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Antibióticos 5 de agosto de 2003

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Antibióticos

5 de agosto de 2003

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Sumário

1 Introdução 51.1 Conceito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51.2 Histórico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51.3 Resistência aos Antibióticos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61.4 Antibiótico Ideal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

2 Mecanismos de Ação 92.1 Inibidores Síntese da Parede Celular Bacteriana. . . . . . . . . . . . . . . . . . 92.2 Afetam a Membrana Celular Bacteriana. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92.3 Bloqueiam a Síntese Protéica (translação). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92.4 Impedem a Replicação Cromossômica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

3 Classes de antibióticos 113.1 Beta-lactâmicos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11

3.1.1 Penicilinas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .113.1.2 Cefalosporinas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .14

3.1.2.1 Cefalosporinas de 1a geração . . . . . . . . . . . . . . . . . . 143.1.2.2 Cefalosporinas de 2a geração . . . . . . . . . . . . . . . . . . 163.1.2.3 Cefalosporinas de 3a geração . . . . . . . . . . . . . . . . . . 193.1.2.4 Cefalosporinas de 4a geração . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23

3.1.3 Carbapenens. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .243.1.4 Monobactans. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .263.1.5 Carbacefens. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .273.1.6 Inibidores de Beta-lactamases. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

3.2 Quinolonas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .283.3 Aminoglicosídeos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .303.4 Sulfonamidas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .313.5 Cloranfenicol . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .323.6 Tetraciclinas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .34

3.6.1 Tetraciclina. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .343.6.2 Oxitetraciclina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .363.6.3 Doxiciclina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .393.6.4 Minociclina. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .40

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4 SUMÁRIO

3.7 Glicopeptídeos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .423.7.1 Vancomicina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .423.7.2 Teicoplanina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .443.7.3 Lincomicina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .463.7.4 Clindamicina. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .47

3.8 Macrolídeos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .483.8.1 Macrolídeos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .483.8.2 Novos Macrolídeos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .49

3.9 Nitroimidazólicos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .50

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Capítulo 1

Introdução

1.1 Conceito

Segundo WAKSMAN (1942), os antibióticos podem ser classificados como substâncias muitodessemelhantes entre si quimicamente, produzidos originalmente pelo metabolismo de certasespécies defungos(griseofulvina, penicilina),bactérias(polimixina B, bacitracina),microspo-ra (gentamicina) eStreptomices(estreptomicina), tendo como propriedade comum a atividadebactericida (inativação de todos microorganismos) oubacteriostática(controle do crescimentobacteriano) em condições propícias, em germes sensíveis.

São drogas utilizadas no tratamento de doenças infecciosas, assim como os quimioterápi-cos que, de acordo com EHRLICH (1913), são drogas queapresentam toxidade apenas para omicroorganismo invasor, resguardando a integridade do paciente.

Agente antimicrobiano: são substâncias que inibem o crescimento de microorganismos ou osdestroem. Quando estes agentes são originalmente produzidos por espécies de microorga-nismos, portanto de origem natural, são denominados antibióticos. Quando são produzidosde forma sintética, denominam-se quimioterápicos.

Bacteriostática: são agentes que inibem o crescimento bacteriano.

Bactericidas: são agentes que destroem as bactérias.

1.2 Histórico

Os primeiros conhecimentos acerca destes produtos devem-se a Pasteur e Jouber, em 1877.FLEMING (1928) contribuiu valorosamente com o primeiro componente através da conta-

minação acidental de uma colônia de estafilococos que foi lisada peloPenicilium notatum.A era moderna da quimioterapia antimicrobiana inicia-se em 1936 com a introdução, na

clínica, das sulfonamidas. Em 1941, a introdução da penicilina tornou-se um marco histórico naMedicina por revolucionar os princípios terapêuticos até então usados nas doenças infecciosas.

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6 CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO

Em 1941 FLOREY, CHAIM et cols. iniciaram a utilização experimental desta substância notratamento de processos infecciosos em seres humanos.

Atualmente a maioria dos antibióticos são produzidos sinteticamente, alguns podem ser total-mente sintéticos (cloranfenicol) enquanto outros, parcialmente sintéticos (penicilinas semi sinté-ticas).

PASTEUR (1877) observou que algumas colônias eram capazes de produzir substâncias an-tagônicas a outros microorganismos. Dentre os agentes antimicrobianos (desinfetantes, compos-tos fenílicos, iodados e outros) utilizados nos primórdios da humanidade, muitos apresentavamelevada toxidade relativa ao paciente, isto foi o que motivou os pesquisadores a desenvolveremdrogas com propriedades mais seletivas e de menor toxidade ao paciente.

1.3 Resistência aos Antibióticos

O microorganismo pode se tornar insensível à droga(s) por diversas razões.Este problema tem se tornado mais evidente com o passar dos anos, devido ao uso das drogas

ditas de “largo” espectro em detrimento à prática do antibiograma. Cada situação é distinta,assim como sua conduta.

Existem “abusos” na antibioticoterapia. Observe que a antibioticoterapia “profilática” existesomente quando se almeja combater um germe específico, empregando-se um antimicrobianodeterminado ativo contra este germe em questão.

Exemplo: Profilaxia antibiótica na prevenção de infecções estreptocócicas:Prevenir a febre reumática e de endocardite bacteriana com penicilina G.

Se o que se pretende é combater qualquer germe que possa infectar um paciente, a tarefa torna-semais complexa pois por mais amplo que seja o espectro, ou grupos diversos de antibióticos quesejam eleitos, isto não nos garante que todas as espécies serão inativadas.

Uma bactéria (sp) pode se tornar resistente em duas etapas:

1. Quando em sua “prole” desenvolve alguma alteração gênica (mutações).

2. Quando ocorrem alterações bioquímicas, tais como:

(a) Transformação da substância ativa em “inativa”. Isto cocorre por ação de enzimas(beta-lactanase: penicilinase e cefalosporinase - destroem o anel beta-lactânico pre-sentes nas penicilinas e cefalosporinas) produzidas por formas resistentes do micro-organismo,

(b) Alteração do sítio-alvo da droga no agente bacteriano. A perda dos ribossomos sen-síveis à estreptomicina em formas mais resistentes do Bacilo de Koch,

(c) Perda da pereabilidade celular à droga,

(d) Elevação das concentrações de algum metabólito que antagonize nossa droga inibi-dora,

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1.4. ANTIBIÓTICO IDEAL 7

(e) Elevação da concentração da enzima inibida pela droga,

(f) Desenvolvimento de uma via metabólica alternativa, que contorne a fase inibida.Imagine por exemplo as vias metabólicas dos nucleotídeospurínicose pirimidíni-cosem células neoplásicas resistentes.

1.4 Antibiótico Ideal

1. Possuir ação antibacteriana seletiva e potente sobre extensa gama de microorganismos;

2. Ser bactericida;

3. Exercer sua atividade antibacteriana na presença de líquidos ou exudatos corporais, nãosendo degradado por enzimas teciduais até então;

4. Não prejudicar as defesas do organismo (não lesar leucócitos nem tecidos hospedeiros);

5. Índice de segurança satisfatório e, mesmo em grandes doses, por longos períodos, nãoproduzir graves efeitos adversos;

6. Não desencadear fenômenos de sensibilização alérgica;

7. Não induzir o aparecimento de germes resistentes;

8. Possuir características de absorção, distribuição e excreção que possibilite facilmente obterrapidamente níveis plasmáticos bactericidas no sangue e tecidos e que estes possam sermantidos por um tempo necessário;

9. Ser eficaz porvia oral (VO) eparaenteral (IM/EV);

10. Ser produzido com custo razoável e em grande quantidade.

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8 CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO

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Capítulo 2

Mecanismos de Ação

2.1 Inibidores Síntese da Parede Celular Bacteriana

A parede celular é um envoltório de proteção que reveste a membrana celular bacteriana. Osantibióticos que agem sobre sobre a síntese da parede celular atuam produzindo uma parede comdefeitos estruturais atuando sobre o processo de replicação celular, e mostram-se seletivos, istoé, atuam apenas sobre a bactéria e não sobre o hospedeiro pois as células dos mamíferos nãopossuem parede celular.

Neste grupo incluem-se aspenicilinas e todos os membros do grupoque possuamanelpenicilâmico ou núcleos semelhante as este, como o cefalosporínico (cefalosporinas, vancomici-nas, ciclosserinas, bacitracinas e ristocitina). As penicilinas e cefalosporinas, em sua maioria, sãomais ativas sobre Gram negativos que em Gram positivos, pois existem diferenças químicas sig-nificativas na composição química da parede celular destes germes, contudo existem exceções.Inclui também a vancomicina.

2.2 Afetam a Membrana Celular Bacteriana

A membrana possui a função de formar a parede celular, obstáculo à entrada d’água, contémlipídios e proteínas carreadores de substâncias necessárias à célula, além de possuir enzimasimportantes ao metabolismo celular.

Qualquer interrupção destas funções da membrana causará danos à célula.Estes antibióticos intervém no processo de respiração celular, inibindo a fosforilação oxida-

tiva e causam desorganização da membrana celular.

2.3 Bloqueiam a Síntese Protéica (translação)

Para que haja reprodução bacteriana é indispensável que ocorra, de modo repetitivo, a união deaminoácidos que constituirão as inúmeras moléculas de proteínas microbianas. Estas proteínasmicrobianas têm função estrutural e enzimática.

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10 CAPÍTULO 2. MECANISMOS DE AÇÃO

A bactéria contém, no seu cromossomo, toda a informação genética necessária à produçãode enzimas que atuam na síntese de RNA (síntese protéica). A interrupção, em qualquer pontodesta cadeia por bloqueio de alguma função, susta o crescimento. Haverá, portanto, detenção docrescimento e eliminação da célula bacteriana.

Incluem: cloranfenicol, tetraciclinas, macrolídeos (eritromicina, claritromicina e azitromicina)e clindamicina.

2.4 Impedem a Replicação Cromossômica

Algumas drogas atuam inibindo a síntese (metabolismo) dos ácidos nucléicos.Podem atuar no DNA parasitário, inibir a síntese do RNA, inibir oácido tetrahidrofólico,

alterar a estrutura do ácidos nucléicos parasitários, ou reduzir a formação de nucleotídeos.Neste grupo incluem-se asquinolonas.

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Capítulo 3

Classes de antibióticos

3.1 Beta-lactâmicos

3.1.1 Penicilinas

Introdução

As penicilinas constituem uma das mais importantes classes de antibióticos e são amplamenteutilizadas no tratamento clínico de infecções causadas por diversas bactérias.

A descoberta da penicilina é creditada ao Dr. Alexander Fleming que, em 1928, observou,ao estudar em laboratório variantes deestafilococos, que acultura de um tipo de fungo, Peni-cillium notatum, produzia uma substância que inibia o crescimento bacteriano.

Esta substância recebeu, em função do microorganismo que lhe deu origem, o nome de pe-nicilina. Em virtude de dificuldades na sua produção e purificação, a penicilina só foi usada notratamento de infecções a partir de 1941, quando o Dr. Howard W. Florey e colaboradores aproduziram em quantidades suficientes para uso clínico.

Os primeiros ensaios clínico-terapêuticos com o uso desta classe de antibióticos em humanosforam conduzidos com sucesso nos EUA na década de 40, objetivando o tratamento de infecçõesestreptocócicas e gonocócicas. Desde então, a penicilina passou a ser utilizada no tratamento dediversas infecções.

Com o decorrer do tempo, foram necessárias alterações na sua estrutura química inicial dianteda emergência de bactérias resistentes e da necessidade de ampliação do seu espectro de açãoantibacteriano.

