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ANAIS DA JORNADA DE ANÁLISE DO
COMPORTAMENTO DA UNIVERSIDADE
ESTADUAL DE LONDRINA
PUBLICAÇÃO DIGITAL – FORMATO PDF
12 E 13 DE ABRIL DE 2013
SALA 201 – CCB – UEL
LONDRINA – PARANÁ – BRASIL
PUBLICAÇÃO DIGITAL – FORMATO PDF
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OBJETIVOS DO EVENTO
I. Apresentar as Linhas de Pesquisa e os Temas para Orientação de Pesquisas
ofertados pelo Programa Mestrado em Análise do Comportamento da UEL;
II. Promover e divulgar os trabalhos desenvolvidos no Programa Mestrado em
Análise do Comportamento da UEL;
III. Promover e divulgar a Análise do Comportamento para profissionais e estudantes
interessados em fazer pós-graduação stricto-sensu na área;
IV. Avaliar as contribuições da Análise do Comportamento para a formação de
docentes e pesquisadores em nível de mestrado.
V. Fomentar intercâmbio entre a Análise do Comportamento com outras áreas do
conhecimento;
VI. Possibilitar a apresentação e divulgação de trabalhos científicos envolvendo a
Análise do Comportamento em contextos de pesquisa e intervenção;
VII. Estimular o desenvolvimento e a divulgação de produção científica, tecnológica e
cultural no campo da Análise do Comportamento.
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COMISSÃO ORGANIZADORA
COORDENADORA: PROFA. DRA. NÁDIA KIENEN
VICE-COORDENADORA: PROFA. DRA. CAMILA MUCHON DE MELO
COORDENADOR DISCENTE: JULIO CÉSAR DE CAMARGO
VICE-COORDENADORA DISCENTE: MARIANA DE TOLEDO CHAGAS
AMANDA OLIVEIRA DE MORAIS
BEATRIZ AZEM CORRÊA
CASSIANA STERSA VERSOZA
CLAUDIA RAZENTE CANTERO
GUILHERME DUTRA PONCE
JULIO CÉSAR DE CAMARGO
LEANDRO HERKERT FAZZANO
LUCIANO CARNEIRO
MARIANA DE TOLEDO CHAGAS
MAYARA CAMARGO CAVALHEIRO
TAIMON PIRES MAIO
VICTOR HUGO BASSETTO
COMISSÃO CIENTÍFICA
COORDENADOR: PROF. DR. CELIO ROBERTO ESTANISLAU
PROF. DR. ALEX EDUARDO GALLO
PROF. DR. CARLOS EDUARDO COSTA
PROF. DR. CELIO ROBERTO ESTANISLAU
PROFA. DRA. MÁRCIA CRISTINA CASERTA GON
PROFA. DRA. MAURA ALVES NUNES GONGORA
PROFA. DRA. NÁDIA KIENEN
PROFA. DRA. SILVIA APARECIDA FORNAZARI
PROFA. DRA. SILVIA REGINA DE SOUZA ARRABAL GIL
PROFA. DRA. VERÔNICA BENDER HAYDU
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REALIZAÇÃO
APOIO
PARCEIROS
Mestrado em Análise do Comportamento
Departamento de Psicologia Geral e Análise do Comportamento
Núcleo de Acessibilidade da UEL
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SUMÁRIO
MOSTRA DE PAINÉIS .......................................................................................................... 6
PESQUISA APLICADA .................................................................................................. 7
PESQUISA BÁSICA ...................................................................................................... 17
PESQUISA BIBLIOGRÁFICA .................................................................................... 20
RELATO DE EXPERIÊNCIA EM ESTUDO DE CASO .......................................... 27
RELATO DE EXPERIÊNCIA INSTITUCIONAL..................................................... 33
REFLEXÃO TEÓRICO-FILOSÓFICA ...................................................................... 41
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MOSTRA DE PAINÉIS
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PESQUISA APLICADA
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A FUNÇÃO DO CONTEÚDO DAS MENSAGENS NA INTERPRETAÇÃO
AMBIENTAL Diego Marques da Silva Medeiros, Álvaro Lorencini Júnior e Verônica
Bender Haydu (Departamento de Ciências Exatas, Universidade Estadual de Londrina,
Londrina – PR, Brasil) – [email protected]
Importante instrumento de Educação Ambiental e conservação da natureza, a Interpretação
Ambiental (IA) é uma atividade realizada em locais de visitação ecoturística. Os indivíduos
que a realizam são denominados intérpretes ambientais ou guias e têm a tarefa de facilitar a
ocorrência da sensibilização, da compreensão e da responsabilização ambientais dos
visitantes, que são processos de aprendizagem relativos ao comportamento verbal do sujeito,
referentes exclusivamente ao conhecimento declarativo que eles apresentam a respeito dos
temas ambientais. Em pesquisa realizada durante os anos 2011 e 2012, investigou-se o
discurso dos intérpretes ambientais do Parque Estadual Mata dos Godoy (PEMG), de
Londrina – PR, durante atividades de trilha interpretativa junto a visitantes do local. A
pesquisa resultou na categorização dos assuntos abordados pelos guias e dos tipos de
mensagens utilizadas para tal abordagem, o que possibilitou inferir que os discursos dos
intérpretes foram compostos por mensagens que, teoricamente, podem servir para o
desenvolvimento dos processos de aprendizagem pretendidos nos sujeitos. Uma vez ditas
pelo guia, as mensagens – repertório comportamental verbal do falante – podem se
caracterizar como conhecimentos declarativos, passíveis de serem reforçados. As mensagens
descritivas que tratam a respeito dos sistemas naturais e seus elementos podem contribuir
para o processo de compreensão ambiental e, junto a mensagens que abordem mais
especificamente sobre comportamentos, consequências, crenças, normas e valores do ser
humano, o discurso pode ter função motivadora para a modificação de valores e sentimentos
em relação aos assuntos compreendidos (sensibilização ambiental) e do entendimento a
respeito das funções do ser humano no meio ambiente (responsabilização ambiental). A
atenção, a reflexão e a disciplina do sujeito no momento da visitação também são
fundamentais para o bom andamento da atividade, e as mensagens que descrevem normas e
regras de comportamento no momento da visitação, assim como mensagens imperativas, que
fazem pedidos e ditam ordens, podem agir como estímulos discriminativos importantes nesse
sentido. No entanto, é possível que elas também atrapalhem na qualidade da atividade, uma
vez que elevam a formalidade da situação e podem, portanto, diminuir o prazer do sujeito na
situação. A validação das discussões encaminhadas ainda necessita de experimentos práticos
que demonstrem que a presença dessas mensagens realmente age da maneira como descrita
no estudo realizado. Esforços estão sendo realizados nesse sentido, e espera-se que gerem
resultados aplicáveis na melhoria da qualidade da Educação Ambiental não formal no Brasil,
aumentando as garantias para o desenvolvimento de uma sociedade ecologicamente
sustentável.
Palavras-chave: Educação Ambiental, Interpretação Ambiental, comportamento verbal.
Apoio financeiro: Diego M. da Silva Medeiros recebeu bolsa da Agência de Fomento
CAPES.
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ANÁLISE DO COMPORTAMENTO APLICADA: CAPACITAÇÃO PARA
PROFISSIONAIS DA ÁREA PEDAGÓGICA POR MEIO DE INSTRUMENTO
INFORMATIZADO Bruno Sterza Baggio, Silvia Aparecida Fornazari, Giuliana Inocente e
Maria Beatriz Carvalho (Departamento de Psicologia Geral e Análise do Comportamento,
Universidade Estadual de Londrina, Londrina – PR, Brasil) – [email protected]
Pessoas com deficiências múltiplas podem apresentar alta taxa de emissão de
comportamentos inadequados como birra, autolesão e agressão criando a necessidade de
redução desses comportamentos e aprendizado de práticas adequadas que as ajudem no seu
desenvolvimento social, físico e cognitivo. A capacitação realizada neste trabalho visou a
redução de comportamentos inadequados e aumento do repertório de comportamentos
adequados de seus usuários, utilizando-se dos princípios da Análise do Comportamento,
análise funcional e reforço diferencial de comportamentos alternativos (DRA). O
procedimento consistiu em capacitar quatro profissionais de um instituto especializado de
Londrina-PR através do software “ENSINO” que é constituído por três etapas que
apresentam, respectivamente: 1) conceitos da Análise do Comportamento (Comportamento,
Resposta, Consequência, Estimulo Antecedente, Contingência, Reforço, Punição, Extinção,
Discriminação, Generalização, Reforço Diferencial, Análise funcional e DRA); 2) categorias
de comportamentos inadequados, incluindo o que fazer a partir dos conceitos de análise
funcional e DRA (Estereotipia, Autolesão, Agressão, Birra, Comportamento inadequado
relacionado à sexualidade e indisciplina); 3) conceitos de Habilidades Sociais
(Comportamentos de civilidade, Fazer e responder perguntas, Assertividade, Solicitar
mudança de comportamento, Resolução de problema, Componentes não verbais das
habilidades sociais, Habilidades empáticas, Elogiar e Receber elogios). Cada etapa possui
uma fase de treino e uma de teste. Esta última avalia se o conceito foi aprendido e se a
porcentagem de acertos for menor que 80% o participante irá realizar novamente a fase de
treino e de teste deste conceito até obter o critério. De acordo com a análise dos resultados
observou-se que os profissionais obtiveram uma média de acertos na Etapa 1 de 87% no
treino e 90% na fase de teste; na Etapa 2 obtiveram 86% no treino e 74% no teste, o que
demonstra que na Etapa 2 necessitaram de maior número de repetições para obtenção do
critério para mudar para a Etapa 3, que teve a média de 92% no treino e de 97% no teste, o
que demonstra o melhor resultado comparando-se as três etapas. Os resultados indicam a
capacitação realizada por meio do software “ENSINO” é um procedimento válido para
ensinar conceitos de Análise do Comportamento, topografia e análise funcional de
comportamentos inadequados e conceitos de Habilidades Sociais. Espera-se que a partir desta
aprendizagem melhores atendimentos por parte dos profissionais possam ser oferecidos às
pessoas com deficiências múltiplas, aumentando a qualidade de vida desta população.
Palavras-chave: Deficiência múltipla, Software, Análise do Comportamento.
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ASPECTOS SOCIODEMOGRÁFICOS E BIOLÓGICOS DOS USUÁRIOS DO
SERVIÇO DE ACONSELHAMENTO GENÉTICO DA UNIVERSIDADE ESTADUAL
DE LONDRINA Vania Galbes, Renata Grossi, Aderson Costa Junior, Matheus Fortes
Crivelari, Talyta de Souza Lima e Wagner José Paiva (Departamento de Psicologia Geral e
Análise do Comportamento / Departamento de Biologia Geral, Universidade Estadual de
Londrina, Londrina – PR, Brasil | Universidade de Brasília, Brasília – DF, Brasil)) –
A partir da publicação da Portaria 81/2009 todo brasileiro tem direito de receber
Aconselhamento Genético. Tal serviço busca o esclarecimento a fim de prevenir genótipos
responsáveis por enfermidades e/ou defeitos congênitos, com base na análise de uniões
prospectiva ou retrospectiva de pessoas que sejam capazes de produzir tais alterações. O
Serviço de Aconselhamento Genético – SAG/UEL é assistencial e educativo, mas também
pode exercer função preventiva. Seu objetivo é a conscientização do paciente e sua família,
sem privar os aconselhados do direito de tomar suas decisões pessoais, o que faz prevalecer a
autonomia do usuário. O presente trabalho tem como objetivo apresentar aspectos da
população atendida pelo Serviço de Aconselhamento Genético (SAG), da Universidade
Estadual de Londrina, de 2009 e 2010, totalizando 86 casos. Procurou-se caracterizar os
pacientes quanto aos: dados sociodemográficos; diagnósticos, procedimentos e atendimentos;
dificuldades encontradas e rede de apoio; e estrutura familiar. Os dados foram analisados pelo
programa IBM SPSS Statistics, Versão 19.0. Principais resultados: 58,2 dos casos
concentraram-se na faixa etária de 0-5 anos; 59,3% eram do sexo feminino; 24,6% das mães
e 26,7% dos pais tinham ensino fundamental incompleto; 45,3% pais estavam no mercado
formal e 37,2% das mães realizavam atividades do lar, com renda de um a três salários
mínimos; a origem dos pacientes somavam 23 cidades; a especialidade médica que mais
encaminhou foi pediatra; 25,6% dos pacientes tinham Síndrome de Down, 2,3% da Síndrome
de Turner e 72,1% dos casos tiveram resultados inconclusivos; 27,9% dos casos receberam
atendimento de escola especial e 26,7% de pediatra; 48,8% relataram não fazer uso de
medicação; 73,3% fizeram algum tipo de exame; das mães, 79,1% fizeram o pré-natal; 48,8%
dos nascimentos foram por cesárea; em 24,4% dos casos o paciente apresentava algum tipo
de dificuldade; as dificuldades dos cuidadores concentravam-se em: estruturais e pessoais e
68,6% relataram receber algum tipo de ajuda; em 61,1% dos casos os filhos moravam com
ambos os pais; como lazer 20,9% dos casos eram atividades lúdicas, programação de
televisão em 11,6% e passeios em 14%. Conclui-se que a caracterização da população
atendida pelo SAG-UEL, servirá de base para a análise e compreensão de como essas
variáveis interferem diretamente na aquisição e manutenção de comportamentos que
favoreçam um bom prognóstico da doença e melhora na qualidade de vida destes usuários.
Além de implementar os atendimentos e acompanhamentos oferecidos e futuros trabalhos de
divulgação e conscientização da população.
Palavras-chave: Caracterização, Serviço de Aconselhamento Genético, Psicologia.
