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ANÁLISE COMPARATIVA DE CUSTOS DE SISTEMAS
ESTRUTURAIS: ALVENARIA ESTRUTURAL E ESTRUTURA
CONVENCIONAL DE CONCRETO ARMADO
Lourival Tibúrcio da Silva Junior 1
Thiago Rafael Zonta 2
Rafael Marçal3
RESUMO
O sistema estrutural destina-se primariamente a resistir às ações nominais atuantes, tais
como o peso próprio dos elementos estruturais, revestimentos, carga de pessoas e
equipamentos, e transmiti-las, através dos elementos estruturais (lajes, vigas, pilares e
fundação), ao meio externo (solo). Ou seja, o sistema estrutural tem como objetivo estabelecer
a disposição dos elementos estruturais da forma mais adequada, sempre visando à formação do
conjunto resistente. Dentre os diversos tipos de sistemas estruturais, no Brasil, destaca-se o
sistema estrutural em concreto armado e o sistema em alvenaria estrutural. Este trabalho tem
por objetivo a análise comparativa de custos de dois tipos de sistemas estruturais: alvenaria
estrutural e estrutura convencional de concreto armado, a partir de uma planta baixa padrão
popular de 59,98m² e do Sistema Nacional de Preços e Índices (SINAPI) para a construção
civil. O trabalho aponta que, nas condições pré-determinadas, o sistema em alvenaria estrutural
apresentou 24,54% de economia em relação ao concreto armado.
Palavras chave: Concreto armado; alvenaria estrutural; custos.
1 Acadêmico do 10º termo do curso de Engenharia Civil no Centro Universitário Toledo Araçatuba-SP (UNITLEDO). 2 Acadêmico do 10º termo do curso de Engenharia Civil no Centro Universitário Toledo Araçatuba-SP (UNITLEDO). 3 Doutorando e Professor do curso de Engenharia Civil no Centro Universitário Toledo Araçatuba-SP.
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1. INTRODUÇÃO
Edificações em Alvenaria de Concreto Armado, dependem de estruturas feitas da junção
do concreto que é um material resistente a compressão, com um elemento resistente a tração,
normalmente sendo utilizadas barras de aço, de forma que ambos resistam solidariamente aos
esforços solicitantes. (ALBUQUERQUE 2015; GAITÁN 2015; BARROS 2015;
NASCIMENTO 2009; BASTOS 2006).
Conceitua-se Alvenaria Estrutural, o processo no qual, os elementos que desempenham
a função estrutural são de alvenaria, sendo os mesmos projetados, dimensionados e executados
de forma racional. (DELLATORRE 2014; LEITE 2014; TAUIL 2010; RAMOS 2004).
No decorrer dos tempos, a construção civil tem se desenvolvido para atender a sociedade
que necessita de otimização constante, exigindo cada dia mais uma evolução nos sistemas
construtivos já existentes.
Dada a necessidade de otimização nos já existentes sistemas construtivos, nos remete a
comparação de dois dos mais utilizados sistemas construtivos no Brasil, o já renomado sistema
de Alvenaria em Concreto Armado, e o antigo, porém, ainda sob olhares de desconfiança,
sistema de Alvenaria Estrutural.
Devido ao cenário da economia brasileira, o questionamento que se faz sobre tal comparação
gira em torno da viabilidade econômica destes sistemas construtivos. (SILVA, 2002).
A análise de custos é um fator preponderante para o desenvolvimento de uma empresa,
afinal, o desempenho atual somente pode ser mensurado perante uma medição analítica.
(SILVA, 2002).
Na evolução dos tempos, o campo da engenharia civil sempre procura aprimorar-se em
relação ao crescimento e desenvolvimento exigidos pelo mercado imobiliário, como é o caso
da alvenaria estrutural, que vem sendo utilizada por diversas empresas, visto como, uma
alternativa interessante na redução de custos e na economia de materiais em obra
(FERNANDES; SILVA FILHO, 2010).