Nome farmacológico, Nomes comerciais e Vias de administração:

Penicilina G cristalina (Potássica): BenzilpenicilinaR©, CristalpenR©, MegapenR©, EV;

Penicilina G procaína: DespacilinaR©, BenapenR©, OdontovacR©, Wycillin R©, IM;

Penicilina G benzatina: BenzetacilR©, LongacilinR©, PenretardR©, Penicilina GR©, IM;

Penicilina V: MeracilinaR©, OracilinR©, Pen-Ve-OralR©, Penicilina VR©, VO;

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12 CAPÍTULO 3. CLASSES DE ANTIBIÓTICOS

Ampicilina: Ampicil R©, BinotalR©, AmplacilinaR©, Ampicilina R©; EV, IM ou VO;

Amoxacilina: Amoxil R©, PenicilinR©, Hiconcil R©, Novocilin R©, Polimicil R©, AmoxacilinaR©,VO;

Oxacilina: Staficilin-NR©, OxacilinaR©, EV, IM ou VO,

Carboxipenicilina: TimetinR©, EV ou IM;

Ureidopenicilina: TazocinR©, EV ou IM;

Mecanismo de Ação

Embora o mecanismo de ação da penicilina ainda não tenha sido completamente determinado, asua atividadebactericida inclui a inibição da síntese da parede celular e a ativação do sistemaautolítico endógeno da bactéria.

A ação da penicilina depende da parede celular que contém na sua composição peptidogli-cano. Durante o processo de replicação bacteriana, a penicilina inibe as enzimas que fazem aligação entre as cadeias peptídicas, impedindo, portanto, o desenvolvimento da estrutura normaldo peptidoglicano.

Estas enzimas (transpeptidase, carboxipeptidasee endopeptidase) localizam-se logo abaixoda parede celular e são denominadas de “proteínas ligadoras de penicilina” (penicillin-bindingproteins PBPs).

A habilidade de penetrar na parede celular e o grau de afinidade destas proteínas com apenicilina determinam a sua atividade antibacteriana.

As bactérias, por sua vez, diferem na sua composição quanto ao tipo e à concentração deproteínas ligadoras de penicilina e, conseqüentemente, quanto à permeabilidade de suas paredescelulares ao antibiótico. Assim, temos diferentes suscetibilidades bacterianas à penicilina.

Além da ação sobre a parede celular, tem se considerado a ação da penicilina na ativação dosistema autolítico endógeno da bactéria, determinando a sua lise e conseqüente morte.

Indicação de Doenças

Penicilina G cristalina:Meningites bacterianas não adquiridas em ambiente hospitalar,Endocardites (associar Aminoglicosídeos),Abcessos pulmonares e Leptospirose.

Penicilina G procaína:PAC (pneumonias adquiridas na comunidade),Infecções de pele (impetigo, erisipela, celulite),Gonorréia (primeira escolha) eProfilaxia de endocardite infecciosa.

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3.1. BETA-LACTÂMICOS 13

Penicilina G benzatina:Sífilis,Profilaxia de febre reumática

Penicilina V:Infecções leves de boca e pele

Ampicilina:Meningites bacterianas não adquiridas em ambiente hospitalar,Shigueloses ePAC (Pneumonias Adquiridas na Comunidade).

Amoxacilina:Sinusite bacteriana,Otite Média Aguda,PAC eSalmonelose.

Oxacilina:Endocardites (associar Aminoglicosídeos),Abcessos de pele e pulmonar e Pneumonia estafilocóccica

Carboxipenicilina e Ureidopenicilina:

Espectro de ação

Penicilinas G:São consideradas as melhores drogas contraStreptococcus, Neisseria, Treponemae Lep-tospira. Cobrem os anaeróbios da orofaringe eStaphilococcus sp.

Penicilina V:A maior segurança é contra infecções estreptocóccicas não hospitalares.

Ampicilina e Amoxacilina:Em relação às penicilinas G, são inferiores quanto aos gram positivos e superiores contragram negativos (Shiguela, SalmonellaeHæmophilus principalmente).

Oxacilina:É ótima droga contra, principalmente,Staphilococcus aureus.

Carboxipenicilina e Ureidopenicilina:Mais usada contra Gram-negativos (cobre, inclusive,Pseudomonas) e anaeróbios.

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14 CAPÍTULO 3. CLASSES DE ANTIBIÓTICOS

Efeitos colaterais

1. Hipersensibilidade: desde exantemas (ampicilina) até choque anafilático (penicilina G cris-talina);

2. Trato gastro-intestinal: náuseas e vômitos (ampicilina);

3. Hematológico: pancitopenia, alteração na agregação plaquetária levando a hemorragias(carboxipenicilina);

4. Sistema Nervoso Central: efeitos colaterais dose-dependentes (penicilinas G e carboxipe-nicilina);

5. Rim: nefrite intersticial dose-dependente ( penicilinas G, ampicilina e amoxacilina).

3.1.2 Cefalosporinas

3.1.2.1 Cefalosporinas de 1a geração

Nome farmacológico, Nomes comerciais e Vias de administração:

Cefalexina: KeflexR©, CefaporexR©, VO;

Cefadroxila: CefamoxR©, VO;

Cefalotina: Keflin R©, CefalotinaR©, EV;

Cefazolina: KefazolR©, CefamezinR©, EV/IM;

Mecanismo de Ação

Desenvolve sua ação preferencialmente sobre germes Gram-positivos e, com muito menos freqüên-cia, sobre Gram-negativos. É um antibiótico beta-lactâmico, cujo mecanismo de ação é alise daparede bacteriana.

Indicação de Doenças

Cefalexina: Infecções do trato respiratório,pele,osso egeniturinário por germes suscetíveis.

Cefadroxila: Infecção do trato respiratório e geniturinário.Infecção da pele e de tecidos moles.

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3.1. BETA-LACTÂMICOS 15

Cefalotina: Profilaxia de infecções perioperatorais,infecções do trato geniturinário,pneumonia, septicemia bacteriana,infecções da pele e tecidos moles,infecções do trato urinário, erisipela.

Cefazolina: Infecções dos tratos respiratório egeniturinário;otorrinolaringológicas,de pele etecidos moles, eosteoarticulares.

Espectro de Ação

Cefalexina: No espectro útil, são considerados:Streptococcus b-hemolítico, Staphylococcus aureus,incluindo cepas produtoras de penicilinase,Escherichia coli, Proteus mirabilis, Klebsiellasp., Hæmophilus influenzæeMoraxella(Branhamella) catarrhalis.

Cefadroxila: A Neisseria gonorrhoeæé especialmente sensível a esta cefalosporina.

Cefalotina: Profilaxia de infecções perioperatorais.Infecções do trato geniturinário produzidas porEscherichia coli, Klebsiella, Proteus mira-bilis.Pneumonia produzida porS. aureus, Streptococcus beta-hemolíticos, Streptococcus pneu-moniæ;septicemia bacteriana porKlebsiella pneumoniæ, Proteus mirabilis, S. beta-hemolíticos,Staphylococcus aureus.Infecções da pele e tecidos moles produzidas porEscherichia coli, Klebsiella, Proteus mi-rabilis, Staphylococcus(produtores e não produtores de penicilinase),Streptococcus beta-hemolíticos.Infecções do trato urinário produzidas porEscherichia coli, Klebsiella pneumoniæ e Pro-teus mirabilis. Erisipela.

Cefazolina: Infecções dos tratos respiratório egeniturinário;otorrinolaringológicas,de pele etecidos moles, eosteoarticulares.

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16 CAPÍTULO 3. CLASSES DE ANTIBIÓTICOS

Efeitos Adversos

Cefalexina: Distúrbios gastrintestinais, raramente náuseas, vômitos e colite pseudomembrano-sa; mais freqüentemente, diarréia, dor abdominal, dispepsia, gastrite e icterícia.Hipersensibilidade: exantema, urticária, angioedema e raramente eritema multiforme, Sín-drome de Stevens-Johnson, epidermólise tóxica e anafilaxia.Outras reações colaterais informadas são prurido anal e genital, enjôos, cefaléia e alucina-ções;artralgias, nefrite intersticial, eosinofilia, neutropenia, trombocitopenia e elevação transi-tória de transaminases.

Cefadroxila: Distúrbios gastrintestinais, náuseas, vômitos e diarréia.Reações dermatológicas por hipersensibilidade. Infecções oportunistas por microrganis-mos não suscetíveis (cândida, pseudomonas).Ocasionalmente: nefrotoxicidade (cilindrúria, proteinúria e hematúria).

Cefalotina: Cãibras, dor e distensão abdominal, diarréia grave, febre, polidipsia, náuseas ouvômitos, cansaço não habitual.Reações de hipersensibilidade: erupção cutânea, prurido, edema, vermelhidão.

Cefazolina: Distúrbios gastrintestinais, náuseas, vômitos e diarréia.Reações dermatológicas por hipersensibilidade.Infecções oportunistas por microrganismos não suscetíveis (Candida, Pseudomonas).

3.1.2.2 Cefalosporinas de 2a geração

Nomes Farmacológicos, Nomes Comerciais e de Vias de Administração

Cefaclor: CeclorR©; VO

Cefuroxima: ZinatR©, ZinacefR©; IM/ VO/ EV

Cefprozil: Cefzil R©; VO

Cwfoxitina: MexofinR©; EV

Mecanismos de Ação

Desenvolve sua ação preferencialmente sobre germes Gram-positivos e, com muito menos freqüên-cia, sobre Gram-negativos

Indicação de Doenças

Cefaclor: Infecções no trato respiratório e geniturinário.Infecção da pele e tecidos moles.

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3.1. BETA-LACTÂMICOS 17

Cefuroxima: Infecções das vias respiratórias: bronquites agudas e crônicas, bronquiectasia in-fectada, neumonia bacteriana, abcessos pulmonares. Infecções de ouvido, nariz e garganta.Infecções de tecido mole: erisipela e infecções de feridas.Infecções de ossos e articulações: osteomielite e artrite séptica.Infecções ginecológicas e obstétricas.Septicemia, meningite, peritonite.Pode ser associado a antibióticos aminoglicosídeos.

Cefprozil: Infecções respiratórias altas e baixas (amigdalite, otite, sinusite, bronquite), infec-ções pediátricas, infecções de pele e tecidos moles, infecções não complicadas do tratourinário.

Cefoxitina: Infecções por cepas susceptíveis, demonstradas por antibiograma.Trato respiratório inferior:Streptococcus pneumoniæ, Staphylococcus aureus, E. coli,Klebsiella sp., Hæmophilus influenzæ, Bacteroides sp.Geniturinárias:E. coli, Klebsiella sp., Proteus mirabilis, Morganella, Proteus vulgaris,Providencia sp., Neisseria gonorrhoeæ(não complicada).Intra-abdominais:E. coli, Klebsiella sp., Bacteroides sp., Clostridium sp.Ginecológicas:E. coli, Neisseria gonorrhoeæ, Bacteroides sp., Clostridium sp., Peptococ-cus sp., Peptostreptococcus sp., e estreptococos do grupo B.Septicemia:S. pneumoniæ, S. aureus, E. coli, Klebsiella sp., Bacteroides sp.Osso e articulações:S. aureus.Pele:S. aureus, S. epidermidis, E. coli, Proteus, Klebsiella sp., Bacteroides sp.Peritonite, apendicite, endometrite, doença inflamatória pélvica, cole-cistite.

Espectro de Ação

Cefaclor: A Neisseria gonorrhoeæé especialmente sensível à esta cefalosporina.

