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ANÁLISE DO MERCADO DE CÂMBIO Editado pelo DEPARTAMENTO DE CÂMBIO Jan/Mar Brasília Análise do Mercado de Câmbio 1999 Ano 07

ANÁLISE DO MERCADO DE CÂMBIO€¦ · opinião e dos agentes do mercado. Na se-qüência, ... Fev 4,11 - 2,35 -1,69 -18,55 -38,79 Mar -16,60 - 3,29 23,85 1.202,68 -24,19 1º Tri

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ANÁLISEDO

MERCADO DE CÂMBIO

Editado peloDEPARTAMENTO DE CÂMBIO

Jan/MarBrasíliaAnálise do Mercado de Câmbio 1999 Ano 07

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ANÁLISE DO MERCADO DE CÂMBIO . Brasília: Banco Central do Brasil,1993- Trimestral

1. Câmbio. 2. Câmbio - Legislação. 3. Economia - Brasil. I. BancoCentral do Brasil.

CDU 336.745

Trabalho elaborado pela Consultoria de Acompanhamento do Mercado de Câmbio - CONACEditoração: DECAM/Colog

As opiniões expressas no trabalho não representam, necessariamente, a posição oficial doBanco Central do Brasil. É permitida a reprodução total ou parcial das matérias, desde quecitada a fonte. Comentários e sugestões podem ser encaminhados ao Departamento deCâmbio por intermédio do correio eletrônico do SISBACEN, do E-MAIL ou do endereço etelefones abaixo.

Banco Central do BrasilDiretoria de Assuntos Internacionais - DIREXDepartamento de Câmbio - DECAMSBS Quadra 3 Bloco BEdifício Sede 3º andar70074-900 Brasília (DF) BRASILTel.: (061) 414-1698/1689/2275Fax: (061) 414-2410E-Mail: [email protected]

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Análise do Mercado de Câmbio - 1º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 3

SUMÁRIO

Índice de Tabelas e Gráficos ..................................................................................... 05

APRESENTAÇÃO ........................................................................................... 09

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 13

2. POLÍTICA CAMBIAL ......................................................................................... 17

3. MERCADO DE CÂMBIO ................................................................................. 31

4. SEGMENTO DE TAXAS LIVRES

4.1. Balança Comercial Cambial .................................................................. 414.2. Movimento Financeiro ............................................................................ 49

5. SEGMENTO DE TAXAS FLUTUANTES ...................................................... 61

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Análise do Mercado de Câmbio - 1º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 5

Índice de Tabelas e Gráficos

2 - POLÍTICA CAMBIAL

Tabelas

2.1 - Variação Cambial X CDI....................................................................... 17

2.2 - Posição de Câmbio do Mercado - Fechamento Mensal .......................... 21

2.3 - Compra/Venda Líquida de Divisas pelo Banco Central ........................ 222.4 - Reservas Internacionais ...................................................................... 23

2.5 - Mudanças nas Bandas e Intrabandas Cambiais .................................. 24

2.6 - Leilões Realizados pelo Banco Central ............................................... 25

Gráficos

2.1 - Intrabandas e Cotações Cambiais........................................................ 18

2.2 - Resultado Diário - Mercado Livre ........................................................... 19

2.3 - Aquisições Líquidas do Bacen ............................................................. 21

2.4 - Posição do Sistema Bancário ............................................................. 22

2.5 - Reservas Internacionais .................................................................. ... 26

Quadro

2.1 - Alterações nas Disposições sobre Limites de Posição de

Câmbio ............................................................................................... 20

3 - MERCADO DE CÂMBIO

Tabelas

3.1 - Operações de Câmbio Contratadas..................................................... 31

3.2 - Fluxo no Mercado Primário .................................................................. 33

3.3 - Operações Comerciais e Financeiras - Média Diária -

Câmbio Contratado ................................................................................. 34

3.4 - Interbancário - Volume Negociado .......................................................... 35

3.5 - Distribuição por Segmento .................................................................. 36

Gráficos

3.1 - Mercado de Câmbio - Giro Total ............................................................ 32

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Análise do Mercado de Câmbio - 1º Trimestre 1999

Departamento de Câmbio6

3.2 - Mercado Cambial - Movimento Primário - Média Móvel Diária dos

Últimos 12 Meses - Segmento Livre .......................................................... 34

3.3 - Média Diária do Interbancário .............................................................. 35

3.4 - Relação Interbancário X Primário - ........................................................ 36

4 - SEGMENTO DE TAXAS LIVRES

4.1 Balança Comercial Cambial

Tabelas

4.1.1 - Câmbio Contratado - Fluxo............................................................ 41

4.1.2 - Balança Comercial Física ............................................................ 43

4.1.3 - Câmbio Comprado a Liquidar - Exportação ................................... 454.1.4 - Formas de Contratação das Exportações .................................... 46

4.1.5 - Saldos Contábeis Mensais das Linhas de Crédito ....................... 474.1.6 - Prazo Médio Previsto p/ Liquidação dos Contratos de

Exportação.................................................................................... 48

Gráficos

4.1.1 - Contratações de Exportação ........................................................ 42

4.1.2 - Contratações de Importação ........................................................ 42

4.1.3 - Exportações Físicas .................................................................... 43

4.1.4 - Importações Físicas ..................................................................... 43

4.1.5 - Importações Cambiais X Físicas .................................................. 44

4.1.6 - Exportações Cambiais X Físicas ................................................. 44

4.1.7 - Câmbio Comprado a Liquidar - Exportação - Saldo Contábil ............ 45

4.1.8 - Formas de Contratação das Exportações .................................... 464.1.9 - Saldos Contábeis das Linhas de Crédito ...................................... 47

4.2 Movimento Financeiro

Tabelas

4.2.1 - Operações Financeiras - Câmbio Contratado................................. 49

4.2.2 - Segmento Livre - Ingressos Financeiros - Câmbio Contratado ........... 50

4.2.3 - Segmento Livre - Remessas Financeiras - Câmbio Contratado .......... 51

4.2.4 - Transferências Financeiras - Ingressos Líquidos -

Câmbio Contratado .......................................................................... 54

Gráficos

4.2.1 - Saldo Financeiro Mensal - Câmbio Contratado - 1997/99 ................. 49

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Análise do Mercado de Câmbio - 1º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 7

4.2.2 - Saldo Financeiro Acumulado em 12 meses -

Câmbio Contratado - 1997/99........................................................... 50

4.2.3 - Ingressos de Investimentos Diretos - Câmbio Contratado - 1997/99. 52

4.2.4 - Investimento Direto Líquido - Acumulado em 12 meses -

Câmbio Contratado - 1997/99 ........................................................... 53

4.2.5 - Resolução nº 1.289 - Anexos I a V - Contratação Líquida - 1997/99. 534.2.6 - Ingressos de Capital Estrangeiro - Câmbio Contratado - 1997/99..... 544.2.7 - Fundos de Privatização e Renda Fixa - Capital Estrangeiro -

Ingressos Contratados - 1997/99 ...................................................... 55

4.2.8 - Remessas de Serviços - Câmbio Contratado - 1997/99 ................... 55

4.2.9 - Capital Estrangeiro: Empréstimos X Amortizações - Câmbio

Contratado Acumulado em 12 meses - 1997/99 ................................. 56

4.2.10- Capital Estrangeiro: Empréstimos X Amortizações - Câmbio

Contratado - 1997/99 ...................................................................... 56

4.2.11 - Capital Estrangeiro: Investimento Direto X Lucros - Câmbio

Contratado Acumulado em 12 meses - 1997/99 ................................. 57

4.2.12 - Capital Estrangeiro: Investimento Direto X Lucros - Câmbio

Contratado - 1997/99 ...................................................................... 58

5 - SEGMENTO DE TAXAS FLUTUANTES

Tabelas

5.1 - Fluxo Total .......................................................................................... 62

5.2 - Operações entre Instituições ............................................................. 64

5.3 - Operações com Clientes ................................................................... 66

5.4 - Viagens Internacionais ...................... ................................................ 675.5 - Transferências Unilaterais - Principais Rubricas ................................... 68

5. 6 - Transferências Unilaterais - Rubricas e Países Selecionados ................ 69

5.7 - Movimento de Câmbio do Segmento de Taxas Flutuantes - Fluxo

Primário - 1989/99 ................................................................................. 71

Gráficos

5.1 - Posição de Câmbio do Segmento Flutuante - 1998/99 ....................... 61

5.2 - Volume Total Negociado (Turnover) - 1997/99 .................................... 635.3 - Operações com Instituições no Exterior - Remessas (por países de do-

micílio das Instituições) - 1997/99............................................................ 65

5.4 - Cartões de Crédito Internacionais - Saldo Líquido e Média

Diária - 1996/99...................................................................................... 68

5.5 - Cartões de Crédito Internacionais - Ingressos e Remessas - valor

médio diário - 1996/99............................................................................. 69

5.6 - Fluxo Primário Líquido Diário - Operações com Clientes e

Operação com Instituições no Exterior - julho/1998 a março/1999 .............. 70

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Análise do Mercado de Câmbio - 1º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 9

APRESENTAÇÃO

A presente edição do boletim Análise do Mercado de Câmbio, referente ao primeirotrimestre de 1999, é a terceira que o Departamento de Câmbio divulga via Internet.Como as anteriores, esta pode ser acessada nas versões HTML e PDF.

Este trabalho, que nasceu da necessidade interna de análise permanente do fluxoprimário de divisas, passou a ser publicado em 1994, em atenção a demandas de di-versos setores da sociedade. Contínuos aumentos de tiragem tornaram onerosos oscustos de impressão e levaram o Banco Central a decidir pela utilização do ambienteeletrônico.

Não obstante, como essa alternativa reduz exclusivamente o custo dos insumose de utilização de máquinas e equipamentos gráficos, poderemos considerar a possibi-lidade de retomada da edição impressa, desde que haja demanda sob a condição derateio desses custos.

Eventuais interessados podem formalizar seus pedidos ao Departamento de Câm-bio via e-mail [email protected] ou correio eletrônico do SISBACEN, usando comoreferência a expressão “CONAC – boletim impresso”. O atendimento ficará condicionadoà existência de número de interessados que permita preço final julgado razoável poreste órgão.

Comentários, críticas e sugestões são bem vindos e podem ser feitos pelos meioseletrônicos já indicados e pelos telefones (061) 414-1698; 414-1689 e 414-2275.

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1. INTRODUÇÃO

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Análise do Mercado de Câmbio - 1º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 13

1. INTRODUÇÃO

A presente edição, que cobre o primeiro trimestre de1999, temcomo destaque absoluto a decisão pela livre flutuação da taxa de câm-bio, ocorrida em janeiro. Esse tema, com considerações e informaçõessobre o fluxo financeiro nos dias imediatamente anteriores à essamedida, e a unificação das posições de câmbio dos segmentos Livree Flutuante, com a conseqüente fixação de limite de posição que passaa ser chamado de posição do mercado, recebem análise em POLÍTI-CA CAMBIAL.

Os principais reflexos dessas decisões são comentados nos de-mais capítulos deste trabalho, valendo chamar a atenção para a bruscaqueda no movimento global do mercado, retratada em MERCADO DECÂMBIO; o forte movimento de saídas de capitais, especialmente nomês de janeiro, e a continuidade dos ingressos a título de InvestimentosDiretos, mostrados em MOVIMENTO FINANCEIRO; a mais baixa parti-cipação do ACC no financiamento às exportações, desde 1990, pelomenos, e a queda nas contratações de importação, que é matéria deBALANÇA COMERCIAL CAMBIAL; e o impacto da unificação das posi-ções de câmbio no interbancário do Flutuante, que é objeto de cuidadosno capítulo SEGMENTO DE TAXAS FLUTUANTES.

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2. POLÍTICA CAMBIAL

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Análise do Mercado de Câmbio - 1º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 17

2. POLÍTICA CAMBIAL

A partir de 15 de Janeirode 1999, o mercado cambialbrasileiro passou a operar sobregime de livre flutuação da ta-xa de câmbio.

Até o último mês do tri-mestre anterior, como se vêda tabela 2.1, o Banco Centralvinha conseguindo orientar ocomportamento da taxa decâmbio, com parcimoniosas eprevisíveis desvalorizaçõesindicadas pelos intervalos deintrabanda, graças à atuaçãofirme de sua mesa de câmbio,especialmente dando liquidezao mercado, nos momentosde maior pressão. A partir doinício de janeiro, contudo, a con-fluência de fatos negativos, tantode ordem econômica quantopolítica, passaram a instigar onervosismo e insegurança domercado, fomentando climanegativo sinalizador da iminên-cia de mudanças na políticacambial então vigente.

O ano, que começara com especu-lações sobre revisão do acordo com o FMI,por conta de substancial queda nas reser-vas cambiais nos meses precedentes, re-cebeu o reforço da declaração formal demoratória, por noventa dias, do governo doEstado de Minas Gerais, o que passou apautar as matérias do jornalismo econô-mico e o humor de outros formadores deopinião e dos agentes do mercado. Na se-qüência, vieram especulações sobre mu-danças no Banco Central e no Ministério

da Fazenda; quedas históricas do índiceBOVESPA, com influência nas principaisbolsas latino-americanas e mesmo euro-péias; demanda por maior remuneraçãoem leilões de títulos do Tesouro Nacional;queda de preço dos títulos soberanos doBrasil e outros países emergentes; e re-dução drástica da credibilidade do País.

Em função de todo esse quadro ne-gativo afetando diretamente os agenteseconômicos, passou a haver forte deman-

2.1 - Variação Cambial x CDI

1998 1/ 8,27 7,88 28,58 18,77 18,77 18,77 Jan 0,65 0,63 2,67 2,00 26,87 2,00 Fev 0,60 0,60 2,11 1,50 19,63 3,54 Mar 0,62 0,62 2,18 1,55 20,29 5,14

1º Tri 2/ 1,88 1,86 7,12 5,14 22,22 5,14 Abr 0,61 0,64 1,69 1,08 13,72 6,28 Mai 0,54 0,66 1,63 1,08 13,79 7,43 Jun 0,56 0,63 1,60 1,04 13,19 8,54

2º Tri 2/ 1,71 1,94 5,00 3,23 13,57 8,54 Jul 0,56 0,61 1,69 1,12 14,32 9,76 Ago 1,16 0,63 1,47 0,31 3,74 10,10 Set 0,74 0,69 2,49 1,74 22,97 12,01

3º Tri 2/ 2,48 1,94 5,75 3,19 13,40 12,01 Out 0,64 0,67 2,93 2,27 30,98 14,56 Nov 0,67 0,61 2,58 1,90 25,29 16,73 Dez 0,62 0,62 2,38 1,74 23,07 18,77

4º Tri 2/ 1,95 1,91 8,10 6,03 26,40 18,77 1999 1/ 42,47 65,17 8,01 -24,19 -24,19 -24,19

Jan 64,08 65,17 2,17 -37,73 -99,66 -37,73 Fev 4,11 - 2,35 -1,69 -18,55 -38,79 Mar -16,60 - 3,29 23,85 1.202,68 -24,19

1º Tri 2/ 42,47 - 8,01 -24,19 -66,96 -24,19

Fonte: Sisbacen

Notas:1/ Acumulado no ano;2/ Acumulado no trimestre, com exceção da coluna "CDI/US$ Livre-Anualizado", cujo valor é a média geométrica anualizada do trimestre;3/ Variação da taxa de venda, fechamento;4/ Diferencial bruto de rentabilidade.5/ A partir de 1º.02.99, as posições de câmbio dos mercados livre e flutuante foram unificadas (Resolução nº 2.588, de 25.0.99).

(%)CDI/

US$ Livre(ao mês)

4/

CDI/US$ LivreAnualizado

4/

CDI/US$ Livre

AcumuladoPeríodo

US$/Livre

(ao mês)3/

US$/Flutuante(ao mês)

3/ 5/

CDI

(ao mês)

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Análise do Mercado de Câmbio - 1º Trimestre 1999

Departamento de Câmbio18

da por dólares, forçando o Banco Central avender grandes quantidades da moeda es-trangeira em defesa do real. Além das fortesremessas efetuadas para o exterior e virtualesgotamento dos ingressos por parte de in-vestidores, a situação havia sido agravadapela disposição das instituições financeirasem manter forte posição comprada.

A pressão no nível de reservas inter-nacionais, a partir da segunda semana dejaneiro, foi bastante significativa, especial-mente a partir do dia 12 de janeiro, com oápice do movimento de remessas ocorren-do no dia 14. Só nesse dia, saíram pelo Seg-mento Livre, em termos líquidos, US$ 1.283milhões (20,4% do total verificado no mês).Pelo Flutuante, as remessas líquidas alcan-çaram, também apenas no dia 14, US$ 501,2milhões, cerca de 24% do total de saídaslíquidas de todo o mês.

Assim, como desfecho da forte pres-são vivida no mercado no início do ano, osistema de bandas, depois de quase quatroanos de implantado, foi formalmente aban-donado pelo Banco Central do Brasil, em18.01.1999, então sob o comando do Dr.Francisco Lopes, que sucedia o Dr. Gus-tavo Franco desde o dia 13 de janeiro. Co-mo medida inicial, a nova diretoria, atravésdo Comunicado nº 6.560, de 13.01.1999,

estabeleceu nova sistemática de atuaçãodo Banco, acompanhada de correção doslimites de piso e teto da banda larga, quepassavam a ser de R$/US$ 1,20 e R$/1,32.

Essa nova forma de orientação da ta-xa de câmbio, tecnicamente chamada“banda diagonal”, implicava basicamenteo abandono do regime de intrabandas, co-mo delimitador bastante estreito das inter-venções do Banco Central e da maior au-tonomia do mercado na definição da taxa;e, conseqüentemente, o alargamento dafaixa de flutuação da taxa, que passava aser de R$ 0,12, abrindo a possibilidade devariação de aproximadamente 4,76%, paramais ou para menos, a partir do centro danova banda, que era de R$/US$ 1,26. Alémdisso, estavam previstos ajustes do pisoou teto, a cada três dias úteis, conforme ocomportamento efetivo da taxa de câmbionesse período, definida pela média de ven-da da PTAX, observadas as formulaçõesmatemáticas apresentadas no Comunica-do nº 6.560. Não obstante, o novo regimenão logrou conquistar a confiança do mer-cado e o resultado acabou sendo alto volu-me de saídas financeiras; reversão da po-sição de câmbio dos bancos e pressão so-bre a taxa que, no mesmo dia, alcançavao novo teto, com a prática de negócios aci-ma do limite, ao final do dia.

2.1 - Intrabandas e Cota ções Cambiais

1,1750

1,3179

1,4607

1,6036

1,7464

1,8893

2,0321

2,1750

04/0

1

06/0

1

08/0

1

12/0

1

14/0

1

18/0

1

20/0

1

22/0

1

26/0

1

28/0

1

01/0

2

03/0

2

05/0

2

09/0

2

11/0

2

17/0

2

19/0

2

23/0

2

25/0

2

01/0

3

03/0

3

05/0

3

09/0

3

11/0

3

15/0

3

17/0

3

19/0

3

23/0

3

25/0

3

29/0

3

31/0

3

Livre FlutuanteLimites da Intrabanda Cambial Leilões de SpreadFonte: Sisbacen

Notas: 1/ A partir de 15.01, a taxa de câmbio passou a ser definida livremente pelo mercado, podendo o Bacen intervir p/conter movimentos desordenados; 2/ A partir de 01.02, as posições de câmbio dos mercados livre e flutuante foram unificadas (Resolução nº 2.588, de 25.01.99).

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Análise do Mercado de Câmbio - 1º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 19

Essa situação levou o Banco Cen-tral a emitir, em 15.01.1999, o Comunicadonº 6.563, informando que, naquele dia, seabsteria de operar no mercado de câmbio,o que implicava a suspensão temporáriado regime de bandas. Na Segunda-feira,dia 18, pressionado pela desconfiança enervosismo do mercado e premido por in-junções políticas que colocavam em che-que a solidez do Plano Real, o Banco Cen-tral, através do Comunicado nº 6.565, de18.01.1999, informou à sociedade que, apartir daquela data, deixaria que o mercadodefinisse a taxa de câmbio, nos segmentosLivre e Flutuante, vindo a intervir, ocasio-nalmente, com o objetivo de conter movi-mentos desordenados da taxa de câmbio.Era a extinção do regime de bandas cambiais,iniciado em 06.03.1995, em resposta a preo-cupações com a então recente crise cambialocorrida no México, no final do ano anterior. Asconseqüências da extinção do regime de ban-das estão refletidas nos números do mercadode câmbio que são analisados em seguida,neste e nos demais capítulos.

Outro importante destaque do trimes-tre refere-se a mudanças envolvendo a po-sição de câmbio. Na semana seguinte àdecisão pela livre flutuação da taxa de câm-bio, a Resolução nº 2.588, de 25.01.1999,determinou a unificação das posições de

câmbio do Segmento de Câmbio de TaxasFlutuantes com o Segmento de Câmbio deTaxas Livres, vigorando a partir de 1º defevereiro de 1999.

Com amparo nessa Resolução, aCircular nº 2.857, da mesma data, estabe-leceu que os bancos com operações nosdois mercados de câmbio – Livre e Flutu-ante – passariam, no dia 1 de fevereiro, apoder manter posição de câmbio compra-da de US$ 6 milhões (o limite anterior erade US$ 5 milhões), tendo de depositar noBanco Central o excedente a esse valor.Por outro lado, os bancos credenciados aoperar apenas no mercado de taxas flutuan-tes continuaram tendo que depositar no Ban-co Central o valor que ultrapassasse US$ 1milhão. Também ficou mantido, para os mes-mos fins de posição comprada, o valor deUS$ 500 mil para sociedades corretoras, so-ciedades distribuidoras de títulos e valoresmobiliários e sociedades de crédito, finan-ciamento e investimento credenciadas a ope-rar no Segmento Flutuante.

Com relação ao limite de posição decâmbio vendida, a Circular nº 2.857 deter-minava que, para bancos que operassemno Livre e no Flutuante, o novo limite a partirde 1 de fevereiro corresponderia à somados limites da instituição nos dois segmen-

2.2 - Resultado Diário - Mercado Livre

-1.400

-1.200

-1.000

-800

-600

-400

-200

0

200

400

04 J

an

07 J

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02 F

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02 M

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ilhõe

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Fonte: Sisbacen

Nota: Inclui exportações, importações, ingressos e remessas financeiras.

