126
Universidade Federal do Rio Grande do Norte Centro de Ciências Exatas e da Terra Departamento de Informática e Matemática Aplicada Bacharelado em Ciência da Computação Análise Experimental dos Algoritmos Exatos Aplicados ao Problema da Árvore Geradora Multiobjetivo Islame Felipe da Costa Fernandes Natal-RN Dezembro de 2016

Análise Experimental dos Algoritmos Exatos Aplicados ao ... · Algoritmos exatos - Monografia. 2. Problemas multiobjetivo - Monografia. 3. çrvore geradora multiobjetivo - Monografia

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Universidade Federal do Rio Grande do NorteCentro de Ciências Exatas e da Terra

Departamento de Informática e Matemática AplicadaBacharelado em Ciência da Computação

Análise Experimental dos Algoritmos ExatosAplicados ao Problema da Árvore Geradora

Multiobjetivo

Islame Felipe da Costa Fernandes

Natal-RN

Dezembro de 2016

Page 2: Análise Experimental dos Algoritmos Exatos Aplicados ao ... · Algoritmos exatos - Monografia. 2. Problemas multiobjetivo - Monografia. 3. çrvore geradora multiobjetivo - Monografia

Islame Felipe da Costa Fernandes

Análise Experimental dos Algoritmos Exatos Aplicadosao Problema da Árvore Geradora Multiobjetivo

Monografia de Graduação apresentada aoDepartamento de Informática e MatemáticaAplicada do Centro de Ciências Exatas e daTerra da Universidade Federal do Rio Grandedo Norte como requisito parcial para a ob-tenção do grau de bacharel em Ciência daComputação.

Orientadora

Profa. Dra. Elizabeth Ferreira Gouvêa Goldbarg

Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRNDepartamento de Informática e Matemática Aplicada – DIMAp

Natal-RN

Dezembro de 2016

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Catalogação da Publicação na Fonte Universidade Federal do Rio Grande do Norte - Sistema de

Bibliotecas Biblioteca Central Zila Mamede / Setor de Informação e Referência

Fernandes, Islame Felipe da Costa. Análise experimental dos algoritmos exatos aplicados ao problema

da árvore geradora multiobjetivo / Islame Felipe da Costa Fernandes. - 2016.

124 f. : il.

Monografia (Graduação) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências Exatas e da Terra. Departamento de Informática e Matemática Aplicada. Bacharelado em Ciência da Computação. Natal, RN, 2016.

Orientadora: Profª. Drª. Elizabeth Ferreira Gouvêa Goldbarg.

1. Algoritmos exatos - Monografia. 2. Problemas multiobjetivo - Monografia. 3. Árvore geradora multiobjetivo - Monografia I. Goldbarg, Elizabeth Ferreira Gouvêa. II. Título.

RN/UF/BCZM CDU 004.021

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Monografia de Graduação sob o título Análise Experimental dos Algoritmos Exatos Apli-

cados ao Problema da Árvore Geradora Multiobjetivo apresentada por Islame Felipe da

Costa Fernandes e aceita pelo Departamento de Informática e Matemática Aplicada do

Centro de Ciências Exatas e da Terra da Universidade Federal do Rio Grande do Norte,

sendo aprovada por todos os membros da banca examinadora abaixo especificada:

Profa. Dra. Elizabeth Ferreira Gouvêa GoldbargOrientadora

Departamento de Informática e Matemática Aplicada (DIMAp)Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

Prof. Dr. Marco Cesar GoldbargDepartamento de Informática e Matemática Aplicada (DIMAp)

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

Profa. Dra. Silvia Maria Diniz Monteiro MaiaDepartamento de Informática e Matemática Aplicada (DIMAp)

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

Natal-RN

Dezembro de 2016

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A José Carlos Fernandes e Marinalva Fernandes

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Agradecimentos

Com imensa gratidão, dirijo-me a todos que exerceram papeis fundamentais para o

progresso desta graduação e o desenvolvimento desta obra.

A Deus, Nosso Senhor Jesus Cristo, Alfa e Ômega, princípio e fim, Ele que é, que

era e que há de vir (Apocalipse 1:8). À Virgem Maria Santíssima por sua poderosíssima

intercessão, junto a seu Filho.

Aos meus pais, José Carlos Fernandes e Marinalva Fernandes, pelo afeto, amor, cari-

nho, incentivo e auxílio em todos estes anos de graduação. A eles, cujos corações estiveram

tantas vezes aflitos em minhas ausências, meu muito obrigado.

À minha família, avós, tios, primos e irmã, pelas orações, incentivos, concelhos, e apoio

irrestrito durante esses anos. Ao meu amor, pela fidelidade e carinho e por compreender

e aceitar minhas inúmeras ausências durante esse período.

À Profa. Dra. Elizabeth Ferreira Gouvêa Goldbarg, pela dedicação, eficiência, dispo-

nibilidade, e pela extraordinária orientação durante esta pesquisa.

Ao Laboratório de Algoritmos Experimentais (LAE) da Universidade Federal do Rio

Grande do Norte (UFRN) pelo suporte material durante a fase experimental deste traba-

lho. Ao mesmo tempo, agradeço à UFRN, minha alma mater, pelo importante papel que

exerceu no meu processo de formação intelectual, profissional e cidadã.

Ao Prof. Dr. Marco César Goldbarg e à Profa. Dra. Sílvia Maria Diniz Monteiro por

aceitarem participar da banca de defesa desta monografia, enriquecendo-a com suas ideias

e sugestões. Manifesto ainda minha gratidão à Profa. Dra. Sílvia pelo apoio junto ao LAE

e no que se refere às instâncias e algoritmos disponibilizados.

Agradeço ainda ao Programa de Educação Tutorial de Ciência da Computação (PET-

CC), fundamental sustentáculo nos meus primeiros anos de graduação. Igualmente, meus

agradecimentos aos seus (meus) tutores, Prof. Dr. André Maurício Cunha Campos e Prof.

Dr. Umberto Souza da Costa, pelos seus ensinamentos, e aos amigos petianos que com-

partilharam comigo esta experiência.

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“Eu quero uma licença de dormir,

perdão pra descansar horas a fio,

sem ao menos sonhar

a leve palha de um pequeno sonho.

Quero o que antes da vida

foi o profundo sono das espécies,

a graça de um estado.

Semente.

Muito mais que raízes.”(Adélia Prado)

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Análise Experimental dos Algoritmos Exatos Aplicadosao Problema da Árvore Geradora Multiobjetivo

Autor: Islame Felipe da Costa Fernandes

Orientadora: Profa. Dra. Elizabeth Ferreira Gouvêa Goldbarg

Resumo

O Problema da Árvore Geradora Multiobjetivo (AGMO) é uma generalização do Pro-

blema da Árvore Geradora Mínima. Embora este último possua algoritmo polinomial que

o solucione, o mesmo não acontece para sua generalização. Assim como sua versão mono-

objetivo, o problema multiobjetivo possui inúmeras aplicações nas mais variadas áreas.

Além disso, ele modela situações onde existe a ocorrência de objetivos conflitantes, o que

é comum em situações reais. O problema da AGMO é classificado como NP-difícil e vem

sendo intensamente explorado na literatura. Diversos algoritmos exatos foram propostos

para o problema segundo diferentes técnicas. Alguns destes algoritmos foram analisados

em trabalhos anteriores para problemas com 2 objetivos. Este trabalho complementa os

trabalhos anteriores, apresentando uma análise dos algoritmos exatos existentes até o

momento para o problema da AGMO. São reportados resultados de experimentos com-

putacionais em grafos completos e grade com até 100 vértices para instâncias com 2

objetivos.

Palavras-chave: Árvore Geradora, Problemas Multiobjetivo, Algoritmos Exatos.

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Experimental Analysis of Exact Algorithms Applied tothe Multi-objective Spanning Tree Problem

Author: Islame Felipe da Costa Fernandes

Advisor: Profa. Dra. Elizabeth Ferreira Gouvêa Goldbarg

Abstract

The Multi-objective Spanning Tree Problem (MSTP) is a generalization of the Minimum

Spanning Tree Problem. Although, there are polynomial time algorithms to solve the latter

problem, the same is not true for its generalization. Alike the mono-objective version, the

multi-objective problem has several real world applications in several areas. Besides, it

models situations where there are conflicting criteria, which is a common fact in real

situations. The MSTP is classified as NP-hard and has been extensively explored in the

literature. Several exact algorithms have been proposed to this problem which are based

on different techniques. Some of these algorithms were analyzed in previous works for

problems with two objectives. This work complements the previous works, presenting

analyses of the exact algorithms proposed up to this moment to the MSTP. Results from

computational experiments are reported to complete and grid graphs with up to 100

vertices for 2-objective instances.

Keywords : Spanning Tree, Multi-objective Problems, Exact Algorithms.

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Lista de figuras

1 Soluções eficientes suportadas e não-suportadas (STEINER; RADZIK, 2003) p. 28

2 Zona de exclusão e região das soluções não-suportadas . . . . . . . . . p. 50

3 Esquema de busca da segunda fase e atualização da região viável (STEI-

NER; RADZIK, 2003) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 52

4 Fase de Bound de Sourd e Spanjaard (2008) . . . . . . . . . . . . . . . p. 56

5 Ilustração de como construir o conjunto OptCUT(G) (ALONSO et al., 2009) p. 61

6 Fronteira de Pareto e superconjunto da instância 7.1 correlated do con-

junto COMPL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 80

7 Fronteira de Pareto e superconjunto da instância 7.1 anti-correlated do

conjunto COMPL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 81

8 Fronteira de Pareto e superconjunto da instância 7.1 concave do conjunto

COMPL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 81

9 Curva do tempo em função do tamanho das instâncias correlated do

conjunto COMPL para os algoritmos que geram um conjunto de soluções p. 85

10 Curva do tempo em função do tamanho das instâncias anti-correlated do

conjunto COMPL para os algoritmos que geram um conjunto de soluções p. 86

11 Curva do tempo em função do tamanho das instâncias concave do con-

junto COMPL para os algoritmos que geram um conjunto de soluções p. 86

12 Fronteira de Pareto e superconjunto da instância 52 correlated do con-

junto GRID . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 89

13 Curva do tempo em função do tamanho das instâncias correlated do

conjunto GRID para os algoritmos que geram um conjunto de soluções p. 92

14 Curva do tempo em função do tamanho das instâncias anti-correlated do

conjunto GRID para os algoritmos que geram um conjunto de soluções p. 92

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15 Curvas do tempo despendido pelos algoritmos PLL, KLL, OPTPL e

OPTKL em função do tamanho das instâncias concave do conjunto

COMPL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 94

16 Curvas do tempo despendido pelos algoritmos PLL, KLL, OPTPL e

OPTKL em função do tamanho das instâncias correlated do conjunto

COMPL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 95

17 Curvas do tempo despendido pelos algoritmos PLL, KLL, OPTPL e

OPTKL em função do tamanho das instâncias anti-correlated do con-

junto COMPL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 95

18 Curvas do tempo despendido pelos algoritmos PLL, KLL, OPTPL e

OPTKL em função do tamanho das instâncias correlated do conjunto

GRID . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 98

19 Curvas do tempo despendido pelos algoritmos PLL, KLL, OPTPL e

OPTKL em função do tamanho das instâncias anti-correlated do con-

junto GRID . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 98

20 Curva do tempo em escala aumentada em função do tamanho das ins-

tâncias correlated do conjunto COMPL para os algoritmos que geram

um conjunto de soluções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 106

21 Curva do tempo em escala aumentada em função do tamanho das instân-

cias anti-correlated do conjunto COMPL para os algoritmos que geram

um conjunto de soluções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 106

22 Curvas do tempo despendido pelos algoritmos SR e SS em função do

tamanho das instâncias correlated do conjunto COMPL . . . . . . . . p. 107

23 Curvas do tempo despendido pelos algoritmos SR e SS em função do

tamanho das instâncias anti-correlated do conjunto COMPL . . . . . . p. 107

24 Curvas do tempo despendido pelos algoritmos SR e SS em função do

tamanho das instâncias concave do conjunto COMPL . . . . . . . . . p. 108

25 Curvas do tempo despendido pelos algoritmos SR e SS em função do

tamanho das instâncias correlated do conjunto GRID . . . . . . . . . . p. 108

26 Curvas do tempo despendido pelos algoritmos SR e SS em função do

tamanho das instâncias anti-correlated do conjunto GRID . . . . . . . p. 109

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27 Comparação entre as curvas de crescimento do tempo entre as instâncias

do conjunto COMPL e GRID para o algoritmo SR . . . . . . . . . . p. 109

28 Comparação entre as curvas de crescimento do tempo entre as instâncias

do conjunto COMPL e GRID para o algoritmo SS . . . . . . . . . . . p. 110

29 Curvas do tempo despendido pelos algoritmos PLU , KLU , CR e CBB

em função do tamanho das instâncias concave do conjunto COMPL . p. 110

30 Curvas do tempo despendido pelos algoritmos PLU , KLU , CR e CBB

em função do tamanho das instâncias correlated do conjunto COMPL p. 111

31 Curvas do tempo despendido pelos algoritmos PLU , KLU , CR e CBB

em função do tamanho das instâncias anti-correlated do conjunto COMPLp. 111

32 Curvas do tempo despendido pelos algoritmos PLU , KLU , CR e CBB

em função do tamanho das instâncias correlated do conjunto GRID . . p. 112

33 Curvas do tempo despendido pelos algoritmos PLU , KLU , CR e CBB

em função do tamanho das instâncias anti-correlated do conjunto GRID p. 112

34 Fronteira de Pareto e superconjunto da instância 27.3 correlated do con-

junto COMPL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 113

35 Fronteira de Pareto e superconjunto da instância 12.2 concave do con-

junto COMPL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 114

36 Fronteira de Pareto da instância 12.2 concave do conjunto COMPL . . p. 114

37 Fronteira de Pareto e superconjunto da instância 12 anti-correlated do

conjunto GRID . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 115

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Lista de tabelas

1 Classificação dos algoritmos exatos aplicados à AGMO . . . . . . . . . p. 35

2 Exemplo de Hamacher e Ruhe (1994) para refutar a suficiência da Pro-

posição 1 aplicada ao caso multiobjetivo . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 41

3 Tempo despendido, em segundos, pelos algoritmos RA, SR, SS, PLS

e KLS aplicados às instâncias correlated e anti-correlated do conjunto

COMPL, de 5 a 15 vértices . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 75

4 Tempo despendido, em segundos, pelos algoritmos RA, SR, SS, PLS

e KLS aplicados às instâncias concave do conjunto COMPL, de 5 a 25

vértices . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 76

5 Tempo despendido, em segundos, pelos algoritmos RA, SR, SS, PLS

e KLS aplicados às instâncias correlated e anti-correlated do conjunto

COMPL, de 15 a 35 vértices . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 77

6 Cardinalidade do Conjunto Pareto Ótimo e dos superconjuntos gerados

pelos algoritmos PLS e KLS para instâncias COMPL de 5 a 35 vértices p. 79

7 Tempo despendido, em segundos, pelos algoritmos SR e SS aplicados às

instâncias COMPL de 25 a 50 vértices . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 82

8 Tempo despendido, em segundos, pelos algoritmos CLY , PGL, LMKS

aplicados às instâncias COMPL de 5 a 25 vértices . . . . . . . . . . . . p. 83

9 Tempo despendido, em segundos, pelos algoritmos RA, SR, SS, PLS e

KLS aplicados às instâncias GRID de 6 a 58 vértices . . . . . . . . . . p. 87

10 Cardinalidade do Conjunto Pareto Ótimo e dos superconjuntos gerados

pelos algoritmos PLS e KLS para instâncias GRID de 6 a 58 vértices p. 88

11 Tempo despendido, em segundos, pelos algoritmos SR e SS aplicados às

instâncias GRID de 60 a 100 vértices . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 89

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12 Tempo despendido, em segundos, pelos algoritmos CLY , PGL e LMKS

aplicados às instâncias GRID . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 90

13 Tempo despendido, em segundos, pelos algoritmos PLL, KLL, OPTPL

e OPTKL aplicados às instâncias do conjunto COMPL . . . . . . . . . p. 93

14 Tempo despendido, em segundos, pelos algoritmos PLU , KLU , CR e

CBB aplicados às instâncias do conjunto COMPL . . . . . . . . . . . . p. 96

15 Tempo despendido, em segundos, pelos algoritmos PLL, KLL, OPTPL

e OPTKL aplicados às instâncias GRID . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 97

16 Tempo despendido, em segundos, pelos algoritmos PLU , KLU , CR e

CBB aplicados às instâncias GRID . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 99

17 Parâmetros utilizados para geração das instâncias COMPL (DRUMOND,

2012) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 123

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Lista de abreviaturas e siglas

AGMO – Árvore Geradora Multiobjetivo

AG-Bi – Árvore Geradora Biobjetivo

MCDM – Multiple Criteria Decision Making

PAES – Pareto Archived Evolutionary Strategy

AESSEA – Archived Elitist Steady-State Evolutionary Algorithm

RPM – Randomized Primal Method

GRASP – Greedy Randomized Adaptive Search Procedure

EPDA – Extreme Point Deterministic Algorithm

DP – Programação Dinâmica

CED – Choquet Expected Disutility

CLY – Algoritmo de Corley (1985)

RA – Algoritmo de Ramos et al. (1998)

PLS – Prim-like de Perny e Spanjaard (2005) que gera superconjunto do Pareto ótimo

KLS – Kruskal-like de Perny e Spanjaard (2005) que gera superconjunto do Pareto ótimo

SR – Algoritmo de Steiner e Radzik (2003)

SS – Algoritmo de Sourd e Spanjaard (2008)

LMKS – Algoritmo de Lokman e Köksalan (2013)

PGL – Algoritmo de Pugliese, Guerriero e Santos (2015)

PLU – Prim-like com dominância de Pareto retornando uma única solução

KLU – Kruskal-like com dominância de Pareto retornando uma única solução

PLL – Prim-like com ordem lexicográfica

KLL – Kruskal-like com ordem lexicográfica

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OPTPL – optimalcutsetP de Alonso et al. (2009) com ordem lexicográfica

OPTKL – optimalcutsetK de Alonso et al. (2009) com ordem lexicográfica

CR – Algoritmo Ranking de Galand, Perny e Spanjaard (2010a)

CBB – Algoritmo Branch-and-Bound de Galand, Perny e Spanjaard (2010a)

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Lista de Algoritmos

1 Algoritmo de Corley (1985) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 41

2 Algoritmo DP de Pugliese, Guerriero e Santos (2015) . . . . . . . . . . . p. 43

3 Procedimento AllSpanningTree de Ramos et al. (1998) . . . . . . . . . . p. 46

4 Procedimento AllMST de Ramos et al. (1998) . . . . . . . . . . . . . . . p. 47

5 Algoritmo EfficientBiobjectiveSTinEB e Procedimento UniobjectiveSearch

de Ramos et al. (1998) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 49

6 Algoritmo EfficientBiobjectiveSTinENB e Procedimento EBSTBB de Ra-

mos et al. (1998) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 51

7 Algoritmo PHASE1-GM e BorderSearch de Steiner e Radzik (2003) . . . p. 53

8 Algoritmo PHASE2-KB de Steiner e Radzik (2003) . . . . . . . . . . . . p. 54

9 Algoritmo O(|E|2) de coloração de Sourd e Spanjaard (2008) . . . . . . p. 57

10 Algoritmo Kruskal-like Perny e Spanjaard (2005) . . . . . . . . . . . . . p. 59

11 Algoritmo Prim-like Perny e Spanjaard (2005) . . . . . . . . . . . . . . p. 60

12 Algoritmo optimalcutsetP de Alonso et al. (2009) . . . . . . . . . . . . . p. 62

13 Algoritmo optimalcutsetK de Alonso et al. (2009) . . . . . . . . . . . . p. 63

14 Computação λ∗ com a entropia máxima de Galand, Perny e Spanjaard

(2010a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 65

15 Algoritmo Ranking com integral de Choquet de Galand, Perny e Spanjaard

(2010a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 65

16 Algoritmo Branch-and-Bound com integral de Choquet de Galand, Perny

e Spanjaard (2010a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 67

17 Primeiro algoritmo de Lokman e Köksalan (2013) . . . . . . . . . . . . . p. 69

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Sumário

1 Introdução p. 19

1.1 Contextualização e motivação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 19

1.2 Objeto de estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 21

1.3 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 23

1.4 Justificativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 23

1.5 Procedimentos metodológicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 24

1.6 Organização do Trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 24

2 O Problema da Árvore Geradora Multiobjetivo p. 26

2.1 Otimização Combinatória Multiobjetivo . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 26

2.1.1 Dominância de Pareto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 27

2.1.2 Soluções suportadas e não-suportadas . . . . . . . . . . . . . . . p. 28

2.2 O Problema da Árvore Geradora Biobjetivo . . . . . . . . . . . . . . . p. 29

2.3 O estado da arte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 29

2.3.1 Algoritmos Exatos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 30

2.3.2 Algoritmos Heurísticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 32

3 Algoritmos exatos aplicados ao problema da AGMO p. 35

3.1 Descrição geral dos métodos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 36

3.1.1 Método geométrico de Hamacher e Ruhe (1994) . . . . . . . . . p. 36

3.1.2 Programação Dinâmica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 36

3.1.3 k-best . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 37

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3.1.4 Branch-and-Bound . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 38

3.1.5 Relação de preferência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 38

3.1.6 Programação Inteira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 39

3.2 Algoritmos para encontrar todo o conjunto Pareto Ótimo . . . . . . . . p. 40

3.2.1 Algoritmo de Corley (1985) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 40

3.2.2 Algoritmo de Pugliese, Guerriero e Santos (2015) . . . . . . . . p. 42

3.2.3 Algoritmo de Ramos et al. (1998) . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 45

3.2.4 Algoritmo de Steiner e Radzik (2003) . . . . . . . . . . . . . . . p. 52

3.2.5 Algoritmo de Sourd e Spanjaard (2008) . . . . . . . . . . . . . . p. 55

3.3 Algoritmos baseados em preferências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 58

3.3.1 Algoritmo de Perny e Spanjaard (2005) . . . . . . . . . . . . . . p. 58

3.3.2 Algoritmo de Alonso et al. (2009) . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 61

3.3.3 Algoritmo de Galand, Perny e Spanjaard (2010a) . . . . . . . . p. 63

3.4 Algoritmo baseado em Programação Inteira . . . . . . . . . . . . . . . p. 67

3.4.1 Resolvendo o problema da AGMO com o Algoritmo de Lokman

e Köksalan (2013) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 69

4 Análises Experimentais p. 72

4.1 Instâncias utilizadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 72

4.2 Metodologia de comparação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 73

4.3 Comparação entre os tempos computacionais . . . . . . . . . . . . . . . p. 74

4.3.1 Algoritmos que geram um conjunto de soluções . . . . . . . . . p. 74

4.3.1.1 Experimentos com grafos completos . . . . . . . . . . . p. 75

4.3.1.2 Experimentos com grafos grades . . . . . . . . . . . . p. 86

4.3.2 Algoritmos baseados em preferência . . . . . . . . . . . . . . . . p. 92

4.3.2.1 Experimentos com grafos completos . . . . . . . . . . . p. 93

4.3.2.2 Experimentos com grafos grades . . . . . . . . . . . . p. 96

Page 20: Análise Experimental dos Algoritmos Exatos Aplicados ao ... · Algoritmos exatos - Monografia. 2. Problemas multiobjetivo - Monografia. 3. çrvore geradora multiobjetivo - Monografia

5 Considerações finais p. 101

Referências p. 102

Apêndice A -- Curvas do tempo em função do tamanho das instâncias p. 106

Apêndice B -- Ilustração da Fronteira de Pareto e dos superconjuntos

gerados pelo algoritmos PLS e KLS p. 113

Anexo A -- Axioma da independência p. 116

Anexo B -- Propriedades OptCUT(G) e OptPATH(G) p. 118

Anexo C -- Integral de Choquet p. 121

Anexo D -- Parâmetros para geração das instâncias COMPL (DRU-

MOND, 2012) p. 123

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19

1 Introdução

Estre trabalho é um estudo experimental dos algoritmos exatos presentes na literatura

aplicados ao problema da Árvore Geradora Multiobjetivo, mais especificamente biobje-

tivo. Os algoritmos e métodos de resolução do referido problema foram estudados em

detalhes e submetidos a experimentos computacionais, cujos resultados são reportados

nesta monografia. Este capítulo introdutório está dividido em seis seções. A contextuali-

zação do presente trabalho e os fatores motivacionais desta pesquisa são apresentados na

Seção 1.1; uma caracterização geral do objeto de estudo é desenvolvida na Seção 1.2; os

objetivos, procedimentos metodológicos e justificativa são apresentados, respectivamente,

nas Seções 1.3, 1.5 e 1.4; por fim, a organização geral deste documento é encontrada na

Seção 1.6.

1.1 Contextualização e motivação

No tratamento de problemas complexos, são necessárias abstrações bem estrutura-

das da realidade, a fim de simplificar seus processos de solução. Goldbarg e Luna (2005)

chamam estas abstrações de modelos, que devem ser “representações simplificadas da reali-

dade que preservam, para determinadas situações e enfoques, uma equivalência adequada”.

Uma vez que um problema esteja devidamente modelado, observando suas características

lógicas e matemáticas, é possível se valer da Pesquisa Operacional (PO) a fim de determi-

nar melhores condições de funcionamento para o sistema que é representado (GOLDBARG;

LUNA, 2005).

Neste campo de modelagem e PO, entram em cena os problemas de Otimização Com-

binatória. Estudos nessa área têm prosperado bastante devido sua elevada aplicabilidade

nos problemas do mundo real (EHRGOTT; GANDIBLEUX, 2000). Jaszkiewicz (2002) cita

várias aplicações da Otimização Combinatória, como no contexto de telecomunicações,

trajeto e rota de veículos, planejamento e programação de atividades de produção, pro-

blemas de localização e etc.

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20

Muitos desses problemas podem ser modelados com a ajuda de grafos, uma estrutura

abstrata que representa um conjuntos de elementos denominados vértices e suas relações

de interdependência denominadas arestas (GOLDBARG; GOLDBARG, 2012). Nas palavras

de Galand, Perny e Spanjaard (2010a), a maioria dos algoritmos que trabalham com oti-

mização de problemas em grafos visa efetuar uma busca de soluções ótimas num conjunto

de possibilidades combinatorial. Os problemas da árvore geradora mínima (AGM), do

caminho mais curto, caixeiro viajante, fluxo em redes, coloração de grafos, dentre outros,

são exemplos de problemas bastante conhecidos na literatura de Otimização Combinató-

ria e Teoria dos Grafos. Por exemplo, nesse contexto, o conceito de árvore, base do objeto

de estudo dessa pesquisa, tem inúmeras aplicações práticas. Goldbarg e Goldbarg (2012)

fazem uma enumeração destas aplicações, dentre as quais se pode citar: Instalações de

telefone, hidráulicas, elétricas, TV a cabo, petróleo e gás; otimização de distribuição de

sinal em redes; redes ópticas; otimização de sistemas submersos em campos de petróleo

Off-Shore; otimização de sistemas com grau de incertezas; projeto de redes de compu-

tadores e de comunicação; análise de agrupamento; circuitos de placas de computador;

análise genética; redução de armazenamento de dados na sequência de aminoácidos em

uma proteína; dentre tanto outros.

Os problemas supracitados foram invocados em sua versão mono-objetivo, ou seja,

quando apenas um critério caracteriza o que venha a ser uma solução ótima. Nesses casos,

no contexto de teoria dos grafos, tem-se apenas um valor escalar atribuído a cada aresta.