Apoio financeiro: O trabalho foi realizado com apoio da Pró-Reitoria de Extensão-PROEX e
da Pró-Reitoria de Pós-Graduação-PROPPG e com o apoio financeiro do Programa
Universidade Sem Fronteiras USF/SETI (01705/2012). Vania Galbes, Matheus Crivelari
Fortes e Talyta de Souza Lima recebem bolsa do Programa Universidade Sem Fronteiras.
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AVALIAÇÃO DE UMA INTERVENÇÃO EM GRUPO FORMADO POR
PACIENTES COM QUEIXA DE MEDO DE DIRIGIR Gabriel Vieira Cândido, Caroline
da Cruz Pavan-Cândido, Ana Lucia Sato de Lima e Edna Akemi Akashi (Faculdade de
Psicologia, Universidade do Oeste Paulista, Presidente Prudente – SP, Brasil) –
O comportamento das pessoas no trânsito, atualmente, tem sido tema de grande interesse
entre os psicólogos e uma das razões para tal é o crescente número de pessoas que vem
apresentando medo de dirigir. Como dirigir é uma parte fundamental da vida na sociedade
moderna, permitindo uma independência do indivíduo, o medo relacionado à direção de um
automóvel poderia restringir esta liberdade. A literatura em terapia analítico-comportamental
aponta que a intervenção em grupo propicia resultados bastante positivos por se assemelhar
ao ambiente cotidiano do paciente, permitindo que comportamentos sejam modelados em
situações análogas às reais. Por isso, justifica-se a realização de um grupo para atender à
demanda de pacientes que apresentam medo de dirigir. Este estudo tem como objetivo avaliar
o aumento do repertório de comportamentos considerado pré-requisito para dirigir e a
diminuição de respostas emocionais em pacientes que se queixam de medo de dirigir,
participantes de uma intervenção psicoterápica em grupo. Será realizado um grupo
semiestruturado, composto por sete pacientes adultos, previamente triados no Projeto de
Extensão "Medo de Dirigir". Ele será coordenado por 2 estagiárias do curso de psicologia e
supervisionado pelos professores responsáveis pelo projeto. O grupo acontecerá
semanalmente e terá duração de aproximadamente 20 sessões. A intervenção foi planejada a
partir de um modelo encontrado na literatura sobre medo de dirigir e os procedimentos
realizados nos grupos serão baseados nos princípios da terapia analítico-comportamental. O
repertório comportamental dos pacientes será avaliado por meio de um formulário de registro
de comportamento antes, durante e ao final da intervenção. Os dados de cada participante
serão analisados individualmente, comparando os resultados da linha de base (coletados
durante as sessões iniciais) com os resultados coletados durante as sessões intermediárias e
finais. Espera-se que com o grupo cada paciente apresente mudanças em relação ao
comportamento de dirigir ao longo das intervenções e que, ao final, possa ter atingido seu
objetivo individual.
Palavras-chave: análise do comportamento, emoções, psicologia do trânsito.
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COGNIÇÕES MATERNAS SOBRE O SONO DA CRIANÇA: RESULTADOS
INICIAIS DA ADAPTAÇÃO TRANSCULTURAL DE UM INSTRUMENTO DE
AVALIAÇÃO Maria Laura Nogueira Pires, Débora Cristina Aquino Pinheiro, Rafaela
Luana Câmara e Renatha El Rafihi-Ferreira (Departamento de Psicologia Experimental e do
Trabalho, Laboratório de Psicologia da Saúde e do Sono – LAPSS, Universidade Estadual
Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP, Assis – SP, Brasil) – [email protected]
Entre a multiplicidade de fatores que influenciam a capacidade da criança em regular o sono,
o fator parental tem sido crescentemente investigado. Comparadas a crianças que adormecem
em seus berços/camas com pouca assistência dos pais, as crianças que recebem envolvimento
parental ativo na hora de dormir (dormem embaladas no colo, sendo alimentadas, etc.)
resistem mais, demandam maior atenção e despertam mais e ficam mais tempo acordadas à
noite. Esses achados mostram que crianças que recebem excessiva interação parental para
dormir não desenvolvem satisfatoriamente a habilidade de se autorregularem e se acalmarem
por conta própria, elementos necessários para a transição do estado de vigília para o sono.
Alguns estudos internacionais têm explorado o papel das cognições parentais –
interpretações, atitudes, expectativas – no padrão do sono da criança e na relação com os
comportamentos adotados por eles na hora que suas crianças vão dormir ou quando
despertam durante a noite. A literatura nacional referente às cognições maternas sobre o sono
infantil é ainda inexistente e esse estudo teve como objetivo proceder a adaptação
transcultural do instrumento Maternal Cognitions about Infant Sleep Questionnaire (Morrell,
1999) para uso no Brasil. O processo envolveu a tradução, retradução e apreciação formal de
equivalência. Primeiro foram feitas duas traduções independentes do instrumento original, em
inglês, para o português. A seguir, as versões foram retraduzidas para o inglês, também de
maneira independente. Por último, avaliou-se a equivalência entre a versão original e cada
uma das retraduções quanto: a) ao significado referencial (equivalência literal entre os pares),
avaliado por uma Escala Analógica Visual, de 0 a 100%; b) quanto ao significado geral
(concordância mais ampla entre os pares), julgada em quatro níveis (de inalterado a
extremamente alterado). Os resultados da equivalência semântica referencial mostrou que 17
dos 20 itens na versão retradução 1 apresentaram 90% ou mais de similariedade. A mesma
similariedade foi observada em 19 dos 20 itens da retradução 2. Quanto ao significado geral,
80% dos itens da retradução 1 e 85% dos itens da retradução 2 foram considerados
inalterados. Os resultados permitiram concluir que as retraduções foram bastante
semelhantes, possibilitando a formulação da versão pré-teste. A disponibilidade de uma
versão em português teria utilidade no contexto clínico, auxiliando na identificação das
cognições parentais predominantes e monitoramento das intervenções comportamentais para
os problemas de sono na criança, e em estudos epidemiológicos, provendo norteadores para a
formulação de estratégias de prevenção dos problemas de sono na infância.
Palavras-chave: sono, infância, adaptação de instrumento.
Apoio financeiro: Pró-Reitoria de Pesquisa da Unesp (PROPe); Débora C.A. Pinheiro e
Rafaela L. Câmara são bolsistas de Iniciação Científica PROPe e CNPq, respectivamente.
Renatha El Rafihi-Ferreira é bolsista de Doutorado da Fapesp.
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DIFICULDADES EM HABILIDADES SOCIAIS: A PRINCIPAL DEMANDA DA
CLIENTELA TRIADA NA CLÍNICA PSICOLÓGICA DA UEL NO ANO DE 2011
Raissa Roberti Benevides, Carolina Ribas, Deivid Regis dos Santos, Roberta Seles da Costa,
Edmárcia Manfredin Vila e Josy Moriyama (Departamento de Psicologia Geral e Análise do
Comportamento, Universidade Estadual de Londrina, Londrina – PR, Brasil) –
Geralmente as pessoas procuram ajuda psicológica por estar enfrentando problemas e
vivenciando certo nível de sofrimento que esteja interferindo em sua qualidade de vida. A
entrevista de triagem é usada em serviços de psicologia para levantar as queixas psicológicas
da clientela, além de favorecer o encaminhamento da população para as modalidades de
atendimento. A fim de identificar o perfil das queixas da Clínica-Escola de Psicologia da
Universidade Estadual de Londrina realizou-se um levantamento dos relatos das 179 triagens
realizadas em 2011. Organizou-se uma planilha para tabulação e análise das informações.
Constatou-se que a clientela de 2011 foi composta por 109 mulheres e 70 homens, sendo que
70 pessoas tinham entre 4 e 17 anos e a faixa etária das demais foi de 18 a 65 anos. A respeito
das queixas pode-se mencionar que totalizaram 274, tendo em vista que em alguns casos o
cliente relatou mais que um problema. As queixas foram categorizadas e apresentadas com
base na frequência em que foram relatadas pelos clientes na entrevista de triagem, assim
como se segue: Dificuldades de relacionamento interpessoal (63); Ansiedade e queixas
relacionadas (36); Dificuldades escolares, acadêmicas ou profissionais (36); Desvio de
conduta (20), Tristeza (16); Depressão (13); Dificuldades em orientação profissional (12);
Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (12); Dificuldades na esfera sexual (9);
alterações de humor (6); Autoconhecimento (6); Queixas relacionadas a tentativas e/ou ideias
suicidas (5); Esquizofrenia (4); Outros (36). Observa-se que 35% da clientela triada
descreveu apresentar dificuldades em seus relacionamentos, o que pode sugerir dificuldade
no repertório de habilidades sociais. A literatura aponta que indivíduos com déficit no
repertório de habilidades sociais normalmente apresentam dificuldades nos relacionamentos e
possuem pior qualidade de vida. Habilidades sociais referem-se ao conjunto de classes de
comportamentos aprendidos ao longo da história do indivíduo, favorecendo a manutenção de
relacionamentos saudáveis e promissores em diferentes contextos. Para que a pessoa seja
considerada socialmente competente e se envolva em relacionamentos interpessoais afetivos,
intensos e duradouros é necessário que desenvolva habilidades de empatia, assertividade,
comunicação, expressão de sentimentos, entre outras. Tendo em vista que as dificuldades de
relacionamento interpessoal podem representar uma parcela significativa dentre as queixas
dos clientes triados na Clínica Psicológica da UEL, propõe-se o investimento em pesquisas e
intervenções com foco em estratégias de aperfeiçoamento de repertórios de habilidades
sociais.
Palavras-chave: Clínica-Escola de Psicologia, queixas psicológicas, Habilidades Sociais.
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ELABORAÇÃO E APLICAÇÃO DE UM PROGRAMA DE EDUCAÇÃO
TERAPÊUTICA PARA CRIANÇAS COM DOENÇAS DE PELE E SEUS
CUIDADORES Claudia Razente Cantero, Marisa Richartz, Cibely Pacifico, Márcia
Cristina Caserta Gon, Bruna Mota e Amanda Castilho (Departamento de Psicologia Geral e
Análise do Comportamento, Universidade Estadual de Londrina, Londrina – PR, Brasil) –
As dermatoses crônicas, como a dermatite atópica, o vitiligo e o hemangioma,
frequentemente acometem a população infantil e, apesar dessas doenças muitas vezes não
levarem a incapacidade funcional, uma das principais dificuldades enfrentadas por indivíduos
portadores de doenças crônica de pele é a discriminação, o preconceito, e a estigmatização. A
psicologia pode contribuir para o tratamento dessas condições e diante disso, o presente
trabalho objetivou elaborar um programa de educação terapêutica para crianças com doenças
de pele e seus cuidadores. O trabalho foi realizado em três etapas: divulgação e seleção de
participantes, avaliação comportamental e elaboração e aplicação do programa. Na primeira
etapa, foi realizada a divulgação do projeto por meio de anúncios no jornal e folders, e os
participantes inscritos foram selecionados para participar da pesquisa. Logo após, foi
realizada avaliação comportamental com as crianças por meio de entrevista com os
cuidadores e aplicação de instrumentos e questionários com as crianças e seus cuidadores. A
partir das informações obtidas, estruturou-se e aplicou-se o programa de educação
terapêutica, que consistiu na elaboração de dois grupos de intervenção distintos: um para as
crianças com doenças de pele e outro para os cuidadores, ambos com seis sessões de
intervenção. No grupo de crianças, os seguintes temas foram abordados em cada sessão de
intervenção: 1) Apresentação, conhecimento de queixa e contrato do grupo; 2) Consequências
da doença nas diferentes áreas da vida (saúde, social, educação); 3) Consequências da doença
nos relacionamentos e os sentimentos gerados; 4 e 5) Ampliação de repertórios de resolução
de problemas e relacionamento social a partir do levantamento de comportamentos
alternativos mais eficazes para lidar com as situações aversivas relacionadas à doença; e 6)
Encerramento. No grupo de cuidadores, os temas abordados em cada sessão foram: 1)
Apresentação, conhecimento da queixa e contrato do grupo; 2) Princípios Básicos da Análise
do Comportamento e Análise Funcional; 3) Ilustração de Análise Funcional; 4) Modelos de
comportamentos alternativos para os cuidadores diante dos problemas relatados pelas
crianças; 5) Autocuidados; e 6) Encerramento. Após a aplicação do programa, constatou-se
que o programa de educação terapêutica para crianças com doenças de pele e seus cuidadores
pode ser útil, tanto para aspectos relacionados a dificuldades comportamentais, como a
aspectos relacionados à própria doença. O programa de educação terapêutica apresentado na
pesquisa é um programa de intervenção piloto e como tal, é preciso realizar novos estudos
para verificar os efeitos do programa de forma mais sistemática.
Palavras-chave: Doenças de pele, intervenção comportamental, educação terapêutica.
PUBLICAÇÃO DIGITAL – FORMATO PDF
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PROCEDIMENTO DE DRA NA EDUCAÇÃO SUPERIOR: ADAPTAÇÃO DO
CONTEÚDO DO SOFTWARE “ENSINO” Ingrid Caroline de Oliveira Ausec e Silvia
Aparecida Fornazari (Programa de Mestrado em Análise do Comportamento, Universidade
Estadual de Londrina, Londrina – PR, Brasil) – [email protected]
O avanço da medicina e o uso de medicações cada vez mais eficazes aliados ao movimento
inclusivo na educação têm garantido ao longo dos tempos que indivíduos com limitações
físicas, sensoriais e intelectuais sejam inseridos na rede regular de ensino e avancem em seu
processo de escolarização. Assim, os conhecimentos produzidos para o manejo
comportamental de indivíduos com problemas de comportamento se fazem cada vez mais
presentes no contexto educacional e devem prover subsídios também para a educação
superior. Uma vez que as pessoas com necessidades educacionais especiais estão incluídas na
educação superior, os conhecimentos dos princípios da análise do comportamento podem
trazer contribuições e não devem estar restritos ao psicólogo. Assim, como em outros níveis
de escolarização, o trabalho com os profissionais, no caso professores que lidam com alunos
com necessidades educacionais especiais é de suma importância. Procedimentos de reforço
diferencial, enquanto esquemas complexos de reforçamento têm sido usados na redução dos
comportamentos inadequados, podendo incluir treino de repertório adequado. O
procedimento de reforço diferencial de comportamentos alternativos (DRA) mostra
resultados relevantes na redução de comportamentos inadequados para pessoas com
necessidades educacionais especiais, já que permite a instalação de comportamentos
considerados adequados. O presente trabalho tem por objetivo apresentar a adaptação do
conteúdo do Software “ENSINO” de modo a capacitar professores universitários a utilizar o
procedimento de DRA em situações de agressividade, indisciplina e comportamentos
autolesivos. Para este trabalho, utilizou-se a versão 1.6 do Software “ENSINO” que,
inicialmente, estava programada para fornecer conceitos e situações-problema que simulavam
comportamentos que podem ocorrer no cotidiano de crianças em sua interação com pais ou
professores em diferentes contextos para o participante responder VERDADEIRO ou
FALSO. A partir do conteúdo disponível do software buscou-se adaptar os exemplos e
situações-problema de modo a simular comportamentos que podem ocorrer no cotidiano
universitário. Após esta adaptação foi realizada a alimentação do banco de dados do software.