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Análise do Mercado de Câmbio - 1º Trimestre 1999

Departamento de Câmbio20

tos. Para os bancos credenciados a operarapenas no Flutuante, ficava mantido o li-mite correntemente fixado. Sociedadescorretoras, sociedades distribuidoras de tí-tulos e valores mobiliários e sociedades decrédito, financiamento e investimento cre-denciadas a operar no Segmento Flutuantecontinuavam a ter o limite fixado em zero.

Ainda no mesmo dia, 25 de janeiro,foi editada a Circular nº 2.858, que aumen-tava os limites de posição vendida em50%, vigorando a partir do dia seguinte. As-sim, do dia 26 de janeiro até o dia 1º defevereiro, bancos que operavam no Seg-mento Livre tiveram os limites ampliadospara até US$ 22,5 milhões, enquanto noSegmento Flutuante o limite chegava atéUS$ 11,25 milhões.

Com a unificação das posições pre-vista para ocorrer a partir de 01.02.1999,os novos limites de posição de câmbio ven-

dida para bancos que operassem no Livree no Flutuante seriam de até US$ 33,75milhões (soma dos limites nos dois seg-mentos). Para os bancos que operassemapenas no Flutuante, o limite continuariaem até US$ 11,25 milhões. Entretanto, taislimites não chegaram a ser efetivamenteutilizados em virtude da edição da Circularnº 2.860, de 01.02.1999, que ampliou oslimites de posição vendida para o corres-pondente a 100% do patrimônio líquidoajustado de cada instituição. O quadro 2.1expõe sucintamente a evolução dos limitesdesde a segunda metade de janeiro até oinício de fevereiro, nos dois segmentos.

Para instituições que operavam noLivre e no Flutuante, as negociações paragerenciamento estratégico de posição nomercado interbancário passaram a serconduzidas basicamente no segmento Li-vre. Continuam sendo contabilizadas noFlutuante as operações interbancárias

Quadro 2.1 - Altera ções nas Disposi ç ões sobre L im ites de Posi ç ão de Câm bio 1/U S $ m ilh ões

EVOLUÇÃO C OM PR ADA C OM PR ADA

A té 25.01.99 5,000 P LA até 25 = 3,750 1,000 P LA até 25 = 1,900P LA ac im a de 25 e até 50 = 7,500 P LA ac im a de 25 e até 50 = 3,750P LA ac im a de 50 e até 100 = 11,250 P LA ac im a de 50 e até 100 = 5,600P LA ac im a de 100 = 15,000 P LA ac im a de 100 = 7,500

C IR C U LA R 2.858 5,000 P LA até 25 = 5,625 1,000 P LA até 25 = 2,850de 25.01 .99 P LA ac im a de 25 e até 50 = 11,250 P LA ac im a de 25 e até 50 = 5,625a vigorar em P LA ac im a de 50 e até 100 = 16,875 P LA ac im a de 50 e até 100 = 8,400

26.01.99 P LA ac im a de 100 = 22,500 P LA ac im a de 100 = 11,250

UNIFICA ÇÃO

C IR C U LA R 2.857 6,000 P LA até 25 = 8,475 1,000 P LA até 25 = 2,850de 25.01 .99 P LA ac im a de 25 e até 50 = 16,875 P LA ac im a de 25 e até 50 = 5,625a vigorar em P LA ac im a de 50 e até 100 = 25,275 P LA ac im a de 50 e até 100 = 8,40001.02.99 2/ P LA ac im a de 100 = 33,750 P LA ac im a de 100 = 11,250

C IR C U LA R 2.860 6,000 1,000de 01.02 .99a vigorar nam esm a data

Fo n te : C on s o lidaç ã o das N o rm as C a m b ia is - C N C e n o rm a tivo s

2 / N ã o c heg ou a te r e fe tividade n o q ue se re fe re a o lim ite de p os iç ão vend id a em fun ç ão do s novos va lo res e s tabe lec id os pe la C irc u la r n º 2 .860 .

in ves tim en to c rede nc iada s a o pe ra r no m e rc ad o de ta xas flu tuan tes , o l im ite de po s iç ão d e c âm b io ve nd ida fic ou m an tido em ze ro , bem co m o fic ou m an tido em

U S $ 500 .00 0 ,00 o va lo r m á xim o pe rm itido em pos iç ão de câ m b io c om prada se m a ne ces s idade d e depó s ito n o B anco C e n tra l. Tam bém não h ouve a lte raç ões na s reg ra s de lim ite s ope rac io na is de agê nc ias d e tu rism o e m e ios de ho sped age m , que nã o poss uem pos iç ão de câ m b io m a s devem o bse rva r o l im ite d iá rio de d isp o -

n ib il idad es de U S $ 2 00 .000 ,00 e U S $ 1 00 .000 ,0 0 , resp ec tivam en te ;

1 / D is pos iç ões vá lida s pa ra ban cos . P a ra s oc ieda des c o rre to ras , soc ie dade s d is tribu ido ra s de títu los e va lo res m ob il iá rio s e soc ied ade s d e c réd ito , f in anc iam e n to e

Bancos que operam no LIVR E Bancos que operam no FLUT UANT E

VENDIDA VENDIDA

100% do P atr im ônio L íqu ido A jus tado 100% do P atr im ônio L íqu ido A jus tado

Bancos que operam no LIVR E e no FLUT UANT E Bancos que operam som ente no FLUT UANT E

N otas :

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Análise do Mercado de Câmbio - 1º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 21

envolvendo principalmente sociedadescorretoras, sociedades distribuidoras det í tu los e va lores mobi l iá r ios e associedades de crédito, financiamento einvestimento ou então negociações re-lacionadas com operações primárias doFlutuante em geral. Atualmente, seis ins-tituições bancárias operam exclusiva-mente no Flutuante.

Importante deixar claro que, emboracontinuem existindo diferentes registroscontábeis para contratações de operaçõesno Livre ou no Flutuante, a unificação de-terminada pela Resolução nº 2.558 consi-

dera, naturalmente, o conceito de posiçãode câmbio única para fins operacionais.Dessa forma, a partir de 1º de fevereiro de1999, não se considera mais posição decâmbio no Livre e posição de câmbio noFlutuante como termos estanques. Com aunificação, passa a haver apenas a posi-ção de câmbio do mercado, que é objetodo gráfico 2.4, cuja análise é feita mais adi-ante. Os efeitos da unificação das posiçõesno segmento Flutuante é objeto de comen-tários também no capítulo 5, desta edição.

No período, o cupom cambial bruto,indicativo básico da rentabilidade do capi-

2.3 - Aquisi ções Líquidas do Bacen

-2.500

-2.000

-1.500

-1.000

-500

0

500

04 J

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01 M

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Livre Flutuante Leilão de SpreadFonte: Sisbacen

Nota: A partir de 01.02.99, as posições de câmbio dos mercados livre e flutuante foram unificadas (Resolução nº 2.588, de 25.01.99).

2.2 - Posi ção de Câmbio do M ercado - Fechamento Mensal 1/

Comprada Vendida Líquida Comprada Vendida Líquida Comprada Vendida Líquida45,6 1.014,3 -968,7 18,2 393,3 -375,1 63,8 1.407,5 -1.343,8 58,0 1.027,7 -969,6 17,9 429,6 -411,7 75,9 1.457,3 -1.381,4 70,1 965,2 -895,1 15,2 405,8 -390,6 85,3 1.371,0 -1.285,7 59,2 987,9 -928,7 15,1 415,4 -400,3 74,3 1.403,3 -1.329,0

350,4 574,8 -224,4 17,1 312,9 -295,8 367,5 887,7 -520,2 118,4 701,0 -582,6 19,0 256,4 -237,4 137,4 957,4 -820,0 92,4 772,1 -679,7 18,3 337,1 -318,8 110,7 1.109,2 -998,5

299,7 663,0 -363,3 76,6 201,4 -124,8 376,3 864,4 -488,1 126,0 561,7 -435,7 240,3 148,5 91,8 366,3 710,2 -343,9 158,9 633,4 -474,5 243,7 189,8 53,9 402,6 823,2 -420,6 86,4 1.000,0 -913,6 29,1 345,7 -316,7 115,5 1.345,7 -1.230,3

185,5 502,6 -317,1 31,1 147,3 -116,1 216,6 649,9 -433,2 532,0 1.160,7 -628,6 36,0 247,4 -211,4 568,1 1.408,0 -840,0 304,3 2.282,3 -1.977,9 0,0 0,0 0,0 304,3 2.282,3 -1.977,9 237,5 3.811,3 -3.573,8 0,0 0,0 0,0 237,5 3.811,3 -3.573,8

Fonte: SisbacenNotas:1/ Dados sujeitos à revisão;2/ A partir de 1.2.99, as posições de câmbio dos mercados livre e flutuante foram unificadas (Resolução nº 2.588, de 25.01.99);3/ A partir de 1.2.99, inclui todos os agentes, inclusive aqueles que operam apenas no Flutuante.

31 Mar30 Abr

30 Set

29 Mai30 Jun31 Jul

28 Ago

98-30Jan27 Fev

30 Out30 Nov31 Dez

US$ milhões

Livre Flutuante 2/ Livre e FlutuantePeríodo

99-29 Jan26 Fev31 Mar

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Análise do Mercado de Câmbio - 1º Trimestre 1999

Departamento de Câmbio22

tal externo, medido, ex-post, pela diferençaentre o rendimento do CDI e a variação dodólar dos Estados Unidos no segmento Li-vre, registrou o valor negativo de 24,19%,como se pode ver na tabela 2.1. Esse re-sultado atípico é devido à comentada de-cisão de permitir a livre flutuação da taxade câmbio, adotada em janeiro/1999. Nacoluna 1 da tabela, que traz a variação men-sal do dólar americano, observa-se que adecisão da autoridade monetária levou àdesvalorização trimestral de 42,47% no pe-ríodo em análise – frente ao padrão anteri-or próximo de dois pontos percentuais –,enquanto a remuneração bruta do CDI acu-mulou 8,01% no mesmo período.

Atentos aos números mensais, no-tamos que a variação cambial, medida pelaPtax800, apresentou resultados bem dis-tintos em cada mês do período, com des-valorização de 64,08% no mês de janeiro,4,11% em fevereiro e valorização de 16,6%em março. Por conta disso, como os jurosinternos tiveram ajuste de menor magnitu-de, um hipotético investimento externo re-munerado pelo CDI, teria perda de 37,73%no primeiro mês e ganho de 23,85% emmarço. Ao final do período, considerandoo ganho de 1,69% em fevereiro, o inves-timento estaria reduzido a 75,71% do va-lor inicial. O cupom mensal anualizadomostra também que o resultado de ja-neiro, repetido durante todo o ano, deter-

minaria perda de 99,66% do capital, aopasso que os números apurados no mêsde março produziriam ganho anual de1.202,68%, se igualmente repetidos pordoze meses consecutivos.

Essa drástica mudança no compor-tamento da taxa de câmbio é destaque nográfico 2.1, antes imaginado para mostrar

2.4 - Posi ção do Sistema Bancário

-4.000 -3.500 -3.000 -2.500 -2.000 -1.500 -1.000

-500 0

500 1.000 1.500 2.000

04 J

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an

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17 M

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29 M

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31 M

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Livre Flutuante Leilão de Spread

Média Média

Fonte: Sisbacen

Nota: A partir de 01.02.99, as posições de câmbio dos mercados livre e flutuante foram unificadas (Resolução nº 2.588, de 25.01.99).

2.3 - Compra/Venda Líquida de Divisas pelo Banco Central 1/ 2/

Período Livre Flutuante Total1998 17.137,9 -31.861,9 -14.724,0 Jan 3.136,7 -1.684,6 1.452,1 Fev 6.257,5 -1.086,6 5.170,9 Mar 11.713,6 -1.570,1 10.143,5

1º Tri 21.107,8 -4.341,3 16.766,5 Abr 8.120,1 -2.058,8 6.061,3 Mai 1.119,0 -3.143,2 -2.024,2 Jun 1.681,2 -2.130,9 -449,7

2º Tri 10.920,3 -7.332,9 3.587,4 Jul 6.545,5 -1.784,3 4.761,2 Ago -9.322,5 -3.176,4 -12.498,9 Set -9.870,9 -8.851,4 -18.722,3

3º Tri -12.647,9 -13.812,1 -26.460,0 Out 1.001,4 -2.853,5 -1.852,1 Nov 266,1 -1.224,1 -958,0 Dez -3.509,8 -2.298,0 -5.807,8

4º Tri -2.242,3 -6.375,6 -8.617,9 1999 -8.235,4 -2.030,8 -10.266,2 Jan -6.308,3 -2.030,8 -8.339,1 Fev -770,9 0,0 -770,9 Mar -1.156,2 0,0 -1.156,2

1º Tri -8.235,4 -2.030,8 -10.266,2

Fonte: SisbacenNotas:1/ Com base nas datas de contratação. Sujeito à revisão;2/ Interbancário automático.

US$ milhões

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Análise do Mercado de Câmbio - 1º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 23

a variação da taxa no inter-valo das intrabandas cambi-ais. A taxa de câmbio de ven-da, apurada pela Ptax 800,que fechou o dia 12 de janei-ro em R$/US$ 1,2114, aindadentro do intervalo da intra-banda, que tinha como limitesR$/US$ 1,1975 e R$/US$ 1,2115(tabela 2.5), chegou, ao finaldo dia seguinte, primeiro devigência da nova banda, aR$/US$ 1,3193. Isso impli-cou desvalorização de 8,91%em apenas um dia e fez comque fosse pressionado o novoteto, de R$/US$ 1,32, nãoobstante vendas líquidas deUS$ 1,96 bilhão pela autorida-de monetária, em ambos ossegmentos. No dia seguinte,14, a cotação fechou sem alte-ração (R$/US$ 1,3194), em-bora o mercado tenha absor-vido, no total, mais de US$ 2,8bilhões colocados pela mesade câmbio do Banco Central.Nas operações de câmbio comercial foramefetivados negócios acima de R$/US$ 1,33,no dia 13, e de R$/US$ 1,40, no dia 14.

Em 15 de janeiro, quando o BancoCentral não atuou, a cotação de venda fe-chou em R$/US$ 1,4659, com desvalori-zação de 11,1% sobre o dia anterior e de21,01% sobre o dia 12, último dia de vi-gência das intrabandas. Daí em diante, co-mo se pode ver claramente no gráfico 2.1,as desvalorizações prosseguiram de formaaleatória e no dia 29, último dia útil do mês,o dólar americano chegou a R$ 1.9832, oque representava desvalorização de 63,7%sobre o dia 12 e de 64,08% durante todo oprimeiro mês do ano, como informado natabela 2.1.

O gráfico 2.1 mostra também que doinício de fevereiro até o final do trimestre a

taxa passou a oscilar fortemen-te, acima de R$/US$ 1,70, vin-do a fechar o mês de feverei-ro em R$/US$ 2,0648 e o demarço em R$/US$ 1,722, quecoincidentemente correspon-de ao valor mais baixo a partirde fevereiro. O pico da desva-lorização, medido pela Ptax800, foi alcançado no dia 03de março (R$/US$ 2,1647). Atendência de queda da taxade câmbio mostrada daqueledia em diante no gráfico 2.1coincidiu com a troca formalde comando no Banco Cen-tral, que, a partir de 04 demarço, passou a ser presidi-do oficialmente pelo Dr. Armí-nio Fraga Neto.

Como causa e conse-qüência dessa situação deli-cada, tínhamos a escassa li-quidez do mercado que, atéo dia 12.01.1999, véspera daprimeira mudança na regula-

mentação da taxa de câmbio, efetuara re-messas financeiras líquidas no montantede US$ 2,1 bilhões, nos dois mercados1 ,com resultados negativos em todos os setedias úteis contados desde 04 de janeiro.No dia 12 janeiro as remessas foram deUS$ 1,1 bilhão, sendo US$ 0,8 bilhão noLivre e US$ 0,3 bilhão via transferênciasinternacionais em reais.

À preocupação com esse quadro so-mava-se a perda de 35,7 bilhões das re-servas internacionais, pelo conceito caixa,no último semestre de 1998, se não com-putarmos a primeira parcela (US$ 9,3 bi-lhões) da linha de cooperação financeirainternacional negociada com o Fundo Mo-netário Internacional e outras instituiçõesinternacionais. No primeiro dia de vigênciada nova banda a situação, vista pelo resul-tado líquido financeiro, agravou-se ligeira-

2.4 - Reservas Internacionais

Caixa /1 Liquidez /28,75 9,97 8,55 9,41 19,01 23,75 25,90 32,20 36,47 38,81 50,45 51,84 59,04 60,11 51,36 52,17 52,48 53,10 57,42 58,78 67,77 68,59 73,85 74,66 71,95 72,83 70,06 70,90 69,37 70,21 66,48 67,33 44,99 45,81 41,56 42,39 40,29 41,19 43,62 44,56 35,18 36,14 34,64 35,46 32,87 33,85

Fonte: DEPECNotas:1/ disponibilidades imediatas;2/ agrega aos valores do conceito caixa, os haveres representativos de títulos de exportação e outros haveres de mé- dio e longo prazos.

US$ bilhões

Fim dePeríodo

Conceitos

1996199519941993199219911990

19971998 Jan

FevMarAbr

OutNovDez

Set

MaiJunJul

Ago

1999 JanFevMar

1 - Computa exclusivamente as remessas financeiras do segmento Livre e as conduzidas via operações com instituições financeirasno exterior, do Flutuante.

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Análise do Mercado de Câmbio - 1º Trimestre 1999

Departamento de Câmbio24

mente, com as remessas financeiras líqui-das chegando a US$ 2,8 bilhões, nos dias13 e 14 de janeiro, via segmento Livre eFlutuante (somente operações com insti-tuições financeiras no exterior).

O gráfico 2.2, que mostra o resultadolíquido diário do Livre, no câmbio comerciale financeiro, permite notar que a situaçãomais grave, medida por essa variável, tevelugar nos dias 12, 13 e 14 de janeiro, quan-do o resultado líquido diário, do Financeiroe do Comercial, acumulou o déficit de 3,1bilhões, com pico de US$ 1,3 bilhão no úl-timo dia. Vencidos os primeiros dias ime-diatos à mudança, os resultados diários doLivre continuaram majoritariamente nega-tivos, embora em valores menores e comalgumas oscilações para o lado positivo.Somados os resultados diários de todo o

trimestre chegamos ao resultado negativode US$ 11 bilhões no trimestre em análise,sendo US$ 6,3 bilhões em janeiro; US$ 2,2bilhões em fevereiro; e US$ 2,5 bilhões emmarço. Quando computamos o resultado fi-nanceiro do Flutuante, medido pelas operaçõesde transferências internacionais em reais, odéficit do trimestre é acrescido de US$ 2,9 bi-lhões, chegando a US$ 13,9 bilhões.

Logo após a mudança, que indicavaintervenção esporádica da autoridade mo-netária no câmbio, as discussões do mer-cado e da imprensa especializada passa-ram a ter como um de seus temas favoritosa quantia que o Banco Central poderia dis-por para atuar no mercado de câmbio, es-pecialmente na ponta vendedora, haja vistaa rediscussão do acordo com o Fundo Mo-netário Internacional, que estava em curso.

2.5 - M udan ç as nas Bandas e In trabandas Cam biais

In ferior S uperior0 ,86 0,900,88 0,930,91 0,990,97 1,061,05 1,141,12 1,221,20 1,32

- -- -

In ferior S uperior (R $) (% ) (R $) (% ) M ês (% ) A no (% ) M ês (% ) A no (% )1,1230 1,1280 - 0 ,0070 0,63 0,0070 0,62 0,63 0,63 0,62 0,621,1300 1,1350 - 0 ,0070 0,62 0,0070 0,62 0,62 1,25 0,62 1,251,1370 1,1420 - 0 ,0070 0,62 0,0070 0,62 0,62 1,88 0,62 1,871,1435 1,1495 - 0 ,0065 0,57 0,0075 0,66 0,57 2,46 0,66 2,541,1500 1,1570 - 0 ,0065 0,57 0,0075 0,65 0,57 3,05 0,65 3,211,1565 1,1645 - 0 ,0065 0,57 0,0075 0,65 0,57 3,63 0,65 3,881,1630 1,1720 - 0 ,0065 0,56 0,0075 0,64 0,56 4,21 0,64 4,551,1695 1,1795 - 0 ,0065 0,56 0,0075 0,64 0,56 4,79 0,64 5,221,1760 1,1870 - 0 ,0065 0,56 0,0075 0,64 0,56 5,38 0,64 5,891,1825 1,1945 - 0 ,0065 0,55 0,0075 0,63 0,55 5,96 0,63 6,561,1890 1,2020 - 0 ,0065 0,55 0,0075 0,63 0,55 6,54 0,63 7,231,1955 1,2095 - 0 ,0065 0,55 0,0075 0,62 0,55 7,12 0,62 7,891,1965 1,2105 3 0,0010 0,08 0,0010 0,08 0,08 0,08 0,08 0,081,1975 1,2115 3 0,0010 0,08 0,0010 0,08 0,08 0,17 0,17 0,17

Fon te : S isba c enN o tas :1 / O s le i lõe s d e s p read fo ram ins titu ídos pe lo C om un icado n º 4 .637 , d e 21 /6 /95 . A pa rtir de en tão , a s m uda nç as na in traban da têm s e e fe tuado po r m e io

d es s e s le i lõ e s ;2 / A pa rtir de 15 .01 .99 , a taxa de câm b io pass ou a s e r de f in ida l iv rem en te pe lo m erc ad o , pode ndo o B a cen in te rv ir oca s io na lm en te pa ra con te r m ov im en tos

d eso rdenad os .

