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Faculdade de Ciências Contábeis e Administração do Vale do Juruena Bacharelado em Ciências Contábeis ANÁLISE DA DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO: UM ESTUDO DE CASO EM UMA COOPERATIVA DE CRÉDITO RAFAELA JACOMEL DENEGATE Juína – MT 2009

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Faculdade de Ciências Contábeis e Administração do Vale do Juruena Bacharelado em Ciências Contábeis

ANÁLISE DA DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO: UM ESTUDO DE CASO EM UMA COOPERATIVA DE

CRÉDITO

RAFAELA JACOMEL DENEGATE

Juína – MT 2009

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RAFAELA JACOMEL DENEGATE

ANÁLISE DA DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO: UM ESTUDO DE CASO EM UMA COOPERATIVA DE

CRÉDITO Monografia apresentada ao curso de Graduação em Ciências Contábeis, da Faculdade de Ciências Contábeis e Administração do Vale do Juruena, como requisito parcial para obtenção do título Bacharel em Ciências Contábeis.

Profª. Mestre. Cleiva Schaurich Mativi

Orientadora

Juína – MT 2009

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RAFAELA JACOMEL DENEGATE

ANÁLISE DA DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO: UM ESTUDO DE CASO EM UMA COOPERATIVA DE

CRÉDITO

Monografia apresentada em 22 de Junho de 2009 e aprovada pela Banca Examinadora, constituída pelos professores:

______________________________________ Professora Mestre Cleiva Schauri Mativi

Orientador – Presidente da Banca

______________________________________ Professora Mestre Ahiram Cardoso Silva Lima

Membro

________________________________________ Professora Mestre Mara Luiza Gonçalves Freitas

Membro

Juína – MT 2009

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Dedico este trabalho a meus queridos

pais, Antônio e Maria de Fátima, que

sempre acreditaram, incentivaram,

apoiaram e torceram por mim e pela

realização de meus sonhos. Também

dedico aos meus irmãos Paulo e Rodrigo,

pelo carinho que sempre me

demonstraram e a todos os que me

auxiliaram neste desafio, pelo apoio e

compreensão demonstrada durante toda

esta caminhada.

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AGRADECIMENTOS A Deus, pela saúde e dom da vida.

Aos professores do Curso de Ciências Contábeis da AJES, pelo

profissionalismo, competência, dedicação e excelência dos conhecimentos

transmitidos

A Professora Orientadora, Ms.Cleiva Schaurich Mativi, pela confiança dada ao

tema e pela orientação no desenvolvimento deste trabalho de conclusão de curso.

Aos dirigentes e conselheiros do SICREDI UNIVALES que me possibilitaram

cursar o referido curso em sua integra, aos demais colaboradores pelo incentivo e

em especial aos colegas Anderson Wintz Coutinho e Vilma Aparecida dos Santos

Ribeiro que disponibilizaram as informações necessárias ao embasamento do

estudo e dos dados inseridos neste trabalho.

A todos os colegas que partilharam deste curso, em especial as amigas,

Celiane, Dorildes, Eliane, Eliete, Gesiane, Luciana e Luciane, por todos os

momentos que passamos juntos, dentro e fora de sala de aula, pelas experiências

somadas ao conhecimento de cada um.

A meus pais que sempre ensinaram e mostraram que com honestidade,

perseverança e trabalho duro podemos conquistar todos os nossos sonhos e

objetivos e que não deixaram em momento nenhum que eu desistisse de buscar por

eles.

Em especial ao meu amor, pelo companheirismo, cumplicidade, carinho e

paciência durante toda essa caminhada e incentivo durante o desenvolvimento deste

trabalho.

Enfim, a todos que fizeram e fazem parte da minha vida, o meu muito

obrigado.

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“É melhor tentar e falhar, que preocupar-

se e ver a vida passar; é melhor tentar,

ainda que em vão, que sentar-se fazendo

nada até o final.

Eu prefiro na chuva caminhar, que em

dias tristes em casa me esconder.

Prefiro ser feliz, embora louco, que em

conformidade viver...”

(Martin Luther King)

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RESUMO

As sociedades cooperativas estão sempre buscando o desenvolvimento econômico

e o bem estar de seus sócios e da comunidade onde eles estão inseridos. Nesse

sentido, a realização deste estudo visa mensurar e evidenciar a riqueza que a

cooperativa vem adicionando ao seu resultado e demonstra como esta riqueza está

sendo distribuídas entre seus funcionários, governo e associados, além da parcela

que está sendo reinvestida na própria cooperativa. Para isso foi aplicado um estudo

de caso onde o objetivo principal foi encontrar um modelo de elaboração de

Demonstração do Valor Adicionado - DVA que se adequasse a este tipo de

sociedade e que principalmente fosse de fácil entendimento para os sócios afinal é

ele o dono do negócio. A elaboração da DVA teve como base as demonstrações

contábeis da CCLA Vale do Juruena – SICREDI UNIVALES dos anos de 2007 e

2008. Na análise final, verificou-se que 48,28% em média da riqueza gerada pela

cooperativa foi destinadas ao pagamento de salários e encargos dos colaboradores

e em média 19,20% do valor adicionado retorna aos associados de acordo com suas

movimentações financeiras junto a cooperativa. Os demais valores são transferidos

para reserva legal ou adicional, além de uma pequena parcela que é repassada ao

governo que corresponde a 3,08% em média. Este resultado é altamente favorável,

haja vista que a cooperativa através da sua distribuição de riqueza acaba em

contribuir na geração de riqueza da comunidade onde esta está inserida.

Palavras-chave: Associados. DVA. Cooperativas de Crédito. Valor Adicionado.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AGO Assembléia Geral Ordinária

BANSICREDI Banco Cooperativo Sicredi S/A

CFC Conselho Federal de Contabilidade

CMV Custo da Mercadoria Vendida

COFINS Contribuição para Financiamento da Seguridade Social

CREDIVALE Cooperativa de Crédito Rural do Vale do Juruena LTDA

CVM Comissão de Valores Mobiliários

DLPA Demonstração de lucros e prejuízos acumulados

DMPL Demonstração das mutações do patrimônio líquido

DOAR Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos

DRE Demonstrativo do Resultado do Exercício

DVA Demonstração do Valor Adicionado

FATES Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social

FIPECAFI Fundação Instituto de Pesquisa Contábeis, Atuariais e

Financeiras

ICMS Imposto sobre Comércio, Mercadorias e Serviços

IPI Imposto sobre Produtos Industrializados

NBC T Normas Brasileiras de Contabilidade Técnicas

OCB Organização das Cooperativas Brasileiras

ONU Organização das Nações Unidas

PIS Programa de Integração Social

SICREDI Sistema de Crédito Cooperativo

SUREG Superintendência Regional de Desenvolvimento

USP Universidade de São Paulo

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LISTA DE ANEXOS E APÊNDICES Página

ANEXO A - Modelo I – Demonstração do Valor Adicionado – EMPRESAS EM

GERAL..........................................................................................................................67

ANEXO B - Modelo III – Demonstração do Valor Adicionado – SEGURADORAS

......................................................................................................................................68

ANEXO D - Demonstrativo de Resultados SICREDI UNIVALES do ano de 2007......70

ANEXO E - Demonstrativo de Resultado SICREDI UNIVALES do ano de 2008.........71

APÊNDICE A – Termo de Autorização da Empresa para Divulgação dos Dados.......73

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LISTA DE TABELAS Página

Tabela 1-Representatividade dos Ramos do Cooperativismo.................................22

Tabela 2-DVA dos Exercícios Findos em 31 de Dezembro em Milhares de

Reais..................................................................................................................................36

Tabela 3A – Modelo de DVA para Instituições Financeiras Bancárias.....................37

Tabela 3B – Modelo de DVA para Instituições Financeiras Bancárias.....................38

Tabela 4 - Números da Cooperativa em 2007 e 2008..............................................49

Tabela 5 – Modelo de DVA Adaptado.......................................................................51

Tabela 6 – DVA SICREDI UNIVALES 2007 e 2008..................................................54

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LISTA DE FIGURAS E QUADROS Página

Figura 01 – Quantidade de Cooperativas de Crédito por Tipo e Ramo....................27

Quadro 01 – Modelo de DVA para Sociedades Cooperativas..................................39

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LISTA DE GRÁFICOS Página

Gráfico 01 - Números do Cooperativismo no Brasil por Ramo ...............................22

Gráfico 02 - Distribuição do Valor Adicionado.........................................................56

Gráfico 03 - Distribuição Valor Adicionado aos Funcionários..................................57

Gráfico 04 - Distribuição Valor Adicionado ao Governo...........................................58

Gráfico 05 - Distribuição Valor Agregado na Distribuição das Sobras e Lucros....59

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SUMÁRIO Página

1 INTRODUÇÃO..................................................................................15 1.1 Contextualização...........................................................................................15 1.2 Problema de Pesquisa..................................................................................16 1.3 Hipótese.........................................................................................................16 1.4 Objetivos........................................................................................................17

1.4.1 Objetivo geral...................................................................................................17

1.4.2 Objetivo específico...........................................................................................17 1.5 Delimitação da pesquisa..............................................................................18 1.6 Justificativa...................................................................................................18

1.7 Estrutura do Trabalho..................................................................................18

2 REFERENCIAL TEÓRICO.................................................................20 2.1 Cooperativismo..................................................................................................20

2.1.1 Classificação ...................................................................................................21

2.1.2 Cooperativismo de crédito...............................................................................23

2.1.2.1 Cooperativismo de crédito no Brasil.............................................................23

2.1.3 Particularidades das cooperativas de crédito..................................................24

2.1.3.1 Aspectos gerais.............................................................................................24

2.1.3.2 Regime de tributação....................................................................................25

2.1.3.3 Cooperativas de crédito por forma de associação .......................................26

2.1.4 Caracterização das cooperativas de crédito de livre admissão......................27

2.2 Demonstrações contábeis..............................................................................28

2.2.1 Definição.........................................................................................................28

2.2.2 Usuários da análise de demonstrações contábeis.........................................29

2.2.3 Obrigatoriedade da elaboração das demonstrações contábeis.....................30

2.3 Demonstração do valor adicionado..............................................................32

2.3.1 Origem............................................................................................................32

2.3.2 Obrigatoriedade..............................................................................................34

2.3.3 Principais modelos.........................................................................................35

2.3.4 A DVA e a sociedade cooperativa.................................................................38

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2.4 Análise das demonstrações..........................................................................40

2.4.1 Conceito........................................................................................................40

2.4.2 Tipos..............................................................................................................40

2.4.3 Análise Horizontal..........................................................................................41

2.4.4 Análise Vertical..............................................................................................41

3 MÉTODOS DE PESQUISA...........................................................43 3.1 Tipos da pesquisa...........................................................................................43

3.2 Métodos de Abordagem.................................................................................43 3.3 Métodos de procedimentos...........................................................................44 3.4 Métodos de coleta de dados.........................................................................44

4 ANÁLISE E RESULTADOS..........................................................47 4.1 Um estudo sobre a DVA na SICREDI UNIVALES..........................................47

4.2 Aplicação do modelo.......................................................................................49

4.2.1 Análise financeira e social da DVA na SICREDI UNIVALES.........................50

4.2.1.1 Análise dos dados obtidos...........................................................................55

5 CONCLUSÃO................................................................................60

REFERÊNCIAS..............................................................................62

ANEXOS.........................................................................................65

APÊNDICE......................................................................................71

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Contextualização

Diante das dificuldades financeiras, crises sociais e ambientais, cresce no

meio empresarial a prática da responsabilidade social. Muitos empresários

compreendem que seus negócios fazem parte e dependem do meio social.

Eles entendem que, para preservar a saúde financeira de seus

empreendimentos e buscar crescimento e sustentabilidade, necessitam, cada vez

mais, do respeito da sociedade e, além disso, de um ambiente interno e externo

favorável ao desenvolvimento e suas atividades e isso ficou ainda mais claro com as

mudanças para Lei 11.638/07 que altera a Lei 6.404/76, além das alterações na

NBC T 3.7 onde se estende as sociedades de grande porte, disposições relativas á

elaboração e divulgação das demonstrações financeira, dentre elas a Demonstração

do Valor Adicionado - DVA.

As constantes mudanças do mundo moderno exigem das empresas uma

busca cotidiana de novas estratégias para se manterem no mercado, e isso não é

diferente no cooperativismo onde existe uma grande expectativa de crescimento de

cooperativas principalmente as ligadas ao ramo de crédito. Por esse e outros

motivos que se deve ressaltar a importância da apresentação da Demonstração do

Valor Adicionado (DVA) como instrumento de divulgação da informação que poderão

ser úteis aos gestores e dirigentes na tomada de decisão, mesmo que esse tipo de

demonstração não seja obrigatória.