Porém, como bem afirma Monteiro (2011), a complexidade do mundo exige, em diversas si-

tuações, que vários critérios de otimização sejam considerados simultaneamente no mesmo

modelo, sem, todavia, perder a simplicidade do mesmo. Surge, pois, o seguimento de pes-

quisa chamado Otimização Combinatória Multiobjetivo. Face às versões mono-objetivo

clássicas, os problemas de otimização multiobjetivo (ou multicritério) modelam de ma-

neira mais adequada e satisfatória diversas situações do mundo real. Ademais, aborda-

gens multiobjetivo são, na verdade, extensões naturais daquelas mono-objetivo (STEINER;

RADZIK, 2003). Por esse motivo, problemas multiobjetivo ganharam considerável interesse

dos pesquisadores em Otimização Combinatória. Como observaram Ehrgott e Gandibleux

(2000), desde 1990 várias teses de doutorado foram escritas sobre otimização multicritério,

diversas metodologias foram desenvolvidas, bem como o número de trabalhos de pesquisa

na área têm crescido consideravelmente.

Um problema multiobjetivo pode apresentar critérios conflitantes ou não relacionados.

Isso significa que, ao otimizar um critério, pode-se piorar os outros. Assim, para um dado

problema, em geral, não existe uma única solução que otimize simultaneamente todos os

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21

objetivos. Com isso, as noções de “ótimo” ou “eficiente” ganham novas definições. Estas

novas perspectivas permitem encontrar não apenas uma única solução eficiente, mas um

conjunto delas. Aumentar o número de critérios de um problema, torna-o geralmente mais

difícil de resolver, deixando de ser, na maioria das vezes, polinomial. A versão multiob-

jetivo da AGM, por exemplo, é NP-difícil (CAMERINI; GALBIATI; MAFFIOLI, 1984 apud

HAMACHER; RUHE, 1994). Mesmo assim, algoritmos exatos são propostos pela literatura,

a fim de resolver tais problemas. No caso da AGMO, diversos algoritmos exatos foram

sugeridos, e serão estudados e analisados experimentalmente por esta pesquisa.

1.2 Objeto de estudo

Seja um grafo G(V,E), onde V é o conjunto de vértices, |V | = n, e E é o conjunto

de arestas. Nas palavras de Goldbarg e Goldbarg (2012), uma árvore pode ser definida

como um grafo conexo T em que existe um, e somente um, caminho entre qualquer par de

vértices de T . Daí deriva-se que T deve ter apenas n− 1 arestas, e não pode possuir ciclo.

Uma árvore geradora de G deve ser um subgrafo gerador conexo e acíclico (GOLDBARG;

GOLDBARG, 2012). Nesse contexto, um importante resultado, chamado de Fórmula de

Caley, diz que a quantidade de árvores geradoras distintas de um grafo é da ordem de

nn−2 (CAYLEY, 1987 apud RAMOS et al., 1998).

Considere que o referido grafo G tenha suas arestas ponderadas por valores escalares.

A Árvore Geradora Mínima (AGM) é a árvore geradora de menor custo, entre todas as

árvores possíveis de G. O custo de uma árvore geradora é dado pela soma dos valores que

ponderam as arestas da árvore. Este é um problema clássico da Otimização Combinatória,

cuja aplicabilidade já foi mencionada na seção precedente. Diversos algoritmos podem ser

encontrados na literatura a fim de solucionar tal problema. Como exemplo mais comum,

cita-se os algoritmos de Prim (1957) e Kruskal (1956). O primeiro mantém um conjunto

de vértices já adicionados na árvore, e, a cada passo, analisa a aresta de custo mínimo

que possui uma extremidade incidente em tal conjunto e outra extremidade incidente fora

dele; assim, ele adiciona na árvore o vértice da extremidade não incidente. O segundo,

por sua vez, ordena as arestas segundo a ordem não decrescente dos pesos; a cada passo,

o algoritmo escolhe a aresta de custo mínimo, que não forma ciclo na árvore parcial. Os

algoritmos de Prim (1957) e Kruskal (1956), mesmo tratando a versão mono-objetivo do

problema, são muito importantes para esta pesquisa, pois inspiraram diversos algoritmos

aplicados à versão multiobjetivo.

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22

É importante reforçar algumas características das árvores. Primeiro, se T é uma ár-

vore e f uma aresta de T , então a remoção de f de T gera duas componentes conexas.

Para provar esta afirmação, basta perceber que, caso contrário, existiria apenas uma com-

ponente conexa em T − f , o que levaria a deduzir que, antes da remoção de f , havia pelo

menos dois caminhos entre os dois vértices extremos de f : um pela própria aresta f , e

outro caminho é aquele da componente conexa T − f . As duas componentes conexas de

T −f definem um corte em G, ou seja, um conjunto de todas as arestas de G que possuem

uma extremidade incidente em uma componente e outra extremidade incidente em outra

componente. Ademais, no que se refere ao conceito de corte e de caminho em uma árvore

mínima, Hamacher e Ruhe (1994) provam uma proposição importante inerente à AGM.

Proposição 1 (Propriedades dos cortes e caminhos) Seja T uma árvore geradora

eficiente, cujas arestas são ponderadas por uma função w. Então os seguintes resultados

são assegurados :

i Não existe uma aresta f no único corte formado pela eliminação da aresta e de T tal

que w(f) ≤ w(e) e w(f) 6= w(e).

ii Sejam f ∈ E\T e P (f) o único caminho em T conectando as extremidades de f .

Então, não pode haver e ∈ P (f) tal que w(f) ≤ w(e) e w(f) 6= w(e).

Prova: (HAMACHER; RUHE, 1994)

A Proposição 1 é relativa à árvore geradora mínima (mono-objetivo), mas foi inten-

samente inspiradora para diversos pesquisadores que trataram a versão multiobjetivo do

problema. Optou-se, pois, por citá-la na introdução deste documento porque ela será

referenciada várias vezes durante este texto, por exemplo, nas generalizações propostas

por Alonso et al. (2009) e nos contextos dos algoritmos de Corley (1985) e de Sourd e

Spanjaard (2008).

Finalmente, pode-se dizer que todo esse embasamento teórico relativo à versão mono-

objetivo do problema terá fundamental importância para o entendimento dos capítulos

seguintes, que discorrem sobre a versão multiobjetivo. Serão apresentadas a definição

matemática da Árvore Geradora Multiobjetivo, sua classe de complexidade, a revisão

da literatura, a análise de detalhada de todos os algoritmos exatos aplicados à versão

biobjetivo do problema, e a apresentação dos resultados dos experimentos. Os algoritmos

estudados serão aqueles propostos por Corley (1985), Pugliese, Guerriero e Santos (2015),

Ramos et al. (1998), Steiner e Radzik (2003), Sourd e Spanjaard (2008), Alonso et al.

(2009), Perny e Spanjaard (2005) e Galand, Perny e Spanjaard (2010a).

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23

1.3 Objetivos

Este trabalho visa apresentar uma análise experimental comparativa do desempenho

computacional dos algoritmos exatos propostos na literatura para resolver o problema da

Árvore Geradora Biobjetivo. Consequentemente, também é objetivo deste trabalho clas-

sificar tais algoritmos exatos de acordo com vários critérios de desempenho, sendo sub-

metidos às mesmas condições computacionais (linguagem de programação, plataforma,

sistema operacional e estruturas de dados). No campo teórico, os algoritmos serão separa-

dos de acordo com os métodos de resolução utilizados. Isso ajuda a melhor entender seus

fundamentos teóricos, bem como a essência de cada método de resolução da AGMO.

1.4 Justificativa

A primeira indagação que pode surgir sobre a viabilidade desta pesquisa é acerca

do uso dos algoritmos exatos, haja vista a NP-Dificuldade do problema tratado. Dada

esta característica, será que vale a pena estudar algoritmos exatos? A resposta é sim.

Conforme bem salientou Drumond (2012) “os algoritmos exatos servem como balizadores

para procedimentos heurísticos”. Em outras palavras, a solução exata de um problema

de otimização combinatória ajuda a verificar a qualidade das soluções de uma heurística

desenvolvida para o mesmo problema. Hibridizações entre algoritmos exatos e heurísticos

têm ganhado importante atenção dos pesquisadores na área, gerando algoritmos mais pro-

missores (DRUMOND, 2012). Além disso, geralmente, é preferível utilizar implementações

de algoritmos exatos até onde estas possam resolver o problema em tempo hábil.

Drumond (2012) também apresentou uma análise experimental para a Árvore Gera-

dora Multiobjetivo. O presente trabalho se justifica por incrementar o trabalho de Dru-

mond (2012), tratando aspectos importantíssimos que estão ausentes em sua obra. Como

exemplo, cita-se o estudo dos algoritmos de Corley (1985) e Pugliese, Guerriero e San-

tos (2015); a aplicabilidade da Programação Inteira ao problema da AG-Bi (LOKMAN;

KöKSALAN, 2013); o comportamento dos algoritmos baseados em preferência de Perny e

Spanjaard (2005), com relação de dominância de Pareto, ao gerar um superconjunto do

Pareto ótimo; e, por fim, o contraponto entre os desempenhos das abordagens de Alonso

et al. (2009) e Perny e Spanjaard (2005), quando a relação de preferência é a ordem

lexicográfica.

Esta obra poderá contribuir para o entendimento da teoria e dos pontos fortes e fracos

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de cada algoritmo (JOHNSON, 2002), sendo útil, por exemplo, num momento em que se

precisa escolher algum destes métodos, por meio de uma análise custo-benefício.

1.5 Procedimentos metodológicos

Para atingir os objetivos dessa pesquisa, fez-se necessário estudar profundamente o

problema tratado, suas características e complexidade, concomitantemente a uma revisão

do estado da arte. A partir dessa revisão, foi possível conhecer todos os algoritmos exa-

tos (e também heurísticos) que tratam a AGMO. Em seguida, fez-se necessário estudar

cada algoritmo, bem como cada método exato que eles empregam. Procedeu-se a clas-

sificação destes algoritmos exatos em duas grandes categorias: aqueles que geram todo

o conjunto Pareto ótimo (ou a Fronteira de Pareto) e aqueles que se baseiam numa re-

lação de preferência a fim de retornar as soluções ditas preferíveis. Todos os algoritmos

foram implementados em linguagem C++, exceto o de Sourd e Spanjaard (2008), que foi

gentilmente disponibilizado pelo autores em linguagem C#.

As instâncias testadas incluem grafos completos e grades. Os primeiros são classifica-

dos em correlated, anti-correlated e concave, cuja quantidade de vértices varia entre 5 e

50; os segundos são apenas do tipo correlated e anti-correlated, possuindo entre 6 e 100

vértices. As instâncias de grafos completos ainda apresentam três exemplares para cada

tamanho. A análise experimental foi inspirada principalmente pelo tempo computacional

despendido pelos algoritmos para cada instância, mas nos casos em que os algoritmos

baseados em preferência retornam um superconjunto de soluções eficientes, considerou-se

também o tamanho deste. O desenvolvimento e os resultados desta pesquisa são apresen-

tados no presente texto.

1.6 Organização do Trabalho

Este documento está organizado em 5 capítulos, 2 apêndices e 4 anexos. O Capí-

tulo 2 apresenta a definição matemática geral dos problemas multiobjetivo, a definição

da AGMO e sua instanciação biobjetivo, bem como uma revisão do estado da arte; o

Capítulo 3 estuda em detalhes cada algoritmo exato e seus métodos utilizados; o Capí-

tulo 4 apresenta os resultados dos experimentos computacionais; por fim, as considerações

finais podem ser apreciadas no Capítulo 5. Há ainda os Apêndices A e B, que contêm,

respectivamente, os gráficos das curvas de tempo dos algoritmos em função do tama-

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nho das instâncias e as nuvens de pontos ilustrando alguns pontos do espaço objetivo. O

Anexo A disserta sobre o Axioma da Independência, o Anexo B sobre as propriedades

OptCUT (G) e OptPATH(G), o Anexo C sobre a Integral de Choquet e, finalmente, o

Anexo D apresenta a tabela de parâmetros utilizados para geração das instâncias.

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2 O Problema da Árvore GeradoraMultiobjetivo

Este capítulo apresenta a definição matemática geral dos problemas de otimização

multiobjetivo (Seção 2.1), a definição matemática do problema da Árvore Geradora Mul-

tiobjetivo (AGMO) e sua instanciação biobjetivo (AG-Bi) (Seção 2.2), e, por fim, o estado

da arte para o referido problema (Seção 2.3).

2.1 Otimização Combinatória Multiobjetivo

Knowles, Thiele e Zitzler (2006) definem um problema de otimização combinatória

multiobjetivo P com m > 1 critérios como sendo uma quádrupla (X, Z, f, rel), onde X

é o espaço de soluções viáveis (também chamado espaço de decisão), Z ⊆ <m é o espaço

objetivo, f : X → Z é uma função que atribui a cada solução ou decisão x ∈ X um

vetor objetivo z = f(x) ∈ Z, e rel representa uma relação binária em Z, que define uma

ordem parcial no espaço objetivo e induz uma pré-ordem no espaço decisão. O objetivo

do problema é, portanto:

“otimizar” f(x) = (f1(x), ..., fm(x)) x ∈ Xonde cada fi(x), com i = 1, ...,m, é um componente do vetor objetivo z = f(x) ∈ Z de

dimensão m.

Visando facilitar o entendimento geral da definição, optou-se por utilizar aqui “otimi-

zar” e não “minimizar”, como é utilizado em Knowles, Thiele e Zitzler (2006) e Drumond

(2012). Embora os dois termos sejam constantemente pensados como sinônimos, em si-

tuações do mundo real, a natureza do problema define como deve ser feita a otimização

(minimizar ou maximizar, por exemplo). Neste contexto, percebe-se a importância da de-

finição da relação rel. Tal relação tem o papel de classificar os pontos no espaço objetivo

e, assim, caracterizar as soluções ditas ótimas.

Como observa Monteiro (2011), na otimização mono-objetivo é possível ordenar as

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soluções viáveis de X numa sequência, segundo a definição de rel (≤ ou ≥, por exemplo).

A solução ótima seria aquela que ocupa a primeira posição da sequência. Todavia, no

contexto multiobjetivo, esta ordenação é geralmente impossível de ser feita. Vê-se, assim,

a necessidade de novas definições da relação que classifica uma solução (respectivamente,

um vetor objetivo) como melhor que outra.

2.1.1 Dominância de Pareto

Para entender a definição de dominância de Pareto dada por Knowles, Thiele e Zitzler

(2006), assuma que x, y ∈ X são duas soluções viáveis quaisquer, f : X → Z ⊆ <m, comm > 1, é o vetor de dimensão m que é a imagem de x no espaço objetivo. Sejam , ≺ e

≺≺ relações binárias sobre Z e, sem perda de generalidade, sejam ≤ e < relações do caso

m = 1.

Definição 1 (Dominância Fraca) Dizemos que o vetor objetivo f(y) é fracamente do-

minado por f(x), denotado por f(x) f(y), se, e somente se, ∀i ∈ 1, . . . ,m, fi(x) ≤fi(y). Naturalmente, dizemos que a solução x domina fracamente y. Ou seja, isso ocorre

quando a primeira não é pior que a segunda para todos os objetivos.

Definição 2 (Dominância) Dizemos que o vetor objetivo f(y) é dominado por f(x),

denotado por f(x) ≺ f(y), se, e somente se, ∀i ∈ 1, . . . ,m, fi(x) ≤ fi(y) e ∃i ∈1, . . . ,m, tal que, fi(x) < fi(y). Naturalmente, dizemos que a solução x domina y. Ou

seja, isso acontece quando a primeira não é pior que a segunda para todos os objetivos e

é melhor em pelo menos um.

Definição 3 (Dominância Estrita) Dizemos que o vetor objetivo f(y) é estritamente

dominado por f(x), denotado por f(x) ≺≺ f(y), se, e somente se, ∀i ∈ 1, . . . ,m, fi(x) <

fi(y). Naturalmente, dizemos que a solução x domina estritamente y. Ou seja, uma so-

lução x domina estritamente uma solução y quando a primeira é melhor que a segunda

para todos os objetivos.

Definição 4 (Incomparabilidade) Dizemos que f(x) e f(y) são incomparáveis se, e

somente se, f(x) 6 f(y) e f(y) 6 f(x). Dize-se, pois, que x e y são incomparáveis.

Definição 5 (Indiferença) Dizemos que os vetores objetivo f(x) e f(y) são indiferentes,

se, e somente se, ∀i ∈ 1, . . . ,m, fi(x) = fi(y). Naturalmente, dizemos que as soluções

x e y são indiferentes.

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Definição 6 (Conjunto Pareto Ótimo e Fronteira de Pareto) Sejam X∗ = x ∈X | ∀y ∈ X, y 6= x, x e y são incomparáveis e f(X∗) = f(x) ∈ Z | x ∈ X∗. X∗ échamado conjunto Pareto Ótimo e f(X∗) é chamado Fronteira de Pareto.

Portanto, dados X,Z e f : X → Z, e dado rel como sendo a dominância de Pareto,

um Problema de Otimização Multiobjetivo visa encontrar o conjunto X∗ ⊆ X de soluções

eficientes tal que f(X∗) ⊆ Z seja o conjunto de vetores objetivo não dominados.

2.1.2 Soluções suportadas e não-suportadas

A Figura 1 (STEINER; RADZIK, 2003) ilustra, para um caso hipotético m = 2, o

conjunto de vetores eficientes f(X∗), onde X∗ = p1, p2, p3, p4, p5, p6, p7, p8. Note que p9

é dominada por p5. Segundo Steiner e Radzik (2003), as soluções eficientes de X∗ podem

ser classificas em dois grupos: as suportadas (ou extremas) e não-suportadas (ou não-

extremas). As primeiras correspondem àquelas que se encontram nos pontos extremos do

fecho convexo da Figura 1 e que podem ser obtidas através da soma ponderada dos seus

objetivos (p1, . . . , p5). As soluções não-suportadas não podem ser obtidas pela soma

ponderada de seus objetivos, e se encontram no interior de algum triângulo formado

por duas soluções suportadas adjacentes (p6, p7, p8). A Seção 3.1.1 apresenta o método

geométrico (geralmente chamado de Busca Dicotômica) proposto por Hamacher e Ruhe

(1994) para encontrar as soluções suportadas para problemas com 2 objetivos.

Figura 1: Soluções eficientes suportadas e não-suportadas (STEINER; RADZIK, 2003)

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2.2 O Problema da Árvore Geradora Biobjetivo

Seja G(V,E) um grafo conexo e não direcionado e seja X o conjunto de todas as

árvores geradoras de G. Seja w : E → Rm, m > 1, uma função que atribui a cada aresta

(i, j) ∈ E um vetor de pesos wij = (w1ij, . . . , w

mij ). Seja Z ⊆ <m o conjunto de vetores

objetivo e seja f : X → Z uma função que atribui a cada árvore T ∈ X um vetor de

pesos no formato f(T ) = (f1(T ), . . . , fm(T )), onde, ∀q ∈ 1, ...,m, tem-se:

fq(T ) =∑

(i,j)∈Twqij(T )

Respeitando as definições da Subseção 2.1.1, uma árvore T ∗ ∈ X é dita eficiente se,

e somente se, 6 ∃ T ′ ∈ X que a domine. O problema da AGMO visa, portanto, encontrar

o conjunto de árvores eficientes X∗ ⊆ X, dito conjunto Pareto ótimo, com f(X∗) ⊆ Z,

chamada Fronteira de Pareto. No caso particularm = 2, explorado pelo presente trabalho,

a AGMO é chamada de Árvore Geradora Biobjetivo (AG-Bi).

Aggarwal, Aneja e Nair (1982) efetuam uma redução polinomial do problema da

mochila 0-1 à árvore geradora biobjetivo, mostrando assim que tal problema é NP-difícil.

Além disso, ele é também intratável (HAMACHER; RUHE, 1994), ou seja, algoritmos exatos

que se dispõem a encontrar o conjunto Pareto ótimo requerem um tempo muito alto de

processamento para instâncias de tamanhos consideráveis.

2.3 O estado da arte

Existem basicamente duas abordagens principais para resolver o problema da AG-Bi:

a exata e a heurística. Os algoritmos exatos são utilizados, na literatura, para pequenas

instâncias, com no máximo 500 vértices (DRUMOND, 2012) e os trabalhos que exploram

esta abordagem são: Corley (1985), Pugliese, Guerriero e Santos (2015), Ramos et al.

(1998), Steiner e Radzik (2003), Sourd e Spanjaard (2008), Alonso et al. (2009), Perny e

Spanjaard (2005) e Galand, Perny e Spanjaard (2010a). Os trabalhos baseados em heurís-

ticas são: busca local de Hamacher e Ruhe (1994) e Davis-Moradkhan (2010); algoritmos

evolucionários de Zhou e Gen (1999), Knowles e Corne (2000a, 2000b, 2001), Rocha, Gold-

barg e Goldbarg (2006, 2007), Chen et al. (2007), Davis-Moradkhan, Browne e Grindrod

(2009), Monteiro, Goldbarg e Goldbarg (2009, 2010) e Monteiro (2011); e o algoritmo

GRASP de Arroyo, Vieira e Vianna (2008).

Revisões bibliográficas do problema da AGMO foram apresentadas por Ruzika e Ha-

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macher (2009) e Climaco e Pascoal (2011), mas os autores não conduziram análises expe-

rimentais do algoritmos revisados. Drumond (2012) apresentou uma revisão bibliográfica

parcial associada a uma análise experimental dos algoritmos aplicados a AG-Bi. Diz-se

parcial, pois Drumond (2012) não abordou trabalhos anteriores a sua pesquisa como, por

exemplo, os trabalhos de Corley (1985) e Alonso et al. (2009).

A seguir, as Subseções 2.3.1 e 2.3.2 dividem o estado da arte entre algoritmos exatos

e heurísticos, respectivamente. Vale ressaltar que os algoritmos exatos, objeto de estudo

desta pesquisa, serão explorados em detalhes no Capítulo 3.

2.3.1 Algoritmos Exatos

Visando encontrar todo o conjunto Pareto ótimo, Corley (1985) apresentou um método

simples, de fácil compreensão e que se caracteriza por ser uma generalização do algoritmo

de Prim (1957). Uma outra característica marcante deste método é que ele trabalha com

a relação de dominância entre as arestas do grafo, construindo as soluções iterativamente.

A cada iteração, apenas arestas não dominadas e que não formam ciclo são inseridas na

solução parcial.

Pugliese, Guerriero e Santos (2015) propuseram um procedimento baseado em Progra-

mação Dinâmica a fim de encontrar o conjunto Pareto ótimo para o problema da AGMO.

Esta abordagem se assemelha com as ideias de Corley (1985), uma vez que, iterativamente,

constrói todas as árvores do conjunto solução. Todavia, o critério de dominância não é

avaliado para cada aresta, mas para cada subárvore (ou árvore parcial) obtida durante

a execução do procedimento. É importante também salientar que os autores afirmaram

que tal abordagem pode ser facilmente estendida para mais de dois objetivos, e além

disso, pode ser usada para modelar e resolver outros problemas como a Árvore Geradora

Mínima Mono-objetivo, a Árvore Geradora com Restrição de Grau Mínimo, a k-ésima

Árvore Geradora Mínima, o Problema da Árvore de Steiner, dentre outros (PUGLIESE;

GUERRIERO; SANTOS, 2015). Os demais métodos exatos, como se verá adiante, verificam

a relação de dominância entre as árvores já formadas (e não entre arestas ou subárvores).

Este fato se consubstancia como a principal diferença entre os trabalhos de Corley (1985),

Pugliese, Guerriero e Santos (2015) e os demais.

Ramos et al. (1998) propuseram um algoritmo baseado no método duas fases para a

árvore geradora biobjetivo, onde a primeira fase encontra as soluções suportadas (isto é,

os pontos eficientes presentes nos vértices do fecho convexo do espeço objetivo) usando um

método geométrico proposto por Hamacher e Ruhe (1994) chamado busca dicotômica; a

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segunda fase utiliza o método construtivo branch-and-bound que se encarrega por vascu-

lhar cada triângulo retângulo formado por duas soluções suportadas adjacentes a fim de

encontrar as soluções chamadas de não-suportadas. Este método considera a existência

de arestas com pesos iguais.

Steiner e Radzik (2003) também desenvolveram um método duas fases, onde a pri-

meira fase é semelhante à primeira fase proposta por Ramos et al. (1998), exceto pelo fato

de que, a cada chamada recursiva, somente uma árvore é encontrada, desconsiderando a

existência de árvores com pesos iguais. A principal diferença está na segunda fase: primei-

ramente, para cada triângulo retângulo formado por duas soluções suportadas adjacentes,

o algoritmo repondera as arestas do grafo consoante a fórmula geométrica de Hamacher e

Ruhe (1994). Desta maneira, cada aresta possuirá agora um único peso. Posteriormente, é

realizada a pesquisa das soluções não-suportadas começando pela hipotenusa do triângulo

e seguindo em direção ao seu ângulo reto. Para realizar esta pesquisa, os autores imple-

mentam um método k-best (GABOW, 1977), responsável por fornecer a k-ésima árvore

geradora mínima mono-objetivo de um grafo. Steiner e Radzik (2003) mostraram que seu

algoritmo apresenta melhor desempenho que o de Ramos et al. (1998), uma vez que evita

visitar soluções não-eficientes durante o processo de busca.

Sourd e Spanjaard (2008) não se basearam no método duas fases, mas propuseram um

algoritmo clássico branch-and-bound, onde o bound é realizado tomando como base um

conjunto de pontos (hipersuperfície) e não somente um ponto ideal. Antes da execução

do branch-and-bound propriamente dito, o grafo de entrada é submetido a várias etapas

de pré-processamento, identificando arestas que podem ser desconsideradas pela busca,

bem como aquelas que devem permanecer no grafo. Assim, o algoritmo consegue gerar

a Fronteira de Pareto. Um importante lema provado pelos autores mostrou que, para o

problema da Árvore Geradora Biobjetivo, embora o número de soluções não dominadas

possa ser exponencial, o número de vetores objetivos distintos é polinomial da ordem de

O(|E|2), onde |E| é a quantidade de arestas do grafo.

Os problemas clássicos da Otimização Combinatória Multiobjetivo apresentam, geral-

mente, soluções avaliadas segundo funções aditivas de custos. Perny e Spanjaard (2005),

porém, generalizaram tais problemas, como o da árvore geradora e o do caminho mais

curto, onde relações binárias ditas quase-transitivas são definidas sobre o espaço solução.

Tais relações determinam, pois, as soluções preferíveis. Eles definiram um framework ba-

seado em preferência para a resolução de problemas multiobjetivo. Para a AGMO, Perny

e Spanjaard (2005) conceberam dois algoritmos: o Krukeal-like, uma generalização do al-

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goritmo do Kruskal (1956); e o Prim-like, que generaliza o Prim (1957). Estes algoritmos

encontram o conjunto de soluções apenas se a relação de preferência especificada satisfaz

o chamado axioma da independência, introduzido pelos autores.

Ainda no contexto baseado em preferência, Alonso et al. (2009) se inspiraram nas pro-

priedades clássicas do corte e do ciclo, mencionadas por Hamacher e Ruhe (1994), a fim

de definir suas respectivas generalizações denominadas OptCUT(G) e OptPATH(G). Am-

bas são tratadas como conjuntos de árvores que atendem a tais propriedades. Invocando

conceitos como o da transitividade negativa e da aditividade forte, os autores buscaram

caracterizar as relações binárias que permitem encontrar suas soluções maximais unica-

mente a partir das construções de tais conjuntos. Por fim, Alonso et al. (2009) escreveram

dois algoritmos, optimalcutsetP e optimalcutsetK, respectivamente, adaptações do Prim

(1957) e Kruskal (1956).

Galand, Perny e Spanjaard (2010a) adotaram como relação de preferência a chamada

integral de Choquet, e apresentaram dois algoritmos, um segundo a abordagem ranking,

e outro Branch-and-bound, ambos aplicados à AGMO. O objetivo é, pois, encontrar a

árvore que minimiza uma função não utilitária de Choquet, chamada Choquet-ótima. Os

autores também estudaram o problema do caminho Choquet-ótimo multiobjetivo.

