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Resumos das comunicações do I Seminário Internacional de Línguas Estrangeiras. Fundação Universidade Federal de Rondônia, 2011. ISSN 2236.5370
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RESUMOS DAS COMUNICAÇÕES
JOÃO DO RIO E A VISÃO DA URBE: UMA LEITURA DA CRÔNICA "OS VENDEDORES DE
ORAÇÃO"
Adriana Alves de Lima (UFAC)
Profa. Dra Luciana Nascimento (UFAC)
Charles Baudelaire, o eminente escritor francês em seu célebre ensaio "O Pintor da vida moderna",
postulou os paradigmas da arte na modernidade, nos mostrando que o grande desafio do artista em tempos
modernos é transformar o efêmero em eternidade, ou seja, em arte, através da Flânerie. A atividade do
flâneur é observar os passantes que dão e recebem choques, movimentando-se na massa, como autômatos.
O flâneur interessa-se pela cidade em geral, e por cada um dos seus edifícios mais característicos:
estações ferroviárias, grandes magazines, salas de exposição, ruas escondidas. A cidade é tudo para o
flâneur, ela então se desdobra diante dele, se abrindo como paisagem.
E é por meio da Flânerie, segundo Baudelaire, que a arte toma a função de construir imagens da cidade.
João do Rio como leitor privilegiado do citado autor francês, dedica a maior parte da sua obra ao gênero
crônica, colocando-se como um "repórter da vida citadina", flagrando acontecimentos, focalizando
imagens de ruas e pessoas da urbe, sob o signo da visibilidade.
Na crônica "Os Vendedores de Oração", João do Rio tematiza as ruas da cidade e as sub-profissões
geradas pela modernidade nos mostrando o que há de exótico na vida urbana, realizando a critica à
sociedade que alija as camadas mais populares. Na citada crônica João do Rio mostra as muitas variações
do discurso persuasivo presente nas orações, como forma de obter favores Divinos e o fotalecimento do
comércio das orações, fornecendo a garantia de obtenção das graças. O presente trabalho constitui um
recorte de nosso projeto de pesquisa realizado no âmbito no PIBIC/CNPQ, intituldo “ A cidade, o palco e
o salão: uma representação feminina na obra de João do Rio”, atualmente em fase de elaboração, sob a
orientação da Profa. Dra. Luciana Nascimento.
A OUTRA (IR) REALIDADE NA OBRA DE BORGES
Aldizete Silva Souza (UNIR)
Profa. Dra. Heloisa Helena Siqueira Correia (UNIR)
A análise “Quantos Borges?” feita com base no conto “O outro” do autor Jorge Luis Borges, nos conduz
para outra dimensão, a do imaginário, em que somos conduzidos a pensar no fantástico ou em uma versão
alternativa da nossa realidade. O personagem principal é Jorge Luis Borges, um homem maduro de
sessenta anos, também narrador protagonista do conto, que narra em 1972 a história ocorrida em 1969.
Borges de setenta anos encontra-se com Borges de vinte anos em 1918, sendo o encontro desdobrado em
dois tempos distintos, um no passado e outro no futuro. A análise se desenvolve através deste
acontecimento (encontro do mesmo homem em tempos distintos), tendo como embasamento as
concepções do autor Tzvetan Todorov em relação ao fantástico. A análise da narrativa nos proporciona o
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contato simultâneo com vários tempos ao passo que realiza o diálogo entre passado, presente e futuro. O
tempo passado e o tempo presente são vividos pelo protagonista Borges, homem de setenta anos. O tempo
presente e o tempo futuro, por sua vez, são vividos por Borges jovem. A análise “Quantos Borges?” nos
encaminha para duas hipóteses interpretativas: em uma primeira hipótese, o encontro pode ter sido um
sonho, produzindo assim ambigüidade na analise, pois o narrador afirma que estava na vigília. Numa
segunda hipótese, o narrador protagonista pode ter se encontrado consigo mesmo em sua vida real.
Portanto não é possível optar, com plena certeza, por um desfecho explicativo, mas é importante
considerar a ambigüidade criada pela narrativa e pelas duas hipóteses mencionadas.
UMA ARTE DE (DES)COLONIZAR: UMA LEITURA PÓS-COLONIAL DE POEMAS DE
ELIZABETH BISHOP E DE CYRIL DABYDEEN
Alex Santana Costa (UNIR)
Cyril Dabydeen, escritor nascido na Guiana e residente no Canadá, utiliza-se da arte poética matizada de
cores exóticas, na obra canadense Born in Amazonia, com a finalidade de trazer à tona elementos
negligenciados por colonizadores e assim fazer brotar no cerne do intelectual colonizado um ideal de
descolonização, valendo-se de décadas de uma viagem ao passado, com regiões e povos marginalizados,
repleta assim de discursos coloniais. Por outro lado, em Poemas do Brasil, surge a estadunidense
Elizabeth Bishop, reconhecida e aclamada pelo mundo literário pela sua singular capacidade de criar
literatura com base em fatos muitas vezes tão simples e, ao mesmo tempo, tão marcantes e tão próximos
da realidade de quem procura uma vida nova em um lugar distante e diferente. Consideramos relevante
questionar todo esse brilhantismo presente nos poemas, se poderia ofuscar uma visão detida de leitores e
de críticos literários quanto ao teor do seu discurso. Em contraposição ao teor colonial dos poemas de
Bishop sobre o Brasil, revelamos que Born in Amazonia, de Dabydeen, pode nos ajudar a entender como
muitas vezes é negativa a visão que Bishop demonstrava possuir acerca do Brasil e das suas
complexidades, e, principalmente, damos relevo à colonização psicológica que a sua poesia pode provocar
nos seus leitores.
O RIO DE JANEIRO DE JOSÉ DE ALENCAR
Ana Clara da Silva Campêlo (UFAC)
Luciana Nascimento –(Profa.Dra.-Programa de Pós-Graduação em Letras/ UFAC)
No Brasil em fins do século XIX, a incipiente urbanização se caracterizou pela afirmação da
modernidade, cuja repercussão incidiu principalmente na adoção do paradigma europeu de cidade, cujo
centro de peregrinação em busca de mercadorias importadas estava representado pela Rua do Ouvidor e
também por outros espaços de sociabilidade, tais como: a Confeitaria Colombo. No rastro de Paris,
inicialmente o Rio de Janeiro, capital do Império, depois da República teve em suas representações
literárias, os melhoramentos urbanos e a vida social, a partir da formação de uma classe burguesa que se
constituiu como consumidora de cultura e usuária do espaço urbano. O presente trabalho tem por objetivo
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realizar uma leitura das obras “Cinco Minutos” e “A Pata da Gazela”, de José de Alencar, privilegiando a
presença do espaço urbano como cenário para a movimentação de seus personagens. No enredo de ambas
as obras, o espaço urbano compõe o pano de fundo, sendo que em “Cinco Minutos”, o narrador por um
atraso de cinco minutos é obrigado a pegar o próximo bonde, senta-se ao lado de uma mulher e apaixona-
se por ela, mas não vê seu rosto e teme que a mulher seja feia. Ela parte pedindo que não a esqueça, mas
ele a perde. Depois de um mês tentando descobrir quem é a amada, a encontra numa ópera. Já em “ A
Pata da Gazela”, encontramos os salões cariocas do século XIX, que por seu turno, servem de palco para
um atribulado triângulo amoroso, em cuja narrative, Alencar dialoga pela via irônica com a história da
Cinderela. O presente trabalho constitui um recorte da nossa pesquisa realizada no âmbito do
PIBIC/CNPq, intitulada “De rendas e cetins: a representação feminina nas obras de José de Alencar”, em
fase de elaboração, sob a orientação da Profa. Dra.Luciana Nascimento.
SOBRE ALGUNS ASPECTOS CONSERVADORES DAS LÍNGUAS KAWAHÍWA
Ana Maria Gouveia Cavalcanti Aguilar (UNIR/LALI, UnB)
Aryon Dall‟Igna Rodrigues (IL,LALI-UnB/CNPq)
Ana Suelly Arruda Câmara Cabral (IL,LALI-UnB/CNPq)
Nesta comunicação faremos algumas observações sobre aspectos conservadores das línguas Kawahíwa,
dentre as quais a manutenção da sequência pj < PTG *pj, mantida também em línguas do sub-ramo III –
Tupinambá e Tupí Antigo –, e a expressão do modo indictivo II na primeira e terceira pessoas.
Apresentaremos algumas hipóteses em desenvolvimento sobre a manutenção de traços como esses nas
línguas Tupí-Guaraní mais norte-ocidentais, considerando que, em vários outros aspectos, essas línguas se
desenvolveram em conformidade com as línguas setentrionais (sub-ramo IV, V, VI, VII e VIII). Com
estas compartilham, dentre outros, os reflexos fonológicos do PTG * tx, *ts, *j, *ti, e um sistema de
correferência que inclui prefixos correferências combináveis com nomes e a presença de um sufixo de
caso argumentativo combinável com temas terminados em consoantes e em vogais.
IMPRESSÕES DA MEMÓRIA: O TEMPO PRETÉRITO NOS TEMAS DE SAMBA EM
APORTE JORNALÍSTICO DE PORTO VELHO
Ana Rosa Frazão Paiva (Pós-graduanda UNIR)
O presente artigo origina-se de trabalho cuja base se localiza em atividades vinculadas a uma das linhas
de estudo do Mestrado Acadêmico em Letras da Universidade Federal de Rondônia, centrado portanto na
cultura. O seu tema parte da análise de paratextos em torno de sambas-de-enredo de escolas de Porto
Velho. A pesquisa final dirige-se à produção de uma dissertação, contudo perscruta outros lugares de
informação e possui assentamento objetual em textos havidos em hemerotecas com ocorrências
inquietantes ao nosso olhar. No material jornalístico levantado percebeu-se o uso frequente do tempo
passado para referenciar um determinado presente. Era, pois, recorrente nos periódicos uma tendência de
sobrelevar os fatos fixados em temporalidades distantes. Assim, sob a fundamentação dos estudos acerca
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de memória e a sua produção, este texto intenciona compreender como o uso do pretérito do verbo
desvela um desejo de resgate de cunho memorialístico. A nossa delimitação possui núcleo de autoria no
jornalista Silvio Santos, também compositor de samba, que escreve sobre temas de cultura no jornal
Diário da Amazônia. A fundamentação teórica mais abrangente traz a obra Tempo Passado de Beatriz
Sarlo, suporte maior, mas também recorre aos estudos de Pierre Nora, Michael Pollak e Maurice
Halbwachs como adjutórios. O intuito é perceber como as marcas temporais deixadas no texto revelam o
constante empenho em resgatar um passado cujo autor se preocupa em manter vivo no presente. Neste
sentido, Sarlo compreende que as experiências de lembrar constituem um processo de produção coletiva
e, destarte, permite-nos antever a socialização do conceito de pós-memória e as suas reconstituições. Os
textos de Silvio Santos são quadros muito luminosos daquilo que a nossa teórica argumenta e defende.
AS MUDANÇAS NO CENÁRIO EDUCACIONAL BRASILEIRO A PARTIR DA LEI 9.394/96 E
SEUS REFLEXOS NO ENSINO DE LÍNGUAS
Andrelize Schabo Ferreira de Assis (ULBRA)
Larissa Zuim (UNIRON)
Tentando compatibilizar o ensino educacional no Brasil à democratização à qual o país vinha se
moldando, o Poder Legislativo por meio de deputados, senadores e estudiosos renomados sobre educação
conseguiram que fosse sancionada a Lei LDB 9394/96. O presente artigo tenta contribuir para uma
melhor compreensão a respeito das mudanças no cenário educacional a partir desta Lei, fazendo uma
abordagem de alguns dos problemas que a educação brasileira enfrenta, sobre um panorama do que a
referida Lei prevê e do que realmente ocorre no sistema educacional do país, destacando o seu efeito
sobre o sistema de ensino de Línguas, da implantação da DCN (Diretrizes Curriculares Nacionais) e do
Decreto nº 6755 que contribuiu para a valorização da formação de professores do ensino básico.
Analisando as mudanças que estas normas obrigatórias trouxeram para o sistema educacional em geral,
valorizando a interdisciplinaridade, trazendo para dentro do ensino a interrelação dos conteúdos,
possibilitando, inclusive um avanço no ensino de línguas estrangeiras, cujo aprendizado não vem sendo
alcançado devido às falhas que o próprio sistema de ensino apresenta, quer seja por falta de profissionais
qualificados ou pela própria infraestrutura não corresponder à demanda do crescente número de
matriculados na educação básica brasileira, nas escolas tanto da rede municipal quanto estadual de ensino.
De maneira geral, ele tentará expor desde as mudanças advindas com a normatização de 1996 (LDB/96), e
alguns dos principais déficits da educação básica brasileira, quais são as reformas propostas na ordem
vigente e o instrumento criado como regulador da situação pós-reforma.
ANÁLISE DO DISCURSO E ENSINO DE LÍNGUA MATERNA: PERSPECTIVAS ATUAIS
Avany Aparecida Garcia (UNIR – Ariquemes)
Iracema Gabler(UNIR – Ariquemes)
O artigo aborda perspectivas atuais da Análise do Discurso, considerando as contribuições dessa
disciplina para o ensino de língua materna, no sentido de se propiciar o conhecimento de mecanismos
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discursivos, bem como de se favorecer o uso estratégico destes em prol do exercício da cidadania. Nesse
sentido, são apreciadas postulações que conduzem a uma elaboração materialista do discurso, na qual este
é apreendido como uma prática, e a língua, concebida a partir de sua relação com a materialidade
histórica. Conjectura-se, assim, a construção estratégica de um sujeito autor que, sendo responsável pela
coerência e consistência do que produz e relacionando-se com sua exterioridade e interioridade, pode
constituir-se e mostrar-se como autor em seu meio (ORLANDI, 1993). Entende-se que, para a efetivação
da prática discursiva, a escola, como um todo e, especialmente, as aulas de língua materna constituem um
espaço privilegiado.
LA POESÍA EN LA ENSEÑANZA DE ESPAÑOL EN LENGUA EXTRANJERA
Camila Salcedo Chaves (UNIR – Letras /Espanhol)
Margarida Gomes De Freitas (UNIR – Letras/ Espanhol)
La finalidad de este trabajo es destacar la importancia de la poesía en la clase de español como lengua
extranjera. Utilizado como instrumento facilitador del proceso de enseñanza-aprendizaje, una vez que
enriquece las clases e incentiva a los alumnos y profesores a trabajar de forma lúdica y creativa, el texto
poético permite la oportunidad de jugar con las palabras, los sonidos y las rimas. La poesía como
producto cultural, nos acerca a la cultura que estamos adquiriendo y nos permite contextualizarla,
histórica, política y socialmente. Su utilización en el aula de E/LE despierta los valores afectivos y
emocionales que conviene potenciar como estímulo para los estudiantes, transmitiéndoles confianza y
soltura con la lengua meta a través de una lectura guiada y con eso, generalmente la respuesta es algo de
hecho relevante para el alumno. Los contenidos poéticos en la enseñanza, para una lengua extranjera ha
sido discutida durante varios años y, para poder saber más sobre el asunto, dice Carlos Ferrer que tenemos
que hacer una breve pregunta de cuáles serian las características de lo poético, de cuál sería la diferencia
en los textos literarios y no literarios en el aprendizaje de E/LE.
ESTRANGEIRO EM QUALQUER LUGAR: A DESTERRITORIALIZAÇÃO NO FILME
“SPANGLISH”
Prof. MSc. Carlos André Alexandre de Melo (UFAC)
A partir da observação da personagem Flor, no filme Spanglish (2004), procura-se traçar uma rede que
une outras obras nas quais perpassa um sentimento de desterritorialização, caracterizada, à maneira como
defende Rogério Haesbaert, em “O mito da Desterritorialização” (2007), como a perda de controle sobre
seus territórios e de referências simbólicas dos mesmos. A protagonista do filme dirigido por James L.
Brooks encontra-se perdida, sem referencial territorial ou lingüístico, que não é a Los Angeles e seu
American way of life, nem a memória do lar, no México, espaço puramente sentimental, uma vez que este
também se modifica. Tal sentimento pode ser cotejado com o de personagens de outros filmes e de
sujeitos líricos de poemas, como “A Ilusão do Migrante”, de Carlos Drummond de Andrade, asseverando
a perda de si mesmo característica do homem moderno.