Cefuroxima: É ativo contra cepas resistentes à ampicilina e à amoxicilina, em geral contraEscherichia coli, Klebsiella, Proteus mirabilis, Hæmophilus influenzæ, Neisseria gonor-rhoeæ, Salmonella spp., Staphylococcus aureus e epidermidis, Streptococcus pyogenes epneumoniæ, Bordetella pertussis, cocos Gram-positivos e Gram-negativos, bacilos Gram-positivos (inclui a maioria dosClostridium), bacilos Gram-negativos.

• Não são susceptíveisPseudomonas, Helicobacter(Campylobacter), cepas deStaphy-lococcus aureus e epidermidisresistentes à meticilina, nem enterococos.

Cefprozil: É uma nova cefalosporina ativa por via oral, que desenvolve um efeito bacteri-cida de amplo espectro sobre a maioria dos microorganismos aeróbios Gram-positivos,Gram-negativos e alguns anaeróbios (Bacteroides melaninogenicus, Clostridium perfrin-gens, Clostridium difficile e Peptostreptococcus).Seu amplo espectro antibacteriano inclui:Streptococcus pyogenes, Streptococcus pneumo-niæ, Hæmophilus influenzæ, produtores ou não de betalactamases,Moraxella catarrhalis,

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18 CAPÍTULO 3. CLASSES DE ANTIBIÓTICOS

Staphylococcus aureus(incluídas cepas produtoras de betalactamases),E. coli, Proteusmirabilis, Klebsiella pneumoniæ, Neisseria gonorrhoeæ.

Cefoxitina: É uma cefalosporina injetável de segunda geração com atividade bactericida so-bre numerosos microrganismos Gram-positivos e Gram-negativos, especialmente bactériasanaeróbias Bacteroides.Sua ação antibacteriana é devida àinibição da síntese da parede celular, é resistente a umagrande variedade de beta-lactamases e cefalosporinas

Efeitos Adversos

Cefaclor: Distúrbios gastrintestinais, náuseas, vômitos e diarréia.Reações dermatológicas por hipersensibilidade. Infecções oportunistas por microrganis-mos não suscetíveis (cândida, pseudomonas).

Cefuroxima:

• Reações por hipersensibilidade, inclusive exantema cutâneo, urticária, prurido, febre,doença do soro e anafilaxia.

• Eritema multiforme, síndrome de Stevens-Johnson, necrose epidérmica tóxica (ne-crose exantemática).

• Diarréias, náuseas e vômitos.

• Colite pseudomembranosa, cefaléia, eosinofilia, incremento transitório dos níveis dasenzimas hepáticas ALT (SGPT), AST (SGOT) e LDH. Raramente foi informada ic-terícia.

• Prova de Coombs positiva. Em algumas ocasiões, observa-se tromboflebite após ainjeção intravenosa de cefuroxima sódica.

Cefprozil: Em alguns pacientes podem surgir, ocasionalmente, distúrbios gastrintestinais (náu-seas, diarréia) e exantema cutâneo.Em menos de 2% dos pacientes foram relatadas alterações reversíveis dos valores de tran-saminases fosfatase alcalina e tempo de protrombina.

Cefoxitina: Em geral é bem tolerada.

• Os efeitos adversos mais comuns têm sido reações locais na região da injeção IV ouIM.

• Foram observados erupção cutânea, prurido, febre e outras reações alérgicas, inclusi-ve anafilaxia, nefrite intersticial e edema angioneurótico.

• Hipotensão arterial; náuseas e vômitos, eosinofilia, leucopenia, granulocitopenia,neutropenia, anemia (inclusive anemia hemolítica), trombocitopenia e depressão damedula óssea.

Page 19: Antibiotic Os

3.1. BETA-LACTÂMICOS 19

• Em alguns pacientes, em particular nos que têm hiperazoemia, a prova de Coombsdireta pode tornar-se positiva durante o tratamento com cefoxitina.

• Foram observados aumentos passageiros das transaminases glutâmico-oxalacético epirúvica, da desidrogenase láctica e da fosfatase alcalina no soro; icterícia, comotambém aumentos da creatinina sérica e do nitrogênio uréico sangüíneo.

3.1.2.3 Cefalosporinas de 3a geração

Nomes Farmacológicos, Nomes Comerciais e Vias de Administração

Ceftriaxona: RocefinR©; IM/ EV

Cefotaxima: ClaforanR©; EV

Cefodizima: TimecefR©; IM/ EV

Cefetamet: GlobocefR©; VO

Cefixima: PlenaxR©; VO

Cefpodoxima: OreloxR©; VO

Cefoperazona: CefobidR©; EV

Ceftazidima: FortazR©, KefadimR©; EV

Mecanismo de Ação

Sua açãobactericida depende de suacapacidade em alcançar e unir-se às proteínas que ligampenicilina, localizadas nas membranas citoplasmáticas bacterianas.

As cefalosporinasinibem a síntese da parede celular e do septo bacteriano, por acilaçãodas transpeptidases unidas à membrana. Inibem também a divisão e o crescimento celular; comfreqüência ocorre a lise e a elongação das bactérias sensíveis.

As bactérias que se dividem de forma rápida são as mais sensíveis à ação das cefalosporinas

Indicação de Doenças

Ceftriaxona: Infecções do trato biliar, infecções ósseas, infecções do SNC, infecções do tratogeniturinário, gonorréia, pneumonia, septicemia bacteriana, infecções de pele e tecidosmoles.

Cefotaxima: Infecções graves produzidas por germes patogênicos sensíveis à cefotaxima.Infecções das vias respiratórias incluindo garganta e nariz;dos rins e vias urinárias;da pele e tecidos de partes moles, ossos e articulações;de órgãos genitais, incluindo a gonorréia;sepse, endocardite, meningite.

Page 20: Antibiotic Os

20 CAPÍTULO 3. CLASSES DE ANTIBIÓTICOS

Cefodizima: Infecções urinárias altas e baixas.Gonococia.Infecções respiratórias baixas. Infecções sistêmicas em pacientes imunocomprometidos.Infecções hospitalares, pneumonias hospitalares, bacteremias.

Cefetamet: Infecções produzidas por estreptococos beta-hemolíticos e as infecções complica-das do trato urinário ou infecções mais severas, na uretite gonocóccica no homem e nacistite não complicada da mulher.

Cefixima: Processos infecciosos por germes sensíveis às cefalosporinas.

• Infecções do trato urinário não complicadas causadas porEscherichia coli e Proteusmirabilis.

• Otite média causada porHæmophilus influenzæ(cadeias betalactamase positivas enegativas),Moraxella (Branhamella) catarrhalis e Streptococcus pyogenes.

• Faringite e tonsilite causadas porStreptococcus pyogenes.

• Bronquite aguda e exacerbações agudas das bronquites crônicas causadas porStrep-tococcus pneumoniæ e Hæmophilus influenzæ(cadeias betalactamase positivas e ne-gativas).

Cefpodoxima: Infecções bacterianas sistêmicas provocadas por germes sensíveis.Infecções respiratórias altas (amigdalite, sinusite) e baixas (bronquite, pneumopatias, bron-copneumopatias).

Cefoperazona: Infecções dos tratos respiratório e geniturinário;otorrinolaringológicas;de pele e tecidos moles, osteoarticulares, peritonite e outras infecções intra-abdominais;septicemias, infecções bacterianas, doenças inflamatórias pélvica, endometrite eoutras infecções do aparelho genital feminino e infecções enterocócicas.

Ceftazidima:

• Infecções dos tratos respiratório e geniturinário.

• Infecções otorrinolaringológicas, de pele e de tecidos moles.

• Infecções osteoarticulares.

• Peritonite e outras infecções intra-abdominais.

• Septicemias bacterianas.

• Doença inflamatória pélvica, endometrite e outras infecções do aparelho genital fe-minino.

• Infecções enterocócicas.

• Infecções do sistema nervoso central.

Page 21: Antibiotic Os

3.1. BETA-LACTÂMICOS 21

Espectro de Ação

Ceftriaxona:

• Infecções do trato biliar produzidas porEscherichia coli, espécies deKlebsiella, Pro-teus mirabilis, Staphylococcus aureus, Streptococcus.

• Infecções ósseas produzidas por espécies deEnterobacter, Escherichia coli, Klebsi-ella pneumoniæ, Proteus ou Staphylococcus.

• Infecções do SNC porEscherichia coli, Hæmophilus influenzæ, Klebsiella pneumo-niæ, Neisseria meningitidis.

• Infecções do trato geniturinário produzidas por espécies deClostridium, Escherichiacoli, Staphylococcus aureus, S. epidermidis, Proteus mirabilis,gonorréia, pneumonia, septicemia bacteriana, infecções de pele e tecidos moles.

Cefotaxima: Em geral, é eficaz contraStaphylococcus, Streptococcus, Streptococcus pneumo-niæ, Hæmophilus influenzæ, E. coli, Salmonellas, Clostridium.Atualmente é variável a sensibilidade para os seguintes agentes patogênicos:Streptococcusfæcalis, Pseudomonas aeruginosa e Bacteroides fragilis.

Cefodizima: Entre o grupo sensível figuram estafilococos, pneumococos, gonococos, meningo-cocos,Moraxella, E. coli, Shigella, Klebsiella, Proteus, Hæmophilus, Corynebacterium

Cefetamet: Possui um amplo espectro bacteriano sobre a biota aeróbia Gram-positiva e Gram-negativa,e pelas suas concentrações séricas e tissulares atinge níveis superiores à CIM 90(<2mg/ml) da maioria das enterobactérias,Hæmophilus influenzæ, Neisseria spp., Proteusspp., Branhanela catarrhalis; espécies deStreptococcuse não estreptococos inclusiveS.pneumoniæresistente à penicilina eNeisseria gonorrhoeæ.

Cefixima: Processos infecciosos por germes sensíveis às cefalosporinas:Escherichia coli e Proteus mirabilis, Hæmophilus influenzæ(cadeias betalactamase positi-vas e negativas),Moraxella (Branhamella) catarrhalis e Streptococcus pyogenes, Strepto-coccus pneumoniæ e Hæmophilus influenzæ(cadeias betalactamase positivas e negativas).

Cefpodoxima: É uma cefalosporina oral, moderna, de terceira geração, ativa por via oral, quedesenvolve um efeitobactericida potentesobre a maioria dos microrganismos aeróbiosGram-positivos e Gram-negativos, especialmente nos responsáveis pelas infecções do tratorespiratório, comoHæmophilus influenzæ, Streptococcus pneumoniæ, Corynebacterium eStreptococcus pyogenes.

Cefoperazona: Desenvolve sua ação preferencialmente sobre germes Gram-positivos, Gram-negativos ePseudomonas;

Ceftazidima: Desenvolve sua ação em especial sobre germes Gram-positivos, Gram-negativosePseudomonas.

Page 22: Antibiotic Os

22 CAPÍTULO 3. CLASSES DE ANTIBIÓTICOS

Efeitos Adversos

Ceftriaxona: São de rara incidência cãibras, dor e distensão abdominal, diarréia aquosa e grave,febre, aumento da sede, náuseas, vômitos, perda de peso não habitual, erupção cutânea,prurido, edema (por hipersensibilidade).

Cefotaxima: Alteração dos componentes sangüíneos: trombocitopenia, leucopenia, eosinofilia.Tal qual outros antibióticos betalactâmicos, pode aparecer granulocitopenia e mais rara-mente agranulocitose, principalmente se administrado por período prolongado.Podem surgir reações de hipersensibilidade: urticária, febre medicamentosa;alterações da função hepática: aumento das enzimas hepáticas do soro (TGO/AST, TGP/ALT,fosfatase alcalina);Distúrbios gastrintestinais: náuseas, vômitos, diarréia, colite pseudomembranosa.