Trabalhos futuros preveem a aplicação e capacitação de docentes por meio do Software
“ENSINO” a partir do conteúdo desenvolvido. Como a maioria dos materiais disponíveis
para orientação de professores para lidar com problemas de comportamento são relacionadas
a crianças, concluiu-se que o presente trabalho contribui para a construção de conhecimento
em uma área ainda pouco estudada: a capacitação docente para lidar com as necessidades
educacionais especiais no ensino superior.
Palavras-chave: DRA, universitários, capacitação docente.
Apoio financeiro: Fundação Araucária, por meio de financiamento para desenvolvimento do
software e custeio de materiais e equipamentos (Convênio 418/2009, protocolo 15060)
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SÍNDROME DE DOWN: ASPECTOS SOCIODEMOGRÁFICOS E BIOLÓGICOS
QUE PODEM FAVORECER A ADESÃO DA FAMÍLIA AOS TRATAMENTOS
NECESSÁRIOS Vania Galbes, Renata Grossi, Áderson Costa Junior, Matheus Fortes
Crivelari, Talyta de Souza Lima e Wagner José Martins Paiva (Departamento de Psicologia
Geral e Análise do Comportamento / Departamento de Biologia Geral, Universidade Estadual
de Londrina, Londrina – PR, Brasil | Universidade de Brasília, Brasília – DF, Brasil) –
O Serviço de Aconselhamento Genético é assistencial e educativo, mas também pode exercer
função preventiva. Seu objetivo é a conscientização do paciente/família, sem privar os
aconselhados do direito de tomar decisões pessoais, fazendo prevalecer a autonomia do
usuário. A síndrome de Down é a anomalia genética mais diagnosticada no Serviço de
Aconselhamento Genético da Universidade Estadual de Londrina (SAG-UEL), deste modo,
este estudo objetiva caracterizar esta amostra, a fim de identificar as variáveis de contexto
que auxiliam a adesão das famílias aos tratamentos. Os dados foram obtidos durante as
entrevistas iniciais de cada caso tabulados no software Excel e tratados estatisticamente pelo
programa SPSS. São apresentados os resultados de 44 casos diagnosticados com síndrome de
Down que possuíam o TCLE (Termo de Consentimento Livre e Esclarecido) assinado pelo
paciente/família nos anos de 2009 a 2012. O serviço recebeu pacientes de diferentes idades,
desde recém-nascidos até idosos, mas os casos que compuseram a presente amostra
concentravam-se na infância, sendo que 36 (81,8%) estavam na faixa etária de zero a um ano.
O diagnóstico precoce possibilita uma estimulação adequada, o que acarreta em um melhor
desenvolvimento para essas pessoas. Sobre o estado civil, declararam-se casados 21 (47,7%)
pais e 22 (50%) mães. A família, geralmente, não está preparada para receber uma criança
especial, deste modo, quando a mãe e o pai possuem um companheiro que os auxilie com
suporte emocional e também para a adaptação a nova demanda, isso constitui uma
contingência favorável ao enfrentamento desta situação. A renda familiar concentrou-se na
faixa de um a três salários mínimos, sendo que a maior parte dos pais não está
financeiramente desamparada, apesar de possíveis dificuldades, e há possibilidade da família
conseguir a aposentadoria para o filho. O recurso financeiro é de grande importância, pois
possibilitará à família, frequentar diversas fontes de recursos para a criança. Até o
deslocamento é custoso, no entanto, algumas famílias usam transporte municipal e outras têm
condução própria. O fato da maioria das mães serem donas de casa indica que há uma
disponibilidade de horário, aumentando a probabilidade dos filhos serem levados aos
atendimentos. A maioria dos usuários (18 pacientes - 40,9%) frequentam escolas especiais,
pois existem instituições especializadas para esta demanda na região. Portanto, pode-se
concluir que grande parte das pessoas com síndrome de Down atendidas no SAG-UEL
possuem recursos que facilitam a adesão a tratamentos apesar das dificuldades enfrentadas.
Palavras-chave: Síndrome de Down, Aconselhamento Genético, Psicologia da saúde.
Apoio financeiro: O trabalho foi realizado com apoio da Pró-Reitoria de Extensão-PROEX e
da Pró-Reitoria de Pós-Graduação-PROPPG e com o apoio financeiro do Programa
Universidade Sem Fronteiras - USF/SETI (processo 01705/2012). Vania Galbes, Matheus
Crivelari Fortes e Talyta de Souza Lima receberam bolsa do Programa Universidade Sem
Fronteiras.
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PESQUISA BÁSICA
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A INFLUÊNCIA DO COMPORTAMENTO VERBAL SOBRE PRÁTICAS
CULTURAIS EM MICROCULTURAS DE LABORATÓRIO Lucas Franco Carmona,
Mariana Carolina Batista Ferreira, Jose Roberto Junior, Luana Pereira Benevides e Isadora
Romero Brasil (Departamento de Psicologia Geral e Análise do Comportamento,
Universidade Estadual de Londrina, Londrina – PR, Brasil) – [email protected]
Estudos experimentais acerca de seleção de práticas culturais, baseados em modelos de
pesquisas com microculturas de laboratório vêm sendo utilizados para compreensão dos
fenômenos sociais por meio da identificação das contingências sociais que influenciam o
comportamento do grupo e dos indivíduos. Deste modo, a presente investigação objetivou
analisar os efeitos do comportamento verbal sobre o estabelecimento e manutenção de
práticas culturais. Fora realizada uma simulação de microcultura em que os participantes
foram expostos a um software, cujo objetivo era alcançar o maior número de pontos.
Participaram deste estudo 9 estudantes universitários, com idades entre 18 à 25 anos. O
experimento foi dividido em quatro etapas, sendo a primeira constituída por três sessões
realizadas com o primeiro participante (P1) visando à modelagem da resposta-alvo de pressão
ao operando azul. A segunda etapa consistiu na transmissão da resposta-alvo através da
instrução verbal por parte do participante experiente (P1) aos participantes inexperientes. A
etapa perdurou até a formação da primeira geração composta pelos participantes P1, P2, P3.
A terceira etapa teve início com a substituição do participante mais antigo (P1) pelo
participante inexperiente (P4) e as razões dos esquemas de reforço dos operandos foram
alteradas de modo que apenas a razão do operando azul se manteve elevada. Durante essa
etapa, a cada sessão o participante mais antigo era substituído por um participante
inexperiente. Ao longo dessa etapa foram formadas a segunda geração, composta pelos
participantes P4, P5, P6 e a terceira geração, formada pelos participantes P7, P8, P9. Na
última etapa a terceira geração foi submetida à sessão de extinção. Os dados apontaram que a
regra estabelecida através do comportamento verbal do participante P1 se manteve inalterada
até o final da formação da segunda geração, mesmo a regra tornando-se discrepante, após a
inserção do participante P4. A partir da quinta sessão (participantes P5, P6, P7) verificou-se
um declínio na resposta de pressão ao operando azul, inclusive na sessão de extinção. A
mudança da resposta de pressão ao operando azul para o operando laranja se deu de forma
acidental e os dados demonstraram que regras que estabelecem contingências que não são
mais satisfatórias para o grupo tendem a ser substituídas. A simulação de uma microcultura
abordada nessa investigação se fez um meio satisfatório para desenvolver condições para o
estudo experimental da seleção de práticas culturais. Os dados revelam ainda, a necessidade
de novos estudos que possam subsidiar a análise dos resultados obtidos neste estudo.
Palavras-chave: microculturas de laboratório, práticas culturais, comportamento governado
por regras.
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UMA ANÁLISE COMPARATIVA DA DURAÇÃO DO GROOMING DE RATOS EM
RESPOSTA A DIFERENTES EVENTOS AVERSIVOS Taimon Pires Maio, André
Nazareth Veloso, Guilherme Bracarense Filgueiras, Eduardo Vignoto Fernandes, Noel
Rodriguez de Almeida, Pedro Guilherme Pauletti Lorenzo e Celio Estanislau (Departamento
de Psicologia Geral e Análise do Comportamento, Grupo de Pesquisa em Psicobiologia,
Universidade Estadual de Londrina, Londrina – PR, Brasil) – [email protected]
Sugere-se que a autolimpeza (grooming) de roedores é útil na avaliação de estresse e
ansiedade. Visto que a forma como diferentes tipos de situações aversivas modula o
grooming não foi plenamente caracterizada, este estudo analisou e comparou a duração de
grooming em testes que envolvem diferentes tipos de estressores: novidade, frustração, medo
condicionado e inescapabilidade. Ratos machos (40) foram submetidos sequencialmente a 5
testes (Labirinto em Cruz Elevado [LCE], Teste do Enterramento de Bolas-de-Gude [TEB],
Extinção Operante [EXT], Contexto de Medo Condicionado [CMC] e Imobilização [P-IM]).
Houve aproximadamente uma semana de intervalo entre os testes. Tendo sido previamente
sugerido que o grooming está envolvido na desexcitação (dearousal), os testes tiveram
duração prolongada (30min). As sessões foram divididas em blocos de 5 min e o grooming
foi dividido entre os componentes rostral e corporal. Também foram estudadas medidas
convencionais dos testes. O tipo de teste teve efeito sobre a duração total do grooming
(F[4,199]=24,99; p < 0,0001). O LCE obteve um resultado maior (p < 0,05, Newman-Keuls) do
que os outros testes, com exceção do TEB. A duração total do grooming no TEB foi maior do
que no CMC. Inversamente, o teste de Newman-Keuls mostrou que a duração total do
grooming rostral e corporal na EXT foi menor do que em todos os outros testes. O tipo de
teste teve efeito sobre a duração do grooming rostral (F[4,199] = 18,15; p < 0,0001) e corporal
(F[4,199] = 22,42; p < 0,0001). As durações do grooming corporal no LCE e no TEB foram
maiores do que nos outros testes, mas não diferiram entre si. Não houve diferença
significante entre as durações do grooming rostral ou corporal dos outros testes.
Adicionalmente, o teste t de student para amostras pareadas mostrou que a duração do
grooming corporal foi maior do que a duração do grooming rostral no LCE (t = 4.017, p <
0,001) e no TEB (t = 4.805, p < 0,0001), enquanto na EXT, o resultado foi inverso (Wilcoxon
= 558.0; p < 0,001). Nos primeiros 5 min dos testes, o grooming corporal esteve sempre mais
baixo em relação ao rostral, o que parece apontar que o início da sessão exerce esse efeito
devido à mudança de contexto. Contextos considerados mais estressantes reduzem o tempo
geral de grooming em relação aos menos estressantes. Concluí-se que a distribuição regional
do grooming é alterada diferentemente entre os estressores.
Palavras-chave: ansiedade, habituação, modelos animais.
Apoio financeiro: O presente projeto foi realizado com apoio financeiro do CNPq (proc.
483937/2011-8). André Wilson Nazareth Veloso recebeu bolsa de mestrado da CAPES,
Taimon Pires Maio recebe bolsa de mestrado da CAPES, Eduardo Fernandes Vignoto recebe
bolsa de doutorado de CAPES e Célio Estanislau recebe bolsa de produtividade em pesquisa
da Fundação Araucária (convênio 817/2012).
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PESQUISA BIBLIOGRÁFICA
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A UTILIZAÇÃO DE SOFTWARES PARA ENSINO DE CONCEITOS DA ANÁLISE
DO COMPORTAMENTO Victor Hugo Bassetto, Marcia Cristina Caserta Gon e Silvia
Aparecida Fornazari (Programa de Mestrado em Análise do Comportamento, Departamento
de Psicologia Geral e Análise do Comportamento, Universidade Estadual de Londrina,
Londrina – PR, Brasil) – [email protected]
Em nossa linguagem é quase impossível desvincular o processo de aprendizagem de
características normalmente relacionadas à motivação, desenvolvimento, ou características
intrinsecamente ligadas a um agente dualista. O ensino é um processo de arranjo de
contingências que favorece a aprendizagem. A Análise do Comportamento vem fazendo
estudos relacionados a processos educacionais com foco em processos instrucionais efetivos
desde antes da década de 70 e conseguiu produzir tecnologias de ensino com as quais se pode
desenvolver programas, materiais e métodos de instrução, com efeitos positivos. Na
sociedade atual, programas informatizados fazem parte do cotidiano e os computadores têm
se mostrado como instrumentos favorecedores para o uso de softwares enquanto instrumentos
informatizados de ensino. O objetivo desse trabalho foi levantar artigos que expusessem
pesquisas realizadas sobre softwares de ensino, que fossem relacionados a este processo e a
ciência do comportamento, através de uma busca em bases bibliográficas e revistas
científicas. As buscas foram realizadas no site BVS – Psicologia, Ulapsi Brasil, nas bases
PsycInfo e Web of Science, e nas revistas JABA (Journal of Applied Behavior Analysis) e
JEAB (Journal of the Experimental Analysis of Behavior), com as palavras “software”,
“ensino”, “education”. Foram encontrados 11 artigos, tendo sido os outros excluídos pelos
critérios de seleção da pesquisa que eram: ser um artigo, o texto estar disponível
integralmente e relatar o uso de softwares para ensinar algum conceito de Análise do
Comportamento a humanos e não como instrumento de coleta e/ou análise de dados. Entre
estes, apenas um artigo correspondia a apresentação de um software que ensinasse conceitos
de Análise do Comportamento. Espera-se que buscas deste tipo venham influenciar
pesquisadores a investir nessa área, proporcionando outras estratégias de controle de
variáveis e novos arranjos de contingências, aumentando o número de publicações e
favorecendo o processo de ensino-aprendizagem, conforme Skinner já mostrava ser possível
a partir dos princípios de uma ciência do comportamento.
