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ANO 29 NÚMERO 158 JUL/SET 2015 ISSN 2182-617X ©Capa-Pedro Lourenço

ANO 29 NÚMERO 158 JUL/SET 2015 ISSN 2182-617Xrefrigerio.ciip.pt/wp-content/uploads/2016/06/refrigerio_158.pdf · as suas portas para classes bíblicas dominicais, vendo o efeito

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2 F I C H A T É C N I C A R E F R i G É R i OANO29NÚMERO158JUL/JSET2015ISSN2182-617XPeriódico trimestral visando a informação e edificação do povo de Deus

propriedadeComunhão de Igrejas de Irmãos em Portugal(CIIP)Internet: www.ciip.netE-mail: [email protected]

As igrejas afiliadas na CIIP caracterizam-se por: serem igrejaslocais autónomas, com uma convicção e tradição de liderançaplural na comunidade, comunhão aberta sem distinção de ori-gens denominacionais, ênfase na liberdade do Espírito Santono culto e serviço, expectativa da segunda vinda eminente doSenhor Jesus em glória, e no exercício livre do ministério atravésdos dons e talentos em vez da profissionalização de cargoseclesiásticos.

comissão administrativa e EditorialEliseu Alves, Helena Sequeira, e Osvaldo CastanheiraEndereço Jornal RefrigérioRua das Eiras, 22 2725-299 Mem MartinsE-mail: [email protected]ção Luis Toupeiradesign Gráfico e paginação Osvaldo CastanheiraRefrigério Impresso e Refrigério Onlinecapa deste número Pedro LourençoRevisão e edição de textos Cristina CalaimEdição de Notícias Helena SequeiraVersão digital http://www.refrigerio.netimpressão SIG - Sociedade Industrial Gráfica, Lda.depósito legal : 21.402/88issN: 2182-617X (impresso) / 2182-6188 (em linha)tiragem: 2200 exemplarespreço de cada exemplar: € 1,90sustentado através de ofertas voluntáriasFinançasAgradecemos a todos os irmãos e igrejas que têm ajudado nosustento deste ministério. Envie a sua oferta para (DepartamentoMissionário) Nib 0035 2145 0001 7614 9309 2 com a es-pecificação do destino da oferta: para “Revista Refrigério”. © copyrights Autorizamos e incentivamos a divulgação, no todo ou emparte, dos estudos e artigos publicados, desde que a fonte seja citada.Os artigos assinados são da responsabilidade individual. Os artigos quenão correspondam à linha doutrinária e informativa deste jornal, nãoserão publicados. À Comissão de Publicações do Departamento de Co-municações da CIIP assiste o direito de rejeitar publicidade que colidacom as atividades das Assembleias de Irmãos.

coord. dep. de comunicações António Calaim

Cada Nº do REFRIGÉRIO tem um custo. Esta edição teve uma tiragem de 2200 ex. e 24 págs. apoie este ministério com a sua oferta. Consulte a ficha técnica e veja como o pode fazer.

verão2015 NOtÍcias número158

GRupO dE tRabalhO da EscOla dOMiNical ciip-sulO Grupo de trabalho da Escola Dominical da CIIP-Sul depois de tomar conhecimento que algumasigrejas têm dificuldade em ter/organizar um cur-rículo para as suas ED, resolveu fazer uma pes-quisa de vários currículos para que pudessesugerir um, e decidiu-se por este, estando nestemomento no processo de tradução para portu-guês de Portugal. O objetivo é ter estes materiaispreparados já para o arranque do ano letivo2015/2016.Estes materiais estão à disposição da sua igreja.Para mais informações contacte Rute Manaia:[email protected]

ciip E apEc FORMaçãO dE pROFEssOREs A CIIP-Sul em parceria com a APEC, realizou nosdias 16 e 17 de maio de 2015, uma formaçãopara professores de Escola Dominical (ED), nasinstalações das igrejas do Beato e Olarias, quecontou com a participação de 28 formandos. Foram observados vários aspetos do ensino daBíblia, no contexto da sociedade e das Igrejas dosIrmãos da atualidade: • Como levar umacriança/jovem a Cristo? • A arte de contar umahistória bíblica • Como estruturar uma aula.Foi também abordada a importância do papel doprofessor da ED, nas gerações atuais, e em comoeste se deve deixar orientar pelo Espírito Santo.Globalmente, todos os formandos considerarama formação muito útil e importante, encontrando-se o grupo de trabalho da ED da CIIP-Sul, a con-siderar a realização de nova formação.

AtençãonoVo endereçopara correspondência

Jornal REFRIGÉRIORua das Eiras, 22 2725-299 Mem Martins

Grupo de participantes na sessão de formaçãopara professores de ED.

Hora BÍblica novo currículo a ser adapatado para as nossas escolas dominicais

omo surgiu a Escola BíBlica DominicalA Escola Dominical, como a conhecemos hoje, teve como fundador Robert Raikes (1735-1811),

nascido em Gloucester, Inglaterra, e membro da igreja Anglicana. Ele trabalhava como jornalista e editor na Imprensa Raikes, propriedadeda família, que passou a dirigir após a morte de seu pai.A cidade de Gloucester era um polo industrial com grandes fábricas de têxteis. Raikes sabia que as crianças trabalhavam nas fábricas aolado dos seus pais, de sol a sol, seis dias por semana. Enquanto os pais descansavam ao domingo, as crianças ficavam abandonadas nas ruase praças, brincando, brigando, e aprendendo toda a espécie de vícios. Naquele tempo não havia escolas públicas em Inglaterra, apenas es-colas particulares, privilégio das classes mais abastadas. As crianças pobres ficavam sem estudar, trabalhando todos os dias nas fábricas,exceto aos domingos.

apElo Raikes sentiu-se atribulado no seu espírito ao ver tantas crianças desafortunadas crescendo entregues a si próprias,e que muito provavelmente cairiam futuramente no mundo do crime. Assim, começou a escrever sobre estas crianças que não tinham opor-tunidade para estudar nem para preparar-se para uma vida melhor. Cheio de amor, resolveu estabelecer uma escola gratuita para esses meninos de rua. Conseguiu que algumas senhoras crentes o ajudassem,fazendo visitas aos bairros pobres da cidade, a fim de convencerem os pais a enviarem seus filhos à escola. O seu objetivo principal era al-fabetizar e ministrar aulas de religião, com o propósito de reformar a sociedade, modificando-lhes o caráter através dos ensinamentos bíblicos.Depressa conseguiu reunir cem crianças, dos seis aos catorze anos, nestas escolas dominicais. Usava a Bíblia como livro de estudo, cantavacom os alunos e ministrava-lhes, também, noções de boas maneiras, de moral e de civismo. Através de seu jornal, Raikes fazia campanhas para angariar doações de material escolar e providenciou tudo para que as crianças viessemàs aulas, inclusive roupas, sapatos, banho, bem como mantimentos para lhes preparar uma boa refeição aos domingos. Estudavam matemá-tica, história e inglês e eram levados, então, à igreja, para serem instruídos na área religiosa. No final, recebiam pequenos brindes pelo do-mínio da lição e bom comportamento.Raikes divulgou a sua ideia e os resultados no seu jornal, no dia 3 de novembro de 1783, data em que se comemora, na Inglaterra, o dia daFundação da Escola Dominical. Esta experiência também foi noticiada noutros jornais, pelo que os dirigentes religiosos tomaram conheci-mento do movimento que se espalhava. Na sua gráfica, Raikes publicou o Sunday School Companion, livro com versículos bíblicos paraleitura, que seria a primeira revista de EBD.

oposição No início Raikes encontrou resistência ao seu trabalho, entre aqueles que menos esperava - os líderes dasigrejas. Achavam que ele estava a profanar o domingo sagrado e as suas igrejas com as crianças pouco educadas. Mas muitas igrejas abriramas suas portas para classes bíblicas dominicais, vendo o efeito salutar que estas tinham sobre as crianças e jovens da cidade.Quatro anos após a fundação, a Escola Dominical já tinha mais de 250 mil alunos matriculados. A taxa de criminalidade de Gloucester caiu,com o surgimento das escolas dominicais de Raikes, de forma que em 1792 não houve um só caso julgado pela comarca de Gloucester.

movimEnto munDial O trabalho de Raikes foi saudado com entusiasmo e, em breve, escolasdominicais foram criadas em todo o Reino Unido e também nos Estados Unidos. Grandes homensda igreja, como J. Wesley fundador do metodismo, participaram ativamente na obra de Raikes, jul-gando-a como um dos trabalhos mais eficientes para o ensino da Bíblia.Robert Kalley, fundou na ilha da Madeira de 1838 a 1846 escolas para crianças pobres e adultosiletrados e ignorantes onde ensinava através da Bíblia.Também em Petrópolis no Brasil em 1855, o jovem casal de missionários escoceses, Robert eSarah Kalley, no ano em que chegaram ao Brasil aí instalaram uma escola para ensinar a Bíbliaàs crianças e jovens daquela região. Na primeira aula somente cinco participaram, mas Sarah,contente com “pequenos começos”, contou a história de Jonas, mais com gestos do que compalavras, porque ainda não dominava o português. Com o passar do tempo, aumentou tantoo número de pessoas a estudar a Bíblia, que o missionário Kalley iniciou aulas para jovens eadultos. Vendo o crescimento, o casal resolveu mudar-se para o Rio de Janeiro, para aumentaro alcance do trabalho. Este humilde começo de aulas bíblicas dominicais deu início à IgrejaEvangélica Congregacional no Brasil.No mundo há muitas coisas que pessoas sinceras e humanitárias fazem sem pensar ou ima-ginar a extensão de influência que seus atos podem ter. Certamente, Robert Raikes nuncaimaginou que as simples aulas que ele começou entre crianças pobres e analfabetas dasua cidade, no interior da Inglaterra, iriam crescer e tornar-se um grande movimento mun-

dial. Hoje, a Escola Dominical conta com mais de 60 milhões de alunos matriculados, emmais de 500 mil igrejas protestantes no mundo. É a minúscula semente de mostarda plan-tada e regada, que cresceu para uma grande árvore cujos galhos se estendem ao redor doglobo. Helena Sequeira

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Vamos distribuir 1 milhão

de folhetos às crianças

em portugal.

