulular ,

Page 143: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 143/267

Jean-Patd  Sartre

se remo s l a n o ch e ,

l a esp esa n o ch e d e tu a lma .

Bzz , b zz , b zz , b zz .  \ .

¡E ia ¡Eia jE iaaa

Bzz , b zz , b zz , b zz .

So mo s lo s so rb ed o res d e p u s , l a s mo scas .

^ s T C r e , — T . b o c a , e l ra y o d e lu z a l

fo n d o d e tu s o jo s ,

t e esco l t a remo s h as ta l a tu mb a ,

y só lo ced eremo s e l l u g ar a lo s g u san o s .

Bzz , b zz , b zz , b zz .

E

S T

& S

  - d e c e n a ) . - ¿ Q u i é n h a b l a ? ¿ Q u i é n e s s o is ?

^ T

5

' , ^ « ¿Y q u é ? ¿L o s h e m os m ata d o d e

v e r d a d ? „ ,

  t

  ,

^ ^ ^ T L s O r e s t e , V e te.

E Í r r / r r ' ^ d o So ñ é q u e n u e s t ra m a d r e h a b ia

l^HffiE-SSSs

m u c h o ?

o S .

1

- V a t i o s h e m ata d o ( ü u c

° t ó T m e d a s m i e d o . E r a s t a n h e r m o sa , a y e r. S e d i n a g »

u n a b es t i a t e h a d es t ro zad o l a ca ra co n su s u n as .

o ^ S ^ ^ - t í r r t s í r í »

P R I M E R A . E R I N I A .

  - Q u e v e n g a e n n i ^ d o M ^ ,

O ^ : I

  ^ t r ^ n s s u

  w

Las moScas

ñetf.) ¿Es  p o s ib le q u e fu eras tú l a q u e ay er , v es t id a d e b lan -

co , d an zab a en l as g rad as d e l t em p lo ?

ELECTRA. — Env ejecí . E n u na noc he.

ORESTES. - To d av ía e res h e rmo sa , p e r o . . . ¿d ó n d e h e v i s to

eso s o jo s mu er to s? Elec t ra . . . , t e p a reces a e l l a ; t e p a feces

a C l i t emn es t ra . ¿Val í a l a p en a mata r l a? Me h o rro r i za mi

c r imen cu an d o lo v eo en eso s o jo s . \

P R I M E R A E R I N I A .

  - Es p o rq u e a e l l a l e h o r ro r i zas.

ORESTES. - ¿Es cierto? ¿ Es cierto q ue t e horro rizo?

ELEC TR A . — D é j a m e .

P R I M E R A E R I N I A .

  - Bu en o . ¿Te cab e l a men o r d u d a? ¿Có mo

n o h ab ía d e o d ia r t e? Viv ía t ran q u i l a co n su s su eñ o s ; l l eg as te

tú co n l a ca rn ice r í a y e l s ac ri l eg io . Y ah o ra co mp ar te tu fa l t a ,

c l av ad a en ese p ed es ta l , e l ú n ico p ed azo d e t i e r ra q u e l e

q u e d a .

O R ESTES. — N o l a e s c u c h e s .

P R I M E R A E R I N I A .

  - ¡Atrás ¡Atrás É chalo , Elec tra, no te dejes

to car p o r su man o . ¡Es u n ca rn ice ro Tien e en c ima e l o lo r

in su l so d e l a s an g re f resca . Mató a l a v i s j a su c iamen te ,

¿sab es? , g o lp ean d o v ar i as v eces .

ELEC TRA . - ¿ N o m i e n t e s ?

P R I M E R A E R I N I A .

  - Pu ed es c ree rm e , y o es t ab a a l lí , zu mb an d o

a l red ed o r d e lo s d o s .

E L E C T R A . — ¿ Y

  d io v ar io s g o lp es?

C I M E R A E R I N I A .

  - U n o s d iez .

  Y

  cad a v ez l a esp ad a h ac ía

c r i c" en l a h e r id a . E l l a s e p ro teg ía e l ro s t ro y e l v i en t re

con las manos, y le acuchil ló las manos.

ELECTRA. — ¿Pad eció m uch o? ¿ No mu rió en segu ida?

ORESTES. - No la mires m ás, tápa te las orejas , sobre tod o n o

las in t e r ro g u es ; e s t ás p e rd id a s i l a s in t e r ro g as .

P R I M E R A E R I N I A .

  - P ad ec ió h o r r ib leme n te .

E L E C T R A

  (tapándose la cara con las manos). -  ¡Ah

ORESTES. - Qu iere separ arno s; levan ta a tu alred edo r los mu -

ro s d e l a so led ad . Ten cu id ad o : cu an d o es t és b i en so la , so la

y s in recu rso , t e cae rán en c ima . Elec t ra , h emo s d ec id id o ju n -

to s es t e c r imen , y d eb emo s so p o r t a r ju n to s l a s co n secu en c ias .

ELECTRA. — ¿Insin úas qu e lo quise?

ORESTES. - ¿N o es c ier t o?

ELECTRA. - No , n o es c i e r to . . . E sp er a . . . ¡S í ¡Ah Ya n o

Page 144: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 144/267

l o s é . He so ñ ad o co n ese c r imen . ¡Pero tú , t ú lo co met i s t e ,

O Í Í - E l e c tr a , d e t rá s d e e sa p u e r ta e st á e l ^ n d a E l

mu n d o y l a mañ an a . Afu era n ace e l so l so b re lo s camin o ^

Sro n to s a ld remo s , i remo s p o r lo s camin o s so lead o s y es t a

h i j as d e l a n o ch e p erd erán su p o d er : l o s ray o s d e lu z l as

t rasp asa rán co mo esp ad as .

P ™ E R T I A

5

- N u n c a vo lv e rá s a v e r e l so l £ £ N o s

amo n to n arem o s en t r e é l y tú co mo ^ ^ d e An g o s tas

y l l ev arás a to d as p ar t es l a n o ch e so b re tu cab eza .

E L E C I R A

  - ¡De jad m e ¡No me to r tu ré i s más

S S T - T u d e b i li d a d e s l o q u e l e s d a f u e r z a. M . r a : a m i

r ^ T e a t r e v e n a d e c i r m e n a d a . E s c u c h a : u n h o r r o r s i n n o m -

b r e s L h ^ a s e n t a d o s o b r e ü y n o s s e p ar a . S in e m b a r g o , ¿ q u e

v iv i s t e tú q u e y o n o h ay a v iv id o ? ¿Cre* . q u e

ja rán d e o i r j amás lo s g emid o s d e mi mad re? Y su s o jo s m

ranso s -d o s o céan o s ag i t ad o s - en su ro s t ro d e t i za , , c rees

Z T Z s  o jo s d e ja rá n j amás d e v er lo s? Y l a an g u s t i a q u e t e

Z o Z ¿ c re e s q u e d e ja r á ja m á s d e ro e r m e ? P e r o q u e m e

imtwr ta - so y l ib re . Más a l l á d e l a an g u s t i a y lo s recu erd o s .

X Y d e acu er d o co n mig o mismo . No d eb es o d ia r t e ,

E l e c t r a . D a m e l a m a n o : n o t e a b a n d o n a r e .

E L E C T R A   - ¡Su e l t a mi man o Es tas p e r ras n eg ra s a mi a i re

d e d o r

  m e e s p a n t a n ^ r n e n o s q u e

  ü i.

  m u ñ e q u

i -

^ T e " n ^e do q ue é l? N os n ecesi tas E lec tr a,

e res n u es t ra h i j a . Neces i t as n u es t ras u n as p ara rev o lv er tu

^ n - s i t a s

1

  n u es t ro s d ien tes p a ra mo rd er J a

cemi tas n u es t ro am o r can íb a l p a ra ap ar t a r t e d e l o d io q u e t e

« — £ 2 7 ™ " t i e r ^ s m ás q u e b l

" e d ^ , f e r e e i l T r e U e n n ues tro s b raz o s , n u e st ™

b eso T ¿Esg ar ra rán t u ca rn e f rág i l , y s e rá e l o lv id o , e l o lv id o

en e l g ran fu eg o p u ro d e l d o lo r .

rara

  foscir

.rU,  E L E C T R A

se levanta.)

O R E S T E S

  (tom ánd ola del brazo). —   No vayas, te lo suplico ,

s e r í a tu p e rd ic ió n .

E L E C T R A  (desprendién dose con violencia). —   ¡Ah ¡Te odio ^

(Baja los escalones; las

  E R I N Í A S

  se arrojan todas sobre ella.)

ELECTRA. — ¡Socorro

(Entra  J Ú P I T E R . )

Escen a I I

L O S M I S M O S - J Ú P I T E R

JÚPITER. — ¡A la per rera

P R I M E R A E R I N I A . — ¡ E l a m o

{.Las

  E R I N Í A S

  se apartan con pesar, dejando a

  E L E C T R A

  ten-

dida en el suelo.)

JÚPTTER. — Pobres niños.  (Se acerca a  ELECTRA.) ¿Veis vues-

t ro es t ad o ? La có le ra y l a p i ed ad s e d i sp u tan mi co razó n .

Lev án ta te , E lec t ra : mien t ras y o es t é aq u í , mis p e r ras n o

t e h a r á n d a ñ o .  (La ayuda a levantarse.)  ¡Qu é ro s t ro t e r r i -

b le ¡Un a so la n o ch e ¡Un a so la n o ch e ¿Dó n d e es t á tu f res -

cu ra camp es in a? En u n a so la n o ch e tu h íg ad o , tu s p u lmo -

n es y tu b razo s e h an g as tad o , tu cu erp o y a n o es s in o u n a

g ran mise r i a . ¡Ah , ju v en tu d p resu n tu o sa y lo ca , cu án to d a-

ñ o o s h ab é i s h ech o

ORESTES. — Ab and on a ese tono , buen h om bre : s ie nta ma l al

rey de los d ioses .

JÚPITER. — Y tú , ab an do na e se tono orgullo so: no conv iene

n ad a a u n cu lp ab le q u e es t á ex p ian d o su c r imen .

ORESTES. — No soy un culp able , y . no pod rías hac erm e expiar

lo q u e n o reco n o zco co mo c r imen .

JÚPITER. — Qu izá te equi voq ues, pe ro p acien cia; no te d ejaré

mu ch o t i emp o en e l e r ro r .

ORÉSTES. — Ato rm énta me to do lo que q uier as: n o lam ento

n ad a .

JÚPITER. — ¿Ni, s iqu iera la aby ecció n en qu e es tá sum ida tu

h e r m a n a p o r t u c u l p a ?

OR E S T E S  —  Ni s iq u ie ra .

  v

JÚPITER. — Elec tra, ¿lo oyes? É ste es el qu e de cía q ue te

a m a b a .

Page 145: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 145/267

O restes . - La amo mis q u e a mí mismo Pe ro su s  s u »

p r o c e d e n d e el la , s ól o e l la p u e d e d e s ec h a rl o s: e s h b r e . .

J é r^ Et t - ¿Y tú ? ¿Acaso e res t am b ién l ib re?

{ f e : " S E » d e sv er go n za da y e st úp id a : « e ne s

u a s d e u n d i o s c ^ t a t v o £

  e r <¡ s u b r e e n

,

o n c e s

c i f i c a d o .

g

a r ? H e v en id o ^ ^ ^ ^

  d e h % e I V

™ y ^ a p ue s n o es tá p e r m i t i d o ^ . q u i e r a

i r :  h r r -

g

-

f

u e r a

d e aq u í .

F L E C T R A .

  - ¿Sana y salvad

T Ú P I T E R .

  - T e d o y mi p a lab r a .

E L E C T R A .

  - ¿Qu é ex ig i rás d e mi  e n  camb io .

M ^ S K . - b u e n o , D io s ad o -

J Ú P Í F Í - O

  cas i n ad a . Alg o q u e p u ed es d arme co n to d a fa -

c i l id ad : u n p o co d e a r rep en t imien to .

O R E S T E S .  - Ten cu id ad o , Elec t ra : e s a n ad a p esa ra so n re

] ¿ Í F I » " -

  E

" * " • " ™

acto sacri lego.

JÚPITER. — ¡Vamos Pu ede s depo sitar  tu  co n f i an za en mi .

¿Acaso n o l eo en lo s co razo n es?

E L E C T R A

  (incrédula).  - ¿Y lefes en  e l mío q u e  n o q u i s e ese

c r i m e n , c u a n d o h e s o ñ a d o q u i n c e  añ o s co n  c r imen y v en -

g an za?

JÚPITER. — ¡Bah Eso s su eñ o s s an g r i en to s q u e t e acu n ab an

ten ían u n a esp ec ie d e in o cen c ia : t e  o c u l t a b a n  tu esc lav i tu d ,

cu rab an l as h e r id as d e tu o rg u l lo .  P e r o n u n c a  p en sas te en

rea l i za r lo s . ¿Me eq u iv o co ?

ELECTRA. — ¡Ah Dios mío, Dios mío  q u e r i d o ,  c ó m o d e s e o q u e

n o t e eq u iv o q u es

JÚPITER. - Ere s una n iñi ta, E lectra.  L a s  o t ras n iñ i t as d esean

llegar a ser las más ricas o las más  b e l l as  d e to d as l as mu -

je res . Y tú , fasc in a d a p o r e l d es t in o  a t ro z d e  tu raza, de-

seaste l legar a ser la más dolorosa y  l a más  c r imin á l . Nu n ca

quis is te el mal; só lo quis is te tu  p ro p ia d esd ich a . A  tu ed ad , l a s

n iñ as ju eg an aú n co n l a mu ñ eca  o l a r a j u e l a ;  y tú , p o b re -

c i t a , s in ju g u e tes n i co mp añ eras ,  ju g as te a l  c r imen , p o rq u e

es u n ju eg o q u e s e p u ed e ju g ar  sola.

ELECTRA. —¡Ay, ay Te esc uch o y  veo claro en mí.

ORESTES. - ¡El ectr a ¡El ectr a Ah o ra e res cu lp ab le .  L o q u e

q u i s i s t e , ¿q u ién p u ed e s ab er lo  s in o tú ? ¿Deja rás  q u e o t ro lo

d ec id a? ¿Po r q u é d efo rmar u n  p a s a d o q u e y a  n o p u e d e d e -

f e n d e r s e ? ¿ P e - q u é r e n e g a r d e  esa Elec t ra  i r r i t ad a q u e fu i s -

t e , d e esa jo v en d io sa d e l o d io ,  q u e t a n t o h e  amad o ? ¿Y

n o v es q u e es t e Dio s c ru e l s e  b u r l a d e t i ?

JÚPITER. - ¿Bu rlarm e de vosotros?  E s c u c h a d  lo q u e o s p ro -

p o n g o : s i rep u d iá i s v u es t ro  crimen, os instalo a  los dos en

e l t ro n o d e Arg o s .

ORESTES. - ¿E n el lugar de nu estra s  v íc t imas?

J Ú PI TER . — N o h a y m á s r e m e d i o .

ORESTES. — ¿Y m e p on dré las rop as  t ib i as aú n d e l  d i fu n to rey ?

JÚPITER. — Ésa s u otra s, p oc o  imp o r ta .

ORESTES. — Sí, con tal q ue sean  n eg ras , ¿n o es  cierto?

JÚPITER. - ¿No está s de du elo ?

ORESTES. — D e du elo por mi  mad re ' l o o lv id ab a . Y  a mis súb-

d i to s , ¿ t en d ré q u e v es t i r lo s  d e n eg ro ?

JÚPITER. - Ya lo es tá n.

ORESTES. — Es cierto . Dejé mo sles  t i e m p o p a r a q u e  gasten sus

Page 146: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 146/267

« E T - » i - . — * > u - i — - • « « • • J J ;

^ ' i s t t i a t r s f f j x . - . ' s

O R E S T E S . I

  '

  d e t r á s d e

  ^

  p u e

r t a ? L o s

I U

S r e ¡ los U b r e s E

=

a su sa lvador con p iedras , horcas y ga r ro tes pa ra prooa

su agradec imiento . Es tás so lo como un leproso .

O R ES T ES . — S i A l a s o l e d a d d e l d e s -

I 6

^ o -

y

t f ¿ r X t S " a

A

" 3 - cobard e

" a i s c o b ar d e d e l os a se si no s e s e l q u e t i en e r e -

m o r d i m i e n t o ^

  c r e a d o t o d a c o s a ;

  ^

^z^trieZte

  1 R

Y

 A

do de estrellas que giran.

  J f e r m .

  e s t á

  en elfonao^

S in c h o c a r n u n c a : s o y y o q u i e n h a r c g l A s u

s s f M t s i

i ' s í K í s í . - ü s i s r í s

L a «

  moteas

mundo es bueno; lo he c reado según mi voluntad , y yo soy e l

B ien . Pe ro tú , tú has hecho e l Mal , y la s cosas te acusan con

sus voces pe t r i f icadas ; e l B ien es tá en todas pa r te s , e s la

• méd ula d e l saúco, la f r e scura de la fuen te , e l gran o de s í lex ,

la pesadez de la p iedra ; io encontra rás has ta e t i la na tura -

leza de l fuego y dr" ia luz ; tu cue rpo mismo te t r a ic iona , pues

se acomoda a mis presc r ipc iones . El B ien es tá en t i , fue ra

de t i : te pene tra como una hoz , te aplas ta como una mon-

taña , te l leva y te a r ra s t r a como un mar ; é l e s e l que pe r -

mite e l éxi to de tu ma la empresa , pues fue la c la r idad de

las antorchas , la dureza de tu e spada , la fue rza de tu ^ ra -

zo . Y ese Mal d e l que es tá s ta n orgul loso , cuyo autor te

conside ras , ¿qué es s ino un re f le jo de l se r , una senda ex-

t r aviada , una imagen engañosa cuya misma exis tenc ia e s tá

sos tenida por e l B ien? Reconcéntra te , Ores te s ; e l unive r so

te prueba que es tá s equivocado, y e res un gusani to en e l

unive r so . Vue lve a la na tura leza , h i jo desna tura l izado: mira

tu f a l ta , abor réce la , a r ránca la como un c l iente ca r iado y

malol iente . O teme que e l mar se r e t i r e de lante de t i , que

las fuentes se sequen en tu camino, que la s p iedras y la s

rocas rueden fue ra de tu senda y que la t ie r ra se desmoro-

ne ba jo tus pasos .

ORESTES. — ¡Que se desmoro ne Qu e la s jo ca s me condene n y

las p lantas se marchi ten a mi paso: todo tu unive r so no bas-

ta rá pa ra probarme que es toy equivocado. Eres e l r ey de los

dioses , Júpi te r , e l r ey de la s p iedras y de la s e s t r e l la s , e l r ey

de la s o la s de l mar . Pe ro no e res e l r ey de los hombres .

(Los muros se juntan.

  J Ú P I T E R

  reaparece, cansado y agobiado;

ha   recobrado su voz natural.)

JÚPITER. — N o soy tu rey, larv a desv ergo nzad a. Ento nces,

¿quién te ha c reado?

ORESTES. — Tú . Pero no de bía s hab erm e cre ado libre.

JÚPITER. — Te h e da do la li berta d p ara q ue m e sirvas.

ORESTES. — Es p osible, pe ro se ha vue lto c ontr a ti y na da po-

demos n inguno de los dos .

JÚPITER. — ¡Por fin És a es la ex cusa .

O R ESTES. — N o m e e x c u s o .

JÚPITER. — ¿D e veras? ¿Sa bes qu e esa l ibert ad de la q ue t e di -

ces e sc lavo se a semeja mucho a una excusa?

Page 147: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 147/267

Jean - Paul Sartre

ORESTES. — No soy n i el am o n i el esclavo, Jú pite r. ¡Soy mi l i

:

b er t ad Ap en as me c reas t e , d e jé d e p er t en ecer t e .

ELECTHA. - j ,Po r n u es t ro p ad re , Ores tes , t e co n ju ro , n o añ ad as

la b las femia a l c r imen .

JÚPITER.— Escú c h a la . Y p ie rd e l a esp era n za d e co n v en cer l a co n

tu s . ' razo n es : e s t e l en g u a je p a rece b as tan te n u ev o p ara su s

o íd o s , y b as t an te ch o can te .

ORESTES. - Par a los míos tam bié n, Júpit er. Y pa ra mi garg an-

t a q u e emi te l a s p a lab ras y p a ra mi l en g u a q u e l as mo d e la

a l p asa r : me cu es ta co mp ren d erme. To d av ía ay er e ras u n

v e lo so b re mis o jo s , u n t ap ó n d e o era en mis o íd o s ; ay er t e -

n ía y o u n a ex cu sa : e ra mi ex cu sa d e ex i s t i r p o rq u e me h a-

b ías p u es to en e l mu n d o p ara s e rv i r t u s d es ig n io s , y e l mu n -

-d o e ra u n a v ie j a a l cah u e ta q u e me h ab lab a s in cesa r d e t i .

Y lu eg o me ab an d o n as te .

J Ú PI TER . — ¿ A b a n d o n a r t e , y o ?

ORESTES. — Ayer yo esta ba c erca d e Elec tra; tod a tu nat ura -

l eza s e es t rech ab a a mi a l red ed o r ; t u B ien , l a s i ren a , can ta -

b a y me p ro d ig ab a co n se jo s . Para in c i t a rme a l a l en id ad , e l

d ía a rd ien te s e su av izab a co mo se v e la u n a mi rad a ; p a ra

p red ica rme e l o lv id o d e l as o fen sas , e l c i e lo s e h ab ía h ech o

su av e co mo e l p e rd ó n . Mi ju v en tu d , o b ed ien te a tu s ó rd e-

n es , s e h ab ía l ev an tad o , p e rman ec ía f ren te a mis o jo s , su -

p l i can te co mo u n a n o v ia a p u n to d e s e r ab an d o n ad a : v e ía

mi ju v en tu d p o r ú l t ima v ez . Pero d e p ro n to l a l i b e r t ad cay ó

so b re mí y me t rasp asó , l a n a tu ra leza s a l tó h ac ia a t rás , y y a

n o tu v e ed ad y me sen t í co mp le tamen te so lo , en med io d e

tu mu n d i to b en ig n o , co mo q u ien h a p erd id o su so mb ra ; y

y a n o h u b o n ad a en e l c i e lo , n i B ien , n i Mal , n ad ie q u e me

d ie ra ó rd en es .

JÚPITER. — ¿Y qu é? ¿De bo a dm irar a la oveja a la q ue la sar-

n a ap ar t a d e l reb añ o , o a l l ep ro so en cer rad o en e l l aza re to ?

Recu erd a , Ores tes : h as fo rmad o p ar t e d e mi reb añ o , p ac ías

l a .h ie rb a d e mis camp o s en med io d e mis o y e jas . Tu l ib e r -

tad sólo es una sarna que te p ica, só lo es un exil io .

ORESTES. — Dice s la ver dad : un exil io .

JÚPITER. - El mal no es tan p rof un do : data de aye r. Vu elv e

co n n o so t ro s . Vu e lv e : mi ra q u é so lo t e q u ed as , t u p ro p ia

h erman a t e ab an d o n a . Es tás p á l id o y l a an g u s t i a d i l a t a tu s

o jo s . ¿Esp eras v iv i r? Te ro e u n mal in h u man o , ex t rañ o a mi

Las moscas

n a tu ra leza ; ex t rañ o a t i mismo . Vu e lv e : so y e l o lv id o , e l re -

p o so .

  v

' - -

  s

ORESTES. — Ex trañ o a m í mism o, lo sé. Fuera de ía natu rale za,

co n t ra l a n a tu ra leza , s in ex cu sa , s in o t ro recu rso q u e en rñ í .

Pero n o v o lv eré b a jo tu l ey ; e s to y co n d en ad o a n o t en er o t ra

l ey q u e l a mía . No v o lv eré a tu n a tu ra leza ; en e l l a h ay mi l

camin o s q u e co n d u cen a t i , p e ro só lo p u ed o s eg u i r mi ca -

m i n o . P o r q u e s o y u n h o m b r e , J ú p i t e r , y c a d a h o m b r e d é t e

in v en ta r su camin o . La n a tu ra leza t i en e h o r ro r a l h o mb re , '

y tú , so b eran o d e lo s d io ses , t amb ién t i en es h o r ro r d e lo s

h o mb res .

JÚPITER. — No m iente s: cu an do se pare cen a t i los odio .

ORESTES. — Ten cu id a d o ; acab as d e co n fesa r tu d eb i l id ad . Yo

n o t e o d io . ¿Qu é h ay d e t i a mí? No s d p sk zamo s u n o ju n to

a l o t ro s in to carn o s , co mo d o s n av io s . Tú e res u n Dio s y y o

so y l ib re ; e s t amo s ig u a lmen te so lo s y n u es t ra an g u s t i a es

semejan te . ¿Qu ién t e d i ce q u e n o h e b u scad o e l remo rd i -

mien to en e l cu rso d e es t a l a rg a n o ch e? El remo rd imien to ,

e l su eñ o . Pero y a n o p u ed o t en er remo rd imien to s . Ni d o r -

mi r .  (Silencio.)

J Ú P I T E R .  — ¿Qu é p ien sas h a cer?

ORESTES. — Lo s hom bre s de Ar gos son mis ho mb res . Te ng o

q u e ab r i r l es ' l o s o jo s .

Jú p r rEh. — ¡Po b res g en tes Vas a h acer l es e l reg a lo d e l a so le -

d ad y ' la v e rg ü en za , v as a a r ran car l es l a s t e l as co n q u e y o

k j s h áb ía cu b ie r to , y le s mo s t ra rás d e imp ro v i so su ex i s t en -

c ia , su o b scen a e in su l s a ex i s t en c ia , q u e h an rec ib id o p ara

nada. '

ORESTES. — ¿Por qu é hab ía d e rehu sarles la dese sperac ión qu e

hay en mí, Si es ' -su dfest ino?

JÚPITER. - ¿Q ué' 'h arán de el la?

ORESTES. — Lo q ue q uie ran ; son l ibres y la v id a hu ma na em-

p ieza d e l o t ro l ad o d e l a d esesp erac ió n .

(Silencio.)

JÚPITER. — Buen o, Orestes , to do esta ba previs to . U n ho mb re

d eb ía v en i r a an u n c ia r mi c rep ú scu lo . ¿Eres tú ? ¿Qu ién

:

. lo

h u b ie ra c re íd o , ay er , v i en d o t i r ro s t ro femen in o ? «

ORESTES. — ¿Lo h ub iera -creído yo mis mo? L as pa labr as qu e

d ig o so n d efn as iad o g ran d es p ara mi b o ca ; l a d esg ar ran ; eñ t

Page 148: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 148/267

d es t in o q u e l l ev o es h a r to p esad o p ara mi - ju v en tu d ; l a h a

JÚPITER. - No te quiero y s in em bar go te c omp adez co.

ORESTES. - Yo tam bié n te c om pad ezco .

JÚPITER. - Adió s, Ore stes .  (Da unos pasos.)  En cu an to a ü

^Elec t ra , p i en sa en es to : mi re in o n o h a l l eg ad o to d av ía a l

  f in , t an to s e n eces i t a p a ra e l lo , y n o  q u i e r o  a b a n d o n a r l a

;

• lu ch a . Mi ra s i e s t ás co n mig o o co n t ra mi . Ad ió s .

ORESTES. — Adiós .

( J Ú P I T E R

  sale.)

Escen a I I I

L o s  M I S M O S

  menos

  J Ú P I T E R

( E L E C T R A

  se levanta lentamente.)

ORESTES. - ¿D ón de vas?

E L E C T R A .

  - Dé jam e. No t en g o n ad a q u e d ec i r t e .

O R E S T E S .

  - A t i, a q u ien co n o zco d esd e ay er , ¿ t en g o q u e p er -

d er t e p a ra s i emp re? •

E L E C T R A .

  - ¡Oja lá lo s d io ses n o me h u b ie r an p erm i t id o eo n o -

O n ^ ^ - ^ E l e c t r ^ ¡ H er m an a m ía , m i q u er id a E le ct ra M i

ú n ico amo r , ú n ica d u lzu ra d e mi v id a , n o me d e jes so lo ,

q u é d a t e c o n m i g o . , . , _ _

E L E C T R A .

  - ¡Lad ró n No t en ía cas i n ad a mío , fu e ra d e u n p o co

d e ca lma y a lg u n o s su eñ o s . Te lo h as l l ev ad o to d o , h as ro -

b ad o a u n a men d ig a . Eras mi h e rman o , e l j e fe d e n u es t ra

fami l i a , d eb ías p ro teg erme, p e ro me h as su merg id o en l a

san g re , e s to y ro ja co mo u n b u ey d eg o l l ad o ; ¡ to d as l as mo s -

t e a s m e s ig u en , v o races , y mi co razó n es u n a co lme n a h o -

- O R Í S . - Amo r mío , e s c i e r to , t e lo h e q u i t ad o to d o y n o

t e n g o n a d a q u e d a r t e f u e r a d e m i c r i m e n . P e r o e s u n p r e -

s en te in men so . ¿Crees q u e n o p esa co mo p lo mo so b re m

a l m a ?  .

  Éram o s d em as iad o l ig e ro s , E lec t ra : ah o ra n u es t ro s

p ies s e h u n d en en l a t i e r ra co mo l as ru ed as d e u n ca r ro en

u n su rco . Ven , p a r t i remo s y camin aremo s co n p aso p esad o ,

en co rv ad o s b a jo n u es t ro p rec io so fa rd o . Me d arás l a man o e

i r e m o s . . . •

  . x

ELEC TRA . — ¿ A d o n d e ? ,

ORESTES. — No sé; hacia n osotros m ismos. D el o tro la do de los

r ío s y d e l as mo n tañ as h ay u n Ores tes y u n a Elec t ra q u é"

n o s ag u ard an . Hab rá q u e b u scar lo s p ac ien temen te .

ELECTRA. — No q uier o o írte más. Sólo me of rece s la de sdich a

y el hast ío .  (Salta sobre la escena.  L as

  E R I N I A S

  se acercan

lentamente.)   ¡Socorro Júpit er, rey de los d ioses y de los

h o mb res , mi rey , tó mame en tu s b razo s , l l év ame, p ro tég eme.

Seguiré tu ley , seré tu esclava y tu cosa, besaré tus p ies y

tu s ro d i l l a s . Def i én d eme d e l as mo scas , d e mi h erman o , d e

mí misma, n o me d e jes so la , co n sag ra ré mi v id a en te ra a l a

ex p iac ió n . Me a r rep ien to , Jú p i t e r , me a r rep ien to .

(Sale corriendo.)

E s c e n a I V

O RESTES - LA S EREN LA S

(Las

  E R I N I A S

  hacen un movimiento para seguir a

  E L E C T R A .

La

  P R I M E R A E R J N I A

  las detiene.)

P R I M E R A E R I N I A .

  —

  Dejad la , h e rman as , s e n o s escap a . Pero n o s

q u ed a és t e , y p o r mu ch o t i emp o , c reo ' p u es su a lmi ta es

t en az . Su f r i rá p o r d o s .

(Las

  E R I N I A S

  empiezan a zumbar  y  se acercan a

  O R E S T E S . )

ORESTES. — Estoy com pleta me nte solo .

P R I M E R A E R I N I A .

  —

  Pero no, ah tú , el más l indo de los asesi-

n o s , t e q u ed o y o ; y a v erás q u é ju eg o s in v en ta ré p a ra d i s -

t rae r t e .

ORESTES. — Estar é solo hasta la muer te. D es pu és . . .

P R I M E R A E R I N I A .  — Valo r , h e rman a s mías , ced e . M i rad , su s

o jo s s e ag ran d an ; p ro n to reso n arán su s n e rv io s co mo l as

cu erd as d e u n a rp a b a jo lo s a rp eg io s ex q u i s i to s d e l t e r ro r .

S E C U N D A E R I N I A .

  — Pro n to e l h am b re lo a r ro ja rá d e su as i lo ;

co n o ceremo s e l g u s to d e su s an g re an tes d e es t a n o ch e ,

ORESTES. — ¡Pobre Electra

(Entra él

  P E D A G O G O . )

Page 149: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 149/267

Jean-Paid Sartre

Escena V

OR E S T E S - L AS E M OT AS - E L P E DAGOGO

EL PEDAGOGO. - Vay a, mi amo , ¿dón de está is? No se ve n a d *

Os traigo un poco de alimento; las gentes de Argos sit ian

e l t e m p lo y n o t é i s p e n sa r e n sa li r; e s ta n o c h e t r a t a r l o

E n c o c o . - D e s p a c it o , l in d as . V a y a, t o m a d e s ta s v i an d a s

y estos f rutos, si mis ofrendas pueden calmaros.

O R E S T E S  - ¿Los hom bres de Argos, dices, están amonto nados

E L ' S ^

1

  creo Yo no podría deciros quié nes son

l o ^ T T e r v e r os y l os m á s e n c ar n iz a d o, e n p e r n e a r o s :

si es™ todas mu cha cha s que están aqu í o vuestros quer i-

dos subd i tos

  A b r ( ? e s a

- Os h íbéis vuel to loco? Es tán ah í det r ás , con

arm as. \ >..

E l ^ e s j a g o g o

3

- Po^" s t ^v es f m e au to rizar é i s a desobedecer os .

o S Í

P

-

a

  — s o y t u a m o y t e o rd en o q ue a br as e sa

puer ta. .

( E L P E DAGOGO  entreabre la p uerta.)

E L PE D A GO G O . - ¡ A y , a y , a y ¡ A y , a y , a y .

¿ ^ S r ^ r t a y se esconde detrás de .„a d e

J i j a s La   M U L T I T U D  empuja vivamente Us dos h

01

as y se

detiene desconcertada en el umbral. Vtva luz.)

Las moscas

GR IT OS DE L A MUL T IT UD.  — ¡ Muer te ¡ Muer te ¡ Lap idad lo

¡Desgarradlo ¡Muerte

OR E S T E S  (sin oírlos). —  ¡El sol

LA MULTITUD. — ¡Sacrileg o ¡Asesino ¡Carni cero Será s des-

cuar t izado . Te echar emos p lomo der r e t ido en las her idas .

UNA MUJER.  —  Te arrancaré los ojos.

UN HOMBRE. — Te com eré el híg ado .

OR E S T E S

  (se ha erguido).  - ¿Estáis pues^ aquí, muy f ieles

subditos míos? Soy Orestes, vuestro rey, el hijo de Agame-

nón, y éste es el día de mi coronación.

(La   M U L T I T U D  gruñe, desconcertada.)

OR E S T E S .   — ¿No gr itáis má s?  (L a  M U L T I T U D  calla.)  Ya sé: os

doy miedo. Hace quince años justos, otro asesino se irguió

delante de vosotros; l levaba guantes rojos hasta el codo,

guantes de sangre, y no le tuvisteis miedo porque leísteis

en sus ojos que era de los vuestros y que no tenía el valor

de sus actos. Un cr imen que su autor no puede soportar ya

no es el cr imen de nadie, ¿verdad? Es casi un accidente.

Habéis acogido al cr iminal como rey, y el viejo cr imen se

echó a rodar entre los muros de la ciudad, gimiendo des-

pacito, como un perro que ha perdido a su amo. Me miráis,

gen tes de Ar gos , habéis compr end ido que mi cr imen es muy

mío; lo reivindico cara al sol; es mi razón de vivir y mi or-

gu l lo , no podéis cas t igar me n i compadecer me, y por eso me

tenéis miedo. Y sin embargo, oh mis hombres, os amo, y por

vosotros he matado. Por vosotros. Había venido a reclamar

mi r e ino y me habéis r echazado por que no er a de los vues -

tros. Ahora soy de los vuestros, oh subditos míos, estamos

ligados por la sangre, y merezco ser vuestro rey. Vuestras

faltas y remordimientos, vuestras angustias nocturnas, el cr i-

men de Egisto, todo es mío, lo tomo sobre mis hombros. No

temáis a vuestros muertos; son   mi s  muer tos . Y mir ad : vues t r as

f ie les moscas os han ab andona do po r mí . Per o no temáis , gen te

de Argos, no me sentaré, todo ensangrentado, en el trono de

Page 150: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 150/267

mi víct ima; un dios me lo lu í ofrecido y l ie d icho que no.

Quier o ser un rev s in t ierra y s in subditos . Adiós , mis ho mbre s ,

in tentad vivir; todo es nuevo aquí , todo esta por empezar.

También para mí la v ida empieza. Una vida extraña. Escu-

chad, además, es to : un verano, Scyros se infesto de ratas . h .a

una lepra horrib le, lo ro ían todo; los habitantes de la ciudad

creyeron morir. Pero un día l legó un flautis ta. Se puso de p .e

en e l co razó n d e l a c iu d ad -as í - . (Se  pone de pie.)  L m p j z o

a tocar la flauta y todas las ratas fueron a apretarse a su alre-

dedor. Luego se puso en marcha a largos trancos, as i (baja tu l

pedestal)

  gri tando a las gentes de Scyros: "¿Apartaos

'La

M U L T I T U D  se

  ajuirta.)

  Y  las ratas levantaron la cabeza vacilan-

do -co m o lo hacen las moscas . ¡Mirad ¡Mirad las moscas Y

luego, de golpe, se precipi taron sobre sus huellas . 1 el flautis ta

con las ratas desapareció para s iempre. Así .

(Sale; las

  E R I N I A S

  lo siguen aullando.)

T E L Ó N

Eugène Ionesco

LA CANTANTE CALVA

Page 151: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 151/267

La cantante calva

  f u e r e p r e s e n t a d a p o r p r i m e r a v e z e n e l

  Théâtre

  d e s

N o c t a m b u l e s e l 1 1 d e m a y o d e 1 9 5 0 , p o r l a c o m p a ñ í a N i c o l a s B a t a i l l e .

L a p u e s t a e n e s c e n a e s t u v o   a  c a r g o d e N i c o l a s B a t a i l l e .

P E R S O N A J E S

S E Ñ O R S M I T H  Claude Mansard

S E Ñ O R A S M I T H  Paulette Frantz

S E Ñ O R M A R T I N  Nicolás Bataille

S E Ñ O R A M A R T I N  Simone Mozet

M A R Y , L A S I R V I E N T A .  Odette Barrois

E L C A P I T Á N D E L O S B O M B E R O S . . .  Henry-Jacques Huet

E S C E N A I

Interior burgués inglés, con sillones ingleses. Velada inglesa.

El señor  S M I T H ,  inglés, en su sillón y con sus zapatillas inge-

sas, fuma su pipa inglesa y lee un diario inglés, junto a una

chimenea inglesa. Tiene anteojos ingleses y un bigotito gris

inglés. A su lado, en otro sillón inglés, la señora   S M I T H ,  ingle-

sa, remienda unos calcetines ingleses. Un largo momento dé

silencio inglés. El reloj de chimenea inglés hac e oír diecisiete

toques ingleses.

S R A . S M I T H .  — jVay a , so n l as n u ev e Hemo s co m id o so p a , p es -

cad o , p a ta t as co n to c in o , y en sa lad a in g lesa . Lo s n iñ o s h an

b eb id o ag u a in g lesa . Hemo s co mid o b ien es t a n o ch e . Eso es

p o rq u e v iv imo s en lo s su b u rb io s d e Lo n d res y n o s ap e l l id a -

mo s Smi th .

S R . S M I T H  (continuando su lectura, chasquea la lengua).

S R A . S M I T H .  — Las p a ta t as es t án mu y b ien co n to c in o , y e l

ace i t e d e l a en sa lad a n o es t ab a ran c io . E l ace i t e d e l a lma-cen ero d e l a esq u in a es d e mu ch o mejo r ca l id ad q u e e l ace i -

t e d e l a lmacen ero d e en f ren te , y t amb ién mejo r q u e e l ace i t e

d e l a lmacen ero d e l f in a l d e l a cu es ta . Pero co n e l lo n o q u ie ro

d ec i r q u e e l ace i t e d e aq u é l lo s s ea malo .

S R . S M I T H  (continuando su lectura, chasquea la lengua).

SáA.  S M I T H .  — S in emb arg o , e l ace i t e d e l a lm acen ero d e l a

esq u in a s ig u e s i en d o e l mejo r .

S R . S M I T H  (continuando su lectura, chasquea la lengua).

S R A . S M I T H .  — Es ta v ez Mary h a co c id o b ien l as p a ta t as . La

v ez an te r io r n o l as h ab ía co c id o b ien . A mí n o me g u s tan

s in o cu an d o es t án b ien co c id as . ' '

Page 152: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 152/267

S R . S M I T I I

  (continuando

  su

 lectura, chasquea

  la

  lengua).

S R A . S M I T H .  — El pescado era fresco. M e he chupado os dedos

Lo he repetido dos veces. No, tres veces. Eso me hace ir al

retrete. Tú también has comido tres raciones . Sin embargo, , ,

la tercera vez has tomado menos que las dos primeras , en

tanto que yo he tomado mucho más. Esta noche he comido

mejor que tú . ¿Cómo es eso? Ordinariamente eres tu quien

come más. No es el apeti to lo que te fal ta.

S R . S M I T I I  (continuando  su lectura, chasquea  la lengua).

S R A . S M I T H .  — No obstante, la sopa estaba quizas u n poco de-

masiado salada. Ten ia más sal que tú . ¡Ja, ja Tenia tam -

bién dem asiados puerros y no las cebollas suficientes . La-

mento no haberle aconsejado a Mary que le añadiera un po-

co de anís estrel lado. La próxima vez me ocu pare de el lo .

S U . S M I T H  (continuando  su lectura, chasquea  la lengua).

S R A . S M I T I I .  — Nuestro rapazuelo habría querido beber cerveza,

le gustaría bebería a grandes tragos, pues se te parece. ¿Has

visto cómo en la mesa tenía la vista fija en la botella ? Pero

yo vert í en su vaso agua de la garrafa. Tenía sed y la bebió .

Elena se parece a mí: es buena mujer de su casa, econonuca,

y toca el p iano. Nunc a pide de beber cerveza inglesa. Es

como nuestra h i j i ta, que sólo bebe leche y no come mas que

gacha s. Se ve que sólo tiene dos años. Se llama Peggy. La

tarta de mem bril lo y de frí jo les es taba formidab le. Tal vez

habría es tado bien beber, en el postre, un vasi to de v ino de

borgoña austral iano, pero no he l levado el v ino a la mesa para

no dar a los n iños un mal ejemplo de gula. Hay que ense-

ñarles a ser sobrios y mesurados en la vida.

S R . S M I T I I  (continuando  su lectura, chasquea  la  lengua).

S R A. S M T T I I .  — La señora Parker conoce un almacenero rumano ,

l lamado Popesco Rosenfeld , que acaba de l legar de Constan-

t inopla. Es un gran especial is ta en yogurt . Posee diploma

de la escuela de fabricantes de yogurt de Andrinópolis . Ma-

ñana iré a comprarle una gran ol la de yogurt rumano folklo-

rico . No hay con frecu encia cosas como ésa aquí , en los alre-

dedores de Londres .

S R . S M I T H  (continuando  su lectura, chasquea  la lengua).

S R A . S M I T H .  — El yogurt es excelente para el es tómago, los

ríñones, el apénd ice y la apoteosis . Eso es lo  que  me dijo el

doctor Mackenzie-King. que at iende a los n iños de nuestros

vecinos, los Johns. Es

  1111

  buen médico. Se puede tener con-

fianza en él . Nunca recomienda más medicamentos que los

que ha experimentado él mismo. Antes de operar a Parker

se h izo operar el h ígado s in es tar enfermo.

S R . S M I T H . — Pero, entonces , ¿cómo es posible q ue el doc tor

sal iera b ien de la operación y Parker muriera a consecuen-

cia de ella?

S R A . S M I T H . — Porque la operación dio buen resultado en el

caso del doctor y no en el de Parker.

S R . S M I T H .  — Entonce s Mackenzie no es un buen m édico. La

operación habría debido dar buen resultado en los dos o losdos habrían debido morir.

S R A . S M I T H .  — ¿Por qué?

S R . S M I T H .  — Un m édico concienz udo d ebe m orir con el en-

fermo s i no pueden curarse juntos . El capitán de un barco

perece con el barco, en el agua. No le sobrevive.

S R A . S M I T H . — No se p u ed e co mp arar a u n en fe rmo co n u n

barco.

S R . S M I T H .  — ¿Por qué no? El barco t iene también sus enfer-

medades; además tu doctor es tan sano como un barco; tam-

bién por eso debía perecer al mismo t iempo que el enfermo,

como el doctor y su barco.

S R A . S M I T H .  — ¡Ah ¡No había pensado en es o . . . Tal vez

sea justo . . . Entonces , ¿cuál es tu conclusión?

S R . S M I T H .  — Que todo s los doctores no son m ás qu e charla-

tanes . Y también tod os los enfermos. Sólo la marina es hon-

rada en Inglaterra.

S R A . S M I T H .  — Pero no los marinos.

S R . S M I T H .  — Natu ra lmen te .

Pausa.

S R . S M I T H  (sigue leyendo el diario). — Hay algo que no com -

prendo. ¿Por qué en la sección del regis tro civ i l del d iario

dan s iempre la edad de las personas muertas y nunca la de

los recién nacidos? Es absurdo.

S R A . S M I T H .  — ¡Nu n ca me lo h ab ía p reg u n tad o

Otro momento  de silencio. El reloj suena  siete veces.  Silen-

cio. El reloj suena tres veces. Silencio. El reloj no suena

ninguna  vez.

S R . S M I T H  (siempre absorto en su  diario). — Mira, aquí d ice

que Bobby Watson ha muerto .

S R A . S M I T H .  — ¡Oh, Dios mío ¡Pobre ¿Cuánd o ha muerto?

S R . S M I T H .  — ¿Por qué pones esa cara de asom bro? Lo sabías

Page 153: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 153/267

mu y b ien . Mu r ió h ace d o s añ o s . Recu erd a q u e as i s t imo s a

su en t i e r ro h ace añ o y med io .

S R A . S M I T H .

  — Claro es t á q u e lo recu erd o . Lo reco rd é en s e -

g u id a , p e ro n o co mp ren d o p o r q u é t e h as mo s t rad o t an so r -

p ren d id o a l v e r eso en e l d i a r io .

S R . S M I T H . — E S O

  no estaba en el d iario . Hace ya tres anos

q u e h ab la ro n d e su mu er t e . jLo h e reco rd a d o p o r aso c iac ió n

d e id eas

S R A . S M I T H .  — ¡Qu é l ás t ima Se co n serv ab a t an b ien . _

S R S M I T H .

  — Era e l cad áv er m ás l in d o d e Gran Bre tañ a . No

rep resen tab a l a ed ad q u e t en ía . Po b re Bo b b y , l l ev ab a cu a t ro

añ o s mu er to y es t ab a to d av ía ca l i en te . Era u n v erd ad ero ca -

dáve r v iviente. ¡Y qu é alegre era

S R A . S M I T H .  — L a p o b r e B o b b y .

S R . S M I T H .

  — Qu ie res d ec i r " e l " p o b re Bo b b y .

S R A . S M I T H .

  — No , me re f i e ro a su mu je r . Se l l ama B o b b y

co mo é l, Bo b b y W atso n . Co mo t en ían e l mismo n o m b re n o

se pod ía d is t inguirlos cua nd o se los veía juntos . Solo despu es

d e l a mu er t e d e é l s e p u d o s ab er co n s eg u r id ad q u ien e ra e l

u n o y q u ién l a o t ra . S in emb arg o , to d av ía a l p resen te h ay

p erso n as q u e l a co n fu n d en co n e l mu er to y l e d an e l p esame.

¿La conoces? , ,

S R S M I T H .  — Sólo la he v is to una vez, por casua lidad , en el

en t i e r ro d e Bo b b y .

S R A . S M I T H .

  — Yo no la he v is to nunc a. ¿Es b ella?

S R S M I T H .

  — Tien e facc io n es reg u la res , p e ro n o s e p u ed e d ec i r

q u e s ea b e l l a . Es d emas iad o g ran d e y d emas iad o fu er t e , b u s

facc io n es n o so n reg u la res , p e ro s e p u ed e d ec i r q u e es mu y

b e l l a . Es u n p o co ex ces iv amen te p eq u eñ a y d e lg ad a y p ro -

feso ra d e can to .

Él reloj suena cinco veces.  Pausa  larga.

S R A . S M I T H . — ¿ Y

  cu án d o v an a casa rse lo s d o s?

S R S M I T H .

  — En l a p r imav era p ró x ima lo más t a rd e .

S R A . S M N H .  — Sin d u d a h ab rá q u e i r a su casamien to .

S R . S M I T H .

  — Hab rá q u e h acer l es u n reg a lo d e b o d a . Me p re -

gu nto cuá l. , , , . . .

S R A S M I T H .  — ¿Por qué no hemos de regalarles una de las s iete

b an d e jas d e p la t a q u e n o s reg a la ro n cu an d o n o s casamo s y

n u n ca n o s h an s e rv id o p ara n a d a ? . . . Es t r is t e p a ra e l l a h a -

b erse q u ed ad o v iu d a t an jo v en .

S R . S M I T H .

  — Po r su er t e n o h an t en id o h i jo s .

. SRA. SMITH.— ¡Sólo les fal ta eso ¡Hijos ¡Pobre m ujer, q ué

habría hecho con el los

S R . S M I T H .

  — Es to d av ía jo v en . Mu y b ien p u e d e v o lv er a ca -

sarse. El lu to le s ienta b ien . '

S R A . S M I T H .

  — ¿Pero q u ién cu id ará d e su s h i jo s? Sab es mu y '

b ien q u e t i en en u n mu ch ach o y u n a mu ch ach a . ¿Có mo se

l laman?

S R . S M I T H .

  — Bo b b y y Bo b b y , co m o su s p ad res . E l t í o d e

Bo b b y W atso n , e l v i e jo Bo b b y W atso n , es r i co y q u ie re a l

mu ch ach o . Mu y b ien p o d r í a en carg arse d e l a ed u cac ió n d e

Bo b b y .

S R A . S M I T H .

  — Ser í a n a tu ra l . Y l a tí a d e Bo b b y W atso n , l a

v ie j a Bo b b y W atso n , p o d r í a mu y b ien , a su v ez , en carg arse

d e l a ed u cac ió n d e Bo b b y W atso n , l a h i j a d e Bo b b y W at -

so n . As í l a mamá d e Bo b b y W atso n , Bo b b y , p o d r í a v o lv er

a. casarse. ¿Tien e a alguien en vis ta?

S R . S M I T H .  — S í , a u n p r imo d e B o b b y W atso n .

S R A . S M I T H .

  — ¿Qu ién ? ¿Bo b b y W atso n ?

S R . S M I T H .  — ¿De q u é Bo b b y W atso n h ab las?

S R A . S M I T H .  — De Bo b b y W atso n , e l h i jo d e l v i e jo Bo b b y

W atso n , e l o t ro t ío d e Bo b b y W atso n , e l mu er to .

S R . S M I T H .  — No, no es ése, es o tro . Es Bo bby Wa tson , el h i jo

d e l a v i e j a Bo b b y W atso n , l a t í a d e Bo b b y W atso n , e l mu er to .

S R A . S M I T H .

  — ¿Te re f i e res a Bo b b y W atso n e l v i a j an te d e

comercio?

S R . S M I T H .  — To d o s lo s Bo b b y W atso n so n v ia j an tes d e co -

mercio .

S R A . S M I T H .

  — ¡Qu é o f i c io d u ro S in emb arg o , se h acen b u e-

nos negocios .

S R . S M I T H .

  — S í , cu an d o n o h ay co mp eten c ia .

S R A . S M I T H .

  — ¿Y cu án d o n o h ay co mp eten c ia?

S R . S M I T H .  — Los martes , jueve s y marte s .

• S R A . S M I T H .

  —¿ Tre s d ías p o r s eman a? ¿Y q u é h a ce Bo b b y

W atso n d u ran te ese t i emp o ?

S R . S M I T H .  — Descan sa , d u erme.

( S R A . S M I T H .  — ¿Pero p o r q u é n o t rab a ja d u ran te eso s t res d í as

s i n o h ay co mp eten c ia?

S R . S M I T H .  — No p u ed o s ab er lo to d o . ¡No p u e d o resp o n d e r a

to d as tu s p reg u n tas id io tas

S R A . S M I T H  (ofendida).

 — ¿Dices eso p ara h u mi l l a rme?

S R . S M I T H

  (sonriente). — Sab es mu y b ien q u e n o .

Page 154: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 154/267

S R A . S M T T H . — ¡To d o s lo s h o mb res so n ig u a lesl Os q u ed á i s

ahí durante todo el d ía, con el cigarri l lo en la boca, o toen

armái s u n escán d a lo y p o n é i s mo rro s c in cu en ta v eces a l d í a ,

s i n o o s d ed icá i s a b eb er s in in t e r ru p c ió n .

S R . S M I T H .  — ¿Pero qu é dirías s i v ieses a los homb res hacer

co mo l as mu je res , fu mar to d o e l d í a , emp o lv arse , p o n erse

rouge  en los labios , beber whisky?

S R A . S M I T H . — Y O  me rio de todo eso . Pero s i lo d ices para

mo les t a rme , en to n ces . . . ¡ s ab es b ien q u e n o me g u s tan l as

bromas de esa clasel

Arroja muy lejos los calcetines y muestra los dientes, be le-

vanta

1

.

S R . S M I T H  (se levanta también y se acerca  a su esposa,  tierna-

mente).  — ¡Oh , mi p o l l i t a asad a ¿Po r q u é escu p es fu eg o ?

Sab es mu y b ien q u e lo d ig o p o r re í r .  (La toma por la cintu-

ra y la abraza.)

  ¡Qu é r id i cu la p a re ja d e v iejo s en amo rad o s

fo rmam o s Ven , v amo s a ap ac ig u arn o s y aco s ta rn o s .

E S C E N A I I

Los mismos y

  MAR Y

M A R Y  (entrando). — Yo so y l a c r i ad a . He p asad o u n a t a rd e

mu y ag rad ab le . He es t ad o en el c in e co n u n h o m b re y h e

v i s to u n a p e l í cu la co n mu je res . A l a s a l id a d e l c in e h emo s

id o a b eb er ag u ard ien te y l ech e y lu eg o h emo s l e íd o e l d i a r io .

S R A . S M I T H .  — Esp ero q u e h ay a p asad o u n a t a rd e mu y ag ra -

d ab le , q u <? h ay a id o a l c in e co n u n h o mb re y q u e h ay a b eb i -

d o ag u ard ien te y l ech e .

S R . S M I T H .  — ¡Y el d iario

M A R Y .  — La seño ra y el señor Mar t in , sus invitad os, es tán en

la p u er t a . Me esp erab an . No se a t rev ían a en t ra r so lo s . D e-

b ían co mer co n u s t ed es es t a n o ch e .

S R A . S M I T H .  — ¡ A h , s í L o s e sp e r á b a m o s .  Y  t en íamo s h amb re .

Co mo n o lo s v e íamo s l l eg ar , co mimo s s in el lo s. No h ab ía -

mo s co mid o n ad a d u ran te to d o e l d í a . ¡Us ted n o d e b ía

h ab erse au sen tad o l

i E n l a p u e s t a e n e s c e n a d e N i c o l á s B a t a i l l e l a s e ñ o r a S m i t h n o m o s t r a -

b a l o s d i e n t e s n i a r r o j a b a m u y l e j o s lo s c a l c e t i n e s .

MARY. — Fu e ro n u s t ed es q u ien es m e d ie ro n e l p e rm iso .

S R . S M I T H .  — ¡No lo h ic imo s - in t en c io n ad amen te

M A R Y  (se echa a reír. Luego llora. Sonríe). — Me h e co mp ra-

do un orinal .

S R A . S M T I H .  — Mi q u er id a M ary , ¿q u ie re ab r i r l a p u e r t a^ y

hacer que entren el señor y la señora Mart in , por favoK?^

No so t ro s v amo s a v es t i rn o s ráp id amen te .

La  señora  y el señor  S M I T H  salen por la derecha.  M A R Y abre

la puerta de la izquierda, por la que entran el señor y la seño-

ra

  M A R T I N .

E S C E N A I I I

M A R Y  y los esposos  M A R T I N

M A R Y . — ¿Po r q u é h an v en id o u s t ed es t an t a rd e? No so n co r -

t eses . H ay q u e v en i r a l a h o ra . ¿ Co m p ren d en ? De to d o s

mo d o s , s i én ten se ah í y esp eren .

Sale.

E S C E N A I V

Los mismos, menos   M A R Y

La  señora  y el señor  M A R T I N  se sientan el uno frente al otro,

sin  hablarse.  Se sonríen con timidez.

S R . M A R T E N  (el diálogo que sigue debe ser dicho con una voz

lánguida, monótona, un poco cantante, nada matizada)

2

. —

Discú lp eme, s eñ o ra , p e ro me p arece , s i n o me en g añ o , q u e

la h e en co n t rad o y a en a lg u n a p ar t e .

S R A . M A R T I N .  — A mí t am b ién me p arece , s eñ o r , q u e lo h e

en co n t rad o y a en a lg u n a p ar t e .

S R . M A R T I N .  — ¿No l a h ab ré v i s to , s eñ o ra , en M an ch es te r , p o r

casu a l id ad ?

S R A . M A R T I N .  — Es mu y p o s ib le . Yo so y o r ig in ar i a d e l a c iu d ad

d e Man ch es te r . Pero n o recu erd o mu y b ien , s eñ o r , n o p o d r í a

afirmar s i lo he v is to al l í o no.

2

  E n l a p u e s t a e n e s c e n a d e N i c o l á s B a t a i l l e e s t e d i á l o g o e r a d i c h o y

r e p r e s e n t a d o e n u n t o n o y e n u n e s t il o s i n c e r a m e n t e t r á g i c o s .

Page 155: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 155/267

S R . M A R T I N .  — ¡Dios mío, qué curioso ¡Yo tam bié n soy orig i-

n ar io d e l a c iu d ad d e Man ch es te r

S R A . M A R T I N .  — ¡Qué curioso ,

S R . . M A R T I N .  — ¡Mu y cu r io s o . . . Pe ro y o , s eñ o ra , d e je l a C iu -

d ad d e Man ch es te r h ace c in co s eman as , más o men o s

3

.

S R A . M A R T I N .  — ¡Qu é cu rio so ¡Qu é ex t rañ a co in c id en c ia Yo

tamb ién , s eñ o r , d e jé l a c iu d ad d e Man ch es te r h ace c in co

seman as , más o men o s .

S R . M A R T I N .  — To mé e l t ren d e l as o ch o y med ia d e l a mañ an a ,

q u e l l eg a a Lo n d res a l a s c in co men o s cu ar to , s eñ o ra .

S R A . M A R T I N .  — ¡Qu é cu r io so ¡Qu é ex t rañ o ¡Y q u é co in c i -

d en c ia ¡Yo to mé e l mismo t ren , s eñ o r , y o t amb ién

S R . M A R T I N .  — ¡Dios mío, qué curioso ¿Ento nces , tal vez,

señora, la v i en el t ren?

S H A M A R T I N .  — Es muy posible, no es tá excluido, es posible y ,

d esp u és d e to d o , ¿p o r q u é n o ? . . . Pe ro y o n o lo recu erd o ,

señor.

S R . M A R T I N . — Y O  v ia j ab a en s eg u n d a c l ase , s eñ o ra . No h ay

seg u n d a c l ase en In g la t e r ra , p e ro a p esa r d e e l lo y o v ia jo en

segu nda clase. .

SRA. MAR TIN.—¡Qué ex traño, qué curioso , qu é co inciden cia

¡Yo t amb ién , s eñ o r , v i a j ab a en s eg u n d a c l ase

S R . M A R T I N .  — ¡Qu é cu r io so Qu izás n o s h ay am o s en co n t rad o

en l a s eg u n d a c l ase , e s t imad a s eñ o ra .

S R A . M A R T IN . — E S  mu y p o s ib le y n o q u ed a co mp le tamen te

ex c lu id o . Pero n o lo recu erd o mu y b ien , e s t imad o s eñ o r .

S R . M A R T I N . — Y O  ib a en e l co ch e n ú mero 8 , s ex to co mp ar t i -

mien to , s eñ o ra .

S R A . M A R T I N .  — ¡Qu é cu r io so Yo ib a t amb ién en e l co ch e

n ú mero 8 , s ex to co mp ar t imien to , e s t imad o s eñ o r .

S R . M A R T I N .  — ¡Qu é cu r io so y q u é co in c id en c ia ex t rañ a Qu izá

n o s h ay amo s en co n t rad o en e l s ex to co mp ar t imien to , e s t i -

mad a s eñ o ra .

S R A . M A R T I N . — E S  mu y p o s ib le , d esp u és d e to d o . Pero n o

lo recu erd o , es t imad o s eñ o r .

S R . M A R T I N .  — E n v erd a d , es t imad a s eñ o ra , y o t amp o co lo

3 L a e x p r e s i ó n " e n v i r o n " ( m á s o m e n o s ) e r a r e e m p l a z a d a e n la_ r e p r e -

s e n t a c i ó n p o r " e n b a i l ó n " ( e n g l o b o ) , a p e s a r d e l a v x v a o p o s . a o n   del

a u t o r .

recuerdo, pero es posible que nos hayamos vis to al l í , y s i

reflexiono sobre el lo , me parece incluso muy posible.

S R A . M A R T I N .  — ¡Oh , v e rd ad eram en te , v e r d ad eram en te , s eñ o r

SR. MARTIN.— ¡Qué curioso Yo ocupa ba el as ien to nú me -

ro 3 , j u n to a l a v en tan a , e s t imad ^ s eñ o ra .

S R A . M A R T I N .  — ¡Oh , Dio s mío , q u é cu r io so y ex t rañ o Yo

ten ía e l a s i en to n ú mero 6 , j u n to a l a v en tan a , f ren te a u s t ed ,

es t imad o s eñ o r .

S R . M A R T I N .  — ¡Oh , Dio s mío , q u é cu r io so y q u é co in c id en -

c ia ¡Es táb amo s , p o r lo t an to , f ren te a f ren te , e s t imad a s e -

ñ o ra ¡Es a l lí d o n d e d eb imo s v ern o s :«

S R A . M A R T I N .  — ¡Qu é cu r io so Es p o s ib le , p e ro n o lo recu er -

do, señor.

S R . M A R T I N .  — Para d ec i r la v e rd ad , es t imad a s eñ o ra , t amp o co

y o lo recu erd o . S in emb arg o , es mu y p o s ib le q u e n o s h ay a-

mos vis to en esa ocasión.

S R A . M A R T I N .  — Es c i e r to , p e ro n o es to y d e m o d o a lg u n o s e -

gura de el lo , señor.

S R . M A R T I N .  — ¿No e ra u s t ed , e s t imad a s eñ o ra , l a d ama q u e

me rogó que colocara su val i ja en la red y que luego me dio

las g rac ias y me p ermi t ió fu mar?