C om unicado nº 6 .560 7,14 8,20 10,00

111999-Jan-6

S pread da B anda(% )

7,02

4,655,688,799,288,578,93

3,336,45

C om unicado nº 6 .0028,256,67

C om unicado nº 4 .492C om unicado nº 4 .645C om unicado nº 4 .987C om unicado nº 5 .505

-2 ,333,416,59

C orreção do T eto(% )

7,077,55

Banda Cambial 3/

C om unicado nº 4 .479 -

D ataL im ite

N orm ativoC orreção do P iso

(% )

1995-M ar06M ar10Jun22

1996-Jan301997-F ev181998-Jan20

D ata

1999-Jan151999-Jan18

1999-Jan13

Intrabanda Cambial 1/ 2/L im ite D ias Ú teis

D ecorridosC orreção do P iso C orreção do T eto A cum ulado do P iso A cum ulado do T eto

1998-JanF evM arA brM aiJunJu l

A goS etO utN ovD ez

S uspensão do R eg im e de B anda C am biaisE xtinção do R eg im e de B andas C am biais

C om unicado nº 6 .563C om unicado nº 6 .565

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Análise do Mercado de Câmbio - 1º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 25

O gráfico 2.3, que traz as AquisiçõesLíquidas do Bacen, mostra que a atuaçãoda autoridade monetária foi intensa nos dias12, 13 e 14 de janeiro, tendo efetuado ven-das líquidas bastante representativas, paraaplacar o ânimo comprador do mercado. Nototal, o Banco Central vendeu US$ 7,0 bi-lhões nesse período, sendo US$ 2,2 bi-lhões no dia 12; US$ 2,0 bilhões no dia 13;e US$ 2,8 bilhões no dia 14, na soma dosdois segmentos. Daí até o final do mês, omercado operou quase que totalmente li-vre, com a autoridade se fazendo presen-te somente no dia 22 de janeiro, quandoforam vendidos US$ 676 milhões. Após no-va presença no dia 01 de fevereiro, o Bacenausentou-se novamente do mercado, pa-ra somente voltar a operar com regulari-dade a partir do dia 22 daquele mês. A partirdaquela data, a mesa de câmbio passou aoperar com maior regularidade, no sentidode sinalizar certos parâmetros para o mer-cado, dada a situação inusitada da flutua-ção sem qualquer delimitador. A leitura dográfico 2.2 permite notar que a partir de mea-dos do terceiro mês do trimestre o fluxo co-meçou a experimentar certa recuperação, oque se refletiu na taxa de câmbio, como sepode ver no gráfico 2.1.

Apesar do quadro bastante negativoapresentado nos gráficos e tabelas analisa-dos, o gráfico 2.4 mostra que o sistema ban-cário carregou posição comprada apenas noperíodo de 12 a 26 de janeiro, no total dosdois segmentos, com pico de US$ 2 bilhõesno dia 14 e valores de no mínimo US$ 1bilhão no dias 13, 15, 18 e 19 de janeiro. Apartir do dia 27 de janeiro, o sistema assu-miu posição vendida, com picos acima deUS$ 3,5 bilhões, nos dias 26 e 31 de março,atestando maior confiança na atuação doBanco Central e opção por posição emmoeda nacional para arbitragem da taxade juros. A posição média do período ficoupróxima de US$ 1,5 bilhão, como mostra ográfico 2.4, enquanto as médias mensaisforam de US$ 117,65 milhões, comprada,

em janeiro; US$ 1.802,53 milhões, vendi-da, em fevereiro; e US$ 2.545,72 milhões,vendida, em março.

Na tabela 2.2, que traz as posiçõesde fechamento mensal do sistema ban-cário2, por segmento e total, pode-seconstatar o zeramento das posições doFlutuante, a partir de fevereiro. Isso ocor-reu por força da Resolução nº 2.588, de25.01.1999, que unificou as posições decâmbio dos segmentos de taxas livres ede taxas flutuantes, mantendo as dispo-sições normativas vigentes.

Sobre esse particular, os expressi-vos valores de posição vendida registra-dos no fechamento do meses de fevereiro(US$ 2.282,3 milhões) e março (US$ 3.811,3milhões), que são os maiores desde janei-ro/1997, são explicados não só pela dispo-sição dos bancos em assumir posiçõesem moeda nacional, mas também pela

2.6 - Leilões Realizados pelo Banco Central

Livre Flutuante Livre Flutuante Livre Flutuante1998 69 0 0 0 85 0Jan 10 0 0 0 7 0Fev 17 0 0 0 7 0Mar 17 0 0 0 7 0

1º Tri 44 0 0 0 21 0Abr 7 0 0 0 7 0Mai 4 0 0 0 7 0Jun 6 0 0 0 7 0

2º Tri 17 0 0 0 21 0Jul 6 0 0 0 7 0Ago 0 0 0 0 7 0Set 1 0 0 0 7 0

3º Tri 7 0 0 0 21 0Out 1 0 0 0 7 0Nov 0 0 0 0 7 0Dez 0 0 0 0 8 0

4º Tri 1 0 0 0 22 01999 0 0 2 2 2 0Jan 2/ 0 0 2 2 2 0Fev 0 0 0 0 0 0Mar 0 0 0 0 0 0

1º Tri 0 0 2 2 2 0

Fonte: SisbacenNotas:1/ Foram realizados dois leilões de spread em 24 jan para alteração da banda;

2/ Leilões efetuados até 14.01.99. A partir de 15.01.99, a taxa de câmbio passa a ser definida livremente pelo mercado, podendo o Bacen intervir ocasional- mente para conter movimentos desordenados.

Período Compra Venda Spread

2 - Inclui as instituições não-bancárias habilitadas a operar apenas no Flutuante cujos limites de posição vendida é zero.

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Análise do Mercado de Câmbio - 1º Trimestre 1999

Departamento de Câmbio26

2.5 - Reservas Internacionais

0

10

20

30

40

50

60

70

80

1993

Ja

n

Abr Ju

l

Out

1994

Ja

n

Abr Ju

l

Out

1995

Ja

n

Abr Ju

l

Out

1996

Ja

n

Abr Ju

l

Out

1997

Ja

n

Abr Ju

l

Out

1998

Ja

n

Abr Ju

l

Out

1999

Ja

n

US

$ bi

lhõe

s

Caixa LiquidezFonte: Sisbacen

edição das Circulares nº 2.857, de 25 de ja-neiro – que elevou em 50% os limites da po-sição vendida unificada, para os bancos au-torizados a operar nos dois segmentos, man-tendo os limites anteriores para aqueles cre-denciados a operar apenas no Flutuante – enº 2.860, de 01.02.1999, que fixou como li-mite da posição vendida o PLA do banco au-torizado a operar em ambos ou apenas nosegmento Flutuante, como comentadoanteriormente e demonstrado no quadro 2.1.

Voltando à atuação do Banco Cen-tral, a tabela 2.3, que traz os valores abso-lutos das compras e vendas líquidas men-sais do Banco Central, mostra que o mer-cado absorveu US$ 10,3 bilhões das re-servas cambiais e fechou o terceiro trimes-tre consecutivo com resultado negativo.Desse total, o flutuante respondeu por ape-nas 19,8%, por conta de demandas do mêsde janeiro, uma vez que com a unificaçãodos posições de câmbio a operações doBanco Central são feitas unicamente nosegmento Livre. Considerados os resulta-dos líquidos dos três últimos trimestres, no-tamos que, entre julho/1998 e março/1999,o Banco Central vendeu US$ 45,3 bilhões,líquidos. No período em análise, janeiro res-pondeu por US$ 8,3 bilhões, o que representa81,2% do total do trimestre.

Refletindo o grande volume de ven-das líquidas do Banco Central, as reservasinternacionais, objeto da tabela 2.4 e do

gráfico 2.5, experimentaram queda em to-dos os meses do trimestre, sendo US$ 8,44bilhões, em janeiro; US$ 0,54 bilhão, emfevereiro; e US$ 1,71 bilhão, totalizandoUS$ 10,75 bilhões, pelo conceito caixa.Nesse processo de atendimento às de-mandas decorrentes das remessas finan-ceiras, a oferta de moeda pelo sistema ban-cário chegou a US$ 3,1 bilhões, resultanteda diferença entre as posições líquidasvendidas observadas nos fechamentos de-zembro/1998 (US$ 433,2 milhões) e demarço/1999 (US$ 3.573,8 milhões).

Na tabela 2.5, que mostra as mudan-ças nas bandas e intrabandas cambiais,notamos que o trimestre teve apenas duasmudanças de intrabanda, ocorridas nos di-as seis e onze de janeiro, em face doabandono dessa sistemática de interven-ção, em 13 de janeiro, e da decisão, de 18de janeiro, de adotar política de livre flutu-ação da taxa de câmbio, objeto do Comu-nicado nº 6.565, daquela data. Como depraxe, a tabela 2.5 contém dois quadros au-tônomos, o primeiro mostrando a evoluçãodos limites da banda, desde sua criação emmarço/1995, e o segundo contendo adinâmica das intrabandas, neste caso co-brindo período iniciado em janeiro/1997.

Quanto à atuação mais ampla do Ban-co Central, via leilões de compra, venda espread, a tabela 2.6 é informativa de que oBanco Central realizou apenas seis in-

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Análise do Mercado de Câmbio - 1º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 27

tervenções por esse meio, sendo quatro lei-lões de venda – dois em cadas segmento –e dois leilões de spread no Livre, na sua to-talidade ocorridos no mês de janeiro. A gran-de redução desses negócios, em relação aperíodos anteriores, cujo padrão, no ano de

1998, foi de 21 leilões de spread por trimestredeveu-se à mudança na política cambial, queprevê, conforme o Inciso II do Comunicadonº 6.565, intervenções ocasionais do BancoCentral, com o objetivo de conter movimentosdesordenados da taxa de câmbio.

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3. MERCADO DE CÂMBIO

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Análise do Mercado de Câmbio - 1º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 31

3. MERCADO DE CÂMBIO

No primeiro trimestre de 1999, omercado de câmbio brasileiro voltou a re-gistrar redução no seu volume total de ne-gócios, na comparação com períodos an-teriores. O valor de US$ 507.679 milhões,informado na tabela 3.1, é 36,5% menorque os US$ 799.892 milhões do 4º tri/1998e 47,2% inferior aos US$ 961.485 milhõesdo 3º tri/98 (tabela 3.5), quando se regis-trou o maior volume trimestral de toda ahistória cambial brasileira.

Cabe notar que o trimestre em análiseapresentou movimentação compatível comaquela observada na média trimestral de1994, que foi de US$ 494.754 milhões. Namédia mensal, o primeiros três meses dejan/1999 movimentaram US$ 169.226 mi-lhões, enquanto no ano passado essa mé-dia foi de US$ 282.358, o que implicou que-da de 40,1%, de acordo com essa medida.

O menor volume de negócios no tri-mestre resulta do encolhimento de 31,5%no Livre e de 77,1% no Flutuante, em rela-ção ao trimestre anterior. Como pode ser

visto na tabela 3.1, as maiores quedas per-centuais, tanto no Livre (-35,0%) quanto noFlutuante (-83,2%), ocorreram no interban-cário, refletindo retração dos bancos nessemercado, em face da decisão de flutuaçãoda taxa, que rompeu com a previsibilidadepermitida pelo sistema de bandas e, es-pecialmente, pela prática de intrabandas.

No Flutuante, esse quadro foi agra-vado pela completa ausência do BancoCentral desse segmento, em face da unifi-cação das posições, ocorrida a partir defevereiro, conforme estabelecido naResolução nº 2.588, de 25.1.1999. Embo-ra a autoridade monetária não esteja impe-dida de operar no Flutuante, uma vez quea regulamentação do mercado, especial-mente no que refere à sua atuação, nãosofreu qualquer modificação após 18 de ja-neiro, quando foi editado o Comunicado nº6.565, estabelecendo a livre flutuação dataxa, isso não teria qualquer efeito prático,uma vez que qualquer que fosse o seg-mento onde realizada a operação de inter-bancário o resultado seria o mesmo sobre

3.1 - Operações de Câm bio Contratadas

Total Mercado Livre 486.674 710.479 -31,5 -223.805 660.949 -26,4 -174.275 Subtotal Movimento Primário 73.906 75.065 -1,5 -1.159 76.635 -3,6 -2.730 Exportações 10.045 10.013 0,3 32 12.962 -22,5 -2.917 Importações 8.433 10.921 -22,8 -2.488 11.106 -24,1 -2.673 Compras Financeiras 21.338 26.377 -19,1 -5.039 35.755 -40,3 -14.416 Vendas Financeiras 34.089 27.754 22,8 6.335 16.813 102,8 17.276 Turnover do Interbancário 412.768 635.414 -35,0 -222.646 584.313 -29,4 -171.545 Total Mercado Flutuante 21.005 89.412 -76,5 -68.407 70.024 -70,0 -49.019 Compras Flutuante 2.468 2.567 -3,9 -99 1.568 57,4 900 Vendas Flutuante 4.996 9.063 -44,9 -4.067 6.085 -17,9 -1.089 Turnover do Interbancário 12.970 77.313 -83,2 -64.343 61.757 -79,0 -48.787 Outras 1/ 571 469 21,8 102 614 -6,9 -43 TOTAL GERAL 507.679 799.892 -36,5 -292.213 730.973 -30,5 -223.294

Fonte: Sisbacen

Nota: 1/ Inclui o turnover de Arbitragens no País, no Exterior e de Posição Ouro contra Câmbio; e Agências de Turismo - Operações com Bancos Credenciados. Exclui Operações Interdepartamentais.

A / B%

1º TRI 99(A)

1º TRI 98(C)

US$ milhões

A - B A / C%

A - C

4º TRI 98(B)

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Análise do Mercado de Câmbio - 1º Trimestre 1999

Departamento de Câmbio32

a posição dos bancos. A opção do BancoCentral por operar apenas no Livre deve-se ao fato desse segmento congregar to-dos os seus dealers.

No primário do Livre, o principal des-taque, pela magnitude da mudança, foi Im-portações, com variação negativa de22,8%, vindo a seguir Vendas Financeiras,com crescimento de 22,8% e Compras Fi-nanceiras, com recuo de 19,1%, na com-paração com o período anterior. No Flutu-ante, essa mesma comparação, traz comodestaque Vendas Flutuantes e Turnover doInterbancário, com redução de 44,9% e83,2%, respectivamente. Em valores abso-lutos, as rubricas de primário com maioresvariações foram Compras e Vendas Finan-ceiras, do Livre; a primeira com queda deUS$ 5.039 milhões, e a segunda com au-mento de US$ 6.335 milhões.

O giro mensal do mercado de câmbioé mostrado também no gráfico 3.1, que evi-dencia a fraca movimentação do 1º tri/1999,especialmente no mês de janeiro, quandoo valor registrado aproximou-se do relativoa julho/1994. Outro ponto a destacar dessegráfico é a inflexão havida na curva de ten-dência, que passou a indicar queda no volu-me de negócios, refletindo a acanhada mo-vimentação dos meses de novembro/1997a janeiro/1998 e o menor volume observadoa partir de setembro/1998.

O Fluxo do Mercado Primário, objeto databela 3.2, mostra aumento de 55,6% no déficittotal do mercado, que passou de US$ 8.781milhões, no 4º tri/1998, para US$ 13.667, noperíodo em análise, como conseqüência deresultados negativos em todos os meses dotrimestre. Entre os valores parciais, destaca-se o mês de janeiro, que respondeu por62,8% do déficit trimestral, vindo em seguidamarço, com 19,2%. Na distribuição porsegmentos, o Livre registrou déficit deUS$ 11.139 milhões, que representam81,5% do total, enquanto o Flutuante respon-deu por US$ 2.528 milhões.

A tabela 3.2 permite notar tambémque a formação do déficit do Livre, quecresceu 3,9 vezes entre os dois últimostrimestres, decorreu do concurso da que-da de 13,76% no total das compras, o quecorresponde a exatos US$ 5.007 milhões,e da variação positiva de 9,95% na vendas,implicando aumento de US$ 3.847 mi-lhões nas saídas. Na coluna das com-pras, notamos, como fator positivo, ocrescimento do volume de negócios deum mês para o outro, especialmente emfevereiro (37,0%). A boa evolução havidano final do período levou o mês de marçoa registrar valor superior aos de novem-bro e dezembro/1998.

As vendas do Livre, por outro lado,tiveram pouca variação entre os meses,

3.1 - Mercado de Câmbio - Giro Total

0

50.000

100.000

150.000

200.000

250.000

300.000

350.000

93 ja

n

Abr Ju

l

Out

94 ja

n

Abr Ju

l

Out

95 ja

n

Abr Ju

l

Out

96 ja

n

Abr Ju

l

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97 ja

n

Abr Ju

l

Out

98 ja

n

Abr Ju

l

Out

99 ja

n

US

$ m

ilhõe

s

Livre Flutuante Média Móvel dos Últimos 12 MesesFonte: Sisbacen

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Análise do Mercado de Câmbio - 1º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 33

todos com valores bastante elevados, oque implicou média de negócios próximade US$ 14.174 milhões, com pequeno des-taque para o mês de março, que registrouUS$ 14.917 milhões e ficou com 35,1% dototal do período. Do lado do Flutuante, ascompras recuaram apenas 3,9% (US$ 99milhões) e as vendas 44,9% (US$ 4.067milhões), o que contribuiu para que o déficitdesse segmento recuasse 61,1% emrelação ao último trimestre do ano passado.Os relativamente baixos valores de vendasdo Flutuante, nos meses de fevereiro e mar-ço, e conseqüentemente seus resultados lí-quidos, se explicam pela menor demandapor saídas via contas de não residentes(CC5) e apuração de resultados positivosem Operações com Clientes, naqueles me-ses, o que não aconteceu em nenhum dosoutros meses cobertos pelas tabelas destaedição (ver tabela 5.1).

Como conseqüência do menor volu-me de vendas do Flutuante, a tabela 3.2mostra forte queda na representatividade

desse segmento frente ao Livre, que passouexatamente para a metade do percentualapurado no trimestre anterior, ao registrar11,7% no período em análise, frente a 23,4%,no 4º tri/1998. Nas compras a situaçãomanteve-se relativamente estável, com arepresentatividade do Flutuante crescendo0,8 ponto percentual em relação ao Livre.

A tabela 3.3 permite analisar, em ter-mos de média diária, o comportamento dasentradas e saídas dos segmentos Livre eFlutuante. No primeiro, nota-se crescimentode 3,7% nas compras de exportação entreo 4º tri/1998 e o 1º tri/1999, ao passaremda média diária de US$ 158,9 milhões paraUS$ 164,7 milhões, e de 26,9% nas vendasfinanceiras, que saíram de US$ 440,5 mi-lhões para US$ 558,8 milhões, no mesmoperíodo. Já nas vendas de importação enas compras financeiras, a situação foi aocontrário, com queda de 20,3% nas primei-ras e 16,5% nas segundas, com ambas re-gistrando suas piores performances doperíodo coberto pela tabela.

3.2 - Fluxo no M ercado Primário

Compras Vendas1998 169.070 151.752 17.318 7.531 39.284 -31.754 -14.435 367.637 4,5% 25,9%Jan 12.002 9.438 2.564 484 2.259 -1.775 789 24.184 4,0% 23,9%Fev 14.322 8.042 6.280 549 1.670 -1.121 5.160 24.582 3,8% 20,8%Mar 22.391 10.439 11.952 535 2.156 -1.621 10.331 35.522 2,4% 20,7%

1º Tri 48.716 27.919 20.797 1.568 6.085 -4.517 16.280 84.289 3,2% 21,8%Abr 18.213 9.732 8.481 555 3.096 -2.542 5.940 31.596 3,0% 31,8%Mai 12.051 10.342 1.709 489 3.518 -3.029 -1.320 26.400 4,1% 34,0%Jun 13.374 12.116 1.258 579 2.537 -1.958 -700 28.606 4,3% 20,9%

2º Tri 43.638 32.190 11.448 1.623 9.151 -7.528 3.920 86.602 3,7% 28,4%Jul 19.294 12.601 6.694 679 2.538 -1.859 4.834 35.112 3,5% 20,1%Ago 11.179 20.168 -8.989 516 3.309 -2.793 -11.782 35.173 4,6% 16,4%Set 9.852 20.198 -10.346 578 9.138 -8.560 -18.906 39.766 5,9% 45,2%

3º Tri 40.325 52.967 -12.642 1.773 14.985 -13.212 -25.853 110.051 4,4% 28,3%Out 15.087 14.105 982 1.359 4.214 -2.854 -1.872 34.765 9,0% 29,9%Nov 10.012 10.288 -275 573 2.142 -1.569 -1.845 23.014 5,7% 20,8%Dez 11.290 14.282 -2.992 635 2.708 -2.073 -5.065 28.915 5,6% 19,0%

4º Tri 36.390 38.675 -2.285 2.567 9.063 -6.496 -8.781 86.695 7,1% 23,4%1999 31.383 42.522 -11.139 2.468 4.996 -2.528 -13.667 81.370 7,9% 11,7%Jan 7.984 14.479 -6.495 567 2.656 -2.089 -8.584 25.685 7,1% 18,3%Fev 10.937 13.127 -2.189 678 955 -277 -2.466 25.697 6,2% 7,3%Mar 12.462 14.917 -2.455 1.223 1.386 -163 -2.617 29.988 9,8% 9,3%

1º Tri 31.383 42.522 -11.139 2.468 4.996 -2.528 -13.667 81.370 7,9% 11,7%

Fonte: SisbacenNota: 1/ Inclui operações com instituições financeiras do exterior.

LIVRE FLUTUANTE 1/ MovimentoLíquidoTotal(A+B)

Representatividadedo Flutuante emRelação ao Livre

US$ milhões

MovimentoPrimário

Total

Compras(Export.+Financ.)

Compras(Export.+Financ.)

Vendas(Export.+Financ.)

Vendas(Export.+Financ.)

MovimentoLíquido

(A)

MovimentoLíquido

(B)

Período

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Análise do Mercado de Câmbio - 1º Trimestre 1999

Departamento de Câmbio34

No Flutuante, o lado das compraspraticamente repetiu o número final do tri-mestre anterior ao registrar média diáriade US$ 40,5 milhões no trimestre em aná-lise, frente a US$ 40,7 milhões no últimoperíodo do ano anterior. Enquanto isso, asvendas, na mesma comparação, mostra-ram recuo de 43,1% e registraram o menorvalor médio do período informado pela ta-bela. No confronto com igual período do anoanterior, entre todos os grupos de rubricasdestacados, apenas Vendas Financeiras

e Compras Flutuante tiveram aumento devolume de negócios.