Ore por este projeto.

este terceiro artigo, à luz dasnecessidades e dos desafios dos edu-cadores, trazemos apenas algumas

breves considerações baseadas no magistériode Jesus, no que diz respeito concretamenteà arte de realizar perguntas - essas dimensõespodem e devem ser ponderadas e incorporadasna prática pedagógica em diversos contextos(desde a Escola Dominical nas igrejas locaisaos contextos informais no seio do lar). O método não é devedor exclusivo ao mé-todo clássico estabelecido séculos antes deCristo pelo filósofo Sócrates, mas entronca-se nos textos sagrados do Velho Testamentoe na forma peculiar como o próprio Deusprocede e interage em relação ao ser hu-mano (ver Job 38) (Johnson, 95).Todavia, o uso de questões comporta algunsriscos. O primeiro deles reside na avalanchede questionamentos feitos, podendo gerarnesse caso mais instabilidade do que pro-priamente benefício no processo de ensino-aprendizagem. O uso frequente de perguntaspode denotar uma persistência excessiva efora de tempo, como se fossem feitas apenaspara maçar o aluno. Em segundo lugar, assu-mindo uma tónica demasiado generalista, ovalor associado à pergunta é inevitavelmentepequeno. Em terceiro lugar, se a questão écolocada apenas para demonstrar a ignorân-cia do aluno ou a sapiência do professor, asconsequências potenciais na forma como elese relacionará com o docente poderá dege-nerar numa quebra de confiança e de um la-tente antagonismo. Em quarto lugar, asquestões ritualísticas, por si só, também in-duzem pouco valor ao processo, sendo ape-nas estimulada a memória e a mecanização

(Wilson, 117-120). Contudo, Jesus utilizou de forma ímpar asquestões como uma ajuda central no seu en-sino, e é extraordinário apreciar a amplitudee sabedoria reveladas em múltiplas situaçõesdo seu ministério. Na verdade, ainda comocriança, os pais de Jesus encontraram–no notemplo, sentado no meio de doutores, escu-tando-os e fazendo-lhes perguntas - o únicoevento registado nos evangelhos relativo aesse período precoce de desenvolvimento deJesus. Nesse contexto, encontramos interes-santemente o primeiro pronunciamento re-

gistado por Jesus, o qual foi uma questão: Porque me procuráveis? Não sabíeis que eudevia estar na casa de meu Pai? (Lc 2:49)(Wilson, 120-121). Mais tarde, já adulto, asprimeiras palavras registadas no ministériopúblico de Jesus, logo após ter sido batizado,foram dirigidas a dois discípulos de João Ba-tista na forma de uma questão: que procu-rais? (Jo 1:38). Assim, nessa linha, o uso dasperguntas constituiu o cerne do seu método

durante a sua vida - perfazendo mais do quecem perguntas diferentes registadas nos 4Evangelhos (Hendricks, 25; Price, 87), sendoo evangelho de Marcos o mais prolixo nessesentido, onde parece que Jesus está constan-temente a interrogar pessoas (Johnson, 95). As perguntas foram utilizadas como pontosde contacto que visavam suplantar os cons-trangimentos que se colocam entre professo-res e alunos. Numa ocasião, quando umamulher no meio da multidão o tocou, Jesusutiliza uma questão aparentemente estranhadada a quantidade de pessoas que o rodea-vam de forma apertada no percurso. Mas eleperguntou, insistindo: quem me tocou? (Lc8:43). Depois desse contacto ser primeira-mente estabelecido, a fé dessa mulher foienaltecida e foi despedida em paz. Jesus tam-bém iniciou uma determinada lição, comointrodução, com uma pertinente questão.Aquando da controvérsia com os escribas efariseus, dada a sua murmuração perante ofacto de Jesus comer com pecadores, o Mes-tre inicia a história da ovelha perdida. Nessanarrativa, Jesus começa por interrogá-lossobre o que fariam, tendo cem ovelhas euma delas se tivesse perdido. Nesse caso, oponto de contacto ajudou substancialmentea minimizar a animosidade dos seus oponen-tes (Wilson, 121-122). Depois de ter ensinado, culmina algumasvezes a lição com pertinentes questões. Noâmbito da narrativa do bom samaritano,questionou: qual dos três te parece ter sido opróximo do homem que caiu nas mãos dosassaltantes? (Lc 10:36). No contexto do de-bate polémico em torno do sábado, inquiriu:é lícito, no dia de sábado, fazer bem ou mal,salvar uma vida ou matar? (Mc 3:4); Em algumas situações, a pergunta é feitacomo método de argumentação, geralmentefrequente em ambientes permeados de atitu-des ou perguntas hostis (e.g., Mc 3:1-4,11:27-33). Assim, por vezes, as questões co-locadas por Jesus derivam de perguntas co-locadas pelos seus interlocutores (explícitaou implicitamente), ou em situações que éesperado ou sente-se condicionado a respon-der. As perguntas usadas por Jesus esperavam dasua audiência uma resposta (verbal ou men-tal). Todavia, especificamente as indagaçõesretóricas, que foram as mais comuns, não vi-

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A Pedagogia de Jesus Cristo nos Evangelhos (III)

a arte do questionamento por Nuno Fonseca

A arte de interrogar é bem mais a arte dos mestres do que a dos discípulos(Jean Jacques Rousseau)

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...Jesus utilizou as questões de forma instrumental e intencional, como elemento preliminar relativoà verdade que ele queriatransmitir de forma consciente, esclarecida e ciente da resposta

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savam necessariamente uma resposta pro-priamente dita, mas provocar de algumaforma um impacto nos seus interlocutores,isto é: sublinhar a singularidade da existênciade uma única resposta (Mc 3:23; Mt 7:16; Lc15:8), ou revestir de peso e solenidade o ar-gumento apresentado (Mc 8:36-37; Mt 5:13),ou criar um momento de reflexão relacio-nado com aquilo que os seus interlocutoresestavam a sustentar (Mc 3:33; 10:18; 12:35-37), ou ainda para expressar sentimentospessoais de indignação (Mc 9:19; Lc 12:14)(Stein, 23-24). Além da ênfase unicamente retórica no ques-tionamento sábio do Mestre, a apresentaçãode situações dilemáticas através de interro-gações, provocavam da parte dos seus inter-pelantes um silêncio forçado, pois incorriamem contradição qualquer que fosse a res-posta concreta dada. Quando os principaisdos sacerdotes e os anciãos do povo puseramem dúvida a sua autoridade de ensinar, oMestre perguntou-lhes: Donde era o batismode João? Do céu ou dos homens? (Mt 21:25)(Price, 89). Jesus utilizou as questões de forma instru-mental e intencional, como elemento preli-minar relativo à verdade que ele queriatransmitir de forma consciente, esclarecida eciente da resposta (Wilson, 120). Em termos

gerais, as perguntas fomentavam o envolvi-mento incontornável dos ouvintes no pro-cesso de ensino-aprendizagem, estabele-cendo pontos de contacto, apelando à com-paração, ao exame crítico, à avaliação e tam-bém à memória. Através desse recurso, Jesuspretendia induzir na audiência a respostacerta, permitindo que a posteriori fosse maisassimilada no interior dos ouvintes (Stein,23-24). De facto, na maioria das vezes, es-pecialmente com as perguntas retóricas, eraconcedido um desafio implícito para o ou-vinte aplicar a si próprio a lição transmitida(Wilson, 124). As perguntas eram profundase demonstravam um interesse genuíno napessoa humana. Eram “como uma forma deabraço”, mesmo quando existia alguma tó-nica de reprovação associada (Johnson, 97).E tudo isso com formulações claras, simplese curtas (Price, 87).Precisamos de nos apropriar com mais sabe-doria do uso pedagógico das questões.Porém, temos vários desafios. Naturalmente,respondemos muito mais do que questiona-mos. E não raramente julgamo-nos detento-res de todas as respostas plenas e completassobre todos os assuntos relacionados com afé cristã. Aprendamos com Jesus Cristo, mes-tre interpelador e inquiridor, o qual jamaisincorreu também nos potenciais prejuízos do

uso das perguntas referidos no início dotexto. Ao utilizar esse recurso didático, con-jugou de forma magistral clareza com pro-fundidade, genuinidade com sensibilidade,ousadia com prudência, memória com refle-xividade, contacto com densidade, doutrina-ção com apropriação pessoal de um padrãodigno de ser vivido. Em suma, o Deus co-nosco, “veio não tanto para responder a per-guntas, mas para fazê-las; não tanto paraacomodar as almas dos homens, mas paraprovocá-las; não para tornar fácil a vida, maspara torná-la mais educativa” (W. Merril, ci-tado em Price, 87). Já agora, qual foi a última Pergunta que fez aalguém, que tenha contribuído para o seudesenvolvimento como pessoa?

referências Bibliográficas

Hendricks, H. (1999). Seguindo o Mestre em Ensinar. Em K.

Gangel & H. Hendricks. Manual de ensino para o educador cris-

tão. Rio de Janeiro: CPAD, 11-32.

Johnson, P. (2011). Jesus – uma biografia escrita por um crente.

Lisboa: Alêtheia Editores.

Price, J. (1954). A Pedagogia de Jesus – o mestre por Excelência.

Rio Janeiro: JERP.

Stein, R. (1978). The Method and Message of Jesus Teachings.

Philadelphia: Westminster Press.

Wilson, C. (1974). Jesus the Teacher. Melbourne: Hill of Content

Publishing.

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Já agora, qual foi a última pergunta que fez a alguém, que tenha contribuído para o seu desenvolvimento como pessoa?

a caminhada para a maturidade,a criança vai deparar-se com com-plexas mudanças e adquirir todos

os conhecimentos que necessita para enfren-tar o mundo. Nesse processo, vai ser influen-ciada por diversos fatores, todos igualmenteimportantes, que atuam em simultâneo nodesenvolvimento da sua Personalidade. A fa-mília e a igreja são as duas principais insti-tuições que influenciam diretamente odesenvolvimento integral de uma criança econstituem as principais fontes de modelosde vida cristã. As crianças aprendem imitando, e os seusmodelos são os adultos significativos: os paise os professores. O papel dos pais é o deserem as principais figuras de autoridade ede cuidados e o papel dos professores é es-sencialmente pedagógico, sem perder o seucarácter de autoridade. No entanto, ambostêm o mesmo objetivo: educar! Educar é formar a pessoa como um todo -formar os sentimentos, construir o carácter,desenvolver a identidade, a autonomia, trei-nar as competências relacionais, transmitirconhecimentos, orientar e apontar cami-nhos. Neste sentido, a educação espiritual dacriança ganha um sentido de urgência e ne-cessidade e exige dos educadores maturi-dade e esforço para serem um modelopositivo de ajustamento emocional, social eespiritual, e para trabalhar em equipa, for-

mando parcerias entre pais e professores,entre igreja e famílias.Podemos caracterizar hoje em dia as nossascrianças como mais instruídas, mais informa-das, mas menos formadas no seu todo.Sabem resolver problemas matemáticos, masnão sabem resolver conflitos, sabem procuraras soluções mais rápida e facilmente, mas

não sabem lidar com as suas emoções, frus-trações e desafios da vida. Desejam o su-cesso, mas não sabem lidar com o fracasso…Desejam alcançar tudo, mas não sabem des-frutar dos prazeres mais básicos da vida…Onde temos falhado? Na essência da nossaexistência enquanto seres humanos criadospor Deus… Para percebermos melhor, per-mitam-me que vos conte uma história:

Numa certa aldeia africana, construída nasombra de uma montanha, a população reu-niu-se para encontrar uma solução para oproblema que os preocupava: os inúmerosacidentes que aconteciam com as suas crian-ças. Estas sentiam-se atraídas pela montanha,lugar onde gostavam de brincar, mesmojunto à ponta do elevado penhasco. Comoresultado, o número de acidentes era assus-tador. Já haviam perdido muitas crianças. Erapreciso fazer alguma coisa… Alguém sugeriuque fosse construído um hospital, junto aolocal das quedas, de forma a poderem socor-rer prontamente as crianças que caíam doalto. A população uniu-se nesse propósito eum hospital foi construído no local onde oscorpos das crianças jaziam após a queda. Defacto, o tempo que se levava a socorrer osacidentados diminuiu e muitas crianças es-tavam a ser salvas da morte certa. Algum tempo depois, a população voltou areunir-se: as crianças continuavam a cairpara o abismo e as que sobreviviam ficavamcom muitas sequelas, algumas delas irrepa-ráveis. Uma nova sugestão foi dada: oferecermais atividades para ocupar as crianças paraque resistissem às brincadeiras na montanha.O esforço coletivo da aldeia resultou nummaior investimento na escola, que agora ofe-recia atividades para os tempos livres. O nú-mero de crianças acidentadas diminuiu, maso problema continuava: elas continuavam air brincar no alto monte e muitas caíam dopenhasco. As ideias estavam a esgotar-se:mesmo proibindo, as crianças iam brincar nopenhasco; o hospital não conseguia impediros acidentes e muito menos a escola. O quepoderiam fazer mais? Alguém sugeriu então:“porque não construímos muros à volta dopenhasco de forma impedir a queda dascrianças no abismo?” Era isso! Como é que

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a educacao espiritual e o desenvolvimento da crianca por Iolanda Melo

O ser humano nasce inacabado e por isso é educável e adaptável ao am-biente e à cultura onde vai desenvolver-se como pessoa e adquirir uma ma-neira de pensar, sentir e agir que o torna diferente de todos os outrosindivíduos - adquire aquilo que denominamos de Personalidade: “organi-zação mais ou menos estável e duradoura do caráter, temperamento, inte-lecto e físico de uma pessoa, que determina a sua adaptação única aoambiente” (Eysenck).