Segundo Mello (2004), a fomentação imobiliária, está crescendo relevantemente, uma
vez que o interesse das pessoas em ter seu próprio imóvel vem aumentando, fazendo com que
a população procure um sistema construtivo de baixo custo e boa qualidade, onde a alvenaria
estrutural passa a ganhar espaço referente às construções convencionais de concreto armado.
No decorrer dos tempos, a alvenaria estrutural vem ganhando espaço como solução
construtiva com características de durabilidade, sem desperdícios, econômica e totalmente em
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dia com os princípios da sustentabilidade que a sociedade procura para a construção de seu
habitat. (TAUIL, 2010).
Com a intenção de aumentar a lucratividade, a otimização do processo construtivo vem
se tornando o foco das construtoras, pois garante não só a sua permanência no mercado, como
também a satisfação do cliente final. Fatos como a racionalização de mão-de-obra, agilidade,
diminuição de custos e redução de desperdícios, são fatores satisfatórios no sistema construtivo
de alvenaria estrutural, isso explica porque esse sistema vem substituindo a estrutura em
concreto armado, pois possibilita uma economia e um bom padrão de acabamento.
(FERNANDES; SILVA FILHO, 2010).
No contexto atual, sendo objetivo claro o menor custo possível da obra, faz-se
necessário uma comparação de dois dos mais utilizados sistemas na construção civil no Brasil,
demonstrando assim, seus valores econômicos
aplicados a uma residência unifamiliar de padrão popular.
2. OBJETIVO
Este estudo tem como objetivo realizar a análise comparativa de custos de dois tipos de
sistemas estruturais: alvenaria estrutural e estrutura convencional de concreto armado a partir
de uma planta baixa padrão popular de 59,98m², utilizando-se do Sistema Nacional de Preços
e Índices (SINAPI) de setembro de 2018 para a construção civil no interior do estado de São
Paulo.
3. DESENVOLVIMENTO
3.1 Casas em sistema estrutural de concreto armado
Já se sabia que o cimento era a mistura moída de compósitos inorgânicos os quais
adicionados a água reagiam quimicamente endurecendo-os por hidratação, produzindo um
produto novo, o concreto, mas ainda não se havia adicionado a técnica do aço para unir
capacidades de diferentes esforços mecânicos. Por muito tempo o concreto foi considerado um
material extremamente durável, devido a algumas obras muito antigas ainda encontrarem-se
em bom estado (BRANDÃO & PINHEIRO, 1998).
Alvenaria é o sistema construtivo de paredes e muros, ou obras semelhantes, executadas
com pedras naturais, tijolos ou blocos unidos entre si com ou sem argamassa de ligação, em
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fiadas horizontais ou em camadas parecidas, que se repetem sobrepondo-se sobre as outras,
formando um conjunto rígido e coeso. (MARTINS, 2009).
Apesar de dados históricos registrarem o início do uso primitivo de concreto armado na
Grécia (Atenas 437-332 a.C.), com a mistura de ligas de ferro com os pilares de Propylaea, foi
em Paris 1770 que a técnica teve um avanço por conta estudos de esforços, respeitando as
limitações do aço e concreto, possibilitando assim a construção do Pantheon. Muitos avanços
ocorreram até se chegar em 1850, com Joseph Louis Lambot, França, em que se obteve a
composição hoje conhecida como concreto. Até a era neolítica não era observado as técnicas e
tão pouco se observavam recursos naturais com fins de consumo, bem como consumíveis e não
renováveis. (KAEFER,1998).