Não obstante a predominância de bai-xas, a média diária de negócios primáriosregistrou, no Livre, crescimento de 1,7%sobre o 4º tri/1998, contribuindo para que,no total, essa média recuasse apenas3,1%, não obstante, no Flutuante, se tenhaapurado queda de 33,7%, no mesmo pe-ríodo. A relativa estabilidade da média diá-ria total dos negócios do Livre, desde 1998,

3.2 - Mercado Cambial - Movimento PrimárioMédia Móvel Diária dos Últimos 12 Meses - Segmento Livre

0

200

400

600

800

1.000

1.200

1.400

94 J

an Abr Ju

l

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95 J

an Abr Ju

l

Out

96 J

an Abr Ju

l

Out

97 J

an Abr Ju

l

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98 J

an Abr Ju

l

Out

99 J

an

US

$ m

ilhõe

s

Remessas

Ingressos

Importações

Exportações

Fonte: Sisbacen

3.3 - Operações Comerciais e Financeiras Média Diária - Câmbio Contratado

Exportação Importação Compra Venda Compra Venda

1998 191,7 176,5 487,2 433,0 1.288,4 30,2 157,8 188,0 1.476,4 Jan 201,5 185,4 370,0 264,0 1.021,0 23,1 107,6 130,6 1.151,6 Fev 238,0 179,4 557,7 267,4 1.242,5 30,5 92,8 123,2 1.365,7 Mar 202,1 181,0 815,7 293,5 1.492,3 24,3 98,0 122,3 1.614,6

1º Tri 212,5 182,1 586,1 275,6 1.256,3 25,7 99,8 125,5 1.381,7 Abr 226,1 182,8 732,5 329,4 1.470,8 29,2 163,0 192,1 1.663,0 Mai 208,4 169,0 394,1 348,1 1.119,7 24,5 175,9 200,4 1.320,0 Jun 224,4 179,0 412,5 398,0 1.213,8 27,6 120,8 148,4 1.362,2

2º Tri 219,6 176,9 507,7 359,6 1.263,8 27,0 152,5 179,6 1.443,4 Jul 208,2 152,0 630,7 395,9 1.386,7 29,5 110,3 139,9 1.526,6 Ago 168,9 170,1 363,5 790,3 1.492,7 24,6 157,6 182,2 1.674,9 Set 155,3 201,5 313,9 760,4 1.431,0 27,5 435,1 462,7 1.893,6

3º Tri 178,4 173,8 442,0 641,1 1.435,3 27,3 230,5 257,8 1.693,1 Out 151,8 193,2 566,7 478,5 1.390,1 64,7 200,6 265,4 1.655,5 Nov 175,2 171,0 325,4 343,4 1.015,0 28,6 107,1 135,7 1.150,7 Dez 151,0 156,6 362,2 492,6 1.162,4 28,9 123,1 151,9 1.314,3

4º Tri 158,9 173,4 418,7 440,5 1.191,5 40,7 143,9 184,6 1.376,1 1999 164,7 138,2 349,8 558,8 1.211,6 40,5 81,9 122,4 1.333,9 Jan 142,7 132,8 256,5 591,1 1.123,1 28,3 132,8 161,1 1.284,2 Fev 181,5 134,5 426,5 594,8 1.336,9 37,7 53,1 90,7 1.427,6 Mar 170,6 145,9 371,2 502,7 1.190,4 53,2 60,2 113,4 1.303,8

1º Tri 164,7 138,2 349,8 558,8 1.211,6 40,5 81,9 122,4 1.333,9

Fonte: Sisbacen

US$ milhões

Subtotal

FlutuanteTotal

Livre

SubtotalComerciais FinanceirasPeríodo Primário

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Análise do Mercado de Câmbio - 1º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 35

é evidenciada no gráfico 3.2, que traz a evo-lução dos seus quatro principais grupos derubricas, sob a forma de média móvel diáriapara 12 meses, com início em 1994.

Relativamente ao mercado secundá-rio, objeto da tabela 3.4, o destaque sãoos acanhados números do Flutuante a par-tir de fevereiro, fato motivado pela unifica-ção das posições de câmbio, o que fezcom que as operações interbancárias doFlutuante passassem a ser representati-vas apenas dos negócios envolvendo asinstituições habilitadas a operar apenasnesse segmento, o que inclui menos deuma dezena de bancos e as corretoras edistribuidoras, que não têm capacidade dealavancagem, ficando todas as demaisoperações, inclusive aquelas que ocorrempara dar vazão a negócios do primário des-se segmento, conduzidas pelos bancoshabilitados para operar em ambos os seg-mentos, concentradas no Livre, segmentono qual são realizadas (classificadas) aseventuais operações do Banco Central.

Os números da tabela 3.4 mostram,contudo, que, independentemente da mi-gração das operações de interbancário deum segmento para o outro, a mudança napolítica cambial adotada em meados dejaneiro provocou redução do nível de alavan-cagem das operações do mercado secun-dário em relação ao primário, no período em

análise, pois, como se conclui da evoluçãodos valores da tabela, o volume de negóciosdo Livre decresceu, quando o esperado seriaque crescesse, em face do reforço de partedas operações do Flutuante. De fato, o turno-ver de US$ 412.768,4 milhões apurado noperíodo em análise é, respectivamente,29,4% e 35,0% menor que os relativos aosprimeiro e último trimestres de 1998.

3.3 - Média Diária do Interbancário

0

2.000

4.000

6.000

8.000

10.000

12.000

14.000

16.000

93 ja

n

Abr Ju

l

Out

94 ja

n

Abr Ju

l

Out

95 ja

n

Abr Ju

l

Out

96 ja

n

Abr Ju

l

Out

97 ja

n

Abr Ju

l

Out

98 ja

n

Abr Ju

l

Out

99 ja

n

US

$ m

ilhõe

s

Livre FlutuanteFonte: Sisbacen

3.4 - Interbancário Volume Negociado

1998 2.737.727,9 278.076,4 3.015.804,3 Jan 158.382,5 19.002,2 177.384,7 Fev 162.829,1 17.778,4 180.607,5 Mar 263.101,8 24.976,4 288.078,2

1º Tri 584.313,4 61.757,0 646.070,4 Abr 252.296,0 20.798,4 273.094,4 Mai 244.003,4 22.099,0 266.102,4 Jun 247.893,3 19.439,8 267.333,1

2º Tri 744.192,7 62.337,2 806.529,9 Jul 255.992,4 19.309,6 275.302,0 Ago 256.664,6 23.579,2 280.243,8 Set 261.150,6 33.780,2 294.930,8

3º Tri 773.807,6 76.669,0 850.476,6 Out 241.604,6 28.372,2 269.976,8 Nov 186.429,4 25.058,4 211.487,8 Dez 207.380,2 23.882,6 231.262,8

4º Tri 635.414,2 77.313,2 712.727,4 1999 412.768,4 12.969,8 425.738,2 Jan 142.985,8 11.599,4 154.585,2 Fev 95.523,4 405,0 95.928,4 Mar 174.259,2 965,4 175.224,6

1º Tri 412.768,4 12.969,8 425.738,2

Fonte: Sisbacen

Período Total

US$ milhões

Livre(Compra+ Venda)

Flutuante(Compra+ Venda)

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Análise do Mercado de Câmbio - 1º Trimestre 1999

Departamento de Câmbio36

Olhando-se um pouco mais para opassado, nota-se, na mesma tabela 3.4,que a retração do interbancário, tanto noLivre quanto no Flutuante, iniciou-se a par-tir de outubro, em face das incertezas domercado, que induziu a mudança no focodas carteiras de câmbio mais atuantes,além da natural seletividade dos parceirosem situação de maior risco, como a quese oferecia. Devido à migração de suas

operações, o Flutuante registrou turnoverde apenas US$ 12.969,8 milhões – frentea uma média trimestral próxima de US$ 70bilhões no ano anterior –, concentrada nomês de janeiro, quando o comportamentofoi atípico desde o primeiro dia útil, na com-paração com o padrão anterior.

Apurando-se a média diária denegócios (turnover), para períodos selecio-

3.4- Relação Interbancário x Primário

0

2

4 6

8

10 12

14

16 18

20

22

93 ja

n

Abr Ju

l

Out

94 ja

n

Abr Ju

l

Out

95 ja

n

Abr Ju

l

Out

96 ja

n

Abr Ju

l

Out

97 ja

n

Abr Ju

l

Out

98 ja

n

Abr Ju

l

Out

99 ja

n

Livre FlutuanteFonte: Sisbacen

3.5 - Distribuição por Segmento

Livre Flutuante Total Livre Flutuante Total Livre Flutuante Total

US$ milhões US$ milhões US$ milhões1998 87,3 12,7 367.637 90,6 9,4 3.020.655 90,3 9,8 3.388.291 Jan 88,7 11,3 24.184 89,2 10,8 177.565 89,1 10,9 201.749 Fev 91,0 9,0 24.582 90,1 9,9 180.735 90,2 9,8 205.317 Mar 92,4 7,6 35.522 91,2 8,8 288.385 91,4 8,6 323.907

1º Tri 90,9 9,1 84.289 90,4 9,6 646.684 90,4 9,6 730.973 Abr 88,4 11,6 31.596 91,9 8,1 274.609 91,5 8,5 306.205 Mai 84,8 15,2 26.400 91,5 8,5 266.691 90,9 9,1 293.092 Jun 89,1 10,9 28.606 92,5 7,5 268.039 92,2 7,8 296.645

2º Tri 87,6 12,4 86.602 92,0 8,0 809.339 91,5 8,5 895.942 Jul 90,8 9,2 35.112 92,9 7,1 275.441 92,7 7,3 310.553 Ago 89,1 10,9 35.173 91,4 8,6 280.745 91,2 8,8 315.918 Set 75,6 24,4 39.766 88,5 11,5 295.248 86,9 13,1 335.014

3º Tri 84,8 15,2 110.051 90,9 9,1 851.434 90,2 9,8 961.485 Out 84,0 16,0 34.765 89,4 10,6 270.155 88,8 11,5 304.921 Nov 88,2 11,8 23.014 88,1 11,9 211.626 88,1 12,2 234.641 Dez 88,4 11,6 28.915 89,6 10,4 231.415 89,5 10,9 260.331

4º Tri 86,6 13,4 86.695 89,1 10,9 713.197 88,8 11,5 799.892 1999 90,9 9,2 81.370 96,8 3,2 426.310 95,9 4,1 507.679 Jan 87,5 12,5 25.685 92,4 7,6 154.769 91,7 8,3 180.453 Fev 93,7 6,4 25.697 99,4 0,6 96.109 98,2 1,8 121.806 Mar 91,3 8,7 29.988 99,3 0,7 175.432 98,2 1,8 205.420

1º Tri 90,9 9,2 81.370 96,8 3,2 426.310 95,9 4,1 507.679

Fonte: Sisbacen

PeríodoPrimário Secundário Primário + Secundário

(%) (%) (%)

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Análise do Mercado de Câmbio - 1º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 37

nados de janeiro, observamos que nosquatro primeiros dias do mês o valor foi emtorno de US$ 500 milhões/dia, frente amédia de US$ 1,3 bilhão registrada notrimestre anterior. Esse valor somente foialcançado novamente entre os dias 08 e14 de janeiro (cinco dias úteis), quando amédia foi próxima de US$ 1,4 bilhão, paraem seguida cair para valor ligeiramente aci-ma de US$ 0,25 bilhão e fechar o mês emUS$ 0,5 bilhão. Sobre a média diária deambos os segmentos, é bastante informa-tivo o gráfico 3.3, que traz os números des-de 1993. Por outro lado, a alavancagem en-tre primário e secundário dos dois segmen-

tos, também desde 1993, é mostrada nográfico 3.4.

A tabela 3.5, que traz a distribuição dascontratações de câmbio entre os segmen-tos Livre e Flutuante, evidencia a queda departicipação do Flutuante, que, no total, caiude 11,5% para 4,1% entre o 4º tri/1998 e operíodo em análise, face, em particular, àmudança havida na distribuição dasoperações interbancárias, que passaram de10,9% para 3,2%, na mesma comparação.No primário a queda foi de 4,2 pontospercentuais, devido também a menor volumede negócios a partir de fevereiro.

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4. SEGMENTO DE TAXAS LIVRES

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Análise do Mercado de Câmbio - 1º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 41

O balanço das contratações decâmbio de exportação e importação resul-tou positivo, em US$ 1.612 milhões, no pri-meiro trimestre/99, frente ao saldo negativode US$ 909 milhões apurado no último pe-ríodo de 1998. Esse resultado decorreu daacentuada queda de 22,8% na importaçãocambial e de estabilidade na exportaçãocambial, cujos números variaram, positiva-mente, menos de 0,5% entre os dois últi-mos trimestres. O valor de US$ 8.433 mi-lhões referente às contratações de impor-tação, que é o menor desde o 4º tri/1994,contribuiu para que a corrente de comérciocambial totalizasse o acanhado valor deUS$ 18.478 milhões que, anualizado, indicanegócios totais de apenas US$ 74 bilhõesem 1999 (tabela 4.1.1).

No comparativo com igual período doano passado, quando o superávit foi deUS$ 1.856 milhões, os números das con-trações de câmbio relativas ao comércioexterior brasileiro mostram-se ainda maisacanhados, com quedas de 22,5% e24,1%, na exportação e na importação,respectivamente. Os US$ 18.478 milhõesapurados a título de corrente de comérciocambial é, respectivamente, 23,2% e11,7% menor que os resultado do primeiroe último trimestres de 1998, deixando evi-dente forte recuo no volume de câmbio co-mercial nesse primeiro período do ano, oque se explicaria pela confluência de diver-sos fatores, dentre os quais se destacam,a forte desvalorização cambial ocorrida apartir de 15 de janeiro; as dificuldades decrédito comercial; e a natural atitude de ex-pectativa dos agentes.

O gráfico 4.1.1, que mostra a evolu-ção mensal das contratações de câmbio deexportação, desde 1996, permite notar queo mercado, após certa retração nos mês dejaneiro, começou a reagir, a partir de fevereiro.As contratações de março, US$ 3.925 mi-lhões, acabaram compondo o maior valordos últimos oito meses e ficando bastantepróximas à média do ano anterior (US$ 3.979milhões). Não obstante, a curva do ano de1998 deixa clara a mudança de patamar des-ses negócios, desde agosto daquele ano,quando passaram da média de US$ 4.418milhões – apurada nos sete primeiros me-ses do ano – para a de US$ 3.363 milhões,nos últimos cinco meses.

Na importação, objeto do gráfico4.1.2, as contratações seguiram o compor-tamento sazonal de início de ano, quando

4.1.1 - Câmbio Contratado - Fluxo

1998 47.745 192 43.938 176 3.807 91.684 Jan 4.232 202 3.894 185 338 8.126 Fev 4.284 238 3.229 179 1.055 7.513 Mar 4.446 202 3.983 181 463 8.428

1º Tri 12.962 212 11.106 182 1.856 24.068 Abr 4.296 226 3.474 183 822 7.770 Mai 4.169 208 3.381 169 788 7.550 Jun 4.712 224 3.759 179 953 8.470

2º Tri 13.176 220 10.614 177 2.563 23.790 Jul 4.789 208 3.495 152 1.293 8.284 Ago 3.546 169 3.572 170 -26 7.118 Set 3.260 155 4.231 201 -970 7.491

3º Tri 11.595 178 11.298 174 297 22.893 Out 3.187 152 4.057 193 -870 7.244 Nov 3.504 175 3.420 171 85 6.924 Dez 3.321 151 3.444 157 -123 6.766

4º Tri 10.013 159 10.921 173 -909 20.934 1999 10.045 165 8.433 138 1.612 18.478 Jan 2.854 143 2.657 133 198 5.511 Fev 3.266 181 2.421 134 845 5.687 Mar 3.925 171 3.356 146 569 7.281

1º Tri 10.045 165 8.433 138 1.612 18.478

Fonte: SisbacenNota: Média diária por dias úteis.

US$ milhões

Correntede

Comércio

PeríodoExportação Importação

SaldoMédiaDiária

ValorValor MédiaDiária

4.1. BALANÇA COMERCIAL CAMBIAL

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Análise do Mercado de Câmbio - 1º Trimestre 1999

Departamento de Câmbio42

o mês de fevereiro sempre registra, confor-me a amostra, o menor valor do trimestre.De qualquer maneira, tanto o comporta-mento das curvas anuais quanto o resulta-do da comparação das médias diárias decontratação mostradas na tabela 4.1.1 nãodeixam dúvidas quanto à existência de indí-cios de mudança de patamar dos negócioscambiais de importação, em decorrênciada desvalorização havida após a flutuaçãoda taxa de câmbio, iniciada em janeiro. Ain-da sobre o volume de importação cambial,convém notar que não houve tempo hábilpara qualquer reflexo das modificações in-troduzidas pela Circular nº 2.876, de17.03.1999, que flexibilizou as exigênciasde câmbio prévio instituídas pela Circularnº 2.747, de 25.03.1997, e outros, com am-paro na MP 1.569/97.

Na tabela 4.1.2, os números da ba-lança comercial física mostram recuoacentuado dos negócios, nas compara-ções com períodos anteriores. Visto pelacorrente de comércio, as quedas foram de18,5% e 20,5% frente ao primeiro e ao últi-

mo trimestres de 1998, respectivamente.Esse resultado foi fruto principalmente dofraco volume de importação (US$ 10.863milhões) cujos números ficaram 21,0%e 25,8% abaixo daqueles apurados no 1ºtri/98 (US$ 13.745 milhões) e 4º tri/98(US$ 14.636 milhões). Em iguais compara-ções, as exportações do 1º tri/99 (US$ 10.042milhões) mostraram retração menos acen-tuada, com variações negativas de 15,6% e13,9%, respectivamente.

Outros pontos a destacar da tabela4.1.2 são o saldo comercial negativo deUS$ 821 milhões, que ficou 72,4% abaixodaquele apurado no trimestre anterior(US$ 2.976 milhões), e as médias diáriasde negócios, que são as mais baixas des-de o 1º tri/1995, na exportação – cujos ne-gócios, afetados pela crise mexicana, fo-ram de US$ 154 milhões/dia –, e do 1º tri/1996, na importação. O comportamento dabalança comercial física é objeto tambémdos gráficos 4.1.3 e 4.1.4, que permitemanálise comparativa com iguais períodosdos três anos precedentes a 1999. Como

4.1.1 - Contrata ções de Exporta ção

2.500

3.000

3.500

4.000

4.500

5.000

5.500

6.000

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

US

$ m

ilhõe

s

1996 1997 1998 1999Fonte: Sisbacen

4.1.2 - Contrata ç ões de Im porta ç ão

2.000

2.500

3.000

3.500

4.000

4.500

5.000

5.500

6.000

Jan F ev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set O ut N ov D ez

US

$ m

ilhõe

s

1996 1997 1998 1999Fonte : S isbacen

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Análise do Mercado de Câmbio - 1º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 43

de praxe, nosso relatório traztambém os gráficos 4.1.5 (im-portações) e 4.1.6 (exporta-ções), que permitem a com-paração entre os comporta-mentos das curvas de expor-tação e importação, nas ba-lanças física e financeira.

Refletindo o comporta-mento retraído dos exportado-res, cujos negócios registra-ram a menor média diáriadesde o 1º tri/1995, o saldo daconta Câmbio Comprado aLiquidar – Exportação pros-seguiu em ritmo de redução,marcando, em janeiro, o séti-mo mês consecutivo de que-das no estoque de câmbio deexportação em fase de finan-

4.1.2 - Balan ça Comercial Física

1998 51.120 -3,5 205 57.714 -3,5 232 -6.594 108.834 Jan 3.914 -13,7 186 4.641 -12,4 221 -727 8.555 Fev 3.715 -5,1 206 3.936 -15,2 219 -221 7.651 Mar 4.273 15,0 194 5.168 31,3 235 -895 9.441

1º Tri 11.902 -10,5 195 13.745 -15,2 225 -1.843 25.647 Abr 4.571 7,0 241 4.629 -10,4 244 -58 9.200 Mai 4.609 0,8 230 4.734 2,3 237 -125 9.343 Jun 4.886 6,0 233 4.701 -0,7 224 185 9.587

2º Tri 14.066 18,2 234 14.064 2,3 234 2 28.130 Jul 4.970 1,7 216 5.392 14,7 234 -422 10.362 Ago 3.985 -19,8 190 4.154 -23,0 198 -169 8.139 Set 4.537 13,9 216 5.723 37,8 273 -1.186 10.260

3º Tri 13.492 -4,1 208 15.269 8,6 235 -1.777 28.761 Out 4.014 -11,5 191 5.455 -4,7 260 -1.441 9.469 Nov 3.702 -7,8 185 4.730 -13,3 237 -1.028 8.432 Dez 3.944 6,5 179 4.451 -5,9 202 -507 8.395

4º Tri 11.660 -13,6 185 14.636 -4,1 232 -2.976 26.296 1999 10.042 -15,6 165 10.863 -21,0 178 -821 20.905 Jan 2.946 -25,3 147 3.646 -18,1 182 -700 6.592 Fev 3.267 10,9 182 3.164 -13,2 176 103 6.431 Mar 3.829 17,2 166 4.053 28,1 176 -224 7.882

1º Tri 10.042 -13,9 165 10.863 -25,8 178 -821 20.905

Fonte : SecexNota: 1/ Dados revistos pelo Secex a partir de 1997.

US$ milhões

Período

Exportações Importações

SaldoCorrente

deComércio

Var.(%)

MédiaDiária

MédiaDiária

Var.(%)

Valor Valor

4.1.3 - Exporta ções Físicas

2.500

3.000

3.500

4.000

4.500

5.000

5.500

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

US

$ m

ilhõe

s

1996 1997 1998 1999Fonte: Secex

4.1.4 - Importa ções Físicas

2.500

3.000

3.500

4.000

4.500

5.000

5.500

6.000

6.500

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

US

$ m

ilhõe

s

1996 1997 1998 1999Fonte: Secex

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Análise do Mercado de Câmbio - 1º Trimestre 1999

Departamento de Câmbio44

ciamento (via ACC ou ACE), à exceção defevereiro, como se pode ver na tabela 4.1.3e no gráfico 4.1.7. Calculando a queda apartir das médias trimestrais, notamos queesta foi de 24,8% e 8,7%, no comparativocom o primeiro e o último trimestres de1998, respectivamente.

No que se refere à distribuição dessesaldo contábil, entre os subtítulos “com” e“sem” embarque, notamos que a distribui-ção praticamente não sofreu alteração en-tre os dois últimos trimestres. No 4º tri/1998,os percentuais de participação, apuradossobre o estoque, eram de 29,4% e 70,6%,passando, no período em análise, para30,4% e 69,6%, respectivamente. Pode-seinferir certo atraso nas contratações de câm-bio de exportação quando se constata, nacomparação dos números do 1º tri/1999 comos de igual período do ano passado, que ocâmbio “com” embarque ganhou quatro pon-tos percentuais, contra correspondente perdado câmbio “sem” embarque.