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...Até que ponto a educação espiritual das nossas crianças é prioridade nos nossos lares e igrejas? Jogos, brincadeiras, entretenimento fazem parte davida social e têm o seu papel,mas somente a Palavra de Deuspode transformar vidas

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não se tinham lembrado disso antes? Toda apopulação se juntou e, unidos, colocarammuros à volta de todo o penhasco onde ascrianças brincavam. Resultado: mais ne-nhuma criança teve um acidente! Os murosconstruídos protegiam-nas de caírem do altoda montanha.Apesar desta história ter mesmo acontecido,não deixo de pensar que ela bem pode seruma parábola para a situação das nossascrianças. Muitas “brincam” à beira doabismo que pode existir na nossa sociedade:a violência, a disfuncionalidade na família,as drogas e o álcool, a pedofilia, as perturba-ções emocionais e psíquicas, as doenças in-fetocontagiosas... Para a grande maioria dascrianças em Portugal, o abismo é também deordem espiritual: o inferno, abismo desti-nado àqueles que não têm uma relação pes-soal com Deus e morrem nos seus pecadossem conhecerem a maravilhosa salvação de

Deus, em Cristo Jesus. s mais novos podem passar odia todo na escola, podemos ter as-sociações infantis e juvenis que de-

senvolvam programas de prevenção, centrosde reeducação e de tratamento para os pro-blemas da atualidade, mas não deixaremosde ter as sequelas, a falta de acesso a trata-mentos eficazes e crianças que não serão al-cançadas com o Evangelho de Cristo peloscristãos do seu prédio ou igrejas evangélicasdo seu bairro ou cidade. Como pais, profes-sores, família, Igreja, organizações sociais epara-eclesiásticas, estaremos nós a trabalharjuntos na construção de muros que protejamas crianças da nossa família, do nosso pré-dio, do nosso bairro, da nossa cidade, donosso país? Sabemos que a Palavra de Deus é o manualde princípios e valores que podem mudar ahistória das famílias e do nosso país, que sedesenvolve cada vez mais à margem dos pa-drões bíblicos. No Salmo 78, versículos 1 a8, encontramos o primeiro muro a ser cons-truído e a base da nossa existência enquantocriação de Deus: A educação Espiritual.O plano de Deus para a formação espiritualdas nossas crianças consiste em partilharcom elas quem Ele é, o Seu poder e o quetem feito por nós. O benefício desta transmis-são dos preceitos do Senhor será uma gera-

ção que confia em Deus e lhe é obediente.Confiar no Deus Salvador e Obedecer aosSeus mandamentos impede a queda noabismo eterno e muitos outros abismos deordem psicossocial. O resultado da ausênciada partilha das instruções de Deus está des-crito no versículo 8: uma geração rebelde,insensata, inconstante e infiel. Onde é quenós já vimos isto?Até que ponto a educação espiritual das nos-sas crianças é prioridade nos nossos lares eigrejas locais? Jogos, brincadeiras, entreteni-mento fazem parte da vida social e têm o seupapel, mas somente a Palavra de Deus podetransformar vidas. Como igreja, o Departa-mento infantil é alvo de forte investimento?Temos professores capacitados e treinados,material e espaço físico adequados, uma boaequipa que se envolva na vida das nossascrianças e adolescentes? Mais do que trans-missores de saberes e informação, os profes-sores são modelos de referência paracomportamentos, atitudes, valores, princí-pios. Quanto mais novas as crianças, melhor

treinados deverão ser os professores e seusauxiliares. Para as crianças mais novas, oprofessor é o representante de Deus aqui naterra, pois na sua incapacidade de com-preenderem algo que não pode ser visto, to-cado e objetivamente experimentado, osprofessores “encarnam” a pessoa de Deus.Se os alunos amarem os seus professores e a

sua classe, amarão o seu Deus. ducar, essa tarefa primordial dospais e secundada pelos professores eoutros agentes educativos na vida da

criança, deve começar desde muito cedo, e,atrevo-me a dizer, deve começar desde oventre. No período fetal, onde principal-mente o estado emocional da mãe tem in-fluência direta no desenvolvimento do bebé,uma mãe e um pai que oram pelo seu bebé,que cantam para o seu bebé, que lhe contamhistórias da Bíblia, estarão a contribuir paracriar memórias positivas no bebé e uma sen-sação de bem-estar que facilitará o desenvol-vimento saudável do feto.Nos primeiros 2 anos de vida, quando a

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No verão de 1973 eu a minha esposa e os meus dois filhos na altura(Ivan, Olívia, Rúben e Lídia) mudámos a residência de Setúbal paraVila Nogueira de Azeitão.Não conhecíamos muito bem os costumes da região e no dia 1 deNovembro fomos surpreendidos por vários grupos de crianças a tocarà campainha e a pedir "Pão por Deus".Como não estávamos à espera desta situação, não tínhamos nadapara lhes dar, mas convidámos cada grupo de crianças a voltar às15.00H e teriam algo especial para eles.Às 15.00H um grupo razoável de crianças apareceu à porta. Foramconvidadas a entrar e, além das guloseimas que esperavam, a Olíviadeu-lhes uma lição Bíblica. Convidámos todas as crianças a voltarno sábado seguinte à mesma hora. Assim começou uma reunião bí-blica semanal para crianças. Os filhos Rúben, Lídia e John, que nas-ceu no ano seguinte, foram uma grande ajuda a atrair mais criançase a manter a assistência.

Mais tarde estabelecemos contactos com os pais das crianças e co-meçámos algumas reuniões nos seus lares. Organizámos, também,algumas atividades ao ar livre junto às residências de algumas dascrianças onde a Olívia cativava crianças com o seu dom de pintura.Foi assim que começou a Igreja de Deus em Azeitão que se reúnenas instalações do "Centro Bíblico de Azeitão”.Uma dessas crianças que assistiu a estas reuniões ao ar livre e veio àigreja algumas vezes foi o renato gavaia (ver entrevista na página

ao lado). Mas a partir dos doze anos de idade nunca mais o vimos. Há coisade cinco ou seis anos vimos novamente o Renato voltar com o seufilho Marcos a uma das classes para crianças que fazíamos no bairropróximo da igreja, onde passávamos com a carrinha e convidávamostodas as crianças que brincavam na rua.Foi uma grande alegria para nós verificar que a semente que foi plan-tada há vinte anos através daquelas reuniões com crianças estavaagora a germinar na vida do Renato e de toda a sua família. Em 2011pudemo-nos alegrar com o Renato, com o seu batismo e em 2012com a chegada de mais um elemento na família, o Francisco quetambém faz parte de toda a família que se reúne no Centro Bíblicode Azeitão. Só podemos dar graças a Deus por esta família e poraquilo que Deus tem feito nas suas vidas e por meio dela.

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criança descobre o outro e o mundo à suavolta, a criança pode descobrir a existênciade Deus como aquele Pai que cuida, queama e quem devemos obedecer. Entre os 2 e3 anos, a criança atinge o pico máximo deaprendizagem: aprende muito e muito rá-pido. Espiritualmente, imita as atitudes eações das pessoas à sua volta (como orar,louvar a Deus e ler a Bíblia), está interessadaem aprender sobre Deus, reage positiva-mente à oração – orações curtas e simples, ésincera e acredita em tudo o que falamos.A idade Pré-escolar, 4 a 6 anos, é a fase dasperguntas, dos papéis sociais, da noção ru-dimentar entre o bom e o mau e o certo e oerrado. Já são capazes de compreender oplano de salvação e as verdades bíblicas, de-sejando agradar e seguir as regras. É a idadede ouro para conhecer Jesus como o seu me-lhor amigo!Entre os 6 e os 9 anos, a escola assume umpapel fundamental e centra-se nas aprendi-zagens que a criança irá realizar. Surge tam-bém a participação decidida no processo desocialização e a autonomia. É o períodoáureo para desenvolver o altruísmo, da res-ponsabilização pelos seus comportamentose atitudes e da necessidade de pedir perdão

e ser perdoada. Necessita de ser relembradaconstantemente das coisas importantes e co-meça a entender conceitos abstratos, quer sabero porquê das coisas, sentindo curiosidade facea questões existenciais e religiosas. É também afase dos heróis, necessitando por isso de heróisbíblicos que lhe sirvam de modelo.Aos 9/10 anos, inicia-se o período de transi-

ção entre a infância e adolescência. Come-çam a despontar as primeiras mudanças hor-monais que irão preparar todas as mudançasna Puberdade. Nesta etapa, os professoressão importantes figuras no processo do de-senvolvimento da identidade social. É aIdade de ouro para o Serviço Cristão (distri-buição de folhetos, evangelismo pessoal,oração pelos outros, envolvimento em pro-jetos missionários). Na adolescência, ocorrem as mais diversastransformações a nível físico, intelectual,emocional, social e espiritual onde serãoconsolidados os diferentes aspetos da suaPersonalidade. As maiores necessidades es-pirituais nesta fase são a conversão (se elaainda não ocorreu); uma fé comprometida,experiencial e que satisfaça as suas questões,dúvidas e angústias; e oportunidades de ser-vir a Deus e aos outros. A história da igreja e da humanidade tem-nos mostrado que uma vida ganha paraCristo na sua tenra idade tem maior probabi-lidade de ser vivida para Cristo e dentro dosvalores bíblicos. Este mesmo princípio estáem Provérbios 22:6 - "Ensina a criança o ca-minho que deve andar e ainda quando forvelho, não se desviará dele.”

......de tal modo

As maiores necessidades espirituais na adolescênciasão a conversão (se ela ainda não ocorreu); uma fé comprometida, experiencial e que satisfaçaas suas questões, dúvidas e angústias

...

20 anos depoispor Ivan Fletcher

com quantos anos foste à escola dominical?Entre os seis e os doze anos, embora não re-gularmente

qual a melhor memória que tens da escoladominical?Sem dúvida o convívio saudável com uma tí-pica paz e alegria que hoje entendo só serpossível em comunhão comCristo.

ainda te lembras de algumversículo que aprendeste naescola dominical?Lembro-me de um dia o Ivancitar o versículo II Coríntios5:17 «Quem está em Cristonova criatura é» e, partindouma chávena continuou «Ascoisas velhas já passaram» eempunhando uma nova chá-vena concluiu «Eis que tudose fez novo» esta memóriavem-me acompanhando portoda a minha vida.

quando voltaste novamentepara a igreja e Jesus e o quete fez voltar?Uma vez os familiares deuma irmã de fé que sempreme foi muito querida vieramdo estrangeiro para gozar fé-rias e foram à casa dos meuspais cumprimentá-los. Eu es-tava lá, e, levado pelo am-biente, comecei a recordar oCB como se fosse uma boalembrança do passado. Derepente «caiu-me a ficha» epensei… mas o CB ainda láestá, e à espera de toda agente e foi aí que voltei,agora como adulto e acom-panhado com o na altura,meu único filho.

que mudança verificas naescola dominical agora com-parando com os teus tem-pos?

Dada a irregularidade com que assisti en-quanto criança não consigo estabelecer umacomparação.

pensas que é um ministério com futuro?Sem dúvida.

consideras relevante para os tempos atuaisa escola dominical?Bastante. Um adulto que não seja apreciadorde sopa pode comê-la com satisfação umavez que sabe que faz bem à saúde. Uma

criança pequena não temessa noção de alimentaçãosaudável e quando nãogosta… não gosta. Mas nósadultos, com o clássico tru-que do «aviãozinho» não sóa fazemos comer comotransformamos a hora dasopa numa das mais felizesdo seu dia. Nesse mesmoconceito, acho que uma dasmelhores estratégias daIgreja é ensinar a Palavra deDeus com métodos ajusta-dos a cada idade.

que impacto teve/tem natua vida a escola dominical?Mesmo nos tempos em queestive ausente, e numa alturaem que ser mau e rebeldeera popular entre os adoles-centes , o meu coração, em-bora eu não desse aentender, sentia um estranhoincómodo quando confron-tado com a crueldade típicadesta fase.

que influência teve nas tuasdecisões?A procura pelo bem comum.Muitas das vezes até me es-queço dessa procura, mas lásurge o tal incómodo res-ponsável por tanta satisfaçãoposterior.

tens sugestões a dar para ofuturo da escola dominical?Acho que os moldes atuaisestão muito bem adaptadosàs necessidades da Igreja.