Finalmente, e não menos importante, deve-se mencionar, no contexto da Otimização

Multiobjetivo, o trabalho de Lokman e Köksalan (2013). Os autores propuseram dois

algoritmos para resolução de qualquer problema (não somente o da árvore geradora) que

possa ser modelado como um problema de Programação Inteira Multiobjetivo. A presente

pesquisa estudou o trabalho de Lokman e Köksalan (2013), concebendo um modelo de

Programação Inteira ao problema da AG-Bi, com a intenção de verificar o desempenho

desta abordagem frente às demais.

2.3.2 Algoritmos Heurísticos

Hamacher e Ruhe (1994) propuseram um algoritmo duas fases para o problema da

AGMO. A primeira calcula as soluções extremas (ou suportadas) utilizando um método

geométrico elaborado pelos próprios autores (explicado em detalhes na Seção 3.1.1) e a

segunda etapa utiliza busca local.

Na linha dos algoritmos evolucionários, vale mencionar o trabalho de Zhou e Gen

(1999), o qual apresentou um Algoritmo Genético enumerativo para a AGMO, baseado

nos Códigos de Prüfer e no Multiple Criteria Decision Making (MCDM). Knowles e Corne

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(2002), porém, provaram que o Algoritmo Genético de Zhou e Gen (1999) não garantia

encontrar todas as árvores do conjunto Pareto ótimo, tampouco que todas as árvores

retornadas pertenciam realmente a tal conjunto.

Knowles e Corne (2000b) criaram um algoritmo memético chamado M-PAES, que

utiliza a busca local multiobjetivo, baseado no algoritmo genético Pareto Archived Evo-

lutionary Strategy (PAES), por sua vez, apresentado previamente por Knowles e Corne

(2000a).

Knowles e Corne (2001) desenvolveram um outro algoritmo genético baseado no PAES,

chamado Archived Elitist Steady-State Evolutionary Algorithm (AESSEA), desta vez apli-

cado ao problema da AGMO restrita em grau. Tal restrição diz respeito ao grau máximo

que um nó da árvore deve possuir. A população inicial é obtida com o método chamado

Randomized Primal Method (RPM), uma versão randômica do algoritmo de Prim (1957)

adaptado ao contexto multiobjetivo. Como codificação dos cromossomos, Knowles e Corne

(2001) utilizaram a proposta de Raidl (2000).

Um novo algoritmo memético ao problema da AGMO foi sugerido por Rocha, Gold-

barg e Goldbarg (2006), utilizando busca tabu para intensificar a busca. A codificação dos

indivíduos da população se baseou na proposta de Raidl e Julstrom (2003). Rocha, Gold-

barg e Goldbarg (2007), por sua vez, propuseram um algoritmo transgenético à AG-Bi,

onde a população inicial é gerada pelos métodos rmc-Kruskal (uma versão randomizada

multiobjetivo do algoritmo de Kruskal (1956)), proposto por Rocha, Goldbarg e Goldbarg

(2006), e RandomWalk, desenvolvido por Raidl e Julstrom (2003). Este algoritmo trans-

genético, onde os indivíduos da população são codificados segundo a codificação direta

de Raidl (2000), utilizou dois transposons (ciclo e 2-troca). Rocha, Goldbarg e Goldbarg

(2007) compararam os resultados do transgenético com os do memético publicado anteri-

ormente pelos mesmos autores, mostrando que o transgenético obtive melhores resultados.

Chen et al. (2007) conceberam um algoritmo genético baseado nos códigos de Prüfer,

assim como Zhou e Gen (1999), e adotaram o mesmo procedimento de codificação e

decodificação que este último. Chen et al. (2007), contudo, apresentaram um exemplo

de falha do algoritmo de Zhou e Gen (1999). Ademais, os autores apresentaram uma

correção ao gerador de instâncias de Knowles (2002), cuja formulação original poderia

gerar instâncias anti-correlated com peso negativo.

Um algoritmo GRASP (Greedy Randomized Adaptive Search Procedure) foi proposto

por Arroyo, Vieira e Vianna (2008) para árvores multiobjetivo. A cada iteração, utiliza-se

um procedimento guloso randomizado e construtivo, de modo a encontrar uma solução.

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Logo em seguida, à tal solução, é aplicada uma busca local, na tentativa de melhorá-la.

O algoritmo utiliza a vizinha chamada drop-and-add e representa as árvores por códigos

de Prüfer. Arroyo, Vieira e Vianna (2008) testaram o algoritmo para árvores com dois e

três objetivos, com grafos completos de até 50 nós e não completos com até 30.

Monteiro, Goldbarg e Goldbarg (2009) propuseram uma modificação no algoritmo

de Rocha, Goldbarg e Goldbarg (2007). A modificação reside nos vetores transgenéticos

utilizados. O vetor transgenético empregado pra atuar sobre a população é um plasmí-

deo escolhido de forma aleatória. Além disso, o transgenético de Monteiro, Goldbarg e

Goldbarg (2009) não utiliza os transposons de Rocha, Goldbarg e Goldbarg (2007). Mon-

teiro (2011) justificou esta decisão dizendo que testes computacionais mostraram que tais

agentes não contribuíam de forma significativa para a qualidade do conjunto de apro-

ximação gerado. “Além disso, os transposons eram os agentes de maior impacto para o

tempo computacional do transgenético” (MONTEIRO, 2011). O novo agente proposto foi

um plasmídeo, onde a cadeia de informação era baseada no método mc-Prim de Kno-

wles (2002). Monteiro, Goldbarg e Goldbarg (2010), ainda na abordagem transgenética

aplicada à AG-Bi, desenvolveram uma nova estratégia dos vetores transgenéticos, onde os

agentes que atuam sobre a população eram baseados em níveis de probabilidade (cujos

valores são ajustados a cada iteração do algoritmo).

Davis-Moradkhan (2010) propôs um algoritmo chamado de Extreme Point Determi-

nistic Algorithm (EPDA), baseado em busca local, capaz, segundo a autora, de encontrar

completamente a Fronteira de Pareto (compreendendo pontos extremos e não-extremos).

Neste trabalho, a autora destacou tal característica como uma das principais vantagens

do EPDA frente aos demais trabalhos.

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3 Algoritmos exatos aplicados aoproblema da AGMO

Uma classificação dos algoritmos exatos é encontrada na Tabela 1. A Seção 3.1 trata

da descrição dos métodos, a Seção 3.2 explora em detalhes cada algoritmo que gera um

conjunto de soluções eficientes, a Seção 3.3 trata dos algoritmos baseados em preferência,

e finalmente a Seção 3.4 aborda a programação inteira aplicada ao problema da AGMO.

Tabela 1: Classificação dos algoritmos exatos aplicados à AGMO

AlgoritmoNo de

ObjetivosTipo do Problema

Método de

Solução

Corley (1985) m ≥ 2 Encontrar o conjunto Pareto ótimoGeneralização

de Prim (1957)

Pugliese, Guerriero e Santos (2015) m ≥ 2 Encontrar o conjunto Pareto ótimo Programação dinâmica

Ramos et al. (1998) m = 2 Encontrar o conjunto Pareto ótimoDuas-fases e

Branch- and-Bound

Steiner e Radzik (2003) m = 2 Encontrar o conjunto Pareto ótimoDuas-fases e

k-best

Sourd e Spanjaard (2008) m = 2 Encontrar a Fronteira de Pareto Branch-and-Bound

Perny e Spanjaard (2005) m ≥ 2 Baseado em preferênciaKruskal com

relação de preferência

Perny e Spanjaard (2005) m ≥ 2 Baseado em preferênciaPrim com

relação de preferência

Alonso et al. (2009) m ≥ 2 Baseado em preferênciaKruskal para

construir o OptCUT(G)

Alonso et al. (2009) m ≥ 2 Baseado em preferênciaPrim para

construir o OptCUT(G)

Galand, Perny e Spanjaard (2010a) m ≥ 2 Baseado em preferênciaRanking com

integral de Choquet

Galand, Perny e Spanjaard (2010a) m ≥ 2 Baseado em preferênciaBranch-and-Bound com

integral de Choquet

Lokman e Köksalan (2013) m ≥ 2Encontrar o conjunto

de pontos não dominadosProgramação Inteira

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3.1 Descrição geral dos métodos

Antes de explorar em detalhes os algoritmos listados na Tabela 1, disserta-se bre-

vemente sobre os métodos de resolução adotados por cada um deles, abordando suas

características gerais e seu funcionamento. O objetivo é, pois, ter uma visão geral sobre

cada método, com o propósito de melhor entender os algoritmos.

3.1.1 Método geométrico de Hamacher e Ruhe (1994)

Hamacher e Ruhe (1994) discorreram acerca de uma propriedade importante, defini-

dora do conjunto das soluções extremas. Seja G(V,E) um grafo conexo e não direcionado,

onde cada aresta é ponderada com um vetor bidimensional de custos. Sejam T1 e T2 duas

soluções suportadas cujos pontos correspondentes são, respectivamente, (x1, y1) e (x2, y2).

Sejam ainda α = |y2−y1| e β = |x2−x1|. Então a árvore T , de custo (x, y), que minimiza

(αx+ βy), é também uma solução suportada (HAMACHER; RUHE, 1994).

Esta propriedade garante que, dadas duas soluções suportadas T1 e T2, pode-se encon-

trar uma terceira solução suportada T , apenas resolvendo o problema da árvore geradora

mínima do grafo que possui cada aresta i ponderada como (αxi+βyi). Ramos et al. (1998)

e Steiner e Radzik (2003) utilizam tal método geométrico a fim de encontrar as soluções

suportadas.

3.1.2 Programação Dinâmica

Brassard e Bratley (1998) explicam que a ideia da programação dinâmica é bem

simples: evitar fazer o mesmo cálculo (com os mesmos parâmetros e gerando, consequen-

temente, o mesmo resultado) duas vezes. Resultados de computações precedentes podem

ser guardados em estruturas de dados adequadas (como uma tabela ou uma lista sequen-

cial), de modo a serem utilizados em ocasiões posteriores, excluindo a possibilidade de

refazer tais computações. Tal estrutura será preenchida progressivamente, a medida que

partes do problema vão sendo resolvidas. Quando um passo precisa de algum resultado,

verifica-se se este encontra-se na referida estrutura. Se sim, não há necessidade de calculá-

lo novamente. Assim, ganha-se tempo e melhora-se o desempenho do algoritmo. Brassard

e Bratley (1998) ainda afirmam que a programação dinâmica é uma técnica bottom-up,

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pois inicia resolvendo partes pequenas e simples do problema, combinando-as de alguma

forma a fim de gerar a solução total. Neste sentido, o algoritmo de Pugliese, Guerriero

e Santos (2015), por exemplo, construirá as árvores eficientes totais (com todos os vérti-

ces) após construir progressivamente subárvores com uma quantidade menor de vértices,

valendo-se, sempre, dos resultados obtidos pelas subárvores construídas nas iterações pre-

cedentes. O método de Pugliese, Guerriero e Santos (2015) será detalhando na Subseção

3.2.2.

3.1.3 k-best

O objetivo de um algoritmo k-best é encontrar a k-ésima melhor solução do problema

em questão. No contexto da AGM, consiste em encontrar a árvore que possui o k-ésimo

menor custo. Este problema comumente pressupõe uma enumeração implícita das k me-

lhores soluções em ordem não decrescente de custo. O problema de gerar a k-ésima melhor

árvore é bem estudado pelos pesquisadores, e eficientes algoritmos foram propostos por

Gabow (1977) e Katoh, Ibaraki e Mine (1981). Estes, por sua vez, trabalham de modo

similar: inicialmente, encontram a árvore geradora mínima e, então, a cada passo, pro-

movem a troca de uma aresta que está na árvore com outra que não está na árvore, de

maneira que o custo da árvore seja incrementado o mínimo possível.

Um outro trabalho nesse contexto é o de Sörensen e Janssens (2005), cujo objetivo

principal é construir todas as árvore geradoras de um grafo em ordem crescente de custo.

Portanto, o algoritmo de Sörensen e Janssens (2005), originalmente, não se propõe a en-

contrar somente a k-ésima árvore de melhor custo, mas pode ser perfeitamente adaptado

pra isso. Dado um grafo G(V,E), o algoritmo mantém uma lista de estruturas, chamada

de List, capaz de guardar partições de E. Partições são adicionadas a List a cada itera-

ção. Cada P ∈ List possui uma lista de arestas obrigatórias e proibidas que, no ato da

construção de uma árvore geradora de P , devem, respectivamente, estar presentes ou ser

excluídas da árvore. P pode possuir arestas opcionais, que não são nem obrigatórias nem

proibidas, cuja união com estes dois conjuntos deve resultar em E.

O algoritmo de Sörensen e Janssens (2005) começa calculando a árvore geradora mí-

nima de G, considerando-a como uma partição em que todas as arestas são opcionais,

e a insere em List. A cada iteração, o algoritmo toma a partição Ps ∈ List cuja árvore

geradora correspondente possui o menor custo, e escreve esta árvore na lista de saída. Em

seguida, novas partições são geradas sobre as arestas de Ps. Sejam P1 e P2 duas cópias

de Ps. Todas as arestas opcionais e de Ps são examinadas. A cada passo, e é marcada

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como excluída em P1 e obrigatória em P2. Assim, caso seja possível construir uma árvore

geradora a partir de P1, então guarda-se uma cópia de P1 em List. Em seguida, e se torna

obrigatória em P1, copiando P2 em P1. A iteração prossegue até que todas as arestas

opcionais de Ps sejam examinadas. Depois disso, Ps é removida de List. O procedimento

para quando List for vazio.

3.1.4 Branch-and-Bound

Segundo Brassard e Bratley (1998), o Branch-and-Bound é uma técnica para explo-

ração de um grafo implícito e direcionado, geralmente acíclico e em formato de árvore.

O objetivo é encontrar a solução ótima de algum problema. Para tanto, é realizada uma

enumeração implícita das possíveis soluções ótimas, onde cada uma destas está presente

em um nó da árvore de busca. Tal enumeração é feita particionando o espaço de busca,

na fase chamada Branch, a cada nó, gerando nós descendentes. Ademais, a cada nó η são

estimados limites para os valores das possíveis soluções descendentes de η: se tais limites

mostram que qualquer solução descendente é pior que a melhor solução já encontrada, en-

tão o galho descendente de η é podado e a busca não prossegue a partir dele (BRASSARD;

BRATLEY, 1998).

3.1.5 Relação de preferência

Nas palavras de Galand, Perny e Spanjaard (2010b), o conjunto eficiente de Pareto

possui muitas soluções irrelevantes para o tomador de decisão. Além disso, conforme cresce

o tamanho das instâncias (HAMACHER; RUHE, 1994) e o número de critérios (ROSINGER,

1991 apud GALAND; PERNY; SPANJAARD, 2010b), tal conjunto pode adquirir dimensão

exponencial. Por esse motivo, embora o Pareto seja largamente utilizado, diversos autores

propõem outras relações de preferência mais gerais (fornecidas, geralmente, pelo tomador

de decisão). Tal abordagem é chamada modelo baseado em preferência e, quando dispo-

nível, é mais vantajoso focar a busca diretamente na solução mais preferível, ao invés

de gerar todo o conjunto de Pareto (GALAND; PERNY; SPANJAARD, 2010b). O presente

trabalho estudará algoritmos de ambas as abordagens.

Segundo Perny e Spanjaard (2005), um problema de grafos Π baseado em preferência

é definido como sendo uma quádrupla (I ,S ,, objetivo), onde I denota o conjunto

de instâncias de Π; ∀I ∈ I , diz-se que G(V (I), E(I)) é um grafo onde V (I) denota o

conjunto de vértices, E(I) denota o conjunto de arestas e P(E(I)) é o conjunto das partes

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de E(I). Assim, diz-se S (I) ⊆ P(E(I)) ser o conjunto de soluções viáveis ou conjunto

de saída de I; (I) uma relação de preferência definida sobre P(E(I)); e o objetivo é

determinar o conjunto total de soluções viáveis maximais definidas por M(S (I), (I))

(PERNY; SPANJAARD, 2005).

3.1.6 Programação Inteira

Segundo Goldbarg e Luna (2005), os principais modelos da Pesquisa Operacional

de Programação Matemática, consagrada graças à sua grande utilidade na solução de

problemas de otimização. Em várias situações, porém, as variáveis de decisão não podem

assumir valores contínuos. Neste caso, diz-se tratar-se de um modelo de Programação

Inteira, comum em modelagem que lida com pessoas, configurações, objetos físicos e etc

(GOLDBARG; LUNA, 2005).

Também no ramo da Programação Inteira, é possível, formalmente, distinguir suas

versões mono e multiobjetivo. Neste último caso, baseando-se na formalização de Lokman

e Köksalan (2013), apresenta-se a Definição 7.

Definição 7 (Problema de Programação Inteira Multiobjetivo) Um problema P

dito de Programação Inteira Multiobjetivo é definido como:

“otimizar” z1(x), z2(x), ..., zp(x)sujeito a:

x ∈ Xonde:

zi(x) é a i-ésima função objetivo

x é um vetor de decisão

cada variável de decisão xj deve ser inteira

X é o espaço solução

p é o número de funções objetivo.

Sobre a Definição 7 é possível aplicar os conceitos de dominância de Pareto, a fim de

classificar as soluções eficientes.

Na interpretação de Ehrgott e Gandibleux (2000), de maneira geral, problemas de oti-

mização combinatória podem ser considerados casos particulares de Programação Inteira.

A ideia é, pois, conceber ao problema da AGMO um modelo de Programação Inteira e

tentar resolvê-lo de modo a encontrar o conjunto Pareto ótimo.

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3.2 Algoritmos para encontrar todo o conjunto ParetoÓtimo

Esta seção estuda em detalhes os algoritmos exatos que geram ou todo o conjunto

Pareto ótimo, ou toda a Fronteira de Pareto. Serão apresentadas características gerais e

particulares de cada um deles, bem como seus respectivos pseudocódigos.

3.2.1 Algoritmo de Corley (1985)

O Algoritmo 1 descreve o procedimento original proposto por Corley (1985). O mesmo

recebe como entrada um grafo G(V,E), com |V | = n e onde cada aresta é ponderada por

um vetor de pesos cpq ∈ <m. Considere Vr(s) e Er(s), respectivamente, o conjunto de

vértices e arestas que formam a s-ésima subárvore (também chamada de árvore parcial)

da r-ésima iteração, com s <= mr, onde mr é a quantidade de subárvores corrente.

O procedimento começa com uma subárvore de apenas um vértice v1 e sem nenhuma

aresta. Então, o Passo 2 determina, a partir da propriedade vmin, o conjunto Wr(k) de

vetores ditos não dominados, onde na primeira iteração r = 1 e k = 1 = m1.

Dada uma árvore parcial T kr = (Vr(k), Er(k)), ∀k ∈ 1, ...,mr, a propriedade vmin

considera apenas o conjunto de arestas incomparáveis entre si que possuem uma ex-

tremidade em Vr(k) e outra extremidade fora de Vr(k). Formalmente, seja Cr(k) =

cij : vi ∈ Vr(k); vj 6∈ Vr(k); (vi, vj) ∈ E. Então, vmin Cr(k) = a ∈ Cr(k) :

6 ∃ b ∈ Cr(k) que domina a .

Em cada iteração r, o Passo 5 é responsável por varrer conjunto Wr(s) de cada subár-

vore T sr , s <= mr. Para cada peso cpq ∈ Wr(s), toma-se a aresta (vp, vq) correspondente

e cria-se uma nova árvore parcial tal que seu conjunto de vértices seja Vr(s)∪ vq e o de

arestas seja Er(s)∪(vp, vq). Assim, cada subárvore T sr gerará até |Wr(s)| subárvores, queserão exploradas na iteração r + 1. Então, a cada iteração r, o algoritmo precisa manter

um conjunto de árvores parciais, tendo mr como cardinalidade. O Passo 6 se encarrega de

verificar se a nova subárvore formada já não pertence ao conjunto. Ao final, mn árvores

serão retornadas.

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41

Algoritmo 1: Algoritmo de Corley (1985)Entrada: Grafo G(V,E)

Saída: Conjunto Pareto ótimo Tk = (V,En(k)) | k = 1, ...,mn1 V1(1) = v1; E1(1) = ∅; r = 1; m1 = 1; m2 = ... = mn = 0;

2 Wr(k) = vmincij : vi ∈ Vr(k); vj 6∈ Vr(k); (vi, vj) ∈ E ∀k ∈ 1, ...,mr ;3 s = 1 ;

4 Se (s = mr + 1) ir para o Passo 9;

5 Escolha cpq ∈ Wr(s)

Wr(s) = Wr(s)\cpq; mr+1 = mr+1 + 1;

Vr+1(mr+1) = Vr(s) ∪ vq; Er+1(mr+1) = Er(s) ∪ (vp, vq);6 Se (mr+1 = 1) ir para o Passo 7;

Se ((Vr+1(mr+1), Er+1(mr+1)) = (Vr+1(k), Er+1(k))

para algum k ∈ 1, ...,mr+1 − 1)mr+1 = mr+1 − 1 ;

7 Se (Wr(s) 6= ∅) ir para o Passo 5;

8 s = s+ 1. Ir para o passo 4;

9 r = r + 1

Se (r < n) ir para o Passo 2

Senão FIM

Corley (1985) desenvolve um algoritmo simples, de fácil compreensão e que se con-

substancia como uma generalização do trabalho de Prim (1957). Particularmente, para

o caso m = 1 o procedimento do Algoritmo 1 se reduz ao procedimento de Prim (1957)

(CORLEY, 1985). Em tal caso, para cada r, o conjunto Wr(k) possuiria apenas um ele-

mento, a saber, a aresta de menor peso; além disso, mr seria sempre igual a 1 e, ao final,

apenas uma árvore seria retornada.

Tabela 2: Exemplo de Hamacher e Ruhe (1994) para refutar a suficiência da Proposição 1aplicada ao caso multiobjetivo

Aresta ei e1 = (1, 2) e2 = (1, 4) e3 = (1, 3) e4 = (2, 3) e5 = (3, 4) e6 = (2, 4)

w1(ei) 32 16 8 4 2 1

w2(ei) 1 2 3 4 5 6

Infelizmente, o método de Corley (1985), tal como descrito pelo Algoritmo 1, pode

retornar um conjunto que possui árvores dominadas. Segundo Hamacher e Ruhe (1994),

isso acontece porque Corley (1985) utiliza a inversa da Proposição 1, generalizando-a para

a versão multiobjetivo. Porém as condições (i) e (ii) são necessárias mas não suficientes

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para obter uma árvore ótima multiobjetivo. Por exemplo, observe a Tabela 2. A árvore

formada pelas arestas e1, e3 e e5 atende às condições (i) e (ii) da Proposição 1, mas é do-

minada pela árvore formada pelas arestas e2, e3, e4 (HAMACHER; RUHE, 1994). Hamacher

e Ruhe (1994) resolvem tal problema adicionando um teste de dominância no Passo 6. Ou

seja, uma nova árvore T sr será considerada para a iteração r+ 1 somente se a mesma não

for dominada por nenhuma outra já presente. E caso T sr seja considerada, deve-se excluir

qualquer árvore eventualmente dominada por ela. O presente trabalho implementou o

Algoritmo 1 corrigido por Hamacher e Ruhe (1994).

3.2.2 Algoritmo de Pugliese, Guerriero e Santos (2015)

Pugliese, Guerriero e Santos (2015) conceberam uma formulação matemática para

o problema clássico da árvore geradora mínima (mono-objetivo). A estrutura da árvore

geradora é modelada segundo um esquema de estados e transações, definindo o que os

autores chamaram de espaço-estado. Várias proposições foram mostradas e provadas, a

fim de se definir um processo para determinar as árvores ótimas. Em seguida, tais proposi-

ções foram generalizadas para o caso multiobjetivo, concebendo assim um procedimento,

detalhado no Algoritmo 2, baseado em Programação Dinâmica (DP), para encontrar o

conjunto ótimo de Pareto.

Dado um grafo G(V,E), com |V | = n, seja X(h)q = ir : r = 1, ..., q, q ≤ n um

subconjunto de V com q vértices. O índice h significa que podem haver outros subconjuntos

com q vértices. Define-se uma subárvore sT (h)q como sendo um grafo conexo formado

com os vértices de X(h)q e com as arestas do conjunto E

(h)q , onde |E(h)

q | = |X(h)q | − 1.

Cada subárvore sT (h)q é associada a um estado S(h)

q = (X(h)q , E

(h)q ). Diz-se que existe uma

transição do estado S(h)q para o estado S(k)

q apenas se for possível construir uma árvore

sT(k)q , a partir de sT (h)

q , somente pela adição de uma única aresta em E(h)q . Os autores

mostram que, se γ = (S(h)q , S

(k)q ) é uma transição entre dois estados quaisquer, então

|S(k)q | > |S

(h)q |.

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Algoritmo 2: Algoritmo DP de Pugliese, Guerriero e Santos (2015)Entrada: Grafo G(V,E)

Saída: Conjunto Pareto ótimo

1 X11 = 1; S1

1 = (1, ∅); L1 = S11;

2 para q = 1, ..., n− 1 faça

3 para todo S(h)q ∈ Lq faça

4 para todo i ∈ X(h)q faça

5 para todo (i, j) ∈ E : i ∈ X(h)q AND j 6∈ X(h)

q faça

6 Xq+1 = X(h)q ∪ j;

7 Sq+1 = (Xq+1, Ehq ∪ (i, j));

8 se sT q+1 não é dominada por qualquer equivalente sT (k)q+1 ∈ Lq+1

então

9 Adicione sT q+1 em Lq+1;

10 Remova de Lq+1 todas as subárvores equivalentes sT (k)q+1 que são

dominadas por sT q+1;

11 fim

12 fim

13 fim

14 fim

15 fim

16 Ln contém todo o conjunto Pareto ótimo ;

17 Retorne Ln

Como cada transição adiciona uma aresta à subárvore associada, então é possível

definir uma sequência de transições ditas viáveis yφ = (S(h)1 , S

(k)2 ), . . . , (S

(h)n−1, S

(k)n ) que

corresponderá a uma árvore de G(V,E). Assim, é razoável assumir que cada transição

(S(h)q , S

(k)q+1) pode ser associada a um peso w : Γ → <, onde Γ é o conjunto de todas as

transições. Note que w(S(h)q , S

(k)q+1) é igual ao peso associado à aresta correspondente à

transição (S(h)q , S

(k)q+1). Assim, o objetivo do problema da AGM é encontrar a sequência de

transições y∗φ tal que o seguinte somatório é mínimo:

f(y∗φ) =n−1∑q=1

w(S(h)q , S

(k)q+1)

Partindo de tal definição, pode-se dizer que uma sequência y∗φ é ótima se, e somente se,

f(y∗φ) ≤ f(yφ), para qualquer outra sequência yφ (PUGLIESE; GUERRIERO; SANTOS, 2015).

Além disso, ainda segundo os autores, se y(k)q é uma subsequência que define uma subár-

vore sT (k)q , então a função f pode ser reescrita como:

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f(sT(k)q ) =

∑(i,j)∈E(k)

q

wij .

Embora tais conceitos sejam feitos para árvores mono-objetivo, eles são facilmente

generalizados para o caso multiobjetivo, pois é suficiente trabalhar com f como sendo

uma função que associa a cada sequência de estados (ou a uma subárvore) um vetor

objetivo; e as sequências ótimas obedeceriam à dominância de Pareto. Tal generalização

é aplicada ao Algoritmo 2.

A seguir, apresenta-se as definições, teorema e corolário concebidos por Pugliese, Guer-

riero e Santos (2015) e que se firmam como pilares do Algoritmo 2.