Sobre as formas de financiamentodas exportações, a tabela 4.1.4 e o gráfico4.1.8, mostram, contrariamente à expecta-tiva, aumento no percentual de financia-mento à exportação via adiantamento e/oupagamento antecipado, na comparaçãocom o último trimestre/1998. O 1º tri/1999registrou 77,4% de financiamento nas con-tratações de exportação do período, con-tra 76,2% do período anterior, o que impli-cou aumento de 1,2 ponto percentual. Em-bora pequeno, o aumento é importante pordeterminar uma parada na curva descen-dente iniciada no 3º tri/1998. Na compara-ção com o 1º tri/1998, contudo, que regis-trou 84,1% de financiamento, houve quedade 6,7 pontos percentuais.

O crescimento do percentual de fi-nanciamento entre os dois últimos trimes-tres amparou-se na forte participação dopagamento antecipado, que esteve presen-te em 28,8% do total de negócios, contra19,4% no trimestre anterior (crescimento

4.1.5 - Importa ções Cambiais X Físicas

0

1.000

2.000

3.000

4.000

5.000

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7.000

93 J

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94 J

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95 J

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Cambiais FísicasFonte: Sisbacen e Secex

4.1.6 - Exporta ções Cambiais X Físicas

0

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Cambiais FísicasFonte: Sisbacen e Secex

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Análise do Mercado de Câmbio - 1º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 45

de 9,4 pontos percentuais) e 23,1% no 1ºtri/1998 (crescimento de 5,7 pontos percen-tuais). Sobre isso, notamos também queo percentual de pagamento antecipadoocorrido no trimestre em análise é o maiorde todo o período coberto pela tabela 4.1.4.Por outro lado, o ACC, ao responder porapenas 48,6 pontos percentuais, marcouseu mais baixo volume de participação des-de 1990, pelo menos, somente encontran-do paralelo nos meses de novembro(44,0%) e dezembro (44,1%) de 1994, de-vido à incidência de compulsório sobre oACC, por curto período de tempo.

Além do quarto trimestre de 1994,que, por conta do mês de outubro (71,3%),registrou 54,0% de participação do ACC,o trimestre com valor percentual mais pró-ximo ao ora contratado ocorreu no terceirotrimestre de 1998 (53,9%), o que demons-tra as dificuldades na captação de finan-ciamento amparado em linhas de créditode banqueiros (gráfico 4.1.8).

Da mesma forma que no trimestreanterior, considerando a conjuntura desfa-vorável aos negócios de comércio exterior,no período, face à alta volatilidade da taxade câmbio à retração do crédito bancárioespecializado, a análise das variações dosvalores absolutos de adiantamento e pa-gamento antecipado mostra-se mais apro-priada, por dar idéia da magnitude dos po-tenciais negócios não realizados, por força

das comentadas condições desfavoráveisdo mercado. Com esse enfoque, nota-seque o total de crédito absorvido pelo setorexportador no 1º tri/99, via contratação decâmbio (US$ 7.774 milhões), ficou 28,7%abaixo do valor apurado em período do anopassado (US$ 10.906 milhões). Na com-paração com o 4º tri/98 (US$ 7.627 mi-lhões), notamos aumento de 1,9% do cré-dito total no período em análise.

Submetendo às mesmas compara-ções os valores de cada uma das formasde financiamento, nota-se que o impactoda retração de crédito foi bem mais acen-

SEGMENTO DE TAXAS LIVRES4.1.3 - Câmbio Comprado a Liquidar Exportação

PeríodoCom

EmbarqueSem

EmbarqueTotal

98-Jan 3.311 8.942 12.252 Fev 3.207 9.387 12.593 Mar 3.268 9.206 12.474 Abr 3.266 9.093 12.359 Mai 3.206 9.089 12.295 Jun 3.245 9.059 12.304 Jul 3.160 8.898 12.058

Ago 3.032 8.440 11.472 Set 2.951 7.767 10.718 Out 3.001 7.517 10.518 Nov 3.024 7.317 10.341 Dez 3.022 6.830 9.852

99-Jan 2.947 6.427 9.374 Fev 2.827 6.623 9.451 Mar 2.750 6.476 9.226

Fonte: Sisbacen (COSIF)Nota: Divergências eventualmente encontradas nos números desta tabela em relação a anteriores devem-se a atraso na entrega de balancetes pelos bancos.

US$ milhões

4.1.7 - Câmbio Comprado a LiquidarExportação - Saldo Contábil

0

2

4

6

8

10

12

14

16

92-J

an Mai

Set

93-J

an Mai

Set

94-J

an Mai

Set

95-J

an Mai

Set

96-J

an Mai

Set

97-J

an Mai

Set

98-J

an Mai

Set

99-J

an

US

$ m

ilhõe

s

Com Embarque Sem Embarque TotalFonte: Sisbacen

Page 46: ANÁLISE DO MERCADO DE CÂMBIO€¦ · opinião e dos agentes do mercado. Na se-qüência, ... Fev 4,11 - 2,35 -1,69 -18,55 -38,79 Mar -16,60 - 3,29 23,85 1.202,68 -24,19 1º Tri

Análise do Mercado de Câmbio - 1º Trimestre 1999

Departamento de Câmbio46

tuada no adiantamento, que apresentou va-riações negativas de 38,3% e 14,1% frenteao primeiro e ao quarto trimestres/98, res-pectivamente, enquanto o pagamento an-tecipado ficava praticamente estável frenteao 1º tri/98 (recuo de apenas 3,4%) e cres-cia 49,0% no confronto com o 4º tri/98, de-monstrando uma certa preferência do mer-cado pela segunda alternativa, que é me-nos arriscada para os bancos. A tendênciadecrescente da participação do ACC econseqüente aumento do pagamento an-

tecipado e de outras alternativas é eviden-ciada no gráfico 4.1.8, que mostra as cur-vas desde 1990.

Os saldos contábeis mensais daconta Obrigações em Moedas Estrangei-ras, expostos na tabela 4.1.5 e no gráfico4.1.9, mostram nova queda na captaçãode linhas de crédito de exportação e im-portação no trimestre em análise, como jáindicado pelo comportamento dos númerosinformativos das contratações mensais.

SEGMENTO DE TAXAS LIVRES4.1.4 - Formas de Contratação das Exportações

Valor (%) Valor (%) Valor (%)1998 47.745 11.676 24,5 27.508 57,6 39.184 82,1Jan 4.232 820 19,4 2.625 62,0 3.445 81,4Fev 4.284 1.131 26,4 2.510 58,6 3.641 85,0Mar 4.446 1.038 23,3 2.782 62,6 3.820 85,9

1º Trim. 12.962 2.989 23,1 7.917 61,1 10.906 84,1Abr 4.296 1.151 26,8 2.518 58,6 3.669 85,4Mai 4.169 875 21,0 2.617 62,8 3.492 83,8Jun 4.712 1.445 30,7 2.517 53,4 3.962 84,1

2º Trim. 13.176 3.471 26,3 7.652 58,1 11.123 84,4Jul 4.789 1.547 32,3 2.535 52,9 4.082 85,2Ago 3.546 924 26,1 1.934 54,5 2.858 80,6Set 3.260 807 24,8 1.781 54,6 2.588 79,4

3º Trim. 11.595 3.278 28,3 6.250 53,9 9.528 82,2Out 3.187 448 14,1 1.926 60,4 2.374 74,5Nov 3.504 692 19,7 1.987 56,7 2.679 76,4Dez 3.321 798 24,0 1.776 53,5 2.574 77,5

4º Trim. 10.013 1.938 19,4 5.689 56,8 7.627 76,21999 10.045 2.888 28,8 4.886 48,6 7.774 77,4Jan 2.854 793 27,8 1.338 46,9 2.131 74,7Fev 3.266 884 27,1 1.681 51,5 2.565 78,5Mar 3.925 1.211 30,9 1.867 47,6 3.078 78,4

1º Tri 10.045 2.888 28,8 4.886 48,6 7.774 77,4

Fonte: Sisbacen

US$ milhões

Período ACC Pag. Antecip.+ ACCPag. AntecipadoExportação

4.1.8 - Formas de Contrata ção das Exporta ções

0

20

40

60

80

100

90 J

an Abr Ju

lO

ut91

Jan Abr Ju

lO

ut92

Jan Abr Ju

lO

ut93

Jan Abr Ju

lO

ut94

Jan Abr Ju

lO

ut95

Jan Abr Ju

lO

ut96

Jan Abr Ju

lO

ut97

Jan Abr Ju

lO

ut98

Jan Abr Ju

lO

ut99

Jan

( %

)

ACC

PagamentoAntecipado

Demais

Fonte: Sisbacen

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Análise do Mercado de Câmbio - 1º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 47

Sob os efeitos da crise de confiançaque passou a afetar as relações comer-ciais e financeiras do País, a partir do 3ºtri/98, o saldo contábil total das linhas decrédito comerciais captadas via sistemabancário autorizado, registradas nos sub-títulos específicos da conta OBRIGAÇÕESEM MOEDAS ESTRANGEIRAS, registrou,em março/99 (US$ 18.379 milhões), umvalor bastante baixo, só comparável a mar-ço/1995, quando o comprometimento des-sas linhas foi de US$ 18.081 milhões, sobinfluência da crise mexicana. Nota-se que ovalor médio total do trimestre (US$ 18.531

milhões) ficou 23,9% e 9,7% abaixo dos valo-res apurados nos 1º e 4º trimestre/1998, res-pectivamente.

Quanto à distribuição das linhas en-tre importação e exportação, medida combase nos seus saldos médios trimestrais,a situação permaneceu praticamente es-tável, com a importação perdendo 0,2 pon-to percentual, ao passar de 48,8% para48,6%, enquanto a exportação aumentavade 51,2% para 51,4%, na comparação comos valores do 4º tri/98. Em março/1999, es-sa distribuição aponta para 52,9% compro-

SEGMENTO DE TAXAS LIVRES4.1.5 - Saldos Contábeis Mensais das Linhas de Crédito

Até 360 dias + de 360 dias Total Até 360 dias + de 360 dias Total12.349 60 12.409 5.162 6.372 11.533 23.94212.569 74 12.643 4.853 6.819 11.672 24.31512.932 86 13.018 4.556 7.236 11.792 24.81012.510 108 12.619 4.252 7.491 11.743 24.36112.430 130 12.561 4.032 7.514 11.546 24.10712.255 142 12.397 3.844 7.672 11.516 23.91312.261 162 12.423 3.698 7.846 11.544 23.96711.767 160 11.927 3.558 7.834 11.392 23.31911.041 152 11.194 3.259 7.664 10.922 22.11610.665 153 10.818 3.142 7.330 10.472 21.28910.502 147 10.648 2.907 7.100 10.007 20.6559.908 138 10.046 2.641 6.930 9.572 19.6189.263 141 9.404 2.576 6.793 9.369 18.772

Fev 9.331 125 9.457 2.337 6.747 9.084 18.541Mar 9.617 99 9.716 2.086 6.577 8.663 18.379

Fonte: Sisbacen (COSIF)Notas: 1/ As divergências eventualmente encontradas nos números desta tabela em relação a anteriores devem-se a atraso na entrega de balancetes pelos bancos; 2/ Atualizado em julho/1999.

TotalGeral

Importação Exportação Período

FevMarAbrMaiJun

1999 Jan

1998 Jan

US$ milhões

NovDez

JulAgoSetOut

4.1.9 - Saldos Contábeis das Linhas de Crédito

0

5.000

10.000

15.000

20.000

25.000

30.000

92 J

an Mai

Set

93 J

an Mai

Set

94 J

an Mai

Set

95 J

an Mai

Set

96 J

an Mai

Set

97 J

an Mai

Set

98 J

an Mai

Set

99 J

an

US

$ m

ilhõe

s

Total de Linhas de Crédito Total de ExportaçãoImp. até 360 dias Imp. mais de 360 diasFonte: Sisbacen

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Análise do Mercado de Câmbio - 1º Trimestre 1999

Departamento de Câmbio48

metidos com a exportação com os restantes, 47,1%, desti-nados a importação.

No que se refere à divisão do crédito para importaçãoconforme o prazo de pagamento, constatamos novo aumen-to dos créditos de longo prazo, que, na média trimestral,passaram a responder por 74,2%, contra 71,1% no 4º tri/1998. No último mês do trimestre, a participação do créditode longo prazo chegou a 75,9%. Considerando o ambientehostil ao alongamento de prazos de financiamento comercial,inferimos que esse quadro se explica pelo fato das linhas delongo prazo refletirem de mais demorada a não renovaçãode linhas.

A tabela 4.1.6 mostra recuo de onze dias no prazo mé-dio previsto para liquidação dos contratos de exportação,que passou de 94, no 4º tri/98, para 83, no período em análise.Esse resultado, que nos parece coerente com as dificuldadesde crédito e a clara retração dos exportadores – que no míni-mo retardam suas contratações, à espera de melhores condi-ções de taxa e crédito, entre outros –, é certamente influencia-do pelo aumento de 9,4 pontos percentuais no pagamento an-tecipado, que exige câmbio pronto (prazo de dois dias entrecontratação e liquidação), e pela queda de 8,2 pontos percen-tuais no ACC, que é a principal fonte de financiamento no câm-bio futuro.

4.1.6 - Prazo Médio Previsto para Liqui-dação dos Contratos de Exportação 1/

1998 - 96Jan 107Fev 102Mar 101 103Abr 98Mai 101Jun 86 95Jul 91Ago 91Set 87 90Out 99Nov 93Dez 89 941999 - 83Jan 79Fev 87Mar 82 83

Fonte: SisbacenNotas: 1/ Fechamentos p/ liquidação com prazo superior a 390 dias não são computados no cálculo do prazo médio;2/ Média ponderada pelo valor das operações.

Períodomês

Prazo Médio (dias)

ano /Trim. 2/

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Análise do Mercado de Câmbio - 1º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 49

4.2. MOVIMENTO FINANCEIRO

O primeiro trimestre de 1999 apre-sentou movimento de redução nas contra-tações de compra, registrando US$ 21,3bilhões, ante US$ 26,4 bilhões do trimestreanterior. Por outro lado, as remessas aumen-taram fortemente, chegando a US$ 34,1 bi-lhões, mais de 22% superior ao verificadono trimestre anterior (US$ 27,8 bilhões).Com isso, o resultado líquido do trimestrechegou ao déficit de US$ 12,8 bilhões, sócomparável ao terceiro trimestre de 1998,quando as economias emergentes foramfortemente atingidas pelos desdobramen-tos da crise russa (gráfico 4.2.1).

Logo no início de 1999, houve fortepressão no mercado cambial em funçãode incertezas no campo econômico e polí-tico, levando à falta de credibilidade na po-lítica cambial do País e desencadeandoamplo movimento de transferências ao ex-terior. Ao movimento de remessas na pri-meira quinzena de janeiro seguiu-se a mu-dança no regime cambial, passando à livre

SEGMENTO DE TAXAS LIVRES4.2.1- Saldo Financeiro Mensal

Câmbio Contratado - 1997/99

-20.000

-15.000

-10.000

-5.000

0

5.000

10.000

15.000

20.000

Jan-

97

Fev

-97

Mar

-97

Abr

-97

Mai

-97

Jun-

97

Jul-

97

Ago

-97

Set

-97

Out

-97

Nov

-97

Dez

-97

Jan-

98

Fev

-98

Mar

-98

Abr

-98

Mai

-98

Jun-

98

Jul-

98

Ago

-98

Set

-98

Out

-98

Nov

-98

Dez

-98

Jan-

99

Fev

-99

Mar

-99

US

$ m

ilhõe

s

Saldo Ingressos RemessasFonte: Sisbacen

MOVIMENTO FINANCEIRO4.2.1 - Operações Financei ras Câmbio Contratado

1 9 9 8 121.324 487,24 107.814 432,99 13.510 Jan 7.770 370,02 5.544 263,99 2.227 Fev 10.038 557,69 4.813 267,39 5.225 Mar 17.946 815,71 6.456 293,48 11.489

1º Tri 35.755 586,14 16.813 275,63 18.941 Abr 13.918 732,51 6.258 329,36 7.660 Mai 7.882 394,11 6.961 348,06 921 Jun 8.662 412,49 8.358 397,98 305

2º Tri 30.462 507,70 21.577 359,61 8.885 Jul 14.506 630,69 9.105 395,89 5.400 Ago 7.633 363,49 16.597 790,32 -8.963 Set 6.591 313,87 15.967 760,36 -9.376

3º Tri 28.731 442,01 41.670 641,07 -12.939 Out 11.900 566,68 10.048 478,48 1.852 Nov 6.508 325,41 6.868 343,41 -360 Dez 7.968 362,19 10.838 492,62 -2.869

4º Tri 26.377 418,68 27.754 440,54 -1.377 1 9 9 9 21.338 349,81 34.089 558,84 -12.751

Jan 5.130 256,48 11.822 591,10 -6.692 Fev 7.671 426,18 10.706 594,76 -3.035 Mar 8.537 371,19 11.562 502,67 -3.024

1º Tri 21.338 349,81 34.089 558,84 -12.751

Fonte: PCAM175 Segmento Livre (não inclui Banco Central)

US$ milhões

PeríodoValor Valor

Compras VendasSaldoMédia

DiáriaMédiaDiária

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Análise do Mercado de Câmbio - 1º Trimestre 1999

Departamento de Câmbio50

flutuação da taxa de câmbio, sendo pre-vista a intervenção do Banco Central ape-nas em situações de movimentos desor-denados no mercado.

Como mostra a tabela 4.2.1, o déficitem janeiro, conseqüência tanto de meno-res ingressos como de maiores transfe-rências para o exterior, foi bastante signifi-

SEGMENTO DE TAXAS LIVRES4.2.2 - Saldo Financeiro Acumulado em 12 meses

Câmbio Contratado - 1997/99

-30.000

-20.000

-10.000

0

10.000

20.000

30.000

40.000

50.000

Jan-

97

Fev

-97

Mar

-97

Abr

-97

Mai

-97

Jun-

97

Jul-

97

Ago

-97

Set

-97

Out

-97

Nov

-97

Dez

-97

Jan-

98

Fev

-98

Mar

-98

Abr

-98

Mai

-98

Jun-

98

Jul-

98

Ago

-98

Set

-98

Out

-98

Nov

-98

Dez

-98

Jan-

99

Fev

-99

Mar

-99

US

$ m

ilhõe

s

Fonte: Sisbacen

MOVIMENTO FINANCEIRO4.2.2 - Segmento Livre - Ingressos Financeiros Câmbio Contratado

1998 5.621 20.905 5.823 26.783 23.741 24.276 17.003 121.324 Jan 460 1.850 663 947 2.442 700 709 7.770 Fev 408 2.090 1.067 1.104 3.525 642 1.201 10.038 Mar 477 2.813 369 1.124 5.520 6.173 1.471 17.946

1º Tri 1.345 6.752 2.099 3.175 11.487 7.514 3.381 35.755 Abr 487 2.338 359 1.731 2.507 3.059 3.438 13.918 Mai 368 1.812 726 1.278 976 993 1.729 7.882 Jun 481 1.524 585 2.839 600 2.025 609 8.662

2º Tri 1.335 5.674 1.670 5.848 4.082 6.077 5.776 30.462 Jul 490 2.640 953 4.780 1.599 3.333 710 14.506 Ago 587 1.165 199 2.859 1.381 833 3.438 7.633 Set 425 894 399 1.909 1.253 792 919 6.591

3º Tri 1.502 4.699 1.551 9.548 4.232 4.959 5.066 28.731 Out 435 1.172 155 4.050 736 4.648 704 11.900 Nov 468 1.749 196 1.785 688 182 1.441 6.508 Dez 535 858 152 2.377 2.515 896 636 7.968

4º Tri 1.437 3.779 503 8.211 3.939 5.727 2.780 26.377 1999 1.503 2.927 777 7.277 2.684 1.353 4.818 21.338 Jan 541 1.078 294 1.087 730 287 1.112 5.130 Fev 367 739 262 4.594 569 343 797 7.671 Mar 595 1.109 221 1.596 1.386 723 2.909 8.537

1º Tri 1.503 2.927 777 7.277 2.684 1.353 4.818 21.338

Fonte: PCAM175 Segmento Livre (não inclui Banco Central)Notas: 1/ Inclui Transportes, Seguros, Viagens Internacionais, Rendas de Capitais, Gastos Governamentais e Serviços Diversos;2/ Resolução nº 1.289 (anexos I a IV) e Ações;3/ Imóveis, Investimentos em Subsidiárias ou Filiais e Participações em Empresas no País;4/ Resolução n º 63, Resolução nº 2.312 ('63 cambial'), Resolução nº 2.483 ('63 caipira') e outros empréstimos.

US$ milhões

TotalServiços

1/

Mercadode

Capitais2/

Depo-sitary

Receipts

Investi-mentosDiretos

3/

Emprés-timos a

Residentes4/

CommercialPapers,Bônus,Notes

OutrosCapitais

eServiços

Capitais

Período

Page 51: ANÁLISE DO MERCADO DE CÂMBIO€¦ · opinião e dos agentes do mercado. Na se-qüência, ... Fev 4,11 - 2,35 -1,69 -18,55 -38,79 Mar -16,60 - 3,29 23,85 1.202,68 -24,19 1º Tri

Análise do Mercado de Câmbio - 1º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 51

cativo (US$ 6,7 bilhões), muito embora fe-vereiro e março também tenham mostradorelevante nível de saídas líquidas (US$ 3,0bilhões em cada um desses meses). Con-siderando-se o saldo líquido da movimen-tação financeira acumulado em 12 meses(gráfico 4.2.2), é bastante clara a reversãoocorrida a partir da crise russa, passandodo saldo acumulado positivo de US$ 40,3bilhões em julho de 1998 para remessaslíquidas de US$ 18,2 bilhões em março de1999. Desde outubro de 1995 o saldo acu-mulado em 12 meses não apresentava va-lores negativos.

Para se ter idéia melhor da movi-mentação financeira no primeiro trimestrede 1999, é interessante acompanhar o fluxodetalhado por rubricas em seus ingressos,remessas e saldo líquido. Contrapondo-se

os valores das tabelas 4.2.2, 4.2.3 e 4.2.4,pode-se verificar mais claramente o perfilde ingressos e remessas nos três primei-ros meses do ano, o que levou ao saldonegativo acumulado no trimestre em US$ 12,8bilhões, principalmente em função de maio-res transferências para o exterior.

