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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO Leonardo César Pereira da Silva TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO ANÁLISE DOS FENÔMENOS INTERNOS QUE INFLUENCIAM NO TURN-OVER E NO COMPROMETIMENTO DOS COLABORADORES NA COMISSÁRIA NELSON HEUSI LTDA. Administração de Recursos Humanos ITAJAÍ (SC) 2008

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

Leonardo César Pereira da Silva

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO

ANÁLISE DOS FENÔMENOS INTERNOS QUE INFLUENCIAM NO TURN-OVER E NO

COMPROMETIMENTO DOS COLABORADORES NA COMISSÁRIA

NELSON HEUSI LTDA.

Administração de Recursos Humanos

ITAJAÍ (SC)

2008

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LEONARDO CÉSAR PEREIRA DA SILVA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO

ANÁLISE DOS FENÔMENOS INTERNOS QUE INFLUENCIAM NO TURN-OVER E NO

COMPROMETIMENTO DOS COLABORADORES NA COMISSÁRIA

NELSON HEUSI LTDA

Trabalho de conclusão de Curso desenvolvido para o Estágio Supervisionado do Curso de Administração do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade do Vale do Itajaí.

ITAJAÍ – SC, 2008

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EQUIPE TÉCNICA

a) Nome do estagiário

Leonardo César Pereira da Silva

b) Área de estágio

Administração de Recursos Humanos

c) Supervisor de campo

Sérgio Luiz Heusi

d) Orientador de estágio

Prof. Cristina Pereira Vecchio Balsini, Msc

e) Responsável pelo Estágio Supervisionado em Administração

Prof. Eduardo Krieger da Silva, Msc

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DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA

a) Razão social

Comissária Nelson Heusi Ltda.

b) Endereço

Rua Gil Stein Ferreira, 100 – 9 andar – Centro/Itajaí.

c) Setor de desenvolvimento do estágio

Departamento de Recursos Humanos

d) Duração do estágio

240 horas

e) Nome e cargo do orientador de campo

Sérgio Luiz Heusi

Sócio Gerente

f) Carimbo e visto da empresa

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Dedico este estudo à empresa Comissária Nelson Heusi Ltda, à professora Cristina Pereira Vecchio Balsini e a todo o meu compromisso na conclusão do mesmo.

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Seria injustiça minha não agradecer a todos, impreterivelmente, os envolvidos em meu convívio social. Com ênfase ao meu círculo de amizades, por tantas vezes respeitar o meu afastamento devido ao desenvolvimento deste trabalho. Mais importante foram Deus, acima de tudo, e meus pais e irmão, que contribuíram mais do que eles imaginam, pois apenas o fato de serem minha família já me dão forças. E às pessoas que sempre chamaram minha atenção, atentando para a importância do trabalho, quando até eu resolvia deixá-lo de lado. De um modo geral, toda a minha jornada acadêmica não seria possível se eu não tivesse sempre ao meu lado minha família, amigos, professores e força de vontade que cada um de nós, administradores, temos dentro de nós. A todos, muito obrigado.

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DECLARAÇÃO DE ACEITE

A empresa COMISSÁRIA NELSON HEUSI LTDA declara, para devidos fins,

que concorda com o projeto de estágio apresentado pelo estagiário LEONARDO

CÉSAR PEREIRA DA SILVA, aluno do curso de Administração do Centro de

Educação Superior de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade do Vale do Itajaí,

e se propõe a oferecer as condições necessárias para o bom andamento do mesmo.

ITAJAÍ, 05 de DEZEMBRO de 2007.

_____________________________________

SÉRGIO LUIZ HEUSI

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES Quadro 1 : Totalidade dos funcionários da Comissária Nelson Heusi Ltda..............17

Gráfico 1: Variáveis da rotatividade............................................................................72

Gráfico2: Variáveis do comprometimento.................................................................75

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Perfil dos colaboradores da Comissária Nelson Heusi Ltda......................59

Tabela 2: Resultados da variável rotatividade...........................................................61

Tabela 3: Resultados da variável, relação com os supervisores...............................62

Tabela 4: Resultados da variável relacionamento com os colegas de trabalho........62

Tabela 5: Resultados da variável interação entre os departamentos........................63

Tabela 6: Resultados da variável tipo de relacionamento humano dentro da

organização................................................................................................................63

Tabela 7: Resultados da variável política salarial......................................................64

Tabela 8: Resultados da variável política de benefícios da organização...................65

Tabela 9: Resultados da variável, critérios e programas de treinamento de Recursos

Humanos....................................................................................................................65

Tabela 10: Resultados da variável, condições físicas e ambientais de trabalho da

organização................................................................................................................66

Tabela 11: Resultados da variável, critérios de avaliação do desempenho..............66

Tabela 12: Resultados da variável, grau de flexibilidade das políticas da

organização................................................................................................................67

Tabela 13: Resultados da variável valorização e reconhecimento............................67

Tabela 14: Resultados da variável volume de trabalho.............................................68

Tabela 15: Resultados da variável trabalho versos vida pessoal..............................69

Tabela 16: Resultados da variável política e disciplina da organização....................69

Tabela 17: Resultados da variável política de recrutamento e seleção de Recursos

Humanos....................................................................................................................69

Tabela 18: Resultados da variável tipo de supervisão exercido sobre o pessoal.....70

Tabela 19: Resultados da variável, oportunidades de crescimento profissional

oferecido pela organização........................................................................................71

Tabela 20: Resultados da variável, a moral do pessoal da organização..................71

Tabela 21: Resultados da variável comprometimento normativo..............................73

Tabela 22: Resultados da variável comprometimento afetivo...................................73

Tabela 23: Resultados da variável comprometimento instrumental..........................74

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................13 1.1. Problema da pesquisa/ justificativa................................................................14 1.2. Objetivos geral e específicos..........................................................................14 1.3. Aspectos metodológicos.................................................................................14 1.3.1. Caracterização da pesquisa de estágio...........................................................16

1.3.2. Contexto e participantes do trabalho de estágio..............................................17

1.3.3. Procedimentos e instrumentos de coleta de dados.........................................19

1.3.4. Tratamento e analise dos dados.....................................................................21

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.................................................................................22 2.1. Administração...................................................................................................22 2.1.1. Escolas da administração................................................................................23

2.2 Administração de Recursos Humanos............................................................24 2.2.1. Recrutamento e seleção..................................................................................27

2.2.1.1. Fontes de recrutamento................................................................................28

2.2.2. Treinamentos e desenvolvimento....................................................................29

2.2.3. Remuneração..................................................................................................30

2.2.4. Plano de cargos e salários..............................................................................36

2.2.4.1. Análise, especificação e descrição de cargos..............................................38

2.2.5. Cultura.............................................................................................................41

2.2.6. Liderança.........................................................................................................42

2.2.7. Motivação.........................................................................................................43

2.2.8. Comprometimento............................................................................................44

2.2.8.1 As três dimensões do comprometimento afetivo, normativo e

instrumental................................................................................................................46

3. DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA DE CAMPO.............................................51 3.1. Caracterização da organização.......................................................................51 3.1.2. Ramo de atividade...........................................................................................53

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3.1.3. Estrutura organizacional...................................................................................53

3.1.4. Missão e visão..................................................................................................55

3.1.5. Filosofia............................................................................................................56

3.2. Resultado da pesquisa.....................................................................................56 3.2.1. Cálculo da rotatividade.....................................................................................56

3.2.2. A percepção dos gestores quanto a rotatividade.............................................57

3.2.3. O perfil dos colaboradores...............................................................................59

3.2.4. Percepção dos colaboradores em relação aos fatores que influenciam a

rotatividade.................................................................................................................61

3.2.5. Comprometimento predominante nos colaboradores e sua relação com a

rotatividade.................................................................................................................72

4. SUGESTÕES PARA ORGANIZAÇÃO.................................................................76

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................78

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................79

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RESUMO

Altos índices de rotatividade de pessoal podem comprometer significativamente os resultados organizacionais. Voltado para esta realidade, o objetivo geral deste trabalho consiste em analisar os fatores internos que influenciam na rotatividade e no comprometimento dos colaboradores da Comissária Nelson Heusi. Para o alcance dos objetivos estabelecidos, desenvolveu-se uma pesquisa de caráter qualitativa. A pesquisa qualitativa foi utilizada com a intenção de verificar a opinião dos gestores quanto a rotatividade e o comprometimento, e a pesquisa quantitativa para verificar a percepção dos 48 colaboradores da organização. Os fatores internos analisados foram: Relação com os supervisores, o relacionamento com os colegas de trabalho, a interação entre os departamentos, o tipo de relacionamento humano dentro da organização, a política salarial, a política de benefícios da organização, os critérios e programas de treinamento de recursos humanos, as condições físicas ambientais de trabalho da organização, os critérios de avaliação do desempenho, o grau de flexibilidade das políticas da organização, a valorização e reconhecimento, volume de trabalho, o trabalho versos vida pessoal, a política e disciplina da organização, a política de recrutamento e seleção de recursos humanos, o tipo de supervisão exercido sobre o pessoal, as oportunidades de crescimento profissional oferecido pela organização e a moral do pessoal da organização. De acordo com os resultados obtidos através das variáveis, verificou-se quais fenômenos internos poderiam estar influenciando mais na rotatividade de funcionários neste momento.

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131 INTRODUÇÃO

Inúmeros são os itens que devemos medir e quantificar na condução dos

trabalhos dentro de uma organização. Algumas dessas medições também podem

ser efetuadas com relação à aspectos no campo de gestão de Recursos Humanos,

no sentido de proporcionar maior visibilidade aos indicadores que auxiliam a

entender como a empresa se organiza e movimenta sua força de trabalho, investe e

obtém retorno desse investimento.

Um dos mais famosos indicadores à gestão de Recursos Humanos é o que

chamamos de Índice de Rotatividade, também conhecido como turn-over que é a

palavra em inglês que representa a idéia do índice. O índice de rotatividade tenta

captar a flutuação, entrada e saída no quadro de pessoal, tendo em vista o impacto

potencialmente negativo de uma rotatividade não desejada, dentro dos resultados de

um negócio.

O custo de rotatividade é um desafio para os que atuam na gestão de

recursos humanos. Há experiências que caminham na direção de que tal valor pode

ser resultado de uma combinação de variáveis, entre as quais custo de demissão,

reposição, dos exames para demissão e admissão, tempo médio de reposição de

vagas, treinamento introdutório, ambientação de novos empregados, perda de

produtividade, qualificação ou adaptação, entre outras variáveis. O custo de

rotatividade varia conforme o impacto da posição na estrutura da empresa.

Sendo assim, um Turn-over é sinônimo de perda de produtividade, de

lucratividade e de saúde organizacional. Impacta na motivação das pessoas e no

comprometimento, que acaba gerando ainda mais faltas de funcionários, interferindo

até na credibilidade junto aos clientes.

A Comissária Nelson Heusi é uma empresa de grande nome no mercado em

que atua e busca por maior competitividade nos negócios e melhores índices

econômicos, produtivos e financeiros, dessa forma tanto o turn-over como o

comprometimento é um fator que pode interferir nos resultados da empresa.

Para tanto objetiva-se nesta pesquisa compreender a relação existente entre

o turnover e o comprometimento dos colaboradores da Comissária Nelson Heusi

Ltda.

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141.1 Problema da Pesquisa / Justificativa

É comprovado que funcionários motivados, capacitados e bem remunerados

tenham um desempenho acima da média, reduzindo custo, apresentando melhores

soluções aos clientes e gerando como desdobramento maior vitalidade financeira,

que mais do que nunca, pode significar a sobrevivência da empresa. Percebe-se na

empresa em estudo uma necessidade de se pesquisar a rotatividade dos

colaboradores, devido ao aumento deste índice nos últimos anos.

Nota-se que os funcionários comprometidos permanecem na organização

por um período maior de tempo, por isto, a importância de se fazer a relação entre a

rotatividade e comprometimento dos colaboradores.

Neste contexto, apresenta-se o problema de pesquisa deste trabalho que

busca responder a seguinte indagação: Quais as variáveis que influenciam na

rotatividade e qual é o comprometimento dos colaboradores da Comissária Nelson

Heusi?

Para a empresa Comissária Nelson Heusi o estudo e análise desse cenário

foi de suma importância para o seu crescimento e desenvolvimento pois conhecendo

e compreendendo melhor as variáveis da rotatividade foi possível realizar a

implantação desse trabalho da melhor forma possível e também, é relevante

ressaltar que nunca foi realizado qualquer trabalho voltado para o tema em questão.

Além disso, é de interesse da empresa os resultados obtidos.

Quanto ao acadêmico, foi a oportunidade de colocar em prática parte do que

aprendeu por meio de métodos técnicas estudadas em sala de aula, aprimorando

sempre o seu conhecimento na área de administração, mais especificamente na

área de recursos humanos.

Para a universidade faz-se a interação entre os conhecimentos empíricos e

científicos e os resultados podem ser utilizados para futuros trabalhos sobre o

mesmo tema.

Por fim, este trabalho tem sua viabilidade de execução assegurada, devido

ao baixo custo e disponibilidade de tempo. Vale a pena ressaltar que todas as

informações necessárias para a pesquisa e posterior execução, foi de fácil acesso

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15ao estagiário, tendo em vista que o mesmo faz parte do quadro de funcionários da

empresa.

Exposto o problema, tem-se os objetivos a seguir.

1.2 Objetivos geral e específicos

O objetivo geral deste trabalho consiste em analisar as variáveis que

contribuem para a rotatividade de funcionários e sua relação com o

comprometimento na Comissária Nelson Heusi Ltda.

Os objetivos específicos são:

• Calcular a taxa de rotatividade da empresa no ano de 2007;

• Verificar a percepção dos gestores em relação a rotatividade e

comprometimento;

• Identificar o perfil dos colaboradores;

• Verificar a percepção dos colaboradores em relação aos fenômenos

internos da rotatividade;

• Identificar o tipo de comprometimento predominante nos colaboradores;

• Propor para Comissária Nelson Heusi sugestões de melhorias.

1.3 Aspectos metodológicos

Nesta seção é abordada a realização do trabalho, descrevendo sua

caracterização, finalidade, métodos e procedimentos que definem a pesquisa a ser

realizada, em alinhamento ao problema determinado.

Comenta Oliveira (1997, p. 57) “ o método deriva da metodologia e trata do

conjunto de processos pelos quais se torna possível conhecer uma determinada

realidade, produzir determinados objetos ou desenvolver certos procedimentos ou

comportamentos”.

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16Metodologia, afirma Richardson (1999) significa, etnologicamente, o

estado dos caminhos a serem seguidos, dos instrumentos usados para se fazer

ciência, ou ainda, o modo como se conduz uma pesquisa a caracterização,

população e amostra, bem como coleta de dados.

Os métodos identificam a forma pela qual serão alcançados determinados

objetivos, sendo elaborado nos mais diferentes aspectos, por diversos cientistas e

estudiosos da metodologia científica. Segue então a metodologia adotada no estudo

na Comissária Nelson Heusi Ltda.

1.3.1 Caracterização da pesquisa de estágio

Nesta pesquisa de estágio identificou-se as possíveis relações entre os

problemas de rotatividade da Comissária Nelson Heusi Ltda e o comprometimento

dos colaboradores onde utilizou-se uma pesquisa-diagnóstico, com o intuito de

responder aos objetivos propostos.

Considera Roesch (2005) que a pesquisa-diagnóstico propõe-se levantar,

definir problemas e explorar o ambiente, o diagnóstico normalmente reporta-se a

uma situação e um momento definido. A rigor, qualquer mudança organizacional

deveria ser precedida de uma fase de diagnóstico.

A partir dessa premissa, o estudo utilizou métodos qualitativos e

quantitativos.

Revela Vergara (2000, p. 56), que o método qualitativo utiliza uma forma

mais estruturada, analisando, identificando e descrevendo, confirmando ou não

mediante processos não estatísticos.

A pesquisa qualitativa responde a questões muito particulares. Ela se

preocupa, nas ciências sociais, com um nível de realidade que não pode ser

quantificado. Ou seja, ela trabalha com o universo de significados, motivos

aspirações, crenças, valores e atitudes o que corresponde a um espaço mais

profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser

reduzidos à operacionalização de variáveis (MINAYO, 2002, p. 22).