As cooperativas são sociedades solidárias, democráticas e autogeridas.

Nelas cada cooperado é um sócio (dono do negócio), com participação efetiva na

gestão e na responsabilidade do sucesso do negócio.

Elas devem atuar junto à sociedade de forma expressiva e balanceada com

as atividades econômicas que a diferenciarão das demais entidades as quais tem

seu trabalho voltado somente para a acumulação de patrimônio. Desse Modo,

compreende-se a relevância da apresentação e da utilização da DVA como

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ferramenta de divulgação das informações que poderão auxiliar as entidade a

evidenciar a forma com que elas estão atuando junto a sociedade, sendo, portanto

muito útil aos gestores na tomada de decisão.

Através deste trabalho observa-se um estudo comparativo do crescimento

da cooperativa no período de 2 (dois) anos, usando como instrumento a DVA -

Demonstração do Valor adicionado, para demonstrar quanto foi que a cooperativa

vem agregando de riqueza aos seus resultados e como esse valor esta sendo

distribuído pela entidade para os associados e para as demais entidades envolvidas

no processo.

MARION, 2007 p.250 define que: “O Valor Adicionado ou Valor Agregado procura evidenciar para quem a empresa esta canalizando a renda. Se subtrairmos das vendas todas as compras de bens e serviços, teremos o montante de recursos que a empresa gera para remunerar salários, juros, impostos e reinvestir em seu negócio. Esses recursos financeiros gerados levam-nos a contemplar o montante do valor que a empresa esta agregando (adicionando) como conseqüência de sua atividade”.

A pesquisa tem como período de análise os anos de 2007 e 2008, através

desta pretende-se contribuir para o conhecimento acadêmico e das pessoas que

estão direta ou indiretamente ligadas a esse tipo de entidade.

1.2 Problema de pesquisa

Como a DVA pode evidenciar aos associados á riqueza gerada por sua

cooperativa?

1.3 Hipóteses

Para a realização deste trabalho trabalhamos com as seguintes hipóteses:

É relevante que a cooperativa elabore e demonstre o valor adicionado a

seus associados.

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A DVA é um instrumento que pode auxiliar aos associados e dirigentes na

tomada de decisão.

O modelo elaborado permitirá aos associados um melhor entendimento de

como as riquezas estão sendo geradas e distribuídas nessa cooperativa de

crédito.

1.4 Objetivos

1.4.1 Objetivo geral

Este trabalho tem por objetivo evidenciar o valor adicionado ao resultado

das cooperativas de Crédito de Livre Admissão de Associados.

1.4.2 Objetivo específico

Pretendeu - se com a pesquisa:

Adaptar um modelo de DVA que seja de fácil entendimento dos dirigentes e dos

associados.

Evidenciar a geração de riqueza da cooperativa e como esta riqueza está sendo

distribuída.

Possibilitar a comunidade e a sociedade acadêmica, uma visão clara da

Demonstração do Valor Adicionado dentro do cooperativismo de crédito.

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1.5 Delimitação da pesquisa

Este estudo tem como delimitação da pesquisa a adaptação de um modelo

de DVA para cooperativas de crédito de livre admissão a partir de modelos já

existentes na bibliografia sobre tema.

1.6 Justificativa

O trabalho se justifica dado à importância da DVA – Demonstração do Valor

Agregado, para conhecer e entender os aspectos econômicos e sociais, tendo em

vista que no sistema cooperativo o resultado obtido no final do exercício financeiro,

contribui para que os associados possam ter uma melhoria na qualidade de vida ,

através da participação dos resultados.

A DVA – Demonstração do Valor Adicionado tem a capacidade de fornecer

uma série de dados sobre a entidade, de conformidade com as regras contábeis. É

por intermédio da análise que se transforma o dado em informações que ponderam

ser mais eficientes no momento da tomada de decisões. Tornando as

demonstrações mais transparentes e de forma que os sócios possam entender e

acompanhar a evolução e o crescimento de sua Cooperativa de Crédito.

Sendo assim, a DVA – Demonstração do Valor Agregado passa a ser uma

ferramenta que ajudará tanto dirigente, quanto os associados a conhecer melhor o

seu negócio.

1.7 Estrutura do trabalho

O trabalho foi desenvolvido em 05 (cinco) seções:

A primeira seção foi abordado de forma introdutória, à relevância do tema,

objetivos, sendo eles geral e específico.

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Na segunda seção foi desenvolvida a fundamentação teórica sobre o

cooperativismo, tipos de cooperativas, uma breve abordagem sobre demonstrações

contábeis, tipos, usuários. Também foram vistos conceitos sobre a Demonstração do

Valor Adicionado, a obrigatoriedade de demonstrar, os modelos sugeridos, além dos

tipos de analises que foram utilizadas no estudo de caso.

Na terceira seção foram demonstrados os procedimentos metodológicos

utilizados para desenvolver a pesquisa.

O resultado da Analise dos dados coletados e a aplicação do modelo de DVA

obtidos através do estudo de caso realizado na Cooperativa de Crédito de Livre

Admissão de Associados do Vale do Juruena – Sicredi Univales, foram apresentados

na quarta seção.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Cooperativismo

Cooperativismos é uma doutrina que fundamenta o processo social da

cooperação e do auxílio mútuo, tendo como forma a organização e a ação

econômica, onde pessoas que tem um mesmo interesse se associam para que

possam alcançar seus objetivos ou obter vantagens em suas atividades econômicas

sempre levando em consideração sua atividade e sua filosofia.

Desde seu surgimento caracteriza-se pelo seu ideal de transformar a

sociedade através da justiça e da igualdade na busca de um objetivo em comum. “A idéia era permitir que as pessoas juntassem dinheiro e pudessem tomar empréstimo mutuamente, criando assim condições para que a população mais pobre do campo pudesse ter alternativas para sair da miséria e melhorar de vida”. (BITTENCOURT, 2001, p. 31).

Por esses motivos as sociedades cooperativas têm, entre seus princípios, o

de Preocupação pela Comunidade que nada mais é que intermediar a execução de

programas socioculturais em parceria com o governo e outras entidades civis para

melhor a qualidade de vida do associado a da comunidade onde esta inserida. “Sociedade cooperativa é uma associação autônoma de pessoas unidas voluntariamente para satisfazer suas necessidades econômicas e culturais em comum, por meio de uma empresa de propriedade conjunta e de gestão democrática” (SICREDI 2009).

Segundo a Lei Brasileira 5.764/71, as Cooperativas são sociedades de

pessoas, com forma e natureza jurídica próprias, de natureza civil, não sujeitas à

falência, constituídas para prestar serviços aos associados.

Existem vários tipos de cooperativas, dentre elas as Cooperativas de

Credito, que são instituições financeiras formada por pessoas com forma e natureza

jurídica próprias, de natureza civil, sem fins lucrativos e não sujeitas a falência, que

foram criadas com o objetivo de oferecer soluções financeiras e prestar serviços aos

seus associados.

O Cooperativismo de crédito é uma ferramenta de organização econômica

da sociedade tendo como o principal objetivo prestação de serviços financeiros aos

associados, tais como, concessão de crédito, captação de depósitos a vista e a

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prazo, fomenta a poupança, compensação de cheques, venda de consórcio além de

outras operações específicas que podem variar de cooperativa para cooperativa, e

que foi criada no século XIX.

Esse tipo de cooperativa, comum na Alemanha nesse período, operava

juntamente com as cooperativas de consumo, para atender principalmente aos

pequenos produtores e artesões. “O Ramo de Crédito um dos primeiros ramos a se organizar no País atua no crédito rural e urbano foi praticamente extinto pelo governo entre as décadas de 1960 e 1980.

Nos anos 90 o ramo se reestruturou. Com o objetivo de facilitar o acesso dos associados ao mercado financeiro com melhores condições que as instituições bancárias tradicionais, hoje o ramo está consolidado e é um dos que mais cresce no País” (FUNDAÇÃO SICREDI, 2008, p. 30).

O cooperativismo de crédito dissemina o princípio básico de concessão de

crédito individual baseado em poupanças coletivas, promovendo a educação

econômica e financeira dos seus cooperados chegando à maioria das entidades,

prestam serviços bancários completos. Além de que os recursos arrecadados pelas

cooperativas de crédito são aplicados na própria comunidade, proporcionando

indiretamente oportunidades aos seus sócios.

2.1.1 Classificação

No Brasil existem cooperativas em 13 setores da economia de acordo com

seus ramos de atividade econômica com, por exemplo, ás de educação, saúde,

agropecuário, habitacional, consumo, mineral, trabalho, transporte, turismos e lazer,

crédito e outros que são representados pela OCB - Organização das Cooperativas

Brasileiras. “Para melhor cumprir sua função de entidade representativa, a OCB estabeleceu os ramos do cooperativismo. Eles se baseiam nas diferentes áreas em que o movimento atua. As atuais denominações dos ramos foram aprovadas pelo Conselho Diretor da OCB, em 4 de maio de 1993. A divisão também facilita a organização vertical das cooperativas em confederações, federações e centrais”. (OCB, 2009).

Hoje no Brasil existem 7.666 Cooperativas. O gráfico a seguir mostra como

estas cooperativas estão distribuídas nos treze ramos e qual a fatia do mercado ele

representa.

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Tabela 01 - Representatividade dos Ramos do Cooperativismo

Ramo de Atividade Cooperativas Representatividade (%) Crédito 1.148 14,98 Agropecuário 1.544 20,14 Consumo 141 1,84 Educacional 337 4,4 Especial 12 0,16 Habitacional 381 4,97 Infra-Estrutura 141 1,84 Mineral 40 0,52 Produção 208 2,71 Saúde 919 11,99 Trabalho 1.826 23,82 Transporte 945 12,33 Turismo e Lazer 24 0,31 Total 7.666 100

Fonte: Adaptado pela autora de OCB, 2009

Gráfico 01 - Números do Cooperativismo no Brasil por Ramo

Fonte: Adaptado pela autora de OCB, 2009.

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Devido o foco de este trabalho ser as Cooperativas de Crédito, não será

viável aqui aprofundar sobre as demais cooperativas e sim trazer ao conhecimento

de todos, o quão grande é a diversidade de seguimentos dos ramos cooperativos.

2.1.2 Cooperativismo de Crédito

As cooperativas de crédito são, na verdade, instituições financeiras

constituídas sob forma de sociedade cooperativa, tendo por principal objetivo a

prestação de serviços financeiros aos seus associados desde que estejam

previamente estabelecidas na legislação especifica em vigor.

Para Meinen, Domingues, Domingues (2002, p.40): a cooperativa de crédito

é uma sociedade de pessoas com natureza própria de cooperativa, do gênero de

serviço crédito, com vedação de lei do uso da expressão BANCO, e obrigatoriedade

da expressão “cooperativa” em seu nome.

2.1.2.1 Cooperativismo de crédito no Brasil

No Brasil, o Cooperativismo de crédito surgiu no início do Século XX, trazido

pelos imigrantes alemães e italianos.

“Ramo Crédito: engloba as cooperativas destinadas a promover a poupança e financiar necessidades ou empreendimentos dos seus associados. O ramo está organizado em cooperativa de crédito rural, crédito mútuo e créditos Luzzatti. A cooperativa mais antiga em funcionamento no Brasil é a Cooperativa de Nova Petrópolis Ltda. – Sicredi Pioneira, no Rio Grande do Sul, que completou, em 2002, 100 anos de existência”. (SANTOS; GOUVEIA; VIEIRA, 2008).

Após algumas tentativas de implantação de cooperativas no país sem êxito,

1902, na localidade de Linha Imperial, Município de Nova Petrópolis – RS, pelas

mãos do padre suíço Theodor Amstad (idealizado e disseminador da idéia no país),

nasce à primeira Cooperativa de crédito na America Latina que funciona até hoje.

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“A primeira Cooperativa de crédito brasileira foi criada em 1902 em uma reunião do Sindicato Agrícola Bauerverein, coordenada pelo Padre Amstad. No dia 28 de dezembro de 1902, em Nova Petrópolis, um grupo de 20 sócios aprovou o estatuto da Sparkasse Amstad (Caixa de Economia e Empréstimos, também conhecida como Caixa Rural), a origem da atual SICREDI Pioneira RS. A experiência de constituição de cooperativa de credito tem mais de 100 anos no Brasil” (FUNDAÇÃO SICREDI, 2008, p. 10).