Dentre todas as rubricas, Commerci-al Papers, Bônus e Notes chama atençãopela grande mudança em seus fluxos, ten-do chegado a remessas líquidas de quaseUS$ 7 bilhões no trimestre em análise, anteingressos líquidos de pouco mais de US$ 4bilhões no acumulado do último trimestrede 1998. Sem dúvida, como mostram astabelas 4.2.2 e 4.2.3, esse resultado ne-gativo é conseqüência da relevante quedanos ingressos em conjunto com o forte au-mento das remessas. Com efeito, foram re-

MOVIMENTO FINANCEIRO4.2.3 - Segmento Livre - Remessas Financei ras Câmbio Contratado

1998 11.728 7.188 9.932 22.727 2.116 2.415 16.686 17.805 4.513 12.704 107.814 Jan 786 322 740 1.504 230 15 753 514 309 371 5.544 Fev 607 305 732 1.405 67 43 518 544 257 335 4.813 Mar 799 505 770 1.516 188 732 922 622 198 205 6.456

1º Tri 2.191 1.132 2.242 4.426 484 791 2.194 1.679 764 911 16.813 Abr 827 591 696 1.927 145 132 583 1.022 114 221 6.258 Mai 903 765 755 2.212 151 55 442 1.195 346 138 6.961 Jun 1.153 490 757 1.985 233 30 1.480 1.569 246 414 8.358

2º Tri 2.883 1.846 2.209 6.125 528 217 2.504 3.786 706 774 21.577 Jul 1.038 212 923 1.910 109 147 2.106 1.707 472 481 9.105 Ago 838 610 1.232 3.443 211 43 2.808 1.829 654 4.928 16.597 Set 1.208 1.582 975 2.611 187 193 2.454 2.267 369 4.121 15.967

3º Tri 3.083 2.404 3.131 7.964 507 384 7.368 5.803 1.495 9.531 41.670 Out 1.266 503 729 1.271 236 196 1.908 2.262 701 977 10.048 Nov 915 435 743 1.193 167 54 829 2.075 212 244 6.868 Dez 1.390 868 878 1.748 193 774 1.883 2.201 634 268 10.838

4º Tri 3.571 1.805 2.350 4.212 596 1.024 4.620 6.537 1.548 1.490 27.754 1999 3.184 1.370 2.306 3.072 322 391 5.273 5.262 8.296 4.613 34.089 Jan 925 628 966 1.692 111 154 1.058 1.620 1.018 3.652 11.822 Fev 835 351 503 577 81 134 1.272 1.451 4.995 507 10.706 Mar 1.424 392 837 804 130 103 2.943 2.191 2.284 454 11.562

1º Tri 3.184 1.370 2.306 3.072 322 391 5.273 5.262 8.296 4.613 34.089

Fonte: PCAM175 Segmento Livre (não inclui Banco Central)Notas: 1/ Inclui Dividendos e Bonificações;2/ Transportes, Seguros, Viagens Internacionais, Gastos Governamentais e Serviços Diversos;3/ Resolução nº 1.289 (anexos I a IV) e Ações;4/ Imóveis, Investimentos em Subsidiárias ou Filiais e Participações em Empresas no País;5/ Resolução nº 63, Resolução nº 2.312 ('63 cambial'), Resolução nº 2.483 ('63 caipira') e outros empréstimos.

Fin. a Im-portação

Capitais

Período Juros

Serviços

Emp. a Re-sidentes

5/

Total

US$ milhões

CommercialPapers,Bônus,Notes

Amortizações

Lucros

1/

Depo-sitary

Receipts

OutrosServiços

2/

Mercadode

Capitais3/

Investi-mentosDiretos

4/

OutrosCapitais

eServiços

Page 52: ANÁLISE DO MERCADO DE CÂMBIO€¦ · opinião e dos agentes do mercado. Na se-qüência, ... Fev 4,11 - 2,35 -1,69 -18,55 -38,79 Mar -16,60 - 3,29 23,85 1.202,68 -24,19 1º Tri

Análise do Mercado de Câmbio - 1º Trimestre 1999

Departamento de Câmbio52

gistrados ingressos de US$ 1,4 bilhão no pre-sente trimestre, bem abaixo dos US$ 5,7 bi-lhões registrados no último trimestre de 1998.

A queda nos ingressos também foiverificada em outras rubricas, destacando-se Empréstimos a Residentes, Investi-mentos Diretos e Mercado de Capitais. Apropósito, a redução nos ingressos finan-ceiros como um todo só não foi maior notrimestre em função da recuperação nastransferências a título de Empréstimos aResidentes, em março, e nos Investimen-tos Diretos de fevereiro.

Mais particularmente no que se referea Investimentos Diretos, o gráfico 4.2.3mostra claramente que o crescimento nosingressos trata-se principalmente de Par-ticipação em Empresas, ressaltando-seque grande parte dessas transferênciasocorreu, na verdade, apenas em carátercontábil, com entrega simbólica de moeda,sendo parte de operação estruturada emoutubro de 1998. Nesse mês, havia ocor-rido a antecipação de recursos vinculadosà privatização do sistema Telebrás viaemissão de Notes, liquidadas antecipada-mente em fevereiro de 1999 (ver remessasde Commercial Papers, Bônus e Notes natabela 4.2.3) com a respectiva contraparti-da nos referidos ingressos via Investimen-tos Diretos/Participação em Empresas.

Interessante notar, no gráfico 4.2.4,que os investimentos diretos líquidos acu-mulados em 12 meses continuaram regis-trando expressivo volume e tendência decrescimento, mesmo considerando a crisede credibilidade pela qual passou o País.

A esse propósito, é peculiar o com-portamento do fluxo no mercado de capi-tais, que, como pode ser visto no gráfico4.2.5, não teve o forte reflexo de saídas lí-quidas em níveis verificados nas crises an-teriores. Em verdade, a rubrica Mercadode Capitais, no trimestre, mostrou até mes-mo maior força na redução das remessas,em termos proporcionais, que a reduçãonos ingressos. Com efeito, a tabela 4.2.4mostra que as saídas líquidas a título defundos e ações caíram dos US$ 433 mi-lhões do trimestre anterior para US$ 146milhões do trimestre em análise.

Ainda com relação ao fluxo de capi-tais, é interessante acompanhar o fluxo deEmpréstimos a Residentes, que normal-mente responde agudamente a momentosde crise. De fato, desde agosto de 1998, eà exceção de dezembro daquele ano, o sal-do de transferências financeiras a esse tí-tulo vem apresentando valores negativos,destacando-se agosto, setembro e outubrode 1998 – reflexo dos desdobramentos dacrise russa.

SEGMENTO DE TAXAS LIVRES4.2.3 - Ingressos de Investimentos Diretos

Câmbio Contratado - 1997/99

0

1.000

2.000

3.000

4.000

5.000

6.000

Jan-

97

Fev

-97

Mar

-97

Abr

-97

Mai

-97

Jun-

97

Jul-

97

Ago

-97

Set

-97

Out

-97

Nov

-97

Dez

-97

Jan-

98

Fev

-98

Mar

-98

Abr

-98

Mai

-98

Jun-

98

Jul-

98

Ago

-98

Set

-98

Out

-98

Nov

-98

Dez

-98

Jan-

99

Fev

-99

Mar

-99

US

$ m

ilhõe

s

Subsidiárias e/ou Filiais Participação em Empresas TotalFonte: Sisbacen

Page 53: ANÁLISE DO MERCADO DE CÂMBIO€¦ · opinião e dos agentes do mercado. Na se-qüência, ... Fev 4,11 - 2,35 -1,69 -18,55 -38,79 Mar -16,60 - 3,29 23,85 1.202,68 -24,19 1º Tri

Análise do Mercado de Câmbio - 1º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 53

O crescimento do saldo líquido nega-tivo no presente trimestre foi fruto de maio-res remessas e, mais expressivamente, daforte redução nos ingressos. Anteriormente,principalmente até março de 1998, comomostra o gráfico 4.2.6, o País recebia gran-de parte dos recursos sob a forma de cap-tação para repasses, mais conhecidos co-mo “63 cambial”, “Resolução 63” e, em mai-or volume, “63 caipira”. Desde maio de 1998,com a limitação de parcela aplicável em títu-los públicos com variação cambial (NTN-D)à metade dos recursos disponíveis, as cap-tações via “Resolução 63” e assemelhadasmostraram intensa redução.

No trimestre em análise, o ingressode Empréstimos a Residentes mais ex-pressivo deu-se em março, onde boa par-te refere-se a capitais estrangeiros decurto prazo para aplicação em títulosmobiliários brasileiros, ou, ainda, opera-ções diretas de empresas não financei-ras no Brasil com instituições (financei-ras ou não financeiras) no exterior, semlançamento de títulos. Embora o valor domês de março tenha sido relevante, nãochegou a compensar a queda nos doismeses anteriores, levando o acumuladodo trimestre a valores inferiores aos ní-veis de períodos precedentes.

SEGMENTO DE TAXAS LIVRES4.2.4 - Investimento Direto Líquido

Acumulado em 12 meses - Câm bio Contratado - 1997/99

0

5.000

10.000

15.000

20.000

25.000

30.000

35.000

Jan-

97

Fev

-97

Mar

-97

Abr

-97

Mai

-97

Jun-

97

Jul-

97

Ago

-97

Set

-97

Out

-97

Nov

-97

Dez

-97

Jan-

98

Fev

-98

Mar

-98

Abr

-98

Mai

-98

Jun-

98

Jul-

98

Ago

-98

Set

-98

Out

-98

Nov

-98

Dez

-98

Jan-

99

Fev

-99

Mar

-99

US

$ m

ilhõe

s

Fonte: Sisbacen

SEGMENTO DE TAXAS LIVRES4.2.5 - Resolu ção 1.289 - Anexos I a V

Contratação Líquida - 1997/99

-2.500

-2.000

-1.500

-1.000

-500

0

500

1.000

1.500

2.000

Jan-

97

Fev

-97

Mar

-97

Abr

-97

Mai

-97

Jun-

97

Jul-

97

Ago

-97

Set

-97

Out

-97

Nov

-97

Dez

-97

Jan-

98

Fev

-98

Mar

-98

Abr

-98

Mai

-98

Jun-

98

Jul-

98

Ago

-98

Set

-98

Out

-98

Nov

-98

Dez

-98

Jan-

99

Fev

-99

Mar

-99

US

$ m

ilhõe

s

Anexos I a IV Anexo V - Depositary Receipts TotalFonte: Sisbacen

Page 54: ANÁLISE DO MERCADO DE CÂMBIO€¦ · opinião e dos agentes do mercado. Na se-qüência, ... Fev 4,11 - 2,35 -1,69 -18,55 -38,79 Mar -16,60 - 3,29 23,85 1.202,68 -24,19 1º Tri

Análise do Mercado de Câmbio - 1º Trimestre 1999

Departamento de Câmbio54

Um último comentário com relaçãoa Empréstimos a Residentes refere-seàs remessas em março de 1999, recor-de em valores mensais, só comparávela agosto e setembro de 1998 (crise rus-

sa). A maior parte dessas transferênciascorresponde a amortização de capta-ções via “Resolução 63”, “63 caipira” eoutros empréstimos de estrangeiros aresidentes no Brasil.

M O VIM ENTO FINANCEIRO4.2.4 - T ransferências F inanceiras - In g ressos Líqu idos Câm bio Contratado

1998 -23.227 -1.822 3.708 24.368 7.055 19.763 -16.334 13.510 Jan -1.387 345 434 932 1.688 391 -176 2 .227 Fev -1.236 685 1 .000 1 .061 3.007 385 322 5 .225 M ar -1.597 1.296 181 392 4.598 5 .974 645 11.489

1º Tri -4.220 2.327 1.615 2.384 9.294 6.751 791 18.941 A br -1.627 411 214 1 .599 1.924 2 .945 2 .195 7 .660 M ai -2.055 -400 576 1 .224 535 647 396 921 Jun -1.920 -462 352 2 .810 -880 1 .779 -1 .375 305

2º Tri -5.602 -451 1.142 5.632 1.578 5.370 1.216 8.885 Jul -1 .683 731 844 4 .633 -507 2 .861 -1 .478 5 .400

A go -2.093 -2.279 -12 2 .816 -1.427 179 -6 .147 -8 .963 S et -3.340 -1.716 212 1 .716 -1.201 423 -5 .470 -9 .376

3º Tri -7.116 -3.265 1.044 9.164 -3.136 3.463 -13.095 -12.939 O ut -2.064 -98 -81 3 .854 -1.172 3 .947 -2 .534 1 .852 N ov -1.625 556 29 1 .731 -142 -30 -879 -360 D ez -2.601 -891 -41 1 .602 633 261 -1 .833 -2 .869

4º Tri -6.289 -433 -93 7.187 -681 4.179 -5.247 -1.377 1999 -5.357 -146 455 6.886 -2.588 -6.943 -5.058 -12.751 Jan -1.978 -613 183 932 -328 -730 -4 .159 -6 .692 Fev -1.322 162 181 4 .460 -703 -4 .652 -1 .162 -3 .035 M ar -2.058 305 91 1 .493 -1.558 -1 .561 263 -3 .024

1º Tri -5.357 -146 455 6.886 -2.588 -6.943 -5.058 -12.751

Fonte: PCAM 175 Segm ento Livre (não inc lui Banco Central)

Notas: 1/ Inc lui Transportes, Seguros, V iagens Internacionais, Rendas de Capitais , Gastos Governam entais e Serv iços Diversos;2/ Resolução nº 1.289 (anexos I a IV) e Ações;

3/ Im óveis, Investim entos em Subsidiárias ou Filia is e Partic ipações em Em presas no País;4/ Resolução nº 63, Resolução nº 2.312 ('63 cam bial'), Resolução nº 2.483 ('63 caipira') e outros em préstim os.

Inves ti-m entosD iretos

3/

P eríodoO utros

C apitais e

S erviços

C apitaisUS$ m ilhões

E m prés -tim os a

R es identes4/

C om m erc ialP apers ,B ônus ,N otes

T otalS erviços

1/

M ercadode

C apitais2/

D epo-s itary

R eceipts

SEGMENTO DE TAXAS LIVRES4.2.6 - Ingressos de Capital Estrangeiro

Câmbio Contratado - 1997/99

0

500

1000

1500

2000

2500

Jan-

97

Fev

-97

Mar

-97

Abr

-97

Mai

-97

Jun-

97

Jul-

97

Ago

-97

Set

-97

Out

-97

Nov

-97

Dez

-97

Jan-

98

Fev

-98

Mar

-98

Abr

-98

Mai

-98

Jun-

98

Jul-

98

Ago

-98

Set

-98

Out

-98

Nov

-98

Dez

-98

Jan-

99

Fev

-99

Mar

-99

US

$ m

ilhõe

s

Resolução 2.312 - '63 Cambial' Resolução 63 Resolução 2.483 - '63 Caipira'Fonte: Sisbacen

Page 55: ANÁLISE DO MERCADO DE CÂMBIO€¦ · opinião e dos agentes do mercado. Na se-qüência, ... Fev 4,11 - 2,35 -1,69 -18,55 -38,79 Mar -16,60 - 3,29 23,85 1.202,68 -24,19 1º Tri

Análise do Mercado de Câmbio - 1º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 55

Do desempenho das rubricas no seg-mento financeiro, importante mencionar ocomportamento das contas classificadasem “Outros Capitais e Serviços”, que, em-bora não tenha apresentado variação rele-vante em seu saldo líquido no presente tri-mestre em relação ao trimestre anterior,mostrou diferentes comportamentos emcada um de seus três meses. A propósito,é importante lembrar que, nos ingressos, parafins de melhor visualização, a rubrica Finan-ciamento à Importação está contabilizada em“Outros Capitais e Serviços”, enquanto nasremessas aquela rubrica encontra-se des-membrada e explicitada em “Amortizações”,na tabela 4.2.3. Assim, na análise do saldo

líquido de “Outros Capitais e Serviços” é rele-vante considerar essa peculiaridade.

Os registros de transações em “Ou-tros Capitais e Serviços” vêm apresentan-do, desde os primeiros sinais da crise rus-sa, montantes bem distintos dos que eramusualmente verificados. Contribuiu para es-se desempenho os fluxos em Fundos de Ren-da Fixa - Capital Estrangeiro e Fundos de In-vestimentos Brasileiros no Exterior - Fiex.

Em janeiro de 1999, face à crise deexpectativas vivida pelo País, foram fortesas saídas verificadas por essas duas ru-bricas, que, sozinhas, responderam por

SEGMENTO DE TAXAS LIVRES4.2.7 - Fundos de Privatiza ção e Renda Fixa

Capital Estrangeiro - Ingressos Contratados - 1997/99

0

200.000

400.000

600.000

800.000

1.000.000

1.200.000

1.400.000

1.600.000

1.800.000

Jan-

97

Fev

-97

Mar

-97

Abr

-97

Mai

-97

Jun-

97

Jul-

97

Ago

-97

Set

-97

Out

-97

Nov

-97

Dez

-97

Jan-

98

Fev

-98

Mar

-98

Abr

-98

Mai

-98

Jun-

98

Jul-

98

Ago

-98

Set

-98

Out

-98

Nov

-98

Dez

-98

Jan-

99

Fev

-99

Mar

-99

US

$ m

il

Fundos de Privatização Fundos de Renda Fixa - Capital EstrangeiroFonte: Sisbacen

SEG MENT O DE T AXAS LIVRES4.2.8 - Rem essas de Servi ç os

Câm bio Contratado - 1997/99

0

500

1.000

1.500

2.000

2.500

3.000

3.500

4.000

Jan

97

Fev

97

Mar

97

Abr

97

Mai

97

Jun

97

Jul 9

7

Ago

97

Set

97

Out

97

Nov

97

Dez

97

Jan

98

Fev

98

Mar

98

Abr

98

Mai

98

Jun

98

Jul 9

8

Ago

98

Set

98

Out

98

Nov

98

Dez

98

Jan

99

Fev

99

Mar

99

US

$ m

ilhõe

s

Luc ros e D ividendos . Juros T ota l T ota l ServiçosFonte: S isbacen

Page 56: ANÁLISE DO MERCADO DE CÂMBIO€¦ · opinião e dos agentes do mercado. Na se-qüência, ... Fev 4,11 - 2,35 -1,69 -18,55 -38,79 Mar -16,60 - 3,29 23,85 1.202,68 -24,19 1º Tri

Análise do Mercado de Câmbio - 1º Trimestre 1999

Departamento de Câmbio56

mais de 85% das remessas em “OutrosCapitais e Serviços” do mês. Em fevereiro,já sob o novo regime cambial de livre flu-tuação e com maiores exigências trazidasao Fiex pela Circular nº 2.863, de10.02.1999, as saídas para esses fundos,que concentram suas carteiras em títulosda dívida externa brasileira, foram bemmenores. A nova medida elevou de 60%para 80% o limite mínimo de aplicação dofundo nesses títulos, bem como extinguiuo prazo de 30 dias que era dado a novosfundos para que se enquadrassem nas nor-mas até então existentes.

A extinção desse prazo veio corrigirdistorção operacional envolvendo o Fiex.Detectou-se que alguns fundos eram cria-dos e mantinham carteira com maioria emoutros títulos de créditos e títulos de outrospaíses que mostrassem nenhum ou poucorisco. Antes de completar o prazo para en-quadramento, o fundo era desfeito e novaoperação, com novo fundo, era efetuada.

Entretanto, a medida de maior impac-to sobre os Fiex veio com a Circular nº 2.877,de 17.03.1999, vedando às instituições fi-nanceiras, direta ou indiretamente, a aplica-

SEGMENTO DE TAXAS LIVRES4.2.10 - Capital Estrangeiro: Empréstimos x Amortizações

Câmbio Contratado - 1997/99

0

2.000

4.000

6.000

8.000

10.000

12.000

14.000

Jan-

97

Fev

-97

Mar

-97

Abr

-97

Mai

-97

Jun-

97

Jul-

97

Ago

-97

Set

-97

Out

-97

Nov

-97

Dez

-97

Jan-

98

Fev

-98

Mar

-98

Abr

-98

Mai

-98

Jun-

98

Jul-

98

Ago

-98

Set

-98

Out

-98

Nov

-98

Dez

-98

Jan-

99

Fev

-99

Mar

-99

US

$ m

ilhõe

s

Empréstimos Totais (Ingressos) Juros e Amortizações (Remessas)Fonte: Sisbacen

SEGMENTO DE TAXAS LIVRES4.2.9 - Capital Estrangeiro: Empréstimos x Amortizações

Câmbio Contratado Acumulado em 12 meses - 1997/99

0

10.000

20.000

30.000

40.000

50.000

60.000

70.000

Jan-

97

Fev

-97

Mar

-97

Abr

-97

Mai

-97

Jun-

97

Jul-

97

Ago

-97

Set

-97

Out

-97

Nov

-97

Dez

-97

Jan-

98

Fev

-98

Mar

-98

Abr

-98

Mai

-98

Jun-

98

Jul-

98

Ago

-98

Set

-98

Out

-98

Nov

-98

Dez

-98

Jan-

99

Fev

-99

Mar

-99

US

$ m

ilhõe

s

Empréstimos Totais (Ingressos) Juros e Amortizações (Remessas)Fonte: Sisbacen

Page 57: ANÁLISE DO MERCADO DE CÂMBIO€¦ · opinião e dos agentes do mercado. Na se-qüência, ... Fev 4,11 - 2,35 -1,69 -18,55 -38,79 Mar -16,60 - 3,29 23,85 1.202,68 -24,19 1º Tri

Análise do Mercado de Câmbio - 1º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 57

ção nesses fundos. Adicionalmente, deuprazo de 15 dias para o resgate de 50%da aplicação, devendo o restante retornarno prazo máximo de 30 dias. Naturalmente,março de 1999 mostrou, então, forte movi-mento de ingressos via Fundos de Investi-mentos Brasileiros no Exterior - Fiex, con-tribuindo amplamente com boa parte dastransferências para o País em “Outros Ca-pitais e Serviços”, que, por sua vez, tam-bém teve maior participação ainda de in-gressos a título de Fundos de Renda Fixa- Capital Estrangeiro.

Com efeito, como mostra o gráfico4.2.7, os ingressos de março mostram for-te recuperação em relação aos meses an-teriores, basicamente em função da redu-ção do IOF de 2% para 0,5% em 17 de mar-ço, além do alto nível dos juros domésticos.

Dos números de “Capitais” e “OutrosCapitais e Serviços”, certamente é relevan-te verificar a evolução dos registros em“Serviços” propriamente dito, cujo fluxo po-de ser visto nas tabelas 4.2.2, 4.2.3 e4.2.4, além do gráfico 4.2.8. Deve ser res-saltado que os valores registrados nessaconta, por tratar-se apenas dos valorescursados no Segmento Livre, não consoli-da todos os movimentos constantes no ba-lanço de pagamentos. De fato, os fluxos

mais relevantes de Viagens Internacionaise Transferências Unilaterais têm curso noSegmento Flutuante e são descritos nocapítulo 5.