9verão2015REFRIGÉRIOnúmero158

entrevista a renato gavaia

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Reuniões de crianças ao ar livreBatismo do Renato Apresentação do FranciscoCentro Bíblico no aniversário em Maio deste ano

Fotos1, 2, 3 e 4

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lita manaia

1. com quantos anos começou a frequentara ed?Tinha 3, quase 4 anos.

2. qual a melhor memória que tem da ed?A Festa de Natal e o Passeio da Escola Domi-nical. Lembro-me o quanto a Festa de Natalme motivava para fazer o melhor. Queriasempre decorar a minha poesia e vestir-me arigor, para subir a uma cadeira e declamar aminha poesia, porque o Senhor tinha alegria,que eu fizesse o melhor para Ele.O passeio, porque era um excelente mo-mento de convívio, levávamos o almoço eíamos a pé até Vale de Canas, durante 30 a45 minutos, em que convivíamos, fazíamosjogos e brincávamos.

3. ainda se lembra de algum versículo quetenha aprendido na ed?

O primeiro versículo que me recordo de terdecorado foi João 3:16.

4. que impacto teve, a ed, na sua vida e nassuas decisões?Incutiu-me o princípio de amar a Palavra deDeus e de como estudá-la. Tive vários pro-fessores que me estimularam e tiveram umagrande importância na minha vida, destacoa professora Isaurinha, a minha primeira pro-fessora, na forma como fazia os seus alunosapaixonarem-se pela Bíblia.

5. que conselhos daria, hoje, a um aluno daed?O aluno só tem a ganhar se for à ED. Tem aoportunidade de conhecer o plano de Deuspara a humanidade e de descobrir que papelpode desempenhar nesse plano. Pode tam-bém aconselhar-se com o seu professor e des-

cobrir que ele também teve dúvidas e preo-cupações como as que se têm hoje, na juven-tude e aprender a esperar e confiar em Deus.

6. mais tarde foi professor da classe de jovensdurante 25 anos. o que o motivou a sê-lo?O amor ao ensino e à Palavra. Mas o mo-mento que me fez mesmo decidir foiquando, regressado do serviço militar(guerra), assisti a uma Festa de Natal, quenão teve qualquer dinamismo, fui dar aminha opinião aos professores de então, econvidaram-me, logo, para auxiliar.

7. que mudanças verificou na ed ao longodos anos?Muitas. Inicialmente, tínhamos o tema defi-nido, no início do ano, sentia que os alunosaprendiam mas não tinha grande ligaçãocom a sua vida e os desafios que tinham.

verão2015REFRIGÉRIOnúmero15810

henrique gomes hoje com 65 anos, foi aluno da escola dominical

(ed) entre 1953 e 1970 e foi professor entre 1977

e 2002, na igreja da rua da sota em coimbra.

hoje tem 73 anos e foi professora da escola

dominical (ed) entre 1986 e 2008, inicialmente

nas igrejas da área da pampilhosa e nos últimos

anos em andorinha, na zona centro do país.

1. foi professora da classe de jovens durante20 anos, qual a melhor memória que temcomo professora da ed?A alegria dos jovens. Os momentos em que houve conversões aoSenhor e os momentos em que decidiam dartestemunho público da sua fé (batismo).Quando eles buscavam o Senhor para o seufuturo e as suas decisões, chegando alguns acontinuar estudos em escolas bíblicas e a de-cidirem ser obreiros.

2. o que a motivou a ser professora de ed?Inicialmente convidaram-me para auxiliar na

Festa de Natal e mais tarde, foi porque sentique o Senhor me dizia que poderia ajudar osjovens e também tive a confirmação por ou-tros irmãos de que o deveria fazer.

3. que mudanças verificou na ed ao longodos anos?A forma de ensinar. Em 20 anos de ensino,os tempos mudam, os alunos têm outras ne-cessidades outros desafios, conhecem coisasque na minha juventude não existiam ou nãose falavam. E o professor tem de procurar irao encontro dos seus alunos e das suas ne-cessidades. Foi necessário mudar os mode-

los, algumas vezes passámos a fazer a EDfora de portas, era necessário saber escutaros alunos e não apenas ensinar-lhes a Bíblia,promover convívios entre os jovens, ir àpraia, entre outros.

4. pensa que é um ministério com futuro?Sim. É essencial. A ED não pode ser substi-tuída pela pregação de domingo, porque amaioria dos jovens não entende uma prega-ção e nos tempos atuais até têm dificuldadeem perceber que ligação tem a pregação naigreja com o que vive no dia-a-dia. A ED éum espaço de partilha e estudo sobre assun-

tos específicos relacionados com as necessi-dades da idade. A ED tem espaço para a dú-vida imediata e isso motiva o aluno quandoconstata que a Bíblia escrita há tanto tempo,afinal não está fora de moda e é um livro vivo,que nos desperta, transforma e encaminha. É muito importante para o professor confiarno Senhor e que Ele fará a Sua parte se o pro-fessor fizer a sua. O professor tem de orarpelos seus alunos.

5. considera relevante, para os temposatuais, a existência da ed?Sim. Apesar dos desafios serem muito gran-des e de os métodos terem necessariamentede ser outros bem distintos de há 20, 10 ouaté mesmo 5 anos atrás. Hoje os meus netose a sua geração vivem ligados à internet,dentro de casa ligados a todo o mundo. Masesta geração também necessita de quem osfaça compreender que Deus tem um lugarúnico em cada Ser Humano e que esse lugarnão pode/deve ser ocupado por mais nadanem ninguém, porque quando assim acon-tece o resultado não é bom.

6. que sugestões tem a dar para o futuro daed?Tem de ser uma prioridade da Igreja. As Igre-jas têm de estar recetivas aos novos desafios,desenvolver a criatividade dos professores,saber cativar os jovens, as crianças e atémesmo os adultos ao estudo da Bíblia, con-

versar com eles, ouvi-los, fazê-los sentirem-se bem, não os pressionar e dar-lhes liber-dade de poderem expressar-se e dequestionarem o que querem saber. Os jovense as crianças querem sempre saber algumacoisa, mesmo que, atualmente, sejam umageração em silêncio frente ao computador ouao telemóvel.As Igrejas têm de capacitar professores, nãobasta ter boa vontade.

7. que conselhos daria, hoje, a um professorde ed?Tem de estar comprometido com o ministé-rio do Senhor.A sua vida tem de ser um exemplo da apli-cação prática do que ensina. Deve procurar conhecer mais a Palavra deDeus e buscar sempre a Sua direção.Deve saber cativar os seus alunos e esforçar-se por entender o meio e a conjuntura emque vivem.

Então comecei a perguntar aos jovens o queeles gostariam de aprender. Este método co-meçou a exigir uma maior preparação, os jo-vens desafiam mesmo! Comecei também aenvolvê-los e a prepará-los para serem elespróprios a apresentarem o tema durante 10minutos, seguido de debate e depois eu davao resumo e consolidação final. Aprendemosmuito em conjunto. Começamos a escreveros próprios sketches para as festas de Natale peças evangelísticas, havia a participação

ativa de professores e alunos, que trazia umgrande dinamismo à Igreja.

8. pensa que é um ministério com futuro?Sim. É o futuro da Igreja: Ensina o menino nocaminho em que deve andar e até quando forvelho não se desviará dele (Provérbios 22:6).Se não há ED a Igreja tende a morrer. Osdons despertam-se em criança.O meu desejo é que Deus levante bons pro-fessores de ED, que tenham noção dos tempos

atuais, tanto dentro da Igreja como fora. Oprofessor tem de ter preparação, mas acimade tudo tem de ter dom, para ensinar, parasaber acompanhar os seus alunos, para ossaber elogiar quando tomam boas decisões, eque os saibam responsabilizar pelos seus atos.

9. considera relevante, para os temposatuais, a existência da ed?É Essencial. Traz vida, criatividade e desen-volvimento à Igreja. Os jovens querem sem-pre mostrar alguma coisa aos mais velhos, se

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Henrique Gomes quando aluno da ED na foto à esquerda e na foto em cima já como professor. Assinalado em ambas com círculo a vermelho.Pedimos desculpa pela fraca qualidade da foto de cima.

Alunos de Lita Manaia, Natal de 1992

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não têm essa oportunidade ou são reprimi-dos a Igreja não avança.

10. que sugestões tem a dar para o futuroda ed?O professor tem de ser criativo, senão nãoconsegue agarrar os alunos. Se queremos tra-balhar para o Senhor e ver a Sua obra cres-cer, não podemos ficar agarrados a manuais,eles são apenas um auxiliador, não podemosensinar todos os alunos da mesma forma,eles são distintos uns dos outros. A ED temde ser um espaço de diálogo, deve haver es-paço para a participação e aprofundamentode assuntos delicados, que envolvem as op-ções dos jovens. Muitas vezes tem de havera disponibilidade do professor, por exemplopara um lanche, em que podem conversarem particular sobre determinados aspetos.Os jovens procuram respostas, é sempre bombrincar com eles, apresentando-lhe sempre a

Palavra, mostrar-lhes que podem deixar-se con-duzir pelo Senhor e conselhos do professor atéperceberem que podem depender de Deus di-retamente para a sua vida e comportamentos.A liderança da igreja deve preocupar-se emidentificar quem tem o dom para ser um bomprofessor e estimular a criatividade das suascrianças.

11. que conselhos daria hoje a um professorde ed?Primeiro: Que tenha a certeza do dom de en-sino e que procure desenvolvê-lo.Segundo: Que tenha compromisso comDeus e com os alunos. Em 25 anos de minis-tério de ED, integrava a escala de obreirosque pregavam nas várias igrejas da corpora-ção, tinha responsabilidades na Igreja local,a família, o meu trabalho secular que era aminha forma de sustento, assim como eu tan-tos outros irmãos o faziam, mas fazíamo-lo

para o Senhor. O melhor do que fazemos épara Ele.Muitas vezes, o professor pode demorarhoras a preparar a lição e muitas vezes che-gar à classe e não dizer nada, apenas escutar.O compromisso do professor é de ganhar osseus alunos para uma vida real com Cristo.O compromisso leva o professor a desenvol-ver uma verdadeira cumplicidade com os seusalunos, para que eles se sintam seguros e pos-sam partilhar as suas preocupações e anseiospois só assim o aluno reconhece que o pro-fessor está para o ajudar, ensinar e colaborar.

12. que impacto teve, a ed, na sua vida enas suas opções?A ED ajudou-me na definição de um padrãode vida cristão. As minhas decisões são sem-pre consideradas à luz da Palavra de Deus etudo o que faço ou tenho, o melhor é para oSenhor.

À direita recortes retirados de “amigo da infância”revista Evangélica dedicada às crianças existente de 1926? a 1930?.Em baixo, primeira página de um apontamento monográfico de 1936 sobre “a obra evangélicaentre as crianças do beato”. No Refrigérionline será publicado mais material que pela sua escala seria de difícil leitura aqui.

formação integral do indiví-duo e a sua consequente autono-mização, o desenvolvimento da

uma atitude crítica e responsável fundamen-tal à tomada de decisões, exige a construçãode um edifício educativo que, mais do quetrabalhar o saber, possa trabalhar o saberfazer e em última instância, o saber ser. Estamesma pedagogia educacional pode e de-verá (no meu entender) aplicar-se à mais im-portante de todas as escolas – a EBD. Aconstrução do homem novo não se compa-dece com um conhecimento meramente for-mal e teórico da palavra. Numa perspetivaontológica, o conhecimento da Palavra de-verá transformar tendo como meta a imageme semelhança do Nosso Senhor.Eu, o Senhor, esquadrinho o coração, eu

provo os pensamentos; e isto para dar a cada

um segundo o seu proceder, segundo o fruto

das suas acções. Jeremias 17:10.