2.1.3 Particularidades das cooperativas de crédito

2.1.3.1 Aspectos gerais

A Sociedade Cooperativa são sociedades de pessoas de natureza civil, com

formas e natureza jurídica própria, distintas das demais espécies societárias, não

sujeitas a falência, e se constituem para prestar serviços aos associados. Ela pode

escolher por objeto qualquer gênero de serviço, operação ou atividade. Em sua

denominação devera constar, obrigatoriamente, a expressão “Cooperativa”, sendo-

lhe vedado o uso da expressão “Banco”.

Muitas cooperativas no exercício da sua atividade realizam negócios com

seus sócios (cooperados), como com não sócios (clientes ou não cooperados).

As atividades e operações realizadas entre a cooperativa e o cooperado são

denominadas ato cooperativo.

Na definição da Lei. 5.764, de 16 de Dezembro de 1971, art. 79, denomina-

se atos cooperativos os praticados entres estes e aqueles e pelas cooperativas entre

si quando associado, para consecução dos objetivos sociais.

E complementa em seu parágrafo único: “O ato cooperativo não implica

operação de mercado, nem contrato de compra e venda do produto ou mercadoria”.

A destinação do resultado obtido das atividades e operações realizadas

entre a cooperativa e seus sócios poderá ser distribuída da seguinte forma:

destinar no mínimo 10% ao fundo de Reserva;

no mínimo 5% do Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social;

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25

as demais sobras podem ser destinadas a outros fundos de capitalização ou

diretamente aos associados de acordo com as operações que cada um deles

teve com a cooperativa.

Já as atividades e operações realizadas com não associados denomina-se

como ato não cooperativo.

Trindade (2006 p.03) esclarece que: “As operações tidas como ato não cooperativo é as realizadas com indivíduos estranhos ao quadro social, são considerados mercantis, incidindo, portanto, imposto de renda. Não pode, entretanto, ocorrer à tributação nos moldes tradicionais, em razão do principio da igualdade, por ser a finalidade das sociedades comerciais diversa das cooperativas que não visam lucro”.

“O resultado das operações relativas a atos não cooperativos terá tratamento diferenciados do resultado das operações relativas a atos cooperativos. Os resultados dos atos não cooperativos (lucro ou prejuízos) não serão distribuídos aos cooperados, integrarão fundo específico e indivisível e serão contabilizados em separado, de modo a permitir cálculo de tributos incidentes sobre tais operações”. (SANTOS, GOUVEIA e VIEIRA, 2008, p. 22).

Isso acontece porque os resultados obtidos pelo ato não cooperativo não

estão relacionados com o cooperado e sim a economia da cooperativa. Nesse caso

o valor positivo apurado (Lucros) será contabilizado separadamente para a

incidência de tributos e lançados no Fundo de Assistência Técnica, Educacional e

Social (FATES).

Já o ato cooperativo, como não haverá lucro e sim sobra, nesse caso não haverá a

incidência de Contrição Social como trata a Lei n° 7.689, de 15 de dezembro de

1988, e do imposto de renda da pessoa Jurídica por serem tributos incidentes sobre

o lucro.

2.1.3.2 Regime de tributação

As cooperativas de créditos são as únicas que deveram ser tributadas pelo

lucro real, as demais poderão ser tributadas pelo lucro presumido.

“Com exceção das cooperativas de crédito que deverão ser tributadas com base no

Lucro Real, as demais sociedades cooperativas poderão optar pela tributação com

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Base no Lucro Presumido ou com base no Lucro Real”. (SANTOS; GOUVEIA;

VIEIRA, 2008, p.65). “Lucro real é o lucro liquido do período de apuração ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas pela legislação fiscal. A determinação do lucro real será precedida da apuração do lucro líquido de cada período de apuração com observância da legislação societária”. (SANTOS; GOUVEIA; VIEIRA, 2008, p. 69).

As cooperativas não realizam vendas em seus atos cooperativos portanto a

tributação sobre o faturamento ou receita bruta (PIS E COFINS) não incidirão sobre

ela.

Quanto à incidência de ICMS haverá quando o faturamento decorrer de ato

não cooperativo e não haverá, entretanto quando se tratar de faturamento

decorrente de ato cooperativo.

2.1.3.3 Cooperativas de crédito por forma de associação

As Cooperativas de crédito estão dispostas das seguintes formas:

Cooperativas de servidores de uma ou mais empresas;

Cooperativas de pessoas pertencentes a uma ou mais atividade profissional

ou de atividades correlatas;

Cooperativas de micro e pequenos empresários (indústria, comércio e/ou

serviços);

Cooperativas e Crédito Rural: aquelas constituídas por pessoas do setor

agrário (Pecuarista, Agropecuaristas, agricultores e outros);

Cooperativas de Livre Admissão: podem associar-se qualquer indivíduo de

qualquer categoria profissional;

Cooperativas de empresários de empresas vinculadas diretamente a um

mesmo sindicato ou associação patronal.

A Figura a seguir demonstra como estas cooperativas estavam distribuídas

por atividades até dezembro de 2008.

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Figura 01 - Quantidade de Cooperativas Crédito por Tipo e Ramo

Fonte: Banco Central do Brasil, 2009.

Como o foco principal deste trabalho é o estudo em uma cooperativa de

crédito de livre admissão estaremos vendo a seguir mais informações sobre esse

tipo de atividade.

2.1.4 Caracterização das cooperativas de crédito de livre admissão

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Até 25 de junho de 2003 as cooperativas de créditos só poderiam atender

pessoas que fossem diretamente ligadas a um seguimento, (rural ou agropecuário,

médico, educacional, advogados e outros) o que em muitas regiões tornava-se muito

difícil. “A nova regra permitirá a organização de populações hoje com pouquíssimo acesso a serviços financeiros, tais como as localizadas longe dos grandes centros, para que possam mobilizar e aplicar recursos em seu próprio benefício, estimulando assim pequenos empreendimentos rurais e urbanos geradores de empregos”. (PINHO, PALHARES, 2004, p. 221)

Através da resolução 3.106 passou-se a permitir a constituição de

cooperativas de livre admissão em localidades com menos de 100 mil habitantes ou

a transformação de cooperativas já existentes em cooperativas de livre admissão de

associados em localidades com menos de 750 mil habitantes.

Em 30 de setembro de 2005 a resolução 3.321 revoga a resolução 3.106

mantendo as diretrizes gerais, mas ampliando associação permitindo a existência de

diversos grupos de várias origens desde que fossem observados alguns critérios. “Condições de Admissão em que coexistam grupos de associados de diversas origens, desde que as respectivas definições sejam isoladamente enquadráveis nos incisos I, II ou III, e caracterizem quadro associativo de abrangência limitada dentro da área de atuação da cooperativa, não assemelhando ao regime das cooperativas definidas nos incisos IV, V ou VI.” (RESOLUÇÃO 3.321/05, art. 9°).

Portanto, entende-se por cooperativa de livre admissão de associados as

que permitem a associação irrestrita de todas as pessoas físicas e jurídicas sem fins

lucrativos, bem como as pessoas jurídicas que exerçam atividades econômicas

iguais ou correlatas as das pessoas físicas associadas.

2.2 Demonstrações contábeis

2.2.1 Definição

As demonstrações contábeis são um conjunto de informações que devem

ser obrigatoriamente divulgas, anualmente, pela administração de uma sociedade e

representa a prestação de contas desta para com os sócios isso segundo a Lei das

Sociedades por Ações, Lei 6.404/76.

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“A Lei n° 6.404/76, como já falado, obriga que no final de cada exercício, com base na escrituração mercantil, sejam elaborados e publicadas, pelas sociedades por ação, as seguintes demonstrações:

1°)Balanço Patrimonial; 2°)Demonstração do Resultado do Exercício; 3°)Demonstração de Lucros ou prejuízos Acumulados, opcionalmente substituída pela demonstração das mutações do Patrimônio Líquido; 4°)Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos, que só é obrigatória para todas as companhias abertas e para as sociedades anônimas com patrimônio líquido superior a um milhão de reais.” (IUDÌCIBUS et al 1998, P.147)

Para a elaboração das demonstrações contábeis são extraídos dados dos

livros, registro e documentos que compõem sistema contábil da empresa.

A NBC T 3.1 Sobre as disposições gerais das demonstrações contábeis diz:

As demonstrações contábeis são extraídas dos livros, registro e documentos que

compõem i sistema contábil de qualquer tipo de entidade.

O objetivo das demonstrações contábeis é fornecer informações patrimoniais

e financeiras, o resultado e o fluxo financeiro de uma entidade, que são úteis para

uma grande variedade de usuários na tomada de decisões.

2.2.2 Usuários da análise de demonstração contábeis

Os usuários das demonstrações contábeis podem ser classificados em

Internos e externos, e estes a utilizarão principalmente como instrumento para a

tomada de decisão para a realização de investimentos ou financiamentos.

No entanto nem sempre os interesses não sejam iguais, embora não

possamos dizer que são totalmente diferentes as informações devem estar sempre

em condições de fornecer dados a vários grupos de pessoas.

SILVA (2007, p.7) classifica os usuários das demonstrações contábeis em: Usuários Internos: Sócios e Gestores;

Usuários Externos: Instituições Financeiras;

Fornecedores em Geral;

Investidores;

Comissão de Valores Mobiliários;

Poder Judiciário;

Fiscalização Tributária;

Comissões de Licitação;

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2.2.3 Obrigatoriedade da elaboração das demonstrações contábeis

Com as alterações promovidas pela Lei 11.638/2007, que passa a vigora no

lugar da Lei 6.404/76 substituir a Demonstração das Origens e Aplicações de

Recursos pela Demonstração do Fluxo de Caixa e passa a obrigar além da

empresas de capital aberto, as empresas de grande porta a elaborar e divulgar as

Demonstrações do Valor Adicionado por essas entidades.

De acordo com o Parágrafo Único Art.3 da Lei n° 11.638/07: Considera-se de grande porte, para fins exclusivos desta Lei, a sociedade ou conjunto de sociedade sob controle comum que tiver no exercício social anterior, ativo total superior a R$ 240.000.000,00 ou recita bruta anual superior a R$ 300.000,000,00.

Com a Nova Lei, passam ser obrigatórias a elaboração e a divulgação das

seguintes demonstrações contábeis para essas entidades:

Balanço Patrimonial:

O Balanço Patrimonial é um demonstrativo contábil onde é evidenciada a

situação patrimonial da entidade compreendendo os bens, direitos e deveres de uma

determinada data e que demonstra a situação econômico-financeiro pela qual esta

entidade esta passando.

“Balanço Patrimonial é o demonstrativo estático e padronizado que discrimina de forma sintética e ordenada os saldos e todos os valores integrantes do patrimônio de uma empresa, em determinada data. De um lado, são relacionadas às contas que refletem aplicações de recursos (Ativo), também chamadas de contas de uso, ou investimentos. De outro, as que representam as fontes de recursos (Passivo), ou origem de recursos.” (COSTA. 2004 p.92).

Demonstração do Resultado do Exercício:

Esta demonstração apresenta de forma resumida o resultado liquido de um

exercício através de um comparativo das receitas, custos e despesas, apurados de

acordo com o principio contábil do regime de competência.

“A Demonstração do Resultado do Exercício, elaborada simultaneamente com o Balanço Patrimonial, constitui-se de relatório sucinto das operações realizads pela empresa durante determinado período de tempo; nele sobressai um dos valores mais importantes ás pessoas nela interessadas, o resultado líquido do período, Lucro ou prejuízo.” (IUDÍCIBUS et al, 1998. p.145)

Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados:

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A DLPA é um relatório contábil destinado a evidenciar as alterações

ocorridas no saldo da conta de lucros e prejuízos acumulados, do Patrimônio Líquido

da entidade.

“Evidencia a mutação do parimonio líquido em termos globais (novas integralizações de capital, resultado do exercício, ajustes de exercícios anteriores, dividendos, reavaliação etc.) e em termos de mutações internas (incorporação de reservas ao capita, transferências de lucros acumuaos para reservas e vice-versa etc.”. (ILDÍCIBUS, MARTINS, GELBCKE, 2007 P.08).

Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido:

A DMPL é evidencia de forma completa as mudanças em natureza e valor,

ocorridas em todas as contas que compõem o patrimônio liquido durante

determinado período.