SRA. MARTIN.— ¡Sí, era yo s in duda , señor ¡Qué curioso, qu é

cu r io so , y q u é co in c id en c ia

S R . M A R T I N .  — ¡Qu é cu r io so , q u é ex t rañ o , y q u é co in c id en c ia

Pues b ien , enton ces , ¿tal vez nos hayamos- cono cido en ese

mo men to , s eñ o ra?

S R A . M A R T I N .  — ¡Qu é cu r io so y q u é co in c id en c ia Es mu y p o -

s ib le , e s t imad o s eñ o r . S in emb arg o , n o c reo reco rd ar lo .

S R . M A R T I N .

  —

  Yo t amp o co , s eñ o ra .

Un mom ento de silencio. El reloj toca 2-1.

S R . M A R T I N .  — Desd e q u e l l eg u é a Lo n d res v iv o en l a ca l l e

Bro mfie ld , e s t imad a s eñ o ra .

S R A . M A R T I N .  — ¡Qu é cu r io so , q u é ex t rañ o Yo t amb ién , d es -

de mi l legada a Londres , v ivo en la cal le Bromfield , es t ima-

do séñor.  .r

S R . M A R T I N .  — Es cu r io so , p e ro en to n ces , en to n ces t a l v ez n o s

h ay amo s en co n t rad o en l a ca l l e B ro mfie ld , e s t imad a s eñ o ra .

• S R A . M A R T I N . —  ¡Qu é cu r io so , q u é ex t rañ o ¡Es mu y p o s ib le ,

d esp u és d e to d o Pero n o lo recu erd o , es t imad o s eñ o r .

Sfi. 'MARTIN. — Yo vivo en el nú mer o 19, es t imad a señora.

Page 156: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 156/267

S R A . M A R T I N .  — ¡Qu é cu r io so Yo t amb ién v iv o en e l n ú me -

ro 19, es t im ado señor. .

S R . M A R T I N .  — Pero en to n ces , en to n ces , en to n ces , en to n ces q u i -

zá nos hayamos vis to en esa casa, es t imada señora.

S R A . M A R T I N .  — Es mu y p o s ib le , p e ro n o lo recu erd o , es t imad o

señor.

S R . M A R T I N .

 — M i d ep a r t ame n to es t á en e l q u in to p i so , e s e l

n ú mero 8 , e s t imad a s eñ o ra .

S R A. M A R T I N . — I

  Qué curioso, Dios mío, y qu é extraño ¡Y

q u é co in c id en c ia ¡Yo t amb ién v iv o en e l q u in to p i so , en e l

d ep ar t amen to n ú mero 8 , e s t imad o s eñ o r

S R . M A R T I N

  (pensativo).

 — ¡Qu é cu r io so , q u é cu r io so , q u e cu -

r io so y q u é co in c id en c ia Sep a u s t ed q u e en mi d o rmi to r io

ten g o u n a cama. Mi cama es t á cu b ie r t a co n u n ed red ó n v er -

d e . Esa h ab i t ac ió n , co n esa cama y su ed red ó n v erd e , s e

halla en el fondo del pasi l lo , entre los retretes y la b ib l io te-

ca , e s t imad a s eñ o ra .

S R A . M A R T I N .

  - ¡Qu é co in c id en c ia , Dio s mío , q u é co in c id en -

c ia Mi d o rmi to r io t i en e t amb ié n u n a cama co n u n ed red ó n

v erd e y s e en cu en t ra en e l fo n d o d e l p as i l lo , en t re lo s re t re -

tes y la b ib l io teca, mi es t imado señor.

S R . M A R T I N .  — ¡Es ex t rañ o , cu r io so , ex t rañ o En to n ce s , s eñ o ra ,

v iv imo s en l a misma h ab i t ac ió n y d o rmimo s en l a misma ca -

ma , es t imad a s eñ o ra . ¡Qu izá s ea en e ll a d o n d e n o s h emo s

vis to

S R A . M A R T I N .

  — ¡Qu é cu r io so y q u é co in c id en c ia Es mu y p o -

s ib le q u e n o s h ay amo s en co n t rad o a l l í y t a l v ez an o ch e . ¡Pe-

ro n o lo recu erd o , es t imad o s eñ o r l

S R . M A R T I N . — Y O  t en g o u n a n iñ a , mi h i j i t a , q u e v iv e co n mi -

go, es t imada seño ra. Tien e dos años, es rub ia, con un ojo

blanco y un ojo ro jo , es muy l inda y se l lama Alicia, mi es-

w

 t imad a s eñ o ra .

. S R A . M A R T I N .

  — ¡Q u é ex t rañ a co in c id en c ia Yo t amb ié n t en g o

una hi j i ta de dos años con un ojo b lanco y un ojo ro jo , es

muy l inda y se l lama también Alicia, es t imado señor,

S R . M A R T I N  (con la misma voz lánguida y

  monótona).

 —_

 ¡Qu é

cu r io so y q u é co in c id en c ia ¡Y q u é ex t rañ o ¡Es q u izá l a

* misma, es t imad a s eñ o ra

S R A . M A R T I N .  — ¡Qu é cu r io so Es mu y p o s ib le , e st imad o s eñ o r .

Un momento de silencio bastante largo... El reloj suena

veintinueve veces.

S R . M A R T Í N

  (después de haber reflexionado largamente, se le-

vanta con lentitud y, sin

 apresurarse,

 se dirige hacia la

 señora

M A R T I N ,

  quien, sorprendida .por el aire solemne del se-

ño r  M A R T I N ,  se levanta también, muy suavemente; el señor

M A R T I N  habla con la misma voz

 rara,

  monótona, vagamente

cantante). —   En to n ces , e s t imad a s eñ o ra , c reo q u e y a n o ca -

b e d u d a , n o s h emo s v i s to y a y u s t ed es mi p ro p ia esp o sa . . .

¡Isabel , te he vuelto a encontrar

S R A . M A R T I N

  (se acerca al señor

  M A R T Í N

  sin

  apresurarse.

  Se

abrazan sin expresión. El reloj suena una vez, muy fuerte-

mente. El sonido del reloj debe se r tan fuerte que sobresal-

te a los

 espectadores.

  Los esposos M A R T I N  no lo oyen).

S R A . M A R T I N .

  — ¡Do n a ld , e res tú ,

 darlingl

Se sientan en el mismo sillín, se man tienen abrazados y se

duermen. El

 reloj

 sigue

 sonando

  muchas veces.  M A R Y ,  de pun-

idlas y con un dedo en los labios, entra lentamente en escena

y se dirige al publico.

E S C E N A V

Los mismos y   M A R Y

M A R Y .

 —I sab e l y Do n a ld so n ah o ra d em as iad o d ich o so s p ara

q u e p u ed an o í rme . Po r lo t an to , p u ed o rev e la r l es a u s t ed es

u n s ec re to . I s ab e l n o es I s ab e l y Do n a ld n o es Do n a ld . He

aq u í l a p ru eb - l a n iñ a d e q u e h ab la Do n a ld n o es l a h i j a

d e I s ab e l , n o s e t ra t a d e la misma p erso n a . La h i j i t a d e D o - '

nald t iene, un ojo b lanco y o tro ro jo , exacta me nte com o la

iu j i ta de Isabel . Pero en tanto que la h i ja de Don ald t iene

el o jo b lanco a la derecha y el o jo ro jo a la izquierda, la h i ja

de Isabel t iene el o jo ro jo a la derecha y el b lanco a la iz-

E n

  co n secu en c ia , t o d o e l s i s t ema d e a rg u men ta -

c ió n d e Do n a ld s e d e r ru mb a a l t ro p ezar co n ese ú l t imo o b s -

t ácu lo q u e an iq u i l a to d a su t eo r í a . A p esa r d e l as co in c id en -

c ias ex t rao rd in ar i as q u e p arecen s e r p ru eb as d ef in i t iv as , Do -

nald e Isabel , al no ser padres de la misma criatura, no ' son

Do n a ld e I s ab e l . Es in ú t i l q u e é l c rea q u e e l l a es I s ab e las

mu t i l q u e e l l a c rea q u e é l e s Do n a ld : s e eq u iv o can amarg a ,

men te . Pero ¿q u ién es e l v e rd ad ero Do n a ld ? ¿Qu ién es l a

v erd ad era I s ab e l? ¿Qu ién t i en e in t e rés en q u e d u re esa ccn -

Page 157: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 157/267

'  Eugén.elonesco

fu s ió n ? No lo s é . No t ra t emo s d e s ab er lo . De jemo s l as co -

sa como están.  (Da algunos pasos hacia la puerta y luego

vuelve y se dirige al público.)

  Mi verdadero nombre es Sher-

lock Holmes.

Sale.

E S C E N A V I

Los mismos menos

  M A R Y

El reloj suena todo lo que q uiere. Muchos instantes después

la seZray el señor  M A R 4 T N S E  s e p a r a n  y vuelven a ocupar los

asientos del comienzo.

S R

  M A B T I N . - O l v i d e m o s ,  darling, t o d o lo q u e n o ^ . o c u r r i d o

en t re n o so t ro s , y ah o ra q u e n o s h emo s v u e l to a en co n t ra r

t ra t emo s d e n o p erd ern o s más y v iv amo s co mo an tes .

S R A . M A R T I N .

  — Sí,  darling.

E S C E N A V I I

Los mismos y los

  S M I T H

La señora y el señor  S M I T H  entran por la derecha, sin cam-

bio alguno en sus vestidos.

S R A S M I T H .

  - iBu en as n o ch es , q u er id o s amig o s l Di scú lp en n o s

p or S í e s 'h ec ho e sp er ar t an to e ™

b íámo s h acer l es lo s h o n o res a q u e t . en en d erech o y , en

  c u a n

t o su ü imo s q u e q u er i an h acern o s e l fav o r d e v en i r a v e rn o s

s t a a Z d a r

q

s u v i s i ta , n o s ap resu ramo s a i r a p o n ern o s n u es -

S ^ M S ^ ' - N O h em o s c om id o n a da d u ra nt e, t od o e l

d ía ™ace cu a t ro h o ras q u e lo s esp eramo s . ¿Po r q u e s e h an

'iZTetÍ y el señor SMrni  sientan frente a los visitantes.

E u l " a y a le s r ép li ca s, c on m ás o m en os f ue rz a, se gú n

él caso.

Lo s  M A R T I N ,  sobre todo ella, parecen turbados y tímidos. Es

porque la conversación  se entabla difícilmente y a las palabras

les cuesta salir al principio. Un Ifirgo silencio incómodo al co-

mienzo y luego otros silencios y vacilaciones.

S R . S M I T H . — ¡ H u m

Silencio.  ^

S RA . S M I T H . — ¡ H u m , h u m

Silencio.

S R A . M A R T I N .  — ¡ H u m , h u m , h u m

• Silencio.

S R. M A R T I N .— ¡ H u m , h u m , h u m , h u m

Silencio.

S RA . M A R T Í N .— O h , d e c i d i d a m e n t e .

Silencio.

S R . M A R T I N .  — To d o s es t amo s res f r i ad o s .

Silencio.

S R . S M I T H .  — S in emb arg o , n o h ace f r ío .

Silencio.

S R A . S M I T H .  — No h ay co r r i en te d e a i re .

Silencio.

S R . M A R T I N .

  — ¡Oh , n o , p o r su er t e

Silencio.

S R . S M I T H . — ¡ A h , l a l a l a l a

Silencio:

S R . M A R T I N .  — ¿Es tá u s t ed d i sg u s tad o ?

Silencio.

S R A . S M I T H .  — No . Se en m ierd a .

Silencio. •

S R A . M A R T Í N .  — Oh , s eñ o r , a su ed a d n o d eb er í a h acer lo .

Silencio.

S R . S M I T H .

  — El co razó n n o t i en e ed ad .

Silencio.

S R . M A R T Í N .

  — Es cierto .

Silencio.  „.,

S R A . S X Í I T H .

  — Así d icen.

Silencio.

S R A . M A R T I N .  — Dicen t am b ién lo co n t ra r io .

Silencio. .

S R . S M I T H .  — La v erd ad es t á en t re lo s d o s .

Silencio. -

Page 158: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 158/267

S R . M A R T I N .

  — Es justo .

Silencio. . . .

S R . S M I T H  (a los esposos  M A R T I N ) .  — Us ted es q u e v ia j an m u -

ch o d eb er í an ¿ t en er , n o o b s tan te , co sas in t e resan tes q ü e re -

lata rno s. . *• •  ,

S R . M A R T I N  (a su  esposa). — Dí les , q u er id a , l o q u e h as v i s -

to h o y .

  • >

  j¡

  f

S R A . M A R T I N .

  -R- .No  merece l a p en a , n o me c ree r í an .

S R . S M I T H . — ¡ N ' 9  v amo s a p o n er en d u d a su b u en a fe

S R A . S M I T H . — N O S  o fen d er í an s i p en saran eso .

S R . M A R T I N

  (a su esposa). — Les o fen d er í as , q u e r id a , s i l o p en -

sara s. . , .

S R A . M A R T I N  (graciosa). — Pu es b ien , h o y h e p resen c iad o a l -

g o ex t rao rd in ar io , a lg o in c re íb le .

S R . M A R T I N .

  — Ap resú ra te a d ec i r lo , q u er id a .

S R . S M I T H .  — No s v amo s a d iv er t i r .

S R A . S M I T H . — P o r f i n .

S R A . M A R T I N .

  — P u e s b i e n , h o y , c u a n d o i b a a l m e r c a d o p a r a

c o m p r a r l e g u m b r e s , q u e s o n c a d a v e z m á s c a r a s . . .

S R A . S M I T H .  — ¡Ad ó n d e v a a i r a p a ra r eso

S R . S M I T H .  — No d eb es in t e r ru mp i r , q u er id a , m alv ad a .

S R A . M A R T I N .

  — Vi en l a ca l l e, j u n to a u n ca fé , a u n s eñ o r ,

co n v en ien temen te v es t id o , d e u n o s c in cu en ta añ o s d e ed ad ,

o n i s iq u ie ra eso , q u e . . .

S R . S M I T H .

  — ¿Qu ién ? ¿Cu á l?

S R A . S M I T H .

  — ¿Qu ién ? ¿Cu á l?

S R . S M I T H  (a su  esposa). — No h ay q u e in t e r ru mp i r , q u er id a ;

eres fas t id iosa.

S R A . S M I T H

  — Qu er id o , e res tú e l p r imero q u e h a in t e r ru m p i -

do, grosero . . .

  0

S R . M A R T I N .  — ¡Ch i tó n (A su esposa.)  ¿Que hacia ese senori '

S R A . M A R T I N .

  — Pu es b ien , v an a d ec i r u s t ed es q u e in v en to ,

p ero h ab ía p u es to u n a ro d i l l a en t i e r ra y es t ab a in c l in ad o .

S R . M A R T I N , S R . S M I T H , S R A . S M I T H . — ¡ O h

S R A . M A R T I N . — S Í ,  in c l in ad o .

S R . S M I T H . — N O

  es posible.

S R A . M A R I TN . — S Í ,

  in c l in ad o . Me acerq u é a é l p a ra v e r lo

q u e h a c í a . . .

S R . S M I T H . — ¿ Y ? , ,

  T

  ,

S R A . M A R T I N .

  Se an u d ab a l as c in tas d e lo s zap a to s q u e se l e

h ab ían so l t ad o .

La

  cantante calva

* .

L o s

  O TR O S TR ES .

 — ¡Fan tás t i co ;

. . S R . S M I T H .  — Si no lo d i jera ust ed , no lo cree ría.

SR. MARTIN,. — ¿Por q ué no? Se ven cosas tod avía más extra-

o rd in ar i as cu an d o s e c i rcu la . Po r e j emp lo , h o y h e v i s to y o

mismo en e l su b te r rán eo , s en tad o en u n a b an q u e ta , a u n s e -

ñ o r q u e l e í a t ran q u i l amen te e l d i a r io .

S R A . S M I T H .

  — ¡Qu é e x t rav ag an te

SR. SMITH.— ¡Era quizás el mismo

Llaman en la puerta de entrada.

S R . S M I T H .  — L l a m a n .

S R A . S M I T H .

  — Deb e d e s e r a lg u ien . Vo y a v e r .  (Va a ver.

Abre y vuelve.)  Nadie.Se sienta otra vez.

S R . M A R T I N .

 — Vo y a c i t a r l es o t ro e j e mp lo . . .

Suena la campanilla.

S R . S M I T H .  — Llam an o t ra v ez .

S R A . S M I T H .  — Deb e d e s e r a lg u ien . Vo y a v e r .  (Va a ver.

Abre y vuelve.)  Nadie.

Vuelve a su asiento.

S R . M A R T I N  (que ha olvidado dónde  está). — ¡ E h . . .

SRA. MARTTN.—- De cía s q ue iba s a c itar otro ejem plo .

S R . M A R T I N . — A h , s í . . .

Suena la campanilla.

S R . S M I T H .

  — Llaman .

S R A . S M I T H .

  —

 Yo

  no voy más a abrir.

S R . S M I T H .  — S í , p e ro d eb e d e s e r a lg u ien .

S R A . S M I T H . — La p r imer a v ez n o h ab ía n ad ie . La s eg u n d a

v ez , t amp o c o . ¿Po r q u é c rees q u e h ab rá a lg u ien ah o ra?

; S R . S M I T H .  — ¡Po rq u e h an l l amad o

S R A . M A R T I N .  — Ésa no es un a razón .

S R . M A R T T N .

 — ¿Có mo ? Cu a n d o s e o y e l lamar a l a p u e r t a es

p o rq u e h ay a lg u ien en l a p u er t a q u e l l ama p ara q u e l e ab ran

la p u er t a .

  :

S R A . M A R T T N . — No s i emp re . ¡Lo acab an d e v e r u s t ed es

S R . M A R T T N .

 — La mayo ría d e las veces , s í .

S R . S M I T H .  — Cu an d o y o v o y a casa* d e a lg u ien l l amo p ara en -

t ra r . C reo q u e to d o e l mu n d o h acé lo mismo y q u e cad a v ez

q u e l l aman es p o rq u e h ay a lg u ien . '

. S R A . S M I T H .  — Eso es cierto en teo ría, per o en la real id ad las

co sas su ced en d e o t ro mo d o . Lo h as v i s to h ace u n mo men to .

S R A . M A R T T N .

 — Su esp o sa t i en e razó n .

Page 159: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 159/267

~ SR. SMITH .—¡Oh , u s t ed es , l a s mu je re s , s e d e f i en d e n s i emp re

'v mu tuam ent e , . . j .

SHA. SM FIH . -B u e n o , v o y a v e r . N o d i rás q u e so y o b s t in ad a» ,

p ero v erás q u e n o h ay n ad ie .  (Va a ver. Abre la puerta y la

cierra de nuevo.)  Ya ves que no hay nadie.

•é Vuelve a su sitio. .

S R A . S M I T H . — ¡Ah , esto s h o mb res q u ie ren t e n er s i em p re ra -

zó n y s i emp re s e eq u iv o can

Se  oye llamar otra vez. .

SR. SMrra . — Lla ma n d e n u ev o . Tien e q u e s e r a lg u ien .

S R A . S M I T H

  (con un ataque de

  ira).

 —

 No m e man d es a ab r i r

l a p u er t a . Has v i s to q u e e ra in ú t i l . La ex p er i en c ia n o s en -

señ a q u e cu an d o s e o y e l l amar a l a p u er t a es q u e n u n ca es t a

-nadie en el la.

S R A . M A R T I N .

  — N u n c a .

S R . M A R T I N . — E S O

  no es seguro.

S R S M I T H .  —I n c lu so es fa l so . La may o r ía d e l as v eces cu an -

d o s e o y e l l amar a l a p u er t a es q u e h ay a lg u ien en e l l a .

S R A . S M I T H .

  — No q u ie re d es i s t i r .

S R A . M A R T I N . — T a m b i é n m i m a r i d o e s m u y t e s t a r u d o .

S R . S M I T H . — Hay a lg u ien .

S R . M A R T I N .  — No es im p o s ib le .

S R A . S M I T H

  (a su

 marido).

 — No .

S R . S M I T H . — S í .

SRA. SM IT H. -T e d ig o q u e n o . En to d o caso , y a n o me m o -

lestarás inúti lm ente. ¡Si quie res ver qui en es , ve tu mismol

S R . S M I T H .

  — V o y .

La señora

  S M I T H  se

  encoge de hombros. La señora

  M A R T I N

menea la cabeza.

S R . S M I T H  (va* abrir).Ah

¿ H o w d o y o u

  (Lanza una

mirada a la señora   S M T I H  y a los esposos  M A R T I N

,

  quienes

manifiestan su sorpresa.)  ¡Es e l cap i t án d e lo s b o m b ero s

E S C E N A V I I I

Los mismos y el

  C A P I T Á N D E L O S B O M B E R O S

E L B OM B E R O  (Ueva,  por supuesto, un enorme casco brükmtej

uniforme).   - B u e n o s d í a s , s e ñ o r as y se ñ o r es .  (Los otros si-

guen un poco sorprendidos. La señora   S M I T H ,  molesta, vuel-

ve Id cabeza y no responde a su saludo.)  Buen os días , señora

Smi th . Parece u s t ed en o jad a .

S R A . S M I T H . — ¡ O h

S R . S M I T H .

  — Es q u e , v ea u s t ed . . . mi esp o sa se s i en te u n p o -

co h u mi l l ad a p o r n o h ab er t en id o razó n .

S R . M A R T I N .  — Ha h ab id o , s eñ o r cap i t án d e b o m b ero s , u n a

controvers ia, entr e la señora y el señor Smith .

S R A . S M I T H  (al señor  M A R T I N ) .

  — ¡Eso n o es asu n to su y o

(Al

señor

  S M I T H J  Te rueg o que no mezcles a los extraño s en

n u es t ras q u ere l l as fami l i a res .

S R . S M I T H .

  — Oh , q u er id a , l a co sa n o es mu y g rav e . E l cap i -

tán es un viejo amigo de la casa. Su madre me hacía la corte

y co n o cí a su p ad re . Me h ab ía p e d id o q u e l e d i e ra mi h i j a

en mat r imo n io cu an d o tu v ie ra u n a . Esp eran d o , mu r ió .

S R - M A R T I N .

  — No es culpa d e él n i de usted .

E L . B O M B E R O . — En f in , ¿d e q u é s e t ra t a?

S R A . S M I T H .

  — M i m a r i d o p r e t e n d í a . . .

S R . S M I T H .

  — No , e ras tú l a q u e p re ten d ías .

S R . M A R T I N .  — Sí, es ella.

S R A . M A R T I N . — N o , e s é l .

E L B O M B E R O .

 — No se en o jen . Díg ame q u é h a su ced id o , s eñ o -

ra Smith .

S R A . S M I T H .  — Pu es b ien , o ig a . Se me h ac e mu y mo les to h a-

b la r l e co n f ran q u eza , p e ro u n b o mb ero es t amb ién u n co n -

fesor.

E L B O M B E R O .  — ¿Y b ien ?

S R A . S M I T H .

  — Se d i s cu t í a p o rq u e mi mar id o d ec ía q u e cu an d o

se o y e l l amar a l a p u er t a es p o rq u e s i emp re h ay a lg u ien

en ella.

S R . M A R T I N .  — La co sa es p lausible .

S H A . S M I T H .

  —

 Y

  y o d ec ía q u e cad a v ez q u e l l aman es q u e n o

hay nadie.

S R A . M A R T I N .  — Eso p u e d e p arecer ex t rañ o .

S R A . S M I T H .

  — Pero es t á d em o s t rad o , n o med ian te d emo s t ra -

ciones teóricas , s ino por hechos. „

S R . S M I T H .  — E s fa l so , p u es to q u e e l b o mb ero es t á aq u í . Ha

l l fú ñ ad o , y o h e ab ie r to y é l h a en t rad o .

M A R T I N .

  — ¿ C u á n d o ?

S R . M A R T I N .  — I n m e d i a t a m e n t e .

S R A . S M I T H .  — S í , p e ro só lo d esp u és d e h a b er o íd o l l amar p o r

Page 160: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 160/267

c u a r t a v e z h a a p a r e c i d o a l g u i e n . Y la c u a r t a v e z n o c u e n t o .

s X m L ™ . - Si em p re . S ól o c u en t an l as t re s P ™ W

S R . S M I T H . —  S e ñ o r c a p i t á n , p e r m í t a m e q u e l e h a g a , a m i v e z ,

a l g u n a s p r e g u n t a s .

f e " - C u S h e a b i e r t o l a p ue rt a y l o h e v i st o , ¿ e rá

u s t e d q u i e n h a b í a l l a m a d o ?

£ / ¿ t a T a u s t e d e n l a p u e r t a ? ¿ L l a m 6 p a r a e n t r a r ?

E L B O M B E R O . —   No l o meg o .

S R S M I T H

  (a su esposa, victoriosamente).

 — ¿Lo v es r 1 0 t e

ñ í a r a z ó n . C u a n d o s e o y e l l a m a r e s p o r q u e h a y a l g u i e n . N o

n u ed es d ec i r q u e e l cap i t án n o es a l g u i en .

S R A S M I T H . —  N o p u e d o f c i e r t a m e n t e . P e r o t e r e p i t o q u e m e

r e f i e r ^ i c a m e n í e a l a s t r e s p r i m e r a s v e c e s, p u e s l a c u a r t a

S RA ° M ^ Í N . - Y c u a n d o l l a m a r o n l a p r i m e r a v e z , ¿ e ra u s t e d ?

E L B O M B E R O . — N o , n o e r a y o . ,

S RA . M A R T I N . - ¿ V e n u s t e d e s ? L l a m a r o n y n o h a b í a n a d i e .

S R . M A R T I N .  — E r a q u i z á s a l g ú n o t r o .

S R. S M I T H . - ¿ H a c í a m u c h o t i e m p o q u e e s t a b a u s t e d e n la

p u e r t a ?

E L B O M B E R O .  — T r e s c u a r t o s d e h o r a .

S R . S M I T H . —  ¿Y n o v i o a n ad i e?

E L B O M B E R O . - A  n a d i e . Es t o y seg u r o d e eso .

R A M A R T I N . —   ¿ O y ó u s t e d q u e l l a m a b a n p o r s e g u n d a v e z ?

E ^ B O M B E R O . —   S í , p er o t amp o c o e r a y o . Y seg u í a n o h ab i en -

d o n ad i e . , ,

E l

f

Q

B

o L ^

a

- N i : " i P en sa ba e n m uc ha s co sas .

S R C ™

  (a l

  B O M B E R O ) . —

  Per o l a t e r cer a v ez , ¿n o f u e u s -

t e d q u i e n l l a m ó ?

E L B O M B E R O . — S í , f u i y o . > .

S R S M I T H .  — P e r o a l a b r i r l a p u e r t a  noT  lo v i e r o n .

E L B O M BE R O. — E S  q u e m e o c u l t é . . . p o r b r o m a .

F L S M I S -  No se r í a , s eñ o r cap i t án . E l asu n t o es d em a-

S R

S 1

  M A R T I N

  6

—   E n r e s u m i d a s c u e n t a s , s e g u i m o s si n s a b e r s i

c u a n d o l l a m a n a l a p u é r t a h a y o n o a l g u i e n .

S R A . S M I T H . —  N u n c a h a y n a d i e .

I  S R . S M I T H . —  S i e m p r e h a y a l g u i e n .

É L B O M B E R O . —   V o y a h a c e r q u e s e p o n g a n d e a c u e r d o . L o s

d o s t i en en u n p o co d e r azó n . C u a n d o l l am an a l a p u er t a , a

v eces h ay a l g u i en y a v eces n o h ay n ad i e .

S R . M A R T I N . — E S O  me p ar ece l ó g i co .

S R A . M A R T I N . —  Tamb i én y o l o c r eo .

EL BOMBERO.—'Las cosas son senci l las , en real idad.  (A los es-

posos

  S M I T H . , )  A b r á c e n s e .

S R A . S M I T H . —  Y a n o s a b r a z a m o s h a c e u n m o m e n t o .

S R . M A R T I N . —  S e a b r a z a r á n m a ñ a n a . T i e n e n t i e m p o d e s o b r a .

S R A . S M I T H . —  S e ñ o r c a p i t á n , p u e s t o q u e n o s h a a y u d a d o a

p o n er l o t o d o en c l a r o , p ó n g ase có mo d o , q u í t ese e l casco y

s i én t ese u n . i n s t an t e .

E L B O M B E R O . —   D i s c ú l p e m e , p e r o n o p u e d o q u e d a r m e a q u í m u -

ch o t i em p o . Es t o y d i sp u e s t o a q u i t a r m e e l casco , p er o n o

t e n g o t i e m p o p a r a s e n t a r m e .

  (Se sienta sin quitarse el cas-

co.)  Les co n f i eso q u e h e v en i d o a su casa p ar a u n asu n t o

mu y d i s t i n t o . C u mp l o u n a mi s i ó n d e se r v i c i o . .

S R A . S M I T H . —

  ¿Y en q u é co n s i s t e su mi s i ó n , s eñ o r cap i t án ?

E L B O M B E R O . —   L e s r u e g o q u e t e n g a n l a b o n d a d d e d i s c u l p a r

mi indiscreción.  (Muy perplejo.)  ¡Oh (Señala con el dedo

a los esposos  M A R T I N . )

  ¿ P u e d o . . . d e l a n t e d e e l l o s . . . ?

S R A . M A R T I N . —  No se p r eo cu p e .

S R . M A R T I N . —  So mo s ami g o s v i e j o s . No s cu en t an t o d o .

S R . S M I T H . —

  H a b l e .

E L B O M B E R O . —   Pu es b i en , s ea . ¿H ay f u eg o en su casa?

¡ S R A . S M I T H . —  ¿Po r q u é n o s p r eg u n t a eso ?

E L B O M B E R O . —   P o r q u e . . . d i s c ú l p e n m e , t e n g o o r d e n d e e x t i n -

g u i r t o d o s l o s i n cen d i o s d e l a c i u d ad .

S R A . M A R T I N . —   ¿To d o s?

, E L B O M B E R O . —   Sí , todos.

S R A . S M I T H  (confusa). — N o sé . . . n o l o c r e o . . . ¿ Q u i e r e q u e

vaya a ver?

S R . S M I T H

  (husmeando).

 — N o d e b e d e h a b e r f u e g o . N o s e

s i en t e o l o r a ch amu sq u i n a

4

.

E L B O M B E R O (desolado). — ¿ N o l o h a y a b s o l u t a m e n t e ? ¿ N o t e n -

d r án - u n f u eg u i t o d e ch i men e a , a l g o q u e a r d a e n e l d esv án

4

  E n l a p u e s t a e n e s c e n a d e N i c o l á s B a t a i l l e , e l s e ñ o r y l a s e ñ o r a

M a r t i n h u s m e a b a n t a m b i é n .

Page 161: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 161/267

o en e l só tan o ? ¿Un p eq u eñ o co m ien zo d e in cen d io , p o r lo

men o s? ,

  c

  'j- •

S R A . S M I T H .  — Np q u ie ro ap en ar lo , p e ro c reo q u e n o h ay lu f>

g o . a lg u n o en n u es t ra casa p o r e l mo m en to . Le p ro m eto q u e

le av i s a remo s en cu an to h ay a a lg o .

J E L B O M B ER O . — N O  d e jen d e h acer lo , p u es me h aran u n t av o r .

S R Á . S M I T H .  — Pro m et id o . , ,

E L B O M B E R O  (a los esposos  M A R T I N ) . — Y   en l a casa d e u s t e -

d es , ¿ t amp o co a rd e r i ad a?

S R A . M A R T I N .  — N o , d e s g r a c i a d a m e n t e .

S R . M A S T Í N  (a l  B O M B E R O ) .  — La s co sas march an m al en es t e

mo m en to . , , ,

E L B O M B ER O .

 — Mu y mal . Cas i n o su ced e n ad a , a lg u n as b a g a-

t e l as , u n a ch ime n ea , u n h ó r reo . N ad a s e r io . Eso n o r in d e .

Y co mo n o h ay ren d imien to , l a p r ima p o r l a p ro d u cc ió n es

mu y mag ra . , .

S R . S M I T H .  — Na d a mar ch a b ien . Co n to d o su c ed e lo mismo .

El co merc io , l a ag r i cu l tu ra , e s t án es t e añ o co mo e l fu eg o , n o

m a r c h a n .

S R . M A R T I N .  — S i n o h ay t r ig o , n o h ay fu eg o .

E L B O M B E R O .  — N i t a m p o c o i n u n d a c i o n e s .

S R A . S M I T H .  — P e r o h a y a z ú c a r .

S R . S M I T H .  — Eso es p o rq u e lo t raen d e l ex t ran je ro .

S R A . M A R T I N .  — Co n seg u i r in ce n d io s es más d i f í c i l . ¡Hay d e-

mas iad o s imp u es to s l

E L B O M B E R O . — Si n e m b a r g o h a y , a u n q u e s o n t a m b i é n b a s t a n -

t e ra ras , u n a o d o s as f ix i as p o r med io d e l g as . Un a jo v en s e

as f ix ió l a s eman a p asad a p o r h ab er d e jad o ab ie r t a l a l l av e

del gas . ¿

S R A . M A R T I N . — ¿ L a h a b í a o l v i d ad o ?

E L B O M B E R O . — No , p e ro c rey ó q u e e ra su p e in e .

S R . S M I T H .  — Esas co n fu s io n es so n s i emp re p e l ig ro sas . -

S R A . S M I T H .  — ¿No fu e a av er ig u ar a l a t i en d a d e l v en d ed o r d e

fósfor os? , . , . '

E L B O M B E R O . — E S  in ú t i l . Es tá aseg u rad o co n t ra in cen d io s .

S R . M A R T I N .  - En to n ce s , v ay a a v e r d e mi p ar t e a l v i ca r io d e

W ak ef ie íd . , _ . > . ,

  o

E L B O M BE R O. — N O

  t en g o d erech o a ap ag ar e l fu eg o en l as ca - ^

sas d e lo s s acerd o tes . E l o b i sp o s e en o ja r í a . Ap ag an su «

r

 f u e -

g o s e l lo s mismo s o h acen q u e lo s ap ag u en su s v es t a l es .

S R > S M I T H .

  — Tra te d e v er en casa d e lo s Du ran d .

E L B O M B E R O . — Tam p o co p u e d o h acer eso . É l n o es in g lés .

Só lo s e h a n a tu ra l i zad o . Lo s n a tu ra l i zad o s t i en en d erech o a

p o seer casas , p e ro n o e l d e h acer q u e l as ap ag u en s i a rd en .

S R A . S M I T H .  — S in emb arg o , cu an d o a rd ió e l añ o p asad o b ien

v

  q u e l a ap ag aro n . %

E L B O M B E R O .

 — Lo h izo é l so lo , c l an d es t in am en te . Oh , n o s e ré

y o q u ien lo d en u n c ie .

. - S R . S M I T H .  — Yo  t a m p o c o .

S R A . S M I T H .

  — Pu es to q u e n o t i en e u s t ed mu ch a p r i s a , s eñ o r

cap i t án , q u éd ese u n ra t i to más . No s h ará u n fav o r .

E L B O M B E R O . — ¿Qu ie ren q u e l es re l a t e an é cd o tas?

S R A . S M I T H .

  — ¡Oh , mu y b ien , e s u s t ed en can tad o r

Le  abraza.

S R . S M I T H , S R A . M A R T I N , S R . M A R T I N .  — ¡Sí , s í , anéc dota s

¡Bravo

Aplauden.

S R . S M I T H .  — Y  lo q u e es to d av ía más in t e resan te es q u e l as

an écd o tas d e b o mb ero so n to d as e l l as au tén t i cas y v iv id as .

E L B O M B E R O .  — Hab lo d e co sas q u e y o mismo h e ex p er imen -

tad o . La n a tu ra leza , n ad a más q u e l a n a tu ra leza . No lo s

l ibros .

S R . M A R T I N .  — Ex ac to : l a v e rd ad n o s e en cu en t ra en lo s l ib ro s ,

s ino en la v ida.

S R A . S M I T H .  — ¡Co mien ce

S R . M A R T I N .  — ¡Co mien ce

S R A . M A R T I N .  — S i len c io , co mien za .

E L B O M B E R O  (tosiquea muchas veces).  — Discú lp en me, p e ro n o

me mi ren as í . Hacen q u e me s i en ta in có mo d o . Ya s ab en q u e

soy t ímido.

S R A . S M I T H .  — ¡ E s e n c a n t a d o r

Le abraza.

E L B O M B E R O .  — Pro cu ra ré c o men zar a p e sa r d e to d o . Pero

p r o m é t a n m e q u e n o m e e s c u c h a r á n .

S R A . M A R T I N .  — Pero s i n o l e escu ch amo s n o l e o i remo s .

E L B O M B E R O .

  — ¡No h ab ía p en sad o en eso

S R A . S M I T H .  — Ya les he d icho: es un niño.

S R . M A R T I N , S R . S M I T H .  — ¡Oh , e l n iñ o q u er id o

Le abrazan

5

.

\

  5

1 '

a

  P

u e s t a

  e n e s c e n a d e l s e ñ o r N i c o l á s B a t a i l l e n o a b r a z a n a l

b o m b e r o .

Page 162: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 162/267

S RA . M A R T I N . - ¡ V a l o r

( V u e l ^ a

  tosiquear y

q u e e r a e l e f a n t e .

S R A M A R T I N .

  — ¿C u ál es l a mo r a l e j a . ' '

I t — o . - S o n u st ed es q ui en es t ie ne n q ue e nc on tr ar la .

S R . S M I T H .

  — T i e n e r a z ón .

i r — o ^ - u r ^ h a b í a c o m i d o d e m a s i a d o v i d r i o m o -

E L

, i ™ c o n s ec u e n c ia , t u v o q u e p a r i r. D i o a

z & e s r i t t = £ 5 s =

l b e c e r r o e r a d e m a s i a d o p e q u e „ o P o r l o ^ t o e ^ B e « r r

t u v o q u e casar se co n u n a p er so n a y l a   a l c a l d í a  t o mo t o u

l a s m e d i d a s p r o m u l g a d a s p o r l a s c i r c u n s t a n c i a s d e m o d a .

S B. S M I T H . — D e m o d a e n C a e n .

S B. M A S T Í N . - - C o m o e l m o n d o n g o

E L B O M Í E B O . - Í L O

  c o n o c í a n u s t e d e s , e n t o n c e s ?

S BA . S M I T H . - L O

  p u b l i car o n t o d o s l o s d í an o s .

S BA . M A R T I N . - E s o s u c e d i ó n o l e j o s d e a q u í ^

E L B O M B E R O .

  - Vo y a re l a t a r l es o t r a . E l g a l l o . u n a

g a l l o q u i so p asar p o r p er r o , p er o n o p u d o , p u es l o r eco n o

S I W

6

  S M I T H .

  E N ^ ' a m b i o , a , p e r r o q u e q u i s o p a s a r p o r g a l lo

n o l o r e c o n o c i e r o n ^

  u n a ;

  ^

  s e r p i e n t e

% a ^ a " ^ " a s e d i e n t e se . e r c 6 a „ y

l e d i j o : " M e , p a r e c e q u e d i n e r o . "

mi e n t r as g r i t a b a : " ¡ No ¡ No ¡ C u at r o v eces n o ¡ Yo n o so y

t u h i j a

8

".

S R A . M A R T I N .

  — Es i n t e r esa n t e .

S R A . S M I T H .

  — No es t á mal .

S R . M A R T I N (estrecha la mano al  S R . S M I T H , ) .  — Le f e l i c i t o .

E L B O M B E R O (celoso).

 — No es g r an co sa . Ad em ás , y o l a co n o cí a .

S R. S M I T H . - - E S  t e r r i b l e .

S R A . S M I T H .

  — Per o eso n o su ced i ó en r ea l i d ad .

S R A . M A R T I N .

  — S í , p o r d esg r ac i a .

S R . M A R T I N  (a la  S R A . S M I T H , ) .  — Es su t u r n o , s eñ o r a .

S R A . S M I T H .

  — Sól o co n o zco u n a . Se l a v o y a d ec i r . Se t i t u l a :

"El r ami l l e t e" .

S R . S M I T H .  — Mi esp o sa h a s i d o s i em p r e r o má n t i ca .

S R . M A R T I N .

  — E s u n a v e r d a d e r a i n g l e s a

7

.

S R A . S M I T H .

  — Hel a aq u í : Un a v ez u n n o v i o l l ev ó u n r ami l l e t e

d e f l o r es a su n o v i a , q u i en l e d i j o  gracias;  p e r o a n t e s q u e

e l l a l e d i ese l as  gracias,  é l , s i n d ec i r u n a p a l ab r a , l e q u i t ó l as

f l o r es q u e l e h a b í a e n t r e g a d o p a r a d a r l e u n a b u e n a l e c c i ó n

y, diciendo  las tomo otra vez,  le dijo hasta la vista,  tomó las

f l o r es y se a l e j ó p o r aq u í y p o r a l l á .

S R . M A R T I N . — ¡ O h , e n c a n t a d o r

Abraza o no abraza  a la  S R A . S M I T H .

S R A . M A R T I N .

  — Ti en e u s t e d u n a esp o sa , s eñ o r Smi t h , d e l a q u e

t o d o s es t án ce l o so s .

S R . S M I T H .

  — Es c i e r t o . Mi mu j er es l a i n t e l i g en c i a mi sma .

Has t a es má s i n t e l i g e n t e q u e y o . E n t o d o caso es mu c h o má s

f e m e n i n a .

S R A . S M I T H  (a l  B O M B E R O ) .

  — O t r a m á s , c a p i t á n .

E L B O M B E R O .

  — ¡ O h n o , e s d e m a s i a d o t a r d e

S R ; M A R T I N .  — Dí g a l a , n o o b s t an t e .

E L B O M B E R O .

  — E s t o y d e m a s i a d o c a n s a d o .

S R . S M I T H .

  — H á g a n o s e s e f a v o r .

S R . M A R T I N .

  — Se l o r u eg o .

E L B O M B E R O . — N o .

S R A . M A R T I N .  — Ti en e u s t ed u n co r azó n d e h i e l o . No so t r o s

es t amo s en ascu as .

6

  E s t a a n é c d o t a f u e s u p r i m i d a e n l a r e p r e s e n t a c i ó n . E l s e ñ o r S m i t h s e

l i m i t a b a a h a c e r l o s g e s t o s , s i n q u e s a l i e r a s o n i d o a l g u n o d e s u b o c a .

7

  E s t a s d o s r é p l i c a s s e r e p e t í a n t r e s v e c e s e n " la r e p r e s e n t a c i ó n .

Page 163: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 163/267

Eugène Ionesco

S R A . S M I T H  (se arrodilla, sollozando,  o no lo hace).

  - Se lo sü-

plico.

E T . B O M B E R O . — S e a . . , ,

S R . S M I T H  (al oído de la señora  M A R T I N ) ,  - ¡Aceptal .Va a

seguir f a s t id iándonos .

S R A . M A R T I N .

  — ¡Bah

SRA. SM ITH .-M ala sue r te . He s ido demasiado cor te s.

EL BOMBERO.-"El r e sf r iado" : Mi cuñado tema , por e l lado

pa te rno, un pr imo ca rna l uno de cuyos t íos ma te rnos tema

un suegro cuyo abuelo paterno se había casado en segundas

nupc ias con un joven indígena cuyo he rmano había cono-

cido, en uno de sus viajes, a una muchacha de la que se

enamoró y con la cual tuvo un hijo que se   c a s ó  con una

farma céutic a intrép ida que no era otra que a sobrina de

un contramaest re desconoc ido de la mar ina bntamca y cuyo

padre adopt ivo tenía una t ía que hablaba cor r ientemente

el español y que era, quizás, una de las nietas de un inge-

niero, muerto joven, nieto a su vez de un propietario de vi-

ñedos de los que obtenían un v ino medioc re , pe ro que te -

nía un resobrino, casero y ayudante, cuyo hijo se había ca-

sado con una joven muy linda, divorciad a, cuy o prime r

marido era hijo de un patr io ta sincero qu e h abía sabido

educar en el deseo de hacer fortuna a una de sus hijas, la

que pudo casa r se con un cazador qu e había conoc ido a

Rothschi ld y cuyo he rmano, después de haber cambiado

much as veces de oficio, se casó y tuvo una hija , ^ bisa-

bue lo , mezquino, l levaba anteojos que le había r ega lado un

primo suyo, cuñado de un portugués, hijo natural_ de un

mol ine ro , no demasiado pobre , cuyo he rmano de leche tomó

por esposa a la hija de un ex mé dico rural, herm ano d e

leche del hijo de un lechero, hijo natural de otro medico

rural casado tres veces seguidas, cuya tercera mujer

S R . M A R T I N .

  —C ono c í a e sa te rce ra muje r , s i no me engano.

Comía pollo en un avispero.

E L B O M B E R O .

 — No era la misma .

S R A . S M Í T H .

  — ¡Chitó n . , , ,

EL BOM BERO .-Continúo : cuya terc era muje r era »»ja de la

"mejor comadrona de la r egión y que , habiendo enviudado

t e m p r a n o . . . .  %

S R . S M I T H .

  — Como mi esposa.

E L B O M BE R O. — ,

  • •

  SE

  volvió a casar con un vidriero, lleno de

vivacidad, que había hecho, a la hija de un jefe de estación,

u n h i j o q u e s u p o a b r i r s e c a m i n o e n l a v i d a . . . .

S R A . S M I T H .

  — Su camino de h ie r ro , su f e r ro ca r r i l . . .

S R . M A R T I N .  — Como en los mapas .

E L B O M B E R O . — Y

  se casó con una vend edora de hortalizas

f rescas cuyo padre tenía un he rmano que se había casado

con una ins t i tu t r iz rubia cuyo pr imo, pescador con caña . . .

S R . M A R I T N .

  —  ¿Con caña rota?

E L B O M B E R O .

 — . . . se había casado con o t ra ins t i tu t r iz rubia

llamada también María, cuyo padre estaba casado con otra

Mar ía , a s imismo ins t i tu t r iz rubia . . .

S R . S M I T H .

  — Siendo rub ia, no pu ede ser sino M aría.

E L B O M B E R O .

 — . . . y cuyo padre fue c r iado en e l Canadá por

una anciana que era sobrina de un cura cuya abuela atra-

paba a veces, en invierno, como todo el mundo, un resfr ío.

S R . S M I T H .

  — La anécd ota es curiosa, casi increíble.

S R . M A R T I N .

  — Cuando uno se r e sf r ía hay que ponerse conde-

coraciones.

S R . S M I T H .

  — Es una precauc ión inút i l , pe ro absolutamente

necesaria.

S R A . M A R T Í N .

 — Discúlpeme , señor capi tán , pe ro no he com-

prendido bien su relato. Al f inal, cuando se llega a la abuela

del sacerdote, uno se enreda.

S R . S M I T H .

  — Siemp re se enreda entre las zarpas del sacer-

dote.

S R A . S M I T H .

  — (Oh, sí, capitán, vuelva a eYnpezar Todo s se

lo piden.

E L B O M B E R O .

 — ¡Ah , no sé si voy a po der. Estoy en m isión

de servicio. Depende de la hora que sea.

S R A . S M I T H .

  — En n uestra casa no tenemo s hora.

E L B O M B E R O .

  — ¿Y el reloj?

S R . S M I T H .

  — And a mal. Tien e el espír itu de contradicción.

Indica siempre la contraria de la hora que es.

ESCENA IX

Los mismos y

  M A R Y

M A R Y. — S e ñ o r a . . . s e ñ o r . , .

S R A . S M I T H .

  — ¿Qué desea?

Page 164: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 164/267

- Sp.  S M T T H .  - ¿ Q u é ^ S r T e

1

  d i s cu lp en . . . y t amb ién

M A R Y .  - Qu e l a  SEÑORA Y <=1 señor ^

  y

  d e s e a n a

  . . .

u n á

eS

a n é c d o t a ,

S

r ^ ™ -

r

^ u f l a " a d l n ues tro s am ig o s se h a

S R . M A R T I N . - C r e o q u e l a c n a a a

  a n é c d

o t a

v u e l to lo ca . Qu ie re re l a t a r t ammei

E

r ¿ M R E R O . - ¿ P o r q u ^ n se t om ¡  (La ^ ¿ ¿ ^

SRA. S M I I S . - ¿ Q u i e n la ^ X a m e n t e s u l ug a r, M a ry .

SR . S . r TT H. -E s te NO s v e d ^

E L B O M B E R O . — ¡<J», es e u c

S R . S M I T H . - ¿ T u s t e d ?

e s o f

S M I T H  — ¿So n u s ted es amig o s : '

S R . S M I T H . D

  L O S

O

M

O S

S

S

B

- - S o l s ' d e m a s i a d o f u e r t e a q u í , e n n u e s tr a c a sa ,

S

  e n S u b u r b i o s d e L o nd re s

SRA. S M TT H .- ,N ° es d e c o r o s o ^ ^

  p r i m e r o s £ u e g 0

,

- - C s ^ e h ^ o d e a g u a

s

  _ . n t i -

S R . M A R T I N . — S I  e s a s i . ^ r e s p e t a b l e s . . .

SRA MA RTI N. -Y o c reo q u e u n a en > « NA cr i ad a .

• ~ ^ - ^ e m o - d e te c -

t j v e b a s t a n t e b u e n o .

EL BOMB ERO. -Su e l t ame . ^

  c o m o

  p a recen .

M A B V , - N O

  ^ p r e o c u p e s ^ N o s on ^ t e d e s d o s,

^ S ^ n p o c r . - u n P - . . .

S R . M A R T I N .  — Hay u n p u d o r b r i t án ico , y d i s cú lp en me q u e u n a

v ez más p rec i s e mi p en samien to , q u e n o co mp ren d en lo s ex -

tranjeros , n i s iquiera los especial is tas , y gracias al cual , para

ex p resa rme as í . . . en f in , n o lo d ig o p o r u s t ed es . . .

M A R Y .  — Yo d esear í a re fe r i r l e s . . .

S R . S M I T H .  — N o r e f i e r a n a d a . . .

M A R Y . — ¡ O h , s í

S R A . S M T T H . — V a y a , m i p e q u e ñ a M a r y , v a y a d o n o s a m e n t e a

l a co c in a a l ee r su s p o emas an te e l e sp e jo . . .

S R . M A R T T N . — ¡To ma S in s e r c r i ad a , y o t amb ién l eo p o em as

ante el espejo .

S R A . M A R T I N .

  — Es ta m añ an a , cu an d o t e mi ras t e en e l e sp e jono te v is te. '

S R . M A R T T N .

 — E s p o r q u e to d av ía n o es t ab a a l l í.

M A R Y .  — De to d o s mo d o s , q u izá p o d r í a rec i t a r les u n p o em i ta .

S R A . S M I T H .  — M i p e q u e ñ a M a r y , e s u st e d e s p a n t o s a m e n t e

o b s t in ad a .

MARY. — ¿Co n v en imo s , en to n ces , en q u e l es v o y a rec i t a r ü n

p o ema? Es u n p o ema q u e s e t i t u l a " El fu eg o " , en h o n o r d e l

cap i t án .

E L F U E G O

Lo s p o l i can d ro s b r i l l ab an en e l b o sq u e

Un a p ied ra s e in cen d ió

El cast i l lo se incendió

El b o sq u e s e in cen d ió

Lo s h o mb res s e in cen d ia ro n

Las mu je res s e in cen d ia ro n

Lo s p á ja ro s s e in cen d ia ro n

Lo s p eces s e in cen d ia ro n

El ag u a s e in cen d ió

El cielo se incendió

La cen iza s e in cen d ió

El h u mo se in cen d ió

El fu eg o s e in cen d ió

Page 165: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 165/267

T o d o s e i n c e n d i ó

Se i ncend i ó , se i ncend i ó .

Recita el poema mientras los

  S M T T H

  la empujan fuera de la

habitación.

E S C E N A X

Los mismos, menos

  M A R Y

C N T M A R T I N . — E S O

  me ha dado f r í o en l a e spa l da .

M ^ S T - S i n e m b ar go , h ay c ie rt o

  c a l o r

  en esos versos.

E L B O M B E R O . - A  mí me ha pa rec i do marav i l l oso .

S R A . S M I T H .  — S in e m b a r g o . . .

¿

D e u n f u e g u i t o d e e h i m e -

E

L

n

B O M B E R O . - N i s i q u i e r a e s o . U n a f o g a t a d e v i r u t a s y u n

p e q u e ñ o a r d o r d e e s t ó m a g o .

S R S M I T H .  — E n t o n c e s , l a m e n t a m o s q u e s e v a y a .

S R A S M I T H .  — H a e s t ado us t e d mu y d i ve r t i do .

Z . M S - - G r a c i a s a u s te d h e mo s p a sa d o u n v e td a de r o

cúa r t o de hora ca r t e s i ano . » . .

E L B O M B E R O ( S E

  dirige hacia la salida y luego se detrene).-

A propós i t o , ¿y l a c an t an t e c a l vad

Silencio

  general, incomodidad.

S R A . S M I T H — S i g u e p e i n á n d o s e d e l a m i s m a m a n e r a .

ÉL BOM BERO . - ¡Ah Adi ós , señore s y señora s .

S R . M A R T I N .

  - | B u e n a s u e r t e y b u e n f u e g o

E L B O M B E R O . - E s p e r é m o s l o P a r a t o d o s .

E L B O M B E R O SE

  va. Todos lo acampanan hasta la puerta y

vuelven a sus asientos. . „

E S C E N A X I

Los mismos, menos

  E L B O M B E R O

S R A . M A R T Í N .

  — Pu edo com pra r un cuch i l l o de bo l s i l l o p a ra

m i h e r m a n o , p e r o u s t e d e s n o p u e d e n c o m p r a r I r l a n d a p a r a

su abue l o .

S R . S M I T H . — Se cami n a con l os p i e s , pe ro se c a l i en t a medi a n-

t e l a e l e c t r i c i dad o e l c a rbón .

S R . M A R T I N .

  — E l q u e c o m p r a h o y u n b u e y t e n d r á m a ñ a n a u n

huevo .

S R A . S M I T H .  — En l a v i d a hay q ue m i ra r por l a v en t ana .

S R A . M A R T I N .  — Se pued e sen t a r en l a s i l la , m i en t ra s qu e l a

s i l l a no puede hace r l o .

S R . S M I T H .

  — Si emp re hay qu e pens a r en t odo .

S R . M A R T I N . — E l t e c h o e s t á a r r i b a y e l p is o e s t á a b a j o . . .

S R A . S M I T H .  — Cu and o d i go que s í e s una ma ne ra de hab l a r .

S R A . M A R T I N .  — A cada un o su de s t i no .

S R . S M I T H .  — Tom en un c í r cu l o , a ca r i c í en l o , y se ha rá un

círculo vicioso.

S R A . S M I T H .  — E l maes t ro de e scue l a enseña a l e e r a l os n i ños ,

pe ro l a ga t a amamant a a sus c r í a s cuando son pequeñas .

S R A . M A R T I N . — En t an t o qu e l a vaca nos da sus r abos .

S R . S M I T H .  — Cua ndo e s t oy e n e l c ampo m e agrad an l a so l e -

dad y l a c a l ma .

S R . M A R T I N .  — Toda v í a no e s us t e d ba s t an t e v i e j o pa ra e so .

S R A . S M I T H .  — Benj am í n Frank l i n t en í a r azón : us t ed e s meno s

t ranqu i l o que é l .

S R A . M A R T I N .

  — ¿Cuá l e s son l os s i e t e d í a s de l a s eman a?

S R . S M I T H .

  — M o n d a y , T u e s d a y , W e d n e s d a y , T h u r s d a y , F r i d a y ,

S a t u r d a y , S u n d a y .

S R . M A R T I N .  — E d w a r d e s e m p l e a d o d e o f i c in a , s u h e r m a n a

N a n c y , m e c a n ó g r a f a , y s u h e r m a n o W i l l i a m , a y u d a n t e d e

t i enda .

S R A . S M I T H .

  — [Qué fami l i a d i v e r t i da

S R A . M A R T I N .  — Pre f i e ro un p á j a ro en e l c ampo a un ca l ce t í n

en una ca r re t i l l a .

S R . S M I T H .  — Es p re fe r i b l e un b i f e en una ca bañ a qu e l e ch e

en un pa l ac i o .

SR. M ARTIN . —La ca sa de u n i ng l é s e s su ve rda de ro pa l ac i o .

Page 166: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 166/267

S H A. S M . n i . - N o s é h a b l a r e n e s p a ñ o l 1«. b a s t a n t e b i e n c o m o

o a r a h a c e r m e c o m p r e n d e r . ,

S H A . M A B T . N - . - T C c l a r é l a s z a p a t i l l a s d e N N s u e g r a s . m e d a s

e l a t a ú d d e t u m a r i d o . .

S R . S M I T I I . — B u s t o u n s a c e r d o t e m o n o f i s i t a p a r a c a s a r l o e o u

S H " ' \ K H T I N . ' — E l p a n e s u n á r b o l , e n t a n t o q u e e l p a n e s t a m -

b i é n u n á r b o l , y d e l a e n c i n a n a e e l a e n c i n a , t o d a s l a s . n a -

ñ a ñ a s , a l a l b a .

S H A . S M I T I I . — M i t í o v i v e e n e l c a m p o , p e r o e s o n o l e a i a . i t

a l a c o m a d r o n a . .

S R . M A R T I N . - E l p a p e l e s p a r a e s c r i b i r , e l p a l . , p a r a l a r a t a .

y e l q u e s o p a r a e c h a r l e l a z a r p a .

S H A . S M I T I I . - E l a u t o m ó v i l c o r r e m u c h o , p e r o l a c o c . u e r a

p r e p a r a m e j o r l o s p l a t o s .

S R . S M I T I I . — N o s e a n p a v o s y a b r a c e n a l c o n s p i r a d o r .

S R . M \ R T I N . — C h a r i t y b e g i n s a t l i ó m e .

S H A . S M I T I I . - E s p e r o q u e e l a c u e d u c t o v e n g a a v e r m e e n . . ..

m o l i n o . . , . -

S R . M A R T I N . — S e p u e d e d e m o s t r a r q u e el p r o g r e s o s o c i a l e s t a

m u c h o m e j o r c o n a z ú c a r .

S R . S M I T I I . — ¡ A b a j o e l b e t ú n

Después déla última replico/  de l

  S R . S M . T M

  lo s otros  coa

durante un instarte, estupefactos:  Se advierte que '"'J

nerviosidad.   Los sones del reloj son mas nervosos tmbt •

Las réplicas que siguen deben ser dichas al prmapw en w

tono  ¡acial,  hostil La hostilidad  y la nerviosidad

  mm

  aumen-

tando Al final de esta escena  los cuatro personajes deberán

hallarse  en pie, muy cerca los unos de los  otros, gritando  sus

réplicas, levantando los puños, dispuestos a  lanzarse  los unos

S R "

1

M A R ^ - N O s e h a c e q u e b r i l l e n l o s a n t e o j o s c o n b e t ú n

S R A ^ S M I T I I . - S Í , p e r o c o n d i n e r o s e p u e d e c o m p r a r t o d o l o

q u e s e q u i e r e . .

S R . M A R T I N . — P r e f i e r o m a t a r u n c o n e j o q u e c a n t a r e n e l j a r -

d í n . , . . . „

S R S M I T I I — C a c a t ú a s , c a c a t ú a s , c a c a t ú a s , c a c a t ú a s , c a c a t ú a s ,

c a c a t ú a s , c a c a t ú a s , c a c a t ú a s , c a c a t ú a s , c a c a t ú a s .

S H A . S M I T I I . - ¡ Q u é c a g a d a , q u é c a g a d a , q u e c a g a d a , q u e c a -

f i a d a , q u é c a g a d a , q u é c a g a d a , q u é c a g a d a , q u é c a g a d a , q u é

c a g a d a , q u é c a g a d a

S u . M A R T I N . — ¡ <

K

) ué c a s c a d a d e c a g a d a s , q u é c a s c a d a e le c a -

g a d a s , q u é t a s e a d a d e c a g a d a s , q u é c a s c a d a d e c a g a d a s , q u é

c a s c a d a d e c a g a d a s

S u . S M I T I I . — L O S p e r r o s t i e n e n p u l g a s , l o s p e r r o s t i e n e n p u l -

g a s .

S n \ . M A R T I N . — ¡ C a c t o , c o x i s ¡ C o c o ¡ C o c h i n o

S H A . S M I T I I . — L m b a r r i l a d o r , n o s e m b a r r i l a s .

S R . M A R T I N . — P r e f i e r o p o n e r u n h u e v o ( ¡1 10 r o b a r 1111 b u e y .

S H A . M A R T I N

  (abriendo la boca de par en

 jx¡r).

  — ¡ A h ¡ O h

¡ A l» ¡ O h ¡ D e j e n q u e r e c h i n e l o s c l i e n t e s

S R . S M I T I I . — ¡ C a i m á n

S R . M A R T I N . — V a m o s a a b o f e t e a r a U l i s e s .

S R . S M I T I I . — Y o v o y a v i v i r e n m i c a s a e n t r e m i s c a c a h u a t a l e s .

S H A . M A R T I N . — L O S c a c a o s d e l o s c a c a h u a t a l e s n o d a n c a c a -

h u e l e s , s i n o c a c a o . L o s c a c a o s d e lo s c a c a h u a t a l e s n o d a n

c a c a h u e t e s , s i n o c a c a o . L o s c a c a o s d e l o s c a c a h u a t a l e s n o

d a n c a c a h u e t e s , s i n o c a c a o .

S H A . S M I T I I . — L o s r a t o n e s t i e n e n c e j a s , l a s c e j a s n o t i e n e n r a -

t o n e s .

S H A . M A R T I N . — ¡ T o c a m i t o c a

S R . M A R T I N . — ¡ T u t o c a d e l o c a

S R . S M I T I I . — L a t o c a e n l a b o c a , l a b o c a E N l a t o c a .

S H A . M A R T I N . — D i s l o c a l a b o c a .

S H A . S M I T I I . — E m b o c a l a t o c a .

S R . M A R I I N . — E m b o c a l a t o c a y d i s l o c a l a b o c a .

S R . S M I T I I . — S i s e l a t o c a s e l a d i s l o c a .