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LA IMPORTANCIA DE LOS CÓMICS EN LA ENSEÑANZA DEL ESPAÑOL
Cristiany Oliveira de Carvalho (UNIR – Letras /Espanhol)
Jeanne do Nascimento (UNIR– Letras /Espanhol)
Náfria Chianca (UNIR– Letras/ Espanhol)
Los cómics sirven para comunicar (transmisión de señales mediante un código común al emisor y al
receptor), distraen porque divierten y son verbo-icónicos que constan de textos y de imágenes. La
historieta es uno de los medios de comunicación con mayor aceptación por parte del alumnado. En un
enfoque comunicativo de aprendizaje de E/LE, la escritura parece conveniente para proporcionar al
aprendiz ocasiones en que pueda crear su propia lengua y sentir que es producto de su voluntad y esfuerzo
personal. Entonces debemos proporcionar al estudiante elementos y propuestas de trabajo que le permitan
desarrollar sus competencias comunicativas. Todavía hay un amplio sector del profesorado que piensa que
el trabajo alrededor de un medio como el cómic supone una pérdida de tiempo y que si se hace, basta
abordarlo de un modo marginal. Estos puntos de vista pueden tener su fundamento en distintas razones,
pero, la más significativa es que los profesores no están familiarizados con los principios básicos del
cómic, desconocen la naturaleza de su lenguaje, desaprovechan las oportunidades comunicativas que
ofrece su función social, relegan su lugar dentro del curriculum, y lo que es peor, se despreocupan del
diseño de estrategias para su aplicación. Entonces debido a las dificultades relacionadas y dichas,
proponemos en este artículo ofrecer una idea de cómo trabajar los cómics en las clases de lengua
extranjera.
O NASCIMENTO DE UM NOVO LEITOR: TO THE LIGHTHOUSE
Débora Cristiane Cordeiro Teixeira (UFAC)
Luana de Souza Vieira (UFAC)
Nesta comunicação, apresentaremos as dificuldades em ler o romance To The Lighthouse (1925) de
Virginia Woolf, tendo em vista que, ao invés de um enredo com começo, meio e fim, organizado em
capítulos que sucedem à uma conclusão, na qual é apresentada a resolução de todos os conflitos, nós,
alunos, somos assaltados por fragmentos, que embaralham os tempos presente e passado, e quase sempre
desestimulam a continuidade da leitura. Como suporte teórico, trabalharemos com o ensaio “Modern
Fiction”, também de autoria de Virginia Woolf.
O ENSINO DE LÍNGUA ESPANHOLA POR MEIO DE ATIVIDADES LÚDICAS: UMA
EXPERIÊNCIA EM CURSO DE EXTENSÃO
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Prof. Esp. Djenane Alves dos Santos Valdéz (UNIR-GELLSO)
Elzimar De Melo Rodrigues (UNIR).
Walace Martins De Azevedo (UNIR.)
O presente trabalho trata de uma pesquisa vivenciada em um curso de espanhol de 60 horas, para crianças
do 6° ano, com idade entre 10 a 13 anos, da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio D. Pedro I.
Esta experiência teve como objetivo geral, averiguar o nível de aprendizagem e a postura do aluno diante
do ensino de espanhol através de atividades lúdicas, e teve como finalidade levar ao aluno o
conhecimento da língua espanhola e ampliação de seu vocabulário. Acredita-se que quando o profissional
utiliza a aplicação de atividades lúdicas no processo ensino-aprendizagem, o aluno estará mais motivado a
aprender, o educador transmite o conhecimento de maneira mais descontraída, dessa forma a interação é
efetivada. Este estudo contribuiu ricamente para nossa experiência profissional, nos possibilitando realizar
na prática o conhecimento teórico adquirido no decorrer da formação acadêmica, e respondeu,
positivamente, ao nosso questionamento, confirmando que é possível o resultado da aplicação de
atividades lúdicas no ensino-aprendizagem da língua espanhola para crianças.
A EXCELÊNCIA DO ENSINO DE LEM
ATRAVÉS DE CENTROS ESPECIALIZADOS
Elen de Brito Araújo(UFAM)
RESUMO: Discute a configuração do currículo voltado para o ensino das línguas estrangeiras nas escolas
de ensino básico e apresenta uma proposta que consiste em centralizar o ensino destas línguas num espaço
mais apropriado, com professores mais bem preparados, metodologia dinâmica e uma formatação de
currículo que consolide todos os requisitos para que se implante uma modalidade de curso que imprima
mais qualidade no ensino destas. Neste trabalho, propomos a implantação de um centro de excelência no
ensino de línguas estrangeiras em municípios de pequeno porte do interior do Estado do Amazonas, para
que o ensino de língua estrangeira atenda aos mínimos anseios do alunado e dê ao professor de língua
estrangeira a oportunidade de aprimorar seus conhecimentos in loco através de programas de formação
continuada. Com base em textos legais, esta pesquisa bibliográfica e documental se encerra com a
apresentação de um modelo de centro especializado no ensino de línguas para atender às necessidades
urgentes impostas pela Lei 11.161/05 em cidades do interior do Estado do Amazonas. Por último,
apresenta uma análise dos dados coletados na pesquisa empírica que serviram para embasar a
configuração do centro de ensino com a formatação esboçada neste estudo e destaca os depoimentos
feitos por educadores que não endossam o modelo vigente nas escolas para que se desenvolva os
processos de ensino e de aprendizagem da Língua Inglesa.
LÁ ROTA DEL PACÍFICO: DISCURSOS ENTRELAÇADOS
Emilson Ferreira de Souza (Pós-graduando - UFAC)
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Neste trabalho, apontamos características da linguagem do gênero documentário no audiovisual, como
capaz de construir significados, e também, o que o entrelaçamento dos vários discursos presentes, podem
revelar sobre as identidades dos sujeitos que estão inseridos em um determinado espaço geográfico, em
um contexto sócio-histórico e ideológico. O filme documentário, dado seu caráter autoral, reflete as
opções e escolhas do diretor do filme no momento da produção, da edição, na construção de significados
que são revelados através da linguagem cinematográfica, seja: de como a câmera vai se comportar durante
a filmagem, seja pela forma de edição de imagens e diálogos, etc. Seguindo autores como Vertov (1972),
Dan Rim (1995), Bakhtin (1992, 2000) Hall (2009), e outros, tomaremos como corpus o documentário La
rota Del Pacífico: Culturas de Fronteiras, produção e direção Emilson Ferreira (2007), com o intuito de
mostrar como a linguagem, desse trabalho audiovisual, revela as identidades dos sujeitos que vivem neste
espaço geográfico, já que o referido documentário traz como tema as culturas de fronteiras, explorando o
patrimônio imaterial, a integração dos povos na região da fronteira BOLPEBRA (Bolívia-Pando, Peru-
Madre de Dios, Brasil-Acre). A linguagem cinematográfica do documentário La Rota Del Pacífico mostra
características próprias da região amazônica, tais com: o modo de vida do povo dessa região, o tempo em
que vive o ribeirinho, a fragilidade e a beleza da fauna e da flora, e, sobretudo, a transformação de
identidades pela qual passam os sujeitos que vivem na tríplice fronteira do BOLPEBRA.
AS CONCEPÇÕES DE LÍNGUA E LETRAMENTO EMBUTIDAS NOS LIVROS DIDÁTICOS
Fabíola Ferreira O campo (Pós-graduanda – UNIR)
O presente trabalho analisa, em dois livros didáticos (LD) utilizados em escolas públicas municipais de
Guajará-Mirim/RO, os discursos que subjazem atividades escolares e as concepções de língua e de
letramento nelas presentes. Comparando se tais concepções se enquadram com as concepções de língua e
de letramento professadas nos PCN de Língua Portuguesa. Discutiu-se primeiramente a concepção de
letramento, que apesar de ser muito citada nos círculos educacionais ainda não possui uma definição
consensual do venha a ser “o letramento”, assim, discutiremos as ideias de Magda Soares, Ângela
Kleiman e Leda Tfouni, além do próprio PCN de Língua Portuguesa. A concepção norteadora do trabalho
é a professada pelo PCN de língua portuguesa que trata o letramento como “o produto da participação em
práticas sociais que usam a escrita como sistema simbólico e tecnológico” (p.23). O fenômeno do
letramento extrapola a questão do ler e do escrever (alfabetização), volta-se para o uso que se faz da
leitura e da escrita socialmente. Implica no uso social da língua que reflete as relações de identidade e
poder tanto na fala quanto na escrita. A análise consistiu na leitura minuciosa de dois livros didáticos de
Língua Portuguesa, muito utilizados nas escolas públicas municipais de Guajará-Mirim, Rondônia, para
verificar qual concepção de língua o discurso dos exercícios dos LDs propõe e trabalha com os alunos. Tal
análise nos permitiu avaliar se a proposta do LD favorece ao aluno um processo de letramento a partir de
seu conhecimento prévio da língua, ou se o LD se detém, ainda, na concepção palavrista de alfabetização
que aparta a língua do meio social deixando-a sem sentido para o aluno.
O MITO DA CIDADE ENCANTADA E A LENDA DA MULHER DA CABEÇA CORTADA EM
ÓRFÃOS DO ELDORADO
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Fátima do Nascimento Varela (Pós-graduanda – UNIR/Vilhena)
A sutileza com que Milton Hatoum trata o local e o universal atribui uma singularidade capaz de enquadrá-lo
entre os escritores destacados pela crítica literária atual. O mito, enigma que surge como explicação para a
origem das coisas e permanece vivo embora imperceptível, é o fio condutor da novela. A pesquisa consiste em
averiguar as implicações da inserção do mito Cidade Encantada e da lenda A mulher da cabeça cortada em
Órfãos do Eldorado, história dramática, tangenciada por acontecimentos históricos e por lendas de povos
indígenas dentre as quais algumas são oriundas dos povos Macurap, Tupari, Ajuru, Jabuti, Arikapu e Aruá –
povos que habitam terras indígenas situadas no lado oriental do rio Guaporé em Rondônia. Denise Maldi, em O
complexo cultural do marico comenta que essas sociedades partilharam um complexo cultural com
características bem definidas. A partir da análise realizada foi possível constatar o entrecruzamento dessas
etnias, as transformações sofridas pelas lendas nesse complexo e a modulação estética das lendas sem perder de
vista os aspectos socioculturais e políticos aí envolvidos. Para a análise desenvolvida, foi fundamental a leitura
de alguns livros, tais como: O poder do mito de Joseph Campbell, Linguagem e mito de Ernest Cassirer, A festa
do Boto de Candace Slater, Sexo e repressão na sociedade selvagem de Bronislaw Malinowski, Mito e
realidade de Mircea Eliade, Moqueca de Maridos de Betty Mindlin.
UMA EXPERIÊNCIA COM A LÍNGUA ESPANHOLA ATRAVÉS DE TEXTOS
Fernanda Dias (UNIR)
Rebeca Ximenez (UNIR)
Prof. Esp. Luciana Pitwak M. S. Prates (UNIR)
Prof. Esp. Rosemira Mendes de Sousa (UNIR)
O curso de Espanhol Instrumental é parte do Projeto “Ensino de língua espanhola para a comunidade
acadêmica em geral”, aplicado através do Programa Institucional de Bolsas e Extensão Universitária
(PIBEX) sendo o primeiro curso de línguas na Universidade, na forma instrumental. Sua criação se deu
em razão da grande procura por provas de proficiência em espanhol, que são exigência dos cursos de
mestrado, doutorado e concursos. O curso foi ministrado pela bolsista Fernanda Dias e a voluntária
Rebeca Ximenes que tem como orientadoras as professoras, Luciana Pitwak M. S. Prates e Rosemira
Mendes de Sousa. Com o objetivo voltado a desenvolver a habilidade de leitura do aluno, capacitando-o
para a compreensão e interpretação de textos. Durante as aulas do curso de Espanhol Instrumental, foram
utilizados textos retirados geralmente de jornais, revistas, e de provas de proficiência já realizadas. Como
os alunos eram de áreas diversificadas, primeiramente foi realizada uma sondagem para a devida seleção
dos textos trabalhados durante as aulas, visando observar os tipos de assuntos que interessariam aos
alunos e, a partir dos textos selecionados, eram ensinadas algumas técnicas de leitura com o objetivo de
facilitar a interpretação em língua estrangeira, aprofundando o assunto à medida que os alunos
compreendiam as informações apresentadas.
SEMIÓTICA FRANCESA: ATUAIS AVANÇOS TEÓRICOS
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Prof. Dr. Fernando Moreno da Silva (UNESP/ Araraquara)
A semiótica francesa é um modelo de descrição do sentido que se utiliza do percurso gerativo para
explicar como a significação vai se construindo no interior do texto. A semiótica greimasiana nasceu na
década nos anos de 1960, no auge do estruturalismo. Mas uma importante renovação na teoria semiótica
ocorreu com a incorporação nos anos de 1970 dos estudos da enunciação, que contribuiu, por assim dizer,
para a passagem de um modelo puramente imanestista a uma abordagem extralinguística dos objetos
analisados. Outra importante renovação no percurso da teoria semiótica foi a passagem da semiótica da
ação para a semiótica das paixões. Com os desdobramentos das modalidades da semântica narrativa, do
nível intermediário do percurso gerativo (nível narrativo), a semiótica enveredou pelos estudos das
paixões. A semiótica tensiva, dando prosseguimento às discussões levantadas pelo estudo das paixões,
representou uma abertura para as questões relacionadas à participação dos elementos contínuos na
construção do sentido, oferecendo ao quadrado semiótico a incorporação de gradações. Com a incursão no
universo sensível, promovido pelas ferramentas tensivas, a semiótica acaba retomando nos anos de 1990
os princípios fenomenológicos, especialmente a fenomenologia de Merleau-Ponty. Como se vê, pode-se
dividir resumidamente a trajetória da semiótica francesa em duas grandes fases: (i) a primeira é a clássica,
descontínua, categorial; (ii) a segunda, tensiva, contínua. Esse rápido comentário sobre algumas das
principais reformulações por que passou a teoria semiótica desde sua fundação, nos anos 60, é apenas uma
constatação de que ela descobre novos campos de investigação. Assim, a proposta deste trabalho é
descrever quais são os atuais caminhos da teoria semiótica francesa e analisar quais os desenvolvimentos
de seus modelos de análises, passando, por exemplo, da semiótica clássica para a semiótica das paixões, a
semiótica tensiva (Zilberberg) e a semiótica visual (semissimbolismo).
NARRATIVAS FICCIONAIS: MEMÓRIA E HISTÓRIA NOS ROMANCES CORONEL DE
BARRANCO E SERINGAL
Francielle Maria Modesto Mendes (Mestre pela UFAC e Doutoranda Dinter USP/ UFAC)
Francisco Aquinei Timóteo Queiroz (Especialista pela Uninorte e Mestrando pela UFAC)
O artigo intitulado Narrativas Ficcionais: memória e história nos romances Coronel de Barranco e
Seringal tem como objetivo analisar de que forma a memória pode contribuir com a construção das
personagens ficcionais através do estudo das obras Coronel de Barranco (1970), de Cláudio de Araújo
Lima e Seringal (1972), de Miguel Jeronymo Ferrante. Os romances narram a história de caboclos e
nordestinos que vivem e trabalham na região amazônica durante os dois ciclos da borracha. Essas
personagens fazem uso da memória para resgatar o passado e viver o presente. A memória é observada
nessas obras como lógica de estruturação e instrumento de ficcionalização. Percebe-se que a vida na
Amazônia é lugar de expansão do imaginário. Apesar disso, historiadores e ficcionistas lidam com o
elemento imaginário, sobretudo, com a memória de forma diferente. Enquanto a memória não necessita
de provas; ela é prima-facie, a história é empiricamente verificável. É evidente no dizer de Lowenthal
(1998) que nem mesmo a narrativa histórica é o retrato do que aconteceu. Ela é apenas uma história sobre
o que aconteceu. Porém, não se pode negar a contribuição das narrativas ficcionais, aqui em estudo, para
identificar dois períodos históricos distintos da Amazônia, além é claro de auxiliar na percepção do
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passado como construção do imaginário e constituição da memória. Para fundamentar os estudos aqui
desenvolvidos, fez-se uso de autores como Le Goff, David Lowenthal, entre outros que permitem uma
compreensão maior a respeito da memória e, principalmente, do cruzamento narrativo entre história e
literatura.