Definição 8 (Dominância) Sejam S(h)q e S(h)

q dois estados quaisquer. Diz-se que S(h)q

domina S(h)q se f(sT

(h)q ) < f(sT

(h)q ).

Definição 9 (Equivalência) Duas subárvores sT (k)q e sT (k)

q e seus respectivos estados

associados S(k)q e S(k)

q são ditos equivalentes se, e somente se, os correspondentes conjuntos

X(k)q e X(k)

q compartilham os mesmos vértices.

Teorema 1 (Condição ótima) Sejam S(h)q e S(h)

q dois estados equivalentes. Se S(h)q é

dominada por S(h)q , então todas as subárvores sT (k)

q+1 construídas a partir de sT (h)q são

dominadas por pelo menos uma subárvore sT (k)q+1 construída a partir de sT (h)

q .

Prova: (PUGLIESE; GUERRIERO; SANTOS, 2015)

Corolário 1 A sequência ótima y∗ é composta por subsequências ótimas.

Prova: (PUGLIESE; GUERRIERO; SANTOS, 2015)

À luz do teorema e do corolário supramencionados, o Algoritmo 2 trabalha com sub-

sequências ótimas a fim de chegar ao conjunto das sequências ótimas. Ele descarta, assim,

as subsequências dominadas, visto que, segundo o Teorema 1, elas levarão a árvores do-

minadas. Cada estado S(h)q não dominado é guardado num conjunto Lq, com q = 1, . . . , n,

que os autores chamam de níveis. O nível inicial L1 possui um único estado S11 = (i1, ∅),

onde i1 é um vértice inicial qualquer.

Em um nível Lq, varre-se cada estado S(h)q . Analogamente à ideia de Corley (1985),

aqui também seleciona-se todas as arestas que possuem uma extremidade em S(h)q e outra

fora de S(h)q . Diferentemente do Algoritmo 1, porém, o Algoritmo 2 executa testes de

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dominância sobre as árvores parciais obtidas em cada nível (enquanto que o primeiro,

originalmente, verifica somente a dominância entre as arestas do corte e necessita de uma

verificação de dominância no Passo 6). Ao final, o nível Ln possui todas os estados que

induzem árvores do conjunto Pareto ótimo.

Finalmente, conforme provaram Pugliese, Guerriero e Santos (2015), a complexidade

do Algoritmo 2 é da ordem de O(n−1∏q=1

[q × (n− q)]).

3.2.3 Algoritmo de Ramos et al. (1998)

Propondo-se a encontrar todo o conjunto Pareto ótimo do problema da AG-Bi, Ra-

mos et al. (1998) conceberam uma abordagem exata dividida em duas fases. A primeira,

baseada no método geométrico usado por Hamacher e Ruhe (1994), encontra todas as

árvores cujos pares de custos eficientes se acham nas extremidades da envoltória convexa

(soluções suportadas); a segunda, por sua vez, utiliza um procedimento construtivo ba-

seado na metodologia Branch-and-Bound para obter o conjunto de árvores cujos pares

de custos se encontram no interior de cada triângulo formado por dois pontos extremos

consecutivos.

Antes, porém, de detalhar as duas fases de Ramos et al. (1998), vale a pena analisar

dois procedimentos auxiliares que os autores desenvolveram com o propósito de encontrar

todas as soluções do espaço decisão que, eventualmente, possam representar o mesmo

ponto do espaço objetivo. Ou seja, dado um ponto z = f(T ) no espaço objetivo não

dominado, o procedimento de Ramos et al. (1998) não encontra somente uma árvore T ,

mas todas as árvores T tal que z = f(T ). Para tanto, os algoritmos AllSpanningTree e

AllMST foram desenvolvidos.

O Algoritmo 3 descreve o procedimento recursivo AllSpanningTree, que constrói to-

das as árvores geradoras de um grafo usando backtracking. O procedimento recebe dois

parâmetros, o primeiro é o índice do nó em análise e o segundo é uma árvore geradora

em construção. A primeira chamada do algoritmo é AllSpanningTree (1, ∅), considerandoque os índices dos vértices começam em 1.

Considere G(V,E) um grafo conexo e não direcionado, com |V | = n. Para cada

chamada recursiva, o Algoritmo 3 analisa cada aresta do conjunto Ai, que possui as arestas

incidentes no vértice i. Para cada aresta e ∈ Ai que não forma um ciclo na árvore parcial

T , verifica-se se a adição de e em T gera uma árvore total (isto é, com n− 1 arestas). Se

sim, uma nova árvore foi construída; se não, então precisa-se analisar as arestas incidentes

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no vértice de índice i + 1, criando-se, desta forma, mais um nó na árvore de busca do

backtracking. Como a quantidade de árvores encontradas é da ordem de nn−2 (CAYLEY,

1987 apud RAMOS et al., 1998), conforme cresce o tamanho do grafo, tal algoritmo pode

despender um tempo excessivo de processamento.

Algoritmo 3: Procedimento AllSpanningTree de Ramos et al. (1998)

1 AllSpanningTree(i, T)

2 Mi = Ai;

3 enquanto Mi 6= ∅ faça4 Seja e ∈Mi;

5 Mi = Mi − e ;6 se T ∪ e é acíclico então

7 se i = n− 1 então

8 T ∪ e pertence ao conjunto das árvores geradoras de G ;

9 senão

10 AllSpanningTree(i+ 1, T ∪ e) ;

11 fim

12 fim

13 fim

O procedimento AllMST, descrito no Algoritmo 4, também é recursivo. Seu resultado

é o conjunto de todas as árvores geradoras que correspondem ao custo mínimo mono-

objetivo. Baseado no método de Kruskal (1956), o procedimento inicia examinando as

arestas, uma a uma, em ordem crescente de peso. Seja T a árvore parcial corrente. São

consideradas apenas arestas e cuja adição isolada em T não forma ciclo. Caso não exista

nenhuma outra com o mesmo custo de e, então o loop da linha 5 a 15 executará apenas uma

iteração. Neste caso, em seguida, verifica-se se adição de e em T culmina numa árvore final

(com n− 1 arestas) ou numa parcial (chamando recursivamente o procedimento AllMST

para a árvore T ∪e). Porém, se existem outras arestas com o mesmo peso de e, o loop as

agrupa no conjunto LocalEdgeSet. A condição da linha 8 verifica se a adição simultânea

de LocalEdgeSet à T não forma ciclo, significando dizer que as arestas de LocalEdgeSet

comporão a mesma árvore mínima. Porém, caso forme ciclo, significa que tais arestas não

formarão a mesma árvore, podendo ser permutadas a fim de construir diferentes árvores

mínimas. Assim, a linha 19 se encarrega de encontrar todas estas árvores, executando o

Algoritmo 3. Para cada árvore T0 encontrada, verifica-se se T∪T0 corresponde a uma árvore

parcial (chamando recursivamente AllMST ) ou total. A chamada inicial é AllMST(∅, 0,0).

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Algoritmo 4: Procedimento AllMST de Ramos et al. (1998)

1 AllMST(T, index, NEdges)

2 LocalEdgeSet = ∅;3 StageWeight = c(uindex+1);

4 MoreThanOne = false;

5 repita

6 index = index+ 1;

7 se T ∪ uindex é acíclico então

8 se uindex une componentes não-conectadas de T ∪ LocalEdgeSet

então

9 NEdges = NEdges+ 1;

10 senão

11 MoreThanOne = true;

12 fim

13 LocalEdgeSet = LocalEdgeSet ∪ uindex

14 fim

15 até c(uindex+1) > StageWeight;

16 se MoreThanOne então

17 Considere o grafo parcial gerado por T ∪ LocalEdgeSet, X;

18 Considere a condensação de X por T , XT ;

19 Obtenha todas as árvores geradoras de XT , AST (XT ) ;

20 para todo T0 ∈ AST (XT ) faça

21 se NEdges = n− 1 então

22 T ∪ T0 é uma árvore geradora mínima de G;

23 senão

24 AllMST(T ∪ T0, index, NEdges);

25 fim

26 fim

27 senão

28 se NEdges = n− 1 então

29 T ∪ LocalEdgeSet é uma árvore geradora mínima de G;

30 senão

31 AllMST(T ∪ LocalEdgeSet, index, NEdges);32 fim

33 fim

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Percebe-se que, no caso particular em que todos os pesos são diferentes, o algoritmo

AllMST funciona de modo idêntico ao do Kruskal (1956). No pior caso, em que todas

as arestas de um grafo completo possuem pesos iguais, AllMST se comporta como o

algoritmo AllSpanningTree com complexidade da ordem de nn−2 (RAMOS et al., 1998).

De posse destes dois procedimentos auxiliares, Ramos et al. (1998) apresentaram os

algoritmos EfficientBiobjectiveSTinEB e EfficientBiobjectiveSTinENB designados, res-

pectivamente, à primeira e à segunda fase. Considere, para a descrição a seguir, um grafo

G(V,E) conexo e não direcionado, que toda aresta e ∈ E é ponderada com pares de

custos, f(e) e g(e), na devida ordem, primeiro e segundo objetivo.

A primeira fase, detalhada no Algoritmo 5, começa encontrando as árvores geradoras

que minimizam o primeiro e o segundo objetivo separadamente. Tendo as arestas dispostas

numa ordem lexicográfica direta, é possível aplicar o procedimento AllMST a fim de

encontrar todas as árvores que minimizam o primeiro objetivo. Destas, aquela cujo par

de custos p1 = (x1, y1) se encontra na primeira posição de uma ordem lexicográfica é a

solução não dominada que minimiza o primeiro objetivo. De maneira análoga, tendo todas

as arestas dispostas em ordem lexicográfica inversa, AllMST encontra todas as árvores

que minimizam o segundo critério. Destas, aquela cujo par de custos p2 = (x2, y2) se

encontra na primeira posição de uma ordem lexicográfica inversa é, pois, a solução não

dominada que minimiza o segundo critério.

Uma vez encontrados os pontos p1 = (x1, y1) e p2 = (x2, y2), o Algoritmo 5 os fornece

como argumento ao procedimento recursivo UniobjectiveSearch. Este último, por sua vez,

trabalha reordenando em ordem crescente todas as arestas e ∈ E consoante a expressão

f(e)(y1 − y2) + g(e)(x2 − x1). Perceba que tal expressão é consequência direta do lema

provado por Hamacher e Ruhe (1994) e explicado na Seção 3.1.1 deste texto. Uma vez

ordenadas as arestas, é possível encontrar, com o auxílio de AllMST, todas as árvores

geradoras mínimas para a nova ponderação mono-objetivo. O conjunto de árvores ge-

radoras resultantes é convertido numa sequência lexicográfica, q1, q2, ..., qn. Se p1 6= q1, o

procedimento UniobjectiveSearch é invocado, passando p1 e q1 como argumento. O mesmo

se aplica, de forma análoga, para o caso em que qn 6= p2. O algoritmo para quando não

for mais possível encontrar árvores não dominadas cujos pontos sejam diferentes de p1 e

p2. Com isso, o algoritmo é capaz de encontrar todas as soluções eficientes da envoltória

convexa, cujo conjunto Ramos et al. (1998) chamaram de EB.

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Algoritmo 5: Algoritmo EfficientBiobjectiveSTinEB e Procedimento Uniobjecti-

veSearch de Ramos et al. (1998)Entrada: Grafo G(V,E)

Saída: Conjunto de soluções suportadas

1 Ordene as arestas E na ordem lexicográfica direta;

2 AllMST(∅, 0, 0), resultando em p1 = (x1, y1), no topo do ranking dos pontos; e

armazene a árvore encontrada;

3 Ordene as arestas E na ordem lexicográfica inversa;

4 AllMST(∅, 0, 0), resultando em p2 = (x2, y2), no topo do ranking dos pontos; e

armazene a árvore encontrada;

5 se p1 6= p2 então

6 UniobjectiveSearch(p1, p2);

7 fim

8 Procedimento UniobjectiveSearch(p1, p2)

9 Sejam p1 = (x1, y1) e p2 = (x2, y2) ;

10 Ordene as arestas em ordem crescente de custo de acordo com com a equação:

f(e)(y1 − y2) + g(e)(x2 − x1);

11 para todo aresta e faça

12 AllMST(∅, 0, 0);13 Armazene as árvores encontradas, ordenando seus pares de custos

lexicograficamente q1, q1, ..., qn;

14 se p1 6= q1 então

15 UniobjectiveSearch(p1, q1);

16 fim

17 se qn 6= p2 então

18 UniobjectiveSearch(qn, p2)

19 fim

20 fim

Segundo Ramos et al. (1998), os pontos em EB dividem o espaço biobjetivo em

micro-regiões, como estas da região sombreada da Figura 2, onde os pontos não-extremos

podem estar localizados. Logo, é razoável delimitar uma região dentro da qual as soluções

preferíveis da segunda etapa não podem estar localizadas. Tal região chama-se Zona de

Exclusão, e é representada pela região branca do gráfico da Figura 2. De fato, tomando-se

qualquer ponto dentro da Zona de Exclusão, perceber-se-á facilmente que o mesmo será

dominado por algum ponto extremo em EB.

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Figura 2: Zona de exclusão e região das soluções não-suportadas

Fonte: adaptado de Ramos et al. (1998)

À luz da Figura 2, Ramos et al. (1998) formularam a segunda etapa do seu método,

cujos detalhes são dados no Algoritmo 6. As soluções não-suportadas são buscadas por um

procedimento Branch-and-Bound, cujo Bound é, informalmente, resumido pela afirmação:

“qualquer solução parcial que caia na Zona de Exclusão, faz o algoritmo parar o Branch”

(RAMOS et al., 1998). Ou seja, quando é encontrada uma solução parcial cujo limite inferior

do seu custo final cai na Zona de Exclusão, então poda-se o galho da árvore de busca

correspondente.

As linhas 1 e 2 do Algoritmo 6 definem os limites inferiores de f e g a partir dos

seguintes parâmetros:

fk

= mine∈Akf(e) gk = mine∈Ak

g(e)

para k = 1, ..., |V | − 1, sendo Ak o conjunto de arestas incidentes no vértice k.

A ideia é fazer uma estimativa do melhor custo, para cada objetivo, que a árvore

parcial poderia ter ao final do processo. Por isso, para cada vértice ainda não inserido na

árvore parcial, a linha 1 do Algoritmo 6 toma a aresta incidente mais barata para somar

e obter o limite inferior do primeiro critério (fBound). O valor de gBound, limite inferior

para o segundo critério, é computado de modo análogo. Como T = ∅ é a solução parcial

inicial, e como o primeiro vértice a ser inserido em T é o vértice de id = 1, então é razoável

que os somatórios das linhas 1 e 2 sejam feitos para varrer os vértices de 2 à |V | − 1. De

modo geral, o procedimento recursivo EBSTBB interpreta as variáveis fBoundValue e

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gBoundValue como sendo o mínimo de custo possível que pode ser adicionado a uma

solução parcial.

Algoritmo 6: Algoritmo EfficientBiobjectiveSTinENB e Procedimento EBSTBB

de Ramos et al. (1998)Entrada: Grafo G(V,E)

Saída: Conjunto de soluções não-suportadas

1 Seja fBound =n−1∑k=2

fk;

2 Seja gBound =n−1∑k=2

gk;

3 EBSTBB(∅, fBound, gBound, 1);4 Procedimento EBSTBB(T, fBoundValue, gBoundValue, step)

5 Alocal = Astep;

6 enquanto Alocal 6= ∅ faça7 Seja e ∈ Alocal;8 Alocal = Alocal − e;9 se (f(T ) + f(e) + fBoundV alue, g(T ) + g(e) + gBoundV alue) 6∈

zona de excluso então

10 se step = n− 1 então

11 StoreSorting(T ∪ e);12 senão

13 EBSTBB(T ∪ e,fBoundV alue− f step+1, gBoundV alue− gstep+1,

step+ 1);

14 fim

15 fim

16 fim

A cada etapa do processo recursivo, escolhe-se um vértice e varre-se cada aresta que

nele incide. A variável step representa o id do vértice corrente e Astep o conjunto de arestas

incidentes. Para cada aresta e ∈ Astep, estipula-se o limite inferior do primeiro critério

(respectivamente, segundo critério) de uma possível solução final formada pela árvore

parcial corrente mais a aresta corrente e mais o valor de fBoundValue (respectivamente,

gBoundValue). Assim, caso o ponto bidimensional do espaço objetivo esteja na Zona de

Exclusão, então garante-se que não vale a pena continuar a explorar tal solução parcial.

Caso não esteja na Zona de Exclusão, e caso T ∪ e não seja uma árvore final com

|V | − 1 arestas, continua-se a busca, chamando EBSTBB recursivamente com T ∪ e,step + 1, além de subtrair de fBoundValue e gBoundValue o custo de f step+1 e gstep+1,

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respectivamente.

No entanto, o algoritmo proposto por Ramos et al. (1998) possui alta complexidade

para resolver o problema abordado, limitando o tamanho do grafo em virtude do tempo

despendido para execução (DRUMOND, 2012). Face a esta característica, objetivando ga-

rantir um desempenho melhor, embora a maioria dos algoritmos supracitados sejam pen-

sados recursivamente, o presente trabalho os implementou de modo iterativo, com a ajuda

de uma pilha auxiliar.

3.2.4 Algoritmo de Steiner e Radzik (2003)

Dividindo o procedimento em duas fases, cuja primeira encontra as soluções supor-

tadas e a segunda encontra as não-suportadas, assim como Ramos et al. (1998), Steiner

e Radzik (2003) propuseram uma abordagem que se diferencia por duas características

principais: para cada ponto do espaço biobjetivo, apenas uma árvore do espaço decisão

é encontrada, mesmo que existam outras que possuam o mesmo custo (abrindo mão de

procedimentos como AllSpanningTree e AllMST ); a segunda fase obtém as soluções não-

suportadas através de um algoritmo k-best.

A primeira fase, resumida no Algoritmo 7, é bastante semelhante à primeira fase de

Ramos et al. (1998), cujos detalhes já foram explicados anteriormente.

Considerando as soluções extremas dispostas numa sequência lexicográfica, a segunda

fase de Steiner e Radzik (2003), cujos detalhes são vistos no Algoritmo 8, utiliza um

algoritmo k-best para encontrar as soluções eficientes contidas no interior de cada triângulo

retângulo formado por dois pontos extremos adjacentes quaisquer.

Figura 3: Esquema de busca da segunda fase e atualização da região viável (STEINER;RADZIK, 2003)

Todavia, como bem observa Monteiro (2011), mesmo dentro de tais triângulos, pode

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ser o caso de haver vários pontos possíveis, eficientes ou não. Almejando desviar das

soluções ineficientes, o Algoritmo 8 inicia a busca pela hipotenusa do triângulo retângulo,

seguindo em direção ao seu ângulo reto. Cada vez que encontra um novo ponto eficiente,

o procedimento delimita uma zona que ele chama de região viável (região clara de Figura

3), fora da qual não pode haver solução eficiente. A região escura da Figura 3 ajuda a

excluir, portanto, o espaço objetivo dominado pela nova solução.

Algoritmo 7: Algoritmo PHASE1-GM e BorderSearch de Steiner e Radzik (2003)Entrada: Grafo G(V,E)

Saída: Conjunto de soluções suportadas

1 para i = 1, 2 faça

2 Ordene as arestas de E lexicograficamente segundo o critério i;

3 Encontre a AGM para tal ordenação e armazene-a;

4 Seja si = (xi, yi) o par de pesos da árvore encontrada;

5 fim

6 se s1 = s2 então

7 retorna s1;8 senão

9 L = BorderSearch(s1, s2);

10 retorna concatenação de s1, L, s2;

11 fim

12 Procedimento BorderSearch(s′, s′′)

13 Compute novos custos das arestas segundo a expressão

f1(e)(y′ − y′′) + f2(e)(x′′ − x′);14 Ordene as arestas de acordo com os novos custos;

15 Calcule a AGM para tal ordenação, com par de custos s = (x, y) ;

16 se s = s′ ou s = s′′ então

17 retorna lista vazia;

18 senão

19 L′ =BorderSearch(s′, s);

20 L′′ =BorderSearch(s, s′′);

21 retorna concatenação de L′, s,L′′;

22 fim

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Algoritmo 8: Algoritmo PHASE2-KB de Steiner e Radzik (2003)Entrada: Grafo G(V,E) e Conjunto de soluções suportadas

Saída: Conjunto de soluções não-suportadas

1 para todo par de pontos suportados consecutivos p = (x′, y′), q = (x′′, y′′) faça

2 Compute novos custos f1(e)(y′ − y′′) + f2(e)(x′′ − x′);3 Defina a região viável e a linha de custo máximo;

4 Execute um algoritmo k-best para o problema da AGM;

5 para k = 1, ...,∞ faça

6 Determine a k-ésima melhor AGM T ;

7 se não existe mais soluções então

8 pare;

9 senão

10 Seja s = (x, y) o par de custos associado a T ;

11 se s está na região viável então

12 Adicione s na lista de soluções não-suportadas;

13 Atualize a região viável e a linha de custo máximo de acordo com s.

14 senão

15 se s está na linha de custo máximo ou passou dela então

16 pare;

17 fim

18 fim

19 fim

20 fim

21 fim

Sejam p = (x′, y′), q = (x′′, y′′) dois objetivos extremos adjacentes. O Algoritmo

8 computa, para cada aresta e ∈ E, novos custos segundo a equação f1(e)(y′ − y′′) +

f2(e)(x′′ − x′). O que antes era um grafo ponderado com vetores bidimensionais, torna-

se temporariamente um grafo ponderado apenas com um número real para cada aresta

(tal aspecto se assemelha àquele da primeira fase). A partir deste novo grafo, executa-

se um algoritmo k-best. Se a k-ésima melhor solução T estiver na região viável, então

T é considerada solução eficiente não-suportada. A região viável é, então, atualizada. A

variável k para de ser incrementada até o custo bidimensional da k-ésima melhor solução

atingir a linha de custo máximo ou passar dela. Tal linha é definida como uma reta que

passa pelo vértice da região viável mais distante da reta que une p e q, e é paralela a esta.

Note que k poderá atingir, no pior caso, a quantidade de todas de árvores do grafo.

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Do ponto de vista conceitual, a segunda fase de Steiner e Radzik (2003) pode utilizar

qualquer algoritmo k-best. Os autores implementaram, pois, o algoritmo proposto por Ga-

bow (1977). O presente trabalho, porém, implementou o algoritmo de Sörensen e Janssens

(2005), almejando avaliar o comportamento computacional da segunda fase de Steiner e

Radzik (2003), sobretudo do ponto de vista temporal, quando utilizando um algoritmo

k-best diferente daquele sugerido pelos autores.

3.2.5 Algoritmo de Sourd e Spanjaard (2008)

Sourd e Spanjaard (2008) discorreram acerca do procedimento Branch-and-Bound

adaptado ao contexto de problemas multiobjetivo. Em seguida, os autores o aplicaram

ao problema da AG-Bi. As versões mono e multiobjetivo do Branch-and-Bound aplicado

à árvore geradora são idênticas no que se refere ao Branch, mas diferem com relação ao

Bound (SOURD; SPANJAARD, 2008). Para entender o Bound, bem como todo o algoritmo

proposto pelos autores, considere um grafo G(V,E), com |V | = n, em que cada aresta

e ∈ E é ponderada por um vetor bidimensional da forma (f1(e), f2(e)).

Diz-se ser UB o limite superior do algoritmo, definido como sendo o conjunto de cus-

tos (f1(x), f2(x)) de cada solução não dominada encontrada. Seja UB≺ = v ∈ <m|∀u ∈UB, u 6 v o conjunto de vetores de custos que não são fracamente dominados por ne-

nhum ponto atual contido em UB. Seja ainda χ(N) o conjunto de soluções que pode ser

obtido a partir de um nó N na árvore de busca, e seja f(χ(N)) sua imagem no espaço

objetivo. O papel principal do Bound é reduzir o espaço de busca, por exemplo, descar-

tando um nó N da árvore de busca a partir do qual verifica-se ser impossível encontrar

alguma solução eficiente. Tal verificação é feita a partir de UB.

No caso mono-objetivo, haveria apenas um valor de UB, que seria a melhor solução

encontrada até o momento, e as soluções candidatas a serem exploras seriam aquelas

que apresentassem custo UB≺ = (−∞, UB). Assim, seria necessário uma simples função

h : R→ R, h(v) = v − LB(N), sendo LB(N) uma estimativa da melhor solução possível

que poderia ser encontrada a partir do nó N . Caso LB(N) > UB (informalmente, o

mínimo alcançável seria maior que o melhor já encontrado), então h(f(x)) = f(x) −LB(N) ≥ 0,∀x ∈ χ(N) e h(v) = v − LB(N) < UB − LB(N) ≤ 0 (SOURD; SPANJAARD,

2008). Nesse caso, o nó N seria descartado.

No caso multiobjetivo, contudo, uma função linear não caracterizaria o nó N a ser

descartado, pois, em geral, UB não é convexo. Seria necessário uma função contínua da

forma h : <m → R, que os autores chamam de hipersuperfície, tal que h(f(x)) ≥ 0 ∀x ∈

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Figura 4: Fase de Bound de Sourd e Spanjaard (2008)

χ(N), e h(v) < 0, ∀ v ∈ UB≺. A Figura 4 apresenta uma representação comparativa,

entre os casos mono e biobjetivo, de como seria a poda de um nó N na árvore de busca.

Sourd e Spanjaard (2008) definiram uma família de boas funções para separar f(χ(N))

de UB:

h(v) = minλ∈Λ(〈λ, v〉 − LBλ(N))

onde λ ∈ Λ são vetores de pesos da forma (λ1, . . . , λm) ≥ 0, 〈., .〉 denota o produto escalar,

e LBλ(N) é um número real que representa o limite inferior para 〈λ, f〉(χ(N)).

De posse destas informações, pode-se definir o processo Branch-and-Bound concebido

por Sourd e Spanjaard (2008) para resolver o problema da AB-Bi. O mesmo é dividido

em quatro fases: pré-processamento do grafo de entrada, encontrar uma ou mais soluções

iniciais para preencher UB, pré-resolução de alguns métodos para acelerar a busca e

algoritmo de busca propriamente dito. As três primeiras etapas acontecem na raiz da

árvore de busca.

Visando fazer uma busca mais eficiente, desviando o máximo possível de soluções ine-

ficientes, o pré-processamento analisa o grafo de entrada, removendo algumas arestas ditas

proibidas, ou designando algumas como obrigatórias, sem alterar a Fronteira de Pareto.

Para tanto, é concebida uma metáfora de coloração única para cada aresta, resumida no

Algoritmo 9, onde a cor azul é para arestas obrigatórias e o vermelho para arestas proi-

bidas. O objetivo do pré-processamento é colorir as arestas o máximo possível. Sendo c a

função que denota a cor da aresta, chama-se χ(c) o conjuntos de árvores incluindo arestas

azuis, excluindo arestas vermelhas e incluindo, talvez, arestas não coloridas. Denota-se o

espaço objetivo correspondente por f(χ(c)) e a Fronteira de Pareto por f ∗(χ(c)).

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Algoritmo 9: Algoritmo O(|E|2) de coloração de Sourd e Spanjaard (2008)Entrada: Grafo G(V,E) e Conjunto de soluções suportadas

Saída: Coloração máxima c

1 para todo e ∈ E faça

2 se a condição de otimalidade de corte é verificada para e então

3 c(e) = azul;

4 senão

5 se a condição de otimalidade de ciclo é verificada para e então

6 c(e) = vermelho;

7 fim

8 fim

9 fim

10 retorna c;

O Algoritmo 9 se baseia em adaptações das propriedades de otimalidade do corte e

do ciclo, inicialmente apresentadas na Proposição 1 enunciada na introdução deste do-

cumento, retiradas do trabalho de Hamacher e Ruhe (1994). A adaptação de Sourd e

Spanjaard (2008), por sua vez, é descrita a seguir:

Proposição 2 (Condição de otimalidade do corte) Considere um corte em G que

não possui arestas azuis e seja C o conjunto de arestas que atravessam tal corte. Se existe

alguma aresta e ∈ C sem coloração, tal que ∀e′ ∈ C sem coloração, e e′, então e está

em pelo menos uma árvore de custo y, para todo y ∈ f ∗(χ(c)).