S H A . M A R T I N . — ¡ U s t e d e s t á l o c a

S H A . S M I T I I . — ¡ Y u s t e d m e p r o v o c a

S R . M A R T I N . — ¡ S u l l y

S R . S M I I I I . — ¡ P r u c l h o m m e

S H A . M A R T I N , S R . S M I T I I . — ¡ F r a n ^ o i s

S H A . S M I T I I , S R . M A R T I N . — ¡ C o p p é e

S H A . M A R T I N , SR . S M I T I I . — ¡ C o p e o S u l l y

S H A . S M I T I I , S R . M A R T I N . — ¡ P r u c l h o m m e F r a n ^ o i s

S H A . M A R T I N . — ¡ P e d a z o s d e p a v o s , p e d a z o s d e p a v o s

S R . M A R T I N . — ¡ R o s i t a , c u l o d e m a r m i t a

S H A. S M I I I I . — ¡ K h r i s i i a n u i r t i , K l i r i s n a m u r t i , K h r i s n a m u r t i

S R . S M I I I I . — ¡ E l P a p a s e e m p a p a E l P a p a 1 10 c o m e p a p a . L a

p a p a d e l P a p a .

Page 167: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 167/267

S R A . M A R T I N .

  - ¡Bazar , Balzac, Ba zainel

SR. MARTIN.—¡Paso, peso, piso

S B . S M I T H .  - ¡A, e, i , o u a, e i , o, u, a, e, i , o ,u , i I

S R A . M A R T I N . - ¡ B , c , d , , g , 1 , m . n , P , r , , , v , w , x ,

S R . M A R T I N .  - ¡Del ojo al ajo d el ajo al hijol

S R A . S M F I H

  (imitando al

 tren).

 -  ¡ Teuf , t eu f , t eu t , t eu t , ,

t eu f , t eu f , t eu f , t eu f l

S R . S M I T H . — ¡ E s

S R A . M A R T I N .  — ¡Nol

S R . M A R T I N .

  — ¡Por

S R A . S M I T H .

  — ¡Allá

S R . S M I T H . — ¡ E s

S R A . M A R T I N .  — ¡Por

S R . M A R T I N . — ¡ A

H S ^ t r ^ c s f s s ï

oye,

  con un ritmo cada vez mas rápido:

TNNOS TONTOS — ¡Por allá , por aqu í, por alia , po r aq uí, po r

aUá, por ^q u í , V * a l lá , po r aqu í , po r a l lá , po r aqu í , po r a l lá ,

L&s Apalabras  dejan de oírse bruscamente. Se encienden**

S M

J

,

  e nT ™ J - a  escena, mientras se cierra lentamente el

telón.

T E L Ó N

s E n l a r e pr e se n ta c ió n s e s u pr i m ie r on o a l g p l i -

c a s d e e s t a ú l t i m a e s c e n a . P o r

  p

u e s a l a u t o r n o

sen t ac ión .

Guilherme Figueiredo

LA ZORRA Y LAS UVAS

Page 168: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 168/267

Page 169: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 169/267

L A Z O R R A Y L A S C J V A S

" La zo r ra y l as u v as" fu e es t ren ad a p o r l a Co mp an h ia

Dramát i ca Nac io n a l B ras i l e i ra en l a t emp o rad a d e 1 9 5 3 ,

co n Serg io Card o so en e l p ap e l d e Eso p o . Se es t ren ó e l 1 8

d e ab r i l d e 1 9 5 6 , p o r e l Tea t ro Po p u la r Casacu b er t a , en su

p r imer t emp o rad a , en e l Tea t ro Can d i l e j as d e l a c iu d ad

d e Bu en o s Ai res .

R E P A R T O P O R O R D E N D E A P A R I C I O N

C L E I A

L I L I Á N R I E R A

M E L I T A

D E L M A R I C C I

X A N T O S

C A R L O S A C E B A L

E S O P O

F E R N A N D O A C E B A L

E T Í O P E

M I G U E L S E G O V I A

A G N O S T O S

J O R G E T H O M P S O N

D i r e c c i ó n g e n e r a l :  J O S É G A L L O  y  E U G E N I O F I L I P P E L I I

E s c e n o g r a f í a y v e s t u a r i o :  A N T Ó N

R e a l i z a c i ó n :  J O S É V A C C A R O

M ú s i c a :

  H É C T O R S O R Í N

L u m i n o t é c n i c a :  Á N G E L V I C O

A C T O P R I M E R O

La  casa  de Xautos  en Sanios. Entradas  a  derecha  iz-

quierda  y a  foro. Un gongo. Algunas banquetas.  Un  «'clis-

KL Lt

  P

Z

tLC

°v

 d f0,ld

\r

  vc

  *  j< dín.  En  escena

(+E1A, esposa  de Xantos,  y  M E L I T A  esclava. Melita  está

Peinándole  los cabellos  a  Cleia.

M E L I T A   (en tanto peina los cabellos de Cleia)

  — y

en to n ces Amin d a co n tó q u e Cr i s ip o reu n ió a su s d i s c íp u lo s

en l a p l aza^ s eñ a ló a tu mar id o y d i jo : " Tien es lo q u e n o

p erd i s t e Xan to s , resp o n d ió : " Es c i e r to . " C r i s ip o . co n t i -

n u o : N o p e r d i s te c u e r n o s . . . " X a n t o s, a s i n t i ó : " E x a c t o . "

Y Cr i s ip o , co n c lu y ó : " Tien es lo q u e n o p er d i s t e . . . No p er -

d i s t e cu ern o s ; lu eg o lo s t i en es . "

  (Cleia se ríe.)

  To do s <=c

r i e ro n a p lacer .

C L E I A . - E s i n g e n i o s o . E s l o q u e e l l o s l l a m a n u n s o f i s m a .

(Breve pausa.)

  ¿M i mar id o v a a l a p l aza p ara s e r in su l t ad o

p o r lo s d e rmis f i ló so fo s?

M E L I T A .

  — N o . X a n t o s e s s u m a m e n t e i n t e li g e n t e . E n m e -

d io d e las r i s as g en era les , l e d i jo a C r i s ip o : " C r i s ip o tu

mu je r t e en g añ a y n o p o rq u e n o t en g as cu ern o s . . . Lo q u e

h as p erd id o es l a v e rg ü en za . " Se acab aro n l as r i s as , y lo s

d i s c íp u lo s d e Cr i s ip o y lo s d e Xan to s s e l an zaro n u n o s co n -

tra o tros .

C L E I A . - ¿ R i ñ e r o n ? . . .

  (Melita, asiente.)  ¿ A m i n d a c ó -

mo h a s ab id o es to ?

M E L I T A .

  — Estaba en la p laz a.

Page 170: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 170/267

C L E I A . -  Voso t r as , esc lavas , sabéis lo que  P A S A  en Samos

mejor que noso t r as , l as que somos l ib r es .

M E L I T A . - L a s m u j e r e s l i b r e s n o s a l e n d e c a s a . E n c i e r t o

m o d o ,

  s o n - m á s  e s c l a v a s

  qu e

  noso t r a s . ,

C L E I A . - E s

  v e r d a d .

  (Breve pausa.)

  ¿Te gus tar ía ser

  LI-

hrC

MEHTA Cle ia. Vivo bien aquí y todos me consi-

d e r a n ' E s ' b u e n o ¿ e r e s c l a v a d e u n h o m b r e i l u s t r e c o m o t u

m a r i d o . P u d e h a b e r s i d o c o m p r a d a p o r a l g ú n m e r c a d e r

o por a lgún so ldado ; per o tuve la suer te de ven i r a ser de

tu mar ido .

C L E I A . - ¿ E s o  t e p a r e c e u n c o n s u e l o .

M E L , T A . - M e p a r e c e u n h o n o r . ¡ E s u n f i l o s o f o , C t e » .

C L E U . - Y O  p r e f e r i r í a q u e f u e s e m e n o s f i l o s o f o

  J

  m a s

mar ido . Par a mí , lo s f i lóso f os son per sonas que: se ded ican

" aumentar e l númer o de los subs tan t ivos abs t r ac tos .

MEJ ITA. —   t  X a n t o s  i « v e n t a m u c h o s .

C L E I A  N i s iqu ier a eso . Y ah í es td lo r id ícu lo , es un

f i ló so f o ' que no enr iquec e e l vocabu lar io de las con t r over -

s i a s . ¿ T e r m i n a s t e ? .

M E L I T A   - Cas i . Es ag r a dab le peinar tus cabel los mis

dedos se quedan con e l tono y con la luz que t i enen .  (Breve

* ^ ^ ^

  . . » « ,

hín desdeñoso.)  Y o a d m i r o a t u m a n d o .

C L E I A  - /P or qué no d ices también que es tas ena mo r ada

de a Te encan ta r ía , ¿n o? , que me r epud iase , que te h i -

c i e r a l i b r e . . .

  y

  q u e

  s e c a s a r a c o n t i g o .

M E L I T A . - N O '

  d i g a s e s o . . .

  (Breve „«usa.)

  Ademas ,

" - T i : m an er a . i-o rn io p ar t e de sus b ie ne s, com o

tú , l as demás esc lavas , y es ta casa .

M E L I T A . - C u a n d a v i a j a , l e . r a e s i e m p r e u n r e g a l o .

C L E I A . - N o e s e l a m o r l o q u e m u e v e a l o s h o m b r e s a

h a c e r r e g a l o s a s u s m u j e r e s . E s l a v a n i d a d . . . o e l r e m o r -

d i m i e n t o .

M E L I T A . — X a n t o s e s u n h o m b r e i l u s t r e .

( . L E Í A . - — E s e l f i l ó s o f o d e l a p r o p i e d a d : ' " L o s h o m b r e s

n o s o n i g u a l e s ; y a c a d a u n o l e c o r r e s p o n d e u n a d á d i v a o

u n c a s t i g o . . . " L a d e m o c r a c i a g r i e g a e s e s t o : e l d e r e c h o

q u e t i e n e e l p o b r e a e l e g i r s u t i r a n o . E l d e r e c h o q u e t i e n e

e l t i r a n o a d e c i d i r s i t e d e j a p o b r e o t e h a c e r i c o ; s i t e d e j a

l i b r e o t e h a c e e s c l a v o . E s e l d e r e c h o q u e t i e n e el p u e b l o

a o i r a X a n t o s d e c i r q u e l a i n j u s t i c i a e s j u s t a , q u e e l s u f r i -

m i e n t o e s a l e g r í a ; y q u e e s t e m u n d o f u e o r g a n i z a d o d e

m o d o q u e é l p u e d a b e b e r b u e n o s v i n o s , t e n e r u n a c a s a e s -

p l é n d i d a , a m a r a u n a m u j e r h e r m o s a . ¿ T e r m i n a s ?

M E L I T A .  —  S í . . . U n m o m e n t o , y v a s a e s t a r a ú n m á s

b o n i t a p a r a t u f i l ó s o f o ;

C L E I A

  (con un leve matiz de desdén).

  — M i f i l ó s o f o . . .

L o s f i l ó s o f o s s o n s i e m p r e c r i a t u r a s d e m a s i a d o l l e n a s d e

p a l a b r a s . ,

M E L I T A -  —  T ú n o l o q u i e r e s . D e h a b e r e s t a d o e n l a p l a -

z a e l o t r o d í a , t e h u b i e r a s r e í d o d e é l c o m o l o s d i s c í p u l o s d e

C r i s i p o : é l , e n c a m b i o , t e q u i e r e , e s r i c o , Ic h a c e r e g a l o s .

C L E I A .

  —  L o s t i r a a m i s p i e s , c o m o l i m o s n a s .  (Pausa.)

D i m e , M e l i t a : a q u é l c a p i t á n d e g u a r d i a s q u e l l e g ó a A t e -

n a s , ¿ e s t á t o d a v í a e n l a c i u d a d ?

M E L I T A

  (que ha terminado ya de peinarla).  — ¿ P a r a e s o

t e a c i c a l a s ?  (Breve pausa.)  T u m a r i d o l l e g a h o y , C l e i a .

C L E I A .  —  E n t r a r á p o r e s a p u e r t a , y d i r á : " C l e i a , a m o r

m í o , l e t r a i g o u n r e g a l o . " Y d e s p u é s : • ' B u e n o . . . M e v o y a

v e r a m i s d i s c í p u l o s . "   (Por la puerta del fondo, entra

Xantos.)

X A N T O S

  (entrando).  — ¡ C l e i a , a m o r m í o . l e t r a i g o u n

r e g a l o

C L E I A .

  — ¡ A h . . . ¿ H a s l l e g a d o ?  (Cleia hace un gesto

a Melita para que salga. ¡Melita  sale por la derecha.)

Page 171: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 171/267

X A N T O S . — B é s a m e , C l e i a .

  (Un beso convencional.)

  E s

e l r e g a l o m á s c u r i o s o y m á s e x t r a ñ o d e c u a n t o s t e h e t r a í d o .

F

  C L E I A . - - D é j a l o e n l a m e s a .

X A N T O S .  — N o p u e d o . E s m u y g r a n d e . ¿ Q u i e r e s v e r l o .

(Antes d e que Cleia responda, Xantos bate palmas Entra

Esopo, vestido con un sayo que le llega hasta las rodillas.)

C L E I A

  (entre asustada y divertida).—

  ¿ Q u é e s e s t o ?

X A N T O S .  —  T u r e g a l o .

C L E I A . — ¿ E s t o ? . . .

  (Mirando a Esopo.)

  ¿ E s t o ? ¿ E s u n

e s c l a v ó ?

X A N T O S .  —  E s u n e s c l a v o . S e l l a m a E s o p o .

C L E I A

  (riéndose a carcajadas). —

  ¡ Q u é f e o e s

X A N T O S

  (con orgullo). —Es

  e l e s c l a v o m á s f e o d e t o d a

Grec ia .

C L E I A . —  ¿ Y  tu v i s t e  e l  v a l o r d e c o m p r a r m e e s t o . A a a -

t o s : ¡ e s " u n i n s u l t o ¿ C ó m o h a s t e n i d o e l v a l o r d e c o m -

p r a r l o ?

X A N T O S .  —  N o l o h e c o m p r a d o .

E S O P O .  —  N o m e h a c o m p r a d o . H e v e n i d o d e g r a c i a .

C L E I A  (por Esopo).—   ¡ Y h a b l a

X A N T O S  (a Cleia).-  - ¡ D e g r a c i a , C l e i a ¿ T e i m a g i n a s ? . . .

E n e l P i r e o c o m p r é u n n e g r o e t i o p e p a r a l a s t a r e a s p e s a -

d a s , y e l m e r c a d e r d e e s c l a v o s m e d i o e s t e g r a t i s . T ú n o

s a b e s a p r e c i a r l o . P e r o e s u n t e s o r o . •

C L E I A .  —  ¡ S a c a t u t e s o r o f u e r a d e a q u í

X A N T O S . — E s p e r a . C l e i a . . . V a s a v e r .

E S O P O .  — H a b í a u n a z o r r a q u e n o . h a b í a v i s t o n u n c a u n

l e ó n . U n d í a , s e e n c o n t r ó d e c a r a c o n u n o ; y c o m o e r a l a

p r i m e r a v e z q u e l o v e í a , s i n t i ó t a l p a v o r q u e p o r p o c o s e

m u e r e . A l e n c o n t r a r l o p o r s e g u n d a v e z , a ú n t u v o m i e d o ;

p e r o m e n o s . L a t e r c e r a v e z q u e l o v i o , s e a t r e v i ó a a c e r -

c a r s e y a h a b l a r c o n e l l e ó n . E s t a f á b u l a n o s e n s e ñ a q u e

n u e s t r o s o j o s s e h a c e n i n d i f e r e n t e s a l o f e o , d e l m i s m o

m o d o c o m o s e a c o s t u m b r a n a l a b e l l e z a d e l c u e r p o d e l a

m u j e r q u e r i d a .

X A N T O S

  (tras haber oído boquiabierto, la historia, dán-

dose vuelta hacia Cleia).

  — ¿ Q u é t a l ? . . .

C L E I A . — E s g r a c i o s o .

  (A Esopo.)

  ¿ T e c o n s i d e r a s u n

l e ó n ?

E S O P O . — U n t i g r e y u n a z o r r a d i s c u t í a n p a r a v e r c u á l

d e l o s d o s e r a m á s h e r m o s o . E l t i g r e s e v a n a g l o r i a b a s i n

c e s a r d e l a v a r i e d a d d e s u p e l a j e . L a z o r r a , e n t o n c e s , l e

d i j o : " S o y m á s h e r m o s a q u e t ú . p o r q u e 11 0 t e n g o l o s c o l o -

r e s v a r i a d o s e n e l c u e r p o , s i n o e n e l e s p í r i t u . "

X A N T O S

  (boquiabierto, como antes).

  —  ¿ Q u é t e p a r e c e ?

¡ E s f o r m i d a b l e

C L E I A . — ¿ L o e d u c a r o n e n a l g ú n p a r q u e z o o l ó g i c o ?

E S O P O . — E l p a v o r e a l s e b u r l a b a d e l a c i g ü e ñ a y l e c r i -

t i c a b a 1 a p o b r t x a d e c o l o r e s d e s u s p l u m a s : " Y o m e v i s t o

d e o r o y d e p ú r p u r a ; t ú 1 10 t i e n e s n a d a h e r m o s o e n t u s

a l a s . ' ' L a c i g ü e ñ a , l e r e p l i c ó : " Y o v u e l o p a r a c a n t a r c e r c a

d e l o s a s t r o s , y a l c a n z o l a s a l t u r a s d e l c i e l o : t ú s ó l o a n d a s

p o r l a t i e r r a l l a n a y e n t r e el b a r r o . "

X

X A N T O S

  (a Cleia).

  —  ¿ L o v e s ? . . . E s u n c o l e g a , u n

f i l ó s o f o .

E S O P O

  (a Xantos).

  — T e l o r u e g o : 1 10 m e l l a m e s f i l ó -

s o f o . R e s p e t e m o s l a s p a l a b r a s . A p e n a s s i s o y u n n a r r a d o r

d e f á b u l a s .

C L E I A

  (a Xantos, risueñamente sorprendida).

  ¡ T e d a

l e c c i o n e s , . -

X A N T O S . — M e d i v i e r t e . D i l e a M e l i t a q u e e n s e ñ e a l

e t í o p e d ó n d e t i e n e q u e a l o j a r s e .

  (Cleia bate palmas. Entra

Melita; y al ver a Esopo, no puede reprimir una exclama-

ción de miedo y horror. Reprendiéndola.)

  ¡ M e l i t a

E S O P O . — D é j a l a q u e s e a s u s t e , s e ñ o r . E s t o y a c o s t u m -

b r a d o a v e r e l e s p a n t o e n l a s c a r a s d e t o d o s l o s q u e m e

m i r a n . C u a n d o m e o f r e c i e r o n a t i , ¿ t e a c u e r d a s d e l o q u e .

Page 172: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 172/267

t e d i j e ? Q u e a u n q u e y o n o s i r v i e r a p a r a n a d a , p o d r í a s

a p r o v e c h a r m e , s i t e n í a s h i j o s c o m o p e r s o n a j e p a r a d a r l e ,

m i e d o : " S i n o o s e s t á i s q u i e t o , l l a m o a E s o p o p a r a q u e

o s a s u s t e .

C L E I A  (sonriendo).-—  ¡ E s g r a c i o s o

E S O P O . - S í ,  m u j e r ,  s í ; s o y g r a c i o s o . P e r o c u a n d o h a g o

r e i r a l o s d e m á s n o p u e d e s i m a g i n a r t e l o s e r i o q u e y o m e

q u e d o .

C L E I A . — ¿ D e q u é ?

E S O P O . — D e l a f e a l d a d d e m i c a r a y d e l o q u e d i g o .

N i u n a c o s a n i o t r a p r o v o c a n m i r i s a . N o m e r e c e n e s a d e -

m o s t r a c i ó n d e i n t e l i g e n c i a .

X AN TO S. — P o r e s o m e q u e d é c o n t i g o . . . , p o r q u e e r e s

i n t e l i g e n t e . ,

E S O P O . —   ¿ T Ú

  t e d i s t e cu en ta?

  (Cleia se ne.)

M E L l T A . - ¡ P e r o e s t a n f e o , X a n t o s . . . , ¡ l o s d i o se s m e

p e r d o n e n i r -

E S O P O

  (a Melila).-

  T e p e r d o n a r á n . E s c u c h a e s t a t a -

b u l a ; u n h o m b r e p o b r e t e n í a u n a e s t a t u a d e u n d i o s , a

q u i e n r e z a b a p a r a q u e l e d i e r a l a r i q u e z a . C o m o e l d i o s n o

l e a t e n d í a , e l h o m b r e l o t o m ó p o r u n a p i e r n a y l e r e v e n t o

l a c a b e z a c o n t r a l a p a r e d . L a c a b e z a e s t a b a l l e n a d e m o -

n e d a s d e o r o ; y e l h o m b r e s e e n r i q u e c i ó . L o s d i o s e s p e r -

d o n a n s i e m p r e a l o s h o m b r e s ; p a r a e s o l o s i n v e n t a m o s

S i l o s d i o s e s n o e x i s t i e s e n , p i é n s a l o b i e n , ¿ q u i e n h a b í a d e

p e r d o n a r n o s ? . .

C L E I A  (a Esopo).-  E s i n g e n i o s o l o q u e d i c e s .  (A tan-

to*.)

  C o n t e s t a , X a n t o s : ¿ q u i é n h a b í a d e p e r d o n a r t e .

X A N T O S  (a MelÜa).  — F u e r a h a y u n e s c l a v o e t i o p e q u e

t a m b i é n e s m í o . L l é v a l o a d e n t r o .  (Melitasale

  ?0

r la puerta

del fondo. Xantos se da vuelta h acia Cleia. I or tsopo )

;

V e s c ó m o e s i n t e l i g e n t e ? D u r a n t e e l v i a j e m e s a c o d e

m u c h a s d i f i c u l t a d e s . Y h a s t a d e s c u b r i ó u n t e s o r o p a r a m i .

C L E I A  (a Esopo).

  -  ¿ D e s c u b r i s t e u n t e s o r o v s e l o e n -

t r e g a s t e a X a n t o s ? . . . ¿ P o r q u é ?

E S O P O . - E r a m u y p e s a d o . D e h a b é r m e l o q u e d a d o t e -

m a q u e c a r g a r l e . . . D á n d o s e l o a t u m a r i d o , l e o b l i g u é a

s o p o r t a r u n f a r d o , c o m o c u a l q u i e r e s c l a v o .

  Desprecio

  l a

r i q u e z a . L o s d é l f i c o s ¿ s a b e s ? , t i r a n d e s d e l o a l t o d e u n

p r e c i p i c i o a l o s q u e e n t r a n e n e l t e m p l o d e A p o l o a r o b a r

o b j e t o s d e o r o . É s e e s u n c a s t i g o q u e n o s u f r i r é n u n c a .

(Mehta entra por la puerta del fondo, seguida de un enor-

me negro etíope.)

C L E I A  (por el etíope).— ¿Y

  e s t o ?

X A N T O S . -

  B u e n a c o m p r a , ¿ n o ?

  (A Esopo, que ha dado

un paso atrás al ver al etíope.)

  N o t e g u s t a , ¿ e h ?

E S O P O . - P r e f i e r o m i s a n i m a l e s a l o s t u y o s .

  (Melila sale

ron el etiope por la puerta de la derecha.) '

X A N T O S  (a Cleia).-  E l e t í o p e a z o t ó a E s o p o d u r a n t e

e í v i a j e .

C T . E I A .  - -  ¿ L o a z o t ó ? . . . ¿ p

o r

  q u é ?

X A N T O S . - Y o s e l o o r d e n é .

  (A Esopo.)

  ¿ N

0

  f u e a s i ?

E S O P O . A s í f u e . Y e l n e g r o o b e d e c i ó c o n u n a i n t e l i -

g e n c i a s o r p r e n d e n t e .

C L E I A  (a Esopo).

  - - ¿ P o r q u é t e a z o t a r o n ?

E S O P O .  —  Q u e r í a s e r l i b r e .

C L E I A .  —  ¿ I n t e n t a s t e h u i r ?

E S O P O . - N o . I n t e n t é c o n s e g u i r q u e X a n t o s m e l i b e r t a d .

L . L E I A .

  ¿ \ e l t e h i z o c a s t i g a r ?

  (A

  Xantos•)

  ¡ E s i n -

d i g n o d e t i '

  1

E S O P O . - N o , s e ñ o r a . . . \

c

. E s m u y d i g n o d e é l .

A A N T O S . — ¡ T e h a g o a z o t a r d e n u e v o

E S O P O  (con temor).-.-¡K  o . . . ¡ P o r f a v o r , n o A ú n

e n g o e l c u e r p o h e r i d o d e l o s g o l p e s d e l a ú l t i m a v e z . T e

l o r u e g o , s e ñ o r : n o . . . ¡ N o

X A N T O S .  —  ¿ T e m e s e l d o l o r ? D e b í a s t a m b i é n h a c e r t e

e s t o i c o .

Page 173: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 173/267

E s 0 P 0

. - E s h u m i l l a n t e p a r a e l e s p í r i t u t e n e r e l c u e r p o

" o o l i b e r t a d N o s i r v e

^ - i - e . o . e . c r e e ^ W C ^

E s o p o , c ó m o f u e n u e s t r o v r a j e . . . L u e n t a l e

l a c e s t a d e l p a n . ,

F S O P O . - C u a n d o v e n í a m o s , X a n t o s m a n d o q u e c a d a u n o

d e l o s e s c l a v o s l l e v a s e u n f a r d o . T o d o s p r o c u r a r o n l o s f a > -

L m e n o r e s , e n l o s

  q

u e h a b í a t e l a s ,

e l e g í e l m a y o r : u n a e n o r m e c e s t a d e p a n . T o d o s s e

S U e l e t í o p e .

  P - o  el  p r i m e r

  d í a  t — q u e c o -

l i g e n t e ? . . . Y l o q u e a n t e s t e h e d i c h o : e n e l v . a j e ,

c u b r i ó u n t e s o r o .

C L E I A  (a Esopo).  -  ¿ C ó m o l o d e s c ú b r a t e .

F S O P O - E n e l c a m i n o h a b í a u n m o n u m e n t o c o n u n a

• - „ T e X a n t o s d i i o q u e e r a i n d e s c i f r a b l e . L e p r e -

C r ^ r Ü T - ¿ i * » ' " " c o n t e s t ó q u e

í y y o l e í l o q u e e s t a b a e s c r i t o : " A c u a t r o p a s o s d e a q u .

h a y  Z  t e s o r o . X a n t o s n o q u i s o c r e e r m e : « ¿ C o m e , p u ^ o

s a b e r s i e s v e r d a d q u e l o h a s d e s e r t a d o ? 7 ™

  P

' f J

d e

Y v o l e d i j e : " S i t e l o d e m u e s t r o , ¿ m e d a r a s l a m i t a d d e

I

Y

; e n c o n t r e m o s ? " X a n t o s , a s i n t i ó . A c u a t r o p a s o s d e

a l l í a b r í u n h o y o y e n c o n t r é u n c o f r e l l e n o d e m o n e d a s .

Xantos, entoncés, me   h i z o a z o t a r .

X A N T O S — ¿ Q u é n e c e s i d a d t i e n e s d e u n t e s o r o . ' . . . ¿ R »

r i p o p r l i b r e

9

  N i n g ú n p l a c e r t e c o n s o l a r á d e s e r f e o , n i n -

g u n a

  r i q u e z a f e d a r á a l e g r í a . E s m e j o r q u e y o s e a n e o ,

y q u e t ú s e a s m i e s c l a v o .

C L E I A . — D e b í a s l i b e r a r l o . N i s i q u i e r a s i r v e d e a d o r n o

a n u e s t r a c a s a .

X A N T O S . — ¿ T ú t a m b i é n t e p o n e s d e s u p a r t e ?

E S O P O

  (a Cleia).

—   ¿ T a m b i é n t ú t e p o n e s d e m i p a r t e ?

N o d e b e s h a c e r l o . Y o s o y ú t i l , s e ñ o r a . D e s c u b r o t e s o r o s ,

c u e n t o f á b u l a s d i v e r t i d a s , s é r e s o l v e r d i f i c u l t a d e s . U n h o m -

b r e q u e t e n g a t o d o e s t o e n s u m a n o , ¿ e s c a p a z d e r e n u n c i a r

a t a n t a f o r t u n a ? A d e m á s , s o y f e o , n o g u s t o a l a s m u j e r e s :

m i s a m o s n o t i e n e n p o r q u é s e n t i r t e m o r p o r m í . N o p u e d o

h u i r , p u e s t o d o s m e r e c o n o c e r á n .  (Melancólico.)  P e r o m e

g u s t a r í a s e r l i b r e . N o h e v i s t o d e l m u n d o m á s q u e u n t r é -

m u l o r e f l e j o d e l a v i d a , a t r a v é s d e m i s l á g r i m a s . P o r e s o

e s t o y s i e m p r e t r i s t e , y s o y d e s c o n f i a d o .

C L E I A . — D é j a l o l i b r e , X a n t o s .

X A N T O S  (irritado).  — ¿ Q u é s a t i s f a c c i ó n e n c u e n t r a s e n

q u e r e r m a l b a r a t a r m i s b i e n e s ? ¿ D e j a r l i b r e a u n e s c l a -

v o ? . . . ¿ Q u é p o d r í a h a c e r , s i n n a d i e e n e l m u n d o ? N o . . .

(A Esopo.)  A ú n n o e s t á s m a d u r o p a r a l a l i b e r t a d . S ó l o

c u a n d o a p r e n d a s c o n m i g o a s e r f u e r t e , r i c o , p o d e r o s o , p o -

d r á s a f r o n t a r l a v i d a s i n e x t r a v i a r t e .   (A Cleia.)  T e d e j o ,

q u e r i d a . V o y a v e r a m i s d i s c í p u l o s .   (Xantos sale por la

puerta del fondo.)

C L E I A  (a Esopo).  — ¿ D e m o d o q u e q u i e r e s s e r l i b r e ?

E S O P O . — E s e l d e r e c h o a l a e s p e r a n z a , u n d e r e c h o d e

l o s e s c l a v o s .

C L E I A . — ¿ P a r a q u é q u i e r e s s e r l i b r e ?

E S O P O D e b e h a b e r u n l u g a r e n e l m u n d o d o n d e h a y a

u n a r r o y o e n e l q u e p u e d a b e b e r a g u a e n e l h u e c o d e l a s

m a n o s , s i n q u e n a d i e v e n g a d e c i r n o s s i e s h o r a d e b e b e r

o d e t e n e r s e d . . . U n l u g a r , d o n d e l o s r u i s e ñ o r e s n o h u y a n

c u a n d o e l h o m b r e s e a c e r c a . ¿ T e h a s d a d o c u e n t a d e c ó m o

h u y e n l o s a n i m a l e s d e l a p r e s e n c i a d e l h o m b r e ? C u a n t o

m á s c o n o z c o a l o s h o m b r e s , m á s a m o r s i e n t o p o r l o s a n i -

m a l e s . . . Q u i s i e r a p o d e r c o n t a r l e s m i s f á b u l a s e n s u l e n -

Page 174: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 174/267

J LO E• « , - S a b e s ? ¡ o h l o b o , d e v o r a d o r d e c o r d e -

Z ' U Z ^ ^ t s h o m b r e s , q u e t a m b i é n s e

c * o t r o s P e r o n o c o m e n l o s c a d a v e r e s . . . ; l o s

r ^ r ^ X — o m a t a n p a r a a i i m e n t a ,

- • ¿ ^ t ó - Í T c i ' f e r i a s e l l e n g u a * d e

' " E ^ -

I

N O   h e a p r e n d i d o y a e l d e l o s h o m b r e s ? U .

h o m b r e s h a b í a n y n n n e a s e e n t i e n d e n . L o s a n i m a l e s s i o n

u n s i m p l e g r i t o , d i c e n : " ¡ Q u i e r o a m a r J e ^

b r e " , " i  V i e n e  e l e n e m i g o , i E s t o y n e n a o

  B

eu án ta su t i l eza es n ecesa r i a en e l so n p ara ex p resa r

  t o d o

r r r r . K í R ' ^ r

t r e m e n , J s o n e s i g n o r a d o s , l o s s o n e s q u e d e s p —

c o n n u e s t r o s o í d o s t o r p e s y d u r o s . , A h ~ e

o i r l a v o z d e l a l i b e r t a d , q u e c a n t a e n t o d o s

C L E I A . - ¿ Q u i e r e s d e v e ra s s e r l i b r e ? A p r o v é c h a t e a h o-

r a

E s o P o

e

- N o p u e d o . . . M í r a m e . L a l i b e r t a d e s n o e s t a r

e n p e l i g r o d e s e r ' a p r e s a d o . L a l i b e r t a d » - ^ ^

d e s t i n o T o d o s h a n d e s a b e r q u e l a g e n t e e s l i b r e . . .

b e

c L n - ¡ H u í ' L e d i r é a X a n t o s q u e y o t e d e j é l i b r e

E s O P O . — X a n t o s t e c a s t i g a r í a , . . ; y p a r a q u e h a y a l i -

b e r t a d e s p r e c i s o q u e n a d i e s e a c a s t i g a d o p o r s u c a u s a . S .

y o s i n t i e r a u n s o l o ' r e m o r d i m i e n t o p o r m i l i b e r t a d , n o s e n a

l i b r e .

C L E I A — i Q u é i n g e n u o e r e s

E S O P O . — X a n t o s e s m á s i n g e n u o q u e y o . . . I n v e n t o u n

m u n d o d e d e s e o s s a t i s f e c h o s , y c r e e q u e e s e m u n d o e x i s t e .

Y o s o y p a r e c i d o a t i : n o m e r e s i g n o . •

C L E I A . — ¿ C ó m o s a b e s q u e y o n o m e r e s i g n o ?

E S O P O . — L o v e o e n t u s o j o s . A v e c e s , b r i l l a n c o m o 9 i

h u b i e s e d e n t r o d e t i u n a m a n e c e r d e a n h e l o s . D e s p u é s , s u

l u z l a n g u i d e c e c o m o u n a p u e s t a d e s o l .

C L E I A .  —  T e p r o h i b o m i r a r m i s o j o s .

E S O P O .  —  T i e n e s r a z ó n . N o e s j u s t o q u e m i c a r a s e r e -

f l e j e e n t u s p u p i l a s .

  (Cleia baja los ojos, se reclina en el

"clispios".

C L E I A . — C u é n t a m e u n a f á b u l a .

E S O P O . — U n l o b o v i o u n p e r r o m u y g o r d o a p r i s i o n a d o

p o t u n c o l l a r , y l e p r e g u n t ó : " ¿ Q u i é n t e a l i m e n t a a s í ? "

" M i a m o , e l c a z a d o r " ,   — c o n t e s t ó e l p e r r o — . " Q u e l o s d i o s e s

m e g u a r d e n d e l m i s m o d e s t i n o "   — e x c l a m ó e l l o b o — . " P r e -

f i e r o e l h a m b r e a l c o l l a r " .

C L E I A

  (riéndose).—   ¿ L e h a s c o n t a d o e s t a f á b u l a a

X a n t o s ?

E S O P O . — S e l a c o n t é . . . y a l t e r m i n a r m e d i j o : " ¿ Q u é

s i g n i f i c a ? "

C L E I A .  —  C u é n t a m e a h o r a u n a p a r a m í .

E S O P O . — U n a z o r r a h a m b r i e n t a v i o u n r a c i m o d e u v a s

e n l o a l t o d e u n a p a r r a ; q u i s o a l c a n z a r l o , p e r o n o l o c o n -

s i g u i ó . Y e n t o n c e s , s e a l e j ó d i c i e n d o : " E s t á n v e r d e s " .

C L E I A .  —  T e p r e g u n t o l o m i s m o q u e X a n t o s : ¿ q u é s i g n i -

f i c a ?

E S O P O .  —  N o , t ú n o p u e d e s h a c e r m e e s a p r e g u n t a . N o

t i e n e s p o r q u é h a c e r l a .

  (Por la puerta del fondo entra Xan-

tos rápidamente. Viene contentísimo.)

X A N T O S . ' — ¡ C l e i a . . . M e a l e g r o d e q u e e s t é s a q u í . . .

Y t ú t a m b i é n , ' E s o p o . ¡ A c a b o d e h a c e r u n d e s c u b r i m i e n t o

p n l a p l a z a ¡ U n d e s c u b r i m i e n t o m a r a v i l l o s o V a s a v e r . . .

A l g o q u e t e v a a d e s c o n c e r t a r .  (Confidencial.)  U n h o m b r e

. r a r o , r a r í s i m o .

C L E I A

  (\despectiva).—   ¡ B a h U n o d e t u s d e s c u b r i m i e n t o s .

X A N T O S . — M á s r a r o q u e e l d e E s o p o . . . U n h o m b r e

Page 175: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 175/267

q u e d esp rec ia to d o s lo s b ien es d e l mu n d o , to d o s lo s p la -

c e r e s , t o d o s l o s s u f r i m i e n t o s .  (Acercán dose a la puerta del

fondo.)  ¡Entra (Entra Agnostos. Es un atleta brutal, ves-

tido de capitán de los guardias de Atenas, con una gran

espada y un escudo. Presentándole a Cleia y a Esopo.)

M i m u j e r . . . M i e s c l a v o E s o p o .  (A Cleia y a Esopo.)  M i-

r a d b i e n a e s t e h o m b r e . M í r a l e , E s o p o . . . E s m á s p e n s a -

d o r q u e tú .

C L E I A

  (a Agnostos).  —  ¿ E r e s e l c a p i t á n d e g u a r d i a s q u e .

h a l l e g a d o d e A t e n a s ?

A G N O S T O S  (apenas con un gruñido).  —  H u m .

X A N T O S .  — Y o e s t a b a e n l a p l a z a c o n m i s d i s c í p u l o s , y

h e v i s t o a e s t e h o m b r e . H e q u e r i d o h o n r a r l o , i n v i t á n d o l o :

" E x t r a n j e r o , ¿ q u i e r e s b e b e r v i n o c o n m i g o ? " Y é l m e h a

c o n t e s t a d o . . .

A G N O S T O S

  (interrumpiéndole, contesta como antes, sa-

cudiendo negativamente la cabeza). — Hum.

XANTOS.—¿Qu ieres v e r l a s lu ch as en e l e s t ad io ? Y é l

m e h a c o n t e s t a d o . . .

A G N O S T O S  (lo mismo que antes).  — H u m .

X A N T O S .  — ¿ Q u i e r e s i r a l o s b a ñ o s ? . . . ¿ Q u i e r e s i r a .

t e m p l o d e M i n e r v a ? . . . ¿ Q u i e r e s v e r a l a s c o r t e s a n a s d e l

b a r r i o d e V e n u s ? A t o d o r e s p o n d í a q u e n o . " ¿ Q u e e s , p u e s ,

l o q u e q u i e r e s ? " , l e h e p r e g u n t a d o a l f i n . Y él m e h a c o n -

t e s t a d o . . .

A G N O S T O S .—

  N a d a . N o q u i e r o n a d a .

X A N T O S .

  — ¿ Q u é o s p a r e c e ? ¿ N o e s a d m i r a b l e ? N u n c a

h e c o n o c i d o a u n h o m b r e a s í . H e e n s e ñ a d o s i e m p r e a m i s

d i s c í p u l o s q u e l o s h o m b r e s q u i e r e n a l g o : q u i e r e n a m o r , r i -

q u e z a s , v i v i r m á s . . . Q u i e r e n a l e g r í a . Y d e p r o n t o , d o y c o n

e s t e e j e m p l a r e x c e p c i o n a l : u n h o m b r e q u e n o q u i e r e n a d a .

Ya lo v e i s : n i s iq u ie ra s e s i en te fe l i z . . . No es t á d eses -

p erad o . Es tá s e ren o , en ca lma , co mo u n d io s . Y p o d r í a d e -

sea r mu ch as co sas , p o rq u e es jo v en , es fu e r t e , e s h e rmo so .

X A N T O S .  — Pero n o q u ie re n ad a . ¿ Qu é d ices d e e s to ,

Eso p o ?

E S O P O

  (a Agnostos).  — ¿ T e g u s t a v i v i r ?

A G N O S T O S . — N o .

E S O P O .  — Si te a r r a n c a r a n u n b r a z o , ¿ t e p o n d r í a s t r i s t e ?

A G N O S T O S . — N o .

E S O P O .

  — S i t e ag u je rease n lo s o jo s , ¿ t e s en t i r í a s d es -

e s p e r a d o ?

A G N O S T O S . — N o .

E S O P O .  — S i te d e j a r a n s o r d o , ¿ e n l o q u e c e r í a s ?

A G N O ST O S . — N o .

E S O P O .  — S i l e azo tasen , h as t a q u e tu c u erp o q u ed ase

e n c a r n e v i v a , ¿ s u f r i r í a s ?

A G N O S T O S . — N o .

E S O P O

  (a Xantos).  — X a n t o s . . .. E s t e c a p i t á n n o e s m a s

q u e u n h o m b r e q u e e s t á e n a m o r a d o , y n o e s c o r r e s p o n d i d o .

Só lo cu an d o l e su ced e eso s e q u ed a t an in d i fe ren te u n ca

p i t án d e g u ard ias . S i n o fu era as í , e s t a r í a v a h ac ien d o to d o

l o p o s i b l e p a r a s e r g e n e r a l .

C L E I A

  (a Agnostos, con cierta ansiedad).  — ¿ E s t á s e n

a m o r a d o ?

X A N T O S  (como confortando a Agnostos).  — V a m o s , a m i -

g o , v a m o s . . .  (Con desdén.)  ¡ L as m u j e r e s . . . ¡ B a h ¿ S e-

rá, tal vez, que las aborreces?...  (A un gesto de Cleiu.)

C l e i a : e s u n c a p i t á n . L o s s o l d a d o s n o t i e n e n c o m p l i c a c i o n e s

a m o r o s a s . ¿ N o e s v e r d a d , a m i g o ? . . . ¿ Q u é s o n l a s m u j e -

r e s ? U n f e n ó m e n o f i s i o l ó g i c o . . . C l a r o q u e u n a s p i e r n a s

b i e n t o r n e a d a s y d e r e c h a s , y u n a s c a d e r a s q u e s e b a l a n c e a n

c o m o l a s b a r c a s a n c l a d a s e n e l P i r e o , s o n u n a t e n t a c i ó n . .

h a y q u e r e c o n o c e r l o . P e r o n o s o n m á s q u e f i s i o l o g í a . . .

¿ N o e s c i e r t o , a m i g o ?

A G N O S T O S . — H u m .

»

Page 176: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 176/267

C L E I A  (a Xuntos)•

  —  No deb ías deci r eso ,  - ten iendo la

mujer que t i enes .

X A N T O S .

  — ¡ Ton ter ías " Haz que no s s i r van v ino , m ucho

vino.

  (Cleia bate palmas. Entra Melita.)

C L E I A .

  — T r a e v i n o y c o p a s .  (Melita sale y. vuelve en

seguida con una ánfora de vino, y copas. Xantos sirve a

Agnostos.)

X A N T O S  (a Cleia).  —

  S í . . . T ú , t ú e re s m i m u j e r . P e r o

vo hab lo desde la ó r b i ta de mi f i los o f ía . Cos tu r a , ho r no y

f ogón , son el ideal del hoga r . Es to , se com pr a . \ t ambién

s e c o m p r a , c u a n d o se va a C o r i n t o , e l p l a c e r . . . M u j e r e s

bár bar as y to r pes del nor te , de o jos p r o f undos de tu r quesa

y una pelusa como de o r o en toda la p ie l . Negr as e t íopes ,

cuyos besos t i enen un sabor de f r u ta s i lves t r e . Ar abes car -

nosas , mater nales , en las cuales e l hombr e se posa como un

gr an insecto sobr e una f lo r o lo r osa de Or ien te . Gr iegas ex -

per tas y lozanas y der r aman ver sos de Saf o en lus o ídos ,

m i e n t r a s t e a b r a z a n . . .  (Bebiendo.)  Eso son las muj er es .

C L E I A .

  — N o d e b í a s h a b l a r a s í d e l a n t e d e t u m u j e r ,

Xan tos .

X A N T O S .

  —  ¿ P o r q u é ? . . . E s u n m o m e n t o de c o n f i d e n -

cias .  (Bebe.)  Y tú , Esopo . ¿qué d ices de las mujer es?

Eso i ' o . — Par a mí , só lo son de dos espec ies : l as que nos

hacen su f r i r y las que su f r en por noso t r os . De las que su -

f r en por noso t r os no encon t r é más que una.

X A N T O S

  (riéndose histéricamente).

  - ¡ E s o p o . . . ¿ H i -

c i s te s u f r i r a u n a m u j e r ? ¡ C u e n t a , c u e n t a ¿ Q u i é n f u e ?

E S O P O

  (sencillamente).-  Mi mad r e .

XANTOS. - ¡ Ah , em bau cad or En tonces , su f r e s por to -

d a s l a s d e m á s . . . ¿ n o ? Ó y e l o b i e n , C l e i a ; ó y e l o b i e n , M e -

l i t a . . . ¡ E s o p o s u f r e ¿ Y p o r q u é n o ? E n el f o n d o , e s u n

hombr e más l l eno de deseos que yo . y menos es to ico que

es te cap i tán . Quier es a l as mujer es . . . y e l las no te qu ie-

r e n .  (Bebe.)  ¿ Q u é te p a r e c e M e l i t a ? ¿ T e g u s t a ?

XANTOS. — Ser ía la un ión per f ec ta : l a bel lez a y e l esp í -

r i tu . E l g r an ideal de los espar tanos .

E S O P O .

  — No asp i r o a tan to .

X A N T O S .

  — ¿ A q u é a s p i r a s , p u e s ?

ESOPO.—Tú lo sabes . A la l iber tad . Apenas s i a 1«

l iber tad .

X A N T O S .

  — ¿ Q u é h a r í a s d e l a l i b e r t a d , s i n a m o r ?

E S O P O .

  — ¿ Q u é h a r í a s t ú d e l a m o r , s i n l a l i b e r t a d ?

X A N T O S

  — T o n t e r í a s . . . ¡ T o n t e r í a s E l a m o r , c o m o

  tú

lo en t iendes , no es l iber tad , s ino sumis ión .   (A Agnostos.)

¿ N o e s v e r d a d , a m i g o ?

A C N O S T O

  (bebiendo).  — H u m .

E S O P O .

  — Es f an tás t ica la p r eci s ión de es te cap i tá n cuan-

d o a r g u m e n t a .

X A N T O S .

  — Es te hom br e es un f i l óso f o . Es un sab io .

E S O P O .

  — ¿Cr ee s que un cap i t án d e guar d ias pu ede ser

u n s a b i o ?

X A N T O S .

  — ¡ N o m e c o n t r a d i g a s (Sacando una bolsa

de monedas de su cinto.)  T o m a . . . V e te a l m e r c a d o y c o m -

p r a t o d o l o m e j o r q u e h a y a p a r a u n b a n q u e t e .   (A Agnos-

tos.)  Quier o hon r ar te po r tu val o r y tu sab idur íá , com-

p a ñ e r o .

ESOPO.— ¡ Qué cu r i os o . . . Los r icos gas tan con qu ien

no lo mer ece e l d iner o que no han mer ecido ganar .

X A N T O S .

  —  ¡ D a t e p r i s a , E s o p o L o m e j o r q u e h a y a .  (Eso-

po sale por la puerta del fondo.)

M E L I T A

  (junto a Cleia, por Agnostos).  — ¿ E s é l ? . . .

C L E I A . — S í , e s é l .

X A N T O S

  (a Agnostos). —  S i é n t a t e , a m i g o .  (Agnostos se

sienta.)   M u j e r : h ó n r a l o . . . L á v a l e l o s p i e s.  (Cleia hace una

leve inclinación de cabeza, y sale.)

  Amigo, estás en casa de

un f i lóso f o . Mi nombr e es Xan tos , y tengo muchos d i sc ípu-

los en t r e los es tud ian tes de Samos . Mi mujer es Cle ia .  (Por

Page 177: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 177/267

Melita.)  Es ta es Mel i ta , mi esc lava . Quien f u e a buscar que

comer es Esopo , que d icen que nació en Fr ig ia y es nar r a-

dor de fábulas.  (Melita alcanza las copas a Xantos y a

Agnostos, les sirve vino. Entra Cleia. Trae una anfora

con agua y una jofaina de bronce, que deja en el suelo.

Cleia se arrodilla delante de Agnostos y vierte agua en la

jofaina; después, le saca al capitán una de las sandalias

y empieza a lavarle los pies. Agnostos, bebe.)

C L E I A

  (a Agnostos, en voz alta).

  - ¿Es tuv is te en la

9

 

'

A G N O S T O S  (lacónico, bebiendo vino). —

  E n C r e t a .

  (A

Xantos.)  B u e n v i n o , X a n t o s .

X A N T O . - E s t á s e n S a m o s , a m i g o . . . L a t i e r ra d e l m a s

du lce v ino que se conoce.

A G N O S T O S  (por Cleia, que le sonríe).-

  H e r m o s a m u j e r ,

Xan to s . , ,

X A N T O S .  — É s t a e s t a m b i é n u n a t i e r r a d e m u j e r e s n e r -

f

  mosas.  (Xantos liace una seña a Melita para que le sirva

vino al capitán. Melita le sirve.)

A G N O S T O S  (por Melita). —

  L ind a esc lava .

X A N T O S .  — Si no f uer a s un homb r e des in ter es ado de las

cosas del mundo , t e l a r egalar ía .

C L E I A

  (en tanto Xantos

  bebe).—¿Regalar mi esc l ava .

M E L I T A

  (en son de protesta).

  — ¡ O h , s e ñ o r

X A N T O S  (a Agnostos). -

  ¿ V e s ? . . . T i e n e n m i e d o . S a -

ben que v iven b ien aqu í . Mi mujer no qu ier e per der a su

esclava , n i l a esc lava qu ier e per der e l b ienes tar que t i ene

en es ta casa .  (A las dos mujeres.)  A p r e n d e d de A g n o s t o s

a despr eciar los b ienes de la t i er r a .

A G N O S T O S  (mirando en torno). —

  M a g n í f i c a c a s a .

X A N T O S . — ¿ T e g u s t a ? . . . I c t i n o , q u e c o n s t r u y o e l P a r -

tenón de A tenas , l a h izo par a mí . . .

C L E I A

  (bajo a Agnostos, en tanto Xantos se sirve vino).

— ¿ T e q u e d a r á s m u c h o t i e m p o e n S a m o s ?

A G N O S T O S .

  — M a g n í f i c a c a s a .  (A Cleia.)

  ¿ E h ? . . ' . ¿ H a -

b labas conmigo? He ven ido a cus tod iar l a» coaechas . Cuan-

d o l a s f a e n a s t e r m i n e n , m e i r é .

C L E I A

  (con ansiedad).  — Estará s aq uí unos dos m eses,

¿ n o ?  (Cleia le ha lavado ya los pies a Agnostos. Le ata

de nuevo las sandalias y se pone en pie. M eliétr retira el

ánfora del agua y la jofaina')

A G N O S T O S

  (sin dejar de mirar en torno).

  — Magnifica

casa .

C L E I A

  (a Agnostos, en voz baja).  — No p e has contes-

t ado .

A G N O S T O S .  — Dos meses .  (Entra Esopo. Trae una fuente,

cubierta con un lienzo, que deja en la mesa. Xantos y Agnos-

tos van hacia la mesa. Xantos le hace una seña al capitán;

y ambos se sientan.)

X A N T O S  (descubriendo la fuente). —  ¡ A h . . .

  Lengua

(Empieza a comer con las manos y hace un gesto a Melita

para que sirva a Agnostos, que se pone también a comer

vorazmente, dando gruñidos de satisfacción.)

A G N O S T O S .

  — Hicis te b ien

  en traer lengua, Esopo. Es

r e a l m e n t e u n o d e l o s m a n j a r e s m á s e x q u i s i t o s .   (Hace un

ademán para que le sirvan vino. Estfpo le sirve. Xantos,

bebe.)

X A N T O S .

  — ¿ L o v e s, e x t r a n j e r o ? . . .

  Es bueno poseer

  las

r iquezas del mundo . ¿No te gus ta sabor ear es ta lengua y

es te v ino?

A G N O S T O S

  (con la boca llena, comiendo). —  Hum. '

X A N T O S .

  — Si r ve o t r o p la to , Esopo*  (Esopo #ale

  por la

izquierda y vuelve en seguida con otra fuente cubierta. La

lescubre y sirve.)

A G N O S T O

  (con la boca llena).

  — ¿ Q u é

  es

  e s t o ? . . .

  ¡Ah

L e n g u a a h u m a d a .

X A N T O S  (a Agnostos).

  — Es

  apetitosa la lengua ahuma-

d a , ¿ e h ? , a m i g o .

Page 178: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 178/267

A G N O S T O S

  (mientras Xautos  Le  sirve vino). —  H u m .

X A N T O 8  (b e b i e n d o ,  alegremente, con indicios ya de em-

briaguez).  — R e c o n o c e , a l m e n o s , ¡ e h , e s t o i c o q u e  a  pesar

de despr eciar e l

  m u n d o y s u s b i e n e s , n o d e s d e ñ a s

  el buen

v ino de Samos

  n i

  la

  r i c a l e n g u a q u e p r e p a r a n

  los pas to r es

de Ar ca d ia . .

A G N O S T O S  (en tanto Xantos indica a Mehta que siria

vino).  — Hum.

X A N T O S  (a Cleia).  - M u j e r . . . P o d í a s t o m a r  la l ira y

c a n t a r u n

  p o c o c o n t u a r m o n i o s a v o z . A s í h o n r a r a s

  aun

más a nues t r o

  h u é s p e d .

C L E I A — P r e f i e r o c o n t e m p l a r v u e s t r o b a n q u e t e , s i m e

l o p e r m i t e s . . .  ¿ P o r q u é n o l e p i d e s a E s o p o q u e c u e n t e

u n a f á b u l a ?

X A N T O S .  — E s o p o ,

  t r a e o t r o p l a t o ,  (Esopo sale por ta

derecha. A Cleia.)   C a n t a , m u j e r .  (Mclita, a un gesto de

Cleia,, le trae u na lira. Cleia, tañendo la lira en un suave

y simple acompañamiento, empieza su canción, Esopo, al

entrar, se detiene a escucharla.)

C L E I A

  (cantando).

S o b r e e l c u e l l o d e V e n u s ,

t u b o c a e n m u d e c e .

S o b r e l a p i e l d e V e n u s ,

t u p i e l s e e s t r e m e c e .

E n l a s m a n o s d e V e n u s ,

t u m a n o s e e n a r d e c e .

E n l o s b r a z o s d e V e n u s ,

t u c u e r p o l a n g u i d e c e .

O í d , e f e b o s y a t l e t a s ,

q u e m e m i r á i s c o n d e s e o :

V e n u s , d i o s a d e l a m o r ,

m e h a e n s e ñ a d o s u s e c r e t o .

X A N T O S

  (sirviendo vino a Agnostos).  — C a n t a b i e n , ¿ n o ?

A G N O S T O S

  (con la boca llena).  —  H u m .

X A N T O S  (a Esopo).  —  S i r v e e l o t r o p l a t o .  (Esopo, sir-

ve.)  ¿ Q u é t r a e s , a h o r a ?

E S O P O .  —  L e n c u a .

X A N T O S — ¿ M á s l e n g u a ? . . . ¿ N o

t e h e d i c h o q u e t r a -

j e r a s p a r a m i h u é s p e d l o m e j o r q u e h u b i e r a ? ¿ P o r q u é h a s

t r a í d o s ó l o l e n g u a ? ¿ Q u i e r e s p o n e r m e e n r i d í c u l o ?

E S O P O . —  ¿ Q u é h a y m e j o r q u e l a l e n g u a ? . . . L a l e n -

g u a e s l o q u e n o s u n e a t o d o s c u a n d o h a b l a m o s . S i n l a

l e n g u a , n a d a p o d r í a m o s e x p r e s a r . L a l e n g u a e s l a c l a v e

d e l a s c i e n c i a s , e l ó r g a n o d e l a v e r d a d y d e l a r a z ó n . G r a -

c i a s a l a l e n g u a s e c o n s t r u y e n l a s c i u d a d e s ; g r a c i a s a l a

l e n g u a , d e c i m o s n u e s t r o a m o r . C o n l a l e n g u a s e e n s e ñ a , s e

p e r s u a d e , s e i n s t r u y e , s e r e z a , s e e x p l i c a , s e c a n t a , s e d e s -

c r i b e , s e d e m u e s t r a , s e a f i r m a . C o n l a l e n g u a d i c e s : ' ' m a -

d r e ' y " q u e r i d a \ y " D i o s " . C o n l a l e n g u a d e c i m o s " s í * .

L a l e n g u a o r d e n a a l o s e j é r c i t o s l a v i c t o r i a , l a l e n g u a d e s -

g r a n a l o s v e r s o s d e H o m e r o . L a l e n g u a c r e a e l m u n d o d e

E s q u i l o , l a p a l a b r a d e D c m ó s t e n e s . T o d a G r e c i a , X a n t o s ,

d e s d e l a s c o l u m n a s d e l P a r t c n ó n a l a s e s t a t u a s d e F i d i a s .

d e l o s d i o s e s d o O l i m p o a l a g l o r i a s o b r e T r o y a , d e s d e l a

o d a d e l p o e t a a l a s e n s e ñ a n z a s d e l f i l ó s o f o , t o d a G r e c i a

f u e h e c h a c o n l a l e n g u a , l a l e n g u a d e l o s g r i e g o s b e l l o s y

c l a r o s , h a b l a n d o p a r a l a e t e r n i d a d .

X A N T O S

  (levantándose medio borracho, entusiasmado).

¡ B r a v o . E s o p o E s v e r d a d . . . N o s h a s t r a í d o l o m e j o r q u e

hay.  (Sacándose otra bolsa del cinto  y  tirándosela a Esopo.)

V u e l v e a l m e r c a d o y t r á e n o s a h o r a l o p e o r q u e h a y a . . .

¡ Q u i e r o c o n o c e r t u s a b i d u r í a (Esopo recoge lu bolsa de

monedas y sale por el fondo. Xantos se da vuelta hacia

Agnostos.)  D i m e . . . ¿ N o e s ú t i l y a g r a d a b l e t e n e r u n e s -

c l a v o c o m o é s t e ?

A G N O S T O S

  (con la boca llena). —   H u m .

Page 179: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 179/267

X A N T O S

  (a Cleia).

  — B e b e t ú t a m b i é n , m u j e r . . . q u e h o y

somos felices. ¡Bebe (Hace un gesto a Melita para que

le sirva vino a Cleia. La esclava, obedece.)   ¡ B e b e . . .  (A

Agnostos.)

  A mí , car o f o lega , que soy p r eci sam ente lo

con t r ar io que tú . - . . a mí , me gus ta d i s f r u tar de las r ique-

zas , sean un esc lavo , una mujer , o es te v ino que bebemos . . .

¡ M á s v i n o (Melita sirve.)  ¡ Hoy ser ía capaz de bebe r me un

tonel de v ino (Bebiendo.)  ¿ M e a c o m p a ñ a r í a s , f i l ó s o f o ?

AGNOSTOS. — Hum.  (Entra Esopo trayendo una fuente

cubierta con un lienzo.)

X A N T O S .  — Aho r a que ya sa bem os qué es lo mejo r que

hay en la t i er r a , veamos qué es lo peor , en op in ión de es te

horrendo esclavo.  (Levantando el lienzo que cubre la fuen-

te.)  ¿ L e n g u a ? . . .  (Indignadísimo.)  ¿ O t r a v e z l e n g u a ?

¿ L e n g u a ? . . . ¿ N o h a s d i c h o , m o s t r e n c o , q u e l a l e n g u a

e r a l o m e j o r q u e h a b í a ? . . . ¿ Q u i e r e s s e r a z o t a d o ?

ESOPO. — L a lengua , señor , es lo peor q ue hay en e l

mundo . Es la f uen te de todas las in t r igas , e l p r incip io de

todos los p r ocesos , l a madr e de todas las d i scus iones . Usan

la lengua los malos poetas que nos f a t igan en la p laza;

usan la l engua los f i lóso f os que no saben pensar . La len -

gua, mien te , esconde, t er g iver sa , b las f ema, insu l ta , se aco-

bar d a , mend iga , impr ec a , babosea , des t r uye, ca lum nia^ ven-

de , seduce, dela ta , co r r ompe. Con la l engua decimos "mue-

r e " y " c a n a l l a " , y " p l e b e " . C o n l a l e n g u a d e c i m o s " n o " .

Aqui les expr esó su có ler a con la l engua; con la l engua t r a-

maba U l i ses sus ar d ides . Gr ecia va a ag i tar con la l engua

los pobr es cer ebr os humanos par a toda la e ter n idad . ¡ Ahí

t ienes , Xan tos , po r qué la l engua es la peor de todas las

c o s a s

X A N T O S . — ¡ B r a v o ,  E s o p o ¡ B r a v o (A Agnostos.)  ¿ L o

ves , co lega? . ¿ . ¿No es mar av i l loso ser r ico y poseer un es -

c lavo como és te? ¿No es asombr oso? ¡ V ino , Mel i ta , v ino

(Melita sale por la izquierda.• vuelve con otra ánfora y sir-

ve.)  ¡ Es toy tan con ten to , que ser ía capaz de beber me todo

el v ino que hay en la t i er r a (A Agnostos.)  C a r o f i l ó s o f o :

aqu í , f r en te a t i , hay un hombr e que ser ía capaz de beber se

el mar en ter o .

A G N O S T O S  (con un gesto de negación).

  — H u m .

C L E I A .

  —  Xanto s . es tás bo r r ach o .

X A N T O S . —

  ¡ C á l l a t e , m u j e r

(A Agnostos.)

  ¿No cr ees

que sea capaz de beber me todo e l ma r ? Esopo . . . D i je que

soy capaz de beber me e l mar .  (A Agnostos.)  ¿Qu ier es e l

postre?  (A Melita.)  Sírvele. Melita.  (Melita trae el postre

y lo sirve. Xantos le hace una seña a Esopo para qu,e sirva

vino. A Agnostos.)  D i la ver d ad : ¿cr ees que no soy capaz

d e b e b e r m e e l m a r ?

A G N O S T O S

  (moviendo negativamente la cabeza).

  — H u m .

X A N T O S  (excitado y borracho).

  — ¡A p u e s t o c o n t i g o

¡ Apues to lo que qu ier a s ¡ Mi casa , mi d iner o , mis esc la-

v o s . . . t o d o ¿ A c e p t a s ? . . . ¡ V a m o s , a c e p t a

A G N O S T O S

  (

afirmativo).  — H u m .

X A N T O S .  — D a d m e u n a h o j a , d a d m e c o n q u é e s c r i b i r .

¡ Du dar de la palabr a de Xan tos Esop o . . . ¡ Dam e con qué

e s c r i b i r

C L E I A .

  —  ¡ E s t á s b o r r a c h o , X a n t o s

X A N T O S . —  ¡ C a l l a (Esopo trae una hoja de papiro y un

pincel.)  A q u í e s t á . . . ¿ C u á n d o q u i e r e s q u e m e b e b a e l m a r ?