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17No caso deste estudo, a pesquisa qualitativa foi utilizada com a intenção

de verificar a opinião dos gestores quanto a rotatividade e comprometimento dos

colaboradores.

Considera Staw (1977 apud ROESCH, 2005), a pesquisa quantitativa é

apropriada para avaliar mudanças em grandes organizações. Quando se trata de

programas abrangentes, como a restruturação do trabalho, sistema participativo e

programas de incentivos, é interessante introduzir mudanças numa base

experimental. A idéia é testar se vale pena introduzir tal sistema ou programa, se o

momento é oportuno e se as pessoas vão ter condições de operá-lo, evidentemente,

se o sistema produz bons resultados, a pesquisa quantitativa também foi utilizada

para verificar a percepção dos 48 colaboradores da Comissária Nelson Heusi.

Como estratégia de pesquisa utilizou-se o estudo de caso. Para Martins

(2006) o sucesso de um estudo de caso, em muito, depende da perseverança,

criatividade e raciocínio crítico do investigador para construir descrições,

interpretações, enfim, explicações originais que possibilitem a extração cuidadosa de

conclusões e recomendações. Neste sentido, o pesquisador deve apresentar

encadeamentos de evidências e testes de triangulação de dados que orientaram a

busca dos resultados alcançados.

1.3.2 Contexto e participantes do trabalho de estágio

Os participantes deste trabalho foram os gestores da empresa Comissária

Nelson Heusi Ltda e seus funcionários. Para Richardson (1999) a população é um

conjunto de elementos que possuem determinadas características. Abaixo tem-se o

quadro com o número de funcionários da Comissária Nelson Heusi.

Escritório Número de Gestores Número de FuncionáriosItajaí 08 41 São Francisco do Sul 01 03 Florianópolis 01 02 Curitiba 01 03 Paranaguá 01 02 Dionísio 01 04 Total 13 55 Quadro 1: Totalidade dos funcionários da Comissária Nelson Heusi Fonte: Dados fornecidos pelo departamento de recursos humanos da empresa

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18 Dos 8 (oito) gestores, 2 (dois) foram entrevistados, por meio de uma

amostra não probabilística intencional.

Aborda Appolinário (2004) amostra na qual não se baseia em meios

probabilísticos para selecionar os sujeitos, ou seja, o pesquisador identifica os

sujeitos que possuem características relevantes para compor a amostra.

O primeiro entrevistado foi o responsável pelo departamento de recursos

humanos da empresa e o segundo foi o proprietário da empresa.

Após as entrevistas partiu-se para a aplicação dos questionários com os

funcionários e demais gestores da empresa. Para tanto foi preciso definir a amostra

estatisticamente.

Muitas aplicações estatísticas operam com amostras retiradas de uma

população sobre a qual se deseja obter respostas. Simplesmente amostra não é

suficiente é preciso ter amostra representativa. Isto é, uma amostra para ser

representativa deve ter as mesmas características da população de onde foi retirada

(BARBETTA, 2006, p. 58).

O autor ainda explica que quanto maior o tamanho da amostra mais precisa

as informações sobre a população e também que acima de determinado tamanho,

poucas informações extras sobre a população podem ser obtidos, no entanto, os

custos de tempo e dinheiro aumentam.

Viu-se então a necessidade de calcular o tamanho da amostra para calcular

o tamanho mínimo de uma amostra, considerando um erro amostral não superior a

5%. Tem-se a seguinte fórmula:

Conforme Barbetta (2006), para calcular a amostra utiliza-se a seguinte formula:

nº = 1 nº = 1 nº = 1 _ nº = 400 (E)² (0,05)² 0,0025 Planeja-se um levantamento por amostragem para avaliar a rotatividade e o

comprometimento dos funcionários na Comissária Nelson Heusi, para tanto com

uma população de 55 colaboradores. Tem-se o cálculo claro.

Após obter uma aproximação do tamanho da amostra conhecendo sua

população, procede-se ao ajuste do tamanho da amostra, através da formula:

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19n = N . nº n = 55 . 400 n = 48 N + nº 55 +400

Onde: nº = aproximação de tamanho da amostra E = erro amostral tolerável N = tamanho da população n = tamanho da amostra

A amostra então é de 48 colaboradores, sendo este o número de

funcionários questionados.

1.3.3 Procedimentos e instrumentos de coleta de dados

A coleta de dados possui como objetivo a aplicação dos instrumentos e das

técnicas previstas na formulação da pesquisa.

A pesquisa recorreu às fontes primárias e secundárias, de forma que os

dados puderam ser reunidos a fim de obter os resultados esperado.

Foi utilizada também a fonte secundária. Uma análise de documentos como

instrumentos de pesquisa (ROESCH, 1996), para realizar o cálculo da rotatividade.

O cálculo se baseia nas admissões de pessoal dentro do período considerado e os

desligamentos de pessoal, tanto por iniciativa da empresa como por iniciativa dos

empregados, dentro do período considerado, para isso a empresa forneceu os

dados secundários necessários. Com as fontes primárias, foram realizadas as aplicações de entrevistas e

questionários. As entrevistas foram aplicadas com os gestores da organização, onde

o entrevistado forneceu a fonte de dados, seu depoimento contribuiu para

elaboração do trabalho, pois o pesquisador, pode compreender a realidade e

elaborar com maior precisão o questionário aplicado aos colaboradores.

Para Ludke e André (1986, p. 34) a grande vantagem da entrevista sobre as

outras técnicas é que ela permite a captação imediata e corrente da informação

desejada, praticamente com qualquer tipo de informante e sobre os mais variados

tópicos. Uma entrevista bem feita pode permitir o tratamento de assuntos de

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20natureza estritamente pessoal e íntima, assim como temas de natureza complexa

e de escolhas nitidamente individuais. Pode permitir o aprofundamento de pontos

levantados por outras técnicas de coleta de alcance mais superficial, como o

questionário.

May (2004, p. 172) enfatiza que os dados derivados das entrevistas não são

simplesmente peças de informação “precisas” ou “distorcidas”, mas forneceu ao

pesquisador um meio de analisar os modos pelos quais as pessoas percebem os

eventos e as relações e as razões que oferecem para assim fazê-los. Todavia, elas

são mediadas não apenas pelo entrevistado, mas também pelo entrevistador. São

os seus pressupostos na interpretação dos dados que também devem ser objeto de

análise. Muito simplesmente, se tanto os pontos fortes como as fragilidades dos

métodos de entrevista e abordagens diferentes para as suas análises serem

entendidas, elas podem fornecer-nos uma maneira essencial de entender e explicar

os eventos e as relações sociais.

Sublinha Ludke e André (1986, p .33), é importante atentar para o caráter de

interação que permeia a entrevista. Mais do que outros instrumentos de pesquisa,

que em geral estabelecem uma relação hierárquica entre o pesquisador e o

pesquisado, como na unidirecional, na entrevista a relação que se cria é de

interação, havendo uma atmosfera de influência recíproca em quem pergunta e

quem responde.

Quanto aos questionários foram distribuídos e recolhidos pessoalmente a

todos os colaboradores da empresa, pois o “objetivo primário é entender o

significado que os entrevistados atribuem a questões e situações” (ROESCH, 1996,

p. 150). Os questionários verificaram a percepção quanto a rotatividade e o

comprometimento.

Revela May (2001, p. 134), o objetivo das análises dos resultados da

aplicação de questionário é examinar padrões entre as respostas às perguntas e

explorar os relacionamentos entre as variáveis que as perguntas representam. Isso

significa ver em que medida uma variável é influenciada por outra. As variáveis são

descritas como dependentes e independentes.

O questionário foi elaborado com o embasamento teórico sobre o tema

comprometimento através dos autores Meyer e Allen (1991) e sobre o tema da

rotatividade utilizou-se o autor Chiavenato (2002) além disso por meio dos

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21resultados da análise das entrevistas, também elaborou-se algumas variáveis

incluídas no questionário.

No questionário foi utilizada uma escala de 1 à 6 de concordância, sendo 6 a

máxima concordância. A utilização de uma escala par foi feita pois tal como afirmam

Hair Jr. e Babin (2005), quando o pesquisador julga não existirem na amostra

respondentes neutros, pode-se utilizar uma escala de escolha forçada, ou seja, de

número par.

1.3.4 Tratamento e análise dos dados

A análise dos dados foi feita através da abordagem qualitativa-quantitativa,

quanto a parte qualitativa foi realizada por meio da análise de conteúdo. Na

abordagem quantitativa, os dados, foram quantificados e analisados através de

estatística descritiva. Foram calculadas as médias, o desvio padrão e o coeficiente

de variância das afirmações elaboradas.

E para demonstração dos resultados foram elaboradas tabelas e gráficos.

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222 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Nesse item do trabalho, é abordado o conceito de administração e das áreas

pertinentes e relacionadas ao tema do trabalho de estágio, como administração de

Recursos Humanos, rotatividade e comprometimento.

2.1 Administração

A administração é um processo de tomada de decisões, que tem por

objetivos realizar ações dentro de um contexto, no qual planejamento, organizações

e controle fazem parte do processo administrativo.

Por administração ser uma área muito ampla, encontram-se diversas

definições sobre o tema, porém a idéia central do que é administração não varia.

Segundo Montana e Charnov (2003, p. 2), “ administração é o ato de trabalhar com

e por intermédio de outras pessoas para realizar os objetivos da organização, bem

como o de seus membros”.

Outra definição, proposta por Faria (1997) é que a administração é a

condução racional das atividades de uma organização, cuidando dos quatro

princípios básicos da administração (planejamento, organização, direção e controle).

Com a intenção de atingir os objetivos estabelecidos.

Administração de acordo com Certo (2003) é o processo que permite

alcançar as metas de uma empresa, fazendo uso do trabalho com e por meio de

pessoas e outros recursos da empresa.

O mesmo autor fez uma comparação entre a definição proposta por ele e

diversos outros conceitos fornecidos por outros autores e constatou que existe um

alto grau de concordância de que a administração possui algumas características,

podendo ser um processo ou uma série de atividades contínuas e relacionadas, que

implica em alcançar os objetivos da empresa, fazendo uso do trabalho com e por

meio de pessoas e outros recursos da empresa.

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23Administração é uma palavra com muitos significados, e cada pessoa

possui sua própria visão e conceito. Porém, é possível crer que, no fim, todas essas

visões se interligam, visto que os conceitos de administração são universais, e suas

áreas de estudo são as mais diversas possíveis.

Administrar, para Maximiano (1995, p. 60), “é o processo que tem como

finalidade garantir a eficiência e a eficácia de um sistema”. Esse processo

administrativo é passivo da tomada de decisão para ter continuidade.

Para o mesmo autor, as decisões, é visto que planejar significa definir

objetivos; organizar, definir o trabalho; dirigir é mobilizar os recursos ( pessoas) e

controlar é assegurar a realização dos objetivos (MAXIMIANO, 1995).

Estes são os elementos da administração que constituem o chamado

processo administrativo, e que são localizáveis em qualquer trabalho do

administrador em qualquer nível ou área de atividade da empresa. Ou seja, tanto o

diretor, o gerente, o chefe, o supervisor como encarregado cada qual em seu nível

desempenha atividades de previsão, organização, comando, coordenação e

controle, como atividades administrativas essenciais.

Ou seja, administrar é um permanente estudo, onde as organizações são

vistas como um todo, e influenciada por variáveis, internas e externas. Para isso, a

administração usa da suas teorias, que crescem exponencialmente e com vasta

abrangência. O administrador precisa possuir as habilidades técnicas, conceituais e

humanas para exercer sua funções.

Neste sentido observou-se que a administração depende de pessoas para

operacionalizar suas atividades. Ao longo dos anos houve a necessidade em

encontrar uma melhor maneira de gerir as pessoas. Por isso, é importante

considerar a evolução das escolas da administração.

2.1.1 Escolas da Administração

As principais escolas da administração são: Administração Científica (Escola

Mecanicista, tradicionalista), Escola Normativista, Escolas das Relações Humanas,

Escola do comportamento Humano, Escola Burocrática, Escola Estruturalista,

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24Escola de Sistemas, Escola de Administração por Objetivos e Escola do

Desenvolvimento Organizacional. Para efeito deste trabalho serão consideradas as

escolas comportamental e de relações humanas, considerando suas características.

A escola das Relações Humanas foi a primeira a surgir em oposição a Taylor

como uma tentativa de humanizar o trabalho. Autores famosos, baseados nas

conclusões das experiências em Hawthome, contribuíram para o desenvolvimento

dessa escola, auxiliados também pelo desenvolvimento da Psicologia e Sociologia.

A escola das Relações Humanas para Montana e Charnov (2003), expõem

que Elton Mayo, cientista social australiano, foi chamado para fazer consultoria em

uma iluminação e a eficiência dos operários, medida por meio da produção. A

pesquisa foi estendida também a outros tópicos, tais como o estudo da fadiga, dos

acidentes de trabalho, da rotação do pessoal e do efeito das condições físicas de

trabalho sobre a produtividade dos empregados. O estudo na fábrica revelou que a

produtividade do trabalho está relacionada com as variáveis psicológicas e sociais e

com o trabalho em si mesmo. Após consultoria nesta fábrica, Mayo tornou-se

membro da Escola de Administração de Empresas da Universidade de Haward, foi

considerado o fundador do movimento da relações humanas.

2.2 Administração de Recursos Humanos

Em cada organização, existem os recursos humanos, fundamentais para o

seu desenvolvimento. Marras (2002) enfatiza que as responsabilidades primordiais

da área responsável pelos recursos humanos são cuidar da qualidade de vida dos

empregados e melhorar os resultados organizacionais por meios de programas que

implantem e mantenham a qualidade e a produtividade desses empregados.

Para formar o todo que é a organização, existe um componente

fundamental: as pessoas. E, relacionando os chamados estudos “fechados” com

essa visão holística, aparece a administração dos recursos humanos da empresa, a

qual trabalha diretamente com pessoas, visando a otimização destes para seu

desenvolvimento pessoal e realização, mas, compatibilizando com os objetivos e

metas organizacionais.

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25Chiavenato (1999) afirma que os recursos humanos das organizações são

as pessoas participantes de todos os processos e da continuidade desta, desde o

nível mais baixo ao mais alto da empresa. São recursos que aprendem, crescem e

desenvolvem-se ao contrário de máquinas e equipamentos. Acredita-se ainda que,

apesar desta visão utilitarista e terminologia “recursos”, a administração

contemporânea reconhece, e compreende o homem de forma holística e na sua

integralidade, embora muito ainda tenha que avançar para o atendimento do que

seria necessário em termos de valorização do capital humano na empresa.

A administração de recursos humanos faz com que as pessoas possam

crescer e ser beneficiadas pelo seu trabalho, mediante a integração entre pessoas

com a empresa.

Gil (1994), afirma que a administração de recursos humanos é a área

especializada da ciência administrativa que envolve todas as atividades que tem

intuito à integração do colaborador no contexto da empresa e o aumento da sua

produtividade.

Essa integração entre pessoas e a organização é um fator que a

administração de recursos humanos é responsável, pela união entre os dois onde

possa ocorrer um ambiente saudável, tornando mão-de-obra especializada e

objetivos determinados.

Com isso, as organizações esperam uma união entre seus colaboradores e

que façam sempre uma absorção de seus diferenciais (como a cultura,

personalidade, habilidades e conhecimento), tendo o interesse de atribuir seus dons

de crescimento e desenvolvimento pessoal.

Dessa forma, as organizações são declaradamente vistas como um

“organismo vivo”, pois estão em constante mudança e precisam estar preparadas

frente ao cenário competitivo e inconstante no qual as mesmas estão inseridas.

Todo processo é uma seqüência de atividades que agrega valor e proporciona

resultados para a empresa e para as pessoas envolvidas. Os processos da

administração de recursos humanos são ferramentas para que o administrador tome

decisões adequadas de como integrar, coordenar e até satisfazer os próprios

funcionários. Sustenta Tachizawa, Ferreira e Fortuna (2001, p.61) “é por em prática

uma estratégia tanto no nível microssocial quanto no nível macrossocial, ou seja,

operacionalmente, as estratégias devem direcionar a gestão da organização”.

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26Esse processo envolve o sistema de remuneração e benefícios, fator que

conduz o indivíduo a trabalhar em benefício da organização.