Proposição 3 (Condição de otimalidade do ciclo) Seja C um ciclo em G, sem ares-

tas vermelhas. Se ∃e ∈ C sem coloração tal que e′ e, ∀e′ ∈ C sem coloração, então e

pode ser removida de G sem alterar f ∗(χ(c)).

Provas: (SOURD; SPANJAARD, 2008)

Uma vez efetuado o pré-processamento, parte-se pra próxima etapa: inicialização de

UB. O desempenho de um procedimento Branch-and-Bound, sobretudo em sua versão

multiobjetivo, é notoriamente superior quando uma boa solução é conhecida antes de

iniciar a busca (SOURD; SPANJAARD, 2008). A inicialização de UB se dá, pois, em duas

fases: a primeira computa todas as soluções extremas, semelhante ao método geométrico

proposto por Hamacher e Ruhe (1994), descrito na Seção 3.1.1 desde trabalho. A segunda

fase, por sua vez, adota uma busca local, que deve visitar todos os ponto extremos de

UB, a fim de encontrar novas soluções não dominadas.

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Para a próxima etapa, Sourd e Spanjaard (2008) provaram o seguinte Lema:

Lema 1 Seja |E| pares (αi, βi), 1 ≤ i ≤ |E| e seja S(λ) a sequência de índices 1, . . . , |E|lexicograficamente ordenados de acordo com λαi + (1−λ)βi, com λ variando no intervalo

[0, 1]. Então, o conjunto de sequências S(λ)|0 ≤ λ ≤ 1 contém, no máximo, |E|(|E|−1)2

+1

sequências diferentes.

Prova: (SOURD; SPANJAARD, 2008)

O Lema 1 é importante porque mostra que, embora o número de soluções não domi-

nadas possa ser exponencial, o número de vetores objetivo distintos é polinomial da ordem

de O(|E|2). Ou seja, existem O(|E|2) sequências de arestas que podem ser eficientemente

computadas. A terceira etapa consiste em calcular previamente um conjunto de vetores

de escalarização, capaz de gerar todas as sequências mencionadas no Lema 1, a fim de

acelerar o processo de busca.

A última etapa consiste no processo de busca propriamente dito. A cada nó da árvore

de busca uma aresta é analisada. O Branch bifurca o nó em dois nós filhos, resultando

em dois subproblemas, um onde a aresta selecionada é obrigatória e outro onde ela é

proibida. Finalmente, a cada nó da árvore de busca, executa-se o Bound, a partir de uma

hipersuperfície separatória conforme descrita no início desta subseção, que pode culminar

na poda do galho corrente da árvore de busca.

3.3 Algoritmos baseados em preferências

Esta subseção discorre acerca dos detalhes dos algoritmos baseados em preferência.

Serão estudados os trabalhos de Perny e Spanjaard (2005), Alonso et al. (2009) e Galand,

Perny e Spanjaard (2010a).

3.3.1 Algoritmo de Perny e Spanjaard (2005)

Seguindo a definição geral exposta na Seção 3.1.5, Perny e Spanjaard (2005) estudaram

o problema da AGMO baseado em preferência. Reitera-se que tal problema tem como

entrada um grafo conexo e não direcionado G(V,E), e uma relação binária definida

sobre P(E); e o objetivo é determinar todas as árvores ditas -eficientes, equivalente a

determinar o conjunto maximal M(T ,), onde T é o conjunto de árvores de G.

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São exemplos de relação de preferência a ordenação lexicográfica e dominância de

Pareto, todas asseguradas pelo axioma da independência, cuja definição formal foi dada

por Perny e Spanjaard (2005) e detalhada no Anexo A.

O primeiro procedimento proposto pelos autores é o Krukal-like, uma generalização

do Kruskal (1956) que a cada passo, ao invés de escolher apenas uma aresta, testa todas

as arestas -eficientes não escolhidas até o momento. Seja T (t)i = (V (T

(t)i ), E(T

(t)i )) a i-

ésima subárvore encontrada pelo processo, sendo t a quantidade de arestas que ela possui.

Seja ainda I(t) o conjunto de índices das subárvores com t arestas. Para cada t de 1 até

n− 1, verifica-se todas as subárvores T (t−1)i , para todo i ∈ I(t−1), escolhendo-se as arestas

e ∈ M(E\E(T(t−1)i ),) que não formam ciclo, a fim de compor uma subárvore T (t)

i . Ao

final, as árvores T (n−1)i , com i ∈ I(n−1), são retornadas. Veja o Algoritmo 10. Note que,

tal procedimento pode gerar subárvores T (t)i idênticas entre si, exigindo-se, assim, que se

elimine tais duplicações.

Algoritmo 10: Algoritmo Kruskal-like Perny e Spanjaard (2005)Entrada: Grafo G(V,E) e a relação de preferência Saída: O conjunto de soluções preferíveis

1 I(0) = 1; E(T(0)1 ) = ∅; j = 1 ;

2 para t de 1 até n− 1 faça

3 I(t) = ∅;4 para todo i ∈ I(t−1) faça

5 para todo e ∈M(E\E(T(t−1)i ),) tal que E(T

(t−1)i ) ∪ e não possui ciclo

faça

6 j = j + 1;

7 E(T(t)j ) = E(T

(t−1)i ) ∪ e;

8 I(t) = I(t) ∪ j;

9 fim

10 fim

11 Elimine eventuais soluções duplicadas pertencentes à sequência (T(t)i | i ∈ I(t));

12 fim

13 retorna T (n−1)i | i ∈ I(n−1);

O Teorema 2 e o Corolário 1 do Anexo A garantem a corretude de Algoritmo 10, no

sentido que, se T é uma solução -eficiente, então T será retornada pelo Krukal-like.

Porém, soluções não -eficientes podem ser geradas pelo referido procedimento, o que

pode ser resolvido inserindo um teste de -eficiência sobre o conjunto de saída (PERNY;

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SPANJAARD, 2005).

O segundo procedimento, detalhado no Algoritmo 11, é uma generalização daquele

proposto por Prim (1957). A cada passo, é escolhida uma aresta -eficiente que possui

um vértice na subárvore corrente e outro vértice fora dela. Matematicamente, seja X um

subconjunto de vértices e seja Ω(X) = (v, w) ∈ E | v ∈ X e w ∈ V \X. Considere aindaV (e), para e ∈ E, denotando as extremidades da aresta e. Deste modo,M(Ω(V (T

(t−1)i )),

) representa as arestas ditas -eficientes (maximais) que possuem uma extremidade em

T(t−1)i e outra extremidade fora dela. Lembre-se que T (t−1)

i denota a i-ésima árvore com

t− 1 arestas. Tal abordagem exige a escolha de um vértice inicial qualquer v1 ∈ V . Note

ainda que o Prim-like, assim como o Kruskal-like, exige uma verificação para a retirada

de soluções duplicadas.Algoritmo 11: Algoritmo Prim-like Perny e Spanjaard (2005)Entrada: Grafo G(V,E) e a relação de preferência Saída: O conjunto de soluções preferíveis

1 I(0) = 1; E(T(0)1 ) = (v1, ∅); j = 1 ;

2 para t de 1 até n− 1 faça

3 I(t) = ∅;4 para todo i ∈ I(t−1) faça

5 para qualquer aresta e ∈M(Ω(V (T(t−1)i )),) faça

6 j = j + 1;

7 V (T(t)j ) = V (T

(t−1)i ) ∪ V (e);

8 E(T(t)j ) = E(T

(t−1)i ) ∪ e;

9 I(t) = I(t) ∪ j;

10 fim

11 fim

12 Elimine eventuais soluções duplicadas pertencentes à sequência (T(t)i | i ∈ I(t));

13 fim

14 retorna T (n−1)i | i ∈ I(n−1);

O Teorema 3 e o Corolário 2 do Anexo A garantem a corretude de Algoritmo 11,

no sentido que, se T é uma solução -eficiente, então T será retornada pelo Prim-like.

Novamente, porém, soluções não -eficientes podem ser geradas pelo referido procedi-

mento, o que pode ser resolvido inserindo um teste de -eficiência sobre o conjunto de

saída (PERNY; SPANJAARD, 2005).

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3.3.2 Algoritmo de Alonso et al. (2009)

Seja G(V,E) um grafo conexo e não direcionado. Uma relação , aplicada sobre o

conjunto das partes de E, pode apresentar algumas propriedades importantes que ajudam

a construir o conjunto de soluções maximais. Em sua investigação, Alonso et al. (2009)

contemplaram as propriedades da transitividade negativa e da aditividade forte. Caso uma

relação de ordem cumpra tais propriedades, as soluções maximais são obtidas apenas pela

construção dos conjuntos OptCUT (G) e OptPATH(G). Para o aprofundamento destes

conceitos, recomenda-se a leitura do Anexo B.

Para exibir os algoritmos optimalcutsetP e optimalcutsetK, os autores formularam

ainda a seguinte Proposição:

Proposição 4 Sejam T ∈ OptCUT (G) e F ⊂ T . Considere ainda S uma componente

conexa qualquer de F . Seja [S, S] o conjunto de arestas com uma extremidade em S e

em V − S. Tome f ∈ [S, S]. Se é negativamente transitiva, então, alguma árvore de

OptCUT (G) contém todas as arestas de F , bem como a aresta f . Veja a Figura 5.

Prova: (ALONSO et al., 2009)

Figura 5: Ilustração de como construir o conjunto OptCUT(G) (ALONSO et al., 2009)

A Figura 5 ilustra as arestas de T , onde as arestas em negrito são aquelas que formam

o conjunto F . O resultado da Proposição 4 é utilizado para seleção de arestas a fim de

construir cada subárvore que comporá OptCUT (G).

Os algoritmos optimalcutsetP e optimalcutsetK diferirão, pois, na forma como o con-

junto S é construído a cada passo. Ambos, porém, prometem otimizar o que se pode

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denominar de uma desvantagem dos algoritmos análogos propostos por Perny e Spanja-

ard (2005), descrito na Seção 3.3.1: a necessidade de, a cada passo, verificar a existência

de soluções parciais idênticas. Os algoritmos formulados por Perny e Spanjaard (2005)

são ineficientes porque eles precisam checar se uma árvore ótima foi construída mais de

uma vez (ALONSO et al., 2009).

A abordagem fundamentada em Prim (1957) é chamada optimalcutsetP e é detalhada

no Algoritmo 12. Aqui, é direta a aplicação da Proposição 4. A cada etapa (chamada re-

cursiva), há apenas um conjunto S ⊂ F a ser analisado. Varre-se as arestas eficientes

pertencentes ao corte [S, S], e chama-se o procedimento recursivamente caso a solução

parcial não se torne final. Uma marcação, chamada index, é atribuída a cada aresta de

modo a evitar que soluções duplicadas se formem. Se as arestas ei1, ei2, ei3, . . . , eiq per-tencem a uma árvore parcial, uma nova aresta pode ser adicionada apenas se seu index for

superior a max i1, i2, i3, . . . , iq. Na primeira chamada do procedimento optimalcutsetP,

todas as árvores devem ter index igual a 0. A chamada inicial é optimalcutsetP (∅, i, 0),

onde i é um vértice inicial qualquer.

Algoritmo 12: Algoritmo optimalcutsetP de Alonso et al. (2009)

1 Procedimento optimalcutsetP(T, S, level)

2 Seja E0 = maxe ∈ E | e = (i, j) com i ∈ S e j ∈ S ;3 level0 = level;

4 para todo e ∈ E0 faça

5 se index[e] > level ou index[e] = 0 então

6 level0 = level0 + 1;

7 index[e] = level0;

8 fim

9 fim

10 para todo e ∈ E0 faça

11 se index[e] > maxindex[f ]|f ∈ T ou T = ∅ então12 se |T ∪ e| = n− 1 então

13 T ∪ e ∈ OptCUT (G);

14 senão

15 optimalcutsetP(T ∪ e,S ∪ j, level0);16 fim

17 fim

18 fim

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63

A abordagem fundamentada em Kruskal (1956), chamada optimalcutsetK, por sua

vez, trabalha com arestas no conjunto e ∈ E | T ∪ e é acíclico. Porém, aqui, mais

de uma aresta pode ser adicionada a cada passo. Se houver mais de uma aresta no con-

junto maximal que conecta o mesmo par de componentes conexas, ou seja, caso a adição

simultânea dessas arestas gera ciclo, então uma combinação delas deve ser analisada de

modo a obter todas as árvores parciais eficientes. A chamada inicial do procedimento é

optimalcutsetK(∅, n).

Obviamente, desde que a relação cumpra as propriedades da aditividade forte e da

transitividade negativa, ambos os algoritmos supracitados fornecem o mesmo resultado,

para uma mesma instância.

Algoritmo 13: Algoritmo optimalcutsetK de Alonso et al. (2009)

1 Procedimento optimalcutsetK(T, K)

2 Seja E0 = maxe ∈ E | T ∪ e é acíclico ;3 Seja k0 o número de componentes conexas em T ∪ E0;

4 para todo subconjunto T0 ⊂ E0 de cardinalidade k − k0 tal que T ∪ T0 é

acíclico faça

5 se kO = 1 então

6 T ∪ T0 ∈ OptCUT (G);

7 senão

8 optimalcutsetK (T ∪ T0, k0);

9 fim

10 fim

3.3.3 Algoritmo de Galand, Perny e Spanjaard (2010a)

De acordo com Galand, Perny e Spanjaard (2010a), a relação de dominância de Pareto,

muitas vezes, não é suficiente para discernir entre múltiplas soluções possíveis, fazendo-se

necessário o uso de uma relação de preferência que a refine. O autores propuseram, assim,

como relação de preferência a chamada integral de Choquet ou Choquet Expected Disutility

(CED). Tal critério aprimora a relação de dominância de Pareto, cujo conjunto ótimo

seria, em algumas aplicações, impossível de encontrar (GALAND; PERNY; SPANJAARD,

2010b). Todos os conceitos evocados nessa seção, no que se refere à integral de Choquet,

estão definidos no Anexo C.

Seja um grafo G(V,E) conexo e finito, com m critérios inteiros fi associados em E. O

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64

objetivo do problema da Árvore Geradora Choquet-Ótima (ψwv -ST ) é determinar a árvore

geradora X∗ de G tal que ψwv (f(X∗)) = minX∈T ψwv (f(X)), onde T é o conjunto de todas

as árvores geradoras de G.

Embora o problema ψwv -ST continue sendo NP-difícil, Galand, Perny e Spanjaard

(2010a) afirmam que existem casos particulares em que o problema pode ser resolvido

polinomialmente. Como exemplo, tome w(x) = x para todo x e tome v uma capacidade

aditiva, então ψwv é linear e ψwv -ST se reduz ao problema clássico da árvore geradora

mínima. De modo geral, porém, diferente das abordagens discutidas nas Subseções 3.3.1

e 3.3.2, estender os algoritmos de Prim (1957) e Kruskal (1956) não é suficiente para

resolver o problema da árvore Choquet-ótima (GALAND; PERNY; SPANJAARD, 2010a).

Por isso, foram propostas duas abordagens distintas para resolver o problema: ranking e

branch-and-bound.

O método ranking, detalhado no Algoritmo 15, necessita de uma fase de escalarização,

que ajude a determinar um limite inferior para os valores da integral de Choquet. É preciso,

pois, definir tal método de escalarização, bem como calcular os coeficientes. Para tanto,

considere a proposição que segue:

Proposição 5 Seja v uma capacidade côncava. Para toda capacidade aditiva λ ∈ core(v)

caracterizada por coeficientes positivos (λ1, . . . , λn) tais que, para A ⊆ N , λ(A) =∑

i∈A λi,

tem-se que ψwv (x) ≥∑n

i=1 λiw(xi). Além do mais, se w é convexa tem-se que ψwv (x) ≥w(

∑ni=1 λixi).

Prova: (GALAND; PERNY; SPANJAARD, 2010a)

Em verdade, qualquer vetor de pesos λ ∈ Rn+ caracterizando uma capacidade aditiva

em core(v) pode ser usada para efetuar uma aproximação w(λx) de ψwv (x). Galand, Perny

e Spanjaard (2010a) escolheram utilizar o vetor cujos coeficientes são calculados pelo

Algoritmo 14. Trata-se de um vetor de pesos λ∗ = (λ∗1, . . . , λ∗n) com entropia máxima.

O algoritmo ranking é baseado em três passos: escalarização, classificação e condição

de parada. No que se refere à escalarização, utiliza-se a Proposição 5 e o Algoritmo 14, a fim

de definir uma função linear ϕλ(x) =∑n

i=1 λixi, que terá o papel de limitar inferiormente

os valores de ψwv (x), pois é assegurado que ψwv (x) ≥ w(ϕλ(x)),∀x ∈ Rn. Deste modo, no

contexto do grafo G(V,E), tem-se f0(e) =∑

i λifi(e), para toda aresta e ∈ E, donde

conclui-se que f0(X) = ϕλ(f(X)), sendo X uma solução factível.

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65

Algoritmo 14: Computação λ∗ com a entropia máxima de Galand, Perny e Span-

jaard (2010a)Entrada: Grafo G(V,E) com m objetivos

Saída: (λ1, ..., λn)

1 A = ∅;2 B = ∅;3 enquanto B 6= N faça

4 Selecione A em arg minv(B∪F )−v(B)|F | , F ⊆ N\B,F 6= ∅ ;

5 para todo i ∈ A faça

6 λi = v(B∪A)−v(A)|F | ;

7 fim

8 B = B ∪ A;

9 fim

10 retorna (λ1, ..., λn);

11

Algoritmo 15: Algoritmo Ranking com integral de Choquet de Galand, Perny e

Spanjaard (2010a)Entrada: Grafo G(V,E)

Saída: Solução Xσ(i), seu vetor de custo xσ(i) e o valor de best

1 Determine a melhor solução X1 em relação a f0 ;

2 σ(1) = 1;

3 best = ψwv (x1);

4 i = 1;

5 repita

6 i = i+ 1;

7 Determine a i-ésima melhor solução em relação a f0 ;

8 se ψwv (xi) < best então

9 σ(i) = i;

10 best = ψwv (xi);

11 senão

12 σ(i) = σ(i− 1);

13 fim

14 até w(ϕλ(xi)) ≥ best;

15 retorna Xσ(i), xσ(i) e best;

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66

O processo de classificação consiste em enumerar uma sequência de soluções viá-

veis de G, X1, X2, . . . , Xk, tal que f0(X i) ≤ f0(Xj) para i < j. Por construção, cada

solução da sequência tem um vetor de custos associado xi = f(X i), de maneira que

ϕλ(x1) ≤ ϕλ(x

2) ≤ . . . ≤ ϕλ(xk). Note que tal processo necessitará de um algoritmo k-

best. Neste sentido, os autores mencionam os trabalhos de Katoh, Ibaraki e Mine (1981),

que consistem numa melhoria do algoritmo de Gabow (1977). Esta análise experimental,

todavia, implementa do algoritmo Sörensen e Janssens (2005).

O ranking termina quando é encontrada uma solução Xk cujo vetor de custos xk

associado é tal que w(ϕλ(xk)) ≥ ψwv (xσ(k)), onde σ(k) é o índice da melhor solução atual

encontrada no passo k. Galand, Perny e Spanjaard (2010a) provaram formalmente tal

critério de parada.

A segunda abordagem proposta pelos autores é o branch-and-bound, detalhado no

Algoritmo 16. A ideia é, antes de tudo, encontrar uma boa solução inicial a fim de me-

lhorar o desempenho do procedimento de busca, utilizando, para tal, um relaxamento do

procedimento ranking, com condição de parada (1 + ε)w(ϕλ(xi)) ≥ best, para um valor de

ε pequeno. Então, o branch-and-bound começa a explorar o espaço de busca, escolhendo

uma aresta a cada nó η da árvore de busca e criando dois subproblemas η′ e η′′: no pri-

meiro a aresta é considerada obrigatória e, no segundo, proibida. Os conjuntos IN e OUT

classificam, respectivamente, as arestas como obrigatórias e proibidas. Para o bound, são

utilizados dois limites complementares. LB, limite inferior num dado nó η, é o máximo

entre ψwv (f ∗(η)) e w(f0(T (η))). O limite superior, UB é o melhor ψwv encontrado até o

momento.

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67

Algoritmo 16: Algoritmo Branch-and-Bound com integral de Choquet de Galand,

Perny e Spanjaard (2010a)

1 Procedimento BB(η, UB)

2 se LB(η) < UB então

3 se |in(η)| = |V | − 1 então

4 UB = ψwv (f(T (η)));

5 retorna UB ;

6 senão

7 para i = 0 até n faça

8 se ψwv (f(Ti)) < UB então

9 UB = ψwv (f(Ti));

10 fim

11 fim

12 Selecione uma aresta e minimizando f0 em E\(in(η) ∪ out(η));

13 Criar o nó η′ tal que in(η′) = in(η) ∪ e e out(η′) = out(η);

14 best = BB(η′, UB);

15 UB = minUB, best;16 Criar o nó η′′ tal que in(η′′) = in(η) e out(η′′) = out(η) ∪ e;17 best = BB(η′′, UB);

18 retorna minUB,best;

19 fim

20 senão

21 retorna UB ;

22 fim

3.4 Algoritmo baseado em Programação Inteira

Esta seção aprecia o artigo de Lokman e Köksalan (2013), baseado em Programa-

ção Inteira, e estuda, na Subseção 3.4.1, sua aplicação ao problema da Árvore Geradora

Multiobjetivo.

Na literatura, é possível encontrar diversos trabalhos que concebem algoritmos para

resolver modelos de Programação Inteira Multiobjetivo. Lokman e Köksalan (2013) citam,

por exemplo, os trabalhos de Özlen e Azizoglu (2009), Laumanns, Thiele e Zitzler (2006)

e Sylva e Crema (2004). Neste último, particularmente, os autores desenvolveram um

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algoritmo exato para encontrar todos os pontos não dominados do problema. A cada

iteração, o algoritmo encontra um ponto não dominado, incrementa o modelo com a

adição de novas restrições e variáveis binárias e, então, o novo modelo é resolvido em

seguida. Lokman e Köksalan (2013) propuseram dois algoritmos para também encontrar

todos os pontos não dominados, prometendo ser melhor que aquele proposto por Sylva e

Crema (2004), pois, segundo os autores, o número de variáveis e de restrições inseridas

a cada iteração é menor. Vale salientar que todos os trabalhos supracitados desenvolvem

técnicas de resolução para modelos gerais, sem, basear-se em problemas específicos, como

a AGMO. Além disso, o método de Lokman e Köksalan (2013) possui a vantagem de não

ser especializado para 2 objetivos, podendo ser naturalmente estendido para 3 ou mais

objetivos.

O primeiro método de Lokman e Köksalan (2013), resumido no Algoritmo 17, deve,

inicialmente, selecionar um dos critérios, por exemplo, w. Assim, seja (P 0w) um básico

modelo inicial tal que:

(P 0w)

Max zw(x) + ε∑j 6=w

zj(x) (3.1)

sujeito a :

x ∈ X (3.2)

onde X é o conjunto de todas as soluções viáveis e ε é uma constante positiva suficien-

temente pequena, que permite a obtenção de soluções dominadas e evita a obtenção de

soluções dominadas fracamente. Note ainda que a restrição (3.2) tem o papel de garantir

que a solução encontrada atenda às restrições do modelo original que se deseja resolver.

Por exemplo, no caso da AGMO, x ∈ X significa que x deve ser uma árvore geradora.

A ideia é, no passo inicial, resolver o modelo básico (P 0w), obtendo, assim, um ponto

z1 = (z11, z12, ..., z1p), tal que sua w-ésima componente, isto é, z1w, tenha o maior valor da

w-ésima componente entre todas as soluções possíveis. Na n-ésima iteração, resolvendo

o modelo (P nw), é possível encontrar um ponto zn+1 = (z(n+1)1, z(n+1)2, ..., z(n+1)p) não

dominado, cuja componente z(n+1)w seja menor ou igual a todas as componentes w de todos

os pontos eficientes encontrados até o momento. Tal afirmação é a principal característica

que faz o Algoritmo 17 funcionar. Sua formalização é dada pela Proposição 6 e a prova é

encontrada no trabalho de Lokman e Köksalan (2013).

Proposição 6 Seja um ε > 0 suficientemente pequeno e um M > 0 suficientemente

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69

grande. Seja ainda Sn = zt | 1 ≤ t ≤ n o conjunto de todos os pontos não dominados

encontrados nas n primeiras iterações. Então, a solução ótima de (P nw) é um ponto não do-

minado, zn+1 = (z(n+1)1, z(n+1)2, ..., z(n+1)p), tal que z(n+1)w ≤ ztw para todo t = 1, 2, . . . , n.

Se (P nw) não tiver solução, então Sn contém todos os pontos não dominados do problema

original P .

(P nw)

Max zw(x) + ε∑j 6=w

zj(x) (3.3)

sujeito a :

zj(x) ≥ (ztj + 1)ytj − M(1− ytj) ∀j 6= w, ∀t (3.4)∑j 6=w

ytj = 1 ∀t (3.5)

ytj ∈ 0, 1 t = 1, ..., n j = 1, ..., p j 6= w (3.6)

x ∈ X (3.7)

Algoritmo 17: Primeiro algoritmo de Lokman e Köksalan (2013)

1 Passo 0: Selecione um critério w a ser otimizado. Faça n = 0. Se o espaço solução

X é vazio, então Fim;

2 Passo 1: Resolva o modelo (P nw). Se (P n

w) é inviável, vá para o Passo 2. Caso

contrário, denote o novo ponto não dominado como zn+1. Efetue n = n+ 1 e

repita o Passo 1;

3 Passo 2: Pare. Sn = zt | 1 ≤ t ≤ n contém extamente o conjunto de pontos não

dominados do problema P ;

3.4.1 Resolvendo o problema da AGMO com o Algoritmo de Lok-man e Köksalan (2013)

O método proposto por Lokman e Köksalan (2013) é suficientemente geral para mo-

delar qualquer problema de Programação Inteira Multiobjetivo. Assim, o referido artigo

não é um trabalho que trate exclusivamente do problema da AGMO. Contudo, desde que

se encontre um modelo de Programação Matemática para tal problema, este pode ser

resolvido pelo método de Lokman e Köksalan (2013). Nesta subseção, apresenta-se, pois,

um modelo matemático da árvore biobjetivo e explica-se como ele pode ser resolvido.

Seja um grafo G(V,E) conexo e não direcionado, com |V | = n. Por não considerar

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direção nas arestas, tem-se que se (i, j) ∈ E, então (j, i) ∈ E. Sem perda de generali-

dade, considere que para toda aresta (i, j) ∈ E é associado um vetor de custos da forma

(c1ij, c

2ij, ..., c

pij), onde p é o número de objetivos. Magnanti e Wong (1984) concebem um

modelo geral para fluxo em redes, o qual, segundo os autores, possui vários casos especiais.