A G N O S T O S

  (con indiferencia).

  — H u m , h u m .

X A N T O S  (enardecido por la embriaguez,  escribiendo.—

"Xan tos , e l f i ló so f o , se compr omete a i r mañana a la p laya

de Samos y beber se e l mar . . . ; y s i no lo h ic ier a en t r egar á

t o d o s su s b ie n e s , s u c a s a y s u s es c l a v os , a s u a m i g o . . . "

(Dejando de escribir.)

  ¿Cómo te l lamas?

A G N O S T O S .

  — Agnos tos .

X A N T O S  (escribiendo).

  — . . . A g n o s t o s " .  (Entregándole

  el

Page 180: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 180/267

papiro a Agnostos.)

  Toma.

  (Agnostos hace un gesto de re-

chazó, pero Xantos lo fuerza a tomarlo.)

  ¡Toma

(Agnostos

lo toma.)  ¡ L o v a s a v e r , c o l e g a L o v a s a v e r . . . ¿ D ó n d e

e s t á e l p o s t r e ?

  (Esopo se lo sirve.)

  ¡ A h . . . M u y b ie n .

(Xantos y Agnostos empiezan a comer el postre. Al primer

bocado, Xantos hace una mueca y escupe todo, asqueado.)

¿ Q u i é n h a h e c h o e s t e p o s t r e ?

CLEIA. — Yo , Xan to s .

XANTOS. — ¡Es e l p o s t r e má s d e tes t a b le q u e h e p ro b ad o

en to d a mi v id a Qu ien h a h ech o u n p la to as í , merece s e r

q u e m a d a e n l a h o g u e r a .

C L E I A . — ¡ X a n t o s

X A N T O S . — ¡ A

  l a h o g u e r a ] . . .  (En el paroxismo de la

borrachera y del delirio.)  ¡ Q u e m e t r a i g a n l e ñ a , q u e v o y

a quemar a mi mujer

(Agnostos se pone bruscamente en

pie

,

  como iluminado por una idea repentina. Por primera

vez, su rostro tiene una expresión humana, y habla discur-

sivamente.)

A G N O S T O S

  (a Xantos). — ¿Quieres

  q u e m a r a t u m u j e r ?

j E s p e r a V o y a b u s c a r la m í a . . . ¡ A s í h a r e m o s u n a s o l a

hoguera y las quemaremos a las dos

(Abatido de pronto, se

deja caer de nuevo en la banqueta, esconde la cara entre

las manos y llora copiosamente, desentendido ya de lo que

sucede a su alrededor.)

E

S 0

p

0

. — ¡ E s l a m e j o r f á b u l a q u e h e

  c o n o c i d o

  h as t a

h o y

C L E I A

  (levantándose y hablándole a Xantos con vehe-

mencia).— ¡ N o t e s o p o r t o m á s , f i l ó s o f o i n m u n d o ¡ Q u e

los dioses te maldigan

(Cleia, con paso presuroso y firme

resolución sale por la puerta del fondo.)

T E L Ó N R Á P I D O

S E C U N D O A C T O

/•. '/ mismo dccoriulo. Luz matinal. Al levantarse el telón,

están en escena

  X A N T O S Y E s o r o .

  Sentado junto a tu mesa,

desesperado, Xantos llora y golpea el tablero con los puños.

X A N T O S

  ( l l o r a n d o , e n p l en a c r is is d e d e se s pe r ac i ón . —

¿ L o v e s , E s o p o ? . . . M i m u j e r s e h a i d o . ¡ A h , a h ,

  a h . . .

M e h a d e j a d o , a m í . . . ¡ A m í S e h a i d o .

  (Sollozando.)

¡ A h . a h . a h ¿ Q u é h e d e h a c e r ? . ' . . ¡ A h , a h , a h

E S O P O . - - U n r a t ó n s e h i z o u n a v e z a m i g o

  d e u n a r a t a . . .

X A N T O S

  ( i n t e r r u m p i é n d o l e ) .

  - ¡ B a s t a d e t u s m a l d i t a s

h i s t o r i a s M i m u j e r m e h a a b a n d o n a d o . . . ¿ T e p a r e c e q u e

e s e l m o m e n t o d e c o n t a r f á b u l a s d e a n i m a l e s ?

E S O P O . - L o q u e t ú d i g a s . . . \ o t e c o n t a r é n a d a m á s .

( B r e v e p it us a.)

  ¿ T a n t o q u i e r e s a t u

  m u j e r ?

X A N T O S

  (entre s o l l o z o s ) . - -

  L a q u i e r o , s í . . . P e r o n o e s

e s o l o q u e m e d e s e s p e r a . S i f u e s e y o q u i e n h u b i e r a d e j a d o

a m i m u j e r , n a d i e d i r í a n a d a . . . ; e n c a m b i o , c u a n d o e s l a

m u j e r l a q u e d e j a a l m a r i d o , t o d o s s e r í e n d e é l . . . ¡ A h . a h .

a h Y o s o y 1111 f i l ó s o f o . E s o p o . . . N a d i e d e b e r e í r s e d e m í .

¿ Q u é d e b o h a c e r ?

E S O P O .  —  E n g e n e r a l , l a s m u j e r e s n o s o p o r t a n a l o s

f i l ó s o f o s .

X A N T O S .  —  E s o p o . . . L a c i u d a d e n t e r a v a a r e í r s e d e m í .

¡ A h , a h , a h

Page 181: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 181/267

ESOPO. — L a ciudad en ter a se r íe de mí , y no me mor -

t i f ica .

X A N T O S .

  — E s o p o . . . ¿ Q u é t en g o q u e h a c e * ?

E S O P O .

  — S i t e l o d i g o, ¿ m e l i b e r t a r á s ?

X A N T O S .  — ¿ H a r á s v o l v e r a m i m u j e r ?

E S O P O .  — Sí , l a har é vo lver .

X A N T O S . — T e l i b e r t a r é . ¿ Q u é h e d e h a c e r ?

E S O P O . — D a m e

  d i p e r o .

  (Xantos saca del cinto una bol-

sa, extrae una moneda y se la entrega a Esopo.)  D i n e r o . . .

Más d iner o . Con es to , n inguna mujer vuelve a su casa

(Xantos saca una moneda más de la bolsa y se la entrega

a Esopo.)

X A N T Q S . — D É T E

  p r i sa .

E S O P O

  (tendida

  aún la mano). —

  D i n e r o , X a n t o s . D a m e

toda esta bolsa-,  (Toma la bolsa de las manos de Xantos,

saca todas fas mmfa* se las pone en la palma, las sope-

sa.)  Es poco ,

XANTOS. — ¿P ac a?   • • • ¿ M e q u i e r e s a r r u i n a r ?

E SO PO . — D a m e m u c h o d i n e r o , X a n t o s . T o d o , e l d i n e r o

que l l evas en r ip ia-

X A N T O S . - A D E M A S DE

  m i m u j e r - . , ¿ q u i e r e s t a m b i é n

que pierda mi fortuna?  i^opo permanece en la misma ac-

titud, la mano tendida. Xantos saca de la cintura otra bolsa

de monedas y va a entregársela a Esopo; pero con un vivo

movimiento, retrocede.)  ¿Es tás segur o de que neces i tas t an -

to d iner o?

E S O P O -

  — ¿ Q u i e r e s q u e t u m u j e r v u e l v a ? . . . ¿ O n o ? . . .

X A N T O S . — ¿ N o  p o d r í a v o l v e r . . . p o r m e n o s ?  (Xantos

va a entregar la segunda bolsa. Pero prefiere abrirla y sacar

algunas monedas antes de dársela a Esopo.)

X A N T O S .

  — ¿ N o

  TE

  p r o p o n e s h u i r c o n m i d i n e r o ?

E S O P O  (con la  mano  tendida para recibir  «ACIAS  tas mo-

nedas).  — Dámelo todo.  (A regañadientes, Xantos le entre-

ga a Esopo todas las monedas.)

XANTOS. — ¿ Estás segur o de q ue n o püed e h acers e má s

b a r a t o ?

E S O P O . —  ¿ T i e n e s a ú n m á s d i n e r o e n c i m a ?

  (Coti un ges-

to reacio, Xantos le entrega a Esopo Uhá tercera bo lsá.)

E S O P Ó .

  — Pr on to ten dr ás a tu m uje r de vuel ta .

  (Ésopo,

sale. Xantos, receloso, va de un lugar ü Otro.  Sii desconfian-

za crece. Se acerca a la puerta del fóndo, mita, vuétve.

A cada instante es ma yor su congoja. Éate palmas. Entren

Meli a.)

M E L I T A .

  — ¿ M e h a s l l a m a d o , X a n t o s ?

  ¿

X A N T O S .  — M e l i t a . . . L e h e d a d o d i n e r o a E s o p o p a r a

que haga vo lver a Cle ia . ¿No cr ees que se escapar á con mi

d i n e r o ? M e l i t a . . . ¿ N o s e r í a m e j o r a v i s a r a l o s g u a r d i a s

de que mi esc lavo me ha engañ ado y ha hu i do? ¡ Dónde

t e n í a yo l a c a b e z a p a r a n o h a b e r p e n s a d o e n e s o . . .

M E L I T A .  — ¿ L e h a s d a d o d i n e r o a E s o p o ?

X A N T O S .  — S e l o h e d a d o . . . Y a h o r a v e o q u e h e h e c h o

mal . ¿Cr ees que va a vo lver ?

M E L I T A . — N o l o s é .

X A N T O S  (con súbito arrebato, afligidísimo, entre sollo-

zos)

  ¡ Ah , he per d ido a mi mu jer , mi d iner o y mi es -

c l a v o ¡ H e s i d o e n g a ñ a d o ¡ M e h a n e n g a ñ a d o ¡ A h , M e l i -

t a . . . ¿ Q u é p ue d o h a c e r ? ¡ A h , a h , a h . . .

M E L I T A . — ¿ Y

  s i Esopo no vo lv iese* Xan tos?

X A N T O S .

  —  Llam ar é a los guar d ias , lo buscar án por to -

das par tes . Y cuando lo encuen t r en , lo har é to r tu r ar como

no f ue to r tu r ado nunca n ingún esclavo .  (Sollozando.)  ¡ Ah ,

a h , a h . . .

M E L I T A  (insinuante).

  — ¿ T e g u s t a t o d a v í a tu m u j e r ?

XANTOS.— ¡ No se t r a ta só lo de mi mu je r Aho r a es mi

mujer , mi d iner o y mi esc lavo .

Page 182: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 182/267

M E L I T A . — O l v i d a u n p o c o t u c ó l e r a . M í r a m e a m í . C o n -

t é s t a m e : ¿ t e g u s t a t u m u j e r ?

X A N T O S . - ¡ C l a r o q u e m e g u s t a S i n o m e g u s t a r a , n o

e s t a r í a a s í . . .   (Sollozando.)  ¡ M i d i n e r o . . . ¡ A h , a h , a h .

M E L I T A . — N u n c a p u s i s t e t u a t e n c i ó n e n m í , X a n t o s . P e r o

s o y y o q u i e n l e p e i n a a C l e i a l o s c a b e l l o s d e e s e m o d o q u e

a t i t a n t o t e g u s t a . . . S o y l a q u i e n e l i g e s u s t ú n i c a s y l e

c i ñ e l o s p l i e g u e s a l c u e r p o , p a r a q u e e s t é m á s h e r m o s a .

X A N T O S . — ¿ Q u é m e q u i e r e s d e c i r ? . . .

M E L I T A . - S o v y o q u i e n l e e n s e ñ a l o s s e c r e t o s d e l a m o r .

C l e i a n o s a b í a q u e u n a m u j e r h a d e s e r a c a r i c i a d a s u a -

v e m e n t e , c o m o l a s c u e r d a s d e l a r p a . S o n m i s t e r i o s q u e s e

a p r e n d e n e n l o s v e r s o s d e S a f o y e n l o s j a r d i n e s d e C o r i n t o .

X A N T O S . — P o r e s o m e g u s t a e l l a . A p r e n d i ó m u y b i e n . . .

Y   a h o r a . . .  (Sollozando.)  ¡ A h , a h , a h

M E L I T A . - S i l a p e r d i e s e s , n o l o l a m e n t e s . Y o c o n o z c o

e l a m o r m e j o r q u e e l l a . . . Y t ú n i s i q u i e r a m e m i r a s .

X A N T O S . — ¿ Q u é e s t á s d i c i e n d o ?

M E L I T A . — A v e c e s , c u a n d o t e s i r v o e l v i n o p o r . e n c i m a

d e t u h o m b r o , p i e n s o q u e m i p e r f u m e t e v a a h a c e r v o l v e r

l a c a b e z a , q u e t u s o j o s v a n a a d i v i n a r e l t e m b l o r d e m i s

s e n o s , q u e c a s i r o z a n t u n u c a . P e r o t ú n o t e d a s c u e n t a .

X A N T O S . — ¿ M e q u i e r e s , M e l i t a ? ¡ P o b r e M e l i t a

M E L I T A . - N u n c a d i g a s p o b r e a u n a m u j e r . D e t o d o s l o s

s e n t i m i e n t o s , l a p i e d a d e s e l q u e m á s n o s h i e r e .

X A N T O S . - E n t o n c e s , ¿ m e q u i e r e s ? E s t a b a s a q u í , y y o

1 10 m e f i j a b a .

M E L I T A . - L a c a r i c i a q u e p r e f i e r e s . . . l a d e p a s a r l o s

d e d o s p o r t u c a b e z a , e n r e d a r l o s e n t u s c a b e l l o s y d e s l i z a r -

I e s p o r t u s h o m b r o s , f u i y o q u i e n s e l a e n s e n o .

X A N T O S . - ¡ E s c u r i o s o U n f i l ó s o f o c o m p r e n d e l a s c o s a s

d e l c i e l o y d e l a s e s t r e l l a s , y n o v e n u n c a l o q u e t i e n e d e -

l a n t e .  (Volviendo

  a

  su obsesión.)  ¡ M i m u i e r , M e l i t a . . . y

m i d i n e r o , y m i e s c l a v o ¡ A h , a h , a h

M E L I T A . — ¿ D e q u é t e s i r v e u n a m u j e r q u e n o t e q u i e r e ?

¿ D e q u é t e s i r v e u n d i n e r o q u e n o g o z a s ? . . . ¿ D e q u é t e

s i r v e u n e s c l a v o q u e t e m o l e s t a c o n s u s i r o n í a s ?

X A N T O S . — M e l i t a . . . H a y q u e l l a m a r a l o s g u a r d i a s , d e -

c i r l e s q u e E s o p o m e h a r o b a d o y h a h u i d o .

M E L I T A . — ¡ Q u i é n s a b e s i n o h a b r á h u i d o c o n t u m u j e r

X A N T O S  (sobresaltado).  — ¿ Q u é ? . . .  (Recobrándose.)

¡ I m p o s i b l e

M E L I T A . — ¿ C u á n t a s c o s a s i m p o s i b l e s , f i l ó s o f o , n o h a s

v i s t o y a s u c e d e r ?

X A N T O S . — E s v e r d a d . . . E s e s o . ¡ H a n h u i d o ¡ M e h a n

e n g a ñ a d o l o s d o s ¡ A h . . . ¡ L l a m a a l o s g u a r d i a s ¡ L l á -

m a l o s

M E L I T A . — D e j a q u e s e v a y a n . ¿ Q u é p i e r d e s ? U n a m u -

j e r q u e e n v e z d e q u e r e r t e , p r e f i e r e a u n m o n s t r u o .

X A N T O S . — ¿ Y m i d i n e r o . M e l i t a ?

M E L I T A . — E s u n p r e c i o b a r a t o p a r a l i b r a r t e d e a m b o s .

S i y o t o m a s e t u c a b e z a e n t r e m i s m a n o s , v e r í a s c ó m o t e o l -

v i d a s d e t o d o .

X A N T O S

  (con repentino arrebato).

  — A c a s o p u e d o o l v i -

d a r q u e s o y u n m a r i d o e n g a ñ a d o . . . ? ¿ P u e d o o l v i d a r q u e

m i m u j e r s e h a e s c a p a d o c o n u n v i l e s c l a v o , q u e h a p r e f e -

r i d o a u n h o m b r e h o r r e n d o a m í . . . a m í ? ¿ Y m i d i n e r o . . . ?

¿ Y e l r i d í c u l o d e t o d o e s t o ? ¡ T o d o e l p u e b l o d e S a m o s s e

v a a r e i r d e l f i l ó s o f o q u e m á s a d m i r a b a ¿ Y m i s d i s c í p u -

l o s ? M e d e j a r á n , i r á n a e s c u c h a r l a s l e c c i o n e s d e C r i s i p o .

C u a n d o m e v e a n p a s a r , t o d o s d i r á n : " X a n t o s , n o p e r d i s t e

c u e r n o s . . . l u e g o l o s t i e n e s . " ¡ N o , M e l i t a M i m u j e r y m i

e s c l a v o , l o s d o s , t i e n e q u e s e r c a s t i g a d o s . L l a m a a l o s

g u a r d i a s . D i l e a l e t í o p e q u e p r e p a r e e l v e r g a j o .

Page 183: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 183/267

M ELITÁ. — ¿Es t an só l o e s t o l o q ue de sea s que ha ga ?

; N o q u i e r e s n a d a m á s d e m í ?

X A N T O S  (con su idea  / ¿ / a ) . - ¡ E s im p o si b le N o p ue d o

c r e e r l o , n o p u e d o , n o p u e d o . . . (Xantos se felpea la ca-

acoa Js puños. Per

 o,

  súbitamente, se ^ y ^ a j

Melita como si acabara de ocurrírsele una idea.)  ,Espera .

¿ E l l a p r e f i e r e u n e s c l a v o a m í ? . . . ¡ P u e s y o l e d e m o s t r a r e

q u e p r e f i e r o u n a e s c l a v a a e l l a

M E L I T A  - i X a n t o s

(Melita tienede los brazos a Xantos

c o n sto de entrega. En ese momento Esopo entra por

la vuena del fondo. Viene cargado de fardos: escarcelas

estatuillas, tejidos y sandalias, „ue tira triunfalmente en el

suelo.)

E S O P O .  — ¡ Y a e s tá

M E L I T A  (con áspera sorpresa).—  ¿ H a s v u e u o .

X A N T O S .  — ¿ Y m i m u j e r ?

E S O P O . - N o h e v i s t o a t u m u j e r . P e r o h e c o m p r a d o t o -

^ ° X A N T O S -  — ¿ C o n m i d i n e r o . . . ?  (Indignadísimo.)  ¡ C o n

m i d i n e r o

E S O P O .  — P a r a t u c a s a m i e n t o .

M E L I T A . - ¿ S a b í a s

  q u e X a n t o s v a a c a s a r s e ? E r e s m e -

j o r de l o que yo pensaba .

X A N T O S . - ¿ P o r q u é h a s g a s t a d o m i d i n e r o e n e s t a s t o n -

t e r í a s ? ,

  T

E S O P O . - ¡ M i r a , X a n t o s N o s on t o nt er í as . M i r a . . . l e -

j i d o s f i n o s d e C a r t a g o .  (Empieza asacar ya

hay en las bolsas.)  ¡ C o l l a r e s . . . ¡ B r a z a l e t e s . . . . E s t a t u i

l i a s d e T a n a g r a S a n d a l i a s l ev e s , d e c u e r o d e g a c e l a . H i l o s

d o r a d o s p a r a l a c i n t u r a .

X A N T O S

  (colérico).—

  ¿ P a r a q u é ? . .

M E L I T A   (sin dejar de hablar a Xantos).-  ¡ H e h e c h o

b i en (Tomando una joya, un tejido.)  ¡Qué l indos son

(Probándolos en su cuerpo.)  ¡ Qué hermosas

X A N T O S  (a Esopo).—  ¿ P o r q u é h a s h e c h o e s t o ?

E S O P O .  — Tod a l a c i ud ad s abe qu e t e va s a c a sa r .

X A N T O S .  — ¿Di cen en l a c i udad que me voy a c a sa r?

E S O P O .  — En cada l on j a , a c ada me rcad e r a qu i en l e ha -

c í a u n a c o m p r a , o í a l a m i s m a p r e g u n t a : " ¿ P a r a q u é s o n

esos r i cos t e j i dos , Esopo? ¿Y e sos b raza l e t e s? ¿Y e sos

p e r f u m e s ? " Y y o r e s p o n d í a : " ¡ S o n p a r a m i a m o , q u e s e

v a a c a s a r "

X A N T O S  (en el paroxismo de la indignación).  —

  ¡

 Es e l

c o l m o V o y a h a c e r t e a z o t a r h a s t a q u e . . .

M E L I T A .  — N o l o c a s t i g u e s . . . S e h a d a d o c u en t a d e l o

que i ba a sucede r .

X A N T O S .

  — ¿ C ó m o q u i e r e s q u e n o l o h a g a a z o t a r ? M e

h a p e d i d o d i n e r o p r o m e t i é n d o m e q u e h a r í a v o l v e r a m i

muj e r , y en vez de hace r l o , ha sa l i do por l a c i udad a com-

pra r cosa s i nú t i l e s .

M E L I T A .  — No son i nú t i l e s , Xan t os . Nos van a hace r f a l t a .

X A N T O S

  (a Esopo).—

  ¡Se rá s c a s t i gado como nunca 1c

f u i s t e ¿ P o r q u é n o h a s b u s c a d o a m i m u j e r , c o m o m e p r o -

me t i s t e ?

E S O P O .  — No e ra n ece sa r i o .

M E L I T A

  (a Xantos). —

  No , no e ra n ece sa r i o .

  (A Esopo.)

Eres i n t e l i gen t e . Ha ré t odo l o pos i b l e pa ra que Xan t os t e

l i be r t e .

E S O P O .  — X a n t o s p r o m e t i ó l i b e r t a r m e . C u m p l i r á s u p r o -

m e s a .

X A N T O S .

  — Te l o p rom e t í , s i hac í a s vo l ve r a mi mu j e r .

E S O P O . — L o v a s a v e r .

M E L I T A .  — Cl e i a no t i ene aho ra po r qué vo l v e r .

  (Por la

puerta del fondo, entra Cleia, indignada, que se dirige a

Xantos.)

Page 184: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 184/267

C L E I A .  — ¿M e h an d ich o q u e t e v as a cas a r? T o d a l a c iu -

d a d c o m e n t a q u e p r e p a r a s u n a j u a r d e c a s a m i e n t o .  (Viendo

las joyas, telas y perfumes en el suelo.)   ¿De modo que es

v e r d a d ?

E S O P O  (a Xantos).  —  P r o m e t í q u e h a r í a v o l v e r a t u m u -

je r . Ah í l a t i en es . Dame mi l ib e r t ad , Xan to s .

X A N T O S  (sin escuchar a Esopo, a Cleia).—   ¡ H a s v u e l t o

¡Oh, has vuelto (Melita esconde la cara entre las manos

y solloza.)  ¿ P o r q u é l l o r a s , e s c l a v a ?

E S O P O .

  —  D e a l e g r í a , p o r q u e t u m u j e r h a v u e l t o .

  (A Me-

lita.)  ¿ N o e s a s í, M e l i t a ? ¡ P o b r e M e l i t a Q u é b u e n c o r a -

z ó n t i e n e s , q u é e n c a r i ñ a d a e s t á s c o n tu a m a . . . N i s i q u i e r a

t e p a s a p o r l a i m a g i n a c i ó n c o n s e g u i r t u l i b e r t a d .  (A Xan-

tos.)

  A q u í e s t á t u m u j e r , X a n t o s . B a st ó a n u n c i a r q u e i b a s

a c a s a r t e , p a r a q u e v i n i e s e . . . ¿ N o t e a l e g r a ?

X A N T O S —   ¡Me a leg ra , s í

(Tendiéndole los brazos a

Cleia.)  ¡ A h . . . C l e ia , C l e i a F e l i z m e n t e , h a s v u e l t o .

E S O P O  (a Xantos).  — D a m e a h o r a m i l i b e r t a d .

M E L I T A  (dolida).  — P i d e a h o r a t u l i b e r t a d , e s c l a v o . . .

ah o ra q u e y o ib a a lo g ra r l a mía .  (A Cleia.)  S i n o h u b ieses

v e n i d o , t u m a r i d o m e h u b i e r a t o m a d o p o r e s p o s a .  (A Eso-

po.)  ¡ E s t o es lo q u e h a s a r r e g l a d o c o n t u s m a ñ a s (A Xan-

tos.)

  ¡ Q u é d a t e c o n e l l a D e s d e h o y , n o p o d r á s d e c i r q u e s e

q u e d ó c o n t i g o p o r a m o r . . . s i n o p o r t u d i n e r o . ¡ Q u é d a t e

c o n l a m u j e r q u e p a g a s ¡ Q u é d a t e co n l a e s p o s a q u e s e e m -

b e l l e c e p a r a g u s t a r a l c a p i t á n d e g u a r d i a s

C L E I A . —  ¡ M e l i t a (A Xantos.)  N o l a c r e a s . . . H a b l a a s í •

p o r d e s p e c h o .  (A Melita.)  ¡ R e t í r a t e

E S O P O .  —

  ¡

 P o b r e M e l i t a N o s u p i s t e e l e g i r u n b u e n c a -

m i n o p a r a l o g r a r t u l i b e r t a d .

M E L I T A

  (yendo hacia el mutis, entre sollozos).

  — ¿ C r e e s

q u e t ú e r e s m á s n o b l e ? X a n t o s d e c í a h a c e u n m o m e n t o q u e

t ú h a b í a s h u i d o c o n s u d i n e r o y c o n s u m u j e r .  (Melita sale

por la puerta de la derecha.)

E S O P O .  — X a n t o s . . . ¡ D a m e m i li b e r t ad

X A N T O S .  — L u e g o h a b l a r e m o s d e e s o .

E S O P O .  — X a n t o s , c u m p l e t u p a l a b r a .

C L E I A  - No so t ro s t e es t imam o s , Eso p o . ¿Po r q u é q u ie -

res i r t e ? i i

E S O P O . - P o r q u e y o t a m b i é n m e e s t i m o . ¡ M i l i b e r t a d ,

X a n t o s

X A N T O S .

  — Cle ia t i en e razó n .

E S O P O . — M e l o p r o m e t i s t e , X a n t o s .

X A N T O S .  — T ú n o c r e e s e n a u g u r i o s ; p e r o y o s í . Y o

creo So lo s e rás l ib re s i e so fu e ra d e b u en au g u r io p ara

mi.  (Señalando la puerta del fondo.)  Vé a aquella pu ert a . . .

Si l l eg as a v e r en e l c i e lo a d o s g ra jo s v o lan d o , eso s ig n i -

f i ca ra q u e lo s d io ses d esean q u e t e l i b e r t e ; s i l o s g ra jo s n o

ap arecen , s e rá s eñ a l d e q u e lo s d io ses n o q u ie ren q u e y o t e

d e j e l i b r e p o r a h o r a . V e a l a p u e r t a .

E S O P O  (yendo hacia la puerta).-

¿

p

or

  q u é h a c e s q u e

u n a c t o d e j u s t i c i a t e n g a q u e d e p e n d e r d e l a c a s u a l i d a d ?

D e b í a s c u m p l i r t u p a l a b r a , a u n q u e l o s d i o s e s t e l a v e -

d a s e n .

X A N T O S .  — S i lo s d io ses es t án co n t ig o , te l i b e r t a ré .  (Eso-

po se encamina hacia la puerta y queda en la parte de fue-

ra, mirando a un lado y a otro del cielo. A Cleia.)   ¡ Cleia '

¡ Q u é b i e n q u e h a y a s v u e l t o ¡ Q u é a l e g r í a v e r t e o t r a ' v e z

a q u í , t e n e r t e c e r c a , m i r a r t e c u a n d o q u i e r a (Esopo des-

aparece.)

  Bésame.

C L E I A  (en tanto Xantos la atrae hacia sí). —  Esto s re-

g a l o s . . . ¿ s o n m í o s ?

X A N T O S .  — S í , s o n t u y o s . B é s a m e , C l e i a .  (Se besan, fue-

ra se oyen risas. Ellos se separan.)  Se ríen.

C L E I A .  — Se r í en .

Page 185: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 185/267

X A N T O S  - Se r íen de Esop o por qu e es f eo .

CL

T

A - S e r í e n p o r q u e l es h a c o n t a d o a l g u n a f a b u U

V- Nn Ríen por q ue es tán co n te n to s . . . Ese . es

X A N T O S .  — N o . K i e n P

o r (

l

  L a s

  f á b u l a s d e E s o p o ,

e l m o ti vo q ue h a ce r eí r a l os ^ Z t e Z C u an do e s ta m os

s u

  f ea ld ad , no son mas que un p r e tex o

c o n t e n to s , c u a l q u i e r p r e t e x t o - h r e - ^

C L E I A . - E s o p o n o t e e s s i m p á t i c o . P

m u l a r . .

  u e

de sen t i r

X A N T O S .

  — N o s é p o r q u e . . .

  P E R O

s impat ía por qu ien t i ene r azón

C L E I A .  — S i E s o p o t i e n e r a z ó n , ¿ p o r q u e n

' ^ N T O S - N o e s tá a ú n m a d u r o p a r a l a l ib e r t a d .

¿

T e P - c e j o r q u e ande c o n c h a s ?

• r i p ia ' TÚ le t i enes af ecto ,

  6

n o .

• ^ t í s s x s z ?

; C o m p r e n d e s ?

J

  v » r r nc — No . No co mpr e ndo .

A N T O S - N o . . . P

  ?

  ^

  e g d e l o q u e m e

C L E I A  (nendose).

  — ¿ v e s . .

r í o

- , , v - X a n t o s ' M i r a . . . ¡ D o s g r a j o s e n

E S O P O Í ^ ^ ' X T L ' V E N

  a v e r l o s

(Dando-

e l c i e l o . . . ¡ V e n a p r i s a ,

nuevo se abrazan y

se vuelta, ve a Xantos y a Ciegue de ^ ^

¿ s

ver Xantos

(Llevándolo hacia la puerta.)

  i

loado sean los d ioses (Señalando un punto lejano.)  ¡ M i r a ,

X a n t o s

X A N T O S  (mirando al cielo).

  — No veo nada.

E S O P O .  — A l l í , a l l í , j u n t o a l h o r i z o n t e .

X A N T O S .  — Veo so la mente un g r a jo „vo lando . Ven a ver

Cleia.  (Cleia se adelanta hacia la puerta.)  ¿No es uno sólo?

E S O P O . — ¡ T e j u r o q u e e r a n d o s, X a n t o s ¡ H a s t a r d a d o

t a n t o , q u e u n o h a d e s a p a r e c i d o

X A N T O S  (a Cleia). —

  ¿Ve s dos g r a jo s en el c ie l o?

C L E I A . — N o .

X A N T O S

  (a Esopo).

  — Los d ioses no qu ier en que te l i -

berte.  (Esopo se apoya en la puerta, abrumado y vencido.)

T e n g o q u e i r a v e r a m i s d i s c í p u l o s . . . B é s a m e , C l e ia .  (Cleia

le ofrece la mejilla. Xantos la besa y sale. Una pausa.)

C L E I A  (a Esopo).

  —¿Estás l lo r ando?

E S O P O . — N o .

C L E I A .

  — Tienes l ág r im as en los o jos .

E S O P O .  — De tan to m ir ar e l ho r izo n te . O lv idé q ue no de-

b ía mir ar lo . Los hombr es como yo , no deben mir ar e l ho -

r izon te . Deben andar con los o jos bajos .

C L E I A

  (tras una pausa).  — ¿ S a b e s p o r q u é h e v u e l t o ?

E S O P O .

  — P o r q u e . . . p o r q u e p i e r d e s a t u m a r i d o .

C L E I A

  ¿ N a d a m á s ? M í r a m e b i e n , E s o p o .

E S O P O  (sin mirarla).

  — Ya te d icho que debo a nda r con

los o jos bajos .

C L E I A

  (dulcemente imperiosa).

  — M í r a m e .

E S O P O .  — N o . . . N i t ú m e m i r e s t a m p o c o . N o e s d ec e n t e .

S o y f e o . . . S o y h o r r e n d o .

C L E I A .  — M í r a m e b i e n , h o m b r e h o r r e n d o . ¿ N o v e s q u e

er es her moso , r ef le jado en la luz de mis o jos?

E S O P O .

  — Que los d ioses te los bend igan , Cle ia . Pe r o n o

busques que yo los en t ienda.

Page 186: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 186/267

CLEIA. — Lo s en t i en d es , s í . No e res má s q u e feo . No e res

i m b é c i l .

ESOPO. — S í , C le ia . . . So y u n imb éc i l .

CLEIA. — No lo e re s . . . Y mi n o mb re , co m o sab es , s ig -

n i f i c a g l o r i a .

ESOPO. —  No q u ie ro l a g lo r i a . Qu ie ro l a l i b e r t ad .

C LE IA . — X a n t o s n o t e d a r á n u n c a l a l i b e r t a d . ¡ N u n c a

(Breve pausa.)  V é n g a t e d e é l . . . T ó m a m e e n t u s b r a z o s ,

q u i é r e m e .

ESOPO. —  No p u ed o . So y su esc lav o .

C LE IA . — ¿ T u a l m a n o e s l i b r e . . . ? ¿ T i e n e s p r e j u i c i o s

d e cas t a? Para mí , n o e res esc lav o .

ESOPO. — Eres l a m u j e r d e m i a mo .

CLEIA. — So y l a mu je r d e u n h o mb re q u e t e h ace azo ta r ,

q u e t e d e s p r e c i a , q u e t e t o r t u r a , q u e t e h u m i l l a . H á z m e t u -

y a . . . V a m o s , e s t ú p i d o , v é n g a t e d e X a n t o s .

ESOPO. — No , C le ia . Ten g o u n a v en g a n za m ejo r . La d e

n o q u ere r . La zo r ra , mi ran d o l as u v as en lo a l to d e l a p a r ra ,

d i j o q u e e s t a b a n v e r d e s , p o r q u e n o p o d í a a l c a n z a r l a s . I m a -

g ín a te ah o ra q u e l as u v as , mad u ras y d u lces , a l a l can ce d e l a

z o r r a , o f r e c i é n d o s e . . . i m a g í n a t e t a m b i é n q u e l a z o r r a l a s

rech azara , y q u e l as u v as , en to n ces s e p u s ie ran v erd es d e

o d io , v e rd es p o r e l d esp rec io , v e rd es d e l imp u d o r d e su ap e-

t i t o s a m a d u r e z d e s d e ñ a d a . . . E s t a e s l a v e n g a n z a . M e v e n -

g o a s í d e X a n t o s . N o t e q u i e r o . . . T ú , t a n h e r m o s a ; t ú l a

g l o r i a ; t ú , l a d e s e a d a , la m u j e r d e m i a m o r . . . ¡ n o t e

q u i e r o

C L E I A .— ¡ T o n t o Y o c o n v e n c e r í a d e s p u é s a X a n t o s p a r a

q u e t e d e j a r a l i b r e . ¿ N o q u i e r e s l a l i b e r t a d ?

ESOPO. — As í n o , C le ia . L a l ib e r t a d es l imp ia , y só lo

d e b e m o s t o c a r l a c o n l a s m a n o s l i m p i a s .

CLEIA. — ¿Pre f i e res s e r esc lav o ?

E S O P O . — S í .

C LE IA . — ¿ E s p e r a s q u e X a n t o s t e l i b e r t e u n d í a p o r t u s

b u e n a s a c c i o n e s ?

E S O P O . — S í .

CLEIA. — Cu an d o m ejo r s eas p a ra é l , más ú t i l l e s e rá s

y m á s e m p e ñ o t e n d r á e n r e t e n e r t e c o m o e s c l a v o . S ó l o n o s

d esh acemo s d e lo q u e es in ú t i l .

ESOPO. — E n ese caso , s e ré ú t i l p a ra é l . . . e in ú t i l p a ra t i .

C LE IA . — ¿ R e h u s a s ?

E S O P O . — R e h u s o .

C L E I A  (tras una breve pausa, con vehemencia).  — No ,

E s o p o . . . N o . T e l o r u e g o . . . t e l o s u p l i c o . Q u i e r o r e p a -

ra r co n u n in s t an te d e mi cu erp o to d as l as in ju s t i c i as q u e

h a s s u f r i d o . H a z m e t u y a . . . B é s a m e . M e r e c e s u n g r a n o d e

p lacer d e es t a v id a q u e h a s id o co n t ig o t an c ru e l , h ac ién -

d o te feo , e s c lav o e in t e l ig en te . Hazme tu y a , Eso p o .

E S O P O  (tendiendo sus manos, las palmas hacia arriba).—

Es tas man o s , ¿ tú v es? , s e h an en d u rec id o en e l t rab a jo

y h an p erd id o e l t ac to p ara e l amo r . Es te cu erp o t i en e c i -

c a t r i c e s d e l v e r g a j o . . . M i c a r n e e s u n a s o l a h e r i d a , t a n t a s

v e c e s l a v i d a y l o s h o m b r e s l a h a n a b r u m a d o a g o l p e s . ¿ Q u é

g o c e e n c o n t r a r í a s e n a b r a z a r t e a u n a l l a g a , e n b e s a r l a c o n

t u s l a b i o s , e n a p r e t a r l a c o n t r a t u s s e n o s ? N o h a b r í a n a d a

de hermoso en eso, Cleia.  (Breve pausa. Con una súbita y

velada ilusión.)  M u c h a s v e c e s, ¡ m u c h a s , l o h e p e n s a d o , s í ;

y m e h e d i c h o : " ¿ Q u i é n s a b e . . . ? "  (En tono más grave, en-

simismado y reflexivo.)  Qu ié n s ab e s i a l t e rad a l a d ecen c ia ,

a c a l l a d o s l o s e s c r ú p u l o s , o l v i d a d o d e q u e s o y u n e s c l a v o

q u e c u e n t a f á b u l a s d e a n i m a l e s p a r a m e j o r a r a l o s h o m -

b r e s , ¿ q u é n s a b e s i n o t e h a r í a m í a ? M i c a r n e h a a p r e n -

d id o a su f r i r b a jo e l l á t ig o , y ap en as s e s i en te to cad a , g r i t a :

" ¡ A q u i é t a t e , i m b é c i l N a d a d e d e s e o s . . . N a d a d e d o l o r . "

S in eso , ¿q u ién s ab e s i mi cu erp o t en d r í a aú n l a s en s ib i l i -

d ad p ara g u s ta r d e l tu y o , co mo d o s b es t i as jó v en es q u e s e

Page 187: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 187/267

e n c u e n t r a n e n u n o s c u r o d e l b o s q u e , y s e a m a n . . . p a r a

s e g u i r d e s p u é s c a d a c u a l s u c a m i n o ?

C L E I A

  (conmovida). —  ¿ P o r q u é n o h a d e s e r a s í ?

ESOPO. — Po rq u e h ay d en t ro d e mí a lg o q u e e l v e rg a jo

n o h a p o d i d o a r r a n c a r , a l g o s u t i l , i m p o n d e r a b l e , q u e h a c e

m á s d u r o s l o s c a s t i g o s y . a l z a l o i r r e p a r a b l e f r e n t e a t o d o s

lo s p laceres .

C L E I A . — ¿ Y q u é e s ?

E S O P O

  (hondamente).

  — E l r e m o r d i m i e n t o , e l r e m o r d i -

m i e n t o , q u e r i d a m í a , l e j a n a a m a n t e i m p o s i b l e . E l r e m o r d i -

m i e n t o , q u e n o s h a c e b u e n o s ; p e r o q u e n o h a c e e l m u n d o

a m a b l e p a r a n o s o t r o s . E l r e m o r d i m i e n t o , q u e n o s h a c e b a -

j a r l o s o j o s a l s i m p l e o f r e c i m i e n t o d e u n p l a c e r , a u n o s l a -

b io s q u e cas i s e n o s en t reg an , a u n o s o jo s q u e cas i n o s

a p r e s a n c o m o s i f u e r a n m a n o s . . .  (Patético.)  Es es to , C le ia .

¡ E s t o , s ó l o e s t o A p á r t a t e , a p á r t a t e d e m í , ¡ o h , h e r m o s u r a

d e au ro ra , so p lo d e v ien to d e l mar , l u z d e l so l so b re lo s

m á r m o l e s d e l t e m p l o , a g u a f r e s c a a l b o r d e d e l c a m i n o

A p á r t a t e d e m í , c a n t a r d e l o s p á j a r o s , b l a n c o n a v i o e n v u e l -

t o e n l e j a n í a , e s t r e l l a f u g a z . . . A p á r t a t e , a p á r t a t e , a m o r ,

v i d a . . . p a r a q u e y o s i g a s i e n d o y o m i s m o . . . Y o , s o l o .

C L E I A

  (acariciándolo).  — P o b r e E s o p o . N a d a t e s e p a r a d e

l a b e l l e z a . A q u í e s t á , c o n t i g o . T ó m a l a .  (Con súbito arreba-

to, con trémula ternura, Esopo le acaricia el rostro y los

cabellos, como si Cleia fuera un ídolo o un niño. Pero, de

pronto, se estremece y tiembla, retira bruscamente sus ma-

nos, da un paso hacia atrás.)

E S O P O . . — N o .

CLEIA. — ¿N ad a má s?

ESOPO. — Na d a más .

C L E I A

  (tras una pausa).  — ¿ S a b e s q u e X a n t o s v a a h a c e r -

t e a z o t a r ?

ESOPO. — ¿N o p er d o n a , c u an d o a lg u ien l e reh u sa su

m u j e r ?

C L E I A .  — S o y y o q u i e n n o p e r d o n a .

  (Breve pausa.)

  V o y

a d e c i r l e . . .

E S O P Ó

  (interrumpiéndola).

—   . . . Q u e m e h e a t r e v i d o

co n t ig o , q u e t e h e h ech o p ro p o s ic io n es , q u e me h as rech a-

zad o y q u e ex ig es e l d esag rav io a tu h o n ra .

CLEIA. — Eres in t e l ig en te . Eso es lo q u e v o y a h ace r .

ESOPO. — Las m u je res so i s as í . Ah o ra , y o h e p asad o a

s e r l a s u v a s , y t ú , l a z o r r a . E s t o y v e r d e . . . N o p i e r d a s t u

o cas ió n . Vén g a te . .

CLEIA. — Me v e n g aré , s í . . . p o r s e r t an to n to . Eres es -

c l a v o , e r e s f e o . . . t e o f r e z c o e l p l a c e r y l o d e s d e ñ a s . ¡ M e -

reces el castigo (Por la puerta del fondo entra Xantos

precipitadamente.)

XANTOS. —

  ¡

 E s o p o . . .

  ¡

 E s o p o ¡ S á l v a m e , E s o p o ¿ T e

a c u e r d a s d e q u e a y e r m e e m b o r r a c h é c o n a q u e l d e s c o n o -

s i d o . . . ? ¿ T e a c u e r d a s d e q u e l e d i j e q u e s e r í a c a p a z d e

b e b e r m e e l m a r e n t e r o ? ¿ T e a c u e r d a s d e q u e e s c r i b í y f i r m é

q u e s i n o l o h a c í a m í c a sa s e r í a s u y a ? . . . A h o r a e x i g e q u e

cu mp la lo q t l é l e p ro met í . Les h a en señ ad o a to d o s mi es -

c r i t o . . . ; y t o d o e l p u e b l o d e S a m o s e s t á r e u n i d o e n l a

p laza , e sp eran d o q u e y o me b eb a e l mar . ¡Se r í en , Eso -

p o . . . S e r íe n d e m í ,' s e r í e n a c a r c a j a d a s .

ESOPO.— ¿N o sab es so p o r t a r l a r i s a? To d o s lo s d ías se

r íe n d e m í , e n ' k i í c a r a .

r

X Á Ñ T O S   ¿ Q u é h e d e h a c e r , E s o p o ?  (Sollozando.)  M i

c a s a ^ m í j a r d í n , t o d o . . . ¿ Q u é p u e d o h a c e r ?

ESOPÓ.' — Béb ete el m ar, Xa nto s .

XAÜNTOS. — ¡ Ñ b ' é s e l m o m e n t o p a r a b r o m a s

(Amenaza-

dor.)  D i m é l o q i fe f i e d e h a c e r , p o r q u e s i n o . . .

E S O P O

  (cruzándose de brazos).

  — ¿ M e h a c es a z o t a r . . . ?

Page 188: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 188/267

P u e s b i e n : n o sé l o qu e h a d e h a c e r . . . L l a m a a l e t í o p e .

(Breve pausa.)

  ¿Qué esperas?

C L E I A  (que ha permanecido aparte).

  — Sí , Xan tos . Haz-

lo azo tar .

E S O P O  (a Xantos). —

  Si t e d igo lo que t i enes que hacer ,

¿ m e l i b e r t a r á s ?

X A N T O S . — L o j u r o .

C L E I A .

  — H a z l o a z o t a r , X a n t o s . T o r t ú r a l o . ¿ S a b e s l o q u e

ha hecho? Me ha quer ido seduci r con agasajos . Me ha d i -

cho que s i yo er a suya, é l se sen t i r ía vengado de t i .

X A N T O S  (estupefacto, a Esopo).—

  ¿ T ú . . . ?

E S O P O .

  — E s l a v e r d a d , f i l ó s o f o . A r r a n c a a t u s a b i d u r í a

la ún ica insp i r ación que los d ioses ponen en tu cabeza: l a

có ler a .

C L E I A .

  — X a n t o s . . . ¡ M e h a i n s u lt a d o a m í , t u e s p o s a

E S O P O

  (a Xantos).—Azótame.   Golpé ame , sobr e todo la

cabeza , par a que r ae vuelva id io ta y ya nunca más pueda

e n c o n t r a r u n a s o l u c i ó n p a r a t u s d i f i c u l t a d e s . ¡ V a m o s . . .

Hazme apalear . Y luego , vete a beber e l mar s i no qu ier es

per der todo lo que t i enes .

C L E I A .

  — Es ta es e l ar m a qu e ten ía con t r a t i , Xan tos . Sa-

b ía que lo ibas a neces i tar , y ha ven ido a cobr ar se e l p r ecio

e n m í , ¡ e n t u m u j e r

E S O P O

  (a Xantos). —   ¡ V a m o s , d e c í d e t e

X A N T O S

  (a Cleia, indeciso). — ¿Y  nues t r a casa , Cle ia?

E S O P O

  (a Cleia). —  I r ás a v iv i r a l a in tem per ie con tu

f i l ó s o f o . V a a s e r b u e n o p a r a é l . . . T a l v e z c o n s i g a p a r e -

cer se a D iógenes .  (A Xantos.)  ¿P or qué no te vas a v iv i r a l

tonel que te beb is te ayer ?

X A N T O S

  (suplicante, las manos en la cabeza).—\MI

c a s a . . .

C L E I A .

  — ¿Qué vas a hacer , Xan to s? ¿No nace de tu ca-

beza n i una so la idea?

X A N T O S .

  — ¿Cr e es que mi cabeza es la de Júp i ter , de la

q u e n a c i ó M i n e r v a ?

C L E I A .

  — Xantos . busca una so lución , demu és t r a le que

no lo neces i tas . . . jPon le los cepos , r ómpele los huesos

X A N T O S

  (transtornado).  — ¿ U n a s o l uc i ó n ? . . .  ¿ Cuál ,

mujer ? Yo soy un f i lóso f o , no en t iendo de las cosas p r ác-

t icas de la v id a . . . ¡ Tú t ienes la cu lpa de que me haya

pasado es to

C L E I A .

  — ¿ Y o . . . ? ¿ P o r qu é ?

X A N T O S .

  — ¿ P o r q u é n o m e im p e d i s t e b e b e r ? ¿ P o r q u é

me dejas te r ec ib i r a ese desconocido? ¿Por qué le honr as -

te , l avándo le los p ies?  (A Esopo.)  ¿N o es as í , Eso po?  (A

Cleia.)

  Tú er es dem as iado ama ble con todos .

E S O P O .

  — C l e i a n o e s p r e c i s a m e n t e u n a m u j e r a m a b l e .

X A N T O S .

  — S í , l o e s . . . E s a m a b l e c o n t o d o el m u n d o .

(Lloriqueando.)  ¡ Mi casa , Esop o

E S O P O .

  — ¡ Bébete el mar , X an t os

X A N T O S .

  — E s o p o . . . L o q u e l e h a y a s d i c h o a m i m u -

j e r , ¿ s a b e s . . . ? n a d a . H a s i d o u n a d e t u s b r o m a s , ¿ n o e s

c ier to? Ha s ido una f ábu la , lo sé .

C L E I A

  (con vivo tono de reproche).—   ¡ X a n t o s

X A N T O

  (a Cleia). —

  J

 S í , s í . . . ¡ H a si d o e s o C o n o z co

b ien a Esopo ; es as í , b r omis ta . Per o incapaz de hacer una

cosa f ea .

E S O P O .

  — Bébete e l mar , Xan tos .

X A N T O S

  (a Esopo).

  — Tú sabes la adm ir ación que te

t e n g o , y s a b e s l o q u e v a l e s e r a d m i r a d o p o r u n f i l ó s o f o . . .

Tú er es un poeta , e l más g r ande de los poetas g r iegos , más

g r a n d e q u e P i n d a r o . . . m á s q u e H o m e r o .

E S O P O .

  —  ¡ Bébete e l ma r , Xan tos 

X A N T O S .

  — A un poeta le es tán per mi t idas c ier tas l i cen-

c ias de palabr a , c ier tas imágenes .

C L E I A .

  — E s o p o , a q u í , n o e s u n p o e t a . . . E s u n e s c l a v o .

Page 189: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 189/267

X A N T O S

  (a Cleia).

  — ¿ Q u é e n t i e n d e s t ú d e p o e s í a ?

  (Dán-

dose vuelta hacia Esopo, buscando su complicidad.)

  La poe-

s í a e s p a r a l o s h o m b r e s , ¿ n o e s v e r d a d , E s o p o ? N o s o t r o s

sabem os e l va l o r de un ve r so , de una f r a se e l ocuen t e , i u s

f á b u l a s , p o r e j e m p l o .

E S O P O . — ¡ B é b e t e e l m a r , X a n t o s

C L E I A .

  — E s t e e s c l a v o t e h a t r a i c i o n a d o . ¡ E x i j o q u e l e

c a s t i g u e s

X A N T O S

  (interrumpiéndola, impidiéndola hablar). —

  ¡Es-

t á s e x a g e r a n d o , c r i a t u r a d e J ú p i t e r N o h a t r a i c i o n a d o n a d a .

C L E I A  (a Xantos).  — ¡ C o c h i n o ¡ C o b a r d e

XANTO . — ¡Cá l l a t e , mu j e r , s i no qu i e re s que t e ha ga

a z o t a r a t i . . . E s o p o , te l o r u e g o , ¿ q u é d e b o h a c e r p a r a

n o p e r d e r m i c a s a ? E s o p o . . . N o s o t r o s h e m o s s i d o s i e m -

p r e t a n a m i g o s , h a y u n a t a l c o m p r e n s i ó n d e n u e s t r a s a l -

m a s . . . ¡ E r e s m i m e j o r a m i g o

E S O P O .  — ¡ P o r t o d o s l o s d i o s e s , X a n t o s S o y e l m á s

brande poe t a de Grec i a , soy i ncapaz de seduc i r a t u mu-

j e r y a ca ba rá t amb i én pa re c i én do t e que no soy t an t eo .

X A N T O S . - ¡ Y

  no l o e re s , e sa e s l a ve rda d Con nu es t r a

c o n v i v e n c i a , h e i d o v i é n d o t e m e j o r , m i r a n d o t u s r a s g o s ,

a n a l i z á n d o l o s . . . H e o b s e r v a d o t u n a r i z

  c l a s i c a ,

  g r i ega ,

g r e g u í s i m a ; l a l í n e a d e t u s l a b i o s , e l  d i s e ñ o  e sp i r i t ua l de

Tus ce j a s , l a g rac i a de t u po r t e . . . y l l egado a l a con-

c l u s i ó n d e q u e e r e s h e r m o s o . E s m á s . . . T u b e l l e z a e s d i-

f í c i l e s r a ra , una de e sa s be l l e za s que só l o pe r sonas de

g u s t o e x q u i s i t o p u e d e n a p r e c i a r , c o m o a l g u n o s c o n t o r n o s

d e l a s e s t a t u a s d e F i d i a s , a l g u n a s a r m o n í a s d e l P a r t e n o n ,

u n c i e r t o n o s é q u é d e l a s o b r a s d e P r a x í t e l e s . . .   (Conten-

to de su hallazgo.)  ¡ E s t o e s D e l A p o l o d e P r a x í t e l e s . . .

E S O P O  (estallando).-

  Bébe t e e l ma r , Xan t os . E l ma r en-

t e r o . . . Y n i s i q u i e r a e s o c a s t i g a r á t u d e s c a r o . ¡ M í r a m e

b i e n ¿ Y o u n A p o l o ? ¡ Y o . . . i

X AN TO S. — Q u i z á h a y a e x a g e r a d o u n p o c o . P e r o . . .

E SO PO . — ¡ S o y f e o ¿ M e ¿ y e s ? F e o , l o q u e s e d i c e f e o . . .

Feo ha s t a l l o ra r , cuando me veo en l os e spe j os . Soy ho-

r r e n d o , m o n s t r u o s o . . . S o y h i j o d e l a h i d r a , d e l a q u i m e r a ,

d e l m i n o t a u r o , d e c u a n t o l a m a r a v i l l o s a G r e c i a h a p o d i d o

c rea r de f eo . <

X A N T O S  (suplicante, sollozando).  — ¡ M i c a s a . . . m i c a s a

E SO PO . — P e r o n o t e e n g a ñ e s . . . M i f e a l d a d n o i m p i d e

q u e a l g u n a s p e r s o n a s p u e d a n s e n t i r p i e d a d p o r m í . . . y

s i m p a t í a , y h a s t a a m o r . ¿ S a b e s p o r q u é ? N o l o s a b e s , f i -

l ó s o f o ; y v o y a d e c í r t e l o . . . P o r q u e h a y q u i e n e s s o n p o r

den t ro t an f eos como yo l o soy por fue ra . ¡Bébe t e e l ma r ,

X a n t o s p a r a a h o g a r l a f e a l d a d q u e t i e n e s e n e l a l m a

XANTOS. —   ¡ T e l i b e r t o . . . S i m e d i c e s l o q u e h e d e

hace r pa ra no pe rde r mi ca sa , t e doy l a l i be r t ad .

ESOPO. — ¿N o e s l o qu e me d a r í a s s i t e d i j e ra l o q ue

h a s d e h a c e r p a r a n o p e r d e r a t u m u j e r ?

C L E I A

  (a Esopo).

—   ¡ N o m e o f e n d a s m á s , E s o p o

(A

Xantos-)   ¿ D e j a s q u e e s t e m o n s t r u o m e d e s p r e c i e ? ¿ N o

t e d a s c u e n t a d e q u e m e h u m i l l a s ?

E S O P O  (a Xantos).  — Si no me haces azo t a r , e s po rqu e

f i n g e s n o c r e e r l o q u e t u m u j e r t e h a c o n t a d o d e m í . . . S e -

r á s u n h o m b r e s i n h o n o r . E l i g e : ¿ q u é q u i e r e s ? ¿ T u c a s a

o t u h o n o r ?

X A N T O S  (a Esopo, por Cleia).—   ¡Te j u r o que no l e c reo

T ú s a b e s c ó m o s o n l a s m u j e r e s . . . A l o m e j o r e s e l l a

mi sma l a que t e d i ce cosa s .

E S O P O  (con sorpresa).

—   ¿ C ó m o ? . . .

  (Breve pausa.)

  E n

f i n , p o r a l g o e r e s f i l ó s o f o .

C L E I A . — ¡ M e e s t á s i n s u l t a n d o , m a r i d o ¡ T o d o s m e i n -

s u l t a n

X AN TO S. — E s o p o . . . ¿ N o q u i e r e s t u l i b e r t a d ?

E SO PO . — X a n t o s . . . ¿ N o q u i e r e s tu h o n o r ?

Page 190: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 190/267

X A N T O S . — L s c u c ü a , E s o p o , m i m e j o r a m i g o . . . • E s c ú -

c h a m e .

E S O P O  (airado).  — ¡ N o v u e l v a s a l l a m a r m e h e r m o s o N o

m e i n j u r i e s .

X A N T O S . — E s c u c h a . . . A d m i t a m o s q u e t u l a h a y a s . . .

c o r t e j a d o , A l f i n y a l c a b o , e r e s u n h o m b r e , ¿ n o ? S o y y o

q u i e n d e b í a s e r m á s p r u d e n t e . . . ¿ C o m p r e n d e s ? C l e i a y a

m e l o h a c o n t a d o , t ú n o l o v o l v e r á s a h a c e r , e s a s u n t o c o n -

c l u i d o , y l o d a m o s t o d o p o r o l v i d a d o . ¿ N o t e p a r e c e ?

  (Con

brusca transición.)  ¡ M i c a s a , E s o p o . . . ¡ M i c a s a

E S O P O . — ¿ Y s i t e d i j e r a q u e h a s i d o e l l a , e l l a , l a q u e

h a q u e r i d o s e d u c i r m e ?  (A un mirada de Cleia.)  ¡ E l l a , s í /

C L E I A . — ¡ I n s o l e n t e

E S O P O  (apuntando a Cleia con el índice).—   ¡ E l l a

X A N T O S . — N o e s p o s i b l e .

E S O P O . — ¿ P o r q u é n o e s p o s i b l e ?

X A N T O S . — P o r q u e t ú e r e s f e o .

E S O P O . — E n t o n c e s . . . ¿ s o y l o b a s t a n t e h e r m o s o p a r a

d e f e n d e r t u c a s a y d e m a s i a d o f e o p a r a a c o s t a r m e c o n t u

m u j e r ?

X A N T O S  (desconcertado, a Cleia).—   ¿ H a s h e c h o l o q u e

d i c e E s o p o ?

C L E I A . — ¿ Y s i l o h u b i e r a h e c h o ?

X A N T O S . — N o . . . N o . N o l o c r e o . H a b r á s i d o u n a l o -

c u r a , u n m o m e n t o d e t o n t e r í a , d e d e v a n e o . . . o d e p u r a

b r o m a . ¿ N o e s a s í , E s o p o ? ¿ N o e s a s í , q u e r i d a ? A s u n t o

t e r m i n a d o . . . N o s e p i e n s e m á s e n e s o . . . A c a b a d o .

  (Con

brusca transición.)  ¡ M i c a s a , E s o p o E s t o e s l o q u e i m p o r -

t a . . . ¿ Q u é h e d e h a c e r . . . ? D í m e l o , y t e d a r é t u l i b e r t a d .

E S O P O . — N o q u i e r o m i l i b e r t a d , a h o r a . S e r í a d e m a s i a d o

s u c i o . V o y a d e c i r t e l o q u e t i e n e s q u e h a c e r p a r a s a l v a r t u

c a s a . V o y a d e c í r t e l o g r a t i s .

X A N T O S  (con ansiedad restregándose las manos). —  ¿ C ó -

m o e s . . . ? - -

C L E I A  (con un gemido de humillación). —   X a n t o s , n o

a c e p t e s ,

X A N T O S  (a Cleia, violento).  — ¡ C a l l a (A Esopo.)  H a -

b l a .

E S O P O . — V e t e a l a p l a y a . . . p r e s é n t a t e a n t e e l p u e b l o .

D i l e q u e p r o m e t i s t e b e b e r t e e l m a r y q u e c u m p l i r á s t u p r o -

m e s a . B é b e t e e l m a r , X a n t o s .

X A N T O S . — ¿ B e b e r m e e l m a r ?

E S O P O . — P r o m e t i s t e b e b e r e l m a r . . . R a t i f i c a t u p a l a -

b r a : e l m a r . P e r o s ó l o e l m a r . . . N o l a s a g u a s d e l o s r í o s

q u e v a n h a c i a e l m a r . T i e n e s q u e d e c i r : " S e p a r e n l a s a g u a s

d e l o s r í o s d e l a s a g u a s d e l m a r , y o m e b e b e r é t o d a e l a g u a

q u e e l m a r t e n g a . "

X A N T O S  (como iluminado). —Y  c o m o n a d i e p u e d e h a -

c e r e s o , e l c a p i t á n d e g u a r d i a s n o p o d r á r e c l a m a r m i c a -

s a . . . ¡ Q u é i d e a ¡ Q u é f a b u l o s a i d e a V o y a h o r a m i s m o . . .

¡ Y a (Disponiéndose a salir.)  Q u é c a r a v a n a p o n e r , ¿ n o ?

C L E I A  (deteniéndolo).  — X a n t o s . . .  (Por Esopo.)  ¿ N o

v a s a o r d e n a r q u e l o a z o t e n ?

X A N T O S . — ¿ A z o t a r l e . . . ?   (Mirando a Esopo.)  ¡ P o b r e

¿ P o r q u é ?

C L E I A . — ¡ A h . . . ¿ N o v a s a h a c e r l o ?   (Con brusca có-

lera.) ¡Puerco M e i r é d e a q u í p a r a s i e m p r e . . . ¡ Q u é d a t e

c o n t u e s c l a v o , X a n t o s (Cleia, sale. Xantos y Esopo se mi-

ran. Xantos inmóvil un instante, va hacia el gongo, toma

la maza y lo golpea. El esclavo etíope aparece.)

X A N T O S  (al etíope, por Esopo).  — A z o t a a e s t e h o m b r e .

(Xantos sale.)

C A E E L T E L Ó N .

Page 191: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 191/267

T E R C E R A C T O

El mismo decorado. En escena,  M E L I T A  y el  E T Í O P E .

  El

esclavo está en pie, con los brazos cruzados, en medio

  de

la sala.

M E L I T A . — T ú n o m e c o m p r e n d e s , e t í o p e ; p e r o y o t e c o m -

prendo.  (Acomoda una jarra y se da vuelta, luego, hacia

el etíope.)  ¿Me comprendes?  (El etíope permanece impa-

sible.)  No . Camb ias d e am o y n o d i s cu tes razo n es . Ob ed e-

c e s . Y o h a g o l o m i s m o , ¿ s a b e s ? C o n u n a d i f e r e n c i a : y o e s -

p ero . Eso p o , n o . Eso p o , d esesp era . No q u ie re más q u e s e r

l ib re . Yo q u ie ro s e r l i b re , r i ca y q u er id a .  (Breve pausa.)