Palavras-chave: software, ensino, Análise do Comportamento.
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CONTRIBUIÇÕES DA ANÁLISE COMPORTAMENTAL NO
ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO Cezar Rafael Czycza, Emi Raquel França
Borges, Marilha Daniela Marcola, Rodrigo Marciel Derlam e Stefanny Louise Dorner
Freitas (Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Escola de Saúde e Biociência, Toledo –
PR, Brasil) – [email protected]
O presente trabalho apresenta a conceituação e as características do Acompanhamento
Terapêutico tendo como fundamentação a abordagem comportamental. Trata-se de uma
pesquisa bibliográfica extracurricular dos estudantes do quinto período de Psicologia da
Pontifícia Universidade Católica do Paraná, sobre os aspectos da filosofia do Behaviorismo
Radical e da Análise Experimental do Comportamento na prática do acompanhamento
terapêutico considerando a sua origem e as contribuições para a Análise do Comportamento.
O acompanhamento terapêutico teve sua origem na Argentina em 1960. Com a ampliação da
análise comportamental clínica, surgiram os modificadores de comportamento que utilizavam
técnicas comportamentais em programas terapêuticos, porém, foi somente nas décadas de
1980 e 1990 que alguns analistas do comportamento, ligados ao contexto clínico, passaram a
utilizar-se da técnica para posteriormente divulgá-la fora do consultório, sendo assim,
ganhando força através do reconhecimento de médicos e psiquiatras. O acompanhamento
terapêutico busca proporcionar ao cliente um suporte onde a integração ao meio sociocultural
pode ser vista de forma mais ampla, favorecendo readaptações ou novos comportamentos em
ambientes específicos, obtendo novas fontes de reforçadores, através do manejo de
contingências em vigor fora do setting terapêutico. Para que ocorra esse trabalho, a relação
confiável entre o cliente e o acompanhante terapêutico auxilia na definição de objetivos e
possibilita um papel provedor de reforçador de comportamentos. A proposta do
acompanhante terapêutico, na análise do comportamento, compreende ajudar o cliente a
discriminar as contingências que envolvem seus comportamentos e a função dos mesmos.
Busca-se a modelagem dos comportamentos através do reforçamento diferencial e a
exposição do cliente a novos contextos que aumentem a probabilidade de novos reforçadores.
O analista do comportamento identifica as contingências no ambiente natural, realizando a
modelagem de comportamento já que, na observação in loco, é possível constatar quais são
os possíveis antecedentes que favorecem o cliente se comportar e quais são as consequências
do comportamento. Assim, o acompanhante terapêutico acompanha o cliente em sua casa,
local de trabalho, a fim de orientá-lo em seu ambiente cotidiano. No Acompanhamento
Terapêutico é possível extrapolar barreiras do consultório e atuar diretamente nas
contingências em vigor do cliente.
Palavras-chave: Análise do Comportamento, Acompanhante Terapêutico, Ambiente
extraconsultório.
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JOGOS EDUCATIVOS: UMA LEITURA ANALÍTICO-COMPORTAMENTAL
Mariana Gomide Panosso, Verônica Bender Haydu e Silvia Regina de Souza (Mestrado em
Análise do Comportamento, Universidade Estadual de Londrina, Londrina – PR, Brasil) –
Ensinar é o ato de facilitar a aprendizagem. Diversos aspectos devem ser considerados
quando se aborda a questão do planejamento do ensinar: o que ensinar, quem ensinar, para
que ensinar, mas há de se considerar, também, a forma de se ensinar, isto é, o modo pelo qual
arranja-se as contingências sob as quais o aluno aprende. Há muitas maneiras pelas quais as
contingências necessárias para promover a aprendizagem podem ser arranjadas, sendo os
jogos educativos uma delas. O objetivo do presente estudo foi revisar a bibliografia de
diferentes áreas de estudo que relataram estudos empíricos ou de revisão sobre o tema “jogos
educativos” e, identificar as funções atribuídas pelos autores a esses instrumentos,
interpretando-as com base nos princípios da Análise do Comportamento. Realizou-se uma
busca boleana nas bases de dados Scielo e Pepsic com o seguinte operador e palavras-chave:
Jogos educativos; Jogos E educação; Jogos E saúde, na primeira base de dados e jogos; jogo;
jogos E brinquedos na segunda. Foram selecionados 10 artigos que atendiam aos seguintes
critérios: uso de jogos educativos em seu procedimento, referência a esse tema ou que
abordassem a função desses jogos em relação ao desenvolvimento de alguma habilidade ou,
ainda, que discorresse sobre as contingências que ele proporcionava. Foram excluídas as
produções científicas que se referiam a jogos esportivos, coorporativos, eletrônicos, jogos
sociodramáticos e jogo patológico. Após a leitura desses artigos, foram identificados e
reproduzidos trechos em que o(s) autor(es) especifica(m) as funções dos jogos educativos. A
partir desses trechos, foi realizada uma interpretação analítica comportamental e
identificaram-se dois grandes grupos de funções: a função motivadora e a educativa. Essas
funções são descritas a partir dos princípios de operações estabelecedoras, instruções,
processos de discriminação e generalização de estímulos. Identificar as contingências que
permeiam o contexto dos jogos, ajuda a reconhecer os processos de aprendizagem envolvidos
nesta atividade e possibilita o educador a programar e utilizar os jogos como um recurso
educativo.
Palavras-chave: Análise do Comportamento, jogos educativos, aprendizagem.
Apoio financeiro: Mariana Gomide Panosso é bolsista CAPES.
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PROCEDIMENTOS DE INTERVENÇÃO PARA REDUÇÃO DE
COMPORTAMENTOS ABERRANTES: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Raquel
Akemi Hamada, Márcia Cristina Caserta Gon, Nádia Kienen e Silvia Aparecida Fornazari
(Programa de Mestrado em Análise do Comportamento, Departamento de Psicologia Geral e
Análise do Comportamento, Universidade Estadual de Londrina, Londrina – PR, Brasil) –
A Análise do Comportamento é uma ciência que muito tem a contribuir na promoção do bem
estar da sociedade. Este objetivo da ciência é importante de ser lembrado. Uma população
que necessita dos conhecimentos produzidos pela Análise do Comportamento é aquela que
apresenta comportamentos aberrantes. Esses comportamentos não são bem aceitos pela
sociedade e prejudicam o bem-estar do indivíduo por serem incomuns e difíceis de serem
manejados. Ainda por estas razões, causam desconforto a quem convive com estes
indivíduos, o que inclui os profissionais da área. Diante desse contexto, propôs-se realizar um
levantamento bibliográfico acerca de estudos que utilizaram procedimentos de intervenção
para a redução da frequência de comportamentos aberrantes. Foi realizada uma busca
eletrônica nas bases de dados: Science Direct, Scopus (Elsevier) e Web of Science; e também
no periódico Journal of Applied Behavior Analisys (JABA). A expressão de busca foi
“aberrant behavior” e o período selecionado foi entre os anos de 2000 e 2011. Foram
analisados os artigos que relatavam pesquisas empíricas, que empregaram manipulação de
variáveis como procedimento de intervenção. Foram encontrados 14 artigos que atenderam a
esse critério de inclusão, sendo 57% pertencentes ao JABA, 29% ao Research in
Developmental Disabilities e 14% pertencentes aos outros periódicos. As categorias
utilizadas para a categorização dos procedimentos foram as seguintes: a) treino a pais, b)
treino de habilidades específicas à pessoa que apresenta comportamentos aberrantes, c)
arranjo de contingências por meio de esquemas de reforçamento diversos e/ou estímulos
diversificados. Alguns artigos se referiam a mais de uma categoria num mesmo conjunto de
procedimentos de intervenção (combinação). Foram identificados na condução das
intervenções: operação estabelecedora; esquemas de reforçamento em intervalo fixo,
intervalo variável, reforçamento diferencial de outros comportamentos ou de comportamentos
alternativos, entre outros. Esses dados mostram a eficácia de procedimentos fundamentados
na Análise do Comportamento para reduzir a frequência de comportamentos aberrantes.
Palavras-chave: comportamento aberrante, análise do comportamento, procedimentos de
intervenção.
Apoio financeiro: O trabalho foi realizado com o apoio financeiro da CAPES. Raquel Akemi
Hamada recebeu a bolsa de estudos da CAPES.
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PSICOLOGIA JURÍDICA NO BRASIL: LEVANTAMENTO DE DISSERTAÇÕES E
TESES NO PERÍODO DE 2001 A 2011 E PESQUISA BIBLIOGRÁFICA NA
COLEÇÃO “SOBRE COMPORTAMENTO E COGNIÇÃO” Aline Cristina Ferreira
Monteiro, Patrícia Cossa Brandão, Edmarcia Manfredin Vila e Claudete Carvalho Canezin
(Universidade Estadual de Londrina, Londrina – PR, Brasil | Núcleo de Estudos e Defesa dos
Direitos da Infância e da Juventude – NEDDIJ, Londrina – PR, Brasil | Departamento de
Psicologia Geral e Análise do Comportamento, Universidade Estadual de Londrina, Londrina
– PR, Brasil | Departamento de Direito Privado, Universidade Estadual de Londrina,
Londrina – PR, Brasil) – [email protected]
O Núcleo de Estudos e Defesa da Infância e Juventude (NEDDIJ), tem como objetivo
garantir o atendimento Jurídico e Psicológico a crianças e adolescentes em situação de risco e
suas famílias. As práticas executadas pela Psicologia no Núcleo estão no âmbito da
Psicologia Jurídica e são embasadas pelos princípios da Análise do Comportamento e
fundamentos no Behaviosrismo Radical. A Psicologia Jurídica è considerada a área que
estuda e dedica-se ás questões psicológicas aplicadas aos diversos campos legais. Esta
pesquisa teve dois objetivos, ambos com o intuito de verificar a produção científica da
Psicologia Jurídica no Brasil. O primeiro foi realizar um levantamento no Banco de Teses da
Capes, no período de 2001 a 2011, sobre a produção científica em programas de Pós-
graduação em Psicologia e o segundo constou de uma pesquisa nos capítulos dos 20 volumes
da coleção “Sobre Comportamento e Cognição”. Para a realização da primeira etapa buscou-
se no portal de Teses da Capes, com as palavras chaves “Psicologia Jurídica”, todas as
dissertações e teses que estavam cadastradas em programas de Psicologia. Como resultado
foram encontradas 78 dissertações e 23 teses que atendiam ao critério da pesquisa. Os dados
foram analisados e apresentados em figuras para a melhor compreensão. Na segunda etapa
utilizou-se como critério uma busca nos sumários de cada volume da coleção “Sobre
Comportamento e Cognição” por títulos sobre Psicologia Jurídica. Entre os 777 capítulos
encontrados nos 20 volumes da coleção, apenas um atendia aos critérios da pesquisa.
Conclui-se por meio dos dados obtidos que a Psicologia Jurídica é uma área emergente na
produção científica e que, os pólos de concentração estão na: Universidade São Paulo (USP),
Universidade Federal do Rio grande do Sul (UFRGS), Pontifícia Universidade Católica – São
Paulo (PUC-SP), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Universidade Nacional
de Brasília (UNB). Entre os Orientadores, destacaram-se: Dr.Silvio Paulo Botomé, Dr.
Roberto Moraes Cruz, Drª Rosa Maria Stefanini de Macedo, Drª. Liana Furtado Costa, Drª.
Jacqueline Tittoni. e Drª Leila Maria Tarraca de Brito, Iray Carone, e Maria Clotilde Rossetti
Ferreira. Visto que a Análise do Comportamento está interessada no estudo científico do
comportamento em diferentes contextos, sem dúvida alguma a intersecção da Psicologia com
o Direito caracteriza objeto de análise comportamental. Dessa forma, pesquisas de
levantamento são fundamentais para que se possa identificar os locais de maior concentração
de pesquisas e direcionar as práticas dos profissionais inseridos nesta área, além de favorecer
a proposição de estudos posteriores.
Palavras chave: Psicologia Jurídica, Análise do Comportamento, produção científica.
Apoio financeiro: O trabalho foi realizado com apoio financeiro da Secretaria da Ciência,
Tecnologia e Ensino Superior (SETI) / Governo do Paraná. Todos os autores recebem bolsa
da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI). Governo do Paraná.