MULTICULTURALISMO E PRÁTICA DOCENTE: A SALA DE AULA COMO ELEMENTO
DE INCLUSÃO SOCIAL
Gabriel Pereira de Melo (UNIR)
Orientadora: Profa. Nair Gurgel (UNIR)
Esta pesquisa pretendeu estudar a inclusão multicultural na sala de aula da Escola Municipalizada Rural
“Engenho do Madeira” localizada na margem esquerda do Rio Madeira. Contando para isso com a
observação da prática docente, das leituras realizadas, do trabalho e uso da linguagem e da análise do
livro didático. O objetivo geral foi de proporcionar aos alunos a aceitação às diferenças, demonstrando
que vivemos em uma sociedade em que todos são diferentes e o respeito a ela proprocionará uma
educação livre dos proconceitos, das exclusões sociais, raciais , religiosas, entre outras tantas que essa
sociedade pluricultural oferece. Como pontos específicos, tivemos as metas: propiciar aos alunos a
aprendizagem da aceitação às diferenças reconhecendo assim a existencia de outros grupos diferentes
entre si; discutir mecanismos que auxiliem a superação dos preconceitos estereotipados ao Gênero;
entender como se dá a relação entre a educação, o multiculturalismo e a inclusão, trabalho complexo e de
grande valia para uma sociedade que está em contínuo relacionamento com outras culturas. A pesquisa foi
desenvolvida em duas fases: a primeira com o estudo bibliografico que nos deu o embasamento teórico
necessário e; a segunda com a ida a campo para desenvolver as atividades propostas relacionadas ao nosso
tema, para depois realizar a coleta dos dados. Com o auxilio e colaboração dos professores e da escola,
coletamos os materiais que nos possibilitou fazer a análise dos livros didáticos adotados nessa escola que
funciona no sistema multi-seriado.
FORMAÇÃO DO NORDESTE: DISCURSO REGIONALISTA E PROCESSO DE
CONSTRUÇÃO DE UMA IDENTIDADE
Prof. Esp. Geraldo Castro Contiguiba (UNIR)
A região Nordeste do Brasil é uma construção histórica, social e política e tem suas raízes fincadas
na segunda década do século XX. Semelhante processo foi o que aconteceu em relação à identidade
nordestina. Tanto a região Nordeste, enquanto espaço geográfico e político delimitada, quanto a categoria
de nordestino para designar o habitante de um locus, não existiam até o começo da década de 1920 no
país.
Nosso objetivo neste artigo é discutir a formação da região Nordeste e suas relações com o
processo de construção da identidade nordestina. Daremos atenção, também, à produção bibliográfica de
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cunho regionalista, numa perspectiva de abordagem da prática discursiva para uma visibilidade da região
frente às mudanças sociais que vinham ocorrendo no país desde o século XIX.
“MULTIDÃO DE CAMINHOS”: O VALOR SIMBÓLICO DO ESPAÇO EM PEDRO PÁRAMO,
DE JUAN RULFO E SÃO BERNARDO, DE GRACILIANO RAMOS
Prof. MSc. Gracielle Marques (UNIR)
O presente trabalho tece uma análise comparativa dos romances Pedro Páramo (1955), escrito
pelo mexicano Juan Rulfo, e São Bernardo (1934), do escritor brasileiro Graciliano Ramos, com o fim de
demonstrar como se dá o processo de construção do espaço que permeia tais obras, procurando, com isso,
explicitar as analogias e os contrastes entre ambas, a partir, da percepção de que elas projetam, no
processo de construção do espaço, lugares que revelam conflitos sociais, psicológicos e existenciais do
homem em confronto com sua origem e seu destino.O espaço em ambos os romances é construído por
uma linguagem poética que prima por recursos de composição técnica e estrutural inovadores o que
aproxima, entre outras coisas, as obras desses dois grandes expoentes da literatura latino-americana, que
dessa maneira retrataram a complexidade das sociedades da América Latina, simbolizadas num espaço
rural emblemático, que expressa, em perspectiva poética e sem caráter documental, diversas facetas da
realidade.
IMAGEM LITERÁRIA: A AMBIVALÊNCIA DE AUTOR E LEITOR
Profa. Dra. Heloisa Helena Siqueira Correia (UNIR)
A presente reflexão aborda a obra de dois autores contemporâneos: Jorge Luis Borges e Gaston
Bachelard. Deste último, interessa à pesquisa apenas a vertente noturna de sua investigação, que se
debruça sobre a imaginação literária. Enfoca-se as concepções de leitura e releitura na obra dos autores
em questão, e a noção de imagem literária cunhada pelo filósofo francês. Borges e Bachelard concordam
que a leitura comporta alegria. Bachelard refere-se ao tipo de leitura que pratica como uma "leitura feliz",
em contraposição à leitura severa que o crítico literário empreende. Ao caracterizar a noção de imagem
poética, o autor fala da felicidade proporcionada pela intimidade do livro e seu leitor. Para Borges
também há alegria na leitura, ou melhor, a leitura é uma forma de felicidade, a criação poética, por sua
vez, é uma felicidade menor. A prática da leitura leva o leitor a cultivar releituras, o que Borges chama
culto do livro. Bachelard, por sua vez, atribui à releitura a capacidade de proporcionar ao leitor o
sentimento de que é o próprio autor. Após a primeira leitura o leitor deve empreender a "obra de leitura".
Borges e Bachelard são autores que reservam ao leitor o papel de completar a criação poética. Se a leitura
é tão importante para que a criação literária se complete, é preciso ressaltar que a imagem literária, com
sua qualidade de transubjetividade, garante, de um outro modo, a aproximação entre leitor e autor.
Segundo Bachelard, a imagem é um "relevo da linguagem"; com seu dinamismo próprio e seu poder
inovador ela toca a alma do leitor. Através da imagem literária a distinção entre autor e leitor é novamente
sutilizada.
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O INGLÊS COMO UMA LÍNGUA GLOBAL: IMPLICAÇÕES ACERCA DO ENSINO EM
ESCOLAS RURAIS NO MUNICÍPIO DE CRUZEIRO DO SUL – ACRE
Jannice Moraes de Oliveira Cavalcante (Pós-graduanda /UFAC)
Silvia Maria Januário Alves (Pós-graduanda /UFAC)
O ensino de línguas, de um modo geral, é visto como um processo, um meio de interação social, um
caminho por onde o homem tem a possibilidade de expressar seus pensamentos, valores e sua cultura. Em
se tratando do ensino de inglês, percebe-se que nas escolas públicas da zona rural no município de
Cruzeiro do Sul- Acre o ensino/aprendizagem tem muitas vezes acontecido de forma descontextualizada,
baseado principalmente em estruturas linguísticas que desconsideram aspectos socioculturais nos quais os
alunos estão inseridos, utilizando textos que se baseiam no primeiro nível de leitura: o da localização de
informações. Nesse contexto, esse artigo apresenta um breve histórico da língua inglesa e sua influência
no cenário mundial enquanto língua franca; baseia-se em conceitos de cultura e imperialismo e sua
relação para as construções sociais a partir dessa abordagem. Leva-nos a refletir sobre como as culturas
deveriam conviver nos espaços múltiplos e sobre como as línguas são produzidas economicamente e o
impacto que isso traz ao ensino/aprendizagem do inglês como língua estrangeira quando se leva em
consideração valores socioculturais locais em escolas rurais no interior do Estado do Acre. Faz-nos
perceber que a metodologia adotada para o ensino de Língua Estrangeira (LE) nas escolas públicas não é
um dos únicos fatores que condicionam o fracasso do ensino. O ambiente escolar e/ou familiar em que
esses alunos estão inseridos influencia a assimilação do conteúdo e o ensino efetivo das competências
comunicativas preconizadas pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). Além disso, o fator
econômico, o nível de letramento dos professores, os recursos que as escolas oferecem, o grau de
letramento da própria família onde o educando está (ou não) inserido e o isolamento geográfico
contribuem com o desinteresse, corroborando um processo ensino/aprendizagem ineficaz.
RÁDIO DIFUSORA ACREANA: O ENTRELUGAR DE CONFLITOS DO DISCURSO
IDEOLÓGICO DO ESTADO AO DISCURSO POPULAR NOS ANOS DE 1970-79
Jefferson Henrique Cidreira (Pós-graduando/UFAC)
Rádio Difusora Acreana: o entrelugar de conflitos do discurso ideológico do estado ao discurso
popular nos anos de 1970-79 trata de um estudo significativo e reflexivo em torno de pesquisas sobre a
rádio, enfocando sua inserção na cena cultural acreana. Esse estudo representa uma tentativa de diálogo
que procura um avanço para os estudos envolvendo a linguagem do rádio e a sociedade nessa região,
sobretudo no meio espacial da cidade de Rio Branco. A partir desse objeto (a rádio) como meio de
comunicação de massa, uma mídia de grande alcance, podemos ter acesso aos discursos dominantes, que
comunicavam as práticas culturais oficiais, tais como o culto ao “progresso”. No Acre o caso da Rádio
Difusora Acreana (RDA) é emblemático, porque através de suas ondas um determinado discurso era
pregado durante os anos 70. Na região os programas militares de re-ocupação da Amazônia eram
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traduzidos para uma linguagem compreensível e acessível aos ouvintes. Pretendemos, portanto, tornar
evidente através de uma análise dialógica sobre os programas da RDA na época enfocada, os embates
entre um discurso oficial e a maneira como eram escutados, traduzidos e compreendidos pelos ouvintes da
rádio, procurando entender a maneira como a partir de então foi produzido um contra discurso popular, às
vezes dissonante ou conflitante, mas sempre híbrido. Portanto, teremos aqui como fio condutor deste
estudo a RDA como um meio de difusão de uma linguagem oficial, comprometida com a modernização
da Amazônia entre os anos de 1970 a 1979, e a maneira como foi interpretada pelos seus ouvintes,
enfocando práticas discursivas e compreendendo- as no interior dos contextos sociais e políticos da época.
MANIFESTAÇÕES DA GRAMÁTICA DA L1 (LÍNGUA MATERNA) NA ESCRITA EM L2
(LÍNGUA PORTUGUESA) DOS PROFESSORES INDÍGENAS EM FORMAÇÃO
Julie Stefane Dorrico Peres (UNIR)
Examinar possíveis manifestações da Gramática da L1 (língua materna) na escrita em L2 (língua
portuguesa) de professores indígenas em formação é necessário, pois, segundo o § 2° do artigo 210 da
Constituição Federal de 1988, todos os povos (aqui especificamente os indígenas) têm o direito a uma
educação escolar indígena específica e diferenciada; além de ter assegurada a utilização das (suas) línguas
maternas e processos próprios de aprendizagem; O PNE (Plano Nacional de Educação) pela Lei 10.172,
de 09.01.2001, reconhece a necessidade de ter uma formação inicial e continuada dos indígenas enquanto
professores de suas comunidades.
É sabido que a Língua Indígena é de tradição oral, por isso há pouca produção escrita em (L1 Língua
Materna) e a necessidade do aprendizado da Língua Portuguesa é dada pela relação majoritária do Brasil.
Além de o RCN (Referencial Curricular Nacional) para as escolas indígenas (MEC/SEF. 1988) afirmar
que cada povo tem o seu próprio jeito de falar a língua portuguesa, entretanto há a reflexão das marcas da
sua L1, seja no vocabulário, na gramática, ou na pronúncia.
Considerando a importância da aquisição de uma segunda língua, o meu projeto vem a calhar neste
evento, pois o mesmo discute fatores compreensivos para o ensinamento e a aquisição de uma segunda
língua (neste caso o Amondawa, do tronco linguístico Tupi-Kawahib, família Tupi-Guarani).
UMA EXPERIÊNCIA COM A LÍNGUA ESPANHOLA PARA INICIANTES
Juliete Fadoul Celestino Blanc (UNIR)
Prof. Esp. Luciana Pitwak M. S. Prates (UNIR)
Odinéia Campos de Carvalho (UNIR)
Prof. Esp. Rosemira Mendes de Sousa(UNIR)
O curso de Espanhol Iniciante está inserido no Programa Institucional de Bolsas e Extensão Universitária
(PIBEX) como parte do Projeto “Ensino de língua espanhola para a comunidade acadêmica em geral”,
sendo pioneiro como curso de línguas dentro da universidade, nestes moldes. Sua criação se deu com a
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intenção de proporcionar à comunidade acadêmica e/ou comunidade em geral, conhecimentos básicos da
língua espanhola ao aluno iniciante, de forma que o mesmo tenha condições de utilizar as quatro
habilidades (ouvir, falar, ler e escrever). Para tanto, a partir do livro didático escolhido, são trabalhadas
atividades comunicativas e de prática de leitura e escrita, As aulas estão em pleno desenvolvimento na
Universidade Federal de Rondônia - UNIR, Campos José Ribeiro Filho em Porto Velho em sua segunda
turma, tendo a primeira sido ministrada pela bolsista Odinéia Campos de Carvalho durante o período de
abril de 2010 a dezembro de 2010 e a segunda turma encontra-se em andamento desde fevereiro de 2011
sendo ministrada pela bolsista Juliete Fadoul Celestino Blanc. O Curso tem como orientadoras as
professoras, Luciana Pitwak Machado Silva Prates e Rosemira Mendes de Sousa, com o objetivo voltado
ao ensino da Língua espanhola e cultura dos países hispano falantes estimulando o aprendizado de uma
segunda língua e proporcionando o conhecimento cultural relacionado à mesma.
UMA PRIMEIRA EXPERIÊNCIA COM O ENSINO DO ESPANHOL
Juliete Fadoul Celestino Blanc (UNIR)
Prof. Esp. Luciana Pitwak M. S. Prates (UNIR)
Márcia da Silva Ramos (UNIR)
Margarida Gomes de Freitas (UNIR)
A língua espanhola é a língua oficial de mais de vinte países das Américas, além da Espanha, de onde
teve sua origem. É a língua veicular para fins comerciais, de política e cultura, ocupando o terceiro lugar
no mundo, Além de ser a língua materna de mais de 350 milhões de pessoas. Tais assertivas demonstram
sua trajetória rumo a converter-se em língua internacional, o que torna inevitável a necessidade de seu
ensino. Segundo estudos feitos por F. Moreno Fernández (1995) apud Gargallo (1999:9), Brasil e Estados
Unidos, constituem o “epicentro de interesse pelo espanhol”, o que pode ser percebido a partir dos
acordos e convênios comerciais firmados, como: MERCOSUL, Pacto Andino, ou Tratado de Livre
Comércio entre Canadá, Estados Unidos e México. É neste contexto do despontar da língua espanhola
como língua internacional e em sua expansão no ensino-aprendizagem de línguas, o presente trabalho visa
aplicar os conhecimentos estudados na disciplina Linguística Aplicada, por meio de um Projeto de
Extensão Universitário denominado “Primeiros Passos ao Ensino do Espanhol”, coordenado pela
professora Luciana Pitwak M. S. Prates e, apresentado à Pró-Reitoria de Cultura, Extensão e Assuntos
Estudantis (PROCEA) da Universidade Federal de Rondônia (UNIR), visando adquirir as primeiras
experiências práticas tanto na elaboração de materiais como no ensino dessa língua estrangeira. O “Curso
de Espanhol Básico” teve duração de 12h práticas Além de outras 8h dedicadas à elaboração de materiais
e planejamento. Foi oferecido à comunidade acadêmica e em geral de forma gratuita e ministrado por
duas acadêmicas do 6º período do curso de Letras Espanhol sob a orientação da professora coordenadora
do projeto.
LA MÚSICA EN LA ENSEÑANZA DE E/LE
Juliete Fadoul Celestino Blanc (UNIR)
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Márcia da Silva Ramos (UNIR)
O potencial das canções como recurso didático é facilmente compreendido quando meditamos sobre a
natureza da música e da linguagem. Além de ser considerada um elemento de motivação que estimula o
interesse dos alunos pelo espanhol, desperta fatores emocionais positivos, tais recursos configuram-se
como textos autênticos, a partir dos quais é possível trabalhar atividades que visem o desenvolvimento
das quatro habilidades comunicativas (fala, audição, escrita e leitura), dependendo da forma como são
explorados os elementos comunicativos, seja em função do nível lexical, gramatical, fonético, discursivo
ou sócio-cultural. Logo, as vantagens potenciais do uso das músicas em aulas de E/LE são amplamente
reconhecida e, hoje, podemos contar com inúmeros estudos que tratam do tema. Pretende-se com este
artigo expor as vantagens, desvantagens da utilização destes recursos em sala de aula. Ao final, sugerimos
uma sequência didática que visa demonstrar na prática como as canções podem ser aplicadas com fins
pedagógicos, buscando alcançar objetivos previamente estabelecidos.
PESQUISA SOBRE DIFICULDADES DE BRASILEIROS PARA PRONUNCIAR ESPANHOL
Juraci Magalhães Rodrigues (Pós-graduando /UNIR)
Este é o resultado de uma pesquisa realizada em uma escola pública de Porto Velho – RO. Discute e
apresenta as possíveis causas e soluções para os problemas de pronúncia encontrados entre os estudantes.