¿ Tú n o e res as í , n o d eseas n ad a . . . ? En tu p a í s , en t re lo s

t u y o s , c u a n d o e r a s l i b r e , ¿ q u é h a c í a s ? L u c h a b a s c o n t r a u n

leó n , y lo mat ab as . Dab as ca ra . a l a s f i e ras , co n só lo u n a

l a n z a e n l a m a n o . . . ¿ Y a h o r a ? N a d a . . . N a d a . N i u n g e s t o

d e reb e ld ía . ¿Será q u e tú e res as í ? Au n q u e n ad ie lo so s -

p ech e en tu s o jo s , n i en u n f ru n ce d e tu b o ca , ¿n o h ay d en -

t ro d e t i u n a v o lu n tad d e s e r l i b re , d e s a l t a r fu e ra d e es t e

c í r c u l o d e m á r m o l e s d e u n a c i u d a d q u e d e s c o n o c e s y q u e

o d i a s ?  (Breve pausa.) O  q u ién s ab e s i t e co n su e la l a v en -

g a n z a d e a m a r r a r a E s o p o , d e s n u d o , e n u n p o s t e , y r a j a r l e

l a s e s p a l d a s c o n e l l á t i g o . E s c u r i o s o . . . A c a b a g u s t a n d o

eso d e p ro v o car e l d o lo r , ¿n o ? Eso d a l a s en sac ió n d e p o -

d e r .  (Breve pausa.)  Per o el p o d er n o es eso . Po d er es am ar .

¿ T ú h a s q u e r i d o y a , e t í o p e ? T i e n e q u e s e r g r a c i o s o v e r

c ó m o q u i e r e s . . . ¿ S a b e s a m a r , t ú ?  (Levemente, el pecho

del etíope se abomba, y las aletas de la nariz tiemblan.)

¿ S a b e s c ó m o s e t o m a a u n a  m u j e r  e n l o s b r a z o s ? ¿ S a b e s

r o d e a r l e l a c i n t u r a  co n u n so lo  b razo , d e jan d o e l o t ro l i -

bre para las car icias. . .?  (El pecho del etíope se hincha;

sus aletas, vibran.)  No , tú e res u n s a lv a je . Qu izá s eas , en

e l a m o r , h e r m o s o c o m o u n p o t r o v i o l e n t o . . . p e r o n o d e b e s

sab er esp era r a q u e l a mu je r s e d esmay e so b re tu p ech o ,

como una rosa exhausta.  (El pecho del etíope se hincha; las

aletas de su nariz, vibran.)  La civilización no es más que

es to , e t ío p e : u n re f in amien to en lo s p laceres d e l a s an g re .

Y a lo s é : n o m e c o m p r e n d e s . . . ¡ T o r p e T u t a c to d e b e s e r

p e s a d o c o m o u n a p i e d r a . T u s m ú s c u l o s n o s a b e n a m o l d a r s e

a u n c u e r p o f e m e n i n o c o m o s i f u e r a n u n g r a n l i e n z o d e

c a r n e . T u b o c a , a d e m á s d e m o r d e r o t r a b o c a , ¿ c o n o c e o t r o s

b eso s? Me lo imag in o : p a ra t i , e l b eso , ap en as s i e s u n g es to

d e e q u i l i b r i o .  (Mirándole con deseo.)  P e r o t a m b i é n d e b e s

se r a rd ien te y fecu n d o co mo u n a s emi l l a met id a en l a t i e r ra .

(El pecho del etíope, jadea; las aletas de su nariz, tiemblan.)

Y b i e n : ¿ q u é e s p e r a s ? ¡ B é s a m e (El etíope permanec e in-

móvil. Ella se pone frente a él, provocativa, para recibir el

besa.)  ¡Bésame (Por la puerta del fondo, apresuradamente,

entra Cleia.)

C L E I A . —   ¿ X a n t o s h a l l e g a d o . . . ?  (Al advertir la actitud

de Melita, se detiene y se calla. Melita, que ofrecía su boca

al etíope, se aparte de él.)  ¿Te ofrecías al negro?  (Melita

hace un gesto. El etíope, sale.)

M E L I T A .  —  ¿ Y q u é . . . ? N o c r e o q u e e st o t e i m p o r t e .  (Una

pausa de recelo.)  ¿ A q u é h a s v u e l t o ? C u a n d o s e d i c e " m e

v o y d e e s t a c a s a p a r a s i e m p r e " , d e b í a s e r p a r a s i e m p r e .

C L E I A .  — No t en g o q u e d ar t e cu en ta d e mis ac to s .  ¿ D ó n d e

e s t á X a n t o s ?

M E L I T A .  —  Co mo p u ed es v er , n o es t á .

Page 192: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 192/267

C L E I A . — ¿ N o

  ha ven ido aún de la p laya?

M E L I T A . - ¿ E s t a b a  e n l a p l a y a ?

C L E I A . - C o n t a b a

  a l pneb lo su t r uco par a no  beberse  el

" M E L I T A

  (alegre).

  En tonces , ¿no per d er á la casa , n i su

f o r tuna n i los esc lavos?

T Z - N O , M e m a . S e g ui rá s s ir vi e nd o a l

  f i l ó s o f o

  a  quien

q u i e r e s .  (Breve pausa-)  Tú le qu ier es , ¿n o es e ier to .

M EL IT A - T e l o r u e g o . . . N o h a b l e m o s de e s o .

C L E U - ¡ T o n t a ¿ P o r q u é n o l o e n a m o r a s ? S e n a m e j o r

que seduci r a l negr o .

M E L I T A . - ¿ Q u é

  in ter és t i enes en que enamor e  a  tu  ma -

"

D

C L E , A

  - ¿Sa bes que e l pueb lo p ide la l iber ta d

  de Esopo?

M E U T A

  (sí

  entender). — ¿El  p u e b l o . . . ?  Comprenda

j

n

  \ . Ah . . Tú qu ier es i r t e con Eso po .

CLEIA - S i tú enamor a ses a mi ma r ido , Mel i ta , yo sen a

l i b r e . . . y E s o p o s e r í a l i b r e . ¿ C o m p r e n d e s ?

M E L I T A .  — C o m p r e n d o .

^ i t s - i r r r j s i ' ? :

haces , nad ie te r espetar á más en es ta c iudad

X A N T O S  (a Cleia).-¿Tú   t a m b i é n . . . ¿ P o r q u e . ¿ Q u e

tan só lo mi casa?

A G N O S T O S .  —  Y  t u f o r t u n a .

X A N T O S .  — ¿ P e r o h e d e p e r d e r m i m u j e r y m i e s c l a v o ?

AGNOSTOS. — Lo de tu m uje r es pro ble ma suyo. En cua n-

to a tu esc lavo , he ven ido aqu í par a hacer te cumpl i r e l deseo

del pueb lo .

X A N T O S  (indignadísimo).  — ¿Q ué p ueb l o es és te , que

qu ier e que p ie r da lo que es mío ? . . . ¿ Acaso ha n tomad o

el poder ? ¿Es tá ya r epar t iendo los b ienes de los r icos?

AGNOSTOS N o . . . que par a eso hay gua r d ias como yo .

Lo que e l pueb lo qu ier e es que l iber tes a Esopo . So lamente a

E s o p o .

X A N T O S .

  — ¡ E s m í o (Entra Esopo, seguido de Melita. Al

verle, Xantos se acerca a su esclavo, y le pone la mano en

el hombro, com o significando su dominio. A Agnostos.)

¡ M í o ¿ E n t i e n d e s ?

C L E I A

  (a Esopo, rápidamente, como si temiera que le fue-

sen a ocultar la verdad).— ¡ E s o p o . . . ¡ E l p u e b l o e x ig e

q u e X a n t o s t e l i b e r t e

E SO PO . — ¿ E l p u e b l o . . . ? ¿ P o r q u é , e l p u e b l o ?

CLEIA. — El pu ebl o se dio cue nta d e que f uis te tú qui en

enseñas te a Xan tos a zaf ar se de su p r omesa de beber e l

mar . Ch is ipo lo p r oclamó: "Es to ha s ido idea del esc lavo

Esopo . Xan tos no es capaz de encon t r ar una sa l ida tan

a g u d a . "

E S O P O

  (a Xantos).  — D i s c ú l p a m e , X a n t o s  (A los otros.)

¿ Q u é m á s ?

CLEIA Entonces e l pueb lo comenzó a g r i t ar : ¡ Que

l i b e r t e n a E s o p o ¡ Q u e li b e r t e n a E s o p o

E S O P O .

  — S i es a s í . . .  (Mirándolos a todos.)  ¿ S o y l i b r e ?

X A N T O S . —

  N o

  (Breve pausa.)

  Me per teneces .

CLEIA. —

  ¡

 L i b é r t a l o , X a n t o s

X A N T O S .  — Quier es i r t e con é l , ¿n o?

MELI TA. — Libér ta lo , Xan to s . Y a e l la , éc hala . N o es d ig -

na de t i . Deja que se vaya con es te esc lavo .

Page 193: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 193/267

C L E I A  (altiva).— ...y

  l a e sc l ava M e l i t a se ha r á ca rgo

de su señor .

X A N T O S . — ¡ N O (A Esopo-)  Tú e re s mi e sc l avo .

M ELITA. — Yo t a mbi é n soy t u e sc l a va . . . y se ré t u e s -

c l ava t oda mi v i da .

C L E I A . — M e l i t a t o m a r á m i l u g a r . S e r á m e j o r q u e y o .

X A N T O S  (airadamente).  —

  J

 N O

E S O P O

  (tras una breve pausa, calmosam ente). —  M i e n -

t r a s e l l eón dormí a , un pobre r a t ón pa seaba sobre su cue r -

p o . D e s p e r t á n d o s e d e p r o n t o , l a f i e r a a t r a p ó a l a n i m a l i t o ;

e i b a a d e v o r a r l o , c u a n d o e l r a t ó n l e d i j o : " S u é l t a m e , q u e

a l g ú n d í a s a b r é d e m o s t r a r t e m i g r a t i t u d . " E l l e ó n s o n r i ó d e

l a p e t u l a n c i a d e l r a t ó n ; p e r o d e c i d i ó s o l t a r l o . A l g ú n t i e m -

po de spués , e l l eón cayó p r i s i one ro en una r ed t end i da por

l os c azadore s . E l r a t ón oyó l os gemi dos de l a f i e ra , fue

hac i a e l l uga r de l a t r ampa , royó l a s cue rdas de l a r ed y

e l l eón quedó l i b re .

X A N T O S .

  — Y  e s o , ¿ q u é s i g n i f i c a ?

E S O P O .  — E s t a f á b u l a d e m u e s t r a l a r e c o m p e n s a d e l a

g r a t i t u d .

C LE IA . — S í , X a n t o s . . . D e b e s e s t a r a g r a d e c i d o , p o r q u e é l

sa l vó t u ca sa y t u fo r t una .

X A N T O S . — ¿ A g r a d e c i d o . . . ? E s é l q u i e n h a d e e s t a r m e

a g r a d e c i d o . . . L e d o y c o m i d a , l e d o y t e c h o , l e d o y u n a

v i da que n i ngún e sc l avo t i ene en t oda Grec i a .

E S O P O

  (mostrando sus brazos, cubiertos de cicatrices y

verdugones). —   A s í m e h a s p a g a d o p o r h a b e r t e d i c h o l o

q u e t e n í a s q u e h a c e r p a r a n o e n t r e g a r t u s b i e n e s a l c a p i t a n .

AGNOSTOS. — Si é l no t e hub i e se i ns t ru i do , yo t e hub i e ra

g a n a d o t u c a s a , t u f o r t u n a y t u s e s c l a v o s . E s o p o s e r í a m í o . . .

y yo l o l i be r t a r í a .

M ELITA. — L i bé r t a l o , Xan t o s . No l o nece s i t a s a é l . . . n i

a e l l a . Yo se ré pa ra t i l o que e l l os no fue ron nunca .

X A N T O S  (empujándola brutalmente)  ¡ T ú t a m b i é n m e

p e r t e n e c e s T ú e r e s m í a . C u a n d o t e q u i e r a c o m o m u j e r , n o

m e h a c e f a l t a q u e c o n s i e n t a s . . . ¡ p o r q u e e re s m i e s c l a v a

AGNOSTOS.— Pe rd í l a pa r t i d a g rac i a s a l i ng en i o de t u

e s c l a v o . E l p u e b l o q u i e r e a h o r a q u e l o l i b e r t e s . . . O b e d e c e

a l pueb l o .

XANTOS. — E l pueb l o sabe mu y b i en q ue n i ng una l ey m e

obl i ga a l i be r t a r a mi s e sc l avos .

CLEIA. — Xan t os , se rá s de t e s t a do po r l a c i ud ad en t e ra .

X A N T O S  (a Cleia).  — Sé e l i n t e ré s que t i ene s en que l i -

be r t e a Esopo .

CLEIA. — No l o n i ego . ¿Q ui e r e s q ue l o d i g a?

X AN TO S. — N o . . . S e r í a m u y c r u e l .

CLEIA. — Ant e s de que Es opo l l ega ra , i m ag i n aba encon-

t r a r u n d í a a u n h o m b r e c o m o t ú , c a p i t á n . U n h o m b r e h e r -

m o s o , c l a r o , f u e r t e . P e r o d e e s t e h o m b r e f e o . . .  (Señalan-

do

  a

  Esopo.).. . he o í do l o que n i m i mar i d o n i t ú me ha -

b é i s s a b i d o d e c i r .  (A Xantos.)  Xan t os , dé j a me i rme con e s t e

h o m b r e .

X A N T O S  (desplomándose en una banqueta).  — Por e so no

l o l i be r t o . Yo sé que s i é l se queda a mi l ado , t ú t ambi én

t e q u e d a r á s .

CLEIA. — No hay n i n gun a d i g n i da d en l o que d i ce s . ¿C ó-

mo sopor t a s mi p re senc i a , sab i endo que de seo a t u e sc l avo .

X A N T O S. — L o p r e f i e r o a s í .

ESOPO. — Es un hom en a j e qu e me haces , f i l óso fo . Sa bes

q u e j a m á s t o c a r í a a t u m u j e r .

C L E I A  (a Esopo).  — ¿ T ú n o m e q u i e r e s ?

M E L I T A   (a Esopo). —

  ¡ D i l e q u e s í , E s o p o

E S O P O

  (a Cleia).—   ¡ N o , C l e i a

CLEIA. — ¿No qu i e r e s que m e vaya con t i go?

M E L I T A  (a Esopo).  — ¡ D i l e q u e s í H a s g a n a d o l a p a r -

t i da .

Page 194: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 194/267

E S O P O  (a Cleia). —

  No , C le ia .

C L E I A .— ¿ Q u é q u i e r e s , p u e s ?

E S O P O .

  — Ú n i c a m e n t e l o q u e m e p e r t e n e c e : m i l i b e r t a d .

X * N T O S . - S Ì  l o l i b e r t o , C l e i a . . . ¿ t e q u e d a r á s c o n m i g o .

E S O P O .  -  E s la o b l i g a c i ó n d e t u m u j e r . S e q u e d a r a .

C L E I A  (a Esopo).

  -  Só lo s i t ú me o rd en as q u e me q u e d e .

E S O P O

  - Yo n o t e d o y ó rd en es . Po d r í a d a r t e u n co n se-

jo / s i q u i s i e ras . Yo n o es t imo lo s b ien es , n i l a s r iq u ezas n i

e l amo r . No p u ed o d ar t e n ad a d e lo q u e esp eras d e l a v id a .

Ni s iq u ie ra t e d a r í a mi l ib e r t ad , au n q u e me lo su p l i ca ras .

La l ib e r t ad t i en e q u e s e r mía , p a ra q u e y o l a g o ce co mo se

- o z a d e l a m á s q u e r i d a d e l a s a m a n t e s .

D

  C L E I A . - U n s o l o g e s t o t u y o , E s o p o , y y o m e i r e c o n t i g o

s i e res l ib re , o me q u ed aré co mo esc lav a s i t ú s ig u es s i en d o

esc lav o . . ,

  9

X A N T O S  (a Esopo).-  En to n c es , ¿e l l a n o s e i ra co n t ig o .

C L E I A . - L i b é r t a l o ,   X a n t o s .  (Sol lozando.)  M e q u e d a r e .

(Xantos va hacia la mesa, toma un papiro y el pincel, y

escribe, en tanto Cleia llora. Xantos tiende el papiro a

^ X A N T O S  ( a  £ 5 0 , 0 ) .  -  Aq u í t i en es . Eres  Ubre.  (Esopo to-

ma el papiro, lo contempla y se lo entrega a Cleia.)

E S O P O . - T o m a ,

  C l e i a . L i b é r t a m e o g u á r d a m e

  (Lleta

alza los ojos, seca sus lágrimas, mira el papiro y lo toma

Pero lo que hace es llevarlo a sus labios, besarlo y devol-

vérselo a Esopo.)

AGNOSTOS   (a Esopo).-¿C u án do q u i e r e s m a r c h a r t e .

E S O P O . — Y a .

A G N O S T O S .

  — V e a b u s c a r l o q u e es t u y o .

E S O P O . - N o  t e n g o n a d a m í o . ¡ A h , s í . . . U n a  a l f o r j a

para el pan.  (Esopo sale. Breve pausa. Xantos, Cleia, Meli-

ta y Agnostos, permanecen un instante en silencio.)

X A N T O S  (a Agnostos, tras la pausa).-  Cap i t an , s i en -

c o n t r á r a m o s u n m e d i o d e h a c e r l o q u e d a r . . . ¡ T e n g o d i n e-

r o , c a p i t á n , m u c h o d i n e r o ¿ C u á n t o q u i e r e s p a r a d e c i r l e

a l p u e b l o q u e ? . . .

C L E I A  (interrumpiéndole con un grito).—   ¡ C á l l a t e ,

Xantos

(Entra E sopo con su alforja colgada del hombro.)

E S O P O .

  — A d i ó s , X a n t o s .

C L E I A  (a Esopo).  — ¿ H a c i a d ó n d e v a s ?

E S O P O .  — A v e r e l m u n d o . . . A v e rl o t od o . A m i r a r l o

co n lo s o jo s l ib res . Mu y l e jo s d e aq u í , en Lid ia , d i cen q u e

h ay u n rey . C reso , q u e es e l h o mb re más r i co d e l a t i e r ra .

S u s p a l a c i o s s o n d e o r o , s u s r o p a s e s t á n t e j i d a s c o n p i e d r a s

d e Or ien te . Qu ie ro v er l e , y re i rme d e su r iq u eza . Más

le jo s aú n , en l as o r i l l a s d e l Ni lo , l o s eg ip c io s co n s t ru y ero n

t u m b a s e n o r m e s p a r a h o n r a r l a m e m o r i a d e s u s r e y e s . . .

Qu ie ro v er l as y re i rme d e l a v an id ad d e esa p ied ra q u e cu -

b r e u n o s h u e s o s p o l v o r i e n t o s . Q u i e r o v e r l a a m b i c i ó n h u -

m a n a e n t o d a s s u s f o r m a s y r e i r m e d e s u m o n s t r u o s i d a d ,

co mo se r í en d e mi ro s t ro . Ad ió s , Xan to s .

X A N T O S .

  — ¿ E s t á s s e g u r o d e q u e p r e f i e r e s i r t e ?

E S O P O

  (a Cleia).  — A d i ó s , C l e i a . Q u e l o s d i o s e s p r o t e j a n

tu belleza.  (Tomando la mano de Cleia y poniéndola en la

de Xantos.)  Q u i e r e a t u m a r i d o .

C L E I A .

  — Ad ió s , Eso p o . Qu e lo s d io ses t e h ag a n f e l i z .

E S O P O .

  — Ad ió s , Mel i t a . Qu e lo s d io ses t e l i b e r t e n .

M E L I T A .

  — A d i ó s , E s o p o .

E S O P O .

  — A d i ó s , c a p i t á n .

A G N O S T O S . — A d i ó s ,

  E s o p o .  (Por ia puerta del fondo, en-

tra el etíope.)

E S O P O .  — A d i ó s , e t í o p e . P u d i s t e h a b e r m e c a s t i g a d o m u -

c h o m á s , t a n t a e s t u f u e r z a . . . P e r o a ú n e s t o y v i v o . T e p e r -

dono.  (Va hasta el umbral de la puerta del fondo,.alza un

brazo.)  Adiós.  (Esopo, sale. Xantos, Cleia, Melita y Agnos-

Page 195: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 195/267

tos, quedan de nuevo en silencio un instante, y como tur-

bados.)

X A N T O S  (al cabo de la pausa). —  C a p i t á n . . . Q u é d a te a

comer con noso t r os .

C L E I A

  (aferrándose de pronto a la idea). —  Come con

noso t r os , cap i tán .

X A N T O S

  (a Melita).  — ¿ Q u é h a y p a r a c o m e r ?

M E L I T A . — L e n g u a .

X A N T O S .  — ¿ L e n g u a ? . . . ¡ A h, l e n gu a ¿ Q u é h a y m e j o r

que la l engua? La lengua es la que a todos nos une. S in la

lengua, no podr íamos expr esar nada. La lengua es la c lave

de las c iencias , e l ó r gano de la ver dad y de la r azón .

C L E I A

  (a Agnostos, en voz baja).—   ¿Quieres comer?

A G N O S T OS . — H u m .

X A N T O S

  (prosiguiendo). —  Gr acias a l a l engu a se cons -

t r uyen las c iudades , g r acias a l a l engua decimos nues t r o

a m o r . C o n l a l e n g u a s e e n s e ñ a , s e p e r s u a d e , s e i n s t r u y e . . .

(Deteniéndose súbitamente y dirigiéndose a Agnostos.)

  ¿No

t e gus ta la l engua?

AGNOSTOS. — Es lo p eor q ue hay en el mu ndo . Es la f ue nte

de todas las in t r igas , l a in ic iac ión de todos los p r ocesos , l a

m a d r e d e t o d a s l a s d i s c u s i o n e s . . .  (Callándose de pronto.)

¿Quién nos ha d icho ya todo es to?

XANTOS. — Y o . . . Yo , que lo enseño en la p laza , p ar a

mis d i sc ípu los .

AGNOSTOS.

 — Es ve r d ad . . . Es ta es una de tus lecciones .

X a n t o s : ¡ t ú e r e s u n g r a n f i l ó s o f o T ú p a s a r a s a l a i n m o r -

t a l i d a d .

X A N T O S

  (en el paroxismo de la vanidad).  — ¿ T ú c r e e s ? . .

¡Lo sabía ¡Lo sabía

(A Cleia, señalándole a Agnostos.)

¡ L á v a l e l o s p i e s , m u j e r ¡ H ó n r a l e (En tanto Cleia se dis-

pone a lavar los pies de Agnostos,  el telón cae  por un ins-

tante para dar idea del paso del tiempo. Al levantarse de

nuevo el telón, la luz del escenario ha cambiado. Xantos y

Cleia están en escena. Las túnicas que llevan puestas son

distintas a las de la escena anterior.)

X A N T O S

  (como recordándole a Cleia una lección).-^

  Ha -

b í a u n a v e z u n a s r a n a s q u e e s t a b a n a b u r r i d a s . . .

C L E I A

  (interrumpiéndole).  — N o . . . N o . N o . X a n t o s . N o

d i g a s " h a b í a u n a v e z " . . . " H a b í a u n a v e s " s e u s a e n l a s

h is to r ias par a n iños .

XANTOS. — Ento nces , ¿q ué dig o?

CLEIA. — Ent r a d i r ec tam ente en e l t ema . Hab la lu ego de

los per sonajes . Empieza as í : "Las r anas , e tc . , e tc . " Lo que

impor ta son los per sonajes .

XANTOS. — Es absu r do em peza r una f ábu la s in un p r eám -

bu lo . Todo d iscur so se d iv ide en p r eámbulo , expos ic ión y

per o r ación . Es la l ección de Ar is tó te les . Es tá en los t r a-

tados .

CLEIA. — Olvídate de los trata dos . Cue nta el hec ho, sola -

mente e l hecho . Nada de r e tó r ica . E r a as í como lo hacía

Esopo .

XANTOS.—Lo cur ioso es que es tas h i s to r ias , completa-

mente incoher en tes , f uer a de toda lóg ica y s in a jus tar se a

n inguna de las r eg las de la nar r ación , t i enen un éx i to enor -

m e . . . N o l o p u e d o e n t e n d e r .

CLEIA. — No te p r eocup es p or eso . E l pu eb lo p r es ta mu-

cha más a tención a tus lecciones en la p laza desde que em-

pezas te a usar l a maner a de Esopo . Rep i te la f ábu la de las

r anas .

X A N T O S .  — H a b í a u n a v e z . . .  (Breve pausa.)  L a s r a n a s

es taban abur r idas de la anar qu ía en que v iv ían , y env iar on

una delegación a Júp i ter , par a ped i r le que les d iese un r ey .

CLEIA. — Ahí , en ese pun to , un a pausa , pa r a que qu ie-

n e s t e e s c u c h a n c o m p r e n d a n b i e n : r a n a s a b u r r i d a s , d e l e g a -

c ión a Júp i ter , pe t ic ión de un r ey . Adelan te .

Page 196: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 196/267

XANTOS. —  J ú p i t e r t i r ó u n t r o z o d e p a l o e n l a c h a r c a .

L a s r a n a s , a s u s t a d í s i m a s , s e z a m b u l l e r o n .

C LEI A. — En ese p as a j e , u n p o co d e én f a s i s , d e ag i t a -

c i ó n : " L a s r a n a s , a s u s t a d í s i m a s , s e z a m b u l l e r o n " . L a f r a s e

s i g u i e n t e t i e n e q u e s e r s e r e n a , c o m o i n d i c a n d o q u e l a s r a -

n a s v a n a e m p e z a r a p e n s a r .

X A N T O )

  (reanudando la fábula).

  —  C o m o e l t r o zo d e

p a l o n o s e m o v í a , l a s r a n a s v o l v i e r o n a l a s u p e r f i c i e , y f u e -

r o n s i n t i e n d o t a l d e s p r e c i o p o r a q u e l r e y , q u e a c a b a r o n

s a l t a n d o p o r e n c i m a d e é l .

CLEIA. —   O t r a p a u s a . V a a h a b e r u n a t r a n s i c i ó n p s i c o -

l ó g i c a . . . y e s i n d i s p e n s a b l e q u e l o s o y e n t e s se i d e n t i f i -

q u e n c o n e l d r a m a : r e y i n e r t e , r a n a s s a l t á n d o l e p o r e n c i m a .

S i g u e .

X A N T O S .

  — D e c e p c i o n a d a s d e t e n e r a q u e l r e y , l a s r a n a s

s e p r e s e n t a r o n n u e v a m e n t e a J ú p i t e r y l e p i d i e r o n q u e l e s

d i e r a u n n u e v o m o n a r c a , p u e s e l q u e t e n í a n n o h a c í a n a d a .

C LE IA . — A h o r a l a c o n c l u s i ó n , l a f r a s e d e f i n i t i v a . T i e n e

q u e s e r d i c h a c o n p r e c i s i ó n y e n e r g í a . S i g u e .

XANTOS. —   J ú p i t e r , i r r i t a d o , l e s e n v i ó e n t o n c e s u n a h i -

d r a , q u e d e v o r ó a t o d a s l a s r a n a s .

C LEIA. — Un p o co más d e h o r r o r a l d ec i r "h i d r a" .^ Se

t r a t a d e u n m o n s t r u o , y e l t o n o d e t u v o z d e b e i n s p i r a r

e s p a n t o . A v e r . . . D i : " h i d r a " .

X A N T O S  (sosamente).  —  H i d r a .

C L E I A .

  — N o . . .

  (Con énfasis.)

  H i d r a .

X A N T O ). H i d r a . . . L e s e n v i ó u n a h i d r a q u e d e v o r ó a

t o d a s l a s r a n a s .

C L E I A . — U n a p a u s a , a n t e s d e l a m o r a l e j a . L o s o y e n t e s ,

e n e s a p a u s a , h a n d e c o m p r e n d e r q u e n o e s t á s c o n t a n d o u n a

h i s t o r i a p a r t i c u l a r , q u e h a s u c e d i d o a l a s r a n a s ; s i n o q u e ,

r e f i r i é n d o t e a e l l a s , d i c e s a l g o d e c a r á c t e r g e n e r a l . H a n d e

e n t e n d e r , d e s d e l u e g o , q u e a ú n s i e n d o r a n a s , e s p r e f e r i b l e

q u e t e n g a n u n g o b e r n a n t e b l a n d o  a u n  g o b e r n a n t e  m o n s -

t r u o . L a p e q u e ñ a p a u s a q u e  d e b e s  d e h acer ah í , es u n  ho -

m e n a j e a l a i n t e l i g e n c i a d e l a  p l a t e a .  Qu i en es t e s i g an , h an

d e s a c a r p o r s í m i s m o s  la  c o n c l u s i ó n d e l e j e m p l o d e  l as

r a n a s .

X A N T O S.  —  M o r a l e j a . . .

C LEIA. — La mo r a l e j a t i en e q u e se r d i ch a co n c i e r t a d i s -

p l i c e n c i a  . . . c o m o s i a d m i t i e r a s q u e t o d o s h a n c o m p r e n -

d i d o l a l e c c i ó n . N o d e b e s p e r m i t i r q u e n a d i e s e q u e d e  p en -

s a n d o : " Y e s o , ¿ q u é s i g n i f i c a ?

XANTOS. — ¿N o er a as í co m o é l l o d ec í a?

C L EI A . — ¿ Q u i é n ?

XANTOS. — Eso p o . Yo se l o p r e g u n t é m u ch as v eces :  " Y

e s o , ¿ q u é s i g n i f i c a ? "

C LEIA. — Tú er e s u n a ex ce p c i ó n .

XANTOS. — Nu n ca p o d r é co n t ar l as co sas d e ese mo d o .

S i a l m e n o s e s t u v i e r a é l a q u í , p a r a e n s e ñ a r m e . N o d e b í a

d e h a b e r l o l i b e r t a d o . ¿ V e s , c u á n t o p e r d í ? A d e m á s , c u a n -

d o se acab en l as f áb u l as q u e é l n o s co n t ó y d e q u e   n o s

a c o r d a m o s , ¿ c ó m o v o y a h a c e r p a r a e n c o n t r a r o t r a s ?  N o

h a y m a n e r a d e i n v e n t a r u n a f á b u l a .

  (Presurosamente,  alar-

mada, Melita entra por la puerta del fondo.)

M E L I T A S e ñ o r a . . .

  ¡

 H a n t r a í d o a E s o p o , p r e s o  

C L E I A .  —  P r e s o ?

X A N T O S  (sorprendido).

  — ¿ P r e s o ? . . .  ¿ D ó n d e l o h a n

l l e v a d o ?

MELITA. —   L o t r a e n h a c i a a q u í . L o h a n e n t r e g a d o  a l

c a p i t á n d e g u a r d i a s .

X AN TO S. — ¿ L o t r a e n a q u í ? ¿ P o r q u é ?

MELI TA. — No sé . Lo s h o mb r es d e D el f o s l o p r en d i e-

r o n . . . y a l l l e g a r a S a m o s , l o h a n e n t r e g a d o a l c a p i t á n .

XANTOS. —  ¿ Q u é h a h e c h o p a r a e s t a r p r e s o ?

M E L I T A . —   N o l o s é .

Page 197: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 197/267

C LEI A. — Neces i t a n u e s t r a ay u d a , Xan t o s . -

X A N T O S . — ¡ M a g n í f i c o A h o r a p o d r á e n s e ñ a r n o s ot r a s

f á b u l a s , p a r a q u e y o l a s c u e n t e e n l a p l a z a .  (Entra Esopo,

con una cadena en las manos y otra en los pies. Agnostos

le sigue. Esopo lleva su alforja al hombro.)

E S O P O .  — A q u í m e t i e n e s , X a n t o s . P a r e c e q u e n o p o d e -

m o s l i b r a r n o s e l u n o d e l o t r o .

X A N T O S .

  — M e a l e g r o d e q u e h a y a s v u e l t o , E s o p o . E s t o y

a p r e n d i e n d o a c o n t a r t u s f á b u l a s , y t ú p o d r í a s . . .

A G N O S T O S

  (interrumpiéndole).

  — L o h a n p r e n d i d o p o r -

q u e h a r o b a d o .

X A N T O S . —   ¿ H a r o b a d o ?

• ESOPO. — C u a n d o l l eg u é a De l f o s , l a g en t e me p i d i ó q u e

l e s c o n t a r a u n a f á b u l a . S e l a c o n t é . L o s h o m b r e s , e n t o n c e s ,

m e p r e n d i e r o n p o r l a d r ó n y m e a c u s a r o n d e h a b e r v i o l a d o

e l t e m p l o d e A p o l o . E l p u e b l o d e D e l f o s a d o r a a l d i o s

A p o l o .

XANTOS. — ¿R o b a s t e a l g o ?

ESOPO. — N o . B i en sab es q u e só l o q u i e r o l o q u e es mí o . •

AGNOSTOS. — Ha n d i ch o q u e Es o p o r o b ó l a co p a d e o r o

d e l t e m p l o d e A p o l o .

ESOPO. — No / MTÍ p r e n d i er o n en l a p l a za , m e h an t r a í d o

a q u í y m e h a n e n t r e g a d o a l c a p i t á n .

X A N T O S .  — ¿ P a r a q u é t e h a n t r a í d o a S a m o s ?

ESOPO. — Pa r a q u e t ú mi s mo v er i f i q u es s i es t á en mi

a l f o r j a l a c o p a d e o r o .

A G N O S T O S  (entregando a Xantos la alforja de Esopo).—

C o m p r u e b a .

E S O P O

  (a Xantos, en tanto éste abre la alforja).  — Sa-

b e s m e j o r q u e n a d i e q u e y o n o r o b o . S i l e t u v i e r a a m o r a l

d i n e r o , n o t e h u b i e r a e n t r e g a d o e l t e s o r o q u e e n c o n t r e . . .

S i y o r o b a s e , t ú n o t e n d r í a s a h o r a a t u m u j e r .  (Xantos saca

de la alforja la copa de oro. Pausa.)

X AN TO S. — ¿ P o r q u é h a s h e c h o e s t o ? E s u n c r i m e n q u e

se p a g a co n l a v i d a .

ESOPO. — No l o h e h e ch o . N o sé có m o es t a co p a h a p o -

d i d o v e n i r a p a r a a h í .

X AN TO S. — U n a c o p a n o a n d a s o l a . . . E s t á e n e l o r d e n

n a t u r a l d e l a s c o s a s .

C L E I A  (a Esopo).  — ¿ P o r q u é t e h a n t r a í d o a q u í ?

E S OP O . — H a n d i c h o q u e y o e r a e s c l a v o d e X a n t o s . . .

C o m o e s c l a v o , s ó l o m i a m o p u e d e c a s t i g a r m e .

XANTOS. — Per o t ú e r es l i b r e .

ESOPO. — En Sam o s sab en q u e so y l i b r e . En D el f o s , n o .

A G N O S T O S  (a Xantos).  — E s o p o e s l i b r e . . . D e b e s d e c i r - ,

s e l o a l o s d é l f i co s . Tú n o t i en e s n ad a q u e v er co n es t e r o b o .

E S O P O  (enérgicamente).—   ¡ Y o n o h e r o b a d o A l g u i e r t

h a p u e s t o e s t a c o p a e n m i a l f o r j a .

C L E IA . — ¿ P o r q u é ? . . . ¿ E s t a b a n e n f u r e c i d o s c o n t r a t i ? .

E S OP O . — M e p i d i e r o n q u e c o n t a r a u n a f á b u l a p a r a e l

p u e b l o d e D e l f o s . C u a n d o a c a b é d e c o n t a r l a , m e i n s u l t a r o n .

XANTOS. — No p u e d o e n t en d er q u é mo t i v o h an p o d i d o

t e n e r p a r a e n f u r e c e r s e p o r u n a d e t u s h i s t o r i a s d e a n i m a l e s .

S o n l a c o s a m á s i n o c e n t e d e l m u n d o .

E SO P O. — T e e n g a ñ a s . S o n t e r r i b l e s .

X A N T O S . — ¿ Q u é f á b u l a c o n t a s t e ? ¿ L a d e l l e ó n y e l

s a p o ? . . . ¿ L a d e l c u e r v o y l a z o r r a ?

E SO PO U n a q u e i n v e n t é p a r a l o s d é l f i c o s .

X A N T O S . —

  ¿ L a c o m p r e n d i e r o n ? . . .

  (A Cleia.)

  T i e n e s

r a z ó n , l a g e n t e l a s c o m p r e n d e . S o n i n t e l i g e n t e s l o s d é l f i c o s .

¿ Q u é f á b u l a e r a ?

ESOPO. — Lo s d é l f i co s so n d ev o t o s d e Ap o l o , a q u i en

h i c i e r o n e r i g i r u n g r a n d i o s o t e m p l o d e m á r m o l . H o r a s y

h o r a s , s i n t r e g u a , r e z a n e n e s e t e m p l o . . . d e t a l m o d o , q u e

y a n o s i e m b r a n e l t r i g o . A l l l e g a r e l i n v i e r n o , p a s a n h a m -

Page 198: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 198/267

b r e ,  p o r q u e n o t i e n e n p a n , y s a l e n  a  m e n d i g a r , p o r t o d o s

l o s c a m i n o s  d e G r e c i a .  A  c a d a u n o q u e e n c u e n t r a n , l e d i -

c e n :  " E x t r a n j e r o : s o y s a c e r d o t e d e A p o l o y r e z o e l a ñ o

e n t e r o p a r a  q u e l o s  d i o s e s  p r o t e j a n n u e s t r a s c i u d a d e s . A h o -

r a , t e n g o h a m b r e . D e b e s d a r m e u n a m o n e d a " . A s í v i v e n . . .

y p o r e s o , c u a n d o m e p i d i e r o n u n a f á b u l a , y o l e s d i j e :

¡ E s c u c h a d , d é l f i c o s , e s t a h i s t o r i a q u e h e i m a g i n a d o y q u e

o s  d e d i c o L a c i g a r r a c a n t a b a t o d o e l v e r a n o , e n t a n t o q u e

el   e s c a r a b a j o a l m a c e n a b a e n s u n i d o t o d o e l e s t i é r c o l q u e

e n c o n t r a b a .  A l l l e g a r e l i n v i e r n o , l a c i g a r r a h a m b r i e n t a

f u e  a l  n i d o  d e l e s c a r a b a j o y l e p i d i ó d e c o m e r . E l e s c a r a -

b a j o ,  p r e g u n t ó : " ¿ P o r q u é n o h a s g u a r d a d o e s t i é r c o l d u -

r a n t e  e l v e r a n o ? " L a c i g a r r a , l e s r e s p o n d i ó : " E n e l v e r a n o ,

c a n t a b a " .  " ¿ C a n t a b a s ? " — r e p l i c ó el e s c a r a b a j o — . " P u e s

s i e n v e r a n o c a n t a b a s , b a i l a e n i n v i e r n o " .

X A N T O S .  —  N o e n t i e n d o .

ESOPO. —   E n t i e n d e , X a n t o s . . . L o s d é lf i c o s d i j e r o n q u e

a m í  m e p a r e c í a m á s n o b l e r e u n i r e s t i é r c o l q u e r e z a r l e a

A p o l o .

X A N T O S

  (muy  serio). —  E s  u n c r i men o f en d er as í a l o s

d i o ses .

ESOPO. —   ¿ C o m p r e n d e s ? . . . U n a f á b u l a , X a n t o s, n o es

t a n  s ó l o u n a h i s t o r i a i n v e n t a d a : e s u n a v e r d a d . Y u n a v e r -

d a d e s l a ú n i c a r a z ó n p o r l a c u a l v i v i m o s o m o r i m o s .

'CLEIA

  (a Esopo).

  — P e r o t ú n o v á s a m o r i r .

ESOPO. —   A l g u i e n p u s o l a c o p a d e o r o e n m i a l f o r j a .

E s u n c r i m e n c o n t r a l a p r o p i e d a d y c o n t r a l o s d i o s e s . . .

¿ C o n o c e s  e l c a s t i g o p a r a e s e c r i m e n ?

AGNOSTOS. —   E s e l q u e l o s h o m b r e s d e D e l f o s q u i e r e n

s a b e r : c u á l e s t u c a s t i g o . P o r q u e , s e g ú n l a s l e y e s , s i e r e s

l i b r e , d e b e s s e r a r r o j a d o d e s d e l o a l t o d e l a r o c a H i a m p e i a ,

a l m á s h o n d o p r e c i p i c i o d e G r e c i a . S i e r e s e s c l a v o , t u a m o

p u e d e e l e g i r t u c a s t i g o .  T e  h a n t r a í d o a q u í , p o r q u e s a b e n

q u e e r es esc l av o d e Xan t o s . Ah í es t á l a co p a d e o r o , y h a

s i d o e n c o n t r a d a e n t u a l f o r j a .  (Con un ademán.)  L o s h o m -

b r e s d e D e l f o s e s p e r a n f u e r a , e n e l j a r d í n .

C L E I A

  (a Agnostos).

  — ¿No   l e s h a s d i c h o q u e X a n t o s

l o l i b e r t ó ? . . .

AGNOSTOS. — N o . S i se l o h u b i e r a d i c h o , t i r a r í an a Eso -

p o d esd e l o a l t o d e l p r ec i p i c i o .

C L E I A  (a Agnostos). —  P í d e l e s u n m i n u t o m á s .  (Agnos-

tos sale por la puerta del fondo. Cleia se dirige a Esopo.)

E n t o n c e s . . . ¿ v a s a m o r i r ? ¡ N o N o . Y o n o q u i e r o . ¿ Q u é

s e p u e d e h a c e r ?

E S O P O — N a d a .

C LEI A. — ¿L es h as e n señ ad o t u c ar t a d e l i b e r t o ?

E S O P O . — N o .

CLEIA. —

  ¡

 A h . . . , f e li z m en t e

E SO P O. — ¿ P o r q u é f e l i z m e n t e ?

C L E I A . — ¡ E s o t e s a l v a , E s o p o ¿ L a e s c o n d i s t e p a r a s a l -

v ar t e ?

É S O P O .

  — N o .  (Gravemente.)  L a e s c o n d í . . . p o r q u e an -

t e s d e m o r i r , q u e r í a v e r t e . S u p o n i é n d o m e e s c l a v o , t e n í a n

q u e t r a e r m e a p re s e n c i a d e X a n t o s . . . A tu p r e s e n c i a .

C LE IA . — ¡ X a n t o s . . . T ú p u e d e s s a l v a r l o . ¡ D i l e s a l o s

d é l f i c o s q u e e s t u e s c l a v o (A Esopo.)  ¿ D ó n d e g u a r d a s t u

c a r t a d e l i b e r t o ? . . . ¡ V a m o s a q u e m a r l a

XANTOS. — Es u n a b u e n a i d ea , E so p o . Te q u ed ar á s d e

n u ev o co n n o so t r o s .

ESOPO. — C o mo esc l a v o .

XANTOS. — Po r ah o r a , p ar a d i s i m u l a r , h as t a q u e es t o sea

o l v i d a d o . E n r e a l i d a d , p o d e m o s s e r s o c i o s .

E SO PO . — ¿ S o c i o s ? . . .

X A N T O S . — S í . T ú c o m p o n d r á s l a s f á b u l a s y y o s e l a s

c o n t a r é e n l a p l a z a a m i s d i s c í p u l o s . ¡ N o s a b e s e l é x i t o q u e

t i e n e n tu s h i s t o r i a s E n p o c o t i e m p o , s e r á s r i c o .

Page 199: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 199/267

E SO P O. — M i s f á b u l a s s o n p a r a s e r c o n t a d a s d e g r a c i a .

X A N T O S .— M e j o r . . . T ú m e l a s c o n t a r á s g r a t i s , y m i

n o m b r e l e s d a r á s e l c a r á c t e r d e s i s t e m a f i l o s ó f i c o . E s c u -

c h a . . . D e s p u é s , s e r á s li b r e . T ú m e d a r á s t u s f á b u l a s ; y

y o . . . ¿ Q u é m á s q u i e r e s ? M i r a . . . Y o sé q u e C l e i a e s t á

e n a m o r a d a d e t i . T e q u e d a r á s c o n e l l a , y b i e n p r o n t o . Y o

l a r e p u d i a r é , y e l l a s e r á t u y a .  (Breve pausa.)  ¿ Q u é d i -

c e s ? . . .

E S O P O . — ¡ B é b e t e el m a r , X a n t o s

Z A N T O S . — P e r o . . . ¿ n o t e d a s c u e n t a ? S i n o a c e p t a s ,

l o s d é l f i c o s t e m a t a r á n .

ESOPO. — ¿Tú t am b i én en t r as en l a so c i e d ad d e t u ma-

r i d o , C l e i a ? Y o e n t r o c o n m i s f á b u l a s , X a n t o s c o n s u

m u j e r ; y t ú . . .

C L E I A

  (interrumpiéndole).  — ¡ N o , t o n t o Y o e n t r o c o n

m i a m o r , y t ú e n t r a s c o n l a v i d a .  (Dándose vuelta hacia

Xantos.)   Sa l , Xan t o s , y d i l es a l o s d é l f i co s q u e Eso p o t e

p e r t e n e c e y q u e s ó l o t ú t i e n e s d e r e c h o a c a s t i g a r l o .

E S O P O . — Y t e n d r á s q u e c a s t i g a r m e , X a n t o s . . . , p o r q u e

d e t o d o s m o d o s , p a r a l o s d é l f i c o s , f u i y o q u i e n r o b ó l a

c o p a d e o r o d e l t e m p l o .

XANTOS. — Ser á u n c as t i g o l ev e , t an só l o p ar a co n t en t a r

a l a g e n t e d e D e l f o s . ¡ N o p e r d a m o s t i e m p o (Xantos bate

el gongo. Aparece el etíope. A Esopo.)

  Te llevaré a la pla-

z a , p a r a q u e l o s d é l f i c o s v e a n q u e h a s s i d o c a s t i g a d o . D e -

v o l v e r é l a c o p a d e o r o y . . . ¿ D ó n d e t i e n e s t u c a r t a d e

l i b e r t o ? -

E S O P O

  (sacándose el papiro del pecho ). —  A q u í e s t á .

X A N T O S

  (tendiendo la mano). —

  D á m e l a .

E S O P O — N o .

X A N T O S .

  — ¿ D e s c o n f í a s d e m í ? ¿ T i e n e s m i e d o d e q u e

n o t e l a d e v u e l v a ? Q u é d a t e c o n e l l a . V e t u m i s m o a d e c i r -

l e s a l o s d é l f i c o s q u e e r e s m i e s c l a v o . Y o c o n f i r m a r é t u s

p a l a b r a s .

E S O P O . — Y o n o s o y t u e s c l a v o .

X A N T O S . - P e r o d i l o . E s un p e q u e ñ o e n g a ñ o q u e t e sa l -

v a r a l a v i d a .

M

E

L I T A . - ¡ L a v i d a , E s o p o T u v id a y l a m u j e r q u e

q u i e r e s .

E S OP O . — ¿ T e n d r é q u e d e c i r q u e s o y t u e s c l a v o ?

XANTOS. — Y es t a r ás a sa l v o .

E S O PO . — ¿ M e c r e e r á n ?

X A NT OS . — C o n f i r m a r é t u s p a l a b r a s , y a t e l o h e d i c h o .

E S OP O. — S i h a n d e c r e e r e s a m e n t i r a , ¿ p o r q u é n o c r e e n

e n l a v e r d a d , q u e e s m á s f á c i l ?

X AN TO S. — ¿ Q u é v e r d a d ?

E S OP O. — L a d e q u e y o n o r o b é l a c o p a d e o r o d e A p o l o .

La d e q u e n o so y t u esc l av o .

X AN TO S. — P e r o . . . s i e l l o s m i s m o s p u s i e r o n l a c o p a d e

o r o e n t u a l f o r j a , ¿ c ó m o p r e t e n d e s i m p o n e r l a v e r d a d ?

E S O P O . - H a s l l e g a d o a l p u n t o q u e y o q u e r í a , X a n t o s .

K a r a m e n t e l o s h o m b r e s s a b e n s o p o r t a r l a v e r d a d .

C LEI A. — En t o n ces , v én g at e . Mi é n t e l e s . D i l es q u e e r es

e s c l a v o . . . L a g en t e s o p o r t a b i e n la m e n t i r a .

E SO P O. — H a y , p u e s , u n c a s t i g o p a r a l o s h o m b r e s l i b r e s

q u e r o b a n ; y u n c a s t i g o m e n o r p a r a l o s e s c l a v o s l a d r o n e s .

X A N T O S . — E n t u c a s o , s í .

ESOPO

)

  (tras un silencio expectante).

  — Q u i e r o m i l i b e r -

t a d . . . E l i j o e l c a s t i g o d e l o s l i b r e s .

X A N T O J . —   ¡ I m b é c i l

(Fuera, en el jardín, se oye el ra-

mor del pueblo, que se acerca. Melita va hacia la puerta

del fondo.)

M E L I T A

  (en el umbral de la puerta).-

Lo s

  h o m b r e s  d e

S a m o s s e a c e r c a n , v i e n e h a c i a a q u í

C L E I A

  (tras un breve silencio).-  Fu i y o q u i e n p u so l a

Page 200: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 200/267

c o p a d e o r o en t u a l f o r j a , E s o p o . . . Y o e s t a b a a l l í . V i a l

p u eb lo d e Del fo s en fu rec id o co n t ra t i . V i q u e t e ib as , l e -

j o s . . . , q u e t e p e r d í a . Y e n t o n c e s , m i e n t r a s d i s c u t í a s c o n

lo s s acerd o tes , en t ré en e l t emp lo , e s co n d í l a co p a d e o ro

e n t u a l f o r j a , l e c o n t é a u n s a c e r d o t e q u e h a b í a s r o b a d o , y . . .

E S O P O  (interrumpiéndola con un grito). —  ¡ M i e n t e s

¡Mien tes , amo r mío , mien tes

CLEIA. —  Q u e r í a v e n g a r m e d e t i . . . g u a r d a r t e p a r a m í . . . ,

reco b ra r t e . Ah o ra , y a n o . Ah o ra d eb en l l ev arme a mí a l

precipicio.  (El clamor del pueblo, acercándose, aumenta.)

E

S 0

p

0

. — ¡ M i e n t e s ¡ Q u i e r e s s a l v a r m e , y m i e n t e s

MELITA. —  ¿ V e s , X a n t o s ? . . . F u e t u m u j e r .

E S O P O

  (imperiosamente a Melita).—   ¡ C a l l a (A Cleia.)

N o s h e m o s e x t r a v i a d o , C l e i a . . . , n o h e m o s p o d i d o e n c o n -

t r a r n o s e n l a v i d a . Y o c r e í q u e e n ti h a b í a m a l d a d . . . E r e s

b u e n a , e r e s i n o c e n t e . Y o , s í . . . , y o s o y c u l p a b l e .

C L E I A

  (sollozando).

  — ¡No , n o , p o r to d o s lo s d io ses

X A N T O S

  (a Esopo). —

  ¡ T o n t o , e s t ú p i d o ¡ E s l a v id a l a

q u e t i e n e s q u e s a l v a r

E SO PO . — A u n q u e n o m e c a s t i g a r a s . . . , a u n q u e n u n c a

me h u b ieses cas t ig ad o , f i ló so fo , ap ren d e : e l i jo e l cas t ig o d e

lo s l ib res . Eso es lo q u e q u ie ro .

C L E I A

  (con un gemido). —Es

  t u m u e r t e . . . , tu m u e r t e .

D é j a m e q u e t e l o d i g a , h o m b r e f e o : ¡ e r e s h e r m o s o (El

clamor del pueblo, fuera, crece.)

E SO PO . — A d i ó s , C l e i a . . . S o y l i b r e . N a d i e m á s t o c a r á

n u n ca m i cu erp o . Ni e l l á t ig o d e l e t ío p e . . . , n i t u s man o s ,

C le ia . Ni e l o d io n i e l amo r . Po r mis p ro p io s p aso s l l eg aré

al precipicio.  (Por la puerta del foro, aparece Agnostos.)

AGNOSTOS. —   El p u e b lo esp er a l a resp u es ta .

X A N T O S. — ¿ M i r e s p u e s t a ?

E S O P O .  —  L a m í a .

  (Con la carta de liberto en la mano,

va hacia la puerta.)  ¡La mía (Hablándoles a los que están

fuera, en el jardín.)  ¡Tomad vues t ra copa de oro (Tira la

copa hacia el jardín.)  Oíd, hombres de Samos y de Delfos,

es ta fáb u la d e Eso p o . Un a zo r ra , v i en d o u n rac imo d e u v as

e n l o a l t o d e u n a p a r r a , q u i s o a l c a n z a r l o . . .  (Su voz es

enérgica. Pero un sollozo tiembla en su acento.)  . . . y n o

l o c o n s i g u i ó ; y e n t o n c e s , d i j o : " E s t á n v e r d e s " . M o r a l e j a :

¡aprended que sois libres

(Dándose vuelta hacia Xantos.)

A p r e n d e , X a n t o s : t o d o h o m b r e e s t á m a d u r o p a r a l a l i b e r -

t a d , ¡ p a r a m o r i r p o r e l l a (Hablando de nuevo a los que

están fuera.)  Yo t amb ién es to y v erd e p ar a e l amo r , v e rd e

p a r a l a v i d a . . . ¡ P e r o s oy l i b r e , c a n a l l a (Dando un paso

decidido hacia la salida.)  ¡Afue ra, a l camino ¿Dón de es-

t á e l p r e c i p i c i o q u e t e n é i s d e s t i n a d o a l o s h o m b r e s l i b r e s ? . . .

(Sale, resuelto. Fuera, el clamor del pueblo llega a su

apogeo.)

C A E E L T E L Ó N

Page 201: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 201/267

Yukio Mishima

SOTOBA KOMACHI

Page 202: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 202/267

Yukio Mishima

SOTOBA KOMACHI

Page 203: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 203/267

DRAMATIS PERSONAE

A N C I A N A

H O M B R E S A , B Y C

M U J E R E S A , B Y C

P O L I C Í A

B A I L A R I N A S , E N A M O R A D O S

V A G A B U N D O S , C A M A R E R O S

La decoración es extremadamente vulgar y de un gusto  me -

diocre, como de opereta.

Un rincón del parque. Cinco bancos dispuestos en   semi-

círculo.

  mirando al público. Taróles, árboles, etc., conveniente-

mente distribuidos. Telón de fondo negro.

Es de noche. Cinco parejas de novios se abrazan apasiona-

damente en los bancos.

Entra una Anciana de aspecto repulsivo recogiendo  coli-

llas. Continúa su búsqueda alrededor de las parejas,   total-

mente ajena a la repugnancia que provoca; finalmente, se   diri-

ge al banco del centro y se sienta en él. Un joven   Poeta,

desaseadamente vestido, se sitúa bajo la farola y apoyándose,

borracho, en ella, contempla a la Anciana. La pareja del   banco

central se levanta enfadada y se marcha con expresión de   fasti-

dio.  La Anciana, única ocupante del banco, extiende una hoja

de periódico en el asiento y comienza a contar las colillas que

ha recogido.

ANCIANA — Un a y u n a h acen d o s , d o s y d o s h acen cu a t ro . . .

(Examina una colilla a la luz y considerando que es   bas-

tante larga le pide fuego a la pareja de la izquierda.   Fuma

un rato. Cuando el cigarrillo ha quedado reducido   a una

colilla, lo apaga y lo deja con las otras sobre el periódico,

recomenzando a contar.)  Una y una hacen dos, dos y  dos

h acen cu a t ro . . , .

P O E T A  (mira lo que hace la Anciana desde atrás).

Page 204: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 204/267

ANCIANA

  (con los ojos bajos, mirando el papel) —

  ¿QUIERES

un cigarri l lo? Si quieres uno te lo doy.   (Elige una  coUUa

bastante larga y se la ofrece.) . „

P O ET A - G r a c i as . ^ « Á E 4 « « « N / t o y

ANC IANA - ¿Qu i er e s a l g o más ? ¿Ti en es a l g o q u e d ec i r m e?

POETA — N o , n ad a esp ec i a l .

ANC TANA - Yo sé q u i én e r es . Er e s u n p o e t a . ¿Ve r d ad q u e

ése es t u n eg o ci o ?

POETA - Qu é co sas sab es . S í , d e v ez en cu an d o escr i b o p o e-

mas . No cab e d u d a d e q u e so y u n p o e t a . Per o eso n o es

ANC I ANA

68

1(

¿No ? ¿Qu i er es d ec i r q u e n o es u n n eg o ci o a

A N

  m e n o s q u e s e v e n d a n l o s p o e m a s ?  (Le mira a la cara po r

primera vez.)  T o d a v í a e r e s j o v e n , ¿ v e r d a d ? P e r o n o e .

q u ed a mu ch o d e v i d a . Veo en t u r o s t r o l a señ a l d e l a

P O E T A T si n  sorprenderse) -  ¿A q u é t e d ed i cab a s an t es? ¿Er a s

f i s o n o m i s t a ? . „ „ ^

ANC IANA - Qu i z ás . H e v i s t o t an t o s r o s t r o s h u ma n o s q u e

" t o n á u s e a s. . . S i én t at e . N o p a re c es m u y s e gu r o s o br e

P O E T A

  *(se'sienta; tose) -

  Lo q u e p asa es q u e es t o y b o -

A N C I ^ A

0

- E s t ú p i d o . D e b e r í a s a s e n t a r f i r m e m e n t e l o s p i e s

en t i e r r a , a l men o s mi en t r as v i v as .

(Silencio.) .

POETA - ¿Sab es? , h ay a l g o q u e me mt r i g a t an t o q u e y a n o

p u e d o a g u a n t a r m e m á s . ¿ P o r q u é v i e n e s a q u í t o d a s l a s n o -

ch es , a l a mi sma h o r a , y ex p u l sas a q u i en es t e p ar a sen -

t a r t e t ú en e l b an co ?

ANC IANA ^ ¿Es q u e m e l o v as a r ec l amar ? Es p er o q u e n o

seas u n v ag ab u n d o . ¿Qu é q u i er es? ¿Es q u e l e sacas d i -

n er o a l a g en t e q u e se s i en t a aq u í ?

P O E T A — N o . s i m p l e m e n t e e s q u e c o m o e l b a n c o n o p u e d e

h ab l ar , l o h ag o y o p o r é l ,

ANCIANA

  (sin prestarle atención)

  — Yo n o ech o a n ad i e . Lo

q u e p asa es q u e cu an d o me s i en t o se mar ch an . De t o d as

f o r m as , es t e b an c o h a s i d o co n s t r u i d o p ar a q u e se s i en t en

cu a t r o p er so n as en é l .

P O ET A — ¡ P e r o d e n o c h e e s p a r a l o s e n a m o r a d o s C u a n d o

p aseo d e n o ch e p o r es t e p ar q u e y v eo u n a p ar e j a d e en a-

m o r a d o s , m e s i e n t o m a r a v i l l o s a m e n t e t r a n q u i l i z a d o . Y a n d o

d e p u n t i l l as . Y s i es t o y can sad o o , co mo su ced e d e cu an -

d o en cu an d o , s i en t o q u e me v i en e l a i n sp i r ac i ó n y me

g u s t a r í a o r d e n a r m i s i d e a s , n o t o m o a s i e n t o p o r d e f e r e n c i a

h a c i a e l l o s . . . P e r o t ú , a n c i a n a , ¿ d e s d e c u á n d o v i e n e s p o r

aq u í ?

ANC IANA — A h o r a l o co mp r en d o . Es t e es t u t e r r i t o r i o ,  t u

r eser v a esp ec i a l , d o n d e h aces t u n eg o ci o .

P O E T A — ¿ M i q u é ?

ANC IANA — A q u í es d o n d e v i en es a b u scar i n sp i r ac i ó n p ar a

l as co sas q u e l u eg o p o n es en t u s p o emas .

POETA — N o seas ab su r d a . E l p ar q u e , l o s en a mo r ad o s , l o s

f a r o l es , ¿c r ees q u e y o u t i l i za r í a u n mat er i a l t an v u l g ar ?

ANCIANA — L lega rá el d ía en que de je de ser vulga r . N o

ex i s t e n ad a q u e n o h ay a s i d o a l g u n a v ez v u l g ar . C o n  e l

t i e m p o c a m b i a r á d e n u e v o .

POETA — ¡ Qu é ex t r ao r d i n ar i a s o cu r r en c i as t i en es S i as í f u e-

s e , t e n d r í a q u e c o m p o n e r u n a p a s i o n a d o a l e g a t o e n d e f e n -

sa d e l b an co .

ANC IANA — No i n s i s t as . Es t ás co n v e n ci d o d e q u e es u n a o f en -

sa p ar a l a v i s t a e l q u e y o es t é sen t ad a aq u í , ¿v er d ad ?

P O E T A — N o , ¡ e s u n a p r o f a n a c i ó n

ANC I ANA — R eal men t e , a l o s j ó v en es o s g u s t a d i scu t i r .

POETA — Esc ú ch am e. . . Y o só l o so y l o q u e p ar ezco : u n p o e t a

q u e n o v a l e cu a t r o ch av o s y q u e n i s i q u i e r a t i en e u n a

m u j e r q u e s e p r e o c u p e p o r é l . P e r o h a y a l g o q u e r e s p e t o :

e l mu n d o t a l y co mo se r e f l e j a en l o s o j o s d e u n a p a r e j a

q u e se ama, u n mu n d o q u e es c i en v eces más b e l l o q u e   la

r ea l i d ad . Mí r a l o s , n o t i en en n i l a men o r i d ea d e q q e  es -

t amo s h ab l an d o d e e l l o s . Es t án t an a l t o s co mo l as es t r e -

Page 205: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 205/267

l i a s . Se p u ed e v er e l resp lan d o r d e l as es t re l l as d en t ro d e

su s o jo s . , Y es t e b an co , es t e b an co es co mo u n a esca le ra

q u e l l eg a h as ta e l c i e lo , l a to r re más

  a l t a

  d e l u mv erso e l

m á s m a r a v i l l o s o p u n t o d e o b s e r v a c i ó n . C u a n d o u n h o m -

b re s e s i en ta aq u í co n su amad a es cap az d e v er l a s lu ces

d e l a s ' c i u d a d e s q u e h a y a l o t r o e x t r e m o d e l m u n d o . Y o

en camb io ( s e

  sube al banco),

  s i me p o n g o d e p ie aq u í ,

n o p u ed o v er n ad a . . . Oh , c l a ro q u e v eo a lg o : f i l a s d e b an -

co s , a lg u ien q u e b a lan cea u n a l in t e rn a (d eb e s e r e l p o l i -

c í a ; u n a fo g a ta ; men d ig o s s en tad o s a l red ed o r d e l fu eg o .

Lo fa ro s d e u n co ch e . Se ad e lan tan u n o s a o t ro s cam in o

d e l c lu b d e t en i s . ¿Qu é e ra eso ? Un co ch e l l en o d e f o re ,

¿Un o s mú s ico s q u e v u e lv en d e u n co n c ie r to ? ¿O e ra u n

entierro? CSe

  baja del banco y se sienta.)