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TÉCNICAS PSICOLÓGICAS PARA REVELAÇÃO DE ABUSO SEXUAL
INFANTIL: IMPASSES E PERSPECTIVAS ENVOLVENDO O PARADIGMA DA
EQUIVALÊNCIA DE ESTÍMULOS Bárbara Vicente Bonfim, Vivian Senegalia Morete e
Verônica Bender Haydu (Departamento de Psicologia Geral e Análise do Comportamento,
Universidade Estadual de Londrina, Londrina – PR, Brasil) – [email protected]
Os métodos tipicamente empregados por profissionais da área da Psicologia para a
investigação, levantamento de indícios e produção de provas da ocorrência de abuso sexual
infantil, são o uso de desenhos, as estratégias lúdicas com a utilização de bonecos anatômicos
ou não, a facilitação do relato verbal através da utilização de fábulas, e a realização do
depoimento sem danos. Embora sejam métodos que promovam aproximação com a
linguagem infantil e tenham relevância para o campo da Psicologia Aplicada, algumas
variáveis não controladas, como eventuais induções, podem influenciar nos dados
produzidos. Desenvolver um método objetivo, que envolva maior controle de variáveis
intervenientes na revelação de abuso, pode favorecer a proteção de crianças e adolescentes
envolvidos em denúncias por violência sexual. Nesse estudo objetivou-se a realização de um
levantamento bibliográfico acerca de pesquisas de Análise Experimental do Comportamento
que demonstram ser possível o desenvolvimento de um método de revelação de abuso sexual
infantil baseado na verificação da influência da história pré-experimental na formação de
classes de equivalência de estímulos. Uma das pesquisas citadas utilizou role-plays para a
realização de experiência social programada e manipulou variáveis relacionadas ao controle
contextual do local em que houve o treino discriminativo e o role-play, mediante utilização
de dicas contextuais arbitrárias. Crianças foram individualmente expostas a situações
experimentais específicas como, por exemplo, vestir acessórios em locais do corpo diversos
do habitual. Como resultado, obteve-se um relato verbal preciso da encenação na presença de
um dos estímulos e um relato verbal impreciso na presença de outro estímulo. Das oito
crianças que participaram do estudo, quatro crianças chegaram a 100% de acerto, os
restantes, atingiram 94%, 88%, 83% e 67% de acerto nos testes de equivalência de estímulos
na presença de uma ou outra dica contextual. Futuras pesquisas incluindo equivalência de
estímulos devem atentar-se, entre outros, à pertinência da incorporação de pré e pós-testes
aos procedimentos com utilização de role-play; à importância do controle contextual no
padrão de respostas nos testes posteriores às experiências sociais controladas; e à influência
do pesquisador sob os dados obtidos, sendo interessante que o pesquisador que participou das
encenações seja diferente daquele que irá analisar a precisão do relato das crianças para que
este não tenha conhecimento prévio da experiência social programada e baseie sua avaliação
exclusivamente na resposta apresentada.
Palavras-chave: técnicas psicológicas, análise do comportamento, discriminação
condicional.
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RELATO DE EXPERIÊNCIA EM ESTUDO DE CASO
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CONTRIBUIÇÕES DA PESQUISA BÁSICA NO DESENVOLVIMENTO
TECNOLÓGICO DA ANÁLISE DO COMPORTAMENTO: UMA DISCUSSÃO A
PARTIR DE UM CASO CLÍNICO DE USO DE CRACK Fernanda Mendes Caleiro e
Taimon Pires Maio (Departamento de Psicologia Geral e Análise do Comportamento,
Universidade Estadual de Londrina, Londrina – PR, Brasil) – [email protected]
Experimentos com animais sobre condicionamento respondente sugerem que a síndrome de
abstinência é mais intensa em ratos quando há um rompimento na relação de contingência
resposta-consequência quando esta já se encontra bem estabelecida, do que em ratos cujas
situações de administração da droga é independente de suas ações. Somado a isso e aos
estudos sobre encadeamento de respostas, discute-se a contribuição das pesquisas básicas na
intervenção de um caso clínico de dependência química de crack. O procedimento foi
realizado com um cliente de 27 anos de idade e que faz uso de crack há sete anos. Utilizou-se
de estratégias de psicoeducação para análise funcional do comportamento. Após algumas
sessões foi identificado um encadeamento de respostas de consumo de substância, onde cada
elo da cadeia tinha dupla função, estímulo reforçador condicionado para o elo anterior e
estímulo discriminativo para o elo seguinte. O sujeito relata que diante de um evento (SD) é
evocada uma autoinstrução “vou fumar domingo”, que especifica o que o cliente pretende
fazer. O comportamento verbal, nesse caso, é um SD para o 3º elo, que agora faz parte do que
se pode se chamar de planejamento, até a resposta final (uso do crack). O consumo da
substância reforça toda a cadeia comportamental, aumentando a probabilidade de ocorrência
futura. O conhecimento experimental sobre dependência química em ratos fornece o
entendimento de que os elos intermediários da cadeia geram aumento de respostas
compensatórias (respondentes) de consumo de crack em decorrência de SDs externos e de
SDs fornecidos pelos próprios comportamentos precorrentes do indivíduo, quando ele
desempenha estratégias de planejamento do consumo da droga. A partir desses dados optou-
se por intervir nos elos iniciais da cadeia, facilitando o desenvolvimento do repertório de
autocontrole no momento em que respostas autonômicas ainda não estavam operando.
Entende-se que o SD não é a causa do consumo, apenas é situação para que a primeira
resposta da cadeia seja evocada, sendo seguida ou não pelos demais elos. Atenta-se, também,
para a interação de outros determinantes como intensidade da operação motivacional, o
esquema de reforçamento vigente sob a presença do SD e o custo de resposta. Diante de tais
dados, concluí-se a importância dos estudos da área básica para o desenvolvimento da
tecnologia da análise do comportamento, mais especificamente no tratamento da dependência
química.
Palavras-chave: Dependência química, pesquisa básica, tecnologia.
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INTERVENÇÃO COMPORTAMENTAL PARA INSÔNIA INFANTIL: UM RELATO
DE EXPERIÊNCIA Renatha El Rafihi-Ferreira, Maria Laura Nogueira Pires e Edwiges
Ferreira de Mattos Silvares Ferreira (Departamento de Psicologia Clínica, Universidade de
São Paulo – USP, São Paulo – SP, Brasil | Departamento de Psicologia Experimental e do
Trabalho, Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho” – UNESP, Assis – SP,
Brasil | Departamento de Psicologia Clínica, Universidade de São Paulo, USP, São Paulo –
SP, Brasil) – [email protected]
A insônia comportamental infantil é um problema frequente em crianças, sendo caracterizada
pela resistência em ir para cama, necessidade da presença parental para adormecer,
despertares noturnos frequentes e dormir com os pais. O objetivo do presente estudo é
apresentar um relato de experiência de uma intervenção comportamental para insônia infantil
por meio de um programa dirigido aos pais. Participou do estudo a mãe de um menino de 04
anos de idade que adormecia apenas na presença dos pais e dormia junto ao casal. O estudo
ocorreu em quatro etapas (avaliação, intervenção, pós-intervenção e período de seguimento
de 1 mês). Na primeira etapa a mãe foi submetida a uma entrevista semi-estruturada,
completou os questionários Escala Unesp de Hábitos e Higiene do Sono – Versão Crianças,
Escala de Distúrbios de Sono para Crianças e Adolescentes, Inventário de Comportamentos
para Crianças entre 1½ a 5 anos (CBCL), Inventário de Auto-avaliação para Adultos de 18 a
59 anos (ASR) e foi instruída a registrar diários de sono e de comportamento noturno da
criança e quanto ao uso da actigrafia. O programa de intervenção foi composto por 5 sessões,
nos quais a mãe recebeu educação sobre o sono da criança, orientações sobre o
estabelecimento de horários e rotinas para dormir e quanto ao uso das técnicas de extinção e
reforço positivo para a melhoria do momento de dormir e redução de despertares noturnos.
Uma semana e um mês após a intervenção, a mãe respondeu aos mesmos instrumentos da
etapa inicial. Durante a etapa de intervenção, a mãe aplicou a rotina e a extinção gradual na
criança que foi colocada para dormir em seu quarto. No início da intervenção, a criança
demorou mais para adormecer (cerca de 60 minutos) e apresentou aumento de despertares
noturnos (3 despertares por noite), quando comparado ao pré-tratamento. Tal aspecto pode ter
sido decorrente do processo de extinção. Ao final da intervenção, o número de despertares
noturnos foi reduzido (0 – 1 despertar por semana). No período pós-intervenção, a criança
demorava de 20 a 30 minutos para adormecer em seu próprio quarto e não mais despertava
durante a noite. Comparado ao pré-tratamento, a criança apresentou melhora no padrão de
sono e comportamento agressivo (CBCL) e a mãe relatou melhora no relacionamento
conjugal, qualidade de sono e pontuou menos nas questões referentes a desatenção, ansiedade
e depressão (ASR). Tais benefícios foram mantidos no período de seguimento. Pode-se
concluir que a intervenção foi eficaz na melhora no sono e comportamento da criança e da
mãe.
Palavras-chave: Insônia infantil, intervenção comportamental, criança.
Apoio financeiro: Renatha El Rafihi-Ferreira é bolsista de doutorado da Fundação de
Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP.
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PROPOSTA DE INTERVENÇÃO COMPORTAMENTAL PARA DISLEXIA DO
DESENVOLVIMENTO: UM ESTUDO DE CASO Rauni Jandé Roama Alves
(Departamento de Pós-graduação em Psicologia, Pontifícia Universidade Católica de
Campinas, Campinas – SP, Brasil) – [email protected]
A dislexia é um transtorno neurobiológico que envolve desde dificuldades no aprendizado da
leitura até problemas na aquisição da escrita. Comumente os disléxicos estão atrasados em
média dois anos nessas habilidades escolares em relação a seus pares. Um dos modelos
explicativos mais abordados para o entendimento desse transtorno refere-se a dois principais
prejuízos: de origem fonológica e/ou de processamento visual. Quando o sujeito apresenta
maiores prejuízos fonológicos, diz-se que apresenta uma dislexia disfonética, quando
apresenta maiores prejuízos no processamento visual, diz-se que apresenta uma dislexia
diseidética, já quando apresenta prejuízos em ambas as habilidades, haveria uma dislexia
mista ou aléxica. Na disfonética observam-se dificuldades para analisar e sintetizar palavras,
a leitura é caracterizada por trocas, inversões, adições de letras e palavras. Na deseidética,
ocorre dificuldade para perceber palavras e letras, a leitura será mais trabalhosa e com
confusões nos grafemas-fonemas. Já na mista são encontradas dificuldades em ambas as
formas, sendo o grupo mais comprometido. O presente trabalho teve como objetivo
implementar algumas estratégias de aprendizagem, baseadas na Análise do Comportamento
(AC), em um processo clínico interventivo de uma criança com dislexia mista. As estratégias
mais utilizadas foram: (1) autoconhecimento: trabalhou-se a compreensão da raiz das
palavras, tanto em aspectos semânticos quanto sintáticos; (2) discriminação e equivalência de
estímulos: frequentemente disléxicos apresentam “trocas surdas-sonoras”, tipo de troca esse
que ocorre provavelmente em função de alguns fonemas apresentam um mesmo ponto de
articulação vocal, diferenciando-se somente pela vibração das pregas vocais (como, por
exemplo, pode-se observar trocas entre as letras p/b, t/d, f/v, já que tais consoantes
representam fonemas que têm seu correspondente surdo e outro sonoro); foi trabalhada
insistentemente a discriminação sonora/falada e a escrita de palavras que apresentassem tais
consoantes; (3) auto-observação: uma condição colocada pelo terapeuta durante as sessões foi
a de que o cliente deveria ler após escrever e tentar identificar possíveis erros e acertos; (4)
autocontrole: foi proposta uma tabela de forma que a cada acerto obtido pelo cliente era
somado um ponto que correspondia a um minuto de sessão lúdica no final da sessão. Os
resultados evidenciaram uma diminuição de erros e um aumento na velocidade e na
compreensão da leitura e da escrita. Conclui-se que as estratégias de aprendizagem
proporcionadas pela AC podem oferecer ferramentas eficazes para a intervenção em casos de
dislexia.
Palavras-chave: Dislexia, Análise do Comportamento, Intervenção.
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REPERTÓRIO DE ADESÃO DOS PAIS AOS TRATAMENTOS DO FILHO COM
ALTERAÇÃO GENÉTICA: UM ESTUDO DE CASO Talyta de Souza Lima, Vania
Galbes, Matheus Crivelari Fortes, Renata Gross e Wagner José Martins Paiva
(Departamento de Psicologia Geral e Análise do Comportamento / Departamento de Biologia
Geral, Universidade Estadual de Londrina, Londrina – PR, Brasil) –
Na população há uma grande incidência de alterações genéticas, deste modo, conhecer as
variáveis de contexto que acometem essa população é de grande importância, pois possibilita
a identificação de fatores que auxiliam ou dificultam aspectos como: desenvolvimento,
adesão ao tratamento, vida social, entre outros. O presente trabalho tem como objetivo
apresentar o estudo de um caso atendido pelo Serviço de Aconselhamento Genético da
Universidade Estadual de Londrina (SAG-UEL), com intuito de identificar variáveis que
levem os pais a buscarem e manterem sua participação nos atendimentos ao filho. Os dados
foram coletados através de entrevista. Paciente de três anos de idade, não possui um
diagnóstico fechado, apresenta atrofia frontal, assimetria facial, fissura labial, ausência de
sulco nasomentoniano, nariz achatado, hipertelorismo e deficiência intelectual. Fez cirurgia
para correção de lábio leporino e rinoplastia, o médico que a realizou suspeitou que ele
tivesse holoprosencefalia; atualmente possui dificuldades motoras e de fala, estes problemas
podem relacionar-se com síndrome de Patau ou de Edwards. O paciente foi atendido no
CEFIL e atualmente frequenta o ILECE. A mãe engravidou com 40 anos de idade, fez pré-
natal e o paciente nasceu a termo de parto normal. Considerou-se como adesão as classes de
comportamentos de buscar e manter o filho nos atendimentos. Principais hipóteses funcionais
quanto ao reforçamento do repertório de adesão: diante da gravidade da problemática do
filho, a qual estabelecia uma condição aversiva para família e também para criança, os pais
buscaram atendimentos que pudessem modificar aspectos ambientais (internos e externos) da
doença, tornando as interações menos aversivas. Os pais aumentaram o nível de
conhecimento sobre os problemas do filho (possível diagnóstico, prognóstico e tratamentos),
pois receberam novas informações e esclareceram dúvidas. Os tratamentos recebidos
promoveram estimulação adequada e melhora no desenvolvimento geral do paciente. O
nível de escolaridade dos pais (fundamental e superior) e participação conjunta nesse
processo levou a uma melhor compreensão e atuação frente à assistência recebida. O pai
possuir um emprego fixo e a mãe estar a procura de um trabalho que possa realizar em casa,
traz estabilidade e pode aumentar a renda familiar e auxiliar nos gastos com o filho,
possibilitando que a mãe fique perto dele. Os pais são reforçados socialmente por receberem
aprovação da sociedade cuidando do filho. A situação da família, apesar de complicada,
possui variáveis de contexto que reforçam diferencialmente o comportamento de adesão aos
atendimentos para a criança, potencializando o bem estar de todos os envolvidos.