O concreto armado é um processo construtivo inventado na Europa em
meados do século XIX. Ele consiste na combinação do concreto – uma
pasta feita de agregados miúdos e graúdos, cimento, areia e água,
conhecida desde a Antigüidade – com uma armadura de aço. A
novidade está justamente na reunião da propriedade de resistência à
tração do aço com a resistência à compressão do concreto, que permite
vencer grandes vãos e alcançar alturas extraordinárias, além disso, o
concreto é um material plástico, moldável, ao qual é possível impor os
mais variados formatos. Inicialmente empregado apenas em
embarcações e tubulações hidráulicas, a partir de fins do século XIX o
concreto armado passa a ser utilizado também nas edificações. Junto
com o aço e o vidro, ele constitui o repertório dos chamados “novos
materiais” da arquitetura moderna (BENEVOLO, 1976),
Com a necessidade cada vez maior de inserir o concreto e aço em seu uso extremo, a
indústria caminhou a produzir um concreto cada vez mais uniforme para atender largas escalas,
e o uso do aço com armaduras variadas para cada solicitações especificas [...] “concreto armado
no mundo iniciou-se com Gustavo Adolpho Wayss” que fundou sua firma em 1875, após
comprar as patentes de Mounier para empregar no norte da Alemanha (VASCONCELOS,
1985).
Via-se a necessidade de diminuir os esforços obtendo um aumento nas seções para
distribuição das cargas, elevando a área de aço para obter redução nos esforços cortantes da
viga. Percebeu-se a necessidade de dispor outras armaduras além da armadura reta de tração.
Segundo SILVA (2003), “a fissuração nos elementos estruturais de concreto armado é causada
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pela baixa resistência à tração do concreto. Apesar de indesejável, o fenômeno da fissuração é
natural (dentro de certos limites) no concreto armado. Imaginou armaduras dobradas,
prolongadas em diagonal e ancoradas na zona de compressão. Foi o primeiro a colocar estribos
com a finalidade de absorver tensões oriundas da força cortante e o criador das vigas T, levando
em conta a colaboração da laje como mesa de compressão”, (VASCONCELOS, 1985).
Com advento da era moderna, via-se a capacidade de se vencer grandes vão, alturas,
bem como a necessidade de custos e prazos extremamente curtos para produção de grandes
construções. A relativa complexidade matemática de qualquer cálculo de concreto armado
passou a exigir obrigatoriamente a participação de um engenheiro. [...](TELLES, 1994, p.483).
A inserção da técnica teve seu auge no mercado nacional em meados dos anos 1920 a 1970.
Segundo VASCONCELOS (1985), o qual afirma que em 1913, a “vinda da firma alemã Wayss
& Freytag constituiu talvez o ponto mais importante para o desenvolvimento do concreto
armado no Brasil”. Bem como ao redor do mundo com a proliferação de artigos, livros e estudos
sobre o assunto. A maior parte do conhecimento sobre os processos físico-químicos
responsáveis pela deterioração do concreto vem de estudos de casos de estruturas no campo,
porque é difícil simular em laboratório a combinação das condições de longa duração
normalmente presentes na vida real (METHA; MONTEIRO, 1994). O concreto recebeu uma
notável atenção, onde foi desenvolvida novas técnicas e homogeneização do produto, sistemas
de preparo normatizados por associações internacionais.
Seu apogeu se deu por conta do baixo custo de mão de obra e facilidade de preparo de
moldes no próprio canteiro de trabalho, associados a uma vasta jazida natural no território
nacional. A facilidade mudanças e reformas fizeram deste sistema versátil e de uso continuo até
os dias de hoje. [...] A economia era também no transporte, principalmente para regiões
distantes ou com estradas deficientes, porque, embora a estrutura do concreto seja mais pesada
do que a metálica, é muito mais fácil transportar cimento, areia e pedra, do que pesadas vigas e
colunas de aço (TELLES, 1994).
O grande desafio da tecnologia do concreto atualmente parece ser aumentar a
durabilidade das estruturas, recuperar estruturas danificadas e em entender o complexo
mecanismo químico e mecânico dos cimentos e concretos. Para isto, uma nova geração de
concretos está sendo desenvolvida, métodos tradicionais de execução e cálculo de concreto
estão sendo revistos, teorias não-lineares e da mecânica do fraturamento estão sendo
desenvolvidas (KAEFER,1998).