O objetivo básico do trabalho foi registrar o desempenho dos estudantes em pronunciar os fonemas
correspondentes às letras R, G, J, S e Z. O material utilizado foi um questionário com perguntas sobre a
habilidade pessoal para pronunciar, uma lista de palavras e um pequeno texto, em que apareciam as
mesmas letras. Todos os escritos estavam em espanhol. O propósito da pesquisa foi verificar a qualidade
da pronúncia de estudantes brasileiros em palavras espanholas cujos fonemas coincidissem com fonemas
naturais de sua língua materna. Os resultados foram analisados estatisticamente e discutidos, referindo-se
às possíveis causas para as falhas encontradas e às estratégias tanto para o professor como para o
estudante para consecução da aprendizagem.
A LINGUÍSTICA TEXTUAL CONSTRUINDO SENTIDOS E DESENVOLVENDO
COMPETÊNCIA TEXTUAL NO ENSINO DA LÍNGUA ESTRANGEIRA
Klondy Lúcia de Oliveira Agra (UNIRON)
Este estudo procede de pesquisa-ação em sala de aula, com o objetivo principal de aplicar instrumentos
adquiridos através da Lingüística Textual (LT) no processo ensino-aprendizagem da Língua Estrangeira
(LE). Esta pesquisadora projetou esse estudo com a pressuposição de que o processo ensino-
aprendizagem da LE inclui identidades lingüísticas diferentes, relacionadas a marcos de cognição social
distintos e por isso necessita da construção de sentidos para sua compreensão em contextos e cenários
diversos. Desse modo, por entender a LT como um campo inesgotável à expansão da construção desses
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sentidos, com o apoio de um planejamento eficaz, foi colocado em prática o projeto. Após a aplicação da
LT como instrumento de trabalho em sala de aula, os resultados obtidos comprovaram as hipóteses
levantadas e a conclusão apontou à grande mudança ocorrida nesse processo ao ter o texto como objeto
central. Ou seja, priorizar, nas aulas de LE, as atividades de leitura e produção de textos conduziram o
aluno à reflexão sobre o funcionamento da Língua nas diversas situações de interação verbal, induzindo-o
a utilização de todos os recursos que a Língua oferece à concretização de suas propostas, com sentido e
adequação dos textos a cada situação. Concluí com este estudo que ao tomar o texto como objeto central
do ensino da LE, ou seja, priorizar, nas aulas de LE, as atividades de leitura e produção de textos, atingiu-
se aos objetivos da pesquisa, pois ao conduzir o aprendiz da LE à reflexão sobre o funcionamento da LE
nas diversas situações de interação verbal, lendo, reconhecendo e produzindo os diversos gêneros textuais,
aumentou-se, também, em cada um deles, a competência linguística à atuação social.
O AMBIENTE FANTÁSTICO DE CORTÁZAR
Laila Karla Lima Duarte (UNIR)
Profa. Dra. Heloisa Helena Siqueira Correia (UNIR)
Quando imaginamos algo fantástico, nosso inconsciente imagina seres existentes apenas no mundo
ficcional ou fatos extraordinários que jamais acontecem ou aconteceram na vida cotidiana. No entanto,
Julio Cortázar utiliza esse mesmo cotidiano, muitas vezes subjugado, para criar algo inesperado. É assim
que o escritor argentino supera a vertente do fantástico maravilhoso (típico dos contos de fadas) para criar
um fantástico sentido como natural. O autor transforma os fatos do cotidiano em peripécias no tempo e
espaço, com narrativas enigmáticas e a criação de animais fantásticos, que fazem o lúdico ainda mais
presente em suas narrativas. No universo fantástico de Cortázar, com suas narrativas envolventes e
histórias misteriosas, o leitor caminha entre a realidade comum e a realidade criada pela ficção,
posicionando-se no limiar das duas e indagando onde começa uma e termina a outra, e quando foi que as
duas se intercalaram. Desse modo, observa-se que o fantástico é algo corriqueiro e pode ser sentido
mesmo em atos efêmeros. Portanto, para o leitor de Cortázar é fundamental a busca de apoio teórico, para
melhor compreender o diálogo critico dos narradores, conhecer os elementos ficcionais empregados nas
construções narrativas e buscar desvendar o quase indecifrável de suas narrativas.
OS CAFÉS E A VIDA SOCIAL NA BELLE ÉPOQUE NA CRÔNICA DE LUIS EDMUNDO
Profa. Dra. Luciana Nascimento (UFAC)
A cidade moderna gerada pela urbanização de fins do século XIX/início do século XX instaurou novas
formas de sociabilidade, como footing e a freqüência aos cafés. Na perspectiva de mostrar paisagens e
também atividades sociais, dentro do estilo mundano, os cafés foram por excelência, palco da vida
literária dos 1900, sendo que a euforia pelo progresso trouxe uma grande atração pela rua. (BROCA,
1960:33). De acordo com Benjamin, foi no bulevar que se deu a assimilação do artista na sociedade
(BENJAMIN, 1991:59). É, pois nas ruas que o artista vai buscar material para sua arte. A rua se fixou no
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imaginário dos literatos da Belle Époque, de tal forma que a Rua do Ouvidor tornou-se o grande fetiche.
(NEEDEL, 1993:192).
Os cafés foram associados na visão dos literatos ao progresso e à civilização. Assim, José do Patrocínio,
Olavo Bilac, Coelho Neto, Guimarães Passos, Paula Nei, entre outros, eram figuras constantes nos cafés e
na Confeitaria Colombo e é nas crônicas de Luis Edmundo, reunidas no volume “ O Rio de Janeiro de
meu tempo” que encontramos farto registro da atuação do literatos nos cafés cariocas. Ainda que grande
parte dos escritores boêmios citados por Luis Edmundo em suas crônicas, não tenha sobrevivido nas
hostes literárias e nem tenham se projetado para a posteridade, torna-se importante reconhecê-los como
participantes da vida literária da Belle Époque carioca, como produtores de escritas sintonizadas ao
panorama literário da época, inseridos na boêmia literária. Por outro lado, deve-se reconhecer a
importância de se rastrear a produção literária-mesmo àquela considerada “menor”- para incorporá-la ao
“caldo cultural” que revela a produção de uma determinada época, onde também se lê a literatura.
PRIMEIROS PASSOS AO ENSINO DO ESPANHOL
Prof. Esp. Luciana Pitwak M. S. Prates (UNIR)
A partir das orientações da disciplina Lingüística Aplicada II, torna-se importante colocar em prática as
informações recebidas a fim de fixar os conhecimentos e ter um primeiro contato com alunos na qualidade
de professor, com suas respectivas responsabilidades. Tal proposta não tem a intenção de interferir nos
trabalhos que serão desenvolvidos futuramente pela disciplina prática de ensino, tampouco está inserida
na disciplina de Línguística Aplicada, visa apenas oportunizar o acadêmico do curso de Letras Espanhol a
vivenciar uma primeira experiência, dando seus primeiros passos e, até mesmo para preparar-se para o
período que deverá efetivar seu estágio tendo um olhar mais apurado em todas as suas fases de
observação de ambiente, aulas e finalmente regência. Além disso, acredita-se que ao ter uma visão inicial
da situação em que o acadêmico irá trabalhar, apesar de não ser exatamente um ambiente de educação
regular, pois ele próprio irá formar o grupo de alunos interessados, este poderá estar mais preparado para
que haja uma maior aprendizagem. Assim, com o objetivo de proporcionar um maior aprendizado e
aquisição das primeiras experiências práticas, tanto na elaboração de materiais como no planejamento e
sua aplicação em sala de aula, este projeto de extensão foi encaminhado à Pró-Reitoria de Extensão
(PROCEA), a fim de ser oferecido um curso de Espanhol Básico para a comunidade acadêmica e em
geral, em caráter de Extensão Universitária. O projeto foi dividido em duas etapas: a) elaboração de
materiais e planejamento, com duração de 8h e; b) aplicação do Curso Básico de Espanhol, com duração
de 12h, totalizando uma carga horária de 20h para os alunos interessados em participar do projeto como
voluntário. Os conteúdos foram divididos por temas como a) Informações sobre o Espanhol no mundo; b)
Funções Comunicativas; c) Vocabulário; d) Gramática e; e) Fonética, sempre de maneira lúdica.
MULTICULTURALISMO E ENSINO DE LÍNGUAS: UMA VISÃO DA FRONTEIRA
Profa. Esp. Luciana Pitwak Machado Silva Prates(UNIR)
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A interação cultural entre os indivíduos habitantes de uma região de fronteira carrega uma grande
importância para determinar relações amistosas ou de conflito. As sociedades estão formadas por uma
diversidade cultural, com várias formas de pensamento e crenças por isso, é necessário buscar resolver os
problemas provocados pela heterogeneidade cultural, política, religiosa, social, comportamental,
econômica, e outras variáveis culturais, a fim de manter uma estabilidade para o entendimento e convívio
social. As regiões de fronteira tendem a influenciar-se, o que pode ser percebido nas escolas, onde
convivem, culturas e línguas diferentes, buscando manter um entendimento entre si e as informações
repassadas pelo professor. Nessas regiões, principalmente de falantes de línguas originárias de uma
mesma raiz (latim), pode ocasionar alguma interferência no seu ensino, em virtude da aproximação de
léxicos e das diferenças culturais. As expressões idiomáticas são construídas através de contextos
semânticos culturais e se torna mais fácil compreendê-las ao compreender a cultura de quem as criou. O
termo multiculturalismo representa a mescla de culturas em razão da aproximação de diferentes
sociedades e, por conseguinte, culturas. Por outro lado, o MERCOSUL provocou uma influência direta
nas escolas, exigindo que os profissionais da educação voltassem sua atenção à relevância social da
lingüística para o professor de língua estrangeira, buscando manter uma postura metodológica flexível e
que possibilite envolver e atuar adequadamente em um ambiente multicultural.
CAMPO E CIDADE: CONTRADIÇÕES E DUALIDADES
Luciane Ferreira de Morais (Pós-graduanda / UFAC)
Este texto discute, inicialmente, as contradições que há entre o campo e a cidade, o primeiro referente a
vida, e o segundo conforme alguns escritores, refere-se a morte. No século XIX com a industrialização,
esses espaços (campo e cidade) surgem nos romances europeus, com olhares literários sobre as dinâmicas
que envolvem o processo de urbanização, da cidade se sobrepondo ao campo. As migrações do campo
para a cidade transformam expressivamente os espaços urbanos, dividindo-os pela estrutura social, os
palácios dos ricos, e os becos da população pobre. O campo visto como lugar de paz, aspecto bucólico. A
cidade com a expressão de ruínas, conglomerados urbanos, os carros, as indústrias. A área rural
expressando para os viventes da cidade, um espaço de vida, enquanto a cidade, o espaço da morte. A
narrativa “Cidade e as serras”, de Eça de Queirós, será utilizada aqui como leitura principal, em relação a
essas contradições (vida e morte). E outras leituras (Cesário Verde) que idealizam o campo e lêem a
cidade como desesperança. No segundo momento do texto, a leitura “O campo e a cidade na história e na
literatura”, de Raymond Williams. Aponta-se discussões em relação a dualidade (vida e morte), que o
campo ou a cidade apresentam, a partir da intensificação da modernização na vida campestre. O trabalho
na agricultura para abastecer a cidade, envolve o campo dito “bucólico”, sobre outro olhar, um espaço de
ação. Por fim, sugerir outra leitura sobre o campo e a cidade, nos dias atuais, o espaço de transição. E
pensar esses espaços, como uno, sem separá-los, sem as contradições.
FILOLOGIA POLÍTICA: POLÍTICAS IDENTITÁRIAS EM RONDÔNIA
Lucineide Rodrigues Monteiro (UNIR)
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Dr. Júlio César Barreto Rocha (UNIR)
Este trabalho busca mostrar o mito discursivo produzido pela comunicação de massa através da análise
dos discursos proferidos à Comunidade Ribeirinha do Engenho Velho, localizada nas proximidades da
cidade de Porto Velho. Partimos dos discursos de alguns textos publicados na perspectiva de ecologistas,
historiadores, de pessoas vinculadas ao poder público e a empreiteiras. Pretende-se confrontar as máscaras
discursivas desses discursos à real situação da Comunidade, ao observar in situ, através de entrevistas, as
consequências da colonização na comunidade do Engenho Velho. Utilizamos como pressuposto teórico a
Filologia Política com os seus parâmetros metodológicos. Busca-se uma reestruturação de conceitos
linguísticos ao entrecruzarmos os caminhos discursivos no conjunto dos textos, podendo ir além dos fatos
descritivos. Esperamos chamar a atenção aos perigos de um sistema discursivo predominante que fala em
nome das massas, mas por estar carregado de ideologias e símbolos ineficazes torna-se apenas um mito.
Concluímos que fatores políticos e econômicos permitem fazer aflorar uma crise identitária no âmbito da
cultura de povos da floresta. Populações indígenas, remanescentes de quilombos e ribeirinhas são vítimas
de interesses econômicos em processos migratórios intensos –esporádicos no tempo– na Amazônia.
Observar os mitos discursivos criados pelos interesses econômicos colonizadores pode ser de extrema
relevância para o fortalecimento no espaço linguístico-cultural dessas comunidades.
JUNTANDO PALAVRAS: “ELEVEN”, DE SANDRA CISNEROS
Ludiely Lima Do Amaral (UFAC)
“Eleven” é um conto sobre uma garota chamada Rachel, no dia de seu aniversário de 11 anos. A autora,
Sandra Cisneros, é uma chicana, que hoje reside no Texas, EUA. Esta comunicação pretende explorar de
que forma a autora combina artifícios literários, tais como foco narrativo, escolha de palavras, diálogos,
comparações e repetições, para caracterizar uma criança de 11 anos. No conto, a autora expõe a
humilhação sofrida por Rachel em meio aos seus colegas, na sala de aula. Apesar de a voz infantil
predominar durante a maior parte do conto, mostraremos também que a autora usa metáforas elaboradas
que não fazem parte do universo infantil.
A pergunta a que nos propomos responder ao longo da nossa análise é: Como Cisneros elabora o texto e
recursos estilísticos a fim de dar credibilidade e fazer com que o leitor se identifique e se coloque no lugar
de Rachel?
HISTÓRIA E POESIA: “THE BALLAD OF BIRMINGHAM”
Luiz Eduardo Guedes Conceição (UFAC)
Profa. Dra. Maysa Cristina Dourado (UFAC)
O objetivo deste trabalho é investigar como traços históricos são recriados dentro do poema “The Ballad
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of Birmingham”, publicado em 1964, pelo poeta afro-americano Dudley Randall. Ao final, pretendemos
confirmar que o poeta usa figuras de linguagem para retratar a segregação racial vivida no sul dos EUA
nos anos 50 e 60 e a luta desigual pelos direitos humanos.
FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES: IMPRESSÕES DE ESTAGIÁRIOS DE LÍNGUA
INGLESA
Profa. Dra Lusinilda Carla Pinto Martins (UNIR)
Segundo Pimenta (2002, p. 20), o grande desafio da formação inicial, nos momentos de estágio, é
relacionar as experiências e concepções prévias dos estagiários com as observações sobre o contexto
escolar e seus atores. Sistematizar tais observações significa abandonar o olhar de aluno e enxergar a
escola, o professor, os alunos e as aulas sob a perspectiva de professor. Este trabalho apresenta impressões
gerais manifestas por estagiários de língua inglesa relacionadas ao contexto escolar e aos seus atores.
Mediante uma perspectiva fenomenológica-hermenêutica, fazem parte deste estudo dez estagiários do
curso de Letras-Línguas Estrangeiras, habilitação Inglês, da Universidade Federal de Rondônia. O
conjunto de registros foi coletado no período de 2008 a 2009 e constitui-se de entrevistas semidiretivas e
não diretivas. A investigação sobre as impressões revelou certo descontentamento com a futura profissão,
por parte da maioria dos estagiários, principalmente, pela atitude de descaso com o ensino de língua
inglesa pela escola. No entanto, as impressões apresentaram saldo positivo, enquanto prática de
observação, pelo fato de proporcionar um conhecimento basilar aos futuros professores, confirmando a
ideia de que se aprende a ser professor pela prática de observação de aulas e do contexto escolar e não só
pela prática de regência. As impressões nos dão mostras de que a formação inicial não é tão inicial assim,
uma vez que faz emergir as experiências anteriores de formação dos estagiários. Observamos, ainda, que
o conjunto das impressões funciona como um momento inicial de produção de saberes e de sentidos que
serão complementados pela ação prática e pela experiência, na fase de regência.
O PROCESSO DA ALTERIZAÇÃO COMO REVELADOR DO CARÁTER DAS
PERSONAGENS DOSTOIEVSKIANAS NA OBRA CRIME E CASTIGO.