Tão ou mais importante do que conhecer ashistórias da Bíblia é trabalharmos, atravésdelas, competências estruturantes na formaçãoholística dos nossos alunos, de valores comoa verdade, a justiça, o amor ou a integridade.Toda a Escritura é divinamente inspirada, e

proveitosa para ensinar, para redarguir, para

corrigir, para instruir em justiça; Para que o

homem de Deus seja perfeito, e perfeita-

mente instruído para toda a boa obra. II Timó-

teo 3: 16 e 17.

Para trabalharmos competências em con-texto de EBD é fundamental a planificaçãode um conjunto de instrumentos e ferramen-tas de trabalho que possam ser trabalhados

pelos alunos ao longo do processo de en-sino-aprendizagem.

1. projeto curricular de eBdPor currículo ou projeto curricular entende-mos o conjunto de aprendizagens e compe-tências a desenvolver por um conjunto dealunos ao longo de um determinado períodode tempo.Muitas comunidades nas suas EBD, por la-

xismo, falta de meios ou outro, privilegia re-cursos já existentes, alguns dos quaiscompletamente descontextualizados, elabo-rados para outras realidades que pouco ounada nos dizem. A construção de um projeto curricular que

se pretenda exequível e eficaz, deverá sertrabalhado em equipa, construído com basenum conjunto de dados que deverão ser pre-viamente aferidos através de uma avaliaçãodiagnóstica que levante as principais dificul-dades e possa, de uma forma contextuali-zada, orientar na planificação do currículo.

O currículo é feito para as pessoas e não aspessoas para o currículo.

2. planificaçãoA planificação do nosso projeto curriculardeverá ser trabalhada a curto, médio e longoprazo tendo em conta os seguintes pressu-postos:• Que necessidades foram levantadas pelaavaliação diagnóstica?• Que competências pretendemos trabalhara curto, médio e longo prazo?• Que metas pretendemos alcançar?• Que conteúdos programáticos e que recur-sos poderemos disponibiliza para atingir essasmetas e trabalharmos essas competências?É fundamental que a planificação possa serperiodicamente monitorizada por toda aequipa de professores da EBD.

3. competências: o conceito Competências são capacidades de agir efi-cazmente num determinado tipo de situaçãonova, apoiadas em conhecimentos mas semse limitar a eles. Elas não são necessaria-mente os conhecimentos mas integram, uti-lizam e mobilizam tais conhecimentos. A abordagem de um ensino por competên-cias na EBD, exige uma considerável trans-formação da relação do professor com osaber, e mesmo a sua maneira de dar aulas:• Deverá considerar os conhecimentoscomo recursos a serem mobilizados;• Trabalhar a partir de problemas e questões;• Abandonar um modelo expositivo de le-cionação e adoptar um modelo mais partici-pativo e colaborativo;• Promover o auto-conhecimento traba-lhando a autonomização;• Trabalhar um conjunto de estratégias deaprender a aprender.Antes crescei na graça e no conhecimento de

nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. II Pedro

3:18.

Trabalhar competências através dos sistemas de ensino-aprendizagem, temvindo a ocupar um papel central ao longo da última década. Cientistas daeducação e pedagogos têm vindo gradualmente a alterar o paradigma deensino clássico onde a tónica que era colocada no conhecimento passa aestar centrada no indivíduo. O conhecimento deixa de ser um fim em simesmo e, passa a ser um meio. Um meio para a aquisição de competências.

...tão ou mais importante do que conhecer as histórias da Bíblia é trabalharmos ... valores como a verdade, a justiça, o amor

ou a integridade.

...

a

traBalhando competÊncias na eBd por Eliseu Alves ([email protected])

13verão2015REFRIGÉRIOnúmero158

1 -

DAR TODA A êNFASE ÀS INTERVENçõESDOS ALUNOS.

m qualquEr iDaDE, (com as de-vidas diferenças), se o aluno participa,é porque está atento e interessado.

Pode participar desenhando, perguntando ourespondendo. Se só o professor é que fala,então a escola dominical é um fracasso, poisum dos seus principais objetivos é treinar osalunos a refletir e falar (sem papaguear o quelhes ensinaram), apresentando e defendendoas suas opiniões com base nos textos bíbli-cos. Refiro-me à escola dominical participa-tiva, tipo “mesa redonda”, para adultos oujovens, que geralmente têm maior prepara-ção cultural que os adultos, e para adoles-centes que querem ser ouvidos. A Escola Dominical não é prioritariamenteum culto de pregação, mas é um “espaço”de reflexão e investigação do texto bíblico,em que os evangelhos são muitas vezes ocentro do debate teológico e em que os vá-rios participantes se podem expressar livre-mente.Imagine a seguinte situação: Pertence a umaclasse de adultos. O professor é muito fluenteno discurso e conhecedor do tema queaborda. Passa trinta ou quarenta minutos afalar. Durante este tempo não estabelece umúnico diálogo com a assistência. Não fazperguntas ou faz poucas. Não escreve numquadro ou apresenta sequencialmente numpower point alguns dos conceitos principaisque quer ensinar. É só discurso. Os alunospodem até ficar maravilhados com o dom deoratória do professor, e para alguns issobasta. Mas o que é que foi retido? Pouco,muito pouco. Sem interação não há ensino.

verão2015REFRIGÉRIOnúmero15814

escola dominical, uma fábrica de pensamento parte i por Osvaldo Castanheira,

“contar uma história é dar um presente de amor” (Lewis Carrol)

E

introduçãoFalar de Escola Dominical é um dos assuntos mais complexos que poderemosconsiderar.Ensinar crianças, adolescentes, jovens e adultos requer, em cada caso, quaseque uma especialização, um dom especial, um ato de amor e um conheci-mento e aperfeiçoamento constante,1 - das metodologias próprias para cada idade, (neste número)

2 - dos materiais didáticos a utilizar, ( em parte neste número)

3 - das questões pedagógicas, (no próximo número)

e se bem que muito dificilmente poderemos ser bons em todos os casos, con-vem ter em atenção algumas situações, se queremos melhorar as nossas Es-colas Dominicais e dar futuro à nossa igreja.4 - Conclusões e perguntas para reflexão (no próximo número).

um pouco de historiaA escola dominical é uma das instituições mais úteis e duradouras da históriado protestantismo. Ela insere-se no contexto mais amplo da educação cristã,que tem sido sempre uma preocupação da Igreja desde os tempos apostólicos. a) - O interesse em instruir, educar e capacitar o povo de Deus, foi muito im-portante no Antigo Testamento no contexto da família e da vida religiosa deIsrael.b) - No período interbíblico surgiu uma importante agência educativa judaica,que foi a sinagoga. c) - O ensino recebeu enorme ênfase no ministério de Jesus, que foi mestre ereuniu em torno de si os seus discípulos. d) - Na igreja primitiva, as atividades didáticas foram fundamentais para apropagação e consolidação do novo movimento, como se pode verificar am-plamente nos livros do Novo Testamento.

1 - metodologias próprias para cada idade e situação

Incentive os alunos a ter um caderno deapontamentos. Sem registo mesmo que su-mário do que se ouve, a retenção de conhe-cimentos é menor e a possibilidade deintervenção é muito mais reduzida.Se não há manual, prepare para cada liçãouma folha resumo, ou melhor, uma ficha,mas com o maior número possível de espa-ços para serem preenchidos durante a lição.Tenha alunos participativos e não apenas ou-vintes. Se fala só para ser ouvido está errado.

O USO DA PALAVRA DE DEUS DE MANEIRA INADEQUADA E/OU LIMITADA

profEssor DEvE atualizar-se einovar (não deixando de lado a Pala-vra de Deus, mas incluindo assuntos

relacionados com a rotina diária de cada um,problemas da sociedade, da escola, etc), poisa revista da escola dominical quando a há,foi pensada muitas vezes num contexto bra-sileiro ou americano, com ilustrações antigase exemplos descontextualizados passandomuitas vezes ao lado do que acontece na so-ciedade portuguesa ou europeia.São, pois, fundamentais o diálogo e intera-ção sobre a realidade que se vive no mo-mento, intercalando os assuntos tradicionaiscom assuntos que tenham a ver com a reali-dade de cada grupo etário, dentro do con-texto de vida de cada um, seguindo assim oexemplo de Cristo.Este assunto depende muito da tradição daigreja e em parte do nível cultural dos cren-tes. Se uma igreja “nasce” com base na emo-ção, sem investigação bíblica, será muito maisdifícil organizar uma boa escola dominical emque haja reflexão e debate de ideias e muitasvezes, aquilo a que se chama de escola domi-nical, será apenas mais uma pregação em que

ninguém pede a palavra e ninguém apresentaachegas ou outras ideias diferentes das que sãotransmitidas pelo professor.Não esqueça uma coisa: no ensino secularos alunos estão cada vez mais cheios deaulas e cada vez querem estudar menos e aatitude do professor tem que ter em contaesta realidade. Um professor pode ser muitobom numa classe de adultos e ser um desas-tre numa classe de adolescentes. Sempre que possível, marque reuniões paraos professores conhecerem os pais dos alu-nos. Para o caso de crianças, adolescentes ejovens fora da igreja são de extrema impor-tância.

2 - materiais didáticos a utilizar

um professor não se deve acomodar aosseus “limitados” materiais de ensino.Quando há classes grandes é importante oposicionamento professor/aluno. Uma sim-ples curiosidade: Em muitas escolas do paísdepois do 25 de abril foi decidido retirar osestrados da sala de aula de onde o professorpodia comunicar observando toda a classe etodos o podiam ver perfeitamente. A maniaque éramos todos iguais. Nada mais errado.A capacidade de comunicação reduziu-se deambos os lados. O professor deve ter con-tacto olhos nos olhos com os alunos e viceversa. Além de diálogo verbal é importanteo diálogo visual.

falta de material didático (livros, revistas,posters, etc) ou outros materiais para dina-mizar as aulas.Qualquer igreja deve ter, mesmo que pe-quena, uma biblioteca com uma ou duasconcordâncias bíblicas, uns dicionários bí-blicos, comentários bíblicos, mapas bíblicos

em formato grande, cartas sinóticas bíblicase se possível um computador. Alguns destesmateriais devem ser preparados para proje-ção. Um dos professores deveria ser respon-sável pelos materiais pedagógicos existentes,sua preservação e renovação. Deviamos pro-duzir estes materiais com qualidade de formaa que cada igreja pudesse adquiri-los para uti-lização em aula. Hoje não se justifica em mui-tas situações que cada um produza os seusmateriais, muitas vezes de forma artesanal.Devemos ensinar e incentivar a pesquisa bí-blica em livros e na net tal como se faz paraoutros temas seculares. Mas atenção: tam-bém esta pesquisa tem que ser bem prepa-rada e aconselhada pelos professors de formaacertiva.Vídeos na net há muitos. Não ponha os alu-nos a procurar nos trinta ou quarenta minu-tos que dura a classe. Eles vão-se dispersar!Podem ser incentivados a procurar em casaou então o professor deve selecionar um oudois de pequena dimensão que apresentarácomo introdução ao estudo ou discussão deum tema. Se em cada trinta minutos dezdeles forem para ver ou analisar um docu-mento impresso ou multimedia, será maisque suficiente. Por que razão desapareceu o flanelógrafo dasnossas escolas dominicais? Que melhor meiodidático de ensino de historias bíblicas en-contramos para o substituir?

Alguém viu por aí um flanelógrafo?

