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Universidade Federal da BahiaEscola de Medicina Veterinária
Departamento de Patologias e clínicasAnestesiologia Veterinária
ANESTESIA NO PACIENTE PEDIÁTRICO
Salvador-BaAgosto 2013
ANESTESIA NO PACIENTE PEDIÁTRICO
INTRODUÇÃO
Neonatos: Filhotes com até 2 semanas de vida;
Infantil: Filhotes com 2 a 6 semanas de vida;
Pediátricos: Filhotes com 6 a 12 semanas de vida.
ANESTESIA NO PACIENTE PEDIÁTRICO
INTRODUÇÃO
Importância
Castração pré-púbere; Fenda palatina; Persistência de canal arterial; Hérnias; Traumas.
ANESTESIA NO PACIENTE PEDIÁTRICO
Maior risco anestésico
Limitada reserva orgânica; Maior sensibilidade aos agentes anestésicos
(hipoalbuminemia)- Barbitúricos, cetamina e etomidato Baixo metabolismo hepático; Baixa de porcentagem de gordura corporal; Tendência a hipoglicemia, hipotermia e desidratação.
ANESTESIA NO PACIENTE PEDIÁTRICO
Considerações fisiológicas
Sistema respiratório:
Consumo de O2- 2 a 3 vezes maior que nos adultos; Manter FR elevada para prevenir hipóxia e hipercapnia; ventilação alveolar – Rápidas indução e recuperação; Menor superfície alveolar do que adultos; Parede torácica mais flexível – ventilação menos eficiente; Quimiorreceptores menos sensíveis a PaCO2 e PaO2 .
ANESTESIA NO PACIENTE PEDIÁTRICO
Considerações fisiológicas
Sistema cardiovascular:
Miocárdio com menos tecido contrátil; Limitada distensibilidade ventricular; Débito cardíaco depende da FC; Maior e mais rápida perfusão de órgãos altamente vascularizados; Inervação simpática pouco desenvolvida; Menor sensibilidade dos barorreceptores – hipotensão.
Fonte: Anestesia em Cães e Gatos, 2 ed. São Paulo: Roca, 2010. 620p.
ANESTESIA NO PACIENTE PEDIÁTRICO
Considerações fisiológicas
Fígado e rins:
Baixa maturidade do sistema hepático- Metabolismo de fármacos prejudicado; Imaturidade do sistema renal- Filtração glomerular e função tubular pouco
desenvolvida;
Rins menos eficientes na regulação hidroeletrolítica;
Concentração de urina deficiente;
Maior perda de sódio.
ANESTESIA NO PACIENTE PEDIÁTRICO
Considerações fisiológicas
Termorregulação:
São propensos a hipotermia; Sistema termorregulador imaturo; Capacidade limitada de produzir vasoconstricção; Menor capacidade para tremer; Isolamento térmico deficiente; Superfície corporal extensa em relação ao peso corporal.
ANESTESIA NO PACIENTE PEDIÁTRICO
Considerações anestésicas
Jejum alimentar 6h e hídrico de 2h; Fluidoterapia constituída de glicose 2,5% e solução salina
0,45%; Volume de 2 a 8 mL/kg/hora; Dispositivos graduados: Bombas de infusão; equipo microgotas; Canulação venosa; alternativa – via intraóssea; Manutenção da temperatura corporal.
ANESTESIA NO PACIENTE PEDIÁTRICO
Fonte: http://www.alimedprodutosparasaude.com.br
Fonte: http://pt.made-in-china.com
http://www.ortovet.com.br
Fonte: http://petcare.com.br/blog/hipotermia-em-caes-e-gatos/
ANESTESIA NO PACIENTE PEDIÁTRICO
Avaliação pré anestésica
Jejum alimentar e hídrico; Exame físico (sistema cardiovascular e respiratório); FC, ritmo cardíaco e sons adicionais (200 bpm); FR, ritmo e padrão (20 a 40 mrm); T°C em torno de 37°C; Grau de hidratação; Exames complementares.
Fonte: http://www.not1.com.br
Fonte: http://www.not1.com.br
ANESTESIA NO PACIENTE PEDIÁTRICO
Medicação pré anestésica Anticolinérgicos Atropina, Glicopirrolato: discreta resposta devido a
imaturidade inervação vagal; Manter DC e tratamento de bradicardia sinusal.
Fonte: http://www.psicofarmacos.info Fonte: http://www.lookfordiagnosis.com
ANESTESIA NO PACIENTE PEDIÁTRICO
Medicação pré anestésica
Tranquilizantes:
Fenotiazínicos (Acepromazina, Clorpromazina e Levomepromazina);
Evitar em filhotes com menos de 4 semanas (½ a ¼); Vasodilatação periférica; hipotensão arterial; hipotermia; Diminui FR e VC; Diminui sensibilidade dos quimiorreceptores.
ANESTESIA NO PACIENTE PEDIÁTRICO
Medicação pré anestésica
Ansiolíticos:
Benzodiazepínicos (Diazepam; Midazolam); Mínima ou zero depressão cardiovascular, respiratória; Promove efeito calmante e miorrelaxante; 98% de ligação a proteínas plasmáticas; Biotransformação hepática e eliminação urinária; *Flumazenil.
ANESTESIA NO PACIENTE PEDIÁTRICO
Medicação pré anestésica
α - 2 agonistas (Xilazina; detomidina); Não é indicado.
Alterações cardiovasculares significativas.