Profa. Dra. Maria Alice Sabaini de Souza (UNIR)
Dostoieviski é um dos maiores escritores da Literatura Russa que foi definitivamente reconhecido como
escritor universal somente depois dos anos 1860, quando publicou dois grandes romances: O Idiota e
Crime e Castigo. Sua obra é densa, marcada por cenários sombrios e personagens sofredores. Em Crime e
Castigo, Dostoiévski cria uma variedade de personagens psicologicamente tão complexos, que precisaria
de diversos textos maiores que o próprio livro para analisar todas as possibilidades presentes em cada
elemento encontrado. Diante de tal complexidade, este trabalho tem por objetivo analisar a alteridade
como elemento modificador do comportamento de duas personagens dostoievskianas a saber,
Raskólhnikov e Sófia. Ambas, tem seu destino mudado e entrelaçado a partir do momento que
Raskólnikov comete um duplo assassinato. Com a consumação do crime e posterior confissão do
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protagonista para a personagem feminina, esta busca através do processo de alterização auxiliar o
criminoso na recuperação de sua normalidade e de sua identidade enquanto ser-humano, visto que o duplo
homicídio havia lhe tornado desumano pela frieza com que planejou e executou tais crimes. No entanto, a
aproximação de Sófia e do protagonista nos revela que a alteridade pode ser usada de duas formas: para
fazermos o bem como é o caso de Sófia e para fazermos o mal justificando-o, pois em uma espécie de
alusinação, Raskólhnikov acreditava que ao matar a velha agiota estava se colocando no lugar de todos os
que esta humilhava e explorava. Ao longo da obra, é possível reconhecer que a alteridade, com base no
conceito que Todorov e Ashcroft apresentam sobre esse termo, não só modifica o cárater de
Raskólhnikov, levando-o a se entregar e a ser punido por seu crime, mas amplifica e ressalta a capacidade
quase missionária da alteridade de Sófia. Nesse sentido, Crime e Castigo (1866) expõe que a tese do
crime como possibilidade de mudança do destino das personagens envolvidas na trama.
ALTO DO BODE: MODELO EDUCACIONAL INGLÊS E SUAS INFLUÊNCIAS EM PORTO
VELHO NO INÍCIO DO SÉCULO XX
Profa. MSc. Mara Genecy Centeno Nogueira (UNIR)
No início do século XX se estabeleceu em Porto Velho uma comunidade de negros advindos da América
Central que na condição de mão-de-obra especializada e necessária para a construção da Estrada de Ferro
Madeira-Mamoré, foram inseridos no processo de modernidade nessas paragens amazônicas. Será no
cenário de construção da ferrovia que os referidos trabalhadores desencadearam a quebra de um dos mais
fortes paradigmas impostos aos negros até os dias atuais, ou seja, o analfabetismo. A escola informal
criada pelo grupo e que alfabetizava em inglês os moradores do Alto do Bode desencadeou um palco de
muitas lutas entre os negros estrangeiros, a população local e os representantes do poder. Através de
relatos orais de antigos moradores e descendentes dos barbadianos o trabalho visa apresentar como se
estabeleceu esse modelo educacional e a luta travada pelos barbadianos para erradicar o analfabetismo
entre seus pares.
A RECONSTRUÇÃO DAS IDENTIDADES DE GÊNERO NAS AULAS DE LÍNGUA INGLESA
Marcelo Leal (UFAC)
Esta é uma pesquisa-ação que envolve a construção de sequências didáticas que foram aplicadas na sala
de aula de língua inglesa. Explora o eixo temático voltado para as questões identitárias e de orientação
sexual. Foi observado a postura dos estudantes diante da temática e, no bojo das discussões, buscou-se
uma revisão das práticas discursivas estigmatizadoras. Este projeto ainda está em fase de conclusão.
Resultados esperados: Descrição dos padrões discursivos estigmatizadores sobre identidade e orientação
sexual antes das discussões dos temas em sala e da posição dos alunos após o trabalho com os textos em
língua inglesa que abordem a questão de modo não-preconceituoso. Também a construção de visões
positivas a respeito das identidades de gênero no contexto social geral.
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LIMA BARRETO: HISTÓRIA, MEMÓRIA, IMAGINAÇÃO
Prof. MSc. Marcos Vinícius Scheffel (UFAM/UFSC/FAPEAM)
A perspectiva histórica, latente nos escritos de Lima Barreto, resultou numa série de trabalhos abordando
as concepções histórico-sociais do autor. Uma breve passagem de olhos pelo índice de assuntos das
crônicas completas do autor pode dimensionar o profundo interesse pelas coisas de seu tempo que
moviam Lima Barreto. O presente artigo aborda a perspectiva histórica adotada por Lima Barreto em Vida
e Morte, percorrendo sua construção nas páginas do Diário e nas crônicas do autor. Procuro demonstrar
como algumas críticas formuladas por Lima Barreto em Vida e Morte articulam-se com essa “escrita
menor”, praticada lado a lado com sua produção ficcional.
PRÁTICAS DE LEITURA E ESCRITA NO ENSINO FUNDAMENTAL: AINDA UM
DESAFIO A SER ENFRENTADO.
Maria Cristina Lobregat (UFAC)
Este estudo conduz a uma reflexão sobre os caminhos do ensino/aprendizagem da leitura e da
escrita que não devem se limitar a uma única técnica, mas sim apontar as muitas facetas da
aquisição da língua escrita e da leitura. Abordou-se os aspectos históricos dessa reflexão com a
pretensão de situar a necessidade do homem em se relacionar com a sociedade e que para isso
criou novas maneiras que tornassem reais os registros dos seus atos direcionando-os à criação da
leitura e da escrita. Fez-se indispensável a apresentação dos estudos teóricos que contribuem para
as práticas pedagógicas visando a construção do conhecimento de maneira interativa entre
professor/aluno/aprendizagem, embasando-se em pesquisas e teorias de estudiosos como: Ana
Teberosky, Ana Naspolini, Clarissa S. Golbert, Emília Ferreiro, Marlene Carvalho e Magda Soares
e Luis Carlos Cagliari. Para que fosse possível sugerir atividades capazes de desenvolver uma ação
interativa, foram feitas análises de textos escritos por crianças inseridas no segundo ano do Ensino
Fundamental, com o objetivo de sondar os problemas de escrita e leitura e elaborar as sugestões de
atividades entrelaçando-as às teorias pedagógicas, portanto esforçou-se em obter o máximo de
coerência entre tudo que se escreveu sobre leitura e escrita e como aplicar esses estudos em
momentos de sala de aula, sempre com a preocupação relacionada ao conhecimento cognitivo da
criança respeitando a ideia de que o aluno ocupa o lugar de destaque na construção do saber.
MANIFESTAÇÕES DA CONCORDÂNCIA DE GÊNERO E NÚMERO DA L1 (LÍNGUA
MATERNA) NA ESCRITA EM L2 (LÍNGUA PORTUGUESA) DE PROFESSORES
INDÍGENAS EM FORMAÇÃO.
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Maria de Fátima Marques da Cunha (UNIR)
Este artigo é uma abordagem do projeto Manifestações da Gramática da L1 (língua materna) na escrita em
L2 (língua portuguesa) de Professores Indígenas em Formação. No qual, o mesmo apresenta a situação
sociolinguística dos povos indígenas em Rondônia. Dada a situação da língua portuguesa ser majoritária
no Brasil, as populações indígenas necessitam aprender a língua vernácula, pois é predominante a tradição
oral, sendo ínfimo ou até mesmo nenhum material escrito em língua materna. A maioria das aldeias
alfabetizam somente em língua materna, resultando assim, a pouca produção em língua portuguesa. O
Referencial Curricular Nacional reconhece (id., p. 123) que cada povo tem o seu próprio modo de falar a
língua portuguesa, o que quase sempre reflete as marcas da sua língua materna: no vocabulário, na
gramática, na pronúncia. Considerando este fato, surge à proposta, através do subprojeto (título),
investigar as possíveis manifestações da Gramática da L1, no que se refere à concordância de gênero e
número, em textos escritos em língua portuguesa (L2) por professores indígenas em formação. Por isso,
tal investigação é cientificamente imprescindível em diversos sentidos: Nos proporcionará maior
conhecimento sobre o pensamento gramatical que norteia a escrita em língua portuguesa dos professores
indígenas em formação; relevância sócio-educacional, pois seus resultados, poderão no futuro, contribuir
para com a formação dos professores formadores de professores indígenas no que se refere à compreensão
das estruturas gramaticais reveladas na produção escrita de seus alunos; e isto poderá apontar para a
produção de novas e mais adequadas técnicas diferenciadas de ensino da escrita de língua portuguesa para
falantes de línguas indígenas.
PARA UMA PROPOSTA DE NOMENCLATURA GRAMATICAL INTERNACIONAL DE
LÍNGUA PORTUGUESA
Maria Lúcia Prestes Pinheiro (UNIR)
O nosso objetivo é analisar a possibilidade de estabelecer uma proposta de Nomenclatura Gramatical
Internacional de Língua Portuguesa, partindo de uma série de perguntas acerca do enrijecimento da
Nomenclatura Gramatical para o estudo da Língua Portuguesa. Uma primeira questão enfoca se deveria
haver uma única Nomenclatura Gramatical para qualquer língua. Parece normal dizer sim a esta pergunta,
uma vez que para os estudos de Química, em que pese a necessidade de tradução a diversos idiomas, os
termos empregados são “os mesmos” nos diversos países em que essa ciência é atualizada, em termos de
paradigmas. Uma segunda questão visa verificar se é possível unificar a terminologia para os estudos
gramaticais da Língua Portuguesa. Parece ser positiva uma resposta a este item, dado que tanto Portugal
como o Brasil convergiram rapidamente na política de aproximação cultural, especialmente dado o
Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. Assim, termos o par Brasil e Portugal respaldados
historicamente para possuírem uma terminologia que possa servir de referência científica ao restante do
mundo dos estudiosos de Língua Portuguesa. Tomamos como base os materiais divulgados no livro
NGB–50 anos depois (2009), que recolhe debates acerca da terminologia empregada dos dois lados do
Atlântico para se referir aos objetos da Gramática de Língua Portuguesa. Como base metodológica,
empregamos o método histórico-crítico presente na obra Pressupostos de Filologia Política, do Professor
Júlio Rocha, da UNIR.
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CRIMES NA FLORESTA AMAZÔNICA:MULHERES DESSACRALIZADAS
Maria Ozélia Andrade Reges (UFAC)
Neste artigo, pretendemos fazer um estudo significativo e reflexivo em torno de pesquisas sobre a
violência contra a mulher, a partir da perspectiva das relações de gênero. A temática de minha dissertação
de mestrado assenta-se no estudo de Gênero e literatura, a partir de autores como Alberto Rangel, Marcio
Souza, como também de críticos e historiadores tais quais Margarete Lopes, Carlos Alberto Alves de
Souza entre outros que no Acre estudam essas mulheres: O que faziam? Como viviam, ou melhor,
sobreviviam na mata e na cidade. Há uma série de perguntas que podemos nos fazer quando tentamos
imaginar, outrora, a vida de uma mulher; principalmente de mulheres submissas, tratadas como animais
ou mercadoria, como encontramos no conto “Maibi” de Alberto Rangel no livro Inferno Verde. A nossa
investigação, nesse artigo, levanta nos contos da Região Norte uma avalanche de práticas de crimes contra
mulheres, que têm em sua origem uma relação direta entre o poder e o androcentrismo. Vamos analisar
isso no conto “Maibi”, porque essa violência domestica se constitui na matriz relacional hegemônica das
relações sociais de gênero. Por fim, o foco de nosso estudo se situa em alistar, analisar os crimes contra as
mulheres da literatura na/da Amazônica.
DUPLICAÇÃO DE SUJEITO SENTENCIAL E CONSTRUÇÃO DE TÓPICO
Marinete Rodrigues da Silva (UFAC)
Esta pesquisa sociolingüística, que segue o modelo proposto por William Labov(1972, 1982), busca
constata a freqüência de sujeitos duplicados e outros elementos na periferia esquerda da frase na fala do
rio-branquense. O corpus utilizado para análise provém de gravações da fala natural, realizadas em 2009,
obtidas através de 32 entrevistas com falantes naturais de Rio Branco. Para a seleção dos informantes
foram consideradas as seguintes variáveis não-lingüísticas: sexo e escolaridade; e as variáveis lingüísticas:
animacidade, definitude do constituinte, estrutura sintática do constituinte, tipo de retomada, tipo de
menção. Os dados computados foram submetidos ao VARBRUL, programa de computador desenvolvido
para operar com as variantes de uma regra variável na sociolingüística variacionista. Foram quantificadas
pelo VARBRUL duzentos e vinte (220) ocorrências referente a duplicação e a não-duplicação de
constituinte. A partir dos resultados observa-se que o falante rio-branquense, mesmo favorecendo a não-
duplicação, tem apresentado em suas construções frasais o fenômeno da duplicação. Porém, o uso da
duplicação ou da não-duplicação deve ser visto como escolhas da estrutura discursiva feita pelo falante no
momento da oralidade. E essas escolhas não podem ser tomadas como incapacidade do falante, mas sim,
escolhas influênciadas pelos condicionantes de sua comunidade de fala. Contudo, é notável perceber que
o discurso do falante não é mais o mesmo e nem corresponde à “regras impostas” pela gramática
normativa. O falante ao utilizar a língua, a cada dia, vem desenvolvendo novas construções frasais. Com
isso a visão de que a única língua certa é a norma padrão - gramática tradicional, esta mudando. Hoje já
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considera-se que existem “variantes lingüísticas” e que estas precisam ser respeitadas e aceitas por todos
os estudiosos da línguagem e principalmente para o ensino da língua materna.
A CONTRIBUIÇÃO DA CASA DE LEITURA CHICO MENDES PARA DIMINUIR
DIFICULDADES DE ESCRITA E LEITURA
Marisa Fontana (UFAC)
Edson da Silva Marques (UFAC)
Fernanda Sales Coelho (UFAC)
Maria Antonia Costa Oliveira (UFAC)
Odenizetti C. Brito (UFAC),
Sara Freitas Fermino (UFAC)
O objetivo desse estudo foi investigar como as atividades desenvolvidas na Casa da Leitura Chico
Mendes podem contribuir com a prevenção das dificuldades de aprendizagem de leitura e escrita.
Trabalhou-se com 14 crianças na faixa etária entre 05 e 12 anos, que freqüentam a casa diariamente são
moradores do bairro Chico Mendes na cidade de Rio Branco-Acre, onde fica localizada a Casa. Analisou-
se a história, o projeto e os planejamentos da Casa e a entrevistas feitas com a coordenadora da Casa.
Executaram-se duas oficinas nas quais se observou e analisou como acontece o trabalho preventivo. Por
último foi feita uma revisão bibliográfica sobre a aprendizagem embasada nos teóricos: Vygotsky, Piaget,
Emilia Ferreiro, Gardner, Paulo Freire, entre outros pertinentes ao tema.Historicamente a psicopedagogia
foi criada para intervir nas patologias da aprendizagem, mas hoje seu campo de atuação tem se voltado
cada vez mais para ação preventiva. A pesquisa esteve, portanto, voltada para este campo de estudo e
atuação.Estudando a metodologia usada na Casa da Leitura Chico Mendes, que atua para ampliar a oferta
de ambientes alternativos de promoção do hábito da leitura e de acesso a informações e conhecimentos. A
finalidade é despertar o interesse pela leitura na comunidade e ainda democratizar as oportunidades de
acesso ao conhecimento junto à população. Percebeu-se que o trabalho da Casa, seu ambiente
criteriosamente preparado, incentiva e promove o hábito de leitura, envolvendo o público de forma
prazerosa com a leitura e favorecendo a escrita, prevenindo assim possíveis dificuldades de
aprendizagem. A ludicidade sempre presente confronta os métodos tradicionais, quase sempre voltados
somente ao desenvolvimento do intelecto e pouco atentos à afetividade como fator fundamental na
aprendizagem. A transição entre as linguagens verbal, gestual e sua representação escrita, torna-se menos
complicada a partir das oficinas vivenciadas pelas crianças da Casa de Leitura Chico Mendes. O acesso à
leitura, no ambiente descontraído a agradável da Casa conjugado com o amplo universo literário
disponível às crianças e adolescentes, melhora e amplia as possibilidades de escrita. O universo verbal das
crianças é rapidamente acrescido, a diversidade de linguagens inspira novas estratégias e formas de
expressão, seja pela imitação, seja pelo incentivo a imaginação e criatividade. A aprendizagem da
gramática é reforçada, não só pelo entendimento das regras, mas pelas possibilidades de memorização que
a leitura oferece. Além disso, a capacidade de organizar o raciocínio e o pensamento também é favorecida
com a diversidade de linguagens e formas de expressão utilizadas nas atividades. A socialização e
integração no grupo se tornam mais rápidas e fáceis, pois a comunicação é estimulada por toda a
aprendizagem adquirida e por todos os exercícios a que as crianças e adolescentes são expostas com as
atividades e estratégias desenvolvidas pela Casa de Leitura Chico Mendes.