Alguns Concretos Especiais: Concreto de Alto Desempenho; Concreto Compactado
com Rolo; Concreto Projetado; Concreto Protendido; Concreto com adição de fibras.
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3.2 Casas em sistema de alvenaria estrutural
Até o final do século XIX, a alvenaria era um dos principais materiais de construção
utilizados pelo homem. As construções da época eram então erguidas segundo regras puramente
empíricas, baseadas nos conhecimentos adquiridos ao longo dos séculos. (CAMACHO, 2006)
No início do século passado, com o advento do concreto e do aço, que possibilitaram a
construção de estruturas esbeltas e de grande altura com peças de reduzidas dimensões, a
utilização da alvenaria não foi tratada na forma de sistema construtivo técnico como as
construções de concreto armado, limitando-se apenas a utilização como vedação. Esse fator
resultou na estagnação do desenvolvimento e pesquisas da alvenaria, e sua utilização ficou
limitada a construções de pequeno porte. (MAURÍCIO, 2005).
A Alvenaria Estrutural teve origem na Pré-História, caracterizando assim, um dos mais
antigos sistemas construtivos da humanidade. Um grande marco da alvenaria estrutural foi com
o edifício Monadnock (Chicago 1889-1891) cuja altura chegou a 65 metros, 16 pavimentos e a
espessura de suas paredes chegando a medir 1,80m. (PESTANA et. al.)
Com o avanço da tecnologia, e com os estudos realizados sobre a alvenaria estrutural,
hoje a construção do edifício Monadnock seria realizada com 17% da espessura das paredes
que fora realizado na época de sua construção. (NONATO, 2013).
No Brasil a alvenaria estrutural teve seu início de utilização em meados do final da
década de 70, com construções de prédios habitacionais, principalmente em São Paulo. Se
difundiu em todo o país por volta da década de 90, quando várias construtoras passaram a adotar
o processo construtivo. (SILVA, 2003; ROMAN & CARVALHO, 2001).
Dado a nova concepção estrutural, baseados em normas internacionais e nacionais, a
alvenaria estrutural pode chegar em média a 20 pavimentos, dependendo do sistema
construtivo. Até hoje o hotel Excalibur (LAS VEGAS) é o mais alto edifício neste sistema de
construção com 28 pavimentos.
O sistema construtivo em alvenaria estrutural representa um meio de se construir com
pouca variação de tipos de materiais e profissionais especializados, sendo assim um sistema em
que a construção se torna praticamente uma linha de produção, onde somente um trabalhador é
capaz de desempenhar uma grande parte da construção, gerando assim um grande potencial de
racionalização. (SILVA, 2002).
Atualmente, a questão de economia em qualquer âmbito da palavra está interligada
quase que imediatamente ao fator “tempo” da análise em questão. Na alvenaria estrutural, existe
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uma maior rapidez na execução, decorrente principalmente da simplificação das técnicas
construtivas. (BUSI, 2009).
Na alvenaria estrutural, devido a sua própria característica estrutural, resulta em maior
resistência à danos patológicos decorrentes de movimentações e apresenta maior reserva de
segurança frente a ruínas parciais. (CAMACHO, 2006).
Apesar de sua grande versatilidade, a alvenaria estrutural possui limitações quanto a
mudança de layout de suas dependências uma vez definidas. Pesquisas apontam que com o
passar do tempo, a necessidade dos moradores tende a se modificar requisitando mudanças, as
quais não foram premeditadas em projeto, o que se torna, no caso da alvenaria, tecnicamente
impossíveis de serem realizadas. (RAMALHO & CORRÊA, 2003).
Por se tratar de um sistema construtivo onde a execução é fator crucial, onde cada bloco
é importante na sustentação da estrutura, para o sucesso final da alvenaria é necessária uma
mão-de-obra qualificada, o que tende a ter um custo elevado em relação a outros processos
construtivos. (BUSI, 2009).