A administração de salário, conforme Chiavenato (2000, p.375) “ é um

conjunto de normas e procedimentos que visam a estabelecer e manter estruturas

de salários equitativos e justos na organização”.

Benefícios são as facilidades, conveniências e vantagens que as empresas

disponibilizam aos seus funcionários, como a saúde (CHIAVENATO, 2000), o

benefício é, portanto um tipo de remuneração indireta. Existem os benefícios legais

e obrigatórios, como o 13º salário, férias e os concebidos pela empresa como

alimentação, transporte, etc.

A disciplina é uma forma onde as organizações terem um procedimento para

lidar com as infrações podendo ajudar a manter respeito aos direitos de todos os

envolvidos. O mesmo autor confirma que é com a disciplina que as pessoas

conduzem de acordo com as regras e procedimentos de um comportamento

aceitável pela organização.

A higiene é outra forma onde as organizações estabelecem um plano de

manter condições adequadas à saúde e ao bem-estar dos funcionários. Conforme

Tachizawa, Ferreira e Fortuna (2001, p.229) “a higiene no trabalho é uma ciência

voltada para o conhecimento, avaliação e controle dos riscos para a saúde dos

empregados, visando à prevenção das doenças ocupacionais, aquelas relacionadas

à profissão”.

A qualidade de vida no trabalho é uma preocupação das organizações

desde o início das suas atividades.

A motivação é a maneira que os administradores usam para fazer com que

os funcionários alcancem as metas da empresa.

A administração de recursos humanos está relacionada com a administração

das pessoas dentro da organização, cuja preocupação deve estar voltada para a

qualidade e desempenho de seus membros de um modo a conseguir atingir

resultados satisfatórios. Sendo assim, por meio do sistema as pessoas são

agregadas em suas tarefas mantidas nas organizações, aplicada, recompensadas,

desenvolvidas e monitoradas pelas organizações. Para efeito deste estudo serão

abordados esses processos.

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272.2.1 Recrutamento e seleção

Trata Carvalho e Nascimento (1997), o recrutamento constitui-se no elo de

ligação entre a organização e o mercado de trabalho, sendo a referência inicial entre

o candidato a um determinado cargo da empresa.

Para Milkovich e Boudreau (2000), o recrutamento é um processo de

identificação e atração de um grupo de candidatos, ente os quais serão escolhidos

alguns para posteriormente serem contratados para emprego.

“O estudo do perfil RH possibilita à administração de pessoal ter uma visão

ampla e atualizada da composição do quadro de funcionários da organização, bem

como do grau de extensão de sua movimentação” (CARVALHO ; NASCIMENTO,

1997, p. 80).

Aponta Carvalho e Nascimento (1997), a primeira etapa é o planejamento,

que se divide em requisição de recursos humanos, estudo do mercado do trabalho e

formas de mercado de trabalho. A segunda etapa é execução do recrutamento e a

terceira etapa é a avaliação dos resultados.

Ainda conforme os autores, a avaliação do programa de recursos humanos

baseia-se no pronto atendimento de requisições, no número de candidatos

capacitados para a vaga, no custo operacional e na maior permanência dos

candidatos na empresa.

O processo de recrutamento e seleção de pessoal constitui uma atividade

das mais importantes em recursos humanos. Mas nem sempre as pessoas

incumbidas dessas tarefas dispõem do conhecimento e da experiência necessária.

Essa atividade tem por finalidade captar recursos humanos interna e

externamente para a organização, objetivando municiar o subsistema de seleção

de pessoal (MARRAS, 2002).

Segundo Gil (1994, p.45) “uma seleção adequada é feita a partir de

critérios, que podem ser definidos a partir da descrição da função para qual se

deseja selecionar as pessoas”.

É o processo que constitui uma das atividades mais importantes, a qual

capta recursos humanos interna e externamente a organização, objetivando suprir

sua necessidades.

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282.2.1.1 Fontes de recrutamento

A organização precisa divulgar as oportunidades de emprego, definir o perfil

dos candidatos a serem informados e do canal de comunicação a ser utilizado. Para

isto é preciso definir o tipo de recrutamento, que poderá ser interno ou externo. O

recrutamento interno está fundamentado na movimentação de pessoal da própria

organização e baseia-se através de transferência de empregados, promoção de

colaboradores, programa de desenvolvimento de recursos humanos e planos de

carreira funcional (CARVALHO ; NASCIMENTO 1997).

Segundo Chiavenato (1999) a vantagem, no recrutamento interno, é o

aproveitar do potencial humano da organização, o que motiva o desenvolvimento

profissional dos funcionários. Pode-se citar como desvantagem, o bloqueio de

entrada de novas idéias, experiências e expectativas, funcionando como um sistema

fechado de reciclagem.

O recrutamento externo “é utilizado quando não for possível obter-se

candidatos às vagas no âmbito da organização” (CARVALHO ; NASCIMENTO,

1997, p.94).

Os autores destacam como meios de recrutamento externo: Anúncios na

imprensa (Jornais, Revistas, etc.), escolas e universidades, associação de classe e

sindicatos, recomendações de empregados na empresa, agências de emprego,

arquivos de candidatos que se apresentaram anteriormente, apresentação

espontânea de candidatos, intercâmbio de empresas. A escolha de um destes meios

depende de uma série de fatores e destacam-se: custo operacional, rapidez no

atendimento e nos resultados e eficiência no trabalho prestado.

O recrutamento externo tem como vantagens a renovação a cultura

organizacional, o aumento do capital intelectual ao incluir novos conhecimentos e

destrezas, incentivando a interação da organização e como desvantagem podemos

destacar que afeta negativamente a motivação dos atuais funcionários, requer

aplicação técnica, seletiva para a escolha de candidatos e aumento dos custos

operacionais (CHIAVENATO, 1999).

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292.2.2 Treinamento e Desenvolvimento Para Marras (2002, p.145), “treinamento é um processo de assimilação

cultural em curto prazo, que objetiva repassar ou reciclar conhecimento,

habilidades ou atitudes relacionadas diretamente à execução de tarefas”.

O treinamento de pessoal nas empresas são conjuntos de processos e

apropriados hábitos, conhecimentos e atitudes, que deverão ajudar o empregado a

adquirir melhor eficiência no seu trabalho presente ou futuro.

Segundo Milkovich e Bourdeau (2000), o treinamento “é um processo

sistemático para promover a aquisição de habilidades, regras, conceitos ou

atitudes que resultem em uma melhoria da adequação entre as características dos

empregados e as exigências dos papéis funcionais”.

Carvalho e Nascimento (1997) afirmam que treinamento é “ um somatório de

atividades que vão desde a aquisição de habilidades matriz até o desenvolvimento

de um conhecimento técnico complexo, à assimilação de novas atitudes

administrativas e à evolução do comportamento em função de problemas sociais

complexos”.

Para autores acima citados, o processo de treinamento compreende:

Levantamento de Necessidades de Treinamento, Programa de treinamento,

Execução e Avaliação.

O treinamento hoje é “considerado um meio de desenvolver competências

nas pessoas para que elas se tornem mais produtivas, criativas e inovadoras a fim

de contribuir melhor para os objetivos organizacionais” (CHIAVENATO, 1999, P.

294).

Para Milkovich e Bourdreau (2000), a análise das necessidades

organizacionais vai além da simples identificação de metas. Esse processo

também inclui a obtenção do apoio da cúpula da empresa e de todos que detêm o

poder decisório, assegurando assim que a organização esteja preparada para

apoiar os novos conhecimentos e comportamentos que serão criados pelo

treinamento.

Ainda segundo os autores, os objetivos e critérios do treinamento devem

atender a certas informações, como proporcionar informações que melhorem as

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30futuras decisões. O custo da coleta dessas informações não pode ser superior ao

seu benefício.

O treinamento é orientado para o presente, focalizando os cargos atuais,

buscando melhorar as habilidades e capacidades relacionadas com o desempenho

imediato do cargo, já o desenvolvimento focaliza os cargos e habilidades que

futuramente serão requeridas, porém ambos constituem processos de

aprendizagem (CHIAVENATO, 1999, p.295).

A fixação de objetivos de treinamento estabelecerá os resultados finais

desejados. Os objetivos precisam ser suficientemente específicos e mensuráveis

(MILKOVICH; BOUDREAU, 2000).

Carvalho e Nascimento (1997), destacam como objetivo de formação: a

modificação do comportamento profissional, o desenvolvimento do espírito da

integração da equipe e das aptidões de liderança.

Para que os planos de formação sejam executados com o mínimo de

eficiência, tornam-se indispensáveis uma estrutura organizacional, servindo de

base às responsabilidades, as relações internas e as atitudes de todos os

membros do treinamento.

2.2.3 Remuneração Pontes (2000, p. 27) afirma que “ a troca fria de produção por salário não

gera satisfação ao empregado; é apenas a recompensa justa pelo seu trabalho, e o

empregado busca a garantia de sua sobrevivência” Ainda conforme o autor acima

a empresa deve ver o salário como função agregada de motivação e utiliza-lo como

um instrumento a mais na compatibilizarão dos objetivos da organização e das

pessoas.

O sistema de remuneração deve “capacitar a organização para alcançar

seus objetivos estratégicos e ser ajustado às características únicas da organização

e do ambiente externo que a envolve” (CHIAVENATO, 1999, p. 225).

Para Gómez-Mejía (1996 apud CHIAVENATO, 1999, p. 224), a

“Remuneração é o pacote de recompensas quantificáveis que um empregado

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31recebe pelo seu trabalho. Inclui três componentes: Remuneração básica,

incentivos salariais e remuneração indireta/benefícios”.

A remuneração básica é entendida como salário mensal ou por hora que o

trabalhador recebe por sua força de trabalho.

A remuneração fixa na atual era de competitividade tornou-se insuficiente

para incentivar as pessoas. Com a necessidade de torna-las mais motivadas as

empresas adotam os novos modelos de remuneração, como a remuneração

variável e a remuneração por competências.

A remuneração variável é a parte da remuneração total creditada

periodicamente de forma mensal, trimestral, semestral ou anual, a favor do

funcionário, dependendo dos resultados estabelecidos pela empresa em um

determinado período através do trabalho da equipe ou do trabalhador isoladamente

(CHIAVENATO, 1999). Para Pontes (2000), a remuneração variável é o processo

de remunerar os colaboradores de forma a ter uma parte fixa e a outra móvel. A

parcela fixa advém da estrutura salarial e a parte móvel advém de outros fatores,

como desempenho da empresa, da equipe ou dos colaboradores.

Parafraseando Costa (1997), a remuneração variável, através da

participação nos lucros ou resultados da empresa constitui-se um método de

remuneração complementar do funcionário, com a qual lhe é garantida uma

parcela do lucro ou resultados alcançados pela empresa. Para o autor, a

participação nos lucros é a divisão de uma parcela do lucro da empresa entre os

funcionários, e a participação nos resultados corresponde ao aumento dos ganhos

dos funcionários pelo atingimento de metas propostas pela direção da empresa.

Como metas, pode se citar a busca de determinados níveis de qualidade,

produtividade e outros objetivos a serem alcançados.

Para Marras (2000), a remuneração por resultados é a forma mais praticada

pelas empresas no mercado brasileiro e tem como objetivo vincular o desempenho

a produtividade e a qualidade dos resultados organizacionais, estimulando o

trabalhador na busca da otimização do seu trabalho e das metas a que se propôs

alcançar conjuntamente com a empresa.

Os principais modelos de remuneração variável, segundo Chiavenato (2000)

são: Os planos de bonificação anual, distribuição de ações da empresa aos

funcionários, opção de compra de ações da companhia, participação nos

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32resultados alcançados, distribuição de lucro aos funcionários e remuneração por

competências.

Para Costa (1997), um dos motivos que estão estimulando a adoção de

programas de remuneração variável, além do seu lado motivacional para os

funcionários e de se adequarem a novas tendências de gestão, diz respeito ao fato

de que, segundo a Medida Provisória, nº 794 de 19 de dezembro de 1994, sobre a

participação nos lucros ou nos resultados não há incidência de encargos

trabalhistas ou previdenciários.

Chiavenato (2000) destaca como vantagens em adotar a remuneração

variável: Ajustar a remuneração às diferenças individuais das pessoas e ao alcance

de metas e resultados; funciona como fator motivador dando ênfase à auto-

realização pessoal; premia o bom desempenho e incentiva o desempenho

excepcional; focaliza os resultados e o alcance de objetivos; permite uma auto-

avaliação, pois funciona como retroação; estabelece uma remuneração adicional e

contigencial não produz impactos sobre os custos fixos da organização.

Dentre as mudanças na remuneração que têm sido postas em prática, surge

como uma das mais consistentes a utilização do conceito de remuneração por

competência, que tem segundo Dutra (2001) o foco principal da pessoa e não mais

o cargo. Este modelo de remuneração premia certas habilidades técnicas ou

comportamentais dos funcionários.

A escolha do método mais adequado depende diretamente das

necessidades da organização e das pessoas.

A pesquisa salarial é um instrumento de comparação da empresa com o

mercado, através dela pode-se conhecer os salários praticados em outras

empresas. Essa pesquisa normalmente é elaborada no momento da implantação

de Planos de Cargos e Salários e serve para manter um equilíbrio interno de

salários dentro da empresa como também um equilíbrio externo em relação ao

mercado de trabalho.

Afirma Carvalho e Nascimento (1998, p.56), “ Consiste no levantamento de

dados do mercado, referentes aos cargos de empresa, e tratamento estatísticos

que permita ação consistente por parte da empresa pesquisadora”.

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33 Para o desenvolvimento da pesquisa salarial é importante conhecer os

valores de mercado para o cargo quando consolidar o trabalho de implementação

do Plano de Classificação de Cargos e Salários.

A seguir as fases para elaboração da Pesquisa Salarial de acordo com

Pontes (2000).

• Quais os cargos a serem pesquisados.

• Quais as empresas participantes.

• Preparação de Manual de Coleta de Dados. Coleta de dados.

• Tabulação dos dados.

• Análise dos Resultados.

• Relatório Conclusivo.

Para Marras (2002), pesquisa salarial é o instrumento de comparação da

empresa com o mercado. Ao promover a sua pesquisa salarial, cada empresa

procura selecionar os cargos que considera como cargos de referência, visando

testar a sua estrutura salarial. Normalmente a pesquisa salarial é realizada por uma

especializada, que monitora grande número de cargos no mercado. O relatório da

pesquisa costuma trazer análises estatísticas e apontar tendências.

Afirma Chiavenato (2000) a pesquisa de salários pode ser feita através de

questionários, visitas a empresas, reuniões e telefonemas com especialistas em

salários. O critério adotado para a escolha das empresas participantes da pesquisa

salarial, deve se basear no seguintes parâmetros.

1. Região econômica.

2. Segmento da empresa.

3. Tipo de estrutura salarial existente.

4. Política salarial praticada.

5. Número de funcionários/ cargos.

6. Tipo de mão-de-obra empregada.

7. Porte da empresa.

De acordo com Pontes (2000, p. 243) “As empresas devem estar localizadas

na mesma região geográfica, e somente se impossível outras regiões devem ser

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34incluídas”. Afirma Chiavenato (2000) o ramo de atividade da empresa deve existir

alguma similaridade de operações e atividades que se traduz na tipologia dos

cargos da empresa em questão.

O tamanho da empresa também é um fator muito importante na pesquisa,

pois os cargos estão relacionados em decorrência da amplitude administrativa. Por

fim, deve ser observado se as empresas que farão parte da pesquisa são bem

definidas, para que possam responder com verdades os dados solicitados

(PONTES, 2000).

Os resultados da pesquisa deverão ser remetidos às empresas

participantes, dentro do prazo combinado, tomando cuidado de identificar as

empresas apenas através de códigos. Um bom trabalho prevê a inclusão de

gráficos informativos sobre a posição média da curva de mercado e da empresa

participante, acompanhado de um trabalho analítico dos resultados.

Para obter equilíbrio com o mercado é recomendável que antes de definir as

estrutura salarial, seja feita pesquisa, levando em conta, cargos a serem

pesquisados, empresas participantes, periodicidade da pesquisa.

A nova estrutura em uma organização deve conter processos de revisão

salarial dos colaboradores, com determinada periodicidade. De acordo com Pontes

(2000, p.272) estrutura salarial “é a organização de uma progressão salarial em

função da crescente valorização dos cargos, resultante do processo de avaliação”.