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o

© ilustração de Osvaldo castanheira

continua no prox. número

liderança e o seu desenvolvimento tem sido umaárea em crescimento já há mais de 40 anos. A “descobertade liderança” teve lugar na década de 60. Antes, os líderes

eram reconhecidos, mas não especificamente treinados para essepapel. Certas classes na sociedade eram consideradas líderes e asoutras seguiam. Liderança era boa, má ou neutra, mas geralmenteera incontestável. Os líderes eram reconhecidos pelas suas “quali-dades”, “status”, ou simplesmente porque detinham as alavancas dopoder. Lee Iacocca, um executivo eficiente da Chrysler Motor Com-pany na década de 70, mudou este modelo para um tipo de CEOforte. “Para onde foram os líderes?” é o título da sua biografia. ComJohn Maxwell, os evangélicos descobriram o treinamento para a li-derança, matéria que foi popularizada por Bill Hybels e outros, aoser reconhecido que a falta de liderança é “a garantia do desastre”.Manuais sobre liderança e treinamento agora enchem as estantes domundo. Amazon tem 75 páginas no seu sítio, um total de 1200 livrossobre Liderança! A maioria destes trata de como alcançar sucesso nomundo dos negócios, crescimento do lucro e controle do presente edo futuro. Os próprios cristãos adaptaram esses modelos e líderesevangélicos foram designados para conseguirem resultados e cresci-mento, muitas vezes optando por ignorar fundamentos bíblicos. Émuito fácil pegar num modelo secular e “santificá-lo”, anexando alguns textos da Bíblia, criando ummodelo fundado em pressupostos seculares, se-gundo o mundo.

fundamentos BíBlicos - o modelo de líder servoA Cosmovisão do “Iluminismo” tem conduzido amodernidade à crença de que os seres humanospodem desenvolver o progresso sem limites. O de-senvolvimento e crescimento não são necessaria-mente hostis à obra de Deus, mas por detrás destavisão de mundo encontra-se um entendimento di-ferente: em vez de Deus ser Rei e estar no trono douniverso, o Homem está agora no trono. DavidBosch resume o efeito desta mudança cultural nopensamento proveniente do iluminismo: “O credo

central do iluminismo é a fé na humanidade, cujo progresso é asse-gurado pela livre concorrência dos indivíduos ao procurarem obtera sua felicidade. Este apetite insaciável pela liberdade de viver comomelhor agrada tem-se desenvolvido como um direito inviolável nas"democracias" ocidentais. A autossuficiência do indivíduo acima daresponsabilidade social foi exaltada como um credo sagrado. Nãohá absolutos: a liberdade é absoluta.”( D Bosch, Transforming MissionOrbis,1991,p 267)É por isso que primeiro devemos estabelecer as nossas bases bíblicas.Temos de examinar o modelo de nosso Senhor Jesus Cristo em João13, o modelo supremo de uma liderança servidora. Na mesma oca-sião, Jesus disse aos apóstolos que debatiam as suas prioridades naliderança: “Os reis dos gentios dominam sobre eles, e aqueles quetêm autoridade sobre eles são chamados benfeitores. Mas não éassim com vocês. Pelo contrário, o maior entre vós seja como o menor,e o líder como aquele que serve. Pois quem é o maior, aquele que sereclina na mesa ou quem serve? Não é o que se reclina na mesa? Maseu estou no meio de vós como aquele que serve”(Lucas 22: 25-27).Isaías apresenta o modelo de servo no seu "Cântico do Servo” (Isaías42: 1-4) Observamos quatro coisas sobre o modelo de liderançanesta passagem, que Mateus aplica a Cristo. (Mateus 12: 18-21)

1. Sua chamada e capacitação para a liderança– “o meu escolhido” “Eu vou colocar o meu es-pírito sobre ele”. Os líderes podem ser treina-dos para serem melhores e mais eficazes, masa liderança (e administração) são dons espiri-tuais divinamente dados a quem Deus chamae equipa pelo Espírito Santo ( Romanos 12: 8;1 Cor. 12: 28)2. Seu caráter é visível “Ele não vai chorar emvoz alta ou levantar a sua voz...” (v.2). Comoservo de Deus, ele não estava preocupado coma autoprojeção, mas em fazer a vontade do Paie servir os outros. Jesus descreve-se a si mesmocomo “manso e humilde de coração” (Mateus11: 19) palavras que habitualmente não são en-contradas numa lista de qualidades de lide-rança.

verão2015REFRIGÉRIOnúmero15816

“Eu estou no meio de vós como aquele que serve” Lucas 22: 27Parece haver um conflito no conceito servo-líder. Normalmente líderes lideram e servos servem, estes apoiando otrabalho daqueles. Quando o modelo é Jesus, não há nenhum conflito!

...a falta

de liderança

é “a garantia

do desastre”

...

a

a prÁtica de liderar servindoou servindo, ao liderar por Ian Burness (Echoes of Service - UK) - Tradução, edição António e Cristina Calaim

3. Sua compaixão é enfatizada (v. 3) ao trabalhar com o quebrado enecessitado, não descartando a cana quebrada, ou extinguindo a luzque ainda fumega, mas restaurando cada um à sua função útil.4. O líder servo não se faz de fraco ou desanimado. (V. 4). O desâ-nimo é um flagelo de liderança, que pode levar-nos a desistir. Ele vaicontinuar até que tenha terminado o seu trabalho para Deus.Aqui está o tipo de liderança servidora na prática; este é o Senhor queseguimos; O modelo a imitar. Jesus Cristo, Ele mesmo, é "O Rei Servo “

as qualidades pessoais de líderes servidoresQue qualidades devem estar presentes num líder cristão?o caráter é uma necessidade fundamental para o líder servidor cris-tão. Paulo podia dizer “ Sede meus imitadores, como também eu soude Cristo” (I Cor 11.1), porque o seu caráter era semelhante ao deCristo. Piedade pessoal, busca da santidade, crescimento na graçade Cristo, devem ser as principais marcas daqueles que lideram noserviço do SENHOR. No mundo secular, presume-se que o que umapessoa é e faz na sua esfera privada não afeta a sua competência paracumprir os seus deveres como líder. Isto não é certamente verdadepara os líderes cristãos. “Lembrai-vos dos vossos líderes, que vos fa-laram a palavra de Deus, a fé dos quais imitai, atentando para a suamaneira de viver” (Heb 13.7). Uma igreja, ou organização cristã, ra-ramente terá um nível acima do nível da sua liderança e se a lide-rança não evidencia um caráter divino, então o impacto será sério,até mesmo fatal. Albert Mohler escreve: “Aqueles a quem lideramosesperam ver-nos a viver de acordo com as nossas convicções. Elesnão vão ficar satisfeitos com a pessoa que vive apenas em função deuma imagem pública, pretensão do verdadeiro eu.”( Albert Mohler: The Conviction to lead; Bethany (2012). p. 79)Líderes servos devem antes de tudo praticar a auto-disciplina da piedade,pois a maior ameaça para o não cumprimento do nosso papel está dentrode nós, e não em fatores externos. A faculdade da autocrítica e autoava-liação rigorosa são essenciais, pois é tão fácil tolerar as nossas falhas ecriticar estas mesmas noutros. O caráter do Servo-líder é crucial.competência. Os líderes cristãos devem ser pessoas boas e piedosas,mas nem todas as pessoas boas têm a capacidade de liderar. A lide-rança eficaz exige certas qualidades. Nem todas serão encontradosnum indivíduo, mas algumas têm de estar presentes. Uma Liderançaplural permite que uma variedade de dons e habilidades sejam reu-nidas numa equipa equilibrada.Os líderes precisam de convicção, de acreditarem no que foram cha-mados a fazer, e ter energia e entusiasmo para o fazer. Eles influen-ciam os outros. Esta convicção, que impedirá de se desviarem comqualquer vento, inspira outros a seguir a sua direção.Os líderes são gestores, que administram e gerem pessoas, processose ministérios de forma eficaz. Eles delegam e permitem que outraspessoas completem as tarefas que levam ao cumprimento dos obje-tivos e metas globais.Os líderes são comunicadores: uma das habilidades mais essenciaispara um líder é a capacidade de comunicar a visão e uma direçãoclara. Isso também requer habilidade para falar em público.Líderes usam o poder com cautela, percebendo os perigos inerentes.

O status e proeminência podem rapidamente distorcer as nossas pró-prias perspetivas. O som de nosso próprio nome pode ser inebriantee há que estar atento às armadilhas. O poder, associado com a lide-rança, é perigoso e precisamos de nos cercar de pessoas que nosaconselhem e nos critiquem honestamente. Eu vi uma citação deAbraham Lincoln na página do facebook de um amigo: "Quase todosos homens podem enfrentar a adversidade, mas se queres testar o ca-ráter de um homem, dá-lhe poder."

desenvolvimento e crescimento.Liderança nunca pode ser estática, mas deve responder à mudança.Enfrentamos hoje o avanço da tecnologia e uma sobrecarga de in-formações. Como vamos sobreviver?Os líderes devem ser alunos ao longo da vida. Educação é aprendi-zagem contínua e desenvolvimento; os líderes devem ser aprendizescontínuos, capazes de avaliar o que tem valor e usar isso para me-lhorar o seu desempenho. Parar de aprender quer dizer que atingimosa fase em que devemos sair da liderança.Os líderes devem ser pensadores. Adquirir conhecimento é impor-tante, mas há uma diferença entre conhecimento e sabedoria. A sa-bedoria é o conhecimento corretamente aplicado após reflexão, epara os líderes isso significa buscar a mente de Deus pois “O temordo Senhor é o princípio da sabedoria”(Provérbios 1: 7) Todo o líder deve arranjar tempo para refletir, e para aplicar essa sa-bedoria à realidade. "A negação consciente da realidade é um perigocentral da liderança, e o líder deve defender-se contra essa tentação." (Mohler: p.60)Os líderes devem ser leitores. Isto pode ser difícil para alguns, mastemos de tentar fazer da leitura uma parte importante do nosso de-senvolvimento contínuo. Se como líderes devemos entender os tem-pos e as necessidades da nossa geração, então temos de alimentaras nossas mentes e ler muito.

17verão2015REFRIGÉRIOnúmero158

Devido à extensão deste artigo, e porque o consideramos de grande

importância, a segunda parte será publicada no Refrigério Online. Eis algum dos subtítulos e assuntos

a ser tratados no restante texto.

- prestação de contas

- a liderança e as nossas culturas

- as dificuldades de liderança- Liderança ausente- Liderança dominante ou ditatorial- Liderança indecisa ou fraca - Liderança muito ocupada - As pressões da liderança

Repetindo a frase do artigo anterior volto aenfatizar que “o que é cantado e como écantado varia de congregação para congre-gação e como é óbvio depende em grandemedida dos intervenientes, isto é, quem es-colhe os cânticos, quem dirige, quem canta,quem toca, quem controla as intensidades desom dos instrumentos, etc,...” Por isso querosalvaguardar que algumas referências aquipresentes são baseadas em tendências geraisque tenho observado, mas não pretendo comisso fazer generalizações. Pretendo sim quereflitamos sobre estes temas e analisemos aspráticas que aplicamos na nossa igreja local,assim como as suas implicações a curto elongo prazo.

Vamos primeiramente debruçar-nos sobre oque cantamos e em seguida sobre como can-tamos.

o quE cantamosQuestões relacionadas com a ori-

gem dos textos e melodias, assim como dasestruturas formais dos cânticos foram abor-dadas anteriormente (respetivamente nas edi-ções 157 e 155 do Refrigério). Por issoavancemos para outras questões.