Um destes é o caso em que o fluxo obtido atinge todos os n vértices do grafo, passando

por n−1 arestas. Assim, o problema da AGMO pode ser modelado como um problema de

fluxo em redes. Considere, pois, as seguintes variáveis de decisão, sucedidas pelo modelo

matemático da AGMO:

yij =

1 se a aresta (i, j) ∈ E é utilizada para transporte do fluxo

0 caso contrário

xij : é a quantidade de fluxo transportado do nó i ao nó j pela aresta (i, j) ∈ E.

zv(E) : v-ésima função objetivo definida por zv(E) =∑

(i,j)∈E

cvijyij ∀v = 1, 2, ..., p

AGMO

Min z1(E), z2(E), ..., zp(E) (3.8)∑j:(1,j)∈E

x1j = n− 1 (3.9)

∑i:(i,j)∈E

xij −∑

k:(j,k)∈E

xjk = 1 ∀j = 2, 3, ..., n (3.10)

xij ≥ 0 ∀(i, j) ∈ E (3.11)

(n− 1)yij ≥ xij ∀(i, j) ∈ E (3.12)

yij ≤ xij ∀(i, j) ∈ E (3.13)

yij ∈ 0, 1 ∀(i, j) ∈ E (3.14)

O modelo, aplicando a restrição (3.9), considera o vértice 1 como sendo a fonte de um

fluxo de valor n − 1. Assim, as arestas que possuem uma das extremidades no vértice 1

poderão transferir o fluxo em apenas um sentido (saindo do vértice 1). A fórmula (3.10)

garante que a cada nó j = 2, 3..., n pelo qual o fluxo passa, um resíduo de uma unidade

é retido em j. Deste modo, o fluxo diminui em uma unidade cada vez que passa em um

vértice. As fórmulas (3.12) e (3.13) ajudam a garantir que xij = 0 ou xji = 0, se, e somente

se, yij = 0, além de garantir que jamais circulará, em qualquer aresta, um fluxo superior a

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n− 1. Finalmente, quando o fluxo passa por todos os vértice, ele atinge valor zero, tendo

passado por exatamente n− 1 arestas. Tem-se, pois, uma árvore geradora.

Esta pesquisa aplicou os modelos matemáticos estudados nesta seção ao problema

da AG-Bi, ou seja, tomando p = 2. Em seguida, utilizou-se o Algoritmo 17 a fim de

encontrar todas as soluções não dominadas. O leitor atendo deve ter percebido que o

modelo matemático da árvore geradora é de minimização, enquanto que os modelos (P nw)

são de maximização. Para converter o modelo da AGMO em um modelo de maximização,

basta multiplicar por −1 cada coeficiente cvij para todo v = 1, 2, ..., p e todo (i, j) ∈ E.

Cada (P nw) foi solucionado com o auxílio do Solver Gurobi.

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4 Análises Experimentais

Apresenta-se, neste capítulo, os resultados dos experimentos computacionais aos quais

foram submetidos os algoritmos descritos no Capítulo 3 deste trabalho, aplicados ao pro-

blema da Árvore Geradora com dois objetivos. Todos os experimentos foram realizados

numa máquina Intel Xeon W3520, 2.67 GHz, Sistema Operacional Ubuntu 14.04 LTS,

64 bits, 8GB de memória RAM. Os algoritmos foram implementados em linguagem C++

e compilados com compilador GNU g++ versão 4.8.4. A única exceção é o algoritmo

de Sourd e Spanjaard (2008), cuja implementação em C# foi gentilmente fornecida pe-

los autores. Ela foi compilada com o Mono versão 3.2.8 numa máquina com a mesma

configuração descrita acima.

4.1 Instâncias utilizadas

Dois bancos de instâncias foram utilizados para a realização dos experimentos com-

putacionais. O primeiro, chamado de COMPL, se caracteriza por conter apenas grafos

completos, de 5 a 50 vértices, com arestas ponderadas com dois números inteiros posi-

tivos. Tal conjunto, que é o mesmo utilizado por Drumond (2012) em sua análise expe-

rimental (que a autora chamou de BIG1 ), foi gerado com o gerador de Knowles (2002)

considerando a correção proposta por Chen et al. (2007) (que impede de gerar arestas com

peso negativo). Knowles (2002) classificou suas instâncias em três subgrupos: correlated

(corr), anti-correlated (anticorr) e concave (conc). As duas primeiras dizem respeito à

correlação β dos pesos das arestas (positivo e negativo, respectivamente). As instâncias

concave, por sua vez, são assim denominadas, segundo Knowles (2002), devido ao formato

de suas Fronteiras de Pareto, essencialmente larga e côncava. A Figura 36 do Apêndice

B ilustra o formato da Fronteira de Pareto de uma instância concave. Para gerar estas

instâncias, dois parâmetros se fazem necessários, ζ e η, a partir dos quais obter-se-á os

pesos das arestas, seguindo uma distribuição uniforme. A Tabela 17 do Anexo D, que foi

retirada da dissertação de Drumond (2012), detalha os parâmetros para a geração das

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instâncias do conjunto COMPL. As instâncias são identificadas como n.1, n.2 e n.3, onde

n é a quantidade de vértices do grafo.

O segundo conjunto de instâncias, chamado de GRID, possui apenas grafos grades, de

6 a 100 vértices, do tipo correlated e anti-correlated, que foram gerados por esta pesquisa

utilizando o gerador de Knowles (2002) corrigido. Os parâmetros utilizados foram β = 0, 6

(correlated) e β = −0, 6 (anti-correlated). O objetivo de realizar experimentos com grafos

grades e completos é verificar o comportamento computacional de cada algoritmo frente

a grafos com densidades diferentes.

4.2 Metodologia de comparação

De posse da implementação de todos os algoritmos, os mesmos foram submetidos a

experimentos computacionais sobre os dois conjuntos de instâncias descritos na Seção

4.1, observando o tempo computacional, em segundos, consumido para a finalização do

procedimento. A partir destes valores, foi possível compreender, na prática, o quanto a

complexidade do algoritmo influencia em seu desempenho computacional. São construí-

dos gráficos mostrando a curva do tempo de cada algoritmo em função do tamanho das

instâncias de cada grupo. Nos casos em que três instâncias diferentes possuem o mesmo ta-

manho, o eixo das abscissas do gráfico representa todos os tamanhos diferentes, enquanto

o eixo das ordenadas representa a média de tempo para cada tamanho.

Os algoritmos são classificados de acordo com sua finalidade: aqueles que retornam

o conjunto Pareto ótimo ou a Fronteira de Pareto (ou ainda um superconjunto destes) e

aqueles baseados em preferência.

Para os algoritmos Prim-like e Kruskal-like de Perny e Spanjaard (2005), são apli-

cadas duas relações de preferência: a dominância de Pareto e a relação lexicográfica. Na

primeira, foram considerados dois subcasos: aquele em que a execução gera um super-

conjunto do conjunto Pareto ótimo e aquele em que ele gera apenas um ponto eficiente

do espaço objetivo. Particularmente, no que concerne a este último subcaso, procedeu-se

a implementação do Prim-like e do Kruskal-like de modo a retornar apenas uma solu-

ção eficiente. Na prática, percebeu-se que o Prim-like e o Kruskal-like, neste subcaso, se

comportam de modo análogo às respectivas versões mono-objetivo Prim (1957) e Kruskal

(1956). Quanto à aplicação da ordem lexicográfica, o Prim-like e o Kruskal-like encontram

o ponto objetivo eficiente e retornam a árvore correspondente (considerando, ainda, o caso

em que mais de uma árvore esteja associada a tal ponto). Como a ordem lexicográfica

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cumpre as propriedades da transitividade negativa e da aditividade forte, descritas por

Alonso et al. (2009), foi possível também aplicar tal relação aos algoritmos optimalcutsetP

e optimalcutsetK, a fim de encontrar o ponto objetivo maximal (e as eventuais soluções

associadas a tal ponto). Assim, verificou-se se os métodos de Alonso et al. (2009) são

realmente mais eficientes que os de Perny e Spanjaard (2005) como sugerem os autores.

Quanto aos algoritmos cuja relação de preferência se baseia na integral de Choquet

(GALAND; PERNY; SPANJAARD, 2010a), foram testadas as abordagens Ranking e Branch-

and-Bound, com a função convexa w(x) = x2 e uma função capacidade estritamente

crescente definida como v(A) =√∑

i∈A pi, para todo A ⊆ N , onde pi devem ser coe-

ficientes tais que∑

i∈N pi = 1. Esta capacidade foi a mesma usada por Galand, Perny

e Spanjaard (2010a) e Drumond (2012). Como trata-se aqui especificamente da árvore

biobjetivo, tem-se N = 1, 2. Definiu-se, pois, p1 = 0, 64 e p2 = 0, 36.

4.3 Comparação entre os tempos computacionais

Esta seção apresenta os resultados dos experimentos no que se refere ao tempo com-

putacional despendido por cada algoritmo (em segundos). A subseção 4.3.1 expõe os

resultados para os algoritmos que geram todas as soluções eficientes, e a subseção 4.3.2

compara os resultados para os algoritmos baseados em preferência. Em ambos os itens,

são considerados os experimentos para grafos completos e grades. Nos casos cuja execução

do algoritmo para uma determinada instância não terminou num tempo computacional

“mensurável”, usa-se a sigla NT .

4.3.1 Algoritmos que geram um conjunto de soluções

Esta subseção compara os desempenhos computacionais dos algoritmos de Corley

(1985) (CLY), de Ramos et al. (1998) (RA), Prim-like de Perny e Spanjaard (2005) re-

tornando um superconjunto do Pareto ótimo (PLS), Kruskal-like de Perny e Spanjaard

(2005) retornando um superconjunto do Pareto ótimo (KLS), algoritmo de Steiner e Rad-

zik (2003) (SR), de Sourd e Spanjaard (2008) (SS), de Lokman e Köksalan (2013) (LMKS),

e, por fim, o algoritmo de Pugliese, Guerriero e Santos (2015) (PGL).

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75

4.3.1.1 Experimentos com grafos completos

Esta subseção apresenta os resultados apenas para os grafos do conjunto COMPL. A

Tabela 3 expõe o tempo computacional, em segundos, despendido pelos algoritmos RA,

SR, SS, PLS e KLS para parte das instâncias correlated e anti-correlated. A Tabela 4 o faz

para as instâncias concave. Para instâncias de tamanho pequeno, como por exemplo 5 ou 7

vértices, todos os algoritmos, exceto SS, apresentam um tempo de processamento bastante

reduzindo, 0, 001 segundos, que tende a zero. Observa-se que, no caso do algoritmo SS,

o tempo para instâncias pequenas é maior que os dos demais algoritmos. Uma possível

explicação para tal fenômeno pode estar nas etapas de pré-processamento efetuadas pelo

SS, a quais, para Fronteiras de Pareto pequenas, tomam um tempo superior ao tempo

despendido pelos algoritmos sem pré-processamento. Como se verá adiante na Tabela 7,

todavia, o algoritmo SS consome o menor tempo para instâncias com grande quantidade

de vértices.

O algoritmo RA apresentou um tempo excessivamente elevado para instâncias anti-

correlated com 15 ou mais vértices. Diz-se, portanto, que o algoritmo não terminou (NT)

para tais instâncias. Neste mesmo sentido, os algoritmos PLS e KLS não terminaram para

instâncias anti-correlated com mais de 12 vértices. No que se refere às instâncias concave,

o algoritmo RA apresentou tempo elevando para as instâncias 17.2, 20.3, 22.2 e todas com

25 ou mais vértices. O algoritmo KLS, por sua vez, não finalizou para instâncias concave

com 17 ou mais vértices, apresentando mais de dez horas de execução. Já o algoritmo PLS

conseguiu terminar para algumas instâncias possuindo entre 17 e 25 vértices. Percebeu-

se, assim, que o algoritmo KLS apresentou, de modo geral, um tempo de processamento

consideravelmente superior ao PLS. A Tabela 5 complementa os resultados da Tabela 3,

excluindo as instâncias anti-correlated que não conseguiram ser tratadas completamente

pelos algoritmos RA, PLS e KLS.

Tabela 3: Tempo despendido, em segundos, pelos algoritmos RA, SR, SS, PLS e KLSaplicados às instâncias correlated e anti-correlated do conjunto COMPL, de 5 a 15 vértices

InstânciasRA SR SS PLS KLS

Corr. Anticorr. Corr. Anticorr. Corr. Anticorr. Corr. Anticorr. Corr. Anticorr.

5.1 0,001 0,001 0,001 0,001 0,0523 0,0512 0,001 0,001 0,001 0,001

5.2 0,001 0,001 0,001 0,001 0,0496 0,0560 0,001 0,001 0,001 0,001

5.3 0,001 0,001 0,001 0,01 0,0181 0,0578 0,001 0,001 0,001 0,001

7.1 0,001 0,001 0,001 0,01 0,0516 0,0557 0,01 0,09 0,07 0,41

Continua na próxima página

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Tabela 3 – continuação da página anterior

InstânciasRA SR SS PLS KLS

Corr. Anticorr. Corr. Anticorr. Corr. Anticorr. Corr. Anticorr. Corr. Anticorr.

7.2 0,001 0,02 0,001 0,01 0,0451 0,0572 0,001 0,38 0,02 0,66

7.3 0,001 0,38 0,001 0,11 0,0455 0,0752 0,001 36,79 0,01 15,83

10.1 0,03 0,08 0,01 0,02 0,0583 0,0601 0,44 7,12 4,8 38,05

10.2 0,001 29,01 0,001 0,05 0,0474 0,0727 0,05 2018,87 2,4 137,51

10.3 0,001 917,91 0,001 0,78 0,0506 0,2056 0,001 NT 0,3 NT

12.1 3,35 11,12 0,06 0,08 0,0689 0,0876 263,31 10832,16 133,99 1211,52

12.2 0,02 1004,93 0,01 0,25 0,0520 0,1178 0,19 NT 16,64 18926,8

12.3 0,001 301023,12 0,001 2,36 0,0510 0,4461 0,01 NT 1,76 NT

15.1 4,36 NT 0,07 0,47 0,0684 0,1645 49,71 NT 1111,72 NT

15.2 0,16 NT 0,02 0,71 0,0560 0,2478 1,18 NT 56,51 NT

Tabela 4: Tempo despendido, em segundos, pelos algoritmos RA, SR, SS, PLS e KLSaplicados às instâncias concave do conjunto COMPL, de 5 a 25 vértices

Instâncias RA SR SS PLS KLS

5.1 0,001 0,001 0,0514 0,001 0,001

5.2 0,001 0,001 0,0518 0,001 0,001

5.3 0,001 0,001 0,0509 0,001 0,001

7.1 0,001 0,04 0,0578 0,01 0,27

7.2 0,001 0,03 0,0558 0,01 0,37

7.3 0,001 0,16 0,0534 0,01 0,26

10.1 0,1 0,27 0,0579 1,7 25,88

10.2 0,05 0,37 0,0575 0,23 10,96

10.3 0,23 0,4 0,0594 0,97 38,94

12.1 0,71 0,46 0,0569 1,89 69,77

12.2 0,64 0,44 0,0593 4,69 145,16

12.3 1,22 0,51 0,0596 10,57 196,29

15.1 439,29 0,8 0,0545 271,51 5860,4

15.2 35,85 0,77 0,0669 NT 12745,5

15.3 246,85 1,24 0,0610 15343,7 10209,1

17.1 1829,37 1,34 0,0589 86,71 NT

17.2 NT 1,06 0,0767 NT NT

Continua na próxima página

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77

Tabela 4 – continuação da página anterior

Instâncias RA SR SS PLS KLS

17.3 528,01 1,01 0,0623 NT NT

20.1 8558,1 2,76 0,0591 9,23 NT

20.2 2143,32 1,86 0,0668 NT NT

20.3 NT 2,36 0,0809 NT NT

22.1 63002,1 3 0,0647 NT NT

22.2 NT 3,07 0,0813 NT NT

22.3 2041,45 2,38 0,0693 NT NT

25.1 NT 7,21 0,0626 3011,31 NT

Tabela 5: Tempo despendido, em segundos, pelos algoritmos RA, SR, SS, PLS e KLSaplicados às instâncias correlated e anti-correlated do conjunto COMPL, de 15 a 35 vértices

InstânciasRA SR SS PLS KLS

Corr. Corr. Anticorr. Corr. Anticorr. Corr. Corr.

15.3 0,01 0,01 7,51 0,0527 0,9908 0,54 40,02

17.1 40,95 0,1 0,84 0,0715 0,2334 37842,4 8541,62

17.2 4,87 0,06 2,89 0,0609 0,8821 155,04 1943,54

17.3 0,30 0,01 12,58 0,0519 1,2502 1,57 279,52

20.1 3740,08 0,18 1,54 0,0811 0,4455 NT NT

20.2 31,54 0,08 3,73 0,0560 0,9732 134,63 3756,35

20.3 3,64 0,02 20,66 0,0528 2,1007 2,4 737,62

22.1 73896,9 0,32 1,53 0,1039 0,3139 NT NT

22.2 233,44 0,17 5,41 0,0679 1,4613 2208,41 42342,9

22.3 0,47 0,02 27,01 0,0525 3,4521 4,58 1494,08

25.1 NT 0,91 1,5 0,1594 0,3516 NT NT

25.2 NT 0,33 13,34 0,0829 1,9295 NT NT

25.3 NT 0,04 46,45 0,0534 4,5789 7,15 2662,25

27.1 NT 2,02 5,38 0,2603 1,2399 NT NT

27.2 NT 0,71 17,44 0,1030 3,6969 NT NT

27.3 NT 0,08 49,25 0,0602 4,6838 108,92 31015,3

30.1 NT 2,47 8,41 0,1875 1,5051 NT NT

30.2 NT 1,17 38,91 0,1021 6,0159 NT NT

30.3 NT 0,34 89,36 0,0548 7,9327 613,23 NT

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78

Tabela 5 – continuação da página anterior

InstânciasRA SR SS PLS KLS

Corr. Corr. Anticorr. Corr. Anticorr. Corr. Corr.

33.1 NT 2,92 16 0,2989 2,3837 NT NT

33.2 NT 2,24 61,21 0,1417 9,9143 NT NT

33.3 NT 0,59 94,12 0,0590 12,1014 1127 NT

35.1 NT 5,88 28,98 0,4234 2,2660 NT NT

35.2 NT 2,78 73,43 0,1677 11,1601 NT NT

35.3 NT 0,3 134,96 0,0571 13,7568 6628,48 NT

Ainda no tocante aos algoritmos PLS e KLS, a Tabela 6 mostra o tamanho dos

superconjuntos encontrados por ambas as abordagens, em comparação com o tamanho

da Fronteira de Pareto. Percebeu-se que a abordagem Prim-like encontrou um super-

conjunto com cardinalidade consideravelmente superior à cardinalidade do superconjunto

encontrada pelo Kruskal-like. Ademais, o superconjunto encontrado por este está contido

no superconjunto encontrado por aquele para todas as instâncias (e, obviamente, a Fron-

teira de Pareto está contida em ambos). Para melhor visualizar, observe as Figuras 6, 7

e 8, que exibem nuvens de pontos ilustrando a Fronteira de Pareto e os superconjuntos

para a instância 7.1 correlated, anti-correlated e concave, respectivamente. Note que todas

as cruzes pretas (simbolizando a fronteira) estão sob um pontinho azul e um triângulo

roxo. Logo, a fronteira desta instância está totalmente contida nos superconjuntos. Além

disso, todos os triângulos estão sob um pontinho azul, mostrando que todos os pontos

encontrados pelo KLS também foram encontrados pelo PLS. O Apêndice B contém ou-

tras figuras que ilustram tais resultados para outras instâncias. Diante de tais resultados,

é possível compreender por que os algoritmos PLS e KLS requereram elevado tempo de

processamento para tratar instâncias com Fronteira de Pareto de tamanho elevado. Em

verdade, não somente o tamanho da instância influencia no desempenho destes algorit-

mos, mas também a quantidade de pontos não dominados exerce considerável influência.

Quanto maior a quantidade de pontos na Fronteira de Pareto, maior o superconjunto; e

como a tendência é encontrar superconjuntos bem maiores que a fronteira, o tempo de

processamento do PLS e KLS cresce mais rapidamente que o dos outros algoritmos que

encontram somente a fronteira ou o conjunto Pareto ótimo.

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79

Tabela 6: Cardinalidade do Conjunto Pareto Ótimo e dos superconjuntos gerados pelosalgoritmos PLS e KLS para instâncias COMPL de 5 a 35 vértices

Instâncias

Conjunto

Pareto ótimo

Superconjunto

do PLS

Superconjunto

do KLS

Conc. Corr. Anticorr. Conc. Corr. Anticorr. Conc. Corr. Anticorr.

5.1 6 7 2 10 11 2 8 7 2

5.2 6 2 12 8 2 35 8 2 17

5.3 3 1 49 4 1 80 4 1 74

7.1 16 10 20 80 43 383 37 14 129

7.2 22 2 34 58 2 972 56 2 456

7.3 12 2 97 52 2 9090 32 2 4367

10.1 35 24 45 1826 491 2980 750 133 930

10.2 21 11 66 217 59 64689 103 30 7482

10.3 35 2 261 900 2 NT 712 2 NT

12.1 26 55 80 1616 26584 195342 448 1432 18981

12.2 36 9 131 2208 60 NT 824 36 184027

12.3 41 2 460 4371 2 NT 1318 2 NT

15.1 39 45 185 15335 10826 NT 13727 1289 NT

15.2 56 15 258 NT 250 NT 12030 42 NT

15.3 46 8 700 130601 32 NT 11021 32 NT

17.1 34 59 189 3686 NT NT NT 2426 NT

17.2 78 36 402 NT 8455 NT NT 1226 NT

17.3 54 7 969 NT 36 NT NT 27 NT

20.1 30 72 272 203 NT NT NT NT NT

20.2 42 37 458 NT 4049 NT NT 1026 NT

20.3 88 10 1044 NT 60 NT NT 50 NT

22.1 55 91 253 NT NT NT NT NT NT

22.2 88 57 591 NT 17906 NT NT 2692 NT

22.3 58 6 1202 NT 12 NT NT 12 NT

25.1 46 163 245 3977 NT NT NT NT NT

25.2 93 64 735 NT NT NT NT NT NT

25.3 135 9 1623 NT 32 NT NT 32 NT

27.1 51 238 440 NT NT NT NT NT NT

27.2 60 101 849 NT NT NT NT NT NT

27.3 108 19 1766 NT 658 NT NT 138 NT

30.1 38 179 428 NT NT NT NT NT NT

Continua na próxima página

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80

Tabela 6 – continuação da página anterior

Instâncias

Conjunto

Pareto ótimo

Superconjunto

do PLS

Superconjunto

do KLS

Conc. Corr. Anticorr. Conc. Corr. Anticorr. Conc. Corr. Anticorr.

30.2 86 91 1186 NT NT NT NT NT NT

30.3 116 25 2096 NT 3276 NT NT NT NT

33.1 52 212 595 NT NT NT NT NT NT

33.2 68 139 1262 NT NT NT NT NT NT

33.3 135 17 2321 NT 1646 NT NT NT NT

35.1 101 261 688 NT NT NT NT NT NT

35.2 68 120 1418 NT NT NT NT NT NT

35.3 134 19 2413 NT 2928 NT NT NT NT

Figura 6: Fronteira de Pareto e superconjunto da instância 7.1 correlated do conjuntoCOMPL

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Figura 7: Fronteira de Pareto e superconjunto da instância 7.1 anti-correlated do conjuntoCOMPL

Figura 8: Fronteira de Pareto e superconjunto da instância 7.1 concave do conjuntoCOMPL

Os dois únicos algoritmos que executaram para todos os grafos completos foram o SR

e o SS. A Tabela 7 detalha os resultados destes algoritmos para cada instância, de cada

grupo.

Os resultados para os algoritmos CLY, PGL e LMKS são detalhados de uma única vez

na Tabela 8 (os resultados dos algoritmos anteriores precisaram ser divididos em diversas

tabelas por questões de espaço). O tempo despendido pelos algoritmos CLY e PGL para

instâncias pequenas foi, novamente, bastante reduzido, e tende a 0. O algoritmo LMKS,

entretanto, apresentou tempo superior que os outros dois mesmo para instâncias pequenas

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82

(ver, por exemplo, instâncias de tamanho 5). Isso pode ser justificado da seguinte maneira:

o LMKS necessita resolver, a cada iteração, um modelo de programação matemática,

com o uso do SIMPLEX, e a quantidade de iterações é da ordem da quantidade de

soluções eficientes. Por exemplo, embora a instância 5.1 correlated tenha apenas 7 soluções

eficientes, o LMKS necessita resolver, pelo menos, 7 modelos diferentes, o que toma um

tempo superior comparado com os algoritmos CLY e PGL. Portanto, para o LMKS,

não importa somente o tamanho da instância, mas também a quantidade de soluções

eficientes. As instâncias concave e anti-correlated foram as mais difíceis para o LMKS,

não conseguindo terminar para instâncias com mais de 12 vértices de ambos os grupos.

As instâncias dos grupos concave e anti-correlated também foram as mais difíceis para o

CLY e o PGL. Este último, por exemplo, apresentou um elevado tempo de execução para

instâncias com 15 ou mais vértices de ambos os grupos. Já o CLY conseguiu encontrar o

conjunto de soluções eficientes para um grafo concave com 20 vértices e um grafo correlated

com 35 vértices, mas não conseguiu terminar para instâncias anti-correlated com mais de

12 vértices.

Tabela 7: Tempo despendido, em segundos, pelos algoritmos SR e SS aplicados àsinstâncias COMPL de 25 a 50 vértices

InstânciasSR SS

Conc. Corr. Anticorr. Conc. Corr. Anticorr.

25.2 8,17 0,33 13,34 0,0908 0,0829 1,9295

25.3 5,79 0,04 46,45 0,1247 0,0534 4,5789

27.1 12,34 2,02 5,38 0,0660 0,2603 1,2399

27.2 5,38 0,71 17,44 0,074 0,1030 3,6969

27.3 11,08 0,08 49,25 0,0883 0,0602 4,6838

30.1 15,84 2,47 8,41 0,0637 0,1875 1,5051

30.2 19,07 1,17 38,91 0,0886 0,1021 6,0159

30.3 18,06 0,34 89,36 0,1135 0,0548 7,9327

33.1 23,54 2,92 16 0,0741 0,2989 2,3837

33.2 25,03 2,24 61,21 0,0784 0,1417 9,9143

33.3 26,77 0,59 94,12 0,1452 0,0590 12,1014

35.1 35,1 5,88 28,98 0,1013 0,4234 2,2660

35.2 39,88 2,78 73,43 0,0804 0,1677 11,1601

35.3 53,24 0,3 134,96 0,1249 0,0571 13,7568

38.1 46,82 7,02 28,13 0,1307 0,2371 2,7610

38.2 47,48 7,44 102,89 0,1710 0,2039 9,4535

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83

Tabela 7 – continuação da página anterior

InstânciasSR SS

Conc. Corr. Anticorr. Conc. Corr. Anticorr.

38.3 41,06 1,4 194,96 0,2480 0,0691 14,7756

40.1 37,69 10,49 63,77 0,0277 0,3208 3,2781

40.2 42,08 8,31 138,79 0,0936 0,2291 12,9237

40.3 78,91 2,47 230,32 0,1395 0,0698 16,8341

42.1 98,55 17,99 101,87 0,1656 0,4359 3,4873

42.2 66,19 11,77 224,87 0,1097 0,2905 13,4436

42.3 67,06 3,66 228,65 0,1492 0,0738 20,7324

45.1 66,17 35,9 177,56 0,0430 0,4884 6,5303

45.2 103,53 21,8 260,92 0,1446 0,3185 12,2080

45.3 146,15 1,74 363,18 0,2426 0,0738 25,5154

48.1 38,52 27,68 169,07 0,0828 0,6164 6,0404

48.2 83,47 29,32 403,21 0,1239 0,2570 18,4052

48.3 172,97 4,17 442,37 0,2138 0,0808 31,5516

50.1 124,1 53,49 260,68 0,1505 1,0524 8,1677

50.2 168,73 27,95 404,52 0,2753 0,2167 19,9057

50.3 155,6 11,83 497,97 0,5557 0,0840 34,8007

Tabela 8: Tempo despendido, em segundos, pelos algoritmos CLY , PGL, LMKS aplicadosàs instâncias COMPL de 5 a 25 vértices

InstânciasCLY PGL LMKS

Conc. Corr. Anticorr. Conc. Corr. Anticorr. Conc. Corr. Anticorr.