É um conjunto formado por diversas faixas salariais. Agrupando cargos com avaliações próximas, contemplando no interior de sua estrutura valores salariais calculados e desenhados matematicamente, para atender a uma previamente desejada.

O salário pode ajudar a fortalecer os aspectos motivadores exercendo uma

função agregada a instrumentos que considerem as perspectivas de crescimento

profissional, compatibilizando objetivos organizacionais e pessoais.

Percebe-se que a política salarial da empresa proporciona os parâmetros

necessários a criação e montagem da estrutura e a respectiva manutenção,

principalmente no que tange a posição de mercado que a empresa deseja adotar.

A estrutura apresenta um resultado que irá colocar os salários de contratação

abaixo, na média ou acima do mercado.

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35 O Salário representa para as pessoas uma transação das mais

complicadas, pois quando uma pessoa aceita um cargo ela está se

comprometendo a uma rotina diária, a um padrão de atividades e a uma ampla

faixa de relações interpessoais dentro de uma organização, para tanto recebendo

salários.

De acordo com Chiavenato (1999, p.300) “salário é a retribuição em dinheiro

ou equivalente paga pelo empregador ao empregado em função do cargo que este

exerce e dos serviços que presta”. Já para Resende (1991) salário é a

contraprestação do serviço prestado do empregador ao trabalho do empregado.

Para Marras (2002, p.92) “ Existem diversas maneiras de definir o termo

salário, dependendo de sua forma de aplicação ou como ele se apresenta para o

empregado ou para o empregador”.

Entende-se que o salário é o valor efetivamente pago ao funcionário pelo

seu trabalho desenvolvido dentro da organização, é a fonte de renda que define o

padrão de vida de cada pessoa em função do seu poder aquisitivo. O trabalho é

muitas vezes considerado um meio para atingir um objetivo intermediário, que é o

salário.

Administração dos salários de acordo com Chiavenato (2000) é um

instrumento utilizado como um conjunto de normas e procedimentos que visam

manter estruturas de trabalhos de acordo com o grau ou valor do cargo,

equivalente e justas na organização.

A remuneração visa não apenas recompensar os colaboradores mas tornar

sua vida mais fácil e agradável, e uma das maneira de facilitar a vida é oferecer-

lhes benefícios e serviços. Os benefícios e serviços são formas indiretas de

remuneração total, são certas regalias e vantagens concedidas pelas

organizações, a título de pagamento adicional dos salários (CHIAVENATO, 1999).

Para Pontes (2000), os benefícios, de uma forma geral, podem ser

classificados em quatro campos, que são: segurança, sociais, conveniência e de

amparo familiar. O autor ainda destaca que ao escolher os benefícios devem ser

observados dois aspectos, o da dificuldade de mais tarde retira-los e a legislação

aplicada, uma vez que existem entendimentos jurídicos de que alguns benefícios

podem se constituir em remuneração e como tal, ser sujeitos a encargos sociais e

impostos.

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362.2.4 Plano de cargos e salários

Devido ao fator humano ser fator fundamental no desenvolvimento atual de

qualquer empresa, a administração de recursos humanos vive em constante

mudança. Até a década de 80 as funções de RH eram estritamente com fronteiras

e tarefas bem definidas, com atividades bem delineadas. Após os anos 80, essa

função teve que ser repensada, inserindo novas práticas. Hoje, o ponto central da

administração de recursos humanos é uma nova orientação, a criação de um novo

ideal, com uma nova agenda de prioridades de preocupações, ações e objetivos

(WOOD JR; PICARELLI, 1999).

Neste contexto da atual Gestão de Pessoas, as formas de remuneração e

recompensa pelo trabalho executado têm destaque. Dessa feita, o planejamento

para implantação de um programa de Cargos e Salários (PCS), é de relevante

significado e importância no desenvolvimento pessoal e conseqüentemente

organizacional.

O Plano de Cargos e Salários envolve alguns conceitos como cargos,

salários e suas relações, que são preliminares e necessárias para seu

entendimento como um todo, Geralmente responsabilidades do RH da empresa,

por ser uma especialidade técnica da área e na seqüência cabe a ela atender as

normas, políticas e procedimentos que regula a manutenção e a implementação do

plano na estrutura organizacional. A cultura organizacional e o modelo de gestão

são norteadores da política e procedimentos do PCS (Plano de Cargos e Salários).

Para implantar um Plano de Cargos e Salários, existem variáveis a serem

consideradas na fase de planejamento. Essas variáveis são etapas as quais o PCS

obrigatoriamente deve cumprir, para alcançar seus objetivos.

Escolher o modelo de PCS é o primeiro passo, o modelo pode ser fixo

(remuneração por pontos, por exemplo) ou variável (remuneração por lucros,

resultados, etc.), e cada um determina o andamento do processo. A diretoria da

empresa é encarregada de definir a política e modelo de PCS. Se o objetivo é

incentivar a produtividade, a remuneração variável é a mais indicada, Se preferir

fixar claramente os cargos e salários de forma padronizada, é recomendada a

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37remuneração fixa. Porém, em ambos os casos, não se deve perder de vista os

valores praticados no mercado, bem como os benefícios oferecidos. (PONTES,

2000).

O processo de operacionalizar o PCS pode ser interno ou externo

(consultorias). De qualquer maneira, será preciso recursos humanos disponíveis

para acompanhar o planejamento e a implantação do PCS, bem como recursos

financeiros (no caso de consultoria, o pagamento; no caso de interno, a

contratação de um analista e/ou especialista) e principalmente, recursos físicos

para a realização do trabalho.

É preciso também, definir executivos para formarem o comitê de

remuneração, que são aqueles que irá definir as faixas salariais, metas

(remuneração variável), pontos (remuneração fixa), entre outros.

Por fim, é preciso definir uma linha de comunicação (do lançamento à

implantação), para que não existam dúvidas sobre a “mudança”, inclusive para

sindicatos e outras variáveis externas relevantes.

Visto isso, é preciso dispor do organograma da empresa, da relação nominal

de empregados, salários, cargos e dos responsáveis de cada área da empresa.

Segundo Pontes (1998), a implantação de um programa de cargos e salários

deve seguir as seguintes etapas:

a) Planejamento e divulgação do Plano: Elaboração do Plano, discussão do

Plano com as chefias, aprovação do Plano, divulgação do plano com os

funcionários.

b) Análise de cargos: coleta de dados, descrição dos cargos, especificação dos

cargos, titulação dos cargos, classificação dos cargos conforme os grupos

ocupacionais, catálogo de cargos.

c) Avaliação dos cargos: escolha de cargos-chave, formação do comitê de

avaliação, escolha do método de avaliação, avaliação dos cargos chave, avaliação

dos demais cargos.

d) Pesquisa salarial: escolha dos cargos, escolha das empresas, elaboração do

manual de coleta de dados, tabulação de dados, análise dos resultados, relato às

empresas participantes.

e) Estrutura salarial: cálculo da curva básica, determinação do número de

graus, cálculo das amplitudes dos graus, análise de sobreposição dos graus.

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38 f) Política salarial: salário de admissão, promoção horizontal e vertical,

reavaliação de cargos, reajustes salariais, nível das aprovações.

g) Política de remuneração: definição do pacote de benefícios, formação da

remuneração (salários-benefícios).

h) Carreiras profissionais: sucessão de cargos de cargos, divulgação das

carreiras aos funcionários, programa de planejamento de recursos humanos,

programa de desempenho e potencial, programa de treinamento e

desenvolvimento.

Pontes (1998) salienta que o Plano de Cargos e Salários deve ter

implantado com a colaboração das gerências, pois os gerentes são responsáveis

pela motivação e produtividade dos recursos humanos da empresa. A importância

de participação dos gerentes no Plano também pode ser destacada pelo fato de

serem diretamente afetados com as políticas e regras traçadas, uma vez que terão

de conviver com elas, além de proporcionar uma maior realidade dos fatos por

estarem em contato direto com seus subordinados.

2.2.4.1 Análise, especificação e descrição de cargos

De acordo com Pontes (1998, p. 41) “as descrições e especificação de

cargos fornecem o alicerce firme para a avaliação dos cargos, da qual resultará a

fixação de salários internamente coerentes”. Percebe-se então a importância de

uma correta abordagem desta etapa de implementação do Plano de Cargos e

Salários, pois poderá influenciar os resultados não somente da avaliação de cargos

(fase seguinte) como também das demais etapas. A análise, portanto, fornece as

informações que servirão para o desenvolvimento da avaliação de cargos e

salários e descrição de cargo, bem como suas especificações (e titulação dos

cargos).

Para Zimpeck (1984), a análise de cargos é o estudo inicial das atividades

exercidas pelo empregado, a clara definição de suas atribuições e das principais

exigências de ordem mental, responsabilidade, etc. Para obter a análise de cargos,

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39é possível através dos seguintes meios: observação local, entrevista, questionário

ou método combinado.

A análise de cargos, segundo Pontes (1998), segue as seguintes fases:

• Escolha da técnica de coleta de dados e aplicação desta;

• Junção das funções, seguido de descrição e especificação;

• Classificação em grupos ocupacionais.

O mesmo autor salienta que grupo ocupacional é o conjunto de cargos que

se assemelham, como: gerencial, técnico de nível médio, administrativo e

operacional.

Para Chiavenato (2000), essas fases são especificadas como planejamento

(elaboração e escolha de critérios), preparação (do material, ambiente e pessoas)

e execução (triagem de dados e apresentação definitiva).

Sublinha Chiavenato (1999) a descrição de cargos relaciona de maneira

breve as tarefas, deveres e responsabilidades do cargo. E deve responder a

questões como o que o ocupante faz, como ele faz, sob quais condições ele faz e

por que ele faz. A descrição de cargos é a exposição ordenada das tarefas ou

atribuições de um cargo, tentando descrever o que o ocupante faz, como faz e

porque faz (Gil, 1994). Esta deve ser clara, sobre o cargo e impessoal.

Já para Wood Jr. e Picarelli (1999, p. 59), “ a descrição é a base do sistema.

Normalmente é realizada pelo superior hierárquico do cargo descrito ou profissional

da área de RH, com base em entrevistas e observações.

Funciona como um mapeamento daquilo que se faz dentro da empresa e

está nas mãos do Analista de Cargo que desenvolve esta tarefa juntamente com

um comitê formado pelo superior hierárquico do cargo analisado.

Portanto a análise de cargos difere da descrição de cargos, uma vez que

esta trabalha com o conteúdo do cargo (atividades), enquanto a análise tem como

objetivo estudar e determinar requisitos qualificativos e exigências dos cargos, para

o adequado desempenho.

Pela avaliação dos cargos é estabelecido o valor relativo a cada cargo, com

vista a construir uma hierarquia entre eles. É por meio da avaliação de cargos que

se neutraliza o efeito de decisões arbitrárias para a determinação dos salários e é

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40com a correta avaliação de cargos que o equilíbrio interno é conseguido

(PONTES, 1998).

A eficiência de um sistema de avaliação de cargos repousa no

desenvolvimento aprimorado da descrição e especificação do cargo. Essa

especificação é dividida em quatro grandes áreas, segundo o mesmo autor:

Área mental: determina os conhecimentos teóricos ou práticos necessários

para que o ocupante do cargo desempenhe adequadamente suas funções. Os

requisitos mais comuns dessa área são: instrução ou conhecimento, experiência,

iniciativa e complexidade das tarefas.

Área de responsabilidade: determina as exigências impostas ao ocupante do

cargo impedir danos à produção, ao patrimônio e à imagem da empresa. Os

requisitos comuns são: as responsabilidades por erros, supervisão, numerário,

títulos ou documentos, contatos, dados confidenciais, material, ferramentas e

equipamentos.

Área física: determina os desgastes físicos impostos ao ocupante do cargo

em decorrência de tensões, movimentos, posições assumidas, etc. Os requisitos

mais comuns são: esforço físico, concentração mental e visual, destreza ou

habilidade, compleição física.

Área de condições de trabalho: determina o ambiente onde é desenvolvido o

trabalho e os riscos a que está submetido o ocupante do cargo. Os requisitos mais

comuns são: ambiente de trabalho e riscos (PONTES, 1998).

Portanto, a especificação do cargo, de acordo com Pontes (2000, p. 41), “é o

relato dos requisitos, responsabilidade e esforços impostos ao ocupante do cargo.

Esses relatos não devem ser longos e vagos, e não serão resultados finais até a

avaliação de cargos”.

O processo de classificação dos cargos implica, fundamentalmente, na

identificação dos cargos efetivamente necessários ao funcionamento da

organização e grupá-los em classes, visando a implementação de um sistema de

carreiras.

O título a ser atribuído deve reproduzir as tarefas desse cargo de modo a

diferenciá-las das demais existentes na estrutura.

Afirma Pontes (2000, p. 96) “nas denominações de cargos de uma mesma

família, utilizar para diferenciar A,B,C; Júnior, Pleno, Sênior ou I, II, III”.

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41 Estando todos os cargos descritos, especificados e titulados, é o momento

da classificação dos cargos por grupos operacionais. A primeira etapa dessa fase é

a definição do número de grupos ocupacionais necessários na empresa, para

posteriormente processar o enquadramento dos cargos nos grupos ocupacionais.

2.2.5 Cultura

Schein (1984 apud ZACCARELI, 1986) conclui que a cultura organizacional

é conjunto estruturado de pressupostos que em determinado grupo inventou,

descobriu ou desenvolveu ao aprender lidar com os problemas de adaptação

externa e de integração interna que é válida pela prática e portanto deve ser

ensinado aos novos membros do grupo como a forma correta de perceber, pensar

e sentir em relação a aqueles problemas.

Thévenet (1991) sustenta duas abordagens para cultura organizacional,

prática e teórica, permitem responder à questão da necessidade satisfeita pelo

conceito de cultura. Num plano prático, as empresas se vêem confortadas com

situações novas, para os quais não se dispõem de referências apropriadas. A

cultura é uma fonte de referências exprimindo, ao mesmo tempo a personalidade

da organização, mas também a permanência e a coerência de um sistema de

referências que ela constitui para si mesma.

Thévenet (1991) apresenta uma pertinente abordagem teórica dessa

necessidade de referências, mostrando que os valores da empresa podem

constituir a fonte de referências, quando as regras da burocracia não são mais

suficientes. Expressam com isso a situação de numerosas organizações diante de

situações que não podem ser previstas e administradas unicamente pela regras.

Barbosa (1996 apud MASCARENHAS, 2002) comenta que a administração

trata o tema com um enfoque instrumental. A construção de tipologia do tipo

culturas fortes e fracas de boas e más, o desenvolvimento de metodologias para a

mudança cultural evidenciam a grande preocupação da disciplina, que vê na

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42intervenção e no controle da cultura em organizações, a saída para torna-lá uma

variável controlável no interior dos modelos administrativos.

Barbosa (1996 apud MASCARENHAS, 2002) trata a abordagem

antropológica da cultura como intervencionistas e não instrumental, possibilita aos

antropólogos desenvolver grande capacidade e criatividade para a compreensão e

interpretação de sistemas simbólicos

2.2.6 Liderança

Bergamini (1994) trata o tema da liderança como um forte apelo, tanto para

aqueles que dirigem como para aqueles que são dirigidos. Muitas vezes esse

conceito assumem uma conotação de “dom mágico”, responsável por uma espécie

de atração inesplicável que certas pessoas exercem sobre as outras. Não é de

estranhar portanto que a palavra “liderança” reflita conceitos aparentemente

diferentes para diferentes pessoas. Os pesquisadores passam, assim a definir

liberança partindo de uma perspectiva indivídual, ressaltando aquele aspecto do

fenômeno que lhes pareça mais significativo.

Bergamini (1994) considera que o processo de liderança normalmente

envolve um relacionamento de influência em duplo sentido, orientado

principalmente para o atendimento de objetivos mútuos, tais como aqueles de um

grupo, organização ou sociedade. Portanto, a liderança não é apenas o cargo do

líder mas também requer esforços de cooperação por parte de outras pessoas.