Cefodizima: Foram reportados distúrbios gastrintestinais como diarréia, náuseas e vômitos;além disso, reações alérgicas, erupções cutâneas, prurido, urticária, febre, aumento dacreatinina e uréia plasmáticas.Reações locais: irritação inflamatória e dor no local da injeção.

Cefetamet: Os efeitos indesejáveis observados foram de severidade média a moderada e de cur-ta duração.No trato gastrintestinal, foram reportadas diarréias, náuseas ou vômitos. Como com ou-tros antibióticos da mesma classe, o tratamento pode induzir a um maior crescimento deClostridium difficile. Foi reportada colite pseudomembranosa em menos de 1.000 paci-entes (1.000mg 2 vezes por dia). Outros distúrbios gastrintestinais relatados foram dorabdominal, mal-estar abdominial, gastralgia, flatulência, acidez gástrica. Observaram-seos seguintes efeitos colaterais com uma incidência menor que 1%:

• Reações hepáticas: aumento da bilirrubina, aumento transitório de transaminases.

• Reações cutâneas: prurido, urticária, edema localizado, exantema, púrpura.

• Reações do sistema nervoso central: debilidade, fadiga, cefaléia, tonturas.

• Reações hemáticas: leucopenia ou eosinofilia transitória, aumento transitório de pla-quetas.

• Outras reações observadas em menos de 1 caso em 1.000:gengivite, proctite, vaginite, conjuntivite, tendinose, febre.

Cefixima: Em geral, são leves e transitórias.Em adultos (por ordem de freqüência): diarréias, distúrbios de evacuação, cefaléia, náuse-as, dor abdominal, dispepsia, flatulência, vômitos, erupção cutânea.Em crianças (por ordem de freqüência): diarréias, distúrbios de evacuação, erupção cutâ-nea, vômitos, dor abdominal.

Cefpodoxima: Ocasionalmente e, foram observados distúrbios diversos, como diarréia, náuse-as, vômitos, epigastralgia.

Page 23: Antibiotic Os

3.1. BETA-LACTÂMICOS 23

Além disso, em alguns casos, cefaléia, erupção cutânea, prurido e aumento transitório dasenzimas hepáticas (TGO, TGP) e fosfatase alcalina.

Cefoperazona: Distúrbios gastrintestinais, náuseas, vômitos e diarréia.Reações dermatológicas por hipersensibilidade.Infecções oportunistas por microrganismos não suscetíveis (Candida, Pseudomonas).A exemplo de outros betalactâmicos, com o uso prolongado pode aparecer neutropeniareversível.

Ceftazidima: Distúrbios gastrintestinais, náuseas, vômitos e diarréia.Reações dermatológicas por hipersensibilidade.Tal como outros betalactâmicos, com o uso prolongado podem surgir neutropenia reversí-vel.Sintomas derivados do SNC: cefaléias, vertigem e parestesias.

3.1.2.4 Cefalosporinas de 4a geração

Nome Farmacológico, Nomes comerciais e Vias de Administração

Cefepima: CefepimeR©, MaxecefR©; IM/ EV

Cefpiroma: CefromR©; IM/ EV

Mecanismo de ação

O mecanismo de ação é similar ao das outras cefalosporinas, ou seja,inibe a síntese da paredebacteriana celular à qual se liga pela sua grande afinidade com as PBP3(proteínas ligadoras depenicilina).

Não obstante, uma diferença com outras cefalosporinas é sua maior afinidade pelos PBP2 daparede dos Gram-negativos; além disso, sua atividade antibacteriana pode ser maior porque osítio de ligação pode ser saturado com menos moléculas.

Indicação de Doenças

Cefepima: Infecções graves por microrganismos sensíveis.

• Infecções abdominais, ginecológicas, obstétricas, das vias urinárias, respiratórias,pele e tecidos moles.

• Doença inflamatória pélvica, endometrite, abcessos, septicemias, neumonia hospita-lar, osteomielite.

• Tratamento empírico em pacientes neutropênicos febris.

Cefpiroma: É uma nova cefalosporina injetávelsintética de quarta geração, com uma notávelatividade bactericida sobre numerosos microrganismos Gram-negativos, em especial cepasprodutoras de beta-lactamases.

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24 CAPÍTULO 3. CLASSES DE ANTIBIÓTICOS

Espectro de Ação

Cefpiroma: Gram-positivos, Gram-negativos e enterobacteriáceas, comoEnterobacter cloacæ,Enterobacter aerogenes, Citrobacter freundii, Providencia, Pseudomonas aeruginosa, Ser-ratia, Morganellaetc., inclusive cepas produtoras de beta-lactamases, responsáveis de sep-sias graves ou infecções nosocomiais, resistentes aos antibióticos tradicionais;

Cefpiroma: O espectro in vitro é amplo e bem equilibrado, com ação sobre enterobacteriáceas,E. coli, Proteus spp., Klebsiella spp, Citrobacter spp., Serratia spp., Enterobacter spp.,bactérias não fermentadoras,Acinetobacter, P. aeruginosa;anaeróbios Gram-positivos comoPeptococcus spp., Clostridium spp., e Gram-negativos deFusobacterium.É menos ativa contraB. fragilis e Bacteroides spp.

Efeitos Adversos

Cefepima: A tolerância clínica é boa, embora foram informados alguns casos (1% a 3%) de di-arréia, cefaléia, erupção cutânea, náuseas, vômitos e urticária. A nível humoral observam-se anormalidades transitórias e ocasionais, como aumento da uréia ou da creatinina, dafosfatase alcalina, da bilirrubina total e eosinofilia.

Cefpiroma: A cefpiroma é bem tolerada clinicamente. Em certas ocasiões, podem aparecernáuseas, vômitos, diarréia, exantema cutâneo, eosinofilia, dor e inflamação no local ondefoi feita a aplicação. Prova de Coombs e glicosúria com resultados falso-positivos.

3.1.3 Carbapenens

Nome Farmacológico, Nomes comerciais e Vias de Administração

Imipenem: ImipenemR©; EV

Meropenem: MeropenemR©; EV

Mecanismo de ação

O Imipenem pertence aos carbapenêmicos (subclasse dos betalactâmicos); sua açãobactericidaé produzida por sua união às proteínas que ligam penicilina 1A, 1B, 2, 4, 5 e 6 nas membranascitoplasmáticas deEscherichia colie a PBP 1A, 1B, 2, 4 e 5 dePseudomonas aeruginosa, o queorigina ainibição da síntese da parede da célula bacteriana.

O Meropeneminibe a síntese da parede celular, requer que os microrganismos se encontremna etapa de crescimento para poder agir.

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3.1. BETA-LACTÂMICOS 25

Indicação de Doenças

Imipenem:

• Infecções ósseas provocadas porStaphylococcos aureus, estreptococos do grupo D ePseudomonas aeruginosa.

• Endocardite bacteriana porStaphylococcus aureus.

• Infecções do trato geniturinário porS. aureus, Escherichia coli, Klebsiellas, Proteus,Hæmophilus vaginalis.

• Infecções intra-abdominais provocadas porS. aureus, Escherichia coli, Klebsiellas,Pseudomonas aeruginosa, Enterobacter, Streptococcus pneumoniæ.

• Infecções cutâneas e de tecidos moles provocadas porS. aureus, E. coli, Klebsiellas,espécies deEnterobacter.

Meropenem: Infecções causadas por microrganismos susceptíveis ao fármaco nas seguintes lo-calizações:

• infecções do trato respiratório inferior,

• infecções do trato urinário,

• infecções intra-abdominais,

• infecções ginecológicas,

• infecções da pele e órgãos anexos.

• Meningite e

• Septicemia.

Espectro de Ação

Imipenem: Staphylococcos aureus, estreptococos do grupo D,Pseudomonas aeruginosa, Es-cherichia coli, Klebsiellas, Proteus, Hæmophilus vaginalis, Enterobacter, Streptococcuspneumoniæ.

Meropenem: O espectro de ação é similar ao do imipenem, com as seguintes particularidades:

1. é mais ativo sobre as enterobactérias (2 a 32 vezes), sobre oHæmophilus influenzæ(4a 8 vezes), sobrePseudomonas aeruginosa(2 a 4 vezes) e sobre outrasPseudomonas(2 a 4 vezes) ;

2. é menos ativo sobre os estafilococos e sobre os enterococos (2 a 4 vezes);

3. a atividade sobre os anaeróbios é similar em ambos os fármacos.Os estafilococos meticilino-resistentes não são afetados pelo Meropenem

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26 CAPÍTULO 3. CLASSES DE ANTIBIÓTICOS

Efeitos Adversos

Imipenem: São de incidência mais freqüente: erupção cutânea, urticária, prurido, sibilâncias,confusão. Raramente apresentam-se: tonturas, náuseas, vômitos, cãibras, diarréias e can-saço ou debilidade não habituais.

Meropenem: Diarréia, erupção cutânea, náuseas, vômitos, flebite, prurido, reações no local deaplicação da injeção, parestesia e cefaléia. Em raras ocasiões trombocitopenia, eosinofilia,alterações das enzimas hepáticas.A administração de meropenem pode favorecer a candidíase oral e vaginal.A colite pseudomembranosa é um risco a ser considerado na administração prolongada demeropenem.

3.1.4 Monobactans

Nome Farmacológico, Nomes Comerciais e Vias de Administração

Aztreonam: AztreonamR©; EV/ IM

Mecanismos de Ação

O Aztreonam é o primeiro membro de uma classe de antibióticos classificados como monobac-tâmicos.

Os monobactâmicos têm um núcleo único monocíclico betalactâmico, que os faz diferentesestruturalmente de outros antibióticos betalactâmicos.

Estes agentes foram originalmente isolados daChromobacterium violaceum. O aztreonamé um antibióticobactericida totalmentesintético, com atividade contra umamplo espectro degermes patógenos aeróbios Gram-negativos.

Indicação de Doenças

• Infecções complicadas e não complicadas do trato urinário, inclusive pielonefrite e cistite.

• Infecções das vias respiratórias baixas.

• Septicemias.

• Infecções de pele e fâneros, intra-abdominais e ginecológicas.

Espectro de Ação

Aztreonam: O aztreonam é um antibióticobactericida totalmentesintético, com atividade con-tra umamplo espectro de germes patógenos aeróbios Gram-negativos.

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3.1. BETA-LACTÂMICOS 27

Efeitos Adversos

As reações locais como a flebite e a tromboflebite após a administração IV e o desconfortoe inflamação no local da injeção após a administração IM ocorrem em 1,9 a 2,4% dos casos,respectivamente.

As reações sistêmicas (consideradas em relação à administração de aztreonam ou de etiologiaincerta) ocorrem como acidente em 1 a 1,3% dos casos e incluem diarréia, náuseas, vômitos eexantema.

3.1.5 Carbacefens

Nome Farmacológico e Vias de Administração

Loracarbef: VO

Mecanismos de Ação

Nova classe de antibióticossintéticos, tem sua origem na alteração da forma estrutural do cefa-clor, conferindo-lhe maior estabilidade antibiótica.

Indicação de Doenças

Boa alternativa para o tratamento de infecções respiratórias altas e baixas, sinusites, infecções depele e anexos não complicadas, e infecções não complicadas do trato urinário.

Espectro de Ação

Laracarbef: ativo contra grande variedade de bactérias Gram-positivas e Gram-negativas.

Efeitos Adversos

Pode causar efeitos colaterais leves e deve ser evitado em paciente com história de fenômenosalérgicos a outros beta-lactâmicos.