Essencialmente, não houve altera-ção no comportamento dos fluxos em “Ser-viços” em relação ao trimestre anterior, ten-do sido até reduzido o déficit como resul-tado do efeito combinado de maiores in-gressos e redução nas remessas. Entre-tanto, considerando a natural sazonalidadedessa conta, resultado da variação nastransferências em função de vencimentos,maturação dos investimentos ou mesmopor questões referentes a períodos de exer-cício contábil de diferentes países, é im-portante fazer comparações com o mesmotrimestre do ano anterior.

Em termos líquidos, houve aumentono déficit de “Serviços” em mais de US$ 1bilhão no acumulado dos três primeiros me-ses de 1999 em comparação com o totalde janeiro a março de 1998, principalmenteem função do aumento das remessas. Ográfico 4.2.8 traz as transferências ao exte-rior desde janeiro de 1997 a título de “Ser-viços”, onde pode se verificar a contínuatendência ascendente e picos de remes-sas sazonais, reforçados ou não por situa-ções de crise.

SEGMENTO DE TAXAS LIVRES4.2.11 - Capital Estrangeiro: Investimento Direto x Lucros

Câmbio Contratado Acumulado em 12 meses - 1997/99

0

5.000

10.000

15.000

20.000

25.000

30.000

35.000

Jan-

97

Fev

-97

Mar

-97

Abr

-97

Mai

-97

Jun-

97

Jul-

97

Ago

-97

Set

-97

Out

-97

Nov

-97

Dez

-97

Jan-

98

Fev

-98

Mar

-98

Abr

-98

Mai

-98

Jun-

98

Jul-

98

Ago

-98

Set

-98

Out

-98

Nov

-98

Dez

-98

Jan-

99

Fev

-99

Mar

-99

US

$ m

ilhõe

s

Investimento Direto (Ingressos) Lucros e Dividendos (Remessas)Fonte: Sisbacen

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Análise do Mercado de Câmbio - 1º Trimestre 1999

Departamento de Câmbio58

Ainda no mesmo gráfico 4.2.8, no-ta-se a forte participação das remessaspara pagamento de juros, movimento na-tural em função de maiores níveis de em-préstimos captados pelo País. Entretan-to, o gráfico 4.2.9 mostra importante al-teração no perfil entre captações e pa-gamento de juros e amortizações em ter-mos acumulados de 12 meses. Comefeito, o crescimento desses pagamen-tos vinha acompanhando o crescimentodos empréstimos, quando, então, a partirdo segundo semestre de 1998, houve re-versão, com o pagamento de juros eamortizações vindo a superar a captaçãoe a renovação de empréstimos em de-zembro. O gráfico 4.2.10 traz os fluxos

SEGMENTO DE TAXA LIVRES4.2.12 - Capital Estrangeiro: Investimento Direto x Lucros

Câmbio Contratado - 1997/99

0

1.000

2.000

3.000

4.000

5.000

6.000

Jan

97

Fev

97

Mar

97

Abr

97

Mai

97

Jun

97

Jul 9

7

Ago

97

Set

97

Out

97

Nov

97

Dez

97

Jan

98

Fev

98

Mar

98

Abr

98

Mai

98

Jun

98

Jul 9

8

Ago

98

Set

98

Out

98

Nov

98

Dez

98

Jan

99

Fev

99

Mar

99

US

$ m

ilhõe

s

Investimento Direto (Ingressos) Lucros e Dividendos (Remessas)Fonte: Sisbacen

mensais de ingressos de empréstimose remessas de juros e amortizações.

Finalmente, como último comentáriodo movimento financeiro no Segmento Livre,ainda relacionado à análise da conta “Servi-ços”, caberia verificar os fluxos de investi-mentos diretos para o País frente à remessade lucros e dividendos (gráficos 4.2.11 e4.2.12). Em oposição ao comportamento ve-rificado nos empréstimos contratados e pa-gamento de juros e amortizações, os ingres-sos de investimentos diretos continuam lar-gamente superando as remessas de lucrose dividendos, tanto no acumulado em 12 me-ses (gráfico 4.2.11) como fluxos mensais(gráfico 4.2.12).

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5. SEGMENTO DE TAXAS

FLUTUANTES

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Análise do Mercado de Câmbio - 1º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 61

No primeiro trimestre de 1999, omercado cambial brasileiro apresentoumudanças que influenciaram significativa-mente o Segmento de Câmbio de TaxasFlutuantes. A principal foi a alteração doregime cambial trazida pelo Comunicadonº 6.565, de 18.01.99, que estabeleceu alivre flutuação da taxa de câmbio, após fortepressão do mercado. A outra refere-se àposição de câmbio e implicou a unificaçãoda posição mantida no segmento Flutuantecom a do segmento Livre, para os agentesatuantes em ambos, e ajustes nos valoresmáximos para compra e venda. Esses doistemas recebem análise específica no ca-pítulo Política Cambial, que inclui o quadro2.1, contendo sucinta evolução dos limitesdesde a segunda metade de janeiro até oinício de fevereiro, nos dois segmentos.

Os reflexos da unificação de posi-ções e a pressão compradora dos bancose outros agentes em meados de janeiro,no segmento Flutuante, é mostrada no grá-fico 5.1. Na prática, temos agora uma posi-

ção única de câmbio chamada posição domercado de câmbio independentementedos estoques serem conseqüência de ope-rações específicas de um ou de outro seg-mento. Isso e o fato das instituições não ban-cárias também terem suas posições com-putadas juntamente com os bancos, com-pondo portanto os valores expressos na ta-bela 2.2 e no gráfico 2.4 do capítulo PolíticaCambial, explicam o zeramento dos valoresde posição a partir de fevereiro, no gráfico5.1, que é específico do Flutuante.

Outro efeito claro da unificação nasposições e do novo regime cambial pôdeser sentido na forte redução do volume denegócios no Flutuante, como mostra o grá-fico 5.2, basicamente em função da natu-ral redução no movimento interbancário.Essas operações praticamente deixaramde existir em níveis muito representativos,à exceção de janeiro, que, até o dia 14, ain-da contava com intervenções do BancoCentral – o novo regime cambial prevê li-mitada participação da autoridade mone-

5. SEGMENTO DE TAXAS FLUTUANTES

5.1 - Posi ção de Câmbio do Segmento Flutuante 1998/99

-600

-500

-400

-300-200

-100

0

100

200

300

400

500

600

02/0

1/98

19/0

1/98

03/0

2/98

18/0

2/98

09/0

3/98

24/0

3/98

08/0

4/98

28/0

4/98

14/0

5/98

29/0

5/98

16/0

6/98

01/0

7/98

16/0

7/98

31/0

7/98

17/0

8/98

01/0

9/98

17/0

9/98

02/1

0/98

20/1

0/98

05/1

1/98

20/1

1/98

07/1

2/98

22/1

2/98

08/0

1/99

25/0

1/99

09/0

2/99

26/0

2/99

15/0

3/99

30/0

3/99

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$ m

ilhõe

s

Fonte: SisbacenNota: 1/ A partir de 01.02.99, as posições de câmbio dos mercados livre e flutuante foram unificadas (Resolução nº 2.588, de 25.01.99).

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Análise do Mercado de Câmbio - 1º Trimestre 1999

Departamento de Câmbio62

tária no mercado de câmbio, acionada ape-nas para claros objetivos de contenção demovimentos desordenados.

A tabela 5.1 traz o agregado de todosos negócios realizados no Flutuante, clas-sificados em mercado primário e secun-dário para os dois grupos de rubricas quecompõem o segmento – “Operações comClientes” e “Operações entre Instituições”.A tabela mostra claramente, em sua últimacoluna, a queda no volume total negociado.Foram registradas operações globais deUS$ 21.005 milhões, ante US$ 89.412 mi-lhões do trimestre anterior, o que represen-ta queda de 76,5%. Comparando-se como mesmo período do ano anterior, a redu-ção nos negócios foi de 70%.

Ainda na tabela 5.1, nota-se que a que-da no volume negociado decorreu basica-

mente do desempenho registrado no mer-cado secundário de “Operações entre Insti-tuições”, responsável pela queda mais subs-tancial nos números do trimestre. Além daprópria redução em valores absolutos, veri-fica-se declínio em sua participação relativa,passando a ser responsável por cerca de63% do volume global negociado no trimestre,ante quase 90% que eram registrados nosperíodos anteriores.

Com ajuda da tabela 5.2, pode-seanalisar mais detalhadamente os númerosde “Operações entre Instituições” e com-provar o já comentado desempenho domovimento interbancário e a dimensão desua representatividade como maior res-ponsável pela queda no volume de negóci-os do segmento. Com efeito, as operaçõesinterbancárias alcançaram, no trimestre, oacumulado de US$ 12.970 milhões, re-

5.1 - F luxo T otal

C om pra Venda Saldo C om pra Venda Saldo C om pra Venda Saldo

1 9 9 8 5.185 12.122 -6.936 2.346 27.163 -24.817 7.531 39.284 -31.754 486 282.441 282.926 329.741 Jan 444 739 -296 41 1 .520 -1 .479 484 2 .259 -1 .775 48 19 .135 19 .182 21.926 F ev 487 576 -89 62 1 .094 -1 .033 549 1 .670 -1 .121 35 17 .871 17 .906 20.124 M ar 432 723 -291 103 1 .434 -1 .331 535 2 .156 -1 .621 36 25 .247 25 .283 27.974

1º Trim . 1.363 2.038 -675 205 4.047 -3.842 1.568 6.085 -4.517 118 62.253 62.371 70.024 A br 410 2 .153 -1 .743 144 943 -799 555 3 .096 -2 .542 33 22 .280 22 .313 25.964 M ai 379 1 .736 -1 .357 110 1 .782 -1 .672 489 3 .518 -3 .029 36 22 .652 22 .688 26.695 Jun 406 682 -276 173 1 .854 -1 .682 579 2 .537 -1 .958 47 20 .099 20 .146 23.262

2º Trim . 1.196 4.571 -3.375 427 4.580 -4.153 1.623 9.151 -7.528 116 65.031 65.147 75.920 Ju l 542 1 .044 -502 137 1 .494 -1 .357 679 2 .538 -1 .859 50 19 .399 19 .449 22.665 A go 397 798 -401 120 2 .511 -2 .391 516 3 .309 -2 .793 37 24 .043 24 .080 27.906 S et 393 962 -569 185 8 .176 -7 .991 578 9 .138 -8 .560 63 34 .035 34 .098 43.814

3º Trim . 1.332 2.804 -1.472 442 12.181 -11.740 1.773 14.985 -13.212 150 77.477 77.626 94.385 O ut 428 1 .072 -645 932 3 .141 -2 .210 1 .359 4 .214 -2 .854 46 29 .500 29 .547 35.119 N ov 403 881 -477 169 1 .261 -1 .092 573 2 .142 -1 .569 24 25 .782 25 .806 28.521 D ez 464 756 -292 171 1 .952 -1 .781 635 2 .708 -2 .073 33 24 .904 24 .936 28.279

4º Trim . 1.295 2.709 -1.414 1.272 6.354 -5.082 2.567 9.063 -6.496 103 77.680 77.782 89.412 1 9 9 9 1.596 1.221 375 872 3.775 -2.904 2.468 4.996 -2.528 274 13.268 13.541 21.005

Jan 425 513 -88 142 2 .143 -2 .001 567 2 .656 -2 .089 23 11 .760 11 .783 15.005 F ev 552 351 201 126 604 -478 678 955 -277 109 476 586 2 .219 M ar 619 357 262 604 1 .029 -425 1 .223 1 .386 -163 141 1 .031 1 .173 3 .781

1º Trim . 1.596 1.221 375 872 3.775 -2.904 2.468 4.996 -2.528 274 13.268 13.541 21.005

Fonte: SisbacenNotas:

1 - O total poderá eventualmente divergir do somatório das partes em função de arredondamento;

2 - Representadas, no caso do fluxo primário, por "Op.com Instituições no Exterior" (entre uma instit.no País e outra no exterior), incluindo op.de ouro contra moeda

nacional, pronta e futura;

3 - Volume total negociado ("turnover"), exclui "Operações Interdepartamentais" das Operações entre Instituições;

4 - Representadas, para o caso do mercado secundário, por "Agências de Turismo - Operações com Bancos/Operadores Credenciados".

US$ milhões

M ercado Secundário 3/

P eríodo T otalO perações com

C lien tes

M ercado Prim ário 1/O perações entre

Ins titu ições 2 /

V olum e T otal

N egoc iadoT otalO p.entre

Ins tititu içõesO p.c om C lien tes

4/

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Análise do Mercado de Câmbio - 1º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 63

presentando queda de 83,2% em relação aotrimestre anterior. Se comparado com o mes-mo período de 1998, a redução fica em 79%.

Para as demais operações do grupode rubricas “Operações entre Instituições”,cursadas no mercado secundário não háregistro de alterações significativas em vo-lume que indicassem nova tendência nasoperações. No entanto, vale comentar osseus fluxos primários, demonstrando com-portamento bem relevante e distinto em ca-da um dos três primeiros meses de 1999.

O mercado primário de “Operaçõesentre Instituições” refere-se, exclusiva-mente, aos fluxos decorrentes de transa-ções com instituições no exterior, ou seja,operações interbancárias internacionaisregistradas na rubrica Operações com Ins-tituições no Exterior. Os ingressos ou re-messas de dólares derivados de comprasou vendas a instituições no exterior, res-pectivamente, têm contrapartida em reais,que cursam nas contas correntes de do-miciliados no exterior abertas em institui-ção bancária no Brasil – mais conhecidaspelo mercado como CC5.

No trimestre em análise, como podeser visto nas tabelas 5.1 e 5.2, o maior des-taque no fluxo primário ficou por conta dasremessas do mês de janeiro (US$ 2.143milhões), levando ao resultado líquido de

US$ 2.001 milhões em saídas. Esse valor,sem dúvida, está acima dos padrões deremessas líquidas mensais de Operaçõescom Instituições no Exterior, refletindo aexpectativa dos investidores quanto à sus-tentabilidade do regime de bandas cambiaisentão vigente.

Por outro lado, considerando o volu-me absoluto dessas saídas líquidas em ja-neiro, percebe-se que, embora relevante,não se verificou o ímpeto de remessas de-monstrado em outras situações. Por exem-plo, houve bastante nervosismo no processode implantação de bandas cambias no Bra-sil, acabando por influenciar sobremaneiraas saídas líquidas em março de 1995, quechegaram a US$ 2.592 milhões.

Maiores ainda foram as saídas líquidasde outubro e novembro de 1997, US$ 4.552milhões e US$ 3.626 milhões, respectiva-mente, conseqüência direta dos reflexosda crise asiática sobre as expectativas dosagentes financeiros no Brasil. Entretanto,o destaque nas saídas líquidas mensaisem Operações com Instituições no Exte-rior ocorreria quase um ano depois, em se-tembro de 1998, quando alcançou o recor-de de US$ 7.991 milhões. As remessas,influenciadas pelos desdobramentos da cri-se na Rússia, foram concentradas na pri-meira quinzena, chegando a sair quaseUS$ 1.800 milhões em um só dia. Só houve

5.2 - Volume Total Negociado (Turnover) 1 - 1997/99

0

10.000

20.000

30.000

40.000

50.000

60.000

70.000

80.000

90.000

100.000

97 J

an

Mar

Abr

Jun

Jul

Set

Out

Dez

98 J

an

Mar

Abr

Jun

Jul

Set

Out

Dez

99 J

an

Mar

US

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s

Operações entre Instituições Operações com ClientesFonte: SisbacenNotas:1/ Exclui "Operações Interdepartamentais";2/ A partir de 01.02.99, as posições de câmbio dos mercados livre e flutuante foram unificadas (Resolução nº 2.588, de 25.01.99).

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Análise do Mercado de Câmbio - 1º Trimestre 1999

Departamento de Câmbio64

arrefecimento das remessas após forteelevação dos juros domésticos, em con-junto com operações diárias no mercadoaberto para adequada gestão da liquidez.

Portanto, há que se considerar quea medição das saídas por Operações comInstituições no Exterior não mostra a realdimensão da crise ocorrida no início doano. De fato, boa parte do capital deixou oPaís via aplicação em Fundos de Investi-mentos Brasileiros no Exterior (Fiex), queinvestem basicamente em títulos da dívidaexterna brasileira. Com a subida no desá-gio desses papéis, houve forte movimentode investidores no Brasil direcionados paraarbitragem de juros, como melhor comen-tado no capítulo 4 – Movimento Financeiro.

Com relação aos demais meses doprimeiro trimestre de 1999, fevereiro e mar-

ço, o comportamento em Operações comInstituições no Exterior foi bastante peculiar.Destaca-se a forte queda no saldo líquido detransferências para o exterior, chegando aUS$ 478 milhões e US$ 425 milhões emfevereiro e março, respectivamente – os me-nores desde outubro de 1995.

Analisando-se mais detalhadamenteo comportamento dessas transferências lí-quidas, com ajuda das tabelas 5.1 e 5.2,percebe-se que a queda ocorreu por moti-vos distintos para cada um dos dois meses.Em fevereiro, as menores transferênciaslíquidas para o exterior foram conseqüênciadireta da queda nas remessas, cujo valorde US$ 604 milhões representa o menorvalor desde maio de 1996. Entre outros fa-tores, pode-se citar a desvalorização doreal, tornando pouco interessantes o co-mércio de fronteira, um das fontes de re-

Compra Venda1998 475 2.260 453 278.076 1.176 284.947 2.346 27.163 Jan 34 40 0 19.002 58 19.135 41 1.520 Fev 53 37 3 17.778 0 17.871 62 1.094 Mar 58 34 11 24.976 167 25.247 103 1.434

1ºTrim. 145 110 14 61.757 226 62.253 205 4.047 Abr 54 450 27 20.798 950 22.280 144 943 Mai 33 483 37 22.099 0 22.652 110 1.782 Jun 39 578 42 19.440 0 20.099 173 1.854

2ºTrim. 127 1.511 106 62.337 950 65.031 427 4.580 Jul 32 26 31 19.310 0 19.399 137 1.494 Ago 27 390 47 23.579 0 24.043 120 2.511 Set 42 125 88 33.780 0 34.035 185 8.176

3ºTrim. 101 541 166 76.669 0 77.477 442 12.181 Out 28 33 70 28.372 0 29.500 932 3.141 Nov 26 34 54 25.058 0 25.782 169 1.261 Dez 48 30 42 23.883 0 24.904 171 1.952

4º Trim. 102 97 166 77.313 1 80.186 1.272 6.354 1999 78 65 155 12.970 0 13.268 872 3.775 Jan 45 15 100 11.599 0 11.760 142 2.143 Fev 6 30 35 405 0 476 126 604 Mar 27 19 20 965 0 1.031 604 1.029

1ºTrim. 78 65 155 12.970 0 13.268 872 3.775

Fonte: SisbacenNotas:1/ No País e no Exterior. O total poderá eventualmente divergir do somatório das partes em função de arredondamento;2/ Volume total negociado ("turnover"), exclui "Operações Interdepartamentais";3/ Pronta e Futura, incluindo ouro;4/ Boleto e automático, incluindo operações com o Bacen e operações de ouro c/ moeda nacional entre instituições no País;

5/ Compra e venda de moeda estrangeira e ouro contra moeda nacional.

Outros Fatos

Total Mercado

Secundário

5.2 - Operações entre Institui ções 1/US$ milhões

Mercado Secundário 2/ Merc.Primário

PeríodoArbitragens

no País 3/

Arbitragens no Exterior

3/

Operações com Instituições no

Exterior 5/

Arbitr.de Pos.Ouro contra Pos.Camb.

(Bacen)

Operações Interbancárias

no País 4/

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Análise do Mercado de Câmbio - 1º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 65

messas para o exterior via Operações comInstituições no Exterior.

Já em março, as remessas voltaramao padrão mais usual, por volta de US$ 1bilhão, mas foram em boa parte compen-sadas pelo relevante aumento nos ingres-sos. A maior parte – disponibilidades no ex-terior – foi trazida ao final do mês, quandoas taxas de câmbio demonstravam tendên-cia de retorno à normalidade, após o fortemovimento de desvalorização iniciada como regime de livre flutuação das cotações eo aumento das taxas de juros domésticas.

Importante também considerar a re-dução da alíquota de IOF de 2% para 0,5%,incidente sobre operações de ingresso viaOperações com Instituições no Exterior,como decisiva para o aumento no dessesingressos. Em março, sem dúvida, tal re-dução enseja a expectativa de maiorestransferências para o País nos próximostrimestres, o que poderá levar à reduçãode seu saldo deficitário, caso não haja de-terioração nas expectativas dos agentes.

De fato, cenários desfavoráveis usu-almente reduzem os ingressos pelo Flutu-ante ao mínimo, elevando consideravel-mente as remessas desse segmento, que,dada as maiores exigências para aplica-

ções de brasileiros em fundos de investi-mentos no exterior (Fiex), cursadas pelo seg-mento Livre, tendem a cursar outra vez noFlutuante, basicamente. Com a Circular nº2.863, de 10.02.99, a aplicação mínima dascarteiras desses fundos em títulos da dívidaexterna brasileira passou de 60% para 80%.No mês seguinte, por meio da Circular nº2.877, de 18.03.99, houve a proibição abancos e coligadas de investir no Fiex.

Ainda com relação a remessas cursa-das por Operações com Instituições no Ex-terior, o gráfico 5.3 traz os valores das ope-rações classificados por países de domicíliodas instituições de destino das transferênci-as. Nota-se que as Bahamas continuam comparticipação preponderante sobre os de-mais, muitas vezes concentrando mais dametade de todas as remessas.