Segundo Lapierre (1995 apud Schmitt; Leal 2006) liderança é um fenômeno

exaustivamente estudado no campo organizacional, principalmente na área de

psicologia do trabalho e comportamento organizacional, para o qual existem

inúmeros conceitos, abordagens e formas de trabalho, mas no consenso da

comunidade ciêntífica sobre o mesmo. Seja do ponto de vista dos liderados, do

líder e de sua personalidade ou da situação que envolve esse fenômeno, a

liderança faz sempre referência ao processo de identificação, já que a liderança

não pertence apenas ao líder. Não existe liderança se não existe adesão ao líder.

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43Deve existir portanto, correspondência entre a visão e as ações que ele propõe e

os desejos e necessidades de uma comunidade e de determinada época. É nesta

correspondência que a liderança se vê confirmada.

2.2.7 Motivação

Atualmente as empresas vêem passando por grandes mudanças e o seu

sucesso depende das pessoas que nela trabalham, sendo que o gerente pode

tentar motivar sua equipe a agir e a se comportar de acordo com os objetivos da

empresa e simultaneamente alcançar a satisfação deles através do contexto

organizacional.

A motivação é algo muito pessoal do colaborador, pois cada qual possui o

seu modo de ser valorizado e trabalhar motivado.

Entretanto compreende-se através de pesquisas já realizadas que a

motivação é fator fundamental para o bom desempenho das pessoas no trabalho.

A motivação é essencial para o funcionamento da organização.

Como afirma Davis: “Não importa quanta tecnologia e equipamentos uma

organização tenha, essas coisa não podem ser colocadas em uso a menos que

sejam liberadas e guiadas por pessoas que estejam motivadas” (DAVIS, 1992, p.

11).

Ao observar-se a evolução do pensamento administrativo, dentro de uma

abordagem mecanicista, percebe-se que a empresa tomava o homem uma

máquina ao executar uma tarefa e os movimentos, procurando uma maior

especialização de cada funcionário. O relacionamento da empresa e empregado

era de recompensar o empregado em termos de produtividade/ salário.

Considerando as teorias motivacionais modernas, observa-se que o salário

pode vir a ser não propriamente um fator de motivação, mas um fator que servirá

de base dos fatores motivadores ligados ao cargo ocupado. O que se pode

compreender como motivação que é a disposição de exercer um esforço em favor

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44das metas da organização, sob a condição de que o esforço seja capaz de

satisfazer alguma necessidade individual.

De acordo com Pontes (2000, p.27) “o salário vem fortalecer os aspectos

motivadores que o empregado encontra na empresa para melhorar seu

desempenho”.

De certa forma, o salário contribui para satisfação dessas necessidades

básicas como: moradia, alimentação a nossa sobrevivência.

2.2.8 Comprometimento

Empreendedores e dirigentes tem enfrentado o desafio de encontrar

caminhos apropriados visando garantir um futuro promissor num mercado

crescentemente completo.

Rego (2003) afirma que o comprometimento organizacional é habitualmente

considerado como um fator-chave da competitividade e do desempenho

organizacional.

Rego (2003) sustenta que as organizações necessitam de pessoas

dispostas a “irem mais além” do que aquilo que está formalmente prescrito, a

adotarem comportamentos espontâneos em respostas a problemas inesperados, a

fornecerem sugestões criativas e inovadoras para a resolução de problemas

inéditos, a se identificarem com a organização denotando “amor à camisa” e

atuarem como “bons cidadãos” organizacionais.

Bastos (apud MARTINS; PAZ 2000) enfatiza que o comprometimento

organizacional começa na escolha individual por uma organização e não por outra

para trabalhar, o popular “vestir a camisa”, conclui ele que o comprometimento

pode ser resumido em cinco enfoques; o afetivo, calculativo, sociológico, normativo

e comportamental.

Bastos (apud MARTINS; PAZ 2000) destaca que o comprometimento afetivo

e o calculativo têm prevalecido nos estudos mais recentes e que no enfoque afetivo

o comprometimento é entendido no qual o indivíduo se identifica com a

organização e com os objetivos e deseja manter-se como membro, de modo a

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45facilitar a consecução desses objetivos. No enfoque calculativo, concebe-se o

comprometimento com a função de recompensas e dos custos pessoais,

vinculados a condição de ser ou não integrante da organização.

Sublinham Pereira e Oliveira (2000) que as mudanças obtiveram resultados

positivos é necessário alinhá-las dentro de um processo participativo no contexto

da organização. Assim o diferencial humano representa um fator considerável,

demonstrando capacidade e competitividade para garantir a efetiva participação no

mercado.

Afirmam Pereira e Oliveira (2000), o comprometimento dos colaboradores

com as metas organizacionais, determinadas pela alta gerência, são diretamente

proporcionais a sua importância para o indivíduo e para a organização,

respectivamente e ao prazo esperado para que esta meta seja cumprida.

Propugna Davenport (2001), que a ligação do comprometimento é

proveniente de uma relação emocional ou intelectual que une o indivíduo a

organização.

Asseguram Sá e Lemoine (2002) que o comprometimento na empresa

apresenta-se atualmente como uma vantagem competitiva visto que na busca

permanente por qualidade e eficiências, as organizações necessitam do

investimento das pessoas no trabalho. Uma equipe comprometida é um recurso

disponível para levar adiante os objetivos da empresa, pois o comprometimento é

uma disposição a agir uma vez que ele subtende uma identificação da pessoa aos

valores da organização, à vontade de exercer esforços consideráveis e de

permanecer como membros.

Allen e Meyer (1996, 2000 apud REGO; CUNHA; SOUTO, 2007) sustentam

que o comprometimento organizacional é o estado psicológico que caracteriza a

ligação do indivíduo à organização, tendo implicações na sua decisão de nela

continuar. Dado que o comprometimento afetivo baseia-se em um vínculo

emocional com a organização, é provável que as pessoas mais afetivamente

comprometidas sejam mais motivadas para contribuir com o desempenho da

organização, apresenta menor turnover, menor absentismo e adotem mais

comportamentos de cidadania organizacional.

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46Partindo desse pressuposto, afirmam Rego e Souto (2004) apud Borges,

Marques, Adorno (2005) que indivíduos afetivamente comprometidos estão

motivados a contribuir com mais intensidade para organização e possuem

desempenho mais elevado que trabalhadores instrumentalmente comprometidos.

Para uma melhor compreensão do tema, Allen e Meyer (1990, p. 3, apud

MEDEIROS; ENDERS, 1998) resumem as características dos três principais

enfoques do comprometimento da seguinte forma: “Empregados com um forte

comprometimento afetivo permanecem na organização porque eles querem, aqueles

com comprometimento instrumental permanecem porque eles precisam e aqueles

com comprometimento normativo permanecem porque eles sentem que são

obrigados”.

Para uma melhor compreensão do tema, apresentam-se aqui os principais

enfoques da literatura: o afetivo, o instrumental e a normativo.

2.2.8.1 As três dimensões do comprometimento: afetivo, normativo e

instrumental

Sustenta Mowday, Steers e Porter (1982, p.27, apud MEDEIROS et al, 2005)

que o comprometimento organizacional pode ser caracterizado pelos fatores: “uma

forte crença e a aceitação dos objetivos e valores da organização; estar disposto em

exercer um esforço considerável em benefício da organização; e um forte desejo de

se manter membro da organização”.

Medeiros (2003, p.36) apud Bonavides, Oliveira e Medeiros (1997) que, para

esses autores, “o comprometimento vai muito além de uma postura de lealdade

passiva para com a organização, envolve também um relacionamento ativo que

busca o bem-estar da organização”; e complementam que este enfoque está

relacionado à identificação dos valores e objetivos da organização, e pela coerência

entre os valores individuais e os organizacionais.

Os estudos sobre o enfoque afetivo, que permaneceram tanto

internacionalmente como nacionalmente, baseiam-se “na identificação do indivíduo

com as metas e objetivos organizacionais, bem como na introjeção de seus

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47valores, assumindo-os como próprios” (CANÇADO; GENELHU; MORAES, 2007),

sob esse conceito, o indivíduo investe seus esforços na concretização dos

objetivos organizacionais (CANÇADO; GENELHU; MORAES, 2007).

O enfoque instrumental do comprometimento organizacional é originário dos

estudos de Howard Becker, em seu artigo Notes on the concept of commitment,

publicado em 1960 (MEDEIROS; ENDERS, 2002).

Considera Becker (1960, p.33) apud Medeiros (1997) que o comprometimento

é uma tendência do indivíduo em se engajar em “linhas consistentes de atividade”,

esse comprometimento é chamado por Becker de “side bet”, para ele o indivíduo se

mantém na organização devido aos custos e benefícios associados com sua saída

da empresa.

Esse enfoque é encontrado nos trabalhos de Wiener (1982, p.421) apud

Medeiros et al (2002) que conceitualiza o comprometimento como: “a totalidade das

pressões normativas internalizadas para agir num caminho que encontre os

objetivos e interesses organizacionais”. Para esse mesmo autor (1982, p. 419-21),

segundo Medeiros e Enders (1997) “indivíduos comprometidos exibem certos

comportamentos porque acreditam que é “certo” e moral fazê-lo”

O estudo de Wiener (1982) deriva do modelo de Intenções Comportamentais

estabelecido por Fishbein em 1967, esse modelo objetiva predizer e compreender as

intenções comportamentais dos indivíduos (MEDEIROS et al, 2005)

2.2.9 Rotatividade A rotatividade de funcionários na organização pode ser preocupante quando

o número de entrada e saída ocorrem com muita freqüência, pois essa rotatividade

pode gerar para organização custos financeiros com as novas admissões de

pessoal e com os desligamentos, que são facilmente mensuráveis, no entanto,

outros custos, mais difíceis de ser medidos, como o custo de integração e

treinamento.

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48Uma organização é dinâmica e as vagas surgem por motivos vários:

dispensas do empregador (demissões), pedidos de demissão (saídas voluntárias -

demissionários), mortes, aposentadorias, promoções, transferências etc.; essas

vagas podem ser supridas internamente, por meio de promoções e transferências,

ou externamente, por novas contratações (PONTES, 2001).

Segundo Pontes (2001, p. 31), a dinâmica de entrada e saída de pessoal em

uma organização é chamada de Rotação de Recursos Humanos, flutuação ou

ainda turn-over.

Para Chiavenato (2002, p. 178), o termo rotatividade de recursos humanos é

usado para definir a flutuação de pessoal entre uma organização e seu ambiente;

em outras palavras, o intercâmbio de pessoas entre a organização e o ambiente é

definido pelo volume de pessoas que ingressam e que saem da organização.

Geralmente, a rotatividade de pessoal é expressa por meio médio de

participantes da organização, no decorrer de certo período de tempo. Quase

sempre a rotatividade é expressa em índices mensais ou anuais para permitir

comparações, seja para desenvolver diagnósticos, seja para promover

providências, seja ainda com caráter preditivo.

Um dos problemas que vêm preocupando os executivos da área de recursos

humanos é a intensificação das saídas ou perdas de recursos humanos,

provocando a necessidade de compensá-las através da intensificação das

entradas (CHIAVENATO, 2002).

Quando se trata de medir o índice de rotatividade de pessoal para efeito do

planejamento de RH, utiliza-se a seguinte equação:

A+D x 100

2

EM

Onde:

A = admissões de pessoal dentro do período considerado (entradas);

D = desligamentos de pessoal (tanto por iniciativa da empresa como por

iniciativa dos empregados) dentro do período considerado (saídas);

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49EM = efetivo médio dentro do período considerado. Pode ser obtido pela

soma dos efetivos existentes no início e no final do período, divida por dois.

Sustenta Chiavenato (2002, p. 184), que a rotatividade de pessoal não é

uma causa, mas o efeito a conseqüências de certos fenômenos localizados interna

ou externamente à organização que condicionam a atitude e o comportamento do

pessoal. É portanto, uma variável dependente “em maior ou menor grau” daqueles

fenômenos internos e externos à organização.

Comenta Chiavenato (2002, p. 184), que os fenômenos externos, podemos

citar a situação de oferta e procura de recursos humanos no mercado, a conjuntura

econômica, as oportunidades de empregos no mercado de trabalho etc.

Aborda Chiavenato (2002, p. 184), que os fenômenos internos que ocorrem

na organização estão relacionados abaixo:

• a política salarial da organização;

• a política de benefícios da organização;

• o tipo de supervisão exercido sobre o pessoal;

• as oportunidades de crescimento profissional oferecidas pela organização;

• o tipo de relacionamento humano dentro da organização;

• a moral do pessoal da organização;

• a política de recrutamento e seleção de recursos humanos;

• os critérios e programas de treinamento de recursos humanos;

• a política disciplinar da organização;

• os critérios de avaliação do desempenho; e

• o grau de flexibilidade das políticas da organização.

Revela Ferreira e Freire (2001) que o fenômeno da rotatividade revela-se

fonte de preocupação das empresas em cenários de competição globalizada.

Nesse contexto, a competitividade implica oferecer qualidade de serviços e

produtos, reforçando a importância da política de administração de pessoal que

possibilite a permanência de profissionais na empresa, desenvolvendo trabalhos

com eficiência e eficácia. Assim a ocorrência da rotatividade pode ser a ponta do

iceberg de distorções na política de recursos humanos.

Afirma Ferreira e Freire (2001) que as causas são mútiplas, de modo qual,

os fatores mais mencionados na literatura são a política salarial adotada pela

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50empresa, o política de benefícios, oportunidades de progresso profissional

oferecidos pela empresa, tipo de supervisão, a política disciplinar do pessoal,

afirma que a rotatividade se manifesta em função principalmente dos seguintes

fatores; a relação deficiente entre os funcionários e a cultura organizacional; o

treinamento inadequado; a falta de incentivos; as políticas organizacionais.

Salienta Ferreira e Freire (2001) a rotatividade de pessoal podem ser

significativos, abrangendo desde a queda da produtividade até a perda de

historicidade da instituição, que parece também demitida com os veteranos que

partem.

Conclui Ramos (2002) que o Brasil observa uma elevada taxa de

rotatividade “um tempo médio de vínculo muito reduzido” devido aos benefícios

financeiros que são pagos quando um assalariado é desligado de forma

involuntária.

Considera Ramos (2002) que os defensores da existência de estreitos

vínculos entre benefícios e rotatividade centram as causas desta relação no

arcabouço institucional que regula o mercado de trabalho no Brasil, tornando as

relações capital-trabalho pouco “cooperativas´. Esta falta de cooperação teria

desdobramentos sobre o próprio assalariado “que não acumula capital humano na

empresa” e na economia como um todo um fenômeno externo que reduz a

produtividade geral e limita as possibilidades de crescimento.

Aborda Vieira (2004) que a rotatividade no Brasil está relacionada com o

crescimento do número de empregos formais “com carteira de trabalho assinada”

mas é cada vez mais precária a qualidade das vagas criadas, mostrando a

evolução do saldo entre admitidos e desligados, entretanto os dados relativos à

remuneração, demonstra que a qualidade do emprego tem piorado ano a ano,

devido ao achatamento de salários por meio de troca de salários maiores por

menores é constatado em todos os setores da economia.

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513 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA DE CAMPO

Este capítulo destina-se à apresentação da empresa e dos resultados da

pesquisa que foi desenvolvida no estágio, foi desenvolvido na Comissária Nelson

Heusi Ltda, tradicional prestadora de serviços relacionados a operações de comércio

exterior, atuando há 75 anos neste segmento.

A seguir serão abordados o histórico, visão e missão, bem como os aspectos

de funcionamento da empresa. Neste capítulo também é apresentado os resultados

da pesquisa de campo realizada na empresa.

3.1 Caracterização da Organização

A Comissária Nelson Heusi é uma empresa familiar, administrada pelo seu

sócio majoritário Sr. Nelson José Heusi, que, como os demais membros da família

optou por trabalhar na área de comércio exterior, mais especificamente no campo de

despacho aduaneiro.

Abaixo, seguem alguns fatos cronologicamente elencados relativos ás

atividades da família Heusi neste ramo:

• 1933 – Neste ano começou a história do comércio exterior na vida da família

do Sr. Nelson Seára Heusi. Avô dos atuais proprietários da Comissária Nelson S.

Heusi (Nelson José Heusi e Sérgio Luiz Heusi), Nelson Seára Heusi realizou seu

primeiro despacho aduaneiro no dia 18 de Dezembro.

• 1971 – É criada em Itajaí a Águia Branca Comércio e Representações Ltda,

por seu fundador Marcos Francisco Heusi, filho de Nelson Seára Heusi e pai de

Nelson José Heusi.