“A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido apresenta as variações de todas as contas do Patrimônio Líquido ocorridas entre dois balaços, independentemente da origem da variação, seja ela proveniente da correção monetária, de aumento de capital, de reavaliação de elementos do ativo, de lucro ou de simples transferência entre contas, dentro do próprio Patrimônio Líquido.” (MATARAZZO, 2008. P. 46).

Demonstração do Fluxo de Caixa:

Demonstra de forma compacta, indica a origem de todo o dinheiro que

entrou no caixa da empresa, bem como a aplicação de todo o dinheiro que saiu do

caixa em determinado período. Evidencia ainda o Resultado do Fluxo Financeiro.

Essa Demonstração tornou-se obrigatória para as sociedade de capital

aberto e de grande porte a partir da Lei n° 11.638/07 que entrou em vigor alterando

a Lei 6.404/76

“O fluxo de caixa é o principal instrumento revelador da capacidade de pagamento das pessoas ou organismo de qualquer natureza. É simulador de futuro dessa capacidade sendo, por isso, indispensável em qualquer planejamento econômico-financeiro. É o vertedouro final dos erros e acertos da gestão. Constitui balanceamento das receitas e despesas de determinado período.” (COSTA, 2004. P.97).

Demonstração do Valor Adicionado:

Na Demonstração do Valor Adicionado está evidenciadas toda a riqueza

gerada pela entidade e de que forma esta riqueza esta sendo distribuídos entre

governo, funcionários, sócios, acionistas e ainda quanto deste valor esta sendo

reinvestido na própria empresa.

“A DVA é uma demonstração bastante útil, inclusive do ponto de vista macroeconômico, uma vez que, conceitualmente, o somatório dos valores

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adicionado (ou valores agregados) de um país representa, na verdade, seu Produto Interno Bruto (PIB).” (MARION, 2007. P. 69).

Notas Explicativas:

As notas explicativas são complementos das demonstrações contábeis e

devem conter informações relevantes, complementares e ou suplementares aquelas

apresentadas e que não foram suficientemente evidenciadas ou não contavam nas

demonstrações contábeis demonstradas.

“As Notas Explicativas são elaboradas para destacar e interpretar detalhes relevantes, informações adicionais sobre fatos passados, presentes e futuros, significativos nos negócios, e resultados da empresa, de importância para as pessoas nela interessadas.” (IUDÍCIBUS, 1998 p.150).

Devido este trabalhar estar focado em Analisar as Demonstrações do Valor

Adicionado em uma entidade, na próxima seção será feito um estudo mais

aprofundado do assunto.

2.3 Demonstração do valor adicionado

2.3.1 Origem

A Demonstração do Valor Agregado (DVA) surgiu na Europa, pela influência

da Inglaterra, França e Alemanha. Sua expansão em âmbito internacional deu-se

devido às expressas recomendações por parte da ONU.

Esse tipo de demonstração surgiu da necessidade de melhor entendimento

das informações divulgadas pelo conjunto de demonstrações já existentes. A DVA

assemelha-se a Demonstração do Resultado do exercício e na prática a DRE serve

como base para a elaboração da demonstração do valor adicionado de uma

entidade. A diferença é que a DRE explica o resultado do período e suas

informações são praticamente voltadas a seus sócios e acionistas. Já a DVA

evidencia a geração de riqueza da entidade e suas respectivas distribuições entre

seus empregados, financiadores, acionistas, governo e outros, além de quanto

dessa parcela será retida para reinvestir na empresa.

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Marion (2007. p 69) afirma que: “A DVA evidencia quanto de riqueza uma empresa produziu, ou seja, quanto ela adicionou de valor a seus fatores de produção, e de que forma essa riqueza foi distribuída (entre empregados, governo, acionistas, financiadores de capital) e quanto ficou retido na empresa.”

“A DVA é um componente do Balanço Social da entidade. De maneira geral,

a DVA é a demonstração do quanto à empresa agregou de valor no período

relacionado e informado “(ASSAF NETO, 2007 p.108).

Ainda sobre a DVA, Assaf Neto (2007) diz que ela é a demonstração da

receita deduzida dos custos dos recursos adquirido de terceiros e que representa o

quanto uma empresa ou entidade contribui para a formação do Produto Interno

Bruto (PIB) do seu País. E que a base para elaboração de uma DVA é a DRE,

sendo, portanto, na sua elaboração utilizados os dados fornecidos pela contabilidade

e para ela uma das vantagens desta demonstração, é poder avaliar o desempenho

através do acompanhamento, podendo ser avaliado quanto efetivamente a empresa

agregou para a sociedade.

Para Iudícibus (2008) se subtrair das vendas todas as compras de bens e

serviços, teremos o montante de recursos que a empresa gera para remunerar

salários, juros, impostos e reinvestir em seu negócio, isto é, o montante de valor que

a empresa está agregando (adicionando) como conseqüência de sua atividade. A DVA tem como objetivo principal informar o valor da riqueza criada pela empresa e a forma de sua distribuição. Não deve ser confundida com a demonstração do resultado do exercício, pois esta tem suas informações voltadas quase que exclusivamente para os sócios e acionistas, principalmente na apresentação do lucro líquido, enquanto a ADV está dirigida para a geração de riqueza de sua respectiva distribuição pelos fatores de produção (capital e trabalho) e ao governo (IUDÍCIBUS, MARTINS e GELBCKE, 2007).

A DVA apresenta de forma prática informações úteis que serão necessárias

para a análise de investimento, concessão de empréstimos ou mesmo da avaliação

da instalação de projetos que possam ter grande repercussão na sociedade.

De acordo com Iudícibus (2007), um exemplo para demonstrar na prática

como isso acontece é quando da instalação de uma grande indústria numa cidade. A

prefeitura do município deverá analisar quanta renda está indústria vai agregar ao

município o que pode ser observada através da DVA principalmente nos itens de

impostos e salários pagos ao pessoal que reside na região, podendo verificar os

benefícios. Se a vinda da indústria seria viável para a prefeitura ou não.

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2.3.2 Obrigatoriedade

A DVA é normalmente publicada como item das notas explicativa, ou inserida no contexto do Balanço Social, já que a riqueza gerada pela empresa evidencia quanto ela adicionou de valor seus fatores de produção e de que forma essa riqueza foi distribuída (entre empregados, governo, acionistas, financiadores de capital) e quanto ficou retido na empresa. (SILVA, 2007 P.54).

Além disso, muitos países vêm exigindo atualmente a apresentação da DVA

das empresas internacionais que ali desejam se instalar, pois é dessa forma que o

país que irá sediar essa empresa poderá conhecer o retorno que esta lhe trará

através da provisão do valor adicionado que ela gerará.

Foi esse e outros fatores que levaram muitas empresas, mesmo que não

obrigadas a elaborar o balanço social, que em conjunto com os demais

demonstrativos vem atendendo a demanda de informações de seus usuários. “O Balanço Social tem por objetivo demonstrar o resultado da interação da empresa com o meio que está inserida. Possui quatro vertentes: Balanço Ambiental, o Balanço Recursos Humanos, Demonstração do Valor Adicionado e Benefícios e Contribuições a Sociedade em Geral” (IUDÍCIBUS; MARTINS; GELBCKE, 2007).

A Comissão de valores Mobiliários (CVM) vem incentivando e apoiando cada

vez mais a divulgação voluntária de informações de natureza social, sugerindo um

modelo de demonstração elaborado pela Fundação Instituto de Pesquisa Contábeis,

Atuariais e Financeiras (Fipecafi).

A CVM influenciou ainda a inclusão no projeto de reforma da Lei n° 6.404/76

a obrigatoriedade das empresas de capital aberto divulgarem a Demonstração do

Valor Adicionado. “A Demonstração do Valor Adicionado objetiva evidenciar a contribuição da empresa para o desenvolvimento econômico-social da região onde está instalada. Discriminando o que a empresa agrega de riqueza à economia local e em seguida, a forma como distribui tal riqueza”. (IUDÍCIBUS, MARTINS e GELBCKE, 2007).

Segundo a Lei 6.404/76 estão obrigadas a fazer a demonstração do valor

adicionado companhias de capital aberto. “O conselho Federal de Contabilidade também estabeleceu procedimento para evidenciação de informações financeiras relacionadas ao valor adicionado pela entidade e sua distribuição através da NBC T 3.7 – Demonstração do Valor Adicionado” (IUDÍCIBUS, MARTINS e GELBCKE, 2007).

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“Demonstração do Valor Adicionado é a demonstração Contábil destinada a evidenciar, de forma concisa, os dados e as informações do valor da riqueza gerada pela entidade em determinados período e sua distribuição. As informações devem ser extraídas da contabilidade e os valores informados devem ter como base o princípio contábil da competência.” (NBC T 3.7, 3.7.1.2 e 3.7.1.3)

Em 01 de Janeiro de 2008 entra em vigor a Lei n° 11.638/07 que altera e

revoga dispositivos da Lei n° 6.404/76 e da Lei n° 6.385/76, e estende às sociedades

de grande porte disposições relativas á elaboração e divulgação de demonstrações

financeira incluindo –se a DVA.

Ainda hoje a divulgação da DVA é opcional para algumas entidades,

principalmente as de pequeno porte, entretanto quando da opção da divulgação,

essa deverá atender aos requisitos estabelecidos na norma emitida pelo Conselho

Federal de Contabilidade (CFC).

Iudícibus, Martins e Gelbcke (2007, p. 503), em seu livro Manual de

Contabilidade, informam que, de acordo com o CFC alguns requisitos devem ser

atendidos para a divulgação da DVA conforme segue:

ser elaborada com base no princípio contábil da competência;

ser apresentada de forma comparativa(período atual e anterior);

ser divulgada como informação complementar às demonstrações

contábeis, não se confundindo com as notas explicativas;

ser elaborada com base nas demonstrações consolidadas do Valor

Adicionado individuais, no caso da divulgação da DVA consolidada;

incluir a participação dos acionistas minoritários no componente relativo à

distribuição do valor adicionado individuais, no ato da divulgação da DVA

consolidada;

conter representação percentual participativa;

ser consistente com a demonstração do resultado e conciliadas em

registros auxiliares mantidos pela entidade; e

ser objetivo de revisão ou auditoria se a entidade possuir auditores

externos independentes que revisem ou auditem seus Demonstrações

contábeis.

2.3.3 Principais modelos

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Para que esses valores fossem demonstrados criou-se inicialmente um

modelo que serviria para demonstrar as riquezas geradas pela empresa e como

essas riquezas eram distribuídas.

Esse primeiro modelo foi elaborado pela Fundação Instituto de Pesquisas

Contábeis, Atuariais e Financeiras da USP (Fipecafi) incentivado pela CVM.

Segue modelo elaborado pela Fipecafi:

Tabela 2 - DVA dos Exercícios Findos em 31 de Dezembro em Milhares de

Reais.

20X1 % 20X0 %

1. Receitas

1.1 Vendas de mercadorias, produtos e serviços. XXX XXX

1.2 Provisão para devedores duvidosos XXX XXX 1.3 Resultados não operacionais XXX XXX

2. Insumos adquiridos de terceiros

2.1 Materiais consumidos XXX XXX

2.2 Outros custos de produtos e serviços vendidos XXX XXX

2.3 Energia, serviços de terceiros e outras despesas. XXX XXX 2.4 Perdas na realização de ativos XXX XXX

3. Retenções

3.1 Depreciação, amortização e exaustão. XXX XXX

4. Valor Adicionado Liquido Produzido Pela Entidade XXX XXX 5. Valor Adicionado Recebido em Transferência 5.1 Resultado de equivalência patrimonial e dividendos de investimentos avaliados ao custo XXX XXX

5.2 Receitas financeiras XXX XXX

5.3 Aluguéis e Royalties XXX XXX

6. Valor Adicionado a Distribuir (6+7) XXX 100% XXX 100% 7. Distribuição do Valor Adicionado

7.1 Empregados

- Salários e encargos XXX Y % XXX Y %

- Comissões sobre vendas XXX Y% XXX Y%

- Honorários da diretoria XXX Y % XXX Y % - Participação dos empregados no lucro XXX Y% XXX Y%

- Planos de aposentadoria e pensão XXX Y % XXX Y %

7.2 Tributos

- Federais XXX Y % XXX Y %

- Estaduais XXX Y% XXX Y% - Municipais XXX Y % XXX Y %

- Menos: incentivos fiscais (XXX) Y% (XXX) Y%

7.3 Financiadores

- Juros XXX Y % XXX Y %

- Aluguéis XXX Y% XXX Y% 7.4 Juros sobre o capital próprio e dividendos XXX Y % XXX Y %

7.5 Lucros retidos / prejuízos do exercício XXX Y% XXX Y% Fonte: IUDÍCIBUS, MARTINS, GELBCKE (2007, p.504).

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No entanto através da Resolução do Conselho Federal de Contabilidade –

CFC N° 1.138 de 21/11/2008 que aprovou a NBC T 3.7 – Demonstração do Valor

Adicionado vem também trazendo três modelos que poderão ser utilizados de

acordo com o seguimento das entidades conforme segue:

Modelo I – Demonstração do Valor Adicionado – EMPRESAS EM GERAL;

Este modelo é utilizado para demonstrar o valor adicionado das indústrias,

comércios e serviços que não possuem um modelo próprio e estão demonstrados no

ANEXO A deste trabalho.