5.1 0,001 0,001 0,001 0,001 0,001 0,001 0,04 0,16 0,06

5.2 0,001 0,001 0,001 0,001 0,001 0,001 0,05 0,04 0,22

5.3 0,001 0,001 0,02 0,001 0,001 0,03 0,03 0,03 1,24

7.1 0,01 0,01 0,1 0,08 0,06 0,11 1,38 1,01 2

7.2 0,01 0,001 0,28 0,09 0,001 0,32 2,36 0,17 6,91

7.3 0,01 0,001 15,75 0,05 0,001 1,94 1,77 0,16 NT

10.1 1,1 0,2 5,18 11,09 6,4 11,78 669,86 20,09 95,24

10.2 0,16 0,01 1138,62 7,99 1,52 39,71 3 256,33 12,77 7438,96

10.3 1,05 0,001 NT 17,21 0,35 627,18 4467 1,16 NT

12.1 1 184,99 7204,77 139,6 230,22 444,74 NT 448 8058,19

Continua na próxima página

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84

Tabela 8 – continuação da página anterior

InstânciasCLY PGL LMKS

Conc. Corr. Anticorr. Conc. Corr. Anticorr. Conc. Corr. Anticorr.

12.2 2,48 0,02 NT 160,49 16,9 1883,89 NT 232,44 NT

12.3 6,7 0,001 NT 247,34 3,63 27132,7 NT 0,61 NT

15.1 30370,6 10,72 NT NT NT NT NT 12660 NT

15.2 27310 0,16 NT NT 6513,85 NT NT 2 667,1 NT

15.3 13789,7 0,02 NT NT 340,84 NT NT 245,63 NT

17.1 NT NT NT NT NT NT NT 6932,4 NT

17.2 NT 79,97 NT NT NT NT NT 131289 NT

17.3 11674,7 0,09 NT NT NT NT NT 165,8 NT

20.1 NT NT NT NT NT NT NT NT NT

20.2 9670,51 33,64 NT NT NT NT NT NT NT

20.3 NT 0,12 NT NT NT NT NT 20506,8 NT

22.1 NT NT NT NT NT NT NT NT NT

22.2 NT 1890,46 NT NT NT NT NT NT NT

22.3 NT 0,13 NT NT NT NT NT NT NT

25.1 NT NT NT NT NT NT NT NT NT

25.2 NT NT NT NT NT NT NT NT NT

25.3 NT 0,22 NT NT NT NT NT NT NT

27.1 NT NT NT NT NT NT NT NT NT

27.2 NT NT NT NT NT NT NT NT NT

27.3 NT 5,59 NT NT NT NT NT NT NT

30.1 NT NT NT NT NT NT NT NT NT

30.2 NT NT NT NT NT NT NT NT NT

30.3 NT 54,16 NT NT NT NT NT NT NT

33.1 NT NT NT NT NT NT NT NT NT

33.2 NT NT NT NT NT NT NT NT NT

33.3 NT 57,96 NT NT NT NT NT NT NT

35.1 NT NT NT NT NT NT NT NT NT

35.2 NT NT NT NT NT NT NT NT NT

35.3 NT 680,7 NT NT NT NT NT NT NT

Por fim, os gráficos das Figuras 9, 10 e 11 exibem as curvas do tempo médio despen-

dido para todos os algoritmos (correlated, anti-correlated e concave, respectivamente), em

função do tamanho das instâncias. Os gráficos das Figuras 20 e 21 do Apêndice A mos-

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85

tram tais grafos com uma escala maior. Assim, é possível visualizar melhor o desempenho

de cada método. De acordo com a Figura 9, vê-se que o tempo despendido pelo LMKS

cresce mais rapidamente, seguido pelo PGL, KLS, PLS, CLY e RA. Nota-se que o CLY

chega a ser melhor que o PGL para instâncias correlated e concave, e pior para instâncias

anti-correlated. Essa observação tem lugar malgrado a semelhança dos algoritmos CLY

e PGL. Para os algoritmos SR e SS, percebe-se que, no caso das instâncias correlated,

o primeiro apresentou tempo inferior que o segundo para instâncias de tamanho até 15.

Porém, como mencionado no início desta subseção, o algoritmo que apresentou o melhor

desempenho, medido pelo tempo despendido conforme cresce o tamanho da instância,

foi o SS. Ele obteve excelentes resultados até mesmo para instâncias de 50 vértices anti-

correlated (34,8 segundos, contra 497,97 segundos do SR). Pode-se dizer que o SR foi o

segundo melhor. Os gráficos das Figuras 22, 23 e 24 do Apêndice A mostram a curva de

crescimento médio do tempo, em função do tamanho da instância (de 5 a 50 vértices),

apenas para estes dois algoritmos.

Figura 9: Curva do tempo em função do tamanho das instâncias correlated do conjuntoCOMPL para os algoritmos que geram um conjunto de soluções

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86

Figura 10: Curva do tempo em função do tamanho das instâncias anti-correlated doconjunto COMPL para os algoritmos que geram um conjunto de soluções

Figura 11: Curva do tempo em função do tamanho das instâncias concave do conjuntoCOMPL para os algoritmos que geram um conjunto de soluções

4.3.1.2 Experimentos com grafos grades

Esta subseção apresenta os resultados apenas para grafos grades. A Tabela 9 contém

os resultados detalhados de instâncias correlated e anti-correlated para os algoritmos RA,

SR, SS, PLS e KLS. As instâncias grades possuem densidade menor que as instâncias

completas, e, por isso, alguns algoritmos que não conseguiram resolver instâncias com-

pletas com um determinado tamanho, podem conseguir resolver uma instância grade de

mesmo tamanho (e mesmo grupo). É o caso, por exemplo, do algoritmo RA que conse-

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87

guiu resolver instâncias grades correlated com até 44 vértices, e anti-correlated com até 30

vértices. Os algoritmos PLS e KLS também conseguiram resolver instâncias grades cor-

related de tamanho maior, mas o primeiro consumiu um tempo excessivo para instâncias

anti-correlated com 18 ou mais vértices, e o segundo para instâncias anti-correlated com

25 ou mais. Novamente, porém, no que se refere às instâncias correlated, o PLS foi mais

eficiente que o KLS. No entanto, é preciso ressaltar que, como o PLS e o KLS retornam

um superconjunto de soluções eficientes, a quantidade destas influencia bastante no de-

sempenho dos algoritmos, e não somente o tamanho da instância. A Tabela 10 contém

as quantidades de pontos da Fronteira de Pareto e dos superconjuntos encontrados por

ambos os algoritmos. A Figura 12 ilustra, por meio de uma nuvem de pontos, a fronteira

e os superconjuntos de uma instância grade correlated de tamanho 52. Da mesma forma

que para grafos completos, todos os pontos da fronteira pertencem ao superconjunto en-

contrado pelo Kruskal-like que, por sua vez, está contido no superconjunto do Prim-like.

O Apêndice B contém outras nuvens de pontos para outras instâncias grades.

Tabela 9: Tempo despendido, em segundos, pelos algoritmos RA, SR, SS, PLS e KLSaplicados às instâncias GRID de 6 a 58 vértices

No de

Vértices

RA SR SS PLS KLS

Corr. Anticorr. Corr. Anticorr. Corr. Anticorr. Corr. Anticorr. Corr. Anticorr.

6 0,001 0,001 0,001 0,001 0,0168 0,0538 0,001 0,001 0,001 0,001

12 0,001 0,001 0,001 0,02 0,0517 0,0594 0,001 0,18 0,04 1,98

18 0,03 0,54 0,001 0,08 0,0550 0,0701 0,001 NT 0,26 960,73

20 0,12 1,95 0,001 0,08 0,0524 0,0861 0,01 NT 0,37 533,22

24 0,14 2957,96 0,001 0,45 0,0565 0,1542 0,03 NT 1,44 NT

27 1,56 31282,3 0,001 0,29 0,0546 0,1830 0,26 NT 7,24 NT

30 0,24 36783,12 0,001 0,31 0,0525 0,1805 0,13 NT 16,4 NT

33 39,23 NT 0,02 0,95 0,0593 0,4194 0,48 NT 30,13 NT

36 642,74 NT 0,02 0,79 0,0531 0,3732 6,95 NT 67,75 NT

38 755,33 NT 0,02 0,32 0,0590 0,1984 0,89 NT 24,74 NT

40 2558,6 NT 0,01 1,06 0,0580 0,6972 0,98 NT 86,6 NT

42 828,73 NT 0,01 1,25 0,0546 0,7207 1,21 NT 166,86 NT

44 75261 NT 0,03 2,12 0,0594 1,4568 459 NT 664,46 NT

48 NT NT 0,02 1,67 0,0582 1,1965 3,14 NT 675,63 NT

50 NT NT 0,04 2,92 0,0607 1,9056 15,01 NT 802,28 NT

52 NT NT 0,03 0,86 0,0599 0,4989 3,86 NT 407,59 NT

55 NT NT 0,09 4,33 0,0658 1,8081 6801 NT 3328,25 NT

Continua na próxima página

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88

Tabela 9 – continuação da página anterior

No de

Vértices

RA SR SS PLS KLS

Corr. Anticorr. Corr. Anticorr. Corr. Anticorr. Corr. Anticorr. Corr. Anticorr.

58 NT NT 0,07 1,34 0,0605 0,6980 7 NT 1146,45 NT

Tabela 10: Cardinalidade do Conjunto Pareto Ótimo e dos superconjuntos gerados pelosalgoritmos PLS e KLS para instâncias GRID de 6 a 58 vértices

No de

Vértices

Conjunto

Pareto ótimo

Superconjunto

do PLS

Superconjunto

do KLS

Corr. Anticorr. Corr. Anticorr. Corr. Anticorr.

6 1 6 1 15 1 8

12 2 26 2 336 2 170

18 3 50 4 NT 4 3314

20 8 100 15 NT 15 3941

24 10 158 24 NT 18 NT

27 8 160 81 NT 27 NT

30 5 159 8 NT 6 NT

33 17 321 336 NT 252 NT

36 14 239 210 NT 72 NT

38 15 171 189 NT 40 NT

40 17 348 168 NT 48 NT

42 8 313 48 NT 32 NT

44 19 480 10856 NT 480 NT

48 17 395 102 NT 64 NT

50 19 475 1168 NT 256 NT

52 18 241 194 NT 120 NT

55 22 544 21780 NT 552 NT

58 15 326 432 NT 96 NT

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89

Figura 12: Fronteira de Pareto e superconjunto da instância 52 correlated do conjuntoGRID

Tabela 11: Tempo despendido, em segundos, pelos algoritmos SR e SS aplicados àsinstâncias GRID de 60 a 100 vértices

No de

Vértices

SR SS

Corr. Anticorr. Corr. Anticorr.

60 0,21 4,3 0,0701 4,1126

63 0,04 4,64 0,0602 3,2605

66 0,06 5,51 0,0698 4,5812

68 0,06 4,78 0,0699 1,9109

70 0,12 8,98 0,0725 6,5888

75 0,34 8,07 0,0875 5,8326

77 0,3 8,92 0,0875 9,8286

80 0,18 13,16 0,0865 10,7651

82 0,06 5,18 0,0671 5,1546

86 0,05 8,54 0,0722 4,9191

90 0,76 25,97 0,1347 27,7057

93 0,14 11,20 0,0783 10,2247

96 0,21 8,53 0,0843 7,0400

100 0,29 27,16 0,0903 24,5149

A Tabela 11 complementa a Tabela 9 com relação aos resultados dos algoritmos SR e

SS para instâncias grades correlated e anti-correlated. As Figuras 25 e 26 do Apêndice A

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90

exibem a curva do tempo médio despendido pelos algoritmos SR e SS, em função do ta-

manho das instâncias correlated e anti-correlated, respectivamente. Novamente, conforme

cresce o tamanho das instâncias, a curva do tempo do SR cresce mais rapidamente que a

do SS. Assim, pode-se dizer que o SS teve o melhor desempenho para instâncias grandes.

Entretanto, é preciso perceber que para instâncias correlated de até 52 vértices, o SR

consumiu menos tempo. Do mesmo modo que antes, tal fenômeno pode se justificar face

às etapas de pré-processamento efetuadas pelo SS, as quais tomam um tempo superior

ao tempo consumido pelo algoritmo sem pré-processamento. Assim, conclui-se que, em-

bora o pré-processamento contribua significativamente na redução do tempo do algoritmo

Branch-and-bound de Sourd e Spanjaard (2008) para instâncias de grande tamanho, o

mesmo não se verifica necessariamente para instâncias de pequeno porte. O algoritmo de

Sourd e Spanjaard (2008), portanto, é mais indicado para instâncias grandes.

Ainda é preciso salientar que as instâncias anti-correlated levaram os algoritmos a

tomarem um tempo de processamento superior quando comparado às correlated de mesmo

tamanho. As Figuras 27 e 28 do Apêndice A ilustram tal diferença, tanto para grafos

grades quanto para grafos completos, através da curva de crescimento do tempo em função

do tamanho da instância, para os algoritmos SR e SS, respectivamente. Através de tais

figuras também é possível visualizar a diferença do tempo associado às instâncias grades

e completas.

Tabela 12: Tempo despendido, em segundos, pelos algoritmos CLY , PGL e LMKSaplicados às instâncias GRID

No de

Vértices

CLY PGL LMKS

Corr. Anticorr. Corr. Anticorr. Corr. Anticorr.

6 0,001 0,001 0,001 0,001 0,03 0,14

12 0,001 0,22 0,02 0,5 0,22 2,41

18 0,001 1075,46 3,28 73,7 0,87 123,08

20 0,001 2210,45 18,88 3410,31 4,32 280,41

24 0,01 NT NT NT 341,12 NT

27 0,07 NT NT NT 985,82 NT

30 0,02 NT NT NT 653,94 NT

33 0,16 NT NT NT 48725,3 NT

36 2,71 NT NT NT NT NT

38 0,23 NT NT NT NT NT

40 0,17 NT NT NT NT NT

Continua na próxima página

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91

Tabela 12 – continuação da página anterior

No de

Vértices

CLY PGL LMKS

Corr. Anticorr. Corr. Anticorr. Corr. Anticorr.

42 0,18 NT NT NT NT NT

44 310,86 NT NT NT NT NT

48 0,5 NT NT NT NT NT

50 5,26 NT NT NT NT NT

52 0,73 NT NT NT NT NT

55 8678,31 NT NT NT NT NT

58 1,15 NT NT NT NT NT

60 6281,08 NT NT NT NT NT

63 5,16 NT NT NT NT NT

66 323,51 NT NT NT NT NT

68 7,26 NT NT NT NT NT

70 222,97 NT NT NT NT NT

75 NT NT NT NT NT NT

A Tabela 12 lista dos resultados para os algoritmos CLY, PGL e LMKS aplicados

a instâncias grades. O CLY teve melhor desempenho que os outros dois, conseguindo

encontrar o conjunto Pareto ótimo para grafos correlated de até 70 vértices. Além disso, o

CLY também obteve desempenho melhor que o RA, para instâncias correlated, pois este

último não terminou em tempo hábil para instâncias correlated com mais de 44 vértices;

o CLY também levou menos tempo que o próprio SS para instâncias correlated de até 30

vértices. O PGL não conseguiu terminar (em tempo hábil) para instâncias correlated com

24 ou mais vértices. O LMKS executou para instâncias correlated de até 33 vértices, e

anti-correlated de até 20 vértices. Lembre-se que a quantidade de modelos resolvidos pelo

LMKS é da ordem da quantidade de soluções eficientes, logo, quanto maior a Fronteira de

Pareto, mais modelos devem ser otimizados, e maior será o tempo de processamento. As

Figuras 13 e 14 ilustram a curva do tempo de todos os algoritmos desta seção, em função

do tamanho das instâncias grades.

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92

Figura 13: Curva do tempo em função do tamanho das instâncias correlated do conjuntoGRID para os algoritmos que geram um conjunto de soluções

Figura 14: Curva do tempo em função do tamanho das instâncias anti-correlated doconjunto GRID para os algoritmos que geram um conjunto de soluções

4.3.2 Algoritmos baseados em preferência

Esta subseção compara os desempenhos computacionais dos algoritmos Prim-like de

Perny e Spanjaard (2005) com dominância de Pareto retornando uma única solução

(PLU), Kruskal-like de Perny e Spanjaard (2005) com dominância de Pareto retornando

uma única solução (KLU), Prim-like com ordem lexicográfica (PLL), Kruskal-like com or-

dem lexicográfica (KLL), optimalcutsetP de Alonso et al. (2009) com ordem lexicográfica

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93

(OPTPL), optimalcutsetK de Alonso et al. (2009) com ordem lexicográfica (OPTKL),

Ranking de Galand, Perny e Spanjaard (2010a) (CR), Branch-and-Bound de Galand,

Perny e Spanjaard (2010a) (CBB).

4.3.2.1 Experimentos com grafos completos

Esta subseção apresenta os resultados apenas para grafos completos. A Tabela 13

apresenta os resultados do tempo computacional consumido pelos algoritmos PLL, KLL,

OPTPL e OPTKL. A partir dos valores desta tabela, construiu-se os gráficos das Figuras

15, 16 e 17, que ilustram a curva do tempo em função do tamanho da instância para os

grupos concave, correlated e anti-correlated, respectivamente. Reforça-se que Alonso et

al. (2009) afirmaram que os algoritmos de Perny e Spanjaard (2005) seriam ineficientes

porque precisam verificar, a cada iteração, se soluções duplicatas foram geradas. Aqueles

autores prometeram, pois, eliminar tal necessidade, concebendo algoritmos mais eficientes.

Observando as curvas dos gráficos mencionados e os valores da Tabela 13, pode-se concluir

que, para as instâncias do conjunto COMPL, o algoritmo OPTKL foi de fato bem mais

eficiente que o KLL. Este último demandou um tempo excessivamente elevado para ins-

tâncias concave com 40 ou mais vértices, correlated com 45 ou mais e anti-correlated com

42 ou mais. Diz-se que, para tais instâncias, o KLL não terminou (NT) devido o tempo

exigido. Por esta razão, percebe-se que a curva do tempo do KLL, em função do tamanho

da instância, cresce muito mais rápido que a do OPTKL, para os três grupos. No que

se refere ao PLL e OPTPL, este último apresentou melhor desempenho que o primeiro

para instâncias concave, como se vê no gráfico da Figura 15, mas apresentou desempenho

inferior para as instâncias correlated e anti-correlated (ver os gráficos das Figuras 16 e 17,

respectivamente). Estes algoritmos, trabalhando com a ordem lexicográfica como relação

de preferência, devem gerar, claro, apenas um único ponto no espaço objetivo, mas geram

as várias possíveis árvores associadas a este mesmo ponto.

Tabela 13: Tempo despendido, em segundos, pelos algoritmos PLL, KLL, OPTPL eOPTKL aplicados às instâncias do conjunto COMPL

InstânciasPLL KLL OPTPL OPTKL

Conc. Corr. Anticorr. Conc. Corr. Anticorr. Conc. Corr. Anticorr. Conc. Corr. Anticorr.

5.1 0,001 0,001 0,001 0,001 0,001 0,001 0,001 0,001 0,001 0,001 0,001 0,001

7.1 0,001 0,001 0,001 0,01 0,01 0,01 0,001 0,001 0,001 0,001 0,001 0,001

10.1 0,001 0,001 0,001 0,3 0,2 0,16 0,001 0,001 0,001 0,001 0,001 0,001

12.1 0,01 0,01 0,01 1,42 0,66 0,79 0,01 0,01 0,01 0,01 0,001 0,01

Continua na próxima página

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94

Tabela 13 – continuação da página anterior

InstânciasPLL KLL OPTPL OPTKL

Conc. Corr. Anticorr. Conc. Corr. Anticorr. Conc. Corr. Anticorr. Conc. Corr. Anticorr.

15.1 0,06 0,03 0,03 10,32 4,75 4,65 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,06

17.1 0,2 0,05 0,05 46,1 17,74 13,32 0,03 0,09 0,1 0,1 0,14 0,13

20.1 0,22 0,12 0,12 231,67 49,23 43,55 0,14 0,26 0,25 0,16 0,42 0,4

22.1 0,24 0,21 0,2 161,22 109,51 69,22 0,28 0,48 0,49 0,7 0,87 0,94

25.1 0,55 0,4 0,38 846,74 299,19 237,04 0,56 1,14 1,15 1,05 2,06 2,05

27.1 1,98 0,6 0,59 3324,28 594,39 376,23 3,8 1,89 1,91 1,24 3,55 3,39

30.1 5,89 1,26 1,01 23475 1294,72 1135,59 3,19 3,86 3,86 3,21 7,44 6,59

33.1 9,02 1,63 1,63 23942,8 1288,38 2140,57 12,34 8,45 7,56 5,72 13,82 15,3

35.1 2,59 2,26 2,16 5047,79 4043,3 3456,21 11,4 11,22 11,02 16,22 23,13 23,39

38.1 4,93 3,4 3,77 12657,8 7207,91 5383,96 11,83 19,4 12,5 24,64 36,74 37,46

40.1 34,26 4,36 4,34 NT NT 10467,3 17,56 27,53 27,84 44,16 55,94 49,46

42.1 14,58 5,23 5,36 NT 8373,93 NT 85,28 39,15 40,14 45,95 74,38 73,35

45.1 57,23 7,5 8,56 NT NT NT 8,24 63,54 66,9 25,4 134,66 117,2

48.1 35734,8 11,05 12,42 NT NT NT 380,77 97,73 92,03 188,9 198,55 197,43

50.1 38,93 14,74 13,88 NT NT NT 136,33 135,81 136,64 139,54 237,34 294,22

Figura 15: Curvas do tempo despendido pelos algoritmos PLL, KLL, OPTPL e OPTKLem função do tamanho das instâncias concave do conjunto COMPL

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95

Figura 16: Curvas do tempo despendido pelos algoritmos PLL, KLL, OPTPL e OPTKLem função do tamanho das instâncias correlated do conjunto COMPL

Figura 17: Curvas do tempo despendido pelos algoritmos PLL, KLL, OPTPL e OPTKLem função do tamanho das instâncias anti-correlated do conjunto COMPL

A Tabela 14 detalha os resultados para os algoritmos PLU, KLU, CR e CBB. Os dois

primeiros apresentaram tempo muito baixo, em todas as instâncias, de todos os grupos.

Além disso, a variação de tempo do PLU e KLU, quando varia-se o tamanho da instância,

é muito pequena. Este resultado é coerente, haja vista que ambos os algoritmos retornam

apenas uma solução de compromisso (sem necessidade de construir todo o conjunto de

soluções maximais).

Diferentemente do algoritmo CR, o CBB não conseguiu terminar para todas as ins-

tâncias. Desta vez, contudo, diferentemente dos algoritmos analisados na Seção 4.3.1,

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96

dizer que o CBB “não terminou” não remete somente ao alto tempo despendido no pro-

cessamento, mas também ao consumo de memória. Como salientaram Galand, Perny e

Spanjaard (2010a), o CBB, conforme cresce o tamanho da instância, apresenta um altís-

simo consumo de memória, chegando a atingir o limite de 4GB. O CBB não terminou

para instâncias anti-correlated e concave com mais de 22 vértices, e correlated com mais

de 40 vértices. Os gráficos das Figuras 29, 30 e 31 do Apêndice A ilustram as curvas de

tempo para os algoritmos PLU, KLU, CR e CBB.

Tabela 14: Tempo despendido, em segundos, pelos algoritmos PLU , KLU , CR e CBBaplicados às instâncias do conjunto COMPL

InstânciasPLU KLU CR CBB

Conc. Corr. Anticorr. Conc. Corr. Anticorr. Conc. Corr. Anticorr. Conc. Corr. Anticorr.

5.1 0,001 0,001 0,001 0,001 0,001 0,001 0,04 0,04 0,03 0,001 0,001 0,001

7.1 0,001 0,001 0,001 0,001 0,001 0,001 0,09 0,07 0,07 0,001 0,01 0,01

10.1 0,001 0,001 0,001 0,001 0,001 0,001 0,1 0,11 0,11 0,01 0,001 0,001

12.1 0,001 0,001 0,001 0,001 0,001 0,001 0,15 0,13 0,15 0,001 0,02 0,15

15.1 0,001 0,01 0,001 0,001 0,01 0,001 0,21 0,24 0,16 0,03 0,22 0,04

17.1 0,001 0,001 0,001 0,01 0,001 0,001 0,2 0,24 0,26 0,05 0,06 4,55

20.1 0,01 0,001 0,01 0,001 0,001 0,001 0,29 0,32 0,4 0,45 0,39 NT

22.1 0,01 0,001 0,01 0,01 0,001 0,001 0,42 0,51 0,64 0,18 8,97 3152,37

25.1 0,01 0,01 0,001 0,001 0,01 0,01 0,75 0,48 0,68 NT 0,49 NT

27.1 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,78 0,81 0,58 NT 2,37 NT

30.1 0,01 0,02 0,01 0,01 0,02 0,01 1,19 0,91 0,79 NT 0,23 NT

33.1 0,01 0,02 0,02 0,01 0,02 0,02 1,34 1,15 1,13 NT 51,16 NT

35.1 0,02 0,02 0,02 0,01 0,02 0,02 1,1 1,38 1,36 NT 129,74 NT

38.1 0,03 0,02 0,03 0,02 0,03 0,02 1,86 1,61 2,1 NT 1,05 NT

40.1 0,03 0,04 0,03 0,02 0,04 0,03 1,89 2,5 2,12 NT NT NT

42.1 0,04 0,04 0,03 0,03 0,02 0,03 2,36 1,97 3,42 NT NT NT

45.1 0,05 0,04 0,04 0,04 0,04 0,03 3,37 2,54 3,3 NT NT NT

48.1 0,06 0,08 0,05 0,05 0,05 0,06 4,45 3,09 3,53 NT NT NT

50.1 0,06 0,07 0,07 0,06 0,05 0,05 2,36 3,69 2,96 NT NT NT

4.3.2.2 Experimentos com grafos grades

Ainda na análise de desempenho dos algoritmos baseados em preferência, apresentas-

se, pois, nesta subseção, os resultados referentes aos grafos grades, detalhados na Tabela

15 para os algoritmos PLL, KLL, OPTPL e OPTKL. Os gráficos das Figuras 18 e 19,

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97

desta subseção, ilustram a curva de crescimento do tempo destes algoritmos em função

do tamanho da instância. O OPTKL teve melhor desempenho que o KLL, em todas as

instâncias; a única exceção foi a de tamanho 6, cujo tempo, em ambos os algoritmos,

foi 0,001 segundos. Como esperado, a curva do KLL cresce mais rapidamente que a do

OPTKL. Por outro lado, diferentemente do que aconteceu para os grafos completos, o

OPTPL conseguiu ser melhor que o PLL, tanto para o grupo correlated, quanto para o

anti-correlated, conforme mostram os valores da tabela e das figuras já referenciadas.

Tabela 15: Tempo despendido, em segundos, pelos algoritmos PLL, KLL, OPTPL eOPTKL aplicados às instâncias GRID

No de

Vértices

PLL KLL OPTPL OPTKL

Corr. Anticorr. Corr. Anticorr. Corr. Anticorr. Corr. Anticorr.