  Eso es todo

c u a n t o y o p u e d o v e r . _

ANCIANA - ¡Qu é ton tería s ¿P or qué respe tas esas cosas?

Ese ca rác te r tu y o , t an s en c i l lo , t e l l ev a a esc r ib i r p o emas

q u e l u e g o n a d i e c o m p r a r á .

  #

POETA - P rec i s am en te p o r eso y o n u n ca me s i en to en es t e

b an co . Mien t ras s eam o s tú -y y o q u ien es lo o cu p em o s , es t e

b an co n o s e rá más q u e u n a t ab la melan có l i ca , p e ro s i eUo

lo o cu p an , s e co n v ie r t e en a lg o su b l ime Se v u e lv e m as

suave que un sofá y se cal ienta con las chispas que des-

p id en lo s cu erp o s h u man o s . . . Cu an d o tú lo o cu p as s e h ace

más f r ío q u e u n a tu mb a , co mo s i fu ese u n b an co co n s t ru i -

d o co n l as lo sas d e u n cemen te r io . No lo p u ed o so p o r t a r .

ANCIANA - Ere s joven e inexp erto y aún no t ienes o jos para

" v e r l a s co sas . ¿Pre te n d es d ec i r q u e eso s b an co s o cu p ad o s

p o r v u lg ares o f i c in i s t as co n su s fu lan as es t án v iv o s? No

¡eas to n to . Es tán acar i c i án d o se so b re su s tu mb as . Mi ra a

c a d a v é r i c a p a l i d e z d e s u s r o s t r o s a l a l u z v e r d o s a d e l a

fa ro las q u e a t rav iesa l as h o jas d e lo s á rb o les . . . Tan to lo s

h o mb res co mo l as mu je res t i en en lo s o jo s ce r rad o s . ¿No

p arecen cad áv eres? Se es t án mu r ien d o mien t ras h acen  el

amor.

  (Husmea a su alrededor.)

  Te concedo que hay mi

p erfu me d e f lo res . Las f lo res d e l p a rq u e so n mas f rag an -

i

i

t e s d e n o ch e , co mo l as q u e s e p o i i c . . d en t ro d e u n a t aú d .

Eso s aman tes es t án en te r rad o s en e l p e r fu me d e l as f lo res

co mo t an to s y t an to s mu er to s . Tú y y o so mo s lo s ú n ico s

q u e es t amo s v iv o s .

POETA

  (se ríe)

  — Tien e g rac ia . ¿Es q u e t e co n s id eras más

v iv a q u e e l lo s?

ANCIANA — N atu ra l men te . Te n g o n o v en ta y n u ev e añ o s y

mi ra q u é s a lu d ab le es to y .

POETA — ¿No v en ta y n u ev e añ o s?

A N C I A N A  (exponiendo el rostro a la luz)

  — M í r a m e b i e n .

POETA — ¡Qu é a r ru g as más h o r r ib les

(En ese momento, el hombre que está con su pareja en el

banco de la derecha bosteza.)

MUJER — ¿Q u é t e p asa? ¿ Po r q u é e res t an maled u cad o ?

HOMBRE — Ven g a , v ámo n o s . No s v am o s a co n s t ip a r .

MUJER — Qu é d esag rad ab le e res . Deb es ab u rr i r t e mu ch o .

HOMBRE — No , es q u e acab o d e reco rd ar a lg o mu y d iv er -

t id o .

M U J ER — ¿ Q u é e s ?

HOMBRE — Me es t ab a p reg u n tan d o s i mi g a l l in a p o n d r ía ma-

ñ an a u n h u ev o y d e rep en te eso h a emp ezad o a p reo cu -

p a r m e .

MUJER — ¿Qué s ignifica eso?

HOMBRE — No significa nada.

MUJER — Tú y y o h emo s t e rmin ad o . Eso es lo q u e s ig n i f i ca

HOMBRE — Mira , ah í v a e l ú l t imo au to b ú s . Deb emo s ap re -

su ra rn o s .

M U J E R  (se levanta y se queda mirando al hombreX —

  M i r a

q u e t i en es mal g u s to e l ig i en d o co rb a tas .

(El hombre no contesta. Se limita a darle prisa a la mujer.

Salen.)

ANCIANA — ¡Po r fin H an vue lto a la v id a.

Page 206: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 206/267

P O E T A — L o s f u e g o s a r t i f i c i a l e s h a n d e s a p a r e c i d o . ¿ C ó m o

p u e d e s d e c i r q u e h a n v u e l t o a l a v i d a ?

A N C I A N A — C o n o z c o m u y b i e n e l a s p e c t o d e q u i e n e s v u e l v e n

a l a v i d a : l o h e v i s t o m u c h a s v e c e s . T i e n e n u n a e x p r e s i ó n

d e h o r r i b l e a b u r r i m i e n t o , y e s a e x p r e s i ó n e s l a q u e a m í

m e g u s t a . . . H a c e m u c h o t i e m p o , c u a n d o e r a j o v e n , n u n c a

t e n í a l a s e n s a c i ó n d e e s t a r v i v a a m e n o s q u e m e z u m b a s e

l a c a b e z a . A h o r a h e p o d i d o d a r m e c u e n t a d e m i e q u i v o -

c a c i ó n . C u a n d o e l m u n d o p a r e c e u n l u g a r m a r a v i l l o s o p a r a

v i v i r e n é l , c u a n d o l a m á s p e q u e ñ a f l o r p a r e c e u n a c a t e -

d r a l , c u a n d o l a s p a l o m a s c a n t a n c o n v o c e s h u m a n a s m i e n -

t r a s p a s a n v o l a n d o . . . q u i e r o d e c i r , c u a n d o t o d o e l m u n d o '

d i c e a l e g r e m e n t e « B u e n o s d í a s » a t o d o e l m u n d o , y l a s

c o s a s q u e h a s e s t a d o b u s c a n d o d u r a n t e d i e z a ñ o s a p a r e c e n

e n e l f o n d o d e u n a t a z a d e t é , y c a d a m u c h a c h a p a r e c e

u n a . e m p e r a t r i z . . . c u a n d o u n o s e s i e n t e c o m o s i l a s r o s a s

e s t u v i e s e n f l o r e c i e n d o e n u n r o s a l m u e r t o , e n t o n c e s . . . e n -

t o n c e s c o s a s t a n t o n t a s c o m o é s a s m e s u c e d í a n c a d a d i e z

d í a s , p e r o a h o r a , c u a n d o p i e n s o e n e l l o , c o m p r e n d o q u e

m i e n t r a s m e s u c e d í a n e s t a b a m u r i e n d o . . . C u a n t o p e o r e s

e l l i c o r , m á s r á p i d o s e e m b o r r a c h a u n o . E n m e d i o d e m i s

b o r r a c h e r a s , e n m e d i o d e m i s s e n t i m i e n t o s y d e m i s l á g r i -

m a s , m e e s t a b a m u r i e n d o . D e s d e e n t o n c e s h e h e c h o l a p r o -

m e s a d e n o b e b e r . E s e e s e l s e c r e t o d e m i l a r g a v i d a .

P O E T A  (burlándose de ella)

  — ¡ A h , p e r o d i m e , a n c i a n a , ¿ y

p o r q u é s i g u e s v i v i e n d o ?

A N C I A N A — ¿ P o r q u é ? N o s e a s r i d í c u l o . ¿ E l h e c h o d e e x i s t i r

n o e s u n a r a z ó n e n s í m i s m a ? Y o n o s o y u n c a b a l l o q u e

c a m i n a p o r q u e q u i e r e l a z a n a h o r i a . E n d e f i n i t i v a , l o s c a b a -

l l o s c a m i n a n p o r q u e e s t á n h e c h o s a s í .

P O E T A — ¿ « C o r r e , c a b a l l i t o , c o r r e y n o m i r e s a l o s l a d o s » ?

A N C I A N A — « N o d e s v í e s l o s o j o s d e t u p r o p i a s o m b r a » .

P O E T A — C u a n d o e l s o l s e e s t á p o n i e n d o , l a s o m b r a s e

a l a r g a .

A N C I A N A — L a s o m b r a s e r e t u e r c e . S e p i e r d e e n l a o s c u r i -

d a d d e l a t a r d e ,

P O E T A — P e r m í t e m e p r e g u n t a r t e a l g o , a n c i a n a : ¿ Q u i é n e r e s ?

A N C I A N A — E n o t r o t i e m p o f u i u n a m u j e r l l a m a d a K o m a c h i

ROETA — ¿Q uie n?

- A N C I A N A - T o d o s l o s h o m b r e s q u e a l g u n a v e z d i j e r o n q u e

y o e r a b e l l a h a n m u e r t o . C u a l q u i e r h o m b r e q u e d i g a l o -

r a q u e s o y b e l l a , m o r i r á .

P O E T A

  ( s e r í e ) -

  B u e n o , y o a l m e n o s e s t o y a s a l v o . T e h e

c o n o c i d o a l o s n o v e n t a y n u e v e a ñ o s .

A N C I A N A - T i e n e s s u e r t e , e n e f e c t o , p o r q u e e s d e s u p o n e r q u e

u n s i m p l e c o m o t u p i e n s a q u e , c u a n d o u n a m u j e r e n v e j e c e

s e v u e l v e f e a . P e r o e s u n a g r a n e q u i v o c a c i ó n . U n a m u j e í

b e l l a s i e m p r e s e r á b e l l a . S i a h o r a p a r e z c o f e a s ó l o q u i e r e

d e c i r q u e s o y u n a b e l l e z a f e a . D e s p u é s d e h a b e r o í d o t a n -

t a s v e c e s h a b l a r d e m i b e l l e z a , e n l o s ú l t i m o s s e t e n t a u

o c h e n t a a n o s m e h a r e s u l t a d o i m p o s i b l e h a c e r m e a l a i d e a

d e q u e y a n o l o e r a . T o d a v í a m e v e o c o m o u n a b e l l e z a

e s p l e n d o r o s a .

P O E T A  (aparte)

  - D e b e s e r d u r o t e n e r q u e r e c o n o c e r s e q u e

e n o t r o t i e m p o f u e h e r m o s a .  (A la Anciana.)  C o m p r e n d o

l o q u e s i e n t e s . C u a n d o e l h o m b r e h a i d o u n a v e z a l a

g u e r r a , s e p a s a d r e s t o d e s u v i d a r e c o r d á n d o l a . P o r s u -

p u e s t o q u e t ú f u i s t e h e r m o s a . . .

A N C I A N A  (golpeando con el pie en el suelo) — ¿Fui? ¡Toda-

vía

  s o y b e l l a

P O E T A — S í , s í , c o m p r e n d o , p e r o ¿ p o r q u e n o m e c u e n t a s

a l g o d e l o s v i e j o s t i e m p o s ? H a c e o c h e n t a a ñ o s , ¿ o s e r í a n

n o v e n t a ?

  (Cuenta con los dedos.)

  C u é n t a m e l o q u e s u c e -

d i ó h a c e o c h e n t a a ñ o s .

A N C I A N A — H a c e o c h e n t a a ñ o s . . . y o t e n í a d i e c i n u e v e . E l C a -

p i t a n F u k a k u s a , d e l E s t a d o M a y o r , m e c o r t e j a b a .

•c O E T A  — ¿ P o d r í a h a c e r y o e l p a p e l d e C a p i t á n N o - s é - c u á n -

t o s ?

A N C I A N A — N o s e a s f a n f a r r ó n . E l e r a c i e n v e c e s m á s h o m b r e

q u e t u . S í , l e p r o m e t í q u e t e n d r í a c u a n t o d e s e a b a s i m e

Page 207: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 207/267

cortejaba durante den noches. Sucedió la última noche. Ha-

bía un baile en el Rokumei Hall y todo el mundo

  e s t a b a

allí. Me había fatigado un poco con el calor de

  l a t i e s t a

y estaba descansando un momento en uno de

  l o s b a n c o s

del parque...

(Se oye la música de un vals, distante al principio, pero luego

cada vez más fuerte. Se corre el telón de fondo y aparece el

inconfundible Rokumei Hall, sala de baile construida en estilo

Victoriano. En primer plano, «« jardín. El decorado recuerda

los telones de fondo que usaban antiguamente los fotografos.)

A N C I A N A

  (Mirando fuera del escenario)

  — Fíjate.

  H a v e n i d o

la gente más aburrida.

P O E T A  — ¿Te refieres a esas damas y caballeros de tan

  b u e n

aspecto? ,

A N C I A N A

  — Naturalmente. Pero, ¿por qué no bañamos

  u n

vals como todo el mundo?

P O E T A  — ¿Bailar un vals contigo?

A N C I A N A  — Recuerda que eres el Capitán Fukakusa.

(Entran bailando parejas vestidas con trajes de 1 880 Se diri-

gen hacia ellos. Termina el vals. Todo el mundo rodea a la

Anciana.)

M U J E R  A — ¡ Qué guapa es tás hoy , Komach i

M U J E R  B — Cómo te envidio. ¿Dónde compras

  t u s t r a j e s ?

(Toca los sucios harapos de la Anciana.)

A N C I A N A

  — Mando a París mis medidas y me los confeccio-

nan allí. • -

M U J E R E S A  y B — ¿De verdad?

M U J E R

  C — Es la única solución. Siempre hay algo

  q u e n o

termina de caer bien en los trajes hechos en el Japón.

H O M B R E  A — Uno no tiene donde elegir. No hay

  m á s r e m e -

dio que llevar trajes importados.

H O M B R E

  B — Sí, eso es verdad también para los

  h o m b r e s .

¿ S e h a n f i j a d o e n e l f r a c q u e l l e v a e s t a n o c h e e l P r i m e r

M i n i s t r o ? E s t a h e c h o e n L o n d r e s , l a p a t r i a d e l a c o n f e c -

c i o n p a r a h o m b r e s .

(Parloteando y riendo, Hombres y Mujeres rodean a la An-

ciana j al Poeta. Los tres Hom bres se sientan en el banco

mas alejado y charlan.)

H O M B R E C — K o m a c h i e s r e a l m e n t e e n c a n t a d o r a .

H O M B R E A - A l a

  luz

  d e l a l u n a , i n c l u s o u n a b r u j a p a r e -

c e r í a e n c a n t a d o r a .

H O M B R E C - E S O n o s e p u e d e d e c i r d e K o m a c h i . E l l a e s

i g u a l m e n t e h e r m o s a a l a

  luz

  d e l d í a . Y c u a n d o l a m i r a s a

l a l u z d e l a l u n a , e s u n á n g e l , u n á n g e l c a í d o d e l c i e l o .

H O M B R E A _ N o e s d e l a s q u e c e d e n f á c i l m e n t e a n t e u n

h o m b r e . S u p o n g o q u e p o r e s o c o r r e n t a n t a s h i s t o r i a s d i -

v e r t i d a s s o b r e e l l a .

H O M B R E

  B (utilizando palabras francesas que traduce a me-

dida que las va diciendo) —   E s u n a « p u c e U e » , u n a d o n -

c e l i a e s o e s . L o q u e p o d r í a m o s d e n o m i n a r « u n e h i s t o i r e

s c a n d a l e u s e » , ¿ c o m p r e n d e n ? , u n a e s p e c i e d e e s c á n d a l o

M U J E R B - A l C a p i t á n F u k a k u s a l e t i e n e s o r b i d o e l s e s o .

¿ N o v e l o p á l i d o y d e m a c r a d o q u e e s t á ? P a r e c e c o m o s i

n o  h u b i e s e  c o m i d o d e s d e h a c e d í a s .

H O M B R E A — L e h a d a d o p o r e s c r i b i r p o e m a s s o b r e K o -

m a c h i , o l v i d a n d o s u s d e b e r e s m i l i t a r e s . N o e s s o r p r e n d e n t e

q u e s u s c o m p a ñ e r o s d e l C u a r t e l l e d e s p r e c i e n .

H O M B R E C — ¿ E s q u e n o h a y e n t r e n o s o t r o s u n h o m b r e c a -

p a z

  de co r te jar

  y c o n s e g u i r a K o m a c h i ?

H O M B R E B — T o d o l o q u e y o t e n g o e s « u n e e s p o i r e » , e s

d e c i r , u n a e s p e r a n z a .

H O M B R E  C

  — T a m b i é n y o .

  (Estalla en

 carcajadas.)

  ¡ U f L o

p e o r

  de l levar

  c i n t u r ó n e s q u e h a y q u e r e a j u s t á r s e l o d e s -

p u e s  de las  c o m i d a s .  (Se afloja el cinturón un punto. A y

B le imitan.)

Page 208: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 208/267

(Entran dos cam areros: uno de ellos lleva una bandeja con

bebidas y el otro una fuente de entremeses. Todos se strven.

El Poeta contempla inexpresivamente a la Anciana. Las tres

Mujeres, con sus copas en la mano, toman asiento en un banco

frente a los Hombres.)

A N C I A N A  (SU  voz suena juvenil) —  O igo una f uen te en a lgu-

na par te , per o no puedo ver la . Es cu r ioso , per o cada vez

que escucho ese sonido siento como si , a lo lejos, estuvie-

se cayendo una lluvia torrencial.

HOMBRE A — Qué maravillosa voz. Es tan clara como una

f uen te . ,

MUJER A — O ír la h abla rse a sí misma e s una lección de

elocuencia .

A N C I A N A  (volviéndose hacia  el fondo) —  ¡ Es tán bañan do Las

sombr as se mueven t r as las ven tanas y las ven tanas se

i luminan y apagan con las sombr as de los bai lar ines . Es tá

todo tan mar av i l losamente t r anqu i lo . . . como las sombr as

que p r oducen las l l amas .

HOMBRE B — ¡Qu é voz tan sensual Es una voz que cala

muy hondo en e l co r azón . ¡

MUJER B — Aunque soy mujer , s ien to una ex t r aña sensación

al oír la.  '  .

ANCIANA — ¡O h , oigo una camp anilla. Y el rui do de un

car r uaje y cascos de cabal los . . . ¿De qu ién ser á ese car r ua-

je? N inguno de los p r íncipes ha ven ido todav ía es ta noche,

pero esa campanilla parecía la de una de las casas rea-

les . . . ¡ Qué f r agan tes son los ár bo les del j ar d ín Es un

per f ume oscur o , du lce y penet r an te .

HOMBRE C — Com par adas con Komach i , todas las demás mu-

jer es no son más que mujer es .

.  (Se oyen los primeros compases de un vals. Todos devuelven

los vasos a la bandeja que les  acerca  el camarero y se ponen

a bailar. El Poeta y la Anciana se quedan donde estaban.)

P O E T A — - E s e x t r a ñ o . . .

ANCIANA — ¿Q ué es ex tra ño ?

POETA — En cier to modo, yo. . .

ANCIANA — Por favor , trata de decir lo. Ya sé lo que quie-

res decir , antes de que lo hagas.

P O E T A

  (con ardor)  — Er es tan . . . e r es tan . . .

ANCIANA — H erm osa , eso es lo que tr atas d e decir , ¿ver-

dad? Pues no lo hagas. Si lo dices no vivirás mucho. Es

un consejo amis toso .

P O E TA — P e r o . . .

ANCIANA — Si aprecias algo tu vida, no digas nada.

POETA — E s realme nte ext raño. M e pregu nto si es esto lo

que se suele l lamar un milagro.

ANCIANA  (se ríe)  — ¿Per o es que todav ía se hacen mi lag r os

; hoy en d ía? Mi lagr os , ¡ bah Además , son una vu lgar idad .

POETA — P ero tus arr uga s. . .

ANCIANA — ¿Q ué dices? ¿D e qué arrugas hab las?

POETA — Eso es lo que quiero decir : no veo ninguna.

ANCIANA — ¡Pues claro ¿Es qu e hay algún homb re que

aguan tar ía c ien noches por una b r u ja? . . . ¡ Per o bas ta de

f an tas ías Vamos a bai lar . Por f avor , vamos a bai lar .

(Bailan. Se m archan los camareros. A las parejas A, B y C

se les ha unido una cuarta. Después, todos se sientan, cada

pareja en un banco diferente y comienzan a oírse susurros

amorosos.)

ANCIANA — ¿Es tás c ans ado ?

P O E T A — N o .

ANCIANA — N o tiene s buen aspe cto.

POETA — T eng o el aspe cto de sie mpre.

ANCIANA — ¿He de tomar eso por una respuesta?

POETA — Esta noche es la número cien.

ANCI ANA — Y au n as í . . .

P O E T Í — ¿ Q u é ?

ANCIANA — ¿P or qu é estás tan c eñud o?

Page 209: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 209/267

(El Poeta interrumpe el baile súbitamente.)

ANCIANA — ¿Q ué te pas a?

POETA — No es n ad a , só lo q u e me s i en to u n p o co maread o .

ANCIANA — ¿Qu ieres qu e ent rem os? , . ,

POETA — N o , s e es t á mejo r aq u í . Ad e n t ro h ay d emas iad o

ru id o .

(Se quedan de pie, cogidos de la mano y miran a su dire-

dedor.)

ANCIANA — Se ha detenido la música. Debe ser el descanso.

Mi ra q u é t ran q u i lo es t á to d o .

POETA — Sí, todo está s i lencioso ahora.

A N CI AN A — ¿ E n q u é p i e n s a s ?

POETA — En n ad a . Me jo r d ich o , es t ab a p en san d o en a lg o

mu y ra ro . Ten ía l a s en sac ió n d e q u e , s i t u v ié ramo s q u e

sep ara rn o s ah o ra , d en t ro d e c i en añ o s . . . y q u izás an tes d e

c ien añ o s . . . v o lv er í amo s a en co n t ra rn o s .

ANCIANA — ¿ Y d ó n d e n o s en co n t ra r í amo s? ¿En l a t u m b a

q u izás? ¿En e l c i e lo ? ¿O se r í a en e l i n f i e rn o ? S í , amb o s

s i t io s so n lo s más p ro b ab les .

POETA — Oh , s e me acab a d e o cu r r i r a lg o . . . Esp era u n

momento, por favor.

  (Cierra los ojos y los vuelve a abrir.)

Un s i t io ig u a l q u e és t e . Te en co n t ra ré d e n u ev o en u n s i t io

ex ac tamen te ig u a l q u e és t e .

ANCIANA — U n jar dín en orm e, con faro las de gas , banco s,

en a mo rad o s . . . , , ,

POETA — To d o se rá ex ac tamen te ig u a l . Pero n o s e có mo h a-

b remo s camb iad o tú y y o p ara en to n ces .

ANCIANA — No puedo creer que haya envejecido.

POETA — Po d r ía s e r y o q u ien n o en v e jec iese .

ANCIANA — Den t ro d e o ch en ta añ o s . . . e l mu n d o h ab rá p ro -

g resad o mu ch o , ¿n o c rees?

POETA — Pero só lo lo s s e res h u man o s camb ian . In c lu so l as

marg ar i t as , d en t ro d e c i en añ o s , s e rán marg ar i t as .

POETA — To d o s lo s j a rd in es h ab rán v u e l to a su es t ad o o r i -

g inal .

ANCIANA — Los pá jaro s serán más fel ices en el los .

POETA — Ten d rás t an ta lu z d e lu n a co mo p u ed as d esear .

ANCIANA — Y si te subes a un árbol y miras alrededor, po-

drás ver las luces de la ciudad, y será como si es tuvieras

v ien d o l as lu ces d e to d as l as c iu d ad es d e l mu n d o .

POETA — ¿Y q u é n o s d i remo s cu an d o n o s v eamo s d en t ro d e

c ien añ o s?

ANCIANA — « Sien to q u e n o n o s h ay amo s man ten id o en co n -

t ac to » , su p o n g o .

(Ambos se sientan en el banco del medio.)

POETA — ¿Ma n ten d rás tu p ro mesa , v e rd ad ?

ANCI ANA — ¿M i p r o m es a?

POETA — Tu p ro mesa so b re l a n o ch e n ú mero c i en .

ANCIANA — ¿Lo d u d as s iq u ie ra? ¿Desp u és d e to d o lo q u e

te h e d ich o ?

POETA — Sí, es toy seguro de que esta noche mis deseos se-

rán s a t i s fech o s . Pero q u é s en sac ió n t an t r i s t e , ex t rañ a y

d esco razo n ad o s es . Es co mo s i t u v ieses en t re tu s man o s

a lg o q u e h ab ías es t ad o d esean d o d u ran te mu ch o s añ o s .

ANCIANA — Para un hombre, ése debe ser el más espantoso

d e lo s s en t imien to s .

POETA — Mis su eñ o s rea l i zad o s . . . Y q u izás a lg ú n d ía in c lu -

so me can saré d e t i . S i me h as t i ase d e a lg u ien co mo tú ,

mi v id a d esp u és d e mu e r to s e r í a h o r r ib le . ¡Y q u é esp an -

to so s resu l t a r í an lo s e t e rn o s d ías y meses h as t a q u e mu -

r iese Ser í an d e u n a esp an to sa m o n o to n ía .

ANCIANA — P or lo tanto , deberías det ene rte ah ora.

P O E T A — N o p u e d o .

ANCIANA — Es inúti l obligarte a acabar con algo que tú , en

rea l id ad , n o d eseas t e rmin ar .

Page 210: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 210/267

POETA — P ero es to t a lm en te fa l so q u e y o n o q u ie ra . So y

fe l i z . S ien to co mo s i p u d iese remo n ta rme a l c i e lo , y a l

mismo t i emp o me s i en to cu r io samen te d ep r imid o .

ANCIANA — Eres d em as iad o imp e tu o so .

P O E T A  — ¿Y s i y o me can sase d e t i , t e q u ed ar í as t an  tran-

qu ila? . AL '

A N C I A N A

  — S í . No me p reo cu p ar í a lo más mín imo .  Algún

o t ro emp ezar í a l a s c i en n o ch es d e co r t e jo . No me ab u rr i r í a .

POETA — Cas i p re fe r i r í a mo r i rme ah o ra , en es t e mo men to .

Di f í c i lmen te s e p resen ta rá u n a o cas ió n co mo és t a , y s i me

h a d e l l eg ar , q u e s ea es t a n o ch e .

ANCIANA — Po r f av o r , t o d o eso n o so n más q u e d i sp ara tes .

POETA — Será es ta noche. Y s i he de pasar es ta noche en

in imag in ab les p laceres , co mo lo s q u e h e ex p er imen tad o

co n o t ras mu je res . . . s ó lo d e p en sar lo me es t remezco . . .

ANCIANA — No se v iv e ú n icame n te p a ra mo r i r .

 ^

POETA — Nu n ca s e s ab e . Qu izá s e mu ere p ara v iv i r .

ANCIANA — ¡Qu é v u lg ar , ¡q u é t e r r ib l em en te o rd in ar io

POETA — P o r fav o r , ay ú d am e. ¿Qu é p u e d o h acer?

ANCIANA — Seguir ad elan te. Lo único q ue pue des hace r es

seguir ade lante . . ,

POETA — Escú c h am e, p o r fav o r . Den t ro d e u n as h o ras d en -

t ro d e u n o s min u to s , s e v a a p ro d u c i r a lg o imp o s ib le . E l

so l co men zará a b r i l l a r en med io d e l a n o ch e . Un g ran

n av io , co n l as v e las h in ch ad as p o r e l v i en to , n o s co n d u -

c i rá p o r l a s ca l l es . Yo aco s tu mb rab a a so ñ ar t a l es su eñ o s

c u a n d o e r a m u c h a c h o ; a h o r a m e p r e g u n t o p o r q u é . U n

g ran v e le ro en t ran d o en u n j a rd ín cu y o s á rb o les ru g ían

co mo e l mar y co n e l césp ed cu b ie r to d e p á ja ro s . . . P i en -

so en mi su eñ o y mi co razó n s e p o n e t an co n ten to q u e

s ien to co mo s i fu ese a d e ten erse , d e t an ta a l eg r í a .

• ANCIANA — Qu erid o, es tás bo rra cho .

POETA — ¿Acaso n o me c rees? Es ta n o ch e , d en t ro d e u n o s

min u to s , a lg o imp o s ib le . . .

ANCIANA — Las cosas im posib les no exis t en .

P O E T A

  (contempla el rostro de la Anciana, como st quisiera

rememorar algo)

  — A p esar d e to d o es ex t rañ o . . . t u

r o s t r o . . .

A N C I A N A

  (aparte)

  — S i t e rmin a esa f rase , su v id a s e ap ag ará .

(Intentando impedirle que hable.)

  ¿Qué tiene de extraño

mi ro s t ro ? Mi ra q u é feo es , cu án tas a r ru g as t i en e . Vamo s ,

ab re lo s o jo s d e u n a v ez

POETA — ¿Arru g as? ¿ Dó n d e es t án las a r ru g as?

A N C I A N A  (alzando su traje y mostrándoselo)

  — Mira , e s t á

hecho jirones.

  (Poniéndoselo bajo las narices.)

  Un olor

n au seab u n d o , ¿v erd ad ? ¡Es tá l l en o d e p io jo s Mi ra es t a

man o . Mi ra có mo t i emb la , co mo s i só lo es tu v iese h ech a

d e a r ru g as . Y l as u ñ as so n rep u l s iv amen te l a rg as . . . ¡Mi ra

POETA — ¡Qu é marav i l lo sa f rag an c ia Las u ñ as t i en en e l co -

lor de las begonias .

A N C I A N A  (desabrochándose el traje)

  — Mira , mi ra mis p e -

ch o s l l en o s d e ro ñ a . Lo s p ech o s d e u n a mu je r n o d eb e-

rían ser así.

  (Exasperada, toma la mano del Poeta y la

aprieta contra sus senos.)

  ¡Tócalos ¡Compruébalo por ti

mismo ¡No h ay n i u n a g o ta d e l ech e en e l lo s

' P O E T A

  (extasiado)

  — ¡Ah , t u cu erp o .

ANCIANA — T en g o n o v en ta y n u e v e añ o s . Desp ie r t a . Ab re

lo s o jo s . ¡Mí rame b ien

P O E T A

  (la contempla durante un rato, como atontado)

  — Ah ,

p o r f in lo recu erd o .

A N C I A N A  (llena de

 alegría) — ¿Lo recu erd as?

POETA — Sí . . . e so es . . . t ú e ras u n a an c ian a d e n o v en ta y

n u ev e añ o s . Ten ías u n as h o r r ib les a r ru g as y lo s o jo s t e

l ag r imeab an y tu s t ra j es h ed ían .

ANCIANA — ¿Hab las en p asad o ? ¿Pero es q u e n o v es có mo

soy?

POETA — E s ex t r añ o . . . t u s o jo s b r i l l an co mo lo s d e u n a

mu ch ach a d e v e in te añ o s y tu s v es t id o s h u e len d u lcemen -

te . ¡Eres mu y ex t rañ a Te h as v u e l to jo v en o t ra v ez .

ANCIANA — Por favor, no lo d igas . ¿No recuerdas lo que te

pasará s i l legas a decir que soy hermosa?

Page 211: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 211/267

P O E T A

  — Si creo que algo es hermoso, debo decirlo, aun-

que me cueste la vida.

A N C I A N A

  — ¡Qué locura Por favor, basta, por favor. ¿De

qué instante estabas hablando hace un rato?

P O E T A

  — Te lo diré.

A N C I A N A

  — No, no lo hagas, por lo que más quieras, no lo

hagas.

P O E T A

  — Te lo voy a decir, Komachi.

  (La toma de la mano.)

Eres hermosa, la mujer más hermosa del mundo.

  (Ella se

estremece.)

  Este es el instante por el que he esperado

noventa y nueve noches. Tu belleza no desaparecerá ni

dentro de diez mil años.

A N C I A N A

  — Te arrepentirás de haber dicho eso.

P O E T A

  — No, no me arrepentiré nunca.

A N C I A N A

  — Eres un loco. Ya puedo ver la marca de la muer-

te en tu frente.

P O E T A

  — No quiero morir.

A N C I A N A

  — He hecho todo lo posible por detenerte.

P O E T A

  — Las manos y los pies se me están quedando fríos.. .

Estoy seguro de que volveré a encontrarte en este mismo

sitio... dentro de cien años.

A N C I A N A

  — ¡Tener que esperar cien años más

(El Poeta queda inmóvil y muere. Baja el negro telón de fon-

do. La Anciana se sienta en el

 banco

 y queda mirando el suelo.

Luego, por hacer algo, reanuda su recuento de colillas. Mien-

tras lo hace entra un policía y se pasea por el escenario. Ve

el cadáver y se inclina sobre él.)

P O L I C Í A

  — ¡Otra vez borracho Es incorregible. ¡Vamos, le-

vántate Apuesto a que tu mujer está esperándote. Vete

derecho a casa y métete en la cama... ¿Estará muerto?...

Anciana, ¿le has visto caer? ¿Estabas aquí cuando cayó?

A N C I A N A  (levantando un poco la cabeza)

  — Me parece que

fue hace un rato.

P O L I C Í A  — Su cuerpo todavía está caliente.

A N C I A N A  — Lo cual demuestra que acaba de morir.

P O L I C Í A

  — Eso ya lo sé yo sin necesidad de preguntarte. Lo

que deseo saber es cuándo llegó

A N C I A N A

  — Creo que hace alrededor de media hora. Estaba

borracho y empezó a propasarse conmigo.

P O L I C Í A

  — ¿Propasarse contigo? ¡No me hagas reír

A N C I A N A  (indignada)

  — ¿Qué es lo que te hace tanta gra-

cia? Es lo más natural del mundo.

P O L I C Í A  — Y me imagino que te defendiste adecuadamente.

A N C I A N A

  — No, no era más que un pesado y no le concedí

la menor atención. Estuvo hablando consigo mismo un

buen rato y antes de que me diese cuenta sufrió un co-

lapso y cayó al suelo. Creía que se había quedado dor-

mido.

P O L I C Í A  (gritando hacia la izquierda del escenario)

  — ¡Eh

¡Está prohibido encender fuego en el parque Venid aquí,

tengo trabajo para vosotros.

  (Entran dos Vagabundos.)

Ayudadme a llevar este cadáver al cuartelillo.

(Salen los tres hombres llevando el cadáver.)

A N C I A N A  (penosamente, arreglando sus colillas) —

  Una... y

una... hacen... dos... dos... y... dos... hacen... cuatro...

Una y una hacen dos, dos y dos hacen cuatro...

Page 212: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 212/267

Edward Albee

EL CUENTO DEL ZOOLOGICO

Page 213: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 213/267

Edward Albee

EL CUENTO DEL ZOOLOGICO

Page 214: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 214/267

EL CUENTO DEL ZOOLOGICO

El Parque Central de la ciudad de Nueva

York, un domingo por la tarde. Es verano.

Epoca actual. Hay dos bancas detrás de ellas:

árboles y cielo. Al principiar la acción Peter

está sentado en una de las bancas leyendo un

libro• Deja de hacerlo para limpiar los lentes,

después continúa. Entra Jerry.

JERRY. (Entra por la derecha, cruza el

escenario y se detiene junto a una de las ban-

cas.)

Estuve en el zoológico. (Peter no le ha-

ce caso.)  Le digo que estuve en el zoológico.

¡Señor, estuve en el zoológico

PETER. Hm m. . . ¿hmm? Perdone , ¿me

habla a mí?

JER RY . Estuve en el zoológico, y luego

caminé hasta que llegué aqu í. ¿H e estado ca-

minando hacia el norte?

. PETER. (C o n fu n d id o . )

¿ El n o r t e ? . . . E s t e . . . s í . . .  creo  que

s í . . . dé jeme ve r

J E RRY .  (Apuntando hacia el pú blico.)

¿No es ésa la Quinta Avenida?

PE TE R. Sí, sí es.

JER RY . ¿Y cuál es esa que cruza, allá,

hacia la derecha?

PE TE R. ¿Aq uélla? Ah, ésa es la Calle

Setenta y Cuatro.

JER RY . El zoológico está cerca de la Ca-

lle Sesenta y Cinco, por eso le digo que he ve-

nido caminando hacia el norte.

PETER. (Ansioso por continuar su lec-

tura. )

Sí, parece que sí-

JER RY . ¡¡Mi muy querid o y viejo nor-

te

P E T E R.

  (Se ríe quedam ente.)

JERRY.  (Después de una breve pausa.)

Pero no derecho al n orte . . .

PETER. P u es . . . no . . . , no de recho a l

norte . . . Lo

  llamamos

  norte, pero es el lado

septentrional.

JERRY.  (Observando a Peter que no ha-

llando cómo deshacerse de él, prepara su pi-

pa.)

¿No cree que pueda contraer cáncer en los

pulmones?

P E T E R.  (Lo mira, luego, sonríe.)

No, no por fumar pipa . . .

J E RRY .  (Cruza detrás del banco.)

No señor, lo que probablemente sí contrae-

rá, será cáncer en la boca y luego tendrá queusar uno de esos aparatos que usaba Freud, des-

pués de que le amputaron toda una quijada.

¿Cómo se llaman esas cosas?

P E T E R.  (Incómodos)

¿Prótesis?

JER RY . ¡Eso mism o ¡Prótesis Por lo

visto es usted un hom bre muv culto. ¿Doctor?

PET ER . No, que va, lo leí en alguna par-

Page 215: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 215/267

te. En la revista  Time,  creo.  (Vuelve a su li-

bro.)

JER RY . Bueno, la revista

  Time

  no la

leen los tontos.

PET ER. Creo que no. . .

JERRY. (Después de una pausa.)

¡ Ah cómo me gusta e star cerca d e la Quin-

ta Avenida

PETER ( V a g a m e n t e . ) . . .

S i . . .

JER RY . No me gusta la parte oriente del

Parq ue. . .

PETER. (Algo interesado.)

¿Por qué?

JER RY . No lo sé.

PETER. ¡Ah (Vuelve a su libro.)

J E RRY .  (Cruza hacia el lado contrario,

se detiene, ve a Peter, éste al fin levanta la  ca>

beza y lo mira con curiosidad.)

¿Le molesta si platicamos un poco?

P E T E R,  (Visiblemente molesto.)

H m m m , ,

  f

<

 n o , . , n a , , ,

JERRY. S í , s i l e m ole s ta . . .

P E T E R.  (Cierra su libro, deja de  f u m r

y sonríe.)

No, de veras, no me molesta.

JER RY . Claro que sí le mo lesta. . ,

P E T E R.  (Decidido.)

, No, no me mo lesta en lo más m ínim o.

Créame-

J E RRY .  (Voltea hacia el frente.)

Hac e. . . hace un buen dí a. .

P E T E R.

  (Mira el cielo.)

Sí, sí es bastante bonito.

JER RY . Estuve en el zoológico.

PET ER . Ya me lo había dicho antes.

¿No?

JER RY . Lo va a leer mañana en los pe-

riódicos, o si tiene televisión, lo verá hoy en la

noche. ¿Tiene usted televisión?

PET ER . Sí, dos. U na es para los niños.

JERR Y. ¡Está casado

P E T E R.  (Con placer.)

Ciertamente.

J E RRY .

  (Cruza hacia delante del banco.)

Pero si eso no es obligatorio, por amol-

de Dios.

PET ER . No. Por supuesto que no.

JER RY . Y tiene una esposa.

PETER. ¡Sí

JER RY . Y también tiene niños.

PET ER . Sí. Dos.

JERRY. ¿Varones?

PET ER . No. Mujercita s. Dos mujerci-

tas. . .

JER RY . Pero usted quería varones.

PETER- Bueno. Claro que todo hombre

quiere  tener un hijo varón. . . p e ro . . .

JERRY.  (Visiblemente emocionado.)

Pero ya no puede tener más hijos, ¿ver-

Page 216: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 216/267

dad?

P E T E R.  (Un poco distraído.)

No. Nunca más.  (Voltea hacia Jerry, lo

ve y vuelve de nuevo la cabeza.)   ¿Pero , por qué

dice usted eso? ¿Cómo lo sabe?

JER RY . Por la man era de cruzar sus

pier nas . Por alg o en su voz, o quizá esté adi-

vinando. ¿Es su esposa la que no quie re?

P E T E R.  (Furioso.)

¡Eso es cosa que no le importa (Silen-

cio.)  ¿Me entiende usted?  (Jerry asiente, avan-

za dos pasos hasta Peter, quien ahora está cal-

mado.)  Tiene usted razón, ya no podremos te-

ner más hijos.

JERR Y. Bueno. . . ¿y ahora qué más?

PET ER . ¿Qué me estaba usted diciendo

del zoológico? ¿Qué iba a leer o a ver qué?

JERR Y. Se lo diré más tarde .  (Vuelve

detrás del banco.)  ¿Le molesta que le haga al-

gunas preguntas?

PETE R. Francamente no.

JER RY . Le diré por qué lo hago ; no ha-

blo mucho con la gente, excepto para decirle:

"¡Deme una cerveza " "¡Dónde está el baño "

"¡A q ué hora empieza la funció n ". Ya sabe,

cosas como ésas.

PET ER . Debo decirle que no lo sé.

JER RY . De vez en cuando, me gusta ha-

blar con alguien. Pero habla r de veras, como

para llegar a conocer a las personas y saber

todo acerca de ellas.

P E T E R.

  (Ríe suavemente, todavía un po-

co incómodo.)

¿Y yo voy a ser su conejillo de Indias,

por el día de hoy?

J E RRY .

  (Cruza hacia la izquierda y re-

gresa.)

En un domingo lleno de sol como éste,

¿quién mejor que un hombre casado, con dos

h i ja s y . . . Hm mm . . . ¿un pe r ro?

  (Peter mue-

ve la cabeza negando)  ¿No ? ¡Dos perros .

(Peter niega nuevamente)  ¿No tiene perros ?

(Peter mueve tristemente la cabeza.)  Ah.

qu é pen a. . . ¡Pero si usted parece un hom-

bre al que le gustan los anim ales ¿Gatos?

(Peter asienta.)  ¡ ¡gatos (Sube el pie al

banco.)  Pero eso de los gatos no fu e idea su-

ya. . . ¿verdad, señor? ¿De su esposa y sus

niñas?  (Peter asienta.)  ¿Ha y algo más que

deba saber?

P E T E R.  (Aclarándose la garganta.)

H a y . . . dos cotorr itas . Un a. . . hmm

una para cada una de mis hijas.

JERRY. ¡ ¡Pá ja ros

PET ER . Mis dos hij as las tienen en una

jaula en su recámara.

JER RY . ¿Y no tienen ninguna enferme-

dad ? Quiero decir, los pája ros.

PET ER . No lo creo.

JER RY . Eso está muy mal. Si llegasen

Page 217: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 217/267

a enfermarse usted tendría que soltarlos en la

casa y los gatos se los comerían, y por supues-

to ellos también se morirían.  (Peter voltea a

verlo; luego ríe.)  ¿Y qué más? ¿Qué hace uá-

ted para mantener esa familia tan numerosa?

PE TE R. Yo . . . tengo un puesto de eje-

cutivo en. . . en una pequeña casa editorial. . .

pub licam os. . . libros de  texto.

JERRY. Eso s u e n a b ien , muy b ien .

¿Cuánto gana?

P E T E R.  (Le enseña la cartera.)

¡Mire

JERR Y. Oh, vamos.

PE TE R. Bueno, gano cerca de dieciocho

mil dólares al año. Pero nunca   traigo  más de

cuarenta dó lares en la carter a. . . Digo, en ca-

so de que usted sea un . . . u n. . . un lad rón . . .

Já, ja, ja, ja.

J E RRY .  (Ignorándolo.)

¿Dónde vive?

(Peter se vuelve y se rebela.)  Vam os. No voy

a asalta rlo. No voy a rap tar a sus cotorritas.,

ni a sus gatos, ni a sus niñas.

P E T E R.  (En voz alta )

Vivo entre Lexington y Tercera Avenida,

en la Calle Sesenta y Cuatro.

JER RY . Ya ve como no fu e difícil.

PET ER . Francam ente no quise que así

pareciera. . . . pero es que usted no sostiene una

conversación , sólo hace pregun tas. Y yo, nor-

malmente soy muy reticente. ¿Po r qué se que-

da ahí parado?

JER RY . En un rato más empezaré a ca-

minar y de vez en cuando me sentaré.  (Recor-

dando.)  Esp ere que vea la expresión de su ros-

tro.

PETE R. ¿Qué? ¿E l rostro de quién?

Oi ga. . . ¿Qu é me decía del zoológ ico?

J E RRY .  (Distante.)

¿El qué?

PE TE R. El zoológico, el zoológico. A l-

go del zoológico.

JER RY . ¿El zoológico?

PET ER . Lo ha mencionado varias veces.

J E RRY .

  (Aún distante pero recordando

de pronto.)

El zoológico. Ah, sí. El zoológico. Es-

tuve ahí antes de venir, ya se lo dije. Dígam e,

¿cuál es la línea divisoria entre la clase alta y

la clase media y entre la clase baja y la clase

media?

PET ER . Mi querido am igo. . .

JER RY . ¡No me diga mi querido amigo

PET ER . Perdóneme, pero verá. Sus pre-

guntas acerca de la clase media me  desconcier-

tan.

JERRY.  (Poniendo las manos sobre la

banca.)

Y cuando está usted desconcertado, ¿se

vuelve protector?

Page 218: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 218/267

PET ER . Discúlpem e, es que no me ex-

preso muy bien algunas veces.  (Trata de ha-

cer un chiste.)

  Soy editor, no escritor.

JER RY . Está bien, pero la verdad es que

estaba tratando de compadecerle.

PE TER . Vamos, no tiene usted por qué

decir eso.  (En este momen to, Jerry puede em-

pezar a moverse en el escenario con una de-

terminación y autoridad que crecerán lentamen-

te, llegando al climax en el monólogo del pe-

rro.)

JER RY . Está bien. ¿Quiéne s son sus au-

tores favori tos? ¿Baudelaire, J . P. Marquand?

PET ER . Bueno. Me gustan varios escri-

tor :es. Teng o, si pue de de cirse, un gusto u ni-

versal . Baudelaire, claro . . . es , con mucho, el

mejor de los dos. . . pero Ma rquan d tiene su

lugar muy especial en nuestra literatura.

JERRY. ¡Olvídelo

PETER. Discúlpeme.

JER RY . ¿Sab e lo que hice antes de ir al

zoológico? Caminé por la Quinta Avenida des-

de la Plaza Wàshington-

PE TER . ¿Entonces, usted vive en Green-

wich Village?

JERR Y. ¡¡No Tomé el Metro para l le-

gar a Greenwich Village y de ahí caminar por

la Quinta Avenida hasta el zoológico. Es una

de esas cosas que la gente tiene que hacer; al-

gunas veces, uno tiene que caminar mucho fue-

ra de su ruta, dar un gran rodeo, para poder

llegar correctamente a un lugar cercano.

PETE R. Ah. Yo creí que  vivía  usted en

Greenwich Village.

JERR Y. ¿Qu é está usted tratan do de ha-

cer? ¿Que tengan sentido las cosas? ¿Tener un

poco de orde n? Eso es fác il. Vivo en una ca-

sa de ladrillo, en una casa de cuatro pisos, ha-

cia arriba de la Calle Columbus y el West Side

y al oriente del Par que C entral. Habito en el

último piso en la parte de atrás, en un cuarto

que da risa. Una de las paredes está hecha de

cartón y separa mi cuarto de otro que también

da risa. Creo que estas dos habitaciones fue-

ron alguna vez una sola, una habitación peque-

ña, pero que no daba risa. El cuarto que está

detrás del mío, lo ocupa un joto que siempre

tiene la puerta abierta, bueno, no siempre. Sólo

cuando se pone a arreglar sus cejas, cosa qu^

hace con una concentración budista. Este joto

es negro y tiene los dientes podridos, lo cual

es muy rar o. Siempre q ue me lo encuentro en

el pasillo, trae puesto un quimono, lo cual es

muy frecuente, quiero decir, es que va muy se-

guido al baño. A mí nunca me ha m olestado

y nunca mete a nadie a su cuarto. Todo lo que

hace es sacarse la ceja, usar su quimono, e ir

al excusado. Las dos habitaciones que están

fren te a la mía, son un poco más grandes. Bue-

no, eso creo, pero aún as í, son pequ eñas. En

Page 219: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 219/267

una de ellas vive una familia portorriqueña;

un esposo, la señora y algunos niños, no sé

cuá ntos; estas gentes son muy alegre s. En la

otra habitación vive alguien, pero no sé quién

sea. Nunca he podido ver a nadie. Nunca.

Nunca.

P E T E R .  (Muy molesto.)

¿Y por qué vive usted ahí?

JERRY. No lo sé.

PET ER. No creo que sea muy agradab le

vivir donde usted vive.

JER RY . Bueno, no es como un departa-

mento elegante de la Calle Sesenta y Cuatro.

Pero como le decía, yo no tengo esposa, dos hi-

jas, dos gatos, ni dos cotorritas.  (Cruza detrás

de la banca.)  Lo que yo tengo son artícu los de

tocador, un poco de ropa, un plato que se su-

pone no es mío, un abrelatas de esos que se

manejan con una pequeña l lave. Una navaja,

dos cuchillos, dos cucharas, una grande y otra

chica, tres platos, una taza, una salsera, un va-

so, dos marcos para fotografías, los dos vacíos,

ocho o nueve libros, un paquete de fotografías

pornográficas , una vieja máquina de escribir

que sólo imprime letras mayúsculas y una ca-

j i ta fuerte con un candado, la cual t iene. . .

¡ ¡qué (Cruza hacia la izquierda.)  ¡piedras

Piedras redondas que recogí en la playa cuan-

do era niño y cartas, cartas que tienen unas pa-

labras escri tas , palabras como "por favor". . .

"por favor has esto" . . . "P or favor has esto

otro" . . . palabras como. . . "cu ánd o". . . tam-

bién "¿cu ándo esc ribe s?" . . . "¿cu ándo vie-

ne s?" . . . ¡¡ ¡cu án do . . . Estas pala bras son

de años más recientes.

PETE R. ¿Y esos marcos para fotografías

que me decía?

JER RY . No creo que necesite ninguna ex-

plicación. Está claro. ¿N o? No tengo foto-

grafías que poner.

PET ER . Sus padr es. . . quiz á. . . su no

via. . .

J E R R Y .  (Va hasta el final de la ban-

ca.)

Es usted un hombre muy bueno y posee

una inocencia e nvidia ble. . . pero los buenos

viejos de mis padre s están muertos ¿sabes? Ya

rom pí con ellos, devera s. Pero no veo cómo

puedo mirarlos todos limpios y enmarcados.

Además, o más bien, para ser exacto . . . mi

buena madrecita dejó a mi pobre viejo cuan-

do yo tenía diez años y medio. Se embarcó por

los Estados del sur, en un viaje adulterino,

su más constante compañía entre otros, muchos

otros, era el señor Barleycorn. Bueno, cuan-

do menos eso fu e lo que me dijo papá . Cuan-

do regresó trayénd ola del no rte. . . me dieron

la noticia entre Navidad y Año Nuevo. Mi po-

bre madre se había partido el alma en Alaba-

ma, y ya sin alma no era muy bien venida. Bue-

Page 220: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 220/267

no, quiero decir . . . ¿qué era el la? Una pes-

t e . . . una peste de l no r t e . . . De cua lqu ier mp-

do el pobre viejo celebró el año nuevo duran-

te dos semanas, hasta que fue a estrellarse con-

tra un camión, y eso acabó con mi fam ilia. Bue-

no, no . . . había una herm ana de mi mam á. A

ella no le gustaba pecar ni consolarse con una

bote lla. Me llevaro n a su casa y ahí viví. Pue-

do acordarme de todo lo que hacía: Dormir, co-mer, traba jar y rezar. Cayó muerta en la esca-

lera de su departamento, mi departamento en-

tonces, la misma tarde en que yo me graduaba

en la escuela secund aria. Un terrible chiste di-

ría vo.

' PETE R. Vaya, vaya.

JERRY . ¿Vaya a dónde? De eso hace

mucho tiempo, ya no tengo ningún sentimiento

y no me impo rta admitir lo. Quizá pueda us-

ted ver ahora, por qué mis buenos padres no

están en el marco. ¿Cómo se llama?, ¿cuál es

su nombre?

PETER . Me l lamo Peter.

JERRY. Había olvidado preguntárselo .

Yo soy Jerry.

PETER. (Con risa nerviosa.)

¿Qué tal , Jerry?

JERRY. (

Contestando un saludo.)

Veamos ahora. Qué caso tiene tener una

fotografía de muchacha, y además en dos mar-

cos. R ecorda rá que tengo dos marcos. Nunca

veo a la misma muchacha más de dos veces y

nunca he tenido la precaución de llevar una

cámara- ¡Creo que es triste

P E T E R .  ¿L o  de las muchachas?

JERR Y. No. Creo que es triste no ver

más de una vez a la much acha. No creo nunca

h a b e r m e a c o s t a d o o . . .  (Voltea hacia Pe-

ter.) . . .  ¿cómo se dic e?. . . habe r hecho el

amor más de una vez con la misma persona,

bolo una vez. Eso es.  (Avanza dos pasos ha-

cia Peter, a la derecha del banco.)  Espere Por

espacio de una semana y m edi a. . . cuando vo

tenia quince años y me daba pena que mi pu-

bertud f uese tan tem pra na. . . yo e ra un  Ho-

mosexual.  . . yo era ra ro.  (Muy rápido.)  Ra-

ro, raro , raro . Oía como campanas en el aire

Durante esos once días me encontraba dos ve-

ces diarias con el hijo del superintendente

era un muchacho griego y su cumpleaños caía

el mismo día que el mío; con la diferencia de

que era un año más grande que yo. Creo que

estuve muy enam ora do. . . o quizá sólo era se-

xo. . . y ahora, me gustan las muchachas, las

quiero, pero sólo durante una hora.

PETE R. Bueno, eso me parece perfecta-

mente simple. Usted no ha . . .

JERRY.  (Enojado, se aparta.)

Oiga, ¿va a decirme que me case y tenga

cotorritas?

P E T E R .  (También enojado.)

Page 221: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 221/267

Olvídese de las cotorras y quédese soltero

si quiere . Eso no es cosa mía. Y por otra par-

te yo no empecé esta conversación y . . .

JERRY. Está bien, está bien. Lo siento.

¿Está bien? ¿No está enojado?

P E T E R .  (Riéndose.)

No, no estoy enojado-

J E R R Y .  (Aliviado.)

Bueno. ( Va hacia atrás de la banca y vuel-

ve a su antiguo tono.)

  Es interesante que me

haya preguntado por los marcos de las foto-

grafías . Yo pensé que me iba a preguntar por

las fotos pornográficas .

P E T E R .  (Con una sonrisa de suficien-

cia.)

Ya he visto fotos de esa clase.

J E R R Y .  (Recargándose en la banca.)

Ese no es el punto.  (Ríe.)  Supongo que

cuando usted fue joven sus amigos se las pres-

taban y además tendría un buen montón de

ellas.

PE TE R. Bueno, creo que muchos de no-

sotros hacemos esas cosas.

JER RY . Y se deshizo de ellas poco an-

tes de casarse.

PET ER . Mire. Nunca necesité de esas co-

sas cuando crecí.

JERRY. "¿No?

PET ER. Prefie ro no hablar de eso.

JERRY . No lo haga . . . además, yo no

estaba tratando de averiguar su vida sexual de

adolescente. Lo que yo quer ía es saber la di-

ferencia que hay entre tener fotos pornográfi-

cas cuando es uno joven y cuando se hace vie-

jo. Es que cuando es uno joven, usa las fotos

como sustituto de la experiencia real y cuan-

do crece, usa la experiencia como sustituto de

la fantasía.  (Cruza hacia la derecha, muy des-

pacio.)  Me imagino que preferirá oir lo que

pasó en el zoológico.

P E T E R .  (Entusiasmado.)

Ah, sí, el zoológico. Eso es. .. si usted. ..

JER RY . Yo le he hablado del cuarto pi-

so de la casa don de vivo. Creo que las habi-

taciones son mejores conforme una va bajando.

Creo que así son, pero en realid ad no lo sé. No

conozco a nadie del tercer piso, ni del segun-

do. . . ¡Espere Sé que hay una señora que

vive en el torcer piso en la habitación que da

al frente. Lo sé porque siempre está llorando.

Cada vez que entro o salgo, tengo que pasar por

su puerta y siempre la oigo llo ra r. . . Pero a

lo que quiero llegar, es a la portera y a su pe-

rro. No me gusta usar palabr as que suenen muy

duras para describir a una persona, pero la por-

tera es una vieja gorda, fea, mala, estúpida,

misantrópica, corriente, borracha, en fin* un

verdadero bote de basu ra. Ha brá usted nota-

do que no uso mucho los insultos y claro, no

puedo describirla tan bien como yo quisiera.

Page 222: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 222/267

PE TER . Pues la ha descrito vividamen-

te.

JERRY. Gracias . De cualquier modo,

ella tiene un per ro. Los dos juntos son los can-

cerberos del edificio. La vieja es perversa

siempre está recargada en el pasillo para ver

qué, o a quién subo a mi cuarto. Y cuando des-

pués del mediodía se ha tomado su botella de

ginebra, me detiene en el corredor y me toma

por el brazo, arrimándome a su asqueroso cuer-

po, llevándome hasta un rincón donde se pone

a hablarm e. El olor de su cuerpo y su fétido

al ie nt o . . . ya se ha de imaginar. Creo que en

algún lugar de su pequeño cerebro crece un

hongo, pequeño, muy pequeño, pero suficiente

para permit i r le comer, beber, defecar y darle

rienda suelta a su sexo, porque tiene una locu-

ra de deseo sexual, y yo, Peter, soy su objeti-

vo.

PETER . Es asqueroso, horrib le.

JER RY . Pero ya encontré un modo de

alej arla . Cuando se pone a habla rme y se re-

pega a mi cuerpo murmurándome cosas de su

cuarto y de su cama, diciéndome que debía de

entrar , le contesto: Pero mi amor, ¿no llenas-

te con lo de ayer y lo de anteayer ? Entonces

ella se confunde, hace parpadear sus ojillos y

se retira un poco. Y es entonces, Peter, cuando

pienso que estoy haciendo algo bueno en esa

casa. Una sonrisa aparece en su rostro y se

aleja contoneándose creyendo y reviviendo lo

aue nunca pasó. Luego se mueve hacia su mons-

truo negro, ese perro qüe tiene y regresa a su

cuarto. En ese momento estoy a salvo, hasta

nuestro próximo encuentro.

PETER . Es difíci l de creer que haya

gente así.

JER RY . Esto sólo se lee en las novelas,

¿no es cierto?

PETER, Sí .

JERR Y. La realid ad supera a la ficción.

Tiene usted razón, Pete r. Bueno, lo que he es-

tado tratando de decir, es algo acerca del pe-

rro. Lo voy a hacer ahor a.

PETER-  (Nervioso.)

Ah, sí, el perro.

JERR Y. No se vaya. No estará pensan-

do en irse, ¿verdad?

PET ER. No, no había pensado en eso.

JERRY.  (Com o si hablara a un niño.)

Porque después que te diga lo del perro,

¿sabes qu é? . . . luego . . . te voy a co ntar lo

que pasó en el zoológico.

P E T E R .  (Con franca sonrisa.)

Por lo visto tienes muchas historietas que

contarme.

JER RY . No tienes ninguna obligación de

escucharlas. Nad ie te está deteniendo. Grába-

te eso en la mente.

^ PETER.  (Enojado.)

Page 223: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 223/267

Ya lo sé.

JERRY . ¿Lo sabes? Bueno.  (El siguien-

te parlamento me parece que debe hacerse con

mucha acción para causar un efecto hipnótico

tanto sobre Peter como sobre el público. Al-

gunos movimientos específicos han sido sugeri-

dos pero el Director y el Actor que interprete

a Jerry, pueden trabajar por sí solos, como me-

jor les convenga.)  Está bien.  (Cruza por la

izquierda, alrededor de la banca, como si le-

yera en un gran pizarrón.)

  j \ ¡

 La historia de Je-

rry y el perro (Vuelve al tono natural.)  Lo

que ahora te voy a decir, tiene algo que ver con

lo que algunas veces hacen las gentes, como ca-

minar mucho fuera de su ruta, dar un gran rodeo

para llegar a un lugar cercano, o quizás sea sólo

yo quien cree que tiene algo que ver. Es por eso

que hoy fui al zoológico y caminé hacia el nor-

te, hasta que llegué aquí. Bueno. El perro,

creo que ya te dije esto, es una bestia mons-

truosa de color negro. Tiene una enorme ca-

beza y diminutos ojos y orejas. Está tan flaco

que a través de su piel puedes contarle todas

las costillas. El perr o es negro, todo negro, to-

do negro, excepto sus ojos inyectados de san-

gr e. . . y su trasero que es como una gran he-

r i d a ro j a . . . t a m b i é n . . . a h . - . . s í, e l p o b re

monstruo, creo que ya es un viejo perro, y creo

que nunca ha conocido a una perra, porque su

pene s iempre es tá erecto . . . ah , eso también es

de color rojo, ¿qué má s? Tiene un color blan-

co gris amarillento, cuando enseña sus dientes.

Hace así : Gr rrrrr rr , que fue precisamente lo

que-hizo la primera vez que me vio . . . el d ía

que me mudé ahí. Sábes, me preocup o, es de-

cir me intereso por los animales desde la pri-

mera vez que los veo. No quiero decir qu e los

animales me amen y me hablen, como a San

Francisco. Lo que quiero dec ir, es que el pe-

rro, y en general todos los animales, me son

indiferentes, como me es indiferente la gente.

:

(Ríe.)  La ma yoría de las veces.  (Vuelve al*

frente del banco.)  Desde un principio, el pe-

rro me gruñía y varias veces trató de alean- '

zarme para mo rderm e. No es que estuviera ra-

  <>

bioso, sólo era que no me quer ía. Una ocasión

me arrancó un pedazo de pantalón, puede veflo

aquí , donde está rem endad o. Eso fue el segun-

do día después de haber llegado allí. Pe ro yo

corrí más aprisa que él, y eso fu e todo. No sé

cómo se las arreglan los demás inquilinos, pe-

ro sabes lo que pie nso. . . creo que nad a más

se porta así conmigo. Todo esto dur ó como

una semana, cada vez que yo entraba, pero

,

  n u n c a

  cuando salía. Es cómico, ¿ve rdad ?, o

era cómico. Pude haber empa cado todo e irme

de allí, por culpa del perro, pero lo pensé, Ib

pensé cuando estaba en mi cuarto un día, des-

pués de haber subido corriendo las escaleras,

y entonces, tomé una resolución. Dec idí: "Ma-

Page 224: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 224/267

taré aí perro con dulzura, y si eso no da resul-

tado, s implemente lo mataré" .  (Peter voltea.)