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A FUNÇÃO HUMANIZADORA DA LITERATURA NO CÁRCERE: RELATO DE UMA
EXPERIÊNCIA
Marlene Rodrigues (UNIR)
O universo carcerário parece ser sempre um assunto a ser desmistificado sob o ponto de vista social e
educacional. Esta pesquisa não pretende, com a literatura, fazê-lo, no entanto pretende usá-la junto aos detentos
como instrumento importante ao processo de reconstrução do eu, considerando que os sujeitos encarcerados
têm no cárcere, sua auto-imagem desconfigurada, pelo conceito já elaborado pela sociedade, a respeito do
indivíduo marginal. Utilizou-se a ideia de liberdade como forma de inserir o detento no mundo literário,
fazendo do pensamento a arma mais poderosa para enfrentar a pena judicial. Esse modo de enxergar uma
alternativa diferente para o processo educacional dos indivíduos no cárcere, através da literatura, parte do
princípio de que a liberdade é um movimento da consciência e este movimento da consciência pode ser
estimulado por algo que lhes traga prazer e os tornem produtivos intelectualmente. Um corpo preso, aliado a
idéia de pensamento livre, é entendida pelos indivíduos da Cadeia Pública como algo possível, uma vez que
interfere em seu modo de ver o mundo, quebrando paradigmas e alicerçando novas possibilidades.
Os resultados desta pesquisa-ação, realizada na Cadeia Municipal de Vilhena, foram impulsionados pela
evolução do conceito de liberdade dos detentos, expressos na produção literária e, sobretudo pela convicção de
que a literatura possui uma função humanizadora conforme Antonio Candido. A liberdade como movimento da
consciência e a função humanizadora da literatura é apresentada nos textos e desenhos através da presença
constante da conjugação dos verbos amar, respeitar, trabalhar, perdoar, transformar, verbos que aparecem após
o trabalho com a literatura. Entre os autores trabalhados destacamos Fernando Pessoa e heterônimos, Carlos
Drumond de Andrade, Cecília Meireles e Olavo Bilac .
O NOVO E O ASSUSTADOR NA POÉTICA DE SIMIC E SANT’ANNA
Profa Dra Maysa Cristina Dourado (UFAC)
A poesia lírica contemporânea tem, mais do que nunca, se preocupando em descrever e registrar o estado
geral de desespero, agonia e loucura que toma conta das nações. Esta apresentação pretende investigar os
elementos que inscrevem a poética de Affonso Romano de Sant‟Anna e Charles Simic dentro dessa
tendência. Ao final, pretendemos concluir que, ao trazer a temática da guerra para dentro de seus poemas,
ambos fornecem críticas à história e revelam a violência e o caos de tempos conturbados.
CONTRIBUIÇÕES DA TEORIA PÓS COLONIAL À RELAÇÃO HISTÓRIA E LITERATURA:
BREVES CONSIDERAÇÕES
Nábila Raiana Magno Pimentel (UNIR)
Saulo Gomes de Sousa (UNIR)
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A teoria pós-colonial é uma crítica contra os efeitos do colonialismo e sua influência na cultura e no modo
de vida das ex-colônias, também é tida como toda produção cultural destas em reposta tanto ao
colonialismo outrora vivenciado ou ainda em vivência na forma do imperialismo. A filosofia pós colonial
está prtesente nas manifestações culturais nas artes e na literatura como uma reposta ao colonialismo
político e cultural. Na literatura, a teoria pós-colonial apresenta-se como instrumento de análise tanto à
produção literária de um país que passou pela experiência da colonização quanto as produções literárias
estrangeiras sobre determinadas culturas, uma vez que essa produção literária passa pela apropriação,
forçada, da linguagem do colonizador (BONNICI, 1998). A literatura, seja ela uma tradução inter-lingual
ou uma literatura de viagem, pode conter contextos nos quais se apresentem conceitos depreciativos e até
uma “suposta” visão de superioridade do escritor em relação a cultura descrita. Desse modo, a presente
comunicação tem por intuito chamar atenção para a relação que se estabelece entre a história e a literatura,
uma vez que vivenciamos o retorno das narrativas históricas e a maior utilização dos textos literários como
meio de se compreender uma determinada conjuntura passada. Neste caso, chamamos a atenção para as
literaturas de viagem e os romances históricos, pois se cercam de estratégias documentais de veracidade,
em uma tentativa de dar o “efeito do real” às suas produções literárias (PESAVENTO, 2000). Quando o
historiador lança mão de textos literários para analisar, a teoria pós-colonial abre um leque a mais de
compreensão e interpretação, pois se busca o lugar de onde o autor fala e a que tipo de leitura ele quer nos
conduzir.
PRECURSORES DOS CONTOS DE TERROR
Nêili Iara Fernandes Kléin (UNIR)
Profa. MSc. Maria Alice Sabaini de Souza (UNIR)
Washington Irving foi um escritor bastante influente na luta pela independência dos Estados Unidos.
Conhecido como o precursor das short-stories inovou e tornou conhecida a literatura de seu país, um de
seus mais famosos contos é “The Legend of Sleepy Hollow” em português mais conhecido como A lenda
do cavaleiro sem cabeça. Este conto teve muitas adaptações para o cinema e mesmo sendo uma historia de
ficção chamou a atenção dos leitores por tratar de temas como suspense, o inusitado, e o paranormal.
Em contraste com este importante autor podemos citar o também romancista Edgar Allan Poe que é
considerado o autor das primeiras obras policiais, dos contos de horror e cheios de suspense que
consolidou de fato a literatura norte-americana. Edgar Allan Poe nascido em Boston, 19 de janeiro de
1809, escreveu vários contos entre eles podemos citar: ”The Black Cat”(O Gato Preto), entre tantos outros
que abordam a temática do horror,da fantasia e do cômico. Diferentemente de outros escritores de contos
de terror, Poe explora em suas personagens o lado psicológico, a lucidez, em algumas leituras percebe-se
um alter ego do autor. As semelhanças entre Irving e Poe se baseiam no fato de ambos utilizarem a
temática da morte, o interesse pela reanimação dos mortos, o uso do gênero romantismo negro, ou seja,
com o surgimento destes dois autores a literatura norte-americana ganhou novos rumos e pode se tornar
cada vez mais conhecida.
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FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUA INGLESA NA ERA DIGITAL: RELATO DE UMA
EXPERIÊNCIA
Profa. MSc. Queila Barbosa Lopes (UFAC)
A formação de profissionais para o magistério de uma língua estrangeira nos tempos da interação mediada
por computador apresenta diversos desafios. A pesquisa apresenta análise de uma experiência com turmas
de licenciatura (Letras/Inglês) da UFAC. Os acadêmicos tiveram uma aula semanal no laboratório, de 50
minutos cada, tendo como tarefa a produção de um portfolio. Trata-se, portanto, de uma pesquisa
qualitativa baseada na análise desses portfólios apresentados em sala pelos alunos, assim como sua
atuação durante as aulas no laboratório multimídia, identificando o desenvolvimento da aprendizagem
autônoma, significativa (MORAN, 2008) em que não se memorize elementos lingüísticos, mas que os
mesmos sejam apreendidos para o uso em situações concretas (LITTLEWOOD, 1981), o uso da internet
como mecanismo de disseminação da informação (LEINER et al, 2000), a força das redes sociais(
RECUERO, 2010) e da interação mediada por computador, (PRIMO, 2008) assim como a diferença entre
nativos e imigrantes digitais (PRENSKY, 2000) pode intervir no desenvolvimento das habilidades
linguísticas. Muito embora se apresentem possíveis soluções a serem implementadas, o principal objetivo
desse trabalho é suscitar questionamentos e reflexões sobre o professor de LI na era digital a partir do que
fora vivenciado nessa experiência. Quais as principais dificuldades para o uso das tecnologias midiáticas
na formação de professores de LI? Em que contexto podem ser utilizadas? Quais as vantagens desse uso?
Vislumbramos soluções para os obstáculos que se nos impõem no trajeto? Qual o papel do professor
nesse contexto do laboratório multimídia? Que cuidados deve ter o professor que decidir enveredar nesse
universo? O que fazer em salas com nativos e imigrantes digitais?
A LITERATURA COMO RECURSO DIDÁTICO PARA O ENSINO DE SOCIOLOGIA
Rafael Ademir O. de Andrade (UNIR)
Apresentarei neste trabalho as relações entre sociologia e literatura, o histórico do ensino de sociologia no
ensino médio, formas alternativas de anexar o ensino com temas apontados pela literatura e apontar a
partir de teorias aqui analisadas que o ensino de sociologia tendo a literatura como apoio didático é
possível. Apresento como objetivo inicial da sociologia no ensino médio, como cita Sarandy (2001), o
questionamento. Este questionamento aponta para desenvolver o senso crítico do aluno, que em ultima
instância significaria refletir acerca de sua própria existência, do real no real, no contato com os diversos
grupos e forças sociais: moral, religião, família, política, economia, etc. E para continuar nesta linha de
pensamento, a educação, a convivência escolar, tem como objetivo de confrontar o discente com estas
diferentes perspectivas sociais, e qual disciplina faria este papel com excelência, se não a sociologia? O
ensino de sociologia possui relações simbióticas com todas as outras ciências (como a matemática e a
biologia), mas segundo as Orientações Curriculares para o Ensino Médio, a relação com das artes com a
sociologia, é ainda mais forte. Como sabemos parte da compreensão sociológica só foi possível graças ao
uso de obras literárias, e que muitas obras literárias possuem certa visão sociológica. Este recurso não é
muito explorado. A arte deve ser analisada como um fenômeno social a ser compreendido.Este trabalho
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aponta direcionamentos que podem ser enriquecidos com teorias e ficções. Literatura e sociologia podem
caminhar juntas, não só como teoria, mas como prática docente.
ORALIDADE E ESCRITA: ASPECTOS LINGUÍSTICOS, EXTRALINGUÍSTICOS E
PRODUTIVIDADE
Rebecca Louize da Silva (UNIR / GELLSO)
Profa. Dra. Odete Burgeile (UNIR / GELLSO)
O objetivo desse artigo é demonstrar que, comparados um texto escrito com um texto falado, ambos
produzidos pelo mesmo informante, há fortes evidências de que o escrito será sempre mais formal do que
o falado. Todavia, fatores sociolinguísticos podem diminuir ou aumentar essa distância. Essa hipótese de
trabalho foi testada em quatro informantes aos quais foi solicitado que emitissem por escrito sua opinião
acerca de um determinado tema (carnaval) e em seguida a formulassem oralmente. A etapa oral foi
gravada e transcrita, respeitando-se as idiossincrasias da fala de cada informante. Comparados os
enunciados nas duas modalidades da língua à luz dos estudos sociolinguísticos, constata-se que a hipótese
formulada apresenta consistência já que, dependentemente de aspectos contextuais e paralinguísticos dos
informantes, a fala e a escrita são códigos linguísticos similares, embora mantenham cada uma delas suas
idiossincrasias peculiares.
A PRÁTICA DE ENSINO DA LÍNGUA E LINGUAGEM NA PERSPECTIVA DOS
PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
Rebeka da Silva Aguiar (UFAM)
Este artigo, que apresenta a proposta de ensino de língua portuguesa sugerida pelos Parâmetros
Curriculares Nacionais, elaborado em 1998, pelo Ministério da Educação, tem o objetivo de discutir a
prática de ensino de língua e da linguagem oral e escrita. Além disso, tece tanto uma reflexão acerca dos
gêneros textuais quanto faz uma discussão acerca do uso da diversidade de textos que expressam a
multiplicidade de valores sociais, éticos, políticos e artísticos. Pela linguagem os homens e as mulheres se
comunicam, tem acesso à informação, expressam e defendem seus pontos de vista, partilham seus ideais,
constroem suas visões de mundo e, por fim, produzem sua cultura. Sabe-se que é através da linguagem
que o indivíduo dá sentido e significado ao mundo, o que o permite ser não só um cidadão crítico capaz
de falar em diversos ambientes como também fazer uso da escrita, utilizando diversos textos que
desenvolvam sua competência lingüística, discursiva e estilística. É nesta discussão pautada nos PCNs e
na voz de alguns teóricos, como Bakhtin, Marcuschi, Geraldi, Possenti, Brito, Antunes, Fiorin, entre
outros, que este trabalho encontra-se justificado no campo científico. A metodologia utilizada para a
realização deste estudo foi a revisão bibliográfica. A partir da leitura dos Parâmetros Curriculares
Nacionais observou-se que a sugestão metodológica privilegia o uso do texto como recurso primordial,
seja ele escrito ou oral, valorizando, desta forma, o sentido da linguagem no contexto escolar. Portanto,
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este trabalho poderá contribuir com os professores que se dedicam à prática de ensino da língua materna,
bem como para aqueles que ainda necessitam ajustar sua prática de ensino de acordo com a sugestão dos
PCNs.
A VARIEDADE LINGUÍSTICA NOS LIVROS DIDÁTICOS DO 1º ANO DO ENSINO MÉDIO
Regiani Leal Dalla Martha Couto (UNIR / GELLSO)
Profa. Dra. Odete Burgeile (UNIR / GELLSO)
O presente trabalho tem como temática a variedade linguística no livro didático. Surgiu a partir da
polêmica ocorrida no mês de Maio, com o livro didático “Por uma vida melhor”, da coleção Viver,
aprender. Diante de tal ocorrência definimos um corpus de pesquisa e questionamos: “Como é
apresentada a variação linguística nos livros didáticos de Cereja; Magalhães (2010) e Abaurre; Pontara
(2010), do 1º ano do ensino médio?. Essa delimitação se deu de forma aleatória, a partir dos livros
indicados pelo MEC para a escolha do livro didático. O trabalho tem como objetivo verificar de que
forma os autores dos livros pesquisados apresentam a conceituação e a aplicação de atividades que
envolvem as variedades linguísticas. Em seguida procedeu-se a análise dos livros levando em
consideração as teorias de abordagem comunicativa preconizadas por Hymes (1972) e Widdowson
(1990), entre outros. Além desses, como suporte teórico valemo-nos de autores como Bagno (2001),
Calvet (2002), Bortoni (2005), Geraldi (1999), Labov (1960). Como resultados parciais das análises
iniciadas verificamos que nesses livros didáticos a variedade linguística tem sido trabalhada não como
forma de mostrar o certo ou o errado, mas com o fito de evidenciar ao aluno as diversas possibilidades
comunicativas a que ele está exposto diariamente, com textos de diversos gêneros textuais.
O ENSINO DE PORTUGUÊS COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA
Renata Aparecida Ianesko (UNIR)
Profa Dra Odete Burgeile (UNIR/GELLSO)
O Português é atualmente uma língua oficial falada em oito países e também em pequenas comunidades de
povoamentos portugueses do século XVI, como por exemplo, Macau. A Língua Portuguesa surge desta
forma, entre o quinto e sétimo lugar nas listas das línguas com maior número de falantes, dependendo dos
critérios de organização. Assim, torna-se importante ressaltar também que o Brasil está sendo citado
internacionalmente como um país economicamente em ascensão por vários motivos. Nos Estados Unidos
a Wall Street Jornal (2011) afirmou que a escolha do Brasil para sediar as Olimpíadas traz os jogos para a
América do Sul e cristaliza a ascensão do Brasil como poder econômico e político. Seria possível afirmar,
contudo, que a língua Portuguesa está crescendo assim como a economia brasileira? Segundo Couto
(2004) a Língua Portuguesa está bem posicionada no panorama internacional e é importante ressaltar que
é um dos poucos idiomas que está presente em quatro continentes. Porém, o método Barômetro Calvet
afirma que não só o número de falantes determina o posicionamento da língua em um panorama mundial,
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mas também outros fatores como Prêmio Nobel recebido, IDH do país, índice de penetração da internet,
número de traduções, entre outros. Todavia, o objetivo deste trabalho é enfatizar uma visão favorável de
ascensão da Língua Portuguesa como Língua Estrangeira, com uma pesquisa bibliográfica observando o
Brasil como o país com maior número de falantes lusófonos.
NARRATIVAS ORAIS NA PRODUÇÃO DE ARTISTAS REGIONAIS EM PORTO VELHO
COMO REGISTROS DE IDENTIDADE SOCIAL
Renato Wanderley Menghi (Pós-graduando/ UNIR)
A pesquisa que se quer realizar, e que aqui segue apresentada, procurará explorar a temática das narrativas
orais como elementos constituintes de uma memória coletiva, procurando enfocar mais especificamente a
questão de como elas atuam como elementos de coesão e coerência que dão suporte a aspectos
identificadores de um grupo social (FERREIRA NETTO, 2008, p. 11).