O sistema construtivo em alvenaria estrutural exige que os projetos: arquitetônico,
elétrico e hidráulico caminhem juntos devido ao fato de que, uma vez definido o local onde
serão feitas as instalações não poderão sofrer alterações com facilidade, sendo essa uma das
dificuldades de concordância quando estes são executados por diferentes profissionais.
(HOFFMANN el. al., 2012).
Sua utilização é mais indicada em edificações residenciais de padrão baixo ou médio
com até 12 pavimentos. Nesses casos utilizam-se paredes com espessura de 14 cm e a
resistência de bloco usualmente necessária é de 1 MPa vezes o número de pavimentos acima
do nível considerado. Entretanto, a alvenaria de blocos cerâmicos também ganhou força com o
aparecimento de fornecedores confiáveis, selos de qualidade e blocos com resistências
superiores a 10 MPa (REBOREDO, 2013; CORRÊA; RAMALHO, 2003).
3.3 Comparação de custos de uma obra em concreto armado/ alvenaria estrutural.
Como existem itens em comum entre os dois sistemas estruturais, os mesmos deixaram
de ser levados em consideração, pois representariam mesmo custo e não oscilariam no
orçamento final da obra. Fazem parte desta exclusão: fundação, movimentação de terras e
baldrames, lajes, reboco, revestimentos em geral, forros, instalações elétricas, hidráulicas,
esquadrias e coberturas. Em relação ao sistema de alvenaria estrutural, foram analisados os
custos da alvenaria com bloco cerâmico estrutural e de vedação, o aço, graute e mão-de-obra.
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Já no sistema em concreto armado, foi considerado o aço, alvenaria de vedação em blocos
cerâmicos, fôrmas, concreto e mão-de-obra.
Os valores obtidos na análise comparativa feita têm como base a tabela do Sistema
Nacional de Preços e Índices Para Construção Civil (SINAPI) – SP Setembro/2018.
3.3.1 – Análise de custos – Alvenaria estrutural
Para levantamento da alvenaria, foi utilizada planta baixa (anexo 1) com área construída
de 59,98m², sendo realizado o cálculo de todas as paredes, desconsiderando os vãos de janelas
e portas.
No caso do graute e aço, foram utilizados valores estimados, de 0,07m³ para cada m² de
área construída para o graute e 1kg para cada m² de alvenaria no caso do aço, conforme Mattos
(2007). A tabela 1 a seguir representa os custos obtidos para o sistema em alvenaria estrutural.
Para a estrutura da tabela abaixo foi consultado os (anexos/apêndices):
Anexo 1 – Planta baixa; Apêndice 1 - Memorial de cálculo (Concreto Armado e
Alvenaria Estrutural.
Tabela 1: Custos do sistema em alvenaria estrutural.
ALVENARIA ESTRUTURAL
SERVIÇO QUANTIDADE UNIDADE VALOR UNIT. VALOR TOTAL
ALVENARIA 125,46 m² R$ 86,22 R$ 10.817,16
AÇO 125,46 kg R$ 11,39 R$ 1.428,99
CONCRETO - - - -
GRAUTE 4,2 m³ R$ 667,58 R$ 2.803,84
FÔRMAS - - - -
TOTAL R$ 15.049,99
*Valores referente a média de preços de insumos, com mão de obra inclusa, obtidos da tabela SINAPI (Set/2018)
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3.3.2 Análise de custos – Concreto armado
Para análise de custos feita para o concreto armado, foi utilizada a mesma planta baixa
(anexo) de 59,98m². Foi realizado o levantamento total de área de alvenaria, pilares e vigas a
fim de se obter as quantidades e custos de aço, concreto e de alvenaria de vedação. A tabela 2
a seguir representa os custos obtidos para o sistema em concreto armado. Para a estrutura da
tabela abaixo foi consultado os (anexos/apêndices):
Anexo 1 – Planta baixa; Anexo 2 – Fôrmas de Cobertura; Apêndice 1 - Memorial de
cálculo (Concreto Armado e Alvenaria Estrutural); Apêndice 2 - Memorial de cálculo
(Concreto Armado); Apêndice 3 Tabela - Levantamento de quantitativos para pilares;
Apêndice 4 Tabela – Levantamento de quantitativos para vigas.