• 1984 – Águia Branca, já estabelecida em Florianópolis, passa a dedicar-se

exclusivamente ao comércio exterior. Marcos Francisco Heusi e seu filho Sérgio

Luiz Heusi mudam a razão social da empresa para Águia Branca Comissária de

Despachos Ltda e expandem a área de atuação da família.

• 1988 – Nelson José Heusi, bacharel em economia, já possuía uma grande

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52experiência em comércio internacional, adquirida durante o tempo em que

trabalhou como trader em uma Trading Company no Rio de Janeiro, com

operações nas bolsas de Nova Iorque, Londres e Chicago no mercado de

commodities, e seu irmão Sérgio Luiz Heusi, que já trabalhavam com o avô

Nelson Seára Heusi, fundaram a Comissária de Despachos Nelson Seára Heusi

Ltda.

• 1994 – Com a estabilização econômica do país e a fixação da taxa cambial, a

Comissária Nelson Heusi vê crescer consideravelmente o volume de importações

de seus clientes.

• 1997 – A Receita Federal introduz seu Sistema de Comércio Exterior

autorizado (SISCOMEX). A partir deste ano as importações pela Receita Federal

de Itajaí crescem notavelmente, sendo que a Comissária Nelson Heusi mantém

sua hegemonia.

• 1999 – A valorização do Dólar Americano em relação à moeda nacional, no

início deste ano, resulta na queda do volume de importações, porém, devido a

sua agilidade gerencial, a empresa altera sua estratégia voltada anteriormente

para a importação, e consegue atingir um considerável aumento no volume de

exportações.

• 2001 – Ao fazer planejamento anual, a gerência chega à conclusão que para

melhor atender aos clientes, a Comissária Nelson Heusi deve desenvolver uma

nova missão. A empresa deixa de apenas fazer desembaraços aduaneiros e se

torna um one-stop-shop, ou seja, um centro de serviços nas operações de

comércio exterior capacitada a atender as necessidades dos clientes. Ao mesmo

tempo é decidido investir em Tecnologia da Informação, o que auxiliará os

clientes na obtenção de informações atualizadas sobre seus processos.

• 2002 – A Comissária Nelson Heusi desenvolve ainda mais sua atuação,

estabelecendo sua filial em São Francisco do Sul e se tornando assim um player

(participante) regional no mercado em que atua.

• 2004 – Com amplos investimentos em tecnologia e a automação de seus

processos, a empresa grande desempenho no mercado de exportação,

aumentando em oito vezes o volume exportado se comparado ao ano de 2001.

• 2007 – A Comissária Nelson Heusi nesse ano abriu mais uma filial em

Dionísio Cerqueira com a intenção de atender clientes já existentes na

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53organização e futuros com o intuito de aumentar o volume das exportações e

importações. Atualmente, a Comissária Nelson Heusi mantém uma considerável

participação do mercado, tanto nas operações de importação e exportação.

3.1.2 Ramo de atividade

A Comissária Nelson Heusi está estruturada para oferecer uma completa

linha de serviços pertinentes às operações de importação e exportação, sendo que o

foco principal da empresa é a logística door-to-door, ou seja, retirar a mercadoria na

expedição do exportador e entregar ao importador onde desejar, despachos

aduaneiros de importação e exportação, consultoria aduaneira, tributária e cambial,

visando sempre atender as necessidades dos clientes apresentando alternativas e

soluções, a fim de garantir a plena satisfação.

3.1.3 Estrutura organizacional

Com sua matriz, situada em Itajaí existem filiais em São Francisco do Sul

Florianópolis, Curitiba, Paranaguá e Dionísio Cerqueira a Comissária Nelson Heusi

atende diretamente as operações através dos portos de Itajaí, São Francisco do Sul,

Imbituba, São Francisco dos Sul e Paranaguá e em Estações Aduaneiras de Itajaí e

Aeroporto de Navegantes, Joinville, Florianópolis, Curitiba e Dionísio Cerqueira,

prestando serviços para mais de duzentos clientes ativos distribuídos por todo o

país.

Para atender a demanda a Comissária de Despachos Nelson S. Heusi

mantém representantes nos demais recintos alfandegados do país.

Quanto à estrutura organizacional da empresa, a mesma é dividida em

departamentos com funções especificas, porém interdependentes, estando assim

distribuídos:

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54a) Departamento Administrativo:

• definição das diretrizes da empresa, estabelecimento de metas, estratégias e

controle de desempenho;

• administração;

• contato com a Receita Federal.

b) Departamento Comercial:

• prospecção de novos clientes;

• desenvolvimentode novos serviços;

• negociação, cadastros e credenciamento.

c) Departamento de Marketing:

• planejamento;

• análise de mercado;

• promoção, controle de qualidade;

• marketing interativo, externo e endomarketing.

d) Recursos Humanos:

• avaliação pessoal;

• plano de cargos e salários;

• integração;

• contratação de novos funcionários.

e) Departamento Financeiro:

• fechamento de notas fiscais;

• coordenação financeira da empresa;

• controle de documentos contábeis internos;

• pagamentos bancários;

• controle de fluxo de caixa.

f) Departamento de Compras e Tecnologia de Informação:

• compras e viabilidade de compras;

• controle de custos e gastos;

• manutenção da tecnologia.

g) Departamento de Logística:

• cotação de fretes;

• desenvolvimento de opções logísticas customizadas;

Page 55: ANÁLISE DOS FENÔMENOS INTERNOS QUE INFLUENCIAM …siaibib01.univali.br/pdf/Leonardo Cesar Pereira da Silva.pdf · vagas, treinamento introdutório, ambientação de novos empregados,

55• coordenação e terceirização de processos de compra/venda;

• programação de carregamento;

• liberação de conhecimento.

h) Departamento de Importação:

• despacho aduaneiros;

• emissão de documentos e registros eletrônicos;

• controle cambial;

• análise documental e de processos;

• consultoria;

• preenchimento de requerimentos junto aos órgãos federais.

i) Departamento de Exportação:

• despacho aduaneiro;

• emissão de documentos e registros eletrônicos;

• consultoria;

• acompanhamento da carga.

3.1.4 Missão e Visão

A visão da Comissária de Despachos Nelson Heusi é “prover todos os

serviços necessários às transações internacionais de seus clientes”. Para tanto, a

empresa conta com recursos tecnológicos de ponta e funcionários competentes e

treinados a manter o mais alto nível de qualidade profissional. Ter um bom convívio

com as sociedades onde atua está entre as principais aspirações da empresa.

Bem como a missão, a visão busca possibilitar uma maior satisfação e

lucratividade às empresas que atuam ou queiram atuar no comércio internacional.

Irá atingir-se este objetivo através da constante inovação de serviços e da utilização

de novas tecnologias de informação.

Então a missão da Comissária Nelson Heusi é “Visualizar o Comércio Internacional

através dos olhos de Importadores e Exportadores e assim desenvolver serviços que

venham beneficiar nossos clientes”.

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563.1.5 Filosofia

Baseada nos pilares de sua missão/visão, a Comissária Nelson Heusi foca os

esforços de seus colaboradores na constante qualidade dos serviços e no

desenvolvimento de novas capacidades que possam ajudar seus clientes nas

operações de importação e exportação.

3.2 Resultados da pesquisa São apresentados os resultados da pesquisa, afim de atingir os objetivos

estabelecidos. Foi aplicado aos gestores da Comissária Nelson Heusi uma

entrevista e aos colaboradores um questionário como apresentado a seguir.

3.2.1 O cálculo da taxa de rotatividade da empresa no ano de 2007. O cálculo do índice de rotatividade de pessoal é baseado no volume de

entradas e saídas de pessoal em relação aos recursos humanos disponíveis na

organização, dentro de certo período de tempo, e em temos percentuais.

Abaixo cálculo de rotatividade na Comissária Nelson Heusi no período de

2007, de acordo com a fórmula estabelecida por Chiavenato (2002).

A+D x 100

2

EM

Onde:

A = admissões de pessoal dentro do período considerado (entradas);

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57D = desligamentos de pessoal (tanto por iniciativa da empresa como por

iniciativa dos empregados) dentro do período considerado (saídas);

EM = efetivo médio dentro do período considerado. Pode ser obtido pela

soma dos efetivos existentes no início e no final do período, divida por dois.

Tem-se então os valores, de acordo com a fórmula, para Comissária Nelson

Heusi.

28+22 x 100

2

45

O índice de rotatividade no ano de 2007 foi de 55,56%, sendo um índice

muito alto confirmando a necessidade desta pesquisa para organização.

3.2.2 A percepção dos gestores quanto a rotatividade Ao entrevistar os gestores da Comissária Nelson Heusi constatou-se uma

semelhança nas respostas referente o tema rotatividade e comprometimento dos

colaboradores da Comissária Nelson Heusi.

Os gestores possuem conhecimento do alto índice de rotatividade na

organização, no entanto ambos disseram que não estão preocupados, pois até o

presente momento as entradas e saídas dos colaboradores não prejudicaram o

andamento da empresa e o atendimento dos seus clientes.

Segundo senhor Nelson José Heusi, sócio administrador, a rotatividade não

ocorre com os funcionários com mais tempo de serviço na empresa, devido ao

comprometimento dos mesmos com a organização e esses são responsáveis pelo

treinamento dos novos colaboradores.

Afirma o senhor Sérgio Luiz Heusi, sócio e gerente do departamento de

recursos humanos, que a rotatividade existe e o motivo gerador é o salário, no

entanto os salários e benefícios oferecidos pela Comissária Nelson Heusi são

equiparados com a associação comercial de Itajaí e com o sindicato da categoria,

porém no momento do desligamento da empresa o discurso é sempre o mesmo,

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58gostam do ambiente de trabalho, porém estão saindo devido a uma melhor oferta

de salário.

Para os gestores a política de remuneração existe, porém é realizada de

forma informal, tanto que o sócio administrador disse que o aumento de salário

ocorre quando o funcionário solicita ao administrador.

Para o gestor do departamento de recursos humanos a remuneração é

considerada um fator motivacional, o mesmo considera os benefícios oferecidos

pela organização um complemento dos salários.

Segundo o sócio administrador a avaliação de desempenho é realizada de

forma informal no período de 3 em 3 meses, é realizado de forma verbal entre o

gerente do departamento com os seus colaboradores e esse repassa as

informações ao gestor do departamento de recursos humanos, não é realizada

uma auto avaliação com os funcionários.

Para o senhor Nelson José Heusi, o motivo gerador da rotatividade é a

oferta de trabalho existente nesse segmento onde existe muita mão-de-obra, ou

seja fenômenos externos, devido ao curso de comércio exterior existente na

Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI, onde muitos dos acadêmicos no decorrer

do curso já ingressam nessa área com o intuito de adquirir conhecimento e

experiência, onde muitos se sujeitam a salários inferiores, mas que devido ao

grande número de organizações a procura de novos colaboradores e que devido a

necessidade de cada organização, na maioria das vezes é mais interessante

adquirir colaboradores dos seus concorrentes com uma certa experiência ao invés

de fazer um treinamento, sendo esse mais um motivo gerador da rotatividade.

Para o diretor da organização o salário dos colaboradores está dentro do

mercado aplicado em Itajaí-SC, no entanto para o sócio administrador os salários

estão acima dos concorrentes no segmento dos despachos aduaneiros, no entanto

menores que os salários oferecidos aos armadores e agentes de carga.

O único controle formal existente na empresa é o cartão ponto, onde não

são pagas horas extras, sendo banco de horas na qual a empresa decide os dias

de folga com exceção, por merecimento e por necessidades pessoais.

Declara os gestores da Comissária Nelson Heusi que a organização por se

tratar de empresa familiar ainda possui algumas características da época do seu

avô o fundador Nelson Seara Heusi.

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59 Percebe-se que os fenômenos externos também influenciam

consideravelmente na rotatividade dos funcionários da empresa, na visão dos

gestores, porém nesta pesquisa serão analisados todos os fenômenos internos

possíveis que são apresentados nos próximos itens na percepção dos funcionários.

3.2.3 O perfil dos colaboradores Nesta seção é apresentado o levantamento do perfil dos funcionários.

Buscou-se identificar as variáveis pessoais, sexo, idade, formação acadêmica,

estado civil, na variável funcional o tempo de serviço, o meio de transporte utilizado

para ir trabalhar, tipo de residência e se mora sozinho.

A intenção de identificar o perfil dos colaboradores, advém da idéia de que

alguns dos motivos da alta rotatividade sejam gerados por dados que podem ser

identificados no perfil.

Segue abaixo quadro do perfil dos colaboradores da Comissária Nelson

Heusi Ltda.

Tabela 1 – Perfil dos colaboradores da Comissária Nelson Heusi Ltda. 1. Sexo Nr. % 7. Qual o meio de transporte que Nr. %Masculino: 27 56,25 você utiliza para ir ao trabalho? Feminino: 21 43,75 Carro: 19 39,582. Idade Nr. % Ônibus: 11 22,92De 17 a 21 anos: 20 41,67 Bicicleta: 1 2,08De 22 a 26 anos: 19 39,58 Moto: 8 16,67De 27 a 31 anos: 2 4,16 Pé: 9 18,75De 32 a 36 anos: 4 8,33 8. Você mora sozinho? Nr. %Mais de 36 anos: 3 6,26 Sim: 8 16,673. Estado civil Nr. % Não: 40 83,33Solteiro: 36 75,00 9. Sua residência é: Nr. %Casado: 12 25,00 Alugada: 9 19,75Viúvo: 0 0,00 Própria: 23 47,92Divorciado: 0 0,00 Mora com os pais: 16 32,334. Você possui filhos? Nr. % Emprestada: 0 0,00

Sim: 6 12,50 10. Você veio morar aqui a trabalho? Nr. %

Não: 42 87,50 Sim: 8 16,675. Há quanto tempo você Nr. % Não: 40 83,33

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60trabalha nesse empresa? 11: Quanto tempo você leva para Nr. %Menos de um ano: 21 43,75 chegar ao trabalho? De 1 a 3 anos: 17 35,42 De 01 a 15 minutos: 19 39,58De 3 a 5 anos: 7 14,58 De 16 a 30 minutos: 20 41,66De 5 a 10 anos: 0 0,00 De 31 a 45 minutos: 4 8,34De 10 a 15 anos: 3 6,25 De 46 a 60 minutos: 4 8,34Mais de 15 anos: 0 0,00 Mais de uma hora: 1 2,086. Qual sua escolaridade? Nr. % Primeiro grau completo: 0 0,00 Primeiro grau incompleto: 1 2,08 Segundo grau completo: 5 10,42 Segundo grau incompleto: 1 2,08 Superior completo: 4 8,33 Superior incompleto: 35 72,92 Pós-Graduação: 2 4,17 Não freqüentei a escola: 0 0,00 Fonte: Dados primários.

No perfil encontrado na empresa nota-se um número quase igual de

funcionários do sexo masculino e feminino.

Também é relevante a idade dos funcionários, que em sua maioria, tem de

17 à 26 anos sendo pessoas novas, por este motivo não surpreende o alto número

de funcionários solteiros e sem filhos.

Um fato que deve ser mencionado é o baixo tempo de empresa da maioria

dos respondentes sendo 21 funcionários com menos de 1 ano de empresa, ou

seja, para a análise do comprometimento este ponto é negativo, pois o funcionário

precisa de mais tempo de empresa para estabelecer um vínculo de

“comprometimento” com a organização, ainda tem-se um grande número de

funcionários de 1 à 3 anos de empresa, o que também não contribui para análise

de comprometimento pretendida. Dada estas limitações tem-se um grande número

de funcionários com o superior incompleto 35 funcionários, o que facilita o

entendimento do questionário.

Nota-se que a grande maioria dos funcionários utiliza meios de transportes

mais eficientes, como carro e ônibus para ir trabalhar, por morar em cidades

vizinhas ou em bairros mais afastados, notou-se também que apenas 8

funcionários moram sozinhos, conseqüentemente por terem vindo de outras

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61cidades em busca de trabalho, no entanto grande maioria mora com os pais e

possui casa própria.

Em relação ao tempo que os funcionários levam para chegar ao trabalho,

constatou-se que 39 funcionários levam em média 30 minutos para chegar ao local

de trabalho.