Palavras-chave: alterações genéticas, aconselhamento genético, adesão ao tratamento.
Apoio financeiro: O trabalho foi realizado com apoio da Pró-Reitoria de Extensão-PROEX e
da Pró-Reitoria de Pós-Graduação-PROPPG e com o apoio financeiro do Programa
Universidade Sem Fronteiras USF/SETI (01705/2012). Vania Galbes, Matheus Crivelari
Fortes e Talyta de Souza Lima recebem bolsa do Programa Universidade Sem Fronteiras.
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TREINAMENTO DE HABILIDADES PSICOLÓGICAS NO ESPORTE: UM
ESTUDO DE CASO NO TAEKWONDO Lays Fernanda Belineli, Thalita Canato, Camila
Sudo, Amanda Morais e Silvia Souza (Programa de Mestrado em Análise do Comportamento,
Universidade Estadual de Londrina, Londrina – PR, Brasil) – [email protected]
Muitos estudos sobre a correlação entre habilidades psicológicas e desempenho revelam que
diferentes tipos de habilidades psicológicas contribuem para o sucesso e bem estar de atletas
e treinadores, entre elas: habilidades intrapessoais (autoconfiança, autoconhecimento,
motivação), interpessoais (relacionamento pessoal), de rendimento (tomada de decisão,
concentração, ativação) e de grupo (comunicação, liderança, coesão). Nesse sentido os
psicólogos podem ajudar de diversas maneiras, uma delas é com os programas de treinamento
de habilidades psicológicas. A finalidade desses programas é identificar as necessidades dos
atletas e definir estratégias para alcançar as metas propostas. O objetivo desse estudo é
descrever uma intervenção realizada com dez atletas e um treinador de uma equipe de
taekwondo do interior do Paraná. Utilizou-se como materiais: folha sulfite, canetas, músicas
para relaxamento, aparelho de som e dinâmicas de grupo. Como instrumentos utilizaram-se
testes e questionários para levantamento de queixas. Os encontros foram realizados em uma
sala fornecida pela academia, na qual, eram realizados os treinos esportivos. Foram
realizados nove encontros semanais com duração média de 40 minutos. As psicólogas
observavam 30 minutos finais do treino antes de cada encontro. Como resultado do
levantamento das queixas obteve-se: nervosismo, fraqueza antes da competição, dormir mal,
falta de preparo físico e psicológico entre outros. Diante de tais problemas foram propostas
como estratégias: automonitoramento, análise de erros e acertos, relaxamento, como melhorar
confiança e concentração, estabelecimento de metas, estabelecimento de rotina pré-
competição. Todos os atletas aprenderam e realizaram as estratégias trabalhadas pelas
psicólogas. De acordo com o relato dos atletas, obtido por meio de um questionário, o
trabalho contribuiu para melhorar a autoconfiança e concentração. Relataram, ainda que, em
razão do trabalho desenvolvido aprenderam a se observar e avaliar seu próprio
comportamento. Todos os atletas se propuseram a continuar fazendo o automonitoramento, a
análise de erros e acertos nas competições, o relaxamento, as simulações de competição no
treino e o ensaio mental. As habilidades psicológicas, assim como as físicas, devem ser
treinadas e fazerem parte da rotina de treino dos atletas. Muitas equipes por falta de recursos
ou por não entenderem como importante o trabalho do psicólogo, ainda não contam com esse
profissional como parte da comissão técnica. O trabalho desenvolvido foi uma tentativa de
instrumentalizar os atletas da equipe o mais eficientemente possível, visando otimização de
performance e bem estar dos mesmos.
Palavras-chave: Treinamento de Habilidades Psicológicas, Análise do Comportamento,
Psicologia do Esporte.
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RELATO DE EXPERIÊNCIA INSTITUCIONAL
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COMPORTAMENTOS DE FUGA E ESQUIVA DE VÍTIMAS DE BULLYING Rodrigo Moreno Klein, Solange Maria Beggiato Mezzaroba, Tamara Zambardi Barduco,
João Rafael Pimentel Colavin, Ana Paula Garcia, Jessica Isabely Emmerich e Taciana de
Souza (Departamento de Psicologia Social e Institucional, Universidade Estadual de
Londrina, Londrina – PR, Brasil) – [email protected]
O bullying é um fenômeno muito estudado na atualidade e é caracterizado pelas atitudes
agressivas, intencionais e repetitivas de um ou mais agressores para com uma ou mais
vítimas, sem motivação aparente, em uma relação desigual de poder. Também é caracterizado
pela composição de três constituintes: agressor(es), espectadores e a(s) vítima(s). O interesse
por este fenômeno vem aumentando nos últimos tempos, principalmente por causa de suas
ocorrências em ambiente escolar, tornando-se objeto de preocupação social. Identificar e
analisar os componentes e os determinantes do bullying se torna essencial para um maior
poder de intervenção e compreensão do fenômeno. Este trabalho visa investigar os
comportamentos de fuga e esquiva das vítimas do bullying, quais os processos
comportamentais subjacentes ao desenvolvimento de seu repertório comportamental, como é
possível identificar uma possível vítima e quais as consequências para estas. O método
utilizado foi o de observações em ambiente escolar, realizadas pelos alunos de graduação
participantes do projeto de extensão “Combatendo a violência: práticas preventivas e
interventivas nas situações de bullying escolar”, bem como o de revisão bibliográfica de
textos que tratem de Análise do Comportamento, violência escolar, comportamentos de fuga
e esquiva, coerção e contingências aversivas. Os resultados apontam para um padrão de
repertório no qual as vítimas não possuem enfrentamento apropriado, são tímidas e possuem
características físicas ou mesmo comportamentais que divergem dos padrões das outras
crianças. Os processos comportamentais incluem condicionamentos operantes e respondentes
em contingências complexas, estabelecidas nas relações dos constituintes do bullying.
Através destas contingências, as vítimas apresentam comportamentos característicos: têm
medo das situações onde sofreram bullying, ficam ansiosos nos períodos que antecedem a ida
à escola e são mais quietas dentro da escola. As vítimas, de forma gradativa, esquivam-se
destas situações: primeiro procuram se manter longe dos agressores, depois dos espectadores
e de outros colegas e por fim de toda escola ou qualquer figura ligada à instituição. Assim,
todas as investigações sobre os comportamentos dos constituintes do bullying, dos
determinantes dos comportamentos destes e das consequências sociais que este traz, são
necessárias para produzir e proporcionar intervenções mais eficazes com finalidade de
diminuir a ocorrência deste fenômeno.
Palavras-chave: Bullying, Análise do Comportamento, Contingências aversivas.
Apoio financeiro: O trabalho foi realizado com apoio financeiro da PROEX por intermédio
de uma bolsa de Iniciação Extensionista.
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CONSULTORIA EM GESTÃO DE PESSOAS E DESENVOLVIMENTO
ORGANIZACIONAL: A ANÁLISE FUNCIONAL COMO FERRAMENTA
FUNDAMENTAL PARA O RESULTADO Thaísa Mara de Carvalho e Elen Gongora
Moreira (Centro Universitário Filadélfia – UNIFIL | Instituto INNOVE – Análise do
Comportamento e Saúde, Londrina – PR, Brasil) – [email protected]
Numa empresa pequena, em que uma única pessoa é responsável por todos os processos, se
torna essencial a clareza nos objetivos da empresa bem como o desenvolvimento de
repertório comportamental generalista para Gestão. É por meio da análise funcional do
comportamento do Gestor responsável que os problemas organizacionais podem ser
identificados e intervenções tanto no sentido de modificar comportamentos do gestor quanto
na alteração de práticas da organização se fazem possíveis. A empresa em questão, uma
academia que atua na área de acompanhamento de atividade e condicionamento físicos,
procurou a Consultoria em Gestão de Pessoas por ter identificado problemas na
administração do negócio e relacioná-los com a postura da proprietária (na ocasião, única
funcionária da empresa, auxiliada por uma estagiária de Educação Física). A academia,
localizada na cidade de Londrina, funciona há 10 anos e conta hoje com cerca de 50 clientes
ativos. A Consultoria teve início com um Diagnóstico Organizacional que pretendia
identificar os problemas da academia e sua relação com os comportamentos da proprietária,
analisando-os funcionalmente, através da coleta de dados com a proprietária e com os
clientes. A partir destes dados, foi elaborada uma análise dos problemas levantados e um
plano estratégico de intervenções. Este plano de ação contava com as perguntas do sistema
5W2H (What? Where? Who? When? Why? How many? How much?), o que exigia da
proprietária uma descrição e análise mais detalhada dos comportamentos dela, bem como as
ações que deveriam ser realizadas no decorrer do processo, além do contexto a ser planejado
para que tudo isso acontecesse. Diante disso, sessões semanais de acompanhamento foram
realizadas com a proprietária, com o intuito de monitorar as ações e auxiliar no processo de
mudança comportamental da proprietária, que possibilitaram as mudanças na forma de gerir a
empresa e, consequentemente, nos resultados alcançados pelo negócio. Alguns dos resultados
alcançados foram: a inovação, organização e comprometimento da proprietária com as
atividades da academia, a contratação de uma funcionária, a transparência com os alunos, o
aumento do número de clientes nos planos, a definição e aplicação de missão, visão e valores
do negócio, a organização do controle de caixa e de clientes. Pode-se considerar que, a
análise funcional do comportamento da proprietária e a evidenciação das consequências deles
nos resultados atingidos pela empresa favoreceram a mudança comportamental e o
atingimento dos resultados organizacionais considerando a instituição em questão.
Palavras-chave: Gestão de Pessoas, Análise do Comportamento, Análise Funcional.
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CONTRIBUIÇÕES DA ANÁLISE DO COMPORTAMENTO PARA A ADESÃO AO
TRATAMENTO PSICOTERAPÊUTICO Deivid Regis dos Santos, Carolina Ribas,
Raissa Roberti Benevides, Roberta Seles da Costa e Edmárcia Manfredin Vila (Departamento
de Psicologia Geral e Análise do Comportamento, Universidade Estadual de Londrina,
Londrina – PR, Brasil) – [email protected]
Pesquisas e psicoterapeutas experientes apontam que alguns comportamentos do terapeuta
são de extrema importância para o andamento da terapia e a adesão ao tratamento. Além dos
comportamentos do terapeuta, existem outras variáveis independentes que estão relacionadas
à adesão, como o tempo de espera para o início do atendimento, a experiência do terapeuta e
o comprometimento do cliente em relação à terapia. Com o intuito de investigar os pontos a
serem melhorados nos procedimentos da Clínica-Escola de Psicologia da Universidade
Estadual de Londrina, de modo a propor formas mais eficazes para o encaminhamento dos
casos, decidiu-se levantar o perfil da clientela atendida que foi triada em 2011. Os dados
foram obtidos por meio dos prontuários dos clientes e organizados em uma planilha, sendo
que o índice de desistência foi evidenciado neste trabalho. Verificou-se que 29% dos clientes
desistiram do atendimento, sendo assim, a discussão acerca da adesão torna-se relevante,
inclusive, representa um desafio enfrentado pela área da saúde e que tem ligação direta com a
qualidade de vida da população em geral e com os recursos do governo destinados a saúde
pública. Neste sentido, a Análise do Comportamento tem desenvolvido pesquisas
relacionadas tanto à adesão ao tratamento em geral, quanto à psicoterapia em particular. Tais
estudos apontam que determinados comportamentos do terapeuta podem aumentar a
probabilidade do cliente aderir à terapia, dentre eles é possível mencionar comportamentos
que demonstrem autoconfiança, empatia, buscar e fornecer informações, estar atento aos
comportamentos que indicam mudança e ser uma audiência não punitiva. Ademais,
recomenda-se nestes casos, que o terapeuta faça uma análise funcional das variáveis que
possam ter contribuído para a desistência do cliente, a fim de possibilitar o arranjo de
condições mais favoráveis para adesão à psicoterapia, bem como maior efetividade da mesma
em diferentes modalidades de intervenção, com populações com problemas clínicos
diversificados.
Palavras-chave: adesão à psicoterapia, análise funcional, interação terapeuta-cliente.