Tabela 2 – Custos do sistema estrutural em concreto armado.
CONCRETO ARMADO
SERVIÇO QUANT. UNIDADE VALOR UNIT. VALOR TOTAL
ALV. VEDAÇÃO 118,74 m² R$ 68,39 R$ 8.120,63
AÇO 427,76 kg R$ 5,99 R$ 2.562,28
CONCRETO 4,26 m³ R$ 305,14 R$ 1.299,90
FÔRMAS 81,36 m² R$ 83,10 R$ 6.761,02
TOTAL R$ 18.743,83
*Valores referente a média de preços de insumos, com mão de obra inclusa, obtidos da tabela SINAPI (Set/2018)
Alvenaria72%
Aço9%
Graute19%
GRÁFICO – PERCENTUAL DE CUSTOS DO SISTEMA EM ALVENARIA ESTRUTUTAL
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3.2.3 Análise comparativa dos custos
A tabela 3 a seguir representa o comparativo de custos entre os sistemas construtivos estudados.
Tabela 3 – Comparativo de custos entre os sistemas construtivos
DESCRIÇÃO DOS INSUMOS
(MATERIAL + MÃO DE OBRA)
CONCRETO
ARMADO
ALVENARIA
ESTRUTURAL
AÇO R$ 2.562,28 R$1.428,99
ALVENARIA R$ 8.120,63 R$10.817,16
FORMAS R$ 6.761,02 -
CONCRETO R$ 1.299,90 -
GRAUTE - R$2.803,84
TOTAL GERAL R$18.743,83 R$15.049,99
CUSTO / m² R$ 312,50 R$250,92
CUSTO (%) 124,54% 100%
4. CONCLUSÃO
Na construção civil, em que a execução de determinada obra tem seus passos iniciados
no papel, com projeto e escolha do sistema construtivo, o fator economia acaba sendo alienado
a esses passos iniciais.
Identificar quais fatores influenciam nas decisões iniciais, e quais os melhores caminhos
a serem seguidos, gera uma vantagem crucial frente a um mercado extremamente competitivo.
Alvenaria43%
Aço14%
Concreto7%
Fôrmas36%
GRÁFICO – PERCENTUAL DE CUSTOS DO SISTEMA EM CONCRETO ARMADO
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No presente trabalho, foram identificadas as diferenças entre dois dos mais utilizados
sistemas construtivos no Brasil, seus pontos positivos e negativos, feito um levantamento
quantitativo com referências nacionais e comparação de valores com base na tabela SINAPI/SP
Setembro-2018, definindo assim, um caminho eficiente e vantajoso para a construção de uma
edificação de 59,98m² no interior de São Paulo.
Os resultados apresentados foram obtidos em comparação aos diferenciais de cada
sistema construtivo, sendo que a alvenaria estrutural apresentou 24,54% de economia em
relação ao concreto armado.
Considerando tal análise feita, e as características apresentadas dos sistemas
construtivos analisados, pode-se definir que para a edificação apresentada, o sistema
construtivo de alvenaria estrutural seria economicamente mais viável se comparado ao concreto
armado, desde que sejam observados os fatores como a mão-de-obra qualificada para execução
da alvenaria estrutural.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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15
ANEXOS
Anexo 1 – Planta baixa
16
Anexo 2 – Fôrmas de Cobertura
APÊNDICES
Apêndice 1 - Memorial de cálculo (Concreto Armado e Alvenaria Estrutural):
Dormitório1: (2,95 x 2,80) + (3,15 x 2,80) + (2,95 x 2,80) + (3,15 x 2,80) – (1,50 x 1,00) -
(0,80 x 2,10) = 30,98m²;
Dormitório2: (3,05 x 2,80) + (3,15 x 2,80) + (2,90 x 2,80) – (1,50 x 1,00) -(0,80 x 2,10) =
22,30m²;
17
Dormitório3: (3,15 x 2,80) + (3,15 x 2,80) + (3,00 x 2,80) – (1,50 x 1,00) -(0,80 x 2,10)
=22,86m²;
Cozinha: (3,15 x 2,80) + (3,15 x 2,80) + (2,10 x 2,80)+ (0,70 x 2,80) – (1,50 x 1,00) -(0,80 x
2,10) = 22,30m²;
Banheiro: (1,70 x 2,80) + (1,85 x 2,80) + (2,10 x 2,80) – (1,00 x 0,60) – (0,60 x 2,10) =
13,96m²;
Sala: (2,85 x 2,80) + (3,00 x 2,80) – (1,50 x 1,00) -(0,80 x 2,10) = 13,06m².