No reacciones, Pete r, sólo escucha. Al día si-

guiente, salí y traje una bolsa de hamburgue-

sas; unas hamburguesas término medio, sin sal-

sa, sin cebo lla. . . y en el cam ino a casa, t iré

el pan y me quedé sólo con la carne.  (Movi-

miento para lo siguiente.)  Cuando regresé a la

casa el perro me estaba esperando, entreabrí

la puerta del pas i l lo y a l l í es ta ba . . . aguar-

dándome, creo yo. Entré con mucha cautela.

Traía las hamburguesas , ¿recuerdas? Abrí la

bolsa, saqué la carne, y la puse en el suelo un

poco retirada de donde estaba el perro gruñen-

do. ¡Cómo le digo ¡Gruñen do De pronto,

dejó de gruñir, olfateó, se movió lentamente,

luego en forma rápida, después más rápida,

y e n d o d i rec tamente hacia la ca rne- Cuan-

do hubo llegado a ella, se paró en seco

y me miró. Yo sonreí, pero discretamente,

¿me entiendes? El volteó la cabeza hacia las

h a m b u r g u e s a s , las o lfa teó una y otra

vez y en to nce s . . . RRRRRRRAAAAAGGGGG-

GH HH HH , así como suena. Luego se echó so-

bre la carne. Tal parecía que nunca había co-

mido nada en su vida, nada excepto basura, lo

cual muy bien puede ser la verdad, porque no

creo que la portera coma nada, además de ba-

sura . Pero. . . se comió todas las hamburgue-

sas, todas al mismo tiempo, haciendo un rui-

do extraño con su garganta. Luego que ter-

minó con la carne, trató de comerse también

el pap el. Después, se sentó y sonrió, bueno

creo que sonrió. Los gatos sonríen. Fueron

unos momentos de agradecimiento.  (Avanza

hacia la derecha dos pasos.)  Entonces,  Bam.  se

levantó y trató de alcanzarme, sólo que esta vez

no pudo lograrlo.

  (Camina h acia el bote de ba-

sura.)

  me fui arr iba y me acosté para pe nsar

otra vez en el perro. Par a ser sincero, me sen-

tí ofend ido y muy eno jado. Eran seis perfec tas

hamburguesas cón suficiente carne para hacer-

las apetecibles. Estaba ofendido, después de

. un rato, decidí soportar la situación unos días

más. Si piensa en ello. . . este perro sentía u na

antipatía muy especial hacia mí, pero yo creía

poder disiparla, así que, durante cinco días tra-

té de acercármele. . . preo siempre era lo mis-

mo : gruñido s, olfat eo. . . mo vimientos ráp idos,

mirada furtiva hacia mí, y se tragaba la car-

ne . . . RR RR AAA AGG GGH HHH . . . sonre ía,

gruñía ,  Bam;  para entonces, la Avenida Colum-

bus es taba inundada de pan para hamburgue-

sas, y yo estaba cada vez menos ofendido que

enojado, así es que decidí matar al perro.   (Pe-

ter levanta una mano en señal de protesta. ) No

se alarm e, Peter, no tuve éxito. El día que tra-

té de matar al perro, compré sólo una hambur-

guesa . . . y en lo que pensaba, era en una por-

ción mortal de veneno para ratas. Cuando com-

Page 225: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 225/267

pré la hamburguesa, le pedí al dependiente que

no se mo lestara en ponerle pan . (Hacia el fren-

te.)  Espe raba de él una reacción como : "No

vendemos hamburguesas s in pan" , o "¿Qué, se

la va a comer con las manos?", pero no, sonrió

amablemente, envolvió la carne en papel encera-

do y me di jo: "¿Es la cena para e l gat i to?" .

Me dieron ganas de respon derle: "¡N o. La ver-

dad es que forma parte de un plan para enve-

nena r a un perro que cono zco ", pero no pue-

de uno decir: "un perro que conozco", sin pa-

recer tonto. Así es que, le contesté habland o m uy

alto y . . . m e temo que d ema siado ceremonio-

samente: "Sí ,  es la cena para el gatito".  La

gente volteó a verme. Siempre que trato de

simplificar las cosas, la gente voltea a verme.

Cuando caminaba hacia la casa, puse el vene-

no en la carne, con mis propias man os. En

ese momento sentía tanta tristeza como asco.

Abrí la puerta del pasillo, y allí estaba el

monstruo esperando mi regalo, para después

saltar sobre mi. ¡Pob re infeliz Nunca com-

prendió que el momento que se tomaba para

sonreírme antes de saltar sobre mí, me daba

t iempo para escaparme.  Pero, ahí estaba, ma-

lévolo, con su pene erecto y rojo. Puse la car-

ne envenenada en el suelo y me retiré hacia

las escaleras para observar . El pobre animal ,

como siemp re, engu lló la comida. Sonrió como

siempre, cosa que me hizo sentir enfermo  y

luego,  Bam. (Cruza hacia la izquierda.)  Pero

yo subí corriendo las escaleras como siempre,

y e l perro no pudo alcanzarme, como s iempre,

y entonces sucedió que la bestia cayó mortal-

mente enferma.

  Lo supe porque nunca más t ra-

tó de atacarm e. (Cruza por delante de la ban-

ca.)  y porq ue la misma portera me lo dijo.

Me detuvo en el pasillo la tarde del intento de

asesinato y me confió el informe de que Dios

le había mandado a su perr i to un ataque fa-

tal. Hab ía olvidado su luju ria y sus ojos esta-

ban realmente abiertos por primera vez. Se

parecían a los ojos del perro. Me implo ró que

rezara por el animal y me dieron ganas de de-

cirle: "Señ ora, tengo que rezar por mí mismo,

por el joto del quimono, por la familia porto-

rriqueña, por la persona que vive enfrente y

que nunca he visto, por la mujer que llora de-

liberadamente detrás de la puerta cerrada y

por el resto de la gente que vive en esta casa,

por las gentes que viven en las casas de asis-

tencia de todo el mun do. Adem ás, señora, yo

no sé rezar . . . " . Pero para s im pl i f icar las co-

sas. . . le dije que reza ría. Ella me miró y me

llamó mentiroso. Me dijo que lo más pro bable

es que yo quisiera que el perro muri era. No

lo quería, no quería eso, no sólo porque yo hu-

biese tratado de envenenarlo, sino porque que-

ría que el perro viviera para ver qué iba a ser

de nuestra amistad. (

Peter empieza a demos-

Page 226: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 226/267

trar su creciente disgusto y poco a poco su an-

tagonismo.)  Por favor, entiende Peter, esa cla-

se de cosas son impo rtantes. ¡¡Debes creerm e

¡Son impo rtantes Tenemos que conocer el

efecto de nuestras acciones (Suspira hondo.)

Bueno, de cualquier modo el perro se recuperó.

No sé cómo le haría, a menos que se tratara de

un descendiente del perro que guarda las puer-

tas del infierno. De cualquier modo, el perro

recuperó su salud y la portera su sed y su lu-

juria . Una ocasión, cuand o regresaba del ci-

ne que es tá en la Cal le Cuarenta y D o s . . . vi

una película parecida a una o a varias que ha-

bía visto antes. Después de que la portera me

*  dijo que el perrito estaba mejor, tenía yo la es-

peranza de que él me estuviera esperand o. Bue-

no, estab a. . . no sé cómo decirlo . . . ¿Emocio-

na do ?. . . no, no era eso . . . El corazón que-

r ía sal í rseme del pecho. . . eso es . . . es taba an-

sioso por confortar a mi amigo.  (Peter reac-

ciona a regañadientes .) Sí, Peter, mi amigo,

esa es la palab ra que hay que usa r. Se me sa-

lía el corazón por ir a ayudar a mi canino ami-

go. Llegué a la pue rta y avancé sin miedo has-

ta el centro del pasillo. Ahí estaba la bestia,

mirándome. . . y sabes una cosa, tenía un ai re

tan indiferente. Me detuve, lo miré; el me mi-

ró. Cre o. . . creo que nos miram os así por al-

gún tiemp o. . . quietos, como estatuas, mirán-

donos el uno al otro. Yo le miraba la cara

  más

que

  él a

  m í.

  Lo

  que quiero decir es que

  yo

puedo concehtrarme más viéndole  la cara a  un

perro, que un perro viéndome  a  la mía,  o la de

cualquier otra persona. Per o dur ante esos vein-

te segundos, o esas dos horas que nos vimos

  a

la cara, hicimos contacto. Ahora aquí está

  lo

que . . .

  (cruza hacia Peter.)

  lo que había que-

r ido que pasara . Ahora amab a a ese perro,

  y

quería , neces itaba amarlo . . . ¡Y había inten-

tado matarlo Ambas veces había fracasado.

No

  sé si realmente sabía lo que esperaba que

el perro entend iera. No creí que entendiera na-

da, sobre todo por los antecedentes. . . espera-

5

ba que él lo comprendiera.  (Peter parece estar

hipnotizado.)  Sólo qu e. . . sólo que (Jerry es-

tá anormalmente tenso.). . . s i uno no pued e

ponerse de acuerdo con las gentes. . . t iene que

empezar uno en algún lado, con los animales.

(Mucho más rápido ahora, como un conspira-

dor.)  ¿Lo ves? Las personas deben encon trar

un modo de estar de acuerdo con algo. Si no

con las gentes . . . si no con las ge ntes. .. con

algo . . . con una c ama, con una cucarach a, con

un espejo. ¡No ¡Eso no Es muy difícil . Eso

es uno de los últimos peldañ os. Con una cuca-

racha . . . con un. . . con un . . . con una carpe-

ta un rollo de pape l san itario . . . ¡No, eso

no l ¡Eso tampo co Es como un espejo tamb ién,

siempre midiendo tu pro pia sangre. ¡Ya ves

qué difícil es encon trar cosas Si con la esqui-

Page 227: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 227/267

ha de una calle, y muchas luces con todos los

colores ref le jados en la humedad de la banque-

t a . . . con una s i lue ta de humo. . . con una . . .

s i lue ta . . . de h u m o . . . con . . . con . . . con fo-

tograf ías pornog ráficas , con una ca ja . . . ¡Sin

can dad o . . . con amor, con vómitos , con l lan-

to, con furia , porque las hermosas mujeres no

son tan hermosas . . . con ganar dinero, con su

cuerpo, lo cual es un acto de amor, y puedo pro-

barlo, con la desesperación de vivir, con Dios.

;Q ué te parec e eso? Por que Dios es un joto

que se saca las cejas y usa quimono, es una mu-

jer que llora a propósito detrás de una puer-

ta cerr ada . . . Con Dios , que según me han di-

cho, le dio la espalda a todo desde hace mu-

cho ' t iemp o. . . con algún día , con la gente . . .

(Jerry suspira divinamente las siguientes pa-

labras.) ¡¡Gente .  .. Con una idea, un con-

cepto y dónde mejor, dónde mejor que en esta

humil lante disculpa para una cárcel , dónde,

dónde mejor comunicar-una s imple, una s im-

ple idea, que en un estrecho pasillo. ¿¡Dón-

d e " Eso sería un principio, ¿dónde mejor ,

dónde mejor t ra tar de empezar a comprender

y a ser com prend ido? Un principio de enten-

d im i e nt o c o n . . . ( Aquí Jerry parece caer en

una casi grotesca fatiga.) .. con un perro .

Sólo eso, un perro.  (Aquí h ay un silencio que

debe ser prolongado duran te un momen to des-

pués Jerry, débilmente, termina su historia). ..

un perro . Parecía como un a perfe cta idea.

(Cruza hacia la izquierda de Peter.) El hom-

bre es e l mejor amigo del perro. ¡Recuérdalo

Así que, el perro y yo nos vimos el uno al otro,

yo veía más que el perro, y lo que vi entonces,

ha venido siendo lo mismo que veo siempre.

Dondequiera que el perro y yo nos vemos, am-

bos nos detenemos, nos recordam os con una

mezcla de tristeza, y sospecha, y entonces fin-

gimos indiferencia. Nos cruzamos sin reparar

el uno en el otro. Hemos llegado a un acuer-

do. No deja de ser triste, pero tendrás que ad-

mitir que hemos llegado a un acuerd o. . . mu-

chas veces hemos intentado hacer contacto, pe-

ro siempre fracasamos. El perro regresó a su

basura , y yo a mi soledad . He regresado y lo

digo en serio, ahora tengo más soledad, he ga-

nado más soledad, si esa pérdida de la amistad

del perro, puede l lamarse ganancia . He apren-

dido que ni la crueldad, ni la soledad por sí

mismas, o independientes una de la otra, pue-

den crear algún afecto, y he aprendido que com-

binadas, juntas al mismo tiempo, son la ense-

ñanza de la emoción, y lo que se gana, se pier-

de. ¿Y cuál ha sido el resu ltado ?: El perro y

yo hemos contraído un comprom iso. No nos

amamos, ni nos herimos, porque no tratamos de

alcanzarnos. ¿Y el trata r de alimen tar al perro,

era un acto de amor? ¿Y el intento del perro

por mord erme , no era un acto de am or? Si po-

Page 228: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 228/267

demos mal interpretarnos tanto, ¿por qué en-

tonces hemos inventado la palabra   Amor  en

primer lugar ? ( Hay un silencio, Jerry se mue-

ve hacia la banca y se sienta cerca de Peter.

Esta es la primera vez, durante el desarrollo

de la pieza, que Jerry se sienta .) "La historia

de Jerry y e l perro " . Fin.  (Peter está calla-

do.)  Bueno, Peter .  (De pronto Jerry se pone

alegre.)  Bueno , Peter, ¿crees tú qu e podría

venderles esta historia a los de

  Selecciones del

Readers Digest?  Me dar ían varios cientos de

dólares para publicarla en la sección de:  Mi

personaje inolvidable.  ¿ H u h ?  (Jerry está muy

animado, pero Peter está sumamen te turbado.)

Oh, vamos Peter: dime lo que piensas.

PETER . ¿¿Yo?? , e st e, no en t i en do . . .

no creo que. . .  (A punto de llorar.)  ¿Por qué

me contaste todo esto?

JERRY . ¿Por qué no?

PET ER . Porque no ent iendo.

J E R R Y .  (Furioso.)

Eso es mentira.

PET ER . No, no lo es .

J E R R Y .  (Calmado.)

He tratad o de ir explicándo telo, mien tras

te lo contaba. Iba despacio. Todo tiene que

ver con. . .

PET ER . No quiero escuchar, ni saber

más. No te entiendo ni a ti , ni a tu portera, n i

a su perro.

J E R R Y .  (Confundido.)

¡Su per ro Pensé que era m i. . . no, no,

tienes razón . Es, su per ro  (Mira a Peter insis-

tentemente. Mueve la cabeza.)  No sé lo que

estaba pensan do. . . por supuesto que no en-

tiendes.  (En un tono monótono.)  No vivo en

la misma calle que tú. No estoy casado con

dos cotorritas. Soy un errante vagabu ndo, mi

casa es la más horrible de todo el West Side

de Nueva York, la ciudad más grande del mun-

do. Amén.

PETER . Lo s i e n to . . . yo no qui se . . .

JERR Y. ¡Olvídalo Supongo que no has

de saber muy bien qué hacer conmigo.

P E T E R .

  (Tratando de hacer un chiste.)

En una editora se recibe de todo.

J E R R Y .  (Hace unos ruidos guturales que

tratan de ser risa.)

Eres cómico.  (Sonrisa forzada.)  ¿Sabes

una cosa? Eres una persona muy cóm ica.

P E T E R .  (Modesto.)

Oh, vamos, por favor.

JER RY . Peter, ¿te molesto?

PE TE R. Bueno, debo confesarte que és-

ta no era la tarde que yo había planeado.

JER RY . ¿Que res decir que no soy el ca-

ballero al que esperabas?

PETE R. Yo no esperaba a nadie .

JERR Y. No. Me imagino que no. Pero

aquí estoy. Y no pienso irme.

Page 229: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 229/267

PETER. (

Tratando de alcanzar su li-

bro.)

  Pue de que tú no, pero yo tengo que es-

tar en mi casa temprano.

JERR Y. ¡Oh, vamos; quédate un poco

más

PET ER . De veras, tengo que ir a casa,

mira . . .

J E R R Y .  (Le pica a Peter una costilla.)

Oh, ándale. Vamos, quédate.

P E T E R .  (Que es muy quisquilloso, con

forme Jerry continúa picándole, su voz se hace

más y más aguda.)

¡No ¡No ¡Ohhhh ¡No no hagas ¡Por fa-

vor ¡Por favor

JERRY. ¡Quéda te

PET ER . Ja , Ja , Ja , Ja , Ja . ¡Debo i rme

Ja, Ja, Ja, Ja, Ja. Después de todo . . . Ja, Ja,

Ja, Ja. ¡B asta ¡Basta Ja, Ja, Ja, Ja. L as

cotorr i tas ya van a tener h a m b re . . . Ja , Ja ,

Ja, Ja, y los gatos han de estar poniendo la

mesa. ¡Bas ta ¡Bas ta Vamos a tener . . . Ja ,

Ja , Ja , Ja .  (Jerry ha dejado de picarle las

costillas pero Peter continúa riéndose histéri-

camente. Jerry lo observa, con una sonrisa

maliciosa.)

JERRY. ¿Pe te r?

PET ER . Ja , Ja , Ja , Ja . ¿Q ué? ¿Qué?

JERRY. Escúchame.

PET ER . Ja , Ja , Ja , Ja . ¿Q ué? ¿Qué

pasa, Jerry?

J E R R Y .  (Misterioso.)

Peter, ¿quieres saber lo que pasó en el

zoológico?

PET ER . ¿E l qué ? Ah, sí , el zoológico.

Ja, Ja, Ja, Ja. Hace un rato yo tuve mi pro-

pio zoológico. Ja, Ja, Ja, Ja. Las cotorritas

tenían hambre y lo qu e. . . Ja, Ja , Ja, Ja. Lo

que haya sido.

JER RY . Fue bastante cómico, Peter. No

lo hub iera esperad o de ti . ¿Quieres saber lo

que pasó en el zoológico, o no?

PET ER . Claro, sí ¡Claro que sí Dime

lo que pasó en el zoológico ¡UF ¡No sé qué

me pasó

JERR Y. Ahora déjame decir te lo que

pasó en el zoológico. Pero p rimero debo decir-

te por qué fu i al zoológico. Fui al zoológico,

para averiguar el modo en que las gentes con-

viven con los animales, y el modo en que los

animales conviven con ellos mismos, y con la

gente también . Probab lemen te no haya sido

una prueba jus ta . Todo mundo separado de

los demás por rejas. Los animales muy sepa-

rados unos de otros, y las gentes, más separa-

das aún de los anim ales. Pero si era un zoo-

lógico, tenía que ser así.  (Le da un coda zo.)

¡ Muévete

P E T E R .  (Amigable.)

Discúlpam e. ¿No tienes espacio suficien-

te?

Page 230: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 230/267

J E R R Y .  (Sonriendo ligeramente.)

Allí estaban los animales, y la gente tam-

bién. Como era domingo, había muchos niños.

(Codea a Peter.)  ¡Muévete

P E T E R .  (Amigable.)

Está bien.  (Se mueve lo suficiente para

dejarle un buen espacio a Jerry.)

JER RY . Es un día caluroso. Allí esta-

ba todo el mundo . El vendedor de globos, el

vendedo r de hela dos . . . todas las fo cas ladra-

ban y todos los pájaros chillaban.  (Codea a

Peter más fuerte.)  ¡Muévete

P E T E R .  (Empezando a molestarse.)

Oye, tú tienes más lugar que yo.   (Aún así

se mueve y llega hasta el fin de la banca.)

JER RY . Yo también estaba allí . E ra la

hora de comer en la jaula de los leones, el hom-

bre que alimentaba a los leones llegó a la jau-

la. ¡La jaula de los leones Pa ra alimentar

a los leones.

  (Le da un fuerte go lpe a Peter en

el hombro.)

  ¡¡Muévete

P E T E R .  (Sumamente molesto.)

No puedo moverme más, y por fav or: ¡De-

ja de pegarm e ¿Qué te sucede?

JERRY. ¿No quiere oi r la his toria?

(Vuelve a pegarle a Peter en el b razo.)

PET ER. No es toy muy seguro. Y no me

gusta que me estés pegando en el brazo.

J E R R Y .  (Vuelve a pegarle a Peter en el

hombro.)

¿Cómo? ¿Así?

PETE R. ¡¡¡Bas ta ¿Qué sucede?

JER RY . Estoy loco, estúpido.

PET ER. ¡Qué chistoso

JER RY . Escúchame, Peter. ¡Quiero es-

ta banc a Ve a sentarte a otro lugar . Y si te

portas bien, te cuento el resto de la historia.

P E T E R . B u e no . ¿ P er o , q u é t i e n e s ?

¿Qué te pas a? Adem ás no veo la razón por la

que tenga que darte la banca. He estado senta-

do aquí todo el domingo y todos los domin-

gos y la estaba pasand o muy bien. Vengo aquí

porq ue es un lugar aparta do. Nad ie se sienta

en esta banca, así que es toda mía.

JERR Y. ¡Quí tate de es ta banca Peter

¡Quiero esta banca

PETER. ¡ ¡No

JER RY . ¡He dicho que quiero esta ban-

ca ¡Y la voy a tener ¡Vete par a allá

PET ER . No s iempre se puede tener lo

que uno quier e. Esa es la ley. Puede uno te-

ner algo que desee, pero no todo.

J E R R Y .  (Se ríe.)

¡Imbéci l ¡Fres un es túpido

PETE R. ¡Déjame en paz

JER RY . ¡Eres un vegetal ¡Conviérte-

te en hierba

PET ER . Ahora escúchame. He condes-

cendido contigo tod a la ta rde . . .

J E R R Y . ¿ D e v e ra s?

Page 231: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 231/267

ÍE T E R . Lo sufic iente . He condescendi-

do contigo y te he escuchado porq ue pare-

cías

 .

  . . buen o. . . p orque pensé que querr ías

hablar con alguien.

JER RY . Todo tra tas de resolverlo muy

fácilm ente. Y aún así, ¡oh Esta es la pala-

bra jus ta para t i . . . Par a tú. . . Jesús . . . Me

enfermas . ¡¡Quí ta te de mi banca

PETER . ¡ ¡ ¡Mi banca

J E R R Y .  (Lo empuja casi hasta tumbar-

lo de la banca.)

¡¡Quítate de mi vista

PET ER . ¡¡Vete a l demonio ¡Ya tuve

sufic iente ¡¡Es toy harto ¡¡No voy a dar-

te la banca y ya Y aho ra: ¡¡Lárga te (Je-

rry no se mueve.)  ¡¡He dicho que te largues

(Jerry tumba a Peter de la banca.)  ¡¡Si no te

quitas de allí eres un hijo de pu ta (Peter

se levanta y cruza hacia la derecha de la ban-

ca.)  Si no te quitas voy a llam ar a un policía

y haré que te lleven.  (Jerry se ríe pero no se

mueve.)  ¡Te lo advierto , voy a llam ar a un

policía.

J E R R Y .  (Suavemente.)

No encontrarás ningún policía por aquí.

Andan por el otro lado del parque, entre los ar-

bustos, cazando pare jas de jotos. Ese es su de-

ber. Así que grita todo lo que quieras. De na-

da servirá.

PETER. (Cru za hacia la izquierda del

foro.)  ¡Polic ía Te lo advie rto: te van a arres-

tar .  (Cruza hacia la derecha del foro.)

¡Pol ic ía

(Pausa.)

  Cuando gri to

  policía

me siento ridículo.

JER RY . Pue s te ves bastante ridículo.

Un hombre hecho y derecho, gritando por un

policía, sin que nadie lo moleste. Si l legar a a

venir ese policía, te l levaría a ti , pues creería

que has perdido el juicio.

P E T E R .  (Conteniendo el coraje.)

¡¡Dios mío ¡Vine aquí a leer y ahor a

quieres que te dé mi ban ca ¡Estás loco

JER RY . Estoy sentado en tu preciosa

banca y no te la voy a volver a dar.

PETER. (Fu rios o, cruza hacia Jerry.)

¡Mira ¡¡Quí ta te de mi banca No me

impo rta si tiene sentido o no. ¡Yo qu iero esta

banca para mí Así es qu e: ¡¡Quí ta te

JERR Y. Hum , ¿Quién decías que es taba

loco?

PETER. ¡¡Quí ta te

JERRY. No.

PET ER . ¡¡Te lo advierto

JERRY . ¿Sabes que te ves verdadera-

mente ridículo?

PETE R. No me importa .  (Casi lloran-

do.)  ¡¡Quí ta te de mi banca

JER RY . ¿Po r qué? Tú tienes todo lo

Page 232: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 232/267

que quieres en el mundo; me contaste de tu ca*

sa, de tu fam ilia, de tu prop io zoológico. Tú

tienes todo y ahora qu ieres está banca. ¿Son

ésas las cosas por las que lucha un hombre?

Dime, Peter. ¿Está banca , este hierro y esta

ma dera , están hechos en tu hono r? ¿Pued es

pensar en algp más absurdo?

PETER. (Cruza por detrás de la banca.)

¿Ab surdo ? No voy a hab lar contigo acer-

ca del honor. Ni siquiera te lo voy a explicar.

No se trata de una cuestión de honor, y aun

cuando lo fuera, no lo entenderías.

JER RY . No sabes de lo que estás ha-

blando. ¿Verd ad? Esta es probablemente la

primera vez en tu vida que te enfrentas a algo,

además de cambiar la caja con tierra donde se

cagan tus gatos.

PETE R. He venido aquí durante muchos

años. He tenido horas de gran placer, de gran

satisfacción, aquí mismo, en este lugar. Y esto

es importan te para un hombre. Soy una perso-

na respetable, una persona mayor. Esta es mi

banca y no tienes derecho a quitármela.

JER RY . Entonces, lucha por ella. De-

fiéndete. Defiende tu banca.

PET ER . Tú me obligas. Levántate y

  pe-

lea.

JERR Y. ¿Como un hombre?

P E T E R .  (Furioso.)

SÍ, como un hombre, si insistes en seguir

burlándote de mí.

JER RY . ieng o que reconocer una cosa.

¡No eres más que un vegetal Y además mio-

pe . Creo que . . .

P E T E R .  ¡ ¡ ¡ Ya bas t aaaaaa

JERR Y. Pero, como tú sabes, así dice la

TV todo el tiempo, como tú sabes, y lo digo

en serio, Peter, t ienes cierta dignidad que mesorprende.

P E T E R .

  :

¡ Cál la te

J E R R Y .  (Se levanta perezosamente y

cruza hacia Peler.)

Muy bien. Peter. Vamos a luchar por es-

ta banca a pesar de que me llevas ventaja.  (Sa-

ca y abre una sucia y fea navaja de muelle.)

P E T E R .  (De pronto se ha dado cuenta

de la realidad de la situación y se echa hacia

atrás.)

Estás loco. Eres un loco rabioso. Vas

a matarme.  (Pero antes de que Peter tenga

tiempo de pensar qué hacer, Jerry le arroja la

navaja a los pies.)

JERRY. Allí t ienes. Levántala. Toma

la navaja y así me llevarás todavía más venta-

ja.

P E T E R .  (Horrorizado, se mueve hacia la

izquierda de Jerry Este lo detiene, lo em puja

y lo tumba.)

Page 233: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 233/267

No.

JERRY. (Corre hacia Peter, lo toma por

el cuello y lo levanta, quedando sus caras casi

juntas.)

Ahora recoge esa navaja y pelea. Vas a

pelear por tu prop io orgullo. Vas a pelear por

esa infeliz banca.

PETER. (Cruza corriendo hacia la de-

recha, Jerry lo alcanza y lo atrapa.)

¡ ¡N o ¡D éjam e ¡ S u é l t a m e ¡Soco

¡¡Soco i Socorro

J E R R Y .  (Lleva a Peter hasta la banca,

cacheteándolo ca da vez que dice la palabra "lu-

cha".)

Vamos, lucha, hijo de puta. Lucha po r

tus gatos. Lucha por tu banca. Lucha por tus

cotorras, lucha por tus gatos. Lucha por tus dos

hijas. Lucha por tu vida. Lucha por tu hom-

bría, vegetal inmundo.

  (Arroja a Peter frente

al banco.)  No pudiste siquiera hacerle a tu

esposa un hijo varón.

PE TE R. No es cuestión de genes mas-

culinos ni de hom bría. Ere s. . . un monstruo.

(S e  agacha, recoge la navaja, se hace un po-

co para atrás, jadeando.)  Te voy a dar una

última oportunidad. Lárgate y déjame solo.

(Jerry brinca sobre la banca hasta el bote de

basura, Peter sostiene la navaja con mano fir-

me., No trata de atacar sino de defenderse.)

JERR Y. Tú lo quieres así.  (Apresura-

damente se avalanza sobre Peter; silencio por

completo por un momento. Jerry se deja ir

completamente sobre la navaja. Peter grita, se

aleja. dejando el arma clavada en el cuerpo de

Jerry. Este se queda inmóvil. Luego grita tam-

bién, pero sólo logra emitir un débil sonido,

como el de un animal mortalmente herido. Aún

con la navaja clavada, camina hasta el banco y

se deja caer, se levanta, se sienta frente a Peter

con los ojos desorbitados y la boca abierta, muy

próximo a la agonía.)

P E T E R .  (Como en un susurro.)

Oh, Dios mío. Oh, Dios mío, Dios mío.

(Repite estas palabras varias veces.)

JERRY.

  (Se está muriendo, pero su ex-

presión ha cambiado. Sus músculos se relajan,

su voz se hace más dulce. Algunas veces se

ahoga por el dolor. Sonríe dulcemente.)

Gracias, Peter. En serio, muchas grac ias.

(Peter está boquiabierto, n o puede moverse.)

Peter, tenía miedo de que te fueras a ir.  (Se ríe

lo mejor que puede.)  No puedes imag inarte el

miedo que tenía de que te fueras y me deja-

ras solo. Ahora te voy a contar lo que pasó

en el zoológico. Cre o. . . creo qu e esto fue lo

que sucedió. Creo que mientras estuve en el

zoológico decidí que po drí a. . . que podría ca-

mi nar . . . cam inar hacia el nor te. . . hasta

Page 234: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 234/267

que . . . hast a qu e . . . t e encontra ra. A t i . . . o

a cualquier o t r o . . . y. . . decidí ponerme a

pla tica r. . . te dir ía cosas. . . qué cosas te di-

ría . . . y aqu í estamos, ¿lo ves?, aquí estamos.

Pe ro . . . no sé . . . ¿ pud e yo hab er idead o todo

es to? ¡No . . . ¡No . . . ¡No p u de . . . Y s in

embargo lo hice. . . y ahora ya sabes lo que

verás en la TV y el rostro que te dije, ¿recuer-

das?. . . la cara de que te hablé . . . mi cara . . .

la cara que estás viendo aho ra. . . Pe ter. . .

¿Pe te r? ¡Pe te r . . . ¡Muchas gr ac ias . . . Es-

toy contigo, estas conmigo.  (Se ríe débilmen-

te.)  Me has confortado. ¡Mi buen Peter

P E T E R .  (Casi desmayándose.)

¡Oh, Dios mío

JER RY . Será mejo r que te vayas. Al-

guien puede venir y no te conviene que te vean

aquí .

P E T E R .  (Que ha empezado a sollozar.)

¡Oh, Dios mío ¡Oh, Dios mío

J E R R Y .  (Muy cercano a la muerte, en-

tre estertores.)

Pe ter , t e voy a d e c i r una cosa. No

eres un vegetal, no te preocupes. Eres un

animal. Eres un animal tú también. Será me-

jor que te apresure s, Peter. ¡Apú rate ¡Será

mejor que t e v ay as . . . ¿Ves?  (Peter cruza

lentamente hacia la derecha. Jerry con un

gran esfuerzo saca un pañuelo y limpia las

huellas de la navaja.)  ¡Huye, Peter ¡Huye

¡E sp er a . . . Espera , Peter . Llévate tu l ibro. . .

l ibro. . .  (Peter se detiene.)  Aquí está, junto

a mí . . . En tu banca. . . mejor dicho dicho. . .

en mi banca. . . ven, toma tu libro.   (Peter se

acerca a él.)  Apúrate , Peter .  (Peter le quita

el libro de las manos.)  Muy bien, Peter . . .

Muy bien. Ahora huye.  (Peter duda un mo-

mento y sale.)  Huye, Peter .  (Jerry cierra los

ojos.) ¡Apúrate Las cotorritas tienen ham-

bre . . . Los gatos. . . están poniendo la mesa.

P E T E R .  (Cruza hacia la izquierda y sa-

le.)

D io s m í o, D i o s m í o,  (Desde afuera.)

¡¡¡Dios mío

JERRY.  (Con los ojos aún cerrados,

mueve la cabeza y murmura en una especie de

combinación de imprecación y súplica.)

Oh, Dios m ío . . . Oh, D ios mío . . .  (Cae

muerto.)

T E L O N L E N T O .

Page 235: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 235/267

NOTAS CRITICAS

Page 236: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 236/267

Walter Weideli

UNA MORAL NO HEROICA

Page 237: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 237/267

Brecht ha reunido todos estos temas, en su

  Vida

de Galileo Galilei,

  que se ha considerado, con ra-

zón, su testamento. Consideramos que en esta obra

son numerosas las alusiones autobiográficas, y aun-

que Brecht la haya concebido en 1938, fue la úl-

tima obra en la que trabajó.

Conforme a las reglas del teatro épico, del que

Galileo Galilei

  es el ejemplo más acabado, la vida

del gran sabio está delineada en escenas autóno-

mas. No hay centro de gravedad, ni progresión

dramática. Al elevarse o al declinar, Galileo no es

nunca igual a sí mismo. Es un ser contradictorio

que, hasta el último instante, vacila, se interroga.

"El universo, escribe el joven Galileo, ha perdido

su centro. Ha bastado una sola noche para que se

descubra un número infini to de el los. Cada uno

de nosotros se ha vuelto el centro. Cada uno

  y

ninguno. Ya habíamos encontrado esta af i rmación

en   Hombre para el hombre, pero teñida de pesi-

mismo. Aquí, traduce la adhesión gozosa, indife-

rente a una ét ica nueva, fundada sobre la duda,

que Galileo opone a la jerarquía rígida de los va-

lores feudales. Para él, todo es cambiante, el mun-

do y el que lo observa. Considera el espacio, como

nosotros consideramos ahora el tiempo. Al joven

Sart i que le objeta "pero yo no me doy cuenta de

que la tierra gire", responde: "Porque tú das vuel-

tas con ella." Porque es preciso "distanciarse" de

las cosas para conocerlas, salirse de ellas, cortar el

cordón umbilical. Intento adulto, científico que va

acompañado a la vez, de dolor y de placer.

Para combatir el sistema, Galileo necesita ocio

y por lo tanto dinero. Es ésta su primera contra-

dicción. Reclama una libertad absoluta, que el sis-

4 5 8

tema le niega. Tendrá que elegir entre dos liber-

tades relativas. Entre Venecia, que acoge a los

sabios, pero les paga mal, y Florencia, que cen-

sura sus escritos, pero le ofrece fortuna. Galileo

entre estas dos restricciones, elige la que le paree»

menor: opta por la corte de Florencia. ¿Está equi-

vocado? No, porque fuera del s istema, no puede

actuar. Puede servirse de él, pero no eludirlo. La

única libertad que cuenta a sus ojos es la de pro-

ducir. La pobreza lo paraliza. Para librarse de ella

comete una estafa, haciéndose pasar por el inven-

tor del telescopio. Es verdad que se redime pronto

sacando un part ido inesperado de este instrumen-

to robado. Así, al mismo tiempo que cede a la

presión social, GalÜeo se libra de ella. Diremos

pues, con Breeht, que su relación con el mundo

es justa.

Esta relación es revolucionaria. Los filósofos

aristotélicos le oponen una concepción medieval

del orden. La tierra (lo relativo) está en ese or-

den sometida al cielo (lo absoluto); el hombre

aparece ahí como "la corona de la creación". Aho-

ra bien, nuestros filósofos acusan a Galileo de que-

rer destronar a este hombre. Para ellos, todo gira

en torno al hombre, mientras que el hombre, según

él, gira alrededor de las cosas. Pero en el mismo

momento en que acaban de proclamar la realeza

del hombre, los detractores de Galileo lo amena-

zan con castigos físicos, poniendo así de manifiesto

las fallas de su sistema.

Este conflicto de dos humanismos, vuelve a apa-

recer con más profundidad en la discusión entre

Galileo y un joven monje médico, cuya sinceridad

no podría, esta vez, ponerse en duda. Este monje

Page 238: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 238/267

es hijo de campesinos; abogado

  en nombre de

  te-

dos los miserables, sus semejantes. ¿11 antiguo or=

den no les daba al menos razones, MMHt ÜU§©*

rías para vivir? Justificaba su miseria, confiriéndole

el carácter sagrado de lo necesario, de lo inmuta-

ble. Helos ahora traicionados; "No pedemos

tar, dicen, sino con nosotros mismos, g l ©j© d©

Dios nos abandona, abrimos los nuestros y nos

vemos ignorantes, avejentados,

  desgastados hasta

lo último. Nuestra miseria no tiene

  sentido.

  El

hambre ya no es una prueba, es no-haber-comido.

El esfuerzo ya no es un servicio,  es abajarse*)'»

ajetrearse. Nada más/'

La respuesta de Galilea es dura,

  pero

  de un

amor más exigente. La miseria no tiene sentido,

es verdad, pero la lucha contra la miseria lo tiene.

A la moral ascética del pasado, Galileo contra-

pone una moral de la salud y del bienestar. Re-

nunciamiento patético que incluye hasta la noción

de genio.

G A L I L E O :

  ¿Sabes cómo produce la ostra perlífera

su perla? Absorbiendo, con peligro de su vida, un

cuerpo extraño, insoportable, como, por ejemplo,

un grano de arena. Y este proceso está cada vez a

punto de destruirla. |A1 diablo la perla, yo estoy de

parte de la ostra

Esta toma de posición es también paradójica.

Galileo elogia la regla, la medida común, cuando

él mismo es una flagrante excepción. Es el hom-

bre que, en el momento en que la peste sumerge

a toda Florencia en el pánico y en el hambre, no

piensa más que en procurarse un libro inencon-

trable. Comportamiento que su ama de llaves juz-

4 6 0

ga, con razón, irrazonable. ¿Pero no implica todo

acto de fe una parte de sinrazón? Contrariamente

a su amigo ^agredo, que no v© sino la cobardía,

la violencia de las turbas, Galilea confía en el

hombre.

S A G R E D O :  ¿Dónde está Dios?

GALILEO;  ¿Aoaio soy teólogo? Soy matemático.

SAemepo? Ante todo, eres hombre, Te pregunto,

pues, en tu sistema ¿dónde está Dios?

GALILEO:  En nosotros, o en ninguna parte.

Hay un dios en ©1 homb re, y este dios es la

razón, Es la dignidad del hombre que sabe con-

vencer y dejarse convencer, que modifica sus opi-

niones, que no resiste a la "dulce violencia de la

verdad". Porque la razón nos baña por todas par-

tes, está inscrita en las cosas. "Si la naturaleza,

dice Galileo, estuviera sometida a leyes diferentes,

nuestro cerebro también sería diferente." Esto es

suponer una armonía original entre el mundo y

el hombre. Armonía que da a Galileo la fuerza

para decir, contra toda evidencia: "Tenían contra

ellos a todo el mundo, y tenían razón." Galileo

ama las posibilidades del hombre; Sagredo los ama

tal como son. Sagredo es pesimista y, sin embar-

go, en sus decisiones cotidianas es menos cínico

que Galileo. Galileo sacrifica a los hombres, y

hasta la felicidad de su hija, a favor de ese hom-

bre, al fin libre, que querría promover. Uno y

otro son humanos, necesarios, y Brecht los acepta

a am bos. Y sin embargo, Galileo le aterra, en cierto

sentido se aterra a sí mismo.

G A L I L E O :  |Qué noche tan espantosa aquella en

la que el hombre descubre la verdad ¡Qué hora de

4 6 1

Page 239: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 239/267

ceguera aquella en que se aferra en creer en la ra-

zón humana ¿De quién pued e decirse que es un

vidente? Del que va a morir.

Galileo tiene verdaderamente la

  pasión

  de la

verdad, y sabe que esta pasión es satánica. Se

privaría de la luz para saber lo que es la luz. A

las cosas, prefiere el conocimiento de ellas. "Como

un amante, como un ebrio, como un traidor", se

excluye del paraíso. El que sabe, no puede menos

que difundir su saber. Su pasión es contagiosa,

"es verdaderamente un vicio, que lleva a la des-

gracia". De ahí este desafío, este llamado: "¿Cuán-

to tiempo podría aún gritar en este horno? ¡Ésa

es la cuestión "

Tocamos aquí el fondo del corazón del trágico

brechtiano. El hombre sabe que su curiosidad está

maldita. Y sin embargo, este instinto demoniaco

de verdad le es tan esencial, que debe obedecerlo,

aunque muera por ello, Estamos muy lejos, como

se ve, del optimismo de cierto lirismo "progresis-

ta", La inteligencia, para Brecht, no es sino una

minúscula luz sacudida en un océano de tinieblas.

No debe extinguirse. Es mucho esfuerzo para re-

sultado tan pobre. Brecht, con frecuencia, se im-

pacienta; querría arrancarse de cuajo a tantas

incertidumbres, pero la sabiduría lo devuelve a

la medida común: "la meta no es abrir las puer-

tas de una verdad infinita, sino imponer un limite

al error infinito".

Galileo, como Brecht, ha envejecido; la orgu-

llosa insolencia de la juventud se ha desgastado.

Ha perdido poco a poco ese acuerdo mundano

con el que se engañó un tiempo, pero sus humil-

des compañeros de trabajo -su vidriero, su fun-

didor, su sirvienta- lo animan a vivir; su sensatez

no deja de inspirarlo. Por ellos es por los que tra-

baja, escribiendo ya no en latín, sino en lengua

popular. Sus ideas por lo demás, se han abierto

camino. Son las que inspiran el carnaval del año

1632. Si el Sol cesa de girar alrededor de la Tie-

rra, ¿por qué el papa y el rey han de ser el centro

del mundo? Una jerarquía secular se viene abajo,

las estrellas no alcanzan ya a justificar la explota-

ción del hombre por el hombre.

Galileo no hubiera hecho lo que hizo, si no hu-

biera estado protegido, discretamente comprendi-

: do por su ama de llaves, la señora Sar ti Brecht

teje aquí lazos delicados. Durante la peste, la se-

ñora Sarti renuncia a seguir a sus hijos para no

abandonar a Galileo, ese gran niño. A su humilde

manera es revolucionaria: su razón es la del cora-

zón y en el momento mismo en que sigue los dic-

tados de é«te, sus relaciones con Galileo conocen

un breve estado de gracia. Se deja entrever en el

paso efímero del

  usted

  al

  tú .

  Dos seres amenaza-

dos descubren súbitamente lo que se deben, lo

que cada uno da y recibe, lo que los une por en-

cima de los convencionalismos sociales. Y como

toda gracia, ésta es fácil, natural.

La moral de Galileo es compleja, varía con la

edad. A los cincuenta años, es intransigente: "Te lo

digo: quien ignora la verdad es un imbécil. Pero

el qu e la co noce y la calla, es un asesino." Die z

años más tarde, se matiza y se endulza. Galileo

es, en el fondo, un hombre carnal. "Piensa, dice

uno de sus discípulos, como goza. No podría re-

chazar una idea nueva, como no podría rechazar

Page 240: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 240/267

un vaso de buen vino." Si corre riesgos mortales,

se debe a que la ciencia es, en él, un instinto más

fuerte que el de conservación. Pero cuando sobre-

viene el desgaste de la vejez, la inteligencia se de-

grada y no quedan sino los instintos elementales.

¿Galileo es tddavía el mismo en el momento en

que se niega? Sí y no. Lo es por la preocupación

constante de sacar enseñanzas aun de sus flaque-

zas. De ninguna manera pretende justificarlas. Al-

gún día confesará que si se retractó, no lo hizo

por astucia, sino por miedo a sufrir. Nunca fue

Gali leo más humano, que en el momento de su

confesión. En ese momento lleva muchos siglos

de adelanto a sus contemporáneos. En su misma

debil idad, funda una nueva moral , cot idiana y

realista. No existe moral absoluta: sólo existe una

moral del mal menor. "Con respecto a los obs-

táculos, dice Galileo, el camino más corto entre

dos puntos es, quizá, una curva."

Esta moral relat iva no es comprendida por sus

discípulos. A sus ojos, la prueba que la Inquisi-

ción hace pasar a Gali leo, plantea un di lema he-

roico: ¿podrá la violencia contra el espíritu? Este

espíritu querrían ellos que fuera todopoderoso. Es-

tán persuadidos de que Galileo resistirá.

A N D R E A :

  N O ,  la v io lencia no basta . La locura es tá

vencida , no es invulnerab le . No, e l hombre no t iene

miedo a la muerte .

F E D E R Z O N I :  Si no , sería como si , apenas amane-

cido el día, cayera la noche.

A N D R E A :  Pero ahora todo ha cambiado . El hom-

bre vuelve a levantar la cabeza , e l oprimido gri ta :

lyo puedo v iv i r Todo está ganado s i uno so lo se

levanta y d ice  no.

Moral ind iv idual i s ta que Gal i leo rechaza con

una so la frase : "¡Desgraciado e l pa ís que t iene

necesidad de héroes " Es qu e uno so lo , p rec isa-

mente , no basta . Damos demasiada importancia a

los héroes , esperamos demasiado de e l los . Los d is-

c ípu los han sacri f icado todo a la c iencia , y he aquí

que e l maest ro ren iega de e l la : "preocupado nada

más por sa lvar sus t r ipas" . Compart imos su rebe-

l ión , pero admiramos también e l va lor , l a seren i -

dad de Gal i leo . En esta hora , mido los l ími tes de

su l ibertad . Ya no estamos en los t iempos en que

la sa lvación de todos dependía del sacri f ic io de

uno so lo . Todos dependen de todos, en d iverso

grado . Sólo , Gal i leo no puede nada. Sí , t i ene mie-

do a la muerte ; s í , l a v io lencia acaba por t r iunfar

sobre e l esp í r i tu . Pero lo que es verdad para e l

ind iv iduo , no lo es para la especie . Porque ésta

convierte e l miedo y la debi l idad de muchos, en

valor , en fuerza .

Pri s ionero de la Inquis ic ión , esp iado por su h i ja ,

vigilado a cada instante, Galileo, viejo y ciego, glo-

tón , no t iene s ino una ú l t ima preocupación: t ras-

mi t i r su post rer manuscri to a su d isc ípu lo Andrea ,

para que lo l leve a Holanda. La h is toria no ter-

mina con la muerte del héroe . Éste puede acu-

sarse de haber " t ra ic ionado a la c iencia"; no puede

erig i rse en juez de su propia v ida . Ha reconocido

sus l imitaciones, pero, al reconocerlas, se ha su-

perado . La h is toria es la que lo juzga .

Así , l a angust ia de la juventud se ha convert ido

en una confianza serena . Brecht , ex i lado  (¿ y  q u i é n

nos d i rá s i sus ú l t imos años no fueron también un

exi l io?) cont inúa , a pesar de todo , ins t ruyendo a

Page 241: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 241/267

su hijo, regando árboles, escribiendo poemas. ¿Es-

peranza de la desesperanza?

Hoy, Domingo de Pascua, a l amanecer,

una tormenta de nieve se abatió sobre la isla.

Ent re los matorra les que ya empiezan a reverdecer,

había n ieve . Mi h i jo

me condujo hacia un pequeño a lbaricoquero muy

cerca de la casa,

arrancándome a un verso donde denunciaba con

dedo

vengador

a los que preparan una guerra que

puede borrar e l cont inente , es ta i s la , a mi pueblo ,

a mi fami l ia y a mí mismo. Mudos,

hemos cubierto con un saco

el arbusto helado .

En una época hostil al espíritu, Brecht prosi-

guió "a cualquier precio" una política del espíri-

tu. Se puede ironizar sobre su situación. Fracasado

en Occidente, ignorado en Oriente, mal comprendi-

do por una parte y por otra, nos deja una obra

que ya comienza a vivir su propia vida. Los sec-

tores oficiales, de ambas partes, lo utilizan en el

sentido en que le conviene, pero ya sabemos lo

que Brecht pensaba de la oficialidad. "En 1948, nos

informa un testigo, la Asociación de Cultura para

la Renovación de Alemania había organizado en

honor del escritor una recepción en el Berlín orien-

tal. Brecht estaba sentado entre Wilhelm Pieck y

el consejero político soviético, el coronel Toulpa-

nov. Alguien acababa de pronunciar un discurso

sumamente patét ico, absolutamente ant ibrecht iano.

Brecht se levantó entonces. Ligeramente adelan-

tada su cabeza de pájaro, lanzó una mirada sobre

la asamblea, estrecha la mano de Pieck, luego la

de Toulpanov, se vuelve a sentar y empieza a co-

mer la sopa. Se necesitó un buen rato para que se

reiniciaran las conversaciones en la mesa."

Page 242: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 242/267

Page 243: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 243/267

yació en la ciudad de México, D. F., el 17 de noviembre de

1903. De niño, con títeres, representa improvisaciones y ¡as

obras editadas por Vanegas Arroyo. Cursa estudios de primaria

v luego de comercio. En 1917 aparece como figurante en el

Teatro Colón. En 1923 asiste a la Escuela P opular Nocturna

de Música y Declamación. En 1924 comienza a escribir cróni-

cas teatrales en la revista

  E l S á b a d o ,

  que luego se llamó

  E l

M a r t e s .

  Al año siguiente decide consagrarse al teatro e inicia,

con un grupo de amigos, lecturas de obras dramáticas. Ha sido

catedrático de Historia y Técnica del Teatro en la Escuela de

Verano y en la Facultad de Filosofía y Letras de la Universidad

Nacional de México. Entre 1938 y 1939 es jefe de la Sección

de Teatro del Departamento de Bellas Artes de la Secretaria de

Educación Pública, hoy Instituto Nacional de Bellas Artes. Crea

el

  T e a t r o d e M e d i a N o c h e

  en 1940, grupo de repertorio. En

1944 va a Paris como segundo secretario de la Legación de

México. Como delegado mexicano ha concurrido a diversos fes-

tivales cinematográficos internacionales en Bélgica, Checoslova-

quia y Cannes. Desde 1931 es miembro del Seminario de Cul-

tura. Ha viajado por Inglaterra, Francia y Estados Unidos. Sus

observaciones personales sobre preceptiva dramática, su preocu-

pación sobre la esencia de las teorías desde Aristóteles, lo llevó

a escribir un

  I t i n e r a r i o d e l a u t o r d r a m á t i c o

  (1940), volumen

muy apreciado por los especialistas, y un estudio histórico-

critico sobre

  M é x i c o e n e l t e a t r o

  (1932). Ha ejercido la crítica

de teatro. Junto con Xavier Villaurrutia disfrutó de una beca de

la Fundación Rockefeller para estudiar composición dramática

en la Universidad de Yale. Ha traducido a diversos autores,

del inglés y del francés, a Behrman, Rice, Galsworthy, Anderson,

Bernard Shaw y otros. Se le considera el de más firme sentido

profesional entre los autores mexicanos. Sus obras teatrales

denuncian preocupación y dominio del diálogo, y un acierto

feliz en ver los asuntos y manejarlos en su esencia realista, rea-

lista por el determinismo de los caracteres y por su método.

Sus relaciones con el teatro extranjero le han servido para

exacerbar su sensibilidad acerca de la particular fisonomía del

medio mexicano, en sus estratos familiares, políticos y de clase.

Su teatro, pese a críticas circunstanciales, tiene significación ex-

traordinaria en México y es el que con mejor fortuna ha tras-

cendido al extranjero. Varias obras suyas han sido traducidas

al francés y al inglés y representadas con buen éxito en Bél-

gica y Estados Unidos. El realismo de Rodolfo Usigli no pre-

tende salvar al hombre ni a la sociedad sino solamente al teatro

mexicano, un teatro que afirme su estrecha relación con el

hombre y el tiempo de México.

  E l g e s t i c u l a d o r « 0 , 5 0

pieza que mejor lo califica. En ella culmina la intención de

satira política que lo caracteriza y por la que persigue dar cauce

a su afande corrección, que no es moralista^. Podría pensarse

que en esta obra hay, como se ha querido ver en otras come-

dias de este autor, el compromiso de la identidad de sus carac-

teres con figuras reales que le servirían de modelo. Pero el

espectador o el lector reconocerá, mediante la sátira que lo

C

ZnUtL

e

l concentrado recreado, de un mundo social

y político en que lo individual resume lo colectivo, caracteri-

zandolo y que atribuye al azar lo que el propio autor considera

que pertenece al azar en la vida mexicana. En el servicio di-

plomático ha servido diversos puestos, en Europa y en el Cer

cano Oriente. De 1938 a z

9

6

4

  fue Ministro Plenipotenciario

de México en el Líbano Actualmente, desde

  I

9

6

5

, desempeña

el cargo de embajador de México en Oslo, Noruega. Ha ensa-

yado también la poesía y la novela, y aun el ensayo sociológico

o histérico en los prólogos y epílogos de sus piezas teatrales.

un X o

n

p S ,

E n S a y

°

  dC Un CrÍmCn

  ^ -

O B R A S D R A M Á T I C A S

El apóstol,  1 9 3 0 , e n  Resumen,  s u p l e m e n t o l i t e r a r io , n ú m s

35 a de 13, 20 y 27 de enero y 3 de febre ro de 1031.

tatso drama,

  1 9 3 2 ( i n é d i t a ) .

Koche de estío,

  1 9 3 3 , e s t r e n a d a e n el T e a t r o I d e a l e l 6 d e

julio de 1950.

El presidente y el ideal,  1 9 3 4 ( i n é d i t a ) .

Estado de secreto,

  1 9 3 5 , e s t r e n a d a e n e l T e a t r o D e g o l l a d o ,

en Guada la ja ra , 1936 .

El niño y la niebla,

  1 9 5 6 , e s t r e n a d a e n e l T e a t r o d e l C a r a -

col e l 6 de abri l de ig

5

i ; e n e l s u p le m e n to d o m in ic a l   México

en la Cultura

  d e l p e r i ó d i c o

  Novedades,

  j u n i o - j u l i o d e 1 9 5 0 .

I.a última puerta,

  1 9 3 4 - 3 5 , l a r e v i s t a

  Hoy,

  m a r z o - a b r i l

de 194S.

Alcestes,

  1 9 3 6 ( i n é d i t a ) .

Medio tono,

  1 9 3 7 , e s t r e n a d a e n e l P a l a c i o d e B e l l a s A r t e s

ese mismo año; en Editoria l Dia léc t ica , 1938 .

Mientras amemos,

  1 9 3 7 - 1 9 4 8 ( i n é d i t a ) .

El gesticulador,

  1 9 3 7 , e s t r e n a d a e n e l P a l a c i o d e B e l l a s A r -

t e s e l 1 7 d e m a y o d e 1 9 4 7 ;

  E N

  & Hijo Pródigo

  nú ms . 2 , 3 y 4 ,

de mayo, jun i o y ju l i o de 1943; en ed ic iones   Letras de M é-

xico,

  1944 .

Otra primavera,

  1 9 3 8 , e s t r e n a d a e n e l T e a t r o V i r g i n i a F á -

Page 244: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 244/267

b r e g a s , 1 9 4 5; e n T e a t r o M e x i c a n o C o n t e m p o r á n e o , n ú m . 3 , e d i -

c i o n e s d e l a U n i ó n N a c i o n a l d e A u t o r e s , 1 9 48 .

La mujer no hace milagros,  1 9 3 9, e s t r e n a d a e n e l T e a t r o

I d e a l , 1 9 3 9 ; e n s u p l e m e n t o d e l a r e v i s t a   América,  1 9 4 9 .

La critica de La mujer no hace milagros,  1 9 3 9 ; e n l a r e v i s t a

Letras de México,  I I , n ú m . 1 4 , f e b r e r o d e 1 9 4 0 .

Aguas estancadas,  1 9 3 9, e s t r e n a d a e n e l T e a t r o C o l ó n e l 1 8

d e e n e r o d e 1 9 5 2; e n e l s u p l e m e n t o d o m i n i c a l   México en la

Cultura   d e l p e r i ó d i c o  Novedades,  a b r i l - m a y o d e 1 9 5 2.

Vacaciones,  1 9 4 0 , e s t r e n a d a e n e l T e a t r o R c x , 1 9 4 0; e n r e -

v i s t a  América,  j u n i o d e 1 9 4 8 .

Sueño de dia,  r a d i o d r a m a , 1 9 4 0 ; e n r e v i s t a  América,  f e b r e -

ro d e 1 9 4 9 .

La familia cena en casa,  1 9 42 , e s t r e n a d a e n e l T e a t r o I d e a l

e l 19 d e d i c i e m b r e d e 1 9 42 ; e n T e a t r o M e x i c a n o C o n t e m p o -

r á n e o , n ú m . 1 5 , e d i c i o n e s d e l a U n i ó n N a c i o n a l d e A u t o r e s ,

>949-

Corona de sombras,  1 9 43 , e s t r e n a d a e n e l T e a t r o A r b e u e l

1 1 d e a b r i l d e 1 9 4 7 ; e n   Cuadernos Americanos,  I I , n ú m . 6 ,

n o v i e m b r e - d i c i e m b r e d e 1 94 3 .

Dios, Batidillo  y  la mujer

, 1 9 4 3 . En

  Teatro Completo,

  I I ,

1 9 6 6 .

Vac acione s I I ,  1 9 45 - 5 2 . E n  Teatro Completo,  I I , 1 9 6 6 .

Función de despedida,  1 9 4 9, e s t r e n a d a e n e l T e a t r o I d e a l e l

1 0 d e a b r i l d e 1 9 53 ; e n s u p l e m e n t o d o m i n i c a l  México en la

Cultura   d e l p e r i ó d i c o  Novedades,  1 9 5 1 .

Los fugitivos,  1 9 50 , e s t r e n a d a e n el T e a t r o A r b e u , e l 2 2 d e

j u l i o d e 1 95 0 ; e n s u p l e m e n t o d o m i n i c a l

  México en la Cultura

d e l p e r i ó d i c o  Novedades,  1 9 5 1 .

Jano es una muchacha,  1 9 5 2, e s t r e n a d a e n e l T e a t r o C o l ó n

e l 20 d e j u n i o d e 1 9 5 2 ; e d i t o r i a l I m p r e n t a N u e v o M u n d o , 1 9 5 2.

Un dia de éstos,  1 9 5 3, e s t r e n a d a e n e l T e a t r o E s p e r a n z a I r i s

e l 8 d e e n e r o d e 1 9 5 4 . E n  Teatro Completo,  I I , 1 9 6 6 .

La exposición,  1 9 5 5 - 1 9 5 9 ; e n l a r e v i s t a  Cuadernos America-

nos,  m a y o - j u n i o d e 1 9 5 9.

Las madres (Las madres y los hijos),  1 9 4 9 - 1 9 6 0 . E n   Teatro

Comple to,  I I , 1 9 6 6 .

La diadema,  1 9 6 0 . E n   Teatro Completo,  I I , 1 9 6 6 .

Corona de fuego,  1 9 6 0, e s t r e n a d a e n e l T e a t r o X o l a e l 1 3

d e s e p t i e m b r e d e 1 9 6 1 ; e n   Teatro Completo,  I I , 1 9 6 6 .

Corona de luz,  1 9 6 3 . E n C o l e c c i ó n P o p u l a r , v o l . 6 4 , d e l

F o n d o d e C u l t u r a E c o n ó m i c a , 1 9 65 .

Miguel Covarrubias

EL MITO SIEMPRE TERMINA

FASCINANDO A

LOS HOMBRES

Page 245: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 245/267

b r e g a s , 1 9 4 5; e n T e a t r o M e x i c a n o C o n t e m p o r á n e o , n ú m . 3 , e d i -

c i o n e s d e l a U n i ó n N a c i o n a l d e A u t o r e s , 1 9 48 .

La mujer no hace milagros,  1 9 3 9, e s t r e n a d a e n e l T e a t r o

I d e a l , 1 9 3 9 ; e n s u p l e m e n t o d e l a r e v i s t a   América,  1 9 4 9 .

La critica de La mujer no hace milagros,  1 9 3 9 ; e n l a r e v i s t a

Letras de México,  I I , n ú m . 1 4 , f e b r e r o d e 1 9 4 0 .

Aguas estancadas,  1 9 3 9, e s t r e n a d a e n e l T e a t r o C o l ó n e l 1 8

d e e n e r o d e 1 9 5 2; e n e l s u p l e m e n t o d o m i n i c a l   México en la

Cultura   d e l p e r i ó d i c o  Novedades,  a b r i l - m a y o d e 1 9 5 2.

Vacaciones,  1 9 4 0 , e s t r e n a d a e n e l T e a t r o R c x , 1 9 4 0; e n r e -

v i s t a  América,  j u n i o d e 1 9 4 8 .

Sueño de dia,  r a d i o d r a m a , 1 9 4 0 ; e n r e v i s t a  América,  f e b r e -

ro d e 1 9 4 9 .

La familia cena en casa,  1 9 42 , e s t r e n a d a e n e l T e a t r o I d e a l

e l 19 d e d i c i e m b r e d e 1 9 42 ; e n T e a t r o M e x i c a n o C o n t e m p o -

r á n e o , n ú m . 1 5 , e d i c i o n e s d e l a U n i ó n N a c i o n a l d e A u t o r e s ,

>949-

Corona de sombras,  1 9 43 , e s t r e n a d a e n e l T e a t r o A r b e u e l

1 1 d e a b r i l d e 1 9 4 7 ; e n   Cuadernos Americanos,  I I , n ú m . 6 ,

n o v i e m b r e - d i c i e m b r e d e 1 94 3 .

Dios, Batidillo  y  la mujer,

  1 9 4 3 . E n

  Teatro Completo,

  I I ,

1 9 6 6 .

Vac acione s I I ,  1 9 45 - 5 2 . E n  Teatro Completo,  I I , 1 9 6 6 .

Función de despedida,  1 9 4 9, e s t r e n a d a e n e l T e a t r o I d e a l e l

1 0 d e a b r i l d e 1 9 53 ; e n s u p l e m e n t o d o m i n i c a l  México en la

Cultura   d e l p e r i ó d i c o  Novedades,  1 9 5 1 .

Los fugitivos,  1 9 50 , e s t r e n a d a e n el T e a t r o A r b e u , e l 2 2 d e

j u l i o d e 1 95 0 ; e n s u p l e m e n t o d o m i n i c a l

  México en la Cultura

d e l p e r i ó d i c o  Novedades,  1 9 5 1 .