3.1.6 Inibidores de Beta-lactamases

Nome Farmacológico, Nomes Comerciais e Vias de Administração

Amoxicilina+Ácido Clavulânico: ClavulinR©; VO

Ampicilina+Sulbactan: UnasynR©; EV

Ticarciclina+Ácido Clavulânico: TimetimR©; EV

Piperacilina+Tazobactan: TazocinR©; EV

Page 28: Antibiotic Os

28 CAPÍTULO 3. CLASSES DE ANTIBIÓTICOS

Indicação de Doenças

Amoxicilina/Ácido Clavulânico: É empregado em otite média aguda em crianças, sinusite, fa-ringite com amigdalite (bacterióides), exacerbação aguda da bronquite crônica, mordedurade animais com infecção secundária, infecções de partes moles com tecido necrótico, es-tafilococcia, infecções ginecológicas e infecções intra-abdominais.

Ampicilina/Sulbactan: ação contraAcinetocabter baumannii.

Ticarciclina/Ácido Clavulânico: Infecções abdominais e Pneumonia adquirida em hopitais.

Piperacilina/Tazobactan: Infecções abdominais e Pneumonia adquirida em hopitais.

Espectro de Ação

Amoxicilina/Ácido Clavulânico: O Clavulin consiste em uma associação com amoxicilina,ampliando o seu espectro paraH. influenzæ resistentes, S. aureus, Neisseria spe anae-róbios.São menos efetivas como inibidores de enzimas tipo cefalosporinases.

Ampicilina/Sulbactan: Este composto apresenta atividade antimicrobiana muito semelhanteàquela apresentada pela associação amoxicilina/ ácido clavulânico.Porém, ampicilina/ sulbactam apresenta excelente atividade in vitro contraAcinetobacterbaumannii.Excepcionalmente nessa circunstância, a atividade antimicrobiana do composto se deve aosulbactam.O sulbactam não apresenta atividade antimicrobiana importante contra outras espécies bac-terianas.Da mesma forma, outros inibidores de beta-lactmase (ácido clavulânico e tazobactan) nãoapresentam atividade antimicrobiana contraAcinetobacter baumannii.Mesmo amostras resistentes a carbapens, quinolonas e aminoglicosídeos podem ser sensí-veis in vitro à ampicilina/ sulbactan.Porém, estudos clínicos são necessários para estabelecer o papel desse composto ao trata-mento de infecções porAcinetobacter baumannii.

Ticarciclina/Ácido Clavulânico: Pseudomonas, Anaeróbios, Enterococos

Piperacilina/Tazobactan: Pseudomonas, Anaeróbios, Enterococos

3.2 Quinolonas

Nome Farmacológico, Nomes comerciais e Vias de Administração

Norfloxacina: FloxacinR©; VO

Ciprofloxacina: CiproR©, ProcinR©; VO

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3.2. QUINOLONAS 29

Pefloxacina: PeflacinR©; VO ou EV

Ofloxacina: FloxtatR©; FloxanR©; VO

Lomefloxacina: MaxaquinR©; VO

Levofloxacina: TavanicR©; VO ou EV

Trovafloxacina: TrovanR©; VO ou EV

Mecanismo de Ação

Sãobactericidas, interferindo na síntese de DNA bacteriano, inibindo a DNA-girase, enximabacteriana essencial à sua replicação.

Indicação de Doenças e Espectro de Ação

Norfloxacina: Infecções do trato urinário baixo,Gonorréia não-complicada,Prostatite bacteriana.Descontaminação seletiva do trato gastrintestinal (profilaxia de infecções por Gram-negativosem pacientes ganulocitopênicos eprofilaxia de peritonite espontânea em hepatopatas crônicos)

Ciprofloxacina, Pefloxacina e Ofloxacina:Infecções urinárias altas,Gonorréia,Pneumonias por Gram-negativos, Associado a aminoglicosídeos na fibrose cística,Diarréia do viajante,Infecções de pele, tecidos moles e osteomielites.

Levofloxacina e Trovafloxacina (apresentammeia-vida longae outras características farmaco-cinéticas que permitem aadministração a cada 24 horas):

• Cocos Gram-positivos (Streptococcus pneumoniæ),

• Enterobactérias,

• Bacilos Gram-negativos não-fermentadores.

Efeitos Adversos e Contra-Indicações

1. Sintomas gastrointestinais (náuseas, vômitos, diarréia e anorexia);

2. Cefaléia, tonturas e anormalidades laboratoriais (leucopenia e alteração de transaminase);

3. Contra-indicados em crianças em crescimento e durante a gravidez.

Page 30: Antibiotic Os

30 CAPÍTULO 3. CLASSES DE ANTIBIÓTICOS

3.3 Aminoglicosídeos

Nome Farmacológico, Nomes Comerciais e Vias de Administração

Neomicina: NeomicinaR©; IM, EV

Gentamicina: GaramicinaR©, GentacilR©, GentamicinaR©, AmplocilinaR©; IM, EV

Tobramicina: TobramicinaR©; IM, EV

Amicacina: AmicacinaR©, Briclin R©, NovaminR©; IM, EV

Sisomicina: BaymicinaR©, SisomicinaR©; IM, EV

Netilmicina: NetromicinaR©; IM, EV

Espectinomicina: TobricinR©; IM

Mecanismo de Ação

Penetram a parede celular e a membrana, ligando-se aos ribossomas 30S, levando ao erro naleitura de RNA mensageiro provocando a morte de bactérias. (Atualmente, há uma resistência aesses antibióticos devido ao uso indiscriminado destes medicamentos)

Indicação de Doenças e Espectro de Ação

Estreptomicina: Infecções micobacterianas,Infecções incomuns (peste e tularemia),Brucelose (associada com a tetraciclina)

Gentamicina: Enterobactérias (Pseudomonas aeruginosa), Associado com beta-lactâmicos ouglicopeptídeos (infecções enterocócicas graves)

Tobramicina: Similar à gentamicina (maior atividade contra aP. aeruginosa)

Amicacina: Eficaz contra várias enterobactérias resistentes à gentamicina e tobramicina

Neomicina: Restrito a infecções superficiais de pele,Conjuntivite bacteriana,Supressão da flora intestinal em pré-operatório de cirurgias abdominais,Insuficiência hepática

Espectinomicina: Infecções por gonococos produtores de beta-lactamase na falha terapêuticada gonorréia quando utilizada a penicilina

Page 31: Antibiotic Os

3.4. SULFONAMIDAS 31

Efeitos Adversos e Contra-Indicações

1. Nefrotoxicidade (reversível)

2. Ototoxicidade auditiva e vestibular (irreversível)

3. Paralisia muscular

3.4 Sulfonamidas

Nome Farmacológico, Nomes Comerciais e Vias de Administração

Co-trimoxazol (Sulfametoxazol+Trimetropin): BactrinR©, EspectrinR©, InfectrinR©, SeptraR©;EV, IM ou VO.

Sulfadozina: FanasulfR©; VO.

Sulfadiazina: idem; VO.

Sulfassalazina: Azulfin R©, SalazoprinR©; VO.

Mecanismo de Ação

O mecanismo de ação das sulfonamidas se faz peloantagonismo competitivo do ácido para-amonibenzóico (PABA), que é um componente essencial da síntese do ácido fólico.

Indicação de Doenças e Espectro de Ação

Co-trimoxazol (Sulfametoxazol+Trimetropin): Pneumocistose ( primeira escolha),Otite Média Crônica,PAC,Paracoccidiodomicose,ITU,Febre Tifóide,Shiguelose

Sulfadoxina: Paracoccidiodomicose,Malária (profilaxia),Pneumocistose (profilaxia)

Sulfadiazina: Toxoplasmose,Nocardiose

Sulfassalazina: Pertence à classe farmacológica das sulfonamidas,pórem não tem uso comoantibiótico.É usada na terapia da doença de Crohn,

Page 32: Antibiotic Os

32 CAPÍTULO 3. CLASSES DE ANTIBIÓTICOS

na retocolite ulcerativa,na artrite reumatóide eespondilite anquilosante.

Efeitos Adversos e Contra-Indicações

Insuficiência renal

3.5 Cloranfenicol

Propriedades:

É um antibióticobacteriostáticodeamplo espectro. Também pode ser bactericida em concen-trações elevadas ou quando usado contra microrganismos altamente sensíveis.É lipossolúvel; difunde-se através da membrana celular bacteriana e se une de forma reversívelà subunidade 50 S dos ribossomos bacterianos, onde evita a transferência de aminoácidos àscadeias peptídicas em formação.

Não foi estabelecido o mecanismo pelo qual se produz anemia aplástica irreversível. Calcula-se que o mecanismo responsável da mielodepressão reversível (dependente da dose), durante suaadministração e após esta, se relaciona com a inibição da síntese protéica mitocondrial nas célulasda medula óssea.

É absorvido com facilidade e por completo no trato gastrintestinal. Distribui-se por todo oorganismo de forma ampla, porém não uniforme. Atinge as concentrações mais altas no fígadoe no rim.

Atravessa a placenta e as concentrações séricas fetais podem ser de 30 a 80% dos níveisséricos maternos.

Alcança concentrações terapêuticas nos humores aquoso e vítreo do olho. No líquido cefa-lorraquidiano, as concentrações podem ser de 21 a 50% das séricas, através de meninges nãoinflamadas, e de 45 a 89% através de meninges inflamadas. Sua união às proteínas é de baixa amoderada.

O metabolismo é hepático, 90% conjugados a glicurônido inativo.

Indicações:

• Tratamento de meningite por Hæmophilus influenzæ,

– infecções por Rickettsia, septicemias bacterianas,

– febre tifóidea produzida pela Salmonella typhi.

• Em geral deve ser reservado para infecções graves nas quais outros antibióticos menostóxicos sejam ineficazes ou contra-indicados.

Page 33: Antibiotic Os

3.5. CLORANFENICOL 33

Dose:

• A dose usual para adultos, por via oral, é de 12,5mg a cada seis horas, até um máximo de4 gramas por dia.

• A dose pediátrica usual, em lactentes prematuros e recém-nascido a termo de até 2 sema-nas, é de 6,25mg por kg a cada 6 horas, por via oral ou intravenosa;

– em lactentes de 2 semanas ou mais, 12,5mg/kg a cada 6 horas, via oral ou intravenosa.

Reações Adversas.

Intolerância digestiva, hipersensibilidade, discrasias sangüíneas (pele pálida, dor de garganta,febre, hemorragias ou hematomas não habituais, cansaço, debilidade), síndrome cinza do recém-nascido, neurite óptica (dor ocular, visão turva, perda de visão), neurite periférica (intumescimen-to, formigamento, dor intensa e debilidade de mãos e pés), anemia aplástica (com dependênciada dose), anemia aplástica medular idiossincrática.

Precauções.

Durante o tratamento devem-se realizar periodicamente contagens sangüíneas completas, paradetectar depressão da medula óssea reversível relacionada com a dose;tais contagens, porém, não são úteis para prevenir a anemia aplástica idiossincrática, que aparecenormalmente após o término do tratamento.

Em pacientes com insuficiência hepática devem-se monitorar os níveis plasmáticos.

Interações.

O uso simultâneo commielodepressorese radioterapia pode aumentar os efeitos depressoressobre a medula óssea.

O uso conjunto comanticonvulsivos do grupo das hidantoínaspode aumentar os efeitostóxicos destes por inibição da atividade enzimática microssômica.

Não se recomenda a associação comeritromicina ou lincomicinas, porque o cloranfenicolpode deslocar ou evitar sua união às subunidades 50 S dos ribossomos bacterianos e antagonizardeste modo os efeitos destes antibióticos.

A administração comhipoglicemiantes oraispode potencializar o efeito destes, devido a umdeslocamento das proteínas séricas.