Modelo II – Demonstração do Valor Adicionado - INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS

BANCÁRIAS;

Este modelo é utilizado para a elaboração e divulgação do Valor Adicionado

das Instituições Financeiras e também foi utilizada como base para elaboração do

modelo adaptado e utilizado nesta pesquisa.

Segue o modelo utilizado pelas Instituições Financeiras Bancarias para a

elaboração e divulgação da DVA.

Tabela 03A – Modelo de DVA para Instituições Financeiras Bancárias.

DESCRIÇÃO Em milhares de reais Em milhares de reais

20X1 20X0

1 – RECEITAS

1.1) Intermediação financeira

1.2) Prestação de serviços

1.3) Provisão para créditos de liquidação duvidosa – Reversão / (Constituição)

1.4) Outras

2 – DESPESAS DE INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA

3 – INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS

3.1) Materiais, energia e outros

3.2) Serviços de terceiros

3.3) Perda / Recuperação de valores ativos

3.4) Outras (especificar)

4 – VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2-3)

5 – DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO

6 – VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (4-5)

7 – VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA

7.1) Resultado de equivalência patrimonial

7.2) Outras

8 – VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (6+7)

Fonte: Normaslegais, 2008.

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Tabela 03B – Modelo de DVA para Instituições Financeiras Bancárias.

9 – DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO *

9.1) Pessoal

9.1.1 – Remuneração direta

9.1.2 – Benefícios

9.1.3 – F.G.T.S

9.2) Impostos, taxas e contribuições

9.2.1 – Federais

9.2.2 – Estaduais

9.2.3 – Municipais

9.3) Remuneração de capitais de terceiros

9.3.1 – Aluguéis

9.3.2 – Outras

9.4) Remuneração de capitais próprios

9.4.1 – Juros sobre o capital próprio

9.4.2 – Dividendos

9.4.3 – Lucros retidos / Prejuízo do exercício

9.4.4 – Participação dos não-controladores nos lucros retidos (só p/ consolidação)

O total do item 9 deve ser exatamente igual ao item 8. Fonte: Normaslegais, 2008.

Modelo III – Demonstração do Valor Adicionado – SEGURADORAS;

Este modelo foi proposto elo CFC para demonstrar a riqueza gerada pelas

corretoras e seguradoras e as suas devidas distribuição.

Este modelo está demonstrado no ANEXO B deste trabalho.

2.3.4 A DVA e a sociedade cooperativa

A contabilidade, como instrumento de controle e gestão, é aplicada com

todos seus princípios, adaptando-se em alguns casos as características especificas

oriundas dos princípios das doutrinas cooperativista, produzindo relatórios

financeiros, demonstrações dos resultados entre outros que auxiliaram na tomada

de decisões por parte dos dirigentes.

Para auxiliar essas decisões e analisando o que foi visto até o momento, foi

elaborado um modelo que, considerando os demais modelos apresentados, não

apresenta diferenças relevantes entre o que pode ser apresentado por uma

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cooperativa, pois como já foi visto, quando se tratar de uma cooperativa deverão ser

observadas a existências de particularidades como o ato cooperativo.

Segundo Santos, Gouveia, Vieira 2008 P.259: “Em virtude do chamado ato cooperativo, na DVA não se pode falar apenas em Receitas de vendas, pois a figura central corresponde aos ingressos decorrentes do ato cooperativo. É possível segregar os valores conforme suas origens, se de operações com associados ou se com terceiros, embora nada impeça que estejam todos reunidos num só campo, até porque a informação pode ser verificada na Demonstração de Sobras ou Perdas.”

O quadro n° 01 a seguir apresenta o modelo sugerido por Santos, Gouveia,

Vieira (2008), pois demonstra, de forma clara, a geração de riqueza e como isso

está sendo distribuído pela cooperativa.

Quadro 01 – Modelo de DVA Para Sociedades Cooperativas DESCRIÇÃO 1. Ingresso e Receitas 1.1. Ingressos brutos 1.2. Venda de mercadorias, Produtos e serviços 1.3. Provisão para devedores duvidosos – R= Reversão/(constituição) 1.4. Não operacionais 2. Insumos Adquiridos de Terceiros (inclui os valores dos impostos – ICMS, IPI, PIS e COFINS) 2.1. Matérias-primas consumidas 2.2. Dispêndios e custo dos produtos e serviços vendido 2.3. Dispêndio e despesas gerais de manutenção e outros 2.4. Perda/Recuperação de valores ativos 3. VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2) 4. Retenções 4.1. Depreciação, amortização e exaustão 5. VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4) 6. Valor adicionado recebido em transferências 6.1. Resultado de equivalência patrimonial 6.2. Receitas financeiras 7. VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6) 8. DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO 8.1. Pessoal e encargos Salários e encargos Honorários da diretoria Capacitação Profissional 8.2. Impostos, taxas e contribuições Federais Estaduais Municipais 8.3. Financiadores Juros Aluguéis 8.4. Juros sobre o capital próprio e distribuição de sobras 8.5. Sobras e lucros retidos Constituição de RATES Constituição de outras reservas Sobras à disposição da AGO Fonte: Contabilidade das Sociedades Cooperativas – aspectos gerais e prestação de contas; 2008

p.26.

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2.4 Análise das demonstrações

2.4.1 Conceito

Para que os objetivos desse trabalho sejam atingidos faz se necessário a

utilização das ferramentas de análise demonstrações, que neste caso servirá para

identificar o crescimento obtido pela cooperativa no período analisado. “A Análise das demonstrações contábeis é uma técnica que consiste na coleta de dados constantes nas respectivas demonstrações, com vistas á apuração de dados indicadores que permitem avaliar a capacidade de solvência (situação financeira), conhecer a estrutura patrimonial (situação Patrimonial) e descobrir a potencialidade da entidade em gerar bons resultados (situação econômica)”. (SILVA, 2007, p. 04).

Essa análise fornece uma série de dados que servirá não somente aos

dirigentes da entidade analisada, como também para o melhor entendimento dos

resultados pelos usuários da contabilidade e outros interessados.

Na visão de Matarazzo (2008, p.15): “As demonstrações financeiras fornecem uma série de dados sobre a empresa, de acordo com regras contábeis. A analise de Balaço transforma esses dados em informações e será tanto mais eficiente quanto melhores informações produzir”.

Entende-se desta forma que quanto mais informações forem analisadas,

mais fidedignas e reais serão as informações produzidas e será através destas

informações que poderá identificar a saúde financeira de uma entidade.

2.4.2 Tipos

Para o desenvolvimento de análise das demonstrações, poderiam ser

utilizados vários métodos, o que vai variar são os objetivos a serem alcançados por

cada tipo de análise.

Silva (2007, p. 87-89) descreve 10 tipos de análise, sendo ela, Diferenças

Absolutas, Análise Vertical, Análise Horizontal, Análise Através de Índices ou

Quocientes, Outras Metodologias Complementares, Análise da Alavancagem,

Análise das Necessidades de Capital de Giro, Determinação do Grau de Insolvência,

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Análise da DOAR (Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos) e do Fluxo

de Caixa e Análise da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido.

No entanto o enfoque será dado somente os métodos de Análise Vertical e

Horizontal e, portanto será dado um enfoque somente nesses dois tipos de análises.

2.4.3 Análise Horizontal

Matarazzo (2008 p. 245), diz que a Análise Horizontal: “baseia-se na

evolução de cada conta de uma série de demonstrações financeiras em relação à

demonstração anterior e/ou em relação a uma demonstração financeira básica,

geralmente a mais antiga da série”. “Esse tipo de análise é importante, pois permite descobrir e avaliar a estrutura e composição de itens das demonstrações e as sua evolução no tempo, evidenciando os caminhos até então trilhados pela empresa, servindo para construção de uma série histórica, o que é fundamental para ajudar no estudo de tendências e na construção de cenários” (SILVA. 2007 p.88).

Verifica-se que esse tipo de análise irá demonstrar basicamente a variação

ocorrida entre um período e o outro entre as mesmas contas, assim como o mesmo

nome diz, na horizontal.

Para Padoveze (2004 p. 201) Análise Horizontal é o instrumento que calcula

a variação percentual ocorrida de um período para outro, buscando evidenciar se

houve crescimento ou decréscimo do item analisado.

Esse tipo de análise permite verificar a variação dos grupos de contas

durante um período conforme já fora dito, permitindo a retirada de conclusões sobre

a empresa.

2.4.4 Análise Vertical

Para Matarazzo (2008 p. 249) o objetivo da Análise Vertical é: “Mostrar a importância de cada conta em relação à demonstração financeira a que pertence e, através da comparação com padrões do ramo ou com

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percentuais da própria empresa em anos anteriores, permitir inferir se há itens fora das proporções normais.”

Na Análise Vertical, permite-se verificar quanto àquela conta representa em

relação ao total do valor distribuído.

ASSAF NETO diz que: a Análise Vertical é também um processo

comparativo, expresso em porcentagem, que se aplica ao se relacionar uma conta

ou grupo de contas com um valor afim ou relacionável, identificado no mesmo

demonstrativo.

No entanto jamais devemos levar em consideração o resultado de uma

conta analisada. Sempre devemos ter o cuidado de analisarmos o conjunto dos

dados inclusive os dados apontados na Análise Horizontal.

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3 MÉTODOS DE PESQUISA

Nesta etapa de realização do trabalho, buscou-se responder não somente o

problema de pesquisa, mas também alcançar o objetivo geral e especifico propostos

para a realização deste.

3.1 Tipos da pesquisa

Foi utilizado o estudo de caso realizado em uma cooperativa de crédito de

Livre Admissão de Associados, de onde foram retiradas as informações referentes

aos demonstrativos contábeis, para a elaboração da DVA, que é o objeto desse

estudo.

Para Fachin (2001, P.125) o estudo de caso é caracterizado por ser um

estudo intensivo. É levada em consideração, principalmente, a compensação, com

um todo, do assunto investigação. Todos os aspectos do caso são investigados.

Segundo Silva (2008, P. 57): “O estudo de caso pode ser utilizado para desenvolver entrevistas estruturadas ou não, questionários, observações dos fatos, análise documental. O objetivo a ser pesquisado neste tipo de pesquisa pode ser o indivíduo, a empresa, uma atividade, uma organização ou até mesmo uma situação”.

O estudo de casa permite que conheçamos de forma mais aprofundada a entidade que vamos estudar.

3.2 Métodos de Abordagem

Este trabalho foi realizado através do método de abordagem indutivo, pois

foi realizado um estudo em uma empresa específica (Sicredi Univales), que poderá

ser utilizada como objeto de estudo ou como modelo a ser aplicado em outras

cooperativas do mesmo ramo.

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Segundo Silva (2008, P. 34) a indução parte de registros menos gerais para

enunciados mais gerais.

Marcone, Lakatos (2004, P. 53) nos diz que: indução é o processo mental

por intermédio do qual, partindo de dados particulares, suficientemente constatados,

interfere-se uma verdade geral ou universal, não contidas nas partes examinadas.

3.3 Método de procedimentos

Quanto aos métodos de procedimentos, para a realização deste trabalho

será efetuado uma análise comparativa, através da demonstração do valor

adicionado no período de dois anos para que possam ser verificadas as variações

da riqueza desta cooperativa. “Consiste em investigar coisas ou fatos e explicá-los segundo suas semelhanças e suas diferenças. Geralmente o método comparativo aborda duas séries de natureza analógica tomadas de meios sociais ou de outra área do saber, a fim de detectar o que é comum a ambos.” (FACHIN, 2001 P. 37).

3.4 Método de coleta de dados

Ainda foram realizadas pesquisas bibliográficas e documentais, pois foram

através delas que foram levantados dados e informações pertinentes ao assunto.

Para Gil (2002, P.41) pesquisa documental vale-se de materiais que não

recebem ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de

acordo com os objetos da pesquisa.