Reduz: FC, DC, FR e VM.
http://zooserv.com.br
ANESTESIA NO PACIENTE PEDIÁTRICO
Medicação pré anestésica
Opióides(Oximorfona, meperidina, butorfanol):
Sedação eficaz em pediátricos; Discreta depressão sistema cardiovascular; Efeito potencializador ; Bradicardia sinusal(atropina); Depressão respiratória profunda; *Naloxona.
ANESTESIA NO PACIENTE PEDIÁTRICO
Anestésicos injetáveis
Efeitos mais intensos: maior % de água corporal total e extracelular; hipoalbuminemia, menor % gordura corpórea; distribuição rápida para tecidos irrigados.
Barbitúricos: Tiopental– importante depressor cardiovascular e respiratório. Recuperação depende da distribuição para gordura e enzimas
oxidativas hepáticas; Fenobarbital– não é recomendado, depende enzimas hepáticas.
ANESTESIA NO PACIENTE PEDIÁTRICO
Anestésicos injetáveis
Propofol:
Boa escolha para indução de pacientes pediátricos; Pode causar depressão respiratória ou apnéia; Efeitos respiratórios: VC; FR; PaO2; PaCO2; Efeitos dose e velocidade dependentes; Limiar de sensibilidade ao CO2 ;
Boa metabolização por conjugação hepática em cães filhotes.
ANESTESIA NO PACIENTE PEDIÁTRICO
Anestésicos injetáveis:
Etomidato: Pode ser empregado na indução; Preserva – Ritmo e FC e PA. Deve ser associado a benzodiazépínico ou opióide (evitar
náusea, vômito, mioclonia na indução e recuperação).
ANESTESIA NO PACIENTE PEDIÁTRICO
Anestésicos injetáveis
Dissociativos: Cetamina e Tiletamina. Tendem a manter inalterado o DC e pressão sanguínea; Doses elevadas: Ventilação apnêustica e depressão respiratória; Aumento de secreção salivar e traqueobrônquica(uso de
anticolinérgicos); Cetamina + Acepromazina/ Diazepam: relaxamento muscular,
delírio e indução e recuperação mais brandos.
ANESTESIA NO PACIENTE PEDIÁTRICO
Anestesia inalatória
Intubação traqueal: sondas de tamanho apropriado Cuidado com comprimento e espessura. Intubação dificultada: tamanho da traquéia; cartilagem
menos rígida.
Fonte: www.med-sinal.com.br
Fonte: www.veengle.com
ANESTESIA NO PACIENTE PEDIÁTRICO
Anestesia inalatória
Preferidos para pacientes pediátricos;
Captação, distribuição e potência diferem dos pediátricos para adultos;
Maior fluxo tecidual a órgãos centrais;
Indução e recuperação mais rápidas.
ANESTESIA NO PACIENTE PEDIÁTRICO
Anestesia inalatória Sistema de distribuição não -reinalatório animais até 7kg. Reduzem espaço morto mecânico e a resistência do
agente às vias aéreas. Circuito T de Ayre Circuito coaxial de Bain
Fonte: webvetshop.com Fonte: onlinesurgicals.trustpass.alibaba.com
ANESTESIA NO PACIENTE PEDIÁTRICO
Anestésicos inalatórios
Halotano – CAM de 1,20% nos pediátricos Possibilita indução segura e tranquila por máscara; Promove depressão cardiovascular proporcional a CAM.
Isofluorano: Odor acre; Estabilização difícil do plano anestésico; Maior incidência de náusea e vômito no pós operatório; Pouco altera FR e o VC; Menor depressão miocárdica que o halotano.
ANESTESIA NO PACIENTE PEDIÁTRICO
Anestésicos inalatórios
Sevofluorano: Baixo CS- Indução e recuperação bastante rápidas; Não altera FC, PA e pouco altera o DC.
ANESTESIA NO PACIENTE PEDIÁTRICO
Monitoração
Avaliação da profundidade anestésica; Uso de eletrocardiograma e oximetria de pulso; Mensuração de PA por doppler ultrassônico; Prever alterações e tratá-las; Prevenir hipotermia.
Fonte: http://www.enfmed.com/produto
Fonte: http://www.crmv-pr.org.br/
ANESTESIA NO PACIENTE PEDIÁTRICO
Cuidados perioperatórios
Analgesia adequada- Opióides: agentes interessantes; Doses reduzidas, procedimento breve; Não utilizar AINEs; Recuperação: ambiente tranquilo, sem luminosidade
excessiva, fornecimento O2, oferecer alimento 1-2h após volta da consciência.
ANESTESIA NO PACIENTE PEDIÁTRICO
Considerações finais
Compreender a fisiologia do paciente pediátrico;
Promover um adequado manejo pré, trans e pós anestesia;
Prevenir a tríade do neonato/ pediátrico: hipotermia, hipoglicemia, e desidratação.
OBRIGADA !
Referências
FANTONI, D. T.; CORTOPASSI, S. R. G. Anestesia em Cães e Gatos. 2 ed. São Paulo: Roca, 2010. 620p.
PADDLEFORD, R. R. Manual de Anestesia Veterinária em Pequenos Animais. 2. ed. São Paulo: Roca, 2001. 423p.
SLATTER, D. Manual de cirurgia de pequenos animais. 3ed. São Paulo: cap. 188, pg 2593 a 2597.
SANTOS, M. M.; FRAGATA, F. S. Emergência e terapia intensiva veterinária em pequenos animais. 1. ed. São Paulo: Roca, 2008. 890p.