3.2.4 Percepção dos colaboradores em relação aos fenômenos

internos que influenciam a rotatividade

Abaixo seguem-se os resultados dos fenômenos internos analisados por

meio dos 48 questionários respondidos pelos colaboradores.

Tabela 2 - Resultado da variável rotatividade. Frequência

Afirmação 1 2 3 4 5 6 Média Desvio Padrão

Coef. Variância Med. Variável

1- A rotatividade existente na empresa prejudica o funcionamento da mesma.

19 10 10 5 3 1 2,29* 1,35 59,06

2- Considero o índice de rotatividade muito alto nessa empresa.

17 11 7 8 3 2 2,48* 1,47 59,37

3- Me sinto prejudicado com a rotatividade. 12 5 8 11 3 9 3,31* 1,78 53,78

4- Possuo estabilidade no meu emprego. 9 14 8 10 3 4 2,92* 1,50 51,35

2,75

Fonte: Dados primários. Percebe-se que na variável rotatividade as médias foram baixas e os desvios

altos, demonstrando pouco consenso nas respostas. Porém, como as médias

obtiveram valores abaixo de 3,0 considera-se que a variável rotatividade é bastante

prejudicial para empresa.

Na percepção dos colaboradores da Comissária Nelson Heusi, os mesmo

consideram o índice de rotatividade muito alto, e que a rotatividade prejudica o

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62desempenho dos demais colaboradores e afirmam também que a rotatividade

existente prejudica o funcionamento da organização.

Tabela 3 – Resultados da variável, relações com os supervisores.

Frequência Afirmação

1 2 3 4 5 6 Média Desvio Padrão

Coef. Variância Med. Variável

14- Tenho liberdade de conversar com meu chefe sobre diversos assuntos, não somente o trabalho.

1 3 5 10 8 21 4,75 1,38 28,99

15- Meu supervisor / chefe tem capacidade para exercer sua função.

1 0 0 12 8 27 5,23 1,05 20,00

16- Eu estou muito satisfeito com minha chefia.

1 0 3 13 9 22 4,98 1,15 23,00

17- Freqüentemente meu chefe informa como estou desenvolvendo meu trabalho.

7 3 10 14 7 7 3,67 1,55 42,15

18- O tratamento do chefe é igual a todos os funcionários.

4 3 7 8 9 17 4,38 1,62 36,92

4,60

Fonte: Dados primários. Quanto a variável relação com os supervisores percebe-se que os

colaboradores tem total liberdade de conversar com o chefe e também concordam

que o chefe tem capacidade para o exercício da função. Eles também estão

satisfeitos com a chefia, este fato realmente é perceptível na Comissária Nelson

Heusi, dado que o gestor tem suas portas literalmente abertas para os funcionários

da empresa.

Tabela 4 – Resultados da variável relacionamento com os colegas de trabalho.

Frequência Afirmação

1 2 3 4 5 6 Média Desvio Padrão

Coef. Variância Med. Variável

19- Tenho um excelente relacionamento com meus colegas de trabalho

0 0 2 6 11 29 5,40 0,86 15,93

20- A empresa sempre valoriza o trabalho em equipe.

2 1 6 13 14 12 4,50 1,27 28,33

5,04

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63

21- O clima de trabalho da minha equipe é muito bom.

0 0 3 7 14 24 5,23 0,92 17,56

Fonte: Dados primários. Com referência a variável relacionamento com os colegas as médias foram

altas e o desvio padrão baixo, isso demonstra que na organização possui um bom

relacionamento entre os colaboradores, proporcionando a empresa um ótimo

funcionamento.

Tabela 5 – Resultados da variável interação entre os departamentos.

Frequência Afirmação

1 2 3 4 5 6 Média Desvio Padrão

Coef. Variância Med. Variável

22- Existe cooperação entre os departamentos da empresa.

3 4 14 15 8 4 3,69 1,26 34,19

23- Ocorrem conflitos constantes entre os departamentos da empresa.

3 6 8 19 17 5 3,75 1,31 35,07

24- O relacionamento entre os departamentos da empresa ocorre com facilidade.

2 4 9 19 10 4 3,90 1,19 30,33

3,78

Fonte: Dados primários. Com relação a variável interação entre os departamentos constatou-se a

existência de um bom relacionamento entre os departamentos e cooperação entre

os mesmos, não havendo conflitos entre eles, as médias foram superiores a 3,70.

Tabela 6 – Resultados da variável tipo de relacionamento humano dentro da organização.

Frequência Afirmação

1 2 3 4 5 6 Média Desvio Padrão

Coef. Variância Med. Variável

25- Defino esta organização a meus amigos como um ótimo lugar para se trabalhar.

1 1 3 14 9 20 4,85 1,21 24,87 4,41

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26- Consigo equilibrar tranqüilamente minha vida pessoal (social) com a profissional.

0 3 4 13 8 20 4,79 1,24 25,90

27- Aqui todos os funcionários são tratados igualmente.

11 1 7 15 6 8 3,58 1,71 47,60

Fonte: Dados primários. Percebe-se que a variável tipo de relacionamento humano dentro da

organização as médias foram altas e os colaboradores definem a empresa como um

ótimo lugar para se trabalhar e que o serviço não atrapalha a vida pessoal, no

entanto alguns colaboradores demonstram não existir um tratamento igual a todos,

essa afirmação teve um coeficiente de variância de 47,60, provavelmente este fato

ocorre devido a Comissária Nelson Heusi possuir funcionários com mais tempo de

serviço na empresa, havendo assim um tratamento diferenciado em virtude do

relacionamento já existente.

Tabela 7– Resultados da Variável política salarial. Frequência

Afirmação 1 2 3 4 5 6 Média Desvio

Padrão Coef.

Variância Med. Variável

28- O salário é adequado de acordo com as minhas responsabilidades.

8 8 17 8 4 2 2,96 1,32 44,64

29- Se eu trabalhar em outra empresa, meu salário será melhor.

2 3 8 18 8 9 4,13 1,30 31,54

30- Eu considero que a empresa é justa e ética em relação aos salários dos funcionários de uma forma geral.

10 7 18 8 0 5 2,92 1,44 49,50

3,34

Fonte: Dados primários. Quanto a variável “política salarial” as médias obtidas foram baixas, notou-se

que os colaboradores não estão satisfeitos com os salários oferecidos pela empresa,

para os colaboradores a empresa não é justa e ética com relação aos salários, essa

afirmação obteve um coeficiente de variância de 49,50, segundo os colaboradores

os salários oferecidos pelos concorrentes é superior, essa variável provavelmente

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65esteja relacionada com a rotatividade existente na organização, provavelmente

este fato ocorre devido a Comissária Nelson Heusi possuir muitos funcionários com

menos de 1 ano de trabalho, e por falta de um plano de cargos e salários, muitos

permanecem por muito tempo sem reajustes salariais.

Tabela 8 – Resultados da variável política de benefícios da organização. Frequência

Afirmação 1 2 3 4 5 6 Média Desvio Padrão

Coef. Variância Med. Variável

31- Os benefícios oferecidos pela empresa são considerados como complemento do salário.

3 0 7 24 6 8 4,13 1,22 29,54

32- Estou satisfeito com os benefícios oferecidos pela empresa.

4 8 14 15 2 5 3,38 1,33 39,49

3,75

Fonte: Dados primários.

Com relação a política de benefícios da organização, os colaboradores se

demonstraram satisfeitos com os benefícios oferecidos pela organização e

consideram os benefícios como complemento do salário, provavelmente este fato

ocorre devido a Comissária Nelson Heusi, oferecer aos seus colaboradores, vale

transporte, vale alimentação, plano de saúde “UNIMED” e plano odontológico

“Odonto Sharing”.

Tabela 9 – Resultados da variável, critérios e programas de treinamento de recursos humanos.

Frequência Afirmação

1 2 3 4 5 6 Média Desvio Padrão

Coef. Variância Med. Variável

33- Os treinamentos oferecidos pela empresa considero suficiente.

11 10 9 12 6 0 2,83 1,36 47,97

34- Sei que esta empresa investe nos seus funcionários.

11 5 12 13 5 2 3,04 1,44 47,43

2,94

Fonte: Dados primários. Percebe-se que na variável critérios e programas de treinamento as médias

foram baixas, inferiores a 3,0 e o coeficiente de variância muito alto, superior a

47,00, para os colaboradores os treinamentos oferecidos pela empresa são poucos

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66deixando a desejar e que também são poucos os investimentos feitos com os

funcionários, provavelmente este fato ocorre devido a Comissária Nelson Heusi

efetuar um grande número de contratações, e esses recém contratados na maioria

das vezes não recebem um treinamento adequado para exercer a função.

Tabela 10 – Resultados da variável, condições físicas ambientais de trabalho da organização.

Freqüência Afirmação

1 2 3 4 5 6 Média Desvio Padrão

Coef. Variância Med. Variável

36- Os equipamentos disponibilizados pela empresa facilitam meu serviço

9 4 10 13 7 5 3,42 1,57 45,83

37-Eu tenho problemas com os equipamentos que utilizo.

6 4 8 16 13 11 3,81 1,60 42,04

38- A empresa proporciona toda segurança necessária para evitar danos que possam prejudicar a saúde.

1 4 10 13 14 6 4,10 1,23 29,94

3,78

Fonte: Dados primários. Quanto a variável condições físicas e ambientais de trabalho da organização,

ao questionar os funcionários sobre a disponibilidade de equipamentos observou-se

um coeficiente de variância muito alto, o mesmo se repetiu com a afirmação possuo

problemas com os equipamentos que utilizo, no entanto os colaboradores se dão por

satisfeitos com a segurança proporcionada pela empresa com o intuito de evitar

danos que possam prejudicar a saúde.

Tabela 11 – Resultados da variável, critérios de avaliação do desempenho. Frequência

Afirmação 1 2 3 4 5 6 Média Desvio

Padrão Coef.

Variância Med. Variável

35- A empresa faz uma avaliação do desempenho de forma adequada.

7 5 16 12 6 2 3,23 1,33 41,08

47- Esta empresa consegue me inspirar a dar o melhor que posso em termos de desempenho.

1 0 10 15 12 10 4,40 1,15 26,16

3,99

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6748- A empresa busca aproveitar as habilidades profissionais que eu possuo.

1 2 6 21 7 11 4,33 1,20 27,60

Fonte: Dados primários. Com relação a variável critérios de avaliação e desempenho, provavelmente

não vem sendo feito uma avaliação do desempenho adequada pela organização,

pois essa afirmação obteve coeficiente de variância de 41,08, porém para os

funcionários a organização consegue inspirar os mesmos a darem o melhor de si em

termos de desempenho e também aproveitar as habilidades profissionais de cada

um, o desvio padrão foi baixo.

Tabela 12 – Resultados da variável, grau de flexibilidade das políticas da organização.

Frequência Afirmação

1 2 3 4 5 6 Média Desvio Padrão

Coef. Variância Med. Variável

39- Tenho autorização para tomada de decisção em casos de necessidade.

6 2 13 18 6 3 3,52 1,31 37,12

40- Possuo liberade para expressar minhas idéias e opniões.

0 1 3 13 15 16 4,88 1,01 20,78

4,20

Fonte: Dados primários. Quanto a variável grau de flexibilidade das políticas da organização a média

foi alta e o desvio padrão baixo, constatou-se que muitos funcionários em

determinadas ocasiões podem ter a tomada de decisão, assumindo determinadas

responsabilidades, cabe evidenciar que quase todos os funcionários possuem a

liberdade de expressar suas idéias e opiniões, até porque a sala do sócio

administrador fica de portas abertas para todos que queiram opinar ou sugerir

melhorias para empresa.

Tabela 13 – Resultados da variável valorização e reconhecimento.

Frequência Afirmação

1 2 3 4 5 6 Média Desvio Padrão

Coef. Variância Med. Variável

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68

41- Eu me sinto reconhecido pelo meu trabalho nesta empresa.

4 6 8 15 9 6 3,77 1,43 37,99

42- Eu sou valorizado pelo trabalho que realizo aqui.

6 4 11 13 8 6 3,65 1,49 40,95

3,71

Fonte: Dados primários. Constatou-se ao analisar a variável valorização e reconhecimento que a

média foi alta em torno de 3,71 e o coeficiente de variância em torno de 40,00, isso

prova que há colaboradores satisfeitos com o reconhecimento da empresa pelo

serviço prestado a ela e outros aguardando o reconhecimento da empresa pelo

serviço prestado, da mesma forma possui funcionários se sentindo valorizado pelo

serviço prestado e outros não. Considera-se a variável valorização e

reconhecimento preocupante para o funcionamento da empresa.

Tabela 14 – Resultados da variável volume de trabalho.

Frequência Afirmação

1 2 3 4 5 6 Média Desvio Padrão

Coef. Variância Med. Variável

43- Normalmente eu preciso fazer horas extras.

9 6 10 14 4 5 3,27 1,54 47,01

44- O meu volume de trabalho é excessivo. 4 4 13 19 3 5 3,58 1,29 35,95

3,43

Fonte: Dados primários. Com relação a variável, volume de trabalho a média variável foi de 3,42,

normalmente os colaboradores fazem horas extras devido ao segmento que a

organização exerce na área do despacho aduaneiro, por isso constatamos que a

funcionários com uma carga horária maior, provavelmente este fato ocorre devido as

necessidades do departamento de exportação, que precisa cumprir com os

armadores os dead lines, havendo necessidade de horas extras.

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69Tabela 15 – Resultados da variável trabalho versos vida pessoal.

Frequência Afirmação

1 2 3 4 5 6 Média Desvio Padrão

Coef. Variância Med. Variável

45- Minha carga horária de serviço atrapalha minha vida pessoal.

2 1 9 14 9 13 4,38 1,33 30,46

46- A empresa me permiti sair em horário de trabalho caso exista necessidade de resolução de problemas pessoais.

2 1 5 17 6 17 4,56 1,34 29,31

4,47

Fonte: Dados primários. Quanto a variável trabalho versos vida pessoal a média variável foi de 4,47,

para grande maioria dos colaboradores a carga horária de trabalho não atrapalha a

vida pessoal, e a empresa também permiti aos funcionários de sair em horário de

trabalho caso exista necessidade de resolução de problemas pessoais.

Tabela 16 – Resultado da variável política e disciplina da organização.

Frequência Afirmação

1 2 3 4 5 6 Média Desvio Padrão

Coef. Variância Med. Variável

49- Em comparação com as outras empresas considero esta empresa muito rígida

1 2 13 18 8 6 4,00 1,14 28,41

50- A empresa faz um controle rígido sobre a entrada e saída dos funcionários.

4 2 10 14 8 10 4,04 1,46 36,05

4,02

Fonte: Dados primários. Considerando a variável política e disciplina da organização a média variável

foi de 4.02. Os colaboradores consideram a empresa em comparação com as

outras, muito rígida e o maior controle exercido é as entradas e saídas dos

colaboradores.

Tabela 17 – Resultado da variável política de recrutamento e seleção e RH

Freqüência Afirmação

1 2 3 4 5 6 Média Desvio Padrão

Coef. Variância Med. Variável

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70

51- Considero os critérios adotados para contratação de funcionários corretos.

4 1 8 20 9 6 3,98 1,30 32,64

52-No momento da minha contratação a empresa me passou as tarefas exigidas para exercer minha função.

1 3 4 18 7 15 4,50 1,29 28,69

4,24

Fonte: Dados primários. Com relação a variável política de recrutamento e seleção de recursos

humanos, obteve-se médias altas e desvio padrão baixo. Os funcionários

consideram os procedimentos adotados recursos humanos corretos, a maioria dos

funcionários recebeu instruções referente a função que iria exercer na organização.

Tabela 18 – Resultados da variável tipo de supervisão exercido sobre o pessoal.

Frequência Afirmação

1 2 3 4 5 6 Média Desvio Padrão

Coef. Variância Med. Variável

53- Eu sempre recebo retorno (feedback) sobre o resultado do meu do meu serviço.

10 2 25 7 3 1 2,88 1,20 41,78

54- Preciso dar satisfação a empresa constantemente sobre o meu atendimento com os clientes.