Silva, (2008, P. 55) afirma que: “A investigação é realizada em documentos conservados no interior de órgãos públicos e privados, tais como: registros, anais, regulamentos, circulares, ofícios, memorandos, balancetes, comunicações informais, filmes, microfilmes, fotografias, videoteipes, informações em disquete, diários, cartas pessoais, folclore etc”.

Segundo Fachin (2001, P.42) define a pesquisa bibliografia como um

conjunto de conhecimentos humanos reunidos das obras. Tem como fundamental

conduzir o leitor a determinado assunto e a produção, coleção, armazenamento,

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reprodução, utilização e comunicação das informações coletadas para o

desempenho da pesquisa.

Já Beuren (2008, P. 84) diz que: “Esse tipo de pesquisa é realizado de maneira mais intensiva, em decorrência de os esforços dos pesquisadores concentrarem-se em determinado objeto de estudo. No entanto, o fato de relacionar-se a um único objeto ao fenômeno constitui-se em uma limitação, uma vez que seus resultados não podem ser generalizáveis a outros objetos ou fenômenos”.

Para Silva (2008. P. 54) as principais fontes bibliográficas podem assim ser

classificadas: livros de leitura corrente; livros de referência, como dicionários,

enciclopédias, anuários e almanaques; publicações periódicas, como jornais e

revistas; impressos diversos.

Para a realização deste estudo foram seguidas as seguintes etapas:

1ª Etapa

Foi realizado um levantamento bibliográfico e documental em relação à DVA e o

Cooperativismo de Crédito no que se diz respeito ao tratamento, leis e regulamentos

usando como base leis e resoluções pertinentes ao assunto além de outras fontes.

2° Etapa

Adaptou-se um modelo de DVA para as Cooperativas de Crédito de Livre Admissão,

a partir dos modelos sugeridos pela FIPECAF, CFC e SANTOS, GOUVEIA E VIEIRA

e que estão no referencial teórico.

3° Etapa

Como trata-se de estudo de caso, foi feito um levantamento dos dados do balanço

da entidade analisada através dos livros contábeis e do sistema de informações

interno da entidade, sempre tendo como base dois anos, para que possam ser

posteriormente analisados.

4° Etapa

Através dos levantamentos realizados nas etapas anteriores procedem-se a um

estudo das informações que irão auxiliar na composição da demonstração do valor

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agregado pela cooperativa no período analisado e como está sendo feita essa

distribuição. Objetiva-se desse modo esclarecer e dar melhor entendimento dos

resultados obtidos.

5º Etapa

Com base na análise efetuada na 3° etapa pode-se verificar a importância da

elaboração e divulgação da DVA o que evidencia a relevância do uso desta

demonstração no caso da cooperativa estudada.

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4 ANÁLISE E RESULTADO

4.1. Um estudo sobre a DVA na SICREDI UNIVALES

Para melhor desenvolvimento do trabalho foi realizado um estudo de caso

na Cooperativa de Crédito de Livre Admissão de Associados do Vale do Juruena –

Sicredi Univales.

A Cooperativa Sicredi Univales, filiada ao sistema SICREDI, se caracteriza

por ser uma sociedade de pessoas, sem fins lucrativos, visando apenas sobras que

são incorporadas no Capital Social e também é integrante do sistema financeiro

nacional.

A Cooperativa foi fundada em 11 de Março de 1993, com a denominação de

Cooperativa de Credito Rural do Vale do Juruena Ltda – Credivale, tendo

inicialmente 42 associados que buscavam desenvolvimento do setor agropecuário

no Município de Juína.

Cividini apud Soares (2008, P. 59) nos conta que: “Os anos de 1994 e 1995 foram anos muito difíceis para esta cooperativa, pois como a população não conhecia o cooperativismo de crédito e como outras cooperativas já tinham sido liquidadas no município as pessoas resistiam em aceitar esse tipo de atividade”.

A cooperativa iniciou suas atividades com um convênio com o Banco do

Brasil onde era feito à compensação dos cheques e outros papéis, no entanto

nesses primeiros meses a cooperativa encerrou seu exercício financeiro com

perdas, que foi levada a Assembléia Geral a qual decidiu pelo rateio destas perdas

entre os sócios assim um ar de inviabilidade da cooperativa pairava pelo ar, pois não

teriam atingido seus objetivos.

Alguns desistiram, outros acreditaram e as barreiras foram sendo

superadas, e a CREDIVALE começou a se desenvolver e foi nesse período através

da união da cooperativa de crédito dos estado do Rio Grande do Sul, Paraná, Mato

Grosso e Mato Grosso do Sul, criou-se o Banco Cooperativo Sicredi S/A (Bansicredi)

em 16 de Outubro de 1995.

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Em Dezembro de 1996 inaugura sua primeira unidade de atendimento na

cidade de Brasnorte-MT, a qual deu grande sustentação aos recursos e a

capacidade de atender seus associados.

No ano seguinte a Cooperativa deixa de ser CREDIVALE e passa a ser

integrante do Sistema de Crédito Cooperativo – SICREDI que hoje é formado pelas

Cooperativas, suas Centrais Estaduais, uma Confederação o Banco Cooperativo

SICREDI S/A e suas empresas ligadas (Administradora de Cartões, Corretora de

Seguros, Administradora de Consórcios e Administradora de Bens, além de uma

empresa de informática). Assim passa a se chamar Cooperativa de Credito Rural

Vale do Juruena – Sicredi Univales.

A partir daí a Sicredi Univales começa a ganhar credibilidade a crescer

inaugurando 11 (onze) unidades de atendimento no período de 1997 a 2005, sendo

que 10 (Dez) no estado de Mato Grosso e 1 (uma) no estado de Rondônia.

No ano de 2006 a Sicredi Univales dá um passo importante, conquistando a

Livre Admissão de Associados, que permite a associação irrestrita de todas as

pessoas físicas e jurídicas sem fins lucrativos, bem como pessoas jurídicas quer

exerçam atividades econômicas iguais ou correlatas as das pessoas físicas

associadas podendo assim atuar em todos os seguimentos do mercado e tendo a

acesso a outros produtos para melhor atender seus associados, passando assim a

chamar-se Cooperativa de Crédito de Livre Admissão de Associados do Vale do

Juruena – Sicredi Univales - MT.

Hoje a Sicredi Univales está presente em 14 (quatorze) Municípios do

estado de Mato Grosso, Brasnorte, Castanheira, Cotriguaçu, Juina, Juara, Novo

Horizonte do Norte, Porto dos Gaúchos, Aripuanã, Juruena, Nova Bandeirantes,

Colniza, Tabaporã, Apiacas e Nova Monte Verde e ainda no estado de Rondônia

nas cidades de Vilhena e Colorado do Oeste e ainda conta com uma

Superintendência Regional de Desenvolvimento(SUREG) que tem sede no

município de Juína.

Este é um modelo de cooperativa que vem se destacando no estado,

principalmente na região Noroeste, devido à credibilidade conquistada perante a

sociedade de Juína e região nestes 16 (dezesseis) anos de História.

Cividini apud Soares (2008, P. 61) fala um pouco sobre cooperativismo: “O Cooperativismo de Crédito é uma alternativa econômica para o associado, pois além de ter uma prestação de serviço diferenciada agrega

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valor para si próprio no final de cada exercício e para a cooperativa, da qual o mesmo é legítimo dono. É uma sociedade de pessoas, sem fins lucrativos, visando apenas sobras que são incorporadas no capital social. A respeito da legislação cooperativa os lideres estão trabalhando em conjunto com a OCB, na tentativa de fazer com que o Congresso Nacional vote as alterações necessárias que estão lá há muito tempo. A livre admissão já foi um grande avanço para o cooperativismo de crédito, uma vez que permitiu que as pessoas jurídicas tornassem cooperadas. Quando as cooperativas de crédito não são de livre admissão elas podem trabalhar com pessoas jurídicas, porém através de atos não cooperativos, os quais geram impostos, o que torna oneroso aos associados.”

Sr. Juares Antônio Cividini foi o primeiro presidente, e continua até hoje no

cargo, dezesseis anos de existência da Cooperativa e sempre em suas conversas e

reuniões relatas os tempos difíceis passados pelos pioneiros na fundação e

agradece a todos que acreditaram que esse negócio daria certo.

Hoje a Cooperativa de Crédito de Livre Admissão de Associados do Vale do

Juruena – Sicredi Univales conta com 28.759 associados; Administra um total de R$

115.265.952,00 milhões de recursos; está presente em 14 municípios do Estado de

Mato Grosso e em dois municípios do estado de Rondônia com grandes

perspectivas de abertura em mais dois municípios de estado Ji-Parana e Cacoal;

conta ainda com 194 colaboradores (funcionários diretos).

Vejam os números da Cooperativa em 2007 e 2008:

Tabela 4 - Números da Cooperativa em 2007 e 2008

ITENS ANALISADOS 2007 2008 Variação %

N° COLABORADORES 175 212 21,14

N° ASSOCIADOS 24.028 28.227 17,48

VALORES ADMINISTRADOS 110.833.610 137.853.423 24,38 Fone: Processo Assemblear 2008 e 2009 – SICREDI UNIVALES

4.2 Aplicações do modelo

No caso que será analisado adiante, verifica-se quanto do valor adicionado

foi distribuído para cada estrutura analisadas. Por exemplo: quanto do total do valor

adicionado foi destinado ao pagamento de impostos ou quanto do valor total do valor

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adicionado ficou a disposição da AGO – Assembléia Geral Ordinária assim com os

demais itens.

4.2.1 Análise financeira e social da DVA na SICREDI UNIVALES

Como já fora mencionado no capítulo anterior, a DVA compreende dados

financeiros que proporcionam avaliar a participação da organização na economia da

sociedade, município, estado ou País onde esta está inserida, pois através dela as

informações são apresentadas de forma diferenciada das demais demonstrações

contábeis que facilitaram o entendimento dos dados por parte das pessoas

interessada mesmo que essa seja leiga no assunto.

O valor adicionado também conhecido como valor agregado é todo custo,

despesa ou resultado, que proporcionará a continuidade na agregação de riquezas

para a comunidade com sua movimentação. Um exemplo em que fica claro essa

continuidade na agregação da riqueza para a comunidade são os valores recebidos

pelos funcionários de uma entidade que podem ser utilizados por eles na aquisição

de bens e serviços, gerando novas riquezas em outras organizações, o que

proporcionará o desenvolvimento da sociedade.

Nas sociedades cooperativas essa continuidade pode também ser

proporcionada através da distribuição das sobras no final do exercício financeiro,

que através das assembléias e respeitando as distribuições exigidas por lei ou

estatutariamente o valor é rateado entre seus sócios.

Vendo a necessidade de entendimento dos sócios em saber como e para

onde estes valores são distribuídos viu-se a necessidade de demonstrar de forma

mais clara essa distribuição dos valores gerados pela cooperativa de crédito.

Através deste enfoque elaborou-se e analisaram-se os resultados da DVA

da Cooperativa de Crédito de Livre Admissão de Associados do Vale do Juruena –

Sicredi Univales - MT nos anos de 2007 e 2008 com base nas DREs e balanços dos

respectivos anos.

A tabela a seguir detalha os dados que foram utilizados para realizar as

análises para e comparativo de crescimento e desenvolvimento desta cooperativa.

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O modelo a seguir foi elaborado tendo como base alguns modelos

sugeridos, por alguns órgãos conforme apresentado no estudo de caso e que estão

em anexo a este trabalho, mas que não possuem a mesma nomenclatura de contas

utilizadas pela cooperativa de crédito, principalmente as que fazem parte do Sistema

Sicredi o que acabava dificultando a elaboração e a demonstração do valor

adicionado destas entidades.

O Modelo foi desenvolvido pela autora baseado nos modelos da FIPECAF.

CFC e SANTOS, GOUVEIA, VIEIRA.

O modelo proposto nesta análise traz não só uma nomenclatura de fácil

leitura pelos usuários, mas como demonstra de forma mais clara como o valor

adicionado esta sendo distribuído.