Podemos afirmar que a maioria dos cânticosque cantamos são traduções e adaptações decânticos oriundos de outros países. Este facto

traz consigo dificuldade de fidelidade aotexto original e muitas vezes também menorcoerência entre a intensidade dramática dotexto e da música que o acompanha. Podemos também afirmar que os cânticosmais “eleitos” e mais vezes cantados nos cul-tos são aqueles cuja música (essencialmentemelodia, harmonia e ritmo) são consideradospelos dirigentes como mais bonitos. E emmuitos casos até terá sido esse o aspeto prin-cipal que levou a que fossem traduzidos paraa nossa língua. Não quero com isto dizer queo único fator presente na escolha é a sonori-dade do cântico, mas sim que é mais fre-quente cantarmos cânticos com umasonoridade muito bonita e texto desinteres-sante do que cânticos com um texto pro-fundo e poeticamente bem composto emúsica desinteressante. Cânticos com estasúltimas características rapidamente deixamde ser cantados.É também de notar que a maioria dos cânti-cos regularmente cantados hoje são cânticosrecentes (“modernos”). E que muitos dos tex-tos originais atualmente cantados nos nossoscultos são escritos por músicos, sendo amaioria das traduções levadas a cabo por in-divíduos dedicados à música, e não tanto de-dicados a poesia nem teologia. Talvez sejaessa uma das razões porque frequentementeos tradutores têm demonstrado maior cui-dado em manter a sonoridade original docântico do que outros aspetos, tais como: oconteúdo do texto original, o fazer coincidira pontuação do texto com a “pontuação” damúsica, ou até aspetos de correção de Por-tuguês, como por exemplo: acentuações nassílabas tónicas e não nas sílabas átonas. Estesaspetos de incorreção silábica já se enraiza-ram tanto na sonoridade dos cânticos emPortuguês que também são encontrados emcânticos escritos originalmente na nossa lín-gua. Por outro lado também verificamos quemuitos dos nossos cânticos (especialmenteos hinos) foram traduzidos em Português doBrasil, e por vezes estes, cantados em Por-tuguês de Portugal não revelam a sonori-dade desejada para efeitos de rima e

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ontinuando com o tópico iniciado na edição passada do Refrigério, pro-ponho que prossigamos a reflexão sobre o que cantamos e como cantamos nos cultoshoje. Como tem vindo a ser habitual incluo o índice anotado desta sequência de ar-

tigos para que todos os que pretendam possam analisá-los na sua sequência.

• Intro -“Cantai-lhe um cântico novo, tocai bem e com júbilo”- publicado no nº 153

• Breve enquadramento histórico – publicado no Refrigério nº 154

• Os termos: Salmos, Paráfrases, Hinos e “Coros”– publicado no Refrigério nº 155

• Para que têm servido os cânticos – publicado no Refrigério nº 156

• O QUE CANTAMOS E COMO CANTAMOS HOJE• parte 1 - O que tem sido usado ao longo do tempo - (publicado no Refrigério nº 157)

• parte 2 - o que cantamos - (presente nesta edição do refrigério)• parte 3 - Como cantamos - (futuramente)

• Considerações e sugestões para melhorar - futuramente

o que cantamos ecomo cantamos hoJepartE 2 por John Fletcher

“O QUE CANTAMOS NOS NOSSOS CULTOS?”

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verão2015REFRIGÉRIOnúmero158

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1 Presentes na página 112, de “A prática musical nas comunidades protestantes em Lisboa entre 1945 e 1965” disponível em www.johnfletcher.info

...maioritariamente os cânticos usados nos cultossão considerados cânticosde louvor e adoração,sendo pequena a presençade cânticos de ensino,mesmo tendo em conta oscânticos específicos destinados ao ensino decrianças, que há anos eramfrequentemente cantadospor toda a congregação, especialmente na escoladominical....

pronúncia de sílabas de algumas palavras.Sobre os temas e conteúdos dos textos can-tados notamos que maioritariamente os cân-ticos usados nos cultos são consideradoscânticos de louvor e adoração, sendo pe-quena a presença de cânticos de ensino,mesmo tendo em conta os cânticos específi-cos destinados ao ensino de crianças, que háanos eram frequentemente cantados por todaa congregação, especialmente na Escola Do-minical. Atualmente alguns dos temas maisabordados nos cânticos são: amor, louvor,meus desejos e sentimentos, entrega, e mui-tas vezes estes temas são apresentados deforma individual, na primeira pessoa do sin-gular. Em contraposição apresento algunstemas muito cantados há meio século e quepouco são abordados hoje: o porvir, segundavinda de Cristo, o sofrimento de Cristo.Por notar que geralmente a música é asso-ciada a louvor e adoração, e por contraporesse fato com os textos que em muitas situa-ções efetivamente cantamos, gostaria de par-tilhar convosco as palavras de Sarah Catarinopara nossa reflexão: “A adoração não tem aver comigo, a adoração não tem a ver com oque eu sinto tão pouco, tem a ver com Ele!A maior parte das letras que são cantadas nasigrejas hoje são sobre o que é que o cristãoé, sente, com o que Deus faz, ou lhe dá, enão sobre quem Ele é!” 1(pág. 112, para

fonte e contexto destas palavras, consultar

nota de rodapé).

Ainda sobre os conteúdos dos textos canta-dos notamos que são detetados por vezes al-guns erros teológicos e outros gramaticais,especialmente nos cânticos traduzidos. Su-giro que estejamos atentos e sejamos críticosà correção teológica e gramatical dos textosque cantamos assim como à adequação dasmúsicas aplicadas aos textos cantados. Equando encontrarmos aspetos duvidosos oumenos explícitos os apresentemos aos res-ponsáveis pela música. E sugiro aos respon-sáveis pela música que recebam de bomagrado tais críticas, pois várias cabeças pen-sam melhor e vários olhos veem mais.Para nossa reflexão menciono aqui dois as-suntos que me têm levado a pensar se esta-rão relacionados com o facto de havermenos homens do que mulheres nas igrejase se poderão estar a afastar alguns homens:

são eles o facto de nos textos de alguns cân-ticos haver uma maior ênfase no sentimenta-lismo que no racionalismo e de certoscânticos terem uma perspetiva feminina, em-pregando frases e por vezes analogias quepodem ser de difícil identificação por partede um homem. Dou como exemplo um cân-tico que se refere a Jesus dizendo “... és oamante do meu ser...”Concluindo esta parte dedicada ao que can-tamos, gostaria de fazer uma referência aosaspetos funcional e artístico dos cânticos quecantamos. As músicas que usamos têm maio-ritariamente uma funcionalidade imediata

(por vezes até comercial) e por norma poucaelaboração e profundidade musical. Comestas características é pouco provável virmosa ter músicas que permanecerão através dotempo. No entanto, algumas através da suasimplicidade e consistência demonstraramter essa capacidade.

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nota: Para melhorar a compreensão do conteúdo desta sequência deartigos por parte de todos que os têm seguido, incluo aqui uma erratareferente à última frase presente no artigo da edição nº 157 do Refri-gério (pág. 19): Onde se lê “...atualmente há tantos profissionais damúsica em Portugal e por todo o mundo que começaram a desenvolvera música na igreja.” leia-se “...que começaram a desenvolver as suascapacidades musicais na igreja.”

pós a conversão de meu avô,J.A. Vieira, meu pai acompanhava-oaos cultos da Igreja Congregacional

no Campo da Vinha. Com o encerramento daatividade desta Igreja nos primeiros anos de40, a Igreja Metodista do Mirante - Porto,congregou os crentes numa Missao quecomecou a reunir-se na casa de meu avo naAv. A. Soares no 85-2a. Ernesto acompanhoutambem esta mudanca tendo sido nomeado“Pregador Leigo” dessa mesma Igreja,funcoes que exerceu ate ao ano de 1953.Entretanto em Novembro de 1939 veio paraBraga um missionario ingles de nome R. T.Cole, com o proposito de missionar noMinho, a partir de Braga. As perspetivas pa-receram aliciantes para o Ernesto que, desdelogo comecou a trabalhar com o Ricardo.Como primeiro resultado abriram ao publicoo primeiro salao em Braga na R. de S. Vicente35/37, com o nome de “Capela Evangelica”em Maio de 1944. O espaco tornou-se pe-queno, rapidamente, o que obrigou a muda-rem-se para o Largo da Estacao no 5 (juntoao atual Hotel), com a designacao de “Igrejade Cristo Evangelica;” Mais tarde, e ja na R.da Cruz de Pedra, com a designacao atual:“Igreja Evangelica Assembleia dos Irmaos”.Em carta datada de 1946 o Professor DoutorAlfredo Henrique da Silva, ao tempo supe-rintendente da Igreja Metodista do Mirante,escrevia ao meu avo J. Antonio Vieira - “Er-nesto e um bom colaborador do Ricardo eum excelente Pregador da Palavra”. (carta emArquivo na Igreja). Homem simples, de lin-guagem simples tornava as suas mensagenssimples tambem; bem entendidas por cultose incultos.A II Guerra Mundial trouxe muitas dificulda-

des e alguns receios; Meu pai, para escapara mobilizacao inscreveu-se como BombeiroMunicipal e assim pôde continuar junto denos, e da Igreja. A Guerra trouxe muitacarencia de tudo mas meu pai esforcava-setrabalhando 12,20 horas e pelo menos umavez, 24 horas seguidas para que nos, em casativessemos sustento. Ainda assim conseguiros alimentos era tarefa gigantesca de nossamae que eu, como mais velho, acompanhei,nas filas para o pao e para tudo.A Guerra terminou, 1945, mas o pos- guerrame pareceu ainda mais penoso. Meu pai, es-forcava-se demais, com minha mae muitodoente, para que houvesse pao, ainda quefosse uma sardinha assada numa chapa deferro, sem o azeite, pois escasseava, e dividiaessa sardinha por dois, para mim e minhairma Fernanda! Mais nao conto, pois estassao suficientes para avaliar das dificuldades.Tinhamos um Pai esforcado que todas as noi-tes pegando na sua velha Biblia e lia para nosa Palavra de Deus em volta da mesa; Assimnasceu esta “Igreja dos Irmaos”, que existeha 71 anos e continuara, porque a Obra e doSenhor e existem jovens motivados e promis-sores que lhe darao continuidade, assim oSenhor da Igreja os ajude como ajudou meupai e a mim pessoalmente.Participou em esforcos Evangelísticos/Mis-sionarios em: Rendufe (Amares) aqui em co-laboracao com igreja Metodista); Abriupontos de pregacao em Dume; Areal deCima e Real, todas em Braga; Em Carreira eGondifelos e Famalicao, estes no concelhode V.N. de Famalicao. Ainda em Vila Real deTras-os-Montes, Vila Praia de Âncora, Cami-nha e La Guardia em Espanha; todos estesem colaboração com R. Cole. Para alem das

campanhas aleatorias de distribuicao de lite-ratura em todo o Minho, chegando a Ama-rante no Distrito do Porto.Foi um esforco heroico, para alem das res-ponsabilidades familiares, teve toda esta ati-vidade, sem viatura, viajando de bicicleta, decomboio ou autocarro, e sem suporte finan-ceiro; Lamentavelmente hoje em dia faz-semenos com mais. Este esforco e um desafiopara os mais novos; Confiai no mesmo Se-nhor que Ernesto confiou e podereis viver ateaos 100 anos com uma experiencia paracontar para a Gloria de Deus e para a bencao

de almas preciosas.igo acima que Ernesto era umhomem simples, simples mas deter-minado, firme nas suas conviccoes;

ensinou aos 7 filhos a doutrina que receberados seus mais diretos mentores: Jose AntonioVieira e Richard Thomas Cole; Deixou 3 fi-lhos e 4 filhas;26 netos; 37 bisnetos e umatrineta. Viu a sua posteridade e se alegrou.Aleluia! Obrigado Senhor.Ate ao fim foi sempre um exemplo de fideli-dade na assiduidade e pontualidade; maisum exemplo a seguir; Desde sempre, dizi-mista, fiel ao dizimo e o Senhor cumpriunele a Sua Promessa: ”Trazei todos os dizi-mos....Fazei prova de MIM...vos abrirei as ja-nelas do Ceu... Diz o SENHOR” Malaquias 3.Agora choramos a sua partida para a eterni-dade, mas todos nos Gloriamos na BenditaEsperanca de que nos encontraremos com onosso pai-avo-bisavo, trisavo; sogro e que-rido irmao na Fe, se tao-somente percorrer-mos o Mesmo Caminho aberto por Jesus.Esta e a promessa do Deus em quem a maio-ria dos seus descendentes confiam.

Ate logo meu Pai. Obrigado.