5 4 16 18 3 2 3,33 1,18 35,36

3,10

Fonte: Dados primários. Percebe-se na variável tipo de supervisão exercida sobre o pessoal uma

média inferior a 3,10, os colaboradores não recebem retorno (feedback) sobre o

resultado do seu serviço prestado para organização, percebeu-se que alguns

colaboradores devem satisfação sobre o atendimento com os cliente, provavelmente

este fato ocorre devido a Comissária Nelson Heusi trabalhar com células, ou seja

somente os coordenadores e gerentes podem atender os cliente, havendo então

uma cobrança constante sobre o atendimento dado aos clientes, por este motivo

muitos dos colaboradores gostariam de receber um retorno sobre o resultado do

serviço.

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71Tabela 19 – Resultados da variável, oportunidades de crescimento profissional oferecida pela organização.

Frequência Afirmação 1 2 3 4 5 6 Média Desvio

Padrão Coef.

Variância Med. Variável

55- A empresa possibilita que eu cresça não somente como um profissional, mas também como pessoa.

1 3 9 17 6 12 4,25 1,30 30,57

56- Nesta empresa sei que tenho possibilidade de seguir carreira profissional.

1 0 10 12 10 15 4,56 1,24 27,18

4,40

Fonte: Dados primários. Com relação a variável oportunidades de crescimento profissional oferecida

pela empresa a média foi superior a 4,40, com desvio padrão inferior a 1,30, os

colaboradores possuem uma espectativa de crescimento e carreira, e além disso a

empresa proporciona aos colaboradores o crescimento também como pessoa,

variável essa favorável para organização.

Tabela 20 – Resultados da variável, a moral do pessoal da organização.

Frequência Afirmação

1 2 3 4 5 6 Média Desvio Padrão

Coef. Variância Med. Variável

57- Eu gosto do que faço. 2 0 2 10 8 26 5,08 1,26 24,70

58- Sinto-me feliz em trabalhar nesta empresa.

0 1 2 11 9 25 5,15 1,04 20,22

5,11

Fonte: Dados primários. Quanto a moral do pessoal na organização a média foi 5,11 e o coeficiente

de variância inferior a 25,00, os colaboradores que trabalham nessa organização

gostam do serviço que realizam e se sentem felizes por fazerem parte do quadro

de funcionários da organização.

Segue abaixo gráfico das variáveis da rotatividade:

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72

Variáveis da Rotatividade

2,75

4,605,04

3,784,41

3,343,75

2,93

3,783,994,203,71

3,42

4,474,024,24

3,10

4,40

5,11

0

1

2

3

4

5

6

Rotatividad

e

Relação s

upervi

sores

Relacion

amen

to co

m os co

legas

Intera

ção e

ntre os d

eparta

mentos

Tipo de

relac

ionam

ento

human

o

Polític

a salar

ial

Polític

a de ben

efício

s

Critério

s e pr

ogramas d

e trei

namen

to

Condiçõ

es fís

icas e

ambie

ntais

Critério

s de av

aliaç

ão e

dese

mpenh

o

Grau de f

lexibi

lidad

e da polí

ticas

Valoriz

ação

e rec

onhe

cimen

to

Volume d

e trab

alho

Trabalho

verso

s vida p

esso

al

Polític

a e disc

iplina

Polític

a de rec

rutam

ento

e sele

ção

Tipo de

supe

rvisã

o exe

rcida

Oportu

nidad

e de c

rescim

ento

Moral d

o pesso

al

Rotatividade na Comissária Nelson Heusi

Méd

ia d

as v

ariá

veis

Gráfico 1 – Resultados das variáveis da rotatividade Fonte: Dados primários.

Ao analisar o gráfico das variáveis da rotatividade, ou seja, destes

fenômenos internos que influenciam mais na rotatividade de funcionários neste

momento, podemos ressaltar a política salarial com média 3,34, os critérios e

programas de treinamentos com média de 2,93 e o tipo de supervisão exercido

com média de 3,10, sendo estes os fenômenos que provavelmente mais

influenciam na rotatividade dos funcionários.

3.2.5 O comprometimento predominante nos colaboradores

Após a análise dos fenômenos internos da rotatividade, buscou-se verificar o

tipo de comprometimento que predomina na Comissária Nelson Heusi, abaixo

apresenta-se os resultados do comprometimento normativo.

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73Tabela 21 – Resultados da variável comprometimento normativo.

Frequência Afirmação 1 2 3 4 5 6 Média Desvio

Padrão Coef.

Variância Med. Variável

5- Não sinto qualquer obrigação de permancer nesta organização

13 7 15 9 2 2 2,71 1,37 50,54

6- Não deixaria minha organização agora porque sinto obrigações para com as pessoas que aqui trabalham.

3 3 8 12 10 12 4,23 1,46 34,55

7- Sinto que, se recebesse uma oferta de melhor emprego, não seria correto deixar minha organização.

10 3 16 9 6 4 3,21 1,51 47,17

3,38

Fonte: Dados primários. Com relação ao tipo de comprometimento “normativo” constatou-se que ao

questionar a permanência dos colaboradores na empresa a média foi muito baixa,

no entanto demonstraram preocupação com os demais integrantes da organização,

com uma média superior a 4,0.

Tabela 22 – Resultados da variável comprometimento afetivo.

Frequência Afirmação

1 2 3 4 5 6 Média Desvio Padrão

Coef. Variância Med. Variável

8- Estou disposto a esforça-me além do que é normalmente esperado, afim de ajudar esta organização a ter sucesso.

0 0 1 13 7 27 5,25 0,92 17,60

9- Considero meus valores muito semelhantes aos valores desta organização.

1 3 5 15 11 13 4,48 1,27 28,46

10- Não me sinto como um simples empregado, pois sinto que esta organização também me pertence.

3 2 19 9 8 7 3,79 1,35 35,69

4,51

Fonte: Dados primários. Constatou-se ao analisar a variável comprometimento afetivo que a grande

maioria dos colaboradores estão dispostos a contribuir com a organização com o

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74intuito de alcançar os objetivos estabelecidos pela empresa, havendo médias altas

e desvios baixos, pode-se considerar a variável comprometimento afetivo relevante

para a organização.

Tabela 23 – Resultados da variável comprometimento instrumental.

Frequência Afirmação

1 2 3 4 5 6 Média Desvio Padrão

Coef. Variância Med. Variável

11- Não há muito a ganhar se ficar nesta organização para sempre.

12 6 12 11 3 4 2,98 1,53 51,50

12- Decidir trabalhar nesta organização foi engano da minha parte.

32 3 13 0 0 0 1,60 0,88 55,08

13- Me mantenho nesta organização porque sinto que não conseguiria facilmente entrar em outra organização.

26 4 17 1 0 0 1,85 0,98 52,79

2,14

Fonte: Dados primários. Quanto a variável comprometimento instrumental percebe-se que as médias

foram inferiores a 2,2, havendo coeficiente de variância superior a 50,00, isso

demonstra que os colaboradores não estão sendo motivados o suficiente para se

manter na organização, proporcionando ainda mais a rotatividade.

Com relação ao comprometimento, após a aplicação dos questionários e

análise das variáveis, concluímos que o comprometimento predominante na

Comissária Nelson Heusi é o afetivo. Percebe-se que a grande maioria dos

colaboradores estão dispostos a contribuir com a organização com o intuito de

alcançar os objetivos estabelecidos pela empresa, muitos consideram seu valores

semelhantes ao da organização.

Segue abaixo a visualização dos tipos de comprometimento analisados.

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75

01234

5

Média

1

Comprometimento predominante na Comissária Nelson Heusi

Tipos de comprometimento

Comprometimento Normativo Comprometimento AfetivoComprometimento Instrumental

Gráfico 2 – Resultados dos tipos de comprometimento Fonte: Dados primários.

Nos resultados expostos em toda a pesquisa percebeu-se que no que tange

aos fenômenos internos que influenciam na rotatividade da Comissária Nelson

Heusi são fenômenos que não favorecem a rotatividade de modo significativo, pois

resultaram-se bem positivos.

Apesar do grande número de respondentes (21) ter menos de 1 ano de

empresa, o comprometimento afetivo tem seu predomínio assegurado dentro da

empresa na percepção dos funcionários.

Nota-se então que, como os fenômenos internos são positivos e

desfavoráveis a rotatividade, é realmente possível existir comprometimento afetivo

na organização.

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763.3 Sugestões para empresa

Ao término desta pesquisa, que teve como objetivo analisar os fenômenos

que contribuem para a rotatividade dos funcionários e o comprometimento na

Comissária Nelson Heusi, apresentam-se algumas sugestões que visam contribuir

para a empresa.

• Salário: Adequação dos salários com as habilidades do ocupante, para que

as habilidades dos ocupantes estejam coerentes com os requisitos exigidos

pela função que exerce. Essas alterações poderão reduzir a insatisfação do

funcionário devido à remuneração inadequada. Sugere-se um plano de

cargos e salários, pois servirá como fator de motivação aos colaboradores

que almejam seguir carreira na organização.

• Benefícios: Os benefícios são formas indiretas de remuneração total, são

vantagens concedidas pelas organizações, a título de pagamento adicional

dos salários. Conforme demonstrado no perfil dos colaboradores, muitos

moram em cidades vizinhas ou em bairros mais afastados, havendo a

necessidade de fazer suas refeições em estabelecimentos próximos à

organização, Atualmente a empresa disponibiliza vale alimentação/ refeição,

no entanto se levarmos em conta os dias úteis trabalhados, o valor

disponibilizado não oferece aos colaboradores uma boa refeição, ou melhor,

não é possível realizar todas as refeições fora de casa nos dias úteis.

Sugere-se então, aumentar o valor em 25%.

• Variável, critérios e programas de treinamento: Notou-se nessa variável

a necessidade de desenvolver um programa de treinamento e

desenvolvimento, para que os colaboradores tenham condições necessárias

de estabelecer ações, para que possam alcançar os resultados esperados

pela organização. Sugere-se então um maior acompanhamento do

departamento de recursos humanos, disponibilizando cursos e treinamentos

específicos para cada função, com a intenção de se obter os resultados

esperados.

• Variável valorização e reconhecimento: Constatou-se nessa variável que

os colaboradores não se sentem valorizados e reconhecidos pela

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77organização. Sugere-se então que quando houver novas oportunidades

dentro da empresa, devido ao desligamento de um colaborador ou uma

nova função ou cargo, seja oferecida primeiramente a funcionários já

existentes dentro da organização, dando a estes oportunidades, valorizando

e reconhecendo o serviço do funcionário prestado a organização.

• Critério de avaliação e desempenho: Percebe-se que na organização o

critério de avaliação e desempenho ocorre com pouca freqüência, e quando

ocorre é efetuado pelo gerente do departamento. Sugere-se então, que haja

uma bonificação ou premiação referente ao seu desempenho com forma de

avaliação não só para a gerência, como ocorre atualmente, mas também

para os demais funcionários.

• Variável tipo de supervisão exercido sobre o pessoal: Quanto à

supervisão exercida sobre os colaboradores, percebe-se que o

departamento de recursos humanos da organização não faz um

acompanhamento sobre o serviço e atendimento realizado pelos seus

colaborados aos seus clientes, é importante apresentar aos colaboradores

um retorno (feedback), para que os mesmos possam ter uma noção se

precisam melhorar seu serviço e atendimento aos clientes. Sugere-se então

que seja realizada uma pesquisa trimestral levantando informações

pertinentes ao atendimento e relacionamento com os clientes.

É importante salientar que tais sugestões são viáveis neste determinado

momento em estudo, mas que devem ser verificadas constantemente, para

identificação de sua efetivação.

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785 CONSIDERAÇÕES FINAIS Este trabalho teve como objetivo analisar a rotatividade de funcionários e

sua relação com o comprometimento na Comissária Nelson Heusi Ltda, e para

alcançar este objetivo, foi desenvolvido uma entrevista com os gestores e um

questionário com os colaboradores, com o propósito de verificar a percepção dos

mesmos quanto à rotatividade e o comprometimento, sendo a pesquisa qualitativa -

quantitativa bastante adequada ao objetivo proposto.

Apesar da literatura científica escassa na área de rotatividade, foi possível

identificar os fenômenos internos que ocorrem na Comissária Nelson Heusi Ltda,

contribuindo para a produção científica nesta área.

Fato que inicialmente surpreendeu neste estudo foi o predomínio do

comprometimento afetivo dentro da organização, apesar da alta taxa de

rotatividade que se apresenta. Este resultado possivelmente ocorre por dois

prováveis motivos. O primeiro já identificado nas pesquisas publicadas, sendo uma

característica das empresas brasileiras o predomínio do comprometimento afetivo,

seguido do normativo e do instrumental. O segundo motivo refere-se aos

fenômenos externos que podem estar influenciando fortemente a rotatividade na

organização, sendo que alguns destes foram citados pelos gestores.

Dentre estes fenômenos podemos verificar a própria concorrência, a Nelson

Heusi busca contratar funcionários que não tenham trabalhado ainda neste setor,

então os funcionários que trabalham na Nelson Heusi são muito visados pelas

demais concorrentes. Este fato, dentre outros fatores externos, podem estar

influenciando na rotatividade, porém cabe analisar estes fenômenos em outra

pesquisa, desta forma este estudo não se finaliza neste momento.

Sugere-se então o estudo dos fenômenos externos que possam estar

influenciando na rotatividade e também uma nova pesquisa qualitativa apenas com

os funcionários que possuem mais tempo de empresa.

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79 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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APÊNDICE A

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85 Roteiro de entrevista de levantamento de informações a respeito do Turn-

over e o comprometimento dos colaboradores na Comissária Nelson Heusi Ltda.

O presente instrumento destina-se a levantar informações a respeito da

percepção dos gestores em relação ao Turn-over e o comprometimento dos

colaboradores na Comissária Nelson Heusi Ltda.

1) Na sua opinião existe problema de rotatividade com os colaboradores da

organização? Qual a causa?

2) A Comissária Nelson Heusi possui colaboradores comprometidos com a

organização?

3) Existe uma política de remuneração na empresa?

4) A Comissária Nelson Heusi considera a remuneração como um fator

motivancional?

5) Qual a situação da empresa perante o mercado, no enforque salário?

6) A Comissária Nelson Heusi apresenta um plano de cargos e salários?

7) Os benefícios oferecidos pela Comissária Nelson Heusi se comparados

com os concorrentes seguem o mesmo padrão?

8) A Comissária Nelson Heusi considera os benefícios como um adicional

dos salários?

9) A empresa busca de alguma forma conhecer ou avaliar o desempenho

dos funcionários?

10) Qual é o tipo de supervisão exercido pela empresa? É rígido? De que

forma vocês “controlam” os funcionários?

11) Existe possibilidade de crescimento do profissional “carreira” na

empresa? Todos os colaboradores tem conhecimento? Muitos funcionários já

começaram aqui e continuaram trabalhando em outro cargo?

12) Você considera que esta empresa mantém um clima de relacionamento

aberto, na qual os funcionários podem opinar sobre o que pensam sem medo?

Existe uma relação de apoio entre os funcionários?

13) A empresa proporciona todas as condições físicas necessárias para que

os funcionários executem bem o seu trabalho? Equipamentos funcionando,

manutenção, preocupação com a saúde?

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86 14) A cultura que a organização possui hoje ainda tem muito de modo de

pensar e administrar do seu avô?

15) Vocês possuem algum sistema ou critérios de recrutamento e seleção?

Como é feito a seleção de pessoas?

16) Após a contratação dos funcionários para preenchimento de vagas a

Comissária Nelson Heusi aplica algum tipo de treinamento? Quem explica como o

serviço seve ser feito? O Senhor acha que isso atrapalha o andamento da

empresa?

17) É de conhecimento da Diretoria da empresa os custos gerados pelo alto

índice de rotatividade?

18) O que a Comissária Nelson Heusi poderia fazer para diminuir o índice de

rotatividade na organização e gerar maior comprometimento dos colaboradores?

19) É feita uma entrevista de desligamento para descobrir os motivos da

saída da organização?

20) O Senhor considera esta empresa flexível as mudanças que devem ser

feitas? Ou a empresa é mais lenta, resistente para realização das mudanças?

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APÊNDICE B

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88ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS

Leonardo César Pereira da Silva

Estagiário

Sérgio Luiz Heusi

Supervisor de campo

Prof. Cristina Pereira Vecchio Balsini, Msc

Orientadora de estágio

Prof. Eduardo Krieger da Silva, Msc

Responsável pelos Estágios em Administração