TABELA 05 – Modelo de DVA Adaptado Em Milhares Em Milhares DESCRIÇÃO X0 AV% X1 AV% AH% 1 – RECEITAS R$ - 100 R$ - 100 0 1.1) Intermediação financeira R$ - 0 R$ - 0 0 1.2) Prestação de serviços R$ - 0 R$ - 0 0 1.3) Receitas operacionais R$ - 0 R$ - 0 0 1.4) Outras receitas não operacionais R$ - 0 R$ - 0 0 2 - CUSTO ( INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA) R$ - 0 R$ - 0 0 2.1) Intermediação financeira R$ - 0 R$ - 0 0 3 - VALOR ADICIONADO BRUTO ( 1-2) R$ - 0 R$ - 0 0 4 – DESPESAS R$ - 0 R$ - 0 0 4.1) Despesas Administrativa R$ - 0 R$ - 0 0 4.2) Despesas Operacionais R$ - 0 R$ - 0 0 5 - VALOR ADICIONADO A DISTRIBUIR R$ - 0 R$ - 0 0 6 - DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO R$ - 100 R$ - 100 0 6.1) Funcionários R$ - 0 R$ - 0 0 6.2) Governo R$ - 0 R$ - 0 0 6.2.1 Despesas Tributarias R$ - 0 R$ - 0 0 6.2.2 IR e CSLL R$ - 0 R$ - 0 0 6.3)Distribuição de sobras ou prejuízos R$ - 0 R$ - 0 0 6.3.1 Jurus sobre o capital próprio R$ - 0 R$ - 0 0 6.3.1 Fates ato não cooperativo R$ - 0 R$ - 0 0 6.3.2 Fates 5% R$ - 0 R$ - 0 0 6.3.3 Reserva Legal R$ - 0 R$ - 0 0 6.3.4 Reserva Legal Adicional= 7% R$ - 0 R$ - 0 0 6.3.5 Sobras a disposição da AGO R$ - 0 R$ - 0 0

Fonte: Modelo Adaptado pela autora dos modelos sugeridos pela FIPECAF, CFC e SANTOS,

GOUVEIA e VIEIRA

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As descrições das contas estão apresentadas a seguir:

Formação da Riqueza

Receitas de Intermediação Financeira – inclui as receitas com operações de

crédito, arrendamento mercantil, resultados de câmbio, títulos e valores mobiliários e

outras.

Receita de Prestação de Serviços – inclui as receitas relativas á cobrança de

taxas por prestação de serviços. Provisão para créditos de liquidação duvidosa,

incluindo os valores relativos à constituição e baixa da provisão.

Outras Receitas Operacionais – inclui parte dos valores realizados de

ajustes de avaliação patrimonial, valores relativos á a construção de ativos na

própria cooperativa.

Outras Receitas Não Operacionais - Inclui também valores considerados

fora das atividades principais de cooperativa, tais como ganhos e perdas na baixa de

imobilizado, ganhos e perdas na baixa de investimentos entre outros.

Despesas de Intermediação Financeira – inclui os gastos com operações de

captação de recursos no mercado (por meio dos depósitos a prazo, depósitos

interfinanceiros e operações compromissadas), empréstimos, repasses,

arrendamento mercantil, provisão para créditos de liquidação duvidosa e outros.

Despesas Administrativas – Inclui os gastos com materiais, energia,

telefonia, serviços de terceiros. De maneira geral, sãos gastos nos escritórios que

visam administrar à cooperativa

Despesas Operacionais – Inclui todas as despesas necessárias para vender

os produtos, administrar a cooperativa, financiar as operações de crédito e outros.

Enfim, são todas as despesas que contribuem para a manutenção da atividade

operacional.

Distribuição da riqueza

Pessoal – inclui-se a esta conta valores referentes aos honorários dos

dirigentes, conselheiros, salários dos empregados, além de benefícios, 13° salários,

férias, participação no resultado comissões, hora extras e outros.

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Ainda Fazem parte desta conta valores devidos aos empregados e que são

depositados em conta vinculada, como é o caso do FGTS.

Governo – inclui impostos, taxa e contribuições, tais como valores relativos

ao imposto de renda, contribuição social sobre o lucro líquido, contribuição ao INSS,

incluindo os valores do Seguro de Acidentes do Trabalho, além de outros como,

IPVA, ISS, IPTU e a já extinta CPMF (ainda abordada neste trabalho devido a sua

representatividade dentro do ano de 2007).

Distribuição de Sobras e Prejuízos – Essas contas são compostas da

seguinte forma:

Juros sobre o capital próprio - é o valor pago aos associados em cima do

valor que está incorporado ao capital da cooperativa.

FATES ato não cooperativo – Fundo de Assistência técnica, educacional e

social, provindos das receitas de relação com não associado (ato não

cooperativo).

FATES 5% - Destinado a prestação de assistência aos associados, e seus

familiares e quando previsto em estatuto, aos colaboradores da cooperativa

conforme prevê o Art. 28 da Lei n° 5.764/71.

Reserva legal – Também previsto na Lei este fundo é destinado a reparar

perdas e atender ao desenvolvimento de suas atividades.

Reserva legal adicional – Fundo criado e aprovado pela assembléia do ano

de 2007 e que começou a ser destinada no ano de 2008.

A demonstração de o Valor Adicionado a seguir foi elaborada utilizando - se

de dados extraídos da DREs e Balanços Patrimoniais e de demonstrativos de

resultados entregues aos associados da Cooperativa de Crédito de Livre Admissão

de Associados do Vale do Juruena – Sicredi Univales, nas assembléias realizadas

nos anos de 2008 / exercício 2007 e no ano de 2009 / exercício 2008.

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Tabela 06 – DVA-SICREDI UNIVALES 2007 e 2008

Em Milhares Em Milhares

DESCRIÇÃO 2007 AV% 2008 AV% AH%

1 – RECEITAS R$ 29.364.813 100 R$ 38.503.496 100 31,12

1.1) Intermediação financeira R$ 19.565.009 66,63 R$ 26.054.382 67,67 33,17

1.2) Prestação de serviços R$ 4.357.444 14,84 R$ 5.624.799 14,61 29,08

1.3) Receitas operacionais R$ 5.423.988 27,72 R$ 6.976.460 18,12 28,62

1.4) Outras receitas não operacionais R$ 18.372 0,42 R$ (152.145) -0,40 -928,14

2 - CUSTO ( INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA) R$ 6.090.000 20,74 R$ 9.027.444 23,45 48,23

2.1) Intermediação financeira R$ 6.090.000 20,74 R$ 9.027.444 23,45 48,23

3 - VALOR ADICIONADO BRUTO ( 1-2) R$ 23.274.813 79,26 R$ 29.476.052 76,55 26,64

4 – DESPESAS R$ 8.836.987 30,09 R$ 13.257.750 34,43 50,03

4.1) Despesas Administrativa R$ 5.894.793 30,13 R$ 7.488.256 19,45 27,03

4.2) Despesas Operacionais R$ 2.942.194 10,02 R$ 5.769.494 14,98 96,09

5 - VALOR ADICIONADO A DISTRIBUIR R$ 14.437.826 49,17 R$ 16.218.302 42,12 12,33

6 - DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO R$ 14.437.826 100 R$ 16.218.302 100 12,33

6.1) Funcionários R$ 6.777.014 46,94 R$ 8.045.459 49,61 18,72

6.2) Governo R$ 565.474 3,92 R$ 362.846 2,24 -35,83

6.2.1 Despesas Tributarias R$ 285.296 1,98 R$ 157.492 0,97 -44,80

6.2.2 IR e CSLL R$ 280.178 1,94 R$ 205.354 1,27 -26,71

6.3)Distribuição de sobras ou prejuízos R$ 7.095.338 49,14 R$ 7.809.996 48,16 10,07

6.3.1 Jurus sobre o capital próprio R$ 886.834 6,14 R$ 1.472.347 9,08 66,02

6.3.1 Fates ato não cooperativo R$ 347.696 2,41 R$ 24.700 0,15 -92,90

6.3.2 Fates 5% R$ 293.040 2,03 R$ 315.647 1,95 7,71

6.3.3 Reserva Legal R$ 2.637.364 18,27 R$ 2.840.827 17,52 7,71

6.3.4 Reserva Legal Adicional= 7% R$ - 0,00 R$ 220.953 1,36 100

6.3.5 Sobras a disposição da AGO R$ 2.930.404 20,30 R$ 2.935.522 18,10 0,17 Fonte: Cooperativa de Credito de Livre Admissão de Associados do Vale do Juruena – SICREDI

UNIVALES

Todas as informações utilizadas para a elaboração desta DVA estão

contidas na contabilidade principalmente a DRE da Cooperativa de Credito de Livre

Admissão de Associado do Vale do Juruena – Sicredi Univales – MT, e seguem o

regime de competência dos exercícios de 2007 e 2008 e são os principais

componentes na formação da riqueza deste tipo de atividade nas atividades das

Instituições Financeiras, as despesas com intermediação financeira devem ser

consideradas como parte da formação líquida da riqueza e não de sua distribuição.

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55

4.2.1.1 Análise dos dados obtidos

Após analisados os resultados obtidos na DVA da cooperativa SICREDI

UNIVALES pode se verificar que a receita de intermediações financeiras que

chegam a uma media de 67,15% do valor das receitas, e são as maiores fontes de

recursos da cooperativa, devido atuar no ramo de crédito e essas receitas provirem

como já fora verificado, de operações de crédito e outros serviços prestados por esta

instituição.

Já quando se refere aos custos e despesas o que mais se destaca é o custo

com intermediações financeiro, verifica-se uma média de um ano para o outro de

22,10%. Este resultado provém principalmente das provisões para créditos de

liquidação duvidosa e outros.

Na análise vertical da distribuição do valor adicionado verificou-se grande

parte, cerca de 48,28% em média é distribuída ao colaboradores (funcionários da

cooperativa), e dirigentes. Isso acontece tanto em forma de salários e honorários

como também benefícios oferecidos a eles.

Para o governo, o valor repassado é de em média 3,43% o que

aparentemente representa muito pouco, no entanto se for analisar os recursos

oferecidos aos associados na forma de crédito e que fomenta a economia

principalmente do município de do estado esta realidade é muito diferente.

O último item analisado foi à distribuição das sobras e prejuízos neste caso o

maior distribuição se considerar item a item foi a distribuição aos sócios de acordo

com a assembléia que foi de 19,20% ao ano. Esse valor é distribuído aos sócios de

acordo com sua movimentação financeira, portanto quanto mais se trabalha com a

cooperativa mais rentabilidade o sócio terá de sua cooperativa. E como já tem sido

tradição, o valor distribuído aos sócios, através da aprovação da assembléia é

depositado diretamente ao capital social integralizado a cooperativa o que ajuda com

que essa se solidifique ainda mais junto a essa sociedade.

Em seguida serão feitas as análise horizontal dos principais itens da

distribuição do valor adicional que é o foco deste trabalho.

Para melhor representar a Análise Horizontal da distribuição do valor

adicionado entre os sócios, governo e funcionários e o que retornou a sociedade

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56

cooperativa nos períodos de 2007 e 2008, foram desenvolvidos alguns gráficos

conforme segue.

O Gráfico a seguir demonstra um comparativo do Valor adicionado total que

foi distribuído.

Gráfico 02 – Distribuição do Valor Adicionado

Fonte: Cooperativa de Credito de Livre Admissão de Associados do Vale do Juruena – SICREDI

UNIVALES

Através desse gráfico observa-se um crescimento na distribuição do valor

adicionada de 12,33% de um ano para o outro, a forma que isso foi distribuído será

verificado nos próximos gráficos.

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57

Gráfico 03 – Distribuição Valor Adicionado aos Funcionários

Funcionários

6.777.014

8.045.459

6.000.000

6.500.000

7.000.000

7.500.000

8.000.000

8.500.000

2007 2008

F uncionários

Fonte: Cooperativa de Credito de Livre Admissão de Associados do Vale do Juruena – SICREDI

UNIVALES

A variação demonstrada neste gráfico é devido as variação das contratações

realizada no período que passaram de 175 em 2007 para 212 em 2008. Este

aumento também pode representar um aumento dos salários dos funcionários.

Nesta demonstração estão inclusões os salários, dos dirigentes, conselheiros e

empregados, além de benefícios, 13° salários, férias, participação no resultado e

outros.

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58

Gráfico 04 – Distribuição Valor Adicionado ao Governo

G overno

565.474,00

362.459

0,00

100.000,00

200.000,00

300.000,00

400.000,00

500.000,00

600.000,00

2007 2008

G overno

Fonte: Cooperativa de Credito de Livre Admissão de Associados do Vale do Juruena – SICREDI

UNIVALES

Este gráfico representa quanto a cooperativa recolheu de impostos, taxas e

contribuições para o govendo, seja ele da esfera federal, estadual ou municipal.

Esta conta é compostas pelas contas de despesas tributárias e imposto de

renda e contribuição social.