Para se perceber isso, buscar-se-á coletar entre determinadas produções culturais surgidas no contexto
temporal dos dez últimos anos na cidade de Porto Velho, algumas narrativas que possam ser vistas como
elementos influentes na constituição de sua identidade social.
Privilegiar-se-á na pesquisa a coleta de dados em produções de artistas que conhecidamente apresentem
temáticas tradicionais da comunidade portovelhense em suas obras. A procura por dados dar-se-á no
campo da música, da literatura e das artes plásticas.
Alguns aspectos da atualidade se mostram interessantes para o desenvolvimento desta pesquisa, como,
por exemplo, a situação de relações de confronto entre tradições diferenciadas que deverão estar
acontecendo por ocasião do grande fluxo migratório desencadeado pela chegada de milhares de pessoas à
cidade, atraídas para a região por causa das construções das Usinas do Madeira. Supondo-se que o forte
fluxo migratório seja capaz de gerar grande impacto cultural provocado, entre outros motivos, pelo
confronto de diversificadas tradições trazidas por pessoas advindas das várias regiões do país, é
importante questionar o que isso pode acarretar aos aspectos de identidade social do povo portovelhense.
Uma forma de se perceber isso pode ser pela observação das produções culturais de artistas regionais,
uma vez que elas, não necessariamente, mas provavelmente, constituam-se em formas de expressões que
reflitam aspectos da realidade da região, como também diversos elementos tradicionais da memória
coletiva que possuam a função de evidenciar traços de sua identidade social. Tal fenômeno, segundo
espera-se poder demonstrar com os avanços da pesquisa, estaria gerando variações e possíveis mudanças
nos traços identitários desse grupo social.
O IMAGINÁRIO E O SIMBÓLICO: A CONSTRUÇÃO DA REALIDADE EM OUTDOORS DO
DIA DO ÍNDIO
Robson de Castro Teles (UFAC)
Prof. Dr. Francisco Osvanilson Dourado Veloso (UFAC)
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Avanços tecnológicos permitem o uso cada vez maior e diversificado de ícones, cores e layout de página
na construção de textos, e é neste contexto que Mitchell (1995) argumenta que estamos nos tornando uma
sociedade predominantemente visual, cujo desdobramento é a possibilidade de construção de um texto
através de recursos semióticos verbais, mas também compor o texto de forma híbrida, utilizando recursos
verbais e pictórios, até textos cujo sentido apóia-se unicamente em recursos semióticos pictórios. Neste
contexto, ao estudar o discurso, a noção de texto exige que consideremos não apenas recursos semióticos
verbais, mas também recursos visuais (Kress, 2010). Este trabalho tem como objetivo analisar um
conjunto de outdoors (billboards) produzidos e distribuídos pelo Governo do Estado do Acre, em
comemoração ao Dia do Índio nos anos de 2008 e 2009, com o intuito de verificar quais os recursos
semióticos empregados na construção de significados, e como este texto pode contribuir para um processo
histórico mais amplo de (re)construção da identidade do Estado do Acre e do „ser acreano‟. Este estudo
analisa os outdoors a partir da metafunção ideacional (Halliday & Matthiessen, 2004; Kress & van
Leeuwen, 2006, 2001), afim de verificar os recursos semióticos que são utilizados na representação do
mundo. Os resultados demonstram que os recursos naturais e indígenas do Estado são utilizados na
construção da mensagem, e que estão inseridos em um contexto mais amplo que utiliza diferentes mídias
e recursos semióticos, cujo corolário é um processo de re-significação de elementos culturais e naturais
que buscam promover uma identidade acreana.
A CONSTRUÇÃO DE GENÊROS TEXTUAIS-DISCURSIVOS POR ALUNOS DO ENSINO
MÉDIO NO MUNICIPIO DE GUAJARÁ-MIRIM-RO
Profa. Dra Rosa Maria Nechi Verceze (UNIR/GEPFAR)
Esta comunicação é parte de um projeto de pesquisa que tem como objeto focalizar o
ensino/aprendizagem em escolas estaduais do município de Guajará-Mirim - Rondônia. Visa à verificação
do conhecimento pelos alunos do ensino médio dos fundamentos que regem os gêneros discursivos e, ao
diagnostico do uso em produções textuais. O aporte teórico vem dos autores que abordam a
heterogeneidade dos textos, privilegiam a interação, reconhecendo tipos diferentes de textos, diferentes
formas de textualização. Bakhtin (2000) entende que em cada esfera de utilização da linguagem se
elaboram tipos relativamente estáveis de enunciados. Para Adam (1990), gêneros são categorias e objetos
discursivos observáveis por operações cognitivas negociadas interativamente. Mondada et alii (1995)
concebe-o como discurso situado no processo de inferência. Gumperz (1982) define como pistas
contextuais com valor sócio-interacional. Para Bazerman (2005), gêneros são fatos sociais emergentes na
atividade de compreensão intersubjetiva em situações típicas que coordenam atividades e compartilham
significados. Com base nesses teóricos, se procedeu as orientações didático-teóricas, solicitando aos
alunos produções escritas dos gêneros: propaganda, notícias, entrevista, cartas, editorial, etc. Mediante a
análise dessas produções, constatou-se que as atividades com textos em sala de aula se restringem à
tipologia tradicional: descrição/narração/dissertação, faltando aos professores habilidades para perceber
que tal tipologia se insere em outros gêneros textuais-discursivos. Verificou-se ainda que a ausência de
noções da língua referente ao continuum fala/escrita agrava mais os problemas nas produções escritas. A
pesquisa indica que o texto para professores e alunos ainda não chegou à dimensão textual-discursiva,
pressupondo uma concepção sócio-interacionista da linguagem. A contribuição dessa pesquisa assinala
uma reflexão na área: se o professor conhecer as estratégias discursivas com que tecem os diferentes
gêneros, fortalecerá o processo de formação de cidadãos no seu sentido pleno.
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AIKANÃ E KWAZÁ: VESTÍGIOS DE LÍNGUAS EM CONTATO
Rosângela Ribeiro da Silva Justo (UNIR/ Pimenta Bueno)
Valdir Vegini (UNIR)
A colonização das terras de Rondônia se deu em meio a muita violência e morte de muitos indígenas de várias
etnias. A violência sofrida pelos indígenas não só em Rondônia, mas em todos os estados do Brasil obrigaram os
poucos restantes a se unirem para defender seu espaço e para sobreviverem a esse período trágico da história. Os
Kwazá e os Aikanã são um exemplo dessa união e de convivência pacífica. As línguas: português, Aikanã e Kwazá
convivem na Terra Indígena Kwazá do Rio São Pedro em Parecis/RO.As famílias são formadas da união entre as
etnias Aikanã e Kwazá e suas terras tem extensão de 16.400 hectares. É neste espaço físico que fizemos à coleta das
palavras pertencentes à lista de Swadesh com 100 palavras (1951), das quais selecionamos 15 (quinze) delas para
análise comparativa, para verificar se o contato linguístico desses povos influenciou de alguma forma suas línguas.
O método Histórico –Comparativo auxiliou nossos estudos linguísticos, pois ele procura explicar semelhanças entre
palavras pertencentes a diferentes línguas ou dialetos, admitindo que essas línguas são relacionadas entre si. Sem
este método fica impossível qualquer estudo histórico de línguas ou de fases da história duma família ou subfamília
de línguas para as quais não há documentação escrita. Assim, este trabalho utilizou-se deste método para estudar e
comparar quinze (15) itens lexicais, cujas acepções semânticas são comuns entre os falantes das línguas Kwazá e
Aikanã. A análise comparativa realizada, embora de caráter superficial e especulativo, mostra que, apesar do
contato linguístico durante mais de cinco décadas, as quinze palavras da lista de Swadesh examinadas não formam
pares de cognatos nem apresentam indícios de empréstimos, significando que essas duas línguas, apesar de
partilharem o mesmo espaço físico há cinquenta anos, caminham paralelas mantendo suas idiossincrasias
linguísticas inalteradas, não se imbricaram.
REALIZAÇÕES DE CONSOANTES CONSTRITIVAS NA FALA CAMBA E COLLA:
PROCESSOS FONÉTICO-FONOLÓGICOS
Profa. MSc. Rosinete Vasconcelos Costa (UNIR)
Estudo das realizações consonantais constritivas dos fonemas , nos dialetos camba e colla do
espanhol boliviano falado em Guayaramerín/Beni/Bolívia. Os principais objetivos desse estudo são
analisar a realização desses fonemas e identificar os processos fonético-fonológicos relacionados a esses
segmentos, observando o contexto fônico em que ocorrem. Trata-se de parte da Dissertação de Mestrado
em Lingüística, que tem como título “A fala dos cambas e dos collas: processos fonético-fonológicos,
realizada na Universidade Federal de Rondônia-UNIR, no campus de Guajará-Mirim/Rondônia/Brasil.
Para tanto, foram selecionados dez informantes, de diferentes idade, sexo e grau de instrução, dos
dialetos camba e colla, os quais ali convivem. Para realização dessa pesquisa, fez-se uso da observação
direta, para reconhecimento do ambiente e de seus falantes, e de técnicas de entrevistas com perguntas
despadronizadas, com gravação em fita cassete para posterior audição e transcrição do corpus, com apoio
do Alfabeto Fonético Internacional-AFI e do quadro dos sons do espanhol europeu utilizado por Quilis.
Para constatação do contexto fônico foi utilizada a seguinte regra: A→B/ C ― D. Do corpus analisado,
apresenta-se nesse trabalho somente algumas palavras ou expressões nas quais se constatam os processos
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estudados. Da análise desses processos, nos dialetos camba e colla do espanhol boliviano falado em
Guayaramerín, constatou-se: realização africada sonora do , realização fricativa alveopalatal
sonora 1 do , apagamento do fonema intervocálico, realização glotalizada de ,
realização fricativa alveopalatal sonora do , realização fricativa alveopalatal surda do .
Além desses fenômenos observou-se prováveis interferências do português brasileiro nas falas analisadas.
OS GÊNEROS TEXTUAIS E O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA
Rúbia de Abreu Cavalcante (UFAC)
Henrique Silvestre Soares (UFAC)
O objetivo desse texto é discutir sobre a necessidade de o professor se inserir nas discussões sobre
gêneros de discurso, uma vez que as práticas de leitura e de escrita não têm sido consolidadas ao longo
dos anos devido à herança estruturalista presente em sua prática diária em sala de aula. Serão discutidas as
concepções de linguagem nas quais os professores se inserem a fim de que eles reconheçam o modo como
tratam da língua e da linguagem. Além disso, será feita uma abordagem sobre o dizem os Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCN) a respeito da concepção de linguagem adotada pelo MEC e o que dizem
teóricos que defendem o trabalho com os gêneros do discurso. A preocupação em tratar desse assunto
nasceu da minha experiência como técnica de ensino da Secretaria de Estado de Educação no Estado do
Acre. Minha função é me dirigir às escolas de um dos 5 zoneamentos traçados pelo Governo do Estado,
auxiliar os professores em seus planejamentos quinzenais, assistir às aulas na tentativa de dirimir suas
dúvidas, replanejar – se for o caso – e promover formações continuadas em que são discutidas
normalmente propostas teórico-metodológicas baseadas na mesma concepção de linguagem adotada nos
PCN.
LITERATURA BOLIVIANA : CONHECENDO OS REINOS DOURADOS NA POESIA DE
HOMERO CARVALHO OLIVA
Saulo Gomes de Sousa (UNIR)
"Los Reinos Dorados" livro de poesia publicado em 2007 pelo contista boliviano Homero Carvalho Oliva, resgata de forma graciosa um passado esquecido que é contado de forma mágica. Uma história de muito antes dos
conquistadores espanhóis chegarem a região de Moxos, no oriente boliviano, muito antes de tudo. A
poesia apresenta traços de uma literatura fantástica, onde tudo está em pleno contato com o mundo
interior, onde os seres e personagens estão intrinsecamente ligados a natureza, ao místico e ao mundo
sobrenatural. O poemário de Carvalho trás ao leitor uma poética linear enfocada em um único tema mas
que engloba toda uma série de mitos e culturas da chamada "Cultura del Agua" desde o território de
Moxos até o atual departamento boliviano do Beni, o lugar dos "Reinos Dorados". Ler "Los Reinos
1 Conhecida na fonologia espanhola como rehilada.
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Dorados" é mergulhar em uma era mítica dos habitantes da selva, das civilizações indígenas da amazônia
boliviana. As literaturas bolivianas em geral são pouco lidas e estudadas pelas academias de Língua
Espanhola, apresentamos aqui uma literatura que conta o surgimento e queda dos habitantes dos "Reinos
Dorados", o encontro com o colonizador e a miscigenação, a exaltação das águas e dos rios amazônicos
onde o nosso conhecido rio Mamoré é apresentado na poesia de Carvalho como "madre de las Aguas /
madre de todos los seres". Através desta poesia adentramos em um mundo nostálgico e tão próximo. Estamos
aqui, falando de um poesia estrangeira de um lugar distinto, uma literatura da fronteira, que nos torna também
habitantes de los "Reinos Dorados" e participante da "Cultura das Águas".
EDUCAÇÃO BILÍNGUE NO BRASIL
Prof. Esp. Sheylla Chediak (UNIR) Jackeline Chediak Silva (UNIR)
Os objetivos deste trabalho são resgatar a origem da educação bilíngue, descrever e analisar o processo
embrionário desta modalidade de educação no Brasil. Para tanto, utilizamos a pesquisa bibliográfica. Os
primeiros estudos sobre bilinguismo surgiram nos EUA por volta de 1900. Hakuta (1986) explica que ele
foi concebido de forma negativa devido a questões ideológicas e históricas de imigração de povos
europeus nesse país. Tais estudos enfatizavam os prejuízos para o desenvolvimento cognitivo, gerando
dúvidas quanto à efetividade da educação bilíngue. O estudo sobre educação bilíngue e a disseminação de
escolas bilíngues aumentaram a partir de 1970 no Canadá, com o Ato de Línguas Oficiais de 1968-69, o
qual elegeu o inglês à condição de língua oficial do país, com o francês. Atualmente, o campo de estudo
sobre a educação bilíngue no Brasil e no exterior abrange contextos de minorias linguísticas, tais como, de
indígenas, de imigração, de fronteiras (CAVALCANTI, 1999) e de surdos (CAVALCANTI, 1999;
FERNANDES, 1989, 1990; ALISEDO, 1990). No entanto, abordaremos somente o bilinguismo eletivo
(BAKER, 2008), em que indivíduos optam por escolas bilíngues, sendo a língua materna e uma língua
estrangeira, em especial a língua inglesa. No Brasil, estudos nesse contexto ainda são escassos. De
qualquer forma, é em um contexto de controvérsias que a educação bilíngue está inserida. Atualmente, o
Brasil enfrenta o que o Canadá enfrentou há 40 anos. A procura por programas de imersão para crianças
aumentou. As dúvidas sobre a efetividade deste novo conceito de educação surgiram e, de certa forma,
vem estimulando a produção de pesquisas acadêmicas. Marcelino (2009) afirma que esse interesse pela
educação bilíngue, no Brasil, nos últimos anos advém de uma “demanda mercadológica pressionada pelos
pais de alunos de escolas regulares” (p.1), os quais buscam uma educação de qualidade associada a um
ensino eficiente de uma segunda língua.
LOS PERIÓDICOS EN LA ENSEÑANZA DEL ESPAÑOL
Siônia da Silva Rudrigues (UNIR)
Maria Patrícia Gomes Santana (UNIR)
Guaraci da Silva Albuquerque (UNIR)
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Los periódicos son documentos con infinitas posibilidades que van más allá de una simple lectura para
informarse. Una de esas posibilidades es su utilización en las clases de lengua extranjera. La prensa
escrita es una fuente de información muy útil para los profesores y estudiantes de lengua, la cual ofrece un
gran flujo de información textual y sobre los temas más variados y actuales. Trabajar con la prensa
proporciona a los alumnos la información, la práctica y la experiencia necesaria para abordar sus
necesidades en el idioma meta, a través de los periódicos los estudiantes pueden desarrollar sus
conocimientos adquiridos en situaciones reales, conocen nuevas culturas, enriquecen el vocabulario,
mejora la escrita entre otras ventajas. El maestro debe escoger los asuntos a ser estudiados en clase
llevando en cuenta el público a quien la noticia se dirige ya que muchas de ellas requieren conocimientos
previos por parte de los lectores. En este trabajo vamos a discutir aspectos fundamentales sobre el uso del
periódico como instrumento en la enseñanza de E/LE a través de una actividad aplicada en clase la cual
propone al alumno desarrollar su vocabulario, su escrita, su oralidad al mismo tiempo en que tendrá una
visión crítica sobre los hechos reales que suceden en el mundo, promoviendo así el aprendizaje, a través
de la reflexión crítica de lo que lee.