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INSTALANDO COMPORTAMENTOS APROPRIADOS AO BOM ANDAMENTO
DO SERVIÇO DE ACONSELHAMENTO GENÉTICO: TREINAMENTO DE
ESTAGIÁRIOS INICIANTES Matheus Crivelari Fortes, Talyta de Souza Lima, Vania
Galbes, Renata Grossi e Wagner José Martins Paiva (Departamento de Psicologia Geral e
Análise do Comportamento / Departamento de Biologia Geral, Universidade Estadual de
Londrina, Londrina – PR, Brasil) – [email protected]
Qualquer serviço de saúde oferecido à população requer uma gama comportamental
específica, precisa e eficaz por parte de seus integrantes, quiçá para um Serviço de
Aconselhamento Genético. Segundo a Organização Mundial da Saúde este serviço busca o
esclarecimento a fim de prevenir genótipos responsáveis por enfermidades e/ou defeitos
congênitos. O Serviço de Aconselhamento Genético da Universidade Estadual de Londrina
(SAG-UEL) é assistencial, educativo e pode exercer função preventiva da incidência de
alterações genéticas na população, conscientizando paciente/família, sem privá-los do direito
à autonomia de tomar decisões pessoais. Também tem o propósito de formar profissionais na
área, capacitando alunos de graduação e de pós-graduação para atuarem junto a essa
problemática. Etapas do SAG/UEL: encaminhamento; agendamento para coleta de sangue;
coleta; entrevista inicial; resultado, devolutiva e acompanhamento psicológico para o
paciente e sua família. A equipe é composta por psicóloga, biólogos e estagiários de
psicologia, biologia e farmácia. O presente trabalho tem como objetivo apresentar o
treinamento realizado pelos profissionais e alunos bolsistas do Programa Universidade Sem
Fronteiras/SETI, para o ingresso de nove novos estagiários no serviço, sendo três da biologia,
um de farmácia e cinco de psicologia. O treinamento foi estruturado com o objetivo de
capacitá-los a lidar com contingências próprias da realidade do serviço e adquirir repertórios
comportamentais compatíveis com a demanda e realização adequada de suas funções.
Atividades desenvolvidas: palestra explicando a contribuição da Psicologia e da Biologia
para o projeto, discussão e considerações acerca da Entrevista Inicial, “role-playing” da
entrevista, simulação da tabulação dos dados colhidos no “role-playing”, montagem das
pastas dos pacientes, acompanhamento e participação nas entrevistas com supervisão.
Durante o treinamento foi utilizado um instrumento de “Avaliação do Desenvolvimento de
Habilidades/Conhecimento dos Estagiários”, que mede, através da auto avaliação, o nível de
conhecimento de cada estagiário acerca das atividades realizadas no projeto, em uma escala
de zero a dez, onde zero condiz à falta total de conhecimento a respeito de uma tarefa e dez
ao total domínio desta. A partir da comparação entre a média geral dos pré-testes, entregues
aos “trainees” no início do primeiro dia de treinamento, e a média geral de todos os dias de
treinamento, com os respectivos escores de 4,3 e 7,1, pôde-se perceber, que o programa de
treinamento foi efetivo, pois se observa que os novos estagiários sentiram-se mais
capacitados para realizar as atividades do projeto, podendo oferecer um serviço de melhor
qualidade para a comunidade que utiliza o SAG-UEL.
Palavras-chave: Aconselhamento Genético, Psicologia da saúde, Treinamento.
Apoio financeiro: O trabalho foi realizado com apoio da Pró-Reitoria de Extensão-PROEX e
com o apoio financeiro do Programa Universidade Sem Fronteiras - USF/SETI (processo
01705/2012). Vania Galbes, Matheus Crivelari Fortes e Talyta de Souza Lima recebem bolsa
do Programa Universidade Sem Fronteiras.
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Disponível em: http://www.uel.br/eventos/jac/pages/anais.php 38
INTERVENÇÃO COMPORTAMENTAL EM UM PROGRAMA DE MONITORIA
ACADÊMICA NO ENSINO SUPERIOR Camila Harumi Sudo, Leia Rodrigues Domingos
e Simone Deperon Ecchelli (Departamento de Educação, Universidade Tecnológica Federal
do Paraná, Londrina – PR, Brasil) – [email protected]
O trabalho discute a contribuição da Análise do Comportamento na atuação do psicólogo no
Ensino Superior, a partir da avaliação de uma intervenção comportamental em um Programa
de Monitoria Acadêmica que compreendia quatro disciplinas de dois cursos de Graduação,
cada. O trabalho consistiu em quatro etapas: 1) A análise inicial do programa, que indicou
pouca adesão dos alunos, falta da gestão dos espaços e horários para os atendimentos, falta de
supervisão dos monitores e críticas quanto à atuação desses, durante os atendimentos; 2) o
planejamento das novas contingências de ensino que envolveu: a) o estudo prévio dos
horários e espaços que atendessem o público-alvo e que devessem servir de critérios para a
seleção dos monitores, b) a proposição de duas modalidades de atendimentos, individual e em
grupo, sendo destinados, o primeiro, a atender alunos que necessitassem apenas de
orientações breves e, o segundo, alunos que quisessem estudar em grupo com auxílio do
monitor, c) a certificação, como Atividade Complementar, pela participação na modalidade
grupal, d) a capacitação inicial dos monitores para os atendimentos, d) a discussão dos
resultados parciais com os pares de professores-monitores, regularmente, e f) a avaliação
final do projeto junto aos professores e dirigentes do ensino; 3) o acompanhamento, mediante
observações em situações reais de atendimento dos monitores, registros da frequência de
participação de cada aluno em cada modalidade de atendimento, registro do desempenho de
alunos participantes e não participantes da monitoria, e aplicação e tabulação de questionários
de satisfação aos alunos, monitores e professores; e 4) os feedbacks das mudanças observadas
ao longo do programa ocorreram em reuniões bimestrais com os pares de orientadores-
monitores e, ao final do programa, com os coordenadores dos cursos. Indicadores de adesão
ao programa, satisfação de alunos e professores, e de aprovação nas disciplinas atendidas
foram analisados antes e após a intervenção, quali-quantitativamente. Sugere-se que a
intervenção propiciou o aumento das participações nos atendimentos em um dos cursos e da
regularidade com que essas passaram a ocorrer. Professores desse curso relataram melhora na
qualidade dos relatórios escritos e maior envolvimento dos alunos nas discussões em sala. Os
monitores relataram perceberem-se mais críticos quanto à avaliação do papel docente. Os
índices de aprovação/retenção variaram por disciplina/curso. Discute-se que a Análise do
Comportamento contribui com uma análise funcional, contextual e relacional dos processos
de ensino-aprendizagem, evidencia novas possibilidades de atuação do psicólogo além
daquelas direcionadas exclusivamente ao atendimento das queixas individuais.
Palavras-Chaves: Análise do Comportamento, Ensino Superior, Monitoria Acadêmica.
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MANUAL DO ESTAGIÁRIO FAVORECENDO O DESEMPENHO DO ALUNO NO
SERVIÇO DE ACONSELHAMENTO GENÉTICO – SAG/UEL Talyta de Souza Lima,
Matheus Crivelari Fortes, Vania Galbes, Renata Grossi e Wagner José Paiva (Departamento
de Psicologia Geral e Análise do Comportamento / Departamento de Biologia Geral,
Universidade Estadual de Londrina, Londrina – PR, Brasil) – [email protected]
Para a Organização Mundial da Saúde o Aconselhamento Genético busca o esclarecimento a
fim de prevenir genótipos responsáveis por enfermidades e/ou defeitos congênitos, por meio
da identificação prospectiva ou retrospectiva das uniões que sejam capazes de produzir tais
alterações. O Serviço de Aconselhamento Genético – SAG/UEL é assistencial e educativo,
mas também pode exercer função preventiva. Seu objetivo é a conscientização do paciente e
sua família, sem privar os aconselhados do direito de tomar suas decisões pessoais, o que faz
prevalecer a autonomia do usuário. Além disso, o serviço tem o propósito de formar
profissionais na área, capacitando alunos de graduação e de pós-graduação para atuarem
junto a essa problemática. O SAG/UEL é composto de algumas etapas, a saber:
encaminhamento; agendamento para coleta de sangue; coleta; abordagem e entrevista inicial;
resultado; devolutiva e acompanhamento psicológico para o paciente e sua família. A equipe
do SAG/UEL é composta de uma psicóloga, um biólogo geneticista e de estagiários de
psicologia e biologia. Estas contingências e a variabilidade de atividades que compõem o
ambiente de atuação no serviço, o caracteriza como um lugar que requer preparo de seus
membros. Para que haja uma comunicação profissional clara e eficaz em relação aos
trabalhos desenvolvidos e para que os estagiários ingressem conscientes da complexidade das
atividades a serem realizadas por eles, a equipe elaborou um livreto com informações
detalhadas sobre o SAG/UEL. O objetivo deste trabalho é apresentar o Manual do Estagiário
que contém o funcionamento do SAG/UEL, a fim de especificar as funções que os estagiários
e colaboradores devem exercer e ensiná-los o modo como elas precisam ser desempenhadas,
facilitando a prestação do serviço. Para a confecção deste manual a equipe discutiu e
delimitou as atividades desempenhadas por todos os integrantes do serviço, a fim de
descrevê-las detalhadamente no manual. O instrumento confeccionado é composto pelos
seguintes itens: o que é o SAG, o que é o cariótipo, apresentação da estrutura e etapas do
serviço, explicação dos direitos e deveres, conduta e atividades obrigatórias dos estagiários e
colaboradores, como realizar as atividades obrigatórias e resumo das síndromes genéticas
mais comuns no SAG/UEL. A confecção e uso desse material oportunizaram e otimizaram o
serviço prestado tornando o ambiente de trabalho mais produtivo a partir de informações
relevantes para o desenvolvimento de repertórios comportamentais mais apropriados para o
bom funcionamento do serviço.
Palavras-chave: manual do estagiário, aconselhamento genético, treinamento.
Apoio financeiro: O trabalho foi realizado com apoio da Pró-Reitoria de Extensão-PROEX e
da Pró-Reitoria de Pós-Graduação-PROPPG e com o apoio financeiro do Programa
Universidade Sem Fronteiras USF/SETI (01705/2012). Vania Galbes, Matheus Crivelari
Fortes e Talyta de Souza Lima recebem bolsa do Programa Universidade Sem Fronteiras.
PUBLICAÇÃO DIGITAL – FORMATO PDF
Disponível em: http://www.uel.br/eventos/jac/pages/anais.php 40
MANUAL DO USUÁRIO: UMA DAS CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA PARA O
SERVIÇO DE ACONSELHAMENTO GENÉTICO DA UNIVERSIDADE ESTADUAL
DE LONDRINA Matheus Crivelari Fortes, Vania Galbes, Talyta de Souza Lima, Renata
Grossi e Wagner José Martins Paiva (Departamento de Psicologia Geral e Análise do
Comportamento / Departamento de Biologia Geral, Universidade Estadual de Londrina,
Londrina – PR, Brasil) – [email protected]
O SAG-UEL (Serviço de Aconselhamento Genético da Universidade Estadual de Londrina)
visa oferecer esclarecimentos sobre problemas associados à doença genética, prevenir
genótipos responsáveis por enfermidades e/ou defeitos congênitos, através da identificação
prospectiva ou retrospectiva das uniões que sejam capazes de produzir tais alterações. O
SAG/UEL é composto das seguintes etapas, a saber: encaminhamento; agendamento para
coleta de sangue; coleta; abordagem e entrevista inicial; resultado e devolutiva,
acompanhamento psicológico para o paciente e sua família. A equipe do SAG/UEL é
composta de psicólogos, biólogos e estagiários dos dois cursos. O presente trabalho se propõe
a apresentar o Manual do Usuário do SAG/UEL elaborado com base nos dados coletados
através da entrevista inicial, da devolutiva, de observações e de discussões com a equipe do
serviço foi verificado que grande parte da população atendida não possui conhecimento sobre
genética e muitas vezes não entendem a complexidade da situação. Como o serviço trata-se
de um processo de comunicação, foi elaborado um livreto que tem como objetivo informar os
usuários do SAG-UEL sobre algumas alterações genéticas e também sobre o serviço
prestado. Para a confecção do material foram realizadas pesquisas sobre os assuntos a serem
abordados e também foram consultados profissionais da área. O manual é dividido em oito
seções, que foram apontadas pela equipe como os principais pontos sobre o SAG-UEL. A
primeira seção é voltada para a apresentação do recurso, seguido das informações que
caracterizam um serviço de aconselhamento genético e o objetivo deste. A terceira seção
explica o exame do cariótipo e a sua funcionalidade, logo após é explicado o exame do
cariótipo realizado pelo SAG-UEL e a sua capacidade de diagnosticar alterações genéticas. A
quinta seção elenca as etapas que constituem o serviço e a dinâmica do trabalho oferecido,
em seguida esclarece as principais síndromes diagnosticadas pelo exame do cariótipo. A
sétima seção demonstra o papel da psicologia dentro deste processo e por último o manual é
finalizado ressaltando a importância da disseminação da informação correta. Através do
material é possível informar com mais clareza e objetividade todo o trabalho oferecido e
padronizar as informações repassadas aos usuários e à comunidade de modo geral. A
realização do trabalho partiu do pressuposto que a transmissão de informações corretas
aumenta a probabilidade dos usuários realizarem escolhas conscientes sobre a problemática
envolvida em uma alteração genética com a finalidade maior de prevenção e tratamento das
doenças desta natureza.
Palavras-chave: Manual do Usuário, Aconselhamento Genético, Psicologia da saúde.
Apoio financeiro: O trabalho foi realizado com apoio da Pró-Reitoria de Extensão-PROEX e
da Pró-Reitoria de Pós-Graduação-PROPPG e com o apoio financeiro do Programa
Universidade Sem Fronteiras - USF/SETI (processo 01705/2012). Vania Galbes, Matheus
Crivelari Fortes e Talyta de Souza Lima recebem bolsa do Programa Universidade Sem
Fronteiras.
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REFLEXÃO TEÓRICO-FILOSÓFICA
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A POLIDIPSIA INDUZIDA POR ESQUEMA COMO UM POSSÍVEL MODELO
ANIMAL DO TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO Taimon Pires Maio, André
Nazareth Veloso, Guilherme Bracarense Filgueiras, Eduardo Vignoto Fernandes, Noel
Rodriguez de Almeida, Pedro Guilherme Pauletti Lorenzo e Celio Estanislau (Departamento
de Psicologia Geral e Análise do Comportamento, Grupo de Pesquisa em Psicobiologia,
Universidade Estadual de Londrina, Londrina – PR, Brasil) – [email protected]
Os modelos animais de transtornos comportamentais como o transtorno obsessivo
compulsivo (TOC) são desenvolvidos no intuito de fornecer uma maior compreensão dos
aspectos relativos aos mecanismos neurobiológicos e processos comportamentais envolvidos
no quadro, possibilitando ainda o desenvolvimento de melhores intervenções farmacológicas.