Ocloranfenicolpode aumentar a meia-vida do dicumarol e dafenitoínapor inibir as enzimasque degradam estes fármacos.

Contra-indicações.

Gravidez. Lactentes. Neonatos.

Page 34: Antibiotic Os

34 CAPÍTULO 3. CLASSES DE ANTIBIÓTICOS

3.6 Tetraciclinas

3.6.1 Tetraciclina

Propriedades

As tetraciclinas sãobacteriostáticosde amplo espectro que atuam porinibição da síntese deproteínas, bloqueando a união de tRNA (RNA de transferência) ao complexo ribossômico demRNA (RNA mensageiro). A união reversível se produz na subunidade ribossômica 30S dosmicrorganismos sensíveis.

Não inibem a síntese da parede celular bacteriana.Absorvem-se por via oral entre 75% e 77% da dose. Distribuem-se com facilidade pela

maioria dos líquidos do organismo, inclusive bile e líquidos sinovial, ascítico e pleural. Tendema localizar-se nos ossos, fígado, baço, tumores e dentes. Também atravessam a placenta.

A meia-vida normal é de 6 a 11 horas e podem levar 2 a 3 dias para alcançar concentraçõesterapêuticas de tetraciclinas.

Eliminam-se de forma inalterada por via renal, fecal e também se excretam no leite materno.Sua união às proteínas é baixa e moderada.

Nomes Comerciais

TetraciclinaR©, TetrexR©.

Indicações

• Actinomicose,

• infecções do trato geniturinário causadas porN. gonorrhoeæ,

• faringite,

• pneumonia,

• otite média aguda e sinusite causada porH. influenzæ;

• infecções da pele e tecidos moles causadas porS. aureus, sífilis,

• uretrite não gonocócica,

• infecções do trato urinário causadas porKlebsiellaeEscherichia coli.

Dose

• Suspensão oral para adultos: 250 a 500mg a cada 6 horas ou 500mg a 1g a cada 12 horas;gonorréia: 500mg a cada 6 horas durante 5 dias; dose máxima: até 4g/dia.

Page 35: Antibiotic Os

3.6. TETRACICLINAS 35

• Ampolas: IM, 100mg a cada 8 horas, 150mg cada 12 horas ou 250mg uma vez ao dia.Dose máxima até 1g/dia.

• Crianças menores de 8 anos: 5 a 8,3mg/kg a cada 8 horas ou 7,5 a 12,5mg/kg a cada 12horas.

• Dose máxima, até 250mg IV: 250 a 500mg a cada 12 horas;dose máxima: até 2g/dia, crianças maiores de 8 anos: 5 a 10mg/kg a cada 12 horas.

Reações Adversas

Descoloração permanente dos dentes em lactantes ou crianças, cãibras com gastrite, descoloraçãoou escurecimento da língua, diarréia, aumento da fotossensibilidade cutânea, inflamação da bocaou língua, náuseas ou vômitos.

Precauções

As tetraciclinas atravessam a placenta, e não se recomenda seu uso durante a segunda metade dagravidez, pois causam descoloração permanente dos dentes, hipoplasia do esmalte e inibição docrescimento ósseo do feto.

Não se recomenda seu uso durante o período de lactação devido às reações adversas quepoderão produzir no lactante por se excretarem no leite materno.

As tetraciclinas sistêmicas também podem contribuir para o desenvolvimento de candidíasesorais.

Interações

O uso simultâneo comantiácidos pode resultar em uma redução da absorção das tetraciclinasorais.

A associação commetoxiflurano pode aumentar o potencial de nefrotoxicidade.Não se recomenda o uso combinado com penicilina, pois os agentes bacteriostáticos podem

interferir no efeito bactericida das penicilinas.O uso simultâneo combicarbonato de sódiopode produzir redução da absorção das tetraci-

clinas orais.

Contra-indicações

Gravidez, lactação, crianças menores de 11 anos.A relação risco-benefício deve ser avaliada na presença de diabete insípida, disfunção hepá-

tica e disfunção renal.

Page 36: Antibiotic Os

36 CAPÍTULO 3. CLASSES DE ANTIBIÓTICOS

3.6.2 Oxitetraciclina

Propriedades

Extraído doStreptomyces rimosus, comações bacteriostáticas-bactericidassobre numerososmicrorganismos Gram-positivos e Gram-negativos,Chlamydias, Mycoplasma, Rickettsiaetc.,responsáveis pelas infecções respiratórias, geniturinárias e cutâneo-mucosas.

Seu mecanismo de ação desenvolve-se sobre os ribossomas microbianos ondealtera a síntesede proteínas e inibe o desenvolvimento e crescimento (efeito bacteriostático) do microrganismo,embora possam atuar com bactericidas ao alcançar elevadas concentrações em certos tecidos.

Sua absorção digestiva, como os outros derivados, é ampla, difunde-se pelo sangue e liga-seàs proteínas plasmáticas em 10%-40%.

Entre 40% e 70% são eliminados pela urina sem modificações metabólicas através de filtraçãoglomerular. Em certas ocasiões atinge a circulação fetal através da placenta e o líquido pleural ecefalorraquidiano.

Sua meia-vida é prolongada (6-10 horas), concentra-se em nível hepático e também é excre-tada pela bile, detectando-se nas fezes.

Nomes Comerciais

OxitetraciclinaR©, TerramicinaR©.

Indicações

Infecções de diferentes localizações (brônquica, uretral, urinária) provocadas por germes sensí-veis às tetraciclinas.

Dose

• A dose média por via oral é de 1 a 2 gramas por dia, habitualmente 500mg cada 6 horas.

• Em crianças maiores de 8 anos podem ser administradas doses de 25mg a 50mg/kg/dia. Éaconselhável administrar a dose 1 hora antes ou 2 horas depois das refeições.

• Em pacientes com insuficiência renal, a dose é reduzida ou os intervalos entre as tomadassão incrementados.

Obs: Os alimentos, especialmente oslaticínios, interferem na sua absorção digestiva.

Reações Adversas

Gastrintestinais: anorexia, náuseas, vômitos, diarréia, glossite, disfagia, enterocolite e lesõesinflamatórias (com supercrescimento de monílias) na região anogenital. Essas reações têmsido causadas tanto pela administração oral quanto parenteral das tetraciclinas. Raramenteforam mencionadas esofagite e ulceração esofágica em pacientes que receberam cápsulas

Page 37: Antibiotic Os

3.6. TETRACICLINAS 37

ou comprimidos da classe das tetraciclinas. A maioria desses pacientes tomou sua medi-cação imediatamente antes de deitar-se.

Cutâneas: exantemas maculopapulares e eritematosos. Foi relatada dermatite esfoalitiva, porémnão é freqüente.Fotossensibilidade.

Toxicidade renal: foi relatado um aumento do nitrogênio uréico sangüíneo aparentemente rela-cionado com a dose.

Reações de hipersensibilidade:urticária, edema angioneurótico, anafilaxia, púrpura anafilac-tóide, pericardite e exacerbação de lúpus eritematoso sistêmico. Fontanelas salientes emlactentes e hipertensão intracraniana benigna em adultos foram relatadas após uma doseterapêutica completa. Esses sinais desapareceram com a descontinuação do fármaco.

Hemáticas: foram relatadas anemia hemolítica, trombocitopenia, neutropenia e eosinofilia.

Precauções

Como outros antibióticos, pode promover o desenvolvimento de microrganismos resistentes, in-cluindo fungos. Caso ocorra uma superinfecção deve-se interromper o antibiótico e administrarum tratamento apropriado.

Em caso de doenças venéreas, quando há suspeita de sífilis coexistente, aconselha-se reali-zar um exame de campo escuro antes de começar o tratamento e a sorologia deve ser repetidamensalmente pelo menos durante quatro meses.

Em tratamentos prolongados devem ser realizadas avaliações laboratoriais periódicas, in-cluindo estudos hematopoiéticos, renais e hepáticos.

Todas as infecções causadas pelo estreptococo beta-hemolítico do grupo A devem ser tratadaspelo menos durante 10 dias.

Uso em lactantes:as tetraciclinas são excretadas no leite materno. Devido às sérias reaçõesadversas potenciais em crianças durante a lactação, as tetraciclinas somente devem serutilizadas quando, na opinião do médico, os benefícios potenciais superam os riscos.

Interação com o fármaco: como as tetraciclinas têm demonstrado diminuir a atividade da pro-trombina plasmática, os pacientes em tratamento com anticoagulantes podem necessitar deuma redução na dose dos mesmos.

Uma vez que os fármacos bacteriostáticos podem interferir com ação bactericida da penicilina,aconselha-se evitar a administração concomitante de tetraciclinas e penicilinas.

A absorção de tetraciclina é diminuída por antiácidos contendo alumínio, cálcio ou magnésioe preparações contendo ferro.

Foi relatada toxicidade renal aguda com o uso concomitante de tetraciclinas e metosifluorano.Caso haja comprometimento renal, mesmo as doses orais ou parenterais habituais podem

conduzir ao acúmulo sistêmico excessivo do fármaco e a uma possível toxicidade hepática. Em

Page 38: Antibiotic Os

38 CAPÍTULO 3. CLASSES DE ANTIBIÓTICOS

tais circunstâncias são indicadas doses menores que as habituais e, caso o tratamento seja pro-longado, pode ser aconselhável a determinação dos níveis séricos do fármaco.

Em alguns indivíduos que tomam tetraciclina foi observado fotossensibilidade, manifestadapor uma reação exagerada à exposição solar.

Pessoas que comumente se expõem à luz solar direta ou à luz ultravioleta devem ser preveni-das quanto a essas reações que podem ocorrer com as tetraciclinas.

A ação antianabólica das tetraciclinas pode causar aumento do nitrogênio uréico sangüíneo.Embora isso não represente um problema para aqueles com função renal normal, nos pacientescom função renal significativamente deteriorada, níveis elevados de tetraciclina podem levar àaxotemia, hiperfosfatemia e acidose.

Uso em recém-nascidos, primeira infância e crianças: o uso de fármacos do grupo das tetraci-clinas durante o desenvolvimento dos dentes (metade final da gravidez, primeira infância e até os8 anos)pode provocar uma descoloração permanente dos dentes(amarelo, cinza-castanho).Essa reação adversa é mais comum com o uso dos fármacos a longo prazo, mas também tem sidoobservada após repetidos tratamentos de curta duração.

Também foi descritahipoplasia do esmalte dos dentes. Portanto, as tetraciclinas não devemser utilizadas em pacientes desse grupo etário a menos que outros fármacos não se mostremeficazes ou sejam contra-indicados.

Todas as tetraciclinas formam umcomplexo estável com cálcioem qualquer tecido ósseoem formação. Em prematuros que receberam tetraciclina oral em doses de 25mg/kg a cada 6horas foi observada uma diminuição do crescimento da fíbula. Essa reação se mostrou reversívelao suspender o fármaco.

Interações

Em virtude das tetraciclinas demonstrarem diminuir a atividade da protrombina plasmática, ospacientes em tratamentoanticoagulantepodem requerer diminuição da dose do mesmo.

Uma vez que os fármacos bacteriostáticos podem interferir com a ação bactericida dapeni-cilina, aconselha-se evitar a administração concomitante de tetraciclinas e penicilinas.

A absorção de tetraciclina é diminuída por antiácidos contendo alumínio, cálcio ou magnésioe preparações contendo ferro.

O uso concomitante de tetraciclinas emetosifluoranoprovoca toxicidade renal aguda.