Total: 125,46m²
Apêndice 2 - Memorial de cálculo (Concreto Armado):
Área total Pilares: (0,15m x 2,80m) x 16 pilares: 6,72m²
Área total Alvenaria de Vedação (Área total Alvenaria – Área pilares): 125,46 – 6,72 =
118,74m²
Aço: 273,6kg +154,16kg = 427,76kg (tabela de pilares e vigas);
Concreto: 1,88m³ + 2,38 = 4,26 m³ (tabela de pilares e vigas);
Fôrmas: 39,42m² + 41,94m² = 81,36m² (tabela de pilares e vigas);
Apêndice 3 Tabela - Levantamento de quantitativos para pilares
Pilares
Pilar Largura Comprimento Altura Fôrma Concreto Aço
m m m m² m³ kg
1 0,14 0,3 2,8 2,464 0,1176 13,2788
2 0,14 0,3 2,8 2,464 0,1176 13,2788
3 0,14 0,3 2,8 2,464 0,1176 20,6200
4 0,14 0,3 2,8 2,464 0,1176 13,2788
5 0,14 0,3 2,8 2,464 0,1176 13,2788
6 0,14 0,3 2,8 2,464 0,1176 20,6200
7 0,14 0,3 2,8 2,464 0,1176 13,2788
8 0,14 0,3 2,8 2,464 0,1176 13,2788
9 0,14 0,3 2,8 2,464 0,1176 13,2788
10 0,14 0,3 2,8 2,464 0,1176 20,6200
11 0,14 0,3 2,8 2,464 0,1176 23,0312
12 0,14 0,3 2,8 2,464 0,1176 20,6200
13 0,14 0,3 2,8 2,464 0,1176 20,6200
14 0,14 0,3 2,8 2,464 0,1176 20,6200
15 0,14 0,3 2,8 2,464 0,1176 13,2788
16 0,14 0,3 2,8 2,464 0,1176 20,6200
TOTAL 39,424 1,8816 273,6016
Observação
Fôrmas =[(largurax02)+(Comprimentox02)]x Altura ; Concreto = Largura x Comprimento x Altura
18
Apêndice 4 Tabela – Levantamento de quantitativos para vigas
Observação:
Fôrmas = (largura + 02xAltura)x Comprimento; Concreto = Comprimento x Altura x Largura
Vigas
Vigas Largura Comprimento Altura Fôrma Concreto Aço
m m m m² m³ kg
1 0,14 6,44 0,3 4,7656 0,27048 18,9966
2 0,14 6,02 0,3 4,4548 0,25284 27,0126
3 0,14 3,01 0,3 2,2274 0,12642 9,89940
4 0,14 3,01 0,3 2,2274 0,12642 12,5408
5 0,14 3,01 0,3 2,2274 0,12642 9,95080
6 0,14 6,44 0,3 4,7656 0,27048 18,7616
7 0,14 9,01 0,3 6,6674 0,37842 22,3968
8 0,14 9,01 0,3 6,6674 0,37842 26,1948
9 0,14 1,71 0,3 1,2654 0,07182 5,25760
10 0,14 9,01 0,3 6,6674 0,37842 22,1472
TOTAL 41,9358 2,38014 154,1616