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Esta resenha tem como objeto primeiro, o de dar gloria a Deus pelo Homem que nos deu como, PAI - AVÔ - BISAVÔ - TRISAVÔ - SOGRO - AMIGO E PASTOR.A Deus pois, toda a Gloria e Louvor.

a

D

ernesto da sila vieirapor Samuel A. Vieira

verão2015REFRIGÉRIOnúmero158

ir. pontes, dentro de alguns meses comple-tará 93 anos. quer falar-nos um pouco dasua infância e de como era viver no períododa 1ª república?Nasci em Torre de Moncorvo a 22 de Novembrode 1922, embora só fosse registado a 1 de De-

zembro do mesmo ano.

isso significa que comemora o seu aniversá-rio duas vezes por ano…(risos) Pois, parece que sim. A minha infância nãofoi fácil. Tinha uma irmã, dois anos mais velha, eo meu pai, Manuel António, separou-se da minhamãe, ainda éramos crianças.

frequentou a escola?Sim, embora a minha mãe fosse analfabeta, fezquestão que os seus filhos completassem a Instru-ção Primária. Completei a 4ª classe com 10 anosde idade, em julho de 1932. O meu professor An-tónio Fragata pagou a multa de 80 escudos para seradmitido a exame, pois a minha mãe não tinha re-cursos financeiros. No ano letivo seguinte, esse meuprofessor iria ser transferido para a cidade do Portoe ele quis que eu completasse o 4º ano com ele.

É verdade que deus nos envia uns anjosquando tudo à nossa volta parece obscuro,sem soluções possíveis!Deus prometeu tomar conta de nós e é isso que

tem feito por mim nos últimos 90 anos.

com 11 anos de idade e o canudo do 4º anonas mãos, que rumo tomou a sua vida?Esse meu professor primário era muito humano epreocupado com o meu futuro. Antes de ir para oPorto, pediu a um seu amigo, inspetor da CP deMoncorvo, para que, quando completasse 12anos, fosse admitido nas oficinas da CP do Poci-

nho. Entretanto, como tinha três primos alfaiates,fui aprender a arte de alfaiate.

acabou por não ir trabalhar para a cp dopocinho e abandonou mesmo moncorvo.em que condições é que se deu essa grandemudança na sua vida?Um indivíduo chamado Armindo Morgado apa-receu em Moncorvo, à procura de um rapaz paratrabalhar como marçano em Vila Nova de Gaia.A minha mãe opõe-se de início mas, perante a in-

sistência, acabou por ceder.

então, ainda criança, abandonou as suas raízes,família e terra e foi para vila nova de gaia?Sim! Trabalhei como marçano em duas mercea-rias e mais tarde, o meu primeiro patrão convi-dou-me para trabalhar num armazém de azeites,na rua General Torres onde permaneci até 1941.Nesse ano casei com a Maria Emília de Jesus, es-tive algum tempo desempregado e no ano se-guinte fui trabalhar para a Fábrica de Estamparia

de Lavadores.

este percurso, aparentemente sinuoso, teveum propósito não é verdade?Sem dúvida! Embora o salário fosse muito baixo epassássemos muitas necessidades, estávamos emplena 2ª Guerra Mundial, aconteceu algo muitoespecial na minha vida. O meu colega de traba-lho, José Maria Pinto Correia de Azevedo falou-mede Jesus, deu-me um Novo Testamento e depois deouvir a Palavra de Deus pela 1ª vez, aceitei o Se-nhor Jesus como meu Salvador e Senhor.

como foram esses primeiros tempos de con-versão?Fui desprezado pelos meus colegas e administra-ção da fábrica. Chamavam-me de protestante.Toda a família da minha mulher me desprezou,

menos ela que sempre me respeitou. Não foramtempos fáceis mas o Senhor estava lá. Na fábricafui nomeado encarregado embora não me pagas-sem o valor correspondente ao cargo. A partir deuma determinada altura as coisas mudaram. Umengenheiro estagiário tornou-se meu amigo, con-fiava em mim e foi-se apercebendo que muitosenriqueciam à custa da própria fábrica. Ao denun-ciar esta situação, este engenheiro foi convidadopara administrador da empresa e a mim coloca-ram-me como chefe de secção com um venci-mento justo. Alguns colegas de trabalho, jáconvertidos, viram as suas condições melhora-rem. Foi uma autêntica revolução.

sabemos que também foi abençoado pelaextensa prole dada por deus…A Maria da Graça é a mais velha, nasceu em 1942e mais tarde nasceram o José Maria (1946), o JoséDaniel (1948), o Joel Joaquim (1950) e passados11 anos nasceram os gémeos Alberto e Isabel(1961).

não sei se este exercício que lhe vou proporseja fácil mas conte-nos uma grande alegria(deve ter tido muitas) e uma grande tristeza(também acredito que teve várias).Uma das minhas maiores alegrias foi sem dúvidaa conversão da minha esposa. Tristeza…não ne-cessariamente uma tristeza mas sim um dos mo-mentos mais difíceis, foi a morte do meu filho JoséMaria na Guerra do Ultramar, na Guiné em se-tembro de 1969. Tenho a certeza que está com oSenhor em quem confiava.

como tem sido a vivência de fé, até aos diasde hoje?Tem sido um acumular de bênçãos incontáveisque tem enchido a minha alma. Tenho tido o pri-vilégio de falar do meu Senhor onde quer que vá,tenho participado em conferências desde a deBilly Graham em Lausanne e mais tarde na Ho-landa. Tive o privilégio de ter estado em Israel em1991 e de já ter pregado no Brasil e Angola. Por-que para mim o viver é Cristo e o morrer é ganho.

ir. José augusto pontes, um até breve!

21verão2015REFRIGÉRIOnúmero158

a última reunião de traBalho da direção do Refrigério decidimos publicaruma entrevista com o ancião José Augusto Pontes. A sua longevidade, a vasta experiência de fé e o conhecimento pessoal enquanto interveniente privilegiado

nos principais acontecimentos do movimento nas últimas cinco décadas, aconselhavamuma entrevista de fundo onde fossem abordadas questões não apenas de caráter pessoalmas também outras questões, que nos ajudassem a compreender a nossa história enquanto movimento e as peculiaridades e idiossincrasias do mesmo. Tal entrevista não foi possível. O nosso irmão Pontes adoeceu e, a 23 de junho último, o Senhor levou-o para a glória. Em outubro último o Ir. Pontes abordou-me no sentido de fazer uma primeira leitura das suas memórias. É com base no testemunho escrito das mesmas que esta entrevista (que nunca aconteceu) se tornou possível!

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No Mar da GalileiaUm sujeito vai a Israel visitar a família e aproveita para visitar alguns lugareshistóricos: Jerusalém, Belém, o Rio Jordão... Quando chega ao Mar da Galileia,resolve fazer um passeio de barco e pergunta o preço a um indivíduo que alugava barcos: - Oitenta dólares a hora! - Oitenta dólares? O senhor está maluco? é muito caro! - Mas este é o lago onde Jesus andou sobre as águas!- Também pudera! Com o barco a esse preço!

dois amigos encontram-se na rua:– Olá, Jacó. Como estás?– Estou muito mal!– Mas o que foi que aconteceu?– A minha mãe morreu.– Não me digas! Os meus sentimentos. E o que é que a tua mãe tinha?– Infelizmente, pouca coisa. Uma casa, duas lojas no centro da cidade e um terreno no interior.

O filho telefona para a mãe:Filho - Olá, mãezinha, tudo bem?Mãe - Tudo muito bem. Ótimo! Estou ótima!Filho - “Ah, desculpe, foi engano”

ENcONtRE as 12 diFERENças

h u M O R

verão2015REFRIGÉRIOnúmero158

passatempos em Família - todas as soluções no Refrigério onlinese quiser participar na produção de passatempos para esta secção

poderá enviá-los para [email protected]

bolo de passas de uvaCantares de Salomão 2:5

iNGREdiENtEs- Ovos - 4- Mel - 1/2 chávena ou 100 ml- Farinha de trigo integral 1/2 chávena (100 g)- Sal - 1/2 colher de chá

- Passas de uvas picadas - 3 cháve-nas (600 gr) que podem ser substituí-das por tâmaras ou figos- Amêndoas - 1 chávena (200 gr)- Leite creme batido - a gosto

iNstRuçõEs- Pré-aqueça o forno a 180 graus.- Bata os ovos numa tigela grande até

que fiquem espumantes.- Aos poucos, junte o mel, a farinha, o sal, as passas e as amêndoas.- Despeje a mistura numa forma untada, com 25 cm.- 30 a 40 minutos.- Sirva quente com o leite creme batido.

RECEITA

23verão2015 NOtÍcias número158

a EscOla dOMiNical Na cOMuNidadE cRistã dO alGuEiRãO A ED.CCA dispõe, em cada classe, de um professor e um auxiliar. Na classe dos adultos há normalmente 2a 3 auxiliares, dado que o grupo subdivide-se.Temos concurso no último domingo do mês, em que são testados os conhecimentos adquiridos. Para esseefeito são definidas equipas com o mínimo de um aluno de cada classe e no final do ano é premiada aequipa vencedora.Todos os domingos em que não há concurso, temos destreza bíblica.divisão por classes1ª Classe: 0 - 4 anos (maternal)2ª Classe: 5 - 7 anos (infantil-1)3ª Classe: 8 - 10 anos (infantil-2)4ª Classe: 11 - 14 anos (adolescentes))5ª Classe: 15 - 18 anos (jovens)6ª Classe: maiores de 18 anos (adultos)

Rute Manaia

6º ENcONtRO iNtERNaciONal dE iRMãOs sObRE MissõEsDecorreu em Pomezia-Roma o 6º Encontro Internacional de Irmãos sobre Missões. O encontro foi umaoportunidade para reunir 750 irmãos de 105 países. Deram informações sobre as suas dificuldades e Bênçãos. A Palavra foi exposta por diferentes Irmãos. O irmão Eduardo da Luz, líder da Missão NovasTribos do Brasil, foi um dos oradores; realizámos uma reunião com os falantes de língua portuguesa(2 de Moçambique e 2 de S.Tomé e Principe, 4 de Portugal, 9 de Angola e 17 de Brasil), sendo marcado o 3º Encontro de Irmãos das Comunidades de Língua Portuguesa para Luanda em 23-28 de Agosto de 2016.

António Calaim

12 de Setembro na Igreja do Beato, Rua Capitão Leitão, em Lisboa das10/18hHaverá almoço para os inscritos. Preço €20,00 inclui materiais e sebenta.Organização CIIP-Sul

No Refrigérionline poderá ainda ler o artigo de Gilberto Celeti, pastor, educador cristão e superintendente nacional da APEC do Brasil

ONdE EstãO Os pastOREs dE cRiaNças? Pastorear crianças não é tarefa para qualquer um.

Espaço para autocolante ou carimbo de contactos da igreja a revista REFRiGÉRiO é o orgão oficial da comunhão de igrejas de irmãos emportugal. Através de ar tigos de edificação, reflexões e notícias pretende contribuir para:anunciar a boa nova de que há salvação em e por Cristo Jesus; levar os crentes a umamaior santidade pessoal; aumentar a comunhão entre os que creem em Jesus Cristo comoseu Salvador e Mestre; celebrar vidas e ministérios que têm sido agentes de Deus emPor tugal; divulgar eventos relevantes para as comunidades cristãs evangélicas; par tilharNotícias do campo missionário em Por tugal; e do que missionários de língua por tuguesaem diferentes pontos do mundo estão a fazer no cumprimento da Grande Comissão.

Finalmente chega o dia da Escola Dominical;Este dia é para mim fundamental!Vou rever os meus amigos, vou com eles partilharE aprender o que Jesus veio ensinar.

Lindos coros vou cantar,Histórias novas vou ouvir,Nos concursos vou também me divertir.Estou contente porque sei que Jesus quer o meu bem;Estou contente porque estás aqui também.

Publicaremos este coro em MP4 e aiff

em conjunto com o Refrigério online

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