Contra-indicações

Pessoas com hipersensibilidade às tetraciclinas. Os resultados de estudos em animais comantimicrobianos da família das tetraciclinas indicam que as tetraciclinas atravessam a placen-ta, apresentam-se nos tecidos fetais e podem ter efeitos tóxicos no desenvolvimento do feto(freqüentemente relacionados com retardo do desenvolvimento do esqueleto).

Detectou-se evidência deembriotoxicidade em animais tratados no início da gravidez. Aoxitetraciclina é contra-indicada na gravidez, mas se for utilizada, a paciente deverá ser alertadaquanto ao risco potencial para o feto.

Page 39: Antibiotic Os

3.6. TETRACICLINAS 39

3.6.3 Doxiciclina

Propriedades

Usada como cloridrato, a doxiciclina é uma tetraciclinabacteriostáticadeamplo espectro, queatua porinibição da síntese de proteínas e bloqueia a união do RNA de transferência ao complexoribossômico do RNA mensageiro. A união reversível é produzida na subunidade ribossômica 30S dos organismos sensíveis. Não inibe a síntese da parede celular bacteriana. É absorvida porvia oral, de 90% a 100%.

É parcialmente inativada pelo metabolismo hepático.Sua meia-vida normal é de 12 a 22 horas e é eliminada por via renal por filtração glomerular

e por via fecal; também se excreta no leite materno.

Nome Comercial

VibramicinaR©.

Indicações

• Infecções do trato geniturinário causadas porChlamydia trachomatis,

• uretrite causada porC. trachomatis e Ureaplasma urealyticum,

• infecções retais não complicadas causadas porChlamydia trachomatis,

• otite média e faringite bacteriana produzida porStaphylococcus aureus.

Dose

• Adultos - 100mg a cada 12 horas no primeiro dia, em seguida de 100 a 200mg uma vez aodia ou de 50 a 100mg a cada 12 horas;dose máxima: até 300mg/dia ou até 600mg/dia durante 5 dias em infecções gonocócicasagudas.

• Doses pediátricas - crianças de 45kg ou menos: 2,2mg/kg a cada 12 horas no primeiro dia,em seguida de 2,2 a 4,4mg/kg uma vez ao dia;crianças com mais de 45kg: a mesma dosagem que para adultos.

Reações Adversas

Descoloração permanente dos dentes em lactentes e crianças, cãibras com gastrite, coloração ouescurecimento da língua, diarréia, aumento da fotossensibilidade cutânea, náuseas ou vômitos,inflamação da boca e glossite.

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40 CAPÍTULO 3. CLASSES DE ANTIBIÓTICOS

Precauções

As tetraciclinas podem produzircoloração permanente (amarelo, cinza ou marrom) dos den-tes e hipoplasia do esmalte e diminuição do índice de crescimento lineal ósseo em lactentesprematuros, não sendo recomendado, portanto, seu uso em lactentes e crianças menores de 8anos; também não se recomenda seu uso durante a segunda metade da gravidez e no período delactação.

Pode contribuir para o desenvolvimento de candidíase oral.

Interações

O uso simultâneo comlaxantes ou antiácidos que contenhammagnésiopode originar umadiminuição da absorção devida ao aumento do pH intragástrico.

Os barbitúricos, fenitoína e carbamazepinapodem originar a diminuição das concentra-ções séricas de doxiciclina.

Posto que aspenicilinas podem interferir com o efeito bacteriostático da doxiciclina, é me-lhor evitar o tratamento combinado.

O bicarbonato de sódiotambém pode diminuir a absorção das tetraciclinas.

Contra-indicações

A relação risco-benefício deverá ser avaliada em pacientes com disfunção hepática e disfunçãorenal, em menores de 8 anos e nos casos de gravidez e lactação.

3.6.4 Minociclina

Propriedades

Usada como cloridrato, a minociclina é uma tetraciclinasemi-sintética, com uma estrutura quími-ca de quatro anéis e um grupo dietilamino. Possui umamplo aspectro antibacterianoque incluia maioria dos germes Gram-positivos e Gram-negativos, micoplasma, clamídias, rickettsias eprotozoários. Seu mecanismo de açãobacteriostáticatem como alvo os ribossomos bacterianos(subunidade 30S), cominibição da síntese protéica no processo de translocação.

A minociclina atravessa a membrana celular bacteriana, que é justamente a estrutura que, aodiminuir sua permeabilidade, gera a resistência às tetraciclinas.

Devido a sua lipossolubilidade, após sua administração oral a minociclina absorve-se de for-ma quase completa (de 80% a 90%), ao contrário das tetraciclinas antigas (clortetraciclina, oxite-traciclina, desmetilclortetraciclina), que têm uma biodisponibilidade apenas discreta e limitada.

É por isso que a dose de minociclina 100-200mg, que é muito menor que a dos derivadosclássicos, origina rápidos e elevados níveis séricos, que são mantidos por um tempo prolongadodevido a sua eliminação renal lenta.A minociclina, no plasma, une-se de forma significativa àsalbuminas (80%) e distribui-se por todos os órgãos - fígado, rim, músculo, pulmão - e líquidoscorporais (urina).

Atravessa a barreira placentária e alcança a circulação fetal.

Page 41: Antibiotic Os

3.6. TETRACICLINAS 41

Possui uma longa meia-vida (16 horas) e é eliminada de forma lenta na urina, por filtraçãoglomerular, e por via fecal.

Nome Comercial

MinomaxR©.

Indicações

• Infecções geniturinárias (uretrite, cistite, vaginite).

• Uretrite não gonocócica.

• Psitacose, ornitose, pneumonia atípica, brucelose, espiroquetose, actinomicose.

• Infecções da pele e dos tecidos moles, acne, furunculose, carbúnculo, piodermite, impeti-go, erisipela.

Dose

100mg a cada 12 horas (200mg/dia).

Reações Adversas

Foram descritos fenômenos gastrintestinais: epigastralgia, diarréia, gastrite, náuseas, anorexia,vômitos, glossite, inflamação da boca, escurecimento e coloração da língua.

Em lactentes ou crianças, coloração dentária. Erupção cutânea, com aumento de fotossensi-bilidade.

Precauções

As tetraciclinas podemproduzir coloração permanente (amarelo, cinza, marrom) dos dentese hipoplasia do esmalte e diminuição do índice de crescimento linear ósseo em lactentesprematuros, razão pela qual não é recomendável o uso em lactentes e crianças menores de 8anos; também não é aconselhável durante a segunda metade da gravidez e no período de lactação.

Pode contribuir para desenvolvimento de candidíase oral.

Interações

Não foram informadas interações das tetraciclinas com numerosos fármacos como ferro, antiá-cidos gástricos, hipnóticos e laxantes.

Os fármacos que aumentam o pH intragástrico podem diminuir a absorção desta tetraciclina.Não associar com antibióticos beta-lactâmicos - penicilinas ou cefalosporinas -, dado que podeafetar sua atividade antimicrobiana.

Page 42: Antibiotic Os

42 CAPÍTULO 3. CLASSES DE ANTIBIÓTICOS

Contra-indicações

Insuficiência renal ou hepática. Gravidez e lactação. Crianças menores de 12 anos.

3.7 Glicopeptídeos

3.7.1 Vancomicina

Propriedades

É um glicopeptídeo tricíclico derivado deStreptomyces orientalis. Em pacientes com funçãorenal normal, a infusão por venóclise de dose múltipla de 1g (15mg/kg) durante 60 minutos pro-duz concentrações plasmáticas médias de respectivamente 63, 23 e 8 mg/l logo após completar2 horas e 11 horas após a infusão.

A venóclise de dose múltipla de 500mg durante 30 minutos produz concentrações plasmá-ticas médias de respectivamente 49 mg, 19 mg e 10 mg/l logo após 2 horas e 6 horas após ainfusão.

A meia-vida da vancomicina é de 4 a 6 horas. Nas primeiras 24 horas, 75% de uma doseexcretam-se por filtração glomerular.

Em pacientes anéfricos a meia-vida é de 712

dias.A depuração renal e sistêmica total da vancomicina pode estar reduzida em pessoas de idade

avançada. Sua união às proteínas plasmáticas é de 55%. Não penetra facilmente o LCR atravésdas meninges normais, porém penetra quando existe inflamação meníngea.

Atua fundamentalmente porinibição da biossíntese da parede celular, afeta a permeabilida-de da membrana celular bacteriana e inibe a síntese de RNA.

Não há resistência cruzada com outros antibióticos.

Indicações

• Infecções graves causadas por cepas sensíveis de estafilococos resistentes à meticilina empacientes alérgicos à penicilina.

• É a indicação quando há suspeita de que a infecção é causada por estafilococos resistentesà meticilina, até que se disponha dos resultados dos exames de sensibilidade.

• Na endocardite estafilocócica, sua eficácia foi documentada em outras infecções por esta-filococos, como septicemia, infecções ósseas, das vias respiratórias inferiores e infecçõesda pele e partes moles.

Pode ser indicada sozinha ou em combinação com um aminoglicosídeo (endocardite por entero-cocos).

Foi usada satisfatoriamente junto com rifampicina e com um aminoglicosídeo na endocarditeprecoce da válvula protésica.

Page 43: Antibiotic Os

3.7. GLICOPEPTÍDEOS 43

Deverão ser obtidas amostras para cultura bacteriológica a fim de auxiliar, identificar e deter-minar a sensibilidade dos microrganismos causadores.

A forma parenteral pode ser administrada por via oral no tratamento da colite pseudomem-branosa.

Dose

• Recomenda-se concentrações não superiores a 5mg/ml e não exceder 10mg/minuto emadultos.

• Pacientes com função renal normal dose usual para adultos: IV, 2g/dia, divididos em500mg a cada 6 horas ou 1g a cada 12 horas;

• dose usual para crianças: IV, 10mg/kg a cada 6 horas; cada dose deve ser administrada notranscurso de, pelo menos, 60 minutos;

• lactentes e neonatos: sugere-se como dose inicial 15mg/kg, seguida por 10mg/kg a cada 12horas na 1a semana de vida e depois a cada 8 horas até completar o 1§ mês de idade; cadadose deve ser administrada durante 60 minutos. Nestes pacientes aconselha-se determinarcom freqüência as concentrações séricas da vancomicina.

• Pacientes com insuficiência renal e pacientes de idade avançada: a dose inicial não deveser menor que 15mg/kg.

• A dose requerida para manter concentrações estáveis é de 1,9mg/kg/dia; pode ser adminis-trada uma dose de 250mg a 1.000mg a cada vários dias em vez de diariamente.

• Em casos deanúria recomenda-se administrar 1.000mg a cada 7 a 10 dias.

Reações Adversas

Reações anafiláticas, inclusive hipotensão, sibilância, dispnéias, urticária e prurido.A venóclise rápida pode causar rubor na parte superior do corpo.Em raras ocasiões produz nefrotoxicidade devido ao aumento da creatinina sérica.Foram informados casos raros de nefrite intersticial em pacientes com disfunção renal ou que

recebiam aminoglicosídeos simultaneamente.Hipoacusia em pacientes com tratamento concomitante de outro medicamento ototóxico.

Muito raramente vertigem enjôos e acúfenos.Pode aparecer neutropenia reversível, logo após uma ou mais semanas de tratamento com

vancomicina.Em casos raros: náuseas, calafrios, exantemas e dermatite exfoliativa.

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44 CAPÍTULO 3. CLASSES DE ANTIBIÓTICOS

Precauções

O uso prolongado da vancomicina pode produzir o crescimento excessivo de microrganismos nãosensíveis. Em pacientes com disfunção renal subjacente ou que recebem tratamento associadocom um mesmo glicosídeo, devem ser realizadas determinações seriadas da função renal e serseguida de perto a posologia, para reduzir o risco de nefrotoxicidade. Ao ser irritante para ostecidos, deve ser administrado por venóclise firme.