Jano es una muchacha,  1 9 5 2, e s t r e n a d a e n e l T e a t r o C o l ó n

e l 20 d e j u n i o d e 1 9 5 2 ; e d i t o r i a l I m p r e n t a N u e v o M u n d o , 1 9 5 2.

Un dia de éstos,  1 9 5 3, e s t r e n a d a e n e l T e a t r o E s p e r a n z a I r i s

e l 8 d e e n e r o d e 1 9 5 4 . E n  Teatro Completo,  I I , 1 9 6 6 .

La exposición,  1 9 5 5 - 1 9 5 9 ; e n l a r e v i s t a  Cuadernos America-

nos,  m a y o - j u n i o d e 1 9 5 9.

Las madres (Las madres y los hijos),  1 9 4 9 - 1 9 6 0 . E n   Teatro

Comple to,  I I , 1 9 6 6 .

La diadema,  1 9 6 0 . E n   Teatro Completo,  I I , 1 9 6 6 .

Corona de fuego,  1 9 6 0, e s t r e n a d a e n e l T e a t r o X o l a e l 1 3

d e s e p t i e m b r e d e 1 9 6 1 ; e n   Teatro Completo,  I I , 1 9 6 6 .

Corona de luz,  1 9 6 3 . E n C o l e c c i ó n P o p u l a r , v o l . 6 4 , d e l

F o n d o d e C u l t u r a E c o n ó m i c a , 1 9 65 .

Miguel Covarrubias

EL MITO SIEMPRE TERMINA

FASCINANDO A

LOS HOMBRES

Page 246: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 246/267

PROBEMOS, PROBEMOS conocer a dos se-

res emparen tados : uno se l l ama Ores tes Es -

quil ida, el o tro Orestes Sartrida. ¿Son am-

bos  un  solo personaje, el mismo? ¿Son dos,

independ ien tes , separados? Quizá a r r ibemos

al f inal a  un a  so la respues ta que convenga a

las dos in te r rogan tes .

Em pezare mos po r dec i r que los dos Ores -

tes resuelven sus respect ivas his torias con

l a i m a g e n d e l m i t o : " E l m i t o . . . d e b e t e n e r

un final , fel iz o desgraciado, pero previs to .

Me p regun tas : ¿cómo te rmina e l mi to de Ul i -

ses? Te contesto: Ulises s iempre regresa,

s iempre mata a lo s p re tend ien tes , Penélope

deja de t e je r para s iempre , Te lémaco , s iem-

pre, se reintegra al hogar. El varón clás ico,

l a mujer f i e l , e l h i jo p ród igo" .

1

  Así sucede

también con Orestes , sea el Esquil ida, sea

1 C a r l o s Fu e n t e s , Zo n a sa g r a d a , l a . e d . , S i g lo XXI

Editores, S. A., México, 1967, p. 5.

4 7 4

el Sartr ida. Orestes s iempre l lega a Argos,

s iempre ma ta a Cl i t emnes t ra y a Eg is to ,

s iempre oye a E lec t ra , s i empre se en fren ta

a las Erinias . Orestes , s iempre, fascina a los

hombres . Orestes Esquil ida es un mito . Ores-

tes Sar t r ida se resue lve t am bién como un

mito . Orestes Esquil ida Mito . Orestes Sartri -

da Mito.

Sus diferencias: el Orestes más ant iguo

fue concebido como un carácter en t rágico

enfren tamien to con o t ros carac te res . 2  La

Orestíada  desarrol la el choque de todos sus

personajes ba jo l a mi rada apas ionada y lo s

movimientos ol ímpicos de la divinidad. Ores-

tes Esquilida o el peón de los dioses. Pero el

otro Orestes , el novicio , es el producto de

"teatro de s i tuaciones", 3 es el que encarna

2 "E l t e a t ro , e n o t ro t i e mp o , e ra d e ' c a ra c t e re s ' :

s e ^ h a c í a n a p a re c e r e n e sc e n a u n o s p e r so n a j e s

má s o me n o s c o m p l e j o s , p e ro e n t e ro s , y l a s i -

t u a c i ó n n o t e n í a má s mi s i ó n q u e l a d e e n f re n -

t a r e so s c a ra c t e re s , mo s t ra n d o c ó mo c a d a u n o

de e l los se modi ficaba por la acción de los o t ros" .

J e a n -Pa u l Sa r t re ( "Qu ' e s t -c e q u e l a l i t t e ra t u re " ,

Situations, II) ,

  c i t a d o p o r Fra n c i s J e a n sa n ,

  Sartre

por é l mismo,  t r a d . d e Au re l i o Ga rz ó n d e l C a -

mi n o , l a . e d . , ( c o l . Esc r i t o re s d e S i e mp re ) , C o m-

pa ñía Ge nera l de Edic iones , S. A. , Méx ico , 1958 .

3 "Es t e ' t e a t ro d e s i t u a c i o n e s ' e s , p u e s , c o r re l a t i -

v a m e n t e , u n  teatro de la l ibertad.  Y so n e s t o s d o s

t e ma s , o , s i s e p re f i e re , e s t a s d o s fa se s d e u n

mi smo t e ma : l a l i b e r t a d e n s i t u a c i ó n , l a s q u e

e n c o n t ra mo s e n e l c o ra z ó n mi smo d e l a p r i me ra

o b ra d e Sa r t re ,

  L e s Mo uc he s

  (La s mo sc a s ) , ' d ra -

m a e n t r e s a c t o s ' " . J e a n s o n ,  op. cit.,  p. 16.

Page 247: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 247/267

la l ibertad. Orestes Sartrida o la l ibertad en-

carnada .

E l p r imer Ores tes no busca demos t ra r

nada. No quiere provoc ar nada, escisiones,

nada. Es el mito puro. Se l imita a poner el

punto final de aquel la his toria escri ta por

los dioses , inexorable, inmodificable. Mien-

tras que el segundo le parcha la cara al Dios

mayor con su: "Eres el rey de los dioses , Jú-

pi ter , el rey de las piedras y de las es trel las ,

el rey de las olas del mar. Pero no eres el rey

d e l o s h o m b re s " .

4

  Este Orestes se olvida de

que su dest ino está del ineado ya por el Olim-

po y se yergue frente a los dioses . No admite

o t ra cosa que no sea cometer   el acto irrepa-

rable.

  Y lo comete : se conv ier te

  etí regidla,

en matricida. Asume su condición de hom-

bre . E l ige . Se compromete . Arro ja a í a cara

de Dios y a l a mueca de los hombre*   su  li -

bertad, la que él mismo se ha labrado, la que

le costará el exilio.

Al mismo t i empo que e l Sar t r ida asom-

braba a su mundo, Orestes Esquil ida se pre-

senta ba en Deifos a imp lorar le a Apolo su

benevolencia, su patrocinio .

  5

  Aquí acontece

4 J e a n - P a u l S a r t r e ,

  Las moscas,

  en

  Teatro ,

  t rad . de

Aurora Bernárdez , 6a . ed . , Edi toria l Losada, ¡> .

A., Bu en os Aires , 1962, p. 69. . .

5 Esq u i l o ,  La Orestíada  y  Prometeo encadenado,

4 a e d . , (C o l e c c i ó n Au s t ra l ) , Esp a sa -C a l p e Ar -

gentina, S. A., Buenos Aires, 1947, p. 119 y ss.

4 7 6

todo lo previsible: el De stino impele a que

hombres y dioses hagan lo que ya  es ,  aun an -

tes de consumarse : Ores tes Esqu i l ida par t e

de Argos sano y salvo, acompañado por Apo-

lo, agradecidís imo con Aten ea. Orestes Es-

quil ida paga su crimen con una mano en la

cintura porque t iene buenas relaciones con

los dioses.

E l ac to de Ores tes Sar t r ida es más com-

plejo , producto de la  libertad situada  poteft-

cialmente en él —como acontecería con cual-

quier o tro . El asume una directriz personal ,

enteramente personal . Tal es su concepción

del problema de la l ibertad: elección o apro-

piación enteramente privada. De al l í que s i

l l ega a p re tender "con tag iar" a lo s demás

 ®

se verá enredado por el fracaso: la l ibertad

es l ibertad  para-sí, l ibertad para la   nada  de

cada quien, es in transferible, inexis tente

para-otro.  A Orestes Sartrida, que quizá sólo

pensaba en p ref igu rar e l Hugo de   Les mains

sales (Las manos sucias),  le fal tó, si es que

deseaba s inceramen te l a convers ión de  sus

hombres , e l t raba jo p rop io de l ac t iv i s ta : re -

conocer el terr eno pa cientem ente, inocular

con humildad aquel lo que alguna vez será

art ículo de fe, confundirse con todos los za-

6 "Ore s t e s .— Lo s h o m b re s d e Arg o s so n m i s h o m -

bres . Tengo que abri r les los o jos" . Sart re , op . c i t . ,

p. 71.

Page 248: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 248/267

ños y los letrados, mancharse con los zumos

de sus cuerpos. A Orestes le fal tó democra-

t izarse.

No hubo, después de todo y a pesar de lo

anunciado, cambio alguno en el desenlace

de   Las moscas.  Ores tes Sar t r ida reconoce

que al f inal de cuentas él es el h i jo del pri-

mer j e fe de lo s e jé rc i tos g r iegos f ren te a

Troya, se sabe un mito , el mito: Orestes

s iempre t e rmina fasc inando a lo s hombres .

Y se va con su séquito . Argos se queda con

sus hombres en t in ieblas . Argos no tomará

su   l ibertad. Argos, casi un hombre, es tam-

bién casi un mito.

(1967)

Jacques Lemarchand

EL TEATRO DE

EUGENE IONESCO

Page 249: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 249/267

ños y los letrados, mancharse con los zumos

de sus cuerpos. A Orestes le fal tó democra-

t izarse.

No hubo, después de todo y a pesar de lo

anunciado, cambio alguno en el desenlace

de   Las moscas.  Ores tes Sar t r ida reconoce

que al f inal de cuentas él es el h i jo del pri-

mer j e fe de lo s e jé rc i tos g r iegos f ren te a

Troya, se sabe un mito , el mito: Orestes

s iempre t e rmina fasc inando a lo s hombres .

Y se va con su séquito . Argos se queda con

sus hombres en t in ieblas . Argos no tomará

su   l ibertad. Argos, casi un hombre, es tam-

bién casi un mito.

(1967)

Jacques Lemarchand

EL TEATRO DE

EUGENE IONESCO

Page 250: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 250/267

Siempre me  causa placer e l recuerdo de  los murmullos de

descontento,  las indignaciones espontáneas, las burlas  que aco-

gieron la aparic ión,  en mayo de 1950, en el  escenario de los

Noctámbulos,   d e

  La  cantante calva.

  Yo había pasado  allí una

velada  extraordinariamente agradable , que los  gruñidos y las

risas irónicas de  una parte de los notables del  públ ico habían

hecho todavía  más del ic iosa. Lo pecul iar del gruñido  consiste

en que es poco  explícito, por lo que deseoso de  comprender en

q ué

  La cantante  calva

  había podido desagrada r a los  notables,

utilicé esa noche  una técnica de la salida del teatro  que había

puesto a punto  hacía mucho t iempo y que recomiendo   a quien

quiera hacerse  rápidamente una opinión exacta  sobre lo que

piensa un  públ ico del espectáculo que acaba de   presenciar . (El

método l lamado  "del t raspunt ín" y que pract ica e l  señor Stéve

Passeur en el  diario  VAurore  no vale un pi to. )  He aquí cómo

opero. En cuanto  baja e l te lón exclamo: "¡Bravo,  bravo ", in-

tervengo en la  gri tería y luego me largo, me ecl ipso,  me arre-

molino, me precipi to  y soy el primero que llego a  la salida del

teatro. Allí doy  media vuel ta , hago frente a la mul t i tud  que

sale , remonto  a contracorriente la oleada de los  espectadores,

como el salmón  en el río. Eso provoca remolinos,  congestiones,

y retrasa la  evacuación de la sala. Suspendo las   operaciones

del vestuario  fingiendo que busco mi entrada, y así  tengo t iem-

po para escuchar  las quejas, las lamentaciones, las  expresiones

de agravio y  las agudezas aceradas que un espectáculo  que les

ha desagradado  inspira a los notables . Esa noch e no  una, sino

diez, quince,  veinte veces oí este trozo de diálogo:  "Pero, en

fin, ¿por qué  La  cantante calva?  Me parece, amiga mía,  que

no ha aparecido  en escena cantante a lguna.  Po r  lo  menos yo

no la he visto. ¡Y calva ¿Ha visto usted que alguno de los  per-

sonajes fuese cal vo ?. . . ¿Y ese bombero? ¿Qué t iene que  ha -

cer ahí un bombero? ¿De quién se burlan?". Era evidente  que

los notables no habían "comprendido"; les prometían una can-

tante calva y, como no les mostraban una cantante calva, se

sent ían robados, lo que no perdonan: Ionesco lo vio bien al día

siguiente . Fue inút i l que yo evocase, de grupo en gru po, la

Arlesiana,  insinuando que esa cantante calva era e l resorte se-

creto de una obra infini tamente misteriosa , esotérica y cuyo

autor estaba visiblemente iniciado en los secretos de los Rosa-

Cruz. Eso sólo inquietó un momento.

Hay, por lo tanto, personas a las que les estorba su inte l igen-

cia . La sienten en sí mismos como una pequeña zorra espar-

tana; está hambrienta , y es cruel e insaciable; t ienen que al i -

mentarla constantemente y t iemblan al pensar que algún   día

podrá debilitarse, sentir que se le mueven los dientes; ése será

el día en que no encontrarán nada que contestar a su pregunta

maniát ica , la pregunta métrica , esa cuyo patrón se conserva

piadosamente en plat ino en los sótanos del Museo del Ejérci to,

sección Filosofía y Bellas Artes: "¿D e qué se trata?". Son bue-

nas personas a las que horrorizan las fotografías sin leyenda,

las películas japonesas sin subtítulos y los eclipses de luna   cuan-

do son invisibles en París. Se sienten incómodos, luego vaga-

mente inquietos y por f in furiosos cuando piensan que  existen

personas que no invi tan siempre a l mariscal Foch a juzgar de

la cal idad de sus placeres, personas que cuando van al teat ro,

o a ot ra parte , dejan del iberadam ente su zorra en el guard arropa.

Después de  La cantante calva se  invitó a los notables a  asis-

tir a  La lección.  Acud ieron, con la zorra en el bolsillo. Su zorra

les había expl icado —por f in había comprendido— que desde

el momento en que una pieza, o ant ipieza, de Eugène Ionesco

se titula  La lección  era porque se t ra taba de todo menos de

enseñanza: la zorra no es un animal a l que se apresa dos veces

en la misma t rampa; es inte l igente , deduct iva, lo que le   per-

mite compren der y prever. E n consecuencia se quedó   real-

mente a terrada, se sint ió robada por segunda vez, cuando   d u -

rante una hora , en e l Théâtre du Poche, presenció la lección

que un profesor, también inte l igente y deduct ivo, dio a  una

muchacha carente de inte l igencia y de deseo de comprender   y

que prefiere la muerte a l saber. Era una verdadera , una   autén-

tica lección, incluso un "repaso", una lección particular,  exac-

Page 251: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 251/267

Prólogo

t a m e n t e c a l c u l a d a , c o m p r e n d i e n d o e l d e s e n l a c e , e n  todas  l a s

l e g i o n e s q u é V * S o l i c i ta d o y r e c i b i d o la s p e r s o n a s q u e q u i e -

r e n h a c e r s e i n t e n t e s : e ra p o c o ^ V n n h

  P

n Í a E c u e k d e

c i ó n f i e l d e u n a l e c c i ó n d e l m a r i s c a l F o c h  n  l a E s c u e l a d e

G u e r r a . " ¿ D e q u é s e t r a t a ? " , p r e g u n t ó la z o r r a f

  a s

^

d

¿

  P u

«

b i e n , d e S n a l e c c i ó n " , t u v i e r o n q u e c o n f e s a r l o s n o t a b e s L o

n u e n o d i s m i n u y ó s u m a l h u m o r . Y c o m o e r a a b s o l u t a m e n t e

n e c e s a r io e x p l ic a r l a c o s a , a f i r m a r o n ^ h a y e o c ^ y ^ ^

c i o n e s l o q u e c a l m ó d u r a n t e u n t i e m p o a l a z o r r a p e r o d u r a n

t e u n t i e m p o m u y b r e v e . L u e g o , m u y r e c i e n t e m e n t e ,

  Las silhis

y Zuma del deber  v o l v i e r o n a p l a n t e a r ^ v « ^

h a b í a v e r d a d e r a s s i l l as e n  Las sillas  y n o h a b í a b o m b e r o q u e

m a i lo v iv o e n  Víctimas del deber.

A l a c e p t a r e s c r i b i r e s t e P r ó l o g o , o a n t i - P r o l o g o p a r a e r r .

m e r v o l u m e n d e l

  Teatro

  e le E u g è n e I o n e s c o m e d o y c u e n t a d e

n u e h e c o n t r a í d o l a o b l i g a c i ó n d e e x p l i c a r l os p l a c e r e s n o a m -

£ o s  sino muy   f r a n c o s , n o d e l a " i n t e l i g e n c i a , « n o d e l a

s S i d à d

0

, n o d e l a n á li s is , s i no i e l a i m a g i n a c ^ u e h e e x -

p e r i m e n t a d o e n l a r e p r e s e n t a c i ó n y l u e g o e n l a l e c t u r a a e c a o

i m a d e l a s o b r a s d e E u g è n e I o n e s c o . E x p l i c a r u n p l a c e r a n a

H z a r k s c a u s a s d e u n a d i l a t a c i ó n d e l b a z o o d e u n a a c e l e r a c i ó n

d f o s h H d o s d e l c o r a z ó n s e m e h i z o u n a c a r g a m u y p e s a d a

d e s n u é d e m a l n í u e r z o d u r a n t e e l c u a l a l g u n o s p e r s on a j e s a

f o s n u e e n e r v a b a n n u e s t r a s r i s a s ( e l l o s l a s l l a m a b a n m o f a s )

n o s p r e g u n t a r o n , a l o s n i ñ o s q u e é r a m o s , q u e ™ o ü v o s e n i a l a

^ S S

p e í k

S S E

p e r s o n a j e s s e p a r e c e n s i e m p r e

  a

  a r r o g a n c i a

S S S S S s & a » «

Eugène 1 one i cu

E L ^ S ^ 2 ° f

n e

  C

 

i q u e t a

' todavía no f igura en nin-

guna  estantería de ^ Es un teat ro a medid a pero

fS

  qu

f

aría

  ^Wdi^tXe

a  es e  teat ro. Es para mi un teat ro de aventura , tomando esta

~ a

e

E s t e a t T n

Í d

H °

  m Í S m

° T

  5 6

  ^ l a ' d ^ o v e l a £

d e c a p a y e s

P

a d a

'

  il ó

gico como lo es  Fan-

tômes  inverosímil como  La isla del tesoro,  tan i rracional como

Las tres mosqueteros,  pero como ellos poético y W esco exTl-

T r U a l n w ?  T

Í O n a n t e

u

  S é q U e

  viola

y

constantem?nte

¿ r '

  S

J "

e m

,

h a r g

° >

  l o C O n t r a r i o d e u n

  teat ro

Í T F u

  d 4 e d m

°

  e l

  teat ro t ramposo, asal ta mis ve-

S del

  P e r

,

S O n a S q U C C

°

n 0 C e n

  A m a b l e m e n t e " f a

1 8

  '

  q

,

U e a

,

  C O n O C e n c o n t a n t a

  seguridad como el

Í S Í S L T * ?

  e

l

C O d

,

ig

° ;

L

,

e l b u e n e s t a f a d

°

r

  puede siempre

amonestar a l señor f iscal públ ico.

v

  d C E u g è n C

  í

0 n e s c o

,

e s

, j u r a m e n t e e l m á s e x t r a ñ o

y espontaneo que nos ha revelado nuestra posguerra . No se

Z 2 Z .

S

J Z Z

S t

ï

  3 n a d Í C

'

  l o

^

u e e s l a c o s a

  menos admisible

Ï Z L Z T

  a<

?

  c o m

P

u e s t a

  de sociedades de soldados volun-

tarios. Rechaza el ronroneo dramát ico, y con tanta natural idad

S S L S ' S T

  m

°

d o d e v e r u n a

  "p rovocac i ón" - l o que l o

arreglaría. todo— en ese rechazo. Conozco también muy bien

—no me j ac t o de e l l o , pues e s mi o f i c i o -

  a

  los autores dramá-

ttcos nuevos que  anuncian que van a terminar con el ronroneo

dramático y que inmediatamente se ponen a ronronear, en un

^ l U

  g r a V C 0 u n p o c o m á s a

S

u d o

  <5

ue

  los otros,

seoci lraroente. No se preocupan sino de sorprende r, ¡como si

f u e » f á e i l  sorprender Sentado en mi butaca  d e  espectador o

ae lector ,  frente  a Ionesco, nunca adivino  de dónde  part i rán

los tm» m dónde  me alcanzarán, pero me siento blanco y

compruebo  con alegría que es un t i rador tan   hábil  como Buf fa -

lo &y el  qu e  tengo delante de mí . No sé si ha puesto a punto

un sistema

  para tocarme tan fuerte , exacta y rápidamente-

no   K

 

creo  y apenas me preocupa: le l legará la hora de la au-

topsia, amada  por los notables, y es posible que entonces la

zon* ahora  vejada encuentre "la expl icación" y se chupe los

dedo» a todo  lo largo de un a tesis. Deseo q ue ,l

9

  lectura de esa

tes» 1» divierta  a Ionesco tanto como me  divierte  su obra . A

el le corresponderá  entonces definir su  placer.

Page 252: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 252/267

Miguel Covarrubias

ESOPO EN LIBERTAD

Page 253: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 253/267

1. El autor de la fábula  La zorra y las

uvas,  el esclavo griego llamado Esopo (nacido

en Atenas según Aristófanes), en la versión

que de él nos da Guilherme Figueiredo se ase-

meja de manera notable a uno que mientras

esperaba la muerte puso en verso algunos de

sus apólogos: Sócrates.

2. Desde luego el parecido físico los aleja

a ambos del ideal escultórico, apolíneo.

Pero, finalmente, la precisión - y la grac ia-

de sus razonamientos los convierte en rostros

v cuerpos amables, en hombres dignos de la

evas ión am orosa de sus a fo r tuna dos conoce-

dores.

3. Pero los que ignoran quiénes son ellos,

quieran estar o no por_su gusto en las tinie-

blas , los aborrecen porque "no se puede sen-

t i r s impatía por quien t iene razón" (Xantos

en

  La

  zorra y

  las uvas

  de Figueiredo)7porque

"por deciros así la verdad estoy casi seguro de

que me estoy volviendo odioso a vosotros"

(Sócrates en Apología  de Platón) .

4. Este aborrecimiento proviene de la

mediocridad adueñada del poder y la riqueza.

Los que reciben honores son más es tul tos que

los demás porque creen saber y son ignoran-

tes, se dan a sí mismos el título de filósofos y

son unos s imples . Por eso nada pueden contra

el sutil ingenio de esos extraños varones que

desprecian lo que los demá s ateso ran.

5 . Padecen Esopo y Sócrates obsesiones

distintas pero hermanadas: la libertad, la ver-

dad - y amba s s iempre al servicio de los hom -

bres concretos. Esopo se mira esclavo y Sócra-

tes exclama: "como no sé nada, nada me creo

saber". Se busca lo que se tiene: la concien-

cia libre, la sabiduría humilde. Se rechaza la

condición aparente: las cadenas, el cómodo

ignorar.

6. Desde luego, á Sócrates lo envuelve

el d igno manto del raciocinio mientras Esopo

en la búsqueda de la libertad es más visceral.

Habrá que recalcar que a es tos personajes los

reconstruimos a partir de diversos testimo-

Page 254: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 254/267

nios. Y, claro,  los modernizamos,  los hacem os

encarnar nuestros anhelos: el  querer vivir en

libertad , el  querer saber.

7. "En cuanto al tardío Diógenes Laer-

cio , el buen coleccionador de anécdotas y

dichos agudos, nos ofrece un Sócrates reduci-

do a las ocurrencias de un Esopo, s impaticón

y estrafalario , pero s in profundidad ni rel ie-

ve." (Alfonso Reyes,  La crítica en la edad ate-

niense).  De acuerdo, en la obra de ese tardío

au to r  (Vidas, opiniones y sentencias de los

filósofos más ilustres)  Sócrates es un ocurre n-

te como el fabulis ta que se antoja fr ivolo .

Sócrates aparece aquí in justamente disminuí-

do.

8 . Pero el Esopo de Figueiredo es en-

grandecido hasta convert i rse en un Esopo so-

crát ico que cierra con su muerte l ibremente

elegida el cerco de su vida de carne esclava y

espíri tu l ibérrimo . Esop o antepon e al amor,

al miedo fís ico, a la inútü riqueza y a los tor-

pes honores su indomeñable ansia de l ibertad.

Morirá al caer en el precipicio destinado a los

hombres l ibres en acatamiento a su concien-

cia, como igual lo hiciera el filósofo que bebió

la cicuta para gloria eterna - y ludibrio-s in

fin- de la especie humanas

Donald Keene

INTRODUCCION A

"SEIS PIEZAS NO"

Page 255: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 255/267

nios. Y, claro,  los modernizamos,  los hacem os

encarnar nuestros anhelos: el  querer vivir en

libertad , el  querer saber.

7. "En cuanto al tardío Diógenes Laer-

cio , el buen coleccionador de anécdotas y

dichos agudos, nos ofrece un Sócrates reduci-

do a las ocurrencias de un Esopo, s impaticón

y estrafalario , pero s in profundidad ni rel ie-

ve." (Alfonso Reyes,  La crítica en la edad ate-

niense).  De acuerdo, en la obra de ese tardío

au to r  (Vidas, opiniones y sentencias de los

filósofos más ilustres)  Sócrates es un ocurre n-

te como el fabulis ta que se antoja fr ivolo .

Sócrates aparece aquí in justamente disminuí-

do.

8 . Pero el Esopo de Figueiredo es en-

grandecido hasta convert i rse en un Esopo so-

crát ico que cierra con su muerte l ibremente

elegida el cerco de su vida de carne esclava y

espíri tu l ibérrimo . Esop o antepon e al amor,

al miedo fís ico, a la inútü riqueza y a los tor-

pes honores su indomeñable ansia de l ibertad.

Morirá al caer en el precipicio destinado a los

hombres l ibres en acatamiento a su concien-

cia, como igual lo hiciera el filósofo que bebió

la cicuta para gloria eterna - y ludibrio-s in

fin- de la especie humanas

Donald Keene

INTRODUCCION A

"SEIS PIEZAS NO"

Page 256: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 256/267

Uno de l os p r i me ros hombres no j aponese s que p re senc i ó

una repre sen t ac i ón de Nó fue Ul ysse s S . Gran t . Duran t e un v i a -

j e de buena vo l un t ad a l r ededor de l mundo se de t uvo en Toki c

en 1879 , y sus anf i t r i ones , que no sab í an cómo d i ve r t i r a s u

ex t raño v i s i t an t e , l e o f rec i e ron una r epre sen t ac i ón de Nó a

ca rgo de l g ran ac t o r Hósho Huró .

Si , m i en t ra s con t empl aba l os so l emnes y h i e rá t i cos movi -

mientos de este arte sut i l y simból ico, e l grisáceo ex soldado

hubi e se sucumbi do a l sueño , nad i e hub i e ra quedado so rpren-

d i do . S i n emba rgo , se d i ce que cuando t e rmi nó l a r epre sen-

t ac i ón , Gran t se vo l v i ó hac i a sus anf i t r i ones y dec l a ró con

admi rac i ón : «No pe rmi t an que se p i e rda e s t a obra de a r t e» .

Gran t de sconoc í a p robab l ement e l os g raves p rob l emas que

amenazaban l a supe rv i venc i a de l Nó . Desde su c reac i ón en e l

s i g l o x i v , e l Nó e s t uvo í n t i mament e l i gado a l Shogunado , que

de t en t ó e l pode r ha s t a 1868 : por e so , cuando l os enemi gos

de l an t i guo rég i men l l ega ron a l pode r , e l Nó cayó en de sgra -

cia a sus ojos. Por ot ra parte , a part i r de esa época se inic ió

una f r ené t i c a i m por t ac i ón y adap t ac i ón a l a v i da j aponesa , de

l a s cos t umbres occ i den t a l e s . Pa rec í a i nev i t ab l e que un a r t e

dramá t i co que en 1879 e s t aba cons i de rado como una re l i qu i a

a rca i ca fue se una de l a s p r i me ra s v í c t i mas de l a mode rn i za -

ción. Los e legantes de entonces, le jos de proteger a l Nó se

apre t u j aban en e l c é l ebre Rokume i Ha l l pa ra ba i l a r a l os so -

nes de un vals y lucir sus habi l idades en el manejo del cu-

ch i l l o y e l t enedor . E l fu t u ro de l Nó e ra c i e r t ament e p rob l e -

mát ico. Sin embargo, a l ponerse de moda los via jes por e l

ex t ran j e ro , l os mi smos j aponese s de scubr i e ron que e l t e a t ro Nó

se parecía en cierto modo a la Opera y l legaron a la conclu-

sión de que ta l vez mereciese la pena preservarlo. Los pocos

ac t o re s de Nó que hab í an pe rmanec i do f i e l e s a su a r t e comen-

zaron a ganar gradualmente audiencia ot ra vez y las subven-

ciones de la corte y la nobleza lograron f inalmente la recu-

pe rac i ón de e s t a fo rma d ramá t i ca .

E l No t en í a a segurada su con t i nu i dad , pe ro no se hab í a

l ibrado aún de convert i rse en una especie de pieza de museo

a l a que se concede r í an , como a l a s ópe ra s de M ont eve rd i ,

unas r eve ren t e s pe ro no muy f recuen t e s aud i c i ones . C i e r t o qué

e l Nó ca rec í a de una g ran r e sonanc i a popu l a r . Fue enorme-

ment e p ro t eg i do por l a co r t e de Shogun , e l gobe rnador mi l i -

t a r de Japón , pe ro se fue d i s t anc i ando pau l a t i nament e de l

púb l i co o rd i na r i o y con e l adven i mi en t o en e l s i g l o xv i de l

Kabuki y de l t e a t ro de mar i one t a s —formas d ramá t i ca s mu-

cho más popu l a re s—, e l Nó quedó exc l us i vament e r educ i do

a un en t re t en i mi en t o de l a co r t e . Las r epre sen t ac i ones acce s i -

b l e s a l púb l i co fue ron hac i éndose más i n f recuen t e s y l os e s -

pec t adore s de l a co r t e dev i n i e ron   connoisseurs  capaces de de-

tectar la más ínfima variación, buena o mala , int roducida en

l os movi mi en t os y son i dos hab i t ua l e s que t en í an l uga r en e l

e scena r i o . Las t r ad i c i ones e ran t an fue r t e s que e l Nó t end i ó

a convert i rse en algo muy parecido a un r i tual ; además, los

e spec t adore s e s t aban t an ve r sados en l os t ex t os que e ra i nne -

cesario y casi hasta indeseable hacer que las piezas fuesen

dramá t i cament e conv i ncen t e s . E l d i á l ogo e ra p ronunc i ado en

forma de l i be radament e monocorde y l os ge s t os t e rmi na ron por

est i l izarse . Una mano que se a lza lentamente hasta la a l tura

de l ros t ro s i gn i f i c aba e l l l an t o , m i en t ra s que un fue r t e go l pe

dado con el pie en el suelo signif icaba la desaparic ión de un

esp í r i t u . No e s so rp renden t e que Gran t quedase i mpre s i onado

por este arte remoto y dif íc i l .

Page 257: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 257/267

En un p r i nc i p i o , e l Nó e ra más senc i l l o . Debe su o r i gen

a unas p i eza s cor t a s r epre sen t adas en l os t empl os y a l t a re s

como parte de las f iestas de la recolección y otras celebracio-

nes , o con mot i vo de r eun i ones popu l a re s . Grac i a s a l gen i o

de dos hombres , padre e h i j o , e s t e en t re t en i mi en t o de campe -

sinos iba a convert i rse en el siglo xiv en una de las más im-

por t an t e s fo rmas d ramá t i ca s de l mundo . Sus nombres e ran

K a n a m i K i y o t s u g u ( 1 3 3 3 - 1 3 8 4 ) y Z e a m i M o t o k i y o ( 1 3 6 3 -

1443) . Según l a s normas p or e l l os f i j ada s , en l a s p i eza s No

ac t uaban so l ament e cua t ro o c i nco ac t o re s : e l ba i l a r í n -na r rador ,

un pe r sona j e ( f r ecuen t ement e un monj e ) que no ba i l a , y va -

rias f iguras secundarias. El c l imax de la obra se a lcanza con

una danza que suele aparecer a l f inal y a la que se ha estado

d i r i g i endo e l t ex t o de sde e l p r i nc i p i o . Deb i do a e s t a danza

final y a la c i rcunspección del reci tado, aunque la obra en sí

raras veces l lega a tener la extensión de un drama occidental ,

su r epre sen t ac i ón requ i e re a l r ededor de una hora . E l co ro y

e l a compañami en t o musi ca l —compues t o de una f l au t a y de

uno o va r i os t ambore s— s i rven pa ra r ea l za r l os moment os c r í -

t i co s . , , . . . .

En c i e r t os a spec t os , e l Nó recue rda a l os p r i mi t i vos d ra -

mas g r i egos : pocos pe r sona j e s , un coro , danzas y másca ra s

(usadas por e l primer bai larín en muchas ocasiones) y, a l nus-

mo t i empo , una abundan t e u t i l i z ac i ón de t emas t r ad i c i ona l e s

o l egenda r i os . S i n emba rgo , y a d i f e renc i a de l d rama gr i ego

que va a l canzando pau l a t i nament e un mayor r ea l i smo, e l Nó

desemboca en un t e a t ro e senc i a l ment e s i mból i co en e l que

t an t o l os t ex t os de l a obra como l os ademanes de l a c t o r e s t án

pensados pa ra suge r i r , s i n pa l abra s , r e a l i dades i ne fab l e s . Al -

gunas de l a s p i eza s de Kan l mi que han l l egado ha s t a noso-

t ros indican que en su t iempo el Nó estaba más próximo a

l os d ramas europeos en cuan t o que e ran r epre sen t ab l e s , pe ro

t an t o Zeami como sus suce sore s e sc r i b i e ron obra s en l a s cua -

les la re lación entre lo que se expresa y e l todo es como la

parte visible de un iceberg y la tota l idad del mismo. El pro-

p i o Zeami e sc r i b i ó mucho sobre e l s i mbol i smo de l No . M e-

diante la ut i l ización de bel los movimientos y palabras, pen-

saba Zeami , e l Nó deb í a apun t a r hac i a un mundo i nde f i n i b l e

e i l imitado que lo t rascendía . La naturaleza del mundo de-

pendería tanto de la capacidad de sugest ión del actor como

de la capacidad de comprensión del audi torio.

Las p i eza s Nó sue l en e s t a r d i v i d i da s en dos pa r t e s . Con

f recuenc i a , un pe r sona j e que apa rece en l a p r i me ra pa r t e como

una anciana, un pescador, un segador o cualquier ot ro t ipo

de pe r sona humi l de , r e apa rece en l a segunda ba j o su au t én t i c a

pe r sona l i dad de gue r re ro f amoso o de he rmosa dama . Frecuen-

t ement e se t r a t a de un fan t a sma , un e sp í r i t u a t o rment ado que

pide una oración o un espír i tu mal igno cuya maldad debe ser

exorcizada. El mundo de la muerte es e l que quizá sienta me-

jor a la simból ica y pecul iarmente remota naturaleza del Nó,

y la separación entre la vida y la muerte , entre lo muerto y lo

v i vo , nunca ha s i do t an conmovedorament e de l i neado como

en el Nó.

Una vez que la forma fue desarrol lada y l levada a su más

al ta perfección por Zeami, e l Nó apenas si ha sufrido cam-

b i os de i mpor t anc i a . Una p i eza Nó de l s i g l o xvn , c a s i i dén-

t ica a las escri tas en e l siglo xiv, t iene muchas probabi l idades

de empeza r con un monj e que va de cami no hac i a a l gún l uga r

sagrado. Encontrará a l l í una persona cuyas poét icas palabras

con t rad i cen su humi l de apa r i enc i a . A p regun t a s de l monj e , e l

segador o la pescadora re la tará la historia de su ant igua gloria

hac i éndonos comprende r de pa so que su e sp í r i t u con t i núa en

es t e mundo deb i do a a l gún de seo i nsa t i s f echo . Al f i na l de l a

obra se le ofrece una esperanza de salvación, una dest rucción

de sus a taduras, y e l espír i tu desaparece. Esta era una est ruc-

tura t ípica que permit ía a l autor escribi r una complicada y

poé t i c a h i s t o r i a en una ex t ens i ón muy l i m i t ada . Es compren-

sible la re luctancia de los dramaturgos japoneses a abando-

na r l a . Aunque en l a a c t ua l i dad con t i núan e sc r i b i éndose p i eza s

Nó, si se pusieran en un solo volumen todas las obras de val ía

escri tas desde el siglo xvi en adelante , no superarían a las es-

cri tas sólo por Zeami. En el siglo xvn el teat ro de marione-

Page 258: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 258/267

tas vino a ser la sal ida para los genios dramát icos del país.

No e s so rp renden t e que e l No fue se o l v i dado por l os d rama-

t u rgos pos t e r i o re s ; t ambi én l os composi t o re s europeos de j a ron

de compone r madr i ga l e s una vez t e rmi nado e l S i g l o de Oro y

en l a a c t ua l i dad só l o muy de t a rde en t a rde se compone músi -

ca pa ra c l av i cord i o ex i s t i endo un i ns t rument o como e s e l p i ano

que , en po t enc i a a l menos , r e su l t a mucho más expre s i vo .

Pese a t odo , e l No ha con t i nuado t en t ando e sporád i ca -

ment e a l os e sc r i t o re s j aponese s con t emporáneos . Unos han

real izado past iches con los temas t radicionales, a l t iempo que

o t ros han i n t en t ado enca j a r l a s concepc i ones mode rnas en fo r -

mas an t i guas . La h i s t é r i c a p ropaganda de gue r ra l l evó i nc l uso

a la composición de una pieza No que se desarrol laba en un

submar i no . Al gunas p i eza s mode rnas han l l egado a d i s f ru t a r

de una pa sa j e ra popu l a r i dad , pe ro en e l fondo só l o e ran cur i o -

sidades que carecían de la bel leza del lenguaje y del ambiente

de las obras ant iguas así como de la complej idad en la des-

c r i pc i ón de ca rac t e re s que e s de e spe ra r en una obra mode rna .

E l p r i me r au t o r con t emporáneo que ha l ogrado a l canza r

un éx i t o genu i no e sc r i b i endo p i eza s No ha s i do Yuki o M i sh i -

ma. Puede decirse incluso que gracias a é l este arte ha reci-

b i do una i nyecc i ón de v i da y un i mpul so r enovador . Pe se a

s u j u v e n t u d — n a c i ó e n 1 9 2 5 — , M i s h i m a e s u n h o m b r e d e

vas t os conoc i mi en t os y pa ra compone r sus nove l a s y obra s

t ea t r a l e s se ha i nsp i rado l i b rement e t an t o en t emas t r ad i c i o -

na l e s j aponese s como en t emas occ i den t a l e s . As í , por e j empl o ,

su f amosa nove l a   El sonido de las olas  está basada en el an-

t i guo romance g r i ego de Da fn i s y Cl oe , y o t r a s de sus nove -

l a s t e rmi nan de una fo rma que l e ha s i do obv i ament e suge r i da

por M aupassan t . Al gunas obra s de M i sh i ma son de t emas en-

t e rament e mode rnos , a l t i empo que o t r a s e s t án e sc r i t a s en e l

e s t i l o y l engua j e de l Kabuki de l s i g l o xvn , e i nc l uso t i ene

una obra pa ra mar i one t a s e sc r i t a en d i cho i d i oma pe ro ba sada

en   Fedra  de Racine.

Al pa rece r , a M i sh i ma l e a t r ae t an t o l a e s t ruc t u ra de una

obra No como su a rgument o . Na t u ra l ment e , sus adap t ac i ones

son l ibres, ya que su intención es que resul ten inte l igibles y

t o t a l ment e con t emporáneas . De hecho ha l l egado a suge r i r que ,

en ca so de se r r epre sen t adas en l os Es t ados Uni dos por e j em-

plo, habría que dar un paso más a la hora de adaptar la am-

b i en t ac i ón . As í , e l pa rque de   Sotoba Komachi,  d o n d e v e m o s

por vez p r i mera a Komachi , podr í a conve r t i r se en e l Cen t ra l

Pa rk de Nueva York , l o mi smo que e l Rokume i Ha l l se r í a

sus t i t u i do por

  Delmonico's

  o cua l qu i e r o t ro loca l f amoso . No

hay ninguna razón que impida real izar con éxi to tan drást ica

adap t ac i ón porque , no cabe l a menor duda , e s t a s p i eza s po-

seen un i nmedi a t o y pode roso a t r ac t i vo i nc l uso pa ra qu i enes

no sienten una especial predi lección por e l drama japonés.

Las c i nco p i eza s , de l p re sen t e vo l umen fue ro n e sc r i t a s en -

t r e 1950 y 1955 . Todas e l l a s han s i do r epre sen t adas en Tok i o

como obra s mode rnas . Pe ro  El tambor de Damasco  f u e p r e -

sentado al públ ico japonés en 1955 en el est i lo Nó t radicional .

E n 1 9 5 6 ,  Lady Aoi  fue can t ada como una ópe ra occ i den t a l .

La u t i l i z ac i ón que hace M i sh i ma de l os t emas Nó t r ad i -

cionales varía de obra en obra . En algunas sólo recoge los

t emas gene ra l e s , pe ro en o t r a s s i gue e sc rupu l osament e e l o r i -

ginal . Por e jemplo, e l anciano que barre e l jardín del pala-

c i o se conv i e r t e , en l a adap t ac i ón mode rna de  El tambor de

Damasco,  en e l conse r j e de l bufe t e de un abogado de To k i o .

E l anc i ano no se enamora de una p r i nce sa s i no de l a d i en t a

de una modi s t a que t i ene su t a l l e r en e l ed i f i c i o de enf ren t e .

En ambas versiones se le dice a l anciano que conseguirá los

favores de su amad a si . consigu e tocar e l tambo r lo sufic ien te-

ment e fue r t e como pa ra que e l l a a l cance a o í r l o ; pe ro t an t o

en un caso como en otro, e l parche del tambor no es de piel

sino de damasco, por lo que el tambor no emite sonido al -

guno . E l conse r j e , como e l j a rd i ne ro , t e rmi na rá por su i c i da r se

y e l f an t a sma Nó vo l ve rá pa ra a t o rment a r a l a c rue l p r i nce sa

con e l i nce san t e r edob l e de l t ambor ; no obs t an t e , l a i ncapac i -

dad de l a dama pa ra amar hace que en l a obra mode rna é s t a

sea sorda al redoble del tambor, lo cual conduce de nuevo al

espír i tu del conserje a la desesperación,

Page 259: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 259/267

Kantan

  r eprodu ce e l a rgum ent o de la obra Nó or i g i na l .

Un v i a j e ro  se r ecues t a sobre una a l mohada mági ca y duran t e

e l b reve  t i empo que neces i t a e l dueño de l a posada pa ra p re -

pa ra r l e un p l a t o  de gachas , sueña una v i da marav i l l osa como

E m p e r a d o r  de Chi na . Cuando comprende que l a v i da e s un

s u e ñ o ,  de sp i e r t a . En l a obra de M i sh i ma , en l uga r de un v i a -

j e ro  encon t ramos un j ovenc i t o mi mado que due rme sobre l a

a l m o h a d a  mi en t ra s su v i e j a n i ñe ra l é p repa ra e l de sayuno .

N a t u r a l m e n t e ,  sus sueños no son sobre la China milenaria sino

sobre l a s  r i quezas y pode re s que se l e o f recen como f i nanc i e ro

o d i c t ador .

E n  Sotoba fComachi  M i sh i ma sus t i t uye a l os monj e s

 ,

 q u e

d i s p u t a n  con Komachi por un poe t a . Los monj e s se enfurecen

al   de scubr i r a Komachi sen t ada sobre una «so t oba» ( i magen

sagrada  de l a enca rnac i ón de Buda ) . En l a obra de M i sh i ma ,

el   poe t a r eprende a Komachi por ocupa r un banco re se rvado

a las  pa re j a s de enamorados que buscan l a so l edad noc t u rna .

E l a rgument o  prin cipal de la obra ( la histor ia de J^ bel la pe ro

c rue l Komachi ,  que se niega a entregarse a su a i i iado a me-

nos que  l a v i s i t e duran t e c i en noches segu i da s) ha s i do r e spe -

t a d o p o r  M i sh i ma . E l poe t a empi eza a i n t e r roga r a l a r epug-

n a n t e  anciana acerca de su vida de hace ochenta años y, sin

p o d e r  ev i t a r l o , poco a poco va ocupando e l pape l de l amant e

duran t e l a  noche número c i en . Pe ro s i en l a obra o r i g i na l a

K o m a c h i  se l e o f rec í a f i na l ment e una e spe ranza de sa l vac i ón ,

en la  nueva ve r s i ón Komachi se queda como e s t aba , e s dec i r ,

conve r t i da   en una anciana repulsiva que recuenta las col i l las

p r o d u c t o  de su r eco l ecc i ón noc t u rna .

E n  Lady  Ao i  e l monj e que exorc i za a l f an t a sma v i v i en t e

d e R o k u j ó  ha s i do sus t i t u i do por l a en fe rmera de un mode r -

no hosp i t a l  que en l uga r de hab l a r de demoni os l o hace sobre

repre s i ones  sexua l e s . E l Pr í nc i pe Gen j i , e sposo de Aoi , apa -

rece en la  obra de M i sh i ma como Hi ka ru , aunque en l a p i eza

N ó  or i g i na l nó sa l í a en pe r sona : Hi ka ru , «E l r e fu l gen t e» , ha

s i do  un ep í t e t o norma l ment e a t r i bu i do a l de s l umbran t e Gen j i .

E l c a r rua j e  sobre e l que Roku j ó y Aoi l uchan du ran t e e l Fe s-

t i va l Kamo por l os f avore s de Hi ka ru , se conv i e r t e en l a ve r -

s i ón mode rna en un ve l e ro sobre e l cua l Rokuj ó e Hi ka ru

rememoran su p r i mer encuen t ro .

Hanjo,  la única pieza con un f inal fe l iz , es la que má s se

a l e j a de l o r i g i na l Nó . Hanako , una muchacha l oca , r e cobra e l

j u i c i o a l r e encon t ra r se con e l hombre que l a abandonó . En l a

obra mode rna , Hanako no recobra e l j u i c i o cuando l l ega su

amado, y lo rechaza.

E l un i ve r so de un hosp i t a l ps i qu i á t r i co , de un bufe t e de

abogado o de un pa rque mode rno , pa rece e s t a r muy a l e j ado

de l a s ensoñadora s r eg i ones de l Nó , pe ro por muy l i b re s que

sean l a s adap t ac i ones de M i sh i ma , l a s s i t uac i ones d ramá t i ca s

pe rmanecen i dén t i c a s . La p r i nc i pa l apor t ac i ón de M i sh i ma e s

l a v i s i ón mode rna de l a s s i t uac i ones y l a exp l o rac i ón a fondo

de las posibi l idades que en las obras del siglo xv sólo estaban

vagament e i ns i nuadas . Vol v i endo a l  Tambor de damasco,  e l

t ruco de ped i r a l anc i ano que t oque un t ambor i naud i b l e e s

suge r i do por un r encoroso maes t ro de ba i l e . E l r e s t o de pe r -

sona j e s que l e secundan en t an c rue l b roma son : un engre í do

d i p l omá t i co , un j oven e s t úp i do y una modi s t a c a squ i vana , t o -

dos l os cua l e s poseen pe r sona l i dades n í t i dament e de f i n i da s . En

e l o r i g i na l , e s t a e scena e ra c a s i un moment o de o fuscac i ón .

M i sh i ma hp. hecho u n uso d e l os t emas d ramá t i cos de l

pa sado como numerosos e sc r i t o re s europeos y amer i canos ; por

e j empl o , Coc t eau , cuando adap t a e l t ema de Ed i po en   La má-

quina infernal,  o la ve r s i ón de O ' Ne i l l de l a Ore s t i ada en

Mourning Recomes Electra

  o incluso

  La ópera de tres peni-

ques  d e Brech t , que e s una adap t ac i ón mo de rna de   La ópera

de los mendigos  de Gay . En n i ngun o de e s t os c a sos e s nece-

sario estar famil iarizado con el original para apreciar la nueva

ve r s i ón . Cada - una po see sus p rop i os mér i t os , pe r o a l m i sm o

t i empo e l conoc i mi en t o de l a obra p r i mi t i va añade una nueva

d i mens i ón y nos pe rmi t e aprec i a r cómo se de senvue l ve una

ment e mode rna en unos ambi en t e s f ami l i a re s . Sófoc l e s hu-

b i e se quedado a sombrado a l de scubr i r que en l a obra de Coc -

t eau l a Esf i nge se enamora de Ed i po y da r e spues t a por s í

Page 260: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 260/267

m i s m a d e l e n i g m a ; e s t e g i r o i n e s p e r a d o n o s ó l o n o s a t r a e s i n o

q u e c o l m a n u e s t r a c u r i o s i d a d . ( ¿ P o r q u é h a b r í a d e s e r E d i p o

e l p r i m e r o e n r e s o l v e r e l e n i g m a ? ) D e f o r m a s i m i l a r , t a m p o c o

l a s o b r a s N ó p r i m i t i v a s e x p l i c a n p o r q u é h a d e o b l i g a r l a

p r i n c e s a a l a n c i a n o a g o l p e a r u n t a m b o r d e d a m a s c o . I n e v i t a -

b l e m e n t e , l a h i s t o r i a t a l y c o m o l a c u e n t a M i s h i m a n o s r e s u l -

t a m á s r a z o n a b l e y s u u t i l i z a c i ó n d e l a v i e j a l e y e n d a r e s u l t a

a l m i s m o t i e m p o r e s p e t u o s a y a t r e v i d a .

V o l v i e n d o s o b r e l o m i s m o , a l f i n a l d e

  Hanjo

  d e Z e a m i

t i e n e l u g a r e l i n t e r c a m b i o d e a b a n i c o s m e d i a n t e e l c u a l l o s

d o s a m a n t e s s e p a r a d o s f o r m a l i z a n s u c o m p r o m i s o . H o y , e s e

f i n a l n o s r e s u l t a r í a d e m a s i a d o p r e c i p i t a d o . N i s i q u i e r a h e m o s

s i d o c o n v e n i e n t e m e n t e p r e p a r a d o s p a r a v e r a H a n a k o r e c o -

b r a r s u s a n o j u i c i o , y a q u e e l p r o f u n d o c a m b i o e n l a s i t u a -

c i ó n t i e n e l u g a r e n u n a s o l a l í n e a , y a u n q u e l a i d e a q u e d a

r e f o r z a d a p o r u n a d a n z a , r e s u l t a d e t o d a s f o r m a s d e m a s i a d o

r e p e n t i n o . E n l a o b r a d e M i s h i m a , n i s i q u i e r a e l i n t e r c a m b i o

d e a b a n i c o s l o g r a s a c a r a H a n a k o d e l a o s c u r i d a d e n q u e h a

s i d o s u m i d a d e b i d o a l a b a n d o n o d e Y a s h i o . P o d e m o s i m a g i -

n á r n o s l a y e n d o c a d a d í a a l a e s t a c i ó n a e s p e r a r a s u a m a n t e

s i n s a b e r q u e y a l o h a r e c h a z a d o .

L a n a t u r a l e z a d e n u e s t r a r e s p u e s t a a e s t a s p i e z a s N ó m o -

d e r n i z a d a s s e r á m u y d i f e r e n t e d e n u e s t r a r e a c c i ó n f r e n t e a l a

r e p r e s e n t a c i ó n d e u n a o r i g i n a l . E n t r e o t r a s c o s a s p o r q u e e s t a -

m o s m u c h o m á s a b i e r t o s i n t e l e c t u a l m e n t e . L a s o b r a s t i e n e n

l a i m a g i n a c i ó n y e l t a l e n t o q u e s e p u e d e n e s p e r a r d e u n e s -

c r i t o r e x t r a o r d i n a r i a m e n t e d o t a d o . C u r i o s a m e n t e , s i n e m b a r g o ,

M i s h i m a c o n s i g u e t r a n s m i t i r g r a n p a r t e d e l a c a r g a s i m b ó l i c a

d e l o r i g i n a l . L a s c i n c o o b r a s p o s e e n a r m o n í a s t a n p o d e r o s a s

q u e i n c l u s o u n n e ó f i t o p u e d e c a p t a r l a s . H a n a k o y J i t s u k o

c o n t e m p l a n d o u n f u t u r o d e e s p e r a y n o - e s p e r a ; e l s i n i e s t r o

z u m b i d o d e l t e l é f o n o j u n t o a l a c a m a d e A o i e n f e r m a ; l a s

v i s i o n e s c a l e i d o s c ó p i c a s d e J i r ó m i e n t r a s d u e r m e e n l a a l m o h a -

d a m á g i c a ; e l t o r t u r a d o e s p í r i t u q u e n o c o n s i g u e h a c e r o í r a

s u a m a d a e l t a m b o r i n c l u s o c u a n d o é s t e s u e n a ; l a a n c i a n a s u -

m i d a e n s u e s p a n t o s a s o l e d a d ; é s t o s y o t r o s t e m a s e v o c a n l a s

m i s m a s s e n s a c i o n e s q u e l a s o b r a s p r i m i t i v a s ; y s u g i e r e n l a r a -

z ó n q u e i m p u l s ó a M i s h i m a a v o l v e r a e l l a s d e s p u é s d e h a b e r

e s c r i t o l i b r o s d e t e m a s m o d e r n o s .

L o s j a p o n e s e s p u e d e n e s t a r o r g u l l o s o s d e h a b e r p r e s e r v a -

d o e l N ó d u r a n t e e l p e r í o d o m á s p e l i g r o s o d e s u h i s t o r i a ,

c u a n d o t o d o l o o c c i d e n t a l p a r e c í a i r a d e s a r r a i g a r l a s p r i m i -

t i v a s t r a d i c i o n e s . H o y , l a s o b r a s N ó g o z a n d e u n p ú b l i c o m á s

n u m e r o s o q u e n u n c a y e n T o k i o , K i o t o y d e m á s c i u d a d e s s e

c o n s t r u y e n n u e v o s t e a t r o s . P e r o l o m á s e s p e r a n z a d o r e s q u e

u n j o v e n y f a m o s o e s c r i t o r s e h a y a p u e s t o a l a t a r e a d e e s -

c r i b i r n u e v a s p i e z a s y h a y a t r i u n f a d o r o t u n d a m e n t e .

Page 261: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 261/267

Miguel Covarrubias

LA INVERSION E N

EDWARD ALBEE

Page 262: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 262/267

I

Lo que se ha llegado a decir de casi todos

los hombres, lo que suena como paradójica no-

vedad al ser referida a dos o tres prohombres,

bien podría aplicársele a Edward Albee: la vio-

lencia no excluye la ternura, o dicho de una

manera menos sobada: para que la suavidad se

muestre como tal, para que tenga efectividad,

éxito, será preciso que surja de las ruinas pos-

teriores a la violencia más grosera. Se entiende

que al hablar de Albee hacemos mención implí-

cita de sus obras teatrales. Pasar de  La caja de

arena

 a

  El cuento del zoológico

  a ¿

Quién teme

a Virginia Woolf?  es recorrer el camino que va

de la impotente abstracción del que principia al

crescendo  de la realidad envuelta en invertidas

cortesías. La lacerada soledad de Jerry deviene

en la frustración a dúo de George y Martha.

No salva a los personajes de Albee la compañía

del otro: a Jerry la del perro o Peter, a Martha

la de George. Los empantana la sociedad orga-

nizada en contra de sus sueños. Si no fuera así,

si no soñaran, si desde el primer instante estos

personajes supieran qué clase de terreno es el que

pisan, jamás podríamos haber asistido a la re-

presentación de una ternura en busca de su re-

vestimiento opuesto, de su máscara. La ternura

enmascarada. He aquí a un dramaturgo en ma-

nos del pudor menos objetable: el vestido para

la encarnación del

  striptease

  del hombre enaje-

nado.

II

El cuento del zoológico   es la pieza que re-

vela al autor novel. Obra casi inmóvil en el

espacio, inserta en un  tempo  restringido, logra

que sin distracciones el espectador penetre hasta

la honda soledad de Jerry. Mas no es suficiente

que sepamos que alguien está solo. Se vuelve

imperioso saber por

  qué.

  ¿Jerry está solo por-

que quiere? O, ¿algo que es más fuerte que ca-

da uno de nosotros lo ha arrojado a la negrura

despiadada? La respuesta en forma obvia no la

encontraremos en los diálogos o en las acotacio-

nes de  El cuento.  Precisamente porque el gran

obstáculo es poderoso y sutil y elusivo, en la

pieza teatral Jerry acabará supuestamente ven-

cido por algo así como molinos de viento invi-

sibles. Peter no comprende porque jamás podrá

comprender. Tan radical es la falta de comuni-

cación, que esas dos vidas prolongadas en el

Page 263: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 263/267

Page 264: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 264/267

BIBLIOGRAFIA

incluida en la elaboración

de este volum en

I . O B R A S D R A M A T I C A S

Brecht, Bertolt,

  Galileo Galilei,

  en

  Teatro completo.

t r ad . de Oswa l d Baye r , 3a . éd . , t . I , Nueva Vi s i ón ,

B u e n o s A i r e s , 1 9 6 7 , p p . 9 5 - 2 0 3 .

Usigli, Rodolfo,

  El gesticulador,

  en

  Teatro mexicano con-

temporáneo,  4 a , é d . , A g u i l a r , M é x i c o , 1 9 7 2 , p p . 1 8 5

- 2 7 3 .

S a r t r e , J e a n - P a u l ,  Las moscas,  en   Teatro,  t r a d . d e A u r o r a

B e r n á r d e z , 8 a . é d . , t . I , L o s a d a , B u e n o s A i r e s , 1 9 7 1 ,

p p . 7 - 7 8 .

Ionesco, Eugène,  La cantante calva,  en  Teatro,  pról . de

J a c q u e s L e m a r c h a n d , t r a d . d e L u i s E c h á v a r r i , 3 a . e d . ,

t . I , L o s a d a , B u e n o s A i r e s , 1 9 7 0 , p p . L V - 4 6 .

F i g u e i r e d o , G u i l h e r m e ,  La zorra y las uvas,  t r ad . de

E d u a r d o B o r r a s , 3 a. ed . , L o s a n g e , B u e n o s A i r e s , 1 9 5 6 ,

p p . 9 - 7 6 .

Mishima, Yukio,

  Sotoba Komachi,

  en

  Seis Piezas No,

i n t r o d . d e D o n a l d K e e n e , t r a d . d e V i c e n t e R i b e r a

C u e t o , l a . é d . , B a r r a i , B a r c e l o n a , 1 9 7 3 , p p . 1 9 - 3 9 .

A l b e e , E d w a r d ,  El cuento del zoológico,  t r a d . d e R o g e r

P o m p a y R i c a r d o D e l o e r a , e n

  Apolodionis,

  M o n t e -

r r e y , n ú m . 1 , a ñ o I V , 1 9 6 3 , p p . 3 7 - 5 8 .

I I . N O T A S C R I T I C A S

W r i g h t , E d w a r d A . , " E l t e a t r o " , e n A d o l f o S á n c h e z

Vázquez,

  Antología. Textos de estética y teoría del

a r t e . l a .  é d . . J J N A M , M é x i c o , 1 9 7 2 , p p . 3 6 9 - 3 7 6 ,

Page 265: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 265/267

W c i d c l i , W a l t e r , " U n a m o r a l n o h e r o i c a " , e n  Bertolt

Brecht,  t r a d . d e J o s é F e r n á n d e z V a l e n c i a , l a . r e i m . ,

F o n d o d e C u l t u r a E c o n ó m i c a , M é x i c o , 1 9 7 3 , p p .

1 4 2 - 1 5 1 .

M a g a ñ a - E s q u i v e l ,   A n t o n i o , " R o d o l f o U s i g h " , en  Teatro

mexicano del siglo XX,  l a . ed . . Fon do de Cul tur a

E c o n ó m i c a , M é x i c o , 1 9 7 0 , p p . 3 4 0 - 3 4 2 .

C o v a r r u b i a s , M i g u e l , " E l m i t o s i e m p r e t e r m i n a f a s c i n a n d o

a l o s h o m b r e s " , e n  Papelería,  U n i v e r s i d a d de N u e v o

L e ó n , M o n t e r r e y , 1 9 7 0 , p p . 1 0 3 - 1 0 7 .

L e m a r c h a n d , J a c q u e s , " E l t e a t r o de E u g e n e  I o n e s c o " ,  e n

Teatro  d e E . I o n e s c o , t r a d . d e L u i s E c h á v a r r i , 3 a .  ed . .

t . I , L o s a d a , B u e n o s A i r e s , 1 9 7 0 , p p . 7 - 1 0 .

C o v a r r u b i a s , M i g u e l , " E s o p o e n l i b e r t a d " , 1 9 8 0 .

K e e n e, D o n a l d , " I n t r o d u c c i ó n " , en Y u k i o

  M i s h i m a ,

Seis piezas N5,  t r a d . d e V i c e n t e R i b e r a C u e t o ,  l a . ed . ,

B a r r a , B a r c e l o n a , 1 9 7 3 , p p . 7 - 1 6 .

C o v a r r u b i a s , M i g u e l , " L a i n v e r s i ó n e n E d w a r d  A l b e e " ,

en   Nueva papelería,  l a . ed . , Ins t i tu to  de Artes/

U A N L , M o n t e r re y . 1 9 7 8 , p p . 1 3 1 - 1 3 4 .

Siendo director de la Escuela Preparatoria Núm. 1 de la   U n i v e r s i d a d

Autón oma de Nuevo León el doctor Ramiro Díaz Alanís y directora de la

Escuela Preparatoria Núm . 16 la doct ora Silvia Mijares se terminó de

imprimir  Antología de autores contemporáneos 2/Teatro  de Miguel Co-

varrubias en la imprent a de la Preparatoria Núm . 16 el 31 de agosto de

1980.

Cui dó la impresión de 500 ejemplares en papel cultural de 50 kilos el

compilador de la obra.

Page 266: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 266/267

Page 267: Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)

http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 267/267