6 0,001 0,001 0,001 0,001 0,001 0,001 0,001 0,001

12 0,001 0,001 0,01 0,01 0,001 0,001 0,001 0,001

18 0,001 0,001 0,05 0,05 0,001 0,001 0,001 0,001

20 0,001 0,001 0,09 0,08 0,001 0,001 0,001 0,001

24 0,001 0,001 0,26 0,24 0,001 0,001 0,001 0,001

27 0,01 0,01 0,45 0,46 0,001 0,001 0,001 0,001

30 0,01 0,01 1,02 0,61 0,001 0,001 0,01 0,01

33 0,02 0,02 1,03 1,04 0,01 0,001 0,01 0,01

36 0,02 0,02 1,44 1,48 0,01 0,01 0,02 0,02

38 0,02 0,02 1,47 1,85 0,001 0,001 0,02 0,02

40 0,03 0,03 2,78 2,73 0,01 0,02 0,04 0,04

42 0,03 0,03 3,48 3,7 0,01 0,02 0,04 0,04

44 0,04 0,04 4,12 4,07 0,02 0,02 0,05 0,05

48 0,05 0,05 8,88 6,12 0,04 0,03 0,07 0,07

50 0,06 0,06 9,04 9,25 0,04 0,04 0,09 0,09

52 0,05 0,05 6,64 5,33 0,02 0,02 0,06 0,06

55 0,08 0,08 11,48 10,8 0,06 0,06 0,13 0,14

58 0,07 0,07 10,02 8,19 0,02 0,03 0,1 0,1

60 0,1 0,11 17,1 18,1 0,1 0,1 0,18 0,2

63 0,1 0,11 17,38 18,88 0,05 0,05 0,19 0,19

66 0,15 0,14 34,54 28,44 0,13 0,12 0,28 0,28

68 0,11 0,1 17,09 19,48 0,06 0,03 0,19 0,18

70 0,18 0,18 32,81 34,43 0,16 0,17 0,36 0,36

75 0,22 0,21 48,97 44,22 0,2 0,14 0,43 0,44

77 0,24 0,24 68,46 58,37 0,17 0,19 0,54 0,52

80 0,28 0,27 74,58 62,44 0,25 0,22 0,64 0,62

82 0,19 0,21 37,44 38,51 0,09 0,08 0,36 0,38

86 0,22 0,22 49,44 66,19 0,08 0,1 0,46 0,46

Continua na próxima página

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98

Tabela 15 – continuação da página anterior

No de

Vértices

PLL KLL OPTPL OPTKL

Corr. Anticorr. Corr. Anticorr. Corr. Anticorr. Corr. Anticorr.

90 0,42 0,4 98,59 117,84 0,37 0,35 1,02 1,04

93 0,36 0,34 92,32 105,43 0,22 0,21 0,85 0,84

96 0,3 0,29 76,95 117,5 0,08 0,08 0,71 0,72

100 0,56 0,54 265,01 185,46 0,49 0,46 1,62 1,51

Figura 18: Curvas do tempo despendido pelos algoritmos PLL, KLL, OPTPL e OPTKLem função do tamanho das instâncias correlated do conjunto GRID

Figura 19: Curvas do tempo despendido pelos algoritmos PLL, KLL, OPTPL e OPTKLem função do tamanho das instâncias anti-correlated do conjunto GRID

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Tabela 16: Tempo despendido, em segundos, pelos algoritmos PLU , KLU , CR e CBBaplicados às instâncias GRID

No de

Vértices

PLU KLU CR CBB

Corr. Anticorr. Corr. Anticorr. Corr. Anticorr. Corr. Anticorr.

6 0,001 0,001 0,001 0,001 0,001 0,001 0,001 0,001

12 0,001 0,001 0,001 0,001 0,001 0,001 0,001 0,01

18 0,001 0,001 0,001 0,001 0,001 0,001 0,001 0,05

20 0,001 0,001 0,001 0,001 0,001 0,23 0,01 0,13

24 0,001 0,001 0,001 0,001 0,01 0,01 0,01 0,12

27 0,001 0,001 0,001 0,001 0,01 0,01 0,02 100,85

30 0,001 0,001 0,001 0,001 0,01 0,01 0,02 2,58

33 0,01 0,03 0,01 0,01 0,01 0,01 0,1 6,5

36 0,001 0,001 0,01 0,01 0,01 0,01 0,06 1406,79

38 0,001 0,001 0,01 0,01 0,01 0,01 0,04 843,67

40 0,001 0,001 0,01 0,01 0,01 0,01 0,09 610,03

42 0,001 0,001 0,01 0,01 0,01 0,01 0,09 1150,33

44 0,001 0,001 0,01 0,01 0,01 0,01 1,08 235,42

48 0,01 0,001 0,01 0,01 0,01 0,92 0,35 NT

50 0,001 0,001 0,01 0,01 0,01 0,01 0,62 NT

52 0,001 0,001 0,01 0,01 0,01 0,01 0,29 NT

55 0,001 0,01 0,01 0,02 0,01 0,01 1,12 NT

58 0,01 0,02 0,01 0,02 0,01 0,01 1,67 NT

60 0,01 0,02 0,01 0,02 0,01 0,01 21,68 NT

63 0,01 0,02 0,01 0,02 0,01 0,01 1,73 NT

66 0,01 0,02 0,01 0,02 0,01 1,53 4,99 NT

68 0,01 0,01 0,01 0,02 0,01 0,01 2,63 NT

70 0,01 0,02 0,01 0,02 0,01 0,01 20,14 NT

75 0,01 0,01 0,01 0,02 0,01 0,01 266,02 NT

77 0,01 0,01 0,01 0,02 0,01 0,01 NT NT

80 0,02 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 NT NT

82 0,01 0,02 0,01 0,02 0,01 0,01 NT NT

86 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 NT NT

90 0,02 0,01 0,02 0,01 0,01 0,01 NT NT

93 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 NT NT

96 0,01 0,01 0,01 0,01 0,02 0,03 NT NT

100 0,01 0,01 0,01 0,01 0,03 0,04 NT NT

Finalmente, apresenta-se, na Tabela 16, os resultados referentes aos algoritmos PLU,

KLU, CR e CBB, executados com instâncias grades. Os gráficos das Figuras 32 e 33,

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100

do Apêndice A, ilustram a curva de crescimento do tempo em função do tamanho da

instância. Novamente, os algoritmos PLU e KLU, que retornam uma única solução Pareto

ótima, consumem um tempo bastante pequeno. O algoritmo CR também apresentou um

tempo bastante reduzido, menos que 1 segundo, executo para a instância de tamanho 66

anti-correlated, que demandou 1,53 segundos; aliás, diga-se de passagem, mais uma vez se

confirma aqui, bem como para os grafos completos, a hipótese de que as instâncias anti-

correlated são mais difíceis de se tratar. Veja, por exemplo, o caso do algoritmo CBB, que,

por sua vez, não conseguiu terminar para instâncias correlated com mais de 75 vértices, e

anti-correlated com mais de 44. Novamente, esclarece-se que, no caso particular do CBB, o

consumo excessivo de memória, conforme previsto por Galand, Perny e Spanjaard (2010a),

cresce significativamente conforme cresce o tamanho da instância, chegando a inviabilizar

a execução do mesmo.

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101

5 Considerações finais

Este trabalho efetuou uma análise experimental dos algoritmos exatos aplicados ao

problema da Árvore Geradora Multiobjetivo, classificando-os de acordo com seus respec-

tivos métodos e desempenhos. De modo geral, o algoritmo de Sourd e Spanjaard (2008)

obtive o melhor desempenho para instâncias de grande porte. Porém, tal algoritmo, para

instâncias correlated de pequeno porte, apresentou um desempenho levemente inferior ao

do Steiner e Radzik (2003). Por outro lado, todos os algoritmos necessitaram de mais

tempo para executar instâncias do grupo anti-correlated, comparado aos outros grupos.

Mesmo para instâncias do tipo grade, as instâncias anti-correlated demandaram mais

tempo na execução de muitos algoritmos, alguns dos quais não conseguindo nem mesmo

terminar no intervalo de 10 horas. Mas, claro, é preciso reconhecer que, de modo geral,

comparado com grafos completos, os grafos grade demandaram bem menos esforço com-

putacional. Particularmente, no que concerne o algoritmo de programação inteira, não

somente o tamanho da instância influenciou no desempenho, mas também o tamanho da

Fronteira de Pareto. O algoritmo de Lokman e Köksalan (2013) é diretamente influenciado

pela quantidade de pontos eficientes, pois eles determinam a quantidade de iterações e,

consequentemente, a quantidade de modelos otimizados.

Os algoritmos baseados em preferência, por sua vez, têm seus desempenhos considera-

velmente afetados pela relação de preferência passada como parâmetro. Esta conclusão é

natural, pois, ao mudar a relação de preferência, muda-se todo o conceito de solução ótima

adotada pelo algoritmo. Constatou-se que, em alguns casos, os algoritmos de Alonso et al.

(2009) não foram melhores que os de Perny e Spanjaard (2005), com relação lexicográfica.

Além disso, no que se refere aos superconjuntos, pôde-se constatar que o Kruskal-like gera

superconjuntos mais enxutos que o Prim-like.

Por fim, pode-se concluir que este trabalho exerce importante contribuição para a área

de pesquisa em Algoritmos Experimentais, pois classifica os algoritmos exatos aplicados

à AGMO e relata, comparativamente, seus desempenhos computacionais.

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102

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APÊNDICE A -- Curvas do tempo em funçãodo tamanho das instâncias

Figura 20: Curva do tempo em escala aumentada em função do tamanho das instânciascorrelated do conjunto COMPL para os algoritmos que geram um conjunto de soluções

Figura 21: Curva do tempo em escala aumentada em função do tamanho das instânciasanti-correlated do conjunto COMPL para os algoritmos que geram um conjunto de soluções

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Figura 22: Curvas do tempo despendido pelos algoritmos SR e SS em função do tamanhodas instâncias correlated do conjunto COMPL

Figura 23: Curvas do tempo despendido pelos algoritmos SR e SS em função do tamanhodas instâncias anti-correlated do conjunto COMPL

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Figura 24: Curvas do tempo despendido pelos algoritmos SR e SS em função do tamanhodas instâncias concave do conjunto COMPL

Figura 25: Curvas do tempo despendido pelos algoritmos SR e SS em função do tamanhodas instâncias correlated do conjunto GRID

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Figura 26: Curvas do tempo despendido pelos algoritmos SR e SS em função do tamanhodas instâncias anti-correlated do conjunto GRID

Figura 27: Comparação entre as curvas de crescimento do tempo entre as instâncias doconjunto COMPL e GRID para o algoritmo SR

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Figura 28: Comparação entre as curvas de crescimento do tempo entre as instâncias doconjunto COMPL e GRID para o algoritmo SS

Figura 29: Curvas do tempo despendido pelos algoritmos PLU , KLU , CR e CBB emfunção do tamanho das instâncias concave do conjunto COMPL

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Figura 30: Curvas do tempo despendido pelos algoritmos PLU , KLU , CR e CBB emfunção do tamanho das instâncias correlated do conjunto COMPL

Figura 31: Curvas do tempo despendido pelos algoritmos PLU , KLU , CR e CBB emfunção do tamanho das instâncias anti-correlated do conjunto COMPL

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Figura 32: Curvas do tempo despendido pelos algoritmos PLU , KLU , CR e CBB emfunção do tamanho das instâncias correlated do conjunto GRID

Figura 33: Curvas do tempo despendido pelos algoritmos PLU , KLU , CR e CBB emfunção do tamanho das instâncias anti-correlated do conjunto GRID

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APÊNDICE B -- Ilustração da Fronteira dePareto e dos superconjuntosgerados pelo algoritmos PLS

e KLS

Figura 34: Fronteira de Pareto e superconjunto da instância 27.3 correlated do conjuntoCOMPL

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Figura 35: Fronteira de Pareto e superconjunto da instância 12.2 concave do conjuntoCOMPL

Figura 36: Fronteira de Pareto da instância 12.2 concave do conjunto COMPL

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Figura 37: Fronteira de Pareto e superconjunto da instância 12 anti-correlated do conjuntoGRID

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ANEXO A -- Axioma da independência

Todas as informações deste texto foram retiradas do artigo de Perny e Spanjaard

(2005). Os autores propuseram uma série de definições, lemas, teoremas e corolários a fim

caracterizar as relações de preferências que podem ser usadas com os algoritmos propostos.

Como se verá adiante, tais relações devem ser, pelo menos, quase-transitivas e satisfazer

o axioma da independência.

Definição 10 Dada uma relação binária , definida num conjunto E, então define-se

as consequentes relações e ∼, respectivamente, por:

∀e, e′ ∈ E, (e e′)↔ ((e e′)∧

(e′ 6 e))

∀e, e′ ∈ E, (e ∼ e′)↔ ((e e′)∧

(e′ e))

Definição 11 Dada uma relação binária , definida num conjunto E, o conjunto de

elementos maximais é definido por:

M(E,) = e ∈ E | ∀e′ ∈ E, (e′ 6 e)

Note que a relação é a versão estrita de . Dizer que e e′, significa que e é,

no mínimo, tão preferida quanto e′. Por outro lado, e e′ significa que e é estritamente

preferida a e′. Assim, dadoX ⊆ E, o conjunto de elementos maximaisM(X,) representa

o conjunto dos elementos ditos -eficientes.

Definição 12 Uma relação definida sobre um conjunto E é:

reflexiva, se, e somente se, ∀e ∈ E, e e

completa, se, e somente se, ∀e, e′ ∈ E, e e′ ou e′ e

antisimétrica, se, e somente se, ∀e, e′ ∈ E, ((e e′)∧

(e′ e))→ (e = e′)

transitiva, se, e somente se, e, e′, e′′ ∈ E, ((e e′)∧

(e′ e′′))→ (e e′′)

quase-transitiva, se, e somente se, é transitiva.

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Definição 13 Diz-se ser uma ordem parcial uma relação binária reflexiva, antissimétrica

e transitiva. Diz-se ser uma ordem completa a relação binária reflexiva, antissimétrica,

transitiva e completa.

Definição 14 Considere G = (V,) um grafo representando uma ordem parcial . Diz-se ser uma classificação topológica de G uma ordem completa estrita ′ em V tal que

′⊇

Definição 15 Diz-se que uma relação binária , sobre um conjunto E, satisfaz ao Axi-

oma da Independência se, e somente se, ∀A,B,C ∈P(E), tal que C ∩ (A ∪B) = ∅, é o

caso que (A B → A ∪ C B ∪ C).

De acordo com Perny e Spanjaard (2005), as ralações clássicas de minimização (≤) dosproblemas mono-objetivo satisfazem ao Axioma da Independência. No caso multiobjetivo,

a relação de preferência lexicográfica e de dominância também o satisfaz. Os teoremas e

corolários são provados pelo autores.

Teorema 2 Dada uma relação binária quase-transitiva que satisfaz o Axioma da Inde-

pendência, para qualquer árvore geradora -eficiente T existe uma ordenação topológica

do grafo de preferência em E, para o qual o algoritmo de Kruskal-like fornece T .

Corolário 1 Se é quase-transitiva e satisfaz o Axioma da Independência, então o

algoritmo de Kruskal-like fornece um superconjunto de M(T ,), onde T é o conjunto

de todas as árvore geradoras de G.

Lema 2 Seja X um conjunto e uma relação de preferência quase-transitiva em X.

Então, para qualquer conjunto finito Y ⊂ X tal que Y ∩M(X,) = ∅, então é verdade

que ∀y ∈ Y, ∃x ∈ X\Y, x y.

Teorema 3 Seja T uma árvore geradora -eficiente de G. Considere ainda Ω(T ) =

(v, w) ∈ E | v ∈ T e w ∈ V \T. Se é quase-transitiva e satisfaz ao Axioma da

Independência, então para qualquer Ω 6= ∅ de G, existe uma aresta em Ω ∩ T que é

-eficiente em Ω.

Corolário 2 Se é quase-transitiva e satisfaz o Axioma da Independência, então o

algoritmo de Prim-like fornece um superconjunto do conjunto das árvores -eficiente.

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ANEXO B -- Propriedades OptCUT(G) eOptPATH(G)

As definições e proposições relatados a seguir, bem como suas respectivas provas e

demonstrações, estão contidos no artigo de Alonso et al. (2009).

A partir das propriedades clássicas do corte e do ciclo atribuídas à AGM e apresen-

tadas em Hamacher e Ruhe (1994), Alonso et al. (2009) extraíram uma reformulação

generalizada aplicada ao problema multiobjetivo correspondente.

Em tudo, a seguir, considere um grafo G(V,E) conexo e não direcionado, onde V é o

conjunto de vértices, e E o de arestas. Seja ainda σ(G) o conjunto de árvores geradoras

de G.

Definição 16 Dado um par de vértices i, j ∈ V e T ∈ σ(G), define-se path〈T (i, j)〉 como

o conjunto de arestas em T que conectam os vértices i e j.

Definição 17 Dados e ∈ E e T ∈ σ(G), define-se cut〈T, e〉 = f ∈ E | T − e + f ∈σ(G).

Alonso et al. (2009) definem, sem perda de generalidade, sobre um conjunto arbitrário

X, uma relação binária pelo menos assimétrica e transitiva. Diz-se que:

∀x, y ∈ X, x ∼ y ↔ ((x 6 y) e (y 6 x));

∀x, y ∈ X, x y ↔ (x y ou x ∼ y);

∀X0 ⊆ X, X0 6= ∅,max X0 = x ∈ X0 | ∀y ∈ X0, se y x então y ∼ x

Definição 18 ∀x, y, z ∈ X, diz-se que uma relação binária é transitiva negativa se, e

somente se, x 6 y e y 6 z implica x 6 z.

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Definição 19 Para X0 ∈ X e ∀e, f ∈ X\X0, diz-se que a relação satisfaz a propriedade

da aditividade, se, e somente se, e f implica em X0 ∪ e X0 ∪ f.

Definição 20 Para X0 ∈ X e ∀e, f ∈ X\X0, diz-se que a relação satisfaz a propriedade

da simplificação, se, e somente se, E0 ∪ e ∼ E0 ∪ f implica e ∼ f .

Alonso et al. (2009) dizem que as propriedades cunhadas pelas Definições 19 e 20 são

asseguradas para a relação lexicográfica e de Pareto. Porém, a transitividade negativa não

é garantida pela relação de dominância de Pareto. Como contra-exemplo, basta observar

que, segundo Pareto, (1, 0) 6 (0, 1) 6 (2, 0), mas (1, 0) (2, 0).

Proposição 7 (Condição OptCUT (G)) Dado T ∈ σ(G), diz-se que T verifica a

generalização da prioridade do corte, se, e somente se, ∀e ∈ T,∀f ∈ cut〈T, e〉, se f e

então f ∼ e. Denota-se por OptCUT (G) o conjunto dessas árvores.

Proposição 8 (Condição OptPATH(G)) Dado T ∈ σ(G), diz-se que T verifica a

generalização da propriedade do caminho, se, e somente se, ∀f ∈ E\T , ∀e ∈ path〈T, f〉,se f e então f ∼ e. Denota-se por OptPATH(G) o conjunto dessas árvores.

Note que as Proposições 7 e 8 são generalizações diretas da Proposição 1 de Hamacher

e Ruhe (1994), apresentada na introdução deste documento.

Proposição 9 Para qualquer grafo direto e não direcionado G(V,E), tem-se que OptCUT (G) =

OptPATH(G).

Proposição 10 Dada uma relação de ordem definida sobre o conjunto das partes

de E, tem-se que se satisfaz as propriedades da aditividade e da simplificação, então

max σ(G) ⊆ OptCUT (G) = OptPATH(G)

A Proposição 10, provada por Alonso et al. (2009), dá pistas importantes sobre onde

encontrar as soluções ditas -eficientes ou maximais, ou seja, em OptCUT (G). Entre-

tanto, ela não garante que em OptCUT (G) haverá apenas tal sorte de solução. A definição

e proposição a seguir ajudam a restringir a Proposição 10.

Definição 21 Dada uma relação de ordem definida sobre o conjunto das partes de E,

diz-se que tal relação satisfaz à propriedade da aditividade forte, se, para qualquer E0 ⊆ E

e quaisquer e, f ∈ E\E0, for o caso que e f ↔ E0 ∪ e E0 ∪ f.

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120

Proposição 11 Se a relação verifica a aditividade forte e é, ao mesmo, transitiva

negativa, então: max σ(G) = OptCUT (G) = OptPATH(G).

Finalmente, note que a propriedade da aditividade forte aqui estabelecida possui um

papel análogo ao do Axioma da Independência, provado por Perny e Spanjaard (2005)

(ALONSO et al., 2009).

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ANEXO C -- Integral de Choquet

As definições e asserções deste texto estão contidos em Galand, Perny e Spanjaard

(2010a). Para entender a integral de Choquet, considere um grafo G(V,E) e, sem perda

de generalidade, f : E → Nn uma função de ponderação para cada aresta, na forma

f(e) = (f1(e), ..., fn(e)), com fi : E → N e i ∈ N = 1, ..., n.

Definição 22 (Capacidade) Chama-se de capacidade a função de conjuntos v : 2N →[0, 1] tal que v(∅) = 0, v(N) = 1 e ∀A,B ∈ 2N , A ⊆ B ⇒ v(A) ≤ v(B).

Dado um A ⊆ N qualquer, então diz-se que v(A) representa a importância da coalizão

A. Dada uma função capacidade v, a Integral de Choquet de um vetor x ∈ Nn é definida

por:

Cv(x) =∑n

i=1[v(X(i))− v(X(i+1))]x(i) =∑n

i=1[x(i) − x(i−1)]v(X(i))

onde os índices entre parênteses (.) consistem numa permutação em 1, . . . , n tal que

0 = x(0) ≤ x(1) ≤ . . . ≤ x(n), X(i) = j ∈ N, xj ≥ x(i) = (i), (i+ 1), . . . , (n) para i ≤ n

e X(n+1) = ∅. Note que, segundo tal definição, para todo i, tem-se que X(i+1) ⊆ X(i),

donde se conclui que v(X(i)) ≥ v(X(i+1)). Ademais, ainda de acordo com a equação que

define Choquet, pode-se dizer que a integral generaliza a noção clássica de média, onde

para um dado vetor x = (x1, . . . , xn), o custo é maior ou igual a x(1) em todos os critérios

pertencentes a X(1), o qual representa um peso de v(X(1)) = 1; então o custo é maior que

x(2), em todos os critérios pertencentes a X(2) que representa um incremente x(2) − x(1)

com peso v(X(2)), e assim por diante. A integral é obtida portanto pela agregação dos

incrementos marginais x(i) − x(i−1) ponderados por v(X(i)).

A integral de Choquet pode ser utilizada com uma função utilitária a ser maximizada

ou uma não-utilitária a ser minimizada. Trabalhando com o segundo caso, sendo os custos

inteiros pertencentes a [1,M ], onde M é um inteiro positivo, é possível usar uma função

estritamente crescente w[0,M ] → R+ tal que w(x) representa a função não-utilitária de

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custo x. Define-se o modelo Choquet Expected Disutility (CED) a partir de uma função w

e uma capacidade v, tal que:

ψwv (x) = Cv(w(x1), . . . , w(xn))

Definição 23 (Preferência por Pontos Interiores) Uma relação de preferência definida sobre os vetores de custo Nn satisfaz a dita preferência por pontos interiores se,

para qualquer x1, . . . , xp ∈ Nn, e para todo α1, . . . , αp ≥ 0 tal que∑p

i=1 αi = 1, tem-se:

[x1 ∼ x2 ∼ . . . ∼ xp]⇒∑p

i=1 αixi xk, k = 1, . . . , p

onde ∼ é relação de indiferença de .

Definição 24 Uma capacidade v é dita convexa (ou supermodular) quando, ∀A,B ⊆ N ,

v(A∪B)+v(A∩B) ≥ v(A)+v(B). Ela é dita côncava (ou submodular) quando ∀A,B ⊆ N ,

v(A ∪B) + v(A ∩B) ≤ v(A) + v(B).

Galand, Perny e Spanjaard (2010a) dizem que, para o caso de minimização, a fim de

exibir a preferência por pontos interiores, deve-se utilizar o modelo CED com uma função

capacidade côncava e uma função não-utilitária convexa. Além disso, qualquer capacidade

v pode ser associada a uma capacidade dual v, definida por v(A) = 1−v(N\A), ∀A ⊆ N .

É fácil perceber que v é côncava quando v é convexa e vice-versa. A definição a seguir

será importante para a determinação da fase de escalarização dos algoritmos propostos

por Galand, Perny e Spanjaard (2010a)

Definição 25 Seja v uma capacidade côncava, com v(A) + v(N\A) ≥ 1 e v(A) ≤ v(A).

Diz-se, pois, que o core de v é core(v) = λ ∈ L | v(A) ≤ λ(A) ≤ v(A), onde L é

conjunto das capacidades aditivas definidas em 2N .

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ANEXO D -- Parâmetros para geração dasinstâncias COMPL (DRUMOND,2012)

Tabela 17: Parâmetros utilizados para geração das instâncias COMPL (DRUMOND, 2012)

InstânciaConc. Corr. Anticorr.

ζ η β β

5.1 0, 15 0, 25 0, 2 −0, 25.2 0, 2 0, 3 0, 5 −0, 55.3 0, 22 0, 4 0, 85 −0, 857.1 0, 1 0, 25 0, 2 −0, 27.2 0, 14 0, 33 0, 5 −0, 57.3 0, 2 0, 3 0, 85 −0, 8510.1 0, 06 0, 15 0, 2 −0, 210.2 0, 13 0, 2 0, 5 −0, 510.3 0, 16 0, 27 0, 85 −0, 8512.1 0, 06 0, 15 0, 2 −0, 212.2 0, 08 0, 2 0, 5 −0, 512.3 0, 12 0, 25 0, 85 −0, 8515.1 0, 05 0, 12 0, 2 −0, 215.2 0, 08 0, 23 0, 5 −0, 515.3 0, 12 0, 2 0, 85 −0, 8517.1 0, 04 0, 12 0, 2 −0, 217.2 0, 06 0, 25 0, 5 −0, 517.3 0, 09 0, 2 0, 85 −0, 8520.1 0, 025 0, 1 0, 2 −0, 220.2 0, 05 0, 15 0, 5 −0, 520.3 0, 1 0, 27 0, 85 −0, 8522.1 0, 02 0, 15 0, 2 −0, 222.2 0, 045 0, 25 0, 5 −0, 522.3 0, 08 0, 2 0, 85 −0, 85

Continua na próxima página

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124

Tabela 17 – continuação da página anterior

InstânciaConc. Corr. Anticorr.

ζ η β β

25.1 0, 02 0, 1 0, 2 −0, 225.2 0, 09 0, 25 0, 5 −0, 525.3 0, 17 0, 4 0, 85 −0, 8527.1 0, 025 0, 12 0, 2 −0, 227.2 0, 04 0, 19 0, 5 −0, 527.3 0, 09 0, 25 0, 85 −0, 8530.1 0, 017 0, 09 0, 2 −0, 230.2 0, 03 0, 18 0, 5 −0, 530.3 0, 12 0, 27 0, 85 −0, 8533.1 0, 022 0, 09 0, 2 −0, 233.2 0, 03 0, 14 0, 5 −0, 533.3 0, 04 0, 35 0, 85 −0, 8535.1 0, 02 0, 18 0, 2 −0, 235.2 0, 028 0, 15 0, 5 −0, 535.3 0, 05 0, 27 0, 85 −0, 8538.1 0, 008 0, 18 0, 2 −0, 238.2 0, 026 0, 28 0, 5 −0, 538.3 0, 03 0, 35 0, 85 −0, 8540.1 0, 01 0, 1 0, 2 −0, 240.2 0, 025 0, 15 0, 5 −0, 540.3 0, 05 0, 27 0, 85 −0, 8542.1 0, 015 0, 2 0, 2 −0, 242.2 0, 022 0, 15 0, 5 −0, 542.3 0, 08 0, 26 0, 85 −0, 8545.1 0, 01 0, 1 0, 2 −0, 245.2 0, 018 0, 2 0, 5 −0, 545.3 0, 03 0, 3 0, 85 −0, 8548.1 0, 014 0, 09 0, 2 −0, 248.2 0, 02 0, 15 0, 5 −0, 548.3 0, 05 0, 25 0, 85 −0, 8550.1 0, 01 0, 15 0, 2 −0, 250.2 0, 03 0, 3 0, 5 −0, 550.3 0, 1 0, 5 0, 85 −0, 85