Pode causar tromboflebite, o que se evita com o fármaco diluído e administrado lentamente.A posologia deve ser ajustada em pacientes de idade nos quais a diminuição natural da filtraçãoglomerular pode produzir concentrações séricas elevadas do antibiótico.

Deve ser administrado em solução diluída.A ototoxicidade se apresenta em pacientes que receberam doses excessivas.

Interações

A associação da vancomicina com agentesanestésicostem produzido eritemas e reações hista-minóides e anafilactóides.

O uso concomitante com outros medicamentos que possam produzir efeitos neurotóxicos ounefrotóxicos (anfotericina-B, aminoglicosídeos, bacitracina, polimixina-B, colistina e cisplatina)requer acompanhamento cuidadoso do paciente.

Contra-indicações

3.7.2 Teicoplanina

Propriedades

É um antibióticobactericida do grupo da vancomicina, cujo espectro útil é oStaphylococcusaureusmeticilino-resistente e oStreptococcus fæcalis.

Depois da injeção IM, penetra rapidamente nos tecidos, inclusive pele, gordura e osso, alcan-çando também altas concentrações no rim, traquéia, pulmão e supra-renais.

Não penetra no LCR. Após a administração intravenosa, segue um perfil plasmático bifásico,com uma meia-vida plasmática de eliminação de 70 a 100 horas.

A união às proteínas plasmáticas é de 90 a 95%; mais de 97% da droga são eliminados porvia renal sem modificações.

A teicoplanina não é removida por hemodiálise.

Indicações

• Infecções por germes Gram-positivos resistentes ao tratamento com penicilinas ou cefa-losporinas.

• Útil especialmente em infecções graves porStaphylococcus aureusresistentes a outrosantibióticos.

Page 45: Antibiotic Os

3.7. GLICOPEPTÍDEOS 45

• Infecções na pele e tecidos moles, no trato urinário, respiratórias, ósseas, septicemia eendocardite, e peritonite associada a hemodiálise.

Dose

A dose deve ser individualizada conforme a gravidade da infecção.

• Dose inicial de 400 a 800mg/dia.

• Dose de manutenção: 200 a 400mg/dia (6mg/kg) divididos em 2 administrações ao dia.

• Crianças: 10mg/kg/dia.

Reações Adversas

Reações locais:eritema, dor local, tromboflebite.

Alergia: erupção cutânea, febre broncoespasmo, reações de anafilaxia.

Gastrintestinal: náusea, vômitos, diarréia.

Sangue: eosinofilia, leucopenia, neutropenia, trombocitopenia, trombocitose.

Função hepática: aumento transitório de transaminases ou fosfatase alcalina.

Função renal: aumento transitório da creatinina sérica.

SNC: tonturas e cefaléias.

Outros: perda transitória da audição, tinnitus e distúrbios vestibulares.

Precauções

Hipersensibilidade cruzada com a vancomicina, pacientes com insuficiência renal e aqueles emque for requerido o uso concomitante de outros antibióticos neurotóxicos ou nefrotóxicos.

Interações

Pode agravar a toxicidade e nefrotoxicidade quando administrado comaminoglicosídeos, anfotericina-B, colistina, ciclosporina, cisplatina, furosemida, ácido etacrínico.

Em estudos em animais foi observada uma leve interação comdiazepam, tiopental, morfi-na, halotano e bloqueadores neuromusculares.

Contra-indicações

Gravidez. Lactação. Hipersensibilidade à teicoplanina.

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46 CAPÍTULO 3. CLASSES DE ANTIBIÓTICOS

3.7.3 Lincomicina

Propriedades

A lincomicina é um antibiótico lincosânido obtido doStreptomices lincolnensis, que desenvolveatividadebacteriostáticapor bloqueio da síntese protéica bacteriana ao interferir na transpep-tidação ao nível da subunidade ribossômica 50S.

Possui um efeito antimicrobiano similar ao da eritromicina sobre os microorganismos Gram-positivos como estreptococo, pneumococo, estafilococo. Os bacilos Gram-negativos e enteroco-cos não são afetados pela lincomicina; nas alterações dos germes anaeróbios Gram-positivos enoBacteroides fragilissão lisados com facilidade.

É administrada por via oral ou parenteral; alcança uma boa biodisponibilidade no sangue,tecidos (ossos) e líquídos biológicos.

Sua meia-vida é prolongada (5 horas) e sua eliminação realiza-se fundamentalmente pelaurina e bile.

Não atravessa a barreira meníngea em proporção significativa.

Indicações

• Infecções por germes Gram-positivos.Pneumopatias.

• Infecções estafilocócicas,

– osteomielite,

– sepse por microrganismos anaeróbios,

– peritonite,

– infecções pélvicas,

– obstétricas e

– ginecológicas.

Dose

• Por via oral: 500mg a cada 8 horas (1.500mg ao dia).

• Por via parenteral: 1.200-1.800mg ao dia.

• Dose ponderal: 30-50mg/kg/dia oral, 10-20mg/kg/dia (parenteral).

Reações adversas

Ocasionalmente, diarréia, náuseas, vômitos, colite pseudomembranosa porClostridium difficile.

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3.7. GLICOPEPTÍDEOS 47

Precauções

A dose deve ser adequada cuidadosamente a cada paciente, a critério médico.

Contra-indicações.

Gravidez e lactação. Lactentes.

3.7.4 Clindamicina

Propriedades

Antibiótico sistêmico. Seu mecanismo de ação é exercido mediante ainibição da síntese pro-téica em bactérias sensíveis; une-se às subunidades 50 S dos ribossomos bacterianos e evita aformação das uniões peptídicas.

Geralmente consideradabacteriostática, podendo, porém, ser bactericida quando usada emconcentrações elevadas ou frente a microrganismos altamente sensíveis.

É absorvida com rapidez no trato gastrintestinal e não é inativada no suco gástrico. Os ali-mentos não afetam sua absorção.

Distribui-se amplamente e com rapidez na maioria dos líquidos e tecidos, exceto no líquidocefalorraquidiano; alcança concentrações elevadas no osso, bile e urina.

Atravessa com facilidade a placenta.Sua união às proteínas é muito elevada.Metaboliza-se no fígado e alguns metabólitos podem ter atividade antibacteriana. Em crian-

ças, aumenta a velocidade do metabolismo.É eliminada por via renal, biliar e intestinal. Excreta-se no leite materno.

Indicações

Tratamento de infecções ósseas por estafilococos; infecções geniturinárias, gastrintestinais epneumonias por anaeróbios; septicemias por anaeróbios, estafilococos e estreptococos; infec-ções da pele e tecidos moles por germens suscetíveis.

Dose

Administração de 600 a 900mg a cada 6 a 8 horas.

Reações adversas

Náuseas, vômitos, colite pseudomembranosa, hipersensibilidade, bloqueio neuromuscular, au-mento reversível das transaminases hepáticas, trombocitopenia e granulocitopenia.

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48 CAPÍTULO 3. CLASSES DE ANTIBIÓTICOS

Precauções

Deve ser administrada com cuidado em pacientes com doença gastrintestinal, especialmente co-lite ulcerosa, enterite regional ou colite associada com antibióticos (pode produzir colite pseudo-membranosa), e na presença de disfunção hepática e disfunção renal grave.

Deve ser utilizada com cautela em lactentes menores de um mês e em pacientes atópicos comasma e alergia. Pode exister sensibilidade associada com outras lincomicinas.

Interações

Deve-se controlar cuidadosamente o paciente quando se usa simultaneamente clindamicina comanestésicos hidrocarbonados por inalação ou bloqueadores neuromusculares, dado que sepode potencializar o bloqueio neuromuscular, ocasionar debilidade do músculo esquelético edepressão ou paralisia respiratória.

A administração junto comantidiarréicos absorventes pode diminuir significativamente aabsorção de clindamicina por via oral.

O cloranfenicol e aeritromicina podem desassociar a clindamicina de sua união às subu-nidades 50 S dos ribossomos bacterianos ou impedir essa união e antagonizar desta forma seusefeitos.

In vitro é fisicamente incompatível com a ampicilina, a fenitoína, os barbitúricos, a aminofi-lina e o gliconato de cálcio e magnésio.

Contra-indicações

Hipersensibilidade às lincosaminas.

3.8 Macrolídeos

3.8.1 Macrolídeos

Nomes, Nomes Comerciais e Vias de Administração

Estearato de eritromicina: EritromicinaR©, PantomicinaR©; VO, EV

Etilsuccinato de eritromicina: PantomicinaR© gotas; VO, EV

Estolato de eritromicina: EritrexR©, IlosoneR©, EritofarR©; VO, EV

Mecanismos de Ação

É umbacteriostático, ligando-se à subunidade 50S dos ribossomos bacterianos, suprimindo suasíntese proteica.

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3.8. MACROLÍDEOS 49

Doenças e Espectro de Ação

Eritromicina: Bactérias Gram-positivas (pneumococos, estreptococos do grupo A,Corynebac-terium diphtheriæ, S. aureus e difteróides);

• Pneumonia porMycoplasma pneumoniæ, Chlamydia trachomatis;

• Infecções porBordetella pertussis, Campylobacter, C. diphteriæ, C. Hæmolyticum,Legionella sp

Efeitos Adversos

Eritromicina: É um dos antibióticos mais isentos de efeitos colaterais. Cerca de 93% dos in-divíduos que apresentaram colestase como manifestação tóxica da eritromicina haviamtomado a forma de estolato, devendo ser portanto evitada.

3.8.2 Novos Macrolídeos

Nomes, Nomes Comerciais e Vias de Administração

Roxitromicina: Rulid R©; VO

Miocamicina: MidecaminR©; VO

Azitromicina: ZitromaxR©; VO

Claritromicina: Klaricid R©; VO

Mecanismos de Ação

Atividade semelhante ao dos macrolídeos, mas que inovam na possibilidade deadministraçãoúnica ao dia, resistência à degradação ácida do estômago, redução dos efeitos colaterais gástri-cos e na ampliação das propriedades terapêuticas.

Doenças e Espectro de Ação

Roxitromicina: Infecções do trato respiratório inferior;Pneumococos e estafilococos;Pneumonias atípicas

Azitromicina: H. influenzæ, H. parinfluenzæ, Moraxella catarrhalis, Legionella pneumophila,C. trachomatis, N. gonorrhoeæ, U. urealyticum

Claritromicina: S. pneumoniæ; C. pneumoniæ; Legionella pneumophila; C. trachomatis;Infecções do trato respiratório;Infecções porMycobacterium aviumem pacientes com a síndrome da imunodeficiênciaadquirida

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50 CAPÍTULO 3. CLASSES DE ANTIBIÓTICOS

Miocamicina: Legionella sp;Várias bactérias anaeróbias;Mycoplasma

Efeitos Adversos

Reduzido efeitos colaterais gástricos.

3.9 Nitroimidazólicos

Nomes e Vias de Administração

Metronidazol: VO, EV

Tinidazol: VO, EV

Ornidazol: VO, EV

Mecanismos de Ação

Drogas de baixo peso molecular com distribuição em quase todos os tecidos e fluidos do orga-nismo, tendo poderbactericida.

Doenças e Espectro de Ação

Contra protozoários e bactérias anaeróbias como oB. fragilis, Fusobacterium sp, clostrídios,peptococos, peptoestreptococos e outros bacilos Gram-positivos.

Efeitos Adversos

Náuseas, dores abdominais, gosto metálico, neutropenia reversível.Raramente, neuropatia periférica, convulsões, disfunções cerebrais e reação ao álcool (tipo

dissulfiram)