Destaca-se nos dois últimos mesesdo trimestre a virtual ausência do Para-guai, que usualmente era destino constan-te de pelo menos US$ 300 milhões men-sais em transferências. Em janeiro, foramregistrados pouco mais de US$ 185 mi-lhões em remessas, reduzindo bruscamen-te para cerca de US$ 3 milhões em fe-vereiro, recuperando-se para algo em tor-no de US$ 26 milhões no mês seguinte.Como boa parte das transferências decla-

5.3 - OPERAÇÕES COM INSTITUIÇÕES NO EXTERIORRemessas (por países de domic ílio das instituições) - 1997/99

0

1.000

2.000

3.000

4.000

5.000

6.000

7.000

8.000

9.000

1997

Jan Fev

Mar

Abr

Mai

Jun

Jul

Ago Set

Out

Nov

Dez

1988

Jan Fev

Mar

Abr

Mai

o

Jun

Jul

Ago Set

Out

Nov

Dez

1999

Jan Fev

Mar

US

$ m

ilhõe

s

Paraguai Uruguai Bahamas E.U.A. OutrosFonte: Sisbacen

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Análise do Mercado de Câmbio - 1º Trimestre 1999

Departamento de Câmbio66

radas para aquele país tem origem emoperações relacionadas ao comércio defronteira, é natural esperar que tais tran-sações tenham sido diretamente atingi-das pela desvalorização cambial.

Como visto, o segmento Flutuanteapresentou no trimestre comportamentobastante peculiar no grupo de rubricas“Operações entre Instituições”, seja nomercado secundário (principalmente Ope-rações Interbancárias) ou no mercado pri-mário (Operações com Instituições no Ex-terior). De volta à tabela 5.1, agora em con-junto com a tabela 5.3, nota-se que o tri-mestre também mostrou especificidadesrelevantes para o outro grupo de rubricasdo segmento – “Operações com Clientes”.

Pela primeira vez desde o segundotrimestre de 1996, “Operações com Clien-

tes” volta a apresentar superávit, reflexo di-reto da desvalorização cambial ocorridaem função do novo regime cambial de livreflutuação, levando ao aumento nos ingres-sos simultaneamente à redução nas re-messas. O aumento das transferênciaspara o País chegaram a 23,2% em relaçãoao trimestre anterior, e a 17,1% se com-parado com o mesmo período do ano an-terior. As remessas, por sua vez, caíramfortemente, alcançando redução de 54,9%em relação aos acumulado dos três mesesanteriores. A queda foi de 40% ante o pri-meiro trimestre de 1998.

Ainda pelo lado das remessas, a ta-bela 5.3 deixa bem claro que a redução temorigem em Viagens Internacionais, voltandoaos níveis registrados no início de 1995.Naturalmente, como seria de se esperar,o ajuste aos novos níveis de câmbio deu-

5.3 - O pera ç ões com C lien tes 1/

M erc.Sec.

Com pra Venda Com pra Venda Com pra Venda Com pra Venda Com pra Venda Com pra Venda Com pra Venda

1998 152 1 1.106 5.369 1.276 2.221 2.197 566 122 1.164 334 2.801 5.185 12.122 486 Jan 15 0 88 437 104 182 174 19 11 96 52 5 444 739 48 Fev 12 0 80 382 118 131 161 15 23 48 94 1 487 576 35 M ar 10 0 102 364 104 195 189 18 11 38 15 109 432 723 36

1º Trim. 37 0 270 1.182 326 508 524 52 45 182 161 114 1.363 2.038 118 A br 17 0 93 390 85 161 190 19 13 56 13 1.527 410 2.153 33 M ai 13 0 89 418 80 145 174 21 7 34 17 1.117 379 1.736 36 Jun 10 0 82 485 110 154 174 26 5 15 26 2 406 682 47

2º Trim. 40 0 264 1.293 275 460 538 66 24 105 56 2.647 1.196 4.571 116 Ju l 11 0 90 504 132 213 279 263 13 61 17 2 542 1.044 50

A go 9 0 97 455 101 233 160 20 17 66 13 24 397 798 37 S et 10 0 94 598 97 173 152 32 10 149 30 9 393 962 63

3º Trim. 30 0 281 1.557 330 618 591 316 40 277 59 35 1.332 2.804 150 O ut 15 0 95 561 121 174 183 25 1 308 13 4 428 1.072 46 N ov 19 0 100 380 108 166 163 82 6 253 8 0 403 881 24 D ez 11 0 97 395 117 296 198 26 5 39 37 1 464 756 33

4º Trim. 45 0 291 1.336 346 635 543 132 12 600 58 5 1.295 2.709 103 1999 44 0 304 712 350 344 768 40 56 123 75 1 1.596 1.221 274 Jan 12 0 89 332 119 110 179 17 14 53 12 1 425 513 23 Fev 13 0 93 206 120 102 273 8 24 35 29 0 552 351 109 M ar 19 0 121 174 111 132 315 15 18 36 34 1 619 357 141

1º Trim. 44 0 304 712 350 344 768 40 56 123 75 1 1.596 1.221 274

Fon te : S isbacenN o tas :1 / O to ta l pode rá eventualm en te d iverg ir do som a tó rio das pa rtes em funç ão de a rredondam ento ;2 / E xc lu i a rubric a "A gênc ias de Turism o - O peraç ões com B anc os /O pe radores C redenc iados ", cons tan te na co luna do m ercado secundá rio ;3 / C u rto e Longo P razos ;4 / V o lum e to ta l negoc iado ("tu rnove r").

T ransferênc ias U nilaterais

C apitais B ras ileiros

3/

T otal M ercado P rim ário

C apitais E strangeiros

3/

U S $ m ilhões

A g.T ur.-O p. c / B ancos C redenc .

4/

E xportações e T ransportesP eríodo

V iagens In ternac ionais

2/

M ercado PrimárioR endas de C ap itais e

S erv.D iversos

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Análise do Mercado de Câmbio - 1º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 67

se mais fortemente no segmento turismo,afetando diretamente Cartões de Créditoe Turismo no Exterior.

A tabela 5.4 mostra a evolução des-sas duas rubricas, onde impressiona a que-da de 70,6% no acumulado trimestral da ven-da de dólares para Turismo no Exterior, vol-tando a níveis anteriores ao Plano Real. Notrimestre, foram vendidos US$ 129 milhões,bem abaixo dos US$ 439 milhões registra-dos de outubro a dezembro de 1998. EmCartões de Crédito, a queda chega a quase35%, passando dos US$ 835 milhões veri-ficados no último trimestre do ano passadopara os US$ 546 milhões do trimestre emanálise. Conjuntamente, as duas rubricasrespondem pela redução, de quase US$ 600milhões em remessas líquidas.

Os gráficos 5.4 e 5.5 mostram bema dimensão do efeito da desvalorização doreal sobre as transferências a título de Car-

tão de Crédito, ao registrar a forte reduçãonas remessas e no saldo líquido detransferências para o exterior. Adicional-mente, ressalta-se o comportamento cres-cente dos ingressos, cuja tendência as-cendente pode mostrar ampliação, tendoem vista a paridade real-dólar mais desfa-vorável em comparação com a que vigiadesde o segundo semestre de 1994.

Ainda sobre “Operações com Clien-tes” (tabela 5.3), também foi relevante ocomportamento das Transferências Unila-terais, com as remessas (US$ 40 milhões)sofrendo queda de quase 70% em relaçãoao trimestre anterior (US$ 132 milhões).Entretanto, como mostra a tabela 5.5, essaredução não mostra necessariamente re-lação direta com a desvalorização cambial.Com efeito, o valor do trimestre mostracompatibilidade com as remessas do mes-mo período de 1998 (US$ 52 milhões) e de1997 (US$ 45 milhões). Apenas no trimes-

5.4 - Viagens Internacionais 1/ 2/

Compra Venda Compra Venda Compra Venda Compra Venda Compra Venda

1998 160 31 62 1.658 849 3.465 34 215 1.106 5.369 Jan 14 1 5 139 66 282 2 14 88 437 Fev 14 2 4 82 60 285 2 13 80 382 Mar 15 2 6 77 78 266 3 18 102 364

1º Trim. 43 6 15 299 204 833 8 46 270 1.182 Abr 14 2 4 92 72 279 2 18 93 390 Mai 13 1 4 95 70 301 2 21 89 418 Jun 13 2 5 150 62 313 3 21 82 485

2º Trim. 39 5 13 337 204 892 7 59 264 1.293 Jul 14 2 6 167 67 318 3 18 90 504 Ago 14 2 6 132 75 302 3 18 97 455 Set 12 4 4 286 75 285 3 23 94 598

3º Trim. 40 9 16 585 216 905 9 59 281 1.557 Out 12 6 5 222 74 309 3 24 95 561 Nov 12 4 7 84 78 279 3 14 100 380 Dez 14 3 6 133 73 247 4 12 97 395

4ºTrim. 38 12 18 439 225 835 10 51 291 1.336 1999 58 2 27 129 212 546 8 36 304 712 Jan 15 1 7 77 65 242 3 12 89 332 Fev 23 1 12 20 57 176 1 10 93 206 Mar 20 1 8 32 90 128 4 14 121 174

1º Trim. 58 2 27 129 212 546 8 36 304 712

Fonte: SisbacenNotas:

3/ "Gastos em Bens e Serviços" e "Saques". "Outras Receitas e Despesas" de cartões encontra-se em Serviços Diversos;4/ "Fins Educacionais, Científicos, Culturais ou Eventos Esportivos", "Negócios, Serviços ou Treinamento" e "Tratamento de Saúde".

US$ milhões

TotalPeríodo

Turismo no País

Turismo no Exterior

Cartões de Crédito 3/

Outras Naturezas 4/

1/ O total poderá eventual divergir do somatório das partes em função de arredondamento;2/ Exclui a rubrica "Agências de Turismo - Op.com Bancos/Operadores Credenciados", pertencente ao mercado

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Análise do Mercado de Câmbio - 1º Trimestre 1999

Departamento de Câmbio68

tre anterior e no precedente, em função dealgumas operações específicas, os valo-res mostraram-se acima do usual.

Por outro lado, os ingressos mostra-ram ampliação de 41,4% em relação ao tri-

mestre anterior, certamente efeito da tran-sição para o regime de livre flutuação docâmbio e conseqüente desvalorização doreal. Em termos absolutos, o incrementofoi de US$ 225 milhões, dos quais US$ 145milhões em Disponibilidades em Moedas

5.5 - Transferências U nilat erais Principais Rubricas 1/

Compra Venda Compra Venda Compra Compra Venda Compra Venda Compra Venda

1998 562 8 808 181 288 388 325 152 51 2.197 566 Jan 36 0 70 15 26 30 1 11 4 174 19 Fev 35 0 63 11 23 27 1 13 3 161 15 Mar 44 0 78 14 28 31 1 8 2 189 18

1º Trim. 115 0 211 39 78 89 3 32 9 524 52 Abr 46 0 68 13 29 32 1 15 5 190 19 Mai 43 0 64 13 24 30 1 12 6 174 21 Jun 49 0 60 13 25 28 2 13 11 174 26

2º Trim. 138 1 191 39 79 90 5 41 22 538 66 Jul 98 1 63 15 26 83 245 9 3 279 263 Ago 41 0 56 15 24 24 1 15 4 160 20 Set 36 0 63 25 19 22 3 12 4 152 32

3º Trim. 176 1 182 55 69 128 248 36 11 591 316 Out 45 0 80 20 18 25 2 14 3 183 25 Nov 40 0 66 13 20 25 65 12 3 163 82 Dez 47 6 78 16 24 32 1 17 3 198 26

4ºTrim. 133 6 224 49 62 81 69 44 9 543 132 1999 130 0 273 29 207 123 2 34 8 768 40 Jan 38 0 76 12 28 27 1 10 3 179 17 Fev 43 0 90 6 84 45 0 11 2 273 8 Mar 49 0 107 11 95 52 1 13 3 315 15

1º Trim. 130 0 273 29 207 123 2 34 8 768 40

Fonte: Sisbacen

Notas:

Aposentadorias e Pensões, inclusive Judiciais e Contribuições a Entidades de Previdência , "Prêmios Auferidos no País" e "Vales Postais Internacionais".

Patrimônio

1/ O total poderá eventualmente divergir do somatório das partes em função de arredondamento;2/ Exclusivo para compras não identificadas, até US$ 10.000,00;3/ "Contribuições a Sociedades Associativas", "Heranças e Legados", "Indenizações não Amparadas por Seguro",

US$ milhões

Outras Naturezas 3/

TotalPeríodo

DoaçõesManutenção

de Residentes

Disp.em M.Estr.

2/

5.4 - CARTÕES DE CRÉDITO INTERNACIONAISSaldo Líquido e Média Diária - 1 996/99

-350

-300

-250

-200

-150

-100

-50

0

1996

Jan

Mar

Mai Jul

Set

Nov

1997

Jan

Mar

Mai Jul

Set

Nov

1998

Jan

Mar

Mai Jul

Set

Nov

1999

Jan

Mar

Sal

do L

íqui

do (

US

$ m

ilhõe

s)

-17,5

-15,0

-12,5

-10,0

-7,5

-5,0

-2,5

0,0

Méd

ia D

iári

a (U

S$

milh

ões)

Saldo Líquido Média Diária Média Diária 12 MesesFonte: Sisbacen

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Análise do Mercado de Câmbio - 1º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 69

Estrangeiras (compras não identificadasaté US$ 10.000,00), US$ 49 milhões emManutenção de Residentes e US$ 42 mi-lhões em Patrimônio. Para Doações, os in-gressos ficaram praticamente constantes(US$ 130 milhões, ante US$ 133 milhõesdo trimestre anterior).

Os valores registrados em Disponi-bilidades em Moedas Estrangeira chama

atenção pela sua magnitude, bem acimado usualmente cursado na rubrica. Apenaso primeiro trimestre de 1999 correspondea mais de 70% do total verificado em todoo ano de 1998. Por se tratar de comprasaté US$ 10.000,00 não identificadas, ocrescimento no volume de ingressos des-sa rubrica representa, em grande parte, oretorno de moeda estrangeira compradaem movimento desencadeado pela expec-

5.5 - CARTÕES DE CRÉDITO INTERNACIONAISIngressos e Remessas - valor mé dio diário 1996/99

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

1996

Jan

Mar

Mai Jul

Set

Nov

1997

Jan

Mar

Mai Jul

Set

Nov

1998

Jan

Mar

Mai Jul

Set

Nov

1999

Jan

Mar

US

$ m

ilhõe

s

Ingressos RemessasFonte: Sisbacen

5.6 - Transferências Unilat erais - Ingressos Rubricas e Países Selecionados 1/

E.U.A Japão Demais E.U.A Japão Demais E.U.A Japão Demais E.U.A Japão Demais Total

1998 346 43 173 342 379 87 151 89 147 839 511 407 1.757 Jan 19 3 14 29 34 7 13 11 7 61 48 28 137 Fev 20 3 11 26 31 7 10 8 9 56 43 27 125 Mar 24 4 17 31 39 8 14 10 7 68 53 32 153

1º Trim. 63 10 42 85 104 22 37 29 22 185 144 86 415 Abr 30 3 13 28 31 9 15 9 9 73 43 30 146 Mai 29 3 12 26 30 8 14 8 8 69 41 27 137 Jun 30 4 15 26 27 7 13 6 8 69 37 31 136

2º Trim. 89 9 40 80 88 24 42 23 25 211 120 88 419 Jul 80 3 15 28 27 8 11 4 67 118 35 91 244 Ago 24 3 14 25 25 7 12 4 8 61 31 29 121 Set 19 3 14 26 29 8 10 4 7 55 36 29 120

3º Trim. 123 10 43 78 81 23 34 12 82 234 103 148 485 Out 25 6 15 34 41 5 10 8 8 68 55 28 150 Nov 21 4 15 29 31 6 13 7 5 63 41 26 131 Dez 26 4 17 36 34 8 16 10 6 78 48 31 157

4º Trim. 72 14 47 99 106 19 39 24 18 209 144 84 438 1999 67 16 48 124 133 17 59 43 21 249 192 85 526 Jan 22 5 12 36 34 6 11 10 7 69 48 25 141 Fev 20 5 18 39 46 5 20 18 7 79 69 30 178 Mar 25 6 18 49 53 6 28 16 7 102 75 31 207

1º Trim. 67 16 48 124 133 17 59 43 21 249 192 85 526

Fonte: SisbacenNota:1/ O total poderá eventualmente divergir do somatório das partes em função de arredondamento.

US$ milhões

Total (a)+(b)+(c)Período Doações (a) Man.de Residentes (b) Patrimônio (c)

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Análise do Mercado de Câmbio - 1º Trimestre 1999

Departamento de Câmbio70

tativa de desvalorização da moeda nacio-nal, usualmente por agentes de menor por-te econômico. Também podem estar con-tabilizados nessa rubrica os valores de di-visas até US$ 10.000,00 revendidas aosbancos e agências de turismo em funçãode cancelamento de viagens ao exterior,dada a súbita depreciação do real.

Com relação a Manutenção de Re-sidentes e Patrimônio, o crescimento nosingressos foi basicamente originário dosEstados Unidos e Japão, em volumes re-lativamente semelhantes (tabela 5.6), cer-tamente também refletindo a desvaloriza-ção da moeda nacional. Os dois paísescontinuam responsáveis pela maior partedas transferências do tipo, respondendoconjuntamente por mais de 90% e 80% dosingressos registrados naquelas duas rubri-cas, respectivamente.

Um último comentário a respeito de“Operação com Clientes” envolve os nú-meros registrados em seu mercado se-cundário, ou seja, a rubrica Agências deTurismo - Operações com Bancos Cre-denciados (tabela 5.3). O aumento emmais de 165% em seu movimento retratajustamente a maior negociação de dólaresapós a mudança do regime cambial. Cor-

responde, por parte das agências e meiosde hospedagem de turismo, a demandapor moeda estrangeira para atendimentoa clientes ou, então, a repasse aos bancoscredenciados do excesso de seus limitesoperacionais de disponibilidades diárias, de-finidos pelo Banco Central (US$ 200.000,00para agências de turismo e de US$ 100.000,00para meios de hospedagem de turismo).

Finalmente, encerrando os comentá-rios sobre o Flutuante, cabe analisar a evo-lução dos volumes agregados do fluxo pri-mário mostrados no gráfico 5.6, que trazvalores negociados diariamente, e pelatabela 5.7, que mostra os números emtermos anuais.

No gráfico 5.6, percebe-se a clara aco-modação no fluxo primário líquido diário, mos-trando equilíbrio e até mesmo superávit emvalores não usuais para o perfil do segmentonos últimos anos. O forte ingresso verificadoem dia específico de outubro constitui exceção,explicada por movimentação referente a partede operação estruturada para compra docontrole acionário de instituição financeirabrasileira por instituição estrangeira.

Com relação à tabela 5.7, nota-se clarareversão no comportamento dos seus nú-

5.6 - FLUXO PRIMÁRIO LÍQUIDO DIÁRIOOperações com Clientes e Operações com Instituições no Exterior

Julho/ 1998 a Março/1999

-1.900-1.700-1.500-1.300-1.100

-900-700-500-300-100100300500700900

1.100

01/0

7/19

98

10/0

7/19

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21/0

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30/0

7/19

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10/0

8/19

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28/0

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0/19

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10/1

1/19

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1/19

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30/1

1/19

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09/1

2/19

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2/19

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30/1

2/19

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11/0

1/19

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1/19

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1/19

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09/0

2/19

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22/0

2/19

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03/0

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12/0

3/19

99

23/0

3/19

99

US

$ m

ilhõe

s

Fonte: Sisbacen

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Análise do Mercado de Câmbio - 1º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 71

meros, demonstrando tendência de volta aosníveis de 1995. De fato, com a desvalorizaçãodo real, é factível esperar superávit em“Operação com Clientes” dado o conseqüenteaumento nos ingressos em TransferênciasUnilaterais e redução nas remessas deViagens Internacionais, ambos bastantesensíveis à variação nas taxas de câmbio.

Por sua vez, a rubrica Operações comInstituições no Exterior, a única que registrafluxos primários em “Operações entreInstituições”, continua mantendo saldo líquidodeficitário, mas segue aparente movimentode redução. Sem dúvida, seus ingressosmostram trajetória de ampliação, principal-mente se considerado o cenário de redução

5.7 - Movimento de Câmbio do Segmento Flutuante Fluxo Primário - 1989 a 1998

Ing. Rem. Saldo Ing. Rem. Saldo Ing. Rem. Saldo

1989 1.282,5 727,0 555,5 68,2 426,6 -358,4 1.350,7 1.153,6 197,2 1990 2.146,0 2.351,2 -205,2 1.532,1 6.019,1 -4.487,0 3.678,1 8.370,3 -4.692,2 1991 2.249,8 1.513,7 736,1 4.272,5 9.999,4 -5.726,9 6.522,3 11.513,1 -4.990,8 1992 3.623,6 1.580,7 2.042,8 2.791,5 8.389,3 -5.597,8 6.415,0 9.970,0 -3.555,0 1993 2.844,0 2.337,0 507,0 8.574,0 14.902,0 -6.328,0 11.418,0 17.239,0 -5.821,0 1994 4.376,5 3.054,2 1.322,3 8.099,6 13.312,9 -5.213,3 12.476,1 16.367,1 -3.891,0 1995 6.816,4 4.692,3 2.124,1 15.659,2 19.706,1 -4.046,9 22.475,6 24.398,4 -1.922,8 1996 4.854,9 6.230,3 -1.375,4 247,1 13.284,9 -13.037,8 5.102,0 19.515,2 -14.413,2 1997 4.928,2 7.609,3 -2.681,1 640,2 21.843,2 -21.203,0 5.568,4 29.452,5 -23.884,1 1998 5.185,1 12.121,5 -6.936,4 2.345,5 27.162,6 -24.817,1 7.530,6 39.284,1 -31.753,5 1999 2/ 1.596,0 1.220,7 375,3 871,8 3.775,4 -2.903,6 2.467,8 4.996,1 -2.528,3 Total 39.903,0 43.438,0 -3.535,0 45.101,7 138.821,5 -93.719,7 85.004,7 182.259,4 -97.254,7

Fonte: SisbacenNotas:1/ Não inclui operações de ouro contra moeda nacional, pronta e futura;2/ Até o primeiro trimestre do ano.

US$ millhões

Op. com Clientes Op. com Inst. no Exterior 1/ TotalAno

na cobrança de IOF. O grau de ampliaçãodessas transferências para o País depen-derá, certamente, da política brasileira deacolhimento de capitais de curto prazo. Asremessas por essa rubrica também seguemsemelhante tendência de redução, cuja tra-jetória será guiada pelas expectativas dosagentes financeiros quanto ao desempenhoda economia brasileira. Ou, alternativamen-te, dependerá também da possibilidade deutilização de outros mecanismos de remes-sa, a exemplo da utilização do Fiex (no seg-mento Livre), que, até a imposição de maio-res exigências para investimento em tais fun-dos, acolheu no início do trimestre boa partedas remessas que normalmente se valeriamdo Flutuante.