Pode verificar que houve uma queda siginificativa no valor de repasse ao

govendo. Dois fatores foram, dentre outro, foram responsáveis por essa queda de -

35,83, um foi o fim da CPMF e a outra foi a migração de Cooperativa de Crédito

Rural do Vale do Juruena – Sicredi Univales para Cooperativa de Crédito de Livre

Admissão de Associados do Vale do Juruena - Sicredi Univales – MT.

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59

Gráfico 05 – Distribuição Valor Adicionado na Distribuição das Sobras e

Lucros.

Dis t.S obras e luc ros

7.095.338,00

7.809.996,00

6.600.000,00

6.800.000,00

7.000.000,00

7.200.000,00

7.400.000,00

7.600.000,00

7.800.000,00

8.000.000,00

2007 2008

Dis t.S obras e luc ros

Fonte: Cooperativa de Credito de Livre Admissão de Associados do Vale do Juruena – SICREDI

UNIVALES

As sobras e lucros compreendem todos os resultados exercício após as

deduções dos impostos com o IR e a CSLL, e que são destinadas as reservas

estatutárias juros ao capital próprio (pagos aos sócios) além da distribuição das

sobras aos associados.

Pode-se verificar no gráfico um aumento 10,07% de um ano para o outro.

Se verificado o itens que compunha essa conta, poderá ser verificado que

algumas contas tiveram um aumento muito pequeno no ano de 2008, como é o caso

da distribuição das sobras aos sócios, isso se dá devido à proposta aprovada em

AGO 2007 da criação de um Fundo de Reserva Legal Adicional que passou a

vigorar no ano de 2008.

Pode-se verificar também uma queda brusca em relação ao FATES do ato

não cooperativo onde como já fora dito a cooperativa tinha várias pessoas de outros

seguimentos de mercado que tinham operações realizadas com ela o que onerava

em ato não cooperativo e todo o resultado era lançado diretamente no FATES com a

Livre Admissão esse valor passa a ser distribuído aos sócios.

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60

5 CONCLUSÃO

A contabilidade tem como finalidade contribuir com informações que poderão

ser utilizadas nos processos decisórias e para a tomada de decisão, e a DVA vem

se mostrando cada vez mais como uma ferramenta de grande utilidade para a

tomada de decisão dentro no novo cenário socioeconômico.

Para a sociedade cooperativa essa ferramenta é mais importante, ainda que

ela não esteja obrigada a demonstrar e divulgar a DVA. Isso porque através desta

demonstração a cooperativa torna-se mais transparente para seus associados,

evidenciando a riqueza gerada pela cooperativa e demonstrando de forma mais

simples para o entendimento de todos os sócios como esta riqueza esta sendo

distribuída, já que nesse tipo de sociedade os associados é que são os donos do

negócio.

Com base no referencial teórico e na realização de um estudo de caso,

verificou-se que no primeiro ano a entidade adicionou uma riqueza de R$14.437.826

milhões ao seu resultado e no segundo ano esse valor foi de R$ 16.218.302 milhões

de reais os quais foram distribuídos entre os seus funcionários, governo e os sócios

além de parte do valor que foi reinvestido na própria cooperativa.

Os dados foram obtidos através da elaboração e analise da Demonstração

do Valor Adicionado da CCLA – Vale do Juruena – SICREDI UNIVALES entre os

anos de 2007 e 2008.

Atendendo os objetivos específicos deste trabalho, foi elaborado um modelo

de DVA especifico para o estudo daquela cooperativa, onde tantos as dirigentes,

quanto os associados pudessem entender às formas de distribuição do valor

adicionado, que a geração e distribuição ficassem de forma mais clara para todos.

Como o modelo elaborado é simples, tornam-se acessíveis aos mais diversos

usuários mesmo aos mais leigos.

Verificou-se na análise vertical que a maior parte da distribuição do valor

adicionado é revertida aos sócios e as reservas estatutárias e legais chegando a

uma média de 48,65% sendo que a conta que tem a maior representatividade dentro

do grupo é a das sobras à disposição da AGO que representa a distribuição entre os

sócios, que no ano de 2009, o exercício de 2008 teve representação de 18,10% do

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61

total da distribuição e no ano anterior chegou a 20,30% do valor distribuído, isso sem

contar o valor pago pela cooperativa aos associados de juros sobre o capital próprio

que também é uma forma de fidelizar os seus sócios.

Outra grande parte da riqueza gerada pela cooperativa foi distribuído através

de salários, honorários e outros. Este valor chegou 49,61% do valor adicionado no

ano de 2008. Lembrando que este valor ajudará a agregar riquezas a outras

entidades o que contribui para o crescimento da comunidade onde a cooperativa

esta inserida.

Conclui-se, portanto, que a DVA adaptada para a elaboração deste trabalho

evidencia de modo adequado ao associado à riqueza gerada por sua cooperativa,

pois demonstra a informação de forma clara e que contribui para um bom

entendimento, já que ele é o dono do negócio e precisa auxiliar os dirigentes na

tomada de decisão.

Através da DVA ele recebera as informações com mais clareza e poderá

verificar como a cooperativa vem distribuindo a riqueza por ela gerada, já que todo o

trabalho realizado pela cooperativa visa um crescimento de seus associados e da

comunidade onde esta está inserida.

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0

REFERÊNCIAS

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1

GIL, Antonio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisas. São Paulo: Atlas S.A, 2002. IUDÍCIBUS, Sergio. Analise de Balanços. São Paulo: Atlas S.A, 2008; _______.MARTINS, Eliseu. GELBCKE, Ernesto Rubens. Manual de Contabilidade das Sociedades Por Ações, 7° Edição, São Paulo: Atlas S.A, 2007 _______. et al. Contabilidade Introdutória. 9° Edição, São Paulo: Atlas S.A. 1998 MARCONI, Mariana de Andrade. LAKATOS, Eva Maria. Metodologia Cientifica. São Paulo: Atlas S.A 2004. MARION, José Carlos. Análise das demonstrações Contábeis – Contabilidade Empresarial. 3° Edição, São Paulo: Atlas S.A, 2007. MATARAZZO, Dante Carmine. Análise Financeira de Balanços – Abordagem Básica e Gerencial. 6° Edição, São Paulo: Atlas S.A, 2008. MEINEN, Ênio. DOMINGUES, Jefferson Nercolini. DOMINGUES, Jane Aparecida Stefanes. Cooperativas de Crédito no Direito Brasileiro. Porto Alegre: Sagra Luzzatto, 2002. MULHER, Mary Stela. CORNELSEN, Julce Mary. Normas e Padrões para Teses, Dissertações e Monografias. 3 Edição. Curitiba, Editora UEL, 2001. OCB 2009. Ramos. Disponível em< http://www.ocb.org.br/site/ramos/institucional.asp>. Acesso em 02/03/2009 as 00h03min. PADOVEZE, Clóvis Luís. Contabilidade Gerencial – Um Enfoque em Sistema de Informação Contábil. 4°Edição. São Paulo, Editora Atlas S.A, 2004. PINHEIRO, Marcos Antonio Henriques. Cooperativas de Credito – História da Evolução Normativa no Brasil. 5° Edição, Brasília, 2007; PINHO, Diva Benevides; PALHARES, Valdecir Manoel Affonso. Cooperativismo de Credito no Brasil – Século XX ao Século XXI. Edição Comemorativa, Confebras. Santo André – SP, 2004 SANTOS, Ariovaldo. GOUVEIA, Fernando Henrique Câmara. VIEIRA, Patrícia dos Santos. Contabilidade das Sociedades Cooperativas – aspectos gerais e prestação de contas. São Paulo, Atlas S.A, 2008; SICREDI 2009. Cooperativismo de credito. Disponível em <http://www.sicredi.com.br/>. Acesso em 13/03/2009 às 23h16min.

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2

SILVA, Alexandre Alcantara. Estrutura, Análise e Interpretação das Demonstrações Contábeis. São Paulo: Atlas S.A, 2007; SILVA, Antonio Carlos Ribeiro. Metodologia da Pesquisa Aplicada a Contabilidade. São Paulo: Atlas S.A, 2008. SOARES, Pedro Francisco. Cooperativas de Crédito e a Inaplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor. 2008. Monografia. Universidade Federal de Mato Grosso – Faculdade de Direito – Turma Especial de Juína – UFMT.

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3

ANEXOS

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4

ANEXO A

Modelo I – Demonstração do Valor Adicionado – EMPRESAS EM GERAL

DESCRIÇÃO

Em milhares de

reais

20X1

Em milhares de

reais

20X0

1 – RECEITAS

1.1) Vendas de mercadorias, produtos e serviços

1.2) Outras receitas

1.3) Receitas relativas à construção de ativos próprios

1.4) Provisão para créditos de liquidação duvidosa – Reversão / (Constituição)

2 – INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS

(inclui os valores dos impostos – ICMS, IPI, PIS e COFINS)

2.1) Custos dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos

2.2) Materiais, energia, serviços de terceiros e outros

2.3) Perda / Recuperação de valores ativos

2.4) Outras (especificar)

3 – VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)

4 – DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO

5 – VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)

6 – VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA

6.1) Resultado de equivalência patrimonial

6.2) Receitas financeiras

6.3) Outras

7 – VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)

8 – DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO (*)

8.1) Pessoal

8.1.1 – Remuneração direta

8.1.2 – Benefícios

8.1.3 – F.G.T.S

8.2) Impostos, taxas e contribuições

8.2.1 – Federais

8.2.2 – Estaduais

8.2.3 – Municipais

8.3) Remuneração de capitais de terceiros

8.3.1 – Juros

8.3.2 – Aluguéis

8.3.3 – Outras

8.4) Remuneração de capitais próprios

8.4.1 – Juros sobre o capital próprio

8.4.2 – Dividendos

8.4.3 – Lucros retidos / Prejuízo do exercício

8.4.4 – Participação dos não-controladores nos lucros retidos (só p/ consolidação)

(*) O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7

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5

ANEXO B

Modelo III – Demonstração do Valor Adicionado – SEGURADORAS

DESCRIÇÃO Em milhares de reais

20X1

Em milhares de reais

20X0

1 – RECEITAS

1.1) Receitas com operações de seguro

1.2) Receitas com operações de previdência complementar

1.3) Rendas com taxas de gestão e outras taxas

1.4) Outras

1.5) Provisão para créditos de liquidação duvidosa – Reversão / (Constituição)

2 – VARIAÇÕES DAS PROVISÕES TÉCNICAS

2.1) Operações de seguro

2.2) Operações de previdência

3 – RECEITA LÍQUIDA OPERACIONAL (1+2)

4 – BENEFÍCIOS E SINISTROS

4.1) Sinistros

4.2) Variação da provisão de sinistros ocorridos mas não avisados

4.3) Despesas com benefícios e resgates

4.4) Variação da provisão de eventos ocorridos, mas não avisados

4.5) Outras

5 – INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS

5.1) Materiais, energia e outros

5.2) Serviços de terceiros, comissões líquidas

5.3) Variação das despesas de comercialização diferidas

5.4) Perda / Recuperação de valores ativos

6 – VALOR ADICIONADO BRUTO (3-4-5)

7 – DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO

8 – VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (6-7)

9 – VALOR ADICIONADO RECEBIDO/CEDIDO EM TRANSFERÊNCIA

9.1) Receitas financeiras

9.2) Resultado de equivalência patrimonial

9.3) Resultado com operações de resseguros cedidos

9.4) Resultado com operações de cosseguros cedidos

9.5) Outras

10 – VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (8+9)

11 – DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO *

11.1) Pessoal

11.1.1 – Remuneração direta

11.1.2 – Benefícios

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6

11.1.3 – F.G.T.S

11.2) Impostos, taxas e contribuições

11.2.1 – Federais

11.2.2 – Estaduais

11.2.3 – Municipais

11.3) Remuneração de capitais de terceiros

11.3.1 – Juros

11.3.2 – Aluguéis

11.3.3 – Outras

11.4) Remuneração de capitais próprios

11.4.1 – Juros sobre o capital próprio

11.4.2 – Dividendos

11.4.3 – Lucros retidos / Prejuízo do exercício

11.4.4 – Participação dos não-controladores nos lucros retidos (só p/ consolidação)

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7

ANEXO C

Demonstrativo de Resultados SICREDI UNIVALES do ano de 2007

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8

ANEXO D

Demonstrativo de Resultado SICREDI UNIVALES do ano de 2008

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9

APÊNDICES

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APÊNDICE A

Termo de Autorização da Empresa para Divulgação dos Dados