Tais modelos, no entanto, diferem quanto ao grau de adequação aos critérios de validade
estabelecidos pela comunidade científica: a validade topográfica, a validade preditiva e a
validade de processo. A polidipsia induzida por esquema (PIE) consiste no comportamento
de beber compulsivo de água por um rato quando o alimento é liberado em intervalo variável.
Uma vez que a PIE tem sido considerada como o comportamento adjuntivo melhor replicado
em laboratório e pelo fato de ter sido sugerida por alguns autores como um possível modelo
animal do TOC, o presente estudo teve por objetivo avaliar a adequação da PIE em relação
aos critérios de validade de um modelo animal. Como método realizou-se uma revisão dos
estudos cujas palavras-chave tivessem relação com as drogas de escolha para o tratamento do
TOC em humanos (inibidores da recaptação de serotonina) no modelo da PIE e de estudos de
base farmacológica que possibilitam compreender os sistemas neurobiológicos mais
envolvidos no TOC. Os resultados dos estudos apontam que a PIE é reduzida com a ação dos
inibidores seletivos da recaptação de serotonina. A PIE mostra-se, porém, pouco sensível a
fármacos que atuam em sistemas pouco relacionados ao TOC, como a administração crônica
do antidepressivo tricíclico desipramina, o antipsicótico haloperidol e o ansiolítico diazepam,
condizendo com o que ocorre no tratamento de seres humanos com TOC. Sob a perspectiva
da validade de processo comportamental a polidipsia induzida por esquema demonstraria
adequação, visto que é o comportamento adjuntivo mais ampla e consistentemente
reproduzido em laboratório. Já a demonstração farmacológica do substancial envolvimento
do sistema serotonérgico na PIE fornece ao modelo uma maior validade de processo
neurobiológico. Têm-se ainda a demonstração de que lesões seletivas nos terminais
dopaminérgicos no núcleo accumbens bloqueiam a polidipsia induzida por esquema,
relacionando-se a disfunção dopaminérgica que se sabe estar envolvida no TOC. Entende-se
que a PIE é um modelo de TOC promissor, pois apresenta boa validade topográfica,
excelente adequação à validade preditiva farmacológica e alguns indicativos de boa validade
de processo.
Palavras-chave: modelos experimentais, compulsividade, inibidores seletivos da recaptação
de serotonina (ISRS)
Apoio financeiro: Taimon Pires Maio recebe bolsa de mestrado da CAPES, Eduardo
Fernandes Vignoto recebe bolsa de doutorado de CAPES, André Wilson Nazareth Veloso
recebeu bolsa de mestrado da CAPES e Célio Estanislau recebe bolsa de produtividade em
pesquisa da Fundação Araucária (convênio 817/2012).
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A VIOLÊNCIA INTRAFAMILIAR COMO CONTROLE AVERSIVO NO FILME
“PRECIOSA: UMA HISTÓRIA DE ESPERANÇA” Débora Letícia Dias, Jardson
Fragoso e Marcia Cristina Caserta Gon (Departamento de Psicologia Geral e Análise do
Comportamento, Universidade Estadual de Londrina, Londrina – PR, Brasil) – debora-
O presente trabalho corresponde a uma reflexão e análise teórica do “Filme Preciosa: Uma
História de Esperança”, com base nos conceitos da Análise do Comportamento. O filme
descreve a história dramática da personagem Claireece Preciosa Jones, uma jovem de 16
anos. A garota é vítima de preconceitos por ser negra e obesa, além disso, é exposta às mais
diversas privações e todos os tipos de Violência Intrafamiliar. Neste estudo foram analisados
os maus tratos passíveis de notificação e suas consequências por meio do princípio do
“Controle Aversivo do Comportamento”, e, ainda dentro dessa perspectiva, dialogar com o
conceito de “Liberdade Skinneriana” nos contextos que configuraram a Violência
Intrafamiliar Infantil. Este tipo de violência, é considerada aquela que acontece dentro da
família ou até mesmo no lar onde a criança convive, e pode ser caracterizada de formas
diferentes – física, psicológica, sexual e negligência. O material utilizado para essa análise
partiu de um conjunto de textos e artigos científicos sobre os conceitos já mencionados.
Foram categorizados e analisados comportamentos de maus tratos dos cuidadores (pai e mãe)
presentes nas cenas do filme com e sem diálogos entre os personagens, de acordo com os
processos de reforçamento negativo e punição (controle aversivo) e o conceito de liberdade
de Skinner. Também foram analisados e discutidos nestas interações os fatores de risco e de
proteção, vulnerabilidade, contracontrole, autoconhecimento e autoestima. Discutem-se os
maus tratos cometidos contra crianças e adolescentes como contingências de controle
aversivo que prejudicam a aquisição de repertórios de autocontrole e de autoconhecimento,
essenciais para busca da liberdade como entendida por Skinner. Espera-se que o filme, bem
como a sua análise, possam ser utilizados como estratégia complementar para o aprendizado
de conceitos e princípios da Análise do Comportamento no contexto da Violência
Intrafamiliar Infantil a estudantes de psicologia e profissionais que atuam nesta área.
Palavras-chave: Violência Intrafamiliar Infantil, Controle aversivo, Liberdade, Filme.
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COMPORTAMENTO VERBAL: UMA INTRODUÇÃO PARA ESTUDANTES DE
PSICOLOGIA E BEHAVIORISTAS INICIANTES Renan Miguel Albanezi e Leonardo
Pestillo de Oliveira (Departamento de Psicologia, Centro Universitário de Maringá, Maringá
– PR, Brasil) – [email protected]
O presente trabalho científico surgiu da necessidade de se dar uma atenção mais
pormenorizada a uma das áreas mais valiosas e estudadas do Behaviorismo Radical de B. F.
Skinner, que também é, por outro lado, uma das áreas mais negligenciadas no âmbito
acadêmico da graduação: o comportamento verbal. Dessa maneira, o objetivo deste trabalho é
de se fazer uma introdução fácil (ou menos complexa) e compreensível a estudantes de
Psicologia e behavioristas iniciantes. Para tanto, foi realizada uma pesquisa bibliográfica
junto a livros e artigos científicos de diversos autores, que contemplem e explanam conceitos
pertinentes à compreensão do tema, como linguagem, conceito e formação do
comportamento verbal, bem como o que B. F. Skinner considera como principais operantes
verbais (contingências verbais ou unidades de análise do comportamento verbal), sendo estes
o mando, o comportamento ecoico, o comportamento textual, o comportamento intraverbal, o
tato, auditório e comportamento autoclítico. Além disso, dá-se uma atenção especial ao
controle que o ambiente social exerce em relação ao organismo que se comporta verbalmente,
desde a instalação de operantes em seu repertório verbal até a manutenção deste repertório,
seja como falante ou como ouvinte, ou ainda como falante e ouvinte centrados num mesmo
sujeito. Nos resultados, apresenta-se qual é o conceito de comportamento verbal para o
Behaviorismo Radical, como ele se encaixa numa análise contingencial, qual a principal
diferença do que os behavioristas consideram por linguagem em relação às outras teorias que
lidam com o tema, além de se apontar quais as utilidades dos principais operantes verbais
expostos por B. F. Skinner e como eles são modelados e instalados no repertório verbal de
um sujeito sob controle de uma comunidade verbal e se estão passíveis ou não de sofrer
modificações com os fenômenos comportamentais como reforço e punição assim como os
comportamentos não-verbais. Concorda-se também, que Skinner não exagerou quando
afirmou que seu livro de 1957, Verbal Behavior, é sua obra mais importante.
Palavras-chave: Comportamento Verbal, Behaviorismo, Psicologia.
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DIFERENCIAÇÃO CONCEITUAL DE COMPORTAMENTO SUPERSTICIOSO E
SUPERSTIÇÃO Rodrigo Dal Ben de Souza e Natalia Mendes Ferrer da Rosa (Centro
Universitário Filadélfia, Londrina – PR, Brasil | Universidade Estadual de Londrina,
Londrina – PR, Brasil) – [email protected]
Diariamente, interagimos com diversas condições ambientais que retroagem sobre nosso
comportamento. Nossas respostas tem a probabilidade de ocorrência futura alterada pelos
eventos que as seguem, mesmo que não haja uma relação de depência entre elas e as
consequências. Na Análise do Comportamento, os termos “comportamento supersticioso” e
“superstição” são utilizados para se referir a tipos de comportamentos mantidos por
contingências acidentais. Muitas vezes os dois termos são utilizados como sinônimos e as
características de cada um passam despercebidas. O presente estudo busca apresentar os
conceitos e as características do comportamento supersticioso e da superstição. Por meio de
uma revisão bibliográfica assistemática nas bases de dados PsychoINFO, BVS-Psi e SciELO
utilizando as seguintes palavras chaves: comportamento supersticioso, superstição,
contiguidade, superstitious behavior, superstition e contiguity; foram selecionados e lidos
quatro artigos e um capítulo de livro estrangeiros e três artigos e dois capítulos de livro
nacionais que apresentavam definições de comportamento supersticioso e superstição
segundo a Análise do Comportamento. A literatura considera comportamento supersticioso
como um tipo de comportamento, selecionado em nível individual, mantido por relação
acidental com contingências de reforçamento, que pode ou não envolver comportamento
verbal. São apontados três tipos de comportamentos supersticiosos: (a) superstição simples,
em que a frequência de uma resposta é alterada pela contiguidade com uma consequência, na
ausência de dependência; (b) superstição sensorial, em que as respostas mantêm relação de
dependência com as consequências, mas não com os estímulos discriminativos (Sd); e (c)
superstição topográfica, na qual há dependência entre Sd, resposta e consequente, mas não da
topografia da resposta, fortalecida acidentalmente. Por outro lado, a superstição é um tipo de
regra, comportamento verbal que descreve de forma imprecisa as contingências em vigor. Ela
pode indicar relações de dependência inexistentes ou o contrário. As superstições,
selecionadas a nível cultural, podem funcionar como antecedentes verbais que controlam um
comportamento não-verbal, e podem descrever e relacionar contingências de reforço. As
superstições podem ser transmitidas de um pessoa para a outra, por meio de regras sociais, ou
podem ser formuladas e repetidas pela própria pessoa, por meio de auto-regras. Nesse
sentido, uma discussão e diferenciação conceitual entre o comportamento supersticioso e a
superstição permite uma melhor compreensão de comportamentos humanos complexos.
Palavras-chave: comportamento supersticioso, superstição, Análise do Comportamento.
Apoio financeiro: Natalia Mendes Ferrer da Rosa recebeu bolsa da Agência de Fomento
CAPES.
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O SUJEITO CORPO: SOBRE A ALTERAÇÃO ANATÔMICA CORPORAL E SUA
MANIFESTAÇÃO NOS MODOS COMPORTAMENTAIS DO SUJEITO NA
CULTURA E EM PROPOSTAS ESTÉTICAS Antonio Marcelino Vicenti Rodrigues
(Departamento de Música e Teatro, Universidade Estadual de Londrina, Londrina – PR,
Brasil) – [email protected]
O presente trabalho parte do pressuposto de apontar, a partir de recortes específicos da Teoria
da Ação Simbólica de Ernst Boesch e das teorias neurocientíficas de António Damásio, como
o corpo, a partir de suas ações no tempo e no espaço, pode se configurar como uma referência
básica para a constituição da identidade do sujeito. Nesse sentido, recorremos a algumas
ideias importantes nas proposições de ambos os autores. A primeira diz respeito à
importância dada por Boesch ao conceito de ação, sendo esta, a base para o sujeito revelar
seus aspectos comportamentais no meio cultural em que está inserido, ao mesmo tempo em
que apreende estímulos que o levará a agir neste mesmo meio. Ora, a ação se configura como
uma base de percepção do outro/mundo ao mesmo tempo em que revela a identidade do
sujeito por meio de sua concretização. A segunda ideia relaciona-se ao entendimento, a partir
das proposições de Damásio, de como as emoções e os sentimentos auxiliam as tomadas de
decisão do sujeito. Assim, considera-se que a apreensão sensível do sujeito em relação ao
mundo que o cerca suscita estímulos que o levam a agir. Essas ações se dão a partir do
conhecimento que o sujeito tem integrado em sua base afetivo-cognitiva (passado), em
direção a um futuro que é imprevisível, numa linearidade temporal irreversível. Neste caso, a
cultura molda as formas de o sujeito agir ao mesmo tempo em que é moldada por ele. Nessa
perspectiva, o sujeito caracteriza-se como um constructo do campo cultural ao mesmo tempo
em que é seu mantenedor. Por meio de estudos relacionados aos recortes expostos acima,
considera-se a hipótese de que processos artísticos referentes às artes presenciais (dança,
performance e teatro) configuram-se como potencializadores das relações do sujeito para com
o outro/mundo. Em específico, considera-se a modificação da estrutura anatômica do corpo
(reestruturação óssea e muscular) como um fato que revela, por meio de sua concretude, que
a postura afetivo-cognitiva do sujeito está intrinsecamente ligada à sua postura física. A
modificação da anatomia corporal é capaz revelar o aguçamento das capacidades perceptivas
do sujeito, potencializando-as. Isso acarreta diretamente nas formas de ação do sujeito no
campo cultural, isto é, em suas formas comportamentais neste meio. Levando em conta que
toda ação em um campo cultural é política, presume-se que o sujeito, ao atuar artisticamente,
revela a síntese que adquire de sua relação com o outro/mundo (postura política) em
propostas estéticas.
Palavras-chave: Processos artísticos, (Re)estruturação corporal, Relação eu-outro.
Apoio financeiro: O trabalho foi realizado com apoio financeiro da Fundação Araucária
(Fundação de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Paraná). Vigência
2012-2013.