FORMAÇÃO DE PROFESSORES E METODOLOGIAS PARA O ENSINO DA LÍNGUA
INGLESA
Profa MSc. Sônia Mara Nita (UNIR)
Prof. Esp. Valci da Rocha Pires (Cacoal)
Simone Marçal Quintino (Cacoal)
O presente estudo surgiu da preocupação sobre as dificuldades dos alunos na aprendizagem da língua
inglesa, nas escolas de ensino fundamental e médio, da rede pública, que tem essa disciplina como
obrigatória na matriz curricular, tendo como objetivo averiguar qual é a influência da metodologia
empregada pelos professores para efetivação do aprendizado, os recursos didáticos utilizados, as
condições de trabalho, bem como a formação desses profissionais. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica,
apoiada em autores que discutem a temática em questão, de cunho qualitativo e o método utilizado foi o
dedutivo. Evidenciou-se que há insatisfação, dos professores com relação ao ensino desta língua
estrangeira, nota-se uma fragilidade na formação dos professores de inglês, titulados ou não para o cargo,
com níveis variados de conhecimento de estruturas gramaticais, flexões, detalhes da língua escrita e uma
grande maioria com conhecimento restrito e dificuldades com fluência na língua oral. Com base nos
dados coletados averiguou-se que em determinadas circunstâncias ocorre um ensino desvinculado da
realidade do aluno, com pouca ênfase no uso da língua em atividades relevantes e significativas, essas são
características fortemente presentes na forma de ensino-aprendizagem a que os professores foram
expostos e que continuam funcionando como modelos em suas salas de aula. Outro fator preponderante é
a falta de recursos didáticos: como cartazes, livros didáticos, materiais autênticos e equipamentos
mínimos, como gravadores e TVs. Uma solução viável seria o oferecimento de uma formação de
qualidade aos professores de língua, e oferecimento de recursos voltados para a busca de alternativas para
o ensino da língua estrangeira, que objetive uma aprendizagem que, de fato, permanecesse não pela
memorização sistemática de elementos da língua, mas pelo fato de possuir um significado usual para o
aprendiz, que efetivasse a sala de aula como um espaço adequado para a formação de usuários eficientes
da língua inglesa.
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A DEFASAGEM DO ENSINO DA LÍNGUA INGLESA NAS ESCOLAS PÚBLICAS DE
PIMENTA BUENO-RO.
Profa MSc. Sônia Mara Nita (UNIR)
Prof. Esp. Eucilangela Bressami Alves
Simone Marçal Quintino
O objetivo desta pesquisa é analisar as dificuldades que professores de língua inglesa enfrentam ao
lecionarem essa disciplina nas escolas públicas do município de Pimenta Bueno-RO. Foi utilizado o
método de pesquisa survey, que pode ser descrito como a obtenção de dados ou informações sobre
características, ações ou opiniões de determinado grupo de pessoas, por meio de um questionário, no qual
o interesse é produzir descrições quantitativas/qualitativas de uma população. Foi realizada pesquisa de
campo, sendo os sujeitos da pesquisa foram 20 professores da rede estadual de ensino que lecionam a
disciplina de inglês no ensino fundamental e médio. Foi distribuído um questionário aos professores com
oito questões que versam sobre a visão do professor em relação ao interesse do aluno em sala de aula; a
metodologia adotada para trabalhar o conteúdo; os fatores impeditivos para a aquisição da língua inglesa;
as técnicas diferenciadas de ensino; a participação da família na aprendizagem do aluno e como esses
professores são vistos em sua função pelos colegas de trabalho. Analisou-se que os PCNs são a base para
os professores de línguas nas escolas públicas, que acatam as propostas contidas neste instrumento de
referência de qualidade para rever a metodologia de ensino, aplicando as orientações em sala. Professores
expressam descontentamento com as condições de trabalho para o ensino de língua estrangeira, alunos
apoiados pelos pais não veem sentido em aprender outra língua, outro fator evidenciado é de que o
governo não disponibiliza recursos para sanar alguns obstáculos como falta de material didático; e assim
neste panorama incoerente, a língua inglesa continua sendo ministrada por professores que precisam
preencher a carga horária para obedecer às leis que garantem a obrigatoriedade de um ensino carente.
THE BALLAD OF BIRMINGHAM – THE POEM AND ITS IMPRESSIONS
Tamara Afonso dos Santos (UNIR)
Both the newspaper article and the poem recount the bombing. What makes the poem different from the
newspaper account? Esta comunicação pretende relatar a experiência de uma turma do 3º período do
Curso de Letras-Inglês, durante uma aula de literatura na qual nos foi apresentado um poema do poeta
afro-americano Dudley Randall, “Ballad of Birmingham”. Após a leitura e discussão do poema, também
nos foi apresentado um artigo que tratava do mesmo assunto: a explosão de uma igreja em Birmingham
no Alabama, Estados Unidos, em 1963. A pergunta que pretendemos responder é: até que ponto a
experiência de leitura do poema difere da leitura do artigo?
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O TEXTO FICCIONAL COMO ESTRATÉGIA DIDÁTICA EM ESCOLAS INDÍGENAS
Prof. Dr. Valdir Vegini (UNIR)
O propósito deste artigo é apresentar uma amostra do resultado da aplicação de uma estratégia didática
para o fomento da criatividade na produção textual de alunos de comunidades indígenas. Como referência
é apresentado um texto (selecionado entre dezenas de outros) produzido por um grupo de alunos durante o
curso de “Formação continuada para professores indígenas” realizado em janeiro de 2010 no
CENTRER/EMATER/RO, a partir do slogan “Um dia na pele de...”. Com base no texto produzido, são
analisadas as motivações que o desencadearam e sua constituição estrutural externa e interna. O resultado
da metodologia empregada mostra que textos suscitados a partir da realidade sócio-cultural do aluno e de
cunho imaginativo estimulam a criatividade e a produtividade e são, portanto, didaticamente muito
recomendáveis para a preservação da cultura e dos idiomas nativos bem como para a constituição de um
acervo literário em escolas indígenas.
A IMPORTÂNCIA DA ESCRITA DO SISTEMA BRAILLE PARA A EDUCAÇÃO INCLUSIVA
DO DEFICIÊNTE VISUAL
Vanilce Gomes de.Sousa.(UNIR)
Maria Luíza do Nascimento (UNIR)
O projeto desenvolvido tem por objetivo relatar a experiência realizada no projeto “Leitura e Escrita do
Sistema Braille Integral” que consiste na ação de formação continuada para alunos, professores e futuros
profissionais na área da Educação que atuarão com a finalidade de desenvolver valores, atitudes, aptidões
e estratégias diferenciadas de ensino. Sendo que, com a inclusão de alunos com Deficiência Visual na
Educação Básica a escola necessita desenvolver meios para a capacitação de recursos humanos e apoio
Pedagógico Especializado. Assim, o projeto busca junto às escolas contribuir com esse trabalho
envolvendo as pessoas interessadas nesse processo de leitura e escrita do sistema Braille Integral, dando o
mínimo preparo para o atendimento adequado às necessidades educativas especiais dos alunos cegos. Este
trabalho trata-se fundamentalmente na apresentação do sistema Braille e da valorização desse recurso e
dos equipamentos que dão suporte para esse atendimento, uma vez que a deficiência dificulta na liberdade
de comunicação no cotidiano sócio-espacial que é feita em sua maior parte somente através da leitura,
identificação e localização apenas visual. Entretanto, a identificação através da verbalização tira a sua
privacidade, e ao mesmo tempo os impede de conviver e participarem do movimento social junto com os
não-deficientes, sendo que, com a identificação em escrita Braille, pode-se oferecer maior autonomia para
o cego, propiciando outras inúmeras possibilidades de se comunicar com o mundo, permitindo um
desenvolvimento na comunicação e favorecendo, então, a sua integração na sociedade, juntamente com os
outros sentidos (audição, tato, paladar, olfato) realizando-se, feliz e saindo assim do isolamento tornando-
se independente, capaz de realizar as suas atividades do cotidiano sozinho, participar do mercado de
trabalho e do lazer, como um cidadão com direitos e deveres iguais.
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A EVOLUÇÃO CULTURAL DE RONDÔNIA E SUA ONOMÁSTICA
Vanilce Gomes de.Sousa.(UNIR)
Daianne Severo da Silva (UNIR)
Prof. Dr. Júlio César Barreto Rocha (UNIR)
A visualização da evolução histórica da toponímia e da antroponímia de Porto Velho propicia uma
aproximação para um entendimento das circunstâncias humanas da ocupação territorial do próprio Estado
como um todo. Pode-se compreender a vivência sociocultural de partes da sociedade de Rondônia
partindo da busca da compreensão da justificativa da existência dos nomes atuais em cada lugar e assim
chegar a um melhor entendimento do processo histórico das comunidades. Em termos de fontes, em
alguns casos podemo-nos valer de recortes de jornais, folhetins, revistas e contos literários dos habitantes
da localidade ou consultados em acervos públicos, para verificar alguns dados da história do lugar, e obter
assim uma prévia construção do contexto da formação regional. Noutros momentos necessita-se ir a
campo, para saber como está decidida na prática a perenização das denominações nos locais tradicionais
de antiga ocupação nas cidades. Os nomes das pessoas podem nos proporcionar buscar uma recuperação
de uma realidade mais ampla; por exemplo, comprovando a existência de pessoas no território há muito
tempo, recuperando assim a sua dignidade histórico-cultural e alguns dos seus direitos expropriados. Hoje
grande parte das localidades já está com seus nomes originais modificados, porque conforme os novos
habitantes vão chegando e se apropriando do território, vão admitindo novas nomenclaturas, e a ausência
de um poder público voltado a este tema não permite que se recuperem as marcas dos ocupantes
primordiais, antes do processo de colonização e de ocupação incentivada das cidades, até porque as
pessoas nem sempre deixaram um registro adequado. Cada povo tem a sua cultura própria e ela se
manifesta por marcas muitas vezes perdidas ou descaracterizadas, perdendo-se as lembranças de uma
origem mais primeva. A Onomástica desvenda este tipo de evolução cultural encoberta, seja nos espaços
tradicionais seja naqueles frutos de uma ocupação desordenada nos espaços periféricos das grandes
cidades.
O USO DO TEXTO LITERÁRIO NAS AULAS DE ESPANHOL NAS TURMAS DE 2º ANO DO
ENSINO MÉDIO DE UMA ESCOLA PARTICULAR DE PORTO VELHO: A RELAÇÃO
ENTRE OS DOCUMENTOS OFICIAIS E AS CRENÇAS DA COMUNIDADE ESCOLAR
Prof. MSc.Verônica Lima Bezerra Rodrigues (UECE)
Profa. Dra. Cleudene de Oliveira Aragão
Pautados em uma perspectiva exploratório-descritiva investigamos a perspectiva dos alunos, professora e
escola, representada por uma coordenadora e pela diretora pedagógica da instituição, quanto ao uso do
texto literário em atividades de leitura em língua espanhola, nas turmas de 2º ano do ensino médio de uma
escola particular da cidade de Porto Velho. Como fundamentação teórica apoiamo-nos em autores como
Mendoza (2004, 2007), Pozuelo (1995), Lazar (1993) e Widdowson (1984), no que se refere à
funcionalidade do texto literário no ensino de leitura na escola. Quanto às concepções de leitura e a
importância desta no ensino de línguas baseamo-nos em teóricos como Bakhtin (1992), Cohen (1990) e
41
Solé (1998). Para tratar das crenças e sua influência no processo de ensino-aprendizagem de línguas
valemo-nos de estudiosos como Barcelos (2004), Alvarez (2007) e Silva (2005). Os documentos oficiais
que permeiam a educação básica brasileira, PCNEM (2000), PCNEM + (2002) e OCNEM (2006)
serviram como base teórica em toda a discussão realizada. Através de questionários procuramos detectar
que crenças dos alunos, professora, coordenação e direção pedagógica contribuíam para a forma como o
texto literário é utilizado em sala de aula, sobretudo em atividades destinadas à prática leitora em língua
espanhola. Utilizamos, ainda, protocolos de observação de aulas e de análise de material didático para
verificar se e como o texto literário é usado nas aulas de espanhol oferecidas às turmas de 2º ano do
Ensino Médio da escola onde o estudo foi realizado. Nossa pesquisa detectou que as crenças e
experiências prévias dos informantes em relação à leitura, literatura e a forma como o texto literário é
utilizado didaticamente influenciam, significativamente, no nível de aceitabilidade dos gêneros literários
no contexto, específico, de aulas de espanhol como língua estrangeira.
O PROCESSO DE OUTREMIZAÇÃO NO ROMANCE DESONRA DE J.M. COETZZE
Viviane Braz Nogueira (UNIR)
O presente trabalho tem por objetivo analisar o processo de criação Outro/outro das personagens David
Lurie e Petrus no romance Desonra (Disgrace) de J. M. Coetzee com enfoque na teoria pós-colonialista da
Outremização. A Outremização, termo cunhado por Spivak, fundamenta-se no processo pelo qual o
discurso imperial do Colonizador fabrica o outro, o colonizado. O romance Desonra é denso ao expor os
vestígios do Apartheid, as profundas transformações na África do Sul que a pouco superou a política da
segregação racial e a outremização do negro contra o branco depois de longas décadas de opressão e
dominação. Apresenta também abordagens de temas sociais como o poder, o choque de raças e culturas, a
violência sexual e o duelo pela propriedade de terra. O romance mostra ainda a resistência do homem
branco em assimilar a nova realidade, uma vez que a nova política está voltada para o resgate da
identidade do negro. A análise dessa obra tem caráter bibliográfico com suporte teórico em reflexões e
leituras de diversos autores como Ashcroft (1995, 1998), Bonnici (2000, 2003, 2005), Fanon (2005),
Figueiredo (1998), Loomba (1998), Said (1995), entre outros. Da análise literária, propriamente dita,
verificou-se que o romance Desonra está repleto de trechos que permitem a aplicação desta teoria, uma
vez que sua personagem central David Lurie mostra o forte apego as antigas tradições e a resistência em
se adequar aos novos tempos (pós-apartheid) colocando-se na posição de superioridade do „Outro-
colonizador‟, enquanto Petrus na está posição do „outro-colonizado‟, no entanto, no decorrer da história
há uma inversão de identidade entre Lurie (colonizador) e Petrus (colonizado).
AS DIFICULDADES DE APLICAÇÃO DO ENSINO DE LÍNGUA, LINGUAGEM E
LITERATURA NO ENSINO MÉDIO
Wilson Junior Rodrigues Leal (UFAM)
Luciano de Souza Medeiros (UFAM)
Maria do Socorro da Silva Pinto (UFAM)
Rebeka da Silva Aguiar (UFAM)
42
Resumo: Este artigo tem o objetivo de enfatizar questões relacionadas ao desafio do professor quanto à
prática da aula de Língua Portuguesa no Ensino Médio, bem como a interação da linguagem, a introdução
do ensino de literatura nas escolas, que por sua vez tornam-se principais alvos no processo de ensino-
aprendizagem nas instituições de ensino no Brasil. Atualmente, as instituições governamentais em todos
os níveis da educação formal têm lutado a favor de uma escola mais formadora e eficiente, permitindo que
todos tenham acesso a uma educação de qualidade, justa e igualitária perante o estado democrático. Com
a tentativa de amenizar a situação de ensino, as quais as escolas brasileiras ainda se encontram, os
Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio vieram com o objetivo de propor sugestões
metodológicas para o ensino de língua, linguagem e literatura. A metodologia utilizada para a realização
deste estudo foi a pesquisa bibliográfica nos Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio e em
outros autores, tais como: Hengemühle, Antunes e Ilari. Os resultados da pesquisa apontam que os PCNs
podem contribuir com melhorias no ensino e com isso obter maiores êxitos, desde que o professor de
língua materna privilegie nas atividades pedagógicas não só a gramática, mas também a oralidade, a
escrita e a leitura. Em virtude do que foi mencionado, este artigo poderá contribuir não somente com as
dificuldades encontradas pelos professores em sala de aula para a aplicação do ensino de língua, literatura
e leitura no Ensino Médio, mas também para a comunidade científica que se preocupa em pesquisar e
estudar as questões relacionadas ao ensino de língua materna e literatura.